136
ESCOLA MUNICIPAL ALTINA OLÍVIA GONÇALVES EQUIPE DIRETIVA 2010/2012 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO IPATINGA FEVEREIRO DE 2012

Projeto político pedagógico 2012

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Projeto Político Pedagógico "Escola Municipal AltinaOlívia Gonçalves" - Ano 2012

Citation preview

Page 1: Projeto político pedagógico 2012

ESCOLA MUNICIPAL ALTINA OLÍVIA GONÇALVES

EQUIPE DIRETIVA 2010/2012

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

IPATINGA

FEVEREIRO DE 2012

Page 2: Projeto político pedagógico 2012

3

EQUIPE DIRETIVA 2010/2012

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

IPATINGA

DEZEMBRO DE 2011

Page 3: Projeto político pedagógico 2012

4

AGRADECIMENTOS

A Deus, que nos tem dado sabedoria, coragem e força para consolidação de nossos objetivos

na escola.

A todos os professores que ajudaram na construção deste Projeto Político Pedagógico,

fornecendo material, fundamentações e idéias, em especial aos professores Isaura Azevedo

Carvalho, Juciano Almeida de Jesus, Marco Abreu dos Santos e Natália Paiva Fernandes,

responsáveis por sua reestruturação e revisão.

Page 4: Projeto político pedagógico 2012

5

Fui alfabetizado no chão do quintal de minha

casa, à sombra das mangueiras, com palavras do

meu mundo e não do mundo maior dos meus pais.

O chão foi o meu quadro- negro; gravetos, o meu

giz.

Paulo Freire

Page 5: Projeto político pedagógico 2012

6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Colar Metropolitano do Vale do Aço. Fonte: Prefeitura Municipal de Ipatinga ....................12

Figura 2- Divisão política do município de Ipatinga. Fonte: Prefeitura Municipal de Ipatinga ............13

Figura 3- Logomarca da escola ..............................................................................................................16

Page 6: Projeto político pedagógico 2012

7

LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Materiais e equipamentos adaptados para a Educação Especial ............................. 52

Quadro 2- Lista de materiais adaptados para os deficientes auditivos ..................................... 66

Quadro 3- Equipe multidisciplinar do PRAEJA ...................................................................... 87

Quadro 4- Plano de metas: Disciplina .................................................................................... 104

Quadro 5- Plano de metas: Estratégias Metodológicas .......................................................... 105

Quadro 6- Plano de metas: Infrequência ................................................................................ 105

Quadro 7- Plano de metas: Acompanhamento familiar da vida do educando........................ 106

Quadro 8- Plano de metas: Redução do trabalho infantil ....................................................... 106

Quadro 9- Plano de metas: Problemas de saúde ..................................................................... 107

Quadro 10- Plano de metas: Evasão escolar ........................................................................... 107

Page 7: Projeto político pedagógico 2012

8

LISTA DE ABREVIATURAS

ADEVIPA- Associação dos Deficientes Visuais de Ipatinga

AEE- Atendimento Educacional Especializado

APAE- Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

AVD- Atividades da Vida Diária

CEB- Coordenadoria da Educação Básica

CENFOP- Centro de Formação Pedagógica

CESEC- Centro Estadual de Educação Continuada

CNE- Conselho Nacional de Educação

ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente

EJA- Educação de Jovens e Adultos

EMAOG – Escola Municipal Olívia Altina Gonçalves

ENC- Exame Nacional de Cursos

FNDE- Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

IDH - Índice de Desenvolvimento Humano

IEE- Índice de Efeito Escola

INES- Instituto Nacional de Educação dos Surdos

LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação

LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais

MEC- Ministério da Educação e Cultura

NEE- Necessidades Educativas Especiais

NEPES- Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação de Surdos

PA- Professor Auxiliar

PCN- Parâmetros Curriculares Nacionais

PDDE- Programa Dinheiro Direto na Escola

PDI- Plano de Desenvolvimento Individual

PPP- Projeto Político Pedagógico

PRAEJA- Programa de Atendimento Especializado para Jovens e Adultos

SAEB- Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica

SEB- Secretaria de Educação Básica

SECAD- Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade

Page 8: Projeto político pedagógico 2012

9

SEESP- Secretaria de Educação Especial (Mec)

SME- Secretaria Municipal de Educação

TIC's - Tecnologias de Informação e Comunicação

UNESCO- Organização das Nações Unidas para a Educação (United Nations Educational,

Scientific and Cultural Organization)

UNICEF- Fundo das Nações Unidas para a Infância (United Nations Children's Fund)

Page 9: Projeto político pedagógico 2012

10

SUMÁRIO

1 – IDENTIFICAÇÃO .........................................................................................................................12

2 – HISTÓRICO DA ESCOLA...........................................................................................................14

2.1 – A Patronesse da Escola .................................................................................................................14

2.2 – A Logomarca da Escola ................................................................................................................15

3 – PERFIL DA ESCOLA ...................................................................................................................17

3.1 – Estrutura Física ..............................................................................................................................17

3.2 – Perfil dos Educandos .....................................................................................................................17

3.3 – Perfil dos Educadores ....................................................................................................................19

4 – OBJETIVOS DA ESCOLA ...........................................................................................................22

5– FUNÇÕES DOS MEMBROS DA EQUIPE PEDAGÓGICA DA ESCOLA .............................23

5.1 – Funções, Atribuições e Competências da Equipe Diretiva ...........................................................23

5.2 – Funções, Atribuições e Competências dos Educadores do Ensino Regular ..................................28

5.3– Funções, Atribuições e Competências dos Educadores do Atendimento Educacional

Especializado- AEE ...............................................................................................................................31

6– CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS ................................................................................................37

6.1– Função Social da Escola .................................................................................................................38

6.2– Missão da Escola ............................................................................................................................38

6.3 – Trabalho Pedagógico .....................................................................................................................38

7 – SISTEMA DE ENSINO: MODALIDADES DE ENSINO, ORGANIZAÇÃO, ESTRUTURA

E FUNCIONAMENTO........................................................................................................................44

7.1 – Educação Básica ............................................................................................................................44

7.2 – Ensino Fundamental ......................................................................................................................45

7.3 – Modalidades de Educação .............................................................................................................45

7.3.1 – Educação Especial ......................................................................................................................45

7.3.1.1- Atendimento Educacional Especializado para Pessoas com Deficiência Visual. .....................48

7.3.1.2- Atendimento Educacional Especializado para Educandos com Deficiência Auditiva .............61

7.3.1.3- Atendimento Educacional Especializado para Educandos com Déficit Intelectual: .................76

7.3.1.4 – Educação de Jovens e Adultos – EJA .....................................................................................80

Page 10: Projeto político pedagógico 2012

11

7.3.1.5- Programa de Atendimento Especializado para Jovens e Adultos (PRAEJA) ...........................84

8 – GESTÃO DEMOCRÁTICA .........................................................................................................88

8.1 – Princípios: características da gestão democrático-participativa ....................................................89

8.2 – Autonomia da escola e da comunidade educativa .........................................................................89

8.3 – Relação orgânica entre a Direção e a participação dos membros da equipe escolar .....................90

8.4 – Envolvimento da comunidade no processo escolar .......................................................................91

9 –CONSTRUÇÃO DE UMA COMUNIDADE DEMOCRÁTICA DE APRENDIZAGEM .......93

9.1 – Promoção de ações de desenvolvimento profissional ...................................................................94

9.2 – Envolvimento dos educandos em processo de solução de problemas e tomada de decisões ........95

9.3 – Envolvimento dos Pais na Vida Escolar........................................................................................96

9.4 – Fortalecimento de Formas de Comunicação e de Difusão de Informações ..................................97

9.5 – Avaliação do Sistema Escolar e da Aprendizagem .......................................................................97

9.6 – Formação Continuada, Desenvolvimento Pessoal e Profissional ................................................100

9.7.1 – Plano de Metas .........................................................................................................................103

10 – CONSELHO ESCOLAR ...........................................................................................................108

11- FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO ESCOLAR .................................................................109

12 – PROJETO PEDAGÓGICO CURRICULAR ..........................................................................115

13 – ORGANIZAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DO CURRÍCULO ....................................119

13.1 – Planejamento .............................................................................................................................122

13.2 – Avaliação ...................................................................................................................................123

13.3 – Recuperação em Tempo Real ....................................................................................................124

13.4- Conselho de Classe .....................................................................................................................125

14- PROJETOS INSTITUCIONAIS, CURSOS ..............................................................................126

15- CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................132

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................133

ANEXOS .............................................................................................................................................136

EQUIPE DIRETIVA 2012.................................................................................................137

Page 11: Projeto político pedagógico 2012

12

1 – IDENTIFICAÇÃO

Ipatinga é um município brasileiro no interior do estado de Minas Gerais, pertencente

à mesorregião do Vale do Rio Doce e à microrregião do Vale do Aço. Localiza-se a nordeste

da capital do estado, distando desta cerca de 209 quilômetros. Sua população é estimada em

cerca de 239.177 habitantes (CENSO, 2010). Está a 947 quilômetros de Brasília, a capital

federal. Ipatinga tem como limites geográficos os seguintes municípios: ao Norte/Leste,

Santana do Paraíso; a Oeste, Coronel Fabriciano; ao Sul, Timóteo e ao Sudeste, Caratinga.

Figura 1- Colar Metropolitano do Vale do Aço. Fonte: Prefeitura Municipal de Ipatinga

Page 12: Projeto político pedagógico 2012

13

Além dos quatro principais municípios do Vale do Aço (Coronel Fabriciano, Ipatinga,

Santana do Paraíso e Timóteo), há outros 22 municípios que formam o chamado colar

metropolitano (Figura 1). A região possui um elevado nível de desenvolvimento industrial,

graças às grandes empresas locais, como a Aperam, antiga “Acesita”, em Timóteo, e

principalmente a Usiminas, localizada em Ipatinga.

O município divide-se em 35 bairros (Figura 2), ocupando uma área total de 166,5

Km², dos quais 44,4% formam a área urbana e 55,5%, a rural.

Figura 2- Divisão política do município de Ipatinga. Fonte: Prefeitura Municipal de Ipatinga

A cidade de Ipatinga, em 2008, contava com aproximadamente 23.818 matrículas e 26

instituições dos ensinos Fundamental e Médio em escolas estaduais; 21.930 matrículas e 37

instituições municipais em Ensino Especial, Educação Infantil e Ensino Fundamental; e

16.604 matrículas e 76 instituições particulares de Educação Infantil, Ensino Fundamental e

Médio. O município ainda conta com diversas instituições de ensino superior. São algumas

delas: a Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC, a Faculdade Pitágoras, Centro

Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste - MG), Faculdade de Direito de Ipatinga,

Faculdade de Tecnologia, União Educacional do Vale do Aço; Faculdade Evangélica de

Teologia, Faculdade Pereira de Freitas, Universidade Aberta (UFOP), dentre outras.

Page 13: Projeto político pedagógico 2012

14

2 – HISTÓRICO DA ESCOLA

A Escola Municipal Altina Olívia Gonçalves, (EMAOG) foi criada pela Lei nº 703/80,

de 17 de dezembro de 1980, tendo começado a funcionar em 09 de fevereiro de 1981, e

inaugurada oficialmente em 27/04/1981, na gestão do então Prefeito João Lamego Neto.

Nessa trajetória, há que se destacar a figura dos Diretores e Diretoras, cujo

compromisso lhes permitiu extrapolar o caráter das funções em sala de aula e assumir a linha

de frente da instituição:

- Sônia Maria de Paiva (1981)

- Rui Simões de Almeida (01/02/1982 a 24/09/1982)

- Robson Gomes Lopes da Silva (20/10/1983 a 07/03/1983)

- Vilma de Faria e Silva (10/03/1986 a 02/10/1989)

- Sônia Alves Pereira (03/10/1989 a 14/09/1993)

- Nivaldo Paulo da Silva (15/09/1993 a 28/02/1996)

- Maria de Lourdes de Souza (29/02/1996 a 18/02/1998)

- Vilazia Júlia Lopes Inácio (19/02/1998 a 31/12/2000)

- Rita Sônia Camargo Campos (01/01/2001 a 2004)

- Maria Aparecida Salgado de Oliveira (2006 a 2010)

- Eliane Regina Viana (julho de 2010 a 2012)

2.1 – A Patronesse da Escola

A denominação da escola foi dada em homenagem à senhora Altina Olívia Gonçalves,

esposa do senhor Jair Gonçalves, pioneiros da região. Nascida no dia 1º de outubro de 1916 e

falecida no dia 27 de junho de 1976, teve atuação marcante em prestação de serviço à

comunidade. Possuidora de grande espírito comunitário e Cristão, acolhia a todos que a

procuravam com bondade, amor e infinita paciência.

Filha de Izídio Ponciano da Silva e Maria Sabina da Silva, teve uma infância comum

de cidade interiorana. Recebeu instrução irregular devido às condições de ensino da época,

tendo, porém, formação religiosa intocável. Da cidade de Matos, veio inicialmente para

Page 14: Projeto político pedagógico 2012

15

Figueira do Rio Doce, atual Governador Valadares, juntamente com os pais, e mais tarde

transferiram residência para nossa região, por volta do ano de 1929, tendo ela treze anos

incompletos.

De origem muito humilde, teve que lutar muito cedo para o sustento próprio e ajudar a

família. Conseguiu emprego na casa do senhor Alberto Giovanini. Seus pais retornaram a

Figueira, fixando morada em Baguari. Casou-se com Jair Gonçalves e desta união nasceu o

único filho do casal, Sílvio Gonçalves.

Grande lutadora ao lado do esposo, com economia ganha no trabalho do carvão da

empresa Belgo Mineira, foram comprando porções de terra, edificando casas, formando

grande fazenda de agricultura e pecuária, tendo sido proprietários das terras onde situam hoje

os bairros Iguaçu e Cidade Nobre.

2.2 – A Logomarca da Escola

A elaboração da logomarca da escola iniciou-se em 2001. Foram solicitadas

contribuições aos alunos e professores. Buscou-se um símbolo que englobasse o nome da

escola e um lema pertinentes ao trabalho desenvolvido pela escola na comunidade.

Após análise das sugestões de alunos, professores e equipe diretiva, chegou-se à

logomarca da escola. Em seu formato original, o círculo lembra a forma orgânica do planeta

Terra, que vem circundado acima e abaixo, com o elo de identificação da escola com a rede

municipal de ensino de Ipatinga, acrescida da sigla de Minas Gerais. Uma das preocupações

ao se criar a marca era a manutenção do primeiro nome da escola em destaque, por ser uma

marca já popularizada ao longo da existência da escola. Portanto, ele aparece na parte superior

interna do círculo em letras maiúsculas e em negrito. Ao centro, as letras iniciais do nome da

escola se sobrepõem na mesma ordem do nome. Assim, o “A” de Altina aparece em primeiro

plano em formato de triângulo, no qual é vazada a letra “O” de Olívia. Ambos se sobrepõem à

letra “G” de Gonçalves, que se destaca pelo formato e tamanho, sobre a qual se apoiam as

outras duas iniciais, preservando assim a significativa presença da pioneira família

“Gonçalves” em nossa região. Na parte debaixo do círculo, a frase lema: “Respeitando as

diferenças” constitui-se em nosso propósito e em um desafio contínuo no cotidiano do

trabalho educacional. Nosso lema se apresenta também simbolizado, além das palavras, pelas

duas faces opostas, intermediadas pelas iniciais do nome da escola, que se apresenta como

Page 15: Projeto político pedagógico 2012

16

possibilidade de interlocução de diálogo entre as duas figuras. A face da direita mostra-se

estampada em branco, traz uma silhueta em negrito, projetando a figura oposta. Além disso, a

linha interna do círculo liga ambas as figuras, como elo que, respeitando as diferenças,

interliga todos os seres humanos, numa extensa rede de conexão humana, numa busca

constante de superação das distinções de raça, crença, gênero, idade, poder aquisitivo e

cultura.

A comissão responsável pela reestruturação do Projeto Político Pedagógico da Escola

Municipal Altina Olívia Gonçalves, no ano de 2011, propôs algumas alterações na logomarca

original, cariando uma logomarca mais moderna e condizente com a proposta pedagógica da

escola.

Houve alteração no lema da escola, substituindo a palavra “respeitando” por “interagindo

com” as diferenças. A troca se justifica devido ao momento histórico atual da escola, que já

não requer apenas o respeito, mas o constante exercício de tolerância e convivência mútua,

proporcionando maior proximidade e efetiva interação entre os diferentes. Além disso, a

comissão sugeriu a inserção das cores vermelha e azul na logomarca da escola com a

finalidade de melhorar a visibilidade e em consonância com as cores das bandeiras do

município de Ipatinga e do estado de Minas Gerais. (Figura 3).

Figura 3- Logomarca da escola

Page 16: Projeto político pedagógico 2012

17

3 – PERFIL DA ESCOLA

3.1 – Estrutura Física

A Escola Municipal Altina Olívia Gonçalves atualmente possui em sua estrutura

física:

- 10 Salas de aula – Ensino Fundamental Regular

- 08 Mini-salas – AEE (04 salas – AEE COM TATO, 02 AEE Surdos, 02 AEE

Mutifuncional)

- 02 Laboratórios de Inclusão Digital

- 01 Auditório para palestras

- 01 Sala de Coordenação Pedagógica

- 02 Pátios de recreação

- 01 Biblioteca

- 01 Quadra Poliesportiva coberta

- 02 Salas de Direção

- 01 Sala de Professores

- 01 Secretaria

- 01 Cantina

- 01 Despensa

- 01 Almoxarifado

- 03 Banheiros para Funcionários

- 03 Banheiros para Alunos, sendo 01 adaptado para deficientes físicos.

- 02 Banheiros (auditório para palestras)

- 02 Mini-salas (despensa materiais diversos)

3.2 – Perfil dos Educandos

A clientela da escola é composta basicamente por alunos que residem na região

circunvizinha. Geralmente são de baixa renda, filhos de pais desempregados ou de famílias

desestruturadas. Compreendem a faixa etária de 6 a 14 anos, no Ensino Regular, nos turnos

matutino e vespertino, e acima de 15 anos, na EJA (Educação de Jovens e Adultos), cujas

Page 17: Projeto político pedagógico 2012

18

turmas são compostas inclusive por alunos cegos, surdos, deficientes físicos, intelectual e

portadores de múltiplas deficiências.

Em relação às tarefas:

- 80% dos alunos fazem tarefas diariamente.

- 70% dos alunos tem acompanhamento em casa para fazer as tarefas.

- 60% dos alunos tem horário e local adequados para fazer as tarefas.

- 10% dos alunos tem tarefa 2 vezes por semana.

- 15% dos alunos tem tarefa 3 vezes por semana.

- 75% dos alunos tem tarefa 4 vezes por semana.

Comprometimento com os estudos:

- 20% são poucos comprometidos.

- 65% são comprometidos.

- 15% são desinteressados

Os alunos estão em relação aos professores.

- 30% satisfeitos.

- 70% muito satisfeitos.

Em relação a equipe Diretiva, os alunos estão:

- 69% satisfeitos

- 15% muito satisfeitos.

- 26% insatisfeitos.

Quanto ao espaço físico da escola, os alunos estão:

- 50% consideram ótimo.

- 50% consideram bom.

Quanto à merenda escolar.

- 30% consideram ótima.

- 20% consideram boa.

- 50% consideram sem tempero.

Page 18: Projeto político pedagógico 2012

19

Quanto aos projetos da escola e ao apoio pedagógico:

- 60% consideram ótimos.

- 40% consideram bom.

3.3 – Perfil dos Educadores

Quadro de funcionários e formação acadêmica:

- Atualmente fazem parte do quadro de professores da escola 109 educadores (2011),

sendo 93 professoras e 16 professores;

- Deste total, 16 professores são especialistas e trabalham com a educação especial –

sendo 9 professores atendendo os alunos de baixa visão e 3 professores da

Multifuncional e 4 professores do AEE.(Atendimento Educacional Especializado);

- Todos os professores possuem curso superior, sendo que 95% atuam na área

específica de sua graduação, e 5% em área de atuação diferente de sua graduação.

Tempo de serviço e jornada de trabalho:

- 10% - lecionam de 2 a 5 anos

- 45% - de 5 a 10 anos

- 35% de 15 a 20 anos.

- 10% mais de20 anos.

- 80 % dos professores fazem jornada de 40 horas semanais.

- 10% dos professores lecionam em escola em uma escola municipal e uma escola

Particular.

- 20% dos professores lecionam somente na escola Altina.

Recursos didáticos e tecnológicos:

- 90% dos educadores tem conhecimento dos recursos tecnológicos da escola porém

encontram dificuldade para utilizá-los (a maior dificuldade encontrada é na resolução

de problemas de impressão).

- 85% dos professores afirmaram que os materiais pedagógicos necessários estão

disponíveis para o seu trabalho.

- 95% dos educadores buscam diversificar sua prática e acreditam que o sucesso na

aprendizagem está relacionado com a diversificação das metodologias aplicadas.

Page 19: Projeto político pedagógico 2012

20

Planejamento:

- 15% dos educadores acreditam que seu Planejamento atende às necessidades dos

educandos, promovendo o desenvolvimento de habilidades e competências.

- 85% dos educadores acreditam que seu Planejamento atende às necessidades dos seus

educandos, mas precisa ser constantemente reelaborado.

Avaliação:

- Em geral, os educadores acreditam na diversificação de metodologias, e que a

avaliação pode ser diversificada; utilizam questões objetivas, discursivas, pesquisas,

observações com registros e seminários.

- Em geral os professores acreditam que a recuperação deve ser paralela e contínua, mas

que deve haver monitoramento e acompanhamento efetivo dos coordenadores

pedagógicos e professores. Devem-se utilizar várias estratégias com a finalidade de

diminuir a defasagem de aprendizagem do educando.

Currículo no processo ensino-aprendizagem:

- 5% dos educadores acreditam que a função do currículo é elencar um conjunto de

conteúdos que devem ser ensinados em um determinado ano ou ciclo.

- 5% dos educadores acreditam que o currículo deve expressar atividades educativas

concernentes às condições reais dos educandos.

- 90% dos educadores acreditam que o currículo deve proporcionar informações

concretas sobre o que ensinar, quando ensinar, como ensinar e o que, como e quando

avaliar.

- Em geral, todos os educadores acreditam que as habilidades e competências que o

aluno deve desenvolver, devem estar em consonância com a Proposta Curricular

referente ao ano escolar cursado pelo educando.

- Em geral os educadores acreditam que todos os educandos devem desenvolver na

escola as habilidades psicossociais como saber ouvir, falar, respeitar os outros,

desenvolver o espírito de cooperação e solidariedade humana.

- 95% dos educadores acreditam que a proposta curricular da rede municipal de ensino

de Ipatinga deve ser reformulada, pois se encontra desatualizada.

Page 20: Projeto político pedagógico 2012

21

Taxas de evasão e retenção:

- Em relação às ações para diminuir o número de retenção e evasão na escola, os

educadores sugeriram várias alternativas:

- Diminuir o número de alunos nas salas;

- Turmas mais homogêneas;

- Continuar a execução dos projetos realizados na escola;

- Os projetos de reforço e projetos esportivos devem ser priorizados;

- Incentivar o momento de estudo em casa;

- Estimular a parceria família e escola.

