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PROJETO BASES TROCÁVEIS NOS SOLOS CULTIVADOS COM MILHO E SOJA EM PLANTIO DIRETO NO BRASIL PROJETO AGRISUS 707/10 RELATÓRIO FINAL Realização: Responsável: PEDRO ROBERTO FURLANI Colaboradores: RHUANITO SORANZ FERRAREZI ONDINO CLEANTE BATAGLIA CAMILO LÁZARO MEDINA Novembro de 2010

PROJETO BASES TROCÁVEIS NOS SOLOS ... Média da CTC por região em função da textura de solo 17 4.4.3 Média da CTC por região no Brasil em função da cobertura 18 4.5 Produtividade

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PROJETO BASES TROCÁVEIS NOS SOLOS CULTIVADOS COM MILHO E SOJA EM PLANTIO DIRETO NO BRASIL

PROJETO AGRISUS 707/10

RELATÓRIO FINAL

Realização:

Responsável: PEDRO ROBERTO FURLANI Colaboradores: RHUANITO SORANZ FERRAREZI

ONDINO CLEANTE BATAGLIA CAMILO LÁZARO MEDINA

Novembro de 2010

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ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO 4

2 OBJETIVOS 4

3 MATERIAL E MÉTODOS 4

3.1 As regiões climáticas 5

3.2 Avaliações de campo 6

3.2.1 Medição da produtividade das culturas 6

3.2.2 Avaliação do Plantio Direto 7

3.2.3 Determinação da textura do sol 7

3.2.4 Determinação da cobertura do solo 7

3.2.5 Coleta das amostras de solo 8

3.3 Quantidade de amostras de solo coletadas 8

3.4 Análise química dos teores de nutrientes 9

3.5 Faixas de interpretação do teor dos nutrientes, da acidez do solo e da V% 9

4. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SOLO E DAS PLANTAS 11

4.1 Fertilidade do solo 11

4.2 Textura do solo 14

4.3 Cobertura do solo 14

4.4 Capacidade de troca de cátion do solo – CTC 15

4.4.1 Média da CTC no Brasil em função da profundidade de amostragem 16

e regiões climáticas 16

4.4.2 Média da CTC por região em função da textura de solo 17

4.4.3 Média da CTC por região no Brasil em função da cobertura 18

4.5 Produtividade estimada para a cultura do milho e da soja 18

5 K+ TROCÁVEL 20

5.1 Distribuição normal das amostras de solo analisadas no Brasil 21

5.2 Média do teor de K+ trocável por região climática em função da textura de solo 23

5.3 K+ trocável em função da textura do solo 25

5.4 K+ trocável em função da cobertura do solo 26

5.5 Produtividade em função do teor de K+ trocável 27

5.6 K+ trocável nas 2 profundidades (0-5 cm e 5-10 cm) analisadas em conjunto 28

6 Ca2+ TROCÁVEL 30

6.1 Distribuição normal das amostras de solo analisadas no Brasil 31

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6.2 Ca2+ trocável em função da textura do solo 31

6.3 Média do teor de Ca2+ trocável por região climática em função da textura de solo 33

6.4 Ca2+ trocável em função da cobertura do solo 33

6.5 Ca2+ trocável nas 2 profundidades (0-5 cm e 5-10 cm) analisadas em conjunto 34

7 Mg2+ TROCÁVEL 34

7.1 Distribuição normal das amostras de solo analisadas no Brasil 34

7.2 Quantidade de amostras de solo analisadas por região climática 36

7.3 Mg2+ trocável em função da textura do solo 36

7.4 Média do teor de Mg2+ trocável por região climática em função da textura de solo 38

7.5 Mg2+ trocável em função da cobertura do solo 38

7.6 Produtividade em função do teor de Mg2+ trocável 39

7.7 Mg2+ trocável nas 2 profundidades (0-5 cm e 5-10 cm) analisadas em conjunto 40

8 PORCENTAGEM DE SATURAÇÃO POR BASES - V% 42

8.1 Quantidade de amostras de solo analisadas por região climática 43

8.2 V% em função da textura do solo 44

8.3 Média da V% por região climática em função da textura de solo 45

8.4 V% em função da cobertura do solo 46

8.5 Produtividade em função da V% 46

8.6 V% nas 2 profundidades (0-5 cm e 5-10 cm) analisadas em conjunto 47

9 RESUMO DOS RESULTADOS 49

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1 INTRODUÇÃO

O RALLY DA SAFRA é uma expedição técnica realizada todos os anos, com o objetivo realizar levantamentos quantitativos e qualitativos durante o período de colheita da safra de soja e milho de verão no Brasil.

Com o slogan “Viagem ao Brasil que produz”, a expedição formada por agrônomos, jornalistas e representantes das empresas patrocinadoras percorreu cerca de 50 mil quilômetros de estradas pelas principais regiões produtoras de grãos do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do país, de 08 a 14 de março de 2009.

O levantamento qualitativo procurou identificar quais as principais ocorrências de pragas, doenças e condições climáticas enfrentadas pelos produtores durante o desenvolvimento das lavouras, condições de transporte/escoamento da safra, armazenagem, expectativa dos produtores e demais agentes da cadeia de valor sobre os resultados a serem alcançados no ano agrícola. Esse levantamento de informações ocorreu durante encontros informais com produtores e técnicos ao longo da viagem e principalmente durante palestras e jantares nas principais cidades pólo de cada roteiro.

O levantamento quantitativo avaliou a produtividade a ser alcançada nas lavouras de soja e milho no verão, além de relacionar essas estimativas com as observações de campo quanto ao uso de tecnologia, comportamento do clima e ocorrência de pragas e doenças, seguindo metodologia desenvolvida nos últimos anos de Rally.

Em 2009, além dessas informações, realizou-se o projeto FÓSFORO NO SISTEMA DE PLANTIO DIRETO, com o objetivo de avaliar o teor de fósforo nos solos dos campos de soja e milho visitados pelo RALLY DA SAFRA em 2009. Foram coletadas informações sobre as características do plantio direto (cobertura e textura do solo) e realizadas amostragens de solo para análise laboratorial do teor de fósforo, potássio, cálcio, magnésio, pH, V%, soma de bases (S. B.) e capacidade de troca de cátions (C. T. C.). Foram realizadas 2.342 amostras a campo nas camadas de 0-5 e 5-10 cm de profundidade.

Os dados foram organizados pela Conplant Consultoria e disponibilizados a alguns especialistas para discutir os resultados apresentados: Ibanor Anghinoni (UFRGS), Bernardo van Raij (IAC), Valter Casarin (IPNI), Fernando Penteado Cardoso (Agrisus), Ondino Cleante Bataglia (Agrisus), Giseli Brüggemann (Agroconsult), Francisco Cleber Sousa Vieira (Agroconsult) e André Demartini de Nadai (Ímpar). 2 OBJETIVOS

O objetivo do presente trabalho foi coletar informações sobre as características do plantio direto (cobertura e textura do solo) e do teor de nutrientes (fósforo, potássio, cálcio, magnésio), pH, V%, soma de bases e capacidade de troca de cátions, nos solos dos campos de soja e milho de verão no Brasil, visitados durante o período de colheita pelo RALLY DA SAFRA em 2009. 3 MATERIAL E MÉTODOS

As seis equipes do RALLY DA SAFRA 2009 percorreram 13 Estados entre 8 e 14 de março e coletaram amostras de solo para o projeto. O Rally passou por São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins (Figura 1). Nesses Estados foram coletadas amostras de solo em lavouras de soja e milho (Figura 2).

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Equipe 1 – SP / PR / SC / RS

Equipe 2 – MS / PR

Equipe 3 – MT / MS / GO

Equipe 4 – MT

Equipe 5 – GO / MG / BA

Equipe 6 – MA / PI / TO

Figura 1 – Estados e municípios percorridos pelas equipes do RALLY DA SAFRA 2009.

Figura 2 – RALLY DA SAFRA 2009, com 50.000 km percorridos em 13 estados (RS, SC, PR, SP, MG, GO, DF, MS, MT, BA, MA, PI e TO) e aproximadamente 1.200 lavouras avaliadas (produtividade de soja e milho e amostragem de solo). 3.1 As regiões climáticas

O Brasil foi dividido em 4 regiões climáticas, em função da temperatura predominante e de

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características de produção das culturas (Figura 3):

• Região 1: de inverno frio e úmido, com plantio de trigo e de aveia no inverno (RS, SC e parte do PR);

• Região 2: de inverno ameno e úmido, com variação imprevisível de temperatura e de umidade, com plantio de trigo, aveia, milho safrinha e sorgo (MS e partes do PR e SP);

• Região 3: de inverno quente e semi-úmido, com plantio de milho e sorgo na safrinha (MT, RO, partes de SP, MG e GO);

• Região 4: de inverno quente e seco, com o plantio das culturas dificultadas no inverno pela escassez de chuvas (TO, BA, MA, PI e parte de GO).

Figura 3 – Regiões climáticas consideradas no RALLY DA SAFRA 2009. 3.2 Avaliações de campo

As paradas para as coletas de campo foram realizadas aleatoriamente, em função do deslocamento das equipes no campo. Como a escolha das propriedades amostradas foi ao acaso, o número de amostras foi diferente por região climática e município, por causa da variação do número e tamanho de propriedades nos locais amostrados.

Para cada amostra retirada foram registradas as coordenadas geográficas por meio de aparelhos de GPS (altitude, latitude e longitude) e o nome do município. As equipes coletaram informações sobre a produtividade das lavouras, sobre as características do plantio direto (cobertura e textura do solo), e coletaram amostras para análise laboratorial do teor de fósforo, potássio, cálcio, magnésio, pH e V%. Neste relatório estão disponibilizados os dados referentes a cobertura e textura do solo, potássio, cálcio, magnésio, pH e V%. 3.2.1 Medição da produtividade das culturas

Para determinação da produtividade das culturas, caminhou-se aleatoriamente para dentro das lavouras para evitar o efeito de bordadura. Para o milho, mediu-se o espaçamento entrelinhas, contou-se o número de plantas e de espigas por fileira e a produtividade foi avaliada em cinco espigas. Nessas espigas foi contado o número de fileiras de grãos e o número de grãos numa fileira.

No caso da soja, também se mediu o espaçamento entrelinhas e contou-se o número de plantas, sendo selecionadas cinco plantas de soja para avaliação da produtividade. Foram contados o

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número de vagens e de grãos por planta. Além disso, foram anotadas observações gerais sobre as condições da lavoura tais como

umidade do solo, estádio de desenvolvimento, existência de irrigação e outras observações relevantes como incidência de pragas, doenças e plantas daninhas e aspecto visual das lavouras.

