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março 2012 ministração moderna e o artístico consistente, Minas Gerais colhe os eto bem-sucedido que, anos, fez dela um dos pos sinfônicos do país.”

PROGRAMA SÉRIE VIVACE 2012

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Em concerto da série Vivace, temporada 2012, Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, interpreta peças de Leopoldo Miguez, Korngold, Guarnieri e Gershwin, no dia 13 de março, no Grande Teatro do Palácio das Artes, às 20h30, com regência do maestro Fabio Mechetti, diretor artístico e regente titular da Orquestra e a ilustre presença de Rachel Barton Pine, a violinista que além de se apresentar com as mais prestigiadas orquestras do mundo, ganhou prêmios importantes que vieram da Rainha Elisabeth (Bruxelas, 1993), Kreisler (Viena, 1992), Szigeti (Budapeste, 1992) e Montreal (1991).

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Page 1: PROGRAMA SÉRIE VIVACE 2012

março 2012

“Com administração moderna e um trabalho artístico consistente,

a Filarmônica de Minas Gerais colhe os louros de um projeto bem-sucedido que, em apenas quatro anos, fez dela um dos

principais grupos sinfônicos do país.”

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A Filarmônica é toda sua.

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Estão falando sobre você.Sobre você que é o motivo da Orquestra Filarmônica existir.Sobre você que é exigente com o que ouve.Sobre você que às terças e quintas espera se surpreender.Estão falando sobre você.Você que colabora para que a Filarmônica seja uma das melhores orquestras do país.Você que faz diferença a cada concerto.Você é a razão disso tudo. Pode se orgulhar.Quando falam sobre a Orquestra Filarmônica estão falando de você.Receba cada aplauso. Você é a orquestra.A Filarmônica é toda sua.

A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais é composta por músicos dos mais diversos lugares do Brasil e do exterior. Escolhidos por meio de um rigoroso processo de seleção – as audições –, os músicos da Filarmônica têm a excelência artística como elemento orientador de seu trabalho. A Orquestra executa obras de todos os períodos, do barroco ao contemporâneo, que exigem maior número de músicos e maior variedade de instrumentos. Como todas as orquestras, a Filarmônica é composta por quatro famílias: cordas, madeiras, metais e percussão, que, por sua vez, dividem-se em naipes ou grupos de executantes do mesmo tipo de instrumento. Ao longo do ano, traremos algumas breves informações sobre cada um desses grupos, permitindo que você conheça melhor a sua Filarmônica.

Camila FréscaRevista Concerto_OUT 2011

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Fabio Mechetti

Eduardo Monteiro

L. van BEETHOVEN

S. PROKOFIEFF

M. RAVEL

Eduardo Monteiro

INTERVALO

P. I . TCHAIKOVSKY

Sinfonia nº 8 em Fá maior, op. 93 [26 min]

Allegro vivace e con brioAllegretto scherzandoTempo di MenuettoAllegro vivace

Concerto para Piano e Orquestra nº 1, op. 10 [16 min]Allegro briosoAndanteAllegro scherzando

Valsas Nobres e Sentimentais [16 min]

SOliSTA

REGENTE

PiANO

Abertura 1812, op. 49 [15 min]

20h30

1 março

Grande Teatro do Palácio das Artes

Ministério da Cultura e Governo de Minas apresentam

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Fabio Mechetti

Rachel Barton Pine

Leopoldo MIGUEZ

E. W. KORNGOLd

Camargo GUARNIERI

Rachel Barton Pine

INTERVALO

George GERSHWIN

Ave, libertas!, op. 18 [20 min]

Concerto para Violino e Orquestra, op. 35 [24 min]Moderato nobileRomanzeAllegro assai vivace

Brasiliana [17 min]

SOliSTA

REGENTE

ViOliNO

Porgy and Bess: Retrato Sinfônico [24 min]Versão de concerto por Robert Russell Bennett

20h30

13 março

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Grande Teatro do Palácio das Artes

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O Governo do Estado de Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Cultura celebram mais um ano de atividades da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Projeto ambicioso, que se soma a inúmeras outras iniciativas do poder público estadual em favor do desenvolvimento da cultura mineira, a Filarmônica se consolida como uma ação contínua, que impulsiona a difusão de repertório sofisticado, a público amplo e heterogêneo. Além das séries regula-res, oferecidas a preços populares no Grande Teatro do Palácio das Artes, com a presença de solistas destacados mundialmente, o gru-po também realiza concertos didáticos para crianças e adolescentes, apresenta-se em parques e praças da capital e do interior e aposta no incremento da circulação por diferentes municípios mineiros, a fim de descentralizar a fruição de obras imprescindíveis e democra-tizar o acesso a este conteúdo, de valor inestimável.

A Secretaria de Estado de Cultura se orgulha desta iniciativa, que re-afirma o compromisso do Governo de Minas com a potencialização da cultura nas mais diversas vertentes. Apostar na manutenção de um grupo de excelência, como um projeto ininterrupto, representa, para o Estado, investir na capacidade dos artistas locais, na impor-tância da interação com talentos de outras unidades da federação e internacionais, e, sobretudo, na oportunidade de oferecer aos cida-dãos acesso irrestrito a repertório de diferentes épocas, que muito tem a revelar sobre a própria identidade mineira e como ela se situa na universalidade inerente à literatura musical erudita de todos os tempos.

Para a Secretaria de Estado de Cultura, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais não é tão somente um grupo de artistas preparados para a tarefa de executar repertório singular para público seleto. Antes, é uma maneira de celebrar a diversidade cultural deste Esta-do, suas infinitas possibilidades de manifestação e o indispensável valor da cultura no desenvolvimento social, econômico e humano de uma sociedade.

E l i A N E PA R R E i RASSecretária de Estado de Cultura de Minas Gerais

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Caros amigos e amigas,

O início da Temporada 2012 tem um significado especial, pois marca o quinto ano de vida da Filarmônica de Minas Gerais. Uma curta história coroada de grandes êxitos, reconhecidos pelos mineiros através do crescente número de aficionados que abrilhantam nossos concertos com sua presença e pela crítica especializada, que nos posiciona como uma das mais importantes orquestras brasileiras e certamente aquela que vem se revelando e surpreendendo o meio musical nacional.

Para festejar esse importante marco histórico, programamos para este primeiro concerto um interessante repertório de obras que foram compostas há cem ou duzentos anos (1812, 1912), além da exuberante Abertura 1812 de Tchaikovsky.

Em março receberemos com carinho a visita do reconhecido pianista brasileiro Eduardo Monteiro, assim como de uma das mais respeitadas violinistas da atualidade, Rachel Barton Pine, executando um dos mais belos concertos para violino escritos no século passado.

Ainda neste mês a Filarmônica fará sua primeira turnê estadual para dividir momentos de grande inspiração e beleza com a população de várias cidades do Sul do Estado.

Sejam bem-vindos a mais uma espetacular temporada da Filarmônica de Minas Gerais, uma orquestra de todos nós.

FA B i O M E C h E T TiDiretor Artístico e Regente Titular

Prezados amigos e amigas,

iniciamos, esta noite, a quinta temporada de apresentações da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, que vem acumulando surpreendentes resultados, como foi o caso no ano que findou.

Em 2011, mais de 25 mil pessoas brindaram a orquestra, regentes e solistas convidados com calorosos aplausos nos concertos Allegro e Vivace, no Palácio das Artes. Uma parceria com o novo teatro do Sesc Palladium permitiu a realização, nas manhãs de domingo, dos Concertos para a Juventude, além de três concertos didáticos reunindo 3.280 crianças da rede pública de ensino e jovens participantes de programas sociais do Governo. Cerca de 14.000 pessoas assistiram, no ano passado, à Filarmônica nas turnês pelo interior de Minas, contemplando oito municípios, entre os quais Ouro Preto, Mariana, São João del-Rei e Tiradentes, onde os concertos foram realizados dentro de suas majestosas matrizes barrocas.

