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1 PROJETO DE PRODUTO I. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE PRODUTO 1. Conceitos e Importância do Projeto de Produto 1.1.1 CONCEITO DE PRODUTO “Produto é um conjunto de atributos tangíveis e intangíveis que proporciona benefícios reais ou percebidos com a finalidade de satisfazer as necessidades e os desejos do consumidor.” (Semenick e Bamossy) “Produto é qualquer coisa que possa ser oferecida a um mercado para atenção, aquisição, uso ou consumo, e que possa satisfazer a um desejo ou necessidade.” (Kotler e Armstrong) “Produto significa a oferta de uma empresa que satisfaz a uma necessidade.” (McCarthy e Perreault Jr.) 1.1.2 HIPÓTESES DE FUNDAMETAÇÃO DA HIERARQUIA DE NECESSIDADES DO CONSUMIDOR Temos diferentes necessidades que podem ser hierarquizadas segundo sua importância; Procuramos satisfazer a necessidade que nos pareça mais importante; Uma vez satisfeita a necessidade mais importante, procuramos satisfazer a necessidade seguinte.

PROJETO DE PRODUTO - famanet.br · • Desenvolvimento de Produto Integrado (Integrated Product Development Wheel – IPD) – define de uma maneira bastante flexível a integração

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PPRROOJJEETTOO DDEE PPRROODDUUTTOO

I. INTRODUÇÃO AO PROJETO DE PRODUTO

1. Conceitos e Importância do Projeto de Produto

1.1.1 CONCEITO DE PRODUTO

“Produto é um conjunto de atributos tangíveis e intangíveis que proporciona benefícios reais ou percebidos com a finalidade de

satisfazer as necessidades e os desejos do consumidor.” (Semenick e Bamossy)

“Produto é qualquer coisa que possa ser oferecida a um mercado

para atenção, aquisição, uso ou consumo, e que possa satisfazer a um desejo ou necessidade.”

(Kotler e Armstrong)

“Produto significa a oferta de uma empresa que satisfaz a uma necessidade.”

(McCarthy e Perreault Jr.)

1.1.2 HIPÓTESES DE FUNDAMETAÇÃO DA HIERARQUIA DE NECESSIDADES DO CONSUMIDOR

Temos diferentes necessidades que podem ser hierarquizadas segundo sua importância;

Procuramos satisfazer a necessidade que nos pareça mais importante;

Uma vez satisfeita a necessidade mais importante, procuramos satisfazer a necessidade seguinte.

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1.1.3 DESAFIO DO MARKETING DE PRODUTO

Se para os consumidores, a idéia de produto como satisfação ou benefício é fundamental, então, um produto deve ser a solução para uma necessidade, real ou latente.

Como tornar o produto, que pode ser simples ou complexo, em uma solução vencedora para os clientes, qualquer que seja o nível de prioridade por eles estabelecido?

1.1.4 PRODUTO X SERVIÇO

É útil para o projeto de produto entender as características distintas dos produtos em diferentes níveis, ênfase e graus variados, no que tange aos aspectos físicos e de serviços.

“Os produtos incluem objetos físicos, serviços, pessoas, locais,

organizações, idéias, ou combinações desses elementos.” (Kotler e Armstrong)

“Um produto pode ser um bem físico, um serviço ou

uma mistura de ambos.” (McCarthy e Perreault Jr.)

“Não há essa coisa de setores de serviços. Apenas em certos setores os componentes de serviços são mais importantes ou

menos importantes do que nos demais. Todos atuam em serviços.”

(Theodore Levitt)

Os consumidores podem fazer uma análise dos atributos dos bens físicos antes de sua aquisição, através de uma prévia experimentação porque são tangíveis, verificando assim as diferenças entre as opções existentes no mercado;

Dependendo da composição desses bens físicos, se não são perecíveis, podem ser estocados e/ou armazenados, facilitando sua padronização e conseqüentemente, sua produção;

Isso diferencia os bens físicos dos serviços, que devem ser consumidos à medida que são prestados, bem como, a importância do consumidor final, seu grau de envolvimento, personalidade e estado de espírito ao consumi-los e avaliá-los.

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1.2 Histórico, Importância e Desenvolvimento de Produto

1.2.1 BREVE HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO

No final da década de 80 e início de 90, foram desenvolvidos importantes projetos de pesquisa relacionados com a manufatura enxuta e a gestão do processo de desenvolvimento de produto. Estes primeiros, puramente analíticos, tornaram-se clássicos e geraram muitos conceitos que têm um escopo de aplicação mais amplo que uma abordagem específica e são empregados por grande parte das pessoas que estudam e trabalham com o desenvolvimento de produto, formando base de abordagem para gerenciar o processo. Nesta abordagem os autores dividem o processo de desenvolvimento de produto em três etapas maiores:

• Estratégia de Desenvolvimento - onde apresenta uma

estrutura para o planejamento e gerenciamento do portfólio dos projetos em andamento;

• Gerenciamento do Projeto Específico - abordando o

gerenciamento, liderança, tipos de interação entre atividades e outros assuntos relacionados com um projeto específico;

• Aprendizagem - apresentando formas para garantir a

melhoria do processo e a aprendizagem organizacional a partir da experiência com o projeto.

