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1 TRBALHOS EXITOSOS EM ATER - 2014 PROGRAMA MAIS MEL GESTÃO, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E PRODUTIVIDADE EQUIPE RESPONSÁVEL: Juan farias / Gilvanio Benedito / Hidelberto TRINDADE PE

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TRBALHOS EXITOSOS EM ATER - 2014

PROGRAMA MAIS MEL

GESTÃO, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E PRODUTIVIDADE

EQUIPE RESPONSÁVEL: Juan farias / Gilvanio Benedito / Hidelberto

TRINDADE – PE

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PROGRAMA MAIS MEL

GESTÃO, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E PRODUTIVIDADE

Regional: Araripina

Município: Trindade

Equipe Responsável: Juan Farias; Gilvanio Benedito e Hidelberto

E-mail: [email protected] / [email protected]

Fone: (81) 9986 – 4491 / (87) 9622 – 2433

Catergoria:

1ª Inovação Sociotécnica

2ª Inclusão Social

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO............................................................................04

OBJETIVO GERAL..........................................................................05

PÚBLICO..........................................................................................06

Nº FAMÍLIAS ENVOLVIDAS...........................................................06

PERÍODO DE EXECUÇÃO DA PROPOSTA..................................06

METODOLOGIA..............................................................................07

COLABORADORES OU PARCEIROS...........................................11

RESULTADOS ESPERADOS.........................................................11

SUSTENTABILIDADE E CONTINUIDADE PROOSTA..................11

CONCLUSÃO..................................................................................12

ANEXO 1.........................................................................................12

ANEXO 2.........................................................................................19

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APRESENTAÇÃO

O que é?

O Programa "Mais Mel" é uma metodologia de transferência de

tecnologias de produção, por meio de consultorias e acompanhamento que

permitem a profissionalização do setor, o que proporcionará maior

desenvolvimento da apicultura.

O programa mais Mel, visa trazer inovações tecnológicas para a

região do Araripe, que se destaca na produção em mais de 93% de mel mesmo

não tendo alternativas de tecnologias adequadas para o setor.

A idéia que tínhamos sobre a baixa produção de mel na região, é de que

estava ligado a estiagem, mas não, era simplesmente pelo fato de termos

poucas abelhas no início do inverno. Por causa destes acontecimentos, vimos

a necessidade de procurar saídas para sanar o problema, começando assim os

trabalhos com manejo de alta produtividade sendo denominado Mais Mel.

A iniciativa surgiu dos apicultores em tentar achar uma solução, O

SEBRAE foi contactado e o mesmo se dispôs a contratar um especialista na

área e junto com o IPA, começaram a fazer um diagnostico em toda região do

Araripe.

Este acompanhamento técnico, trás para o agricultor familiar, a

possibilidade de colher mais mel com a mesma quantidade de colmeias,

evitando assim, um desembolso imediato.

Os resultados alcançados, mesmo em meio a seca de 1012, apicultores

de Moreilândia, Araripina e outros municípios, foi um aumento na produção de

mel de 15 kg para 50 kg por colmeia/ano.

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OBJETIVO GERAL:

Profissionalizar produtores e capacitar técnicos, implantar um sistema de

gestão eficiente, promover a transferência de tecnologias, inovar adaptando a

realidade local e regional, monitorar os impactos do manejo de alta

produtividade, permitir um aumento de produtividade e produção, com

consequente melhoria da renda do apicultor, reduzir custos com a melhoria da

eficiência, com o uso de técnicas modernas e inovadoras preconizadas pelo

programa.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

1 . Aumentar a produtividade com a implementação de técnicas

adequadas, podendo chegar a mais de 100 kg / colmeia / ano em apiários

fixos. Se migratório a produção pode chegar a 200 kg/ colmeia /ano.

2 . Melhorar a gestão do negócio e ter maior eficiência, produzir mais

com menor custo.

3 . Reduzir o índice médio de colmeias ociosas no estado de 85% para o

máximo de 10% nos apicultores que aderirem ao programa.

4 . Multiplicar as melhores genéticas. Selecionar as abelhas mais

produtivas e adaptadas ao local, por meio de levantamento de dados das

colmeias e orientar na implantação de unidades de produção de rainhas.

5 . Conhecer a influência e implantar técnicas para conviver com os

ciclos de seca/chuvas.

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PÚBLICO

São agricultores familiares dos dez municípios do Araripe mais

parnamirim.

