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PROJECTO DE GRAFITE DA GRAFEX, ANCUABE, MOÇAMBIQUE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL, SOCIAL E DE SAÚDE PROJETO PARA SUBMISSÃO PARA DPTADER E MITADER Preparado para: Preparado por: GRAFEX, LIMITADA. Coastal & Environmental Services Avenida 25 de Setembro nº 1383, 6º Andar, Flat 613 Maputo Moçambique www.tritonminerals.com Avenida da Mozal, Porta 2334 Beluluane Célula D. Quarteirão 02, Matola Cidade, Maputo, Moçambique. Telefone: +258 82 413 6038 Website: www.cesnet.co.za JANEIRO, 2018

PROJECTO DE GRAFITE DA GRAFEX, ANCUABE, … Ancuabe 206Amber260717/2. DRAFT... · Título do relatório: Avaliação de Impacto Ambiental, Aocial e de Saúde Versão do Relatório:

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PROJECTO DE GRAFITE DA GRAFEX,

ANCUABE, MOÇAMBIQUE

AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL, SOCIAL E DE SAÚDE

PROJETO PARA SUBMISSÃO PARA DPTADER E MITADER

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Avaliação de Impacto Ambiental, Social e de Saúde

ii

PROJECTO DE GRAFITE DA GRAFEX,

ANCUABE, MOÇAMBIQUE

AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL, SOCIAL E DE SAÚDE

PROJETO PARA SUBMISSÃO PARA DPTADER E MITADER

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Coastal and Environmental Services

Título do relatório: Avaliação de Impacto Ambiental, Aocial e de Saúde Versão do Relatório: 1 Número do Projecto: 206

Nome Responsabilidade

Amber Jackson Autora

Tarryn Martin Autora

Justin Green Autora

Anthony (Ted) Avis Revisor

Direitos Autorais Este documento contém informações sobre propriedade intelectual e propriedade que são protegidas por direitos autorais a favor da EOH Coastal & Environmental Services (CES) e consultores de especialidade. Por conseguinte, o documento não pode ser reproduzido, utilizado ou distribuído a terceiros sem o consentimento prévio por escrito da CES. Este documento foi preparado exclusivamente para submissão ao Cliente e está sujeito a todos os segredos de confidencialidade, direitos autorais e comerciais, regulamenta as leis e práticas de propriedade intelectual de Moçambique e África do Sul.

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LISTA DE ACRÓNIMOS

°C Graus Celsius

µg/m³ Micrograma por metro cúbico

µm Micrometro

AASAV Análise Abrangente de Segurança Alimentar e Vulnerabilidade

ADEL- CD Agência de Desenvolvimento Económico Local de Cabo Delgado

AIA Avaliação de Impacto Ambiental

AIAS Análise de impacto ambiental e social

AIASS Avaliação de Impacto Ambiental, Social e de Saúde

AISS Avaliação de impacto social e de saúde

ANFO Nitrato de amônio

anmm acima do nível do mar

ASS Ambiente, Saúde e Segurança

ASX Australian Securities Exchange

AV Alta voltagem

BAD Banco Africano de Desenvolvimento

BEI Banco Europeu de Investimento

bgl Abaixo do nível do solo

CAP Comunidades afectadas pelo projecto

CCD Centro de Controlo de Disastres

CEO Chefe do Executivo

CES Coastal and Environmental Services

CITES Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens

CO Monóxido de carbono

DAM Drenagem Ácida de Minas

DNCs Doenças não comunicáveis

DSTs Doenças sexualmente transmissíveis

DUAT Direito do Uso e Aproveitamento da Terra

EAM Escorrência Anual Média

EDM Eletricidade de Moçambique |

EPDA Estudo de Pré-viabilidade ambiental e Definição de Âmbito

EPE Espécies de preocupação especial

EPR Enquadramento da Política de Reassentamento

ha Hectare

HIV/SIDA Vírus da imunodeficiência humana

IAA Instalação de armazenamento de água

IATR Infecção Aguda do Trato Respiratório

IED Investimento Estrangeiro Direto

IFC Corporação Financeira Internacional

ITR Infecção do Trato Respiratório

IUCN União Internacional para a Conservação da Natureza

km Quilômetros

kV Kilovolts

LPP Licença de Prospecção e Pesquisa

m3 Metro cúbico

MB Minério Bruto

MITADER Ministério de Terras, Ambiente e Desenvolvimento Rural

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mm Milímetro

mm/s Milímetros por segundo

Mt/a Tonelada métrica por ano

MW Mega Watts

MZN Metical Moçambicano

NMM Nível médio do mar

NO2 Dióxido de Nitrógeno

ONG Organização não-governamental

OSFL Organização Sem Fins Lucrativos

PAR Plano de Acção de Reassentamento

PD Padrões de Desempenho

PE Princípios do Equador Instituição Financeira

PE Pilha de Estéril

PEPI Plano de engajamento das partes interessadas

PGA Programa de Gestão Ambiental

PGAS Plano de Gestão Ambiental e Social

PI&As Partes interessadas e afetadas

PIB Produto Interno Bruto

PM10 Material Particulado

PNQ Parque Nacional Quirimbas

PPP Processo de participação pública

PrGA Programa de Gestão Ambiental

QA Quase Ameaçada

RIA Relatório de Impacto Ambiental

SASS5 Sistema de Pontuação sul-africano

SEA’s Avaliação Ambiental Estratégica

SIG Sistemas de Informação Geográfica

T Toneladas

TB Tuberculose

TSF Instalação de armazenamento de rejeitos

WHO Organização Mundial de Saúde

WWF World Wildlife Fund

°C Graus Celsius

µg/m³ Micrograma por metro cúbico

µm Micrometro

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TABELA DE CONTEÚDOS

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1

1.1. VISÃO GERAL DO PROJECTO .................................................................... 1 1.2. O ProponentE ............................................................................................... 1 1.3. OS CONSULTORES ...................................................................................... 2 1.4. OBJETIVO DO PRESENTE RELATÓRIO ..................................................... 2 1.5. ESTRUTURA DESTE RELATÓRIO .............................................................. 3 1.6. EXPERIÊNCIA DA EQUIPE .......................................................................... 3

1.6.1. Equipa de Gestão da AIASS da EOH Coastal & Environmental Services ...... 3 1.7. EQUIPE de ESPECIALISTAs ........................................................................ 4

2. QUADRO LEGAL DA AIAS EM MOÇAMBIQUE .......................................... 5

2.1. O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL EM MOÇAMBIQUE ................................................................................................................. 5

2.1.1. Etapa 1: Instrução do Processo e Pré-avaliação (Categorização) .................. 5 2.1.2. Etapa 2: Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Defiição de Âmbito e Termos

de Referência ................................................................................................. 5 2.1.3. Etapa 3: Revisão do Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição de

Âmbito e Termos de Referência pela Autoridade ........................................... 5 2.1.4. Etapa 4: O Processo de Participação Pública ................................................ 6 2.1.5. Etapa 5: Estudo de Impacto Ambiental e Programa de Gestão Ambiental

(PGA) ............................................................................................................. 6 2.1.6. Etapa 6: Revisão do Relatório de Impacto Ambiental e Programa de Gestão

Ambiental pela Autoridade ............................................................................. 6 2.2. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL ........................................................................... 7 2.3. Padrões internacionais aplicados a este projeCto .................................. 13

2.3.1. Padrões de Desempenho da Corporação Financeira Internacional .............. 13 2.3.2. Directrizes Gerais de ASS da IFC ................................................................ 16 2.3.3. Directrizes da IFC para ASS na Mineração .................................................. 16

2.4. CONVENÇÕES INTERNACIONAIS ............................................................ 17

3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO ..................................................................... 18

3.1. FUNDAMENTO DO PROJECTO ................................................................. 18 3.2. FUNDAMENTO PARA ESTE DESENVOLVIMENTO .................................. 18 3.3. LOCALIZAÇÃO ........................................................................................... 19 3.4. DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE MINERAÇÃO DE GRAFITE ................. 21

3.4.1. Limpeza do local .......................................................................................... 21 3.4.2. Extração de minério ..................................................................................... 21 3.4.3. Processamento ............................................................................................ 21

3.5. CRONOGRAMA .......................................................................................... 23 3.5.1. Construção ................................................................................................... 23 3.5.2. Operação ..................................................................................................... 23

3.6. INFRACTIVIDADE PROPOSTA .................................................................. 25 3.7. DESCRIÇÃO DETALHADA DA INFRA-ESTRUTURA DE MINERAÇÃO PROPOSTA .................................................................................................................... 28

3.7.1. Cavas de Minéria e a infra-estrutura associada ............................................ 28 3.7.2. Pilhas de Estéril ........................................................................................... 29 3.7.3. Instalação de armazenamento de resíduos .................................................. 29 3.7.3.1. Barragem de água de processo ................................................................... 30 3.7.4. Estoques de Minério Bruto (ROM) ................................................................ 30 3.7.5. Fábrica de processamento ........................................................................... 31

3.8. INFRAESTRUTURA DE APOIO A MINERAÇÃO ........................................ 31 3.8.1. Agua ............................................................................................................ 31 3.8.1.1. Barragem de água bruta .............................................................................. 32

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3.8.1.2. Planta de tratamento de água potável .......................................................... 33 3.8.2. Fornecimento de energia.............................................................................. 33 3.8.3. Áreas de armazenamento de combustível e a estação de abastecimento de

combustível .................................................................................................. 34 3.8.4. Instalação de armazenamento de explosivo da mina ................................... 34 3.8.5. Borrow Pit .................................................................................................... 35 3.8.6. Pátio de armazenamento ............................................................................. 35 3.8.7. Requisitos de construção no local ................................................................ 35 3.8.8. Laboratório ................................................................................................... 35 3.8.9. Segurança de acesso e centro de treinamento ............................................ 35 3.8.10. Acampamento de acomodação .................................................................... 36 3.8.11. Resgate da Mina e Centro médico ............................................................... 36 3.8.12. Resíduos ...................................................................................................... 36 3.8.13. Transporte .................................................................................................... 37 3.8.14. Oportunidades de emprego .......................................................................... 38 3.8.15. Plano de Responsabilidade Social Corporativa ............................................ 38 3.8.16. Plano de Reassentamento ........................................................................... 39

4. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE BIOPHÍSICO ................................................ 41

4.1. CLIMA .......................................................................................................... 41 4.2. TOPOGRAFIA, HIDROLOGIA E GEOLOGIA ............................................. 41 4.3. HIDROGEOLOGIA ...................................................................................... 42 4.4. QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFicial ........................................................ 44 4.5. QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA .................................................. 44 4.6. USO DA TERRA .......................................................................................... 44 4.7. VEGETAÇÃO .............................................................................................. 45

4.7.1. Floresta de Miombo ...................................................................................... 45 4.7.2. Floresta Ripariana ........................................................................................ 46 4.7.3. Machamba / Mosaico de Floresta de Miombo Secundária ........................... 46 4.7.4. Distribuição de Vegetação ............................................................................ 47 4.7.5. Espécies de Preocupação de Conservação ................................................. 47

4.8. Fauna .......................................................................................................... 50 4.9. PEIXE .......................................................................................................... 51

5. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE SOCIAL ........................................................ 52

5.1. as comunidades afectadas pelo projecto ................................................. 52 5.1.1. Comunidades Afectadas .............................................................................. 52

5.2. DEMOGRAFIA LOCAL E INFRAESTRUTURAS SOCIAIS ......................... 55 5.2.1. Demografia Local ......................................................................................... 55 5.2.2. Nível Educacional ........................................................................................ 55 5.2.3. Cultura e Religião ......................................................................................... 56 5.2.4. Posse de Terra ............................................................................................. 56 5.2.5. Migração ...................................................................................................... 56 5.2.6. Condições de Vida dos Agregados Familiares ............................................. 56 5.2.7. Bens de Infra-estrutura Social ...................................................................... 57 5.2.8. Infraestruturas Básicas ................................................................................. 58

5.3. ESTRATÉGIAS DE MEIOS DE SUBSISTÊNCIA DOS AGREGADOS FAMILIARES .................................................................................................................. 59

5.3.1. Sectores de Emprego ................................................................................... 59 5.3.2. Uso de Recursos Naturais ............................................................................ 59 5.3.3. Meios de Subsistência Locais ...................................................................... 60 5.3.4. Rendimentos e Despesas dos Agregados Familiares .................................. 60

5.4. segurança alimentar e vulnerabilidade dos agregados familiares ......... 61 5.4.1. Segurança alimentar .................................................................................... 61 5.4.2. Vulnerabilidade dos Agregados Familiares .................................................. 61

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5.5. estado de saúde da comunidade .............................................................. 62 5.5.1. Instalações de saúde na área de estudo ...................................................... 62 5.5.2. Doenças Transmissíveis .............................................................................. 63 5.5.3. Doenças relacionadas com vectores ............................................................ 63 5.5.4. Doenças relacionadas com o solo, a água e resíduos .................................. 64 5.5.5. Doenças sexualmente transmissíveis .......................................................... 65 5.5.6. Problemas de saúde relacionados com alimentação e nutrição ................... 65 5.5.7. Doenças não transmissíveis ......................................................................... 65 5.5.8. Acidentes e lesões ....................................................................................... 66 5.5.9. Determinantes sociais da saúde ................................................................... 66 5.5.10. Práticas culturais de saúde .......................................................................... 66

6. METODOLOGIA DE IMPACTO ................................................................... 67

7. PRINCIPAIS IMPACTOS FÍSICOS .............................................................. 69

7.1. GeohIdrologia ............................................................................................. 69 7.1.1. Principais Resultados ................................................................................... 69 7.1.2. Impactos da mina na geohidrologia .............................................................. 70

7.2. GeoQUÍMICA ............................................................................................... 71 7.2.1. Principais resultados .................................................................................... 71 7.2.2. Impactos na geoquímica .............................................................................. 76

8. PRINCIPAIS IMPACTOS BIOLÓGICOS ..................................................... 78

8.1. Vegetação ................................................................................................... 78 8.1.1. Principais resultados .................................................................................... 78 8.1.2. Impactos na vegetação ................................................................................ 81

8.2. Fauna .......................................................................................................... 82 8.2.1. Principais resultados .................................................................................... 82 8.2.2. Impactos na fauna ........................................................................................ 82

8.3. PEIXES ........................................................................................................ 84 8.3.1. Principais resultados .................................................................................... 84 8.3.2. Impactos nos peixes ..................................................................................... 84

8.4. ÁGUA SUPERFICIAL .................................................................................. 85 8.4.1. Principais resultados .................................................................................... 85 8.4.2. Impactos na água superficial ........................................................................ 86

8.5. EFEITOS DA IAA NO REGIME DE FLUXO DO RIO DE MUAGUIDE ......... 88 8.5.1. Principais resultados .................................................................................... 88 8.5.2. Impactos da Instalação de Armazenamento de Água no regime de fluxo do

Rio Muaguide ............................................................................................... 89 8.6. QualiDADE DO AR ...................................................................................... 89

8.6.1. Principais resultados .................................................................................... 89 8.6.2. Impactos na Qualidade do Ar ....................................................................... 90

8.7. AVALIAÇÃO DE RESÍDUOS ...................................................................... 91 8.7.1. Principais resultados .................................................................................... 91 8.7.2. Impactos nos resíduos ................................................................................. 91

8.8. AVALIAÇÃO DE DETONAÇÃO .................................................................. 92 8.8.1. Principais resultados .................................................................................... 92 8.8.2. Impactos da Detonação ............................................................................... 93

9. IMPACTOS SOCIOECONÓMICOS E DE SAÚDE ....................................... 96

9.1. IMPACTOS SOCIOECONÓMICOS ............................................................. 96 9.1.1. Principais conclusões ................................................................................... 96 9.1.2. Impactos Sociais .......................................................................................... 96

9.2. SAÚDE ........................................................................................................ 98 9.2.1. Principais conclusões ................................................................................... 98

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9.2.2. Impactos na Saúde ...................................................................................... 99 9.3. USO DA TERRA E RECURSOS NATURAIS ............................................ 101

9.3.1. Principais conclusões ................................................................................. 101 9.3.2. Impactos no Uso da Terra e Recursos Naturais ......................................... 102

9.4. IMPACTO VISUAL ..................................................................................... 103 9.4.1. Principais conclusões ................................................................................. 103 9.4.2. Impactos visuais ......................................................................................... 103

9.5. TRÁFEGO E TRANSPORTE ..................................................................... 104 9.5.1. Principais conclusões ................................................................................. 104 9.5.2. Impactos do tráfego e do transporte ........................................................... 104

10. IMPACTOS CUMULATIVOS ..................................................................... 106

10.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 106 10.2. DESENVOLVIMENTO MAIS AMPLO OU MODO DE USO DE TERRA NA GRANDE ÁREA DO PROJECTO ................................................................................. 107

10.2.1. Outros desenvolvimentos ........................................................................... 107 10.2.2. Outros desenvolvimentos mineiros ............................................................. 108

10.3. IDENTIFICAÇÃO DE IMPACTOS CUMULATIVOS ................................... 109 10.4. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS CUMULATIVOS ....................................... 109

10.4.1. Alterações de habitat, fragmentação e perda de biodiversidade................. 109 10.4.2. Impactos na disponibilidade e produtividade da terra devido ao afluxo da

população .................................................................................................. 109 10.4.3. Mudança na disponibilidade e qualidade da água ...................................... 110 10.4.4. Mudanças no status quo socioeconómico e de saúde ................................ 110 10.4.5. Mudança para perfis de resíduos locais e conhecimento de gestão de

resíduos ..................................................................................................... 112 10.5. CONCLUSÃO ............................................................................................ 112

11. ALTERNATIVAS DO PROJECTO ............................................................. 113

11.1. ALTERNATIVAS DO PROJECTO ............................................................. 113 11.2. ALTERNATIVAS FUNDAMENTAIS .......................................................... 113

11.2.1. Cava das Minas ......................................................................................... 113 11.2.2. Instalação de Armazenamento de Água (Barragem) .................................. 114 Opção 1- IAA no Rio Mogido (Barragem da Dragão) ............................................... 115 Opção 2 - IAA no Rio Muagide (Barragem da Lagarto) - Preferida .......................... 115 11.2.3. Estrada de Acesso para o Local ................................................................. 115 Opção 1 - Estrada de Acesso do Norte .................................................................... 116 Opção 2 - Estrada de Acesso do Sul ....................................................................... 116 Avaliação Alternativa ............................................................................................... 117

11.3. ALTERNATIVAS INCREMENTAIS ............................................................ 117 11.3.1. Iterações de disposição .............................................................................. 117 11.3.2. Alternativas de componentes da mina ........................................................ 121 11.3.3. Local da planta ........................................................................................... 121 Opção 1 do Local da Planta ..................................................................................... 121 Opção 2 do Local da Planta ..................................................................................... 121 4.2.3.1 Avaliação de Alternativas do Local da Planta ............................................. 122 11.3.4. Pátio de ROM ............................................................................................. 123 Opção 1 do Pátio de ROM ....................................................................................... 123 Opção 2 do Pátio de ROM ....................................................................................... 123 Avaliação de Alternativas de Pátio de ROM ............................................................. 123 11.3.5. Local do Acampamento .............................................................................. 124 Opção 1 do Local da Acampamento ........................................................................ 124 Opção 2 do Local da Acampamento ........................................................................ 125 Avaliação de alternativa ........................................................................................... 125 11.3.6. Instalações de Armazenamento de Rejeitos............................................... 126

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Opção 1 da Instalação de Armazenamento de Rejeitos ........................................... 126 Opção 2 da Instalação de Armazenamento de Rejeitos ........................................... 126 Avaliação das Alternativas da Instalação de Armazenamento de Rejeitos ............... 128 11.3.7. Introdução de Estruturas de Controle de Sedimentos ................................ 129 11.3.8. Futuras alternativas incrementais: corredor de acesso ao local e corredor da

linha de transmissão de energia ................................................................. 130 11.4. ALTERNATIVA “NãO-AVANçAR” ............................................................ 131 11.5. RESUMO DAS ALTERNATIVAS ............................................................... 131

12. PLANO CONCEPTUAL DE DESCOMISSIONAMENTO E ENCERRAMENTO 133

12.1. PORQUE É REQUERIDO UM PLANO PRELIMINAR DE ENCERRAMENTO DA MINA 133 12.2. RESULTADOS, OBJECTIVOS E METAS DO ENCERRAMENTO ............ 133 12.3. RESULTADOS ESPECÍFICOS DE ENCERRAMENTO DO LOCAL, OBJECTIVOS E METAS .............................................................................................. 134 12.4. DESCOMISSIONAMENTO, REABILITAÇÃO E ENCERRAMENTO DE COMPONENTES ESPECÍFICOS ................................................................................. 136

12.4.1. Reabilitação da mina e cavas ..................................................................... 136 12.4.2. Despejo de rocha estéril ............................................................................. 137 12.4.3. Instalação de armazenamento de rejeitos .................................................. 137 12.4.4. Estradas ..................................................................................................... 138 12.4.5. Planta de Processamento e Outras Infraestruturas .................................... 139 12.4.6. Reabilitação Geral da Superfície ................................................................ 140

12.5. COMPONENTES SOCIAIS DE ENCERRAMENTO ................................... 140 12.6. INSPECÇÃO DO LOCAL DA MINA PÓS-ENCERRAMENTO, MONITORAMENTO AMBIENTAL E ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS .................... 142

13. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................... 144

13.1. DESCRIÇÃO COMPLETA DO PROCESSO SEGUIDO ............................ 144 13.2. RESUMO DE TODOS OS IMPACTOS ...................................................... 144 13.3. PRESSUPOSTOS, INCERTEZAS E LACUNAS ....................................... 146 13.4. RECOMENDAÇÕES .................................................................................. 146

13.4.1. Principais recomendações da fase de construção e operacional ................ 146 13.4.2. Planos e Programas de Gestão Recomendados ........................................ 149 13.4.3. Opinião do profissional ambiental sobre se o projecto deve ser autorizado 150 13.4.4. Descrição do projecto e condições a serem incluídas na AA ...................... 151

13.5. CONCLUSÃO ............................................................................................ 152 13.6. CAMINHO A SEGUIR ................................................................................ 152

14. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................... 153

A descrição das áreas de armazenamento de combustível e uma estação de abastecimento podem ser encontradas na Secção 3.8.3 da AIASS e na instalação de armazenamento de explosivo da Minas na Secção 3.8.4 da AIASS. ....................................................................................................... 164

O PrGAS prescreve as condições de armazenamento necessárias para todos os materiais no local, estas podem ser encontradas nas medidas de mitigação para cada fase; por exemplo: ..................................................................... 164

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite ix

LISTA DE FIGURAS Figura 2-1: As etapas seguidas durante o processo AIAS em Moçambique. ................. 7 Figura 3-1: Localização do projecto de Ancuabe dentro da Província de Cabo Delgado. ........................................................................................................................................... 20 Figura 3-2: Diagrama de fluxo que ilustra o processo de mineração ............................ 24 Figura 3-3: Infra-estrutura do projecto para Ancuabe .................................................... 27 Figura 3-4: Diagrama mostrando o conceito das duas células da Instalação de Armazenamento de Rejeitos. ........................................................................................... 30 Figura 3-6a: Barragem de água bruta .............................................................................. 33 Figura 3-6b: Detalhe da represa da barragem de água crua e detalhes do vertedouro 33 Figura 4-2: Hidrologia de superfície da Área de Projecto de Grafite de Ancuabe ........ 43 Figura 4-3a: Mapa de vegetação da área de estudo ....................................................... 48 Figura 4-3b: Mapa de vegetação da área de estudo ....................................................... 49 Figura 7-1 : Plumas de Drenagem Ácida de Minas ao longo de um período de 26 anos de operação ....................................................................................................................... 73 Figura 7-2: Plumas da Drenagem Ácida de Minas 100 anos após a operação de mineração .......................................................................................................................... 74 Figura 7-3: ZDI mitigacional reduzida com trincheira de captura de infiltração ........... 75 Figura 8-1a: Mapa de sensibilidade da vegetação da área de estudo ........................... 79 Figura 8-1b: Mapa de sensibilidade da vegetação da área de estudo ........................... 80 Figure 8-2: Áreas sensíveis identificadas para a Cava T12 ........................................... 94 Figure 8-3: Áreas sensíveis Identificadas para Cava T16. ............................................. 95 Figura 10-1. Corredores de desenvolvimento propostos para o Norte de Moçambique. A Mina de Grafite de Ancuabe (Estrela Vermelha) fica a oeste de Pemba dentro do Corredor de Lichinga ...................................................................................................... 108 Figura 11-1: Mapa de recursos mostrando apenas depósitos T12 e T16 ................... 114 Figura 11-2: Localização das duas Opções da IAA e suas respectivas bacias hidrográficas ................................................................................................................... 114 Figura 11-3: Localização das duas opções de Estrada de Acesso juntando-se à EN 243 ......................................................................................................................................... 116 Figura 11-5: Opção de Disposição 2 - Disposição secundária .................................... 119 Figura 11-6: Opção de Disposição 3 - Final e Preferida ............................................... 120 Figura 11-7: Locais alternativos de componentes da mina ......................................... 121 Figura 11-8: Opção de Disposição 3 .............................................................................. 122 Figura 11-9: Opções de Pátio de ROM ........................................................................... 124 Figura 11-10: Opções alternativas avaliadas para o Local do Acampamento ............ 125 Figura 11-11: Opções alternativas de TSF Célula Única versus Célula dupla (Opção 2 - preferida) ......................................................................................................................... 126 Figura 11-12: Opção 1 de TSF (acima) e Opção 2 (abaixo) .......................................... 127 Figura 11-13: Estruturas de Controle de Sedimentos (ECS) em relação à infraestrutura da mina ............................................................................................................................ 129 Figura 11-14: Vista de perto da Estrada de Transporte e Corredor da Linha de Transmissão de Energia ................................................................................................. 130 Figura 11-15: Estrada da Estrada de Transporte e Corredor da Linha de Transmissão de Energia ....................................................................................................................... 130 Figura 12-1: Abordagem de planeamento de encerramento integrado da mina, conforme recomendado pelo ICMM (2008).................................................................... 135 Figura 13-1: Gráfico circular que ilustra o número de impactos elevados, moderados e baixos negativos no ambiente físico antes e depois da mitigação. ............................ 145 Figura 13-2: Gráfico circular que ilustra o número de impactos biofísicos muito elevados, elevados, moderados, baixos negativos e positivos, pré e pós-mitigação. ......................................................................................................................................... 145 Figura 13-3: Gráfico circular que ilustra o número de impactos sociais muito elevados, elevados, moderados, baixos negativos e positivos antes e depois da mitigação. .. 145

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite x

LISTA DE TABELAS Tabela 2-1: Lista de Legislação Aplicável. ........................................................................ 8 Tabela 2-2: Padrões de Desempenho da IFC. ................................................................. 13 Tabela 2-3: Convenções internacionais aplicáveis ao projecto. ................................... 17 Tabela 3-1: Número máximo de indivíduos que serão empregados durante cada fase ........................................................................................................................................... 38 Tabela 4-1: Espécies de Preocupação Especial ............................................................. 47 Tabela 7-1: Resumo dos resultados geohidrológicos .................................................... 69 Tabela 7-2: Resumo dos impactos geohidrológicos pré e pós-mitigação por fase ..... 70 Tabela 7-3: Resumo dos cenários de DAM e potenciais plumas de DAM ao longo do tempo ................................................................................................................................. 72 Tabela 7-4: Resumo dos impactos geoquímicos pré e pós-mitigação por fase ........... 76 Tabela 8-1: Resumo dos impactos Botânicos pré e pós-mitigação por fase ............... 81 Tabela 8-2: Resumo dos impactos faunísticos pré e pós-mitigação por fases ............ 83 Table 8-3: Resumo dos impactos nos Peixes na pré e pós mitigação por fase ........... 85 Tabela 8-4: Resumo dos Impactos na Água Superficial pré e pós-mitigação por fase 87 A significância do impacto da IIA no regime de fluxo do rio a jusante da parede da barragem é classificada como baixa negativa. Uma vez que não há medidas práticas de mitigação, a significância permanece baixa negativa. ................................................... 89 Tabela 8-5: Resumo dos impactos do Fluxo da IIA pré e pós-mitigação por fase ....... 89 Foram identificados nove (9) impactos que a mineração e actividades associadas terão na qualidade do ar. Todos os impactos são de significância baixa antes da mitigação. Através da implementação de medidas de mitigação padrão da indústria todos podem ser mitigados para impactos de baixa ou nenhuma significância, e não há impactos residuais preocupantes na qualidade do ar. ................................................................... 90 Tabela 8-6: Resumo dos impactos da Qualidade de Ar pré e pós-mitigação por fases ........................................................................................................................................... 91 Tabela 8-7: Resumo dos impactos de resíduos pré-e pós-mitigação por fase ............ 92 Tabela 8-8: Resumo dos impactos de detonação pré e pós mitigação por fases ........ 93 Tabela 9-1: Resumo da pré e pós-mitigação de Impactos sociais por fase .................. 97 Tabela 9-2: Resumo dos impactos do projecto pré e pós-mitigação relacionados a saúde da CAP por fase ................................................................................................... 100 Tabela 9-3: Resumo dos impactos dos projectos pré e pós-mitigação no Uso da Terra e Recursos Naturais pelas CAPs por fase .................................................................... 102 Tabela 9-4: Resumo da pré e pós mitigação de Impactos visuais por fase ................ 104 Tabela 9-5: Resumo dos impactos de tráfego e transporte pré e pós-mitigação nas comunidades por fase .................................................................................................... 105 Tabela 11-1: Avaliação de Opções Alternativas de Locais da Planta .......................... 122 Tabela 11-2: Avaliação das opções alternativas de Pátio de ROM .............................. 124 Tabela 11-3: Avaliação das opções alternativas do Local do Acampamento ............. 125 Tabela 11-4: Avaliação de cada iteração de disposição da TSF como opções alternativas ...................................................................................................................... 128 Tabela 11-5: Resumo das Alternativas de Infraestrutura ............................................. 132

ILUSTRAÇÕES Ilustração 4-1: Topografia geral encontrada dentro da área do projecto Depressão baixa em primeiro plano, e baixa inclinação em segundo plano. ............................................ 42 Ilustração 4-2: Limpeza ocorrendo na secção oeste do local de estudo para produção de carvão vegetal e agricultura. ....................................................................................... 45 Ilustração 4-3: a) Floresta de Miombo Aberta Alta está bastante intacta, com uma colheita limitada ocorrendo. A cobertura da copa é muito mais aberta e menos de 75% b) floresta ripariana. .......................................................................................................... 46 Ilustração 4-4: Floresta de Miombo Secundário - áreas desmatadas para fins agrícolas. ........................................................................................................................................... 47 Ilustração 4-5: Pescador local estabelecendo uma rede de emalhe em uma grande piscina no Rio Muagide inferior a 24/07/2015. ................................................................ 51

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1. INTRODUÇÃO

1.1. VISÃO GERAL DO PROJECTO A GRAFEX Lda. propôs o desenvolvimento do Projecto de Grafite de Ancuabe localizado no Distrito de Ancuabe, na Província de Cabo Delgado, no Norte de Moçambique. O Projecto de Grafite de Ancuabe “o Projecto” abrange três licenças de mineração adjacentes (EL 5380, EL 5305 e EL5336) e cobre aproximadamente 51.094ha. A infra-estrutura do projecto proposto, para a qual um Direito do Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT) está sendo solicitado, abrange cerca de 9,000ha dentro dos quais existem quatro recursos conhecidos que a Grafex pretende explorar. No entanto, apenas dois dos depósitos (T12 e T16) fazem parte desta Avaliação de Impacto Ambiental, Social e de Saúde (AIASS). Os outros depósitos podem ser extraídos numa fase posterior e estarão sujeitos à sua própria avaliação ambiental. Cada depósito contém grandes flocos de grafite, o que é ideal para criar um material de ânodo de bateria com retorno econômico, que será vendido para os mercados asiáticos para uso primário em baterias de íons de lítio. As baterias de iões de lítio são usadas para energia limpa e renovável. Este projecto foi classificado como um projecto de Categoria A (Apêndice A) pelo Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), e, portanto, requer uma avaliação de impacto ambiental, social e de Saúde completa (AIASS) devido à natureza dos impactos esperados. A Coastal and Environmental Services Limitada (CES) foi contratada para realizar a AIASS de acordo com a Lei Nacional de Gestão Ambiental (Lei 20/1997, de 1 de Outubro); segundo os regulamentos de AIA mais recentes de Moçambique (Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro) e de acordo com os padrões dos credores, a saber, a Corporação Financeira Internacional. O MITADER é a principal agência ambiental em Moçambique e é o MITADER responsável pela revisão e emissão de uma licença ambiental.

1.2. O PROPONENTE A Grafex Limitada (Grafex), é uma empresa Moçambicana com um portfolio de cinco (5) licenças de prospecção e pesquisa de grafite na Província de Cabo Delgado em Moçambique e que posteriormente foram convertidas em Licenças de Mineração. A Grafex Limitada (Grafex) é uma subsidiária detida em 80% pela Triton United Limited, uma empresa offshore dos Emiratos Árabes Unidos, que por sua vez é uma subsidiária em 100% da Minerals Limited (Triton), uma companhia de exploração de minerais diversificados na Austrália, e listada na Bolsa de Valores da Austrália (Australian Securities Exchange, ASX). Em 2012, a Triton assinou um contrato para adquirir uma participação nas áreas minerais da Grafex e, até o momento, adquiriu 80% das acções da Grafex. A Triton, através da Grafex, pretende tornar-se um fornecedor a longo prazo do mercado de concentrado de grafite premium através dos seus projectos em Moçambique, proporcionando um futuro sustentável para várias gerações. O proponente deste projecto. Grafex Limitada:

Mr Gidião Mbanze Project Manager Grafex Lda Avenida 25 de Setembro nº. 1383, 6º Andar, Flat 613 Maputo, Moçambique M +258823009604/+258877960361/+258843756599 E [email protected]

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Triton Minerals Limited:

Mr Peter Canterbury CEO & Managing Director Triton Minerals Ltd Ground Floor, 10 Outram St WEST PERTH WA 6005 Tel: +61 8 6489 2555 Fax: +61 8 9388 1252 Email: [email protected] Website: www.tritonminerals.com

1.3. OS CONSULTORES O documento foi elaborado pela Coastal & Environmental Services Mozambique Limitada (CES) para cumprir as leis ambientais nacionais, bem como vários padrões internacionais. A CES é uma empresa registada em Moçambique, no Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) (Apêndice 2) e tem sólidos conhecimentos e equipas multidisciplinares para realizar avaliações de impacto ambiental e programas de gestão ambiental. O endereço de contacto da CES é:

Ms Sonne Odendaal Avenida da Mozal, Porta 2334 Beluluane Celula D. Quarteirao 02, Matola Cidade, Maputo,

Mozambique. Tel.: +258 (84) 890 0914 Email: [email protected] Website: www.cesnet.co.za

Em conjunção com:

Amber Jackson EOH Coastal and Environmental Services (CES) Suite 408, The Point, 76 Regent Road, Sea Point, 8005 South Africa. Telephone: +27 21 045 0900 Fax: +27 46 622 6564 Website: www.cesnet.co.za Email: [email protected]

1.4. OBJETIVO DO PRESENTE RELATÓRIO O objetivo principal da AIASS é avaliar os impactos ambientais e sociais da proposta de estabelecimento do projecto e fornecer aos principais interessados, pessoas afectadas e comunidades na área de estudo, uma oportunidade para comentar os achados da AIASS. O processo da AIASS pretende garantir que as preocupações ambientais e sociais sejam integradas no projecto de desenvolvimento proposto e sugere formas de prevenir, minimizar, mitigar e/ou compensar os possíveis impactos ambientais e sociais adversos que possam surgir devido ao desenvolvimento proposto Este relatório fornece informações sobre a mina proposta e sua infra-estrutura associada, o quadro legal em que isso está ocorrendo, um resumo dos estudos de linha de base que foram realizados para avaliar este projecto e um esboço das maneiras pelas quais as partes interessadas estão a ser envolvidas no Processo de AIASSS (participação pública). Ele

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também fornece uma avaliação dos impactos no ambiente natural e social e apresenta recomendações para mitigar esses efeitos e riscos. Mais detalhes sobre essas recomendações são apresentados num Programa de Gestão Ambiental (PrGA) que é um volume de relatório separado Os objetivos específicos deste Relatório de Resumo são apresentar as principais conclusões dos Relatórios detalhados de Especialidade e o relatório da AIASS ao Instituto Nacional de Minas num formato claro e conciso, a fim de fornecer a análise ambiental necessária para apoiar no processo de pedido de concessão mineira da Grafex

1.5. ESTRUTURA DESTE RELATÓRIO O conteúdo das várias seções desta avaliação de impacto ambiental, social e de saúde está resumido a seguir O Capítulo 1 fornece uma introdução ao projecto proposto e descreve o propósito deste relatório e sua estrutura. O Capítulo 2 descreve detalhadamente o projecto de mineração proposto, incluindo a infraestrutura primária, como o processo de mineração e as plantas de processamento, e a infraestrutura secundária necessária para o transporte de materiais desde o local da mina até ao porto, os requisitos de infraestrutura para água e energia. O Capítulo 3 descreve o ambiente biofísico do local do projecto proposto. O Capítulo 4 descreve o ambiente socioeconômico do local do projecto proposto O Capítulo 5 fornece um resumo da metodologia de impacto. O Capítulo 6 fornece as principais descobertas e impactos no ambiente biofísico O Capítulo 7 fornece as principais descobertas e impactos no ambiente físico O Capítulo 8 fornece as principais descobertas e impactos no ambiente social O Capítulo 9 fornece um plano conceitual de encerramento e plano de descomissionamento . O Capítulo 10 fornece recomendações e conclui este relatório

1.6. EXPERIÊNCIA DA EQUIPE 1.6.1. Equipa de Gestão da AIASS da EOH Coastal & Environmental Services Dr. Ted Avis - Líder de projecto / Controle de qualidade Ted Avis é um líder especialista no campo de Avaliações de Impacto Ambiental, tendo gerido projectos de AIASS de grande escala para responder a padrões internacionais (por exemplo, Corporação Financeira Internacional). Ted foi consultor principal do projecto Corridor Sands Limitada para o desenvolvimento de todos os aspectos ambientais do projecto de US $1 bilhão da Corridor Sands. Ted também geriu estudos de AIASS de âmbito semelhante no Quênia, Madagascar, Egipto, Malawi, Zâmbia e África do Sul. Ele trabalhou em Avaliações Ambiental Stratégicas de grande escala na África do Sul, e tem sido contratado pela Corporação Financeira Internacional (IFC) em uma série de projectos. Ted é tem um Doutoramento em Botânica e recebeu uma medalha de bronze pela Associação Sul-Africana de Botânicos pelo melhor doutoramento atribuído naquele ano, intitulado "Ecologia e Gestão de Dunas Costeiras no Cabo Oriental".

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Sra. Amber Jackson - Gerente de Projecto, Especialista em Faunal e Produção de Relatório Amber é consultora ambiental e está empregada na EOH CES nos últimos 3 anos. Tem um mestrado em Gestão Ambiental e tem experiência em trabalho social e ecológico. Seus cursos de graduação centraram-se em Ecologia, Conservação e Meio Ambiente, com especial referência aos efeitos paisagísticos sobre a Herpetofauna, enquanto que o seu mestrado se concentrou na gestão ambiental de sistemas sociais e ecológicos. Com uma dissertação em segurança alimentar que investigou o complexo sistema alimentar dos mercados de distribuição informais e formais. Durante o seu tempo na CES, Amber trabalhou extensivamente em Moçambique a gerir uma série de Avaliações de Impacto Ambiental e Social. Ela conduziu duas AIAS de grande escala (> US $ 100.000,00) para a Green Resources (empresa de plantação floresta baseada em Moçambique) para ambos os padrões do MITADER e de credores internacionais em conformidade com os requisitos do BAD, BEI e IFC. Os seus interesses incluem: estudos ecológicos que tratam da fauna e flora indígenas, bem como gestão de uso do solo e de recursos naturais. Sr. Justin Green - Especialista em Qualidade da Água, Especialista em SIG e Produção de Relatório Justin tem uma Licenciatura em Zoologia e Entomologia, bem como um Diploma de Pós-Graduação em Gestão Empresarial da Universidade de Rhodes. Justin tem estado envolvido em trabalho extensivo em Energias Renováveis e Projectos de Mineração. Ele tem quatro anos de experiência progressiva abrangendo tanto os sectores público e privado e especializado em Gestão de Recursos Hídricos e Biomonitorização e Avaliação Aquática usando a metodologia do Sistema de Pontuação Sul Africano (SASS5). O SASS5 é baseado na presença ou ausência de macroinvertebrados aquáticos sensíveis colhidos e analisados de acordo com os métodos descritos em Dickens e Graham (2002). Sua experiência de trabalho foi obtida na África do Sul, na República Democrática do Congo, bem como em diversos projectos em Moçambique

1.7. EQUIPE DE ESPECIALISTAS Os seguintes estudos foram conduzidos por especialistas:

Estudo de Especialidade Especialista

Avaliação de Impacto na Vegetação Sra Alice Massingue Sra Tarryn Martin

Avaliação da Fauna Terrestre Prof. William. Branch Sra Amber Jackson

Avaliação de Peixes Dr Anton Bok

Avaliação do Uso de Terra, Recursos Naturais e Agricultura Dr Chantel Bezuidenhout Sr Roy de Kock

Avaliação de águas subterrâneas e geoquímicas

Dr Koos Vivier Sr George van Dyk Sr Schalk Ferreira Dr Robert Hansen

Avaliação Aquática e de Águas Superficiais Mr Justin Green

Estudo do Fluxo Ambiental do rio Muaguide Mr Bill Rowlston

Avaliação de Impacto Socioeconômico Mr Marc Hardy Mr Lungisa Bosman Nível de abrangência da Avaliação de Impacto na Saúde

Plano de Ação de Reassentamento Mr Jan Anton Hough

Avaliação do Tráfego, Transporte e Impacto Visual Mr Thomas King

Avaliação da Qualidade do Ar Dr Lucian Burger Dr Terri Bird Mr Nick Grobler

Avaliação de impacto de Detonações Mr JD Zeeman

Avaliação da Gestão de Resíduos Dr Eric E Igbinigie

Estudo do Encerramento e Reabilitação Dr Chantel Bezuidenhout

Urânio Mr. Japie van Blerk

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2. QUADRO LEGAL DA AIAS EM MOÇAMBIQUE

2.1. O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL EM MOÇAMBIQUE

O processo de AIAS é regulado pelo Decreto No 54/2015 de 31 de Dezembro de 2015, aplicável a todos os sectores público e privado. O Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), através da Direcção Nacional do Ambiente (DINAB) e Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (DPTADER) é a autoridade responsável pela revisão e aprovação da avaliação ambiental. Os regulamentos Moçambicanos (Artigo 4) definem quatro categorias de projectos e, estes por sua vez, definem o nível de avaliação ambiental exigido. Este projecto foi classificado como um projecto de Categoria A com base na sua escala, complexidade, natureza e localização e, como tal, está sujeito a uma AIAS completa. Existem efectivamente seis (6) etapas principais que são seguidas durante o processo de AIAS: 2.1.1. Etapa 1: Instrução do Processo e Pré-avaliação (Categorização) O requerente deve apresentar uma breve descrição das actividades do projecto às autoridades e preencher o formulário de inscrição necessário. Todas as actividades do projecto são examinadas em relação aos Anexos I, II, II e IV, conforme definido no Artigo 4 do Regulamento de Avaliação Ambiental, pelas autoridades, de modo a determinar em qual categoria (A +, A, B ou C) o projecto se enquadra. O formulário de pré-avaliação foi enviado ao MITADER em 27 de Johno de 2017 e a carta de categorização foi emitida a 14 de Julho de 2017 (Apêndice A). A autoridade classificou este projecto como um projecto de Categoria A. 2.1.2. Etapa 2: Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Defiição de Âmbito e Termos de

Referência O Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA) é obrigatório para todos os projectos de Categoria A, conforme definido no Artigo 10 do Regulamento de Avaliação Ambiental. Os principais objectivos desta fase, conforme definido pelos regulamentos de AIAS, são:

Determinar quaisquer falhas fatais ou riscos ambientais associados à implementação da actividade.

Determinar o âmbito do processo de AIAS e desenvolver os Termos de Referência para esta fase caso não sejam identificadas falhas fatais.

O EPDA foi submetido às autoridades a 5 Outubro de 2017. A carta de aprovação do EPDA foi recebida a 22 de Dezembro de 2017 (Apêndice B) e a nossa resposta aos comentários levantados está incluída no Apêndice D. 2.1.3. Etapa 3: Revisão do Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito

e Termos de Referência pela Autoridade O relatório de EPDA e TdR é então apresentado em português para o MITADER para revisão. A autoridade pode solicitar informações adicionais e deve fornecer comentários e recomendações em termos de estudo de AIAS no prazo de 30 dias após receber o relatório final.

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2.1.4. Etapa 4: O Processo de Participação Pública O Processo de Participação Pública (PPP) envolve consulta ao público em geral, para facilitar a disseminação de informações sobre o projecto e identificar as Partes Interessadas e Afectadas (PI&As). O proponente é obrigado a realizar o PPP durante todo o processo da AIAS. Isso inclui publicitar as reuniões e possibilitar que as PI&As tenham a oportunidade de participar das reuniões públicas e deve ser conduzida na presença das autoridades. O PPP é realizado com base em directrizes dadas pela autoridade relevante e os resultados do processo são resumidos num relatório final de participação pública. O processo inclui pelo menos duas séries de reuniões de consulta pública com a primeira a ser realizada para a apresentação do rascunho do EPDA e a segunda para a apresentação do rascunho da AIAS. A apresentação do EPDA às autoridades e às comunidades afectadas foi realizada nos dias 8 e 10 de Agosto de 2017 e a apresentação do rascunho desta AIAS foi realizada nos dias 15 e 19 de Janeiro de 2018. Os detalhes das reuniões realizadas até à data estão incluídos no Relatório de Participação Pública. 2.1.5. Etapa 5: Estudo de Impacto Ambiental e Programa de Gestão Ambiental (PGA) O processo de AIAS é da responsabilidade do proponente e da equipe da AIAS, e é realizado de acordo com os Termos de Referência estabelecidos no EPDA. Para abordar as questões levantadas durante o processo do EPDA, o estudo da AIAS inclui estudos de especialidade para fornecer uma análise detalhada e completa dos principais impactos ambientais. Uma vez concluídas, esses resultados foram sintetizados no relatório da AIAS. Os Estudos de especialidade incluem recomendações específicas destinadas a evitar ou, quando isso não é possível, reduzir os impactos negativos e maximizar os impactos positivos durante as fases de construção, operação e descomissionamento do desenvolvimento proposto. Essas recomendações são sintetizadas num Programa de Gestão Ambiental (PGA). 2.1.6. Etapa 6: Revisão do Relatório de Impacto Ambiental e Programa de Gestão

Ambiental pela Autoridade O Relatório de Impacto Ambiental, o Volume de Estudos de Especialidade e o Programa de Gestão Ambiental são apresentados ao MITADER para revisão. De acordo com o Decreto No 54/2015 de 31 de Dezembro, a revisão deve ser realizada no prazo de 45 dias após a recepção dos relatórios finais. Após a conclusão da revisão, o MITADER irá fornecer uma decisão final.

Esta pode ser uma das seguintes:

Decisão positiva

Rejeição total da actividade com base nos resultados dos relatórios e na declaração final de impacto ambiental

Rejeição parcial da actividade com base nos resultados dos relatórios e na declaração final de impacto ambiental

Ao emitir uma licença ambiental, a autoridade competente pode procurar colocar condições de aprovação legalmente vinculativas para o proponente, ou pode solicitar mudanças no escopo do projecto ou estudos adicionais da AIAS.

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As etapas seguidas durante o processo de AIAS e os prazos de revisão para as autoridades foram ilustrados na Figura 2.1 abaixo. No caso de a AIAS ser rejeitada, as Autoridades tomam uma das seguintes decisões:

Rejeição total da implementação da actividade proposta com um relatório indicando por que a actividade não pode prosseguir;

Rejeição parcial da actividade proposta com solicitação de apresentação de informações adicionais ou mudança do projecto, redesenhado; ou

Mudança de categoria da actividade proposta (de Categoria A para Categoria A+), caso em que será necessário realizar uma nova AIAS. Este é um cenário improvável, pois o projecto já é de Categoria A. Neste caso, informações adicionais podem ser necessárias.

Figura 2-1: As etapas seguidas durante o processo AIAS em Moçambique.

2.2. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL Um resumo da legislação aplicável ao licenciamento ambiental é fornecido na Tabela 2-1 abaixo. Deve-se notar que a lista fornecida abaixo não é exaustiva e foi restrita a documentos que têm relevância directa para o meio ambiente e/ou as comunidades.

Aceitação

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Tabela 2-1: Lista de Legislação Aplicável.

