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Brasília, 2011

Programa Mesa Educadora para a Primeira Infância: concepções

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Page 1: Programa Mesa Educadora para a Primeira Infância: concepções

Brasília, 2011

Unesdoc
Documento parcialmente ilegível
Page 2: Programa Mesa Educadora para a Primeira Infância: concepções

Esta publicação tem a cooperação da UNESCO no âmbito do Programa Mesa Educadora para a PrimeiraInfância, o qual tem o objetivo de promover a formação dos profissionais das Instituições de EducaçãoInfantil comunitárias, filantrópicas e públicas, priorizando aquelas que atendem a meninos e meninas de0 até 5 anos de idade, oriundos de famílias de baixa renda.

Os autores são responsáveis pela escolha e apresentação dos fatos contidos neste livro, bem como pelasopiniões nele expressas, que não são necessariamente as da UNESCO, nem comprometem a Organização.As indicações de nomes e a apresentação do material ao longo deste livro não implicam a manifestação dequalquer opinião por parte da UNESCO a respeito da condição jurídica de qualquer país, território, cidade,região ou de suas autoridades, tampouco da delimitação de suas fronteiras ou limites.

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Esta publicação é fruto de uma parceria entre a GERDAU e a Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, em cooperaçãocom a Representação da UNESCO no Brasil, no âmbito do Programa Mesa Educadora para a Primeira Infância.

© GERDAU e Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho 2011

Revisão Técnica: Alceu Terra Nascimento, Elvira Nadai, Jéferson dos Santos, Maria Lúcia Salle Machado e Michele Bravo da SilvaRevisão Gramatical e Atualização Ortográfica: Maria do Socorro Dias Novais de SenneProjeto Gráfico: Unidade de Comunicação Visual da Representação da UNESCO no BrasilIlustração: Arthur RossetoFotografia da Capa: Rodrigo Faria

Programa Mesa Educadora para a Primeira Infância: concepções, metodologia e manual de implantação / série editada por Suzi Mesquita Vargas. – Brasília : Gerdau, Fundação

Maurício Sirotsky Sobrinho, 2011.p. 74 (Série mesa educadora para a primeira infância; 5).

ISBN: 978-85-7652-147-1

1. Educação infantil 2. Programas educacionais I. Vargas, Suzi Mesquita (Ed.) II. Gerdau III. Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho IV. Série

GERDAUAv. Farrapos – 1811 90220-005 - Porto Alegre - RS - Brasil Tel: (55 51) 3323-2000Site: www.gerdau.com.br

Fundação Maurício Sirotsky SobrinhoRua Rádio e TV Gaúcha, 18990850-080 - Porto Alegre – RS - BrasilTel: (55 51) 3218-5003Fax: (55 51)3218-5035Site: www.fmss.org.brE-mail: [email protected]

UNESCO - Representação no BrasilSAUS, Quadra 5, Bloco H, Lote 6, Ed. CNPq/IBICT/UNESCO, 9º andar70070-912 - Brasília - DF - BrasilTel.: (55 61) 2106-3500Fax: (55 61) 2106-3967Site: www.unesco.org/brasiliaE-mail: [email protected]

Impresso no Brasil

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO........................................................................................................................................................................................................................... 7

I – Um pouco da história...................................................................................................................................................................................................... 9

II – Programa Mesa Educadora para a Primeira Infância – concepções e metodologia .....................................10

1. O que é o Programa Mesa Educadora para a Primeira Infância? ........................................................................................10

2. Priorizar a educação e o cuidado da primeira infância é decisão estratégica ..........................................................10

3. A metodologia..................................................................................................................................................................................................................11

3.1 A implantação do Programa em parceria.....................................................................................................................................13

3.2 Mesa Educadora ..................................................................................................................................................................................................14

3.2.1 O Espaço da Mesa Educadora ....................................................................................................................................................14

3.2.2 As ações da Mesa Educadora......................................................................................................................................................15

3.3 O(A) coordenador(a) técnico(a) da Mesa Educadora .....................................................................................................16

3.3.1 Perfil do(a) coordenador(a) técnico(a)...............................................................................................................................16

3.3.2 Atribuições....................................................................................................................................................................................................17

3.3.3 Capacitação e acompanhamento do trabalho do(a) coordenador(a) técnico(a)......................18

3.4 O Grupo Gestor Local ....................................................................................................................................................................................18

3.5 A formação ...............................................................................................................................................................................................................20

3.5.1 Mesa Educadora e os Ciclos de Formação......................................................................................................................21

3.5.2 Outras orientações................................................................................................................................................................................24

3.5.3 Para retomar ................................................................................................................................................................................................24

3.6 Os livros pedagógicos – “Série mesa educadora para a primeira infância” ....................................................26

3.6.1 A utilização dos livros pedagógicos da “Série mesa educadora para a primeira infância .....26

3.6.2 Marcos referenciais: do Programa de Educação Continuada de Professores de Educação Infantil..................................................................................................................................................................................................26

3.7 Formas de captação de recursos para o Programa ..............................................................................................................30

III - Manual de implantação do Programa.........................................................................................................................................................32

1. A adesão da Prefeitura Municipal ...................................................................................................................................................................32

2. Designação do(a) coordenador(a) técnico(a) .....................................................................................................................................32

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3. Identificação da Instituição Local de Promoção do Programa.............................................................................................33

4. A formação do Grupo Gestor Local .............................................................................................................................................................33

4.1 Convidar as organizações interessadas para o evento de apresentaçãodo Programa e ingresso no Grupo Gestor Local.............................................................................................................................33

4.1.1 Formalizando o ingresso no Grupo Gestor Local .....................................................................................................34

4.2 Realizar a primeira reunião do Grupo Gestor Local ............................................................................................................34

4.3 Aprovar o regimento interno...................................................................................................................................................................34

4.4 Escolher o(a) representante legal..........................................................................................................................................................34

5. A organização da infraestrutura do Espaço da Mesa Educadora .......................................................................................35

6. A seleção das Instituições de Educação Infantil..................................................................................................................................36

6.1 Etapas da seleção das Instituições de Educação Infantil..................................................................................................36

6.2 Apresentação do Programa às Instituições de Educação Infantil selecionadas..........................................37

6.3 Lançamento do Ciclo de Formação Inicial dos Profissionais das Instituiçõesde Educação Infantil ..................................................................................................................................................................................................37

6.4 A execução das atividades iniciais da Mesa Educadora...................................................................................................38

6.5 A execução das atividades de acompanhamento e monitoramento da Mesa Educadora ............38

Referências bibliográficas....................................................................................................................................................................................................39

Anexos ...................................................................................................................................................................................................................................................43

Anexo A........................................................................................................................................................................................................................................43

Anexo B.........................................................................................................................................................................................................................................47

Anexo C........................................................................................................................................................................................................................................51

Anexo D........................................................................................................................................................................................................................................55

Anexo E .........................................................................................................................................................................................................................................57

Anexo F .........................................................................................................................................................................................................................................59

Anexo G........................................................................................................................................................................................................................................62

Anexo H........................................................................................................................................................................................................................................64

Anexo I...........................................................................................................................................................................................................................................66

Anexo J...........................................................................................................................................................................................................................................70

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APRESENTAÇÃO

O presente documento visa a apresentar o Programa Mesa Educadora para aPrimeira Infância, suas concepções, metodologia e seus procedimentos de implantação.

É importante destacar que este volume “Programa Mesa Educadora para a PrimeiraInfância: concepções, metodologia e manual de implantação” foi construído com baseem diversos documentos orientadores, elaborados ao longo dos primeiros oito anosdo Programa, principalmente do “Manual de Implantação: passos para a instalação deuma Mesa Educadora”. Também serviram como fonte de informação as entrevistasrealizadas, entre novembro de 2010 e janeiro de 2011, com os integrantes da EquipeExecutiva, da Equipe Técnica, do Conselho Local e com coordenadores técnicos deMesas Educadoras. A lista com os nomes dos entrevistados e com a referência dosdocumentos utilizados encontra-se ao final deste documento.

Este volume está dividido em três capítulos. O primeiro capítulo consiste em umbreve histórico do Programa, desde sua criação até o ano de 2010, período denominadode Fundo do Milênio para a Primeira Infância. O segundo capítulo apresenta as concepçõesque embasam o Programa, e os elementos que compõem a metodologia. O terceirocapítulo refere-se ao manual de implantação. Nele são apresentadas orientaçõesdetalhadas de como implantar o Programa em um município.

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I – UM POUCO DA HISTÓRIA

Um caminho já trilhado: o Programa Mesa Educadora para a Primeira Infânciainiciou em 2003 e denominava-se Fundo do Milênio para a Primeira Infância. Ele nascepor meio de uma iniciativa do Banco Mundial em parceria com a Representação daOrganização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) noBrasil e a Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho. Uma doação inicial do Banco Mundialviabilizou a instalação do Fundo e a elaboração do detalhamento da metodologia doPrograma, que foi implementado em cada estado com o apoio do empresariado local.Até o ano de 2005, dez empresas gaúchas e catarinenses participaram do Projeto naqualidade de cofinanciadoras. A partir de 2006, a Gerdau Aços Longos S/A tornou-seprincipal empresa mantenedora do Programa.

Sua concepção pedagógica foi elaborada pela Organização Mundial Para EducaçãoPré-Escolar – OMEP Brasil.

Em dezembro de 2003, o Programa iniciou-se com a execução de uma MesaEducadora-Piloto, no município de Porto Alegre. A partir de meados de 2004, noveMesas Educadoras foram implementadas nos Estados do Rio Grande do Sul e de SantaCatarina. Em 2006, foram implementadas outras três Mesas Educadoras.

No período de 2008 a 2010, estabeleceu-se uma nova edição do Projeto. É nessemomento que o Programa se expandiu para os Estados de São Paulo e de Minas Gerais.Nessa segunda edição, o Programa implementou 15 Mesas Educadoras.

