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Cuiabá 2017 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM CIÊNCIAS ODONTOLÓGICAS INTEGRADAS JOANA GUIMARÃES FREITAS SILVA AVALIAÇÃO DA ADAPTAÇÃO MARGINAL DE FACETAS CERÂMICAS CONFECCIONADAS PELOS SISTEMAS DE INJEÇÃO E FRESADO: ESTUDO IN VIVO.

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM ... · MESTRADO EM CIÊNCIAS ODONTOLÓGICAS INTEGRADAS JOANA GUIMARÃES FREITAS SILVA AUTOR ... área de concentração em Odontologia,

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Cuiabá 2017

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM CIÊNCIAS ODONTOLÓGICAS INTEGRADAS

JOANA GUIMARÃES FREITAS SILVA

AUTOR

AVALIAÇÃO DA ADAPTAÇÃO MARGINAL DE FACETAS CERÂMICAS CONFECCIONADAS PELOS SISTEMAS DE INJEÇÃO E

FRESADO: ESTUDO IN VIVO.

Cuiabá 2017

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM CIÊNCIAS ODONTOLÓGICAS INTEGRADAS

AUTOR

AVALIAÇÃO DA ADAPTAÇÃO MARGINAL DE FACETAS CERÂMICAS CONFECCIONADAS PELOS SISTEMAS DE INJEÇÃO E

FRESADO: ESTUDO IN VIVO.

JOANA GUIMARÃES FREITAS SILVA

JOANA GUIMARÃES FREITAS SILVA

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA ADAPTAÇÃO MARGINAL DE FACETAS CERÂMICAS CONFECCIONADAS PELOS SISTEMAS DE INJEÇÃO E

FRESADO: ESTUDO IN VIVO.

Cuiabá 2017

Dissertação apresentada à UNIC, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências Odontológicas Integradas. Orientador: Prof. Dr. Matheus Coelho Bandeca Co-Orientador: Prof. Dr. Mateus Rodrigues Tonetto

FICHA CATALOGRÁFICA

S586a Silva, Joana Guimarães Freitas.

Avaliação da adaptação marginal de facetas cerâmicas confeccionadas pelos

sistemas de injetação e fresada: estudo in vivo / Joana Guimarães Freitas Silva.

– 2017.

54f.: il.; 30 cm.

Orientador: Prof. Matheus Coelho Bandeca.

Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-graduação em Ciências

Odontológicas Integradas, Universidade de Cuiabá, 2017.

Inclui bibliografia.

1. Facetas dentárias. 2. Infiltração dentária. 3. Desenho assistido por

computador. I. Avaliação da adaptação marginal de facetas cerâmicas

confeccionadas pelos sistemas de injetação e fresada: estudo in vivo. II.

Universidade de Cuiabá.

CDU – 616.314-089.843

JOANA GUIMARÃES FREITAS SILVA

AVALIACAO DA ADAPTAÇÃO MARGINAL DE FACETAS CERÂMICAS CONFECCIONADAS PELOS SISTEMAS DE INJEÇÃO E

FRESADO: ESTUDO IN VIVO.

Dissertação apresentada à UNIC, no Mestrado em Ciências Odontológicas

Integradas, área de concentração em Odontologia, como requisito parcial para a

obtenção do Título de Mestre conferido pela Banca Examinadora formada pelos

professores:

_________________________________________ Prof. Dr. Matheus Coelho Bandeca

(Orientador) UNIC

_________________________________________ Prof. Dr. Mateus Rodrigues Tonetto

UNIC

_________________________________________ Prof. Dr. Abraham Lincoln Calixto

(UEPG)

Cuiabá, 24 de março de 2017.

Dedico este trabalho à Deus por ter me capacitado, por meio da sua vida, a vencer mais essa etapa. A minha família por todo amor e incentivo.

AGRADECIMENTOS

A Deus o criador do universo, dono de toda sabedoria, pela sua fidelidade, pelas suas misericórdias que se renovam a cada dia e pelo socorro bem presente em todas as situações me transformando e governando os meus passos, me dando capacidade para concluir essa etapa da minha vida acadêmica com louvor. Aos meus pais João Bosco de Freitas e Raquel Guimarães de Freitas por toda dedicação, por me ensinarem a andar nos caminhos de Senhor, pelo exemplo de cristãos consagrados a Cristo e a Igreja. Ao meu esposo André Luis Fernandes da Silva, um exemplo de profissional, estudioso, dedicado e apaixonado pela docência. Obrigada por ter me mostrado esse caminho, pelo incentivo e paciência durante todo esse percurso. Te agradeço por estar sempre ao meu lado e me dedicar sua amizade e seu amor. Te amo! Aos meus filhos Alice e João Luis, os amores da minha vida, a razão do meu viver, por quem eu procuro sempre fazer o melhor. Vocês são a minha alegria e me fazem experimentar o amor incondicional. As minhas irmãs, Jaqueline e Janine, pelo amor, pelas orações e pelo companheirismo. Amo vocês. Aos meus colegas do mestrado que tornaram esses anos mais alegres e divertidos, cada um com a sua peculiaridade contribuiu para essa conquista. Em especial a minha colega e amiga Panmella Alegria Zaffari, uma parceira de verdade, obrigada pelas conversas, pelo incentivo quando o desanimo chegava, pelos choros, pelas risadas, pelas dificuldades vencidas, sem a sua amizade e apoio tudo teria sido muito mais difícil, ter a sua companhia fez toda a diferença nessa longa jornada. Ao meu amigo e professor Alexandre Meireles Borba, um exemplo de pessoa e profissional, obrigada pelo incentivo e ajuda durante esse percurso. Ao meu orientador prof. Dr. Matheus Coelho Bandeca, pela confiança em meu trabalho, pelas orientações e incentivo. Ao meu co-orientador, Prof. Dr. Mateus Rodrigues Tonetto, pela paciência, pelos ensinamentos que contribuíram para enriquecer o trabalho. Ao Coordenador do Mestrado em Ciências Odontológicas Integradas da Universidade de Cuiabá – UNIC, Prof. Dr. Álvaro Henrique Borges pela oportunidade de realizar este mestrado. Ao Diretor da Faculdade de Odontologia da Universidade de Cuiabá – UNIC, Fábio Luis Miranda Pedro pela oportunidade de ingressar na vida acadêmica, motivo principal deste desafio. A todos os professores do Mestrado que são exemplos de profissionais, obrigada pela dedicação e ensino transmitido, vocês contribuíram muito para meu crescimento.

Ao Prof. Dr. Francisco Serbena da Universidade Estadual de Ponta Grossa-PR (UEPG), por nos abrir as portas do laboratório de microscopia eletrônica de varredura contribuindo para a realização da nossa pesquisa. A técnica do laboratório de microscopia eletrônica de varredura da Universidade Estadual de Ponta Grossa-PR (UEPG), Vanessa Chagury, muito obrigada por ter nos recebido e dedicado seu tempo para nos ajudar de forma tão educada e solícita. Ao Gestor da Secretaria da Pós-Graduação Stricto Sensu da Universidade de Cuiabá – UNIC, Jonielson Souza Dias que sempre esteve a disposição para contribuir, de maneira gentil, com o possível.

"São muitas, Senhor, Deus meu, as

maravilhas que tens operado e também

os teus desígnios para conosco; ninguém

há que possa igualar contigo. Eu quisera

anunciá-los e deles falar, mas são mais

do que se pode contar."

Salmos 40:5

LISTA DE TABELAS

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Critérios de adaptação marginal de acordo com karagozoglu et

al.

45

Tabela 2 - Critérios de adaptação marginal do Serviço de Saúde Pública

dos Estados Unidos (USPHS) modificado.

45

Tabela 3 - Média e erro padrão da análise quantitativa da adaptação

marginal das facetas injetadas e fresadas.

46

Tabela 4 - Classificação da adaptação de acordo com Karagozoglu et al.

(Tabela 1) do número e porcentagem de facetas avaliadas por

cada grupo (injetadas n= 20; fresada n= 24)

47

Tabela 5 - Média e erro padrão da análise quantitativa da adaptação

marginal das facetas injetadas e fresadas.

48

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Moldagem com polivinil-siloxano (Virtual – Ivoclair Vivadent,

EUA).

41

Figura 2 - Moldes das amostras obtidos em polivinil-siloxano (Virtual –

Ivoclair Vivadent EUA).

41

Figura 3 - Manipulação da resina epóxi (Epofix, Stuers, Rodovre,

Dinamarca).

42

Figura 4 - Obtenção das replicas em resina epóxi (Epofix, Stuers,

Rodovre, Dinamarca)

42

Figura 5 - Áreas selecionadas para medição e ampliação em 400x. 43

Figura 6 - Área de desadaptação com ampliação em 400X. 43

Figura 7 - Medição realizada em Adobe Photoshop CS6 2016 (Adobe

system Inc, Mountain View California, USA).