LEGISLAÇÃO DATA DE PROMULGAÇÃO APLICABILIDADE PARA O PROJECTO

LEGISLAÇÃO NACIONAL

Constituição da República de Moçambique

2004 Dita o direito ao meio ambiente para cada cidadão na secção 7.1: “Todos os cidadãos devem ter o direito de viver num ambiente equilibrado e terão o dever de defendê-lo”.

LICENCIAMENTO INDUSTRIAL E LEI DE TRABALHO

Lei Geral de Investimentos Lei 3/1993 de 24 de Junho As corporações mineiras são obrigadas a cumprir as leis comerciais de Moçambique.

Lei do Trabalho Lei No 23/2007 de 1 de Agosto As corporações mineiras são obrigadas a cumprir a regulamentação trabalhista do Moçambique

LEI AMBIENTAL, AIA, INSPECÇÕES E AUDITORIAS

Lei do Ambiente

Lei 20/1997, de 1 de Outubro (conforme alterada pelo Decreto 42/2008)

O projecto terá um impacto ambiental e, como tal, será abrangido pela Lei do Ambiente

Regulamentos de Avaliação de Impacto Ambiental

Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro O processo e as regras a seguir ao realizar uma Avaliação de Impacto Ambiental.

Adenda ao Regulamento do Processo de AIA Nº 45/2004

Diploma Ministerial 198/2005 de 28 de Setembro

A autorização ambiental requerida antes do início deste projecto será regulada pela legislação de AIA

Directriz Geral para a AIA Diploma Ministerial 129/2006 de 19 de

Julho

Diretriz geral para o processo de participação

pública no processo de AIA

Diploma Ministerial 130/2006 de 19 de Julho

A participação pública é uma parte crucial do processo da AIAS e é obrigatória para projectos de categoria A +, A e B. Pelo menos duas rodadas de consultas públicas devem ter lugar e um relatório final do processo de participação pública que aborda todas as questões, preocupações e comentários levantados pelos PI&As deve ser enviado com o REIA às autoridades.

Regulamentos para Inspeções Ambientais

Decreto Ministerial 11/2006 de 15 de Junho

O regulamento aplica-se a actividades públicas e privadas que influenciam, directa ou indirectamente, componentes ambientais. Em particular, o regulamento define os tipos e conteúdos das auditorias ambientais, as competências necessárias relacionadas e os perfis dos auditores. Além disso, regula os relatórios de auditoria ambiental e define sanções e penalidades por incumprimento.

A auditoria e o monitoramento formam partes cruciais do processo AIAS e, como tal, este ato afecta directamente os requisitos regulatórios aos quais o proponente deve aderir

Processo de Auditoria Ambiental

Decreto Ministerial 32/2003, de 12 de Agosto

Extractos do Código Penal 16 de Setembro de 1886

Esses regulamentos definem as conseqüências do incumprimento ambiental e a violação do proponente.

Normas de aplicação de multas e outras sanções previstas na legislação

ambiental

Diploma Ministerial 1/2006 de 4 de Janeiro

Lei sobre crimes contra o meio ambiente

Diploma Ministerial de 2006/7

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LEGISLAÇÃO DATA DE PROMULGAÇÃO APLICABILIDADE PARA O PROJECTO

SOCIAL

Protecção do Patrimônio Cultural Moçambicano

(Lei Nº 10/88, de 22 de Dezembro)

O objectivo desta lei é proteger os bens tangíveis e intangíveis do patrimônio cultural Moçambicano - ex. Monumentos, edifícios de locais históricos, artísticos e científicos e elementos naturais de interesse científico e particular estética. Esta lei estende-se a quaisquer bens culturais que possam ser descobertos no território Moçambicano, em particular, no solo, no subsolo, nos corpos de água interior ou na plataforma continental.

Os recursos patrimoniais podem ser perturbados e impactados pelas actividades de mineração e, como tal, estão abrangidos pelo presente regulamento

Património Aarqueológico Decreto 27/1994, de 20 de Julho

Os recursos patrimoniais podem ser perturbados e impactados pelas actividades de mineração e, como tal, estão abrangidos pelo presente regulamento

Regulamento sobre a Protecção do Patrimônio

Arqueológico, Decreto 27/97 de 20 de Julho.

Regulação do Processo de Reassentamento Resultante de Atividades Econômicas

Decreto 31/2012 de 8 de Agosto

Esses regulamentos formulam os procedimentos para qualquer reassentamento em Moçambique e, especialmente, articulam a assistência necessária do governo durante um processo de reassentamento. Esses regulamentos são usados durante o processo da AIAS para informar todas as comunidades afectadas pelo projecto de seus direitos em relação ao deslocamento econômico. Os artigos deste regulamento são usados para estruturar a maioria dos procedimentos do PAR a nível comunitário se e quando necessário.

Lei de Terras Lei 19/97 de 1 de Outubro A Lei de Terras fornece o quadro legal para a propriedade da terra, bem como o controle de terras e recursos naturais em Moçambique. O processo de determinação dos direitos à terra também é explicado por esta lei. A lei foi criada com a intenção de encorajar o uso e aproveitamento da terra, de modo que contribua para o desenvolvimento da economia nacional. A lei estabelece os termos em que operam todas as actividades - relativas ao direito de uso e aproveitamento da terra - (Artigo 2). Ele fornece a base para definir os direitos de uso da terra das pessoas e fornece detalhes sobre esses direitos com base em reivindicações habituais e os procedimentos para a aquisição de título para uso e aproveitamento por comunidades e indivíduos. A lei recomenda um processo de consulta que reconheça os direitos consuetudinários como meio para identificar as reivindicações de comunidades e membros individuais de comunidades sem título. A Lei da Terra também define que o direito de uso da terra pode ser adquirido através da ocupação por indivíduos Moçambicanos que tenham usado a terra de boa fé há pelo menos dez anos. A lei, portanto, reconhece e protege os direitos dos indivíduos à terra adquirida por herança ou profissão (mandato habitual), excepto em reservas ou áreas legalmente definidas onde a terra foi legalmente transferida para outra pessoa ou órgão. Todos os cidadãos têm direitos e deveres iguais de acordo com a lei. Os direitos existentes para usar a terra podem ser encerrados por meio da revogação de tais direitos por razões de interesse público, após o pagamento da compensação justa, caso em que as melhorias não removíveis reverterão para o estado. Pessoas estrangeiras ou pessoas colectivas podem ser titulares de um direito de uso e aproveitamento da terra, desde que tenham um projecto de investimento que seja aprovado de acordo com a legislação de investimento e estejam estabelecidos ou registados no âmbito do GdM (Artigo 11). As zonas de proteção total e parcial fazem parte do domínio público e nenhum direito de uso ou aproveitamento da terra pode ser obtido nessas áreas (Artigos 7 e 9). As zonas de protecção total incluem as áreas especificamente destinadas a actividades de conservação ou

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preservação, enquanto o acesso a zonas de protecção parcial requer licenças especiais, que podem ser emitidas para actividades especificadas.

O pedido de direito de uso e aproveitamento de terras é autorizado por governadores provinciais para áreas de até 1.000ha, pelo Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural para áreas entre 1.000 a 10.000h e pelo Conselho de Ministros para áreas com mais de 10.000ha (Artigo 22 ). A autorização provisória é concedida após a apresentação de um pedido de uso e uso da terra. Esta autorização provisória é válida por um período máximo de cinco anos no caso de nacionais e dois anos no caso de estrangeiros (Artigo 25). Após o cumprimento do plano de exploração dentro do período provisório, será dada autorização final e o título relevante emitido (Artigo 26).

Regulamentos da Lei de Terras

Decreto 66/1998 8 de Dezembro (Alterado pelo Decreto 1/2003 de 18 de

Fevereiro)

A apropriação de terras e os direitos de propriedade são fundamentais para a implementação do projecto. Os aspectos relevantes dos regulamentos incluem:

Onde há titulares conjunto, esse título pertence a todos os titulares igualmente. Quando um dos titulares morre, os outros titulares continuam como legítimos titulares;

As consultas entre os requerentes de terras e a comunidade local são obrigatórias antes que a decisão de conceder o uso do título seja feita pelo governador provincial ou autoridade superior;

Os ocupantes de boa fé e as comunidades locais podem candidatar-se a demarcação e título; e

Os titulares são obrigados a pagar um imposto pela autorização do direito de uso da terra, além de um imposto anual. As empresas familiares e as comunidades locais estão isentas de tais impostos.

Lei de Ordenamento Territorial

Lei 19/2007 de 18 de Julho

A Lei de Ordenamento Territorial (Lei 19/2007 de 18 de julho) cria um quadro legal para o planeamento de terras. A Lei define os mecanismos de preparação, aprovação, implementação, monitoramento e supervisão dos planos de uso da terra, bem como as responsabilidades associadas. Esta lei aplica-se a todo o território nacional e, para fins de ordenamento, regulando as relações entre diferentes níveis de administração pública, suas relações com outros públicos e particulares, representantes de diferentes interesses econômicos, sociais e culturais, incluindo comunidades locais.

Regulamento da Lei de Ordenamento Territorial

Decreto No 23/2008 Esta Lei estabelece medidas e procedimentos regulatórios para assegurar a ocupação, a racionalidade e o uso sustentável dos recursos naturais, a valorização do potencial diverso de cada região, a infraestrutura, os sistemas urbanos e a promoção da coesão nacional e da segurança da população.

Lei de Protecção do Trabalhador e Candidatos ao Emprego vivendo com

HIV/SIDA

Decreto No. 19/2014 of 27 Agosto Esta Lei estabelece os direitos e deveres das pessoas vivendo com HIV e SIDA e fornece as medidas necessárias para a prevenção, protecção e tratamento relacionados à pandemia.

ÁGUA

Lei de Água Lei 16/1991, de 3 de Agosto

O quadro jurídico legal para água e saneamento

Regulamentação de Licenças de Água e

Concessões

Decreto 43/2007 de 30 de Outubro

Será necessária uma licença ou concessão de uso da água para a construção e operação desTe projeCto.

Política de Águas Decreto 46/2007, de 21 de Agosto

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RESÍDUOS, EFLUENTES E EMISSÕES

Regulamento sobre Qualidade Ambiental e Emissão de Efluentes

Decreto nº 67/2010 que altera o Decreto 18/2004 de 2 de Junho (conforme

alterado pelo Decreto 67/2010) Decreto Nº 67/2010 que altera

Este decreto define padrões de qualidade e emissão de ar, classificação de água de acordo com os usos e padrões de controle de qualidade e requisitos de emissão relacionados, com especial atenção à água potável. Ele também fornece padrões para a qualidade do solo e as emissões sonoras.

Regulamentos de Gestão de Resíduos

Decreto Ministerial 13/2006 de 15 de Junho

Os acampamentos de trabalho e construção, bem como os acomodação e alojamentos permanentes instalados durante o período de vigência deste projecto, estarão sujeitos a esses regulamentos de resíduos.

Regulamentos sobre gestão de resíduos sólidos

municipais

Decreto 94/2014 de 31 de Dezembro Os acampamentos de trabalho e construção, bem como os acomodação e alojamentos permanentes instalados durante o período de vigência deste projecto, estarão sujeitos a esses regulamentos de resíduos.

Regulamento sobre gestão de resíduos perigosos

Decreto No 83 / 2014 de 31 de Dezembro Este decreto estabelece as regras gerais para a produção, gestão e eliminação de resíduos perigosos em Moçambique. Aplica-se a todas as entidades envolvidas na eliminação, administração, importação ou distribuição de resíduos perigosos e estabelece taxas e penalidades por incumprimento.

Regulamentos sobre gestão e controle de sacos plásticos

Decreto 16/2015 de 5 de Agosto Regulamentos de Gestão e Controle de Sacos de Plástico aplica-se a todas as entidades públicas e privadas, pessoas físicas e jurídicas envolvidas na produção, importação, venda e uso de sacos plásticos no país.

Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e

Emissão de Efluentes

Artigo 16 do Decreto Nº 18/2004 Apresenta acções de responsabilização na implementação, monitoramento e tratamento de esgoto e outros efluentes de forma aceitável para preservar a qualidade da água, o funcionamento do ecossistema e a protecção da bacia hidrográfica.

BIODIVERSIDADE, FAUNA BRAVIA, E TERRA

Lei de Floresta e Fauna Bravia

Lei 10/1999, de 7 de Julho O presente regulamento aplica-se a actividades de proteção, armazenamento, uso, exploração e produção de recursos florestais e de vida selvagem e abrange as aplicações de comercialização, transporte, armazenamento e processamento primário, comercial ou industrial desses recursos.

Regulamentos da Lei de Floresta e Fauna Bravia

Decreto 10/1999, de 6 de Julho A lei está dividida em nove capítulos. A relevância para esta AIAS são os seguintes capítulos:

Capítulo 2 sobre Protecção de Recursos Florestais e de Vida Selvagem; e Capítulo 3 sobre Regimes Sustentáveis de Recursos Florestais, Exploração e Regimes de Conservação de Vida Selvagem Sustentável.

Regulamentos da Lei de Floresta e Fauna Bravia

Decreto 12/2002 O Regulamento sobre a Lei de Floresta e Fauna Bravia (Decreto 12/2002) fornece orientação adicional para a Lei de da Lei de Floresta e Fauna Bravia (1999). Os procedimentos de derruba descritos nesta lei devem ser seguidos pelo proponente.

Estratégia Nacional e Plano de Acção para a

Conservação da Diversidade Biológica para Moçambique

Formulado pelo MICOA (agora MITADER) e aprovado pelo Conselho de

Ministros em Agosto de 2003 Biodiversidade e gestão da vida selvagem farão parte das medidas de mitigação para o projecto.

Regulamentos sobre Gestão de Pesticidas

Decreto Nº 6 de 2009 O regulamento visa garantir que a saúde humana e os padrões de qualidade ambiental são sustentados, de acordo com procedimentos legais ambientais aprovados pela Lei nº 20/97. Os anexos especificam violações e penalidades a pagar por actividades ilegais.

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LEGISLAÇÃO DATA DE PROMULGAÇÃO APLICABILIDADE PARA O PROJECTO

Lei de Controlo de Espécies Exóticas Invasoras

Lei 25/2008 de 01 de Julho O controle de ervas daninhas exigido durante as fases de construção e operação será regulado directamente por estes regulamentos.

ACTIVIDADES DE MINERAÇÃO

Regulamentos Técnicos de Saúde e Segurança das Actividades Geológicas e

Minerais

Decreto nº 61/2006, de 26 de Dezembro O objectivo deste regulamento é definir medidas destinadas a garantir condições de saúde e segurança de funcionários envolvidos em operações de mineração, incluindo a aplicação de medidas técnicas que impeçam acidentes, reduz riscos e melhore a higiene no local de trabalho no sector de mineração.

Contratos de Contratação de Estrangeiros no Sector de

Petróleo e Mineração Decreto Nº 63 / 2011 de 7 de Dezembro

Estabelece o quadro legal, incluindo os mecanismos e procedimentos para empregar estrangeiros sob a Lei de Petróleo e Minas, desde que essas actividades tenham sido aprovadas pela autoridade competente. O Decreto nº 63/2011 define que, para actividades de curto prazo que não excedam 180 dias, a contratação de trabalhadores estrangeiros qualificados pode ser realizada sem uma autorização do Ministro do Trabalho, desde que o Ministério do Trabalho seja notificado no prazo de 15 dias do funcionário entrar no país.

Lei de Minas Lei 14/2002 de 26 de Junho Revogada

Lei de Minas 20/2014 de 18 de Agosto

Lei Nº 20/2014, de 18 de Agosto (“Lei de Minas”), que entrou em vigor na mesma data em que foi revogada a Lei de Minas (Lei nº 14/2002, de 26 de Junho), pretende estabelecer o marco legal para a Sector de mineração. Visa garantir maior competitividade e transparência, preservar o meio ambiente, garantir a protecção dos direitos e obrigações dos detentores de direitos mineiros, salvaguardar os interesses nacionais e beneficiar as comunidades.

Regulamentos da Lei de Minas

Decreto Ministerial 28/2003, de 17 de Junho

Revogada

Regulamentos da Lei de Minas

Decreto Ministerial 20/2014 de 18 de Agosto

O objectivo desta lei é regular o uso e a reutilização de recursos minerais para assegurar que as melhores e mais seguras práticas de mineração e socioambiental sejam cumpridas, permitam a transparência e assegurem o desenvolvimento sustentável a longo prazo de recursos minerais e levantamentos subsequentes. De receitas a favor de Moçambique.

Regulamentos Ambientais para Actividades Mineiras

Decreto Ministerial 26/2004, de 20 de Agosto

Esta lei define as normas para prevenção, controle, mitigação e compensação de efeitos adversos que as actividades de mineração podem causar ao meio ambiente. Ele também fornece medidas específicas de proteção ambiental, define os instrumentos de gestão ambiental necessários (por exemplo, o processo de AIA) e o uso de licenças.

Regulamentos de Trabalho Mineiro

Decreto 13/2015 de 03 de Julho

A nova regulamentação do trabalho mineiro aborda uma grande lacuna na legislação sobre o trabalho profissional nesta área que gerou emprego para cidadãos moçambicanos, embora haja também um número significativo de trabalhadores estrangeiros no sector.

Para preencher a lacuna na legislação, o Governo Moçambicano aprovou o Regulamento do Trabalho de Mineração através do Decreto 13/2015, de 3 de Julho. O novo regulamento regula as relações de trabalho entre os empregadores do setor de mineração e do petróleo, incluindo as empresas de subcontratação e seus empregados, sejam moçambicanos ou estrangeiros. Também prevê a supervisão das condições de emprego.

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2.3. PADRÕES INTERNACIONAIS APLICADOS A ESTE PROJECTO 2.3.1. Padrões de Desempenho da Corporação Financeira Internacional Grafex Limited optou por realizar esta AIASS de acordo com os Padrões de Desempenho (PD) da Corporação Financeira Internacional (IFC). Estas normas são também as salvaguardas ambientais e sociais aplicadas pela Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA). A IFC é membro do Grupo do Banco Mundial e uma das maiores instituições de desenvolvimento que se concentra exclusivamente no sector privado dos países em desenvolvimento (IFC, 2012). A IFC foi criada em 1956 e trabalha em países em desenvolvimento para criar oportunidades de emprego, gerar receita tributária, melhorar a governança corporativa e, talvez o mais importante de tudo, garantir que os projectos contribuam para o melhoramento das comunidades locais de seus países. No que diz respeito a este último, é também a visão da IFC que as pessoas tenham a oportunidade de escapar da pobreza e melhorar o seu padrão de vida. A IFC publicou seus Padrões de Desempenho (PD) sobre Sustentabilidade Ambiental e Social em abril de 2006 e publicou Notas de Orientação abrangentes em Abril de 2007. Os PDs foram revistos em 2012 (ver IFC, 2012). Os PDs da IFC são exclusivamente adaptados para gestão de projectos e requisitos gerais dos projectos para o apoio da IFC. Além dessas normas, a IFC também publicou Notas de Orientação de apoio para cada padrão, que fornecem orientação aos clientes e ao pessoal da IFC para que os projectos atendam eficazmente o PD. Estes padrões de desempenho (ver Tabela 2-2) tornaram-se a referência internacional para as AIASS's e são utilizadas para medir o desempenho ambiental e gestão de grandes projectos internacionais. Tabela 2-2: Padrões de Desempenho da IFC.

Padrão de Desempenho 1: Avaliação e Gestão de Riscos e Impactos Socioambientais Padrão de Desempenho 2: Condições de Emprego e Trabalho Padrão de Desempenho 3: Eficiência de Recursos e Prevenção da Poluição Padrão de Desempenho 4: Saúde e Segurança da Comunidade Padrão de Desempenho 5: Aquisição de Terra e Reassentamento Involuntário Padrão de Desempenho 6: Conservação da Biodiversidade e Gestão Sustentável de

Recursos Naturais Vivos Padrão de Desempenho 7: Povos Indígenas Padrão de Desempenho 8: Patrimônio Cultural

Esta AIASS foi estruturada para atender aos requisitos da IFC conforme descrito nas Notas de Orientação da IFC sobre os Padrões de Desempenho em Sustentabilidade Social e Ambiental (IFC, 2012), bem como nas Directrizes de Ambiente, Saúde e Segurança da IFC para Mineração (2007). De acordo com isso, a AIASS será alargada para incluir aspectos sociais e de saúde, de acordo com as directrizes da IFC relacionadas à avaliação da saúde (IFC, 2009). Por conseguinte, esta avaliação foi referida como uma AIASS, não uma AIAS, para reflectir a abordagem mais detalhada e ampla utilizada nesta avaliação.

O Padrão de Desempenho 1 (PD 1) aborda a Avaliação e Gestão de Riscos e Impactos Socioambientais.

Os objectivos principais do PD 1 são:

Identificar e avaliar os riscos e impactos socioambientais do projecto

Adoptar uma hierarquia de mitigação para prever e evitar ou, quando não for possível

evitar, minimizar e, nos casos em que permaneçam impactos residuais,

compensar/neutralizar os riscos e impactos para os trabalhadores, as comunidades

afectadas e o meio ambiente.

Promover um melhor desempenho socioambiental dos clientes mediante o uso eficaz

de sistemas de gestão.

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Garantir que as reclamações das comunidades afectadas e as comunicações

externas de outras partes interessadas sejam respondidas e geridas de forma

apropriada.

Promover e proporcionar meios de engajamento apropriado com as comunidades

afectadas durante todo o ciclo de vida do projecto com relação a questões que teriam

o potencial de afectá-las e assegurar que informações socioambientais pertinentes

sejam divulgadas e disseminadas.

Os principais requisitos deste padrão são o desenvolvimento de programas de gestão ambiental e social para a duração do projecto. Do ponto de vista social, os programas de gestão devem abordar, no mínimo, a saúde e a segurança, os recursos humanos, o engajamento comunitário, o trabalho e devem abordar questões de gestão social. Todos os impactos ambientais, sociais e de saúde devem ser determinados e classificados em termos dos riscos que representam para o projecto.

Todos os impactos adversos devem ser evitados e, se isso não for possível, devem ser minimizados. Uma vez concluído o processo da AIASS, deve ser elaborado um programa de gestão que descreve as medidas de mitigação a utilizar, a forma como devem ser aplicadas e como serão monitoradas e avaliadas. O programa de gestão deve delinear os papéis e responsabilidades associados aos requisitos de implementação e monitoramento. O programa de gestão deve identificar estratégias de comunicação para garantir o envolvimento da comunidade ao longo do ciclo de vida do projecto. Geralmente, um Plano de Engajamento das Partes Interessadas e Afectadas é desenvolvido para atingir este requisito. Os programas de monitoramento devem ser periodicamente revistos por partes internas e externas para garantir o cumprimento e para fins de avaliação. O Padrão de Desempenho 2 (PD 2) aborda as condições de emprego e de trabalho. Os objectivos principais do PD 2 são:

Estabelecer, manter e melhorar as relações entre o trabalhador e a gerência.

Promover o tratamento justo, a não discriminação e a igualdade de oportunidades dos trabalhadores.

Proteger a força de trabalho endereçando trabalho infantil e o trabalho forçado.

Promover condições de trabalho seguras e saudáveis

Proteger e promover a saúde dos trabalhadores. A maior parte destas questões é tratada nos planos de gestão exigidos no PD 1. No entanto, o PD 2 delineia em pormenor quais condições de trabalho são aceitáveis e como as relações de trabalho devem ser geridas e também trata da saúde e segurança no trabalho para o projecto (abordado em vários planos de gestão). Certas actividades (por exemplo, radiação, Planta de Separação de Minerais, procedimentos de saúde e segurança, etc.) precisarão ser tratadas numa base de actividade por actividade. O Padrão de Desempenho 3 (PD 3) aborda a prevenção e redução da poluição. Os objectivos principais do PD 3 são:

Evitar ou minimizar impactos adversos na saúde humana e no ambiente, evitando ou minimizando a poluição resultante das actividades do projecto.

Promover a redução de emissões que contribuem para as mudanças climáticas. A principal exigência do PD 3 é que as tecnologias e práticas que evitem ou minimizem os impactos prejudiciais da poluição sejam aplicadas durante todo o ciclo de vida do projecto. Além das Diretrizes Gerais de Saúde e Segurança e Meio Ambiente, a IFC possui directrizes específicas para o sector que lidam com questões de poluição e saúde humana associadas à mineração (Directrizes de Saúde, Segurança e Ambiente para Mineração, da IFC 30 de Abril de 2007) e incluídos nos planos de gestão.

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O Padrão de Desempenho 4 (PD 4) aborda a Saúde, Segurança e Protecção da Comunidade. Os objectivos principais do PD 4 são:

Prever e evitar riscos e impactos adversos na saúde e segurança da comunidade local durante o ciclo de vida do projecto decorrentes de circunstâncias rotineiras ou não.

Assegurar que a protecção de funcionários e bens seja realizada em conformidade com os princípios legitimos evitando ou minimizando os riscos para a segurança e protecção da comunidade.

A principal exigência em termos de PD 4 é que todos os riscos e impactos para a comunidade circundante são avaliados e geridos adequadamente. Isso inclui questões como segurança de infraestrutura e equipamentos, armazenamento e manuseio de materiais perigosos, riscos associados ao ambiente natural (por exemplo, inundações, deslizamentos de terra, etc.), exposição da comunidade a doenças e prontidão e resposta a emergências. O Padrão de Desempenho 5 (PD 5) aborda a Aquisição de Terras e o Reassentamento Involuntário. Os objectivos principais do PD 5 são:

Evitar ou, pelo menos, minimizar o reassentamento involuntário, sempre que possível, explorando concepções e disposições alternativas do projecto.

Mitigar os impactos sociais e económicos adversos decorrentes da requisição de terras ou de restrições sobre o uso de terras pelas pessoas afectadas (i) fornecendo compensação por perda de activos ao custo de reposição; e (ii) garantir que as actividades de reassentamento sejam implementadas com a devida divulgação de informações, consulta e a participação informada das pessoas afectadas.

Melhorar ou, pelo menos, restaurar os meios de subsistência e os padrões de vida das pessoas deslocadas.

Melhorar as condições de vida das pessoas deslocadas através do fornecimento de habitação adequada com segurança de posse da terra dos locais de reassentamento.

De acordo com os objectivos e requisitos do PD 5, um Plano de Reassentamento (de acordo com os requisitos do Decreto 31/2012) será produzido como parte deste processo da AIASS. Antes da elaboração do Plano de Reassentamento, será realizado um processo de captura e análise de dados físicos e socioeconômicos. Isso irá suportar a elaboração do Plano de Reassentamento, que incluirá os seguintes elementos:

a) Análise do perfil socioeconômico das famílias afectadas; b) Avaliação e análise de bens tangíveis e intangíveis; c) Definição do grau de afectação - quantitativo e qualitativo; d) Definição dos critérios de compensação; e) Apresentação de soluções e alternativas técnicas e viáveis economicamente que

permitam manter ou melhorar o padrão de vida actual das famílias afectadas. O Plano de Reassentamento antevê a fase de pré-implementação do projecto e fornece as bases detalhadas para a preparação de um Plano de Acção de Reassentamento (PAR), que será desenvolvido para todas as comunidades afectadas. O PD5 só será abordado plenamente realizando o PAR. O Plano de Reassentamento faz parte da actual AIASS, enquanto o Plano de Acção para a Implementação do Plano de Reassentamento (PAR) irá formar um estudo separado para a actual AIASS. O Padrão de Desempenho 6 (PD 6) trata da Conservação da Biodiversidade e da Gestão Sustentável dos Recursos Naturais. Os objectivos principais do PD 6 são:

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Proteger e conservar a biodiversidade.

Promover a gestão e utilização sustentáveis dos recursos naturais através da

adopção de práticas que integrem as necessidades de conservação e as prioridades

de desenvolvimento.

Para se adequar ao PD 6, o estudo deve considerar os bens e serviços do ecossistema proporcionados pelo ambiente natural na área do projecto. Esta avaliação deve incluir uma investigação sobre serviços de aprovisionamento, serviços de regulação e serviços culturais. Um plano de monitoramento da biodiversidade será produzido numa fase posterior para demonstrar como o projecto monitorará a biodiversidade vegetal e animal na área do projecto para garantir que seja adequadamente gerida e conservada. Este plano descreverá o monitoramento e a avaliação necessários para gerir os aspectos ecológicos. Estudos de especialidade que incidem sobre o ambiente biológico (por exemplo, pesquisas sobre a fauna, a flora e peixes) avaliarão o estado do ambiente e determinarão se este deve ser classificado como habitat modificado, natural ou crítico com base nas orientações apresentadas no PD 6. O tipo de Habitat irá então informar o tipo de medidas de mitigação que são implementadas. Por exemplo, em áreas de habitat natural, as medidas de mitigação serão projectadas para não atingir nenhuma perda líquida de biodiversidade. O Padrão de Desempenho 7 (PD 7) trata dos Povos Indígenas e não se aplica a este projecto. Isso ocorre porque os povos indígenas são definidos como: "Um grupo social ou cultural distinto que possui as seguintes características em graus variados:

Auto-identificação como membros de um grupo cultural indígena distinto e reconhecimento dessa identidade por outros

Apego colectivo a habitats geograficamente distintos ou territórios ancestrais na área do projecto e aos recursos naturais nesses habitats e territórios.

Instituições culturais, econômicas, sociais ou políticas costumeiras que são separadas daqueles da sociedade ou cultura dominante

Uma língua indígena, muitas vezes diferente da língua oficial do país ou região. " Esta definição não se aplica às pessoas na área do projecto. O Padrão de Desempenho 8 (PD 8) aborda o Património Cultural. Os objectivos principais do PD 8 são:

Proteger o património cultural dos impactos adversos das actividades do projecto e apoiar a sua preservação.

Promover a partilha equitativa dos benefícios da utilização do património cultural nas actividades empresariais.

O patrimônio cultural deve ser protegido durante o projecto, e tomado cuidado para garantir que as práticas culturais que as comunidades participam não são impactadas negativamente como resultado do projecto. Isto será mais investigado durante a fase de estudos de especialidade. 2.3.2. Directrizes Gerais de ASS da IFC As directrizes gerais de Ambiental Saúde e Segurança (ASS) da IFC (30 de abril de 2007) são aplicáveis a este projecto. As directrizes detalham os impactos gerais e as formas de geri-los. Abrangem o ambiente, saúde e segurança ocupacional, saúde e segurança da comunidade, indicadores de desempenho e monitoramento. 2.3.3. Directrizes da IFC para ASS na Mineração As Directrizes da IFS para ASS na Mineração (10 de Dezembro de 2007) são aplicáveis a

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este projecto. As directrizes detalham os impactos específicos do sector e as formas de geri-los. Abrangem o ambiente, saúde e segurança ocupacional, saúde e segurança da comunidade, indicadores de desempenho e monitoramento.

2.4. CONVENÇÕES INTERNACIONAIS Moçambique é signatário de uma série de convenções internacionais. Aquelas aplicáveis a este projecto estão resumidas na Tabela 2-3 abaixo. Tabela 2-3: Convenções internacionais aplicáveis ao projecto.

CONVENÇÕES INTERNACIONAIS

Convenção de Basileia sobre o Controle dos Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e sua Eliminação

1989

Convenção Africana sobre Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais

1968

(Revista) - Convenção Revista Sobre a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (versão alterada) ainda não está em vigor. Moçambique ratificou e ficará vinculado após a entrada em vigor

2003

Acto Constitutivo da União Africana 2000

Convenção de Bamako sobre a Proibição da Importação para a África e o Controle do Movimento Transfronteiriço e Gestão de Resíduos Perigosos em África

1991

Convenção sobre a Diversidade Biológica 1992 1992

Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (CITIES)

1973

Convenção das Nações Unidas sobre a Proteção do Patrimônio Mundial Cultural e Natural

1972

Protocolo de Quioto para a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas

1998

Convenção sobre Preparação, Resposta e Cooperação sobre Poluição por Óleo

1990

Convenção sobre Terras Húmidas de Importância Internacional, Especialmente como Habitat de Aves Aquáticas (RAMSAR)

1971

Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes 2001

Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (ler com o Protocolo de Quioto)

1992

Convenção de Viena para a Protecção da Camada de Ozono 1985

Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil por Canos Causados pela Poluição por Hidrocarbonetos

1992

Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Empobrecem a Camada de Ozono

1987

Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar 1982

Convenção Internacional para Combater a Desertificação em Países com Seca e/ou Desertificação, Particularmente em África

1994

Tratado que Institui a Comunidade Económica Africana 1991

Protocolo da SADC sobre Mineração 1997

Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos 1981

Convenção sobre Segurança da Vida no Mar (SOLAS) 1974

Marpol 73/78, Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios, modificada pelo Protocolo de 1978

1973, 1978

Convenção sobre a Prevenção da Poluição Marinha por despejos de Resíduos e Outras Matérias e do Protocolo de 1996

1972, 1996

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3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO

3.1. FUNDAMENTO DO PROJECTO O grafite é uma forma natural de carbono cristalino e é classificada por forma, tamanho e pureza. A grafite em floco (cristalina) é considerada mais desejável e comercializável do que a grafite amorfa (microcristalina) (Leak, 2014), pois é de maior qualidade que a grafite amorfa e pode ser usada em aplicações tradicionais e de alta tecnologia. Em contrapartida, a grafite amorfa não pode e, portanto, não é adequada para refratários ou baterias, que são os dois principais factores de mercado do sector de grafite. A grafite em flocos deriva o seu valor através do tamanho do floco e da pureza do concentrado. A grafite de Ancuabe é conhecida pelo seu grande tamanho de floco (maior que 180 μm) e suas propriedades resultam num concentrado de flocos de alta pureza. A grafite de alta pureza exige um prémio significativo no mercado da bateria de iões de lítio (BIL) e preços ainda maiores para o fornecimento no mercado de grafite em expansão. As regiões do mercado-alvo incluem a China e a Ásia, onde estão localizadas muitas das instalações de produção de grafite expansível e instalações de melhoramento de baterias de iões de lítio. Grafex pretende desenvolver uma mina de grafite e uma planta de processamento para produzir um concentrado de grafite de alta pureza em Ancuabe (EL 5380, 5305 e 5336) em Cabo Delgado, Moçambique (Figura 3-1). O Projecto de Mina de Grafite de Ancuabe é composto de depósitos múltiplos, dois dos quais foram avaliados por esta AIASS e fazem parte desta descrição do projecto. Os depósitos remanescentes só serão minerados num estágio muito posterior, momento em que uma AIA separada será submetida para aprovação A empresa começou com um estudo de escopo técnico, concluído em Abril de 2017, que concluiu que o Projecto de Mina de Grafite de Ancuabe justificou investigações adicionais sobre o potencial para desenvolver uma operação no local. Estudos de viabilidade definitivos que incluíram o trabalho de testes metalúrgicos mais extensos foram encomendados em Abril de 2017 e devem ser concluídos em Dezembro de 2017. Durante esse período, foram realizadas pesquisas significativas no mercado para apoiar a AIASS, bem como o desenvolvimento e planeamento da mina. Estes estudos incluíram extensão da perfuração dos recursos, pesquisas geotécnicas e selecção da localização das instalações. Esta AIASS o tempo de vida da mina de 30 anos de operação a uma taxa de processamento de 1 Mt/a. A mina produzirá um total de aproximadamente 30Mt de concentrado de grafite e 80Mt de resíduos de minas para armazenagem ao longo da vida útil dos 30 anos. A mina funcionará 7 dias por semana, 24 horas por dia.

3.2. FUNDAMENTO PARA ESTE DESENVOLVIMENTO O sector de mineração em Moçambique fornece um modesto contributo para o PIB, mas isso cresceu ao longo dos anos, de 1,5% em 2012, para 4,3% em 2013. O crescimento entre 2012 e 2013 pode ser atribuído ao aumento da produção e exportação de carvão, grandes projectos de infra-estrutura e expansão de crédito no sector privado. O PIB da mineração em Moçambique diminuiu de 6.186 milhões de toneladas no terceiro trimestre de 2016 para 4.272 milhões de toneladas métricas no quarto trimestre de 2016. O PIB da mineração em Moçambique atingiu uma média de 2448,08 milhões de MT entre 2008 e 2016, atingindo o máximo histórico de 6186 milhões de MT Milhões no terceiro trimestre de 2016 de um mínimo histórico de 844 milhões de MZN no quarto trimestre de 20081.

1 http://www.tradingeconomics.com/mozambique/gdp-from-mining

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Este tipo de taxa de crescimento no sector de mineração destaca a importância da mineração para o crescimento futuro em Moçambique. O governo moçambicano reconheceu isso e comprometeu-se a encorajar o IDE a desenvolver a indústria mineira de Moçambique. O Projecto enquadra-se neste sector e contribuirá assim para o crescimento contínuo de Moçambique. Localmente, o projecto terá um impacto significativo nas Comunidades Afectadas pelo Projecto (CAPs), trazendo oportunidades significativas de emprego, direta ou indiretamente. As oportunidades de emprego indiretas incluirão serviços de apoio à mina, bem como serviços de apoio às pessoas empregadas na mina.

3.3. LOCALIZAÇÃO O projecto de mina de grafite Ancuabe está localizado na Província de Cabo Delgado, no nordeste de Moçambique (Figura 3-1), a aproximadamente 25 km a leste da Vila de Ancuabe e a aproximadamente 93 km a oeste de Pemba. A mina é acessível através da estrada nacional 106 de Pemba e da R243 em direção à Vila de Ancuabe. A maioria da área do projecto é composta atualmente de vegetação natural com poucas máquinas localizadas ao longo da estrada de acesso e do corredor da linha de energia proposta. Há muito pouco em termos de infra-estrutura, que se limita aos escritórios móveis, instalações de armazenamento para equipamento de perfuração e abrigos temporários para a sombra. No entanto, um número relativamente grande de estradas e rotas de acesso foram estabelecidas numa área localizada onde a perfuração ocorreu. Apesar disso, o local do projecto é considerado um local virgem.

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Figura 3-1: Localização do projecto de Ancuabe dentro da Província de Cabo Delgado.

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3.4. DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE MINERAÇÃO DE GRAFITE 3.4.1. Limpeza do local A vegetação e a camada superficial do solo serão limpas e removidas por meios mecânicos (motosserras, escavadeiras). A remoção da vegetação será feita simultaneamente em todos os locais da infra-estrutura e, progressivamente, na cava. Os detritos lenhosos limpos podem ser armazenados e queimados ou colhidos para madeira e carvão vegetal. A camada de solo superficial será removida e armazenada para auxiliar na reabilitação subseqüente, pois contém a maioria do banco de sementes, ou depositada imediatamente sobre a superfície das áreas impactadas que não são necessárias durante a fase operacional, para minimizar as perdas e ajudar na reabilitação. 3.4.2. Extração de minério Para começar, o material oxidado mais macio localizado perto da superfície (tipicamente os 5 m superiores do depósito) será removido com uma máquina escavadora e, uma vez encontrada a rocha dura, serão utilizadas técnicas de perfuração e desmonte. As cavas serão construidas por perfuração inicial para a colocação de explosivos, como ANFO (nitrato de amônio) ou emulsão. Posteriormente, o dsmonte controlado será usado para liberar o material fragmentado, que é então carregado e transportado através de camiões de carga. O processo de mineração produz resíduos/estéril (também chamados material de cobertura - a porção do material que não contém grafite) e minério (a porção do material que contém grafite). A rocha residual será removida da cava e, dependendo do tempo, inicialmente transportada para o local da barragem de água bruta ou barragem de rejeitos para construir as paredes. Após a conclusão da barragem de de água bruta, a rocha estéril será transportada para uma instalação, a pilha de estéril adjacente à cava da mina ou para a instalação de armazenamento de rejeitos para continuar a construção da parede ao longo da vida do projecto. O minério é transportado para o pátio de minério bruto (Run of My (ROM Pad)). 3.4.3. Processamento O processamento (Figura 3-2) começa no pátio de minério bruto (ROM Pad), onde as reservas de minério são alimentadas por camiões de transporte - transportando minério dos depósitos da cava. Esses estoques de ROM são então transferidos por carregadoras frontais para a estação de britagem primária da planta de processamento. Britagem A rocha com minério deve ser britada para uma granulometria fina para que a grafite possa ser removida. O mineral é primeiro quebrado para uma tamanho <600 mm de rocha usando um quebrador móvel de rocha e depois passa esta rocha por três estágios de britagem. O minério depois do britador secundário e terciário é então combinado e direcionado para um crivo. O produto menor que P80 ou 12,5 mm é transportado por correia transportadora para um moinho de esmagamento. O material de maior granulometris será recirculado através dos trituradores até atingir o tamanho desejado. Britagem primária O minério esmagado é transportado para o silo de minério esmagado e alimentado na correia transportadora de alimentação ao britador. A britagem primária (moagem) é o processo onde o minério esmagado, que agora é o tamanho de pequenos seixos, é esmagado ainda mais até um material quase tão fino como a areia usando um moinho de esmagamento. O minério é alimentado no moinho de esmagamento com água, operando em circuito fechado com telas vibratórias onde o moinho descarrega em telas vibratórias de dupla plataforma

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equipadas com pulverizadores de água. A tela de tamanho inferior a P95 710-1000 μm é bombeada para o circuito de flotação e o tamanho acima ao da tela é reciclado de volta ao moinho de esmagamento através de correias transportadoras (Figura 3-2). Flotação Roughers Flotação é o processo de borbulhar o ar através da areia moída e uma pasta de água para que a grafite, que seja mais leve do que a areia, possa ser separada. Isto é feito adicionando reagentes à alimentação da flotação ("areia" esmagad) e agitando mecanicamente a mistura de pasta para produzir um concentrado mais áspero (produto contendo grafite) e rejeitos mais grosseiros (resíduos). O concentrado mais áspero é bombeado para um moinho de atrito onde o resíduo associado à grafite é "removido" das bordas da grafite, antes de ser bombeado para os Limpadores. Limpeza Existem cinco estágios de limpeza no circuito do Limpador onde o concentrado mais áspero é refinado e os rejeitos removidos. Filtragem e secagem O concentrado final é então filtrado, seco e ensacado antes de ser transferido para um silo de armazenamento de grafite. Manuseamento para classificação e concentração A grafite é alimentada para uma linha de telas fechadas para separar a grafite em cinco produtos de tamanho:

Flocos > 300 μm

300 μm > Flake >180 μm

180 μm > Flake >150 μm

150 μm > Flake >106 μm

Finos <106 μm Embalagem e expedição O concentrado final, uma vez classificado, é então empacotado em sacos no local e armazenado temporariamente, para transporte usando camiões. O producto de cada tamanho será transportado em separado nas respectivas caixas de armazenamento. Cada depósito de armazenamento irá descarregar para o sistema de ensacamento. O sistema de ensacamento é projetado para sacos de capacidade de 1 tonelada e inclui um receptor e alimentador com colecta de poeira, um manuseador de sacos, células de carregamento e transportador de rolos de paletes. Sacos cheios serão manipulados usando uma empilhadeira e paletes. Os produtos concentrados em sacos serão armazenados sob cobertura e carregados em camiões ou em recipiente embarque do local para o Porto de Pemba. O envio mínimo será um recipiente e um máximo de aproximadamente 250 recipientes. Rejeitos Os rejeitos são o material de areia que é deixado depois que a grafite foi separada dele. Os rejeitos serão transferidos para um espessador de rejeitos onde o floculante é adicionado à alimentação do espessante dos rejeitos Os rejeitos são depois bombeados para a instalação de armazenamento de rejeitos (TSF), que compreenderá duas células para a vida da mina. Antes do desenvolvimento da segunda célula, é provável que o poço T16 seja preenchido com rejeitos. Os rejeitos são descarregados usando deposição sub-aérea de espigões múltiplos localizados à volta da crista do aterro, bem como um sistema de irrigação e irrigação agrícola.

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A água de transbordo do espessador irá gravitar à lagoa de água do processo para reciclagem. A água adicional é recuperada da superfície da TSF através de um sistema de água de retorno de rejeitos, que é então devolvida à planta para reutilização. A intenção é maximizar a recuperação e reutilização da água durante todo o projecto.

3.5. CRONOGRAMA A expectativa de vida da mina é de 30 anos. 3.5.1. Construção Um cronograma de construção de alto nível é mostrado na figura abaixo. A implementação começará no primeiro trimestre de 2018, com projecto de engenharia detalhado. As atividades de permissão continuarão nos próximos 3 trimestres. A mobilização está planeada para o local em meados do segundo trimestre de 2018 para iniciar os primeiros trabalhos de construção, incluindo a construção da barragem de água bruta.

3.5.2. Operação Um cronograma de produção variável foi determinado para ambos os depósitos:

Ano 1 - 15: Aproximadamente 0,9 milhões de t/a

Ano 16 - 30: Subida até 1,1 milhão de t / a

Ano 31 em diante: processamento de 0,9 - 1,1 Mtpa a partir de recursos adicionais.

Nesta programação, o T16 é minerado nos primeiros quinze anos, bem como a pré-produção de um ano, e T12 é miernada nos 15 a 20 anos seguinte.

Activity

Ancuabe Graphite project Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4

Drilling

Technical investigations

Definitive feasibility study

Environmental permitting

Mining concessions permitting

DUAT process

Construction permitting

Early works engineering

Early works site construction

Financial investment decision

Site construction

Commissioning

2017 2018 2019

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Figura 3-2: Diagrama de fluxo que ilustra o processo de mineração

Cleaner 1 / 2

Cleaner 3 / 4 / 5

Process Water

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3.6. INFRACTIVIDADE PROPOSTA

A seguintes infra-estruturas de minas são necessárias e descritas com mais detalhes abaixo

(Figura 3-3):

Mina:

o Poços de minério (T12 e T16);

Bombas de retirada de água

Plantas de iluminação

o Pilhas de estéril para T12 e T16;

o Instalação de armazenamento de rejeitos;

o Barragem de água de processo;

o Pilhas de Minério bruto

o Fábrica de processamento.

Inra-estrutura de Apoio

o Barragem d armazenamento de água e armazenamento auxiliar; e

o Furo Local (Furo do Mitchel)

o Central eléctrica, sub-estação transformadores

o Câmara de empréstimo

Infraestrutura auxiliar

o Áreas de armazenamento de combustível e estação de abastecimento;

o Instalação de armazenamento de explosivos da mina;

o Pátio de armazenamento;

o Oficinas da mina fabricação e de processo para manutenção e reparos;

o Armazéns da mina e da planta de processo para armazenamento temporário;

o Reagent and consumable storage and preparation;

o Armazenamento e preparação de reagente e consumíveis;

o Escritórios, incluindo sala de controle;

o planta móvel;

o Refeitório e área de lavagem;

o Abluções;

o Vestiários;

o Laboratório;

o Estradas locais;

o Acampamento de acomodação, incluindo:

Portaria;

Salas de treinamento;

Estacionamento;

Portões de acesso ao acampamento;

Mine rescue and medical centre;

Centro de resgate da mina/bombeiros centro médico;

Instalação de tratamento de esgoto;

o Resíduos:

Instalação de classificação de resíduos;

Aterro sanitário

Barragem de controle de poluição; e

o Instalação de tratamento de água potável.

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Infraestrutura não avaliada nesta AIASS

o Rota do duto da Barragem de Armazenamento de Água para a Planta de Processamento, estação de tratamento de água potável e para os serviços da mina

o Futuras Cavas de Minério o Futuro Despejo de Rocha Estéril

o Estação de energia fotovoltaica o Colocação de estradas de acesso e torres de linha de energia dentro do

corredor da linha de energia e Estrada de Transporte.

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Figura 3-3: Infra-estrutura do projecto para Ancuabe

Furo do Mitchel

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3.7. DESCRIÇÃO DETALHADA DA INFRA-ESTRUTURA DE MINERAÇÃO PROPOSTA

3.7.1. Cavas de Minéria e a infra-estrutura associada

Cavas Esta AIASS cobre a mineração de dois depósitos de grafite, denominados T12 e T16. A cava T12 terá uma extensão de 51,26ha, e mais de 15 milhões de toneladas de minério serão extraídas. A cava T16 terá uma extensão de 29,07 ha, e aproximadamente 15 milhões de toneladas de minério serão extraídas. Os depósitos serão extraídos como cavas a céu aberto com as paredes com um ângulo de inclinação de 40°, e alcançarão uma profundidade final de 120 m abaixo da crista da cava. T16 será minerado inicialmente, seguido pelo T12.

À medida que a cava progride, as rampas de acesso serão projetadas e usadas para permitir que os camiões saem e voltem a entrar na cava para o transporte. Isso ajudará a reduzir a distância que os caminhões de transporte precisam viajar para depositar suas rochas ou minérios. Espera-se que aproximadamente 20 caminhões por hora sejam utilizados para transportar resíduos ou minérios para os respectivos pontos de entrega. Um camião cisterna industrial será usado para minimizar qualquer poeira nas rampas. Bombas de desidratação Será necessária uma variedade de bombas de drenagem de água em locais estratégicos ao longo das bordas das covas em desenvolvimento. A desidratação reduz o risco de contaminação e das águas superficiais e subterrâneas, além de aumentar a estabilidade e a segurança das faces de taludes (Straskraba, 1979). A posição precisa das bombas de desidratação provavelmente mudará ao longo da vida da mina para bombear a água de forma eficiente das cavas A gestão da água na cava consistirá principalmente em desidratação do influxo de águas subterrâneas pouco profundas e através de fracturas na parede da cava, controle de escoamento e bacias de acumulação. À medida que a cava funcionará a profundidades de 120 m abaixo da crista da cava, serão necessárias bombas especiais de alta elevação. As bombas (para bombear a água) estarão localizadas fora da bacia, como mostrado na figura abaixo, de modo que as bombas não se submergem à medida que o nível de água aumenta em resposta a um evento de chuva.

