Upload
internet
View
114
Download
1
Embed Size (px)
Citation preview
Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PósARQ Disciplina: Metodologia Científica Aplicada – ARQ 1001 Profª.: Sônia Afonso, Drª. Mestrandas: Angela R. B. Flores e Delma Cristiane Morari
Raymond QuivyLuc Van CampenhoudtEditora Gradiva Lisboa, 1992.
TÍTULO ORIGINAL EM FRANCÊS
Manuel de Recherche en Sciences Sociales Editora BordasParis, 1988.
02/38
OBJETIVOS E PROCEDIMENTOS
Objetivos Gerais
O investigador deverá conceber e por em prática um dispositivo para a elucidação do real – um método de trabalho.
Concepção Didática
Progressão de aprendizagem - as etapas não poderão ser avaliadas e compreendidas se forem retiradas do seu contexto global.
Investigação Social
Estudar os fenômenos sociais com preocupação quanto a autenticidade, a compreensão e o rigor metodológico.
03/38
OBJETIVOS E PROCEDIMENTOS
Problemas de Método
Três maneiras de começar mal
O que não se deve fazer
04/38
OBJETIVOS E PROCEDIMENTOS
Problemas de Método
1.1. Gula Livresca ou estatísticaGrande quantidade de livros, artigos e dados numéricos – esperança de encontrar no parágrafo seguinte corretamente o objetivo e o tema do trabalho que se deseja efetuar.
No próximo parágrafo eu acho o objetivo
05/38
OBJETIVOS E PROCEDIMENTOS
Problemas de Método
2. A “Passagem” às Hipóteses
É a precipitação – recolher dados antes da formulação das hipóteses de investigação.
06/38
OBJETIVOS E PROCEDIMENTOS
Problemas de Método
3. A Ênfase que Obscurece
Expressões pomposas e incompreensíveis Trabalhos ambiciosos e confusos.
07/38
OBJETIVOS E PROCEDIMENTOS
Etapas do Procedimento
Toda a investigação deve responder a alguns princípios estáveis e idênticos, ainda que vários percursos diferentes conduzam ao conhecimento científico. Gaston Bacherlard (Quivy e Campenhoudt, 1992 p.23) resume o processo científico em:
O fato científico é conquistado, construído e verificado.
preconceitosrazão
fatos
08/38
OBJETIVOS E PROCEDIMENTOS
Segundo Bordieu; Chamboredon e Passeron (1968 apud Quivy e Campenhoudt 1988 p. 23) os autores descrevem o procedimento em três atos:
A RupturaA ConstruçãoA Verificação
09/38
A.Os três atos do procedimento
OBJETIVOS E PROCEDIMENTOSA.Os três atos do procedimento
Romper com os preconceitos e as falsas evidências.A ilusão de compreender as coisas.
Efetuada a partir de uma representação teórica prévia, que seja susceptível de exprimir a lógica que o investigador supõe estar na base do fenômeno. Sem a construção teórica não haveria experimentação válida.
Uma proposição só tem direito ao estatuto científico na medida em que pode ser verificada pelos fatos: Verificação ou Experimentação.
A ruptura
A construção
A verificação
10/38
A PERGUNTA DE PARTIDA
Etapa 1-
A pergunta de partida
Consiste em procurar enunciar o projeto de investigação na forma de uma pergunta através da qual o investigador tenta exprimir o que procura saber.
B. As sete etapas do procedimento
11/38
A PERGUNTA DE PARTIDAOs critérios de uma boa pergunta de
partida
1. As qualidades de clareza: Ser precisa, Ser concisa e unívoca.
2. As qualidades de exigüidade: Ser realista.
3. As qualidades de pertinência: Ser uma verdadeira pergunta, Abordar o estudo do que existe, basear o estudo
da mudança no funcionamento, Ter uma intenção compreensiva ou explicativa, e
não moralizadora ou filosófica.12/38
A EXPLORAÇÃO
Etapa 2 - A Exploração
As LeiturasAs Entrevistas Exploratórias
Assegurar a qualidade da informação do objeto de estudo e encontrar as melhores formas de observá-lo.
Compõe-se de duas partes:
As leituras,
As entrevistas exploratórias.
