PROJECTO DE FERRO DE TETE PROPOSTO SELECÇÃO DO … Tete Iron Ore...Selecção do Local do Aterro Sanitário da Baobab – Julho 2015 Coastal & Environmental Services 2 Projecto de

PROJECTO DE FERRO DE TETE PROPOSTO

SELECÇÃO DO LOCAL DO ATERRO SANITÁRIO

Preparado para:

Preparado pela:

Capitol Resources Lda (Membro do Grupo Baobab)

Coastal and Environmental Services (Pty) Ltd Mozambique, Limitada

Rua Fernão Melo e Castro 261

Bairro da Sommerschield Maputo,

Telefone: +258 21486404

Website: www.baobabresources.com

Endereço:

Rua do Jardim N.112, 2 andar esquerdo, Bairro do Jardim

Maputo, Moçambique

+258 82 413 6038 Website: www.cesnet.co.za

Moçambique Moçambique

JULHO DE 2015

http://www.baobabresources.com/

http://www.cesnet.co.za/

Selecção do Local do Aterro

Coastal & Environmental Services Projecto de Mina de Ferro da Baobab ii

Coastal & Environmental Services

Título do Relatório: Selecção do Local do Aterro Sanitário Versão do Relatório: Rascunho Número do Projecto: 127

Nome Responsabilidade Assinatura Data

Eric Igbinigie Autor

Junho de 2015

Thomas King Autor

Junho de 2015

Kevin Whittington-Jones Revisor

Julho de 2015

Direitos Autorais Este documento contém propriedade intelectual e informações proprietárias protegidas por direitos

autorais a favor da Coastal & Environmental Services. O documento não pode, portanto, ser reproduzido, usado ou distribuído a terceiros sem o prévio consentimento por escrito da Coastal &

Environmental Services. Este documento foi preparado exclusivamente para a apresentação a Capitol Resources, e está sujeito a todos os segredos de confidencialidade, direitos de autor e

comerciais, lei de propriedade intelectual regras da e práticas da África do Sul.

Selecção do Local do Aterro Sanitário da Baobab – Julho 2015

Coastal & Environmental Services Projecto de Mina de Ferro da Baobab iii

TABELA DE CONTEÚDOS TABELA DE CONTEÚDOS ........................................................................................................... III LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................................... III LISTA DE TABELAS ..................................................................................................................... III LISTA DE ABREVIATURAS ......................................................................................................... IV 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1

1.1 Contextualização do Projecto .......................................................................................... 1 1.2 Termos de Referência ..................................................................................................... 1 1.3 Pressupostos e Limitações .............................................................................................. 1 1.4 Equipa de Estudo ............................................................................................................ 1

2 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL .................................................................................................... 4 2.1 Introdução ....................................................................................................................... 4 2.2 Requisitos Legais e Licenciamento ................................................................................. 4

2.2.1 Requisitos legais ......................................................................................................... 4 2.2.2 Licenciamento ............................................................................................................. 4

3 ESPECIFICAÇÕES DO ATERRO SANITÁRIO ...................................................................... 6 3.1 Classificação do Aterro Sanitário ..................................................................................... 6

3.1.1 Tipo de resíduos .......................................................................................................... 6 3.1.2 Quantificação de resíduos ........................................................................................... 6 3.1.3 Potencial de produção de lixiviados ............................................................................. 8 3.1.4 Classificação geral ....................................................................................................... 8

4 SELECÇÃO DO LOCAL CANDIDATO A ATERRO SANITÁRIO ......................................... 10 4.1 Introdução ..................................................................................................................... 10 4.2 Eliminação de Falhas Fatais .......................................................................................... 10 4.3 Critério Socioeconómico ................................................................................................ 11 4.4 Critério Ambiental .......................................................................................................... 14

4.4.1 Características ecológicas sensíveis ......................................................................... 14 4.4.2 Rios e topografia ....................................................................................................... 14 4.4.3 Geologia .................................................................................................................... 17

5 ESPECIFICAÇÕES DO DESENHO DO ATERRO SANITÁRIO ........................................... 19 6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES................................................................................. 20 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 22 APÊNDICE A: ANEXO I DO REGULAMENTO SOBRE GESTÃO DE RESÍDUOS (DECRETO 13/2006 DE 15 DE JUNHO), MOÇAMBIQUE ............................................................................... 23

LISTA DE FIGURAS Figura 1.1: Localização e áreas da licença do Projecto de Ferro de Tete ....................................... 3 Figura 4.1: Média do período da rosa dos ventos (dados MM5, 2011 à 2013) .............................. 12 Figura 4.2: Infraestrutura do projecto e características sociais sensíveis ao redor da área do

projecto. ................................................................................................................................. 13 Figura 4.3: Características ecológicas sensíveis em torno da área do projecto ............................ 16 Figura 4.4: A área do projecto apresentando a geologia e o Rio Revuboé .................................... 18 Figura 6.1: Intersecto da geologia e vegetação adequadas apresentando o local preferido do

aterro. .................................................................................................................................... 21

LISTA DE TABELAS Tabela 3.1: Classificação do Tamanho do Aterro Sanitário ............................................................. 7 Tabela 4.1: Falhas fatais para locais de aterros sanitários ............................................................ 10 Tabela 5.1: Requisitos mínimos para a concepção do aterro sanitário G:C B + ............................ 19


Coastal & Environmental Services Projecto de Mina de Ferro da Baobab iv

LISTA DE ABREVIATURAS

ACRÓNIMO SIGNIFICADO

CES EOH Coastal & Environmental Services

DWAF Departamento de Recursos Hídricos e Florestais

EPA Agência de Protecção Ambiental

AIASS Avaliação de Impacto Ambiental, Social e de Saúde

GIS Sistemas de Informação Geográfica

TID Taxa Inicial de Deposição

mbgl Metros abaixo do nível do solo

MITADER Ministério de Terras, Ambiente e Desenvolvimento Rural

TMD Taxa Máxima de Deposição

RAS Relatório Ambiental Simplificado


Coastal & Environmental Services Capitol Resources 1

1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização do Projecto A Capitol Resources Limitada (Capitol Resources), uma subsidiária integral da Baobab Resources Plc (Baobab) – focada na exploração de minério de ferro, metais básicos e preciosos em Moçambique, propõe-se a desenvolver o Projecto de Ferro de Tete (o projecto) localizado a norte da Capital Provincial de Tete, nos Distritos de Chiúta e Moatize, em Moçambique. O projecto estende-se por três áreas de licenças - 1032L, 1033L e 1035L (Figura 1.1) - todas detidas a 100% pela Capitol Resources. A primeira fase da actividade de mineração irá decorrer na área da licença 1035L, que partilha as fronteiras com os Projectos de Carvão da Vale e Rio Tinto. O projecto concentrar-se-á inicialmente no prospecto de Tenge-Ruoni, uma área de mineralização que contém magnetite, titânio e vanádio dentro de um conglomerado de prospectos denominado Grupo Massamba, para a produção de ferro-gusa. O Grupo Massamba, situado a aproximadamente 55 km a norte-nordeste de Tete, é composto por um conglomerado de quatro prospectos dos quais o de Tenge-Ruoni será explorado em primeiro e é o foco da delimitação de âmbito da Avaliação de Impacto Ambiental, Social e de Saúde (AIASS). Como parte do desenvolvimento da infraestrutura do projecto, é necessário que haja um aterro sanitário no local para o descarte de resíduos não perigosos (gerais) advindos do não processo ligado as actividades de mineração. A EOH Coastal & Environmental Services (CES) foi contratada para preparar um relatório de avaliação de gestão de resíduos e apresentar a selecção preliminar e desenho do aterro para o proposto projecto de Tenge- Ruoni.

