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DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO DE PAULO JACINTO Agosto/2005 MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL ALAGOAS PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA CPRM Ser vi ço Geológi co do Brasi l Secretaria de Geologia, Mineração e Transfor mação Mineral Ministério de Minas e Energia CPRM - SERVI ÇO G EOLÓ GIC O DO BR ASI L PROD EEM - PROGRAMA DE DESEN VOLVIMENTO ENERGÉTICO DOS ESTADOS EM UNI CÍPI OS Secretaria de Pl anej amento e De senv olvi mento Ener géti co

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DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIODE PAULO JACINTO

Agosto/2005

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIASECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E

TRANSFORMAÇÃO MINERAL

ALAGOAS

PROJETO CADASTRODE FONTES DE

ABASTECIMENTO PORÁGUA SUBTERRÂNEA

CPRMSer vi ço Geológi co do Brasi l

Secretaria de Geologia,Mineração e Transformação Mineral

Ministério deMinas e Energia

CPRM - SERVI ÇO G EOLÓ GIC O DO BR ASI L

PROD EEM - PRO G RAMA DE DESEN VOL VIMENTOENERGÉTICO DOS ESTADOS E M UNI CÍPI OS

Secretaria de Planejamentoe Desenvolvimento Energético

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MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIASilas Rondeau Cavalcante Silva

Ministro de Estado

SECRETARIA EXECUTIVANelson José Hubner Moreira

Secretário Executivo

SECRETARIA DO PLANEJAMENTO EDESENVOLVIMENTO ENERGÉTICO

Márcio Pereira ZimmermamSecretário

SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃOE TRANSFORMAÇÃO MINERAL

Cláudio ScliarSecretário

PROGRAMA LUZ PARA TODOSAurélio Pavão

Diretor

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTOENERG ÉTICO DOS ESTADOS E

MUNICÍPIOSPRODEEM

Luiz Carlos VieiraDiretor

SERVI ÇO GEOL ÓGICO DO BRASIL – CPRM

Agamenon Sérgio Lucas DantasDiretor-Presidente

José Ribeiro MendesDiretor de Hidrologia e Gestão Territorial

Manoel Barretto da Rocha NetoDiretor de Geologia e Recursos Minerais

Álvaro Rogério Alencar SilvaDiretor de Administração e Finanças

Fernando Pereira de CarvalhoDiretor de Relações Institucionais e

Desenvolvimento

Frederico Cláudio PeixinhoChefe do Departamento de Hidrologia

Fernando Antonio Carneiro FeitosaChefe da Divisão de Hidrogeologia e Exploração

Ivanaldo Vieira Gomes da CostaSuperintendente Regional de Salvador

José Wilson de Castro TemóteoSuperintendente Regional de Recife

Hélbio PereiraSuperintendente Regional de Belo Horizonte

Darlan Filgueira MacielChefe da Resid ência de Fortaleza

Francisco Batista TeixeiraChefe da Residência Especial de Teresina

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Ministério de Minas e EnergiaSecretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético

Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação MineralPrograma Luz Para Todos

Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municí pios - PRODEEMServiço Geológico do Brasil - CPRM

Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial

PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO PORÁGUA SUBTERRÂNEAESTADO DE ALAGOAS

DIAGNÓSTICO DO MUNICÍ PIO DE PAULO JACINTO

ORGANIZAÇÃO DO TEXTO

João de Castro MascarenhasBreno Augusto Beltrão

Luiz Carlos de Souza Junior

RecifeAgosto/2005

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CPRM - Serviço Geológico do BrasilProjeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea. Diagn óstico

do município de Paulo Jacinto, estado de Alagoas/ Organizado [por] João de CastroMascarenhas, Breno Augusto Beltrão, Luiz Carlos de Souza Junior. Recife:CPRM/PRODEEM, 2005.

13 p. + anexos

“Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea, estadode Alagoas”

1. Hidrogeologia – Alagoas - Cadastros. 2. Água subterr ânea – Alagoas -Cadastros. I. Mascarenhas, João de Castro org. II. Beltrão, Breno Augusto org. III.Souza Júnior, Luiz Carlos de org. I. Título.

CDD 551.49098135

COORDENA ÇÃO GERALFrederico Cláudio Peixinho - DEHID

COORDENA ÇÃO T ÉCNICAFernando Antônio C. Feitosa - DIHEXP

COORDENA ÇÃO ADMINISTRATIVO-FINANCEIRAJos é Emílio C. de Oliveira – DIHEXP

APOIO T ÉCNICO-ADMINISTRATIVOSara Maria Pinotti Benvenuti-DIHEXP

COORDENA ÇAO REGIONALJaime Quintas dos S. Colares - REFOFrancisco C. Lages C. Filho - RESTEJo ão Alfredo C. L. Neves - SUREG-REJo ão de Castro Mascarenhas – SUREG-REJos é Alberto Ribeiro - REFOJos é Carlos da Silva - SUREG-RELuiz Fernando C. Bomfim - SUREG-SAOderson A. de Souza Filho - REFO

EQUIPE T ÉCNICA DE CAMPO

SUREG-REAri Teixeira de OliveiraBreno Augusto BeltrãoCícero Alves FerreiraCristiano de Andrade AmaralDunaldson Eliezer G. A. da RochaFranklin de MoraesFrederico José Campelo de SouzaJardo Caetano dos SantosJo ão de Castro MascarenhasJorge Luiz Fortunato de MirandaJos é Wilson de Castro TemoteoLuiz Carlos de Souza JúniorManoel Julio da Trindade G. GalvãoSaulo de Tarso Monteiro PiresS érgio Monthezuma Santoianni GuerraSimeones Néri PereiraValdecílio Galvão Duarte de CarvalhoVanildo Almeida Mendes

