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Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA Pesquisador: Prof. Dr. Antonio Claudio Brasil Gonçalves Título: Novos Formatos de Telejornais Interativos para a TV Digital: análise e desenvolvimento de programas jornalísticos e educacionais com conteúdo interativo para a TV digital brasileira. Período de execução: 1º semestre/2011 a 2º semestre/2013 Linha de Pesquisa: Linha 2. Tecnologias, Linguagens e Inovação no Jornalismo Grupo de Pesquisa: Grupo de Pesquisa Interinstitucional de Pesquisa em Telejornalismo - GIPTELE Apresentação Apesar dos avanços das novas tecnologias, a televisão ainda é o nosso principal meio de comunicação, o veículo mais eficiente para informar, entreter e educar públicos de massa. Segundo dados recentes, os televisores ainda são os aparelhos eletrônicos domésticos mais populares em todo o mundo, com mais de 1,6 bilhão de unidades em funcionamento. Aqui no Brasil, 98% dos lares possuem televisores e em média, cada brasileiro permaneceu cerca de 5 horas, 2 minutos e 25 segundos por dia diante do televisor, assistindo não só TV aberta mas também TV paga e DVD. 1 Por outro lado, as atuais promessas de uma televisão digital do futuro com o mesmo conteúdo analógico do passado e sob controle dos mesmos conglomerados comunicacionais não parecem oferecer alternativas otimistas para o futuro do meio televisivo. Cabe à universidade brasileira um papel importante para desenvolver essas alternativas, em termos de pesquisas sobre novos conteúdos, formatos e linguagens para 1 Esses dados são do Painel Nacional de TV do Ibope que mede audiência nas principais capitais brasileiras obtidos em 2007.

Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC · Enquanto a televisão ainda é o meio dominante em termos de tempo despendido pelos espectadores com uma media diária

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Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA

Pesquisador: Prof. Dr. Antonio Claudio Brasil Gonçalves

Título: Novos Formatos de Telejornais Interativos para a TV Digital: análise e

desenvolvimento de programas jornalísticos e educacionais com conteúdo

interativo para a TV digital brasileira.

Período de execução: 1º semestre/2011 a 2º semestre/2013

Linha de Pesquisa: Linha 2. Tecnologias, Linguagens e Inovação no

Jornalismo

Grupo de Pesquisa: Grupo de Pesquisa Interinstitucional de Pesquisa em

Telejornalismo - GIPTELE

Apresentação

Apesar dos avanços das novas tecnologias, a televisão ainda é o nosso principal meio de

comunicação, o veículo mais eficiente para informar, entreter e educar públicos de

massa. Segundo dados recentes, os televisores ainda são os aparelhos eletrônicos

domésticos mais populares em todo o mundo, com mais de 1,6 bilhão de unidades em

funcionamento. Aqui no Brasil, 98% dos lares possuem televisores e em média, cada

brasileiro permaneceu cerca de 5 horas, 2 minutos e 25 segundos por dia diante do

televisor, assistindo não só TV aberta mas também TV paga e DVD. 1

Por outro lado, as atuais promessas de uma televisão digital do futuro com o

mesmo conteúdo analógico do passado e sob controle dos mesmos conglomerados

comunicacionais não parecem oferecer alternativas otimistas para o futuro do meio

televisivo.

Cabe à universidade brasileira um papel importante para desenvolver essas

alternativas, em termos de pesquisas sobre novos conteúdos, formatos e linguagens para

1 Esses dados são do Painel Nacional de TV do Ibope que mede audiência nas principais capitais brasileiras obtidos em 2007.

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os telejornais interativos para a TV digital.

TV analógica

No Brasil, a análise dos índices de audiência realizada por Priolli (2000),

também comprova uma tendência de fragmentação e busca de novas alternativas para a

TV e os telejornais tradicionais:

“...de quase monopólio da Globo entre final dos anos 60 e final dos 80 [...]

houve uma perda de 20% de audiência, nas telenovelas das 20 horas, entre 1989 e 1994.

As telenovelas das 19 horas e o Jornal Nacional tiveram queda na audiência de 91 a 94:

de 60 para 49 pontos e de 60 para 45 pontos ou 18,3% e 25%, respectivamente. O

modelo do espectador fiel parece estar em extinção.” 2

As expectativas em relação as TVs por assinatura – um mero meio de transição

entre o passado analógico e o futuro digital não conseguiram corresponder às

expectativas de um publico cada vez mais exigente e menos fiel.

Os efeitos da Internet na utilização da TV e de outras mídias são complexos e

ainda requerem pesquisas mais aprofundadas. No entanto, estudos preliminares já

indicam um crescimento do jornalismo na Internet em detrimento da audiência

televisiva:

Nos últimos 60 anos, no entanto, a televisão e a linguagem televisiva têm

evoluído com a incorporação de novas tecnologias como o vídeotape, a cor e o controle-

remoto. Seu conteúdo midiático muda constantemente e enfrenta novos desafios.

Hoje o mundo é digital, os seres humanos compartilham e trocam informação

em formatos digitais, e a televisão digital é uma evolução tecnológica natural do sistema

analógico atual: permite qualidade superior de imagem e som, assim como a serviços

adicionais, como requerem as necessidades atuais do século 21.

TV digital: a questão é o conteúdo.

O pesquisador e diretor do Instituto de Estudos de TV, Nelson Hoineff diz que

“O maior desafio para a implantação da TV digital não é a questão meramente

2 Priolli (2000), p.168

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tecnológica. É, sim, o desenvolvimento de novas linguagens audiovisuais para a

produção de conteúdos comunicacionais mais apropriados e eficientes. A TV digital

precisa inovar seus programas e formatos e a cabe à universidade brasileira um papel

fundamental na construção desse novo meio” 3.

