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PROJETO MECÂNICO DE UMA MÁQUINA PINO-DISCO PARA OBTENÇÃO DO COEFICIENTE DE ATRITO ENTRE DIFERENTES MATERIAIS Maurício Herranz de Araujo Iglesias Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Sylvio José Ribeiro de Oliveira Rio de Janeiro Dezembro de 2014

projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

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PROJETO MECÂNICO DE UMA MÁQUINA PINO-DISCO PARA OBTENÇÃO DO

COEFICIENTE DE ATRITO ENTRE DIFERENTES MATERIAIS

Maurício Herranz de Araujo Iglesias

Projeto de Graduação apresentado ao Curso

de Engenharia Mecânica da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio de

Janeiro, como parte dos requisitos necessários

à obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Sylvio José Ribeiro de Oliveira

Rio de Janeiro

Dezembro de 2014

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PROJETO MECÂNICO DE UMA MÁQUINA PINO-DISCO PARA OBTENÇÃO DO

COEFICIENTE DE ATRITO ENTRE DIFERENTES MATERIAIS

Maurício Herranz de Araujo Iglesias

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO MECÂNICO.

Examinada por:

_______________________________________________

Prof. Sylvio José Ribeiro de Oliveira, Dr.Ing. (Orientador)

_______________________________________________

Prof. Flávio de Marco Filho, Dsc.

_______________________________________________

Prof. José Stockler Canabrava Filho, PhD.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

DEZEMBRO DE 2014

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Iglesias, Maurício Herranz de Araujo

Projeto Mecânico de uma Máquina Pino-Disco para

Obtenção do Coeficiente de Atrito entre Diferentes

Materiais/ Maurício Herranz de Araujo Iglesias. – Rio de

Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2014.

X, 59 p.; 29,7 cm

Orientador: Sylvio José Ribeiro de Oliveira.

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/

Curso de Engenharia Mecânica, 2014.

Referências Bibliográficas: p. 43 - 44

1. Introdução 2. Revisão da Literatura. 3. Projeto

Básico 4. Projeto de Detalhamento. 5. Conclusões. I.

Ribeiro de Oliveira, Sylvio José. II. Universidade Federal

do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia

Mecânica. III. Título.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho de conclusão de curso ao meu avô, Jesus Herranz Iglesias, in

memoriam. Foi muito mais que um avô, foi o melhor de todos os meus amigos. Nunca

esquecerei das nossas conversas, dos seus conselhos, do seu carinho, da sua paciência...

Espero ser para o meu neto, pelo menos, metade do que você foi pra mim, pois

assim já tenho certeza de que ele me amará como eu amei você. Infelizmente, você não

estará na plateia, mas sei que estará me vendo e aplaudindo como das outras vezes.

Obrigado por me ensinar valores que todo homem deve ter, esse meu diploma é pra você.

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iii

AGRADECIMENTOS

À Deus, por ter me dado forças nos momentos mais difíceis.

Aos meus pais, Gonçalo Herranz Sieiro Iglesias e Ilná de Araujo Iglesias, por todo

amor incondicional, por toda a paciência, por tudo que fizeram por mim durante todos

esses anos, nunca deixaram que me faltasse nada. Serei eternamente grato, amo vocês.

À minha irmã, Gabriela Herranz de Araujo Iglesias, por exercer muito bem o seu

papel de irmã caçula, me dando trabalho, sendo minha amiga e companheira.

À minha namorada, Ana Luisa Braga Franco, por ser a parceira que sempre foi o

que precisava ter. Obrigado por ter sido meu porto seguro nos momentos mais difíceis.

À senhora Nilce Dutra que é uma segunda mãe para mim, por sempre estar do

meu lado a mais de 19 anos.

À família Braga Franco, por todo apoio dado e carinho, me trataram como se fosse

um filho/irmão, gostaria de dizer que vocês também formaram um engenheiro.

Aos meus amigos da turma de 2008/2 e agregados, que, sem eles, não estaria aqui

hoje. Especialmente para os engenheiros e futuros engenheiros: Vicente Tavares Curi,

Rafael Vidal Bessa, Raphael Santana, Filippe Rosendo Guedes, Alexandre dos Santos

Cavalcanti, Caio Filippo de Faria Machado e Rodrigo de Souza e Silva Picança.

Ao meu orientador, Sylvio José Ribeiro de Oliveira, por todos os ensinamentos

doados para a elaboração desse projeto.

À UFRJ e ao Departamento de Engenharia Mecânica, que contribuíram para

minha formação.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado ao DEM/UFRJ como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.

Projeto Mecânico de Uma Máquina Pino-Disco para Obtenção do Coeficiente de Atrito

Entre Diferentes Materiais

Maurício Herranz de Araujo Iglesias

Dezembro/2014

Orientadores: Sylvio José Ribeiro de Oliveira

Curso: Engenharia Mecânica

Ensaios Pino-Disco são usados em laboratórios para estudar a tribologia do deslizamento

de diferentes materiais e lubrificantes. Logo, diferentes combinações de materiais são

testados nesse tipo de ensaio, com o intuito de se avaliar as vantagens e desvantagens.

Este trabalho consiste em um projeto de uma máquina que visa atender aos mais

diferentes tipos de testes pino-disco entre materiais. Um dispositivo foi projetado que

permite realizar ensaios com velocidades de deslizamento diferentes e carga máxima de

500N.

Palavras-chave: Máquina Pino-Disco, Desgaste Por Deslizamento, Coeficiente De Atrito,

Tribologia

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Abstract of Undergraduate Project presented to DEM/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Engineer.

MACHINE DESIGN OF A PIN ON DISC APPARATUS TO OBTAIN THE

FRICTION COEFFICIENT AMONG DIFFERENT MATERIALS

Maurício Herranz de Araujo Iglesias

December/2014

Advisor: Sylvio José Ribeiro de Oliveira

Course: Mechanical Engineering

The Pin On Disc tests are used in laboratories to study the tribological sliding of

different materials and lubricants. Therefore, different combinations of materials are

tested in order to evaluate the advantages and disadvantages.

This work consists of a machine design that aims to attend the most different types

of tests of friction. A device is designed to perform tests with different sliding speeds and

maximum load of 500N.

Keywords: Pin On Disc Machine, Sliding Wear, Friction Coefficient, Tribology

Page 8: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

vi

Sumário

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1

2. REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 4

2.1. A Força de Atrito ................................................................................................ 4

2.2. Exemplos de Aplicação da Máquina .................................................................. 6

2.3. Formas Construtivas Da Máquina Pino-Disco.................................................... 8

3. PROJETO DA MÁQUINA PINO-DISCO ...................................................................... 11

3.1. Projeto Básico .................................................................................................. 11

3.2. Lista de Exigências ........................................................................................... 12

3.3. Conceito Da Máquina Pino-Disco .................................................................... 14

3.4. Materiais .......................................................................................................... 15

4. PROJETO DE DETALHAMENTO ................................................................................ 17

4.1. Cálculos Básicos ............................................................................................... 17

4.1.1. Força de atrito máximo ............................................................................. 17

4.1.2. Potência do motor ..................................................................................... 17

4.1.3. Acoplamento elástico ............................................................................... 19

4.1.4. Força necessária do pistão ........................................................................ 19

4.2. Cálculo Dos Esforços No Eixo Do Disco ............................................................ 21

4.2.1. Cálculo do diâmetro mínimo da seção do eixo do disco .......................... 26

4.2.2. Aplicando critério de Sodeberg ................................................................ 28

4.3. Cálculo dos Rolamentos ........................................................................... 29

4.4. Cálculo Dos Esforços No Eixo Da Estrutura Do Braço Nivelador ..................... 30

4.4.1. Análise dos diâmetros das seções de montagem dos rolamentos ............. 31

4.4.2. Cálculo dos rolamentos ............................................................................ 33

4.5. Cálculo dos Parafusos de Pivotamento. .......................................................... 35

4.5.1. Parafuso de pivotamento do pino ............................................................. 35

4.5.2. Parafuso de pivotamento do pistão ........................................................... 36

4.6. Cálculo do Cisalhamento dos Parafusos transmissores do torque ................. 36

4.7. Dimensionamento Do Contato Do Fulcro De Balança ..................................... 37

4.8. Dimensionamento das Chavetas ..................................................................... 39

4.8.1. Chaveta do eixo disco e acoplamento elástico ......................................... 39

Page 9: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

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4.8.2. Chaveta eixo bloco fulcro de balança ....................................................... 40

4.8.3. Chaveta eixo cunha fulcro de balança ...................................................... 40

5. CONCLUSÕES ........................................................................................................... 41

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 42

7. ANEXOS ................................................................................................................... 44

7.1. Itens de vedação .............................................................................................. 44

7.2. Moto-redutor, encoder e variador de frequência SEW ................................... 46

7.3. Transdutor de Força ......................................................................................... 52

7.4. Célula de Carga ................................................................................................ 52

7.5. Catálogo VULKAN DRIVETECH ......................................................................... 53

7.6. Cálculo das seções dos eixos ........................................................................... 54

7.7. Pistão Pneumático Festo ................................................................................. 56

7.8. Rolamentos do eixo do disco ........................................................................... 57

7.9. Rolamentos do eixo estrutura ......................................................................... 57

7.9.1. Rolamento Superior .................................................................................. 57

7.9.2. Rolamento Inferior ................................................................................... 58

8. Desenhos de Detalhamento do Projeto .................................................................. 59

Page 10: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

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Lista de Figuras:

