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Nº da proposição 00118/2015 Data de autuação 02/06/2015 Assunto principal: PROPOSIÇÕES Assunto: PROJETO DE LEI Autor: BRUNO PEDROSA Ementa: DISPÕE SOBRE O ATENDIMENTO PRIORITÁRIO NO TRATAMENTO DE ORTODONTIA NOS CENTRO DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS REGIONAIS (CEO) PARA ALUNOS DA REDE DE ENSINO DO ESTADO DO CEARÁ,E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. Comissão temática: COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E REDAÇÃO COMISSÃO DE EDUCAÇÃO COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E SAÚDE COMISSÃO DE TRAB. ADM. E SERVIÇO PÚBLICO

Projeto de Lei - atendimento prioritário em ortodontia

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Projeto de Lei do deputado Bruno Pedrosa dispõe sobre o atendimento prioritário no tratamento de ortodontia nos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) para alunos da rede de ensino do estado do Ceará. Por meio do Programa Brasil Sorridente, foram criados os Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) em todo o Brasil, como sendo centro de referência para a realização de atendimentos mais graves. A Constituição Federal estabelece em seu art. 196, caput, que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”.

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Page 1: Projeto de Lei - atendimento prioritário em ortodontia

Nº da proposição00118/2015

Data de autuação02/06/2015

Assunto principal: PROPOSIÇÕESAssunto: PROJETO DE LEI

Autor: BRUNO PEDROSA

Ementa:

DISPÕE SOBRE O ATENDIMENTO PRIORITÁRIO NO TRATAMENTO DE ORTODONTIA NOSCENTRO DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS REGIONAIS (CEO)PARA ALUNOS DA REDE DE ENSINO DO ESTADO DO CEARÁ,E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

Comissão temática:

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E REDAÇÃOCOMISSÃO DE EDUCAÇÃOCOMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E SAÚDECOMISSÃO DE TRAB. ADM. E SERVIÇO PÚBLICO

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  Nº do documento:  (S/N)  Tipo do documento:  PROJETO DE LEI

  Descrição:  DISPÕE SOBRE O ATENDIMENTO PRIORITÁRIO NO TRATAMENTO DE ORTODONTIA NOS CENTRO DEESPECIALIDADES

  Autor:  99574 - BRUNO PEDROSA

  Usuário assinador:  99574 - BRUNO PEDROSA

  Data da criação:  26/05/2015 10:30:37  Data da assinatura:  01/06/2015 11:03:15

GABINETE DO DEPUTADO BRUNO PEDROSA

AUTOR: BRUNO PEDROSA

PROJETO DE LEI01/06/2015

Dispõe sobre o atendimento prioritário no tratamento deortodontia nos Centro de Especialidades Odontológicasregionais (CEO) para alunos da rede de ensino do Estado doCeará, dá outras providências.

 

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ decreta:

Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a implantar o atendimento prioritário no tratamento deortodontia nos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) para os alunos da educação básica darede estadual de ensino.

Art. 2º A área de abrangência no atendimento prioritário aos alunos da rede estadual de ensino pelosCentros de Especialidades Odontológicas Regionais será dos municípios que compõem cadaMicrorregião Administrativa.

Art. 3º O Poder Executivo regulamentará os critérios para a implantação do disposto nesta desta Lei.

Art. 4º Esta lei entra em vigor, 60(sessenta) dias após sua publicação.

            

Sala das Sessões da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, em 25 de maio  de 2015.

 

 

JUSTIFICATIVA

A presente proposição visa implantar o atendimento prioritário no tratamento de ortodontia nos Centrosde Especialidades Odontológicas (CEOs) para os alunos da educação básica da rede estadual de ensino.

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O Programa Brasil Sorridente, criado em 2004, faz parte da  Política Nacional de Saúde Bucal. É umprograma do governo federal que tem mudado a atenção da saúde bucal no Brasil, de modo a garantirações de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal da população brasileira. O Brasil Sorridentereúne uma série de ações para ampliação do acesso ao tratamento odontológico gratuito, através doSistema Único de Saúde (SUS).

Por meio do Programa Brasil Sorridente, foram criados os Centros de Especialidades Odontológicas(CEOs) em todo o Brasil, como sendo centro de referência para a realização de atendimentos mais graves.

Sua regulamentação se deu por meio da Portaria nº 1570/GM, de 29 de julho de 2004, do Ministério daSaúde, que estabelece critérios, normas e requisitos para implantação de Centros de EspecialidadesOdontológicas - CEO.

Por sua vez, a Portaria nº 1571/GM, de 29 de julho de 2004, do Ministério da Saúde, estabelece osrequisitos para o financiamento dos Centros de Especialidades Odontológicas.

Assim, com base nas portarias acima mencionadas, foi implantado no Brasil o Centro de EspecialidadeOdontológica (CEO), por meio de parceria, entre os Estados, Municípios e Governo Federal/Ministérioda Saúde.

Ressalte-se que a Portaria nº 718, de 20 de dezembro de 2010, do Ministério da Saúde, ampliou asespecialidades odontológicas passando a financiar o tratamento de ortodontia para qualquer usuário doSistema Único de Saúde, antes o financiamento pelo SUS era tão somente para pacientes com anomalias.

Com essa realidade implantada pelo Programa Brasil Sorridente/Ministério da Saúde, o Estado do Cearáapoia os consórcios Públicos de Saúde como estratégia de gestão nos Centros de EspecialidadesOdontológicas Regionais.