SUREG-SAEdmilson de Souza RosasEdvaldo Lima MotaHermínio Brasil Vilaverde LopesJo ão Cardoso Ribeiro M. FilhoJos é Cláudio ViegasLuis Henrique Monteiro PereiraPedro Antônio de Almeida CoutoVânia Passos Borges

SUREG-BHAngélica Garcia SoaresEduardo Jorge Machado SimõesEly Soares de OliveiraHaroldo Santos VianaReynaldo Murilo D. Alves de Brito

REFOÂngelo Tr évia VieiraFelicíssimo MeloFrancisco Alves PessoaJáder Parente FilhoJos é Roberto de Carvalho GomesLiano Silva VeríssimoLuiz da Silva CoelhoRob ério B ôto de Aguiar

RESTEAntonio Reinaldo Soares FilhoCarlos Ant ônio LuzCipriano Gomes OliveiraHeinz Alfredo TreinNey Gonzaga de Souza

EM DESTAQUEAlmir Araújo Pacheco- SUREG-BEAna Cl áudia Vieiro – SUREG-PABráulio Robério Caye - SUREG-PACarlos J. B. Aguiar - SUREG-MAGeraldo de B. Pimentel – SUREG-PAPaulo Pontes Araújo – SUREG-BETomás Edson Vasconcelos - SUREG-GO

RECENSEADORESAcácio Ferreira JúniorAdriana de Jesus FelipeAlerson Falieri SuarezAlmir Gomes Freire – CPRMÂngela Aparecida PezzutiAntonio Celso R. de Melo - CPRMAntonio Edílson Pereira de SouzaAntonio Jean Fontenele MenezesAntonio Manoel Marciano SouzaAntonio Marques HonoratoArmando Arruda C. Filho - CPRMCarlos A. Góes de Almeida - CPRMCelso Viana MarcielCícero René de Souza BarbosaCláudio Marcio Fonseca VilhenaClaudionor de FigueiredoCleiton Pierre da Silva VianaCristiano Alves da SilvaEdivaldo Fateicha - CPRMEduardo Benevides de FreitasEduardo Fortes CrisóstomosEliomar Coutinho BarretoEmanuelly de Almeida Le ãoEmerson Garret MenorEmicles Pereira C. de SouzaÉr ika Peconnick VenturaErval Manoel Linden - CPRMEwerton Torres de MeloFábio de Andrade LimaFábio de Souza PereiraFábio Luiz Santos FariaFrancisco Augusto A. LimaFrancisco Edson Alves RodriguesFrancisco Ivanir Medeiros da SilvaFrancisco José Vasconcelos SouzaFrancisco Lima Aguiar JuniorFrancisco Pereira da Silva - CPRMFrederico Antonio Araújo MenesesGeancarlo da Costa VianaGenivaldo Ferreira de AraújoGustavo Lira MeyerHaroldo Brito de SáHenrique Cristiano C. AlencarJamile de Souza FerreiraJaqueline Almeida de SouzaJeft é Rocha HolandaJo ão Carlos Fernandes CunhaJoão Luis Alves da SilvaJoelza de Lima EnéasJorge Hamilton Quidute GoesJos é Carlos Lopes - CPRMJoselito Santiago LimaJosemar Moura Bezerril JuniorJulio Vale de OliveiraK ênia Nogueira Di ógenesMarcos Aurélio C. de Góis FilhoMatheus Medeiros Mendes CarneiroMichel Pinheiro RochaNarcelya da Silva AraújoNicácia Débora da SilvaOscar Rodrigues Acioly JúniorPaula Francinete da Silveira BaiaPaulo Eduardo Melo CostaPaulo Fernando Rodrigues GalindoPedro Hermano Barreto Magalh ãesRaimundo Correa da Silva NetoRamiro Francisco Bezerra SantosRaul Frota Gonçalves

Saulo Moreira de Andrade -CPRMS érvulo Fernandez CunhaThiago de Menezes FreireValdirene Carneiro AlbuquerqueVicente Calixto Duarte Neto - CPRMVilmar Souza Leal – CPRMWagner Ricardo R. de AlkimimWalter Lopes de Moraes Junior

TEXTO

ORGANIZA ÇÃOBreno Augusto BeltrãoJo ão de Castro MascarenhasLuiz Carlos de Souza Junior

CARACTERIZA ÇÃO DO MUNICIPIO EDIAGN ÓSTICO DOS PO ÇOSCADASTRADOSBreno Augusto BeltrãoFrederico José Campelo de SouzaJardo Caetano dos SantosJo ão de Castro MascarenhasLuiz Carlos de Souza Júnior

ASPECTOS SOCIOECON ÔMICOSBreno Augusto BeltrãoLiliane Assunção Serra Ramos CamposMaria Lúcia Acioli Beltrão

FIGURAS ILUSTRATIVASAloízio da Silva LealFabiane de Andrade Lima Amorim AlbinoJaqueline Pontes de LimaNúbia Chaves GuerraWaldir Duarte Costa Filho

MAPAS DE PONTOS D’ ÁGUARobson de Carlo SilvaFabiane de Andrade Lima Amorim Albino

BANCO DE DADOS

Desenvolvimento dos SistemasJosias Barbosa de LimaRicardo César Bustillos Villafan