Figura 1 - Representação das forças na interface entre o bloco e a placa. Fonte: o autor. 4

Figura 2 – Representação esquemática da Força de Atrito Estático. Fonte: o autor. ....... 5

Figura 3 - Máquina Pino-Disco com pino horizontal [7] ................................................. 8

Figura 4 - Máquina pino-disco com disco e pinos girantes [9]. ..................................... 10

Figura 5 - Tipos de contatos para fulcro de balança [11]. .............................................. 13

Figura 6 - Figura representativa para o cálculo da força do pistão. Fonte: o autor. ....... 20

Figura 7 - Representação Da Força Normal E Suas Reações Na Cor Amarela E Da Força De Atrito E Suas Reações Na Cor Laranja. Fonte: o autor. ................................. 22

Figura 8 - Representação esquemática para os cálculos das reações devido a força normal. Fonte: o autor. ................................................................................................... 22 Figura 9 - Representação esquemática para os cálculos das reações à força de atrito. Fonte: o autor. ................................................................................................................. 23

Figura 10 - P1 = Hb ; P2 = Ha ; M1 = 19,4Nm .............................................................. 24 Figura 11 - Diagrama do Momento Fletor ; Unidades em Nm. ..................................... 24

Figura 12 – Diagrama do Esforço Cortante ; Unidades em N. Fonte: o autor. .............. 24

Figura 13 - P1 = H’b ; P2 = H’a ; P3 = 500N ................................................................. 25 Figura 14 - Diagrama do Momento Fletor ; Unidades em Nm. ..................................... 25

Figura 15 - Diagrama do esforço Cortante ; Unidades em N. Fonte: o autor. ................ 25

Figura 16 - Imagem representativa para cálculo dos esforços no eixo. Fonte: o autor. . 31

Figura 17 – Figura de representação para cálculo dos esforços sobre os rolamentos Fonte: o autor. ................................................................................................................. 33

Figura 18 – Representação esquemática do contato entre o eixo cunha e o eixo bloco; bo

é a espessura de contato e L é o comprimento do contato [11]. ..................................... 38

Figura 19 – Dimensionamento do o-ring da tampa ........................................................ 44 Figura 20 – Dimensionamento do o-ring do disco ......................................................... 44 Figura 21 – Seleção do retentor ...................................................................................... 45 Figura 22 - Seleção do eixo de saída, tipo de flange e forma construtiva do moto-redutor. ............................................................................................................................ 46

Figura 23 - Seleção da frequência nominal, eficiência padrão, seleção da potência e rotação de saída e rotação do motor do moto-redutor. ................................................... 46

Figura 24 - Seleção do fator de serviço (FS=1), temperatura de trabalho e posição de funcionamento do moto-redutor. .................................................................................... 47 Figura 25 - Seleção do moto-redutor baseado na rotação de saída mais próxima de 300RPM. ......................................................................................................................... 47

Figura 26 – Conferência das especificações e seleção da voltagem do motor. .............. 48

Figura 27 – Seleção das propriedades padrões do motor. .............................................. 48

Figura 28 – Seleção das propriedades do redutor. .......................................................... 49 Figura 29 – Seleção do flange e do diâmetro do eixo de saída do redutor. .................... 49

Figura 30 – Seleção da posição do cabo de alimentação. ............................................... 50

Figura 31 – Seleção do encoder e do comprimento do cabo do mesmo. ....................... 50

Figura 32 – Seleção do variador de frequência para 2HP e trifásico. ............................ 51

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ix

Figura 33 – Transdutor de Força Berman Load Cells BTS 200Kg. ............................... 52

Figura 34 – Especificações da célula de carga ............................................................... 52 Figura 35 – Seleção do acoplamento elástico. ................................................................ 53 Figura 36 - Dimensões do acoplamento SPII 35 e dados técnicos. ................................ 54

Figura 37 - Referência [10] ............................................................................................ 54 Figura 38 – Referência [10] ............................................................................................ 55 Figura 39 - Especificações técnicas do pistão ................................................................ 56 Figura 40 – Rolamentos 6006 inferior e superior do eixo do disco ............................... 57

Figura 41 - Rolamento 61906 - 2RS1 ............................................................................. 57 Figura 42 - Rolamento EE8 TN9 .................................................................................... 58

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x

Lista de Tabelas:

Tabela 1 - Propriedades mecânicas de diversos aços [12].............................................. 15

Tabela 2 - Propriedades mecânicas para parafuso de aço [12] ....................................... 16

Tabela 3 - Seleção do fator de serviço para o acoplamento elástico. ............................. 53

Page 13: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

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1. INTRODUÇÃO

Nossa sociedade está repleta de máquinas para realização de incontáveis tarefas, em

todas elas existem superfícies de contato em movimento relativo. Para garantir a

durabilidade, eficiência e confiabilidade, essas superfícies são normalmente lubrificadas

para redução de atrito e desgaste entre as peças [1]. A disciplina que investiga fenômenos

de atrito e desgaste é denominada Tribologia.

Voltando um pouco no tempo, o termo tribologia, do grego Τριßο (Tribo – esfregar)

e Λογοs (Logos – estudo) foi primeiramente apresentado por H. Peter Jost para o comitê

do departamento inglês de educação e ciência em 1966. E foi definido como a ciência e

a engenharia da interação de superfícies em movimento relativo e dos assuntos e práticas

relacionados. Isso inclui o estudo e a aplicação dos princípios de atrito, lubrificação e

desgaste [2].

Segundo Kato, o desgaste é classificado em quatro principais tipos[3].

O desgaste adesivo é causado quando a força de adesão entre as superfícies é maior

que a força de interação de uma das superfícies, ocasionando a fratura do material. O

desgaste abrasivo ocorre principalmente pelo formato da interface entre as superfícies e,

também, pela dureza dos materiais em contato. Quando o desgaste tem início pelo alto

número de repetições do movimento entre as superfícies, diz-se que é um desgaste por

fadiga. E, finalmente, quando o desgaste é promovido por ação química de líquidos ou

gases, ocorre um desgaste corrosivo. Esse tipo de desgaste ocorre devido aos produtos de

reações químicas e eletroquímicas, essas reações são conhecidas como reações

triboquímicas [3].

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2

E, para provar todos esses estudos, dispositivos foram criados para ratificar as

relações entre lubricidade, desgaste e atrito entre diferentes tipos de materiais. O trabalho

aqui apresentado mostrará uma máquina muito usada nos laboratórios acadêmicos

espalhados pelo mundo, a máquina pino-disco. E, a partir de premissas feitas sobre artigos

publicados por importantes centros universitários, projetou-se uma máquina que fosse

capaz de se adaptar aos mais diferentes tipos de testes, dando maior flexibilidade

operacional do que a maioria das máquinas pino-disco presentes nos mais diversos

laboratórios tribológicos.

A parte eletrônica capaz de interpretar os sinais dos sensores e executar os cálculos

através das linguagens de programação não era escopo deste projeto. Logo, esta máquina

está sem a interface homem-máquina, que por sua vez, pode ser feita em um projeto

futuro.

O capítulo 2 contém uma revisão da literatura, trará informações sobre a máquina,

exemplos de aplicação e outras formas construtivas da máquina pino-disco para um maior

entendimento do projeto e como ele pode contribuir para a sociedade.

O capítulo 3 é sobre o projeto em si. Nesse capítulo, explica-se o projeto da máquina

pino-disco, alguns conceitos da máquina, a lista de exigências e os materiais adotados são

colocados em evidência.

O capítulo 4 constitui o dimensionamento e detalhamento do projeto. Contempla

todas as informações técnicas e justificativas relacionadas ao funcionamento, garantindo

que as premissas sejam respeitadas e as exigências cumpridas.

O capítulo 5 é constituído pelas conclusões retiradas desse trabalho, logo mostra

como a máquina projetada atingiu às premissas impostas.

Page 15: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

3

O capítulo 6 detalha todas as referências usadas para a elaboração desse projeto

mecânico, sejam elas livros ou sítios na internet.

O capítulo 7 é composto por todos os anexos dos itens comerciais e seus respectivos

dados técnicos.

O capítulo 8, finalmente, traz os desenhos técnicos da máquina, com cortes, vistas

e detalhes para a compreensão da máquina.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. A Força de Atrito

A força de atrito, nada mais é do que a resistência ao movimento relativo entre duas

superfícies de contato. Imagine que diante de você existe um bloco de aço cujas suas

dimensões são: 50 milímetros de comprimento, 50 milímetros de largura e 50 milímetros

de altura. Esse bloco possui um peso aproximado de 1kg e está apoiado sobre uma placa

de madeira, logo o contato será dado entre o aço do bloco e a madeira da placa como está

mostrado na figura abaixo.

Figura 1 - Representação das forças na interface entre o bloco e a placa. Fonte: o autor.

O bloco de aço exerce uma força de aproximadamente 10N (Newtons), devido o

seu peso de 1kg e a placa de madeira faz uma força de reação que será de mesma

intensidade e direção, diferindo apenas no sentido, justamente para manter o sistema em

equilíbrio, ou seja, essas forças se anulam.

A partir do momento que você encosta no bloco com uma força de intensidade

insuficiente para movê-lo, a força de atrito entra em ação fazendo com que o bloco fique

parado. Diz-se que essa força de atrito, é uma força de atrito estático (Fate), impedindo

o movimento do bloco. Essa força está diretamente relacionada à força de reação normal

Page 17: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

5

(N) e ao coeficiente de atrito estático (μe). Esse coeficiente é um valor tabelado, pois na

literatura os valores aproximados para contatos entre diferentes tipos de materiais.

