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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU ALEXANDRE SILVA RA: 606.509/8 PROJETO INTEGRADO ENTRAVES NA LOGÍSTICA INTERNACIONAL E O IMPACTO DESTES SOBRE O CUSTO DO PRODUTO E COMPETITIVIDADE BRASILEIRA São Paulo 2015

Projeto Integrado 2015

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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS – FMU

ALEXANDRE SILVA – RA: 606.509/8

PROJETO INTEGRADO

ENTRAVES NA LOGÍSTICA INTERNACIONAL E O IMPACTO DESTES SOBRE O

CUSTO DO PRODUTO E COMPETITIVIDADE BRASILEIRA

São Paulo

2015

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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS – FMU

ALEXANDRE SILVA – RA: 606.509/8

ENTRAVES NA LOGÍSTICA INTERNACIONAL E O IMPACTO DESTES SOBRE O

CUSTO DO PRODUTO E COMPETITIVIDADE BRASILEIRA

Projeto Integrado apresentado ao curso de Administração

da Faculdade FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas,

sob orientação do Professor Robson Danubio.

São Paulo

2015

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Sumário

1. Introdução ................................................................................................................................... 4

2. O Brasil no Mercado Exterior ..................................................................................................... 4

3. Entraves na Logística Portuária................................................................................................... 6

3.1. Entraves Burocráticos .............................................................................................................. 7

3.2. Entraves na Infraestrutura ...................................................................................................... 7

3.2.1. Entraves no Acesso Rodoviário ..................................................................................... 8

3.2.2. Entraves no Acesso Ferroviário ..................................................................................... 9

4. A Influência dos Entraves no Custo .......................................................................................... 10

4.1. Custo Brasil ........................................................................................................................... 10

5. Cenário do Brasil Frente ao Mercado Internacional ................................................................. 11

5.1. Países Mais Competitivos ..................................................................................................... 12

5.2. Países Menos Competitivos .................................................................................................. 13

6. Queda da Competitividade Brasileira ....................................................................................... 13

Conclusão ........................................................................................................................................ 15

REFERECIAS ................................................................................................................................. 16

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1. Introdução

Este trabalho aborda e compara as dificuldades enfrentadas pela logística

brasileira na relação de comércio exterior em virtude do custo do processo e

ineficiências do sistema, justificadas pela falta de infraestrutura e investimento, o que

torna o país menos competitivo internacionalmente. O trabalho evidencia analises da

ineficiência estrutural, o transporte de cargas brasileira, enfatizando as demandas de

investimento, entraves e o cenário do país frente ao comércio exterior.

Os temas em proeminência são os entraves sofridos pelo sistema logístico no

caminho e ao chegar ao porto, como estes influenciam no preço e na competitividade do

país no âmbito internacional.

2. O Brasil no Mercado Exterior

A crescente globalização da economia apoia-se em sistemas logísticos bem

desenvolvidos, que permita que os custos de comercialização de produtos em regiões

distantes sejam cada vez mais competitivos. De acordo com os dados do Fundo

Monetário Internacional (FMI), o custo da logística representa em média 12% do PIB

mundial e no Brasil representa 17% do PIB brasileiro. Em geral, a logística é

responsável por uma fatia significativa do custo final do produto, superada apenas pelos

custos com matéria prima e produção (REMADE, 2015).

Uma boa parte do Produto Interno Bruto (PIB) é responsável pelo agronegócio

(exportação de commodities), que emprega aproximadamente 38% de mão de obra e

realiza 36% das nossas exportações, ou seja, é o setor mais importante da nossa

economia (MENDONÇA, 2009).

O país está entre os 20 maiores exportadores do mundo e entre os países em

desenvolvimento que apresentam maior potencial de crescimento, possui uma

infraestrutura de informação boa, porém não tem um desempenho melhor por conta dos

seus modais de escoamento. Falta tecnologia, investimento, manutenção e há excesso de

burocracia. Os custos logísticos em função de problemas representam US$ 83,2 bilhões

(5,6% do PIB) (REMADE, 2015).

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A produção de grãos no Brasil cresceu 50% entre os anos 2000 e 2003, porém

a capacidade de armazenagem da carga não acompanhou este crescimento, tendo apenas

5,7%. Este é um dos motivos que fazem com que a rentabilidade do Brasil no âmbito

agrícola seja bem menor se comparado com outros países. O aumento da produção

agrícola só será eficaz se houver uma estratégia de produção concomitante à de

escoamento e armazenagem (LIMA FILHO, 2005).

Figura 1: Séries de capacidade estática e de produção agrícola - Brasil

Fontes: Conab (2012) e Conab (2013); IBGE.