Participação dos professores na escola:

- 95% dos educadores acreditam ser parte importante desta escola.

- 90% dos educadores participam das decisões educacionais da escola.

- 40% dos educadores recebem apoio dos pais dos alunos

- 60% dos educadores acreditam que os pais deveriam aumentar o seu apoio à escola e

deveriam acompanhar melhor o desenvolvimento seus filhos.

- 90% dos educadores afirmaram que as rotinas burocráticas da escola não interferem no

seu trabalho de ensinar.

- 90% dos educadores afirmam existir um clima de cooperação entre professores desta

escola.

- 90% dos educadores acreditam que a equipe diretiva estimula as atividades

inovadoras.

- 100% dos educadores acreditam na importância da boa interação entre alunos e

professores para viabilizar a aprendizagem.

Page 21: Projeto político pedagógico 2012

22

4 – OBJETIVOS DA ESCOLA

A Escola Municipal Altina Olívia Gonçalves objetiva sua ação educativa

fundamentada nos princípios da universalização de igualdade de acesso, permanência e

sucesso, obrigatoriedade da Educação Básica e gratuidade escolar.

A proposta é uma escola de qualidade, democrática, participativa e comunitária, como

espaço cultural de socialização e desenvolvimento do educando, preparando-o para o

exercício de direitos e o cumprimento de deveres – sinônimo de cidadania.

A escola tem por objetivos específicos:

- Proporcionar uma educação de qualidade em consonância com a Lei de Diretrizes e

Bases da Educação, os Parâmetros Curriculares de referencia e as orientações da

Secretaria Municipal de Educação, envolvendo órgãos públicos competentes, a

sociedade em geral e a comunidade escolar, na formação social, intelectual e humana

do educando para torná-lo um cidadão responsável, comprometido, crítico e

participativo, capaz de contribuir para a formação de uma sociedade mais justa e

humanitária;

- Fundamentar o trabalho no diálogo, na liberdade de expressão, na união, no respeito,

na cooperação, no tratamento igualitário para todos, estando abertos às críticas

acompanhadas de sugestões;

- Desenvolver uma ação conjunta para promover a participação efetiva da comunidade

escolar, trabalhando numa convivência harmoniosa com os pais e conselhos, para

juntos buscarmos alternativas ou soluções para dificuldades;

- Traçar metas para administração do pessoal, dos recursos materiais e financeiros; velar

e assegurar o cumprimento do plano de trabalho de cada docente;

- Prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento, articular com as

famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola,

informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem

como a execução de sua proposta pedagógica;

- Procurar maior integração entre a escola e a comunidade, incentivando e valorizando a

cultura regional através de eventos culturais, recreativos e desportivos;

Page 22: Projeto político pedagógico 2012

23

5– FUNÇÕES DOS MEMBROS DA EQUIPE PEDAGÓGICA DA

ESCOLA

5.1 – Funções, Atribuições e Competências da Equipe Diretiva

Diretor

- Coordenar a elaboração, implementação, avaliação e revisão da proposta pedagógica

da escola;

- Assegurar que todos os docentes trabalhem com padrões, avaliações e metas de

desempenho;

- Assegurar que cada docente elabore e aplique o seu plano anual de curso e o seu

planejamento de aula;

- Organizar e manter atualizado o portifólio de registro do perfil de desempenho do

professor, e realizar o monitoramento contínuo do desempenhos do docentes;

- Assegurar o cumprimento dos contratos e dos acordos;

- Organizar e supervisionar os trabalhos de matrícula e do censo escolar;

- Coordenar a organização do quadro de turmas, dos horários e a distribuição de aulas;

- Articular e harmonizar as áreas de docência na escola;

- Estimular a participação e o envolvimento dos pais na vida escolar dos seus filhos;

- Promover reuniões de professores e pais de alunos;

- Orientar os funcionários a fim de assegurar que os serviços administrativos da escola

se mantenham atualizados;

- Manter registros de ocorrências diárias da Unidade Escolar;

- Observar e cumprir a legislação que se dispõe sobre os direitos da criança e do

adolescente;

- Reunir-se periodicamente com os docentes para avaliação conjunta de problemas,

visando ao aperfeiçoamento do ensino e à melhoria das relações interpessoais na

escola;

- Elaborar relatórios periódicos de avaliação de ensino, na escola, submetendo-os à

apreciação do órgão hierarquicamente superior;

Page 23: Projeto político pedagógico 2012

24

- Encaminhar medidas que visem sanar deficiências apontadas pelas avaliações internas

e externas;

- Orientar a elaboração de mapas, quadros demonstrativos e estatísticos que permitam

ajuizar-se da evolução do ensino, na escola;

- Articular-se com órgãos competentes da Secretaria Municipal de Saúde para

elaboração e execução do plano de assistência médica e sanitária dos alunos;

- Encaminhar ou submeter aos órgãos de coordenação, com oportunidade, as

solicitações relativas a pessoal, material e serviços de cantina e zeladoria;

- Participar de cursos de formação ou aperfeiçoamento profissional e cultural;

- Elaborar a proposta orçamentária da escola, de acordo com instruções da Secretaria

Municipal de Educação;

- Participar da programação de atividades do desenvolvimento de recursos humanos;

- Supervisionar o preparo e a distribuição da merenda escolar;

- Impedir que se façam, nos limites da escola, atividades comerciais, práticas ilícitas e

contrárias a sua missão institucional;

- Prestar assistência a todos os turnos de funcionamento da Unidade Escolar, em rodízio

diário, cumprindo a jornada de trabalho determinada em lei;

- Promover reuniões com o pessoal administrativo, orientado-o na execução de suas

atribuições;

- Participar das reuniões para as quais tiver sido convocado pelos órgãos de

coordenação da Secretaria Municipal de Educação;

- Cumprir e zelar para que obedeçam às normas regimentais, ao calendário escolar e às

demais orientações da Secretaria Municipal de Educação;

- Zelar pela disciplina no âmbito da escola, bem como pela conservação do prédio e do

mobiliário;

- Planejar, orientar e coordenar as atividades de caráter cívico, cultural e social;

- Participar do planejamento de utilização da Biblioteca Pública Municipal para fins de

pesquisa;

- Divulgar entre os professores, alunos e comunidade, as finalidades educacionais da

escola e organizações afins, permitindo alcançar uma disciplina consciente, uma

participação ativa e uma educação integral;

Page 24: Projeto político pedagógico 2012

25

- Desempenhar as atribuições de chefia geral, nos termos da lei;

- Participar das reuniões do Colegiado de Diretores;

- Executar tarefas correlatas;

- Prestar contas à Prefeitura Municipal de Ipatinga dos recursos financeiros repassados

ao Caixa Escolar;

- Substituir professor ocasionalmente.

Vice-Diretor

- Auxiliar na administração da escola sob orientação geral do diretor;

- Orientar e coordenar a elaboração, implementação, avaliação e revisão da proposta

pedagógica;

- Zelar pelo cumprimento dos padrões e das metas de desempenho elaboradas junto aos

docentes;

- Assegurar o cumprimento de normas e contratos;

- Colaborar no planejamento do trabalho do ano letivo;

- Colaborar na coordenação e orientação segundo instruções do superior hierárquico e

acompanhar o trabalho dos serviços administrativos, a execução dos serviços de

cantina e zeladoria, na escola;

- Participar das reuniões com os docentes e pais de alunos;

- Coligir dados para a elaboração de mapas, quadros demonstrativos e relatórios;

- Coligir elementos para a elaboração de propostas orçamentárias da escola;

- Substituir o diretor nos seus impedimentos;

- Desempenhar outras tarefas que lhes sejam propostas pela Direção da Escola;

- Coordenar a articulação entre a escola e as famílias dos alunos e o Ministério Público,

os Conselhos Tutelares, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do

Adolescente, a APAE e outras instituições de apoio às pessoas com necessidades

educativas especiais;

- Executar tarefas correlatas;

- Substituir professores ocasionalmente.

Page 25: Projeto político pedagógico 2012

26

Coordenador Pedagógico

- Acompanhar e orientar o trabalho dos educadores no processo ensino-aprendizagem;

- Coordenar os momentos de planejamento dos educadores, colaborando na organização

de projetos, na seleção de material de apoio, objetivando a eficiência na prática

pedagógica;

- Executar a formação permanente dos educadores;

- Acompanhar a prática nas salas de aula, buscando contato direto com as turmas para

posterior avaliação com os educadores, assegurando a integração horizontal e vertical

do currículo;

- Oportunizar a socialização da prática pedagógica, reavaliando sempre a prática do

trabalho, estabelecendo junto ao professor critérios de análise e seleção de

instrumentos de avaliação;

- Analisar o desempenho dos alunos para garantir juntamente aos educadores propostas

pedagógicas que objetivem o sucesso dos mesmos, bem como apresentá-las e discuti-

las com o departamento pedagógico;

- Promover a participação da comunidade em temas a serem trabalhados na escola e na

avaliação dos trabalhos administrativo-pedagógicos desenvolvidos em toda Unidade

de Ensino;

- Promover encerramento de projetos e participar da organização de eventos culturais na

Unidade de Ensino, envolvendo a comunidade escolar;

- Promover momentos de avaliação dos trabalhos pedagógicos realizados por alunos e

professores;

- Desenvolver com alunos e professores discussões sobre a necessidade de se buscar a

autoavaliação como instrumento de crescimento pessoal e/ou profissional, e torná-la

uma prática comum na unidade escolar;

- Aprimorar conhecimentos e habilidades práticas, incentivando no grupo um trabalho

de qualidade;

- Assegurar que a escola trabalhe com padrões de desempenho e de avaliação e com

metas de desempenho;

- Assegurar os trabalhos dos Conselhos de Classe;

- Substituir professores ocasionalmente.

Page 26: Projeto político pedagógico 2012

27

Secretário

- Conhecer e participar da elaboração da proposta pedagógica da escola;

- Organizar e manter em dia fichário e livros referentes à vida escolar dos alunos,

arquivar o registro do desempenho do aluno, bem como os diários de classe e fichas de

acompanhamento de turma;

- Responsabilizar-se pela matrícula dos alunos, conferindo documentos;

- Redigir atas, ofícios, avisos e outros documentos;

- Preencher históricos escolares;

- Redigir e fazer expedir a correspondência oficial da escola, submetendo-a à apreciação

e assinatura do diretor;

- Manter atualizados os serviços da secretaria e arquivos;

- Trazer em dia a coleção de leis, regulamentos, instruções, circulares e despachos que

dizem respeito às atividades da escola;

- Observar e fazer cumprir as leis vigentes, os despachos e determinações do superior

hierárquico;

- Apurar a frequência dos servidores da escola;

- Coligir dados para o preparo do pagamento do pessoal;

- Colaborar com os diretores, eventualmente, na manutenção da disciplina da escola;

- Promover levantamento estatístico, preencher formulários em tempo hábil, de acordo

com as solicitações dos órgãos de autoridades da administração pública, submetendo-

os antes à apreciação do diretor;

- Manter o arquivo rigorosamente em dia, para pronto manuseio, consulta e

comprovação, de maneira a facilitar toda e qualquer pesquisa;

- Atualizar periodicamente os auxiliares de secretaria sobre expediente e escrituração

escolar em geral, observando a legislação pertinente;

- Zelar pela conservação do material sob sua guarda e pela ordem em seu setor de

trabalho;

- Assinar, juntamente com o diretor, os documentos relativos à vida escolar do aluno,

fazendo constar o número de registro ou autorização;

Page 27: Projeto político pedagógico 2012

28

- Superintender, fiscalizar e distribuir os serviços de secretaria, mantendo-a aberta ao

público durante o horário de funcionamento da escola;

- Zelar para um clima de trabalho tranquilo e produtivo;

- Atender e auxiliar os assessores do Sistema Municipal de Ensino em suas visitas à

escola, apresentando-lhes a documentação solicitada;

- Participar das discussões pedagógicas da escola e de cursos de formação;

- Comunicar ao diretor, com antecedência, os atrasos, compensação de horas, eventuais

faltas e seu afastamento por motivo de licença;

- Executar tarefas correlatas.

5.2 – Funções, Atribuições e Competências dos Educadores do Ensino Regular

Professores do Ensino Fundamental/ Educação de Jovens e Adultos

- Participar da elaboração, implementação, avaliação e revisão da proposta pedagógica;

- Trabalhar com padrões, avaliações e com metas de desempenho, por ano de ciclo e por

classe;

- Elaborar e executar o seu plano anual de curso e o seu planejamento de aulas;

- Zelar pela frequência dos alunos;

- Organizar e manter atualizado o registro do perfil de progresso acadêmico dos alunos;

- Fazer registro da chamada diariamente no diário de classe e disponibilizá-lo na

secretaria ou no local apropriado, permitindo assim acesso do secretário e da equipe de

gestores;

- Participar periodicamente, nos termos do contrato de trabalho, das atividades escolares

programadas de estudo e planejamento em equipe;

- Planejar, executar, avaliar e registrar as intenções educativas numa perspectiva

coletiva e integradora a partir do perfil dos alunos e do plano pedagógico da escola;

- Identificar educandos que apresentem dificuldades no processo educativo, em

conjunto com as pessoas envolvidas direta ou indiretamente na ação pedagógica,

objetivando planejar e executar estudos contínuos de tal forma que lhes sejam

garantidas novas oportunidades de aprendizagem em tempo hábil;

Page 28: Projeto político pedagógico 2012

29

- Discutir com educandos, funcionários, pais ou responsáveis os procedimentos para o

desenvolvimento do processo educativo;

- Participar de todo o processo avaliativo da escola, respeitando o Regimento Escolar e

prazos estabelecidos em cronograma;

- Colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade;

- Participar dos processos de eleição desencadeados na escola;

- Participar da elaboração e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica

da Secretaria Municipal de Ensino;

- Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidas, além de participar integralmente

dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento

profissional;

- Zelar pela conservação de todos os espaços físicos, bem como de materiais existentes

na escola e que são patrimônios de uso coletivo;

- Zelar pelo bom nome da Unidade de Ensino;

- Comunicar ao diretor, com antecedência, os atrasos, as faltas eventuais e seu

fastamento por motivo de licença;

- Acatar decisões tomadas na escola, zelando pela unidade da mesma;

- Manter e fazer com que seja mantida a disciplina em sala de aula e fora dela.

Professores Auxiliares (PA)

- Participar da elaboração do Plano Escolar;

- Substituir professor nos seus impedimentos;

- Elaborar e executar a programação das atividades propostas pela escola;

- Colaborar com os professores na confecção de materiais;

- Organizar o acervo e zelar pela disciplina da escola;

- Auxiliar o coordenador nas atividades pedagógicas;

- Auxiliar os professores na execução dos projetos;

- Receber, encaminhar e dar informações necessárias a quem solicitar;

- Participar de cursos oferecidos pela escola ou pela Secretaria Municipal de Educação,

quando solicitado pelo Diretor;

Page 29: Projeto político pedagógico 2012

30

- Zelar, controlar e conservar o patrimônio da escola;

- Auxiliar os gestores na monitoria do recreio, quando não estiver em sala de aula

durante o tempo integral.

Auxiliares de Biblioteca

- Participar da elaboração da proposta pedagógica da escola;

- Elaborar e executar a programação das atividades da biblioteca, mantendo-a articulada

com as demais programações pedagógicas;

- Colaborar com os educadores na composição das resenhas bibliográficas;

- Organizar o acervo e zelar pela conservação;

- Elaborar, organizar e manter atualizados os fichários e catálogos correspondentes;

- Manter adequadas as condições do ambiente de leitura;

- Orientar o usuário na utilização da biblioteca, especialmente os alunos, na pesquisa e

consulta de obras;

- Elaborar propostas de aquisição de livros, folhetos e periódicos a partir das

necessidades indicadas pelo pessoal docente e discente;

- Elaborar inventário anual do acervo da biblioteca;

- Emprestar livros e controlar a retirada, a devolução, o atraso na devolução e o

extravio;

- Zelar, controlar e conservar o acervo, equipamentos e instrumentais;

- Encarregar da utilização do material audiovisual pertencente à Unidade de Ensino;

- Participar de cursos oferecidos pela escola ou pela Secretaria Municipal de Educação;

- Auxiliar os gestores na monitoria do recreio, quando não estiver em sala de aula;

- Substituir professor ocasionalmente.

Professores/Monitores de Inclusão Digital e Laboratório de Ciências

- Participar da elaboração da Proposta Pedagógica da escola;

- Adequar a utilização dos recursos de ensino ao desenvolvimento das propostas

curriculares;

- Controlar a utilização do ambiente e dos equipamentos e instrumentais;

Page 30: Projeto político pedagógico 2012

31

- Zelar pela conservação e manutenção dos equipamentos e instrumentais;

- Propor a aquisição ou reposição de materiais de consumo;

- Manter adequadas as condições do ambiente de trabalho;

- Participar de cursos oferecidos pela escola ou pela Secretaria Municipal de Educação;

- Substituir professor nos seus impedimentos.

5.3– Funções, Atribuições e Competências dos Educadores do Atendimento Educacional

Especializado- AEE

Professores do AEE para Deficientes Visuais

- Atuar com docente nas atividades de complementação ou de suplementação curricular

específica;

- Atuar de forma colaborativa com o professor da classe comum para a definição de

estratégias pedagógicas que favoreçam o acesso do educando com deficiência visual

ao currículo e a sua interação no grupo;

- Promover condições de inclusão desses educandos em todas as atividades da

instituição educacional;

- Orientar as famílias para o seu envolvimento e a sua participação no processo

educacional;

- Informar à comunidade escolar acerca da legislação e das normas educacionais

vigentes que asseguram a inclusão educacional;

- Participar do processo de identificação e de avaliação pedagógica das necessidades

especiais e tomadas de decisões quanto ao apoio especializado necessário ao deficiente

visual;

- Preparar material específico para o uso dos educandos na sala comum e na sala do

atendimento para deficiente visual;

- Orientar a elaboração de material didático-pedagógico que possa ser utilizado pelos

educandos nas classes comuns do ensino regular;

- Indicar e orientar o uso de equipamentos e de materiais específicos, bem como de

outros recursos existentes na família e na comunidade e articular, com gestores e com

professores, para que a proposta pedagógica da instituição educacional seja organizada

coletivamente em prol de uma educação inclusiva;

Page 31: Projeto político pedagógico 2012

32

- Responsabilizar-se junto aos docentes pela garantia da realização das adequações

curriculares necessárias ao processo educacional do educando com necessidade

educacional especial;

- Realizar atividades que estimulem o desenvolvimento dos processos mentais: atenção,

percepção, memória, raciocínio, imaginação, criatividade, linguagem, dentre outros;

- Fortalecer a autonomia dos estudantes, a fim de levá-los a ter condições de decidir,

opinar, escolher e tomar iniciativas, a partir de suas necessidades e motivações;

- Propiciar a interação dos educandos em ambientes sociais, valorizando as diferenças e

a não discriminação;

- Preparar materiais e atividades específicas para o desenvolvimento da aprendizagem

dos deficientes visuais;

- Orientar o professor da classe comum sobre estratégias que favoreçam a autonomia e o

envolvimento do educando em todas as atividades propostas ao grupo;

- Promover a inserção dos recursos tecnológicos de informação e de comunicação no

espaço da sala de aula;

- Realizar adequações de material didático pedagógico para atender às necessidades dos

educandos;

- Reconhecer os pontos fortes e de maior interesse e as dificuldades do educando;

- Ofertar suporte pedagógico aos estudantes, facilitando-lhes o acesso aos conteúdos

desenvolvidos em classe comum e turmas de integração inversa.

Professores do AEE para Deficientes Auditivos

- Atuar com docente nas atividades de complementação ou de suplementação curricular

específica;

- Atuar de forma colaborativa com o professor da classe comum para a definição de

estratégias pedagógicas que favoreçam o acesso do educando surdo ao currículo e a

sua interação no grupo;

- Promover condições de inclusão dos surdos em todas as atividades da instituição

educacional;

- Orientar as famílias para o seu envolvimento e a sua participação no processo

educacional;

Page 32: Projeto político pedagógico 2012

33

- Informar à comunidade escolar acerca da legislação e das normas educacionais

vigentes que asseguram a inclusão educacional;

- Participar do processo de identificação e de avaliação pedagógica das necessidades

especiais e tomadas de decisões quanto ao apoio especializado necessário ao

educando;

- Preparar material específico para o uso dos educandos na sala comum e na sala do

atendimento para os surdos.

- Orientar a elaboração de material didático-pedagógico que possa ser utilizados pelos

surdos nas classes comuns do ensino regular;

- Indicar e orientar o uso de equipamentos e de materiais específicos, bem como de

outros recursos existentes na família e na comunidade e articular, com gestores e com

professores, para que a proposta pedagógica da instituição educacional seja organizada

coletivamente em prol de uma educação inclusiva;

- Responsabilizar-se junto aos docentes pela garantia da realização das adequações

curriculares necessárias ao processo educacional do educando surdo;

- Realizar atividades que estimulem o desenvolvimento dos processos mentais: atenção,

percepção, memória, raciocínio, imaginação, criatividade, linguagem, dentre outros;

- Fortalecer a autonomia do surdo a fim de levá-lo a ter condições de decidir, opinar,

escolher e tomar iniciativas, a partir de suas necessidades e motivações;

- Propiciar a interação dos surdos em ambientes sociais, valorizando as diferenças e a

não discriminação;

- Preparar materiais e atividades específicas para o desenvolvimento da aprendizagem

dos surdos;

- Orientar o professor da classe comum sobre estratégias que favoreçam a autonomia e o

envolvimento do surdo em todas as atividades propostas ao grupo;

- Promover a inserção dos recursos tecnológicos de informação e de comunicação no

espaço da sala de aula para melhor atendimento ao surdo;

- Realizar adequações de material didático pedagógico para atender as necessidades dos

surdos;

- Reconhecer os pontos fortes e de maior interesse e as dificuldades do surdo;

Page 33: Projeto político pedagógico 2012

34

- Ofertar suporte pedagógico aos surdos, facilitando assim o acesso aos conteúdos

desenvolvidos em classe comum e turmas de integração inversa.

Intérpretes para Deficientes Auditivos

- Sugerir metodologias que atendam melhor o educando surdo;

- Pesquisar os sinais já construídos pelos alunos nos conteúdos que estão sendo

ministrados; (pasta da escola, no computador, na pasta de arquivos dos surdos e no CD

de dicionário de Libras gravado)

- Pesquisar os sites de dicionário de Libras do INES, NEPES e os DVDs do Telecurso,

antes de criar um sinal;

- Coordenar com o professor regente;

- Criar o dicionário de sua área, colocando numa pasta específica, para consulta dos

alunos surdos. Os sinais deverão ser criados pelos alunos surdos.

- Explicar aos professores e alunos sobre o exercício da função de intérprete

educacional;

- Contribuir para valorização e respeito ao aluno surdo;

- Construir parceria e cooperação com os Professores;

- Em caso de dúvida de algum conteúdo, recorrer ao professor regente;

- Definir bem os papéis: os alunos surdos devem remeter seus questionamentos ao

professor regente;

- Colocar-se ao lado do professor, interpretando sua fala

- Estimular a interação dos alunos surdos com os professores e alunos ouvintes.