Na análise da produtividade do milho descartaram-se as amostras com valores maiores que 160 sc.ha-1, em função de possíveis erros de pesagem, sendo excluídos 11 amostras. Em relação à soja, excluíram-se os valores maiores que 75 sc.ha-1, sendo excluídas 7 amostras.

3.2.2 Avaliação do Plantio Direto

A cada parada para avaliação de campo foram coletadas também informações sobre o plantio direto: tempo, percentual e tipo de resíduo utilizado de cobertura do solo. 3.2.3 Determinação da textura do solo

A textura foi avaliada pela “técnica do rolinho”, que consiste na formação de um rolinho com

uma porção de terra mais água. Classificou-se o solo em textura arenosa, textura média ou textura argilosa, usando material da camada superficial, representativa da área. O procedimento utilizado para o teste do rolinho foi: 1) Colocação de um pouco de terra na mão; 2) Umedecimento, sem excesso de água; 3) Confecção de um rolinho de terra úmida; 4) Classificar em textura arenosa, média ou argilosa, em função, respectivamente, da incapacidade de formar um rolinho, da formação do rolinho com ruptura durante o encurvamento e da formação do rolinho sem ruptura. 3.2.4 Determinação da cobertura do solo

Para a determinação do percentual de cobertura morta, aplicou-se uma metodologia

sugerida pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e adaptada pelo Rally da Safra. Utilizou-se uma trena. No quadrante marcado para avaliação da produtividade das lavouras, foi estendida a trena formando-se um ângulo de aproximadamente 45°, e atravessando duas fileiras de plantas (Figura 4).

Figura 4 – Esquema ilustrativo para determinação do percentual de cobertura morta no solo.

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Para determinar o percentual de cobertura morta, foram contados, ao longo de um metro de

trena, os números de marcações (de 10 cm) que coincidem com o resíduo de solo. A porcentagem de cobertura vegetal considerada foi o número de marcas contadas multiplicado por 100. Para cada local de amostragem, o procedimento foi repetido por duas vezes e anotada a média das leituras. 3.2.5 Coleta das amostras de solo

Para a coleta da amostra de solo, foi utilizada uma sonda para perfuração (Figura 5). Em cada lavoura amostrada, foram feitas em média 5 (cinco) perfurações, separando as amostras de solo das camadas de 0-5 e de 5-10 cm de profundidade. Após a coleta, a amostra foi armazenada em um recipiente plástico e identificada com as coordenadas do local.

Figura 5 – Amostragem de solo usando sonda de perfuração. Em cada lavoura amostrada, foram feitas em média 5 (cinco) perfurações, separando as amostras de solo das camadas de 0-5 e de 5-10 cm de profundidade.

O período de realização das amostragens foi de 8 a 15 de março de 2009, sendo que nesta edição do Rally da Safra, com o objetivo de avaliar as lavouras precoces, realizou-se também uma expedição durante os meses de janeiro e fevereiro, nos estados de MT, GO, MS e PR. Os municípios onde foram feitas as coletas de campo representaram de 7 a 12% do total dos municípios contidos em cada região climática (Tabela 1). Tabela 1 – Representatividade dos municípios das coletas de campo em cada região climática.

Região 1 Região 2 Região 3 Região 4

Total de municípios 950 611 603 371 Municípios levantados 92 72 70 27

Participação 10% 12% 12% 7%

Fonte: Relatório do Rally da Safra, Edição 2009. 3.3 Quantidade de amostras de solo coletadas

Durante a realização do RALLY DA SAFRA 2009, foram coletadas 2342 amostras de solo,

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sendo 1171 de 0-5 cm e 1171 de 5-10 cm (Tabela 2). Tabela 2 – Número de amostras coletadas por região em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm).

Pontos de amostragem Profundidade de 0-5 cm

Profundidade de 5-10 cm

Região 1 119 119

Região 2 232 232

Região 3 543 543

Região 4 277 277

Total de amostras coletadas no Brasil 1171 1171

3.4 Análise química dos teores de nutrientes

As amostras foram enviadas para análise do teor de fósforo, potássio, cálcio, magnésio, H + Al, pH e V% no laboratório Micellium (Barretos/SP), e os dados foram trabalhados pela Conplant Consultoria, Treinamento, Pesquisa e Desenvolvimento Agrícola (Campinas/SP). 3.5 Faixas de interpretação do teor dos nutrientes, da acidez do solo e da V%

As faixas de interpretação dos nutrientes usadas (Tabelas 3, 4 e 5) correspondem aos teores de referência para a camada de 0-20 cm, de acordo com o Boletim Técnico no 100 do Instituto Agronômico de Campinas/IAC. A amostragem de 0-5 cm e de 5-10 cm possibilitou a observação do teor de nutrientes nas diferentes camadas superficiais do solo. Porém, para interpretação adequada dos seus resultados, são necessárias de faixas de interpretação ajustadas para essas profundidades.

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Tabela 3 – Faixas de interpretação do teor de P resina, K+ trocável, Ca2+ trocável e Mg2+ trocável.

Faixa de interpretação P resina (mg/dm3)

K+ trocável (mmolc/dm3)

Ca2+ trocável (mmolc/dm3)

Mg2+ trocável (mmolc/dm3)

BAIXO 0 - 15 0,0 - 1,5 0 - 3 0 - 4

MÉDIO 16 - 40 1,6 - 3,0 4 - 7 5 - 8

ALTO > 41 > 3,1 > 8 > 9

Tabela 4 – Faixas de interpretação da acidez do solo.

Faixa de interpretação pH em CaCl2

ACIDEZ ALTA pH até 5,0

ACIDEZ MÉDIA pH de 5,1 - 5,5

ACIDEZ BAIXA pH > 5,6

Tabela 5 – Faixas de interpretação da V%.

Faixa de interpretação V (%)

BAIXA 0 - 50

MÉDIA 51 - 70

ALTA > 71

A fim de estudar a disponibilidade dos nutrientes de forma conjunta nas duas camadas de amostragem foi organizada a Tabela 6 visando agrupar as possíveis combinações de teores nas duas camadas na forma de interpretação definida na Tabela 3 a 5. Atribuíram-se notas para as faixas de interpretação: o valor 3 corresponde a teor alto, 2 a teor médio e 1 a teor baixo. Na seqüência de dois algarismos, o primeiro corresponde à camada de 0-5 cm e o segundo à camada de 5-10 cm. Exemplos: 33 = teor alto nas duas camadas; 32 = alto na camada superior e médio na inferior; 31 = alto na superior e baixo na inferior; e assim sucessivamente. São nove classes de “localização conjunta do nutriente” . Tabela 6 – Faixas de interpretação dos teores de K+ trocável, de Ca2+ trocável, de Mg2+ trocável e V% nas 2 profundidades (0-5 cm e 5-10 cm) analisadas em conjunto.

Faixa de interpretação

K+ trocável, Ca2+ trocável, Mg2+ trocável e V%

33 Teor muito alto e alto de 0-5 cm e de 5-10 cm;

32 Teor muito alto e alto de 0-5 cm e Teor médio de 5-10 cm;

31 Teor muito alto e alto de 0-5 cm e Teor baixo e muito baixo de 5-10 cm;

23 Teor médio de 0-5 cm e Teor muito alto e alto de 5-10 cm;

22 Teor médio de 0-5 cm e de 5-10 cm;

21 Teor médio de 0-5 cm e Teor baixo e muito baixo de 5-10 cm;

13 Teor baixo e muito baixo de 0-5 cm e Teor muito alto e alto de 5-10 cm;

12 Teor baixo e muito baixo de 0-5 cm e Teor médio de 5-10 cm;

11 Teor baixo e muito baixo de 0-5 cm e de 5-10 cm.

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4 CARACTERISTÍCAS GERAIS DO SOLO E DAS PLANTAS 4.1 Fertilidade do solo

Antes de um detalhamento da análise de ocorrência de bases nos solos, procurou – se dar uma visão mais abrangente das características químicas dos solos cultivados com milho e soja. Dessa forma são apresentados os valores de ocorrência geral no país (Tabelas 7 e 8) e por região climática (Tabelas 9 e 10).

As características médias observadas para todas as amostras coletadas no país permitem duas observações. A primeira é que de forma geral as médias de ocorrência de nutrientes são altas. A segunda é uma grande dispersão dos resultados como evidenciam os valores dos desvios padrões das Tabelas 7 e 8, por se tratarem de situações muito dispares no país como um todo. Tabela 7 – Média geral, Desvio Padrão, Máximo, Mínimo e Intervalo de Confiança (IC) do teor de P resina, K+ trocável, Ca2+ trocável e Mg2+ trocável no Brasil, obtidos a partir de 1171 amostras de solo retiradas em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm).

Estatística Descritiva

P resina (mg/dm3)

K+ trocável (mmolc/dm3)

Ca2+ trocável (mmolc/dm3)

Mg2+ trocável (mmolc/dm3)

0-5 cm

5-10 cm 0-5 cm

5-10 cm 0-5 cm

5-10 cm 0-5 cm

5-10 cm

Média Geral 44,67 43,34 2,26 1,82 54,91 43,56 18,33 14,62 Desvio Padrão 36,90 39,40 2,00 1,76 54,55 41,26 9,93 9,01

Máximo 288,0 352,0 14,4 9,8 655,0 489,0 105,0 54,0 Mínimo 3,0 3,0 0,1 0,1 3,0 2,0 1,0 0,4

IC 2,11 2,26 0,11 0,10 3,12 2,36 0,57 0,52

Tabela 8 – Média geral, Desvio Padrão, Máximo, Mínimo e Intervalo de Confiança (IC) de H + Al, SB, CTC, pH em CaCl2 e V% no Brasil, obtidos a partir de 1171 amostras de solo retiradas em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm).

Estatística Descritiva

H + Al (mmolc/dm3)

SB (mmolc/dm3)

CTC (mmolc/dm3)

pH em CaCl2 V (%)

0-5 cm

5-10 cm

0-5 cm

5-10 cm

0-5 cm

5-10 cm

0-5 cm

5-10 cm

0-5 cm

5-10 cm

Média Geral 31,49 36,72 75,87 60,01 107,36

96,73 5,53 5,31 66,64 58,20

Desvio Padrão 15,00 16,98 62,13 48,18 61,43 48,15 0,50 0,50 15,70 17,10 Máximo 137,5 134,7 696,0 527,6 762,5 548,3 6,6 6,6 98,2 98,1 Mínimo 8,7 8,7 8,1 3,7 26,6 25,6 4,2 4,0 11,7 11,9

IC 0,86 0,97 3,56 2,76 3,52 2,76 0,03 0,03 0,90 0,98

A distribuição das amostras por região (Tabelas 9 e 10) possibilita uma visualização melhor das características químicas dos solos analisadas.

