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Meninos(as) PROJETO DOS Ano I • Nº I • dezembro de 2011 - Uberaba/MG As esculturas de argila produzidas na oficina de arte em barro revelam a sensibilidade dos alunos

Projeto dos Meninos(as)

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A revista PROJETO DOS MENINOS(AS) é um Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvido por Bárbara Caretta no segundo semestre de 2011. O trabalho apresentado tem como objetivo a criação de uma revista institucional sobre o Projeto dos Meninos(as), realizado em Uberaba (MG). A instituição foi escolhida para subsidiar o trabalho de conclusão de curso por sua carência em divulgação e pela ausência dos produtos de comunicação. Divididas em 10 editoriais, foram desenvolvidas para apresentar o trabalho realizado. A intenção é que o produto sirva como instrumento de apresentação das atividades realizadas na instituição social.

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Meninos(as) PROJETO DOS

Ano I • Nº I • dezembro de 2011 - Uberaba/MG

As esculturas de argila produzidas na oficina de arte em barro revelam a sensibilidade dos alunos

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editorial

Durante quase um ano de desenvol-vimento deste Trabalho de Conclusão de Curso, a pergunta que mais ouvi foi: “Quais meninos?”.

Então, respondo...O Projeto dos Meninos(as) é um traba-

lho desenvolvido, há 18 anos, nos bairros Gameleira e Residencial 2000, em Ube-raba, Minas Gerais. Recebe, atualmente, cerca de 300 crianças e adolescentes, mas, nestas quase duas décadas de exis-tência, mais de mil crianças e adoles-centes foram atendidas. Cerca de 15% deles se perderam no caminho, segun-do a direção. Outros 75% conseguiram construir um futuro melhor.

Convidamos você para um mergulho nesta história. Na crônica de Irmã Anita, fundadora do Projeto dos Meninos(as), saiba como nasceu a instituição.

Na página quatro, a psicopedagoga Glaucia Eli faz uma análise sobre a impor-tância da educação na atualidade. O tema continua em pauta, na página seis, com a material Aprender brincando, que con-ta sobre as oficinas de Apoio a Leitura e Escrita.

Você também irá conhecer, nas pági-nas 10 e 11, na Galeria de Artes, as es-culturas em barro dos pequenos artistas.

Não poderíamos deixar de falar do trabalho de formação humana que é de-senvolvido com temas distintos. Família é outro assunto importante na instituição e abordado por nós.

A boa notícia é que o projeto foi am-pliado para o bairro Residencial 2000.

No fim desta edição da revista, apre-sentamos Victor e Renato. São dois jovens que participaram do projeto e dão seus depoimentos sobre a importância desse trabalho.

Bem-vindo ao Projeto dos Meninos(as)!

Por Bárbara Caretta

“Quais meninos?”índice

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Aprender Brincando: os ingredientes e métodos da educação

3Crônica: Irmã Anita conta história do Projeto dos Meninos (as)8Comer para Crescer:

alimentação saudável, criançada feliz

Galeria de Artes: o

talento dos pequenos artistas

1215Famílias em ação: a participação dos parentes

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Extensão do Projeto: as atividades realizadas no Residencial 2000

Meninos de Sucesso: depoimentos de jovens que participaram da instituição

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expedienteProjeto dos Meninos(as) Magazine - Trabalho de Conclusão de Curso de Comunicação Social - Habilitação para Jornalismo - Universidade de Uberaba dezembro de 2011. Estudande do 8º Período de Jornalismo: Bárbara Caretta Projeto Gráfico e Diagramação: Alex MaiaOrientadora: Indiara FerreiraFotos: Capa (Natália Melo) - Arquivo Projeto dos Meninos(as)

Palavra de Especialista: Psicopedagoga dá dicas sobre educação

Valores Humanos: o direcionamento para o caminho certo

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...No início dos anos 90. Nós par ticipávamos da CEB’s (Comunidades Eclesiais de Base) do bairro Gameleira, um projeto que acontecia em toda Arquidiocese de Uberaba. Nos encontros, tínhamos formação humana para famílias e discutíamos o que era melhor para a realidade de cada local. Foi a par tir dessas reuniões que, junto com a comu-nidade, percebemos a necessidade de se criar espaços para as crianças do bairro.

Começamos sem lugar fixo, no fundo da nossa casa ou na igreja, reuníamos desde os bebês até os adolescentes. Pouco tempo depois, ganhamos três casas que, em muti-rão, com as famílias, foram derrubadas para a construção da creche.

