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PR\505310PT.doc PE 332.577 PT PT PARLAMENTO EUROPEU 1999 « « « « « « « « « « « « 2004 Comissão dos Assuntos Jurídicos e do Mercado Interno PROVISÓRIO 2003/2130(INI) 27 de Agosto de 2003 PROJECTO DE RELATÓRIO que contém recomendações à Comissão sobre uma tabela de referência europeia de avaliação dos danos causados à integridade física e psíquica (2003/2130(INI)) Comissão dos Assuntos Jurídicos e do Mercado Interno Relator: Willi Rothley ((Iniciativa - Artigo 59º do Regimento)

PROJECTO DE RELATÓRIO - europarl.europa.eu · PROJECTO DE RELATÓRIO ... I – SISTEMA NERVOSO As situações não descritas são avaliadas por comparação com situações clínicas

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PARLAMENTO EUROPEU1999 �

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Comissão dos Assuntos Jurídicos e do Mercado Interno

PROVISÓRIO2003/2130(INI)

27 de Agosto de 2003

PROJECTO DE RELATÓRIOque contém recomendações à Comissão sobre uma tabela de referênciaeuropeia de avaliação dos danos causados à integridade física e psíquica(2003/2130(INI))

Comissão dos Assuntos Jurídicos e do Mercado Interno

Relator: Willi Rothley ((Iniciativa - Artigo 59º do Regimento)

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PR_INI

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ÍNDICE

Página

PÁGINA REGULAMENTAR............................................................................................... 4

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU........................................ 5

ANEXO À PROPOSTA DE RESOLUÇÃORECOMENDAÇÕES DETALHADAS QUANTO AO CONTEÚDO DAPROPOSTA REQUERIDA ................................................................................................... 6

ANEXO À PROPOSTA DE RECOMENDAÇÃO DO CONSELHO................................... 11

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS.............................................................................................. 72

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PÁGINA REGULAMENTAR

Na sessão de ..., o Presidente do Parlamento comunicou que a Comissão dos AssuntosJurídicos e do Mercado Interno fora autorizada a elaborar um relatório de iniciativalegislativa, nos termos do artigo 163º do Regimento, sobre uma tabela de referência europeiade avaliação dos danos causados à integridade física e psíquica.

Na sua reunião de 8 de Julho de 2003, a Comissão dos Assuntos Jurídicos e do MercadoInterno designou relator Willi Rothley.

Na sua reunião/Nas suas reuniões de..., a comissão procedeu à apreciação do projecto derelatório.

Na mesma/última reunião, a comissão aprovou a proposta de resolução por ... votos a favor, ...contra e ... abstenção(abstenções)/por unanimidade.

Encontravam-se presentes no momento da votação ... (presidente/presidente em exercício), ...(vice-presidente), ... (vice-presidente), Willi Rothley (relator(a)), ..., ... (em substituição de ...),... (em substituição de ..., nos termos do nº 2 do artigo 153º do Regimento), ... e ... .

O relatório foi entregue em 27 de Agosto de 2003.

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PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU

que contém recomendações à Comissão sobre uma tabela de referência europeia deavaliação dos danos causados à integridade física e psíquica(2003/2130(INI))

O Parlamento Europeu,

– Tendo em conta o artigo 192º, segundo parágrafo, do Tratado CE,

– Tendo em conta os artigos 59º e 163º do seu Regimento,

A. Considerando a inexistência de disposições comunitárias sobre a avaliação dos danoscorporais,

B. Considerando que não se encontra a ser elaborada qualquer proposta, na acepção do nº 2do artigo 59º do Regimento,

1. Solicita à Comissão que, com base no artigo 308º do Tratado CE, lhe submeta umaproposta de recomendação do Conselho sobre uma tabela de referência europeia deavaliação dos danos causados à integridade física e psíquica, em observância dasrecomendações detalhadas que figuram em anexo;

2. Verifica que estas recomendações respeitam o princípio de subsidiariedade e os direitosfundamentais dos cidadãos;

3. Entende que a proposta requerida não tem incidências financeiras;

4. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução e as recomendaçõesdetalhadas que figuram em anexo à Comissão e ao Conselho.

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ANEXO À PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

RECOMENDAÇÕES DETALHADAS QUANTO AO CONTEÚDO DA PROPOSTAREQUERIDA

Projecto de proposta da Comissão

DE RECOMENDAÇÃO DO CONSELHO

sobre uma tabela de referência europeia de avaliaçãodos danos causados à integridade física e psíquica

O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA,

- Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, oseu artigo 308º,

- Tendo em conta a proposta da Comissão,

Considerando o seguinte:

(1) A avaliação e a reparação dos danos corporais baseiam-se, em cada um dosEstados-Membros da União Europeia, em disposições legislativas e tradições dejurisprudência e de doutrina diferentes;

(2) A indemnização dos danos corporais é, frequentemente, objecto de controvérsias e delitígios que têm incidência transfronteira;

(3) Tendo em vista facilitar a livre circulação de pessoas no mercado interno, é desejáveluma certa aproximação das práticas de avaliação existentes nos Estados-Membros;

(4) É conveniente, no estado actual de desenvolvimento do direito comunitário, e tendoem conta os princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade, recomendar aosEstados-Membros que se baseiem numa tabela de avaliação europeia quando daavaliação dos danos corporais;

(5) A base da avaliação deve ser a dos danos causados à integridade física e/ou psíquica,medicamente identificáveis e consequentemente, mensuráveis por um médico; aavaliação reprodutível dos danos causados subjectivos puros, medicamenteexplicáveis (plausíveis mas não identificáveis e, por isso, não mensuráveis) só épossível se for feita com base numa única e mesma taxa: não é possível modularaquilo que não é objectivável;

(6) A avaliação requer uma unidade e um sistema. A fim de não modificar demasiadoprofundamente os hábitos médico-legais dos peritos europeus, optou-se por um

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sistema em percentagens;

(7) Os danos à integridade físico-psíquica (DIFP) são definidos da seguinte forma: «aredução definitiva do potencial físico e/ou psíquico medicamente identificável oumedicamente explicável, à qual acrescem as dores e as repercussões psíquicas que omédico sabe estarem habitualmente associadas à sequela, bem como as consequênciasna vida diária habitual e objectivamente relacionadas com esta sequela.";

(8) A taxa de DIFP é: a ordem de grandeza, referida a um máximo teórico de 100%, dasdificuldades sentidas por qualquer indivíduo, cujas sequelas são assim quantificadas,quando efectua os gestos e actos habituais da vida diária extra-profissional, ou seja, aordem de grandeza da sua «incapacidade pessoal»;

(9) A percentagem de DIFP não é uma unidade de medida mas uma unidade deapreciação, que resulta da integração das medição de vários fenómenos com a ajuda devários instrumentos e, portanto, expressos em várias unidades, e de uma opiniãointuitiva fruto da experiência e da arte de apreender o imponderável;

(10) A tabela europeia não representa nem um manual de patologia de sequelas nem umcompêndio de avaliação. Foi concebida para utilização exclusiva pelos peritos,médicos conhecedores dos princípios da medicina legal civil e das regras de utilizaçãoem matéria de estado prévio e de invalidezes múltiplas;

(11) Não se trata de uma maxi-tabela, mas de um guia que faculta taxas centraisimportantes para as lesões de todos os órgãos e de todas as funções. É, contudo,suficientemente detalhada, podendo vir a ser, no futuro, utilizada como uma tabela dereferência em seguros pessoais;

(12) Alguns tipos de sequelas (por exemplo, oftalmológicas, ORL, estomatológicas, etc.)exigem o recurso ao especialista do domínio em causa. O médico perito deveencontrar, no relatório do seu especialista, todos os dados técnicos e todos oselementos de reflexão que permitam ao médico avaliador pronunciar-se sobre aimputabilidade e sobre a quantificação das sequelas;

(13) As taxas propostas referem-se ao indivíduo na sua globalidade e não quantificam umdéfice em relação à integridade, cotada como 0%, de uma função ou de um órgão;

(14) Estas taxas referem-se às sequelas consideradas isoladamente;

(15) No caso de sequelas múltiplas, a taxa global não representa a soma das taxas isoladas;o seu cálculo difere consoante as sequelas participem (sequelas sinérgicas) ou não(sequelas não sinérgicas) na mesma função. A tabela de referência não contém umafórmula pseudo-matemática, mas apela ao senso clínico, ao bom senso e ao realismodo médico responsável pela avaliação:

� no caso de lesões simultâneas em vários níveis do mesmo membro ou órgão, a taxa globalnão consiste na soma das taxas isoladas, mas é consequência da sua sinergia, não podendoultrapassar a referente à perda total do membro ou do órgão;

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� caso se trate de lesões simultâneas e sinérgicas que afectam membros ou órgãosdiferentes, é o dano global da função que deve ser avaliado;

� no caso de invalidezes múltiplas não sinérgicas, a taxa global só pode ser inferior à somadas taxas isoladas, pois caso contrário o limite da taxa de 100% seria frequentementeultrapassado, embora o ferido mantenha evidentemente uma capacidade residual. Éportanto necessário comparar o estado da vítima com situações clínicas tipo das quais seconhecem as taxas de DIFP. É sobretudo necessário, e imperativo, explicar a situaçãoconcreta, cujo polimorfismo não pode ser reduzido à abstracção de uma taxa isolada doseu contexto;

(16) A tabela de referência não faculta nenhum «número feito» mas impõe uma abordagemclínica das sequelas e a análise das suas consequências objectivas na vida diária. Estacompreensão global da avaliação das sequelas obriga a uma explicação da origem dataxa de DIFP. A título de exemplo, a tabela não faculta uma taxa para a laringectomia:é necessário quantificar globalmente o impacto na vida diária da dispneia e da afoniaou da disfonia (uma taxa na tabela correspondente a cada uma destas sequelas);

(17) No caso de uma anquilose pós-traumática do cotovelo num amputado da mãohomolateral, a taxa não será evidentemente a que seria concedida para a mesmaanquilose num indivíduo que não tenha perdido previamente a mão;

(18) Tendo optado por uma orientação o mais funcional possível, a tabela de referênciafaculta, para as amputações dos membros inferiores, taxas correspondentes aamputações com as situações mais frequentemente encontradas na prática. Com efeito,e excepto no contexto de uma amputação do pé, o ferido fica incapaz de caminhar oumanter-se em pé sem prótese. Estas taxas são passíveis de modificação quando aprótese é pouco eficaz ou, pelo contrário, apresenta um desempenho excepcional;

(19) Da mesma forma, e independentemente da função considerada (andar, audição, etc.),sempre que uma prótese, uma ortótese ou uma ajuda técnica disponibilizada ao doentemelhoram os problemas funcionais apresentados, estes são avaliados tomando emconsideração os benefícios conferidos;

(20) As situações não descritas são avaliadas por comparação com situações clínicasdescritas e quantificadas;

(21) Deliberadamente, as situações excepcionais e as meramente teóricas, que se tornaramimpensáveis no estado presente dos nossos meios terapêuticos, não foramconsideradas;

(22) A tabela deve ser entendida como um guia de referência, sem carácter imperativo. Oseu carácter meramente indicativo deve ser especialmente sublinhado, quando se tratade estabelecer uma taxa de DIFP muito elevada;

(23) Sistematicamente, e imperativamente em caso de sequelas graves, a taxa deve serfundamentada mediante uma explicação;

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(24) Um Observatório Europeu da tabela irá garantir a sua revisão permanente em funçãodas observações, das críticas fundamentadas, dos problemas de utilização, dosmétodos de avaliação e da evolução dos conhecimentos médicos;

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RECOMENDA

aos Estados-Membros que tomem as medidas adequadas para que a tabela europeia deavaliação reproduzida em anexo seja tida em conta como tabela de referência pelasautoridades competentes quando da avaliação dos danos causados à integridade físicae psíquica.

