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Escola Soka do Brasil Nome: Série: Projeto: África Data: Professora: Matéria: História e Português PAÍS OU CONTINENTE? Pense na África. o que lhe vem à mente? Com certeza, animais selvagens, belezas naturais, safarei, criança desnutridas, fome, música de percussão, tecidos coloridos, guerras civis e Aids. Nada disso está errado. O problema é que quando pensamos naquele território, na maioria das vezes, o fazemos como se fosse uma coisa só. Mas como pode um continente – de 30 milhões de km 2 ser homogêneo, principalmente quando nos referimos à cultura? Formada por 53 países, a África é multicultural. Se, no Brasil, que é apenas um país, encontramos tantas crenças e costumes diferentes, imagine em um continente três vezes maior que a Europa! Com povos falantes de mais de mil idiomas e dialetos e hábitos variados, devemos ter cuidado para não rotular a região como um território homogêneo, onde todos têm o tom de pele igual, vivem sob as mesmas condições climáticas e de vegetação e compartilham histórias. CONHEÇA O MAPA DA ÁFRICA.

Proje to Africa

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Escola Soka do Brasil

Nome: Série: Projeto: África

Data: Professora: Matéria: História e Português

PAÍS OU CONTINENTE?

Pense na África. o que lhe vem à mente? Com certeza, animais selvagens, belezas naturais, safarei, criança

desnutridas, fome, música de percussão, tecidos coloridos, guerras civis e Aids. Nada disso está errado. O problema é que quando pensamos naquele

território, na maioria das vezes, o fazemos como se fosse uma coisa só. Mas como pode um continente – de 30 milhões de km2 ser homogêneo, principalmente quando nos referimos à cultura?

Formada por 53 países, a África é multicultural. Se, no Brasil, que é apenas um país, encontramos tantas crenças e costumes diferentes, imagine em um continente três vezes maior que a Europa!

Com povos falantes de mais de mil idiomas e dialetos e hábitos variados, devemos ter cuidado para não rotular a região como um território homogêneo, onde todos têm o tom de pele igual, vivem sob as mesmas condições climáticas e de vegetação e compartilham histórias.

CONHEÇA O MAPA DA ÁFRICA.

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QUENTE OU FRIO?

Com mais de 30 milhões de km2 de território, o continente africano apresenta diferentes tipos de clima, marcados por dois fatores principais: as baixas altitudes e a predominância de baixas latitudes. As temperaturas mantêm-se elevadas o ano inteiro, com exceção dos extremos norte e sul e nos picos das montanhas mais altas.

Cortada pelo Trópico do Equador, a área central do continente apresenta elevada temperatura atmosférica e chuvas praticamente diárias, no caso de Camarões. Em Gana, por exemplo, que fica na zona de clima tropical, as chuvas se concentram no verão e as secas no inverno. Ao sul da África, localizam-se os desertos da Namíbia e Calaari e, ao norte, o famoso deserto do Saara (o maior do mundo, com 8,5 milhões de km2 – extensão igual ao território brasileiro). Nessas regiões, os invernos são rigorosos, e o índice de pluviosidade é quase nulo – como na cidade do Cairo, que tem, em média, 30 mm de chuva por ano.

TANZÂNIA, UM VERDADEIRO PAÍS ZOOLÓGICO.

A Tanzânia ocupa uma área de 940 mil km2, o que eqüivale aproximadamente ao Estado do Mato Grosso. Sua capital se chama Dodoma ( ou Dar Es Salaam) que, como Brasília, foi especialmente construída para ser o centro administrativo nacional.

O país possui algumas reservas ambientais, como os Parques Nacionais do Serengeti, do Ngorongoro e do Tarangire. Na maior parte do ano, o Serengeti é o lar natural de mais de um milhão de gnus – ruminante parecido a uma mistura de boi com cavalo. Nos meses de seca (junho e julho), essa imensa manada, dividida em grupos, migra para o país vizinho, o Quênia, onde há grandes reservas de água.

Nessa longa viagem (cerca de mil quilômetros), os animais são acompanhados por milhares de zebras e antílopes. Mesmo assim, leões, leopardos e guepardos são uma ameaça constante ao longo do caminho, pois o alimento principal dos grandes felinos são os gnus, as zebras e os antílopes.

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VIVER BEM!

As paisagens de vegetação africanas se distribuem pelo continente de forma semelhante aos tipos climáticos.

A floresta tropical, que ocupa a parte central do território, é diversificada e bastante verde, muito parecida com a Amazônia brasileira. Formadas por árvores de pequeno porte, as savanas são uma espécie de pasto natural, utilizado, por exemplo, pelas zebras.