Entre 1990 e 1996, para atingir o objetivo da busca de uma visão total da atividade de projeto e não mais as visões parciais de cada setor tecnológico específico, Stuart Pugh desenvolveu um modelo que ficou conhecido como Total Design:

• Um conjunto de seis etapas interativas e aplicáveis a

qualquer tipo de projeto, onde cada etapa é representada por um cilindro significando que nela são empregados um conjunto específico de conhecimentos compostos por diversas visões tecnológicas parciais.

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• Somando os conceitos de Pugh e Taguchi, Don Clausing criou a Total Quality Development, dividindo o processo de desenvolvimento de produto em:

Conceito;

Design – divide em projeto dos subsistemas e

projetos das partes;

Preparação/Produção – divide em verificação do sistema, prontidão e produção piloto.

Surge, então, uma abordagem mais sofisticada para engenharia simultânea através de Prasad, englobando diversos fatores em uma estrutura bastante independente das fases de um processo de desenvolvimento de produto, possuindo no seu centro a descrição dos quatro elementos de suporte que são os modelos, os métodos, as métricas e as medidas; estas fases são compostas em duas rodas:

• Organização do Produto e Processo (Product and

Process Organization Whell – PPO) – aborda os fatores que determinam o grau de complexidade do gerenciamento do desenvolvimento de produto e os fatores organizacionais;

• Desenvolvimento de Produto Integrado (Integrated

Product Development Wheel – IPD) – define de uma maneira bastante flexível a integração do processo de desenvolvimento do produto.

Desenvolve-se o Manual de Planejamento e Controle da Qualidade do Produto, dentro do conjunto de normas da QS 9000, que possui uma estrutura que resume um conjunto de preocupações técnicas e um modelo suficientemente detalhado capaz de servir de base para intervenções no processo de estruturação e gerenciamento de desenvolvimento de produto.

1.2.2 IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO

Desenvolver produtos tem se tornado cada vez mais um dos processos-chave para a competitividade mercadológica, em virtude dos movimentos de aumento da concorrência, das rápidas

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mudanças tecnológicas, da diminuição do ciclo de vida dos produtos e da exigência cada vez maior dos consumidores;

Tudo isso, exige das empresas maior agilidade, produtividade e alta qualidade que dependem da eficiência e eficácia destas no processo;

No início do processo de desenvolvimento do produto, há a seleção das maiores soluções criativas e o grau de incerteza é bem elevado, mas este vai se diluindo com o tempo;

É um desafio gerenciar estas incertezas que envolvem o desenvolvimento do produto, onde as decisões de maior impacto têm que ser tomadas no momento em que existe um maior número de alternativas e grau de incerteza.

“As decisões entre alternativas, no início do ciclo de

desenvolvimento, são responsáveis por 85% do custo do produto final.”

“O custo de modificação aumenta ao longo do ciclo de

desenvolvimento, pois a cada mudança, um número maior de decisões já tomadas, podem ser invalidadas.”

1.2.3 ASPECTOS QUE INFLUENCIAM NO DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO

O processo baseia-se num ciclo projetar-construir-testar, que geram atividades necessariamente interativas;

É uma atividade multi-disciplinar, trazendo fortes barreiras culturais sobre a integração;

Existe uma grande quantidade de ferramentas, sistemas, metodologias, soluções, etc.; desenvolvidas por profissionais e/ou empresas de diferentes áreas, que não interagem entre si;

Existem diversas “visões parciais” sobre o processo de desenvolvimento de produtos.

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1.2.4 “VISÕES PARCIAIS” DO DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO

No campo de ensino e pesquisa, o desenvolvimento vinha sendo tratado de maneira isolada pelas diferentes áreas do conhecimento:

Profissionais da Engenharia tendem a pensar o desenvolvimento de produtos como atividades específicas de cálculos e testes;

Designers e Programadores Visuais como o resultado de estudos de conceito;

Administradores como algo mais abstrato, independente do conteúdo tecnológico e voltado para problemas organizacionais e estratégicos;

Especialistas em Qualidade como a aplicação de ferramentas específicas.

Cada visão parcial é composta de uma linguagem e de determinados valores próprios e intrínsecos que dificultam a integração entre os diversos profissionais das áreas;

Na prática, estas visões quando transportadas, podem levar a muitos problemas e ineficiências, porque qualquer desenvolvimento, mesmo com a maior hegemonia de um determinado conteúdo tecnológico, implica em conhecimentos destas visões;

para um adequado resultado final; “O desenvolvimento de produto é um todo integrado que depende

da consideração de diversos fatores ligados às mais diversas áreas de conhecimento, portanto, é necessário desenvolver uma

visão holística com a construção de uma imagem única e integrada do processo para atingir o melhor resultado final.”

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1.3 Processo de Desenvolvimento de Produto

1,3,1 CONCEITOS DE PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO

“É o processo, a partir do qual, informações sobre o mercado são transformadas nas informações e bens necessários para a produção

de um produto com fins comerciais.” (Clark & Fujimoto)

“É a atividade sistemática necessária desde a identificação do mercado/necessidades dos usuários até a venda de produtos

capazes de satisfazer estas necessidades – uma atividade engloba produto, processos, pessoas e organização.”

