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1 Projecto de Navios I Manuel Ventura Mestrado em Engenharia e Arquitectura Naval M.Ventura Processo do Projecto 2 Sumário 1. Processo de Aquisição de um Navio 2. O que é o Projecto do Navio? 3. Metodologia do Projecto de Navios 4. Entidades Envolvidas no Processo 5. Documentos Técnicos e Legais Associados ao Projecto Contracto de Construção do Navio Especificação do Navio (Memória Descritiva) Anexo A. Sistemas de Classificação de Componentes de Navios Anexo B. Classificação da Força do Vento Anexo C. Douglas Sea Scale

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1

Projecto de Navios I

Manuel Ventura

Mestrado em Engenharia e Arquitectura Naval

M.Ventura Processo do Projecto 2

Sumário

1. Processo de Aquisição de um Navio

2. O que é o Projecto do Navio?

3. Metodologia do Projecto de Navios

4. Entidades Envolvidas no Processo

5. Documentos Técnicos e Legais Associados ao Projecto• Contracto de Construção do Navio

• Especificação do Navio (Memória Descritiva)

Anexo A. Sistemas de Classificação de Componentes de NaviosAnexo B. Classificação da Força do VentoAnexo C. Douglas Sea Scale

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M.Ventura Processo do Projecto 3

Processo de Decisão

Processo do Armador:• Análise do Mercado de transporte• Identificação de um problema de transporte• Estudo da frota de navios necessária• Estudo das alternativas:

– Relocação de navio já existente na frota do Armador– Afretamento de navio – Aquisição de navio usado– Construção de navio

M.Ventura Processo do Projecto 4

Processo de Consulta

• Definição dos requisitos operacionais do navio (MissionRequirements)– Tipo do Navio– Capacidade de carga (expressa em termos de peso, volume,

TEUs, área, comprimento das faixas de rodagem, etc.)– Equipamento de carga necessário– Velocidade de serviço– Autonomia

• Caracterização do navio a construir (Projecto Conceptual)• Consulta de Projectistas para elaboração do Projecto Básico

do Navio• Selecção do Projectista• Desenvolvimento do Projecto Básico do Navio

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M.Ventura Processo do Projecto 5

Processo de Aquisição de um Navio

Fases do processo comercial do Armador:• Selecção dos Estaleiros a consultar• Pedido de declaração de interesse• Consulta com pedido de cotação• Análise das propostas• Preparação de Contracto pro forma• Negociações• Discussão do tipo de financiamento• Assinatura do Contracto de Construção• Acompanhamento da Construção• Recepção do Navio

M.Ventura Processo do Projecto 6

O que é o Projecto do Navio?

• Processo pelo qual, a partir de um problema de transporte marítimo ou fluvial, caracterizado por transportar um dado fluxo de um dado tipo de carga de um ponto A para um ponto B, num dado intervalo de tempo – Se dimensiona um navio, especificando todos os seus sistemas– Se cria a informação necessária para a sua construção

Os conhecimentos sobre o Projecto do Navio não se aplicam apenas quando se projectam navios, são igualmente necessários quando se avaliam projectos elaborados por outros.

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Metodologia do Projecto de Navios

M.Ventura Processo do Projecto 8

Metodologias de Projecto

• Engenharia Sequencial (Sequential Engineering)– Limitações

• Processo sequencial e iterativo• Trabalhoso e dispendioso

• Engenharia Simultânea (Concurrent Engineering)– Definição

• É a abordagem sistemática ao projecto integrado e simultâneo de produtos e dos processos com eles relacionados.

– Objectivo• Pretende-se levar os projectistas a terem em consideração, desde o princípio,

todos os elementos do ciclo de vida do produto, desde a sua concepção até àsua disponibilização, incluindo a qualidade, o custo, o planeamento e os requisitos do utilizador.

• O objectivo principal é a minimização dos custos ao longo de toda a vida do produto enquanto maximizando a sua qualidade e desempenho.

– Características• O fluxo de informação é bi-direccional• Tentativa de aumentar o conhecimento do produto na fase preliminar.

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M.Ventura Processo do Projecto 9

Engenharia Sequencial e Simultânea

M.Ventura Processo do Projecto 10

Engenharia Sequencial no Projecto de Navios

Espiral do Projecto• Evans (1959)

introduziu o conceito de espiral do projecto do navio, que traduz os aspectos sequencial e iterativo do processo

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M.Ventura Processo do Projecto 11

Engenharia Sequencial no Projecto de Navios

• Buxton (1972), introduziu os conceitos económicos • Andrews (1981), adicionou a noção de uma 3ª dimensão, o

tempo.

M.Ventura Processo do Projecto 12

ALARP Principle

• Design just to comply to the regulations is no longer an acceptable procedure

• As Low As is Reasonably Practicable (ALARP) – it is a principle to reach for a decision for the acceptability of a system

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M.Ventura Processo do Projecto 13

Tipos de Projectos de Engenharia

• Projectos de Rotina– Projectos que não são diferentes de forma substancial dos

anteriores na sua classe

• Projectos Criativos– Projectos com diferenças substanciais nas soluções tomadas,

resultantes da introdução de novas opções

• Projectos Inovadores– Projectos com diferenças substanciais nas soluções tomadas,

resultantes da introdução de opções e de valores de variáveis fora do intervalo normalmente utilizado.

M.Ventura Processo do Projecto 14

Aspectos Específicos do Projecto de Navios

• Indústrias de Construção Automóvel, Aeronáutica..– Grandes séries– Tempo de desenvolvimento do projecto mais longo– Pequenas variações no projecto

• Indústria de Construção Naval– Embarcações de recreio

• Séries do mesmo projecto

– Navios mercantes• Navios construídos individualmente ou em pequenas séries• Tempo reduzido para desenvolvimento do projecto• Projectos muito diferentes entre si

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M.Ventura Processo do Projecto 15

Fases do Projecto de Navios (1)

1. Projecto Conceptual (Concept design)– Definição do tipo, porte, tipo de propulsão, velocidade de

serviço.– Opções sobre equipamento de carga, meios auxiliares de

manobra

2. Projecto Preliminar (Preliminary design)– Determinação das dimensões principais e de alguns coeficientes

de forma– Obtenção dos elementos necessários e suficientes para poder

estimar os custos de construção e exploração do navio.