Ressalte-se que a política de consórcios favorece a divisão de responsabilidades entre gestores municipaisde uma determinada microrregião e de apoio do Estado para a solução de problemas de saúde maiscomplexos.

Para o Estado é uma estratégia de gestão que fortalece a regionalização, compartilha custos e organiza,amplia, qualifica e facilita o acesso aos serviços de saúde bucal.

O Governo do Estado participa dos consórcios em todas as regionais de saúde e entra com, no mínimo40% (quarenta por cento) do custeio de cada Centro de Especialidades Odontológicas (CEO). Os custeiosrestantes são rateados entre os municípios, com a participação da União.

Os Centros de Especialidades Odontológicas hoje é uma realidade no sistema público de saúde e segundoinformação da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, atualmente o Estado conta com 25 Centros, sendo22 Regionais e 03 de Gestão Municipal/convênio com o Estado.

Por outro lado a Constituição Federal estabelece em seu art. 196, , que “A saúde é direito de todos ecaputdever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco dedoença e de outros agravos e ao para a promoção,acesso universal e igualitário às ações e serviçosproteção e recuperação”.

Já a Constituição Estadual dispõe no art. 245, caput, que “A saúde é direito de todos e dever do Estado,garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à eliminação de doenças e outros agravos eao ”.acesso universal e igualitário às suas ações e serviços

Entretanto, determina o art. 208, inciso VII da Constituição Federal, in verbis:

“ . O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:Art. 208

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“ – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio deVIIprogramas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência

”.à saúde

Portanto, o art. 208, inciso VII, da Constituição Federal é norma que estabelece o dever do Estado emprestar assistência suplementar à saúde do educando, na educação básica.

Por sua vez, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional também contempla os programassuplementares de assistência à saúde, ao educando, determinando ser dever do Estado colocá-los emprática (Lei nº 9.394/1996, art 4º e incisos I, a,b,c e VIII).

Já a Lei nº 8.069/1990 que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe em seu art. 4º, , parágrafo único e alíneas a, b, c e d, in verbis:caput

“ É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder públicoArt. 4ºassegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, , àà saúdealimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;

b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;

c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção àinfância e à juventude”.

 

Nesse sentido, o conjunto de normas acima mencionado prevê, no plano teórico, medidas suficientes paraformação de políticas públicas de promoção da saúde da criança e do adolescente escolar, comoestabelecido na Lei Fundamental.

A grande relevância desta forma de assistência é permitir o fácil acesso das crianças e adolescentes aosserviços de saúde, sem que tenham que passar por longas filas de espera por atendimento no SistemaÚnico de Saúde.

É importante destacar que a própria Constituição Estadual no seu art. 248, caput e incisos XVII e XXIV,atribui competência ao Sistema Único Estadual de Saúde, promover a implantação de centros dereabilitação de ortodontia e criar, na área de saúde, programa de assistência médico-odontológica àscrianças de zero a seis anos e a jovens.

Portanto, entendemos com base nos dispositivos legais e constitucionais acima mencionados que o Estadopoderá disponibilizar o atendimento prioritário de tratamento de ortodontia nos Centros de EspecialidadesOdontológicas Regionais, para os alunos da rede estadual de ensino.

Assim sendo, o objetivo principal da nossa indicação é levar um maior número de atendimento aos nossosalunos da rede publica de educação e consequentemente o resgate de sua autoestima.

Em face ao exposto, contamos com o apoio dos Excelentíssimos Deputados para aprovação deste projetode lei, que é de grande relevância e alcance social, e uma vez aprovado e transformado em lei, resultaráno atendimento de muitos jovens e adolescentes que não tem acesso a tratamentos de ortodontia.

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Assim, submetemos à consideração do Plenário desta Casa Legislativa a presente indicação, nos moldesdo art. 215 da Resolução nº 389, de 11 de dezembro de 1996, e suas alterações.                   

BRUNO PEDROSA

DEPUTADO (A)

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  Nº do documento:  (S/N)  Tipo do documento:  DESPACHO

  Descrição:   LEITURA NO EXPEDIENTE

  Autor:  99007 - ALBERTO PORTELA

  Usuário assinador:  99078 - SÉRGIO AGUIAR

  Data da criação:  03/06/2015 11:32:52  Data da assinatura:  05/06/2015 09:52:54

PLENÁRIO

DESPACHO05/06/2015

LIDO NA 57ª (QUINQUAGÉSIMA SÉTIMA) SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃOLEGISLATIVA DA VIGÉSIMA NONA LEGISLATURA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DOESTADO DO CEARÁ, EM 03 DE JUNHO DE 2015.

CUMPRIR PAUTA.

SÉRGIO AGUIAR

1º SECRETÁRIO

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  Nº do documento:  (S/N)  Tipo do documento:  INFORMAÇÂO

  Descrição:   ENCAMINHE-SE À PROCURADORIA

  Autor:  17714 - ANNA LUISA JORGE GURGO SALICE

  Usuário assinador:  17714 - ANNA LUISA JORGE GURGO SALICE

  Data da criação:  08/06/2015 07:51:08  Data da assinatura:  08/06/2015 07:51:07

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO JUSTIÇA E REDAÇÃO

INFORMAÇÂO08/06/2015

COMISSÕES TÉCNICAS CÓDIGO: FQ-COTEC-034-00

FORMULÁRIO DE PROTOCOLO PARA

PROCURADORIA

DATA EMISSÃO: 27/04/2012

DATA REVISÃO: 27/04/2012

ITEM NORMA: 7.2

 

MATÉRIA:

MENSAGEM N°PROJETO DE LEI N° 118/2015.PROJETO DE INDICAÇÃO N°.PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N°PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N°.PROPOSTA DE EMENDA CONSTITUCIONAL N°.PROJETO DE RESOLUÇÃO N°

AUTORIA: DEPUTADO BRUNO PEDROSA

 

 Encaminha-se à Procuradoria para emissão de parecer.

