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Discentes: 1. Joao Chioza 2. Gabriel Dlalane 3. Albertina Mandlate 4. Stélio Manhique 5. Steven Mapunda

Programa integrado de controle de doencas tropicais

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Programa integrado de controle de doencas tropicais

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Page 1: Programa integrado de controle de doencas tropicais

Discentes:

1. Joao Chioza

2. Gabriel Dlalane

3. Albertina Mandlate

4. Stélio Manhique

5. Steven Mapunda

Page 2: Programa integrado de controle de doencas tropicais

1

Índice Lista de abreviaturas e siglas ................................................................................................................. 2

Introdução .............................................................................................................................................. 3

Definição ............................................................................................................................................. 4

Implementação do programa do controlo integrado das doenças tropicais negligenciadas (DTN) ... 4

Descrição dos programas ....................................................................................................................... 4

Filaríase linfática .................................................................................................................................... 4

Oncocercose ........................................................................................................................................... 6

Tracoma .................................................................................................................................................. 6

Expansão dos acessos as intervenções e tratamento das doenças tropicais negligenciadas ............. 8

Critérios de elegibilidade ....................................................................................................................... 9

Controlo de morbilidade ...................................................................................................................... 11

Principais desafios e oportunidades no controlo e prevenção das DTN em Moçambique ............... 12

Agenda estratégica das doenças tropicais negligenciadas ................................................................. 13

Estudo realizado em moçambique sobre doenças negligenciadas .................................................... 16

Page 3: Programa integrado de controle de doencas tropicais

2

Lista de abreviaturas e siglas ALB- albendazol

APOC- programa africano de controlo da oncocercose

ACS- agentes comunitários de saúde

DFID- departamento para o desenvolvimento internacional

GAELF- aliança global para eliminação de filaríase linfática

PNB- produto nacional bruto

GNI- rendimento nacional bruto

GSK- Glaxo smith kline

HIV/SIDA- vírus de imunodeficiência humana/ síndroma de imunodeficiência adquirida

LF- Filaríase linfática

CTM – campanha de tratamento massivo

MBD – Mebendazol

HTS – Helmintíase Transmitida pelo solo

PZQ - Praziquantel

IVM – ivermectina

SCH – Schistossomiase

TRA- Tracoma

Page 4: Programa integrado de controle de doencas tropicais

3

Introdução As doenças tropicais negligenciadas são co-endémicas e constituem um problema sérico de

saúde pública em Moçambique. O Ministério da Saúde através do departamento de

Doenças Negligenciadas reduzindo a morbilidade para níveis que não constituem problema

de saúde pública baseado nas seguintes prioridades:

Fortalecer a apropriação do governo, advocacia, coordenação e parceria;

Garantir e mobilizar recursos para a sustentabilidade do programa;

Expandir o tratamento e outras intervenções e controlo das DTN, bem como a

capacidade institucional;

Estabelecer um sistema de monitoria e avaliação, vigilância e pesquisa operacional

As doenças tropicais negligenciadas representam uma grande carga para a saúde pública

em Moçambique. Estas doenças estão fortemente associadas com as condições precárias de

saneamento do meio e níveis de pobreza. A população que vivem nas zonas rurais carregam

o maior peso destas doenças.

O recente mapeamento epidemiológico de schistosomíase e helmintíase transmitida por

solo revela que estas doenças ocorrem em todo o país. A prevalência global nas crianças de

5-15 anos de schistosomíase urinária é de 47% e da helmintíase transmitida pelo solo é de

53% com cerca de metades dos distritos híper-endémicos (taxas de prevalências acima de

50%).

A filaríase linfática é também endémica em Moçambique, em particular nas províncias do

norte e centro do país com uma taxa até 82% em alguns distritos da província de Nampula.

Dos 128 distritos, 103 são endémicos e cerca de 16 milhões de pessoas estão em risco de

contrair a doença. Estudo realizado em 2005-06 encontrou uma prevalência nacional é de

13%.