44

LISTA DE ABREVIATURAS E

SÍMBOLOS

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

CAD – computer-aided design

CAM – computer-aided manufacturing

m – micrômetros

MEV – Microscopia Eletrônica de Varredura

USPHS – United States Public Health Service

CONSORT – Consolidated Standards of Reporting Trials

DSD – Dental Smile Design

PVS – Polivinil-siloxano

Å – ANGSTRÖM

s - segundos

mA – microampére

mm – milímetro

Mpa – mega Pascal

oC – Grau Celsius

n – número de amostras

SUMÁRIO

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 19

2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................... 20

2.1. SISTEMAS CERÂMICOS.................................................................... 22

2.2. FORMAS DE CONFECÇÃO DAS FACETAS CERÂMICAS................ 23

2.3. ADAPTAÇÃO MARGINAL................................................................... 24

3. REFERÊNCIAS ........................................................................................ 27

4. ARTIGO.................................................................................................... 30

4.1. RESUMO ............................................................................................. 31

4.2. ABSTRACT ......................................................................................... 32

4.3. INTRODUÇÃO .................................................................................... 33

4.4. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................. 36

4.4.1 Desenho do estudo................................................................... 36

4.4.2 Cálculo amostral....................................................................... 36

4.4.3 Seleção de participantes.......................................................... 36

4.4.4 Planejamento diagnóstico....................................................... 37

4.4.5 Preparo dos dentes.................................................................. 38

4.4.6 Moldagem do preparo e escaneamento................................. 38

4.4.7 Confecção das facetas............................................................. 38

4.4.8 Cimentação................................................................................ 39

4.4.9 Mensuração da adaptação marginal....................................... 40

4.4.9.1 Avaliação quantitativa.................................................... 40

4.4.9.2 Avaliação qualitativa...................................................... 44

4.5. ANÁLISE ESTATÍSTICA ..................................................................... 46

4.6. RESULTADOS..................................................................................... 46

4.6.1 Análise quantitativa da adaptação marginal.......................... 46

4.6.2 Análise qualitativa da adaptação marginal............................ 47

4.7. DISCUSSÃO ....................................................................................... 48

4.8. CONCLUSÃO ..................................................................................... 51

4.9. REFERÊNCIAS ................................................................................... 53

ANEXOS....................................................................................................................

1 INTRODUÇÃO

19

1 INTRODUÇÃO

Os avanços tecnológicos em odontologia têm possibilitado melhorias

significativas na qualidade dos materiais restauradores e nas técnicas para

restaurações. Atrelado a essas melhorias, a população tem buscado cada vez mais

tratamentos estéticos de alta qualidade, o que aumentou significativamente as

restaurações indiretas anteriores. Esse aumento gerou maior demanda por

procedimentos menos invasivos, em especial, os laminados cerâmicos 1,2.

O sucesso dessas restaurações indiretas é determinado basicamente por

quatro fatores: biocompatibilidade, estética, resistência a fratura e adaptação

marginal 3,4. A biocompatibilidade, estética e resistência a fratura são propriedades

amplamente estudadas e a literatura tem evidências científicas confirmatórias

através de estudos laboratórios e clínicos 5. Contudo, a adaptação marginal é difícil

de ser avaliada clinicamente com as peças cimentadas, portanto, embora alguns

estudos sejam clínicos, as avaliações são direcionadas a testes in vitro previamente

a cimentação, dessa forma não é possível reproduzir com precisão todas as

situações que ocorrem na cavidade bucal 6,7.

A adaptação marginal pode ser influenciada por diversos fatores, desde a

moldagem do preparo, seja através de materiais de impressões ou por

escaneamento digitais, até a etapa de cimentação 8,9,10. Ainda, outro fator decisivo

na adaptação marginal é o tipo de material cerâmico e sua forma de confecção 18.

O sistema CAD/CAM (Computer Aided Design / Computer Aided

Manufacturing) revolucionou a Odontologia Restauradora. O desenvolvimento de

técnicas para confecção de peças cerâmicas tem sido realizado com o propósito de

melhorar a qualidade das restaurações, assim como a otimização do tempo de

trabalho.11 Outro fator propulsor dos sistemas CAD/CAM é a produção de

restaurações cerâmicas de alta resistência 8,11.

A popularidade desses sistemas tem aumentado significativamente nesta

última década devido a sua qualidade na confecção de cerâmicas com boas

propriedades estéticas, mecânicas e de biocompatibilidades 8,11,12,13.

Entretanto, existe uma deficiência na literatura sobre a qualidade da

adaptação marginal dessas peças confeccionadas a partir dos sistemas CAD/CAM,

especialmente os laminados cerâmicos. Existem estudos clínicos que avaliam a

20

adaptação marginal, entretanto, não se pode afirmar que esses resultados

correspondem aos encontrados clinicamente, pois a metodologias utilizadas não

avaliam quantitativamente a interface entre dente/restauração com as peças já

cimentadas 9,14. Existem muitas variáveis clínicas passíveis de alterações na

adaptação marginal. Com isso, estudos clínicos devem ser realizados para avaliar

quantitativamente as adaptações marginais encontrados nesses sistemas

cerâmicos, em especial, as peças de Dissilicato de Lítio confeccionadas a partir dos

sistemas CAD/CAM.

O objetivo deste estudo foi avaliar, in vivo, a adaptação marginal das

cerâmicas de dissilicato de lítio, em preparos para facetas, confeccionadas com

sistema CAD/CAM e através da técnica de injeção por meio de método visual e

microscopia eletrônica de varredura (MEV).

21

2 REVISÃO DA LITERATURA

22

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 SISTEMAS CERÂMICOS

As cerâmicas odontológicas são conhecidas pela capacidade de reproduzir os

dentes naturais de maneira muito semelhante, e tem se tornado material de escolha

devido a excelente propriedade óptica e durabilidade química, satisfazendo a

exigência estética imposta pela sociedade moderna. As cerâmicas têm apresentado

rápida evolução em âmbito científico ao longo dos últimos 20 anos, diversos

sistemas cerâmicos inovadores foram desenvolvidos e introduzidos no mercado,

sempre com o intuito de melhorar as propriedades físicas e mecânicas do material

15,16.

As porcelanas odontológicas são constituídas de minerais cristalinos como o

feldspato, sílica e alumina de uma matriz vítrea. A fase vítrea consiste em pó de

partículas trituradas extremamente finas, posteriormente fundidas ou sinterizadas.

Elas são escolhidas como material restaurador indireto devido às suas qualidades

estéticas, translucidez, cor e intensidade 12, 25.

A evolução das cerâmicas, tais como dissilicato de lítio, óxido de alumínio e

óxido de zircônio têm permitido a utilização mais generalizada de restaurações de

cerâmica pura ao longo dos últimos 10 anos 8. As cerâmicas vítreas, a base de

sílica, apresentam valores de estabilidade mais elevados, as cerâmicas de dissilicato

de lítio fazem parte desse grupo e apresentam alta estabilidade mecânica de 360

Mpa, podendo ser utilizadas para confecção de coroas totais anteriores e

posteriores, prótese fixa de, até, 3 elementos e para facetas laminadas 16.

Um dos avanços mais significativos neste campo tem sido a confecção de

restaurações de cerâmica pura de alta resistência produzidas com sistemas de CAD

/ CAM. A popularidade destes materiais, tais como zircônia, aumentou

significantemente na última década devido às propriedades estéticas, mecânicas e

de biocompatibilidade 9. O processo industrial utilizado para produzir os blocos

CAD/CAM aumenta a homogeneidade do material, diminui a presença de falhas e

poros, e aumenta a sua confiabilidade 17.

Os blocos disponíveis para confecção de restaurações indiretas em cerâmica

no CAD/CAM são monocromáticos ou policromáticos, e possuem alta resistência e

excelentes propriedades estéticas. Inovações no sistema envolvendo o uso de

23

materiais como o IPS Empress CAD multi block e o IPS e.max CAD, favoreceram a

rotina de trabalho do cirurgião dentista, possibilitando eficiência e qualidade na

confecção das restaurações cerâmicas indiretas. A realização de procedimentos

auxiliados por computador tem evoluído a confecção de cerâmicas odontológicas,

especialmente na diminuição do período de produção e simplificação do tratamento

18.

As cerâmicas odontológicas podem ser classificadas de acordo com a sua

composição em: feldspáticas (cerâmicas vítreas) e aluminizadas. As cerâmicas

feldspáticas são subdivididas em: cerâmicas com baixo teor de leucita e cerâmicas

com alto teor de leucita. As cerâmicas vítreas também podem ser classificadas em:

cerâmicas fundidas, injetáveis, frezadas e inserts. As cerâmicas aluminizadas são

classificadas em: porcelanas aluminizadas com óxido de alumínio, com óxido de

zircônio e com aluminato de magnésio 4.

2.2 FORMAS DE CONFECÇÃO DAS FACETAS CERÂMICAS

As cerâmicas injetadas são confeccionadas através da queima de padrões de

cera usando a técnica de cera perdida convencional e fundição dos lingotes de

cerâmica em condições controladas, pressão, temperatura, vácuo e com a utilização

de fornos de prensa programados por computador. Estes fornos são equipados com

uma prensa pneumática que ativa um êmbolo usado para comprimir lingotes

cerâmicos fundidos. As cerâmicas injetadas permitem a reprodução precisa das

características anatômicas esculpidas no padrão de cera e o processamento

controlado do material cerâmico resulta em uma restauração precisa com defeitos

estruturais internos mínimos 26.

A automação do processo de produção pode ser conseguida pelo uso de

desenho e técnicas de fabricação assistido por computador (CAD/CAM). Estas

técnicas são reconhecidas na indústria em geral como um padrão de fluxo de

trabalho, de modo a obter produtos de alta qualidade em termos de precisão e

produção com eficiência 9.

