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REVISTA DON DOMÊNICORevista Eletrônica de Divulgação Científica da Faculdade Don Domênico
7ª Edição – Junho de 2015 - ISSN 2177-4641 _____________________________________________________________________
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS E
HIGIENE OCUPACIONAL: UM MANUAL DE GESTÃO
E DE APLICAÇÃO PRÁTICA NO CAMPO
Mayara Nascimento Fontes1 Júnior dos Santos Gomes2
Marcos Santos Lima3 Vinícius Roveri4
Rodrigo Tognotti Zauberas5
Resumo
A Norma Regulamentadora – NR-9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e
implementação, por parte de todos os empregadores, do Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais – PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores,
através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de
riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho. A Higiene do
Trabalho, segundo a American Industrial Higienist Association – A.I.H.A, é a ciência que se
dedica a realizar todas as etapas supracitadas acima, e ainda quantificar esses riscos através
de medições dos possíveis agentes, comparando-os com os valores dos limites de tolerância
estipulados na legislação. O presente artigo tem o intuito de demonstrar a importância do
PPRA e das análises qualitativas e quantitativas expostas no mesmo no que tange a Segurança
e a Saúde no Trabalho.
Palavras-chave: Norma Regulamentadora nº 9, Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais, Higiene Ocupacional, Análises Qualitativas e Quantitativas
ABSTRACT
1 - Bacharel em Engenharia, especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho. 2 Graduado em Engenharia, especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho. 3 - Bacharel em Engenharia Florestal, especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho. 4 Mestre em Ecologia, especialista em Gestão Ambiental, Educação Ambiental e Direito Ambiental, graduado em Tecnologia Ambiental. 5 Doutor em Ciência e Engenharia dos Materiais, Mestrado em Ciência e Engenharia de Materiais, Graduado em Engenharia de Materiais.
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The Regulatory Standard-NR-9 establishes the compulsory elaboration and implementation
by all employers of the environmental risk prevention Program – PPRA, aiming at preserving
the health and integrity of workers through the anticipation, recognition, evaluation and
consequent control of environmental hazards existing or to exist in the workplace. The
occupational hygiene, according to the American Higienist Industrial Association – A.I.H.A,
is the science dedicated to perform all the above steps above, and even quantify these risks
through measurements of possible agents, comparing them with the values of the tolerances
stipulated in legislation. This article is intended to demonstrate the importance of the PPRA
and qualitative and quantitative analyses exposed in the same regarding safety and health at
work.
Key-words: Norma Regulamentadora nº 9, Programa de Prevenção de Riscos Ambientais,
Higiene Ocupacional, Análises Qualitativas e Quantitativas
Introdução
“A Lei nº 6.514, de 22 de Dezembro de 1977, altera o Capítulo V da Título II da
Consolidação das Leis de Trabalho, relativo à Segurança e Medicina do Trabalho” (GEISEL,
2011, p.1).
Após essas mudanças, o Ministério do Trabalho criou a Portaria nº 3.214, de 08 de
Junho de 1978, que aprova as Normas Regulamentadoras – NR’s. Desde a criação até os dias
atuais, as NR’s já sofreram várias atualizações e hoje existem 36 delas, todas focadas a
garantir à Segurança e Medicina do Trabalho.
Normas Regulamentadoras Assunto abordado
NR – 1 Disposições Gerais NR – 2 Inspeção Prévia NR – 3 Embargo ou Interdição NR – 4 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SSMT NR – 5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA NR – 6 Equipamentos de Proteção Individual – EPI NR – 7 Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO NR – 8 Edificações NR – 9 Programas de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA NR – 10 Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade NR – 11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais NR – 12 Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos NR – 13 Caldeiras e Vasos de Pressão
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NR – 14 Fornos NR – 15 Atividades e Operações Insalubres NR – 16 Atividades e Operações Perigosas NR – 17 Ergonomia NR – 18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção NR – 19 Explosivos NR – 20 Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis NR – 21 Trabalho a Céu Aberto NR – 22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração NR – 23 Proteção Contra Incêndios NR – 24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho NR – 25 Resíduos Industriais NR – 26 Sinalização de Segurança NR – 27 Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB NR – 28 Fiscalização e Penalidades NR – 29 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário NR – 30 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
NR – 31 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura
NR – 32 Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde NR – 33 Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados NR – 34 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval NR – 35 Trabalho em Altura
NR – 36 Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados.