O tracoma, recentemente mapeado (2011) em três províncias nomeadamente Niassa, Cabo

Delgado e Inhambane, apresentou uma prevalência até 32% em alguns distritos da província

de Niassa.

A ocorrência de oncocercose foi descrita pela primeira vez em 1997 na província central da

Zambézia. O mapeamento epidemiológico rápido para oncocercose realizado em 2001

confirmou a existência desta doença e resultados similares foram obtidos em 2007 no

segundo mapeamento.

Moçambique atingiu em 2008 a meta de eliminação da lepra a nível nacional, com uma taxa

de prevalência nacional de 1 caso/10.000 habitantes. No entanto, nem todos os distritos

seguem a mesma tendência. Existem ainda 24 distritos que têm a taxa de prevalência

superior a 1 caso por 10.000 habitantes. Outras doenças que ocorrem em forma endémica,

principalmente em crianças em idade escolar, incluem a tunguíase, sarna e pediculose.

Estudo feito na cidade de Maputo revelou que 32.7% estavam infectadas com pediculose e

cerca de 2% com sarna.

Page 5: Programa integrado de controle de doencas tropicais

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Desde de 2008 Moçambique tem um programa de Controlo de Doenças Negligenciadas. Em

2009 iniciou a campanha de tratamento massivo em 18 distritos e expandiu-se nos anos

seguintes para os distritos. Estima-se que até 2017, 16 milhões de pessoas serão tratadas

para filaríase linfática e oncocercose anualmente durante 5-6 anos e 7 milhões de crianças

serão tratados para a schistosomiase e parasitoses intestinais no mesmo período.

Definição Doenças negligenciadas são aquelas doenças que por vários motivos não tem recebido a

devida atenção no que concerne a prevenção, controle, diagnóstico, tratamento e

notificação.

Implementação do programa do controlo integrado das doenças tropicais

negligenciadas (DTN)

A implementação do programa para o controlo das DTN quer por quimioterapia quer por

manejo dos casos teve o início em 2009 para a filaríase e helmintíases. Desde o seu começo,

esta actividade tem vindo a expandir-se progressivamente, aumentando a sua cobertura

geográfica.

Descrição dos programas

Filaríase linfática

A filaríase linfática (FL), também conhecida por elefantíase constitui um grande problema de

saúde pública. No mundo, mais de 120 milhões de pessoas estão infectados e destes 40

milhões tem incapacidades devido a doença. Cerca de um bilhão esta em risco de contrair a

doença em 81 países. Um terço dessas pessoas vivem na Índia, outro terço nos países

Africanos. Prevalência desta doença tende a aumentar em cada ano (OMS,2008).

Em Moçambique, a filaríase também constitui um grande problema de Saúde Publica devido

as deformidades e estigma que os doentes estão sujeitos bem como a incapacidade física dela

resultante.

Um estudo sobre a distribuição geográfica da filaríase no país foi efectuada em 2005-2006

em todos os distritos do país. Foi utilizado testes rápidos para dectectar a presença de

antígeno de W.bancroftie verificou-se uma prevalência que varia de 0% à 80%.

A doença esta amplamente distribuída em todo pais, em particular nas províncias do norte e

centro. Dos148 distritos 103 são endêmicos e cerca de 16 milhões de pessoas estão em risco

de contrair a doença. A província de Nampula é a mais afectada com mais de metade da

população a viver em distritos com hiperendemicidade, seguido Cabo Delegado, Zambézia e

Niassa. A prevalência global é cerca de 13%.

Fig. Mapa de distribuição de filaríase em Moçambique

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Actual situação de controlo

O programa de eliminação da filaríase iniciou no país em 2009 em 18 distritos de quatro

províncias. Até o momento mais de 13 milhões de pessoas já fizeram o tratamento massivo

com ivermectina e albendazol nos três anos de implementação em sessenta e cinco distritos

endêmicos (63 % cobertura geográfica). Em relação ao controlo de mobilidade, mais de cinco

mil pessoas com hidrocele fizeram hidrocelectomia em várias unidades de referências.