- Manter uma atitude imparcial durante o transcurso da interpretação, evitando

interferências e opiniões próprias, a não ser quando solicitadas;

- Interpretar fielmente e com melhor da sua habilidade, sempre transmitindo o

pensamento, a intenção e o espírito do professor ou palestrante;

- Reconhecer seu próprio nível de competência e ser prudente em aceitar tarefas,

procurando assistência de outros interpretes e/ou profissionais, quando necessário,

especialmente em palestras técnicas;

- Adotar uma conduta adequada de se vestir, evitando também adereços, para não

chamar a atenção indevida sobre si mesmo, durante o exercício da função.

Page 34: Projeto político pedagógico 2012

35

Professores do AEE para Déficit Intelectual

- Atuar com docente nas atividades de complementação ou de suplementação curricular

específica;

- Atuar de forma colaborativa com o professor da classe comum para a definição de

estratégias pedagógicas que favoreçam o acesso do educando com déficit intelectual

ao currículo e a sua interação no grupo;

- Promover condições de inclusão desses educandos em todas as atividades da

instituição educacional;

- Orientar as famílias para o seu envolvimento e a sua participação no processo

educacional;

- Informar à comunidade escolar acerca da legislação e das normas educacionais

vigentes que asseguram a inclusão educacional;

- Participar do processo de identificação e de avaliação pedagógica das necessidades

especiais e tomadas de decisões quanto ao apoio especializado necessário ao

educando;

- Preparar material específico para o uso dos educandos na sala comum e na sala do

atendimento para educandos com déficit intelectual.

- Orientar a elaboração de material didático-pedagógico que possa ser utilizados pelos

educandos nas classes comuns do ensino regular;

- Indicar e orientar o uso de equipamentos e de materiais específicos, bem como de

outros recursos existentes na família e na comunidade e articular, com gestores e com

professores, para que a proposta pedagógica da instituição educacional seja organizada

coletivamente em prol de uma educação inclusiva;

- Responsabilizar-se junto aos docentes pela garantia da realização das adequações

curriculares necessárias ao processo educacional do educando com necessidade

educacional especial;

- Realizar atividades que estimulem o desenvolvimento dos processos mentais: atenção,

percepção, memória, raciocínio, imaginação, criatividade, linguagem, dentre outros;

- Fortalecer a autonomia dos estudantes a fim de levá-los a ter condições de decidir,

opinar, escolher e tomar iniciativas, a partir de suas necessidades e motivações;

Page 35: Projeto político pedagógico 2012

36

- Propiciar a interação dos educandos em ambientes sociais, valorizando as diferenças e

a não discriminação;

- Preparar materiais e atividades específicas para o desenvolvimento da aprendizagem

dos educandos;

- Orientar o professor da classe comum sobre estratégias que favoreçam a autonomia e o

envolvimento do educando em todas as atividades propostas ao grupo;

- Promover a inserção dos recursos tecnológicos de informação e de comunicação no

espaço da sala de aula;

- Realizar adequações de material didático pedagógico para atender ss necessidades dos

educandos;

- Reconhecer os pontos fortes e de maior interesse e as dificuldades do educando;

- Ofertar suporte pedagógico aos estudantes, facilitando-lhes o acesso aos conteúdos

desenvolvidos em classe comum e em turmas de integração inversa.

Page 36: Projeto político pedagógico 2012

37

6– CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS

Entende-se por projeto educativo a expressão da identidade de cada escola de um

processo dinâmico de discussão e reflexão. Esse processo deve contar com a participação de

toda equipe pedagógica, buscando um comprometimento de todos como realizado, com os

propósitos discutidos e com a adequação de tal projeto às características culturais da realidade

em que a escola está inserida. (PCN, p.37, 1997)

Este instrumento é a concretização de uma filosofia educacional e de sua coletividade

de educadores que foi refletida, analisada, discutida e redirecionada de acordo com a realidade

escolar, isto é, um fazer e refazer, sempre inacabado, que pressupõe uma ação intencional

com o compromisso de todos.

A construção coletiva de um projeto pedagógico para uma escola, além de representar

um desafio para seus realizadores, é um valioso instrumento de ação educacional, que objetiva

explicitar a organização do trabalho pedagógico da Escola.

A elaboração desse projeto resulta da reflexão coletiva dos princípios básicos que

fundamentam e norteiam o ideal de uma escola de excelência, das finalidades da escola, dos

conteúdos curriculares, da estrutura educacional, das relações de trabalho, das relações

educando-educador-escola-comunidade, dos processos de decisão, do tempo escolar, do

convívio social, entre outros.

Pretende-se, portanto, que esse trabalho assim concebido contribua para o

fortalecimento da escola e para a construção de sua identidade e de sua autonomia. Desse

modo, os princípios teóricos e práticos nele abordados pressupõem uma ação intencional

como compromisso definido coletivamente, aberto à construção de aprendizagem

significativa para todos os que dele participam.

Há consciência, por parte dos que o produziram, de que o mesmo (obs: “o mesmo”

refere-se a quê? “o compromisso”? “o trabalho”? Suponho que seja “o projeto”. Se for o caso,

sugiro que se empregue a forma “esse projeto”, no lugar de “o mesmo”. representa um

norteador das ações a serem empreendidas e se encontra aberto a qualquer tipo de sugestões e

encaminhamentos. Sabemos que nenhum Projeto Político Pedagógico pode ser dado como

pronto e acabado sob pena de se cristalizar e deixar de acompanhar os movimentos da

história. A reflexão continua baseada na prática pedagógica cotidiana e na discussão dos

Page 37: Projeto político pedagógico 2012

38

referenciais teóricos que nos encaminha para uma “práxis” responsável e compromissada

com uma escola pública de qualidade.

6.1– Função Social da Escola

Garantir a aprendizagem de conhecimento, habilidades e valores necessários à

socialização do indivíduo. Estas aprendizagens devem constituir-se em instrumentos para que

o educando compreenda melhor a realidade que o cerca, favorecendo sua participação em

relações sociais cada vez mais amplas, possibilitando a leitura e interpretação das mensagens

e informações que hoje são amplamente veiculadas, preparando – o para a inserção no mundo

do trabalho e para a intervenção crítica e consciente na vida pública.

6.2– Missão da Escola

- Proporcionar a todos os educandos o direito de acesso, permanência e efetiva

aprendizagem;

- Contribuir para a formação de cidadãos críticos, éticos, criativos, capazes de observar

e transformar a realidade em que estão inseridos em tempo presente;

- Proporcionar ambientes favoráveis à interação, afim de aflorar sempre o prazer de

estar na escola e o prazer de aprender.

- Estabelecer parcerias com outras instituições educacionais e sociais, objetivando

elaboração e execução de projetos que efetivem aprendizagens de todos os educandos.

6.3 – Trabalho Pedagógico

Na Idade Média, o ensino acontecia nos mosteiros, para a formação religiosa dos

leigos e dos clérigos. Após o reinício do desenvolvimento do comércio e a consequente

reurbanização, surgiu a necessidade de aprender a ler, escrever e contar. A nova classe, a

burguesia, propagou outro tipo de escola, com educadores leigos nomeados pelo Estado e com

o ensino voltado para as coisas práticas da vida, isto é, para os interesses da nova classe

emergida, que entende que a escola atende historicamente aos interesses de quem a controla.

Page 38: Projeto político pedagógico 2012

39

No Brasil, as primeiras escolas foram criadas pelos jesuítas, que aqui chegaram em

1549. Os colégios jesuíticos eram missionários, isto é, pretendiam formar sacerdotes para

atuar na nova terra e também buscavam catequizar e instruir o índio. Eram igualmente usados

para formar jovens que realizaram estudos superiores na Europa(trecho confuso). Em outras

palavras, dedicavam-se à educação da elite nacional.

Apenas no século XVIII, primeiramente na Alemanha e na França, iniciou-se a

educação pública estatal, sem que houvesse, porém, interesse em atender aos filhos dos

trabalhadores. Nos estados Unidos, ela foi inaugurada no século XIX, no Brasil, no final do

século XIX e nas primeiras décadas do século XX, quando principiou o processo de

industrialização no país.

As diretrizes do processo de escolarização centravam-se no atendimento às indústrias,

que requeriam trabalhadores instrumentalizados na leitura, na escrita e nos cálculos. Hoje, a

necessidade mercadológica da formação escolar faz-se sentir, em pleno vigor, com o processo

de informatização do mundo do trabalho. Já não basta ler, escrever e contar. O capital quer

trabalhadores conhecedores das funções do computador.

Numa perspectiva crítica, a escola é vista como uma organização política, ideológica e

cultural em que indivíduos e grupos de diferentes interesses, preferências, crenças, valores e

percepções da realidade mobilizam poderes e elaboram processos de negociação, pactos e

enfrentamentos. Vale destacar, todavia, que ela não é o único espaço em que ocorre a

educação. Esta já existia antes mesmo da existência da escola. A vida social implica a

vivência da educação pelo convívio, pela interação entre as pessoas, pela socialização das

práticas, hábitos e valores que produzem a vida humana em sociedade.

Como prática social, a educação é fenômeno essencialmente humano e, portanto, tem

historicidade. A prática educativa envolve a presença de sujeitos que ensinam e aprendem ao

mesmo tempo, de conteúdos (objetos de conhecimento a serem apreendidos, de objetivos, de

métodos e de técnicas coerentes com os objetivos desejados).

Desse modo, ela pode caracterizar-se articulando aspectos contraditórios, como

opressão e democracia, intolerância e paciência, autoritarismo e respeito, conservadorismo e

transformação, sem nunca ser, porém, neutra. Permite-se a opção, não admite a neutralidade,

pois aquela tem caráter político.

Na sociedade capitalista, diferentemente da sociedade religiosa do período feudal, a

educação é entendida sob uma perspectiva científica. A escola, com suas normas, regras,

agentes específicos, áreas de saber e outros, incorpora os valores da nova sociedade. Como

Page 39: Projeto político pedagógico 2012

40

construção histórica, porém, ela é analisada sob diferentes concepções, que se orientam

segundo a produção de autores clássicos, tais como Émile Durkheim, matriz de uma

pedagogia burguesa de inspiração liberal, e Karl Marx, base teórica da pedagogia socialista.

As noções que as pessoas têm a respeito do mundo, da sociedade, dos homens

orientam sua visão de escola, advindo daí a existência de diferentes maneiras de entender a

relação entre educação e sociedade.

Dermeval Saviani (1984) classifica em três as concepções da educação:

a) a teoria não-crítica;

b) teorias crítico-reprodutivistas;

c) teoria histórico-crítica.

A primeira concepção, não-crítica, entende que a educação caminha de maneira

autônoma em relação ao que ocorre na sociedade, e assim a educação escolar apresenta-se

como instrumento de superação da marginalidade e como proponente da equalização social.

As teorias crítico-reprodutivistas veem na educação um fator reforçador da discriminação

social, uma vez que é condicionada pela estrutura socioeconômica da sociedade capitalista. Se

esta é excludente, a escola também o será, negando-se assim a potencialidade transformadora

da ação escolar. Ademais, para essa concepção, a educação reforça a dominação da classe

detentora dos meios de produção, reproduzindo a sociedade de classes.

As teorias não-críticas conferem um poder ilusório à escola, e os críticos-

reprodutivistas evidenciam sua importância. Savani pergunta se é possível encarar a escola

como realidade histórica, isto é, suscetível de ser transformada intencionalmente pela ação

humana.

É possível ter uma escola que contemple os interesses dos denominados? Responde ele

que para existir uma escola assim é necessário aceitar o movimento da história, agir sobre as

contradições da sociedade capitalista e acreditar numa sociedade inclusiva, desejando-a

(Saviani, 1984).

Nessa perspectiva, aparece a terceira concepção, a teoria histórico-crítica, para o autor

um contraponto às pedagogias tradicional e nova do primeiro grupo. Na concepção histórico-

crítica, a educação vincula-se aos fatores socioeconômicos da sociedade capitalista,

significando que é determinada de forma relativa pela sociedade, uma vez que também

interfere nesta, podendo até contribuir para sua transformação.

Page 40: Projeto político pedagógico 2012

41

A concepção histórico-crítica empenha-se na defesa da especificidade da escola. “A

escola tem uma função específica educativa, propriamente pedagógica, ligada à questão do

conhecimento” Saviani (1991, p.101).

Há diferentes formas de compreensão do papel da escola na sociedade. Da escola

como local de lazer para os que não precisavam trabalhar, no sentido grego, evolui-se para

uma compreensão burguesa de escola para todos, tornando-se a forma dominante de educação

tal como é conhecida atualmente.

O movimento da Escola Nova, no Brasil, nos anos 20 do século passado, veio

questionar a educação escolar tradicional e inovou, propondo uma escola em que o educando

passasse a ser ouvido e que fosse local de formação de um homem novo.

Educação de qualidade

O Projeto Político Pedagógico, ao dar uma nova identidade à escola, contempla em

suas reflexões a questão da educação de qualidade, entendida aqui nas suas dimensões

indissociáveis: a formal ou técnica, a social e a política. Uma não está subordinada à outra,

cada uma delas tem perspectivas próprias.

A primeira coloca em evidência os instrumentos, métodos e técnicas. A qualidade

formal não está afeita, necessariamente, a determinados conteúdos.

Demo (1994, p.14) afirma, com muita propriedade, que a qualidade formal “significa a

habilidade de manejar meios, instrumentos, formas, técnicas, procedimentos, diante dos

desafios do desenvolvimento”. A qualidade social e política imprescindível de participação

democrática está voltada para os fins, os valores e os conteúdos; quer dizer “a competência

humana do sujeito em termos de se fazer história, diante dos fins históricos da sociedade

humana” (Ibid, p.14).

Mas, o que é qualidade? Etimologicamente o termo qualidade vem do Latim qualitate.

Significa propriedade, atributo ou condição das coisas ou das pessoas, capaz de distingui-las

das outras ou lhe determinar a sua natureza. Numa escala de valores, qualidade que permite

avaliar e, consequentemente, aprovar, acertar ou recusar qualquer crise.

Page 41: Projeto político pedagógico 2012

42

Concepções de sociedade, escola e homem

Vivemos na era da globalização da economia e das comunicações, mas também numa

época de acirramento das contradições inter e intra povos e nações, época do ressurgimento

do racismo e de certo triunfo do individualismo.

É dentro deste cenário da pós-modernidade que a escola precisa atuar, um cenário que

coloca novos desafios para nós educadores: que tipo de educação necessitam os homens e as

mulheres dos próximos vinte anos para viver neste mundo tão diverso? Certamente eles e elas

necessitam de uma educação para a diversidade, necessitam de uma ética da diversidade e de

uma cultura da diversidade. Uma sociedade multicultural deve educar o ser humano

multicultural, capaz de ouvir, de prestar atenção no diferente, de respeitá-lo.

Neste novo cenário da educação, será preciso reconstruir o saber da escola e a

formação do educador. Não haverá um papel cristalizado tanto para a escola quanto para o

educador. Em vez da arrogância de quem se julga dono do saber, o educador deverá ser mais

criativo e aprender com o educando e com o mundo. Numa época de violência, de

agressividade, o educador deverá promover o entendimento com os diferentes e a escola

deverá ser um espaço de convivência, onde os conflitos serão trabalhados e não camuflados.

Nesse contexto global há duas dimensões que podem ser logo destacadas:

Dimensão Interdisciplinar: O objetivo fundamental da interdisciplinaridade é

experimentar a vivência de uma realidade global que se inscreve nas experiências cotidianas

dos educandos, do educador e do povo que, na escola conservadora, é compartimentada e

fragmentada. Articular saber, conhecimento, vivência, escola, comunidade, meio ambiente,

etc., é o objetivo da interdisciplinaridade. Na prática, ela se traduz por um trabalho escolar

coletivo e solidário. Este exercício leva à interdisciplinaridade, isto é , ao rompimento com a

estrutura disciplinar do conhecimento;

Dimensão Internacional: Para viver esse tempo presente, o educador precisa preparar

educandos para o mundo da diferença, da solidariedade entre os diferentes. A escola precisa

formar o cidadão para participar de uma sociedade planetária. A escola deve ser local, como

ponto de partida, mas tem de ser internacional e intercultural como ponto de chegada, isto é,

deve valorizar a cultura local – a cultura primeira do educando – redimensionando-a na

relação com outras culturas.

Os conteúdos curriculares deverão apresentar métodos mais apropriados ou maior

frequência à escola e principalmente adequação do tratamento dos conteúdos,

Page 42: Projeto político pedagógico 2012

43

problematizando-os e equacionando a relação entre a transmissão da cultura e o itinerário

educativo dos educandos. O currículo monocultural oficial representa, nesse aspecto, um

grande obstáculo a ser superado. Ao contrário, os resultados obtidos com currículos

multiculturais que levam em conta a cultura dos educandos – são mais eficazes para despertar

o interesse .

Paulo Freire (1996) chama essa cultura do educando de “Cultura Popular”. Equacionar

adequadamente ou não a relação entre identidade cultural e itinerário educativo, sobretudo

para as camadas populares, pode representar a grande diferença na extensão ou não da

educação para todos e de qualidade nos próximos anos. Só uma educação multicultural pode

dar conta dessa tarefa.

A diversidade cultural é a riqueza da humanidade. Para cumprir sua tarefa humanista,

a escola precisa mostrar aos educandos que existem outras culturas além da sua. A autonomia

da escola não significa isolamento, fechamento numa cultura particular. Escola autônoma

significa escola curiosa, ousada, que busca dialogar com todas as culturas e concepções de

mundo. Pluralismo não significa ecletismo, um conjunto amorfo de retalhos culturais.

Pluralismo significa, sobretudo, diálogo com todas as culturas, a partir de uma cultura que se

abre às demais

A escola não deve apenas transmitir conhecimentos, mas também preocupar-se com a

formação global dos educandos, numa visão em que o conhecer e o intervir no real se

encontrem. Mas, para isso, é preciso saber trabalhar com as diferenças: é preciso reconhecê-

las, não camuflá-las, aceitando que, para conhecer a mim mesmo, preciso conhecer o outro.

Partindo desse princípio antropológico, muitas ações práticas podem ser desenvolvidas

desde já para a construção de uma escola pluralista e competente, que articule a diversidade

cultural dos educandos com seus próprios itinerários educativos:

- Fortalecer grupos que trabalham com currículos multiculturais, impulsionando o

movimento emergente de valorização das diferentes culturas;

- Mudanças nos currículos, incluindo temas como: direitos humanos, educação para a

paz, educação ambiental, discriminação social e cultura popular;

- Recuperar os códigos linguísticos das próprias comunidades, desde o processo de

alfabetização, como meio de fortalecer a auto-estima;

- Promover a autonomia da escola na elaboração de seus currículos, pois só com

autonomia a escola pode fazer as mudanças desejadas.

Page 43: Projeto político pedagógico 2012

44

7 – SISTEMA DE ENSINO: MODALIDADES DE ENSINO,

ORGANIZAÇÃO, ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO

A educação brasileira, tal como estabelece a Constituição Federal de 1988, nos artigos

205 e 206, visa ao pleno desenvolvimento da pessoa, a seu preparo para o exercício da

cidadania e a sua qualificação para o trabalho. Para atendimento desses objetivos, o ensino

deve ser ministrado com base nos seguintes princípios (art.206):

I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o

saber;

III - Pluralidade de ideias e de concepções pedagógicas e coexistência de instituições

públicas e privadas de ensino;

IV - Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

V - Valorização dos profissionais do ensino, garantindo na forma da lei, planos de

carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso

exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurando regime único

para todas as instituições mantidas pela União;

V I- Gestão democrática do ensino público na forma da lei;

VII - Garantia de padrão de qualidade.

A educação básica tem início na educação infantil e prolonga-se até o ensino médio. A

seguir, vamos apresentar a estrutura do sistema educacional do país, com os dois níveis e suas

características, com as séries e com as idades próprias de cada um.

7.1 – Educação Básica

A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurando-lhe a

formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecendo-lhe meios para

progredir no trabalho e em estudos posteriores.

Page 44: Projeto político pedagógico 2012

45

7.2 – Ensino Fundamental

O ensino fundamental é a etapa obrigatória da educação básica. Como dever do

Estado, o acesso a esse ensino é direito público subjetivo, quer dizer, não exige

regulamentação para ser cumprido.

A oferta do ensino fundamental gratuito estende-se a todos os que a ele não tiveram

acesso na idade própria, e não se restringe apenas aos que se situam na faixa etária entre os 7

e 14 anos. O objetivo desse ensino (art.32 da LDB) é a formação básica do cidadão, mediante:

I - O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno

desenvolvimento da leitura, da escrita e do cálculo;

II - A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia,

das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III - O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de

conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

IV - O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de

tolerância recíproca em que se assenta a vida social (Brasil, 1996).

7.3 – Modalidades de Educação

A LDB/96 apresenta três modalidades de educação: educação de jovens e adultos,

educação profissional e educação especial.

A Escola Municipal Altina Olívia Gonçalves atende, além do Ensino Regular, a

Educação Especial e a Educação de Jovens e Adultos-EJA.

7.3.1 – Educação Especial

No processo de redemocratização do Brasil, sobretudo a partir da metade dos anos 80,

as discussões sobre os direitos sociais que precederam a Constituinte enfatizaram as

reivindicações populares e as demandas de grupos ou categorias até então excluídos dos

espaços sociais, e neste movimento tomou vulto a luta pela ampliação do acesso e da

qualidade na educação das pessoas com deficiência (Fernandes, 1998; Ferreira e Glat, 2003;

Glat, 1995; Glat e Nogueira, 2002, entre outros).

Page 45: Projeto político pedagógico 2012

46

Na Constituição de 1988 foram aprovados vários dispositivos referentes aos direitos

das pessoas com deficiência, tanto na educação como em outras áreas, sendo que na educação

destaca-se o Inciso III, do Artigo 208, que define como dever do Estado “o atendimento

educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente”, Ferreira e Glat

(2003) apontam que essas duas palavras- “especializado” e “preferencialmente” - até hoje

suscitam debates: a primeira por lembrar a noção do “tratamento especial” e por identificar a

deficiência com um processo educacional diferente; a segunda, por permitir múltiplas

interpretações sobre como se configura e se decide esta preferência na rede regular de

ensino”.

Segundo o Ministério da Educação, cerca de 40% dos municípios brasileiros (de 20%

na região sul a 66% na região nordeste) não têm registro de matrícula de alunos com

necessidades especiais (MEC/SEESP, 2001). Incorporaram o dispositivo constitucional e, em

alguns casos, o complementaram, outros importantes documentos legais pós-constituição,

como a Lei nº 7.853/89, chamada “Lei da Integração”, e o Estatuto da Criança e Adolescente

(ECA), de 1990, reafirmaram o direito à Educação e a noção de integração social. O Decreto

nº 3298 de 1999 (que regulamentou a Lei nº 7853/89), prevê a opção pelas escolas

especializadas “exclusivamente quando a educação das escolas comuns não puder satisfazer

as necessidades educativas ou sociais do aluno ou quando necessário ao bem-estar do

educando” (Ferreira & Glat, 2003).