Problematização

O Brasil é hoje um dos maiores consumidores de televisão do mundo e um dos

menores produtores. O brasileiro vê mais televisão do que quase todos os outros povos,

mas se reconhece muito pouco nela, ao menos de forma autentica, não perfumada ou

estilizada. A estreiteza do volume de produção, mas, sobretudo da diversidade da

produção, é responsável pelo triste quadro que se vê hoje em relação a qualidade da

nossa televisão e do nosso telejornalismo. O Brasil também possui hoje uma das

maiores e melhores produções espontâneas de audiovisual do mundo. O que existe, no

entanto, é um vasto mundo inexplorado pela frente, tanto no desenvolvimento de

softwares para aplicações nas plataformas digitais de televisão, quanto no conteúdo

específico para essas plataformas.

Nosso país pode e deve se transformar num grande produtor e exportador de

ambos. Tem que garantir que o espectro digital seja ocupado por imagens brasileiras,

pensamentos brasileiros e por aplicações originais desenvolvidas por pesquisadores,

criadores e laboratórios brasileiros.

Para estarmos na primeira linha dos que pesquisam o desenvolvimento de

conteúdos originais para a era digital e não continuarmos aceitando o jogo dos que

acreditam que o Brasil possa ser um eventual produtor de hardware, mas que fique por

aí – e permaneça sendo um eterno consumidor de idéias e de informação.

Mas em sua versão analógica ou digital, o segmento mais importante da

programação da televisão ainda é o jornalismo. De acordo com um estudo divulgado

pela Online Publishers Associations, 66% do público na Internet assistem a vídeos com

notícias, superando os trailers de filmes, videoclipes musicais e esportivos. Os jovens

3 Pronunciamento durante audiência pública no Senado Federal no dia 24 de Junho de 2007.

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representam 21% desse público. Isso pode ser uma ótima notícia para os executivos

responsáveis pelos nossos telejornais. As mesmas notícias desses jornais colocadas na

Internet alcança um público bem mais jovem. O público jovem certamente migra cada

vez mais para a rede e busca o noticiário de qualidade.

Porém, nesse mesmo cenário com tantos desafios e mudanças, tanto a televisão

quanto o seu segmento noticioso, o telejornalismo, enfrentam uma de suas maiores

crises de identidade4.

TVs começam a perceber a crise nos telejornais

No universo do telejornalismo prevalece o conhecimento empírico, a hegemonia

da prática sobre teorizações que muitas vezes parecem passar ao largo do seu objeto.

Nosso objetivo permanente é procurar por meios novos expressar e desenvolver a

prática jornalística.

Ao mesmo tempo em que refletimos sobre a natureza da matéria-prima do

trabalho telejornalístico, visamos criar alternativas para descrever imagens com recursos

mais aprimorados do que as palavras. Buscamos formas imagéticas para descrever e

fazer um telejornalismo mais audiovisual.

Antonioni dizia que um filme que pode ser explicado por palavras não é um

filme. Tentamos tenta demonstrar que palavras não podem explicar senão uma pequena

fração do que contém uma imagem – e isso é francamente insuficiente para quem

precise usar a imagem jornalística de maneira consistente para a construção de um novo

texto visual.

Por outro lado, a revista norte-americana Newsweek publicou estudo sobre o

futuro dos telejornais nos EUA, intitulado The future of evening news.5

Mas será que os telejornais ainda têm salvação? A crise pode ser irreversível.

Hoje, a audiência conjunta dos principais telejornais americanos não passa de 30

milhões de espectadores. Apesar de ainda ser um público expressivo, caiu para metade

do recorde histórico em 1969. A curva descendente, no entanto, tende a se acentuar

4 HARGREAVES (2003), p.785http://www.keepmedia.com/pubs/Newsweek/2006/04/17/1419210?extID=10037&oliID=229

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desde a implantação da Internet.

Mas não só o formato dos telejornais que envelheceu. O público desses

programas tem média de idade por volta dos 60 anos. E o pior é que esse público não se

renova. Fica mais velho a cada ano. Não há luz no final do túnel. A única solução é

recuperar o público mais jovem.

Após mais de 50 anos de grandes realizações, o velho modelo de produção

televisivo apresenta sinais evidentes de desgaste, queda de audiência, a programação se

tornou repetitiva, pouco criativa e o meio enfrenta a competição crescente das novas

tecnologias. Em tempos de revolução digital, a audiência do meio e, principalmente, dos

telejornais, envelhece, está cada vez mais reduzida, insatisfeita e busca alternativas.

Pesquisas recentes divulgadas nos EUA indicam a migração do público

televisivo para a Internet e o desinteresse do publico pelo jornalismo (pesquisa da IBM

sobre o futuro da TV)6.

Os meios tradicionais têm sentido o impacto de duas distintas e poderosas

tendências. O jornalismo na Internet atrai segmentos significativos do publico.

Enquanto a televisão ainda é o meio dominante em termos de tempo despendido pelos

espectadores com uma media diária de 240.9 minutos, o computador desponta como o

segundo mais importante meio comunicacional com cerca de 120 minutos diários.7

Referências históricas

A televisão chegou ao Brasil em 1950 como instrumento da evolução dos meios

de comunicação do mundo. Tendo herdado algumas características do radio, aos pouco

foi se difundindo e apenas em um ano já existiam no país cerca de 7.000 aparelhos.

Inaugurada em caráter definitivo em 18 de setembro de 1950 a TV Tupi de São Paulo

foi a primeira rede de televisão e da América Latina.

O polêmico e visionário empresário brasileiro Assis Chateaubriand, resolveu

trazer para o Brasil a Internet da época, a televisão. Ele não seguiu um plano de governo

ou estratégia consensual de desenvolvimento nacional. Assim como tantos outros

6 http://www-935.ibm.com/services/us/index.wss/ibvstudy/imc/a1023172?cntxt=a1000062

7 http://www.fndc.org.br/internas.php?p=noticias&cont_key=176397

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eventos históricos brasileiros, Assis Chateaubriand simplesmente vislumbrou uma

grande fonte de dinheiro e poder. Apesar de todas as dificuldades e já tendo uma base

comunicacional instalada em todos os pais na forma de redes radiofônicas, a televisão

não teve a menor dificuldade para se instalar e se desenvolver em nosso país. O Brasil

foi o quarto pais do mundo a implantar aquela “nova tecnologia”, a TV. Na falta de

planejamento ou pesquisas sobre a melhor implantação do novo meio ou produção de

conteúdo especifico, a televisão brasileira se desenvolveu sob o signo da improvisação.