Entre 2003 e 2010, o Programa, então denominado Fundo do Milênio para a PrimeiraInfância, capacitou 1.897 educadores, de 201 Instituições de Educação Infantil (IEIs) ebeneficiou 21.791 crianças de 0 a 6 anos. Ao longo desse período, o Projeto mobilizoucerca de 241 instituições parceiras locais.

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II – PROGRAMA MESA EDUCADORA PARA A PRIMEIRA INFÂNCIA – concepções e metodologia

1. O QUE É O PROGRAMA MESA EDUCADORA PARA A PRIMEIRA INFÂNCIA?

O Programa Mesa Educadora para a Primeira Infância é uma metodologia que aliaa formação permanente em serviço e em rede dos profissionais de IEIs e a mobilizaçãopúblico-privado em prol da qualificação da educação e dos cuidados das crianças nosseus primeiros anos de vida. O projeto atua na promoção dos profissionais das IEIscomunitárias, filantrópicas e  públicas, priorizando aquelas que atendem meninos emeninas de 0 até 5 anos de idade, oriundas de famílias de baixa renda.

2. PRIORIZAR A EDUCAÇÃO E O CUIDADO DA PRIMEIRA INFÂNCIA

É DECISÃO ESTRATÉGICA1

A ciência tem comprovado a relevância da educação e dos cuidados de qualidadenos primeiros anos de vida de uma criança, bem como o impacto positivo no seudesempenho escolar e na vida. O período que vai da gestação até o sexto ano de vida,particularmente de 0 até 3 anos de idade, é o mais importante na preparação dosalicerces das competências e das habilidades emocionais e cognitivas futuras. É nesseperíodo que a criança aprende com mais intensidade a aprender, a fazer, a se relacionare a ser e desenvolve importantes valores com base em suas relações na família, naescola e na comunidade. Há estudos que também evidenciam que propostas e programasvoltados para a promoção do desenvolvimento integral das crianças têm impactono desenvolvimento humano e social, bem como na qualidade de vida e nas pers-pectivas futuras.

Sem esquecer o princípio do direito de toda criança, a partir de seu nascimento, aoacesso à educação de qualidade, vale ressaltar o estudo realizado pelo Instituto dePesquisa Econômica Aplicada (IPEA)2 sobre o impacto da educação pré-escolar noBrasil, que demonstra que cada ano de frequência na pré-escola – para crianças de 4a 6 anos de idade – aumenta em 0,4 anos a escolaridade finalmente atingida, diminui

1 O texto desse item foi extraído do documento: BRUM, José Tadeu; TRÓIS, Loide Pereira; LOPES, Maria Helena. Proposta de concepção daMesa Educadora. Porto Alegre: OMEP/Brasil, 2003. p. 6-7.2 BARROS, Ricardo; MENDONÇA, Rosane. Custo benefício da educação pré-escolar no Brasil. Rio de Janeiro: IPEA, 1999.

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entre 3 e 5% o nível de repetência e equivale a um aumento de renda, no futuro, daordem de 6%. A pesquisa também informa que são as crianças pobres as que mais sebeneficiam desse atendimento.

Portanto, um ponto-chave para garantir os direitos das crianças hoje e ampliar ascompetências e a capacidade inovadora das novas gerações é promover um atendi-mento de qualidade durante a primeira infância que responda às necessidades deeducação e de aprendizagem das crianças. Ações exitosas tanto na qualificação profis-sional quanto na educação e nos cuidados na primeira infância são de responsabilidadede todos: governo, empresas, organizações da sociedade civil, comunidades e famílias.

Parcerias entre governos, organizações da sociedade civil, setor privado, comuni-dades e famílias podem contribuir para a ampliação e o fortalecimento de programase ações de qualidade, destinados à criança de até 6 anos de idade, garantindo seusdireitos à educação, à saúde, à nutrição, à proteção, à assistência social e ao desenvol-vimento psicossocial e valorizando o direito à convivência familiar e comunitária. Anoção de responsabilidade social tem levado muitas empresas a investir na melhoriadas condições de vida da população.

3. A METODOLOGIA

A metodologia Mesa Educadora para a Primeira Infância se caracteriza-se,primordialmente, pelo estabelecimento de um espaço específico que visa a fomentara formação permanente dos profissionais da educação infantil articulada à organizaçãode um grupo de instituições público-privadas mobilizadas em prol da melhoria daqualidade da educação infantil no município.

A implantação dessa metodologia é descentralizada, prevendo uma estruturaorganizacional em duas instâncias, as quais deverão funcionar de maneira integrada,com funções e responsabilidades específicas:

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• Instância Executiva

• Instância Municipal

Instância Executiva

A Instância Executiva consiste em uma ou mais instituições de promoção dametodologia Mesa Educadora para a Primeira Infância responsáveis por difundir,preservar e implantar os princípios da metodologia junto aos municípios.

Cada uma das instituições de promoção da metodologia Mesa Educadora para aPrimeira Infância tem autonomia para implantar o Programa individualmente, bemcomo poderá convidar novos parceiros para a sua realização.

A Instância Executiva, ao estabelecer o Programa com a Prefeitura Municipal, pormeio da Secretaria de Educação e com os parceiros locais, é responsável por implantara metodologia, prover os materiais e os equipamentos que constituem a MesaEducadora – de forma direta ou com auxílio de outros parceiros – e coordenar otrabalho de capacitação dos coordenadores técnicos das Mesas Educadoras e dosintegrantes do Grupo Gestor Local por meio da contração de um(a) assessor(a)técnico(a) ou de uma instituição responsável por essa capacitação.

O(A) assessor(a) técnico(a) integra a Instância Executiva e tem como principaisatribuições capacitar os coordenadores técnicos das Mesas Educadoras e os integrantesdo Grupo Gestor Local de forma presencial e a distância; acompanhar e monitorar, deforma sistemática, a implementação do Programa em cada Mesa Educadora; acompanhare monitorar de forma sistemática a atuação do Grupo Gestor Local em cada município;prover assessoria técnica continuada aos coordenadores das Mesas Educadoras.

Instância Municipal

Fazem parte da Instância Municipal a Prefeitura Municipal, o(a) coordenador(a)técnico(a) da Mesa Educadora, o Grupo Gestor Local e uma Instituição Local dePromoção do Programa.

• Prefeitura Municipal, representada pela Secretaria Municipal de Educação, temcomo principais atribuições em relação ao Programa: disponibilizar o espaço para aMesa Educadora; prover infraestrutura da Mesa Educadora (ambiente de estudo,internet, material de escritório); participar do Grupo Gestor Local, por meio daSecretaria Municipal de Educação; disponibilizar profissional para a função de coorde-

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nador(a) técnico(a) da Mesa Educadora, conforme os critérios do Programa; e viabilizaras visitas do coordenador(a) técnico(a) às IEIs participantes da Mesa Educadora.

Visando a otimizar os recursos disponíveis no município, as atribuições da PrefeituraMunicipal podem variar, dependendo da negociação feita com a instituição de promoçãoda metodologia Mesa Educadora para a Primeira Infância, no momento do estabele-cimento da parceria.

• Coordenador(a) técnico(a) da Mesa Educadora: especialista na área de educaçãoinfantil, cedido pelo município e com dedicação de 40h semanais para o Projeto,responsável por desenvolver e coordenar as atividades da Mesa Educadora e realizara interface entre as IEIs participantes e o Grupo Gestor Local.

• Grupo Gestor Local: é cogestor do Programa e constituído por parceiros locais erepresentantes do poder público: a Secretaria Municipal de Educação (membroobrigatório), organizações da sociedade civil, iniciativa privada, Conselhos Municipais,Instituições de Ensino Superior, entre outros. O Grupo Gestor Local sensibiliza, mobilizae articula diversos segmentos da sociedade local, de modo a viabilizar e qualificar ofuncionamento da Mesa Educadora na sua autossustentabilidade e na promoção damelhoria da qualidade da educação infantil no município.

• Instituição Local de Promoção do Programa: é uma instituição participante doGrupo Gestor Local que assume o papel de liderança local em prol do projeto. Essainstituição é responsável por articular as ações junto às outras instituições e ao poderpúblico, tanto em relação à mobilização de recursos humanos para o Programa, quantode recursos financeiros.

3.1 A implementação do Programa em parceria

A implantação do Programa no município com a parceria da instituição de promo-ção da metodologia Mesa Educadora para a Primeira Infância é prevista para serrealizada ao longo de três anos. No primeiro ano, a instituição implanta a metodologia,capacita o(a) coordenador(a) técnico(a) e os integrantes do Grupo Gestor Local eoferece assessoria técnica presencial e a distância. No segundo ano, a instituiçãomonitora a implantação do Programa, organiza seminários regionais, estaduais ouinterestaduais de capacitação continuada para os coordenadores técnicos e ofereceassessoria técnica a distância e assessoria técnica presencial somente em casosespecíficos. No terceiro ano, a instituição apoia a Prefeitura Municipal no processo de

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municipalização da Mesa Educadora, organiza seminários estaduais ou interestaduaisde capacitação continuada para os coordenadores técnicos e oferece assessoriatécnica a distância.

A duração da parceria entre a Prefeitura Municipal e a instituição de promoção dametodologia Mesa Educadora para a Primeira Infância e as atribuições da instituiçãoao longo desse tempo podem ser acordadas de forma diferenciada, dependendo danegociação feita com o município.

3.2 Mesa Educadora3.2.1. O Espaço da Mesa Educadora

A Mesa Educadora é um espaço dedicado às vivências e à aprendizagem permanentepara os profissionais das IEIs. Ela funciona em um espaço físico já existente nomunicípio, cedido ou viabilizado pela Secretaria Municipal de Educação. Sugere-seque, de preferência, seja um espaço de livre acesso a todos os participantes, que façaparte do patrimônio do município e que possa, a médio prazo, ser legitimado comoum Centro de Formação de Educação Infantil.