Mas foi a partir da Declaração de Salamanca, (UNESCO, 1994) onde foram

preconizadas as diretrizes da “Educação Para Todos”, que tomaram força as discussões acerca

da Escola Inclusiva. Esta proposta foi respaldada na Lei nº 9.394/96 – de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional, que define como dever do Estado o “atendimento educacional

especializado aos educandos com necessidades especiais”. É interessante mencionar que a

expressão “necessidades especiais” substituiu “deficiências” do texto constitucional, em

revisões sucessivas em que foram agregados aos educandos com deficiência e com altas

habilidades (superdotados), num primeiro momento, e os alunos com problemas de conduta,

depois, preferencialmente na rede regular de ensino” (Artigo n° 4, III), norteando as políticas

educacionais desde então, e oferecendo a base legal para a propagação da Educação Inclusiva,

e as ações que se seguiram.

Ressaltamos que o conceito de Escola Inclusiva, conforme as Diretrizes Curriculares

Nacionais para Educação Especial (MEC/SEESP, 1998), implica uma nova postura da escola

comum, que propõe no projeto político pedagógico, no currículo, na metodologia de ensino,

Page 46: Projeto político pedagógico 2012

47

na avaliação e na atitude dos educandos, ações que favoreçam a integração social e sua opção

por práticas heterogêneas. Cabe aos órgãos competentes capacitar profissionais para que a

escola se organize e se adapte para oferecer educação de qualidade para todos, inclusive, para

os educandos com necessidades especiais. Inclusão, portanto, não significa, simplesmente

matricular os educandos com necessidades especiais na classe comum, ignorando suas

necessidades específicas, mas significa dar ao professor e à escola o suporte necessário à sua

ação pedagógica. Em outras palavras, a Educação Especial já não é mais concebida como um

sistema educacional paralelo ou segregado, mas como um conjunto de medidas que a escola

regular põe ao serviço de uma resposta adaptada à diversidade dos alunos.

Neste contexto, a instituição escolar passa a ser alvo de questionamentos e de

conflitos, provavelmente por expor a diversidade e o compartilhamento de interesses,

contradições, expectativas e identidades. Muitas são as ansiedades que movimentam as

transformações em busca do que se julga ser o ideal, correspondendo às necessidades

específicas de todos.

Assim, no Brasil, a necessidade de se pensar um currículo para a escola inclusiva foi

oficializada a partir das medidas desenvolvidas junto à Secretaria de Educação Especial do

Ministério da Educação com a criação dos Parâmetros Curriculares. A palavra currículo,

segundo Sá (s/d) tem origem em curriculum, que significa pista de corrida. Dessa forma,

quando falamos em currículo escolar, estamos nos referindo à caminhada que o professor

constrói para que seus alunos a percorram. As adaptações curriculares são consideradas pelo

Ministério da Educação como:

Estratégias e critérios de atuação docente, admitindo decisões que oportunizam

adequar a ação educativa escolar às maneiras peculiares de aprendizagem dos

alunos, considerando que o processo de ensino-aprendizagem pressupõe atender à

diversificação de necessidades dos alunos na escola. (MEC/SEESP/SEB, 1998, p.

15).

Assim, cabe às instituições de ensino auxiliar e orientar alunos, famílias, profissionais

de outras instituições que trabalham com pessoas com deficiência visual, estabelecendo uma

relação que vise o desenvolvimento do educando, promovendo a integração social. A

educação inclusiva, a oferta de Atendimento Educacional Especializado é hoje uma questão

de direitos.

Page 47: Projeto político pedagógico 2012

48

A Escola Municipal “Altina Olivia Gonçalves“ respeita, valoriza e convive com as

diferenças, formando assim, alunos com dignidade e identidade, incentivados a buscarem

projetos de futuro capazes de transformar sua realidade.

O perfil sócio econômico e a faixa etária dos alunos sempre foram diversificados, mas

a maior parte dos alunos depende de Programas como o Bolsa Escola e ajuda dos governos

municipal e federal.

Fundamentação Legal

Toda as Leis que sustentam a legalidade da implantação do atendimento da educação

especial na escola, podem ser consultadas no Anexo 1.

7.3.1.1- Atendimento Educacional Especializado para Pessoas com Deficiência Visual

Histórico e nova demanda

Em 1997, foi constatado no município um alto índice de evasão e reprovação escolar

de alunos que estavam além da sua faixa etária. Buscando mais qualidade para a educação, o

governo municipal mudou o sistema de seriação para ciclo. Constatou-se que 20% dos alunos

matriculados nas escolas não conseguiam aprender, necessitando de acesso a metodologias

diferenciadas como condição para atender suas necessidades educacionais especiais. Para

tanto, a Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Educação, deu início à oferta

de atendimento com adequações e adaptações que consideravam serem as necessidades

educacionais específicas desses alunos.

Nesta época, a demanda de alunos com deficiência visual não era atendida pela

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, a APAE, havia a necessidade de um

programa que vislumbrasse este atendimento. Assim foi criado o Projeto COM TATO pela

Secretaria Municipal de Educação, inaugurado no dia 15 de maio de 2001.

Inicialmente o atendimento era oferecido para as pessoas do município com

deficiência visual, que necessitavam aprender o Braille e desenvolver autonomia para

locomoção. O atendimento foi organizado inicialmente em três oficinas: “Alfabetização em

Braille”, “Orientação e Mobilidade” e “Artes”.

Com a divulgação do atendimento oferecido, os deficientes visuais dos municípios

vizinhos também procuraram e receberam atendimento. Para adequação do atendimento, foi

ampliado o número de oficinas, além de serem oferecidas novas oficinas como informática e

Page 48: Projeto político pedagógico 2012

49

atendimento da Educação Infantil. Entre 2001 a 2008, muitos destes alunos conseguiram

ingressar na EJA (Educação de jovens e Adultos), no CESEC (Centro Estadual de Educação

Continuada), no Ensino Médio e até mesmo no Ensino Superior, criando-se demanda e dando

início a oficinas para Acompanhamento Pedagógico.

Atualmente a demanda de alunos a serem alfabetizados é pequena, pois a maioria dos

alunos está matriculada em classes do Ensino Regular e necessitam receber apoio e

acompanhamento para realizarem as atividades propostas pelas escolas, tais como provas,

trabalhos, etc. Os educandos são atendidos nos turnos matutino e vespertino, por meio de

tecnologias assistivas em oficinas de: “Letramento em Braille”, “Letramento à Tinta”,

“Acompanhamento Pedagógico”, “Matemática/ Soroban”, “Orientação e Mobilidade” e

“Informática”.

O Atendimento Educacional Especializado para pessoas com deficiência visual atende

atualmente (2011), 44 educandos, sendo que 16 deles frequentam classes de Ensino Regular

da própria escola, e dois em outro município, com faixa etária compreendidas entre 09 e 70

anos. Dentre eles, 30 são baixa visão e 14 são cegos, sendo que alguns apresentam

deficiências múltiplas.

É prevista para o ano de 2012, uma parceria entre a escola e a Associação dos

Deficientes Visuais de Ipatinga (ADEVIPA) através de projetos com atividades

profissionalizantes, culturais e esportivas.

Objetivos

O atendimento educacional especializado para deficientes visuais tem como finalidade

buscar uma prática pedagógica coerente com o perfil desses educandos, procurando atendê-

los em suas necessidades educativas especiais, considerando a singularidade de cada um e

promovendo o desenvolvimento dos alunos nos aspectos físico, psicológico, intelectual,

afetivo, social, habilitação e reabilitação.

Objetivos específicos:

- Prover condições de acesso, participação e aprendizagem no Ensino Regular aos

educandos com deficiência visual (cegos e baixa visão) e educandos com deficiência

múltipla, sendo a deficiência visual a predominante;

Page 49: Projeto político pedagógico 2012

50

- Garantir a transversalidade das ações do centro de atendimento Educacional

Especializado no Ensino Regular;

- Desenvolver recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as barreiras no processo

de ensino e aprendizagem;

- Assegurar a continuidade de estudos dos educandos nos demais níveis de ensino (Art.

2º, IV, Decreto nº 6.571 de 17/09/2008).

Estrutura Pedagógica

O Atendimento Educacional Especializado para deficientes visuais está inserido na

Escola Municipal Altina Olívia Gonçalves, de acordo com as leis da Educação Especial. Há

um Coordenador Pedagógico para orientar e acompanhar as atividades do atendimento

educacional especializado. O corpo docente é formado por especialistas em Educação

Especial, Psicopedagogos, Pedagogos e profissionais com Licenciaturas específicas,

atualmente com um total de 12 especialistas.

O trabalho de intercâmbio pedagógico no Ensino Regular é efetivado pelo

coordenador pedagógico, professor mediador, em parceria com o psicopedagogo do

Atendimento Educacional Especializado da escola. As visitas são sistematizadas e previstas

antecipadamente na agenda do atendimento Educacional Especializado e nas escolas de

origem. As necessidades, dúvidas e orientações para as escolas são registradas em portifólio

próprio, constando dificuldades, intervenções realizadas e avaliação das escolas e das

famílias.

Os alunos que estudam na escola recebem, se necessário, o apoio de um monitor em

sala de aula no Ensino Regular.

A nova estrutura se justifica devido à necessidade de uma nova ação pedagógica em

função da demanda. Trabalhos importantes para a autonomia do educando com necessidades

especiais (deficiência visual), como: ARTES, AVD (Atividades da Vida Diária) serão

trabalhadas em parceria com a ADEVIPA, para que possamos contribuir de forma efetiva no

desenvolvimento intelectual e social do educando, buscando o exercício pleno de sua

cidadania.

Cabe à Secretaria Municipal de Educação, para um atendimento que vai de encontro às

necessidades do educando, prover:

Page 50: Projeto político pedagógico 2012

51

- Trabalho conjunto entre Secretaria Municipal de Educação e Secretaria Municipal de

Saúde, visando um trabalho multidisciplinar;

- Materiais adaptados às condições de cada educando;

- Recursos didáticos (recursos ópticos) que atendam às necessidades do educando com

deficiência visual;

- Cursos de capacitação para os profissionais;

A construção de uma Proposta Pedagógica dessa amplitude tem a ver com a concepção

de criança, homem, e sociedade que se quer, nesse sentido, essa proposta foi fundamentada

nos princípios da ética, da justiça, dos direitos das pessoas, do respeito às singularidades e,

sobretudo, no amor.

O propósito é ensinar a todos, num momento histórico em que se luta para vencer a

exclusão, a competição, o individualismo, em busca de um trabalho de humanização e de

socialização que supere as barreiras físicas. Esta proposta pedagógica foi elaborada com a

participação de todos os seguimentos dessa instituição a partir de reflexões teóricas e debates

que subsidiaram esse trabalho e visam aprofundamento dos pressupostos psicológicos,

espaciais, temporais e culturais. Nesse sentido, não excluem ninguém dos programas

curriculares, das atividades em sala de aula e do convívio escolar mais amplo.

Essa proposta é referendada pela Proposta Curricular da Rede Municipal de Ensino,

adaptada às necessidades educacionais específicas do desenvolvimento dos alunos, ao ritmo,

às diferenças, sem empobrecimento dos conteúdos, pois acreditamos nas potencialidades de

cada um, pois a valorização das potencialidades e o respeito à diversidade é que fazem a

diferença.

Para atender às diferenças e às necessidades educacionais especiais individuais dos

educandos, são diversificados e flexibilizados:

- O processo ensino aprendizagem;

- A organização de períodos para o desenvolvimento das atividades previstas;

- A formação dos grupos de alunos que visa favorecer as relações sociais e a

aprendizagem;

- A organização didática da aula - conteúdos, objetivos, materiais e espaços;

- As adequações que focalizam as capacidades, o potencial de cada aluno;

- O favorecimento e o estímulo da diversificação de técnicas, procedimentos e

estratégias de ensino;

Page 51: Projeto político pedagógico 2012

52

- O agrupamento dos alunos de modo que favoreça as relações sociais e a

aprendizagem;

- A seleção de materiais adaptados para possibilitar a realização das atividades;

- A seleção, como prioridade, dos objetivos que enfatizam capacidades e habilidades

básicas de atenção, participação e adaptabilidade;

Os conteúdos trabalhados seguem uma sequência, através de processos gradativos, do

mais simples para o mais complexo. A escola possui os seguintes materiais e equipamentos

adaptados:

Desportivos Filmes Máquina de escrever Braille Lupas

Texturas diversas Reglete Softwares educativos específicos Lentes de aumento

Punção Mapa tátil Tamanho de letras Objetos em relevo

Soroban Bengalas Papel Braille

Quadro 1- Materiais e equipamentos adaptados para a Educação Especial

Assim, é pelo currículo geral que serão satisfeitas as realidades educativas distintas

com adaptações curriculares ou ajuste daquele às necessidades e possibilidades de cada aluno.

As adaptações curriculares são instrumentos de individualização e flexibilização da

aprendizagem, como produto de decisões pedagógicas sujeitas aos objetivos definidos. Estas

adaptações consistem na modificação de estratégias, no fornecimento de elementos e recursos

materiais necessários e na adaptação de espaços físicos, possibilitando a superação das

limitações físicas ou sensoriais.

Técnicas específicas são fundamentais e possibilitam a aquisição de elevado grau de

autonomia ao deficiente visual, permitindo um maior nível de integração social e acadêmica

pela estimulação visual através de programas de desenvolvimento da eficácia e

funcionamento visual, da percepção visual, de reeducação e de organização perceptivo-visual

e por atividades de desenvolvimento da memória e atenção visual. Segue abaixo uma

descrição sucinta das oficinas desenvolvidas na escola para atendimento dos educandos com

deficiência visual:

Page 52: Projeto político pedagógico 2012

53

Oficina de Orientação e Mobilidade

Justificativa

Com a Política Educacional de Inclusão faz-se necessário o acréscimo de programas

específicos que venham atender às necessidades educacionais dos alunos com deficiência

visual. Dentre esses programas destaca-se o de Orientação e Mobilidade, conhecimento

indispensável para a conquista da autonomia e, consequentemente, a independência e inclusão

do deficiente visual na escola e na sociedade.

Segundo Weishaln (1990), orientação é o processo de utilizar os sentidos

remanescentes para estabelecer a própria posição e o relacionamento com outros objetos

significativos no meio ambiente. E o mesmo autor também define mobilidade como a

habilidade de locomover-se com segurança, eficiência e conforto no meio ambiente, através

da utilização dos sentidos remanescentes.

A locomoção é para o deficiente visual - principalmente para o cego - uma das tarefas

mais difíceis. Para tanto, há necessidade de que o aluno seja orientado em determinados

procedimentos que facilitarão sua mobilidade e consequente integração social.

As pessoas percebem boa parte da realidade à sua volta por meio da visão, o que não

significa que os deficientes visuais estejam impossibilitados de conhecer essa realidade e se

relacionar com o mundo. Ele deve se utilizar de outras percepções sensoriais, como a audição,

o sistema háptico ou tato ativo, o olfato e o aproveitamento máximo de qualquer grau de visão

que possa ter.

Objetivos

Proporcionar ao deficiente visual autonomia na locomoção, autoconfiança, aumento da

auto-estima e independência, elementos estes facilitadores na sua integração social.

Objetivos Específicos

- Explorar ativamente o ambiente interno/externo utilizando o corpo todo;

- Movimentar-se e locomover-se em ambiente interno/externo;

- Localizar e identificar mudança de ambiente pelo som, cheiro e temperatura;

- Relacionar os planos do corpo e diferentes posições no espaço;

- Orientar-se espacialmente em relação aos objetos, pessoas e sons;

Page 53: Projeto político pedagógico 2012

54

- Utilizar pontos de referência: posição, direção, som, comprimento, tamanho e textura;

- Orientar-se utilizando diferentes posições: frente, trás, direta, esquerda, em cima, em

baixo;

- Seguir em linha reta, horizontal, diagonal e vertical;

- Imitar movimentos;

- Utilizar técnicas do guia vidente/passagem estreita;

- Fazer rastreamento em linha guia;

- Realizar alinhamento e tomada de posição;

- Manipular, explorar objetos e utilizar técnicas de orientação e mobilidade com a

bengala;

Oficina de Letramento à Tinta

Justificativa

Uma criança não é mais ou menos capaz por ser cega. A baixa visão não confere a

ninguém qualidades menores nem potencialidades compensatórias. Seu crescimento

dependerá exclusivamente das oportunidades que lhe forem dadas, da forma pela qual a

sociedade a vê, da maneira como ela própria se aceita. Portanto, justifica-se a existência da

Oficina de Letramento à Tinta para alunos com baixa visão, vislumbrando a inclusão efetiva

da pessoa com deficiência visual na escola e consequentemente na sociedade, de maneira

autônoma e independente e levando em consideração que letramento (ver, ler e usar a leitura e

escrita funcionalmente) é uma forma de inclusão social.

O educando com deficiência visual não precisa de um currículo ou método de

alfabetização diferente dos demais, mas de adaptações e complementos curriculares, tais

como adequação de recursos específicos, tempo, espaço, modificação do meio, procedimentos

metodológicos e didáticos e processos de avaliação adequados a suas necessidades. (BRUNO,

2006, p. 59).

A aprendizagem desses alunos ocorrerá quando esta for de fato a finalidade dos

planejamentos de ensino elaborados pelos professores, sendo que cabe a eles identificar quais

são as necessidades educacionais especiais existentes em seus alunos. (MITTLER, 2003, p.

190).

Page 54: Projeto político pedagógico 2012

55

Para Sá et al (2007), os conteúdos escolares privilegiam os alunos videntes, pois são

visuais em sua maioria, com um universo permeado de símbolos gráficos, imagens, letras e

números e por esse motivo não devemos deixar de levar em conta as limitações de um aluno

com deficiência visual, recriando, reinventando e descobrindo estratégias pedagógicas para

incluir este aluno a este universo repleto de novidades.

Emilia Ferreiro (1998) defende que o aluno, ao ser alfabetizado, deve também ser

letrado, e para que um aluno com deficiência visual consiga ser letrado devem ser utilizados

materiais pedagógicos adaptados. É necessário sempre pensar na possibilidade da atividade

ser realizada a partir do tato. Pois, para Ferreiro (1998), letrar é mais que alfabetizar, é ensinar

a ler e escrever dentro de um contexto, onde a leitura e a escrita tenham um sentido e que

façam parte da vida do aluno.

Objetivos

- Favorecer o processo ensino-aprendizagem dos alunos com deficiência visual nas

diversas etapas de sua escolarização;

- Proporcionar ao aluno acesso às informações curriculares e ao conhecimento

sistematizado;

- Medir a aprendizagem de recursos e técnicas específicos da educação do aluno com

deficiência visual, para que a possa alcançar os níveis mais elevados do ensino;

- Promover a independência e a aceitação da criança, ajudando-a a minimizar sua

limitação.

- Ao final do processo de alfabetização (letramento) a criança deverá:

- Expressar seus pensamentos com espontaneidade, criatividade e clareza, nas situações

em que esteja envolvida;

- Ler com fluência, entonação e ritmo as orações que compõem seu contexto linguístico;

- Compreender e interpretar textos que impliquem diferentes tipos de mensagem;

- Escrever com desempenho satisfatório orações e textos construídos a partir de palavras

que pertençam a seu vocabulário cotidiano.

Função da oficina

Tornar a aprendizagem significativa e despertar o interesse em aprender são funções

básicas da oficina de letramento à tinta.

Page 55: Projeto político pedagógico 2012

56

A programação pedagógica deve objetivar o enriquecimento de experiências visuais

significativas, valendo-se de elementos lúdicos adaptados às necessidades de cada aluno. Por

isso, torna-se impossível a padronização de brinquedos, jogos, materiais ou textos para alunos

com baixa visão.

Na oficina de letramento à tinta também se realiza acompanhamento das atividades

oriundas do ensino regular (da escola onde está matriculado no ensino regular), sendo que as

atividades serão de acordo como o ano/ciclo em que este aluno está inserido.

Oficina de Braille

Justificativa

O Braille, sistema de escrita e leitura, é uma ferramenta insubstituível de comunicação

e de acessibilidade, de uso mais restrito aos cegos. É estruturado como sistema de escrita e

leitura de breve consumo e de acesso à informação de natureza imediata e objetiva, mormente

para estudantes do Ensino Fundamental.

O Sistema Braille é conhecido universalmente como código ou meio de leitura e

escrita das pessoas cegas. Baseia-se na combinação de 63 pontos que representam as letras do

alfabeto, os números e outros símbolos gráficos. A combinação dos pontos é obtida pela

disposição de seis pontos básicos, organizados espacialmente em duas colunas verticais com

três pontos à direita e três pontos à esquerda de uma cela básica denominada cela Braille.

(CARVALHO, 2010, p. 12).

Nascimento (2009) afirma que o Sistema Braille no Brasil pode ser abordado em três

períodos distintos sob ponto de vista histórico. No período de 1854 a 1941, quando foi

adotado no Imperial Instituto dos Meninos Cegos, fundado em 1854, hoje conhecido como

Instituto Benjamin Constant. Foi a primeira Instituição na América Latina a utilizar o sistema,

devido ao esforço de José Álvares de Azevedo, um jovem brasileiro que aprendeu a sua

utilização na França.

A metodologia utilizada nas oficinas de Braille visa a alfabetização, o conhecimento

da técnica de leitura e escrita, manejo da reglete, máquina Perkins e a utilização do

conhecimento através dos exercícios de leitura e escrita.

A dinâmica acontece através do desenvolvimento de atividades práticas que levem ao

reconhecimento e à exploração de cada um dos caracteres Braille, pela distinção de letras,

conduzindo à identificação, pela leitura, e consequente ato de escrita, em grupo ou

Page 56: Projeto político pedagógico 2012

57

individualmente, de palavras curtas. Isso se processará com atividades de escrita e leitura,

acompanhada pelo Professor de forma gradual, letra, palavra e frase.

A percepção do Braille alcançada pela exploração tátil deve ser estimulada desde os

primeiros anos. O contato com os caracteres em Braille projeta para a pessoa cega, em

particular a criança, a aquisição e exploração de uma habilidade capaz de colocar o mundo

real ao alcance dos seus dedos.

Com a finalidade de promover a inclusão de pessoas cegas e baixa visão no processo

educacional, tanto no Ensino Fundamental ou Médio, a oficina em Braille representa a

possibilidade de atendimento às necessidades individuais, propiciando uma melhor interação

no meio social e acadêmico.

Objetivo Geral

Proporcionar ao educando a aquisição de habilidades e domínio da técnica para ter

acesso às informações através da leitura e/ou para aplicar aos conteúdos constantes do ensino

regular.

Objetivos Específicos

- Reconhecer os pontos em Braille;

- Ler em Braille com fluência e compreensão;

- Compreender textos lidos por outras pessoas;

- Produzir textos oralmente com coerência e coesão;

- Produzir textos escritos utilizando idéias coerentes;

- Escrever frases em Braille;

- Produzir textos escritos e com sentido, em Braille;

- Empregar regras de pontuação e gramática na literatura e escrita.

