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ESCOLA PORTUGUESA DO LUBANGO Projeto Educativo 2016-2018

Projeto Educativo - Escola Portuguesa do Lubango · e os refrigerantes, seguiram-se em importância. A economia de Lubango é hoje baseada principalmente na agricultura de cereais,

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ESCOLA PORTUGUESA DO

LUBANGO

Projeto Educativo

2016-2018

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1. Introdução

“A educação não é preparação para a vida, é a própria vida.”

(J. Dewey)

A Escola Portuguesa do Lubango (EPL) é uma instituição de ensino

particular situada em Angola e tutelada pela Cooperativa Portuguesa de Ensino

em Angola (CPEA). Esta instituição nasceu da vontade conjunta da comunidade

portuguesa, de luso-descendentes e de angolanos residentes na Província da

Huíla, no sul de Angola, com o intuito de promover o ensino da Língua

Portuguesa e a educação de jovens, tendo em conta as orientações curriculares

do Ministério da Educação e Ciência (MEC) português e as devidas adequações

ao contexto heterogéneo e às especificidades da comunidade na qual está

inserida.

O Projeto Educativo da Escola Portuguesa do Lubango pretende ser um

instrumento fundamental de orientação na promoção de metodologias

pedagógicas estruturantes e de um contexto educativo relevante na formação e

na “preparação para a vida” de crianças e jovens.

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2. Caracterização da Escola Portuguesa do Lubango

2.1. A fundação da escola

No dia 14 de abril de 1995, na cidade de Lubango, deu-se início à criação de

uma equipa, diligenciada pela Cooperativa Portuguesa de Ensino em Angola, que

tinha como objetivo averiguar e promover as condições necessárias para a

instalação de uma escola portuguesa na referida cidade, a qual elaborou um

projeto de criação da EPL. Assim sendo, foram votados os seguintes elementos

referentes à Comissão Instaladora da Escola Portuguesa do Lubango: Fernando

Peres, Maria de Lourdes Teixeira, Armindo Simões, José Matos, António Borges,

Belmira Pinto, Domingos João Fernandes, Graça Mendes, Clarisse Borges, Leonor

Teresa.

No seguimento do projeto elaborado pelos elementos elencados

anteriormente, foram atribuídas ao grupo as seguintes tarefas: obtenção de um

terreno para a construção da escola, aceitação de candidaturas para sócios da

CPEA, aceitação de candidaturas de docentes e de pré-inscrições de alunos. Deste

modo, a 5 de julho do mesmo ano, foi assinada uma declaração de doação de um

terreno de 6 hectares, situado no Bairro da Senhora do Monte, para aí se erigir a

EPL. Este terreno foi doado pelo Sr. Carlos Alberto Noronha Velosa e, por esse

motivo, de acordo com o artigo 16.º dos Estatutos da CPEA, os seus herdeiros

configuram como Sócios Beneméritos da instituição de ensino. Ainda ao abrigo do

artigo mencionado anteriormente e pelo papel fundamental na execução do projeto

traçado para a criação da escola portuguesa, foram atribuídos os seguintes

estatutos:

- Sócio Honorário (Engenheiro Henrique Fernandes Pereira de Arede,

representante do Consulado de Portugal em Benguela);

- Sócios Fundadores (Sr. Fernando Fernandes Peres; Eng.º Henrique

Fernandes Pereira de Arede; Sr. Armindo Lopes Simões; Sra. Carla Marisa Faria

Black; Sr. António Martins da Silva Borges).

No dia 17 de janeiro de 1998, deu-se início ao programa comemorativo da

inauguração da primeira fase da EPL, com uma palestra dinamizada pelo patrono

desta instituição de ensino Dr. Mac Mahon.

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“ Durante pouco mais de dois anos participei (na qualidade de dirigente da

Cooperativa Portuguesa de Ensino em Angola) no projeto de criação da Escola do

Lubango. Empenhei-me, juntamente com a restante direção, por obrigação estatutária

e também por devoção. Mas todo o trabalho de tanta gente me parece pequeno

quando comparado com a atividade e sacrifício diários que se exigiu e continuará a

exigir a dirigentes, encarregados de educação, professores e alunos do Lubango.

Para consolidar a obra, exige-se inteligência e perseverança. Mas estas são

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qualidades que abundam entre os «montanhosos», no feliz dizer do Mac Mahon.

Vamos, portanto, em frente!”