Continuando a meta de levar a orquestra mineira às várias regiões do país, excursionamos pelo Sul do Brasil, com apresentações em Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, londrina e também Paulínia, no Estado de São Paulo. A Filarmônica foi, uma vez mais, ovacionada nos festivais de Campos do Jordão e de Juiz de Fora, além de ter se apresentado nos dois principais teatros do Brasil: o Teatro Municipal do Rio de Janeiro e o Teatro Municipal de São Paulo. A série Clássicos no Parque teve momentos igualmente memoráveis, contagiando mais de 17.000 pessoas em cinco parques de Belo horizonte e região metropolitana. O Festival Tinta Fresca e o laboratório de Regência completam a lista das realizações do ano passado.

Ao instituto Cultural Filarmônica cabe a tarefa de continuar seu compromisso de zelar pela eficiência e transparência na gestão da coisa pública, contando com a parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e a interveniência da Fundação Clóvis Salgado. Nossos patrocinadores e apoiadores se juntam a esse esforço, complementando os recursos necessários à programação.

Neste seu quinto ano de vida, novos desafios e metas se apresentam para a Filarmônica, que desejamos seja cada vez mais abraçada pelos mineiros com orgulho e admiração. A todos vocês nossos sinceros agradecimentos pelo apoio e colaboração.

D i OMA R S i lV E i RADiretor-Presidente do instituto Cultural Filarmônica

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Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra Sinfônica de Jacksonville desde 1999. Foi também Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Syracuse e da Orquestra Sinfônica de Spokane, da qual é, agora, Regente Emérito. Desde 2008 é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, trabalho que lhe deu o Xii Prêmio Carlos Gomes na categoria Melhor Regente brasileiro em 2008.

Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego foi Regente Residente.

Fez sua estreia no Carnegie hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfô-nica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.

Realizou diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as Orquestras Sinfônicas de Tóquio, Sapporo e hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá.

Vencedor do Concurso internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamar-ca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orques-tra da Rádio Dinamarquesa e a de helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia dirigindo a Filarmônica de Tampere.

No Brasil foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Trabalhou com artistas como Alicia de larrocha, Thomas hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros.

igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmen, Don Giovanni, Cosi fan Tutte, Bohème, Butterfly, Barbeiro de Sevilha, La Traviata e As Alegres Comadres de Windsor.

Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.

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DiRETOR ARTíSTiCO E REGENTE TiTUlARORQUESTRA FilARMôNiCA DE MiNAS GERAiS

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O carioca Eduardo Monteiro é considerado um dos expoentes do piano no Brasil. Sua sólida formação foi adquirida através de estudos em diferentes países – Brasil, França, itália e Estados Unidos. Ainda muito jovem, conquistou as principais premiações de piano no Brasil. No exterior, alcançou, por unanimidade, o primeiro lugar no iii Concurso internacional de Piano de Colônia, Alemanha, em 1989, obtendo também o prêmio de Melhor intérprete de Beethoven por sua versão do Concerto n°4. Foi laureado ainda no ii Concurso internacional de piano de Dublin, irlanda, em 1991, e no ano seguinte, no iX Concurso internacional de Piano de Santander, Espanha.

Foi solista das filarmônicas de São Petersburgo, Moscou, Munique, Bremen, Sinfônica de Novosibirsky, Nacional da irlanda, Orquestra de Câmara de Viena, da RTV Espanhola, Osesp, OSB, OSPA, OSBA, OPES, entre outras. Dentre os maestros com os quais já atuou, destacam-se Yuri Temirkanov, Mariss Jansons, Dimitri Kitayenko, Philippe Entremont, Arnold Katz, Sergiu Comisiona, Emil Tabakov, Kirk Trevor, John Neschling, Roberto Minczuk, isaac Karabitchevsky e Roberto Tibiriçá. Realizou gravações para as rádios Bayerischer Rundfunk, NDR,

WDR, hessincher Rundfunk, Süddeustcher Rundfunk (Alemanha) e Rádio Telefis Eireann (irlanda), entre outras.

Desde 2002 é professor de Piano do Departamento de Música da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, onde desenvolve um trabalho de formação com jovens pianistas. Foi agraciado com o Prêmio Carlos Gomes em 2004 e 2005. Em 2007 lançou CD de música brasileira pela Meridian Records no Wigmore hall de londres e foi Diretor Artístico da Série de Concertos Piano Solo, realizada na Sala Cecília Meireles do Rio de Janeiro e no Teatro Municipal e Sala Promon de São Paulo. Em 2008 passou a integrar a Câmara Consultiva de Música do Conselho Estadual de Cultura de São Paulo. Em 2009 tornou-se livre Docente da USP. Em 2010 foi professor convidado do 41º Festival internacional de Música de Campos do Jordão.

Aos nove anos, Stephanie Jeong era uma das mais jovens estudantes admitidas no famoso Curtis Institute, na Filadélfia, para estudar com o renomado violinista Aaron Rosand.

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Daqueles casos raros em que se tem pele de concertista... Monteiro tem o poder de sensibilizar o público através da epiderme, fazendo com que o espectador viva a música com ele, em uma espécie de comunhão. É um dom muito especial...Albert MAllofré, lA VAnguArdiA, espAnhA

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A Sinfonia no8 guarda tesouros inestimáveis escondidos em cada movimento, difíceis de ser percebidos quando se procura um Beethoven heroico.

Beethoven começou a fazer os pri-meiros esboços da Sinfonia no 8 em 1811, enquanto ainda compunha sua Sétima Sinfonia. Mas foi apenas no verão de 1812 que ele pôde realmente se dedicar à composição da nova obra. A Sinfonia no 8 ficou pronta em outubro, e a estreia só aconte-ceria dois anos mais tarde, em 27 de fevereiro de 1814, em um con-certo em Viena regido pelo próprio compositor. Beethoven já estava com a surdez avançada e tinha dificulda-des em reger suas obras. Em trechos complexos os músicos preferiam seguir o spalla a acompanhar o re-gente. O compositor louis Spohr, que foi assistente de spalla em alguns concertos regidos por Beethoven nessa época, conta que “o pobre compositor não conseguia ouvir os momentos delicados das peças”.

Nessas horas, como o som desapa-recia de seus ouvidos, Beethoven fitava os instrumentos com atenção para certificar-se de que os músicos ainda tocavam. Não obstante, sua maneira de reger era ímpar: “Em passagens delicadas ele aga-chava-se cada vez mais, de acordo com o grau de leveza que desejava da orquestra. Para indicar um pianissimo escondia-se atrás da partitura. Se um crescendo aparecia, ele surgia novamente de trás da es-tante, levantando-se gradualmente

na medida do crescendo e, na hora do forte, ele pulava no ar.”

A Sinfonia no 8, infelizmente, não foi recebida com entusiasmo na época. Acostumado com as obras grandiosas de Beethoven, o público a via como um retorno aos padrões sinfônicos clássicos. Mas ela guarda tesouros inestimáveis escondidos em cada movimento, difíceis de ser percebidos quando se procura um Beethoven heroico. Sob vários aspectos a Sinfonia no 8 nos remete às sinfonias de haydn, especialmen-te à Sinfonia no 101 (“O relógio”): nas dimensões, no colorido e, principal-mente, no tratamento temático. Tra-ta-se da mais curta de suas sinfonias e, talvez, a mais descompromissada de todas.