Calcula-se a força de atrito estático pela equação:

���� = �� × (1)

Figura 2 – Representação esquemática da Força de Atrito Estático. Fonte: o autor.

Para exemplificar, da literatura retira-se o coeficiente de atrito estático, cujo valor

para uma interface entre aço e madeira fica no intervalo de 0,2 a 0,6 e, como foi dito

anteriormente, a reação normal é de 10N.

Logo, usando a equação (1), tem-se que Fate varia entre 2N e 6N.

Quando a força feita pelo dedo é superior à Fate, o bloco de aço começa a se

movimentar em relação à placa de madeira, a força de atrito continua a existir, mas agora

com uma intensidade menor, ocorre então a força de atrito dinâmico (Fatd). A

intensidade da força é, na maioria dos casos, menor porque o coeficiente de atrito

dinâmico (μd) é sempre menor que o coeficiente de atrito estático. Para ilustrar melhor,

ao empurrar um carro em uma rua plana, faz-se mais força para retirar o carro da inércia

Page 18: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

6

do que para mantê-lo em movimento, ou seja, o atrito entre as rodas e o asfalto com o

carro parado é maior do que o atrito entre as rodas e o asfalto com carro em movimento.

Analogamente, tem-se que:

Fatd = μd x N (2)

Consequentemente o cálculo da força de atrito só é possível de ser feito devido ao

valor do coeficiente de atrito que já foi dimensionado anteriormente. Mas, como

calcularam esses coeficientes de atrito?

A partir da equação (2), o coeficiente de atrito pode ser expresso por:

μd = Fatd / N (3)

Se houver uma máquina que seja capaz de medir a força de atrito dinâmico e a

reação normal, haverá como dado de saída o coeficiente de atrito dinâmico. O projeto

elaborado neste documento é um exemplo de máquina que realiza essas medições, a

máquina pino-disco.

2.2. Exemplos de Aplicação da Máquina

A máquina pino-disco é muito utilizada nos laboratórios de pesquisa para testes de

materiais nas mais diversas aplicações. Mas, é na área dos transportes que se concentram

muitas pesquisas nas quais são avaliados os materiais aplicados para a movimentação dos

trens.

Os pesquisadores Windarta e Baharom da Universidade Petronas, Malasia, usaram

uma configuração da máquina pino-disco para avaliar a temperatura de contato

ocasionada pelo atrito entre os trilhos e as rodas dos trens e, também, estudaram como a

velocidade de deslizamento influência no aumento de temperatura. No modelo de

Page 19: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

7

máquina usada por eles, uma esfera com material dos trilhos foi colocada com diferentes

velocidades de deslizamento e sob diferentes forças normais sobre um disco com material

dos aros dos trens. E, a máquina obteve sucesso, pois os resultados gerados convergiram

para as suposições que os pesquisadores haviam colocado em evidência [4].

Já o pesquisador Ulf Olofsson da Universidade de Estocolmo, Suécia, utilizou uma

configuração da máquina pino-disco para avaliar o tamanho das partículas geradas na

frenagem dos trens e, também, comparar a emissão de partículas de materiais diferentes.

Muitos estudos mostraram a associação entre problemas de saúde e a concentração de

partículas em suspensão na atmosfera. O tamanho das partículas inaladas é um importante

fator, pois dependendo da dimensão física da partícula, ela se depositará em partes

diferentes do sistema respiratório humano. Por exemplo, nano partículas (menores que

100nm) não são filtrados por nossas narinas e acabam sendo depositados nos alvéolos

pulmonares, causando inflamação e intoxicação dos pulmões [5].

Os pesquisadores da Universidade de Valência, Espanha, Ferrer, Pascual, Busquets

e Rayón usaram uma configuração de uma máquina pino-disco para testar uma nova

classe de materiais nos blocos de freios nas ferrovias. Essa nova classe já está sendo

instalada no lugar do tradicional ferro fundido. Nesse estudo, a máquina pino-disco foi

usada para monitorar o coeficiente de atrito cinético e o desgaste na interface dos

materiais testados. O estudo também envolvia uma análise do som emitido entre os aros

dos trens e os trilhos, quanto maior fossem as durezas dos materiais dos aros e dos trilhos,

maior eram os ruídos emitidos para dentro do trem, tornando a viagem menos confortável

para os passageiros. Todavia, ao colocar um material mais macio, o desgaste é maior,

tornando a manutenção e troca dos aros dos trens mais frequentes, consequentemente

deixando o custo operacional maior. Os estudiosos chegaram a uma liga de cobre que

Page 20: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

8

possui um coeficiente de atrito constante e 80% maior se comparado ao ferro fundido e,

também, descobriram que em altas velocidades, o coeficiente de atrito do ferro fundido

diminui, enquanto da liga de cobre aumenta. Essa conclusão deve ser levada em conta,

em trechos ferroviários que se almeja uma velocidade de cruzeiro alta. Todos esses

resultados foram obtidos com testes realizados na máquina pino-disco [6].

2.3. Formas Construtivas Da Máquina Pino-Disco

A máquina pino-disco possui algumas variantes com relação a sua forma de

construção, e essas diferentes formas de disposição da máquina interferem no resultado

final. Ou seja, máquinas, com formas construtivas diferentes, executando o mesmo teste,

terão resultados divergentes.

Uma dessas variações ocorre com relação ao posicionamento do pino, este pode ser

montado verticalmente ou horizontalmente.

Figura 3 - Máquina Pino-Disco com pino horizontal [7]

Page 21: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

9

Com relação ao funcionamento, a forma construtiva com pino na horizontal tem

vantagens com relação ao depósito de detritos provenientes do desgaste tanto do disco

quanto do pino. Pois, essas partículas não se acumulam na pista que se forma no disco

devido ao desgaste das amostras, consequentemente, a interface entre o pino e o disco

será mais limpa, com menos obstáculos quando comparada a forma construtiva com o

pino na vertical.

Outra variante da máquina é com relação ao mecanismo que aplicará a carga sobre

o pino, a maioria das máquinas pino-disco tem pesos padrões acoplados executando a

força necessária do pino sobre o disco. Na figura mostrada anteriormente, vê-se como os

pesos padrões foram montados para aplicar a força desejada no teste. Mas, essa força

também pode ser aplicada por pistão hidráulico ou pneumático, obviamente, alterando a

complexidade do projeto.

O acionamento pneumático é feito por pistões que transformam a pressão do ar em

movimento linear. Basicamente, é o pistão que originará a força necessária no contato

entre o pino e o disco. [8]

A forma construtiva para a máquina acionada hidraulicamente segue o mesmo

raciocínio que a máquina pneumática, mas tomada suas devidas necessidades, a máquina

hidráulica precisa de válvulas hidráulicas, tanque, reservatório, etc.

E, também, existem máquinas pino-disco nas quais o pino também tem uma rotação

no seu eixo longitudinal, aumentando a velocidade de deslizamento entre o disco e o pino.

Page 22: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

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Figura 4 - Máquina pino-disco com disco e pinos girantes [9].

Page 23: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

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3. PROJETO DA MÁQUINA PINO-DISCO

O projeto visa a possibilidade de construção de um dispositivo para obtenção de

resultados, sejam eles em função da quantidade de material desgastado, calor gerado na

superfície de contato, ruído emitido durante os testes, ou o coeficiente de atrito que é a

proposta desse trabalho.

O projeto deve ser elaborado evitando-se vibrações da máquina, tais vibrações

podem mascarar resultados e, consequentemente, tornar a máquina ineficiente na

operação na qual foi alocada.

O projeto deve ter um contador de revoluções do disco, assim pode-se ter o registro

da distância percorrida pelo pino no disco. Dependendo do teste, essa distância é critério

de validação do mesmo.

3.1. Projeto Básico

O projeto básico é uma máquina pino-disco com pino vertical e acionamento

pneumático, que visa atender uma série de diferentes tipos de pesquisas, dando uma maior

flexibilidade e aplicabilidade ao projeto.

O acionamento pneumático é mais complexo do que o acoplamento de pesos, isso

ocorre porque precisa-se garantir que não haja vazamento no sistema pneumático, este

engloba as válvulas, mangueiras, engates rápidos, conexões e o pistão pneumático.

Entretanto, a carga colocada no pino é ajustada mais facilmente, uma vez que não é

necessário parar o teste para variar a pressão de contato na interface pino-disco. A

máquina pino-disco com pesos padrões necessita que o usuário possua diversos destes de

medidas diferentes e o manuseio destes pesos precisa ser extremamente cauteloso, pois

Page 24: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

12

se houver um impacto, perde-se material, consequentemente, o peso perde sua precisão.

Vê-se, então a vantagem de se ter um acionamento pneumático, maior flexibilidade

operacional da máquina pino-disco.

A escolha pelo uso de um pino montado verticalmente foi feita por motivos de

confiabilidade nos resultados gerados, e por ser uma máquina que tem alta flexibilidade

operacional, necessita-se garantir que os resultados gerados estejam na margem de erro

aceitável.

3.2. Lista de Exigências

As exigências básicas foram verificadas na norma ASTM G99-05 [10], esta norma

é mandatória para os projetistas interessados em elaborar uma máquina pino disco.