CoordenaçãoFrancisco Edson Mendonça Gomes

AdministraçãoEriveldo da Silva Mendonça

ConsistênciaBreno Augusto Beltrão

EDITORA ÇÃO ELETR ÔNICAAline Oliveira de LimaFabiane de Andrade Lima Amorim AlbinoJaqueline Pontes de Lima

SUPORTE T ÉCNICO DE EDITORA ÇÃOClaudio ScheidJos é Pessoa Veiga JuniorManoel Júlio da T. Gomes GalvãoRoberto Batista dos Santos

ANALISTA DE INFORMA ÇÕESDalvanise da Rocha S. Bezerril

Permitida a reprodução desde que mencionada a fonte

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APRESENTAÇÃ O

A CPRM – Serviço Geológico do Brasil, cuja missão é gerar e difundirconhecimento geológico e hidrológico básico para o desenvolvimento sustentável doBrasil, desenvolve no Nordeste brasileiro, para o Ministério de Minas e Energia,ações visando o aumento da oferta hí drica, que estão inseridas no Programa deÁgua Subterrânea para a Região Nordeste, em sintonia com os programas dogoverno federal.

Executado por intermédio da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial,desde o iní cio o programa é orientado para uma filosofia de trabalho participativa einterdisciplinar e, atualmente, para fomentar ações direcionadas para inclusão sociale redução das desigualdades sociais, priorizando ações integradas com outrasinstituições, visando assegurar a ampliação dos recursos naturais e, em particular,dos recursos hí dricos subterrâneos, de forma compatí vel com as demandas daregião nordestina.

É neste contexto que está sendo executado o Projeto Cadastro de Fontes deAbastecimento por Água Subterrânea, localizado no semi-árido do Nordeste, queengloba os estados do Piauí , Ceará, Rio Grande do Norte, Paraí ba, Pernambuco,Alagoas, Sergipe, Bahia, norte de Minas Gerais e do Espí rito Santo. Embora commúltiplas finalidades, este projeto visa atender diretamente as necessidades doPRODEEM, no que se refere à indicação de poços tubulares em condições dereceber sistemas de bombeamento por energia solar.

Assim, esta contribuição técnica de significado alcance social do Ministério deMinas e Energia, em parceria com a Secretaria de Geologia, Mineração eTransformação Mineral e com o Serviço Geológico do Brasil, servirá para darsuporte aos programas de desenvolvimento da região, com informaçõesconsistentes e atualizadas e, sobretudo, dará subsí dios ao Programa Fome Zero, notocante às ações efetivas para o abastecimento público e ao combate à fome dascomunidades sertanejas do semi-árido nordestino.

José Ribeiro MendesDiretor de Hidrologia e Gestão Territorial

CPRM – Serviço Geológico do Brasil

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SUMÁ RIO

APRESENTAÇÃO

1. INTRODUÇÃO

2. ÁREA DE ABRANGÊNCIA

3. METODOLOGIA

4. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍ PIO DE PAULO JACINTO

4.1 - LOCALIZAÇÃO E ACESSO4.2 - ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS4.3 - ASPECTOS FISIOGRÁFICOS4.4 - GEOLOGIA

5. RECURSOS HÍ DRICOS

5.1 - ÁGUAS SUPERFICIAIS5.2 - ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

5.2.1 - DOMÍ NIOS HIDROGEOLÓGICOS

6. DIAGNÓSTICO DOS POÇOS CADASTRADOS

6.1 - ASPECTOS QUALITATIVOS

7. CONCLUS ÕES E RECOMENDAÇÕES

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANEXOS

1 - PLANILHAS DE DADOS DAS FONTES DE ABASTECIMENTO

2 - MAPA DE PONTOS DE ÁGUA

3 - ARQUIVO DIGITAL - CD ROM

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Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água SubterrâneaDiagnóstico do Municí pio de Paulo Jacinto

Estado de Alagoas

1

1. INTRODU ÇÃO

O Polígono das Secas apresenta um regime pluviométrico marcado por extrema irregularidadede chuvas, no tempo e no espaço. Nesse cen ário, a escassez de água constitui um forte entrave aodesenvolvimento socioecon ômico e, até mesmo, à subsistência da população. A ocorrência cíclicadas secas e seus efeitos catastróficos s ão por demais conhecidos e remontam aos primórdios dahist ória do Brasil.

Esse quadro de escassez poderia ser modificado em determinadas regi ões, através de umagestão integrada dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos. Entretanto, a carência de estudosde abrangência regional, fundamentais para a avaliação da ocorrência e da potencialidade dessesrecursos, reduz substancialmente as possibilidades de seu manejo, inviabilizando uma gestãoeficiente. Al ém disso, as decisões sobre a implementação de ações de convivência com a secaexigem o conhecimento básico sobre a localização, caracterização e disponibilidade das fontes deágua superficiais e subterrâneas.

Para um efetivo gerenciamento dos recursos hídricos, principalmente num contextoemergencial, como é o caso das secas, merece atenção a utilização das fontes de abastecimento deágua subterrânea, pois esse recurso pode tornar-se significativo no suprimento hídrico da populaçãoe dos rebanhos. Neste sentido, um fato preocupante é o desconhecimento generalizado, em todos ossetores, tanto do número quanto da situação das captações existentes, fato este agravado quando seobserva a grande quantidade de captações de água subterrânea no semi-árido, principalmente emrochas cristalinas, desativadas e/ou abandonadas por problemas de pequena monta, em muitos casospassíveis de serem solucionados com ações corretivas de baixo custo.

