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Programa Municípios Verdes: Atividades e Resultados 2013

Programa Municípios Verdes: Atividades e Resultados 2013 · Santa Maria das Barreiras, Rondon do Pará, Pacajá, Anapú e Moju. ... Cadastro Ambiental Rural Em 2013, o Pará inseriu

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Programa Municípios Verdes: Atividades e Resultados 2013

Programa Municípios VerdesAtividades e Resultados 2013

ProduçãoAssessoria de Comunicação – ASCOM/PMV

TextosRaphael Pacheco

Edição e Revisão de TextosAna Lúcia Muniz, Justiniano Netto e Marussia Whately

FotosDiego Andrade, Marussia Whately e Raphael Pacheco

Design EditorialAna Cristina Silveira / AnaCê Design

Apoio FinanceiroInstituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e Organização Aliança pelo Clima e Uso da Terra (Clua) – Projeto Clua Imazon; e Programa Pará Rural, com recursos do Banco Mundial (Bird)

Secretaria Extraordinária para Coordenação do Programa Municípios Verdes (SEPMV)

EquipeAlessandra Zagallo (SEPMV/Assessora de Gabinete), Ana Lúcia Muniz (SEPMV/ Assessora de Ordenamento Ambiental e Territorial), Bruno Marianno (Consultor Imazon/ Apoio ao PMV), Camilla Miranda (SEPMV/ Coordenadora de Articulação Institucional), Denys Pereira (SEPMV/Coordenador de Produção Sustentável), Felipe Lopes (SEPMV/Coordenador Jurídico), Gustavo Furinni (Coordenador de Ordenamento Ambiental e Territorial), Julianna Marruás (SEPMV/Chefe de Gabinete), Julianne Moutinho (SEPMV/Coordenadora de Gestão Ambiental), Justiniano de Queiroz Netto (SEPMV/Secretário Extraordinário), Maíra Começanha (SEPMV/Coordenadora de Orçamento), Marussia Whately (Consultora Imazon/ Apoio ao PMV), Raimundo Amaral Jr. (SEPMV/Assessor de Articulação Institucional), Raphael Pacheco (SEPMV/Assessor de Comunicação).

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O Programa Municípios Verdes (PMV) é um programa do Governo do Pará, lançado em 2011 e desenvolvido em parceria com mu-nicípios, sociedade civil, iniciativa privada, Ibama, Ministério

Público Federal e Estadual, com o objetivo de combater o desmatamento e fortalecer a produção rural sustentável por meio de ações estratégicas de ordenamento ambiental, fundiário e gestão ambiental, com foco em pactos locais, monitoramento do desmatamento, implantação do Cadastro Am-biental Rural (CAR) e estruturação da gestão municipal.

O Programa possui algumas metas principais:

a) Reduzir o desmatamento até atingir odesmatamento líquido zero1, a partir de 2020;

b) Retirar todos os municípios paraenses da lista dos maiores desmatadores da Amazônia, conforme relação divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente;

c) Aumentar os imóveis inscritos no Cadastro Ambiental Rural – CAR, atingindo 80% da área cadastrável do Estado até 2015;

d) Engajar, pelo menos, 100 municípiosao Programa até o � nal de 2014.

Desde sua criação, o PMV tem alcançado resultados signifi cativamente positivos. O ano de 2013 foi palco de várias ações que contribuíram para isso. Podemos destacar:

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1 O desmatamento líquido zero pressupõe que o processo de restauração fl orestal será equivalente ou maior que o desmatamento existente no Estado.

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1. Saída da lista dos desmatadores

Em 2013, dois municípios paraenses foram retirados da lista mantida pelo Ministério de Meio Ambiente: Tailândia e Brasil Novo, que cumpri-ram os critérios de saída (redução do desmatamento e aumento do CAR) e passaram a ser considerados municípios com desmatamento monitorado e sob controle. Os dois municípios agora se juntam à Santana do Araguaia, Ulianópolis e Dom Eliseu – que saíram em 2012 – e Paragominas, que foi o primeiro a sair, em 2010. Com seis municípios, o Pará é o estado brasileiro que mais retirou municípios da lista do MMA.