De acordo com a NR-1 – Disposições Gerais, temos que:
As Normas Regulamentadoras – NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas Empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos de administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos poderes legislativo e judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. (SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, 2011, p. 11).
A evolução nas relações do trabalho e gestão dentro de uma economia globalizada
exige por parte dos empregadores medidas efetivas para atender exigências legais cada vez
mais rigorosas e uma crescente demanda por melhor qualidade de vida no ambiente de
trabalho, que, se aplicadas corretamente, resultam em maior produtividade, qualidade e
competitividade, além de promover melhorias na imagem da empresa perante seus
funcionários e clientes.
“Também não há dúvidas sobre a necessidade de se precaver contra riscos futuros,
cujas consequências são imprevisíveis.” (VASCONCELOS, 2011).
Sendo assim, o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA objetiva, acima
de tudo a identificação dos riscos em cada ambiente, com vistas à tomada de decisões que a
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curto e médio prazo, visem à solução dos problemas ambientais detectados, que venham
trazer riscos à saúde das pessoas, causarem acidentes ou até mesmo causar danos materiais ao
patrimônio da Empresa.
Desta forma é essencial a participação integrada de todos os envolvidos na resolução dos problemas ambientais dos postos de trabalho, auxiliando os responsáveis da Empresa, quanto ao reconhecimento, avaliação e controle sistemático dos riscos detectados, de maneira que os mesmos sejam colocados em ordem de prioridades e solucionados caso a caso, dando cumprimento à Lei 6.514/77, Portaria 3.214/78, NR-9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, alterada pela Portaria nº 25 de 29/12/94, e demais Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego. (VASCONCELOS, 2011, p. 6).
De acordo com a NR-9, item 9.2.2, “o PPRA deve ser descrito num documento-base
contendo todos os aspectos estruturais especificados.” (SEGURANÇA E MEDICINA DO
TRABALHO, 2011, p. 98).
Neste documento-base, além das avaliações qualitativas, devemos realizar avaliações
quantitativas sempre que necessária para:
a) Comprovar o controle da exposição ou a inexistência dos riscos identificados na etapa
de reconhecimento;
b) Dimensionar a exposição dos trabalhadores;
c) Subsidiar o equacionamento das medidas de controle.
Como já comentado neste artigo, o PPRA é implementado para controlar os riscos aos
quais os trabalhadores estão expostos. Quando há riscos, significa que o trabalhador está em
um ambiente insalubre, ou seja, contaminado por agentes físicos, químicos ou biológicos, que
pode vir a desenvolver uma doença capaz de incapacitar para o trabalho.
Se tratarmos apenas a consequência, que é a doença, e não a causa básica fundamental,
que é a exposição a ambiente contaminado, o ciclo nunca se encerrará.
A partir disso, devemos tratar também o ambiente; para isso devemos fazer um
reconhecimento para saber quais os agentes prejudiciais presentes nesse ambiente de trabalho,
fazer uma avaliação para saber se existe risco à saúde e adotar uma medida de controle, com o
suporte da Higiene Ocupacional.
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Este estudo de revisão bibliográfica visa à criação de um manual simples e eficaz para
a implementação de um Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais para os profissionais
iniciantes na área de Segurança e Medicina do trabalho, envolvendo desde o documento-base
(documentação necessário para realizar a gestão na Empresa) até as técnicas de análises
quantitativas em campo.
1. Legislação Aplicável
Lei nº 6.514, de 22 de Dezembro de 1977;
Portaria nº 3.214, de 08 de Junho de 1978;
NR-1 – Disposições gerais;
NR-5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA
NR-6 – Equipamento de proteção individual – EPI;
NR-9 – Programa de prevenção de riscos ambientais – PPRA;
NR-15 – Atividades e operações insalubres;
ACGIH – American Conference of Govermental Industrial Hygienists
2. Fundamentação teórica
2.1 Programa de prevenção de riscos ambientais – PPRA
Apresentar e documentar o conteúdo do PPRA em seu âmbito geral, bem como
sumariar o conjuntos das principais etapas relativas ao gerenciamento e acompanhamento dos
riscos ambientais que possam afetar a saúde e a integridade física dos trabalhadores
(VASCONCELOS, 2011):
a) Promover a proteção à vida, integridade física e a saúde das pessoas, mantendo um
ambiente saudável e seguro, através da antecipação e reconhecimento dos riscos
ambientais;
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b) Promover o controle de ocorrências de riscos ambientais existentes, ou que venham a
existir; e consequentemente preservar o patrimônio físico da empresa, edificações,
máquinas, equipamentos, veículos, etc;
c) Prevenir efeitos prejudiciais ao meio ambiente, agindo sempre em conformidade com
as leis e normas nacionais e/ou internacionais recomendadas para cada caso;
d) As chefias e supervisões que constituem um elemento chave para a aplicação deste
programa, e são responsáveis pelo cumprimento das diretrizes estabelecidas, de acordo
com cada setor ou ambiente de trabalho.