Já é possível observar que nas regiões onde os solos são cultivados há mais tempo (região 1 e 2) os solos em geral são mais ricos em nutrientes, com destaque para P e K e em menor intensidade para Ca e Mg . Todavia observa-se que já há uma preocupação generalizada dos produtores quanto à correção da acidez dos solos, praticamente não havendo diferenças entre as regiões, todos com solos corrigidos (Tabelas 10 e 12).

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Tabela 9 – Média por regiões dos teores de P resina, K+ trocável, Ca2+ trocável e Mg2+ trocável, obtidas a partir de 1171 amostras de solo retiradas em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm).

Região P resina (mg/dm3)

K+ trocável (mmolc/dm3)

Ca2+ trocável (mmolc/dm3)

Mg2+ trocável (mmolc/dm3)

0-5 cm 5-10 cm 0-5 cm 5-10 cm 0-5 cm 5-10 cm 0-5 cm 5-10 cm Região 1 53,15 48,91 3,85 3,15 107,60 80,58 28,57 25,40 Região 2 59,53 52,96 4,23 3,60 67,24 58,37 21,18 18,30 Região 3 38,32 39,30 1,61 1,15 44,90 34,27 16,57 12,16 Região 4 41,01 40,78 1,21 1,06 41,59 33,47 14,99 11,72

Tabela 10 – Média por regiões de H + Al, SB, CTC, pH em CaCl2 e V%, obtidas a partir de 1171 amostras de solo retiradas em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm).

Região

H + Al (mmolc/dm3)

SB (mmolc/dm3)

CTC (mmolc/dm3)

pH em CaCl2 V (%)

0-5 cm

5-10 cm

0-5 cm 5-10 cm

0-5 cm 5-10 cm

0-5 cm 5-10 cm

0-5 cm 5-10 cm

Região 1 41,24 48,35 140,02 109,05 181,26 157,40 5,56 5,36 72,48 65,48 Região 2 31,48 36,06 92,65 80,27 124,13 116,33 5,59 5,41 71,90 65,69 Região 3 29,89 35,11 63,05 47,51 92,94 82,61 5,52 5,28 64,42 54,42 Região 4 30,40 34,51 57,64 45,94 88,04 80,46 5,46 5,22 63,74 55,75

Considerando que o pH é uma característica muito conhecida e usada com sucesso no monitoramento da fertilidade do solo, em seguida são apresentadas a Figura 6 e a Tabela 11 onde pode-se observar a dispersão dos valores do pH em solos no Brasil e nas regiões climáticas estudadas.

Pode-se verificar que nos solos em geral predominam freqüências mais elevadas de teores baixos ou seja maior acidez na camada de 5-10 cm de profundidade e freqüências mais elevadas na camada 0-5 cm em valores de pH mais elevados. Em outros termos pH mais elevado na camada superficial do solo.

Na análise da distribuição de solos por regiões (Tabela 11) o que pode ser observado é a presença de grande quantidade e proporção de amostras com media ou baixa acidez, ou seja, a grande maioria dos solos já estão corrigidos nas regiões 1 e 2. Nas regiões 3 e 4 essa observação ainda é valida, mas há um aumento da freqüência de solos com pH baixo em especial na camada de 5-10 cm.

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Figura 6 – Distribuição normal das amostras coletadas no Brasil em função da faixa de interpretação da acidez, Tabela 11 – Número e % de amostras de solo analisadas por região climática e no Brasil nas duas profundidades (0-5 cm e 5-10 cm), em função da faixa de interpretação de pH em CaCl2,

Faixa de interpretação do

pH em CaCl2

Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Brasil

0-5 cm

5-10 cm

0-5 cm

5-10 cm

0-5 cm

5-10 cm

0-5 cm

5-10 cm

0-5 cm

5-10 cm

Número de amostras de solo analisadas

ACIDEZ ALTA (pH até 5,0)

26 35 36 61 96 212 71 110 229 418

ACIDEZ MÉDIA (pH de 5,1 - 5,5)

32 43 80 86 209 193 83 89 404 411

ACIDEZ BAIXA (pH > 5,6)

61 41 116 85 238 138 123 78 538 342

Total de amostras 119 119 232 232 543 543 277 277 1171 1171

% de amostras de solo analisadas

ACIDEZ ALTA (pH até 5,0)

21,8 29,4 15,5 26,3 17,7 39,0 25,6 39,7 19,6 35,7

ACIDEZ MÉDIA (pH de 5,1 - 5,5)

26,9 36,1 34,5 37,1 38,5 35,5 30,0 32,1 34,5 35,1

ACIDEZ BAIXA (pH > 5,6)

51,3 34,5 50,0 36,6 43,8 25,4 44,4 28,2 45,9 29,2

Os valores médios de nutrientes nas entre linhas do milho na época amostrada de modo geral foram mais elevados do que nas entre linhas de soja (Tabela 12). De modo geral as plantações de milho mostraram melhor fertilidade do solo em especial nos teores de P, K e Ca.

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Tabela 12 – Média do teor de nutrientes em amostras de solo por cultura em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm).

Médias Milho Soja

0-5 cm 5-10 cm 0-5 cm 5-10 cm

Teor de P resina (mg/dm3) 62,79 61,94 41,44 40,02 Teor de K+ trocável (mmolc/dm3) 2,89 2,40 2,15 1,71

Teor de Ca2+ trocável (mmolc/dm3) 84,37 60,94 49,67 40,47 Teor de Mg2+ trocável (mmolc/dm3) 21,94 18,38 17,68 13,95

pH em CaCl2 5,70 5,49 5,49 5,26 V (%) 72,99 65,41 65,41 56,79

4.2 Textura do solo

Os resultados apresentados na Tabela 13 mostram a quantidade e a distribuição percentual de amostras de solo por regiões e por textura. Observa-se que nas regiões 1 e 2 predominam solos mais argilosos, enquanto nas regiões de agricultura mais recente a ocorrência de solos de textura media e arenosa são maiores. Tabela 13– Número e % de amostras de solo por região climática e no Brasil nas duas profundidades (0-5 cm e 5-10 cm), em função da faixa de interpretação da textura do solo.

Faixa de interpretação

(Textura do solo) Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Brasil

Número de amostras de solo analisadas

Textura Arenosa 9 25 112 97 243 Textura Média 32 59 255 116 462

Textura Argilosa 78 148 176 64 466

Total de amostras 119 232 543 277 1171

% de amostras de solo analisadas Textura Arenosa 7,6 10,8 20,6 35,0 20,8 Textura Média 26,9 25,4 47,0 41,9 39,5

Textura Argilosa 65,5 63,8 32,4 23,1 39,8

4.3 Cobertura do solo

A cobertura de solos na época em que foi avaliada dá uma boa indicação da qualidade do plantio direto, pois nessa época da colheita muita palha já foi decomposta. Dessa forma pode se dizer com segurança que solos com cobertura acima de 40% dão uma indicação de um plantio direto bem consolidado. Na Tabela 14 fica evidente que na região 1 predominam amostras com alta cobertura de resíduos. Incluindo a faixa de 16 a 40% de cobertura de solo que tambem pode ser considerada como uma boa cobertura nessa época, então nas regiões 1 e 2 pode-se dizer que cerca de 80% das áreas visitadas tem um bom padrão de plantio direto. Já nas regiões 3 e 4 esse valor é menor do que 50%. Como se vê, uma analise do pais como um todo é muito artificial.

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Tabela 14 – Número e % de amostras de solo por região climática e no Brasil nas duas profundidades (0-5 cm e 5-10 cm), em função da faixa de interpretação da Cobertura do solo.

Faixa de interpretação (Cobertura do solo)

Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Brasil

Número de amostras de solo analisadas

0 - 15 % 25 67 277 177 546 16 - 40 % 41 97 181 62 381

> 40 % 53 68 85 38 244

Total 119 232 543 277 1171

% de amostras de solo analisadas

0 – 15 % 21,0 28,9 51,0 63,9 46,6 16 - 40 % 34,5 41,8 33,3 22,4 32,5

> 40 % 44,5 29,3 15,7 13,7 20,9

4.4 Capacidade de troca de cátions do solo – CTC

A capacidade de troca de cátions, neste estudo foi calculada pela soma dos teores de K + Ca + Mg + (H+Al) é uma característica determinante da fertilidade e depende basicamente da presença de argila e matéria orgânica dos solos. Nos solos brasileiros e em especial nas regiões de cerrado a contribuição da matéria orgânica é muito grande.

A dispersão dos valores de CTC nos solos brasileiros cultivados com milho e soja pode ser vista na Figura 7. A média de CTC está muito próxima de 100 mmolc/dm3 tanto na camada 0-5 como na 5-10 cm, havendo maior freqüência de ocorrência de valores mais altos de CTC na camada 0-5 cm.

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Figura 7. Distribuição normal das amostras coletadas no Brasil em função dos valores de CTC.

4.4.1 Média da CTC em função da profundidade de amostragem e regiões climáticas.

Os dados da Tabela 14 e Figura 8 evidenciam o efeito da região sobre a CTC. Solos da região

1 tem CTC mais elevada, da região 2 intermediaria e das regiões 3 e 4 mais baixas, em concordância

com a presença de mais solos arenosos nessas duas.

Tabela 14. Valores médios de CTC em função da profundidade de amostragem e regiões climáticas. Média da CTC (mmolc/dm3) Região 1 Região 2 Região 3 Região 4

Profundidade de 0-5 cm 181,26 124,13 92,94 89,81 Profundidade de 5-10 cm 157,40 116,33 82,80 81,57 Média 169,33 120,23 87,87 85,69

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Figura 8. Valores médios da CTC em função das regiões climáticas em duas profundidades de amostragem.

4.4.2 Média da CTC por região em função da textura de solo

Particularizando o efeito da textura dentro de cada região foi possível verificar que na região 1 a textura teve pouco efeito, ligeiro aumento da CTC ao passar da arenosa para a argilosa (Tabela 15). A região 2 mostrou um incremento muito grande de CTC nos solos de textura media e argilosos, quando se compara com os solos de textura arenosa. Praticamente dobrou. Nas regiões 3 e 4 não houve grande diferença entre os tipos de textura. O efeito foi mais evidente na camada de 5-10 cm, certamente por que nessa camada com menor teor de matéria orgânica predominou o efeito da argila. Tabela 15. Valores médios de CTC em função da textura do solo e regiões climáticas, para amostragens nas profundidades de 0 – 5 cm, 5 – 10 cm e média das duas profundidades.