O surgimento da técnica de confecção de próteses dentárias assistido por

computador (CAD / CAM) revolucionou as técnicas através do uso reduzido de

materiais e resíduos, utilizando a captura de dados e projetos digitais. O emprego da

24

tecnologia CAD / CAM para projetar e fabricar coroas dentárias está se tornando

onipresente, devido ao desenvolvimento constante dessa tecnologia. O fluxo de

trabalho com CAD / CAM começa com a digitalização de um modelo de gesso

convencional ou através da captura da impressão digital intraoral, que promete

eliminar os erros associados a moldagem, incluindo alterações dimensionais do

material de impressão e gesso utilizado para confeccionar o modelo 10.

O IPS Empress 2 (Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein) é uma cerâmica

vítrea de dissilicato de lítio (SiO2-Li2O) que é plastificada em 920 ° C e injetada em

um molde sob vácuo e pressão. Seu antecessor, IPS Empress (Ivoclar Vivadent), é

uma cerâmica de vidro reforçada com leucita (SiO2-Al2O3-K2O), que, devido à sua

força, é limitada em uso para restaurações indiretas unitárias anteriores. IPS e.max

press (Ivoclar Vivadent) foi introduzido em 2005, também consiste em uma cerâmica

vítrea de dissilicato de lítio, mas suas propriedades físicas e translucidez são

melhoradas através de um processo de queima diferente. IPS ProCAD (Ivoclar

Vivadent) é uma cerâmica similar à IPS Empress, embora tenha um tamanho de

partícula mais fino reforçado com leucita. Introduzido em 1998, e se destina a ser

usado com o sistema CEREC inLab (Sirona Dental Systems, Bensheim, Alemanha)

e está disponível em várias tonalidades 4.

2.3 ADAPTAÇÃO MARGINAL

Ao avaliar o sucesso clínico e qualidade de uma restauração, a adaptação

marginal é um critério essencial 4. Uma adaptação marginal inadequada pode

resultar no insucesso das restaurações causada pela exposição da película de

cimento na cavidade oral, permitindo sua dissolução no meio. Quanto maior a fenda

marginal e a subsequente exposição do cimento dentário a fluidos orais, mais rápida

é a dissolução do cimento 19.

Adaptação marginal é afetada por muitas variáveis durante o processo de

confecção, cimentação e acabamento dos laminados ceramicos. Estas variáveis,

que incluem as propriedades intrínsecas dos materiais e as técnicas clínicas, pode

influenciar negativamente no tratamento definitivo, por exemplo, as diferenças no

coeficiente de expansão térmica entre o dente e cimentos compostos podem

ocasionar uma eventual falha 20. A consequência de uma adaptação ineficiente entre

25

o laminado cerâmico e o término do preparo permite acúmulo de placa bacteriana,

aumentando o risco de cáries secundárias, micro infiltrações e inflamação dos

tecidos circundantes, em especial quando o término está na margem ou ligeiramente

subgengival 21,22.

Não existe um consenso da literatura sobre tolerância máxima do

comprimento da falha na adaptação marginal, entretanto, estudos apontam que

variam de 50 a 200 m 6,7. McLean e Von Fraunhofer 23 avaliaram mais de 1000

restaurações ao longo de 5 anos e concluíram que o comprimento máximo de falha

de adaptação aceitável é de 150 m. Apesar da falta de estudos comprovatórios

sobre a distância máxima permitida dessas falhas, o valor de 120 m é considerada

como um sucesso para a maioria das pesquisas 8,14,24.

Um estudo in vivo analisou a adaptação de coroas de ceramica pura,

comparando restaurações de coroa totais realizadas a partir de captura de preparo

dentais com impressão de silicone convencionais e impressão digital intra oral.

Foram analisados 26 coroas confeccionadas pela técnica de impressão

convencional com moldeiras de plástico e 26 com técnica de impressão digital. Foi

aplicada uma técnica de réplica in vivo, as coroas foram cimentadas em preparos

modelos correspondente a preparação clínica com silicone ultra-fluxo (Express Ultra

Light Body). O desajuste interno foi medido em microns usando estereomicroscopia

com uma ampliação de 40X. O desajuste interno médio foi de 111.40 μm (DP =

54.04) / 80.29 μm (DP = 26.24) para Impressão Digital Intra Oral (IDI) e Impressão

Convencional (IC) respectivamente, e o desajuste marginal médio 173.00 μm (DP =

92.65) /133.51 μm (DP = 48.78) IDI e IC respectivamente. Concluindo que as coroas

fabricadas a partir de impressões digitais intra-orais com tecnologia CAD/CAM

demonstraram um ajuste interno e marginal clinicamente aceitável 10.

O desenho do preparo varia dependendo do espaço necessário para a

confecção da restauração e deve ser equivalente à espessura do laminado

planejado 27. Quando os laminados cerâmicos foram apoiados em esmalte, a taxa

de sobrevivência clínica foi maior do que para aqueles apoiados em dentina, devido

à força de adesão entre cerâmica e esmalte. Os laminados cerâmicos com mínimo

ou nenhum preparo do dente são uma boa opção de tratamento para correção

estética na região anterior da maxila; No entanto, nenhum estudo comparando

adaptação marginal e interna de restaurações indiretas minimamente invasivas foi

26

publicado. Um estudo clínico comparou tridimensionalmente a adaptação interna de

laminados cerâmicos em dentes com o mínimo preparo e sem preparo do dente,

utilizando micro CT e avaliaram clinicamente a adaptação marginal no início do

estudo e após 6, 12 e 24 meses após a cimentação. Os valores médios e medianos

de fenda marginal e adaptação interna para laminados cerâmicos em dente com

mínimo preparo ou sem preparo do dente foram dentro de um intervalo clinicamente

aceitável. Foi registrada taxa de 100% de sucesso para todos laminados cerâmicos,

e um desempenho clínico satisfatório foi observado durante um período de 2 anos 1.

27

3 REFERÊNCIAS

28

3 REFERÊNCIAS

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30

4 ARTIGO

31

4.1 RESUMO Introdução: Um dos avanços mais significativos em restaurações indiretas tem sido

sua confecção a partir de sistemas de CAD / CAM. Entretanto, existe uma deficiência

na literatura sobre a qualidade da adaptação marginal dessas peças confeccionadas

a partir dos sistemas CAD/CAM, especialmente as facetas cerâmicas. Este ensaio

clínico randomizado simples-cego teve como objetivo avaliar, in vivo, a adaptação

marginal das cerâmicas de dissilicato de lítio, em preparos para facetas,

confeccionadas com sistema CAD/CAM. Materiais e métodos: Quarenta e quatro

elementos dentários com indicação para faceta laminada foram selecionados e

divididos aleatoriamente em dois grupos. No grupo 1, as peças foram

confeccionadas de cerâmica reforçada por dissilicato de lítio (E-max, Ivoclair

Vivadent) pelo sistema de injeção (n=20) e no grupo 2, foram confeccionados de IPS

E-max CAD (Ivoclair Vivadent) pelo sistema fresado a partir no sistema com

escaneamento extraoral realizado pelo equipamento BlueCam Cerec (Sirona). Os

preparos foram realizados com desgaste entre 0,5 e 1,0mm. Após 7 dias da

cimentação das peças, a avaliação pelo método visual foi realizada e réplicas foram

confeccionadas de resina epóxica e analisadas em MEV. Resultados: Os dados

quantitativos foram submetidos ao teste ANOVA two-way com pós-teste de Tukey e

para análise qualitativa, os dados foram submetidos ao teste qui-quadrado e teste

exacto de Fisher. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos

para ambas as avaliações. Para análise quantitativa, os dois tipos de cerâmicas

apresentaram-se mais de 80% adaptados na margem gengival. Para análise

qualitativa, mais de 60% das restaurações com facetas fresadas e injetadas

apresentaram-se clinicamente muito satisfatórias. Ao menos 1 faceta do tipo injetada

apresentou-se clinicamente insatisfatória. Conclusão: As facetas cerâmicas

injetadas e fresadas tiveram comportamentos semelhantes quanto sua adaptação

marginal.

Palavras-chave: Facetas dentárias, Infiltração dentária, Desenho assistido por

computador.

32

4.2 ABSTRACT

Introduction: One of the most significant advances in indirect restorations has been

their confection from CAD / CAM systems. However, there is a deficiency in the

literature about the quality of the marginal adaptation of these pieces made from the

CAD / CAM systems, especially the ceramic facets. This randomized simple-blind

clinical trial aimed to evaluate in vivo the marginal adaptation of lithium disilicate

ceramics in facet preparations, made with CAD / CAM system. Materials and

methods: Forty-four dental elements with indication for laminated facet were

selected and randomly divided into two groups. In group 1, the pieces were made of

ceramics reinforced with lithium disilicate (E-max, Ivoclair Vivadent) by the injection

system (n = 20) and in group 2, were made of IPS E-max CAD (Ivoclair Vivadent) by

Milling system from the system with extraoral scanning performed by the BlueCam

Cerec (Sirona) equipment. The preparations were performed with wear between 0.5

and 1.0mm. After 7 days of cementation of the pieces, evaluation by visual method

was performed and replicas were made of epoxy resin and analyzed in SEM.

Results: The quantitative data were submitted to the two-way ANOVA test with

Tukey post-test and for qualitative analysis, the data were submitted to the chi-

square test and Fisher's exact test. There was no statistically significant difference

between the groups for both evaluations. For quantitative analysis, the two types of

ceramics were more than 80% adapted in the gingival margin. For qualitative

analysis, more than 60% of the restorations with milled and injected facets were

clinically very satisfactory. At least 1 facet of the injected type was clinically

unsatisfactory. Conclusion: The injected and milled ceramic facets had similar

behavior regarding their marginal adaptation.