Dr. Jorge Purificação, 05 de outubro de 1998

2.2. Contexto físico e social da escola

A EPL situa-se no bairro da Senhora do Monte, na cidade montanhosa do

Lubango (outrora denominada de Sá da Bandeira), capital da Província da Huíla,

localizada no sul de Angola. Tem cerca de 318 mil habitantes. É limitado a Norte

pelo município de Quilengues, a Este pelo município de Cacula, a Sul pelos

municípios de Chibia e Humpata, e a Oeste pelo município da Bibala. É constituído

pelas comunas de Lubango, Arimba, Hoque e Huila.

João António da Aguiar realizou o plano de urbanização da cidade, uma das

mais belas de Angola. O Lubango também é conhecido pelas suas paisagens

naturais, sendo que a serra da Leba, a Fenda da Tundavala e a Nossa Senhora do

Monte estão entre as mais apreciadas.

História

Data de 1627 o primeiro contacto europeu com as terras do planalto

angolano. A soberania portuguesa iniciou-se em 1769 com a criação do presídio

de Alva Nova. Os primeiros sinais de povoamento europeu são dos boers, por volta

de 1880. Pouco depois surgiram os madeirenses que, em Janeiro de 1885, fundaram

a colónia de Sá da Bandeira. A 2 de Setembro de 1901, Sá da Bandeira foi elevada à

categoria de vila e tornou-se a sede capital da província da Huíla. Só é elevada a

cidade a 31 de Maio de 1923, quando o Caminho de ferro do Namibe, depois de

vencer o deserto e a serra, atingiu finalmente o planalto.

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A forte presença da colonização faz com que ainda hoje se diga que a Huíla é

a província mais "branca" de Angola. É de referir que as mais fortes presenças de

colonização acontecem normalmente no litoral, tornando-se a Huíla uma exceção.

Encontram-se na Huíla grupos de origem portuguesa mantendo as suas tradições e

uma pronúncia madeirense bem marcada.

Economia

A agricultura foi o primeiro objetivo de Sá da Bandeira, sendo o trigo a

maior produção. No entanto, o gado tornou-se rapidamente a maior riqueza da

região. O boi é ainda hoje um símbolo de riqueza. Quando os transportes passaram

a ser mecânicos e as estradas boas vias de acesso, fixou-se o comércio e

rapidamente também a indústria. Assumiram a liderança os curtumes e as

moagens. A metalurgia, o calçado, a banha, a salsicharia, as cerâmicas, as madeiras

e os refrigerantes, seguiram-se em importância.

A economia de Lubango é hoje baseada principalmente na agricultura de

cereais, frutas e legumes. Tem também algumas indústrias de manufatura

especializadas em embalagens de alimentos.

Ensino

O Lubango foi uma das primeiras cidades do interior a possuir ensino de

segundo grau (liceu), não só o Liceu Nacional Diogo Cão, mas também a Escola

Industrial e Comercial Artur de Paiva, bem como (perto da cidade) o Instituto

Agrícola do Tchivinguiro (Escola de Agronomia). Desde então, o Lubango passou a

ser conhecido como a cidade das escolas, não só pelo exposto acima, mas também

pela própria cultura de estudos que uma parte significativa da sua população

adquiriu. Não fugindo à regra, a cidade foi uma das capitais de província onde o

campus da Universidade Agostinho Neto foi transformado em universidade pública

autónoma, com vocação regional. Trata-se da Universidade Mandume Ya

Ndemufayo (situada no edifício da antiga escola do II Nível Mandume) cuja área de

competência abrange as províncias da Huíla, do Namibe, do Cunene e do Cuando

Cubango e que, para já, tem um polo em Ondjiva. A universidade conta com as

faculdades de Direito, Medicina e Economia, enquanto o Instituto Superior de

Educação (ISCED) continua ligado à Universidade Agostinho Neto. Em paralelo,

existe no Lubango um campus da Universidade Privada de Angola onde o domínio

mais destacado é o da Psicologia.

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Clima

Estando aproximadamente a 1.790 metros acima do nível do mar, o Lubango

é a cidade mais elevada de Angola. Possui um Clima Oceânico ou Tropical de

Altitude por consequência de sua própria altitude que o modifica. Durante o dia o

clima é moderadamente abafado, mas à noite as temperaturas são

consideravelmente mais baixas. Com temperatura média anual de 18°C é

provavelmente uma das cidades mais frias de Angola. Anualmente é comum a

ocorrência de extremos de 1°C até 34°C. Junho e Julho são os meses mais frios, com

eventuais geadas. As chuvas mais intensas ocorrem geralmente entre Dezembro e

Março, os meses mais quentes são Setembro, Outubro e Novembro. Em zonas de

elevada atitude como a serra da Leba e serra da Chela as temperaturas podem

baixar bruscamente de 10 a -5 graus durante a noite.