Nº DE FAMÍLIAS ENVOLVIDAS

O projeto inicial que começou em 2011 atendia 36 famílias em toda

região do Araripe, em 2014 já ultrapassa 200 famílias e a previsão para 2016 é

de mais de 600 famílias de apicultores.

PERÍODO DE EXECUÇÃO DA PROPOSTA

O projeto teve início em 2011 e a previsão é para 2016 com grandes

chances de renovação.

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METODOLOGIA:

O Programa Mais Mel tem como metodologia as consultorias e as

transferências de tecnologias de produção, estas acontecem na localidade do

apicultor, no apiário, que se torna uma sala de aula. A programação inclui

orientações teóricas e consultorias práticas, aos produtores e técnicos, nas

propriedades selecionadas.

A partir da estruturação do apiário com base nas orientações do

programa, o apiário passa a ser uma unidade demonstrativa de referência na

região.

A metodologia será aplicada com base nas cartilhas, livros e materiais

impressos, mas devido as dificuldades já citadas da maior parte dos

apicultores, será usado métodos modernos e importantes para o ensino

aprendizagem, como vídeos aulas para transferência das técnicas de manejo,

que também serão demonstradas no apiário pelo consultor e técnicos treinados

pelo programa, desta forma pretende-se romper as barreiras e dificuldades de

profissionalização do setor;

Será utilizado um sistema computadorizado de coleta de dados, gestão

e orientação durante o manejo do apiário, os terminais alimentarão um banco

de dados central que poderá ser acessado pela internet por meio de senha,

neste portal conterá os vídeos aulas e demais orientações para os apicultores e

técnicos do programa.

Não existe um pacote tecnológico a ser aplicado em todos os apiários ou

a todos os apicultores, e sim, uma discussão ampla entre todos os envolvidos

sobre quais devem ser as técnicas mais apropriadas a implementar em cada

situação, assim a metodologia se baseará em consultorias e acompanhamento

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de campo, atendendo as dificuldades e necessidades do momento de cada um

dos apicultores.

Na apicultura, cada clima, altitude, bioma, ou variação por menor que

seja na vegetação, precipitação, relevo e época do ano, existe a necessidade

de adequação no manejo a ser realizado.

Utilizando um apiário como “local de prática”, onde várias técnicas são

sugeridas e discutidas por todos os envolvidos (consultores/instrutores

credenciados pelo Programa, técnicos e apicultores) e adequadas à realidade

de cada apicultor, e por fim, implementadas. Busca-se, desta maneira, conduzir

o trabalho com foco no sistema de produção como um todo.

O ingresso do apiário selecionado pelo técnico no município para ser o

“local de prática” somente acontece quando ambos, apicultor e técnico, estão

de acordo com a natureza participativa do trabalho e de seus direitos e deveres

para com o mesmo. Esse apiário passa a ser denominado “Unidade

Demonstrativa” (UD). Além dos objetivos de ser utilizada, precisa gerar renda

para a família do apicultor, a UD também servirá como exemplo para os

apicultores daquele município e da região, que porventura queiram visitá-la ou

acompanhar o desenvolvimento da mesma.

Para que seja construído um elo forte de ligação entre o técnico e o apicultor, e

destes com o consultor/instrutor, as ações mais importantes no ício do trabalho

são as visitas a outras UDs. Lá, ambos poderão constatar a veracidade das

informações passadas, as dificuldades encontradas pelos produtores e

técnicos no começo da jornada, os problemas enfrentados, as soluções

adotadas e os resultados obtidos, em propriedades que tenham perfis

semelhantes às propriedades dos que as visitam. Essa atividade fortalece a

confiança no trabalho e reacende a vontade de querer executá-lo. Dentre os

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compromissos firmados, o técnico deverá visitar a UD na frequência mínima de

uma vez ao mês, para o acompanhamento das atividades combinadas entre

todos os envolvidos e auxílio na coleta de dados a ser efetuada pelo apicultor.

O consultor, credenciado pelo "Programa Mais Mel", terá a obrigação de

retornar pelo menos 4 vezes ao ano àquela UD, por um período de 3 anos, que

é a duração mínima ideal do trabalho.

Ao longo desse período os produtores começam a sentir segurança na

aplicação das técnicas e aplica as mesmas em seu apiário. Passa a distinguir

onde as técnicas devem ser aplicadas, onde elas podem ser aplicadas, onde

elas precisam sofrer adaptações para serem aplicadas em razão da situação

particular de cada um, e onde elas não devem ser aplicadas. É um processo

contínuo e dinâmico de aprendizagem, não se encerrando após o terceiro ano,

pois, o vínculo de trabalho e de amizade gerado entre todos os envolvidos é a

erramenta mais poderosa para enfrentar dificuldades futuras.

