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BR0443920 PROGRAMA DE POS-GRADIL :NOLOGIAS ENERGÉTICAS E i PROTEN - DEN/UFPE INIS-BR-3856 N e 05 TESE DE DOUTORADO ESTABILIZAÇÃO RADIOLÍTICA DO POLI(METACRILATO DE METI LA) EM MISTURAS FÍSICAS COM O POLIESTIRENO AUTOR: IVÂNIA SOARES DE LIMA RECIFE - PERNAMBUCO - BRASIL ABRIL - 2002 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ENERGIA NUCLEAR Av. Prof. Luiz Freire, ~EP 50740-540 Universitária 'E - Brasil

PROGRAMA DE POS-GRADIL :NOLOGIAS ENERGÉTICAS E iINIS … · Graduação em Tecnologias Energéticas e Nucleares PROTEN. Departamento de Energia Nuclear - da Universidade Federal

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BR0443920

PROGRAMA DE POS-GRADIL:NOLOGIAS ENERGÉTICAS E i

PROTEN - DEN/UFPE

INIS-BR-3856

Ne05TESE DE

DOUTORADO

ESTABILIZAÇÃO RADIOLÍTICA DO

POLI(METACRILATO DE METI LA)

EM MISTURAS FÍSICAS COM O

POLIESTIRENO

AUTOR: IVÂNIA SOARES DE LIMA

RECIFE - PERNAMBUCO - BRASILABRIL - 2002

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCODEPARTAMENTO DE ENERGIA NUCLEAR

Av. Prof. Luiz Freire, l »~EP 50740-540

Universitária'E - Brasil

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE ENERGIA NUCLEAR

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM TECNOLOGÍAS ENERGÉTICAS E

NUCLEARES

ESTABILIZAÇÃO RADIOLITICA DO POLI(METACRILATO DE

METILA) EM MISTURAS FÍSICAS COM O POLIESTIRENO

IVANIA SOARES DE LIMA

RECIFE - PERNAMBUCO - BRASIL

ABRIL-2002

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ESTABILIZAÇÃO RADIOLITICA DO

POLI(METACRILATO DE METILA) EM MISTURAS

FÍSICAS COM O POLIESTIRENO

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IVANIA SOARES DE LIMA

ESTABILIZAÇÃO RADIOLITICA DO POLI(METACRILATO DE METILA) EM

MISTURAS FÍSICAS COM O POLIESTIRENO

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Tecnologias Energéticas e

Nucleares PROTEN. Departamento de

Energia Nuclear - da Universidade Federal

de Pernambuco, para obtenção do título de

Doutor em Ciência. Área de concentração:

Aplicação de Radioisótopos

ORIENTADOR: PROF. DR. ELMO SILVANO DE ARAÚJO

CO-ORIENTADOR: PROF. DR. WALTER M. DE AZEVEDO

RECIFE-PERNAMBUCO-BRASIL

ABRIL-2002

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Lima, Ivânia Soares deEstabilização radiolítica do poli(metacrilato de

metila) em misturas físicas com o poliestireno / IvâniaSoares de Lima. - Recife : O Autor, 2002.

xxii, 86 folhas : il., fig., tab.

Tese (doutorado) - Universidade Federal dePernambuco. CTG. Energia Nuclear, 2002.

Inclui bibliografia.

1. Poli(metacrilato de metila) - Estabilizaçãoradiolítica. 2. Blendas poliméricas (PMMA/PS) -Preparação. 3. Radiação gama - Compatibilização deblendas (PMMA/PS) imissíveis. I. Título.

678-13 CDU (2.ed.) UFPE668.9 CDD(21.ed.) BC2002-131

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ESTABILIZAÇÃO RADIOLITICA DOPOLI(METACRILATO DE METILA) EMMISTURAS FÍSICAS COM O POLIESTIRENO

Ivânia Soares de Lima

APROVADA EM: 04.04.02

ORIENTADOR : Prof. Dr. Elmo Silvano de AraújoCO-ORIENTADOR: Prof. Dr. Walter Mendes de Azevedo

COMISSÃO EXAMINADORA:

Prof. Dr. Marcelo Silveira Rabello - EM/UFPB

Profa. Dra. Selma Matheus Loureiro Guedes - IPEN/SP-CNEN

Prof. Dr. Benício de Barros

/ )

Neto -CCEN/UFPE

CS—

Profa. Dra. Yêda Medeiros Bastos de Almeida - EQ/UFPE

! IProf. Dr. Elmo Silvano de Araújo - DEN/UFPE

Visto e permitida a impressão

U • • " ' - - - ' - ' \ '- -

Coordenador do PROTEN/DEN/UFPE

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Ao meu Deus, minha gratidão.

Aos meus pais e família, minha homenagem.

Aos meus filhos, Izabela Thaíz e Arthur Callebe.

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

Aos professores Dr. Elmo Silvano de Araújo e Dr. Walter Mendes de Azevedo

pela orientação.

Ao Departamento de Energia Nuclear (DEN/UFPE) pela oportunidade de

realizar este trabalho.

Ao Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq) pela concessão da bolsa de doutorado.

Às empresas: Metacril (Camaçari/Bahia) e Companhia Brasileira de Estireno

(C.B.E/ São Paulo), pelo fornecimento das amostras poli(metacrilato de metila) e

poliestireno.

A Dra Selma M. L. Guedes do Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares

IPEN/CNEN/USP, pela irradiação das amostras.

Aos Engenheiros Marcus e Patrícia da THERFANE LTDA, pelos ensaios

mecânicos.

À Central analítica e a técnica Eliete pelos espectros de infravermelho.

Aos professores que participaram do Comité de Acompanhamento:

Prof. Dr. Benício Barros deNeto (DQF-UFPE)

Profa. Dra Yêda Medeiros Bastos de Almeida (DER-UFPE)

Prof. Dr. Waldeciro Colaço (DEN-UFPE)

Aos amigos, funcionános e professores que contribuíram para que este trabalho

pudesse ser realizado.

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SUMARIO

Página

LISTA DE FIGURAS ix

LISTA DE TABELAS xiv

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS xvi

RESUMO xix

ABSTRACT xxi

CAPÍTULO 1 1

1 .INTRODUÇÃO 1

CAPÍTULO 2 4

2. REVISÃO DE LITERATURA 4

2.1. As bases da termodinâmica da solubilidade polimérica 4

2.2. Sistema polímero-polímero em único solvente 6

2.3. Blendas poliméricas 7

2.4. Determinação dos parâmetros de interação viscosimétricos 9

2.5. Análise de miscibilidade 11

2.5.1.Viscosimetria 12

2.5.2. Calorimetria diferencial exploratória (DSC) 14

2.5.3. Ressonância magnética nuclear (RMN) 15

2.5.4. Microscopia eletrònica de varredura (MEV) 16

2.5.5. Espectroscopia na região do infravermelho (FT-IR) 17

2.6. Interação da radiação com o PMMA 19

2.7. Química das radiações em polímeros 20

2.8. Mecanismo de radiólise do PMMA em solução de benzeno 23

2.9. Valor G 26

2.10. Estabilização radiolítica do PMMA 27

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2.11. Aplicações e esterilizações 30

2.12. Propriedades mecânicas do PMMA 31

2.12.1. Resistência à tração na ruptura (RT) 33

2.12.2. Alongamento na ruptura 33

2.12.3. Módulo d. • sticidade (£) 34

CAPÍTULO 3 35

3. MATERIAIS E MÉTODOS 35

3.1. Preparação dos filmes dos polímeros individuais e dos sistemas PMMA/PS,

PMMA+St e PMMA+HALS 35

3.2. Preparação das blendas poliméricas irradiadas em solução 36

3.3. Análise viscosimétrica 37

3.4. Microscopia eletrônica de varredura (MEV) 38

3.5. Espectroscopia no infravermelho (FT-IR) 39

3.6. Determinação dos valores das massas molares viscosimétricas médias dos

sistemas PMMA, PMMA-PS e PMMA + St 39

3.7. Determinação dos valores G dos sistemas PMMA, PMMA/PS e PMMA + St..40

3.8. Determinação do grau de proteção dos sistemas PMMA/PS e PMMA + St 41

3.9. Ensaios mecânicos 42

CAPÍTULO 4 43

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 43

4.1. Viscosimetria 43

4.2. Microscopia eletrônica de varredura (MEV) 48

4.3. Espectroscopia no infravermelho (FT-IR) 52

4.4. Estudo da miscibilidade dos filmes das blendas PMMA/PS em função da dose

de irradiação 58

4.5. Estabilização radiolítica do PMMA usando o poliestireno como agente

radioprotetor 60

4.5.1. Massa molar média 60

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4.5.2. Determinação do valor Gs do PMMA 61

4.5.3. Determinação dos valores G das blendas PMMA/PS 65

4.6. Efeitos da radiação nos filmes das blendas PMMA/PS imiscíveis

compatibilizadas por radiação gama 67

4.7. Estabilização radiolítica das blendas PMMA/PS imiscíveis compatibilizadas

pela radiação gama 70

4.7.1. Determinação dos valores G das blendas (50/50) e (30/70)

compatibilizadas por radiação gama 70

4.8. Estabilização radiolítica do PMMA usando o estireno como agente

radioprotetor 73

4.8. l. Determinação dos valores G dos sistemas PMMA + St 73

4.9. Propriedades mecânicas dos sistemas PMMA, PMMA/PS, PMMA+St e

PMMA+HALS 76

CAPÍTULO 5 84

5. CONCLUSÕES 84

5.1. Recomendações 86

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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LISTA DE FIGURAS

Página

Figura 1. Modelo de rede de solubilidade. Representações: ° solvente; • soluto, (a) soluto de

baixa massa molar; (b) soluto polimérico 7

Figura 2. Intensidade do sinal de RMN do núcleo de "C em função do tempo de

contato 15

Figura 3. Representação da interação da radiação gama com o PMMA, produzindo íons emoléculas excitadas 20

Figura 4. Mecanismo de radiólise do PMMA em benzeao 25

Figura 5. Gráfico de tensão em função da deformação semelhante aos sistemas poliméricos do

PMMA e PS 32

Figura 6. Corpos de prova proporcionais 33

Figura 7. Valores das viscosidades reduzidas em função da concentração dos filmes preparados

de soluções não expostas à irradiação, a) PMMA, PMMA/PS: (99/1), (95/5), (90/10);

b) PS; PMMA'PS: (70-30), (50/50), (30/70) 44

Figura 8. Valores das viscosidades reduzidas em função da concentração dos filmes preparados

de soluções expostas à irradiação, a) PMMA/PS: (99 1), (95/5), (90/10); b) PMMA/PS:

(70/30), (50/50), (30'70) 45

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X

Figura 9. Valores de àb'm em função da fraçâo em peso de PS na blenda PMJvLVPS 47

Figura 10. Microfotografía do filme criofraturado de PMMA 49

Figura 11. Microfotografia do filme da blenda PMMA/PS: (90/10), criofraturado, preparado de

solução não exposta à irradiação 49

Figura 12. Microfotografia do filme da blenda, PMMA/PS (50/50), criofraturado. preparado de

solução não exposta à irradiação 50

Figura 13. Microfotografia do filme da blenda PMMA/PS (90/10), criofraturado, preparado de

solução exposta à irradiação (lkGy) 51

Figura 14. Microfotografia do filme da blenda PMMA/PS (50/50), criofraturado, preparado de

solução exposta à radiação (1 kGy) 51

Figura 15. Espectros FT-IR dos filmes de PS preparados de a) metil-etií-cetona b) tolueno c)

tolueno -<- metil-etil-cetona (1:1) 53

Figura 16. Espectros FT-IR dos filmes de PMMA preparados de a) meril-eril-cetona b)

tolueno c) tolueno - metil-etil-cetona(l:l) 53

Figura 17. Espectros FT-IR dos filmes das blendas PMMA/PS (90 10) preparados de tolueno *

metil-etil- cetona (1:1). a) solução não irradiada; b) solução irradiada a 1 kGy 55

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XI

Figura 18. Espectros FT-IR dos filmes das blendas PMMA/PS (50/50) preparados de tolueno +

metil-eril- cetona (1:1). a) solução não irradiada; b) solução irradiada rom 1 kGy....56

Figura 19. Valores dos parâmetros de interação viscosímérricos das blendas PMMA/PS

misríveis em função da dose de irradiação 59

Figura 20. Valores do recíproco das massas molares do PMMA em função da dose de

irradiação 61

Figura 21. Número de cisões/moléculas do PMMA em função da dose de radiação a) PMMA;

b) PMMA/PS: (99/1); c) PMMA/PS: (95,5) 63

Figura 22 - Valores das massas molares médias do PMMA em função do número de cisòes por

moléculas, a) PMMA; b) PMMA/PS: (99/1); c) PMMA7PS: (95/5) 64

Figura 23. Valores das massas molares relativas em função da dose de irradiação, a) PMMA; b)

PMMA/PS: (99/1); c) PMMA/PS: (95/5); d) PMMA/PS: (90/10) 65

Figura 24. Valores do recíproco das massas molares médias das blendas PMMA/PS

misciveisem função da dose de irradiação 66

Figura 25. Valores dos parâmetros de interação viscosimétricos das blendas PMMAPS

imiscíveis em função da dose de irradiação 69

Figura 26. Valores do recíproco das massas molares médias das blendas PMMA.PS em função

da dose de irradiação. Filmes preparados de soluções expostas à radiação gama 70

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XI1

Figura 27 Valores das massas molares médias das blendas PMMA/PS imisciveis em função da

dose de irradiaçío. a) PMMA/PS: (50/50); b) PMMA/PS: (30/70) 72

Figura 28. Valores do reciproco das massas molares médias dos sistemas PMMA-St em função

da dose de irradiação 74

Figura 29. Valores das massas molares relativas dos sistemas PMMA + St em função da dose

de irradiação, a) PMMA; b) PMMA - 0,5%St; c) PMMA - l,0°oSt; d) PMMA -

l,5%St. 75

Figura 30. Propriedades mecânicas de resistência à tração dos filmes de PMMA e das blendas

PMMA/PS 77

Figura 31. Propriedades mecânicas de alongamento na ruptura dos filmes de PMMA e das

blendas PMMA/PS 78

Figura 32. Propriedades mecânicas de resistência à tração dos filmes de PMMA e dos sistemas

PMMA- St 79

Figura 33. Propriedades mecânicas de alongamento na ruptura dos filmes de PMMA e dos

sistemas PMMA - St 80

Figura 34. Propriedades mecânicas de resistência à tração dos filmes de PMMA e dos sistemas

PMMA -0,3°.'oHALS 81

Figura 35 Propriedades mecânicas de alongamento na ruptura dos filmes de PMMA e dos

sistemas PMMA - OJ^HALS 82

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Valores dos parâmetros de solubilidade 6

Tabela 2. Valores da temperatura de fusão da blenda PMMAPS nas diferentes doses de à

irradiação.. 37

Tabela 3. Dados viscosimétricos das blendas PMMA/PS. Filmes preparados de soluções não

expostas irradiação 46

Tabela 4. Dados viscosimétricos das blendas PMMA/PS. Filmes preparados de soluções

expostas à irradiação na dose de 1 kGy 47

Tabela 5. Atribuição provável das principais absorções FT-IR do PS e do PMMA 54

Tabela 6. Dados viscosimétricos dos filmes das blendas PMMA/PS misciveis 58

Tabela 7. Dados viscosimétricos dos filmes das blendas PMMAPS misciveis, expostos à doses

de 20, 30, 40 e 50 kGy 59

Tabela 8. Valores das viscosidades intrínsecas, massas molares médias e os reciprocos das

massas molares médias do PMMA nas diferentes doses de irradiação gama 60

Tabela 9. Valores dos parâmetros de regressão linear Y (106 / Mv) = n (IO6 / Mvo) +

m(0105546G) X(DOSE) do PMMA, no intervalo de dose de irradiação de 0 a 50

kGy 62

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XIV

Tabela 10. Valores dos parâmetros de regressão linear Y(10 / Mv) = n (10 / Mvo)-*-

w(0,0556G)X(DOSE) das biendas PMMA/PS, no intervalo de dose de 0 - 50 kGy.. 67

Tabela 31. Dados viscosimétricos dos filmes das biendas PMMA/PS, compatibilizadas por

radiação gama 68

Tabela 12. Dados viscosimétricos dos filmes das biendas PMMA/PS, compatibilizadas por

radiação gama, expostos à doses de20, 30, 40 e 50 kGy 68

Tabela 13. Valores dos parâmetros de regressão linear Y (106 / Mv) = n (106 / Mvo) -

m(0,0556G)X(D) das biendas PMMA/PS. Filmes preparados de soluções expostas à

radiação gama (lkGy) 71

Tabela 14. Valores das viscosídades intrínsecas e dos recíprocos das massas molares médias dos

sistemas (PMMA + St) nas diferentes doses de radiação gama 73

Tabela 15. Valores dos parâmetros de regressão linear Y (106 / Mv) = n (10fe / Mvo) -

«(0,05546X7 X(DOSE) dos sistemas PMMA + St 75

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

a • constante de Mark-Houwink

Ao - área original da seção transversal do corpo de prova.

tfy - parâmetro de interação entre os componentes poliméricos em sistema binário

bii - parâmetro de interação viscosimétrico entre as cadeias do polímero

b^v parâmetro de interação viscosimétrico das cadeias do polímero 1 e 2

bm - parâmetro de interação viscosimétrico de todas as interações hidrodinâmicas e

termodinâmicas das macromoléculas

b^d) - valor ideal do parâmetro de interação viscosimétrico das cadeias poliméricas de ambos

os polímeros na mistura

b^ - valor experimental do parâmetro de interação viscosimétrico das cadeias poliméricas de

ambos os polímeros na mistura

BNB - 2, 4, 6 - t r i - t - buril - nitroso benzeno

Cj - concentração da solução polimérica

[C] - matriz covariância

Cm - concentração da solução da mistura

D - dose de radiação

DSC - calorimetria diferencial exploratória

[E] - matriz do autovalor

E - módulo de elasticidade

ETO - óxido de etileno

FT-IR - espectroscopia na região de infravermelho por transformada de fourier

G - número de eventos químicos formados por 100 e V de energia absorvida.

