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PROJETO DE REVISTIMENTO DE FACHADA Julho/2016
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Edição nº 11 Vol. 01/ 2016 julho/2016
PROJETO DE REVISTIMENTO DE FACHADA
ALIEVI, Cleberson V.
FOPPA, Cássia
MBA Projeto, Execução e Desempenho de Estruturas & Fundações
Resumo
O revestimento de argamassa de fachada é utilizado em praticamente todos os edifícios
residenciais; assim, sua importância é caracterizada tanto pelo uso intenso, quanto por
desempenhar importantes funções estéticas e de proteção do edifício, além de representar
importante parcela do custo direto de construção e de manutenção das fachadas. O projeto de
revestimento define a tecnologia a ser empregada na execução do revestimento, especificando
materiais e técnicas a serem adotadas e o controle de qualidade a ser utilizado, concebendo
detalhes construtivos que atendam aos requisitos necessários para que o revestimento cumpra
sua função, respeitando custo, prazo e vida útil. Ao final da obra a fachada torna-se um
elemento de grande importância para a obra, pois nela vão constar todo o acabamento e
embelezamento trazendo ao proprietário satisfação e felicidade por ter construído algo de que
se orgulhe. A metodologia utilizada para a realização deste pequeno artigo consistiu em uma
revisão bibliográfica, utilizando-se de livros, artigos e sites na internet.
Palavras chaves: Revestimento – Argamassa – Projeto.
Summary
The shell mortar coating is used in nearly all residential buildings; thus its importance is
characterized by both intense use, and by play important aesthetic functions and building
protection, besides representing an important portion of the direct costs of construction and
maintenance of facades. The coating design defines the technology to be employed in the
execution of the coating, specifying materials and techniques to be adopted and quality
control to be used by designing construction details that meet the requirements for the coating
fulfill its function, respecting cost, term and life. At the end of the work the facade becomes a
major element of importance for the work, as it will contain all the finishing and
embellishment bringing to owner satisfaction and happiness for having built something to be
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proud of. The methodology used to carry out this short article consisted of a literature review,
using books, articles and websites.
Key words: Coating - Mortar - Project.
1. INTRODUÇÃO
Pode-se dizer que o processo construtivo empregado para a produção dos edifícios de
múltiplos pavimentos, no Brasil, é caracterizado pela produção de estrutura reticulada de
concreto armado e de vedações verticais, usualmente constituídas por alvenaria de blocos
cerâmicos ou de concreto e, posteriormente, revestidas.
Pelo uso desse processo construtivo, pode-se afirmar que, no Brasil, o revestimento de
argamassa é utilizado desde o inicio da colonização do país, quase que na totalidade dos
edifícios, sejam residenciais, comerciais e industriais, tanto em áreas internas como também
em fachadas, sobretudo em edifícios de múltiplos pavimentos.
Uma das etapas de obra que faz uso de tecnologias competitivas é o revestimento de fachada.
Este tipo de revestimento não deve ser considerado importante exclusivamente pelo impacto
visual que o mesmo proporciona, como também pelo papel que exerce na preservação e
proteção dos edifícios, dirimindo, portanto, as patologias que estão entre as maiores
dificuldades para construtoras e proprietários (NAKAMURA, 2004).
Para Medeiros (1999a), o emprego de revestimento de argamassa em fachada deve considerar
uma série de condições que precisam ser atendidas para favorecer a quantidade e a
produtividade da execução em obra. As condições de produção dos revestimentos nas
fachadas são mais críticas que quando produzidos em áreas internas, principalmente porque
os serviços são desenvolvidos quase a céu aberto; portanto, sujeitos às condições climáticas e
em condições de segurança desfavoráveis para o manuseio dos materiais. Estes serviços são
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comumente realizados em plataformas de trabalho, montadas provisoriamente na região da
fachada do edifício.
Neste contexto de acordo com Nakamura (2004), o projeto de fachada tem como primeiro
passo fornecer toda discriminação das atividades necessárias, afim de que as decisões sejam
planejadas anteriormente, em vez de serem adotadas no canteiro. O segundo passo consiste na
elaboração de um memorial descritivo, orientando o pessoal quanto à especificação e compra
de matérias e equipamentos. Isso inclui desde a escolha da argamassa e definição de ensaios
necessários, até estocagem, manuseio, transporte e aplicação.
Este artigo traz como problema: Como se faz para implementar ou criar um projeto capaz de
nos fornecer informações e diretrizes, fazendo com que seja funcional e econômico sobre a
qualidade e execução do revestimento de argamassa em fachada?