Um dos agravantes do Brasil é o viés antiexportador, estabelecido na cultura

brasileira, resultante de décadas de políticas de substituição de exportação, crises

cambiais e planos de estabilidade, que sobrevalorizaram a taxa de câmbio, tornaram o

esforço exportador extemporâneo, pouco atrativo e muito trabalhoso.

Associado a isto, há uma grande instabilidade da moeda brasileira que

preocupa os exportadores, pois, quando se negocia o valor da mercadoria é preciso

formular um preço para exportação considerando a taxa cambial daquele dia, este ponto

é crítico, pois na realidade deve-se considerar a taxa de câmbio da data do recebimento

da exportação (liquidação do contrato de câmbio) e isso não é fácil de prever,

comprometendo assim o planejamento da empresa (CNI, 2002).

O desenvolvimento do país depende da produção e escoamento de produtos e

as ferramentas utilizadas para esta tarefa são a logística e as relações internacionais. A

logística depende de fatores estruturais e tecnológicos agregados em seus modais

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principais e infelizmente é possível identificar diversos entraves nestes modais que

atrapalham este desenvolvimento.

A taxa de câmbio foi apontada como o principal obstáculo para o crescimento

das exportações. Entre as opções de entraves apresentadas, 46,3% dos empresários

identificam a taxa de câmbio como uma das principais dificuldades. Vale lembrar que,

no momento no qual a pesquisa foi realizada, a taxa de câmbio encontrava-se em R$

2,10/US$, abaixo do registrado quando esse relatório foi finalizado. Ignorando possível

aumento de custos no caso do emprego de insumos importados, a taxa de câmbio seria

mais desfavorável para as exportações no momento da pesquisa do que no momento de

sua publicação (CNI, 2014).

Figura 2: Principais Entraves (%)

Logo em seguida, com 44,4% de assinalações, está a burocracia

alfandegária/aduaneira. A burocracia tributária é o terceiro entrave mais assinalado

(28,3%), seguido de greves na movimentação e liberação de cargas (27,2%) (CNI,

2014).

3. Entraves na Logística Portuária

Para expansão e modernização que carecem os portos brasileiros é necessário

investimento. O setor encontra em seu caminho de desenvolvimento barreiras legais

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relacionadas às necessidades ambientais e de uma mão de obra que quer manter

benefícios incompatíveis com a realidade do mercado atual. O sistema portuário

também perde em produtividade por conta da falta de equipamentos necessários para a

movimentação de cargas e armazenagem.

3.1. Entraves Burocráticos

O conjunto de documentos requeridos e verificados pelos portos do País,

somado ao tempo da liberação de embarque e desembarque de cargas, fazem com que

essa burocracia seja o principal gargalo identificado pelos usuários do setor portuário

(ILOS, 2012b). Ou seja, é uma célula do processo que atrasa toda a cadeia anterior e

acumula a carga impedindo o escoamento.

Uma vez registrada a declaração de importação (DI) e iniciado o procedimento

de despacho aduaneiro, a DI é submetida à análise fiscal e selecionada para um dos

canais de conferência. Este procedimento de seleção recebe o nome de parametrização.

Os canais de conferência são quatro: verde, amarelo, vermelho e cinza.

A importação selecionada para o canal verde é desembaraçada

automaticamente sem qualquer verificação. O canal amarelo significa conferencia dos

documentos de instrução da DI e das informações constantes da declaração. No caso de

seleção para o canal vermelho, há, além da conferência documental, a conferência física

da mercadoria. Finalmente quando a DI é selecionada para o canal cinza, é realizado o

exame documental, a verificação física da mercadoria e a aplicação de procedimento

especial de controle aduaneiro, para a verificação de elementos indiciários de fraude,

inclusive no que se refere ao preço declarado da mercadoria (RECEITA, 2015)

A Receita Federal implantou medidas para conter a ilegalidade no comércio

internacional e aumentou a fiscalização no canal vermelho. A operação denominada

Maré Vermelha, aumentou o trabalho dos fiscais da receita, estão com mais trabalho,

com o mesmo contingente e quantidade de horas para realiza-lo, causando atrasos na

verificação das cargas.

3.2. Entraves na Infraestrutura

Os portos brasileiros sofrem com falta de calado (designação dada à

profundidade que se encontra o ponto mais baixo da embarcação). Ao longo do tempo, a

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movimentação dos navios acumula lama no fundo do mar, o que obriga navios a

aguardarem a maré cheia para entrar no cais ou carregar menos peso. Essa medida pode

causar maior custo de demurrage, que é uma multa cobrada quando a embarcação

excede o tempo reservado de atracação, e/ou fazer com que os navios transportem

menos carga do que a sua capacidade. A solução é a dragagem do material acumulado,

que deve ser feita de dois em dois anos e em alguns portos brasileiros a última foi feita

há dez anos, por falta de dinheiro, lentidão no processo de licitação ou dificuldades na

liberação das licenças ambientais (ILOS, 2012b).