HALS - aminas estericamente impedidas

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XVI

IN D - função indicadora

Io - logaritmo da intensidade do sinal da RMN

KH - constante de Huggins

LET - transferência linear de energia

Io - comprimento original entre as garras ou marcas de referências

m - constantes do sistema PS ~ PMMA + tolueno

[M] - matriz de dados dos espectros das misturas

MEV - microscopia eletrônica de varredura

MMA - metacrilato de merila

[M]1 - matriz transposta

n - constantes do sistema PS - PMMA + tolueno

n, - número de moles do i-ésimo componente,

p - número de componentes puros

P - carga suportada pelo corpo de prova em qualquer instante dado

PC/MAS./HPHD - técnicas de RMN (polarização cruzadaVotação segundo o ângulo mágico/

desacoplamento com alta potência

PMMA - poli(metacrilato de metila)

PMMA/PS - blendas poli(metacrilato de merila)/poliesrireno

PMMA + St - sistema poli(metacrilato de metila) + estireno

PMMA -+• HALS - sistema poli(metacrilato de metila) + aminas estericamente impedidas

PMNB - penta - metil - nitroso -benzeno

PPO - poli(óxido de propileno)3,2,,0

PS - poli estireno

R - constante dos gases,

R£ - erros reais

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XVI1

RMN - ressonância magnética nuclear

RT - resistência à tração na ruptura

St - estireno

St - co - MMA - copolímeros poli(estireno - co - metacrilato de metila)

Strr-MMA].f- copolímero de poli(estirenot-r-metacrilato de merilai.f)

T - temperatura

TCH - tempo de transferência da polarização do 'H para JC

THF - tetrahidrofurano

Tg - temperatura de transição vítrea

TiP(H> - tempo de relaxação do H no eixo rotatório

u - número de pontos por espectros

v - número de espectros

V\Í - volume total da mistura

V - volume molar dos componentes 1 (solvente) e 2 (polímero)

(VYHH)/(SAN) - poli(acrilonitrila-co-estireno)/poli(acetato de vinil-co-cloreto de vinil)

V - volume total

Fi - volume molar do i-ésimo componente

VTC - varredura com tempos de contato diferentes w, - fração em peso do polímero i

X23 - parâmetro de interaçào de Flory Huggins ̂ xp parâmetro de interação viscosimétrico das

cadeias do polímero 1 e 2

Si - parâmetro de solubilidade

Abi.j - diferença dos valores dos parâmetros de interação viscosimétricos experimentais e

ideais

òJ)m _ diferença dos valores dos parâmetros de interação viscosimétricos experimentais e ideais

pelo o método de Garcia.

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XVI11

AE - energia de vaporização do gás na pressão zero

AE/V - energia de vaporização po: cm ou densidade de energia coesiva.

AGsi - variação da energia livre de Gibbs na mistura

AHsl. entalpia da mistura

A/ - deformação ou variação no comprimento do corpo de prova

ASu - entropia da mistura

<fh - fiação em volume do i-ésimo componente,

(j>i e fo - frações em volume dos componentes 1 e 2

[7], - viscosidade intrínseca da solução

rjerp - viscosidade específica da soluçãoCi - concentração da solução polimérica

['?] m - viscosidade intrínseca da mistura

F - função gama

[À] - matriz diagonal do autovalor

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ESTABILIZAÇÃO RADIOLÍTICA DO POLI(METACRH.ATO DE METILA) EM MISTURAS

FÍSICAS COM O POLIESTIRENO

Autora: IVÂNIA SOARES DE LIMA

ORIENTADOR : Prof. Dr. Elmo Silvano de Araújo

CO-ORDENTADOR: Prof. Dr. Walter Mendes de Azevedo

RESUMO

Neste trabalho, a estabilização radiolítica do poli(metacrilato de metila), PMMA, foi

analisada por três agentes radioprotetores: o poliestireno (PS), o estireno (St) e as aminas

estericamente impedidas (HALS), resultando em sistemas PMMAPS, PMMA-St e

PMMA-^HALS, respectivamente. O sistema PMMA/PS, denominado blenda polimérica, foi

preparado com diferentes composições, onde a miscibilidade dessas blendas foram estudadas

utilizando as técnicas de viscosimetria, microscopia e espectroscopia na região do

infravermelho. Os resultados mostraram que as blendas PMMAPS nas composições inferiores a

30% de massa total de PS são miscíveis, em filmes preparados em solução de mistura de

tolueno e meti-etil-cetona (1:1). Por outro lado. em composições superiores a 10° o de massa

total de PS, as blendas PMMA/PS apresentam-se imisciveis na mesma solução. As soluções das

blendas imisciveis foram irradiadas com raios gama (^Co), de forma que os ensaios

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XX

viscosimétrico, microscópico e espectroscópico FT-IR, mostraram que a radiação induziu a

eompatibilizaçâo das blendas PMMA/PS, nas proporções (50/50) e (30/70). Os parâmetros de

interação viscosimétrico das blendas PMMA/PS, miscíveis e compatibilizadas, foram

detenninados no intervalo de 0 a 50 kGy, com o objetivo de verificar as interações

poliméricas após a irradiação dos filmes. Os valores G dos sistemas PMMA, PMMA/PS e

PMMA-í-St foram determinados, a fim de analisar a radioproteção do PS e do St na matriz do

po!i(metacrilafo de metila). Constatou-se que a blenda (90/10) e o sistema PMMA+l,5%St

protegem o PMMA totalmente das cisões induzidas pela radiação gama, no intervalo de 0 a 50

kGy. Além disso, a formação de pequena quantidade de reticulação, observada nesses sistemas,

favoreceu a estabilização das propriedades mecânicas dos filmes de PMMA, irradiados no

intervalo de 0 a 120 kGy. No sistema PMMA~0,3%HALS, irradiado em doses superiores a 60

kGy, a quantidade de aditivo foi insuficiente na estabilização das propriedades mecânicas do

PMMA, uma vez que foi observada a degradação mecânica desse sistema. Baseado nestes

resultados, o PS e o St apresentam melhor desempenho na radioproteção desse polímero.

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RADIOLYTIC STABILIZATION OF POY(METHYL METHACRYLATE) IN BLENDS WITH

POLYSTYRENE

Author: IVANIA SOARES DE LIMA

ADVISER : Prof. Dr. Elmo Silvano de Araújo

CO-ADVISER: Prof. Dr. Walter Mendes de Azevedo

ABSTRACT

In this work the radiolvtic stabilization of poly(methyl methacrvlate) was analyzed by

three radioprotective agents: polysryrene (PS). styrene (St) and hindered amine light stabilizers

(HALS), respectively. PMMAPS systems. so a called polymeric blends were prepared with

different compositions, where the miscibility of these blends were studied using viscometric,

microscopy (SEM) and spectroscopy (FT-ER) techniques. The results show that PMMAPS

blends in the compositions below 10 wt% of PS are miscible, on films casting from solution of

toluene and methyl-ethyl-ketone (1:1) mixrure. On the other hand, in the composition above 10

WT°O of PS, PMMAPS blends show immiscibility behavior. These polymer solutions were

irradiated with gamma rays (^Co) and viscometric, microscopic and spectroscopic expenments

show gamma radiation-induced compatibilization on PMMAPS blends on proportion 50/50 and

30 70 take place. Viscometric interaction parameters of miscibie and compatibized PMMAPS

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XX.11

blends were calcuiated in the range of O - 50 kGy, with the goal to fínd out the polymeric

interactions after irradiarion of the films. G values of PMMA, PMMAPS and PMMA+St

systems were calcuiated in order to anaiyze the radioprotection of PS and St into PMMA matrix.

The results show that (90/10) PMMA/PS and PMMA + l,5%St systems promote protection

against the gamma radiation-induced stissions. effect that leads to polymer degradation.

Moreover, a small amount of crosslinking observed in irradiated blends has contributed to

stabilize mechanical properties of PMMA films. PMMA-0,3%HALS system irradiated in doses

above 60 kGy showed little stabilization of the mechanical properties of PMMA, since it was

observed mechanical degradation this system. Based on these results, PS and St showed to be

the best radioprotective agents to PMMA.

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CAPITULO 1

1. INTRODUÇÃO

O poli(metacrilato de metila), PMMA, é um polímero altamente transparente

com excelentes propriedades mecânicas, por isso é usado em diversas aplicações, nas

quais os materiais processados são submetidos a diferentes condições. O PMMA,

exposto à radiação gama, tem suas propriedades mecânicas alteradas, decorrente das

cisões em sua cadeia principal, o que reduz sensivelmente o valor de sua massa molar

[1]. Para tomar viável a utilização deste polímero, em aplicações que envolvem

radiações ionizantes, é necessário promover a estabilização radiolítica do sistema, com

o objetivo de evitar as cisões na sua estrutura molecular.

Geralmente, são utilizados aditivos na estabilização dos polímeros que

degradam com a radiação. Charlesby foi o pioneiro neste estudo. Em 1960, adicionou

vários aditivos no sistema polimérico do PMMA, descobrindo que a benzoquinona

protege radioliticamente o sistema em 70%, onde 30% da energia absorvida foram

responsáveis pela sua degradação [2]. Aquino et ai. [3] aditivaram o poli(metacrilato de

metila) Acrigel R nacional com as aminas estericamente impedidas (HALS) e

verificaram a radioproteção do PMMA em 91,4%. Assim, a presença desses aditivos

neste polímero permite que apenas 8,6% da energia produzam alguma degradação

polimérica.

Um método alternativo na estabilização radiolítica dos polímeros, degradados

pela radiação, é o desenvolvimento de misturas políméricas (blenda) miscíveis, que

consiste, teoricamente, na dispersão estável de um componente polimérico resistente à

radiação em uma matriz radiossensivel. Dessa forma, por meio de mecanismos de

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transferência de energia, pode ocorrer a desativação de estados excitados, reduzindo

consideravelmente o número de cisões no componente matricial degradante.

Em sistema imiscível é conveniente adicionar compatibilizadores para

minimizar a tensão interfacial das fases poliméricas. Geralmente, são utilizados

copolímeros formados por duas ou mais unidades monoméricas dos polímeros

envolvidos na mistura. Esses atuam na interface da mistura, de modo a promover

fortes interações atrativas [4], Por esse motivo, alguns pesquisadores vêm estudando a

miscibilidade das blendas poli(metacrilato de metila)/poliestireno (PMMA/PS) usando

copolímeros de estireno e metacrilato de metila [5-8]. Kulasekere et ai. [5]

compatibilizaram o PMMA e o PS, imiscíveis, com o copolímero de poli(estirenorr-

metacrilato de metilai.f), Strr-MMA(.f_ e observaram, por reflectância de nêutrons, a

máxima adesão entre as fases desses polímeros com uma fração de unidades de

estireno, f, de aproximadamente 0,68. Da mesma forma, Lee et ai. [6]

observaram, por microscopia, redução nos domínios do PMMA e do PS, quando

adicionaram 10% de Strr-MMAi.f na mistura com 70% de PS e 20% de PMMA.

Portanto, pode-se observar nesses trabalhos, que a redução na tensão interfacial das

misturas PMMA/PS depende da fração de estireno e da concentração dos copolímeros

na mistura.

Por outro lado, Kaczmarek [9] sugeriu que a tensão interfacial entre os

polímeros pode ser reduzida irradiando as misturas poliméricas imiscíveis, com o

objetivo de promover a formação de pequenas quantidades de copolímeros diblocos, a

partir de macrorradicais formados durante a irradiação. Dessa forma, esses copolímeros

podem agir como compatibilizadores, melhorando a interaçào interfacial da mistura.

O presente trabalho tem como principal objetivo investigar a radioestabilização

do PMMA em misturas físicas com o poliestireno, utilizando baixas concentrações de

PS, isto é, abaixo de 10% da massa total do PS. Além disso, a miscibilidade das

blendas PMMA/PS será estudada dentro de um intervalo de composição, de forma que,

as blendas imiscíveis serão expostas à radiação gama, a fim de induzir a

compatibilização dessas misturas. A viscosimetria em conjunto com a microscopia

eletrônica de varredura (MEV) e espectroscopia na região de infravermelho por

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transformada de fourier (FT-IR) serão as principais técnicas adotadas na abordagem do

problema. Por outro lado, será também investigado a radioproteção do estireno, St, no

sistema PMMA e comparada com as do PS e do aditivo HALS, estudada por Aquino et

ai. [3]. Espera-se com este estudo obter, como produto final, um sistema estável à

radiação com aplicação potencial em áreas que envolvem radiação ionizante. Para

isto, ensaios mecânicos das blendas PMMA/PS miscíveis e dos sistemas PMMA +

estireno e PMMA + HALS foram realizados com objetivos de identificar o melhor

agente radioprotetor do PMMA.

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CAPITULO 2

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. As bases da termodinâmica da solubilidade polimérica

A solubilidade de um polímero em um determinado solvente à temperatura e

pressão constantes é governada pela equação da energia livre da mistura.

AGAÍ = AHM - TASM (2.1)

onde,

M - variação da energia livre de Gibbs na mistura,

= entalpia da mistura

T = temperatura

XJ = entropia da mistura

Um valor negativo da variação da energia livre de Gibbs indica que o processo

de solução ocorre espontaneamente. Visto na equação (2.1) que o produto TASsi e

sempre positivo, devido ao aumento da entropia na mistura. Logo, o sinal negativo

precedido a esse termo favorece a solubilidade da mistura, dessa forma o sinal de AG st

dependerá do valor de AHM. Como nos polímeros, a entalpia da mistura é geralmente

positiva, sua dissolução só ocorrerá se AHM positivo for menor que TASM. Sendo

assim, Hildebrand e Scott1 [10] propuseram, com bases quantitativas, a equação (2.2).

l. HILDEBRAND, J. & SCOTT. R Th* solubility ofmmekctrolytes. New York. Reinhold. 1949

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vi'12 / \ I 2 '

*A (2.2)

onde,

KM = volume total da mistura; AE = energia de vaporização do gás na pressão zero; V=

volume molar dos componentes 1 (solvente) e 2 (polímero); j , e <f/2 são as frações em

volume dos componentes 1 e 2.

A grandeza de AE/V representa a energia de vaporização por cm3, podendo ser

chamada também de densidade de energia coesiva. A raiz quadrada de AE/V é

conhecida como parâmetro de solubilidade [11J.

(2.3)

Assim, o calor da mistura de duas substâncias é dependente de (6\ - fa)2, então:

AH\i = VM(SI - Ô2f<f>i<j>2 (2.4)

A dissolução polimérica ocorre quando as forças de interação entre as cadeias

poliméricas são rompidas pelo solvente, de forma que as macromoléculas assumirão

conformações estendidas na solução. Para isto um solvente apropriado deve ser

escolhido. Por exemplo, o poli(metacrilato de metila) {õ - 9,4) ou poliestireno (ô =

9,1) misturado com os solventes apresentados na Tabela 1. A princípio todos os

solventes são excelentes na dissolução desses polímeros, exceto o metanol que

apresenta parâmetro de solubilidade distante do PMMA e do PS. Um bom solvente é

aquele cujo parâmetro de solubilidade está próximo ao do polímero em

aproximadamente uma unidade. Logo, o metanol é um solvente pobre para dissolver o

PMMA e o PS, pois as forças atrativas entre as suas cadeias poliméricas são maiores

que as do polímero-solvente [11].

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Tabela 1 - Valores dos parâmetros de solubilidade.

Solvente

Tolueno

Metil - etil - cetona

Clorofórmio

Benzeno

Metanol

£(cal/cmJ)1/2

8,9

9,3

9,2

9,2

14,5

2.2. Sistema polímero - polímero em único solvente

A variação de entropia na dissolução de um polímero é menor do que na mistura

de dois compostos de baixa massa molar. Isto pode ser qualitativamente ilustrado no

modelo de rede da Figura 1. Ta] modelo foi construído com base nos tratamentos

quantitativos da solubilidade polimérica [11]. Em mistura de baixa massa molar as

moléculas do soluto podem ser distribuídas aleatoriamente na rede, de modo que os

espaços vazios não são ocupados simultaneamente por duas ou mais moléculas,

fornecendo um número de possibilidades conformacionais, o que eleva a entropia do

sistema (Figura Ia). Entretanto, na solução polimérica, cada segmento de cadeia é

confinado nos espaços adjacentes da rede, reduzindo as possibilidades

conformacionais, sendo assim a entropia da mistura é reduzida (Figura lb). Como a

entropia da mistura é positiva e próxima de zero, ocorre a dissolução de um polímero se

AHxi TASu. Aplicando este mesmo modelo para dissolver um polímero de alta massa

molar em um outro, a sua entropia será menor que a do polímero dissolvido em único

solvente, devido às possibilidades conformacionais dos segmentos poliméricos serem

reduzidas. Por este motivo, dificilmente um polímero dissolve completamente no outro,

principalmente quando se encontram na mistura em proporções consideráveis [11].

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(a) (b)

o

*

•:•

*

0

0

0

*

0

0

0

0

*

*

0

0

*

0

*

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0

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Ci

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c.

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0

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0

0

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c.

•:•

0

0

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0

0

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0

0

0

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0

0

0

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0

0

0

0

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c

0

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0

0

0

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0

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Ci

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o

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0

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0

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0

0

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0

Ci

•:•

0

0

c

0

0

0

0

•5

0

0

0

Ci

0

0

0

0

o

o

0

0

0

0

0

0

Ci

Figura 1 - Modelo de rede de solubilidade. Representações: ^ solvente;

soluto de baixa massa molar, (b) soluto polimérico.

soluto, (a)

2.3. Blendas poliméricas

Nos últimos vinte anos. muitos trabalhos com misturas poliméricas foram

desenvolvidos no sentido de obter materiais com propriedades de atender as aplicações

industriais, sem. no entanto, sintetizar novos polímeros [12]. O grande interesse nesses

trabalhos está, aparentemente, na facilidade de misturar dois ou mais polímeros ou

copolimeros, podendo resultar em uma mistura física (blenda) miscível.

