76
Projecto EcoIPSS Relatório Final Julho 2011

Projecto EcoIPSS - ecocasa.pt · económico e social e, por outro, com a elevada ineficiência energética induzida pelo crescimento dominante dos consumos nos sectores doméstico,

  • Upload
    trannhu

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Projecto EcoIPSS

Relatório Final

Julho 2011

Projecto EcoIPSS ii

1. Equipa

EDP (Coordenação):

Amélia Novo, Daniela Pereira e Pedro Paes

QUERCUS:

Francisco Ferreira, Professor universitário

(supervisão)

Ana Rita Antunes, Engenheira do Ambiente

(coordenação)

Sara Ramos, Engenheira do Ambiente

Ana Filipa Alves, Engenheira do Ambiente

Este projecto teve a colaboração da Factor Social – Consultoria em Psicossociologia e

Ambiente:

Dalila Antunes, Psicologia

(coordenação)

Joana Lino, Psicologia

(coordenação)

Ana Sofia Pereira, Psicologia

Carla Correia, Psicologia

Luísa Jesus, Psicologia

Mariana Campos, Psicologia

Marina Ribeiro, Psicologia

Projecto EcoIPSS iii

2. Índice

1. Equipa .......................................................................................................................................... ii

2. Índice .......................................................................................................................................... iii

3. Índice de figuras ........................................................................................................................v

4. Índice de tabelas .................................................................................................................... vii

1. Introdução ..................................................................................................................................1

2. Objectivos ...................................................................................................................................6

3. Metodologia ...............................................................................................................................7

3.1. Selecção da IPSS .............................................................................................................. 7

3.2. Diagnóstico ........................................................................................................................ 9

3.3. Intervenção .................................................................................................................... 10

3.4. Avaliação de Resultados ............................................................................................. 11

4. Equipamentos eléctricos e electrónicos ........................................................................... 12

4.1. Áreas de actuação ...................................................................................................... 12

4.2. Observação de comportamentos ............................................................................ 12

4.3. Medição de consumos ................................................................................................ 13

4.4. Pressupostos .................................................................................................................... 14

5. Potenciais de poupança ...................................................................................................... 18

5.1. Potencial de poupança por alteração de comportamentos ............................ 20

5.1.1. Informática ................................................................................................................. 20

5.1.2. Entretenimento .......................................................................................................... 22

5.1.3. Iluminação ................................................................................................................. 24

5.1.4. Máquinas de lavar ................................................................................................... 26

5.1.5. Frio ................................................................................................................................ 27

5.1.6. Equipamentos de cozinha ...................................................................................... 27

5.1.7. Equipamentos de Águas Quentes Sanitárias...................................................... 28

Projecto EcoIPSS iv

5.1.8. Outros .......................................................................................................................... 29

5.1.9. Redução total de energia eléctrica pela alteração de comportamentos 30

5.2. Potencial de poupança por substituição de equipamentos .............................. 34

5.2.1. Iluminação ................................................................................................................. 35

5.2.2. Grandes electrodomésticos ................................................................................... 42

5.2.3. Potencial de poupança total ................................................................................ 44

6. Intervenção ............................................................................................................................. 46

7. Principais Resultados .............................................................................................................. 60

8. Conclusões .............................................................................................................................. 65

9. Bibliografia ............................................................................................................................... 68

Projecto EcoIPSS v

3. Índice de figuras

Figura 1 - Estrutura do CEP ao longo dos anos (PORDATA, 2011) ...........................................2

Figura 2 – Evolução das emissões de CO2 de origem fóssil (PORDATA, 2011)......................2

Figura 3 - Consumo total de energia eléctrica (REN, 2004-2011)............................................3

Figura 4 - Consumo final de energia, no sector doméstico e serviços (INE, 2011) ..............4

Figura 5 – Evolução do número de instituições de apoio social ao longo dos anos (INE,

2011) ....................................................................................................................................................4

Figura 6 – Instrumento utilizado na medição e registo do consumo de energia eléctrica

de equipamentos .......................................................................................................................... 13

Figura 7 - Número de equipamentos analisados, por categoria ......................................... 19

Figura 8 – Exemplos de equipamentos da categoria de informática presentes nas IPSS

........................................................................................................................................................... 20

Figura 9 - Exemplos de equipamentos da categoria de entretenimento, presentes nas

IPSS .................................................................................................................................................... 23

Figura 10 - Exemplos de lâmpadas acesas em divisões sem ocupantes ........................... 25

Figura 11 - Distribuição do potencial de redução de consumo nas diferentes categorias

........................................................................................................................................................... 30

Figura 12 - Contribuição de cada categoria para o potencial de redução do

consumo, por IPSS .......................................................................................................................... 33

Figura 13 – Análise da redução do consumo nas diferentes categorias de

equipamentos relativamente ao consumo total de electricidade, por área de

actuação das IPSS. ........................................................................................................................ 34

Figura 14 – Exemplos de utilização de Lâmpadas Fluorescentes tubulares ...................... 36

Figura 15- Eco-Balastro suporte T8-T5 com reflector e cobertura, com lâmpada T5. ...... 37

Figura 16- Exemplo de lâmpada LED T8 .................................................................................... 38

Figura 17 - Exemplo de lâmpada T8 mais eficiente ................................................................ 39

Figura 18 – Exemplo de Lâmpadas incandescentes utilizadas nas IPSS ............................. 41

Figura 19 – Exemplos de Grandes electrodomésticos presentes nas instituições visitadas

........................................................................................................................................................... 43

Figura 20 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Mascote ou Imagem do

Projecto em duas IPSS. .................................................................................................................. 47

Projecto EcoIPSS vi

Figura 21 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Mini-Investigadores EcoIPSS. . 48

Figura 22 – Exemplo do desenvolvimento da actividade compromisso. .......................... 49

Figura 23 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Conhecimentos e Trabalhos

Manuais. ........................................................................................................................................... 50

Figura 24 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Lembretes de Eficiência

Energética. ...................................................................................................................................... 51

Figura 25 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Mensagens de Reforço de

Boas Práticas ................................................................................................................................... 52

Figura 26 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Mapa de Arrumação do

Frigorífico. ......................................................................................................................................... 53

Figura 27 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Poster ECO. .............................. 54

Figura 28 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Código de Cores. ................... 55

Figura 29 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Conselho de Eficiência

Energética. ...................................................................................................................................... 56

Figura 30 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Visualização de Filme e

Discussão. ........................................................................................................................................ 57

Figura 31 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Grupos Focalizados. ............... 58

Figura 32 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Baú do CO2 .............................. 59

Figura 33 – Padrões de utilização da Iluminação nas IPSS em análise, na fase inicial de

diagnóstico e depois da intervenção. ...................................................................................... 61

Figura 34 - Padrões de utilização do Computador nas IPSS em análise, na fase inicial de

diagnóstico e depois da intervenção. ...................................................................................... 62

Figura 35 - Padrões de utilização do Computador nas IPSS em análise, na fase inicial de

diagnóstico e depois da intervenção. ...................................................................................... 62

Figura 36 - Padrões de utilização do televisor e leitores de vídeo/DVD nas IPSS em

análise, na fase inicial de diagnóstico e depois da intervenção. ....................................... 63

Projecto EcoIPSS vii

4. Índice de tabelas

Tabela I - Lista de IPSS seleccionadas por distrito .......................................................................8

Tabela II - Potencial de redução associado à alteração de comportamentos na

utilização .......................................................................................................................................... 21

Tabela III - Potencial de redução associado à anulação dos consumos de standby e

off-mode e hibernação dos equipamentos de informática ................................................ 22

Tabela IV – Redução de consumo já efectuado associado à anulação dos consumos

de standby e off-mode dos equipamentos de informática ................................................. 22

Tabela V - Potencial de redução associado à anulação dos consumos de standby e

off-mode .......................................................................................................................................... 24

Tabela VI – Redução de consumo já efectuado associado à anulação dos consumos

........................................................................................................................................................... 24

Tabela VII - Potencial de redução associado à diminuição do tempo de utilização de

lâmpadas ......................................................................................................................................... 25

Tabela VIII - Potencial de redução associado à correcta utilização das máquinas de

lavar .................................................................................................................................................. 26

Tabela IX - Potencial de redução associado à correcta gestão dos equipamentos de

frio ...................................................................................................................................................... 27

Tabela X - Potencial de redução associado à correcta utilização de equipamentos de

cozinha ............................................................................................................................................. 28

Tabela XI - Potencial de redução associado à correcta utilização de equipamentos de

AQS ................................................................................................................................................... 29

Tabela XII - Potencial de redução associado à correcta utilização de equipamentos da

categoria Outros ............................................................................................................................ 29

Tabela XIII – Potencial de redução de consumo associado à eliminação ....................... 31

Tabela XIV - Potencial de redução de consumo associado à alteração de

comportamentos ........................................................................................................................... 32

Tabela XV - Potencial de redução de consumo associado à substituição de lâmpadas

T8 ........................................................................................................................................................ 37

Tabela XVI - Potencial de redução de consumo associado à substituição de lâmpadas

T8 ........................................................................................................................................................ 38

Projecto EcoIPSS viii

Tabela XVII - Potencial de redução de consumo associado à substituição de lâmpadas

T8 ........................................................................................................................................................ 39

Tabela XVIII - Potencial de redução de consumo associado à substituição de

lâmpadas T8 .................................................................................................................................... 40

Tabela XIX - Potencial de redução de consumo associado à substituição de lâmpadas

incandescentes .............................................................................................................................. 41

Tabela XX - Potencial de redução de consumo associado à substituição de lâmpadas

de halogéneo ................................................................................................................................. 42

Tabela XXI - Potencial de redução de consumo associado à substituição de lâmpadas

........................................................................................................................................................... 42

Tabela XXII - Potencial de redução de consumo associado à substituição ..................... 43

Tabela XXIII - Potencial de redução total ................................................................................. 44

Tabela XXIV - Potencial de redução de energia eléctrica ................................................... 66

Projecto EcoIPSS 1

1. Introdução

A União Europeia tem como um dos pilares da sua política para a energia a eficiência

energética que, de acordo com o Livro Verde Sobre a Eficiência Energética, consiste

em dar aos Estados-Membros, regiões, cidadãos e indústria os incentivos e instrumentos

de que estes necessitam para avançar para as acções e investimentos necessários

para realizar poupança de energia com uma boa relação de custo-benefício

(Comissão Europeia, 2005). A eficiência energética constitui também um dos

objectivos da Estratégia Nacional para a Energia 2020, com a qual se pretende, entre

outros, a promoção da eficiência energética consolidando o objectivo de redução

de 20% do consumo de energia final em 2020, através da aposta em medidas

comportamentais e fiscais (URL1).

Portugal, à semelhança dos restantes países desenvolvidos, apresenta uma elevada

dependência de fontes de energia não renováveis e de origem exterior, como

petróleo, carvão e gás. Segundo a Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG)

esta dependência em 2009 foi de 81,2%. Esta dependência torna-se mais visível ao

observar a Figura 1, que mostra que o total das importações representa 78,9% do

Consumo de Energia Primária (CEP), sem ter em conta o saldo importador de

electricidade (PORDATA, 2011).

Projecto EcoIPSS 2

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Co

ns

um

o d

e e

ne

rgia

pri

ria

(1

00

0 te

p)

Ano

Carvão Petróleo

Gás natural Electricidade (saldo Importador)

Resíduos Industriais (não renováveis) Energias renováveis

Figura 1 - Estrutura do CEP ao longo dos anos (PORDATA, 2011)

Os aspectos negativos a nível ambiental, resultantes da utilização de fontes de energia

primária não renováveis, são igualmente evidentes. Na Figura 2 é possível observar a

evolução das emissões de CO2 de origem fóssil entre 1995 e 2008. Analisando a

Figura 1 e Figura 2 é possível verificar que há um decréscimo de emissões de CO2 de

origem fóssil a partir do ano de 2005, que estará relacionado com o decréscimo de

consumo de energias primárias como petróleo e carvão.

50.000

55.000

60.000

65.000

70.000

75.000

19

95

19

96

19

97

19

98

19

99

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08E

mis

es

CO

2d

e o

rig

em

ss

il (

10

00

t)

Ano

Figura 2 – Evolução das emissões de CO2 de origem fóssil (PORDATA, 2011)

Projecto EcoIPSS 3

Em Portugal, tem-se verificado um elevado crescimento do consumo de energia, ao

longo dos anos. Este aumento encontra-se relacionado, por um lado, com o progresso

económico e social e, por outro, com a elevada ineficiência energética induzida pelo

crescimento dominante dos consumos nos sectores doméstico, dos serviços e dos

transportes (Conselho de Ministros, 2005). Na Figura 3 é possível verificar a tendência

crescente do consumo de electricidade entre os anos de 2003 e 2010. Após uma

quebra de 1,4% verificada em 2009, o consumo de electricidade voltou a crescer

(4,7%) em 2010 relativamente ao ano anterior. O consumo anual de 52,2 TWh em 2010

fica 3,2% acima do verificado em 2008 (REN, 2011).

40000

42000

44000

46000

48000

50000

52000

54000

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Co

nsu

mo

to

tal d

e E

ne

rgia

Elé

ctri

ca

(GW

h)

Ano

Figura 3 - Consumo total de energia eléctrica (REN, 2004-2011)

Analisando o consumo final de energia eléctrica ao longo dos anos (Figura 4), verifica-

se que tanto o sector doméstico como o dos serviços aumentaram o seu consumo

entre 2004 e 2009, à excepção do ano de 2008 onde se verificou um decréscimo de

consumo no sector doméstico.

Projecto EcoIPSS 4

1000000

1100000

1200000

1300000

1400000

1500000

2004 2005 2006 2007 2008 2009

Co

nsu

mo

fin

al

de

en

erg

ia (

tep

)

Ano

Sector doméstico Serviços

Figura 4 - Consumo final de energia, no sector doméstico e serviços (INE, 2011)

Segundo dados de 2005, em Portugal, os edifícios são responsáveis por 30% dos

consumos energéticos e 62% do consumo de electricidade (Isolani, 2008). Este projecto

teve como objecto de estudo Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS).

Entre 2007 e 2009, houve um aumento de cerca de 7% das IPSS em Portugal. Olhando

para a evolução do número de instituições de apoio social, ao longo destes anos, o

aumento do número de instituições deve-se essencialmente ao número de instituições

de apoio a idosos (com e sem alojamento) (Figura 5).