Textura do solo Média da CTC na profundidade de 0-5 cm (mmolc/dm3)

Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Textura Arenosa 175,48 69,13 81,41 70,74 Textura Média 179,35 113,75 93,58 98,42

Textura Argilosa 182,71 137,56 99,36 103,11 Média da CTC na profundidade de 5-10 cm (mmolc/dm3)

Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Textura Arenosa 138,61 60,25 70,86 62,32 Textura Média 155,50 106,38 83,54 91,94

Textura Argilosa 160,35 129,77 89,34 91,92 Média da CTC nas 2 profundidades (mmolc/dm3)

Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Textura Arenosa 157,04 64,69 76,13 66,53 Textura Média 167,43 110,06 88,56 95,18

Textura Argilosa 171,53 133,66 94,35 97,52

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4.4.3 Média da CTC por região climática em função da cobertura do solo. Na Tabela 16 verifica-se que a cobertura do solo praticamente não teve efeito sobre a CTC.

Em nenhuma região pode-se dizer que a cobertura do solo teve efeito. Inclusive na região 1 houve ate uma aparente inversão. Observou-se maior CTC na faixa de cobertura mais baixa, com maior destaque na camada 0-5 cm de profundidade. Tabela 16. Valores médios de CTC em função da cobertura do solo e regiões climáticas, para amostragens nas profundidades de 0 – 5 cm, 5 – 10 cm e média das duas profundidades.

Faixa de interpretação (Cobertura do solo)

Média da CTC na profundidade de 0-5 cm (mmolc/dm3)

Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 0 - 15 % 205,5 122,3 92,2 86,4

16 - 40 % 174,2 123,7 90,7 92,2 Maior 40 % 175,2 126,5 100,2 102,0

Média da CTC na profundidade de 5-10 cm (mmolc/dm3) Região 1 Região 2 Região 3 Região 4

0 - 15 % 168,6 114,2 81,6 78,4 16 - 40 % 158,0 114,6 81,9 85,0

Maior 40 % 151,7 120,9 88,7 90,5 Média da CTC nas 2 profundidades (mmolc/dm3)

Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 0 - 15 % 187,07 118,25 86,87 82,40

16 - 40 % 166,10 119,17 86,30 88,61 Maior 40 % 163,46 123,69 94,47 96,23

4.5 Produtividade das culturas do milho e da soja

Durante a realização do RALLY DA SAFRA observou-se a lavoura amostrada e se fez uma avaliação visual da produtividade, para ser relacionada com a produtividade estimada por pesagem (Figuras 9, para o milho e 10 para a soja).

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Figura 9 – Distribuição normal da avaliação visual e da produtividade estimada para o milho.

Figura 10 – Distribuição normal da avaliação visual e da produtividade estimada para a soja.

Percebe-se que a avaliação visual da produtividade são mais discrepantes para o milho doque para a soja. Nesse caso aparentemente os técnicos de campo já tinham mais habilidade.

Houve uma grande dispersão na produtividade estimada para as duas culturas (Tabela 17) devido a efeitos de seca ocorrido principalmente nas regiões 1 e 2. Pode-se ver que nessa regiões a produtividade estimada para a soja foi bem menor do que nas regiões 3 e 4, o que de certa forma não se observou para o milho (Tabela 18).

Os dados de produtividade foram usados para uma tentativa de avaliação da resposta aos níveis de ocorrência dos nutrientes no solo.

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Tabela 17 – Média geral, Desvio Padrão, Máximo, Mínimo e Intervalo de Confiança (IC) da produtividade estimada do milho e da soja.

Estatística descritiva Milho Soja

Média Geral (sc/ha) 78,95 47,65 Desvio Padrão 33,85 11,32

Máximo (sc/ha) 159,67 72,58 Mínimo (sc/ha) 7,19 4,20

Intervalo de Confiança (IC) 5,15 0,71

Tabela 18 – Pontos de amostragens e produtividades esperadas nas culturas do milho e da soja agrupadas por regiões.

Regiões Milho Soja Milho Soja

Pontos de amostragem Produtividade estimada (sc/ha) 1 47 72 82,1 42 2 41 191 78,2 40,2 3 48 495 80,2 50,9 4 41 236 72,1 48,6

Total 177 994

5. K+ TROCÁVEL

Neste estudo sobre as bases trocáveis, sem dúvida o potássio destaca-se por ser um nutriente exportado em grande quantidade pelo milho e pela soja, gerando com isso alto custo para o produtor no seu suprimento aos solos e plantas.

Da mesma forma como foi descrito no relatório do fósforo o estudo da distribuição do potássio é mais bem entendido quanto se observam as regiões climáticas. Assim, a Figura 11 e Tabela 19 mostram um resumo geral da distribuição do potássio nos solos cultivados com milho e soja. Nas regiões 1 e 2 predominam teores altos de K, ao contrário das regiões 3 e 4.

Se analisado como um todo no Brasil, (Figuras 12 e 13 e Tabela 19) há uma tendência de predominância de teores baixos de K. Pela distribuição normal observa-se uma inversão. Há maior ocorrência de teores baixos de K na camada 5-10 cm, enquanto na parte da curva acima da média predomina maior freqüência de observações na camada 0-5 cm.

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Figura 11 – % das amostras no Brasil em função da faixa de interpretação do teor de K+ trocável.

5.1 Distribuição normal das amostras de solo analisadas no Brasil

Figura 12 – Distribuição normal das amostras coletadas no Brasil em função da faixa de interpretação de K+ trocável.

As médias de ocorrência de K trocável nos solos são visualmente mais elevadas nas regiões 1 e 2 (Figura 13) predominando sempre teores ligeiramente mais elevados na camada de 0-5 cm.

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Apesar de não se dispor de informações precisas neste estudo, é possível especular que o acúmulo de K nessa camada mais superficial tenha ocorreio nas regiões 1 e 2 em função da aplicação superficial no sulco de plantio direto por maior nuvero de anos e tambem em função da reciclagem do K de camadas mais profundas do solo pelas culturas e plantas de cobertura. Esse sistema sendo mais recente nas regiões 3 e 4 ainda não se consolidou como nas regiões mais antigas.

É muito conhecida a influência da textura sobre a distribuição de K trocável. Por isso neste estudo procurou-se detalhar esse aspecto, inclusive dentro de cada região a fim de se evitar o duplo efeito da textura e da idade do plantio direto levando se em conta também que a distribuição de amostras por textura é variável dentro de cada região. As Figuras 14 e 15 mostram resultados de certa forma discrepantes na região 2. Nesta região as médias de K+ nos solos arenosos é bem mais baixa ao contrário dos solos argilosos. Nas demais regiões não há praticamente diferenças nas médias de ocorrência de K em função da textura. Destacam se médias na faixa de teores baixos nas regiões 3 e 4.

Os resultados quando analisados de forma geral no Brasil mostram que as médias seguem a mesma tendência já descrita para o fósforo, ou seja, crescimento das médias da textura arenosa para a argilosa (Tabela 21 e Figura 18) e conseqüentemente maior ocorrência de amostras com baixos teores na textura arenosa (Figura 17). Tabela 19 – Número e % de amostras de solo analisadas por região climática e no Brasil nas duas profundidades (0-5 cm e 5-10 cm), em função da faixa de interpretação do teor de K+ trocável.

Faixa de interpretação do teor de K+ trocável

(mmolc/dm3)

Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Brasil

0-5

cm

5-1

0 c

m

0-5

cm

5-1

0 c

m

0-5

cm

5-1

0 c

m

0-5

cm

5-1

0 c

m

0-5

cm

5-1

0 c

m

Número de amostras de solo analisadas

BAIXO (0,0 - 1,5) 13 23 38 55 303 405 197 217 551 700 MÉDIO (1,6 - 3,0) 36 41 46 59 198 118 65 49 345 267

ALTO (> 3,1) 70 55 148 118 42 20 15 11 275 204

Total de amostras 119 119 232 232 543 543 277 277 1171 1171

% de amostras de solo analisadas

BAIXO (0,0 - 1,5) 10,9 19,3 16,4 23,7 55,8 74,6 71,1 78,3 47,1 59,8 MÉDIO (1,6 - 3,0) 30,3 34,5 19,8 25,4 36,5 21,7 23,5 17,7 29,5 22,8

ALTO (> 3,1) 58,8 46,2 63,8 50,9 7,7 3,7 5,4 4,0 23,5 17,4

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Figura 13 – % das amostras por região climática em função da faixa de interpretação de K+ trocável.

Figura 14 – Média do teor de K+ trocável em função das regiões climáticas nas 2 profundidades (0-5 cm e 5-10 cm).

5.2 Média do teor de K+ trocável por região climática em função da textura de solo

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Figura 15 – Média do teor de K+ trocável por região climática em função da textura de solo, na profundidade de 0-5 cm. A faixa inferior representa o limite entre o teor baixo e medio, e a faixa superior representa o limite entre o teor medio e alto (Fonte: Boletim 100 do IAC).

Figura 16 – Média do teor de K+ trocável por região climática em função da textura de solo, na profundidade de 5-10 cm. A faixa inferior representa o limite entre o teor baixo e medio, e a faixa superior representa o limite entre o teor medio e alto (Fonte: Boletim 100 do IAC).

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5.3 K+ trocável em função da textura do solo Tabela 20 – Número e % de amostras em função da faixa de interpretação do teor de K+ trocável e textura do solo em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm).

Faixa de interpretação do teor de K+ trocável (mmolc/dm3)

Textura Arenosa Textura Média Textura Argilosa

0-5 cm 5-10 cm 0-5 cm 5-10 cm 0-5 cm 5-10 cm

Número de amostras de solo analisadas

BAIXO (0,0 - 1,5) 177 195 223 294 151 211

MÉDIO (1,6 - 3,0) 55 41 157 115 133 111

ALTO (> 3,1) 11 7 82 53 182 144

Total de amostras 243 243 462 462 466 466

% de amostras de solo analisadas

BAIXO (0,0 - 1,5) 72,8 80,2 48,3 63,6 32,4 45,3

MÉDIO (1,6 - 3,0) 22,6 16,9 34 24,9 28,5 23,8

ALTO (> 3,1) 4,5 2,9 17,7 11,5 39,1 30,9

Figura 17 – % das amostras por textura do solo em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm) em função da faixa de interpretação do teor de K+ trocável. Tabela 21 – Média do teor de K+ trocável em função da textura do solo em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm).