Na prática, são raras as blendas poliméricas que apresentam miscibilidade em

todo intervalo de composição, devido ao fato das interações moleculares serem

dependentes da estrutura química, da massa molar, da heterogeneidade molecular dos

polímeros, da temperatura, da pressão, do solvente e da razão dos componentes da

mistura. No entanto, havendo miscibilidade, em um intervalo de composição, a

variação da energia livre total de Gibbs na mistura, AGm. assume valores menores que

zero [13].

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8

Do ponto de vista termodinâmico, os mesmos princípios que sào aplicados ao

comportamento químico de misturas de polímero e solvente, aplica- se também às

blendas poliméricas sólidas, com algumas diferenças quantitativas, pelo fato das

massas molares dos polímeros serem maiores que as dos sohentes. A teoria de Flory-

Huggins descreve o modelo termodinâmico mais usado para determinar AG;r. das

misturas, dada pela Equação (2.5) [13].

AGm = RT (Zin.lnfa - \'Z:j-a04à ) (2.5)

onde,

n, = número de moles do i-ésimo componente.

$ = fração em volume do i-ésimo componente,

R = constante dos gases.

u,,= parâmetro de interação entre os componentes poliméricos em sistema binário

V = volume total (V = In , l\), l\ = volume molar do i-ésimo componente.

De acordo com Scott" [13], a energia livre de Gibbs na mistura em sistemas

ternários (solvente 1. polímero 2 e polímero 3) é determinada pelo parâmetro de

interação de Flory Huggins, /23- Para blenda miscível o valor deste parâmetro é menor

que zero. Quanto maior for X:? maior será a tensão interfacial entre os polímeros,

dificultando assim a sua miscibilidade. Dessa forma, •/•_:, pode ser utilizado para avaliar

o grau de miscibilidade das blendas poliméricas [14].

Admitindo que os dois polímeros são solúveis em único solvente, o parâmetro

de interação a;; está relacionado com os parâmetros de interação de Flory-Huggins

pela seguinte equação [13].

(2.6)f

*. SCOTT, R L . J Chem. Pfnsics. v 17. 279. 1949

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Por outro lado, de acordo com Bõhmer et ai. [15], a23 também se relaciona com

o parâmetro de interaçào viscosimétrico,

s[ m

— (2-7)

Igualando as equações (2.6) e (2.7) tem-se o parâmetro de interação de Flory-

Huggins relacionado com o parâmetro de interação viscosimétrico:

[ V m

— \ (2.8)

Xu)

Para o sistema PS - PMMA + tolueno as constantes nem assumem os valores

2,82 xlO'7 (mole.g':.dL) e 6,35, respectivamente [15]. Substituindo essas constantes na

Equação (2.8) encontra-se:

( v V 6>3Í3* = 2,88x10"7 — (2.9)

A Equação (2.8) é válida somente para sistemas imiscíveis, visto que não

admite valores negativos para 72? Quanto maior for #? , b^p tenderá a zero, logo o

grau de miscibilidade desta mistura diminuirá.

2,4. Determinação dos parâmetros de interação viscosimétricos

Segundo o formalismo desenvolvido por Krigbaum e Wall" [16], a viscosidade

reduzida de um polímero i, em solução, segue a relação linear dada pela equação de

Huggins:

\ KR1GBAUM, W R , WALL. F W Journal polymer science. v 5. 505 1950

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10

^ « [ 7 l + * , , Ç (2.10)C.

onde, bii=KH [rj]z e [77] = lim! Pjp '• , sendo [rj]-,, Tjt>r Q, bu e KH, as viscosidades

intrínseca e específica, concentração da solução polimérica, parâmetro de interação

viscosimétrico entre as cadeias do polímero e a constante de Huggins, respectivamente.

Para uma mistura neutra ou polímeros sem cargas em solvente comum, a

viscosidade reduzida deste sistema segue também a equação de Huggins.

(2.11)

onde o índice lim" significa mistura. A viscosidade intrínseca da mistura indica a

dimensão dos emaranhamentos das cadeias poliméricas, podendo ser alteradas por uma

contração ou expansão na presença de um outro polímero. Da mesma forma, o

parâmetro de interação bm, que caracteriza todas as interações hidrodinâmicas e

termodinâmicas das macromoléculas, informa as interações atrativas ou repulsivas nas

misturas. Por isto é usado na análise de miscibilidade das blendas poliméricas.

A Equação (2.11) pode ser expressa em forma de fração em peso. desde que a

viscosidade reduzida seja uma propriedade aditiva.

CP)

com \vi=CyCm correspondendo à fração em peso do polímero i (i=2,3). Com a

combinação das Equações (2.12) e (2.10) tem-se:

V

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11

3correspondendo ao formalismo de Krigbaum e Wall [16].

Comparando as Equações (2.11) e (2.13) e fazendo t = 2,3 pode-se deduzir que:

(2.14)

(2.15)

Geralmente a Equação (2.15) é usada para definir o valor ideal do parâmetro de

interação viscosimétrico, b^d), entre as cadeias poliméricas de ambos os polímeros na

mistura. O terceiro termo dessa equação, b[j, 2bl3 2, corresponde à média geométrica de

interações das cadeias dos polímeros individuais, que equivale ao parâmetro específico

de interação, b^ (Equação 2.16).

{'d) _ t i 2L\Í 2

23 - °22 °33 (2 16)

Por outro lado, o valor experimental do parâmetro de interação viscosimétrico,

b^p, é substituído na Equação (2.15) a fim de determinar o parâmetro de interação

entre as cadeias poliméricas da mistura,

(2.17)

onde, ftj,, b}3 e b^ são obtidos facilmente pelos coeficientes angulares das

Equações lineares (210) e (2.11), respectivamente.

2.S. Análise de miscibilidade

Geralmente, a miscibilidade das blendas poliméricas pode ser investigada

por técnicas de viscosimetria, de calorimetria diferencial exploratória (DSC), de

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12

ressonância magnética nuclear (RMN), de microscopia eletrônica de varredura (MEV)

e de espectroscopia na região do infravermelho (FT-IR). Dentre estas, a viscosimetria é

a mais apropriada ao estudo de miscibilidade em diferentes composições, pois é uma

técnica simples e económica que nos fc nece resultados precisos. Por outro lado,

muitos pesquisadores usam a microscopia na análise da morfologia das blendas

polimérícas e a espectroscopia FT-IR para detectar ínterações intermoleculares dos

grupos ligados às cadeias dos polímeros.

2.5.1. Viscosimetria

A miscibilidade é função das interações específicas entre os polímeros, alguns

pesquisadores utilizam a diferença dos valores dos parâmetros de interação

viscosimétricos experimentais e ideais, apresentada na Equação (2.18), na análise de

miscibilidade das blendas poliméricas [13, 17]:

Se o parâmetro Ab?,3 for positivo, os polímeros envolvidos na mistura são

miscíveis, podendo estar ocorrendo interações ao nível molecular ou somente na

interface dos polímeros. Sendo assim, o sistema polimérico pode ser miscível ou

parcialmente miscível, respectivamente. Caso Ab2,3 seja negativo, os polímeros são

incompatíveis, pois as interações repulsivas na interface dos mesmos produzem tensão

interfacial, ocasionando a separação de fases, portanto caracterizando a blenda como

imiscível. Por fim, se AÒ2.3 for igual a zero, as cadeias poliméricas da mistura não

interagem de modo favorável nem desfavorável [16]. Entretanto, Pingping [17]

considera miscível esta mistura.

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13

Vale salientar que a análise de miscibilidade apresentada no modelo de

Krigbaum e Wall3[l6], (Equação 2.16), não é aplicável em soluções que desempenham

comportamento de polieletrólitos, onde bi2 ou b^ pode ser negativo, por exemplo, em

solução de poli(metacri! ito ácido) em água. Diante da arbitrariedade desse modelo,

com relação ao parâmetro Mf}, em consistir valores somente positivos para b22 e b3i,

(Equação 2.16). Garcia et ai. [16] discordando do desenvolvimento do somatório

apresentado na Equação (2.15), propôs um novo parâmetro de interação ideal,

denominado de b'{f\ onde partiu da Equação (2.13), dado por ^b^wf = ̂ (bj/2wi)2 ,

então:

(2.19)

comparado com a Equação (2.15), onde muitos autores fizeram o

l/2wi I , esse novo modelo elimina as incertezas da definição do

parâmetro de b™p. De forma que, a miscibilidade das blendas poliméricas foi analisada

pelo modelo de Garcia et ai, onde àbm é dado por:

(2.20)

seguindo o princípio para A/>m > 0, a blenda é miscivel, caso contrário é imiscível.

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14

2.5.2. Calorimetria diferencial exploratória (DSC)

A calorimetria diferencial exploratória (DSC) tem sido muito usada, por

diversos pesquisadores, no f ) de miscibilidade das blendas poliméricas. Por

exemplo, BANK et ai.4, 1972; BOiiR & CHALA5, FR1SCH et ai.6, SCHNEIER7 [18]

utilizaram a DSC no estudo de miscibilidade das blendas PMMA isotático e

sindiotático, PMMA/poli(acetato de vinil), poliacrilatos/poliuretanos e PS/poli(éter

metil de vinil), respectivamente.

Uma evidência experimental sobre a miscibilidade da mistura polimérica, é a

presença de uma única temperatura de transição vítrea, Tg, situada entre as Tgs dos

componentes individuais da mistura. A Tg está associada à região amorfa dos

polímeros, a qual representa a temperatura onde inicia a mobilidade das cadeias

moleculares, devido à rotação dos grupos laterais em torno de ligações primárias [12].

Para misturas parcialmente imisciveis são observadas temperaturas de transição vítrea,

deslocadas em relação a Tg dos polímeros individuais.

Esse deslocamento torna-se maior, à medida que as interações específicas dos

polímeros aumentam. Neste caso, é comum verificar o alargamento da transição vítrea,

como indício de microheterogeneidade. Para misturas imisciveis são observadas duas

temperaturas idênticas ou próximas as Tgs dos polímeros individuais [19].

A princípio, a blenda PMMA/PS é considerada, por vários autores, imiscível,

pois o parâmetro de interação de Flory-Huggins se encontra no intervalo de 0,0044 a

0,032 [20]. Entretanto, os resultados na literatura são conflitantes, quando a análise de

miscibilidade é realizada por outras técnicas. Assim, El-Salmawi et ai. [21] estudando

a miscibilidade da blenda PMMA/PS, nas proporções de 30%, 50% e 70% de massa

total do PS, concluíram que estas são miscíveis por apresentarem um único valor de

temperatura de transição vítrea, Tg. Entretanto, Kaczmarek [9] não conseguiu detectar,

* 3ANK, M.; LEFFINGWELL, J.; TH1ES, C. J.Polym. Sei. Polym. Phys. Ed. 10. 1097-1109. 1972.5. BÓER, A. & CHALA, G. Polymer 17, 633-637. 1976.6. FRISCH, K. C; KLEMPENER, D.; MIGDAL, S , FR1SCH, H. L.; GHIRADELLA, H. Polym. Eng.

Sei. 14(1), 76-78. 1974.7. SCHNEIER, B J. Appl Pollym. Sei. 18, 1999-2008 1974.

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15

por DSC, a miscibilidade dessas blendas, nas proporções de 1%, 5% e 10% de massa

total do PS, pois os valores das Tgs do PMMA e do PS são muito próximos (103 e 104

°C, respectivamente). Provavelmente, o sucesso de El-Salmawi et ai [211 está

relacionado c >m o baixo valor da massa molar do PMMA utilizado na sua pesquisa,

uma vez que a Tg depende da massa molar do polímero.

2.5.3. Ressonância magnética nuclear (RMN)

A combinação das técnicas PC/MAS/HPHD permite obter informações sobre a

miscibilidade e heterogeneidade da blenda polimérica. No entanto, para obtê-las é

necessário fazer uma varredura no espectro de 13C com tempos de contato diferentes

(VTC). Já que o comportamento dos spins nucleares de 13C depende das características

de relaxação do núcleo de hidrogénio a este acoplado. Nesta varredura, é construído o

gráfico do logaritmo da intensidade do sinal da RMN em função do tempo de contato

(mili-segundos), com o objetivo de detenninar o tempo de transferência da polarização

do 'H para n C (TCH) e o tempo de relaxação do H no eixo rotatório, Tip<H), (Figura 2).

De forma que, TCH e TiP(H) nos fornecem a miscibilidade e heterogeneidade das

blendas poliméricas, respectivamente.

Inclinação = -1/

Tempo de contato (ms)

Figura 2 - Intensidade do sinal de RMN do núcleo de Cem função do tempo de

contato.

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16

Os carbonos que não estão ligados por hidrogênios e nem têm hidrogênios

vizinhos precisam de um TCH longo, para ter máxima intensidade de I3C. Se os

componentes poliméricos são miscíveis, ? polarização cruzada intermolecular pode

reduzir o tempo de contaío dos carbonos protonados [22].

A heterogeneidade das blendas poliméricas está associada às fases cristalinas e

amorfas dos polímeros na mistura. Devido à desorganização das cadeias dos polímeros

amorfos, estas apresentam maior mobilidade que as dos polímeros cristalinos. Como o

T)p(H) está relacionado com a mobilidade molecular do sistema, pode-se analisar a

heterogeneidade das blendas poliméricas pelos valores de TiP(H>-

Tavares et ai. [19] determinaram os valores de TCH e Tip(H) das blendas náilon

6/poli(óxido de propileno) - (náilon 6/PPO) e observou que o PPO atua como um

antiplastificante nas misturas contendo de 1 a 5% de PPO. Já na mistura de 10 a 20% de

PPO, este atua como plastificante, uma vez que o valor de Tip(H) desta mistura

aumenta. O Tjp(H) da mistura com 20% de PPO, é maior que o Tip(H)do náilon, fato que

pode ser atribuído a imiscibilidade desta mistura, uma vez que se encontra em um

tempo de contato maior que o das misturas inferiores a 20%. As fases cristalinas e

amorfas da mistura com 25% de PPO aparecem em tempos de contato de lOOus e 4ms,

respectivamente. Na mistura com 35% de PPO, o TCH é longo, portanto esta mistura é

imiscível.

2.5.4. Microscopia eletrônica de varredura (MEVJ

As blendas poliméricas, em proporções consideráveis, geralmente resultam em

sistemas imiscíveis que apresentam morfologias instáveis durante o processamento. A

morfologia das blendas imiscíveis depende da natureza dos polímeros, da composição

e das condições de preparação [23].

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17

Um método prático de estabilização da morfologia das blendas imiscíveis é

adicionar copolímeros diblocos na interface da mistura [18]. Sendo assim, muitos

trabalhos estão sendo publicados, onde a microscopia eletrônica de varredura tem sido

amplamente utilizada na análise morfológica das blendas poliméric^s [9,23-25].

2.5.5. Espectroscopia na região do infravermelho (FT-IR)

Na espectroscopia FT-ER, os métodos de processamento espectrais de análise de

fatores, subtração de espectros e diferenças nos espectros, tais como: alterações na

frequência, largura da banda e intensidade dos picos dos espectros FT-ER, são utilizados

no estudo de miscibilidade das misturas poliméricas [26].

A análise de fatores é um procedimento matemático, que determina o

número de componentes linearmente independentes de uma série de misturas

identificáveis espectroscopicamente. O número de componentes poliméricos é

encontrado pela determinação do posto de uma matriz covariância [C]. Sendo esta, o

produto da matriz de dados dos espectros das misturas, [M], pela sua transposta [M]':

(2.21)

O posto dessa matriz covariância é determinado pela resolução do problema

autovalor.

[C] [E] =[E][A.] (2.22)

onde [E] é a matriz do autovalor e [k] é a matriz diagonal do autovalor.

Em condições ideais, o número de componentes puros é dado pelo autovalor

diferente de zero. Logo, uma teoria de erros na análise de fatores, desenvolvida por

Malinowski [27] ajudará a determinar o número correto de autovalores diferentes de

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18

zero, resultando em componentes puros. A diferença entre os dados encontrados, livres

de erros, e os resultados experimentais reais resulta em erros reais (RE).

RE =«(V/7)

(2.23)

onde M é o número de pontos por espectros v, é o número de espectro, p é o

número de componentes puros.

Uma função indicadora, IND, determinada pela equação (2.24), é utilizada para

selecionar corretamente o número do autovalor diferente de zero, quando essa atinge o

seu valor mínimo.

RF(2.24)

v-p

Para uma blenda polimérica imiscível, o resultado do autovalor diferente de zero

indicará somente a presença de dois componentes na mistura. Por outro lado, a mistura

sendo miscível, ocorrem interações entre os componentes poliméricos que serão

indicadas por um terceiro componente, ou seja, X — 3.

No momento em que a análise de fatores indica a miscibilidade da blenda

polimérica, cada componente pode ser subtraído no espectro da blenda. Essa subtração

resulta em um espectro de interação diferente dos espectros da blenda e dos polímeros

individuais.

Das e Banerjee [28] analisando a miscibilidade das blendas poli(acrilonitrila-

co-estireno)/poli(acetato de vinil-co-cloreto de vinil) (VYHH)/(SAN), nas regiões de

1790-1685 cm"1, 720-290 cm"1 e 640-600 cm'1, referente às bandas de absorção de

estiramento da carbonila do VYHH, deformação angular fora do plano C-H dos grupos

fenila, do SAN e estiramento de C-Cl sindiotárico do VYHH, respectivamente,

observaram nos espectros de interação que essas bandas sofrem variações nos filmes

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19

preparados em tetrahidrofurano (THF) e, em clorofórmio ficam praticamente

inalteradas. Sendo assim, as blendas (VYHH/SAN) em THF apresentam-se misciveis e

imiscíveis em clorofórmio. Vale salientar que nada foi mencionado sobre a análise de

fatores dessas blendas. Segundo Aliara [29] é preciso ser cauteloso na análise de

miscibilidade somente com a subtração de espectros, pois corre-se o risco de obter

informações erradas, principalmente se os índices de refração dos polímeros e das

blendas apresentam diferenças significativas, pois as formas e as intensidades relativas

das bandas de absorção podem ser modificadas, devido às pequenas influências dos

.efeitos de dispersão na transmissão.

