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1 União Europeia COMISSÃO CONSULTIVA DO TRABALHO DCI-NSAPVD/2012/273-282 Projecto Saber para Participar MANUAL DE FORMAÇÃO EM HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO Elaborador por: Alexandre Jumbe Júnior Filipe Maputo 2016

Projecto Saber para Participar - iscos.eu · desrespeito das normas básicas de segurança, saúde e higiene. Estes registos o sector da Agricultura foi o que mais casos registou

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União Europeia COMISSÃO CONSULTIVA DO TRABALHO

DCI-NSAPVD/2012/273-282

Projecto Saber para Participar

MANUAL DE FORMAÇÃO EM HIGIENE E

SEGURANÇA NO TRABALHO

Elaborador por:

Alexandre Jumbe Júnior Filipe

Maputo 2016

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Índice 1.Introdução .................................................................................................................................................. 3

2.Objectivo da Formação .............................................................................................................................. 4

3.Resultados esperados ................................................................................................................................ 5

4.Fundamentos de Higiene e Segurança no Trabalho. ................................................................................. 5

4.1.Definições ........................................................................................................................................... 6

5. Deveres e obrigações do empregador e empregado ................................................................................ 7

DEVERES E CONDUTA DOS TRABALHADORES .......................................................................... 10

6. SEGURANÇA NO TRABALHO ................................................................................................................... 12

6.1 Prevenção de Acidentes .................................................................................................................... 12

6.2 ACIDENTES DE TRABALHO ....................................................................................................... 13

Factores de Acidentes de Trabalho ......................................................................................................... 15

Consequências de um acidente trabalho ................................................................................................. 16

7. PERDAS DE PRODUTIVIDADE E QUALIDADE ........................................................................................... 17

8.PREVENCÃO DE INCÊNDIOS ..................................................................................................................... 19

9.Medidas de prevenção na redução de acidentes .................................................................................... 23

10.Equipamento de Protecção colectiva e Individual ................................................................................. 23

11.sinalização de segurança no posto de Trabalho .................................................................................... 27

12.Riscos Professionais ............................................................................................................................... 34

12.1 Avaliação de Riscos Profissionais .................................................................................................. 35

13.Primeiros socorros VS Actuações de Emergência e evacuação ............................................................. 39

14. Legislação de Higiene e Segurança no Trabalho em vigor no País ....................................................... 41

15.Bibliografias consultadas ....................................................................................................................... 47

3

1.Introdução

As empresas Moçambicanas necessitam de constantes capacitação dos trabalhadores e

empregadores com vista a prepara-los para uma vida profissional saudável porque de nada serve

uma empresa dispor de um potencial económico e de recursos humanos consideráveis se não

tiver boa prestação e de nada serve um País dispor de um bom conjunto de normas

regulamentares sobre a protecção dos trabalhadores contra os riscos profissionais, mesmo que

providas de sanções, se não forem capazes de convencer todos os intervenientes na relação

laboral da necessidade de mudar comportamentos, adoptar atitudes de Higiene e Segurança no

trabalho e cumprirem as regras que permitam prevenir a ocorrência de acidentes de trabalho nos

locais de actividades.

Com o projecto Saber para Participar, a presente Formação vai abordar aspectos de Higiene e

Segurança no Trabalho como forma de por os Empregadores, Sindicatos e demais participantes

de normas da segurança do trabalho, relacionando a actividade com a frequente versão ao uso

dos equipamentos de protecção individual (EPI). Estes equipamentos, apesar da grande

importância, são deixados de lado pelo Trabalhadores/Empregadores, elevando o risco de

problemas de saúde e acidentes.

Apesar de avanço, muitas tecnologias são desenvolvidas para facilitar o trabalho, mas não são

adoptadas nas práticas do quotidiano, pelas empresas como forma de reduzir a exposição do

trabalhador durante a execução da sua actividade.

Com esta formação, busca-se todos procedimentos de HST, também mostrando os principais

mal, como a Doença Ocupacionais e acidentes de trabalho como causadoras de redução de

produtividade ao nível das empresas.

Segundas informações do Ministério do Trabalho (MITRAB): de Janeiro a Junho de 2013, o

país registou 336 acidentes de trabalho, dos quais oito resultaram em óbitos devido ao

desrespeito das normas básicas de segurança, saúde e higiene. Estes registos o sector da

Agricultura foi o que mais casos registou e exige do Governo a adopção e melhoria dos

instrumentos reguladores de saúde, higiene e segurança no trabalho com vista a evitar que

ocorram mais sinistralidades.

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Por outro o crescimento do sector mineiro deve ser acompanhado com medidas cautelares,

através do respeito dos padrões mínimos de prevenção e redução dos riscos de contaminação,

tratamento e responsabilização dos empregadores pelos acidentes de trabalho, que ocorrem com

frequência nas empresas privadas.

Neste contexto, o grande desafio das empresas, o Ministério do Trabalho, é o aumento dos níveis

de investimento na formação de recursos humanos em matéria de saúde, higiene e segurança no

trabalho para assegurar o bem-estar do mercado laboral, ausência de factores nocivos e perigosos

no processo de produção. “Cuidar de um trabalhador é um investimento que deve ser visto como

um dos serviços social, moral e jurídico da empresa, por constituir o principal activo na

aquisição e incremento dos níveis de produção e da economia nacional”, para quem as normas de

saúde, de higiene e de segurança no trabalho não devem ser criadas apenas para satisfazer o

empregador, mas sim, como um dos factores cruciais para o incremento dos níveis de produção,

melhoria das condições de trabalho, dentre outros.

A Higiene e Segurança no trabalho são actualmente preocupações centrais de qualquer política

de promoção da qualidade do emprego, seja ao nível das políticas públicas e da actuação dos

actores institucionais do Estado, seja ao nível das próprias empresas, trabalhadores e parceiros

sociais.

2.Objectivo da Formação

Esta formação visa a incentivar aos participantes a criação de uma cultura contínua de Higiene e

Segurança no Trabalho no posto de trabalho, implementar políticas de redução e prevenção:

Acidentes de Trabalhos, Doenças de Trabalho e Profissionais;

Identificar as principais linhas de enquadramento da Segurança e Saúde no Trabalho

preconizadas pela lei;

Implementar no quotidiano principais medidas de prevenção e protecção adequadas a

cada risco profissionais;

Organização de serviço/ unidade de Higiene e Segurança no Trabalho nos Postos de

trabalho;

Divulgação dos direitos e deveres de trabalhadores e empregadores no âmbito de HST;

5

Praticar uma protecção colectiva e individual dos trabalhadores e aplicar um plano de

Segurança na empresa na prevenção e no combate ao incêndio;

Intervenção em primeiros socorros/ emergência e evacuação e gestão do Ambiente e

Qualidade no Posto de Trabalho

3.Resultados esperados

• Fazer conhecer os passos de elaboração de PSS (Plano de Saúde e Segurança) e sua

importância para a Empresa;

• Aprofundar o seu interesse e conhecimento sobre os principais problemas no posto de

trabalho, incluindo acidentes de trabalho, doenças Ocupacionais, suas causas,

consequências e medidas de prevenção ou mitigação;

• Conhecer/ e aplicar a legislação de Higiene e Segurança trabalho vigente no Pais;

• Desenvolver a capacidade técnica necessária para advogar e fazer junto aos

trabalhadores o processos de planificação conjunta de HST;

• Planificar, elaborar, apresentar propostas de Higiene e Segurança no Trabalho de forma

consistente e eficiente;

• Utilizar diversas técnicas de apoio para a protecção dos trabalhadores na mobilização de

recursos para garantir uma qualidade de vida no posto de trabalho;

• Elaborar o Mapa de Risco e desenvolver gestão de controlo dos mesmos;

• Ter noções dos procedimentos de Primeiros Socorros/ Emergência e evacuação;

• Implementar a gestão de Documentos de HST ao nível dos sectores;

• Incentivar a criação de CIPA/ Comissões e de Segurança e Saúde.

• Consciencialização da importância de HST na manutenção de qualidade de vida e no

aumento de produtividade para empresa.

4.Fundamentos de Higiene e Segurança no Trabalho.

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4.1.Definições

Higiene do trabalho ou higiene ocupacional é um conjunto de medidas preventivas

relacionadas ao ambiente do trabalho, visando a redução de doenças ocupacionais.

Doença ocupacional é designação de várias doenças que causam alterações na saúde do

trabalhador, provocadas por factores relacionados com o ambiente de trabalho. Elas se dividem

em doenças profissionais e doenças do trabalho .

Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são adoptadas

visando minimizar os acidentes de trabalho, bem como proteger a integridade e a capacidade de

trabalho do trabalhador.

Saúde no Trabalho: abordagem que integra, além da vigilância médica, o controlo dos

elementos físicos, sociais e mentais que possam afectar a saúde dos trabalhadores.