(Pugh – Total Design)

“É o processo de negócio compreendendo desde a idéia inicial e levantamento de informações do mercado até a homologação final do produto e processo e transmissão das informações sobre o projeto e

o produto para todas as áreas funcionais da empresa.” (Grupo de Engenharia Integrada)

1.3.2 CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO

✔ Atividades/Fases – na abordagem da engenharia integrada e no modelo de referência, são identificadas sete fases:

• Conceber Produto;

• Conceituar Produto;

• Projetar Produto;

• Projetar Processo;

• Homologar Produto;

• Homologar Processo;

• Ensinar Empresa.

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✔ Recursos – são compostos por todos os conceitos/filosofias,

métodos/técnicas e ferramentas/sistemas que podem ser aplicados no processo de desenvolvimento de produto.

✔ Organização – refere-se não só à estrutura organizacional

responsável e executora das atividades de desenvolvimento de produto, como também, aos elementos como cultura, qualificação profissional, formas de comunicação entre os indivíduos, etc., ligados aos aspectos de organização do trabalho.

✔ Informação – dimensão que representa o fluxo de informação

existente neste processo: os dados, sua estrutura e o formato como estes circulam (relatórios, fichas, telas de computador, etc.).

1.3.3 A DIFERENCIAÇÃO DO PRODUTO DENTRO DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO

O objetivo da diferenciação é buscar aumentar o valor do produto ou serviço oferecido ao cliente.

Níveis de Diferenciação Possíveis:

• Produto Genérico – nível que corresponde ao produto em

seu sentido bruto ou generalizado, oferecendo uma nova maneira de satisfazer o mesmo desejo ou necessidade básica dos clientes (ex.: livro, relógio, carro, etc.);

• Produto Esperado – nível onde há uma expectativa dos

clientes em relação a algo que lhes pode ser oferecido a mais pelo produto esperado; mas, não servem para diferenciar um fornecedor do outro (ex.: acesso fácil ao posto de gasolina, possibilidade de comprar com cartão de crédito, etc.);

• Produto Aumentado ou Ampliado – nível que é

construído por todas as demais características e serviços extras que vão além daquilo que o cliente espera, ou seja, o valor extra; servindo, portanto, para fazer diferenciação entre os concorrentes, mas com o passar do tempo vão sendo copiados, tornando-se rotina e, no fim, simplesmente passam a ser aquilo que é esperado (ex.: self-service no posto de gasolina):

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A análise das características do produto precisa

relacioná-las com os benefícios que elas proporcionam;

As medições conjuntas das características das

estimativas adicionais de valor do produto para o consumidor e seus benefícios resultantes, podem ser muito úteis para o seu desenvolvimento.

• Produto Potencial – nível que traduz a soma de todas as

características e benefícios oferecidos, que é limitado apenas pela imaginação e criatividade do fornecedor (ex.: uma lavagem grátis a cada tanque cheio, alguns brindes não relacionados com gasolina e um serviço de atendimento completo do automóvel).

À medida que os métodos de controle, garantia e gerenciamento da qualidade, tornam-se amplamente entendidos e adotados, a entrega de um produto com desempenho, conformidade e confiabilidade (um produto “de qualidade”, no sentido clássico da palavra) não será mais suficiente; necessitará de uma maior ênfase no produto ampliado e potencial como meio de agregar valor e seduzir o cliente, criando assim uma vantagem competitiva futura.

Qualidade significa a adequação de um produto ou serviço à finalidade prevista e tem sido apontada como determinante principal do sucesso comercial, mas a percepção dela por parte do cliente pode não ser igual à do fabricante;

A qualidade percebida (avaliações feitas pelos clientes quanto à qualidade do produto oferecido pelo fornecedor em relação às ofertas dos concorrentes) é o fator único e mais importante que afeta o desempenho em longo prazo de um negócio, mostrando que ela tem um impacto maior sobre o nível do retorno sobre o investimento (ROI), sendo mais eficaz no momento para aumentar a participação no mercado do que um preço mais baixo;

As percepções de estilo, principalmente para produtos de grande apelo emocional, apresentam uma forte relação com a percepção da qualidade;

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Formas de Diferenciação de Produtos Aumentados:

• Criar uma marca específica com uma imagem e reputação,

ambas favoráveis, para diferenciar de forma tangível o produto;

• A marca ou logotipo pode ser uma indicação da

procedência e uma e uma garantia do que esperar do produto, uma declaração de qualidade e um sinal de valor pelo dinheiro;

• Os serviços na compra de muitos produtos, especialmente

os considerados como bens duráveis, seja de consumo ou do tipo industriais; que não precisam, necessariamente, ser adicionais ao produto e em algumas circunstâncias uma redução pode agregar valor;

• A prestação de um serviço de qualidade superior como

meio de criar vínculo entre o fornecedor e o cliente pode ter conseqüências marcantes, tornando o cliente menos propenso a buscar outras fontes de fornecimento e, portanto, agindo como uma barreira contra a entrada de concorrentes; mas deve haver uma realização periódica de levantamentos do grau de satisfação avaliando o quanto o atendimento atende às expectativas, buscando meios para melhorá-lo;

• Outros: instalação; disponibilidade de crédito; entrega

rápida e dentro do prazo, quando prometido; e, garantia.