0

250

500

750

1000

1250

1500

1750

2000

2007 2008 2009

Inst

itu

içõ

es

Ano

Crianças, com e sem alojamento

Pessoas idosas, com e sem alojamento

Cuidados continuados integrados, com alojamento

Pessoas com doenças do foro mental e do abuso de drogas, com alojamento

Pessoas com deficiência, com e sem alojamento

Outras actividades de apoio social, com e sem alojamento, n.e.

0

250

500

750

1000

1250

1500

1750

2000

2007 2008 2009

Inst

itu

içõ

es

Ano

Crianças, com e sem alojamento

Pessoas idosas, com e sem alojamento

Cuidados continuados integrados, com alojamento

Pessoas com doenças do foro mental e do abuso de drogas, com alojamento

Pessoas com deficiência, com e sem alojamento

Outras actividades de apoio social, com e sem alojamento, n.e.

0

250

500

750

1000

1250

1500

1750

2000

2007 2008 2009

Inst

itu

içõ

es

Ano

Crianças, com e sem alojamento

Pessoas idosas, com e sem alojamento

Cuidados continuados integrados, com alojamento

Pessoas com doenças do foro mental e do abuso de drogas, com alojamento

Pessoas com deficiência, com e sem alojamento

Outras actividades de apoio social, com e sem alojamento, n.e.

Figura 5 – Evolução do número de instituições de apoio social ao longo dos anos (INE, 2011)

Projecto EcoIPSS 5

No domínio do consumo energético, constata-se uma cada vez maior sensibilização

para o uso racional de energia, cuja análise deverá sempre englobar duas dimensões:

tecnológica, relacionada a eficiência dos equipamentos e outra mais

comportamental, relacionada com o modo de utilização dos equipamentos

eléctricos.

Sabendo que as IPSS se debatem quotidianamente com questões orçamentais, onde

qualquer poupança representa uma mais-valia para a melhoria das condições

financeiras da organização e que, muitas vezes, não dispõem de grande capacidade

financeira para investimento alargado em equipamentos mais eficientes do ponto de

vista energético (frequentemente utilizam equipamentos doados ou cedidos por

entidades ou particulares), considera-se que estas instituições poderão beneficiar em

larga escala de programas comportamentais adequados que contribuam

eficazmente para a redução dos consumos energéticos. Deste modo, pretende-se

enraizar nos diferentes membros e utentes das IPSS práticas quotidianas mais eficientes

do ponto de vista energético ao nível da utilização dos equipamentos eléctricos, de

modo a que estas se tornem um hábito e que sejam posteriormente implementadas

com um baixo nível de esforço, levando a reduções nos consumos de energia das

Instituições.

Projecto EcoIPSS 6

2. Objectivos

A medida visa a sensibilização e a melhoria da eficiência energética em 20 IPSS,

através de:

Realização de diagnósticos energéticos, tecnológicos e comportamentais, que

permitam identificar pontos críticos de maior consumo;

Programas comportamentais que contribuam eficazmente para a redução dos

consumos energéticos;

Promoção da eficiência do consumo energético nestas instituições, através do

aconselhamento directo e personalizado;

Redução nos consumos das instituições, através do acompanhamento directo

das mesmas;

Informações sobre o tipo de equipamentos mais eficientes que poderiam

adquirir com a sua capacidade financeira, considerando o retorno de investimento.

Com a concretização destes objectivos pretende-se atingir um potencial de

poupança de 10%.

Projecto EcoIPSS 7

3. Metodologia

Com este estudo pretendeu-se avaliar o potencial de redução de consumo de

energia eléctrica pela alteração de comportamentos em 20 IPSS distribuídas por três

distritos de Portugal Continental (5 no distrito de Faro, 10 no distrito de Lisboa e 5 no

distrito Porto).

Analisou-se também o potencial de poupança pela substituição de iluminação e

equipamentos de frio e máquinas de lavar.

3.1. Selecção da IPSS

Este estudo teve como um dos objectivos a criação de metodologias de avaliação de

comportamentos ao nível de utilização de equipamentos eléctricos e a criação de

programas comportamentais que pudessem contribuir de forma eficaz para a

redução dos consumos de energia eléctrica. Assim, a selecção das IPSS foi realizada

de forma a obter uma amostra com diferentes utilizações e ocupações, públicos-alvo,

e também tendo em consideração os equipamentos eléctricos existentes.

A divulgação da medida foi efectuada através do envio de carta aos pelouros da

acção social dos municípios dos diferentes distritos abrangidos, onde era pedido que

difundissem a informação sobre o projecto às instituições dos seus concelhos. Esta

forma de dar a conhecer o projecto foi complementada com o envio de cartas a 30

IPSS em cada distrito abrangido, seleccionadas aleatoriamente.

A descrição do projecto e a forma de inscrição esteve também disponível no site

institucional da EDP, da Quercus e ainda no portal ecoedp.

As instituições interessadas em participar no projecto preencheram um inquérito de

pré-selecção (Anexo I), onde se pedia informações acerca dos equipamentos

eléctricos presentes e das características dos utentes da instituição.

Foram recepcionadas 75 candidaturas, das quais 52 preencheram o inquérito de pré-

selecção. Os critérios de selecção basearam-se essencialmente em dois factores:

1) tipologia e número de equipamentos com consumo de energia eléctrica;

2) Maior diversificação possível no público-alvo.

Projecto EcoIPSS 8

Das IPSS inscritas foram seleccionadas, segundo os critérios de selecção referidos, as 20

IPSS que participaram no projecto (Tabela I).

Tabela I - Lista de IPSS seleccionadas por distrito, e número de utentes

Nome IPSS Distrito Nº utentes

Grupo de Bem Fazer "Celeiro do Amor" Faro 92

Obra da Nossa Senhora das Candeias Faro 33

Santa Casa da Misericórdia de Loulé Faro 238

Santa Casa da Misericórdia de Vila Real de Santo António Faro 323

Fundação Irene Rolo Faro 232

Santa Casa da Misericórdia de Arruda dos Vinhos Lisboa 455

Casa da Criança de Tires Lisboa 28

Grupo de Intervenção e Reabilitação Activa (GIRA) Lisboa 110

Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) Lisboa 138

HORIZONTE - Centro de Reabilitação Psicossocial Lisboa 21

Acreditar - Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro Lisboa 40

CIC-Portugal (Associação para a Cooperação, Intercâmbio e Cultura) Lisboa 21

Santa Casa da Misericórdia da Marteleira Lisboa 52

Fundação LIGA Lisboa 2848

ARIA - Associação de Reabilitação e Integração Ajuda Lisboa 144

Casa do Vale - Crescer Ser Porto 27

Centro Social de Ermesinde Porto 522

Lar Marista de Ermesinde Porto 46

Centro Social da Sé Catedral do Porto  Porto 330

Centro Social Paroquial Senhora do Calvário Porto 102

Ao nível social das instituições seleccionadas, o projecto contou com os seguintes

público-alvo:

Indivíduos com problemas de saúde mental - 4 IPSS (ARIA, GIRA e Horizonte em

Lisboa e Fundação Irene Rolo no Algarve);

Crianças e jovens – 5 IPSS (Casa da Criança de Tires e Acreditar em Lisboa;

Obra de Nossa Senhora das Candeias no Algarve; Lar Marista de Ermesinde e Casa do

Vale Crescer Ser no Porto);

Idosos – 4 IPSS (Centro Social e Paroquial da Nossa Senhora do Calvário no

Porto; Santa casa da Misericórdia de Marteleira e Santa Casa da Misericórdia de

Arruda dos Vinhos em Lisboa; Santa Casa da Misericórdia de Loulé no Algarve);

Pessoas com disfunções físicas ou outro tipo de doenças – 3 IPSS (CIC – projecto

Orientar, Fundação Liga e Sociedade de Esclerose Múltipla em Lisboa);

População carenciada – 2 IPSS (Grupo de Bem Fazer “Celeiro do Amor” no

Algarve e Centro Social de Ermesinde no Porto);

Projecto EcoIPSS 9

Crianças e idosos em simultâneo – 2 IPSS (Santa Casa da Misericórdia de Vila

Real de Santo António no Algarve e Centro Social da Sé Catedral no Porto).

3.2. Diagnóstico

A fase de diagnóstico iniciou-se com uma reunião com os quadros directivos de todas

as instituições seleccionadas, com o objectivo de proceder à apresentação do

projecto, bem como das diferentes fases que o compunham e proceder à

calendarização das observações a realizar nas diferentes IPSS. Estas reuniões

ocorreram entre Novembro de 2009 e Janeiro de 2010.

As actividades de diagnóstico tiveram início em Janeiro de 2010, tendo-se estendido

até ao final de Março do mesmo ano. Esta fase visou essencialmente a recolha de

dados, que permitissem a elaboração de um diagnóstico energético ao nível

comportamental para identificar de um modo claro e objectivo os principais pontos

críticos nos consumos energéticos das diferentes IPSS, sendo que para tal se recorreu a

metodologias distintas:

Por um lado, foram aplicados inquéritos aos funcionários e utentes das

instituições com a finalidade de recolher as auto-percepções destes diferentes grupos

relativamente às práticas associadas ao consumo de energia eléctrica (Anexo II);

Por outro lado, foram efectuadas observações directas dos comportamentos

de consumo dos funcionários, utentes e, sempre que se justificou, visitantes destas 20

IPSS, tendo estas observações sido guiadas por grelhas de observação previamente

construídas, permitindo tal metodologia a recolha de informações quantitativas, mas

também qualitativas, relativamente ao comportamento perante diferentes

equipamentos eléctricos (Anexo III, grelha de observação);

Foi ainda verificado o estado geral de alguns equipamentos (Anexo IV,

questionário de verificação de equipamentos)

As observações foram realizadas por técnicos do projecto que receberam formação

específica sobre o projecto e a natureza das suas tarefas dentro de cada instituição

(Anexo V, manual do técnico EcoIPSS).

Após a fase de observações de comportamentos, realizou-se uma visita a cada uma

das instituições com o objectivo de recolher dados que permitissem a quantificação

do potencial de redução de consumo de energia eléctrica. Nesta visita foi preenchido

um questionário no qual se identificaram os equipamentos com potencial de redução

de consumo e a respectiva potência nos modos ligado, de standby e/ou off-mode. Ao

Projecto EcoIPSS 10

nível da categoria de iluminação, recolheu-se informação acerca da tipologia de

lâmpada utilizada e respectiva potência. Fez-se ainda o levantamento das

características de equipamentos de frio e máquinas de lavar (Anexo VI).

Finalizada esta fase, procedeu-se à compilação de todas as informações recolhidas

nas visitas às IPSS. Os dados recolhidos através de questionários de comportamento

foram tratados estatisticamente através do software estatístico SPSS, enquanto os

dados mais qualitativos, recolhidos “in loco”, foram alvo de uma sistematização e de

uma análise mais individualizada.

O cruzamento da informação recolhida aquando da observação dos

comportamentos de utilização dos equipamentos com as características dos

equipamentos permitiu quantificar o potencial de redução de consumo pela

alteração de hábitos de utilização.

Da compilação de todos estes trabalhos resultaram fichas de consumo energético por

instituição (Anexo VII) onde foi descrito o modo de utilização dos diversos

equipamentos eléctricos de cada instituição, sendo este classificado numa escala de

5 pontos (muito adequado, adequado, razoável, a melhorar e a melhorar

consideravelmente) no que diz respeito ao nível desejado de comportamentos

energeticamente correctos e eficientes. Para cada equipamento foi também

avaliado o potencial de poupança pelas alterações de comportamento, classificado

em baixo, moderado, elevado e muito elevado.

3.3. Intervenção

Antes do início da intervenção foram realizadas reuniões com os quadros directivos

das diferentes instituições para apresentar os principais resultados da fase de

diagnóstico e propor e calendarizar as actividades de intervenção. Estas reuniões

ocorreram entre Outubro de 2010 e Janeiro de 2011.

Os programas comportamentais implementados nesta fase foram desenvolvidos

especificamente para cada IPSS com o objectivo de contribuir eficazmente para a

redução dos consumos energéticos nas instituições em estudo. Para tal, e tendo em

conta os pontos críticos nos consumos, identificados na fase de diagnóstico, foi

implementado um programa comportamental específico para cada instituição

(Anexo VI, relatório de intervenção por IPSS, com as diferentes actividades

Projecto EcoIPSS 11

desenvolvidas em cada uma delas). A implementação destes programas ocorreu

entre Janeiro e Março de 2011.

3.4. Avaliação de Resultados

A primeira avaliação dos resultados, que ocorreu maioritariamente em Junho de 2011,

procurou constatar as principais alterações concretizadas ao nível comportamental

nos pontos críticos identificados na fase de diagnóstico que foram trabalhados na fase

de intervenção, e aos quais foram associados maiores potenciais de poupança.

Para este apuramento, as IPSS foram novamente visitadas por técnicos EcoIPSS, tendo

sido utilizadas as grelhas de observação e os questionários como os principais

instrumentos de recolha de informação.

Projecto EcoIPSS 12

4. Equipamentos eléctricos e electrónicos

4.1. Áreas de actuação

Para atingir os objectivos propostos neste projecto analisaram-se os potenciais de

redução de consumo nas diferentes categorias de equipamentos eléctricos. Para os

grandes equipamentos (máquinas de lavar e equipamentos de frio) apenas foram

analisados os equiparados aos domésticos, uma vez que os equipamentos de

medição apenas permitia medir potências até 3000W. Outro factor que levou a

analisar apenas os equipamentos equivalentes aos domésticos prendeu-se com o

facto da etiqueta de eficiência energética apenas existir para este tipo de

equipamentos.

Ao longo do relatório, os resultados são apresentados em oito categorias de

equipamentos: Informática, Entretenimento, Iluminação, Máquinas, Frio, Equipamentos

de cozinha, águas quentes sanitárias (AQS) e Outros (ferros de engomar, balanças,

máquinas de costura, entre outros).