M.Ventura Processo do Projecto 16

Fases do Projecto de Navios (2)

3. Projecto Contratual (Contract design)– Obtenção dos elementos que definem as características gerais

do navio e dos seus equipamentos principais e que será anexado ao Contracto de construção estabelecido entre o Armador e o Construtor.

4. Desenvolvimento do Projecto (Detail design)– Detalhe do projecto a todos os níveis.

5. Projecto para a Construção (Production design)– Produção da informação necessária à construção.

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M.Ventura Processo do Projecto 17

Fases do Projecto de Navios (3)

ProjectoConceptual

ProjectoPreliminar

ProjectoContractual

ProjectoDetalhado

ProjectoBásico

Validaçãodo

Conceito

Dias a Semanas Semanas a Mêses Alguns Mêses Vários Mêses

Mercado

ContractoEspecificaçõesDetalhadas

TendênciasProcura FuturaMelhoramento deProjectosExistentes

ConsultaEspecificaçõesPreliminares

Aprovação da SociedadeClassificadora

Desenhos de ProduçãoEspecificações de Materiais

Informação paraEnformação e Montagem

Produção

Proposta

M.Ventura Processo do Projecto 18

Informação Produzida (1)

1. Projecto Conceptual (Concept design)• Definição do tipo, porte, tipo de propulsão, velocidade de

serviço, equipamento de carga, meios auxiliares de manobra.

2. Projecto Preliminar (Preliminary design)• Esboço do arranjo geral, definindo compartimentação• Plano geométrico preliminar, suficiente para permitir

avaliação da estabilidade e da potência propulsora• Previsão da potência propulsora• Estimativa do peso leve• Estimativa do custo do navio

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M.Ventura Processo do Projecto 19

Informação Produzida (2)

3. Projecto Contractual (Contract design)• Especificação do navio• Arranjo Geral• Plano Geométrico, com detalhe suficiente para permitir a

produção de modelos para ensaios em tanques hidrodinâmicos• Desenhos de classificação das estruturas (secção mestra,

anteparas típicas, expansão do costado, estruturas de popa e de proa)

• Cálculos de estabilidade e resistência longitudinal• Diagramas de princípio dos principais sistemas de

encanamentos (carga, lastro, esgoto, incêndio)

M.Ventura Processo do Projecto 20

Informação Produzida (3)

4. Desenvolvimento do Projecto (Detail design)• Desempolamento total do plano geométrico, definindo todas

as balizas de construção, pavimentos, bainhas e topos de chapas

• Detalhe do arranjo geral dos compartimentos• Divisão do navio em blocos• Planeamento da construção• Adaptação dos desenhos estruturais genéricos (balizas,

anteparas) à forma local do casco• Desenvolvimento dos sistemas de encanamentos e de

condutas

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M.Ventura Processo do Projecto 21

Informação Produzida (4)

5. Projecto para a Construção (Production design)• Desenhos de produção das estruturas detalhados ao nível do

bloco e do painel• Especificações de materiais• Informação para o corte, enformação e montagem de chapas

e perfilados (desenhos, fitas de corte, moldes, cérceas, etc.)• Desenhos de arranjo e diagramas isométricos de todos os

sistemas de encanamentos

Entidades Envolvidas no Processo do Projecto e Construção do Navio

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M.Ventura Processo do Projecto 23

Entidades Envolvidas no Processo

• Armador (Ship Owner)• Projectista (Ship Designer)• Construtor (Ship Builder)• Sociedade Classificadora (Classification Society)• Autoridades Nacionais (National Authorities)• Inspector (Surveyor)

M.Ventura Processo do Projecto 24

Armador

• A entidade que inicia e conclui o processo • Define os requisitos operacionais do navio• Eventualmente desenvolve o projecto conceptual do navio• Contracta o projecto básico do navio• Contracta a construção do navio• Detêm a propriedade do navio após a sua construção, embora

não seja necessariamente a entidade que o opera

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M.Ventura Processo do Projecto 25

Projectista

• Entidade que é responsável pelo desenvolvimento do projecto básico do navio e que prepara a Especificação do Navio e os restantes documentos técnicos

• Pode ser um gabinete de estudos independente ou ser parte de um estaleiro de construção

• Pode sub-contratar o desenvolvimento de partes do projecto a outros projectistas

M.Ventura Processo do Projecto 26

Construtor

• Estaleiro que é responsável perante o Armador pela construção do navio no respeito das cláusulas determinadas no Contracto e em conformidade com a Especificação do Navio

• Responsável pelo desenvolvimento do Projecto para a Construção do navio em conformidade com as capacidades e equipamento disponível

• Pode sub-contractar outras entidades para o desenvolvimento de partes do Projecto para a Construção

• Pode sub-contractar outros estaleiros para a construção de partes do navio

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M.Ventura Processo do Projecto 27

Sociedade Classificadora (SC)

• Organização que estabelece e aplica normas técnicas para o projecto, construção e manutenção de instalações no campo marítimo, tais como navios e plataformas offshore.

• Essas normas são desenvolvidas pela SC e publicadas sob a forma de Regras.

• Um navio que seja construído de acordo com as Regras de uma SC pode obter dela um Certificado de Classificação

• Para emitir o Certificado, a SC – aprova um conjunto de elementos de projecto– procede a um conjunto de inspecções durante a construção, para

verificar a conformidade com o projecto aprovado• Pode emitir também os certificados de conformidade com as

normas internacionais da IMO se para isso estiver mandatada pelas Autoridades Nacionais

M.Ventura Processo do Projecto 28

Sociedade Classificadora e IMO

• O papel das Sociedades Classificadoras para actuar em representação das Autoridades Nacionais é reconhecido pela IMO nas suas Convenções principais, por exemplo:– Load Lines

• Reg.3– SOLAS

• Chapter I, Part B, Reg. 6• Chapter II-1, Part A-1, Reg. 3.1

– MARPOL• Annex I, Reg. 4

– Tonnage• Reg. 6

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M.Ventura Processo do Projecto 29

Nota Histórica – O Registo de Navios

• O primeiro registo de navios (Lloyd’s Register) foi publicado em 1764 • Consistia numa lista de navios com a informação seguinte:

– Nome do navio– Nome do comandante– Porto de Registo– Porto de destino– Arqueação líquida– Número e dimensão do armamento– Calado – Local de construção– Nome do Armador– Condição do Casco, usando uma escala A/E/I/O/U– Condição dos mastros e velas, usando a escala G/M/B (God, Middling, Bad)

M.Ventura Processo do Projecto 30

Sociedades Classificadoras (1)

• As primeiras regras para classificação de navios de madeira foram publicados pela Lloyd’s Register em 1835 e tinham por objecto a inspecção periódica do navio para efeitos de manutenção.