Nos primeiros anos, não passava de um radio com imagens. Na pressa de adotar o novo,

adaptamos o mesmo velho conteúdo radiofônico para o novo meio televisivo.

Ainda hoje, a TV sofre da mesma falta de planejamento, excesso de

improvisações, falta de pesquisas experimentais de conteúdo e de objetivos estratégicos.

A televisão brasileira esmerou-se na técnica, importou e adaptou narrativas

comunicacionais, conquistou grande audiência e hoje, é refém do próprio sucesso.

Diante de mudanças eminentes com a implantação de sistemas digitais, insistem nos

velhos modelos de produção e de administração dos mesmos conglomerados

econômicos. Dessa forma, reafirmamos a importância dos meios acadêmicos apontarem

alternativas e soluções para a migração da TV e dos telejornais para o universo digital.

Entendemos que o sucesso da televisão convencional está ligado ao que Castells

define como instinto básico de uma “audiência preguiçosa”. Os espectadores são

atraídos pelo caminho da menor resistência. Mas para Castells, o problema não seria o

mero reflexo da natureza humana. As condições da vida com longas horas de trabalho

pesado e falta de alternativas para o envolvimento pessoal e cultural.8 No entanto, uma

nova geração de usuários de meios digitais estabelece um comportamento diferenciado,

mais participativo e em regime de multitarefas ao o assistir televisão. Na transição

digital, o aparelho de TV se confunde com o computador, cria um híbrido, o teleputer e

um novo conceito de recepção. Segundo Eli Noam, a audiência tende a se transformar

em um viewsers, combinação das palavras viewer (espectador) e browser

(pesquisador), em uma televisão na Internet.9

8 Castells, (1999), p. 356.9 Noam, Groebel, Gerbarg et all, (2004), p.37.

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ADEQUAÇÃO DA PESQUISA

A contribuição da pesquisa para a área de comunicação – além do aspecto formal

de produção e divulgação de matérias de ciências exatas, sociais e estudos culturais –

está no ineditismo conceitual: uma análise da comunicação televisiva digital do ponto

de vista da produção jornalística. Sob esse aspecto, a pesquisa transita nesta complexa

área da produção de conteúdos jornalísticos e a criação dos meios discursivos e

imagéticos para a sua comunicação.

Do ponto de vista da comunicação, há inúmeras razões para que os estudos sobre

a migração da TV e dos telejornais para a Internet se torne um objeto de pesquisa

permanente, pois as matérias de conteúdo comunicacional estão em expansão na área

acadêmica. Nunca se publicou e se produziu tantos vídeos na rede como atualmente. E

o discurso comunicacional desses vídeos, diferente dos outros gêneros jornalísticos, se

legitima pela aura de eficiência da própria internet.

Estudar a evolução dos telejornais para a rede representa, na contemporaneidade,

dar uma contribuição para o debate da sociedade brasileira que procura, pelos seus

próprios meios, soluções para os graves problemas sociais. A revolução da informática,

que modifica em profundidade a comunicação de massa, provoca uma nova

configuração nas funções da mídia. Nesta nova configuração, a imprensa escrita assume

uma função de aprofundamento da informação, com uma escrita mais reflexiva, ficando

a mídia eletrônica com a informação imediata, emocional e impressionista.

Podemos, em síntese, definir o campo do Projeto em três áreas distintas e

interligadas: a produção de pesquisa na área do jornalismo online, da televisão digital e

das tecnologias da comunicação; a produção e divulgação de matérias jornalísticas

realizadas junto às unidades de ensino e pesquisa da UFSC e de importantes centros de

pesquisa de universidade brasileiras e internacionais; e a prática de uma pedagogia para

o ensino do jornalismo que habilite os alunos para os desafios do jornalismo

contemporâneo que será cada vez mais exigente do ponto de vista dos conteúdos

científicos, sociais e culturais.

Cabe reafirmar que o projeto se baseia em duas atividades pré-existentes (ensino

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teórico de jornalismo e relações públicas e a prática laboratorial em televisões digitais

universitárias transmitidas pela Internet).

Metodologia

A metodologia deste projeto de pesquisa está voltada para uma prática laboratorial e

experimental de técnicas de produção telejornalística para a Internet. Como estamos

lidando com novas tecnologias, também buscamos um novo saber, que se constrói de

forma mais rápida e precisa. O objetivo é analisar a utilização de novas linguagens,

formatos, programas computacionais e equipamentos voltados para a prática de um

jornalismo multimidiático pela Internet.

Assim, o método passa pela prática, pelo incentivo à inovação, mas também pela

análise crítica de formatos, linguagens e conteúdos produzidos, pelo suporte técnico e

pelo amparo acadêmico. Além da experimentação na produção desses novos telejornais

interativos, procuraremos avaliar seus resultados em um sistema de amostragem e

análise por parte de grupos seletivos de audiência.

A pesquisa proposta parte de uma perspectiva de produção de conteúdo

jornalístico digital com os mecanismos tecnológicos que permitem sua divulgação e

aplicação. Ao basear a pesquisa em duas áreas de conhecimento, estamos propondo um

sistema de trabalho com base nas disciplinas de TIC - Teorias da Informação e

Comunicação, de natureza interdisciplinar.

As disciplinas de TIC definem-se como o conjunto de técnicas necessárias para

converter, estocar, gerar, transmitir e recuperar a informação. Terminologia surgida na

França designa, ao mesmo tempo, o conjunto de inovações tecnológicas, mas também

os conhecimentos e habilidades que permitem a circulação da informação, ou seja, a

comunicação. O desenvolvimento tecnológico provocou um grande impacto no domínio

das ciências humanas e do ensino, tanto que se fala em TICE (Tecnologias da

Comunicação e da Informação para a Educação). As disciplinas de TIC são por

natureza interdisciplinares, uma vez que não se destinam somente ao domínio da

técnica, mas ao uso e aplicação da tecnologia para fins de comunicação de conteúdos.