O espírito de haydn pode ser sentido por toda a Sinfonia. O primeiro mo-vimento (Allegro vivace e con brio) é, curiosamente, em ritmo ternário, as-sim como a Sinfonia no 101 de haydn (em Beethoven, apenas as Sinfonias nos 2 e 3 contêm, além da Oitava, o primeiro movimento em ternário). A forma com que Beethoven expõe as seções é extremamente clara: o início da obra marca o início do primeiro tema, e um compasso de silêncio marca a entrada do segun-do. O movimento termina, inespera-damente, em pianissimo.

Sinfonia nº 8 em Fá maior, op. 93

A Sinfonia no 8 não possui um movimento lento. Muitas vezes se disse que o segundo movimento (Allegretto scherzando) teria sido escrito em homenagem a Johann Nepomuk Mälzel, amigo de Beethoven e conhecido pelo aperfei-çoamento do metrônomo. Mas, o tique-taque das madeiras e a leveza do tema das cordas são quase uma citação do segundo movimento da Sinfonia nº 101 de haydn. O terceiro movimento é, curiosamente, um minueto (Tempo di Menuetto). Desde sua Sinfonia no 2 Beethoven substi-tuíra o minueto, tão comum em haydn e Mozart, pelo scherzo. E o quarto movimento (Allegro vivace) mais parece uma brincadeira musical à moda de haydn. Nesse movimento, após expor os dois temas, Beethoven apresenta com muita clareza cada uma de suas reaparições, como que desejando que o ouvinte não se perca ao longo do caminho. Uma longa coda nos leva a um final brilhante.

Guilherme NascimentoCompositor, Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC São Paulo, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais e na Fundação de Educação Artística, autor do livro Música menor.

PARA OUVIRCD Beethoven – Symphonies no 6 & no 8, King Stephen Overture – New York Philharmonic – leonard Bernstein, regente Sony Classical – 1998

PARA LERBarry Cooper (org.) Beethoven, um compêndio – Jorge Zahar Editor – 1996Maynard Solomon – Beethoven: vida e obra – Jorge Zahar Editor – 1987

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AlEMANhA, 1770 ÁUSTRiA, 1827

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Beethoven

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Segundo Prokofieff, este concerto é a sua “primeira obra mais ou menos madura pelo fato de se tratar de uma nova ideia de som e de uma modificação da forma”.

Desde que, em 1855, Wilhelm von lenz escreveu a biografia de Beethoven, em que – baseando-se no musicólogo François-Joseph Fétis – considerava na obra do compositor três estilos musicais corresponden-do a três períodos, tornou-se praxe aplicar essa divisão à obra de outros autores. Ultrapassada, no que se refere a Beethoven, a divisão em três fases se aplica bem ao compositor russo Sergei Prokofieff, que compôs ao todo oito concertos: cinco para piano, sendo o quarto para a mão es-querda; dois para violino e um para violoncelo. Os dois primeiros concer-tos para piano datam do “período russo”, ou seja, dos anos de Prokofieff como estudante do Conservatório de São Petersburgo nos quais era visto como enfant terrible. No “período ocidental”, entre 1835 e 1918, viveu entre a Europa e os Estados Unidos e compôs todos os outros concertos para piano, assim como seus balés mais famosos. No “período soviéti-co”, após o retorno definitivo à sua pátria, sua música se tornou menos chocante e extravagante até atingir uma “nova simplicidade”, julgada inofensiva pelos censores de Stálin.

Esse período é marcado também pela composição de trilhas sonoras para os filmes de Eisenstein e a mú-sica para a história de Pedro e o Lobo.O Concerto para Piano nº 1 foi escrito

em 1911 e estreou no ano seguinte na cidade de Moscou. Em 1914, Prokofieff ganhou o Prêmio Rubinstein execu-tando novamente este concerto. Embora alguns juízes desaprovas-sem a música, eles ficaram extasia-dos com a técnica do jovem pianista. A revista Muzyka Miaskovsky defen-deu o compositor, enquanto A Voz de Moscou publicou que era inadmissí-vel definir como música uma partitura tão dura, enérgica, rítmica e grosseira. Para confundir ainda mais os pobres ouvidos conservado-res, Prokofieff inventivamente embaralhou os componentes da estrutura formal do concerto e fez com que a obra parecesse ter sido concebida de trás para frente. Ela começa com o tutti orquestral dobrado pelo piano num hino grandiloquente típico dos finais arrebatadores dos famosos concer-tos de Grieg, Rachmaninoff e Tchaikovsky. Poulenc, amigo do compositor, definiu a vigorosa introdução como “uma espécie de canto jubiloso atlético” que, aliás, reaparece para encerrar o movimen-to e, oportunamente, também o concerto. Em seguida, vislumbramos a figura do enfant terrible num solo virtuosístico semelhante a uma cadenza finale que irrompe com a linha melódica inicial, mas que servirá de material temático para o último movimento. Só então surge o

Concerto para piano nº 1 em Ré bemol maior, op. 10

tema de notas repetidas, martelado e galopante, apresentado também em solo de piano. O tema das notas repetidas participa do desfile de ideias musicais que irão estruturar o primeiro movimento, reaparecendo no último e contribuindo para dar ao concerto a característica de obra cíclica, interligada e sem interrup-ções. Segundo Prokofieff, este concer-to é a sua “primeira obra mais ou menos madura pelo fato de se tratar de uma nova ideia de som e de uma modificação da forma”. A forma foi vagamente definida por ele como um resultado abstrato, uma “conse-quência de episódios isolados com estreita relação entre si”. Paradoxos à parte, sendo novidade ou não, a obra é fruto tanto do seu horror à imita-ção quanto da herança deixada por compositores como liszt e Mussorgsky.

Marcelo CorrêaPianista, Mestre em Piano pela Universidade Federal de Minas Gerais e professor na Universidade do Estado de Minas Gerais.

RúSSiA, 1891 – 1953

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PARA OUVIRCD Sviatoslav Richter – The Early Recordings (1948-1952) – Prokofieff – Piano Concerto N. 1 – Moscow Youth Orchestra – Kirill Kondrashin, regente – Urania – 2002

PARA LERAttila Csampai e Dietmar holland – Guia Básico dos Concertos – Civilização Brasileira – 1995

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Embora o esquema rítmico da valsa permaneça vívido nas oito seções da obra de Ravel, o que se percebe não é a onipresença da dança, mas sua evocação.

Embora frequentemente se associe a obra, a pessoa e a linguagem de Ravel à de Debussy numa amálgama “impressionista”, e embora Ravel admirasse Debussy, treze anos mais velho que ele, é de se marcar que a orientação estética do primeiro tem tamanha originalidade, que aponta para caminhos da música do século XX cuja importância se iguala talvez à do próprio Debussy. É quase inevitável – e, portanto, legítima – a comparação que habitualmente se estabelece entre ambos, mas se mui-tos aspectos os aproximam, muitos outros os separam.

Em certo sentido, pode-se observar em Ravel um contínuo processo de releitura. Ele parece tomar por desafio as formas e modelos antigos para retrabalhá-los à sua maneira, num processo de recriação e de estilização extremos, que o acaba afastando de qualquer preceito escolástico ou formalista. Ele é um construtor criterioso, que conhece a fundo o material com que traba-lha, e cujo preciosismo revela uma ciência precisa e exata. A despeito disso, porém, ele nunca deixa de ser original: todo o domínio da técnica e de seus materiais lhe dá a possibi-lidade de transcender o previsível... Basta um relance de olhos sobre seus caminhos no campo da orques-tração para que se tenha uma leve

amostragem disso. Também com as novas linguagens, com que trava contato na Exposição Universal de Paris, Ravel assume atitude seme-lhante: a ele encantam o novo e o exótico, os modalismos orientais, a liberdade melódica e harmônica do Jazz. Deste último, Ravel se aproveita ora explicitamente, como na Sonata para Violino, ora como possibilidade criativa, como no Concerto em Sol para piano e orquestra. Acessível aos novos elementos, mas sem ideias preconcebidas, neles encontra cami-nhos para manter-se original.