Comissão de Constituição, Justiça e Redação.

ANNA LUISA JORGE GURGO SALICE

ASSESSOR (A) DA COMISSÃO

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  Nº do documento:  (S/N)  Tipo do documento:  DESPACHO

  Descrição:   PL 118/2015 - DISTRIBUIÇÃO PARA ANÁLISE/PARECER.

  Autor:  99281 - FRANCISCO JOSE MENDES CAVALCANTE FILHO

  Usuário assinador:  99281 - FRANCISCO JOSE MENDES CAVALCANTE FILHO

  Data da criação:  19/06/2015 10:58:30  Data da assinatura:  19/06/2015 10:58:28

CONSULTORIA TÉCNICO JURÍDICA

DESPACHO19/06/2015

À Dra. Andréa Albuquerque de Lima para, assessorada por Raphael Moreira Coutinho, proceder análise eemitir parecer.

FRANCISCO JOSE MENDES CAVALCANTE FILHO

DIRETOR DA CONSULTORIA TÉCNICO JURÍDICA

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  Nº do documento:  (S/N)  Tipo do documento:  PARECER DA PROCURADORIA (2 ASSINATURAS)

  Descrição:   PL 118/2015 DEPUTADO BRUNO PEDROSA

  Autor:  99308 - RAPHAEL MOREIRA COUTINHO

  Usuário assinador:  99334 - ANDREA ALBUQUERQUE DE LIMA

  Data da criação:  29/06/2015 15:19:48  Data da assinatura:  30/06/2015 14:44:41

CONSULTORIA TÉCNICO JURÍDICA

PARECER DA PROCURADORIA (2 ASSINATURAS)30/06/2015

PROJETO DE LEI Nº 0118/2015

 AUTORIA: DEPUTADO BRUNO PEDROSA

MATÉRIA: Dispõe sobre o atendimento prioritário no tratamento deortodontia nos Centro de Especialidades Odontológicas regionais (CEO)para alunos da rede de ensino do Estado do Ceará, dá outras providências

 

 

PARECER

     Submete-se à apreciação da Procuradoria desta Casa de Leis, com esteio no Ato Normativo 200/96,em seu art. 1º, inciso V, a fim de emitir-se parecer técnico quanto à sua constitucionalidade, legalidade,juridicidade e regimentalidade, o , de autoria do Excelentíssimo SenhorProjeto de Lei nº 0118/2015Deputado , que BRUNO PEDROSA “Dispõe sobre o atendimento prioritário no tratamento deortodontia nos Centro de Especialidades Odontológicas regionais (CEO) para alunos da rede de ensinodo Estado do Ceará, dá outras providências.”

 

JUSTIFICATIVA

      A presente proposição visa implantar o atendimento prioritário no tratamento de ortodontia nosCentros de Especialidades Odontológicas (CEOs) para os alunos da educação básica da rede estadual deensino.

     O Programa Brasil Sorridente, criado em 2004, faz parte da  Política Nacional de Saúde Bucal. É umprograma do governo federal que tem mudado a atenção da saúde bucal no Brasil, de modo a garantirações de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal da população brasileira. O Brasil Sorridentereúne uma série de ações para ampliação do acesso ao tratamento odontológico gratuito, através doSistema Único de Saúde (SUS).

     Por meio do Programa Brasil Sorridente, foram criados os Centros de Especialidades Odontológicas(CEOs) em todo o Brasil, como sendo centro de referência para a realização de atendimentos mais graves.

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     Sua regulamentação se deu por meio da Portaria nº 1570/GM, de 29 de julho de 2004, do Ministérioda Saúde, que estabelece critérios, normas e requisitos para implantação de Centros de EspecialidadesOdontológicas - CEO.

     Por sua vez, a Portaria nº 1571/GM, de 29 de julho de 2004, do Ministério da Saúde, estabelece osrequisitos para o financiamento dos Centros de Especialidades Odontológicas.

  Assim, com base nas portarias acima mencionadas, foi implantado no Brasil o Centro de EspecialidadeOdontológica (CEO), por meio de parceria, entre os Estados, Municípios e Governo Federal/Ministérioda Saúde.

     Ressalte-se que a Portaria nº 718, de 20 de dezembro de 2010, do Ministério da Saúde, ampliou asespecialidades odontológicas passando a financiar o tratamento de ortodontia para qualquer usuário doSistema Único de Saúde, antes o financiamento pelo SUS era tão somente para pacientes com anomalias.

     Com essa realidade implantada pelo Programa Brasil Sorridente/Ministério da Saúde, o Estado doCeará apoia os consórcios Públicos de Saúde como estratégia de gestão nos Centros de EspecialidadesOdontológicas Regionais.

    Ressalte-se que a política de consórcios favorece a divisão de responsabilidades entre gestoresmunicipais de uma determinada microrregião e de apoio do Estado para a solução de problemas de saúdemais complexos.

    Para o Estado é uma estratégia de gestão que fortalece a regionalização, compartilha custos e organiza,amplia, qualifica e facilita o acesso aos serviços de saúde bucal.