4.2. Observação de comportamentos

Os principais problemas encontrados ao nível dos comportamentos de consumo de

energia, e que constituem pontos críticos de acção, foram comuns para a maioria das

instituições em análise:

Diversos equipamentos deixados em standby ao longo do dia (ex. computador,

televisor, fotocopiadora, etc.);

Diversos equipamentos com consumo off-mode permaneceram ligados à

tomada, apesar de estarem desligados no botão (ex. televisor, computador, fax,

vídeo, etc.);

Inúmeras lâmpadas esquecidas ligadas;

Ar condicionado/aquecimento ligado em zonas sem utilizadores;

Ar condicionado/aquecimento ligado com as portas ou as janelas abertas;

Utilização da máquina de secar roupa, ao invés de secar a roupa ao ar livre;

Porta do frigorífico mantida aberta por um tempo significativamente superior

ao necessário;

Abertura da porta do frigorífico sem colocar ou retirar nenhum alimento do seu

interior;

Projecto EcoIPSS 13

Porta do forno aberta significativamente mais vezes do que o necessário;

Raramente se constatou o hábito de desligar o forno uns minutos antes da

comida estar pronta, com a finalidade de aproveitar o calor remanescente;

Ferro de engomar encontrado ligado por diversas vezes sem estar em

utilização;

Raramente foi constatado o hábito de desligar o ferro de engomar umas peças

antes de terminar esta tarefa, de modo a aproveitar o calor remanescente deste

equipamento;

Não se verificou a utilização de opção de hibernação nos computadores

perante ausências prolongadas dos técnicos;

O monitor do computador ficou frequentemente ligado perante ausências

prolongadas dos técnicos.

4.3. Medição de consumos

Na visita realizada a cada IPSS para a caracterização dos equipamentos, foi

efectuado o levantamento dos equipamentos eléctricos e electrónicos existentes na

instituição e da tipologia de iluminação utilizada.

De forma a identificar os consumos de standby1 e off-mode2, foram realizadas

medições a alguns equipamentos eléctricos. Nem todos os equipamentos foram

sujeitos a medição, por terem as tomadas inacessíveis ou para não perturbar o

trabalho dos colaboradores das IPSS. Neste procedimento utilizou-se um instrumento

de medição denominado Energy data logger (Figura 6).

Figura 6 – Instrumento utilizado na medição e registo do consumo de energia eléctrica de equipamentos

1 O termo standby é empregue quando o aparelho está a consumir energia, sem desempenhar a sua

função, e com indicação de consumo. 2 O termo off-mode (consumo fantasma) é empregue quando o aparelho está a consumir energia, sem

desempenhar a sua função e sem indicação de consumo.

Projecto EcoIPSS 14

4.4. Pressupostos

O potencial de redução do consumo de energia eléctrica nas IPSS foi avaliado por

duas vias:

1. Potencial pela alteração de comportamentos;

2. Redução do consumo pela aquisição de equipamentos mais eficientes.

De seguida são identificados os pressupostos assumidos para o cálculo de redução de

consumo de energia eléctrica de cada área.

Iluminação

Nos casos em que as observações indicavam que lâmpadas eram deixadas acesas

quando as divisões estavam vazias, determinou-se o potencial de redução do

consumo pelo apagar das luzes à hora de almoço já que nos outros períodos não foi

possível determinar quando não são necessárias.

Modos de vigilância (Standby e Off-mode)

O cálculo do potencial de redução de consumo pela anulação dos consumos dos

modos de vigilância (standby e off-mode), nas categorias de entretenimento,

informática, equipamentos de cozinha e outros, realizou-se tendo por base os valores

recolhidos com o auxílio do instrumento de medição e os resultados das observações,

que permitiram aferir qual a forma e o tempo de utilização dos diferentes

equipamentos.

Informática

Ao nível dos equipamentos de informática, avaliou-se também o potencial de

poupança que seria obtido se fossem programados - PC ou portátil - para entrarem

em hibernação ao fim de 15 minutos, quando não estão a ser utilizados. Esta opção

permite uma diminuição de consumo em cerca de 70% durante a hora de almoço,

quando comparado com o computador ligado3.

3 www.energysavers.gov/your_home/appliances/index.cfm/mytopic=10070

Projecto EcoIPSS 15

Máquinas de lavar loiça e roupa

Em relação às máquinas de lavar loiça e roupa, efectuaram-se cálculos de redução

de consumo pela diminuição do número de máquinas por semana ou por dia, de

acordo com a frequência de utilização deste equipamento, ao optar pela utilização

destes electrodomésticos sempre com carga completa.

Em instituições onde é possível reduzir a temperatura de lavagem, realizou-se o cálculo

de redução de consumos considerando uma diminuição de 40% por ciclo de

lavagem4.

No caso das máquinas de lavar loiça, que permitem a secagem em separado, fez-se

o cálculo do decréscimo de consumo em cerca de 45% se fosse evitado o programa

de secagem na lavagem de loiça5. Esta situação só se verificou em uma IPSS.

Ferro de engomar

Em muitas instituições, verificou-se que o ferro de engomar era deixado ligado entre

utilizações espaçadas por algum tempo. Para além disso, não era prática habitual

desligar o ferro uns minutos antes de terminar a tarefa. Assim, como forma de

sensibilização dos colaboradores, realizou-se o cálculo de redução do consumo

conseguido pela diminuição do tempo de utilização. Para o cálculo de poupança

teve-se em conta tempos de utilização diferentes para cada instituição. Para

instituições com utilizações mais intensivas, foi considerado que se conseguia reduzir o

tempo que o ferro de engomar está ligado em 15 minutos por dia. Para instituições

com utilizações mais esporádicas, foi considerado que se conseguia reduzir o tempo

que o ferro estava ligado em 30 minutos por semana.

Forno eléctrico

No decorrer das observações verificou-se que a porta do forno era aberta mais vezes

do que o necessário. Sabendo-se que de cada vez que se efectua esta acção perde-

se no mínimo 20% da energia acumulada no seu interior6, efectuou-se um cálculo

aproximado da redução do consumo se fosse evitada uma abertura de porta. Neste

cálculo teve-se em consideração o número de vezes que este equipamento é

utilizado em cada instituição, podendo ir de três vezes por semana a uma utilização

diária.

4 www.eco.edp.pt/pt/particulares/conhecer/equipamentos-eficientes/maquina-de-lavar-roupa 5 www.eco.edp.pt/pt/particulares/conhecer/equipamentos-eficientes/maquina-de-lavar-loiça 6 Guia de eficiência energética, ADENE,2010, pp 28.

Projecto EcoIPSS 16

Numa das instituições, verificou-se que o forno era, pontualmente, mantido ligado

entre utilizações, espaçadas por algum tempo, como por exemplo durante a hora de

almoço. De forma a sensibilizar os colaboradores, realizou-se o cálculo do desperdício

de energia associado a 15 minutos diários do forno ligado sem utilização.

Frigorífico

Em duas instituições verificou-se que um dos frigoríficos existentes estava ligado ao

longo do ano sem ser utilizado ou com utilização reduzida. Assim, realizou-se o cálculo

de redução de consumo no caso de este equipamento passar a ser utilizado apenas

durante o tempo realmente necessário, ou seja nos meses de Verão.

Arcas congeladoras

No caso das arcas congeladoras, o potencial de poupança encontrado relacionava-

se com o facto das arcas se encontrarem na marquise da instituição, sujeitas a

temperaturas muito elevadas. Neste caso, foi utilizado um potencial de poupança de

30%7 associado à redução da temperatura envolvente dos equipamentos de frio em

5ºC. Este caso foi identificado em uma instituição de Lisboa.

Águas quentes sanitárias

No caso dos termoacumuladores, verificou-se os casos em que estando sempre

ligados tinham utilizações pontuais. Assim, fez-se o cálculo para serem desligados

durante os períodos desnecessários. Esta situação verificou-se em uma instituição,

onde o termoacumulador se encontrava sempre ligado mas a sua utilização era

concentrada apenas num dado período do dia. Neste caso, fez-se o cálculo de

redução do consumo para uma utilização diária de seis horas.

Climatização

Em muitas instituições, verificou-se que a climatização activa estava ligada também

em espaços não utilizados ou com as janelas e/ou portas abertas. Assim, de forma a

sensibilizar os colaboradores, apresentou-se o cálculo do consumo de um

equipamento de climatização ligado durante uma hora diária. No caso dos aparelhos

de ar condicionado, considerou-se o ano inteiro; para os restantes aparelhos,

considerou-se apenas os meses de Inverno.

7 http://www.adene.pt/NR/rdonlyres/00000091/mguuhfudctkkrquzccfjwhlwflytafim/Eficiênciaenergéticaemeq

uipamentosesistemaseléctricosnosectorresidencial.pdf

Projecto EcoIPSS 17

Este cálculo foi realizado apenas para sensibilizar os colaboradores das instituições,

não tendo sido contabilizados como potencial de redução de consumo de energia

eléctrica, pois em muitas instituições esta forma de utilização menos eficiente dos

equipamentos de climatização deve-se às características dos utentes. Por exemplo,

numa instituição cujos utentes têm problemas de saúde mental, as portas das divisões

não podem ser fechadas, mesmo aquando da utilização de equipamentos de

climatização. Desta forma, terá de ser avaliado pela instituição se é possível alterar

este comportamento sem afectar o dia-a-dia dos utentes.

Torradeiras, Extractores de fumo e Banhos-Maria

Equipamentos como torradeiras, extractores de fumo e banhos-maria são deixados

ligados, na maioria das instituições, entre utilizações, espaçadas por algum tempo.

Neste cálculo, teve-se em consideração o tempo de utilização diária em cada

instituição, assumindo-se uma redução de utilização dos equipamentos entre 15

minutos a uma hora diária.

Substituição de equipamentos

O cálculo do potencial de poupança pela substituição de equipamentos de frio e

máquinas de lavar foi efectuado tendo como base os dados de consumo recolhidos

com o Energy data logger. O consumo energético destes equipamentos foi medido

durante uma semana consecutiva, no mínimo. Nos casos em que não foi possível

efectuar medições, o consumo foi calculado pela informação das etiquetas dos

equipamentos e do tempo de utilização referida pelos utilizadores/colaboradores das

IPSS. Quando não havia etiquetas, tomou-se por base a informação sobre consumos

disponibilizados na internet pelas marcas.

Cálculo do potencial de poupança (€/ano)

Dada a grande discrepância de dimensão entre as várias instituições e de fornecedor

de electricidade, o tarifário varia bastante entre as instituições envolvidas. Assim, para

se poder fazer uma comparação entre instituições, assumiu-se o valor do tarifário

presente num maior número de instituições – EDP Serviço Universal, tarifário simples,

0,1349 €/kWh.

Cálculo das emissões evitadas (kgCO2/ano)

Para o cálculo das emissões de CO2 evitadas pela redução do consumo de

electricidade, utilizou-se o factor de emissão para o ano de 2010, 0,34 kgCO2/kWh

(dado fornecido pela EDP).

Projecto EcoIPSS 18

5. Potenciais de poupança

Neste capítulo são apresentados os potenciais de poupança identificados nas IPSS,

divididos em duas áreas de actuação:

Potenciais de redução do consumo nas diferentes categorias de equipamentos

eléctricos presentes nas instituições por alteração de comportamentos;

Resultados obtidos para a diminuição de consumo pela substituição de

equipamentos de frio, máquinas de lavar e iluminação por outros energeticamente

mais eficientes.

Na Figura 7 é apresentado o número de equipamentos das diferentes categorias para

os quais foi avaliado o potencial de poupança no consumo de energia eléctrica.

Projecto EcoIPSS 19

0 50 100 150 200 250

Ventoinha

Rádio despertador

Prensa

Máquina de costura

Ferro de engomar

Balança digital

Máquina de secar roupa

Máquina de lavar roupa

Máquina de lavar louça

UPS

Torre

Scanner

Rádio

Projector de acetatos

Portátil

Multifunções

Monitor

Modem

Máquina de escrever

Impressora

Fotocopiadora

Disco externo

Destruidor de papel

Colunas

Calculadora

Frigorífico Combinado

Frigorífico 2 Portas

Frigorífico 1 Porta

Arca vertical

Arca horizontal

Torradeira

Placa eléctrico

Microondas

Máquina de café

Forno eléctrico

Extractor de fumo

Banho Maria

Vídeo

Televisor

Surround

Retroprojector

Rádio

Powerbox

Phones Wirless

Órgão

Leitor de DVD

Consola

Colunas

Aparelhagem

Antena

Amplificador

Ou

tra

qu

ina

sIn

form

áti

ca

e te

lec

om

un

ica

çõ

es

Fri

o

Eq

uip

am

en

to d

e

co

zin

ha

En

tre

ten

ime

nto

Número de equipamentos

Ca

teg

ori

a

Figura 7 - Número de equipamentos analisados, por categoria

Projecto EcoIPSS 20

5.1. Potencial de poupança por alteração de

comportamentos

A avaliação do potencial de poupança por alteração de comportamentos foi

realizada com base no cruzamento do levantamento dos consumos dos

equipamentos eléctricos e da iluminação existentes nas instituições com as

observações sobre a forma como estes são utilizados.

5.1.1. Informática

O potencial de poupança por alterações de comportamento desta categoria de

equipamentos foi calculado considerando a anulação dos consumos de standby e

off-mode e a possibilidade de hibernação dos computadores (PC e portáteis) durante

a hora de almoço dos colaboradores.

Na Figura 8 apresentam-se alguns exemplos desta categoria presentes nas instituições

analisadas neste estudo.

Figura 8 – Exemplos de equipamentos da categoria de informática presentes nas IPSS

Pela análise da Tabela II, é possível verificar que a redução de consumo de

electricidade, pela alteração de comportamentos na utilização dos equipamentos da

categoria de informática, relativamente ao consumo total de electricidade, varia

entre 0,1% e 2,7%, sendo em média 0,6%. As diferenças devem-se à taxa de

penetração de equipamentos desta categoria nas diferentes IPSS. De notar que a

instituição com menor percentagem é aquela que anula todos os consumos de

standby e off-mode desta categoria no final do dia.

Projecto EcoIPSS 21

Tabela II - Potencial de redução associado à alteração de comportamentos na utilização

dos equipamentos de informática

IPSSRedução de consumo

(kWh/ano)

Emissões evitadas

(kgCO2/ano)

Poupança

(€/ano)

% relativamente ao

consumo total

IF01 41 14 6 0,4%

IF02 151 51 20 0,4%

IF03 753 256 102 0,4%

IF04 1.344 457 181 0,7%

IF05 4.623 1.572 624 *IL01 665 226 90 0,2%

IL02 82 28 11 *IL03 414 141 56 2,5%

IL04 753 256 102 1,9%

IL05 49 17 7 0,8%

IL06 653 222 88 0,9%

IL07 566 192 76 2,7%

IL08 226 77 30 0,4%

IL09 3.529 1.200 476 0,7%

IL10 12 4 2 0,2%

IP01 286 97 39 1,0%

IP02 1.219 415 164 0,4%

IP03 178 61 24 0,3%

IP04 945 321 127 0,7%

IP05 60 20 8 0,1%

Total 16.550 5.627 2.233 0,6% * Não foi possível realizar o cálculo da % de redução do consumo relativamente ao consumo total pois não

foi possível obter os dados de consumo total da instituição.