Aos poucos, fomos nos organizando e descobrindo que precisávamos de um lugar específico para as crian-ças maiores, a par tir dos sete anos. Na mesma época, uma família que conhecíamos voltava de um trabalho re-alizado na África, Marco e Júlia Cury com seus filhos. Surge então o Projeto dos Meninos, que é um dos princi-

Crônica

Por Irmã Anita Rocha – Fundadora do Projeto dos Meninos(as)

pais braços de diversas atividades que temos do Centro Comunitário do bairro Gameleira.

Dom Benedito Ulhôa, na época Arcebispo de Uberaba, direcionou uma verba para a compra do terreno onde hoje funcionam as atividades do Projeto dos Meninos. Na época, só existiam as magueiras e uma casa pequena no local. As aulas eram embaixo das árvores, ao ar livre. Quando chovia, era uma bagunça. Juntávamos todos na casa, apertadinhos.

Aos poucos, arrumamos uma verba aqui, outra ali e construímos a estrutura física da instituição. Mas, o mais importante é a estrutura organizacional que consegui-mos ao longo desses 20 anos. Uma diretoria formada por membros da comunidade e ex-alunos do projeto que estão sempre em busca do melhor. Tudo o que conseguimos até hoje é uma grande vitória e foi conquistado com muito es-forço. Mas a alegria maior é ver os nossos alunos forma-dos e com um futuro melhor. Somos felizes pelo que temos e continuamos em busca de melhorar cada vez mais, pois ainda há muito a ser feito.

Tudo começou...

O Projeto dos Meninos(as) nasceu em 1994 e já recebeu mais de mil crianças ao longo desses 18 anos

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De que modo acontece a educa-ção de uma pessoa?

Glaucia: A educação não acon-tece só no modo tradicional, na sala de aula, acontece também na vida. O aluno precisa aprender a lidar com o outro, ter conhecimento sobre éti-ca, responsabilidade, compromisso, estabelecimento de rotina, respeitar o limite do seu colega, criar uma vi-são de futuro, onde eu quero chegar, como eu quero chegar, quais cami-nhos são viáveis para isso, o que eu preciso trabalhar para chegar nesse lugar, aprender que eu não vou che-gar trapaceando, tentando ir pelo caminho mais fácil. Isso é também aprendizagem, e talvez algumas das mais valiosas.

Cada criança vem com uma ba-gagem, um problema diferente. Como tratar o todo, diante de tantas diferenças?

Glaucia: As diferenças, na verda-de, são as maiores riquezas que nós temos no contexto de ensino apren-

Especialista em psicopedagogia explica a importância e as responsabilidades na educação da criança e do adolescente

O B-A-BÁ da formação humana

É inegável a importância da Educação Básica na formação de um cidadão crítico e consciente. Mas, durante os nove anos (período regulamentar para a finalização dessa etapa), alguns obstáculos podem surgir no processo de ensino-aprendizagem. Nesse momento, o professor precisa experimentar novas didáticas e dinâmicas em sala de aula e construir no-vas formas de inclusão do saber na vida dos alunos. Nem sempre a educação básica é suficiente para formar cidadãos conscientes e garantir o aprendiza-do de uma pessoa. Glaucia Eli da Silva é formada em

pedagogia pela Faculdade de Filosofia e Ciências de Ituverava e especializou-se em Psicopedagogia Insti-tucional pela Universidade Castelo Branco. Trabalhou por 28 anos na rede municipal de ensino de Uberaba e fala sobre o olhar atento do professor, como per-ceber que uma criança está com alguma dificuldade e transformar o problema em aliado no processo de aprendizagem. Ela destaca a importância do proces-so de educação não só como transferência de ensino e sim como troca de aprendizagens. Confira na en-trevista a seguir.

dizagem. Por exemplo, quando temos uma criança deficiente em um pro-cesso de educação infantil, as outras crianças se envolvem para ajudar e fazer com que ela cresça. Em primeira instância, nós precisamos lembrar que as diferenças são altamente positivas. Mas é claro que também tem aquelas que são negativas, então como traba-lhar isso em um contexto tão diverso? Quando eu estou em um ambiente não tão formal quanto a sala de aula co-mum, posso propor estratégias que levem o grupo para um mesmo lugar. Eu preciso analisar de acordo com cada idade, o que aquela criança, o desenvolvimento dela, permite que ela realize que ela faça para crescer e melhorar a dificuldade. É impor tante propor atividades grupais, para que as crianças se aproximem e as diferenças se tornem menores, valorizar a poten-cialidade da criança. É fundamental o trabalho do adulto, da pedagoga, que aplica diferentes dinâmicas, diferentes leituras, a par tir do olhar atento pra cada uma dessas par ticularidades.