Com a saída de Tailândia e Brasil Novo e nenhuma nova entrada em 2013, o Estado possui 13 municípios embargados, cinco deles com grandes chan-ces de sair da lista, ainda em 2014, por apresentarem desmatamento abaixo de 40 km² e parte signifi cativa de seus territórios inseridas no CAR. São eles: Santa Maria das Barreiras, Rondon do Pará, Pacajá, Anapú e Moju.

O secretário Justiniano Netto e a prefeita de Brasil Novo, Marina Sperotto, celebram o pacto pela sustentabilidade.

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2. Adesão e Pactos locais

Antecipando a meta prevista para 2014, o PMV ultrapassou a marca de 100 municípios em 2013, e fechou o ano com 102 municípios. Foram nove os municípios que aderiram em 2013: Barcarena, Bragança, Belém, Capitão Poço, Ourém, São Sebastião da Boa Vista, Terra Alta, Mojuí dos Campos e Cachoeira do Arari.

Após a adesão ao PMV, uma das metas que os municípios precisam cum-prir é a realização do pacto local contra o desmatamento, momento em que os representantes da sociedade civil, os produtores rurais e diversas en-tidades assumem o compromisso público de combater o desmatamento e promover o desenvolvimento sustentável em seu território. Em 2013, cinco municípios fi rmaram pactos locais com participação do PMV: Brasil Novo, Ourém, Moju, Santarém e Terra Alta.

O prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, assina o termo de adesão da capital ao PMV durante a 9a Reunião do Coges.

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3. Cadastro Ambiental Rural

Em 2013, o Pará inseriu 36.982 mil imóveis rurais no Cadastro Ambien-tal Rural (CAR), o que corresponde a um aumento de 54,3% em relação ao número de imóveis cadastrados em 2012. Ao fi nal de 2013, o Pará já possuía mais de 105 mil imóveis rurais cadastrados, enquanto que no fi nal de 2012, esse número era pouco mais de 68 mil imóveis.

Em relação à área cadastrada, o avanço representou 1,5 milhões de hec-tares, atingido 35,2 milhões de hectares no total, o que representa pouco mais de 60% da área cadastrável no Estado.

Os números demonstram que o CAR está chegando, cada vez mais, aos pequenos produtores rurais e aos agricultores familiares, que possuem pro-priedades com áreas de até 4 módulos fi scais. Sema, Emater, Programa Pará Rural, Ministério do Meio Ambiente, Prefeituras e diversas outras institui-ções somaram esforços para promover o CAR junto aos pequenos produ-tores. Um bom exemplo foi o trabalho desenvolvido no último semestre de 2013 nos municípios de Moju e Tailândia, através do Programa Pará Rural, com recursos do Banco Mundial, realizou mais de mil e quinhentos cadas-tros de pequenos produtores, que possuem áreas de até 300 hectares.

Evolução do CAR no Estado do Pará

Quantidade de imóveis rurais Área inserida no CAR (ha)

Até 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

120.000

100.000

80.000

60.000

40.000

20.000

0Até 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

40.000.000

35.000.000

30.000.000

25.000.000

20.000.000

15.000.000

10.000.000

5.000.000

0

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4. Campanha estadual de incentivo ao CARe combate ao desmatamento

O Governo do Estado, por meio do PMV, lançou em 2013 a Campanha Es-tadual de Combate ao Desmatamento com o lema “Produzir sem Desmatar. Comece a olhar pra isso como um bom negócio”, com o objetivo de cons-cientizar o produtor rural sobre as vantagens da adequação ambiental. Além de sensibilizar os produtores para as desvantagens do desmatamento ilegal, a campanha teve como foco promover a adesão dos produtores rurais ao Ca-dastro Ambiental Rural (CAR), ferramenta que é o primeiro passo para a regularização ou adequação ambiental. Por meio do CAR, os governos muni-cipais e estadual terão como apoiar o licenciamento e a regularidade ambien-tal, além de viabilizar a concessão de crédito rural, melhorar a produtividade, dar início à regularização fundiária e possibilitar o acesso a novos mercados.