A higiene e a segurança; são duas actividades que estão intimamente relacionadas com o

objectivo de garantir condições de trabalho capazes de manter um nível de saúde dos

colaboradores e trabalhadores de uma Empresa.

Segundo a O.M.S.- Organização Mundial de Saúde, a verificação de condições de Higiene e

Segurança consiste "num estado de bem-estar físico, mental e social e não somente a

ausência de doença e enfermidade ".

Podemos considerar também:

A higiene do trabalho propõe-se combater, dum ponto de vista não médico, as doenças

profissionais, identificando os factores que podem afectar o ambiente do trabalho e o

trabalhador, visando eliminar ou reduzir os riscos profissionais (condições inseguras de trabalho

que podem afectar a saúde, segurança e bem estar do trabalhador).

A segurança do trabalho propõe-se combater, também dum ponto de vista não médico, os

acidentes de trabalho, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer educando os

trabalhadores a utilizarem medidas preventivas.

Para além disso, as condições de segurança, higiene e saúde no trabalho constituem o

fundamento material de qualquer programa de prevenção de riscos profissionais e contribuem, na

7

empresa, para o aumento da competitividade, produtividade com diminuição da

sinistralidade.

Risco: combinação da possibilidade e das consequências das ocorrências de um determinado

acontecimento perigoso.

Perigo: Fonte ou situação com um potencial para o dano em termo de lesões ou ferimento para o

corpo humano, dano do património, ambiente do local de trabalho ou um combinação destes.

Protecção: Aplicação de medidas possíveis que permitam reduzir as consequências de um

acontecimento relativamente aos danos causados as pessoas e/ou bens.

Prevenção: Conjunto de actuações que contribuem para tornar o risco menor, ou seja, para

minimizar a probabilidade de ocorrência de um evento indesejável.

5. Deveres e obrigações do empregador e empregado

As actividades de segurança, higiene e saúde no trabalho constituem, ao nível da empresa, um

elemento determinante da prevenção de riscos profissionais e da promoção e vigilância da saúde

dos trabalhadores."

A organização da segurança, higiene e saúde no trabalho é da responsabilidade da entidade

empregadora e deve abranger todos os trabalhadores sob a sua responsabilidade.

Obrigações Gerais do Empregador

O princípio geral que preside, é o de que todos os trabalhadores têm direito à prestação de

trabalho em condições de segurança, higiene e de protecção da saúde.

Sempre que cabe ao empregador uma obrigação, cabe aos trabalhadores um direito (e vice versa)

em matéria de Higiene, Segurança e Saúde.

Princípio da Prevenção

A atitude preventiva deverá transparecer e ser desenvolvida segundo princípios, normas e

programas que visem, entre outros:

A promoção e vigilância da saúde dos trabalhadores;

A educação, formação e informação para promover a segurança, higiene e saúde no

trabalho;

A eficácia de um sistema de fiscalização do cumprimento da legislação relativa à

segurança, higiene e saúde no trabalho.

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Dever de Planificação

É obrigação do empregador planificar a prevenção na empresa,

É obrigação da entidade empregadora, relativamente à organização do trabalho, procurar

eliminar os efeitos nocivos do trabalho monótono e do trabalho cadenciado sobre a saúde

dos trabalhadores.

Dever da Vigilância Médica

É obrigação da entidade empregadora assegurar a vigilância adequada da saúde dos

trabalhadores em função dos riscos a que se encontram expostos no local de trabalho.

Dever de Instrução

A entidade empregadora tem por obrigação adoptar medidas e dar instruções que

permitam aos trabalhadores, em caso de perigo grave e iminente que não possa ser

evitado,

É sua obrigação, no domínio do dever de fornecer instruções adequadas aos trabalhadores

ter em consideração se os trabalhadores têm conhecimentos e aptidões em matéria de

segurança e saúde no trabalho que lhes permitam exercer com segurança as tarefas de que

os incumbir.

É sua obrigação permitir unicamente a trabalhadores com aptidão e formação adequadas,

e apenas quando e durante o tempo necessário, o acesso a zonas de risco grave.

Dever de Cooperação

O Empregador desenvolvam, simultaneamente, actividades com os respectivos trabalhadores

em cooperação com outros sector e cooperar no sentido da protecção da segurança e da saúde.

Responde com a obrigação de assegurar condições de segurança, higiene e saúde aos

trabalhadores.

Dever de Informação

Cabe ao empregador a obrigação e aos trabalhadores, assim como os seus representantes na

empresa, estabelecimento ou serviço, o direito, de fornecer/aceder a informação actualizada

sobre:

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Os riscos para a segurança e saúde, bem como as medidas de protecção e de prevenção e

a forma como se aplicam, relativos quer ao posto de trabalho ou função, quer, em geral, à

empresa, estabelecimento ou serviço;

As medidas e as instruções a adoptar em caso de perigo grave e iminente;

As medidas de primeiros socorros, de combate a incêndios e de evacuação dos

trabalhadores em caso de sinistro, bem como os trabalhadores ou serviços encarregados

de as pôr em prática.

momentos-chave são:

-A quando da admissão do trabalhador na empresa;

-Quando o trabalhador mude de posto de trabalho ou de funções;

-Quando sejam introduzidos novos equipamentos de trabalho ou os já existentes sofram

alterações;

-Quando seja adoptada uma nova tecnologia;.

Dever de Formação

As entidades empregadoras têm o dever de assegurar aos seus trabalhadores uma formação

adequada e suficiente no domínio da segurança, higiene e saúde no trabalho, tendo em conta as

respectivas funções e o posto de trabalho.

Dever de Consulta Prévia

As entidades empregadoras encontram-se ainda obrigadas a consultar previamente e em tempo

útil os representantes dos trabalhadores ou, na sua falta, os próprios trabalhadores, sobre:

As medidas de higiene e segurança antes de serem postas em prática ou, logo que seja

possível, em caso de aplicação urgente das mesmas;

A designação dos trabalhadores responsáveis pela aplicação das medidas de primeiros

socorros, de combate a incêndios e de evacuação dos trabalhadores, a respectiva

formação e o material disponível;

O material de protecção que seja necessário utilizar;

Dever de fornecer Meios e Recursos

Na aplicação destas medidas de prevenção, o empregador deve pois mobilizar os meios

necessários (nomeadamente, nos domínios da prevenção técnica, da formação e da informação) e

os serviços adequados (internos ou exteriores à empresa, estabelecimento ou serviço), bem como

o equipamento de protecção que se torne necessário utilizar, tendo sempre em linha de conta a

evolução da técnica em todos estes campos.

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Dever de Reparação

Importa distinguir a natureza das obrigações do empregador relativas à prevenção de riscos

profissionais das que são relativas à reparação dos danos emergentes dos acidentes de trabalho e

das doenças profissionais.

DEVERES E CONDUTA DOS TRABALHADORES

“E qual o papel é as responsabilidades dos trabalhadores no campo da higiene, segurança e saúde

no trabalho? “

Os trabalhadores, ética e legalmente também têm responsabilidades e deveres que sinteticamente

são:

Obrigações e Deveres Gerais dos Trabalhadores

Se a conduta do trabalhador tiver contribuído para originar a situação de perigo, poderá ser de

qualquer forma apurada a sua responsabilidade nessa medida;

Constituem obrigação dos trabalhadores:

Cumprir as prescrições de segurança, higiene e saúde no trabalho estabelecidas nas

disposições legais ou convencionais aplicáveis e as instruções determinadas com esse fim

pelo empregador;

Zelar pela sua segurança e saúde, bem como pela segurança e saúde das outras pessoas

que possam ser afectadas pelas suas acções ou omissões no trabalho;

Utilizar correctamente, e segundo as instruções transmitidas pelo empregador, máquinas,

aparelhos, instrumentos, substâncias perigosas e outros equipamentos e meios postos à

sua disposição, designadamente os equipamentos de protecção colectiva e individual,

bem como cumprir os procedimentos de trabalho estabelecidos;

Cooperar, na empresa, estabelecimento ou serviço, para a melhoria do sistema de

segurança, higiene e saúde no trabalho;

Comunicar imediatamente ao superior hierárquico ou, não sendo possível, aos

trabalhadores que na empresa ou estabelecimento desempenhem funções de organização

das actividades de segurança, higiene e saúde no trabalho, as avarias e deficiências por si

detectadas que se lhe afigurem susceptíveis de originarem perigo grave e iminente, assim

como qualquer defeito verificado nos sistemas de protecção;

Em caso de perigo grave e iminente, não sendo possível estabelecer contacto imediato

com o superior hierárquico ou com os trabalhadores que desempenham funções

específicas nos domínios da segurança, higiene e saúde no local de trabalho, adoptar as

medidas e instruções estabelecidas para tal situação.