Textura do solo Média do teor de K+ trocável (mmolc/dm3)

Total de amostras 0-5 cm 5-10 cm

Textura Arenosa 1,25 0,99 243

Textura Média 2,02 1,56 462 Textura Argilosa 3,02 2,51 466

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Figura 18 – Média do teor de K+ trocável por textura do solo em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm).

5.4 K+ trocável em função da cobertura do solo

Outra variável citada como importante no comportamento do K no solo e a cobertura com resíduos. A disponibilização de K da matéria seca sobre o solo é praticamente total no primeiro ano após a deposição sobre ele. Dessa forma teoricamente os solos com maior percentual de cobertura deveriam ter mais K. Isso de certa forma pode ser observado na Figura 19, com o aumento dos teores de K no solo a medida que aumenta a cobertura do solo. De forma um pouco mais detalhada nas Tabelas 22 e 23 nas amostras onde havia pouca palha (0-15 %) houve predominância de amostras com baixo K na profundidade de 0-5 cm (58,6%) e de baixa ocorrência de amostras com alto K (12,6%). Essa situação se inverte na faixa de 41-100% de cobertura, ou seja, há maior freqüência de teores altos de K em relação aos baixos. Na profundidade de 5-10 cm o comportamento é diferente para pouca palha, mas na presença de boa cobertura predominam teores médios e altos de K nas duas camadas. Tabela 22 – Número e % de amostras em função da faixa de interpretação de K+ trocável e cobertura do solo na profundidade de 0-5 cm.

Faixa de interpretação do teor de K+ trocável (mmolc/dm3)

Cobertura do solo - %

Total de amostras 0 - 15 16 - 40 41 - 60 61 - 70 71 - 100

Número de amostras de solo analisadas BAIXO (0,0 - 1,5) 320 159 40 14 18 551 MÉDIO (1,6 - 3,0) 157 108 50 6 24 345

ALTO (> 3,1) 69 114 44 22 26 275

Total de amostras 546 381 134 42 68 1171

% de amostras de solo analisadas BAIXO (0,0 - 1,5) 58,6 29,1 7,3 2,6 3,3 47,1 MÉDIO (1,6 - 3,0) 28,8 19,8 9,2 1,1 4,4 29,5

ALTO (> 3,1) 12,6 20,9 8,1 4,0 4,8 23,5

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Tabela 23 – Número e % de amostras em função da faixa de interpretação de K+ trocável e cobertura do solo na profundidade de 5-10 cm.

Faixa de interpretação do teor de K+ trocável (mmolc/dm3)

Cobertura do solo - %

Total de amostras 0 - 15 16 - 40 41 - 60 61 - 70 71 - 100

Número de amostras de solo analisadas BAIXO (0,0 - 1,5) 116 60 15 4 10 205 MÉDIO (1,6 - 3,0) 253 180 55 17 38 543

ALTO (> 3,1) 178 140 63 22 20 423

Total de amostras 547 380 133 43 68 1171

% de amostras de solo analisadas BAIXO (0,0 - 1,5) 21,2 11,0 2,7 0,7 1,8 17,5 MÉDIO (1,6 - 3,0) 46,3 32,9 10,1 3,1 6,9 46,4

ALTO (> 3,1) 32,5 25,6 11,5 4,0 3,7 36,1

Figura 19 – Média ponderada do teor de K+ trocável em função da % de cobertura de solo em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm).

5.5 Produtividade em função do teor de K+ trocável

A relação entre a produtividade do milho e da soja com os teores de K no solo não se mostrou consistente neste estudo, uma vez que a amostragem foi feita na época da colheita quando a planta já havia explorado o solo. Isso fica evidente no caso da soja onde predominam teores baixos e médios de K no solo (Tabela 24). É possível que a remoção do nutriente tenha sido mais eficiente pela soja, resultando em maior extração do que no milho. Para soja não houve relação do K com a produtividade (Tabela 25), enquanto para o milho observou-se pequeno aumento de produtividade para os solos com teores médios e altos de K em relação aqueles com baixos teores. Um aspecto a ser ressaltado no caso do milho é o fato dessa cultura ser normalmente cultivada em rotação. No caso da soja não exixte essa certeza pois normalmente o plantio é conduzido de forma contínua por mais de um ano consecutivo.

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Tabela 24 – Número e % de amostras de solo analisadas por cultura em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm), em função da faixa de interpretação de K+ trocável.

Faixa de interpretação do teor de K+ trocável (mmolc/dm3)

Milho Soja

0-5 cm 5-10 cm 0-5 cm 5-10 cm

Número de amostras de solo analisadas BAIXO (0,0 - 1,5) 69 78 482 622 MÉDIO (1,6 - 3,0) 37 44 308 223

ALTO (> 3,1) 71 55 204 149

Total de amostras 177 177 994 994

% de amostras de solo analisadas BAIXO (0,0 - 1,5) 39,0 44,1 48,5 62,6 MÉDIO (1,6 - 3,0) 20,9 24,9 31,0 22,4

ALTO (> 3,1) 40,1 31,1 20,5 15,0

Tabela 25 – Produtividade estimada nas culturas do milho e da soja em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm) em função da faixa de interpretação de K+ trocável.

Faixa de interpretação do teor de K+ trocável (mmolc/dm3)

Milho - Produtividade Estimada (sc/ha)

Soja - Produtividade Estimada (sc/ha)

0-5 cm 5-10 cm 0-5 cm 5-10 cm

BAIXO (0,0 - 1,5) 75,20 75,04 49,12 49,22 MÉDIO (1,6 - 3,0) 79,80 76,21 48,69 47,20

ALTO (> 3,1) 80,62 87,29 42,60 42,47

Total de amostras 177 177 994 994

5.6 K+ trocável nas 2 profundidades (0-5 cm e 5-10 cm) analisadas em conjunto

A análise conjunta da ocorrência do K nas duas profundidades amostradas mostra situações bem definidas em função das regiões e da textura. Nas regiões 1 e 2 (Tabela 26) houve predominância da classe 33 ou seja altos teores de K nas duas camadas ao mesmo tempo, enquanto nas regiões 3 e 4 predominou a classe 11 ou seja teores baixos nas duas camadas.

Em função da textura, nesse caso envolvendo todas as regiões a ocorrência da classe 33 aumentou da arenosa para a argilosa (Tabela 27), enquanto no caso da classe 11 ocorreu o inverso.

Como já foi descrito anteriormente é preciso considerar que nas regiões 1 e 2 predominam solos argilosos por isso uma análise detalhada por textura dentro de cada região se faz necessária para melhor entendimento. Assim, na Tabela 28 algumas observações são bastante coerentes. Na região 1 a ocorrência de classes com pelo menos um teor alto de K foi mais elevada nas três texturas.

O comportamento dos solos de textura arenosa aparentemente são discrepantes das outras regiões, fato acontecido em razão do pequeno nuvero de observações para solos arenosos na região 1 e coincidência de algumas amostras se enquadrarem na categoria de altos teores.

A região 2 mostrou que os solos de textura media e argilosa já foram corrigidos, enquanto os solos arenosos ainda não. Os solos arenosos tem a mesma tendência de distribuição por classe observada nas regiões 3 e 4.

De forma geral então o que se observa é que nas regiões 3 e 4 predominam classes 11, ou seja baixo K nas duas camadas de solo ao mesmo tempo, independente da textura do solo. Na região 1 predomina a classe 33 enquanto a região 2, uma espécie de região de transição, mostra semelhança com a região 1 no caso dos solos de textura média e argilosa e semelhança com as regiões 3 e 4 para solos arenosos.

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A explicação desse comportamento levaria a possíveis suposições talvez desnecessárias no momento, mas abertas a discussão. Tabela 26 – % de amostras de K+ trocável por região e no Brasil em função da localização conjunta do potássio (LCK) para as 2 profundidades em conjunto (0-5 cm e 5-10 cm).

Localização conjunta do potássio (LCK) (1)

K+ trocável (% de amostras por região e no Brasil)

Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Brasil

33 38,7 48,7 3,3 2,9 15,80

32 19,3 13,4 3,7 2,2 6,80

31 0,8 1,7 0,7 0,4 0,90

23 6,7 2,2 0,4 1,1 1,50

22 15,1 11,2 15,7 11,9 13,80

21 8,4 6,5 20,4 10,5 14,10

13 0,8 0 0 0 0,10

12 0 0,9 2,4 3,6 2,10

11 10,1 15,5 53,4 67,5 44,80

Tabela 27 – % de amostras de K+ trocável por textura de solo em função da localização conjunta do potássio (LCK) para as 2 profundidades em conjunto (0-5 cm e 5-10 cm).

Localização conjunta do potássio (LCK) (1)

K+ trocável (% de amostras por textura de solo)

Textura Arenosa Textura Média Textura Argilosa

33 1,6 10,6 28,3

32 2,5 6,5 9,4

31 0,4 0,6 1,3

23 1,2 0,6 2,6

22 11,9 15,8 12,9

21 9,5 17,5 13,1

13 0,0 0,2 0,0

12 2,5 2,6 1,5

11 70,4 45,5 30,9

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Tabela 28 – % de amostras de K+ trocável para as 2 profundidades (0-5 cm e 5-10 cm) dentro das

classes agrupadas da localização conjunta do potássio (LCK), por região climática em função da

textura de solo,

Região 1

Localização conjunta do potássio (LCK) Textura

Arenosa Média Argilosa

Pelo menos um teor alto (33, 32, 31, 23, 13) 78 56 69

Pelo menos um teor medio (22, 21 e 12) 11 38 19

Os dois teores baixo (11) 11 6 12

Regiao 2

Arenosa Média Argilosa

Pelo menos um teor alto (33, 32, 31, 23, 13) 12 56 79

Pelo menos um teor medio (22, 21 e 12) 20 27 15

Os dois teores baixo (11) 68 17 6

Regiao 3

Arenosa Média Argilosa

Pelo menos um teor alto (33, 32, 31, 23, 13) 3 9 10

Pelo menos um teor medio (22, 21 e 12) 27 41 42

Os dois teores baixo (11) 71 49 48

Regiao 4

Arenosa Média Argilosa

Pelo menos um teor alto (33, 32, 31, 23, 13) 1 10 9

Pelo menos um teor medio (22, 21 e 12) 23 28 27

Os dois teores baixo (11) 76 62 64

6 Ca2+ TROCÁVEL

Os nutrientes Ca e Mg precisam ser considerados sob dois aspectos, o primeiro como nutriente e segundo pela participação desses elementos na correção de acidez dos solos pela participação na CTC.