No conjunto das instituições será possível reduzir o consumo de electricidade em cerca

de 16.550 kWh/ano, o que representa uma diminuição das emissões de

5.627 kgCO2/ano, e uma poupança de 2.233 €/ano (Tabela III). Este potencial

depende significativamente do número de equipamentos presentes em cada

instituição, variando entre 12 e 4.623 kWh/ano.

Para uma melhor percepção do contributo de cada acção para a redução de

consumo, desagregou-se o potencial encontrado por anulação do consumo

associado aos modos de standby e/ou off-mode e pela hibernação dos

computadores durante uma hora por dia. Pela análise da Tabela III é possível verificar

que a anulação de consumos de standby e off-mode no final do dia de trabalho tem

uma maior contribuição para a redução de consumo (0,4% relativamente ao

consumo total) do que a hibernação dos computadores (0,2%).

Projecto EcoIPSS 22

Tabela III - Potencial de redução associado à anulação dos consumos de standby e off-mode e hibernação

dos equipamentos de informática

Recomendação

Redução de

consumo

(kWh/ano)

Emissões

evitadas

(kgCO2/ano)

Poupança

(€/ano)

% relativamente

ao consumo total

Anulação standby e off-mode 10.228 3.477 1.380 0,4%

Hibernação 6.322 2.149 853 0,2%

Total 16.550 5.627 2.233 0,6%

Em algumas instituições, verificou-se que já existia o cuidado de desligar da corrente

parte dos equipamentos de informática após a sua utilização. Na Tabela IV

apresentam-se os valores de redução de consumo associado a este comportamento.

Tabela IV – Redução de consumo já efectuado associado à anulação dos consumos de standby e off-

mode dos equipamentos de informática

Acção

Redução de

consumo

(kWh/ano)

Emissões

evitadas

(kgCO2/ano)

Poupança

(€/ano)

Anulação standby e off-mode 1.930 656 260

5.1.2. Entretenimento

No decorrer das visitas às instituições, verificou-se que muitos dos equipamentos

pertencentes à categoria de entretenimento mantinham-se em modo de standby

após utilização ou desligados no botão on/off, continuando a ter um consumo,

embora residual, de off-mode. Na Figura 9 são apresentados exemplos de

equipamentos desta categoria presentes nas IPSS.

Projecto EcoIPSS 23

Figura 9 - Exemplos de equipamentos da categoria de entretenimento, presentes nas IPSS

Se os colaboradores das IPSS analisadas passarem a desligar os equipamentos da

corrente (directamente ou com o auxílio de uma multitomada com botão de corte de

corrente), será possível diminuir o consumo de electricidade em cerca de

4.359 kWh/ano, evitando-se as emissões de 1.482 kgCO2/ano, e a redução na factura

anual em cerca de 588 € (Tabela V). Este potencial de redução de consumo varia de

acordo com o número de equipamentos presentes nas instituições, tendo-se aferido

valores entre 8 e 925 kWh/ano.

A redução de consumo de electricidade pela alteração de comportamentos na

utilização dos equipamentos da categoria de entretenimento, relativamente ao

consumo total de electricidade, varia entre 0,02% e 2,27%, sendo em média 0,2%. As

diferenças devem-se à taxa de penetração de equipamentos desta categoria nas

diferentes IPSS.

Projecto EcoIPSS 24

Tabela V - Potencial de redução associado à anulação dos consumos de standby e off-mode

dos equipamentos de entretenimento

IPSSRedução de consumo

(kWh/ano)

Emissões evitadas

(kgCO2/ano)

Poupança

(€/ano)

% relativamente ao

consumo total

IF01 12 4 2 0,1%

IF02 409 139 55 1,1%

IF03 925 315 125 0,5%

IF04 140 48 19 0,1%

IF05 454 154 61 *IL01 797 271 108 0,2%

IL02 10 3 1 *IL03 195 66 26 1,2%

IL04 55 19 7 0,1%

IL05 146 50 20 2,3%

IL06 101 34 14 0,1%

IL07 67 23 9 0,3%

IL08 232 79 31 0,4%

IL09 218 74 29 0,0%

IL10 134 46 18 1,7%

IP01 108 37 15 0,4%

IP02 100 34 13 0,0%

IP03 48 16 6 0,1%

IP04 200 68 27 0,2%

IP05 8 3 1 0,0%

Total 4.359 1.482 588 0,2% * Não foi possível realizar o cálculo da % de redução do consumo relativamente ao consumo total pois não

foi possível obter os dados de consumo total da instituição.

Em algumas IPSS verificou-se que já existia o cuidado de desligar da corrente parte dos

equipamentos de entretenimento após a sua utilização. Na Tabela VI apresentam-se

os valores de redução de consumo associado a este comportamento.

Tabela VI – Redução de consumo já efectuado associado à anulação dos consumos

de standby e off-mode dos equipamentos de entretenimento

Acção

Redução de

consumo

(kWh/ano)

Emissões

evitadas

(kgCO2/ano)

Poupança

(€/ano)

Anulação standby e off-mode 842 286 114

5.1.3. Iluminação

Em todas as instituições visitadas foi observado que são deixadas lâmpadas acesas em

algumas divisões, depois de serem utilizadas (Figura 10). Assim, calculou-se o potencial

de poupança associado ao desligar destas lâmpadas durante o tempo que não estão

a ser utilizadas ou, pelo menos, durante uma hora por dia (geralmente a hora de

Projecto EcoIPSS 25

almoço). Para além da determinação do potencial de poupança com esta medida,

pretendeu-se mostrar o valor de potencial de redução possível com esta acção aos

colaboradores/utentes de forma a sensibilizá-los para utilizarem iluminação artificial,

apenas quando necessária.

Figura 10 - Exemplos de lâmpadas acesas em divisões sem ocupantes

Ao analisar a Tabela VII, é possível verificar que a redução de consumo de

electricidade relativamente ao consumo total de electricidade, pela alteração do

comportamento na utilização de iluminação artificial, varia entre 0,01% e 3,57%, sendo

em média 1,23%. As diferenças devem-se ao número de lâmpadas que são deixadas

acesas em cada IPSS.

Tabela VII - Potencial de redução associado à diminuição do tempo de utilização de lâmpadas

IPSSRedução de consumo

(kWh/ano)

Emissões evitadas

(kgCO2/ano)

Poupança

(€/ano)

% relativamente ao

consumo total

IF01 266 90 36 2,36%

IF02 79 27 11 0,21%

IF03 1.519 516 205 0,81%

IF04 1.296 441 175 0,72%

IF05 989 336 133 *IL01 2.813 956 379 0,87%

IL02 128 44 17 *IL03 92 31 12 0,57%

IL04 297 101 40 0,76%

IL05 56 19 8 0,87%

IL06 571 194 77 0,77%

IL07 263 89 35 1,26%

IL08 532 181 72 0,83%

IL09 55 19 7 0,01%

IL10 77 26 10 0,99%

IP01 289 98 39 1,02%

IP02 9.979 3.393 1.346 3,57%

IP03 1.051 357 142 1,82%

IP04 4.179 1.421 564 3,14%

IP05 295 100 40 0,71%

Total 24.826 8.441 3.349 1,23%

* Não foi possível realizar o cálculo da % de redução do consumo relativamente ao consumo total pois não

foi possível obter os dados de consumo total da instituição.

Projecto EcoIPSS 26

Com esta medida seria possível alcançar reduções de consumo, em todas as IPSS, de

cerca de 24.826 kWh/ano, correspondendo a uma diminuição de emissões de

8.441kgCO2/ano, e uma poupança de 3.349 €/ano. Os valores obtidos para cada

instituição variam de acordo com o número de lâmpadas que são deixadas acesas,

podendo atingir-se reduções entre os 55 e 9.979 kWh/ano.

5.1.4. Máquinas de lavar

Em muitas instituições verificou-se que a utilização das máquinas de lavar poderia ser

melhorada de forma a reduzir o consumo de energia eléctrica. Assim, aconselharam-

se os colaboradores, sempre que possível, a realizarem máquinas com carga

completa, a diminuírem as temperaturas de lavagem, e evitar o programa de

secagem das máquinas de lavar loiça. Se estes conselhos forem seguidos, será possível

reduzir o consumo de electricidade em cerca de 6.853 kWh/ano, diminuindo as

emissões em 2.330 kgCO2/ano, e poupando 925 €/ano. Em cinco instituições verificou-

se uma utilização correcta destes equipamentos, não existindo potencial de redução

de consumo. Nas restantes identificou-se um potencial entre 53 e 1.496 kWh/ano.

Tabela VIII - Potencial de redução associado à correcta utilização das máquinas de lavar

IPSSRedução de consumo

(kWh/ano)

Emissões evitadas

(kgCO2/ano)

Poupança

(€/ano)

% relativamente ao

consumo total

IF01 53 18 7 0,5%

IF02 261 89 35 0,7%

IF03 303 103 41 0,2%

IF04 520 177 70 0,3%

IF05 490 167 66 *

IL01 1.496 509 202 0,5%

IL02 474 161 64 *

IL03 53 18 7 0,3%

IL04 182 62 25 0,5%

IL06 202 69 27 0,3%

IL08 358 122 48 0,6%

IL09 426 145 57 0,1%

IP01 53 18 7 0,2%

IP02 637 217 86 0,2%

IP05 1.345 457 181 3,2%

Total 6.853 2.330 925 0,3% * Não foi possível realizar o cálculo da % de redução do consumo relativamente ao consumo total pois não

foi possível obter os dados de consumo total da instituição.

A redução de consumo de electricidade, pela alteração de comportamentos na

utilização das máquinas de lavar, relativamente ao consumo de electricidade varia

Projecto EcoIPSS 27

entre 0,1% e 3,2%, sendo em média 0,3%. As diferenças devem-se ao número de

utilizações destes equipamentos, sendo tanto maior o potencial de redução quanto

maior for o número de lavagens/secagens realizadas na IPSS.

5.1.5. Frio

Em apenas duas instituições verificou-se potencial de redução de consumo na

categoria de frio. Numa, um dos frigoríficos é mantido ligado mesmo em meses que

não é utilizado; noutra, a localização das arcas congeladoras não é a mais favorável

para estes equipamentos, pois encontra-se exposta à radiação solar directa,

originando um aumento da temperatura ambiente. Se for possível às instituições a

alteração destas situações, obter-se-á uma redução do consumo de energia eléctrica

em cerca de 404 kWh/ano, evitando-se as emissões de 137 kgCO2/ano, e poupando

54 Euros na factura anual de electricidade (Tabela IX).

Tabela IX - Potencial de redução associado à correcta gestão dos equipamentos de frio

IPSSRedução de consumo

(kWh/ano)

Emissões evitadas

(kgCO2/ano)

Poupança

(€/ano)

% relativamente ao

consumo total

IF04 115 39 16 0,06%

IL03 289 98 39 2,57%

Total 404 137 54 0,02%

5.1.6. Equipamentos de cozinha

Em muitas instituições observaram-se utilizações de equipamentos de cozinha que

originam desperdício no consumo de energia eléctrica. As principais recomendações

a seguir pelos colaboradores são a anulação do consumo de standby de micro-ondas

e máquinas de café; o desligar dos equipamentos, sempre que possível, entre

utilizações espaçadas e a diminuição do tempo de utilização (p.e. na utilização dos

fornos). De acordo com os dados recolhidos, aferiu-se que seria possível reduzir o

consumo de energia eléctrica em cerca de 8.721 kWh/ano, diminuindo as emissões

em 2.965 kgCO2/ano e poupando cerca de 1.176 €/ano na factura de electricidade.

Os valores aferidos variam entre 3 e 2.332 kWh/ano, de acordo com o número e

tipologia dos equipamentos presentes nas IPSS.

Projecto EcoIPSS 28

Tabela X - Potencial de redução associado à correcta utilização de equipamentos de cozinha

IPSSRedução de consumo

(kWh/ano)

Emissões evitadas

(kgCO2/ano)

Poupança

(€/ano)

% relativamente ao

consumo total

IF02 189,0 64,3 25,5 0,505%

IF03 1.684,0 572,6 227,2 0,894%

IF05 1.365,0 464,1 184,1 *

IL01 63,0 21,4 8,5 0,019%

IL02 13,0 4,4 1,8 *

IL04 519,0 176,5 70,0 1,329%

IL05 73,0 24,8 9,8 1,136%

IL06 140,0 47,6 18,9 0,189%

IL07 451,0 153,3 60,8 2,155%

IL08 5,5 1,9 0,7 0,009%

IL09 140,0 47,6 18,9 0,028%

IL10 140,0 47,6 18,9 1,796%

IP01 715,0 243,1 96,5 2,529%

IP02 2,8 0,9 0,4 0,001%

IP03 219,0 74,5 29,5 0,379%

IP04 2.331,5 792,7 314,5 1,753%

IP05 670,0 227,8 90,4 1,609%

Total 8.720,8 2.965,1 1.176,4 0,364% * Não foi possível realizar o cálculo da % de redução do consumo relativamente ao consumo total pois não

foi possível obter os dados de consumo total da instituição.

Na categoria de equipamentos de cozinha, verifica-se uma grande discrepância de

poupança relativamente ao consumo total: variação entre 0,001% e 2,529%, sendo a

média de redução de 0,364%. Estas diferenças devem-se, em parte, ao tipo e

potência dos equipamentos presentes.

5.1.7. Equipamentos de Águas Quentes Sanitárias

Apenas numa IPSS se verificou uma má utilização de energia eléctrica para AQS.

Neste caso, verificou-se que um termoacumulador era mantido ligado durante todo o

dia, apesar de a necessidade de água quente se concentrar num período específico

do dia. Assim, recomendou-se à instituição que desligasse este equipamento quando

não fosse necessário, passando para um tempo de utilização de 6 horas diárias. Esta

acção permitirá à instituição uma redução de consumo de electricidade de cerca de

2.340 kWh/ano, que corresponde a uma diminuição das emissões de 796 kgCO2/ano,

e poupar 316 €/ano na factura de energia eléctrica (Tabela XI).