Como foi dito anteriormente, elaborou-se um projeto para englobar os mais

diferentes tipos de testes, logo compilou-se os limites dos testes publicados nesses artigos

e essas informações foram os dados de entrada a seguir:

• Carga aplicada no pino: 2N a 500N

• Rotação do disco: 60 a 600 RPM

• Diâmetro máximo do pino: 11mm

• Altura do pino: 2 a 40 mm

• Diâmetro máximo do disco: 110mm

• Espessura máxima do disco: 25mm

Especificou-se, também, que a máquina fosse capaz de medir a força normal

aplicada ao pino e a força de atrito. Com essas informações, a máquina entrega, como

resultado, o coeficiente de atrito entre os materiais.

Page 25: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

13

Para aumentar a precisão da máquina, exigiu-se que fosse projetado o fulcro de

balança, para a transmissão da força do pistão pneumático para o pino. A partir da

referência [11], elaborou-se um contato tipo b, como pode ser observado na imagem

abaixo:

Figura 5 - Tipos de contatos para fulcro de balança [11].

Ao longo do projeto, verificou-se a necessidade de uma lubrificação das amostras

para que os testes com lubrificantes pudessem fazer parte dá área de aplicabilidade da

máquina, então a estrutura onde está o disco teve que ser modificada para que recebesse

o-rings, retentor e anéis de borracha (para os parafusos) para a correta vedação do óleo.

Todos os itens comerciais de vedação foram inseridos no anexo 7.1.

Também verificou-se que, para atender às exigências impostas, seria necessário o

uso de um moto-redutor com um encoder1, de preferência que fosse do mesmo

fornecedor, para assim evitar problemas na instalação e perda de eficiência. A utilização

de encoders deve-se ao fato de que em determinados testes, o número de voltas que o

pino deve ter em contato sobre o disco é um valor pré-determinado. Sendo assim, a parte

1 Encoder: Também conhecido como transdutor de posicionamento angular, este dispositivo é capaz de contar o número de revoluções de um eixo, por exemplo.

Page 26: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

14

eletrônica da máquina, que não é escopo deste projeto de graduação, tem a informação

necessária para saber quando deve cortar a pressão da linha pneumática, encerrando o

teste na máquina devido a perda de contato entre o pino e o disco. Vale ressaltar que o

pistão pneumático tem retorno por mola, e é essa mola que faz a força necessária para

fazer o recuo do pino.

Para o operador ter a regulagem da rotação do eixo de saída do moto-redutor,

utilizou-se um inversor de frequência capaz de diminuir ou aumentar a frequência do

moto-redutor utilizado, garantindo o ajuste fino da rotação de saída desejada. O inversor

de frequência e o encoder foram selecionados no fabricante SEW, e no anexo 7.2 consta

informações específicas sobre os dispositivos escolhidos.

3.3. Conceito Da Máquina Pino-Disco

A saída de informação da máquina é o coeficiente de atrito, para isso seguiu-se a

equação 3 apresentada no subcapítulo 2.1. A célula de carga faz a leitura da força que está

chegando ao pino, força a qual é inserida pelo cliente ao fazer o teste. As especificações

da célula de carga estão no anexo 7.3.

Logo, como a estrutura do braço nivelador pode girar em torno do eixo (eixo

estrutura), a força de atrito fará com que a estrutura do pino gire em sentido contrário ao

sentido da velocidade linear presente na interface pino e disco. Como a rotação do disco

está no sentido anti-horário, logo a estrutura do pino vai girar no sentido horário.

Entretanto, tem-se o transdutor de força que impede que a estrutura do pino gire em

torno do eixo. Logo, o transdutor de força sofre uma deformação, gerando um sinal para

a parte eletrônica. Esse sinal é interpretado e calculado devido as diferentes distâncias

entre a força de atrito, presente na interface pino disco, e a reação feita pelo pino guia no

transdutor de força.

Page 27: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

15

3.4. Materiais

O principal material utilizado foi o aço SAE 1045 laminado a quente. Esse aço foi

selecionado por ser um material fácil de ser encontrado no mercado nacional e por ter boa

usinabilidade. Suas propriedades mecânicas são satisfatórias para o trabalho que será

imposto.

Os cálculos foram feitos utilizando as informações do aço SAE 1045 laminado a

quente (do inglês HOT ROLLED, HR) da tabela 1, retirada da referência [12].

Os cálculos dos parafusos foram feitos utilizando a tabela 2, também retirada da

referência [12].

Tabela 1 - Propriedades mecânicas de diversos aços [12].

Resistências determinísticas da ASTM mínimas de tração e de escoamento para aços laminados a quente (do inglês HOT ROLLED) e estirados a frio (do inglês COLD DRAWN).

SAE PROCESSAMENTO RESISTÊNCIA A TRAÇÃO [MPa]

RESISTÊNCIA AO ESCOAMENTO [MPa]

DUREZA BRINELL

1010 HR 320 180 95

CD 370 300 105

1020 HR 380 210 111

CD 470 390 131

1030 HR 470 260 137

CD 520 440 149

1040 HR 520 290 149

CD 590 490 170

1045 HR 570 310 163

CD 630 530 179

Page 28: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

16

Tabela 2 - Propriedades mecânicas para parafuso de aço [12]

Categorias Métricas de propriedades mecânicas para parafusos de aço

Categoria de Propriedade

Intervalo de

tamanho

Resistência Mínima de Prova [MPa]

Resistência Mínima de Tração [MPa]

Resistência Mínima de Escoamento [MPa]

Material

4.6 M5-M36 225 400 240 baixo e médio carbono

4.8 M1.6-M16

310 420 340 baixo e médio carbono

5.8 M5-M24 380 520 420 baixo e médio carbono

8.8 M16-M36

600 830 660 Médio carbono (temp. e

rev.)

Page 29: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

17

4. PROJETO DE DETALHAMENTO

O projeto de detalhamento contempla os materiais e algumas dimensões críticas das

peças mais solicitadas da máquina, também informa os dados para a compra de itens

comerciais.

Logo, o foco do projeto de detalhamento é a parte técnica da máquina com seus

desenhos e especificações que tornem possível a construção e o funcionamento desejado

juntamente com todos os cálculos necessários.

4.1. Cálculos Básicos

Os cálculos básicos foram feitos para começar a delinear a máquina. E, também,

trará informações importantes para o dimensionamento da máquina.

4.1.1. Força de atrito máximo

Como a força normal máxima é dada 500N, e usando o maior coeficiente de atrito

que no caso é 1. Calcula-se a força de atrito máximo.

���á� = � × � ∴ ��� = 1 × 500

���á� = 500

4.1.2. Potência do motor

A potência do motor será dada em função da rotação necessária eixo e da força de

atrito no disco. Como necessita-se de uma rotação entre 60 RPM e 600 RPM, será

utilizado um motor de 1800 RPM e um redutor 5:1.

������� = � × �� = ���60 × 2 × �

Page 30: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

18

� = 6,283"�#$ �60����%"&'(�& = 36,61))

��������� = 0,23)$ �60����������á� = 2,3)$ �600���

Como a força de atrito é 500N, logo:

�&� = � × ����������&��� = 500 × 0,23)$ ∴ �&� = 115*$ ∴ �&� = 0,115+,�&�á� = 500 × 2,3)$ ∴ �&� = 1150*$ ∴ �&� = 1,15+,

Seleção do moto redutor SEW, com encoder embutido, modelo RXF77DRE90M4.

Esse moto-redutor tem 1.5 HP de potência e entrega 309 RPM no eixo de saída a uma

razão de 5.63.

No anexo 7.2. pode-se verificar informações mais específicas sobre o moto-redutor.

Page 31: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

19

4.1.3. Acoplamento elástico

O dimensionamento do acoplamento elástico foi feito com base no método prático

de seleção, que atende à norma DIN 740, do fabricante VULKAN, presente no catálogo

do fornecedor em anexo. Para um fator de serviço (FS) igual a 1,0, da tabela 3 no anexo

7.5. do fornecedor, pode-se calcular o torque nominal (Tkn). E, deve-se usar a menor

RPM na qual o eixo funcionará, no caso, 60 RPM que é a faixa de utilização mais crítica

para o acoplamento.

Cálculo do torque nominal:

-.� = 7162 × 0� × �1��� -.� = 7162 × 10� × 1,060��� -.� = 119,37 )

Logo, o acoplamento VULKAN DRIVE TECH SPEFLEX TIPO SPII tamanho 35

foi selecionado na tabela de dados técnicos presente no catálogo VULKAN DRIVE

TECH em anexo. O valor excede ao torque nominal, entretanto está 33% abaixo do torque

máximo ao qual o acoplamento pode ser submetido.

4.1.4. Força necessária do pistão

Para que se tenha 500N na interface pino e disco, o conceito abaixo foi respeitado

para se calcular a força necessária que o pistão deve exercer no braço.

Page 32: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

20

Figura 6 - Figura representativa para o cálculo da força do pistão. Fonte: o autor.

�3��4 = 500; #6$�7 = 109,75)); #6$�8 = 164)):�;<�=�4 = 0; %�"�500#("(�çã& &")�@�&%6 &.�3�BCã4 × #7 = �3��4 × #8�3�BCã4 = 500 × 164))109,75)) �3�BCã4 = 761

Logo, selecionou-se o pistão pneumático da FESTO, código 188256 e modelo

AEVC-50-10-APA, com força teórica de 1121N, diâmetro do êmbolo 50mm, 10mm de

curso e retorno por mola. O retorno por mola é importante para garantir que o contato

entre o pino e o disco seja interrompido no momento que a pressão pneumática é cortada.