Para suprir as necessidades das instituições e demais segmentos da sociedade atuantes naregi ão nordestina, no atendimento à população quanto à garantia de oferta hídrica, principalmentenos momentos críticos de estiagem, a CPRM está executando o Projeto Cadastro de Fontes deAbastecimento por Água Subterrânea em conson ância com as diretrizes do Governo Federal e dosprop ósitos apresentados pelo Ministério de Minas e Energia.

Este Projeto tem como objetivo a realização do cadastro de todos os po ços tubulares, poçosamazonas representativos e fontes naturais, em uma área de 722.000 km2 da região Nordeste doBrasil, excetuando-se as áreas urbanas das regiões metropolitanas.

2. ÁREA DE ABRANG ÊNCIA

A área de abrangência do projeto de cadastramento (figura 1) estende-se pelos estados doPiauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais eEspírito Santo.

Figura 1 – Área de abrang ência do Projeto

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Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água SubterrâneaDiagnóstico do Municí pio de Paulo Jacinto

Estado de Alagoas

2

3. METODOLOGIA

O planejamento operacional para a realização desse projeto teve como base a experi ência daCPRM nos projetos de cadastramento de poços dos estados do Ceará e Sergipe, executados comsucesso em 1998 e 2001, respectivamente.

Os trabalhos de campo foram executados por microrregião, com áreas variando de 15.000 a25.000 km2. Cada área foi levantada por uma equipe coordenada por dois técnicos da CPRM ecomposta, em média, de seis recenseadores, na maioria estudantes de nível superior dos cursos deGeologia e Geografia, selecionados e treinados pela CPRM.

O trabalho contemplou o cadastramento das fontes de abastecimento por água subterrânea (poçotubular, poço escavado e fonte natural), com determinação das coordenadas geográficas pelo uso doGlobal Positioning System (GPS) e obtenção de todas as informações passíveis de serem coletadasatravés de uma visita técnica (caracterização do poço, instalações, situação da captação, dadosoperacionais, qualidade da água, uso da água e aspectos ambientais, geológicos e hidrológicos).

Os dados coletados foram repassados sistematicamente a Divis ão de Hidrogeologia eExploração da CPRM, em Fortaleza, para, ap ós rigorosa an álise, alimentarem um banco dedados. Esses dados, devidamente consistidos e tratados, possibilitaram a elaboração de ummapa de pontos d’ água, de cada um dos municípios inseridos na área de atua ção do Projeto,cujas informações s ão complementadas por esta nota explicativa, visando um f ácil manuseio ecompreens ão acessível a diferentes usu ários.

Na elaboração dos mapas de pontos d‘ água, foram utilizados como base cartogr áfica os mapasmunicipais estatísticos em formato digital do IBGE (Censo 2000), elaborados a partir das cartastopográficas da SUDENE e DSG – escala 1:100.000, sobre os quais foram colocados os dadosreferentes aos poços e fontes naturais contidos no banco de dados. Os trabalhos de arte final eimpressão dos mapas foram realizados com o aplicativo CorelDraw. A base estadual com os limitesmunicipais foi cedida pelo IBGE. O mapa de pontos d’ água foi gerado a partir da Base Cartogr áficaDigital do Estado de Alagoas, cedida pela Secretaria Executiva de Meio Ambiente, Recursos Hídricose Naturais – SEMARHN.

Há municípios em que ocorrem alguns casos de poços plotados fora dos limites do mapamunicipal. Tais casos ocorrem devido à imprecisão nos traçados desses limites, seja pela pequenaescala do mapa fonte utilizado no banco de dados (1:250.000), seja por problemas ainda existentesna cartografia estadual, ou talvez devido a informações incorretas prestadas aos recenseadores ou,simplesmente, erro na obtenção das coordenadas.

Além desse produto impresso, todas as informações coligidas estão disponíveis em meiodigital, através de um CD ROM, permitindo a sua contínua atualização.

4. CARACTERIZA ÇÃO DO MUNICÍPIO DE PAULO JACINTO

4.1 - Localização e Acesso

O município de Paulo Jacinto está localizado na região centro-norte do Estado de Alagoas,limitando-se a norte com o município de Quebrangulo, a sul com Mar Vermelho, a leste com Viçosa ea oeste com Quebrangulo e Palmeira dos Índios. A área municipal ocupa 107,72 km2 (0,38% de AL),inserida na mesoregi ão do Agreste Alagoano e na microregião de Palmeira dos Índios,predominantemente na Folha União dos Palmares (SC.24-X-D-III), na escala 1:100.000, editada peloMINTER/SUDENE em 1973.

A sede do município tem uma altitude aproximada de 292 m e coordenadas geogr áficas de9°21’57,6’’ de latitude sul e 36°22’11,0’’ de longitude oeste.

O acesso a partir de Maceió é feito através da rodovia pavimentada BR-104 e AL-210, compercurso total em torno de 104 km (figura 2).