Limitações

Reduzido número de parceiros actuando na área;

Inexistência de instrumento de recolha regular de dado;

Inexistência de temas específicos abordando DTN nos curricula em diferentes níveis

de formação;

Inexistência de um programa efetivo para gestão e complicações de filaríase linfática;

Ineficientes controlos de mobilidade;

Insuficiência de pessoas qualificadas para diagnóstico e tratamento dos casos e

complicações da filaríase linfática a nível provincial e distrital.

Áreas de pesquisa

Page 7: Programa integrado de controle de doencas tropicais

6

Estudo sobre o impacto de tratamento iterado sobre indicadores da saúde;

Estudo sobre efeitos secundários do tratamento em medicamentos combinados;

Estudo sobre o efeito do tratamento da FL e SCH na redução de outras patologias.

Oncocercose

A OMS estima que 126 milhões de pessoas no mundo estão em risco de contraírem a

cegueira do rio. Esta doença que é endêmica em 35 países, é também endêmica na Republica

de Malawi e Tanzânia, países que fazem fronteira com Moçambique.

Este facto constitui uma preocupação para as autoridades de saúde Moçambicanas colocando

a possibilidade da presença no país, especialmente na região norte e centro.

Em 1997,pela primeira vez em Moçambique Faculdade de Medicina da UEM divulgou um

estudo realizado na região central do país, província da Zambézia, distrito de Milange que

revelava a existência da doença.

Em 2001 foi realizado um rápido mapeamento epidemiológico para oncocercose (REMO) e

confirmou a existência da doença mas de uma forma hipoendemica. Seis anos mais tarde,

2007, realizou-se o segundo REMO para avaliar a evolução da doença e os resultados

mantiveram.

Situação actual de controlo

Sendo o país hipoendémico, não necessita de uma abordagem massiva para o controlo da

doença, contudo, na fase de eliminação da oncocercose, há que direcionar acções concretas

para esta doenças, apesar de algumas áreas já se beneficiarem do tratamento onde se faz a

administração massiva de Medicamentos para filaríase linfática. (ivermectina e albendazol).

Limitações

Falta de dados do REMO feito em 2007 pelos consultores da APOC;

Reduzido número de parceiros actuando na área das DNT;

A não inclusão do programa das DNT nos planos estratégicos do sector de saúde;

Inexistência de temas específicos abordando as DNT nos curricula em diferentes

níveis de formação.

Tracoma

Acredita-se que mais de 400 milhões de pessoas em todo mundo estejam infectados

com tracoma, e que, destas, 20 milhões ficaram cegas. Esta doença é provavelmente

em Africa e Asia e esta muito relacionadas com condições de higiene precárias e a

escassez de água. É a primeira causa de cegueira adquirida (OMS).

Em Moçambique, o tracoma é a doença de notificação obrigatória através dos boletins

epidemiológicos mensais dos postos de sentinela. Contudo acredita-se que haja uma

Page 8: Programa integrado de controle de doencas tropicais

7

subnotificação dos casos e portanto não se conhece a real situação epidemiológica da

doença.

Em 2011 foi realizado o mapeamento da doença em três províncias de Moçambique,

nomeadamente Niassa, Cabo Delegado e Inhambane 47 distritos que revelou uma

prevalência acima de 10% em mais de metade das áreas. Esta prevista a extensão do

mapeamento para as restantes províncias a iniciar por Nampula (2012).Esta também

previsto o tratamento massivo na província de Niassa em 2013.

Situação actual

Até o momento não se iniciou actividades de controlo de tracoma devido a

insuficiência de dados epidemiológicos. O mapeamento foi feito em apenas 47

distritos em 2011 e os resultados mostraram que todos os distritos são endêmicos.