A Campanha foi lançada em Belém em maio de 2013 e veiculada em todo o Estado. O PMV percorreu diversos municípios ao longo do ano, levando a mensagem e o material da campanha aos produtores e gestores locais. Foram realizados eventos nos municípios de Altamira, Brasil Novo, Novo Progresso e Santarém. E também em todo o Sul do Pará, nos municípios de Tucumã, São Félix do Xingu, Ourilândia do Norte, Água Azul do Norte, Rio Maria, Xinguara, Sapucaia, Eldorado dos Carajás e Marabá, através da Caravana da Produção, que reuniu secretários de estado e técnicos do governo na visita aos municípios. Um site exclusivo foi lançado para divul-gar as principais informações referente à campanha: www.car.pa.gov.br.

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Cartazes produzidos para a Campanha, que desembarcou em vários municípios do Estado, promovendo a adesão ao CAR e

o combate ao desmatamento

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5. ICMS como ferramenta de combate ao desmatamento

Em junho de 2013, o Pará lançou o ICMS Verde, incluindo a variável ambiental no repasse do imposto estadual aos municípios paraenses. O Governo do Pará inovou na escolha dos critérios para defi nição dos valores de repasse, estabelecendo os seguintes indicadores:

1. a redução das taxas de desmatamento (peso de 25% do repasse);2. o percentual de áreas protegidas no território

municipal (peso de 25% do repasse);3. e o percentual da área municipal inscrita no CAR

(peso de 50% do repasse).

Em 2014, estima-se que serão repassados aos municípios cerca de R$ 35 milhões a título de ICMS Verde, o que representa 2% do repasse total do ICMS. Como o ICMS Verde é progressivo, sua participação no montante do ICMS é crescente, de modo que, em 2017, será de 8% do ICMS Total, atingindo o valor estimado de R$ 140 milhões de reais de repasse.

6. Decretos Importantes

O governador Simão Jatene assinou em 2013 alguns decretos importan-tes que viabilizam uma série de incentivos a produtores e também a muni-cípios paraenses que integram o PMV, dentre eles o Decreto 739, que cria um processo especial de regularização fundiária, com o objetivo de agilizar a titulação dos imóveis e viabilizar maior acesso ao crédito onde ocorreu o ordenamento ambiental; e o Decreto 740, que prioriza os apoios, os in-centivos e as ações para municípios cumpridores das metas estabelecidas pelo PMV. O decreto determina que os órgãos estaduais devem priorizar a aplicação dos recursos públicos decorrentes de programas, projetos ou in-vestimentos que estimulem o desenvolvimento socioeconômico sustentável.

Além dos dois decretos já citados, o Governo do Estado, por intermé-dio do PMV, também publicou o Decreto 838 com o objetivo de frear o

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processo de desmatamento especulativo identifi cado na região sudoeste. O decreto que estabelece uma limitação administrativa sobre áreas ilegalmen-te desmatadas no Estado do Pará, impedindo que os órgãos públicos forne-çam a elas licenças, autorizações, serviços ou outros tipos de benefícios que possibilitem o funcionamento de atividades causadoras do desmatamento.

7. Fortalecimento e interiorizaçãodo Comitê Gestor e novas parcerias

Em 2013 foram realizadas cinco reuniões do Comitê Gestor, duas em Be-lém (Maio e Setembro) e três no interior: Santarém (Março), Altamira (Ju-lho) e Marabá (Novembro). As reuniões, além de momentos de discussões e decisões estratégicas, foram palco de grandes momentos de 2013, como a adesão dos municípios de Belém e Santarém ao PMV, o lançamento e inte-

8a Reunião do Coges, a primeira de 2013, realizada no município de Santarém.

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riorização da campanha “Produzir sem desmatar. Comece a olhar pra isso como um bom negócio”, a assinatura dos decretos que garantiram priori-zação das ações do Estado aos municípios do PMV e do Decreto 838, como uma importante estratégia contra o desmatamento especulativo no Estado.

Novas parcerias foram fi rmadas também em 2013; uma delas foi a as-sinatura de um Acordo de Cooperação com o Incra – Instituto Na-cional de Colonização e Reforma Agrária, visando o ordenamento am-biental nos assentamentos de reforma agrária, que respondem por mais de 20% do desmatamento no Pará. O acordo visa também fortalecer o atual programa de ações contra o desmatamento, executado pelo Incra, denominado “Assentamentos Verdes”, baseado em um plano de preven-ção, combate e alternativas ao desmatamento ilegal em assentamentos da Amazônia Legal.