2.2 Definições e conceitos
Análise qualitativa: identificação dos fatores de risco através da avaliação de
instalações, equipamentos, produtos e materiais relacionados à atividade profissional.
Análise quantitativa: avaliação da concentração do fator de risco após sua
identificação, através de técnicas e equipamentos específicos.
Avaliação: estudo dos resultados obtidos nas inspeções físicas e análises qualitativas e
quantitativas, com o objetivo de corrigir distorções e falhas, permitindo a elaboração
do planejamento de ações.
Caracterização das exposições: para cada função serão relacionados às diferentes
atividades ou tarefas, os riscos ambientais associados e as medidas preventivas
adotadas ou recomendadas para se eliminar ou neutralizar as exposições, quer sejam
de caráter coletivo ou individual.
Caracterização dos processos e atividades: consiste na descrição do processo desde
a entrada da matéria-prima até a sua expedição final, indicando os riscos associados
para cada etapa (identificando os agentes de risco, possíveis fontes e trajetórias de
contaminação).
Controle: ferramenta que visa garantir que os planos e metas preestabelecidos não
sejam desviados do seu objetivo.
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Equipamento de proteção individual (EPI): todo equipamento utilizado pelo
trabalhador e que seja destinado à sua proteção em relação aos riscos ambientais.
(deve possuir Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho – C.A.).
Equipamento de proteção coletiva (EPC): toda e qualquer medida de engenharia ou
equipamentos destinados à proteção dos trabalhadores.
Grupo homogêneo de exposição (GHE): grupo de empregados com perfis similares
de exposição a um determinado grupo de agentes.
Higiene industrial: utilizada largamente nos Estados Unidos, devido ao grande
desenvolvimento onde o termo “Industrial Hygiene” é muito utilizado, uma vez que a
palavra “Industrial” abrange não apenas as atividades das indústrias, mas todas as
demais atividades laborativas.
Higiene ocupacional: alguns autores entendem que esse termo é o mais adequado,
uma vez que traduz mais corretamente o real objetivo dessa ciência, além de usar o
termo recomendado pela Organização Mundial de Saúde da Comunidade Científica
Européia.
Indicador biológico de exposição: é toda substância ou produto químico, cuja
concentração num fluído biológico, possui relação com a exposição ocupacional.
Limite de tolerância: máxima exposição permissível ao agente de risco, sem registro
oficial de dano à saúde.
Limites biológicos de exposição: são níveis de advertência de resposta biológica a
uma determinada substância absorvida via ingestão, inalação ou pela derme.
Mapa de riscos: representação gráfica dos riscos ambientais identificados a partir das
inspeções nos locais de trabalho.
Monitoração biológica: é a avaliação quantitativa de uma substância no organismo,
através da biotransformação em tecidos, excreções, secreções, etc., comparada com os
padrões existentes.
Nível de ação: valor preestabelecido para determinado fator de risco ambiental, acima
do qual se deve tomar providências para sua eliminação, neutralização, controle ou
sinalização.
Organização: direcionamento das metas a serem cumpridas.
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Planejamento: determinação dos trabalhos/atividades que serão realizados, baseados
nos apontamentos efetuados nas inspeções.
Plano de ação: recomendações em relação aos riscos apontados.
Riscos ambientais: fatores que comprometem a saúde e segurança do trabalhador e
que merecem análise para implantação de medidas eficazes para a eliminação,
neutralização, controle ou sinalização dos riscos.
Habitual: é quando a atividade é realizada rotineiramente em um determinado local.
Permanente: quando a atividade exercida pelo empregado, em todas as suas
atividades, está diretamente relacionada à presença do agente em todas as etapas do
processo produtivo (art. 65 do DL nº 4.882/03). É a atividade em que o segurado, no
exercício de todas as suas funções, esteve efetivamente exposto aos agentes nocivos
(físicos, químicos, biológicos), ou associação desses agentes (IN INSS/DC nº 78, art.
146).