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ANEXO À PROPOSTA DE RECOMENDAÇÃO DO CONSELHO

Grupo «ROTHLEY»

Tabela de referênciaeuropeia de avaliaçãodos danos causados à

integridade físicae psíquica

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ÍNDICEÍndice __________________________________________________________________ 12

I. Sistema nervoso ___________________________________________________ 13Neurologia ________________________________________________________13Psiquiatria _________________________________________________________18Défices sensório-motores _____________________________________________19

II. Sistema sensorial e estomatologia _____________________________________ 21Oftalmologia _______________________________________________________21ORL ____________________________________________________________ 25Estomatologia ______________________________________________________27

III. Sistema ósteo-articular ______________________________________________29Membro superior ___________________________________________________30Membro inferior ____________________________________________________40Coluna ___________________________________________________________47Bacia _____________________________________________________________49

IV. Sistema cárdio-respiratório __________________________________________50Coração ___________________________________________________________50Aparelho respiratório ________________________________________________52

V. Sistema vascular ___________________________________________________54Arteriais __________________________________________________________54Veias _____________________________________________________________54Linfáticos _________________________________________________________54Baço _____________________________________________________________55

VI. Sistema digestivo __________________________________________________56Hepato-gastrenterologia _______________________________________________57

VII. Sistema urinário ___________________________________________________59

VIII. Sistema reprodutor ________________________________________________ 61

IX. Sistema glandular endócrino ________________________________________ 63

X. Sistema cutâneo ___________________________________________________66Queimaduras profundas ou cicatrizações patológicas ________________________66

Índice remissivo ___________________________________________________67***

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I.SISTEMA

NERVOSO

I – SISTEMA NERVOSO

As situações não descritas são avaliadas por comparação com situações clínicas descritas equantificadas.

Nos casos em que a tabela considera apenas o défice completo, as sequelas parciaisdevem ser avaliadas de acordo com o défice observado, tomando em consideração a taxada perda total.

A) NEUROLOGIA

a) Sequelas motoras e sensório-motoras

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b) Perturbações cognitivas

A análise das síndromes deficitárias neuro-psicológicas deve fazer referência a uma semiologiarigorosa. A síndrome dita "frontal" corresponde, na realidade, a entidades actualmente bemdefinidas, onde os défices associados, mais ou menos significativos, produzem quadros clínicosextremamente polimorfos.Por conseguinte, a avaliação da taxa de incapacidade deve ser imperativamente baseada emavaliações médicas rigorosas e especializadas, correlacionando as lesões iniciais e os dados dosexames clínicos e paraclínicos.

1) Síndrome frontal verdadeira

Forma major com apragmatismo e perturbações graves da inserção social e familiar 60 a 85 %

Forma grave com alteração da conduta instintiva, perda da iniciativa, perturbaçõesdo humor, inserções social e familiar precárias 35 a 60 %

Forma média com bradipsiquia relativa, dificuldades de memorização, perturbaçõesdo humor e repercussões na inserção social e familiar 20 a 35 %

Forma minor com distractibilidade, lentidão, dificuldades de memorização edesenvolvimento das estratégias complexas. Poucas ou nenhumas perturbações dainserção social e familiar 10 a 20 %

Tetraplegia completa segundo o nível� de C2 a C6

� abaixo de C6

95 %85 %

Hemiplegia completa

� com afasia� sem afasia

90 %75 %

Paraplegia completa segundo o nível 70 a 75 %

Cauda equina, afecção completa, segundo o nível 25 a 50 %

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2) Perturbações da comunicação

Afasia major com jargonafasia, alexia, perturbações da compreensão 70 %

Forma minor: perturbações da denominação e da repetição, parafasia. Acompreensão mantém-se 10 a 30 %

3) Perturbações da memória

Síndrome de Korsakoff completa 60 %

Perturbações associadas: esquecimentos frequentes, influenciando a vida diáriacom necessidade de auxiliares de memória na vida diária, falsos reconhecimentos,possivelmente confabulação, dificuldades de aprendizagem, perturbações daevocação 10 a 60 %

Perda total ou parcial dos conhecimentos didácticos:As taxas correspondentes serão avaliadas de acordo com a mesma escala utilizada nas perturbações da memória.

4) Perturbações cognitivas minor

Na ausência de uma síndrome frontal verdadeira ou de dano isolado de uma função cognitiva,alguns traumatismos cranianos mais ou menos graves podem associar-se à permanência de queixasobjectiváveis constituindo uma síndrome diferente da síndrome pós-comocional, incluindo:

Labilidade da atenção, lentidão de ideias, dificuldades de memorização, fadigaintelectual, intolerância ao ruído, instabilidade do humor, persistindo mais de 2anos 5 a 10 %

5) Demência

A prova de demências pós-traumáticas não é fornecida. As demências ditas "dotipo Alzheimer” e as demências senis nunca são pós-traumáticas

c) Défices mistos cognitivos e sensório-motores

Estes défices mistos constituem as sequelas características dos traumatismos cranianos graves. Associam-se maisfrequentemente a disfunções frontais dos défices cognitivos, perturbações do comportamento, síndromes piramidaise/ou cerebelosos, perturbações sensoriais (hemianópsias, paralisias óculo-motoras...) correspondentes a lesõesvisualizáveis por imagiologia.

Estas associações produzem quadros clínicos diferentes de um indivíduo para o outro, de tal forma que não épossível propor uma taxa rigorosa, ao contrário do que sucede para sequelas perfeitamente individualizadas.Estes défices serão objecto de uma avaliação global.

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É, contudo, possível reconhecer no contexto da avaliação médico-legal vários níveis de gravidade em função do déficeglobal.

Abolição de toda a actividade voluntária útil, perda de todas as possibilidadesrelacionais identificáveis 100 %

Défices sensório-motores major limitando gravemente a autonomia, associados adéfices cognitivos incompatíveis com uma vida relacional decente 85 a 95%

Perturbações cognitivas major incluindo, em primeiro plano, desinibição eperturbações graves do comportamento, comprometendo toda a socialização, comdéfices sensório-motores compatíveis com uma autonomia para os actos essenciaisda vida diária

60 a 85%

Perturbações cognitivas que associam uma perturbação permanente daatenção e da memória, perda relativa ou total da iniciativa e/ou da autocrítica,incapacidade de gestão das situações complexas, com défices sensório-motorespatentes mas compatíveis com uma autonomia para os actos da vida diária

40 a 60 %

Perturbações cognitivas associando lentidão ideatória evidente, défice evidente damemória, dificuldade de elaboração de estratégias complexas com déficessensório-motores pouco significativos

20 a 40 %

d) Epilepsia

Não é possível propor uma taxa de incapacidade sem prova da realidade do traumatismo crânio-encefálico e da realidade das crises, nem antes que decorra um lapso de tempo indispensável àestabilização da evolução espontânea das perturbações e à adaptação do paciente ao tratamento.

1) Epilepsias com perturbações da consciência

(Epilepsias generalizadas e epilepsias parciais complexas)

Epilepsias não controláveis apesar de uma terapêutica adaptada e acompanhada,com crises quase diárias comprovadas 35 a 70 %

Epilepsias dificilmente controladas, com crises frequentes (várias por mês) eefeitos secundárias dos tratamentos 15 a 35 %

Epilepsias bem controladas através de um tratamento bem tolerado 10 a 15 %

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2) Epilepsias sem perturbações da consciência

Epilepsias parciais simples devidamente reconhecidas de acordo com o tipo e afrequência das crises e de acordo com os efeitos secundários dos tratamentos

10 a 30 %

As anomalias isoladas do EEG, na ausência de crises comprovadas, não permitem estabelecer o diagnóstico deepilepsia pós-traumática

e) Síndrome pós-comocional

Queixas não objectivadas subsequentes a uma perda do conhecimentocomprovada

2 %

f) Dores de desaferenciação:

Trata-se de dores relacionadas com uma lesão do sistema nervoso periférico, percebidas fora do contexto de qualquerestimulação nociceptiva e podendo traduzir-se em vários tipos clínicos:anestesia dolorosa, descargas fulgurantes, hiperpatias (dor de membro fantasma das amputações ou nevralgias dotrigémeo, por exemplo)

Trata-se de "dores atípicas" que não fazem parte do quadro de sequelas habitual e que não estão por isso incluídasna taxa de DIFP. Constituem um dano anexo.

Parece contudo justificada a sua avaliação, elevando a taxa de DIFP do défice em questão de 5 para 10 %

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B) PSIQUIATRIA

(Por referência às classificações CIM X e DSM IV)

a) Perturbações persistentes do humor

No caso de lesões físicas pós-traumáticas que requerem um tratamento complexo e de longoprazo e implicam sequelas graves, pode subsistir um estado psíquico permanente dolorosoconstituído por perturbações persistentes do humor (estado depressivo):

Acompanhamento médico frequente por um especialista, necessidadesterapêuticas major com ou sem hospitalização

10 a 20 %

Acompanhamento médico regular por um especialista com terapêutica específicaesporádica 3 a 10%

Requerendo um acompanhamento médico irregular com tratamento intermitente Até 3 %

b) Neuroses traumáticas (Estado de stress pós-traumático, neurose do medo)

Seguem-se as manifestações psíquicas provocadas pelo medo repentino, imprevisto e súbito de um acontecimentotraumático que ultrapassa as capacidades de defesa do indivíduo.O factor de stress deve ser intenso e/ou prolongado.O acontecimento deve ter sido memorizado.A sintomatologia inclui as perturbações ansiosas do tipo fóbico, comportamentos de evitação, uma síndrome derepetição e perturbações da personalidade. Tratado muito precocemente, a sua avaliação só pode ser consideradadecorridos dois anos de evolução.

Grande síndrome fóbico 12 a 20%

Ansiedade fóbica com crises de pânico, com comportamentos de evitação esíndrome de repetição 8 a 12 %

Manifestações ansiosas fóbicas com comportamentos de evitação e síndromede repetição 3 a 8 %

Manifestações ansiosas fóbicas pouco significativas Até 3 %

c) Perturbações psicóticas

Não são desenvolvidas nesta tabela, dado que a sua imputabilidade a um traumatismonão é quase nunca demonstrada.

***

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C) DÉFICES SENSÓRIO-MOTORES

A lesão nervosa provoca uma paralisia (lesão total) ou uma parésia. Esta deve ser avaliada deacordo com a sua repercussão clínica e técnica objectivas

a) Face

Paralisia do nervo trigémeo� unilateral� bilateral

15 %30 %

Paralisia do nervo facial� unilateral� bilateral

20 %45 %

Paralisia do nervo glosso-faríngeo� unilateral 8 %

Paralisia do nervo grande hipoglosso� unilateral 10 %

b) Membro superiorD ND

Paralisia total (lesão completa do plexo braquial) 65 % 60 %

Paralisia médio-cubital 45 % 40 %Paralisia do nervo radial

� acima do ramo tricipital� abaixo do ramo tricipital

40 %30 %

35 %25 %

Paralisia do nervo mediano� no braço� no punho

35 %25 %

30 %20 %

Paralisia do nervo cubital 20 % 15 %

Paralisia do nervo circunflexo 15 % 12 %

Paralisia do nervo músculo-cutâneo 10 % 8 %

Tendo em consideração as consequências sobre o membro superior,as seguintes lesões foram colocadas neste capítulo:

D ND

Paralisia do nervo espinal 12 % 10 %

Paralisia do nervo torácico superior 5 % 4 %

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c) Membro inferior

Paralisia ciática total (lesão completa)

� forma troncular alta (com paralisia das nádegas)� forma baixa, abaixo do joelho

45 %35 %

Paralisia do nervo femoral 35 %

Paralisia do nervo peroneal 22 %

Paralisia do nervo tibial 22 %

Paralisia do nervo obturador 5 %

***

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II.SISTEMA SENSORIAL

eESTOMATOLOGIA

II. SISTEMA SENSORIAL E ESTOMATOLOGIA

1 - OFTALMOLOGIA

As situações não descritas são avaliadas por comparação com situações clínicas descritas equantificadas.