Em blendas imiscíveis, as interações entre os polímeros, geralmente, são

imperceptíveis nos espectros de infravermelho, devido às forças de interações

intramoleculares serem maiores que as intermoleculares. Logo, pequenas diferenças

nos espectros vibracionais são difíceis de serem observadas, de forma que é necessário

que a subtração de espectros seja efetuada juntamente com a análise de fatores, para

garantir a análise de miscibilidade. Caso as interações sejam ao nível molecular, as

diferenças espectroscópicas, como alterações na frequência, na intensidade e na forma

das bandas de absorção, podem ser observadas diretamente nos espectros das blendas

[30]

2.6. Interação da radiação gama com o PMMA

No decaimento radioativo do núcleo de 60Co, os raios gama emitidos possuem

energias de 1,17 e 1,33 Mev. A interação dos raios y com o PMMA ocorre,

preferencialmente, por efeito Compton. O elétron Compton, ao interagir com as

moléculas desse polímero, representado por P nas reações de 1 a 4 da Figura 3, perde

sua energia cinética produzindo cátions, elétrons secundários e moléculas excitadas. O

elétron secundário tem energia suficiente para ionizar e excitar várias moléculas

poliméricas até alcançar a energia térmica do meio, tornando-se "termalizado",

podendo assim, ser absorvido por uma molécula neutra, formando um ânion, ou se

recombina com um cátion, produzindo moléculas excitadas (reações 1 e 2). As

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20

moléculas excitadas de PMMA nas reações 2 e 4 da Figura 3 podem ser dissociadas em

radicais ou íons.

Figura 3 - Representação da interação da radiação gama com o PMMA, produzindoíons e moléculas excitadas.

A quantidade de energia perdida por ionização e excitação na trajetória do

elétron, geralmente, é conhecida como transferência linear de energia, LET [31]. A

Equação (2.25) representa a relação da LET.

= dEi/dl (2.25)

onde, dEi, é a energia média depositada localmente no meio absorvedor pelo fóton ou

partícula de uma determinada energia ao percorrer uma distância dl. A LET é

normalmente expressa em kev/ |nm [32].

2.7. Química das radiações em polímeros

A química das radiações é o estudo dos efeitos químicos produzidos em um

sistema, quando irradiado com radiação de alta energia. Sendo estas, radiações

eletromagnéticas (raios-x e raios-y) e partículas (a, p\ elétrons, prótons e nêutrons),

onde, cada fóton ou partícula ioniza ou excita um grande número de moléculas, que

estão distribuídas ao longo da trajetória da radiação, produzindo reações complexas, de

modo que há formação de espécies excitadas e ionizadas em alta concentração [33].

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21

A química das radiações em polímeros é, portanto, a química das moléculas

neutras, de radicais, de íons e de espécies excitadas. Desse modo, íons e radicais são as

principais espécies responsáveis por muitas alterações nas propriedades químicas e

físicas do sistema polimérico [34].

Dole, pioneiro no estudo de química das radiações, em 1948, descobriu alguns

efeitos induzidos pela radiação nos polímeros. Como a formação de produtos gasosos,

a redução de insaturação existente, a produção de novas insaturações, a reticulação e

cisão da cadeia principal. Os dois últimos efeitos são os mais importantes, pois causam

alterações nas propriedades físicas e químicas do polímero [35].

Reticulação é um processo no qual duas cadeias poliméricas se ligam

quimicamente, formando uma rede tridimensional, que tem como principais

consequências o aumento na massa molar e no módulo de elasticidade, como também o

decréscimo da solubilidade [35].

A cisão da cadeia principal pode causar uma redução significante nas massas

molares das cadeias poliméricas, levando-as à degradação molecular, ou seja, a

molécula polimerica é dividida em duas moléculas menores, com possível alteração na

distribuição de massa molar. Não se sabe, até agora, qual a probabilidade da cisão

ocorrer em uma determinada posição da cadeia principal, podendo supor, que a

probabilidade de cisão da ligação próxima à extremidade seja diferente da parte central

da molécula. Entretanto, é consenso geral que a irradiação de alta energia nos

polímeros promove cisões aleatórias na cadeia principal. Geralmente, os efeitos

ocorrem simultaneamente. No entanto, um deles é predominante sobre o outro;

dependendo da estrutura química do polímero, da taxa de dose e das condições de

irradiação [35].

A estrutura química do polímero é de fundamental importância na observação

dos efeitos da irradiação. Por exemplo, polímero contendo anel benzênico em sua

estrutura apresenta maior resistência aos danos da radiação que os alifáticos, devido à

dissipação da energia dentro da ressonância eletrônica dos anéis aromáticos [34], Por

outro lado, taxa de dose elevada produz aumento na temperatura do polímero, podendo

ocorrer a formação de radicais poliméricos. Além disso, as condições de irradiação,

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22

como a presença de oxigénio na irradiação, em determinados polímeros, podem

acelerar a produção desses radicais [36].

Em regra geral, pode ocorrer cisão :;os polímeros que contêm unidades tipo (A)

na cadeia principal, devido aos grupos R e R] serem volumosos, impedindo a

aproximação das cadeias. Por outro lado, polímeros com unidades tipo (B) reticulam,

pois a ocorrência de cisão homolítica C-H, proporciona ligação química, cruzada, entre

as cadeias [33].

H RI I

C - CIH

(A)

U—C-C-

I IH H

(B)

Assim, o poli(metacrilato de metila) com unidade estrutural, apresentada

abaixo, sofre cisão em sua cadeia principal. Embora, esta regia tenha muitas exceções,

vários pesquisadores observaram a cisão da cadeia principal do PMMA, induzida pela

radiação ionizante, devido à propagação da energia livre no sistema [1, 3, 37-40].

PMMA

HI I

-C—C

H 'C_O-CHO n

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23

2.8. Mecanismo de radiólise do PMMA em solução de benzeno

Tabata e Sohma [41] observaram pela técnica de ressonância paramagnética

eletrônica, RPE, combinada com o método de aprisionamento de spins, a formação de

radicais, gerados na interação dos raios gama com a solução de PMMA em benzeno (I

- VI). Duas espécies de reagentes aprisionamento de spins 2, 4, 6 - tri - t - butil -

nitroso benzeno (BNB) e penta - metil - nitroso -benzeno (PMNB) foram usados nesse

ensaio. Baseado nos radicais detectados pelo método de aprisionamento de spins, o

mecanismo de radiólise do PMMA em benzeno é proposto nas reações 1 a 8 da

Figura 4.

Radicais detectados pelo reagente PMNB

Radical fenil do PMNB (I)

H CH3

I I—C - C. (II)

I IH R

8. TABATA, M; NILSSON, G; LUND, A.; e SOHMA, J. J. Polym. Sei Polym Chem., v. 21, 3257.1983.

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24

Radical (cisão da cadeia principal)

H CH3

I I—C - C. (III)

I I.H R R:COOCH3

Radicais detectados pelo reagente BNB

Radical metil CH3 (IV)

Radical éster .COOCH3 (V)

H CH3

I I

Radical (cisão da cadeia principal) C - C. (II)I IH R

H CH3 HI I I

Radical de carbono terciário C - C - C (VI)

t • IH H

Os radicais das reações 9 e 10 são detectados nos espectros RPE do PMMA no

estado sólido.

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25

C A CA +

<eO

+ P J

H CH3

! I

IH

IR

H CH3

I IC - C-~I iH R

C H 3 H C H 3

I I I

—c - c - c—I •• I

H H

COOCHj

(CA)

P:PMMA

H CH3

I 1

C = Cl

H

--CH, - C.

.C6H5 H

CHj1c.1R

- H.

H1

. C -

1H

CH3

1

C—

1R

.COOCHj

Ctt1

Q_1

H

C02

i

CH3 +

H CHj1 1

. C - C—1 1

H R

CH3 H CH3

1 1 1

r — c c

1

R

+ .CH,

H H1 l

— C - C-1

R

CHj1

+ C =1

R

+

CHj1

c—1

R

H CH3

1 1C - C—

1R

COOCH

(1)

(2)

(3)

(4)

(5)

(6)

(7)

(8)

Figura 4 - Mecanismo de radiólise do PMMA em benzeno

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26

2.9. Valor G

A eficiência de um processo radiolítico é descrita em termos do valor G. Este

corresponde ao número de eventos químicos formados por 100 e V de energia

absorvida. Em polímeros com distribuição de massa molar normal, geralmente a cisão

da cadeia principal é predominante em relação ao efeito de reticulação, caso o valor de

cisão, Gs, exceda o valor de reticulação, Gx, por um fator de quatro (Expressão 2.26).

Essa condição está relacionada com a simultaneidade dos efeitos [42].

Gs >4Gx (2. 26)

Na irradiação dos polímeros, onde a cisão ou reticulação é predominante, o

número aleatório dos efeitos é proporcional à dose de irradiação absorvida. Portanto, o

valor G pode ser determinado usando a Equação (2.27), deduzida por [43J.

IO6 IO6 ^ 0,104 __= ± j— GU

Mv Mvo |r(a + 2)}»(2.27)

onde, Mvo e Mv são as massas molares viscosimétricas médias antes e após a

irradiação, respectivamente, F é a função gama, a é constante de Mark-Houwink e D é

a dose de radiação em kGy. Os sinais ±, desta equação, correspondem à predominância

do efeito de cisão (positivo) ou reticulação (negativo) (sem formação de gel).

Alexander e Charlesby1", Charlesby e Ross1' observaram que os valores de Gs

do PMMA não dependem da espessura das amostras, pois mudanças significativas não

foram observadas nos valores Gs (—1,6) das amostras irradiadas com raios gama do(MCo, na forma de pó e de tarugo [2].

"? ALEXANDER, P ; CHARLESBY, A.; ROSS, R, A.E.R.E. MÍR 1269, 1945.!i. CHARLESBY, A, ROSS, M. Nature, Lond. v. 171, 1153, 1953.

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27

Além disso, muitos pesquisadores mostraram que o efeito de cisào e de reticulaçâo

dependem não apenas da estrutura do polímero, mas também do LET [31, 37, 39].

Schnabel et ai. [39] irradiaram o PMMA com íons de (45 MeV), (240 MeV) e

(90 Mev) e determinaram Gs iguais a 0,8 em LET = 2 eV/Â, 0,3 em 47,6 eV/Â e 0,3

em 57,7 eV7 Â, respectivamente. Por outro lado, Egusa et ai.12 [2] encontraram para o

PMMA irradiado com wCo, Gs = 1,5 em LET = 0,02 eV.

2.10. Estabilização radiolítica do PMMA

A estabilidade radiolítica é estudada em polímeros irradiados no estado sólido,

onde a mobilidade das moléculas é muito baixa e o número de mecanismos possíveis

de proteção radiolítica é reduzido. Investigações de proteção radiolítica em tais

sistemas podem, portanto, fornecer informações sobre a natureza das reações químicas

produzidas no estado sólido [2].

O poliestireno mostra maior estabilidade radiolítica do que os alifáticos, pois os

anéis aromáticos da cadeia principal dão a proteção radiolítica interna, onde a

resistência oferecida aos danos da radiação é grande. Lima e Araújo [44] irradiaram o

PS com raios gama do lH'Co em intervalos de doses de 0 a 25 kGy e 25 a 200 kGy,

observaram a predominância dos efeitos de reiiculação (G.x = 0,15) e cisão da cadeia

principal (Gs= 0,09), respectivamente. Vale salientar que o baixo rendimento quântico

desses efeitos associado à alta estabilidade radiolítica do PS, oferece proteção às

propriedades mecânicas, ópticas e térmicas, de forma que estas não se alteram.

Polímeros degradáveis, como o PMMA., necessitam de proteção radiolítica, a

qual é obtida pela introdução de aditivos ao sistema poliméríco. Aditivos que reduzem

os danos da radiação no polímero são frequentemente chamados de protetores

radiolítícos ou radioprotetores. As quantidades adicionadas são consideraveimente

baixas, embora, a energia absorvida diretamente por esses aditivos seja mínima. Sua

12. EGUSA, S.; ISHIGURE, K., T ABATA, Y. Macromoiecuies, v.12. 939 1979

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presença modifica, consideravelmente, o comportamento do polímero irradiado. Os

aditivos atuam diferentemente na estabilização radiolítica dos polímeros alifáticos,

podendo ser classificados como desativadores (ou supressores) de estados excitados,

capturado;es de radicais, capturadores (ou sequestradores) de outras espécies e

mobilizadores [45].

Na desexcitação das moléculas, a energia de desexcitação pode ser transferida

para o aditivo, sem alteração química permanente, formando um composto estável. De

modo que, a proteção radiolítica cessará quando todos os aditivos forem modificados

(desativadores de estados excitados).

Os radicais formados durante a radiação, antes de provocarem as reações de

cisão da cadeia principal ou reticulação, podem ser capturados, impedindo, assim, a

alteração da massa molar polimérica (capturadores de radicais).

Se um elétron for ejetado de uma molécula polimérica por ionização, o aditivo

poderá doar à molécula um elétron e ser suficientemente estável, até que seja capaz de

capturar outro elétron, evitando a alteração polimérica (capturadores de outras

espécies). Por outro lado, pode-se evitar a degradação polimérica adicionando aditivo,

nào com o objetivo de impedir a formação ou captura de espécie, mas para aumentar a

velocidade de decaimento dessas espécies (mobilizadores).

Desde 1956, os aditivos aromáticos vêm sendo preferencialmente utilizados na

radioproteção dos polímeros. Neste ano, Wall e Brown13 [2] polimerizaram o

poli(metacrilato de metila) em benzeno, na temperatura de 60 °C. As amostras foram

submetidas a um tratamento térmico para remover os radicais residuais, em seguida

irradiadas com raios gama no ar e no vácuo. Vale lembrar, que a temperatura de

ebulição do benzeno é aproximadamente igual a 80°C. Com o aquecimento das

amostras a 120 °C, o valor Gs do PMMA aumentou, de forma que, o benzeno ainda

retido no PMMA, antes do tratamento térmico, estava atuando como agente

radioprotetor deste polímero.

I3.WALL, L. A.; BROWN, D. W. J. Res. Nat. Bur. Stand. v. 57(3), 131, 1956.

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O poliestireno e o estireno podem atuar como capturadores de íons e

desativadores de estados excitados dos polímeros irradiados, uma vez que os anéis

aromáticos são resistentes à radiação e dissipam energia com facilidade [46]. Torikai et

ai. [47] cientes disso, estudaram os efeitos induzidos da radiação g>-.ma nas blendas

poíi(metacriiato de metila)/poliestireno, PMMA/PS (sem mencionar a sua

miscibilidade) nos copolímeros poH(estireno - co - metacrílato de metila), St - co -

MMA, onde os valores Gs diferem. Este último sistema é mais resistente à radiação,

pelo fato de que as unidades de St estão ligadas quimicamente em toda a estrutura do

copolímero. A energia absorvida por esse sistema é dissipada na ressonância eletrônica

dos anéis aromáticos do estireno impedindo, portanto, a degradação de St - co - MMA;

entretanto, o poliestireno não promoveu a radioproteção do PMMA nas misturas

PMMA/PS ímíscíveis. Da mesma forma, Kaczmarek [9] não observou, por mieroscopia

eietrônica de varredura, a radioproteção do PS nas blendas imiscíveis de PMMA/PS

quando estas foram expostas à radiação U.V. Diante desses trabalhos, foi observado

que nas blendas imiscíveis de PMMA/PS, o poliestireno não radioestabiliza o PMMA,

pois a ausência de interação atrativa entre esses polímeros resulta na separação dos

mesmos, dificultando a transferência de energia das moléculas excitadas do PMMA

para os anéis aromáticos do PS.

O efeito de radioproteção dos aditivos, atuando no sistema polimérico alterado

pela radiação, é analisado pelo grau de proteção, P, (Equação 2.28), representando a

redução do número de cisòes na cadeia principal do polímero promovida pela ação

radioprotetora do aditivo [43].

Ge(2.28)

onde, Ge e Ga são os vaiores de G (cisòes) do polímero, tanto na ausência quanto na

presença do agente radioprotetor, respectivamente.

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30

2.11. Aplicações e esterilizações

O PMMA, por possuir alto grau de trar. ;parência, é amplamente utilizado como

matéria prima na indústria de acessórios e produtos farmacêutico, odor.tológicos e

médicos que necessitam de procedimentos de esterilização [48].

Um método de esterilização muito utilizado, principalmente no Brasil, é com o

óxido de etileno (ETO) cuja eficiência depende da forma do objeto a ser esterilizado.

Esse método apresenta a desvantagem da agregação de resíduos tóxicos, como o etileno

glicol e o etileno cloridina, provenientes do óxido de etileno na superfície dos

materiais. Além da agregação de resíduos, para o uso do ETO é exigido, por lei, que a

embalagem seja de papel grau cirúrgico o qual permite a entrada e saida do gás, o que

torna a embalagem frágil. Por outro lado, a irradiação com raios gama na dose de 25

kGy é o método padrão utilizado na indústria de artefatos médicos, sendo um processo

realizado em temperatura ambiente, não formando produtos tóxicos [49]. O PMMA é

também usado como dosimetros para monitorar a dose de esterilização dos produtos

médicos e alimentícios.

As propriedades de absorbância específica em função da dose de irradiação

desses materiais são utilizadas para testar a calibração dos dosimetros sob condições

bem controladas, como examinar a sua consistência e sua estabilidade a um banho

dosimétrico. Para isto, vários fatores influenciam neste exame, tais como: a umidade, a

dose, a taxa de dose e a temperatura de irradiação [37]. Em uso industrial, tal calibração

pode até ser válida quando as condições de irradiação dos materiais não apresentam

muitas variações. Sabendo da dificuldade de controlar os fatores que influenciam na

leitura dos materiais dosimétricos, muitos pesquisadores vêm estudando

constantemente as curvas de calibração dos dosimetros em diferentes condições de

irradiação. Recentemente, Whittaker e Watts [40] construíram curvas de calibração dos

dosimetros de PMMA Harweil variando as condições de irradiação, onde observaram,

em temperatura acima de 40 °C e em taxas de dose diferentes, a descalibração do

dosímetro.