• As regras eram orientadas mais para a escolha das madeiras e do tipo de ligações do que para os escantilhões da estrutura

• Regras baseadas num numeral obtido a partir da arqueação

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M.Ventura Processo do Projecto 31

Sociedades Classificadoras (2)

• Em 1832 foi classificado o primeiro navio em aço• As primeiras regras para navios em aço foram publicados

pela Lloyd’s Register em 1855. • Essas regras definiam os escantilhões da estrutura em

função da arqueação.• Em 1870 a LR publicou novas regras de classificação para

navios de aço, baseada em numerais obtidos a partir das dimensões

• Nestas regras foram introduzidos novos símbolos de classificação consistindo na notação 100A1, 90A1 ou 80A1 seguida da cruz de malta

M.Ventura Processo do Projecto 32

Sociedades Classificadoras (3)

• A British Corporation Register of Shipping criou um novo processo de classificação de navios completamente independente da tradição herdada dos navios de madeira

• Passou a ser necessário submeter a aprovação desenhos de detalhe estrutural

• A partir de 1916 passaram a ser usadas fórmulas simples para a determinação dos escantilhões de balizas, vaus, longarinas e reforços

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M.Ventura Processo do Projecto 33

Autoridades Nacionais

• Autoridade do Estado que tem a responsabilidade de conceder a Licença de Construção e de verificar a compatibilidade com as convenções internacionais da IMO e com as normas nacionais relevantes, emitindo os Certificados respectivos.

• Pode delegar noutras instituições creditadas (nomeadamente nas Sociedades Classificadoras) a capacidade de emitir os certificados de conformidade com as convenções da IMO

• No caso de Portugal, a instituição que desempenha esse papel é o Instituto Portuário e de Transportes Marítimos (IPTM)

M.Ventura Processo do Projecto 34

Inspector

• Técnico de engenharia naval que procede ao acompanhamento da construção ou que faz vistorias a bordo do navio

• Pode desempenha funções para várias entidades:– Armador (designado por Superintendente)– Sociedade Classificadora– Autoridades Nacionais

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Alguns Documentos Legais e Técnicos Associados ao Projecto de Navios

M.Ventura Processo do Projecto 36

Documentos Associados ao Projecto

• Contracto de Construção (Shipbuilding Contract)

• Especificação ou Memória Descritiva do Navio (ShipSpecification)

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M.Ventura Processo do Projecto 37

Tipos de Contractos de Construção Naval

• Construção de um Projecto dado– O Armador fornece o Projecto Básico e põe a concurso a

construção

• Projecto e Construção– O concurso é feito em termos mais gerais, com base em

requisitos da capacidade de carga e/ou desempenho (requisitos operacionais)

– O Estaleiro é responsável pelo Projecto e pela Construção

Contracto de Construção do Navio(Shipbuilding Contract)

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M.Ventura Processo do Projecto 39

Contracto de Construção do Navio

• O Contracto estabelece as obrigações principais entre as duas partes– Comprador (Buyer) – Comprar o Navio, fazer a sua recepção,

tudo de acordo com o estipulado

– Construtor (Builder) - projectar, construir, lançar à água, equipar, completar e entregar ao Comprador no estaleiro do Construtor o Navio em conformidade com o descrito no Contracto e de acordo com a boa prática de construção naval

• Na maioria das novas construções, conversões e reparações, é o Construtor quem produz o primeiro esboço do Contracto

• O Contracto é geralmente baseado num documento pro forma

M.Ventura Processo do Projecto 40

Contractos de Construção pro forma

• Os Contractos de Construção pro forma mais comuns são:– SAJ, Shipowners Association of Japan (1974)– NSA Form, Norwegian Shipowners and Shipbuilders

Associations (2000)– MARAD Standard Form (1980), Maritime Subsidy Board (MSB)

of the United States Department of Commerce– BIMCO NEWBUILDCON, Baltic and International Maritime

Council (2007)AWES (1972), Association of West European Shipbuilders, actualmente denominada CESA – Committee of EuropeanShipyards’ Associations (2004)

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M.Ventura Processo do Projecto 41

Componentes Principais do Contracto

• Preço Contractual (Contract Price)• Plano de Pagamentos (Payements)• Sub-Contractação (Sub-Contracting)• Penalizações (Liquidated Damages Provisions)• Propriedade e Responsabilidade (Title and Risk)• Segurança (Security)• Classificação do Navio (Ship Classification)• Testes e Provas de Mar (Trials)• Documentação e Entrega (Documentation and Delivery)• Garantia (Warranty period)• Incumprimento pelo Comprador (Default by the Buyer)• Incumprimento pelo Construtor (Default by the Builder)• Resolução de Disputas (Dispute Resolution)

M.Ventura Processo do Projecto 42

Plano de Pagamentos Típico

• Independentemente do tipo financiamento, o pagamento do navio ao construtor é geralmente constituído por prestações (instalments) em função do progresso da construção, de acordo com o estipulado no Contracto

• Um exemplo típico pode ser:– 10% na assinatura do Contracto (Contract Signature)– 10% na chegada dos materiais ao estaleiro (Materials Arrival)– 10 % no assentamento da quilha (Keel Laying)– 20% no lançamento à água (Launching)– 50% na entrega do navio (Delivery)

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M.Ventura Processo do Projecto 43

Contracto - Cláusulas Típicas (1)

• Força Maior (Force Majeure)– O termo Força Maior significa qualquer evento ou ocorrência para além

do controlo razoável e sem culpa ou negligência do Vendedor, e que o Vendedor não tenha conseguido evitar ou ultrapassar

– Podem incluir por exemplo, desastres naturais, cheias, vendavais, condições meteorológicas agravadas e outros Actos de Deus, fogos, explosões, revoltas, guerras, sabotagem, problemas laborais do Vendedor (incluindo greves, mas excluindo lockouts), faltas de energia, e actos do governo.