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Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água SubterrâneaDiagnóstico do Municí pio de Paulo Jacinto

Estado de Alagoas

3

DELMIRO GOUVEIA

MATA GRANDE

PÃO de AÇÚCAR

TRAIPU

36°

35°30´

-10°

-9°30´PIRANHAS

PERNAMBUCO

PERNAMBUCO

PERNAM

BUCO

SERGIPE

SERGIPE

OCE

ANO

ATLÂ

NTICO

SANTANA doIPANEMA

ARAPIRACA

ÁGUA BRANCA

CANAPI

INHAPI

OLHO D’ÁGUAdo CASADO

OURO BRANCO

BATALHA

PAULOJACINTO

100 km

N Convenções

Sede do município

Rodovias Federais:

não pavimentadas

não pavimentadas

pavimentadas

pavimentadas

Estradas vicinais

Rodovias Estaduais:

BR 3- 24

BR-316

AL-220

AL1- 30

BR-316

AL-1

20

AL-220

BR-1

01

AL-

115 BR-316

AL-110

AL-110

BR-104

AL1

-01

AL-105

A L-4

13

AL-455

AL-105

BR-1

01

BR-1

01

AL-101

AL-1

01

AL-101

AL-465

BR-316

BR-104

Figura 2 – Mapa de acesso rodoviário

4.2 - Aspectos Socioeconômicos

O município foi criado em 1953, desmembrado de Quebrangulo. Segundo o censo 2000 doIBGE, a população total residente é de 7.485 habitantes, dos quais 3.624 do sexo masculino(48,40%) e 3.861 do sexo feminino (51,60%). São 4.661 os habitantes da zona urbana (62,30%) e2.824 os da zona rural (37,70%). A densidade demográfica é de 69,48 hab/km2.

A rede pública de saúde disp õe de 01 hospital, 16 leitos, 04 Unidades Ambulatoriais. Não h áConsultórios M édicos ou Odontol ógicos.

Na área educacional, são 07 escolas de ensino pré-escolar, com 301 alunos matriculados, 21escolas de ensino fundamental, com 2.381 alunos matriculados e 02 escolas de ensino médio, com308 alunos cadastrados. No município, existem 3.648 habitantes alfabetizados com idades acima de10 anos (48,70% da população).

Existem 6.429 eleitores cadastrados no município (85,90% da população).Existem no município 1.810 domicílios particulares permanentes, dos quais 1.308 (72,30%)

possuem banheiro ou sanit ário e destes, apenas 15 (0,83%) possuem banheiro e esgotamentosanitário via rede geral. Cerca de 1.132 (62,50%) são abastecidos pela rede geral de água, enquantoque 275 (15,20%) são abastecidos por poço ou nascente e 403 utilizam outras formas deabastecimento (22,30%). Apenas 1.144 (63,20%) domicílios são atendidos pela coleta de lixo,evidenciando a existência de uma fonte de sérios problemas ambientais e de sa úde pública para apopulação.

Existe 01 agência dos Correios e n ão há infra-estrutura bancária no município.O PIB de Paulo Jacinto foi de U$ 4.854.918,00 e o PIB per capita foi de U$ 541,00 em 1998. O

FPM = R$ 1.385.356,78, o ITR = R$ 1.840,69 e o Fundef = 618.254,17 (Anuário Estatístico deAlagoas – 2001). O salário médio mensal é de R$ 114,71 (44,10% do salário mínimo nacional)

As principais atividades econ ômicas do município são: Comércio, serviços e agropecuária.Atualmente conta com 33 empresas com CNPJ, atuantes (1998), ocupando 396 pessoas (5,30% dapopulação).

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Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água SubterrâneaDiagnóstico do Municí pio de Paulo Jacinto

Estado de Alagoas

4

Na área de pecu ária, conta com os seguintes rebanhos (cabeças): bovinos – 5.492; suínos –84; eqüinos – 192; asininos –05; muares –55; caprinos – 97; ovinos –153, aves –810. A produçãoleiteira é de 382.000 litros.

Na área agrícola: Batata Doce – 15 ha (115 t); Fava – 15 ha (06 t); Feij ão – 15 ha (06 t);Mandioca –20 ha (200 t) e Milho –50 ha (25 t).

No ranking de desenvolvimento, Paulo Jacinto est á em 33º lugar no estado (33/101municípios) e em 4626º lugar no Brasil (4.626/5.561 municípios)(www.desenvolvimentomunicipal.com.br).

4.3 Aspectos Fisiográficos

O município de Paulo Jacinto está inserido predominantemente na unidade geoambiental daDepressão Sertaneja que representa a paisagem típica do semi-árido nordestino, caracterizada poruma superfície de pediplanação bastante mon ótona, relevo predominantemente suave-ondulado,cortada por vales estreitos, com vertentes dissecadas. Elevações residuais, cristas e/ou outeirospontuam a linha do horizonte. Esses relevos isolados testemunham os ciclos intensos de erosão queatingiram grande parte do sertão nordestino. Pequenas áreas do município, a sudoeste, se inseremna Unidade geoambiental das Superfícies Retrabalhadas.A vegetação é basicamente composta por Caatinga Hiperxerófila com trechos de Floresta Caducif ólia.O clima é do tipo Tropical Semi- Árido, com chuvas de verão. O período chuvoso se inicia emnovembro com término em abril. A precipitação m édia anual é de 431,8mm.Com respeitos aos solos, nos patamares compridos e baixas vertentes do relevo suave onduladoocorrem os Planossolos, mal drenados, fertilidade natural m édia e problemas de sais; topos e altasvertentes, os solos Brunos não Cálcicos, rasos e fertilidade natural alta; topos e altas vertentes dorelevo ondulado ocorrem os Podzólicos,drenados e fertilidade natural m édia e as elevações residuaiscom os solos Litólicos, rasos, pedregosos e fertilidade natural m édia.