Também de sua herança, através de Fauré (seu professor) e de um Romantismo francês agonizante, Ravel tira partido, relendo-os à sua maneira, sempre com um toque de fina e velada ironia. La Valse, por exemplo, obra de 1920, parece ser a metáfora da glória e destruição da Valsa Vienense, em seu significado não apenas musical, mas também simbólico e social.

Nove anos antes, porém, Ravel já ha-via feito investidas sobre esse gênero “elegante”, numa obra que frequen-temente é negligenciada em função de outras, mais “vistosas”, por assim dizer. Data de 1911 a versão original, para piano solo, das Valsas Nobres e Sentimentais. A versão orquestral data do ano seguinte. O título da

Valsas Nobres e Sentimentais

obra faz referência a duas coleções de pequenas valsas compostas por Schubert, entre 1823 e 1827: as Valsas Nobres (op. 77, D. 969) e as Valsas Sentimentais (op. 50, D.779). “Músi-ca de Salão”, embora nas mãos de Schubert tenham se tornado peque-nas obras-primas, o destino dessas peças não era senão o de entreter os saraus da sociedade vienense e das reuniões de que o próprio Schubert participava.

É evidente, portanto, que Ravel tem em Schubert, para as Valsas Nobres e Sentimentais, seu primeiro modelo. No entanto, ele não toma as valsas de Schubert como paradigmas, mas como exemplos de um gênero que ele ironiza e desconstrói. O modelo principal desse processo, porém, não são exatamente as valsas de Schubert, mas as de Strauss e a valsa francesa dos salões elegantes de Paris. Embora o esquema rítmico da valsa permaneça sempre vívido nas oito pequenas seções de que se constitui a obra de Ravel, o que se percebe não é a onipresença da dança, mas sua evocação. A harmo-nia é a de um Ravel já totalmente vinculado ao século XX, que não tem medo de libertar a dissonância e que dela não faz apenas colori-do, mas sonoridade em si mesma dotada de significado, o que levou o próprio Debussy a declarar, antes de

PARA OUVIRMaurice Ravel – Valses Nobles et Sentimentales – Robert Casadesus, piano – Sony – 1991Maurice Ravel – Valses Nobles et Sentimentales – Cleveland Orchestra – Pierre Boulez, regente – Deutsche Grammophon

PARA LERigor Stravinski e Robert Craft – Conversas com igor Stravinski – Stella Rodrigo Octavio Moutinho, tradução – Perspectiva – 1984 ( o livro faz várias referências a Ravel, Debussy e à música do início do século XX)Roland de Candé – história Universal da Música – Eduardo Brandão, tradução – v. ii – p. 194-216 – Martins Fontes – 1994

FRANçA, 1875-1937

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conhecer-lhe a autoria, que se tra-tava de obra composta “pelo ouvido mais refinado que jamais poderia ter existido” (fato interessante foi a primeira apresentação dessa obra: ela foi tocada pelo pianista louis Aubert, a quem fora dedicada, em um concerto da Sociedade Musical independente. Nesse concerto, foi dada à audiência a tarefa de adivi-nhar os autores do programa. Para a obra de Ravel, o nome do compositor foi indicado pela grande maioria!). A versão orquestral, publicada no ano seguinte, foi feita com vistas a um balé intitulado “Adelaide, ou a linguagem das flores”.

Na ironia e no tratamento pessoal que Ravel confere à valsa, na propos-ta de desintegração de um gênero que efetiva e simbolicamente já agonizava nas primeiras décadas do século XX, na harmonia francamente moderna, que o afasta da tonalida-de, na orquestração sempre original e surpreendente, as Valsas Nobres e Sentimentais atestam a importância de Ravel na música do século XX e de novos caminhos que ela há de tomar.

Moacyr Laterza FilhoPianista e cravista, Doutor em literaturas de língua Portuguesa pela PUC Minas, professor na Universi-dade do Estado de Minas Gerais e na Fundação de Educação Artística.

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Tchaikovsky concebeu a Abertura 1812 para que fosse estreada com orquestra, banda de metais, coro e canhões na Praça Vermelha.

O diretor dos Concertos da Socieda-de imperial Russa, Nikolai Rubinstein, convidou Tchaikovsky para compor uma obra sinfônica em 1880. Embora criticado por mesclar a cultura folclórica russa com a tradição europeia ocidental, numa relação ambígua com o Grupo dos Cinco, Tchaikovsky era um compo-sitor reconhecido. Rubinstein tinha em vista três eventos: a consagração da Catedral de Cristo Salvador, a co-memoração dos 25 anos do reinado de Alexandre ii ou a abertura da Ex-posição industrial e Artística de 1881. Tchaikovsky optou pelo terceiro, de-clarando em carta a Nadezhda von Meck, sua protetora, a repugnância que sentia por esse tipo de composi-ção: “nada me é mais antipático que compor em função de festividades e afins. imagine, cara amiga! O que se poderia por exemplo escrever por ocasião da abertura de uma exposi-ção senão banalidades e passagens quase sempre barulhentas?”. A aber-tura é hoje uma de suas obras mais conhecidas e gravadas.

O ano de 1812 marca o início da derrocada do império napoleônico. A Grande Armada Francesa de Napo-leão i, até então invencível, invade a Rússia para dominar toda a Europa continental. Sua vitória na Batalha de Borodino e a invasão de Moscou, em setembro, parecem confirmar

a vitória francesa. Napoleão não esperava que, como os antigos cavaleiros citas, os russos deixassem Moscou completamente devastada e em chamas, usando a tática da terra arrasada. Sem mantimentos e sem capacidade de se recuperar, as tropas napoleônicas batem em retirada, destruídas pelo frio inten-so e por milícias ligadas à Armada imperial Russa.

A Abertura solene 1812 foi composta entre setembro e novembro de 1880. O adiamento da Exposição deu a Tchaikovsky mais um ano para tra-balhar na peça. Ele a concebeu para que fosse estreada com orquestra, banda de metais, coro e canhões na Praça Vermelha. Uma salva de 16 tiros de canhão encerraria a obra ao repique dos sinos do Kremlin e da Catedral de Cristo Salvador. Mas a primeira execução, regida por ippolit Al’tani em agosto de 1882, ocor-reu num pavilhão. Supostamente programática, a abertura expõe nas cordas – os russos? – o coral ortodo-xo Deus, salva teu povo. Segue-se nas madeiras a dança folclórica No meu portão, no meu portão. Os metais anunciam o hino francês. No desen-volvimento, o tema russo nas cordas duela com o francês nos metais. O folclore russo reaparece entre-cortando com nostálgicas melodias populares o embate entre russos

O ano de 1812: Abertura solene em mi bemol maior, op. 49

e franceses. Sinos, canhões e Deus salve o Czar expulsam A Marselhesa na apoteose final.

Igor ReynerPianista, Mestre em Música pela Universidade Federal de Minas Gerais.