1.2 Termos de Referência Foi documentado um Relatório de Especialidade de Gestão de Resíduos (CES 2014A) como parte do processo de AIASS. Este relatório fornece a orientação sobre o desenvolvimento de um aterro sanitário no local - uma selecção preliminar do aterro para o desenvolvimento de mineração proposto.

1.3 Pressupostos e Limitações Grande parte das informações sobre o desenvolvimento do aterro sanitário proposto e dados quantitativos relativos a fluxos de resíduos em que este relatório foi baseado, foram fornecidas pelo cliente, informações estas obtidas durante o processo de AIASS. Pressupôs-se que a informação fornecida estava correcta e era válida. É importante ressaltar que, no momento da elaboração do presente relatório grande parte da informação relevante do detalhe do projecto para este estudo de especialidade de resíduos não estava disponível. Em específico, o desenho detalhado do aterro sanitário, incluindo a análise geotécnica está excluído. Este relatório é, portanto, limitado ao tipo, tamanho e selecção do local proposto do aterro.

1.4 Equipa de Estudo Os seguintes membros da equipa estiveram envolvidos no estudo de especialidade: Dr Eric Igbinigie - Eric é Consultor Ambiental Sénior e Cientista Natural Professional registado (Pr.Sci.Nat.). Eric é Doutorado (PhD) em Biotecnologia Ambiental e o seu interesse profissional é em Gestão Ambiental Integrada Sustentável com um grande interesse em avaliações de especialidade em Resíduos e águas residuais, due diligence Ambiental, Avaliação e remediação de contaminação, e Auditorias de conformidade em Gestão Ambiental e Social. Eric já realizou, com sucesso, diversos projectos ambientais locais e internacionais do género em toda a África em conformidade com os requisitos dos Princípios do Equador, Instituições financeiras, incluindo o


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IFC, Swedfund, DEG e o BAD, onde ele actuou como consultor especialista e Gestor de projecto. Antes de ingressar na CES, Eric trabalhou como Cientista Sénior de Pesquisa no Instituto de Biotecnologia Ambiental, Universidade de Rhodes ministrando aulas de pós-graduação e liderou um grupo de pesquisa encarregue de evidências de beneficiamento com sucesso de despojos de carvão, facilitação da re-vegetação de locais de deposição de minas de carvão em Witbank, África do Sul. dr. Thomas King - Thomas detém uma licenciatura com especialização em Zoologia pela Universidade de Pretória e uma licenciatura em Biodiversidade e Conservação da Universidade de Rhodes. Como parte da sua licenciatura, Thomas foi formado em Sistemas de Informação Geográfica (GIS), além dos cursos de ciências biológicas necessários. Com a CES, ele tem sido principalmente, responsável de todo trabalho relacionado com GIS, incluindo a gestão de banco de dados e de software. Ele foi o autor principal de duas Avaliações de Impacto Visual; para a Mina de Grafite da Syrah Resources em Moçambique e para a Mina de Ferro de Tete, também em Moçambique. Ele foi auxiliado na compilação por muitos outros. Ele tem domínio pleno no uso do ArcGIS 10, incluindo ArcMap, ArcCatalog, e ArcScene. O signatário também está familiarizado com o uso de softwares de suporte do GIS, como Oruxmaps, Quantum GIS, DNR Garmin, para citar alguns. Dr. Kevin Whittington-Jones - Kevin é Doutorado (PhD) em Biotecnologia Ambiental e Mestre em Zoologia (ecologia marinha) e é Director na CES. Seus interesses profissionais incluem risco em negócio ambiental, sistemas de gestão, gestão de resíduos e mudanças climáticas. Antes de ingressar na CES ocupou vários cargos académicos na Universidade de Rhodes, incluindo o de Professor Titular na Rhodes Investec Business School. Kevin realizou trabalhos ambientais em muitos dos portos da África do Sul, incluindo avaliações de risco ambiental, avaliação de risco de mudanças climáticas, as avaliações ambientais estratégicas e um plano integrado de gestão de resíduos. Kevin também esteve envolvido em uma série de projectos de AIA industrial na África do Sul e internacionalmente, como Gestor de Projecto e como especialista em gestão de resíduos. Mais especificamente, ele conduziu estudos de especialidade em gestão de resíduos de vários minerais pesados, Projectos de mineração de cobre e grafite (Egipto, Madagáscar, Moçambique e Malawi), fundições de manganês (Kalagadi e Exxaro, ambas na África do Sul), projectos de biocombustíveis e biomassa (Serra Leoa, Libéria e Moçambique), desenvolvimento de cervejeira (Moçambique) e Estação de Energia Rabai (Quénia). Ele encontra-se actualmente a gerir as AIAs de desenvolvimentos de grande porte em Moçambique e presta assistência a mina de minerais pesados da Kenmare Resources no cumprimento das exigências dos Padrões de Desempenho da IFC.



Figura 1.1: Localização e áreas da licença do Projecto de Ferro de Tete

Legenda:

Drawn by=desenhado por; Date=data; CES Project code=Código do Projecto da CES; Title=Título; Licence location=localização da Licença; Licence=Licença



2 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

2.1 Introdução A concepção e construção do aterro sanitário da Capitol Resources devem estar de acordo com as melhores práticas internacionais conforme desenvolvido pela Agência de Protecção Ambiental (EPA 2000), cujos detalhes foram fornecidos nos Requisitos Mínimos para Descarte de Resíduos em Aterro, 2ª ed. (Departamento de Recursos Hídricos e Florestais, DWAF, 1998) Moçambique não possui nenhum requisito específico para a escolha do local, concepção e construção de um aterro sanitário de resíduos gerais. De acordo com a Artigo 7 (I) do Decreto nº 13/2006, de 15 de Junho (Regulamento sobre Gestão de Resíduos) "Todas as entidades públicas ou privadas que realizam actividades relacionadas com a gestão de resíduos sólidos devem preparar o seu plano de gestão de resíduos, antes de iniciarem com o seu negócio, que deve conter, no mínimo, a informação exigidas no Anexo I e/ou II, no caso, é, respectivamente, um aterro sanitário ou outra operação de gestão de resíduos ".

