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1 Projecto de Formação de Jogadores de Futebol Sport European Academy Junho, 2010 Coordenador Técnico-Pedagógico Pedro Sá

Projecto de Formação de Jogadores de Futebol

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Projecto de formação de jogadores de futebol que reflecte o meu conceito actual sobre a matéria que, por sua vez, resulta da experiência vivida e reflectida durante os quase 20 anos de experiência.O projecto em causa foi solicitado para orientar o processo de desenvolvimento de jovens futebolistas no Gondomar. Este serviço ficava assegurado por uma empresa (Sport European Academy - SEA). O meu vínculo à SEA não foi bem sucedido.

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Page 1: Projecto de Formação de Jogadores de Futebol

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Projecto de Formação de Jogadores de Futebol

Sport European Academy

Junho, 2010

Coordenador Técnico-Pedagógico Pedro Sá

Page 2: Projecto de Formação de Jogadores de Futebol

“A abelha surpreende, pela perfeição das suas células de cera, a habilidade é maior do que a de um arquitecto. Mas o que constitui a superioridade do arquitecto mais medíocre sobre a mais exímia abelha é que ele constrói a célula na sua cabeça antes de a construir na colmeia.”

K. Marx, Le Capital

Page 3: Projecto de Formação de Jogadores de Futebol

Índice

1 Objectivos ............................................................................................................................................... 1

2 Conceitos estruturantes ......................................................................................................................... 2

2.1 Coerência de princípios no MJ ..................................................................................................... 2

2.2 O sistema de Jogo (SJ) ................................................................................................................. 2

2.3 O Coordenador Técnico-pedagógico (CTP) é o “treinador dos treinadores” .............................. 5

2.4 Tempo de treino previsto igual a tempo de treino útil ............................................................... 5

2.5 Conteúdos de treino significativos e adaptados a cada escalão etário ....................................... 5

2.6 O trabalho como forma de aceder à excelência .......................................................................... 6

2.7 Ambiente de aprendizagem rico e diversificado ......................................................................... 6

2.8 Focos atencionais (etapas de formação) ..................................................................................... 8

2.9 Regulamento interno orientado para a apropriação de competências sociais e individuais

adequadas ................................................................................................................................. 11

2.10 Disciplina como condição essencial para ensinar ...................................................................... 11

2.11 Respeito pelo outro como condição essencial para aprender .................................................. 11

2.12 Paciência e soluções alternativas para jogadores potencialmente talentosos em estados

maturacionais atrasados ........................................................................................................... 10

2.13 Introdução em equipas de escalões superiores (contextos de superação) os jogadores em

estados maturacionais precoces ............................................................................................... 10

2.14 Assertividade ............................................................................................................................. 11

3 Organização da estrutura ..................................................................................................................... 13

3.1 Presidente.................................................................................................................................. 15

3.2 Director da Formação ................................................................................................................ 15

3.3 CTP ............................................................................................................................................. 15

3.4 Comissão Permanente de Avaliação do Projecto (CPAP) .......................................................... 16

3.5 Departamento Jurídico .............................................................................................................. 16

3.6 Departamento de Marketing e Merchandising ......................................................................... 17

3.7 Coordenador dos Directores ..................................................................................................... 17

3.8 Director Equipa .......................................................................................................................... 17

3.9 Departamento de Scouting ....................................................................................................... 18

3.10 Treinadores ................................................................................................................................ 18

3.11 Coordenador do Departamento Clínico .................................................................................... 19

3.12 Fisioterapeutas .......................................................................................................................... 19

3.13 Serviços Administrativos ........................................................................................................... 19

3.14 Técnico de Equipamentos ......................................................................................................... 20

Page 4: Projecto de Formação de Jogadores de Futebol

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1 Objectivos

Formar jogadores para a excelência futebolística

Objectivos inerentes à qualidade do processo

1. Formar jogadores com competências técnicas e psico-sociais capazes de se integrarem

com eficácia em equipas de rendimento superior.

2. Construir um Modelo de Jogo (MJ) tendo em conta as tendências evolutivas do jogo,

perspectivando as competências requisitadas no futuro para que o jogador seja capaz

de se integrar em equipas de rendimento superior e identifique de forma inequívoca

uma “determinada forma de jogar” da SEA.

3. Construir uma metodologia de treino comum que suporte o MJ construído e que

perspective a sua constante evolução e inovação.

4. Criar condições estruturais e infra-estruturais que permitam uma prática de elevada

qualidade.

5. Estruturar um quadro técnico de qualidade que garanta um processo de

ensino/aprendizagem de qualidade.

6. Fomentar a formação contínua dos quadros técnicos, adaptando-se e, em certa

medida, antecipando-se à realidade concepto-metodológica do treino e do jogo.

7. Criar uma série de normativos que regulem o processo ao nível da disciplina, do rigor e

da exigência sócio-pedagógica do processo, visando a emergência de uma cultura

própria e identificativa da SEA.

Objectivos inerentes à eficácia do processo

1. Promoção de jogadores junto a clubes e agentes desportivos tendo em conta a sua

transacção.

2. Identificar e afectar jogadores abaixo de 14 anos com potencial que se enquadrem no

Modelo de Jogador preconizado pela SEA.