A) ACUIDADE VISUAL

a) Perda total da visão

Perda da visão dos dois olhos (cegueira) 85 %Perda da visão de um olho 25 %

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b) Perda da acuidade visual dos dois olhos, visão de longe e de perto

10/10 9/10 8/10 7/10 6/10 5/10 4/10 3/10 2/10 1/10 1/20 <1/20 Cegueira

10/10 0 0 0 1 2 3 4 7 12 16 20 23 259/10 0 0 0 2 3 4 5 8 14 18 21 24 268/10 0 0 0 3 4 5 6 9 15 20 23 25 287/10 1 2 3 4 5 6 7 10 16 22 25 28 306/10 2 3 4 5 6 7 9 12 18 25 29 32 355/10 3 4 5 6 7 8 10 15 20 30 33 35 404/10 4 5 6 7 9 10 11 18 23 35 38 40 453/10 7 8 9 10 12 15 18 20 30 40 45 50 552/10 12 14 15 16 18 20 23 30 40 50 55 60 651/10 16 18 20 22 25 30 35 40 50 65 68 70 781/20 20 21 23 25 29 33 38 45 55 68 75 78 80

<1/20 23 24 25 28 32 35 40 50 60 70 78 80 82Cegueir

a 25 26 28 30 35 40 45 55 65 78 80 82 85

Quadro I: visão de longe.

P 1,5 P2 P3 P4 P5 P6 P8 P10 P14 P20 < P20 Cegueira

P 1,5 0 0 2 3 6 8 10 13 16 20 23 25P 2 0 0 4 5 8 10 14 16 18 22 25 28P 3 2 4 8 9 12 16 20 22 25 28 32 35P 4 3 5 9 11 15 20 25 27 30 36 40 42P 5 6 8 12 15 20 26 30 33 36 42 46 50P 6 8 10 16 20 26 30 32 37 42 46 50 55P 8 10 14 20 25 30 32 40 46 52 58 62 65P 10 13 16 22 27 33 37 46 50 58 64 67 70P 14 16 18 25 30 36 42 52 58 65 70 72 76P 20 20 22 28 36 42 46 58 64 70 75 78 80

< P 20 23 25 32 40 46 50 62 67 72 78 80 82Cegueira 25 28 35 42 50 55 65 70 76 80 82 85

Quadro II: visão de perto.O Quadro II só deve ser utilizado no caso de disparidade significativa entre a visão de perto e a visão de longe.Neste caso, convém fazer a média aritmética das 2 taxas.

PR\505310PT.doc 23/79 PE 332.577

PT

B) CAMPO VISUAL

Hemianópsia� segundo o tipo, a extensão, a afecção ou não da visão central até 85 %

Quadrantópsia

� de acordo com o tipo até 30 %

Escotoma central� bilateral� unilateral

até 70 %até 20 %

Escotomas justacentrais ou paracentrais

� de acordo com o carácter uni ou bilateral, com acuidade visual mantidaaté 15 %

C) OCULOMOTRICIDADE

Diplopia� de acordo com as posições do olhar, o carácter permanente ou não, a

necessidade de oclusão permanente de um olhoaté 25 %

Paralisia oculomotora� de acordo com o tipo

até 15 %

Motricidade intrínseca� de acordo com o tipo (no máximo, aniridia total) até 10 %

Heteroforia; paralisia completa da convergência 5 %

D) CRISTALINO

Perda (afaquia) corrigida por um equipamento óptico externo� bilateral� unilateral

Convém acrescentar a taxa correspondente à perda da acuidade visual corrigida, semultrapassar 25%, para uma lesão unilateral, e 85% no caso de afecção bilateral.

Perda corrigida por um implante cristaliniano (pseudofaquia):� somar à taxa correspondente à perda da acuidade visual 5% por olho pseudofáquico

20 %10 %

PE 332.577 24/79 PR\505310PT.doc

PT

E) APÊNDICES OCULARES

De acordo com a afecção, sendo a mais grave a ptose com défice campimétrico e aalacrimia bilateral até 10 %

***

PR\505310PT.doc 25/79 PE 332.577

PT

2 - ORL

As situações não descritas são avaliadas por comparação com situações clínicas descritas equantificadas.

A) AUDIÇÃO

a) Acuidade auditiva

1) Surdez total

Bilateral 60 %Unilateral 14 %

2) Surdez parcial

A avaliação faz-se em 2 tempos:

� Perda auditiva média

Faz-se em relação ao défice tonal em condução aérea medida em decibéis nos 500, 1000, 2000 e4000 hertz, afectando os coeficientes de ponderação, respectivamente de 2, 4, 3 e 1.A soma é dividida por 10. A classificação é feita de acordo com o quadro infra

Perda auditivamédia em dB 0 – 19 20 - 29 30 -39 40 – 49 50 - 59 60 - 69 70 - 79 80 e +

0 – 19 0 2 4 6 8 10 12 1420 – 29 2 4 6 8 10 12 14 1830 – 39 4 6 8 10 12 15 20 2540 – 49 6 8 10 12 15 20 25 3050 – 59 8 10 12 15 20 25 30 3560 – 69 10 12 15 20 25 30 40 4570 – 79 12 14 20 25 30 40 50 5580 e + 14 18 25 30 35 45 55 60

PE 332.577 26/79 PR\505310PT.doc

PT

� Distorções auditivas

A avaliação deve ser feita por confrontação desta taxa bruta com os resultados de umaaudiometria vocal para apreciar eventuais distorções auditivas (em particular, o recrutamento) queagravam o défice funcional.O quadro seguinte propõe as taxas de aumento que podem ser eventualmente discutidas emrelação aos resultados da audiometria tonal limiar:

% discriminação 100 % 90 % 80 % 70 % 60 % ���� 50 %100 % 0 0 1 2 3 490 % 0 0 1 2 3 480 % 1 1 2 3 4 570 % 2 2 3 4 5 660 % 3 3 4 5 6 7

���� 50 % 4 4 5 6 7 8

No caso de aparelhos, a melhoria será determinada mediante comparação das curvas auditivas sem aparelhoe com aparelho, o que permite, consequentemente, reduzir a taxa, a qual deve contudo considerar o défice produzidopela prótese, em particular em ambientes com ruído.

b) Acufenos isolados

A sua imputabilidade a um traumatismo é mantida até 3 %

B) EQUILÍBRIO

Afecção vestibular bilateral, com perturbações destrutivas objectivadas, de acordocom a sua importância 10 a 25 %

Afecção vestibular unilateral 4 a 10%

Vertigens paroxísticas benignas até 4 %

PR\505310PT.doc 27/79 PE 332.577

PT

C) VENTILAÇÃO NASAL

Obstrução não acessível à terapêutica

� bilateral

� unilateral

até 8 %até 3 %

D) OLFACTOinclui alteração das percepções gustativas

Anósmia 8 %Hipósmia Até 3 %

E) FONAÇÃOAfonia 30 %Disfonia isolada até 10 %

***

3 - ESTOMATOLOGIA

As situações não descritas são avaliadas por comparação com situações clínicas descritas e quantificadas.No caso de aparelhagem móvel, diminuir 1/2; no caso de aparelhagem fixa, diminuir 3/4.A colocação de um implante suprime o DIFP.

Edentação completa manifestamente impossível de resolver com aparelhagemtendo em conta a repercussão sobre o estado geral 28 %

Perda de um dente não passível de resolver com aparelhagem� incisivo ou canino� pré-molar ou molar

1%1,5 %

Disfunções mandibulares� limitação da abertura bucal igual ou inferior a 10 mm� limitação da abertura bucal entre 10 mm e 30 mm

25 a 28 %5 a 25 %

Perturbações da articulação dentária pós-traumáticas, de acordo com a repercussão nacapacidade masticatória 2 a 10 %

PE 332.577 28/79 PR\505310PT.doc

PT

Amputação da parte móvel da língua, tomando em consideração a repercussão na fala,mastigação e deglutição, de acordo com a importância das perturbações.

3 a 30 %

***

PR\505310PT.doc 29/79 PE 332.577

PT

III.SISTEMA

OSTEO-ARTICULAR

III - SISTEMA ÓSTEO-ARTICULAR

As situações não descritas são avaliadas por comparação com situações clínicas descritas equantificadas.

Quer se trate de uma articulação ou do próprio membro, a taxa global não corresponde à soma das taxas isoladas,mas é consequência da sua sinergia, não podendo a soma das taxas correspondentes à anquilose com posiçãoadequada de todas as articulações do membro valer mais do que a sua perda total anatómica ou funcional;

As taxas justificadas pelos casos de rigidez muito significativa não considerados de forma sistemática deveminspirar-se na taxa da anquilose da articulação considerada.

Relativamente às endopróteses das grandes articulações, importa admitir que nenhuma restabelece a propriocepção eque todas implicam algumas limitações na vida do indivíduo. Por conseguinte, a presença de uma endoprótesejustifica uma taxa de princípio de 5%.

Quando o resultado funcional objectivo não for satisfatório, estas inconveniências de princípio da endoprótese sãocontempladas pelas relacionadas com o défice funcional, pelo que esta taxa complementar não se justifica.

PE 332.577 30/79 PR\505310PT.doc

PT

A) MEMBRO SUPERIOR

(exceptuando mão e dedos)

a) Amputações

As possibilidades protésicas ao nível dos membros superiores, geralmente, não permitem aindaconferir ao doente uma função real, dado que a sensibilidade permanece ausente. Nos casos emque se registam melhorias, o perito deverá tomá-las em linha de conta para diminuirrazoavelmente a taxa que se sugere de seguida

D ND

Amputação total do membro superior 65 % 60 %

Amputação do braço (ombro móvel) 60 % 55 %Amputação do antebraço 50 % 45 %

b) Anquiloses e rigidez

1) Ombro

Existem 6 movimentos puros do ombro, que se combinam para assegurar a função. Cada um destes movimentostem uma importância relativa nos gestos da vida diária.Os 3 movimentos essenciais são a elevação anterior, a abdução e a rotação interna, seguidos pela rotação externa,retropulsão e adução. As afecções da retropulsão e da adução justificam taxas demasiado baixas para seremconsideradas no próximo quadro. Em vez disso, efectua-se a ponderação da taxa calculada para as limitações dosoutros movimentos.

PR\505310PT.doc 31/79 PE 332.577

PT

� Anquilose

D ND

Artrodese ou anquilose em posição de função� omoplata fixa� omoplata móvel

30 %25 %

25 %20 %

� Rigidez

2) Cotovelo

A mobilidade entre 20 e 120 graus de flexão é a única com utilidade prática. Os movimentos fora deste sector útilsó têm uma repercussão muito reduzida na vida diária.Por conseguinte, as taxas infra só abordam os défices no sector útil.

O perito terá em conta o défice de extensão e o défice de flexão, sendo as taxas obrigatoriamente integradas masnão adicionadas. Soma-se eventualmente a taxa de um défice da prono-supinação.