Sob o aspecto nutricional tanto Ca como Mg não parecem mais ser limitantes no solos brasileiros cultivados com soja e milho. Basta verificar as Figuras 21 e 22. Independente de região e textura não há ocorrência de limitação nutricional em nenhuma situação. Para o cálcio praticamente todas as amostras se enquadram como altos teores (Tabelas 29 e 30).

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Tabela 29 – Número e % de amostras de solo analisadas no Brasil em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm), em função da faixa de interpretação do teor de Ca2+ trocável,

Faixa de interpretação do teor de Ca2+ trocável (mmolc/dm3)

Brasil

0-5 cm 5-10 cm

Número de amostras de solo analisadas

BAIXO (0 - 3) 1 1 MÉDIO (4 - 7) 2 6

ALTO (> 8) 1168 1164

Total de amostras 1171 1171

% de amostras de solo analisadas

BAIXO (0 - 3) 0,1 0,1 MÉDIO (4 - 7) 0,2 0,5

ALTO (> 8) 99,7 99,4

6.1 Distribuição normal das amostras de solo analisadas no Brasil

A dispersão da ocorrência de Ca nos solos é muito ampla (Figura 20) refletindo a deposição de calcário na superfície do solo nas lavouras em sistema de plantio direto predominantes no país.

Figura 20 – Distribuição normal das amostras coletadas no Brasil em função da faixa de interpretação de Ca2+ trocável,

6.2 Ca2+ trocável em função da textura do solo

A textura parece ser relevante para o acumulo de Ca nos solos (Tabela 30 e Figura 21). Observando-se no detalhe da Figura 22 parece que o Ca tem comportamento semelhante ao K. Na região 1 já não há distinção para classes de textura enquanto na região 2 solos arenosos tem teores mais baixos de Ca.

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Tabela 30 – Média do teor de Ca2+ trocável em função da textura do solo em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm),

Textura do solo Média do teor de Ca2+ trocável (mmolc/dm3)

Total de amostras 0-5 cm 5-10 cm

Textura Arenosa 39,26 29,38 243

Textura Média 49,45 38,94 462 Textura Argilosa 68,50 55,54 466

Figura 21 – Média do teor de Ca2+ trocável por textura do solo em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm),

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6.3 Média do teor de Ca2+ trocável por região climática em função da textura de solo

Figura 22 – Média do teor de Ca2+ trocável por região climática em função da textura de solo, na profundidade de 0-5 cm. A faixa inferior representa o limite entre o teor baixo e medio, e a faixa superior representa o limite entre o teor medio e alto (Fonte: Boletim 100 do IAC).

6.4 Ca2+ trocável em função da cobertura do solo

Aparentemente à medida que aumenta a porcentagem de cobertura há um ligeiro

acréscimo nos teores de Ca nos solos, todavia os dados não são suficientemente convincentes (Figura

23).

Figura 23 – Média ponderada do teor de Ca2+ trocável em função da % de cobertura de solo em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm).

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6.5 Ca2+ trocável nas 2 profundidades (0-5 cm e 5-10 cm) analisadas em conjunto

Essa análise evidencia que praticamente todas as amostras quando interpretadas em função do Ca

como nutriente se enquadram na categoria 33 ou seja altos teores nas duas camadas analisadas.

Tabela 31 – % de amostras de Ca2+ trocável no Brasil em função da localização conjunta do cálcio (LCCa) para as 2 profundidades em conjunto (0-5 cm e 5-10 cm).

Localização conjunta do cálcio (LCCa) (1) Ca2+ trocável (% de amostras no Brasil)

33 99,1

32 0,5

31 0,1

23 0,2

22 0,0

21 0,0

13 0,1

12 0,0

11 0,0

7 Mg2+ TROCÁVEL

A análise da ocorrência de Mg nos solos já permite algumas observações mais detalhadas

quando comparada ao cálcio. A dispersão dos dados é menor (Figura 25). Observou se para esse nutriente a ocorrência de solos com teores baixos e médios (Figura 24) em proporções mais elevadas nas regiões 3 e 4 (Tabela 32). Da mesma forma que para o Ca existe boa relação entre a textura do solo e a presença de Mg. Solos de textura arenosa apresentam teores mais baixos (Tabela 33, Figuras 26 e 27), o mesmo ocorrendo para as observações sobre o efeito da cobertura (Tabelas 35 e 36 e Figura 28).

7.1 Distribuição normal das amostras de solo analisadas no Brasil

1 33 = Teor alto de 0-5 cm e de 5-10 cm; 32 = Teor alto de 0-5 cm e Teor médio de 5-10 cm; 31 = Teor alto de 0-5

cm e Teor baixo de 5-10 cm; 23 = Teor médio de 0-5 cm e Teor alto de 5-10 cm; 22 = Teor médio de 0-5 cm e de

5-10 cm; 21 = Teor médio de 0-5 cm e Teor baixo de 5-10 cm; 13 = Teor baixo de 0-5 cm e Teor alto de 5-10 cm;

12 = Teor baixo de 0-5 cm e Teor médio de 5-10 cm; 11 = Teor baixo de 0-5 cm e de 5-10 cm.

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Figura 24 – % das amostras no Brasil em função da faixa de interpretação do teor de Mg2+ trocável,

Figura 25 – Distribuição normal das amostras coletadas no Brasil em função da faixa de interpretação de Mg2+ trocável,

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7.2 Quantidade de amostras de solo analisadas por região climática Tabela 32 – Número e % de amostras de solo analisadas por região climática e no Brasil nas duas profundidades (0-5 cm e 5-10 cm), em função da faixa de interpretação do teor de Mg2+ trocável.

Faixa de interpretação do teor de Mg2+ trocável

(mmolc/dm3)

Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Brasil

0-5 cm

5-10 cm

0-5 cm

5-10 cm

0-5 cm

5-10 cm

0-5 cm

5-10 cm

0-5 cm

5-10 cm

Número de amostras de solo analisadas

BAIXO (0 - 4) 0 0 3 11 15 46 19 38 37 95

MÉDIO (5 - 8) 0 1 14 19 68 157 59 82 141 259

ALTO (> 9) 119 118 215 202 460 340 199 157 993 817

Total de amostras 119 119 232 232 543 543 277 277 1171 1171

% de amostras de solo analisadas

BAIXO (0 - 4) 0,0 0,0 1,3 4,7 2,8 8,5 6,9 13,7 3,2 8,1

MÉDIO (5 - 8) 0,0 0,8 6,0 8,2 12,5 28,9 21,3 29,6 12,0 22,1

ALTO (> 9) 100 99,2 92,7 87,1 84,7 62,6 71,8 56,7 84,8 69,8

7.3 Mg2+ trocável em função da textura do solo Tabela 33 – Número e % de amostras em função da faixa de interpretação do teor de Mg2+ trocável e textura do solo em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm),

Faixa de interpretação de

teor de Mg2+ trocável

(mmolc/dm3)

Textura Arenosa Textura Média Textura Argilosa

0-5 cm 5-10 cm 0-5 cm 5-10 cm 0-5 cm 5-10 cm

Número de amostras de solo analisadas

BAIXO (0 - 4) 11 34 16 39 10 22

MÉDIO (5 - 8) 60 81 59 118 22 60

ALTO (> 9) 172 128 387 305 434 384

Total de amostras 243 243 462 462 466 466

% de amostras de solo analisadas

BAIXO (0 - 4) 4,5 14 3,5 8,4 2,1 4,7

MÉDIO (5 - 8) 24,7 33,3 12,8 25,5 4,7 12,9

ALTO (> 9) 70,8 52,7 83,8 66 93,1 82,4

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Tabela 34 – Média do teor de Mg2+ trocável em função da textura do solo em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm),

Textura do solo Média do teor de Mg2+ trocável (mmolc/dm3)

Total de amostras 0-5 cm 5-10 cm

Textura Arenosa 15,24 11,21 243

Textura Média 17,28 13,55 462 Textura Argilosa 20,97 17,45 466

Figura 26 – Média do teor de Mg2+ trocável x textura do solo em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm),

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7.4 Média do teor de Mg2+ trocável por região climática em função da textura de solo

Figura 27 – Média do teor de Mg2+ trocável por região climática em função da textura de solo, na profundidade de 0-5 cm. A faixa inferior representa o limite entre o teor baixo e medio, e a faixa superior representa o limite entre o teor medio e alto (Fonte: Boletim 100 do IAC).

7.5 Mg2+ trocável em função da cobertura do solo Tabela 35 – Número e % de amostras em função da faixa de interpretação de Mg2+ trocável e cobertura do solo na profundidade de 0-5 cm,

Faixa de interpretação de teor de Mg2+ trocável

(mmolc/dm3)

Cobertura do solo - % Total de

amostras 0 - 15 16 - 40 41 - 60 61 - 70 71 - 100

Número de amostras de solo analisadas BAIXO (0 - 4) 22 13 1 0 1 37 MÉDIO (5 - 8) 79 43 11 3 5 141

ALTO (> 9) 445 325 122 39 62 993

Total de amostras 546 381 134 42 68 1171

% de amostras de solo analisadas BAIXO (0 - 4) 4,0 2,4 0,2 0,0 0,2 3,2 MÉDIO (5 - 8) 14,5 7,9 2,0 0,5 0,9 12,0

ALTO (> 9) 81,5 59,5 22,3 7,1 11,4 84,8

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Tabela 36 – Número e % de amostras em função da faixa de interpretação de Mg2+ trocável e cobertura do solo na profundidade de 5-10 cm,

Faixa de interpretação de teor de Mg2+ trocável (mmolc/dm3)

Cobertura do solo - %

Total de amostras

0 - 15 16 - 40 41 - 60 61 - 70 71 - 100

Número de amostras de solo analisadas BAIXO (0 - 4) 51 32 8 1 3 95 MÉDIO (5 - 8) 129 89 18 7 16 259

ALTO (> 9) 367 259 107 35 49 817

Total de amostras 547 380 133 43 68 1171

% de amostras de solo analisadas BAIXO (0 - 4) 9,3 5,9 1,5 0,2 0,5 8,1 MÉDIO (5 - 8) 23,6 16,3 3,3 1,3 2,9 22,1

ALTO (> 9) 67,1 47,3 19,6 6,4 9,0 69,8

Figura 28 – Média ponderada do teor de Mg2+ trocável em função da % de cobertura de solo em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm),

7.6 Produtividade em função do teor de Mg2+ trocável A produtividade das culturas de milho e soja em função do Mg mostrou comportamento

semelhante ao descrito para o K. No caso do milho pode-se dizer que há uma relação positiva. Menores produtividades foram observadas em solos onde predominam baixos teores de Mg (Tabelas 37 e 38). No caso da soja não se observou essa associação.