3. Integrar, pelo menos, três jogadores no plantel da equipa sénior.

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2 Conceitos estruturantes

O enquadramento conceptual deste projecto define as suas linhas de orientação

metodológica, por um lado, e contribui para a emergência de uma cultura própria e

identificadora da SEA.

Estes são conceitos estruturantes, pois pretendem definir as linhas de actuação do projecto, a

sua filosofia técnico-pedagógica e a gestão do fluxo informativo.

2.1 Coerência de princípios no MJ

O MJ a construir será único para todas as equipas da SEA e partirá da análise das tendências

evolutivas do jogo, tendo em conta os MJ das equipas mais representativas e, sempre que

possível, a antecipação de características indicadoras do futebol que se praticará no futuro.

O MJ é a trave mestra do processo de formação dos jogadores da SEA e a sua coerência

vertical (durante o processo de formação) e horizontal (quando comparamos equipas de

diferentes escalões) constitui-se como identificador de uma “determinada forma de jogar”.

O MJ, pela complexidade da sua estruturação, será apresentado num mapa conceptual através

de uma aplicação informática e poderá ser consultado e analisado pelos intervenientes no

processo (login na aplicação) através da internet.

2.2 O sistema de Jogo (SJ)

O SJ principal a adoptar por todas as equipas da SEA será o 1:4:4:2 com disposição em três

linhas. A variante a este SJ será o 1:4:4:2 em losango e, como recurso, poder-se-á adoptar o

1:4:3:3.

Em princípio, nos escalões de Infantis e Iniciados a opção pelo SJ variante e, muito mais, pelo

SJ de recurso só se fará em casos extremos de adaptação a circunstâncias particulares e

sempre com fundamentação técnico-pedagógica em acordo com o Coordenador Técnico-

pedagógico (CTP).

A exploração estratégica da variante do SJ principal e do seu recurso acontecerá no escalão de

Juvenis. Prevê-se aí uma adaptação efectiva às características dos jogadores e aos contextos

competitivos.

O SJ principal para o escalão de Escolas será o 1:3:1:2 e terá como variante o 1:3:2:1.

2.3 A metodologia de treino

A metodologia de treino preconizada privilegia a não desintegração em factores de

rendimento.

Procura-se assim, elevar a capacidade jogo dos jogadores através de exercícios situacionais

que recriem contextos de adversidade de modo a provocar comportamentos congruentes com

o MJ recorrendo à manipulação, e o consequente constrangimento táctico-técnico, das suas

Page 6: Projecto de Formação de Jogadores de Futebol

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variáveis espaço, tempo, número de jogadores, número permitido de toques na bola, regras,

etc – exercícios táctico-técnicos em regime físico-psico-cognitivo.

Com excepção dos exercícios complementares de força, velocidade, coordenação e princípios

de jogo, todos os exercícios devem ser orientados para a organização do jogo, tendo em conta

o SJ e a sua crescente complexidade ao longo do processo de formação (Focos Atencionais).

Não está colocada de lado a hipótese de, em condições especiais e devidamente justificadas,

se recorrer a situações mais analíticas para o refinamento de uma técnica específica nos

escalões etários mais baixos. Contudo, logo que possível deve ser integrada em situações mais

complexas e solicitada sob formas jogadas. Por exemplo, a técnica do passe pode ser

exercitada analiticamente durante curtos períodos de tempo, após os quais deve ser

exercitada em contexto mais complexo e, sempre que possível, sob formas jogadas.

2.4 Periodização Táctica

Em alternativa aos métodos de periodização mais convencionais, que privilegiam uma

orientação fisiológica da periodização, a periodização táctica pretende dar a primazia aos

aspectos táctico-estratégicos como focos orientadores da preparação com vista à elevação do

rendimento1. Assim, o planeamento e a concepção dos exercícios, das unidades de treino, dos

planos semanais, de período e da época orientam-se para a elevação da capacidade de jogo e

do rendimento colectivo de acordo com o quadro de referências definido no MJ.

O modelo de treino assenta neste modo de entendimento da periodização. Não são

contemplados os conceitos convencionais de forma desportiva baseados sobretudo nos

índices fisiológicos. Estes serão subjacentes àqueles e terão que ser tomados em linha de

conta aquando da escolha dos exercícios, assim como da sua duração e complexidade, ou seja,

correspondem a um esforço específico a ser adequadamente doseado.

Os exercícios de treino a conceber terão que estar subordinadas aos problemas do jogo e à

forma que o MJ aponta para a sua resolução. A sua periodização, que corresponde ao

incremento da complexidade de resolução dos problemas do jogo, terá em linha de conta uma

progressiva evolução ao longo dos escalões etários e as possibilidades das equipas e dos

jogadores em resolve-los.

Ao CTP, em colaboração com os restantes treinadores, cabe a responsabilidade de conceber e

apresentar um complexo de exercícios congruente com o MJ.