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Dever de Cooperação dos Trabalhadores

Os trabalhadores têm o dever de cooperar para que seja assegurada a segurança, higiene e saúde

nos locais de trabalho, cabendo-lhes, em especial:

Tomar conhecimento da informação e participar na formação, proporcionadas pela

empresa sobre segurança, higiene e saúde no trabalho;

Comparecer aos exames médicos e realizar os testes que visem garantir a segurança e

saúde no trabalho;

Prestar informações que permitam avaliar, no momento da admissão, a sua aptidão física

e psíquica para o exercício das funções correspondentes à respectiva categoria

profissional.

Direitos dos Trabalhadores

Direito à Higiene, Segurança e Protecção da Saúde no Trabalho. Todos os trabalhadores têm

direito à prestação de trabalho em condições de segurança, higiene e de protecção da saúde.

Direito à informação

Em termos gerais, os trabalhadores têm direito a dispor de informação permanente e actualizada

sobre:Riscos, medidas, e tudo inerente a actividade.

Direito a Formação

Os trabalhadores têm direito a receber formação adequada e suficiente no domínio da

segurança, higiene e saúde no trabalho, tendo em conta as respectivas funções e o posto

de trabalho.

Direito de Participação

Os trabalhadores têm o direito de apresentar propostas; caso detectem riscos profissionais, têm o

direito de, por si ou por intermédio dos seus representantes, apresentar propostas, de modo a

minimizar esses mesmos riscos.

Para tal, assiste-lhes o direito de aceder a todas as informações técnicas objecto de registo,

provenientes de serviços de inspecção e outros organismos competentes no domínio da

segurança, higiene e saúde no trabalho, e ainda a dados médicos colectivos (não

individualizados).

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Direito de consulta prévia

Os trabalhadores ou os seus representantes têm o direito de ser previamente consultados sobre:

os riscos , a equipe que vai constituir a CIPA ou a criação ou a exoneração da equipe responsável

pela segurança e Higiene no trabalho e mais situações.

NOTA: Empregadores e empregados não podem esquecer-se que a vertente "Segurança e

Higiene", tal como a vertente "qualidade" contribuem para o progresso da empresa.

6. SEGURANÇA NO TRABALHO

Objectivo principal é prevenção de Acidentes de Trabalho.

Para ser alcançado este objectivo é necessário a elaboração de plano de segurança de trabalho

que envolve os seguintes requisitos:

1. As condições de trabalho, o ramo de actividade, o tamanho, a localização da empresa,

etc, determina os meios materiais preventivos;

2. A segurança não deve ficar restrita somente na área de produção, os escritórios,

depósitos, etc, também oferecem riscos cujas implicações afectam a empresa toda;

3. Adaptação da pessoa ao trabalho (selecção de pessoal), adaptação de trabalho a pessoa

(racionalização ao trabalho).

4. Treinamento e doutrinação de técnicos, operários, etc ,controle de cumprimento de

normas de segurança ,simulação de acidentes, inspecção periódica de equipamento de

combate a incêndio, primeiros socorros, distribuição de equipamentos de protecção’;

É IMPORTANTE também aplicação de alguns princípios como:

1. Manutenção de um programa de segurança completo e intensivo (reuniões

periódicas dos resultados alcançados pelos supervisores ,medidas para

melhoramento de condições de trabalho, etc)

2. Manutenção do pessoal dedicado exclusivamente a segurança

3. Instruções de segurança para cada actividade

Instruções de segurança aos funcionários novos

Execução do programa de segurança por intermédio de supervisão

Intregação de todos funcionários no espírito de segurança

Extensão do programa de segurança fora de companhia

6.1 Prevenção de Acidentes

A segurança busca minimizar os acidentes de trabalhos.

O que é ACIDENTE ?.

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Se procurarmos num dicionário poderemos encontrar “Acontecimento imprevisto , casual , que

resulta em ferimento , dano , estrago , prejuízo , avaria , ruína , etc ..”

Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de factores, entre os quais se destacam

as falhas humanas e falhas materiais.

Vale a pena lembrar que os acidentes não escolhem hora nem lugar. Podem acontecer em casa, no

ambiente de trabalho e nas inúmeras locomoções que fazemos de um lado para o outro, para cumprir

nossas obrigações diárias.

Quanto aos acidentes do trabalho o que se pode dizer é que grande parte deles ocorre porque os

trabalhadores se encontram mal preparados para enfrentar certos riscos.

6.2 ACIDENTES DE TRABALHO

O que diz a lei ?. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da

empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução

da capacidade para o trabalho, permanente ou temporária...”

Ou é o sinistro que se verifica, no local e durante o tempo do trabalho, desde que produza,

directa ou indirectamente, no trabalhador subordinado lesão corporal, perturbação funcional ou

doença de que resulte a morte ou redução na capacidade de trabalho ou de ganho.

2. Considera-se ainda acidente de trabalho o que ocorra:

Na ida ou regresso do local de trabalho, quando utilizado meio de transporte fornecido

pelo empregador, ou quando o acidente seja consequência de particular perigo do

percurso normal ou de outras circunstâncias que tenham agravado o risco do mesmo

percurso;

Antes ou depois da prestação do trabalho, desde que directamente relacionado com a

preparação ou termo dessa prestação;

Por ocasião da prestação do trabalho fora do local e tempo do trabalho normal, se se

verificar enquanto o trabalhador executa ordens ou realiza serviços sob direcção

autoridade do empregador;

Na execução de serviços, ainda que não profissionais, fora do local e tempo de trabalho,

prestados espontaneamente pelo trabalhador ao empregador de que possa resultar

proveito económico para este.

Acidentes no local de trabalho, quando no exercício do direito de reunião ou de

actividade de representantes dos trabalhadores, nos termos da lei;

Acidentes no local de trabalho, quando em frequência de curso de formação ou, fora do

local de trabalho, quando exista autorização expressa pela empresa;

Acidentes fora do local ou do tempo de trabalho, quando verificado na execução de

serviços determinados ou consentidos pela empresa.

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O acidente que ligado ao trabalho, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído

directamente para a morte do trabalhador, para a perda ou a redução de sua capacidade

para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;

3. Se a lesão resultante do acidente de trabalho ou doença profissional não for reconhecida

imediatamente, compete à vítima ou aos beneficiários legais provar que foi consequência dele.

Elementos essenciais de acidentes de trabalho:

- O Espacial (local de trabalho);

- O Temporal (tempo de trabalho);

- O Causal (causa-efeito entre o evento e a lesão);

Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por exemplo, um

corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro.

Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou sentido. Por exemplo, a

perda da visão, provocada por uma pancada na cabeça, caracteriza uma perturbação funcional.

A Doença Profissional é a modificação na saúde do trabalhador, desencadeada pelo exercício

da sua actividade profissional. Por exemplo, um trabalhador com problemas respiratório

devido a exposição a Nicotina por exposição constante com as folhas do Tabaco durante muito

tempo no exercício da sua profissão ou motorista do camião que fica com um problema de

coluna por causa de problemas de postura ao conduzir o veículo.

A Doença do Trabalho é a modificação na saúde do trabalhador, desencadeada em função de

condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona directamente. Por

exemplo, um motorista de caminhão que adquire um problema respiratório, porque trabalha em

uma empresa de Tabaco e acaba respirando o ar do ambiente do trabalho.

Um acidente de trabalho pode ser classificado por:

acidente sem afastamento: levar o trabalhador a se ausentar da empresa apenas por algumas

horas ate 24 horas. É que ocorre, por exemplo, quando o acidente resulta num pequeno corte no

dedo. Ou após o acidente o empregado continua a trabalhando. Este tipo de acidente não é

considerado nos cálculos de estatística mensal de acidentes da empresa embora deve ser

investigado e anotado em relatório, alem de exposto nas estatísticas mensais.

Acidente com afastamento pode deixar o trabalhador impedido de realizar suas actividades por

dias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Se o trabalhador acidentado não retornar ao

trabalho imediatamente ou até no dia seguinte, temos o chamado, que pode resultar na

incapacidade temporária, ou na incapacidade parcial e permanente, ou, ainda, na incapacidade

total e permanente para o trabalho.

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A) A incapacidade temporária é a perda da capacidade para o trabalho por um período

limitado de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas actividades normais. Ou

perda total de capacidade para o trabalho durante o dia de acidente ou que se prolongue

por um período menor de um ano. No retorno o empregado assume a sua função sem

redução da sua capacidade. E deve ser mencionada no relatório de acidente e do mês.

B) A incapacidade parcial e permanente é a diminuição, por toda vida, da capacidade

física total para o trabalho. Ou é a redução permanente e parcial da capacidade para o

trabalho, ocorrida no mesmo dia ou que se prolongue por período menor de um ano. A

incapacidade parcial e permanente é motivada por:

Perda de qualquer membro ou parte do mesmo.

Redução de função de qualquer membro ou parte do mesmo

Perda de visão ou redução funcional de um olho.