PARA OUVIRCD O ano de 1912 – Abertura Solene, op. 49* – Minneapolis Symphony Orchestra – Antal Doráti, regente – Mercury living Presence/Phillips – gravação de 1954

RúSSiA, 1840–1893

PiOtr iLitch

tchaiKovSKY

série allegro 1 mArçO

Page 14: PROGRAMA SÉRIE VIVACE 2012

Poucos podem tocar tão lindamente quanto Barton… a facilidade de comando com que ela usou os dedos e o arco, as roulades sem fôlego e o trabalho de passagem foram suficientes para colocar a multidão aos seus pés, como se eles não fossem ainda seus fãs.ChiCago Tribune

23

A violinista norte-americana Rachel Barton Pine apresentou-se como solista com as mais prestigiadas orquestras do mundo, incluindo as sinfônicas de Chicago, Atlanta, St. louis, Dallas, Baltimore, Montreal, Viena, New Zealand, iceland e a Philadelphia Orchestra. Trabalhou com regentes como Charles Dutoit, Zubin Mehta, Erich leinsdorf, Marin Alsop, Neeme Järvi e Placido Do-mingo, tendo colaborado também com Daniel Barenboim, Christoph Eschenbach, William Warfield, Chris-topher O’Riley e Mark O’Connor. Em festivais, apresentou-se em Ravinia, Marlboro e Salzburg. Gravou 16 álbuns aclamados pela crítica para os selos Cedille, Dorian e Cacophony. Entre eles, destacam-se o Concertos para Violino de Brahms e Joachim com a Orquestra Sinfônica de Chi-cago e o regente Carlos Kalmar; o álbum Fantasias Escocesas para Vio-lino e Orquestra com a Orquestra de Câmara da Escócia, Alexander Platt como regente e o violinista escocês Alasdair Fraser; e a gravação dos Concertos de Violino de Beethoven & Clement, com José Serebrier e a Royal Philharmonic.

rAcheL

Barton Pine

Rachel Pine foi a primeira norte-americana e a artista mais jo-vem a ganhar, aos 17 anos, a medalha de ouro no J. S. Bach international Violin Competition em leipzig (1992). Outros prêmios importantes vieram da Rainha Elisabeth (Bruxelas, 1993), Kreisler (Viena, 1992), Szigeti (Buda-peste, 1992) e Montreal (1991).

A artista escreve as próprias caden-zas para muitos dos trabalhos que executa, incluindo concertos de Beethoven, Brahms, Mozart e Paga-nini. Ela está presente nas Coleções Masters de Carl Fischer, que publi-cou composições originais, arranjos, cadenzas e edições escritas ou orga-nizadas por ela, sendo a única artista viva e primeira mulher a participar da publicação.

Exerce atividades educativas e filantrópicas no Music institute of Chicago e na Rachel Elizabeth Barton Foundation. Rachel Pine também é uma ávida executora de inter-pretações do barroco, renascença e música medieval no violino barroco, viola d’amore, violino renascentista e rabeca. Sua experiência musical alcança ainda o rock e o heavy metal. Ela se apresenta com um Joseph Guarnerius del Gesu (Cremona 1742), conhecido como “ex-Soldat,” genero-samente cedido pelo seu patrono.

série VIVaCe 13 mArçO

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24 25

A ave da liberdade simbolizada por Miguez abriu as asas sobre a aurora do nacionalismo e o início do modernismo musical, arquitetando uma visão otimista sobre o progresso.

Nascido e falecido no Estado do Rio de Janeiro, leopoldo Miguez, filho de pai espanhol e mãe brasileira, viveu até os 21 anos em Portugal. iniciou os estudos musicais no Porto, cidade natal do pianista português Arthur Napoleão, com o qual se associou em 1878, no Rio de Janeiro, fundando a Casa Arthur Napoleão & Miguez, a mais importante loja de pianos e música da capital do império. Em 1881, abandonou as atividades co-merciais e retornou à Europa para aperfeiçoar-se como músico. O contato com importantes per-sonalidades e novas tendências musicais não foi tão marcante para o compositor brasileiro quanto o im-pacto da morte de Richard Wagner, ocorrida em 1883. Em 1884, Miguez retornou ao Brasil e fundou o Centro Artístico, a fim de promover a “mú-sica do futuro”, égide carregada por Berlioz, Wagner e liszt e da qual se tornou defensor convicto.

Sua mente aberta e progressista o fez defensor também dos ideais republicanos, fomentados pelos ideólogos positivistas inspirados por Tiradentes. Miguez cegamente se transformou em inconfidente, visto que, ao apoiar Deodoro, traiu a confiança de D. Pedro ii que genero-samente lhe havia recomendado em carta ao Conservatório de Paris. Mas, de fato, a boa imagem do imperador

sem sucessor direto não impediria a iminente ascensão do sentimento republicano aliado à questão aboli-cionista. Com a lei Áurea, em 1888, o império perdeu os últimos apoiado-res, os proprietários rurais, que logo aderiram aos insurgentes. Em 1889 foi proclamada a República dos Esta-dos Unidos do Brasil e o imperador buscou exílio na Europa.

Em 1890, após vencer o concurso de composição do hino à Proclamação da República (destinado a ser o novo hino Nacional Brasileiro), Miguez compôs uma magnífica obra or-questral cujo frontispício da edição alemã possui as seguintes palavras em francês: Avè, libertas! Poème symphonique pour grand orchestre commemoratif du 1er anniversaire de la proclamation de la République des États Unis du Brésil par leopoldo Miguéz. hommage au Maréchal Ma-nuel Deodoro da Fonseca, proclama-teur de la République brésilienne.

Em 1897 a obra foi apresentada no Salão Gil Vicente do Palácio de Cristal, no Porto, em Portugal, ao lado da Sinfonia à Pátria do pianista português Viana da Mota e do Prelúdio de Lohengrin de Wagner. A ave da liberdade simbolizada por Miguez abriu as asas sobre a aurora do nacionalismo e o início do moder-nismo musical, arquitetando uma

“Ave, Libertas!”: Poema Sinfônico, op. 18

visão otimista sobre o progresso. Brilhante orquestrador, ele pode ser considerado um de nossos melhores sinfonistas.

Ave, Libertas! é exemplo disso: o cur-to tema introduzido pelas trompas e repetido pelas violas acompanhadas por duas harpas foi suficiente para desenvolver metade da obra, inspira-da no tratamento temático esta-belecido por liszt em seus poemas sinfônicos. Tal tema, desdobrado e transformado, retorna no triunfante desfecho, após uma marcha iniciada com solo de trompete. Mais que a letra do hino musicado por Miguez, a poesia republicana homônima, escrita posteriormente por Augusto dos Anjos, reflete a essência desta música: Esplende, pois, oh Redentora d’alma, Oh! liberdade, essa bendi-ta e branca luz que os negrores da opressão espanca, essa luz etereal bendita e calma. Vós, oh Pátria, fazei que destes brilhos, caia do Santuário lá da história, fulgente do valor da vossa glória, a Bênção do valor dos vossos filhos!

Marcelo CorrêaPianista, Mestre em Piano pela Universidade Federal de Minas Gerais e professor na Universidade do Estado de Minas Gerais.

BRASil, 1850 – 1902

LeOPOLdO

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série VIVaCe 13 mArçO

PARA OUVIRlP D. Pedro i, Credo/Miguez, Ave libertas! Orquestra Sinfônica Nacional henrique Morelembaum, regentePhillips – 1972

PARA LERVasco Mariz – história da Música no BrasilNova Fronteira – 2000

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26 27

Korngold passa a desenvolver um gênero próprio – a composição sinfônica cinematográfica – que o tornaria reconhecido como um dos fundadores da música para cinema.