Fatores que devem ser levados em conta ao escolher o tipo de diferenciação a adotar:

• O valor agregado da diferenciação para o cliente; • O custo da diferenciação em relação ao valor agregado;

• A probabilidade de o concorrente copiar a diferenciação e

a velocidade em que isso ocorrerá;

• O grau com que a empresa adota a inovação nos ativos de marketing da empresa.

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II PROJETOS

2.1 Projeto e Administração de Projeto

2.1.1 CONCEITO DE PROJETO “Um projeto é um empreendimento temporário ou uma seqüência de atividades com começo, meio e fim programados, que tem por

objetivo fornecer um produto ou serviço singular, dentro de restrições orçamentárias; e seu desempenho é avaliado pela

medida em que essas três variáveis críticas de são atendidas.” (Maximiano – Administração de Projetos)

“É a atividade que molda a forma física e o propósito

(satisfação das necessidades dos consumidores) tanto de produtos e serviços, como dos processos que os produzem.”

(Slack, Chambers e Jonston)

“É uma atividade que começa com o conceito e termina com a tradução desse conceito em especificação de algo a ser

criado.” (Slack, Chambers e Jonston)

2.1.2 ASPECTOS FUNDAMENTAIS DE PROJETOS

Em essência, é projeto uma atividade que se decide administrar como projeto, a partir daí deve-se designar um gerente de projeto e uma equipe de projeto para cuidar dessa atividade, preparar e executar um plano de projeto;

Quando um projeto é proposto ou iniciado, três questões precisam ser respondidas de maneira que não deixem dúvidas:

• Qual o produto será fornecido?

(Qual é o escopo do projeto?); • Quando será fornecido?

(Qual é o prazo do projeto?);

• Quanto custará? (Qual é o orçamento do projeto?).

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Uma atividade repetitiva, ou que tem duração contínua não é um projeto e sim uma atividade funcional ou programa;

Na prática, alguns projetos não têm prazo exato para terminar, arrastam-se indefinidamente, terminam muito depois da data limite, ou começam sem definição clara das datas de início e de conclusão;

Às vezes, um projeto precisa ser suspenso ou prorrogado, por causa de acidentes, eventos imprevistos, falta de recursos ou porque a estimativa do prazo foi incorreta; dificuldades estas, que podem ser contornadas em alguns casos, mas os prazos são inflexíveis em outros;

Categorias Principais de Classificação dos Produtos dos Projetos:

• Produtos Físicos – muitos projetos são atividades

temporárias que, ao final das quais, um item tangível deve ser fornecido (ex.: casas, rodovias, veículos, etc.);

• Conceitos – produtos conceituais são intangíveis, como

idéias, roteiros de filmes, mapas, sistemas, organogramas, processos, plantas, desenhos, fórmulas e teorias;

• Eventos – são produtos que consistem na realização de

tarefas, serviços ou atividades, onde o projeto é a própria execução da atividade que, em geral, representa apenas a parte final de um conjunto de atividades de planejamento, organização e controle (ex.: planejar, organizar e realizar estudos, pesquisas e diagnósticos, cursos e seminários, reuniões e congressos);

Todo projeto sempre combina elementos físicos, conceitos e serviços e o alcance do projeto é condicionado pelo montante de recursos financeiros disponíveis que, embora possa haver flexibilidade (porque as previsões não são infalíveis), sua conclusão dentro do orçamento e a minimização da margem de erro nas previsões orçamentárias deve ser sempre o objetivo prioritário da gestão de projetos;

Nenhum projeto trabalha com previsões orçamentárias exatas, mas com estimativas de custos, cuja precisão depende do tempo investido no planejamento, portanto, é necessário planejar;

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O custo de elaborar o orçamento aumenta quando a tecnologia é desconhecida ou há algum outro fator de incerteza no projeto;

Quanto maior o desconhecimento do resultado ou do caminho para chegar até ele, maiores a incerteza (dificulta fazer previsões) e o risco;

Um projeto complexo é aquele que apresenta grande número de variáveis para serem administradas (ex.: diversidade e volume de informações a serem processadas);

Nem toda a atividade temporária (encomenda) chega a ser um projeto, nem precisa ser administrada como tal.

2.1.3 CRITÉRIOS DE PROJETOS

Critérios de Projeto dependem da natureza e das circunstâncias do exercício;

Critérios de Projeto utilizados e Questões-chaves :

Sendo pessimista, o que poderia “sair errado”

se adotássemos a opção?

Quais seriam as conseqüências

“se tudo der errado”?

=“risco de insucesso” de uma opção

Viabilidade Quanto vale

a pena? Queremos fazê-lo?

Aceitabilidade Vulnerabilidade

Quais riscos corremos se as coisas saírem

errado?

O que pode dar errado? Queremos

correr o risco?

Quão difícil é? Podemos fazê-lo?

Quais investimentos financeiros e

gerenciais serão necessários?

Qual retorno em melhoria de desempenho e financeiro?

Temos as habilidades ou qualidade dos recursos para

realizar essa opção?

Temos a capacidade

organizacional ou quantidade de recursos para

realizar essa opção?

Temos os recursos

financeiros para

realizar essa opção?

A opção satisfaz aos critérios de

desempenho que o projeto está tentando atingir? Serão diferentes

para projetos diferentes?

A opção dá retorno

financeiro satisfatório?

Entendemos todas as conseqüências da adoção da opção?