10a Reunião do Coges, realizada em Altamira.

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Além do acordo com o Incra, o Governo do Estado, representado pelo PMV e pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), e o Ministério de Meio Ambiente (MAA) assinaram em 2013 um Acordo de Gestão Flo-restal que visa integrar os sistemas de controle das duas esferas, garantindo maior transparência e segurança nas operações que envolvem a exploração e a comercialização da madeira extraída no Pará.

Também em 2013, novas parcerias foram articuladas, como a elabora-ção de um futuro termo de cooperação entre PMV e Ministério Públi-co Estadual (MPE), como uma estratégia de articulação e atuação dos promotores nos municípios para que cumpram os critérios ambientais e avancem na agenda da sustentabilidade do Pará. Em novembro de 2013, o PMV participou do Circuito FEICORTE 2013, promovido em parce-ria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Paragominas (SPRP), onde apresentou o processo de adequação ambiental dos imóveis rurais aos produtores paraenses, que se baseia na simplifi cação e descentraliza-ção da gestão ambiental.

8. Regulamentação do Novo Código Florestal no Pará

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) e o PMV iniciaram em 2013 o processo de regulamentação do Novo Código Florestal (Lei 12.651/2012) no Pará, como uma estratégia para viabilizar a adequação ambiental dos imóveis rurais paraenses. Dentre as ações, foi contratada pela Sema e pelo Programa Pará Rural uma consultoria especializada em matéria ambiental para a elaboração de um estudo jurídico visando a atua-lização da legislação paraense em relação à nova lei; e também uma segun-da consultoria – custeada pelo Ministério de Meio Ambiente, com recursos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e União Europeia – para iniciar os trabalhos de regulamentação e imple-mentação do Programa de Regularização Ambiental (PRA) no Estado.

O PMV também promoveu, em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), um seminário abordando a regulamen-

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tação do novo código no tema de incentivos econômicos. Durante o semi-nário, foram apresentados estudos sobre sistemas estaduais de pagamento por serviços ambientais, projetos e legislações sobre incentivos tributários e econômicos para propriedades rurais sustentáveis.

9. Desenvolvimento de projetos e parcerias

9.1 PROJETO CLUA IMAZON

Iniciado em 2012, o projeto em parceria com o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e com a Organização Aliança pelo Clima e Uso da Terra (Clua) – Projeto Clua Imazon – implementou suas atividades em 2013, dentre elas:

Realização de o� cinas de capacitação, e fortalecimento da gestão ambiental em 11 municípios paraenses: Altamira, Brasil Novo, Dom Eliseu, Marabá, Novo Progresso, Novo Repartimento, Paragominas, Santana do Araguaia, São Felix do Xingu, Tailândia e Santarém;

Produção de Base de Informações e Indicadores e aprimoramento do site do PMV, disponível em http://www.municipiosverdes.com.br ;

Elaboração de diagnóstico e propostas para o aprimoramento da gestão ambiental no Estado do Pará;

Consolidação e lançamento da publicação “Programa Municípios Verdes: Lições Aprendidas e Desa� os para 2013/2014”;

Realização de curso de capacitação emLicenciamento de Atividades Rurais;

Elaboração de dois Guias (com previsão de lançamento em fevereiro de 2014): Gestão Ambiental, com foco na área de controle ambiental; e Licenciamento de Atividades Rurais.

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No alto: Ofi cina em parceria com o Projeto Clua Imazon, realizada em Novo Repartimento. Acima: Secretário municipais de meio ambiente e técnicos ambientais participaram do 1o Curso de Capacitação em LAR, realizado em novembro de 2013.