4.4 Geologia

O município de Paulo Jacinto encontra-se geologicamente inserido na Província Borborema,abrangendo rochas do embasamento gnáissico-migmatítico, datadas do Arqueano aoPaleoproterozóico e a seq üência metamórfica oriunda de eventos tectônicos ocorridos durante oMeso e NeoProterozóico. A Província está aqui representada pelos lit ótipos dos complexos Cabrob óe Belém do São Francisco (Figura 3).

O Complexo Cabrob ó-Unidade 2 (Mpca2), situa-se nos quadrantes NE SW e NW do município,sendo constituído por xistos, gnaisses, leucognaisses, metarcóseos, metagrauvacas e quartzitos.

O Complexo Bel ém do São Francisco (MP3bf), ocupa 70% da área, aflorando a NE, SE, SW,no extremo norte da área, sendo representado por leuco-ortognaisses tonalítico-granodioríticosmigmatizados e enclaves de supracrustais.

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Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água SubterrâneaDiagnóstico do Municí pio de Paulo Jacinto

Estado de Alagoas

5

Quebrangulo

Palmeira dos Índios

Viçosa

MP3bf

MPca2

36 32´o36 36´o

N

Comp lexo Belém do Sã o Francisco: leuco-ortognaisse tonalítico-granodiorítico migmatizado, enclaves de supracrustais (1070 MaRb-Sr)

Comp lexo Cabrobó (ca2): xisto, gna isse, metarcóseo,metagrauvaca e quartzito

MP3bf

MPca2

Contato geológico

CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS

UNIDADES ESTRUTURAIS

CONVENÇÕES GEOLÓGICAS

Lim ites Intermun icipais

Rios e riachos

Sede Municipa l

Rodovias

Linha férrea

UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS

2 0 2 4 KmESCALA GRÁFICA

Paulo Jacinto

36 32´o36 36´o

Figura 3 –Mapa Geológico

5. RECURSOS HÍDRICOS

5.1 - Águas Superficiais

O município de Paulo Jacinto está inserido na bacia hidrogr áfica do Rio Paraíba, que oatravessa na sua porção central e banha a sede do município. Seus principais afluentes s ão osRiachos Cavalo, Taquara, Lunga, Galeão, Cafundó e Muquém. O padrão de drenagem predominanteé o dendrítico. Todo esse sistema fluvial deságua no Oceano Atl ântico.

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5.2 - Águas Subterrâneas

5.2. –Domínios Hidrogeol ógicos

A área do município em estudo está inserida no Domínio Hidrogeol ógico Fissural: SubdomínioRochas Metamórficas: caracterizado por rochas do embasamento cristalino regionalmenterepresentadas por granulitos do Grupo Girau do Ponciano e pelos complexos gnaíssico-migmatítico emigmatítico granítico (Arqueano), rochas vulcano-sedimentares, compostas por quartzitos, micaxistos,gnaissese metavulc ânicas diversas do Grupo Macururé e ortognaisses (Proterozóico). Figura 4.

Figura 4 –Domínios Hidrogeológicos

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6. DIAGN ÓSTICO DOS PO ÇOS CADASTRADOS

O levantamento realizado no município registrou a presença de 18 pontos d’ água, sendo umafonte natural e 17 poços tubulares, conforme mostra a figura 5.1.

Fontenatural

6%

Poço tubular94%

Fonte natural Poço tubular

Figura 5.1 – Tipos de pontos d’ água cadastrados no município

Com relação à propriedade do terreno onde estão localizados os pontos d’ água cadastrados,podemos ter: terrenos públicos, quando o terreno for de serventia pública e; particular, quando for deuso privado. Conforme ilustrado na figura 5.2, existem 10 pontos d’ água em terreno público e sete emterreno particular.

Particular41%

Público59%

Particular Público

Figura 5.2 – Natureza da propriedade dos terrenos onde existem poços tubulares.

Quanto ao tipo de abastecimento que se destina o uso da água, os pontos cadastrados foramclassificados em: comunit ários, quando atendem a várias famílias e; particular, quando atendemapenas ao seu propriet ário. A figura 5.3 mostra que quatro pontos d’ água destinam-se aoatendimento comunitário e em 13 pontos a finalidade do abastecimento n ão foi definida.

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8

NãoInformado

76%

Comunitário24%

Não Informado Comunitário

Figura 5.3 – Finalidade do abastecimento dos poços.

Três situações distintas foram identificadas na data da visita de campo: poços em operação,paralisados e não instalados. Os po ços em operação são aqueles que funcionavam normalmente. Osparalisados estavam sem funcionar temporariamente devido a problemas relacionados à manutençãoou quebra de equipamentos. Os não instalados representam aqueles poços que foram perfurados,tiveram um resultado positivo, mas não foram ainda equipados com sistemas de bombeamento edistribuição.

A situação dessas obras, levando-se em conta seu caráter público ou particular, é apresentadaem números absolutos no quadro 5.1 e em termos percentuais na figura 5.4.

Quadro 5.1 – Situação dos poços cadastrados conforme a finalidade do usoNatureza do Poço Em Operação Não Instalado ParalisadoComunitário 2 1 1Indefinido 4 4 4Total 6 3 5

EmOperação

40%

NãoInstalado

20%

Paralisado33%

NãoInformado

7%

Em Operação Não Instalado Paralisado Não Informado

Figura 5.4 – Situa ção dos po ços cadastrados em percentagem

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Em relação ao uso da água, 50% dos pontos cadastrados são destinados ao uso dom ésticoprimário ( água de consumo humano para beber); 44% s ão utilizados para uso doméstico primário esecund ário ( água de consumo humano para beber e uso geral); e em 6% para dessedentaçãoanimal, conforme mostra a figura 5.5.

