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ESTADO DO RIO DE JANEIRO CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO GONÇALO Gabinete do Vereador Marlos Costa Projeto de Lei n° 081/2011 Ementa: Autoriza a instituição da política municipal de proteção aos animais, disciplinando as infrações administrativas contra os animais no Município de São Gonçalo e dá outras providências. Autor (es): Vereador Marlos Costa Câmara de Vereadores do Município de São Gonçalo RESOLVE: Art.1º – Fica autorizada a criação, no âmbito do Município de São Gonçalo, da Política Municipal de Proteção aos Animais — PMPA. Art. 2º – Constituem órgão integrante da PMPA: I - Conselho Municipal de Proteção Animal — CMPA. Art. 3º – É objetivo do PMPA: I — planejar, ordenar, coordenar e administrar as atividades de promoção e defesa dos animais estabelecidas pela PMPA; II — promover gestão visando à cooperação com órgãos governamentais e entidades, nacionais e internacionais, ligadas à defesa dos animais, com a finalidade de promover a proteção animal; III — estabelecer, com os demais órgãos municipais, critérios visando à otimização da ação de proteção animal; IV — assegurar a preservação dos recursos naturais de Unidades de Conservação essenciais à conservação da vida animal, em conjunto com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente — SMA; V — manter a fiscalização sobre todas as formas de agressão aos animais, em conjunto com a SMA, orientar suas recuperações e aplicar penalidades legais quando cabíveis; VI — fiscalizar todas as ações e intervenções que se traduzem em maus-tratos junto à fauna silvestre, exótica, doméstica ou domesticada, notadamente em áreas públicas e em propriedade privada, mediante comunicação prévia; VII — elaborar e implantar campanhas educacionais e de treinamento destinadas a sensibilizar a população para os problemas relacionados com os maus-tratos aos animais de quaisquer espécies, juntamente com órgãos governamentais e entidades interessadas ou afins; VIII — manter serviço de análise, de emissão de pareceres e de autorizações de atividades que envolvam animais em eventos públicos ou privados, observadas as restrições legais vigentes;

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ESTADO DO RIO DE JANEIRO CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO GONÇALO

Gabinete do Vereador Marlos Costa

Projeto de Lei n° 081/2011

Ementa:Autoriza a insti tu ição da polí t icamunicipal de proteção aos animais,discipl inando as infraçõesadministrativas contra os animais noMunicípio de São Gonçalo e dá outrasprovidências.

Autor (es): Vereador Marlos Costa

Câmara de Vereadores do Município de São Gonçalo

RESOLVE:

Art.1º – Fica autorizada a cr iação, no âmbito do Município de São Gonçalo, daPolí t ica Municipal de Proteção aos Animais — PMPA.

Art. 2º – Constituem órgão integrante da PMPA:

I - Conselho Municipal de Proteção Animal — CMPA.

Art. 3º – É objetivo do PMPA:

I — planejar, ordenar, coordenar e administrar as atividades de promoção e defesa dos animaisestabelecidas pela PMPA;

II — promover gestão visando à cooperação com órgãos governamentais e entidades, nacionais einternacionais, ligadas à defesa dos animais, com a finalidade de promover a proteção animal;

III — estabelecer, com os demais órgãos municipais, critérios visando à otimização da ação de proteçãoanimal;

IV — assegurar a preservação dos recursos naturais de Unidades de Conservação essenciais àconservação da vida animal, em conjunto com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente — SMA;

V — manter a fiscalização sobre todas as formas de agressão aos animais, em conjunto com a SMA,orientar suas recuperações e aplicar penalidades legais quando cabíveis;

VI — fiscalizar todas as ações e intervenções que se traduzem em maus-tratos junto à fauna silvestre,exótica, doméstica ou domesticada, notadamente em áreas públicas e em propriedade privada,mediante comunicação prévia;

VII — elaborar e implantar campanhas educacionais e de treinamento destinadas a sensibilizar apopulação para os problemas relacionados com os maus-tratos aos animais de quaisquer espécies,juntamente com órgãos governamentais e entidades interessadas ou afins;

VIII — manter serviço de análise, de emissão de pareceres e de autorizações de atividades queenvolvam animais em eventos públicos ou privados, observadas as restrições legais vigentes;

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IX — elaborar, implantar e manter projetos e serviços de esterilização gratuitos, posse responsável emonitoramento dos animais domésticos em áreas públicas, parques, praças e jardins;

X — desenvolver programas educacionais de promoção e proteção animal;

XI — desenvolver programas de adoção de animais domésticos;

XII — elaborar, implantar e manter projetos e serviços de promoção e proteçãoanimal.