Como orientação geral é sugerido que o planeamento deva ter em linha de conta os seguintes

aspectos:

▪ O escalão etário e desenvolvimento maturacional dos jogadores;

▪ Capacidade de jogo actual e possibilidades de desenvolvimento;

▪ As deficiências individuais e colectivas (por exemplo: deficiente interpretação do bloco

defensivo);

1 Exercícios tácticos em regime técnico-físico-psico-cognitivo…

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▪ A complexificação crescente dos comportamentos futebolísticos de acordo com o MJ, de

forma a reflectir-se positivamente no aumento da qualidade do jogo;

▪ O apelo constante à rápida resolução das situações de jogo através de estratégias como a

aplicação de regras especiais nos exercícios de treino (por exemplo: redução do número de

toques permitido na bola/jogador, “a bola não pode parar”, tempo limite para

cumprimento de determinadas acções de jogo, etc) – “velocidade mental” e “velocidade

colectiva”;

▪ Competitividade nos treinos – criar adaptabilidade para os jogos…e para os treinos!

▪ O apelo constante à concentração, ao rigor, ao esforço; à criatividade; à coesão na tarefa, à

agressividade e à construção de uma atitude positiva perante os desafios.

▪ A intensidade táctica, relacionada com a concentração requisitada na tomada de decisão.

2.5 A Força, a Coordenação e a Flexibilidade

As propostas de conteúdos baseadas na não desintegração de factores (físico, técnico, táctico

e psicológico) não parecem expressar níveis de solicitação de força e flexibilidade óptimos que

conduzam às melhorias desejadas para uma melhor adaptabilidade ao jogo.

Assim, o treino destas capacidades ocorrerá de forma analítica e com tempos e intensidades

de exercitação específicos para cada escalão etário.

Os programas de treino destas capacidades serão concebidos de acordo com as indicações do

CTP .

Os exercícios de força adoptados correspondem àqueles que se designam por pliométricos2 e

força estática para desenvolver a força inferior, força média (abdominais e dorso-lombares) e

força superior (bíceps e tríciptes braquiais, peitorais e dorsais).

A pliometria, pelas suas características, tem como objectivo desenvolver a força explosiva com

repercussão nas acções do jogo que solicitam rápidas acelerações/travagens, saltos, etc. Os

exercícios a utilizar serão: saltos em profundidade, multi-saltos, acelerações/travagens com

mudança de direcção e sentido da corrida.

A força estática pretende incrementar a capacidade de “choque” na disputa e protecção da

bola. Os exercícios a utilizar serão: jogos de empurrar/puxar, manutenção da bola controlada

contra um adversário.

A força média e superior tem como objectivo o constante equilíbrio de força dos membros

inferiores com o tronco e com os membros superiores. Pretende-se que os jovens jogadores

tenham um desenvolvimento estrutural o mais harmonioso possível e actuar de forma

preventiva em relação a algumas lesões crónicas, nomeadamente a pubalgia. Os exercícios a

utilizar serão os “habituais” abdominais, dorso-lombares e flexões-extensões de braços com

recurso ou não a máquinas de musculação.

2 Os exercícios pliométricos são aqueles que potencializam a capacidade elástica do músculo através do

ciclo excêntrico-concêntrico-excêntrico (Moura et al, 1998).

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A coordenação tem uma repercussão positiva na aprendizagem das habilidades motoras.

Assim, sobretudo nas idades mais baixas, onde a aprendizagem das habilidades motoras

específicas do futebol e da motricidade em geral se revela mais significativa, os exercícios de

coordenação, nomeadamente os de aquisição de uma boa técnica de corrida, devem fazer

parte de todas as sessões de treino.

O desenvolvimento da flexibilidade tem como objectivo assegurar movimentos de grande

amplitude com evidentes repercussões no desenvolvimento de força3. Os exercícios a utilizar

serão: flexibilidade estática passiva, flexibilidade estática activa, PNF e movimentos balísticos

(sempre após os exercícios anteriores). Exercícios de flexibilidade estática passiva devem ser

executados durante os períodos de repouso entre repetições e na transição entre exercícios.

Apresenta-se abaixo um quadro que pretende orientar o planeamento da flexibilidade e da

força de acordo os escalões etários.

Flexibilidade Coordenação Pliometria Força Média Força Superior

Escolas ��� ��� � � �

Infantis ��� ��� � �� ��

Iniciados ��� �� �…�� ��� ���

Juvenis ��� �� ��� ��� ���

Juniores ��� �� ��� ��� ���

2.6 O Coordenador Técnico-pedagógico (CTP) é o “treinador dos

treinadores”

O “treinador principal” de todas as equipas da SEA é o seu CTP.

Embora a responsabilidade directa de orientação dos treino e jogos das equipas sejam da

responsabilidade dos seus respectivos treinadores, a supervisão de todos processos didáctico-

pedagógicos cabe ao CTP.

Entre as estratégias de supervisão, destacam-se as seguintes: observação de treinos e jogos;

análise conjunta com os treinadores dos problemas da equipa/departamento de formação;

tutoria a treinadores em casos específicos; reuniões com os treinadores, etc.

2.7 Tempo de treino previsto igual a tempo de treino útil

O tempo de prática tem que ser rentabilizado ao máximo, por isso, é fundamental que se

aproxime o tempo útil ao previsto.

Os treinadores devem cumprir e fazer cumprir o horário dos treinos, preparando com a

antecedência necessária a sessão de treino e implementar rotinas de gestão do grupo de

trabalho (colocar/arrumar material e agrupar para transmitir informação, por exemplo).