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O que distingue as chamadas disciplinas de TIC é a ênfase nos conteúdos, ou

seja, a apropriação da tecnologia para fins de produção de conhecimentos, de criação

artística, de gerenciamento de funções, de sistemas de busca e de recuperação de

informação para fins educacionais e de desenvolvimento social.

O jornalismo, que entrou na era da informatização, desde a primeira hora, está à

frente do processo de assimilação das tecnologias digitais, com o objetivo de informar,

facilitar o acesso à informação, desenvolver linguagens de síntese, criar novos meios de

comunicação e organização da enorme quantidade de dados acumulados na forma de

edições antigas dos jornais e das imagens televisivas e de áudio guardadas nas

emissoras de rádio e televisão. Um dos papeis da universidade, na área da comunicação

e informação, é desenvolver pesquisas que contribuam para a sistematização desse

conhecimento.

Do ponto de vista da pesquisa, o trabalho divide-se em duas áreas:

1) desenvolvimento tecnológico que permita utilizar o potencial das tecnologias

digitais, para o aperfeiçoamento da transmissão de conteúdos do jornalismo científico, a

partir de uma perspectiva metodológica da Ciência da Informação e Comunicação;

2) aprofundamento dos estudos conceituais e teóricos na área da comunicação

que dêem subsídios para a realização de matérias científicas para televisão e jornalismo

impresso.

Com o propósito de mapear e fundamentar a metodologia empregada,

descrevemos abaixo, de forma sintética, os objetivos da pesquisa, que são o próprio

percurso do sistema de trabalho.

Detalhamento da pesquisa

No universo do jornalismo e principalmente, no telejornalismo, prevalece o

conhecimento empírico, a hegemonia da prática sobre teorizações que muitas vezes

parecem passar ao largo do seu objeto. Nosso objetivo permanente é procurar por meios

novos analisar, expressar e desenvolver a prática jornalística.

Recentemente, plataformas digitais passaram a permitir, por um lado, o radical

processamento e transformação das imagens captadas; por outro a construção de

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mecanismos de busca atrelados a sofisticadas formas de catalogação e pesquisa – que há

muito remeteram ao cotidiano a possibilidade da identificação de milhões de

ocorrências em frações de segundo.

Nosso objetivo é propor um método que permita ao usuário a classificação de

informações visuais, a partir de critérios muito mais eficazes – e menos frágeis – que a

simples descrição dessas imagens por palavras. Com esse método, pretendemos nos

concentrar no texto e nas imagens captadas da realidade pelo trabalho do telejornalismo

e propor novos formatos e linguagens que possam mudar significativamente a produção

de conteúdo audiovisual para a TV digital na Internet. Este método estende seus

benefícios para os produtores e difusores de informação jornalística – e naturalmente

para os consumidores de toda essa informação.

Ao mesmo tempo em que refletimos sobre a natureza da matéria-prima do

trabalho telejornalístico, visamos criar alternativas para descrever imagens com recursos

mais aprimorados do que as palavras. Buscamos formas imagéticas para descrever e

fazer um telejornalismo mais audiovisual.

O cineasta italiano Michelangelo Antonioni dizia que um filme que pode ser

explicado por palavras não é um filme. Em nossas pesquisas de doutorado tentamos

demonstrar que palavras não podem explicar senão uma pequena fração do que contém

uma imagem – e isso é francamente insuficiente para quem precise usar a imagem

jornalística de maneira consistente para a construção de um novo texto visual.

Em resumo, a metodologia proposta é a da pesquisa – ação, de Thiollent (1994),

ressaltando, entretanto, que a vertente participativa dessa corrente será privilegiada.

Pretendemos analisar as práticas jornalísticas e educacionais na produção de TVs e

telejornais digitais na Internet sem interferir sobre o fazer de nossos sujeitos partícipes .

Segundo esse autor, “Uma hipótese é simplesmente definida como suposição formulada

pelo pesquisador a respeito de possíveis soluções a um problema colocado na pesquisa,

relativamente ao nível observacional”.

Na presente pesquisa, partiremos da hipótese que é possível analisar e

desenvolver programas educativos e telejornais digitais interativos ao incentivar a

experimentação de novos conteúdos audiovisuais.

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Abordaremos a questão, em nível de observação e ação (proposta da pesquisa-

participante), focalizando prioritariamente segmentos do campo teórico por meio de

análise de programas, pesquisa à Internet e observação das práticas jornalísticas das

TVs digitais universitárias. As técnicas de coleta de dados referentes às informações

serão, primeiramente, fornecidas pelos participantes universitários (estudantes de

graduação do curso de Jornalismo do CCE da UFSC, prioritariamente, via:

questionários, entrevistas individuais, relatos de vivências, discussão em grupo,

seminários etc.

O âmbito de pesquisa será delimitado por um quadro de alunos voluntários e

bolsistas do Curso de Jornalismo do CCE da UFSC.

Depois recorreremos a entrevistas por meio de questionários, elaborados com a

participação destes alunos, a serem enviados aos profissionais da comunicação e

demais sujeitos que representam o segmento preocupado com a qualidade das

informações frente aos questionamentos que envolvem o terceiro setor, para que opinem

sobre as inovações nos telejornais propostas pela pesquisa. Por fim, haverá a avaliação

do resultado final, com o cruzamento das informações, oriundas da coleta de dados,

elaboração de categorias que auxiliem na avaliação dos resultados com ênfase na

análise qualitativa e também no processo desenvolvido pelos participantes e; ao cabo, a

redação do relatório de pesquisa.

O projeto também contempla a publicação dos resultados da pesquisa na forma

de artigos acadêmicos em congressos, encontros ou seminários nacionais da área de

comunicação.

ADEQUAÇÃO TEÓRICA

O jornalismo tem uma dupla funcionalidade: se por um lado ele é o meio de

circulação de informação e reprodução dos discursos de conhecimentos políticos,

sociais científicos e culturais da sociedade; por outro, ele é produtor de discurso, tendo

uma função de criação – participando dos efeitos culturais e simbólicos da sociedade.