Art. 4° - Fica autorizada a cr iação do Conselho Municipal de Proteção dosAnimais — CMPA, órgão colegiado, consult ivo e mult idiscipl inar cujo objetivo principalé promover o auxíl io ao cumprimento da PMPA.

Art. 5° - São atr ibuições do CMPA:

I — auxiliar a Administração em projetos que visem à proteção aos animais no município;

II – opinar sobre planos e projetos apresentados pelo poder público, que visem à proteção e àpreservação da saúde animal;

III – promover a integração do Conselho com entidades ligadas a organismos de proteção de animaisno município, visando a auxiliar a consecução do Plano Municipal de Promoção e Defesa dos Animais;

IV – fiscalizar a execução de um Plano Municipal de Promoção e Defesa dos Animais;

V – proporcionar a realização de cursos, palestras, exposições, concursos, festividades, conferências,encontros e seminários que tratem prioritariamente da proteção aos animais;

VI – opinar sobre Política Municipal de Proteção Animal;

VII – fiscalizar a execução da Política Municipal de Proteção Animal;

VIII – promover, incentivar e proteger as manifestações em prol da defesa dos animais.

Art. 6° - O CMPA terá a seguinte composição:

I — um representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente;

II — um representante da Secretaria Municipal de Saúde;

III — um representante da Sub secretaria Municipal de Agricultura;

IV — um representante do órgão municipal de Vigilância Sanitária;

V — um representante do Conselho Regional de Medicina Veterinária

VI — um representante da Guarda Municipal;

VII — um representante do Conselho Regional de Biologia;

VIII — um representante do Poder Legislativo

IX — um representante da Comissão de Direito Ambiental da Ordem dos Advogados do Brasil — Seçãodo Estado do Rio de Janeiro – Subseção São Gonçalo;

X — seis representantes de Organizações da sociedade civil, que possuam notório trabalho na proteçãoaos animais

Parágrafo único - Os representantes da sociedade civi l serão convidados poreditais, observada a efetiva prática na defesa animal.

Art. 7° - Os representantes, t itular e suplente, dos órgãos e ent idades, serãoindicados pelas respect ivas instituições e nomeados pelo Chefe do Executivo.

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Parágrafo único - Caso não haja indicação por parte de algumas entidadesrepresentativas, governamentais ou não, o CMPA decidirá as providências, de acordocom o seu Regimento Interno.

Art. 8º - O mandato dos conselheiros será de dois anos, permit ida umarecondução.

Art. 9º - Os membros do CMPA que não comparecerem a três reuniões numprazo de doze meses perderão o mandato, devendo ser informado, de imediato, oórgão ou entidade que os indicou, para, num prazo de quinze dias, providenciar asubst ituição.

Parágrafo único - Em caso de não haver providências quanto ao disposto nocaput deste art igo, deverá o Presidente do CMPA, em conformidade com o RegimentoInterno, providenciar os procedimentos para substituição das ent idades irregulares.

Art. 10 - O mandato dos membros do CMPA será exercido gratuitamente, ficandoexpressamente vedada a concessão de qualquer tipo de remuneração, vantagem ou benefício denatureza pecuniária.

Parágrafo único - Ao membro integrante do CMPA, ao final de seu mandato, seráconcedido certificado de reconhecimento por relevantes serviços prestados à causa animal eao Município de São Gonçalo.

Art. 11 - O CMPA poderá constituir comissões permanentes ou provisórias, que terãosuas funções especificadas no Regimento Interno.

Art. 12 - O CMPA elaborará o seu Regimento Interno dentro de sessenta dias da nomeaçãodos seus membros.

§ 1.º - O CMPA reunir-se-á ordinariamente uma vez por mês e, extraordinariamente, na formaque dispuser seu Regimento Interno.

§ 2.º - A convocação será feita por escrito, com antecedência mínima de oito dias para assessões ordinárias e de vinte e quatro horas para as extraordinárias.

§ 3.º - As decisões do CMPA serão tomadas com aprovação da maioria simples de seusmembros, com presença de, no mínimo, cinqüenta por cento dos membros, contando com oPresidente, que terá o voto de qualidade.

§ 4º - Nas reuniões para aprovação ou alteração relevante do Regimento Interno epara a eleição da Diretoria do CMPA, o quorum mínimo será de dois terços dos membros.