� Anquiloses

D NDArtrodese ou anquilose em posição de função

� prono-supinação mantida� prono-supinação abolida

24 %34 %

20 %30 %

D NDLimitação da elevação e abdução a 60 °

� com perda total das rotações� os outros movimentos estão intactos

22 %18 %

20 %16 %

Limitação da elevação e abdução a 90 °� com perda total das rotações� os outros movimentos estão intactos

16 %10 %

14 %8 %

Limitação da elevação e abdução a 130°� os outros movimentos estão intactos

3 % 2 %

Perda isolada da rotação interna 6 % 5 %

Perda isolada da rotação externa 3 % 2 %

PE 332.577 32/79 PR\505310PT.doc

PT

� Rigidez

3) Dano isolado da prono-supinação

� Anquiloses

D NDAnquilose em posição de função 10 % 8 %

� Rigidez

4) Punho

O sector útil estende-se de 0 a 45 graus para a flexão e de 0 a 45 graus para a extensão. Os movimentos foradeste sector útil têm uma repercussão muito reduzida na vida diária. O mesmo se aplica ao desvio radial.

D NDFlexão e extensão completas

� limitadas para além de 90°� limitadas a 90°� limitadas a 20°

15 %12 % 2 %

12 %10 % 1 %

Extensão completa e flexão� até 120°� até 90°� para além

2 %12 %15 %

1 %10 %12 %

D NDRigidez no sector da pronação 0 a 6 % 0 a 5 %Rigidez no sector da supinação 0 a 4 % 0 a 3 %

PR\505310PT.doc 33/79 PE 332.577

PT

� Anquiloses

D ND

Artrodese ou anquilose em posição de função� prono-supinação mantida� prono-supinação abolida

10 %20 %

8 %16 %

� Rigidez

D NDRigidez no sector útil

� défice de flexão� défice de extensão

0 a 4 %0 a 6 %

0 a 3 %0 a 5 %

Perda do desvio cubital 1,5 % 1 %

PE 332.577 34/79 PR\505310PT.doc

PT

B MÃO

A função essencial da mão consiste na preensão, que é condicionada pela realização eficaz do movimento de pinçare agarrar. Tal pressupõe a conservação do comprimento, mobilidade e sensibilidade suficientes dos dedos.

O perito deverá inicialmente efectuar um exame analítico da mão.De seguida, deve verificar se os dados do seu exame são confirmados pela possibilidade de realizar os seis principaismovimentos de agarrar e pinçar (ver figura).

Uma disparidade justifica um estudo atento das suas causas e uma possível correcção da taxa de DIFP prevista,sendo o limite absoluto a perda do valor dos dedos em causa.

PRINCIPAIS MOVIMENTOS DE PINÇAR E AGARRAR

Agarrar uma ferramenta Pinçamento digital Pinçamento látero-digital pulpo-pulpar

Pinçamento tridigital Pega em gancho Pega esférica

PR\505310PT.doc 35/79 PE 332.577

PT

a) Amputações

1) Amputação total da mão

D NDAmputação total da mão 50 % 45 %

PE 332.577 36/79 PR\505310PT.doc

PT

2) Amputação dos dedos

Neste esquema:

� as peças ponteadas têm um valor nulo� a taxa atribuída a cada segmento contempla a totalidade deste� a perda parcial de um segmento calcula-se em proporção da perda total� as taxas previstas têm em conta perturbações sensoriais, vasculares e tróficas ligeiras que o

médico sabe estarem habitualmente associadas a uma amputação digital

PR\505310PT.doc 37/79 PE 332.577

PT

� Amputação do polegar (e do seu metacarpo) ou dos dedos longos: ver esquema da mão� Amputação de um dedo longo em todo ou em parte: ver a taxa no esquema.

� Amputação de vários dedos longos (perdas combinadas): a adição simples das taxas unidigitaiscalculadas não tem em consideração a sinergia entre os dedos longos. Esta sinergia é diferente de acordo com onúmero de dedos em causa:

� lesão de 2 dedos longos: elevar a adição simples em 45% da taxa calculada� lesão de 3 dedos longos: elevar a adição simples em 65 % da taxa calculada� lesão dos 4 dedos longos: elevar a adição simples em 45% da taxa calculada

� Amputação do polegar:

� Amputação do polegar e de um ou mais dedos longos: neste caso, o termo "polegar" aplica-sesomente a P1 + P2.

A adição simples das taxas correspondentes ao polegar e ao conjunto dos dedos longoslesados (esta última taxa calculada tendo em consideração a sinergia interdigital dos dedoslongos) resultaria numa taxa global demasiado elevada. Efectivamente, o valor acordado parao polegar no esquema da mão só é válido em relação a dedos longos intactos. Se tal não for ocaso, o polegar fica depreciado na sua acção sinérgica.Por conseguinte, para a taxa calculada por adição simples (taxa do polegar + taxa dos dedoslongos elevada por sinergia), convém aplicar um coeficiente de redução de:

� perda afectando o polegar e 1 dedo: 0% (depreciação demasiado fraca para ser levada em consideração nocálculo)

� perda afectando o polegar e 2 dedos: - 5 %� perda afectando o polegar e 3 dedos: - 10 %� perda afectando o polegar e 4 dedos: - 20 %

No caso de perda adicional do 1º metacarpo, a taxa final será pouco afectada: efectivamente, oprimeiro metacarpo isolado tem um baixo valor.

Relativamente aos outros metacarpos, a sua influência sobre a taxa global é diminuta masvariável, sendo a sua ressecção, consoante o caso, desejável ou ligeiramente pejorativa.

D ND

perda de MC + P1 + P2 26 % 22 %

perda de P1 + P2 21 % 18 %

perda de P2 12 % 10 %

PE 332.577 38/79 PR\505310PT.doc

PT

b) Anquiloses, artrodeses e rigidez

Nas lesões combinadas de vários dedos, convém aplicar os coeficientes previstos, por um ladopara a sinergia dos dedos longos e, por outro, para as lesões no polegar e num ou mais dedoslongos: ver acima.

1) Anquiloses

Por convenção, chamamos A0 à articulação trapezo-metacárpica do polegar; para todos os dedos: A1 significametacarpo-falângica, A2 inter-falângica proximal, A3 inter-falângica distal.Para os dedos longos, a posição de função consiste em flexão de 20 a 30°.Para o polegar, a posição de função corresponde à abdução e antepulsão de A0 e a uma ligeira flexão de A1 eA2.

� Anquilose do polegar em posição de função

A anquilose de A0, A1 e A2 produz uma taxa inferior a 75% do valor do dedo mantido para asanquiloses dos dedos longos, tendo esta em conta a função particular do polegar. Na realidade,esta anquilose ainda permite alguma oposição.

D NDA0 + A1 +A2 16 % 14 %

A0 8 % 7 %A1 4 % 3,5 %

A2 4 % 3,5 %

A1 + A2 8 % 7 %

� Anquilose de todas as articulações de um dedo longo

Em posição de função: é equivalente a 75% do valor da perda do dedo, dada a persistência dasensibilidade e de uma possibilidade de utilização limitada do dedo

D NDIndicador 6 % 5 %

Médio 6 % 5 %Anelar 4 % 3 %

Auricular 4,5 % 4 %

Em posição desfavorável

demasiado flectida D NDIndicador 8 % 7 %

Médio 8 % 7 %

Anelar 5 % 4 %Auricular 6 % 5 %

PR\505310PT.doc 39/79 PE 332.577

PT

demasiadoestendida D ND

Indicador 7 % 6 %

Médio 7 % 6 %Anelar 4,5 % 3,5 %

Auricular 5 % 4%

� Anquilose de uma ou duas articulações de um dedo longo

O perito deve referenciar-se à taxa de anquilose completa do dedo em questão, reduzida em 1/3ou 2/3.

2) Rigidezes

A taxa acordada para a rigidez é proporcional à taxa prevista para a anquilose, considerando osector de mobilidade útil de cada articulação.

O sector de mobilidade útil é, para os dedos longos:� A1 e A2: indicador e médio: 20 a 80°; anelar e auricular: 30 a 90°� A3: 20 a 70°

O sector de mobilidade útil para as articulações do polegar situa-se em redor da sua posição de função.

c) Perturbações da sensibilidade palmar

Os problemas da sensibilidade das costas da mão não têm uma repercussão funcional, pelo que não justificam umataxa de DIFP.As taxas previstas incluem as parastesias ligeiras e as perturbações tróficas discretas que o médico sabe estaremhabitualmente associadas ao pequeno nevroma que se segue a uma secção nervosa.

Nas lesões combinadas de vários dedos, convém aplicar os coeficientes previstos, por um lado para a sinergia dosdedos longos e, por outro, para as lesões do polegar e de um ou mais dedos longos: ver acima.

1) Anestesia: a taxa concedida corresponde a 75% da taxa prevista para a perda anatómica do(s)segmento(s) do(s) dedo(s) em questão.

2) Hipoestesia: a taxa concedida situa-se entre 50% e 75% da taxa prevista para a perdaanatómica do(s) segmento(s) do(s) dedo(s) em questão, de acordo com a importância e alocalização da hipoestesia e do dedo afectado (realização do movimento de pinça).

PE 332.577 40/79 PR\505310PT.doc

PT

B) MEMBRO INFERIOR

a) Amputações

Uma amputação ao nível do membro inferior, excepto quando se situa ao nível do pé, não permite ao doentecaminhar nem ficar em pé. As taxas propostas são as correspondentes a um indivíduo dotado de uma próteseadequada. Se a prótese não for suficientemente adequado, o perito irá apreciar a taxa em função da tolerância daprótese e do seu resultado. A taxa não poderá ultrapassar a correspondente à amputação subjacente.

b) Anquiloses e rigidez

1) Anca

Flexão: 90° permitem a grande maioria dos actos da vida diária; 70° permitem a posição de sentado e subir edescer degraus; 30° permitem caminhar.Abdução: 20° permitem praticamente todos os actos da vida diária.Adução: tem muito pouca importância prática.Rotação externa: os primeiros 30 graus são os únicos com utilidade.Rotação interna: 10° são suficientes para a maioria dos actos da vida diária.Extensão: 20° são úteis para a marcha e para subir e descer degraus

A dor é um elemento essencial que condiciona a utilização da anca na vida diária (marcha e posição de pé): astaxas propostas levam este elemento em consideração.

Desarticulação da anca ou amputação alta da coxa não passível de colocação deprótese 65 %

Desarticulação unilateral da anca ou amputação alta da coxa sem apoio isquiático 60 %

Amputação da coxa 50 %

Desarticulação do joelho 40 %

Amputação da perna 30 %

Amputação tíbio-tarsal 25 %

Amputação médio ou trans-metatársica 20 %

Amputação dos 5 dedos do pé e do 1º metatarso 12 %

Amputação do 1º dedo do pé e 1º metatarso 10 %

Amputação das duas falanges do 1º dedo do pé 6 %

PR\505310PT.doc 41/79 PE 332.577

PT

� Anquilose

� Rigidez

Rigidez extrema de vários movimentos

com sinais acompanhantes (sinais radiológicos, amiotrofia...), consiste numasituação mais grave do que uma anquilose Até 40 %

Supondo os outros movimentos como completos

Perda total da flexão 17 %

Flexão

� Limitada a 30°

� Limitada a 70°

� limitada a 90°

13 %7 %4 %

Perda total da extensão 2 %Flexão irredutível de 20° 4 %

Perda total da abdução 6 %

Perda total da adução 1 %Perda total da rotação externa 3 %

Perda total da rotação interna 1 %

Anca

� em boa posição 30 %

PE 332.577 42/79 PR\505310PT.doc

PT

2) Joelho

Fllexão: 90° permitem realizar metade dos actos da vida diária, sobretudo os mais importantes (caminhar,sentar-se, subir e descer degraus...); 110° permitem realizar 3/4 dos actos da vida diária e 135° permitemrealizar todos.