Filho do eminente crítico musical Julius Korngold, sucessor de Eduard hanslick na Neue freie Presse, o austríaco Erich Korngold já era no-tável na Europa quando partiu para hollywood em 1934. Criança ainda, impressionara Richard Strauss, Puccini, Sibelius, Bruno Walter, Nikisch e outros grandes músicos da época.

Quando Gustav Mahler ouviu o menino de nove anos tocar ao piano sua própria cantata Gold, recomen-dou-o a Alexander von Zemlinsky, renomado professor, compositor e regente com quem Schoenberg e Alban Berg se relacionaram. Zemlinsky foi praticamente o único mestre de Korngold, e mesmo assim por um curto período. Tinha quator-ze anos de idade quando escreveu a Schauspiel Ouverture, sua primeira obra orquestral.

No ano de 1913, em Viena, enquanto a Academia de literatura e Música divulga novas pequenas peças de Webern, o célebre Felix Weingartner dirige a Sinfonieta de Korngold. internacionalmente aclamado pela ópera Die tote Stadt, torna-se reconhecido operista aos vinte e três anos. No final dos anos 1920, já lecio-nava composição e ópera na Acade-mia Estatal de Música de Viena.Quando Max Reinhardt – o gran-

de diretor e produtor teatral que revolucionou a cenografia e exerceu forte influência na cinematografia europeia – necessita adaptar Mendelssohn para o filme Sonho de uma noite de verão, chama Erich Korngold para hollywood. O convite muda a direção da vida do composi-tor. Passa a desenvolver um gênero próprio – a composição sinfônica cinematográfica – que o tornaria reconhecido como um dos fundado-res da música para cinema. Concebe cada filme como uma “ópera sem canto”, desejando que a música possa ser executada em salas de concerto, sem o filme. Conquista Oscars de melhor trilha sonora com Adversidades em 1936 e com As aventuras de Robin Hood, de Michael Curtiz, em 1938. Enquanto trabalha em hollywood mantém-se ligado à Europa pelo trabalho e pela família.

Após a anexação da Áustria, exila-se nos Estados Unidos tornando-se cidadão norte-americano em 1943. Retorna à Áustria ao final da guerra com a intenção de retomar a música de concerto e afastar-se do cinema. A criação do Concerto para Violino marca esse retorno, mas toma de empréstimo música composta para hollywood. Decepcionado e sentin-do-se esquecido, Korngold volta para a América onde, em 1956, sofre um acidente cardiovascular que o deixa

Concerto para Violino e Orquestra em Ré maior, op. 35

parcialmente paralisado, vindo fale-cer em novembro de 1957. hoje, nu-merosas gravações e apresentações ao vivo vêm assegurando a memória de suas obras.

O Concerto para Violino em Ré maior, iniciado em 1937 por incentivo do amigo Bronislaw huberman (ilustre violinista emigrado também) e dedi-cado a Alma Mahler, foi revisado em 1945. Jascha heifetz estreou-o com a Saint louis Symphony Orchestra, sob a batuta de Vladimir Golschmann, em 1947.

No moderato nobile o violino apre-senta um tema do filme Outra Au-rora (1937), o segundo tema vem de Juarez (1939), Adversidades fornece a melodia da romanze. O finale, um virtuosístico allegro assai vivace, leva dos staccati do primeiro tema aos legati da melodia inspirada em O príncipe e o mendigo (1937). Com-posto “mais para um Caruso que para um Paganini” e impregnado de melodias de cinema, o Concerto para Violino em Ré maior tipifica a ópera sem canto de Erich Korngold.

Igor ReynerPianista, Mestre em Música pela Universidade Federal de Minas Gerais.

PARA OUVIRCD Erich Korngold – Concerto para Violino em Ré maior – london Symphony Orchestra – André Previn, regente – Anne-Sophie Mutter, violino – Deutsche Grammophon – 2003

PARA VIsItARwww.korngold-society.org

MORÁViA, 1897 EUA, 1957

erich wOLFgAng

KornGoLD

série VIVaCe 13 mArçO

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A Brasiliana constitui-se em expressão emblemática do nacionalismo musical enfatizado por Guarnieri em sua Carta Aberta aos Músicos e Críticos do Brasil.

Em uma conjuntura de afirmação dos elementos caracteristicamente brasileiros na produção musical, Camargo Guarnieri compôs, no ano de 1950, a suíte Brasiliana. Esta obra constitui-se em expressão emblemá-tica do nacionalismo musical enfatizado por Camargo Guarnieri em sua Carta Aberta aos Músicos e Críticos do Brasil, escrita em novem-bro de 1950. Nesse documento histórico que causou grande polêmi-ca no meio musical, Camargo Guarnieri ressaltava que o folclore brasileiro é dos mais ricos do mundo e alertava, ainda, para as influências que ameaçavam a cultura musical brasileira junto aos jovens composi-tores e intérpretes. Assim, a Brasiliana revela a “afinidade com a alma do povo” mencionada pelo compositor paulista no referido documento. Note-se que em um contexto de grandes embates pela questão iden-titária nacional, como nas décadas de 1940-1950, Camargo Guarnieri colocava-se na difícil posição de defender e traduzir as expressões da cultura brasileira através de suas composições.

Os três movimentos que compõem a Brasiliana – Entrada, Moda e Dança – contrastam entre si no que concerne ao caráter e ao andamento. Os dois movimentos rápidos são intercala-dos por um movimento lento. Assim,

podemos apreciar, no primeiro movimento (incisivo e ritmado), um tema sincopado e brilhante, inicial-mente apresentado pelas madeiras e posteriormente desenvolvido pelo flautim. Já no segundo movimento, intitulado Moda (terno, dolcissimo), uma linha melódica suave e sensível executada pelo clarinete é acompa-nhada pelas cordas, remetendo às modas de viola – canções populares oriundas dos meios rurais do inte-rior do Brasil. No terceiro movimen-to, Dança (moderato scherzando), o tema é apresentado inicialmente pelo fagote, com destaque às linhas vibrantes e ritmadas dos instrumen-tos de percussão. Neste movimento, a obra é concluída de maneira en-fática, com a indicação “Grandioso” e a utilização de todo o conjunto orquestral.

A Brasiliana foi composta a partir da encomenda feita pela Funda-ção norte-americana Koussevitski Music Foundation. A obra foi dedi-cada à memória da fundadora da mencionada instituição, Nathalie Koussevitski, falecida no ano de 1942, esposa do regente e compositor russo Sergei Koussevitski (1874-1951), grande amigo de Camargo Guarnie-ri. Esta Suíte teve sua estreia no Te-atro Municipal do Rio de Janeiro em 1951, sob a regência do próprio com-positor. No ano seguinte, a Brasiliana

Brasilianafoi coreografada por Vaslav Veltchek e apresentada em um bailado no Te-atro Municipal do Rio de Janeiro com cenários de Mário Conde e figurinos criados pelo artista plástico Carybé.

César BuscacioPianista, Mestre em Música e Educação pela Unirio, Doutor em história Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, professor na Universidade Federal de Ouro Preto.

PARA OUVIRlP – Orquestra Sinfônica Brasileira – Camargo Guarnieri, regente – Sinter SlP-10 – 1956

PARA LERCesar Maia Buscacio – Americanismo e nacionalismo musicais na correspondência de Curt lange e Camargo Guarnieri (1934-1956) – Editora UFOP – 2010Flávio Silva (org.) – Camargo Guarnieri: o tempo e a música. RJ Funarte/SP imprensa Oficial – 2001Marion Verhaalen – Camargo Guarnieri: Expressões de uma vida – Editora da Universidade de São Paulo/imprensa Oficial – 2001

BRASil, 1907 – 1993

mOzArt cAmArgO

GUarnieri

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Esta versão para concerto, de orquestração muito próxima do original, foi um dos grandes esforços para tornar a música de Gershwin conhecida do grande público.