Ilustração 3-1: Bombagem de água na cava com uma bomba de desidratação Godwin

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Os principais requisitos operacionais serão:

Minimize os fluxos de água para dentro do poço, utilizando as barreiras de desvio no perímetro, drenagens e preenchimento, sempre que possível;

Providenciar capacidade de bombeamento da cava para eventos esporádicos/sazonais;

Fazer manutenção da drenagem da parede da cava; e

Providenciar bacias temporários capazes de lidar com os fluxos de água esperados das águas subterrâneas pouco profundas e fraturas na parede da cava.

Plantas de iluminação Serão necessárias torres de iluminação para iluminar os trabalhos de carregamento. A iluminação de minas a céu aberto, em particular as cavas e estradas de transporte, é considerada difícil devido à baixa reflectância das superfícies e do ambiente escuro envolvente (Pal et al., 2012). Além disso, os sistemas de iluminação geralmente são obrigados a ser de natureza temporária devido ao avanço regular das faces de trabalho. Uma grande variedade de requisitos e padrões de iluminação estão em vigor para a iluminação satisfatória de operações mineiras, e estes podem ser atendidos por várias instalações de iluminação temporária e estática. Comumente, o sistema de iluminação fotovoltaica autônomo de um único lado é preferido devido à mobilidade, facilidade de instalação e ao fato de que não requerem conexão com outros componentes (Pal et al., 2012). 3.7.2. Pilhas de Estéril Serão criados duas pilhas de estéril (PE) associadas a cavas (T12 e T16), contendo a componente de rocha residual (ou seja, rocha que não contém grafite). As pilhas de estéril serão localizadas imediatamente ao lado das respectivas cavas de mina para reduzir o tempo e custo de transporte. As pilhas de estéril cobrem as maiores áreas em termos de infra-estrutura das minas, tendo pegadas de 158,77 ha e 55,62 h respectivamente. As pilhas de estéril manterão cerca de 80 milhões de toneladas nos primeiros 30 anos de operação. As pilhas de estéril serão projectadas com ângulos de face de taludes baixos adequados, a fim de minimizar o risco de deslizamento. Além disso, a água será coletada e desviada para o sistema de água do processo 3.7.3. Instalação de armazenamento de resíduos Serão construídas duas instalações de armazenagem de rejeitos (TSF) com baixa permeabilidade, para serem usadas para armazenar a lama e rejeitos produzidos como resíduos do processamento do minério (Figura 3-4). A forma da TSF será determinada através da criação manual de paredes laterais de bermas (de rocha esmagada ou material de sobrecarga), seguido de preenchimento com os rejeitos à medida que o processamento continua. Isso será feito através de vários pontos de descarga ao longo das paredes da TSF, permitindo que os rejeitos gravitem para o centro da TSF e os sólidos se sedimentem. Serão implementadas medidas de reciclagem de água para recuperar a maior quantidade possível de água (para reutilização na planta de processamento). A TSF será monitorado por bombas de infiltração a jusante e o nível de água dentro da barragem controlada através de bombas de drenagem. O sistema de drenagem inferior consistirá em duas redes de drenagem interligadas, a saber, os drenos colectores e os drenos, que enviam a água para uma bacia de colheita localizada no lado a montante do aterro Uma vez que a barragem será forrada, a água será colhida da superfície da TSF. Em de um evento extremo, precipitação ciclônica, a água pode transbordar através do vertedouro de emergência. O excesso de tal evento será direcionado através de estruturas

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de controle de sedimentos a jusante. Em operação normal, a TSF não transborda e a água é colhida da superfície para a água do processo. Cada célula é projetada para conter aproximadamente 10 Mt de rejeitos.

Figura 3-4: Diagrama mostrando o conceito das duas células da Instalação de

Armazenamento de Rejeitos.

3.7.3.1. Barragem de água de processo A barragem de água de processo actua como tampão/barragem de equilíbrio entre a instalação de rejeitos e a planta. A capacidade é de 1.100 m3 de volume. 3.7.4. Estoques de Minério Bruto (ROM) Serão necessários estoques intermediários em vários locais em todo o local da mina, para armazenamento de materiais a curto e médio prazo. Materiais armazenados podem incluir qualquer um dos seguintes

Estoque de Resíduos e de minério; e

Estoque de materiais de construção (areia, etc.). Estes só são necessários durante a construção, e serão muito pequenos, para actividades de colheita de areia no rio Mogido

No entanto, o estoque de minério bruto (ROM) especificamente refere-se às reservas de minério localizadas antes do britador primário. Isto é mostrado na Figura 3-5 abaixo, no topo da foto directamente a Norte. Aproximadamente 35.000t de minério serão localizados no ROM Pad, com base na operação de 7 a 10 dias, exigida no caso de a mina estar fechada por um longo período de tempo O fluxo superficial do ROM será colectado e direcionado ao sistema de água do processo

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3.7.5. Fábrica de processamento A fábrica de processamento de 5.67 ha alojará o circuito de britagem, moagem de esmagmento, células de flotação e equipamentos de desidratação para o processamento de minério e edifícios no local (Figura 3-5).

A planta de britagem será uma planta de alimentação a seca, com humidade mínima de aproximadamente 5%. Ela será capaz de lidar com rochas de tamanho de 525 x 535 x 605mm a 1980 x 2456 x 1740mm, dependendo do modelo selecionado. Os aspiradores de supressão de poeira serão localizadas nas correias transportadoras e chutes de transferência na planta de britagem para mitigar impato de poeiras inaláveis.

As especificações do moinho de esmagamento dependerão do moinho preciso selecionado e as dimensões variam entre 4,9-15,9 m de comprimento, 2,3-8,8 m de largura, 2,0 - 6,8 m de altura e pesando entre 5,7 e 150 toneladas. O moinhoé movido a motor com um redutor de velocidade e engrenagem periférica grande, ou motor síncrono de baixa velocidade com engrenagens periféricas grandes.

As células convencionais de flotação utilizadas dependerão da classificação das máquinas utilizadas e o volume para cada dispositivo de flotação pode variar de 0,37 m3 a 40 m3.

Figura 3-5: Disposição proposta do local da planta de processo, o pátio de minério bruto e as reservas a longo prazo (primeiro plano) e a rede rodoviária. Estação de energia solar fotovoltaicanão foram avaliadas como parte desta AIASS.

3.8. INFRAESTRUTURA DE APOIO A MINERAÇÃO 3.8.1. Agua Estima-se que o projecto usará 1 milhão de m3 de água anualmente, o que é aproximadamente 1 m3 (1000 litros) de água por tonelada de alimentação na planta. A maioria da água é necessária para o processo de flotação. A água não será proveniente da provisão de serviços nacionais, provinciais ou municipais. Grafex irá construir uma barragem de água em bruto no canal no rio Muaguide

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3.8.1.1. Barragem de água bruta A barragem de água bruta terá uma capacidade de 1,5 a 2 Mm3, o que é suficiente para mais de um ano de produção. A barragem será localizada a aproximadamente 1,5 km a nordeste do depósito de resíduos T12 (Figura 3-1 e Figura 3-6) no Rio Muaguide, e tem um rendimento anual entre 18 e 23 Mm3. A barragem será construída usando material de construção emprestado da área da bacia, ou resíduos de cavas - onde apropriado, e consistirá em um aterro zoneado com terra, com uma altura para o vertedouro de 10m e uma altura de crista de 12m. A barragem irá descarregar água durante as estações húmidas. O vertedouro será projetado para actuar como uma passagem natural do peixe (por exemplo, forrado com rochas para funcionar hidraulicamente como um rápido natural), para permitir que as espécies de peixes migratórios presentes no rio a jusante migrem para a frente da parede. O vertedouro é projectado para ser um vertedouro largo e com base forrada de pedregulhos (rip-rap), e pode, portanto, não fornecer conexão hidráulica contínua (fluxos superficiais muito largos durante a maioria das condições de transbordamento). Esta barragem será preenchida através do fluxo natural do rio de escoamento e deve ser suficientemente grande para fornecer água suficiente durante a longa estação seca. A água bruta será bombeada directamente para a planta de processo, a estação de tratamento de água potável e para os serviços da mina. Um tanque de água bruta será construído no local da planta para abastecer o sistema de água principal do anel de combate a incêndio, que fornece bobinas de mangueira e pontos de hidrante em toda planta. As dimensões e a rota do duto não foram avaliadas como parte desta AIASS.

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Figura 3-6a: Barragem de água bruta

Figura 3-6b: Detalhe da represa da barragem de água crua e detalhes do vertedouro

3.8.1.2. Planta de tratamento de água potável A planta de tratamento de água potável e a instalação de armazenamento de tanques fornecerão as necessidades de água para o pessoal da equipe, o acampamento de alojamento e a água para chuveiros de segurança localizados ao redor do local. Esta instalação estará localizada na planta do processo, para assegurar a proximidade entre a fonte e o uso. Durante a construção, a água potável será transportada e armazenada no local em tanques de armazenamento temporários, para uso da equipe. A água de construção será proveniente da barragem de armazenamento de água bruta ou furos locais, conforme necessário. Fontes de água adicionais incluem água bombeada da cava da mina (interna e externa), armazenamento de escoamento superficial da água e água recuperada da instalação de armazenamento de rejeitos 3.8.2. Fornecimento de energia A demanda total para a mina será de até 50.000 MWhoras2 anualmente, o que requer os seguintes requisitos de energia conectados:

Mina – 1 MW

2 Um megawatt é uma unidade para medir a energia que é equivalente a um milhão de watts. Um megawatt hora (Mwh) é igual

a 1.000 Kilowatts-hora (Kwh). É igual a 1.000 quilowatts de electricidade usada continuamente durante uma hora. É aproximadamente equivalente à quantidade de eletricidade usada por cerca de 330 casas durante uma hora. Aproximadamente 6,5 MW de potência são necessários para gerar 50,000 MWh / a..

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Planta de Processo – 8.5 MW e

Acampamento – 0.5 MW A energia para o local será obtida da Rede Nacional sujeita à disponibilidade e aprovação da Autoridade da Eletricidade de Moçambique (EDM) a partir de 2022. A linha de transmissão mais próxima fica a aproximadamente 35 km da área do projecto, e a Grafex irá construir linhas de transmissão a partir daí para a proposta subestação no local quando a energia da rede estiver disponível Grafex propôs opções duplas de fonte de alimentação. A energia será comprada da EDM e será produzido no local por geradores a diesel, que também actuarão como fontes alternativas de energia em momentos em que a rede nacional não pode fornecer uma fonte confiável de energia. Isso será feito para garantir a disponibilidade de energia confiável, bem como reduzir custos e carga na rede nacional. Caso de a energia da EDM não possa ser entregue, os geradores serão usados 24/7. Estação de energia no local A estação de energia do local também incluirá uma geração de energia fotovoltaica de até 1 MW e até nove (9) geradores a diesel de 1 MW. O calor residual da central eléctrica será reciclado para o secador de concentrado para compensar os requisitos de diesel. Linhas de transmissão Serão construídos 35km de linhas de transmissão de 33 kV e será necessário um controle de acesso rígido a esta linha de transmissão para garantir a segurança e minimizar as interrupções de energia. A subestação principal transformará a potência em 11 kV para a distribuição de alta tensão no local. Os requisitos de energia são de aproximadamente 6,5 MW para o projecto. O número de torres (Estruturas de tensão e estruturas intermediárias) e o número de linhas (caminho de Catena e fios condutores) na cruzeta estão ainda por decidir. 3.8.3. Áreas de armazenamento de combustível e a estação de abastecimento de

combustível As áreas de armazenamento de combustível com auto-contenção e uma estação de abastecimento de combustível estarão localizadas na planta, para garantir o abastecimento de camiões de transporte e veículos ligriros e geradores. Os seguintes tipos de hidrocarbonetos serão armazenados no local:

Diesel: Até dez tanques com auto-contenção com capacidade de 67,000l para armazenamento de diesel estarão localizados na área de serviços da mina, distribuindo diesel conforme necessário para os veículos mineiros, outros veículos leves, a central de energia e o secador do concentrado.

Os óleos lubrificantes, de motores e hidráulicos serão armazenados em uma área designada nos armazéns da mina e da planta de processo.

Os óleos usados serão armazenados na área de triagem de resíduos, pendente de descarte externo por um provedor de serviços com licença.

Reagentes: serão armazenados numa área designada na planta de processo. Os recipientes serão armazenados na área de classificação de resíduos, pendente de disposição fora do local por um provedor/s de serviços licenciado

3.8.4. Instalação de armazenamento de explosivo da mina

Os explosivos de minas serão geridos pela contrada de mineração com um fornecedor e operador aprovado por Moçambique. Uma detonação será realizado na mina

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aproximadamente a cada 3 semanas. Uma pequena quantidade de detonação pode ser necessária durante o desenvolvimento do projecto. No entanto, isso será mínimo. 3.8.5. Borrow Pit Menos de 1500m3 de areia serão provenientes principalmente do rio Mogido/Pulu dentro da área de arrendamento e concessão de mineração para construção. A Grafex também propôs o fornecimento de areia e outros materiais de construção para a construção de outras áreas dentro da área do projecto. 3.8.6. Pátio de armazenamento Será necessária uma área de colocação de materiais e equipamentos de construção, de aproximadamente 250 m x 250 m, em vários locais. Essas áreas continuarão a ser usadas durante a fase operacional, embora a área real de terra necessária possa ser reduzida para uma área de aproximadamente 100 m x 100 m. Os pátios de armazenamento podem ser usados para uma grande variedade de propósitos, sendo que os estoques pequenos e temporários de materiais de construção são o uso mais comum. As peças de reposição necessárias para as manutenções também podem empregar essas áreas, ou armazenamento de curto prazo de infra-estruturas móveis, como banheiros químicos ou materiais de vedação. 3.8.7. Requisitos de construção no local

Duas oficinas para manutenção e reparação; uma será localizado na área de serviços da mina e uma na planta de processo. A instalação da planta de processo será vedada;

Dois armazéns para armazenamento temporário; um será localizado na área de serviços da mina e um na planta de processo. A instalação da planta de processo será vedada;

Laboratório de teste metalúrgico e análises de amostras;

Armazém de reagente e consumíveis;

Escritórios e sala de controle;

Planta móvel;

Refeitório;

Abluções;

Abluções combinadas com vestiário;

Acampamento de acomodação para construção e operações;

Portaria;

Centro de Treinamento; e

Centro medico. 3.8.8. Laboratório Um pequeno laboratório de testes de materiais será erguido no local, contido no local da planta (veja a Figura 3-3). Os produtos químicos comuns utilizados no laboratório serão detergentes de limpeza, quantidades pequenas (<20 L) de ácidos e álcalis. Esses itens serão armazenados no laboratório, em áreas designadas de acordo com sua folha de dados de segurança 3.8.9. Segurança de acesso e centro de treinamento O acesso de e para a mina será deito por um portão permanente na entrada, e um centro de treinamento estará localizado nas proximidades do portão. As instalações de

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estacionamento, os portões de acesso ao local e pequenos escritórios para pessoal de segurança estarão localizados nesta área. O portão terá segurança humana 24 horas por dia. 3.8.10. Acampamento de acomodação O acampamento proposto está situado na estrada sudoeste de acesso a mina. Todo acampamento de 11.1ha será cercado e terá controlo de acesso no portão e será administrado por uma contratadoade de catering. 3.8.11. Resgate da Mina e Centro médico Uma pequena clínica estará disponível no local, situada no acampamento, o que representa um ponto central e facilmente acessível em todo o local do projecto. A clínica exigirá transporte semanal de mercadorias especializadas (ou, quando necessário), e irá gerar resíduos perigosos. A instalação da clínica e a operação serão contratadas e atendidas por um paramédico, e o pessoal de segurança do local do projecto será treinado 3.8.12. Resíduos Aterro Sanitário Será necessário um aterro sanitário no local para eliminação de resíduos sólidos gerais (alimentos, vidro, papel, madeira, metal, óleos e lubrificantes). Os seguintes locais foram escolhidos com base na adequação ambiental:

Fase de construção - dentro da área de instalações de rejeitos que pode ser coberta para minimizar o acesso a catadores; e

Fase de operação - dentro das células das instalações de rejeitos, movendo-se para fora à medida que aumenta a área celular de rejeitos. Áreas adicionais podem ser identificadas e desenvolvidas mais tarde na fase de operação.

Os resíduos perigosos, os resíduos de petróleo, os resíduos médicos, os materiais recicláveis e outros resíduos que não podem ser eliminados num aterro sanitário serão coletados na área de triagem localizada entre as instalações da mina e a área da planta de processo. A área de classificação será cercada e protegida, com recolha regular por prestadores de serviços licenciados Controle de poluição O escoamento de águas pluviais da área da planta e a cava são considerados água suja e devem ser contidos/capturados para evitar a contaminação dos recursos hídricos circundantes e do meio ambiente. O escoamento de águas pluviais da planta será descarregado na barragem de rejeitos ou na barragem de água de processo. Toda a água de lavagem do acampamento seria tratada e depois armazenada numa barragem para reciclagem sempre que possível, ou bombeada para a TSF Instalação de tratamento de esgoto A colecta e bombeamento de esgoto ocorrerá desde a área de serviços da mina, a planta de processo e acampamento até a estação de tratamento de esgoto localizada no acampamento. A água da estação de tratamento de esgoto será direcionada para a instalação de armazenamento de rejeitos, enquanto os resíduos sólidos secos serão utilizados como fertilizantes Introdução de Estruturas de Controlo de Sedimentos Foram propostas cinco estruturas de controle de sedimentos dentro da área do projecto, três para capturar sedimentos da mina, área da planta de processo e operações e duas abaixo

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da TSF. As estruturas de controle de sedimentos são concebidas para terem até 5 m de altura. As condições do solo são consideradas adequadas para suportar as estruturas com material de baixa permeabilidade disponíveis localmente para construir os aterros. Durante a operação normal, as instalações irão conter partículas mais grossas que os sedimentos médios a grossos. Durante eventos de precipitações, espera-se que as partículas de solo maiores que os sedimentos grossos/areias finas estarão contidas nas estruturas.

Figura 3-7: Exemplo da Função das Estruturas de Controle de Sedimentos (ECS) em relação à infraestrutura da mina

3.8.13. Transporte Estradas Nacionais Pequenos melhoramento de estradas e a elevação temporária de linhas de energia serão necessárias para acomodar grandes cargas que excedam o limite de transporte rodoviário de Moçambique (peso, dimensão, etc.) e, sempre que possível, as cargas serão geridas dentro do pacote de transporte moçambicano Estradas do local do projecto As estradas terão de ser construídas e/ou meçhoradas para permitir o transporte por via rodoviária para construção e operação. Estrada de Transporte Será construída uma estrada de acesso com 18 km de comprimento x 8 m com 20 m de servidão e 2 m de largura com drenos em V em cada lado, a partir da via pública, passando pelo acampamento da mina e levando à planta de processo. Esta estrada de duas faixas, não alcatroada, será concebida para uma velocidade máxima de 50 km/h. Estradas do Local Uma estrada de acesso de 4 m de largura que levará à TSF será construída ao longo de vias de perfuração já existentes. Também será construída uma estrada de acesso de 4 m de largura que levará a IAA. Estas estradas terão uma velocidade máxima de 30 km/h e serão feitas de cascalho compactado. Veículos Em geral, camiões de 20 toneladas serão empregados durante a fase operacional, com apenas cargas anormais, fazendo uso dos camiões maiores de 36 toneladas. Estima-se que dez caminhões de 20 a 36 toneladas serão usados para transportar o produto de grafite do local da mina para Pemba ou Porto de Nacala a cada dia e materiais do porto de Pemba,

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Tanzânia e África do Sul para o local do projecto. Os autocarros serão usados para transportar os trabalhadores de e para o local num ciclo de oito horas. Os veículos ligeiros de entregas também serão usados para o funcionamento geral da mina 3.8.14. Oportunidades de emprego A tabela a seguir é uma distribuição das oportunidades de emprego com base no nível de habilidade requerido em cada fase: Tabela 3-1: Número máximo de indivíduos que serão empregados durante cada fase

Tipo Fase de construção Fase de Operação

Especializado 100 50

Semi qualificado 150 50

Não qualificado 200 100

Total 500 200

O pessoal operacional será composto por 75 funcionários de mineração; 75 funcionários de processos e manutenção; e 50 funcionários do serviços/administrativos. Para além da equipe de construção será a equipe de suporte que vai assegurar a segurança, auxiliar com catering, gestão do local do projecto, transporte e lavandaria. Trabalhadores semi-qualificados serão provenientes das comunidade locais; trabalhadores qualificados provenientes principalmente de empresas de recrutamento moçambicanas e sul-africanas; e os cargos de supervisão e gestão virão de empresas de recrutamento sul-africanas. Nos dois primeiros anos, o complemento expatriado será de 10%, mas será reduzido para 4-6% ao quarto ano. Todos os trabalhadores não locais irão trabalhar numa rotação de 6 semana de trabalho com 2 semanas de folga, funcionando 9 horas por dia, todos os dias, incluindo os domingos. O pessoal local trabalhará em turnos nas operações de acordo com as leis de trabalho moçambicanas. 3.8.15. Plano de Responsabilidade Social Corporativa O princípio orientador do Plano de Responsabilidade Social Corporativa (RSC) da Grafex está ajudando as comunidades Afectadas pelo Projecto (CAPs) a se ajudarem a elas mesmas. Isso significa evitar a criação de um conjunto de mentalidade de dependência, encorajando e fornecendo os recursos para o desenvolvimento pessoal. As principais CAPs identificadas são Silva Macua, Nankhumi, Natocua, Muaguide e Nacussa Condicional para receber a sua licença mineira, a Grafex compromete-se a assinar um Memorando de Entendimento (MdE) com o governo local do Distrito de Ancuabe e as CAPs, para implementar seu Plano de RSC. Também compromete-se a aderir ao “Manual sobre a implementação de RSC para a Indústria Mineira”, estabelecido como as responsabilidades e obrigações das Indústria Minerais dentro da Legislação Ministerial. A Grafex compromete-se a desenvolver fornecedores e prestadores de serviços de origem Moçambicana, ao exigir (sempre que possível) que a cadeia de suprimentos adquira bens e serviços para a mina através dessas entidades. Ao determinar quais os projectos de RSC a desenvolver, a Grafex pretende fazer consultas com as comunidades locais como um passo crítico no processo, ou seja, todos os projectos de RSC desenvolvidos serão aqueles identificados como necessários pelas comunidades locais. Aderindo ao princípio do desenvolvimento pessoal, as comunidades serão

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encorajadas a pensar sobre o que podem contribuir para esses projectos e como a Grafex pode ajudar com os recursos. Isso ajudará a tornar os projectos mais sustentáveis, permitindo que as comunidades tomem posse e papéis de liderança, reduzindo a chance de colapso do projecto depois que o envolvimento de Grafex diminui. Quando a mina começar, as seguintes tarefas serão focadas inicialmente:

1. Trabalhando com a Graphit Kropfmühl (GK - mina vizinha) para apoiar o fornecimento de energia as quatro CAPs: Nankhumi, Natocua, Muaguide e Nacussa.

2. Manutenção de furos locais. 3. Ajudar os agricultores deslocados pela mina, fornecendo a formação agrícola.

Após essas tarefas iniciais, serão prosseguidas as seguintes iniciativas:

1. Desenvolvimento de um Centro de Treinamento. O Centro de Treinamento inicialmente oferecerá treinamento em habilidades relacionadas à construção. Essas habilidades servirão os formandos durante o emprego durante a construção e serão úteis para eles após o término do emprego. Os formandos serão registados no banco de dados de recursos humanos da Grafex, para possíveis trabalhos futuros para a mina.

2. Desenvolver um Mercado de Hortas (conhecido localmente como “Machamba”). Esta será uma área de cultivo para membros da comunidade das CAPs. Aqui elas poderão cultivar vegetais e culturas e vender seus produtos para a mina para consumo.

3. A Grafex proporcionará aos membros da comunidade acesso a uma certa quantidade de água da barragem de água bruta. Este acesso será fornecido na barragem

4. Campanhas de consciencialização nas comunidades focadas nas seguintes questões:

a. Segurança rodoviária, focando em usuários de estradas não motorizadas (ex. peões, ciclistas, etc.).

b. Curso de Indução Local para funcionários e contratadas, como recém-chegados à área. O objectivo do curso será sensibilizar os participantes para os costumes e tradições locais, modos de comportamento, cortesia, etc.

c. Apoiar uma liga de futebol local, através de: i. Fornecimento de bolas de futebol; ii. Patrocinar uma equipe ou a liga; iii. Criação de uma equipe com o pessoal que representa a mina

d. Saúde. Sensibilização para i. HIV e SIDA; ii. Prevenção da cólera; iii. Prevenção da malária

e. Sensibilizar as comunidades locais para a importância da protecção ambiental. 5. Criar áreas protegidas dentro de áreas sob seu controle para proteger áreas de alto

valor de conservação. 6. Trabalhar com as comunidades para estabelecer um viveiro para árvores de frutas e

de sombra, que a mina comprará para reabilitação. 7. Estabelecimento de um Sistema de Reclamações para levantar e lidar com

reclamações. 3.8.16. Plano de Reassentamento Uma vez que o projecto desencadeia o deslocamento econômico de machambas e alguns locais sagrados, está sendo realizado actualmente um Plano de Reassentamento (PR) pela Coastal & Environmental Services (CES) de acordo com o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Econômicas (Decreto nº 31/2012), como bem como o Decreto Ministerial N.155 / 2014. Para o PR referido, a terra foi avaliada dentro da área de pegada da mina proposta de 9,000ha durante Julho e Agosto de 2017. Isso envolveu levantamentos

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(censo) a nível do agregado familiar e terras agricolas. Além de usar os inquiridores, a CES também assegurou a participação activa dos membros da comunidade para permitir que os inquiridores entendessem a área e onde as machambas estavam localizadas. Cada inquiridor foi, portanto, emparelhado com um representante da comunidade e foi designado para pesquisar uma área específica. Os técnicos do governo distrital, provincial e nacional forneceram supervisão geral. No PR, cinco comunidades são consideradas comunidades directamentec afectadas pelo projecto (CAPs), pois os agricultores dessas comunidades precisam ser economicamente deslocados: Nakusa, Nankumi, Muaguide, Natocua e Sunate. A área da pegada da mina não tem estruturas residenciais (residenciais dos agregados), embora haja estruturas secundárias que serão perdidas (como abrigos temporários ou construções de armazenamento). A estrada de acesso ao local contém a maioria das machambas pesquisadas (69) pertencentes a 61 famílias das CAPs directas que podem precisar ser deslocadas economicamente na totalidade ou parcialmente. O termo parcialmente é usado porque o proponente não deseja perturbar machambas inteiras ao longo da principal via de acesso, mas apenas as secções necessárias para ampliar a estrada. Um túmulo individual foi registado dentro da área da pegada da mina, bem como uma área que é usada para mineração de ouro em pequena escala. A maioria das machambas são intercaladas com culturas como mandioca, milho, feijão, ervilha e gergelim. Algumas mangueiras e cajueiros (na sua maioria arvoredos, árvores não produtivas) foram registados nas machambas. O PR ainda está em andamento, uma vez que as datas para as próximas consultas públicas, de acordo com o Decreto ministerial N.155 / 2014, devem ser definidas pelo governo.

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4. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE BIOPHÍSICO

4.1. CLIMA O local do projecto é caracterizado por um clima tropical com duas estações distintas; uma estação húmida que ocorre de Novembro a Março e uma estação seca de Abril a Outubro. A temperatura média anual para Ancuabe varia de uma média de 33 ° em Novembro a uma média de 19 °em Julho (Climatedata.eu, 2017). Ancube recebe uma precipitação média anual de 1147mm com o mês mais húmido ocorrendo em Dezembro (média de precipitação de 213mm) e o mês mais seco ocorre durante o mês de Setembro (média de 4mm) (Climatedata.eu, 2017).

4.2. TOPOGRAFIA, HIDROLOGIA E GEOLOGIA A área de estudo inclina suavemente acima do leste [64 m acima do nível do mar (anm)] para o oeste (350 m acima do nível do mar) e está localizada entre o rio Muaguide a oeste e o rio Mogido a leste (Figura 4-1 e Ilustração 4-1) . Ambos os rios drenam para a Baía de Pemba a Leste. O rio Muaguide flui durante os meses de Novembro até Abril e tem uma profundidade média entre 1 m e 2 m. O leito do rio varia em largura, mas é em média 30m de largura com bancos de 2m de altura. A bacia de Muaguide abrange uma área de 1.811 km² e uma extensão de rio de 85km. A Área de projecto de mina de grafite de Ancuabe cobre 2% da bacia de Muaguide e aproximadamente 9,4 km do rio Muaguide (Figura 4-2). A floresta Riparian ocorre ao longo destes rios, linhas de drenagem e afluentes dentro do local. O Muaguide e seus afluentes são sazonais e deixam de fluir nos sete ou oito meses secos do ano. Aproximadamente 90% da precipitação anual de 1147 mm ocorre nos quatro meses de Dezembro a Março, o que resulta em rios que fluem fortemente, com energia considerável para retirar e transportar sedimentos, a maioria dos quais será transportada para o perennial rio Muaguide. Os dados de qualidade da água indicam que o Muaguide e o Mogido carregam maiores cargas de sedimentos durante os altos fluxos da estação Húmida do que durante a estação seca. O local do projecto está localizado predominantemente em sedimentos do supergrupo de Montepuez de idade Proterozóico. A geologia no complexo varia de ortogênese a granítica a anfibolitica e paragneisses variando de quartzito, meta-arkose, mármore, gneiss de quartz-feldspato e biotite gneiss. Uma pequena secção a leste da área do projecto está situada em sedimentos do grupo Rio Mecole de idade Fanerozóica. A geologia neste complexo pode ser descrita como arenito arcósico e conglomerado (Bjerkgard, 2006). A mineralogia na área do projecto é uma verdadeira indicação de que o complexo sofreu metamorfismo de grau anfibólico.

Figura 4-2: Gradiente da Área do Projecto da Mina de Grafite de Ancuabe do Oeste (esquerda) à Este (direita).

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Ilustração 4-1: Topografia geral encontrada dentro da área do projecto Depressão baixa em primeiro plano, e baixa inclinação em segundo plano.

4.3. HIDROGEOLOGIA As unidades geológicas predominantes consistem em gneiss granítico, gneiss granodiorítico, biotite gneiss e grafite intercalada com meta-arenito, conglomerado, quartzito e anfibolito. As unidades litológicas meteorizadas do arenito arcósico e os quartzitos situados a leste da área de estudo podem ter o potencial de criar um bom meio para armazenamento de águas subterrâneas e provavelmente fornecerão fluxo significativo. As camadas litológicas de saprolite superficial são geralmente associadas a material meteorizado de camadas geológicas subjacentes resistentes abaixo. A litologia subjacente consiste em material de gneiss de diferentes magnitudes e anfibolitos, que indicam uma camada não meteorizada. O núcleo Geologico no local indicou que a presença de água era discreta, indicando que processo de meteorização seriam escalonadas. Como nenhuma unidade hidro-geologicamente significativa define o aquifero base, a espessura do aqüífero é considerada aproximadamente ± 180 m. As linhas de falhas secundárias ( derivadas do mapa geológico 1: 250 000) existe ao noroeste e ao sudeste do local do projecto. Essas unidades são susceptíveis de ter maior permeabilidade e condutibilidade hidráulica, e tendem a fornecer caminhos secundários para a distribuição das águas subterrâneas A química da água na área de estudo é tipicamente de uma assinatura de Ca-Mg-HCO3 que é indicativa de águas subterrâneas recentemente recarregadas.

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Figura 4-2: Hidrologia de superfície da Área de Projecto de Grafite de Ancuabe

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4.4. QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL Não foi detectado E.coli no rio Muaguide. As bactérias coliformes totais são comuns no solo ou na vegetação, e são geralmente inofensivas. Se um laboratório detecta apenas bactérias coliformes totais na água potável, e não E. coli, a fonte provavelmente é ambiental e a contaminação fecal é improvável Existem muito poucas excedências dos limites de concentração especificados na SANS 241: 2015 e OMS 2011a nas águas superficiais. A única exceção é Manganês como Mn. Isso indica que a qualidade da água da superfície de base é boa Pode-se concluir razoavelmente que as águas do rio Muaguide eram seguras para consumo humano durante a segunda metade de 2015 (a estação seca) e início de 2017 (estação húmida). Dado o nível relativamente baixo de desenvolvimento na bacia hidrográfica a montante, não há motivos para supor que isso mude no futuro próximo, mas o acompanhamento regular e freqüente da qualidade da água deve continuar a fim de compilar um registro de qualidade de água mais longo antes da construção.

4.5. QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA Todos os parâmetros, excepto o pH, excedem os padrões SANS 241-2015 e OMS 2011 para a qualidade das águas subterrâneas. A condutividade eléctrica e os nitratos excedem os padrões da OMS somente, mas todos os outros componentes excedem os dois padrões. Conclui-se, portanto, que a qualidade das águas subterrâneas é fraca e pode ser atribuída à geologia subjacente e aos processos naturais, uma vez que a área não é perturbada por actividades antropogênicas.

4.6. USO DA TERRA

Em comparação com outros países da região, Moçambique tem uma base de recursos naturais rica, incluindo florestas indígenas não transformadas, savanas, bosques e habitats costeiros. Cerca de 25% das terras têm potencial de silvicultura comercial, 12,5% constituem áreas protegidas pelo estado e outros 22% compreendem o potencial habitat da vida selvagem (GPZ, 2003). Há evidências de produção de carvão na maioria do local do projecto, mas os recursos naturais da área do projecto são usados principalmente para fins de subsistência (Bicanic et al., 2014). Isso geralmente inclui a coleta de madeira, palha e bambu para a construção, mas também a colecta de frutas silvestres, vegetais e lâmpadas, seja para fins medicinais ou para alimentação. A maioria dos agregados familiares também produzem carvão a partir de madeira derrubada, que muitos vendem ao lado da estrada. Não houve evidência de agricultura nas porções orientais da área de estudo, onde a mina e sua infra-estrutura estarão localizadas. A vegetação está em grande parte intacta e dominada por Floresta Miombo. No entanto, para o lado oeste da área de projecto notou-se limpreza do espaço para o estabelecimento de machambas, e para a produção de carvão (Ilustração 4-2). Consequentemente, a vegetação nesta área é de natureza secundária, com poucas árvores grandes restantes, indicando uma longa história de perturbação A extração de minerais é o outro grande uso da terra na região, que tem sido responsável por grande parte do desenvolvimento econômico da Ancuabe nos últimos anos (Bicanic et al., 2014). A grafite é a principalmente extraído, mas, em menor grau, os rubis são cada vez mais explorados, muitas vezes através de operações de mineração ilegal (Bicanic et al., 2014). Membros das comunidades locais foram vistos minerando os leitos dos rios secos durante a última visita ao local.

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Ilustração 4-2: Limpeza ocorrendo na secção oeste do local de estudo para produção de carvão vegetal e agricultura.

4.7. VEGETAÇÃO Dois tipos principais de vegetação dentro da área de estudo são Floresta de Miombo e Floresta Ripariana. Áreas com terras agrícolas são descritas e mapeadas como Machamba / Mosaico de Floresta Secundária. 4.7.1. Floresta de Miombo Este tipo de vegetação é encontrado em toda a área de estudo e é um mosaico de Floresta de Miombo Aberta Alta e Floresta de Miombo Aberta fechada. A Floresta de Miombo Aberta Alta é caracterizada pela presença de árvores com entre 10-20 m de altura, com uma copa aberta (1-10% de cobertura) e um capim e sub-bosque (Ilustração 4-3a). Floresta de Miombo Aberta Alta Fechada é caracterizado pela presença de árvores que também são 10-20m, mas com uma cobertura de copa fechada (10-75%) e um sub-bosque que é uma mistura de ervas e capim. Embora a estrutura desses dois tipos de vegetação seja diferente, não houve diferença distinta na composição da espécies. As espécies dominantes incluem Brachystegia spiciformis, Julbernadia globiflora, Sterculia appendiculata e Sterculia africana, Pterocarpus angolensis, Pterocarpus rotundifolio, Millettia sthulmanii, Monodora junodii e em algumas áreas de bambu. Embora a Floresta de Miombo tenha uma alta diversidade de espécies e esteja relativamente intacta, esse tipo de vegetação parece estar bastante difundido fora da área de estudo. Como tal, estava determinado a ser de Sensibilidade Moderada.

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Ilustração 4-3: a) Floresta de Miombo Aberta Alta está bastante intacta, com uma colheita limitada ocorrendo. A cobertura da copa é muito mais aberta e menos de 75% b) floresta ripariana. 4.7.2. Floresta Ripariana

A zona ripariana tem apenas alguns metros de largura e ocorre adjacente aos rios e córregos em toda a área de estudo3 (Ilustração 4-3b). O sub-bosque é geralmente composto de pequenos arbustos com uma cobertura de capim escassa. A altura das árvores variou entre 10 e 20 m e a cobertura da copa foi entre 10 e 75%. Esta vegetação estava intacta, o que é incomum em Moçambique, pois essas áreas geralmente são degradadas, tendo sido desmatadas para cultivar culturas dependentes da água, como arroz, espinafre e tomate. A falta de acesso e distância do local da comunidade mais próxima contribuiu para a sua preservação. Este tipo de vegetação foi dominado por Pterocarpus rotundifolia, Monodora junodii, MIllettia stuhlmanii e Julbernardia globiflora. A Floresta Ripariana tem uma grande diversidade de espécies e, em alguns casos, esse tipo de vegetação muda de floresta para bosque, quando a cobertura da copa é quase 100%. Este tipo de vegetação fornece refúgios importantes para espécies faunísticas e funciona como corredor natural para a dispersão de sementes e movimentos de espécies animais como anfíbios, répteis e mamíferos. Este tipo de vegetação, portanto, foi classificado como uma área de alta sensibilidade (Ilustração 4-3b). 4.7.3. Machamba / Mosaico de Floresta de Miombo Secundária Este tipo de vegetação ocorre nas partes ocidentais da área de estudo perto da estrada de acesso, e está mais próximo das comunidades. No passado recente, era Floresta de Miombo, mas agora foi desmatada e é usada para o cultivo de culturas como milho e algodão (Ilustração 4-4). Essas áreas contribuem menos para o funcionamento do ecossistema e são tipicamente constituídas por espécies pioneiras e de plantas daninhas, e, portanto, foram atribuídas uma baixa sensibilidade.

3 A área de estudo neste relatório é definida como a área da licença de exploração da mina.

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Ilustração 4-4: Floresta de Miombo Secundário - áreas desmatadas para fins agrícolas. 4.7.4. Distribuição de Vegetação A infraestrutura do projecto resultará na remoção de 666 ha de vegetação. Da vegetação que será limpa, o maior impacto será na Floresta de Miombo com 492ha perdidos para a mina e infraestrutura associada. Quase 73% da área a ser limpa é Floresta de Miombo (Figura4-3). Este tipo de vegetação é de sensibilidade moderada e é bastante difundido. Na área remanescente, 25% da área limpa é composta por Floresta Ripariana (Elevada Sensibilidade) e 2% da área afectada é composta por Machamba / Floresta Secundária (Baixa Sensibilidade). 4.7.5. Espécies de Preocupação de Conservação A lista total de espécies da visita ao local foi avaliada em relação à Lista de Dados Vermelhos da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), à Lista de Dados Vermelhos de Moçambique e à Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES). Os resultados estão resumidos na Tabela 4-1 e a lista de espécies completas aparece no Apêndice A. Tabela 4-1: Espécies de Preocupação Especial

Estado Número de Espécies

Espécies

Lista Vermelha de Dados da IUCN (internacional)

Vulnerável 1 Millettia bussei

Menor Risco / Quase Ameaçada 2 Dalbergia melanoxylon, Pterocarpus angolensis,

Pouco Preocupante 2 Holarrhena pubescens, Bombax rhodognaphalon

Desconhecido (nenhuma informação disponível)

153 Consulte o Apêndice A

Lista Vermelha de Dados de Moçambique

Vulnerável 2 Sterculia appendiculata Sterculia quinqueloba

Risco Baixo - Quase Ameaçado 1 Afezelia quanzensis

Risco Baixo - Pouco Preocupante 1 Millettia stuhlmanii

Dados Deficientes 1 Millettia bussei

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Figura 4-3a: Mapa de vegetação da área de estudo

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Figura 4-3b: Mapa de vegetação da área de estudo

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4.8. FAUNA A diversidade Faunal foi historicamente elevada nessa região, mas as populações de certos grupos, especialmente grandes mamíferos e aves, foram esgotadas. Em alguns casos, certas espécies se tornaram extintas localmente. Quarenta e nove espécies de anfíbios podem ocorrer na Província de Cabo Degado, das quais 25 foram observadas durante oslevantamentos faunísticos. Existem duas espécies de EPE de anfíbio, ambas provavelmente representando novas espécies endêmicas que estão sendo descritas (Notophryne sp.) ou estão sob investigação (Mertensophryne cf anotis). A fauna de anfíbios não é, obviamente, empobrecida do que se espera ter ocorrido historicamente na região. Durante os levantamentos faunísticos, observaram-se 30 répteis e outros três ocorreram na região. Este número é um bom reflexo das mais de 50 espécies que podem ser esperadas na região, sendo as cobras cuspideiras o grupo mais sub-representado. Não foram confirmadas as espécies EPE de répteis ou endêmicas na área do projecto, embora um cagado Quase Ameaçado (Cycloderma frenatum) ocorra na região e possa estar presente. Duas novas espécies de lagarto endêmico (Panaspis sp. e Platysaurus sp.) Actualmente descritas estão presentes na área do projecto, mas ambas possuem distribuições mais amplas dentro da Província de Cabo Delgado. Um número significativo (10) de espécies de répteis listadas em apêndices da CITES, com comércio internacional proibido ou sujeito a controle rigoroso, foram registados na região. Devido à perseguição, a densidade dos répteis maiores e mais visíveis (p. Ex., Pitões, cobras, mambas) pode ser empobrecida a partir de números esperados de terem ocorrido historicamente na região. É provável que a diversidade geral de répteis permaneça relativamente intacta. Embora a incidência de mordida de cobra na região seja baixa, pelo menos 12 cobras venenosas ocorrem, mordidas da maioria dos quais causaram fatalidades. Foram observadas cento e trinta e sete (137) espécies de aves durante os levantamentos faunísticos. Embora o número de aves registadas seja baixo em relação ao possível sobre 440 espécies de aves que possam ocorrer, é um bom reflexo da fauna comum de aves de Floresta de Miombo. Espera-se que esse número aumente com observações de longo prazo. Uma espécie de ave ameaçada da UICN (Abutre de cabeça branca, Vulnerável) foi registada no local.No entanto, um número (17) de espécies listadas na CITES foi registado. Estes foram principalmente Falconiformes (por exemplo, águias, urubus, Açor, gaivão, etc.) ou espécies de Strigiformes (corujas). Das espécies de Tauraco que também se enquadram na CITES, o turaco com crista roxa foi a única espécie observada no local. Das possíveis 145 espécies de mamíferos que podem ocorrer na Província de Cabo Delgado (99 terrestres e 46 morcegos); apenas 24 foram registados durante os levantamentos. Outras 20 espécies de mamíferos são relatadas para ocorrer na área, enquanto outras 51 também podem ocorrer na área. A maioria destas são mamíferos pequenos, como roedores e musaranhos. Os morcegos são mal conhecidos em Moçambique e não foram avaliados durante as pesquisas. Dezoito herbívoros de grande porte a médio porte e carnívoros que historicamente ocorreram na área agora são vagantes localmente extintos ou muito raros. Ocorreram seis mamíferos ameaçados, mas apenas elefantes foram confirmados para ocorrer (pelo menos ocasionalmente) na área do projecto. Todas essas espécies são registadas no PNQ adjacente Os habitats mais sensíveis utilizados pela fauna sobrevivente incluem: 1) a zona Ripariana e as zonas húmidas; 2) Encostas íngremes e cumes rochosos. Nenhum desses habitats são específicos da área do projecto e estão bem representados na Província de Cabo Delgado. As bacias efêmeras dos Rios Muaguide e Mogido representam habitats particularmente sensíveis, especialmente para anfíbios e aves.

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4.9. PEIXE Nove espécies de peixes foram capturadas na área de estudo durante o levantamento. Destas nove peixe, sete são listados na UICN como Pouco Preocupante e são generalizados, uma (Oreochromis mossambicus - Tilápia Moçambicana) está listadoa como Quase Ameaçado e uma (Nothobranchius cf. makondorum - apochelideo) é listada como Dados Deficiente e não está descrita, provavelmente uma nova espécie de peixe, que parece ser a mesma espécie encontrada na captação do Rio Montepuez superior (Bok & Chakona 2013).

A tilápia de Moçambique (Oreochromis mossambicus) é categorizada pela UICN como quase ameaçada (QA) devido à ameaça de hidbridização com tilápia do Nilo (O. niloticus). A última espécie está sendo disseminada pelo homem além do seu alcance natural, inclusive no sistema do Rio Zambezi. No entanto, esta ameaça de hibridização ainda não é evidente no norte de Moçambique. Como esta é uma espécie resistente capaz de tolerar uma qualidade de água fraca e prosperar em piscinas estagnadas, pensa-se que não é provável que seja ameaçada pelas actividades de mineração.

O apochelideo (Notobranchius cf. makondorum) encontrado na área de estudo é semelhante, mas diferente de Notobranchius makondorum (daí o prefixo cf.), e é considerado uma nova espécie (com. pessoal, Roger Bills, taxonomista de peixe, SAIAB, Agosto de 2015 ). No entanto, esta mesma espécie também foi encontrada em tributários superiores do sistema adjacente do Rio Montepuez por Bok e Chakona (2013) e, portanto, parece ser generalizada em toda a região.

Ilustração 4-5: Pescador local estabelecendo uma rede de emalhe em uma grande piscina no Rio Muagide inferior a 24/07/2015.

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5. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE SOCIAL

5.1. AS COMUNIDADES AFECTADAS PELO PROJECTO

O termo Comunidades Afectadas pelo Projecto (CAP) refere-se às comunidades que são afectadas pelo projecto proposto, quer por efeitos primários (directos) como por secundários (indirectos). A distinção entre as Comunidades Afectadas pelo Projecto directa e indirectamente é uma função da extensão e severidade dos impactos positivos e/ou negativos previstos e induzidos pelo projecto nas comunidades particulares. 5.1.1. Comunidades Afectadas

A área do projecto é de aproximadamente 80 km por estrada a Oeste de Pemba e localiza-se dentro do Distrito de Ancuabe na Província de Cabo Delgado, em Moçambique. A vila principal mais próxima da área do projecto é a vila de Ancuabe, que ainda assim fica a 20 km de distância. Há várias comunidades localizadas fora dos limites do projecto, sendo a mais próxima a 10 km de distância (Figura 5-1). A área do projecto é caracterizada por actividades humanas muito limitadas. Quatro comunidades são consideradas directamente afectadas:

1. Silva Macua (também conhecida como Sunate); 2. Nankhumi; 3. Natocua; e 4. Muaguide.

Estas comunidades estão dentro do corredor de impacto e serão afectadas pelo comércio e actividades económicas e pelas mudanças demográficas e de meios de subsistência associadas. Estas também serão afectadas directamente pelas actividades físicas do projecto em si e algumas serão economicamente deslocadas como resultado da ocupação do território pelo projecto.

As povoações mais periféricas indicadas na Figura 5-1, bem como as vilas de Pemba, Metoro e Ancuabe são consideradas Comunidades Indirectamente Afectadas pelo Projecto, na medida em que sofrerão de forma indirecta e com menos significância os impactos induzidos pelo projecto. Nenhuma das povoações CAP directamente afectadas está localizada dentro da área de licença mineira e não haverá qualquer reassentamento físico. No entanto, os aldeões utilizam a área de estudo para a recolha de recursos naturais e, em menor grau, para cultivar terras agrícolas (localmente chamadas de machambas). A maior parte das machambas ocorre dentro do ponto mais sudoeste da estrada de transporte (onde a estrada de transporte se junta à estrada principal: R243), embora algumas machambas estejam localizadas dentro da área proposta para a barragem. A maior parte destas machambas são de cultivo de mandioca, milho, feijão, ervilha e gergelim. Algumas mangueiras e cajueiros (principalmente árvores não produtoras jovens) e estruturas secundárias (ou seja, não casas físicas) foram registadas nas machambas.