2.3. Caracterização do Espaço Físico

Atualmente, a Escola Portuguesa do Lubango é constituída por quatro

pavilhões (Blocos A, B, C e D), dois campos desportivos, dois parques infantis e

outros locais de recreio. No ano letivo 2014/2015, iniciou-se a construção de um

campo multidesportivo, que, por falta de verba, ainda não foi concluído.

No Bloco A encontram-se os Serviços Administrativos/Secretaria, os

gabinetes da Direção Pedagógica e da Direção Executiva, a biblioteca, a papelaria,

a arrecadação, o laboratório, a sala de Tecnologias de Informação e Comunicação,

a sala de Educação Visual/Tecnológica, a sala de professores, sete salas de aulas

destinadas a turmas dos 2.º, 3.º ciclos e secundário e sanitários.

O Bloco B é constituído por sete salas de aula (quatro numa ala e três noutra

ala), sanitários e arrecadação. Na primeira ala deste bloco, as salas de aulas

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destinam-se a turmas do 3.º ciclo e secundário; na segunda ala, as salas são

ocupadas por turmas do 1.º ciclo.

O Bloco C é constituído por uma sala de Educação Musical, cinco sala de

Pré-Escolar, arrecadação, sanitários, bar/cantina.

No ano letivo 2015/2016 foi inaugurado o Bloco D com seis salas de aulas e

sanitários destinados às turmas do 1.º ciclo.

2.4. Caracterização do pessoal docente e não docente

O corpo do pessoal não docente é constituído de acordo com a seguinte tabela:

Comissão de Gestão 4

Assistentes Administrativos 6

Assistentes Operacionais 16

Motoristas 3

Cozinheiras 2

Tarefeiras 10

Jardineiros 4

Guardas 4

Técnicos Especializados 2

Procuradora em Portugal 1

10

O corpo docente é constituído por 32 docentes dos quais 5 são

colaboradores e 4 são efetivos. Os docentes são, maioritariamente, de

nacionalidade portuguesa.

Contratação local Docentes expatriados TOTAL

6 26 32

Departamento

Curricular

Grupo de

Recrutamento

Área Disciplinar N.º de

Docentes

Educação Pré-

Escolar

100 (3, 4 e 5 anos) 4

1.º CEB

110

220

Português, Matemática, Estudo

do Meio e Expressões

Inglês

8

1

Línguas

200

220

330

320

300

Português

Inglês

Inglês

Francês

Português

1

2

2

2

3

Ciências

Sociais e

Humanas

200

400

410

420

História e Geografia de Portugal

História

Filosofia

Geografia

1

1

1

2

Ciências

Exatas e

Experimentais

230

500

510

520

Matemática e Ciências Naturais

Matemática, Matemática A,

Matemática Aplicada às

Ciências Sociais

Físico-Química, Física e Química

A

Biologia e Geologia, Geologia,

Ciências Naturais

Tecnologias de Informação e

1

2

1

1

11

550 Comunicação 1

Expressões

240/600

260/620

250

Educação Visual, Educação

Tecnológica e Artes Manuais

Educação Física

Educação Musical

1

2

1

Educação

Especial e

Apoio ao Aluno

910 Educação Especial

2

De acordo com a distribuição docente apresentada anteriormente, pode-se

aferir que alguns docentes lecionam em mais do que um nível de ensino.

2.5. Caracterização da população discente

No ano letivo 2016/2017, a população escolar é composta por cerca de 500

alunos distribuídos de acordo com o seguinte:

Nível de Ensino N.º de Turmas N.º de Alunos

Pré-escolar 3/4 anos 1 25

4 anos 1 25

5 anos 2 50

1.º CEB 1.º ano 3 52

2.º ano 3 60

3.º ano 2 38

4.º ano 2 42

2.º CEB 5.º ano 2 39

6.º ano 2 44

3.º CEB 7.º ano 2 32

8.º ano 2 38

9.º ano 1 28

Secundário 10.º Ciências e 1 9

12

Cursos Científico-

Humanísticos

Tecnologias

10.º Línguas e

Humanidades

1 10

11.º Ciências e

Tecnologias

1 11

11.º Línguas e

Humanidades

1 6

12.º Ciências e

Tecnologias

1 7

12.º Línguas e

Humanidades

1 6

Total 29 522

2.5.1. Critérios de natureza pedagógica na constituição de turmas

Na constituição de turmas, deve ser respeitada a legislação em vigor quanto

à definição de critérios para a sua constituição, ao número mínimo e máximo de

alunos, quer na abertura de turma, de curso, de opção ou de disciplina de

especificação, quer no que diz respeito ao desdobramento de turmas. Salienta-se,

no entanto, que, uma vez que esta escola é o único estabelecimento de ensino com

currículo português no sul de Angola, excecionalmente e para satisfazer as

necessidades da comunidade portuguesa que se desloca para esta região do país,

nem sempre é possível respeitar o número máximo/mínimo de alunos por turma,

sem prejuízo dos critérios definidos no Regulamento Interno, no que concerne às

prioridades de matrícula.