Oficina de Acompanhamento Pedagógico

Justificativa

Visando garantir propostas pedagógicas que atendam às necessidades e dificuldades

dos alunos cegos e de baixa visão, o acesso, a permanência e o sucesso escolar, a Oficina de

Acompanhamento Pedagógico tem como finalidade proporcionar aos alunos recursos e

Page 57: Projeto político pedagógico 2012

58

atendimento especializado que favoreçam seu desempenho cognitivo, afetivo, social e sua

inclusão no processo ensino-aprendizagem.

O processo de alfabetização e letramento das crianças com deficiência visual requer

um contexto. O ato de apenas aprender a ler e a escrever não é suficiente, não se pode deixar

de lado a leitura de mundo, pois, assim como fundamenta Ferreiro (1998) e Freire (1996), é

por meio dessa leitura de mundo que a criança poderá se formar um cidadão crítico.

Objetivos

- Propiciar aos alunos melhores condições de aprendizagem;

- Facilitar a participação do deficiente visual nas escolas de ensino regular, em casa e na

sociedade;

- Garantir condições de aprendizagem ao aluno com déficit visual (total ou parcial),

através de intervenção pedagógica e medidas extras que atendam

às necessidades individuais;

- Resgatar a auto-estima do aluno, estimulando sua participação ativa no processo de

aprendizagem, conduzindo assim à aquisição de segurança para atuar em seu grupo

familiar e social;

- Propiciar o domínio da técnica para ter acesso às informações através da leitura e/ou

para aplicar aos conteúdos constantes do ensino regular

Oficina de Matemática/Soroban

Justificativa

“Um projeto de inclusão escolar exige adaptações relacionadas às necessidades

explícitas pelo portador de necessidades especiais” (Pacheco 2007). A igualdade de

oportunidades, direito garantido pelo artigo 5 da Constituição (Brasil 1998), não pode ser

confundida com a igualdade de tratamento. “Temos direito à igualdade quando a diferença

nos inferioriza e direito à diferença quando a igualdade nos descaracteriza”. Ter um espaço

adequado para o desenvolvimento das potencialidades do aluno com necessidades especiais é

simplesmente garantir a ele um direito constitucional, portanto é obrigação do Estado

propiciar essa oportunidade. As adaptações de materiais, para torná-los adequados aos

estudantes, são de suma importância para se alcançar o sucesso escolar. Quando se trata de

Page 58: Projeto político pedagógico 2012

59

alunos com necessidades educacionais especiais, a adequação de recursos especiais é

condição primeira para mantê-los frequentando, com dignidade, a escola à qual têm direito.

Para cada deficiência há características específicas das necessidades especiais. Para alunos

cegos e de baixa visão, é necessária uma abordagem pedagógica diferenciada que atenda às

suas necessidades. Por isso a oficina de matemática - Soroban, procura respeitar e viabilizar

formas para que o aluno com deficiência visual tenha as mesmas oportunidades e chances que

um aluno vidente. Para tanto, nesta oficina é oferecido um atendimento que se desenvolve de

acordo com a necessidade de cada aluno, em função do nível escolar e da aprendizagem.

Objetivos

- Acompanhar as tarefas escolares dos alunos do Ensino Regular;

- Usar recursos adaptáveis, direcionados ao conteúdo estudado;

- Trabalhar a escrita dos códigos matemáticos em Braille;

- Realizar operações matemáticas fundamentais no soroban;

- Estudar conceitos fundamentais da matemática;

- Utilizar o computador como ferramenta para a aprendizagem das disciplinas e

conteúdos.

Oficina de Informática

Justificativa

Os indivíduos com deficiência, ainda hoje vistos por muitos como “doentes” e

incapazes, sempre estiveram em situação de maior desvantagem ao ocupar no imaginário

coletivo a posição de alvos da caridade popular e da assistência social. Muito distantes de

serem sujeitos de direitos sociais, entre os quais se inclui o direito à educação, em sua

maioria, permanecem alheios a seu pertencimento às questões sócio-culturais.

Sabemos que, em busca do sucesso intelectual e escolar, cada aluno vai requerer

diferentes estratégias pedagógicas que lhes possibilitem o acesso à herança cultural, ao

conhecimento socialmente construído e à vida produtiva, condições essenciais para a inclusão

social e o pleno exercício da cidadania. Entretanto, devemos conceber essas estratégias não

Page 59: Projeto político pedagógico 2012

60

como medidas compensatórias e pontuais, e sim como parte de um projeto social e educativo

de caráter global e emancipatório.

De acordo com as perspectivas abordadas, as novas Tecnologias de Informação e

Comunicação (TIC's) vêm se tornando, de forma crescente, importantes instrumentos de

nossa cultura e sua utilização um meio concreto de inclusão e interação no mundo. Tal

constatação é ainda mais evidente e verdadeira quando nos referimos a pessoas com

necessidades educacionais especiais. Nestes casos, as TIC's podem ser utilizadas como

Tecnologia Assistiva, que é toda e qualquer ferramenta ou recurso utilizado com a finalidade

de proporcionar uma maior independência e autonomia à pessoa com deficiência. A

Tecnologia Assistiva deve ser compreendida como resolução de problemas funcionais, em

uma perspectiva de desenvolvimento das potencialidades humanas, valorização de desejos,

habilidades, expectativas positivas e da qualidade de vida. As diversas modalidades de

Tecnologias Assistivas incluem recursos de comunicação alternativa, de acessibilidade ao

computador, de atividades de vida diária, de orientação e mobilidade, de adequação postural,

de adaptação de veículos, órteses e próteses, entre outros.

Segundo a especialista em Psicologia Educacional da Secretaria Municipal de

Educação de Belo Horizonte/ MG, Elizabet Dias de Sá, pode-se chamar de Tecnologia

Assistiva ao conjunto de recursos utilizados no desenvolvimento das potencialidades

cognitivas e na qualidade de vida das pessoas portadoras de necessidades especiais.

Com vistas a promoção de acesso às diversas situações de cunho informático e sócio-

interativo, a informática se justifica principalmente por possibilitar ampla autonomia aos

deficientes visuais em qualquer nível de dificuldade.

Na Educação Especial se destaca a utilização dos recursos de um ambiente

computacional e telemático, promovendo o desenvolvimento das potencialidades cognitivas

de educandos com NEE (Necessidades Educativas Especiais), entendidos como sujeitos do

seu processo de aprendizagem e construção de seus conhecimentos. Tendo como objetivo

primeiro possibilitar aos educandos com NEE, condições de se integrar no mercado de

trabalho, usufruir das atividades de lazer, esporte e cultura, conquistando seus direitos de

cidadão.

Objetivos

- Reconhecer as funções e aplicações dos dispositivos da máquina e utilizar

corretamente e com habilidade o teclado do computador;

Page 60: Projeto político pedagógico 2012

61

- Ler/ouvir textos usando softwares de voz específicos para deficientes visuais, bem

como executar com acessibilidade os comandos e telas contidas nos distintos

aplicativos informáticos;

- Realizar com autonomia a leitura das avaliações oferecidas no ensino regular por meio

de arquivos em CD's ou pen drives;

- Usar com privacidade e mais segurança os terminais bancários para operações de

saques e consultas diversas a suas contas de aplicação e movimentação financeira;

- Possibilitar a comunicação globalizada através da interação com sites e blogs diversos

e usuários do mundo virtual, objetivando a troca e aquisição de experiências sócio-

culturais vigentes em nosso meio;

- Aprender a fazer buscas e a pesquisar os distintos assuntos na internet, a fim de

satisfazer suas necessidades de cunho educativo ou de curiosidade;

7.3.1.2- Atendimento Educacional Especializado para Educandos com Deficiência

Auditiva

Histórico e Nova Demanda

Com o passar do tempo, percebe-se que compartilhar o saber com o aluno surdo

enriquece as aulas e é surpreendente ver o quanto é bom ter este aluno rico numa cultura surda

e de uma língua fascinante que é a LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais, uma língua

espaço-visual.

Em 2008 iniciou-se a inclusão com as matrículas dos educandos surdos

nas classes de Ensino Regular e em 2009 na Educação de Jovens e Adultos, a EJA; 1ª e 2ª

fase e 1º e 2º período, com atendimento de oficinas de psicomotricidade e psicopedagia. No

turno vespertino, foram incluídos os educandos no Ensino Regular do 6º ao 9º ano, com

atendimento do AEE na Escola Municipal Maria Rodrigues Barnabé. Em 2011 iniciou-se o

AEE desses educandos na própria escola Libras / Língua Portuguesa e Letramento. Hoje, a

demanda dos educandos surdos a serem atendidos é grande, os mesmos estão matriculados

nas classes comuns do Ensino Regular e EJA.

De acordo com a Lei de nº 5626/2005, o AEE da escola poderá promover cursos de

formação de professores para o ensino e uso da Libras, a tradução e interpretação de Libras -

Língua Portuguesa, o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua para pessoas surdas

Page 61: Projeto político pedagógico 2012

62

e, também, professor de Libras ou instrutor de Libras, professor para o ensino de Língua

Portuguesa como segunda língua para pessoas surdas, professor regente de classe com

conhecimento acerca da singularidade linguística manifestada pelos alunos surdos.

O Atendimento Educacional Especializado para pessoas com deficiência auditiva

atende atualmente 35 educandos, sendo que entre eles há educandos que frequentam classes

de Ensino Regular da própria escola e educação de jovens e adultos (EJA), com faixa etária

compreendidas entre 12 a 70 anos. Dentre eles, alguns apresentam deficiências múltiplas.

Objetivos:

- Prover condições de acesso, participação e aprendizagem no Ensino Regular aos

educandos surdos e/ou deficiência múltipla;

- Construir uma educação bilíngue;

- Conscientizar do principal recurso da aprendizagem na educação dos surdos, que é de

caráter visual e da singularidade linguística manifestada pelos surdos;

- Apoiar, na comunidade escolar, o uso e a difusão da LIBRAS entre professores,

alunos, funcionários, direção da escola e familiares, inclusive por meio da oferta de

cursos;

- Divulgar a LIBRAS para todos, e assim, melhorar a comunicação entre surdos e

ouvintes, assegurando o acesso dos surdos à educação.

Intérpretes por Área de Conhecimento:

A profissão de intérprete ainda não está regulamentada e poucos são os municípios

que a reconhecem. Por outro lado, não existindo formação específica, é reduzido o número de

pessoas habilitadas para exercer essa função que passou a ser desempenhada por familiares,

amigos ou profissionais com longo tempo de convívio com surdos.

Os intérpretes devem ter fluência na LIBRAS, assim como ela é usada pelas pessoas

surdas e ter também boa fluência em Língua Portuguesa. Geralmente, intérpretes com nível de

escolaridade alto têm melhores condições de produtividade. A atuação dos intérpretes deve

estar centrada no atendimento a todas as pessoas surdas que necessitam romper os bloqueios

de comunicação com o objetivo de integrar surdos e ouvintes, facilitando a comunicação entre

ambos. Frequentemente, os intérpretes são solicitados para intermediar a comunicação de

surdos e ouvintes em encontros, reuniões, cursos, palestras, debates, entrevistas, consultas,

Page 62: Projeto político pedagógico 2012

63

audiências, visitas, etc., além de participarem do processo de integração escolar do aluno

surdo.

A partir do ano de 2011, a escola passou a adotar o sistema de intérpretes de surdos

por áreas de conhecimento. Desta forma, o intérprete passa a acompanhar o professor nas suas

aulas, em vez de fixar-se em uma determinada turma. Com esse novo sistema esperam-se

algumas vantagens, como:

- O professor regente da turma tem momentos de coordenação junto com o seu

intérprete, possibilitando o planejamento em conjunto;

- Cria-se afinidade entre professor e intérprete, tornando as aulas mais dinâmicas;

- Como a escolha dos intérpretes segue preferencialmente a formação destes na mesma

área de conhecimento do professor regente, espera-se que o domínio do conteúdo por

parte do intérprete facilite o seu trabalho e possibilite até mesmo sua intervenção ou

substituição do professor regente, quando necessário.

A presença do intérprete de LIBRAS x Português e vice-versa, em sala de aula, tem

aspectos favoráveis e desfavoráveis que precisam ser observados:

Aspectos favoráveis:

- O aluno surdo aprende mais facilmente o conteúdo de cada disciplina;

- O aluno surdo sente-se mais seguro e tem mais chances de compreender e ser

compreendido;

- O processo de ensino-aprendizagem fica menos exaustivo e mais produtivo para

professor e alunos;

- O professor dispõe de mais tempo para atender os demais alunos;

- A LIBRAS passa a ser mais divulgada e utilizada de maneira mais adequada;

- O aluno surdo tem melhores condições de desenvolver-se, favorecendo inclusive seu

aprendizado da Língua Portuguesa (falada e/ou escrita).

Aspectos desfavoráveis:

- O intérprete pode não conseguir passar o conteúdo da mesma forma que o professor;

- O aluno não presta atenção ao que o professor regente diz, porque está atento ao

intérprete;

Page 63: Projeto político pedagógico 2012

64

- Há necessidade de pelo menos dois intérpretes por turma porque a atividade é

exaustiva;

- Os demais alunos ouvintes podem ficar desatentos, porque se distraem olhando para o

intérprete;

- O professor regente pode sentir-se constrangido em estar sendo interpretado;

- O professor não interage diretamente com o aluno;

A integração do aluno surdo é um desafio que deve ser enfrentado com coragem,

determinação e segurança. A decisão de encaminhar um aluno para a classe de ensino regular

deve ser fruto de um criterioso processo de avaliação. Finalmente, deve-se ter clareza de que

essa integração não passa exclusivamente pela sua colocação na turma com crianças ouvintes.

A verdadeira integração implica em reciprocidade. A criança surda poderá iniciar seu

processo de integração na família, na vizinhança, na comunidade, participando de atividades

sócio-recreativas, culturais ou religiosas com crianças e adultos "ouvintes" e dar continuidade

a esse processo na escola especial ou regular, de acordo com suas necessidades especiais.

Garantir ao aluno surdo um processo de escolarização de qualidade é fator fundamental para

sua integração plena.

De acordo com o artigo publicado na Revista Espaço-INES, nº 24 (julho-dezembro

2005), “Os diferentes papéis do intérprete”, da Professora Celeste Azulay Kelman, o

professor-intérprete, apesar de sua atribuição ser de tradutor/intérprete, hoje o mesmo, de

acordo com a autora, tem assumido onze diferentes papéis em sua função. Acreditamos que o

intérprete é ponte entre o aluno surdo e o professor regente. Por isso consideramos que para

uma melhor atuação, que seja um professor-intérprete por área de atuação. Sua atuação neste

estabelecimento, será de mediador. É importante que o intérprete atente para suas atribuições

(item 5.3.4 deste PPP)

Professor Surdo:

O Professor surdo atenderá toda a comunidade escolar no que se refere à Língua de

Sinais. Ele é a referência do educando surdo dentro do ambiente escolar, proporcionando o

acesso desse surdo à linguagem, e estará assegurando a identidade e a cultura surda, que são

transmitidas naturalmente pelo contato.

Atenderá a oficina Libras/Português nos horários de contra-turno.

Page 64: Projeto político pedagógico 2012

65

Estrutura Pedagógica:

O trabalho é oferecido no turno vespertino com as oficinas: Libras-Português,

Matemática, Geografia/História e Ciências e Letramento.

O trabalho de intercâmbio pedagógico no ensino regular será efetivado pela

coordenação da educação especial, professor surdo em parceria com a psicopedagoga do AEE

da Escola Municipal Altina Olívia Gonçalves.

Os alunos que estudarem na escola receberão, se necessário, um professor intérprete

em sala de aula no Ensino Regular e EJA, exceto as turmas de alfabetização da EJA.

A nova estrutura se justifica devido à necessidade de uma nova ação pedagógica em

função da demanda. Uma ação necessária para melhor atendimento aos educandos perpassa

por uma maior interação com sua escola de origem (ensino regular), suas famílias e o

Atendimento Educacional Especializado para Surdos. Para que essa interação aconteça faz-se

necessário um profissional que possa diagnosticar novos alunos com deficiência auditiva, bem

como acompanhar, orientar, intervir aos alunos já atendidos pelo atendimento educacional

especializado nas ações educativas favorecedoras ao desenvolvimento do educando.

Cabe à Secretaria Municipal de Educação prover:

- Trabalho conjunto entre Secretaria Municipal de Educação e Secretaria Municipal de Saúde,

visando um trabalho multidisciplinar (sendo de extrema importância profissionais como:

fonodiaudiólogos, psicólogos, terapeutas , psicomotricista);

- Materiais adaptados às condições de cada educando;

- Recursos didáticos (recursos visuais) que atendam às necessidades do educando com

deficiência auditiva;

- Cursos de capacitação para os profissionais, buscando um melhor atendimento das

especificidades dos educandos;

A construção de uma Proposta Pedagógica dessa amplitude tem a ver com a concepção

de criança, homem, e sociedade que se quer. Nesse sentido, essa proposta foi fundamentada

nos princípios da ética, da justiça, dos direitos das pessoas, do respeito às singularidades e,

sobretudo no amor.

O propósito é ensinar a todos, num momento histórico em que se luta para vencer a

exclusão, a competição, o individualismo em busca de um trabalho de humanização e de

socialização que supere as barreiras físicas. Esta proposta pedagógica foi elaborada com a

participação de todos os seguimentos dessa instituição a partir de reflexões teóricas e debates

Page 65: Projeto político pedagógico 2012

66

que subsidiaram esse trabalho e visam aprofundamento dos pressupostos psicológicos,

espaciais, temporais e culturais. Nesse sentido, não excluem ninguém dos programas

curriculares das atividades em sala de aula e do convívio escolar mais amplo. Essa proposta é

referendada pela Proposta Curricular da Rede Municipal de Ensino, adaptada às necessidades

educacionais específicas do desenvolvimento dos alunos, ao ritmo, às diferenças, sem

empobrecimento dos conteúdos, pois acreditamos nas potencialidades de cada um, pois a

valorização das potencialidades e o respeito à diversidade é que fazem a diferença.

Materiais e equipamentos adaptados:

DVD‟s do Telecurso do Ensino Fundamental dos conteúdos com a legenda em Libras:

Ciências, Geografia, História, Português e Matemática;

DVD‟s do Telecurso do Ensino Médio dos conteúdos com a legenda em Libras: Biologia,

Física, História, Geografia;

CD‟s de conteúdos de Ciências, Matemática e Geografia, legendado em Libras, do 4º e 5º

ano que podem suprir alguma defasagem dos alunos dos pré-requisitos dos conteúdos

ministrados.

Na internet, o site do Nepes de Santa Catarina, com dicionário de Libras com explicações

de alguns conteúdos de História, Ciências e Geografia. Site:

www.sj.cefetsc.edu.br/nepes/midiateca.htm

Pastas com alguns sinais criados pelos alunos dos conteúdos de História, Geografia e

Ciências;

Quadro 2- Lista de matérias adaptados para os deficientes auditivos

Assim, é pelo currículo geral que serão satisfeitas as realidades educativas distintas

com adaptações curriculares ou ajuste daquele às necessidades e possibilidades de cada aluno.

As adaptações curriculares são instrumentos de individualização e flexibilização da

aprendizagem, como produto de decisões pedagógicas sujeitas aos objetivos definidos.

Consistem na modificação de estratégias, no fornecimento de elementos e recursos materiais

necessários e na adaptação de espaços físicos, possibilitando a superação das limitações

físicas ou sensoriais.

Page 66: Projeto político pedagógico 2012

67

Orientações Gerais para a Aprendizagem do Aluno Surdo no Ensino Regular

O professor e o intérprete devem:

- Entender que o aluno surdo é estrangeiro na língua portuguesa;

- Observar os tipos de linguagem que o aluno surdo utiliza (oral, escrita, língua de

sinais, gestos padronizados, leitura labial, entre outras); para facilitar a

comunicação entre docente e aluno;

- Elaborar e disponibilizar esquemas e resumos de todos os conteúdos que serão

trabalhados;

- Utilizar atividades e recursos visuais. A visão é considerada a principal via de

aprendizado e informação do aluno;

- Verificar se está adequado o lugar que o surdo se assentou, de forma que não haja

obstáculo visual entre ele e o intérprete;

- Entregar o conteúdo e materiais referentes à disciplina ao intérprete e ao professor

de atendimento especializado, no início de cada bimestre/semestre, ou com

antecedência, na coordenação para que possa se organizar antecipadamente o

material que o aluno surdo precisa para receber apoio;

- Realizar a coordenação junto com o intérprete de sua área;

- Entender que o surdo não é capaz de acompanhar a leitura de um texto no quadro

ao mesmo tempo em que acompanha a sinalização. Registrar as correções no

quadro e esperar que o aluno copie para posteriormente explicar as questões;

- Realizar antecipadamente eventos importantes na lousa, incluindo comunicação

externa e interna, datas das provas, entrega dos trabalhos, cursos e outros

cronogramas;

- Os alunos surdos não são todos iguais, cada um tem sua particularidade. Conheça

seu aluno e busque estratégias para ensiná-lo;

- Entenda o papel do intérprete em sala de aula e trabalhe em parceria com o

mesmo, favorecendo e contribuindo com atitudes para que toda comunidade

escolar tenha entendimento da função do mesmo;

- Entenda e respeite a Libras enquanto língua com estrutura gramatical própria;

- Os trabalhos propostos devem contemplar toda a turma;

Page 67: Projeto político pedagógico 2012

68

- Coloque o surdo para fazer as apresentações de trabalho e delegue a ele

responsabilidades enquanto aluno;

- Na realização de trabalho em grupos, distribuir os surdos entre os alunos ouvintes;

- Procure demonstrar interesse pela sua dificuldade, porém, jamais facilitar,

dispensar das atividades ou não cobrar suas obrigações;

- Os enunciados das atividades devem ser devidamente trabalhados com os alunos

surdos;

Avaliações

- Nas avaliações vale o cuidado do professor em manter os mesmos enunciados.

- Sendo o aluno surdo estrangeiro, portanto, na língua portuguesa, o mesmo detém

pouco conhecimento da mesma, o professor deverá aplicar a avaliação por blocos de

conteúdos, ou um capítulo inteiro (resumo das partes fundamentais);

- Observar o dicionário de Libras criado pelo intérprete de sua área e propor avaliações

utilizando-o como recurso;

Quanto ao Plano de Desenvolvimento Individual (PDI):

- É tarefa do professor regente e não do intérprete, este pode pode auxiliar aquele,

mas nunca realizar sozinho o PDI;

- O PDI é um documento que apresenta a trajetória escolar do aluno, portanto deve

ser atualizado em tempo real, de forma processual e descritiva para nortear as

ações pedagógicas;

- É importante deixar claro que o currículo a ser desenvolvido com os alunos que

apresentarem deficiências ou condutas típicas deve ser o mesmo contido na

proposta curricular da escola, para todos os alunos, em seus níveis e etapas

correspondentes, trata-se de um princípio da educação inclusiva;

- É imprescindível que o professor considere a necessidade de selecionar e adaptar

os conteúdos priorizando-os e quantificando-os de acordo com a relevância para

cada ano do ciclo;

- Torna-se indispensável, também, saber que a adaptação quanto ao novo

conhecimento consiste em um processo de construção que somente o aluno é quem

pode regular; portanto , é impossível estabelecer a priori a extensão e profundidade

Page 68: Projeto político pedagógico 2012

69

dos conteúdos a serem construídos pelos alunos sem o conhecimento prévio dos

mesmos;

- Em anexo encontram-se os formulários para o preenchimento do PDI.