A vegetação de estepe caracteriza-se pela presença de gramíneas e arbustos ressecados. Eventualmente, podem-se encontrar oásis nos desertos, onde se desenvolvem algumas espécies de plantas.

A maior formação montanhosa do deserto do Saara são os Montes Tibesti, onde fica o pico culminante da região, o Emi Koussi, com 3.425 m. Nos extremos do continente, estão as florestas mediterrâneas.

ÁGUA POTÁVEL

Vários fatores contribuem para a escassez de água na África. De ordem natural, está a grande extensão de regiões com clima árido e semi-árido, além da pobreza da hidrografia. Isso pode ser observado, por exemplo, no Sahel, localizado ao sul do deserto do Saara. Outro ponto importante é de ordem econômica: o aumento da população eleva o consumo hídrico e os danos aos rios e à paisagem vegetal.

O fenômeno da desertificação, em grande parte provocado pela ação humana, também contribui – e muito – para a falta de água. Causas como a prática de queimada para a produção agrícola, o desmatamento de áreas florestais, a intensificação do pastoreio e a erosão de solos fazem que áreas com relativa facilidade de ocupação se tornem desérticas.

O HOMEM SURGIU NA ÁFRICA?

Existem diversas teorias acerca do surgimento da humanidade, como o evolucionista, encabeçada pelo cientista inglês Charles Darwin, que afirma que o homem e todos os seres vivos evoluíram de formas mais simples para as mais complexas e estão em constante transformação; o criacionismo, que acredita que a vida e tudo a ela relacionada são resultado da ação de um Criador. Os cientistas ainda não conseguiram elaborar a árvore genealógica completa dos seres humanos, mas algumas espécies de homídeos (nossos antepassados) foram estudadas. Entre elas, está o Australopithecos, cujos representantes possuíam baixa estatura, andam sobre dois pés e tinham braços compridos. Seus fósseis foram encontrados na África e datam de cerca de 4 milhões de anos, o que leva a crer que teriam originado a espécie humana.

O Homo Sapiens, espécie da qual fazemos parte, teria surgido também na África, há cerca de 100 mil anos, e se espalhado pelos outros continentes, adaptando-se aos diferentes ambientes.

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AS PIRÂMIDES

As grandiosas pirâmides de Gizé, uma das sete maravilhas da Antigüidade, foram erguidas por camponeses egípcios, sob as ordens dos auxiliares dos faraós. A pirâmide de Quéops, com 146m de altura (equivalente a um prédio de 50 andares) e 2,3 milhões de blocos de rocha, é o monumento mais pesado construído pelo homem. Cerca de 80 mil operários trabalharam em sua construção, que levou aproximadamente 20 anos. A pirâmide de tamanho médio é a Quéfren e a menor, a de Miquerinos. As pirâmides eram os túmulos dos faraós, figura que, para os egípcios, era o próprio deus. Tais monumentos representam uma imensa escada que o rei, depois de morto, utiliza para juntar-se aos deuses; suas quatro arestas seriam os raios de sol que incidem sobre a Terra.

PINTURAS RUPESTRES

Na África, também se encontram pinturas rupestres, que auxiliaram historiadores na construção da História. Inúmeras delas mostram búfalos, elefantes e girafas, além de pessoas dançando e seres sobrenaturais nos quais acreditavam.

MAIS DE MIL LÍNGUAS

Estudar a África é se surpreender a cada momento. Hoje é possível encontrar mais de mil línguas faladas: as níger-kordofanianas, como mandinga, kwa, lingala, bema e banto (zulu, swailli, quicongo), faladas em mais de metade da África, as nilosarianas, incluindo dinca, shilluk, nuer e masai, faladas na África Central, línguas afro-asiáticas (hamítico-semitas) incluindo árabe, berbere, etópo e amárico, línguas khoisan com consoantes de estalido utilizadas no sudoeste pelos povos kung, khoolhoi e nama, da Namíbia.

De acordo com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), as nações africanas que compartilham nossa língua materna são Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Completam o grupo Brasil, Portugal e Tomr-Leste.

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Resolva o Caça-palavras:

GRIOT

Você já ouviu falar em griots? Assim são conhecidos os contadores de histórias da África. Verdadeiros guardiães da memória, são muito valorizados e respeitados. Quando chegam às aldeias, os pais afinam os tambores, as mães vestem as roupas mais bonitas e as crianças sentam-se em roda – está aberto o ritual do contador de histórias.