2.2 Requisitos Legais e Licenciamento 2.2.1 Requisitos legais Uma série de leis Moçambicanas são aplicadas ao licenciamento e gestão do aterro proposto. É evidente que a boa gestão de resíduos sólidos e líquidos é uma área de foco do governo local em Moçambique e que uma boa compreensão das Políticas e Leis relevantes é importante para qualquer desenvolvedor que pretenda operar em Moçambique. A compreensão deste quadro jurídico é também essencial quando avaliam-se opções para a gestão de resíduos. Os seguintes documentos têm importância na gestão de resíduos em Moçambique

Constituição da República de Moçambique (2004)

Lei do Ambiente (Lei 20/97) (1997)

Programa Nacional de Gestão Ambiental (1995)

Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e Emissão de Efluentes. Decreto nº 18/2004, alterado pelo Decreto Nº 67/2010

Regulamento sobre o Processo da AIA, Decreto Nº 45/2004 alterado pelo Decreto 42 de 2008

Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental, Decreto Nº 32/2003

Regulamento sobre Gestão de Resíduos, Decreto Nº 13/2006

Regulamento sobre Gestão de Resíduos Biomédicos, Decreto Nº 8/2003 2.2.2 Licenciamento "As instalações e equipamentos destinados ao descarte, tratamento, utilização, valorização ou eliminação de resíduos estão sujeitos a licenciamento ambiental, em conformidade com o regulamento sobre o processo de avaliação de impacto ambiental..." (Artigo 10 (1) do Decreto Nº 13/2006). O Apêndice I (4.8a), do Decreto Nº 45/2004 (alterado pelo Decreto Nº 42/2008), "Locais de descarte de resíduos urbanos com uma carga superior a 500 toneladas por dia" requer um Relatório de Impacto Ambiental (REIA) para o licenciamento. De acordo com o Relatório de Especialidade de Gestão de Resíduos (CES 2014A), a força de trabalho da construção, composta por 3000 indivíduos (máximo) pode, sem contribuições de outras fontes, durante a construção, gerar 1.500 kg (1,5 toneladas ou 10m3) de resíduos sólidos domésticos por dia. Espera-se que a quantidade de resíduos a partir desta fonte seja menor



durante a fase de operação, cerca de 250 kg (0,25 toneladas ou 1.6m3) por dia1, com uma população de 500 pessoas. As quantidades estimadas de resíduos sólidos gerais gerados pela construção e operação da mina proposta serão significativamente menores que o limite legal de 500 toneladas/dia, exigido pelo REIA para o licenciamento. Por conseguinte, prevê-se que seja necessário submeter um Relatório Ambiental Simplificado (RAS) ao Ministério de Terras, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), cobrindo esta instalação [conforme o Anexo II do Decreto nº 45/2004 (alterado pelo Decreto nº 42/2008)] para apoiar o pedido de licença para o aterro sanitário. No entanto, a concepção e construção da instalação formam parte do pedido da AIAS para a concessão de mineração 7055C concedida em Dezembro de 2014 por 25 anos.



3 ESPECIFICAÇÕES DO ATERRO SANITÁRIO

3.1 Classificação do Aterro Sanitário A classificação de um aterro sanitário irá determinar os requisitos específicos em termos de concepção e gestão da instalação. Os aterros sanitários podem ser agrupados de acordo com as seguintes características (DWAF 1998):

O tipo de resíduos a serem descartados

O volume do fluxo de resíduos, e

O potencial para a geração significativa de lixiviados. É discutida abaixo a provável classificação do aterro da Mina da Baobab, com base nas características acima citadas. 3.1.1 Tipo de resíduos Foi já estipulado que o objectivo será estabelecer um aterro sanitário no local para o descarte de resíduos não perigosos (geral). Este é, portanto, designado como aterro "geral"(G). O descarte de resíduos perigosos (com excepção de pequenas quantidades de materiais perigosos normalmente associados com lixo doméstico) não é permitido em uma instalação desta natureza. 3.1.2 Quantificação de resíduos O tamanho físico final do proposto aterro de resíduos dependerá da quantidade de resíduos que este recebe ao longo da sua vida útil. Isto é importante no contexto de uma fonte pontual de poluição e deve, portanto, ser abordado quando realizar-se a avaliação ambiental para o local seleccionado. O tamanho da operação depende da taxa diária de deposição de resíduos. Esta por sua vez refere-se, entre outras coisas, ao tamanho da população servida. Tendo em consideração o tempo e crescimento, os locais de descarte são classificados usando a ‘Taxa Máxima de Deposição’ '(TMD). Esta é, simplesmente, a média da taxa máxima anual projectada de deposição de resíduos, expressas em toneladas1 quadradas por dia, durante a vida útil esperada do local. Este cálculo requer estimativas da taxa inicial de deposição e o agravamento anual esperado da produção de resíduos. Para determinar a TMD, é necessário o seguinte:

Estabelecer a ‘Taxa Inicial de Deposição '(TID). Esta é a medida do fluxo de resíduos existentes, em toneladas por dia.

Em seguida, escalonar a TID a uma taxa que normalmente é baseada no crescimento populacional projectado para a vida útil estimada ou concebida para o local de descarte.

A média da taxa máxima diária de deposição, que geralmente ocorre nos últimos anos da operação, representa então o TMD.

Por razões de consistência, a TID (e, portanto, o TMD) é com base em cinco dias da semana. Se os resíduos forem descartados nos finais de semana, estes devem ser quantificados e claramente indicados, mas para fins de padronização o total deve continuar a ser apresentado como cinco dias por semana (ou seja, 260 dias por ano) (DWAF 1998). TID: Resíduos sólidos da construção = 1,500 kg (1.5 Ton) /dia

1 1 Ton= 1.016 toneladas. NEMA WA refere-se a "Ton", enquanto o DWAF 1998 refere-se a toneladas. Para efeitos do presente relatório 1

tonelada tem sido equiparado a 1 ton.



Resíduos sólidos da Operação = 250 kg (0,25 Ton)/dia

TMD = (TID) (1 + d)t Onde

TMD: A taxa máxima de deposição, em toneladas/dia durante o último ano da operação TID: A taxa inicial de deposição, em toneladas/dia e terá de ser medida ou estimada a partir de

informações adequadas d: Aumento anual esperado na taxa de deposição e será, normalmente, baseada na taxa prevista de

crescimento da população. Neste caso, a previsão de crescimento da população é assumida como sendo 1% uma vez que o número de trabalhadores não irá aumentar ao longo da vida útil da mina.

t: O período de vida ou vida prevista do local, expresso em anos assumindo uma fase de construção de 2 anos e uma fase de operação de 25 anos..