Esse pistão foi escolhido devido às duas dimensões físicas compactas, haja vista que não

há muito espaço na forma construtiva do projeto. Informações técnicas no anexo 7.7.

Page 33: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

21

4.1.5. Reação do transdutor de força

A distância da interface pino disco até o centro do eixo estrutura é de 189,79mm. E

a distância entre o centro do eixo estrutura e o pino guia do transdutor de força é de

58,5mm.

Logo:

:����4 = 0�3��4 × 58,5 − ��� × 189,79 = 0�3��4 = ��� × 3,24�3��4)áE = 1620

Logo, tem-se uma força de aproximadamente 160kg sendo aplicada. Por isso foi

selecionado o transdutor de força BTS de 200kg da Berman Load Cells, a folha técnica

se encontra no anexo 7.3.

4.2. Cálculo Dos Esforços No Eixo Do Disco

Devido a forma construtiva para se travar a estrutura que reforça o disco,

aumentando sua resistência a flexão, o diâmetro interno mínimo para o rolamento superior

é 30mm. E, para calcular a vida do rolamento, precisa-se calcular os esforços atuantes

nos mesmos e verificar se o diâmetro de 30mm é maior que o diâmetro mínimo permitido.

Page 34: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

22

Figura 7 - Representação Da Força Normal E Suas Reações Na Cor Amarela E Da Força De Atrito E Suas Reações Na Cor Laranja. Fonte: o autor.

Esforço Normal:

Figura 8 - Representação esquemática para os cálculos das reações devido a força

normal. Fonte: o autor.

Page 35: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

23

Vale ressaltar que adicionou-se 30N à força normal, devido ao peso da estrutura

de reforço do disco, do próprio disco, do eixo, dos parafusos e pinos montados.

:�F = 0

530 × 36,6)) − �G × 78,13)) = 0 0G = 248,3

: �&"ç�$ () H = 0 0� − 0G = 0

0G = 0� = 248,3

: �&"ç�$ () I = 0 �� = 530

Esforço de atrito:

Figura 9 - Representação esquemática para os cálculos das reações à força de atrito. Fonte: o autor.

Page 36: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

24

:MK = 0

500N × 64,75mm = HOG × 78,13mm

HOP = 414,4N

:ForçasemZ = 0

H′Y = H′P + 500 = 914,4N

Resultantes:

�� = [\0�8 +0O�8] = 947,1�^ = _\0^8 + 0′^²] = 483,1

Diagramas gerados pela força normal:

Figura 10 - P1 = Hb ; P2 = Ha ; M1 = 19,4Nm

Figura 11 - Diagrama do Momento Fletor ; Unidades em Nm.

Figura 12 – Diagrama do Esforço Cortante ; Unidades em N. Fonte: o autor.

Page 37: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

25

Diagramas gerados pela força de atrito:

Figura 13 - P1 = H’b ; P2 = H’a ; P3 = 500N

Figura 14 - Diagrama do Momento Fletor ; Unidades em Nm.

Figura 15 - Diagrama do esforço Cortante ; Unidades em N. Fonte: o autor.

Fazendo a superposição dos gráficos, obteve-se um momento fletor absoluto de

51,8 Nm na posição do rolamento superior. Agora, deve-se dimensionar o diâmetro

mínimo da seção.

Page 38: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

26

4.2.1. Cálculo do diâmetro mínimo da seção do eixo do disco

4.2.1.1. Análise estática

Todas as análises foram feitas com os inputs abaixo:

• Fat = 500N;

• l1 = 64,5mm (distância até o primeiro rolamento, seção mais crítica);

• Momento = -51,8Nm;

• Torque = 18,3Nm;

• Coeficiente de Segurança (CS) mínimo = 1,5

• Material do eixo: Aço SAE 1045 – Comercial

Esse material foi escolhido por causa de sua fácil usinabilidade, custo, por ser

facilmente encontrado no mercado nacional, além de suas propriedades mecânicas

satisfazerem o que é desejado.

E = 210 GPa Sy = 310Mpa

4.2.1.1.1. Análise Deflexão

A análise de deflexão é importante pois existe uma deflexão máxima permitida de

acordo com a referência [10].

a�� = 0.018))(calculado através da incerteza aceitável de ±1° entre o pino e

o disco, dado pela norma ASTM G99-05 [10])

#�� = c 64 × � × @182 × d × a�� × �e7f ; ref[13]

#�� = 27,632))

Page 39: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

27

Como o diâmetro do projeto (30mm) é maior que dmin, tem-se a primeira

confirmação.

4.2.1.1.2. Máxima Tensões Cisalhantes

#��8 = j32 × k1� × $a × \�8 + -&8]l.mn7o ; ref[13]#��8 = 15.888))

Como o diâmetro do projeto(30mm) é maior que dmin2, tem-se a segunda

confirmação.

4.2.1.1.3. Máxima Energia de Distorção

#��o = p32 × k1� × $a × q�8 +r34 × -&s8tl.mu7o ; "(v. [13]

#��o = 15.758

Como o diâmetro do projeto (30mm) é maior que dmin3, tem-se a terceira

confirmação.

4.2.1.2. Análise de Fadiga

Como no projeto a flexão é reversível \w = 0]devido a força fixa e ao movimento

rotativo do eixo. Para o cálculo do diâmetro mínimo devido a carga dinâmica (ddmin)

necessita-se primeiro calcular a fadiga Se, logo:

1( = +� × +^ × +x × +# × +( × +v × 1(´; "(v. [13] +� = 0,9 → {x�^�)( �&�(�6v6x�#&+^ = 0,875 → |6 #&#�vó")~@�, +^ = 1,24 × #�l,7l�; 2,79)) < # < 51))+x = 0,868 → 95%#(x& v6�^6@6#�#(+# = 1 → -()%("��~"� < 350°k+( = 11 + � ∗ \+� − 1] = 0,657 → "�6&#(( ��@ℎ(1));�# = 1,154; "# = 0,038;

Page 40: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

28

+� = 1,9 pela figura A-13-9 no anexo 7.6. � = 0,58 figura 6-20 no anexo 7.6.

+v = 1 ; ã& ℎá � 6 v@~ê x6� #( v��&"($ #6|("$&$ 1(´ = 0,5. 1~� , se Sut < 700MPa, como Sut = 380MPa.

1(´ = 190��� 1( = 85,32���

Então, para M = 51,8 Nm, CS = 1,5, tem-se:

#��� = r32 ∗ � ∗ k1� ∗ 1( s7o ; ref. [13] #��� = 21,01))

Como o diâmetro de projeto (30mm) é maior que o diâmetro mínimo para cargas

dinâmicas, logo tem-se a quarta comprovação.

4.2.2. Aplicando critério de Sodeberg

O critério de Sodeberg foi selecionado pois ele é o critério utilizado para materiais

dúcteis.

w�1( + w1a = 1k1�� ; "(v. [13] Como σ� é nulo por ser uma flexão reversível, a fórmula simplifica para:

w�1( = 1k1�� 1( #& w� = 32 ∗ �� ∗ #o = 30��� k1�� = 2,83

Page 41: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

29

Como o fator de segurança da fadiga é maior do que o fator de segurança estipulado

1,5, o eixo do disco está isento de falhas devido ao seu próprio funcionamento.

4.3. Cálculo dos Rolamentos

Os dois rolamentos presentes nesse eixo são iguais, entretanto o rolamento superior

é mais solicitado porque recebe todo o esforço realizado pelo pino no disco. E, como a

força resultante realizada sobre o rolamento superior é maior, logo se o primeiro

rolamento estiver dimensionado corretamente, o segundo também estará.

O dado de entrada para esse cálculo foi o diâmetro interno do rolamento, 26mm. Os

esforços no rolamento, força axial (Fa) de 530N e força radial (Fr) de 947.4N. E, que esse

rolamento dure pelo menos 10 anos, funcionando 12horas por dia, 300 dias por ano.

Usando a rotação máxima, 600RPM, a vida desejada (Vd) é:

�# = 600��� × 60min × 10ℎ#6� × 300#6�$� & × 10� &$�# = 1080 × 10�"(|&@~çõ($.

Fórmula da Vida Nominal Ajustada:

¡�� = �7 × �8 × �o × rk�s3 ; "(v. [14]

Onde:

¡�� = vida nominal ajustada em milhões de revoluções (o sub-índice n representa a

diferença entre 100% e a confiabilidade requerida)

�7= fator de ajuste de vida, para confiabilidade

�8= fator de ajuste de vida, para material

�o= fator de ajuste de vida, para condições de funcionamento

Rolamento escolhido, designação 6006.

D=55mm ; d=30mm ; B= 13mm ; C = 13,8 kN; Co = 8,3kN

Page 42: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

30

Pelo catálogo da SKF, tem-se:

p = 3 (rolamento de esferas)

�7= 0,62 (para confiabilidade de 95%)

�8=1 (materiais SKF são melhores que os especificados pela norma ISSO 281/I-1977, logo não influência a vida.)

�o=2 (dm=44mm ; n=600RPM ; v1=48mm²/s ; t=70°C ; lubrificante é a própria graxa)

���" = 530483 = 0,560

Se ( ≥ £�£� → � = �"; ( < £�£� → � = E�" + a��

��k& = 5308300 = 0,064 → ( = 0,27 � = 0,56 × �" + 1,6 × ��� = 1118,5N

¡m� = 0,62 × 1 × 2 × r138001118,5so

¡m� = 2328,9 × 10�"(|&@~çõ($ Valor da vida está satisfatório.