Projecto EcoIPSS 29

Tabela XI - Potencial de redução associado à correcta utilização de equipamentos de AQS

IPSSRedução de consumo

(kWh/ano)

Emissões evitadas

(kgCO2/ano)

Poupança

(€/ano)

IF05 2340 796 316

5.1.8. Outros

Esta categoria integra equipamentos que não pertencem a nenhuma das categorias

analisadas anteriormente, nomeadamente ferro de engomar, ventoinha, máquina de

costura, balança e prensa. Os ferros de engomar são os únicos equipamentos, desta

categoria, comuns a todas as instituições, ao passo que os restantes equipamentos

estão distribuídos por diferentes IPSS.

Durante o período de observação, verificou-se que um ou mais equipamentos, desta

categoria, eram deixados ligados mesmo quando não estavam a ser utilizados ou

tinham consumos de standby ou off-mode associados.

Verificou-se que, se a forma de utilização destes equipamentos fosse melhorada, seria

possível reduzir o consumo de electricidade em cerca de 3.532 kWh/ano, diminuindo

as emissões em 1.201 kgCO2/ano, e poupando 476 €/ano na factura de energia

eléctrica.

Tabela XII - Potencial de redução associado à correcta utilização de equipamentos da categoria Outros

IPSSRedução de consumo

(kWh/ano)

Emissões evitadas

(kgCO2/ano)

Poupança

(€/ano)

% relativamente ao

consumo total

IF02 371 126 50 0,99%

IF03 1.639 557 221 0,87%

IF05 422 143 57 *

IL01 183 62 25 0,06%

IL06 250 85 34 0,34%

IL09 183 62 25 0,04%

IL10 52 18 7 0,67%

IP03 183 62 25 0,32%

IP05 249 85 34 0,60%

Total 3.532 1.201 476 0,15% * Não foi possível realizar o cálculo da % de redução do consumo relativamente ao consumo total pois não

foi possível obter os dados de consumo total da instituição.

Os valores de redução de consumo comparativamente ao consumo total de

electricidade variam entre 0,04% e 0,99%, sendo o valor médio de 0,15%. A diferença

Projecto EcoIPSS 30

entre as IPSS dever-se-á à heterogeneidade de equipamentos encontrados e também

às suas potências.

5.1.9. Redução total de energia eléctrica pela alteração de

comportamentos

Como ilustrado na Figura 11, a categoria com maior potencial de redução de

consumo por alteração de comportamentos é a Iluminação (37%), seguida da

Informática (25%). De notar que o potencial da categoria Frio é muito baixo pois

apenas se verificaram duas situações - o desligar de um frigorífico nos meses em que

não é necessário e a redução de consumo pela diminuição da temperatura

envolvente de duas arcas. O resultado da categoria AQS diz respeito a apenas uma

instituição, onde se pode reduzir significativamente o número de horas em que o

termoacumulador está ligado.

25%

6%

37%

10%

1%

13%

3%5%

Informática

Entretenimento

Iluminação

Máquinas

Frio

Cozinha

AQS

Outros

Figura 11 - Distribuição do potencial de redução de consumo nas diferentes categorias

O objectivo da eficiência energética é a redução de consumo sem alterar a

qualidade de vida dos utilizadores de equipamentos eléctricos. Uma das formas de

diminuição dos desperdícios do consumo de electricidade passa pela anulação dos

consumos de standby e/ou off-mode de diversos equipamentos. Na Tabela XIII

apresenta-se os valores de redução de consumo por esta acção por categoria. Ao

analisar esta tabela, verifica-se que a categoria de informática apresenta um valor de

potencial de poupança cerca de duas vezes superior ao da categoria de

Projecto EcoIPSS 31

entretenimento, para cerca de três vezes mais equipamentos.

Verificou-se ser possível reduzir um total de 15.050 kWh/ano, correspondendo a uma

redução na emissão de 5.117 kg CO2/ano, e uma poupança de 2.030 €/ano.

Tabela XIII – Potencial de redução de consumo associado à eliminação

de consumo de standby e off-mode

Categoria

Redução do

consumo

(kWh/ano)

Emissões

evitadas

(kgCO2/ano)

Poupança

(€/ano)

% relativamente

ao consumo total

Informática 10.228 3.477 1.380 0,40%

Entretenimento 4.359 1.482 588 0,19%

Cozinha 184 62 25 0,01%

Outros 288 98 39 0,01%

Total 15.058 5.120 2.031 0,61%

Em todas as IPSS visitadas foram encontrados equipamentos das categorias de

informática e entretenimento com potencial de redução de consumo pela anulação

dos modos de standby e/ou off-mode, com excepção da IP05. Nesta IPSS os

colaboradores tinham o cuidado de utilizar as multitomadas com corte de corrente às

quais estavam ligados os equipamentos de informática. Na categoria de cozinha e

outros, os equipamentos com consumos de standby e off-mode tinham menos

expressão. Este facto justifica a diferença de redução de consumo potencial entre as

categorias de informática e entretenimento e as restantes.

Para além da anulação do consumo em modos de vigilância (standby e off-mode),

também foram apresentas às IPSS outras recomendações de alteração de

comportamentos como:

hibernar dos computadores durante a hora de almoço;

utilizar as máquinas de lavar e secar sempre com carga completa;

diminuir a temperatura de lavagem

desligar frigoríficos quando não são necessários;

diminuir a temperatura envolvente de equipamentos de frio;

desligar as lâmpadas durante a hora de almoço.

Se as instituições seguirem estas recomendações, será possível reduzir os consumos de

energia eléctrica no conjunto das instituições em cerca de 67.584 kWh/ano. Esta

redução traduz-se na emissão de menos 22.979 kgCO2/ano e numa diminuição na

Projecto EcoIPSS 32

factura anual de electricidade de 9.117 € (Tabela XIV).

Tabela XIV - Potencial de redução de consumo associado à alteração de comportamentos

Categoria

Redução de

consumo

(kWh/ano)

Emissões

evitadas

(kgCO2/ano)

Poupança

(€/ano)

% relativamente

ao consumo total

Informática 16.550 5.627 2.233 0,59%

Entretenimento 4.359 1.482 588 0,19%

Iluminação 24.826 8.441 3.349 1,18%

Máquinas 6.853 2.330 925 0,29%

Frio 404 137 54 0,02%

Cozinha 8.721 2.965 1.176 0,36%

AQS 2.340 796 316 *

Outros 3.532 1.201 476 0,15%

Total 67.584 22.979 9.117 2,79% * Não foi possível realizar o cálculo da % de redução do consumo relativamente ao consumo total pois não

foi possível obter os dados de consumo total da instituição.

O peso de cada categoria para o potencial de redução do consumo, por IPSS, é

apresentado na Figura 12. Ao analisar a figura é possível verificar que há categorias de

equipamentos presentes em todas as IPSS, como informática, entretenimento e

iluminação.

A categoria de informática tem maior peso na IL09, uma vez que esta instituição tem o

maior número de equipamentos desta categoria. De salientar que as instituições com

menor percentagem de redução de consumos na categoria de informática (IL10 e

IP05) já tinham bons hábitos de utilização destes equipamentos, ou seja, já anulavam

os consumos associados aos modos de standby e off-mode.

Na categoria de entretenimento, não se observa uma relação entre o número de

equipamentos presentes na instituição e o seu peso no potencial de redução de

consumos, pelo tempo em que estes permanecem nos modos de vigilância (standby

e off-mode).

Pela análise dos dados recolhidos é possível verificar que as IPSS com menos

equipamentos de entretenimento (maioritariamente televisores) têm horas de

utilização inferiores e, consequentemente, o tempo nos modos de vigilância é superior,

assim como o seu potencial de redução.

No caso das IPSS com maior número de televisores, o seu tempo de utilização é

superior, o que implica a diminuição do tempo nos modos de vigilância e portanto

também um decréscimo no potencial de redução de consumos.

Projecto EcoIPSS 33

A IP02 é a instituição com maior peso de iluminação para o seu potencial de

poupança. Este valor é justificado por ser a instituição em que há um maior número de

lâmpadas acesas sem que haja utilização da divisão.

A categoria de frio apenas está representada em duas instituições (IF04 e IL03). O peso

desta categoria é superior na IL03, uma vez que se aconselhou a diminuição da

temperatura envolvente de duas arcas, conseguindo-se com esta acção um

potencial de redução elevado.

Ao nível dos equipamentos de cozinha, os maiores potenciais de redução estão

associados à melhor utilização de equipamentos com elevadas potências. No caso da

IP01, aconselhou-se uma melhor utilização de uma placa eléctrica, ao passo que na

IL07 e IL10 propôs-se uma alteração de comportamento no uso do forno eléctrico.

Por último, verifica-se que a categoria Outros tem maior peso nas instituições IF02 e

IF03. Este facto pode ser justificado por se tratar de potencial de redução associado a

equipamentos com elevadas potências: no caso da IF02, uma máquina de costura e

ferro e, na IPSS IF03, um ferro de engomar com caldeira.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

IF01 IF02 IF03 IF04 IL01 IL03 IL04 IL05 IL06 IL07 IL08 IL09 IL10 IP01 IP02 IP03 IP04 IP05

Pe

so d

e c

ad

a c

ate

go

ria

no

po

ten

cia

l to

tal

IPSS

Informática Entretenimento Iluminação Máquinas Frio Cozinha Outros

Figura 12 - Contribuição de cada categoria para o potencial de redução do consumo, por IPSS

Dada a diversidade em dimensão das instituições analisadas neste estudo, a

quantidade de equipamentos eléctricos presentes nas IPSS varia bastante e,

consequentemente, o consumo de electricidade. Assim, analisou-se o potencial de

redução do consumo em relação ao consumo total de electricidade por área de

actuação da instituição. As IPSS foram agrupadas em sete áreas: A – trabalho com

Projecto EcoIPSS 34

integração de adultos; C – crianças e jovens; C/I – criança e Idosos; F – disfunções

físicas; I – idosos; M – problemas de saúde mental; R – refeitório social (Figura 13).

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

IL07 IF02 IL06 IP01 IP03 IF04 IP02 IP04 IL04 IL09 IF03 IL01 IL08 IP05 IL03 IL05 IL10 IF01

A C C C C C/I C/I C/I F F I I I I M M M R

Re

du

çã

o d

e c

on

sum

o e

m r

ela

çã

o a

o c

on

sum

o

tota

l

IPSS / Área de actuação

Informática Entretenimento Iluminação Máquinas Frio Cozinha Outros

Figura 13 – Análise da redução do consumo nas diferentes categorias de equipamentos relativamente ao

consumo total de electricidade, por área de actuação das IPSS.

Pela análise da Figura 13 verifica-se que a percentagem de redução do consumo não

está associado ao público-alvo da instituição. Este valor estará relacionado com o

número de equipamentos presentes em cada IPSS e sujeitos a avaliação neste estudo.

A IP05 é a instituição com maior percentagem de potencial de redução relativamente

ao consumo total. Este facto pode ter como justificação a elevada utilização da

máquina de secar, muito superior às restantes IPSS.

A IL09 apresenta a menor percentagem de potencial de redução, o que pode ser

justificado por esta instituição ter vários equipamentos de reabilitação, que não foram

sujeitos a análise neste estudo.

5.2. Potencial de poupança por substituição de

equipamentos

A avaliação do potencial de poupança por substituição de equipamentos foi

realizada com base no levantamento das características dos equipamentos eléctricos

e iluminação existentes nas instituições. As categorias sujeitas a análise são as de

iluminação, máquinas de lavar e equipamentos de frio. No anexo VIII são

Projecto EcoIPSS 35

apresentados os relatórios entregues a cada instituição, nos quais são identificados os

equipamentos a substituir.

5.2.1. Iluminação

A iluminação utilizada nas instituições visitadas é maioritariamente constituída por

lâmpadas fluorescentes tubulares, do tipo T8.

Ao nível da substituição de lâmpadas aferiu-se o potencial de redução de consumo

em cinco níveis:

Substituição das lâmpadas T8, por uma das seguintes tecnologias:

o Por um sistema, “Eco-Balastro Suporte T8-T5”, que permite a utilização

de lâmpadas T5 sem necessidade de substituição de armadura;

o por lâmpadas LED, equivalentes;

o por lâmpadas T8 mais eficientes (energy saving);

Substituição de lâmpadas incandescentes, por lâmpadas fluorescentes

compactas, equivalentes;

Substituição de lâmpadas de halogéneo, por lâmpadas de halogéneo

equivalentes mas mais eficientes (linha ECO).

Apenas se consideraram passíveis de substituição as lâmpadas cujo retorno do

investimento é inferior ou igual a cinco anos. Foi analisado, para cada lâmpada, o

investimento e a valorização do investimento, ou seja, a poupança monetária

conseguida após a amortização do investimento.

No caso das lâmpadas fluorescentes tubulares considerou-se que a tecnologia

existente nas instituições seria o balastro ferromagnético (com arrancador).

Lâmpadas fluorescentes tubulares

Apesar de as lâmpadas fluorescentes tubulares já serem uma tecnologia eficiente, tem

havido uma evolução significativa para o desenvolvimento de soluções mais eficientes

do ponto de vista energético. Na Figura 14 são apresentados exemplos de lâmpadas

fluorescentes tubulares utilizadas nas IPSS.

Projecto EcoIPSS 36

Figura 14 – Exemplos de utilização de Lâmpadas Fluorescentes tubulares

Neste estudo analisaram-se três soluções:

“Eco-Balastro Suporte T8-T5”, que permite a utilização de lâmpadas T5 sem

necessidade de substituição de armadura;

Lâmpadas T8 mais eficientes (energy saving).

Lâmpadas LED;

De seguida são apresentados os resultados obtidos para as diferentes soluções. Uma

vez que existem diferenças consideráveis entre o investimento nas várias tecnologias

apresentaram-se os resultados de todas elas para que a instituição possa fazer a sua

opção.

Neste relatório, a poupança total pela substituição de lâmpadas fluorescentes

tubulares foi determinada em função das soluções com maior rácio poupança no

tempo de vida/investimento.

