Projeto

“Inclusão Social dos catadores de material reciclável de São João del-Rei e sensibilização ambiental”

ASCAS - Associação dos Catadores de Material Reciclável de São João del-Rei _______________________________________________________________

A população com a qual está sendo desenvolvido o trabalho, ou seja, aquela que vive da cata de materiais recicláveis no município de São João del-Rei, não se encontrava organizada de maneira efetiva no início do projeto. A cata do material reciclável foi a alternativa encontrada por essas pessoas para a sua sobrevi- vência e a de suas famílias.

Os catadores submetiam-se a situações de muita exploração em suas rotinas de trabalho. Os depósitos que comercializavam o material recolhido pagavam quantias irrisórias e o armazenamento do material reciclá- vel era feito em suas casas e quintais, até que obtivessem volume suficiente para a venda, o que constituía um risco para a saúde pública.

O Início do Projeto

No final do ano de 2002, uma equipe composta por professores e alunos dos cursos de Psicologia, de Administração e de Biologia da UFSJ, reunidos na Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares – ITCP –, no Laboratório de Pesquisa e Intervenção Psicossocial – LAPIP –, e no Laboratório de Estudos do Meio Ambiente – LEMA – foi responsável pelos contatos iniciais, cadastramento e diagnóstico dessa população.

A partir de então, são realizadas reuniões semanais com os catadores, nas quais vêm sendo discutidos temas como a constituição da Associação, as formas de estruturação do trabalho coletivo, com novas maneiras de viver e agir no dia-a-dia, e a construção de uma rede de alianças. Busca-se a constituição de um espaço onde esses atores possam ter alternativas para lutar por uma forma de inserção social, política e econômica.

Em agosto de 2005, a ASCAS iniciou as atividades no seu galpão/sede, contando com subsídio da Prefeitura Municipal, que arca com o seu aluguel. O galpão foi e- quipado com um conjunto de máquinas para o proces- samento dos materiais coletados, como resultado de um projeto aprovado e financiado pela Fundação Banco do Brasil. Os catadores da ASCAS também abriram as por- tas do galpão uniformizados e com equipamento de se- gurança adequado, por meio do apoio da Companhia In- dustrial Fluminense, com filial em São João del-Rei.

“Agora o trabalho vai melhorar!”Catador O.

Chegada do maquinário

__________________________________________________ __

Com a inauguração do galpão/sede, preocupações que antes não eram tão presentes passam a se tornar uma constante. Busca-se elaborar conjuntamente com os catadores um saber relacionado à nova forma de organização do trabalho e ao desenvolvimento de uma identidade coletiva emancipada e emancipadora.

Inauguração do Galpão

Armazenamento, triagem, pesagem e prensagem tornam-se atividades desenvolvidas com desembaraço, de maneira co- letiva, por uma população que antes tinha de se virar sozinhae era excluída e desacreditada.

________________________________________________________A busca por melhorias na organização e funcionamento do galpão é constante e a crescente participação dos associados nesse debate tem sido um indicativo de um novo posicionamento por parte desses catadores.

“Agora é bom, por que tem um lugar bom pra guardar o material da gente. Antes tinha que ficar

tudo em casa de qualquer jeito” Catadora M.

Capacitação da equipe_

O projeto, que rendeu à ASCAS em 2005 o 10º Prêmio Nacional Banco Real/Unisol, refere-se à proposta de implantação de um piloto de coleta seletiva para o bairro do entorno do galpão.

Reconhecimento

Assim, viabilizou-se a aquisição de novos carrinhos para a co- leta, o que tem contribuído para o aumento do volume de material, ampliação da renda, melhores condições de trabalho,visibilidade, aceitação e con- solidação do empreendimento solidário.

O projeto tem contribuído, também, para a informação e sensibilização ambiental da população do municí- pio.

“...as pessoas tem reconhecido a gente. O uniforme ajuda nóis a catar mais!”

Catadora M.

A situação dos catadores transforma-se decisivamente quando começa a ser mudado o sentido atribuído ao significado do que é ser catador de papel pela comunidade. Isto é, quando começa a ser mudada a per- cepção que a população da cidade tem a respeito do catador: de pessoas que sujam a cidade e são consi- deradas mendigos, passam a ser vistas como trabalhadores da limpeza pública.

Melhorias e reconhecimento

“Antes as pessoas não te olhavam nem na cara e hoje elas te convidam para entrar na casa delas por que você ta

uniformizado e as pessoas sabem que nos somos trabalhador!”

Catador R.

Novos carrinhos de coleta e uniformes.

_________________________________________

Seis meses de galpão/sede

Novo posicionamento por parte dos associados, maior inserção no empreendimento, busca por novosvos ideais, nova visão do “ser catador”, aumento no volume de material coletado, aumento na renda e inclusão social: esses são alguns pontos que podem ser elencados, após seis meses de funcionamen- to do galpão/sede da ASCAS.

_____________________________________________

A compreensão, por parte dos associados, de que uma qualidade no material processado é exigida pelo mercado tem levado essa popula- ção a constantes mudanças na forma de processamento dos materiais coletados.

Com isso, ganham a Associação, com a oferta de produtos com maior qualidade; os associados, com a possibilidade de um novo posiciona- mento diante do mercado e com o aumento de sua renda; e a cidade, com uma melhor destinação de parte do lixo gerado no município.

Processamento do Material

Patrocínio

Realização

ASCASAssociação dos Catadores de Material Reciclável de S.J.D.R.