13/38
1. A escolha e a organização
a) Os critérios de escolha
A EXPLORAÇÃO – Leituras
Ligações com a pergunta de partida,
Dimensão razoável do programa de leitura,
Abordagens diversificadas,
Intervalos consagrados à reflexão pessoal e às trocas de pontos de vista.
Elementos de análise e interpretação,
14/38
A EXPLORAÇÃO - Leituras
b) Onde encontrar estes textos?
Etapa 2- A Exploração
As LeiturasAs Entrevistas Exploratórias
Peça conselhos especialistas,
Revistas especializadas,
Consultando as bibliografias.
15/38
A EXPLORAÇÃO - Leituras
2. Como lera) A grelha de leitura
16/38
Idéias - Conteúdos Tópicos para a estrutura do Texto
Divida a folha em duas colunas: dois terços a esquerda e um terço a direita
Leia o texto secção por secção – uma secção é um parágrafo ou um conjunto de frases que constitui um todoApós a leitura de cada secção escreva na coluna da esquerda a idéia principal do texto
Após ter colocado as principais idéias na coluna da esquerda, releia para compreender as suas articulações e a dissemir a estrutura global – idéias mestras
A EXPLORAÇÃO - Leituras
b) O resumo:
Consiste em estruturar as idéias e a unidade do pensamento do autor e a coerência do raciocínio destacando as principais idéias e articulações.
Após ter feito resumo de dois ou três textos compare:
Pontos de vista adotados – Convergência, divergências, e complementaridades,
Conteúdos,
Busque pistas para o prosseguimento.
17/38
A EXPLORAÇÃO - Leituras
b) O resumo:
Consiste em estruturar as idéias e a unidade do pensamento do autor e a coerência do raciocínio destacando as principais idéias e articulações.
A qualidade do resumo está diretamente ligada à qualidade da leitura.
18/38
A EXPLORAÇÃO –Entrevistas Exploratórias
Etapa 2 – A Exploração
As leituras
As entrevistas Exploratórias
Em auxiliar o pesquisador a ter contato com a realidade vivida pelos atores sociais.
Em alargar e retificar o campo da investigação das leituras.
1. Em que consistem?
19/38
A EXPLORAÇÃO –Entrevistas Exploratórias
2. Com quem é útil ter uma entrevista?
Etapa 2 – A Exploração
As leituras
As entrevistas ExploratóriasDocentes, investigadores,
especializados e peritos nos assuntos,
Testemunhas privilegiadas,
O público ao qual o estudo diz
diretamente respeito.
20/38
3. Como realizá-las?
A EXPLORAÇÃO –Entrevistas Exploratórias
Mínimo de perguntas possível,
Intervir da forma mais aberta possível,
Abster-se de se implicar a si mesmo no conteúdo,
Procurar que a entrevista se desenrole num ambiente e num contexto adequados,
Gravar as entrevistas.21/38
A EXPLORAÇÃO - Entrevistas ExploratóriasPreparação: Defina claramente os objetivos,Estabeleça os aspectos práticos do trabalho,Prepare o conteúdo do trabalho.
Realização:Conserve as gravações em bom estado,Anote o mais rápido possível as suas eventuais observações.
Exploração:Ouça repetidamente todas as gravações, tomando notas,Peça para um colega ouvir, se possível, Estude a possibilidade de por em prática uma análise do conteúdo das entrevistas.
22/38
A EXPLORAÇÃO - Método Complementar
As entrevistas exploratórias são frequentemente empregadas em conjunto com outros métodos complementares como a observação e a análise de documentos.
23/38
A EXPLORAÇÃO
4. A interação entre o trabalho exploratório e a problemática
No final desta etapa, o investigador pode ser levado a reformular sua pergunta de partida.
24/38
A PROBLEMÁTICA
“A problemática é a abordagem ou a perspectiva teórica que decidimos adotar para tratar o problema posto pela pergunta de partida” (p: 91).
Etapa 3 – A problemática
25/38
A PROBLEMÁTICAConcebe-se em três momentos:
1. Balanço do problema:Identificar e descrever as diferentes abordagens doproblema e detectar as ligações e oposições entre si.
Inventariar os diferentes pontos de vistas, Revelar as ligações e ou oposições, Tornar visível o quadro teórico em que cada um
se refere.