O professor é fundamental na vida do aluno. É a primeira pessoa com quem ele estabelece uma ligação afetiva depois da família.

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O B-A-BÁ da formação humanaPalavra de Especialista

Quais são os sinais que ajudam a diagnosticar esses problemas?

Glaucia: Existem sinais que são ligados à par te orgânica. Esses são mais fáceis de perceber. Já os sinais de par te emocional são mais difíceis de diagnosticar, mas, mesmo assim, tem um momento, um limite que fica aparente. A criança apresenta alguns deles. A criança muito quieta, ou a que sempre se destaca, quer sempre estar em evidência, aquela que não para quieta, a que chora muito fácil, que estraga o brinquedo do colega sempre. Tudo isso é sinal de que há alguma coisa acontecendo com essa criança e é preciso ter uma atenção especial para poder ajudar.

Como o trabalho do professor pode influenciar na vida dessa criança que está com algum proble-ma?

Glaucia: De várias formas, al-tamente positivas. O professor não pode separar o aluno, com a função de aprender, do seu lado emocional. A pessoa é uma só. Não vai pra um lugar e desliga da tomada os proble-mas. Por isso que eu preciso ter a compreensão do aluno em todas as suas dimensões, para perceber que a afetividade é um dos fatores que o ajudam a desenvolver. Se eu sou uma professora afetiva, que conhe-ço meus alunos e, no início do ano, consigo fazer um diagnóstico deles, de quem são, onde moram e quem são os pais. Se ouço aquela criança quando ela fala alguma coisa, desen-volvo uma relação afetiva com ela. Essa relação afetiva é altamente posi-tiva no processo de aprendizagem. A criança não quer decepcionar aquela pessoa que gosta e admira. O profes-sor é fundamental na vida do aluno. É a primeira pessoa com quem ele es-

tabelece uma ligação afetiva depois da família.

De que forma projetos seme-lhantes ao Projeto dos Meninos po-dem somar na educação básica?

Glaucia: Esses projetos podem enriquecer principalmente em se tratando de áreas culturais, como música, teatro, que a escola geral-mente não consegue contemplar, principalmente pelo currículo que eles precisam obedecer, os prazos e metas de um cronograma feito para o ano todo. Nesses projetos, posso estabelecer dinâmicas e estratégias que fazem os alunos enxergarem que, o que eles acham ruim, ou não gostam, como um livro, tem um outro lado. Podemos, por exemplo, trabalhar a história de cer to livro em teatro. Em projetos como esse é possível trabalhar muito melhor o lado lúdico, sem contar os inúmeros benefícios, tanto na par te educacio-nal, como na par te de formação de valores e caráter de uma criança e adolescente.

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Igor Ferreira Gonçalves tem 15 anos e mora com a avó Ilza Ferreira dos Santos. Em abril de 2011, saiu de casa em sua bicicleta para visi-tar a mãe. No caminho, perdeu o equilíbrio após ser ultrapassado por um caminhão e caiu. Com o acidente, quebrou os dois braços, teve várias es-coriações e cor tou a cabeça. Cursando o sétimo ano do ensino fundamental, antiga sexta série, na Escola Municipal Jouber t de Carvalho, Igor per-deu mais de um mês de aula e ganhou um bole-tim cheio de notas vermelhas.

Graças à parceria do Projeto dos Meninos (as) com as escolas em que os alunos da instituição estudam, a coordenação pedagógica recebe o bo-letim das crianças e adolescentes e, desse modo, pode identificar a maior dificuldade de cada um para ajudar. “A ajuda das professoras do projeto foi fun-damental para minha recuperação na escola. Elas ‘pegaram no meu pé’ e me incentivaram. Minhas notas melhoraram muito”, reconhece Igor.

São duas turmas, manhã e tarde, divididas em três grupos, de acordo com a idade. Os primeiros alunos, com idade entre seis e 12 anos, chegam às 8h e saem entre 11h30 e 12h. Os maiores, de 11 a 14 anos, chegam depois das 13h, quando saem da escola, e voltam para casa às 17h. As aulas são preparadas conforme análise do bole-tim escolar e reuniões semanais. As professoras

Criatividade e empenho são ingredientes da educação no Projeto dos Meninos(as)

Aprender brincandoanalisam o comportamento dos alunos e as notas que recebem na escola, assim elaboram uma estratégia que melhor atenda às necessidades das crianças e adolescentes.

Tudo isso ajuda as professoras Sueli, Márcia e Valéria a identificar as dificuldades e elaborar dinâmi-cas, grupos de estudo e estraté-gias pedagógicas para as aulas de reforço escolar. “Temos que saber um pouquinho de tudo aqui por que os meninos trazem diferentes tarefas e trabalhos. Cada um tem dificuldade em uma área”, conta Sueli, que trabalha nos dois tur-nos.