O trabalho tem por objetivo ou finalidade evidenciar a necessidade de elaboração de projeto
especifico e elaborar diretrizes dos revestimentos de argamassa de fachada, buscando um
nível de racionalização mais elevado, além da redução dos desperdícios e dos custos gerais de
produção e procedimento de execução de serviços e procedimento de verificação de serviço.
Tendo como tema as Diretrizes para detalhamento do projeto do revestimento de argamassa
de fachada buscando um nível construtivo mais elevado.
As principais hipóteses levantadas são: a) Construtibilidade e racionalização de
procedimentos de execução de revestimento argamassado de fachada. b) Redução de falhas
no produto e no processo de execução para obter o desempenho esperado do produto. c)
Melhorias no processo de produção dos revestimentos de argamassa em fachada.
O trabalho tem por justificativa devido às manifestações patológicas nos revestimento
externo, pelo seu tratamento construtivo constituir um serviço de alta demanda ha necessidade
de elaborar projetos para produção de revestimentos argamassados.
Por não ter um exemplar bem detalhado, com todos os passos bem definidos, a má qualidade
do projeto e caracterização dos materiais de construção e de sua técnica de emprego leva a
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ocorrência de muitas manifestações patológicas, e conseqüentemente, desastres na construção
civil.
Para que estes revestimentos sejam executados no menor prazo possível e com retorno
financeiro vantajoso e esperado, análise de viabilidade técnica, econômica, do projeto de
produção e a execução bem procedida, são de extrema importância.
Com um estudo aprofundado e criterioso, pode-se definir qual o melhor sistema construtivo a
ser utilizado, para absorver toda essa necessidade mercadológica com a relação projeto versus
execução.
Este trabalho visa apresentar um levantamento de dados que sirva como ferramenta de
pesquisa para a identificação dos problemas construtivos e processo de produção de
argamassa, sendo desenvolvido, e buscando resolver boa parte com um projeto de produção
bem detalhado. Para isso objetiva-se buscar informações, conhecer fabricantes e visitar obras
para perceber as carências e oportunidade que existem no segmento. Desenvolver
conhecimentos em gestão de processos produtivos e em tecnologias construtivas –
entendendo o comportamento, vedações e materiais de construção aplicados.
2. SISTEMA DE REVESTIMENTO DE ARGAMASSA
2.1 DEFINIÇÕES
Segundo a NBR 13281 (ABNT, 2001), as argamassas são definidas como a mistura
homogênea de agregados miúdos, aglomerantes inorgânicos e água, podendo conter ou não
aditivos ouadições, possuindo propriedades de aderência e endurecimento.
A NBR 13529 (ABNT, 1995b) define revestimentos de argamassa como o cobrimento de uma
superfície com uma ou mais camadas superpostas de argamassa, apta a receber revestimento
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decorativo ou constituir-se em um acabamento final. Os revestimentos de argamassa podem
serconstituídos por chapisco e emboço, formando o revestimento de camada única, ou por
chapisco,emboço e reboco (ABNT, 1996). O primeiro tipo é atualmente mais usual nas
construçõesbrasileiras.
O projeto n° ICS 91.100.10 de revisão da norma NBR 13281 (2001) define argamassa para
revestimento externo como a argamassa indicada para revestimento de fachadas, muros e
outros elementos da edificação em contato com o meio externo, caracterizando-se como
camada deregularização (emboço ou camada única).
Conforme Costa (2005), partindo dessas definições normalizadas, define-se o sistema de
revestimento de argamassa como um conjunto de técnicas para a produção de revestimentos
de argamassa resultando numa combinação lógica e coordenada de especificações de
materiais e de procedimentos e métodos deexecução que conduzam ao desempenho desejado.
Neste sentido, um sistema de revestimento de argamassa indica o número de camadas do
revestimento, as espessuras das camadas, o tipo de argamassa a ser utilizado, as
especificações dos traços e dos materiais, a técnica de execução e otipo de acabamento
superficial, entre outros.
2.2 FUNÇÕES DAS ARGAMASSAS
GUIMARÃES, (1997 Apud COSTA, 2005 31).O uso das argamassas nos revestimentos e
assentamentos de alvenarias não é recente. Durante muitos anos o homem procurou um
ligante eficiente e econômico para unir rochas e madeiras, o qual utilizava para compor suas
rústicas construções. As misturas de sucesso para a junção de blocos de alvenaria foram
batizadas de argamassa
A literatura técnica cita como principais funções dos revestimentos externos de argamassa.