Neste sentido, existe um espaço entre a informação jornalística e a linguagem televisiva

oferecido pela convergência de mídias na Internet. Nossa pesquisa analisa o texto, a

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imagem e os conteúdos dos programas de jornalismo para a TV digital na Internet

dentro desta perspectiva, ou seja, num contexto de produção discursiva. O texto

jornalístico não é jamais neutro, é um relato que busca um sentido comunicacional - o

caráter impressionista ao qual não escapa a informação audiovisual.

O jornalismo digital é um discurso (textual ou imagético), e um discurso é

sempre um “sistema construído segundo categorias, esquemas de percepção e de

apreciação, regras de funcionamento que remetem às condições mesmas de sua

produção” (Chartier, 1998: 58).

Dentro desta perspectiva de análise, atribuímos ao jornalismo as funções de

informação, produção de discurso e expressão da sociedade em que está inserido. O

texto de jornalismo nas TVs digitais pela Internet evolui para além da informação

objetiva. Ele traz também componentes simbólicos. Isto não quer dizer que a pesquisa

não leve em conta os estudos pragmáticos na área da comunicação, apenas que faz uma

opção pelas teorias da comunicação que valorizam as representações sociais no

processo comunicativo.

Nosso escopo parte do conceito de um novo jornalismo digital onde estão

agregados valores sociais. É importante assinalar, que dentro desta perspectiva de

análise, o papel da imprensa reveste-se da maior importância, pois os eventos e os

relatos sobre eles são indissociáveis. A imprensa, na contemporaneidade, tem um papel

preponderante na divulgação de conteúdos informacionais, mas também nas idéias que

as pessoas constroem sobre suas próprias identidades.

Os estudos teóricos têm por objetivo contextualizar o tema do jornalismo digital

o dentro de uma discussão mais vasta das representações sociais, que procura entender

os mecanismos de produção simbólica da informação produzida pela mídia. Na medida

em que a pesquisa avança, vai influenciando a produção de jornalismo nas TV

universitárias digitais na Internet. .

Em síntese, a presente pesquisa propõe o estudo e análise do jornalismo digital

dentro de um quadro teórico que se articula com uma metodologia de trabalho que se

enquadra dentro das chamadas disciplinas de TIC – Teorias da Informação e

Comunicação, que visam a interação entre a convergência de novas tecnologias

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midiáticas e o conhecimento acadêmico.

Segundo VENÂNCIO (1996), a convergência tecnológica - entre

telecomunicações, cultura de massa e a informática da era digital - colocou as mídias

como elementos fundamentais da globalização econômica e cultural, canalizando

grandes investimentos publicitários. Os media constituem objetos privilegiados nas

disputas pelo poder político e fonte primeira das incertezas com relação ao futuro da

democracia e consequentemente da Educação.

Esta convergência também corresponde a outros tantos instrumentos de

persuasão midiática, de pressão e de imposição de valores e crenças.

As formas simbólicas, a nosso ver, teriam capacidade dual: como "símbolos de"

elas tornam a realidade presente; e como "símbolos para" criam hipérboles que as

tornam supostamente “reais” aos receptores.

O potencial comunicacional e educacional do novo meio, principalmente em

relação ao jornalismo, ainda está para ser analisado, entendido e desenvolvido.

O jornalismo na Internet ainda está em plena evolução. Depois de algum tempo

apenas reproduzindo as linguagens de outros meios, do jornal impresso, da televisão e

do rádio, as páginas jornalísticas online passam por transformações. Os profissionais de

imprensa começaram a descobrir as peculiaridades desse novo veículo, perceberam a

necessidade de prover conteúdo e formato especiais para o meio digital.

Vários papers, dissertações e teses serão significativos para a constituição do

nosso referencial teórico. A dissertação de mestrado de Leila Nogueira, O

Webjornalismo audiovisual: uma análise de notícias no UOL News e na TV UERJ

Online, da UFBA, trouxe importantes contribuições para o estudo do jornalismo

audiovisual na rede e destacou a importância e pioneirismo do nosso projeto de TV

digital na Internet. Por outro laod, a dissertação de mestrado de Simone de Lucena

Ferreira, Um estudo sobre a interatividade nos ambientes virtuais da Internet e sua

relação com a educação: o caso da ALLTV, da UFSC, seja do Programa de Pós-

Graduação em Educação do Centro de Ciências da Educação e focada na educação, sua

pesquisa sobre a ALLTV contribuiu para a análise da interatividade nesta televisão

online. Devemos destacar igualmente os trabalhos de Janara Sousa, mestre em

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Comunicação pela UNB, apresentados na Intercom, Segunda Geração da Teoria do

Meio: a contribuição de Meyrowitz e Estudo dos Meios de Comunicação: A

contribuição da Teoria do Meio, certamente serão úteis para aprofundar os

conhecimentos desta corrente de pesquisa.

A escolha do tema sobre TV e telejornais digitais deve-se ao fato dos dois

remediarem a gramática de diversos meios e por proporcionarem um ambiente que

permite a interatividade, em diferentes graus, do público com a emissora.

Optamos, numa primeira fase, por analisar dois modelos diferenciados de

produção de notícias televisivas – um programa jornalístico produzido exclusivamente

para a Internet e telejornais via TV aberta, TV a cabo, Internet e celular – com o

objetivo de investigar a interatividade e a remediação em diferentes situações

comunicacionais. Os dois conceitos foram escolhidos para serem a base da análise por

terem sido potencializados com as mídias digitais e por serem de extrema relevância no

contexto da convergência dos meios de comunicação observado atualmente.

Alcance, Resultados, Contribuições e Metas:

Além do alcance, esses são alguns dos resultados, contribuições e metas a serem

atingidos pela pesquisa:

1. Produção de arquivo digital de vídeos: armazenamento e visualização de progra-mas televisivos e telejornais pela Internet.

2. Interatividade através da utilização de mensagens eletrônicas instantâneas com os usuários, inclusive durante eventos ao vivo.