A área da Mesa Educadora deverá serde, no mínimo, 50 m2 e organizada na formade uma sala de aula de educação infantilcom diferentes cantos temáticos – faz deconta, teatro, artes, cantinho do bebê,jogos e contação de histórias. Tal espaçodeve ser organizado de forma que permitaa transformação dos ambientes, por meioda movimentação do mobiliário, confor-me a necessidade de sua utilização.

Compõem o acervo da Mesa Educa-dora os seguintes itens obrigatórios: livros infantis, livros técnicos relacionados àeducação infantil e ao desenvolvimento infantil, livros da “Série mesa educadora paraa primeira infância”, brinquedoteca, videoteca, CDs infantis, fantoches, fantasias,instrumentos musicais, ambiente tecnológico (computador com acesso à internet,impressora, televisão, DVD e CD player) e ambiente de estudo (mesa e cadeiras).

© Foto: Maria Lucia Salle Machado

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3.2.2. As ações da Mesa Educadora

As três principais ações da Mesa Edu-cadora são: o Ciclo Inicial de Formação dosProfissionais das Instituições de EducaçãoInfantil; Ciclo de Formação Continuada daMesa Educadora; Espaço Aberto da MesaEducadora.

• Ciclo Inicial de Formação dos Profis-sionais das Instituições de EducaçãoInfantil: Esse primeiro ciclo caracteriza--se pela realização, ao longo do primeiroano de participação da IEI nas atividades da Mesa Educadora, de encontrospresenciais semanais, com duração mínima de duas horas, articulados com projetose ações complementares, totalizando uma carga horária de 200h, distribuídas em120h presenciais e 80h de projetos e ações complementares. Essa carga horária podeser flexibilizada, desde que mantenha a proporção 60/40 entre os encontros presenciaise os projetos e ações complementares e que garanta uma carga horária mínima de120h (72h presenciais e 48h de projetos e ações complementares).A cada ano são formados um ou mais grupos, dependendo do número de coorde-nadores técnicos disponibilizados para a Mesa Educadora. Em cada grupo comcapacidade máxima de 40 participantes, sugere-se a participação de cinco IEIs comoito profissionais cada. Podem participar das atividades da Mesa Educadora todas as categorias profissionaisda instituição: diretores, orientadores pedagógicos, professores, auxiliares pedagógicos,auxiliares administrativos, merendeiras, vigilantes etc. O(A) coordenador(a) técnico(a) é o responsável por planejar e coordenar essesencontros. Além disso, o(a) coordenador(a) deverá fazer, no mínimo, uma visita deobservação/participação por mês às IEIs participantes desse Ciclo de Formação.Compete à Prefeitura Municipal viabilizar essas visitas.

• Ciclo de Formação Continuada da Mesa Educadora: A partir do segundo ano, asIEIs continuarão vinculadas ao Programa como uma espécie de “sócias” da MesaEducadora e poderão participar de formações de curta duração, seminários, eventosculturais, formações específicas para determinados profissionais, como, por exemplo,

© Foto: Maria Lucia Salle Machado

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uma formação de 20h sobre nutrição destinada às merendeiras. O(A) coorde-nador(a) técnico(a) é o responsável por articular as ações desse Ciclo de Formação.

• Espaço Aberto da Mesa Educadora: consiste em dois turnos na semana duranteos quais a Mesa Educadora está aberta para que todos os profissionais das IEIs possamutilizar o espaço para consultar a biblioteca, reunir-se com os colegas para planejaratividades, encontrar-se com o(a) coordenador(a) técnico(a) para esclarecer dúvidassobre determinado tema, fazer empréstimo de livros, CDs, brinquedos, vídeos oufantasias etc. Os empréstimos devem ser monitorados pelo(a) coordenador(a), pormeio de um caderno de registro, buscando preservar o patrimônio da Mesa Educadora.

3.3 O(A) coordenador(a) técnico(a) da Mesa Educadora

3.3.1 Perfil do(a) coordenador(a) técnico(a)

Para atuar como coordenador(a) técnico(a) da Mesa Educadora, o profissional deveatender, no mínimo, aos seguintes critérios profissionais:

• ser funcionário da Prefeitura, preferencialmente do quadro efetivo;• ter formação na área de educação;• ter experiência na área de educação infantil;• ter experiência na área de formação de professores;• ter disponibilidade para trabalhar 40h semanais para o Programa.

Além desses critérios, é importante que o(a) coordenador(a) tenha como caracte-rísticas pessoais:

• a capacidade de exercer liderança, de administrar conflitos, de trabalhar em equipe, de ser proativo e de ter iniciativa;

• ter facilidade para trabalhar com a diferença e com a diversidade;• gostar de trabalhar com criança;• ser sensível aos problemas sociais;• gostar de desafios.

Conforme for a demanda de IEIs participantes para o Ciclo de Formação Inicial dosProfissionais das Instituições de Educação Infantil, o município poderá disponibilizarmais de um(a) coordenador(a) técnico(a) para a Mesa Educadora.

Em experiências anteriores de implantação da metodologia, em alguns municípios,a Mesa Educadora contou com a atuação de dois coordenadores técnicos, e o trabalhodesenvolvido foi muito enriquecedor e positivo.

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3.3.2 Atribuições

Responsável por desenvolver e coordenar as atividades da Mesa Educadora e porrealizar a interface entre as IEIs e o Grupo Gestor Local, entre as atribuições do(a)coordenador(a) técnico(a), destacam-se:

• participar ativamente do Grupo Gestor Local, envolvendo-o nas ações desen-volvidas pela Mesa Educadora;• coordenar/mediar o Ciclo de Formação Inicial para Profissionais das Instituiçõesde Educação Infantil;• realizar o mapeamento diagnóstico das IEIs participantes;• elaborar Plano de Ação da Formação, com base no mapeamento e na metodologiaproposta pela Mesa Educadora;• realizar, no mínimo, uma visita bimestral de observação/participação em cada IEIparticipante do Ciclo de Formação Inicial; • acompanhar e subsidiar os grupos na elaboração e na execução dos projetospedagógicos desenvolvidos nas instituições onde atuam, bem como nas açõescomplementares; • acompanhar o(a) assessor(a) técnico(a) nas visitas de supervisão às IEIs;• acompanhar a frequência e a assiduidade dos participantes da Mesa Educadora,procurando solucionar os casos de faltas ou evasão junto às IEIs;• discutir com o Grupo Gestor Local as demandas e os problemas enfrentados pelasIEIs, visando a estabelecer, conjuntamente, estratégias de mobilização público--privada em prol de sua superação;• elaborar relatório sobre a Mesa Educadora;• coordenar/mediar o Ciclo de Formação Continuada para Profissionais das Insti-tuições de Educação Infantil;• realizar o mapeamento das necessidades de Formação Continuada dos pro-fissionais das IEIs “associadas” da Mesa Educadora;• promover a continuidade da formação por meio das visitas às IEIs e da promoçãodo aprofundamento de temas relacionados à educação infantil e de temas deinteresse dos educadores, organizando os grupos de forma diferenciada e com umacarga horária menor, podendo ser variada;• definir formações, seminários e eventos culturais que serão realizados, com baseno mapeamento das necessidades;

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• coordenar o Espaço Aberto da Mesa Educadora, garantindo que, no mínimo emdois turnos por semana, a Mesa Educadora esteja disponível para os seus participantes;• organizar o espaço físico da Mesa Educadora, bem como realizar levantamentodos materiais existentes e necessários em termos de reposição;• entregar relatórios, registros, relatos de atividades e materiais de produção do grupoda Mesa Educadora, bem como realizar prestação de contas nos prazos determinados;• dinamizar o trabalho das Mesas Educadoras com visitas de observação às IEIs,passeios guiados, saídas culturais a museu, teatro, galerias de arte, cinema e parti-cipação em encontros, seminários e eventos promovidos pelo município ouproximidades;• registrar os diferentes momentos de trabalho na Mesa Educadora, por meio dememória, depoimentos dos participantes, depoimentos dos representantes das IEIs,filmes e fotos, buscando divulgar as atividades desenvolvidas;• incentivar o registro e a troca de experiências, por meio da participação em fórumpelo site do Programa Mesa Educadora para a Primeira Infância e/ou publicações.

3.3.3 Capacitação e acompanhamento do trabalho do(a) coordenador(a) técnico(a)

A capacitação do(a) coordenador(a) técnico(a) é de responsabilidade da instituiçãode promoção da metodologia Mesa Educadora para a Primeira Infância, por meiodo(a) assessor(a) técnico(a) e/ou de uma instituição responsável por essa capacitação.

Compete ao(à) coordenador(a) técnico(a) manter interface com o(a) assessor(a)técnico(a), participando das jornadas e dos seminários de capacitação e integração,bem como das ações de formação a distância. Cabe à Secretaria Municipal daEducação viabilizar deslocamentos com direito a diárias, se for o caso, para que o(a)coordenador(a) participe dos eventos promovidos pelo Programa.

O(A) assessor(a) técnico(a) acompanhará o trabalho do(a) coordenador(a), pormeio de relatórios, seminários de integração e visitas de monitoramento, assessoriaon-line, permitindo, assim, uma assessoria técnica adequada a cada realidade.