Contudo, apenas foram validados os dados dos distritos de Niassa e esta previsto o

tratamento de quinhentas mil pessoas em 10 distritos de Niassa a iniciar em abril de

2013.

Limitações

Reduzido número de parceiros na área;

Mapeamento de tracoma ainda incompleto;

Número bastante reduzido de técnicos qualificados para tratamento cirúrgico das

complicações de tracoma;

Deficiente sistema de recolha de dados;

Inexistência de temas específicos abordando DTN nos currículos em

diferentes níveis de formação.

Page 9: Programa integrado de controle de doencas tropicais

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Expansão dos acessos as intervenções e tratamento das doenças tropicais

negligenciadas Para se implementar as actividades de controlo e eliminação das DNT, há necessidade de se

conhecer a necessidade epidemiológica de cada uma das doenças.

Assim, teremos como necessidade de consumíveis de laboratório e outros artigos médicos para o

mapeamento de algumas doenças ilustradas na tabla seguinte

Nome da doença

Numero de distritos mapeados

Numero de distritos endémicos

Numero de distritos por mapear

Numero de kits de diagnostico e outros materiais necessários

FL 147 103 1 200 ICT cards e material para mf

SCH 148 148 0

HTS 148 148 0

TRA 16 132 Kits para mapear 132 distritos

O controlo integrado das DTN tem metas e objectivos para cada doença utilizando os distritos como

unidades básicas de implementação tem como intervenções:

1. Distribuição integrada de medicamentos para as DTN-PQT aos distritos endémicos de acordo

com as directrizes da OMS

2. Controlo de morbilidade por detenção e gtratamento de casos (Tracoma, Triquiase,

Hidrocele e Linfoedema)

3. Formação e fortalecimento da capacidade institucional nas áreas de controlo/eliminação das

doenças.

4. Controlo da transmissão (Controlo vectorial).

5. Promoção de saneamento básico do meio

6. Monitorar e avaliar o programa, incluindo a recolha sistemática de dados.

Necessidades para a sua implementação

A tabela abaixo ilustra o numero de unidades de implementação (UI), os distritos endémicos, a

população em risco por cada DTN.

Nome da doença

Numero total de distritos

Numero de distritos endémicos

População em risco (2013)

Populacao em risco por categoria de doenca

Populacao >15 anos

Populacao 5-15

Populacao <5

FL 147 103 19.492.842 8.381.922 9.512.451

SCH 148 148 24.366.052 6822494,6

HTS 148 148 24.366.052 6822494,6

TRA 16 Por completar mapeamento

1.531.895 214.465

O tratamento em massa é feito pelos técnicos de saúde e voluntários comunitários de saúde em

locais previamente informados as populações.

Page 10: Programa integrado de controle de doencas tropicais

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Critérios de elegibilidade Para o tratamento preventivo dessas doenças são consideradas elegíveis e não elegíveis as seguintes

pessoas que vivem nas áreas endémicas.

Filaríase Linfática Helmintíases transmitidas pelo solo

Schistossomiase

Elegíveis Indivíduos com 5 anos ou mais de idade que vivam nas áreas endémicas

Crianças de idade escolar e pré-escolar

Crianças de idade escolar (5-14 anos)

Mulheres gravidas no 2-3 trimestre de gravidez

Adultos expostos

Adultos expostos

Não Elegíveis Mulheres gravidas Crianças <1 ano

Crianças com menos de 5 anos

Mulheres gravidas (1 trimestre) Crianças com menos de 5 anos ou altura inferior a 94 cm Mulheres a amamentar

crianças com menos de uma semana

Pessoas muito doentes

Directrizes para estratégias de tratamento de cada doença tropical negligenciada

Doença Medicamentos e Dosagem

Inicio de Implementação

Frequência de Intervenção

Filaríase Linfática (onde oncocercose é co-endémica)