A área de estudo não contém estruturas físicas para viver. A estrada de acesso ao local possui a maioria das 69 machambas identificadas pertencentes a 61 famílias das comunidades de Nakusa, Nankumi, Natocua e Sunate (também conhecida como Silva Macua) que talvez precisem de ser deslocadas economicamente na sua totalidade ou parcialmente. Não serão necessárias machambas inteiras ao longo da estrada de acesso principal, apenas as secções necessárias para o alargamento da estrada. Foi registado apenas um túmulo individual dentro da área de estudo, bem como uma área que é usada para mineração de ouro em pequena escala. Portanto, prevê-se que apenas deslocação/reassentamento económico (perda de actividades económicas e meios de subsistência, tal como a perda de campos de cultivo) ocorrerá. No geral, o uso da maior parte da área do projecto para a agricultura parece ser muito limitado (Figura 5-2) e a área é usada principalmente pelos recursos naturais (lenha, recolha de plantas, produção de carvão vegetal e caça).

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Figura 5-1: A área do projecto (polígono verde) em relação às comunidades mais próximas

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Figura 5-2: Machambas localizadas ao longo da estrada de transporte proposta e na área do projecto

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5.2. DEMOGRAFIA LOCAL E INFRAESTRUTURAS SOCIAIS 5.2.1. Demografia Local O Distrito de Ancuabe não é muito densamente populado e em 2013 tinha uma população estimada de 118 926 pessoas. As estimativas da população, obtidas através dos líderes locais para as quatro comunidades afectadas, são apresentadas na Tabela 5-1 abaixo. Tabela 5-1: Estimativas dos Dados Demográficos das Comunidades Afectadas pelo Projecto

Informação sobre a comunidade Nankhumi Natocua Sunate Total

Número total de pessoas 2,272 2,150 4,143 8,565

Número total de homens 1,124 1,064 2,050 4,238

Número total de mulheres 1,148 1,086 2,093 4,327

Número de agregados familiares 455 430 93 978

Os dados recolhidos durante o levantamento dos agregados familiares indica que 45.8% dos membros dos agregados familiares está abaixo dos 18 anos, indicando uma população de corte muito jovem. Isto compara-se à grande população juvenil da província (44.6%) abaixo dos 15 anos de idade, com 53.2% da população na idade de trabalho dos 15 aos 64 anos (Knoema, 2017). Em termos de género, as mulheres representam 51.6% da população na Província de Cabo Delgado (Ibid.). Os papéis e responsabilidades relacionados com o género estão claramente definidos e culturalmente implícitos. Os homens são considerados decisores e chefes dos agregados familiares. Os seus papéis e responsabilidades incluem a caça, a pesca, a agricultura, pequenos negócios e a construção de casas. As mulheres são responsáveis por cuidar das crianças e pelas tarefas domésticas, como cozinhar, limpar, apanhar lenha e cartar água. As mulheres ajudam na preparação da palha e na colocação de lama nas casas, enquanto as actividades agrícolas são realizadas por todos os membros do agregado familiar (homens, mulheres, jovens e idosos). Os jovens dividem o seu tempo entre frequentar a escola, praticar desporto, fazer artesanato, pescar, produzir carvão vegetal, cultivar a machamba da família e ajudar a cuidar das crianças. A principal língua falada pelas comunidades é eMakhuwa, ou Macua, e Português. Todos os agregados familiares incluídos no levantamento indicaram que Macua era a sua língua natal e 77% dos respondentes afirmaram que falavam português também. 5.2.2. Nível Educacional Cada comunidade tem uma escola primária da 1ª à 5ª classe e o número de alunos nestas escolas varia entre 200 e 300. A maior parte das escolas têm cerca de cinco professores (incluindo directores). Poucos membros do agregado familiar parecem completar o ensino secundário (2%), 7% têm algum ensino secundário e apenas 9% completaram a escola primária. Quase 42% dos membros dos agregados familiares não frequentaram a escola, o que demonstra a razão pela qual as taxas de analfabetismo permanecem tão altas na província. A Província de Cabo Delgado tem a maior taxa de analfabetismo do país, onde 60.7% da população não sabe ler nem escrever. As escolas primárias enfrentam vários desafios e necessitam do seguinte apoio:

A maioria das escolas tem falta de capacidade de salas de aula e precisam de ser ampliadas.

Há falta de professores na maioria das escolas e é necessário apoio para empregar mais professores. Informantes chave também disseram que também há falta de acomodação para professores.

Há um número limitado de mesas e cadeiras, enquanto artigos de papelaria e outros

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materiais são frequentemente escassos.

São necessárias casas de banho em condições e abastecimento de água (furos). Estes desafios contribuem para uma baixa escolaridade, juntamente com o facto de as crianças trabalharem nas machambas em vez de frequentarem a escola. As escolas secundárias mais próximas situam-se em Metoro e Ancuabe. A maior parte das crianças das comunidadess não frequentam a escola secundária ou universidade devido a taxas elevadas e às distâncias das suas comunidades. 5.2.3. Cultura e Religião As religiões praticadas nas comunidades locais incluem o cristianismo e o islamismo, com igrejas e mosquitas encontradas nas quatro comunidades. Alguns agregados familiares praticam a poligamia, um sistema tradicional onde os maridos têm mais do que uma esposa. Frequentemente, acredita-se que a poligamia aumenta a produtividade, visto que aqueles que têm o maior número de filhos que sobrevivem até à idade produtiva terão mais crianças para trabalhar nas machambas e, portanto, terão maior apoio através de transferências intergeracionais (Adui et al., 2008). 5.2.4. Posse de Terra Os direitos tradicionais à terra na área de estudo são realizados sob um sistema tradicional de propriedade que é dominado pelo principal grupo étnico da área, nomeadamente os Makhuwa (embora existam grupos étnicos menores, como os Munraha, por exemplo). Quase metade (47%) dos agregados familiares incluídos no levantamento obteve a terra onde vivem através do sistema tradicional de propriedade, seguida de aproximadamente 26% que herdaram as suas terras. Cerca de 16% dos agregados familiares compraram as suas terras, geralmente através de um arranjo informal que não é documentado. Embora a terra seja detida pelo estado, comprar a terra não é uma prática incomum, especialmente se uma família (ou indivíduo) se quer instalar numa porção de terra que costumava ser o lar de outra pessoa. A terra que tem uma propriedade residencial ou outra infra-estrutura é comprada por candidatos ao direito de uso adequados, enquanto o título de uso de terras abertas ou não desenvolvidas é fornecido gratuitamente aos candidatos locais. As terras e casas podem ser alugadas a ocupantes temporários. 5.2.5. Migração Os agregados familiares entrevistados confirmaram que vivem lá de forma permanente, mas também referiram que há influxos periódicos de pessoas que vêm de tão longe, quanto a vila de Ancuabe, para a área para cultivar temporariamente de forma a fornecer produtos agrícolas às suas próprias comunidades (ou vilas). A migração relacionada com a agricultura deve-se em grande parte à insuficiência de terra disponível nas áreas urbanas e em torno delas. Estes agricultores migrantes usam as machambas que se localizam nas povoações e em torno delas, quer através de um acordo de arrendamento com os agregados familiares/famílias, quer através de trabalho nas machambas em troca de dinheiro ou de produtos agrícolas. Estes migrantes são normalmente alojados nas comunidades sem terem que pagar pela acomodação. 5.2.6. Condições de Vida dos Agregados Familiares A maioria das casas e dos negócios em Metoro e Sunate são estruturas robustas em blocos, argamassa e com cobertura em chapa. No entanto, o tradicional pau-a-pique e argila (telhado de palha), bem como as estruturas em blocos de argila secos ao sol são formas dominantes de habitação nas restantes comunidades (Ilustração 5-1)

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5.2.7. Bens de Infra-estrutura Social Os principais hospitais distritais estão situados em Ancuabe e Metoro. Discussões com pessoal dos hospitais de Metoro (ilustração 5-2) e Ancuabe ressaltaram os desafios destas instalações de saúde, que estão em grande parte relacionadas com o que estes informantes afirmam ser um nível de apoio do Governo inferior ao desejado, ou com a falta de medicamentos e/ou equipamento geral das instalações. Problemas associados incluem a falta de instalações médicas em geral, instalações precárias de armazenamento de medicamentos e falta de transporte para as clínicas rurais. Ambos hospitais indicaram que a cada vez maior carga de pacientes faz pressão sobre os poucos recursos que têm e, invariavelmente, as camas não são suficientes, especialmente em períodos de surtos de doenças diarreicas.

Ilustração 5-1: Estruturas típicas de habitação e de negócios encontradas na área de estudo – tanto bloco e argamassa (esquerda), como casas em pau-a-pique e argila (direita).

Ilustração 5-2: Hospital de Metoro

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Membros da comunidade também mencionaram a necessidade de mais instalações de saúde na área, bem como de uma melhoria das já existentes. A distância para os centros disponíveis é geralmente referida como um factor limitante no acesso a estes serviços. Não há postos policiais nas comunidades, excepto em Sunate. O tipo de crime nesta área é reportado como sendo limitado a crimes menores e roubo de gado, que normalmente é reportado aos chefes e líderes da comunidade, bem como às estações policiais quando possível. Há campos de futebol na maior parte das comunidadess e a maioria delas também oferece um clube de dança para recreação. Também há organizações de mulheres, homens e jovens na maior parte das comunidadess, com associações de água e de agricultores em algumas das comunidadess. Estas actividades recreativas e associações criam um sentimento de pertença, comunidade e coesão. A maioria das comunidadess tem as suas próprias lojas e locais para mercados semanais onde itens menores são vendidos ou trocados/comercializados, variando de bens alimentares e produtos agrícolas a carvão vegetal, medicamentos e equipamento em geral. O maior mercado é em Sunate, Chiure (cerca de 25km de Metoro), Metoro e Ancuabe. Cerca de 40% dos agregados familiares (geralmente as mulheres) vão aos mercados diariamente, enquanto os restantes agregados familiares vão ou mensalmente ou semanalmente. Os meios de transporte primários incluem bicicletas e motas, mas a maior pare dos aldeões desloca-se a pé para as suas machambas. Para viagens mais longas são usados táxis em carrinhas ou mesmo autocarros maiores operados por empresas privadas ou por indivíduos. Muito poucos aldeões usam carros. 5.2.8. Infraestruturas Básicas Não há acesso a água canalizada e os aldeões dependem de pontos de água. A maioria dos aldeões usa poços, bombas manuais ou carta água dos rios como fontes de água para beber, tomar banho, lavar a roupa e para o gado. Em muitos casos, a água transbordada dos furos de água é utilizada pelos animais, bem como para a lavagem de roupa. Há 12 furos de água com bombas manuais em Sunate e três em Nankhumi. Não foi registado nenhum furo de água em Natocua, embora a comunidade tenha vários poços. Várias bombas manuais encontradas nas comunidadess não estão a funcionar. Quase todos os respondentes (93% - 130/140) indicaram que acreditavam que a água era sempre potável, com os restantes indicando que às vezes era percebida como não potável. A infra-estrutura de saneamento nas comunidadess é composta por latrinas de fossa de autoconstrução com revestimentos em bambu ou palha, pois não há sistema de saneamento de água (Ilustração 5-3). As latrinas são partilhadas entre 1 a 4 agregados familiares e 82% dos agregados familiares indicaram que usam latrinas para as suas abluções, sendo que os restantes usam o mato circundante. Quase metade (44%) dos agregados familiares queimam os seus lixos domésticos (resíduos) e 41% enterram os resíduos. Os restantes (15%) descartam os resíduos no mato circundante. A eliminação de resíduos é constituída por covas feitas à mão onde os resíduos são enterrados e/ou queimados. Não há aterros sanitários centralizados em nenhuma das comunidadess pesquisadas. Há electricidade limitada na área de estudo e a maioria dos agregados familiares depende da lenha e/ou carvão para cozinhar e de lenha e/ou tochas para iluminação. Sunate é a única comunidade próxima com acesso a electricidade, mas poucos agregados familiares têm acesso à mesma. Alguns agregados familiares e empresas usam a electricidade a partir de geradores ou de painéis solares. A lenha e o carvão vegetal continuam a ser a fonte de

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energia mais significativa para a maioria dos agregados familiares (aproximadamente 70% no total), com lanternas sendo amplamente usadas para a iluminação à noite. A lenha da árvore local Mphakala (Julbernardia globiflora) é mais amplamente usada.

Figura 5-3: Latrinas de fossa típicas e pontos de furos de água usados pelas comunidades

5.3. ESTRATÉGIAS DE MEIOS DE SUBSISTÊNCIA DOS AGREGADOS FAMILIARES

5.3.1. Sectores de Emprego A maior parte dos agregados familiares das comunidades próximas à área de estudo é agricultora de subsistência, alguns dos quais vendem produtos localmente. O intercâmbio de mão-de-obra é comummente praticado nas zonas rurais de Moçambique, onde os trabalhadores das comunidades trabalham nas machambas pertencentes a outros agregados familiares e recebem pagamento em espécie, como uma refeição preparada. Esta é uma prática cultural impulsionada pela obrigação moral ou reciprocidade (Osbahr et al. 2008), geralmente como resposta à escassez de mão-de-obra. O emprego em mineração e exploração tem estado a aumentar constantemente em alguns distritos, uma vez que várias minas estão a ser construídas na província. O sector mineiro está a expandir na região e proporcionará uma série de oportunidades de emprego no futuro. No entanto, apenas 7% (10/140) dos respondentes no levantamento indicaram que os membros dos seus agregados familiares tinham empregos formais, quer no governo (departamentos de saúde e educação) ou a trabalhar para empresas mineiras na área. Apenas 2.8% (4/140) dos agregados familiares incluídos no levantamento indicaram que os membros deixaram a área ou por motivos de trabalho ou para procurar uma melhor experiência fora da sua comunidades local. A agricultura é a maior fonte de rendimento e de subsistência dos aldeões na área do projecto, que também dependem extensivamente dos recursos naturais. 5.3.2. Uso de Recursos Naturais A área do projecto é utilizada para recursos naturais e serviços de ecossistemas, incluindo lenha, recolha de plantas selvagens medicinais e comestíveis e caça. A maioria dos agregados familiares acede a estes recursos naturais para lenha, palha, produção de carvão vegetal, materiais para tecelagem (juncos e gramíneas) e materiais para artesanato de madeira (Ilustração 5-4). A colecta de madeira, lama, palha e bambu para construção e, também a colecta de frutos selvagens, vegetais e bolbos, tanto para fins medicinais como alimentares, ocupa grande parte do tempo dos agregados familiares. Alguns agregados familiares estão envolvidos em actividades de caça e pesca, que são, geralmente, estratégias principais de subsistência.

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Ilustração 5-4: Os recursos naturais da área são usados para artesanato e para a produção extensiva de carvão vegetal, actividades das quais a maioria das casas depende para rendimento monetário.

Apenas 2% (3/140) da população pesca de forma regular, dada a natureza perene dos rios na área, isto não é surpreendente. A maioria dos agregados familiares também suplementa as suas dietas obtendo frutas de culturas arbóreas (principalmente em torno das suas propriedades), que incluem bananeiras, papaieiras, mangueiras e goiabeiras. Vegetais, como tomate, abóbora e feijão crescem em jardins alimentares. Os rendimentos de frutas e vegetais podem ser significativos e são vendidos nos mercados locais e ao longo da estrada. 5.3.3. Meios de Subsistência Locais A maioria dos agregados familiares usa as suas terras predominantemente para fins de subsistência, uma vez que muitos estão limitados pela falta de acesso ao mercado, tecnologia agrícola não melhorada, acesso limitado ou nenhum a insumos químicos como fertilizantes, e, fundamentalmente, por não terem capital para investimento numa produção melhorada. Todos os agregados familiares têm pelo menos uma machamba, mas muitos têm mais do que uma (variando entre 3 a 7 machambas por agregado familiar). Os agricultores na área consideram o milho, a mandioca e o feijão como sendo as culturas mais produtivas, mas o sorgo, o painço, as nozes e a batata-doce são também cultivadas. Alguns também têm pequenos jardins alimentares em torno das suas propriedades. Outras culturas não tão comummente cultivadas incluem o algodão, cana-de-açúcar e arroz. As culturas são regadas pela chuva e é implementado um sistema agrícola rotativo de corte e queima, onde a terra é limpa da vegetação natural, cultivada por 2 a 3 anos e deixada a repousar por aproximadamente 4 anos para permitir que a terra se torne fértil novamente. 5.3.4. Rendimentos e Despesas dos Agregados Familiares A maioria dos agregados familiares na área de estudo recebe algum tipo de renda a partir das suas actividades domésticas principais, nomeadamente agricultura (87%) e pequenos esforços de negócios (5%). Em termos de fontes de rendimento monetário dos agregados familiares, a agricultura é a fonte principal de rendimento (69%) para a maioria dos agregados, seguida de actividades comerciais (22%) e salários (5.71%). Com uma economia monetária tão limitada, as despesas diárias permanecem elevadas. Os itens de despesas mais comuns são alimentos, roupa e taxas de inscrição escolar e materiais escolares, como livros e uniformes.

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5.4. SEGURANÇA ALIMENTAR E VULNERABILIDADE DOS AGREGADOS FAMILIARES

5.4.1. Segurança alimentar As CAP têm vários níveis de acesso aos mercados, terras agrícolas, áreas de caça, rios e recursos naturais devido às distâncias para estas potenciais fontes de alimentos. Muito poucos agregados familiares recebem um rendimento formal e, portante, tendem a pedir emprestado, a trocar, a partilhar ou a depender de estoques de alimentos e estratégias de subsistência existentes, resultando numa instabilidade de fontes alimentares. A qualidade e a disponibilidade das fontes de água são relativamente precárias na área, com alguns poços que secam durante a época seca. Fontes limitadas de água, instalações de saneamento deficientes e má higiene contribuem para doenças e enfermidades propagadas pelo uso ou preparação de alimentos. Locais de armazenamento também são limitados, uma vez que poucos agregados familiares têm electricidade, restringindo a capacidade de manter alimentos frescos. As dietas dos agregados familiares são, portanto, restritas a tipos de alimentos que podem ser secos ou armazenados. Papas de farinha de milho e feijão são a base dos agregados familiares, seguidos de arroz, ervilha, mandioca e peixe como a principal fonte de proteína. Dietas ricas em amido são a norma na área de estudo e na África Subsaariana rural em geral.Outras fontes de proteína como a galinha e a carne vermelha não foram reportadas como sendo ingeridas com frequência. O acesso a alimentos/árvores de fruto é sazonal, mas forma uma parte essencial da dieta do agregado familiar. A maior parte dos agregados mencionam o acesso a mangueiras, sendo também utilizados o limoeiro, a bananeira, a papaieira e a goiabeira.

5.4.2. Vulnerabilidade dos Agregados Familiares Um agregado familiar vulnerável é um agregado que pode vir a sofrer desproporcionalmente ou a “enfrentar o risco de ser marginalizado pelos efeitos do reassentamento” (Huggins and Lappeman, 2012). Estes agregados familiares seriam incapazes de antecipar, lidar com, resistir e/ou recuperar de riscos relacionados com o projecto. Os grupos vulneráveis não têm a flexibilidade social de aguentar os stresses do processo de reassentamento. Em qualquer comunidade em particular, certas secções da população são mais vulneráveis a mudanças, tendo que adaptar ou mitigar os seus meios de subsistência em resposta a um novo ambiente. O desenvolvimento cria um ambiente em mudança e força as comunidades a adaptar ou a diversificar os seus meios de subsistência para acomodar as mudanças. A avaliação do contexto de vulnerabilidade das CAP garante que os promotores prestam atenção às necessidades desses grupos. Menos de 2% da população incluída no levantamento está acima dos 65 anos de idade, embora seja provável que este número seja mais elevado porque as pessoas idosas simplesmente não sabem quantos anos têm. Embora sendo uma minoria, estes cidadão devem ser considerados vulneráveis por várias razões. Os idosos normalmente exigem serviços de saúde adicionais que geralmente não estão disponíveis para os residentes das comunidades mais isoladas da área de estudo. Devido à ausência dos serviços do estado para idosos na área, as famílias tipicamente apoiam os idosos. Geralmente são demasiado velhos ou enfermos para cultivar (ou colher) alimentos por si mesmos, ou para vender mão-de-obra para obter rendimento. Embora não seja amplamente relatado no levantamento dos agregados familiares, todas as comunidades confirmaram que há crianças com deficiências nas suas comunidades. A falta de educação de serviços de saúde apoiados pelo governo adequados para crianças com deficiência expõe os agregados familiares com deficiências a uma série de vulnerabilidades, como doenças crónicas e falta de escolaridade.

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Estas comunidades ainda são predominantemente patriarcais, tendo em conta o papel que os homens têm na gestão das finanças do agregado familiar e na tomada de decisões em geral a nível do agregado. No entanto, o levantamento revelou que 14.2% dos agregados familiares eram liderados por mulheres e estes são particularmente vulneráveis aos impactos induzidos pelo projecto, especialmente o deslocamento económico, pelas seguintes razões:

Para além de liderarem o agregado familiar, as mulheres também são responsáveis pelas tarefas domésticas diárias, tais como lavar a roupa, apanhar lenha, cozinhar e cuidar das crianças. Isto significa que as mulheres que lideram os agregados familiares têm que trabalhar mais arduamente;

Esta responsabilidade adicionada compromete a segurança alimentar nos agregados familiares liderados por mulheres, visto que também são responsáveis pelas tarefas levadas a cabo por homens, como as finanças domésticas e manutenção da propriedade; e

A falta de segurança na propriedade da terra, uma vez que tipicamente não é oferecida às mulheres a oportunidade de possuir terras e correm o risco de serem privadas da fonte geradora de renda. A terra fornece a fonte primária de rendimento, mas acima de tudo, a comida. As mulheres são normalmente as primeiras a ter que lidar com a insegurança alimentar e com as crianças malnutridas (Gladwin et al. 2001).

Em muitas comunidades rurais, as finanças domésticas são maioritariamente geridas por homens, quando as mulheres foram questionadas durante a discussão em grupo focal sobre as finanças domésticas, a maioria concordou que são os seus maridos que lidam com o dinheiro. Algumas mulheres acreditam firmemente que estariam em melhor posição para gerir as finanças domésticas uma vez que, na opinião delas, as mulheres têm uma conexão emocional com as necessidades dos membros do agregado familiar delas e, portanto, comprariam primeiro os produtos alimentares. Alternativamente, as mulheres acreditam que os homens são mais distraídos em relação aos gastos de dinheiro com o agregado familiar e preferem usar a maior parte do rendimento dos seus agregados familiares em itens de menor prioridade, que geralmente incluem bebidas alcoólicas. Um quarto dos agregados familiares incluídos no levantamento pode ser considerado como estando em insegurança alimentar e, portanto, vulnerável, em virtude do facto de enfrentar escassez nos períodos de fome e perder refeições para compensar esta escassez. Possíveis agregados familiares vulneráveis directamente afectados pela aquisição de terras serão identificadas durante a fase de procedimentos de pagamento de compensação do plano de reassentamento. Cada caso será investigado internamente e medidas apropriadas serão implementadas no momento da compensação. Isto poderá incluir assistência agrícola extra em termos de quaisquer iniciativas de restauração de meios de subsistência apoiadas pela empresa ou simplesmente o fornecimento de apoio de transporte para levar os bens ao mercado.

5.5. ESTADO DE SAÚDE DA COMUNIDADE 5.5.1. Instalações de saúde na área de estudo O hospital de referência mais próximo situa-se em Ancuabe com um hospital menor em Metoro, ambos financiados pelo governo. Há outras pequenas clínicas na área de estudo, mas estas estão mal equipadas, com poucas camas, pessoal insuficiente, locais de armazenamento de medicamentos precários e falta de medicamentos e equipamento. As clínicas recebem suprimentos médicos do governo através do Sistema Nacional de Distribuição em Pemba, que fornece medicamentos aos centros dos Distritos. Para além dos suprimentos governamentais, as farmácias locais também fornecem medicamentos, embora os preços dos medicamentos sejam mal regulados. Apesar de o governo e ONGs subsidiarem o tratamento geral nos Hospitais de Ancuabe e Metoro e nos centros menores, os pacientes ainda são obrigados a pagar taxas de consulta para serviços específicos. Para além destas

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instalações, muitas pessoas usam a medicina ou médicos tradicionais, especialmente se não houver dinheiro disponível para medicamentos. 5.5.2. Doenças Transmissíveis As doenças transmissíveis são transferidas de pessoa para pessoa através de vírus/bactérias no ar, sangue e fluidos corporais e incluem infecção aguda do tracto respiratório (IATR), tuberculose, lepra, sarampo, meningite e bouba (yaws). A infecção do tracto respiratório (ITR) de origem viral e bacteriana transmitida pelo ar foi relatada como sendo significativa na área de estudo, especialmente durante a estação seca e mais fria (Abril-Setembro) como resultado do aumento da quantidade de poeira. As condições agravam-se também durante o período chuvoso quando mais agregados familiares tendem a cozinhar com lenha ou carvão vegetal dentro das suas casas. As crianças e os idosos estão particularmente em risco destas infecções. TB é uma doença infecciosa causada pela Mycobacterium tuberculosis, que mais comummente afecta os pulmões (OMS, 2015c). Os dados do levantamento indicam que 15 agregados familiares (10%) tiveram um membro com TB durante o tempo do estudo. Todos estes membros estavam a receber tratamento. Embora não seja considerada altamente contagiosa, a lepra é uma doença que resulta em feridas cutâneas e danos nos nervos dos braços, pernas e olhos (WebMD, 2015a). Não foram registados casos de lepra entre as CAP durante o levantamento. Sarampo é uma doença que é altamente contagiosa e os sintomas incluem uma erupção cutânea no corpo. Não foram registados casos de sarampo na área de estudo ou na província nos últimos 12 meses, embora tenham ocorrido surtos em 2016. O Centre for Disease Control (CDC) define a meningite como uma doença causada pela inflamação das membranas protectoras que cobrem o cérebro e a espinal medula (conhecidas como as meninges). A pesquisa nos agregados familiares não indicou qualquer caso de meningite e nenhum informante chave mencionou tais casos na área de estudo. Diz-se que a bouba, também conhecida como ‘Yaws’, ‘Framboesia’ ou ‘Pian’, é causada pela bactéria espiroqueta Treponema pallidum (OMS, 2015e). Nenhum caso de bouba foi recentemente registado na área de estudo. 5.5.3. Doenças relacionadas com vectores A doença transmitida por um vector mais conhecida é a malária, que é transmitida por mosquitos e é classificada como a segunda causa mais importante de óbitos prematuros em Moçambique (2010) e é considerada o problema de saúde mais importante do país, representando aproximadamente 29% de todas as mortes. Os dados do levantamento indicam que quase dois terços (62.6%) dos agregados familiares têm membros que foram testados para a malária nos últimos 12 meses, com 8% dos entrevistados indicando que tiveram casos de malária nos seus agregados familiares durante o ano passado. Filariose acontece quando uma pessoa é infectada pelo parasita filariae que é transmitido aos humanos através da picada de um mosquito infectado (Dlamini, 2013). O parasita depois desenvolve-se em vermes adultos nos vasos linfáticos e causam danos severos e inchaço (Ibid.). Embora esta doença seja endémica de Moçambique, não há casos conhecidos na Província, segundo informantes-chave. O Arbovírus é transmitido aos humanos por insectos (Medicinenet, 2015). Dois arbovírus aqui considerados são a dengue e a febre-amarela. A febre-amarela não está listada como uma causa de mortes prematuras em Moçambique, e nenhum informante chave ou entrevistado

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da saúde indicou qualquer caso de febre-amarela na área de estudo. No entanto, Moçambique tem duas áreas onde foram reportados recentemente surtos de febre-amarela. A dengue é uma outra doença transmitida pelo mosquito causada pelo vírus dengue (WebMD, 2015c), mas não pode ser transmitido directamente de pessoa para pessoa. Em 2014, um surto de Dengue foi reportado em Pemba e a Província de Cabo delgado é a província mais afectada em Moçambique, Em 2015, o Ministério da Saúde confirmou outro surto de Dengue (Reliefweb, 2015). Dado o exposto acima, está claro que a área do projecto está em risco de surtos de Dengue. A Tripanossomíase Humana Africana, também chamada de ‘doença do sono africana’, é endémica na África Subsaariana. É transmitida pela mosca tsé-tsé e afecta principalmente as comunidades pobres. Estas moscas são endémicas de Moçambique. Segundo a OMS (2015d), Moçambique não regista casos novos da doença do sono africana há mais de uma década. Nenhum caso conhecido foi registado na área de estudo. 5.5.4. Doenças relacionadas com o solo, a água e resíduos A má qualidade da água e do saneamento a que os residentes das comunidades estão expostos resulta na propagação das seguintes doenças: diarreia, cólera, febre tifóide, Esquistossomose (ou bilharziose), Helmintíase (Vermes Intestinais) e Hepatite A e B. A OMS (OMS) define as doenças diarreicas como “[...] a evacuação de três ou mais fezes soltas por dia (ou uma evacuação mais frequente que o normal para o indivíduo)” (OMS, 2013: p.1). O levantamento sobre a saúde revelou que 14.6% dos agregados familiares tiveram um membro com uma doença relacionada com diarreia nos últimos 12 meses. A diarreia é reconhecida pelos respondentes como resultado da falta de higiene, mau saneamento e má qualidade da água (especialmente durante a época chuvosa). Os tratamentos estão disponíveis nos centros de saúde e hospitais locais. A cólera é infecciosa e os sintomas incluem diarreia. É causada pela ingestão de água contaminada por Vibrio cholera (WebMD, 2015d). Em Moçambique, surtos de cólera têm sido reportados desde o início dos anos 90, normalmente entre Dezembro e Junho (ou seja, durante a época chuvosa). Moçambique enfrenta regularmente surtos de cólera em várias das suas províncias, incluindo Nampula e Cabo Delgado (Timelive, 2017). Mesmo assim, nenhum agregado familiar da área de estudo reportou casos de cólera nos últimos 12 meses. O tratamento está disponível localmente. A febre tifóide é reconhecida como uma doença aguda causada pela bactéria Salmonella typhi (WebMD, 2015e). Esta bactéria é normalmente depositada na água ou alimentos por portadores humanos (também através da urina e fezes) e, desta forma, é espalhada para outras pessoas. Nenhum caso de Febre Tifóide foi reportado na área de estudo. Esquistossomose (ou bilharziose) é normalmente rotulada como uma doença de pobreza que pode levar à doença crónica (OMS, 2015f). Segundo a OMS, a doença é causada pelas formas larvais de vermes parasitas do sangue (conhecidos como esquistossomas) que vivem na água e a infecção é causada por nadar na ou beber a água infectada. Um estudo realizado em Moçambique (Augusto et al., 2009) indicou que há falta de dados sobre a prevalência da doença no país. Diz-se que esta doença é prevalente na área de estudo e, como tal, parece haver consciência entre os membros da comunidade, com confirmação da parte deles de que o tratamento é oferecido nos centros de saúde locais. No entanto, não foram reportados casos nos últimos 12 meses no grupo de amostra do levantamento. A prevalência actual de infecções intestinais parasitárias não pôde ser obtida no estudo devido à falta de dados. No entanto, durante a pesquisa sobre saúde, aproximadamente 14% dos agregados familiares que tiveram doenças graves nos seus agregados durante o último ano confirmaram que tiveram membros com problemas ‘gerais’ do tracto digestivo. Isto pode estar severamente subestimado (especialmente porque não foi dada uma lista de doenças

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relacionadas com o tracto digestivo aos entrevistados para que eles escolhessem). Casos de vermes intestinais são muito frequentemente registados em crianças que frequentam a escola, para os quais há programas de desparasitação estabelecidos a nível distrital a cada seis meses nas escolas (Dlamini, 2013). Nenhum caso de hepatite foi registado no levantamento. Profissionais de saúde do Hospital de Ancuabe e do Centro de Saúde de Metoro consultados durante o levantamento estavam cientes disto, mas alegaram falta de conhecimento geral sobre isto na área de estudo uma vez que a sua prevalência é muito baixa. 5.5.5. Doenças sexualmente transmissíveis As seguintes doenças sexualmente transmissíveis ocorrem na área de estudo: HIV/SIDA, sífilis, gonorreia, clamídia e verrugas genitais. Entre estas, o HIV/SIDA foi a mais prevalente, classificada como a principal causa de óbitos prematuros em Moçambique (GBD, 2010). A sífilis também foi observada como a 10ª doença mais mortal em Moçambique. Em 2007, a taxa de HIV/SIDA de Moçambique para pessoas com idades entre os 15 e os 49 anos estava estimada em 16% pela OMS. As taxas são mais elevadas para mulheres do que para homens e as idades dentro das quais a doença é contraída também é diferente para homens e mulheres. Enquanto as mulheres são susceptíveis de contrair HIV/SIDA entre os 25-29 anos, os homens são mais susceptíveis entre os 35-39 anos (INSIDA, 2009). A HSIA também revelou que o HIV/SIDA era mais profundo nas áreas rurais do que no ambiente urbano. Em relação a outras DST menos ameaçadoras (como a sífilis, a gonorreia, a clamídia, as verrugas genitais), nenhuma estatística está disponível nos dois hospitais cobertos pela equipa do estudo. 5.5.6. Problemas de saúde relacionados com alimentação e nutrição O estado nutricional das CAP foi avaliado e o relatório revelou problemas de insegurança alimentar e malnutrição e que existe um risco potencial devido ao padrão de consumo. A maior parte dos membros comunitários dependem das suas machambas para alimentos e, segundo os respondentes, a insegurança alimentar está associada à falta de terra, ao baixo nível de rendimento, à saúde precária, às más condições climáticas e rendimentos das culturas. Em Moçambique, a desnutrição em termos de proteína-energia é classificada como a 12ª causa de óbitos prematuros. O CFSVA indica que houve uma melhoria no estado nutricional das crianças em Moçambique, embora a malnutrição crónica continue a ser um grave problema no norte do país (CFSVA, 2014). Isto pode ser atribuído ao fraco acesso aos serviços de saúde, de imunização, instalações precárias (ou inexistentes) de água e saneamento, práticas inapropriadas de alimentação infantil e baixos níveis de educação materna. As comunidades locais identificaram casos de malnutrição através dos sintomas observados dentro das comunidades. Por exemplo, as mulheres indicaram que reconhecem um caso de malnutrição através dos sinais de doenças mentais, dores de estômago, fraqueza, depressão, lábios secos, fadiga ou dores de cabeça. 5.5.7. Doenças não transmissíveis A OMS define as doenças não transmissíveis (DNT) como doenças crónicas que não passam de um indivíduo para o outro (OMS, 2015k). Geralmente, estas doenças têm um longo período de progressão e os principais tipos incluem doenças cardiovasculares, cancros, doenças respiratórias crónicas e diabetes. Os números segundo a OMS estimam que a probabilidade de alguém morrer de qualquer tipo de DNT entre os 30 e os 70 anos de idade em Moçambique é de 17%, sendo os principais factores de risco o tabagismo, o consumo de álcool, pressão sanguínea elevada e obesidade (OMS, 2014c). As doenças não transmissíveis incluem a doença cardiovascular, diabetes-Mellitus e cancro. Casos de hipertensão arterial e doenças relacionadas com o coração aparentam ser reduzidos na área de estudo, com cerca de 2% dos respondentes reportando que têm

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membros nas suas famílias que sofrem de hipertensão; e 10% indicando que tiveram pacientes com problemas de coração. Similarmente à hipertensão arterial, os diabetes não são comuns na área de estudo. Apenas 1.3% dos agregados familiares incluídos no estudo reportou ter membros com as doenças. O cancro foi também identificado na área de estudo, sobre o qual cerca de 3.3% dos agregados familiares reconheceram que tinham pacientes que sofriam da doença. Deve-se notar que o cancro está entre as 30 principais causas de morte em Moçambique. 5.5.8. Acidentes e lesões As CAP estão actualmente conectadas à estrada principal no entroncamento Pemba-Ancuabe pela estrada padrão de betume R243. Sete dos agregados familiares respondentes (4.6%) indicaram que tinham membros que estiveram envolvidos em acidentes rodoviários no ano passado – maioritariamente incidentes com motas que resultaram em lesões apenas. Nenhuma fatalidade foi registada. 5.5.9. Determinantes sociais da saúde Segundo a OMS, os determinantes sociais de saúde são “[...] as condições em que as pessoas nascem, trabalham, vivem e envelhecem, e o conjunto mais alargado de forças e sistemas que moldam as condições da vida quotidiana”. Cinco determinantes são considerados, nomeadamente a saúde mental, os comportamentos de busca pela saúde, o estilo de vida, desigualdades e educação. Embora não houvesse dados disponíveis sobre o estado dos transtornos mentais na província ou distrito, os informantes-chave alegaram que há pessoas com transtornos mentais que são normalmente tratadas pelos médicos tradicionais. Estes pacientes não representam qualquer ameaça real para as suas comunidades e a maior parte dos residentes está ciente de quem estas pessoas são, bem como das suas condições. Não há estruturas para lidar com casos de saúde mental. As práticas do estilo de vida, como o abuso de substâncias, são vistas como fontes de riscos para os residentes na área de estudo. Por exemplo, o abuso do álcool, das drogas (canábis em grande parte) e do tabaco resultam em comportamentos desagradáveis incluindo violência (inter e intra-doméstica), agressões sexuais e actividades criminosas. 5.5.10. Práticas culturais de saúde Moçambique é conhecido por ter uma ampla gama de práticas tradicionais que estão inseridas nas normas culturais e sociais. Geralmente, parece que as pessoas apenas procuram as curas tradicionais se a) não têm dinheiro para a medicina ocidental ou b) se a medicina ocidental não funcionar. Por exemplo, muitas pessoas acreditam na medicina tradicional para alguns cancros ou até para o HIV/SIDA. Similarmente, as práticas culturais que promovem os casamentos e nascimentos precoces para mulheres, como observados na área de estudo, tendem a ameaçar a saúde reprodutiva e materna das mesmas. Aproximadamente 82% das mulheres na área de estudo entrevistadas tiveram o seu primeiro filho antes dos 18 anos de idade. Algumas parecem ter-se sentido pressionadas pelos seus parceiros a ter filhos mais cedo do que elas prefeririam. O uso da contracepção não é norma na área de estudo.

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6. METODOLOGIA DE IMPACTO

Para garantir uma abordagem equilibrada e objectiva para avaliar a significância dos impactos potenciais, uma escala de classificação padronizada foi adoptada na fase AIA, que permite a comparação directa de estudos de especialidade. Esta escala de classificação adopta quatro factores-chave que geralmente são recomendados como melhores práticas em todo o mundo

1. Escala Temporal: Esta escala define a duração de qualquer impacto dado ao longo do tempo. Isso pode prolongar-se desde o curto prazo (menos de 5 anos, equivalente à fase de construção) para permanente. Geralmente, quanto maior o impacto, mais significância.

2. Escala espacial: Esta escala define a extensão espacial de qualquer impacto dado. Isso pode prolongar-se da área local para um impacto que atravessa fronteiras internacionais. Quanto mais amplo o impacto estende, mais significativo é considerado.

3. Escala de Gravidade / Benefícios: Esta escala define como impactos negativos graves ou quais impactos positivos benéficos seriam. Esta escala negativa/positiva é crítica na determinação da significância geral de quaisquer impactos. A Escala de Gravidade / Benefícios é utilizada para avaliar o potencial significância dos impactos antes e após a mitigação, de modo a determinar a eficácia geral de quaisquer medidas de mitigação.

4. Escala de Probabilidade: esta escala define o risco ou a chance de ocorrer algum impacto. Embora muitos impactos geralmente ocorram, há uma incerteza considerável em termos de outros. A escala varia de pouco provável a definitiva, com a significância geral do impacto aumentando à medida que aumenta a probabilidade.

Essas quatro escalas são classificadas e atribuídas uma pontuação para determinar a significância geral do impacto. A pontuação total é combinada e usada para determinar a significância geral do impacto.

Classificação da Significância

Impactos de baixa significância são tipicamente impactos aceitáveis para os quais a mitigação é desejável, mas não é essencial. O impacto por si só é insuficiente, mesmo em combinação com outros impactos baixos, de evitar que o desenvolvimento seja aprovado. Esses impactos resultarão em efeitos negativos de médio a curto prazo no ambiente natural ou nos sistemas sociais.

Impactos de significância moderada são impactos que requerem mitigação. O impacto é insuficiente por si só para impedir a implementação do projecto, mas em conjunto com outros impactos pode impedir sua implementação. Esses impactos geralmente resultarão em um efeito negativo médio a longo prazo no ambiente natural ou nos sistemas sociais.

Os impactos que são classificados como elevados são considerados impactos sérios e podem impedir a implementação do projecto se nenhuma medida de mitigação for implementada, ou o impacto é muito difícil de mitigar. Esses impactos seriam considerados pela sociedade como uma mudança principal e, geralmente, de longo prazo para o meio ambiente ou sistemas sociais, e resultar em efeitos graves.

Os impactos que são classificados como muito elevados são considerados impactos muito sérios, o que podem ser suficiente por si só para impedir a implementação do projecto. O impacto pode resultar em mudança permanente. Muitas vezes, esses impactos são incompatíveis e geralmente resultam em efeitos muito graves ou efeitos muito benéficos.

Os seguintes pressupostos e limitações são inerentes à metodologia de classificação:

Julgamentos de valor: embora essa escala tente fornecer equilíbrio e rigor para avaliar a significância dos impactos, a avaliação depende fortemente dos valores da pessoa que faz o julgamento. Por este motivo, os impactos, em especial de natureza social, precisam reflectir os valores da sociedade afectada.

Impactos cumulativos: estes afectam a classificação de significância de um impacto porque considera o impacto tanto em fontes locais quanto fora do local. Isso é particularmente

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problemático em termos de impactos além do alcance do desenvolvimento proposto e da AIA. Por esta razão, é importante considerar os impactos em termos de sua natureza cumulativa.

Sazonalidade: certos impactos variam em significância com base na mudança sazonal. Assim, é difícil fornecer uma avaliação estática. A sazonalidade precisará estar implícita na escala temporal e, com as medidas de gestão sendo impostas em conformidade .e.g. Medidas de supressão de poeira implementadas durante a estação seca).

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7. PRINCIPAIS IMPACTOS FÍSICOS

7.1. GEOHIDROLOGIA 7.1.1. Principais Resultados

Disponibilidade de água

O aquífero no local é classificado como um aquífero de fonte única (o aquífero abastece 50% ou mais de água doméstica) com um nível estático médio de água medido de 15,75 m (bgl) (Tabela 7-1).

Os níveis e o regime da água subterrânea no estado estacionário indicam uma correlação com a topografia, com a drenagem em direcção ao leste através dos principais sistemas fluviais que circundam a área de mineração, nomeadamente o Rio Mogido a leste e o Rio Muaguide a oeste.

O actual balanço hídrico subterrâneo é em média de 18,705 m3/d que flui para a sub-bacia de captação delineada de 267,23 km2. À primeira vista, isso parece ser uma quantidade substancial de água, especialmente quando comparado com o requisito de água das minas de aproximadamente 3500 m3/d. No entanto, esta quantidade refere-se à recarga em toda a sub-bacia hidrográfica delineada e não significa que a água esteja disponível para abstração a partir de furos, pois a permeabilidade inferida é muito baixa.

Qualidade da água

A qualidade da água subterrânea é de natureza má e a água não é de qualidade adequada para ser utilizada como água potável/consumo sem tratamento adicional devido às influências geológicas e hidroquímicas na área. Ambas as amostras de águas subterrânea e superficiais não eram compatíveis com os limites SANS 241-2015 e as directrizes da OMS 2011 (Tabela 7-1). No entanto, a intenção seria utilizar a maior parte da água como água de processo, que não requer água de qualidade potável.

Foi encontrado um aumento de concentração de urânio no local e é necessário rastreio

radiológico.

Tabela 7-1: Resumo dos resultados geohidrológicos

Água superficial Água subterrânea

Nível estático da água 15.75m (bgl).

Percentil 5 Inferior 2.55m (bgl)

Percentil 95 Superior 35.38m (bgl)

Limites SANS 241-2015 Manganês (Mn) CE, TDS, NO3-N, SO4, F, Cl, Na, Se, U

Directrizes da OMS 2011 Manganês (Mn)) TDS, F, Cl, Na, Fe, Mn, Se and U

Sólidos Totais Dissolvidos 447.43mg/ℓ 1130mg/ℓ

Percentil 95 Superior (575mg/ℓ) 2337mg/ℓ

pH 8.37 neutro à alcalina

Percentil 95 Superior 8.75

Desidratação da cava e disponibilidade da água de processo

Os resultados de desidratação do tempo de Vida da Mina (VdM) são baseados em uma cava de 100 m (bwl), com 940 m de largura em T12 e 1330 m de largura em T16. A água das cavas formará parte da água bruta do processo na planta e será enviada para as instalações de rejeitos.

No pico (no ano 26 de mineração) do pior cenário, o volume total de água que

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precisará de ser bombeado para fora do sistema por dia é de, aproximadamente, 3.029m³/d e 2.647m³/d para T12 e T16, respectivamente

Isso é provável de ser mais baixo, pois as taxas de evaporação, a precipitação sazonal e a permeabilidade no local não foram incluídas no pior cenário. Com a inclusão desses parâmetros o balanço hídrico da mina indica um volume líquido de desidratação de aproximadamente 1.200 m³/d4. A taxa aumentará ao longo do tempo à medida em que a profundidade da cava aumenta, mas essa é a taxa máxima.

A água de processo da desidratação no poço não estará disponível no início da mina e será insuficiente para satisfazer as demandas de água do processo na profundidade máxima da cava.

7.1.2. Impactos da mina na geohidrologia

Esta fraca qualidade da água no local diminui o risco de impactos relacionados com a mineração, pois a condição natural da linha de base do sistema de aquífero indica que não é adequado para o uso potável, mesmo que não seja poluído pela actividade humana ou por qualquer actividade de mineração.

Durante a fase de construção, todos os impactos nas águas subterrâneas serão insignificantes após a mitigação. Durante a operação, há dois potenciais impactos de significância elevada, e oito de significância moderada. No entanto, as medidas de mitigação padrão relacionadas à desidratação de cavas, controle de poluição e à implementação de medidas para gerir e limitar o potencial de drenagem ácida de minas (descritas com mais detalhes no Capítulo 10 e abaixo) resultam em nenhum impacto residual de significância elevada nas águas subterrâneas, e apenas três de significância moderada. Durante a fase de descomissionamento todos, menos um impacto, são de significância baixa.

Tabela 7-2: Resumo dos impactos geohidrológicos pré e pós-mitigação por fase

IMPACTO Significância Geral

Pré-mitigação Pós-mitigação

Fase de Construção

Impacto 1: Contaminação das águas subterrâneas a partir de derramemento de óleo, graxa e diesel dos veículos de construção

BAIXA-

Negligenciável

Impacto 2: Poluição das águas subterrâneas devido a instalações sanitárias

BAIXA- Negligenciável

Impacto 3: Poluição das águas subterrânea e superficial devido ao armazenamento inadequado de produtos químicos e materiais de construção

BAIXA- Negligenciável

Impacto 4: Deterioração da qualidade das águas subterrânea e superficial a partir de derramamentos e instalações de diesel (armazenamento de combustível)

BAIXA- Negligenciável

Fase de Operação

Impacto 5: Rebaixamento dos níveis de águas subterrâneas locais da zona de influência da desidratação

MODERADA- BAIXA-

Impacto 6: Contribuição para a sobrecarga de nitratos nos recursos de águas subterrânea e superficial a partir do uso de explosivos para desenvolvimento de cavas da mina.

MODERADA- BAIXA-

4 Esses volumes de desidratação são volumes/taxas conservadoras que indicam os volumes/taxas máximas de desidratação que a mina

deve ter capacidade durante as operações. Os valores refinados baseados na concepção detalhada provavelmente serão mais baixos

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IMPACTO Significância Geral

Pré-mitigação Pós-mitigação

Impacto 7: Contaminação das águas subterrânea e superficial por hidrocarbonetos a partir de derramamentos de instalações de armazenamento de combustível, abastecimento de combustível e baías de lavagem.

MODERADA- BAIXA-

Impacto 8: As inundações dacava a céu aberto podem resultar em condições de trabalho inseguras para os funcionários.

MODERADA- Negligenciável

Impacto 9: Poluição das águas subterrâneas devido a instalações de saneamento inadequadas

MODERADA- Negligenciável

Impacto 10: Poluição das águas subterrâneas devido à presença de urânio e selénio decorrentes das actividades de mineração

BAIXA- Negligenciável

Impacto 11: Infiltração de metais, Nitrato e Sulfato a partir de despejos de capeamento causará deterioração da qualidade das águas subterrâneas.

ELEVADA- MODERADA-

Impacto 12: Lixiviação de Sulfato, Nitrato e metais da TSF causarão deterioração da qualidade das águas subterrâneas

ELEVADA- MODERADA-

Impacto 13: Contaminação decorrente das cavas T12 e T16 durante as operações de mineração pode resultar na deterioração da qualidade das águas subterrâneas.

MODERADA- MODERADA-

Impacto 14: Desidratação: Esgotamento dos níveis de água nos furos das proximidades da mina devido ao excesso de bombeamento - Rendimento maior e mais longo do que o recomendado pode resultar no esgotamento do recurso de águas subterrâneas o que teria impacto nos usuários vizinhos.