Extensão: um défice de extensão inferior a 10° é compatível com 3/4 dos actos da vida diária.

� Anquilose

Joelho

� em boa posição25 %

� Rigidez

Flexão� limitada a 30°� limitada a 50°� limitada a 70°� limitada a 90°� limitada a 110°

20 %15 %10 %5 %2 %

Défice de extensão� inferior a 10°� de 10°� de 15°� de 20°� de 30°

0 %3 %5 %10 %20 %

� Laxidões (sem prótese)

Externa� inferior a 10°� superior a 10°

0 a 5 %5 a 10 %

Anterior� isolada� rotacional

2 a 5 %5 a 10 %

Posterior� isolada 3 a 7 %

PR\505310PT.doc 43/79 PE 332.577

PT

� rotacional 7 a 12 %

Complexa rotacional 10 a 17 %

� Desvios axiais

Genu valgum� inferior a 10°� de 10 a 20°� superior a 20°

0 a 3 %3 a 10%

10 a 20 %

Genu varum� inferior a 10°� de 10 a 20°� superior a 20°

0 a 4 %4 a 10%

10 a 20 %

� Síndromes fémoro-rotulianos

Síndromes fémoro-rotulianos 0 a 8 %

� Sequelas de lesões meniscais

Sequelas de lesões meniscais 0 a 5 %

3) Tornozelo e pé

� Articulação tíbio-taliana

Com 20° de flexão plantar, é possível realizar mais de metade dos actos da vida diária; com 35°, é possívelrealizar todos.

Com 10° de flexão dorsal, é possível realizar praticamente todos os actos da vida diária.

A perda de alguns graus de flexão dorsal é mais incapacitante do que a perda da mesma amplitude de flexãoplantar, dado a reduzida amplitude de flexão dorsal.

PE 332.577 44/79 PR\505310PT.doc

PT

o Anquilose

� em posição de função com ante-pé flexível 10 %

o Rigidez

Perda total da flexão plantar 5 %

Perda total da flexão dorsal 5 %

Flexão plantar

� activa de 0 a 10°

� activa de 0 a 20°� activa de 0 a 30°

5 %4 %2 %

Flexão dorsal� activa de 0 a 5°� activa de 0 a 10°� activa de 0 a 15°

5 %3 %1 %

Equinismo irredutível Até 15 %

o Laxidão

Laxidão 2 a 6 %

� Articulação sub-taliana

Valgus: com 5°, é possível realizar praticamente todos os actos da vida diária;Varus: com 5°, é possível realizar mais de metade dos actos da vida diária; com 15°, é possível realizar todos.

A perda do valgus é mais invalidante do que a do varus porque a anquilose em varus é menos bem tolerada do queem valgus.

o Anquilose

� em boa posição

� em varus

� em valgus

7 %9%8%

PR\505310PT.doc 45/79 PE 332.577

PT

o Rigidez

Limitação de metade 3 %

Limitação de um terço 2 %

� Articulações médio-tarsal (CHOPART) e tarso-metatársica (LISFRANC)

o Anquiloses

Médio-Tarsal (Chopart) 2%

Tarso-metatársica (Lisfranc) 4%

o Rigidez

Limitação de metade 3 %

� Articulações metatarso-falanges - dedos do pé

o Anquiloses

Metatarso-falanges do 1º dedo do pé, de acordo com a posição 2 a 3%

Anquiloses do 2.º ao 5.º dedo do pé, em boa posição 0 a 2%

o Rigidez

Para determinar a taxa da rigidez, o perito baseia-se nas taxas propostas para as anquiloses.

4) Anquiloses combinadas

Anquiloses combinadas

� tibio-taliana e sub-taliana, médio-tarsal e ante-pé flexíveis

� tíbio-taliana e sub-taliana com mobilidade reduzida da médio-tarsal e doante-pé

� sub-taliana e médio-tarsal em boa posição, outras articulações livres

� tibio-taliana, sub-taliana e médio-tarsal, ante-pé flexível

17%20%

9%

19%23%25%

PE 332.577 46/79 PR\505310PT.doc

PT

� tibio-taliana, sub-taliana, médio-tarsal e tarso-metatársica

� idem com anquilose dos dedos do pé

5) Encurtamentos não compensados

Até 5 cm 8 %

Até 4 cm 6 %

Até 2 cm 2 %

Até 1cm 0 %

PR\505310PT.doc 47/79 PE 332.577

PT

D) COLUNA

As situações não descritas são avaliadas por comparação com situações clínicasdescritas e quantificadas.

a) Coluna cervical

1) Sem complicação neurológica

� Sem lesão óssea ou disco-ligamentar documentada

Dores intermitentes activadas por causas precisas, sempre as mesmas, necessitando,a pedido, da toma de analgésicos e/ou anti-inflamatórios, com diminuição reduçãomínima dos movimentos até 3 %

� Com lesões ósseas ou disco-ligamentares documentadas

Dores muito frequentes, com perturbação funcional permanente requerendoalgumas precauções para efectuar qualquer movimento, vertigens e comprovadascefaleias posteriores associadas� com rigidez muito forte a vários níveis, consoante o número de níveis� deixando persistir alguns movimentos da nuca

15 a 25 %10 a 15 %

Dores frequentes com limitação clinicamente objectivável da amplitude dosmovimentos, constrangimento terapêutico real mas intermitente 3 a 10%

Artrodese ou anquilose sem sintomas acompanhantes, consoante o número deníveis 3 a 10%

� 2) Com complicações neurológicas ou vasculares

Consultar o capítulo respectivo (sistema nervoso)

PE 332.577 48/79 PR\505310PT.doc

PT

b) Coluna torácica, lombar e charneira lombo-sagrada

1) Sem complicação neurológica

� Sem lesões ósseas ou disco-ligamentares documentadas

Dores intermitentes activadas por causas precisas, necessitando, a pedido, de umaterapêutica adequada impondo a supressão de esforços significativos e/ouprolongados, associadas a uma rigidez segmentar discreta

até 3%

� Com lesões ósseas ou disco-ligamentares documentadas

Coluna torácica:� Rigidez activa e perturbação dolorosa de todos os movimentos em

todas as posições, requerendo uma terapêutica regular

� perturbação permanente com dores inter-escapulares, perturbações doequilíbrio, curvatura dorsal, perda da cifose torácica radiológicanecessidades terapêuticas

3 a 10%

10 a 15 %

Coluna lombar e charneiras tóraco-lombar e lombo-sagrada:

� rigidez activa e perturbação dolorosa de todos os movimentos emtodas as posições, requerendo uma terapêutica regular

� dores muito frequentes com perturbação permanente requerendoalgumas precauções para efectuar qualquer movimento, com rigidezsegmentar significativa dos movimentos, limitação clinicamenteobjectivável

� situações clínicas e radiológicas extraordinariamente graves

3 a 10%

10 a 15 %

até 25 %

2) Com complicação neurológica

Consultar o capítulo respectivo (Danos medulares)

PR\505310PT.doc 49/79 PE 332.577

PT

c) Cóccix

Coccygodynies até 3%

E) Bacia

Dores pós-fracturárias de um ramo ísquio-púbico Até 2%

Dores e/ou instabilidade da sínfise púbica 2 a 5%

Dores pós-separação ou fractura sacro-ilíaca 2 a 5%

Dores e instabilidade da sínfise púbica e da articulação sacro-ilíacaassociadas

� sem alteração estática da bacia nem afecção da marcha� com alteração estática da bacia e afecção da marcha

5 a 8%8 a 18%

***

PE 332.577 50/79 PR\505310PT.doc

PT

IV.SISTEMA CARDIO-

RESPIRATÓRIO

IV – SISTEMA CARDIO-RESPIRATÓRIO

As situações não descritas são avaliadas por comparação com situações clínicas descritas equantificadas.

I - CORAÇÃOConsultando a classificação infra, inspirada na da New York Heart Association (NYHA), o peritobaseia-se nas manifestações funcionais expressas pelo doente, no exame clínico e nos váriosexames complementares (ECG, eco-doppler, prova de esforço, ecocardiografia trans-esofágica,cateterismo...).Entre os dados técnicos, a fracção de ejecção assume uma importância primordial para aquantificação objectiva das sequelas.O perito deve tomar também em consideração as necessidades terapêuticas e a vigilância que estaimpõe.

a) Sequelas cardiológicas

Sintomatologia funcional mesmo em repouso, confirmada pelos dadosclínicos (despir, exame clínico) e paraclínicos. Necessidade terapêutica major,hospitalizações frequentes

Fracção de ejecção < 20%

55 % e mais

Limitação funcional para os esforços ligeiros com manifestações deinsuficiência miocárdica (edema pulmonar) ou associada a complicaçõesvasculares periféricas ou a perturbações complexas do ritmo com necessidadeterapêutica significativa e vigilância apertada

Fracção de ejecção entre 20 % e 25 %

45 a 55%

PR\505310PT.doc 51/79 PE 332.577

PT

Idem com necessidade terapêutica significativa e/ou em caso deperturbações do ritmo associadas

Fracção de ejecção entre 25 % e 30 %40 a 45 %

Limitação funcional que impede a actividade habitual (marcha rápida),alteração franca dos parâmetros ecográficos ou do eco-doppler. Intolerância aoesforço com anomalias no ECG de esforço, com necessidade terapêutica.

Fracção de ejecção entre 30 % e 35 %

35 a 40 %

Alegada limitação funcional para esforços habituais (2 andares),confirmada pelo ECG de esforço ou existência de sinais de disfunçãomiocárdica. Contra-indicação dos esforços fisicamente fatigantes e necessidadeterapêutica com vigilância cardiológica apertada

Fracção de ejecção entre 35 % e 40 %

25 a 35 %

Alegada limitação funcional para esforços evidentes (significativos) comsinais de disfunção miocárdica (eco-doppler, cateterismo...) com necessidadesterapêuticas e vigilância apertada

Fracção de ejecção entre 40 % e 50 %

15 a 25 %

Alegada limitação funcional para esforços substanciais (desporto) semsinais de disfunção ou isquemia miocárdicas com necessidades terapêuticas evigilância regular

Fracção de ejecção entre 50 % e 60 %

8 a 15 %

Sem limitação funcional. Boa tolerância ao esforço; consoante necessidadesterapêuticas e/ou vigilância regularFracção de ejecção > 60% até 8 %

b) Transplante

A possibilidade de um transplante toma em consideração a necessidade terapêutica elevada e avigilância particularmente apertada destes doentes

Consoante o resultado funcional e a tolerânciaaos imuno-supressores 25 a 30%

PE 332.577 52/79 PR\505310PT.doc

PT

II) APARELHO RESPIRATÓRIOIndependentemente da origem do dano pulmonar, a avaliação deve basear-se na importância dainsuficiência respiratória crónica que será apreciada segundo:

� A importância da dispneia, graduada com base na escala clínica de dispneias de Sadoul:

ESTÁDIO OUCLASSE

DESCRIÇÃO

1 Dispneia para esforços significativos, para além do 2º andar

2 Dispneia para a marcha em inclinação ligeira ou para a marcharápida, ou até ao 1° andar

3 Dispneia para a marcha normal em terreno plano

4 Dispneia para a marcha lenta

5 Dispneia ao menor esforço

� o exame clínico efectuado por um pneumologista,

� os exames complementares já efectuados ou solicitados no contexto da peritagem, sendo estes últimosobrigatoriamente não invasivos.Trata-se, por exemplo, de imagiologia, endoscopia, gasimetria, espirometria, provas de funçãorespiratória e análises ao sangue tais como VEMS/CV, DEM, SaO2, CPT, CV, TLCO/VA, Pa O2 ,Pa CO2 :