2.1.4 SIMULAÇÃO DO PROJETO

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É uma das abordagens mais fundamentais para a tomada de decisões;

Freqüentemente o projetista não está totalmente seguro das conseqüências de sua decisão;

A simulação explora essas conseqüências sendo uma técnica preditiva e não otimizadora;

Os gerentes podem ter idéias e explorar possibilidades por meio da “simulação” formalizada envolvida no uso de modelos de simulação;

O “modelo” de simulação pode tomar muitas formas:

• Pode ser feito um protótipo em vez da produção em

manufatura que é usada para o produto real; • Simular o uso prolongado, o movimento e a distribuição

aleatória de probabilidades;

• Pode ser usado para prever onde o espaço físico poderia ficar excessivamente cheio ou onde poderia ser reduzido; etc.

A simulação é especialmente útil no projeto de processos de operações muito complexas e pode resultar em economias substanciais;

A realidade virtual está estabelecendo-se como uma ferramenta poderosa de projeto profissional tridimensional:

• Proporciona ao projetista uma noção muito mais clara das

posições relativas das partes individuais detalhadas do que é possível com representações bidimensionais estáticas;

• Permite que outros (cliente ou usuário) possam visualizar e

sugerir modificações para o projeto antes que seja realizado algum trabalho na entidade física em questão.

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2.1.5 PROJETO ECOLÓGICO

Em muitos países desenvolvidos, a legislação abrange padrões básicos que restringem o uso de materiais tóxicos, limitam descargas poluentes no ar e na água, protegem funcionários e o público de prejuízos de curto e longo prazo;

Afeta, em sua maioria, o projeto e a operação de processos como o projeto dos próprios produtos.

ASSUNTOS FUNDAMENTAIS QUESTÕES

Fontes de materiais usadas em um produto

Danificarão as florestas? Usarão minerais escassos? Explorarão o pobre ou usarão trabalho infantil?

Quantidades e fontes de energia consumidas no processo

As garrafas de plásticos para bebidas consomem mais energia do que as de vidro? O calor rejeitado deve ser recuperado e usado na criação de peixes?

Quantidade e tipo de material rejeitado que é gerado nos processos de manufatura

Esse rejeito pode ser reciclado eficientemente ou deve ser queimado ou enterrado em aterros? O rejeito terá impacto de longo prazo no ambiente à medida que se decompõe e se libera?

Tempo de vida do próprio produto

Ex: se um produto tem vida útil de 20 anos consumirá menos recursos do que um que dura só 5 anos e deve ser substituído 4 vezes no mesmo período. Mas o 1º pode exigir investimentos iniciais maiores e mostrar-se ineficiente na parte final de seu uso; entretanto, o 2º pode usar menos energia ou manutenção para funcionar.

Descarte do produto após sua vida útil

O produto supérfluo será difícil de descartar de forma ecológica? Poderia ser reciclado ou usado como fonte de energia? Poderia ser útil em condições de Terceiro Mundo? Poderia ser usado para beneficiar o ambiente?

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2.1.6 OBJETIVOS DA ATIVIDADE DE PROJETO

Pode ser vista como um processo de transformação da mesma forma que qualquer outra operação, podendo ser julgada em termos de qualidade, rapidez, confiabilidade, flexibilidade e custo.Esses objetivos têm mais chances de serem satisfeitos se as atividades complementares do projeto do produto ou serviço e do projeto do processo forem coordenadas de alguma forma;

A atividade de projeto precisa levar em conta questões ambientais, que incluem examinar a fonte e a sustentabilidade dos materiais, as fontes e quantidades de energia consumidas, a quantidade e o tipo de lixo produzido, a vida do produto em si e o estado final de vida do produto.

2.1.7 PROGRAMA, SUBPROJETO E SISTEMA

Programa, subprojeto e sistema, refletem a hierarquia no tamanho dos projetos que variam devido às diferenças no volume de recursos aplicados, criando problemas práticos de administração;

Programa – é um grupo, família ou conjunto de projetos administrados de forma coordenada; os projetos de um programa podem andar em paralelo ou em seqüência; há programas que abrangem, além de projetos, atividades funcionais (ex.: programa de exploração ou pesquisa);

A palavra programa também é usada como sinônimo de projeto; especialmente, projeto de grande porte, embora o mais usual seja considerar o projeto como uma divisão do programa; às vezes, designa-se como programa uma atividade funcional (como no caso de programa de pós-graduação), ou uma seqüência finita de atividades.

Subprojeto – um subprojeto é uma parte de um projeto de grande porte (ex.: uma fase de um projeto, como o estudo da viabilidade de um novo empreendimento);

Sistema – a palavra sistema é usada com freqüência na administração de projetos; às vezes é usada como sinônimo de subprojeto, para designar uma parte física de um empreendimento maior; também é empregada para indicar um conjunto relativamente complexo de atividades ou subprojetos.