MODERADA- BAIXA-

Impacto 15: Desidratação: Esgotamento dos furos de abastecimento de água da comunidade devido à desidratação

BAIXA- Negligenciável

Fase de Descomissionamento

Impacto 16: O esgotamento do recurso de águas subterrâneas iria impactar os usuários vizinhos devido à desidratação da mina e a evaporação

MODERADA- BAIXA-

Impacto 17: As inundações da cava no pós-encerramento terão um impacto negativo nos recursos de águas subterrâneas locais

MODERADA- MODERADA-

Impacto 18: A deterioração do sistema de barreira sintética que provoca a ocorrência de SO4 e lixiviação de metais causará uma deterioração da qualidade das águas subterrâneas.

ELEVADA- BAIXA-

Impacto 19: A erosão pós-operacional nas instalações da TSF poderia ter um impacto negativo nos recursos de águas subterrâneas locais.

BAIXA- Negligenciável

Impacto 20: A DAM decorrente das cavas abertas poderia resultar na deterioração da qualidade das águas subterrâneas.

BAIXA- Negligenciável

7.2. GEOQUÍMICA 7.2.1. Principais resultados

Potencial de Drenagem Ácida de Minas (DAM)

O Sulfato (SO4) não tem a capacidade de quebrar e é o principal constituinte químico que provoca a drenagem ácida de rochas. Este tem potencial para impactar nas fontes de água subterrânea. O Sulfato seria lixiviado a partir das instalações de WRD e TSF.

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Foram modelados vários cenários para analisar o transporte de massa e lixiviação de sulfato e os resultados estão resumidos na tabela abaixo e representados visualmente nas figuras 7-1 e 7-2.

Tabela 7-3: Resumo dos cenários de DAM e potenciais plumas de DAM ao longo do tempo

Cenários de potenciais plumas de sulfato Resultados

Desidratação e transporte de massa das instalações de rejeitos e de estéril ao longo de um período de mineração de 26 anos

A pluma tem uma extensão lateral máxima de 500m a sudeste, 290m a leste e 170m a norte da TSF (Figura 7-1)

Desidratação das operações pós-mineração A pluma tem uma extensão lateral máxima de 2500m a nordeste em T12 e 1600m a sudeste em T16 (Figura 7-1)

Transporte de massa da TSF durante um período de 100 anos

Plume não representa uma ameaça para poluir o principal receptor (rio Mogido) para o leste

Transporte de massa do WRD durante um período de 100 anos

Plumes migra aproximadamente 350m para o sul, 500m para o leste e 250m para o norte.

Cenário de mitigação da operação de mineração com a inclusão de um sistema de captura de infiltração para a TSF

A migração da pluma da TSF é reduzida para 160m a leste e 104m a norte, quando a TSF é revestida e não irá afectar nenhum receptor sensível (Figura 7-3)

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Figura 7-1 : Plumas de Drenagem Ácida de Minas ao longo de um período de 26 anos de operação

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 74

Figura 7-2: Plumas da Drenagem Ácida de Minas 100 anos após a operação de mineração

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 75

Figura 7-3: ZDI mitigacional reduzida com trincheira de captura de infiltração

Environmental, Social and Health Impact Assessment

Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 76

7.2.2. Impactos na geoquímica Devido aos usuários limitados das águas subterrâneas na área, a qualidade da água subterrânea inerentemente baixa, e apesar do elevado potencial de geração de DAM, os riscos gerais para as águas subterrâneas e superficiais são considerados baixos. Isso é porque a pluma de contaminantes da TSF não representa uma ameaça de poluição ao principal receptor (Rio Mogido) para o leste durante a fase operacional, se esta for revestida, e o impacto é reduzido de elevado para baixo. A contaminação das águas subterrâneas, superficiais e do solo a partir do sulfato nos rejeitos também pode resultar em um impacto de significância elevada, mas com mitigação esse impacto também é baixo. Os impactos da contaminação por metais e metalóides e nitratos do despejo de estéril e instalações de empilhamentos são reduzidos de moderado a baixo. Do mesmo modo, o desenvolvimento de condições de drenagem ácida de minas dessas instalações também resulta em um impacto pós-mitigação de baixa significância. Foi realizado um cenário simulado conservador de 100 anos pós-operação para analisar os impactos a longo prazo e fornecer medidas de mitigação. Esta análise demonstra que todos os impactos de longo prazo associados à fase de descomissionamento serão baixos, com excepção do possível desenvolvimento de condições de lago ácido em condições de furacão e concentração elevada de metal(oides) e sulfato e potenciais impactos nos recursos de água subterrânea e superficial se a zona de sulfureto na cava não for coberta por água. Esses impactos serão de significância moderada. Tabela 7-4: Resumo dos impactos geoquímicos pré e pós-mitigação por fase

IMPACTO Significância geral

Pré-mitigação Com mitigação

Fase Operacional

Impacto 1: Desenvolvimento de condições de drenagem ácida de minas devido da eliminação de rejeitos nas instalações de rejeitos

ELEVADA- BAIXA-

Impacto 2: Contaminação de águas subterrâneas, superficiais e do solo por metais e metalóides devido a eliminação de rejeitos nas instalações de rejeitos

MODERADA- BAIXA-

Impacto 3: Contaminação de águas subterrâneas, superficiais e do solo por sulfato proveniente da eliminação de rejeitos na instalação de rejeitos

ELEVADA- BAIXA-

Impacto 4: Contaminação de águas subterrâneas, superficiais e do solo por nitratodevido a eliminação de rejeitos na instalação de rejeitos

MODERADA- BAIXA-

Impacto 5: Contaminação de águas subterrâneas, superficiais e do solo por metais e metalóides devido a eliminação de estéril nas instalações de despejo de estéril

MODERADA- BAIXA-

Impacto 6: Contaminação de águas subterrâneas, superfíciais e do solo por sulfato devido a eliminação de estéril nas instalações de despejo de estéril

MODERADA- BAIXA-

Impacto 7: Desenvolvimento de condições de drenagem ácida de minas devido a eliminação de estéril em instalações de despejo de estéril

MODERADA- BAIXA-

Impacto 8: Contaminação de águas subterrâneas, águas superficiais e solo por metais e metalóides devido a eliminação de material de minério de qualidade baixa na instalação de empilhamento.

MODERADA-

BAIXA-

Impacto 9: Contaminação de águas subterrâneas, superficiais e do solo por sulfato devido a eliminação de material de minério de qualidade baixa na instalação de empilhamento.

MODERADA- BAIXA-

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Impacto 10: Contaminação de águas subterrâneas, superficiais e do solo por Nitrito devido a eliminação de material de minério de qualidade baixa na instalação de empilhamento

MODERADA- BAIXA-

Fase de descomissionamento

Impacto 11: Desenvolvimento de condições de drenagem ácida de minas devido a eliminação de rejeitos nas instalações de rejeitos

ELEVADA-

BAIXA-

Impacto 12: Contaminação de águas subterrâneas, superficiais e do solo devido a eliminação de rejeitos por metais e metalóides na instalação de rejeitos

ELEVADA- BAIXA-

Impacto 13: Contaminação de águas subterrâneas, superficiais e do solo por sulfato devido a eliminação de rejeitos nas instalações de rejeitos

MODERADA- BAIXA-

Impacto 14: Contaminação de águas subterrâneas, superficiais e do solo por nitrato devido a eliminação de rejeitos nas instalações de rejeitos

MODERADA- BAIXA-

Impacto 15: Contaminação das águas subterrâneas, superficiais e do solo por metais e metalóides através da eliminação de estéril nas instalações de despejo de estéril.

MODERADA- BAIXA-

Impacto 16: Contaminação de águas subterrâneas, superficiais e do solo por sulfato devido a eliminação de estéril nas instalações de despejo de estéril

MODERADA- BAIXA-

Impacto 17: Desenvolvimento de condições de drenagem ácida de minas devido a eliminação de estéril nas instalações de despejo de estéril

MODERADA- BAIXA-

Impacto 18: Desenvolvimento de condições de lago ácido (condições de furacão) devido ao cenário de inundação da cava pós-encerramento - zonas de sulfureto não cobertas por água

ELEVADA- MODERADA-

Impacto 19: Concentração elevada de metal(oides) e sulfato e potenciais impactos nos recursos de águas subterrâneas e superficiais devido ao cenário de inundação de cavas pós-fechamento - zonas de sulfureto não cobertas por água

ELEVADA-

MODERADA-

Impacto 20: Desenvolvimento de condições de lago ácido devido ao cenário de inundação da cava pós-encerramento - zonas de sulfetos cobertas por água

MODERADA- BAIXA-

Impacto 21: Concentração elevada de metalóides e potenciais impactos nos recursos de águas subterrâneas e superficiais devido ao cenário de inundação de poços pós-fechamento - zonas de sulfetos cobertas por água

MODERADA-

BAIXA-

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8. PRINCIPAIS IMPACTOS BIOLÓGICOS

8.1. VEGETAÇÃO 8.1.1. Principais resultados A vegetação e as comunidades florais encontradas na área de estudo estão tipicamente intactas, com ocorrência de algum desmatamento ao longo das estradas de acesso que foram abertas durante a fase de prospecção e pesquisa. Os tipos de vegetação que ocorrem no local têm uma sensibilidade ecológica que varia de moderada a alta (Figura 8-1). A Floresta Ripariana tem uma grande diversidade de espécies e ocorre ao longo dos córregos, rios e linhas de drenagem em toda a área de estudo. Em alguns casos, este tipo de vegetação muda de floresta para floresta, onde a cobertura do canopy é de quase 100%. Este tipo de vegetação fornece um refúgio importante para espécies faunísticas e funciona como corredor natural para a dispersão de sementes e movimentos de espécies de animais como anfíbios, répteis e mamíferos. Este tipo de vegetação foi ,portanto, classificado como uma área de Sensibilidade Elevada. Embora a Floresta de Miombo tenha uma elevada diversidade de espécies e esteja relativamente intacta, este tipo de vegetação é generalizado fora da área de estudo. Como tal, esta foi determinado como sendo de Sensibilidade Moderada. Áreas que foram desmatadas para machambas (Mosaico Machamba/Floresta Secundária) foram transformadas pelo uso actual da terra. Essas áreas não contribuem para o funcionamento do ecossistema e são tipicamente constituídas por espécies pioneiras e ervas daninhas. Por isso, foi atribuído a essas áreas a Sensibilidade Baixa, com a maioria destas situadas ao longo do corredor da estrada (não mostrado na Figura 8-1).

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Figura 8-1a: Mapa de sensibilidade da vegetação da área de estudo

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Figura 8-1b: Mapa de sensibilidade da vegetação da área de estudo

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8.1.2. Impactos na vegetação As principais questões botânicas surgem da necessidade de remover a cobertura de vegetação natural existente, sempre que precisam de ser construídas infraestruturas relacionadas com a mina e com o estabelecimento de cavas da mina. Na escala espacial da área de estudo, os impactos serão definitivamente consideráveis, mas estes devem ser vistos no contexto da região como um todo ou numa escala espacial ainda maior. Três questões precisam de discussão:

A questão 1 trata da perda da vegetação pela comunidade como um todo. Por exemplo, a mina resultará na perda de dois tipos de vegetação identificados como Floresta de Miombo e Floresta Ripariana.

A questão 2 discute os impactos dessa perda a nível de espécies. Por exemplo, a mina resultará na redução dos níveis gerais de biodiversidade na área do projecto e isso poderá resultar na redução de espécies de interesse de conservação

A questão 3 analisa o impacto que a mina poderia ter nos processos biológicos importantes para os organismos e seus habitats. Por exemplo, a construção de uma barragem de rejeitos na floresta pode inibir a dispersão de sementes por animais se estes não puderem atravessar esta barreira artificial

Foram identificados e avaliados doze impactos que a mineração e actividades associadas terão na vegetação e espécies de plantas. Com excepção da perda da Floresta de Miombo e da perda da Floresta Ripariana, todos os impactos podem ser mitigados para impactos de significância moderada a baixa (Tabela 8-1). Após a mitigação haverá dois impactos residuais de significância elevada, seis de significância moderada e quatro de significância baixa. Tabela 8-1: Resumo dos impactos Botânicos pré e pós-mitigação por fase

Impacto Pré Mitigação Pós Mitigação

Fase de construção

Impacto 1: Perda da Floresta de Miombo ELEVADO- ELEVADO -

Impacto 2: Perda de Florestas Riparianas ELEVADO - ELEVADO -

Impacto 3: Perda de Biodiversidade (geral) e espécies de interesse de conservação

ELEVADO - MODERADO-

Impacto 4: Fragmentação da vegetação e efeitos de borda

ELEVADO - MODERADO-

Impacto 5: Invasão de espécies exóticas MODERADO- BAIXO-

Impacto 6: Asfixia da vegetação como resultado do aumento dos níveis de poeira

MODERADO- BAIXO-

Fase operacional

Impacto 7: Perda de comunidades de plantas intactas (como um impacto indirecto) como resultado do aumento do acesso a áreas anteriormente inacessíveis

MODERADO- MODERADO-

Impacto 8: o aumento do risco de incêndio durante a estação seca pode afectar a vegetação natural

MODERADO- BAIXO-

Impacto 9: Impactos da instalação de armazenamento de água na vegetação ripariana

ELEVADO - MODERADO-

Impacto 10: Impactos do baixo pH do solo no crescimento das plantas

ELEVADO - BAIXO-

Fase de descomissionamento

Impacto 11: Asfixia da vegetação como resultado do aumento dos níveis de poeira

MODERADO- MODERADO-

Impacto 12: Perda de biodiversidade como resultado do aumento de acessos

ELEVADO - MODERADO-

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8.2. FAUNA 8.2.1. Principais resultados Os habitats mais sensíveis utilizados pela fauna sobrevivente incluem: 1) a zona ripariana e as zonas húmidas; 2) Encostas íngremes e cumes rochosos. Nenhum desses habitats é específico da área do projecto e estão bem representados na Província de Cabo Delgado. As bacias de captação efémeras dos rios Muaguide e Mogido representam. Em particular, habitats sensíveis, especialmente para anfíbios e aves. O desenvolvimento proposto ocorre em uma Floresta de Miombo relativamente prístina, onde a presença de elefantes icónicos ameaçados ainda ocorrem ocasionalmente, e onde ainda ocorremum número relativamente grande de EIC, mesmo que seja de passagem. Além disso, pelo menos quatro espécies conhecidas ou potencialmente não descritas ocorrem dentro da região, o que, portanto, tem uma importância elevada para a biodiversidade. A borda norte da área do projecto está muito próximo (<10 km) da fronteira sul do Parque Nacional das Quirimbas, adjacente ao Bloco B. Esta é das três regiões dentro da PNQ onde estão concentrados os mamíferos médios e grandes e que foi identificada como uma potencial zona de protecção total devido à baixa densidade de população humana. A área do projecto cai em uma 'zona tampão' que foi estabelecida para proteger os impactos provenientes dos desenvolvimentos circundantes. Além da borda norte da barragem de água bruta, não há actividades nessa zona tampão nos primeiros 15 anos de operações. A área do projeto está cada vez mais acedida para extracção de recursos naturais (carne de caça, madeira, produção de carvão, etc.) e para expansão de machambas para cultivo. Além disso, os córregos efémeros na região são ilegalmente acedidos por mineiros artesanais para extracção de ouro e pedras preciosas. Esses impactos são exacerbados pelo desenvolvimento de uma rede de trilhos de acesso feitos durante a perfuração e prospecção e pesquisa da mina, que permitem agora uma grande facilidade de acesso e extracção de recursos pelas pessoas em volta por via de veículos 8.2.2. Impactos na fauna Todos os grupos faunísticos sofrerão uma perda geral da biodiversidade devido a impactos variados, como o aumento da mortalidade por movimentos de veículos, perda e fragmentação de habitats adequados devido à pegada ecológica das estruturas do projecto e diversas formas de poluição associadas ao tráfego e ao desenvolvimento. Isto será maior para espécies pequenas e de movimento lento, ex. anfíbios, tartarugas e cobras e as espécies terrestres sofrerão maior mortalidade do que espécies arbóreas ou escavadoras. Espécies voadoras (aves e morcegos) sofrerão menos mortalidade, excepto quando são perdidos locais importantes de reprodução ou de abrigo. Para todos os grupos haverá aumento da mortalidade. Os principais impactos que afectam a biodiversidade incluem:

Deslocamento a longo prazo de grupos faunísticos que levam à perda da diversidade devido à perda de habitat essencial, especialmente o habitat de floresta.

Perda definitiva e permanente de corredores de movimentos diários cuja fauna depende da vegetação de copa fechada ou habitat especializado (restrito) ao longo das linhas de drenagem e rios.

Impactos indirectos a longo prazo associados ao aumento da invasão antropogénica e ao uso não sustentável dos recursos naturais (por exemplo, exploração descontrolada de madeira, extracção de carvão e caça).

Uma variedade de impactos são prováveis de resultar da construção dos vários componentes da mina. Um dos impactos mais significativos e generalizados resulta do aumento do fluxo de tráfego na região. As estradas são conhecidas por alterar as características físicas do meio ambiente e, portanto, afectar os ecossistemas, comunidades biológicas e espécies de

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inúmeras e diferentes maneiras. Além disso, o aumento da mortalidade da fauna directamente por mortes nas estradas e, indirectamente, do acesso melhorado às áreas que facilitam a caça, aumentam a significância do impacto. Há dezanove (19) impactos que a mineração e actividades associadas terão nas espécies faunísticas de vertebrados terrestres e habitat associado. Nove desses impactos ocorrem durante a fase de construção, oito durante a fase operacional e dois no encerramento da mina. Após a mitigação, não haverá impactos residuais de significância elevada. No entanto, existem 11 impactos de significância moderada e oito de baixa significância. Os impactos moderados resultam da perda ou fragmentação de habitats, bem como de perturbações da fauna e riscos associados à poeira e à poluição. Tabela 8-2: Resumo dos impactos faunísticos pré e pós-mitigação por fases

Impacto Significância Geral

Pré-mitigação Pós-mitigação

Fase de Construção

Questão 1: Perda da Diversidade Faunística

Impacto 1: Perda da Diversidade de Anfíbios MODERADA BAIXA

Impacto 2: Perda da Diversidade de Répteis MODERADA BAIXA

Impacto 3: Perda da Diversidade de Aves MODERADA BAIXA

Impacto 4: Perda da Diversidade de Mamíferos ELEVADA MODERADA

Impacto 5: Perda de Espécies de Preocupação de Conservação MODERADA MODERADA

Questão 2: Perda, Fragmentação e Degradação do Habitat

Impacto 6: Impacto da fragmentação e perda de habitat na fauna

MODERADA MODERADA

Questão 3: Outros impactos na fauna

Impacto 7: Efeitos da Poeira na Fauna MODERADA MODERADA

Impacto 8: Efeitos do Aumento dos Níveis de Ruído na Fauna MODERADA MODERADA

Impacto 9: Efeitos da Poluição Química na Fauna MODERADA BAIXA

Fase Operacional

Questão 1: Perda de Diversidade Faunística

Impacto 10: Perda da Diversidade Faunística MODERADA BAIXA

Impacto 11: Perda de Espécies de Preocupação de Conservação

MODERADA MODERADA

Impacto 12: Introdução de fauna exótica BAIXA BAIXA

Questão 2: Impactos do Habitat

Impacto 13: Impacto da fragmentação e perda de habitat na fauna

MODERADA MODERADA

Impacto 14: Efeitos da Poeira na Fauna MODERADA MODERADA

Impacto 15: Efeitos do Aumento dos Níveis de Ruído na Fauna MODERADA MODERADA

Impacto 16: Efeitos da Poluição Química na Fauna MODERADA BAIXA

Impacto 17: Ameaças aos movimentos faunísticos MODERADA MODERADA

Fase de Descomissionamento

Questão 1: Efeitos na Fauna

Impacto 18: Perda de Diversidade Faunística ELEVADA MODERADA

Impacto 19: Perda de Espécies de Preocupação de Conservação

ELEVADA BAIXA

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8.3. PEIXES 8.3.1. Principais resultados Os fluxos das correntes actuais nos rios dentro da área de estudo são considerados como sendo muito próximos do natural, com a maioria dos cursos dos rios em estado não perturbado, devido à ausência de grandes barragens dentro do rio e abstração para uso doméstico e agrícola limitada. O funcionamento básico do ecossistema desses rios e córregos está ainda predominantemente inalterado, e esses habitats aquáticos são capazes de suportar diversas biota aquáticas.

Em locais isolados, os cursos de água dentro e adjacentes à Área do Projecto proposto da Mina de Grafite de Ancuabe estão, no presente, em um estado ligeiramente perturbado, principalmente devido ao desmatamento (corte e queima) da vegetação para actividades agrícolas, em particular nas zonas riparianas; e das actividades informais de mineração artesanal nos canais do rio. Esses impactos podem resultar na erosão do solo, colapso das margens do rios e aumento da entrada de sedimentos nos rios, o que impacta negativamente os habitats aquáticos.

8.3.2. Impactos nos peixes Foram identificados e avaliados uma série de potenciais impactos nos peixes e habitats aquáticos da mina proposta. Prevê-se que o projecto possa potencialmente ter impacto nos três impulsionadores abióticos reconhecidos que afectam a integridade do habitat aquático: qualidade da água, geomorfologia fluvial e fluxo do rio. Os impactos potenciais incluem a a barragem instantânea proposta, que altera os padrões de fluxo do rio e a poluição das águas superficiais através de escoamento contaminado da área da mina, incluindo os locais de TSF e WRD, que entram nos rios e riachos adjacentes através de linhas de drenagem naturais ou por de infiltrações de águas subterrâneas poluídas . A possibilidade de Drenagem Ácida da Mina (DAM) a partir de minerais portadores de sulfetos no minério e de locais WRD também deve ser considerada para prevenir a potencial contaminação de águas subterrâneas e de superfície. Em termos de toxicidade do pH para a vida aquática, nenhum valor de orientação simples pode ser ajustado facilmente, mas recomenda-se que as mudanças de pH não sejam superiores a uma unidade de pH em comparação com as águas receptoras (Dallas e Day, 1993). Água subterrânea A componente de águas subterrâneas do fluxo de base é importante, pois contribui para a manutenção de piscinas profundas de refúgio no canal principal do Rio Muaguide durante a estação seca. Nas proximidades das cavas da mina, os fluxos podem ser reduzidos como resultado da desidratação da mina, rebaixando o lençol freático em áreas localizadas. Isso poderia impactar negativamente na biodiversidade dos peixes e tamanho da população destes. No entanto, a evidência disponível indica que a contribuição da água subterrânea de dentro da área da mina até os fluxos baixos no Rio Muaguide é insignificante.

Fluxo do Córrego As barragens instantâneas podem potencialmente alterar a hidrologia natural a jusante da parede da barragem, alterando os padrões de fluxo e reduzindo baixos fluxos e picos de enchentes. No entanto, a capacidade relativamente pequena da barragem de Muaguide proposta em relação ao escoamento anual médio (EAM), bem como o volume relativamente pequeno de água necessário para operações de mineração, indica que o impacto da barragem proposta sobre a hidrologia natural da o Rio Muaguide será baixo. Este aspecto é discutido mais adiante.

A barragem proposta dentro do Rio Muaguide poderia bloquear as migrações dos peixes (e macroinvertebrados aquáticos) a montante e romper os padrões de fluxo natural e movimento de sedimentos neste rio, a menos que sejam providas instalações de passagem para peixes.

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Um possível impacto positivo da barragem proposta é o potencial de tornar-se um recurso pesqueiro.

Esta investigação identificou uma série de impactos negativos nos habitats aquáticos e peixes associados ao empreendimento de mineração proposto que foram classificados como ELEVADOS antes da mitigação. No entanto, prevê-se que os impactos de significância elevada antes da mitigação possam ser facilmente reduzidos a significância MODERADA ou BAIXA, desde que sejam implementadas mitigação adequada e uma gestão ambiental cuidadosa durante todas as fases do empreendimento de mineração proposto. Com medidas de mitigação efectivas em prática, haverá três impactos residuais de significância moderada e cinco de baixa significância. Há também um impacto positivo de significância elevada, pois a barragem oferece um novo habitat para os peixes, e esse recurso pode ser utilizado pelas comunidades locais Table 8-3: Resumo dos impactos nos Peixes na pré e pós mitigação por fase

IMPACTO Significância Geral

Pré-mitigação Com Mitigação

Construção (C), Operação(O), Descomissionamento (D) e Todas as fases do projecto (Todas)

Questão 1: Qualidade da água

Impacto 1: Sedimentação e aumento da turbidez nos rios (Todas)

MODERADA- MODERADA-

Impacto 2: Contaminação apartir de poluentes não minerais (C & O)

ELEVADA- BAIXA-

Impacto 3: Contaminação relacionada com minério - DAM (C, O & D)

ELEVADA- MODERADA-

Questão 2: Hidrologia

Impacto 4: Alteração das dinâmicas do fluxo do rio (C & O) MODERADA- BAIXA-

Questão 3. Modificação do Habitat

Impacto 5: Modificação do habitat aquático (C & O) ELEVADA- BAIXA-

Impacto 6: Perda de espécies de interesse especial (C & O) MODERADA- BAIXA-

Questão 4. Fragmentação do Habitat

Impacto 7: Bloqueio das migrações devido a estruturas dentro do rio (C, O & D)

ELEVADA- BAIXA-

Questão 5. Recursos Pesqueiros

Impacto 8: Sobre-utilização dos recursos pesqueiros (C, O & D)

MODERADA- MODERADA-

Impacto 9: Criação de novos recursos pesqueiros (O) (Impacto socioeconómico positivo)

MODERADA- ELEVADA +

8.4. ÁGUA SUPERFICIAL 8.4.1. Principais resultados O principal rio da região, o Rio Muaguide, está actualmente em um estado relativamente não modificado. Não foi observada nenhuma evidência de impacto humano a montante, mas o rio é impactado pela agricultura de pequena escala, com desmatamento das áreas riparianas, em alguns casos. A construção de passagens de rio informais também é evidente. Esses impactos resultaram em alguma erosão do solo nas proximidades das actividades e um

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aumento geral nos fluxos de sedimentos no rio. Apesar disso, o rio tem um estado ecológico presente elevado e deve ser capaz de manter a funcionalidade significativa do ecossistema e ser capaz de suportar muitas espécies de vertebrados aquáticos. 8.4.2. Impactos na água superficial A infraestrutura de mineração situa-se na parte inferior da bacia de captação relativamente grande do Rio Muaguide. Todo o curso de água na área de mineração drena para o rio mais pequeno, o Mogido. Ambos os rios e seus afluentes são sazonais e páram de fluir no sétimo ou oitavo meses do secos do ano. Cerca de 90% dos 900mm de precipitação anual ocorre nos quatro meses, de Dezembro a Março, o que resulta nos rios a fluirem fortemente, com energia considerável para carregar e transportar sedimentos, a maioria dos quais são transportados para o Rio Muaguide. Os dados de qualidade da água indicam que os rios Muaguide e Mogido carregam maiores cargas de sedimentos durante os altos fluxos da estação chuvosa do que durante a estação seca. Deve ser evitada a introdução de cargas de sedimentos adicionais devido a actividades de mineração. Os solos expostos podem conduzir a uma série de impactos, como erosão, produção de sedimentos e perda de solo superficial. Isso pode resultar em uma acumulação de sedimentos e detritos orgânicos nos cursos de água, aumento de cargas de nutrientes e mudanças nos fluxos dos córregos, o que pode afectar os peixes e outras populações aquáticas. Se não for verificado, as actividades de mineração durante a fase de construção podem impactar na qualidade da água, resultando na perda da diversidade do hábitat aquático existente. Ao reduzir o número de estruturas estabilizadoras e na superfície dos solos (como os sistemas radiculares e a cobertura vegetal que reduz a velocidade do escoamento e liga o solo), o desmatamento da vegetação resulta nos solos a estarem mais propensos à erosão. Também resulta no aumento líquido de escoamento de água superficial, o que pode levar ao aumento da erosão. Um impacto secundário e relacionado é a perda de solo superficial. A camada de solo superficial é fundamental para o sucesso do crescimento das plantas e deve ser conservada em todos os momentos. Uma vez perdida, a camada superficial é extremamente difícil de restaurar. O aumento da erosão levará ao aumento da sedimentação dos cursos de água em que o escoamento superficial flui. A sedimentação pode ter impactos negativos graves nos ambientes aquáticos receptores. Estes incluem aumento da turbidez (que diminui a penetração de luz na água, reduzindo assim as actividades fotossintéticas na coluna da água), redução da concentração de oxigénio na coluna de água e ambiente bentónico e asfixia da biota bentónica, resultando na perda de alimentos e camas de desova. Isso pode ter impactos negativos graves a longo prazo nos habitats aquáticos. Materiais perigosos e poluentes químicos (por exemplo, hidrocarbonetos de máquinas e veículos de construção, reagentes de flotação, cimento não curado e tintas) actividades de construção associadas, bem como detergentes de lavagem e sabão, efluentes domésticos mal tratados provenientes do acampamento de construção, trabalhadores da construção civil que usam as zonas ripárias para abluções, podem todos poluir as águas subterrâneas e superficiais. Esses poluentes podem ser prejudiciais para a biota aquática e ter impacto na qualidade da água potável das comunidades e acções domésticas a jusante. Derramamentos de hidrocarbonetos e outros poluentes podem levar a anormalidades de desenvolvimento e fatalidades de espécies de invertebrados. Como o depósito de minério é rico em sulfureto, isso vai acabar no fluxo de rejeitos e, portanto, a instalação de armazenamento de rejeitos (TSF), bem como os despejos de estéril (WRDs), irão gerar Drenagem Ácida de Minas (DAM). Existem várias maneiras de gerar a descarga de água com baixo pH e mitigar os efeitos da DAM. As medidas de mitigação para minimizar o potencial de geração de DAM reduzirão o risco de contaminação a jusante dos corpos de água.

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Durante a construção e operação, os trabalhos de terraplanagem associados à mineração poderiam alterar a topografia natural. Isso poderia destruir linhas de drenagem e/ou alterar os padrões de fluxo natural dentro da área do projecto. A mina proposta pode mudar a química da água alterando um ou mais dos seguintes parâmetros: Temperatura, Sólidos suspensos, nível de pH, Condutividade e Sólidos Totais Dissolvidos, Oxigénio Dissolvido, Enriquecimento Orgânico, Enriquecimento de Nutrientes e metais traço. Um sistema fluvial específico apoiará a assemblagem única de espécies adaptadas às condições de fluxo predominantes que determinam a temperatura, transporte de sedimentos e o fluxo de nutrientes. Uma diminuição ou aumento em qualquer uma dessas condições de fluxo pode levar a mudanças na estrutura da comunidade dentro do sistema, como perda de determinadas espécies ou aumento de população em outros casos. As mudanças também podem proporcionar condições para o desenvolvimento de espécies novas ou espécies anteriormente escassas. Todos os impactos tanto para a construção como para a fase operacional podem ser mitigados para uma significância baixa e não há impactos residuais de significância elevada ou moderada. Tabela 8-4: Resumo dos Impactos na Água Superficial pré e pós-mitigação por fase

IMPACTO

Significância Geral

Pré-mitigação Com

Mitigação

Fase de Concepção e Planeamento

Questão 1: Qualidade da Água

Impacto 1: Sedimentação e turbidez elevada nos rios BAIXA BAIXA

Impacto 2: Poluição dos recursos hídricos (excluindo DAM) MODERADA BAIXA

Questão 2: Modificação do Habitat

Impacto 3: Ruptura da função ecológica BAIXA BAIXA-

Fase de Construção

Questão 1: Qualidade da água

Impacto 4: Sedimentação e turbidez elevada nos rios MODERADA - BAIXA

Impacto 5: Poluição dos recursos hídricos (excluindo DAM) BAIXA BAIXA

Questão 2: Modificação do Habitat

Impacto 6: Ruptura da função ecológica MODERADA- BAIXA-

Fase de Operação

Questão 1: Qualidade da água

Impacto 7: Sedimentação e turbidez elevada nos rios MODERADA BAIXA

Impacto 8: Poluição dos recursos hídricos (excluindo DAM) BAIXA BAIXA

Impacto 9: Contaminação de minério MODERADA- BAIXA-

Impacto 10: Mudança na química da água MODERADA- BAIXA-

Questão 2: Modificação do Habitat

Impacto 11: Ruptura da função ecológica ELEVADA- BAIXA-

Fase de descomissionamento

Questão 1: Qualidade da água

Impacto 12: Sedimentação e turbidez elevada nos rios MODERADA BAIXA

Impacto 13: Poluição dos recursos hídricos (excluindo DAM) MODERADA BAIXA

Questão 2: Modificação do Habitat

Impacto 14: Ruptura da função ecológica ELEVADA- BAIXA-

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8.5. EFEITOS DA IAA NO REGIME DE FLUXO DO RIO DE MUAGUIDE 8.5.1. Principais resultados Primeiro represamento Ano 1: Cenário 1

Este cenário olha a barragem sendo concluída e assim enchendo durante uma estação anormalmente seca, quando os volumes de água no rio são inferiores à metade daqueles durante os anos de escoamento médio (Ano 1 do Cenário 1). Este atrasa o início do fluxo nos confins do rio a jusante de dois meses, de Novembro a Janeiro. Os volumes de fluxo no rio durante os quatro meses de Janeiro a Abril (após o qual a descarga cessa) aumentam progressivamente de 64% (Janeiro), 82% (Fevereiro), 92% (Março) para 91% (Abril) de volumes muito baixos pré -barragem.

Este é o pior cenário em termos de impactos sobre o regime de fluxo a jusante da parede da barragem, no qual o período de seis meses durante o qual o rio normalmente deveria fluir é reduzido para quatro meses. Os volumes de fluxo durante os quatro meses de represamento subsequentes são, no entanto, próximos de - entre 64% e 92% dos - os volumes pré-barragem. É importante notar que o fluxo pré-barragem durante um ano muito seco poderia ser inferior a metade do ano médio e é possível que o funcionamento ecológico do rio já esteja em um nível inferior ao normal nível. Esse cenário não é impossível, mas é baseado em um intervalo de retorno médio de 100 anos, - se não for necessariamente médio - começo do ano represamento é mais provável.

Ano 1: Cenários 2 & 3

Este cenário analisou a conclusão da barragem durante um ano de escoamento médio (Ano 1 dos Cenários 2 e 3) e é o cenário mais provável. Isso atrasa o início do fluxo nos confins do rio até um mês, de novembro a dezembro. Os volumes de fluxo no rio durante os cinco meses de dezembro a abril (após o qual o cessar de derrames) aumentam progressivamente de 60% (dezembro), 97% (janeiro), 93% (fevereiro), 97% (março) para 97% (abril ) de volumes pré-barragem.

Começar o represamento durante um ano médio reduz o período de seis meses durante o qual o rio normalmente deveria estar fluindo por apenas um mês, e as reduções nos volumes que se espalham a jusante nos cinco meses restantes são, além de uma redução de 40% no primeiro mês de descarga, apenas um pouco menos (3% a 7%) do que os volumes pré-barragem.

Anos após o primeiro represamento Em um ano de escoamento médio, independentemente das condições do ano

anterior, o início do fluxo para os confins do rio a jusante está sempre atrasado em um mês, de Novembro a Dezembro. Os volumes de fluxo no rio durante os cinco meses de Dezembro a Abril (após o qual a descarga cessa) aumentam progressivamente de 60% (Dezembro), 97% (Janeiro), 93% (Fevereiro), 97% (Março) para 97% (Abril ) de volumes pré-barragem.

Em um ano de escoamento anormalmente baixo, independentemente das condições do ano anterior, o início do fluxo para os confins do rio ajusante está sempre atrasado em dois meses, de Novembro a Janeiro. Os volumes de fluxo no rio para os quatro meses de Janeiro a Abril (após o qual as descargas cessam), aumentam progressivamente de 77% (Janeiro), 82% (Fevereiro), 92% (Março) para 91% (Abril) dos volumee muito baixos pré-barragem.

O principal impacto da IAA é reduzir a duração do período durante o qual o rio normalmente deveria estar fluindo de seis meses para cinco em um ano de escoamento médio e de seis meses para quatro em um ano anormalmente de baixo escoamento. Essas estimativas são muito grosseiras devido ao uso de dados mensais e podem ser refinadas usando dados de

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escoamento em uma resolução temporal menor. O rio é, no entanto, altamente sazonal, e o início da estação das chuvas é altamente variável de ano para ano, e há pouco a ganhar com esse refinamento.

8.5.2. Impactos da Instalação de Armazenamento de Água no regime de fluxo do

Rio Muaguide A construção da parede da barragem quando o rio está a fluir não é favorável sob uma perspectiva de construção e não é considerada provável. A intenção é iniciar a construção da barragem durante a estação seca, quando o rio não está a fluir. O represamento está programada para começar no início da próxima estação chuvosa. Posteriormente, prevê-se que o reservatório preencherá a FSL durante o segundo mês de represamento durante um ano de escoamento médio (terceiro mês, se o represamento iniciar durante um ano muito seco). Não se prevê nenhum impacto no regime de fluxo do rio durante a construção.

Durante a operação, a captação de água do represamento irá, definitivamente, reduzir os volumes mensais de água que fluem para o rio a jusante da parede da barragem e irá atrasar o início do fluxo durante a estação chuvosa em até um mês. A capacidade de represamento é tal que se prevê que não seja significante a atenuação das inundações através do represamento (alongamento da hidrografia da inundação e redução da sua descarga de pico). A extensão espacial do impacto será limitada ao curso do rio entre a parede da barragem e a confluência de Muaguide/Namuta, a cerca de 2 km a jusante da parede. Os impactos ocorrerão durante o período das actividades de mineração, e serão mais longos se a IIA for deixada no local (como um recurso de pesca, por exemplo) quando a mineração cessar.

Se a parede da barragem for deixada no local e intacta quando a captação da água para a mineração cessar, o regime de fluxo do rio será restaurado, em todos os seus propósitos e intenções, para o seu estado de pré-barragem, uma vez que a perda de evaporação e a atenuação dos efeitos serão negligenciáveis, e todos os influxos passarão pelo vertedouro. A remoção da parede da barragem também irá restaurar o regime de fluxo do rio para o seu estado pré-barragem.

A significância do impacto da IIA no regime de fluxo do rio a jusante da parede da barragem é classificada como baixa negativa. Uma vez que não há medidas práticas de mitigação, a significância permanece baixa negativa.

Tabela 8-5: Resumo dos impactos do Fluxo da IIA pré e pós-mitigação por fase

IMPACTO Significância Geral

Pré-mitigação Com mitigação

Operação

Impacto 1: Impacto a montante e a jusante de uma barragem no Rio Muaguide

BAIXA - BAIXA -

8.6. QUALIDADE DO AR 8.6.1. Principais resultados A área de estudo é caracterizada por actividade limitada. Os únicos assentamentos na área de estudo são machambas que ocorrem ao longo da parte sudoeste da estrada de acesso ao local, onde a estrada junta-se a estrada principal R243; e aproximadamente cinco machambas dentro da localização original do local proposto da barragem de IIA. Os futuros receptores sensíveis incluem o acampamento de acomodação no Projecto de Grafite de Ancuabe durante o período de construção, o acampamento de mineração do Projecto de Grafite de Ancuabe durante o período operacional, bem como uma pequena clínica no local para os funcionários e empreiteiros.

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As fontes actuais de emissões nas imediações das operações de mineração e processamento propostas incluem maioritariamente fontes não antropogénicas, com a maioria das fontes antropogénicas da linha de base localizadas perto da estrada principal R243. O campo do vento é principalmente dos sectores sul e nordeste, com ventos muito infrequentes registados a partir do oeste. A velocidade média do vento durante o período de 2013 a 2015 foi de 2,52 m/s. Durante o dia, a velocidade do vento é geralmente menor do que durante a noite, com condições calmas mais prevalentes durante o dia. A média mensal das concentrações de PM10 amostradas em locais rurais semelhantes em Moçambique foi entre 20 μg/m³ e 30 μg/m³. É provável que as concentrações de PM10 na área de estudo sejam igualmente baixas, com concentrações elevadas durante eventos isolados de velocidade de vento elevadas e quando ocorrem incêndios na área. As concentrações de NO2, SO2 e CO amostradas em locais rurais semelhantes em Moçambique foram muito baixas. É provável que as concentrações desses poluentes sejam igualmente baixas na área de estudo, com concentrações da linha de base ligeiramente mais elevadas nas comunidades localizadas perto da estrada principal R243. 8.6.2. Impactos na Qualidade do Ar As fontes mais significativas de emissões de partículas são as emissões de arrastamento de veículos da ROM e estradas de acesso ao local. As emissões de gases de escape da frota da mina são a fonte mais significativa de emissões gasosas, mas o escape do gerador pode ter uma contribuição significativa para as emissões gasosas durante a fase de construção e pelo menos nos dois primeiros anos da operação quando os geradores estiverem sendo operados 24/7.

A média anual simulada e as maiores concentrações diárias de PM10 devido à fase de construção do Projecto de Grafite de Ancuabe estão abaixo da DQA da OMS para todas as áreas da área de estudo.

Concentrações de PM10 da fase operacional imediata simulada estão em excedência com o IT-3 e IT-2 da OMS sobre uma ampla área, inclusive em locais sensíveis localizados ao longo da estrada de acesso do local.

Com as medidas de mitigação aplicadas às estradas não pavimentadas, a extensão espacial das excedências de PM10 é muito menor, com apenas a DQA da OMS excedido apenas fora do limite do projecto.

As concentrações simuladas de PM2.5 e NO2 excedem a DQA da OMS e o Padrão Moçambicano (NO2 somente) dentro do limite do projecto, mas estão em conformidade com esses padrões e directrizes para todas as áreas fora do limite do projecto, incluindo em todos os locais sensíveis dos receptores.

Concentrações simuladas de SO2 e CO devido as fontes da fase operacional do Projecto de Grafite de Ancuabe estão abaixo de 10% dos Padrões Moçambicanos e abaixo de 25% das DQA da OMS para todos os períodos médios em toda a área de estudo.

Taxas médias de sedimentação de poeiras simuladas devido a uma fase operacional não mitigada de fontes do Projecto de Grafite de Ancuabe estão bem abaixo dos valores das directrizes internacionais identificadas para todas as áreas fora do limite do projecto.

Foram identificados nove (9) impactos que a mineração e actividades associadas terão na qualidade do ar. Todos os impactos são de significância baixa antes da mitigação. Através da implementação de medidas de mitigação padrão da indústria todos podem ser mitigados para impactos de baixa ou nenhuma significância, e não há impactos residuais preocupantes na qualidade do ar.

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Tabela 8-6: Resumo dos impactos da Qualidade de Ar pré e pós-mitigação por fases

Fase de Construção

Problema 1: Aumento de poluentes no ar

Impacto 1: Concentrações de PM10 a nível do solo BAIXA BAIXA

Impacto 2: Concentrações de PM2.5 a nível do solo BAIXA BAIXA

Impacto 3: Taxas de queda de poeira BAIXA BAIXA

Fase de Operação

Problema 2: Aumento de poluentes no ar durante a fase operacional

Impacto 4: Concentrações de PM10 a nível do solo MODERADA BAIXA

Impacto 5: Concentrações de PM2.5 a nível do solo BAIXA Sem impacto

Impacto 6: Concentrações de NO2 a nível do solo BAIXA Sem impacto

Impacto 7: Concentrações de SO2 a nível do solo BAIXA Sem impacto

Impacto 8: Concentrações de CO a nível do solo BAIXA Sem impacto

Impacto 9: Taxas de queda de poeira BAIXA Sem impacto

8.7. AVALIAÇÃO DE RESÍDUOS 8.7.1. Principais resultados Uma revisão da legislação relevante e de documentos de políticas suger que a gestão de resíduos em Moçambique ainda está na fase inicial. A infraestrutura de gestão de resíduos está em falta na Província de Cabo Delgado e, como tal, o desenvolvedor deve empregar medidas para gerir de forma efectiva os resíduos gerados a partir do projecto para não contribuir para a má gestão de resíduos. As actividades do processo de mina gerarão dois principais fluxos de resíduos de processos: estéril (capeamento) da mina; e materiais de rejeitos da planta de processo. Outros resíduos do processo podem incluir, o derramamento da ROM, o poeira do processo e a geração potencial de Drenagem Ácida de Minas (DAM). Foram identificados os seguintes fluxos de resíduos sólidos e líquidos não processados associados ao Projeto de Grafite Ancuabe:

Desmatamento da vegetação;

Resíduos sólidos gerais (não perigosos);

Resíduos perigosos sólidos e líquidos;

Esgoto e água de lavagem doméstica;

Resíduo hospitalar;

Água de lavagem des máquinas e de veículos;

Águas pluviais e outros escoamentos; e

Resíduos de laboratório. 8.7.2. Impactos nos resíduos As questões 1 a 4 abaixo são questões relacionados a resíduos do processo resultantes das actividades do projecto, incluindo mineração e processamento. As questões 5 a 7 são questões relacionadas a resíduos não do processo. Foram identificados treze (13) impactos relacionados aos resíduos. Cinco deles têm o potencial de resultar em impactos de significância elevada, e os restantes podem resultar em impactos de significância moderada. No entanto, a implementação de práticas padrão de mitigação e bons resultados de gestão em todos os impactos residuais é de baixa significância.

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Tabela 8-7: Resumo dos impactos de resíduos pré-e pós-mitigação por fase

IMPACTO

Significância Geral

Pré-mitigação Com Mitigação

Fase Operacional

Questão 1: Eliminação de estéril e de rejeitos

Impacto 1: Saúde e segurança dos trabalhadores e comunidades locais

ELEVADA BAIXA

Questão 2: Derramamento de Minério Bruto no Transporte e uso de correia transportadora

Impacto 2: Perturbação da função ecológica MODERADA BAIXA

Questão 3: Armazenamento de efluentes na lagoa de água de processo

Impacto 3: Poluição do solo e dos recursos hídricos MODERADA BAIXA

Impacto 4: Risco para a saúde e segurança dos trabalhadores

ELEVADA BAIXA

Questão 4: Eliminação de produtos químicos potencialmente perigosos do processo

Impacto 5: Risco para a saúde e segurança dos trabalhadores

ELEVADA BAIXA

Impacto 6: Poluição dos recursos hídricos e do solo ELEVADA BAIXA

Construção, Operação e Descomissionamento

Questão 5: Gestão de resíduos gerais e perigosos do não-processo

Impacto 7: Poluição de terras e da água

Resíduos gerais (não perigosos) MODERADA BAIXA

Resíduos perigosos ELEVADA BAIXA

Impacto 8: Impacto de incómodo (Produção de odores, impacto visual e atracção de pragas e parasitas)

MODERADA BAIXA

Questão 6: Eliminação de águas residuais domésticas e lodos de esgoto

Impacto 9: Poluição do solo e da água MODERADA BAIXA

Impacto 10: Impactos na saúde dos trabalhadores e comunidades

MODERADA BAIXA

Impacto 11: Impactos de incômodo (odor e moscas) MODERADA BAIXA

Questão 7: Eliminação de escoamento/de águas pluviais

Impacto 12: Poluição da terra e da água MODERADA BAIXA

8.8. AVALIAÇÃO DE DETONAÇÃO 8.8.1. Principais resultados As estruturas mais próximas observadas são as casas da comunidade (agregado familiar) no lado sul da área da Cava T16. A carga minima e máxima planeada avaliada mostrou níveis aceitáveis sem influências negativas específicas esperadas. Os níveis de vibração do terreno previstos variaram entre 0mm/s e 1.8mm/s para estruturas que envolvem as duas áreas da cava. A vibração do terreno em todas as outras estruturas está bem abaixo de qualquer preocupação específica que poderia causar danos. A pressão acústica prevista mostrou algumas preocupações com a detonação a céu aberto. Os níveis máximos de pressão acústica previstos mostraram níveis apenas superiores ao limite de estruturas. As previsões de carga mínima e máxima identificaram que apenas as Casas da Comunidade mais próximas da Cava T16 podem experimentar níveis de pressão acústica que podem ser experimentados ou ouvidos sem influências estruturais negativas específicas. O limite actual aceite na pressão acústica é de 134dBL. Os danos só devem ocorrer em níveis superiores a 134dB. É mantido que, se o controle de tamponamento não for exercido, esse efeito pode ser maior com maior variedade de reclamações ou danos. As

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cavas estão localizadas de tal forma que a “detonação livre” – querendo dizer que, não há controles na preparação de detonação - não será possível. Também foi calculada uma zona de exclusão para a detonação segura. A zona de exclusão foi estabelecida para ser de pelo menos 595m. A revisão da zona insegura calculada mostrou que não há PDI para a Cava T12 e Cava T16 que estão dentro da zona insegura (Consulte a Figure 8-2 e Figure 8-3). 8.8.2. Impactos da Detonação As operações de detonação causam:

Vibração do terreno: A amplitude da vibração do terreno dependerá do tipo e tamanho das operações de detonação realizadas. As vibrações do terreno são importantes quando as estruturas de superfície próximas ou em torno da operação precisam ser protegidas contra danos.