Art. 13 - Na primeira reunião de cada gestão, o CMPA indicará à nomeação pelo Chefe doExecutivo, dentre seus membros, a sua diretoria eleita, composta de presidente, vice-presidente esecretário, que tomarão posse na mesma reunião, observadas as seguintes competências:

I – ao presidente, presidir as reuniões do CMPA, fazer cumprir as suas resoluções e supervisionar suasatividades;

II – ao vice-presidente, substituir o presidente em suas ausências ou impedimentos;

III – ao secretário, registrar as reuniões do CMPA e da Diretoria e exercer as demais funçõesda secretaria.

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Art. 14 - Em benefício de seu pleno funcionamento, o CMPA contará com acolaboração do Poder Executivo, mediante o apoio administrativo e de infra-estrutura, epoderá solicitar a colaboração de órgãos especializados.

Art. 15 - Para fins de operacionalização da PMPA, consideram-se os seguintes conceitos:

I — ferir: praticar ação que produza chaga, fratura ou contusão; ofender fisicamente ou alterar tecidosno organismo por causa mórbida ou traumática;

II — mutilar: privar de qualquer parte do corpo de forma a comprometer a fisiologia ou ocomportamento usual do animal, ou privar de algum órgão, membro do corpo ou parte dele, comexceção de práticas científicas e zootécnicas usuais para a espécie e permitidas pela legislação federalvigente;

III — abandonar: eximir-se da responsabilidade pelo cuidado de um animal sob sua guarda, sem havertransferido essa responsabilidade para outra pessoa ou instituição em condições de fazê-lo, com odevido consentimento;

IV — bem-estar animal: característica animal mensurável cientificamente a partir deconhecimento prévio da biologia do animal e dos métodos usados por ele para manter suahomeostase comportamental; psicológica, inclusive.

Art. 16 - A presente Lei não se aplica aos animais nocivos capazes de ocasionarprejuízos ao meio ambiente, à saúde pública e à agricultura, assim caracterizado pelaautoridade competente, esgotados os métodos preventivos e expressamente determinada ainexistência de meios eficientes de extermínio que não impliquem maus-tratos.

Art. 17 - Toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteçãoe recuperação dos animais é considerada infração administrativa contra os animais e será punida comas sanções desta Lei, sem prejuízo da aplicação de outras penalidades previstas na legislação federal eestadual, incluído o ato de abuso e maus-tratos consistente nas seguintes ações:

I — no âmbito geral:

a) praticar ato de crueldade a qualquer animal;

b) golpear, ferir ou mutilar qualquer órgão, tecido de economia, exceto a esterilização ou outrosprocedimentos cirúrgicos praticados em benefício do animal, realizados por profissional legalmentehabilitado ou quando previsto em legislação específica;

c) privar os animais de receber água, alimento e abrigo das intempéries, em desacordo com suasnecessidades etológicas, observando as exigências peculiares de cada espécie;

d) privar os animais de instalações que atendam às condições ambientais, de higiene,comodidade, circulação de ar e temperatura adequadas, observando as exigências peculiares de cadaespécie;

e) submetê-los, por ação ou omissão, a situações e práticas que ameacem sua integridade físicaou emocional, resultando em lesão, ferimento ou mutilação, medo, dor ou sofrimento, ou osimpossibilitem de satisfazer suas necessidades etológicas, a menos que tal ação seja necessária paramelhoria das condições de sua saúde e bem-estar ou seja prevista em legislação específica;

f) abandonar, em qualquer situação, animal sob sua responsabilidade;

g) deixar de dar morte rápida e livre de sofrimentos a todo animal cuja morte sejacomprovadamente necessária;

h) provocar a morte do animal, sem interferência médico-veterinária, comprovada por meio delaudo específico que ateste a sua necessidade, salvo os casos previstos na legislação vigente;

i) deixar de socorrê-los ou buscar socorro, no caso de atropelamento ou acidentes, quando autorda ocorrência;

j) expor os animais de cativeiro ou de vida livre, em unidades de conservação, locais de visitação

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pública ou qualquer outro onde se mantém animal cativo, a situação vulnerável ao atirar contra elesobjetos ou alimentos;