• Prejuízos Devido a Incumprimento (Liquidated DamagesProvisions)– Define procedimento em caso de incumprimento por parte do Construtor

de requisitos considerados críticos (data de entrega, consumo, velocidade, capacidade de carga, níveis de ruído e de vibrações,...)

– Estabelece multas e limites de aceitação do navio

M.Ventura Processo do Projecto 44

Contracto - Cláusulas Típicas (2)

• Incumprimento pelo Comprador (Default by the Buyer)– Medidas a tomar no caso do Comprador não cumprir algumas

cláusulas do Contracto (pagamentos, aprovações de documentos, entrega de fornecimentos do Armador no Estaleiro, etc.)

• Incumprimento pelo Comprador (Default by theContractor)– Medidas a tomar no caso do Construtor não cumprir algumas

cláusulas do Contracto– Parte ou a totalidade destas medidas poderá estar já enunciada

na cláusula de Prejuízos Devido a Incumprimento

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M.Ventura Processo do Projecto 45

Contracto - Novas Cláusulas

• Variação do Preço do Aço (Steel Prices)– Cláusula que procura ter em conta eventual acentuada variação

do preço do aço de construção no mercado internacional

• Variação Monetária (Currency Risk)– Cláusula que procura ter em conta eventual correcção monetária

devida a acentuada variação da moeda de referência usada no Contracto (Euro, Dólar)

AWES Shipbuilding Contract

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M.Ventura Processo do Projecto 47

Contracto de Construção AWES (1)

1. Objecto do Contracto (Subject of Contract)• Descrição e características principais do navio• No. do estaleiro (No. de Construção)• Registo e Classificação do navio• Decisões da Sociedade Classificadora• Sub-contractação pelo estaleiro

2. Inspecção e Aprovações (Inspection and Approvals)3. Modificações (Modifications)

• Devidas ao Armador• Devidas ao Constructor• Devidas aos Organismos Reguladores ou à Sociedade

Classificadora

M.Ventura Processo do Projecto 48

Contracto de Construção AWES (2)

4. Provas de Mar (Sea Trials)5. Garantia para Velocidade, Capacidade de Carga e Consumo de

Combustível (Guarantee for Speed, Cargo CaryingCapacity and Fuel Consumption)

– Penalizações, Limite de Aceitação, Prémios6. Entrega do Navio (Delivery of the Vessel)

– Local e Data– Documentação– Penalizações e Prémios– Força Maior

7. Preço (Price)8. Propriedade (Property)

– Desenhos genéricos, Especificações e Desenhos de detalhe– Navio

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M.Ventura Processo do Projecto 49

Contracto de Construção AWES (3)

9. Seguro (Insurance)10. Incumprimento pelo Comprador (Default by Purchaser)

– Penalizações por • Falta de pagamentos• Falta à entrega do navio• Atrasos na entrega de Fornecimentos (Owner’s supplies)

11. Incumprimento pelo Contratado (Default by the Contractor)– Devolução de pagamentos efectuados e penalizações

12. Garantia após entrega (Guarantee)13. Despesas Contratuais (Contract Expenses)14. Patentes (Patents)

M.Ventura Processo do Projecto 50

Contracto de Construção AWES (4)

15. Interpretação, Peritagem por Avaliadores Externos e Arbitragem (Interpretation, Reference to Expert andArbitration)

16. Condição para Entrada em Vigor do Contracto (Condition for the Contract to Become Effective)

17. Domicílio Legal (Legal Domicile)18. Transferência de Direitos (Assignment)19. Limitação de Responsabilidade (Limitation of Liability)20.Endereços para Correspondência (Mail Addresses)

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BIMCO NEWBUILDCON

M.Ventura Processo do Projecto 52

BIMCO NEWBUILDCON Key Features (1)

• Form readily adaptable to all types of vessels in all jurisdictions, including features which will be needed for projects in China.

• More comprehensive provisions detailing obligations during production, particularly subcontracting, approvals and inspection, tests and trials, modifications, and buyers suppliers.

• Buyer’s relationship with Class is more clearly defined.• Mechanisms included to avoid delays in delivery in the event

of minor defects.• Wordings for refund and performance guarantees, vetted by

banking lawyers, which are suitable for use in projects in China.

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M.Ventura Processo do Projecto 53

BIMCO NEWBUILDCON Key Features (2)

• Harmonised refund provisions in the event of termination.• Clearer legal provisions dealing with permissible delays,

builders’ guarantees, responsibilities and exclusions from liabilities, insurance and termination.

• Responsibility clauses expressed mutually where possible, producing a more balanced contract.

• Comprehensible force majeure clause with an easy-to-check list of force majeure events.

• Checklist of documentation required on delivery.• New IMO Hazardous Materials Inventory and Protective

Coatings clauses.

M.Ventura Processo do Projecto 54

BIMCO NEWBUILDCON Key Features (3)

• Modernized dispute resolution provisions clause incorporating reference to the latest dispute resolution methods including Class and expert determination, mediation and arbitration.

• Clear provisions relating to provision of refund and performance guarantees.

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28

Especificação do Navio(Ship Specification)

M.Ventura Processo do Projecto 56

Especificação do Navio

• Definição da extensão do fornecimento (Deliverables) e descrição dos trabalhos a efectuar pelo Construtor (Extent of Supply)

• Características Principais do Navio– Dimensões principais– Velocidade de serviço– Sociedade Classificadora e notação de classe– Capacidades de carga, lastro e combustíveis– Autonomia– Regras e Convenções consideradas

• Classificação, registo e certificados• Desenhos, Livros de Instruções• Sobressalentes• Inspecções, Testes e Provas de Mar• Fornecimentos do Armador (Owner Supplies, Buyer’s Deliveries)• Descrição Técnica do Navio e de todos os seus Sistemas

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M.Ventura Processo do Projecto 57

Descrição Técnica do Navio

• Casco– Tipo de construção do casco e materiais– Tratamento de superfícies, pintura, protecção catódica

• Maquinaria– Maquinaria propulsora, geradores e sistemas auxiliares– Para cada Sistema

• Especificação dos componentes (bombas, compressores,..), quantidades e características nominais

• Tipo de accionamento, potência necessária• Encanamentos, dimensões nominais, materiais• Extensão do fornecimento

• Equipamentos

M.Ventura Processo do Projecto 58

Fornecimentos do Armador

• Equipamentos fornecidos pelo Armador, entregues no Estaleiro para instalação ou montagem a bordo pelo Construtor

• Exemplos: Roupas de cama, equipamento de cozinha, mapas e livros náuticos, bandeiras, medicamentos, equipamento médico, equipamento de escritório, sobressalentes e equipamento para além do exigido pelas Regras e Convenções, ferramentas para as oficinas, equipamento electrónico adicional, etc.