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Tabela 37 – Número e % de amostras de solo analisadas por cultura em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm), em função da faixa de interpretação de Mg2+ trocável,

Faixa de interpretação de teor de Mg2+ trocável (mmolc/dm3)

Milho Soja

0-5 cm 5-10 cm 0-5 cm 5-10 cm

Número de amostras de solo analisadas BAIXO (0 - 4) 5 8 32 87 MÉDIO (5 - 8) 17 29 124 230

ALTO (> 9) 155 140 838 677

Total de amostras 177 177 994 994

% de amostras de solo analisadas BAIXO (0 - 4) 2,8 4,5 3,2 8,8 MÉDIO (5 - 8) 9,6 16,4 12,5 23,1

ALTO (> 9) 87,6 79,1 84,3 68,1

Tabela 38 – Produtividade estimada nas culturas do milho e da soja em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm) em função da faixa de interpretação de Mg2+ trocável,

Faixa de interpretação de teor de Mg2+ trocável (mmolc/dm3)

Milho - Produtividade Estimada (sc/ha)

Soja - Produtividade Estimada (sc/ha)

0-5 cm 5-10 cm 0-5 cm 5-10 cm

BAIXO (0 - 4) 58,32 77,31 45,14 45,93 MÉDIO (5 - 8) 73,53 67,87 48,62 50,30

ALTO (> 9) 79,46 81,39 47,60 47,13

Total de amostras 177 177 994 994

7.7 Mg2+ trocável nas 2 profundidades (0-5 cm e 5-10 cm) analisadas em conjunto

O estudo da localização conjunta para o Mg nas camadas 0-5 cm e 5-10 cm mostrou já

alguma diferença em relação ao Ca. O efeito regional permite diferenciar as regiões 1 e 2 onde predomina a classe 33 e as regiões 3 e 4 onde já ocorrem classes com teores médios e baixos em maior proporção. Nas Tabelas 39 a 42, é evidente a maior ocorrência da classe 33 em solos de textura argilosa e maior ocorrência de classes 22 e 11 nos solos arenosos.

A Tabela 42 mostra a interação que ocorre entre a região e a textura. Na região 1 onde ocorrem maior proporção de solos argilosos e plantio direto mais consolidado, todos os solos independente da textura tem pelo menos uma classe de teor alto de Mg. Nas demais regiões, inclusive na 2 a presença de classes de altos teores de Mg é dependente da argila. Nos solos arenosos a porcentagem de amostras com teores médios ou baixos de Mg foi maior do que nos argilosos.

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Tabela 39 – % de amostras de Mg2+ trocável por região em função da localização conjunta do magnésio (LCMg) para as 2 profundidades em conjunto (0-5 cm e 5-10 cm),

Localização conjunta do

magnésio (LCMg) (3)

Mg2+ trocável (% de amostras por região e no Brasil)

Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Brasil

33 99,2 86,6 59,7 54,2 67,7

32 0,8 5,2 22,1 15,9 15,1

31 0,0 0,9 2,9 1,8 2,0

23 0,0 0,4 2,2 2,5 1,7

22 0,0 3,0 6,8 13,0 6,8

21 0,0 2,6 3,5 5,8 3,5

13 0,0 0,0 0,7 0,0 0,3

12 0,0 0,0 0,0 0,7 0,2

11 0,0 1,3 2,0 6,1 2,6

Tabela 40 – % de amostras de Mg2+ trocável por textura de solo em função da localização conjunta do magnésio (LCMg) para as 2 profundidades em conjunto (0-5 cm e 5-10 cm),

Localização conjunta do magnésio (LCMg) (3)

Mg2+ trocável (% de amostras por textura de solo)

Textura Arenosa Textura Média Textura Argilosa

33 48,6 64,3 81,1

32 18,5 17,5 10,9

31 3,7 1,9 1,1

23 4,1 1,5 0,6

22 14,4 7,6 2,1

21 6,2 3,7 1,9

13 0,0 0,4 0,4

12 0,4 0,2 0,0

11 4,1 2,8 1,7

Tabela 41 – % de amostras de Mg2+ trocável no Brasil em função da localização conjunta do magnésio (LCMg) para as 2 profundidades (0-5 cm e 5-10 cm),

Localização conjunta do magnésio (LCMg) Mg2+ trocável (% de amostras no Brasil)

Pelo menos um teor alto (33, 32, 31, 23, 13) 86,8 Pelo menos um teor medio (22, 21 e 12) 10,5 Os dois teores baixo (11) 2,6

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Tabela 42 – % de amostras de Mg2+ trocável para as 2 profundidades (0-5 cm e 5-10 cm) dentro das classes agrupadas da localização conjunta do magnésio (LCMg), por regiao climatica em função da textura de solo. % de amostras

Localização conjunta do magnésio (LCMg)

Região 1 Região 2 Região 3 Região 4

Textura

Are

no

sa

dia

Arg

ilosa

Are

no

sa

dia

Arg

ilosa

Are

no

sa

dia

Arg

ilosa

Are

no

sa

dia

Arg

ilosa

Pelo menos um teor alto (33, 32, 31, 23, 13)

10

0,0

10

0,0

10

0,0

64

,0

89

,8

99

,3

82

,1

89

,0

89

,2

67

,0

72

,4

89

,1

Pelo menos um teor medio (22, 21 e 12) 0

,0

0,0

0,0

32

,0

6,8

0,7

15

,2

10

,2

7,4

26

,8

19

,8

7,8

Os dois teores baixo (11)

0,0

0,0

0,0

4,0

3,4

0,0

2,7

0,8

3,4

6,2

7,8

3,1

8 PORCENTAGEM DE SATURAÇÃO POR BASES (V%)

A saturação por bases foi determinada pela fórmula V% = (K+Ca+Mg) 100/CTC. É uma medida

relacionada diretamente com o pH dos solos, dando uma boa estimativa da reação do solo. Por se tratar de uma relação envolvendo as bases trocáveis com a capacidade de troca de

cátions é possível que algumas observações já apresentadas para as bases não sejam válidas nesse caso.

As amostras coletadas apresentaram uma distribuição normal muito bem ajustada (Figura 29) predominando freqüências maiores de observações na camada 5-10 cm para valores de V abaixo de 50 % e freqüências maiores de observações na camada 0-5 cm para valores de V acima de 70%. As medias foram de 58% para a camada 5-10 cm e 67% para a 0-5 cm de profundidade, evidenciando como já observado para Ca e Mg a correção superficial dos solos.

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Figura 29 – Distribuição normal das amostras coletadas no Brasil em função da faixa de interpretação da V%,

8.1 Quantidade de amostras de solo analisadas por região climática Tabela 43 – Número e % de amostras de solo analisadas por região climática e no Brasil nas duas profundidades (0-5 cm e 5-10 cm), em função da faixa de interpretação da V%,

Faixa de interpretação da

V%

Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Brasil

0-5 cm

5-10 cm

0-5 cm

5-10 cm

0-5 cm

5-10 cm

0-5 cm

5-10 cm

0-5 cm

5-10 cm

Número de amostras de solo analisadas

BAIXO (0 - 50 %) 14 26 21 39 107 230 60 107 202 402 MÉDIO (51 - 70 %) 35 41 75 94 247 230 113 111 470 476

ALTO (> 71 %) 70 52 136 99 189 83 104 59 499 293

Total de amostras 119 119 232 232 543 543 277 277 1171 1171

% de amostras de solo analisadas

BAIXO (0 - 50 ) 11,8 21,8 9,1 16,8 19,7 42,4 21,7 38,6 17,3 34,3 MÉDIO (51 - 70 ) 29,4 34,5 32,3 40,5 45,5 42,4 40,8 40,1 40,1 40,6

ALTO (> 71 ) 58,8 43,7 58,6 42,7 34,8 15,3 37,5 21,3 42,6 25,0

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8.2 V% em função da textura do solo

Tabela 44 – Número e % de amostras em função da faixa de interpretação da V% e textura do solo em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm),

Faixa de interpretação da V%

Textura Arenosa Textura Média Textura Argilosa

0-5 cm 5-10 cm 0-5 cm 5-10 cm 0-5 cm 5-10 cm Número de amostras de solo analisadas BAIXO (0 - 50 %) 38 85 99 193 65 124 MÉDIO (51 - 70 %) 104 108 197 180 169 188 ALTO (> 71 %) 101 50 166 89 232 154 Total de amostras 243 243 462 462 466 466 % de amostras de solo analisadas BAIXO (0 - 50 %) 15,6 35 21,4 41,8 13,9 26,6 MÉDIO (51 - 70 %) 42,8 44 42,6 39 36,3 40,3 ALTO (> 71 %) 41,6 20,6 35,9 19,3 49,8 33

As médias de V% nos três tipos de textura são muito semelhantes (Tabela 45) mais uma vez

evidenciando o efeito da profundidade. Mesmo quando se detalharam por textura em diferentes regiões o efeito não aparece (Figuras 30 e 31). Apenas nas regiões 3 e 4 os valores médios de V% não ultrapassam o limite superior da faixa (50-70%) mas em geral estão em valores adequados. Tabela 45 – Média da V% em função da textura do solo em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm),

Textura do solo Média da V (%)

Total de amostras 0-5 cm 5-10 cm

Textura Arenosa 66,73 57,73 243

Textura Média 63,63 54,79 462 Textura Argilosa 69,38 61,55 466

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Figura 30 – Média da V% x textura do solo em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm),

8.3 Média da V% por região climática em função da textura de solo

Figura 31 – Média da V% por região climática em função da textura de solo, na profundidade de 0-5 cm. A faixa inferior representa o limite entre o teor baixo e medio, e a faixa superior representa o limite entre o teor medio e alto (Fonte: Boletim 100 do IAC).

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8.4 V% em função da cobertura do solo

Não se observou também efeito da porcentagem de cobertura de solos por resíduos sobre

a saturação por bases (Figura 32).