Perda da audição ou redução funcional de um ouvido

Quaisquer outras lesões orgânicas, perturbações funcionais ou psíquicas que resultem na

opinião do medico, em redução de menos de três quarto da capacidade de trabalho. etc

C) Incapacidade total e permanente é a invalidez incurável para o trabalho. Ou é a perda

total, em carácter permanente, da capacidade de trabalho. Incapacidade total e

permanente é motivada por:

Perda de visão de ambos olhos

Perda da visão de um olho com redução em mais da metade da visão do outro.

Perda anatómica ou impotência funcional de mais um membro de suas partes essenciais

(mão ou pé)

Perda da visão de um olho, simultânea á perda anatómica ou impotência funcional de

uma das mãos ou de um pé

Perda da audição de ambos os ouvidos ou ainda, redução em mais da metade de sua

função

Quaisquer outras lesões orgânicas perturbações funcionais ou psíquicas, permanentes que

ocasionem, sob opinião do medico, a perda de três quarto ou mais da capacidade para o

trabalho

D) Morte do acidentado

Factores de Acidentes de Trabalho

Diversos factores podem provocar acidentes de trabalho como falta de manutenção de

maquinaria, não utilização de equipamentos de segurança e até mesmo falta de organização. No

entanto, as causas desses tipos de acidentes podem ser classificadas em três grupos principais:

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ato abaixo do padrão, condição abaixo do padrão e factor pessoal de insegurança. Vamos

conhecer melhor cada um deles:

Acto inseguro (acto abaixo do padrão): são aqueles que dependem das acções dos

homens como fontes causadoras de acidentes. Ex: deixar de usar equipamento de

protecção individual, entrar em áreas não permitidas e operar máquinas sem estar

habilitado, o não cumprimento de normas, etc. estima –se em 80% a 86% como causa

dos acidentes .

Condição insegura (condição abaixo do padrão): são as condições físicas no ambiente

de trabalho que podem gerar acidentes. Ex: piso escorregadio, ferramentas em mau

estado de conservação e iluminação e ventilação inadequadas, geralmente são

representadas pelas situações da natureza do tipo de trabalho, (estima se 14% a 20%).

Factor pessoal de insegurança: As pessoas cometem actos inseguros ou criam

condições inseguras ou colaboram para que elas continuem existindo, pelo seu modo de

agir. Ex: desconhecimento dos riscos de acidentes, treinamento inadequado, excesso de

confiança, problemas sociais, nervosismo etc.

A ocorrência dos acidentes de trabalho, independente do tipo que ele seja, pode gerar

consequências para a empresa, o trabalhador e a sociedade. Para o trabalhador, por exemplo,

pode causar sofrimento físico, desamparo à família e incapacidade para o trabalho. Já a empresa

pode sofrer com a perda de facturamento, gasto com serviços médicos e perda de tempo e

produtos. Quanto à sociedade, podem existir impactos como: aumento de impostos e do custo de

vida e perda de elementos produtivos.

Consequências de um acidente trabalho

Plano Humano Plano Material

Acidentado

Sofrimento físico, psíquico e

moral

Diminuição do seu potencial

de trabalho

Perda de salário

Baixa do seu potencial

Profissional

Família Sofrimento psíquico e moral

Preocupações

Dificuldades económicas

Colegas

mal esta

Inquietação

Por vezes pânico

Perda de tempo

Excesso de trabalho

Formação de um substituto

Empresa Baixa do clima psicológico

Má reputação para a Empresa

Atrasos da obra

Perda de Produção

Formação de substitutos

Preços de custos acrescidos

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NOTA: De acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que, desde

2003, adoptou 28 de Abril como Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, ocorrem

anualmente 270 milhões de acidentes de trabalho em todo o mundo. Aproximadamente 2,2

milhões deles resultam em mortes

7. PERDAS DE PRODUTIVIDADE E QUALIDADE

Sempre que resulta acidente na empresa é verificável custos altos que podemos resumir em :

Custos não segurados/Indirecto como:

Todas as despesas não atribuídas aos acidentados mais que estão indirectamente ligadas a elas.

Não são de responsabilidade da empresa seguradora, sedo portanto da responsabilidade da

empresa

São considerados como custo indirecto

Salários pagos durante o tempo perdido por outros tripulantes na hora do acidente e após

o mesmo;

Salários pagos aos inspectores ou supervisores durante o tempo dispendido em

actividades decorrentes do acidente;

Salários pagos aos acidentados não cobertos pela seguradora;

Despesa com treinamento de quem substitui o acidentado;

Custo de material ou equipamento danificado nos acidentes.

Caso a empresa tenha seguro colectivo dos trabalhadores será suportados os custos

segurados/Directos como:

São todas as despesas ligadas directamente ao atendimento do acidentado e são da

responsabilidade da empresa seguradora:

São considerados como custo directo:

Despesas médicas, hospitalares e farmacêuticas necessárias para a recuperação do

trabalho acidentado, para que ele possa a reassumir a sua o mais breve possível:

Pagamento de diária e benefícios aos acidentados:

Transportes do acidentado, etc

Na actividade corrente de uma empresa, compreendeu-se que os custos Indirectos dos acidentes

de trabalho são bem mais importantes que os custos Directos, através de factores de perda como

os seguintes:

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Perda de horas de trabalho pela vítima

Perda de horas de trabalho pelas testemunhas e Responsáveis

Perda de horas de trabalho pelas pessoas encarregadas dos inquéritos

Interrupções da produção,

Danos materiais,

Atraso na execução do trabalho,

Custos inerentes às peritagens e acções legais eventuais,

Diminuição do rendimento durante a substituição

A retoma de trabalho pela vítima

Estas perdas podem ser muito elevadas, podendo mesmo representar quatro vezes os custos

directos do acidente de trabalho.

A diminuição de produtividade esta relacionada com horários de trabalho excessivos e por más

condições de trabalho, nomeadamente no que se refere à iluminação e à ventilação,

demonstraram que o corpo humano, apesar da sua imensa capacidade de adaptação, tem um

rendimento muito maior quando o trabalho decorre em condições óptimas.

Com efeito, existem muitos casos em que é possível aumentar a produtividade simplesmente

com a melhoria das condições de trabalho. De uma forma geral, a Gestão das Empresas não

explora suficientemente a melhoria das condições de higiene e a segurança do trabalho nem

mesmo do ajusto mutuo entre o homem e o seu ambiente de trabalho nos postos, como forma de

aumentar a Produtividade e a Qualidade .

Desta forma pode-se afirmar que na maior parte dos casos a Produtividade

é afectada ,pela conjugação de dois aspectos importantes :

Um meio ambiente de trabalho: que exponha os trabalhadores a riscos profissionais

graves (causa directa de acidentes de trabalho e de doenças profissionais);

A insatisfação dos trabalhadores: face a condições de trabalho que não estejam em

harmonia com as suas características físicas e psicológicas.

19

Querendo evitar a curto prazo um desperdício de recursos humanos e monetários e a longo prazo

garantir a competitividade da Empresa , deverá prestar-se maior atenção às condições de trabalho

e ao grau de satisfação dos seus colaboradores , reconhecendo-se que, uma Empresa desempenha

não só uma função técnica e económica mas também um importante papel social.

Razoes para um programa de Segurança na empresa

Perdas pessoais: Sofrimento físico, danos pessoais e angústia mental estão fortemente

associados com injúrias sofridas por acidentes.

Perdas financeiras com funcionários acidentados: em geral os acidentados são cobertos

por planos de seguros de acidentes pessoais. Mais as perdas pessoais nem sempre são

devidamente cobertas por eles.

Perdas de Produtividades: quando um funcionário é acidentado ocorre uma perda de

produtividade para a empresa.

Problemas legais: a legislação prevê penas legais ao empregador que infringir certas

normas de segurança aos seus trabalhadores.

Responsabilidade social: muitas organizações sentem responsáveis pela segurança e

saúde de seus funcionários.

Imagem da organização: acidentes graves ou constantes podem afectar negativamente a

imagem da empresa no mercado

8.PREVENCÃO DE INCÊNDIOS

A prevenção e o combate a incêndios, principalmente quando há equipamentos e instalações

valiosas a proteger, exigem um planeamento cuidadoso. Não apenas um conjunto de extintores

adequado, dimensionamento de reservatório de água, sistema de detecção e alarme, como

também o treinamento do pessoal são ponto chaves.

O fogo que provoca um incêndio é uma reacção química do tipo oxidação exotérmica, ou seja,

queima de oxigénio com libertação de calor.

Para haver reacção, devem estar presente os seguintes elementos:

20

Combustível (sólido, liquido ou gasoso) É toda substância capaz de queimar e alimentar a

combustão.

Comburente (geralmente o oxigénio da atmosfera) É o elemento que possibilita vida às

chamas e intensifica a combustão. O mais comum na natureza é o oxigênio, encontrado

na atmosfera a 21%.