Key Words: Dental Veneers, Dental Leakage, Computer-Aided Design

33

4.3 INTRODUÇÃO

As cerâmicas odontológicas possuem a capacidade de reproduzir os dentes

naturais de maneira muito semelhante, satisfazendo a exigência estética imposta

pela sociedade moderna, e tem se tornado material de escolha devido a excelente

propriedade óptica e durabilidade química 1.

Diversos sistemas cerâmicos inovadores foram desenvolvidos e introduzidos

no mercado nos últimos 20 anos, sempre com o intuito de melhorar as propriedades

físicas e mecânicas do material. A evolução das cerâmicas, tais como dissilicato de

lítio, óxido de alumínio e óxido de zircônio têm permitido a utilização mais

generalizada de restaurações de cerâmica pura ao longo dos últimos 10 anos 2. As

cerâmicas vítreas, a base de sílica, apresentam valores de estabilidade mais

elevados. Dentre elas, as cerâmicas de dissilicato de lítio apresentam alta

estabilidade mecânica (360 Mpa), podendo ser utilizadas para confecção de coroas

totais anteriores e posteriores, prótese fixa de, até, 3 elementos e para facetas

laminadas 3.

O IPS Empress 2 (Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein) é uma cerâmica

vítrea de dissilicato de lítio (SiO2-Li2O) que é plastificada em 920 ° C e injetada em

um molde sob vácuo e pressão. Seu antecessor, IPS Empress (Ivoclar Vivadent), é

uma cerâmica de vidro reforçada com leucita (SiO2-Al2O3-K2O), que, devido à sua

força, é limitada em uso para restaurações indiretas unitárias anterores. IPS e.max

press (Ivoclar Vivadent) foi introduzido em 2005, também consiste em uma cerâmica

vítrea de dissilicato de lítio, mas suas propriedades físicas e translucidez são

melhoradas através do processo de queima. IPS ProCAD (Ivoclar Vivadent) é uma

cerâmica similar à IPS Empress, embora tenha um tamanho de partícula mais fino

reforçado com leucita, foi introduzido em 1998, e se destina a ser usado com o

sistema CEREC inLab (Sirona Dental Systems, Bensheim, Alemanha) e está

disponível em várias tonalidades 4.

Um dos avanços mais significativos neste campo tem sido a confecção de

restaurações de cerâmica pura de alta resistência produzidas com sistemas de CAD

/ CAM. A popularidade destes materiais, tais como zircônia, aumentou

significantemente na última década devido às propriedades estéticas, mecânicas e

de biocompatibilidade. A automação do processo de produção pode ser conseguida

34

pelo uso de desenho e técnicas de fabricação assistido por computador (CAD/CAM).

Estas técnicas são reconhecidas na indústria em geral como um padrão de fluxo de

trabalho, de modo a obter produtos de alta qualidade em termos de precisão e

produção com eficiência 5. O processo industrial utilizado para produzir os blocos

CAD/CAM aumenta a homogeneidade do material, diminui a presença de falhas e

poros, e aumenta a sua confiabilidade 6.

O surgimento da técnica de confecção de próteses dentárias assistido por

computador (CAD / CAM) revolucionou as técnicas através do uso reduzido de

materiais e resíduos, utilizando a captura de dados e projetos digitais. O emprego da

tecnologia CAD / CAM para projetar e fabricar coroas dentárias está se tornando

onipresente, devido ao desenvolvimento constante dessa tecnologia. O fluxo de

trabalho com CAD / CAM começa com a digitalização de um modelo de gesso

convencional ou através da captura da impressão digital intraoral, que promete

eliminar os erros associados a moldagem, incluindo alterações dimensionais do

material de impressão e gesso utilizado para confeccionar o modelo 7.

Os blocos disponíveis para confecção de restaurações indiretas em cerâmica

no CAD/CAM são monocromáticos ou policromáticos, e possuem alta resistência e

excelentes propriedades estéticas. Inovações no sistema envolvendo o uso de

materiais como o IPS Empress CAD multi block e o IPS e.max CAD, favoreceram a

rotina de trabalho do cirurgião dentista, possibilitando eficiência e qualidade na

confecção das restaurações cerâmicas indiretas. A realização de procedimentos

auxiliados por computador tem evoluído a confecção de cerâmicas odontológicas,

especialmente na diminuição do período de produção e simplificação do tratamento

8.

Ao avaliar o sucesso clínico e qualidade de uma restauração, a adaptação

marginal é um critério essencial. Uma adaptação marginal inadequada pode resultar

no insucesso das restaurações causada pela exposição da película de cimento na

cavidade oral, permitindo sua dissolução no meio. Quanto maior a fenda marginal e

a subsequente exposição do cimento dentário a fluidos orais, mais rápida é a

dissolução do cimento 9.

Os laminados cerâmicos com mínimo ou nenhum preparo do dente são uma

boa opção de tratamento para correção estética na região anterior da maxila; No

35

entanto, nenhum estudo comparando adaptação marginal e interna de restaurações

indiretas minimamente invasivas foi publicado. Um estudo clínico comparou

tridimensionalmente a adaptação interna de laminados cerâmicos em dentes com o

mínimo preparo e sem preparo do dente, utilizando micro CT e avaliaram

clinicamente a adaptação marginal no início do estudo e após 6, 12 e 24 meses

após a cimentação. Os valores médios e medianos de fenda marginal e adaptação

interna para laminados cerâmicos em dente com mínimo preparo ou sem preparo do

dente foram dentro de um intervalo clinicamente aceitável. Foi registrada taxa de

100% de sucesso para todos laminados cerâmicos, e um desempenho clínico

satisfatório foi observado durante um período de 2 anos 10.

Adaptação marginal é afetada por muitas variáveis durante o processo de

confecção, cimentação e acabamento dos laminados cerâmicos. Estas variáveis,

que incluem as propriedades intrínsecas dos materiais e as técnicas clínicas, podem

influenciar negativamente no tratamento definitivo, por exemplo, as diferenças no

coeficiente de expansão térmica entre o dente e cimentos compostos podem

ocasionar uma eventual falha 11.

A consequência de uma adaptação ineficiente entre a faceta laminada

cerâmica e o término do preparo permite acúmulo de placa bacteriana, aumentando

o risco de cáries secundárias, micro infiltrações e inflamação dos tecidos

circundantes, em especial quando o término está na margem ou ligeiramente

subgengival 12,13.

Não existe um consenso da literatura sobre tolerância máxima do

comprimento da falha na adaptação marginal, entretanto, estudos apontam que

variam de 50 a 200 m. 14,15 McLean e Von Fraunhofer 16 avaliaram mais de 1000

restaurações ao longo de 5 anos e concluíram que o comprimento máximo de falha

de adaptação aceitável é de 150 m. Apesar da falta de estudos comprovatórios

sobre a distância máxima permitida dessas falhas, o valor de 120 m é considerada

como um sucesso para a maioria das pesquisas 2,17,18.

Este ensaio clínico randomizado e simples-cego teve como objetivo avaliar, in

vivo, a adaptação marginal das cerâmicas de dissilicato de lítio, em preparos para

facetas, confeccionadas com sistema CAD/CAM e através da técnica de injeção por

meio de método visual e microscopia eletrônica de varredura (MEV).

36

4.4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.4.1 Desenho do estudo

Este desenho experimental segue a declaração CONSORT (Consolidated

Standards of Reporting Trials). Este ensaio clínico foi randomizado e simples cego.

Todos os participantes foram informados sobre o objetivo do estudo, entretanto não

souberam de qual tratamentos seriam submetidos. O Comitê de Ética da

Universidade de Cuiabá aprovou esta pesquisa com número CAAE

61296116.8.0000.51.65.

4.4.2 Cálculo Amostral

O cálculo amostral foi realizado de acordo com o desfecho primário através

do programa Sealed EnvelopeTM e determinou que a amostra foi de 20 facetas

cerâmicas para cada grupo. Estudo prévio mostrou que a diferença de 20m é

suficiente para a detecção da adaptação marginal com poder do teste de 90% e um

erro de probabilidade de 5%.

4.4.3 Seleção dos paticipantes

O exame clínico odontológico para a seleção dos pacientes foi realizado com

o auxílio de sonda exploradora nº5 (Duflex), sonda periodontal (Hu-friedy) e espelho

clínico odontológico nº3 (Duflex).

Um total de 24 pacientes foram examinados e, obedecendo aos critérios de

inclusão e exclusão, foram selecionados 10 voluntários que participaram deste

estudo, totalizando 44 elementos dentários com indicação para faceta laminada,

divididos em dois grupos de maneira aleatória, grupo I com 20 elementos

confeccionados pelo sistema de injeção utilizando cerâmica reforçada por dissilicato

de lítio (E-max, Ivoclair Vivadent), e o grupo II com 24 elementos confeccionados

pelo sistema fresado a partir de um bloco IPS E-max CAD (Ivoclair Vivadent)

utilizando o sistema CEREC InLab CAD/CAM (Sirona Dental Systems, Bensheim

Alemanha).

De acordo com os critérios de inclusão os participantes deveriam apresentar

idade mínima de 18 anos, ter pelo menos 20 dentes em oclusão, ter a indicação de

pelo menos 1 laminado cerâmico e no máximo 10. Foram selecionados pacientes

com presença de diastemas de até 4 mm, necessidade de correção da forma

37

anatômica do elemento dental (microdentes e dentes conóides) e dentes com

alteração de cor estabelecida pela escala de cor Vitapan Classical (VITA) seguindo a

sequência de valor (B1, A1, B2, D2, A2, C1, C2, D4, A3, D3 e B3).