    O Governo do Estado participa dos consórcios em todas as regionais de saúde e entra com, no mínimo40% (quarenta por cento) do custeio de cada Centro de Especialidades Odontológicas (CEO). Os custeiosrestantes são rateados entre os municípios, com a participação da União.

    Os Centros de Especialidades Odontológicas hoje é uma realidade no sistema público de saúde esegundo informação da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, atualmente o Estado conta com 25Centros, sendo 22 Regionais e 03 de Gestão Municipal/convênio com o Estado.

   Por outro lado a Constituição Federal estabelece em seu art. 196, caput, que “A saúde é direito de todose dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco dedoença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção,proteção e recuperação”.

    Já a Constituição Estadual dispõe no art. 245, caput, que “A saúde é direito de todos e dever do Estado,garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à eliminação de doenças e outros agravos eao acesso universal e igualitário às suas ações e serviços”.

    Entretanto, determina o art. 208, inciso VII da Constituição Federal, in verbis:

“Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

“VII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio deprogramas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação eassistência à saúde.”

     Portanto, o art. 208, inciso VII, da Constituição Federal é norma que estabelece o dever do Estado emprestar assistência suplementar à saúde do educando, na educação básica.

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    Por sua vez, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional também contempla os programassuplementares de assistência à saúde, ao educando, determinando ser dever do Estado colocá-los emprática (Lei nº 9.394/1996, art 4º e incisos I, a,b,c e VIII).

     Já a Lei nº 8.069/1990 que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe em seu art. 4º,caput, parágrafo único e alíneas a, b, c e d, in verbis:

“Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder públicoassegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, àalimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;

b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;

c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção àinfância e à juventude.”

    Nesse sentido, o conjunto de normas acima mencionado prevê, no plano teórico, medidas suficientespara formação de políticas públicas de promoção da saúde da criança e do adolescente escolar, comoestabelecido na Lei Fundamental.

    A grande relevância desta forma de assistência é permitir o fácil acesso das crianças e adolescentes aosserviços de saúde, sem que tenham que passar por longas filas de espera por atendimento no SistemaÚnico de Saúde.

    É importante destacar que a própria Constituição Estadual no seu art. 248, caput e incisos XVII eXXIV, atribui competência ao Sistema Único Estadual de Saúde, promover a implantação de centros dereabilitação de ortodontia e criar, na área de saúde, programa de assistência médico-odontológica àscrianças de zero a seis anos e a jovens.

    Portanto, entendemos com base nos dispositivos legais e constitucionais acima mencionados que oEstado poderá disponibilizar o atendimento prioritário de tratamento de ortodontia nos Centros deEspecialidades Odontológicas Regionais, para os alunos da rede estadual de ensino.

    Assim sendo, o objetivo principal da nossa indicação é levar um maior número de atendimento aosnossos alunos da rede publica de educação e consequentemente o resgate de sua autoestima.

    Em face ao exposto, contamos com o apoio dos Excelentíssimos Deputados para aprovação desteprojeto de lei, que é de grande relevância e alcance social, e uma vez aprovado e transformado em lei,resultará no atendimento de muitos jovens e adolescentes que não tem acesso a tratamentos de ortodontia.

 

 

II – ASPECTOS LEGAIS

    A Constituição Federal, assim estabelece:

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“Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa doBrasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,todos autônomos, nos termos desta Constituição”.

 

    A Constituição Federal estabelece diferentes autonomias no seu texto, que variam bastante na suaamplitude. Desta forma, encontramos as autonomias políticas que caracterizam um federalismo de trêsníveis com a capacidade de auto-organização recebida pelos Municípios e o Distrito Federal, mantida aautonomia política dos Estados Membros ( ).art. 18 CF

  Os entes federados têm sua autonomia caracterizada pela capacidade de elaborar suas Constituições, que

no nível municipal e distrital recebem o nome de leis orgânicas.

 Encontramos ainda na Constituição Federal a previsão de descentralização, meramente administrativas,muito mais restritas que as autonomias políticas que caracterizam a federação, e que podem ocorrer emtodas as suas esferas.

   Dispõe, outrossim, a Carta Magna Federal, em seu art. 25, § 1º, “in verbis”:

“Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis queadotarem, observados os princípios desta Constituição.

§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejamvedadas por esta Constituição”.

 

   Por sua vez, estabelece a Carta Magna Estadual, em seu artigo 14, incisos I e IV:

“Art. 14. O Estado do Ceará, pessoa jurídica de direito público interno,exerce em seu território as competências que, explícita ou implicitamente,não lhe sejam vedadas pela Constituição Federal, observados os seguintesprincípios:

I – respeito à Constituição Federal e à unidade da Federação.       

  IV – respeito à legalidade, impessoalidade, à moralidade, à publicidade, àeficiência e à probidade administrativa;

    Nas Constituições Estaduais e nas Leis Orgânicas dos Municípios e do Distrito Federal se encontramos seus poderes, a organização de seu serviço público e a distribuição de competência de seus órgãos,sempre se respeitando os limites da Constituição Federal.

    A Carta Magna Estadual, seguindo o princípio da simetria constitucional e do paralelismo dasformas, estatui em seu artigo 14, incisos I e IV, que o Estado do Ceará, pessoa jurídica de direitopúblico interno, exerce em seu território as competências que, explícita ou implicitamente, não lhe

observados os princípios de respeito à Constituição Federal,sejam vedadas pela Constituição Federal,à unidade da Federação legalidade, impessoalidade, à moralidade, à publicidade, à eficiência e àprobidade administrativa,  respectivamente.