Pressão acúsica: A amplitude da pressão acústica dependerá do tipo, tamanho e preparação de furos de detonação quando as operações de detonação forem realizadas. A pressão acustica é importante quando as estruturas de superfície próximas ou em torno da operação precisam ser protegidas de danos.

Ultralançamento de Fragmentos de Rocha: A distância e a quantidade de ultralançamento de fragmentos de rocha dependem da preparação de detonação e dos comprimentos do tamponamento e do material específicos. O ultralançamento de fragmentos de rocha é importante quando as áreas precisam ser mantidas livres para detonar e pessoas e equipamentos movidos para uma distância segura

Foram identificados nove (9) riscos relacionados à detonação. Todos os impactos foram classificados como sendo baixa significância. Tabela 8-8: Resumo dos impactos de detonação pré e pós mitigação por fases

Riscos Classificações

Pre-mitigação Com mitigação

Fase de Construção

Questão 1: Detonação

Impacto 1: Vibração do terreno BAIXA BAIXA

Impacto 2: Pressão acústica BAIXA BAIXA

Impacto 3: Ultralançamento de Fragmentos de Rocha BAIXA BAIXA

Fase de Operação

Questão 1: Detonação

Impacto 4: Vibração do terreno BAIXA BAIXA

Impacto 5: Pressão acústica BAIXA BAIXA

Impacto 6: Ultralançamento de Fragmentos de Rocha BAIXA BAIXA

Fase de Descomissionamento

Questão 1: Detonação

Impacto 7: Vibração do terreno BAIXA BAIXA

Impacto 8: Pressão acústica BAIXA BAIXA

Impacto 9: Ultralançamento de Fragmentos de Rocha BAIXA BAIXA

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Figure 8-2: Áreas sensíveis identificadas para a Cava T12

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Figure 8-3: Áreas sensíveis Identificadas para Cava T16.

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9. IMPACTOS SOCIOECONÓMICOS E DE SAÚDE

9.1. IMPACTOS SOCIOECONÓMICOS 9.1.1. Principais conclusões A maioria dos habitantes das CAP não é educada e qualificada, com estratégias de subsistência alternativas limitadas e oportunidades económicas abertas a elas. As comunidades que cercam a área do projecto dependem em grande parte da agricultura de subsistência e da colecta de recursos naturais e alimentos silvestres para atender às suas necessidades alimentares domésticas, com muito poucas oportunidades de emprego formal disponíveis para elas. 9.1.2. Impactos Sociais As comunidades não possuem instalações básicas de infraestrutura e saneamento, com instalações de saúde precárias e acesso limitado ao ensino secundário ou superior. Os membros da comunidade possuem grandes expectativas para o projecto e esperam se beneficiar directa ou indirectamente através de impactos positivos relacionados ao projecto. A avaliação dos impactos da fase de construção indicou que, sem mitigação, a aquisição de terras durante a fase de construção resultará em impactoselevados da redução do acesso da comunidade às terras agrícolas, redução do acesso aos recursos naturais e bens e serviços do ecossistema e recursos do patrimônio cultural. A mitigação reduz esses impactos para moderado e o aumento da insegurança alimentar para as famílias migrantes pode se tornar um impacto positivo moderado com mitigação. Em geral, os impactos da aquisição de terras e consequentemente sobre a segurança alimentar local das CAP durante as fases de construção e mineração são considerados de significância moderada e baixa, se as medidas de mitigação e melhoramento recomendadas forem implementadas. Com excepção dos agregados familiares migrantes que se espera que se instalem na área do projecto durante a fase de construção, são apenas aqueles que foram identificados como potencialmente piores depois que as oportunidades de trabalho do projecto diminuem. São essas famílias remanescentes, e não a CAP local, que provavelmente serão mais vulnerável do boom e ciclo económico do projecto. Os impactos benéficos do projecto decorrem do desenvolvimento económico e, especificamente, oportunidades de emprego directo e indirecto, oportunidades económicas e treinamento e desenvolvimento de habilidades, e na fase operacional melhorias na infraestrutura básica, serviços sociais e no desenvolvimento socioeconómico. Esses impactos são de significância moderada a elevada. O único impacto negativo decorrente do desenvolvimento económico tanto na construção quanto na fase operacional é o conflito da comunidade localizada devido à distribuição de benefícios diferenciais percebidos e afluxo de migrantes, mas esse impacto é de baixa significância. As actividades relacionadas ao projecto podem levar ao aumento dos riscos de saúde, segurança e protecção devido à melhoria das estradas e ao aumento do tráfego, bem como ao aumento do risco para a saúde devido ao aumento da transmissão de doenças transmissíveis. Ambos os impactos são de significância moderada após a mitigação, tanto na construção como nas fases operacionais. Os impactos relacionados ao incomodo do aumento de poeira, tráfego e ruído são de baixa significância. O afluxo de pessoas que procuram emprego e oportunidades económicas resulta em dois impactos será de significância negativa sem medidas de mitigação, devido ao aumento da pressão sobre a infraestrutura social e um aumento nas patologias sociais. Ambos podem ser reduzidos a negativos moderados se as medidas recomendadas forem implementadas. Os impactos relacionados à imigração são de baixa significância.

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Os benefícios socioeconómicos para as comunidades vizinhas durante a fase operacional são substanciais e, com a optimização através do estabelecimento de programas de desenvolvimento e treinamento comunitário, os benefícios são de grande significância positiva. No entanto, é essencial que as actividades relacionadas ao projecto considerem as culturas e tradições das comunidades locais. É necessário manter o compromisso com as comunidades locais, bem como com as autoridades locais e distritais ao longo das fases do projecto, para assegurar que as comunidades estejam conscientes das actividades relacionadas ao projecto e que o proponente esteja ciente de eventuais queixas ou preocupações da comunidade e possa, quando possível, endereçar estes, com prontidão e eficácia De forma crucial, os impactos negativos mais sérios associados à migração para a área de estudo precisarão ser geridos e controlados ao cooperar com a CAP local, liderança tradicional e partes interessadas do governo se os efeitos prejudiciais destes forem minimizados. Tabela 9-1: Resumo da pré e pós-mitigação de Impactos sociais por fase

IMPACTO

Significancia geral

Pré Mitigação Com Mitigação

Fase de construção

Aquisição de Terras

Impacto 1: Acesso comunitário reduzido a terras agrícolas ELEVADA – MODERADA –

Impacto 2: Insegurança alimentar aumentada e aumento dos preços locais dos alimentos

MODERADA – MODERADA +

Impacto 3: Redução do acesso aos recursos naturais e aos bens e serviços do ecossistema

ELEVADA – MODERADA –

Impacto 4: Impacto nos recursos do patrimônio cultural (perturbação de túmulos e locais sagrados)

ELEVADA – MODERADA –

Impacto 5: Perda do “sentido do lugar” MODERADA – BAIXA –

Desenvolvimento Económico

Impacto 6: Provisão de oportunidades de emprego directas e indirectas

MODERADA + ELEVADA +

Impacto 7: Aumento das oportunidades económicas BAIXA + MODERADA +

Impacto 8: Oportunidades de treinamento e desenvolvimento de habilidades

MODERADA + ELEVADA +

Impacto 9: Conflito localizado da comunidade devido à distribuição de benefícios diferenciais percebidos e afluxo de migrantes

MODERADA – BAIXA –

Riscos de Saúde e Segurança

Impacto 10: Aumento da transmissão de doenças transmissíveis (TB, DTS, HIV, etc.)

ELEVADA – MODERADA –

Impacto 11: impactos de poeira devido a estradas de acesso adicionais e tráfego de construção

MODERADA – BAIXA –

Impacto 12: Aumento do ruído e do tráfego devido a estradas melhoradas

MODERADA – BAIXA –

Impacto 13: Riscos de segurança rodoviária e mortalidade potencial

ELEVADA – MODERADA –

Impacto 14: aumento da vulnerabilidade doméstica MODERADA – BAIXA –

Migração

Impacto 15: Aumento da pressão sobre os recursos naturais

MODERADA – BAIXA –

Impacto 16: Aumento da pressão sobre a infraestrutura social

ELEVADA – MODERADA –

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IMPACTO

Significancia geral

Pré Mitigação Com Mitigação

Impacto 17: Aumento da concorrência ou do conflito sobre os benefícios do projecto entre imigrantes e residentes locais.

MODERADA – BAIXA –

Impacto 18: Aumento das patologias sociais, da prostituição, da pequena criminalidade e da violência doméstica.

ELEVADA – MODERADA –

Fase Operacional

Desenvolvimento Económico

Impacto 19: Provisão de oportunidades de emprego directas e indirectas

MODERADA + ELEVADA +

Impacto 20: Aumento de oportunidades económicas MODERADA + ELEVADA +

Impacto 21: Oportunidades de treinamento e desenvolvimento de habilidades

MODERADA + ELEVADA +

Impacto 22: Conflito comunitário devido à distribuição de benefícios diferenciais percebidos

MODERADA – BAIXA –

Impacto 23: Oportunidades de desenvolvimento social MODERADA + ELEVADA +

Riscos de Saúde, Segurança e Protecção

Impacto 24: Aumento da transmissão de doenças transmissíveis (TB, DTS, HIV, etc.)

ELEVADA – MODERADA –

Impacto 25: Impactos de poeira devido a estradas de acesso adicionais e tráfego de construção

MODERADA – BAIXA –

Impacto 26: Aumento do ruído e do tráfego devido a estradas melhoradas

MODERADA – BAIXA –

Impacto 27: Riscos de segurança rodoviária e potencial de mortalidade

ELEVADA – MODERADA –

Impacto 28: Aumento da vulnerabilidade dos agregados MODERADA – BAIXA –

Fase de descomissionamento

Desenvolvimento Económico e Emprego

Impacto 29: Oportunidades de emprego indirecto e directo BAIXA – MODERADA +

Impacto 30: Diminuição das oportunidades de desenvolvimento económico

MODERADA – BAIXA –

Impacto 31: Treinamento reduzido e desenvolvimento de habilidades

ELEVADA – MODERADA –

Impacto 32: Impactos nas estratégias locais de subsistência MODERADA – BAIXA –

9.2. SAÚDE 9.2.1. Principais conclusões O acesso comunitário às instalações de cuidados de saúde primários na área do projecto é desafiador, pois o transporte para os hospitais mais próximos de Metoro e Ancuabe é difícil de fazer e caro. Além disso, os hospitais são percebidos pelos informantes como tendo um apoio inadequado do governo, resultando em falta de remédios e equipamentos, facilidades de armazenamento de drogas precárias e espaço insuficiente no leito para acomodar pacientes, especialmente em períodos de surtos diarreicos. As doenças relacionadas ao vector (como a malária) e doenças transmissíveis (como a tuberculose) são um alto risco para a saúde das comunidades, sendo a malária uma das causas mais significativas ou a mortalidade na área de estudo. A desnutrição e as doenças relacionadas com o solo, a água e os resíduos, tais como a diarréia, também são prevalentes na área de estudo.

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9.2.2. Impactos na Saúde Sistemas de saúde - Com um afluxo de candidatos a emprego e mudanças socioeconómicas relacionadas, prevê-se que a saúde das comunidades possa ser afectada devido à pressão potencial sobre os poucos estabelecimentos de saúde disponíveis. A mina estabelecerá uma pequena clínica para seu próprio pessoal, mas isso não se destina a atender as comunidades. A empresa é encorajada a auxiliar no desenvolvimento da infraestrutura de saúde da área, fornecendo apoio aos centros de saúde existentes, e se isso for feito, o impacto muda de um negativo moderado para um impacto positivo de grande significância. Doenças transmissíveis - São necessárias medidas de mitigação para evitar a exposição da comunidade a quaisquer doenças transmissíveis que possam resultar de actividades do projecto e movimentos de pessoal. Um dos meios mais significativos de transmissão de doenças resulta dos movimentos populacionais e um potencial aumento das condições de vida superlotadas ou não saudáveis, onde esses candidatos a emprego podem se instalar. Esta ameaça de aumento da transmissão de doenças reforça ainda mais a necessidade de a empresa desenvolver uma estratégia de gestão de afluxo para mitigar os impactos sociais e de saúde decorrentes desses movimentos populacionais. Os incipientes potenciais do aumento da incidência de TB são considerados elevados e as infecções do trato respiratório podem ser moderadas. A mitigação pode reduzir esses impactos para baixo. Doenças transmitidas por vectores - podem ser afectadas por actividades específicas relacionadas à mineração, como a criação de novas massas de água ou a alteração dos padrões de drenagem da hidrologia superficial. Tal como acontece com muitas outras doenças, indiscutivelmente, uma das causas mais significativas da propagação dessas doenças poderia ser o padrão de movimento das pessoas. Todas essas mudanças podem potencialmente afectar a propagação de doenças transmitidas por vectores e onde elas ocorrem. A malária é mais relevante para a área do projecto, pode causar impactos de significância moderada se não for mitigada. Doenças relacionadas com o solo, a água e os resíduos - Os corpos d'água estagnados são campos de criação conhecidos para uma variedade de doenças transmitidas pela água e, por conseguinte, a infraestrutura do projecto pode aumentar a prevalência e as importantes doenças transmitidas pela água, nomeadamente as doenças diarreicas, a cólera e vermes intestinais e Bilharzioze. Embora esses impactos possam ser significativos se não forem geridos, a mitigação é fácil e pode reduzir a significância para baixa. Doenças sexualmente transmissíveis - Um afluxo de pessoas também pode resultar em taxas aumentadas de ITS e infecções por HIV/SIDA. Embora não quantificados, os dados qualitativos indicam que o HIV/SIDA existe nas comunidades e que o sistema de saúde local fornece o tratamento necessário. Pode-se esperar um aumento no trabalho sexual, juntamente com o comportamento sexual promíscuo e/ou inseguro na área, e pode resultar em um impacto negativo elevado. A mitigação é difícil e só reduz a significância de impacto para moderada. Questões relacionadas com a alimentação e a nutrição - Supressão adicional sobre o uso do solo existente e os rendimentos agrícolas e o aumento dos preços dos alimentos associados a um afluxo de candidatos a emprego podem aumentar a quantidade de casos de desnutrição na área. A agricultura de subsistência é essencial na área do projecto, e quaisquer mudanças na disponibilidade de terra (seu potencial agrícola) ou qualidade afectarão directamente as colheitas das famílias. Um aumento nos casos de desnutrição na área de estudo pode causar um impacto de significância elevada. O apoio na forma de prestação de serviços de extensão agrícola e programas de horticultura e outras intervenções poderia mudar isso para um impacto positivo. Doenças não transmissíveis, como o câncer, não são consideradas fortemente influenciadas pela introdução do projecto, e esses impactos são considerados negligenciáveis.

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Acidentes e lesões - O aumento do tráfego de veículos potencialmente pode levar à morte ou ferimento de membros da comunidade se os movimentos do veículo não forem adequadamente mantidos e os motoristas não estiverem devidamente treinados. A redução da velocidade, especialmente quando se viaja através de áreas mais densas de ocupação ao longo da rota de transporte, é o meio mais efectivo para reduzir a significância desse impacto. Material perigoso - Não há risco de significância que os contaminantes sejam liberados para o meio ambiente da operação de mineração, de acordo com o estudo do especialidade em geohidrologia, e a possibilidade de contaminarem o solo e a água são muito baixas. Determinantes sociais de saúde - Acredita-se que o projecto possa ter um efeito sobre os determinantes sociais da vida da comunidade de acolhimento, especialmente o possível aumento do abuso de substâncias e da violência doméstica que pode ser associado a mais dinheiro circulando nessas comunidades, o que será como resultado do emprego com o projecto. Ambas as patologias são observáveis na área de estudo. No entanto, os impactos podem ser minimizados com a implementação de medidas adequadas de mitigação e gestão. Tabela 9-2: Resumo dos impactos do projecto pré e pós-mitigação relacionados a saúde da CAP por fase

IMPACTO Significancia geral

Pré Mitigação Com Mitigação

Fase de Construção

Pressões do Sistema de Saúde Local

Impacto 1: Aumento da pressão sobre as Instalações de Saúde, Equipamentos e Fornecimento de Medicamentos

MODERADA – ELEVADA +

Doenças Transmissíveis

Impacto 2: Aumento da Taxa de Tuberculose ELEVADA - BAIXA +

Impacto 3: Aumento das Taxas de Infecções Respiratórias MODERADA – BAIXA –

Doenças Relacionadas ao Vector

Impacto 4: Mudanças nas Taxas de Prevalência de Malária MODERADA – BAIXA +

Doenças Relacionadas ao Solo, à Água e aos Resíduos

Impacto 5: Mudanças na prevalência de Doenças Diarreicas MODERADA – BAIXA +

Impacto 6: Aumento das Taxas de Cólera ELEVADA - BAIXA –

Impacto 7: Mudanças na Prevalência de Esquistossomose (Bilharziose)

MODERADA – BAIXA –

Impacto 8: Mudanças na Prevalência de Helmintiase Transmitida por solo (Vermes Intestinais)

MODERADA – BAIXA +

Doenças Sexualmente Transmissíveis

Impacto 9: Aumento das Taxas de HIV/SIDA ELEVADA - MODERADA –

Impacto 10: Aumento das Taxas de Doenças Venéreas /ITS MODERADA – BAIXA +

Questões Relacionadas com Alimentos e Nutrição

Impacto 11: Mudanças na Prevalência de Desnutrição ELEVADA - MODERADA +

Doenças não Transmissíveis

Impacto 12: Aumento das Taxas de Doenças Cardiovasculares

MODERADA – BAIXA –

Impacto 13: Aumento das taxas de Diabetes Mellitus BAIXA – NENHUMA

Impacto 14: Aumento das taxas de Câncer MODERADA – BAIXA –

Materiais Perigosos, Ruído e Maus Odores

Impacto 15: Aumento ou Novas Exposições a Metais Pesados no Solo e na Água

BAIXA – NENHUMA

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 101

IMPACTO Significancia geral

Pré Mitigação Com Mitigação

Determinantes Sociais de Saúde

Impacto 16: Maior prevalência de problemas de Saúde Mental BAIXA – BAIXA –

Impacto 17: Maior Prevalência de Abuso de Substâncias MODERADA – BAIXA –

Impacto 18: Maior prevalência de Violência Doméstica MODERADA – BAIXA –

Fase de Operação

Pressões Locais no Sistema de Saúde

Impacto 19: Aumento da pressão sobre as Instalações de Saúde, Equipamentos e Fornecimento de Medicamentos

MODERADA – BAIXA +

Doenças Transmissíveis

Impacto 20: Maior Taxa de Tuberculose MODERADA – BAIXA +

Impacto 21: Aumento das Taxas de Infecções Respiratórias MODERADA – BAIXA –

Doenças Relacionadas ao Vector

Impacto 22: Mudanças nas taxas de prevalência de Malária MODERADA – BAIXA +

Doenças Relacionadas ao Solo, à Água e aos Resíduos

Impacto 23: Mudanças na prevalência de Doenças Diarreicas

MODERADA – BAIXA +

Impacto 24: Aumento das Taxas de Cólera MODERADA – BAIXA –

Impacto 25: Mudanças na prevalência de Esquistossomose (Bilharziose)

MODERADA – BAIXA +

Impacto 26: Mudanças na prevalência da Helmintiase Transmitida pelo Solo (Vermes Intestinais)

MODERADA – BAIXA +

Doenças Sexualmente Transmissíveis

Impacto 27: Aumento das Taxas de HIV/SIDA ELEVADA - MODERADA –

Impacto 28: Aumento das taxas de Doenças Venéreas / ITS MODERADA – BAIXA +

Questões Relacionadas a Alimentos e Nutrição

Impacto 29: Mudanças na Prevalência de Desnutrição ELEVADA - MODERADA +

Doenças não Transmissíveis

Impacto 30: Aumento das Taxas de Doenças Cardiovasculares

MODERADA – BAIXA –

Impacto 31: Aumento das taxas de Diabetes Mellitus BAIXA – NENHUMA

Impacto 32: Aumento das taxas de Câncer MODERADA – BAIXA –

Materiais Perigosos, Ruído e Maus Odores

Impacto 33: Aumento ou Novas Exposições a Metais Pesados no Solo e na Água

BAIXA – NENHUMA

Determinantes Sociais da Saúde

Impacto 34: Maior prevalência de problemas de Saúde Mental

MODERADA – BAIXA –

Impacto 35: Maior Prevalência de Abuso de Substâncias MODERADA – BAIXA –

9.3. USO DA TERRA E RECURSOS NATURAIS 9.3.1. Principais conclusões As comunidades dependem amplamente do uso de recursos naturais para sustentar suas necessidades básicas de abrigo, alimentos e remédios por meio da colheita de materiais vegetais e pela busca de animais selvagens. Eles também são usados como fontes importantes de renda familiar suplementar através, por exemplo, da produção de carvão e álcool e pela colecta e venda de mel selvagem. Embora o potencial agrícola da área de estudo seja moderado, a capacidade agrícola e a

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 102

produtividade real permanecem baixas devido ao acesso limitado à água em áreas afastadas de rios perenes e não perenes e/ou córregos. Há também uma ajuda agrícola limitada em termos de treinamento, e o uso de métodos agrícolas tradicionais em vez de métodos mecânicos reduz ainda mais os rendimentos potenciais

9.3.2. Impactos no Uso da Terra e Recursos Naturais As actividades associadas à construção e operação da mina resultarão na perda de acesso aos recursos naturais da região, bem como na perda de terras agrícolas. A remoção de solo superficial e terraplenagem em massa pode levar à erosão do solo, o que, por sua vez, leva à perda de solo e à redução da fertilidade do solo para fins agrícolas. Além disso, a erosão do solo pode levar à sedimentação dos cursos de água, o que resultaria em uma redução da qualidade da água. As vazamentos e derramamentos de áreas de armazenamento e veículos de construção poderiam poluir o solo, o que também afectaria negativamente o potencial agrícola dentro da área. Esses impactos não mitigados são de significância moderada, mas depois ds mitigação, os impactos são baixos. A ocupação da terra por infraestrutura de mineração excluirá o uso agrícola dessa terra durante o período de vigência do projecto. Embora tenha sido identificada terra cultivável mínima na área do projecto, é provável que a estrada tenha impacto nas áreas cultivadas, a perda de terra e a perda de subsistência e culturas comerciais resultam em um impacto de significância moderada. A implementação de um Plano de Acção de Reassentamento (PAR), e a provisão de terra de reposição reduz o impacto para baixo. Embora não seja amplamente utilizada actualmente, a limpeza da vegetação nas cavas da mina e para a colocação de infraestrutura provavelmente afectará o acesso da comunidade próxima aos recursos naturais no futuro, embora o impacto seja de baixa significância. Além disso, um afluxo de candidatos a emprego, o emprego e a acomodação da equipe e o aumento das oportunidades comerciais aumentarão a demanda por alimentos, carvão vegetal, materiais de construção, palha, etc., e exercerá pressão adicional sobre os recursos existentes, resultando em imapactos de significância moderada. Nos mesmos casos, a mitigação será difícil, uma vez que é incompatível com a falta de capacidade das instituições locais e provinciais para gerir o uso de recursos naturais, o que, por sua vez, resulta em um impacto de significância moderada. No entanto, nos impactos gerais sobre a terra e os recursos naturais são de significância moderada e baixa após a mitigação. Tabela 9-3: Resumo dos impactos dos projectos pré e pós-mitigação no Uso da Terra e Recursos Naturais pelas CAPs por fase

IMPACTO Significancia geral

Pré Mitigação Pré Mitigação

Fase de Construção

Impacto 1: Aumento da erosão do solo MODERADA – BAIXA-

Impacto 2: Contaminação do solo MODERADA – BAIXA-

Impacto 3: Perda de terras agrícolas devido ao estabelecimento de infraestrutura de mineração

MODERADA – BAIXA-

Impacto 4: Perda de subsistência e culturas comerciais devido ao estabelecimento da infraestrutura das minas

ELEVADA- BAIXA-

Impacto 5: Perda de recursos naturais MODERADA – BAIXA-

Impacto 6: Limpeza de terra virgem para agricultura de pequena escala como resultado do deslocamento agrícola

MODERADA – BAIXA-

Impacto 7: Aumento da demanda por recursos naturais ELEVADA- MODERADA –

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 103

Impacto 8: Capacidade das instituições para gerir o uso dos recursos naturais

ELEVADA- MODERADA –

Poluição dos recursos hídricos MODERADA – BAIXA-

Fase de Operação

Impacto 9: Aumento da erosão MODERADA – BAIXA-

Impacto 10: Perda de solo como resultado da erosão de pilhas de produto

ELEVADA- BAIXA-

Impacto 11: Contaminação do solo MODERADA – BAIXA-

Impacto 12: Aumento da demanda por recursos naturais MODERADA – BAIXA-

Impacto 13: Capacidade das instituições para gerir o uso dos recursos naturais

ELEVADA- MODERADA –

Impacto 14: Poluição dos recursos hídricos MODERADA – BAIXA-

Fase de Descomissionamento

Impacto 15: Perturbação do perfil existente do solo resultará em uma diminuição da capacidade agrícola quando a mina for descomissionada

ELEVADA- MODERADA –

9.4. IMPACTO VISUAL

9.4.1. Principais conclusões Foram identificadas duas áreas visualmente sensíveis na área de estudo (que é a área dentro de 12 km da área do projecto):

O Parque Nacional das Quirimbas; e

Onze Comunidades. O limite do Parque Nacional das Quirimbas fica a 9,6 km da área do projecto. Cerca de 1.200 hectares deste parque (0.15% do total) estão na zonade “elemento da paisagem”. Apenas manchas muito pequenas do Parque Nacional das Quirimbas terão visões sobre a mina. Combinado com a distância da infraestrutura da mina, o impacto neste parque é negligenciável. Das onze comunidades, apenas a Comunidade de Nankhumi terá uma alta exposição visual da mina enquanto Sunate, Ntutupue e Natocua terão uma exposição moderada. As comunidades restantes terão uma exposição negligenciável. 9.4.2. Impactos visuais Várias actividades acontecerão durante a construção, que terão impactos nos receptores visuais sensíveis:

Grandes áreas de vegetação precisarão ser limpas para abrir caminhos para a construção.

Haverá um grande aumento na circulação de veículos na área: grandes camiões entregando suprimentos e material de construção; niveladoras, escavadoras e bulldozers; movimento do veículo ligeiros ao redor do local; Camiões grandes que transportam escombros e resíduos de construção, etc

Armazenamentos de solo superficial e montes de detritos vegetais.

Emissões de poeira da actividade de construção. Durante a fase operacional, o equipamento de planta relativamente grande provavelmente se destacará em contraste com a natureza envolvente e subdesenvolvida da área. A passagem de veículos de grande porte e o afluxo de pessoas associadas à mina terão um impacto no sentido do afastamento da região. A actividade da poeira da mineração provavelmente aumentará a gravidade do impacto visual.

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Os impactos associados à fase de descomissionamento serão semelhantes aos identificados para a fase de construção. Os impactos visuais são difíceis de mitigar, mas durante a construção, uma boa limpeza reduz o impacto para baixo, mas permanece moderada durante as fases operacional e de encerramento. Tabela 9-4: Resumo da pré e pós mitigação de Impactos visuais por fase

IMPACTO Significancia geral

Pré Mitigação Pré Mitigação

Fase de Construção

Impacto 1: Impacto visual da fase de construção em receptores sensíveis circundantes

MODERADA – BAIXA-

Fase de Operação

Impacto 2: Impacto visual da fase de operação em receptores sensíveis circundantes

MODERADA – MODERADA –

Fase de Descomissionamento

Impacto 3: Impacto visual da fase de descomissionamento em receptores sensíveis circundantes

MODERADA – MODERADA –

9.5. TRÁFEGO E TRANSPORTE 9.5.1. Principais conclusões É provável que haja uma variedade de tipos de veículos durante a construção da mina. Os veículos pesados que serão necessários para o transporte de mercadorias, materiais e equipamentos para o local incluirão.

Caminhões de três, cinco e sete eixos;

Semi-reboques de plataforma; e possivelmente; e

Trens rodoviários que puxam uma série de reboques Os veículos de rastreamento, como escavadoras e bulldozers, serão transportados para o local em baixas embarcações. Também é provável que haja algumas cargas anormais para itens grandes, como transformadores que não podem ser montados no local. Grandes peças de equipamento serão enviadas para o Porto de Pemba ou Nacala. Posteriormente, elas serão transportadas por estrada para o local. O porto para a qual o equipamento será entregue dependerá dos seguintes factores:

Se o porto está na rota da linha de transporte;

Se o porto possui o equipamento em terra necessário para descarregar itens;

Se o porto é suficientemente grande para o tipo de navio que transporta o equipamento; e

Taxas portuárias. O concentrado de grafite será transportado para Pemba em sacos a granel de 1 tonelada carregados em camiões de plataforma plana. Os sacos a granel serão transportados soltos ou já embalados nos contentores de transporte. Haverá também um aumento do tráfego de veículos ligeiros e médios e pesados devido ao transporte de funcionários e contratadas da mina. 9.5.2. Impactos do tráfego e do transporte Espera-se que o projecto cause um grande aumento no volume de tráfego. Todas as estradas a serem usadas pelo projecto são pavimentadas e, na sua maioria, estão em boas condições. O tráfego do projceto passará por vários assentamentos entre o local da mina e a Pemba.

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Frequentemente, a actividade de mercado é agrupada ao longo da estrada, onde o volume de tráfego existente, não relacionado à mina, é o mais alto. Nesses assentamentos de preocupação, os veículos saem e entram na estrada sem usar seus indicadores, os peões atravessam a estrada em pontos aleatórios, as crianças brincam ao longo da estrada. O risco de acidentes nesses ambientes, especialmente quando os motoristas estão trabalhando para um cronograma de entrega apertado, é aumentado. Além disso, o tráfego do projecto pode causar congestionamentos nas vias públicas de várias maneiras:

Mau cronograma de entregas, resultando em todas as entregas a chegarem ao mesmo tempo;

Má manutenção dos veículos resultando em avarias na via pública;

Entrega de cargas de tamanho anormal em momentos inadequados;

Veículos sobrecarregados movendo-se excepcionalmente lentamente na via pública. Durante a fase operacional, os impactos adicionais incluem danos à via pública se os camiões de transporte e os veículos das minas estão sobrecarregados, bem como o aumento dos níveis de ruído associados ao aumento dos volumes de tráfego. Tabela 9-5: Resumo dos impactos de tráfego e transporte pré e pós-mitigação nas comunidades por fase

RISCO Risco geral

Fase de Construção

Acidentes de veículos resultando na perda de vidas e danos materiais activos

MENOR

Acidentes de veículos resultando em ferimentos graves e danos materiais activos

MENOR

Acidentes de veículos resultando em lesões menores e danos materiais INCIDENTAL

Acidentes de veículos resultando em grandes atrasos no cronograma de construção

INCIDENTAL

Problemas burocráticos resultando na demora na importação de materiais. MENOR

Fluxo de tráfego mal gerido, resultando em congestionamento na via pública

INCIDENTAL

Operacional

Acidentes de veículos resultantes de perda de vidas e danos materiais activos

MENOR

Acidentes de veículos resultando em ferimentos graves e danos materiais activos

MENOR

Acidentes de veículos resultando em lesões menores e danos materiais MENOR

Acidentes de veículos resultando na perda de produto de grafite MENOR

Problemas burocráticos resultando na demora na exportação de materiais. MENOR

Fluxo de tráfego mal gerenciado, resultando em congestionamento na via pública

INCIDENTAL

Dano à via pública INCIDENTAL

Ruído do veículo MENOR

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 106

10. IMPACTOS CUMULATIVOS

10.1. INTRODUÇÃO A IFC (2012) define impactos cumulativos “como aqueles que resultam do impacto incremental, em áreas ou recursos utilizados ou directamente impactados pelo projecto, de outros desenvolvimentos existentes, planeados ou razoavelmente definidos no momento em que o processo de identificação de riscos e impactos é conduzido”. Os impactos cumulativos resultam de mudanças incrementais causadas por outras acções passadas, actuais ou razoavelmente previsíveis que actuam em conjunto com o projecto. Os impactos individualmente menores de diferentes desenvolvimentos podem interagir de várias maneiras ao longo do tempo para se tornarem colectivamente significativos. Barbour (2007: 39), adaptado do trabalho de Cooper, 2004, descreve impactos cumulativos como impactos “podendo ser:

• Aditivo: a soma simples de todos os efeitos (por exemplo, o acúmulo de poluição das águas subterrâneas de vários desenvolvimentos ao longo do tempo, levando a uma diminuição do potencial económico do recurso); • Sinérgico: os efeitos interagem para produzir um efeito total maior que a soma dos efeitos individuais. Esses efeitos geralmente ocorrem à medida que os habitats ou a capacidade de abordagem dos recursos (por exemplo, o acúmulo de degradação da água, do ar e da terra ao longo do tempo, o que leva a uma diminuição do potencial económico de uma área); • Aglomeração de tempo: impactos frequentes e repetitivos em um recurso particular ao mesmo tempo (por exemplo, múltiplos poços diminuindo o valor dos recursos hídricos); • Neutralização: onde os efeitos podem se contrariar mutuamente para reduzir o efeito geral (por exemplo, preenchimento de uma área húmida para construção de estradas e criação de novas zonas húmidas para tratamento de água); e, • Aglomeração espacial: alta densidade espacial de impactos em um ecossistema (por exemplo, assentamento residencial informal rápido)”.

É importante, portanto, não apenas avaliar os impactos individuais da Mina de Grafite de Ancuabe proposta, mas também os impactos cumulativos potencialmente associados a este projecto. Além de considerar os efeitos sinérgicos potenciais dos impactos menores individuais resultantes directamente do projecto da Grafex, também é necessário considerar o contexto geográfico mais amplo e outros desenvolvimentos planeados. Ao avaliar os impactos cumulativos, é importante identificar componentes de ecossistema valorizado (CEVs) ou dinâmicas sociais potencialmente afectadas pelo projecto proposto. A metodologia de avaliação precisa ser capaz de determinar o que outras actividades humanas passadas, presentes e futuras afectaram, ou afectarão, essas CEVs e dinâmicas sociais, e mais importante sugerem como gerir esses impactos cumulativos. Os impactos cumulativos são, no entanto, difíceis de avaliar com precisão e confiança, devido ao alto grau de incerteza, bem como muitas vezes com base em premissas. Por conseguinte, é difícil fornecer uma avaliação tão detalhada dos impactos cumulativos como é o caso dos impactos induzidos por projectos directos e indirectos. Isso geralmente é devido à ausência de detalhes específicos e informações relacionadas aos impactos cumulativos e suas causas. Nessas situações, todos os pressupostos feitos como parte da avaliação devem ser esclarecidos. Por conseguinte, este capítulo apenas inclui uma visão geral e análise de impactos cumulativos relacionados a uma variedade de acções do projecto que podem interagir com o projecto da Grafex proposto e não fornece uma classificação de significância para esses impactos, como foi feito para impactos directos induzidos pelo projecto. O objectivo é identificar e concentrar-se em impactos cumulativos potencialmente significativos (principalmente efeitos aditivos e sinérgicos), de modo que estes possam ser levados em

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 107

consideração no processo de tomada de decisão. Ao ler este capítulo, é importante perceber esses constrangimentos e reconhecer que a avaliação não será e, de facto, não pode ser perfeita. No entanto, o potencial de impactos cumulativos foi considerado, em vez de omitido no processo de tomada de decisão, e é, portanto, de valor para o projecto e para o meio ambiente.

10.2. DESENVOLVIMENTO MAIS AMPLO OU MODO DE USO DE TERRA NA

GRANDE ÁREA DO PROJECTO 10.2.1. Outros desenvolvimentos Moçambique tem duas Iniciativas de Desenvolvimento Espacial (IDE) bem estabelecidas: o Corredor de Maputo e o Corredor da Beira, que estão indiscutivelmente nas maiores IDEs mais bem sucedidas em África porque tiveram o efeito de impulsionar o apoio na SADC para o conceito de corredores de desenvolvimento económico multissetorial e para o planeamento particular e mobilização de investidores. Em 2013, a reabilitação de infraestrutura foi principalmente financiada por doadores e o Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA II) de Moçambiques pediu maior investimento em sectores económicos para permitir a criação de um clima comercial favorável (DHV B.V., 2012). Existem IDEs adicionais em desenvolvimento, nomeadamente o Corredor de Nacala, Corredor de Libombo (que liga o Corredor de Maputo às áreas costeiras da África do Sul); Corredor de Limpopo (que liga Maputo por caminho-de-ferro ao Zimbabwe); e de maior relevância os corredores de Mueda e Lichinga (ligando o Lago Niassa ao porto costeiro de Pemba e Tanzânia). Três dessas IDEs (Maputo, Beira e Limpopo) são apoiadas como Programas Regionais de Iniciativa de Desenvolvimento Espacial (PRIDE) no âmbito da SADC, tornando Moçambique o país com mais PRIDEs na África Subsaariana (BAD, OCDE, PNUD, 2015).

Em 2016, o Banco Africano de Desenvolvimento financiou o desenvolvimento de uma secção de 70km do Corredor de Mueda. O projecto inclui o desenvolvimento de um plano-diretor para infraestrutura de transporte e conectividade para as regiões do Norte de Moçambique (Províncias de Niassa, Cabo Delgado e Nampula). O Plano Diretor direccionará vários sub-sectores, como marítimo, ferrovias, estradas e pontes, e actuará como actualização dos planos nacionais existentes, à luz da grande transformação económica antecipada na região Norte (Club of Mozambique, 2016).

A Mina de Grafite de Ancuabe está localizada no Corredor de Lichinga, que se estende desde o Lago Niassa até o Porto de Pemba, através das zonas interiores de Moçambique, até o país vizinho Malawi (Figura 10-1). O conceito do Corredor de Desenvolvimento de Lichinga foi derivado conjuntamente pelos governos do Malawi e Moçambique para explorar os recursos naturais significativamente subutilizados presentes nos dois países (de Beer, 2001). As insuficiências das redes de infraestrutura (estradas, portos, ferrovias e rede de comunicação) para distribuir bens de e para áreas rurais prejudicaram a utilização desse potencial de desenvolvimento em ambos os países (DHV B.V., 2012; de Beer, 2001). Os projectos de desenvolvimento económico mais importantes no corredor de Lichinga incluem:

1. Mineração e processamento mineral (grafite, reservas de bauxite, gesso e pedra calcária, ouro, pedras preciosas e titânio).

2. Desenvolvimento industrial. 3. Expansão da agricultura e processamento de valor agregado, incluindo a silvicultura. 4. Turismo (natural e cultural): desenvolvimentos costeiros, reservas de caça/natureza

(Niassa e Quirimbas) e ilhas do Lago Malawi.

É, portanto, neste contexto de desenvolvimento regional e local significativo, tanto em termos de infraestrutura de transporte (rodoviário e ferroviário) quanto de desenvolvimento económico (incluindo minas de grafite) que os impactos cumulativos da Mina de Grafite de

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Ancuabe devem ser avaliados. Além disso, é importante considerar que é intenção futura da Grafex expandir a mina para incluir a extração de outros depósitos, tanto em Ancuabe como em uma nova mina em Montepuez, sobre-e -acima, avaliada nesta AIASS.

Figura 10-1. Corredores de desenvolvimento propostos para o Norte de Moçambique.

A Mina de Grafite de Ancuabe (Estrela Vermelha) fica a oeste de Pemba dentro do Corredor de Lichinga5

10.2.2. Outros desenvolvimentos mineiros Para avaliar os impactos cumulativos, a Mina de Grafite de Ancuabe terá que identificar os desenvolvimentos em torno e ao redor da área do projecto, especialmente aqueles de natureza similar. Foram identificados os seguintes projectos de mineração e desenvolvimentos propostos: Projectos de minas existentes

A Mina de Grafite da Syrah operacional localizada no Distrito de Balama;

A Mina de Rubis da Gemfields operacional localizada no Distrito de Montepuez;

A Mina de Grafite da GK; e

Mina de Rubis da Mustang. Outras possíveis minas futuras incluem:

A Mina de Grafite de Montepuez proposta da Suni Resources localizada no Distrito de Montepuez;

O projecto de Grafite Nicanda Hills da Triton Minerals localizado no Distrito de Montepuez;

Mina de Níquel da Rovuma Resources;

Duas licenças de Prospecção e Pesquisa foram concedidas à Mozambi Resources Limited; uma licença é contígua ao projecto Nicanda Hills da Triton Minerals e o outro recurso está mais ao sul.

Além disso, a Suni Resources possui outras duas áreas de licença de Prospecção e Pesquisa na província que podem ser exploradas no futuro.

5 https://image.slidesharecdn.com/aircargopanelistanbul2015turtrans173-170208123539/95/air-cargo-panel-istanbul-2015-turtrans-173-

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 109

10.3. IDENTIFICAÇÃO DE IMPACTOS CUMULATIVOS Com base em uma revisão de outros desenvolvimentos potenciais na vizinhança da Mina de Grafite de Ancuabe e uma avaliação detalhada dos impactos potenciais associados à Mina de Grafite Ancuabe, foram identificados os seguintes impactos cumulativos:

Alterações de habitat, fragmentação e perda de biodiversidade.

Impactos na disponibilidade de terra devido ao afluxo da população.

Mudança na disponibilidade e qualidade da água.

Mudança no status quo socioeconómico e de saúde.

Mudança nos perfis locais de resíduos e conhecimento de gestão de resíduos. O propósito do restante deste capítulo é discutir cada um dos possíveis impactos cumulativos em maior detalhe.

10.4. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS CUMULATIVOS Os efeitos dos impactos potenciais associados aos vários estágios do projecto podem ser anulados ou amplificados por impactos associados a outros desenvolvimentos na área produzindo efeitos cumulativos.

10.4.1. Alterações de habitat, fragmentação e perda de biodiversidade Os seguintes impactos cumulativos podem afectar a flora da região:

A perda de comunidades de vegetação (ou seja, Floresta de Miombo e Vegetação Ripariana) através de impactos directos (desmatamento) e indirectos (deslocamento da agricultura) será exacerbada;

A perda de biodiversidade e Espécies de Preocupação de Conservação (por exemplo, espécies de Sterculia) serão exacerbadas até o ponto onde as extinções locais na área poderiam ser esperadas; e

O risco de invasão de espécies de plantas exóticas que colonizam áreas perturbadas pode aumentar ao ponto de deslocar partes inteiras da vegetação nativa.

Os desenvolvimentos potenciais, bem como mudanças na demografia da população (especialmente a migração de candidatos a emprego em potencial) provavelmente resultarão em um aumento da população humana na região. Isso poderia ver um aumento na fauna exótica associada às pessoas (por exemplo, cães e gatos selvagens, pardais domésticos, ratos e ratos, etc.), resultando em impactos cumulativos sobre a biodiversidade. O desenvolvimento dos centros urbanos e das indústrias de apoio e serviços que os acompanham aumentará a pressão sobre as infraestruturas e os serviços no norte de Moçambique. O impacto cumulativo negativo primário seria a transformação gradual das áreas não desenvolvidas, com impactos associados ao funcionamento ecológico dos ecossistemas afectados. O aumento da conversão da paisagem natural para acomodar populações humanas em expansão e a construção de infraestrutura social adicional afectarão cada vez mais a biodiversidade. Os estudos de linha de base ambientais contrastaram os impactos do projecto proposto com os já existentes, incluindo práticas agrícolas actuais que transformaram extensas áreas de paisagem natural e resultaram em uma alteração desses habitats em detrimento de várias espécies de fauna. 10.4.2. Impactos na disponibilidade e produtividade da terra devido ao afluxo da

população O desenvolvimento da mineração dentro da Província de Cabo Delgado está aumentando constantemente. Com o desenvolvimento da mineração na área, o foco está mudando lentamente da agricultura para a mineração. Além disso, devido às extensas áreas de terra necessárias para mineração e infraestrutura associada, houve declínio constante na terra

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 110

disponível para fins agrícolas. Além disso, e como observado acima, a migração também aumenta a captura de terras à medida que as vilas e as comunidades se expandem a uma taxa mais rápida do que poderia ocorrer de outra forma. Isso pode ter um impacto prejudicial geral sobre a agricultura e, em última análise, a produção de alimentos, especialmente considerando os baixos rendimentos actuais devido às práticas agrícolas tradicionais (ou seja, sem irrigação, fertilizantes, etc.). Assim, haverá uma redução gradual das terras agrícolas disponíveis na Província de Cabo Delgado como consequência de um aumento em desenvolvimentos mineiros. 10.4.3. Mudança na disponibilidade e qualidade da água Qualidade da Água Em termos de deterioração da qualidade da água em cursos de água nas inclinações da mina, os impactos cumulativos das várias operações de mineração, bem como os impactos indirectos do aumento da população humana que vive nas bacias hidrográficas do rio, poderiam potencialmente combinar-se para exacerbar os impactos individuais. Esses impactos individuais incluem aumento da sedimentação e turbidez, aumento da descarga de efluentes domésticos, como esgoto e detergentes, e poluição por substâncias químicas ou perigosas usadas na mineração, incluindo possivelmente drenagem ácida de minas provenientes do minério das minas. Os impactos cumulativos na qualidade da água associados às diversas operações de mineração e ao afluxo de pessoas que buscam trabalho nas bacias locais podem potencialmente combinar-se para exacerbar os impactos individuais. Um número crescente de pessoas que vivem na área aumentará a pressão sobre os recursos hídricos através do aumento da demanda de água potável, água de irrigação e o uso de fontes de água para actividades de saneamento. Isto, juntamente com o aumento da utilização de corpos de água para alimentação (pesca, plantação de arroz em áreas de zonas húmidas) e a colheita de recursos naturais (por exemplo, colheita de caniços) terão impacto sobre os serviços ecossistêmicos oferecidos por esses corpos d'água. Outros factores que tendem a causar impactos cumulativos na qualidade da água incluem:

a) A redução do escoamento para os rios (por exemplo, devido à desidratação para a cava da mina, captação para operações de mineração, aumento das perdas de evaporação das barragens propostas) tenderá a aumentar o impacto de qualquer evento de poluição devido à redução dos efeitos benéficos da diluição, e

b) O desmatamento da vegetação ripariana e a redução da largura e densidade da zona tampão ripariana (principalmente pelo aumento do uso dessas áreas pelas comunidades locais) reduziria a função importante que este habitat desempenha no rastreio de escoamento carregado de sedimentos e absorção e filtragem de escoamento poluído antes que ele possa entrar no canal do rio.

Quantidade de Água É provável que existam várias minas que exigem barragens de água bruta, o que altera ligeiramente o regime de fluxo dos rios em que essas instalações são construídas, reduzindo o período de fluxo da estação chuvosa nesses sistemas. Uma mudança no fluxo (seja um aumento ou diminuição ou mudança de contínua para esporádica) alterará o habitat físico do curso de água e, assim, alterará a composição das espécies dentro dos sistemas fluviais. No entanto, a maioria dessas instalações terá uma parede de barragem projectada para actuar como um transbordamento, resultando em fluxos apenas ligeiramente abaixo da média na estação chuvosa. Assim, esse impacto cumulativo não é significativo. 10.4.4. Mudanças no status quo socioeconómico e de saúde O desenvolvimento de múltiplas iniciativas novas provavelmente terá impactos

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socioeconómicos cumulativos positivos e negativos nas comunidades locais. Impactos socioeconómicos cumulativos positivos:

Uma melhoria geral do status económico de muitos dos agregados familiares da região como resultado de maiores oportunidades de emprego.

Um aumento no número de indivíduos empregados dentro da área deve incentivar o estabelecimento de uma série de pequenas empresas por empreendedores locais, aumentando ainda mais o perfil económico da região através do efeito multiplicador socioeconómico. Estas podem incluir machambas comerciais de pequena escala.

À medida que os projectos de desenvolvimento inicial propostos dentro da parcela de DUAT da Mina de Grafite de Ancuabe são realizados e o perfil económico da região melhora, é provável que o desenvolvimento de infraestrutura social adicional e melhorado, como hospitais e escolas, siga. Isso será benéfico para as comunidades locais.

Desenvolvimento de capital humano (treinamento e desenvolvimento de habilidades).

Sensibilização crescente em saúde e segurança.

Desenvolvimento de comunidades e melhoramentos de infraestrutura social.

Impactos socioeconómicos cumulativos negativos:

Os impactos na saúde podem ser cumulativos e sinérgicos, ou seja, muitas vezes agrupados e interdependentes. Portanto, é importante avaliar a medida em que o projecto poderia compor ou mesmo reduzir esses impactos. Os impactos sociais e de saúde podem mudar à medida que a dinâmica da comunidade e os processos sociais mudam. Consequentemente, o projecto da Grafex é apenas um dos possíveis factores que contribuem para essa mudança contínua e, portanto, não pode ser visto isoladamente da dinâmica social e económica mais ampla da área.

O projecto poderia potencialmente afectar a propagação de infecções por cólera, bilharziose e parasita intestinal através de um importante afluxo de pessoas. Esses efeitos serão agravados pelo mau saneamento (ou aumento da defecação na mata), condições de vida sem higiene, uso de água ou alimentos infectados e criação de novos e estagnados corpos de água das actividades de mineração aumentando os vectores da doença. O aumento significativo das pessoas na área de estudo também aumentará a tensão no sistema de saúde existente, o que poderia potencialmente enfraquecer a resposta e o tratamento de qualquer surto de cólera e infecções por bilharziose e parasitas intestinais.