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2.2 Sistema de Gestão de Projetos

2.2.1 GESTÃO DE PROJETOS (GUIDE TO THE PROJECT

MANAGEMENT BODY OF KNOWLEDGE – PMBOK)

• Integração (Project Integration Management) – trata de como elaborar, executar e corrigir um plano de projeto;

• Escopo (Project Scope Management) – trata do

planejamento, execução e modificação do produto do projeto;

• Tempo (Project Time Management) – trata do planejamento, programação e controle das atividades que devem ser realizadas para que o produto possa ser fornecido;

• Custos (Project Cost Management) – trata do planejamento

dos recursos necessários para a execução das atividades e da elaboração e controle do orçamento do projeto;

• Qualidade (Project Quality Management) – trata do

planejamento, garantia e controle da qualidade do produto do projeto;

• Recursos Humanos (Project Human Resourse

Management) – trata do planejamento, organização e desenvolvimento da equipe do projeto;

• Comunicações (Project Communications Management) –

trata das informações necessárias para o gerenciamento do projeto e de sua documentação, desde o planejamento até o fechamento administrativo do projeto;

• Riscos (Project Risk Management) – trata da identificação,

análise, tratamento e controle dos riscos, ou seja, os eventos adversos que podem afetar negativamente o projeto;

• Suprimentos (Project Procurement Management) – trata da

aquisição de produtos e serviços de fornecedores, abrangendo o planejamento, execução, contratação e controle de compras.

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2.2.2 ELEMENTOS DE UM SISTEMA DE GESTÃO DE PROJETOS

• Critérios para orientar a decisão de iniciar um projeto;

• Critérios para definição de atividades como projeto;

• Critérios para selecionar projetos entre várias propostas;

• Fases do ciclo de vida do projeto;

• Definição dos procedimentos para elaboração e

encaminhamento de propostas e planos de projetos;

• Instruções para organização de equipes;

• Definição dos papéis e das responsabilidades dos participantes do processo;

• Critérios para análise e aprovação;

• Estrutura da organização;

• Glossário.

2.2.3 GRUPOS DE PROCESSOS DE ADMINISTRAR PROJETOS

(PMBOK) • Processos de Início (initiating processes) – reconhecimento

da necessidade e do compromisso de iniciar um projeto ou uma fase de um projeto;

• Processos de Planejamento – definição de um esquema para

atender à necessidade que motivou o início do projeto;

• Processos de Execução – coordenação de pessoas e outros recursos para realizar o plano

• Processos de Controle – monitoramento e avaliação do

progresso e implementação de ações corretivas para garantir a realização dos objetivos;

• Processos de Encerramento – aceitação formal do resultado

do projeto ou fase do projeto e conclusão dos trabalhos.

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2.2.4 CICLO DE VIDA DO PROJETO

O ciclo de vida é a seqüência de fases que vão do começo ao fim de um projeto;

O entendimento do ciclo de vida permite a visualização sistêmica do projeto, desde o seu início até a conclusão, facilitando o estudo e a aplicação das técnicas de administração de projetos.

Identificação e Esclarecimento

de N

Planejamento do Projeto

2.2.5 FASES PRINCIPAIS DO CICLO DE VIDA DO PROJETO

ecessidades

Controle do Projeto

Execução do Projeto

Conclusão do Projeto

Entrega: No final do projeto, o produto é

apresentado ao cliente.

Desenvolvimento: O produto é gradativamente elaborado.

Desenho ou Projeto do Produto: O modelo mental transforma-se em um

desenho detalhado d produto; Eventualmente é feito um protótipo ou

maquete do produto.

Descoberta da Idéia ou Visão do Produto:Surge uma idéia de projeto da inspiração de

um processo criativo; A idéia transforma-se em um modelo mental

ou representação do produto.

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2.3 Administração do Ciclo de Vida do Projeto:

2.3.1 PLANEJAMENTO DO PROJETO

Elaboração de um Plano – com as informações sobre o produto que se pretende alcançar e estimativas de prazo e do custo para chegar até ele;

Planejamento dos Prazos e Custos – com base na previsão das atividades a serem realizadas e dos recursos a serem aplicados no projeto;

Filtro (se o projeto nasceu da encomenda feita por um cliente) – análise e eventual aprovação do plano;

Início do Projeto – os recursos previstos são adquiridos e disponibilizados para que as atividades possam ser realizadas;

Final das Atividades do Projeto – o produto é entregue.

2.3.2 SOBREPOSIÇÃO DE PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO

O planejamento de um projeto não é um processo totalmente distinto de sua execução, nem confinado a um momento específico do projeto, é contínuo e anda em paralelo com o processo de execução;

Antes que termine uma fase do ciclo, a próxima fase pode ser iniciada, este processo é chamado de fast-tracking (aproximadamente acelerado) e sua eficácia, depende da qualidade do planejamento;

O detalhamento progressivo dos planos, à medida que novas fases se aproximam, chama-se rolling wave planning (aproximadamente, planejamento em ciclos).

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2.3.3 ROTEIRO PRÁTICO, MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS, EXECUÇÃO E ENCERRAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO DO PROJETO

Roteiro Prático – administrar um projeto significa planejar, organizar, executar e controlar as seguintes fases do seu ciclo:

• Preparar o Projeto – conceber o produto e fazer a

estimativa do tempo e dos recursos necessários, fazendo um plano básico com as definições preliminares de escopo, prazo e custo;

• Mobilizar os Recursos – detalhando o plano básico e

adquirindo os recursos necessários para realizar as atividades;

• Realizar as Atividades – executando o plano e

controlando o projeto do ponto de vista do desempenho técnico, das atividades e do custo;

• Encerrar o Projeto – apresentando o produto, fazendo

balanços, desmobilizando os recursos e preparando-se para um novo ciclo de vida.