 

III – DA INICIATIVA DAS LEIS

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  A princípio cumpre-nos observar que a iniciativa de Leis, segundo o art. 60, I, da Constituição Estadual,cabe aos Deputados Estaduais.

   Vale ressaltar que a competência acima citada é remanescente ou residual, ou seja, remanesce aosDeputados Estaduais a iniciativa de assuntos não atribuídos às outras pessoas taxativamente

.citadas nos demais incisos do mencionado artigo

   No que concerne a projeto de lei, assim dispõe o art. 58, inciso III, da Carta Estadual, in verbis:

“Art. 58. O processo legislativo compreende a elaboração de:

III – leis ordinárias;

 

   Da mesma forma, dispõem os artigos 196, inciso II, alínea “b”, e 206, inciso II do Regimento Interno daAssembléia Legislativa do Estado do Ceará (Resolução 389 de 11/12/96 - D.O. 12.12.96),respectivamente, abaixo:

“Art. 196. As proposições constituir-se-ão em:

II – projeto:

b) de lei ordinária;

 

Art. 206. A Assembléia exerce a sua função legislativa, além da proposta deemenda à Constituição Federal e à Constituição Estadual, por via de projeto:

II – de lei ordinária, destinado a regular as matérias de competência doPoder legislativo, com a sanção do Governador do Estado;”

 

IV – DA MATÉRIA

   O projeto em análise dispõe sobre o atendimento prioritário no tratamento de ortodontia nos Centros deEspecialidades Odontológicas Regionais (CEO) para alunos da rede de ensino do Estado do Ceará, e dáoutras providências. No entanto observa-se que a propositura em tablado, ao dispor em seu art. 1ºque “Fica o Poder Executivo autorizado a implantar o atendimento prioritário no tratamento deortodontia nos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) para os alunos da educação básica

.da rede estadual de ensino ”, invade competência privativa do Governador do Estado, nos termos, com redação dada pela Emenda Constitucional nºdo art. 60, § 2º, alínea “c”, da Constituição Estadual

61/2009.

“Art. 60. Cabe a iniciativa de leis:

§ 2º. São de iniciativa privativa do Governador do Estado as Leis quedisponham sobre:

c) criação, organização, estruturação e competências das Secretarias deEstado, órgãos e entidades da administração pública direta e indireta,concessão, permissão, autorização, delegação e outorga de serviçospúblicos;”

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    Consoante a doutrina especializada, nos casos de projetos de leis que não impunham qualquerobrigação a um Poder instituído, os mesmos são considerados inconstitucionais por vício de iniciativa.

    Dessa forma, projetos de lei dessa natureza (leis autorizativas/permissivas), redundam em víciode inconstitucionalidade, por colisão com disposições constitucionais, uma vez que, em que pese nãohaver conduta impositiva a outro Poder, a iniciativa legislativa será sempre exclusiva do Chefe doPoder Executivo.

    Há, inclusive, precedente na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, que,em 1994, editou a Súmula nº 01, que assim dispõe: “Projeto de Lei, de autoria do Deputado ouSenador, que autoriza o Poder Executivo a tomar determina providência, que é de sua competênciaexclusiva, é inconstitucional”.

    Projetos de Lei que tratam de algum assunto inserido no art. 60, § 2º da Constituição Estadual e art. 61,§ 1º da Constituição Federal, serão considerados inconstitucionais, sob o ângulo formal, por conter víciode iniciativa, ainda que contenham a expressão “autoriza” ou “permite”.

    Tal vício, inclusive, não pode ser sanado sequer pela sanção do chefe do Poder Executivo posterior,eivando de nulidade o diploma legal assim produzido, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal,nos autos da ADIN nº 1.381/MC/AL.

    A violação à regra constitucional de iniciativa do processo legislativo representa indevida afronta aoprincípio da Separação dos Poderes, nos termos do art. 2º da CF. Assim, quando um membro do PoderLegislativo apresenta projeto de lei que contraria o disposto no art. 61, § 1º da CF/88 e no art. 60, § 2º daCE/89, está, na verdade, usurpando competência deferida, privativamente, ao Chefe do Poder Executivopelas Cartas Federal e Estadual.

    Nesse sentido, a apresentação de projetos de lei autorizativos por membros do Legislativo visacontornar tal inconstitucionalidade, fazendo com que seja aprovado comando legal que não obrigue, masapenas autorize o Poder Executivo a praticar uma determinada ação.

     Embora não haja obrigação de cumprimento, é certo que a Constituição não menciona que ainiciativa privativa do Chefe do Poder Executivo restringe-se às leis impositivas. Dessa forma,qualquer projeto de lei que viole o contido no art. 61, § 1º da CF/88 e art. 60, § 2º da CE/89, comosão os projetos autorizativos, são inconstitucionais.

    Além disso, os projetos autorizativos são injurídicos, na medida em que não veiculam norma a sercumprida por outrem, mas mera faculdade (não solicitada por quem de direito) que pode ou não serexercida por quem as recebe.

    Nesse sentido, REALE (Lições Preliminares de Direito, 27, ed., São Paulo, Saraiva, 2002, p. 163)esclarece o sentido de lei:

 

“Lei, no sentido técnico desta palavra, só existe quando a norma escrita éconstitutiva de direito, ou, esclarecendo melhor, quando ela introduz algode novo com caráter obrigatório no sistema jurídico em vigor, disciplinandocomportamentos individuais ou atividades públicas. (...). Nesse quadro,somente a lei, em seu sentido próprio, é capaz de inovar no Direito jáexistente, isto é, de conferir, de maneira originária, pelo simples fato de suapublicação e vigência, direitos e deveres a que todos devemos respeito.”