26/38
A PROBLEMÁTICA2. Inscrever o trabalho num dos quadros teóricos existentes ou conceber uma nova problemática:Esta escolha se faz levando–se em conta as convergências entre o quadro teórico, a pergunta de partida e das outras informações retiradas da fase exploratória.
Inscrever o trabalho em um quadro teórico pré-existente, Conceber uma nova problemática.
27/38
A PROBLEMÁTICA
3. Explicitar a problemática:Expor os conceitos fundamentais e a estrutura conceitual em que concordam as proposições que elaboramos em resposta à pergunta de partida, tomam forma definitiva na construção.
Definir a sua forma pessoal de ver o problema, e Responder os conceitos fundamentais e suas ligações (estrutura conceitual).
28/38
A CONSTRUÇÃO DO MODELO DE ANÁLISE
Etapa 3- A construção do Modelo de Análise
É o prolongamento naturalda problemática.
Composto por conceitose hipóteses estreitamentearticulados entre si.
Constitui, a dobradiça por um lado,entre a problemática fixada peloInvestigador, e por outro lado, o seu trabalho de elucidação sobre um campo de análise forçosamenterestrito e preciso.
29/38
Porquê as Hipóteses?
A hipótese traduz por definição este espírito de descoberta que caracteriza qualquer trabalhocientífico.
O investigador que a formula diz, de fato:
A CONSTRUÇÃO DO MODELO DE ANÁLISE “Penso que é nesta
direção que se deve procurar, que esta pista será a mais fecunda.”(p.120)
30/38
Hipóteses: É uma proposição que prevê uma relação entre
dois termos que podem ser conceitos ou fenômenos.
Deverá ser confrontada posteriormente com dado de observação.
Poderá se testada indefinidamente para tanto deverá ter carater de generalidade e deve admitir enunciados contrários teoricamente passiveis de verificação.
A CONSTRUÇÃO DO MODELO DE ANÁLISE
31/38
A CONSTRUÇÃO DO MODELO DE ANÁLISE
A construção dos conceitos é uma construção abstrata que visa dar conta do real, não retém todos os aspectos da realidade em questão, mas somente o que exprime o essencial dessa realidade.Conceitos Operatórios Isolados: São construídos empiricamente a partir de observações diretas ou de informações compiladas.
Conceitos Sistêmicos: São contruídos por raciocínio abstrato e se caracterizam em princípio por um grau mais elevado de ruptura com os preconceitos e com a ilusão da transparência.
Método indutivo
Método dedutivo
32/38
A CONSTRUÇÃO DO MODELO DE ANÁLISE
Os modelos e as hipóteses deverão ser construídos identificando:
HipóteseConceito
Modelo
Operatório
Pré-noções Sem interesse e perigosa Sem objeto
Teórica ou deduzida
Empirica ou induzida
Sistêmico Teórico
Descritivo
Const
ruçã
o d
o
Conheci
mento
33/38
1. Observar o que? Dados úteis a verificação ,determinados pelos indicadores das variáveis – dados pertinentes.
2. Observar em quem?Demarcar o campo de de análise –geográfico e social – e selecionar amostras.
A OBSERVAÇÃO
“Compreende o conjunto das operações das quais o modelo de análise é confrontado com dados observáveis”.(p.205)
Etapa 5
A Observação
34/38
3- Observar como?Incide sobre os instrumentos da observação e coleta de dados:
Conceber o instrumento capaz de forneceras informações adequadas para testar ashipóteses. Testar o instrumento de observação antes de utilizá-lo. Aplicá-lo para proceder a coleta dos dados pertinentes.
A OBSERVAÇÃO
35/38
“É a etapa que trata ainformação obtida atravésda informação, para aapresentar de forma
podercomparar os resultadosobservados os esperados
apartir da hipótese”. (p.
232)
A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES
Etapa 6
A Análise das Informações
36/38
A ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES
Essa etapa consiste em três operações:
Descrever preparar os dados para análise.
Medir as relações entre as variáveis – conforme prevista pelas hipóteses.
Comparar as relações observadas com as teoricamente esperadas a partir da hipótese e comparar as diferenças.
37/38
AS CONCLUSÕES
Etapa 7
A Conclusão
Compreende:
De uma retrospectiva das grandes linhas doprocedimento que foi seguido. De uma apresentação das nova contribuiçõespara o conhecimento originados pelo trabalho. Considerações de ordem prática.
38/38