As adaptações curriculares representam uma das estratégias utilizadas para dar respostas

educativas (respeitando a diversidade), que surgem como consequência do desejo de

individualizar os processos de ensino-aprendizagem, adaptando-os às necessidades educativas

especiais dos educandos.

Gestão

O Atendimento Educacional Especializado para Surdos está inserido na Escola

Municipal Altina Olívia Gonçalves, de acordo com LEI Nº 9394/96 – Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional – 1996 - Educação Especial, Art. 58.

O corpo docente é formado por especialistas em Educação Especial, psicopedagogos,

intérpretes, pedagogos e licenciaturas específicas em: LBRAS/Português, Matemática,

Português, História, com o número total de 15 especialistas.

Critérios para composição do corpo docente:

1º - Ser concursado na Educação Especial;

2ª -Ser concursado em Pedagogia, nas diversas Licenciaturas, com tempo no

Atendimento Educacional Especializado Para Surdo;

3º - Ser concursado em Pedagogia, nas diversas Licenciaturas, com pós-graduação em

Atendimento Educacional Especializado, Educação Especial, Psicopedagogia ou pós–

graduações afins;

4º - Ser concursado em Pedagogia, nas diversas licenciatura,s com cursos de

aperfeiçoamento na área de Educação Especial, surdos;

5º - Outros, interessados em trabalhar com educandos surdos;

Visando garantir a melhoria do aprendizado para os alunos deficientes auditivos, são

desenvolvidas algumas oficinas na escola:

Page 69: Projeto político pedagógico 2012

70

Oficina: Enriquecimento de Conteúdos Cognitivos e Metacognitivos

Justificativa:

Percebe-se que os educandos surdos, quando ingressam nas últimas séries do ensino

fundamental (6º ao 9º ano), chegam à escola com uma defasagem de conteúdos resultante do

baixo conhecimento da LIBRAS e de pré-requisitos dos conteúdos ministrados. A mudança

de rituais de séries e professores também perturba este aluno, pois para ele tudo é novo. Nos

últimos anos do ensino fundamental, ele não terá apenas três professores. Não terá professores

bilíngues e sim intérpretes, vários professores e conteúdos. Sabemos que o novo

conhecimento é adquirido através do prévio conhecimento de determinado conteúdo. Faz-se

necessário partir do conhecimento que este aluno já possui para que ele possa adquirir o novo

conhecimento. Espera-se com esta oficina trabalhar com os pré-requisitos que venham

facilitar o novo conhecimento dos conteúdos ministrados, através de trabalhos cognitivos,

metacognitivos e raciocínio lógico.

Objetivos:

- Trabalhar as habilidades e competências metacognitivas e cognitivas, de forma que o

aluno resolva situações-problema através de sua maneira de pensar e opinar;

- Construir um conjunto de conhecimentos referentes aos pré-requesitos necessários

para que o novo conhecimento aconteça de forma efetiva;

- Desenvolver o raciocínio lógico;

- Oportunizar o educando surdo a expor suas idéias e pensamentos através de novas

estratégias de conhecimento;

- Preparar o educando para os conhecimentos básicos necessários para que atenda aos

objetivos do ensino fundamental: saber pensar, saber fazer, conhecer e ser.

Oficina de LIBRAS LI / LII

Metodologia de ensino de LIBRAS – LI

Acreditamos que os enfoques das metodologias de língua de sinais devam se voltar

para toda essa “produção empírica” como elementos essenciais para serem retomados

sistematicamente dentro de um processo de escolarização.

Page 70: Projeto político pedagógico 2012

71

A oficina procura não apenas mostrar caminhos amadurecidos na educação de

surdos e que se mostraram eficientes, mas tem o papel de ser propositiva em termos de reunir

princípios que refletem um jeito surdo de construir. Mais do apresentar técnicas e fórmulas

prontas de como ensinar e o que interfere na aprendizagem, é importante que a produção de

surdos tenha cada vez mais espaço para criar novos textos. Se uma idéia puxa outra idéia, um

texto de um surdo puxa textos de muitos outros surdos.

Entendemos que são formas de compor visualmente que se aproximam, se tocam, e

abrem perspectivas que precisam ir crescendo e se encontrando no caminho. As vias são

muitas, como uma cidade cheia de estradas, assim é o encontro dos textos surdos. Não

podemos falar de uma metodologia única, e sim metodologias; é sempre no plural porque não

podemos esquecer que são várias as identidades surdas, e o que atende a uma, não

necessariamente atende a outra. Decidir qual metodologia utilizar depende de uma complexa

interação de fatores individuais e sociais, e todo educador deve estar atento às diferenças.

Metodologias não apresentam garantias e certezas de como o ensino deva ser, mas funcionam

como um conjunto orquestrado de elaborações desenvolvidas ou reconhecidas pelos surdos ou

construídas a partir da cultura surda que produz efeitos de sentidos mais significativos para

essa comunidade. Dentro de um currículo que está sempre aberto e em movimento para

atender a realidade que se apresenta, o campo metodológico é um contínuo repensar das

relações pedagógicas.

Cada um de vocês poderia ter inúmeras respostas para essa pergunta, dependendo

da experiência e do conhecimento que tem a respeito do assunto. Alguns de vocês já

ensinaram amigos, colegas vizinhos, pais e isso se configurou em saberes, práticas discursivas

realizadas em libras que acumulou bastante conhecimento. Muitos desses saberes que se

organizaram muito tempo à margem das instituições, e que ocorreram nos espaços das

associações, nas relações informais entre amigos, ainda permanecem com pouca transferência

para os espaços acadêmicos, uma vez que a luta dos movimentos surdos aos poucos vem

transformando as relações de poder que envolve também a abertura dos espaços institucionais.

Para ensinar é preciso perceber a maneira de cada indivíduo e grupo se relacionar

com o conhecimento e com o ato criativo. O conhecimento é uma junção de arte, de técnicas e

de vivências. Portanto, sempre há uma relação estreita entre quem ensina e o que ensina. O

educador surdo organiza os conhecimentos a partir da sua visualidade. A intencionalidade

(objetivo claro), reciprocidade (como o aluno se envolve no processo pedagógico) e a

mediação dos significados (como os significados são construídos com o aluno) exigem uma

Page 71: Projeto político pedagógico 2012

72

criatividade na composição dos elementos de uma pedagogia visual que serão determinantes

para o êxito do processo de aprendizagem de educandos surdos.

Portanto, métodos não são apenas um conjunto de técnicas a serem aplicadas, mas

envolvem muitos outros aspectos, dentre eles a criatividade que tem por base uma forma

própria de apreender a realidade e que deve estar vinculada com as necessidades de cada

sujeito e cultura.

Há um conjunto de práticas e eventos dentro da cultura surda que ativam as língua de sinais e

suas formas de interação produzindo um letramento tanto individual como social que revelam

dinâmicas próprias de atuar e interagir socialmente. Essas construções simbólicas são

interdependentes de determinados contextos e espaços sociais que propiciam a ocorrência de

distintas formas enunciativas. A metodologia de Libras deve estar em alinhamento com as

diferenças produzidas dentro desses diferentes espaços que possibilitam a emergência do

discurso surdo.

É importante analisarmos como a produção textual em língua de sinais é uma

relação que envolve uma dinâmica de inter-relação entre corpo, espaço e movimento.

Portanto, diferente de uma dinâmica presente nas línguas orais, as línguas de sinais convivem

com o cênico como um elemento de atribuição de sentidos. Por isso, o ambiente ou espaço

físico não é um mero componente ou detalhe, é um elemento decisivo para a produção de

sentidos.

Metodologia de ensino em LIBRAS – LII

Segundo Valderez Prass Lemes, 1994, a utilização de um vocabulário mínimo é

necessário, nos primeiros anos com textos de livros escolares. Esse vocabulário, geralmente,

será usado nas frases, como sujeito das mesmas.

Preparando a fase de interpretação, colocamos, em cada página, ao lado de cada título, a

pergunta correspondente aos elementos daquela página. Exemplo: QUEM É?, QUAL É?, DE

QUÊ?, O QUE É ISTO?

Objetivando o reconhecimento da categoria verbal núcleo do predicado e sua importância na

construção frasal, foram estipulados verbos básicos, que costumam aparecer com maior

freqüência nos primeiros anos em textos de livros escolares.

Preparando a fase de interpretação, colocamos em cada página a pergunta inerente aos

verbos, ou seja: FAZ O QUÊ?

Page 72: Projeto político pedagógico 2012

73

Após o adolescente já ter recordado o vocabulário (sujeito) e os verbos (núcleos do

predicado), aqui entrará na fase de estruturação propriamente dita. Ela elaborará as frases,

com todos os seus elementos, dando ênfase ao complemento das mesmas e seus elementos de

ligação (contrações, preposições etc.).

Preparando a fase de interpretação, deparará com várias perguntas, exigidas pelo

complemento da frase elaborada. Exemplo: ONDE?, DE ONDE?, COM QUEM?, QUAL?,

PORQUÊ?.

Após estruturar uma frase correspondente ao quadro de desenho que observará, ela

dividirá essa frase em seus elementos (sujeito, verbo ou núcleo do predicado e complemento)

e aplicará as perguntas adequadas a cada elemento. Terá uma visão do todo para as partes e

das partes para o todo, ou seja, da importância de cada elemento na estruturação de uma frase.

Objetivos:

- estimular os alunos à aprendizagem;

- motivar e despertar o interesse;

- desenvolver a observação;

- aproximar os alunos da realidade;

- auxiliar a aquisição de conceitos;

- visualizar e ilustrar os conteúdos;

- oferecer informações;

- favorecer a experiência concreta;

- fixar a aprendizagem.

- Estruturar frases a partir da interpretação de uma figura.

- Estruturar frases a partir da interpretação (de uma cena).

- Estruturar frases a partir de uma seqüência de fatos.

- Em complementação ao exercício anterior, o adolescente continuará a interpretação

proposta, agora dando respostas subjetivas.

- Leitura e interpretação de pequenos textos à vista de uma gravura.

- Estruturar e interpretar uma texto à vista de uma gravura.

Page 73: Projeto político pedagógico 2012

74

Oficina de letramento (informação e cultura)

A linguagem entendida de forma mais ampla, é o instrumento de comunicação entre os

homens. Assim ela contempla toda a produção cultural de comunicação humana: a linguagem

oral, escrita e no caso do surdo a gestual que é a língua de sinais.

Segundo ZORZI, a aquisição da linguagem verbal não é um fato que se dá

isoladamente no desenvolvimento infantil. Seu aparecimento faz parte de uma série de

transformações no comportamento da criança pequena, marcadas pelo aparecimento de

condutas simbólicas e de transformações correlatas na forma de compreender e interagir com

o mundo.

A partir dessas premissas a oficina de letramento será o espaço de estimulação dessas

habilidades que são necessárias para o desenvolvimento cognitivo do indivíduo. O surdo

necessita utilizar tanto a língua de sinais como a escrita para obter as informações, uma vez

que o campo auditivo está bloqueado, pois as informações orais não são possíveis de

absorver, por isso a importância da escrita e da língua de sinais.

“Letramento é, sobretudo, um mapa do coração do homem, um mapa de quem você é,

e de tudo que pode ser.” A oficina de Letramento , será um espaço que oportunizará a

reflexão, interpretação, a leitura e compreensão de textos, a leitura de mundo, exercendo sua

função social, sempre respeitando as diferenças culturais oportunizando o desenvolvimento

individual bem como a construção de sua autonomia, sendo importante trabalhar temas

relacionados com o dia-a-dia do aluno , bem como acontecimentos atuais, para que possa ter

as informações e reflexões.

Objetivos

- Identificar os símbolos impressos

- Relacionar palavra com sinal

- Decodificar os símbolos impressos

- Significar as palavras

- Analisar com criticidade

- Interpretar pequenos textos

- Produção de frases, parágrafos e pequenos textos

- Palestrar sobre temas atuais

Page 74: Projeto político pedagógico 2012

75

Oficina de acompanhamento pedagógico

Justificativa

Visando garantir propostas pedagógicas que atendam às necessidades e dificuldades

dos alunos surdos, o acesso, a permanência e o sucesso escolar, a oficina de

Acompanhamento Pedagógico tem como finalidade proporcionar aos alunos recursos e

atendimento especializado que favoreçam seu desempenho cognitivo, afetivo, social e sua

inclusão no processo ensino-aprendizagem.

Para que ocorra o processo de aprendizagem e absorção dos conteúdos do ensino

regular, é necessário que promova um contexto, o ato de aprender a ler e escrever apenas não

é suficiente, deixando de lado a leitura de mundo, pois, assim como fundamenta Ferreiro

(1998) e Freire (1996), é por meio desta leitura de mundo que a criança poderá se formar um

cidadão crítico.

Objetivos

- Propor atividades de complementação ou de suplementação curricular específica;

- Preparar material específico para o uso dos educandos na sala comum e na sala do

atendimento educacional especializado.

- Fortalecer a autonomia do educando a fim de levá-los a ter condições de fazer(

pesquisa, trabalho), opinar, escolher e tomar iniciativas, a partir de suas necessidades e

motivações;

- Propiciar a interação em ambientes sociais, valorizando as diferenças e a não

discriminação;

- Preparar materiais e atividades específicas para o desenvolvimento da aprendizagem ;

- Promover a inserção dos recursos tecnológicos de informação e de comunicação para

melhor atendimento;

- Propiciar aos alunos melhores condições de aprendizagem.

- Facilitar a participação do surdo nas escolas de ensino regular, em casa e na sociedade.

- Garantir condições de aprendizagem ao aluno surdo, através de intervenção

pedagógica e medidas extras que atendam as necessidades individuais.

- Resgatar sua autoestima estimulando sua participação ativa no processo de

aprendizagem, conduzindo assim à aquisição de segurança para atuar em seu grupo

familiar e social.

Page 75: Projeto político pedagógico 2012

76

- Propiciar o domínio da técnica para ter acesso às informações através da leitura e/ou

para aplicar aos conteúdos constantes do ensino regular

7.3.1.3- Atendimento Educacional Especializado para Educandos com Déficit

Intelectual:

Histórico e Nova Demanda

A iniciativa de implantação de salas de recursos multifuncionais nas escolas pelo MEC

responde aos objetivos de uma prática educacional inclusiva que organiza serviços para o

atendimento educacional especializado, disponibiliza recursos e promove atividades para

desenvolver o potencial de todos os educandos, a sua participação e a aprendizagem. Essa

ação possibilita o apoio aos educadores da sala de aula.

Em 2007 iniciou-se a organização dos materiais disponibilizados pelo MEC em salas

de recursos multifuncionais, sendo que sua efetivação ocorreu de fato em fevereiro de 2011

por meio de tecnologias assistivas como oficinas de Letramento I (linguagem oral),

Letramento II (linguagem escrita) e Psicomotricidade.

O atendimento é oferecido de segunda a quinta-feira, no contra turno da escola,

organizado em pequenos grupos de seis educandos. Os alunos matriculados no turno

matutino serão atendidos nos horários de 07:00 h às 09:00h ou 09:00 h às 11:00 h e os

matriculados no turno vespertino serão atendidos nos horários de 13:00 h às 15:00 h ou

15:00h às 17:00h.

O Atendimento Educacional Especializado para pessoas com déficit intelectual atende

atualmente a um total de 40 educandos da própria escola em horários inversos à sua

escolarização, sendo que entre eles, alguns apresentam deficiências múltiplas.

Objetivo:

Apoiar os sistemas de ensino na oferta de atendimento educacional especializado a fim

de complementar ou suplementar o processo de escolarização, conforme previsto no inciso V

do artigo 8º da Resolução CNE/CEB nº 2/2001.

Page 76: Projeto político pedagógico 2012

77

Oficina de letramento I (linguagem oral)

Justificativa

A linguagem entendida de forma mais ampla, é o instrumento de comunicação entre

os homens. Assim ela contempla toda a produção cultural de comunicação humana: a

linguagem oral, escrita dentre outras. Segundo ZORZI, a aquisição da linguagem verbal não é

um fato que se dá isoladamente no desenvolvimento infantil. Seu aparecimento faz parte de

uma série de transformações no comportamento da criança pequena, marcadas pelo

aparecimento de condutas simbólicas e de transformações correlatas na forma de compreender

e interagir com o mundo.

A partir dessas premissas a oficina de linguagem oral será o espaço de estimulação

dessas habilidades que são necessárias para o desenvolvimento cognitivo do indivíduo.

Objetivos

- Estimular a articulação correta dos fonemas, ampliando seu léxico e suas competências

lingüísticas;

- Intensificar e sistematizar a estruturação do pensamento/idéias;

- Estimular o educando a ouvir e fazer-se ouvir com coerência e coesão sem fugir do

assunto tratado, formulando e respondendo a perguntas e manifestando suas opiniões,

respeitando as demais;

- Favorecer subsídios a fim de que o educando narre fatos, faça descrições de cenários e

objetos, respeitando a temporalidade, registrando as relações causa e efeito;

- oportunizar relatos de experiência, sentimentos, idéias e opiniões de forma clara e

ordenada.

Oficina de letramento II ( linguagem escrita)

Justificativa

“Letramento é, sobretudo, um mapa do coração do homem, um mapa de quem você é,

e de tudo que pode ser.” A oficina de Letramento II, será um espaço que oportunizará a

reflexão, interpretação, a leitura e compreensão de textos, a leitura de mundo, exercendo sua

função social, sempre respeitando as diferenças culturais oportunizando o desenvolvimento

individual bem como a construção de sua autonomia.

Page 77: Projeto político pedagógico 2012

78

Objetivos

Leitura

- Identificar os símbolos impressos

- Relacionar grafema-fonema

- Decodificar os símbolos impressos

- Significar as palavras

- Analisar com criticidade

Escrita

- Discriminar visualmente os símbolos

- Discriminar os sons dos grafemas

- Fomentar as ideias iniciais pra produção de texto

- Registras ideias na forma padrão culta.

- Identificar e trabalhar as categorias de erro ortográfico.

Oficina de psicomotricidade

Justificativa

O papel da psicomotricidade na educação infantil, tem crescido dia-a-dia e é grande a

contribuição que ela pode prestar aos educadores desta fase da escolaridade. As oportunidades

que as crianças têm de realizar movimentos básicos, descobrir e explorar o seu corpo,

dominando-o em relação ao tempo e ao espaço, aos objetos e às outras pessoas, têm sido

valorizados pelos trabalhos desenvolvidos em Educação Física.

Segundo Guiselini (1982) citado por Ferreira (1995:218):

“o programa de Educação Física na Educação Infantil se caracteriza pela

continuidade de experiências de movimentos que são destinados a ajudar a criança a

adquirir habilidades motoras e conceitos que irão aumentar a sua capacidade de agir

de forma alegre e efetiva em todas as suas experiências de vida, quer seja social,

mental ou física”.

Um bom programa de atividades de Educação Física deve, pois permitir à criança

descobrir, explorar e resolver seus problemas motores, além de inventar suas próprias

experiências de movimento.

Page 78: Projeto político pedagógico 2012

79

É através dessas experiências que a criança adquire capacidade de dominar o corpo

como um todo. Para tanto é importante que ela se conscientize de que seu corpo é capaz de

fazer e de como ela pode manejá-lo em várias situações.

Segundo Ferreira e Caldas (1995) é através da capacidade perceptivomotora que se

pode exercer um controle sobre o corpo. Para isso, é preciso dar atenção ao equilíbrio, a

coordenação visomotora, a lateralidade, ao conhecimento do esquema corporal, a consciência

de tempo e espaço.

Os autores enfatizam que é através do corpo que a criança recebe as primeiras

informações temporais internas: ritmo cardíaco, ritmo respiratório, ritmo da fala e movimento

de marcha. Do ambiente, ela recebe informações que fornecem consciência de tempo externo:

horários de rotina (hora de dormir, hora de comer, de acordar, de almoçar, de brincar, de ir à

escola, da seqüência dos dias e das noites, etc. A estrutura espaço-temporal são importantes

para o aprendizado da leitura e da escrita, pois favorecem a percepção da seqüência das letras

nas palavras e a direção correta para traçá-las.

A educação da mão, em função da escrita, está intimamente ligada à educação

dinâmica geral, bem como a educação viso-motora. A coordenação viso-motora resulta do

acordo entre os domínios sensorial e motor. A boa realização de quase todas as ações depende

dessa área bem desenvolvida.

Coordenação motora fina envolve partes menores do corpo: ombro, antebraço, pulso e

dedos. Segundo Le Boulch (1993) apud Ferreira (1995) podese então trabalhar procurando um

bom relaxamento dos braços, mãos, dedos independência do ombro, braço, mão, exercícios

rítmicos.

Segundo Mosston (1972) apud Magill (1984), o papel do professor no ambiente de

instrução é intensamente orientado para a responsabilidade como um planejador de instrução.

É de sua responsabilidade determinar o que será ensinado como será ensinado e quais serão as

condições de prática.

Por acreditar que a psicomotricidade contribui e capacita melhor a criança para uma

melhor assimilação das aprendizagens escolares, um bom desenvolvimento da educação

psicomotora vai proporcionar a criança um aumento do seu repertório motor para atingir

outras aquisições mais elaboradas, como as intelectuais.

Page 79: Projeto político pedagógico 2012

80

7.3.1.4 – Educação de Jovens e Adultos – EJA

A educação de jovens e adultos destina-se aos que não tiveram, na idade própria,

acesso ao ensino fundamental e médio ou continuidade de estudos nesses níveis de ensino.

Paulo Freire afirma que “Só existe saber na invenção, na reivindicação, na busca

inquieta, impaciente, permanente, que os homens fazem no mundo, com o mundo e com os

outros... Fora da busca da práxis os homens não podem ser...”

Hoje a Educação de Jovens e Adultos representa uma promessa de efetivar um

caminho de desenvolvimento de todas as pessoas, de todas as idades. Nela, adolescentes,

jovens, adultos e idosos podem utilizar conhecimentos, mostrar suas habilidades, trocar

experiências e ter acesso a novas regiões do trabalho e da cultura. A EJA é uma promessa de

qualificação de vida para todos, inclusive para idosos, que muito tem para ensinar às novas

gerações.

A EJA é uma modalidade da Educação Básica, nas suas etapas fundamental e média.

O termo modalidade é diminutivo latino de modus (modo, maneira) e expressa uma medida

dentro de uma forma própria de ser. Ela tem, assim, um perfil próprio, uma feição especial

diante de um processo considerado como medida de referência. Trata-se, pois, de um modo de

existir com características próprias.

Objetivos

Os objetivos da EJA em nossa escola, assim como em toda a Rede Municipal de

Educação, são:

- Proporcionar o acesso, a permanência e o sucesso dos educandos jovens e adultos na

escola;

- Garantir o direito à educação de Ensino Fundamental, através de uma proposta

educacional apropriada a estas temporalidades, num processo permanente de

humanização e transformação social.

Page 80: Projeto político pedagógico 2012

81

Aspectos Legais

O art. 208 da Constituição Federal de 1998 assegura o direito universal ao Ensino

Fundamental, na medida em que amplia a garantia aos que a ele não tiveram acesso na idade

própria.