Foram excluídos do estudo pacientes que apresentaram dentes com

coloração escura acentuada estabelecida pela escala de cor Vitapan Classical

(VITA) seguindo a sequência de valor (A 3,5, B4, C3, A4, C4), dentes tratados

endodônticamente e com indicação para realização para coroa total, com presença

de periodontite crônica, sinais de bruxismo (facetas de desgaste e trincas) e má

oclusão com indicação de tratamento ortodôntico.

4.4.4 Planejamento diagnóstico

Todos os pacientes foram submetidos a exame clínico odontológico, exame

radiográfico e fotografias intraoral e de face. As fotografias registradas foram: em

repouso, frontal intraoral, lateral intraoral direita e esquerda, sorriso frontal, sorriso

lateral direita e esquerda diagonal (45°) direita e esquerda e face frontal, o que

possibilitaram observar a face com proporções satisfatórias, sorriso médio e padrões

estéticos dentários. Impressões dos arcos superior e inferior foram realizadas com

hidrocolóide irreversível (Jeltrate, Dentsply, York, PA, EUA) e posteriormente

vazados com gesso tipo IV (Durone, Denstply, EUA). Os modelos em gesso

possibilitaram uma avaliação tridimensional, análise detalhada de posicionamento,

inclinações e formas dentais, assim como a relação dos dentes em conjunto com os

seus antagonistas.

O modelo de gesso associado ao planejamento virtual realizado previamente

no DSD (Dental Smile Design) 25, através das imagens fotográficas obtidas,

possibilitaram a confecção do enceramento diagnóstico, e a partir desse

enceramento, moldes de silicones de condensação (Speedex, Coltene Whaledent,

EUA) foram confeccionados para realização do ensaio restaurador com resina bis-

acrilíca (Structur 3, Voco, Alemanha), onde foi possível prever a estabilidade oclusal,

a liberdade de movimentos mandibulares e a ausência de interferências, que, por

sua vez, são essenciais para o equilíbrio do aparelho estomatognático. As

correções estéticas foram avaliadas e discutidas em conjunto com os pacientes para

posterior preparos para confecção das facetas cerâmicas.

38

4.4.5 Preparo dos dentes

O preparo dos dentes foi padronizado e realizado por um cirurgião dentista

especialistas em dentística restauradora com 11 anos de experiência. Para essa

etapa fez-se necessário o uso do afastador Optragrate (Ivoclair Vivadent). Foi

realizado um chanfro cervical com broca diamantada esférica 1014 (KG Sorensen,

Brasil), em seguida foram realizados dois sulcos de orientação na face vestibular do

elemento dental utilizando a broca diamantada 2135 (KG Sorensen, Brasil) e

posteriormente os sulcos foram unidos. O preparo foi realizado sem bisel e a borda

incisal foi incluída no mesmo. O acabamento do preparo foi realizado com brocas

diamantadas 2135F, 2135FF (KG Sorensen, Brasil) e discos diamantados (SoftLex,

3M Espe, EUA). A profundidade dos preparos foi guiada pelo volume final da

restauração e o desgaste variou de 0.5 mm de espessura até 1.0 mm no terço médio

do elemento dental.

4.4.6 Moldagem do preparo e escaneamento

Após a confecção dos preparos dentários, foi inserido fio retrator gengival 000

(Ulradent) nos elementos dentais preparados para receber as facetas e a arcada

correspondente aos dentes preparados foi moldado com silicone de adição Virtual

(Ivoclair Vivadent) e posteriormente vazados com gesso tipo IV resinoso (Fuji Rock,

GC AMERCA, EUA).

A arcada antagonista foi submetida a uma moldagem com hidrocolóide

irreversível (Jeltrate, Dentsply, York, PA, EUA) e posteriormente vazado com gesso

Tipo IV (Durone, Denstply, EUA).

Para o grupo das facetas cerâmicas confeccionadas a partir do sistema

CAD/CAM, o modelo de gesso foi escaneado com o equipamento BlueCam Cerec

(Sirona), onde se fez necessário o uso do pó de contraste OptiSpray (Sirona).

4.4.7 Confecção das facetas cerâmicas

As facetas cerâmicas do grupo I injetadas foram confeccionadas pelo mesmo

técnico de prótese dentária de acordo com as exigências estéticas dos pacientes,

utilizando a cerâmica reforçada por dissilicato de lítio (E-max, Ivoclar Vivadent) e

maquiada na região superficial para mimetizar as características ópticas do dente

natural.

39

As facetas cerâmicas do grupo II fresadas foram confeccionadas a partir de

um bloco IPS E-max CAD (Ivoclar Vivadent) e utilizando o sistema CEREC InLab

CAD / CAM (Sirona Dental Systems, Bensheim, Alemanha).

A cor das facetas cerâmicas foi determinada para cada paciente utilizando a

escala de cor Vitapan classical (VITA).

4.4.8 Cimentação

O campo operatório foi isolado com afastador labial Optragate (Ivoclar

Vivadent, EUA) e primeiramente, foi realizada a prova seca dos laminados

cerâmicos para verificar a adaptação da peça. Após a prova seca foi realizado o

teste para selecionar a cor do cimento resinoso, para isso foi utilizado o Try in

(Ivoclair Vivadent). Os interiores das peças foram condicionados com ácido

fluorídrico a 5% (IPS Ceramic Etching Gel, Ivocalr Vivadent, EUA) durante 20

segundos. Na sequência foi aplicado o silano Monobond Plus (Ivoclar Vivadent,

EUA) por 60 segundos, polimerizar e por fim, o adesivo Tetric N-Bond (Ivoclar

Vivadent, EUA).

Os dentes preparados foram limpos com pasta profilática sem óleo, com

auxílio de escova de Robinson e contra-ângulo em baixa rotação, e posteriormente

foram condicionados com ácido fosfórico a 37% (Condac FGM) durante 30

segundos em esmalte e 15 segundos em dentina, lavados pelo mesmo tempo e o

excesso de água foi removido com papel absorvente. O adesivo Tetric N-Bond

(Ivoclar Vivadent, EUA) foi aplicado de forma ativa, seguido por leve jato de ar para

evaporação do solvente e tira teflonada foi utilizada para separar os dentes

adjacentes da área de trabalho.

O cimento resinoso (Variolink Veneer, Ivoclar, Vivadent, EUA) foi inserido no

interior da peça e posteriormente o conjunto foi levado em posição no dente

preparado. A manipulação do cimento resinoso foi de acordo com instruções do

fabricante. O excesso de cimento foi removido na fase pré-gel, que acontece após

uma polimerização inicial de 10s, com auxílio de um explorador nas faces livres e fio

dental nas faces proximais. O cimento foi polimerizado durante 40 segundos em

cada face do dente com um aparelho fotopolimerizador com potência de 1200

mw/cm2 (Radii-Cal, SDI, Australia).

40

Para o polimento das margens foi utilizado a sequência de borrachas do kit

Astropol (Ivoclair Vivadent), Astrobrush (Ivoclair Vivadent) e lâmina de bisturi nº12.

Foi verificado a presença de resíduos utilizando fio dental nas faces proximais e

sonda exploradora nas margens livres.

4.4.9 Mensuração da adaptação marginal

4.4.9.1 Avaliação quantitativa

Os participantes retornaram no consultório 7 dias após a cimentação para a

realização das réplicas em resina epóxica. Para isso, inicialmente foram inseridos

fios retratores gengivais 000 (Ultradent) nos dentes que receberam os laminados

cerâmicos, estando o paciente com afastador labial OptraGate (Ivoclar Vivadent).

Foi verificado se existia presença de resíduos de cimento nas faces proximais

e livres, e quando presente, foi realizada a remoção dos mesmos com lâmina de

bisturi nº12.

Os dentes com as facetas cerâmicas foram limpos com pasta profilática sem

óleo com auxílio de escova de Robinson e contra-ângulo em baixa rotação, e foram

realizadas impressões de toda a margem da restauração cerâmica utilizando um

material à base de PVS (polivinil-siloxano), (Virtual - Ivoclar Vivadent, EUA). Em

pacientes que tinham mais de uma faceta laminada adjacentes, a moldagem foi

realizada de forma intercalada para obtenção de moldes independentes (Figura 1 e

2).

Os moldes de silicone foram vazados com resina epóxi (Epofix, Stuers,

Rodovre, Dinamarca), que foi manipulada de acordo com as proporções

estabelecidas pelo fabricante, para obtenção das réplicas da margem das facetas

cerâmicas (Figura 3 e 4).

Em seguida as réplicas foram analisadas em MEV (Stereo Scam/ LEO,

Cambridge, Reino Unido) com uma ampliação de até 400x. As amostras em resina

epóxi foram submetidas a incorporação da liga áurica com 200 Å de ouro-paládio em

uma matalizadora por 165 s numa corrente de 20 mA e em seguida levadas ao MEV

onde foram realizadas 7 fotos de cada amostra, uma com ampliação em 10x, uma

foto com ampliação em 15x e 5 fotos com ampliação em 400x sendo uma foto

central, duas para mesial e duas para a distal (Figura 5 ).

41

Cada foto, em ampliação 400x, foi medida em micrometros, utilizando o

Adobe Photoshop CS6 2016 (Adobe system Inc, Mountain View California,

California, USA). Foi realizada a medição da área total e das regiões de

desadaptação, e a partir dessas medidas quantidade de integridade marginal foi

expressa em porcentagem (Figuras 6 e 7).