IVM de acordo com altura + ALB 400mg

Prevalência >1% Uma vez por ano

Schistossomiase PZQ 40mg/kg ou de acordo com altura

Prevalência >20% <10% Prevalência, duas vezes durante o ensino primário; 10-24% Prevalência, uma vez em cada dois anos; =>25% Prevalência, todos os anos

HTS ALB 400mg ou MDB 500mg

Prevalência >10% presença de infecção

20-50% Prevalência, uma vez por ano; >50% Prevalência, duas vezes por ano

Tracoma Azitromicina, 20mg/kg, máximo 1g em adultos

Prevalência de tracoma activa >5% em 1-9 anos

Uma vez por ano.

Fonte: OMS 2006

Canais de distribuição dos medicamentos durante as campanhas de tratamento em massa(CTM):

Comunidades: as CTM são feitas nas comunidades para as crianças elegíveis que não estão a

estudar e aos adultos. Os TS e os VCS são formados para fazerem a entrega de

medicamentos na comunidade.

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Escolas: as CTM são também feitas nas escolas aos alunos pelos TS e com o apoio dos

professores treinados.

Unidades Sanitárias: os medicamentos também são distribuídos nas US durante as

campanhas por TS.

Considerando as CTM como a principal estratégia de implementação, a co-endemicidade e

prevalência das DNT ira determinar o tipo e numero de intervenções a serem realizadas

anualmente. A informação vem resumida na tabela abaixo.

Ano Numero de distritos

DTN alvo Pacote de intervenções

Canal de contribuição

Duração Outras intervenções

2013

52 FL+SCH+HTS (>50%)

MDA1 Comunidade 1 Semana Treino dos técnicos de saúde, voluntários; mobilização social; supervisão; produção de fichas e outro material; logística para distribuição de material e medicamentos e gestão

41 T1 Escola + Comunidade

1 Semana

64 T3 Escola + Comunidade

2 Semanas

41 FL+SCH+HTS (<50%)

MDA1 Comunidade 3 Semanas

83 T2 Escola + Comunidade

4 Semanas

10 TRA MDA4

103 FL+SCH (>50%)

T1

FL+SCH (<50%)

T3

Legenda

MDA1 – Invermectina + Albendazol T2- Prazinquantel

MDA4 – Azitromicina T3- Albendazol

T1- Prazinquantel + Albendazol

Page 12: Programa integrado de controle de doencas tropicais

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Controlo de morbilidade A morbilidade devido a filaríase, shcistomíase e tracoma constitui um desafio para o programa. Apesar de não haver dados do número dos casos de pessoas com elefantíase, hidrocele, lesão da bexiga, triquíase, etc., varias são as pessoas com essas complicações que se encontram nas comunidades, contudo são muito poucas que se apresentam na unidade sanitária. É de referir que o número de US com capacidade para o manejo desses casos e com pessoal capacitado é insuficiente para os casos que se estimam existirem.

Os casos de linfoedemas, as crises de adenolinfagite e as pequenas lesões cutâneas devido a filaríase são tratados ou prevenidos com medidas simples de higiene do corpo em especial da área afectada. Estas medidas são feitas ao domicílio ou nos grupos de auto – cuidados já existentes em várias comunidades. Contudo, há necessidade contínua de se realizar programas de educação de saúde para a promoção de medidas de controlo e manejo das complicações devido a elefantíase tais como:

Lavagem dos membros afectados pelas lesões causadas pela elefantíase com água e sabão;

Secagem da área e a aplicação de um creme ou óleo para amaciar a pele;

Prática de exercício físico.

As manifestações clinicas severas detectadas nas comunidades por VCS são referidas as unidades sanitárias para o tratamento e educação para a saúde. Os casos de hidroceles são atendidos nas unidades sanitárias e encaminhadas para as unidades de referência.