Uma vez que a economia de Moçambique está crescendo rapidamente devido a investimentos estrangeiros, é altamente provável que outras minas e/ou projectos de grande porte sejam desenvolvidos próximo da área de estudo durante a vida útil do projecto. Mesmo que a extensão possível dos impactos cumulativos do desenvolvimento adicional de minas não possa ser determinada, ainda é importante tentar identificar os impactos negativos e positivos que podem surgir a longo prazo e incluem:

o Aumento das pressões sobre os serviços sociais existentes. o Aumento do conflito sobre o acesso aos benefícios de vários projectos na área

de estudo. o Uma perda geral do sentido do lugar ou da identidade da comunidade. o Aumento do congestionamento do tráfego e degradação da estrada. O

projecto de Grafite de Ancuabe é o quarto do seu tipo na região, e ainda pode haver mais desenvolvimentos no futuro à medida que a extensão total do recurso de grafite é realizada. A EN242 foi recentemente melhorada, o que deve levar ao aumento do tráfego de veículos não relacionados com minas na

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região, embora seja provável que os veículos relacionados com as minas ainda permaneçam os maiores contribuintes para o tráfego. O tráfego de camião associado à Mina de Grafite da Syrah Resources não usará a EN242 entre Sunate e Pemba, mas viajará para o sul a partir de Metoro ao longo dos 106 até Nacala. Todo o tráfego compartilhará a EN242 para os portos de Pemba.

10.4.5. Mudança para perfis de resíduos locais e conhecimento de gestão de resíduos As principais considerações são a mudança acumulada no perfil dos fluxos de resíduos produzidos pelas comunidades locais e uma maior consciencialização entre os membros da comunidade local sobre a gestão de resíduos. Com base na informação disponível, parece haver uma falta de infraestrutura de gestão de resíduos bem projectada e operada, incluindo instalações de disposição e iniciativas de reciclagem na Província de Cabo Delgado. O conhecimento entre os membros da comunidade local sobre a gestão de resíduos é limitado. Embora isso possa não representar um risco significativo, enquanto as comunidades subsistem em grande parte da agricultura e do uso de recursos naturais, os riscos potenciais para a saúde ambiental e humana deverão aumentar à medida que as comunidades se tornem mais afluentes e densamente povoadas e seu perfil de resíduos muda para se assemelhar mais comumente associado às sociedades urbanas. Em particular, a quantidade de resíduos pode aumentar e os fluxos de resíduos podem começar a incluir uma maior proporção de plástico (garrafas, pacotes, etc.) e materiais não biodegradáveis, e mesmo pequenas quantidades de resíduos perigosos. Espera-se que uma proporção significativa dos trabalhadores venha das comunidades locais. Além disso, outros indivíduos das mesmas comunidades podem ser empregados em outros desenvolvimentos em larga escala propostas para a área. Através do seu emprego, serão treinados em uma série de questões ambientais, incluindo a gestão correcta de resíduos. Esse conhecimento pode então ser transferido para outros membros das comunidades locais, resultando em uma maior consciencialização geral sobre a importância da gestão de resíduos e oportunidades potenciais de reciclagem, dentro das comunidades locais. O desenvolvimento proposto, juntamente com outros na região, elevará o perfil económico das comunidades locais e resultará em uma mudança no perfil dos fluxos de resíduos comunitários, tanto em termos de quantidade quanto na natureza dos resíduos. Se as práticas existentes de gestão de resíduos não forem adaptadas, isso poderá resultar em impactos visuais potenciais, bem como impactos ambientais, ambientais e de saúde em torno das comunidades.

10.5. CONCLUSÃO Os impactos acumulados continuam difíceis de avaliar na ausência de uma avaliação ambiental regional ou estratégica. No entanto, vários estudos de especialidade trataram de impactos cumulativos e incrementais, e o leitor é encaminhado a Relatórios de Especialidade individuais para obter mais informações sobre estes. A mitigação e a gestão dos impactos cumulativos negativos dependem do desenvolvimento de estratégias efectivas de gestão nacional e regional para reduzir os riscos ambientais e para compensar os impactos em que a mitigação não é possível. O planeamento espacial estratégico pelo governo de Moçambique e suas agências neste estágio inicial é importante para garantir que o desenvolvimento da região seja promovido, mantendo funções e serviços do ecossistema para melhorar o bem-estar social.

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11. ALTERNATIVAS DO PROJECTO

11.1. ALTERNATIVAS DO PROJECTO Um dos objectivos do processo de AIA e um requisito legislado nos termos da legislação Moçambicana é investigar alternativas ao projecto proposto. As alternativas em relação a uma actividade proposta significariam investigar diferentes formas de atender o objectivo geral e os objectivos da actividade e podem incluir alternativas para:

A propriedade em que, ou local onde, se propõe realizar a actividade;

O tipo de actividade a ser realizada;

A concepção ou disposição da actividade;

A tecnologia a ser utilizada na actividade;

Os aspectos operacionais da actividade; e

A opção de não implementar a actividade, ou seja, a opção de não-avançar. Apenas devem ser consideradas possíveis alternativas alcançáveis e razoáveis para a actividade que podem minimizar danos ao meio ambiente, já que não é conveniente avaliar alternativas não viáveis. O processo de AIA deve identificar e comparativamente avaliar essas alternativas. No entanto, se depois de ter identificado e investigado as alternativas, não forem encontradas alternativas viáveis e razoáveis, não é necessária uma avaliação comparativa das alternativas, além da avaliação comparativa da alternativa preferida e da opção de não proceder. As alternativas devem visar abordar os principais impactos do projecto proposto, maximizando os benefícios e evitando ou minimizando os impactos negativos.

11.2. ALTERNATIVAS FUNDAMENTAIS As alternativas fundamentais são desenvolvimentos que são totalmente diferentes do projecto proposto e geralmente envolvem um tipo diferente de desenvolvimento no local proposto, ou um local diferente para o desenvolvimento proposto. 11.2.1. Cava das Minas No caso de uma mina, não pode incluir alternativas à propriedade em que, ou local onde, se propõe realizar a actividade, pois a mina está vinculada pela localização do recurso. Assim, nenhum local alternativo para as cavas da mina pode ser avaliado (Figura 11-1). No entanto, podem ser considerados locais alternativos para componentes de infraestrutura do projecto que não estão vinculados à localização, conforme descrito abaixo.

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Figura 11-1: Mapa de recursos mostrando apenas depósitos T12 e T16

11.2.2. Instalação de Armazenamento de Água (Barragem) Foram consideradas duas opções para a posição da instalação de armazenamento de água (consulte a Figura 11-2). A IAA preferida (referida como a Barragem de Lagarto) está localizado no Rio Muagide e a IAA alternativa (referida como a Barragem de Dragão) está localizada no Rio Mogido. Essas opções foram avaliadas em aspectos financeiros e técnicos pela Knight Piésold Consulting.

Figura 11-2: Localização das duas Opções da IAA e suas respectivas bacias

hidrográficas

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Opção 1- IAA no Rio Mogido (Barragem da Dragão) Esta barragem seria localizada ao longo do Rio Mogido, em direcção ao sudeste do local e a aproximadamente 3 km a leste da TSF. A pesquisa inicial do local indicou que o leito do rio neste local compreende aproximadamente 5 m de areia com baixo teor de finos subjacente a rochas altamente fracturadas. A água subterrânea no momento da investigação estava logo abaixo da superfície do leito do rio e, em locais, na superfície. As implicações para o projecto da barragem de água foram que as bases podem ter uma permeabilidade muito alta e resultar em perdas de infiltração elevadas, tornando o armazenamento ineficiente. A difícil construção de uma trincheira profunda (+6 m) através da areia aluvial com água também foi considerada desafiadora. Este local foi descontado e um local alternativo (Opção 2) investigada. Opção 2 - IAA no Rio Muagide (Barragem da Lagarto) - Preferida O local alternativo da IAA está localizado a aproximadamente 5 km a oeste do local e ao longo do Rio Muagide, do sul a norte. O represamento da IAA é proposto para ter aproximadamente 250 m de largura, 14 m de altura, ter uma profundidade de água máxima de 12 m e um comprimento de retenção de aproximadamente 2,5 km. O vale do rio é tipicamente estreito com lados mais íngremes do que o local da barragem de água originalmente planeado, o que ajudará a reduzir as perdas de evaporação. Os aluviais limitados foram encontrados na localização prevista do represamento e pedras in sito em que o represamento será fundado eram geralmente maciças e com fracturas limitadas. Assumindo condições climáticas médias, a área de inundação enche-se no prazo de 2 meses a partir da estação chuvosa, com capacidade total de cerca de 1,6 Mm3 e transbordos posteriormente (geralmente em Dezembro). Aproximadamente 80% do fluxo de água transborda através do vertedouro (~ 15Mm3 / ano) durante um ano climático médio. A água armazenada dentro da IAA é suficiente para fornecer a água bruta necessária, bem como a água de bruta para a planta. 11.2.3. Estrada de Acesso para o Local Foram consideradas duas opções para a posição da estrada de acesso ao local, que é a principal via de transporte para a área do projecto (Figura 11-3). A rota preferida (Opção 2) está localizada ao sul, e a alternativa está localizada no Norte.

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Figura 11-3: Localização das duas opções de Estrada de Acesso juntando-se à EN

243 Opção 1 - Estrada de Acesso do Norte A estrada de acesso do norte proposta tem 16 quilômetros de extensão e liga o local do projecto à estrada principal (EN243) ao sul de Nacussa e a 16 quilômetros ao norte de Sunate. Esta opção requer:

Utilizar a já estabelecida via de acesso terciária para a área do projecto.

Atravessar o Rio Muaguide e os limites superiores da Opção 1 da IAA (Barragem de Lagarto) exigindo a construção de uma ponte

Existem machambas situadas dentro e em estreita proximidade com o EN243 final do corredor rodoviário durante aproximadamente 8 km ao longo

Passar por cinco comunidades

Opção 2 - Estrada de Acesso do Sul A estrada de acesso do sul proposta tem aproximadamente 18 km de comprimento (EN243 para o local da planta). Está a 1,5 km ao sul de Nankhumi e a 3,3 quilômetros a norte de Sunate. Esta opção utilizaria a já estabelecida via de acesso terciário para a área do projecto e não atravessa nenhum rio importante ou cursos de água e, portanto, nenhuma ponte é necessária. Existem machambas situadas dentro e em estreita proximidade com o final do corredor rodoviário da EN243 por aproximadamente 6,6 quilômetros ao longo. No entanto, é pouco provável que qualquer machamba precise ser realocada, pois a estrada será encaminhada, sempre que possível, para evitá-las (consulte a Secção 11.3.7.) E aquelas que precisarão ser realocadas fazem parte do PAR.

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Avaliação Alternativa A Opção de Estrada 2 é a rota de estrada de transporte preferencial, uma vez que requer menos infraestrutura a ser construída, uma vez que é 13 km menor na EN243 e utilizará estradas terciárias existentes. Há menos desmatamento da vegetação natural e não irá perturbar os rios ecologicamente sensíveis. Haverá menos perturbações nas comunidades vizinhas, pois só passa por uma comunidade e as machambas não serão deslocadas desnecessariamente. As rotas mais curtas seriam benéficas de uma perspectiva de saúde e segurança, já que os motoristas dos camiões têm uma distância menor a cobrir, reduzindo a fadiga da estrada e, portanto, possíveis acidentes. Como há menos comunidades que os camiões passam, o risco de acidentes envolvendo membros da comunidade é reduzido. No entanto, ambas as opções passam por Sunate.

11.3. ALTERNATIVAS INCREMENTAIS 11.3.1. Iterações de disposição Ao longo do processo de AIASS, várias componentes individuais do projecto foram realocadas. As iterações de disposição são resumidas da seguinte forma e apresentadas nos mapas abaixo (Figura 11.4 da Figura 11.6). Uma discussão detalhada das alternativas de disposição é apresentada nas secções que se seguem.

Opção de Disposição 1 – Disposição incial

Opção de Disposição 2 – Disposição secundária o Realocação do local de acampamento o Mudança das Instalações de Armazenamento de Rejeitos de célula única para

uma célula dupla e revestida

Opção de Disposição 3 – Disposição Final (Preferida) o Realocação do local da planta

o Realocação do local da planta do Pátio de ROM

o Inclusão de estruturas de controle de sedimentos

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Figura 11-4: Opção de Disposição 1 - Disposição incial

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Figura 11-5: Opção de Disposição 2 - Disposição secundária

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Figura 11-6: Opção de Disposição 3 - Final e Preferida

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11.3.2. Alternativas de componentes da mina A Planta, Pátio de ROM e Área Serviços da Mina (ASM) estão localizadas entre as cavas e a TSF. O Rio Upolo separa a plataforma do ROM da planta de processo e áreas de serviços da mina. A captação deste fluxo compreende a maioria da cava, despejo de resíduos e área do local da planta. O fluxo flui em uma direcção aproximadamente oeste a leste e descarrega no Rio Mogido a jusante. 11.3.3. Local da planta

O local da planta está localizado entre as cavas e a TSF e foi projectado para ser construído acima do nível de inundação do Rio Upolo (Figura 11-7). Foram consideradas duas alternativas para a posição do local da planta, sendo a opção 2 preferida.

Figura 11-7: Locais alternativos de componentes da mina

Opção 1 do Local da Planta A Opção 1 é de 460 x 690 m de área. O local fica dentro da Floresta de Miombo (sensibilidade ecológica moderada) e da Floresta Ripariana, que foi identificada como altamente sensível. Uma única linha de drenagem está localizada no canto noroeste do local da planta, cobrindo 4.8 Ha (Tabela 11-6). O local da planta é adjacente ao Pátio de ROM, no mesmo lado sul da área de drenagem. Opção 2 do Local da Planta A Opção 2 é de 240 x 240 m e está situada inteiramente na Floresta de Miombo (moderadamente sensível) e não perturba uma linha de drenagem. A Opção 2 está localizada ao lado da área de manutenção da mina ao sul da área de drenagem. Na opção 2, o Pátio de

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ROM está localizado no norte do local da planta acima da linha de drenagem que separa os locais. 4.2.3.1 Avaliação de Alternativas do Local da Planta A opção 2 do local da planta é a alternativa preferida porque infere menos nas linhas de drenagem na área e tem uma pegada menor, reduzindo assim o impacto na vegetação altamente sensível (Tabela 11.1). A opção 2 do local da planta é preferível a partir de uma perspectiva ecológica porque tem uma pegada menor que a opção 1 e, como a T16 será minerada, é também tecnicamente preferida porque está mais próxima da T16 do que a opção 1.

Figura 11-8: Opção de Disposição 3

Tabela 11-1: Avaliação de Opções Alternativas de Locais da Planta

Característica Opção 1 opção 2

Tamanho da pegada 31.6 Ha 5.7 Ha

Perda de vegetação / habitat. Floresta de Miombo

Floresta Ripariana

Linha de drenagem •

Floresta de Miombo

Perda menor para Floresta Ripariana

Proximidade às linhas de captação e drenagem

A linha de drenagem atravessa a área noroeste do local da Planta

190 m da linha de drenagem ao norte

Distância à infraestrutura relacionada ao processo

225 m ao sul do Pátio de ROM

550 m ao norte da célula de TSF 1

220 m ao sul do Pátio de ROM

750 m ao norte da célula de TSF 1

Localização em relação a outra infraestrutura

3.820 m a leste do Local do Acampamento

3.275 m a leste do Local do Acampamento

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11.3.4. Pátio de ROM Duas opções foram consideradas para a posição do Pátio de ROM dentro da área do projecto (Figura 11-9). Opção 1 do Pátio de ROM A Opção 1 do Pátio de ROM está situada em um tipo de vegetação identificado como Floresta de Miombo, e recai sobre duas áreas de drenagem ao noroeste do local, bem como para o sudoeste. O tipo de vegetação da Floresta Ripariana foi identificado como uma área de alta sensibilidade devido ao facto de que essas áreas estão relativamente intactas e têm alta diversidade de espécies. Esta opção exigiria a criação de infraestrutura adicional para permitir o transporte de materiais através da linha de drenagem para o pátio, resultando em custos mais altos, além de um maior grau de sensibilidade ecológica. Opção 2 do Pátio de ROM A Opção 2 do Pátio de ROM esta actualmente projectada como um pátio de 300 x 500 m que está localizado ao norte do local da planta. O pátio de ROM provavelmente terá aproximadamente 15 m de altura. Está situado em uma área que é principalmente Floresta Ripariana que é considerada como tendo alta sensibilidade ecológica. Embora o pátio tenha sido colocado em uma área de maior sensibilidade ecológica, o resultado seria que ela esteja localizada ao norte da linha de drenagem, exigiria menos infraestrutura no local para operar e não infringiria a linha de drenagem para o sul. Avaliação de Alternativas de Pátio de ROM A Opção 2 do Pátio de ROM é preferível em termos de tamanho de pegada atribuída, sendo consideravelmente menor do que a Opção 2. No entanto, sua localização é quase inteiramente dentro do tipo de vegetação de Floresta Ripariana que é considerada altamente sensível. A opção 1 tem um tamanho de pegada maior, mas a maioria do local está localizado dentro da Floresta de Miombo, que é menos sensível. O locai recai sobre duas pequenas linhas de drenagem, mas estas são menores em comparação com a área abrangida pela Opção 1.

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Figura 11-9: Opções de Pátio de ROM

Tabela 11-2: Avaliação das opções alternativas de Pátio de ROM

Característica Opção 1 Opção 2

Tamanho da pegada 11.1 Ha 15.0 Ha

Perda de vegetação / habitat. Floresta de Miombo

Perda menor para Floresta Ripariana

Floresta de Miombo

Perda maior para Floresta Ripariana

Proximidade às linhas de captação e drenagem

Duas linhas de drenagem através do site

390 m ao sul da drenagem norte

A borda do sul recai sobre a linha de drenagem do sul

Sem linhas de drenagem através do local

45 m ao norte da linha de drenagem

140m ao sul da linha de drenagem do norte

Distância à infraestrutura relacionada ao processo

2,040 m ao sudoeste da Cava T16

Adjacente ao Local da Planta

725 m ao sudoeste da Cava T16

220 m ao norte do Local da Planta

Localização em relação a outra infraestrutura

580 m ao norte da Célula da TSF 2

1.250 m ao norte da Célula da TSF 2

11.3.5. Local do Acampamento Foram consideradas duas opções para a posição do Local do Acampamento dentro da área do projecto (Figura 11-10). Opção 1 do Local da Acampamento A maioria da Opção 1 do Local do Acampamento está situada em um tipo de vegetação identificado como Floresta Ripariana com o restante sendo Floresta de Miombo (Figura 11-

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10). O tipo de vegetação da Floresta Ripariana é de alta sensibilidade devido ao facto de que essas áreas estão relativamente intactas e têm alta diversidade de espécies. De acordo com a avaliação da vegetação, os impactos neste tipo de vegetação foram considerados altamente negativos e recomendou que esta área fosse deixada intacta e a infraestrutura não essencial, como o acampamento da mina, fosse movida para uma área menos sensível. Opção 2 do Local da Acampamento A opção 2 do acampamento está situada em uma área que tem um tipo de vegetação inteiramente identificado como Floresta de Miombo, considerado como tendo uma sensibilidade moderada. O acampamento está localizado dentro do corredor rodoviário e longe de qualquer infraestrutura de mineração, bem como o raio de detonação. Com medidas de mitigação implementadas, esse impacto pode ser reduzido a baixa significância. Avaliação de alternativa Devido à proximidade da opção 1 do acampamento para as células da TSF, não é aconselhável que o acampamento esteja localizado aqui. A opção 2 do local do acampamento é o local recomendado devido à sua localização ao longo da estrada de acesso, posição em relação a outra infraestrutura, bem como dentro de uma vegetação menos sensível longe de qualquer área de drenagem existente.

Figura 11-10: Opções alternativas avaliadas para o Local do Acampamento

Tabela 11-3: Avaliação das opções alternativas do Local do Acampamento

Característica Opção 1 Opção 2

Tamanho da pegada 11.1 Ha 11.0 Ha

Perda de vegetação / habitat. Floresta Ripariana; &

Floresta de Miombo

Somente Floresta de Miombo

Proximidade às linhas de captação e drenagem

Maioria dentro da área de drenagem

Sem área de drenagem

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Distância à infraestrutura relacionada ao processo

250 m ao sudoeste da Célula da TSF

570 m a sudeste da WRD da T12

1,3 km ao sudeste da Cava T12

11.3.6. Instalações de Armazenamento de Rejeitos Foram consideradas duas opções para a posição da instalação de armazenamento de rejeitos (consulte a Figura 11-11). Essas opções foram avaliadas por motivos financeiros e técnicos pela Knight Piésold Consulting, que concluiu que seria preferida a opção 2 (menor custo antes do início).

Figura 11-11: Opções alternativas de TSF Célula Única versus Célula dupla (Opção 2 -

preferida) Opção 1 da Instalação de Armazenamento de Rejeitos A opção 1 é de 135,6 ha e está localizada e m áreas de sensibilidade ecológica moderada e alta. Estas áreas são cobertas por Floresta de Miombo e Floresta. A célula única limita uma linha de drenagem importante e removerá duas linhas de drenagem menores (Figura 11.13). Opção 2 da Instalação de Armazenamento de Rejeitos A opção 2 é de 173,6 ha e está localizada em áreas de sensibilidade ecológica moderada e alta. Estas áreas são cobertas por Floresta de Miombo e Floresta Ripariana. As duas células limitam uma linha de drenagem importante e removerão três linhas de drenagem pequenas (Figura 11.13).

Pátio de

ROM Pátio de

ROM Local da Planta Local da

Planta

Célula 1 da TSF

Célula 2 da TSF

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Figura 11-12: Opção 1 de TSF (acima) e Opção 2 (abaixo)

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Avaliação das Alternativas da Instalação de Armazenamento de Rejeitos Em resumo, a partir de uma perspectiva ecológica, a opção 1 é preferida porque é aproximadamente 40 h menor e afecta uma linha de drenagem menor. No entanto, a partir de uma perspectiva financeira, a opção 2 é preferida. Tabela 11-4: Avaliação de cada iteração de disposição da TSF como opções alternativas

Característica Opção 1 Opção 2

Tamanho da pegada 135.6 Ha 91,5 Ha (Célula 1)

82,1 Ha (Célula 2)

Perda de vegetação / habitat. Floresta Ripariana;

Floresta de Miombo

CÉLULA 2

Floresta Ripariana;

Floresta de Miombo

CÉLULA 1

Floresta Ripariana;

Floresta de Miombo

Proximidade às linhas de captação e drenagem

Área de drenagem principal através da borda ocidental;

Drenagem menor através do centro do local

CÉLULA 2

Drenagem maior através do canto noroeste do local

Drenagem menor através da área norte do local

CÉLULA 1

Drenagem maior através da secção sudeste do local

Drenagem maior através do centro Sem drenagem menor

Distância à infraestrutura relacionada ao processo

760 m da opção 1 do Local da Planta

1.670 m da Cava T16

1,730 m da Cava T12

760 m da opção 2 do Local da Plant

2,200 m da Cava T16 Pit (Célula 2)

1,890 m da cava T12 Pit (Célula 2

Localização em relação a outra infraestrutura

600 m da opção 1 do Local do Acampamento

1,790 m da opção 2 do Local do Acampamento

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 129

11.3.7. Introdução de Estruturas de Controle de Sedimentos

Uma série de estruturas de controle de sedimentos foram introduzidas na disposição a jusante da mina e sua infraestrutura.

Figura 11-13: Estruturas de Controle de Sedimentos (ECS) em relação à infraestrutura

da mina

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 130

11.3.8. Futuras alternativas incrementais: corredor de acesso ao local e corredor da linha de transmissão de energia

A estrada de acesso ao local proposta e o corredor da linha de transmissão de energia tem 550 m de largura, dentro dos quais será colocada uma estrada de 18 km x 8 m de largura, juntamente com uma parcela das linhas de transmissão de 33 km 33 kV e torres associadas.

Figura 11-14: Vista de perto da Estrada de Transporte e Corredor da Linha de

Transmissão de Energia

Figura 11-15: Estrada da Estrada de Transporte e Corredor da Linha de Transmissão

de Energia

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 131

Na maior parte, a estrada seguirá a estrada terciária existente. As machambas impactadas serão estendidas e, como último recurso, transferidas, como parte do PAR em andamento. O corredor é de 550 m de largura, dos quais apenas 8 m serão usados para a estrada e apenas a base das torres (pilar) terá uma pegada dentro do corredor 550m. O número de torres e a localização de cada torre precisarão ser verificados para garantir que a colocação seja ecologicamente e socialmente aceitável. Isto será realizado em consulta com a EDM.

11.4. ALTERNATIVA “NÃO-AVANÇAR” Sob o cenário de “não-avançar” ou nenhum projecto, o distúrbio actual causado pelas comunidades locais, que incluem mineração artesanal, uso de recursos naturais, derruba de árvores para produção de carvão vegetal, extração de madeira e o estabelecimento de machambas continuará, e poderá mesmo ser expandindo, resultando em áreas mais perturbadas e fragmentação do habitat. Dado o status actual desta área, a opção de não-avançar é considerada de menor impacto que a da mina proposta. No entanto, a mina pode oferecer alguma protecção ao local existente, e até mesmo a criação de novos habitats (a barragem), aumentando assim a biodiversidade. Além disso, não haveria benefícios socioeconómicos para as comunidades próximas e para o governo. Se o projecto proposto não for implementado, benefícios como a oportunidade de aumentar a receita nos níveis local e regional, bem como a criação de emprego serão perdidos, resultando em condições de vida não melhoradas para a população na área do projecto. Além disso, se o projecto não for implementado, as oportunidades de crescimento e melhoria da qualidade de vida associadas aos programas sociais propostos diminuirão, assim como os impactos secundários decorrentes de maior renda (como suporte para empresas locais).

11.5. RESUMO DAS ALTERNATIVAS As seguintes alternativas foram avaliadas com base em sua pegada, perda de vegetação e proximidade de características ambientais sensíveis (rios) e a opção preferida escolhida com base nos impactos ambientais.

Instalação de Armazenamento de Água o Opção 1: Barragem de Lagarto (Rio Muagido) - Preferida o Opção 2: Barragem de Dragão

Estrada de Acesso o Opção 1: Acesso do Norte o Opção 2: Acesso do Sul - Preferida

Local do Acampamento o Opção 1 o Opção 2 - Preferida

Instalações de Armazenamento de Rejeitos o Opção 1: Célula única - Ecológica preferencial o Opção 2: Célula dupla - Financeira preferencial

Local da Planta o Opção 1 o Opção 2 - Preferida

Pátio de ROM

o Opção 1 o Opção 2 - Preferida

Inclusão de Estruturas de Controle de Sedimentos

Micro localizacao da estrada de Transporte e torres de pirolo dentro do corredor da linha de Transmissao de Energia

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 132

Tabela 11-5: Resumo das Alternativas de Infraestrutura

A infraestrutura

Area Hectares

(Ha)

Hectares de Tipo de Vegetação Perdidas

Rios Social

Floresta de Miombo

Floresta Ripariana

Proximidade / No

Vila (V) / Machamba

s (M)

Opção Opção Opção Opção Opção

1 2 1 2 1 2 1 2 1 2

Armazenamento de Água

93.6 49.1 18.4 8.8 69.3 40.4

Estrada de Acesso

Estrada 12m 21.8 16.9 1.2 0.1 3 V M-

3.6ha

Servitude 40m 72.7 56.6 3.9 0.2 M-

12ha

Local do Acampamento

11.1 11.1 4.5 11.1 6.6 - N/A N/A

Manutenção da Mina

25.0 19.3 5.8 Drenagem

Drenagem

Local da Planta 31.6 5.7 26.8 5.5 4.8 0.2 N/A

Pátio de ROM 42.9 15.0 39.2 4.6 3.7 10.4 Drenagem

TSF 135.9 208.7 126.1 173.5 9.8 35.3 Drain Drainx

2

IAA 93.6 49.7 18.3 9.3 69.3 40.4

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 133

12. PLANO CONCEPTUAL DE DESCOMISSIONAMENTO E ENCERRAMENTO

12.1. PORQUE É REQUERIDO UM PLANO PRELIMINAR DE ENCERRAMENTO DA MINA

A reabilitação da minas deve ser vista como um programa continuo destinado a restaurar a qualidade física ou química, biológica ou o potencial dos regimes de ar, terra e água perturbados pela mineração para um estado aceitável para os reguladores e usuários de terras pós-mineração. A reabilitação pode ocorrer durante a minha vida, enquanto o encerramento da mina, por definição, refere-se às actividades que ocorrem após a cessação da produção. O mundo desenvolvido (por exemplo, Austrália e Reino Unido) estão entre os países líderes no desenvolvimento de programas e objetivos de fechamento e reabilitação de minas. Isso está bem articulado no Planeamento Internacional de Minerais e Metais (ICMM) para o Conjunto Integrado de Ferramentas de Encerramento de Minas e está entre os documentos de orientação internacional mais utilizados para o fechamento de minas. As recomendações incluídas neste relatório extraem das Diretrizes do ICMM que são explicadas com mais detalhes abaixo (Figura 12-1). Um Plano de Encerramento de Mina para o projecto será desenvolvido pela Grafex, iniciado nesta fase inicial como um Plano de Encerramento Conceitual. Estes diferem:

um plano de encerramento conceitual deve comunicar os resultados esperados e os objectivos das actividades de encerramento;

O Plano de Encerramento da Mina e um plano detalhado que inclui prazos e marcos, metodologias detalhadas para alcançar objectivos, orçamentos mais detalhados, reabilitação e especificações de melhoria do local e monitoramento e validação processos. Este detalhe só pode vir depois, quando mais detalhes sobre os projectos de engenharia de todos os componentes do projecto estiverem disponíveis.

Este Plano de Encerramento Conceptual é desenvolvido agora para uso durante as fases de pré-viabilidade, viabilidade e concepção do projecto e para informar o processo de AIA. Sua vida activa pode ser de alguns anos, mas se bem definida e baseada em uma participação efectiva da comunidade e dos interessados, pode não mudar muito durante os primeiros cinco anos de construção e mineração. No entanto, o plano de encerramento deve ser revisto a cada cinco anos durante a vida da mina, de modo a acomodar quaisquer mudanças na área de mineração, abordagens para mineração e outros refinamentos técnicos que provavelmente ocorrerão durante o início e as fases de aceleração de o projecto. Essas mudanças também desencadeariam uma revisão do orçamento do Plano de Encerramento, para garantir que fundos suficientes estejam disponíveis para cobrir eventuais custos adicionais. Este resto desta secção fornece os princípios e metodologias mais amplos que serão adoptados pela empresa para orientar o planeamento do encerramento e fornecer os resultados e objectivos antecipados do Plano de Encerramento Conceitual.

12.2. RESULTADOS, OBJECTIVOS E METAS DO ENCERRAMENTO Os resultados de encerramento do Plano de Encerramento da Mina devem ser (ICMM, 2008):

Restaurar o máximo possível a área da mina para uma condição consistente com o objectivo pré-determinado de uso do solo pós-encerramento.

Assegurar que a área da mina é deixada em uma condição que apresente um nível de risco aceitável para a saúde e segurança pública.

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 134

Reduzir, na medida do possível, a necessidade de intervenção pós-encerramento, seja na forma de monitoramento ou de trabalhos correctivos contínuos.

. Minimizar ou prevenir a degradação ambiental pós-encerramento (para os solos, água e ar), garantindo que a área da mina seja deixada em uma condição química e fisicamente estável.

Na medida do possível, minimizar os impactos económicos negativos imediatos para as comunidades locais associadas ao encerramento da mina e maximizar a probabilidade de benefícios duradouros para as comunidades locais. Isso incluirá deixar a infraestrutura no local que tenha um valor para as comunidades após a mineraçãono local que tenha um valor de pós-mineração para as comunidades

Os objectivos do Plano de Encerramento de Mina são mais detalhados abaixo:

Estabilidade física - As estruturas da mina que permanecem pós-encerramento devem ser fisicamente estáveis, de modo que não representem perigo para a saúde e segurança pública como resultado de falhas ou degradação gradual. Essas estruturas devem apenas corroer e/ou liberar sólidos para o ambiente de uma forma que não ocorra a degradação da área circundante.

Estabilidade Química - A infiltração, lixiviado ou escoamento do local da mina ou instalações de armazenamento de resíduos não devem pôr em perigo a saúde e segurança pública ou resultar na poluição do solo, águas superficiais ou subterrâneas ou no incumprimento dos limites legais de qualidade da água.

Uso da Terra - Pós-encerramento, o local da mina deve ser compatível com a terra circundante, numa medida que seja prático e económico fazê-lo.

Social - Pós-encerramento a mina deve garantir que as necessidades das comunidades impactadas e dependentes da mina sejam adequadamente tratadas. Os riscos sociais devem ser identificados e devem ser definidos e estabelecidos os objectivos para, entre outros, o seguinte: alívio a pobreza, educação, cuidados de saúde, emprego e empregabilidade e melhoria da infraestrutura social. Isso incluirá deixar na local infraestrutura que tenha um valor pós-mineração para as comunidades.

12.3. RESULTADOS ESPECÍFICOS DE ENCERRAMENTO DO LOCAL, OBJECTIVOS E METAS

Nesta fase, o uso proposto da terra pós-encerramento provavelmente será uma combinação de agricultura (machambas) e vegetação natural dentro de corredores ecológicos definidos. . Alternativamente, as componentes do projecto podem ser usados para fins de conservação (por exemplo, a barragem e os escritórios podem ser usados para a agência provincial ou nacional de conservação - ADEL- CD), embora nenhuma decisão final tenha sido tomada. Os seguintes objectivos principais foram definidos:

As áreas perturbadas devem ser devolvidas ao seu estado original tão próximo quanto possível, implementando uma estratégia de revegetação e substituição;

As cavas da mina serão mantidas como vazios, que irão encher de água. Elas serão projectadas para estabilidade a longo prazo, inclinando as paredes perimétricas da cava aberta em ângulos de 1: 3 (18º), e o acesso será controlado;

Os despejos de resíduos devem ter uma inclinação de 1: 5 e serem cobertos com um mínimo de 300 mm de terra e/ou outro meio de cultivo adequado (por exemplo, saprolite coberto com matéria orgânica ou aparas de madeira) e vegetativo com espécies nativas;

A TSF deve ser tampada no encerramento com 300mm de saprolite e coberta com matéria orgânica ou aparas de madeira, e deve ser em forma de cúpula para evitar a acumulação de água e vegetado;

Nenhuma camada superficial deve ser colhida de áreas não perturbadas para uso na estratégia de reabilitação e revegetação;

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 135

Os impactos socioeconómicos (incluindo a perda de emprego) serão minimizados através de um planeamento cuidadoso e preparação para o encerramento a partir de três a cinco anos antes do encerramento;

As reduções e as perdas de empregos devem ser minimizadas pelo desenvolvimento de projectos de desenvolvimento de comunidades auto-sustentáveis durante a vida da mina, como parte do Programa de Desenvolvimento Comunitário continuo, mas ainda por desenvolver.

Figura 12-1: Abordagem de planeamento de encerramento integrado da mina,

conforme recomendado pelo ICMM (2008)

Os princípios e conceitos acima serão refinados como parte do planeamento detalhado contínuo do encerramento e do custo durante a vida da mina. Este relatório de encerramento preliminar foi compilado em cumprimento da legislação Moçambicana relevante. O artigo abrangente da legislação ambiental é a Lei Quadro do Ambiente(Lei nº 20/97, 1 de outubro de 1997) que rege o uso e gestão correcto do meio ambiente e seus componentes, e para assegurar o desenvolvimento sustentável. É o alicerce dos instrumentos legais para a preservação do meio ambiente. De acordo com a Lei do Ambiente, a operação de mineração é responsável pelos custos de reabilitação do ambiente degradado ou restauração. Em termos da Lei acima mencionada, a AIASS realizada para a mina proposta deve incluir um Plano de Encerramento. O Plano de Encerramento deve fornecer uma indicação dos

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 136

custos de reabilitação relacionados ao encerramento da mina, uma vez que as actividades de mineração são necessárias para fornecer uma caução para cobrir os custos da reabilitação durante o encerramento da mina. O valor do vínculo é estabelecido pelo governo e é revisto a cada dois anos. A caução pode assumir a forma de uma apólice de seguro, uma garantia bancária ou um depósito em dinheiro em uma conta bancária que o Governo mantém especificamente para o efeito.

12.4. DESCOMISSIONAMENTO, REABILITAÇÃO E ENCERRAMENTO DE COMPONENTES ESPECÍFICOS

12.4.1. Reabilitação da mina e cavas O objectivo da reabilitação das cavas é garantir que o local seja deixado em um estado que represente risco mínimo para a saúde e segurança de seres humanos e fauna (animais selvagens e pecuária) e a saúde do meio ambiente. As duas cavas (T12 e T16) perturbarão aproximadamente 80ha de terra. Uma vez que a investigação do especialista em Hidrogeologia e Geoquímica (2017) determinou o potencial de drenagem ácida de mina e lixiviação de metais, recomendou-se que as cavas sejam preenchidos para reduzir a oxidação e minimizar a redução do pH e da lixiviação do metal que possam surgir. No entanto, apenas uma cava (T16) pode ser preenchido novamente e, portanto, recomenda-se que a segunda cava (T12) seja inundado com água até abaixo do nível estático da água para evitar a oxidação das zonas de sulfureto. Dois cenários foram modelados;

1) Os sulfetos na rocha da parede da cava serão expostos à atmosfera e a água da zona oxica do lago (ou seja, as zonas de sulfureto na cava não serão completamente inundadas), em que caso a água da cava poderia atingir um pH de 3,3;

2) Os sulfetos na rocha da parede da cava são expostos apenas à água da zona oxica do lago (ou seja, as zonas de sulfureto na cava serão completamente inundadas), caso em que a água do poço atingirá um pH de 5,2.

Recomenda-se que simulações de inundação sejam realizadas durante a fase operacional para determinar os níveis de inundação e o período de tempo antecipado necessário para alcançar níveis ideais. Isso é importante para prever quais medidas de mitigação serão necessárias (conforme descrito na avaliação geoquímica para cada uma das opções) após o encerramento. Inundar a cava T12 poderia, no entanto, apresentar um risco significativo no encerramento, pois levará uma quantidade significativa de tempo (anos) para formar um lago dentro da cava. Se alguém cair na cava, eles não poderão sair. Por conseguinte, é necessário criar um banco apropriado da cava para criar uma superfície rasa (1 m de profundidade) ao longo da borda da cava, e uma rota de acesso fora da poço precisa ser criada, provavelmente usando a rampa de acesso necessária durante a operação. Alternativamente, todas as paredes do poço devem ser inclinadas em um ângulo de 1: 3 (18º) para o piso do poço, ou para o nível de água subterrânea estável que poderia estabelecer dentro de um período razoável (15-30 m abaixo da superfície terrestre). Esta inclinação da parede do poço torna o poço seguro para humanos e animais domésticos, mas aumenta o tamanho da cava na superfície. Onde existem preocupações quanto ao risco que a água do poço coloca para humanos e animais, será necessário implementar medidas para reduzir o acesso ao poço. Como as cercas seriam roubadas, isso pode ser conseguido através da construção de uma berma considerável em torno de todo o perímetro da cava a céu aberto para manter os animais domésticos fora e restringir o acesso humano. Outra opção é plantar uma barreira de vegetação impenetrável ao redor da cava, usando uma espécie espinhosa, de rápido crescimento, mas não invasiva, como o sisal. Antes de fazer a escolha sobre a espécie adequada, deve ser realizada uma avaliação de risco para determinar o potencial de a espécie tornar-se invasora. Serão erguidos sinais ao redor da cava aberta e em todas as estradas de aproximação

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 137

alertando ao público dos potenciais perigos de queda ou afogamento. Estes sinais estarão em Inglês, línguas locais e símbolos para pessoas não alfabetizadas. As rampas de acesso a cava a céu aberto serão fechadas para evitar o acesso de veículos. Além disso, como parte do processo de encerramento, as comunidades locais serão informadas directamente dos potenciais perigos e medidas de precaução a serem observadas em torno da cava. 12.4.2. Despejo de rocha estéril Devem ser estabelecidos dois depósitos de de rocha estéril (WRD), um para cada uma das cavas descritas acima. O WRD consistirá de todo o material de cobertura material de resíduos gerados durante a mineração. Para reduzir significativamente os custos de reabilitação, o ângulo da talude do WRD não deve exceder 1:5. Este ângulo também deve ser mantido para as áreas de WRD que tenham atingido o preenchimento final. Após o encerramento, os lados e topos da WRD devem ser cobertos com um mínimo de 300 mm de solo superficial e vegetados com espécies nativas durante a estação chuvosa. Geralmente, a média de taludes externos re-enchidos que foram re-vegetados reduzirão as velocidades do fluxo de águas pluviais nos taludes. Além disso, isso deve reduzir a precipitação percolando na WRD. Caso a WRD não seja desarmada com um sistema de cobertura apropriado, o monitoramento das propriedades geotécnicas dentro da WRD deve ser realizado de forma contínua para garantir a estabilidade do WRD. Além dos objectivos acima mencionados, recomenda-se que a modelagem dos taludes da WRD seja realizada durante a fase operacional da mina. É improvável que a geração de DAM do material de rocha estéril ocorra (investigações de especialistas em hidrogeologia e geoquímica, 2017), uma vez que o teor mineral de sulfureto da instalação de rocha estéril é muito inferior ao dos rejeitos, uma vez que os minerais de sulfetos de ferro estão concentrados no minério e não a rocha hospedeira do minério e os rejeitos são resíduos de resíduos esmagados do minério. No entanto, se a rotação de resíduos de geração de ácido for identificada durante a fase operacional, esta deve ser separada da rocha estéril não geradora de ácido. A geração de resíduos de geração de ácido precisará ser encapsulada dentro de rocha estéril não geradora de ácidos para prevenir / minimizar o risco de formação de drenagem ácida das minas. Isto pode ser conseguido cobrindo o WRD com saprolite e solo superficial e revelando o local. O escoamento da superfície dos depósitos de rochas estéril deve ser direccionado através do sistema de drenagem do local para a cava aberto. Isso minimizará o risco de contaminação dos cursos de água locais. 12.4.3. Instalação de armazenamento de rejeitos A TSF estará localizado a sudeste do local da planta proposta. Espera-se que a TSF cubra uma área total de pegada ecológica de aproximadamente 210 ha ao longo dos 30 anos da Vida da Mina (VdM) Pós-encerramento, a TSF será uma fonte potencial de minerais de sulfureto e tem potencial para causar DAM. De acordo com a investigação do especialidade em hidrogeologia e geoquímica (2017) que foi completada como parte da AIASS, “é provável que o desenvolvimento de condições de drenagem ácida da mina (DAM) ocorra na instalação de rejeitos devido à presença de sulfetos e ausência de minerais com capacidade de neutralização. A DAM é, no entanto, limitada ao invólucro exterior da instalação de rejeitos, o que implica que os resíduos da infiltração basal provavelmente serão ácidos com um pH modelo de 2,51. “A drenagem de rocha ácida ou a drenagem ácida da mina (DAM) da pilha de rejeitos é susceptível de reduzir a água subterrânea qualidade devido à quantidade de mineral presente em sulfureto. Além disso, espera-se que as concentrações de ferro, manganês, alumínio, selênio e sulfato na concha exterior dos rejeitos sejam elevadas.

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 138

Para minimizar o potencial de impactos ambientais negativos (tanto químicos quanto físicos) da TSF no encerramento e pós-encerramento, propõe-se o seguinte para a TSF:

Durante a fase de construção, o solo superficial deve ser removido (pelo menos 100 a 300 mm e subsolo/saprólito - mínimo 300 mm) antes da construção da TSF. Esses materiais serão usados para cobrir a WRD e a TSF pós-encerramento;

Um vertedouro permanente deve ser construído durante a fase de construção da TSF para garantir a estabilidade física da instalação durante os eventos de tempestade.

Cobrir a TSF com uma camada de saprólito (pelo menos 300mm de espessura, mas contornada para assegurar a drenagem livre do escoamento superficial após o encerramento), seguida de uma camada superficial de 100 a 300 mm, e depois colocar a vegetação;

A TSF deve ser gradada para formar uma abóbada, para permitir que as chuvas acidentais escoem da superfície da TSF e para reduzir a entrada de água na massa dos rejeitos;

A TSF deve ter um talude externo de 1:3 (vertical: horizontal) para garantir que haja uma geoforma estável a longo prazo, e para torná-la adequada para a reabilitação;

O estabelecimento de um sistema de fitorremediação deve ser considerado na fase operacional com uma perspectiva de longo prazo após o encerramento. A fitorremediação influenciaria o equilíbrio hídrico do local e poderia também imobilizar os metais no sistema;

As águas subterrâneas e as qualidades da água superficial em torno e a jusante da área da TSF devem ser monitoradas. Perfis rasos e profundos adicionais devem ser perfurados a jusante da TSF e WRD's para monitorar qualquer possível infiltração dessas instalações;

É necessário um sistema de captura de infiltração (como uma trincheira ou bombas de dreno de água estrategicamente localizadas) para reduzir a migração da pluma da TSF;

Deve ser instalado um sistema de barreira sintética na TSF;

Os rejeitos podem ser tamponados adicionando cal ao material de rejeitos. O material de mármore situado ao sul do local do projecto poderia ser usado;

ATSF e o WRD devem ser reabilitados para limitar a recarga a essas instalações e minimizar a potencial lixiviação nas águas subterrâneas; e

Recomenda-se que as medidas de mitigação na TSF sejam focadas na captura de infiltração basal e limitando a migração da pequena quantidade de infiltrações susceptíveis de infiltrar-se na subsuperfície. O estabelecimento de um sistema de infiltração deve ser considerado na fase operacional com a visão de longo prazo do pós-encerramento

12.4.4. Estradas

As estradas de transporte e de acesso propostas ao redor do local devem ser rompidas, excepto aquelas necessárias para aceder as instalações de inspecção após o encerramento. As estradas que podem e serão usadas por outros usuários após o encerramento devem, contudo, ser deixadas, desde que seja acordado por todas as partes interessadas. Essas estradas devem então ser entregues à autoridade relevante (como o Departamento de Estradas) para garantir a sua própria manutenção adequada a longo prazo. Quaisquer estradas que não serão mais necessárias serão reabilitadas, em geral, as seguintes acções serão realizadas:

Pontes, sarjetas e ductos devem ser removidos onde não são mais necessários.

O fluxo de água natural deve ser restaurado e qualquer secção perturbada do curso de água será estabilizada e revegetada; e

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 139

A superfície da estrada, bermas e os taludes devem ser gradados para uma inclinação adequada para evitar a erosão. Os cortes serão avaliados e, onde necessário, serão implementadas medidas para melhorar a segurança e estabilidade da erosão; e

A superficie da estrada será então reveleada com espécies nativas adequadas. 12.4.5. Planta de Processamento e Outras Infraestruturas Certas infraestruturas podem permanecer fechadas. Os objectivos são:

Entregar as estradas de transporte e acesso ao departamento governamental apropriado (ou seja, o Departamento de Estradas) para uso pelas comunidades locais uma vez que a mineração foi concluída

Entregar a barragem de armazenamento de água ao departamento governamental apropriado para fornecer um abastecimento de água permanente às comunidades locais na área; ou para servir como um furo de água para fauna, no caso de a área de tampão ser incorporada no PNQ;

Entregar os serviços clínicos a direcção provincial ou ONGs adequadas (por exemplo, Foundation Ariel Glaser) para que ele possa ser usado por comunidades locais da região, o que beneficiará as comunidades locais, pois os estabelecimentos de saúde são commodities escassas na região;

Considerar transferir as instalações de administração para modificação em uma escola secundária para a área ou alternativamente para ADEL-CD para gerir o PNQ; e

Considerar transferir a oficina e área de manutenção, e usar isso para suportar um programa de treinamento pós-encerramento para uso da comunidade local. Isso exigirá o desenvolvimento de um programa de treinamento técnico como parte do programa de CSD da mina antes do encerramento

Assim que o encerramento estiver concluído, a decisão de demolir as instalações restantes ou entregá-las às autoridades locais para conversão em infraestruturas sociais (por exemplo, escolas) deverá ser feita usando um processo consultivo. A integridade estrutural de quaisquer estruturas que se mantenham no local para serem utilizadas pelas comunidades locais deve ser avaliada por um especialista independente antes da entrega. Qualquer estrutura que for considerada estruturalmente defeituosa deve ser demolida ou reparada antes da entrega. Todas as outras infraestruturas serão descomissionadas da seguinte forma:

Qualquer construção de superfície e infraestrutura que não sejam mais necessárias serão demolidas, a menos que sejam recebidas directrizes específicas em contrário das autoridades. Essas directrizes podem resultar de pedidos das comunidades. Isso deverá ser confirmado através de um processo de engajamento das partes interessadas realizado como parte do exercício de refinamento de metas do plano de encerramento.