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31

Se estes fatores interferem na estabilidade do PMMA, provavelmente as suas

propriedades mecânicas estão sendo afetadas, pois dependem das condições de

irradiação. Araújo et ai. [1J irradiando o PMMA com a)Co, era diferentes doses,

observaram que acimc de 80 kGy as cisões, induzidas pela radiação, provocaram ?

degradação mecânica do polímero.

Dentre outras aplicações, o PMMA está sendo usado para aumentar a resistência

mecânica do metacriloxi - propil tritnetoxisilano e de ionômero GIC - cola para

fraturas ósseas [50, 51]. Por outro lado, Usanmaz et ai. [52] usaram o PMMA como

base dental, onde pela primeira vez a cura desses materiais foi efetuada por raios gama.

Comparando o comportamento mecânico das amostras curadas com outros métodos de

cura, observou-se que, o método gama é superior aos demais.

2.12. Propriedades mecânicas do PMMÀ

O poli(metacrilato de metila), por ser usado em diversas aplicações, faz com

que seus materiais processados sejam expostos a diferentes condições. Uma vez

submetidos a rigorosos tratamentos mecânicos, a combinação das forças de compressão

e de cisalhamento deforma as macromoléculas assumindo novas posições de equilíbrio.

Quando esta resultante vence as forças intramoleculares das cadeias poliméricas, a

energia de ativação fornecida mecanicamente provoca a ruptura das ligações primárias,

formando macrorradicais, que podem alterar as propriedades dos polímeros. Portanto, é

necessário estudar as propriedades mecânicas dos materiais poliméricos, a fim de

prevenir a sua degradação mecânica em aplicações envolvendo variáveis tensões ou

formação de radicais. As propriedades mecânicas dos polímeros compreendem a

resposta das influências mecânicas externas, manifestando a capacidade dos materiais

em desenvolver deformações e resistência à fratura. As propriedades mecânicas mais

estudadas são: a resistência à compressão, a resistência ao impacto, a resistência à

tração, o alongamento na ruptura e módulo de elasticidade. Estas três últimas,

geralmente, são avaliadas por meio de ensaios de tensão-deformação.

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32

A deformaçào é uma relação numérica, medida pelo número de milimetros de

alteração para cada milímetro do comprimento original. Pode ser elástica ou plástica.

Sendo de natureza elástica, os átomos são deslocados de suas posições iniciais pela

aplicação da tensão. Porém, quando esta tensão é removida, os átomos retornam às

posições iniciais em relação aos seus vizinhos. Para fins práticos, pode-se dizer que o

material obedece à Lei de Hooke que demonstra onde a deformação de um corpo de

prova elástico é diretamente proporcional à tensão aplicada [53].

Por outro lado, a deformação plástica se dá quando o material é tencionado

acima de seu limite de elasticidade. Onde os átomos se movimentam dentro da

estrutura, adquirindo novas posições permanentes em relação aos seus vizinhos.

Quando a tensão é removida, a deformação elástica desaparece e apenas a plástica

permanece [53].

Quando os valores da tensão e da deformaçào, obtidos em um teste de traçào,

são colocados em um gráfico, verifica-se que cada tipo de material é representado por

uma curva característica. Tanto o PMMA quanto o PS, apresentam curvas de tensão em

função da deformação, semelhantes ao da Figura 5. Com a obtenção desses gráficos, as

propriedades de resistência à tração, de alongamento na ruptura e do módulo de

elasticidade dos materiais poliméricos podem ser analisadas.

O•<

03f -

DEFORMACAO

Hgura 5 - Gráfico de tensão em função da deformação semelhante aos sistemas

poliméricos do PMMA e PS.

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33

Neste trabalho, as propriedades mecânicas de resistência à traçào e de

alongamento na ruptura dos filmes PMMA foram analisadas em diferentes doses de

irradiação gama. Em seguida, comparadas com as dos sistemas PMMA/PS, PMMA +St

e PMMA + HALS, a fim de observar melhorias nestas propriedades após a irradiação

dos mesmos.

2.12.1. Resistência à traçâo na ruptura (R T)

A resistência à traçào na ruptura é a tensão de traçâo no ponto de ruptura do

corpo de prova. Onde é representada pela carga de traçâo por unidade de área mínima

da seção transversal original. É expressa em termos de força por unidade de área [54J,

ou seja:

R T = Tensão =F0RÇ1 _ PÁREA ~ Ao

(2.29)

onde, P é a carga suportada pelo corpo de prova em qualquer instante dado e Ao a área

original da seção transversal do corpo de prova.

2.12.2. Alongamento na ruptura

O alongamento na ruptura se dá quando o material é tensionado acima de seu

limite de elasticidade, ou seja, é o aumento produzido no comprimento do corpo de

prova por uma carga de tração [55]. A percentagem de alongamento, quando se

considera XY como o comprimento padrão, pode ser calculada pela equação (2.30).

Figura 6 - Corpos de prova proporcionais.

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34

A/Alongamento (%) = -j^ x 100 (2. 30)

Al deformação ou variação no comprimento do corpo de prova

Io comprimento origina! entre as garras ou marcas de referências

2.12.3. Módulo de elasticidade (E)

O módulo de elasticidade é medido pela razào entre a tensão e a deformaçào,

dentro do limite elástico, em que a deformação é totalmente reversível e proporcional à

tensão. Portanto, está relacionado com a declividade da reta na região elástica da curva

tensão em função da deformação [12].

E= tenSã° (2.31)deformação

O módulo de elasticidade está diretamente relacionado com a rigidez do

polímero, com o aumento deste significando que o polímero se toma mais rígido.

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35

CAPITULO 3

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Os polimeros em estudo sào o poli(metacrilato de metila), Acrigel R, e o

poliestireno, Lustrex R, fornecidos pela Bayer Polímeros (Bahia-BR) e pela

Companhia Brasileira de Estireno (São Paulo-BR), respectivamente. Estes polímeros

estão na forma de "pellets" e apresentam as seguintes unidades estruturais.

P S

CH2 - CH

én

FM5ÓA

H CH 3{ !

- C—C

H !-C-O-CH3

Ó n

A massa molar viscosimétrica média do PMMA equivale a 100.650 g'mol e a

do PS 351.352 g/mo!.

3.1. Preparação dos filmes dos polímeros individuais e dos sistemas

PMMA/PS, PMMA + St e PMMA + HALS

Após ser testado alguns solventes na preparação dos filmes dos polimeros

individuais e das blendas PMMA/PS a mistura de toluerso e metil-etil-cetona. quando

evaporados das soluções, apresenta filmes de qualidade superior aos demais. Por issor

as soluções de concentração de 0,09 g/rr\L de PMMA, PS e PMMA/PS, nas proporções.

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36

(99/1), (95/5), (90/10), (70/30), (50/50), (30/70) foram preparadas usando a mistura

desses solventes na proporção (1:1). Em um período de 48 horas, essas soluções

atingiram sua completa dissolução. Em seguida derramadas em placas de petrí

tampadas. Com a evaporação dos solvente.-, os filmes formados foram colocados na

estufa á temperatura de aproximadamente 80°C, por 24 horas. Posteriormente foram

guardados em dessecadores.

Os filmes dos sistemas PMMA + St, nas proporções de 0,5%; 1,0% e 1,5% de

massa total de estireno. foram preparados do mesmo modo que os das blendas e dos

polímeros individuais.

As soluções de concentração de 0,09 g/mL do sistema PMMA + HALS, na

proporção de 0,3% de massa total de aditivo HALS, foram preparadas em metil-etil-

cetona e derramadas em placas de petri, que ficaram tampadas expostas ao ar. Os

filmes formados foram colocados na estufa â temperatura de aproximadamente 80"C,

por 24 h. Em seguida guardados em dessecadores.

3.2. Preparação das blendas poliméricas irradiadas em solução

As soluções das blendas PMMA/PS, em mistura de tolueno e metil-etil-cetona a

0,Q9g/mL, foram irradiadas à temperatura ambiente (T - 25°C), no ar, nas doses de 0,5;

1,0 e 1,5 kGy, com raios gama provenientes de uma fonte de w>Co (taxa de dose:

LóóxlO'2 kGy.1i ,em março/2000), tipo eammacell, localizada no DEN.UFPE. Os

fíimes das blendas foram obtidos do mesmo modo que foi mencionado na seçào 3.1. As

temperaturas de fusão dos filmes (90/10) foram medidas em um equipamento

electrothermal modelo 9100. Essas temperaturas foram obtidas em três filmes, para

cada dose de irradiação, com repetições autênticas, totalizando a confecção de nove

filmes da blenda (90/10). Observa-se na Tabela 2, que a blenda (90/10) irradiada na

dose de 1 kGy apresenta melhor estabilidade térmica que em outras doses, pois

apresenta maior temperatura de fusão. Diante dos resultados, as soluções das misturas

PMMA PS, em diferentes composições, foram irradiadas na dose de 1 kGy.

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37

Tabela 2 - Valores da temperatura de fusào da blenda PMMA/PS nas diferentes dosesde irradiação.

PMMA/PS Dose(kGy) i Temperatura de fusão (°C)

I(90/10) | 1,0

í 1,5

221 ±0,52

262 ± 0,66

251 ±0.40

3 3 . Análise viscosimétrica

Na determinação dos parâmetros de interaçào viscosimétricos do PS, PMMA e

das blendas PMMA/PS foram preparadas quatro soluções dos polímeros e das misturas

poiiméricas, no intervalo de concentração de 20—270 g/mL, em tolueno. Neste intervalo

as viscosidades relativas, rjr, das soluções poiiméricas satisfazem a condição 1 < Tjr < 2.

Um viscosimetro, tipo OSTWALD, foi utilizado na leitura dos tempos de efiuxo

das soluções e do solvente. Para obter boa precisão de leitura foram cronometrados

cinco escoamentos em cada experimento, mantendo-se o viscosimetro em banho

termostático, tipo quimis, na temperatura 25 ± 0,01°C. Com base nos tempos médios de

efiuxo das soluções e.do solvente, foram determinadas as viscosidades relativas, r|r, dos

polímeros individuais e das blendas PMMAPS [13].

7 t = - (3-1)o

Em seguida, as viscosidades especificas e reduzidas dos polímeros, r\eip e r j r^, e

das misturas, ( r j ^ L , foram determinadas pelas Equações (3.2) e (3.3), respectivamente

[13],

(3.2)

(3.3)

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38

A partir das viscosidades reduzidas foram construídos os gráficos de i-|red em

função da concentração, gerando as reías que melhor se ajustam aos pontos

experimentais, de forma que no intervalo de concentração, no qual a viscosidade

relativa é 1 < nr < 2, o modelo é conhecido como sendo linear [13]. Este é um caso

típico de determinações de rotina, pois tudo sobre o método que se deseja empregar e

suas limitações já foram testados. Sendo assim, o planejamento D - otirnizado foi

adotado no ajuste das retas com quatro soluções dos polímeros individuais e das

blendas PMMA/PS distribuídas em dois níveis de concentração [56]. Os gráficos das

Figuras 5 e 6, mostram a localização das repetições, na qual se encontra o intervalo de

1 < r]r < 2. para garantir a linearidade do modelo. Os parâmetros de interação

vi scosi métricos. />». />«. e h^ foram obtidos pelos coeficientes angulares das

equações das retas dos polímeros individuais e das misturas, respectivamente. De posse

dos valores de b2? e bss, o parâmetro de interação ideal, b'^\ foi determinado pela

Equação (2.19). Em seguida pela diferença de b^ e b][~", a análise de miscibilidade

das blendas PMMA/PS foi realizada.

3.4. Microscopia eletrònica de varredura (MEV)

As moríologias do PMMA e das blendas PMMA-PS foram examinadas no

microscópio detxônico de varredura, modelo T 200 JEOL. na voltagem de 15kV. Todas

as amostras foram criofraturadas em nitrogénio líquido e suas superfícies, de espessuras

médias de 0,14mm ± 0,03, foram metalizadas com ouro em um equipamento de ION

SPUTER, modelo JFC 1100. Para uma melhor representação da morfologia foi

realizada a varredura em toda parte transversal dos filmes, antes de registrar as

microfotografias.

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39

3.5. Espectroscopia no infravermelho (FT-BR)

Os espectros FT-IR dos filmes PMMA, PS e PMMA/PS, preparados em metil-

etil-cetona, tolueno c mistura de toJueno e meril-eril-cetona {1:1), foram obtidas na

região de 400 - 4000cm'!, usando a técnica de pastilhas de KBr (Brometo de potássio)

no espectrofotômetro FT-IR BRUKER, modelo IFS-66. As análises dos espectros

foram realizadas na região do C=O (PMMA) e C-H (anel aromático do PS) para

identificar possíveis alterações nas bandas de absorção desses grupos, decorrentes das

interações intermoleculares.

3.6. Determinação dos valores das massas molares viscosimétricas médias

dos sistemas PMMA, PMMA/PS e PMMA + St

Os Filmes dos sistemas PMMA, PMMA/PS e PMMA + St foram irradiados à

temperatura ambiente de aproximadamente 25°C, no ar, no intervalo de dose de 0 a 50

kGy, com raios gama provenientes de uma fonte de "Co (taxa de dose: 6,06 kGy/h, em

agosto/2000), tipo gammacell, localizada no IPEN/CNEN-SP. Em seguida, foram

preparadas soluções no intervalo de concentração de 40 a 270 gmL, em tolueno, onde

a localização das repetições se encontra em dois níveis de concentrações. Um

viscosímetro tipo OSTWALD, em banho termostático da Quimis, na temperatura de 25

± 0,01°C, foi utilizado nas leituras dos tempos de efluxo das soluções e do solvente.

Para obter boa precisão na determinação dos tempos foram realizadas cinco leituras

para cada experimento. Com base nos tempos de efluxo médios das soluções e do

solvente foram determinadas as viscosidades relativas, específicas e reduzidas dos

sistemas PMMA, PMMA + St e PMMA/PS, em cada dose de irradiação (Equações 3.1,

3.2 e 3.3, respectivamente). A partir das viscosidades reduzidas destes sistemas foram

construídos os gráficos de viscosidade reduzida em função da concentração C,

utilizando o planejamento D - otimizado [56]. Os parâmetros de regressão linear das

retas dos sistemas PMMA, PMMA + St e PMMA/PS, obtidos por esses gTáficos, foram

utilizados na determinação da massa molar viscosimétrica média desses sistemas e no

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40estudo de miscibilidade das blendas PMMA/PS. Sendo o termo independente das

equações das retas, que melhor se ajustam aos pontos experimentais dos gráficos

em função da C, equivale às viscosidades intrínsecas, [TI], dos sistemas PMMA,

PMMA/PS e PMMA + St. De posse de [ri] foram determinadas as massas molares

viscosimétricas médias, Mv, do PMMA e do PMMA + St, pela equação de Mark -

Houwink, válida somente para polímeros lineares, [57],

= k(Mv)fl (3.4)

onde, k e a são constantes dependentes do sistema polímero, solvente e temperatura.

Estas constantes para o PMMA, em tolueno a 25°C são iguais a 7,1 x 10 ~5 e 0,73,

respectivamente [58]. Por outro lado, Mv das blendas PMMAPS foram determinados

pela Equação (3.5). Esta equação é válida para o sistema PMMA/PS dissolvido em

tolueno a 25°C [47].

[nJm = (7,0 + 4,0YPs) x 1O-5(MV)0'72 (3.5)

onde, YPS indica a fração molar de poliestireno.

3.7. Determinação dos valores G dos sistemas PMMA, PMMA/PS e PMMA +

St

Comparando os parâmetros de regressão linear das equações das retas, obtidos

pelos gráficos do recíproco de Mv em função da dose de irradiação, D, (kGy), com a

Equação 2.27 é possível determinar os valores G dos sistemas PMMA, PMMA + St e

PMMA/PS.

Para os sistemas PMMA e PMMA + St o termo -. -r.— da Equação{T( 2)f "

(2.27), corresponde a 0,05546. Sendo, a igual a 0,73, a função T (a - 2) é determinada

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41

pela Equação (3.6) com auxílio dos valores tabelados de T (n) [58].

T(n+ l) = n r ( n ) (3.6)

Seja,

n = a + 1

a função V (a + 2) é igual a:

F (a -t- 2) = F (n-i-1) = n T (n ). Substituindo n nesta equação encontra - se:

r ( a + 2)= 1,58238

Logo, a Equação (2.27) para os sistemas PMMA e PMMA + St resulta na Equação

(3.7).

IO6 IO6

— = -^-±0,05546GDMv Mvo

(3.7)

Para o sistema PMMA/PS as constantes a e T {a + 2) assumem valores de 0,72 e

1,56964, respectivamente. De modo que a Equação (2.27) resulta na Equação (3.8).

10° 10°— = -^— ±0,05560GDMv Mvo

(3.8)

3.8. Determinação do grau de proteção dos sistemas PMMA/PS e PMMA + St

Diante dos valores G do PMMA, PMMA/PS e PMMA + St a Equação (2.28) foi

utilizada na análise do efeito de radioproteção do poliestireno e do estireno.

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42

3.9. Ensaios mecânicos

Os filmes dos sistemas PMMA, PMMA/PS, PMMA + St e PMMA + 0,3%

HALS foram irradiados com uma fonte de mCo, localizada r. * IPEN/USP, no intervalo

de dose de 0 a 120 kGy, taxa de dose 5,61kGy/h dezembro/2001.