Agricultura6%Doméstico

Secundário44%

DomésticoPrimário

50%

Agricultura Doméstico Primário Doméstico Secundário

Figura 5.5 – Uso da água

A figura 5.6 mostra a relação entre os poços tubulares atualmente em operação e os poçospassíveis de entrarem em funcionamento (paralisados e não instalados). Verifica-se que apenas tr êspoços particulares encontram-se não instalados ou paralisados com três em pleno funcionamento.Com relação aos poços tubulares p úblicos, sete poços encontram-se não instalados ou paralisados,podendo, entretanto vir a operar, somando suas descargas àquelas dos três poços que est ão em uso.

01234567

Particular 3 3

Público 3 7

Em Operação Paralisado/Não Instalado

Figura 5.6 – Relação entre po ços em uso e desativados

Com relação à fonte de energia utilizada nos sistemas de bombeamento dos poços, a figura5.7 mostra que cinco poços particulares utilizam energia elétrica. Quanto aos poços p úblicos quatrooperam com energia elétrica.

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10

01

2

3

4

5

Particular 5 0

Público 4 0

Com Energia Outras Fontes

Figura 5.7 – Tipo de energia utilizada no bombeamento d’ água

6.1 – Aspectos Qualitativos

Com relação à qualidade das águas dos pontos cadastrados, foram realizadas in loco medidasde condutividade el étrica, que é a capacidade de uma substância conduzir a corrente el étrica estandodiretamente ligada com o teor de sais dissolvidos sob a forma de íons.

Na maioria das águas subterrâneas naturais, a condutividade el étrica multiplicada por um fator,que varia entre 0,55 a 0,75, gera uma boa estimativa dos sólidos totais dissolvidos (STD) na água.Para as águas subterrâneas analisadas, a condutividade elétrica multiplicada pelo fator 0,65 forneceo teor de sólidos dissolvidos.

Conforme a Portaria no 1.469/FUNASA, que estabelece os padrões de potabilidade da águapara consumo humano, o valor máximo permitido para os sólidos dissolvidos (STD) é 1000 mg/L.Teores elevados deste parâmetro indicam que a água tem sabor desagradável, podendo causarproblemas digestivos, principalmente nas crianças, e danifica as redes de distribuição.

Para efeito de classifica ção das águas dos pontos cadastrados no município, foramconsiderados os seguintes intervalos de STD (Sólidos Totais Dissolvidos):

0 a 500 mg/L água doce501 a 1.500 mg/L água salobra

> 1.500 mg/L água salgada

Foram coletadas e analisadas amostras de água de sete poços tubulares. Os resultados dasan álises mostraram valores oscilando de 99,45 e 1280,50 mg/L., com valor m édio de 623,72 mg/L.Observando o quadro 5.2 e a figura 6, que ilustra a classificação das águas subterrâneas nomunicípio, verifica-se a predomin ância de água doce em 57% dos poços analisados.

Quadro 5.2– Qualidade das águas subterrâneas no município conforme a situação do poçoQualidade da água Em Uso Não Instalado

Doce 3 1Salobra 3 -

Total 6 1

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Doce57%

Salobra43%

Doce Salobra

Figura 6 – Qualidade das águas subterrâneas do município.

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7. CONCLUS ÕES E RECOMENDA ÇÕES

A an álise dos dados referentes ao cadastramento de pontos d’ água executado no município,permitiu estabelecer as seguintes conclusões e recomendações:

• Dos 18 poços tubulares cadastrados, apenas 7 encontram-se em operação. Os pontosrestantes 11 incluem os não instalados e os paralisados, por motivos os mais diversos. Estespoços representam uma reserva potencial substancial, que pode vir a reforçar oabastecimento no município se, ap ós uma análise t écnica apurada, forem considerados aptosà recuperação e/ou instalação. Cabe à administração municipal promover ou articular oprocesso de an álise desses poços, podendo aumentar substancialmente a oferta hídrica nomunicípio.

• Apesar de 3 dos 7 pontos d’ água que tiveram amostras analisadas apresentam águassalobras ou salgadas, evidenciando a necessidade de uma urgente intervenção do poderpúblico, principalmente no que concerne aos poços comunitários, visando a instalação dedessalinizadores, para melhoria da qualidade da água oferecida à população e redução dosriscos à sa úde existentes.

• Poços paralisados ou não instalados em virtude da alta salinidade e que possam ter usocomunitário, também devem ser analisados em detalhe (vazão, análise físico-química, no defamílias atendidas, etc) para verificação da viabilidade da instalação de equipamentos dedessalinização.

• Com relação ao item anterior, deve ser analisada a possibilidade de treinamento demoradores das proximidades dos poços, para manutenção de bombas e dessalinizadores emcaso de pequenos defeitos, ou ainda, para serem os responsáveis por fazer a comunicação àPrefeitura Municipal, em caso de problemas mais graves, para que sejam tomadas ouarticuladas as medidas cabíveis.

• Importante chamar a atenção para o lançamento inadequado dos rejeitos dosdessalinizadores (geralmente direto no solo). É necess ário que as prefeituras se empenhemno sentido de dotar os poços equipados com dessalinizadores, de um recept áculo adequado,evitando a poluição do aqüífero e a salinização do solo.