Eco-Balastro Suporte T8-T5

A aplicação do Eco-Balastro permite substituir as lâmpadas fluorescentes tubulares do

tipo T8 por lâmpadas T5, permite a redução do consumo de energia eléctrica entre 30

a 50%8, sem necessidade de substituir a armadura. Esta solução permite uma

substituição directa pois é constituída por um adaptador com um balastro electrónico

e uma lâmpada T5, com dimensões idênticas às T8 (Figura 15).

8 Catálogo GreenTubes

Projecto EcoIPSS 37

Figura 15- Eco-Balastro suporte T8-T5 com reflector e cobertura, com lâmpada T5.

O potencial de substituição das lâmpadas fluorescentes tubulares T8, com balastro

ferromagnético, por lâmpadas T5, com balastro electrónico, representa uma redução

de consumo de electricidade em cerca de 142.285 kWh/ano, correspondendo a uma

redução na emissão de 48.475 kg CO2/ano, e uma poupança de 19.230 €/ano

(Tabela XV).

Tabela XV - Potencial de redução de consumo associado à substituição de lâmpadas T8

por Eco-Balastro Suporte T8-T5

IPSS Nº lâmpadas

Redução do

consumo

(kWh/ano)

Emissões

evitadas

(kgCO2/ano)

Poupança

(Euros/ano)

Investimento

(Euros)

Valorização do

investimento

(Euros)

% relativamente ao

consumo total

IF01 12 671 228 91 372 616 6%

IF02 8 467 159 63 248 392 1%

IF03 94 11.803 4.013 1.592 3.114 8.484 6%

IF04 132 8.131 2.764 1.097 3.676 3.933 5%

IF05 228 13.157 4.473 1.775 7.004 11.965 *

IL01 176 17.012 5.784 2.295 5.896 16.595 5%

IL02 4 578 197 78 116 92 *

IL03 5 550 187 74 151 265 3%

IL04 46 2.310 785 312 1.350 2.750 6%

IL05 1 35 111 38 15 146 1%

IL06 34 5.256 1.787 709 1.054 1.077 7%

IL07 24 1.094 372 148 680 793 5%

IL08 61 3.232 1.099 436 1.811 3.385 5%

IL09 715 67.721 23.025 9.136 24.721 84.076 13%

IP01 13 1.121 381 151 355 293 4%

IP02 61 3.562 1.211 481 1.891 2.993 1%

IP03 7 613 208 83 217 343 1%

IP04 41 2.394 814 323 1.271 2.010 2%

IP05 41 2.578 877 348 1.267 2.041 6%

Total 1.703 142.285 48.475 19.230 55.209 142.249 6% * Não foi possível realizar o cálculo da % de redução do consumo relativamente ao consumo total pois não

foi possível obter os dados de consumo total da instituição.

Nota: Os valores apresentados na coluna das poupanças dizem respeito ao valor de diminuição da factura

eléctrica associado à troca de LFT T8 por LFT T5. A valorização do investimento corresponde à poupança

monetária conseguida após a amortização do investimento.

Lâmpadas LED

Projecto EcoIPSS 38

A preocupação com ambiente está cada vez mais presente nas novas tecnologias. As

lâmpadas LED apresentam melhor eficiência energética, não contêm mercúrio

(presente nas lâmpadas fluorescentes tubulares) e têm um tempo de vida útil elevado.

Esta tecnologia permite uma redução no consumo de energia eléctrica entre 50 a

60%. Na Figura 16 apresenta-se um exemplo de lâmpadas LED que poderão substituir

as lâmpadas fluorescentes tubulares T8.

Figura 16- Exemplo de lâmpada LED T8

(fonte: http://www.electrolaser.net/categoria_det.php?id=186).

O potencial de substituição das lâmpadas fluorescentes tubulares T8, com balastro

ferromagnético, por lâmpadas LED, representa uma redução de consumo de

electricidade de cerca 121.042 kWh/ano, correspondendo a uma redução na emissão

de 41.154 kg CO2/ano, e uma poupança de 16.327 €/ano (Tabela XVI).

Tabela XVI - Potencial de redução de consumo associado à substituição de lâmpadas T8

por lâmpadas LED

IPSS Nº lâmpadas

Redução do

consumo

(kWh/ano)

Emissões

evitadas

(kgCO2/ano)

Poupança

(Euros/ano)

Investimento

(Euros)

Valorização do

investimento

(Euros)

% relativamente

ao consumo total

IF03 72 13.657 4.643 1.842 6.552 16.526 7%

IF04 12 1.927 655 260 936 1.235 1%

IF05 28 4.752 1.616 641 2.184 2.873 *

IL01 140 19.587 6.660 2.642 12.688 34.542 6%

IL02 2 526 179 71 156 188 *

IL03 2 263 89 35 182 508 2%

IL04 5 745 253 100 455 1.238 2%

IL06 34 7.884 2.681 1.064 2.652 3.340 11%

IL09 505 70.781 24.065 9.548 45.955 125.860 14%

IP03 7 920 313 124 546 772 2%

Total 807 121.042 41.154 16.327 72.306 187.082 8% * Não foi possível realizar o cálculo da % de redução do consumo relativamente ao consumo total pois não

foi possível obter os dados de consumo total da instituição.

Nota: Os valores apresentados na coluna das poupanças dizem respeito ao valor de diminuição da factura

eléctrica associado à troca de LFT T8 por LFT T5. A valorização do investimento corresponde à poupança

monetária conseguida após a amortização do investimento.

Projecto EcoIPSS 39

Lâmpadas T8 mais eficientes (energy saving)

Os fabricantes de lâmpadas têm a preocupação de melhorar as tecnologias

existentes de forma a tornar os seus produtos mais eficientes. Actualmente, existem

lâmpadas fluorescentes tubulares que têm vantagens em relação às convencionais,

permitindo reduções superiores a dez por cento de consumo de energia, uma vida útil

superior e conteúdo de mercúrio baixo (Figura 17).

Figura 17 - Exemplo de lâmpada T8 mais eficiente

(fonte: Catálogo Philips, Abril 2010).

Analisou-se a redução de consumo pela substituição das lâmpadas standard T8 por

lâmpadas T8 energy saving e do balastro ferromagnético por electrónico.

O potencial de substituição das lâmpadas fluorescentes tubulares T8, com balastro

ferromagnético, por lâmpadas T8 energy saving, com balastro electrónico, representa

um potencial de redução de consumo de electricidade em cerca de 5.737 kWh/ano,

correspondendo a uma redução na emissão de 1.705 kg CO2/ano, e uma poupança

de 677 €/ano (Tabela XVII).

Tabela XVII - Potencial de redução de consumo associado à substituição de lâmpadas T8

por lâmpadas T8 energy saving e substituição de balastro ferromagnético por balastro eléctrico

IPSS Nº lâmpadas

Redução do

consumo

(kWh/ano)

Emissões

evitadas

(kgCO2/ano)

Poupança

(Euros/ano)

Investimento

(Euros)

Valorização do

investimento

(Euros)

% relativamente

ao consumo total

IF03 8 1.092 371 147 724 0 0,6%

IF04 4 561 191 76 381 113 0,3%

IL02 2 280 95 38 191 56 *

IL06 22 3.804 1.048 416 2.096 620 5,1%

Total 36 5.737 1.705 677 3.392 789 1,2%

* Não foi possível realizar o cálculo da % de redução do consumo relativamente ao consumo total pois não

foi possível obter os dados de consumo total da instituição.

Nota: Os valores apresentados na coluna das poupanças dizem respeito ao valor de diminuição da factura

eléctrica associado à troca de LFT T8 por LFT T8 energy saving. A valorização do investimento corresponde à

poupança monetária conseguida após a amortização do investimento.

Comparação das três tecnologias

Após a quantificação do potencial de redução de consumo através da substituição

das lâmpadas T8 por tecnologias mais eficientes comparou-se, no caso de lâmpadas

Projecto EcoIPSS 40

em que era viável a substituição por mais do que uma tecnologia, o investimento a

realizar e a poupança ao longo do tempo de vida da lâmpada. Na maioria das IPSS, a

opção por lâmpadas Eco-Balastro suporte T8-T5, apresentou o maior rácio poupança

no tempo de vida/investimento. A tecnologia LED, por ter custos de investimento

superiores ao Eco-Balastro suporte T8-T5, apenas apresenta rácio superior para

lâmpadas de quatro instituições com tempos de utilização muito elevados. Na

Tabela XVIII apresenta-se o potencial de redução do consumo para a substituição de

lâmpadas fluorescentes tubulares T8 pelas soluções com maior rácio poupança no

tempo de vida/investimento.

Tabela XVIII - Potencial de redução de consumo associado à substituição de lâmpadas T8

IPSS

Redução de consumo

pela utilização de LFT T5

(kwh/ano)

Redução de consumo

pela utilização de LFT LED

(kwh/ano)

Emissões

evitadas

(kgCO2/ano)

Poupança

(Euros/ano)

Investimento

(Euros)

Valorização do

investimento

(Euros)

% relativamente

ao consumo total

IF01 671 - 228 91 372 616 6%

IF02 467 - 159 63 248 392 1%

IF03 11.803 - 4.013 1.592 3.114 8.484 6%

IF04 6.846 1.927 2.983 1.183 4.240 4.730 5%

IF05 13.157 - 4.473 1.775 7.004 11.965 *

IL01 17.012 - 5.784 2.295 5.896 16.595 5%

IL02 228 526 256 102 210 224 *

IL03 342 263 206 82 263 563 4%

IL04 2.310 - 785 312 1.350 2.750 6%

IL05 111 - 38 15 35 146 2%

IL06 - 7.884 2.681 1.064 2.652 3.340 11%

IL07 1.094 - 372 148 680 793 5%

IL08 3.232 - 1.099 436 1.811 3.385 5%

IL09 67.721 - 23.025 9.136 24.721 84.076 13%

IP01 1.121 - 381 151 355 293 4%

IP02 3.562 - 1.211 481 1.891 2.993 1%

IP03 613 - 208 83 217 343 1%

IP04 2.394 - 814 323 1.271 2.010 2%

IP05 2.578 - 877 348 1.267 2.041 6%

Total 135.262 10.600 49.593 19.677 57.597 145.739 7%

* Não foi possível realizar o cálculo da % de redução do consumo relativamente ao consumo total pois não

foi possível obter os dados de consumo total da instituição.

Pela análise da Tabela XVIII conclui-se que é possível reduzir o consumo de energia

eléctrica pela substituição de lâmpadas fluorescentes tubulares T8 em cerca de

145.862 kWh/ano, o que corresponde a uma redução anual na emissão de 49.593

kgCO2, e a uma poupança de 19.677€/ano.

Lâmpadas incandescentes

No decorrer da visita às instituições, verificou-se que ainda são utilizadas lâmpadas

incandescentes em locais com tempo de utilização que justifica a sua substituição por

lâmpadas fluorescentes compactas equivalentes (Figura 18).

Projecto EcoIPSS 41

Figura 18 – Exemplo de Lâmpadas incandescentes utilizadas nas IPSS

A substituição das lâmpadas incandescentes traduz-se numa redução de consumo de

energia eléctrica, em cerca de 31.126 kWh/ano, evitando-se a emissão de

10.583 kg CO2/ano, com uma poupança de 4.199 €/ano (Tabela XIX).

Tabela XIX - Potencial de redução de consumo associado à substituição de lâmpadas incandescentes

IPSS Nº lâmpadas

Redução do

consumo

(kWh/ano)

Emissões

evitadas

(kgCO2/ano)

Poupança

(Euros/ano)

Investimento

(Euros)

Valorização do

investimento (€)

%

relativamente

ao consumo

total

IF01 4 35 12 5 23 550 0,3%

IF02 41 1.042 354 141 240 1.879 2,8%

IF03 250 6.616 2.249 892 1.463 20.875 3,5%

IF04 208 18.243 6.203 2.461 1.217 15.660 10,1%

IF05 52 2.043 695 276 304 8.018 *

IL02 8 1.006 342 136 47 987 *

IL03 5 272 92 37 29 221 1,7%

IL04 2 48 16 6 12 78 0,1%

IL05 13 262 89 35 76 1.232 4,1%

IL06 5 261 89 35 29 441 0,4%

IL07 4 197 67 27 23 469 0,9%

IL08 52 600 204 81 304 4.404 0,9%

IL10 16 502 171 68 94 2.297 6,4%

Total 660 31.126 10.583 4.199 3.861 57.109 4,3% * Não foi possível realizar o cálculo da % de redução do consumo relativamente ao consumo total pois não

foi possível obter os dados de consumo total da instituição.

Lâmpadas de halogéneo

As lâmpadas de halogéneo têm vindo a melhorar a sua eficiência energética, através

do desenvolvimento das linhas Eco (redução da potência), ou mesmo através da

criação de lâmpadas fluorescentes compactas equivalentes.

Esta tipologia de lâmpada é utilizada por um número reduzido de IPSS e em poucas

quantidades. A substituição das lâmpadas de halogéneo permite uma redução de

consumo de electricidade em cerca de 1.336 kWh/ano, correspondendo a uma

diminuição na emissão de 454 kg CO2/ano, e uma poupança de 180 €/ano

(Tabela XX).

Projecto EcoIPSS 42

Tabela XX - Potencial de redução de consumo associado à substituição de lâmpadas de halogéneo

IPSS Nº lâmpadas

Redução do

consumo

(kWh/ano)

Emissões

evitadas

(kgCO2/ano)

Poupança

(Euros/ano)

Investimento

(Euros)

Valorização do

investimento (€)

%

relativamente

ao consumo

totalIF03 4 285 97 38 29 42 0,2%

IF04 4 788 268 106 20 30 0,4%

IL04 2 263 89 35 10 39 0,7%

Total 10 1.336 454 180 59 111 0,1%

Redução total de energia eléctrica pela substituição de lâmpadas

A substituição das lâmpadas existentes nas instituições por tecnologias mais eficientes

permite uma redução de consumo de electricidade de cerca de 178.324 kWh/ano, e

diminuição da factura de 24.056 €/ano, o equivalente à emissão de menos

60.630 kgCO2/ano (Tabela XXI).