C.V.: Capacidade vital; C.P.T.: Capacidade Pulmonar total; V.E.M.S.: Volume ExpiratórioMáximo por Segundo; D.E.M.: Débito Expiratório Médio; Pa O2: Pressão parcial deoxigénio no sangue arterial; Pa CO2: Pressão parcial de dióxido de carbono no sanguearterial; Sa O2: saturação em oxigénio da hemoglobina no sangue arterial; TLCO/VA:Medida da capacidade de transferência do monóxido de carbono em relação ao volumealveolar.

a) Perda anatómica total ou parcial de um pulmão

Perda total 15 %

Perda lobar 5 %

Estas taxas são cumulativas com a taxa de DIFP correspondente à eventual insuficiência respiratóriaassociada.

b) Insuficiência respiratória crónica

Dispneia ao menor esforço (despir) com� CV ou CPT inferiores a 50%� ou VEMS inferior a 40%� ou qualquer hipoxemia em repouso (PaO2) inferior a 60 mm Hg associada ou não

PR\505310PT.doc 53/79 PE 332.577

PT

a problemas da cápnie (PaCo2) com possível necessidade de uma oxigenoterapia de longoduração (> 16 h/d) ou de uma traqueotomia ou assistência ventilatória intermitente

50 % e mais

Dispneia para a marcha em terreno plano ao seu próprio ritmo com� CV ou CPT entre 50 e 60 %� ou VEMS entre 40 e 60 %� ou qualquer hipoxemia em repouso (PaO2) entre 60 e 70 mm Hg

30 a 50 %

Dispneia para a marcha normal em terreno plano com� CV ou CPT entre 60 e 70 %� ou VEMS entre 60 e 70 %� ou TLCO/VA inferiores a 60%

15 a 30 %

Dispneia para subir um andar em marcha rápida ou em inclinação ligeira com� CV ou CPT entre 70 e 80 %� ou VEMS entre 70 e 80 %� ou TLCO/VA entre 60 e 70 %

5 a 15 %

Dispneia para esforços significativos com alteração discreta das provas funcionais 2 a 5 %

c) Sequelas dolorosas persistentes de toracotomia Até 5 %

PE 332.577 54/79 PR\505310PT.doc

PT

V.SISTEMA

VASCULAR

V - SISTEMA VASCULAR

As situações não descritas são avaliadas por comparação com situações clínicas descritas equantificadas.

A. Sequelas arteriais, venosas e linfáticas

A taxa terá em conta possíveis necessidades terapêuticas e/ou a vigilância médica, por exemplo em caso de prótese

que não justifica, por si própria, uma taxa DIFP.

a) Arteriais

Membro inferior� Queixas com o esforço (claudicação intermitente comprovadas)� Queixas em repouso (dores isquémicas espontâneas comprovadas)� Idem com necrose tecidular podendo ir até à amputação

5 a 15 %15 a 25 %

25 % e mais

Membro superiorConsoante as perturbações funcionais (por exemplo, perda de força, hipotermia...)

5 a 10%

b) Venosas

Trata-se de sequelas de flebite indiscutível, que devem ser analisadas tomando em consideração um eventual estado anterior

Incómodo à marcha prolongada, edema permanente mensurável que requerdefinitivamente o uso de meios de contenção; dermatite ocre e úlceras recidivantes

10 a 15 %

Incómodo à marcha prolongada, edema permanente mensurável que requer 4 a 10%

PR\505310PT.doc 55/79 PE 332.577

PT

definitivamente o uso de meios de contenção; dermatite ocreSensação de perna pesada com edema vespertino confirmável Até 4 %

c) Linfáticas (linfedema)

Membro superior Até 10 %

Membro inferior Ver sequelas venosas

B. Esplenectomia total

Com necessidades terapêuticas acentuadas 15 %Assintomático 5 %

***

PE 332.577 56/79 PR\505310PT.doc

PT

VI- SISTEMA DIGESTIVO

As situações não descritas são avaliadas por comparação com situações clínicasdescritas e quantificadas.

A) ESTOMIAS CUTÂNEAS DEFINITIVAS E INCONTINÊNCIASTOTAIS

a) Estomias com aparelho

Colostomia, ileostomia 30 %

b) Incontinência fecal

Sem possibilidade de controlo 45 %

VI.SISTEMA

DIGESTIVO

PR\505310PT.doc 57/79 PE 332.577

PT

B) PERTURBAÇÕES COMUNS ÀS VÁRIAS LESÕES DOAPARELHO DIGESTIVO

A taxa inclui a inerente à perda orgânica.

Grande síndrome de má-absorção 60 %Requerendo acompanhamento médico frequente, um tratamentoconstante, uma dieta rigorosa com repercussão no estado geral 30 %

Requerendo acompanhamento médico regular, um tratamento quasepermanente, uma dieta rigorosa com impacto social 20 %

Requerendo acompanhamento médico periódico, um tratamentointermitente, precauções dietéticas, sem repercussão no estado geral 10 %

C) HEPATITES

a) Sem cirrose.

As taxas baseiam-se na pontuação METAVIR que apresenta a vantagem de ter sidoespecificamente elaborada para a hepatite.

É calculada a partir de 2 parâmetros, o índice de actividade e o índice de fibrose:

Índice de actividade Índice de fibrose

A0: actividade ausenteA1: actividade mínima

A2: actividade moderadaA3: actividade acentuada

F0: ausência de fibroseF1: fibrose portal sem septo

F2: fibrose portal com alguns septosF3: fibrose portal com numerosos septos sem cirrose

F4: cirrose

As taxas propostas são, portanto, as seguintes

Hepatite persistente (crónica activa) 20 %

Índice METAVIR superior a A1 F1, inferior a F4, 10 %

Índice METAVIR igual ou inferior a A1 F1 5 %

PE 332.577 58/79 PR\505310PT.doc

PT

b) Com cirrose (ou seja, índice METAVIR superior a F4)

As taxas baseiam-se na classificação de Child-Pugh:

Designação dogrupo

A B C

Bilirrubina sérica(µmol/l)

Menos de 34,2 Entre 34,2 e 51,3 Mais de 51,3

Albumina sérica (g/l) Mais de 35 Entre 30 e 35 Menos de 30Ascite Nenhuma Facilmente controlada Mal controlada

Perturbaçõesneurológicas

Nenhuma Mínimas Coma avançado

Estado nutricional Excelente Bom Medíocre, atrofiamuscular

As taxas propostas são as seguintes:

Classe 3: insuficiência hepática avançada Child C 70 % e mais

Classe 2: Child B 40 %

Classe 1: Child A 20 %

PR\505310PT.doc 59/79 PE 332.577

PT

VII.SISTEMA

URINÁRIO

VII- SISTEMA URINÁRIO

As situações não descritas são avaliadas por comparação com situações clínicas descritas equantificadas.

a) Perda de um rim, não substituído, função renal normal ou mantida no seuestado prévio

Taxa da perda de um órgão interno no seu contexto psicológico e cultural particular 15 %

b) Insuficiência Renal

Depuração de creatinina inferior a 10 ml/mn.

Necessidade de diálise em centro ou auto-diálise; consoante as complicações35 a 65 %

Depuração de creatinina entre 10 e 30 ml/mn.

Alteração do estado geral. Dieta extremamente rigorosa e necessidades terapêuticaselevadas

25 a 35 %

Depuração de creatinina entre 30 e 60 ml/mn. TA mínima inferior a 12.

Astenia, necessidade de uma dieta e de tratamento médico rigorosos15 a 25 %

Depuração de creatinina entre 60 e 80 ml/mn com TA < ou = 16/9, em função da

dieta, da alteração do estado geral e dos tratamentos5 a 15 %

No caso particular em que a função renal se apresenta alterada num nefrectomizado unilateral, ataxa da perda anatómica não é cumulativa, mas a taxa mínima proposta para a alteração da funçãorenal é de 15%.

PE 332.577 60/79 PR\505310PT.doc

PT

c) Transplante

Consoante a tolerância à terapêutica com corticóidese imuno-supressores 10 a 20 %

No caso de insuficiência renal sobreposta, imputável, consultar o quadro supra

d) Incontinência

Sem possibilidade de controlo 30 %

d) Estomia

Com prótese 15 %

***

PR\505310PT.doc 61/79 PE 332.577

PT

VIII.SISTEMA

REPRODUTOR

VIII - SISTEMA REPRODUTOR

As situações não descritas são avaliadas por comparação com situações clínicas descritas equantificadas.

As possíveis repercussões endócrinas não estão incluídas nas taxas.As taxas não incluem as consequências sobre a diferenciação sexual quando o dano ocorre antes da puberdade.Algumas destas taxas caracterizam a perda do órgão no seu contexto sociocultural.

I- MULHERa) Perda de órgão

Histerectomia 6 %

Ovariectomia� bilateral� unilateral

12 %6 %

Mamectomia� bilateral� unilateral

25 %10 %

b) Esterilidade

Definitivamente inacessível a todas as técnicas médicas de assistência à procriaçãonum indivíduo que estava apto à procriação, a taxa inclui a perda dos órgãos 25 %

PE 332.577 62/79 PR\505310PT.doc

PT

II- HOMEMa) Perda de órgão

Orquidectomia� bilateral� unilateral

15 %6 %

Perda do pénis 40 %

b) Esterilidade

Num indivíduo que estava apto à procriação, a taxa inclui a perda dos testículos 25 %

Se também existir perda do pénis, a taxa combinada da perda dos órgãos e da esterilidade é de 45%

***

PR\505310PT.doc 63/79 PE 332.577

PT

IX.SISTEMA

GLANDULARENDÓCRINO

IX. SISTEMA GLANDULAR ENDÓCRINO

As situações não descritas são avaliadas por comparação com situações clínicasdescritas e quantificadas.

Nesta área, os problemas de imputabilidade são dos mais difíceis. Com efeito, é muito raro observar, no âmbito daavaliação, um dano corporal unicamente constituído por um défice endócrino isolado.

Aqui, mais do que nos outros capítulos, convém decidir em função dos exames clínicos e das provas complementaresefectuadas por um especialista.

A avaliação deve ser feita em função da adaptação ao tratamento, do seu controlo e da sua eficácia.

a) Hipófise

Panhipopituitarismo (representado por um défice total das funções hipofisáriasanterior e posterior) requerendo tratamento de substituição e vigilância clínica ebiológica regular, consoante a eficácia do tratamento

20 a 45 %

Diabetes insípida, apreciada em função do controlo da poliúria pela terapêutica esua eficácia 5 a 20 %

PE 332.577 64/79 PR\505310PT.doc

PT

b) Tiróide

Hipertiroidismo, com alteração das constantes biológicas, tremores, exoftalmiasem repercussão na visão.

Idem, com repercussões noutros órgãos e/ou funções.