O sapo e a cobra

(Lenda africana)

Era uma vez, um sapinho que encontrou um bichinho comprido, fino, brilhante e colorido deitado no caminho.

- Alo! O que você está fazendo estirada na estrada?- Estou me esquentando aqui no sol. Sou uma

cobrinha. e você?- Um sapo. Vamos brincar?- E eles brincaram a manhã toda no mato.- Vou ensinar você a pular - disse o sapinho. - E eles pularam a tarde toda pela estrada.- Vou ensinar você a subir na árvore se enroscando e deslizando pelo tronco -

disse a cobrinha.

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Eles subiram. Ficaram com fome e foram embora, cada um para sua casa, prometendo se encontrar no dia seguinte.

- Obrigada por me ensinar a pular - disse a cobrinha.- Obrigado por me ensinar a subir na árvore - disse o sapinho.Em casa, o sapinho mostrou à mãe que sabia rastejar.- Quem ensinou isso para você?- A cobra, minha amiga.- Você não sabe que a família Cobra não é gente boa? Eles têm veneno. Você

está proibido de brincar com cobras. E também de rastejar por aí. Não fica bem. Em casa, a cobrinha mostrou à mãe que sabia pular.- Quem te ensinou isso para você? - O sapo, meu amigo.- Que besteira! Você não sabe que a gente nunca se deu bem com a família

Sapo? Da próxima vez, agarre o sapo e... Bom apetite! E pare de pular. Nós cobras não fazemos isso.

No dia seguinte, cada um ficou na sua.- Acho que não posso rastejar com você hoje - disse o sapo.A cobrinha olhou, lembrou do conselho da mãe e pensou: "Se ele chegar perto,

eu pulo e o devoro".Mas lembrou-se da alegria da véspera e dos pulos que aprendeu com o

sapinho. Suspirou e deslizou para o mato.Daquele dia em diante, o sapinho e a cobrinha não brincaram mais juntos. Mas

ficavam sempre ao sol, pensando no único dia em que foram amigos.

Responda:

1. A atitude dos animais estava certa ou errada? Por quê?

2. A atitude das mães dos animais estava certa ou errada? Por quê?

3. Você acredita que muitas amizades são influenciadas pelas famílias. Isso aconteceu com você. Conte uma experiência.

4. Você conhece alguma história em que amizade acabou por um motivo como na história. Conte sua história.

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FRASES QUE NOS FAZEM REFLETIR!

Provérbio: máxima ou sentença de caráter prático e popular, comum a um grupo social, expressa em forma sucinta e geralmente rica em imagens; adágio, ditado, anexim, exemplo, refrão, refrém, rifão. Ex.: “Casa de ferreiro, espeto de pau”; “Quando maior a nau, maior a tormenta”.

A definição do dicionário para o provérbio traz algumas palavras ou expressões bem características do verbete em questão como prático, popular e rico em imagens. Essas frases, transmitidas de geração em geração, fazem parte do cotidiano da sociedade, que as incorporou em seu vocabulário facilmente. Cada canto do mundo tem seus provérbios característicos, criados a partir dos costumes e das tradições de cada povo. somados a diversos fatores, compõem a cultura de uma nação.

“”Amor é como um bebê; precisa ser tratado com

ternura.”

“Não importa quanto longa seja à noite, o dia certamente vira.”

“O conhecimento é como um jardim; se não for

cultivado, não pode ser colhido.”

“Uma mentira estraga mil verdades.”

“É melhor ser amado que temido.”

“O machado esquece; a árvore recorda.”

“Aquele que não cultiva seu campo, morre de

fome.”

“A esperança é o pilar do mundo.”

“Quem faz perguntas não pode evitar as respostas.”

INSTRUMENTOS MUSICAISA influência da música africana na cultura sonora brasileira é visível,

principalmente, nos instrumentos de percussão, como atabaque, afoxé, tamborim, agogô e ganzá. Há também os de corda, como a rabeca e o berimbau, um dos símbolos da capoeira. Conheça alguns dos principais:

Adufe: instrumento de percussão de origem moura, é uma espécie de pandeiro quadrado tocado com os dedos, sustentados pelos polegares. Aparece na Folia de Reis, Folia do Divino, cururu (rural e urbano), fandango, xiba, congadas, moçambique e samba rural.

Agogô: encontrado nas manifestações religiosas afro-brasileiras, é formado por dois cones de metal, um agudo e outro grave, e tocado com um bastão.