A criatividade na elabora-ção das aulas também entra em pauta no Projeto dos Meninos(as). A permanência e freqüência na instituição não são obrigatórias. Para manter as crianças ativas é preciso jogo de cintura e boas idéias. “Sempre procuramos trazer livros interes-santes, montar a aula de um jeito diferente, atrati-vo, com muitas dinâmicas. Assim, eles gostam e sentem vontade de voltar todos os dias”, explica a professora Valéria Fernandes de Souza Silva.

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Educação

Criatividade e empenho são ingredientes da educação no Projeto dos Meninos(as)

Aprender brincando

A coordenadora do projeto, Júlia Cury, afirma que a preocupação da instituição é a educação. “A nossa intenção é formar cidadãos conscientes, que saibam opinar e se posicionar perante as dis-cussões sociais e, para isso, é importante que eles tenham uma boa formação, que leiam muito e se informem”, enfatiza a coordenadora.

Os responsáveis pelos alunos (pais, mães e pa-rentes mais próximos) reconhecem a importância do trabalho realizado na instituição. Vani Maria Pai-va tem três netos no projeto. “Esse projeto é uma bênção na vida dos meus netos. Eles melhoraram na escola, não só nas notas, mas também no com-portamento”.

PROJETO DOS MENINOS(AS) - 7

As professoras do Projeto dos Meninos(as) realizam reuniões semanais para planejamento das oficinas de apoio a leitura e escrita

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São em média 210 quilos de arroz, 60 de feijão, 200 de carne e 240 de verdura por mês para alimentar as cerca de 100 crianças que almoçam, todos os dias, no Projeto dos Meninos(as). Os alimentos são preparados pelas mãos da cozinheira Maria Fernandes Souto de Paula, que trabalha na instituição há dois anos.

Dona Maria chegou quando o restaurante foi aberto, em 2010, por meio da parceria com a Fundação Abrinq. A parceria durou um ano. No início de 2011, a direção decidiu promover eventos com as famílias, como janta-res, bingos. Além disso, o restaurante é aberto para a comunidade comprar o marmitex por R$6,00 e tem 50% de lucro, revertendo para gastos com a alimentação. Eles ainda contam com ajuda dos recursos dos con-vênios com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e doações.

“A maioria das crianças vem de famílias de baixa ren-da, que não têm condições de uma alimentação com-pleta, com carne, verdura e legume, ingredientes fun-damentais para um crescimento saudável”, relata Júlia.

Ela ainda conta que assim que o refeitório foi inaugu-rado, em 2010, a direção teve que limitar a quantidade de vezes que podia repetir, pois muitas crianças estavam passando mal por comer muito. Foi limitado então a três vezes para cada aluno. “A comida é muito boa. Podemos

Comer para Crescer

Alimentação saudável, criançada feliz

Cerca de 100 crianças almoçam todos os dias no Projeto dos Meninos(as)

Convênios e doações garantem comida na mesa

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SEGUNDA-FEIRAArroz, feijão, carne de porco, salada de macarrão, molho de abobrinha, bife a rolê, salada.

TERÇA-FEIRAArroz, feijão, strogonoff, batata frita, abóbora cabotiá, salada.

QUARTA-FEIRAArroz, feijão, carne moída com legumes, macarronada, espinafre, quibe assado, salada.

QUINTA-FEIRAArroz, feijão, bisteca de porco, farofa, couve, mandioca, salada.

SEXTA-FEIRAGalinhada, carne de panela, creme de milho, maionese, tutu de feijão e carne moída e verduras.

repetir e comer de tudo: arroz, feijão, carne, que nem sempre tem em casa, muita salada e verdura. Coisas que fazem bem pra saúde”, conta Josué Henrique de Souza Paiva, de sete anos.

Comidas simples, mas que agradam a criançada. Para os pequenos, o prato preferido é galinhada, servida às sexta-feiras. Outro preferido é o strogonoff, de terça-feira.

“É muito bom saber que estamos ajudando a construir um futuro melhor para eles”, finaliza dona Maria.

O Restaurante Park foi construido em parceria com a Fundação Abrinq

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As instruções são com sotaque estrangeiro. Pela terceira vez, Geneviève Le Phuizic vem da França para ministrar o curso de arte em argila na instituição. Neste ano, o tema é a saga de Chico Rei. Em pouco menos de dois meses, os 24 participantes do Projeto dos Meninos contaram a história do africano, que foi vendido como escravo para o Brasil e lutou pela liberdade.