 

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    O projeto autorizativo nada acrescenta no ordenamento jurídico, pois não possui caráter obrigatóriopara aquele a quem é dirigido. Apenas autoriza o Poder Executivo a fazer aquilo que já lhe compete fazer,mas não atribui dever ao Poder Executivo de despojar a autorização, nem atribui direito ao PoderLegislativo de cobrar tal uso.

  O Supremo Tribunal Federal, em caso semelhante, julgou procedente Ação Direta deInconstitucionalidade de Lei do Estado do Amapá que concedeu ou autorizou a concessão de vantagempecuniária a certa classe de servidores públicos, senão vejamos:

 

EMENTA: INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Lei nº 740/2003,do Estado do Amapá. Competência legislativa. Servidor Público. Regimejurídico. Vencimentos. Acréscimo de vantagem pecuniária. Adicional deDesempenho a certa classe de servidores. Inadmissibilidade. Matéria deiniciativa exclusiva do Governador do Estado, Chefe do Poder Executivo.Usurpação caracterizada. Inconstitucionalidade formal reconhecida. Ofensaao art. 61, § 1º, II, alínea “a”, da CF, aplicáveis aos estados. Ação julgadaprocedente. Precedentes. É inconstitucional a lei que, de iniciativaparlamentar, conceda ou autorize conceder vantagem pecuniária a certaclasse de servidores públicos. (STF - ADI 3176 / AP – AMAPÁ;Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Julgamento: 30/06/2011, ÓrgãoJulgador: Tribunal Pleno, DJe-150, DIVULG: 04-08-2011 PUBLIC:05-08-2011)

 

    Conclui-se que não pode o legislador estadual deflagrar processo legislativo que envolva assuntoconstante do rol do art. 60, § 2º, da Constituição do Estado do Ceará, ainda que de formaautorizativa, sob pena de flagrante vício de inconstitucionalidade formal, por atentar contra oprincípio da Separação dos Poderes (Art. 2º, CF/88) e da invasão de competência reservada aoPoder Executivo.

    Na verdade, pelo princípio da simetria, compete ao Governador do Estado a direção da administraçãosuperior estadual, bem como a iniciativa legislativa para propor projetos de lei que crie atribuições aórgãos e entidades da Administração Pública.

    Ademais, o projeto em comento impõe obrigação aos Poderes Públicos do Estado do Ceará, hajavista que em seu art. 3º determina que “O Poder Executivo regulamentará os critérios para a implantaçãodo disposto nesta desta Lei.”

  Pode-se observar, dessa forma, que a proposição em análise impõe condutas ao Poder Executivo,ofendendo, portanto, o princípio da Tripartição dos Poderes, princípio geral do DireitoConstitucional e fundamental da Constituição, consagrado no art. 2º da Carta Magna da Repúblicae art. 3º da Constituição Estadual.

   Desta forma, o projeto do nobre parlamentar acabará por interferir na administração daquele poder,ensejando obrigações a Secretarias, cujo comando administrativo toca, exclusivamente, ao Governador doEstado, pelos Secretários respectivos, logicamente.

 

V - CONCLUSÃO

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    Podemos observar que o Projeto de Lei em análise, fere a competência de iniciativa do processolegislativo, pois impõe condutas ao Poder Executivo, ofendendo o princípio da Tripartição dosPoderes, princípio geral do Direito Constitucional e fundamental da Constituição, consagrado noart. 2º da Carta Magna da República e art. 3º da Constituição Estadual.

    Ademais, uma vez que a propositura em comento também possui natureza autorizativa/permissiva,esta revela-se injurídica, na medida em que não veicula norma a ser cumprida por outrem, mas merafaculdade (não solicitada por quem de direito) que pode ou não ser exercida por quem as recebe.

  Ex positis, opinamos à Egrégia Comissão de Constituição, Justiça e Redação pelo parecer à regular tramitação da presente propositura legal.CONTRÁRIO

    É o parecer, salvo melhor juízo,

    CONSULTORIA TÉCNICO-JURÍDICA DA PROCURADORIA DA ASSEMBLÉIALEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ

ANDREA ALBUQUERQUE DE LIMA

CONSULTOR (A) TÉCNICO (A) JURÍDICO

RAPHAEL MOREIRA COUTINHO

CONSULTOR (A) TÉCNICO (A) JURÍDICO

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  Nº do documento:  (S/N)  Tipo do documento:  DESPACHO

  Descrição:   PL 118/2015 - ENCAMINHAMENTO À COORDENADORIA DAS CONSULTORIAS TÉCNICAS.

  Autor:  99281 - FRANCISCO JOSE MENDES CAVALCANTE FILHO

  Usuário assinador:  99281 - FRANCISCO JOSE MENDES CAVALCANTE FILHO

  Data da criação:  30/06/2015 15:54:52  Data da assinatura:  30/06/2015 15:54:59

CONSULTORIA TÉCNICO JURÍDICA

DESPACHO30/06/2015

De acordo com o parecer.

Encaminhe-se ao Senhor Coordenador das Consultorias Técnicas.