• Razões possíveis: evitar processos de aquisição demorados, equipamento já armazenado pelo Armador, permitir controlo absoluto sobre a selecção do equipamento, poupanças de escala, etc.

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M.Ventura Processo do Projecto 59

Especificação

• Não existem geralmente documentos padrão para a escrita das Especificações do Navio como existem para o Contracto de Construção

• Alguns Armadores especializados em tipo específicos de navios têm Especificações típicas que exigem para os seus navios

• Existem Sistemas de Classificação que são utilizados para categorizar os componentes do navio e que são utilizados para organizar as Especificações do Navio

M.Ventura Processo do Projecto 60

Exemplos de Especificações Típicas (1)

Deadweight Capacity

• The vessel's deadweight is to be about 145,000 metric tons at design draught of 16.00 m in salt water (density 1025 kg/m3).

• The specified deadweight to include fuel and lubricating oils, provisions, consumable stores, fresh water, crew and effects plus spare parts and equipment in excess of what is required by Classification Society, as well as items supplied by the Buyer and Owner's extras.

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M.Ventura Processo do Projecto 61

Exemplos de Especificações Típicas (2)

Speed

• The trial speed on summer draught (abt. 17.10 m) in deep, calm sea with clean hull will be about 15.0 knots with main engine developing 20,300 BHP, which corresponds to its selected maximum continuous rating (MCR). Correction for wind and waves to be done only if weather conditions in excess of Beaufort 2 (two).

• The service speed is estimated to be abt. 14.0 knots at 160,000 TDW and under conditions as above, including a sea margin of 15%.

• Verified speed trial test report to be provided, including a curve showing speed/power on the draught under trial conditions as well as a curve giving the service speed under conditions given above.

M.Ventura Processo do Projecto 62

Exemplos de Especificações Típicas (3)

Buyer’s Deliveries

• The following items to be furnished by the Owner:– Equipment, materials and hand tools for bosun’s store, paint

room, engine room, engine workshop, pump man shop, electrical workshop except those listed elsewhere in specification.

– All bedding (blankets, covers, pillows, sheets, except mattresses), towels and table cloths.

– All cook’s and steward’s utensils (silverware, dishes, glasses, pots, pans, cutleries, crockery,..)

– ……..

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M.Ventura Processo do Projecto 63

Exemplos de Especificações Típicas (4)

Buyer’s Deliveries (Cont.)

• Buyer’s supplies are to be delivered to Builder’s yard, free of cost, in perfect condition, properly packed and individually identified. Buyer is to cover all expenses of insurance until the arrival of the shipyard.

• The Builder will be responsible for storing and handling, after the delivery to the shipyard.

• A detailed list of Buyer’s furnished equipment and materials is to be presented to Builder at the early stage and a schedule will be prepared for deliveries.

M.Ventura Processo do Projecto 64

Exemplos de Especificações Típicas (5)

Drawings for Buyer's Approval• Drawings from the Builder or its subcontractors which

require Buyer's approval prior to commencement of work, shall if otherwise not explicitly agreed, be submitted to Buyer in four (4) copies with a covering letter.

• Buyer to have a reasonable time, not exceeding fourteen (14) calendar days, to study received drawings, whereafterone (1) copy (approved) should be returned to the Builder with Buyer’s approval and/or possible comments and with a covering letter.

• When the Buyer find it is impossible to return the approved drawings within the above specified time, the Buyer shall notify the Builder without delay. In case delay is in excess of 7 calendar days and no notice is given by the Buyer, drawings to be considered approved.

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M.Ventura Processo do Projecto 65

Exemplos de Especificações Típicas (6)

Official Sea Trials• The trials to be conducted at the draught equal to 17.10 m,

corresponding to the condition executed at the model tank tests.• The official speed trials are to take place in deep water and with

approved measuring means, which shall be agreed with Buyer.• The sea weather conditions at this time should be fair or up to

Beaufort 3 (three) and at corresponding wave conditions.• Heavy fuel of viscosity as close to 700cSt. at 50°C as available, but

not less tan 350 cSt. at 50 °C shall be chosen as fuel oil in accordance with the approved testing schedule and all endurance tests will be carried out with such oil.

• All horsepowers during the sea trials shall be measured by a torsion meter. MIP diagrams shall be taken.

M.Ventura Processo do Projecto 66

Especificação do Navio – Notas Gerais

• Na descrição dos sistemas não são geralmente feitas referências a marcas comerciais

• A identificação de marcas diminui a capacidade negocial para a aquisição dos equipamentos

• Existem no entanto alguns componentes (máquina principal, auxiliares, bombas de carga,..) que eventualmente o Armador faz questão que seja de uma determinada marca (ou modelo) e que devem ser identificados na Especificação (geralmente a máquina principal)

• Quando o Contracto é assinado, a Especificação do Navio éAnexa, assinada em todas as folhas por representantes do Estaleiro e do Armador

• Em caso de contradições ocasionais entre a Especificação e os desenhos, deve prevalecer o estabelecido nos Desenhos

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Outros Documentos Legais

M.Ventura Processo do Projecto 68

Contrato de Seguro do Casco

• Cobre erros no projecto, materiais ou mão-de-obra e semelhantes defeitos latentes (latent defects)

• Teve início com a chamada cláusula Inchmaree, introduzida como parte da 1ª edição das cláusulas de seguro do casco inglesas, do The Institute Time Clauses-Hull (ITCH), 1888

• O seguro cobria a perda ou dano do casco e maquinaria devido a explosão da caldeira, quebra dos veios ou quaisquer defeitos latentes na maquinaria ou no casco

• A cláusula inglesa foi revista duas vezes recentemente, em 2002 e em 2003

• O Comite Maritime International (CMI) tem por objectivo harmonizar as cláusulas de seguros marítimos

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M.Ventura Processo do Projecto 69

Conceito de Defeito Latente

• Um defeito na construção do navio ou da maquinaria que não é passível de ser facilmente descoberto por um perito competente durante uma inspecção normal.