3 Se o músculo está estirado no seu comprimento óptimo, existe uma sobreposição óptima dos

miofilamentos de actina e miosina. Quando o músculo é estimulado, a formação de pontes leva a uma contracção máxima.

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2.8 Conteúdos de treino significativos e adaptados a cada escalão etário

A qualidade da prática deve assumir preponderante importância na planificação das sessões

de treino. Os conteúdos de treino devem ser significativos para a evolução dos jogadores e do

crescimento da equipa, nomeadamente, na consolidação do MJ, no acrescentar de detalhes a

esse mesmo MJ, estabelecer critérios de sucesso orientados para a qualidade táctica e técnica

dos jogadores, assegurar um tempo de prática adequado para a consolidação de

comportamentos desejáveis, etc.

A planificação das sessões de treino e, por sua vez a escolha dos seus conteúdos, terão que

estar em concordância com o escalão etário a que diz respeito. Além dos aspectos da gestão

do tempo de exercício, pausas e número de séries, os treinadores terão que adaptar os

conteúdos ao processo de crescimento quer dos jogadores quer da equipa, não

desconsiderando que, normalmente, só se consegue aprender o objectivo do exercício, após

“aprender o exercício”, ou seja, a sua organização, gestão e desenvolvimento.

2.9 Ambiente de aprendizagem rico e diversificado

Os conteúdos propostos nos treinos e outros momentos pedagógicos devem ser construídos

na perspectiva do enriquecimento do reportório futebolístico dos jogadores. A sua riqueza

deriva também de propostas adequadas à apropriação de multi-competências que conduzam à

formação integral do jogador.

A diversificação das propostas de conteúdos de treino deve ser tão ampla quanto possível,

garantindo, por essa via também, que o jogador poderá explorar, experimentar e consolidar

um número alargado de habilidades e competências.

Claro que apesar da diversificação acima referida, não se deve esquecer o princípio da

repetição sistemática do treino, pois só repetindo (…sem repetir!) se podem consolidar as

habilidades. Por isso, deve recorrer-se a situações jogadas, com constrangimentos de tempo,

espaço, relação entre o número de jogadores, etc. em que o ponto de partida para a

construção dessas propostas de conteúdos de treino seja o MJ.

A riqueza e diversificação das propostas dos conteúdos de treino deve ser entendida também

pelo acrescentar de detalhes à organização do jogo – dinâmica do SJ -, aumentando a sua

complexidade.

2.10 Atitude competitiva orientada para a vitória

O conceito “ganhar” deve ser mais lato que a simples vitória do jogo.

Os treinadores devem orientar os seus jogadores para a obtenção de vitórias parciais e não

necessariamente somente orientadas para o jogo. Antes de “ganhar um jogo” devemos ganhar

competências para o ganhar, porque se assim não for, corremos o risco de, ao perder ou

empatar um jogo, TUDO perder, inclusive os jogadores.

Abaixo seguem algumas pequenas vitórias que somadas, talvez multiplicadas, nos fazem

ganhar com mais segurança.

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...ganhar todos os treinos!

...ganhar fora dos treinos (repouso)!

...ganhar capacidade para jogar, treinando mais e melhor!

...ganhar capacidade para sofrer!

...ganhar vontade de jogar e ganhar!

...ganhar a bola (quando não a temos)!

...ganhar espaço para jogar!

...ganhar cada duelo 1 contra 1!

...ganhar cada combinação ofensiva!

...ganhar cada situação de finalização!

...ganhar uma equipa!

...

Assim, a consequência será ganhar mais jogos, mais campeonatos e, mais importante, mais

jogadores!

2.11 O trabalho como forma de aceder à excelência

A regra das 10.000 horas (Ericsson, 2000) sugere que somente uma prática deliberada e

constante pode conduzir à excelência.

Os jogadores da SEA devem acreditar que só trabalhando intensamente poderão atingir o

sucesso e esta atitude terá que ser fomentada pelos treinadores e directores.

2.12 Jogador Modelo4

▪ Que não se acomoda, supera-se quando necessário

▪ Ajuda a criar um clima colectivo de superação

▪ Não teme competir sob pressão

▪ Capacidade de decisão/acredita em si próprio

▪ Autodisciplinado, responsável

▪ Não se sobrepõe individualmente ao colectivo

▪ Disponível para aprender e melhorar

4 Adaptado de Jorge Araújo, Revista Horizonte, Vol. XVII, nº 100, 2001

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▪ Saber adquirido + Transpiração + Inspiração

▪ Reage de modo persistente à fadiga, ao erro e ao sucesso

2.13 Etapas de Formação

2.13.1 Fundamentos - até aos 12 anos

� Proporcionar vivências no âmbito dos fundamentos do jogo de futebol em

complemento com outras modalidades - esquema corporal.