Não ocasional/Não intermitente: é aquele em que, na jornada de trabalho, não houve
interrupção ou suspensão da atividade com exposição aos agentes nocivos, ou seja, a
atividade não foi exercida de forma alternada (IN INSS/DC nº 78, art.146).
2.3 Estrutura do PPRA
De acordo com Barsano (2011), o PPRA deverá conter, no mínimo a seguinte
estrutura:
a) Planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma;
b) Estratégia e metodologia de ação;
c) Forma de registro, manutenção e divulgação dos dados;
d) Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.
Deverá ser efetuada, sempre que necessário e pelo menos uma vez ao ano, uma análise
global do PPRA para avaliação do seu desenvolvimento e realização dos ajustes
necessários e estabelecimento de novas metas e prioridades;
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O documento base e suas alterações e complementações deverão ser apresentados e
discutidos na CIPA, quando existente na Empresa.
2.4 Desenvolvimento do PPRA
O PPRA deverá incluir as seguintes etapas (SEGURANÇA E MEDICINA DO
TRABALHO):
a) Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
b) Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
c) Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
d) Monitoramento da exposição aos riscos.
A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA poderão ser
feitas pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho – SESMT ou por pessoa ou equipe de pessoas que, a critério do empregador,
sejam capazes de desenvolver o disposto na NR-9;
A antecipação deverá envolver a análise de projetos de novas instalações, métodos ou
processo de trabalho, ou de modificação dos já existentes, visando identificar os riscos
potenciais e introduzir medidas de proteção para sua redução ou eliminação;
O reconhecimento dos riscos ambientais deverá conter os seguintes itens, quando
aplicáveis:
o A sua identificação;
o A determinação e localização das possíveis fontes geradoras;
o A identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes
no ambiente de trabalho;
o A identificação das funções e determinação do número de trabalhadores
expostos;
o A caracterização das atividades e do tipo de exposição;
o A obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível
comprometimento da saúde decorrente do trabalho;
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o Os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis
na literatura técnica;
o A descrição das medidas de controle já existentes.
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MODELO DE TABELA DE RECONHECIMENTO DE RISCOS
Descrição da Atividade
Riscos Agentes Fonte Geradora
Meio de Propagação
Função Frequência de exposição
Tipo exposição Medidas de controle existente
Danos à Saúde
Físico
Químico
Biológico
Ergonômico
Acidente
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2.5 Medidas de controle do PPRA
Barsano (2011) acredita que devem ser adotadas as medidas necessárias suficientes
para a eliminação, a minimização ou o controle dos riscos ambientais sempre que forem
verificadas uma ou mais das seguintes situações:
a) Identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde;
b) Constatação, na fase de reconhecimento de risco evidente à saúde;
c) Quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores
excederem os valores dos limites previstos na NR-15 ou, na ausência desses, os
valores limites de exposição ocupacional adotados pela ACGIH – American
Conference of Governmental Industrial Hygienists, ou aqueles que venham a ser
estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os
critérios técnicos-legais estabelecidos;
d) Quando, através do controle médico da saúde, ficar caracterizado o nexo causal entre
danos observados na saúde dos trabalhadores e a situação de trabalho a que eles ficam
expostos;
O estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletiva deverá
obedecer à seguinte hierarquia:
a) Medidas que eliminam ou reduzem a utilização ou a formação de agentes prejudiciais
à saúde;
b) Medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de
trabalho;
c) Medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de
trabalho.
A implantação de medidas de caráter coletivo deverá ser acompanhada de treinamento
dos trabalhadores quanto aos procedimentos que assegurem a sua eficiência, e de informação
sobre as eventuais limitações de proteção que ofereçam.
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Quando comprovado pelo empregador ou instituição a inviabilidade técnica da adoção
de medidas de proteção coletiva ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em
fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou
emergencial, deverão ser adotadas outras medidas, obedecendo-se a seguinte hierarquia:
a) Medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;
b) Utilização de equipamento de proteção individual – EPI.
A utilização de EPI no âmbito do programa deverá considerar as Normas Legais e
Administrativas em vigor e envolver no mínimo:
a) Seleção do EPI adequado tecnicamente ao risco a que o trabalhador está exposto e à
atividade exercida, considerando-se a eficiência necessária para o controle da exposição
ao risco e o conforto oferecido segundo avaliação do trabalhador usuário;
b) Programa de treinamento dos trabalhadores quanto à sua correta utilização e orientação
sobre as limitações de proteção que o EPI oferece;
c) Estabelecimento de normas ou procedimento para promover o fornecimento, o uso, a
guarda, a higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI, visando a
garantir as condições de proteção originalmente estabelecidas;
d) Caracterização das funções ou atividades dos trabalhadores, com a respectiva
identificação dos EPIs utilizados para os riscos ambientais.