Os ingredientes para as obras de arte são simples: argila e um pouco de água, somados a alguns instrumentos de modelagem e desenho. Para finalizar, a tinta que ajuda a dar a tonalidade exata para as peças. Aos poucos, surgem as formas.

Na primeira visita, em 2007, ela ensinou a mexer com a argila e foram fabricados jarros. Já em 2009, foi criado um painel mural, inspirado nas características do projeto.

A ideia de ministrar esses cursos veio da própria artista. Geneviève é sobrinha de uma das fundadoras, Irmã France Jougla. Em uma visita à tia, conheceu o projeto e quis voltar para ensinar as crianças. Ela diz que, neste ano, pretende inscrever os trabalhos realizados em Uberaba no Festival de Filmes de Cerâmica, realizado na cidade de Montpellier na França.

Lá, ela também produz esculturas para exposições. Além disso, realiza trabalho voluntário ensinando principalmente mulheres adultas.

A artista afirma que o bacana das atividades desenvolvidas nesses anos é ser um trabalho em grupo que motiva os alunos a colaboração e respeito ao serviço do outro. “Cada aluno faz um pedacinho e, no final, quando todos os trabalhos estão juntos, é que forma um todo”, comenta Geneviéve.

O estudante Hiago Fernandes da Cruz foi um dos selecionados para participar da oficina, graças ao seu interesse nas artes e pelo bom comportamento no projeto. Ele diz que foi uma experiência inesquecível em sua vida. “Foi ótimo participar da oficina de argila porque me ajudou a agregar conhecimento e experiência em uma área que eu ainda não conhecia”, relata Hiago.

Galeria de Artes

Crianças e adolescentes reconstituem a história de Chico Rei em esculturas em argila

Arte em barro

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A cada mês, uma temática é escolhida para ser trabalhada no Projeto dos Meninos(as), de acordo com as necessidades diagnosticadas nas aulas e reuniões semanais. O importante é o incentivo à produção de materiais que conscientizem e in-formem sobre temas importantes na sociedade. Poemas, paródias e trabalhos são apresentados

Pequenos CidadãosValores HUMANOS

No Projeto dos Meninos(as), os alunos aprendem principalmente a valorizar o ser humano, respeitar o próximo e o direcionamento para o caminho certo.

no final de cada mês e o melhor é premiado com balas e chocolate. Os juízes da premiação são as professoras e a coordenação pedagógica. Confi-ra a produção das crianças e adolescentes dos meses de agosto, setembro e outubro de 2011 sobre os temas: pipa, Projeto dos Meninos (as) e inclusão social.

Cartaz produzido pelos alunos do turno da tarde sobre o respeito aos portadores de deficiência física

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Pequenos Cidadãos

Esta brincadeira que vou falar agora é a mais diver tida de todas

que já brinquei. A minha mais preferida.

Logo ao entardecer, escuto o vento uivando, Larga tudo e vou

correndo, serelepe, pulando.

Meus amigos fazem o mesmo. Vamos todos brincar, brincadeira

tão diver tida, não tem hora para acabar.

Que alegria minha pipa vou soltar. Logo minha pipa sobe e se

mistura com o azul do céu, com o azul do mar.

O sonho de ser criança acabou de começar. Lá no céu que nem

um passarinho veja minha pipa a voar com a sua linda rabiola

que os garotos da minha rua vivem a invejar.

Minha pipa vive flutuando no céu enfeitar.

Minha mãe não gosta muito e vive a emplicar:

-‘’Oh meu filho tudo bem que é bricandeira, mas largue disso

vem para casa estudar’’.

Ciente do meu dever, não vou demorar.

Aproveito mais um pouco e já vou entrar.

Minha tia já velhinha, bem fraquinha, vive a falar.

‘’Hoje eu conheço a felicidade, pois um dia fui criança e pipa

pude soltar’’.

Soltar pipas é para todas as crianças e adultos e até mesmo os

pequeninos. Foi isso que aprendi lá no Projeto dos Meninos(as).

No projeto, pude aprender que cerol não pode usar.

Pois as pessoas inocentes podem se machucar.

Pensar no próximo, nunca é demais.

Isso só mostra que para mudar o mundo só basta ser capaz.

Depois de todo esse aprendizado, volto para casa exausto, já

muito cansado, mas logo começo a me animar.

Pois brinquei o dia inteiro e agora é hora de estudar.

Depois de tudo, quero realizar.

E se papai do céu puder me abençoar e um dia lindo poder me

proporcionar.