3.4 O Grupo Gestor Local

Responsável pela cogestão municipal do Programa, os integrantes do Grupo GestorLocal tem como principais atribuições:

• manter contato sistemático com o(a) coordenador(a) técnico(a) da Mesa Educa-dora, buscando articular o trabalho;

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• garantir a concepção do Programa na implantação e na implementação da MesaEducadora;• propor e articular estratégias que visem à melhoria das condições das IEIs partici-pantes da Mesa Educadora;• propor e articular estratégias que visem à melhoria das condições das ações deformação da Mesa Educadora;• construir o Plano de Atividades Anual da Mesa Educadora, com a colaboraçãodo(a) coordenador(a) técnico(a);• zelar pelo patrimônio da Mesa Educadora;• analisar e aprovar o Plano de Aplicação dos Recursos apresentados pelo(a) coorde-nador(a) técnico(a);• acompanhar o processo de avaliação da Mesa Educadora e, consequentemente,os resultados alcançados; • mobilizar a sociedade para a causa da primeira infância, visando à melhoria daeducação infantil no município;• buscar parcerias para ampliar e viabilizar a manutenção e o funcionamento daMesa educadora; • divulgar o trabalho realizado pela Mesa Educadora;• realizar reuniões ordinárias, conforme proposição dos próprios membros. Sugere--se que as reuniões sejam mensais;• participar dos encontros de apresentação e discussão sobre a metodologia da MesaEducadora;• participar dos encontros de avaliação da implantação da Mesa Educadora no município;• aprovar o regimento interno do Grupo Gestor Local;• indicar a instituição que será a representante legal do Grupo Gestor Local, bem comoseu suplente. • o Grupo Gestor Local é presidido por uma organização que atue como represen-tante legal.São atribuições do(a) representante local:• convocar e coordenar as reuniões do Grupo Gestor Local;• liderar e incentivar a rede do Grupo Gestor Local;• manter e articular a comunicação entre os membros do Grupo Gestor Local;• criar comissões que sejam necessárias ao cumprimento do Plano de Ação da MesaEducadora;• organizar as atas de reuniões;

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• monitorar o patrimônio da Mesa Educadora e repassar informações à instituiçãode promoção da metodologia Mesa Educadora para a Primeira Infância.A Instituição Local de Promoção do Programa não será necessariamente a

representante legal do Grupo Gestor Local.

3.5 A formação3

“A Mesa Educadora é um verdadeiro espaço de formação perma-nente em serviço e em rede e permite a reflexão, o estudo a troca depráticas docentes e de gestão, aproximando a teoria da prática. (...) Éneste espaço que acontecem as vivências, reflexões, narrativas eexperiências individuais, com a proposta de que o brincar e o recriarbrincadeiras infantis abre a possibilidade do fazer aquilo que aindanão é, mas que pode vir a ser”. Equipe Técnica do Programa Fundodo Milênio para a Primeira Infância 2008/2010.

A formação realizada pela Mesa Educadora tem como pressuposto a quebra deparadigmas, colocando em tensão a proposta à qual os profissionais da educaçãoinfantil estão acostumados. O objetivo é impulsionar o profissional a buscar suacontínua autoformação, ao problematizar o cotidiano, e, dessa forma, favorecer acompreensão de que existem diferentes possibilidades de se posicionar frente aomundo, à escola e a si mesmo. A proposta também oferece a oprotunidade a pessoaassumir o lugar de onde se fala, constituindo-se como sujeito múltiplo e único em suaprópria organização narrativa.

Nesse sentido, a Mesa Educadora não deve ser entendida como um espaço bemmobiliado em que se ministram cursos regulares organizados dentro de umametodologia linear e previsível de formação docente na área da primeira infância, complanos de trabalho fechados, bibliografia ou como os já existentes no mercado.

A configuração do espaço com brinquedos, jogos e materiais diversos, distribuídosem cantos temáticos, acolhe os participantes e os provoca-os a pensar sobre a suainstituição e sobre as infâncias.

Participam das formações todos os profissionais das IEIs: dirigentes/diretores,coordenadores, professores, monitores e auxiliares de classe, assim como serventes,merendeiras e auxiliares de serviços gerais.

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3 O texto desse item foi extraído do documento: KAUTZMANN, Larissa. K.; BOMBASSARO, Maria Cláudia; PAIVA, Maria da Graça G.;MACHADO, Maria Lúcia S. A formação do Programa Mesa Educadora para a Primeira Infância. Porto Alegre: [s.n.], 2011. (mimeo).

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A Mesa Educadora é, na verdade, um espaço de encontro e de estudo, permeado peladialogicidade, no qual se problematizam as práticas da IEI, com base em diferentesolhares. Para tanto, o encontro precisa ser organizado, de modo a possibilitar aconversa, o estudo e a reflexão. Os participantes podem estar reunidos, na sala daMesa Educadora, de diferentes maneiras: em rodas de conversa, rodas de estudo,cantos temáticos e pequenos grupos.

O(A) coordenador(a) técnico(a) deve estar atento, a fim de perceber que as pessoasque estão nesse espaço de encontro são todas profissionais de educação infantil e,independente da função que cada uma exerce, todas as falas são bem-vindas, funda-mentais para a construção/desconstrução de ideias/concepções sobre como a IEIfunciona.

É o(a) coordenador(a) técnico(a) que articula (planeja, propõe, provoca e acolhe)os encontros de formação. Ao articular esses encontros, o(a) coordenador(a) técnico(a)precisa de um olhar sensível e uma escuta atenta ao grupo de profissionais,considerando vivências, experiências e expectativas de todas essas pessoas. Aoconsiderar esse contexto, o(a) coordenador(a) técnico(a) pensa e organiza, com baseem seu repertório teórico e prático, o que realmente é importante ser pauta dosencontros de formação e que deverá ser incluído no planejamento de temas/conteúdos que irão dar direção à proposta de trabalho.

3.5.1 Mesa Educadora e os Ciclos de Formação

Ciclo de Formação Inicial dos Profissionais das Instituições de Educação Infantil.

O Ciclo de Formação Inicial congrega pessoas com diferentes experiências, formaçãoe visões sobre a educação infantil, que exercem funções distintas dentro das suasinstituições, para refletirem acerca da experiência educativa de forma compartilhada.É um espaço de estudo vinculado à realidade da IEI.

Ao longo das 200 horas de formação, os participantes e o(a) coordenador(a)técnico(a), pelo tempo e espaço que compartilham, pela conversa, pelos confrontos,pelas situações de aprendizagem, formam vínculos e constituem um novo grupo quecompartilha da vontade de aprender e saber.

Com o pressuposto de que a formação deve priorizar o sujeito-pessoa, os encontrosdevem provocar os participantes a pensar e narrar suas experiências pessoais einstitucionais, construindo diferentes perspectivas de olhar, em um ambiente de estudo.

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Nesses encontros, espera-se que as pessoas possam fazer o exercício da palavra, aoposicionarem-se frente a essas questões.

Embora os encontros de formação se caracterizem pela singularidade tanto dogrupo quanto da realidade que o sustenta, existem dois eixos que buscam dar direçãoaos encontros e às propostas de atividades:

• o sujeito; • a Instituição de Educação Infantil (IEI).

O primeiro eixo parte da premissa de que, para qualificar o atendimento às criançasnas IEIs, é preciso, em um primeiro momento, provocar o sujeito a pensar sobre simesmo, ao problematizar as concepções de infância e escola que acompanham atrajetória de cada um. As ações desenvolvidas na Mesa Educadora devem favoreceros participantes a colocar o pensamento em movimento, deslocar o olhar, refletir sobreo cotidiano, questionar o que está estabelecido, com o objetivo de ampliar perspectivasde pensar e fazer.

O segundo eixo propõe-se a pensar a IEI. Caracteriza-se pela problematização daspráticas cotidianas dessa instituição e dos temas/conteúdos/linguagens decorrentesdesse universo.

Para a organização da proposta pedagógica do primeiro e do segundo eixo, os livrospedagógicos da Mesa Educadora são um suporte de estudo e não devem ser a únicapossibilidade de consulta, muito menos serem estudados de forma sequencial comosão apresentados em seus títulos. Essa prática, com certeza, iria restringir as inúmeraspossibilidades que a proposta oferece para as formações. O entendimento que a MesaEducadora tem sobre estudos/leituras e outros movimentos relacionados sempre prevêmomentos de compartilhamento e possibilidades de conhecer/aprender sobre o olharde outros autores/atores.

Como parte importante dessa metodologia, o(a) coordenador(a) técnico(a) realizavisitas sistemáticas às instituições4, ao longo de toda a formação, com o objetivo deconhecer in loco a instituição em sua organização e cada profissional em sua ação,vinculando esse olhar ao que é produzido e comentado no espaço dos encontros.Portanto, essas visitas possibilitarão que os encontros na Mesa Educadora se realimentem4 Na primeira visita realizada à IEI o(a) coordenador(a) técnico(a) deve solicitar ao dirigente que preencha o Instrumento sobre as Característicasda Instituição de Educação Infantil (ANEXO A). O(A) coordenador(a) também preencherá um formulário denominado Instrumento de Avali-ação e Diagnóstico da Realidade da Instituição de Educação Infantil (ANEXO B). A partir da segunda visita, o(a) coordenador (a)técnico (a)registra suas impressões no formulário Instrumento de Monitoramento Mensal - CT (ANEXO C).

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com dados da realidade. Com base nos fundamentos da pesquisa-ação, esse movimentotenta superar o distanciamento entre a teoria e a prática, de modo a realizar a práticade conhecer para fazer.

Outra atividade a ser realizada são saídas/passeios culturais, com o objetivo deampliar o repertório cultural dos profissionais. Ao promover saídas a galerias de arte,feiras do livro, cinema, teatro, entre outras atividades culturais, abrem-se novas oportu-nidades de encontrar-se com as pessoas, de estar em outros ambientes e de percebere conhecer o mundo.

Com o objetivo de complementar os estudos e organizar a prática pedagógica nainstituição, é prevista uma carga horária para atividades que envolvem, entre outrasações: leituras e pesquisas, como também projetos desenvolvidos diretamente nainstituição.

Em suma, o Ciclo de Formação Inicial tem como foco provocar mudanças pessoais,profissionais e institucionais, de modo a qualificar a prática cotidiana e desencadear anecessidade de formação permanente.

Ciclo de Formação Continuada da Mesa Educadora

A partir do segundo ano, temos os Ciclos de Formação Continuada com opropósito de manter o acompanhamento às instituições e aprofundar os estudosdesenvolvidos no Ciclo de Formação Inicial.

Os Ciclos de Formação Continuada são articulados pelo(a) coordenador(a) técnico(a),com base na reflexão acerca do trabalho desenvolvido no primeiro ciclo, em conjuntocom os avanços implementados em cada instituição e as demandas da SecretariaMunicipal de Educação.