(FIORITO, 1994; CINCOTTO et. al., 1995; BAÍA; SABBATINI, 2000):
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- Resistir à ação de variações normais de temperatura e umidade do meio, principalmente
quando de revestimentos externos, ou seja, proteger os elementos de vedação da ação
diretados agentes agressivos;
- associado à parede, apresentar estabilidade mecânica e dimensional (resistência à tração,
compressão, impacto e abrasão) e resistência ao fogo;
- contribuir para o isolamento termo-acústico e estanqueidade à água e gases; e- contribuir
para a estética das fachadas das edificações.
Conforme Costa (2005), para cumprir suas funções, os revestimentos de argamassa devem
possuir algumas propriedades que se apresentam nas argamassas nos estados fresco e
endurecido. As propriedades das argamassas para revestimento dependem das características
dos materiais constituintes, da proporção entre os mesmos e do processo de mistura e
execução do revestimento, assim como também podem interferir a natureza da base e as
condições do meio ambiente. De acordo com Mattos (2001) algumas propriedades devem ser
avaliadas em conjunto com a base, assim como, de acordo com a função que irão
desempenhar e das condições de exposição, sendo que algumas propriedades podem ser mais
importantes do que outras.
Em adição, Cincotto et. al. (1995) afirmam que, ao longo do tempo, as condições de
desempenho são afetadas por fatores associados às condições de produção e de exposição do
revestimento e à ação dos usuários.
Para Costa (2005), as principais exigências de desempenho que um revestimento de
argamassa deve atender estão relacionadas às seguintes propriedades: densidade de massa,
teor de ar incorporado, trabalhabilidade, retenção de água, adesão inicial e consistência
(propriedades no estado fresco) e resistência mecânica, aderência, capacidade de absorver
deformações, permeabilidade e retração (propriedades no estado endurecido) além da
durabilidade (SELMO, 1989a; CARNEIRO, 1993; CINCOTTO et. al., 1995; BAÍA;
SABBATINI, 2000; MATTOS, 2001).
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2.3 PROJETO DE REVESTIMENTO
Um projeto de revestimento deve contemplar todas as informações necessárias para que a
execução do serviço seja realizada conforme as especificações do projeto arquitetônico e de
forma a atender os clientes internos e finais. Por exemplo, para os assentadores de placas
cerâmicas, os revestimentos de argamassa devem possuir acabamentos regulares, planeza e
textura final ideal às necessidades de assentamento. Já do ponto de vista dos usuários finais,
os revestimentos devem ser duradouros em termos de qualidade, seguros e esteticamente
agradáveis.
O projeto de revestimento define a tecnologia a ser empregada na execução do revestimento,
especificando materiais e técnicas a serem adotadas e o controle de qualidade a ser utilizado,
concebendo detalhes construtivos que atendam aos requisitos necessários para que o
revestimento cumpra sua função, respeitando custo, prazo e vida útil.
Para Massetto et. al. (1998 apud COSTA 2005, p. 32), o projeto de revestimento compõe-se
tanto do projeto do produto quanto do processo. Com o projeto do produto tem-se a definição
do traço em função dos critériosde desempenho como, por exemplo, as condições de
exposição e execução, as características da base e a definição das características geométricas
do revestimento, como número e espessura dascamadas e juntas de trabalho. O projeto do
processo inclui o planejamento da execução e o projeto para a produção do revestimento,
envolvendo o cronograma de atividades, quantificação dos serviços, previsão de suprimentos,
procedimentos para preparo da argamassa, métodos e técnicas construtivas a serem adotadas
na aplicação do revestimento, disposição e seqüência de atividades e uso e características dos
equipamentos (MASSETTO et. al., 1998).
Existem três momentos durante os quais um projeto de revestimento de fachada pode ser
elaborado:
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(a) Antes do início da obra, juntamente com a elaboração dos outros projetos (arquitetura,
estrutura, vedação, etc.): a adoção desta escolha permite a integração do projeto com a
concepção da obra.
(b) No início da obra, após a conclusão dos projetos da edificação: nesta situação o projeto de
revestimento de fachada complementa os demais projetos e define o processo construtivo,
limitado pelo orçamento da obra.
(c) Durante a obra, após a conclusão da estrutura e final da execução da alvenaria: com esta
escolha o projeto de revestimento adapta-se ao processo construtivo definido e pode-se
interferir apenas no preparo e aplicação do revestimento.