Obs.: Valores de e, x e y retirados do catálogo SKF [15].

4.4. Cálculo Dos Esforços No Eixo Da Estrutura Do Braço Nivelador

Para calcular os esforços atuantes nas seções onde estão os rolamentos, primeiro

estudou-se para saber qual o peso de toda a estrutura montada e, também, o valor da força

exercida pelo pistão, no caso, 761N. E, então, calcular o momento resultante na porca que

está no topo do eixo, travando a estrutura.

Page 43: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

31

Figura 16 - Imagem representativa para cálculo dos esforços no eixo. Fonte: o autor.

O peso próprio da estrutura chega a placa adaptadora através da placa estrutura,

para simplificar os cálculos, o peso próprio atuará na placa adaptadora no ponto do CG.

Dados:

�3�BCã4 = 761; � = 265,8; #3�BCã4 = 83,96)); #3�B4 = 19,12)) �34�=� + �3�BCã4 × #3�BCã4 − � × #3�B4 = 0 �34�=� = −58,8)

∑�¥ = �3�BCã4 + � ∑ �¥ = 1026,8, no sentido negativo de y.

4.4.1. Análise dos diâmetros das seções de montagem dos rolamentos Tem-se apenas as análises estáticas, porque esse eixo não terá carga dinâmica, pois

não terá rotação, ele precisa dessa forma construtiva para poder girar livremente e o

transdutor de força fazer a leitura da força de atrito. Esse eixo é vazado, para passar a

Page 44: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

32

pressão de ar que alimentará o pistão. Os cálculos serão feitos para se achar o coeficiente

de segurança.

Todas as análises foram feitas com os dados abaixo:

L1 = 55mm (distância até o primeiro rolamento, seção mais crítica);

Momento = -58,8Nm;

Ds = 30mm ; Diâmetro superior

Di = 6mm

To=0 (não há torção)

Material do eixo: Aço SAE 1045 – Comercial

Esse material foi escolhido por causa de sua fácil usinabilidade, custo, por ser

facilmente encontrado no mercado nacional, além de suas propriedades mecânicas

satisfazerem o que é desejado (E = 210 GPa ; sy = 310Mpa).

4.4.1.1. Análise deflexão

¦ = � × \�$f − �6f]64 @ = �2 \@6 ℎ�)é#6�]

w3�4§ = � × @¦ ∴ w�� = �̈

onde, w3�4§ ≤ w�B= ≤ 310���

¨ = ¦@ ∴ � × \�$f − �6f]64�$2 ; ¨ = 2646,48))ow3�4§ = �̈ ∴ 58800))2646,48))o

w3�4§ = 22,21���Logo, o projeto está bem dimensionado, w3�4§ < w�B=.

Page 45: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

33

4.4.1.2. Máxima tensão cisalhante

k1ª«¬ = �$o × � × $a32 × \�8 + -&8]78 ; ref. [13]

k1ª«¬ = 9,039

Pelo critério da Máxima Tensão Cisalhante, o eixo não cisalhará.

4.4.1.3. Máxima energia de distorção

k1ª­® = �$o × $a × �32 × ¯�8 + 34 × -&8°78

; ref. [13]

k1ª­® = 9,141 Pelo critério da Máxima Energia de Distorção, o eixo não cisalhará.

4.4.2. Cálculo dos rolamentos

Achando os esforços radiais dos rolamentos.

Figura 17 – Figura de representação para cálculo dos esforços sobre os rolamentos Fonte: o autor.

M=58,8Nm

Page 46: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

34

Como o rolamento superior está fixo em relação ao eixo, o somatório dos momentos

será em relação a ele.

:��4�B<3 = 0 ��4���; × 55)) − 58800)) = 0 ��4���; = 1069 : �� = 0 ��4���; = ��4�B<3 , & (6E& H ��4�B<3 = 1069

Força radial (Fr) em ambos os rolamentos é de 1069N. Enquanto só o rolamento

superior tem Força Axial (Fa) de 1026,8N.

Escolha dos rolamentos e cálculo da vida

Rolamento superior:

¡�� = �7 × �8 × �o × rk�s3 ; "(v. [14] Onde:

¡�� = vida nominal ajustada em milhões de revoluções (o sub-índice n representa a

diferença entre 100% e a confiabilidade requerida)

�7= fator de ajuste de vida, para confiabilidade

�8= fator de ajuste de vida, para material

�o= fator de ajuste de vida, para condições de funcionamento

Rolamento escolhido, designação 61906-2RS1.

D=47mm ; d=30mm ; B= 9mm ; C = 7,28 kN; Co = 4,55kN

Pelo catálogo da SKF, t:

p = 3 (rolamento de esferas)

�7= 0,62 (para confiabilidade de 95%)

Page 47: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

35

�8=1 (materiais SKF são melhores que os especificados pela norma ISO 281/I-1977, logo não influência a vida.)

�o=2 (por não haver rotação no eixo)

���" = 10261069 = 0,960

Se ( ≥ £�£� → � = �"; ( < £�£� → � = E�" + a��

��k& = 10264550 = 0,225 → ( = 0,37 � = 0,56 × �" + 1,2 × ��� = 1829,8N

¡m� = 0,62 × 1 × 2 × r138001829,8so

¡m� = 531 × 10�"(|&@~çõ($ Como o rolamento não tem rotação, pode-se dizer que é vida infinita.

O rolamento inferior é o rolamento EE 8 TN9, que é mais robusto que o rolamento

superior por ter C com valor de 11,7kN e Co de 6,3 kN, também, recebe menos esforços.

Logo, como o superior tem vida infinita, o rolamento inferior também terá.

4.5. Cálculo dos Parafusos de Pivotamento.

4.5.1. Parafuso de pivotamento do pino

Esse pivô é necessário para que se tenha a superfície de contato do pino sempre

paralela à superfície do disco. Para o aço utilizado de grau 8.8, da referência [12] é sabido

que τ²³´ = 660MPa. E a força máxima aplicada é 500N. É necessário saber qual o

diâmetro mínimo do parafuso que resistirá a esses esforços. Aplicando um coeficiente de

segurança de 2, calcula-se que:

µ�B=µ=�B = 2 ∴ µ=�B = 330���

µ=�B = �{; { = � × #�¶·84

Page 48: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

36

#�� = ¸ 4 × �� × µ=�B #�� = 1,38))

Como o parafuso usado é um M6, logo, ele resistirá a força que tende a cisalhar no contato com o alinhador pino.

4.5.2. Parafuso de pivotamento do pistão

Esse pivô é necessário para garantir que a haste do pistão sempre aplique a força

com um ângulo de 90° em relação ao braço. Sabe-se que a Fpistão = 761N e considerando

a mesma tensão cisalhante com fator de segurança 2 do subcapítulo anterior:

µ=�B = �{ ; { = � × #�¶·84

#�� = ¸ 4 × �� × µ=�B #�� = 1,71))

Como o parafuso usado é um M12, logo, o parafuso não sofrerá cisalhamento.

Selecionou-se um parafuso M12 porque o furo do acessório tem diâmetro 12mm, logo se

fosse colocado um parafuso com diâmetro menor, ocorreriam choques entre o acessório

e o parafuso de pivotamento.

4.6. Cálculo do Cisalhamento dos Parafusos transmissores do torque

Os dois parafusos no topo do eixo do disco transmitem o torque do moto-redutor para a estrutura anti-flexão do disco. Logo, calculou-se se esses parafusos resistiriam ao torque aplicado.

µ = ��#84= 0,5771%# ; "(v. [12]

Page 49: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

37

Sendo:

Sp = 420MPa (escoamento do 5.8)

Nd = 1.5 (fator de serviço)

Parafusos M6

� = 0,5771%# ∙ �#84

� = 4,6+

To= 18350Nmm

Dist = 6,5mm (do centro do disco ao centro do parafuso)

� = -&�6$� = 2,8+

Considerando apenas um parafuso, o mesmo deve executar uma força de 2,8kN.

Como são dois parafusos, cada um executa uma força de 1,4kN. E, como foi calculado

anteriormente, cada um deles suporta uma força de 4,6kN. Logo, eles não serão cisalhados

devido ao torque realizado pelo atrito máximo na interface entre o pino e o disco.

4.7. Dimensionamento Do Contato Do Fulcro De Balança

O fulcro de balança é um conceito que visa aumentar a precisão por meio de um

contato mais fino entre os eixos que garantirão o giro do braço. Como dados, estipulou-

se a pressão máxima no contato entre os eixos de 310MPa que é a resistência mínima de

escoamento, para uma abordagem conservadora [12].

Dimensionamento dos raios:

Os raios foram dimensionados de forma iterativa, buscando-se medidas que fossem

viáveis de serem fabricadas e que gerassem uma pressão aceitável nos contatos metálicos,

por exemplo, o contato entre o eixo bloco e a placa estrutura.

Page 50: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

38

Figura 18 – Representação esquemática do contato entre o eixo cunha e o eixo bloco; bo é a espessura de contato e L é o comprimento do contato [11].