Atabaque: nome popular do tambor de origem africana, é tocado, no Brasil, no afoxé, no partido alto, no jongo e nos sambas em geral.

Berimbau: arco de madeira preso por um fio esticado; em uma das pontas, coloca-se uma cabaça aberta, fixada ao arame e à madeira por um barbante. Para tocá-lo, usa-se um dobrão ou uma pedra chata na mão esquerda, e uma vareta de bambu e um caxixi pequeno na direta. No Brasil, seu som virou símbolo da arte da capoeira.

Caxixi: originada do idioma quimbundo, a palavra quer dizer palma da mão, em português. É um instrumento em forma de cesta de vime, com sementes ou pedrinhas no interior, e que tem como base um pedaço de cabaça. Utilizado como instrumento de percussão em diversos gêneros musicais no Brasil e no mundo, serve de acompanhamento ao berimbau na roda de capoeira. Como garante a pulsação rítmica, é encontrado com freqüência na música brasileira e também no o pop

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internacional. Ganzá: cilindro de metal ou bambu com pedrinhas no interior. Tamborim: característico do samba carioca (mas também presente em outros

ritmos) é um pequeno tambor agudo tocado com uma baqueta.

TABULEIRO DOS INSTRUMENTOS MUSICAIS

Triângulo Tambor ou Tambu

Socador ou Meião

Adufe Cuíca ou Puíta

Xequeré ou Piano de Cuia

Pandeiro Marimba Gongo

Fungador Ganzá Curimbó Chocalho

Caxixi Berimbau Atabaque Agogô

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A ESCRAVIDÃO NO BRASIL

A entrada regular de negros no Brasil se deu a partir de 1549 com a autorização do rei Dom João III. Dessa forma, Portugal se beneficiou duas vezes: com a mão-de-obra escrava negra usada na indústria açucareira e com os lucros obtidos com o tráfico negreiro.

Calcula-se que, do século XVI ao século XIX, entraram no Brasil cerca de 3.300.000 negros. Durante esse período, a força do trabalho negro sustentou a economia brasileira de então: o braço escravo trabalhou na produção do açúcar, na mineração , na lavoura cafeeira. Sobre eles, Antonil, um escritor do período colonial, escreveu: “Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho”.

A VIDA DOS NEGROS LONGE DA “MÃE-ÁFRICA”

A vida é o nosso bem mais precioso. Mas o que é a vida sem a liberdade? Foi exatamente a liberdade que os negros perderam ao serem capturados na

África para serem vendidos como escravos no Brasil. A travessia do Oceano Atlântico era feita nos porões imundos dos navios

negreiros. Amontoados, os negros que não morriam durante a viagem eram vendidos como animais, na maioria das vezes separados de seus filhos e mulheres.

Os negros que trabalhavam nos engenhos desempenhavam quase todas as funções: havia os que se ocupavam dos serviços mais pesados, como plantar e cortar cana, fabricar e transportar o açúcar; e havia os que realizavam tarefas especializadas, como os pedreiros, marceneiros e ferreiros.

Muitos negros eram levados para trabalhar dentro da casa do senhor de engenho ou nos centros urbanos: eram as cozinheiras, as copeiras, as costureiras, as amas-de-leite, os negros de ganho, os carregadores, os canoeiros, os pescadores e até os músicos.

A média de vida útil de um escravo era de cerca de dezenove anos (dos 21 aos 40). O tratamento cruel e os castigos a que eram submetidos faziam com que envelhecessem mais depressa e morressem cedo.

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Nome: _________________________________________________________ série: ________Data: __ / ___ / 2008 Atividade: _Projeto África Prof.ª _____________________

PARA OS NEGROS, TRÊS "PÉS" - PAU, PANO E PÃO

Pau para andar na linha. Entre os castigos, havia o chicote, o relho, a gargalheira, a máscara de flandres, o tronco.

Pano para vestir. Os escravos normalmente recebiam uma muda de vestuário por ano; por isso, era comum andarem esfarrapados e mesmo seminus. Apenas os que serviam de criados vestiam-se com certa dignidade.

Pão para aguentar o trabalho. A alimentação dos escravos era basicamente a farinha de mandioca, o inhame, o cará, o milho, o feijão, a carne-seca e o peixe seco. Às vezes lhes era permitido plantar um pouco de mandioca e algumas árvores frutíferas.

Ao contrário dos índios, que sempre tiveram a proteção dos jesuítas contra a escravidão, os negros não tinham ninguém. Os jesuítas, inclusive, admitiam a escravidão negra e não consideravam os negros seres humanos.