FRANCISCO JOSE MENDES CAVALCANTE FILHO

DIRETOR DA CONSULTORIA TÉCNICO JURÍDICA

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  Nº do documento:  (S/N)  Tipo do documento:  DESPACHO

  Descrição:   PROJ DE LEI 118/2015 - ANÁLISE E REMESSA AO PROCURADOR

  Autor:  99313 - WALMIR ROSA DE SOUSA

  Usuário assinador:  99313 - WALMIR ROSA DE SOUSA

  Data da criação:  01/07/2015 16:06:03  Data da assinatura:  01/07/2015 16:06:10

COORDENADORIA DAS CONSULTORIAS TECNICAS

DESPACHO01/07/2015

DE ACORDO COM O PARECER.

ENCAMINHE-SE AO PROCURADOR.

WALMIR ROSA DE SOUSA

COORDENADOR DA PROCURADORIA

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  Nº do documento:  (S/N)  Tipo do documento:  DESPACHO

  Descrição:   P. DE LEI 118/2015 - PARECER - ANÁLISE E REMESSA À CCJR

  Autor:  99649 - RODRIGO MARTINIANO AYRES LINS

  Usuário assinador:  99649 - RODRIGO MARTINIANO AYRES LINS

  Data da criação:  02/07/2015 08:47:42  Data da assinatura:  02/07/2015 08:47:47

GABINETE DO PROCURADOR

DESPACHO02/07/2015

De acordo com o parecer.

Encaminhe-se à Comissão de Constituição, Justiça e Redação.

RODRIGO MARTINIANO AYRES LINS

PROCURADOR

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Page 20: Projeto de Lei - atendimento prioritário em ortodontia

I.

I.

  Nº do documento:  (S/N)  Tipo do documento:  ESTUDO TÉCNICO

  Descrição:   ESTUDO TÉCNICO DA MATÉRIA

  Autor:  17714 - ANNA LUISA JORGE GURGO SALICE

  Usuário assinador:  17714 - ANNA LUISA JORGE GURGO SALICE

  Data da criação:  05/08/2015 09:24:30  Data da assinatura:  05/08/2015 09:30:12

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO JUSTIÇA E REDAÇÃO

ESTUDO TÉCNICO05/08/2015  

COMISSÕES TÉCNICAS CÓDIGO: FQ-COTEC-035-02

ESTUDO TÉCNICO

DATA EMISSÃO: 15/05/2012

DATA REVISÃO: 11/10/2012

ITEM NORMA: 7.2

  

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E REDAÇÃO

PROJETO DE LEI Nº 118/2015

AUTORIA: DEPUTADO BRUNO PEDROSA

EMENTA: DISPÕE SOBRE O ATENDIMENTO PRIORITÁRIO NO TRATAMENTO DEORTODONTIA NOS CENTRO DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS REGIONAIS(CEO) PARA ALUNOS DA REDE DE ENSINO DO ESTADO DO CEARÁ,E DÁ OUTRAS

.PROVIDÊNCIAS

Introdução

Temos ora em comento o Projeto de Lei Nº 118/2015, de autoria do Deputado Bruno Pedrosa, cujoobjetivo é dispor sobre o atendimento prioritário no tratamento de ortodontia nos Centro deEspecialidades Odontológicas Regionais (CEO) para alunos da Rede de Ensino do Estado do Ceará, e dáoutras providências.

Em sua justificativa, o nobre Deputado autor defende que: O objetivo principal da nossa indicação é levarum maior número de atendimento aos nossos alunos da rede publica de educação e consequentemente oresgate de sua autoestima.

Fundamentação

Ao se analisar, primeiramente, o âmbito da constitucionalidade do projeto, nota-se que suas disposiçõesse encontram em consonância com os ditames da Carta Magna, pois conforme consta em seu art. 25, osEstados possuem competência para legislar sobre matérias que não lhes sejam vedadas pela Constituição,como se vê no seguinte trecho transcrito:

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Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis queadotarem, observados os princípios desta Constituição.

§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadaspor esta Constituição.

Portanto, o Projeto se encontra constitucionalmente em ordem, já que a matéria em questão é residual.

 

Observando, porém, o aspecto Constitucional Local, a Carta do Estado preconiza que ao se tratar dematérias que tratam de competências de Secretarias de Estado, como no caso em questão, quedisponibiliza prioridade de atendimento nos Centros de Atendimento de Especialidades OdontológicasRegionais (CEO), a competência será atribuída ao Governador do Estado, conforme consta no art. 60, §2º, alínea c, transcritas abaixo:

Art. 60. Cabe a iniciativa de leis:

(...)

* São de iniciativa privativa do Governador do Estado as leis que disponham§2ºsobre:

(...)

c) criação, organização, estruturação e competências das Secretarias de Estado,órgãos e entidades da administração pública direta e indireta, concessão,permissão, autorização, delegação e outorga de serviços.

As competências da Secretaria da Saúde estão definidas no art. 59 da Lei Estadual 13.875, como se vêabaixo:

Art. 59. A Secretaria da Saúde, como coordenadora e gerenciadora no Estado doSistema Único de Saúde - SUS, compete: formular, regulamentar e coordenar apolítica estadual de saúde; assessorar e apoiar a organização dos SistemasLocais de Saúde; acompanhar e avaliar a situação da saúde e da prestação deserviços; , deprestar serviços de saúde através de unidades especializadasvigilância sanitária e epidemiológica; promover uma política de recursoshumanos, adequada às necessidades do SUS; apropriar-se de novas tecnologias emétodos através de desenvolvimento de pesquisas; integrar e articular parceriascom a sociedade e outras instituições; desenvolver uma política de comunicaçãoe informação, visando a melhoria da qualidade de vida da população;desenvolver outras atribuições correlatas, nos termos do Regulamento;

No mais, cumpre observar que o Poder Legislativo não tem competência para editar lei autorizativa aoPoder Executivo, pois este não tem o condão de lhe atribuir uma conduta, tendo em vista o respeito aoPrincípio da Separação dos Poderes. Dessa forma a lei autorizativa configura como uma redundância ao“autorizar” algo que já é de competência própria do outro Poder.