3. Flexibilidade ao permitir que o usuário escolha suas preferências na navegação com as diferentes bandas (Banda larga, Discada e Áudio)

4. Interatividade com o conteúdo do evento: download de arquivos; perguntas e respostas; enquetes on line; pesquisa; cronismo entre o áudio/vídeo e os slides transmitidos pelos telejornais;

5. Exercícios de interatividade entre os produtores e o público dos telejornais onli-ne.

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6. Produção de estatísticas completas e avaliações de audiência, como número de conexões simultâneas, conexões por hora/dia/semana/mês/ano, tráfego utilizado, dentre outras e opiniões dos telespectadores/internautas.

Tais resultados foram definidos diante do contexto atual, no qual se observa que

as possibilidades tecnológicas digitais reconfiguraram as tecnologias e práticas

comunicacionais anteriores. Os meios de comunicação tradicionais viram-se impelidos a

reorganizarem o modo de produção e distribuição do seu conteúdo a fim de ampliarem

seus serviços de informação e entretenimento. Para tal, muitas vezes as mídias

tradicionais apropriam-se de linguagens e de características da Internet ou utilizam a

rede como um canal complementar, com o objetivo de não perder a audiência e,

principalmente, conquistar um público.

Em resumo, esta pesquisa está voltada para a reconfiguração do campo

comunicacional decorrente da convergência da TV e dos telejornais com a Internet,

sobre o qual deve ser feita uma reflexão aprofundada, teórica e qualitativa. Como a

Internet será futuramente concebida como uma infra-estrutura comum no cotidiano das

pessoas, é necessário avaliar os impactos dessa convergência na sociedade, nas relações

humanas e na relação homem/máquina e que linguagem e formatos deve ser utilizados.

Com a possibilidade de transmitir dados em tempo real e com a digitalização de

áudio e vídeo, observamos um agrupamento de todos os sistemas de comunicação

existentes. Ao que já foi explorado pela imprensa, rádio e televisão, adicionam-se novas

possibilidades de transmissão de informação com a interatividade e a velocidade

características da Internet.

Pretende-se nesta pesquisa avaliar como se está dando este processo de

hibridação midiática, no qual os meios de comunicação tradicionais se apropriam da

Internet como suporte de interatividade.

Para tal, serão analisados casos específicos de programas jornalísticos

produzidos para as televisões universitárias digitais com transmissão pela Internet.

Assim, avaliaremos como novos meios de comunicação se convergem e dialogam entre

si rumo a uma tendência mais interativa e participativa por parte do espectador.

Ao longo deste trabalho vamos nos deparar com uma série de questionamentos.

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Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA

Como se dá esta interatividade? Este grupo de indivíduos com acesso à Internet de alta

velocidade está realmente interessado em interagir ou a interatividade é apenas uma

estratégia de marketing? Quais são os suportes materiais que despertam a atenção e

conseguem envolver estes espectadores?

Por se tratar de um fenômeno recente e ainda em expansão, não podemos chegar

a conclusões definitivas sobre a participação efetiva dos internautas. No entanto, através

deste estudo de caso, podemos observar a evolução da relação dos indivíduos com os

meios de comunicação no dia-a-dia e traçar tendências de comportamento dos usuários

desta nova mídia.

Do ponto de vista acadêmico, nosso projeto também contribui, em termos

práticos, para a assimilação da pesquisa de conteúdo como técnica jornalística e para a

reflexão de seu uso – seja no exercício da profissão, ou na definição de paradigmas para

a pesquisa científica, na interface possível com os estudos da comunicação. Dentro

desta perspectiva, a pesquisa tem uma proposta pedagógica, uma vez que os

conhecimentos sociais, culturais e teóricos são essenciais à prática jornalística.

A experiência pedagógica com os alunos de graduação indica este caminho,

fruto de uma longa experiência aplicada na produção de programas jornalísticos para a

Televisão digital na Internet. Esses programas fazem com que conteúdos experimentais

e inovadores agreguem conhecimentos ao exercício prático do jornalismo. O número de

projetos interligados coordenados pelos pesquisadores é resultado desta opção que alia

teoria e prática: ou seja, os conhecimentos teóricos a serviço da formação dos futuros

jornalistas.

Esses projetos envolvem os alunos de graduação em todas as etapas do seu

desenvolvimento: 1) na parte prática, os estagiários e bolsistas são responsáveis pela

apuração, realização das entrevistas e redação das matérias e edição de imagem; 2) na

pesquisa tecnológica, os alunos devem dominar softwares de televisão e de atualização

de sites, além dos princípios de indexação dos conteúdos; 3) na pesquisa teórica, os

alunos participam dos estudos conceituais na área da comunicação e jornalismo

científico, além de fazerem a leitura dos jornais, clipping das matérias científicas e

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escuta dos programas de televisão. Criamos um sistema de trabalho para os alunos,

estagiários e bolsistas que envolve os conhecimentos teóricos e o domínio da prática,

dando as bases de uma verdadeira experiência laboratorial.

O pioneirismo da implantação da TV UERJ na Internet rendeu um livro pioneiro

na área: Telejornalismo online em debate – Anais do primeiro seminário de

telejornalismo online da Uerj. O livro descreve o processo de criação e

desenvolvimento do telejornal experimental da UERJ.

Uma grande aliada na transmissão de TV pela internet é a liberdade de horários e

a questão da audiência deve ser repensada. Isto se refere à mídia antiga e só se aplica

para medição em meios de massa. Em mídia fragmentada, o interessante é saber quem

assiste. Também devemos ressaltar a vantagem na transmissão online da interatividade.

Não devemos comparar essa nova mídia com o telejornalismo tradicional. Estamos

desenvolvendo uma proposta totalmente nova. Telejornalismo online significa uma

possibilidade concreta para a popularização e democratização da produção de

telejornais em nosso país. Nesse contexto torna-se visível importância do Laboratório e

dos projetos nele realizados, na investigação de novas maneiras de fazer telejornalismo,

mas sobretudo na formação de estudantes, futuros profissionais capacitados a lidar com

as novas tecnologias.

A Academia não precisa assumir uma postura de isolamento, pelo contrário, a

universidade pode estar perto da população. Assim, o telejornalismo online para TVs

universitárias digitais cria produtos quem servem como fonte para quem quiser obter

informações sobre o universo acadêmico além de divulgar eventos e fatos relevantes

que acontecem na cidade, no país e no mundo.