Para Ceotto et. al. (2005 apud COSTA, 2005 p. 32), quando o projeto é iniciado com a obra já
em andamento, a interação do projetista de revestimento com os demais projetistas da
edificação é praticamente nula, sendo quetodas as decisões tomadas nos projetos anteriores
terão que ser aceitas como condicionantes, podendo, dessa forma, aumentar o risco de
desempenho insatisfatório.
Neste sentido, Maciel & Melhado (1999) defendem que a elaboração do projeto de
revestimento deve ser feita juntamente e coordenadamente com os projetos das demais partes
do edifício, taiscomo a estrutura, a alvenaria e as instalações, o que significa tomar decisões
relativas ao revestimento antes do início da sua execução, considerando as possíveis
interferências entre essas diversas partes do edifício. Com relação ao revestimento de
argamassa de fachada, Maciel e Melhado (1999) afirmam que o mesmo é visto, muitas vezes,
apenas como uma forma de esconder as imperfeições da base (estrutura e vedações), não
sendo valorizadas as suas importantes funções. Este fato é evidenciado pelas decisões
tomadas na própria obra, comconhecimento adquirido na prática.
A NBR 7200 (ABNT, 1998) sugere que as especificações de projeto para execução do
sistema de revestimento de argamassa devem conter pelo menos informações sobre os tipos
de argamassa e respectivos parâmetros para definição dos traços; número de camadas;
espessura de cada camada; acabamento superficial e tipo de acabamento decorativo. Essa
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recomendação da norma ainda é bastante simplista e considera aspectos gerais do sistema de
revestimento.
Neste sentido, baseando-se no trabalho de Maciel e Melhado (1999) e no trabalho de Ceotto
et. al.(2005), sugere-se que um projeto de revestimento de argamassa de fachada deve conter
as especificações e informações para a adequada execução do revestimento, conforme exposto
na figura abaixo, evidenciando informações do projeto do produto e do projeto do processo.
Figura 1: Projeto de revestimento de fachada.
Fonte: Fernanda Nepomuceno Costa - Porto Alegre: UFRGS/PPGEC/NORIE, 2005
Ceotto et. al. (2005 apud COSTA 2005, p. 34) afirmam que a realização de um bom projeto
de revestimento depende da qualidade e disponibilidade das informações para subsidiar as
decisões do projetista, sendo necessário levar em consideração durante a elaboração do
projeto os fatores condicionantes do projeto, apontados na figura acima:
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- informações sobre condições de insolação, regime de chuvas, umidade relativa do ar,
temperatura, ventos predominantes, poluentes atmosféricos e outros são variáveis importantes
para a formulação das argamassas, para as condições e períodos de aplicação, textura da
camada decorativa, juntas, etc.;
- informações do projeto arquitetônico, como cores, detalhes e elementos decorativos são
importantes para a paginação da fachada, elaboração de reforços e juntas, etc.;
- informações do projeto estrutural, como geometria, rigidez e deformações previstas, são
variáveis importantes para definição de juntas, dos detalhes construtivos das ligações das
alvenarias com as estruturas de concreto, preparação da base, definição da ponte de aderência
(chapisco), etc.;
- interferências nas fachadas por parte das instalações, como rasgos e aberturas;
- informações do projeto de vedação, como materiais utilizados e suas interferências nos
revestimentos de fachada;
- variáveis dos processos construtivos, como sistema de fôrma, resistência do concreto,
equipamentos e mão-de-obra empregada são importantes para definições geométricas do
projeto, especificação dos materiais da fachada e definição do processo de aplicação da
argamassa; e
- informações dos prazos de construção da obra, como cronograma de atividades, são
importantes para a elaboração do planejamento e definição da logística de produção.
Conforme Costa (2005), no Brasil, ainda são raras as empresas de construção que contratam
ou mesmo fazem projetos que tratem especificamente dos revestimentos das fachadas das
edificações (SHIMIZU, 2001; FACHADA, 2003). Mesmo nas empresas que contratam
projetos de revestimento estes não consideram todos os itens necessários para uma correta
execução e um duradouro desempenho final. O aspecto mais importante na adoção de um
projeto de revestimento está, na realidade, no acompanhamento da execução, verificando se
os itens previstos no projeto são cumpridos da forma adequada (FACHADA, 2003). Ceotto
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et. al. (2005) completam afirmando que existe pouco consenso entre os consultores,
projetistas e pesquisadores do que deve ser um projeto de revestimento.
2.3.1 Tipos de argamassas
Conforme Diogo (2007), os tipos de argamassas definidos na realização do projeto dos
revestimentos devem considerar além das exigências de desempenho pré-estabelecidas, as
condições de exposição, as características da base de aplicação, a forma de produção da
argamassa; os procedimentos de execução, o controle do revestimento, além das
características do canteiro de obras.