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9.2 FUNDO AMAZÔNIA

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou em dezembro de 2013 a aprovação do projeto apresentado pelo PMV, no valor de R$ 82,4 milhões, que será destinado para apoiar o desma-tamento o combate ao desmatamento e a degradação fl orestal no Pará, por meio da consolidação do Cadastro Ambiental Rural e do fortalecimento da gestão ambiental municipal. Com o recurso a ser repassado e durante os 30 meses de execução do projeto, o PMV terá como desafi o promover o enga-jamento de 100 municípios paraenses para o cumprimento de suas metas, a estruturação do sistema de gestão ambiental descentralizado e integrado e a criação de bases para o fomento de ambientes de negócios que favoreçam o desenvolvimento sustentável no Pará.

9.3 FIP AMAZÔNIA

O PMV articulou a entrada do Banco do Estado do Pará (Banpará) no primeiro fundo de venture capital da Amazônia, em parceria com o BN-DES, direcionado a investir R$ 100 milhões em negócios e empreendimen-tos que investem em economia verde e que contribuam para o desenvolvi-mento sustentável na região da Amazônia Legal.

10. Divulgação internacional e prêmios

10.1. PRÊMIO CINDRA DE DESENVOLVIMENTO – MEDALHA JÚLIO REDECKER

A Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional (Cindra) da Câmara dos Deputados Federais, com o apoio da Confederação da Indústria (CNI), concedeu, em novembro de 2013, ao Programa Municípios Verdes (PMV) o prêmio CINDRA de Desenvol-vimento – Medalha Júlio Redecker. Segundo a organização do evento, o PMV foi agraciado por ter como meta mudar o quadro de desmata-mento no Estado, baseado no fortalecimento de um modelo econômico

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mais forte e sustentável, em um pacto formado por entidades públicas, privadas e não-governamentais.

10.2. COMITIVAS INTERNACIONAIS E NACIONAIS

O Programa ainda alcançou reconhecimento nacional e internacional como uma iniciativa que tem contribuído para o combate ao desmatamento em toda a Amazônia. O PMV recebeu em 2013 duas comitivas internacio-nais. Em abril, representantes da Indonésia estiveram no Pará, para avaliar as ações do PMV e conhecer as iniciativas do Pará para a promoção do desenvolvimento sustentável. Em dezembro, realizada em parceria com a organização The Nature Conservancy (TNC), uma comitiva da Colômbia visitou o PMV também para conhecer a atuação do Programa, saber sobre o funcionamento do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e também as ações de engajamento nos municípios participantes.

Comitiva da Indonésia esteve no Pará para conhecer a experiência do PMV na luta pelo combate ao desmatamento.

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Em setembro, a organização Aliança pelo Clima e Uso da Terra (CLUA) realizou o encontro anual de sua rede em Belém e Paragominas e o PMV promoveu um evento durante o encontro para apresentar seus resultados e discutir os avanços e desafi os para os próximos anos.

10.3. REPERCUSSÃO INTERNACIONAL

A atuação do PMV, como uma iniciativa do Governo do Estado contra o desmatamento, foi destaque na edição especial sobre biodiversidade, de setembro, da revista The Economist, uma das mais infl uentes revistas de ne-gócios do mundo. A reportagem destacou os avanços do Brasil no combate ao desmatamento e a contribuição de Paragominas e do Pará para alcançar os resultados positivos.

Em 2011, Simão Jatene, o recém eleito go-vernador do Pará, decidiu replicar as reali-zações de Paragominas em todo o estado. O elemento chave para esse esforço é Ca-dastro Ambiental Rural (CAR).

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O sucesso do Brasil, até agora, demonstra quantos elementos precisam ser reunidos para fa-zer com que tais políticas fun-cionem. Você precisa de uma direção clara não apenas no topo, mas ao longo de todo o caminho através do governo.

A conversão do BrasilÁrvores de Conhecimento

Como o Brasil está usando educação, tecnologia e políticas públicas para salvar a fl oresta tropical

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Principais Indicadores PMVJan/2013 Jan/2014

Adesão ao PMV 95 102

Pactos de combate ao desmatamentoe promoção do desenvolvimento sustentável

32 37

Grupo de combate ao desmatamentoe promoção do desenvolvimento sustentável

12 17

Municípios com incidência de focos de desmatamento SAD/IMAZON*

49 36

Municípios que realizaram a verifi caçãoem campo dos focos de desmatamento*

– 12

Municípios que apresentaram desmatamentomaior que 40Km2 (PRODES 2012/2013)