Figura 1. Moldagem com polivinil-siloxano (Virtual – Ivoclair Vivadent, EUA)

Figura 2. Moldes das amostras obtidos em polivinil-siloxano (Virtual – Ivoclair

Vivadent, EUA)

42

Figura 3. Manipulação da resina epóxi (Epofix, Stuers, Rodovre, Dinamarca)

Figura 4. Obtenção das réplicas em resina epóxi (Epofix, Stuers, Rodovre,

Dinamarca)

43

Figura 5. Áreas selecionadas para medição e ampliação em 400x.

Figura 6. Área de desadaptação com ampliação em 400X.

44

Figura 7. Medição realizada em Adobe Photoshop CS6 2016 (Adobe system Inc,

Mountain View California, USA).

As avaliações foram realizadas por dois examinadores blindados sob as

condições do experimento. Essa calibragem ocorreu a partir de imagens

previamente selecionadas aleatoriamente e distribuídas aos dois examinadores e

comparadas as medidas de ambos.

4.4.9.2 Avaliação qualitativa

A avaliação clínica qualitativa foi realizada 7 dias após a cimentação das

facetas cerâmicas. A avaliação da adaptação marginal pelo método visual foi

realizada por dois critérios: critério utilizado por Karagozoglu et al. 2 e critério USPHS

modificado (Tabela 1 e 2). Os examinadores foram blindados sob as condições do

experimento.

45

Tabela 1. Critério de adaptação marginal de acordo com Karagozoglu et al. 2

Escore

1 2 3 4 5

Clinicamente

muito bom

Clinicamente

bom

Clinicamente

satisfatório

Clinicamente

insatisfatório

Clinicamente

ruim

Ausência de

gaps, sem

linhas brancas

ou manchadas

entre a peça e

o dente

Marginal gap

(<150 m);

linhas

brancas;

pequenas

margens

fraturadas

passíveis de

remoção

após

polimento

Marginal gap

(<250 m)/não

removível;

muitas

fraturas;

maiores

irregularidades

na interface

Marginal gap

(>250 m) ou

exposição de

dentina ou

base; muitas

fraturas;

grandres

irregularidades

na interface

Restauração

completa ou

parcial

fraturada no

local; Gaps

generalizados

Tabela 2. Critérios de adaptação marginal do Serviço de Saúde Pública dos Estados

Unidos (USPHS) modificado.

Escore

Alfa Bravo Charlie

Restauração é

continua com

anatomia e forma

compatíveis.

Detecção de

defeito na

margem somente

em

esmalte/dentina;

o explorador

movimenta-se

em ambos os

sentidos

Detecção de

defeito na

margem no

esmalte e no

laminado

cerâmico.

46

4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados desta pesquisa foram submetidos ao teste de concordância

Cohen’s kappa (Inter examinador) para verificação da concordância das análises. Os

dados quantitativos foram submetidos ao teste de normalidade Kolmogorov–

Smirnov. Posteriormente, o teste de Bartlett para igualdade de variâncias foi

realizado para determinar se a suposição de variâncias iguais será válida. A unidade

experimental neste estudo é o dente. Portanto, os dados quantitativos foram

submetidos ao teste ANOVA two-way com pós-teste de Tukey. Para a análise

qualitativa, os dados foram submetidos ao teste qui-quadrado e teste exacto de

Fisher. O poder do teste para as análises foi de 5%.

4.6 RESULADOS

4.6.1 Análise Quantitativa da adaptação marginal

O teste Kappa foi aplicado entre os dois examinadores e indicou concordância

de 0,80.

Os dados obtiveram uma distribuição não normal após serem submetidos ao

teste de Kolmogorov–Smirnov (p<0,0001). Posteriormente, o teste de correção de

Welch foi aplicado (t=0,36; df=192), seguido do teste T não pareado (p<0,05). Os

valores de média e desvio-padrão estão na Tabela 3. Observa-se que não houve

diferença estatisticamente significativa entre os dois tipos de facetas (p=0,318).

Tabela 3. Média e erro padrão da análise quantitativa da adaptação marginal das

facetas injetadas e fresadas.

Tipos de Facetas Média Erro padrão Valor de p*

Injetados 86,32 A 3,54 0,318

Fresados 87,97 A 2,86

*O teste de t não pareado foi aplicado posterior a correção de Welch.

4.6.2 Análise Qualitativa da adaptação marginal

Os dados ordinais de adaptação marginal assumem distribuição não normal

e, portanto, foram submetidos ao teste de Mann-Whitney. O número e porcentagem

47

de facetas classificadas quanto sua adaptação marginal de acordo com Karagozoglu

(Tabela 1) estão dispostos na tabela 4. Quinze restaurações fresadas (62,5%) e 12

injetadas (63%) apresentaram-se clinicamente muito satisfatórios. Apenas uma

faceta (4%) do tipo injetada apresentou-se clinicamente insatisfatória. Não houve

diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p=0,74).

Tabela 4. Classificação da adaptação de acordo com Karagozoglu et al. (Tabela 1)

do número e porcentagem de facetas avaliadas por cada grupo (injetadas n= 20;

fresada n= 24)

Tipos de

Facetas

Escore

1 2 3 4 5

Injetadas 12 (63%) 7 (37%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Fresadas 15 (62,5%) 6 (25%) 2 (8,5%) 1 (4%) 0 (0,0%)

A adaptação marginal das facetas injetadas e fresadas classificadas de

acordo com o Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos (USPHS) estão

dispostos na tabela 5. Doze facetas injetadas (63%) e 15 fresadas (62,5%)

apresentaram escore em Alfa e apenas 3 facetas fresadas (12,5%) apresentaram

escores em Charlie. Não houve diferença estatisticamente significante entre os

grupos (p=0,74).

Tabela 5. Classificação da adaptação marginal de acordo com USPHS (Tabela 2) do

número e porcentagem de facetas avaliadas por cada grupo (injetadas n= 20;

fresada n= 24).

Tipos de Facetas Escore

Alfa Bravo Charlie

Injetadas 12 (63%) 7 (37%) 0 (0,0%)

Fresadas 15 (62,5%) 6 (25%) 3 (12,5%)

48

4.7 DISCUSSÃO

Este estudo in vivo foi realizado com objetivo de avaliar a adaptação marginal

das facetas cerâmicas de dissilicato de lítio, através da comparação entre as

técnicas de confecção por meio do sistema fresado e pela técnica de injeção, com

as peças cimentadas em pacientes.

Alguns estudos 5,7,10,11,13 analisaram adaptação marginal de restaurações

protéticas cerâmicas, e embora focados em coroas totais e com metodologia

diferente, possuem resultados semelhantes ao nosso estudo com facetas,

revelando valores de uma boa adaptação marginal dentro dos padrões

estabelecidos. Todavia, estes estudos 5,7,10,11,13 são de adaptação marginal protética

utilizando preparos dentais confeccionados in vivo e a análise quantitativa da

adaptação marginal foi realizada somente in vitro. De acordo com Jah et al. 11 não é

possível realizar avaliação quantitativa de fidelidade marginal em condições in vivo.

Karagozoglu et al. 26 , relatou que a metodologia utilizada em seu estudo, com

réplicas combinadas com o sistema de micro TC 3D, não tem possibilidade de ser

utilizada clinicamente, in vivo. O presente estudo utilizou-se de uma metodologia

capaz de avaliar qualitativamente e quantitativamente a adaptação de facetas após

a conclusão do processo restaurador com cimentação definitiva das facetas

laminadas em boca de pacientes.

A desadaptacao marginal é uma falha que pode ter consequência durante as

diversas etapas da confecção da prótese até a sua cimentação e polimento. A

estrutura delicada das facetas, alteração dimensional de cimento resinoso devido à

polimerização, contração térmica, absorção de água, stress mecânico, alterações

dimensionais na estrutura do dente, a variação do material e habilidade da pessoa

que fez as restaurações também pode influenciar o resultado da adaptação maginal.

Independente da técnica utilizada para confecção das peças, poderão ocorrer

pequenas falhas na margem do laminado 11. Embora a adaptação marginal seja um

fator fundamental no sucesso clínico das restaurações protéticas, não há consenso

do que constitui uma lacuna marginal máxima clinicamente aceitável 5. O que mais

se observa na literatura é a utilização do critério estabelecido por McLean e Von

Fraunhofer (1971) que concluíram que uma fenda marginal aceitável é de 120μm 16.

Este estudo in vivo apresentou algumas falhas de adaptação marginal tanto na

49

análise quantitativa quanto na qualitativa, provavelmente devido aos fatores, acima

citados, entretanto não apresentaram diferença estatística significante.

Os materiais cerâmicos utilizados neste estudo foram os Vidros Ceramizados

Prensados IPS e.Max (ceramica feldspatica reforcada por cristais de disilicato de

litio) , que proporcionam uma qualidade estrutural desejada nas cerâmicas

odontológicas, estética e resistência. Este material apresenta maior resistencia

flexural e tenacidade apos o procedimento de prensagem, aliada a capacidade de

reproduzir naturalidade das estruturas dentais 1,6. Um estudo avaliou a resistencia

flexural sob cargas cíclica e estática, assim como, resistencia a fratura entre diversas

cerâmicas e concluíram que a ceramica contendo dissilicato de litio obteve uma

resistencia flexural e a fratura maior que as de feldspáticas de alta e baixa fusão. 19

Apesar da pesquisa in vivo, de Zarauz et al. 7, concluir que as coroas

fabricadas a partir de impressões digitais intra-orais com tecnologia CAD/CAM

demonstraram um ajuste interno e marginal clinicamente aceitável, as medidas

foram realizadas sem cimentação das coroas, de modo que o aumento da largura da

fenda marginal causada pela cimentação não foi contabilizado. O presente estudo

corrobora com o estudo citado, porém, realizamos a avaliação dos laminados após a

cimentação, diminuindo o viés da linha de cimento. Outro fator de viés do estudo de

Zarauz et al. 7 foi a escolha de moldeiras plásticas rígidas, que, em alguns estudos

demostram influência negativa na adaptação marginal de restaurações devido sua

capacidade de distorção da moldagem 20,21. Para evitar distorções, em nosso

estudo, optamos por utilizar moldeiras de metal durante a moldagem.