2.6 Monitoramento do PPRA
Para o monitoramento da exposição dos trabalhadores e das medidas de controle, deve
ser realizada uma avaliação sistemática e repetitiva da exposição a um dado risco, visando à
introdução ou modificação das medidas de controle, sempre que necessário.
2.7 Registro de dados
Deverá ser mantido pelo empregador um registro de dados, estruturado de forma a
constituir um histórico técnico e administrativo do desenvolvimento do PPRA;
Os dados deverão ser mantidos por um período mínimo de 20 anos;
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O registro de dados deverá estar sempre disponível aos trabalhadores interessados ou
seus representantes e para as autoridades competentes.
2.8 Responsabilidades
2.8.1 Do empregador
Estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA como atividade
permanente da Empresa.
2.8.2 Do trabalhador
Colaborar e participar na implantação e execução do PPRA;
Seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos dentro do PPRA;
Informar ao seu superior hierárquico direto as ocorrências que, a seu julgamento,
possam implicar riscos à saúde dos trabalhadores;
Os empregadores deverão informar os trabalhadores de maneira apropriada e
suficiente sobre os riscos ambientais que possam originar-se nos locais de trabalho e
sobre os meios disponíveis para prevenir ou limitar tais riscos e proteger-se dos
mesmos;
O conhecimento e a percepção que os trabalhadores têm do processo de trabalho e dos
riscos ambientais presentes, incluindo os dados consignados no Mapa de Riscos,
previsto na NR-5, deverão ser considerados para fins de planejamento e execução do
PPRA em todas as suas fases.
3. Avaliações Quantitativas
Trata-se do emprego das técnicas de higiene ocupacional com o objetivo de quantificar
e avaliar o potencial de danos dos agentes ambientais presentes e constatados no documento
base do PPRA.
3.1.1 Definição de Higiene Ocupacional
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American Industrial Higienist Association – A.I.H.A:
o É a ciência e a arte que se dedica ao reconhecimento, avaliação e controle dos
riscos ambientais dos locais de trabalho que podem ocasionar alteração na
saúde e no bem estar do trabalhador.
Organização Internacional do Trabalho (OIT):
o É a ciência dedicada à antecipação, reconhecimento, avaliação e controle de
riscos ambientais que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em
consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.
American Conference of Industrial Hygienists – ACGIH:
o É a ciência e arte do reconhecimento, avaliação e controle de fatores ou tensões
ambientais originados do, ou no, local de trabalho e que podem causar
doenças, prejuízos para a saúde e bem-estar, desconforto e ineficiência
significativos entre os trabalhadores ou entre os cidadãos comuns.
3.1.2 Tipos de agentes ambientais
Agentes Físicos
Ruído Vibrações Temperaturas extremas Pressões anormais Radiações ionizantes Radiações não ionizantes
Agentes Químicos Gases e vapores Aerodispersóides: poeiras, fumos, névoas, neblinas (fibras)
Agentes Biológicos Vírus Bactérias Fungos, algas e parasitas
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Figura 3 – Fluxograma da Fase das Avaliações Quantitativas
3.1.3 Metodologias e roteiro para avaliações dos agentes
a) Agentes químicos
Metodologias:
o National Institute for Occupational Safety and Health – NIOSH;
o Occupational Safety and Health Administration – OSHA;
o De fabricantes ou desenvolvidos por laboratórios particulares.
Roteiro:
o Reconhecimento dos riscos;
o Disponibilidade de limite de tolerância;
o Disponibilidade de metodologia;
o Seleção dos meios de amostragem;
o Estratégia de amostragem;
o Análise química;
o Interpretação.
Nota
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Branco de Campo: amostrador idêntico aqueles que serão usados para as amostras de campo,
que é aberto e fechado imediatamente sem exposição ao ar ou passagem de ar com auxílio de
bombas. Finalidade: controle sobre a manipulação das amostras.
Estratégia de amostragem:
Questão Resposta Onde amostrar? Amostra pessoal, amostra ambiental, amostra junto a fonte Quem amostrar? Trabalhador envolvido na atividade ou próximo dela
Duração da Amostragem Amostragem de longo ou curto tempo
Número de Amostras Trabalhadores de maior risco suspeito, grupo de exposição semelhante e amostras repetidas
Período da Amostragem Ao longo da jornada, alguma atividade específica, dia da semana, escolha do processo, escolha do produto em fabricação
Fonte: FERNANDES, 2012.