Os casos clínicos severos de tracoma são tratados nas unidades sanitárias. A cirurgia do tracoma para corrigir a triquíase será realizada nas unidades de referência e nas comunidades, por técnicos de oftalmologia treinados para o efeito. Implementar-se-á a estratégia SAFE como parte de controlo

dessa patologia. Ainda não existe um controlo eficaz de morbilidade devido a SCH.

Page 13: Programa integrado de controle de doencas tropicais

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Principais desafios e oportunidades no controlo e prevenção das DTN em

Moçambique

POTENCIALIDADES

Criação de departamento de DTN

Criação de pontos focais provinciais

Mapeamento completo das parasitoses intestinais, schistosiamiase e filaríase linfática

Início de intervenções massivas no controle ou eliminação das DTN (campanhas de

tratamento de filaríase

Existência de canal de logista para o envio de medicamentos e outros materiais nas

províncias

Existência de memorandum de entendimento entre o MISAU e o ministério de

educação

Gratuidade de alguns serviços ou medicamentos

Existência da semana nacional de saúde e dias nacionais de saúde e outras

intervenções de base comunitária

Revitalização do programa de APEs

FRAQUEZAS

Insuficiência de recursos financeiros

Insuficiência de recursos humanos formados

Fraca capacidade de diagnóstico ou gestão de morbilidade das DTN

Deficiente sistema de recolha de dados e toca de informação

Fraca gestão de medicamentos a nível distrital e provincial

Inexistência de material de consulta na língua oficial do pais (português)

Baixa cobertura de rede sanitária

Deficiente aproveitamento e coordenação da actuação de trabalhadores comunitários

de saúde

Falta de informação sobre a situação epidemiológica da DTN pêlos intervenientes

governamentais e parceiros

Falta de definição e harmonização da política de incentivos

Fraca advocacia e mobilização

OPORTUNIDADES

Co endemicidade das DTN;

Existência de doadores para ivermectina,albendazol, praziquantel e azitromicina;

Medicamentos fáceis de tomar;

Existências de alguns parceiros nacionais e internacionais;

Page 14: Programa integrado de controle de doencas tropicais

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Revisão do termos de referência dos técnicos de medicina preventiva e saneamento;

do meio e abastecimento de agua potável as comunidades mais carenciadas;

Existências de comités distritais de gestão de saúde;

Existência de uma autoridade comunitária local;

Existência de um programa nacional de controlo de qualidade de agua para o;

consumo humano em todos.

RISCOS

Saída de pessoal para o sector privado;

Ocorrência frequente de desastres naturais;

Existência de áreas de difícil acesso;

Limitada parceria para as DTN;

Falta de novas tecnologias de comunicação;

Grandes distâncias entre as cidades e as sedes distritais;

Fraca disponibilidade de água potável nas zonas rurais;

Comportamento de risco das comunidades influenciadas por factores culturais e

pobreza;

Fraca coordenação entre diferentes sectores de trabalho;

Elevada taxa de analfabetismo nas zonas rurais;

Existência da infecção transfronteiriça;

Falta de coordenação transfronteiriça para o controlo.

Agenda estratégica das doenças tropicais negligenciadas Visão

Moçambique livre do peso de doenças tropicais negligenciadas até 2020 assegurando pelo

compromisso politico.

Missão

Implementar medidas íntegras necessárias para a prevenção, controlo e eliminação das

doenças tropicais negligenciadas para que não constituam um problema de saúde pública no

país.

Meta

Melhorar a saúde das populações pela redução das doenças tropicais negligenciadas.

Princípios orientadores

A elaboração dos objectos e estratégicas deste plano foi orientada pêlos seguintes princípios

orientadores.

Page 15: Programa integrado de controle de doencas tropicais

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Objectivo geral

A meta do programa é de reduzir a morbilidade devido a schistosomiase, parasitoses

intestinais, oncocercose e tracoma a níveis onde as doenças não constituam significado de

saúde pública e eliminar a filaríase linfática através duma estratégia integrada de controlo

pela quimioterapia preventiva até o ano 2020.