Educação pré-escolar

Na educação pré-escolar, as turmas devem ser constituídas por um número

mínimo de 20 e um máximo de 25 crianças.

As turmas da educação pré-escolar que integrem crianças com

necessidades educativas especiais de carácter permanente, cujo programa

educativo individual o preveja e o respetivo grau de funcionalidade o

justifique, são constituídas por 20 crianças, não podendo incluir mais de

duas crianças nestas condições.

A redução de turmas prevista no ponto anterior fica dependente do

acompanhamento e permanência destes alunos na turma em pelo menos 60

% do tempo curricular.

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A criança deve integrar-se, preferencialmente, num grupo homogéneo

relativamente à idade (turmas com alunos de 3, 4 e 5 anos de idade,

respetivamente), proporcionando, em simultâneo e sempre que possível, a

equidade de género em cada turma.

Sempre que não for possível a constituição de grupos homogéneos da

mesma faixa etária, devido à insuficiência do número de alunos, dever-se-á

integrar crianças de idades aproximadas nesse mesmo grupo.

Sempre que se apresentem matrículas de irmãos, nomeadamente gémeos, a

inscrição e frequência na mesma ou em turmas diferentes depende da

vontade expressa do encarregado de educação e da disponibilidade

existente no estabelecimento.

Mediante análise das características da população escolar e sempre que se

observem crianças com problemáticas comportamentais associadas, estas

devem ser integradas equilibradamente nas diferentes turmas do

estabelecimento.

Após o período de matrículas e de renovação de matrículas, o coordenador

do departamento curricular é convidado a apresentar a proposta de

constituição de turmas, a qual está sujeita a apreciação e retificação pela

direção, respeitando o instituído nos normativos legais e as especificidades

da escola.

1.º ciclo do ensino básico

As turmas do 1º ciclo do ensino básico são constituídas por um número

máximo de 26 alunos, não estando contemplada a inclusão de alunos de

mais de dois anos de escolaridade na mesma turma. A este respeito

exceptuam-se as situações temporárias de substituição de um docente.

Dado ao contexto no qual a escola se insere, poderá não ser possível assegurar o

mínimo de alunos previsto por lei.

As turmas que integrem crianças com necessidades educativas especiais de

carácter permanente, cujo programa educativo individual o preveja e o

respetivo grau de funcionalidade o justifique, são constituídas por 20 alunos,

não podendo incluir mais de dois alunos nestas condições.

A redução de turmas prevista no ponto anterior fica dependente do

acompanhamento e permanência destes alunos na turma em pelo menos 60

% do tempo curricular.

Na formação de turmas de 1.º ano deve, sempre que possível, respeitar-se a

continuidade do grupo vindo da educação pré-escolar, de modo a facilitar a

integração do aluno, salvo indicação em contrário.

Na formação de turmas de 1º ano, deve, igualmente, atender-se à

especificidade dos alunos mediante as indicações dadas pelos educadores

de infância em reunião de articulação, para uma distribuição equilibrada

dos alunos, face às características e/ou problemáticas identificadas.

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Privilegia-se a formação das turmas por ano de escolaridade mantendo a

sua formação inicial ao longo dos quatro anos de escolaridade, sempre que

possível.

Mediante proposta do docente titular de turma, ouvido o conselho de

docentes, os alunos que revelem irregular desenvolvimento nas

aprendizagens ou que tenham ficado retidos podem mudar de turma e,

preferencialmente, frequentar uma turma adequada ao seu nível de

desenvolvimento e/ou ano de escolaridade.

Os alunos que evidenciam comportamentos menos facilitadores devem,

sempre que possível, ser distribuídos equilibradamente pelas turmas da

mesma escola, após a análise das características do grupo e do perfil dos

alunos.

Após o período de matrículas e de renovação de matrículas, o coordenador

do departamento curricular é convidado a apresentar a proposta de

constituição de turmas, a qual está sujeita a apreciação e retificação pela

direção, respeitando o instituído nos normativos legais e as especificidades

da escola.