Conforme Costa (2005), os principais tipos de argamassas possuem denominação em função
do aglomerante utilizado e da condição de fornecimento. Elas são classificadas em dois
grandes grupos: as argamassas inorgânicas, constituídas por aglomerantes inorgânicos, de uso
tradicional na construção; e as argamassas orgânicas, constituídas por aglomerantes orgânicos
poliméricos, desenvolvidas recentemente e ainda pouco utilizadas na construção.
Segundo Diogo (2007), além do conhecimento e entendimento das propriedades dos
revestimentos de argamassa para fachada, é necessário considerar uma metodologia de
avaliação de seu desempenho que permita prever e avaliar seu comportamento,
proporcionando uma definição mais criteriosa das suas especificações no projeto, de forma
que sejam atendidas todas suas funções.
Conforme Costa (2005), no Brasil, as argamassas inorgânicas podem ter como aglomerante
cal hidratada, cimento Portland ou uma mistura de cal hidratada e cimento Portland, formando
a argamassa mista. Cada tipo de argamassa apresenta propriedades diferentes. As argamassas
de cal são produzidas com cal hidratada, areia e água. Segundo Fiorito (1994) são utilizadas
para emboço e reboco pela sua plasticidade e elasticidade e porque possibilitam um
acabamento com melhor desempenho. Bonin et al. (1993) afirmam que este tipo de argamassa
é pouco utilizado atualmente, embora tenha sido a solução construtiva tradicional para
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revestimentos de argamassa. Em se tratando de argamassas de cimento Portland, são
produzidas com cimento Portland, areia e água, resultando em revestimentos de baixa
porosidade e com elevada resistência mecânica. Porém apresentam maior retração por
secagem e conseqüentemente maior tendência à fissuração do revestimento. Por apresentar
baixa plasticidade e retentividade, são pouco trabalháveis (BONIN et al., 1993). São bastante
utilizadas nos chapiscos por apresentar alta resistência em curto prazo (FIORITO, 1994).
2.3.2. Composição e dosagem da argamassa
Conforme Diogo (2007), a composição e dosagem da argamassa relacionam-se com os seus
materiais constituintes e as quantidades adicionadas de cada um deles. Quando a argamassa é
preparada em obra, a escolha do traço a ser utilizado deve seguir critérios e requisitos
relacionados às reais condições de utilização, ou seja, é necessário que para cada obra sejam
estudados os traços mais adequados, considerando a influência da base a ser aplicada, a
qualidade e a racionalização dos recursos.
Segundo Sabbatini (1995 apud DIOGO, 2007 p. 24), as diferentes características dos
substratos, as condições de exposição e as espessuras dos revestimentos, alteram
significamente o desempenho potencial das argamassas. A prática usual de se empregar traços
consagrados em algumas obras específicas, pode não resultar no desempenho adequado do
revestimento, favorecendo o aparecimento de problemas patológicos tais como fissuras e até
mesmo descolamentos.
Segundo Thomaz (2001 apud DIOGO, 2007 p. 24), a dosagem das argamassas não é tarefa
muito fácil, particularmente quando não se dispõe de areia com granulometria adequada: o
excesso de aglomerante pode levar a micro fissuração ou ao gretamento superficial; a falta de
aglomerante repercute na perda da coesão, aderência pobre, baixa resistência a impactos e a
abrasão, dificuldade de aplicação ou pouca plasticidade.
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Considerando esses fatores, Selmo (1991) propôs um método de dosagem de argamassas
mistas para revestimento de fachada, fundamentado em dois parâmetros: relação agregado +
cal/ cimento e relação areia/finos; o método baseia-se nas relações em massa (materiais secos)
distinguindo-se as frações de areia e de finos, simplificadamente, pela análise granulométrica
dos materiais na peneira ABNT 0,075mm. A Tabela abaixo resume os principais aspectos
relativos aos materiais constituintes da argamassa que devem ser considerados na definição da
sua composição.
Tabela - Aspectos a serem considerados para a definição da composição da argamassa de
revestimento.
Materiais Aspectos a serem considerados
Cimento Tipo e classe de resistência do cimento
Custo e disponibilidade
Cal Tipo, forma de produção e massa unitária da cal
Custo e disponibilidade
Areia
Composição mineralógica, dimensões do agregado, composição granulométrica
Forma e rugosidade superficial dos grãos, massa unitária e inchamento
Comportamento da argamassa produzida com a areia
Aditivos
Uso de aditivos acrescentados à argamassa no momento da mistura ou da
argamassa aditivada
Características do tipo de aditivo
Finalidade, disponibilidade e custo
Água Características dos componentes da água, quando essa não for potável
Adições Características do tipo de adição
Finalidade, disponibilidade e custo
Fonte: Maciel, 1997 apud DIOGO, 2007 p. 25.