Objetivos

Este projeto objetiva analisar a migração da TV e dos telejornais para a Internet e

desenvolver novas linguagens e formatos jornalísticos específicos para uma nova TV

digital. Pretendemos gerar uma reflexão mais aprofundada sobre essas mudanças e seus

impactos na sociedade. Neste sentido, visamos analisar como utilizar de forma ética e

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eficiente estas ferramentas tecnológicas, bem como avaliar estas novas possibilidades

de comunicação.

Os objetivos deste estudo serão:

a) Compreender a nova mídia resultante da junção da TV com a Internet. Analisar

como está evoluindo a busca de uma nova linguagem e da identidade deste novo

meio de comunicação. É uma mera transição da tela para o monitor ou se está

criando uma nova maneira de produzir e transmitir informação?

b) Avaliar qualitativamente as TVs na Internet ou WebTVs. Sob o ponto de vista da

ética e das teorias da comunicação, questionar se a apropriação das novas tecno-

logias pelos produtores de informação está sendo feita para fins jornalísticos,

para fins de entretenimento ou se existe um limite tênue entre os dois. Os baixos

custos, a fácil acessibilidade e a eliminação de barreiras de espaço estão sendo

aproveitados de uma maneira responsável?

c) Compreender o impacto desta nova tecnológica multimidiática e de seu impacto

no cotidiano da sociedade brasileira.

d) Analisar os efeitos que os telejornais provocam nos sujeitos e quais são os con-

ceitos que eles têm sobre a audiência.

e) Desenvolver modelos próprios de construção de conteúdo com base em proprie-

dades exclusivas das plataformas digitais, formatos e linguagens inovadores para

DTV, incluindo a capacidade interativa, mas não limitada a ela.

f) Produzir propostas concretas de formatação de modelos de conteúdo para TV e

telejornais digitais.

Justificativa e viabilidade

A justificativa e viabilidade institucionais do projeto se pautam em três pontos

principais:

1) a justificativa e viabilidade acadêmico-temáticas – em que pesem os

interesses da unidade relativos ao tema adotado e às propostas de trabalho;

2) a justificativa e viabilidade estruturais, em que se avaliam as condições de

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desenvolvimento e otimização da pesquisa dentro das instalações da unidade acadêmica

3) a justificativa e viabilidade técnicas, onde se avaliam as competências

envolvidas e as condições técnicas de viabilização do projeto. Vejamos cada uma delas:

Viabilidade acadêmico-temática

Dada a proposta pedagógica da unidade acadêmica, há um interesse pelo estudo

jornalismo digital, bem como o levantamento de seus conteúdos, formatos e linguagens,

na medida em que ela promove o conhecimento sobre os mecanismos informativos da

imprensa.

O trabalho pressupõe maior envolvimento e nível de troca de informações,

notícias e vídeos educacionais com outros campos de conhecimento (Saúde,

Antropologia, História, Letras, Sociologia, Psicologia etc.), e com uma infinidade de

assuntos extremamente enriquecedores, que servem de subsídio para a formação do

profissional de jornalismo.

O objetivo é analisar, estimular e disponibilizar a produção videográfica da

comunidade da UFSC em uma espécie de TV digital interativa, um YouTube

universitário.

Dessa forma, o Departamento de Jornalismo tende a valorizar também os

resultados deste projeto à medida que suas conclusões são incorporadas, em uma

perspectiva pragmática de aplicação imediata, nas ações de ensino, pesquisa e extensão.

Estamos nos referindo aqui às contribuições possíveis, para a área de Comunicação, da

pesquisa de conteúdo na Rede – tão atual e necessária no levantamento de dados.

Portanto, do ponto de vista acadêmico, o projeto em questão contribui, em termos

práticos, para a assimilação da pesquisa de conteúdo como técnica jornalística e para a

reflexão de seu uso – seja no exercício da profissão, seja na definição de novos

parâmetros para a pesquisa de conteúdos jornalísticos digitais, na interface possível dos

estudos da comunicação e os estudos científicos e sócio-culturais.

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ADEQUAÇÃO DO PROJETO AO CURRÍCULO DO PESQUISADOR

Minha trajetória de pesquisador está relacionada prioritariamente na prática de

jornalismo de TV durante mais de 30 anos (ingressei na Rede Globo de TV em 1973

tendo participado dos programas pilotos do Fantástico e Globo Repórter) e aos estudos

sobre as novas tecnologias comunicacionais com ênfase no desenvolvimento de TVs

digitais na Internet voltadas para a produção de novos telejornais interativos e o ensino

de jornalismo desde 1994.

Formado em Jornalismo pela PUC-RJ e com mestrado Antropologia pela

London School of Economics, doutoramento em Ciências da Informação pela UFRJ e

posdoutoramento em Novas Tecnologias pela Rutgers, The State University of New

Jersey nos EUA com bolsa da Fundação Fullbright e apoio do PROCAD da UERJ,

meus estudos mais recentes se concentram na confluência entre jornalismo, novas

tecnologias, sociedade e cultura.

Sempre pensando as interlocuções possíveis entre o jornalismo, a universidade e

a sociedade contemporânea, fui responsável pela implantação da TV UERJ online, um

projeto pioneiro que experimenta e desenvolve novas linguagens, formatos e conteúdos

para a TV digital brasileira e para o ensino de jornalismo.

Com três livros publicados, minha reflexão passa pelas seguintes etapas, que

correspondem a pesquisas específicas desenvolvidas ao longo dos anos: análise do

discurso audiovisual na confluência entre a TV, o jornalismo e a Internet; estudos sobre

a utilização das novas tecnologias para fins da informação e comunicação; as

apropriações e representações dos conhecimentos sociais, pela mídia.

A presente proposta de pesquisa propõe alargar o campo conceitual, para os

estudos comunicacionais.