Os ensaios mecânicos desses filmes foram realizados segundo as normas ASTM

D-882, nos dinamômetros INSTRON, modelos 1122 e 4301, localizados na

TERPHANE-Cabo/PE, nas seguintes condições: velocidade da garra (lOmm/min),

distância inicial entre as garras do INSTRON 1122 e 4301 (50 mm e 30mm,

respectivamente) e largura dos corpos de prova (15,2 mm) [59]. Nestas condições,

foram obtidos gráficos semelhantes ao da figura 1, onde as propriedades mecânicas de

resistência à tração e alongamento na ruptura de quatro corpos de prova dos sistemas

PMMA, PMMA/PS, PMMA + St e PMMA + 0,3%HALS foram analisadas, a fim de

observar o comportamento mecânico do PMMA, quando os agentes radioprotetores

atuam no seu sistema polimérico.

Neste sistema, o módulo de elasticidade não foi analisado devido à pequena

inclinação das retas dos gráficos de tensão em função da deformação.

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43

CAPITULO 4

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Viscosimetria

As Figuras 7 e 8 mostram as retas obtidas nos gráficos de viscosidade reduzida

em. função da concentração dos polímeros individuais e das blendas PMMA/PS,

preparadas com soluções não exposta e exposta à radiação gama. Os parâmetros de

regressão linear das retas que melhor se ajustam aos pontos experimentais desses

gráficos, Y(T|red) = «[TI] + m (Zr* )X(C), equivalem às viscosidades intrínsecas e aos

parâmetros de interação viscosimétricos dos polímeros e das blendas (Tabela 3).

Observa-se na Tabela 3 que as blendas PMMA/PS acima de 30 % de massa

total de PS apresentam os valores de b^" negativos. Logo, analisar o comportamento

da miscibilidade pelo método Krigbaum e Wall3 [16] toma-se impraticável, uma vez

que estes valores se encontram distantes do valor ideal, o qual é sempre positivo

(Equação 2.16). Diante desse impasse, o método proposto por Garcia et ai. [16], foi

adoíado na análise de miscibilidade das blendas PMMA/PS, pois é aplicável em

qualquer situação, ou seja, para valores de b^ também negativos.

Nota-se que as blendas PMMA/PS abaixo de 10% de massa total do PS se

encontram na região de miscibilidade (A/>m positivos). Enquanto, as blcndas

PMMA/PS acima de 30% de PS são imiscíveis (Tabela 3). Pingping [17] constatou a

imiscibilidade das blendas PMMA/PS nas proporções (69/31), (50/50) e (34/66),

analisando os parâmetros de interação viscosimétricos. Portanto, aumentando a

quantidade de PS na matriz do PMMA as possibilidades conformacionais e a entropia

das macromoléculas diminuem de tal forma, que aglomerados (ou domínios)

poliméricos são formados, produzindo a separação dos polímeros.

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44

50

45 A

402

3- o22li

oM 25

20

PMMA/PS: •(99/1) A (95/5) X (90/10) OPMMA

30 60 90 120 150 180 210 240 270

Concentração (g/mL)

300

180

1 5 0 •[

45 120 -N=3

•o

IISoo

90

60

•22 30 -

0

PMMA/PS: •(70/30) A (50/50) A (30/70) D PS

20 40 60 80 100 120 140 160 180Concentração (g/mL)

Figura 7 - Valores das viscosidades reduzidas em função da concentração dos filmes

preparados de soluções nào expostas à irradiação, a) PMMA; PMMA/PS:

(99/1), (95/5). (90/10); b) PS; PMMA/PS: (70/30), (50/50), (30/70).

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45

ca

40

38

35 -

"8 33 -

CS

3 30oo

> 28 A

PMMA/PS: O (99/1) A (95/5) 0(90/10)

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

Concentração (g/mL)

sca•n

UZK

H3J

T3CS

T31/5

O

90 -

80 -

70 -

60 -

50 -

40 -

PMMA/PS: 0(70/30) A (50/50)30 -

20

20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

Concentração (g/mL)Figura 8 - Valores das viscosidades reduzidas em função da concentração dos filmes

preparados de soluções expostas à irradiação, a) PMMA/PS: (99/1),

(95/5), (90/10); b) PMMA/PS: (70/30), (50/50), (30/70).

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46

Tabela 3 - Dados viscosimétricos das blendas PMMA/PS. Filmes preparados de

soluções não expostas à irradiação.

PMMA/PS

(100/0)

(99/1)

(95/5)

(90/10)

(70/30)

(50/50)

(30/70)

(0/100)

[Tl](mL/g)

31,87

35,53

32,64

28,86

36,86

77,51

91,88

108,24

b^

(mL/g)2

0,98

2,45

1,46

4,79

-2,22

-11,87

-7,73

8,48

(mdj

-

75,00

5,85

21,90

- 13,90

- 33,90

- 33,90

-

bl'd)

(mL/g)2

-

0,96

0,91

0,88

1,24

2,37

4,24

-

(mL/g)2

-

1,49

0,55

3,91

-3,46

-14,24

-11,97

-

Miscibilidade

-

Miscível

Miscível

Miscível

Imiscível

Imiscível

Imiscível

-

Os valores de Ab m, apresentados na Tabela 4, correspondem aos das blendas

PMMA/PS, preparadas de soluções expostas à radiação gama. A miscibilidade dessas

blendas, com massa total do PS menor que 10% não foi destruída pela irradiação, uma

vez que os seus valores de Ab m permanecem positivos. Por outro lado, a radiação gama

induziu a compatibilização das blendas PMMA/PS imiscíveis com 50% e 70% do PS,

pois os valores negativos de Ab m, apresentados na Tabela 3, tornam-se positivos nessas

blendas. Isto significa, que as forças repulsivas existentes na interface dos aglomerados

poliméricos foram minimizadas com a ação da radiação gama, induzindo a

compatibilização dos sistemas. Este fato que pode estar atribuído à produção de

pequenas quantidades de copolímeros dibloco, formados durante a irradiação,

juntamente com a reticulação das moléculas de PS formando redes interpenetrantes

(IPN) que podem estar agindo como compatibilizadores na interface da mistura.

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47

Tabela 4 - Dados viscosimétricos das blendas PMMA/PS. Filmes preparados de

soluções expostas à irradiação na dose de 1 kGy.

PMMA/PS

(99/1)

(95/5)

(90/10)

(70/30)

(50/50)

(30/70)

ÍTlL/g)

33,18

31,62

27,88

55,10

46,36

69,41

(mL/g)2

1,04

3,04

4,08

-8,39

3,97

11,14

(mL/g)2

3,90

25,90

17,90

- 28,90

3,20

16,90

m

(mL/gr

0,96

0,91

0,88

1,24

2,37

4,24

tf.' (mL/g)2

0,08

2,49

3,20

-9,63

1,60

6,90

Miscibilidade

Miscível

Miscível

Miscível

Imiscível

Miscível

Miscível

O gráfico da Figura 9 mostra o comportamento da miscibilidade das blendas

PMMA/PS, à medida que a proporção de PS aumenta na mistura, nas duas condições

de preparação.

20,0

15,0

10,0

^ 0,0 >

< -5,0 -

-10,0

-15,0

-20,0

Miscívelo PMMA/PS (0 kGy) • PMMA/PS (1 kGy)

11

É

0,1 0,2 0>3 0,4 0,5 0,6 0,7 0

Imiscível

8

Fração em peso de PS na blenda PMMA/PS (w3)

Figura 9 - Valores de ábm em função da fração em peso de PS na blenda PMMA/PS.

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48

A utilização de radiação gama para a compatibilizaçào da blenda PMMA/PS

tem a vantagem de não necessitar agentes químicos, pois as moléculas dos polímeros

envolvidos na mistura, juntas em solução irradiada, produzem o seu próprio

compatibilizador, evitando assim, mudanças na cor do material polimérico, que pode

ser provocada pelos agentes químicos.

4.2. Microscopia EJetrônica de Varredura (MEV)

As microfotografias do PMMA e das blendas PMMA/PS, em diferentes

composições, estão apresentadas nas Figuras 10, 11 e 12. Verifica-se que o

poli(metacrilato de metila) apresenta morfologia ondulada semelhante às ondas do mar,

onde as regiões brancas correspondem aos resíduos da superfície criofraturada (Figura

10). Adicionando 10% de PS na matriz polimérica do PMMA, é perceptível na Figura

11, que a morfologia da blenda é semelhante à do PMMA, indicando uma

homogeneidade da mistura. Sendo assim, as cadeias poliméricas do PS, tanto no estado

líquido como no sólido estão dispersas na matriz, favorecendo a miscibilidade da

mistura. Observa-se na Figura 12, mudanças significativas na morfologia da blenda

PMMA/PS, quando 50% de PS são introduzidos na mistura. Logo, as interações

repulsivas, que caracterizaram a imiscibilidade desta blenda no estado líquido,

contribuíram na formação de domínios esféricos de PS após a evaporação dos

solventes. Assim, duas fases poliméricas, em proporções iguais, são formadas pela

tensão interfacial dos polímeros.

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49

Figura 10 - Mlerofotografta do filme criofraturado de PMMA.

Figura 11 - Microfotografia do filme da blenda PMMÀ/PS (90/10), criofiatuiado,preparado de solução não exposta à irradiação.

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50

Figura 12 - Microfotografia do filme da blenda PMMA/PS (50/50), criofraturado,preparado de solução não exposta à irradiação.

As Figuras 13 e 14 mostram as microfotografias dos filmes das blendas (90/10)

e (50/50), preparados de soluções expostas à radiação gama. Em uma análise

comparativa, observa-se nas Figuras 11 e 13, que as morfologias das blendas (90/10)

são semelhantes nas duas condições de preparação dos filmes, confirmando que a

miscibilidade da blenda (90/10) não foi destruída pela irradiação de sua solução. Por

outro lado, as blendas (50/50), preparadas em condições diferentes, apresentam

morfologias modificadas podendo estar relacionadas com a redução da tensão

interfacial dos polímeros. (Figuras 12 e 14). Observa-se na microfotografia da Figura

14, que os domínios de PS, nas blendas (50/50) irradiadas em solução, se encontram

reduzidos e mais dispersos na matriz do PMMA, indicando que a radiação gama

induziu a miscibilidade dessa mistura também no estado sólido.

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51

è...J

„ • ' ' I •''

. / •

li,,»

••""•' • ..:.. • •=::. . r : : - = . i i :.• ••'.'i,

Figura 13 - Mícrofotografia do filme da Wenda PMMA/PS (90/10), eriofratarado»preparado de solução exposta à irradiação (1 kGy),

Figura 14 - Mícrofotografia do filme da Wenda PMMA/PS (50/50), criofraturado,preparado de solução exposta à irradiação (1 kGy).

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52

4.3. Espectroscopia no infravermelho (FT-IR)

Nesta seçào a espectroscopia na região do infravermelho (FT-IR) é utilizada na

investigação da influência do solvente nas conformações dos polímeros, como também na

investigação das mudanças espectrais das blendas PMMA/PS, atribuídas às interações entre os

polímeros.

As Figuras 15 e !46mostram os espectros FT-IR do PS e do PMMA nas regiões de 600-

800 cm'1 e 1500-2000 cm'1 em diferentes solventes. As regiões de absorção selecionadas nos

espectros correspondem aos grupos que apresentam maior probabilidade de interaçào. Esses são

mostrados na Tabela 5.

As alterações no número de onda, nas formas e nas intensidades das bandas de absorção

do PS e do PMMA, observados nos espectros o, b e c, das Figuras 15 e 16, mostram claramente

que o metil-etíl-cetona e o tolueno estão influenciando na conformação de suas cadeias,

indicando que interações entre o solvente e o soluto estão alterando significantemente a

distribuição eletrônica das cadeias poliméricas, formando novas conformações que causam

mudanças na morfologia destes polimeros [30].

As conformações do PMMA e do PS são alteradas nos filmes obtidos com metil-etil-

cetona e tolueno, conseqiientemeníe os grupos ligados à cadeia destes polímeros assumem

posições diferentes, podendo favorecer as interações intermoleciilares das blendas PMMA^S.

Lu et ai. [60] mostraram, por FT-IR, a sensibilidade de interação dos grupos C-H do anel

aromático do PS e O O do poli(vinil metil éter) (PVME) nos filmes das blendas PS/PVME,

preparados com toluena. Por outro lado, Davis [61] observou por esta mesma técnica, a

imiscibilidade destas blendas em clorofórmio e tetracloroetileno. Enquanto, Das e Banerjee [28]

constataram também por infravermelho que a blenda poli(esn'reno-co-acrinonitrila)/poli(cloreto

de vínil-co- acetato de vinil) em tetrahidrofurano é miscível, enquanto que em clorofórmio, a

miscibilidade da mesma é destruída. Assim, pode-se concluir que a miscibilidade de uma blenda

polimérica, em solução, depende do solvente. O poder de dissolução do solvente e a sua taxa de

evaporação podem afetar significantemente a morfologia do sistema polimérico [62].

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53

esc

2

1I

1601,9 *•

1500 1750 2000

Número de onda (cm1) Número de onda (cm")Figura 15 - Espectros FT-IR dos filmes de PS preparados de: a) metil-etil-cetona; b) tolueno; c)

tolueno + metil-etil-cetona (1:1).

I

a

h

c

700.7 — ^ \ p

\696,8 ' \A p

701,9 V

600 700 800

752,1

753,4

736,7

Número de onda (cm'1)

Sõc

> 1731 7

1730,4

••- 1 7 3 4 , 3

1500 1750 2000

Número de onda (cm'1

Figura 16 - Espectros FT-IR dos filmes de PMMA preparados de: a) meti!-eti!-cetona; b)

tolueno; c) tolueno + metil-etil-cetona (1:1).

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54

Tabela 5 - Atribuição provável das principais í;br orçòes FT-IR do PS e do PMMA.

POLÍMERO

PS

PMMA

NÚMERO DE

ONDA (cm"1)

698,1

754,7

1601,9

701,9

736,7 •

1734,3

GRUPO

FUNCIONAL

C=C

C-H

C=C

CH2

CH2

C=O

MODO

V1BRACIONAL

Deformação angular simétrica do

esqueleto do anel

Deformação angular fora do plano do anel

Deformação axial do esqueleto do anel

Deformação angular assimétrica fora do

plano

Deformação angular assimétrica no plano

Deformação axial da carbonila

Em uma análise comparativa dos espectros do PS e do PMMA com as blendas (90/10) e

(50/50) preparadas com tolueno + metil-etil-cetona, verifica-se nos espectros das Figuras 17a e

18a, que o artifício de subtração de espectros é desnecessário neste estudo, uma vez que as

mudanças na forma da banda C-H do anel aromático do PS e o número de onda da carbonila do

PMMA são diretamente obsenados nos espectros das blendas PMMA^S.

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55

Observa-se na região de 1500 - 1750 cm"1 do espectro 17a, um deslocamento no número

de onda da earboniía do PMMA de 1734,3 cm"1 para 1730,4 cm"1, indicando a miscibilidade da

blenda (90/10). O mesmo comportamento foi observado por Naito et ai. [63] no estudo de

miscibilidade da blenda poli(metacri!afo de merila)/poli(estireno-co-aerilonitrila).

Por outro lado, observa-se no espectro a (Figura 18) da blenda (50/50), um deslocamento

no número de onda da carbonila de 1734,3 cm'1 para 1733,0 cm'1, indicando que a

miscibilidade da blenda PMMA/PS foi reduzida com uma quantidade maior de PS na mistura.

Estes resultados concordam com os ensaios viscosimétricos, uma vez que foi observado

que a blenda (90/10) é miscíve! e a (50/50) imiscível.

c

C

698,1

698,1

•-754.7

h

754.7

60Q 700 800

Número de onda (cm )

e

§

1600,6 • - >

1600,6

> '730

v. 173! ,7

1500 1750 2000

Número de onda (cm")

Figura 17 - Espectros FT-IR dos filmes das blendas PMMA/PS (90/10) preparados de tolueno

metil-etil- cetona (1:1). a) solução não irradiada; b) solução irradiada com 1 kGy.

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56

As Figuras 17b e 18b mostram os espectros FT-IR dos filmes das blendas

••'.'MMA/PS (90/10) e (50/50), respectivamente, preparados •: n soluções expostas à

radiação. Comparando estes espectros com os das blendas não irradiadas, observa-se, um

aumento significativo nas intensidades relativas das bandas C-C, C-H e C=O, indicando

que a radiação gama alterou os modos vibracionais destes grupos, sem destmir as

interações entre o C-H e C=O (Figura 15b). Além disso, o número de onda do grupo

carbonila do PMMA na blenda PMMA/PS (90/10) em 1730,4 cm"1 se desloca para 1731,7

cm"1, indício de que a radiação não destruiu a miscibilidade da mistura, corno foi

observado nos ensaios viscosimétrkos (Tabela 4).

e5õc

<S

698,1

"V->

698,1

600

Y700

J

800

754,7

754.7

eaoc

«ca

c£3

1601,9 j >"

1600,6 :-

1500

r\/va

><- 1733,0

1 / b

?• 1730,5

1750 2000

Número de onda (crn1) Número de onda (cm"1)

Figura 18 - Espectros FT-IR dos filmes das blendas PMMA/PS (50/50) preparados de

tolueno + metil-etil- cetona (1:1). a) solução não irradiada; b) solução

irradiada com 1 kGy.

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D/

Do mesmo modo, os espectros a e h da Figura 18 mostram alterações na forma da

banda de absorção C-H do ane! do Vi. <;.:s blendas PMMA/PS (50/50), como também um

deslocamento no número de onda da carbonila do PMMA de 1734,3cm"' para 173O,5cm"'

(A = 3,8 cm"'), indicando que a radiação gama induziu a compatibilização da mistura.