Por sua fusão de elementos sinfôni-cos europeus com o jazz americano, Porgy and Bess é uma ópera que sempre transitou entre o erudito e o popular. Em sua grande lista de apresentações, ela já foi montada como ópera, musical, teatro musica-do e filme para televisão e cinema. Suas canções foram gravadas pelos grandes nomes da música popular americana, tais como Ella Fitzgerald, Billie holiday, Sarah Vaughan, louis Armstrong, Miles Davis, John Coltrane e Janis Joplin.

A história se passa na favela de Catfish Row, nas imediações de Charleston, Carolina do Sul. Bess é uma prostituta cujo amante, o estivador Crown, homem desonesto e violento, comete um assassinato e foge, deixando Bess entregue à pró-pria sorte. Sportin’ life, traficante de drogas, a convida para ir a Nova York, mas ela o rejeita. Sem casa, Bess bate de porta em porta pedindo ajuda, mas é rejeitada por todos, menos por Porgy, mendigo e deficiente físi-co que a recebe e lhe dá abrigo. Os dois se apaixonam. Um dia, indo a um piquenique na ilha Kittiwah com toda a comunidade de sua favela, Bess deixa para trás Porgy, que não conseguira embarcar. Crown, que se escondia na ilha, surpreende Bess.

A moça tenta escapar, mas acaba rendendo-se e permanece na ilha. Após alguns dias, muito doente, Bess retorna a Catfish Row. Porgy a recebe e a abriga. Crown reaparece, salva os pescadores de uma tempestade e exige a volta de Bess. Porgy o mata. Preso como suspeito de assassinato, é liberado na semana seguinte. Volta a Catfish Row, mas, para sua tristeza, descobre que Bess fugira para Nova York com Sportin’ life. Porgy parte em busca de Bess em sua carroça.

Composta em 1934-35, a ópera teve sua estreia no Colonial Theatre, em Boston, em 30 de setembro de 1935. Desde sua inauguração, em 1900, o Colonial Theatre tem sido um espaço em que os produtores da Broadway testam suas montagens, geralmente por uma temporada de poucos dias, antes de levá-las a Nova York. Porgy and Bess foi também uma mon-tagem destinada à Broadway. Sua estreia em Nova York se deu em 10 de outubro de 1935, no Alvin Theater (hoje Neil Simon Theatre).

A cultura dos teatros musicais ame-ricanos é baseada em trabalho de equipe. Uma vez que a demanda por novos musicais sempre foi frenética, os compositores precisavam recorrer aos arranjadores, que orquestravam as músicas e as deixavam prontas para o palco. Robert Russell Bennett

Porgy and Bess: um retrato sinfônicoVersão de Robert Russell Bennett

era um arranjador da Broadway e de hollywood, tendo trabalhado, dentre outros, com irving Berlin e Cole Por-ter. Em 1937, último ano de vida de Gershwin, Bennett foi seu assistente na orquestração da música para o musical de hollywood Vamos dançar (Shall we dance), com Fred Astaire e Ginger Rogers. Em 1942, através de uma encomenda de Fritz Reiner, re-gente da Orquestra Sinfônica de Pit-tsburgh, Bennett criou uma versão de concerto da ópera de Gershwin, intitulada Porgy and Bess: um retrato sinfônico. A versão de Bennett inclui a maioria das canções de Gershwin, embora não exatamente na ordem em que aparecem na ópera. Esta ver-são para concerto, que possui uma orquestração muito próxima do original, foi um dos grandes esforços para tornar a música de Gershwin conhecida do grande público.

Guilherme NascimentoCompositor, Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC São Paulo, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais e na Fundação de Educação Artística, autor do livro Música menor.

PARA OUVIRCD George Gershwin: Porgy and Bess (a symphonic picture), 2nd Rhapsody, Concerto in F – london Symphony Orchestra – Andre Previn, regente – Cristina Ortiz, piano – EMi Classics – 2009

PARA LERWilliam G. hyland – George Gershwin: a new biography – Praeger Publishers – 2008Walter Rimler – George Gershwin: an intimate portrait – University of illinois Press – 2009

PARA AssIstIRDVD George Gershwin: Porgy and Bess – Glyndebourne Opera – Sir Simon Rattle, regente – EMi Classics – 2001 (ópera completa)

EUA, 1898 – 1937

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GerShWin

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Page 19: PROGRAMA SÉRIE VIVACE 2012

ConCertos para a JuventudeRealizados em manhãs de domingo, são concertos dedicados aos jovens e às famílias, buscando ampliar e formar pú-blico para a música clássica. As apresen-tações têm ingressos a preços populares e contam com a participação de jovens solistas.local: Teatro Sesc Palladium horário: 11 horas da manhã Datas:25 de março 27 de maio 12 de agosto30 de setembro 21 de outubro11 de novembro

ClássiCos no parqueRealizados em parques e praças da RMBh, proporcionam momentos de des-contração e entretenimento, buscando democratizar o acesso da população em geral à música clássica. Em 2012 serão realizados os seguintes concertos: 6 de maio Praça do Papa, Mangabeiras, 19 horas

20 de maio Praça Floriano Peixoto, Santa Efigênia, 11 horas

19 de agosto Praça Duque de Caxias, Santa Tereza, 11 horas

2 de setembro Praça da liberdade, Funcionários, 11 horas

16 de setembro inhotim, Brumadinho, 15h30

ConCertos didátiCosDe caráter educativo, não são concer-tos abertos ao público, mas destinados exclusivamente a grupos de crianças e

jovens da rede escolar pública e particu-lar e instituições sociais. Serão realizados três grandes concertos no auditório do Sesc Palladium.

FestivaisO Festival Tinta Fresca procura identificar e promover novos compositores brasi-leiros. O concerto de encerramento será realizado no Sesc Palladium no dia 20 de setembro. O laboratório de Regência tem por finalidade dar oportunidade a jovens regentes brasileiros, de comprovada experiência, de desenvolver, na prática, a habilidade de lidar com uma orquestra profissional. Concerto no Sesc Palladium, dia 8 de dezembro.

turnês estaduaisAs turnês estaduais levam a música de concerto a diferentes cidades e regiões de Minas Gerais, possibilitando que o público do interior do Estado tenha o contato direto com música sinfônica de excelência. Nove municípios serão contemplados em 2012.

turnês naCionais e internaCionaisCom essas turnês, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais busca colo-car o Estado de Minas dentro do circuito nacional e internacional da música clás-sica. Em 2012, a Orquestra se apresentará no Festival de Campos de Jordão e fará sua primeira turnê internacional para o Cone Sul, com concertos na Argentina (Buenos Aires, Rosário e Córdoba), no Chi-le (Santiago) e no Uruguai (Montevideo).