Em sede regimental, destacamos que não encontramos para o Projeto de Lei em comento razões quedenunciem sua prejudicabilidade. As razões da possível prejudicabilidade encontram-se expostas noartigo 234 do Regimento Interno desta Casa:

Art. 234. Considera-se prejudicada:

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Page 22: Projeto de Lei - atendimento prioritário em ortodontia

I.

I - a discussão ou a votação de qualquer projeto idêntico a outro, que já tenhasido aprovado ou rejeitado na mesma Sessão Legislativa, ou transformado emdiploma legal;

II - a discussão ou a votação de proposição anexa, quando a aprovada ourejeitada, for idêntica ou de finalidade oposta a anexada;

III - a proposição, com as respectivas emendas, que tiver substitutivo aprovado;

IV - a emenda ou subemenda de matéria idêntica a outra, já aprovada ourejeitada;

V - a emenda ou subemenda de matéria idêntica a de outra ou de dispositivos jáaprovados;

VI - a discussão ou votação de qualquer projeto semelhante a outro, consideradoinconstitucional, de acordo com o parecer da Comissão de Constituição, Justiça eRedação.

Parágrafo único. De igual modo, se considera prejudicado o requerimento, coma mesma ou oposta finalidade, de outro já deliberado.

Entende-se, desta forma, que a matéria é de Competência Legislativa do Governador do Estado, pois oprojeto se enquadra na competência das Secretarias de Estado, hipóteses de vedação à iniciativa dosDeputados Estaduais, devendo, portanto, ser proposta e instituída pelo Chefe do Poder Executivo.

Conclusão

Pelo exposto, constata-se que, embora apresentando importância relevante, o Projeto de Lei, por se tratarde lei autorizativa, não se encontra apto a continuar tramitando. Ainda assim, se encontra em desacordocom a Constituição Estadual, art. 60, §2º, alínea “c” visto que a matéria deveria ser proposta peloGovernador do Estado. Nada mais a tratar, finalizamos nosso estudo.

 

ANNA LUISA JORGE GURGO SALICE

ASSESSOR (A) DA COMISSÃO

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  Nº do documento:  (S/N)  Tipo do documento:  MEMORANDO

  Descrição:   DESIGNAR RELATOR

  Autor:  17714 - ANNA LUISA JORGE GURGO SALICE

  Usuário assinador:  99333 - ANTONIO GRANJA

  Data da criação:  05/08/2015 09:31:15  Data da assinatura:  07/08/2015 11:50:08

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO JUSTIÇA E REDAÇÃO

MEMORANDO07/08/2015 

COMISSÕES TÉCNICAS CÓDIGO: FQ-COTEC-021-03

MEMORANDO DE INDICAÇÃO DE RELATOR COM ESTUDO

TÉCNICO

DATA EMISSÃO: 27/04/2012

DATA REVISÃO: 01/04/2013

ITEM NORMA: 7.2

 

(CCJR)

 

A Sua Excelência a Senhora Deputada Rachel Marques

 

Assunto: Designação para relatoria de matéria

 

                   Senhor(a) Deputado(a),

 

1.        Conforme prevê o Art. 65, inciso IV do Regimento Interno desta Casa Legislativa, designamos

Vossa Excelência Relator(a) da referida matéria, lembrando-lhe o prazo regimental de 10 dias para a

apresentação do Parecer (RI. Art. 82, inciso I).

2.           Segue em anexo o estudo realizado pela assessoria técnica da Comissão de Constituição Justiça e

Redação, a fim de contribuir na elaboração do parecer.

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Page 24: Projeto de Lei - atendimento prioritário em ortodontia

3.          Solicitamos, tão logo a matéria seja relatada, encaminhá-la à Comissão para a inclusão em Pauta.

 

 

            Atenciosamente,

 

 

 

 

ANTONIO GRANJA

PRESIDENTE DA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E REDAÇÃO

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  Nº do documento:  (S/N)  Tipo do documento:  PARECER

  Descrição:   PARECER

  Autor:  99033 - RACHEL MARQUES

  Usuário assinador:  99033 - RACHEL MARQUES

  Data da criação:  25/08/2015 09:39:19  Data da assinatura:  25/08/2015 09:39:23

GABINETE DA DEPUTADA RACHEL MARQUES

PARECER25/08/2015

PROPOSIÇÃO Nº 118/2015

AUTORIA: BRUNO PEDROSA

MATÉRIA: DISPÕE SOBRE O ATENDIMENTO PRIORITÁRIO NO TRATAMENTO DEORTODONTIA NOS CENTRO DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS REGIONAIS (CEO)PARA ALUNOS DA REDE DE ENSINO DO ESTADO DO CEARÁ,E DÁ OUTRASPROVIDÊNCIAS.

 

                   DO PARECER

Conforme entendimento já explanado pela consultoria Técnico Jurídica da Procuradoria da AssembleiaLegislativa do Estado do Ceará, tendo demonstrado que a propositura em apreço encontra-se emdesacordo com o art. 2º da Carta Magna da República e art. 3º da Constituição Estadual, ofendendo oprincípio da Tripartição dos Poderes, dá-se à regular tramitação daPARECER DESFAVORÁVELpresente proposição.

RACHEL MARQUES

DEPUTADO (A)

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