Tabela XXI - Potencial de redução de consumo associado à substituição de lâmpadas

Tipo de lâmpada actual Tipo de lâmpada equivalente Nº Lâmpadas

Redução do

consumo

(kWh/ano)

Emissões

evitadas

(kgCO2/ano)

Poupança

(Euros/ano)

Investimento

(Euros)

Valorização do

investimento

(Euros)

Lâmpadas fluorescente

tubular T5 1.653 135.262 45.989 18.247 53.671 140.469

Lâmpadas LED50 10.600 3.604 1.430 3.926 5.271

Lâmpada

incandescente

Lâmpada fluorescente

compacta 660 31.126 10.583 4.199 3.861 57.106

Lâmpada de halogéneoLâmpada de halogéneo

economizadora 10 1.336 454 180 59 111

2.373 178.324 60.630 24.056 61.517 202.957Total

Lâmpada fluorescente

tubular

5.2.2. Grandes electrodomésticos

O cálculo do potencial de poupança pela substituição de equipamentos de frio e

máquinas de lavar foi efectuado tendo como base os dados de consumo recolhidos

com o Energy data logger. O consumo energético destes equipamentos foi medido

durante uma semana consecutiva, no mínimo. Nos casos que não foi possível efectuar

medições, o consumo foi calculado pela informação das etiquetas dos equipamentos

e do tempo de utilização referida pelos utilizadores/colaboradores das IPSS. Quando

não havia etiquetas, tomou-se por base a informação sobre consumos disponibilizados

na internet pelas marcas.

Na Figura 19 são apresentados exemplos de grandes electrodomésticos presentes nas

instituições visitadas.

Projecto EcoIPSS 43

Figura 19 – Exemplos de Grandes electrodomésticos presentes nas instituições visitadas

Na Tabela XXII são apresentados os dados de redução de consumo pela substituição

de grandes equipamentos, por outros mais eficientes (A, no caso das máquinas de

lavar e A+ /A++, para os equipamentos de frio), com um período máximo de retorno

do investimento de 10 anos.

No conjunto das IPSS, recomenda-se a substituição de quatro frigoríficos, 12 arcas,

uma máquina de lavar loiça e duas máquinas de secar roupa, permitindo a redução

do consumo em 15.004 kWh/ano, uma redução na emissão de gases de efeito de

estufa de 5.101 kg CO2/ano e uma poupança de 29.722 € na factura de electricidade

no espaço de 10 anos.

De notar que o peso das máquinas é bastante elevado, considerando o número de

máquinas a substituir, pois estes equipamentos têm um número de horas de utilização

muito elevado.

Tabela XXII - Potencial de redução de consumo associado à substituição

de grandes electrodomésticos

Equipamento

Redução de

consumo média

(kWh/ano)

Poupança

média

(kgCO2/ano)

Poupança total

em 10 anos

(€)

Frigorífico 449 153 1.823

Arca 9.462 3.217 17.810

Máquinas 5.093 1.732 10.089

Total 15.004 5.101 29.722

Projecto EcoIPSS 44

5.2.3. Potencial de poupança total

Na Tabela XXIII apresenta-se o potencial de redução do consumo total, tendo em

conta os resultados obtidos pela alteração de comportamento ou pela substituição

de equipamentos. Para evitar a sobre avaliação do potencial de redução estes

resultados nunca foram somados, considerando sempre o que permite obter maior

potencial de poupança, isto é:

no caso da iluminação, apenas foram considerados os valores de potencial de

poupança alcançados pela substituição das lâmpadas;

no caso das máquinas de lavar e/ou secar e na categoria de frio, analisou-se

caso a caso e considerou-se o potencial mais elevado.

Tabela XXIII - Potencial de redução total

CategoriaRedução de consumo

(kWh/ano)

% relativamente

ao consumo total

Informática 16.550 0,6%

Entretenimento 4.359 0,2%

Iluminação 178.324 8,0%

Máquinas 10.499 0,5%

Frio 10.026 0,4%

Cozinha 8.721 0,4%

AQS 2.340 *

Outros 3.532 0,2%

Total 234.350 10,2% *Na categoria de Águas Quentes Sanitárias (AQS) não é apresentado o valor de percentagem

relativamente ao consumo total de electricidade por não ter sido possível aferir o consumo total de energia

eléctrica.

Este estudo permitiu verificar que será possível reduzir cerca de 10% do consumo de

electricidade de instituições pela alteração de comportamentos e pela substituição

de equipamentos eléctricos (iluminação, máquinas de lavar e equipamentos de frio

equivalentes aos domésticos). A categoria com maior contributo na diminuição da

factura de electricidade é a de iluminação. Este facto pode ser justificado por

existirem, em todas as instituições, lâmpadas passíveis de substituição por tecnologias

mais eficientes e pelo número de horas de utilização elevado.

As categorias de máquinas de lavar e frio apresentam um valor próximo das restantes

categorias, apesar de na sua maioria corresponder à substituição de equipamentos.

Este facto pode ser justificado pela quantidade de equipamentos equivalentes ao

doméstico encontrada ser muito baixa.

Projecto EcoIPSS 45

Das categorias cujo valor de potencial de redução se deve apenas à alteração de

comportamentos, a Informática apresenta o valor mais elevado (0,6%). As categorias

que apresentam menor valor de redução (0,2%) são as de Entretenimento e Outros.

Este facto poderá ser justificado por, na categoria de entretenimento, apenas se ter

considerado potencial de redução de consumo associado aos modos de standby e

off-mode. A categoria Outros abrangeu um número reduzido de equipamentos, neste

estudo.

Projecto EcoIPSS 46

6. Intervenção

Na fase de intervenção foram desenvolvidas diversas actividades, que são aqui

descritas, bem como a razão da sua aplicação. Note-se que se procurou sempre que

a população das IPSS participasse activamente em cada uma destas actividades, de

modo a garantir o seu envolvimento no processo de mudança comportamental.

1. Acção de Formação (actividade comum a todas as instituições):

A Acção de Formação pretendeu reforçar e/ou incrementar o nível de conhecimento

dos participantes sobre a utilização energeticamente eficiente dos equipamentos

eléctricos na Instituição.

Esta acção de formação começou por uma breve apresentação dos padrões de

utilização dos equipamentos na instituição, seguindo-se a exposição e explicação de

um conjunto de estratégias de manipulação dos diversos equipamentos que permitem

economizar energia.

A transmissão de informação e aconselhamento aos envolvidos na intervenção foi

relevante (ainda que não de forma isolada), permitindo um aumento nos níveis de

conhecimento sobre esta temática, bem como uma tomada de consciência sobre o

comportamento individual.

2. Mascote ou Imagem do Projecto

A Actividade Mascote ou Imagem do Projecto consistiu na criação, pela parte da

instituição, de uma personagem, símbolo ou objecto, que fosse representativo do

projecto EcoIPSS. Esta mascote foi realizada sob um conjunto de linhas orientadoras

fornecidas pelo técnico do projecto e a orientação de monitores e do próprio técnico.

Este processo pode ser realizado por um grupo em torno da tarefa ou desenvolver-se

sob a forma de um concurso. No final, a mascote deve ser colocada num local visível

e acessível a todos os membros da Instituição, visando a criação de uma identidade

própria da instituição e o apelo ao envolvimento de todos os seus membros no

processo de uso eficiente da energia.

Na Figura 20 são apresentados exemplos de mascotes realizadas nas instituições.

Projecto EcoIPSS 47

Figura 20 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Mascote ou Imagem do Projecto em duas IPSS.

3. Mini-Investigadores Eco-IPSS

A actividade Mini-Investigadores Eco-IPSS pretendeu ser uma actividade de tomada

de consciência por parte das crianças, relativamente aos seus comportamentos

menos eficientes, de análise da sua realidade e de procura de soluções e respostas.

A actividade pretendeu que as crianças identificassem e analisassem problemas ao

nível do consumo de energia na instituição e que procurassem respostas e soluções

para esses mesmos problemas. Este envolvimento das crianças leva à sua

consciencialização e permite uma maior informação à comunidade sobre a energia,

bem como uma atitude pró-eficiente por parte das crianças face ao consumo de

energia.

O envolvimento de crianças em projectos de sensibilização permite chegar a um

público-alvo mais vasto (amigos, família, vizinhos, comunidade no geral).

Na Figura 21 são apresentadas fotografias do desenvolvimento desta actividade.

Projecto EcoIPSS 48

Figura 21 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Mini-Investigadores EcoIPSS.

4. Compromisso

O Compromisso pretendeu constituir um testemunho público de envolvimento no

projecto subscrito por todos. Para funcionários e a maioria dos utentes este

compromisso foi efectuado através da assinatura de um documento. Para crianças,

idosos, e outros utentes com características especiais, optou-se por um painel onde

estes pudessem colocar a sua mão ou a sua marca em sinal de compromisso. Estudos

demonstram que os indivíduos que assinam um compromisso de envolvimento

empenham-se mais na concretização das acções.

Estes documentos foram depois expostos num ponto de destaque ou de passagem,

dentro da instituição (Figura 22).

Projecto EcoIPSS 49

Figura 22 – Exemplo do desenvolvimento da actividade compromisso.

5. Conhecimento e Trabalhos Manuais

A actividade Conhecimento e Trabalhos Manuais consistiu, tal como o nome indica,

no desenvolvimento de actividades artísticas e/ou manuais (pintura, colagem, etc.) no

âmbito da temática da eficiência energética, com o objectivo final de realizar na

instituição uma exposição que incluísse todos ou alguns dos trabalhos. Os trabalhos

foram realizados por utentes sob a orientação de monitores/animadores sócio-

culturais, com o apoio do técnico EcoIPSS.

Na Figura 23 é apresentado um exemplo de uma actividade desenvolvida numa

instituição.

Projecto EcoIPSS 50

Figura 23 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Conhecimentos e Trabalhos Manuais.

6. Lembretes de Eficiência Energética

Os Lembretes de Eficiência Energética são mensagens objectivas e sintéticas,

colocadas em locais visíveis junto a equipamentos em relação aos quais foram

observados comportamentos pouco eficientes (Figura 24). A actividade pretendeu

sobretudo lembrar os utilizadores de comportamentos energeticamente eficientes e

criar hábitos de poupança energética.

Os lembretes constituem uma forma fácil e útil de lembrar aos utilizadores quais os

comportamentos energeticamente correctos.

Projecto EcoIPSS 51

Figura 24 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Lembretes de Eficiência Energética.

7. Reforço de Boas Práticas

O Reforço de Boas Práticas foi efectuado por recurso a mensagens objectivas e

sintéticas que elogiam os comportamentos eficientes que já ocorrem em determinado

espaço, tendo como objectivo principal valorizar os hábitos eficientes que ocorrem na

Instituição.

As mensagens foram expostas no espaço onde os comportamentos positivos ocorrem

(Figura 25).

Projecto EcoIPSS 52

Figura 25 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Mensagens de Reforço de Boas Práticas

8. Mapa de Arrumação do Frigorífico/Arca

O Mapa de Arrumação do Frigorífico/Arca pretendeu ser um registo simplificado com

indicação da localização dos alimentos por secções. Os utilizadores do frigorífico

podiam deste modo consultar o respectivo mapa antes de abrirem a porta do mesmo.

O registo devia obedecer a uma rotina de arrumação de acordo com a própria

necessidade da Instituição.

Esta actividade tem como principais vantagens facilitar o encontro dos produtos no

equipamento e a poupança de energia, na medida em que a porta do equipamento

fica menos tempo aberta, já que os indivíduos, em vez de procurarem no frigorífico os

produtos, optam por consultar o mapa para verificarem onde estão localizados.

Na Figura 26 são apresentados exemplos de Mapas de Arrumação do Frigorífico

elaborados pelas IPSS.

Projecto EcoIPSS 53

Figura 26 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Mapa de Arrumação do Frigorífico.

9. Poster Eco

O Poster Eco consistiu na realização de um cartaz com uma breve menção ao

projecto, ilustrado com motivos relacionados com a energia/ poupança de energia.

Foi desenvolvido pelos funcionários, monitores e/ou utentes da Instituição, com o

apoio do técnico do projecto, durante aproximadamente três dias e exposto num

ponto de destaque da Instituição.

A realização desta actividade, para além de potenciar a sensibilização e interesse

para e pela temática da eficiência energética, aumenta também o envolvimento e

compromisso de toda a instituição para com o projecto. Outra vantagem remete para

a comunicação da participação no projecto a visitantes da instituição, a qual

aumenta os níveis de atitudes socialmente desejáveis.

Na Figura 27 são apresentados exemplos de Posters Eco desenvolvidos nas instituições.

Projecto EcoIPSS 54

Figura 27 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Poster ECO.

10. Código de Cores

O Código de Cores pretendeu sinalizar em cada equipamento, por recurso a

autocolantes de três cores diferentes (verde, laranja e vermelho), quais os

programas/opções mais e menos eficientes do ponto de vista energético, facilitando o

acesso a este tipo de informação (Figura 28).

O verde assinala as opções mais eficientes, o vermelho as menos eficientes, e o laranja

as intermédias.

Sinalizando-se nos equipamentos, através de diferentes cores, as opções mais e as

menos eficazes, pretende-se tornar mais saliente os comportamentos

energeticamente eficientes. Ficando estes mais salientes, tornar-se-ão mais fáceis de

executar.

Projecto EcoIPSS 55

Figura 28 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Código de Cores.

11. Conselho de Eficiência Energética

A tarefa Conselho de Eficiência Energética dá a oportunidade a cada um dos

funcionários de procurar, redigir sugestões ou curiosidades acerca da poupança de

energia e de publicar as mesmas, numa perspectiva de partilha de informação.

Cada funcionário deve ficar responsável, à vez, por pesquisar uma sugestão ou uma

curiosidade de poupança de energia, redigi-la e publicá-la num local de visibilidade

da instituição para todos os colegas, utentes e visitantes, segundo um calendário

acordado previamente (Figura 29).

Promovendo a procura activa de conhecimentos no âmbito da energia, esta

actividade pretendeu aumentar o nível de conhecimentos e o nível de envolvimento

no projecto, conduzindo à maior adopção de comportamentos energeticamente

eficientes.

Projecto EcoIPSS 56

Figura 29 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Conselho de Eficiência Energética.

12. Visualização de Filme e Discussão

A actividade Visualização de Filme e Discussão desenvolveu-se, tal como o nome

indica, com a apresentação de trechos de um documentário seleccionados por um

técnico da instituição, seguindo-se uma discussão em grupo orientada e moderada

pelo mesmo técnico do projecto.

Através da visualização do filme e consequente discussão, pretendeu-se proporcionar

a reflexão acerca da temática da energia, sensibilizando e aumentando a

consciencialização das potencialidades e dificuldades individuais na área do uso

racional da energia.