Amanhã, alegremente, pipas com os meus colegas eu vou soltar.

mês conhecido por ter muito vento é a época perfeita para a fabricação de pipas, um brinquedo antigo que ainda hoje faz sucesso com a criançada. No Projeto dos Meninos(as), foi trabalhada a conscientização para que os alunos não usem cerol, material perigoso encontrado na brincadeira. Agosto,

Pipa que voa levando e trazendo lembranças boasHiago Fernandes da Cruz

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Eu queria mudar, eu queria mudar, Eu queria mudar, eu queria mudar...

O projeto me ensinou ser assim, viver sem preconceito, vai ser muito bom pra mim.

Aprendi a ter respeito e cuidar da minha vida, ir pra faculdade pra estudar...

No meio do projeto é a gente que escolhe, amigo de confiança com certeza vou achar...

Eu queria mudar, eu queria mudar, eu queria mudar, eu queria mudar...

O projeto me ensinou ser assim viver, sem preconceito, vai ser muito bom pra mim.

Pulei o muro do preconceito pra ser alguém na vida. Sem preconceito melhor agora fica. Respeitar a mulherada, respeitar seu vizinho.

É muita influência pra um só menininho.

É divertido estudar, fazer o que é divertido. Boneca no telhado brincadeira de menina, cadeira de madeira, mocinho sentadinho.

Vida boa, descendo atrás dos amigos, mais empolgados da rua, tipo engraçado, jeitinho de marrento, carinha de engraçado.

Adorava a escola, classe ou centro de ensino. Dá meu carrinho, dá meu brinquedo de alegrar, menininho.

Esse mundo me ensinou Respeitar

Esse mundo me ensinou Trabalhar

Esse mundo me ensinou a Viver

De um jeito que dá pra mudar...

Eu queria mudar, eu queria mudar, eu queria mudar, eu queria mudar...

O projeto me ensinou ser assim viver sem preconceito, vai ser muito bom pra mim!

No mês de Setembro, foram feitas paródias sobre o Projeto dos Meninos(as), o que ele representa na vida dos adolescentes. Confira a vencedora do mês.

Paródia - Eu queria mudar

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O envolvimento das famílias dos alunos no Projeto dos Meninos(as) sempre foi uma preocupação da direção da institui-ção. Para a direção, é importante que todos estejam envolvidos no processo de educação de cada criança e adolescente que participa ali. Para isso, eles realizam os Encontros de Famílias, que acontecem a cada dois meses. São desenvolvidos eventos que chamem o maior número de pais e responsáveis possível.

A coordenadora do projeto, Júlia Cury, afirma que uma reunião de pais comum, como na escola normal, não consegue fazer que os pais se interessem. “Por isso, pensamos em even-tos: jantares, bingo, noite de talentos e noite de forró. Assim, conseguimos trazer toda a família para uma noite agradável e aproveitamos para passar as informações e atualizar cada um sobre seu filho, sobrinho, neto”, conta Júlia.

Além dos eventos, acontecem também palestras sobre te-mas sociais, como higiene, drogas, doenças sexualmente trans-missíveis, além de especialistas em serviço social, que orientam os pais sobre as necessidades e os cuidados com os filhos.

Foi assim que a dona de casa Valéria Inês Martins Silva ficou sabendo que o filho Guilherme estava com mau comportamento no Projeto dos Meninos. O adolescente, de 15 anos, segundo a mãe, é inteligente e adora futebol, mas não tinha disciplina nenhuma. Há um ano frequentando a instituição, Kibinho, como Guilherme é conhecido, quase chegou a ser desligado do projeto.

Com o acompanhamento feito com as famílias e a parte pedagógica, a coordenação decidiu dar uma última chance ao adolescente e o encaminhou para a Unidade II, onde os jovens aprendem a se comportar em um ambiente de trabalho.

Famílias em ação

Lá, Kibinho melhorou a disciplina, além das notas na escola. “O projeto é um alicerce na vida de todas as crianças e são elas que constroem o futuro. É bom ver que meu filho está seguindo um caminho bom”, conclui Valéria.

Quem também valoriza o trabalho realizado no Projeto é a família do jovem Leonardo Alves Chaves, de 27 anos. Léo está na instituição há aproximadamente nove anos e tem o desenvol-vimento motor lento, o que atrasa o seu aprendizado, mas isso é uma mera informação. Léo é muito querido entre todos, graças à sua facilidade de fazer amizade e encantar as pessoas.

Ele gosta de participar de tudo que o projeto oferece: futebol, violão, dança e o oficina de Olodum, sua grande paixão. Seus pais, Vanda Lúcia Alves Chaves e Paulo Roberto Chaves, garan-tem que o Projeto dos Meninos(as) é o segundo lar para o filho. “O Léo é o maior presente que Deus colocou na nossa vida. É muito bom saber que no projeto as pessoas convivem bem com ele e o respeitam”, diz a mãe.