Figura 1 – Desenho esquemático da estratégia de amostragem
Exemplos de equipamentos:
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Bombas de Amostragem de Ar Portáteis Cassete, calibrador e ciclone
Calibração Amostragem
Figura 2 – Exemplos de Equipamentos
b) Agentes biológicos
Metodologias:
o Organização Mundial da Saúde – OMS;
o Diretiva 90/679 da Comunidade Econômica Européia (CEE).
Roteiro:
o Coleta de amostras;
o Seleção dos exames periódicos;
o Vacinação;
o Análise laboratorial;
o Interpretação.
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Estratégia de Amostragem:
o Tipo de contaminante e efeitos individuais e combinados;
o Causas da contaminação;
o Vias de entrada;
o Tempo real de exposição;
o Tipo de proteção utilizada e sua eficiência;
o Vias de eliminação;
o Melhorias técnicas que se podem adotar;
o Tipo de atividade.
Técnicas de Amostragem:
o Ambiental:
Sedimentação;
Coleta em meio líquido;
Filtração;
Impactação.
o Em superfícies:
Placa de contato;
Esfregaço.
c) Agentes físicos
Metodologias:
o ACGIH – American Conference of Govermental Industrial Hygienists.
o Portaria 3.214/78, NR-15.
Roteiro:
o Reconhecimento dos riscos;
o Disponibilidade de limite de tolerância;
o Disponibilidade de metodologia;
o Seleção dos meios de amostragem;
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o Estratégia de amostragem;
o Análise física;
o Interpretação.
Exemplos de equipamentos:
Dosímetro Termômetro de Globo Digital
Figura 3 – Exemplos de Equipamentos
Conclusão
Este trabalho foi desenvolvido no sentido de apresentar um manual para auxiliar os
profissionais iniciantes na área de Segurança e Medicina do Trabalho a implementar e gerir o
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e as Análises de Higiene Ocupacional.
Do ponto de vista técnico e de prevenção de lesões e doenças ocupacionais, é de suma
importância a caracterização dos riscos ambientais e a priorização dos mesmos, de forma a
cumprir às legislações pertinentes e desenvolver soluções definitivas para eliminar/reduzir
esses riscos.
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As ações relativas ao gerenciamento e controle dos riscos ambientais deverão ser
implementadas de acordo com cronograma, alocação de recursos e a atribuição de
responsabilidades descritas no documento-base do PPRA. Já as avaliações quantitativas dos
agentes ambientais deverão ser aplicadas no ambiente de trabalho após todas as etapas
levantadas no documento-base.
Seguindo este manual, os profissionais conseguirão de forma eficiente, realizar o
acompanhamento total do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, o que representa o
compromisso dos profissionais e da empresa, visando à preservação da saúde e da integridade
físico dos trabalhadores.
É importante salientar que conforme determina a NR-9, pelo menos uma vez por ano
deve ser feitas revisões do programa por profissional competente em Segurança do Trabalho,
de modo a rever os elementos do programa, determinar prioridades para ações futuras e
estabelecer os objetivos a fim de buscar melhorias.
Referências Bibliográficas
[1] Segurança e Medicina do Trabalho: Manual de Legislação. Editora: Atlas, 67ª Edição.
São Paulo: 2011. 867 p.
[2] BREVIGLIERO, Ezio; et.al. Higiene Ocupacional: Agentes biológicos, químicos e
físicos. Editora: Senac, 6ª Edição. São Paulos, 2006. 452 p.
REVISTA DON DOMÊNICORevista Eletrônica de Divulgação Científica da Faculdade Don Domênico
7ª Edição – Junho de 2015 - ISSN 2177-4641 _____________________________________________________________________
[3] BARSANO, Paulo R. Segurança do Trabalho. Editora: Livre Expressão, 1ª edição. São
Paulo: 2011.
[4] FERNANDES, Leandro G. Higiene Ocupacional para Segurança do Trabalho: Aula I
e II. 2012.
[5] VASCONCELOS, Nilton. Manual de Programa de Prevenção de Riscos Ambientais –
PPRA – NR-9. 2011. 35 p.
[6] ACGIH. Disponível em: <http://www.acgih.org/>. Acesso em: 15 mar. 2014.
[7] OSHA. Disponível em: <https://www.osha.gov/>. Acesso em: 15 mar. 2014.