Outra peculiaridade do presente trabalho foi selecionar duas técnicas

promissoras na odontologia: o sistema cerâmico fresado (CAD/CAM) e a consagrada

técnica injetável (IPS e.Max). Esta última técnica resulta de injeção de cerâmica

liquida a alta pressão e temperatura para dentro do molde, sucedendo em uma

cerâmica com menor risco de contração e desenvolvimento de grandes poros em

sua estrutura 4. Para avaliar a adaptação marginal de facetas realizadas por sistema

cerâmico de fresagem inovador, comparando com a, bem-sucedida, técnica

injetável, comprovada no trabalho in vitro de Yeo et al. 22 , que avaliou a discrepancia

marginal vertical de coroas totais unitarias confeccionadas com diferentes sistemas

(Celay In-Ceram; In-Ceram convencional; IPS-Empress II; Metalo-ceramica). Os

resultados mostraram que o IPS Empress II obteve melhores resultados. Quando se

50

comparou os valores medios entre as faces Proximais (116,51+/-21,85μm) e Oclusal

(112,26±8,49μm) do sistema Cerec InLab, e faces Proximais (87,12±27,98μm) e

Oclusal (100,47±22,23μm) do sistema IPS Empress 2, verifica-se que esses valores

nao diferem estatisticamente 22.

Outro fator importante é a forma como foram digializados os preparos para

confecção das facetas através do sistema CAD/CAM. Este estudo utilizou a

digitalização dos preparos a partir de modelos de gessos realizados por moldagem

convencional. Estudos prévios demonstram que preparos com término fino e

subgengivais podem ser limitação para o sucesso da digitalização do preparo dental

23. A metodologia empregada consistiu em realizar uma moldagem com mínima

possibilidade de distorção e a partir disto, realizar a digitalização com a Bluecam de

um modelo de gesso tipo IV com uma boa cópia do término, sem interferência de

fluidos gengivais ou pequenos sangramentos, confeccionando facetas em

CAD/CAM, extraindo ao máximo a qualidade das duas técnicas, um término com

melhor registro e digitalização de alta precisão para melhor analise da adaptação

marginal.

A tecnologia CAD/CAM, veio revolucionar a odontologia, e ainda existem

poucos estudos que abordam essa nova técnica. Os estudos existentes apontam

para um sistema com precisão no processo de fabricação protética, capaz de

colaborar com o profissional e paciente na busca da qualidade de vida

proporcionada por sorriso harmônico e saudável 7,24.

4.8 CONCLUSÃO

Diante das dificuldades metodológicas do trabalho, concluímos que as facetas

cerâmicas do tipo injetadas e fresadas tiveram comportamentos semelhantes quanto

sua adaptação marginal. Entretanto são necessários mais estudos para comprovar

os resultados obtidos.

51

4.9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

52

4.9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Kelly JR, Nishimura I, Campbell SD. Ceramics in dentistry: historical roots and current perspectives. J Prosthet Dent. 1996 Jan;75(1):18-32.

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3. Sajjad A. Computer-assisted design/computer-assisted manufacturing systems: A revolution in restorative dentistry. J Indian Prosthodont Soc. 2016 Jan-Mar;16(1):96-9.

4. Conrad HJ, Seong WJ, Pesun IJ. Current ceramic materials and systems with clinical recommendations: a systematic review. J Prosthet Dent. 2007;98(5):389-404.

5. Pradies G, Zarauz C, Valverde A, Ferreiroa A, Martinez-Rus F. Clinical evaluation comparing the fit of all-ceramic crowns obtained from silicone and digital intraoral impressions based on wavefront sampling technology. J Dent. 2015;43(2):201-8.

6. Mainjot AK, Dupont NM, Oudkerk JC, Dewael TY, Sadoun MJ. From Artisanal to CAD-CAM Blocks: State of the Art of Indirect Composites. J Dent Res. 2016 May;95(5):487-95.

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8. Baroudi K, Ibrahelen SN. Assestment of Chair-side Computer-aided Design and Computer-aided Manufacturing Restorations: A Review of the Literature. J Int Oral Health. 2015 Apr;7(4):96-104.

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10. Albanesi RB, Pigozzo MN, Sesma N, Lagana DC, Morimoto S. Incisal coverage or not in ceramic laminate veneers: A systematic review and meta-analysis. J Dent. 2016.

11. Jha R, Jain V, Das TK, Shah N, Pruthi G. Comparison of marginal fidelity and surface roughness of porcelain veneers fabricated by refractory die and pressing techniques. J Prosthodont. 2013 Aug;22(6):439-44.

12. Reich S, Kappe K, Teschner H, Schmitt J. Clinical fit of four-unit zirconia posterior fixed dental prostheses. Eur J Oral Sci. 2008;116(6):579-84.

13. Reich S, Wichmann M, Nkenke E, Proeschel P. Clinical fit of all-ceramic three-unit fixed partial dentures, generated with three different CAD/CAM systems. Eur J Oral Sci. 2005;113(2):174-9.

53

14. Bjorn AL, Bjorn H, Grkovic B. Marginal fit of restorations and its relation to periodontal bone level. II. Crowns. Odontol Revy. 1970;21(3):337-46.

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54

ANEXOS

55

ANEXO 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título da Pesquisa: ADAPTAÇÃO MARGINAL DE LAMINADOS CERÂMICOS CONFECCIONADOS POR

SISTEMA CAD/CAM E INJETADAS.

Nome do Pesquisador Principal: .........................................................................................

Nome do Orientador: ...........................................................................................................

1. Natureza da pesquisa: o sr.(a) está sendo convidado(a) a participar desta pesquisa que

tem como finalidade avaliar, o desempenho das cerâmicas de dissilicato de lítio, em

preparos para facetas.

2. Envolvimento na pesquisa: ao participar deste estudo o sr. (a) permitirá que a

pesquisadora Joana Guimarães Freitas Silva, cirurgiã dentista, juntamente com o

orientador, professor doutor Matheus Coelho Bandeca, realizem os procedimentos para

confecção de laminados cerâmicos utilizando cerâmica do tipo dissilicato de lítio que

serão confeccionadas pelo sistema CAD/CAM ou injetadas. O sr. (a) tem liberdade de se

recusar a participar e ainda se recusar a continuar participando em qualquer fase da

pesquisa, sem qualquer prejuízo para o sr. (a). Sempre que quiser poderá pedir mais

informações sobre a pesquisa através do telefone da pesquisadora do projeto.

3. Riscos e desconforto: a participação nesta pesquisa não traz complicações legais. Os

riscos possíveis serão insatisfação com o resultado estético final, falhas de adaptação

margina, e necessidade de confecção de novo laminado cerâmico, porém todas as

complicações são passíveis de reparo. Os procedimentos adotados nesta pesquisa

obedecem aos Critérios da Ética em Pesquisa com Seres Humanos conforme Resolução

no. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Nenhum dos procedimentos usados oferece

riscos à sua dignidade.

4. Confidencialidade: todas as informações coletadas neste estudo são estritamente

confidenciais. Somente a pesquisadora e o orientador terão conhecimento dos dados.

56

5. Benefícios: ao participar desta pesquisa o sr. (a) terá benefício na estética do sorriso,

melhorando a qualidade de vida e convívio social. Esperamos que este estudo traga

informações importantes sobre a qualidade da adaptação dos laminados cerâmicos, de

forma que o conhecimento que será construído a partir desta pesquisa possa contribuir

para melhorar o desempenho clínico das facetas laminadas confeccionadas pelo método

fresado em CAD/CAM e injetadas, onde pesquisador se compromete a divulgar os

resultados obtidos.

Após estes esclarecimentos, solicitamos o seu consentimento de forma livre para

participar desta pesquisa. Portanto preencha, por favor, os itens que se seguem.

Obs: Não assine esse termo se ainda tiver dúvida a respeito.

Consentimento Livre e Esclarecido

Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida, manifesto meu

consentimento em participar da pesquisa. Declaro que recebi cópia deste termo de consentimento, e

autorizo a realização da pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste estudo.