Sempre que podem, os pais dos jovens Leonardo e Kibinho estão no Projeto para participar dos eventos, saberem como os filhos estão. “Tentamos sempre estar presentes para mostrar para o Léo que nos importamos com o que ele gosta, o que o deixa feliz”, conta Paulo Roberto.

Além de mostrar para as famílias a rotina dos seus filhos, os Encontros de Família também ajudam a arrecadar renda para a alimentação dos pequenos. “Toda a renda que arrecadamos nos eventos é revertida para a compra dos alimentos”, garante a coordenadora.

Projeto dos Meninos(as) trabalha com a famíliaOs parentes tem participação ativa na instituição por meio de reuniões e eventos

Os Encontros de Famílias são realizados mensamente e, além de proporcionar diversão, tratam de temas sociais

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Recreação

FUTEBOLNove a cada dez dos meninos

dizem: “O que eu mais gosto é o futebol”. Os jogos são na quadra da instituição, acompanhados pelo professor Loreno Pessato, que ensina as regras e organiza a criançada. Todo dia tem jogo para os meninos, no segundo horário.

Brincar é preciso

DANÇAAs aulas de dança acontecem

toda terça-feira. A responsável por ensinar os ritmos aos alunos é Alineriane de Oliveira, ex-aluna do projeto. Axé, jazz, samba e forró são os estilos mais pedidos.

Não só de estudo sobrevive o Projeto dos Meninos(as). Dividido em dois horários, o segundo turno é dedicado às brincadeiras e atividades de recreação para as crianças e adolescentes. “Geralmente, é a parte que eles mais gostam, pois é o espaço que podem viver a infância, brincar”, confirma a coordenadora Júlia Cury.

Dos esportes aos jogos de tabuleiro, a ordem é se divertir.

Os alunos do projeto, além de apoio e reforço na educação e va-lores humanos, têm tempo reservado para a diversão

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NATAÇÃOEssa modalidade chegou ao projeto

há pouco menos de um ano. A piscina foi construída com parceria firmada entre a instituição e a Petrobras. Toda terça e toda sexta feira, as crianças têm aulas de natação com a professora Andrezza Alves.

JOGOS DE TABULEIROTorrinha e dama são os preferidos entre

os jogos de tabuleiro. Um passatempo que existe antes das crianças do projeto nascerem e que faz sucesso entre os alunos, sob a supervisão das professoras Valéria de Souza, Márcia da Silva e Sueli Leal.

VÔLEIO vôlei também é acompanhado pelo

professor Loreno Pessato. A modalidade agrada os meninos e as meninas. Os jogos não têm data fixa para acontecer, basta os alunos demonstrarem interesse e a rede é montada para eles se divertirem e exercitarem.

VIOLÃOA música também tem muitos adeptos.

As aulas de violão ficam por conta do professor Anderson Carrijo. Ele também é ex-aluno do Projeto dos Meninos(as) e agora repassa o que aprendeu.

OLODUM Em um ritmo harmonioso, os adolescentes

do Projeto dos Meninos(as) embalam sons diferentes no Olodum. As aulas e ensaios acontecem às sextas-feiras.

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RenatoQuando o Projeto dos Meninos (as) começou a funcionar aqui

no bairro, meu irmão mais velho decidiu participar das atividades desenvolvidas. Na época, como estava iniciando, não tinha muitas atividades. Eram seus primeiros passos como centro de forma-ção. Contava com apenas algumas crianças.

Com o passar de pouco tempo, eu também decidi fazer parte do projeto, que começou a partir de nossas Irmãs Anita, Tere-zinha e Irmã França. Quando cheguei, por ser ainda pequeno, não pude de imediato fazer parte, pois, ainda não tinha idade suficiente para participar.

No começo, era só brincadeira como jogar “bolinha de gude” debaixo das mangueiras, pois, ainda a estrutura física era precária, mas, com o tempo, foram construídas salas de aula e disponibilizados professores para ministrar reforço es-colar e atividades como informática, música e outras. O projeto evoluía e crescia juntos com os nossos sonhos.

O projeto se desenvolveu, as crianças também cresceram e sur-giu a preocupação de oportunizar empregos para os adolescentes. O projeto fez grandes parcerias com empresas para a contratação de menores aprendizes, como por exemplo, o Banco do Brasil. Eu fiz parte desta parceria.