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Os produtores passam a ter acesso e a adotar técnicas que lhes permitirão

recuperar a autoestima e a dignidade, e a cultivar a esperança e a confiança no

futuro. Por menor que seja o apiário, por mais problemático que seja o clima e

por mais difícil que seja a situação financeira, mesmo assim essas famílias têm

o direito de sonhar, e o que é mais importante, de realizar esses sonhos.

Dentre as atividades e técnicas utilizadas no Programa Mais Mel, podem

ser agrupadas e citadas as seguintes:

1. Adesão de novos apicultores, técnicos e associações;

2. Visita técnica as unidades de demonstração, apiários onde já tem as

3.

4.

5. técnicas implantadas;

6. Diagnóstico inicial, coleta de dados necessários, numerar as colmeias e

apiários, georreferenciar os apiários;

7. Definir um plano de gestão e manejo anual;

8. Revisão nas colmeias e levantamento de dados individuais nas

colmeias;

9. Substituição da cera velha por nova, reforma da colmeia, se necessário;

10. Avaliação da postura da rainha;

11. Selecionar as colmeias mais produtivas para utilizar como referência e

possivelmente utilizar o material genético;

12. Montar apiário de produção de rainhas, ou prever a compra de produtor

idôneo da região;

13. Diagnóstico da possibilidade de diversificação da produção (produção de

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própolis e pólen);

14. Apresentação das técnicas para os apicultores conforme descrito em

anexo.

COLABORADORES OU PARCERIAS

ADDIPER; SEBRAE; CODEVASF; COAMPIS; ASSOCIAÇÃO DOS

APICULTORES DE : TRINDADE, ARARIPINA, PARNAMIRIM, OURICURI,

BODOCÓ, SANTA FILOMENA E SANTA CRUZ. BNB, BB, PRORURAL,

TÉCNICOS DOS ESCRITÓRIOS LOCAIS DO IPA.

RESULTADOS ESPERADOS

No que diz respeito aos resultados qualitativos com citado

anteriormente, os apicultores puderam aumentar a quantidade de mel

passando de 15 kg/colmeia/ano para 50 kg/colmeia/ano, lembrando também da

sobra de cera bruta que começou a sobrar, que é em torno de 1 a 2 kg de cera

por colmeia/ano. Outro ponto importante deste trabalho, é que, os índices de

colmeias vazias reduziram de 85% para 10%.

No que se refere a aos resultados quantitativos, o número de apicultores

sendo assistidos e seguindo as informações tecnológicas está em uma

crescente, passamos de 36 apicultores em 2011 para mais de 200 em 2014 e

que para 2016 esse número passe de 600 produtores de abelhas seguindo as

técnicas.

SUSTENTABILIDADE E CONTINUIDADE DA PROPOSTA

Os parceiros financeiros do governo do estado estão dispostos a

investirem não só com o programa mais mel, como também, em melhoramento

genético de abelhas rainhas. O mais importante deste trabalho, é que pelo fato

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do custo ser baixo para manter uma colmeia por mês, os apicultores que foram

assistidos, já estão caminhando com suas próprias pernas.

CONCLUSÃO

Existem ainda várias barreiras a serem ultrapassadas. O importante, é

que aqueles que começaram meio que incrédulos, hoje tornaram – se

referência nas suas localidades e região.

Temos muito que melhorar, precisamos ter fé, dedicação e vontade de

mudar, para que um dia possamos falar com prazer e brilho nos olhos que o

nosso sertão é produtivo e que sempre existirá estiagem, mas que sendo

preciso aprender a conviver com esta região que alem de ser bela garante o

sustento de nossa família.

Anexo 1 – Uma das Cartilhas para acompanhamento dos apicultores

PROGRAMA MAIS MEL

GESTÃO, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E PRODUTIVIDADE

MANEJO DE ALTA PRODUTIVIDADE

Normalmente, em todas as regiões do Brasil, há um ou mais períodos ao

ano de entressafra na apicultura, que podem ser definidos pela ausência ou

excesso de chuvas. Durante este período, ocorre a diminuição e até a falta de

alimentos disponíveis na natureza para as abelhas, já que as plantas não

florescem ou são lavadas pela chuva.