Sendo a pressão máxima, 310 MPa, e variando-se os raios, pode-se descobrir uma carga aplicada. Usando a fórmula de pressão máxima para eixo cunha e eixo bloco feitos do mesmo material, obtém-se os seguintes raios:

%�� = 58 × ¸�¡ × r1" − 1�s; "(v[11] R=11,5mm e r = 4,5mm;

Dimensionamento da força

� = %��8 × � × @� × j1 − º78d7 + 1 − º88d8 n1" − 1�7

; "(v. [11]� = 374,2

Calculando a metade da largura do contato:

^l = 2 × »� × � × @� × j1 − º78d7 + 1 − º88d8 n¼1" − 1�7

78 ; "(v. [11]

^l = 0,041))

Page 51: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

39

4.8. Dimensionamento das Chavetas

As chavetas foram projetadas segundo a referência [16].

Cálculo da tensão nas chavetas referência [17].

� = 2 × -#

1$a = 0,5777 × 1a�1x = 1$a × � × @� �1( = 1$a × � × @2�

Onde:

F = Força que atua na chaveta

T = Torque que atua na chaveta

d = diâmetro do eixo

Ssy = Limite de resistência ao cisalhamento

Sy = Limite de resistência à tração

FSc = Fator de segurança em relação ao cisalhamento

t = Espessura da chaveta

l = comprimento da chaveta

FSe = Fator de segurança em relação ao esmagamento

4.8.1. Chaveta do eixo disco e acoplamento elástico

Material: Aço 1045 ; Sy = 570MPa ; t = 8mm ; l = 38mm ; d=26mm ; T = 18305 Nmm

F = 1408N

Ssy = 329MPa

FSc = 70,3

Page 52: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

40

FSe = 35

4.8.2. Chaveta eixo bloco fulcro de balança

Material: Aço 1045 ; Sy = 570MPa ; t = 7,5mm ; l = 20mm ; d=40mm ;

T = 32000 Nmm (2 chavetas)

F = 1600N

Ssy = 329Mpa

FSc = 30

FSe = 15

4.8.3. Chaveta eixo cunha fulcro de balança

Material: Aço 1045 ; Sy = 570MPa ; t = 11mm ; l = 23mm ; d=40mm ;

T = 32000 Nmm (2 chavetas)

F = 1600N

Ssy = 329Mpa

FSc = 52 FSe = 26

Page 53: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

41

5. CONCLUSÕES

Esse trabalho foi feito seguindo uma ideia de inovação, onde a máquina

desenvolvida pudesse se distinguir das demais presentes no mercado nacional e

internacional. Obviamente, existem particularidades que são comuns a todos os

dispositivos, como por exemplo o fato de termos um dispositivo rotativo.

Sendo a norma ASTM G99-05 mandatória para projetistas deste tipo de máquina,

o projeto em questão obedece todos os pontos abordados por esta norma.

Consequentemente, a máquina está alinhada para realizar testes padrões por qualquer

cliente que um dia venha a fabricar esta máquina.

Como esse projeto apresenta um acionamento pneumático, a máquina apresenta

uma operacionalidade muito maior em relação às máquinas com pesos padrões. O fato de

poder ajustar a pressão de ar garante o aumento ou a diminuição do contato durante o

teste, logo pode-se então fazer diferentes testes, aumentando o leque de opções para

utilização da máquina.

Existem alterações a serem feitas, entretanto somente serão observadas a partir do

momento que a máquina for construída e configurada para executar os testes. Na fase de

conceito, o projeto aqui apresentado atende à norma mandatória e tem potencial para

executar com nível satisfatório de eficiência os ensaios pino-disco.

Page 54: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

42

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1]Tribologia - uma história inspiradora. Disponível em: http://www.skf.com/pt/news-and-media/news-search/2013-10-25-tribology-a-moving-story.html?switch=y. Acesso em 20 nov. 2014.

[2]Jost, H. P., “Tribology-origin and future”, Wear, v.136, pp.1-17. 1990.

[3]Kato, K. Adachi, K., 2001, “Wear Mechanisms”, MODERN TRIBOLOGY HANDBOOK, Ed. CRC Press LLC Vol.2Cap 22.

[4]Windarta, M. Bin Sudin., Baharom, M.B. “Prediction of Contact Temperature on Interaction between Rail and Wheel Materials Using Pin-on-Disc Method”, In: Journal of Applied Sciences, Perak. 2012.

[5]Olofsson, Ulf. “A study of airborne wear particles generated from the train traffic – Block Braking simulation in a pin-on-disc machine”, In: Elsevier, Stockholm, Novembro. 2010.

[6]Ferrer, C, Pascual, M, Busquets, D, Rayón, E, “Tribological study of Fe-Cu-Cr-graphite alloy and cast iron railway railway brake shoes by pin-on-disc technique”, In: Elsevier, Valencia, Dezembro. 2009.

[7]Horizontal Pin-on-Disc Tribometer. Disponível em: http://www.ac2t.at/en/competences/pools/tribosystem-characterisation-tri/infrastructure-pool-tri/. Acesso em 20 nov.2014.

[8]Yang, L.J. “Pin-on-disc wear testing of tungsten carbide with a new moving pin technique”, In: Elsevier, Singapura. 1999.

[9]Pin Abrasion Testing. Disponível em:

http://www.cetr.com/ASTM_Standard/ASTM_G132-96.htm. Acesso em 20 nov. 2014.

[10]NORMA ASTM G99 – 05 (REAPPROVED 2005), Standard Test Method for Wear

Testing with a Pin-on-Disk Apparatus.

[11]TRYLINSKI, W. 1971, FINE MECHANISMS AND PRECISION

INSTRUMENTS – PRINCIPLES OF DESIGN. Warsaw, Pergamon Press.

[12]BUDYNAS, R.G., NISBET, J.K., Elementos de Máquinas de Shigley – Projeto de

Engenharia Mecânica. 8 ed. New York, Mc Graw Hill, 2008.

[13]Filho, Flavio de Marco, Slides ELEMENTOS DE MÁQUINA I, Departamento de Engenharia Mecânica, UFRJ, 2014.

Page 55: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

43

[14]Oliveira, Sylvio José Ribeiro de, Notas de Aula de ELEMENTOS DE MÁQUINA II, Departamento de Engenharia Mecânica, UFRJ, 2014. [15]Catálogo SKF – Princípios de Seleção e Aplicação de rolamentos [16]Provenza, Francesco, PROJETISTA DE MÁQUINAS , ed 71ª. São Paulo, Editora F. Provenza, 1990. [17] Vasques, Ana Carolina Cortez de Omena, Projeto Mecânico de uma Máquina de Ensaio de Fadiga Para Arames da Armadura de Tração de Dutos Flexíveis, Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2014.

Page 56: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

44

7. ANEXOS

7.1. Itens de vedação

Figura 19 – Dimensionamento do o-ring da tampa

Figura 20 – Dimensionamento do o-ring do disco

Page 57: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

45

Figura 21 – Seleção do retentor

Page 58: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

46

7.2. Moto-redutor, encoder e variador de frequência SEW

Figura 22 - Seleção do eixo de saída, tipo de flange e forma construtiva do moto-redutor.

Figura 23 - Seleção da frequência nominal, eficiência padrão, seleção da potência e rotação de saída e rotação do motor do moto-redutor.

Page 59: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

47

Figura 24 - Seleção do fator de serviço (FS=1), temperatura de trabalho e posição de

funcionamento do moto-redutor.

Figura 25 - Seleção do moto-redutor baseado na rotação de saída mais próxima de 300RPM.

Page 60: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

48

Figura 26 – Conferência das especificações e seleção da voltagem do motor.

Figura 27 – Seleção das propriedades padrões do motor.

Page 61: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

49

Figura 28 – Seleção das propriedades do redutor.

Figura 29 – Seleção do flange e do diâmetro do eixo de saída do redutor.

Page 62: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

50

Figura 30 – Seleção da posição do cabo de alimentação.

Figura 31 – Seleção do encoder e do comprimento do cabo do mesmo.

Page 63: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

51

Figura 32 – Seleção do variador de frequência para 2HP e trifásico.

Page 64: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

52

7.3. Transdutor de Força

Figura 33 – Transdutor de Força Berman Load Cells BTS 200Kg.

7.4. Célula de Carga

Figura 34 – Especificações da célula de carga

Page 65: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

53

7.5. Catálogo VULKAN DRIVETECH

Figura 35 – Seleção do acoplamento elástico.

Tabela 3 - Seleção do fator de serviço para o acoplamento elástico.

Page 66: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

54

Figura 36 - Dimensões do acoplamento SPII 35 e dados técnicos.