Resíduos sólidos da construção = 100kg

(0.1 Ton)/dia 1500kg (1.5 Ton)/dia Resíduos sólidos da Operação = 100kg (0.1 Ton)/dia 250kg (0.25 Ton)/dia

TMD = (1.5) (1 +1%)2 = (1.5) (1 + 0.01)2 = (1.5) (1.01)2 = (1.5) (1.02) = 1.93 Ton/dia

= (0.25) (1 + 1%)25 = (0.25) (1 + 0.01)25 = (0.25) (1.01)25 = (0.25) (1.28) = 0.32 Ton/dia

= TMD da Construção + TMD da Operação

= 1.93 + 0.32

= 2.25 Ton/dia A classificação do tamanho do local de descarte de acordo com o DWAF (1998) é apresentada na Tabela 3.1 abaixo. Com base na TMD de 2.25 Ton/dia, o aterro pode ser classificado como um Aterro Comum (C) (Tabela 3.1). Esta é a categoria de classificação mais pequena e está associada ao menor número de requisitos de concepção e de funcionamento (DWAF 1998). Tabela 3.1: Classificação do Tamanho do Aterro Sanitário

Classe do Tamanho do Local de Descarte

Taxas Máximas de Deposição (Toneladas por dia)

Aterro Sanitário Comum ‘C’ <25

Aterro Sanitário Pequeno ‘P’ >25 <150

Aterro Sanitário Médio ‘M’ >150 <500

Aterro Sanitário Grande ‘G’ >500

Fonte: DWAF 1998

Dados os cinco dias por semana (ou seja, 260 dias por ano) recomendados pela DWAF (1998) para a padronização da taxa de descarte em um aterro sanitário: Total estimado de descarte de resíduos no aterro sanitário por ano = 2.25 ton/dia x 260d = 585 ton/ano Total de descarte de resíduos no aterro sanitário durante a vida útil da mina = 585 ton/ano x 25 anos = 14 625 ton. Sendo assim, a capacidade total do aterro proposto deve ser, em excesso, de 14 625 toneladas (aproximadamente 96 854.05m3 a uma densidade estimada de 151 kg/m3

.



Em termos de área de superfície (pegada ecológica) do aterro sanitário, bem como a capacidade de carga máxima, a legislação de Moçambique não estabelece especificações a este respeito (Vede o Apêndice A). É, portanto, recomendável que a pegada ecológica seja baseada na disponibilidade de terra adequada após a devida consideração de todos os critérios de determinação do local conforme definido no presente relatório. Como tal, propõe-se uma área de superfície de 30,625m2 (175m x 175m) a uma profundidade de 3.16m que equivale a um volume total de 96 854.05m3. 3.1.3 Potencial de produção de lixiviados Todos os aterros têm a capacidade de gerar lixiviados esporádicos em condições de tempo excessivamente húmidas, como tal, há potencial para a geração significativa ou esporádica de lixiviados a ser avaliada e qualquer necessidade de gestão dos lixiviados identificados antes de se considerar um local para o aterro sanitário. São considerados três factores ao determinar se serão gerados lixiviados significativos e se é necessária a gestão dos mesmos no aterro sanitário. Os factores incluem Balanço Hídrico do Local, Balanço Hídrico Climático e Factores Específicos do Local. O Balanço Hídrico do Local é afectado por factores como a precipitação, evaporação, teor de humidade dos resíduos recebidos e entrada de água no corpo do resíduo por conta da má selecção, concepção e operação do local do aterro sanitário. Destes, no entanto, a relação entre a precipitação e a evaporação, como regra geral, determina o Balanço Hídrico do Local. Dado que o clima ambiente é a principal causa incontrolável de geração de lixiviados significativos num aterro sanitário, o Balanço Hídrico Climático é usado como o primeiro passo para a determinação do potencial de produção de lixiviados significativos. “O Balanço Hídrico Climático é um cálculo relativamente simples e conservador que ajuda a decidir se um aterro sanitário é susceptível de gerar lixiviados” (DWAF, 1998). Caso seja susceptível, então este factor deve ser considerado durante a concepção da instalação. O Balanço Hídrico Climático é calculado de acordo com a seguinte fórmula.

B = Precipitação (P) em mm de água – evaporação do solo (E) em mm de água O valor de B é calculado para o período chuvoso do ano mais chuvoso registado e, em seguida, é também recalculado para os anos sucessivamente mais secos. Os resultados do cálculo irão determinar a classificação do aterro sanitário em termos de potencial de geração de lixiviados, onde: B é negativo para menos de um ano em cinco para o qual os dados estejam disponíveis: B- (sem probabilidade de lixiviados); ou B é positivo para mais de um ano em cinco para o qual os dados estejam disponíveis: B+ (probabilidade de lixiviados). Factores Específicos do Local incluem o teor de humidade esperado dos resíduos, e entrada de água de escoamento e subterrânea no corpo de resíduos. O clima da área do projecto é considerado sub-tropical, com uma precipitação média anual de 1.000 mm. Janeiro é tradicionalmente o mês mais chuvoso, com uma precipitação média de 229 mm, enquanto que nos meses mais secos de Agosto e Setembro a precipitação é de 6 mm e 5 mm, respectivamente. Embora não existam dados disponíveis de evaporação para o local em específico, espera-se que, devido a distinta estação chuvosa o local seja classificado como B+. Consequentemente, a concepção da instalação requereria incluir sistemas de gestão de lixiviados. 3.1.4 Classificação geral



Com base no que precede, o aterro sanitário da mina seria mais susceptível de ser classificado como: G:C:B+.



4 SELECÇÃO DO LOCAL CANDIDATO A ATERRO SANITÁRIO

4.1 Introdução A escolha do local é um passo fundamental no desenvolvimento de um aterro sanitário. Esta etapa tem profundas implicações económicas, ambientais e de aceitação pública. O processo de selecção do local só está completo quando o MITADER tiver confirmado o local como viável com base em uma avaliação ambiental. Os objectivos da selecção do local de descarte são:

Garantir que o local a ser desenvolvido seja ambientalmente aceitável, que preveja um desenho simples, económico, e que por sua vez, este tenha um bom funcionamento.

Assegurar que, porque é ambientalmente aceitável, seja também socialmente aceitável. Geralmente, a primeira etapa do processo de selecção do local envolve a identificação e classificação dos aterros sanitários candidatos. É importante assegurar que este processo seja realizado de uma maneira lógica e que esteja disponível toda informação relevante. A área específica de cada local candidato será determinada pelo tamanho necessário do aterro, que, por sua vez, está dependente da Taxa Máxima de Deposição e da vida útil esperada do aterro sanitário. No presente estudo, o aterro sanitário a ser considerado deve-se enquadrar dentro da área da concessão da mina. Foram assim excluídas várias áreas com base nas seguintes etapas:

Descarte de todas as áreas com Falhas Fatais;

Identificação dos locais candidatos com base em critérios socioeconómicos e ambientais fundamentais

Selecção dos locais candidatos com base na classificação do local seleccionado. Foi identificada uma única área como local candidato para a implantação do aterro.

4.2 Eliminação de Falhas Fatais Um aterro sanitário não deve ser desenvolvido em áreas com falhas fatais inerentes. Com base nos Documentos de orientação do DWAF (1998), estas falhas fatais estão listadas na Tabela 4.1 abaixo. Tabela 4.1: Falhas fatais para locais de aterros sanitários

Descrição Aplicável?