PROBLEMAS QUE PERDURAM

Em 1888, a Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel, filha de D. Pedro II,extinguiu a escravidão no Brasil. Mas, com poucas exceções, a situação dos

negros após a abolição piorou. A maioria ficou sem trabalho, sem teto para morar e sem dinheiro. Vivendo à margem da sociedade, os negros enfrentaram o racismo e passaram a formar a camada mais explorada da população brasileira.

Ainda hoje, as estatísticas provam que é pequeno o número de negros que exercem profissões bem-remuneradas, com possibilidade de ascensão social. Geralmente ocupam posições inferiores, sendo vítimas do preconceito e da discriminação.

O QUILOMBO DOS PALMARES

Muitos escravos negros revoltavam-se contra a escravidão e fugiam dos engenhos, indo refugiar-se no interior. Aí se organizavam em aldeias chamadas mocambos. Uma reunião de mocambos formava um quilombo. Por essa razão, esses negros eram chamados de quilombolas.

O Quilombo dos Palmares foi o maior quilombo do Brasil. Tinha sua sede na Serra da Barriga, em terras do atual estado de Alagoas.

Os negros escolheram essa região para a formação do Quilombo dos Palmares porque, além de ser muito fértil, possuía um relevo acidentado, de difícil acesso, dominado pelo Planalto da Borborema. O nome Palmares se deve à abundância de palmeiras existentes na região.

O Quilombo dos Palmares começou a se organizar por volta de 1602 e experimentou um grande crescimento quando da invasão holandesa, período em que a vida nos engenhos se desorganizou, facilitando a fuga de milhares de escravos. Essas fugas obrigaram a Companhia das índias Ocidentais a financiar várias expedições militares contra Palmares, principalmente porque os quilombolas faziam ataques freqüentes aos engenhos, transformando-se numa ameaça à economia açucareira.

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O GOSTO PELA LIBERDADE

Os quilombolas viviam livres e tinham fartura de alimentos. Dedicavam-se principalmente ao trabalho agrícola, cultivando mandioca, feijão, milho, cana-de-açúcar e algodão. A colheita era dividida entre todos os membros da comunidade. O que sobrava era armazenado ou trocado por outras mercadorias nos povoados e vilas da região - locais que não estavam livres de serem assaltados pêlos quilombolas.

Além da agricultura, também caçavam, pescavam e colhiam raízes e frutas. Praticavam ainda o artesanato, fazendo objetos de cerâmica e ferro e tecendo algodão.

O mais importante chefe do Quilombo dos Palmares foi Ganga Zumba, sucedido por seu sobrinho Zumbi.

Zumbi era um homem de muita coragem e astúcia, um verdadeiro líder.

UM SONHO DESTRUÍDO

Após a expulsão dos holandeses, os senhores de engenho concentraram sua atenção na destruição do Quilombo dos Palmares, que para eles representava uma grande ameaça e era a causa de muitos prejuízos.

Para realizar esse propósito, o governo de Pernambuco contratou, em 1693, um verdadeiro exército de sertanistas, sob o comando de Domingos Jorge Velho, um bandeirante paulista que se encontrava estabelecido na região.

Domingos Jorge Velho realizou vários ataques a Palmares, encontrando sempre a corajosa resistência de Zumbi e dos quilombolas.

Entretanto, em 1694, com a ajuda do governo, Domingos Jorge Velho organizou uma nova expedição fortemente armada, que atacou o Quilombo dos Palmares, destruindo tudo.

Zumbi e alguns seguidores conseguiram fugir, refugiando-se nas matas. Mas, no dia 20 de novembro de 1695, foi capturado e morto. Sua cabeça foi exposta na praça principal de Recife.

Para lutar contra o racismo, existem no Brasil muitas entidades e movimentos negros. Na década de 80, vários deles se organizaram e decidiram comemorar o dia da morte de Zumbi, 20 de novembro, como o Dia Nacional da Consciência Negra.

1 Com base no que você acabou de estudar, responda.a) Qual foi a maior prova de resistência à escravidão dada pelos escravos

negros?

b) O que era um quilombo?

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c) Quais as características da região onde se localizava o Quilombo dos Palmares?

d) Quem foram Ganga Zumba e Zumbi?

e) O que aconteceu no dia 20 de novembro de 1695?

f) Quais eram os três "pês" que regiam a vida dos escravos negros?

g) Quais os principais grupos de africanos que foram trazidos para o Brasil?

2 Explique a frase: "Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho”.

3 Conheça algumas máscaras africanas. Pinte as máscaras que mais gostou.

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