No porto de Santos/SP, quando os caminhões são capazes de transpor as filas

resultadas da movimentação de ônibus coletivo e falta de vias exclusivas para acesso, se

deparam com a falta de espaço e capacidade de armazenagem das mercadorias, fazendo

com que as cargas sejam armazenadas em contêineres.

3.2.1. Entraves na Infraestrutura de Acesso Rodoviário

O uso do modal rodoviário está relacionado à simplicidade de funcionamento,

a disponibilidade de transporte de diversas cargas e o serviço de entrega de porta a porta

(REMADE, 2015)

Com os portos cheios e sem infraestrutura de armazenagem, os acessos à área

portuária pelas rodovias ficam saturados. Observa-se que as rodovias ficam muito

próximas à cidade, carecem de manutenção, vias exclusivas (geram competição entre

caminhões e ferrovias). Apenas 11% das estradas brasileiras são pavimentadas,

colocando o país atrás da China, Rússia e Índia (REMADE, 2015).

A concentração de mercadoria nas rodovias, a idade dos caminhões (caminhões

de 20 anos circulam nas estradas brasileiras, sendo que nos Estados Unidos o limite é de

6 anos, estas frotas antigas são insustentáveis e antieconômicas), o excesso de carga

transportada, a extensa jornada de trabalho e falta de capacitação dos caminhoneiros são

variáveis desnecessárias que comprometem o funcionário (acidentes que matam 8 mil

motoristas por ano, sem contar os que ficam internados), o patrimônio da empresa e a

carga a ser entregue (REMADE, 2015).

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Figura 3: Roubo de cargas (mil).

Fonte: CNT, 2014

Além dos problemas estruturais, o empresário brasileiro ainda enfrenta o roubo

de cargas. As perdas por conta de roubos de cargas ocorridos em 2014 no Brasil, devem

chegar aos R$ 2,2 bilhões. Esta estimativa parcial foi divulgada pela NTC&Logística

(Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logistica) durante o XV Seminário de

Transporte Rodoviário de Cargas. Somente com mercadorias perdidas, a quantia totaliza

R$ 1 bilhão. O restante refere-se ao valor dos caminhões que não foram recuperados.

Conforme Dados, 3,2 mil veículos não foram encontrados, o que equivale a 22% do

total. Foram aproximadamente, 17,5 mil ocorrências no ano passado contra 15,2 mil em

2013 e 14,4 mil em 2012 (CNT, 2014).

3.2.2. Entraves na Infraestrutura de Acesso Ferroviário

Em 1997 a produção de ferrovias era de 130 bilhões de TKU (Toneladas por

quilometro útil), marca superada em 2004 com 200 bilhões de TKU. Este rápido

desenvolvimento ainda não foi capaz de reverter os gargalos na infraestrutura

ferroviária, principalmente quando se fala sobre os acessos para os principais portos

brasileiros, refletindo diretamente no desempenho do comércio exterior (ANFT, 2005).

O modal ferroviário é carente de expansão e modernização, pois possui

gargalos físicos, financeiros e institucionais facilmente identificáveis. Pesquisas

realizadas pela CNT de Ferrovias apontaram a existência de mais de 355 invasões de

faixas que forçam a redução da velocidade do trem de 40 km/h para 5 km/h, isto faz

14,4 15,2 17,5 10,00

12,00

14,00

16,00

18,00

2012 2013 2014

Crescimento de Roubo de Cargas no Brasil (mil)

Roubos

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com que os custos aumentem e torna o modal ineficiente. Outro entrave físico são as

passagens em nível que, além de reduzir a velocidade e dificultar as manobras em áreas

densamente povoadas, elevam o risco de acidentes. Além disso, por conta de um

processo histórico de construção das ferrovias brasileiras, o Brasil não tem

uniformidade da largura das vias férreas, que dificulta a integração do sistema, causando

mais custo em transbordo e levando mais tempo para a movimentação da carga, este é

um dos grandes gargalos nesta modalidade de transporte (CNT FERROVIAS, 2011).

A manutenção e investimento das ferrovias representam redução dos custos

com manutenção das estradas, pois segundo o Ministério dos Transportes (2005), para

cada novo vagão colocado em circulação, quatro caminhões deixam de transitar e

rodovias federais.