� Desenvolver os fundamentos da capacidade de jogo de acordo com as seguintes fases

(Garganta, 2002):

▪ construção da relação com a bola;

▪ consciencialização dos alvos;

▪ construção da noção de oposição;

▪ construção da noção de cooperação

� Construir os fundamentos do MJ para competição e para o treino

2.13.2 Especialização - 13 aos 15 anos

� Orientar os jogadores para o rendimento colectivo através da constante superação do

rendimento individual no cumprimento da especificidade do MJ

� Dominar os princípios do MJ

2.13.3 Rendimento - 16 aos 18 anos

� Potenciar e maximizar o rendimento individual através do aumento da capacidade de

jogo como contributo para o rendimento colectivo:

▪ o MJ deve assumir a sua máxima expressão

▪ o treino e a competição como desafios à maximização e superação da

capacidade de jogo

2.14 Focos atencionais

Em cada escalão etário, a proposta dos conteúdos de treino e a sua avaliação em jogo deve

centrar-se em determinados temas, que serão os focos atencionais para esse escalão - …ou o

exacerbar da frequência de solicitação de determinados comportamentos pela colocação

sistemática de determinado tipo de problemas.

Escolinhas

▪ Princípios básicos do jogo (centro do jogo)

▪ Relação com bola

▪ Coordenação

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9

Infantis

▪ Organização dos momentos do jogo

▪ Coordenação/velocidade

Iniciados

▪ Sistemas de jogo (principal e variante)

▪ Defesa à zona

▪ Força (iniciação)

Juvenis

▪ Sistemas de jogo (principal, variante e recurso)

▪ Pressing como corolário da defesa à zona

▪ Sistematização do MJ do ponto de vista estratégico

▪ Força

2.15 Projecção do número de jogadores inscritos/referenciados

Trata-se de uma estimativa razoável dentro do conceito de pirâmide desportiva e da

localização de implementação do projecto.

A implementação da totalidade das equipas será faseada e em função das condições

estruturais e infra-estruturais existentes e a criar.

Número de Jogadores por Equipa/Escalão

Escalão Inscritos Referenciados

Juvenis Sub 16 23 a 25 6 a 7

Juvenis Sub 15 23 a 25

Iniciados Sub 14 23 a 25 10 a 11

Iniciados Sub 13 23 a 25

Infantis Sub 12 23 a 25

13 a 16 Infantis Sub 11

Infantis Sub 11 (1xF7)

25 a 27

15 a 20

Escolas Sub 10 (2xF7) mais de 30

19 a 20 Escolas Sub 9 (2xF7)

Pré-escolas Sub 8 (4xF7)

mais de 30

mais de 30

O conceito de jogador referenciado corresponde àquele que decorre da capacidade jogo

evidenciada durante a época desportiva, tendo em conta o MJ e a respectiva avaliação dos

treinadores e CTP em níveis de excelência.

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2.16 Paciência e soluções alternativas para jogadores potencialmente

talentosos em estados maturacionais atrasados

Os jovens que nascem mais perto do limite das divisões dos escalões etários, normalmente

coincidentes com o final do ano civil (Dezembro), parecem ficar desfavorecidos no acesso a

altos níveis de rendimento no desporto relativamente àqueles que nascem no início do ano

(Musch, Jochen, 2001). Por exemplo, a diferença entre um indivíduo que nasça em 31 de

Dezembro e outro que nasça em 1 de Janeiro do ano seguinte é de apenas um dia. Mas, no

panorama desportivo e, particularmente em Portugal e no futebol, na sua inscrição ficarão

distanciados por um ano e, no caso de o primeiro estar no limite do escalão, por dois.

A tendência geral é que os jogadores que chegam a mais altos rendimentos tenham nascido

nos primeiros meses do ano. No caso dos 30 pré-convocados para a selecção nacional de

futebol para o Mundial 2010, na Africa do Sul, 40% deles nasceram entre Janeiro e Março e só

17% nasceram entre Outubro e Dezembro.

A idade relativa não é considerada na divisão dos escalões etários (escolas, infantis, iniciados,

juvenis e juniores no futebol), ainda com a agravante de estes escalões compreenderem dois

anos.

Além deste factor, sobretudo na idade do “salto pubertário” (entre os 11 e os 15 anos), as

diferenças maturacionais podem acentuar-se, levando a perfis físicos e de aptidão muito

díspares.

É importante que se atenuem e relativizem estas diferenças no momento da detecção e

selecção de potenciais talentos, pois, em idades precoces, podem estar a ser niglenciados

potenciais talentos “encobertos” pelo seu estado maturacional relativamente atrasado.

A existência de duas equipas por escalão é fundamental para desagravar esta tendência, mas

outras estratégias devem ainda ser consideradas, pois o compromisso entre o “ganhar os

jogos” e “ganhar os jogadores” deve ser efectivo e não retórico.

Estratégias a serem adoptadas, após análise de cada caso:

▪ Encorajamento efectivo, por parte do treinador e outros agentes responsáveis no

processo de formação, como por exemplo pais e directores, relativamente à

assiduidade aos treinos e persistência do empenho nas tarefas;

▪ Consulta de técnicos especializados em dietética para despiste de alguma insuficiência

alimentar e respectivo aconselhamento dietético;

▪ Programas de força específica;

▪ Empréstimo do jogador a outras equipas por uma ou duas épocas, permitindo uma

maior hipótese de competição (esta hipótese deve ser considerada em último caso).