Esse princípio é posteriormente reafirmado no art. 2º da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação – LDB. Lei nº 9394/96 – e abrange o educando sem qualquer limitação de idade. O

capítulo II da LDB – Da Educação Básica – traz na Seção V, intitulada: “Da Educação de

Jovens e Adultos”, incorporando a mesma como modalidade da Educação Básica, detentora

de características próprias. O parecer 11/2000 e a resolução 01/2000 do Conselho Nacional de

Educação estabelecem as Diretrizes curriculares para a EJA.

Segundo o Capítulo IV da Educação de Jovens e Adultos, esta destina-se àqueles que

desejam iniciar/retornar os estudos. Terá identidade própria e considerarão as situações, os

perfis dos estudantes, as faixas etárias e se pautará pelos princípios da equidade, diferença e

proporcionalidade na apropriação e contextualização das Diretrizes Curriculares Nacionais,

nas Diretrizes Curriculares Municipais e na proposição de um modelo pedagógico próprio

expresso no Projeto Político Pedagógico.

Conforme portaria SME 28/2007 de 23 de maio de 2007, foi autorizado o

funcionamento da modalidade de atendimento, Educação de Jovens e Adultos na Escola

Municipal Altina Olívia Gonçalves, retroagindo seus efeitos a 2 de fevereiro de 2007.

Os estabelecimentos de ensino são regidos:

I- pela legislação de ensino vigente e aplicável;

II- pelo regimento escolar;

III- por atos normativos emanados do Conselho Municipal de Educação e/ou

Secretaria Municipal de Educação, que compõe o Sistema Municipal de Ensino;

IV- por normas internas.

Funcionamento da EJA

A EJA na Escola Municipal Altina Olívia Gonçalves funciona no turno noturno, das

18:00 h às 22:15 h. Como o público desta modalidade de ensino é composto em sua maioria

por adultos ou jovens em idade apta para o mercado de trabalho, esse horário possibilita

atender àqueles alunos que possuem alguma ocupação durante o dia. Os alunos que trabalham

no regime de revezamento de turno ou precisam chegar mais tarde na escola em função de

horário de trabalho, possuem uma permissão de entrada específica.

Page 81: Projeto político pedagógico 2012

82

Plantão Pedagógico

No horário de 18:00h às 19:00h funciona o plantão pedagógico, momento em que os

professores atendem os alunos de forma mais individualizada. Os alunos podem vir até à

escola neste horário para estudos suplementares, para tirar suas dúvidas, para fazer atividades

ou trabalhos que tenham perdido durante as aulas regulares, entre outras atividades.

Atualmente, os plantões pedagógicos oferecidos atendem às disciplinas de Português e

Matemática do Segundo Segmento, além de todo o Primeiro Segmento.

Seminários da EJA

Além de todos os seminários, fóruns e encontros que acontecem durante o ano na rede

de ensino do município de Ipatinga, a escola promove seminários internos direcionados ao

público específico da EJA. Temas como a inclusão social, drogas, sexualidade e outros, são

tratados por profissionais da escola ou convidados de outros segmentos da sociedade.

No ano de 2011 aconteceu o I Seminário de Inclusão na EJA da escola, evento que

contou com a participação de profissionais de diversas áreas. Neste seminário foram

apresentados também o perfil dos educandos da EJA, reivindicações de melhorias na escola

propostas pelos alunos, sendo produzido um documento com as principais propostas e metas

de trabalho para a EJA.

Inclusão Digital na EJA

Também na EJA são oferecidas aulas de inclusão digital. A Escola conta com dois

laboratórios de informática, sendo um deles adaptado com as chamadas “mesas pedagógicas”.

Este laboratório é usado preferencialmente pelas turmas de alfabetização do Primeiro

Segmento, por contar com recursos áudio-visuais diversos e jogos pedagógicos. O outro

laboratório conta com computadores mais modernos, todos com acesso à Internet e é usado

preferencialmente para o atendimento do segundo segmento. O professor/monitor do

laboratório trabalha em conjunto com o professor regente da turma, oferecendo ferramentas

como pesquisa, jogos educativos e/ou pedagógicos, digitação de trabalhos escolares, entre

outras possibilidades.

Page 82: Projeto político pedagógico 2012

83

Intérpretes de surdos e cegos.

Na EJA, assim como no Ensino Regular, existem intérpretes e monitores em todas as

turmas que possuem alunos surdos ou cegos.

Os monitores são profissionais especializados que acompanham os alunos cegos ou de

baixa visão, auxiliando-os durante as aulas ou mesmo em outros ambientes de aprendizagem e

convivência da escola.

Currículo da EJA

O currículo da EJA é elaborado pela Acessoria Pedagógica da rede municipal de

ensino em conjunto com os professores da mesma, sendo norteado pela LDB e pelos PCN´s, e

adaptado para a faixa etária e especificidades desta modalidade de ensino.

A escola Altina realiza ainda um trabalho diferenciado de adaptação dos currículos

para atender públicos-alvo diferenciados, uma vez que é uma escola inclusiva e referência na

rede municipal por atender um considerável volume de alunos com baixa-visão, cegos, surdos

entre outras necessidades especiais. Sendo assim, é discutido entre os coordenadores

pedagógicos e professores a elaboração de estratégias diferenciadas e a adaptação de materiais

didáticos para atender a esta demanda de alunos.

A partir do ano de 2011 o Governo Federal passou a enviar para as escolas públicas

um livro didático específico para a EJA.

A EJA será presencial e organizada em dois segmentos:

- O primeiro segmento em três fases, com duração de três anos;

- O segundo segmento com quatro períodos, sendo o primeiro período com duração de

um ano e os demais com duração de seis meses cada um.

Primeiro Segmento

O primeiro segmento é organizado em quatro períodos com duração de um ano cada,

correspondentes aos quatro anos iniciais do ensino fundamental regular. Cada período é

dividido em quatro bimestres, sendo distribuídos 25 pontos por bimestre, totalizando 100

pontos. O aluno deve atingir o mínimo de 50 pontos para aprovação, além de frequência

superior a 75 por cento nas aulas. Nesta fase acontece a alfabetização

Page 83: Projeto político pedagógico 2012

84

Segundo Segmento

O segundo segmento é organizado em quatro períodos, correspondentes aos quatro

anos finais do ensino fundamental regular, a saber:

- 1P2S – equivalente ao 6º ano do ensino regular;

- 2P2S – equivalente ao 7º ano do ensino regular;

- 3P2S – equivalente ao 8º ano do ensino regular;

- 4P2S – equivalente ao 9º ano do ensino regular;

Observação: as siglas 1P2S, 2P2S, 3P2S e 4P2S, significam “1º Período do 2º segmento”, “2º

Período do 2º Segmento” e assim por diante.

O segundo, o terceiro e o quarto período têm duração de seis meses cada, organizados

em dois bimestres. São distribuídos 50 pontos por bimestre, totalizando 100 pontos. O aluno

deve atingir o mínimo de 50 pontos para aprovação, além de frequência superior a 75 por

cento nas aulas.

O aluno da EJA tem direito a fazer o chamado “provão”, caso tenha atingido o total de

pontos para ser aprovado em todas as disciplinas, mas tenha frequência inferior a 75 por cento

nas aulas. Trata-se de uma prova composta por todos os conteúdos, por meio da qual o aluno

deve apresentar o mínimo de 50 por cento de rendimento em cada disciplina para aprovação.

7.3.1.5- Programa de Atendimento Especializado para Jovens e Adultos (PRAEJA)

Introdução

O Programa de Atendimento Especializado para Jovens e Adultos, com o apoio de

uma equipe multidisciplinar, visa contribuir para a melhoria da qualidade do ensino e,

consequentemente, no avanço de desempenho de alunos com necessidades educacionais

especiais.

Objetivo Geral

Estimular a aprendizagem através de intervenções psicológicas, do serviço social, da

psicopedagogia, e de situações concretas envolvendo objetos e o próprio corpo do educando

em atividades motoras capazes de ajudá-lo no processo de alfabetização.

Objetivos Específicos

- Intervir diretamente no processo de aprendizagem;

Page 84: Projeto político pedagógico 2012

85

- Proporcionar ao educando condições para desenvolver a aprendizagem;

- Oferecer ao educando, através de atividades de expressão corporal prazerosa, a

percepção de seu corpo, favorecendo a convivência em grupo e possibilitando uma

aprendizagem significativa interagindo o cognitivo, afetivo e social;

- Propiciar atendimento psicológico e social aos educandos que apresentam

vulnerabilidade social;

- Desenvolver o ritmo, a lateralidade, a noção espaço-temporal, o equilíbrio, o esquema

corporal e a coordenação motora fina;

- Motivar o educando a expressar sentimentos, criatividade e habilidades no sentido de

exercitar o uso do intelecto, o contato consigo mesmo e com o mundo;

- Oferecer ao educando condições para desenvolver tanto a aprendizagem quanto a

imaginação, a autoestima, a construção da autonomia e a consciência do seu potencial;

- Investigar continuamente o processo de aprendizagem do educando ao que se refere às

hipóteses de construção da leitura e da escrita;

- Intervir diretamente no processo de construção da leitura e da escrita para que a

aprendizagem aconteça significativamente.

Diretrizes para o Atendimento do PRAEJA

Diagnósticos

1. Inicial – Deverá ser realizado pelo professor regente que, através do mesmo, indicará

os educandos que deverão ser avaliados pela equipe do PRAEJA.

2. De acompanhamento:

a. Semestral – Deverá ser realizado nos meses de fevereiro, julho e dezembro,

Professor de Educação Física e o psicopedagogo.

b. Final – Deverá ser realizado pelo professor regente, psicopedagogo e pelo

professor de Educação Física.

Anamnese

Deverá ser realizada de modo individualizado pelo psicopedagogo e posteriormente

compartilhado com a equipe de educadores do educando (professor regente e professor de

Educação Física).

Page 85: Projeto político pedagógico 2012

86

Teste psicomotor

1. Inicial – Caberá ao professor de Ed. Física aplicar um teste psicomotor nos

educandos indicados pelo 1º diagnóstico do educador regente e compartilhar com a

equipe de educadores do educando.

2. Final – O professor de Educação Física aplicará um teste psicomotor final nos

educandos atendidos no decorrer do ano.

Instrumentos de registro

- Cada educando deverá ter um caderno de registro com o atendimento

psicopedagógico.

- Os educadores regentes e os psicopedagogos deverão manter os cadernos dos

educandos sempre atualizados e a disposição de todos que acompanham o

processo de desenvolvimento educacional dos mesmos (educadores, equipe

diretiva e assessoria da EJA).

Materiais Pedagógicos

Todo material impresso a ser trabalhado com os educandos da Alfabetização I e II do 1º

segmento deverá ser com letra compatível a necessidade do educando: maiúscula, e tamanho

acima de 20 do computador.

Obs.: (Deverá ser apresentadas aos educandos outras formas de letra: minúscula, cursiva e

impressa).

Conteúdos

Os conteúdos conceituais, atitudinais e procedimentais deverão atender às necessidades

educacionais previstas no perfil da turma e integrados entre todos os educadores, visando o

desenvolvimento dos educandos.

Estrutura de Funcionamento

O PRAEJA se organizará de forma a estimular o educando com necessidades

educacionais especiais a pensar de forma integrada, desenvolvendo em torno da

aprendizagem, a imaginação, a autoestima, a construção da autonomia e a consciência do seu

potencial.

Page 86: Projeto político pedagógico 2012

87

A equipe multidisciplinar será constituída por um psicopedagogo, um assistente social,

um psicólogo e um professor de Educação Física.

Profissional Carga Horária

Psicopedagogo 20 horas semanais

Professor de Educação Física 10 horas semanais

Psicólogo 20 horas semanais, 10 horas para cada

escola

Assistente Social 20 horas semanais, 10 horas para cada

escola

Quadro 3- Equipe multidisciplinar do PRAEJA

Page 87: Projeto político pedagógico 2012

88

8 – GESTÃO DEMOCRÁTICA

A Direção da escola, além de ser uma das funções do processo organizacional, é um

imperativo social e pedagógico. O significado do termo Direção, no contexto escolar, difere

de outros processos direcionais, especialmente os empresariais. Ele vai além da mobilização

das pessoas para a realização eficaz das atividades, pois implica intencionalidade, definição

de um rumo educativo, tomada de posição diante dos objetivos escolares sociais e políticos,

em uma sociedade concreta. A escola, ao cumprir sua função social de mediação, influi

significativamente na formação da personalidade da pessoa humana. Por essa razão, são

imprescindíveis os objetivos políticos e pedagógicos.

Essa peculiaridade das instituições escolares decorre do caráter de intencionalidade

presente nas ações educativas. Intencionalidade significa a resolução de fazer algo, de dirigir

o comportamento para aquilo que tem significado para nós. Ela projeta-se nos objetivos que,

por sua vez, orientam a atividade humana, dando o rumo, a direção da ação. Na escola, leva-

se a equipe escolar à busca deliberada, consciente, planejada, de integração e unidade de

objetivos e ações, além de consenso sobre normas e atitudes comuns. O caráter pedagógico da

ação educativa consiste precisamente na formulação de objetivos sociopolíticos e educativos e

na criação de formas de viabilização organizativa e metodológica da educação (tais como a

seleção e a organização dos conteúdos e métodos, a organização do ensino, a organização do

trabalho escolar), tendo em vista dar uma Direção consciente e planejada ao processo

educacional. O processo educativo, portanto, por sua natureza, inclui o conceito de Direção.

Sua adequada estruturação e seu ótimo funcionamento constituem fatores essenciais para

atingir eficazmente os objetivos de formação. Ou seja, o trabalho escolar implica uma direção.

Com base nesse princípio mais geral, há que se destacar o papel significativo do

diretor da escola na gestão da organização do trabalho escolar. A participação, o diálogo, a

discussão coletiva, a autonomia, são práticas indispensáveis da gestão democrática, mas o

exercício da democracia não significa ausência de responsabilidades. Uma vez tomadas as

decisões coletivamente, participativamente, é preciso pô-las em prática. Para isso a escola

deve estar bem coordenada e administrada.

Não se quer dizer com isso que o sucesso da escola reside unicamente na pessoa do

diretor ou em uma estrutura administrativa autocrática, na qual ele centraliza todas as

Page 88: Projeto político pedagógico 2012

89

decisões. Ao contrário, trata-se de entender o papel do diretor, como o de um líder

cooperativo, o de alguém que consegue aglutinar as aspirações, os desejos, às expectativas da

comunidade escolar e articula a adesão e a participação de todos os segmentos da escola na

gestão em um projeto comum. O diretor não pode ater-se apenas às questões administrativas.

Como dirigente, cabe-lhe ter uma visão de conjunto e uma atuação que apreenda a escola em

seus aspectos pedagógicos, administrativos, financeiros e culturais.

8.1 – Princípios: características da gestão democrático-participativa

A escola é uma instituição social que apresenta unidade em seus objetivos

(Sociopolíticos e Pedagógicos) e a interdependência entre a necessária racionalidade no uso

dos recursos (materiais e conceituais) e a coordenação do esforço humano coletivo. Qualquer

modificação em sua estrutura ou nas funções do processo organizacional se projeta como

influência benéfica ou prejudicial nos demais. Por ser um trabalho complexo, a organização e

a gestão escolar requerem o conhecimento e a adoção de alguns princípios básicos, cuja

aplicação deve se subordinar às condições concretas de cada escola.

São propostos os seguintes princípios de concepção de gestão democrático-

participativa: autonomia da escola e da comunidade educativa; relação orgânica entre Direção

e a participação dos membros da equipe escolar; envolvimento da comunidade no processo

escolar; planejamento de atividades; formação continuada para o desenvolvimento pessoal e

profissional dos integrantes da comunidade escolar; utilização de informações concretas e

análise de cada problema em seus múltiplos aspectos, com ampla democratização das

informações; avaliação compartilhada; relações humanas produtivas e criativas, assentadas

em uma busca de objetivos comuns.

8.2 – Autonomia da escola e da comunidade educativa

A autonomia é o fundamento da concepção democrática participativa de gestão

escolar, razão de ser do projeto pedagógico. É definida como a faculdade das pessoas de se

autogovernarem, de decidirem sobre o próprio destino. Instituição autônoma é a que tem

poder de decisão sobre seus objetivos e sobre suas formas de organização, que se mantém

relativamente independente do poder central e administra livremente recursos financeiros.

Assim, as escolas podem traçar seu próprio caminho, envolvendo educadores, educandos,

Page 89: Projeto político pedagógico 2012

90

funcionários, pais e comunidade próxima, que se tornam co-responsáveis pelo êxito da

instituição. Dessa forma, a organização escolar transforma-se em instância educadora, espaço

de trabalho coletivo e de aprendizagem.

Certamente, trata-se de autonomia relativa. As escolas públicas não são organismos

isolados, mas integram um sistema escolar e dependem das políticas e da gestão públicas. Os

recursos que asseguram os salários, as condições de trabalho e a formação continuada não são

originados na própria instituição. Portanto, o controle local e comunitário não podem

prescindir das responsabilidades e da atuação dos órgãos centrais e intermediários do sistema

escolar. Isso significa que a Direção de uma escola deve ser exercida tendo em conta, de um

lado, o planejamento, a organização, a orientação do controle de suas atividades internas,

conforme suas características particulares e sua realidade, e, de outro, a adequação e a

aplicação criadora das diretrizes gerais que recebe dos níveis superiores da administração do

ensino. Essa articulação nem sempre se dá sem problemas. O sistema de ensino pode estar

desprovido de uma política global, estar mal organizado e mal administrado. As autoridades

podem atribuir autonomia às escolas para, com isso, desobrigar o poder público de suas

responsabilidades. Se, por sua vez, as instituições escolares se organizam segundo critérios e

diretrizes restritas aos limites estreitos de cada uma, perdem de vista diretrizes gerais do

sistema e sua articulação com a sociedade. Ou ainda, subordinando-se às diretrizes dos órgãos

superiores, pode acontecer que as escolas as apliquem mecanicamente, sem levar em conta as

condições reais de seu funcionamento. Por isso mesmo, a autonomia deve ser gerida,

implicando co-responsabilidade consciente, partilhada e solidária de todos os membros da

equipe escolar, de modo que alcancem, eficazmente, os resultados de sua atividade, isto é, a

formação cultural e científica dos alunos e o desenvolvimento neles de potencialidades

cognitivas e operativas.

8.3 – Relação orgânica entre a Direção e a participação dos membros da equipe escolar

Este princípio conjuga o exercício responsável e compartilhado da Direção, a forma

participativa da gestão e a responsabilidade individual de cada membro da equipe escolar. Sob

supervisão e responsabilidade do Diretor, a equipe escolar formula o plano ou projeto

pedagógico, toma decisões por meio da discussão com a comunidade escolar mais ampla,

aprova um documento orientador.

Page 90: Projeto político pedagógico 2012

91

Em seguida entram em ação as funções, os procedimentos do processo organizacional,

em que o Diretor coordena, mobiliza, motiva, lidera, delega aos membros da equipe escolar,

conforme suas atribuições específicas, as responsabilidades decorrentes das decisões,

acompanha o desenvolvimento das ações, presta contas e submete à avaliação da equipe o

desenvolvimento das decisões tomadas coletivamente.

Nesse princípio está presente a exigência da participação de educadores, pais,

educandos, funcionários e outros representantes da comunidade, bem como a forma de

viabilização dessa participação: a interação comunicativa, a busca do consenso em pautas

básicas, o diálogo intersubjetivo.

Por outro lado, a participação implica os processos de gestão, os modos de fazer, a

coordenação e a cobrança dos trabalhos e, decididamente, o cumprimento de

responsabilidades compartilhadas, conforme uma mínima divisão de tarefas e um alto grau de

profissionalismo de todos. Portanto, a organização escolar democrática implica não só a

participação na gestão, mas a gestão da participação.

A gestão democrática não pode ficar restrita ao discurso da participação e suas formas

externas – as eleições, as assembléias e reuniões. Ela está a serviço dos objetivos do ensino,

especialmente da qualidade cognitiva dos processos de ensino-aprendizagem. Além disso, a

adoção de práticas participativas não está livre de servir à manipulação das pessoas, as quais

podem ser induzidas a pensar que estão participando. De fato, frequentemente, são

manipuladas por movimentos, partidos e lideranças políticas, em defesa dos próprios

interesses. A participação não pode servir para respaldar decisões previamente definidas, mas

deve ser forma de levar a equipe escolar a soluções inovadoras e criativas.

8.4 – Envolvimento da comunidade no processo escolar

O princípio da autonomia requer vínculos mais estreitos com a comunidade educativa,

constituída basicamente pelos pais, entidades e pelas organizações paralelas à escola. A

presença da comunidade na escola, especialmente dos pais, tem várias implicações.

Prioritariamente, eles e os outros representantes participam do conselho da escola, da

Associação de Pais e Mestres (ou organizações correlatas), para preparar o projeto

pedagógico, acompanhar e avaliar a qualidade dos serviços prestados. Adicionalmente,

usufruem da vivência das práticas democráticas de gestão, desenvolvendo atitudes e

habilidades para participarem de outras instâncias decisórias no âmbito da sociedade civil

Page 91: Projeto político pedagógico 2012

92

(organizações de bairros, movimentos de mulheres, de minorias étnicas e culturais,

movimentos de educação ambiental e outros) e contribuindo para o aumento da capacidade de

fiscalização da sociedade civil sobre a execução da política educacional. Além disso, a

participação das comunidades escolares em processos decisórios dá respaldo a governos

estaduais e municipais para encaminhar ao Poder Legislativo projetos de lei que atendam

melhor às necessidades educacionais da população. O princípio da autonomia requer vínculos

mais estreitos com a comunidade educativa, constituída basicamente pelos pais, entidades e

pelas organizações paralelas à escola.

Page 92: Projeto político pedagógico 2012

93

9 –CONSTRUÇÃO DE UMA COMUNIDADE DEMOCRÁTICA DE

APRENDIZAGEM

As mudanças na escola e nas motivações e disposições do grupo de profissionais, a

fim de instituir uma cultura organizacional, dependem de a instituição constituir um lugar de

aprendizagem ou uma comunidade de aprendizagem.

A expressão “comunidade de aprendizagem” está associada à ideia de participação

ativa de educadores, pedagogos e educandos – por meio de reuniões, de debates, de aulas, de

atividades extraclasse – nas decisões relacionadas com a vida da escola, com os conteúdos,

com os processos de ensino, com as atividades escolares de variadas naturezas, com a

avaliação. A comunidade deve ser o espaço público em que se discute o conhecimento, a

organização curricular, as relações sociais, os modos e os critérios de avaliação, as normas.

Esse caráter de diálogo e de compartilhamento de significado entre as pessoas da

comunidade escolar possibilita à escola, como um todo, adquirir experiência, acumular

recursos cognitivos e operacionais, construir competências coletivas. Ou seja, a instituição

torna-se uma organização aprendiz, um espaço de aprendizagem contínua, em que a

organização aprende com seus membros e vice versa.