Campiteli et. al. (1995 apud DIOGO, 2007 p. 26) consideram que é grande a variação das
características dos materiais disponíveis no território nacional ou até numa mesma região; por
isto, com uma mesma dosagem recomendada pode-se obter resultados substancialmente
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diferentes. De maneira que a dosagem deve ser definida levando em consideração os
seguintes aspectos:
• requisitos e critérios de desempenho preestabelecidos;
• condições de exposição do revestimento;
• exigências quanto ao custo;
• condições de produção e controle da argamassa;
• forma de execução e de controle;
• natureza e características da base de aplicação;
• materiais disponíveis no mercado.
Neste sentido, o atendimento às especificações do projeto e ao proporcionamento dos
materiais nas obras deve ser rigorosamente obedecido. É conhecido que o traço em massa
oferece maior precisão na dosagem e, conseqüentemente, maior constância de qualidade da
argamassa, por exemplo, para a dosagem de areia por causa do inchamento dos grãos em
função da umidade (SOUZA, 2001).
2.3.3 Número de camadas
Segundo a NBR 13749 (ABNT, 1996), os revestimentos de paredes podem ser constituídos
por chapisco e emboço, como revestimento de camada única, ou por chapisco, emboço e
reboco. Em revestimentos compostos por duas camadas, o emboço funciona como camada de
regularização da base e o reboco como acabamento. Nos revestimentos constituídos por
camada única, a mesma cumpre as duas funções, ou seja, as funções de regularização da base
e de acabamento.(COSTA, 2005)
A NBR 13529 (1995b) não considera o chapisco uma camada de revestimento, chamando-a
de camada contínua ou descontínua para preparo da base. Entretanto, embora o chapisco não
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represente efetivamente uma camada de revestimento, é de extrema importância para as
camadas seguintes, servindo de regularização da base e de ancoragem mecânica para
aderência da camada de argamassa com o substrato (FIORITO, 1994).
Conforme Costa (2005), a necessidade da execução da camada de chapisco se dá em função
das características da base a ser revestida. A NBR 7200 (ABNT, 1998) recomenda que
quando a superfície a revestir for parcial ou totalmente não absorvente (de pouca aderência)
ou quando a base não apresentar rugosidade superficial é necessária a aplicação prévia da
camada de chapisco.
2.3.4 Espessuras de revestimento
Conforme Costa (2005), as espessuras das camadas de revestimento externo recomendadas
pela NBR 13749 (ABNT, 1996) para a obtenção de revestimentos com bom desempenho
estão na faixa entre 20 e 30 mm. A norma não especifica valores diferentes para locais de
maior exposição ou para revestimentos produzidos com argamassas de diferentes tipos.
Os revestimentos de argamassa que forem executados ultrapassando esses valores indicados
pela norma devem ter tratamentos diferenciados, além de normalmente gerarem perdas por
espessura excessiva, que incluem as perdas dos materiais que compõem os revestimentos e
perdas de mão-de-obra para a produção, transporte e aplicação das argamassas.
A norma NBR 7200 (ABNT, 1998) ressalta que, para que a argamassa possa ser aplicada em
espessura uniforme, a base a ser revestida deve ser regular, devendo ser eliminadas as
irregularidades superficiais. A correção de falhas com mais de 50 mm deve ser feita com
enchimento de argamassa realizado em pelo menos duas etapas, sendo que a primeira deve
secar por um período não inferior a 24 h e ser levemente umedecida quando da aplicação da
segunda (ABNT, 1998).
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Apesar das recomendações da NBR 7200 (1998), a literatura brasileira (SOUZA;
MEKBEKIAN, 1996; BAÍA; SABBATINI, 2000) recomenda que para revestimentos com
espessuras superiores às admissíveis pela norma, os mesmos devem ser executados em etapas,
aguardando um intervalo de pelo menos 16 horas entre as camadas (preenchimento com
massa). A execução de revestimentos com espessuras entre 30 e 50 mm deve ser realizada
com aplicação da argamassa em duas etapas. Para espessuras de revestimento de argamassa
entre 50 e 80 mm o revestimento deve ser executado em três aplicações da argamassa. Esses
cuidados devem ser tomados para garantir a aderência entre as camadas de argamassa
(SOUZA; MEKBEKIAN, 1996; BAÍA; SABBATINI, 2000 apud COSTA, 2005).