2.17 Introdução em equipas de escalões superiores (contextos de superação)

os jogadores em estados maturacionais/capacidade de jogo precoces

No processo de formação os jogadores devem ser colocados em permanentes contextos de

superação. Assim, quando o estado maturacional e a capacidade de jogo dos jogadores é

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relativamente superior à verificada no seu escalão de competição devem ser inseridos, pelo

menos, no escalão superior.

Esta transição deve ser mais efectiva entre a equipa de primeiro e segundo ano, quando

existirem.

Cada situação deve ser analisada individualmente, ponderar as vantagens e desvantagens,

perspectivar as estratégias de inserção na nova equipa e ser alvo de avaliações periódicas no

sentido de aferir o estado de evolução do jogador.

No entanto, este conceito tem uma regra a ser cumprida. O jogador que está inserido num

escalão acima do seu, sempre que não jogar em dois jogos consecutivos, deve ser convocado

para o jogo seguinte da sua equipa de origem. O jogador deverá ser considerado como parte

totalmente integrante da estratégia do treinador para esse jogo, desde que o jogador não

tenha infringido o regulamento interno e se encontre em condições de forma desportiva para

a competição.

2.18 Regulamento interno orientado para a apropriação de competências

sociais e individuais adequadas

O regulamento a criar deverá reflectir, através do seu articulado, uma filosofia formativa,

apontando para elevados valores morais e cívicos, que sejam transversais nos vários contextos

da vida dos jogadores.

Por exemplo, não deve ser permitido aos jogadores e treinadores utilizar palavrões, assim

como, demonstrar atitudes de civismo.

2.19 Disciplina como condição essencial para ensinar

Cabe ao treinador estabelecer rotinas de gestão do treino e dos jogos, com base no

Regulamento Interno, para gerar ambientes propícios a uma aprendizagem de qualidade.

Cumprir e fazer cumprir o Regulamento Interno é condição essencial a ser adoptada pelos

treinadores e funciona como primeira estratégia para estabelecer a disciplina.

Todas as estratégias adoptadas com o objectivo de manter a disciplina nos treinos e jogos

devem ser partilhadas com o CTP e em reuniões de treinadores.

2.20 Politica de contratações de treinadores

A política de contratações de treinadores é baseada em critérios de qualidade da formação e

no comprometimento dos mesmos com as linhas orientadoras do projecto.

2.21 Assertividade

O comportamento assertivo pode ser definido como aquele que envolve a expressão directa, pela pessoa, das suas necessidades ou preferências, emoções e opiniões sem que, ao fazê-lo, ela experiencie ansiedade indevida ou excessiva, e sem ser hostil para o interlocutor. É, por

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outras palavras, aquele que permite defender os próprios direitos sem violar os direitos dos outros5.

A comunicação entre elementos de uma organização tende a gerar, por vezes, entropia, ou

seja, informação inútil, quer pela forma como foi produzida, quer pelo seu conteúdo.

Assim, os elementos da SEA devem ser assertivos na sua comunicação, diminuindo a

frequência de equívocos, utilizando uma linguagem clara e precisa com recurso a conceitos

comuns e estabelecidos pela dinâmica da sua própria auto-organização.

Os fluxos de informação devem ser o mais directos possível, evitando a intermediação. Neste

aspecto, existe uma excepção por se achar que pode existir um conflito de interesses que, por

sua vez, pode inviabilizar a assertividade. Trata-se da comunicação entre treinadores e

encarregados de educação. Aqui, o CTP servirá sempre de intermediário.

2.22 Partilha de problemas e sucessos entre os intervenientes no projecto

A procura de cumplicidade na implementação e desenvolvimento do projecto entre os seus

vários intervenientes deve ser uma constante.

Por exemplo, a cooperação entre os treinadores para o processo de formação dos jogadores é

de primordial importância, permitindo que aquele se faça com o mínimo de atropelos e

descontinuidades. Assim, quer nas reuniões marcadas para o efeito, quer em momentos

informais, deve haver entre os treinadores um forte espírito crítico e a respectiva aceitação,

fomentando o crescimento de um corpo comum de ideias.

5 Assert yourself, M.D. Galassi e J.P. Galassi, Human Sciences Press, traduzido e adaptado por Catarina

Dias e Guiomar Gabriel, GAPsi- Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (https://dspace.ist.utl.pt/bitstream/2295/158363/1/Assertividade.pdf)

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13

3 Organização da estrutura

Apesar de se entender uma estrutura organizativa como um sistema complexo em plena

(re)construção com múltiplas sinergias, importa orientar os canais preferenciais de

comunicação da informação, bem como da responsabilidade hierárquica da tomada de

decisões. Nesse sentido, é fundamental que cada elemento da estrutura conheça e cumpra as

suas funções de forma que os seus contributos não se sobreponham aos demais e, por outro

lado, contribuam decisivamente para o sucesso da mesma.

Abaixo explicitam-se de forma exaustiva, embora não permanente e absoluta, as funções

inerentes à organização estrutural do projecto.

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Organograma

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3.1 Presidente

a) Exercer funções de direcção sobre as sub-estruturas hierarquicamente

dependentes, usufruindo de voto de qualidade em decisões sobre matérias que

forem alvo de votação nessas mesmas sub-estruturas;

b) Assegurar as condições de implementação e operacionalização do presente

projecto;

c) Nomear os elementos para os restantes cargos directivos;

d) Contratar, em colaboração com o Director da Formação e o CTP e segundo os

critérios a definir, os quadros técnico, administrativo, clínico e de apoio logístico.