2.º e 3.º ciclos do ensino básico

As turmas dos 5.º ao 9.º anos de escolaridade são constituídas por um

número máximo de 30 alunos. Dado ao contexto no qual a escola se insere,

poderá não ser possível assegurar o mínimo de alunos previsto por lei.

As turmas que integrem crianças com necessidades educativas especiais de

carácter permanente, cujo programa educativo individual o preveja e o

respetivo grau de funcionalidade o justifique, são constituídas por 20 alunos,

não podendo incluir mais de dois alunos nestas condições.

A redução de turmas prevista no ponto anterior fica dependente do

acompanhamento e permanência destes alunos na turma em pelo menos

60 % do tempo curricular.

Na transição de ciclo, após a análise dos professores das turmas, do

coordenador do departamento do 1.º ciclo ou do coordenador de diretores

de turma, do docente de educação especial e de outros elementos

convocados para o efeito, deve privilegiar-se a continuidade dos alunos na

turma em que estão integrados.

Os alunos sem aproveitamento ou aqueles que não transitaram devem ser

distribuídos pelas turmas, de acordo com as características da turma e o

perfil dos alunos.

No 7.º ano de escolaridade, a oferta da LE2 tem de ser única para esse ano

de escolaridade.

O número mínimo para a abertura de uma disciplina de oferta

complementar, nos 7.º e 8.º anos de escolaridade, poderá não corresponder

ao número mínimo de 20 alunos instituído no despacho normativo, cabendo

à escola a seleção dessa disciplina, mediante os recursos humanos e

materiais disponíveis.

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No 3.º ciclo do ensino básico, quando o número de alunos da turma for igual

ou superior a 20, é autorizado o desdobramento nas disciplinas de Ciências

Naturais e Físico-Química, exclusivamente para a realização de trabalho

prático e /ou experimental, no tempo correspondente a um máximo de 90

minutos.

Ensino secundário

Face ao insuficiente número de alunos e aos escassos recursos humanos e

materiais existentes, os alunos terão de optar por um dos seguintes cursos

científico-humanísticos: Curso de Ciências e Tecnologias ou Curso de

Línguas e Humanidades.

De acordo com a realidade escolar, as turmas poderão ser constituídas com

um número inferior ao previsto, ou seja, com um número inferior a 26 alunos,

com o intuito de se assegurar o prosseguimento de estudos aos alunos,

constituindo-se uma turma única para cada um dos cursos mencionados

anteriormente.

Deve agregar-se componentes de formação comuns, ou disciplinas comuns,

dos dois cursos numa só turma, não devendo os grupos a constituir

ultrapassar o número máximo de 30 alunos.

As disciplinas da componente de formação específica serão determinadas

pela opção feita pela maioria dos alunos no ato da matrícula, tendo em conta

os recursos humanos da escola, bem como o cumprimento da legislação em

vigor. Sempre que não for possível atender-se às preferências dos alunos,

os mesmos deverão ser contactados para optarem por outras disciplinas, de

forma a evitar o desdobramento e a dispersão de alunos.

Considerando o regime de frequência por disciplinas que se aplica aos

cursos do ensino secundário, bem como o respetivo regime de avaliação,

um aluno pode integrar mais do que uma turma de anos de escolaridade

diferentes, desde que os respetivos horários sejam compatíveis.

Disposições gerais

A constituição ou a continuidade, a título excecional, de turmas com número

inferior ao estabelecido na legislação em vigor, deve obedecer aos

seguintes pressupostos:

- a observância de critérios de eficaz gestão dos recursos humanos

disponíveis, devendo proceder-se à junção de turmas quando tal se torne

necessário para assegurar o funcionamento de uma disciplina;

- a necessidade de se assegurar a continuidade dos estudos;

- a inexistência de outra escola num contexto geográfico alargado que

ofereça o mesmo currículo.

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Os alunos transferidos serão inseridos nas turmas do mesmo ano de

escolaridade cujo número de alunos mais se afaste do limite legal, salvo

recomendações em contrário.

Não podem ser constituídas turmas apenas com alunos em situação de

retenção ou apenas com alunos do mesmo grupo sociocultural e étnico.

As turmas são constituídas, sempre que possível, tendo em conta o

equilíbrio entre o número de alunos do sexo feminino e do sexo masculino.

Deve ser dada continuidade às turmas já existentes, salvo recomendações

em contrário, procurando fazer-se uma distribuição equitativa do número de

alunos retidos, bem como dos que beneficiam de medidas educativas

especiais. As recomendações dos conselhos de turma bem como as

solicitações dos encarregados de educação serão sempre analisadas e tidas

em consideração. A continuidade na composição da turma pode ser

quebrada por questões disciplinares, por imperativos de natureza

pedagógica, devidamente fundamentados pelo Conselho de Turma do ano

anterior e/ou devido às disciplinas de opção.