Assim também como nascia a preocupação de geração de renda, trabalho e emprego nasciam as ideias de inserção dos jo-vens no ensino superior. Com esse apoio, cursei e me formei em Direito, pela Universidade de Uberaba. O projeto deu boas bases

a essas crianças. A cada ano o gru-po tem crescido e o Projeto dos

Meninos(as), colocando mais jovens nas universidades.

Hoje, com orgulho, também faço parte do grupo na Diretoria Execu-tiva. O Projeto é parte da minha vida, pois foi aqui

que eu cresci, comecei a participar do Projeto desde

Meninos de SucessoAs conquistas dos Meninos do ProjetoDurante 18 anos, mais de mil crianças e adolescentes passaram pelo Projeto dos Meninos(as). Cerca de 15% deles se perderam no caminho, mas os outros 75% conseguiram construir um futuro melhor. Você vai conhecer dois personagens da vida real: Renato Aleixo, que já se formou e agora trabalha na sua área, e Vitor Ferreira, estudante de Publicidade e Propaganda, que sonha alto.

VitorAntes de entrar no pro-

jeto, minha vida era monó-tona, só ficava em casa, até que um amigo me chamou para ir participar

do Projeto dos Meninos.No começo, era com-

pletamente diferente do que é hoje. Quando cheguei, achei que

seria um lugar para eu farrear muito, mas não foi só isso. Tinha a hora de divertir e também de estudar e fazer os deveres. Eu tive a oportunidade de conhecer mais pessoas e perder a timidez. O bom do projeto é essa interatividade com pessoas diferentes. Essa pluralidade que tem lá é uma das melhores coisas, na mi-nha opinião.

O projeto fez diferença na minha vida, porque quando nós recebemos o incentivo da sociedade faz com que nós nos es-forcemos mais para chegar mais longe. Lá eu recebi o apoio necessário para que eu acreditasse que era possível fazer um curso superior e ter um futuro melhor. Hoje faço Publicidade e Propaganda na Universidade de Uberaba e pretendo depois me graduar também em Jornalismo, que é meu grande sonho.

O Projeto é uma base para a pessoa ter um objetivo na vida. E espero que cada uma das crianças que estão lá aproveitem as oportunidades que a instituição oferece e saiba crescer na vida de forma digna e ética.

Vitor Ferreira SantosEstudante Publicidade e Propaganda

na Universidade de Uberaba

seis anos de idade mais ou menos, e foi aqui que recebi grande apoio e base pra vida adulta, não só para formação acadêmica, mas, como também formação pessoal e de um bom caráter, com os valores familiares e solidariedade com amor ao próximo.

Foi e é muito bom participar do Projeto dos Meninos(as). Renato Aleixo Medeiros

Formado em Direito pela Universidade de Uberaba.

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PROJETO DOS MENINOS(AS) - 19

Extensão do Projeto

No início do novo milênio, surgia também um novo bair-ro em Uberaba, o Residencial 2000. Situado na periferia da cidade, é composto por um conjunto de casas populares. Várias famílias, que moravam no Gameleira e migraram para o conjunto vizinho em busca da casa própria. Porém, projeto contemplava apenas os moradores do Gameleira, o que significava que as crianças não poderiam ir mais a instituição.

Em 2002, nasceu então o Projeto dos Meninos II, a ex-tensão do trabalho realizado no bairro Gameleira para o Re-sidencial 2000, com a finalidade de acolher as crianças e adolescentes dali.

Com poucos recursos e sem a sede própria no local, as aulas aconteciam na Escola Municipal Esther Limírio Briga-gão, que fica no bairro, todos os sábados, das 9h às 11h. Os professores da Unidade I ministravam reforço escolar,

Projeto dos Meninos II contempla crianças do Residencial 2000

brincadeiras e jogos espor tivos. Em 2010, com parceria firmada com a Prefeitura de

Uberaba, o Projeto dos Meninos II ganhou um espaço de 31.700 m² para construir a nova sede. Foi o primeiro pas-so para uma nova conquista. Porém, contando apenas com emendas parlamentares como recursos financeiros, a construção não pode sair do papel.

Isso não significa que o trabalho perdeu forças. As aulas continuam aos sábados, no mesmo horário, ainda na esco-la municipal, mas agora conta com um time de estagiários que auxilia nas atividades com as crianças. Ao todo, são 13 estudantes que estão se formando pela Universidade Fede-ral do Triângulo Mineiro (UFTM) e Universidade de Uberaba, nos cursos de psicologia, nutrição, terapia ocupacional, enfermagem e educação física, que utilizam as técnicas aprendidas com os alunos.

Diretoria procura parceiros para construção da sede própria

Em 2010, a Prefeitura Municipal de Uberaba doou uma área de 31.700 m² para construção da sede do Projeto dos Meninos(as) II

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