3.2 Director da Formação

a) Assessorar directamente o Presidente, substituindo-o nas suas funções na

impossibilidade daquele;

b) Assegurar a aplicação das orientações do projecto;

c) Exercer funções de direcção, nomeadamente sobre o Coordenador

Técnico/Pedagógico, os directores de cada equipa e do departamento clínico.

3.3 CTP

a) Exercer funções de coordenação técnica e didáctico-pedagógica junto do quadro de

treinadores assegurando o cumprimento das orientações metodológicas propostas

no MJ, de treino e de jogador do projecto;

b) Exercer funções de coordenação entre o quadro de treinadores, Departamento de

Psicologia, Departamento Clínico e Coordenador dos Directores;

c) Programar e planear a época desportiva;

d) Reunir mensalmente com o quadro de treinadores do departamento (no início da

época desportiva deve reunir com maior assiduidade);

e) Avaliar o processo e os resultados do projecto, suportados num relatório anual;

f) Sugerir à CPAP, em colaboração com os treinadores, a subida de escalão dos

jogadores referenciados, garantindo sempre a adequação e o propósito pedagógico

dessa decisão;

g) Cooperar com as equipas técnicas no acompanhamento e controlo do rendimento

escolar dos jogadores;

h) Afixar semanalmente a programação semanal do departamento;

i) Elaborar as fichas de trabalho do departamento;

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j) Colaborar na actualização da base de dados clínico-desportiva dos jogadores;

k) Planear e organizar eventos promocionais e/ou de formação;

l) Planear e organizar eventos para selecção de talentos;

m) Sugerir alterações ao Regulamento Interno;

n) Zelar pela aplicação rigorosa do Regulamento Interno em colaboração com os

treinadores e directores;

o) Dar parecer sobre os jogadores indicados pelo Departamento de Scouting que

apresentam potencial para integrar o projecto.

p) Supervisionar os treinos e os jogos das equipas.

3.4 Comissão Permanente de Avaliação do Projecto (CPAP)

A CPAP é constituída pelos seguintes elementos: Presidente, Director da Formação e CTP;

a) A CPAP reunirá, pelo menos, bimensalmente;

b) Avaliar a implementação do Projecto;

c) Deliberar alterações ao presente projecto;

d) Referenciar, atendendo à análise dos relatórios elaborados para o efeito pelos

treinadores em colaboração com o CTP, os jogadores de excelência desportiva com

base nos seguintes critérios:

i. Persistência nos comportamentos futebolísticos de excelência;

ii. Atitude empenhada na superação das suas capacidades;

iii. Demonstração continuada de atitudes de civismo e de urbanidade;

e) Decidir sobre a subida de escalão dos jogadores anteriormente referenciados por

sugestão do CTP, garantindo sempre a adequação e o propósito pedagógico dessa

decisão;

f) Avaliar os relatórios oriundos do Departamento de Scouting informando o

Departamento Jurídico daqueles que se apresentam;

g) Definir critérios para a constituição dos quadros técnico (treinadores e scouting) e

clínico do projecto;

3.5 Departamento Jurídico

a) Dar parecer e prestar demais assessoria sobre assuntos de natureza jurídica;

b) Zelar pelo cumprimento e observância da legislação aplicável ao projecto,

nomeadamente nas relações contratuais com os jogadores, quadros técnicos e

administrativos;

c) Avaliar, as propostas contratuais;

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d) Participar na resolução de contenciosos que envolvam o projecto.

3.6 Departamento de Marketing e Merchandising

a) Elaborar estratégias de marketing e merchandising, formulando os planos e os

orçamentos correspondentes;

b) Realizar estudos de mercado;

c) Derigir, animar e controlar os vendedores, adistribuição física dos produtos,

oserviço de pós-venda, as actividades técnico-comerciais, o estabelecimento de

projectos e orçamentos, facturação e cobranças.

d) Promover os produtos e serviços através de vários meios, nomeadamente

publicidade;

e) Desenvolvimento de novos produtos/serviços

3.7 Coordenador dos Directores

a) Gerir, planear e assegurar a operacionalidade logística na participação condigna nos

jogos, treinos e outros eventos;

b) Coordenar os transportes para os jogos, treinos e outros eventos de acordo com o

planeamento em reunião semanal com os directores de cada equipa;

c) Distribuição do serviço de fisioterapeuta aos treinos e jogos em reunião semanal

(deve ser assegurada a assistência de pelo menos um fisioterapeuta por cada

período de treino).