Essas formações possibilitam atender aos grupos por segmentos ou temas deinteresses, com uma estratégia de trabalho mais pontual e direcionada.

Os Ciclos de Formação Continuada organizam-se em espaços de oficinas e rodasde conversa, em pequenos grupos, com carga horária menor e diferenciada, paraaprofundar estudos, refletir, partilhar práticas docentes e de gestão e implementarações de qualificação nas instituições. Esses encontros podem ser realizados tanto nasala da Mesa Educadora quanto em alguma instituição participante.

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3.5.2 Outras orientações

Os momentos de início e encerramento dos Ciclos de Formação são importantesna vida pessoal e profissional dos participantes. Desse modo, sugere-se a organizaçãode Cerimônias de Integração com o objetivo de marcar, de modo especial, essas datas,dando visibilidade e valorização à formação dos profissionais das IEIs. Nessas cerimôniasé importante a presença de autoridades locais e representantes do Grupo Gestor Local,bem como de familiares dos participantes.

Para os participantes dos Ciclos de Formação, serão expedidos certificados departicipação que devem ser validados e ter a assinatura do(a) secretário(a) municipalde Educação e do(a) representante legal do Grupo Gestor Local.

Recomenda-se, também, a emissão de um certificado para as IEIs participantes queevidenciam a mudança na qualidade das práticas pedagógicas.

O(A) coordenador(a) técnico(a) deverá informar dados e outros documentos perti-nentes para a expedição dos certificados aos profissionais e para as IEIs participantes.

A impressão dos certificados e as assinaturas necessárias nos mesmos são deresponsabilidade da Secretaria Municipal de Educação, atentando para o modelo decertificado sugerido pelo Programa (ANEXO D).

3.5.3 Para retomar

Para finalizar e, de certa forma, poder retomar aspectos fundamentais do Programadesenvolvido na Mesa Educadora no que se refere à formação continuada, destacam-se, pelo seu valor e significado, alguns pontos que merecem ênfase:

• a formação realizada pela Mesa Educadora tem como pressuposto a quebra de para-digmas, colocando em tensão a proposta à qual os educadores estão acostumados,e tem como objetivo impulsionar o educador a buscar sua contínua autoformação;• a Mesa Educadora deve ser entendida como um espaço de encontro e estudo,permeado pela dialogicidade, no qual se problematizam as práticas da IEI, com baseem diferentes olhares;• é o(a) coordenador(a) técnico(a) que articula (planeja, propõe, provoca e acolhe)os encontros de formação;• participam das formações todos os profissionais das IEIs: dirigentes/diretores,coordenadores, professores, monitores e auxiliares de classe, assim como serventes,merendeiras e auxiliares de serviços gerais;

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• a configuração do espaço com brinquedos, jogos e materiais diversos, distribuídosem cantos temáticos, acolhe os participantes e os provoca a pensar sobre a suainstituição e sobre as infâncias;• os participantes podem estar reunidos na sala da Mesa Educadora de modos dife-rentes: em rodas de conversa, rodas de estudo, cantos temáticos e pequenos grupos; • existem dois eixos que buscam dar a direção para os encontros e as propostas deatividades: o sujeito e a IEI;• o primeiro eixo parte da premissa de que, para qualificar o atendimento às criançasnas IEIs, é preciso, em um primeiro momento, provocar o sujeito a pensar sobre simesmo, ao problematizar as concepções de infância e a escola que acompanham atrajetória de cada um;• o segundo eixo propõe-se a pensar a IEI e caracteriza-se pela problematização daspráticas cotidianas dessa escola e dos temas/conteúdos/linguagens decorrentesdeste universo; • o Ciclo de Formação Inicial tem como foco provocar mudanças pessoais, profis-sionais e institucionais, de modo a qualificar a prática cotidiana e desencadear anecessidade de formação permanente; • os Ciclos de Formação Continuada possibilitam atender aos grupos, por segmentosou temas de interesses, por meio de uma estratégia de trabalho mais pontual edirecionada;• os livros pedagógicos da Mesa Educadora são um suporte de estudo e não devemser a única possibilidade de consulta, muito menos serem estudados de formasequencial, como são apresentados em seus títulos;• as Cerimônias de Integração têm o objetivo de marcar os momentos de início eencerramento dos Ciclos de Formação, dando visibilidade e valorização à formaçãodos profissionais das IEIs;• para os participantes dos Ciclos de Formação, serão expedidos certificados departicipação.

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3.6 Os livros pedagógicos – “Série mesa educadora para a primeira infância”

3.6.1 A utilização dos livros pedagógicos da “Série mesa educadora para a primeira infância”

Os livros pedagógicos da “Série mesa educadora para a primeira infância” foramestruturados de forma que o(a) coordenador(a) técnico(a) possa utilizá-los nasequência que for mais adequada ao seu Plano de Ação da Formação. Ao todo são 26temas relevantes para a formação dos profissionais de educação infantil, organizadosem quatro volumes:

• O educador como propositor e executor da política de educação infantil• O educador como gestor de espaços educacionais• O educador no cotidiano das crianças: organizador e problematizador• O educador: mediador no desenvolvimento das diferentes linguagens da criançaApesar de muitos temas estarem interligados, não há uma sequência a ser seguida

nem em relação aos volumes, nem em relação aos capítulos. Cada capítulo pode serlido de forma independente.

É importante ressaltar que o objetivo dos livros pedagógicos é iniciar a discussãosobre os temas ali apresentados e estimular o estudo e a pesquisa sobre o assunto enão esgotar o debate.

3.6.2 Marcos referenciais: do Programa de Educação Continuada de Professores deEducação Infantil5

As crianças foram a um passeio. Duas turmas, quatro professoras. Olugar é lindo, um campo aberto, de grama, algumas pequenas árvores,uma choupana à esquerda. Um galpão com apenas uma parede nofundo. Ali foram postas as mochilas, brinquedos, lanches. A uns duzentosmetros, à direita, um traçado de árvores, em linha reta, como que delimi-tando o campo, separando-o do mato. Este, sim, exuberante na alturadas árvores, nas copas majestosas. No meio dele, um riozinho transpa-rente e tortuoso. Podia-se ouvir o barulho das águas aceleradas entrepedras e imaginar o frescor que em torno dele haveria naquelas sombras.

As professoras orientaram as crianças: podiam correr à vontade nessecampo, brincar onde quisessem, fazer casinha embaixo das árvores, jogarbola, fazer explorações. “Inventem, sejam livres e soltos. Mas fiquem poraqui, neste espaço. Mais tarde, vamos nos organizar em grupos para explorara floresta”.

4 Este texto foi extraído do documento DIDONET, V. Marcos referenciais: do Programa de Educação Continuada de Professores de EducaçãoInfantil. Brasília: [s.n.], 2011. (mimeo).

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Educar e cuidar de crianças pequenas em estabelecimentos específicos de educaçãoinfantil é uma atividade de magistério. Portanto, é uma profissão. Como toda profissão,tem um campo próprio e delimitado de trabalho e uma ciência, uma técnica e umaarte para bem desempenhá-lo. Quer dizer, é uma atividade especializada, reconhecidasocialmente, regulamentada por lei, para a qual a pessoa deve ter formação ou qualifi-cação. A formação inicial, em curso superior de graduação – ou em nível médio namodalidade normal, onde não houver graduados em nível superior –, é atualizada ecomplementada durante toda a vida profissional pela educação continuada ouformação permanente.

Um dos itens importantes do exercício profissional do magistério na educaçãoinfantil são os marcos que estabelecem o espaço em que ele atua. Fazendo umacomparação, seria como aquelas orientações que as crianças receberam das professorassobre o lugar em que estavam a passeio.

Chamamos marcos referenciais às ideias, às concepções, aos princípios, às normasque sinalizam os contornos desse espaço de movimentação educacional na primeirainfância. Bem entendidos, eles não limitam; antes, dão segurança, orientam e atéinspiram a aventura pedagógica do professor. Ele tem autonomia para fazer, junto comas crianças, seu planejamento, programar as atividades, organizar o ambiente, masdentro do âmbito que a cultura e a teoria educacional, a legislação e a política deeducação infantil estabelecem.

Além disso, esses marcos orientam o programa de formação. Com base neles, aequipe profissional, tanto professores como diretores, técnicos e pessoal que se ocupadas demais atividades na IEI, define como, quando e quem participa dos encontros,das reuniões, da troca de experiências, da reflexão sobre a prática de cuidar e educar nainstituição. Voltaremos a isso mais adiante, em alguns marcos.

Este Programa foi construído, observando as referências culturais, educacionais, legaise políticas que delimitam o espaço de formação, com o intuito de uma justa atuaçãoprofissional, de tal maneira que as pessoas que atuam em uma IEI – básica eprimordialmente o professor, mas também o diretor e os profissionais da limpeza, dasecretaria, da alimentação, da segurança etc. – se atualizem, aprofundem e ampliem oconhecimento sobre o processo pedagógico de cuidar e educar crianças, com basenos textos aqui apresentados.

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Essas referências dizem respeito à concepção de criança e infância, ao entendimentodo processo de desenvolvimento e aprendizagem, aos fins da educação infantil, àfunção, à organização e à gestão dos estabelecimentos educacionais na primeirainfância, ao papel do professor nesse processo e à forma de nele intervir para organizá--lo e torná-lo heurístico, ou seja, mais rico em experiências e descobertas, consistentee diversificado. Embora eles sejam elencados numa sequência numérica, todos searticulam entre si, como se fossem caminhos que se entrecruzam. Imagine que cadaitem abaixo seja uma peça de um quebra-cabeça. Embora ele contenha um pedaçoda cena, só põe em ação o seu pleno sentido, se articulado com os demais. O conjuntoé que dá a imagem completa.