11 9

Municípios que fazem parte da lista dosque mais desmatam a Amazônia, do MMA

15 13

Municípios que saíram da lista do MMA 4 6

Municípios que possuem mais de 80% da área cadastrável inserida no CAR

10 23

Municípios que possuem entre 60 e 79,9%da área cadastrável inserida no CAR

9 39

Municípios habilitados para licenciaratividades de impacto local**

46 61

* Até 2013 o PMV vinha adotando como critério para o cumprimento dessa meta o fato do mu-nicípio ter ido ou não a campo. A partir de 2014, pretende-se adotar como critério uma taxa de desempenho de pelo menos 50% de verifi cação, ou seja, a quantidade de focos verifi cados sobre o total identifi cado nos boletins.

** Com a resolução COGES/PMV 14/2013, a meta 7 – educação ambiental foi substituída pela meta estruturação da gestão ambiental, que compreende: garantir equipe técnica mínima para combate ao desmatamento e CAR; criar conselho e fundo de meio ambiente; desenvolver ações de educação ambiental. Estes requisitos, via de regra, são atendidos quando o município se habilita junto a SEMA para realizar licenciamento de impacto local, sendo este, portanto, um indicador adequado para medir o cumprimento desta meta.

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Conjuntura do Desmatamentono Pará e na Amazônia

O Ministério do Meio Ambiente divulgou, no dia 14 de novembro de 2013, a estimativa da taxa anual do desmatamento medida pelo Prodes, o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia, que apontou 5.843 km² desmatados na Amazônia no período de agosto de 2012 a julho de 2013 - um aumento de 28% em relação à estimativa anterior, 4.656 km².

De acordo com o Prodes, o desmatamento também subiu no Pará, de 1.741 km² para 2.379 km², no comparativo entre 2012 e 2013, o que cor-responde a um aumento de 37%, número superior ao aumento na Ama-zônia, mas abaixo de outros Estados, como Mato Grosso (52%), Roraima (49%) e Maranhão (42%).

No entanto, os últimos cinco meses de 2013, início do calendário do desmatamento (agosto a dezembro), apontaram um movimento reverso. Os dados disponibilizados pelo Sistema de Detecção de Desmatamento

Desmatamento na Amazônia Legal PRODES(ago/2012 a jul/2013)

Amazônia Legal ParáDesmatamento 5.843 Km2 2.379 Km2

Aumento área desmatada2012-2013

1.272 Km2 638 Km2

Em relação ao período2011-2012 28% 37%

Em relação ao período2011*-2013 9% 21%

* Ano de criação do PMV

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em Tempo Real (DETER), do Inpe, apontam uma queda de 30% na com-paração entre agosto de 2012 e janeiro de 2013 (423 km²) e agosto de 2013 e janeiro de 2014 (294 km²), percentual superior ao registrado em todos os estados da região amazônica: 19%.

Segundo o Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), do Imazon, du-rante o mesmo período também foram registrados 110 km² de desfl ores-tamento, enquanto que, em 2012, o número chegou aos 634 km². Ou seja, uma redução de 83%. Mesmo com a alta anunciada pelo Prodes, os dados de 2013 ainda representam a segunda menor taxa histórica já registrada na Amazônia e no Pará, atrás apenas do ano de 2012.

No Pará o problema está concentrado majoritariamente nas áreas fede-rais da região Sudoeste do Estado e nos assentamentos para reforma agrá-ria, que somam mais de 70% do total desmatado. O MMA identifi cou a volta do desmatamento em grandes polígonos (acima de 100 hectares) na região sudoeste do Estado e obteve o compromisso do Governo do Pará de que tais áreas não serão regularizadas.

A taxa de desmatamento no Pará após a criação do PMV, ou seja, de 2011 a 2013, registrou uma queda de 21%, enquanto que, no mesmo pe-ríodo, a Amazônia reduziu 9%. “É preciso analisar não apenas o ano, mas um período um pouco maior. Em 2008, o desmatamento deu um repique, o governo reagiu e, nos anos seguintes, voltou a cair”, lembra Justiniano Netto, secretário extraordinário para coordenação do PMV. “O importante é continuar a agir, mantendo o foco e a união de esforços”, concluiu.

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