No ato de matrícula ou da sua renovação, devem os encarregados de

educação, ou os alunos maiores de 18 anos, expressar o desejo de

frequentar ou não a disciplina de Educação Moral e Religiosa. As turmas de

Educação Moral e Religiosa devem ser constituídas com o número mínimo

de 10 alunos e, sempre que necessário, integram alunos provenientes de

diversas turmas do mesmo ano de escolaridade.

O encarregado de educação, após a afixação das listas das turmas, pode

requerer, por escrito, a transferência de turma do seu educando,

fundamentando o seu pedido. Cabe à direção pedagógica dar, ou não,

deferimento ao requerimento do encarregado de educação, após análise

das razões de carácter pedagógico, administrativas e/ou logísticas.

Para toda e qualquer situação omissa neste documento prevalece a decisão

da diretora pedagógica.

2.5.2. Desempenho/Resultados escolares

Os resultados escolares são tratados estatisticamente e analisados nas

reuniões de avaliação e no Conselho Pedagógico, no final de cada período e ano

letivo, quer no que diz respeito à avaliação interna como à avaliação externa. São,

igualmente, dados a conhecer à Direção de Serviços de Ensino e das Escolas

Portuguesas no Estrangeiro (DSEEPE) no âmbito do acompanhamento pedagógico.

Neste sentido, apresentam-se as tabelas que se seguem, as quais permitem

aferir dados relativamente às taxas de aprovação e retenção dos alunos e do

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sucesso nas disciplinas de Português e de Matemática, na avaliação interna e

externa, nos anos letivos de 2013/2014 e 2014/2015.

Taxas de Retenção

Ano de

Escolaridade

Resultado em

2013/2014

Resultado em

2014/2015

Resultado em

2015/2016

1.º ano 12% 0% 0%

2.º ano 3% 5% 0%

3.º ano 7% 0% 0%

4.º ano 8% 0% 0%

5.º ano 5% 12% 4,8%

6.º ano 17% 13% 9,1%

7.º ano 9% 24% 13,5%

8.º ano 31% 35% 12%

9.º ano 6% 5% 22,2%

10.º ano 7% 11% 10%

11.º ano 0% 31% 0%

12.º ano 20% 58% 46,2%

Média Geral nas disciplinas de Português e Matemática

Média Geral nas Disciplinas de Português e Matemática - 2013/2014

Anos de Escolaridade

Nota (frequência) Português Nota (exame) Português Nota (frequência) Matemática Nota (exame) Matemática

Mínima média máxima Mínima média máxima Mínima média máxima Mínima média máxima

4º ano 2 3 5 1 2,5 5 2 3 5 1 2 4

5º ano 2 3,7 5 2 3 5

6º ano 2 2,8 5 2 2,7 5 2 3 5 1 1,6 3

7º ano 2 3 4 2 2,9 4

8º ano 2 3 4 2 3 5

9º ano 2 3 4 2 3 4

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Mínima média máxima Mínima média máxima Mínima média máxima Mínima média máxima

4º ano 2 3,6 5 2 2,7 4 2 3,9 5 1 2,2 4

5º ano 2 3,2 4 2 3,2 5

6º ano 2 2,9 5 2 2,9 4 2 3,1 5 1 2,7 4

7º ano 1 2,9 4 1 2,8 4

8º ano 2 2,7 4 1 2,5 4

9º ano 2 3,3 4 2 3,2 4 2 3 5 1 3 5

10º ano 9 11,3 13 7 10,2 16

11º ano 8 11,4 14 7 10,2 14 5 9,8 13

12º ano 10 12,3 15 6 10,3 15 8 10,7 17 4 6,2 13

Média Geral nas Disciplinas de Português e Matemática - 2014/2015

Nota (exame) MatemáticaNota (frequência)

MatemáticaNota (exame) PortuguêsNota (frequência) Português

Anos de

Escolaridade

Mínima média máxima Mínima média máxima Mínima média máxima Mínima média máxima

4º ano 2 3,9 5 NA NA NA 2 3,7 5 NA NA NA

5º ano 2 3,4 5 NA NA NA 2 3,2 5 NA NA NA

6º ano 2 3,2 4 NA NA NA 2 3,3 5 NA NA NA

7º ano 2 3 4 NA NA NA 2 2,9 5 NA NA NA

8º ano 3 3,1 4 NA NA NA 2 2,4 4 NA NA NA

9º ano 2 2,9 4 3 3,4 4 2 2,8 4 1 2,4 4

10º ano 8 11,1 14 NA NA NA 7 11,7 17 NA NA NA

11º ano 10 10,3 13 NA NA NA 10 11,3 15 9 10 12

12º ano 10 11,4 14 6 9,6 14 8 9 14 3 6,4 12

Nota (frequência) Português Nota (exame) PortuguêsNota (frequência)