Catalisador (a temperatura)

Triângulo de fogo

1.1.Classificação de Incêndios

Os incêndios são classificados de acordo com os materiais com eles envolvidos bem como a

situação como se encontram, essa classificação é feita para determinar o agente extintor

adequado para o tipo de incêndio específico. Como demonstra o quadro:

Categoria de incêndio Tipos de combustível Principais agentes

extintores

Cuidados principais

A Papel, madeira, tecidos,

trapos embebedados em

óleo, lixos, etc

Espuma

Soda - ácida

Água

Eliminação de calor por

saturação com água

B Líquidos inflamáveis,

óleo e produtos de

petróleo (tintas,

gasolinas, etc)

Gás carbónico (CO2)

Pó químico seco

Espuma

Neutralização do comburente

com substância não

inflamável

C Equipamentos

electrónicos ligados

Gás carbónico (CO2)

Pó químico seco

Neutralização do comburente

com substância não

inflamável

D Gazes inflamáveis sob

pressão e combustíveis

pirofóricos (magnésio,

selénio,

antimônio, lítio, potássio,

alumínio fragmentado,

Gás carbónico (CO2)

Pó químico seco

Neutralização do comburente

com substância não

inflamável

21

zinco, titânio, sódio,

zircônio).

1.2.Métodos de extinção de incêndio

O fogo é resultando da reacção de três elementos (combustível, oxigénio do ar e temperatura),

sua extinção exige, pelo menos, a eliminação de um dos elementos que compõem o triângulo do

fogo.

Assim a extinção de um incêndio deve ser feita por meio dos seguintes princípios:

1-Remoção ou isolamento: neutralização do combustível. Consiste em remover o material que

esta em combustão ou isolar outros materiais que possam alimentar ou propagar o fogo;

Fechar o registo da tubulação de combustível que esta alimentando o incêndio.

Remover material das proximidades do fogo para delimitar seu campo de acção.

Remover a parte do material incendiado, o que se pode conseguir com mais facilidade no

inicio do incêndio.

2-Abafamento: neutralização do comburente. Consiste em eliminar ou reduzir o oxigénio do ar

na zona da chama para interromper a combustão do material. É o princípio usado quando se tenta

abafar o fogo com algum cobertor ou areia.

3-Resfriamento: neutralização da temperatura. Consiste em reduzir a temperatura do material

incendiado ate cessar a combustão. A água é o elemento mais usado para esse fim. Pelo seu

poder de resfriamento e por ser mais económica do que qualquer outro agente extintor.

1.3 Tipos de Extintores

SISTEMAS FIXOS DE COMBATES A INCÊNDIOS

Sistemas fixos de combates a incêndios podem ser manuais ou automáticos.Exemplos:

1-Hidratantes e mangueiras. Constitui o sistema fixo de prevenção a incêndio mais utilizado.

Hidratantes são conexões instaladas estrategicamente, nas partes internas e externas dos prédios

destinadas ao acoplamento de mangueiras para combate de incêndios. Os Hidratantes são ligados

á canalização principal de água exclusivamente destinada ao combate a incêndio. As mangueiras

são condutores flexíveis utilizados para transportar água sob pressão, do seu ponto de tomada ate

o local onde deve ser utilizada para extinção do fogo

22

NORMAS BÁSICAS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIO

Não fume no local de trabalho.

Respeite as proibições de fumar e acender fósforos em locais sinalizados.

Evite o acúmulo de lixo em locais não apropriados.

Coloque os materiais de limpeza em recipientes próprios e identificados.

Não deixe os equipamentos elétricos ligados após sua utilização. Desconecte-os da

tomada.

Não improvise instalações elétricas, nem efectue consertos em tomadas e interruptores

sem que esteja familiarizado com isso.

Verifique, antes de sair do trabalho, se os equipamentos elétricos estão desligados.

Observe as normas de segurança ao manipular produtos inflamáveis ou explosivos.

Mantenha os materiais inflamáveis em locais resguardados e à prova de fogo.

AGENTES EXTINTORES

Extintores de Incêndio

Agentes extintores são substâncias que, devido às suas características, quando lançados sobre

um fogo o extinguem.

São inúmeros os agentes extintores existentes, porém os mais comuns são:

Água

Espuma (mecânica ou química)

Gás carbônico (c02)

Pó químico seco (pqs)

Halon

IMPORTANTE

Os extintores de incêndio são aparelhos de primeiros socorros, que carregam em seu interior um

dos tipos de agente extintor acima citados, que deverá ser usado em princípios de incêndio.

O extintor receberá sempre o nome do agente extintor que transporta e deverá ser construído

conforme as normas. Poderá ser:

Portátil

23

Após instalado, um extintor nunca poderá ser removido, a não ser quando para uso em combate

ao fogo, recarga, teste ou instrução; estar sempre sinalizado e seu acesso desobstruído.

9.Medidas de prevenção na redução de acidentes

Prevenção

É o conjunto de políticas e programas, bem como disposições ou medidas tomadas ou previstas

em todas as fases de actividade da empresa, do estabelecimento ou do serviço, que visem

eliminar ou diminuir os riscos profissionais a que estão potencialmente expostos os

trabalhadores.

Podemos citar 9 Princípios básicos de prevenção

1. Evitar os riscos

2. Identificar e avaliar os riscos

3. Combater os riscos na origem

4. Adaptar o trabalho às pessoas (nunca o inverso)

5. Ter em conta o estado da evolução da técnica, bem como de novas formas de organização e do

trabalho

6. Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso

7. Planificar a prevenção com um sistema coerente

8. Dar prioridade às medidas de protecção colectiva em relação às medidas de protecção

individual

9. Dar instruções compreensíveis e adequadas às actividades desenvolvidas pelos trabalhadores

10.Equipamento de Protecção colectiva e Individual

Equipamento de protecção colectiva(EPI): medidas de protecção do conjunto de traba-

lhadores, afastando-os do risco ou interpondo barreiras entre estes e o risco. Dentro destas

protecções, consideram-se as normas de segurança e de sinalização.

Como exemplos de EPC podem ser citados alguns:

Redes de Protecção

Sinalizadores de segurança (como placas e cartazes de advertência, ou fitas zebradas)

Extintores de incêndio

Kit de primeiros socorros

24

Quando não for possível adoptar medidas de segurança de ordem geral, para garantir a protecção

contra os riscos de acidentes e doenças profissionais, devem-se utilizar os equipamentos de

protecção individual, conhecidos pela sigla EPI.

Equipamento de protecção individual (EPI): medidas de protecção, de um ou mais riscos, em

que se aplica ao trabalhador a respectiva protecção:

Os Equipamentos de Protecção Individual podem ser de dois tipos:

De uso permanente;

De uso temporário.

Os E.P.I.'s de Uso Permanente são aqueles que a empresa fornece aos trabalhadores em função

da habitualidade, permanência e natureza dos perigos e riscos de suas actividades ou ambientes

de trabalho.

Ex.: capacetes de segurança, óculos de segurança, protectores auriculares, capas impermeáveis ,

botas de segurança, luvas de segurança, entre outros.

Os E.P.I: s de Uso Temporário são aqueles que a empresa fornece aos trabalhadores para a

realização de um trabalho específico sob condição de risco, em situação normal, anormal ou

emergências, após o término do trabalho para higienização, reposição de peças ou materiais,

inspecção, manutenção, etc.

Ex.: máscaras, capas de aproximação, roupas de emergência, cintos de segurança, etc.

Veja algumas figuras de EPIs

1. Capacete para protecção da Cabeça

óculos de protecção contra exposição de partículas ex: poeiras

25

óculos de protecção produtos químicos

luvas de protecção contra agentes cortantes

Luvas de protecção contra produtos químicos

Luvas de protecção contra produtos térmicos (quente ou frio)

Botas de protecção contra objectos cortantes

Botas de protecção contra produtos corrosivos ou água

26

Protecção contra produtos tóxicos ou corrosivos

Protecção contra objectos ou produtos escoriastes

27

EPI completo recomendado para aplicação de

agrotóxicos.

Protecção auditiva contra ruído

11.sinalização de segurança no posto de Trabalho

No interior e exterior das instalações da Empresa , devem existir formas de aviso e informação rápida,

que possam auxiliar os elementos da Empresa a actuar em conformidade com os procedimentos de

segurança .Com este objectivo , existe m conjunto de símbolos e sinais especificamente criados para

garantir a fácil compreensão dos riscos ou dos procedimentos a cumprir nas diversas situações

laborais que podem ocorrer no interior de uma Empresa ou em lugares públicos .A forma geométrica

e o significado dos sinais de segurança, bem como a combinação das formas e das cores e seu

significado nos sinais estão indicados nos quadros seguintes.