1. A criança é pessoa – essa palavra tem um sentido filosófico: ser livre e responsável,autônomo e consciente, sujeito, com poder de decisão sobre seus atos, aberto aoconhecimento, ao outro e à vida social e ao transcendente. Pessoa opõe-se à coisa.Parece simples, mas as implicações dessa concepção vão muito além de umsuperficial reconhecimento da independência do seu “eu” em relação às outraspessoas. Ninguém pode considerar a criança um “enfeite” da família ou da escola,“objeto de orgulho” a ser adornado e mostrado, uma “ação na bolsa da vida” na qualse faz investimento... Mas alguém a quem se respeita, com quem se dialoga, se criamlaços e se estabelece relação de alteridade. Ao contrário de conceitos antigos que acomparavam a uma cisterna a ser enchida de conhecimentos, normas, valores, acriança-pessoa é uma fonte a ser descoberta e à qual se quer ajudar a brotar, aexpandir a riqueza de seu interior, a interagir, a descobrir e percorrer outros espaçosque a enriquecem e aos quais ela dá a riqueza do seu ser.2. A criança é cidadã, sujeito de direitos. Toda criança, independente de qualquercircunstância ou característica, seja de gênero, raça ou etnia, seja de credo, cor oucultura, seja de ambiente, nível de renda de sua família, comunidade ou país, é cidadãplena. Temos de mudar a realidade atual, em que muitas são, na prática, minicidadãscom minidireitos. A educação infantil pode contribuir significativamente para essamudança.3. A infância é um período de vida das crianças e, como tal, precisa ser vivido. Elesitua-se entre o nascimento e os 12 anos de idade. Na educação infantil, falamosem primeira infância, que vai até 6 anos de idade. A infância é um construto sociale cultural, ou seja, a sociedade, nos diferentes lugares e nas diferentes épocas, formouum entendimento de como as crianças deviam viver. Houve época em que asociedade não dava atenção específica para as características e as necessidades

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dessas pessoas pequenas. Até as famílias as consideravam “adultos em miniatura”.Hoje, nós temos o entendimento de que a infância é uma fase da vida humana comsignificado, conteúdo e direitos próprios. Ela tem valor em si mesma. Com isso,queremos dizer que todas as crianças têm direito de viver como crianças, segundosuas características físicas, afetivas, sociais e cognitivas desse momento da vida. Ascrianças são diversas ou diferentes entre si, porque são indivíduos únicos (muitodiferentes de seres clonados). E elas vivem de formas distintas ao longo dos séculose na extensão da geografia terrestre, da mesma forma que a sociedade muda seuolhar sobre as crianças e suas formas de viver. Desse modo, temos crianças einfâncias, em vez de “a criança” e “a infância”. A diversidade não é um complicadorou uma dispersão de valores, mas uma riqueza humana que deve ser preservada.4. A educação infantil é um tempo e espaço em que as crianças vivem o maisplenamente possível sua infância. A infância deve ser preservada para o bem dascrianças e da sociedade. Cada idade tem seu significado, seu valor e sua contribuiçãopara o conjunto da vida humana. Assim como seria um despropósito querer extirpara velhice sob o argumento de que os idosos são inúteis, de que a velhice é onerosapara a sociedade, é necessário denunciar as formas que se põem em uso hoje dereduzir o tempo da infância, preenchendo-o de deveres, obrigações, tarefas,antecipando o que é próprio da vida adulta.5. O brincar é uma característica essencial e distintiva da infância, ou melhor, dasinfâncias ao longo da história humana. Por isso, ele deve ser assegurado a todas ascrianças. Aquelas que são privadas do brincar, seja porque são forçadas a trabalhar– há tantas formas de trabalhar na infância, como cuidar dos irmãozinhos, ajudarnos serviços da casa ou fora dela – seja porque têm de ocupar seu tempo commuitos deveres de escola (natação, balé, língua estrangeira, música, dança, quemsabe até apresentação de programas de TV), têm sua infância roubada. A educaçãoinfantil é um espaço cultural em que o brincar é respeitado, estimulado ediversificado. Nada mais pedagógico, mais educativo, mais formativo do que obrincar e o fazer qualquer atividade com espírito lúdico.6. A criança é capaz. Está ultrapassada, por ser falsa ou, no mínimo, extremamenteparcial, a visão da criança como alguém “in” (“não” ou “sem”): incapaz, incompe-tente, ignorante e irresponsável. Os termos ainda presentes na fala cotidiana demuitas pessoas revelam que elas ainda não encontraram o ser da criança comopessoa capaz. Dizem: “isso é um infantilismo, a atitude dele parece de uma criança,deixa de criancice, leva-me a sério, não sou criança...”

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7. A criança está em processo de desenvolvimento. Ela vive mudanças, transfor-mações, progressos na direção dos parâmetros adultos. Deve-se respeitar o ritmodesse processo: nem acelerá-lo artificialmente para adultizar a criança, nem retardá--lo para segurá-la na infância.

Esse processo de desenvolvimento e aprendizagem tem características comuns atodas as crianças no mundo inteiro e características diferenciais, por culturas, grupossociais e indivíduos, ou seja, cada criança tem um ritmo próprio e um jeito pessoal deavançar nesse processo de desenvolvimento e aprendizagem. Respeitar o ritmo decada criança não significa deixá-la sem apoio ou instigação para ir avançando; significacompreender que cada uma é uma, não precisa ser comparada com outra nemavaliada em função do ritmo das demais, mas apoiar seus esforços para ir avançando,de acordo com a velocidade do seu processo de desenvolvimento.

3.7 Formas de captação de recursos para o Programa

Além do financiamento inicial de instalação do Espaço da Mesa Educadora, ao longode sua implementação, o Programa necessita de recursos financeiros para viabilizardiferentes ações, como, por exemplo, visitas culturais guiadas; promoção de seminários;mobilização coordenada de apoio a uma IEI; compra de material específico para aMesa Educadora etc.

Não há uma única forma de financiar o Programa Mesa Educadora para a PrimeiraInfância, porém, durante seus primeiros oito anos de existência, vale destacar duasexperiências de captação de recursos.

Uma experiência é a captação de recursos por meio do Fundo Municipal dosDireitos da Criança e do Adolescente. O Grupo Gestor Local constitui uma Associaçãoda Mesa Educadora, sem fins lucrativos, semelhante às Associações de Pais e Mestres,e cadastra-se no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.Submete um projeto ao Conselho, e, após aprovação, não apenas as empresasintegrantes do Grupo Gestor Local, mas também outras organizações e pessoas físicaspodem doar para o Programa, via Fundo Municipal dos Direitos da Criança e doAdolescente.

Os recursos são depositados em uma conta bancária específica e administradospelo(a) representante legal, em conjunto com o(a) coordenador(a) técnico(a). Asregras de utilização do recurso e de prestação de contas seguem a regulamentaçãodo Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

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Os aspectos favoráveis dessa estratégia de captação de recursos são que a responsa-bilidade de mobilizar possíveis doadores pode ser compartilhada com vários atores(Instituição Local de Promoção, representante legal, integrantes do Grupo Gestor Local,coordenador(a) técnico(a), gestores das IEIs etc.); os doadores estão próximos aoPrograma e poderão ver os resultados do projeto; as organizações doadoras tendema ter um envolvimento maior com o Programa; um fundo por Mesa Educadora tornamais ágil a utilização do recurso, atendendo de forma mais específica à demanda decada Mesa Educadora. O aspecto desfavorável dessa estratégia é que os processos sãodemorados e burocráticos. Para cadastra-ser e apresentar o seu projeto, cada MesaEducadora deve seguir os procedimentos e os prazos determinados pelo ConselhoMunicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de seu município.

A outra experiência consiste na criação de fundo único para o Programa comrecursos advindos de doações de empresas brasileiras. Para gerir esse fundo, énecessário criar um Conselho Gestor de Colaboradores composto por um(a)representante da instituição de promoção da metodologia Mesa Educadora para aPrimeira Infância, representante(s) das empresas doadoras, representantes dos GruposGestores Locais e representantes das Secretarias Municipais. A representatividade decada um desses segmentos deve ser discutida com base no contexto: número deempresas doadoras, número de estados participantes e número de municípiosparticipantes.

Essa estratégia de captação de recursos tem como aspecto favorável o fato de seruma proposta que tende a atrair doadores de grande porte e, consequentemente,captar volume maior de recursos. Apresenta-se como aspecto desfavorável o fato deque essa estratégia praticamente se organiza sob a responsabilidade de uma únicainstituição, assumindo a mobilização de novos doadores. Outro fator desfavorável éque a logística de reunir os integrantes do Conselho Gestor de Colaboradores, quemuitas vezes serão representantes de diferentes estados, se torna complexa edispendiosa.

Outra estratégia que também já foi adotada em um município e que viabilizoufinanceiramente a sustentabilidade no Programa é quando a própria PrefeituraMunicipal prevê, no orçamento da Secretaria Municipal de Educação, recursos para amanutenção das atividades da Mesa Educadora.

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III - MANUAL DE IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA6

1. A ADESÃO DA PREFEITURA MUNICIPAL

Inicialmente a metodologia é apresentada à Prefeitura Municipal. O municípiodemonstrando interesse em participar do Programa, inicia-se a negociação dos termosda implantação do Programa, em que são definidas as atribuições da instituição depromoção da metodologia Mesa Educadora para a Primeira Infância e da PrefeituraMunicipal, de forma a potencializar os recursos e a garantir a qualidade de sua execução.

Após a Prefeitura Municipal ter formalizado a adesão ao Programa com a instituiçãode promoção da metodologia Mesa Educadora para a Primeira Infância, por meio daassinatura do Termo de Compromisso do Município, inicia-se o processo deimplantação do Programa no município, sendo que, nessa etapa inicial, as principaisações são: designação do(a) coordenador(a) técnico(a), identificação da InstituiçãoLocal de Promoção, formação do Grupo Gestor Local, organização da infraestrutura,seleção das IEIs, lançamento do Ciclo de Formação Inicial dos Profissionais dasInstituições de Educação Infantil e execução das atividades da Mesa Educadora.