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Com a diminuição da entrada de pólen e néctar na colmeia, as abelhas jovens,

também chamadas de nutrizes, vão diminuindo a alimentação da rainha e,

consequentemente, ocorre uma redução progressiva da postura de ovos, o que

vai causar, após alguns dias, semanas ou meses, uma diminuição progressiva

da população do enxame, já que morrem as abelhas mais velhas e não ocorre

uma substituição por jovens, que deixam de nascer por falta de postura de

ovos da rainha. Em alguns momentos, a rainha chega a suspender totalmente

a postura, o que tem como consequência a ausência de nascimento de

abelhas-operárias.

Nas regiões onde a entressafra dura muitos meses, é comum alguns

enxames acabarem com a morte de todas as abelhas, ou ainda, enxamearem

em migração para outras regiões onde há melhores condições de alimentação

e sobrevivência.

Para evitar as consequências das perdas dos enxames ou sua

diminuição excessiva, o apicultor precisa adotar as técnicas que serão

detalhadas a seguir. Estas são primordiais para não ocorrer o

comprometimento da produção seguinte, o que ocorrerá durante a florada.

Com as perdas de enxames, ocorrem prejuízos diretos, a exemplo dos

custos para recapturar os enxames, reformar as colmeias com cera alveolada,

e outros procedimentos necessários para a instalação de novos enxames.

Existem ainda os custos indiretos. O principal, entre muitos, é correr o risco de

passar a safra com colmeias vazias, sem produção, ou ter enxames pequenos

no início da florada, o que impede uma boa produtividade.

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A aplicação destas técnicas de manejo permite alta produtividade. Estas, nada

mais são, que um conjunto de ações a serem executadas pelo apicultor, que

possibilita a redução significativa da perda de enxames, aumenta a população

dos enxames, podendo dividi-los com técnicas de multiplicação e povoar ou

repovoar todas as colmeias. Tudo isso no período de entressafra. Desta forma,

é possível chegar à safra com os enxames em ótimo estado, com a população

ocupando, em média, o ninho e mais duas melgueiras com abelhas. Os

enxames estarão grandes no início da safra. Durante a safra de mel, vai ser

preciso aumentar ainda mais o espaço interno das colmeias com o acréscimo

de melgueiras adicionais, tantas quantas forem necessárias.

Com todas as colmeias habitadas e uma superpopulação de abelhas,

haverá uma produção e uma produtividade muito maior, já que, no inicio da

safra, haverá abelhas suficientes para colherem tudo que a natureza oferecer e

armazenarem na colmeia. Vai ser possível colher mel nas primeiras melgueiras

já no inicio das floradas, colhendo mais vezes, permitindo um aumento muito

grande da produção e da produtividade.

Todas as técnicas aqui apresentadas já foram testadas em apiários

próprios, de vários amigos e também de produtores que assistiram as palestras

e cursos. Todos os apicultores que aplicaram integralmente as técnicas,

obtiveram resultados significativos, em diversos estados, como: Paraíba, Minas

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Gerais, Espirito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e muitas outras

regiões do Brasil.

Entendendo melhor como produzir abelhas

Você precisa ter conhecimento das floradas, o que a maioria dos

apicultores já tem, e precisa entender que, normalmente, um enxame leva em

torno de 60 dias para se organizar, para ter uma estrutura mínima em

sequência de atividades da colmeia, para suportar alimentar todas as larvas

que nascem dos ovos que a rainha é capaz de pôr e ainda gerar sobras de

alimentos. Exatamente o que o apicultor quer, sobras para ele colher.

Normalmente, as floradas de diferentes espécies vegetais são seguidas

e a soma destas dura, em média, 120 dias. Em algumas regiões, mais, em

outras um pouco menos. Se houver intervalos sem pólen ou néctar o enxame

volta a diminuir e fica em um ciclo de aumentar e diminuir durante os meses de

safra. Terminado este período, a fome se instala e o enxame diminui, migra ou

acaba.

Nos primeiros dias do início da florada, inicia a entrada de alimento,

sendo pólen e néctar. Para por ovos, a rainha precisa ser alimentada com

geleia real; para haver produção de geleia real, as operárias jovens precisam

comer pólen e mel para produzirem, lembrando que, depois de muitos meses

sem entrada de alimento, ou entrando quantidades insuficientes, não existe

muita abelha jovem, já que a rainha parou a postura, ou pelo menos diminuiu

muito. Neste caso, é preciso de muitas abelhas para produzirem uma

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quantidade pequena de geleia real, já que as glândulas produtoras das abelhas

mais velhas já atrofiaram ou estão muito cansadas de produzir.

A rainha vai retomando a postura de ovos, vai aumentando aos poucos.