II – no âmbito específico:

a) utilizá-los em serviços, competições, torneios ou quaisquer outras práticas de esportes quandojovens demais, velhos, enfermos, feridos sem condições físicas adequadas ou em avançado período deprenhez ou incubação, que corresponda ao terço final da gestação ou choco;

b) manejá-los ou utilizá-los em serviços ou para a prática de esportes, sem as cautelas eapetrechos indispensáveis a sua proteção e bem-estar;

c) manejá-los sem os apetrechos que os defendam de acidentes, escoriações, contusões ouferimento;

d) adestrá-los com métodos que os submetam a sofrimento ou dor ou com o uso de coação,medo, instrumentos, truques ou substâncias que possam causar alteração comportamental, ferimentoou morte;

e) promover feiras de filhotes ou expô-los à venda em qualquer local, sem que estejamdevidamente imunizados com todas as doses de vacina estipuladas pelo Conselho Federal de MedicinaVeterinária — CFMV;

f) utilizar animais como brinde, doando-os em mercados, feiras, exposições e eventos similares;

g) vender ou doar animais a criança ou adolescente desacompanhado de seu responsável legal;

h) promover, permitir, patrocinar, incitar, participar ou compactuar com competições, diversões eexibições entre animais, ou esses e os seres humanos, que causem sofrimento físico ou psicológico,bem como em lutas, rinhas, farras-do-boi, vaquejada, touradas e similares, ou ainda em treinamento eapostas para tais fins;

i) fornecer animal vivo à alimentação de outros animais, sem justificativa técnica;

j) promover o sacrifício religioso de animais com sofrimento;

l) deixar de empregar práticas zootécnicas e humanitárias que evitem situações de maus-tratos,abuso ou crueldade no manejo, criação e abate de animais de produção;

m) obrigar animal, por meios mecânicos, químicos ou outros métodos a comer além de suacapacidade, a não ser em casos de procedimentos zootécnicos ou veterinários realizados para o bemexclusivo do animal;

n) deixar de ordenhar animal de aptidão leiteira, em período de lactação e que não estejaamamentando, por mais de vinte e quatro horas ou fazê-lo de forma inadequada, com aparelhoinapropriado ou desregulado;

o) na preparação de animais para o consumo e uso, não promover a sua dessensibilização prévia,quando existirem métodos eficientes para isso, ou promover sangria que não seja para finsveterinários, exceto em sistemas industriais de abate;

p) promover o abate de animais para o consumo ou por motivo sanitário em descordo com oprevisto na legislação específica;

q) descer ladeiras com veículos de tração animal sem utilização dos respectivos dispositivos defrenagem nas rodas;

r) amarrar animais à cauda de outros;

s) transportar animais em recintos desproporcionais ao seu tamanho ou sem arejamentosuficiente, bem como mantê-los embarcados por mais de doze horas sem água e alimento;

t) deixar de usar, quando com carga, em veículos de duas rodas de tração animal, escora ousuporte, tanto na parte dianteira quanto na traseira, quando o veículo estiver parado;

u) realizar experiências com animais para fins comerciais, de propaganda armamentistae outros que não sejam de cunho científico-humanitário.

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Art. 18 - As infrações administrativas contra a fauna são punidas com as seguintes sanções:

I — advertência;

II — multa simples;

III — multa diária;

IV — apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna, instrumentos, petrechos,equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;

V — destruição ou inutilização do produto;

VI — suspensão de venda e fabricação do produto;

VII — embargo de obra ou atividade;

VIII — demolição de obra;

IX — suspensão parcial ou total das atividades;

X — restritiva de direitos;

XI — reparação dos danos causados.

§ 1.º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas,cumulativamente, as sanções a elas cominadas.

§ 2.º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta Lei e da legislaçãoem vigor, sem prejuízo das demais sanções previstas neste artigo.

§ 3.º A multa simples de, no mínimo, 50 (cinqunta) UFISG's e, no máximo, de R$ 1000 (hummil) UFISG's, sendo aplicadas sempre que o agente, por culpa ou dolo:

I — advertido, por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las no prazo assinaladona legislação;

II — opuser embaraço à fiscalização dos agentes designados.

§ 4.º A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e conservaçãoda fauna e na recuperação da qualidade do meio ambiente.

§ 5.º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração se prolongar notempo, até a sua efetiva cessação.