Mobilização dos Recursos:

• Detalhamento dos planos básicos; • Identificação, recrutamento, organização e orientação

das pessoas que trabalharão no projeto ou ampliação da equipe que ajudou a preparar os planos iniciais;

• Providenciar para que os recursos materiais estejam

disponíveis no momento necessário;

• Assegurar a colaboração de todos os fornecedores de serviços ou recursos previstos para o projeto;

• Tomar todas as providências necessárias para que o

projeto comece com segurança no momento planejado.

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Realização das Atividades:

• A execução do projeto consiste em realizar as atividades e aplicar os recursos previstos no plano, incluindo o processo de controle que é uma estratégia para administrar as variações em relação aos planos e garantir a realização dos objetivos, possibilitando a própria mudança dos planos no escopo, prazo e custos para a conclusão do produto.

Encerramento do Projeto:

• Este momento depende da natureza do projeto, de como foi

definido deu ciclo de vida no processo de planejamento, onde alguns terminam com a entrega do produto ou serviço, outros incluem uma fase de testes do produto e podem incluir um período de manutenção;

• Compreende uma série de atividades de natureza

administrativa, como a desmobilização e realocação da equipe e dos demais recursos, a homologação do produto em organismos de regulamentação e o fechamento e a apresentação das contas, entre outras.

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2.4 Projeto de Produtos/Serviços e Processo

2.4.1 IMPACTO DO PROJETO DE PRODUTO/SERVIÇO E PROCESSO NOS OBJETIVOS DE DESEMPENHO

Objetivos de Desempenho

Influência de um bom projeto de produto/serviço

Influência de um bom projeto de processo

Qualidade

Pode eliminar tanto falhas potenciais como aspectos

“propensos a erros” do produto ou serviço

Pode prover os recursos adequados para produzir o

produto ou serviço conforme suas especificações de

projeto Rapidez

Pode especificar produtos que podem ser feitos rapidamente

(ex: usando princípios de projeto modular) ou serviços

que evitam demoras desnecessárias

Pode movimentar materiais, informações ou clientes por

meio de cada estágio do processo sem demoras

Confiabilidade

Pode ajudar a tornar previsível cada estágio do processo ao

exigir processos padronizados e previsíveis

Pode fornecer tecnologia e pessoal que são

intrinsecamente confiáveis

Flexibilidade

Pode permitir variações que proporcionam uma gama de

produtos ou serviços oferecidos aos clientes

Pode prover recursos que podem ser modificados

rapidamente de forma a criar uma gama de produtos ou

serviços

Custo Pode reduzir custos de cada

peça componente do produto ou serviço e também reduzir o

custo de combiná-los

Pode assegurar alta utilização de recursos e,

portanto, processos eficientes de baixo custo

24

2.4.2 PROJETOS DE PRODUTOS/SERVIÇOS E PROCESSOS SÃO INTER-RELACIONADOS E DEVEM SER TRATADOS SIMULTANEAMENTE

Os produtos e serviços devem ser projetados de forma que

possam ser produzidos eficazmente

Os processos devem ser projetados de forma que possam

produzir todos os produtos e serviços que venham a ser

lançados pela operação

Decisões tomadas durante o projeto do produto ou serviço

terão um impacto sobre o processo que os produz

e vice-versa

Projeto de

Produto ou

Serviço

Projeto do

Processo que

produz o produto

2.4.3 PROJETO COMO UM PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO

Recursos a serem

transformados

Informação técnica Informação de

marketing Informação de tempo

Recursos transformados

Equipamento de teste

e projeto Pessoal de projeto

e técnico

Entrada SaídaAtividade

de Projeto

Projetos acabados (que são ou possuem):

Alta Qualidade:

livres de erros que atendem suas finalidades de forma eficaz e criativa;

Produzidos com Rapidez: que evoluem do conceito à

especificação detalhada num curto prazo de tempo;

Entregues com Confiabilidade:que são entregues

conforme prometido; Produzidos com Flexibilidade:que incorporam as últimas idéiasque surgiram durante o processo;

Baixo Custo: produzidos sem o

consumo excessivo de recursos.

25

O Funil do Projeto: redução progressiva do número de alternativas até que o projeto final seja obtido.

Grande número de opções de projeto Filtros de avaliação e escolha Tempo Um projeto

Incerteza em

relação aoprojeto final

Certeza

em relação

ao projetofinal

Tempo

Um projeto

2.4.4 A ATIVIDADE DE PROJETO EVOLUI DA CONCEPÇÃO

Á ESPECIFICAÇÃO

O Custo de mudar-se a concepção de alguém a respeito de algum detalhe do projeto:

• Na maior parte das etapas de projeto, o custo de mudar uma

decisão implica a necessidade de algum modo de repensar e recalcular os custos da conseqüência da mudança;

• Ainda no início da atividade de projeto, antes que demasiadas

decisões fundamentais tenham sido tomadas, os custos de mudança são relativamente baixos;

• Rapidamente, entretanto, à medida que o projeto progride, as

decisões inter-relacionadas e cumulativas que são tomadas tornam-se cada vez mais dispendiosas para serem mudadas.