Um plano detalhado que indique a localização de qualquer infraestrutura restante fará parte do plano de encerramento;

Todos os edifícios de tijolo e concreto associados à planta de processamento serão demolidos e os escombros enterrados no local a uma profundidade mínima de 1.0 m, ou usados como material de cobertura da construção da cobertura de TSF.

As fundações serão removidas ou cobertas com uma camada de solo, ou material de formação de solo, a profundidade será ainda determinada após serem realizados ensaios.

Materiais não reutilizáveis, incluindo escombros e resíduos, serão eliminados em locais adequados de acordo com o plano de gestão e eliminação de resíduos que será desenvolvido.

Após a remoção da infraestrutura, será realizada uma avaliação de contaminação do solo por um especialista independente, e serão implementadas actividades de remediação e re-vegetação quando necessário.

A infraestrutura de suporte enterrada no subsolo, como tanques e seus tubos, e outros ductos e túneis de serviço, dependendo do futuro uso proposto do local, será mantida

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 140

como está ou será desenterrada e removida do local. Se for para ser deixada in situ, a integridade de todos os dutos e tanques subterrâneos será avaliada por um especialista independente. Se a integridade da infraestrutura da sub-superfície estiver comprometida, esta deve ser removida.

Qualquer infraestrutura sub-superficial (incluindo, mas não limitada a ductos e tanques) que é susceptível de conter produtos químicos perigosos (incluindo combustível) deve ser removida.

As aberturas e as vias de acesso restantes serão fechadas

Equipamentos elétricos e infraestrutura, tais como torres de transmissão, cabos eléctricos e transformadores que não são mais necessários serão demolidos e removidos do site. Os solos nas proximidades dos transformadores serão avaliados quanto à contaminação e serão implementadas medidas adequadas de descontaminação, de acordo com os requisitos regulamentares de Moçambique, se necessário;

Toda a planta e equipamento de mineração em desuso, como guinchos, bombas e esteira transportadora, equipamentos de concentradores, como espessantes e maquinaria pesada, serão removidos do local. Não se prevê que nenhuma dessas máquinas ou equipamento sejam contaminados. No entanto, a mina irá confirmar isso antes de qualquer máquina ou equipamento ser removido do local. Se alguma das máquinas ou equipamento estiver contaminado, este será apropriadamente descontaminado antes de ser removido.

Durante a mitigação e trabalhos de reabilitação, será dada especial atenção aos locais onde o equipamento estava parqueado. A mina avaliará esses locais e, se os solos estiverem contaminados, as medidas correctivas apropriadas serão tomadas no cumprimento com os requisitos regulamentares de Moçambique.

Haverá um aterro sanitário no local para o resíduos gerais. O projecto deste aterro ainda não foi finalizado. No encerramento, aplicar-se-á o seguinte:

o Ao completar o preenchimento do aterro, as coberturas serão completadas e a re-

vegetação da cobertura realizada. o O Plano de Encerramento da Mina incluirá detalhes para o encerramento do aterro

e assegurará que o encerramento desta instalação em específico atenda aos requisitos da legislação de Moçambique e das melhores práticas internacionais. Pode ser necessário o monitoramento pós-encerramento dessas instalações.

A função do solo e da vegetação da pegada ecológica da mina será restaurada 12.4.6. Reabilitação Geral da Superfície A reabilitação geral da superfície deve garantir que a topografia da superfície emula a área circundante, é de drenagem livre, tem uma aparência "limpa" e é re-vegetativa. Deve ser dada especial atenção à modelagem e remoção de montes de excesso de material, sucata e desperdício. Toda a área deve ser rasgada, coberta com 100 a 300 mm de solo e vegetativa. Os detalhes da revegetação devem ser documentados em um plano de reabilitação abrangente.

12.5. COMPONENTES SOCIAIS DE ENCERRAMENTO O encerramento pós-mineração deve assegurar que as comunidades afetadas pelo projecto e aqueles que se tornaram dependentes da mina sejam devidamente atendidos. O seguinte deve ser considerado

A futura saúde pública e segurança das comunidades locais não estão comprometidas;

O uso posterior do local é benéfico e sustentável para as comunidades afectadas no longo prazo;

Os impactos socioeconómicos adversos são minimizados e os benefícios socioeconómicos são maximizados.

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 141

Embora uma SIA e HIA tenham sido realizadas para a AIAS, esses estudos se concentraram na fase de construção e operação, com poucos detalhes sobre a fase de descomissionamento. Como parte do processo de encerramento da mina, a Graphex Limitada deve realizar uma Avaliação de Impacto Social (SIA). Este estudo pode ser usado como base para se engajar com as comunidades para entender os impactos percebidos, identificar a melhor maneira de gerir impactos adversos e explorar as oportunidades que o encerramento da mina pode trazer. A SIA de encerramento tomará em consideração as seguintes questões estratégicas:

Perdas de emprego – O Padrão de Desempenho 2 da IFC afirma que, antes da redução, as alternativas ao redução devem ser consideradas. Somente se não houver uma alternativa viável disponível se a redução for implementada, de acordo com um plano de gestão de redução que tenha sido desenvolvido, de modo a minimizar os impactos adversos da redução nos trabalhadores. O plano de gestão de redução deve ser não discriminatório e refletir consultas suficientes com os trabalhadores, suas organizações relevantes e, se for caso disso, o governo. Além disso, o plano de gestão de redução deve cumprir os acordos de barganha existentes;

Impactos psicológicos (nos funcionários e na comunidade em geral);

Impactos em fornecedores (oficinas de planeamento de negócios pré-encerramento com PMME para auxiliá-los a partir da dependência da mina);

Impactos na saúde;

Perda de renda para instituições locais e governamentais (impactos fiscais);

Actividades de encerramento do Plano de Trabalho Social (PTS) e Responsabilidade Social Corporativa (RSC);

A natureza da contribuição económica/social actual em relação à contribuição futura/perda de contribuição após o encerramento;

Riscos gerais do local que representam um risco para a segurança das comunidades locais: De acordo com as Directrizes ASS da IFC, as estratégias de gestão de risco para riscos gerais do local podem incluir:

o Restringir o acesso ao site, através de uma combinação de controles institucionais e administrativos, com foco em estruturas ou áreas de alto risco. Isso depende de situações específicas do local, e pode incluir cercas, sinalização e comunicação de riscos para a comunidade local

o Removendo condições perigosas em locais que não podem ser controlados efectivamente através de restrições de acesso ao local. Isso deve incluir a cobertura de aberturas para pequenos espaços confinados, garantindo meios de escape para aberturas maiores como trincheiras ou escavações e remoção de materiais perigosos.

A informação que será recolhida a partir deste estudo proporcionará espaço para o envolvimento entre a empresa e outras partes interessadas e afectadas, tais como conselhos locais, governo e outras organizações, sobre políticas de mitigação de impacto e os aspectos legados do encerramento de minas. O engajamento com as comunidades afectadas ao longo da vida do projecto é essencial e, para esse fim, a empresa será orientada pela abordagem recomendada pelo ICMM. Reconhece-se que, para alcançar um encerramento efectivo que seja benéfico para a empresa operacional e a comunidade acolhedora, as visões, preocupações, aspirações, esforços e conhecimento de várias partes interessadas internas e externas devem ser reunidos. Isso deve ser determinado usando um processo de várias partes interessadas que inclui agências reguladoras, comunidades locais, usuários tradicionais de terras, arrendatários adjacentes, sociedade civil e outras partes afetadas. Para a mina Grafex Lda isso envolverá:

Incorporar o planeamento de encerramento nos estágios iniciais do desenvolvimento e operações do projecto;

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Agrupar os objectivos e os pontos de vista de várias partes interessadas (dono do projecto, comunidade local, Governo e organizações não governamentais (ONGs)) no início da fase de definição do âmbito (AIA) do desenvolvimento do projecto para informar os objectivos do encerramento e pós-encerramento;

Agir para atingir os objectivos trabalhando com as partes interessadas relevantes;

Usar os conceitos de risco e oportunidade para minimizar a responsabilidade e maximizar os benefícios para todas as partes relevantes;

Usar especialidades multidisciplinares e processos de multi-partes interessadas para garantir que a mitigação de risco em uma área não aumente os riscos em outras; e

Assegurar que a fase de encerramento social esteja enquadrada com as fases de encerramento infraestrutural e ambiental.

Assim, o engajamento com as partes interessadas internas e externas será realizado ao longo do ciclo de vida do projecto e para alcançar benefícios duradouros a nível local e regional, a Grafex agradece que as visões das partes interessadas externas sejam compreendidas. Para garantir que esses benefícios sejam entregues, a Grafex irá identificar as principais partes interessadas externas e engajar-se com elas para promover uma compreensão bidireccional de resultados mutuamente benéficos. Esses resultados serão explicados e apresentados no Plano de Encerramento Integral e divulgados às partes interessadas de forma consistente com os requisitos dos padrões aplicáveis acima referidos.

12.6. INSPECÇÃO DO LOCAL DA MINA PÓS-ENCERRAMENTO, MONITORAMENTO AMBIENTAL E ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS

O período pós-encerramento geralmente compreende três fases:

Fase activa, anos 1-2;

Fase passiva, anos 3-5; e

Fase de inspecção, anos 5-8. Durante o período activo de dois anos, a empresa continuará fornecendo serviços sociais específicos às comunidades vizinhas, de acordo com os acordos de responsabilidade social corporativa que teriam sido implementados durante a operação de mineração. Durante a vida da mina, a empresa envolverá continuamente as autoridades locais e as estruturas de liderança tradicionais como parte do processo de entrega (isto é, entregando a infraestrutura e os serviços). Todas as acções serão guiadas pelo diálogo contínuo entre a mina e as partes interessadas relevantes.O período passivo de três anos provavelmente implicará a transferência da infraestrutura e serviços para a autoridade local e/ou provincial relevante (ou seja, entrega de estradas ao Departamento de Estradas). A Grafex propõe que, ao mesmo tempo, providencie conselhos sobre questões técnicas ou sociais que possam surgir durante este período de 3 anos, com um fim de sessão final no encerramento do 5º ano. A Grafex implementará um programa de inspecção e monitoramento ambiental pós-encerramento para avaliar o sucesso da recuperação da mina e verificar se os vários componentes da mina fechada não afectam os cursos de água adjacentes e as águas subterrâneas e não representam risco potencial para a saúde e / ou perigo para o público. O objectivo do monitoramento é assegurar que os objectivos do programa de reabilitação sejam atendidos e que o processo de reabilitação progressiva seja seguido conforme planejado durante a vida da mina. A regularidade do monitoramento dependerá do aspecto que está sendo monitorado, por exemplo, o monitoramento de poeira e águas subterrâneas estará em andamento e será iniciado antes da construção para obter valores de linha de base, enquanto o monitoramento da biodiversidade ocorrerá progressivamente durante as fases operacional e de encerramento. Um consultor independente realizará a inspeção do local e monitoramento ambiental.

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A GRAFEX propõe que a inspecção e monitoramento ambiental pós-encerramento sejam realizados semestralmente durante os dois primeiros anos para estabelecer variações sazonais. Serão feitas visitas semestrais ao local, antes das chuvas e no final das chuvas (fase activa). Espera-se que a inspecção e monitoramento finais sejam realizados no 5º ano após o encerramento da mina, mas isso dependerá do sucesso do processo de encerramento e reabilitação (fase passiva). Os resultados desta inspecção irão determinar se será necessária ou não qualquer inspecção adicional ao local pós-encerramento (fase de inspecção) ou se outras intervenções para melhorar, por exemplo, a revegetação de áreas será necessária.O rastreamento detalhado do progresso da reabilitação progressiva irá também permitir a revisão anual do plano de encerramento para reflectir esse progresso, reduzindo ou aumentando assim a quantidade necessária de custos finais de encerramento. Os aspectos físicos da reabilitação devem ser cuidadosamente monitorados durante a fase operacional, bem como durante o estabelecimento do ecossistema final desejado, de modo a que os desvios de expectativa possam ser atendidos nas versões subsequentes do plano de encerramento da mina e no orçamento. As inspecções ambientais pós-encerramento incidirão sobre:

Estabilidade da parede da TSF e do WRD;

Estabilidade da parede e níveis de água da cava;

Erosão nas paredes laterais e superfícies superiores do despejo de estéril;

Qualidade e quantidade da água superficial e subterrânea;

Sucesso do estabelecimento de uma cobertura de vegetação nativa nas áreas de despejo da mina, oficinas e de armazenamento de combustível;

Proporção de terras exploradas para mineração que tenham sido totalmente reabilitadas

Quaisquer actividades do público em geral ou pessoas desconhecidas que possam afectar adversamente a estabilidade das estruturas da mina em desuso, que representam um perigo para a comunidade ou, possivelmente, que resultem em degradação ambiental;

A condição das estradas de acesso ao local, pontes e sarjetas.

Alinhamento da topografia final real à geoforma planeada acordada;

Profundidade do solo superficial removido e colocado;

Estado químico, físico e biológico do solo substituído;

Saúde e segurança da comunidade;

Estado socioeconómico das comunidades afectadas. Serão realizadas consultas com os líderes das comunidades locais para ouvir e registar quaisquer questões de interesse relacionadas com o local da mina encerrada. Um consultor externo deve produzir um relatório anual de monitoramento ambiental pós-encerramento no final dos anos 1 e 2 e um relatório ambiental final pós-encerramento no fim do ano 5. Estes relatórios ambientais de pós-encerramento serão submetidos às entidades governamentais de Moçambique e disponibilizados para todas as partes interessadas. Os relatórios irão apresentar os resultados das inspecções/caminhadas no local da mina e os resultados dos programas de monitoramento ambiental. Onde as actividades de reabilitação/recuperação não tenham obtido o resultado desejado, o consultor fará recomendações de trabalhos adicionais de recuperação necessários para obter uma recuperação completa. Todas as áreas de preocupação serão destacadas. Os relatórios incluirão um registo fotográfico de recuperação da mina pós-encerramento.

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13. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

13.1. DESCRIÇÃO COMPLETA DO PROCESSO SEGUIDO

A Grafex propôs o desenvolvimento do Projecto de Mina de Grafite Ancuabe e infraestrutura associada. Um processo de avaliação de impacto ambiental foi realizado de acordo com os requisitos legislativos de Moçambique para um projecto de categoria “A”. O processo foi submetido à participação pública para garantir que todas as partes interessadas e afectadas tivessem oportunidade suficiente para participar desse processo. Para determinar a linha de base e avaliar os impactos identificados, foram realizados 15 estudos de especialidade. Isso informou colectivamente o resultado da AIASS, e este capítulo fornece um resumo das descobertas da AIAS e uma avaliação comparativa das implicações positivas e negativas do projecto proposto. Este capítulo fornece um resumo dos impactos do projecto, a opinião do PIA’s, bem como o (s) motivo (s) para a opinião e as recomendações, caso o projecto seja autorizado.

13.2. RESUMO DE TODOS OS IMPACTOS Sem implementar medidas de mitigação, as principais preocupações dizem respeito à construção e impactos operacionais na flora e fauna, impactos operacionais no meio aquático e poluição de áreas ecológicas chave. Conforme indicado nos gráficos circulares abaixo (Figura 13-1; 13-2; 13-3), a maioria dos impactos pode ser reduzida a um significado aceitável (definido como baixo (-) ou moderado (-)) com a implementação de medidas de mitigação. A AIA identificou um total de 41 impactos que afectarão o ambiente físico (paisagem, águas subterrâneas etc.) e todos são negativos. Antes da mitigação 8 são baixos negativos; 24 são negativos moderados; e 9 são elevados negativos. Após a mitigação, a maioria dos impactos são negligenciáveis (10) ou de baixa significância (25), sendo que apenas 6 são negativos moderados. Isso indica que os impactos relacionados à mineração no ambiente físico podem ser efectivamente mitigados. A AIA identificou um total de 85 impactos no ambiente natural. Antes da mitigação, 23 impactos são baixos negativos; 42 são negativos moderados; e 21 são elevados negativos. Após a mitigação, a maioria dos impactos residuais (58 dos 86) são reduzidos a baixos negativos, sendo 20 negativos moderados, 5 sendo negligenciáveis e apenas dois elevados negativos. Há também um impacto elevado positivo. Os dois impactos negativos de elevada significância que ainda permanecem são a perda de Floresta de Miombo e a perda de Floresta Ripariana. O impacto elevado positivo é a criação de um novo recurso de peixe (IAA). Assim, existem apenas dois impactos residuais de elevada significância. Embora os impactos no ambiente natural sejam geralmente negativos, os impactos socioeconómicos são positivos e negativos, pois o projecto cria potenciais benefícios socioeconómicos. Há um total de 85 impactos socioeconómicos.

No entanto, antes da mitigação, apenas 8 são positivos, mas após a mitigação e a optimização dos benefícios, 24 tornam-se positivos, sendo 8 de grande significância positiva, 5 de moderado e 11 de baixa significância.

Em termos de impactos negativos, antes da mitigação, são 77, sendo 4 baixos negativos; 51 são moderados negativos; e 22 são elevados negativos. Após a mitigação, a maioria dos impactos (39) é reduzida a significância baixa negativa, com apenas impactos 18 negativos moderados e 4 consideradas negligenciáveis. Importantemente, não há impactos socioeconómicos residuais de elevada significância negativa.

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Figura 13-1: Gráfico circular que ilustra o número de impactos elevados, moderados e

baixos negativos no ambiente físico antes e depois da mitigação.

Figura 13-2: Gráfico circular que ilustra o número de impactos biofísicos muito elevados, elevados, moderados, baixos negativos e positivos, pré e pós-mitigação.

Figura 13-3: Gráfico circular que ilustra o número de impactos sociais muito

elevados, elevados, moderados, baixos negativos e positivos antes e depois da mitigação.

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13.3. PRESSUPOSTOS, INCERTEZAS E LACUNAS Este relatório é baseado em informações actualmente disponíveis e, como resultado, as seguintes limitações e premissas em que este relatório foi compilado estão implícitas:

Todos os estudos de especialidade são precisos e oferecem uma opinião imparcial sobre os achados.

Os pressupostos de especialistas individuais são fornecidos nos respectivos relatórios.

Os pressupostos e limitações específicas dos estudos de especialidade podem ser encontrados nos respectivos relatórios de especialidade. Devido à natureza complexa e dinâmica do meio ambiente, a incerteza e as lacunas no nosso conhecimento são inevitáveis. O Princípio de Precaução foi adoptado para explicar essa incerteza ao longo da Fase de EPDA e AIASS do projecto proposto. O Princípio de Precaução garante que:

A incerteza em torno dos impactos é identificada e abordada adequadamente;

As medidas preventivas são levadas em consideração ao longo do projecto;

Diversas alternativas são cuidadosamente exploradas;

Uma participação pública adequada e transparente é conduzida;

Uma abordagem holística é adoptada para garantir que os impactos sociais, económicos e ecológicos sejam explorados e as medidas de mitigação sejam determinadas, através de uma abordagem integrada e equilibrada;

Uma abordagem adaptativa é adoptada para explicar as complexidades e o dinamismo inerentes aos processos ambientais.

O Princípio de Precaução garante que os impactos potenciais sejam previstos, evitados e mitigados para evitar ameaças de natureza séria ou irreversível (IUCN, 2007).

13.4. RECOMENDAÇÕES Os especialistas informaram as disposições finais e, quando necessário, a concepção foi alterada onde possível, componentes de infraestrutura excluídos de uma área ecologicamente sensível. 13.4.1. Principais recomendações da fase de construção e operacional

Considerar realocar a área do pátio de ROM, local da Planta e Serviços da Mina para fora da linha de drenagem e permitir uma zona tampão de 30m.

Recomenda-se que as áreas “Não-Avançar” (incluindo o alcance do rio) dentro do local do projecto e outras áreas sobre as quais a mina tenha controle de gestão e que tenham sido definidas como sensíveis ou como corredores ecológicos sejam excluídas do desenvolvimento de modo a implementar medidas de melhoramento de conservação.

Se o projecto receber autorização ambiental para continuar, e se a reabilitação para condição ambiental existente for necessária, é imperativo que as ligações entre conservação e mineração de grafite na região sejam exploradas.

O desenvolvimento proposto ocorre em florestas de miombo relativamente prístinas, onde a presença de elefantes ameaçados icônicos ainda ocorre na passagem, e onde um número relativamente grande de EPE ainda ocorrem, mesmo que seja vagante. Recomenda-se a criação de um corredor ecológico entre os habitats do miombo maturo e riparianos e o PNQ adjacente deve permitir migrações faunísticas, particularmente de grandes mamíferos, como os elefantes. Isso será essencial para a manutenção da diversidade faunística existente e repovoamento no descomissionamento.

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Definir corredores ecológicos adequados e mante-los durante a operação para fornecer ligações ecológicas entre áreas de alta sensibilidade.

Nomear um ecologista qualificado, familiarizado com a vegetação e a fauna, para estar no local e actuar como o oficial de controle ambiental da equipe do proponente durante a fase de construção.

Minimizar a limpeza da vegetação durante a fase de construção

Implementar medidas de controle de poeira em todas as fases.

Usar uma concepção de construção esteticamente agradável e seleccionar as cores do telhado que se confundem.

Usr sistemas de iluminação que minimizem a poluição luminosa, o derramamento de luz e o uso de energia.

Na medida do possível, evitar drenagens do rio e pequenas áreas de zonas húmidas associadas.

Desenvolver uma declaração padrão do método de travessia do rio, projectada para limitar os impactos nas áreas riparianas e nas zonas húmidas.

Empregar um gestor ambiental para monitorar os impactos ambientais durante a fase operacional.

Elaborar e construir o vertedouro na barragem de Muaguide para funcionar como canal de pesca natural ou travessia, para permitir o movimento natural a montante e a jusante da biota aquática migratória (especialmente peixes) após a parede para fins de invernagem, alimentação e reprodução.

Gerir a Barragem de Muaguide para que seja capaz de suportar populações de peixes substanciais, que podem então ser usadas como recurso pesqueiro, mas não armazenar a barragem com espécies de peixes exóticos.

Sempre que possível, evitar ou minimizr a produção de resíduos na fonte. Onde a prevenção ou a minimização adicional não é possível, os resíduos devem ser reutilizados, reciclados e depois descartados de forma responsável para minimizar os impactos no meio ambiente

Localizar, projectar e operar o aterro de resíduos não perigosos para padrões internacionais. Isso envolve o isolamento dos resíduos e a prevenção da contaminação ambiental, particularmente a contaminação das águas subterrâneas.

Obter uma licença ambiental para o aterro sanitário junto ao MITADER, assegurando que o projecto e a selecção do local do aterro sejam feitos de acordo com o Anexo I do Regulamento de Gestão de Resíduos, Moçambique (Decreto 83/2014 de 31 de Dezembro).

Construir o aterro sanitário de acordo com o Anexo I do Regulamento de Gestão de Resíduos, Moçambique.

Antes da instalação do aterro estar totalmente operacional, todos os resíduos gerais produzidos durante a fase de construção devem ser armazenados no local em uma área segura de controle de acesso, de forma legalmente conforme que minimize os impactos ambientais.

Considerar opções alternativas para a gestão e eliminação de resíduos perigosos. Isso seria desenvolver uma célula de resíduos perigosos dedicada e especialmente projectada dentro do novo aterro no local ou, alternativamente, construir uma instalação segura e protegida para o armazenamento temporário de resíduos perigosos no local até o momento em que possa ser transportado - local para eliminação segura.

Desenvolver um programa de responsabilidade social corporativa e fornecer fundos, logo após a operação, para iniciar projectos comunitários. Os projectos que exigem a tomada de terras devem ser estabelecidos em áreas degradadas nas proximidades das comunidades, e não nas florestas nativas.

Desenvolver um Plano de Acção de Reassentamento (PAR).

Ajudar na substituição de parcelas de terras aráveis perdidas devido ao projecto de mineração, conforme detalhado no Plano de Acção de Reassentamento (PAR).

Assegurar-se de que a identificação das terras de reposição considere a sensibilidade ecológica dos locais de substituição.

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Certificar-se de que nenhuma rocha, silte, cimento, argamassa, asfalto, produto petrolífero, madeira, vegetação, lixo doméstico ou qualquer substância deletéria se disperse em qualquer rio, zona húmida e/ou lago.

Certificar-se de que a água de lavagem não se dispersa directamente em áreas húmidas naturais, a menos que seja seguro e que sua descarga atenda aos padrões de qualidade de água necessários.

Certificar-se de que quaisquer materiais potencialmente perigosos sejam mantidos fora da chuva para controlar o escoamento secundário contaminado na fonte.

Colocar latas de lixo e recipientes de reciclagem ao redor do local para minimizar a sujeira.

Limpar vazamentos, gotejamentos e outros derramamentos imediatamente para evitar contaminação.

Manter regularmente todos os veículos e máquinas para garantir que estejam livres de vazamentos de combustíveis de petróleo, combustível ou hidráulicos.

Designar uma área contida para estacionamento de veículos, reabastecimento de veículos e manutenção de rotina de equipamentos, longe de áreas húmidas e assegurar que o local tenha uma superfície dura, uma berma ou um colector de óleo.

Minimizar a necessidade de camiões reverterem e activar as suas sirenes de inversão.

Manter superfícies rodoviárias para evitar ondulações e buracos.

Instalar placas de estrada para controlar a velocidade do tráfego e para fornecer outras notificações e avisos úteis.

Evitar a entrega de material e transporte de produtos durante a noite.

Evitar a formação de comboios.

O transporte de cargas anormais deve ser organizado com as autoridades de tráfego relevantes.

Assegurar-se de que os horários de entrega dos motoristas não resultem em cansaço, excesso de velocidade e riscos de segurança.

Assegurar-se de que os veículos da mina não estão sobrecarregados.

Ao projectar estradas, evitar a necessidade de aceleração e desaceleração excessivas minimizando as inclinações.

No caso de Grafex fornecer furos comunitários, esta água precisará ser tratada antes do consumo.

A água fornecida pelo furo ANWB02 do acamapemtno deve ser tratada antes do consumo humano, pois os constituintes químicos excedem os padrões da OMS 2011 em todas as amostras de água.

Os locais de águas subterrâneas e de águas superficiais que excederam o SANS 241-2015 ou os padrões da OMS da quarta edição da OMS devem ser re-amostrados e testados novamente por um laboratório acreditado antes que a água possa ser considerada segura para consumo humano.

Um estudo microbiológico de linha de base também deve ser realizado em locais de águas subterrâneas e de águas superficiais para melhorar a acreditação do estudo de base para referência futura.

Os requisitos Moçambicanos e da AIEA devem ser avaliados para determinar se o site deve ser examinado para requisitos radiológicos.

O programa de monitoramento precisa ser honrado para efectivamente detectar e mitigar qualquer migração de contaminantes nos sistemas de aquíferos subterrâneos.

Perfuração superficial profunda e profunda deve ser perfurada a jusante da TSF e WRD's para monitorar qualquer possível infiltração dessas instalações.

Os testes de bombagem devem ser realizados nos furos de monitoramento recém-perfurados que envolvem a área do projecto para determinar parâmetros locais e e específicos do local do aquífero, bem como a sustentabilidade dos furos.

Os registadores de dados devem ser instalados em locais específicos de águas subterrâneas para entender as tendências temporais, bem como as relações de precipitação, escoamento e recarga para desenvolver o modelo de água no local.

Os dados específicos de precipitação e evaporação devem ser determinados

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 149

Recomenda-se que as medidas de mitigação na TSF se concentrem na captura de infiltração de base e limitar a migração da pequena quantidade de infiltração susceptível de infiltrar-se na subsuperfície. O estabelecimento de um sistema de infiltração deve ser considerado na fase operacional com a visão de longo prazo do pós-encerramento.

O modelo numérico de água subterrânea e transporte de massa deve ser actualizado assim que os parâmetros do aquífero forem determinados e depois disso a cada dois anos.

A perfuração no depósito aluvionar não deve ser considerada como a única fonte possível de água subterrânea para operações de mineração com resultados geofísicos que indiquem a possibilidade de se cruzar com o sistema de aquífero fracturado com rocha dura profunda. Pelo menos cinco a seis posições de perfuração para explorar esse possível recurso poderiam ser consideradas, especialmente as estruturas geológicas que visavam as estruturas regionais como indicado no mapa geológico regional (TT11 e TT10). Esses furos terão de ser perfurados a pelo menos 100 metros abaixo do nível do solo com diâmetros semelhantes aos furos de aluvião.

Uma área que se estende para baixo do gradiente do Rio Mogido pode ser considerada como uma possível área de perfuração para exploração de águas subterrâneas. As posições de perfuração propostas são indicadas de acordo com os resultados geofísicos, bem como possíveis estruturas geológicas que podem cruzar o Rio Mogido. Esses furos podem ser perfurados a 50 metros abaixo do nível do solo e dependendo do potencial de água subterrânea, alcance em diâmetro de seis polegadas a oito polegadas. Será importante realizar testes de bombagem nesses furos para avaliar o potencial de água subterrânea e abstração sustentável.

Deve ser concluído um estudo detalhado da água superficial para estimar e quantificar o escoamento superficial e o potencial de fluxo superficial que surgirão dos desenvolvimentos e infraestrutura da mina durante as condições de seca e inundação.

13.4.2. Planos e Programas de Gestão Recomendados

É altamente recomendado que um Plano de Gestão de Compensação da Biodiversidade seja projectado e implementado em conjunto com as principais partes interessadas e as autoridades. Isto estará em conformidade com os padrões de melhores práticas estabelecidos pelo Padrão de Desempenho 6 da IFC, que exige que os desenvolvedores mitiguem a perda de habitat natural com compensações semelhantes a favor. O Sistema Nacional de Compensação da Biodiversidade: Um Roteiro para Moçambique (2016) são um conjunto de directrizes que ajudam os desenvolvedores a implementar compensações de biodiversidade em Moçambique.

Recomenda-se que um Plano de Gestão da Biodiversidade seja desenvolvido e implementado. Este plano deve incluir:

o Um plano de gestão de exóticas para identificar e remover espécies exóticas quando encontradas,

o Plano de Gestão da Conservação: incluindo a implementação de áreas de reserva, corredores ecológicos e áreas de suporte ecológico para preservação.

o Plano de busca e salvamento para espécies de interesse para a conservação.

Plano de Gestão de Conflitos Homem Animal

Desenvolver um Plano de Encerramento, incorporando um Plano de Gestão de Reabilitação.

Plano de Gestão Ambiental de Construção (PGAC)

Plano de Gestão Ambiental Operacional (PGAO)

Recomenda-se que um Programa de Monitoramento seja implementado para obter uma linha de base mais detalhada de:

o Monitoramento da qualidade das águas subterrâneas e das águas subterrâneas para incluir componentes fisicoquímicos e biomonitorização da ecologia aquática

Avaliação de Impacto Ambiental, Social e de Saúde

Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 150

o Amostragem por sedimentação de poeira e níveis de PM10 no limite do projecto em quatro direcções principais do vento.

o O PM10 e a amostragem de NO2 nas localizações sensíveis mais sensíveis aos receptores, possivelmente ao longo da Estrada de Acesso ao Local. As campanhas de amostragem de curto prazo devem ser realizadas nesses locais, e pelo menos anualmente durante a fase operacional.

o A presença e a taxa de limpeza da vegetação, especialmente durante a estação de plantio.

Plano de Recrutamento de Trabalho e Plano de Gestão de Afluxo (PRTPGA)

Plano de Engajamento das Partes Interessadas (PEPI)

Plano de Acção de Reassentamento (PAR) e Plano de Restauração dos Meios de Subsistência (PRMS)

Plano de Desenvolvimento Social (PDS)

Procedimento de Possibilidade Achar (incluindo um Plano de Deslocalização de Campas)

Plano de Saúde e Segurança Comunitária (PSSC)

Plano de Gestão de AFluxo

Programa de Gestão de Saúde e Segurança (PGSS), com base em um MoU entre o proponente e as autoridades locais de saúde, para garantir que a mina não se torne o fornecedor de saúde de facto na área. Incluir um Programa de Monitoramento da Saúde da Comunidade e um programa de monitoramento nutricional.

ãPlano de Gestão de Tráfego

Plano de Prontidão e Resposta a Emergências

Código de Conduta

Plano Integrado de Gestão de Resíduos para gerir todos os fluxos de resíduos de acordo com a hierarquia de gestão de resíduos e o Regulamento sobre Gestão de Resíduos Sólidos Municipais (Decreto 94/2014 de 31 de Dezembro) e o Regulamento de Gestão de Resíduos Perigosos (Decreto 83/2014 de 31 de Dezembro). Outras directrizes sobre a gestão de fluxos de resíduos são fornecidas nas Directrizes Gerais de ASS da IFC (2007) e nas Directrizes de ASS para Mineração da IFC (2007).

13.4.3. Opinião do profissional ambiental sobre se o projecto deve ser autorizado É a opinião do profissional ambiental que as recomendações acima são acordadas e que serão implementadas pelo desenvolvedor através do estabelecimento dos planos e programas recomendados listados acima, os impactos resultantes do projecto são aceitáveis entre o ganho socioeconómico do desenvolvimento e a perda de activos naturais. A decisão de recomendar que o desenvolvimento proposto prosseguisse foi com base no seguinte: Mina

A perda de espécies de faunas associadas a Floresta de Miombo e Floresta Ripariana e de fauna de alta sensibilidade, não pode ser evitada, minimizada ou mitigada e, portanto, requer uma compensação de biodiversidade semelhante por semelhante.

Existe uma oportunidade para manter a diversidade faunística existente, permitindo o repovoamento após o descomissionamento, criando corredores ecológicos entre os habitats do miombo e ripariano do norte e o PNQ adjacente.

O limite do Parque Nacional dasQuirimbas fica a 9,6 km da área do projecto. Apenas manchas muito pequenas do Parque Nacional das Quirimbas terão visão sobre a mina. Combinado com a distância da infraestrutura da mina, o impacto neste parque é negligenciável.

O impacto na qualidade da água no solo e nas superfícies pode ser adequadamente mitigado através da gestão de actividades operacionais e de construção para prevenir erosão, sedimentação, poluição e drenagem ácida de mina.

A DAM pode ser reduzida aos níveis aceitáveis do padrão da indústria através de

Avaliação de Impacto Ambiental, Social e de Saúde

Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 151

medidas de mitigação adequadas.

Instalação de Armazenamento de Água

A construção da barragem será feita na estação seca e não alterará o fluxo do rio.

No pior caso o regime de fluxo, o fluxo a jusante da parede da barragem será reduzido de um período de seis meses a quatro meses. No entanto, os volumes de fluxo durante os quatro meses são próximos de - entre 64% e 92% - dos volumes pré-barragem. Em um ano normal, o fluxo a jusante da parede da barragem será reduzido de um período de seis meses a cinco meses. O impacto da barragem proposta sobre a hidrologia do Rio Muaguide deverá, portanto, ser baixo.

A extensão espacial da barragem será limitada ao alcance do rio entre a parede da barragem e a confluência Muaguide/Namuta, a cerca de 2 km a jusante da parede.

A fauna de vertebrados e a diversidade de peixes serão mantidas e até melhoradas pelo fornecimento de uma fonte de água permanente na barragem.

A construção e operação da instalação de armazenamento de água irá alterar as características existentes do fluxo, alterando assim os habitats do fluxo e, consequentemente, a composição das espécies aquáticas dos fluxos receptores, mas essas alterações são consideradas aceitáveis.

Geral

Todas as recomendações no relatório da AIASS são detalhadas em um Programa de Gestão Ambiental e Social (PrGAS) que fornece o quadro ambiental para governar as acções a serem tomadas durante todas as fases do projecto para mitigar os impactos sociais e ambientais negativos. Ele também fornece detalhes sobre as ferramentas de gestão que serão necessárias para gerar uma gestão efectiva do meio ambiente ao longo da vida do projecto e os recursos humanos necessários para conseguir isso. Os requisitos de monitoramento para o projecto, para garantir que as medidas de mitigação propostas durante a AIASS sejam efectivamente realizadas, também são apresentados.

Cenário de projecto Não-avançar Sob o cenário de “Não-avançar” ou nenhum projecto, a perturbação actual causado pelas comunidades locais, que incluem mineração artesanal, uso de recursos naturais, carvão e extração de madeira permanecerá, e pode até se expandir, resultando em áreas e fragmentação mais perturbadas. Dado o status de áreas virgesn (Greenfields) desta área, a opção de não- avançar é considerada de menor impacto que a da mina proposta. No entanto, a mina pode oferecer alguma protecção ao local existente, e até a criação de novos habitats, aumentando assim a biodiversidade. Além disso, não haveria benefícios socioeconómicos para as comunidades próximas e para o governo. Se o projecto proposto não for implementado, benefícios como a oportunidade de aumentar a receita nos níveis local e regional, bem como a criação de emprego serão perdidos, resultando em condições de vida não melhoradas para a população na área do projecto. Além disso, se o projecto não for implementado, as oportunidades de crescimento e melhoria da qualidade de vida associadas aos programas sociais propostos diminuirão, assim como os impactos secundários decorrentes de ganhos de renda mais elevados (como suporte para empresas locais). Os benefícios sociais e ecológicos do projecto proposto superam os potenciais impactos ecológicos negativos e, portanto, a opção “não- avançar” neste caso é considerada prejudicial para as comunidades afectadas dentro da área de influência dos projectos. 13.4.4. Descrição do projecto e condições a serem incluídas na AA

Avaliação de Impacto Ambiental, Social e de Saúde

Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 152

Também é sugerido que as recomendações feitas no PrGAS sejam uma condição de aprovação.

Os locais de prospcção e epsquisa que não fazem parte do projecto de mineração devem ser reabilitados a seu estado natural.

Uma Compensação da Biodiversidade deve ser implementada.

Será necessário micro localização e dados obtidos em campo para: o Câmara de empréstimo no local o Colocação de torres dentro da estrada de transporte e corredor da linha de

energia o Colocação de estrada de transporte dentro do corredor da estrada de

transporte linha de energia o Áreas de armazenamento temporário.

A presente AIASS não inclui o duto uma estação de energia ou pipeline

13.5. CONCLUSÃO O projecto proposto tem a capacidade de aumentar o crescimento económico e as oportunidades de emprego para as comunidades locais e aumentar a diversificação e a estabilidade dos meios de subsistência. Além disso, o projecto gerará impostos e receitas para o governo. A implementação do projecto aumentará a produtividade económica da área através de:

Contratação de recursos locais para construir e trabalhar no local da mina;

Alinhar os objectivos do projecto com os requisitos legais nacionais que, por sua vez, gerarão tributos e taxas de royalties para o governo;

Aumentar a dependência económica doméstica através dos efeitos multiplicadores que serão gerados a partir do projecto proposto.

No entanto, a partir de uma perspectiva biofísica, se não for devidamente gerido, o projecto poderia impactar negativamente o meio ambiente através da perda de espécies vegetais e animais, fragmentação do habitat e poluição de recursos terrestres e hídricos. Com a implementação das medidas de mitigação sugeridas e monitoramento continuado, esses impactos podem ser reduzidos a níveis aceitáveis.

13.6. CAMINHO A SEGUIR Todas as partes interessadas incluídas na base de dados serão notificadas da divulgação dos relatórios preliminares REIA, PrGAS e de especialidade por um período de 30 dias. Estas partes interessadas serão notificadas 15 dias antes das reuniões públicas, que serão realizadas durante o período de revisão pública em cada comunidade e no Distrito de Ancuabe. Após a revisão pública, o Projecto de AIASS, juntamente com o Relatório de Participação Pública, os relatórios de especialidade e o PrGAS, serão actualizados conforme necessário e finalizados, incorporando quaisquer comentários recebidos. Em seguida, será submetido ao MITADER para tomada de decisão. Após um exame aprofundado da AIASS Final, a autoridade emitirá uma decisão que aceita ou rejeita o relatório. Caso a AIASS seja aceite, a autoridade emitirá uma licença ambiental que concederá autorização (positiva) ambiental ou não concederá autorização (negativa). Caso uma Licença Ambiental seja concedida, geralmente traz Condições de Aprovação. O requerente é legalmente obrigado a aderir a estas condições.

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14. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 156

APÊNDICE A: CARTA DE CATEGORIZAÇÃO

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APÊNDICE B: CARTA DE EPDA

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APÊNDICE C: CES REPOSTA CARTA DE EPDA

MITADER CES RESPOSTA

7 Comentários

7.1

O Plano de Acção de Reassentamento actualmente em curso assegurará um levantamento preciso das famílias afectadas pelo projecto, refira-se à secção 3.8.16 da AIASS

7.2

Todos os impactos são discutidos no respectivo estudo de especialidade e AIASS

Principais impactos físicos Capítulo 7 pg. 71-77

Impactos biológicos fundamentais Capítulo 8 pg. 78-92

Principais impactos socioeconómicos Capítulo 9 pg. 97-106

Impactos cumulativos Capítulo 10 pg. 107-113

Impactos irao decorrer na fase de Construção, Operação ou Desativação

7.3

AAE = Avaliações Ambiental Stratégicas

SSMA = Ambiental Saúde e Segurança (ASS)

7.4

Incluída, consulte Capítulo 11 da AIASS, Secção 11.2.1, Figura 11.1

8. Conclusões e recomendações

8.1. A observância do Regulamento sobre as respectivas medidas de

mitigação do Impacto Ambiental, aprovado pelo Decreto nº

54/2015, de 31 de Dezembro

Todas as medidas de mitigação são especificadas no no Capítulo 8 do PrGAS.

8.2. A descrição dos impactos negativos e respectivas medidas de

mitigação nas fases de construção, operação e desactivação do

projecto.

Todos os impactos são discutidos no respectivo estudo de especialidade e AIASS

Principais impactos físicos Capítulo 7 pg. 71-77

Impactos biológicos fundamentais Capítulo 8 pg. 78-92

Principais impactos socioeconómicos Capítulo 9 pg. 97-106

Impactos cumulativos Capítulo 10 pg. 107-113

Todas as medidas de mitigação são especificadas no Capítulo 8 do PrGAS da seguinte maneira:

Medidas de mitigação da Fase de Concepção e Construção, 8.3.1 pg36

Medidas de Mitigação da Fase Operacional, Secção 8.3.2 pg47

Medidas de Mitigação da Fase de Descomissionamento, Secção 8.3.3 pg. 56

8.3. A inclusão da legenda da geologia detalhada da área de estudo Incluída, consulte Capítulo 11 da AIASS, Secção 11.2.1, Figura 11.1

8.4. A inclusão de todas as siglas na lista de abreviaturas / acrônimos Veja Lista de Acrônimos pg. ii.

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8.5. A apresentação dos principais impactos na saúde dos

trabalhadores e da comunidade circundante derivada das acções

do projecto e das principais medidas de mitigação

Os impactos na saúde são apresentados no Capítulo 9, Secção 9.2.2 da AIASS, pág. 99 e a Avaliação do Impacto da Saúde, as medidas de mitigação relevantes são delineadas na Avaliação do Impacto da Saúde e no Capítulo 8 do PrGAS

8.6. Uma descrição detalhada das condições de armazenamento dos

materiais a serem usados

A descrição das áreas de armazenamento de combustível e uma estação de abastecimento podem ser encontradas na Secção 3.8.3 da AIASS e na instalação de armazenamento de explosivo da Minas na Secção 3.8.4 da AIASS.

O PrGAS prescreve as condições de armazenamento necessárias para todos os materiais no local, estas podem ser encontradas nas medidas de mitigação para cada fase; por exemplo:

todos os produtos químicos, combustíveis e hidrocarbonetos devem ser armazenados em uma área contida.

o armazenamento a granel de líquidos inflamáveis, incluindo combustíveis, deve ser projectado e operado de acordo com as BPEO internacionais

A compatibilidade dos produtos químicos deve ser confirmada antes do armazenamento e sinalização que mostre os nomes químicos e as propriedades perigosas dos produtos químicos devem ser visíveis na área de armazenamento temporário designada; ETC.

8.7. Uma descrição detalhada das medidas de mitigação a serem

tomadas para controlar a poeira e ruído

O PrGAS prescreve os requisitos de mitigação para controlar a poeira e ruído e pode ser encontrado sob cada fonte de ruído e impacto de geração de poeira por cada fase no Capítulo 8 do PrGAS

8.8. Apresentação do plano de contingência para derrames de

lubrificantes e óleo combustível

O PrGAS indica o requisito para a Grafex desenvolver um Plano de Prontidão e Resposta a Emergências que atenda o manuseamento de lubrificantes e óleo combustível.

8.9. Indicação da quantidade de mão-de-obra, destacando o número

de mulheres e homens que a mina contratará, sua origem,

período de início de mobilização e necessidades de treinamento

Consulte as oportunidades de emprego na Secção 3.8.14 da AIASS. Resposta da Grafex: Não existe uma separação específica de gênero, pois esta será conduzida pelas comunidades locais quando se candidatarem a cargos. No entanto, todas as contratadas estão sendo informadas de que, embora não sejam estabelecidas cotas inicialmente, se não forem empregando proactivamente as mulheres, quando possível, será imposta uma cota.

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Coastal & Environmental Services Projecto Ancuabe Grafite 165

8.10. O concepção e apresentação de um sistema para a gestão de

resíduos sólidos e outros detritos, de modo a assegurar que estas

não fossem fontes de contaminação da água da região, entre

outros impactos na saúde pública

Consulte a Secção 3.8.12 da AIASS sobre os Resíduos e o Capítulo 8 do PrGAS, bem como a Avaliação de Impacto de Resíduos.

8.11. Uma levantamento actualizado de famílias e melhorias a serem

afectadas pelo projecto

Foi realizado um levantamento actualizado e reportado na:

Avaliação de Impacto Social,

Resumido na Secção 5.1.1 da AIASS

O Plano de Acção de Reassentamento actualmente em curso assegurará um levantamento preciso das famílias afectadas pelo projecto, refira-se à secção 3.8.16 da AIASS

As melhorias oferecidas pelo projecto são detalhadas no Capítulo 3 da AIASS: Descrição do Projecto especificamente:

Acesso à secção da barragem de água Bruta, 3.8.1.1

Oportunidade de emprego, Secção 3.8.14

Responsabilidade Social Corporativa, secção 3.8.

8.12. Indicação do processo de tratamento de águas residuais resultante do processamento do minério

As águas residuais da planta de processamento serão tratadas na barragem de água de processo (AIASS, Secção 3.7.3.1), bem como as

estruturas de controle de poluição e controle de sedimentos (AIASS, secção 3.8.12)

8.13. A apresentação dos procedimentos para a gestão dos estaleiros durante a fase de construção da mina, incluindo a sua desativação

Por favor, consulte o Estudo de Especialidade em Tráfego e Transporte e avaliação de impacto.

8.14. A implementação das reuniões de consulta pública da fase de Estudos de Impacto Ambiental (EIA) envolvendo a DINAB e outros sectores-chave de acordo com o pré-definido no Decreto 54/2015 de Dezembro e com base no Diploma Ministerial 130/2016, de 19 de Julho, Directiva Geral para o Processo de Participação Pública

Observado, isso será feito.

8.15. A apresentação do Sistema Integrado de Gestão Ambiental, que inclui os planos de gestão, a saber: (i) Plano de Gestão Ambiental (todo o Sistema de Controle

Ambiental); (ii) Plano de Emergência, Segurança Técnica e Saúde

Ocupacional; e (iii) Plano de Encerramento e Reabilitação da Mina e sua

respectiva folha de custos, em conformidade com a legislação aplicável

(i) Consulte o PrGAS (ii) O PrGAS indica o requisito para a

Grafex desenvolver um: a. Plano de Prontidão e Resposta

a Emergência; b. Plano de Saúde e Segurança

Ocupacional; e um c. Monitoramento da Saúde e

Segurança no trabalho (PrGAS, Secção 10.5)

(iii) Consulte o Relatório de

Descomissionamento e Encerramento da mina no anexo ao PrGAS

8.16. A apresentação do valor total do investimento do projecto e sua

respectiva planilha, contendo pelo menos as seguintes

informações;

Consulte a carta anexa da Grafex Lda.

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Lista nominal dos equipamentos e máquinas fornecidos para

o projecto e seus respectivos custos;

Construções;

Equipamento de ar condicionado;

Mobiliário, equipamento de escritório;

Quantidade de Equipamento de Protecção Individual e

Colectiva;

Equipamentos e equipamentos de segurança e outros

equipamentos necessários.

Os itens acima devem ser apresentados de forma diferenciada, indicando os custos de aquisição directa e/ ou aluguer ou custos de aluguer. Esta informação será inspecionada no âmbito da emissão da Licença de Ambiental de Operação.

8.17. A avaliação do destino/uso da mina após o descomissionamento do projecto, levando em consideração o desenvolvimento da Cidade de Pemba e da Província de Cabo Delgado em geral

Consulte o Relatório de Descomissionamento e Encerramento da mina no anexo ao PrGAS

8.18. A apresentação dos projectos de responsabilidade social da empresa

As melhorias oferecidas pelo projecto estão detalhadas no AIASS, Capítulo 3: Descrição do Projecto Seção 3.8.15 Responsabilidade Social Corporativa

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