§ 6.º A apreensão, destruição ou inutilização referidas nos incisos IV e V do caput deste artigoobedecerão ao seguinte:

I — os animais, produtos, subprodutos, instrumentos, petrechos, equipamentos, veículos eembarcações de pesca, objeto de infração administrativa serão apreendidos, lavrando-se os respectivostermos;

II — os animais apreendidos terão a seguinte destinação:

a) libertados em seu habitat natural, após verificação da sua adaptação às condições de vidasilvestre;

b) entregues a jardins zoológicos, fundações ambientalistas ou instituições cuja finalidadeestatutária seja a proteção animal, desde que fiquem sob a responsabilidade de técnicos habilitados;

III — todos os animais apreendidos deverão ser avaliados por um veterinário, esterilizados e receberãotratamento médico-veterinário, se necessário, e encaminhados para adoção;

IV — os produtos e subprodutos perecíveis apreendidos pela fiscalização serão avaliados e doados pelaautoridade competente às instituições científicas, hospitalares, penais, militares, públicas e outras comfins beneficentes, bem como às comunidades carentes, lavrando-se os respectivos termos, sendo que,no caso de produtos não perecíveis, estes serão destruídos ou doados a instituições científicas,culturais ou educacionais;

V — os produtos e subprodutos de que tratam os incisos anteriores, não retirados pelo beneficiário noprazo estabelecido no documento de doação, sem justificativa, serão objeto de nova doação ou leilão, a

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critério do órgão ambiental, revertendo os recursos arrecadados para a preservação e conservação dafauna e melhoria e qualidade da política municipal de proteção animal, correndo os custos operacionaisde depósito, remoção, transporte, beneficiamento e demais encargos legais à conta do beneficiário

VI —; fica proibida a transferência a terceiros, a qualquer título, dos animais, produtos, subprodutos,instrumentos, petrechos, equipamentos, veículos e embarcações de pesca, de que trata este parágrafo,salvo na hipótese de autorização da autoridade competente;

VII — a autoridade competente encaminhará cópia dos termos de que trata este parágrafo aoMinistério Público, para conhecimento.

§ 7.º As sanções restritivas de direito aplicáveis às pessoas físicas ou jurídicas são:

I — suspensão de registro, licença, permissão ou autorização;

II — cancelamento de registro, licença, permissão ou autorização;

III — proibição de contratar com a Administração Pública pelo período de até três anos.

§ 8.º Independentemente de existência de culpa, é o infrator obrigado à reparação dodano causado ao meio ambiente, afetado por sua atividade.

Art. 19 - As infrações descritas no art. 17 serão apuradas mediante processoadministrativo próprio, que terá início com a lavratura de Auto de Infração pela SecretariaMunicipal de Meio Ambiente em conjunto com a lavratura de laudo técnico expedido pelaCMPA.

Art. 20 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

São Gonçalo, de setembro de 2011

Vereador Marlos Costa

Justificativa:

A política municipal carece de um dispositivo e de uma ordem legal capazes de disciplinar,regrar e estabelecer as ações referentes à proteção dos animais.

As condutas de maus-tratos ficam, hodiernamente, sob o condão da conceituação técnica ediscricionária de peritos e profissionais liberais, que, de acordo com a conveniência, patrocínio e melhortécnica, avaliam as condutas e as tipificam de acordo com a semântica do caso. De outra sorte, amunicipalidade ainda não possui uma política de proteção aos animais.

Diante das carência e lacuna de ordem legal, torna-se imprescindível na esfera damunicipalidade a criação de uma política de proteção e defesa dos animais, observando e cumprindo osditames da política municipal de meio ambiente.

Nos precisos termos do art. 30, incisos I e II, da Constituição Federal — CF, o Município estáamplamente respaldado, pela competência legislativa, para editar dispositivos legais capazes decomplementar e mesmo suplementar a legislação federal e estadual referente ao tema.

De outra sorte, a exigência do permissivo constitucional restringe-se ao interesse local.Interesse este que pode ser comprovado pela manifesta ausência de tipificação e normalização nasesferas federais e estaduais da conduta de maus-tratos. Este fato, por si só, já respalda amunicipalidade quanto a sua competência legislativa para instituir uma política de proteção aosanimais, observada a política municipal de meio ambiente e ainda as leis municipais sobre fauna jáexistentes.

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O interesse local, requisito básico ao exercício da competência legislativa suplementarmunicipal, conforme o disposto nos incisos I e II do art. 30 da CF, está plenamente respaldado pelaausência no município de uma política de proteção aos animais e ainda pela ausência manifesta de umdispositivo legal capaz de tipificar e reprimir as condutas que podem ser classificadas como maus-tratose crueldade aos animais.

Em face do crescimento da demanda de ações que envolvem interações entre os cidadãos emoradores da urbe, a prática de maus-tratos e os atos de crueldade aos animais não podem mais ficarsob a avaliação individual e cognitiva de um técnico. As condutas que representam maus-tratos ecrueldade aos animais devem estar amplamente expostas em dispositivos de ordem legal, de maneiraque se possa eliminar definitivamente lacunas que impedem o cumprimento do dispositivo legalrepressivo.