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58

4.4. Estudo da miscibilidade dos filmes das blendas PMMA/PS em função da

dose de irradiação

As Tabelas 6 e 7 mostram os valores das viscosidades intrínsecas e dos

parâmetros interação viscosimétricos nas doses de 0, 20, 30, 40 e 50 kGy. O gráfico da

Figura 19 foi construído para avaliar o comportamento da miscibilidade dessas blendas

em função da dose de irradiação. Observa-se nesta figura que a miscibilidade da blenda

(99/1) é destruída na dose de 20 kGy. Entretanto, no intervalo de 30 a 50 kGy as

interações entre as cadeias do PMMA e do PS são recuperadas tornando a mistura

novamente miscível. Já a miscibilidade da blenda (95/5) é conservada em todo

intervalo de dose, uma vez que os valores de Ábm permanecem positivos. A blenda

(90/10) apresenta-se miscivel nas doses 0, 20 30, 40 kGy, porém, quando os seus filmes

recebem uma dose de 50 kGy a miscibilidade dessa blenda é destruída. Vale ressaltar

que no intervalo de dose de 0 a 30 kGy todas as misturas apresentam-se miscíveis,

exceto a blenda (99/1). Considerando que a dose de 25 kGy é aplicada na esterilização

de artefatos médicos, provavelmente esses materiais poderão ser utilizados para esta

aplicação. Para validar esta aplicação é necessário, entretanto, analisar a radioproteção

do PMMA, de modo- que as suas propriedades mecânicas sejam estabilizadas com a

introdução do poliestireno.

Tabela 6 - Dados viscosimétricos dos filmes das blendas PMMATS miscíveis.

PMMA/PS

(100/0)

(99/1)

(95/5)

(90/10)

(0/100)

[n](mL/g)

31,87

35,53

32,64

28,86

108,24

(mL/g)2

0,98

2,45

1,46

4,79

8,48

(mL/g)2

-

0,96

0,91

0,88

.

(mL/g)2

-

1,49

0,55

3,91

-

Miscibilidade

-

Miscível

Miscível

Miscível

-

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59

Tabela 7 - Dados viscosimétricos dos filmes das blendas PMMA<PS misciveis,

expostos à doses de 20, 30, 40 e 50 kGy

.MMA/PS

(99/1)

(95/5)

(90/10)

(99/1)

(95/5)

(90/10)

fo]

33,6

29,7

29,0

30,9

28,6

29,2

(mL/g)2

20 kGy

-6,7

3,1

3,9

40 kGy

1,8

2,3

9,6

(mL/g)2

-5,7

2,2

3,0

0,8

1,4

8,7

In](mL/g)

32,3

29,5

29,3

27,9

28,3

29,4

(ínL/g)2

30 kGy

6,1

1,5

2,9

50 kGy

4,0

2,5

-2,8

(mL/g)2

5,1

0,6

2,0

3,1

1,6

-3,7

10

8

6

4

^ 2 í

-2 -

-4

-6 -1

MISCIVEL

10

1MISCÍVEL

20

30 40 50

PMMA/PS: •(99/1) 9(95/5) A (W/10)

Dose (kGy)

Figura 19 - Valores dos parâmetros de interação viscosimétricos das blendas

PMMA/PS misciveis em função da dose de irradiação.

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60

4.5. Estabilização radiolítica do PMMA usando o poliestireno como agente

radioproteror

4.5.1. Massa molar média

A massa molar dos materiais poliméricos é uma propriedade importante a ser

analisada, quando estes são expostos à radiação, pois os efeitos de cisão da cadeia

principal e reticulação são decorrentes das alterações moleculares que podem degradar

o polímero. Assim, as massas molares dos filmes do PMMA e das blendas PMMA/PS

foram determinadas pelas as Equações 3.4 e 3.5, respectivamente, com o intuito de

analisar essas alterações. A Tabela 8 mostra os valores das viscosidades intrínsecas das

massas molares médias e dos recíprocos das massas molares dos sistemas PMMA nas

diferentes doses de irradiação. Nota-se, pelo decréscimo da massa molar, que o efeito

de cisão ocorreu na cadeia principal deste polímero, quando os seus filmes foram

irradiados no intervalo de dose de 0 a 50 kGy. Este resultado está de acordo com a

literatura, confirmando que o PMMA exposto à radiação ionizante tem como principal

efeito as cisões na cadeia principal [1,39].

Tabela 8 - Valores das viscosidades intrínsecas, massas molares médias e os recíprocosdas massas molares médias do PMMA nas diferentes doses de irradiaçãogama.

DOSE jíjj Mv IO6/Mv(kGy) (mL/g) (g/mol) (mol / g)

0 31,9 100 650 9,94

20 29,5 90 724 11,02

30 25,1 72 759 13,70

40 23,2 65 026 15,38

50 21,6 59 081 16,93

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61

4.5.2. Determinação do valor Us do PMMA

Observa-se na Figura 20, que após a irradiação, o PMMA apresenta uma

distribuição de massa molar "mais provável" ou aleatória no intervalo de dose de 0 a 50

kGy, devido à linearidade característica entre a massa molar e a dose. Logo, foi

possível determinar pela Equação linear 3.7 o grau de cisões. Gs. na cadeia principal do

PMMA, induzido peia radiação gama. Comparando esta equação com os parâmetros

de regressão linear da reta Y (10* / Mv) = n (IO6 / Mvo) + m(0,05546G) X(DOSE),

Figura 20, determinou -se o valor Gs do PMMA pela inclinação da reta. Este valor

está discriminado na Tabela 9, onde 2,66, correspondem ao número de cisões na cadeia

principal do PMMA por 100 eV de energia absorvida. Com base neste valor, foi

determinada a energia média de 38 eV, necessária para produzir uma cisão na cadeia

deste polímero.

U 10 20 30

Dose (kGy)40 50

Hgura 20 - Valores do reciproco das massas molares do PMMA em função da dose deirradiação.

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62

Tabela 9 - Valores dos parâmetros de regressão linear Y (IO1 / Mv) = n (10 / Mvo) +

m(0,05546(7) X(DOSE) do PMMA, no intervalo de dose de irradiação de

0 a 50 kGy.

Efeito m n r Gs

Cisão 0,1473 9,2708 0^94 2,66

A eficiência do processo radiolítico para produzir várias cisões por moléculas

originais, pode ser avaliada pela Equação (4.1) [42].

A/v

onde, A-/vo e A/v são as massas molares médias dos polímeros não irradiados e

irradiados, respectivamente.

A Figura 21a mostra que o número de cisões por moléculas do PMMA é

nitidamente crescente em função da dose de radiação, fato que provocou a redução de

sua massa molar em todo intervalo de dose (Figura 22a). Observa-se na Figura 23a,

A/vque a massa molar relativa do PMMA, , na dose de 50 kGy é de

Afvo

aproximadamente 40%, representando uma perda de massa molar de aproximadamente

60%. Com a introdução do PS na matriz PMMA, o valor de a na dose de 50 kGy (a =

1,32) é reduzido para 0,40 e 0,22 nas blendas (99/1) e (955) respectivamente (Figuras

2Ib e 21c), causando um decréscimo menos acentuado nas suas massas molares ,

quando irradiadas na dose de 50 kGy (Figuras 22b e 22c). Sendo assim, observa-se nasA/v

Figuras 23b e 23c que os valores de —— são reduzidos representando uma perda de

massa molar de apenas 28°o e 18% nas respectivas blendas. Isto significa que parte da

energia absorvida pelo o PMMA foi transferida para os anéis aromáticos do

poliestireno, proporcionando maior estabilidade a esses sistemas.

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63

Por outro lado, observa-se na higura 23d, que a massa molar relativa da bienda

PMMA/PS, na proporção (90/10), permanece praticamente constante em todo intervalo

de dose. Nesta proporção de poliestireno, toda energia absorvida pelo sistema é

transferida para os anéis aromáticos do PS. evitando assim a cisão molecular do

PMMA.

1l

0,0 H

1,67-

\°>81

Dose (kGy)

b! 1(95/5)

•1

ÍOA\

O 30 20 30 40 50 60

Dose(kGv)

0 ,00 10 20 30 40 50 60

Dose(kGv)

higura 21 - Número de cisôes,moléculas do PNÍMA em função da dose de irradiação, a)

PMMA: b) PMMA/PS: (99/1): c) PMMA/PS: (95/5).

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64

1>X«JU

0,0I

0,4 0,8Ctsões'moléculas

150X0—

1,6

150000 —~ (95-5)

, | 120000*

^| 90000- *

£ 60000

300000.0 0.4 0.8 1.2

Cisrès. moléculas

1,6 300000.0 0.4 0 8 1,2

Cisõesmoteculas1,6

figura 22 - Valores das massas molares médias do fMMA em funçào do número de

cisões por moléculas, a) PMMA; b) PMMA-PS: (99 1); c) P.V&-ÍAPS:

(95/5).

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65

1

%i

|"5ia

fI

110

90

ao

70-

* -

- •

RvíMA^\

0 10

iíCC-i . . . . .

j

90-

70-;

50-

* ^ (955)

0 10

a20 30 40 50

Dose (kGy)

* ""' - * -..' • • • . . *

2 3D * a

DoseíkGs)

5•5

ar re

i

1

1_£

1

" U T100-1

90-ji

70-1

60 -i

5oJi

* • " - !

30 '

i in1,L

]

60 -j• *

70-j

60 -1

50-jj

„ 1

(99/1)

0 10

T ^

(90/10)

0 10

c

' " • • - •

20 X' 40

Dose (kG>)

20 30 40

Dose (kGs)

b50

y

d50

i-igura 23 - Valores das massas moiares relativas em funçào da dose de irradiação, a)

PMMA: b) PMMAPS: {99/1): c) PMKÍAPS: (95 5): d) PMMA/PS:

(90/10).

4.53. Determinação dos valores G das blendas PMMA/PS

A Figura 24 mostra os gráficos dos recíprocos das massas moiares

viscosimétricas médias das biendas PMMA/PS, em função da dose de irradiação. Os

parâmetros m e n, das equações das retas que se ajustam aos pontos experimentais,

estào iistados na Tabela 9. Igualando m com o termo 0.0556G da Equação 3.8,

encontram-se os valores (j das blendas PMMAPS. Estes valores estào apresentados na

Tabela 10.

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12

O

O

X(90/10)

10

D (99/1)

20 30Dose (kGv)

t>t>

O (95/5)

40 50

Figura 24 - Valores do reciproco das massas molares médias das blendas PMMAPS

miscíveis em função da dose de irradiação.

Diante dos valores G das blendas PMMA Fb observa-se na 1 abela 10, que o Gs

do PMMA (2,66) é reduzido para 0,95 e 0,65, à medida que 3°o e 5°-o de PS são

adicionados na sua matriz polimérica. Sendo assim, para ocorrer uma cisão na cadeia

principal do PMMA é necessário que 95 eV e 65 eV sejam absorvidas pelas blendas

PMMA PS (99 1) e (95 5), respectivamente. Apesar dos valores de Gs do PMMA

terem sido reduzidos, a radioproteção deste polímero é de apenas 64°c de PS na bíenda

{99.1) e 76°o de PS para (95/5). Por outro lado, as reticuiações formadas na blenda

90 10 (G.x = 0,09). indica que o poliestireno absorve toda a energia das espécies

excitadas do PMMA, evitando as cisòes na sua cadeia principal. Isto significa que a

radioproteção deste polímero atinge seu grau máximo, quando 10°o de PS são

incorporados na matriz PMMA (Tabela 10).

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67

Tabela 10 - Valores dos parâmetros de regressão linear Y(106 / Mv) = n (IO6 / Mvo)+

m(0,0556G)X(DOSE) das blendas PMMA/PS, no intervalo de dose de 0

- 50 kGy.

PMMA/PS m n r2 G P (%)

100/0 0,1473 9,2708 0,94 2,66 (Gs)

99/1 0,053 6,9032 0,89 0,95(Gs) 64

95/5 0,036 8,5209 0,93 Qfi5(Gs) 76

90/10 -0,005 10,2840 0,85 0,09fGx; 100

4.6. Efeitos da radiação nos filmes das blendas PMMA/PS imiscíveiscompatibilizadas por radiação gama

As Tabelas 11 e 12 mostram os valores das viscosidades intrínsecas e dos

parâmetros de interação viscosimétricos, nas doses 0, 20, 30, 40 e 50 kGy, das blendas

PMMA/PS compatibilizadas. O gráfico da Figura 25 foi construído para analisar o

comportamento da compatibilidade das blendas (50/50) e (30/70) após a irradiação de

seus filmes. Observa-se nessa figura que as interações na interface da blenda (50/50) é

mantida no intervalo de dose de 0 a 30 kGy. Nas doses de 40 e 50 kGy, a radiação

destrói a compatibilização da mistura. Por outro lado, a compatibilização das blendas

(30/70) não é destruída, quando os seus filmes são irradiados no intervalo de 0 a 50

kGy (Figura 25).

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68

Tabela 11 - Dados viscosimétricos dos filmes das bíendas PMMA/PS, compatibilizadas

por radiação gama.

PMMA/PS

(50/50)

(3070)

hl(mL/g)

46,36

69,41

3,97

11,14

(mL/g)2

2,37

4,24

(mL/g)2

1,60

6,90

Miscibilidade

Miscível

Miscível

Tabela 12 - Dados viscosimétricos dos filmes das blendas PMMA/PS,

compatibilizadas por radiação gama, expostos a doses de 20, 30, 40 e 50

kGy.

PMMA/PS

(50/50)

(3070)

(50/50)

(30/70)

(mL/g)

48,0

64,1

65,6

65,2

(mL/g)2

20 kGy

11,5

9,7

40 kGy

-1,0

14,2

(mL/g)2

9,1

5,5

-3,37

10,0

[n](mL/g)

55,9

64,2

66,6

70,3

(mL/g)2

30 kGy

11,0

23,0

50 kGy

1,0

14,3

(mL/g)2

8,6

18,8

- 1,4

10,1

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69

20

15 -

10 -t

j 5

-5 -

-10

-15

MISCÍVEL

j

10

DvIISCÍVEL

D

20

D

30

D D

•4*1 50 60

• (50/50) D (30/70)

Dose (kGy)

Figura 25 - Valores dos parâmetros de interação viscosimétricos das blendas

PMMA/PS imiscíveis em função da dose de irradiação.

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70

4.7. Estabilização radiolítica das blendas PMMA/PS imisciveis

compatibilizadas por radiação gama

4.7.1. Determinação dos valores G das blendas (50/50) e (30/70)

compatibilizadas por radiação gama

A Figura 26 mostra os gráficos dos recíprocos das massas molares

viscosimétricas médias, em função da dose de irradiação dos filmes preparados de

soluções expostas à radiação. Os parâmetros m e n, das equações das retas que se

ajustam aos pontos experimentais, estão listados na Tabela 13. Em uma análise

comparativa, os coeficientes angulares destas retas juntamente com o termo O,O55õG

da Equação 3.8 foram utilizados no cálculo dos valores G das misturas 50/50 e 30,70.

Estes valores estão apresentados na Tabela 13.

8

7 5 '

O ->

2 -

1 _

O

X (50/50) A (30/70)

o 10 4020 30

Dose (kGy)

Figura 26 - Valores do recíproco das massas molares médias das blendas PMMAPS

em função da dose de irradiação. Filmes preparados de soluções expostas à

radiação gama.

50

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71

O aparecimento do fenómeno de reticulação em todo intervalo de dose, (G.x =

1,14), na blenda 50/50, pode ser explicado pela formação de ligações cruzadas entre as

macromoléculas do PS, já observado por Lima e Araújo [44], com possível formação

de redes interpenetrantes com as moléculas do PMMA. Além disso, pequenas

quantidades de copolímeros diblocos formados durante a irradiação podem estar agindo

como com pari bilizadores na interface da mistura. Neste arranjo, o poliestireno absorve

totalmente a energia das espécies excitadas do PMMA, radioestabilizando o sistema.

Da mesma forma, o efeito de reticulação era esperado para a blenda PMMA/PS (30/70)

compatibilizada. Entretanto, esse efeito ocorre somente no intervalo de 30 a 50 kGy

(Gx = 0,75). O intervalo de 0 a 30 kGy observa-se a predominância do efeito de cisão

(Gs = 0,45), consequentemente a blenda não foi completamente radioestabílizada (grau

de proteção do sistema, P = 83%). Por outro lado, nas doses acima de 30 kGy, as

reticulações das moléculas do PS predominaram na blenda PMMA/PS formando

provavelmente as redes interpenetrantes com as moléculas do PMMA, promovendo a

estabilização radiolítica do sistema (Tabela 13).

Tabela 13 - Valores dos parâmetros de regressão linear Y (IO6 / Mv) = n (IO6 / Mvo) +m(0,0556G)X(D) das blendas PMMA/PS. Filmes preparados de soluçõesexpostas à radiação gama (1 kGy).

PMMA/PS Intervalo de m n f G P (%)dose (kGy)

100/0 0 -50 0,1473 9,2708 0,94 Gs = 2,66

50/50 0 -50 -0,0632 7,2857 0,89 Gr =1,14 100

0-30 0,0251 4,4943 0,99 Gv= 0,45 8330/70

30-50 -0,0415 6,51 0,99 Gr = 0,75 100

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12

A Figura 27 mostra os valores das massas molares relativas das blendas

imisciveis em função da dose de irradiação. Observa-se na curva (a) que a massa molar

relativa da blenda (50/50) cresce à medida que a dose de irradiação aumenta.

Apresentando um gani:o de massa molar da ordem de 66% para todo intervalo de dose

(0 a 50 kGy). Por outro lado, as cisòes observadas nas blendas 30/70 causaram, no

intervalo de dose de 0 a 30 kGy, uma perda de massa molar de 30,2%, sendo

recuperada na dose de 50 kGy, onde as reticulações produzidas nesse intervalo geraram

um aumento de 2% na massa molar do sistema (curva b).

Vale lembrar que a presença de reticilaçòes nos sistemas poliméricos pode

gerar um material resistente a altas doses de irradiação. El-Salmawi et ai. [21]

verificaram, por análise termogravimétrica, que as blendas PMMA/PS (50/50) e

(30/70) expostas à radiação gama nas doses de 0 a 250 kGy são termicamente estáveis.

1S0

160

« 140

eh. 120o£0

60

• - " " • • • •

V--—

'" — - B B- — - B •-••""""

^ (a)

o (b)100 I h--;—

80

0 10 20 40 50 6030

Dose (kGy)

Figura 27 - Valores das massas molaTes relativas das blendas PMMA/PS imisciveis em

função da dose de irradiação, a) PMMA/PS: (50/50); b) PMMA/PS:

(30/70).