FORMA GEOMÉTRICA SIGNIFICADO

Sinais de obrigação e de proibição

28

Sinais de aviso/perigo

Sinais de emergência, de indicação e

informações adicionais

A forma geométrica e o significado dos sinais de segurança

FORMA

CORES

VERMELHO PROIBIÇÃO

MATERIAL DE

COMBATE A

INCÊNDIOS

AMARELO AVISO/PERIGO

VERDE SALVAMENTO OU

DE EMERGÊNCIA

AZUL OBRIGAÇÃO INFORMAÇÃO

Formas e cores

SINAL SIGNIFICADO EXEMPLO

Proibição Proíbe um comportamento

Aviso/perigo Adverte de um perigo ou de um risco

Obrigação Imposição de certo comportamento

29

Salvamento ou de

emergência

Fornece indicações sobre saídas de

emergência ou meios de socorro ou

salvamento

Sinais relativos ao

material de combate a

incêndios

Fornece indicações sobre a localização dos

equipamentos e/ou material de combate a

incêndios

Sinais de obstáculos e

locais perigosos

Fornece indicações sobre a localização de

obstáculos e/ou locais perigosos

Sinais de informação

Fornece indicações não abrangidas por

sinais de proibição, aviso, obrigação e de

salvamento ou de socorro;

Exemplo de algumas figuras relacionadas com os Sinais:

De acordo com a legislação vigente, apresentam-se seguidamente os sinais relativos à sinalização

de segurança e saúde. De qualquer forma, existem disponíveis no mercado alguns outros sinais

que poderão complementar as prescrições mínimas previstas na lei.

Sinais de proibição:

Água não potável

Não tocar

Passagem proibida a

peões

Proibição de Apagar

Proibição de Fumar

Proibida a Entrada a

Pessoas Não

Proibição de fazer

30

com Água Autorizadas lume e de fumar

Sinais de aviso ou perigo:

Atmosfera explosive

Baixa temperatura

Cargas suspensas

Forte campo

magnético

Veículos de

Movimentação de

Cargas

Electrocussão

Perigos vários

Queda com desnível

Radiações não

ionizantes

Raios laser

Riscos biológicos

Substâncias

comburentes

Substâncias

corrosivas

Substâncias

explosivas

Substâncias

inflamáveis ou alta

temperatura

Substâncias nocivas

ou irritantes

31

Substâncias

radioactivas

Substâncias tóxicas

Tropeçamento

Sinais de obrigação:

Obrigações Várias

Passagem

Obrigatória para

Peões

Protecção

Obrigatória da

Cabeça

Protecção

Obrigatória das

Mãos

Protecção

Obrigatória das

Vias Respiratórias

Protecção

Obrigatória do

Corpo

Protecção

Obrigatória do Rosto

Protecção

Obrigatória dos

Olhos

Protecção

Obrigatória dos

Ouvidos

Protecção

Obrigatória dos Pés

32

Sinais de salvamento ou de emergência:

Via/ Saída de

Emergência

Via/ Saída de

Emergência

Via/ Saída de

Emergência

Via/ Saída de

Emergência

Via/ Saída de

Emergência

Direcção a Seguir

Direcção a Seguir

Direcção a Seguir

Direcção a Seguir

Lavagem dos Olhos

Maca

Primeiros Socorros

Telefone para

Salvamento e

Primeiros Socorros

Sinais relativos ao material de combate a incêndio:

33

Direcção a Seguir

Direcção a Seguir

Direcção a Seguir

Direcção a Seguir

Agulheta de

Incêndio

Escada

Extintor

Telefone para Luta

contra Incêndios

Sinais de informação:

Localização das instalações sanitárias

Localização do

telephone

Localização de

acesso especial

Localização da

cantina

Localização do

recipiente do lixo

Zona de fumadores

Sinais de obstáculos e locais perigosos:

A sinalização de obstáculos e locais permanentemente perigosos:A sinalização referida

deverá ser feita tendo em conta as dimensões do obstáculo ou do local perigoso.

34

Símbolos e indicações de perigo das substâncias e misturas perigosas:

Os recipientes que contenham substâncias ou preparações perigosos, como as tubagens

visíveis que os contenham, deverão estar rotulados sob a forma de pictogramas sobre fundo

colorido, como indicado no referido diploma, ou sinalizados por meio de placas com o sinal de

aviso adequado e informação complementar, nomeadamente a fórmula química da substância ou

preparado perigoso e pormenores sobre os riscos.

(E) Explosivo

(O) Comburente

(F) Facilmente

inflamável

(F+) Extremamente

inflamável

(T) Tóxico

(T+) Muito tóxico

(C) Corrosivo

(Xn) Nocivo

(Xi) Irritante

(N) Perigoso para o

ambiente

Amianto

12.Riscos Professionais

É a possibilidade de um trabalhador sofrer um dano provocado pelo trabalho que desenvolve.

Para quantificar um risco valorizam-se conjuntamente a probabilidade de ocorrência do dano e a

sua gravidade.

35

12.1 Avaliação de Riscos Profissionais

Todos os anos, milhares de trabalhadores se lesionam no trabalho; outros entram de baixa por

motivos de stresse, de sobrecarga de trabalho; lesões músculo-esqueléticas; problemas de visão;

problemas de audição, problemas respiratórios ou outras doenças relacionadas com o trabalho.

Para além do custo humano que têm para as/os trabalhadores e suas famílias, os acidentes e as

doenças consomem igualmente os recursos dos sistemas de saúde e afectam a produtividade das

empresas.

A avaliação de riscos constitui, pois, a base de uma gestão eficaz da segurança e saúde e é

fundamental para reduzir as doenças profissionais e os acidentes de trabalho. Se for bem

realizada, esta avaliação pode melhorar a saúde e a segurança das/os trabalhadores, bem como,

de um modo geral, o desempenho das empresas.

Concepção de avaliação

A avaliação de riscos é o processo de avaliação para a saúde e segurança das/os

trabalhadores decorrentes de perigos no local de trabalho. É, pois, a análise sistemática

de todos os aspectos do trabalho que identifica:

Aquilo que é susceptível de causar lesões ou danos;

A possibilidade de os perigos serem eliminados e, se tal não for o caso, controlados;

As medidas de prevenção ou protecção que existem, ou deveriam existir, para controlar

os riscos.

A avaliação de risco envolve:

Identificar os perigos – o que é que poderá correr mal?

Determinar quem poderá ser atingido e o grau de gravidade.

Incluir no processo a consulta dos trabalhadores e fornecer informações sobre os

resultados das avaliações de riscos.

Decidir o grau de probabilidade de ocorrência de acidente.

Decidir o modo como os riscos podem ser eliminados ou reduzidos – é possível melhorar

as instalações, os métodos de trabalho, o equipamento ou a formação?

Estabelecer prioridades para as medidas a tomar, com base na dimensão dos riscos,

número de trabalhadores afectados.

36

Pôr em prática medidas de controlo.

Verificar se as medidas de controlo funcionam.

As necessidades de formação e informação.

As necessidades da vigilância da saúde dos trabalhadores.

A Empresa deve constituir uma Equipe de SHT ou CIPA (Comissão interna de prevenção de

Acidente segundo a Lei de Trabalho)

É uma equipe que pode ser composta por um coordenador e os seus respectivos adjuntos com

funções bem definidas ao nível da SHT na empresa.

E a equipe reuni-se regularmente para avaliar e aprovar novas normas e divulgar aos trabalhador

e propor capacitação aos trabalhadores de acordo com as necessidades da empresa.

37

Funções da comissão SST (Segurança e saúde no trabalho)

A Comissão terá nomeadamente algumas destas funções:

Efectuar inspecções periódicas a todas as instalações e material que tenha a ver com a

SST.

Verificar o cumprimento das disposições legais e contratuais, bem como regulamentos

internos e instruções em matéria de SST.

Solicitar e apreciar as sugestões do pessoal.

Esforçar-se por assegurar o concurso de todos os trabalhadores com vista a um

verdadeiro espírito de Saúde e Segurança.

Providenciar formação, instrução e conselhos necessários em matéria de SST a todos os

trabalhadores admitidos pela primeira vez ou que mudem de posto de trabalho.

Examinar as circunstâncias e as causas de cada um dos acidentes ocorridos, bem como,

apresentar recomendações destinadas a evitar a repetição de acidentes e melhorar as

condições de SST.

Mapa de Riscos é a representação gráfica dos riscos de acidentes nos diversos locais de

trabalho, inerentes ou não ao processo produtivo, devendo ser afixado em locais acessíveis e de

fácil visualização no ambiente de trabalho, com a finalidade de informar e orientar todos os que

ali actuam e outros que, eventualmente, transitem pelo local.

No Mapa de Riscos, são círculos de cores e tamanhos diferentes mostram os locais e os factores

que podem gerar situações de perigo em função da presença de agentes físicos, químicos,

biológicos, ergonómicos e de acidentes/Mecênicos

Veja a figura

38

Os Riscos Profissionais dividem-se em dois grandes grupos

De acordo com seu factores de risco:

Factores de risco ambientais Todos os que existem no ambiente de trabalho e cuja exposição mais ou menos prolongada no

tempo e em determinadas doses ou concentrações, origina doença profissional.