7.6. Cálculo das seções dos eixos

Figura 37 - Referência [10]

Page 67: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

55

Figura 38 – Referência [10]

Page 68: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

56

7.7. Pistão Pneumático Festo

Figura 39 - Especificações técnicas do pistão

Page 69: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

57

7.8. Rolamentos do eixo do disco

Figura 40 – Rolamentos 6006 inferior e superior do eixo do disco

7.9. Rolamentos do eixo estrutura

7.9.1. Rolamento Superior

Figura 41 - Rolamento 61906 - 2RS1

Page 70: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

58

7.9.2. Rolamento Inferior

Figura 42 - Rolamento EE8 TN9

Page 71: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

59

8. Desenhos de Detalhamento do Projeto

Page 72: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

529

123

0

955

1

4X

2

4X

3

4X

44X

5

4X

6

4X

7

8

11

10

9

12

4X

600

600

130

AA

B

B

16

2X

18

2X

24

282625 29

131415

2X

19

17

2X

21

4X

22

2X

23

20

2X

27

319

196

7

9 6

87

C

D

CORTE A-A ESCALA 1 : 2

ESCALA 1:2

ESCALA 1:2

30

31

4X

32

34 3335

2X

363741 40 39 3843 42

48

49

44

50

51

46 45

52

47

82

81

80

4X

19

4X

4mm 4X

4mm4X

4mm 4X

4mm 4XESCALA 1:5

4mm4X

82 1 ENCODER SEW - COMERCIAL81 1 MOTO-REDUTOR SEW - COMERCIAL80 4 PARAFUSO ALLEN M12 X 45mm - AÇO CARBONO79 2 CHAVETA 18mm x 11mm x 23mm - AÇO SAE 104578 2 CHAVETA 10mm x 7.5mm x 20mm - AÇO SAE 104577 1 CAVALETE FESTO MOD.174413 ACESSÓRIO - COMERCIAL76 4 PARAFUSO ALLEN M6 x 50mm - AÇO CARBONO75 2 PLACA ESTRUTURA CHAPA 120mm x 180mm x 20mm ESP. - AÇO SAE 104574 2 ROLAMENTO SKF 6006V - COMERCIAL73 1 EIXO ØEXT. 36mm x 197mm - AÇO SAE 104572 1 TAMPA DA BASE DISCO ØEXT. 126mm x 27mm ALT. - AÇO 104571 2 PINO GUIA TECNOFIX M6x20mm ABNT1030 - COMERCIAL70 1 O RING TRELLEBORG COD. ORAR00244 - COMERCIAL69 1 ANEL DE RETENÇÃO TECNOFIX COD. 502.058 - COMERCIAL68 1 O RING TRELLEBORG TRELLEBORG COD.ORAR00247 - COMERCIAL67 1 RETENTOR TRELLEBORG COD. TRAF00400-4N011 - COMERCIAL66 1 ROLAMENTO SKF 61906-2RS1 - COMERCIAL65 2 ANEL DE RETENÇÃO TECNOFIX COD. 501.030 - COMERCIAL64 1 ROLAMENTO SKF EE 8 TN9 - COMERCIAL63 1 ANEL DE RETENÇÃO TECNOFIX COD.501.022 - COMERCIAL62 1 EIXO ESTRUTURA ØEXT. 33.5mm x 158mm - AÇO SAE 104561 4 PARAFUSO ALLEN M8 x 40mm - AÇO CARBONO60 1 BASE EIXO ESTRUTURA ØEXT. 140mm x 72mm ALT. - AÇO SAE 104559 1 TAMPA ØEXT. 90mm x 17mm - AÇO SAE 104558 1 ARRUELA FUNILEIRO Ø1/2" - AÇO CARBONO57 1 PORCA M12 - AÇO CARBONO56 6 PARAFUSO ALLEN M6 x 10mm - AÇO CARBONO55 4 ANEL DE BORRACHA ØEXT. 11mm x 1.5mm ESP. - BORRACHA54 8 PARAFUSO ALLEN M8 x 20mm - AÇO CARBONO53 4 ANEL DE BORRACHA TAMPA ØEXT. 15mm x 1.5mm ESP. - BORRACHA52 1 CONEXÃO GIRATÓRIA SEALEXCEL MOD. SJ07-4N - COMERCIAL51 1 CONEXÃO 90° PNEUMÁTICO FESTO COD. 186355 - COMERCIAL50 1 PLACA ADAPTADORA CHAPA 204mm x 140mm X 15.5mm - AÇO SAE 104549 1 PISTÃO PNEUMÁTICO FESTO MOD. AEVC-50-10-A-P-A - COMERCIAL48 1 PIVÔ - PISTÃO FESTO MOD. 9262_SGS - COMERCIAL47 2 BRAÇO NIVELADOR 319mm x 60mm x 110mm - AÇO SAE 104546 1 ENGATE RÁPIDO PISTÃO FESTO MOD. 153305 QSM-1_8-4 - COMERCIAL45 1 MANGUEIRA PNEUMÁTICA FESTO - 25mm COMPR. - COMERCIAL44 1 MINI NÍVEL HD MOD. HDMN01-A 40mm x 10mm - COMERCIAL43 1 EIXO BLOCO FULCRO DE BALANÇA Ø40mm x 130mm - AÇO SAE 104542 1 EIXO CUNHA FULCRO DE BALANÇA Ø60mm x 60mm - AÇO SAE 104541 1 PINO 12mm x 22mm x 12mm - AMOSTRA 40 1 SUPORTE PINO ØEXT.40mm x 24mm ALT. - AÇO 104539 1 CÉLULA DE CARGA ALTHEN MOD.ALF245 - COMERCIAL38 1 ALINHADOR PINO 30mm x 30mm x 19mm - AÇO 104537 1 PARAFUSO ALLEN M4 x 26mm - AÇO CARBONO36 1 COPO DE RETENÇÃO DO ÓLEO TARUGO 7" x 90mm ALT. - ALUMÍNIO 606035 2 PARAFUSO ALLEN M6 x 30mm - AÇO CARBONO34 1 DISCO ØEXT. 120mm (MAX) x 12mm ESP. (MAX)33 1 ANTI-FLEXÃO DISCO ØEXT.122mm x 48mm ALT. - AÇO 104532 1 VÁLVULA DE ESFERA BELAIR LINHA MINI 1/4" - COMERCIAL31 4 PARAFUSO ALLEN M8 x 45mm - AÇO CARBONO30 1 BASE DO EIXO DISCO TUBO ØEXT 186mm x 104mm ALT. - AÇO 104529 2 PARAFUSO ALLEN M8 x 20mm - AÇO CARBONO28 1 ARRUELA LISA M12 - AÇO CARBONO27 1 PARAFUSO ALLEN M12 x 20mm - AÇO CARBONO26 1 SUPORTE TRANSDUTOR CHAPAS 6.35mm ESP. E 12.7mm ESP. - AÇO 104525 2 ARRUELA DE FUNILEIRO M6 - AÇO CARBONO24 1 TRANSDUTOR DE FORÇA BERMAN LOAD CELLS MOD. BTS TIPO S 200kg - COMERCIAL23 1 GUIA SENSOR TARUGO Ø10mm X 50mm - AÇO SAE 104522 2 SUPORTE CAVALETE AÇO SAE 104521 4 PARAFUSO ALLEN M8 x 25mm - AÇO CARBONO20 2 ESPAÇADOR PISTÃO ØEXT. 26mm x 4.5mm ESP. - BORRACHA19 5 PORCA M12 - AÇO CARBONO18 2 TRAVA EIXO SUPERIOR FULCRO CHAPA Ø60mm x 6.35mm - AÇO 104517 4 ARRUELA LISA M6 - AÇO CARBONO16 2 PARAFUSO ALLEN M6 x 20mm - AÇO CARBONO15 2 ESPAÇADOR PINO ØEXT.24mm x 5.5mm ESP. - BORRACHA14 1 PORCA M6 - AÇO CARBONO13 1 PARAFUSO ALLEN M6 x 70mm - AÇO CARBONO 12 4 PARAFUSO ALLEN M8 x 35mm - AÇO CARBONO11 1 PORCA M12 - AÇO CARBONO10 1 CHAVETA 5.6mm x 8mm x 38mm AÇO SAE 10459 1 ACOPLAMENTO ELÁSTICO VULKAN MOD. SPII 35 - COMERCIAL8 1 CHAPA BANCADA 600mm x 600mm x 35mm - AÇO SAE 10457 1 CHAPA SUPORTE DO MOTOR 560mm x 560mm x 12.7mm - AÇO SAE 10456 8 CANTONEIRA 50.8mm x 50.8mm x 9.52mm - AÇO SAE 10455 4 CANTONEIRA - PERNA 50.8mm x 50.8mm x 9.52mm - AÇO 10454 4 CONTRA PORCA M12 - AÇO CARBONO3 4 CHAPA PÉ CHAPA 50.8mm x 50.8mm x 12.7 mm - AÇO SAE 10452 4 PORCA M12 - AÇO CARBONO1 4 PÉ ANTI-VIBRATÓRIO ROSTA MOD. N 70 M 12 - COMERCIAL

POS. QTD. NOME ESPECIFICAÇÕES08

MÁQUINA PINO-DISCO

01

PROJETO FINAL

A0

FOLHA 1 DE 2ESCALA CONFORME O INDICADO

DES. Nº

TÍTULO

REVISÃOORIENTADOR:

ALUNO:

SYLVIO JOSÉ RIBEIRO DE OLIVEIRA

MAURICIO HERRANZ DE ARAUJO IGLESIAS

UFRJ - DEM COTAS EM MM

DATA: 16/12/2014

Page 73: projeto mecânico de uma máquina pino-disco para obtenção do

85

179

SEÇÃO B-B

ESCALA 1 : 1

71

2X

70

69

68

67

72

73

74

65

74

76

4X

77

78

2X

79

2X

75

2X

17

2X

56

2X

47

DETALHE C ESCALA 1 : 1

62

59

5758

6463

65

61

4X

60

66

54

4X

DETALHE D ESCALA 2 : 1

56

4X

55

4X

54

4X

53

4X

COTAS EM MMUFRJ - DEM

MAURICIO HERRANZ DE ARAUJO IGLESIAS

SYLVIO JOSÉ RIBEIRO DE OLIVEIRA

ALUNO:

ORIENTADOR: DATA: 16/12/2014 REVISÃO

TÍTULO

DES. Nº

ESCALA CONFORME INDICADO FOLHA 2 DE 2

A1

PROJETO FINAL

02

MÁQUINA PINO-DISCO

08