Sim Não

3 000m a partir do fim de qualquer pista de aeroporto ou pista de pouso na linha directa da trajectória de voo e dentro de 500m do limite de um aeroporto ou aeródromo

Áreas abaixo da linha de inundação 1 em 50 anos

Áreas próximas de corpos de água superficiais significativos (por exemplo, cursos de água ou barragens)

Áreas instáveis (ex.: zonas de falhas, zonas sísmicas e áreas dolomíticas ou cársicas onde são improváveis de ocorrer buracos e subsidências)

Áreas ecológicas e/ou históricas sensíveis

Áreas de captação de importantes recursos hídricos

Áreas caracterizadas por gradientes planos, lençóis freáticos rasos ou emergentes (ou seja, onde não seria possível ocorrer uma zona suficientemente insaturada separando o corpo de resíduos e as águas subterrâneas)

Áreas caracterizadas por gradientes acentuados, onde a estabilidade dos taludes poderia ser problemática



Áreas de recarga de águas subterrâneas devido a topografia e/ou aos solos altamente permeáveis

Áreas sobrepostas ou adjacentes a aquíferos importantes ou potencialmente importantes

Áreas caracterizadas por leitos de rocha rasos com pouca cobertura de solo

Áreas próximas a utilização da terra que sejam incompatíveis com a deposição em aterro sanitário (ex.: Áreas que atrairiam a resistência das comunidades e que incluem áreas residenciais, reservas naturais e cemitérios)

Áreas onde não é possível terem-se zonas-tampão adequadas

Áreas imediatamente contra o vento de uma zona residencial na direcção predominante do(s) vento(s)

Áreas, que, por causa dos títulos das obras e outros constrangimentos, nunca podem ser feitos o re-zoneamento para permitirem uma instalação de descarte de resíduos

Áreas sobre as quais são realizadas servidões que impediriam o estabelecimento de uma instalação de descarte de resíduos

Qualquer área caracterizada por qualquer factor que poderia impossibilitar o desenvolvimento do aterro, excepto custos proibitivos

Áreas em conflito com o processo dos Objectivos de Desenvolvimento Local

Potenciais áreas dentro da concessão da mina que apresentem quaisquer das falhas fatais acima expostas devem ser excluídas da análise adicional como locais potenciais para o aterro sanitário. Após a exclusão de áreas associadas a potenciais falhas fatais, será possível identificar locais candidatos utilizando uma gama de critérios socioeconómicos e ambientais. Como regra geral, devem ser identificados locais candidatos suficientes para assegurar a devida consideração de alternativas.

4.3 Critério Socioeconómico Para os fins do presente projecto, a consideração de certos factores económicos recomendados, segundo definido pelo DWAF (1998), não é essencial pois são mais aplicáveis aos aterros sanitários que servem as áreas urbanas. Os critérios sociais considerados referem-se essencialmente a questões de saúde, qualidade de vida, valores da terra local e probabilidade de resistência das comunidades ao aterro. As características sociais identificadas no local do projecto e arredores incluem:

Cemitérios;

Locais arqueológicos/locais históricos/locais patrimoniais/sepulturas/locais sagrados, etc;

Postos de saúde; e

Comunidades. Outros critérios incluem:

Deslocamento de habitantes locais (Nota: Improvável de ser relevante para o presente projecto);

Locais expostos, com grande visibilidade não são desejáveis;

Proximidade a estrada(s) de acesso, casas e outras infraestruturas do projecto e zonas tampão associadas de 200m de largura;

Acesso ao aterro sanitário no local do projecto, em particular, a necessidade de vias de acesso adicionais;

Direcções predominantes do vento;

Distância a partir da área residencial mais próxima.



Para proteger o público de quaisquer efeitos adversos de uma operação de descarte de resíduos, devem ser estabelecidas zonas tampão adequadas. Um benefício adicional da maximização da distância entre um aterro e a comunidade local é a redução na prática da “colheita de lixo”, onde os membros da comunidade têm acesso ao local de descarte para procurar itens de valor ou comida. Desencorajar estas actividades através do levantamento de barreiras físicas, tais como cercas, pode ser caro e ineficaz. A direcção predominante do vento é considerada essencial e o aterro sanitário não deve ser instalado com as comunidades localizadas na direcção do vento. A direcção predominante do vento é Leste-Sudeste e Sul-Sudeste, como indicado na Figura 4.1. Portanto, o aterro sanitário deve estar preferencialmente situado a nordeste da infraestrutura da mina e comunidades.

Figura 4.1: Média do período da rosa dos ventos (dados MM5, 2011 à 2013)

Fonte: Shackleton e von Reiche (2015) Legenda: North=Norte; West=Oeste; South=Sul; East= Este; Wind Speed= Velocidade do vento

Com base nestes parâmetros sociais (Figura 4.2), foram excluídas inúmeras áreas dentro do limite do projecto.



Figura 4.2: Infraestrutura do projecto e características sociais sensíveis ao redor da área do projecto.

Legenda: Slag dump=Deposição de escória;Tenge Pit=Poço de Tenge; Tenge Blast Radius=Raio de detonação de Tenge; Slag dump access= acesso a deposição de escória; Vanadium plant= Planta de vanádio; Iron plant Expansion=Expansão da planta de ferro; Beneficiation and smelting = Beneficiamento e fundição; ROM Pad = Pátio de Minério Bruto; Waste Rock Dump= Deposição de Estéril; Construction Village Access = Acesso ao Acampamento de Construção; Construction Village = Acampamento de Construção; Tailing Storage Facility = Instalação de Armazenamento de Rejeitos; Haul Road Option 7 (Preferred) = Opção 7 da Estrada de Transporte (Preferida); 200m buffer = 200m da zona tampão; Project área=área do projecto; Cemeteries=cemitérios; social points=pontos sociais; Type=tipo; archaeological sites=locais arqueológicos; Clinic=Clínica; Communities=Comunidades; Historical sites= Locais históricos; sacred sites and forest =locais e florestas sagradas.



4.4 Critério Ambiental O critério ambiental está ligado aos impactos no ambiente biofísico, em particular, nos recursos hídricos. Os objectivos são:

Garantir que o local a ser desenvolvido seja ambientalmente aceitável, que preveja um desenho simples, económico, e que por sua vez, este tenha um bom funcionamento.