Também, em revestimentos com espessuras superiores às indicadas pelas normas
recomenda-se o reforço do revestimento de argamassa para assegurar uma maior
aderência entre as camadas de argamassa ou mesmo entre o revestimento e a base
(SOUZA; MEKBEKIAN, 1996 apud COSTA, 2005).
2.2.5. Tipo de acabamento
De acordo com Costa (2005), o tipo de acabamento superficial dos revestimentos de
argamassa é uma das variáveis do projeto de revestimento, tendo muita ligação com a sua
destinação, ou seja, depende do tipo de tratamento subseqüente desses revestimentos, tais
como pintura, textura, assentamento de peças cerâmicas ou outro material. Segundo a NBR
7200 (1998), o acabamento da superfície deve estar de acordo com a especificação do projeto
e ser executado conforme as recomendações contidas nesta norma. Ela prescreve que as ações
recomendadas devem ser realizadas após a área a ser revestida ser totalmente preenchida e
tendo a argamassa adquirido a consistência adequada.
Conforme Diogo (2007), o acabamento resulta da aplicação de ferramentas especificas sobre
a superfície da camada de revestimento, para adequá-las ao recebimento da camada
sobrejacente, que pode ser de argamassa, de cerâmica, de pintura ou de textura. O acabamento
da superfície do revestimento deve estar de acordo com a especificação do projeto e ser
executado conforme as recomendações apresentadas na Tabela abaixo.
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Tabela - Tipos de acabamento da superfície do revestimento de argamassa.
Tipo de acabamento Descrição
Desempenado Executar o alisamento da superfície sarrafeada por meio da passagem
da desempenadeira (desempoladeira)
Camurçado Executar o alisamento da superfície desempenada com a passagem de
esponja ou desempenadeira apropriada
Raspado Executar o acabamento da superfície sarrafeada por meio de
passagem de ferramenta denteada
Lavado
Executar o acabamento da superfície sarrafeada em argamassa
preparada com agregado apropriado, por meio da lavagem com jato
de água.
Chapiscado
Executar o acabamento sobre a base de revestimento ou sobre o
emboço por meio do lançamento de uma argamassa fluida, por meio
de peneira de malha quadrada com abertura aproximada de 4,8mm ou
equipamento apropriado.
Imitação Travertino
Executar o acabamento da superfície recém-desempenada lançando
com broxa a mesma argamassa de acabamento com consistência mais
fluida. Aguardar o momento ideal para alisar a superfície com colher
de pedreiro ou desempenadeira de aço, conservando parte dos sulcos
ou cavidades provenientes do lançamento da argamassa fluida, a fim
de conferir o aspecto do mármore travertino.
Fonte: NBR 7200, ABNT, 1998. Apud DIOGO, 2007, p. 16.
Em qualquer que seja o acabamento utilizado, “o revestimento de argamassa deve apresentar
textura uniforme, sem imperfeições, tais como: cavidades, fissuras, manchas e eflorescência,
devendo ser prevista na especificação de projeto, a aceitação ou rejeição, conforme níveis de
tolerâncias admitidas” (NBR 13749, ABNT, 1996).
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2.3.5 Detalhes arquitetônicos e construtivos da fachada
Segundo Diogo (2007), os detalhes construtivos são elementos que devem ser previstos em
pontos estratégicos da fachada, buscando melhorar, de diversas formas, o desempenho do
sistema de revestimento. Segundo Maciel (1997), estes detalhes são executados durante a
produção dos revestimentos, de acordo com sua função nas camadas de revestimento.
O uso de detalhes construtivos nas fachadas das edificações muitas vezes está
relacionado a proporcionar uma estética agradável para seus usuários e para os
observadores externos. A previsão desses detalhes deve ser feita de forma
cuidadosa, evitando que esses elementos resultem em pontos frágeis para a fachada
das edificações. (COSTA 2005, p. 40).
Conforme Diogo (2007), os detalhes construtivos muitas vezes estão previstos no projeto de
arquitetura para proteger a fachada da incidência e ação da chuva, compreendendo os pontos
de captação de águas pluviais, os beirais e os frisos. Ou ainda, a especificação e uso de
detalhes construtivos nas fachadas das edificações, muitas vezes buscam somente
proporcionar uma estética agradável para seus usuários e para os observadores externos. Para
Maciel; Melhado (1999a), a previsão desses detalhes deve ser feita de forma criteriosa,
evitando que esses elementos resultem em pontos frágeis para a fachada das edificações e de
modo a contribuírem para o melhor desempenho do revestimento de argamassa.