5 a 8 %

8 a 30 %Hipotiroidismo (excepcionalmente pós-traumático) Até 5 %

c) Paratiróide

Hipoparatiroidismo, essencialmente, consoante as perturbações das análisesbiológicas (calcemia, fosforemia, parathormona) e a perturbação gerada pelapersistência dos sinais clínicos

5 a 15 %

c) Pâncreas - Diabetes

Diabetes não insulino-dependenteNunca é directamente pós-traumático.Quando a imputabilidade fica estabelecida, em função da natureza dos sinaisclínicos, das necessidades de vigilância e tratamento

5 a 10%

Diabetes insulino-dependenteO desenvolvimento de uma diabetes deste tipo coloca frequentemente problemas deimputabilidade, excepto quando é consequência de lesões pancreáticas significativas.A taxa será apreciada em função da sua estabilidade, repercussão na vida social enecessidades terapêuticas, bem como da vigilância- Diabetes mal controlada, com indisposição, repercussão sobre o estadogeral, exigindo uma vigilância biológica apertada

- Diabetes bem controlada por um tratamento insulínico simples, em funçãodas necessidades de vigilância

No caso de complicações que impliquem sequelas definitivas, consultar as especialidades emquestão.

20 a 40 %

15 a 20 %

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PT

d) Supra-renais

Insuficiência supra-renal: consoante a necessidade relacionada com a terapêutica evigilância 10 a 25 %

e) Gónadas

Consoante o resultado do tratamento de substituição 10 a 25 %

***

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PT

X. QUEIMADURAS PROFUNDASOU CICATRIZAÇÕES

PATOLÓGICAS

As situações não descritas são avaliadas por comparação com situações clínicas descritas equantificadas.

As taxas propostas tomam essencialmente em consideração as sequelas cutâneas enão incluem as consequências estéticas e as limitações dos movimentos.

Consoante a percentagem da superfície corporal das lesões

Inferior a 10% 5 %

Entre 10 e 20% 10 %

Entre 20 e 60% 10 a 25 %

Mais de 60% 25 a 50%

***

X.SISTEMA

CUTÂNEO

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PT

ÍNDICE REMISSIVO

AAcufenos 26Acuidade (visual)Acuidade (auditiva)

2125

Afaquia 23Afasia 14Afonia 27Alexia 15Alzheimer (demências de tipo) 15Amputações (membro inferior) 40Amputações (membro superior) 30Anca 40Anelar 38Anósmia 27Anquilose (membro inferior) 40Anquilose (membro superior) 31Apêndices oculares 24Apragmatismo 14Arteriais (sequelas) 54Articulação dentária (perturbações da) 27Audição 25Auricular 38

BBacia 49Baço (ver esplenectomia) 55

CCampo visual 23Cauda equina (síndrome da) 14Cegueira 21Cervical (coluna...) 47Ciática (paralisia do nervo) 20Circunflexo (nervo) 19Cirrose 58Cóccix 49Cognitivos (défices, perturbações) 15Coluna 47Coração 50Cotovelo 31Cristalino (lesões de) 23Cubital (paralisia do nervo) 19

DDedos 34Défices mistos 15Demência 15Dentes 27

PE 332.577 68/79 PR\505310PT.doc

PT

Depressivo (estado) 18Desaferenciação (dores de) 17Diabetes 63Didácticos (perda dosconhecimentos)Digestivo (sistema)

15

56Diplopia 23Disfonia 27Dispneia 52Distractibilidade 14

EEdentação 27Encurtamento 46Endócrino (sistema glandular) 63Endoprótese (articulares) 29Epilepsia 16Equilíbrio (perturbações do) 26Equinismo 44Escotoma 23Esplenectomia 55Esterilidade 61Estomatologia 21Estomia cutânea digestivaEstomia cutânea urinária

6060

FFacial (paralisia do nervo) 19Femoral (nervo) 20Fémoro-rotuliano (síndrome) 43Fibrose (hepática) 57Flebite (sequelas venosas) 54Frontal (síndrome) 14

GGlandular (sistema) 63Gónada 65

HHemianópsia 15Hemiplegia 14Hepatites 57Heteroforia 23Hipófise 63HipósmiaHipertiroidismo

2764

Hipotiroidismo 64Histerectomia 61Humor (perturbações do) 14

I J KIncontinência fecal 56Incontinência urinária 56Indicador 38

PR\505310PT.doc 69/79 PE 332.577

PT

Iniciativa (perda da) 14Jargonafasia 15Joelho 42Korsakoff (síndrome de) 15

LLaxidão (joelho) 42Laxidão (tornozelo) 43Linfedema 55Língua 30Lombar (coluna)Lombo-sagrada (charneira)

4848

MMamectomia 61Mandibular (disfunção) 27Mão 34Mediano (nervo) 19Médio 38Memória 15

NNasal (perturbações da ventilação) 27Nervo ciático 20Nervo circunflexo 19Nervo cubital 19Nervo espinal 19Nervo facial 19Nervo femoral 20Nervo grande hipoglossoNervo glosso-faríngeo

1919

Nervo mediano 19Nervo músculo-cutâneo 19Nervo obturador 20Nervo peroneal 20Nervo radial 19Nervo tibial 20Nervo torácico superior 19Nervo trigémeo 19Neurose traumática 18

OObturador (nervo) 20Oculomotricidade (perturbações da) 23Oftalmologia 21Olfacto (perturbações do) 27Olho (perda da visão) 21Ombro 30Orquidectomia 62Ovariectomia 61Oxigenoterapia 53

PE 332.577 70/79 PR\505310PT.doc

PT

PParafasia 15Paraplegia 14Paratiróide 64Pé 40Pénis (amputação) 62Peroneal (nervo) 20Plexo braquial 19Polegar 37Pós-comocional (síndrome) 15Preensão 34Principais movimentos de agarrarPrincipais movimentos de pinçar

3434

Procriação 61Prótese articular 40Prótese vascular 54Provas de função respiratória 52Pseudofaquia 23Psicóticas (perturbações) 18Psiquiatria 18Pulmão 52Punho 32

QQuadrantópsia 23Queimaduras 66

RRadial (paralisia) 19Renal (insuficiência) 59Respiratória (prova funcional,insuficiência, sistema)

52

SSensório-motores (défices) 15Síndrome da cauda equina 14Síndrome de Korsakoff 15Síndrome fémoro-rotuliano 43Síndrome frontal 14Síndrome pós-comocional 15Stress pós-traumático 18Supra-renais 65

PR\505310PT.doc 71/79 PE 332.577

PT

TTetraplegia 14Tiróide 64Torácica (coluna)Torácico superior (nervo)Toracotomia (sequelas)Toraco-lombar (charneira)

4819

Tornozelo 43Transplante cardíaco 51Transplante renal 59

UÚlceras (da perna recidivantes) 54Urinário (sistema, incontinência) 59

VVenosas (sequelas) 54Ventilação nasal (dificuldades de) 27Vertigem (posicional paroxística) 26Vestibular (afecção destrutiva) 26Visual (acuidade) 21Visual (campo) 23

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PT

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

A. JUSTIFICAÇÃO DA AVALIAÇÃO TABELAR

1. Hoje em dia, como em todas as épocas, a avaliação e a reparação do dano corporalbaseiam-se, em cada um dos Estados-Membros da União Europeia, em consensossociais e legislativos, reflexo da filosofia da sua sociedade.Habitualmente, os princípios são enunciados de forma lapidária em leis ou códigos,sendo as modalidades organizadas pela jurisprudência e pela doutrina.

2. No contexto da reparação integral, o direito comum em matéria de responsabilidadecivil distingue entre prejuízos económicos e prejuízos não económicos.Os prejuízos económicos, que apresentam uma vertente médica e outra ergológica,exigem uma avaliação em concreto, não sendo consequentemente passíveis de seremtabelados.Os prejuízos não económicos referem-se aos sofridos fora de qualquer contexto delucros. Tendo um carácter puramente pessoal, constituem um atentado ao exercíciodas actividades habituais da vida diária, aquele conjunto de gestos e actos que todos oshomens e mulheres efectuam desde o momento em que se levantam pela manhã até aomomento em que se deitam à noite, independentemente de todas as actividadesprofissionais. Estes prejuízos implicam ainda uma degradação da qualidade da vidadiária.

3. As sequelas que se traduzem em prejuízos de natureza pessoal afectam todas aspessoas da mesma maneira, na medida em que exercem actividades genericamenteidênticas. Por conseguinte, sequelas idênticas traduzem-se em repercussõespraticamente idênticas na vida diária: é, portanto, lógico pensar-se que requerem umaavaliação idêntica. Estas sequelas podem integrar-se numa lógica tabelar.Na prática, o sistema actual, satisfatório apesar das imperfeições que apresenta,permite uma avaliação relativamente reprodutível porque é, de forma afirmada ou não,tabelar.

4. Por que razão é que, na maioria dos Estados-Membros da União Europeia, os peritos nãose satisfazem com uma simples descrição? Pelo facto de esta descrição, ao ser transpostapelo decisor em matéria de indemnizações, consistir numa interpretação. Ora, qualquerinterpretação implica um risco de alteração, especialmente quando a descrição feita peloperito num dos Estados é utilizada pelo decisor noutro Estado: os problemas linguísticose de terminologia específica não podem ser subestimados. Afigura-se,pois, desejável envidar esforços em termos de síntese e rigor quando se caracteriza umasituação de sequela, utilizando uma taxa completada por uma explicação: «a actividadede peritagem consiste em escutar, observar, medir, compreender e depois explicar parafazer compreender».O sistema das taxas obriga a construir uma tabela que tem por objectivo criar igualdade ejustiça: para sequelas idênticas, taxa idêntica e reparação idêntica.

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5. A crítica mais evidente às tabelas que existem actualmente é a ausência de concepçãocientífica: estas tabelas são uma mera compilação das taxas aceites pelas jurisprudências.São «tabelas consuetudinárias».No entanto, têm a vantagem de evoluírem com o progresso das terapêuticas, dareadaptação, das técnicas de objectivação e quantificação, dos nossos conhecimentosrelativos ao futuro dos traumatizados.Por outro lado, poderá uma tabela puramente «científica» ter em conta, como o fazem deforma implícita as tabelas nacionais actuais, algumas considerações socioculturaisimprescindíveis? Estas não diferem significativamente entre os Estados-Membros daUnião Europeia. Mas poderão os europeus conceber uma tabela aceitável por outrascivilizações e vice-versa?

B. A NECESSIDADE DE UMA TABELA EUROPEIA

6. A vontade europeia é a de preservar a reparação integral dos prejuízos económicos epromover a reparação dos danos de natureza pessoal com base numa tabela.

7. Não serve de nada harmonizar a forma de reparação financeira se, em toda a UniãoEuropeia, a perda dos mesmos órgãos e das mesmas funções não é avaliada com base nomesmo valor e as mesmas sequelas não são quantificadas de forma idêntica.A avaliação reprodutível por peritos diferentes, em países diferentes, conduzindo aconclusões idênticas perante a perfis de sequelas idênticos, impõe a utilização de umatabela europeia única.

8. Não podemos ignorar aquilo que pertence à cultura de um Estado com o pretexto deharmonizar a reparação e a avaliação que lhe preside. Por conseguinte, harmonizar passaobrigatoriamente por propor algumas soluções das quais nenhuma seja inaceitável para osactores da mudança, sabendo-se, de antemão, que nenhuma irá satisfazê-los porcompleto.

9. Uma associação nacional ou uma equipa universitária única não poderiam estudar acriação da tabela europeia: era efectivamente necessária uma conjugação entre osconhecimentos aplicados das várias tabelas nacionais e o respeito das particularidadesque assentam na filosofia de uma sociedade. Foi, por conseguinte, escolhido umorganismo com vocação europeia, preocupado em encontrar um consenso, sem, noentanto, desestabilizar um sistema que actualmente, apesar das imperfeições queapresenta, funciona. A escolha recaiu na CEREDOC, Confederação Europeia dosEspecialistas em Avaliação e Reparação do Dano Corporal, que reúne professoresuniversitários e profissionais de alto nível, provenientes dos vários países europeus. A suaequipa contou com a colaboração de conceituados especialistas nas disciplinas médicascontempladas pela peritagem. Beneficiou, por outro lado, da contribuição decompetências de associações nacionais e de professores universitários, que validaram osseus trabalhos.