Assegurar que, porque é ambientalmente aceitável, também seja socialmente aceitável Esta abordagem sugerida iria filtrar as opções com base nas sensibilidades biofísicas e sociais e potenciais falhas fatais identificadas no local, e resultar na identificação de uma ou mais opções de locais para avaliação pormenorizada do impacto. A intenção é assegurar que as opções do local que são ambientalmente viáveis sejam levadas adiante, para a fase de tomada de decisão. Foram considerados os seguintes factores na selecção de uma área adequada para a localização do aterro sanitário:

Características ecológicas sensíveis

Rios e topografia

Geologia 4.4.1 Características ecológicas sensíveis A sensibilidade das áreas ecológicas e o meio ambiente receptor foram considerados na selecção do local apropriado para a localização do aterro sanitário. De acordo com o Levantamento da Vegetação e Florístico (CES 2014b), foram identificados cinco tipos de vegetação na área do projecto:

Dambo (sensibilidade elevada), embora certos dambos tenham sensibilidade moderada;

Floresta de Mopane (sensibilidade moderada);

Floresta Zambeziana Aberta Indiferencida (sensibilidade moderada);

Floresta Zambeziana Fechada Indiferencida (sensibilidade elevada);

Zona Ripariana (sensibilidade elevada) Na selecção dos locais candidatos adequados para aterro sanitário, foram adoptados tipos de vegetação de sensibilidade moderada como locais potencialmente adequados para aterros sanitários (sob uma perspectiva apenas de vegetação) (Figura 4.3). Aqui os tipos de vegetação sensível são delineados por polígonos sólidos enquanto que os tipos de vegetação de sensibilidade moderada são delineados por polígonos com filamentos tracejados. 4.4.2 Rios e topografia Os seguintes factores foram considerados na escolha de uma área adequada para o posicionamento do aterro:

A localização dos rios, canais de drenagem e corpos de águas superficiais;

Topografia e profundidade do solo e da sua qualidade (quanto maior a disponibilidade de solo melhor é, uma vez que este é necessário como material de cobertura do material. Solos de baixa permeabilidade reduzirão a migração de poluentes.); e

Vales onde podem ocorrer inversões de temperatura (o que poderia favorecer a migração de gases e odores do aterro sanitário para áreas povoadas);

Não existem áreas íngremes na área do projecto, com excepção das Montanhas de Tenge, que serão extraídas. A descarga de água contaminada nos rios ou aquíferos locais pode ser um potencial risco sobre a qualidade das águas subterrâneas. Não se espera que o volume da descarga de lixiviados a partir



do aterro sanitário tenha um impacto significativo na qualidade e quantidade das águas subterrâneas, assim a cabeça condutora não irá aumentar o suficiente para alterar significativamente os níveis e qualidade da água subterrânea local. No entanto, as especificações do projecto devem atender ao requisito mínimo para desenho do aterro sanitário de G:C:B+ (vede a Tabela 5.1) A qualidade da água dos rios de água superficial terá uma maior consideração. Os impactos na qualidade da água resultam principalmente de águas ou lamas residuais que descarregam directamente nos recursos hídricos. Estas descargas podem resultar na contaminação do Rio Revuboé e seus afluentes. Nesta conjuntura, a posição da linha de inundação 1: 100 anos é desconhecida para o Rio Revuboé e foi adoptada para a implantação de aterro sanitário uma zona tampão de 100 m a partir da margem do rio. Actualmente, o acesso ao acampamento de prospecção e pesquisa é a norte, por via de um batelão que atravessa o Rio Revuboé. Quando a mina estiver operacional, prevê-se que o acesso ao local seja a partir do sudeste. Portanto, todas as áreas a noroeste do rio Revuboé não serão consideradas como adequadas para o aterro sanitário, pois a área não estará acessível, excepto por via do batelão (Figura 4.3).



Figura 4.3: Características ecológicas sensíveis em torno da área do projecto

Tipos de vegetação sensíveis são delineados por polígonos sólidos enquanto que tipos de vegetação de sensibilidade moderada são delineados por polígonos de filamentos cruzados. Os tipos de vegetação de sensibilidade moderada são locais potencialmente adequados para um aterro sanitário (de uma perspectiva apenas da vegetação) Legenda:Revubue 100m buffer= tampão de 100m a partir do Rio Revubuè; Rivers=Rios;Vegetation=Vegetação; Type, sensitivity=Tipo, sensibilidade; Riparian Zone, High= Zona Ripariana, Elevada; Dambo, High= Dambo, Elevada; Closed Zambezian Undifferentiated

Woodland, High=Floresta Zambeziana Fechada Indiferenciada, Elevada; Dambo, High=Dambo, Elevada; Mopane Woodland, Moderate=Floresta de Mopane, Moderada; Open Zambezian Undifferentiated Woodland, Moderate= Floresta Zambeziana Aberta Indiferenciada, Moderada; Revuboe River= Rio Revubuè; Slag dump=Deposição de escória;Tenge Pit=Poço de Tenge; Tenge Blast Radius=Raio de detonação de Tenge; Slag dump access= acesso a deposição de escória; Vanadium plant= Planta de vanádio; Iron plant Expansion=Expansão da planta de ferro; Beneficiation and smelting = Beneficiamento e fundição; ROM Pad = Pátio de Minério Bruto; Waste Rock Dump= Deposição de Estéril; Construction Village Access = Acesso ao Acampamento de Construção; Construction Village = Acampamento de Construção; Tailing Storage Facility = Instalação de Armazenamento de Rejeitos; Haul Road Option 7 (Preferred) = Opção 7 da Estrada de Transporte (Preferida); 200m buffer = 200m da zona tampão



4.4.3 Geologia Foram considerados os seguintes factores na escolha de uma área adequada para a localização do local do aterro sanitário:

A geologia subjacente e distância para as águas subterrâneas (impactos no movimento e qualidade da água - a presença de formações e aquíferos profundos meteorizados, estruturas de falhas e dobras podem ter grande significância em termos de movimento de contaminação fora do local ou aumentar os impactos da qualidade de água do principal recurso hídrico);

Deve ser evitada qualquer opção de aterro sanitário perto de fontes de água superficiais uma vez que o lençol freático está muito próximo à superfície nestas áreas; e

Qualidade do solo do local (a disponibilidade solos argilosos de baixa permeabilidade pode reduzir o custo de forros de contenção e sistemas de gestão de lixiviados).

A geologia da área do projecto é apresentada na Figura 4.4. As Formações do Karoo (das quais o arenito faz parte) têm valores de condutividade horizontal mais elevados e se localizadas aqui, a contaminação pode migrar ao longo dos planos de estratificação em direcção aos córregos locais. As rochas do Suíte de Tete gabro- anortosito apresentam valores de condutividade horizontal mais baixos, mas a condutividade vertical elevada, no entanto, a área é penetrada por numerosos diques e soleiras de dolerito que irão limitar a migração vertical de contaminantes. O contacto entre o gabro-anortosito e as formações do Karoo (incluindo arenito) está potencialmente com falhas e fracturado, mas os recentes programas de testagem de perfuração e de aquífero indicaram que esses contactos geológicos têm um rendimento de pouca água e, portanto, o movimento de contaminantes deverá também ser limitado. De acordo com a Avaliação de Impacto de Águas Subterrâneas e Geoquímica realizada para este projecto (Coller e von Reichie, 2014), a geologia subjacente mais adequada para a construção e operação de um aterro sanitário seria sobre a formação gabro-anortosito (Suite de Tete) (Figura 4.4), que está situada a noroeste da planta e fica fora da linha de inundação 1 em 50 anos. Assim que tiver sido identificado um local adequado na área seleccionada seria uma melhor prática realizar um levantamento geofísico de grade fina em toda a pegada ecológica do aterro proposto para identificar quaisquer características geológicas lineares. Os níveis naturais das águas subterrâneas devem estar entre 10 e 25 mbgl.