4. Influência dos Entraves no Custo

Os entraves analisados nos tópicos anteriores indicam que a maioria se localiza

no âmbito estrutural e legal e alguns estão relacionados a atrasos, multas e desperdício,

por conta de congestionamento, falta de estrutura, e deterioração e falta de manutenção

de patrimônio do Estado. Estes gastos são absorvidos pelos produtos.

Além de entraves logísticos, existe outro grande fator que afasta os investidores

externos do Brasil, conhecido como Custo Brasil.

4.1. Custo Brasil

Um dos motivos da falta de competitividade das organizações brasileiras no

mercado internacional são as altas tributações de aproximadamente 40% do PIB, sendo

uma das mais altas do mundo. O mesmo produto agrícola que é produzido no Brasil tem

um preço de 35% a mais do que se fosse produzido na Alemanha ou nos Estados

Unidos. Esta diferença é causada pelo chamado Custo Brasil, que é constituído por

problemas infraestruturais e burocráticos. Mesmo tendo investimentos privados em mão

de obra, avanços tecnológicos e aumento de produtividade, a competitividade ainda

continua baixa (REMADE, 2015).

Também são consideradas barreiras, as tarifas (taxa cobrada pela empresa que

é indiretamente arrecadada pelo governo), os subsídios (dinheiro que o governo investe

em empresas com intenção de reduzir o custo final do produto e assim fazer com que a

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empresa se torne competitiva no mercado interno e/ou externo) e medidas sanitárias e

fitossanitárias, que são mais voltadas à saúde, vida humana e dos animais (ROQUE,

2010).

Medidas como o anti dumping, ocorridas quando o preço de um determinado

produto é extremamente mais baixo em relação ao mercado, podem também prejudicar

a produção interna do país importador (ROQUE, 2010).

5. Cenário do Brasil Frente ao Mercado Internacional

O Fórum Econômico Mundial define competitividade como o conjunto de

instituições, políticas e fatores que determinam o nível de produtividade de um país. O

Relatório Global é formado a partir de informações colhidas de dados estatísticos e de

pesquisas de opinião realizadas em 140 países, 18 variáveis são analisadas e agrupadas

em 12 categorias. No Brasil, a Fundação Dom Cabral é responsável pela pesquisa

realizada junto à comunidade empresarial, que em 2015 ouviu 197 executivos entre

Março e Maio (FDC, 2015).

O Relatório Global de Competitividade 2015-2016 aponta um quadro de

estagnação econômica mundial, conhecida como ‘Novo Normal’. O Brasil perdeu 18

posições no ranking que avalia a competitividade de 140 países, anunciado pelo Fórum

Econômico Mundial em parceria com a Fundação Dom Cabral. Na 75ª colocação, esta

posição é a pior na série história, o país sofre com a deterioração de fatores básicos para

a competitividade, como a confiança e o balanço de contas publicas, e fatores de

sofisticação dos negócios como a capacidade de inovar e a educação (FDC, 2015).

Nos indicadores de Saúde e educação primária, houve melhoras nos índices de

malária, tuberculose e HIV/Aids. Na educação, queda de seis posições na qualidade da

educação e na redução de matrículas no ensino primário (112º lugar) (FDC, 2015).

No grupo de fatores Potenciadores de eficiência, houve queda considerável

apenas no pilar Educação superior e treinamento, o que revela deficiências na

disponibilidade e na qualidade de instituições que apoiem o desenvolvimento e

treinamento técnico e profissional. Ainda no âmbito acadêmico-profissional no pilar

Eficiência do mercado de trabalho, o Brasil piorou muito na capacidade de atrair e

reter talentos, perdendo 33 colocações e chegando à 94º. Outros pontos que chamam

atenção neste pilar é a relação empregado empregador (129º), flexibilidade da

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determinação de trabalho (123º) e efeito da taxação para incentivar o trabalho (138º)

(FDC, 2015).

Como parte da pesquisa, pergunta-se aos executivos quais são os fatores mais

problemáticos para se fazer negócio no país. Em 2015, nível de tributação, leis

trabalhistas restritivas, corrupção, inadequação da infraestrutura e burocracia foram os

entraves considerados mais preocupantes (FDC, 2015).

5.1. Países Mais Competitivos

A Suíça está em 1º lugar no ranking de competitividade, é líder em inovação,

possui uma taxa de desemprego estável, o que se relaciona com uma boa educação e à

eficiência no mercado de trabalho. Singapura e Estados Unidos estão em 2º e 3º

respectivamente. “A análise mostra que todos os países no topo do ranking têm uma

característica marcante em comum: apresentam excelente habilidade em nutrir, atrair,

apoiar e desenvolver talentos”, avalia Carlos Arruda, responsável pela coleta e análise

dos dados do ranking no Brasil (FDC, 2015).