C. BASES E PRINCÍPIOS DA TABELA EUROPEIA

10. Uma tabela única pressupõe que seja sustentada por conceitos universalmente aceites.Estes foram definidos no decurso do Simpósio de Trèves I, em Junho de 2000, da

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iniciativa de Willi ROTHLEY, Vice-presidente da Comissão dos Assuntos Jurídicos e doMercado Interno do Parlamento Europeu.Os médicos imputam, objectivam, quantificam, sem ultrapassar os limites das suascompetências específicas, sabendo que nem sempre existe uma adequação perfeita entre acomplexidade do ser humano e o quadro definido pelos juristas.

11. O papel do médico perito consiste em, por um lado, quantificar os danos causados ao serhumano medicamente identificáveis e/ou explicáveis e, por outro lado, emitir um parecertécnico com base numa lista limitativa de possíveis danos específicos.

12. A base da avaliação é a dos danos causados à integridade física e/ou psíquica,medicamente identificáveis e consequentemente, mensuráveis.A avaliação reprodutível dos danos causados subjectivos puros, medicamente explicáveis(plausíveis mas não identificáveis e, por isso, não mensuráveis) só é possível se for feitacom base numa única e mesma taxa: não é possível modular aquilo que não éobjectivável.

13. A avaliação requer uma unidade e um sistema. A fim de não modificar demasiadoprofundamente os hábitos médico-legais dos peritos europeus, optou-se por um sistemaem percentagens.

No movimento de Trèves I, os danos à integridade físico-psíquica (DIFP) são definidosda seguinte forma:«a redução definitiva do potencial físico e/ou psíquico medicamente identificável oumedicamente explicável, à qual acrescem as dores e as repercussões psíquicas que omédico sabe estarem habitualmente associadas à sequela, bem como as consequênciasna vida diária habitual e objectivamente relacionadas com esta sequela."

A taxa de DIFP é:

a ordem de grandeza, referida a um máximo teórico de 100%, das dificuldades sentidas porqualquer indivíduo, cujas sequelas são assim quantificadas, quando efectua os gestos e actoshabituais da vida diária extra-profissional, ou seja, a ordem de grandeza da sua«incapacidade pessoal».

A percentagem de DIFP

não é uma unidade de medida mas uma unidade de apreciação, que resulta da integração dasmedição de vários fenómenos com a ajuda de vários instrumentos e, portanto, expressos emvárias unidades, e de uma opinião intuitiva fruto da experiência e da arte de apreender oimponderável.

14. Por conseguinte, a tabelação não exclui uma certa personalização. O médico explica asrepercussões das sequelas na vida diária e estabelece subsequentemente uma taxa. Estataxa não quantifica apenas as lesões definitivas mas integra também os vários parâmetrostomados em consideração na definição da unidade composta que é a percentagem; incluipor isso, de forma não expressa, uma parte «não mensurável que é talvez o essencial» quereflecte a especificidade, apreendida pelo perito, do indivíduo avaliado.

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15. No caso de um estado patológico prévio modificado pelo acidente objecto de peritagem, adescrição e a explicação representam complementos indispensáveis da taxa, tendo estaum valor meramente relativo. Num indivíduo com uma perna amputada bem adaptadoque se torna paraplégico depois do acidente considerado, o dano não se resume àsubtracção das taxas depois e antes da paraplegia: o dano consiste na diferença sentida navida diária, diferença esta que deve ser descrita.

16. Muitas situações de sequela têm consequências significativas para a vida diária: a taxa de100% não representa, por isso, o desaparecimento de todas as funções do ser humano.Depois de estabelecida uma taxa, a validade restante não é certamente a diferença entre100% e essa taxa: é muito superior.

17. Para além do DIFP, é necessário, por vezes, reconhecer danos particulares específicos davítima considerada: dano estético, dano sexual (exceptuando reprodução), dores atípicas,influência negativa nas actividades específicas de lazer.Por vezes, são reclamados outros danos: trata-se de danos artificiais, redundantes com aDIFP ou que não requerem de todo a perícia do médico.Estes danos particulares não são objecto desta tabela, não sendo nela referenciados.

18. A vivência do ferido corresponde à sua maneira pessoal de reagir face a uma agressão,maneira essa que depende em grande medida das características fundamentais da suapersonalidade. Se for patológica, é considerada na nas incapacidades temporárias ena DIFP. Se não for patológica, não é comprovada nem identificável, nem mensurável:não é «médica» e o médico não pode produzir dados específicos.

19. Finalmente, algumas taxas propostas pela tabela da referência (perda de um olho,nefrectomia unilateral...) pressupõem que uma eventual deterioração do outro órgãosubsistente, não previsível durante a consolidação, possa ser subsequentemente tomadaem consideração. Da mesma forma, não existe nenhuma endoprótese com um período devida ilimitado. A legislação deve, por isso, prever, quer reservas para o futuro, quer umprocesso de agravamento, o que actualmente apenas sucede em alguns Estados-Membros.

Se for impossível submeter a anatomo-fisiologia humana ou a resistência dos materiaisaos desejos das leis e dos juristas, deve ser possível adaptar os textos legislativos àsrealidades inevitáveis.

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D. METODOLOGIA DA CRIAÇÃO DA TABELA EUROPEIA

20. O princípio básico a ter em mente é o de que, em todos os Estados, os mesmos órgãos, asmesmas funções e as mesmas depreciações-tipo destas funções devem ter um valoridêntico. Estes valores, estas taxas centrais, constituem a infra-estrutura, o esqueleto databela europeia.

21. Não seria razoável pretender hierarquizar o valor dos órgãos e das funções, pois seriauma abordagem meramente empírica. Por outro lado, é possível estabelecer umahierarquia dos vários segmentos de um órgão e das depreciações de uma mesma função,estudando as suas repercussões objectivas sobre a vida diária.A observação leva à constatação de que os danos evoluem por saltos, não seguindo umalógica matemática. Por conseguinte, a observação e a medição são os únicos meiospassíveis de conferir um valor a uma tabela.As taxas centrais foram, por isso, determinadas através da observação e medição com ointuito de caracterizar a sequela e, em seguida, quantificá-la com base numa taxa emrelação às suas repercussões nos actos habituais da vida diária. Esta pesquisa daincapacidade funcional é um método facilmente acessível aos peritos que ainda nãoutilizam o sistema tabelar, sem modificar a abordagem médico-legal habitual dos que outilizam.Por conseguinte, foi estabelecido o valor das amputações e o valor das perdas funcionaistotais (por exemplo, a anquilose de uma articulação), correspondendo os intervalos adeterminadas perdas funcionais parciais. As taxas correspondentes foram estabelecidastomando em consideração os valores convencionais actualmente reconhecidos nos váriosEstados, após uma reflexão baseada na comparação com outras situações de sequelas damesma importância.

22. As sequelas parciais devem ser avaliadas de acordo com o défice observado, tomando emconsideração a taxa da perda total.

23. Algumas ameaças, em particular da esfera sexual (mastectomia bilateral, amputação dopénis), são caracterizadas por taxas que podem parecer demasiado elevadas. Mas estastaxas tomam em consideração o contexto sociocultural europeu, o que a avaliação nãopode ignorar.

24. Foi indispensável atentar na coerência interna vertical em todas as funções estudadas,mas também na coerência horizontal quando se compara, para taxas da mesma grandeza,as situações clínicas e sua tradução na vida diária, no intuito de evitar disparidadesdemasiado significativas.

E. PREVISÃO

25. Um Observatório Europeu da tabela, composto, em parte, por membros da CEREDOC,irá garantir a sua revisão permanente em função das observações, críticas fundamentadas,problemas de utilização, métodos de avaliação e evolução dos nossos conhecimentos

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F. AGRADECIMENTOS

26. O relator gostaria de agradecer a preciosa contribuição e a garantia de qualidade prestadapelos especialistas

Prof. Pierre LUCAS (Bélgica)Presidente da CEREDOC1

Coordenador do « Grupo ROTHLEY » de estudo da tabela europeia,

pelos elementos fulcraisdo grupo de trabalho e membros do comité executivo da CEREDOC,

os Professores e Doutores:

BOROBIA César, EspanhaCANNAVÓ Giovanni, Itália

GUISCAFFRE-AMER Juan, EspanhaHUGUES-BÉJUI Hélène, França

SAUCA Carlos, EspanhaSTEHMAN Michel, BélgicaSTRECK Walter, Alemanha

VIEIRA Duarte Nuno, Portugal

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1 Confederação Europeia dos Especialistas em Avaliação e Reparação do Dano Corporal

Via Livenza, 25 PISA - ITALIA - Tel +39.0508312083 - Fax +39.0508310049 - e-mail [email protected] -www.ceredoc.it

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ÁLVAREZ Luis Miguel, EspanhaANCIAUX Pierre, FrançaARBARELLO Paolo, ItáliaAVATO Francesco, ItáliaBEAUTHIER Jean-Pol, BélgicaBEINE Lucien, BélgicaBÉJUI-HUGUES Jacques, FrançaBUCCELLI Claudio, ItáliaBUU-HOÏ Patrick, FrançaCANALE Marcello, ItáliaCANDAELE Patrick, BélgicaCANTALOUBE Daniel, FrançaCASTELLA Josep, EspanhaCHIKHANI Luc, FrançaCHODKIEWICZ Jean-Paul, FrançaCHOUAIB Raymond, FrançaCHOUTY Fabrice, FrançaCOBO Germán, EspanhaCORDIER Bernard, FrançaCORTE-REAL Francisco, PortugalCOSTA SANTOS Jorge, PortugalCOURTAT Philippe, FrançaDALPHIN Jean-Charles, FrançaDAUPLEIX Dennis, FrançaDE FERRARI Francesco, ItáliaDEVOS René, BélgicaDIONOT Thierry, FrançaDUPUY Pierre, FrançaELBAZ Pierre, FrançaFIORI Angelo, ItáliaFOELS Alain, FrançaFOYATIER Jean-Louis, FrançaGANDJBAKHCH Iradj, FrançaGERONA José Luis, EspanhaGHERON Gérard, FrançaGUEGUEN Bernard, FrançaHAERTIG Alain, FrançaHAMARD Henry, FrançaJANOT Christian, FrançaJENOUDET Louis-Pierre, FrançaJONCKHEER Ludo, BélgicaKEMPENEERS Philippe, BélgicaKLEIN Marcel, FrançaLATIL Gérard, FrançaLATINI Élide, ItáliaLEFEVRE Raymond, FrançaLEFRANC Jean-Pierre, França

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LERUT Hugo, BélgicaLESMES Rafael, EspanhaLEVY Gilbert, FrançaMAGALHÃES Teresa, PortugalMALADJIAN Jacques, FrançaMARIGO Mario, ItáliaMÉTREAU Roselyne, FrançaNORELLI Aristide, ItáliaNORTH Pierre, FrançaPANARESE Fernando, ItáliaPEYTRAL Claude, FrançaPIRONE Giovanni Maria, ItáliaREBELLO Ascenção, PortugalRICCI Pietrantonio, ItáliaRUMILLY André - Georges, FrançaSEPULCHRE Marc-Antoine, BélgicaSOLIGUER Juan, EspanhaSULMAN Thierry, FrançaTRICOT Jean-Pierre, BélgicaUMANI-RONCHI Giancarlo, ItáliaVANKERKEM Charles, BélgicaVIGNERON Jean-Robert, Bélgica