• A descoberta de um defeito latente por si só não dá origem a uma queixa de acordo com o seguro de casco vulgar, mas os eventuais danos dele derivados estão normalmente cobertos.

M.Ventura Processo do Projecto 70

Inchmaree Clause

• Cláusula comum em contratos de seguros marítimos• Cobre o risco de eventos não directamente relacionados com os

perigos no mar tais como, mas não necessariamente limitados a, acidentes de carregamento

• Protege propriedade danificada ou destruída em resultado de actos negligentes da tripulação.

• A designação é derivada do nome de uma navio a vapor no qual uma bomba foi danificada devido à negligência da tripulação.

• Um tribunal britânico, em 1884, decidiu que esse acidente não era um perigo do mar (peril of the sea) e como tal, não coberto pelos termos dos contratos de seguro existentes na altura

• Desde então, os contratos de seguros marítimos cobrem esses tipos de casos incluindo uma cláusula específica sobre os riscos que, embora não ligados directamente aos perigos do mar, estão no entanto directamente relacionados com o transporte marítimo

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M.Ventura Processo do Projecto 71

Perils of the Sea - Definition

Perils of the Sea - Accidents and dangers peculiar to maritime activities, such as storms, waves, and wind; collision; grounding; fire, smoke and noxious fumes; flooding, sinking and capsizing; loss of propulsion or steering; and any other hazards resulting from the unique environment of the sea.

Dictionary of Military and Associated Terms. US Department of Defense, 2005. (CD-ROM#82)

M.Ventura Processo do Projecto 72

UK Marine Insurance Act (MIA)

• UK Marine Insurance Act (MIA), 1906• Reviewed in 1909, 1963, 1994, 2002, 2003

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M.Ventura Processo do Projecto 73

Bibliografia (Seguros Marítimos)

• Norwegian Marine Insurance Plan 1996, Version 2003 • English Institute Time Clauses Hulls (ITCH) , 1/10/83• American Institute Hull Clauses (June 2,1977)• Institute of London Underwriters Clauses (IC)

International Hull Clauses (IHC), 2003 (CD-ROM#59)• UK Marine Insurance Act (MIA), 2003 (CD-ROM#59)

M.Ventura Processo do Projecto 74

Bibliografia (1)

AWES (1998), “Standard Shipbuilding Contract”BIMCO NEWBUILDCON (2007), Standard Shipbuilding Contract (CD_ROM#59)

• Brodie, Peter (2003), “Dictionary of Shipping Terms”, 4th Edition.• Bundock, Michael (2003), “Shipping Law Handbook”, 3rd Edition.• Curtis, Simon (2002), “The Law of Shipbuilding Contract”, 3rd

Edition.• Fisher, K.W. (1991), "Responsibilities Pertaining to Drawing

Approvals During Ship Construction and Modification", Marine Technology, Vol.28, No.6, November 1991, SNAME, pp.314-323.

• Fisher, K.W. (1995), "An Owner's Management of Ship ConstructionContracts", International Conference NEWBUILD 2000 & the Role of the Naval Architect in Ship and Offshore Projects, RINA.

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M.Ventura Processo do Projecto 75

Bibliografia (2)

Fisher, K.W. (2004), "Shipbuilding Specifications: Best PracticeGuidelines", International Journal of Maritime Engineering, RINA. (CD-ROM#62)

• Fogarty, Barrister (2004), “Merchant Ship Legislation”, 2nd Edition.“Shipbuilding Contracts”, Hill Taylor Dickinson, 1st Edition, 2005.“Fundamentals of Shipbuilding Contracts”, Fisher Maritime Consulting Group, 2008. (CD-ROM#82)“SFI Group System”, The Ship Research Institute of Norway, 1973.“Product Work Breakdown Structure”, Revised December 1982, NSRP–0164.

• Phillips, Nevil and Craig, Nicholas (2001), “Merchant Ship Act 1995: An Annotated Guide”, 2nd Edition.

M.Ventura Processo do Projecto 76

Bibliografia (3)

Veenstra, Albert W. and Ludema, Marcel W. (2006), "The Relationship Between Design and Economic Performance of Ships", Maritime Policy & Management, Vol.33, No.2, pp.159-171. (CD-ROM#51)

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M.Ventura Processo do Projecto 77

Organizações (1)

• Baltic and International Maritime Council (www.bimco.org)• British Marine Equipment Association• Comite Maritime International (www.comitemaritime.org)• Community of European Shipyards Associations – CESA (www.cesa-

shipbuilding.org)• Hill Dickinson Marine Lawyers (www.hilldickinson.com)• MARAD – US Maritime Administration (www.marad.dot.gov)• Society of Maritime Industries (www.maritimeindustries.org)

M.Ventura Processo do Projecto 78

Organizações (2)

• UK Shipbuilders and Shiprepairers Association (www.ssa.org.uk)• Nordic Association of Marine Insurers (www.cefor.no)• Norwegian Marine Insurance Plan (www.norwegianplan.no)• Norwegian Maritime Law Association• Norwegian ShipOwners Association

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M.Ventura Processo do Projecto 79

Links Nacionais

• www.imarpor.pt (Instituto Portuário dos Transportes Marítimos)• www.ancruzeiros.pt (Lista de Legislação Náutica de Recreio)• www.fpvela.pt (Federação Portuguesa de Vela)• www.hidrografico.pt (Instituto Hidrográfico)• www.isn.org.pt (Instituto de Socorros a Náufragos)

Anexo A. Sistemas de Classificação de Sistemas e Componentes de Navios

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M.Ventura Processo do Projecto 81

Sistemas de Classificação de Navios

• Os sistemas de Classificação de componentes de navios foram desenvolvidos para fornecer aos estaleiros e às companhias envolvidas na gestão e exploração de navios ferramentas para apoio às actividades de:– Especificação de Navios– Estimativa de custos de construção (ou reparação)– Estimativas ou levantamentos do Peso Leve– Compras de equipamentos e serviços (Procurement)

M.Ventura Processo do Projecto 82

Alguns Sistemas de Classificação Existentes

• MARAD - MARitime ADministration, utilizado pela administração dos EUA.

• SWBS - Ship Work Breakdown Structure, utilizado pela marinha dos EUA e adaptado pela Marinha Portuguesa (ICAM).

• SFI - desenvolvido pelo Ship Research Institute, da Noruega

• O SWBS e o SFI estão organizados num número de grupos principais, que se dividem em grupos, sub-grupos e assim sucessivamente.

• O sistema MARAD é mais indefinido e incompleto na sua estruturação.

• Em cada um dos sistemas, um número de classificação éatribuído a cada item do navio ou grupo de itens, gerando uma estrutura em árvore.

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M.Ventura Processo do Projecto 83

MARAD

• É um sistema baseado em três dígitos. • Letras são utilizadas para definirem os três grupos

principais:– A. Steel hull– B. Outfit– C. Propelling machinery

M.Ventura Processo do Projecto 84

Ship Work Breakdown Structure (1)

• Sistema baseado em três caracteres

Ballast, Fixed or Fluid and Buoyancy Units191

Sonar Domes165

Ballistic Plating164

Structure100

TitleSWBS

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M.Ventura Processo do Projecto 85

Ship Work Breakdown Structure (2)

Uptakes259

Propellers245

Propulsion Shaft Bearings244

Propulsion Shafting243

Propulsion Clutches and Couplings242

Propulsion Reduction Gears241

Propulsion Internal Combustion Engines233

Machinery Plant Central Control Systems202

Propulsion200

TitleSWBS

M.Ventura Processo do Projecto 86

Ship Work Breakdown Structure (3)

Non-combat Data Processing Systems493

Electronic Test, Checkout and Monitoring Systems491

Fire Control Systems480

Countermeasures470

Surveillance Systems (Underwater)460

Surveillance Systems (Surface)450

Exterior Communications440

Indicating Order and Metering System437

Announcing System433

Non Electrical/ Non Electronic Navigation Aids421

Navigation System420

Personal Safety403

Command and Control400

Ship Service Power Generation311

Electrical300

TitleSWBS

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M.Ventura Processo do Projecto 87

Ship Work Breakdown Structure (4)

Miscellaneous Mechanical Handling Systems589

Aircraft Handling, Service and Stowing588

Mooring and Towing System582

Anchor Handling and Stowage Systems581

Cargo Handling Systems573

Steering and Diving Control Systems561

Fire Extinguishing System555

O2N2 System553

Aviation and General Purpose Fuel Systems542

Ship Fuel and Fuel Compensating System541

Potable Water533

Drainage and Ballasting System529

Sea Water Systems520

Air Conditioning514

Ventilation System512

Auxiliary Systems500

TitleSWBS

M.Ventura Processo do Projecto 88

Ship Work Breakdown Structure (5)

Cargo Stowage673

Lockers and Specially Stowage671

Medical Spaces652

Commissary Spaces651

Sanitary Spaces and Fixtures644

Living Spaces640

Airports, Fixed Port lights and Windows625

Outfit and Furnishings600

TitleSWBS

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M.Ventura Processo do Projecto 89

Ship Work Breakdown Structure (6)

Aircraft Related Weapon Systems780

Cargo Munitions Handling and Stowage770

Torpedo Systems750

Missiles and Rocket Systems720

Guns and Ammunition Systems710

Weapons700

TitleSWBS

M.Ventura Processo do Projecto 90

ICAMN

• Índice de Classificação por Assuntos do Material Naval• Sistema adoptado pela Marinha Portuguesa, baseado no

SWBS da US Navy• Orientado essencialmente para navios militares

(combatentes e auxiliares)• PGSUM 001 (B), “Índice de Classificação por Assuntos do

Material Naval”, Superintendência dos Serviços de Material, 2004.

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M.Ventura Processo do Projecto 91

ICAMN – Áreas Funcionais

0 – Estudos e Requisitos da Marinha e Contratação1 – Casco2 – Instalação Propulsora3 – Instalação Eléctrica4 – Comando e Vigilância5 – Sistemas Auxiliares6 – Aprestamento7 – Armamento8 – Projecto, Construção e Alterações9 – Montagem (Integração) e Serviços de Apoio à Construção e

à ManutençãoApêndice A - Carga

M.Ventura Processo do Projecto 92

SFI Group System (1)

• O SFI é um sistema de classificação dos sistemas e componentes de navios, que foi desenvolvido e publicado pelo Norge Skips Forsknings Institutt (NSFI) da Noruega e éhoje propriedade da XANTIC (www.xantic.net).

• Este sistema é baseado numa classificação com três dígitos, e nele existem 10 grupos principais. Cada um destes ésubdividido em 10 grupos e cada um destes em 10 sub-grupos.

Assim, o número de classificação terá a forma:M G S

em que:M – dígito do grupo principalG - dígito do grupoS - dígito do sub-grupo

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M.Ventura Processo do Projecto 93

SFI Group System (2)

• Posteriormente foi desenvolvido uma extensão, SFI DetailCode, que aumenta o número de dígitos para 6, de modo a permitir a identificação de elementos a um nível mais fino.

• Ao mais alto nível, dos 10 grupos principais, apenas 8 são correntemente utilizados para Navios:0. (reserved)1. Ship General2. Hull3. Equipment for Cargo4. Ship Equipment5. Equipment for Crew and Passengers6. Machinery Main Components7. Systems for Machinery Main Components8. Ship Common Systems9. (reserved)

M.Ventura Processo do Projecto 94

SFI Group System (3)

• There is also a SFI Group System for Rigs with the followingMain Groups:1. Rig General2. Hull and Structure3. Drilling Equipment and Systems4. Platform Equipment5. Equipment for Crew6. Machinery Main Components7. Systems for Machinery Main Components8. Platform Common Systems

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M.Ventura Processo do Projecto 95

1. Ship General

10. Specification, Estimating, Model Testing, Drawings, Ordering

11. Insurances, Fees, General Expenses, Representation12. General Work and Models13. Provisional Rigging During Construction14. Work in Connection with Ways, Launching and Docking15. Inspection, Measurements, Tests and Trials16. Guarantee and Mending Work17. (reserved)18. (reserved)19. General Consumption Articles

M.Ventura Processo do Projecto 96

2. Hull

20. Hull Materials, General Hull Work21. Afterbody22. Engine Area23. Cargo Area24. Forebody25. Deck Houses, Superstructures26. Hull Outfitting27. Material Protection, External28. Material Protection, Internal29. Miscellaneous Hull Work

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M.Ventura Processo do Projecto 97

3. Equipment for Cargo

30. Hatches and Ports31. Equipment for Cargo in Holds and on Deck32. Special Cargo Handling Equipment33. Deck Cranes with Rigging, etc. for Cargo34. Masts, Posts with Derrick Booms, rigging and Winches, for

Cargo35. Loading and Discharging Systems for Cargo36. Freezing, Refrigerating and Heating Systems for Cargo37. Gas/Ventilation Systems for Cargo Holds/Tanks38. Auxiliary Systems for Cargo39. (reserved)

M.Ventura Processo do Projecto 98

4. Ship Equipment

40. Maneuvering Machinery and Equipment41. Navigation and Searching Equipment42. Communication Equipment43. Anchoring, Mooring and Towing Equipment44. Repair, Maintenance and Cleaning Equipment, Outfitting in

Stores and Workshops, Name Plates, Special Foundations45. Lifting and Transport Equipment for Machinery

Components46. Hunting, Fishing and Processing Equipment47. Armament, Weapons and Weapon Countermeasures48. Special Equipment49. (reserved)

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M.Ventura Processo do Projecto 99

5. Equipment for Crew and Passengers

50. Lifesaving, Protection and Medical Equipment51. Insulation Panels, Partition Bulkheads, Doors, Side

Scuttles, Windows and Skylights52. Internal Deck Covering, Ladders, Steps, Railing, etc.53. External Deck Covering, Ladders, Steps, etc., Fore and

Aft Gangway and Deck Equipment54. Furniture, Inventory and Entertainment Equipment55. Galley and Pantry Equipment, Arrangements for Provisions,

Ironing and Drying Equipment, Laundry.56. Lifting and Transport Equipment for Crew, Passengers and

Provisions. Shore Gangway Equipment and Helicopter Platform

57. Ventilation, Air-Conditioning and Heating Systems58. Sanitary Systems with Discharges, Drainage Systems for

Accommodation59. Other, for Passenger Ships

M.Ventura Processo do Projecto 100

6. Machinery Main Components

60. Diesel Engines for Propulsion61. Steam Machinery for Propulsion62. Other Types of Propulsion Machinery63. Transmissions and Foils64. Boilers, Steam and Gas Generators65. Motor Aggregates for Main Electrical Power Production66. Other Aggregates and Generators for Main and

Emergency Electrical Power Production67. Nuclear Reactor Plants68. (reserved)69. (reserved)

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M.Ventura Processo do Projecto 101

7. Systems for Machinery Main Components

70. Fuel Oil Systems71. Lube Oil Systems72. Cooling Systems73. Compressed Air Systems 74. Exhaust Systems and Air Intakes75. Steam, Condensate and Feed Water Systems76. Distilled and Make-up Water Systems77. (reserved)78. (reserved)79. Automation Systems for Machinery

M.Ventura Processo do Projecto 102

8. Ship Common Systems

80 Ballast and Bilge Systems, Gutter Pipes Outside Accommodation

81 Fire and Lifeboat Alarm Systems, Firefighting Systems, Wash Down Systems

82. Air and Sounding Systems from Tanks to Deck83. Special Common Hydraulic Systems84. Central Heat Transfer Systems with Chemical Liquids85. (reserved)86. (reserved)87. (reserved)88. Electrical Common Systems89. Electrical Distribution Systems

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Anexo B. Classificação da Força do Vento

M.Ventura Processo do Projecto 104

Escala de Ventos Beaufort (1)

• Escala para estimar as velocidades do vento criada pelo almirante britânico Sir Frances Beaufort (1805)

• Desenvolvida para ajudar os marinheiros a estimar a velocidade do vento por observação visual

• A velocidade do vento associada a um dado valor da escala pode ser obtida pela fórmula:

]/[837.0 5.1 smBv scl=• A escala foi ampliada em 1944 adicionando forças 13 a 17

para condições meteorológicas especiais tais como ciclones e tempestades tropicais (usada exclusivamente em Taiwan e na China)

• A escala Beaufort é muito usada para definir condições ambientais para medidas de velocidade do navio em provas de mar

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M.Ventura Processo do Projecto 105

Escala Beaufort (2)

M.Ventura Processo do Projecto 106

Escala Beaufort (3)

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M.Ventura Processo do Projecto 107

Escala Beaufort (4)

M.Ventura Processo do Projecto 108

Escala Beaufort (5)

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M.Ventura Processo do Projecto 109

Escala Beaufort (6)

M.Ventura Processo do Projecto 110

Escala Beaufort (7)

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M.Ventura Processo do Projecto 111

Escala Beaufort (8)

M.Ventura Processo do Projecto 112

Escala Beaufort (9)

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Anexo C. Douglas Sea Scale

M.Ventura Processo do Projecto 114

Douglas Sea Scale

• Created by the English Admiral H.P. Douglas in 1917, while he was head of the British Meteorological Navy Service

• Its purpose is to estimate the sea's roughness for navigation.

• Consists of two codes:– one for estimating the state of the sea (fresh waves

attributable to local wind conditions)– the other for describing sea swell (large rolling waves

attributable to previous or distant winds)

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M.Ventura Processo do Projecto 115

Douglas Sea Scale

The Douglas Sea Scale is expressed in one of 10 degrees:• Degree 0—no measurable wave height, calm sea• Degree 1—waves >10 cm., rippled sea• Degree 2—waves 10–50 cm., smooth sea• Degree 3—waves 0.5–1.25 m., slight sea• Degree 4—waves 1.25–2.5 m., moderate sea• Degree 5—waves 2.5–4 m., rough sea• Degree 6—waves 4–6 m., very rough sea• Degree 7—waves 6–9 m., high sea• Degree 8—waves 9–14 m., very high sea• Degree 9—waves >14 m., phenomenal sea