2. DESIGNAÇÃO DO(A) COORDENADOR(A) TÉCNICO(A)

A primeira ação que a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria Municipal deEducação, precisa realizar, no momento em que adere ao Programa, é instaurar umprocesso para designar um(a) ou mais coordenador(a) técnico(a) para o Programa.

A Secretaria Municipal de Educação, ao designar o profissional para assumir a funçãode coordenador(a) técnico(a), deve levar em consideração o perfil profissionalestabelecido, sua disponibilidade para dedicação exclusiva ao Programa e, se forpossível, recomenda-se que se observem também as características pessoais que ocargo demanda.

A Secretaria Municipal de Educação deve comunicar formalmente à instituição depromoção da metodologia Mesa Educadora para a Primeira Infância o nome do(s)profissional(ais) designado(s) para a função de coordenadores técnicos. Ao longo daimplantação do Programa, se, por algum motivo, ocorrer a substituição do(a)coordenador(a) técnico(a), será necessário formalizar essa alteração.6 Este terceiro capítulo foi construído, usando como base o texto e a estrutura do Manual de Implantação das Mesas Educadoras, elaboradopor Alceu Nascimento, Jéferson Santos e Maria Helena Lopes, em 2003.

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3. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO LOCAL DE PROMOÇÃO DO PROGRAMA

A identificação de qual instituição tem potencial para assumir o papel de InstituiçãoLocal de Promoção do Programa pode ser feita tanto pela Secretaria Municipal deEducação, quanto pela instituição de fomento da metodologia Mesa Educadora paraa Primeira Infância.

Para ser uma instituição de fomento local, é necessário ser envolvida com as questõesdo seu município (responsabilidade social) e ser uma instituição reconhecida entre seuspares pelo seu trabalho, com capacidade de liderança e de agregar outras organizaçõesà causa.

4. A FORMAÇÃO DO GRUPO GESTOR LOCAL

Para a formação do Grupo Gestor Local, a primeira ação é sensibilizar e mobilizaroutras organizações locais em prol do Programa. Essa ação pode ser realizada tantopela instituição de fomento local, quanto pela Secretaria Municipal de Educação, ouainda por uma ação articulada entre os dois. Após um primeiro contato individual,sugere-se a realização de um encontro quando será apresentado o Programa àsorganizações e formalizada a adesão ao Grupo Gestor Local.

4.1 Convidar as organizações interessadas para o evento de apresentação doPrograma e ingresso no Grupo Gestor Local

A organização do evento é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Educaçãoem parceria com a Instituição Local de Promoção do Programa, podendo contar coma colaboração da instituição de promoção da metodologia Mesa Educadora para aPrimeira Infância.

A apresentação do Programa é de responsabilidade do(a) coordenador(a) técnico(a)7,juntamente com o(a) representante da Instituição Local de Promoção do Programa,podendo contar com o(a) colaboração do(a) assessor(a) técnico(a).

O(A) coordenador(a) técnico(a) deve solicitar ao(à) assessor(a) técnico(a) aapresentação-padrão existente para esse fim. Na apresentação é importante explicitaros compromissos que as organizações assumirão ao fazer parte do Grupo Gestor Local.

Estando o espaço já disponibilizado, recomenda-se que o evento aconteça na MesaEducadora.

7 O(A) coordenador(a) técnico(a), antes de iniciar suas atividades, é capacitado pelo(a) assessor(a) técnico(a) e/ou por uma instituiçãoresponsável por essa capacitação.

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4.1.1 Formalizando o ingresso no Grupo Gestor Local8

Para formalizar o ingresso no Grupo Gestor local e a parceria no Programa, ao finaldo evento de apresentação, as organizações dispostas a compor o Grupo Gestor Localdevem formalizar a adesão por meio do documento Declaração de Adesão ao GrupoGestor Local (ANEXO E). Essa declaração deve ser assinada por um(a) representanteda Secretaria Municipal de Educação, um(a) representante da instituição de promoçãoda metodologia Mesa Educadora para a Primeira Infância e por todas as organizaçõesintegrantes do Grupo Gestor Local.

Por meio da Declaração de Adesão ao Grupo Gestor Local, as organizações ficarãocientes de suas atribuições junto ao Programa.

4.2 Realizar a primeira reunião do Grupo Gestor Local

É importante que a realização da primeira reunião seja feita no menor espaço detempo possível, para aproveitar a motivação do grupo.

Os objetivos desse encontro são a aprovação do regimento interno do conselho ea escolha de seu(sua) representante legal e seu suplente.

O(A) representante da Instituição Local de Promoção do Programa e o(a) coordenador(a)técnico(a) terão um papel importante nesse momento de articulação, para que areunião aconteça. Sugere-se que, no evento de apresentação do Programa e de adesãodas organizações ao Grupo Gestor Local, já seja agendada a data da primeira reunião.

4.3 Aprovar o regimento interno

O(A) regimento interno tem por finalidade orientar a atuação do Grupo GestorLocal, explicitando suas atribuições, composição e dinâmica de funcionamento.

Em anexo, encontra-se a Minuta do Regimento Grupo Gestor Local (ANEXO F).Caso necessário, o Grupo Gestor Local pode incluir novas atribuições à sugestão deregimento interno, adaptando-o à sua realidade local.

4.4 Escolher o(a) representante legal

Será escolhida pelo Grupo Gestor Local, entre as organizações integrantes, a que deverádesempenhar o papel de representante legal. Suas atribuições são realizar arepresentação do Grupo Gestor Local, receber e prestar contas dos recursos deposi-tados pelo Programa, convocar e coordenar as reuniões do grupo, organizar os8 Dependendo da dinâmica que estabelecerá o início no município, a formalização do ingresso das organizações no Grupo Gestor Localacontecerá no mesmo evento da apresentação do Programa às IEIs.

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documentos relativos ao funcionamento do grupo, registrar as reuniões e enviar asinformações à instituição de promoção da metodologia Mesa Educadora para aPrimeira Infância.

O mandato do(a) representante legal é de dois anos, podendo ser reeleito por mais um ano.

Ao final de cada ano, o(a) representante legal encaminha à instituição de promoçãoda metodologia Mesa Educadora para a Primeira Infância um relatório das atividadesdo Grupo Gestor Local, destacando os pontos fortes e os pontos a serem melhoradostanto em relação ao grupo, quanto em relação às atividades da Mesa Educadora. Osdados desses relatórios servirão de insumos para possíveis ajustes e aperfeiçoamentosda metodologia.

O(A) representante da Instituição Local de Promoção do Programa também podeser representante legal, mas sugere-se que ele(a) não seja o(a) primeiro(a) representantelegal, isso porque a ideia é que cada vez mais instituições se envolvam com o Programa.

5. A ORGANIZAÇÃO DA INFRAESTRUTURA DO ESPAÇO DA MESA EDUCADORA

Para a escolha do espaço a ser disponibilizado para a Mesa Educadora, algunsaspectos devem ser observados, além dos critérios, já estabelecidos no item 3.1.1:

• o local deve ser de fácil acesso não apenas a servidores públicos, mas também aosoutros participantes da Mesa Educadora, isto é, profissionais oriundos das IEIscomunitárias e filantrópicas;• a rede elétrica deve estar adequada aos equipamentos previstos;• as instalações devem ser adequadas para prevenir furtos e garantir a segurançados equipamentos e dos materiais da Mesa Educadora;• o local deve garantir privacidade e proteção quanto à expansão do som para fora da sala;• o espaço deve ter ventilação natural;• deve haver iluminação para os diversos ambientes;• deve haver proteção à exposição excessiva do sol;• deve haver acesso a instalações sanitárias próximas ao Espaço da Mesa Educadora. A organização do Espaço das Mesas Educadoras é de responsabilidade do(a)

coordenador(a) técnico(a), e ela deve ser feita conforme especificações do Programa:o espaço organizado na forma de uma sala de aula de educação infantil com diferentescantos temáticos e que permita a transformação dos ambientes, por meio da movimen-

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tação do mobiliário. Maiores detalhes sobre a organização do espaço e os fundamentosque embasam essa proposta de organização o(a) coordenador(a) técnico(a) receberána sua formação inicial sobre o Programa.

6. A SELEÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Outra ação importante a ser realizada, não somente no início da implantação daMesa Educadora no município, mas a cada início de um novo Ciclo de FormaçãoInicial para Profissionais das Instituições de Educação Infantil, é a seleção das IEIs.

As IEIs, para participarem das atividades da Mesa Educadora, precisam atender aalguns critérios básicos, sendo que o Grupo Gestor Local poderá acrescentar novoscritérios de forma a atender às características locais, desde que não firam os critériosbásicos. São eles:

• as IEIs deverão ser comunitárias ou filantrópicas ou confessionais sem fins lucrativose públicas;• as IEIs devem atender crianças em situação de vulnerabilidade social;• os serviços prestados pelas IEIs devem estar de acordo com as diretrizes de leis epareceres que legislam sobre a educação infantil; • as IEIs devem estar inscritas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e doAdolescente e/ou Conselho Municipal de Assistência Social e/ou ser conveniada àSecretaria Municipal de Educação.

6.1 Etapas da seleção das Instituições de Educação Infantil• Realizar o levantamento das IEIs potenciais:O(A) coordenador(a) técnico(a) com o auxílio de profissionais da SecretariaMunicipal de Educação deve identificar as IEIs existentes na comunidade.• Selecionar as IEIs que irão participar do Programa:

≈ proceder à seleção de acordo com os critérios estabelecidos pelo Programa;≈ além das IEIs selecionadas, mais duas poderão ficar em lista de espera, casouma das escolhidas não venha a participar;≈ as IEIs selecionadas serão visitadas pelo(a) coordenador(a) técnico(a), quandoterão um primeiro contato com o Programa e receberão um convite assinado pelaSecretaria Municipal de Educação e pelo Grupo Gestor Local para participarem deum encontro em que será apresentado o Programa Mesa Educadora para aPrimeira Infância.

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6.2 Apresentação do Programa às Instituições de Educação Infantil selecionadas

O(A) coordenador(a) técnico(a) juntamente com integrantes do Grupo GestorLocal são responsáveis por realizar a reunião de apresentação do Programa MesaEducadora para a Primeira Infância.