Prioridades orientadoras

A elaboração dos objectivos e estratégias deste plano foi orientada pelos seguintes princípios

orientadores:

Acesso universal

O presente plano toma em consideração a necessidade de assegurar o tratamento regular a

todas as comunidades que vivem em áreas endémicas gratuito tendo em conta a equidade do

género.

Aplicação de intervenções com base em evidências

A planificação e implementação das intervenções na área das DTN será feita com base nos

dados epidemiológicos existentes no país.

Monitoria e avaliação

O fortalecimento do sistema de monitoria e avaliação é fundamental para o sucesso das

estratégias e/ ou intervenções em curso. O plano estratégico define metas e indicadores para

monitorar a implementação das actividades e avaliar o impacto alcançado no controlo das

doenças tropicais negligenciadas.

Abordagem multissectorial

Abordagem multissectorial para o controlo das DTN é fundamental para o sucesso das

estratégias a serem implementada. O controlo das DTN não é actividade exclusiva ao sector

de saúde e deve envolver outros sectores como obras públicas, ambiente, educação,

comunicação, ONGs, sector privado,etc.

Integração das actividades

Actividade FL SCH HTS TRA LEPRA

Mapeamento X X X X

Treino X X X X X

Mobilização X X X X X

Manejo casos nas unidades sanitárias X X X

MDA X X X X

Educação sanitária X X X X X

Lavagem das mãos X X

Page 16: Programa integrado de controle de doencas tropicais

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Lavagem da cara X

Promover a construção e uso de latrinas X X X

Prevenção das complicações incapacidade X X X X X

Monitoria e avaliação X X X X X

Vigilância X X X X X

Integração das acções controlo vectorial pesquisa operacional X X

Pesquisa operacional X X X X X

Page 17: Programa integrado de controle de doencas tropicais

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Estudo realizado em moçambique sobre doenças negligenciadas Nome: Distribuição Geográfica e Prevalência, da esquistossomose e doenças transmitidas

pelo solo

Autores: Gerito Augusto, Rassul Nalá, Verónica Casmo, Acácio Sabonete, Lourenço Mapaco,

Judite Monteiro

Departamento de Parasitologia Intestinal e Vesical, Instituto Nacional de Saúde, Ministério

da Saúde, Maputo, Moçambique

Em Moçambique pelo Laboratório Nacional de Esquistossomose e Helmintíases Transmitidas pelo

Solo do Instituto de Saúde do Ministério de Saúde em Agosto de 2005 a Junho de 2007 sobre a

epidemiologia da esquistossomose e a helmintíases transmitidas pelo solo em crianças em idade

escolar. Foram testadas 83,331 pessoas com uma idade compreendida entre os 7 aos 22 anos, sendo

a idade média 11.36, foram colhidas amostras de fezes e urina e examinadas usando tecnica Kato-

Katz e filtração e Ritchie e Willis. Os resultados indicam uma disseminação da doença pelo país,

sendo o Schistosoma haematobium é o mais prevalente, cerca de 47.0% e apenas 1.0% para o

Schistosoma japonicum e que as helmintíases transmitidas pelo solo apresentavam uma prevalência

de cerca de 53.5%. Há uma variação no que diz respeito a prevalência no país, entretanto a maior

prevalência é verificada no norte do país, sendo os distritos provinciais mais afectados,

nomeadamente Cabo Delgado, Niassa, Nampula, e Zambézia. As capitais das províncias são menos

afectadas pela esquistossomose. O estudo então concluiu que que a esquistossomose e as

helmintíases transmitidas pelo solo estão amplamente distribuídas pelo país e que há uma

necessidade de realizar um programa nacional de controlo de helmintos.

De acordo com o estudo a distribuição por província esta da seguinte maneira: