59
PROJETO DE EFICI ˆ ENCIA ENERG ´ ETICA EM UMA EMPRESA DE TRANSPORTE COLETIVO URBANO Alexandre Costa Malafaia Projeto de gradua¸c˜ ao submetido ao corpo docente do curso de engenharia el´ etrica da Escola Polit´ ecnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos requisitos necess´ arios para a obten¸c˜ ao do grau de Engenheiro Eletricista. Orientador: Walter Issamu Suemitsu Dr. Ing. Rio de Janeiro Abril de 2019

PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

  • Upload
    others

  • View
    18

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

PROJETO DE EFICIENCIA ENERGETICA EM UMA EMPRESA

DE TRANSPORTE COLETIVO URBANO

Alexandre Costa Malafaia

Projeto de graduacao submetido ao corpo

docente do curso de engenharia eletrica da

Escola Politecnica da Universidade Federal

do Rio de Janeiro como parte dos requisitos

necessarios para a obtencao do grau de

Engenheiro Eletricista.

Orientador: Walter Issamu Suemitsu Dr.

Ing.

Rio de Janeiro

Abril de 2019

Page 2: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

PROJETO DE EFICIENCIA ENERGETICA EM UMA EMPRESA

DE TRANSPORTE COLETIVO URBANO

Walter Issamu Suemitsu Dr. Ing.

PROJETO DE GRADUACAO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO

DE ENGENHARIA ELETRICA DA ESCOLA POLITECNICA DA UNIVERSI-

DADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSARIOS PARA A OBTENCAO DO GRAU DE ENGENHEIRO ELETRI-

CISTA.

Autor:

Alexandre Costa Malafaia

Orientador:

Walter Issamu Suemitsu Dr. Ing.

Examinador:

Prof. Heloi Jose Fernandes Moreira, Dr. Sc.

Examinador:

Bruno Chamma, Engenheiro Eletricista

Rio de Janeiro

Abril de 2019

ii

Page 3: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

AGRADECIMENTO

Dedico este projeto primeiramente aos meus pais Ernesto e Ana, sem eles nenhuma

realizacao seria possıvel.

Agradeco tambem a todos os meus mestres que participaram da minha formacao.

Em especial ao Mestre Walter Suemitsu, que com enorme paciencia me orientou

neste projeto.

Por ultimo agradeco a minha namorada Carolina Monteiro que por muitas vezes

me deu forcas em momento difıceis para que seguisse em frente meu caminho na

Universidade.

iii

Page 4: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

RESUMO

PROJETO DE EFICIENCIA ENERGETICA EM UMA EMPRESA

DE TRANSPORTE COLETIVO URBANO

Alexandre Costa Malafaia

Rio de Janeiro

Abril de 2019

Orientador: Walter Issamu Suemitsu

Curso: Engenharia Eletrica

Este trabalho aborda todas as etapas de desenvolvimento do projeto de avaliacao

de eficiencia energetica de uma empresa do setor de transportes no Rio de Janeiro

capital. Este estudo aborda dados reais de uma empresa em operacao e todas as

sugestoes serao apresentadas aos responsaveis da referida empresa.

Palavras-Chave: Eficiencia energetica, refrigeracao, Energia Fotovoltaica.

iv

Page 5: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

ABSTRACT

PROJECT OF ENERGY EFFICIENCY IN AN URBAN

COLLECTIVE TRANSPORTATION COMPANY

Alexandre Costa Malafaia

Rio de Janeiro

April de 2019

Advisor: Walter Issamu Suemitsu

Course: Electrical Engineering

This undergraduate project covers all the stages of development of the energy

efficiency assessment project of a transport company in Rio de Janeiro capital. This

study uses actual data of a company in operation and all suggestions will be pre-

sented to the company’s managers.

Keywords: Energy efficiency, refrigeration, Photovoltaic energy.

v

Page 6: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Sumario

1 Introducao 1

1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

1.2 Motivacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

1.2.1 A Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

1.2.2 Importancia do Estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.2.3 Geolocalizacao do Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.3 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1.4 Organizacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1.5 Analise do Perfil de Consumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

1.5.1 Estrutura Tarifaria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

1.5.2 Fator de Carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

1.5.3 Fator de Potencia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

1.6 Viabilidade Financeira e economica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

1.6.1 Valor Presente Lıquido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

1.6.2 Tempo de Retorno de Capital . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

1.7 Energia Solar Fotovoltaica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

1.7.1 Irradiacao Solar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

2 Sobre Eficiencia Energetica 12

2.1 Quadro Internacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

2.2 No Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

2.3 Procel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

2.4 Aparelhos Eletricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

2.4.1 Ar-condicionado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

2.4.2 Iluminacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

vi

Page 7: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

2.4.3 Lampadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

2.5 Principais Alternativas Eficientes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

2.5.1 Iluminacao por LED . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

2.5.2 Redes de Eficiencia Energetica . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

2.5.3 Tarifa Branca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

3 Metodologia 34

3.1 Cenario Envolvido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

3.1.1 Sobre a empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

3.1.2 Edificacao da Empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

4 Resultados e Discussoes 36

4.1 Analise energetica geral da edificacao contemplando todo o consumo . 36

4.2 Equipamentos Analisados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

4.3 Estudo de Implantacao de Sistema Fotovoltaico . . . . . . . . . . . . 42

4.3.1 Investimento e Pay-Back . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

5 Conclusao 47

6 Referencias Bibliograficas 49

vii

Page 8: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Lista de Figuras

1.1 Tabela Irradiacao Solar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

2.1 Paıses com polıticas de eficiencia energetica, por tipo, 2015. Fonte: Banco

de dados de polıticas da REN21 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

2.2 Evolucao do consumo medio de energia eletrica de refrigeradores. . . . . . 16

2.3 Evolucao do consumo medio de energia eletrica de condicionadores de ar

de 7.500 BTU/h . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

2.4 Selo Procel de eficiencia energetica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

2.5 Ar-condicionado de Janela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

2.6 Ar-condicionado tipo split . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

2.7 Ar-condicionado tipo Self Contained . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

2.8 CEE – Condicionadores de Janela. Fonte: Procel . . . . . . . . . . . . . 20

2.9 CEE – Condicionadores Split. Fonte: Procel . . . . . . . . . . . . . . . . 21

2.10 Transformacao de energia ultravioleta em luz visıvel . . . . . . . . . . . . 23

2.11 Nıveis de iluminancia medios recomendados pela norma NBR 5413 . . . . 23

2.12 Lampada Fluorescente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

2.13 Lampada a vapor de mercurio de alta pressao . . . . . . . . . . . . . . . 26

2.14 Lampadas de vapor metalico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

2.15 Lampadas Mista. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

2.16 Lampadas a vapor de sodio de baixa pressao. . . . . . . . . . . . . . . . 29

2.17 Lampadas a vapor de sodio de alta pressao. . . . . . . . . . . . . . . . . 30

2.18 Lampada LED. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

3.1 Planta Baixa da Edificacao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

4.1 Quadro de Cargas Atual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

4.2 Quadro de Cargas com Luminaria LED e aparelho Inverter. . . . . . . . . 38

viii

Page 9: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

4.3 Planta Baixa Eletrica – Tomadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

4.4 Planta Baixa Eletrica – Lampadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

4.5 Consumo de Lampadas e Ar Condicionado. . . . . . . . . . . . . . . . . 41

4.6 Investimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

4.7 Custo de Consumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

4.8 Payback. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

4.9 Informacoes Gerais Para o Sistema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

4.10 Consumo Apos Instalacao do Sistema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

4.11 Consumo Eletrico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

4.12 Consumo e Energia Gerada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

4.13 Tabela Kit Geracao Energia Solar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

ix

Page 10: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Lista de Tabelas

1.1 Grupos segundo tensao de fornecimento. . . . . . . . . . . . . . . . . 4

1.2 Fator de carga tıpico variando com o ramo de atividade. . . . . . . . 6

2.1 Faixa do comprimento de onda para o espectro visıvel. . . . . . . . . 24

x

Page 11: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Capıtulo 1

Introducao

1.1 Objetivos

Este projeto possui como objetivo propor alteracoes visando a eficiencia e econo-

micidade atraves da analise da demanda por energia eletrica de um estabelecimento

comercial que e utilizado por uma empresa do ramo de transporte coletivo urbano,

atuando especificamente com onibus convencionais voltados para trajetos intermu-

nicipais.

Abordaremos sobre topicos e conhecimentos adquiridos durante todo o curso de

graduacao especialmente os relacionados ao tema de eficiencia energetica.

1.2 Motivacao

1.2.1 A Energia

A energia esta presente em nossa vida de diversas maneiras. Por exemplo, quando

usamos motores ou musculos, quando acendemos o queimador de um fogao, quando

nos alimentamos ou mesmo quando nos informamos pela televisao, ou nos jornais,

que frequentemente se referem a alguma questao energetica no Brasil ou no mundo.

Por tal diversidade, o campo dos estudos energeticos e vasto, cobrindo desde o uso

dos recursos naturais ate os aspectos relacionados ao desempenho das modernas

tecnologias, permitindo uma abordagem que considere apenas os temas de carater

tecnico ou envolva seus componentes socio-economicos e ambientais, inclusive quanto

1

Page 12: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

ao seu progresso na historia e suas perspectivas futuras (SANTOS, 2007).

1.2.2 Importancia do Estudo

Definir energia e sem duvida mais difıcil e menos importante do que sentir e

perceber sua existencia, como a causa e origem primeira de todas as mudancas. Boa

parte das leis fısicas que governam o mundo natural sao no fundo, variacoes das

leis basicas dos fluxos energeticos, as eternas e inescapaveis leis de conservacao e

dissipacao, que estruturam todo o Universo.

A Lei da Conservacao de Energia tambem e conhecida como Primeira Lei da Ter-

modinamica e permite efetuar balancos energeticos, determinar perdas, quantificar

enfim, fluxos de energia.

Mesmo sem saber o conceito de eficiencia o homem, desde os primordios, esta

sempre em busca desse, sendo aplicavel em qualquer area de conhecimento e nao

poderia ser diferente no campo energetico. Alias, o proprio substantivo ”engenha-

ria”tem o seu conceito baseado em ”aplicacao de metodos cientıficos ou empıricos a

utilizacao dos recursos da natureza em benefıcio do ser humano”, ou seja, baseia-se

em tornar qualquer recurso mais eficiente.

1.2.3 Geolocalizacao do Projeto

Como dito anteriormente, nosso estudo sera sobre uma empresa do ramo de trans-

portes coletivos urbanos. A referida empresa solicitou que nao fossem divulgadas

informacoes de nome ou que fossem tiradas imagens diretamente de suas instalacoes.

Respeitando este pedido, nao serao divulgados nomes e imagens com logomarcas ou

com qualquer outra informacao que possa desrespeitar esta solicitacao. Todas as

informacoes necessarias para analise e execucao do projeto foram fornecidas e serao

divulgadas nos capıtulos posteriores.

A empresa esta localizada na capital do Estado do Rio de Janeiro, sendo uma das

principais em operacao no segmento no ano do presente projeto. As informacoes

como dimensoes e plantas serao apresentadas posteriormente. Foram realizadas

2

Page 13: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

visitas no local estudado para validacao e maior acuracia das informacoes apresen-

tadas.

1.3 Metodologia

Utilizaremos neste projeto a metodologia que se apresenta a seguir:

. Visita e identificacao da demanda atual por energia;

. Separacao por grupo de acordo com as cargas demandadas;

. Estudo teorico de acordo com a separacao realizada;

. Aplicacao dos conceitos teoricos adquiridos no curso;

. Apresentacao de um projeto indicando as alteracoes necessarias com o objetivo de

obter uma maior eficiencia e consequentemente diminuicao dos custos operacionais

envolvidos.

1.4 Organizacao

No capıtulo 2 sera apresentado um levantamento sobre os assuntos que sao perti-

nentes ao projeto, abordando sobre o Programa Nacional de Conservacao de Energia

Eletrica (PROCEL) e alguns conceitos que entendi como sendo importantes para o

entendimento.

A metodologia e mais informacoes sobre o local estudado serao apresentados no

capıtulo 3. Serao apresentadas informacoes como a planta do local e a demanda

energetica.

No capıtulo 4 serao sugeridas alteracoes para execucao do tema central.

A conclusao e sugestoes de trabalhos futuros serao apresentados no capıtulo 5.

Por ultimo no capıtulo 6 serao apresentadas as referencias bibliograficas que foram

utilizadas de apoio para escrita do projeto.

3

Page 14: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

1.5 Analise do Perfil de Consumo

1.5.1 Estrutura Tarifaria

Podemos dividir as unidades consumidoras em dois grupos, caracterizadas de

acordo com a tensao de fornecimento e da demanda energetica. Os grupos estao de-

finidos na tabela 1.5.1. O primeiro grupo e cobrado de acordo com a tarifa monomia,

isto e, pagam pela energia que consomem em kW/h. Ja o segundo e cobrado pela

tarifa binomia, ou seja, pagam tanto pela energia que consomem quanto pela energia

previamente contratada com as distribuidoras de energia eletrica.

Tabela 1.1: Grupos segundo tensao de fornecimento.

Grupo Tensao Tarifa

A alta tensao 2, 3kV binomia

B baixa tensao 2,3 kV monomia

Dentre as modalidades tarifarias podemos destacar:

. Tarifa convencional: Esta modalidade e caracterizada pela aplicacao de tarifas de

consumo de energia eletrica e demanda de potencia, independentemente das horas

de utilizacao do dia e dos perıodos do ano.

.Tarifa horo-sazonal: Esta modalidade se caracteriza pela aplicacao de valores di-

ferenciados de consumo de energia eletrica e de demanda de potencia, de acordo

com determinados horarios (ponta e fora de ponta), horas de utilizacao do dia, e os

perıodos do ano (seco ou umido), conforme especificacao a seguir (VIANA et al.,

2012):

a. Tarifa azul: caracterizada por cobrancas diferenciadas de consumo de acordo com

as horas de utilizacao do dia e os perıodos do ano;

b. Tarifa verde: baseada na aplicacao de taxas de consumo de acordo com as horas

de utilizacao do dia e os perıodos do ano, bem como de uma unica tarifa de demanda

de potencia;

Os criterios de enquadramento na modalidade de tarifa convencional ou horo-

sazonal aplicam-se as unidades consumidoras do grupo A atendidas pelo Sistema

4

Page 15: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Interligado Nacional (SIN).

1.5.2 Fator de Carga

Fator de Carga e definido como ”a relacao entre as demandas media e maxima

registradas em um dado intervalo de tempo”. Uma maneira de verificar se a energia

eletrica esta sendo bem utilizada e avaliar o fator de carga da instalacao. Se estiver

elevado indica que as cargas foram utilizadas racionalmente ao longo do tempo. Por

outro lado, se estiver baixo indica que houve concentracao de consumo de energia em

um curto perıodo, determinando uma demanda elevada. Isso ocorre quando muitos

equipamentos sao ligados ao mesmo tempo.

A administracao dos equipamentos deve ser feita por um gerenciador de energia

que, apos analise, escolhe e determina as prioridades dentre os aparelhos que podem

ser desligados e como devem ser administrados, assumindo o controle e garantindo

uma curva de carga mais constante.

1.5.3 Fator de Potencia

Sistemas eletricos operando com excesso de potencia reativa comprometem desne-

cessariamente a componente ativa. Nesse caso, e possıvel um melhor aproveitamento

balanceando suas potencias, que aumentara o fator de potencia.

Realizar este balanceamento significa aumentar a potencia ativa sem a ampliacao

da capacidade instalada de geracao, de transmissao, das subestacoes e dos circuitos

eletricos, postergando assim os investimentos. Alguns aparelhos eletricos, como os

motores, alem de consumir energia ativa, tambem solicitam reativa, necessaria para

criar o fluxo magnetico que o seu funcionamento exige.

Principais causas do baixo fator de potencia:

Motores operando em vazio ou superdimensionados;

Transformadores trabalhando a vazio ou com pequenas cargas;

Nıvel de tensao acima da nominal;

Reatores de lampadas de descarga com baixo fator de potencia;

5

Page 16: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Tabela 1.2: Fator de carga tıpico variando com o ramo de atividade.

Ramo de Atividade Fator de carga Tipico (%)

Extracao de minerio de ferro 34 a 35

Fabricacao de cimento 54

Fabricacao de estruturas metalicas 13

Fabricacao de papel e papelao 71

Fabricacao de resinas de fibras 24

Fiacao e tecelagem 46

Confeccao de roupas e agasalhos 25

Moagem de trigo 71

Fabricacao de acucar 49

Fabricacao de bebidas nao alcoolicas 32

Construcao civil 31 a 33

Hoteis e Moteis 40

Restaurante e lanchonetes 52

Hospitais e casas de saude 35 a 40

Grande quantidade de motores de pequena potencia;

Presenca de harmonicos que acarreta uma Distorcao Harmonica Total (THD, do

Ingles Total Harmonic Distortion) elevada.

1.6 Viabilidade Financeira e economica

As decisoes de investimento em alternativas e projetos de economia e uso eficiente

da energia passam, necessariamente, por uma analise de viabilidade economica. Tais

questoes podem se apresentar de duas formas: ou deseja-se decidir sobre a escolha

entre duas alternativas mutuamente excludentes, ou conhecer a economicidade de

uma dada alternativa. Estas analises, em geral, utilizam ındices economicos que

permitem traduzir a atratividade de um investimento. Dentre estes ındices pode-se

destacar o valor presente lıquido e o tempo de retorno de capital (Pay Back).

6

Page 17: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

1.6.1 Valor Presente Lıquido

O metodo do valor presente lıquido e bastante interessante quando se deseja com-

parar alternativas mutuamente excludentes, de modo que, todos os benefıcios e

custos em seus diversos instantes no tempo, sejam trazidos para o presente. A alter-

nativa que oferecer o maior valor presente lıquido sera, dentro deste criterio, a mais

atraente. E importante observar que, ao se fazer comparacoes entre alternativas,

deve-se sempre levar em consideracao somente os aspectos que as diferenciam. Por

exemplo, sejam duas alternativas que oferecam a mesma producao, porem uma ener-

geticamente mais eficiente do que a outra. Neste caso os benefıcios auferidos com

a producao nao deverao ser considerados, posto que e o mesmo para as duas alter-

nativas e, em um momento ou outro, serao cancelados entre si. Somente a reducao

no custo, pela eficiencia energetica, deve ser considerada (Eletrobras / PROCEL,

2006).

O Valor Presente Lıquido pode ser definido como a diferenca entre o Valor Pre-

sente e o Investimento realizado no projeto. Nesse momento tres definicoes sao

importantes:

. Projeto Financeiro: Aplicacao, estudada racionalmente, de recursos poupados em

uma atividade durante um determinado tempo, ao final do qual se espera um re-

torno;

. Investimento: Capital aplicado em um projeto financeiro;

. Taxa de atratividade: Representa uma rentabilidade mınima aceitavel de um inves-

timento. Nao deve se prender apenas ao valor da taxa de juros, embora seja esta sua

mais forte determinante. Pode-se dizer assim que e a expectativa de rentabilidade,

em termos como taxa de juros, que se espera em um investimento. Na pratica, esta

pode ser definida atraves de dois enfoques: ou toma-se a taxa de juros equivalente a

maior rentabilidade das aplicacoes correntes de pouco risco ou adota-se o custo do

capital mais o risco do investimento.

1.6.2 Tempo de Retorno de Capital

O criterio do tempo de retorno de capital, ou payback, e, sem duvida, o mais

difundido no meio tecnico para analises de viabilidade economica, principalmente

7

Page 18: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

devido a sua facilidade de aplicacao. E um procedimento de calculo onde nao se

leva em consideracao o custo de capital, ou seja, a taxa de juros. Esta analise e

feita apenas dividindo-se o custo da implantacao do empreendimento pelo benefıcio

auferido. Em outras palavras, este criterio mostra quanto tempo e necessario para

que os benefıcios se igualem ao investimento. Neste caso, a taxa de juros adotada e

o proprio custo de capital.

1.7 Energia Solar Fotovoltaica

Diariamente incide sobre a superfıcie da terra mais energia vinda do sol do que a

demanda total de todos os habitantes de nosso planeta em todo um ano. Dentre as

diversas aplicacoes da energia solar, a geracao direta de eletricidade atraves do efeito

fotovoltaico se apresenta como uma das mais elegantes formas de gerar potencia

eletrica. (RUTHER, RICARDO 2004)

Geralmente utiliza-se silıcio para transformar a energia solar em energia eletrica,

tendo como aliadas as celulas fotovoltaicas. O efeito das mesmas foi constatado no

seculo XIX por Alexandre Edmond Becquerel, fısico frances que viveu em Paris entre

os anos de 1820 e 1891. Foi nesse ınterim que Alexandre foi capaz de notar que um

material semicondutor apresentava diferenca de potencial em seus extremos quando

era exposto a luz solar. Tal marcante descoberta foi o impulso que deu origem

a conducao de mais estudos voltados ao tema ate resultar no desenvolvimento da

primeira celula de silıcio monocristalino para que se pudesse utilizar. Essa nova

conquista e dedicada aos pesquisadores norte americanos chamados Calvin Souther

Fuller, Daryl Chapin e Gerald Pearson. Os tres trabalharam juntos como cientistas

nos laboratorios da Bell Telephone, cenario que abrigou a teoria posta em pratica.

O esforco dos tres pesquisadores e cientistas se caracterizou como o primeiro passo

para suprir uma demanda ate entao nao atendida. Apos o reconhecimento do uso

de celulas fotovoltaicas, sua utilidade de um passo adiante, mais especificamente em

1958. Esse ano marcou o lancamento do satelite Vanguard I e o papel que as celulas

tiveram em mante-lo funcionando. Contudo, como se tratava de uma tecnologia

ainda de alto custo, o interesse do mercado pelas mesmas foi baixo.

8

Page 19: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

A energia fotovoltaica se baseia na utilizacao de paineis solares, os quais contem

essas celulas semicondutoras. Toda vez que a luz solar atinge as celulas presentes

nos paineis, ocorre geracao de energia eletrica. No entanto, quando ha ausencia de

luz solar, a producao para. As celulas fotovoltaicas possuem campos eletricos que

trabalham na absorcao de luz devido a liberacao de eletrons. Esses, tem a conducao

determinada gracas a colocacao de material metalico na parte superior e inferior

de cada celula. As celulas fotovoltaicas cumprem sua funcao gracas aos materiais

semicondutores que, quando sentem a presenca dos fotons da luz solar, excitam os

eletrons. O ponto esta nos condutores, caminho que os eletrons sao forcados a seguir

para que sejam retidos e gerem energia.

As tecnologias utilizadas na producao de celulas fotovoltaicas constituem uma lista

muito maior daquela que se tinha no passado. O silıcio e o material mais comumente

utilizado na producao de celulas semicondutoras na industria. As tecnologias de

maior destaque incluem:

. Silıcio monocristalino: E a tecnologia mais utilizada devido a sua eficiencia

e confiabilidade. Apos a extracao do cristal de dioxido de silıcio, com grau de pureza

que chega aos 99,99%, e possıvel fabricar componentes de utilidade para a industria

eletronica. O custo dessa tecnologia ainda e tido como elevado, ja que o processo

de fabricacao tem alto grau de complexidade e a pureza do material se baseia em

nıveis altıssimos. De qualquer forma, ainda sao consideradas as mais eficientes

comercialmente.

. Silıcio policristalino: Ainda que menos criterioso, o processo de fabricacao

de celulas de silıcio policristalino se assemelha aos das de silıcio monocristalino. O

custo para sua producao tambem e menor, ja que o bloco cilındrico previamente

mencionado nao e composto de apenas um unico cristal. E uma tecnologia mais

acessıvel economicamente, porem, com eficacia igualmente menor.

. Silıcio amorfo: A fabricacao das celulas de silıcio amorfo utiliza substratos

distintos e possui estrutura de atomos desorganizada. Gracas a essas caracterısticas,

seu custo de producao tambem e reduzido. Alem da eficiencia menor quando compa-

rada as celulas de silıcio monocristalino e policristalino, as de silıcio amorfo possuem

vida util inferior. Mesmo assim, o baixo custo dessa tecnologia faz com que a mesma

seja preferida em muitos casos.

9

Page 20: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

A corrente eletrica que alimenta circuitos dos mais diversos tipos nada mais e do

que o resultado obtido por meio da ligacao de um polo positivo e um polo negativo.

A determinacao dos watts ocorre por meio da mencionada colocacao de material

metalico na estrutura das celulas fotovoltaicas, criando-se a corrente que passa por

um campo eletrico definido.

Existem dois tipos basicos de sistemas de geracao de energia fotovoltaico: Sistemas

On Grid (conectados a rede) e Sistemas Off Grid (sistemas isolados).

Sistemas On Grid : Esta configuracao de sistema e conectado a rede eletrica, por

isso, sempre que houver excedente de energia gerada ela sera armazenada na propria

rede eletrica e dessa maneira sera concedido desconto na proxima conta.

Sistemas isolados ou Off Grid : Caracterizado por nao estarem conectados a rede

eletrica. E utilizado para uso local e especıfico. Nesta outra configuracao a ener-

gia excedente produzida e armazenada em baterias, garantindo o fornecimento de

energia em perıodos de baixa luminosidade.

1.7.1 Irradiacao Solar

Radiacao solar e um termo utilizado para se referir a forma de transferencia da

energia vinda do sol atraves da propagacao de ondas eletromagneticas. A quantidade

de radiacao solar que chega em cada ponto da Terra depende dos obstaculos que

tais ondas encontram na atmosfera. Porem, a radiacao que chega a qualquer ponto

do topo da atmosfera e constante e conhecida como ”Constante Solar”. A constante

solar e estimada em 1.366 Watts por metro quadrado. Ao chegar a superfıcie da

Terra, ela alcanca no maximo 1000 Watts por metro quadrado. Assim, se a eficiencia

de determinado painel solar e de 10%, isso significa que ele sera capaz de captar no

maximo 100 Watts por metro quadrado.

O termo irradiacao se refere a radiacao captada em uma determinada area na

superfıcie terrestre durante um determinado tempo. Por exemplo, ao falar em 100

kWh por metro quadrado de irradiacao significa que foram captados 100 kW de

radiacao em uma hora por metro quadrado.

10

Page 21: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 1.1: Tabela Irradiacao Solar.

11

Page 22: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Capıtulo 2

Sobre Eficiencia Energetica

2.1 Quadro Internacional

A enfase em atividades para melhorar a eficiencia energetica em todos os setores

aumentou em 2015 em todos os nıveis de governo, bem como no setor privado. Ha um

crescente reconhecimento mundial de que a eficiencia energetica pode desempenhar

um papel fundamental na reducao de emissoes relacionadas a energia e que isso

pode proporcionar multiplos benefıcios para toda a economia, como maior seguranca

energetica, menor precariedade energetica e melhora da saude publica.

No final de 2015, pelo menos 146 paıses (apresentados na Figura 2.1) haviam

implementado alguma polıtica de eficiencia energetica e pelo menos 128 paıses ti-

nham uma ou mais metas de eficiencia energetica. Algumas polıticas procuram fazer

uso da sinergia entre eficiencia energetica e energia renovavel, uma vez que medi-

das de eficiencia tem o potencial de abrir espaco para um aumento mais rapido na

participacao da energia renovavel no consumo mundial de energia.

Sob a influencia de mudancas estruturais e melhoras na eficiencia energetica, entre

outros fatores, a intensidade energetica primaria global declinou entre 1990 e 2014 a

uma taxa anual media de 1,5%, com uma queda total de 30% durante esse perıodo.

No entanto, a economia mundial se expandiu ainda mais e a demanda energetica

teve um aumento contınuo.

12

Page 23: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 2.1: Paıses com polıticas de eficiencia energetica, por

tipo, 2015. Fonte: Banco de dados de polıticas da REN21.

Nos setores de transportes e industrial, a intensidade energetica global declinou

nas ultimas decadas. No setor de construcao, o mercado relativamente pequeno,

mas crescente, de paredes externas e materiais de construcao mais eficientes esta

resultando em melhor desempenho energetico de construcoes, particularmente nos

paıses desenvolvidos. A demanda total de energia para uma variedade de categorias

de aparelhos e equipamentos (por exemplo, computadores, ventiladores, motores)

continua a crescer, apesar das melhoras em eficiencia, devido, em grande medida, a

um rapido aumento no uso de produtos que consomem eletricidade.

As melhoras em eficiencia energetica refletem, em parte, um aumento dos inves-

timentos. Em 2013, os investimentos mundiais em eficiencia energetica totalizaram

cerca de US$ 130 bilhoes, incluindo as categorias de usuarios finais de construcao,

transporte e industria, alem de custos associados, como mao de obra e impostos

(mas nao transicao de combustıveis). Em setembro de 2015, 70 instituicoes finan-

ceiras de mais de 20 paıses – incluindo bancos nacionais, regionais e internacionais

– comprometeram-se com um aumento do financiamento para investimentos em

eficiencia energetica.

Os avancos refletem tambem o maior uso de polıticas e programas de apoio. Um

numero crescente de paıses esta definindo metas e tracando planos para a melhora da

eficiencia energetica; adotando novas polıticas e atualizando a legislacao ja existente

13

Page 24: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

para promover a eficiencia energetica; e expandindo o alcance de normas e programas

de etiquetagem, com os paıses em desenvolvimento e emergentes desempenhando um

papel crescente nessas tendencias. Varios paıses desenvolvidos tambem introduzi-

ram novos incentivos financeiros para canalizar recursos adicionais para medidas de

eficiencia energetica.

2.2 No Brasil

O Brasil possui varias instituicoes que lidam regularmente com o tema da eficiencia

energetica, tais como o Ministerio de Minas e Energia (MME); a ELETROBRAS,

responsavel pela execucao do Programa Nacional de Conservacao de Energia Eletrica

(Procel); a PETROBRAS, responsavel pela execucao do Programa Nacional de Ra-

cionalizacao do Uso de Derivados de Petroleo e Gas Natural (Conpet); a Agencia

Nacional de Energia Eletrica (ANEEL), responsavel pela execucao do Programa de

Eficiencia Energetica das Concessionarias Distribuidoras de Energia Eletrica (PEE);

as proprias concessionarias distribuidoras; o Instituto Nacional de Metrologia, Nor-

malizacao e Qualidade Industrial (Inmetro), responsavel pela execucao do Programa

Brasileiro de Etiquetagem (PBE); e algumas grandes empresas industriais, que pos-

suem programas internos de conservacao de energia. Ha outras que lidam com o

tema de forma transversal ou mesmo esporadicamente. No passado pode-se desta-

car o Decreto no 20.466, de 01/10/31, como um dos primeiros instrumentos legais

relacionados a eficiencia energetica. O mesmo instituiu o primeiro horario de verao

no Brasil, “no perıodo de 11h de 03/11/31 ate 24h de 31/03/32, em todo o Territorio

Nacional”. Como outro instrumento legal tem-se o Decreto no 41.019, de 26/02/57,

que visava regulamentar os servicos de energia. O Art. 10, inciso I, destacava “Ca-

bera ao Conselho Nacional de Aguas e Energia Eletrica (CNAEE) determinar ou

propor a utilizacao mais racional e economica das instalacoes”.

Um dos instrumentos legais recentes no Brasil e a Lei no. 10.295/2001 (Lei de

Eficiencia Energetica) e o Decreto no 4.059/2001, que regulamentou a referida Lei

e criou o Comite Gestor de Indicadores e Nıveis de Eficiencia Energetica (CGIEE),

com a funcao, dentre outras, de elaborar um programa de metas com indicacao da

evolucao dos nıveis a serem atingidos a cada equipamento regulamentado. Outro

14

Page 25: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

instrumento importante e o Programa Brasileiro e Etiquetagem e o Selo PROCEL

de Economia de Energia.

Atualmente, o Plano Nacional de Energia (PNE 2030) definiu para 2030 uma

meta de economia de 10% no consumo final de energia eletrica, a ser alcancada

mediante o incremento da eficiencia dos sistemas energeticos, e evidenciou a necessi-

dade de elaborar um plano especıfico para superar esse desafio. Com esse proposito,

o MME vem elaborando o Plano Nacional de Eficiencia Energetica (PNEf), que

devera nortear essas atividades e constituir um direcionamento fundamental para o

desenvolvimento da eficiencia energetica no Paıs.

2.3 Procel

O Procel foi instituıdo em 30 de dezembro de 1985 pelos MME e da Industria e

Comercio, sendo gerido por uma Secretaria Executiva subordinada a Eletrobras. Sua

atuacao, investimentos e mesmo eficacia, no entanto, sofreram flutuacoes significa-

tivas ao longo do perıodo, mas permanece como um apoio institucional importante

para alguns programas como o Programa Brasileiro de Etiquetagem, projetos na

area de saneamento, edifıcios publicos e informacao para o publico.

Ao longo dos anos diversos sub-programas foram empreendidos pelo Procel, alguns

com relevante sucesso, como o caso da etiquetagem e atribuicao do Selo Procel a

equipamentos eletricos e coletores solares, com destaque para refrigeradores, e o

programa RELUZ, voltado para a iluminacao publica.

O Selo Procel e anualmente conferido aos equipamentos que possuem os melhores

ındices de eficiencia energetica de cada categoria de equipamento, de acordo com

os resultados dos ensaios de avaliacao da etiqueta do PBE. A economia de ener-

gia e de capacidade decorrente do Selo Procel nos principais produtos que recebem

essa distincao (geladeiras e congeladores, lampadas fluorescentes compactas e rea-

tores eletronicos, coletores solares e tanques de armazenamento, motores eletricos

trifasicos, aparelhos de ar condicionado (de parede e split) e ventiladores de teto)

tem sido alvo de discussao e aperfeicoamento.

15

Page 26: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 2.2: Evolucao do consumo medio de energia eletrica

de refrigeradores.

Segundo o Procel estima-se que no ano de 2010 foram economizados 6,16 bilhoes

de kW decorrentes das acoes implementadas equivalente a 1,47% do consumo total

de energia eletrica no Brasil no perıodo. Em 2011 estima-se uma economia de energia

de 6,696 bilhoes de kW, o que correspondeu a 1,56% de todo consumo nacional de

eletricidade naquele ano. Estima-se ainda que o Procel foi responsavel, em 2011,

por uma reducao de demanda na ponta de 2.619 MW.

A Figura 2.2 apresenta a evolucao do consumo medio de energia eletrica de refri-

geradores. Pode ser observado que, em 11 anos, houve uma reducao de mais de 25%

no consumo dos equipamentos integrantes do PBE, decorrente do desenvolvimento

tecnologico estimulado pelo Selo Procel.

A Figura 2.3 apresenta a evolucao do consumo medio de energia eletrica de con-

dicionadores de ar do tipo janela de 7.500 BTU/h, integrante do PBE. Pode ser

observado que, em 13 anos, houve uma reducao de mais de 31% no consumo desses

equipamentos.

O resultado obtido em economia de energia com a realizacao das acoes da Eletro-

bras Procel, em 2011, e 8,6% superior ao resultado de 2010. Isso pode ser explicado

pela melhoria na eficiencia energetica de equipamentos com Selo Procel Eletrobras,

bem como pelo aumento nas vendas de equipamentos com selo, especialmente os

16

Page 27: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 2.3: Evolucao do consumo medio de energia eletrica

de condicionadores de ar de 7.500 BTU/h.

sistemas de aquecimento solar de agua, refrigeradores e ventiladores de teto. Alem

disso, houve a inclusao de mais duas categorias de equipamentos contemplados com

o Selo Procel Eletrobras, ampliando o leque de equipamentos eficientes.

2.4 Aparelhos Eletricos

2.4.1 Ar-condicionado

Uma maneira de classificar os sistemas de condicionamento e quanto aos fluidos

utilizados para a remocao da carga termica e arranjos dos equipamentos, sao elas:

• Expansao direta;

• Tudo agua (expansao indireta);

• Ar e agua (expansao indireta);

• Tudo ar (expansao indireta).

2.4.1.1 Sistema de Expansao Direta

Um sistema e dito de Expansao Direta quando o ar e diretamente resfriado pelo

fluido refrigerante (“freon”). As aplicacoes sao as seguintes:

• Instalacoes de Pequenas e medias capacidades, onde sao usados:

• Aparelhos de janela (Figura 2.5);

17

Page 28: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 2.4: Selo Procel de eficiencia energetica.

• “Splits” (Figura 2.6);

• “Self contained” (Figura 2.7).

2.4.1.2 Sistema de Expansao Indireta

Um sistema e dito de Expansao Indireta, quando o fluido usado como refrigerante

do ar e a agua. Esta, e resfriada num circuito de compressao, por um “chiller”.

Podem ser classificados em:

• Tudo Agua: E assim dito, quando a agua e distribuıda para os recintos, onde

passa nos condicionadores de ar. Estes condicionadores sao chamados de “Fan coil”

(ventiladora serpentina). Sao vistos normalmente em predios de salas onde custo de

dutos se torna proibitivo. Ex: hoteis, hospitais, escritorios, predios profissionais;

• Ar e Agua: Aplicados normalmente em edificacoes com grande numero de salas,

muitas internas. Ex: hoteis, hospitais, etc;

• Tudo Ar: Quando o ar e distribuıdo diretamente para os recintos. Dentre outros,

estao os sistemas “Multizona” e os sistemas “VAV”.

2.4.1.3 Condicionadores de Janela e Splits

A eficiencia dos condicionadores de janela e influenciada pelo desempenho de

varios fatores como: (a) eficiencia eletro-mecanica do conjunto motor/ventilador do

18

Page 29: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 2.5: Ar-condicionado de Janela

Figura 2.6: Ar-condicionado tipo split

Figura 2.7: Ar-condicionado tipo Self Contained

19

Page 30: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 2.8: Coeficiente de eficiencia energetica – Condicio-

nadores de Janela. Fonte: Procel

evaporador e do condensador; (b) do desenho dos trocadores de calor (serpentinas

evaporadora e condensadora); e, (c) da tecnologia do compressor.

Em anos recentes, em busca de ganhos na eficiencia do equipamento, a industria

vem utilizando os compressores rotativos. Dado as suas caracterısticas (ausencia de

espaco morto, melhor distribuicao de esforcos, menos atrito, etc.), este equipamento

vem contribuir para aumento consideravel em sua eficiencia.

Os coeficientes de desempenho para ar condicionado de janela e “Splits” foram

levantados dentro do PBE, atraves convenio Eletrobras/CEPEL/Inmetro. Na figura

2.8 e figura 2.9, reproduzimos tabelas resumo de COP’s, mostrando para diversas

faixas de capacidades e Classes (A, B, C, D, E). Observe-se que quanto maior o

COP, mais eficiente o equipamento (classe A).

2.4.2 Iluminacao

Dados atuais apontam que a iluminacao e responsavel por, aproximadamente,

23% do consumo de energia eletrica no setor residencial, 44% no setor comercial e

servicos publicos e 1% no setor industrial.

Daremos atencao especial para iluminacao em ambientes de trabalho, estas pre-

cisam estar em conformidade com a necessidade para perfeita execucao de tarefas.

Nosso principal objetivo e principalmente proporcionar iluminacao de maneira efi-

ciente, de modo que desperdıcios sejam sempre minimizados (CERVELIN, 2002)

20

Page 31: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 2.9: Coeficiente de eficiencia energetica – Condicio-

nadores Split. Fonte: Procel

Todos os dados levantados atraves de trabalhos desenvolvidos nos deixam claro

que a ineficiencia na iluminacao e clara no Brasil, gerando desperdıcio e consumo

desapropriado. Nosso objetivo neste projeto e quanto engenheiro e otimizar este

trabalho, reduzindo diretamente o consumo de energia eletrica.

Um projeto otimizado combina iluminacao artificial com iluminacao natural. Com

a perfeita combinacao destes modelos teremos um completo aproveitamento do pro-

jeto reduzindo os gastos com a conta de energia eletrica. Existem estudos apontando

que este tipo de controle gera uma economia de ate 45% no consumo de energia

eletrica no verao e 21% no inverno (ONAYG, GULER, 2003).

2.4.3 Lampadas

As lampadas sao os componentes eletricos mais conhecidos e utilizados para con-

versao de energia eletrica em luz. Serao apresentados os conceitos basicos, as opcoes

existentes e aspectos relacionados com a conservacao de energia eletrica.

Caracterısticas:

• Absorcao: Transformacao de energia radiante numa forma diferente de energia

por interacao com a materia 2.10;

• Area projetada: Area projetada pela luminaria;

• Campo Visual;

21

Page 32: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

• Controlador de luz: Pode ser do tipo refletor, refrator, difusor, lente e colmeia.

• Depreciacao do fluxo luminoso: Decrescimo no fluxo devido principalmente ao

acumulo de poeira;

• Difusor: Utilizado frente ao dispositivo para reducao de ofuscamento;

• Eficiencia luminosa (EL) de uma fonte: E o quociente do fluxo luminoso total

emitido por uma fonte de luz em lumens e a potencia por ela consumida em Watts;

• Espectro Eletromagnetico: Para o estudo da iluminacao, e especialmente impor-

tante o grupo de radiacoes compreendidas entre os comprimentos de onda de 380 e

780 nanometro (nm), estas sao capazes de estimular a retina do olho humano (2.4.3);

• Fator de Manutencao (Fm): Este fator e diretamente proporcional ao perıodo de

uso sem limpeza e a caracterpistica do ambiente (limpo, medio ou sujo);

• Fator de Utilizacao (Fu): E a razao do fluxo utilizado pelo fluxo luminoso emitido

pelas lampadas. E um ındice da luminaria e influi no rendimento desta;

• Fluxo Luminoso: Quantidade de luz produzida pela lampada, medida em lumens;

• Iluminancia (E): Considerando os ambientes de trabalho, a iluminancia e definida

como iluminancia media no plano de trabalho, cujos valores recomendados pela NBR

5413 estao apresentados na figura abaixo(??);

• Indice de Reproducao de Cor (IRC): sistema internacional de medidas, e um

numero de 0 a 100 que classifica a qualidade relativa de reproducao de cor de uma

fonte, quando comparada com uma fonte padrao de referencia da mesma tempera-

tura de cor.

• Luminancia (L): Em uma superfıcie e uma medida da luminosidade que um ob-

servador percebe refletido desta. Unidade: candela por metro quadrado;

• Luxımetro;

• Mortalidade de Lampadas;

• Ofuscamento;

• Reator;

• Starter;

• Temperatura de Cor Correlata (TCC);

• Vida Mediana Nominal (horas).

22

Page 33: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 2.10: Transformacao de energia ultravioleta em luz

visıvel.

Figura 2.11: Nıveis de iluminancia medios recomendados

pela norma NBR 5413

23

Page 34: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Tabela 2.1: Faixa do comprimento de onda para o espectro visıvel.

Comprimento de onda [nm] Cor

380 a 436 Violeta

436 a 495 Azul

495 a 566 Verde

566 a 589 Amarelo

589 a 627 Laranja

627 a 780 Vermelho

2.4.3.1 Lampadas Incandescentes

E importante destacar as lampadas halogenas. Esta lampada contem halogenio

adicionado ao gas criptonio dentro do bulbo, e funcionam sob o princıpio de um

ciclo regenerativo que tem como funcoes evitar o escurecimento, aumentar a vida

mediana e a eficiencia luminosa.

Em uma lampada incandescente normal, a alta temperatura do filamento causa

evaporacao das partıculas de tungstenio, que se condensam nas paredes internas do

bulbo e causam seu escurecimento. Ja nas lampadas halogenas, a temperatura do

bulbo e suficientemente alta para evitar a condensacao do tungstenio evaporado.

A lampada halogena possui uma vida mediana e uma eficiencia luminosa um pouco

maiores do que a incandescente comum. Apresentam um fluxo luminoso maior e uma

boa reproducao de cores, sao utilizadas em iluminacao de fachadas, areas de lazer,

artes graficas, teatros, estudios de TV, farois de automoveis, entre outras.

2.4.3.2 Lampadas Fluorescentes

Sao lampadas de descarga de baixa pressao, onde a luz e produzida por po fluores-

cente que e ativado pela radiacao ultravioleta. Ela possui, normalmente, o formato

do bulbo tubular longo com um filamento em cada extremidade, contendo vapor

de mercurio em baixa pressao com uma quantidade de gas inerte para facilitar a

partida. O bulbo e recoberto internamente com um po fluorescente ou fosforo que,

compostos, determinam a quantidade e a temperatura de cor da luz emitida. As

24

Page 35: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 2.12: Lampada Fluorescente

lampadas fluorescentes podem ainda possuir os eletrodos (catodos) quentes com ou

sem pre-aquecimento. Existem, atualmente, reatores eletronicos que proporcionam

maior economia de energia e menor manutencao, alem de serem mais leves e de

pequenas dimensoes.

2.4.3.3 Lampadas Fluorescentes Tubulares

Sao as lampadas mais classicas quando tratamos de iluminacao economica. Dois

fatores sao decisivos a alta eficiencia e a longa durabilidade, algo em torno de 15.000

horas, fazem com que elas sejam aplicadas nas mais diversas areas, incluindo hospi-

tais e shoppings centers. Os primeiros desenvolvimentos apresentavam um diametro

do tubo T12 de 38 mm e utilizavam em seu revestimento um po fluorescente comum

(VARGAS JR., 2006).

2.4.3.4 Lampadas Fluorescentes Compactas

Sao lampadas fluorescentes de tamanho reduzidas, criadas para substituir com

vantagens as incandescentes em varias aplicacoes, a principal, e o fato de apresen-

tarem o mesmo fluxo luminoso com potencias menores, o que gera uma economia

de energia de ate 80%, uma vida mediana maior e possuem uma boa definicao de

cores. Estao disponıveis em varias formas e tamanhos, podendo vir com o conjunto

25

Page 36: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 2.13: Lampada a vapor de mercurio de alta pressao

de controle incorporado ou nao, e ainda com base rosca ou pino.

A eficiencia luminosa de uma lampada fluorescente compacta e maior em com-

paracao com as incandescentes, comparando uma incandescente de 100 W e fluores-

cente compacta de 23 W, que produzem respectivamente 1.470 e 1.520 lumens, tem

se: 66 lm / W para a fluorescente compacta e 15 lm / W para a incandescente.

2.4.3.5 Lampadas a Vapor de Mercurio de Alta Pressao

Consta basicamente de um bulbo de vidro, que contem em seu interior um tubo de

descarga feito de quartzo para suportar altas temperaturas. Possui em seu interior

argonio e mercurio que, quando vaporizado, produzira o efeito luminoso. Em cada

uma de suas extremidades possui um eletrodo principal de tungstenio. No interior

do bulbo externo e colocado gas inerte para estabilizar a lampada mantendo-a em

temperatura constante. A distribuicao de cores na composicao do espectro do fluxo

luminoso desta lampada e pobre (luz branca azulada com emissao na regiao visıvel

nos comprimentos de onda de amarelo, verde e azul, faltando o vermelho), porem,

o tubo de descarga emite energia ultravioleta. Torna-se entao necessario fazer uma

correcao de cor nesta lampada, visando aumentar o vermelho.

26

Page 37: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

A vida mediana de uma lampada a vapor de mercurio de alta pressao e superior

a 15.000 horas com 30% de depreciacao do fluxo luminoso no perıodo.

As lampadas de vapor de mercurio sao utilizadas em iluminacao publica, industrial

interna e externa (cor corrigida), em iluminacao de fachadas de predios, monumentos

e jardins (tubular de vidro claro). Estas lampadas devem ser instaladas em locais que

possuam um pe direito (altura) superior a 4 metros para nao produzir ofuscamento

para as pessoas.

2.4.3.6 Lampadas a Vapor Metalicas

Com a popularizacao das lampadas a vapor de mercurio sob alta pressao e o

aperfeicoamento da tecnologia, surgiram as lampadas de vapor de mercurio com

iodetos metalicos, ou simplesmente, lampadas de vapor metalico. Sao semelhantes

as lampadas de vapor de mercurio, com excecao da presenca de iodetos metalicos,

pelo seu maior desempenho, e pela possibilidade de variacao da coloracao da lampada

em funcao da selecao dos iodetos metalicos presentes dentro do tubo de descarga.

Esta lampada possui um revestimento de alumina nas extremidades do tubo de

descarga, cujo objetivo e refletir o calor produzido pela descarga para os eletrodos,

impedindo a condensacao dos iodetos no interior do tubo de descarga da lampada.

A lampada de vapor metalica opera em conjunto com um reator, que ira produ-

zir picos de alta tensao para a ignicao. A vida mediana de uma lampada a vapor

metalico esta na ordem de 15.000 horas com 30% de depreciacao do fluxo lumi-

noso no perıodo. As lampadas de vapor metalicas possuem um grande numero de

aplicacoes, a se destacar a iluminacao de lojas de departamentos, estadios de fute-

bol, monumentos, industrias, e ate para iluminacao automotiva, com as lampadas

de xenonio, que sao lampadas de vapor metalico com atmosfera de xenonio, capazes

de acender instantaneamente.

2.4.3.7 Lampadas Mistas

Sao identicas as lampadas a vapor de mercurio de alta pressao, diferenciando-se

apenas por possuırem um filamento montado ao redor do tubo de descarga e ligado

27

Page 38: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 2.14: Lampadas de vapor metalico.

Figura 2.15: Lampadas Mista.

em serie com este. Seu funcionamento e similar ao da lampada de vapor de mercurio,

porem, a mista nao necessita de reator para funcionar.

A vida mediana de uma lampada mista e superior a 6.000 horas com 30% de

depreciacao do fluxo luminoso no perıodo. Por apresentarem boa reproducao de

cores podem ser usados em vias publicas, jardins, pracas, estacionamentos, comercio

e na modernizacao de instalacoes feitas com lampadas incandescentes. Quanto a

altura de montagem tem a mesma restricao das lampadas a vapor de mercurio de

alta pressao, ou seja, devem ser instaladas em locais onde o pe direito for superior a

4 metros. Devido a sua baixa eficiencia luminosa, esta lampada e pouco utilizada.

28

Page 39: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 2.16: Lampadas a vapor de sodio de baixa pressao.

2.4.3.8 Lampadas a Vapor de Sodio de Baixa Pressao

Consta de um tubo de descarga em forma de U, com um eletrodo em cada extre-

midade, e cheios de gas argonio e neonio em baixa pressao para facilitar a partida,

contendo tambem sodio metalico que ira se vaporizar durante o funcionamento. A

descarga eletrica na partida inicia-se com o gas neonio, que provoca a producao

de um pequeno fluxo luminoso de cor rosa e elevacao da temperatura, o que causa

uma progressiva vaporizacao do sodio. A lampada atinge sua condicao normal de

funcionamento em aproximadamente 15 minutos, produzindo um fluxo luminoso de

cor amarela, devido a descarga no vapor de sodio.

A vida mediana de uma lampada a vapor de sodio de baixa pressao e de aproxi-

madamente 15.000 horas com depreciacao de 30% do fluxo luminoso. Por sua luz ser

monocromatica, sua aplicacao fica limitada a locais em que nao e necessario um alto

ındice de reproducao de cores, ou seja, auto-estradas, portos, patios de manobras,

entre outras.

2.4.3.9 Lampadas a Vapor de Sodio de Alta Pressao

Seu formato e similar ao da lampada de vapor de mercurio de alta pressao,

diferenciando-se apenas pela forma do tubo de descarga que e comprido, estreito

e feito de oxido de alumınio sinterizado translucido (material ceramico que suporta

altas temperaturas). Seu funcionamento e similar ao das lampadas de descarga de

modo generico, destacando apenas que necessita de tensoes altas para a partida e,

precisa do uso de um ignitor. Essas lampadas demoram cerca de 3 a 4 minutos para

atingir seu brilho maximo.

29

Page 40: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 2.17: Lampadas a vapor de sodio de alta pressao.

A vida mediana de uma lampada a vapor de sodio de alta pressao e superior a

24.000 horas com 25% de depreciacao do fluxo luminoso. Pelo fato de possuırem

uma propriedade de cor mais agradavel que as de baixa pressao, encontram um

numero maior de aplicacoes, sendo usadas em vias publicas, ferrovias, areas de

estacionamento, iluminacao externa, e aplicacao interna em industrias. Pode ser

encontrada nas versoes com bulbo oval, no caso com camada difusora na parede

interna ou bulbo tubular de cor clara. Devem tambem ser instaladas em locais cujo

pe direito seja superior a 4 metros.

2.4.3.10 Diodos Emissores de Luz (LEDs)

Os LEDs sao componentes semicondutores que convertem corrente eletrica em luz

visıvel. Com tamanho reduzido, o LED oferece vantagens atraves de seu desenvolvi-

mento tecnologico, tornando-o numa alternativa real na substituicao das lampadas

convencionais. Diferentemente do que ocorre com a lampada incandescente, que

abrange todo espectro de cores, o LED gera apenas uma unica cor, dependendo do

material utilizado, como, galenio, arsenio e fosforo.

Os LEDs estao disponıveis em encapsulamentos comerciais de 3 mm, 5 mm e 10

mm nas cores vermelho, verde, laranja, azul, branco entre outros. Os LEDs de alto

brilho mais encontrados no mercado sao os azuis, brancos, vermelhos e verdes. Sua

30

Page 41: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 2.18: Lampada LED.

eficiencia luminosa tem aumentado consideravelmente nos tempos atuais devido as

melhorias no processo produtivo e ao avanco tecnologico.

Essa tecnologia esta sendo produzida com custos cada vez menores e esta sendo

utilizada em iluminacao para diversas aplicacoes, por exemplo, em sinalizacao e

orientacao (degraus e escadas), letreiros luminosos, piso, balizamento, segmento

automotivo, etc. Apresentam alguns benefıcios: longa durabilidade (pode-se obter

ate 50.000 horas de funcionamento); alta eficiencia luminosa; variedade de cores;

dimensoes reduzidas; elevada resistencia a choques e vibracoes; nao gera radiacao

ultravioleta e infravermelha; baixo consumo de energia e pouca dissipacao de calor;

reducao nos gastos de manutencao, permitindo a sua utilizacao em locais de difıcil

acesso; possibilidade de combinacao com sistemas fotovoltaicos em estabelecimentos

isolados.

2.5 Principais Alternativas Eficientes

2.5.1 Iluminacao por LED

A lampada LED e uma das mais promissoras alternativas para o setor de ilu-

minacao. Em 2016, foram vendidas no Brasil 35 milhoes de unidades, seis vezes

mais do que em 2013, segundo a Associacao Brasileira da Industria de Iluminacao

(ABILUX, 2016). Se comparada com as fluorescentes, esta tecnologia e mais efici-

ente, sendo o consumo energetico estimado 35% menor. Ja em comparacao com as

31

Page 42: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

lampadas de vapor de sodio, a economia e de cerca de 50% (CERVELIN S., 2002).

No final de 2014, as lampadas LED foram incluıdas no selo PROCEL. Para fazer

jus ao selo, os fabricantes tem de comprovar que o produto tem, no mınimo, 25 mil

horas de vida garantidas. Outros requisitos exigidos para a concessao do selo sao:

eficiencia mınima de 80 unidades de medida lumen por Watt (80lm/W) e Indice de

Reproducao de Cor 80 (IRC 80), o que equivale dizer que a luz e fidedigna a solar

(AGENCIA BRASIL, 2015).

Desde 1 de julho de 2015, as lampadas incandescentes de 60 Watts (W) deixa-

ram de ser vendidas no mercado brasileiro. A iniciativa atende a determinacao da

Portaria Interministerial Numero 1.007, que fixou os ındices mınimos de eficiencia

luminosa e estabeleceu prazos para a retirada gradual das lampadas incandescentes

do mercado nacional. Ja foram retiradas de circulacao as lampadas incandescen-

tes de 100W, 150W e 200W. As incandescentes com potencia entre 25W e 40W

deixaram de ser produzidas em 30 de junho de 2016.

2.5.2 Redes de Eficiencia Energetica

A polıtica conhecida como Rede de Eficiencia Energetica (REE) em vigor em

paıses como Alemanha. Trata-se de um sistema de cooperacao entre empresas que

propoe a troca de experiencia nas melhores praticas em consumo de energia.

A empresa alema LEEN GmbH (Learning Energy Efficiency Networks, tem im-

plementado este modelo de redes na Europa. No Brasil, o modelo esta fase de

desenvolvimento. Uma REE se caracteriza por quatro componentes principais de

acordo com a empresa LEEN:

1. Uma auditoria energetica para identificar e avaliar o potencial (tecnologico e

economico) de reducao no consumo de energia, conduzida por especialistas com ex-

periencia em eficiencia energetica (EE). Apos a visita do especialista uma proposta

relacionada a auditoria e preparada de forma a avaliar sua abrangencia;

2. Reunioes periodicas de compartilhamento de informacoes e experiencias entre os

participantes da Rede (aprendizagem e apoio mutuo);

32

Page 43: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

3. Treinamentos praticos sobre temas tecnologicos especıficos;

4. Um sistema de monitoramento das medidas de eficiencia adotadas.

A experiencia alema mostra que as redes sao bastante efetivas, em media gerando

tres vezes mais medidas de EE do que as empresas que buscam implementar de

forma independente (LEEN, 2015).

2.5.3 Tarifa Branca

Nova opcao entre o consumidores do grupo B, a tarifa branca, vem com o papel de

informar a variacao do valor da energia de acordo com o dia e o horario de consumo.

Com ela, o consumidor passa a ter possibilidade de pagar valores diferentes em

funcao da hora e do dia da semana, ou seja, e uma alternativa a tarifa convencional.

Essa nova ferramenta possibilita o consumidor industrial ou residencial pode raci-

onalizar o seu consumo de energia de acordo com as informacoes levantadas. Alem

da economia este novo habito representa o fim do desperdıcio de energia. E funda-

mental antes de realizar a adesao conhecer o seu perfil e se sera vantajosa se aplicada

em sua conta.

Para aderir a tarifa branca, os consumidores precisam formalizar sua opcao junto

a distribuidora. Quem nao optar por essa modalidade continuara sendo faturado

pelo sistema atual. A ideia inicial e atender em 2018 perfis de consumo com mais de

500 kWh. Em 2019, deverao ser atendidas unidades com consumo medio superior a

250 kWh/mes e, em 2020, para os consumidores de baixa tensao, de qualquer faixa

de demanda.

33

Page 44: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Capıtulo 3

Metodologia

3.1 Cenario Envolvido

3.1.1 Sobre a empresa

Criada no ano de 2000, a empresa de onibus coletivo urbano objeto deste estudo,

conta com uma frota de 50 onibus que fazem as rotas diariamente, uma equipe de

motoristas, cobradores, mecanicos, alem de um setor administrativo constituıdo por

recepcionista, administracao, recursos humanos, diretoria, financeiro, operadores de

trafego e servicos gerais.

As instalacoes fısicas da empresa sao compostas por area administrativa, au-

ditorio, dormitorio, banheiros, copa, oficina mecanica, garagem e abastecimento.

Tudo instalado em um unico local. A manutencao e abastecimentos dos onibus sao

realizados na propria empresa, dessa forma todos os servicos sao concentrados na

mesma edificacao.

3.1.2 Edificacao da Empresa

A edificacao contempla todas as atividades da empresa, desde administracao,

reunioes, operacoes de trafego, repouso dos motoristas, cobradores e manutencao

dos onibus. A instalacao contempla o uso de varios equipamentos como lampadas,

tomadas, condicionadores de ar, bombas de abastecimento, computadores e impres-

soras.

34

Page 45: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 3.1: Planta Baixa da Edificacao.

Foi realizado um estudo na edificacao com o objetivo de realizar a economia no

consumo eletrico sem perder a eficiencia do sistema, durante o projeto foi observada

a necessidade de fazer algumas alteracoes de lampadas, aparelhos de ar condicionado

e aproveitar melhor a iluminacao natural diurna.

35

Page 46: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Capıtulo 4

Resultados e Discussoes

4.1 Analise energetica geral da edificacao contem-

plando todo o consumo

A carga total da edificacao analisada foi de 27,55 kW/h ou 9.811,80 kW/mes,

totalizando um custo de R$ 7.849,44 (sete mil, oitocentos e quarenta e nove reais e

quarenta e quatro centavos).

4.2 Equipamentos Analisados

Foram analisadas a iluminacao interna e externa de toda a edificacao, assim como

os aparelhos de ar condicionado. O principal objetivo foi analisar o consumo desses

equipamentos e compara-los com outros de igual ou superior eficiencia que deman-

dem menos energia para funcionamento. Sera apresentada uma proposta avaliando

o pay-back para decisao de viabilidade de implantacao analisando o custo benefıcio.

Foram contabilizadas na edificacao 51 lampadas fluorescentes tubulares de 60

cm e 20 W, sendo 11 arandelas para as areas externas e 40 lampadas internas

distribuıdas ao longo do estabelecimento; tambem foram adicionadas 10 aparelhos

de ar condicionado tipo split, sendo 03 (tres) unidades de 18.000 btu’s, 04 (quatro)

de 9.000 btu’s e 03 (tres) de 24.000 btu’s.

36

Page 47: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 4.1: Quadro de Cargas Atual.

As lampadas fluorescentes tem uma potencia de 30 W para banheiros, 45 W nas

salas e 60 W para auditorio e area externa, consumindo um total de 2.745 W/hora

ou 2,74 kW/hora, o que equivale a 988,20 kW/mes, custando R$ 790,57 (setecentos

e noventa reais e cinquenta e sete centavos).

Os aparelhos de ar condicionado split consomem um total de 16.410,00 W/hora

ou 16,41 kW/hora, o que equivale a 5.907,60 kW/mes, equivalente a R$ 4.726,08

(quarto mil, setecentos e vinte e seis reais e oito centavos).

O estudo propos o uso de luminarias LED tipo plafon quadrada e aparelhos de ar

condicionado inverter, ambas tem a mesma eficiencia e valor de consumo bastante

reduzido. O custo medio para uma luminaria LED no mercado esta em media de

R$ 22,50 e os aparelhos inverter estimados em R$ 1.600,00 valor unitario.

As luminarias em LED tem um custo total de R$1.147,50 (51 unidades) e os

aparelhos inverter um valor estimado de R$16.000,00 (10 unidades). O estudo

mostrou que a reducao chega media de 14,74% do valor de consumo total.

37

Page 48: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 4.2: Quadro de Cargas com Luminaria LED e Maquina Inverter.

38

Page 49: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 4.3: Planta Baixa Eletrica – Tomadas.

39

Page 50: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 4.4: Planta Baixa Eletrica – Lampadas.

Planta eletrica mostrando todos os pontos de tomadas e localizacao dos aparelhos

de ar condicionado inverter, que estao localizados na recepcao, administracao, setor

financeiro, diretoria, recursos humanos, sala de operacao de trafego, e auditorio

(Figura 4.3)

Planta eletrica de iluminacao, mostrando todos os pontos de lampadas internas e

externas, onde deverao ser aplicados as luminarias em LED tipo plafon quadrada,

totalizando 51 pontos (Figura 4.4).

O estudo mostrou que fazendo um investimento em luminarias LED gasta-se

R$1.147,50 (Figura 4.6) e gera uma economia de R$660,94 por mes no consumo

de energia, tempo de retorno em 0,14 anos (Figura 4.8).

Para os aparelhos de ar condicionado o investimento e de R$16.000,00 (Figura

4.6) e gera uma economia de R$475,20 por mes no consumo de energia, tempo de

40

Page 51: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 4.5: Consumo de Lampadas e Ar Condicionado.

Figura 4.6: Investimento.

Figura 4.7: Custo de Consumo.

Figura 4.8: Payback.

41

Page 52: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

retorno em 2,8 anos (Figura 4.8).

Somando os valores de economia das luminarias (R$660,94) e dos aparelhos de ar

condicionado (R$475,20) gera uma economia de R$1.136,14 por mes, o que repre-

senta 14,74% do valor total de R$7.849,44 (antes da reducao).

O pay-back total estima um gasto de R$17.147,50 para uma reducao de R$1.136,14

por mes, o que traz um retorno em 15 meses.

4.3 Estudo de Implantacao de Sistema Fotovol-

taico

A edificacao em questao possui um consumo medio de 9.811,80 kW/mes, totali-

zando uma conta de R$ 7.849,44 por mes. Para esta edificacao, o sistema “on-grid”

e mais indicado que trabalha em conjunto com a rede eletrica da concessionaria

compartilhando energia.

O sistema “on-grid” lanca a producao de energia na rede eletrica convertendo em

credito para o cliente. Quando nao ha geracao de energia, isto e, na ausencia de

luminosidade do sol, o cliente passa a alternar o uso com a energia da rede eletrica.

O cliente gera energia e consome, ao final do mes e feito a vistoria no relogio para

verificar se houve mais consumo ou se geracao foi maior.

O relogio da edificacao deve ser trocado por um especıfico bi-direcional, para

verificar quando ha geracao produzida ou consumo. No caso de haver mais geracao

do que consumo o cliente passa a ter creditos que podem ser usados em outros

meses, se houver mais consumo o cliente podera descontar os seus creditos ou pagar

a diferenca do consumo.

Existem os sistemas off-grid e hıbridos, mas para esta edificacao, objeto do es-

tudo, nao e viavel. Aumentaria consideravelmente o valor para a implantacao do

sistema, principalmente em funcao dos valores das baterias que sao bastante eleva-

dos, tornando-o mais caro em ate 75%. Esse sistema e ideal para edificacoes onde

42

Page 53: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 4.9: Informacoes Gerais Para o Sistema.

nao existem redes eletricas ou que estao localizadas em areas remotas.

Para o estudo de viabilidade foi considerado um consumo medio mensal de 10.000,00

kWh/mes e um custo medio de R$ 8.000,00 para pagamento da conta de luz por

mes.

Para atender toda a demanda da empresa de onibus sera necessario um sistema

de 75,8 kW/pico, o que gera um consumo anual de 120,00 MWh, desse valor 103,91

MWh seriam gerados pela planta fotovoltaica e apenas 16,44 MWh seriam consu-

midos pela rede eletrica.

O sistema ocuparia uma area media de 585,00 metros quadrados, que seriam

fixados no telhado da edificacao com uma inclinacao de 23 graus. O sistema reduziria

30.411 kg/a da emissao de CO2 na atmosfera.

Em alguns meses do ano os valores da conta de luz seria quase zero, pois o consumo

da rede eletrica seriam muito baixo, em algumas situacoes a propria geracao cobre

a demanda, isto pode variar de acordo com condicoes climaticas, irradiacao solar,

43

Page 54: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 4.10: Consumo Apos Instalacao do Sistema.

demanda maior que a projetada, entre outro. E condicoes normais e demanda

controlado o sistema suprira totalmente o consumo.

O grafico apresentado na figura (Figura 4.11) simula como ficara o consumo

eletrico com um sistema fotovoltaico conectado a rede. A area cinza mostra uma

estimativa de quanta eletricidade e fornecida pela rede eletrica, enquanto a area

amarela apresenta o quanto seria gerado pelo sistema fotovoltaico.

A soma das areas cinza e amarela correspondem ao total consumido, conforme os

valores estimados em 10.000,00 kWh/mes. A geracao solar e estimada segundo a

radiacao mensal media da cidade de Niteroi-RJ e a potencia dimensionada instalada

do sistema simulado.

A figura (Figura 4.12) apresenta, em detalhes, como seria o consumo eletrico do

estabelecimento. Da esquerda para a direita, a primeira coluna mostra a demanda

energetica no mes. A segunda coluna exibe o quanto dessa energia viria da geracao

fotovoltaica, e a terceira, o quanto de eletricidade sera consumida da rede eletrica.

A quarta e ultima coluna representa quantos creditos serao acumulados no mes.

44

Page 55: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 4.11: Consumo Eletrico.

Figura 4.12: Consumo e Energia Gerada.

Os creditos irao aparecer somente quando o sistema gerar mais energia do que foi

consumiu no mes. Isso esta previsto na resolucao normativa 482/2012 da ANEEL,

que criou o sistema de compensacao de energia. Esses creditos serao usados para

compensar o consumo da rede nos meses subsequentes.

4.3.1 Investimento e Pay-Back

Para um sistema de 75,8 kWpico sera necessario um investimento medio de

R$288.780,00 (duzentos e oitenta e oito mil, setecentos e oitenta reais). O sis-

tema abrange todos os equipamentos e acessorios, bem como placas fotovoltaicas,

inversor, quadro geral, suporte para telhado, cabos, parafusos, etc.

45

Page 56: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Figura 4.13: Tabela Kit Geracao Energia Solar.

Com o sistema instalado estima-se uma economia de 80% do valor da conta, o

que representa R$7.200,00. Desse modo seriam necessarios 41 meses para recuperar

o valor investimento, desde que seja adquiro de forma a vista.

Uma simulacao para financiamento nas linhas do FNE-SOL, proprias para energia

solar mostra que solicitando o valor integral a uma taxa de 0,26% am, e um prazo de

48 meses o valor da parcela inicial seria de R$6.671,03 (1a) e a ultima de R$6.029,89

(parcela 48), tendo um valor total de R$311.998,72.

Dessa maneira o pay-back do investimento seria em 48 meses, tempo para quitacao

do financiamento. O financiamento ainda oferece uma carencia de 12 meses para

pagamento da primeira parcela, desta forma a empresa podera criar uma poupanca

com valor economizado ao longo dos 12 meses e abater no financiamento.

46

Page 57: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Capıtulo 5

Conclusao

A interacao entre os conceitos essenciais abordados neste projeto: eficiencia, ener-

gia, gerenciamento, edifıcios, renovaveis, mostrou ser uma tarefa desafiadora, ambi-

ciosa e dinamica. E incontestavel que o mundo da energia e complexo e e constituıdo

por inumeras variaveis. Ao longo do trabalho desenvolvido, a ideia de que a eficiencia

energetica e absolutamente necessaria e viavel foi, sem duvida, bastante analisada e

reforcada.

A reducao do consumo de energia em edifıcios publicos ou privados envolve as

empresas produtoras/distribuidoras de energia, empresas, arquitetos, projetistas e

os restantes cidadaos de uma forma geral. Neste trabalho e estudada a eficiencia

energetica em edificacoes, onde passamos mais de 80% do nosso tempo e e consu-

mida cerca de 40% da energia mundial. A primeira conclusao que se retira apos a

realizacao deste projeto, e o fato da eficiencia energetica ser muito mais do que um

conjunto de boas intencoes, defendida por ambientalistas e algumas figuras na area

do ambiente e energia.

As boas intencoes podem e devem passar a pratica, atraves de diversas medi-

das e solucoes abordadas ao longo do estudo, que sao essenciais no sentido de se

construir um futuro sustentavel, diminuindo as alteracoes climaticas, reduzindo a

dependencia, o defice externo e a vulnerabilidade do valor do petroleo. O conceito de

eficiencia energetica e essencial para a reducao de custos relacionados com consumo

de recursos.

47

Page 58: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

O projeto de energia solar devera ser encaminhado a Concessionaria de energia

para analise e aprovacao, apos a aprovacao podera ser executado e ao concluir, a

empresa solicita a ligacao do sistema e a troca do medidor para um relogio bi-

direcional. Apos todas a instalacao e ligacao o sistema estara pronto para ser usado,

trazendo assim um benefıcio a empresa que foi objeto de nosso estudo.

48

Page 59: PROJETO DE EFICIENCIA ENERG^ ETICA EM UMA EMPRESA …monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10029250.pdfprojeto de eficiencia energ^ etica em uma empresa de transporte coletivo

Capıtulo 6

Referencias Bibliograficas

SANTOS, A. H. M., Eficiencia Energetica Teoria e Pratica 1a. Edicao. Uni-

versidade Federal de Itajuba, Fupai, Itajuba, Eletrobras / PROCEL Educacao, 2007.

VARGAS JR., R. H., 2006 – Analise do Potencial de Conservacao de Energia

Eletrica em Hospitais Publicos de Pequeno Porte no Brasil: Sistemas de Iluminacao

e Ar Condicionado do Tipo Janela, Rio de Janeiro – RJ, Dezembro de 2006.

PROCEL, 2011 – Manual Pratico Ar-Condicionado PROCEL, Rio de Janerio,

Rio de Janeiro, Brasil.

RUTHER, RICARDO, 2004 - Edifıcios Solares Fotovoltaicos 1a Edicao. Flo-

rianopolis, Santa Catarina - SC.

Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentavel (CEBDS),

2014 - Destravando o financiamento a eficiencia energetica no Brasil. Rio de Janeiro,

Rio de Janeiro - RJ.

Viana, T. V. A.. Laminas de irrigacao e coberturas do solo na cultura do

girassol, sob condicoes semiaridas, 2012.

ANEEL – Manual para Elaboracao do Programa de Eficiencia Energetica da

Aneel – Ciclo 2005/2006 – Disponıvel em: www.aneel.gov.br

CERVELIN S., 2002 – Melhoria da Eficiencia Luminosa: Estudo de caso do

Centro Federal de Educacao Tecnologica do Parana - CEFET-PR – Unidade de

Curitiba, Florianopolis – SC, Outubro de 2002.

49