Na Figura 30 é apresentada uma fotografia do decorrer desta actividade numa IPSS.

Projecto EcoIPSS 57

Figura 30 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Visualização de Filme e Discussão.

13. Grupos Focalizados

Esta actividade destinou-se a jovens e consistiu numa simulação de apresentação de

dois produtos fictícios equivalentes a um grupo de clientes, com vista à venda final dos

mesmos, a qual porá em discussão/debate questões de eficiência de energia.

Os jovens devem ser aleatoriamente divididos por três grupos: empresa, ambientalistas

e clientes. A empresa deverá apresentar dois produtos equivalentes a um grupo de

clientes tendo como principal objectivo vender o seu produto mais avançado e

menos eficiente energeticamente. Os ambientalistas terão como objectivo principal

promover uma escolha ponderada pela parte dos clientes na qual sejam envolvidos

aspectos ambientais. Os clientes terão que, no final, tomar uma decisão em relação a

qual produto comprarão.

Esta actividade potencia a reflexão e confrontação com outros pontos de vista,

aumentando o nível de conhecimentos, sensibilização e interesse no que diz respeito

ao tema, promovendo escolhas mais informadas.

Na Figura 31 apresenta-se uma fotografia do desenvolvimento desta actividade numa

IPSS.

Projecto EcoIPSS 58

Figura 31 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Grupos Focalizados.

14. O Baú do CO2

Esta tarefa pretendeu reforçar positivamente as acções de poupança de energia

tomadas pelas crianças mais novas. Por cada acção energeticamente eficiente

tomada, a criança ganha o direito a ir buscar um cartão correspondente a um balão

de CO2, e colocá-lo num pequeno baú para não contaminar o ambiente. No final de

cada mês, as crianças contam com a ajuda de um monitor o número de CO2

contidos no baú e registam o mesmo num quadro.

Esta actividade pretendeu salientar a prossecução de acções positivas e assim

motivar as crianças para a concretização de certas acções simples, demonstrando de

uma forma lúdica que estas acções ajudam o ambiente.

Na Figura 32 ilustra-se o desenvolvimento desta actividade numa instituição.

Projecto EcoIPSS 59

Figura 32 – Exemplo do desenvolvimento da actividade Baú do CO2

Projecto EcoIPSS 60

7. Principais Resultados

A primeira avaliação dos resultados, que ocorreu maioritariamente em Junho de 2011,

procurou constatar as principais alterações concretizadas ao nível comportamental

nos pontos críticos identificados na fase de diagnóstico que foram trabalhados na fase

de intervenção, e aos quais foram associados maiores potenciais de poupança.

Para este apuramento, as IPSS foram novamente visitadas por técnicos do projecto,

tendo sido utilizadas as grelhas de observação e os questionários como os principais

instrumentos de recolha de informação.

De um modo geral, os principais resultados foram os seguintes:

ILUMINAÇÃO

Denotou-se uma maior preocupação quer da parte dos utentes, quer da parte dos

técnicos, em desligar as luzes quando abandonam uma divisão, apesar de os

esquecimentos ainda continuarem a ser frequentes. Comparativamente à fase de

diagnóstico constataram-se menos esquecimentos das luzes ligadas (37% vs. 60% na

fase de diagnóstico) e, consequentemente, uma maior percentagem de luzes

apagadas, passando de 63% para 40% (Figura 33).

Do mesmo modo, constatou-se uma utilização mais consistente da iluminação natural,

sendo que em mais de 80% das observações realizadas nesta fase não foram ligadas

as luzes sempre que existia iluminação natural suficiente (na fase de diagnóstico este

valor rondava apenas os 40%).

Projecto EcoIPSS 61

Figura 33 – Padrões de utilização da Iluminação nas IPSS em análise, na fase inicial de diagnóstico e depois

da intervenção.

PC E PORTÁTIL

Apesar de ainda não ter sido regra, denotou-se que muitas das IPSS em análise

optaram por programar os seus computadores para entrar automaticamente em

modo de hibernação, quando não são utilizados por mais de 15 minutos. Deste modo,

constatou-se que, em um pouco mais de metade das observações realizadas nesta

fase, os computadores entraram em modo de hibernação perante ausências mais ou

menos prolongadas dos técnicos, enquanto na fase de diagnóstico apenas em 2% da

totalidade das observações realizadas se observou este cuidado (Figura 34).

Contudo constatou-se que, na grande maioria destas ausências, o monitor

permaneceu ligado (77% das observações), o que ainda assim representa uma

melhoria comparativamente à fase inicial de diagnóstico, na qual, em todas as

ausências superiores a 10 minutos, o monitor permaneceu ligado.

Projecto EcoIPSS 62

Figura 34 - Padrões de utilização do Computador nas IPSS em análise, na fase inicial de diagnóstico e depois

da intervenção.

Ao final do dia de trabalho, a maioria dos técnicos e/ou utentes desligaram o

computador no botão off, permanecendo o mesmo ligado à corrente. Ressalve-se

contudo que, em 43% das observações realizadas nesta fase, houve o cuidado de

desligar o computador directamente da corrente eléctrica ao final do dia, o que

representa uma preocupação acrescida comparativamente à observação inicial

efectuada na fase de diagnóstico, onde em apenas 3% das observações os

computadores foram desligados da corrente (Figura 35).

Figura 35 - Padrões de utilização do Computador nas IPSS em análise, na fase inicial de diagnóstico e depois

da intervenção.

Projecto EcoIPSS 63

TELEVISORES E LEITORES DE VÍDEO/DVD

No que diz respeito aos televisores e leitores de vídeo e de DVD, constatou-se nesta

fase uma maior preocupação em desligar os equipamentos directamente da corrente

eléctrica ao final do dia. Embora este comportamento ainda não seja o mais

frequente (ocorreu em 38% das observações realizadas, sendo que em 62% dos casos

os televisores e os leitores de DVD continuaram ligados à corrente, apesar de

desligados no botão off), constatou-se uma grande melhoria comparativamente à

fase de diagnóstico, onde este comportamento nunca foi observado (Figura 36).

No que diz respeito ao modo de desligar o televisor, constatou-se que o comando

remoto continuou a ser a opção mais utilizada nesta fase, tal como já tinha ocorrido

na fase inicial de diagnóstico, não se verificando portanto neste aspecto quaisquer

alterações significativas.

Figura 36 - Padrões de utilização do televisor e leitores de vídeo/DVD nas IPSS em análise, na fase inicial de

diagnóstico e depois da intervenção.

MÁQUINA DE LAVAR ROUPA E LOIÇA

Relativamente à máquina de lavar roupa, constatou-se que, em algumas das

instituições em estudo, continuaram a ser utilizados programas de lavagem a altas

temperaturas, ocorrendo este comportamento por questões de higiene.

No que concerne a máquina de lavar loiça, tinha-se constatado, na fase de

diagnóstico, que numa das instituições em estudo era utilizada a opção de secagem

Projecto EcoIPSS 64

sempre que esta máquina era utilizada, tendo-se verificado nesta fase que tal opção

deixou de ser utilizada.

Refere-se ainda que ambas as máquinas passaram a ser utilizadas, na grande maioria

das observações realizadas, com a carga completa.

AR/CONDICIONADO/ AQUECIMENTO

Na fase de diagnóstico, constatou-se a existência de um elevado potencial de

poupança associado ao ar-condicionado/ aquecimento. Nesta fase, não foi possível

a observação destes equipamentos, uma vez que, na altura do ano da avaliação de

resultados, os aquecimentos não foram utilizados (e a grande maioria das instituições

em análise recorria a este tipo de equipamento), sendo que nas IPSS que recorriam ao

ar-condicionado não se presenciou a sua utilização em nenhum dos momentos das

observações realizadas nesta fase.

FERRO DE ENGOMAR E FRIGORÍFICO

Não se constataram alterações significativas nos padrões de utilização destes

equipamentos, comparativamente à fase de diagnóstico, continuando o ferro de

engomar a ser apenas desligado ao terminar a tarefa de passar a ferro (e não a duas

ou três peças do fim), tendo a porta do frigorífico sido mantida aberta, na maioria das

observações, por mais tempo do que aquele estritamente necessário para

retirar/colocar alimentos.

Projecto EcoIPSS 65

8. Conclusões

O projecto EcoIPSS teve como objectivo sensibilizar e melhorar a eficiência energética

em 20 Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), distribuídas pelos distritos

de Faro (5), Lisboa (10) e Porto (5), envolvendo5.802 utentes. Para atingir este

objectivo, realizaram-se diagnósticos energéticos, tecnológicos e comportamentais

que permitiram definir programas comportamentais específicos a aplicar em cada

instituição.

A quantificação do potencial de redução de consumo de energia eléctrica foi

efectuada tendo em consideração alterações de comportamento que poderiam

ocorrer, como diminuição dos tempos de utilização de equipamentos e/ou anulação

de consumos associados aos modos de vigilância (standby e off-mode). Considerou-se

também o potencial de redução que resultaria da substituição de equipamentos de

frio, máquinas de lavar e/ou secar e iluminação por outros mais eficientes.

Este estudo permitiu concluir que as IPSS abrangidas podem reduzir, por alteração de

comportamentos, a factura de electricidade em cerca de 2,79%, correspondendo a

um total de 67.584 kWh/ano.

A análise de substituição dos equipamentos das categorias de iluminação, frio e

máquinas de lavar e secar por equipamentos mais eficientes permitiu concluir que será

possível reduzir o consumo de electricidade em cerca de 193.328 kWh/ano (9%).

O potencial de redução de consumo de energia eléctrica pela alteração de

comportamentos e substituição de equipamentos existentes por outros mais eficientes

equivale a 10% do consumo de electricidade das instituições. Este valor corresponde a

234.350 kWh/ano (Tabela XXIV).

Projecto EcoIPSS 66

Tabela XXIV - Potencial de redução de energia eléctrica

CategoriaRedução de consumo

(kWh/ano)

% relativamente

ao consumo total

Informática 16.550 0,6%

Entretenimento 4.359 0,2%

Iluminação 178.324 8,0%

Máquinas 10.499 0,5%

Frio 10.026 0,4%

Cozinha 8.721 0,4%

AQS 2.340 *

Outros 3.532 0,2%

Total 234.350 10,2% *Não é apresentado o valor de percentagem relativamente ao consumo total de electricidade por não ter

sido possível aferir o consumo total de energia eléctrica.

A participação neste projecto permitiu que os membros das IPSS em estudo ficassem

mais sensibilizados e atentos relativamente às questões de eficiência energética, que

até ao início do projecto não faziam parte das preocupações quotidianas destas

instituições.

Mais importante ainda, constatou-se que a implementação das diferentes actividades

na fase de intervenção possibilitou uma mudança comportamental, no sentido da

adopção de comportamentos mais eficientes do ponto de vista energético, tendo

sido seguidos muitos dos conselhos e dicas facultadas pelos técnicos do projecto

durante todo o período de intervenção.

Durante o acompanhamento efectuado foi então possível verificar, na maioria das

instituições, as seguintes alterações no modo de utilização dos equipamentos:

Passou a haver um maior aproveitamento da luz natural;

Apesar de continuarem a registar-se esquecimentos das luzes acesas, estes

ocorreram com muito menor frequência, comparativamente às

observações iniciais;

Alguns computadores, televisores e leitores de DVD passaram a ser

desligados directamente da corrente eléctrica ao final do dia;

Alguns computadores passaram a estar programados para entrarem

automaticamente em hibernação, para ausências superiores a 10 minutos;

Alguns televisores e rádios, com uma taxa de utilização muito baixa,

passaram a estar desligados da corrente sempre que não estão a ser

utilizados;

Projecto EcoIPSS 67

Os ferros de engomar passaram a ser desligados quando não estão a ser

utilizados;

A maioria das máquinas de lavar loiça e roupa passaram a ser postas a

trabalhar apenas com a carga completa.

Perante estes resultados, e verificando-se uma alteração de comportamentos, mostra

que o potencial de poupança encontrado terá lugar a redução efectiva do consumo

de energia eléctrica.

O universo das IPSS existentes em Portugal é muito mais vasto do que as que entraram

neste programa. Os resultados aqui apresentados devem ser aplicados noutras IPSS,

tendo em atenção as especificidades de cada uma. No entanto, este projecto

poderá ser aplicado noutras IPSS, pois das 75 instituições interessadas apenas 20

puderam fazer parte do EcoIPSS.

Projecto EcoIPSS 68

9. Bibliografia

Comissão Europeia. (2005). Fazer mais com menos – Livro verde sobre eficiência

energética. Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades

Europeias.

Resolução de Conselho de Ministros nº 169/2005, 24 de Outubro;

REN. (2011). Relatório e Contas 2010. Lisboa.

REN. (2004 - 2011). Dados Técnicos de 2004 a 2011. Lisboa.

ADENE – Agência para a energia . (2010). Guia de eficiência energética. Lisboa.

Agência Internacional de Energia. (2007) World Energy Outlook 2007- Executive

Summary – China and India Insights. França.

Garcia, R. (2004). Sobre a Terra – Um guia para quem lê e escreve sobre ambiente,

Público - Comunicação Social, SA. Lisboa.

Twidell, J. e Weir, T. (2006). Renewable Energy Resources. 2ª edição, Taylor & Francis.

Oxon.

Santana, J. e Resende, M. (2006). Reflectir Energia. ETEP – Edições Técnicas Profissionais.

Lisboa.

Isolani, P. (2008). Eficiência Energética nos edifícios residenciais. DECO. Lisboa.

URL 1:

http://www.portugal.gov.pt/pt/GC18/Governo/Ministerios/MEI/ProgramaseDossiers/

Pages/20100415_MEID_Prog_ENE2020.aspx (consultado dia 09 de Maio de 2011).

URL 2:

http://www2.seg-social.pt/left.asp?01.03.07 (consultado dia 13 de Julho de 2011)

www.energysavers.gov/your_home/appliances/index.cfm/mytopic=10070

www.eco.edp.pt/pt/particulares/conhecer/equipamentos-eficientes/maquina-de-

lavar-roupa

www.eco.edp.pt/pt/particulares/conhecer/equipamentos-eficientes/maquina-de-

lavar-loiça

http://www.adene.pt/NR/rdonlyres/00000091/mguuhfudctkkrquzccfjwhlwflytafim/Eficiê

nciaenergéticaemequipamentosesistemaseléctricosnosectorresidencial.pdf