Figura 4.4: A área do projecto apresentando a geologia e o Rio Revuboé

A formação Gabro é a geologia mais apropriada para o aterro sanitário. As áreas a oeste do Rio Revuboé não são consideradas, devido ao acesso limitado durante a fase de operação. O aterro deve estar preferencialmente situado a noroeste (a favor do vento) das comunidades e infraestrutura da mina. Legenda:

Contours 2m=Contornos 2m; Revuboe 100m buffer= tampão de 100m do Rio Revubue; Baobab geology=Geologia da Baobab; Fluvial terrace gravel sand=Terraço fluvial de cascalho e areia; Gabbro=gabro; Mussata Granite= Granito de Mussata; Sandstone=Arenito. Slag dump=Deposição de escória;Tenge Pit=Poço de Tenge; Tenge Blast Radius=Raio de detonação de Tenge; Slag dump access= acesso a deposição de escória; Vanadium plant= Planta de vanádio; Iron plant Expansion=Expansão da planta de ferro; Beneficiation and smelting = Beneficiamento e fundição; ROM Pad = Pátio de Minério Bruto; Waste Rock Dump= Deposição de Estéril; Construction Village Access = Acesso ao Acampamento de Construção; Construction Village = Acampamento de Construção; Tailing Storage Facility = Instalação de Armazenamento de Rejeitos; Haul Road Option 7 (Preferred) = Opção 7 da Estrada de Transporte (Preferida); 200m buffer = 200m de tampão



5 ESPECIFICAÇÕES DO DESENHO DO ATERRO SANITÁRIO Os requisitos de concepão do aterro sanitário G: C: B + devem atender aos requisitos mínimos para o projecto de aterro sanitários resumidos na Tabela 5.1 Tabela 5.1: Requisitos mínimos para a concepção do aterro sanitário G:C B + LEGENDA B

- = Sem produção de lixiviados significativos

B+ = Produção de lixiviados significativos

R = Necessário N = Não necessário F = Flag –Bandeira - consideração especial a ser dada pelo especialista/Autoridade Competente/Departamento

“G” Resíduos Gerais

“C” Aterro Comum

Requisitos Mínimos B+

Nomear uma Pessoa Responsável R

Confirmação do Desenho Conceptual e Classificação do Local R

Determinar a altura final do aterro N

Avaliar o volume de cobertura N

Indicar a zona insaturada após escavação da cobertura N

Determinar o espaço aéreo disponível N

Estimar a utilização do espaço aéreo N

Estimativa de vida útil do local N

Resolver quaisquer impactos identificados pelo estudo e/ou pelo PI&As R

Desenho da disposição do local N

Desenho de drenagem superficial R

Plano de Desenvolvimento R

Plano de Remediação Progressiva N

Desenho do sistema de gestão de lixiviados N

Desenho da base de drenagem R

Desenho do Sistema de monitoramento N

Plano de uso final N

Testagem dos solos e materiais N

Desenho Técnico da hidrologia da superfície e desenho de drenagem N

Determinar os Requisitos de Revestimento R

Sistema de Monitoramento da qualidade de água F

Sistema de detecção de lixiviados F

Sistema de tratamento de lixiviados N

Sistema de gestão e monitoramento de lixiviados F

Sistema de gestão de gases F

Sistema de Monitoramento de gases F

Requisitos de cobertura R

Estabilidade das encostas N

Desenho de controlo de erosão N

Desenhos e especificações do projecto N

Aprovação do Projecto Técnico N

Fonte: DWAF 1998



6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES Com base na informação disponível, pode concluir-se que o proponente estabelecerá um aterro sanitário de resíduos gerais com classificação G:C:B+ e uma capacidade de carga total superior a 14 625 toneladas (aproximadamente 96 854.05m3 a uma densidade estimada de 151 kg/m3). Devido à localização do local do projecto, o aterro deverá gerar lixiviados e isso seria durante o período de chuvas mais fortes, em torno de Janeiro, que é tradicionalmente o mês mais chuvoso, com uma precipitação média de 229 mm. Como tal, o projecto de engenharia deve incluir um sistema de gestão de lixiviados adequadamente projectado. Isso pode incluir a instalação de sub-revestimentos, sistemas de drenagem e remoção para evitar o potencial de contaminação dos recursos hídricos e, em especial, das águas subterrâneas. Em termos de área de superfície (pegada ecológica) do aterro sanitário, assim como a capacidade de carga máxima, a legislação de Moçambique não fornece especificações a este respeito. Portanto, é recomendável que a pegada ecológica seja baseada na disponibilidade e adequação após a devida consideração de todos os critérios de determinação do local. Sendo assim, propõe-se uma área de superfície de 30,625m2 (75mx175m) a uma profundidade de 3.16m que equivale a um volume total de 96 854.05m3. O local mais adequado e viável para a potencial implantação do aterro sanitário proposto é mostrado no mapa abaixo (Figura 6.1). A área identificada é dentro da actual proposta de deposição de escória desenhada para manter a escória das operações de processamento. As discussões com a Capitol Resources identificaram que nem toda esta área será necessária para a deposição de escória e que uma parte, para o sul, pode ser reservada para o aterro sanitário o qual se tornará uma junção de instalação de aterro sanitário e de escória. Esta área fica a:

Norte do projecto da planta de Ferro de Tete;

Sudeste do Rio Revuboé;

A leste do poço de Tenge Um local alternativo identificado é a noroeste da Planta de Ferro de Tete, a sudeste do Rio Revuboé e entre o poço de Tenge e a deposição de estéril. Esta área foi, porém, considerada indesejável porque recai dentro das operações e sobrepõe-se parcialmente a dispersão de fragmentos de rocha a partir da avaliação de detonação (400-500m). Uma vez que a pegada ecológica adequada de 30,625m2 está já identificada na secção sul da actualmente proposta deposição de escória, seria a melhor prática adoptar as seguintes recomendações:

Aderir ao Anexo I do Regulamento sobre Gestão de Resíduos (Decreto 13/2006 de 15 de Junho) (Anexo A) e os requisitos mínimos de concepção do aterro sanitário G:C:B+, conforme descrito no DWAF 1998;

Seria benéfico realizar um levantamento geofísico de grade fina em toda a pegada ecológica para avaliar a presença de quaisquer características geológicas lineares:

Os níveis naturais de águas subterrâneas na área devem estar entre 10 e 25 mbgl:

A área seleccionada deve estar afastada da linha de inundação 1 em 50 anos:

Deve-se adoptar uma distância mínima de 100m para qualquer recurso de águas superficiais; e

O local seleccionado não deve provocar quaisquer das falhas fatais listadas descritas na Tabela 4.1.