Recomenda-se que o evento seja realizado no Espaço da Mesa Educadora e que eleesteja devidamente organizado, conforme as orientações da metodologia.

Além da apresentação do Programa, é importante explicar detalhadamente asresponsabilidades/atribuições da IEI que constam na Declaração de Adesão daInstituição de Infantil ao Programa Mesa Educadora para a Primeira Infância (ANEXO G).

Além de esclarecer a dinâmica do Ciclo de Formação Inicial dos Profissionais dasInstituições de Educação Infantil, o cronograma previsto, o número de vagas disponívelpara cada instituição, destacar que deverão participar da Mesa Educadora não apenasos professores, mas também os dirigentes, coordenador(a) técnico(a), monitor(a),atendente, servente, merendeiros etc.

Esclarecer que, além do Ciclo de Formação Inicial dos Profissionais das Instituiçõesde Educação Infantil, as IEIs podem usufruir do Espaço Aberto da Mesa Educadora e,a partir do segundo ano, do Ciclo de Formação Continuada da Mesa Educadora.

6.3 Lançamento do Ciclo de Formação Inicial dos Profissionais das Instituiçõesde Educação Infantil

O lançamento do Ciclo de Formação Inicial dos Profissionais das Instituições deEducação Infantil é um momento importante, pois ele marca o ingresso de novas IEIsna Mesa Educadora. Assim, independente de ser o primeiro ano da Mesa Educadorano município ou ser o segundo, o terceiro ano, organizar um evento que envolva todasas organizações integrantes do Grupo Gestor Local, os representantes do poderpúblico, as outras organizações da sociedade local é uma oportunidade de mobilizaçãosocial para discutir a primeira infância.

O(A) coordenador(a) técnico(a) deve solicitar o apoio do(a) representante legal,do(a) representante da Instituição Local de Promoção do Programa e da SecretariaMunicipal de Educação para articular esse evento.

Nesse lançamento solene, sugere-se que os representantes (representante legal,Instituição Local de Promoção do Programa e Secretaria Municipal de Educação)ressaltem a importância da educação infantil e de iniciativas como essa de articulação

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público-privada em prol da primeira infância e que o(a) coordenador(a) técnico(a)ressalte a importância da formação continuada e apresente a dinâmica do ciclo iniciale as responsabilidades dos participantes, descritas no Termo de Compromisso (ANEXOH). No primeiro dia da formação, todos os participantes do Ciclo de Formação Inicialdevem assinar o Termo de Compromisso.

Nesse encontro, os dirigentes da IEI interessados em participar das atividades daMesa Educadora assinam a declaração de adesão que também é assinada pelo(a)representante legal do Grupo Gestor Legal e por um(a) representante da SecretariaMunicipal de Educação.

6. 4 A execução das atividades iniciais da Mesa Educadora

Além disso, é preciso que o(a) coordenador(a) técnico(a) realize todas as atividadesiniciais da Mesa Educadora:

• Definir o cronograma da Mesa Educadora:≈ turnos do Espaço Aberto da Mesa Educadora;≈ cronograma do Ciclo de Formação Inicial dos Profissionais das Instituições deEducação Infantil.

• Realizar as atividades relacionadas à preparação da formação, conforme asorientações descritas no item 3.4:

≈ realizar o diagnóstico das IEIs;≈ elaborar o Plano de Formação.

6.5 A execução das atividades de acompanhamento e monitoramento da MesaEducadora

Durante toda a implantação do Programa, o(a) coordenador(a) técnico(a) executaatividades que possibilitam ao(à) assessor(a) técnico(a) acompanhar o andamento eo desenvolvimento da Mesa Educadora no município. Com base nas informaçõesobtidas por meio dos documentos de relatório e monitoramento e das observaçõesobtidas durantes as visitas do(a) assessor(a), organiza-se uma assessoria técnica,visando a sanar dificuldades e/ou aperfeiçoar o trabalho desenvolvido.

Essas atividades de registro e monitoramento realizadas pelo(a) coordenador(a)técnico(a) são também formas de sistematizar o trabalho realizado, facilitando assima divulgação de boas práticas.

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Compete ao(à) coordenador(a) técnico(a):

• elaborar o planejamento de atividades mensal;• preencher o Instrumento de Monitoramento Mensal – CT (ANEXO C);• aplicar o Instrumento de Avaliação Final do Ciclo de Formação Inicial dosProfissionais das Instituições de Educação Infantil (ANEXO I);• elaborar o relatório anual das atividades da Mesa Educadora.Compete ao(à) assessor(a) técnico(a) elaborar o Relatório Mensal de Acompanha-

mento das Mesas Educadoras (ANEXO J). Esse relatório visa a sistematizar aspectosquantitativos e qualitativos sobre o desenvolvimento do Programa em todas asMesas Educadoras.

Os modelos de relatórios, instrumentos de monitoramento, de avaliação ediagnóstico contemplados neste livro são sugestões, podendo ser adaptados a cadaforma de implantação do Programa.

Referências bibliográficasBRUM, José Tadeu; TRÓIS, Loide Pereira; LOPES, Maria Helena (Orgs.). Proposta deconcepção das Mesas Educadoras. Porto Alegre: OMEP/Brasil, 2010.

BOMBASSARO, Maria Claudia. Proposta de instrumentos de monitoramento e avaliaçãoe de indicadores de resultado do Programa Fundo do Milênio para a Primeira Infância:produto 3. Porto Alegre: Equipe Técnica do Programa Fundo do Milênio para a PrimeiraInfância, 2010.

DIDONET, V. Marcos referenciais: do Programa de Educação Continuada de Professoresde Educação Infantil. Brasília: [s.n.], 2011. (mimeo).

ENTREVISTA com a assessora técnica, Adelaide Jóia da Equipe Técnica de São Paulo,2ª Edição, em 18 jan. 2011.

ENTREVISTA com a assessora técnica, Loide Tróis da Equipe Técnica do Rio Grandedo Sul, 1ª Edição, em 13 dez. 2010.

ENTREVISTA com a assessora técnica, Maria Lúcia Salle Machado a Equipe Técnicado Rio Grande do Sul, 2ª Edição, em 02 dez. 2010.

ENTREVISTA com as coordenadoras da Mesa Educadora de Araçariguama, Glaucileneda Rosa e Silvia Marinho, em 19 jan. 2011.

ENTREVISTA com as coordenadoras da Mesa Educadora de Divinópolis, AngelitaSantos e Najara Oliveira, em 25 jan. 2011.

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ENTREVISTA com a coordenadora da Mesa Educadora de São Caetano do Sul, MônicaMelim, em 17 jan. 2011.

ENTREVISTA com integrante da Equipe Executiva, Alceu Nascimento (FMSS), em 23 nov. 2010.

ENTREVISTA com integrante da Equipe Executiva, Jéferson Santos (FMSS), em 23 nov. 2010.

ENTREVISTA com integrante da Equipe Executiva, Michele Silva (Gerdau), em 23 nov. 2010.

ENTREVISTA com integrante do Conselho Local da Mesa Educadora de Divinópolis,Conceição Maciel, em 25 jan. 2011.

ENTREVISTA com integrantes do Conselho Local da Mesa Educadora de Araçariguama,Ana Paula Knezevic e Gislaine de Fátima Moratti Gomes, em 19 jan. 2011.

KAUTZMANN, L. K. et al. A formação do Programa Mesa Educadora para a PrimeiraInfância. Porto Alegre: [s.n.], 2011. (mimeo).

NASCIMENTO, Alceu; SANTOS, Jéferson; LOPES, Maria Helena. Manual deImplantação das Mesas Educadoras. Porto Alegre: FMSS, OMEP, 2003.

PAIVA, Maria da Graça G.; MACHADO, Maria Lúcia Salle; DUARTE, Pollyana. ApresentaçãoFundo do Milênio, edição 2008/2010. Porto Alegre: Equipe Técnica do Programa Fundodo Milênio para a Primeira Infância, 2010.

PAIVA, Maria da Graça G.; MACHADO, Maria Lúcia Salle; DUARTE, Pollyana. Bannersobre impactos do Programa. Porto Alegre: Equipe Técnica do Programa Fundo doMilênio para a Primeira Infância, 2010.

PAIVA, Maria da Graça G.; MACHADO, Maria Lúcia Salle; DUARTE, Pollyana. Objetivos,participantes do programa e responsabilidades, edição 2008/2010. Porto Alegre: EquipeTécnica e Equipe Executiva do Programa Fundo do Milênio para a Primeira Infância, 2010.

PAIVA, Maria da Graça G. et al. Relatório de progresso do Projeto 570BRA1009: análisede progresso relativa ao período de 01/05/2008 a 04/05/2010. Porto Alegre: EquipeTécnica do Programa Fundo do Milênio para a Primeira Infância, 2010.

PAIVA, Maria da Graça G. et al. Relatório dos impactos do Programa Fundo do Milênioda Primeira Infância, edição 2008/2010. Porto Alegre: Equipe Técnica do ProgramaFundo do Milênio para a Primeira Infância, 2010.

PROGRAMA FUNDO DO MILÊNIO PARA A PRIMEIRA INFÂNCIA. Folder informativo,edição 2008/2010. Porto Alegre: Equipe Executiva do Programa Fundo do Milênio paraa Primeira Infância, 2010.

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PROGRAMA FUNDO DO MILÊNIO PARA A PRIMEIRA INFÂNCIA. Plano de trabalhodo Programa Fundo do Milênio para a Primeira Infância, 2008-2009. Porto Alegre:Equipe Executiva do Programa Fundo do Milênio para a Primeira Infância, fev. 2008.

PROGRAMA FUNDO DO MILÊNIO PARA A PRIMEIRA INFÂNCIA. Site oficial doPrograma Fundo do Milênio para a Primeira Infância. Disponível em:<http://www.fundodomilenio.org.br>.

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ANEXOS

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