___________________________________________________

Nome do Participante da Pesquisa

__________________________________________________

Assinatura do Participante da Pesquisa

__________________________________________________

Assinatura do Pesquisador

___________________________________________________

Assinatura do Orientador

Pesquisador Principal: Joana Guimarães Freitas Silva – (65) 98112-8783

Orientador: Matheus Coelho Bandéca – (98) 8223-2998

57

ANEXO 2

58

ANEXO 3

59

ANEXO 4

60

GUIDE FOR AUTHORS

. Instructions in Other languages Spanish: 2013 Guía para la Preparación de

ManuscritosTurkish: 2013 Makale Hazırlama RehberiPortuguese: 2013 Guia

para a Preparação de Manuscritos Now in its 65th year, The Journal of

Prosthetic Dentistry is the leading professional journal devoted exclusively to

prosthetic and restorative dentistry. The Journal is the official publication of 24

leading U.S. and international prosthodontic organizations, serving

prosthodontists and dentists in advanced practice. It features timely, original

peer-reviewed articles on the newest techniques, dental materials, and

research findings, with color photographs that illustrate step-by-step

procedures. The Journal of Prosthetic Dentistry is included in Index Medicus

and CINAHL, and is the highest ranked Prosthodontics title by number of

citations according to the 2014 Journal Citation Reports.® Article Types

Articles are classified as one of the following: research/clinical science article,

clinical report, technique article, systematic review, or tip from our readers.

Required sections for each type of article are listed in the order in which they

should be presented.

Research and Education/Clinical Research

The research report should be no longer than 10-12 double-spaced, typed

pages and be accompanied by no more than 12 high-quality illustrations. Avoid

the use of outline form (numbered and/or bulleted sentences or paragraphs).

The text should be written in complete sentences and paragraph form.

Abstract (approximately 400 words): Create a structured abstract with the

following subsections: Statement of Problem, Purpose, Material and Methods,

Results, and Conclusions. The abstract should contain enough detail to

describe the experimental design and variables. Sample size, controls, method

of measurement, standardization, examiner reliability, and statistical method

used with associated level of significance should be described in the Material

and Methods section. Actual values should be provided in the Results section.

Clinical Implications: In 2-4 sentences, describe the impact of the study results

on clinical practice.

Introduction: Explain the problem completely and accurately. Summarize

relevant literature, and identify any bias in previous studies. Clearly state the

objective of the study and the research hypothesis at the end of the

61

Introduction. Please note that, for a thorough review of the literature, most (if

not all references) should first be cited in the Introduction and/or Material and

Methods section.

Material and Methods: In the initial paragraph, provide an overview of the

experiment. Provide complete manufacturing information for all products and

instruments used, either in parentheses or in a table. Describe what was

measured, how it was measured, and the units of measure. List criteria for

quantitative judgment. Describe the experimental design and variables,

including defined criteria to control variables, standardization of testing,

allocation of specimens/subjects to groups (specify method of randomization),

total sample size, controls, calibration of examiners, and reliability of

instruments and examiners. State how sample sizes were determined (such as

with power analysis). Avoid the use of group numbers to indicate groups.

Instead, use codes or abbreviations that will more clearly indicate the

characteristics of the groups and will therefore be more meaningful for the

reader. Statistical tests and associated significance levels should be described

at the end of this section.

Results: Report the results accurately and briefly, in the same order as the

testing was described in the Material and Methods section. For extensive

listings, present data in tabular or graphic form to help the reader. For a 1-way

ANOVA report of, F and P values in the appropriate location in the text. For all

other ANOVAs, per guidelines, provide the ANOVA table(s). Describe the most

significant findings and trends. Text, tables, and figures should not repeat each

other. Results noted as significant must be validated by actual data and P

values.

Submission Guidelines Thank you for your interest in writing an article for The

Journal of Prosthetic Dentistry. In publishing, as in dentistry, precise

procedures are essential. Your attention to and compliance with the following

policies will help ensure the timely processing of your submission.

Length of Manuscripts Manuscript length depends on manuscript type. In

general, research and clinical science articles should not exceed 10 to 12

double-spaced, typed pages (excluding references, legends, and tables).

Clinical Reports and Technique articles should not exceed 4 to 5 pages, and

62

Tips articles should not exceed 1 to 2 pages. The length of systematic reviews

varies.

Number of Authors The number of authors is limited to 4; the inclusion of more

than 4 must be justified in the letter of submission. (Each author’s contribution

must be listed.) Otherwise, contributing authors in excess of 4 will be listed in

the Acknowledgments. There can only be one corresponding author.

General Formatting All submissions must be submitted via the EES system in

Microsoft Word with an 8.5×11 inch page size. The following specifications

should also be followed: Times Roman, 12 ptDouble-spacedLeft-justifiedNo

space between paragraphs1-inch margins on all sidesHalf-inch paragraph

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informationHeadings are upper case bold, and subheads are upper/lower case

bold. No italics are used.References should not be automatically numbered.

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been published previously (except in the form of an abstract or as part of a

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its publication is approved by all authors and tacitly or explicitly by the

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will not be published elsewhere in the same form, in English or in any other

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holder. To verify originality, your article may be checked by the originality

63

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consider carefully the list and order of authors before submitting their

manuscript and provide the definitive list of authors at the time of the original

submission. Any addition, deletion or rearrangement of author names in the

authorship list should be made only before the manuscript has been accepted

and only if approved by the journal Editor. To request such a change, the

Editor must receive the following from the corresponding author: (a) the

reason for the change in author list and (b) written confirmation (e-mail, letter)

from all authors that they agree with the addition, removal or rearrangement. In

the case of addition or removal of authors, this includes confirmation from the

author being added or removed. Only in exceptional circumstances will the

Editor consider the addition, deletion or rearrangement of authors after the

manuscript has been accepted. While the Editor considers the request,

publication of the manuscript will be suspended. If the manuscript has already

been published in an online issue, any requests approved by the Editor will

result in a corrigendum.

Artwork Figure Submission JPD takes pride in publishing only the highest

quality figures in its journal. All incoming figures must pass a thorough

examination in Photoshop before the review process can begin. With more

than 1,000 manuscripts submitted yearly, the manuscripts with few to no

submission errors move through the system quickly. Figures that do not meet

the guidelines will be sent back to the author for correction and moved to the

bottom of the queue, creating a delay in the publishing process. File Format All

figures should be submitted as TIF files or JPEG files only.

Image File Specifications

Figure dimensions must be 5.75 × 3.85 inches.

Figures should be size-matched (the same physical size) unless the image type

prohibits size matching to other figures within the manuscript, as in the case of

panoramic or periapical radiographs, SEM images, or graphs and screen shots.

Do not “label” the faces of the figures with letters or numbers to indicate the

order in which the figures should appear; such labels will be inserted during

the publication process. Do not add wide borders to increase size.

Resolution The figures should be of professional quality and high resolution.

The following are resolution requirements: Color and black-and-white

64

photographs should be created and saved at 300 dots per inch (dpi). Note: A

5.75 × 3.85-inch image at a resolution of 300 dpi will be approximately 6

megabytes. A figure of less than 300 dpi must not be increased artificially to

300 dpi; the resulting quality and resolution will be poor. Line art or

combination artwork (an illustration containing both line art and photograph)

should be created and saved at a minimum of 600dpi.Clarity, contrast, and

quality should be uniform among the parts of a multipart figure and among all

of the figures within a manuscript.A uniform background of nontextured,

medium blue should be provided for color figures when possible.

Text within Images

If text is to appear within the figure, labeled and unlabeled versions of the

figures must be provided. Text appearing within the labeled versions of the

figures should be in Arial font and a minimum of 10 pt. The text should be sized

for readability if the figure is reduced for production in the Journal. Lettering

should be in proportion to the drawing, graph, or photograph. A consistent font

size should be used throughout each figure, and for all figures, Please note:

Titles and captions should not appear within the figure file, but should be

provided in the manuscript text (see Figure Legends).

If a key to an illustration requires artwork (screen lines, dots, unusual

symbols), the key should be incorporated into the drawing instead of included

in the typed legend. All symbols should be done professionally, be visible

against the background, and be of legible proportion should the illustration be

reduced for publication.

All microscopic photographs must have a measurement bar and unit of

measurement on the image.

Color Figures

Generally, a maximum of 8 figures will be accepted for clinical report and

dental technique articles, and 2 figures will be accepted for tips from our

reader articles. However, the Editor may approve the publication of additional

figures if they contribute significantly to the manuscript. Clinical figures should

be color balanced. Color images should be in CMYK (Cyan/Magenta/Yellow/

Black) color format as opposed to RGB (Red/Green/Blue) color format.

Graphs/Screen Captures

65

Graphs should be numbered as figures, and the fill for bar graphs should be

distinctive and solid; no shading or patterns. Thick, solid lines should be used

and bold, solid lettering. Arial font is preferred. Place lettering on white

background is preferred to reverse type (white lettering on a dark background).

Line drawing should be a minimum of 600 dpi. Screen Captures should be a

minimum of 300 dpi and as close to 5.75 and 3.85 as possible.

Composites

Composites are multiple images within one Figure file and, as a rule, are not

accepted. They will be sent back to the author to replace them with each image

sent separately as, Fig. 1A, Fig. 1B, Fig. 1C, etc. Each figure part must meet

JPD Guidelines. (Some composite figures are more effective when submitted

as one file. These files will be reviewed per case.) Contact the editorial office

for more information about specific composites.

Figure Legends

The figure legends should appear within the text of the manuscript on a

separate page after Tables and should appear under the heading FIGURES.

Journal style requires that the articles (a, an, and the) are omitted from the

figure legends. If an illustration is taken from previously published material, the

legend must give full credit to the source (see Permissions).

File Naming

Each figure file must be numbered according to its position in the text (Figure

1, Figure 2, and so on) with Arabic numerals. The electronic image files must

be named so that the figure number and format can be easily identified. For

example, a Figure 1 in TIFF format should be named fig. 1.tif. Multipart figures

must be clearly identifiable by the file names: Fig. 1A, Fig. 1B, Fig. 1C, Fig. 1-

unlabeled, Fig. 1-labeled, etc.