De acordo com Costa (2005), os detalhes construtivos também contribuem para o melhor
comportamento do revestimento de argamassa. Geralmente, as edificações estão sujeitas a
ações externas de exposição, quer seja do vento quer seja da água (BONIN et. al., 1993). Para
minimização ou mesmo na busca de eliminação dos efeitos provocados pelas condições de
exposição, alguns cuidados são necessários, podendo aproveitar as vantagens dos detalhes
arquitetônicos das fachadas de forma que os mesmos protejam os revestimentos da ação da
água da chuva nas superfícies (BONIN et. al., 1993).
Ainda Diogo (2007), os detalhes construtivos também contribuem para o melhor
comportamento do revestimento de argamassa. Geralmente, as edificações estão sujeitas às
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ações externas, quer seja do vento ou da água. Segundo Costa (2005), os detalhes construtivos
devem ser criteriosamente definidos no projeto de revestimento almejando a contribuição para
um produto final com a vida útil desejada pela empresa construtora.
Conforme a mesma autora (apud DIOGO 2007, p. 17), o desenho geométrico das fachadas,
com uso de juntas de movimentação (ou juntas de trabalho) ou de detalhes tais como
pingadeiras, frisos, peitoris, colunas, quinas, cantos, molduras, almofadas, e a rugosidade de
sua superfície interferem na forma de manchamento e envelhecimento do revestimento, já que
estão relacionados ao fluxo percorrido pelas águas das chuvas.
O projeto de norma de desempenho de edificações PN: 02:136.01.002 (ABNT, 2006), bem
como a NBR 6118 (ABNT, 2003), ambos com enfoque no sistema estrutural, também
recomendam o uso detalhes construtivos para se obter elementos com a flexibilidade da
estrutura e de suas partes.
O peitoril é um exemplo de detalhe que protege a fachada da ação da chuva, mas que caso não
seja corretamente projetado e executado, pode facilitar a ocorrência indesejada da deposição
de poeira e de manchas de umidade com cultura de microorganismos nessas regiões.
Recomenda-se que os peitoris avancem sobre a parede adjacente ao revestimento, ressaltem
do plano da fachada e apresentem um canal na face inferior para o descolamento da água, o
qual recebe o nome de pingadeira (BAÍA; SABBATINI, 2000).
Segundo Cincotto et al. (1995 apud COSTA, 2005), os detalhes construtivos que protegem as
fachadas são, em geral, os que atuam sobre o fluxo de água de modo a facilitar o escoamento
e evitar o comprometimento da estanqueidade da parede.
Para os mesmos autores, o avanço lateral do peitoril evita que o fluxo de água se concentre
em suas laterais. E, recomendam que o peitoril deve avançar, pelo menos, 25mm além da
fachada, e o caimento deve ser de no mínimo 7%. Já as pingadeiras são saliências ou
projeções da fachada que podem ser feitas com argamassa, com pedras ou outros
componentes cerâmicos e que servem para o descolamento do fluxo de água sobre a fachada.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A importância da elaboração de um projeto específico para o processo de produção de
revestimentos é inquestionável. Entretanto, o projeto deve ser completo, considerando todos
os condicionantes, pois são vários os fatores que afetam e influenciam o desempenho final
dos sistemas de revestimento, sendo alguns predominantes, tais como as condições
ambientais. Alguns destes fatores são mais difíceis de serem controlados que outros, entre os
quais se pode destacar a mão-de-obra empregada.
As escolhas realizadas pelos construtores ou contratantes da construção durante a etapa de
projeto, na tentativa de economia de recursos, podem afetar o desempenho do sistema de
revestimento por toda sua vida útil.
Mesmo após as decisões de projeto, o sistema de revestimento pode não alcançar o
desempenho esperado e desejado, uma vez que, vários fatores tendem a afetar a qualidade do
processo de execução, tais como a eficácia do controle da produção da argamassa e do
revestimento propriamente dito e a falta de conservação e manutenção.
O profissional da construção civil deve estar atento as especificações e manejo dos materiais a
serem utilizados na obra. Quanto a aplicação e ou produção para chegar ao produto final,
deve-se ser desempenado por profissionais habilitados, assim diminuído as chances de perda
de material na mistura e dosagem, na aplicação ou ainda no aparecimento de patologias
futuras, levando ao descontentamento do cliente final, sem mencionar na aparência estética
que a construção irá apresentar caso aconteça.
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