Figura 4: Os 10 países mais competitivos segundo o Relatório de

Competitividade Global 2015-2016

Fonte: Fundação Dom Cabral

Na América Latina, o Chile é o país mais competitivo, se encontra atualmente

no 35º lugar no ranking geral, seguido do Panamá (50º lugar). O Chile deve isso à sua

economia que se destaca por ser estável nos tempos de crise e sólidas instituições, além

de ter eficientes mercados financeiros e alta prontidão tecnológica. A Colômbia também

vem apresentando melhorias nos últimos anos e ganhou 5 posições (FDC, 2015).

Países Ranking 2015

Suíça 1º

Singapura 2º

Estados Unidos 3º

Alemanha 4º

Holanda 5º

Japão 6º

Hong Kong 7º

Finlândia 8º

Suécia 9º

Reino Unido 10º

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5.2. Países Menos Competitivos

Figura 5: Os 10 países menos competitivos segundo o Relatório de

Competitividade Global 2015-2016

Países Ranking 2015

Myanmar 131º

Venezuela 132º

Moçambique 133º

Haiti 134º

Malawi 135º

Burundi 136º

Serra Leoa 137º

Mauritânia 138º

Chade 139º

Guiné 140º

Fonte: Fundação Dom Cabral

Com exceção do Haiti, Venezuela e Myanmar, a maioria dos países menos

competitivos é pertencente à África Subsaariana. Guiné, Chade e Mauritânia (140º, 139º

e 138º respectivamente) são os últimos da lista, são países com instituições fracas,

infraestrutura deficiente e educação não inclusiva e de baixa qualidade, além do

péssimo sistema de saúde (FDC, 2015).

6. Queda de Competitividade Brasileira

Em 2012, o Brasil atingiu o 48º lugar no ranking dos países mais competitivos

no Relatório Global de Competitividade, veio de uma queda de oito posições de 2006

(66º) para 2007 (72º) e a partir deste ano subiu, tendo apenas uma queda de duas

posições de 2009 (56º) para 2010 (58º), mas continuou crescendo. De 2014 para 2015

perdeu 18 pontos, ficou abaixo de países concorrentes, como México, Índia, África do

Sul e Rússia, e de economias menores como Uruguai, Peru, Vietnã e Hungria (FDC,

2015).

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Figura 6: Posições do Brasil no Ranking do Relatório Global de

Competitividade 2006 - 2015

Fonte: Fundação Dom Cabral

Os principais fatores que resultaram na perda de competitividade a ao alcanço

histórico da marca de 75º lugar foram estruturais e sistêmicos, apontados em todas as

edições do Relatório Global de Competitividade desde a década de 90.

De acordo com Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral “A crise econômica e

política que se deteriora desde 2014, associada a fatores estruturais e sistêmicos, como

sistema regulatório e tributário inadequados, infraestrutura deficiente, educação de

baixa qualidade e baixa produtividade, resultam em uma economia frágil e incapaz de

promover avanços na competitividade interna e internacional”.

404550556065707580

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Posição

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Conclusão

Focando mais no âmbito da logística internacional, o Brasil deve potencializar

os seus investimentos em estrutura de setores exportadores e em produtos com maior

valor agregado, em troca das commodities.

Mesmo o cenário do Brasil sendo marcado por grande pessimismo, temos um

dos maiores mercados do mundo e com a desvalorização da moeda o empreendedor

interno tem uma vantagem e pode explorar opções focadas em produtos ou serviços

com melhor custo benefício. Além disso, sabendo que a taxa de exportação brasileira é

uma das menores do mundo, este empreendedor tem a oportunidade de expandir para o

mercado externo, analisando bem a taxa cambial para evitar na formulação do preço do

produto.

Apesar dos esforços governamentais no sentido de alavancar as exportações

brasileiras, devem ser priorizadas ações a respeito da desoneração tributária (reforma

tributária), ao aumento do volume de credito para exportação, a facilidade de acesso a

estes créditos, a simplificação dos procedimentos aduaneiros e a redução dos custos

portuários e do frete internacional, como forma de incentivo às empresas

potencialmente capazes de exportar.

A adoção destas medidas ajudaria a atual politica de expansão das exportações,

que vem sendo feita pelo governo atual, através de acordos internacionais com outras

nações, seja desenvolvida ou em desenvolvimento.

Page 16: Projeto Integrado 2015

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REFERENCIAS

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