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73

4.8. Estabilização radiolítica do PMMA usando o estireno como agente

radioprotetor

4.8.1. Determinação dos valores G dos sistemas PMMA+Sí

O número de eventos químicos produzidos por lOOeV de energia absorvida

pelos sistemas PMMA+St, nas concentrações de 0,5%, 1,0% e 1,5% de St, foi

determinado construindo o gráfico dos valores do recíproco das massas molares desses

sistemas, (Tabela 14), em função da dose de irradiação. Em uma análise comparativa, a

Equação 3.7 e os parâmetros de regressão linear das retas dos sistemas PMMA + St,

apresentados no gráfico da Figura 28, foram usados no cálculo do valor G desses

sistemas.

Tabela 14 - Valores das viscosidades intrínsecas e dos recíprocos das massas molares

médias dos sistemas (PMMA + St) nas diferentes doses de radiação

gama.

DOSE(kGy)

0

20

40

50

60

(PMMA

[nl-(mL/g)

33,2

28,1

27,0

24,3

22,2

+ 0,5% St)

10f7Mv(mo! / g)

9,4

11,8

12,5

14,4

16,3

(PMMA

h](mL/g)

36,0

33,6

30,6

31,8

31,6

+ 1,0% St)

10f7 Mv(mol/g)

8,4

9,2

9,9

9,9

10,1

(PMMA

(mL/g)

34,9

36,3

36,5

37,2

37,6

+1,5% St)

10f7Mv(mol / g)

8,8

8,3

8,2

8,0

7,9

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74

• 0,5%St B l,O%St A l,5%St A PMMA

O 10 20 30 40Dose (kGy)

50 60

Figura 28 - Valores do recíproco das massas molares médias dos sistemas PMMA+St

em função da dose de irradiação.

Observa-se na Tabeia 15, que o efeito de cisão na cadeia principal do PMMA é

predominante nos sistemas PMMA+St com 0,5% e 1,0% de St. Aumentando a

quantidade de estireno para 1,5% encontra-se para este sistema Gx = 0,24, indicando

que ligações cruzadas entre o estireno e as cadeias do PMMA foram formadas durante

a irradiação, favorecendo a transferência de energia, absorvida por este poiimero, para

o anel aromático do estireno dando a máxima proteção (100%) ao sistema (Tabela 15).

A Figura 29 mostra o comportamento da massa relativa do PMMA e dos

sistemas PJMMA+ St em função da dose de irradiação. Nota-se que aumentando a

quantidade de estireno na matriz PMMA há uma redução na perda de massa molar do

PMMA em todo intervalo de dose. Observa-se na Figura 29d, que 1,5% de St

adicionado no PMMA provocou um aumento de massa molar de 11%, devido às

ligações cruzadas entre o estireno e o polímero.

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75

Tabela 15 - Valores dos parâmetros de regressão linear Y (IO6 / Mv) = n (IO6 / Mvo)

m(0,05546)G X(DOSE) dos sistemas PMMA + St.

PMMA + St

PMMA

0,5%St

l%St

l,5%St

Intervalo dedose (kGy)

0-50

0-60

0-60

0-60

m

0,1473

0,1060

0,0277

-0,0133

n

9,2708

9,2748

8,5692

8,7101

r

0,94

0,94

0,94

0,94

G

Gs = 2,66

Gs=l,9I

Gs = 0,50

Gx = 0,24

P

-

28

81

100

g

sam

S

a

aííi

ir rc

l

es"ÕC

s

120110100

9080

7060-

50-40- PMMA

0 10

110-

100-

90-

80-

70-

60

50-

40-

PMMMA

0 10

" r

20 30 40

Dose (kGy)

*

+• l.OSt

20 30 40

Dose (kGy)

oa

V

50 60

C

* *

50 60

giiabTO

"5Ê

2

.1<aoca

M

120-11010090-80-70-60-

50-40-

110-

100-

90-

80-

70-

60-

50-

40-

PMMA -

0 10

A

PMMA +

0 10

<-0,5t

20 30 40

Dose (kGy)

A A

1.5t

20 30 40

Dose (kGy)

b

••

50 60

d

50 60

Figura 29 - Valores das massas molares relativas dos sistemas PMMA + St em função

da dose de irradiação, a) PMMA; b) PMMA + 0,5%St; c) PMMA +

l,O%St; d) PMMA + l,5%St

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76

4.9. Propriedades mecânicas dos sistemas PMMA, PMMA/PS, PMMA + St e

PMMA + HALS

Grande parte das cisões na cadeia principal de um polímero é decorrente da

migração da energia absorvida pela molécula. A energia sitiada em grupos como a

carboníla provoca a quebra da cadeia formando macrorradicais. Ao incorporar o aditivo

a um polímero os estados excitados são desativados podendo-se obter uma

radioproteção. De acordo com Aquino et ai. [3] os aditivos HALS, que agem

originalmente como capturadores de radicais, também atuam como desativadores de

estados excitados no processo de radiólise do PMMA. Foi verificado que ao adicionar

0,3% de massa total do aditivo HALS na matriz PMMA, obtém-se 91,4% de proteção

radiolítica.

Nesta seção, são analisadas as propriedades mecânicas de resistência à tração e

alongamento na ruptura dos filmes das blendas PMMA/PS, dos sistemas PMMA + St e

PMMA + 0,3% HALS. O objetivo dessa análise é o de identificar o radioprotetor mais

eficiente na estabilização radiolitica do poli(metacrilato de metila)

A Figura 30a mostra que as alterações na propriedade mecânica de resistência à

tração dos filmes do PMMA não são significativas (análise de variância no intervalo de

confiança de 95%) nas doses de 30 e 60 kGy, apesar da redução observada em sua

massa molar no intervalo de dose de 0 a 50 kGy (Figura 22a). Entretanto, esta

propriedade é reduzida consideravelmente nos filmes expostos à dose de 120 kGy .

Observa-se na Figura 31a, que a propriedade de alongamento do PMMA é mantida

praticamente constante na dose de 30 kGy. havendo um decréscimo significativo nas

doses de 60 e 120 kGy. Resultados já esperados, uma vez que Araújo et ai. [1]

utilizaram gráficos de tensão-deformação do PMMA exposto a radiação, verificaram

que as propriedades de resistência à tração e alongamento na ruptura não alteram

significativamente, nas doses de 25 e 80 kGy. Ao adicionar 1%, 5% e 10% de massa

total de poliestireno na matriz PMMA, nota-se que as propriedades de resistência

à tração dos filmes da blenda (99/1) tende a reduzir nas doses de 30 e 60 kGy,

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77

constatando a sua degradação na dose de 120 kGy (Figura 30b). Por outro lado, a

propriedade de alongamento do filme dessa blenda permanece estável nas três doses de

irradiação (Figura 31b).

As Figuras 30c e 31c mostram que 5% de PS ír*:roduzídos no PMMA, apesar da

redução no valor de Gs para 0,65 (Tabela 10), foram insuficientes na radioestabilizaçào

de suas propriedades mecânicas, uma vez que estas se comportam semelhantemente

como as do PMMA sem radioprotetor. Por outro lado, observa-se na Figura 30d que a

resistência à tração dos filmes de PMMA com 10% de PS é estável em todo intervalo

de dose. Quanto ao seu alongamento na ruptura, observa-se na figura 31 d um pequeno

aumento no valor médio desta propriedade, causando provavelmente um aumento na

tenacidade do material.

•4—>

b

D

1—'—jLzrzJ

G1

_ i _ LJjLJ

0 30 60 120PMMA

0 30 60 120(99/1)

0 30 60 120(95/5)

0 30 60 120(90/10)

Dose (kGy)Figura 30 - Propriedades mecânicas de resistência á tração dos filmes de PMMA e das

blendas PMMA/PS.

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78

Io

30 60 120PMMA

0 30 60 120(99/1)

0 30 60(95/5)

30 60(90/10)

120

Dose (kGy)Figura 33 - Propriedades mecânicas de alongamento na ruptura dos filmes de PMMA e

das blendas PMMA/PS.

A Figura 32b mostra que a propriedade de resistência à tração do sistema

PMMA + 0,5% St- é aparentemente semelhante à do PMMA. Os valores do

alongamento, mesmo compreendidos dentro dos desvios tende a decrescer nas doses de

30, 60 e 120 kGy (figura 31b). Este fato é atribuído ao elevado número de cisòes desse

sistema, Gs =1,91 (Tabela 14). A resistência do PMMA + 1,0 St tende a aumentar nas

doses de 30 e 60 kGy, percebendo-se uma pequena instabilidade nessa propriedade na

dose de 120 kGy, que provavelmente está relacionada com as cisões do PMMA que

não foram totalmente evitadas nesse sistema, Gs = 0,50 (Tabela 14). Aumentando a

quantidade de estireno na matriz PMMA, observa-se na figura 32d, que as reticulações

induzidas pela radiação {G.x = 0,24) geraram melhoria da propriedade de resistência à

tração do PMMA + l,5%St em todo intervalo de dose. Por outro lado, a Figura 33d

mostra que a propriedade de alongamento na ruptura do PMMA sofreu uma pequena

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79redução ao introduzir 1,5% de St no seu sistema polimérico, no entanto, manteve-se

constante nas doses de 30 e 60 kGy. Na dose de 120 kGy, o alongamento tende a

decrescer, por causa das ligações cruzadas que ocorrem entre as moléculas de estireno e

do PMMA, reduzindo a tenacidade do material.

'03

«U•*—»

(D

30 60PMMA

120 0 30 60 120PMMA + 0,5%St

0 '30 60 120PMMA+l,0%St

0 30 60 120PMMA+l,5%St

Dose (kGy)

Figura 32 - Propriedades mecânicas de resistência à tração dos filmes de PMMA e dossistemas PMMA + St.

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80

o

I

2,82,42.01,61,20,80,40,0

a

1D

1

1 1 1

D

—L - r -

I I I

O 30 60 120PMMA

0 30 60 120PMMA + 0,5%St

0 30 60 120PMMA + 1,0%St

0 30 60 120PMMA + 1,5%St

Dose (kGy)Figura 33 - Propriedades mecânicas de alongamento na ruptura dos filmes de PMMA e

dos sistemas PMMA + St.

Observa-se nas Figuras 34a e 34b, que o comportamento das propriedades de

resistência à tração dos filmes PMMA é semelhante ao do sistema PMMA + 0,3%

H À L S , nas doses 30, 60 kGy. Aplicando-se uma dose de 120 kGy, o valor médio das

resistências dos sistemas a e b cai drasticamente. Entretanto, a queda observada para o

sistema PMMA + 0,3% HALS permanece dentro dos desvios experimentais, indicando

que essa propriedade provavelmente é estável à radiação na dose de 120 kGy. Por outro

lado, apesar da propriedade de alongamento deste poiimero ter sido reduzida

significantemente com 0,3%HALS (Figura 35b), manteve-se inalterada nas três doses

de irradiação. Conclui-se, portanto que o PMMA torna-se mais rigido com a introdução

do aditivo HALS.

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O 30 60 120PMMA

0 30 60 120PMMA + 0,3%HALS

Dose (kGy)Figura 34 - Propriedades mecânicas de resistência à tração dos filmes de PMMA e dos

sistemas PMMA + 0,3% HALS.

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30 60 120PMMA

0 30 60 120PMMA + 0,3%HALS

Dose (kGy)Figura 35 - Propriedades mecânicas de alongamento na ruptura dos filmes de PMMA e

dos sistemas PMMA + 0,3%HALS.

Em aplicações que requerem doses iguais a 120 kGy, os sistemas com 1,5% de

St e 10% de PS incorporado na matriz do PMMA, apresentam melhor desempenho na

estabilização de suas propriedades mecânicas, pois as cisões foram totalmente evitadas

por esses radioprotetores. Dentre estes dois sistemas, o estireno, mesmo apresentando

um ligeiro decréscimo no alongamento, pode ser o escolhido como o melhor

radioprotetor do PMMA, pois suas moléculas, menores que as do PS, têm maior

entropia na matriz polimérica, podendo se encontrar mais próximas das

macromoléculas, onde ocorrerá, com maior facilidade, a transferência de energia das

espécies excitadas. Entretanto, um fator negativo para este sistema, é a alta

volatibilidade do estireno à temperatura ambiente. É conveniente, portanto, realizar um

estudo de permanência do estireno no PMMA, para garantir o tempo de radioproteção

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deste sistema. Por outro lado, a permanência do PS na bienda (90/10) é garantida, uma

vez que este polímero não é volátil a temperatura ambiente. Além disso, pelos ensaios

viscosiméticos, espectroscópicos e microscópicos, foi constatado as interações entre

os polímeros e a homogeneioad? da bienda (90/10). Portanto, o PS é um excelente

radioprotetor do PMMA, cuja bienda PMMA/PS, pode ser utilizada na indústria médica

e em outras aplicações que envolvem radiação ionizante.

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84

CAPITULO 5

5. CONCLUSÕES

A miscibilidade das biendas PMMA/PS foi estudada em um intervalo de

composição, onde os valores de, Abm, mostraram, pelo sinal positivo, que o PS interage

com o PMMA em proporções menores que 10% de PS, que as caracteriza como

biendas miscíveis. Adicionando quantidades maiores que 30% de PS na mistura

PMMA/PS, as blendas (70/30), (50/50) e (30/70) foram caracterizadas imiscíveis,

devido aos valores negativos de Abm.

A radiação gama induziu a compatibilização das blendas (50/50) e (30/70), visto

que os valores de Abm negativos tomaram-se positivos, à medida que as soluções

destas misturas foram irradiadas com dose de 1 kGy. A presença de interação na

interface do PMMA e do PS, após a compatibitização, provavelmente pode ser

atribuída à produção de pequenas quantidades de copolímeros dibloco PMMA-PS

atuando na interface da mistura, como também à formação de reticulaçào entre as

cadeias do PS, podendo formar redes interpenetrantes com as moléculas de PMMA,

contribuindo assim na compatibilização das misturas.

As microfotografías das blendas PMMA/PS obtidas pela MEV mostraram que a

blenda (90/10) miscível forma um sistema homogéneo nos filmes preparados de

soluções não irradiadas e irradiadas. Enquanto, a distribuição de fase, tamanho e forma

dos domínios das blendas (50/50) foram modificados na compatibilização desta mistura

induzida pela radiação gama.

Os espectros FT-ÍR do PS e do PMMA mostraram que o tolueno e o metil-etil-

cetona interagem com estes polímeros, favorecendo a miscibilidade das blendas

PMMA/PS na composição (90/10), a qual assume novas conformações. Entretanto,

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esse efeito nào foi observado na blenda (50/50) imiscível, pois o deslocamento do

número de onda da carbonila do PMMA na blenda PMMA/PS reduziu de 3,9cm~' para

l,3cm' com o aumento da composição de PS na mistura. Com a compatibilização desta

blenda, induzida pela radiação gama, o deslocamento do número de onda do grupo

C=O aumentou para 3,8 cm"1. Este aumento é atribuído à interação do C-H dos anéis

aromáticos do PS, com a carbonila do PMMA.

Quanto ao efeito da radiação nas blendas PMMA/PS, observa-se Abm > 0 na

dose de 30 kGy para todas as composições estudadas. Isto indica que o comportamento

de miscibiJidade de um filme blenda não é afeíado quando o mesmo é irradiado em

doses de esterilização de artefatos médicos.

O valor Gs do PMMA foi reduzido de 2,66 para 0,95 e 0,65 nas blendas (99/1) e

(95/5) miscíveis, onde a radioproteção dos sistemas foi simplesmente de 64 e 76%,

respectivamente. Por outro lado, 10% de PS adicionado na mistura PMMA/PS foram

suficientes para proteger totalmente o PMMA, uma vez que as cisôes na cadeia

principal deste polímero foram evitadas pela presença de reticulações.

Os filmes das blendas PMMA/PS (50/50) compaiibilizadas por radiação gama

em solução são radioestáveis em todo intervalo de dose, visto que o sistema é

totalmente protegido das cisòes na cadeia principal do PMMA.

O valor Gs do PMMA foi reduzido a zero com 1,5% de estireno adicionado na

matriz polimérica, de forma que as reticulações produzidas no sistema protegem

totalmente o PMMA das cisôes induzidas pela radiação gama.

As propriedades mecânicas de resistência à traçào e de alongamento na ruptura

dos filmes das blendas PMMA-PS miscíveis foram analisadas no intervalo de dose de 0

a 120 kGy, mostrando que estas propriedades nos filmes da blenda (90/10) são

praticamente inalteradas, devido às reticulações que radioestabilizam o sistema. Do

mesmo modo, a incorporação de 1,5% de estireno ao PMMA protege radioliticamente

o sistema, de forma que suas propriedades mecânicas não degradaram em todo

intervalo de dose. Portanto, aparentemente o estireno é um radioprotetor para o PMMA

melhor que o PS, visto que suas moléculas, por serem menores, se aproximam mais das

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cadeias do PMMA.

A propriedade de resistência à tração do PMMA com 0,3% de HALS é

semelhante à do PMMA no intervalo de 0 a 60 kGy. Quanto ao seu alongamento na

ruptura, apesar de ter sido reduzido com a incorporação do HALS na matriz esta

propriedade permanece praticamente inalterada em todo intervalo de dose.

Pode-se concluir que o melhor aditivo radioprotetor do PMMA é o poliestireno

na proporção de 10% devido à estabilidade de suas propriedades mecânicas em todo o

intervalo de dose estudado. Além disso, a permanência do PS na matriz PMMA é

garantida, pois o mesmo nào é volátil à temperatura ambiente.

5A. Recomendações

<* Estudar a estabilização radiolítica do PMMA com o PS e com o estireno nas

condições industriais.

*!• Analisar a permanência do estireno na matriz PMMA devido à sua

volatibilidade à temperatura ambiente.

<• Analisar as propriedades mecânicas das blendas 50/50 e 30/70

compatibilizadas por radiação gama.

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