3.8 Director Equipa

a) Assegurar as condições para a realização condigna das actividades da equipa

para a qual foi designado:

i. transporte para os jogos realizados fora e para os treinos;

ii. zelar pelos equipamentos para os jogos;

iii. providenciar um lanche para os jogadores no final dos jogos;

iv. nos jogos a realizar em casa, assegurar um ambiente acolhedor na

recepção aos árbitros e zelar pelo seu bem-estar nas instalações do clube

v. nos jogos a realizar em casa, providenciar um lanche para os árbitros;

b) Reunir semanalmente com o Coordenador dos Directores para planeamento e

gestão dos recursos e respectiva logística para os jogos e treinos;

c) Permanecer nas instalações durante a realização dos treinos da equipa para a

qual foi designado;

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d) Elaborar a ficha oficial para cada jogo;

e) Registar em ficha própria os cartões atribuídos, o tempo de jogo e os golos

marcados e sofridos por cada jogador em cada jogo;

f) Comunicar ao Coordenador dos Directores e ao treinador factos anómalos de

conteúdo disciplinar;

g) O Director de Equipa pode ser coadjuvado por um Director Adjunto.

3.9 Departamento de Scouting

a) Detectar, observar e avaliar jogadores com potencial futebolístico para

integração no projecto, quer a nível nacional, quer em mercados emergentes;

b) Elaborar relatórios dos jogadores supra referidos;

c) Elaborar estratégias comunicativas de largo espectro geográfico de forma a

construir um sistema de informação fiável e contínuo que permita a detecção

de potenciais valores futebolísticos;

d) Construir uma base de dados dos jogadores referenciados;

e) Sob condições especiais, realizarem observações de equipas adversárias,

elaborando respectivo relatório que será remetido ao treinador da equipa do

respectivo quadro competitivo.

3.10 Treinadores

a) Planear, orientar e avaliar os treinos previstos no plano semanal de acordo

com a metodologia de treino adoptada e tendo como finalidade o

desenvolvimento da capacidade de jogo dos jovens jogadores em

conformidade com o MJ;

b) Orientar os jogos da sua equipa de acordo com MJ, mantendo uma atitude

pedagógica e de rigor disciplinar para com os jogadores;

c) Reunir mensalmente com o CTP;

d) Sob o ponto de vista desportivo, manter actualizada a base de dados

respeitante aos jogadores da sua equipa;

e) Por sugestão do CTP e em colaboração com o Departamento de Scouting,

observar jogadores de outras equipas e de outros quadros competitivos que

apresentem potencial futebolístico capaz de integrar o projecto, elaborando o

respectivo relatório;

f) Enriquecer o seu currículo através da frequência de cursos de Treinadores e

acções de formação.

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3.11 Coordenador do Departamento Clínico

a) Coordenar o Departamento Clínico, assegurando a correcção e oportunidade

dos diagnósticos e tratamentos proferidos pelos fisioterapeutas do

departamento;

b) Observar os jogadores que apresentem lesões e registar os respectivos

diagnósticos e tratamentos;

c) Manter actualizada a base de dados respeitante aos jogadores que contraem

lesões ou são afectados por doenças;

d) Assegurar a prevenção de doenças e a promoção da higiene através de acções

de sensibilização junto dos jogadores e dos fisioterapeutas;

3.12 Fisioterapeutas

a) Planear e coordenar em colaboração com o Coordenador do Departamento

Clínico os tratamentos dos jogadores lesionados;

b) Assegurar a presença nos treinos de acordo com o plano semanal;

c) Registar em ficha individual própria a origem e o tratamento proposto para

cada jogador lesionado;

d) Consultar o Coordenador do Departamento Clínico em caso de dúvida ou lesão

considerada grave;

e) Realizar os tratamentos planeados aos jogadores;

f) Assegurar, em colaboração com o CTP e os treinadores, a recuperação

completa dos jogadores pós-lesão;

g) Acompanhar as equipas durante os jogos para os quais for designado;

h) Colaborar com o Coordenador Clínico na actualização da base de dados

respeitante aos jogadores que contraem lesões ou são afectados por doenças;

i) Enriquecer o currículo através da frequência de cursos e acções de formação

na sua área de intervenção.

3.13 Serviços Administrativos

a) Executar toda a escrituração respeitante à contabilidade geral;

b) Executar os pagamentos decorrentes dos contratos em vigor e arquivar os

respectivos comprovativos;

c) Executar as quotas dos jogadores da Escola Aberta, passar os recibos e

arquivar os respectivos duplicados;

d) Elaborar as relações de documentos de receitas, despesas e pagamentos a

submeter à apreciação e aprovação do Presidente;

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e) Elaborar guias e relações, a enviar ao Estado ou outras entidades, das

importâncias de retenção na fonte, de impostos do IVA e de quaisquer outras

que lhes pertençam e lhes sejam devidas;

f) Preparar os processos relativos à inscrição dos jogadores junto dos organismos

responsáveis pela organização dos quadros competitivos;

g) Proceder à recepção, abertura, classificação e registo de toda a

correspondência entrada;

h) Manter em depósito o material de uso corrente indispensável ao regular

funcionamento dos serviços administrativos da academia;

i) Exercer funções de atendimento ao público.

3.14 Técnico de Equipamentos

a) Garantir o número e qualidade dos equipamentos dos jogadores e quadro

técnico para os treinos e jogos;

b) Distribuir, após requisição dos treinadores e/ou directores, dos equipamentos

para os treinos e jogos;

c) Zelar pelo bom estado e manutenção de todos os equipamentos,

nomeadamente bolas, sinalizadores e coletes;

d) Prestar apoio logístico, na área de equipamentos, nos jogos realizados nas

instalações da academia.