Conforme aumenta a quantidade de crias (larvas), aumenta a demanda por

alimento, já que existem mais bocas para serem alimentadas, mas não existem

abelhas suficientes para atenderem a todas as demandas. Existe uma limitação

neste ciclo, o número de abelhas presentes no enxame.

Para facilitar o entendimento, explicarei de outra forma e mais detalhado.

Após o início da entrada de alimento, a rainha leva por volta de cinco dias para

iniciar a postura de ovos ou aumentar a postura, isto porque as operárias

precisam estar bem nutridas para produzirem geleia real e fornecerem à rainha.

Como a quantidade de geleia real é pequena por não haver muitas abelhas

jovens, as abelhas mais velhas conseguem produzir uma pequena quantidade

de geleia real, mas com grande dificuldade. Por isso, leva em torno de 15 dias

para a rainha aumentar a quantidade de ovos e chegar a pôr mais ovos do que

o número de abelhas que morrem, devido terem atingido o limite de idade, já

que ao iniciar os trabalhos de campeira, o número de dias de vida das abelhas

vai diminuindo.

Para reverter a quantidade de abelhas que morrem e as que nascem,

leva mais alguns dias, porque as primeiras abelhas nascem por volta de 20

dias depois da postura da rainha. Para se tornarem campeiras e aumentar a

entrada de alimento leva em torno de mais 20 dias.

Somando, teremos algo em torno de 60 dias, resultado da soma de

rainha estimulada, 5 dias, mais 15 dias para ter postura superior à quantidade

de abelhas que morrem, mais 20 dias para nascerem as abelhas para, de fato,

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iniciar o aumento de abelhas no enxame e, depois de nascidas mais 20 dias

para se tornarem campeiras.

Resumindo, 60 dias é o tempo necessário para aumentar o número de

campeiras e ter um enxame organizado em sequência, com todas as fases de

atividades das abelhas, estas suficientes para alimentarem a rainha, as crias,

buscar alimentos para a colmeia aumentar e ainda gerar sobras para o

apicultor colher.

Entendendo bem o processo e sabendo que a florada dura normalmente

algo em torno de 120 dias, descobrimos a explicação dos motivos que levam

os apicultores das diferentes regiões do Brasil a só colherem mel depois de 60

dias do início das floradas, colhendo então as sobras do enxame pelos 60 dias

ou mais restantes.

O segredo da alta produtividade

Se prepararmos os enxames utilizando as técnicas do manejo de alta

produtividade, conseguindo aproveitar todos os 120 dias da florada, assim

podemos, tranquilamente, no mínimo dobrar a produtividade. Com a

alimentação artificial na entressafra e demais procedimentos de manejo

correto, poderá atingir uma produtividade muito maior. A produtividade será em

torno de 120 quilos por colmeia, dependendo da vegetação, da disponibilidade

de florada e do clima do período de safra.

Aumentar consideravelmente a produção de mel é o objetivo deste

trabalho e deve ser de todos os apicultores que realmente são apicultores, que

querem ganhar dinheiro com apicultura. Para isto, precisam adotar todas as

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técnicas necessárias. Os resultados serão a soma de todos os procedimentos

que serão realizados durante a entressafra, com todas as técnicas apropriadas

que serão detalhas nas demais cartilhas do Programa Mais Mel.

Resumidamente, as técnicas consistem em:

1. Alimentar os enxames com proteína e energia suficiente, com

subsistência durante toda a entressafra e alimentação estimulante, na

quantidade, qualidade e na hora certa, por, no mínimo 90 dias antes das

floradas;

2. Trocar a cera de todos os quadros do ninho todos os anos e aproveitar a

cera de forma eficiente. Haverá sobra de cera que permitirá aumentar o

número de colmeias ou ainda vender, pagando todas as despesas e

ainda fazer uma renda extra;

3. Avaliar as rainhas, substituir as velhas e as geneticamente deficientes;

4. Dividir ou multiplicar os enxames e não ter colmeias vazias;

5. Controlar a enxameação para evitar perder abelhas e a produção;

6. Manter os apiários limpos e organizados, para não haver ataque de

inimigos naturais;

7. Garantir a produção, a produtividade e a qualidade dos produtos;

8. Controlar a produtividade por enxame para continuar a melhoria da

genética dos enxames.

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ANEXO – 2

Foto 1- Alimentação Artificial na época da estiagem à base de proteína e energia

Foto 2 – Consumo da ração pelas abelhas

Foto 3 – Quadro do ninho completo com postura. Resultado da alimentação artificial

Foto 4 – Puxada de cera em plena seca. Presença de néctar artificial na alimentação.