Riscos associados a agentes Físicos

Ruído

Vibrações

Ambiente Térmico

Radiações

Para a colheita de Tabaco é apontada como a etapa mais desgastante para a saúde do

Trabalhador/agricultor, seguidas pela secagem e aplicação de defensivos. Geralmente durante a

colheita, o período em que as condições de trabalho são desfavoráveis para o bem estar físico e

mental dos agricultores. Isso se deve ao fato dos trabalhadores executarem suas actividades ao ar

livre, principalmente a céu aberto e em condições ergonómicas prejudiciais, exigindo um grande

esforço físico.

Riscos associados agentes Químicos

Poeiras

Fibras

Gases

Riscos associados agentes Biológicos

Fungos

Bactérias

Virus

39

Fungos

Contacto com animais traz para os trabalhadores varias complicações a saúde.

Riscos Ergonómicos

Posturas Incorrectas

Exigência de esforço físico intenso,

Levantamento e transporte manual de pesos,

Postura inadequada no exercício das actividades,

Exigências rigorosas de produtividade,

Períodos de trabalho prolongadas ou em turnos,

Actividades repetitivas

Controle rígido de produtividade,

Situação de estresse,

Imposição de rotina intensa.

FACTORES DE RISCO OPERATIVOS

Mecânicos/acidente

São os que podem originar acidentes de trabalho

Incêndio

Circulação de pessoas e máquinas

Utilização de equipamentos de trabalho

Eléctricos

Manuseamento de substâncias químicas

Movimentação manual e mecânica de cargas

13.Primeiros socorros VS Actuações de Emergência e evacuação

40

O primeiro socorros pode ser prestado com qualquer funcionário desde que tenha recebido uma

formacao especifica para tal.

1. O que são os Primeiros Socorros?

Entende-se por primeiros socorros o conjunto de actuações e técnicas que permitem dat atenção

Imediata a um acidentado, até que chegue a assistência médica profissional, de modo a que as

lesões sofridas não piorem.

2. Conselhos gerais de socorrismo

Existem 10 considerações que devem sempre ser tidas em conta, como atitude a ter perante os

acidentes. Seguir estes 10 conselhos permite evitar cair nos erros que mais habitualmente se

cometem ao socorrer acidentados, conseguindo-se deste modo não agravar as suas lesões.

Portanto, recomenda-se que leia atentamente cada um destes conselhos:

1. Manter-se calmo

Não perder a calma é fundamental para se poder actuar de forma correcta, evitando erros

irremediáveis.

2. Evitar aglomerações

Não se deve permitir que o acidente se converta num espectáculo. Ao evitar-se a histeria

colectiva, o socorrista tem mais facilidade em agir.

3. Saber impor-se

É preciso tomar a situação e dirigir a organização dos recursos e a posterior evacuação do ferido.

4. Não mover o ferido

Como norma básica e elementar, não se deve mover ninguém que tenha sofrido um acidente

enquanto não se tiver a certeza de que se pode realizar movimentos sem que haja riscos de piorar

as lesões já existentes. Não obstante, existem situações em que a deslocação deve ser imediata,

nomeadamente quando as condições ambientais assim o exijam ou quando deva ser realizada a

operação de reanimação cardio-pulmonar.

5. Examinar o ferido

Deve efectuar-se uma avaliação preliminar que consiste em determinar as situações em que haja

a possibilidade de morte imediata.

6. Tranquilizar o ferido

Os acidentados ficam normalmente assustados, desconhecem as lesões que sofreram e

necessitam de alguém em quem confiar nesses momentos de angústia.

7. Manter o ferido quente

Quando o organismo humano sofre uma agressão, activam-se os mecanismos de autodefesa que

implicam muitas vezes, a perda de calor corporal. Esta situação acentua-se quando existe perda

de sangue, já que uma das funções do sangue é manter a temperatura interna do corpo.

8. Avisar o pessoal de saúde

Este conselho ou recomendação traduz-se na necessidade de pedir ajuda com rapidez,

a fim de estabelecer um tratamento médico o mais cedo possível.

9. Deslocação adequada

A posição de espera e deslocação varia consoante as lesões que o acidentado apresenta. É

importante acabar com a prática habitual

de evacuação em automóvel particular porque nos casos em que a lesão é vital, não se pode

deslocar o lesionado e este deve ser tratado no local. Se a lesão não for vital, significa que pode

esperar a chegada de um veículo (ambulância) devidamente equipado.

10. Não medicar

41

Não de deve medicar, esta é uma incumbência exclusiva do médico/ técnicos de saúde

Todas empresa são obrigadas a prestar primeiros socorros em qualquer situação minimizado o

sofrimento do trabalhador em causa para tal pode ser prestados por pessoal treinado ou prestação

de serviço por terceiros.

As empresas devem ter Kits de primeiros socorros em locais devidamente identificados e com

itens regularmente vigiado para caso de validade exemplos de itens que pode constar em Kits de

primeiros socorros:

Ataduras de diversos tipos;

Fita adesiva;

Esparadrapo;

Pacote de gelo químico;

Bolas de algodão;

Luvas de Látex;

Ataduras Plásticas;

Band-Aid

Máscara facial com válvula de não retorno;

Lanterna Pequena e pilhas reservas;

Gazes de diversos tamanhos e formas;

Compressa Plástica;

Fósforos;

Agulhas hipodérmicas;

Lente de aumento ( Lupa);

Antistamínico de uso tópico;

Pinça;

Tesoura

Sabão Neutro;

Açúcar;

Termômetro electronico;

Fita adesiva a prova d’água;

Tiras Elásticas;

Talas Flexíveis;

Saco plástico

Todos os itens devem ser colocados numa caixa plástica apropriada para mantê-los limpos e

secos.

É necessario sempre o controle de validade de alguns itens dentro de Kit e ser substituido quando

necessário.

Para consolidar a aula de primeiros socorros sera projectado vídeos com várias intervenões.

14. Legislação de Higiene e Segurança no Trabalho em vigor no País

Para o cumprimento de normas de HST temos seguintes instrumentos de consulta para qualquer

esclarecimento de dúvida:

42

Lei de Trabalho nº 23/2007, de 1 de Agosto (Capitulo VI)

Decreto nº 62/2013 – Regime Jurídico dos Acidentes e Doenças Profissionais.

Decreto nº 61/2006, de 26 de Dezembro – técnicas de prevenção em actividades de

mineração.

Diploma Legislativo nº 48/73, de 5 de Julho – Regulamento Geral de HST na Indústria

Diploma Legislativo nº 120/71, de 20 de Novembro – Na construção civil

Convenções de OIT

ISO / OSHA

Podemos citar algumas observações de alguns decretos e diplomas:

Como forma de dar uma contribuição para o conhecimento dos interessados, sobre a Legislação

de Higiene e Segurança no Trabalho há muito em vigor no País, vem através deste tema,

identificar alguns diplomas legais definidores de normas gerais e especificas que regulam o

regime jurídico aplicável em estabelecimentos industriais e outros ramos de actividades, no seu

conjunto visando como objectivos seguintes:

Desenvolver a consciência de Segurança no Trabalho;

Permitir a aprendizagem de técnicas de prevenção e superação do risco;

Permitir a interiorização de regras de segurança e sobre a obrigatoriedade legal de as

cumprir;

Porquanto, devido a cada vez mais crescente número de desastres profissionais nos locais de

trabalho, e com a sociedade a atribuir a esse fenómeno a suposta ausência da Legislação de

Segurança em Moçambique, e como resulta do estudo realizado, fácil foi concluir que se tratava

de um falso problema, pois, desde o passado colonial até após independência nacional, sempre

vigorou um regime jurídico, consagrando normas próprias que protegem a saúde e a integridade

no trabalho.

Assim, se apresenta como principal legislação de Higiene e Segurança no Trabalho, aplicável em

Moçambique e com o valor de relevância universal a destacar:

1.1. Diploma Legislativo nº 48/73, de 5 de Julho, que aprova o Regulamento Geral de HST em

estabelecimentos industriais. Este diploma legal, constitui o quadro de normas aplicáveis em

todos os sectores da indústria, com objectivo de prevenção de riscos profissionais no ramo

industrial do País. Possui 162 artigos, que se resumem em termo do conteúdo das suas

normas o seguinte:

Delimita o seu âmbito de aplicação em todos estabelecimentos industriais (artigo 1 e2).

43

Dever dos empregadores e dos trabalhadores ao cumprimento das normas de HST (artigo

3 e 4).

Previsão de medidas de prevenção de riscos profissionais na concepção dos projectos dos

edifícios industriais, superfícies dos edifícios, iluminação, ventilação, temperatura,

humidade, ruídos, radiações, electricidade, armazenagem e extintores contra incêndios.