Figura 6.1: Intersecto da geologia e vegetação adequadas apresentando o local preferido do aterro.

As áreas mostradas com sombreado verde são adequadas, tanto na perspectiva geológica como de vegetação, ou seja, as áreas verdes têm vegetação moderadamente sensível sobre a geologia Gabro. As áreas com sombreado cinzento são ou inacessíveis, ou a favor do vento ou de geologia inadequada. Legenda: Suitable=Adequado; Yes=Sim; No=Não; Revuboe 100m buffer zone=Zona tampão do Rio Revuboé a 100m; Project área=área do projecto; Vegetation/Geology Intersect=Intersecto da Vegetação/Geologia; Geology, Vegetation Type= Geologia/Tipo de

Vegetação; Gabbro, Mopane Woodland= Gabro, Floresta de Mopane; Gabbro, Closed Zambezian Undifferentiated Woodland=Gabro, Floresta Zambeziana Fechada Indiferenciada; Gabro,Open Zambezian Undifferentiated Woodland= Gabro, Floresta Zambeziana

Aberta Indiferenciada; Gabbro, Dambo=Gabro, Dambo; Gabbro, Riparian Zone= Gabro, Zona Ripariana; Fluvial terrace gravel sand, Dambo=Terraço fluvial de cascalho e areia, Dambo; Fluvial terrace gravel sand, Mopane Woodland =Terraço fluvial de cascalho e areia, Floresta de Mopane; Fluvial terrace gravel sand, Open Zambezian Undifferentiated Woodland= Terraço fluvial de cascalho e areia, Floresta Zambeziana Aberta Indiferenciada; Fluvial terrace gravel sand, Riparian Zone= Terraço fluvial de cascalho e areia, Zona Ripariana, Sandstone, Dambo=Arenito, Dambo; Sandstone, Mopane Woodland=Arenito, Floresta de Mopane; Sandstone, Open Zambezian Undifferentiated Woodland= Arenito, Floresta Zambeziana Aberta Indiferenciada; Sandstone, Riparian Zone= Arenito, Zona Ripariana; Inaccessible=Inacessível; Revuboe River Buffer=Zona tampão do Rio Revubué; Infrastructure 200m buffer=Zona tampão da infraestrutura de 200m; Unsuitable geology/infrastructure downwind=Geologia inadequada/infraestrutura a favor do vento; Preferred Landfil site=Local preferido para o aterro; Revuboe River=Rio Revubué; Slag dump=Deposição de escória;Tenge Pit=Poço de Tenge; Tenge Blast Radius=Raio de detonação de Tenge; Slag dump access= acesso a deposição de escória; Vanadium plant= Planta de vanádio; Iron plant Expansion=Expansão da planta de ferro; Beneficiation and smelting = Beneficiamento e fundição; ROM Pad = Pátio de Minério Bruto; Waste Rock Dump= Deposição de Estéril; Construction Village Access = Acesso ao Acampamento de Construção; Construction Village = Acampamento de Construção; Tailing Storage Facility = Instalação de Armazenamento de Rejeitos; Haul Road Option 7 (Preferred) = Opção 7 da Estrada de Transporte (Preferida); 200m buffer = 200m da zona tampão.



REFERÊNCIAS Coastal & Environmental Services (2014a): Waste and Wastewater Specialist Assessment for the Capitol Resources, Tete Iron Project, Mozambique. Coastal & Environmental Services: Grahamstown. Coastal & Environmental Services (2014b): Tete Iron Ore Project: Vegetation and Floristic Survey and Impact Assessment, CES, Grahamstown. Department of Water Affairs and Forestry (1998): Minimum Requirements for Waste Disposal by Landfill, 2nd ed. Environmental Protection Agency (2000): Landfill Manuals - Landfill Site Design Rushbrook and Pugh (1999): Solid Waste Landfills in Middle and Lower Income Countries - World Bank Technical Paper No.426 Shackleton, N. and von Reiche, N. May (2015): Baobab Tete Iron Ore Project. Air Quality Specialist Impact Assessment Report, Airshed Planning Professionals (Pty) Ltd, Midrand van Coller, AA, Smith, LA, and Moeketsi, B. (2014): Baobab Tete Iron Ore Project. Groundwater and Geochemistry Impact Assessment Report, Digby Wells Environmental (DWE), Randburg



APÊNDICE A: ANEXO I DO REGULAMENTO SOBRE GESTÃO DE RESÍDUOS (DECRETO 13/2006 DE 15 DE JUNHO), MOÇAMBIQUE

ANEXO I

ATERROS I. PARTE ESCRITA A. Memória descritiva e Justificação

a) O objectivo do projecto. b) Planeamento, selecção dos locais e bases do projecto, incluindo o volume e a área

ocupada. c) Características geotécnicas, hidrogeológicas e geológicas do local; d) Tipologia e quantidade de resíduos; e) Processos de gestão de risco; f) Observação de procedimentos para a prevenção e minimização de produção de resíduos; g) Técnicas, equipamentos e procedimentos a serem observados para o tratamento de

resíduos; h) Localização e características do local para armazenamento de resíduos, bem como

procedimentos de armazenamento, incluindo informação sobre o tipo e características dos recipientes de armazenamento;

i) Tipo, características dos meios de transporte e procedimentos a serem observados para o transporte de resíduos, desde o ponto de sua geração até o local do seu descarte;

j) Procedimentos a observar para a deposição ou descarte de resíduos; k) Sistema de impermeabilização; l) Sistemas de drenagem de águas pluviais e de lixiviados; m) Tratamento de lixiviados, previsão da quantidade e qualidade dos lixiviados; n) Monitoramento de lixiviados e das águas subterrâneas, de forma a evitar a contaminação

das águas subterrâneas; o) Drenagem e tratamento de biogás, se necessário; p) Plano de negócios do aterro; q) Estrutura de pessoal e horário de trabalho; r) Sistema do plano de segurança da população e de força de trabalho; s) Plano de aceitação/admissão de resíduos; t) Plano de recolha de resíduos; u) Cobertura final, recuperação da paisagem e monitoramento pós-encerramento; v) Procedimentos em caso de acidentes, derrames de petróleo. Descarga e vazamentos

acidentais; w) Meios e responsabilidades para a realização das actividades estabelecidas no plano de

gestão de resíduos. B. Dimensão

a) O cálculo e dimensionamento de barreiras para a impermeabilização; b) Escalas e cálculos da planta de tratamento de lixiviados.

II. PARTES PROJECTADAS A. Localização da planta (1:25 000 escala) B. Plano Geral do aterro sanitário, com indicações claras de todas as componentes da infraestrutura, incluindo a implementação de descarte de resíduos e o pré-tratamento;



C. Detalhes da estratigrafia da impermeabilização e cobertura final do aterro sanitário.

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PROJECTO DE FERRO DE TETE PROPOSTO SELECÇÃO DO … Tete Iron Ore...Selecção do Local do Aterro Sanitário da Baobab – Julho 2015 Coastal & Environmental Services 2 Projecto de