MatemáticaNota (exame) Matemática

NA - não aplicável

Média Geral nas Disciplinas de Português e Matemática - 2015/2016

Anos de

Escolaridade

Os resultados das avaliações internas e externas são analisados em

Conselho de Turma, reuniões de departamento e em Conselho Pedagógico, com o

intuito de se delinearem as estratégias de combate ao insucesso escolar e as

medidas de promoção do sucesso.

10º ano 10 12 14 8* 12 17

11º ano 11 13 15 9* 12 16 6 8,9 12

12º ano 11 12 16 6 9,7 16 10* 12 14 2 6 10

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2.6. Constrangimentos / Pontos Fracos e Pontos Fortes

Com efeito, aferiu-se quais as condicionantes que influenciam negativa ou

positivamente o desempenho académico dos discentes e a adoção de práticas

pedagógicas diversificadas com o intuito de promover e melhorar a qualidade do

sucesso escolar.

Pontos Fracos

Escassez de recursos financeiros que permitam fomentar a adoção de

medidas de promoção de sucesso (contratação de docentes para apoio,

assessoria e coadjuvação) e investir em recursos didáticos e em tecnologias

de apoio à prática pedagógica.

Falta de mecanismos sistemáticos de supervisão da prática pedagógica.

A taxa de insucesso dos alunos do 1.º ciclo do ensino básico e do

secundário, principalmente na avaliação externa.

A escassa oferta educativa.

Posicionamento da escola no ranking das escolas portuguesas, no que diz

respeito aos resultados escolares.

Instabilidade do corpo docente, essencialmente, no 1.º ciclo do ensino

básico.

A disparidade entre as classificações internas e externas, em alguns níveis

de ensino e/ou disciplinas.

A existência de algumas salas de aulas pequenas.

A irregularidade dos percursos escolares dos alunos que integram a escola.

Dificuldade na implementação de medidas destinadas a envolver os pais no

percurso escolar dos seus educandos.

Falta de pavilhão gimnodesportivo e balneários.

Melhoria de infraestruturas, nomeadamente na conceção de locais cobertos

que permitam a criação de espaços ao ar livre com sombra e a ligação

entre os diferentes pavilhões.

O deficiente funcionamento da cantina/bar escolar (organização e gestão).

20

Pontos Fortes

A ausência de situações de indisciplina graves.

Aumento substancial do número de docentes com habilitação profissional

reconhecida pelo Ministério da Educação e Ciência.

Tendência de melhoria dos resultados internos e externos nos 2.º e 3.º

ciclos.

Taxa reduzida de abandono escolar e aumento do número de matrículas.

Introdução de medidas e de serviços especializados de apoio aos alunos

com necessidades educativas especiais ou com dificuldades de

aprendizagem e de promoção da melhoria da qualidade do sucesso escolar

(educação especial, projeto de educação para a saúde e aulas de

reforço/estudo acompanhado).

Implementação de atividades de enriquecimento curricular (Inglês, Música,

Dança, Judo, Tecnologias de Informação e Comunicação, Atelier de Artes,

Desporto Escolar).

Dinamização do espaço da Biblioteca Escolar e articulação das atividades

planificadas para esse espaço com as atividades dos diferentes níveis de

ensino e áreas curriculares.

Movimento associativo de Pais e Encarregados de Educação.

A cooperação existente entre a escola e o Governo Provincial da Educação

da Huíla.

Transporte escolar para docentes e alunos.

A construção de um refeitório/bar.

21

3. O Projeto Educativo

O projeto educativo define as prioridades e as linhas orientadoras da ação

da comunidade escolar, estabelecendo metas e objetivos a cumprir no próximo

triénio. Neste sentido, as prioridades educativas desta instituição estão

relacionadas com a qualidade das aprendizagens dos alunos:

- melhoria do sucesso e da qualidade do sucesso dos resultados académicos;

- apoiar os alunos através da disponibilização de técnicos especializados com as

vertentes: psicologia, tutoria e educação especial;

- reforço da imagem da instituição;

- melhorar a monitorização e autoavaliação da instituição.