• Todos os poços deveriam sofrer manutenção peri ódica para assegurar o seu plenofuncionamento, principalmente em tempos de estiagem prolongada; por manutençãoperi ódica entende-se um período, no mínimo anual, para retirada de equipamento do poço esua manutenção e limpeza, além de limpeza do poço como um todo, possibilitando arecuperação ou manutenção das suas vazões originais.

• Para assegurar a boa qualidade da água, do ponto de vista bacteriológico, devem serimplantadas em todos os poços ativos e paralisados, possíveis de recuperação, medidas deproteção sanit ária tais como: selo sanitário, tampa de proteção, limpeza permanente doterreno, cerca de proteção, etc. O que pode ser articulado entre a Prefeitura Municipal e aprópria população benefici ária do poço. Quanto aos poços abandonados, devem ser tomadasmedidas de contenção, como a colocação de tampas soldadas ou aparafusadas, visandoevitar a contaminação do lençol freático por queda acidental de pequenos animais eintrodução de corpos estranhos, especialmente por crianças, fato muito comum nas áreasvisitadas.

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8. REFER ÊNCIAS BIBLIOGR ÁFICAS

ANU ÁRIO MINERAL BRASILEIRO, 2000. Brasília: DNPM, v.29, 2000. 401p.

BRASIL. MINIST ÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Minas e Metalurgia; CPRM – ServiçoGeológico do Brasil [CD ROM] Geologia, tect ônica e recursos minerais do Brasil, Sistema deInforma ções Geográficas SIG. Mapas na escala 1:2.500.000. Brasília: CPRM, 2001. Disponívelem 04 CD’s

FUNDA ÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Geografia doBrasil. Região Nordeste. Rio de Janeiro: SERGRAF, 1977. Disponível em 1 CD

FUNDA ÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Mapas Base dosmunicípios do Estado de Alagoas. Escalas variadas. In édito.

LEAL, José Menezes Inventário hidrogeológico do Nordeste. Folha nº 20 Aracaj ú NE. Recife:SUDENE, 1970. 150p.

RODRIGUES E SILVA, Fernando Barreto; SANTOS, José Carlos Pereira dos; SILVA, Ademar Barrosda et al [CD ROM] Zoneamento Agroecológico do Nordeste do Brasil: diagnóstico eprogn óstico. Recife: Embrapa Solos. Petrolina: Semi-Árido, 2000. Disponível em 1 CD

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ANEXO 1

PLANILHA DE DADOS DAS FONTES DE ABASTECIMENTO

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PLANILHA DE DADOS DAS FONTES DE ABASTECIMENTO

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C ÓDIGOPO ÇO LOCALIDADE LATITUDE

SLONGITUDE

WPONTO DE

ÁGUANATUREZA DO

TERRENOPROF.

(m)VAZ ÃO

(L/h)SITUA ÇÃO DO

PO ÇOEQUIPAMENTO DEBOMBEAMENTO

FONTE DEENERGIA

FINALIDADEDO USO

STD(mg/L)

CV055 Fazenda Lunga do Coqueiros 092359,9 362417,4 Poço Tubular Publico Em Operação Bomba Centrifuga Trifásica 113,75CV056 Sitio Fernando 092418,2 362623,9 Poço Tubular Particular Bomba Submersa MonofásicaCV057 Sitio Fernando 092437,2 362648,6 Poço Tubular Publico Não Instalado Bomba Submersa Monofásica ComunitárioCV058 Povoado Casa Nova 092519,0 362650,3 Poço Tubular Publico Não Instalado Bomba SubmersaCV059 Sitio Chorador 092520,0 362743,2 Poço Tubular Publico Paralisado Não Equipado ComunitárioCV061 Fazenda São João 091943,3 362214,2 Poço Tubular Particular 38,00 14000,00 Em Operação Bomba Submersa Monofásica 492,70CV062 Fazenda São João 091937,5 362212,7 Poço Tubular Particular 40,00 15000,00 Em Operação Bomba Submersa Trifásica 684,45CV063 Sitio Jangada 091807,1 362132,5 Poço Tubular Publico Em Operação Bomba Submersa Monofásica Comunitário 99,45CV065 Vila Cohab Jose Aurindo de Barros 092153,7 362450,3 Poço Tubular Publico Em Operação Bomba Centrifuga Trifásica Comunitário 1280,50CV066 Vila Cohab Jose Aurindo de Barros 092158,8 362454,9 Poço Tubular Publico Não Instalado Bomba SubmersaCV067 Sede 092201,9 362214,9 Poço Tubular Particular Paralisado Bomba Submersa MonofásicaCV068 Sede 092224,5 362224,8 Poço Tubular Publico Não Instalado Não Equipado 453,70CV069 Sede 092235,3 362246,1 Poço Tubular Particular Paralisado Bomba SubmersaCV070 Sede 092211,5 362231,4 Poço Tubular Publico Paralisado Não EquipadoCV071 Paulo Jacinto 092146,4 362200,0 Poço Tubular Publico Não Instalado Não EquipadoCV127 Vila São Francisco 092151,2 362458,5 Poço Tubular Particular Paralisado Bomba SubmersaCV128 Vila São Francisco 092152,1 362456,0 Poço Tubular Particular Em Operação Bomba Submersa Monofásica 1241,50CV129 Vila São Francisco 092150,5 362453,1 Fonte Natural Particular Em Operação Não Equipado Comunitário 413,40

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ANEXO 2

MAPA DE PONTOS D’ ÁGUA