Figura 32 – Média ponderada da V% em função da % de cobertura de solo em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm),

8.5 Produtividade em função da V% Quanto à produtividade, na Tabela 47 pode-se observar uma relação positiva entre a V% na

camada 0-5 cm e a produtividade do milho, entretanto essa relação não é evidente para milho na camada 5-10 cm e para a soja nas duas camadas. Aparentemente os solos onde se cultivam milho estão mais bem corrigidos com predominância de campos com teores médio e alto de V% (Tabela 46) enquanto para soja predominam valores médio e alto na camada superficial e baixo médio na camada de 5-10 cm. Tabela 46 – Número e % de amostras de solo analisadas por cultura em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm), em função da faixa de interpretação da V%,

Faixa de interpretação da V%

Milho Soja

0-5 cm 5-10 cm 0-5 cm 5-10 cm

Número de amostras de solo analisadas BAIXO (0 - 50 %) 19 39 183 363

MÉDIO (51 - 70 %) 46 62 424 414 ALTO (> 71 %) 112 76 387 217

Total de amostras 177 177 994 994

% de amostras de solo analisadas BAIXO (0 - 50 ) 10,7 22,0 18,4 36,5

MÉDIO (51 - 70 ) 26,0 35,0 42,7 41,6 ALTO (> 71 ) 63,3 42,9 38,9 21,8

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Tabela 47 – Produtividade estimada nas culturas do milho e da soja em diferentes profundidades (0-5 cm e 5-10 cm) em função da faixa de interpretação da V%,

Faixa de interpretação da V%

Milho - Produtividade Estimada (sc/ha)

Soja - Produtividade Estimada (sc/ha)

0-5 cm 5-10 cm 0-5 cm 5-10 cm

BAIXO (0 - 50 %) 60,37 78,19 46,82 48,99 MÉDIO (51 - 70 %) 79,08 75,01 49,01 47,63

ALTO (> 71 %) 80,94 82,37 46,55 45,90

Total de amostras 177 177 994 994

8.6 V% nas 2 profundidades (0-5 cm e 5-10 cm) analisadas em conjunto Na análise conjunta para as duas profundidades observa-se que não há um padrão muito

bem definido como se observou para as bases individuais. Na Tabela 48 vê-se uma predominância de valores alto-alto (33) nas regiões 1 e 2 e de teores médios (22) nas regiões 3 e 4. De modo consistente sempre predomina a condição de melhor correção do solo na camada superficial (compare-se LCV 31x13 e LCV 21x12).

Não há praticamente efeito da textura sobre a saturação por bases (Tabela 49). Tabela 48 – % de amostras de V% por região e no Brasil em função da localização conjunta da V% (LCV%) para as 2 profundidades em conjunto (0-5 cm e 5-10 cm),

Localização conjunta do V% (LCV%) (5)

V% (% de amostras por textura de solo)

Regiao 1 Regiao 2 Regiao 3 Regiao 4 Brasil

33 42,0 40,1 14,0 18,1 23,0

32 11,8 17,2 15,3 14,1 15,0

31 5 1,3 5,5 5,4 4,6

23 1,7 2,2 1,1 3,2 1,9

22 21,8 22,0 24,9 22,0 23,3

21 5,9 8,2 19,5 15,5 14,9

13 0 0,4 0,2 0,0 0,2

12 0,8 1,3 2,2 4,0 2,3

11 10,9 7,3 17,3 17,7 14,8

Tabela 49 – % de amostras de V% por textura de solo em função da localização conjunta da V% (LCV%) para as 2 profundidades em conjunto (0-5 cm e 5-10 cm),

Localização conjunta do V% (LCV%) (5)

V% (% de amostras por textura de solo)

Textura Arenosa Textura Média Textura Argilosa

33 16,9 18,2 30,9

32 16,5 13,4 15,9

31 8,2 4,3 3,0

23 3,7 0,9 1,9

22 25,1 22,1 23,6

21 14,0 19,7 10,7

13 0,0 0,2 0,2

12 2,9 3,7 0,6

11 12,8 17,5 13,1

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Na Tabela 50 mais uma vez pode-se destacar a elevada proporção em que ocorre pelo menos um teor alto de V% nas regiões 1 e 2 e a ocorrência um pouco maior de casos onde a V% é baixa nas duas camadas de solo nas regiões 3 e 4. Tabela 50 – % de amostras de V% por regiao climatica em função da localização conjunta do pH (LCpH) para as 2 profundidades (0-5 cm e 5-10 cm),

Localização conjunta do V% (LCV%)

V% (% de amostras por região)

Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Brasil Pelo menos um teor alto (33, 32, 31, 23, 13)

60,5 61,2 36,1 40,8 44,7

Pelo menos um teor medio (22, 21 e 12)

28,6 31,5 46,6 41,5 40,6

Os dois teores baixo (11)

10,9 7,3 17,3 17,7 14,8

Detalhando-se o efeito da textura dentro de cada região climática (Tabela 51) verifica-se que na região 1 não há distinção entre tipos de textura. Na região 2 os solos de textura arenosa se comportam de forma diferente em relação as demais texturas e de forma semelhante as regiões 3 e 4. Esses detalhes porem não são suficientes para modificar a observação mais geral que mostrou pequeno efeito da textura sobre a saturação por bases. Tabela 51 – % de amostras de V% para as 2 profundidades (0-5 cm e 5-10 cm) dentro das classes agrupadas da localização conjunta do pH (LCpH), por região climática em função da textura de solo. % de amostras

Localização conjunta do V% (LCV%)

Região 1 Região 2 Região 3 Região 4

Textura

Are

no

sa

dia

Arg

ilosa

Are

no

sa

dia

Arg

ilosa

Are

no

sa

dia

Arg

ilosa

Are

no

sa

dia

Arg

ilosa

Pelo menos um teor alto (33, 32, 31, 23, 13) 7

7,8

62

,5

57

,7

40

,0

61

,0

64

,9

39

,3

34

,1

36

,9

50

,5

24

,1

56

,3

Pelo menos um teor medio (22, 21 e 12) 2

2,2

21

,9

32

,1

44

,0

30

,5

29

,7

44

,6

50

,6

42

,0

40

,2

48

,3

31

,3

Os dois teores baixo (11) 0,0

15

,6

10

,3

16

,0

8,5

5,4

16

,1

15

,3

21

,0

9,3

27

,6

12

,5

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9 RESUMO DOS RESULTADOS

O objetivo deste trabalho foi avaliar o plantio direto e o teor de nutrientes P, K, Ca, Mg, pH,

CTC e V%, nos solos dos campos de soja e milho de verão no Brasil, visitados durante o período de colheita pelo RALLY DA SAFRA em 2009. Foram realizadas 2.342 amostras a campo nas camadas de 0-5 e 5-10 cm de profundidade.

O Brasil foi dividido em 4 regiões climáticas: R1 de inverno frio e úmido (RS, SC e parte do PR); R2 de inverno ameno e úmido (MS e partes do PR e SP); R3 de inverno quente e semi-úmido, (MT, RO, partes de SP, MG e GO); R4 de inverno quente e seco (TO, BA, MA, PI e parte de GO).

1. Os pontos amostrados apresentam textura variada predominando solos argilosos nas

regiões-climáticas do sul do país - coincidentes com maior tempo de prática do SPD e

arenosos nas regiões mais ao norte, - de SPD mais recente- :

─ Textura argilosa: R1 - 65%; R2 -64%; R3 -32%; R4 -23%;

─ Textura arenosa: R1 - 8%; R2 -11%; R3 -21%; R4 -35%.

2. Os pontos amostrados apresentam proporções variadas de cobertura e da CTC,

decorrentes das características dos solos e das práticas adotadas, sendo que em fevereiro os

resíduos já sofreram acentuada decomposição:

─ Cobertura >40% (soja): R1 -71%; R2 -41%; R3 -28%; R4 -27%

CTC em momlc/dm3:

Camada a 0/5 cm: R1 -181; R2 -124; R3 -93; R4 -90

Camada a 5/10 cm: R1 -157; R2 -116; R3 -83; R4 -81

3. A prática de uso de calagem superficial mostrou-se adotada pela maiora dos

produtores de milho e soja no Brasil conforme as observacoes de pH e V% nos pontos

amostrados

% de amostras com pH > 5 em CaCl2

─ Camada a 0/5 cm: R1 -78; R2 -84; R3 -82; R4 -74

Camada a 5/10 cm: R1 -71; R2 -74; R3 -71; R4 -60

% de V% com pelo menos um teor > 50% nas camadas 0-5 e 5-10 cm R1 -89; R2 -93; R3 -83; R4 -82; Brasil 85

4. Solos cultivados com milho em geral mostraram melhor fertilidade nas entre linhas na época amostrada em relação aos solos cultivados com soja, conforme média nas camadas 0-5 e 5-10cm. P resina (mg/dm3), K, Ca e Mg (mmolcdm3) e V (%). Milho P – 62; K – 2,6; Ca – 73; Mg – 20; V – 69 Soja P – 40; K – 1,9; Ca – 45; Mg – 16; V – 61

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5. Nas regiões 1 e 2 predominam teores altos de K, ao contrário das regiões 3 e 4. Os dados se referem ás ocorrências médias nas camadas 0-5 e 5-10 cm de profundidade.

─ Alto K: R1 - 52%; R2 - 57%; R3 - 6%; R4 - 5%;

─ Baixo K: R1 - 15%; R2 - 20%; R3 - 65%; R4 - 75%.

6. Considerando a analise simultânea nas camadas 0-5 e 5-10 cm, os solos argilosos

mostram maior proporção de pontos com horizontes de alto K, todavia predominam baixos

teores nos solos arenosos do Brasil.

─ Pelo menos um alto K arenoso-5,7%; médio-18,5%; argiloso-41,6%

─ Baixo K arenoso-70,4%; médio-45,2%; argiloso-30,9%

7. Nos pontos amostrados observou-se aumento dos teores de K no solo a medida que aumenta a cobertura do solo em concordancia com possível aumento da reciclagem pelas plantas de cobertura, com maior acumulo na camada superficial. Camada a 0/5 cm: Cob. 0-15 – 1,70; Cob. 16-40% - 2,60; ... Cob >40% - 3,02

Camada a 5/10 cm: Cob. 0-15 – 1,35; Cob. 16-40% - 2,05; ... Cob >40% - 2,55

8. Sob o aspecto nutricional tanto Ca como Mg não são mais limitantes no solos brasileiros cultivados com soja e milho. Para o cálcio praticamente todas as amostras se enquadram como altos teores. A textura influencia o acumulo de Ca de forma semelhante ao K. 9. Não há efeito da cobertura do solo sobre a ocorrência de Ca e Mg nos solos. 10. Como observação final merece destaque neste estudo a restrição à tentativa de relacionar produtividade com análise de solo tanto a época como a profundidade de amostragem. Essas restrições não foram evidentes na análise do fósforo, porém são muito significativas principalmente para o potássio.