Posto isto, os objetivos aqui delineados decorrem dos princípios descritos

anteriormente e de acordo com as recomendações constantes no ofício

B120073515E da DGAE, no âmbito do processo de reconhecimento do ensino

ministrado na Escola Portuguesa do Lubango:

Promover o sucesso escolar, donde se salienta o aumento da taxa global de

sucesso;

Fomentar a adoção de medidas de promoção de sucesso (contratação de

docentes para apoio, assessoria e coadjuvação);

Melhorar os conhecimentos da Língua Portuguesa e de Matemática dos

alunos;

Adequar a oferta educativa à realidade local, através da promoção do

estudo da Língua Portuguesa;

Aumentar a oferta do Curso Científico-Humanísticos de Artes Visuais, bem

como de Cursos de Formação de Adultos já inseridos no mercado de

trabalho;

Melhorar as instalações e equipamentos, através da construção de um

pavilhão gimnodesportivo, de salas de aula destinadas a componentes

específicas, como ateliers para Artes Visuais e sala convívio para alunos, e

de uma residência para professores e da aquisição de material didático para

a promoção de atividades na sala de aula;

Garantir a segurança dentro do recinto escolar e as boas condições de

trabalho para docentes, discentes e funcionários;

Criação de um grupo de monitorização e de autoavaliação da instituição.

22

4. Mecanismos de Operacionalização e de Avaliação

Objetivos Metas Operacionalização Avaliação

Melhoria do

sucesso e da

qualidade do

sucesso dos

resultados

académicos

Aumento da taxa

global de sucesso

Contratação de docentes de apoio, assessoria e

coadjuvação

Análise dos resultados escolares

(avaliação interna e externa)

Análise dos serviços especializados

disponibilizados e dos progressos

desenvolvidos considerando as

necessidades demonstradas

Melhorar os

conhecimentos de

Língua Portuguesa e

de Matemática dos

alunos

Apoiar os alunos através da disponibilização de técnicos

especializados com as vertentes: psicologia, tutoria e

educação especial

Adequar a oferta

educativa à realidade

local

Promoção do estudo da Língua Portuguesa

Planeamento conjunto a nível do departamento e grupo

de recrutamento

Implementar medidas de ação colaborativa dos

professores e promover o acompanhamento de aulas

em parceria

Utilizar materiais de ensino e de avaliação semelhantes

aos aplicados nos exames

Privilegiar a constituição de equipas pedagógicas e a

manutenção do grupo turma dentro de um ciclo de

estudos

Aumentar a oferta

educativa

Reunir as condições necessárias para a abertura do

curso Científico-Humanístico de Artes Visuais

Abertura do curso Científico-

Humanístico de Artes Visuais

Reunir as condições necessárias para a abertura de

Cursos de Formação de Adultos já inseridos no mercado

de trabalho, a nível de recursos físicos e humanos

Abertura de Cursos de Formação

de Adultos já inseridos no mercado

de trabalho

Melhorar instalações

e equipamentos

Construção de um pavilhão gimnodesportivo

Análise das listas de necessidades e

inventários dos diferentes

Departamentos curriculares

Construção de salas de aulas destinadas a componentes

específicas

Aquisição de material didático para diversificar as

atividades letivas

23

Reforço da

imagem da

instituição

Melhorar as

instalações

Construção de um pavilhão gimnodesportivo

Construção de Pavilhão

gimnodesportivo e requalificação

dos espaços existentes de acordo

com as necessidades apuradas

Construção de salas de aulas destinadas a componentes

específicas

Requalificação de alguns espaços de lazer

Envolver a

comunidade escolar

através de uma

participação positiva

Promoção de momentos frequentes de mostra de

trabalhos ou divulgação de ações e projetos realizados

Análise do PAA, estabelecimento de

parcerias e protocolos

Desenvolvimento de atividades abertas à comunidade

escolar

Manter ou ampliar o número e a qualidade dos

protocolos, acordos e parcerias com a autarquia, outras

instituições e empresas locais

Utilização da escola para formação, eventos culturais e

sociais, desporto e lazer e prestação de pequenos

serviços

Apoio a todas as ações e atividades relevantes que

promovam a segurança e o bem-estar

Rentabilização dos espaços de divulgação mediante a

identificação da sua natureza e a atualização

permanente da informação, nomeadamente da Página

Web da escola

Garantir a segurança

dentro do recinto

escolar e boas

condições de

trabalho para

docentes, discentes e

funcionários

Colaboração com a Policia de Segurança Escolar

Contribuir para a melhoria da qualidade da vida

escolar, estimulando o cumprimento de regras de

organização e funcionamento

Construção de uma residência para professores

24

Melhorar a

monitorização e

autoavaliação da

instituição

Criação de um grupo de monitorização e de

autoavaliação da escola