(artigo 5 a 45)

Previsão de medidas de prevenção de riscos em uso de máquinas, em actividades de

reparação e manutenção das máquinas projecção de metais. (artigo 45 a 68)

Previsão de medidas de prevenção de riscos em uso de aparelhos e meios de elevação,

transporte e de armazenamento, em manobras, manutenção de cargas, conservação,

empilhamento de materiais, na tubagem e canalização, vias-férreas e descolamento,

equipamento eléctrico e entre outras operações susceptíveis de expor riscos diversos aos

trabalhadores.

Previsão de regras de prevenção em actividades de instalação aos cubos, tanques e

reservatórios, em trabalhos de fornos, estufas, instalações, frigoríficos, caldeiras de vapor,

aparelhos sob pressão, instalações eléctricas, soldadura e corte a gás e eléctrico,

ferramentas manuais e portáteis a motor (artigo 98 a 107).

Definição de medidas de prevenção a observar em actividades de conservação e

reparação de edifícios, máquinas, instalações e equipamentos. (artigo 108 a 111)

Previsão de regras obrigatórias de prevenção de riscos expostos em actividades com

substâncias perigosas e incómodas, misturas perigosas de gazes e vapores explosivos,

substâncias corrosivas a temperatura elevada, manutenção e transporte de substâncias

corrosivas, substâncias tóxicas, asfixiantes, líquidos corrosivos (artigo112 a 140).

Previsão de normas aplicáveis para garantir a saúde em actividades industriais, tais como:

abastecimento de água, limpeza dos locais de trabalho, evacuação de resíduos, contra

roedores e insectos, condições ergonómicas, instalações sanitárias, vestiários e refeitórios

(artigo141 a 148).

Previsão de medidas de prevenção de riscos através de disponibilidade de equipamento

de protecção individual, visando a protecção da cabeça, olhos, ouvidos, mãos e braços,

pés e pernas, vias respiratórias e cinto de segurança (artigo149 a 158).

Previsão de normas sobre a sinalização nos locais de trabalho, visando sinalizar

máquinas, equipamentos, delimitar zonas e advertir o pessoal do perigo que ocorre, a

obrigatoriedade de criação da Comissão de HST, suas funções e obrigatoriedade de

existência de caixas de primeiros socorros e de postos médicos (artigo 159 a 162), lei do

trabalho nº 23/2007, de 1 de agosto (CAPITULO VI).

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1.2. Decreto nª 61/2006, de 26 de Dezembro, aprovando o Regulamento da Segurança Técnica e

Saúde dos trabalhadores em actividades geológico-mineiras, contendo normas e praticas

técnicas que definem as condições de HST, medidas de prevenção de riscos típicos de

actividades de mineração, associado também ao Diploma Ministerial nº 96/81, de 16 de

Dezembro, que aprova o Regulamento de Higiene e Segurança dos Trabalhadores em

actividades de mineração subterrânea.

1.3. Decreto nº 62/2013, de 4 de Dezembro que aprova o regime jurídico de acidentes e doenças

profissionais, em revogação do anterior regime aprovado pelo Diploma Legislativo nº1706,

de 19 de Outubro de 1957.

Este ultimo Diploma Legal com 75 artigos, consagra normas especiais que estabelecem o regime

dos acidentes e doenças profissionais, incluindo os direitos a reparação, à assistência médica,

indemnização e pensões, bem como os pressupostos que determinam a transferência de

responsabilidade civil à cargo das entidades seguradoras.

E mais, para além de definir regras relativas aos direitos dos sinistrados, consagra normas que

delimitam os conceitos e caracterização de acidentes e doenças profissionais, bem como um

conjunto de regras aplicáveis na prevenção de riscos nos locais de trabalho.

A grande inovação deste regime actualizado, tem a ver com a revisão dos valores das pensões e

indemnização por acidentes e doenças profissionais antes fixando-se em valores insignificantes

que não iam para além de 10.00Mt, para os actuais valores fixados em 25%, 80%, 90%, 30%,

conforme o estabelecido nos seus artigos 45,46,47,48,49.50,52,53 e 56.

A outra inovação tem haver com a maior intervenção dos intervenientes como Procuradoria da

Republica, Tribunais Judiciais, Inspecção Geral do Trabalho e Empresas de Seguro para gestão

de questões de saúde e responsabilidade na situação de riscos, para além ainda da previsão da

norma que permite a revisão dos valores em função de oscilação do salário mínimo.

Conforme se pode depreender nos desenvolvimentos anteriores, em Moçambique vigora um

conjunto de dispositivos legais aplicáveis na protecção do trabalho, o que afasta o argumento

segundo o qual, a ocorrência de riscos profissionais que vitimam os trabalhadores deve-se a

ausência da Legislação sobre a Higiene e Segurança no Trabalho, um argumento contrário ao

que foi revelado ao longo desta abordagem temática.

Tendo em conta os contextos socio-económicos do país, é tempo de todos desenvolverem

consciência sobre os riscos a que estamos sujeitos devido a evolução tecnológica, cujas

consequências humanas, sociais e económicas podem ser evitadas com a prevenção conseguida

quando observadas as normas legais vigentes.

NORMAS ISO /OSHA

O QUE É A ISO?

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A ISO é a Organização Internacional de Normalização (International Organization for

Standardization), fundada em 1946 com sede na cidade de Genebra na Suíça, com o propósito de

desenvolver e promover normas que possam ser utilizadas por todos os países do mundo.

Qualidade é o grau no qual um conjunto de características satisfaz a um requisito. Para uma

organização qualidade significa satisfação dos clientes (internos e externos).

Todas atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização no sentido de possibilitar

a melhoria de produtos/serviços com vista a garantir a completa satisfação das necessidades dos

clientes.

AS NORMAS DA SÉRIE ISO 9000

ISO 9001: esta norma é um modelo de garantia da qualidade que engloba as áreas de

projecto/desenvolvimento, produção, instalação e assistência técnica.

ISO 9002: esta norma é um modelo de garantia da qualidade que engloba a produção e a

instalação.

ISO 9003: esta norma é um modelo de garantia da qualidade em inspecção e ensaios finais.

As normas ISO 9000 e ISO 9004 revelam as directrizes para selecção, uso das normas e para a

implementação de um sistema de gestão de qualidade.

BENEFÍCIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DE QUALIDADE

• Melhoria do desempenho do produto/serviço;

• Planear e controlar de forma sistemática as rotinas de trabalho;

• Reduzir custos, já que a produtividade será maior;

• Melhorar a comunicação, a moral e a satisfação dos colaboradores no trabalho;

• Aumentar as oportunidades de mercado;

• Melhorar a imagem da empresa;

• Reduzir riscos;

• Desenvolver fornecedores

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AS NORMAS DA SÉRIE 14000

• ISO 14004 - Sistemas de Gestão Ambiental - Directrizes, Princípios Gerais e Técnicas de

Apoio;

• ISO 14010 - Directrizes para Auditoria Ambiental - Princípios Gerais da Auditoria

Ambiental;

• ISO 14011 - Directrizes para Auditoria Ambiental - Procedimentos - Auditoria de

Sistemas de Gestão Ambiental;

• ISO 14012 - Directrizes para Auditoria Ambiental - Critérios de Qualificação para

Auditores Ambientais.

BENEFÍCIOS SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

• Permite mostrar aos reguladores e governo conformidade legal e regulatória;

• Demonstrar seu comprometimento ambiental para os stakeholders;

• Demonstrar uma abordagem inovadora e voltada para o futuro;

• Aumentar seu acesso a novos clientes e parceiros de negócios;

• Fazer melhor gestão dos riscos ambientais;

• Melhorar a sua reputação.

NORMA OHSAS 18001

A OHSAS 18001 é uma norma que define requisitos do Sistema de Gestão de Saúde e Segurança

no Trabalho.

VANTAGENS DA APLICAÇÃO DA OHSAS 18001

• Redução de acidentes através da sistematização de todas as actividades relevantes de

saúde e segurança ocupacional;

• Certeza legal devido à aderência a todos os requisitos estatutários aplicáveis; Aumento da

identificação e motivação do funcionário devido ao envolvimento nos processos de

gestão de SSO (Segurança e Saúde Ocupacional); Melhoria da imagem e aumento da

competitividade através de performance de SSO documentada e sustentada; Fortalecer a

imagem da empresa e a participação no mercado;

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15.Bibliografias consultadas

Legislação laboral vigente no Pais;

Convenções e Recomendações da OIT;

MIGUEL, Alberto S.R ,Manual de HST, 8ª Ed. Porto Editora, 2005;

Instituto do desenvolvimento e inspecção das condições de trabalho concepção de locais

de trabalho HST- 3ª Ed. Lisboa, 1998;

CAMPOS, Armando Augusto, Educação ocupacional, 5ª Ed. 2002,CIPA São Paulo;