A atual pesquisa proposta tem por propósito desenvolver novos telejornais

interativos voltados para o futuro digital. Esta temática reveste-se da maior importância,

na contemporaneidade, uma vez que a televisão e a Internet procuram criar um novo

discurso jornalístico mais colaborativo e participativo entre o segmento de profissionais

de jornalismo e o grande público.

Diante da exigência da sociedade contemporânea de estar informado, a imprensa

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Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA

deverá cada vez mais aprofundar os conteúdos e conhecimentos teóricos, tecnológicos e

científicos.

Com esta pesquisa, pretendo avançar o que estou estudando de longa data – ou

seja, a interação entre discurso jornalístico e as novas tecnologias comunicacionais.

Com o objetivo de responder, conclusivamente, à questão da adequação do

projeto ao currículo do pesquisador, são relevantes os seguintes pontos:

A formação acadêmica direcionada para a análise do discurso jornalístico

específico para a televisão e para a Internet. Durante mais de 10 anos coordenei grupos

de estudo e pesquisa, dentro do Laboratório de TV e Vídeo da FCS da UERJ. Cabe

observar, na análise da produção acadêmica, o grande número de bolsistas e estagiários

por mim orientados.

Para dar prosseguimento ao projeto na área dos estudos políticos é interessante

lembrar que do meu currículo consta como estudos pioneiro em nível de pós-

doutoramento na Rutgers, The State University of New Jersey nos EUA de 2003 a 2005

sobre o desenvolvimento de TVs digitais para o ensino de um jornalismo para o século

XXI, um novo jornalismo digital, multimidiático e interativo.

A capacidade para levar à frente uma pesquisa desta natureza, fica evidenciada

pelo número de projetos de pesquisa que coordenei no Laboratório de TV e Vídeo da

UERJ, pela tese de doutorado e pela pesquisa de pós-doutorado concluída com sucesso

em 2005.

Com o objetivo de responder conclusivamente à questão da adequação do

projeto ao currículo dos pesquisadores, destacamos os seguintes pontos:

• A longa experiência profissional no campo do jornalismo de TV no Brasil e em

diversos países.

• A formação acadêmica múltipla e o direcionamento de suas pesquisas para os es-

tudos jornalísticos na área da informação e novas tecnologias.

• A grande produção de pesquisas realizadas com o duplo enfoque: os conheci-

mentos teóricos dando suporte à pratica do jornalismo.

• O grande número de bolsistas e estagiários orientados.

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Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA

• Os pesquisadores reúnem habilidades e conhecimentos para dar prosseguimento

ao projeto na área do jornalismo científico e da televisão digital.

Instalações e equipamentos disponíveis

O Departamento de Jornalismo do Centro de Comunicação Expressão da UFSC

possui laboratórios com equipamentos atualizados e equipes qualificadas para a

implantação deste projeto.

Nosso objetivo é utilizar os laboratórios digitais para implantar uma TV de baixo

custo que deverá ser utilizada como plataforma experimental de pesquisas na área da

interatividade comunicacional. Dessa forma, acreditamos que não basta simplesmente

desenvolver novos formatos e experimentar novos conteúdos. Devemos colocá-los em

prática e analisar seus resultados.

As disciplinas de televisão para os alunos de graduação e pós-graduação em

Jornalismo sempre apresentaram muitas dificuldades para o ensino prático, devido o

alto custo da montagem de laboratórios experimentais de televisão.

O presente projeto de pesquisa aplicada oferece o ambiente laboratorial ideal

para o desenvolvimento de novos formatos televisivos e jornalísticos.

• fazerem reuniões de pauta presenciais ou virtuais com a participação do

coordenador,

• decidir as matérias, organizar as equipes, compostas por um aluno que faz

a câmera, outro a iluminação e o som e um repórter. As reportagens exter-

nas podem ser feitas com a câmera analógica ou digital. Os alunos têm a

possibilidade de aprender nos dois sistemas.

• O material analógico é digitalizado e editado, pelos próprios alunos, com a

participação do coordenador.

• Todos os estagiários passam por todas as etapas da produção, ou seja: pau-

ta, escolha dos entrevistados, realização da entrevistas e filmagens de ex-

ternas, digitalização, edição do material e disponibilização na rede.

A importância do projeto para o curso de Comunicação é de natureza pedagógica,

a saber:

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Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA

• Os alunos aprendem a trabalhar em equipe, aspecto essencial em televi-

são;

• Aprendem a trabalhar com rapidez e cumprimento de horários, condições

importantes e relevantes para a prática jornalística.

• Desenvolvem a sensibilidade jornalística, aprendendo a identificar o que

é noticiável;

• Treinam a postura diante das câmeras.

• Os alunos têm a liberdade da experimentação e não somente da repro-

dução dos padrões vigentes de produção televisiva.

• Enfrentam na prática as questões éticas da comunicação e do jornalismo.

O pode e o que deve ser noticiado;

• Aprendem a fazer o jornalismo de TV, ao transformarem notícias da

comunidade da UFSC em notícias de interesse do grande público da

Internet.

O que é preciso ressaltar é que o projeto de televisão digital na Internet da UERJ

não visa somente um aprendizado de televisão, mas por meio da tecnologia da televisão

os alunos aprendem esta importante arte de transformar os eventos e acontecimentos da

cidade, bem como a produção de conhecimentos e arte produzidos pela sociedade em

matérias jornalísticas.

Cronograma:

Esta pesquisa está prevista para ser conduzida em fases intermediárias de três

meses durante o prazo total de dois anos.

FASES1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Meses

Análise,treinamento deequipe eimplantaçãolaboratorial do

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Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA

projeto

Testes de

utilização de

equipamentos para

a produção de

programas e

telejornais

interativos para a

TV digital.

Produção de vídeosinterativos paraprodução dematérias jornalísticas

Desenvolvimento delinguagensinterativas para aprodução deprogramas etelejornais online.

Avaliação dosprimeiros resultadosda pesquisaElaboração derelatórios depesquisa.

Apresentação dos

relatórios de

pesquisa e textos

acadêmicos em

eventos da área de

comunicação.

Análise dos dados

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Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA

Interpretaçãoresultados

Redação do relatóriofinal

Revisão eapresentação dorelatório final.

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