26

2.4.5 EFEITO VOLUME-VARIEDADE NO PROJETO Baix

Sistema Específico ContínuoGeral-mente centralizado

Alta Projeto de Processo

Baixo Alto

Tarefa Propósito Geral

Intermi-tente

Pode ser descentra-

lizado

Baixa Projeto de Produto ou

Serviço

Alto o

Habilidade de Funcionários

Tecnologia de Processo

Fluxo Localização Padroni-zação de Produto ou Serviço

Ênfase de Projeto na Operação

Variedade Volume

O impacto em diferentes aspectos das atividades de projeto

27

III ASPECTOS FUNDAMENTAIS DO PROJETO DE PRODUTO

3.1 A Criatividade e sua Importância para o Projeto de Produto

Questões que são influenciadas pela criatividade de designers envolvidos na atividade de projeto:

• A qualidade final das soluções únicas de projeto que emergem

no final do funil do projeto vai depender de como o processo de redução das opções é gerenciado;

• Depende também do conjunto inicial de opções.

• A falta de criatividade (inovação) é vista como um sério risco,

entretanto, a criatividade pode ser muito cara e envolve:

Explorar possibilidades muitas vezes improváveis e muitas vão morrer quando provarem ser inadequadas.

• Questões que são influenciadas pela criatividade de designers envolvidos na atividade de projeto:

A qualidade final das soluções únicas de projeto que

emergem no final do funil do projeto vai depender de como o processo de redução das opções é gerenciado;

Depende também do conjunto inicial de opções.

• A falta de criatividade (inovação) é vista como um sério

risco, entretanto, a criatividade pode ser muito cara e envolve:

Explorar possibilidades muitas vezes improváveis e muitas

vão morrer quando provarem ser inadequadas.

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3.2 A Ergonomia Aplicada ao Projeto de Produto

Características Desejáveis do Produto: • Qualidade Técnica – deve-se considerar a eficiência com que

o produto executa a função (mecânica, elétrica, eletrônica ou química), o rendimento da convenção de energia, a ausência de ruídos e vibrações, a facilidade de limpeza e manutenção, etc.

• Qualidade Ergonômica – é a que garante uma boa interação

do produto com o usuário; incluindo a facilidade de manuseio, adaptação antropométrica, fornecimento claro de informações, facilidades de “navegação”, compatibilidades de movimentos e demais itens de conforto e segurança.

• Qualidade Estética – é a que proporciona prazer ao

consumidor; envolvendo a combinação de formas, cores materiais, texturas, acabamentos e movimentos, para que os produtos sejam considerados atraentes e desejáveis, aos olhos do consumidor.

Equilíbrio entre as Qualidades: • Deve haver uma grande interação entre as três qualidades do

produto e, sempre que possível, devem ser solucionadas de forma integrada, desde a fase de concepção do produto ou sistema.

• Quando o projeto básico desse produto ou sistema já estiver

definido, fica mais difícil de “injetar” as soluções ergonômicas e estéticas a posteriori.

29

Bens de Capital e Bens de Consumo:

• Bens de Capital: são usados por organizações em alguma

atividade produtiva, operadas por trabalhadores especialmente treinados e têm, em volta deles várias pessoas que apóiam seu funcionamento, usados de forma diferente daquela que foi programada pela empresa e prevista por seus fabricantes. A qualidade técnica é dominante em seu projeto e a sua renovação é ditada principalmente pelos avanços tecnológicos.

• Bens de Consumo: são usados por indivíduos, geralmente no

âmbito doméstico, seu uso e manutenção não é tão regular quanto aos bens de capital, muitas vezes usados de forma errada, por pessoas que não foram treinadas para a sua operação e manutenção (crianças, pessoas idosas, portadores de deficiências); estão sujeitos a um uso mais irregular, menos sistemático e não-previstos pelo fabricante.

30

Princípios do Projeto Universal:

31

Princípios da Usabilidade:

32

Características Físicas:

• A usabilidade pode ser melhorada com a alteração de algumas

características físicas do produto, como dimensões, pesos, formas, resistências e outras; com o objetivo de adaptá-lo às características do usuário ou do grupo de usuários (em relação à média da população; ou, à um dos extremos inferior ou superior; bem como, às faixas ou ao usuário final), inclusive com mecanismos de regulagem.

Características Cognitivas:

• Referem-se aos conhecimentos do usuário sobre o modo de

usar o produto, baseando-se em suas experiências anteriores. Participação da Ergonomia nas Diversas Etapas do Desenvolvimento de Produto:

33

3.3 O Conhecimento do Cliente no Processo de Desenvolvimento de Produto

As grandes corporações têm departamentos de pesquisa e desenvolvimentos formais que:

• Pegam aquilo que pode ser aprendido da pesquisa básica

(conhecimento científico geral sem nenhum uso comercial); • Envolvem-se em pesquisa aplicada (conhecimento específico

que pode ter usos comerciais); • Trabalham rumo a projeto e desenvolvimento de novos

produtos e serviços e processos de produção.

3.4 Estrutura do Produto

Uma vez definido o produto ou a alteração, este deve ser documentado. As formas mais usuais de documentação são

• Explosão: faz-se um desenho do produto explodido.

34

• Diagrama de Montagem: define-se a seqüência de montagem do produto.

• Estrutura Analítica: define-se a composição do produto em

seus níveis hierárquicos.

• Lista de Materiais (BOM – Bill of Material): listam-se todos os materiais que compõem o produto.