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AcOmPAnhe A FiLArmÔnicA em OutrAs

SÉrieS De concertoS

Page 20: PROGRAMA SÉRIE VIVACE 2012

Março

série vivaCe

13 de marçoterça-feira, 20h30Palácio das Artes Fabio Mecheti REGENTE

Rachel Barton Pine ViOliNO

l. MiGUEZ KORNGOlDGUARNiERi GERShWiN turnê estadual

16 a 18 de marçoPouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí, VarginhaMarcos Arakaki REGENTE

Elise Pittenger ViOlONCElO

BERNSTEiN TChAiKOVSKY GUERRA-PEiXEFAURÉ MARQUEZJ. WilliAMS ConCertos para a Juventude

25 de marçodomingo, 11hSesc PalladiumMarcos Arakaki REGENTE

Djavan Caetano ViOliNO

GUARNiERi SAiNT-SAËNSBRAhMSBERNSTEiN

abrIl

série vivaCe

3 de abrilterça-feira, 20h30Palácio das ArtesFrancesco la Vecchia REGENTE

Fabio Martino PiANO

ROSSiNiMEDTNERPETRASSiCASEllAsérie allegro

12 de abrilquinta-feira, 20h30 Palácio das ArtesFabio Mechetti REGENTE

Conrad Tao PiANO

KORSAKOV RAChMANiNOFF TChAiKOVSKYsérie vivaCe

24 de abrilterça-feira, 20h30, Palácio das ArtesMarcos Arakaki REGENTE

Antonio lauro Del Claro ViOlONCElO

COPlAND SANTORO BRAhMS

orQUeSTra FIlarMÔNICa De MINaS geraIS

mArçO 2012

diretor artístiCo e regente titular

Fabio Mechettiregente assistente

Marcos Arakakiprimeiros violinos

Anthony Flint spallaEliseu Martins de Barros concertinoRommel Fernandes assistente de spallaAna ZivkovicArthur Vieira TertoBojana PantovicJovana Trifunovic Marcio CecconelloMartha de Moura PacíficoMateus FreireRodolfo Marques ToffoloRodrigo de OliveiraTiago EllwangerElias Martins de Barros ****Dyhan Toffolo ****Anderson Pequeno ****segundos violinos

Frank haemmer *Eri lou Miyake NogueiraGláucia de Andrade BorgesJosé Augusto de Almeidaleonardo Ottoniluka MilanovicMarija Mihajlovic Radmila BocevRodrigo Bustamante Valentina Gostilovitchluiza de Castro ****Pedro Della Rolle ****Simone Martins ****violas

João Carlos Ferreira *Cleusa de Sana NébiasGerry VeronaGilberto Paganini Glaúcia Martins de BarrosMarcelo NébiasNathan MedinaKatarzyna Druzd William Martins Diego Silva ****violonCelos

Elise Pittenger ***Ana Zorro Camila PacíficoCamilla Ribeirolina Radovanovic Matthew Ryan-Kelzenberg Pedro BielschowskyRobson Fonseca Contrabaixos

Colin Chatfield *Brian Fountain hector Manuel EspinosaMarcelo CunhaNilson Bellotto Valdir Claudino

Flautas

Cássia lima*Renata Xavier **Alexandre Bragaoboés

Alexandre Barros *Ravi Shankar **israel Silas MunizMoisés PenaClarinetes

Dominic Desautels *Marcus Julius lander **Ney Campos FrancoAlexandre Silva Fagotes

Catherine Carignan * Ariana PedrosaAndrew huntrissRomeu Rabelo Fábio Cury ****saxoFones

Emiliano Garcia Bolla alto ****Fabiano Zan alto ****Bernardo Fabris tenor ****trompas

Evgueni Gerassimov *Gustavo Garcia Trindade **José Francisco dos Santoslucas Filho ****trompetes

Marlon humphreys *Erico Oliveira Fonseca **Daniel lealPaulo Ribeiro ****trombones

Mark John Mulley *Wagner Mayer **Renato lisboatuba

Eleilton Cruz *tímpanos

Patrício hernandéz *perCussão

Rafael Costa Alberto *Daniel lemos **Werner SilveiraSérgio AluottoJohn Boudler ****Fernando Rocha ****Harpas

Mareike Burdinski *Jennifer Campbell ****teClados

Ayumi Shigeta *banJo

Rogério Delayon ****gerente

Jussan Fernandesinspetora

Karolina limaassistente administrativo

Débora Vieiraarquivista

Sergio Almeida

assistentes

Klênio CarvalhoYan Vasconcellossupervisor de montagem

Rodrigo Castromontadores

Carlos NatanaelFelix de SennaMatheus luiz Ferreira

INSTITUTo CUlTUral FIlarMÔNICa

diretoria exeCutiva

Diretor Presidente Diomar Silveira Diretor Administrativo-financeiroTiago Cacique Moraes Diretora de ComunicaçãoJacqueline Guimarães FerreiraDiretor de Marketing e RelacionamentoThiago Nagib hinkelmann Diretor de Produção MusicalMarcos Souza equipe téCniCa

Gerente de ComunicaçãoMerrina Godinho DelgadoGerente de Produção MusicalClaudia Guimarães ProdutoraCarolina Debrot Produtorluis Otávio Amorim ProdutorNarren Felipe Analista de ComunicaçãoAndréa MendesAnalista de Comunicação Marcela DantésAnalista de Marketing de Relacionamento Mônica MoreiraAnalista de Marketing e ProjetosMariana TheodoricaAssistente de ComunicaçãoMariana Garcia Auxiliar de Produçãolucas Paivaequipe administrativa

Analista de Recursos humanosQuézia Macedo SilvaAnalista Financeiro Thais BoaventuraAnalista AdministrativoEliana Salazar Secretária Executiva Flaviana Mendes Auxiliares AdministrativosCristiane Reis, João Paulo de Oliveira e Vivian FigueiredoRecepcionistalizonete Prates SiqueiraAuxiliar de Serviços GeraisAilda ConceiçãoMensageiro Jeferson Silva Menor AprendizPietro Tayrone

*chefe de naipe **assistente de chefe de naipe ***chefe/assistente substituto ****músico convidado

34 35

PróximOs

concertoS

Page 21: PROGRAMA SÉRIE VIVACE 2012

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PATROCíNiO

APOiO CUlTURAl

DiVUlGAçãO

APOiO iNSTiTUCiONAl

REAliZAçãO

www. incon f i denc i a . com.b r

aparelHos Celulares

Confira e não se esqueça, por favor, de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho sonoro. tosse

Perturba a concentração dos músicos e da plateia. Tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha. aplausos

Aplauda apenas no final das obras, que, muitas vezes, se compõem de dois ou mais movimentos. Veja no programa o número de movimentos e fique de olho na atitude e gestos do regente.pontualidade

Uma vez iniciado um concerto, qualquer movimentação perturba a execução da obra. Seja pontual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. Se tiver que trocar de lugar ou sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.Crianças

Caso esteja acompanhado por crianças, escolha assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se ela se sentir desconfortável.

Fotos e gravações em áudio e vídeo

Não são permitidos na sala de concertos.

Comidas e bebidas

Seu consumo não é permitido no interior da sala de concerto.

CUIdE dO SEU PROGRAMA dE CONCERTOS O programa mensal impresso é elaborado com a participação de diversos especialistas e objetiva oferecer uma oportunidade a mais para se conhecer música, compositores e intérpretes. Desfrute da leitura e estudo.Solicitamos a todos que evitem o desperdício, pegando apenas um programa por mês.Se você vier a mais de um concerto no mês, traga o seu programa ou, se o esqueceu em casa, use o programa entregue pelas recepcionistas, depositando-o em uma das caixas colocadas à saída do Grande Teatro. O programa se encontra também disponível em nosso site: www.filarmonica.art.br.

Page 22: PROGRAMA SÉRIE VIVACE 2012

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www.filarmonica.art.br

R. Paraíba, 330 | 120 andar | Funcionários CEP 30130-917 | Belo Horizonte | MG Tel. 31 3219 9000 | Fax 31 3219 9030 [email protected]

REALIZAÇÃO

“Com administração moderna e um trabalho artístico consistente,

a Filarmônica de Minas Gerais colhe os louros de um projeto bem-sucedido que, em apenas quatro anos, fez dela um dos

principais grupos sinfônicos do país.”