Esse modo de organizar a escola possibilita maior envolvimento dos professores com

sua formação, uma vez que podem discutir questões de seu trabalho com base em

necessidades reais. Com isso, a cultura do individualismo cede à da colaboração, as relações

hierárquicas são substituídas pelo trabalho em equipe, a Coordenação Pedagógica torna-se

uma atividade negociada com base em situações concretas da sala de aula. Talvez o efeito

mais promissor da construção da comunidade de aprendizagem seja o de ajudar os professores

a atribuir sentido a seu trabalho, isto é, a incorporá-lo à sua subjetividade, a suas motivações

psicológicas, sociais e políticas.

A formação de uma comunidade de aprendizagem requer adoção de uma estrutura

organizacional e de processos de gestão que valorizem a participação, mas também o

desenvolvimento de competências de todos os membros da escola, tais como: capacidade de

comunicação e de expressão oral; facilidade de trabalhar em grupo; capacidade de

argumentação; formas de enfrentar problemas e situações difíceis. Particularmente, requer dos

dirigentes (Diretores e Coordenadores Pedagógicos) capacidade de liderar e de gerir práticas

Page 93: Projeto político pedagógico 2012

94

de cooperação em grandes grupos, de modo que se crie outra cultura organizacional, ou seja,

outra mentalidade de organização escolar.

Convém ressalvar que essas formas de trabalho coletivo sintetizadas na idéia de

comunidade de aprendizagem precisam estar conectadas com o trabalho da sala de aula. Para

pôr em prática uma comunidade de aprendizagem na sala de aula, professores devem

desenvolver as mesmas competências mencionadas acima, que se refletem na maneira de

organizar a sala, de se relacionar com o grupo de educandos, de ensinar, de avaliar, etc.

A comunidade de aprendizagem pode ser um ponto de partida para que as escolas e

seus profissionais se mobilizem para a superação de comportamentos muito comuns no

ambiente escolar: o isolamento, o individualismo, a resistência a mudanças, o conformismo, a

indiferença, o imobilismo.

9.1 – Promoção de ações de desenvolvimento profissional

Ações de desenvolvimento profissional são as que se destinam à formação continuada

do pessoal da escola, envolvendo os educadores e os funcionários administrativos. A

formação continuada refere-se a:

- Ações de formação durante a jornada de trabalho – ajuda a educadores iniciantes,

participação no projeto pedagógico da escola, reuniões de trabalho para discutir a

prática com colegas, pesquisas, minicursos de atualização, estudos de caso, conselhos

de classe, programas de educação à distância, etc.

- Ações de formação fora da jornada de trabalho – cursos, encontros e palestras

promovidas pelas secretarias de educação ou por uma rede de escolas.

A formação continuada é a garantia do desenvolvimento profissional permanente. Ela se

faz por meio do estudo, reflexão, da discussão e da confrontação das experiências dos

educadores. É responsabilidade da instituição, mas também do próprio educador. O

desenvolvimento pessoal requer que o professor tome para si a responsabilidade com a

própria formação, no contexto da instituição escolar.

Page 94: Projeto político pedagógico 2012

95

9.2 – Envolvimento dos educandos em processo de solução de problemas e tomada de

decisões

Os educandos também têm uma presença significativa na comunidade de

aprendizagem. Segundo Pérez Gomes (2000), toda aprendizagem relevante é um processo de

diálogo com a realidade expressa na cultura, aceitando e questionando, recusando e

assumindo. Esse diálogo criador requer uma comunidade de aprendizagem, em que os

estudantes estão ativamente envolvidos na elaboração e no desenvolvimento das decisões que

dizem respeito à sua vida na escola, vivenciando práticas de reflexão e de atuação, de debate e

de confronto de opiniões, com o respeito às diferenças individuais.

“Os alunos aprendem democracia vivendo e construindo sua comunidade democrática

de aprendizagem e de vida”, aprendendo a pensar e a atuar por meio dos conteúdos escolares

que lhes permitam transformar seu próprio pensamento e seus comportamentos (Pérez

Gomez, 2000, p.97).

As práticas de gestão incluem, pois, formas de participação dos alunos na vida da

escola. Há boas razões pedagógicas para essa participação, mas há também razões sociais e

culturais. Em decorrência das novas configurações da realidade social, econômica, política e

cultural, têm incidido nas escolas problemas como desemprego, a prostituição infantil, a

violência entre gangues, o tráfico de drogas, o uso de armas, a liberação sexual, a

desintegração familiar, etc. Tais fatos, além de outras implicações, repercutem no aumento de

problemas disciplinares, como comportamentos sociais inadequados, agressão verbal,

desrespeito e ameaças a educadores. Por outro lado, muitas escolas têm dificuldades para

enfrentar essas questões, em razão do despreparo dos professores para exercer autoridade ou

para lidar com dilemas morais, da existência de professores inexperientes ou com formação

pedagógica precária, da falta de integração dos educandos na vida escolar e nos processos de

decisão.

Essas novas realidades sugerem que alguns problemas incidentes nas escolas não se

resolvam apenas com boas interações, com mudanças curriculares ou com novas

metodologias. É preciso repensar práticas de gestão, novas formas de organização do trabalho

escolar, incluindo o envolvimento dos alunos na organização da escola, para que possam

exercer a democracia mediante a participação, a capacitação para tomar iniciativas, o

confronto e a discussão pública de pontos de vista, o posicionamento sobre questões

Page 95: Projeto político pedagógico 2012

96

relacionadas à vida escolar, de modo que vivenciem processos democráticos de tomadas de

decisões. Mais concretamente, podem ser pensadas algumas medidas, tais como:

- Promoção de encontros de orientação educacional grupal para conversação dirigida

sobre problemas típicos da juventude;

- Envolvimento dos educandos na discussão de normas disciplinares, incluindo formas

de prevenção de violência física e de agressões verbais, a fim de garantir um ambiente

democrático e solidário na escola e possibilitar a convivência grupal;

- Promoção de ações que fortaleçam os laços com as famílias e com a comunidade;

- Investimento em ações de capacitação dos professores para lidar com dilemas morais e

com o manejo de classe, diante das novas atitudes que os educandos exibem na escola;

- Execução do projeto “Equipe Diretiva Mirim”, prevista para o ano de 2012, e desta

forma incluir os educandos, de maneira mais significativa, no processo de gestão

democrática da escola (ver item “Projetos Institucionais” a descrição do projeto).

9.3 – Envolvimento dos Pais na Vida Escolar

O envolvimento dos pais na escola pode ocorrer de modo informal, no contato com os

educadores para acompanhamento do desempenho escolar dos filhos, e de modo mais formal,

na Associação de Pais e Mestres e no Conselho da escola.

No primeiro caso, espera-se que os educadores compartilhem sua responsabilidade

pedagógica com os pais. A comunicação entre esses dois grupos ocorre geralmente na reunião

de pais, cuja participação nas instâncias decisórias da escola constitui algo de suma

importância. Todavia, deve-se definir claramente tanto as formas dessas participação como as

de outras instituições e organizações da comunidade, uma vez que as responsabilidades e as

tarefas dos profissionais da escola (Direção, professores, funcionários) são distintas daquelas

das instituições da comunidade e dos pais. Não cabe a estes, por exemplo, interferir

diretamente nas atividades de sala de aula. As formas de participação da comunidade devem

estar subordinadas aos objetivos e às tarefas da escola, à observância de certas normas e

diretrizes próprias da instituição escolar.

Os pais de alunos participam diretamente do cotidiano da escola, seja no Conselho

Escolar, em projetos como “Informática para Comunidade” ou o Curso de Libras, e em

eventos da escola, como a já tradicional “Feijoada Premiada Atina”.

Page 96: Projeto político pedagógico 2012

97

9.4 – Fortalecimento de Formas de Comunicação e de Difusão de Informações

As escolas continuam dando pouca importância à transparência nas decisões e ao

aprimoramento das formas de comunicação com educadores, alunos e pais. Referimo-nos a

dois aspectos:

a) comunicação como qualidade e competência dos indivíduos, isto é, saber

comunicar-se com os outros e ouvi-los;

b) a comunicação como características dos processos de gestão, uma vez que as

pessoas precisam estar informadas das diretrizes do sistema de ensino, do que

acontece na escola, das normas e rotinas administrativas, etc.

No primeiro caso, trata-se de um investimento intencional para melhorar a rede de

relações da escola. Algumas mudanças nas relações são aceitas com maior facilidade, como a

eliminação do autoritarismo, das decisões arbitrárias, da falta de respeito com os outros, etc.

As propostas aqui apresentadas sobre participação democrática, sobre debate coletivo e

público, sobre comunidade de aprendizagem, sobre cultura organizacional são formas

concretas de produzir mudanças na mentalidade dos educadores e na comunicação.

A par da necessidade de comunicação de todos os membros da equipe , trata-se de

instaurarem práticas de gestão que sejam tornadas públicas e disponibilizar informações sobre

decisões administrativas, orçamentos, atas de reuniões, etc.

9.5 – Avaliação do Sistema Escolar e da Aprendizagem

As ações da escola no campo da avaliação educacional, voltadas para a formação

continuada no contexto de trabalho, são de três tipos: avaliação do sistema escolar, avaliação

da escola, avaliação da aprendizagem dos educandos.

O conceito de avaliação educacional atualmente abrange não apenas a aprendizagem

dos educandos na sala de aula, mas também o sistema educacional e as escolas. Na avaliação

dos sistemas de ensino, embora sejam igualmente aferidos os resultados obtidos pelos alunos

(geralmente mediante testes padronizados), o objetivo é realizar um diagnóstico mais amplo

do sistema escolar em âmbito nacional ou regional, a fim de reorientar a política educacional,

a gestão do sistema e das escolas e a pesquisa.

No Brasil, foram adotadas, desde o início dos anos 90 do século passado, várias

modalidades desse tipo de avaliação: o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica

Page 97: Projeto político pedagógico 2012

98

(SAEB), o Exame Nacional de Cursos- Provão (ENC). Alguns estados brasileiros também

adotam modalidades de avaliação do sistema escolar.

A avaliação do sistema escolar, por meio da avaliação externa e/ou interna das

instituições, desdobra-se em duas modalidades: a avaliação institucional (ou administrativa ou

organizacional) e a avaliação acadêmica ou científica, como as mencionadas. A avaliação

institucional é uma função primordial do sistema de organização e de gestão dos sistemas

escolares, podendo abranger também as escolas individualmente. Essa avaliação visa à

obtenção de dados quantitativos e qualitativos sobre os educandos, sobre os educadores, sobre

a estrutura organizacional, sobre os recursos físicos e materiais, sobre as práticas de gestão,

sobre a produtividade dos cursos e dos educadores, etc. Com o objetivo de emitir juízo de

valor e tomar decisões acerca do desenvolvimento da instituição. A avaliação acadêmica ou

científica visa à produção de informações sobre os resultados da aprendizagem escolar em

função do acompanhamento e da revisão das políticas educacionais, do sistema escolar e das

escolas, com a intenção de formular indicadores de qualidade dos resultados do ensino.

Entre a avaliação do sistema e a avaliação da escola, que abrange o projeto pedagógico

curricular, a organização escolar, os planos de ensino e o trabalho dos educadores.(o trecho

grifado apresenta uma lacuna, o sentido da sentença não está completo) O objetivo dessa

avaliação é aferir a qualidade de ensino e de aprendizagem dos educandos; para isso, busca-

se perceber a relação entre a qualidade da oferta dos serviços de ensino e os resultados do

rendimento escolar dos educandos. Nesse sentido, a avaliação escolar precisa considerar os

elementos determinantes da qualidade da oferta de serviços de ensino e do sucesso escolar dos

educandos, tais como: características dos educandos, rendimento escolar por classe,

composição do corpo docente (tempo de trabalho, idade, currículo profissional); condições de

trabalho e motivação dos educadores; recursos físicos e materiais, materiais didáticos e

informacionais. Tais dados já estão disponíveis na escola, é preciso organizá-los e analisá-los

como prática de avaliação diagnóstica. Mas isso não é suficiente. É preciso chegar até à sala

de aula para obter conhecimentos mais precisos sobre as relações entre educadores e

educandos, sobre a qualidade cognitiva das aprendizagens e sobre as práticas de avaliação.

Aspectos a serem avaliados no âmbito da organização escolar:

- Dados estatísticos sobre população escolar, reprovações, abandono da escola, situação

socioeconômica dos pais, etc.;

- Elaboração e desenvolvimento do projeto pedagógico-curricular;

Page 98: Projeto político pedagógico 2012

99

- Aspectos da organização geral da escola, incluindo disponibilidade, organização,

utilização dos recursos materiais e didáticos, instalações e equipamentos, atividades

técnico-administrativas de apoio à sala de aula;

- Clima organizacional da escola (estilo de Direção, qualidade das formas de

organização, das relações humanas e das práticas participativas, envolvimento da

equipe pedagógica e dos educadores com os objetivos e com as ações da escola, ações

de formação continuada de educadores, de funcionários e de pedagogos, reuniões e

outros tipos de contatos entre os educadores);

- Acompanhamento do rendimento escolar dos educandos;

- Avaliação da execução do Projeto Pedagógico-Curricular;

- Avaliação de desempenho dos educadores (qualidade das relações sociais e afetivas

com os educandos, condições profissionais atinentes ao conhecimento da disciplina e

dos métodos e procedimentos de ensino e de avaliação, gestão da classe em vários

aspectos, como organização e desenvolvimento das aulas, qualidade da comunicação

com os educandos;

- Estratégia de relacionamentos com os pais e com a comunidade e as formas de

comunicação e de atendimento.

Entre os procedimentos desse tipo de avaliação, mencionam-se reuniões pedagógicas

mensais, encontros específicos de avaliação, questionários, entrevistas e estudos de caso.

A avaliação da aprendizagem escolar feita pelos educadores constitui indicador efetivo

do alcance dos objetivos e das atividades estabelecidas no projeto pedagógico-curricular e nos

planos de ensino. Os critérios de relevância da avaliação dos educandos devem centrar-se,

portanto, em dimensões qualitativas e quantitativas, ou seja, melhor qualidade da

aprendizagem para todos os educandos, em condições iguais. Desse modo, a justa medida da

eficácia das escolas está no grau em que todos os educandos incorporam capacidades e

competências cognitivas, operativas, afetivas, morais, para sua inserção produtiva, criativa e

crítica na sociedade contemporânea.

Compreendida nesses termos, a avaliação dos educandos pelos educadores, em cada

sala de aula, em hipótese alguma pode ser substituída pela avaliação do sistema de ensino. Ao

contrário, esta é que deve buscar seus critérios de relevância na avaliação feita pelos

educadores, ou seja, estar a serviço da melhoria da qualidade cognitiva da aprendizagem.

Page 99: Projeto político pedagógico 2012

100

Em síntese, serão inúteis as práticas democráticas de gestão, a descentralização, a

avaliação institucional externa, a participação dos pais, etc, se os educandos não aprimorarem

sua aprendizagem, se não aprenderem mais e melhor. Sem indicadores reais do rendimento

escolar dos educandos- isto é, se o educando domina bem conceitos e habilidades, se

demonstra competências na aplicação desses conceitos básicos, se desenvolveu habilidades de

pensamento – pouco se saberá sobre as competências profissionais dos educadores. Não se

trata, obviamente, de estabelecer diagnósticos meramente com base em resultados de

desempenho do educando, mas de pesquisar formas avaliatórias que contemplem

conjuntamente aspectos do processo e dos resultados.

Admitindo que a justiça social, em termos de democratização do ensino, seja a

qualidade cognitiva dos processos de ensino-aprendizagem e de seus resultados, é óbvio que

as práticas de avaliação da aprendizagem precisam ser encaradas com maior seriedade. Para

isso, é preciso que os educadores, além de considerarem a avaliação importante meio de

diagnóstico de seu trabalho, saibam mais sobre a elaboração de instrumentos mais diretos de

aferição da qualidade da aprendizagem do educando que querem formar.

9.6 – Formação Continuada, Desenvolvimento Pessoal e Profissional

A concepção democrático-participativa de gestão valoriza o desenvolvimento pessoal,

a qualificação profissional e a competência técnica. A escola é um espaço educativo, lugar de

aprendizagem em que todos aprendem a participar dos processos decisórios, mas constitui

também o local em que os profissionais desenvolvem seu profissionalismo.

A organização e a gestão do trabalho escolar requerem o constante aperfeiçoamento

profissional – político, científico, pedagógico – de toda a equipe. Dirigir uma escola implica

conhecer bem seu estado real, observar, avaliar constantemente o desenvolvimento do

processo de ensino, analisar com objetividade os resultados, fazer com que sejam

compartilhadas as experiências docentes bem sucedidas.

A formação continuada refere-se ao aprimoramento profissional do pessoal docente,

técnico e administrativo no próprio contexto de trabalho. Atualmente, o desenvolvimento

profissional não se restringe mais ao mero treinamento. A idéia é que a própria escola é lugar

de formação profissional, por ser, sobretudo nela, no contexto de trabalho, que os educadores

e demais funcionários podem reconstruir suas práticas, o que resulta em mudanças pessoais e

profissionais.

Page 100: Projeto político pedagógico 2012

101

O desenvolvimento profissional como eixo da formação docente precisa articular-se

ao mesmo tempo com o desenvolvimento pessoal e com o desenvolvimento organizacional. O

desenvolvimento pessoal diz respeito aos investimentos pessoais dos professores em seu

próprio processo de formação, por meio do trabalho crítico reflexivo sobre sua práxis e da

reconstrução de sua identidade pessoal, resultando nos saberes da experiência. O

desenvolvimento organizacional refere-se às formas de organização e de gestão da escola

como um todo, especialmente aquelas referentes ao trabalho coletivo. A articulação desses

três níveis de formação docente ressalta a importância das decisões que ocorrem no âmbito da

escola, dos projetos de trabalho compartilhados.

As ações de desenvolvimento profissional estão muito ligadas à cultura

organizacional, a dimensão informal da organização que afeta o desenvolvimento desta,

conforme já discutimos. Com efeito, a atividade profissional de educadores está inserida em

uma organização, em seus modos de agir e de ser, cujas regras são aprendidas e ao mesmo

tempo produzidas por seus membros (Direção, Coordenação Pedagógica, educadores,

funcionários, educandos, pais). Como se trata de uma organização educativa, em que tudo

educa – o edifício escolar, as condições materiais, a conduta de professores e funcionários da

secretaria, o nível de limpeza e outros elementos – as ações de desenvolvimento profissional

não podem estar separadas das práticas de gestão e da cultura organizacional. Nesse sentido,

pode-se afirmar:

- A escola, como organização e contexto da ação dos educadores, pode ajudar na vida

pessoal e profissional do professor;

- Uma vez que a organização escolar como um todo constitui espaço de aprendizagem,

os professores aprendem sua profissão com a escola e a escola aprende com seus

educadores;

- Os educadores podem influenciar na organização da escola, na definição de diferentes

objetivos, na criação de uma cultura organizacional, na introdução de inovações e

mudanças.

Fátima Abdalla (1999), em um estudo sobre o desenvolvimento profissional do

educador, analisa as relações entre trabalho docente e organização escolar e aponta quatro

elementos nelas interferentes: a gestão, o projeto político-pedagógico, a organização e

articulação do currículo e o investimento no desenvolvimento profissional dos educadores.

Esses quatro elementos interferem no desenvolvimento profissional do educador. A mesma

Page 101: Projeto político pedagógico 2012

102

autora afirma que a cultura é um processo de produção e de acumulação de experiências e

realização, no decurso do qual o ser humano se produz a si próprio, à medida que vai

construindo um modo social de convivência. Isso significa que também a organização escolar

constitui cultura, ou seja, é uma construção social dos que atuam na escola, com seus

objetivos, formas de organização, percepções, crenças, rituais, etc. É claro que há uma

estrutura escolar visível formada pelos aspectos administrativos e pedagógicos, há os

regulamentos, as formalidades. Existe, porém, também interações sociais não oficiais, não

formalizadas, que influenciam nas maneiras de ser e de agir dos profissionais que ali

trabalham (educadores, pessoal técnico-administrativo, Direção).

O aspecto relevante dessa análise é que, tanto a cultura influi no desenvolvimento

profissional do educador (positiva ou negativamente) como os educadores podem produzir o

espaço cultural da escola – ou seja, os próprios agentes escolares podem construir a cultura

organizacional da instituição. Cabe, nesse sentido, destacar o papel da Direção e da

Coordenação Pedagógica da escola relativa ao apoio e à sustentação desses espaços de

reflexão, de investigação e de tomada de decisões, a fim de instaurar uma cultura de

colaboração, como ingrediente da gestão participativa.

Os dilemas que se apresentam atualmente à formação continuada dizem respeito a

como promover mudanças nas idéias e nas práticas profissionais e pessoais docentes. Não se

pode esquecer que certas dificuldades dos educadores para se tornarem melhores profissionais

decorrem de fatores já conhecidos, de modo que as formas de desenvolvimento profissional

precisam recair, inicialmente, nos fatores indicados a seguir.

Os educadores são portadores de percepção, de significados, de esquemas de ação

consolidados, em decorrência de sua formação, da cultura profissional, dos colegas. Nesse

âmbito, podem estar também diante de estereótipos consolidados em relação a diferenças

psicológicas e sociais entre os educandos. Faz-se necessário considerar esses modos de pensar

e de agir para a introdução de mudanças e o aprofundamento da cultura geral dos educadores.

Algumas características sociais e culturais dos educandos que frequentam a escola

atualmente decorrem, em boa parte, de fatores externos e podem levar a deslegitimação da

autoridade do educador, à sua baixa auto-estima, à insegurança para exercer sua liderança na

classe, ao despreparo profissional em face desses novos problemas. Surgem, assim, novas

necessidades a serem atendidas na formação continuada no próprio contexto de trabalho.

Page 102: Projeto político pedagógico 2012

103

O despreparo profissional pode estar associado, também, a uma frágil formação

inicial, de modo que se faz necessário investir nas situações de trabalho, em maior

conhecimento teórico, envolvendo tanto os saberes pedagógicos como os específicos.

Programas de desenvolvimento profissional precisam começar por lidar do modo

possível com esses fatores, como requisito para pôr em prática ações de desenvolvimento

pessoal pela auto-refletividade crítica.

O Projeto “Práxis”

Numa ação inovadora, a Escola Municipal criou o Projeto Práxis, visando possibilitar

o crescimento profissional e pessoal de seus funcionários. Uma descrição sucinta do projeto

pode ser consultada no item “Projetos Institucionais”.

9.7.1 – Plano de Metas

Os educadores e a Equipe Diretiva, em reuniões pedagógicas e conselhos de turma,

levantaram sete fatores principais que contribuem para a não aprendizagem dos educandos da

escola: indisciplina, ausência de aulas diversificadas, a infrequência, o não acompanhamento

da família, problemas de saúde e evasão. Após a definição dos problemas, foram sugeridas

ações a curto, médio e longo prazo a fim de atenuar os problemas que dificultam o processo

de ensino-aprendizagem.

A definição das metas implicará na descrição clara e precisa das ações a serem

desenvolvidas pela escola, com especificação de prazo e grupos envolvidos, que delimitam a

ação.

Metas para a Disciplina

- Diminuição dos casos de indisciplina;

- Criação de ambiente propício à aprendizagem;

- Conscientização dos alunos quanto à importância do bom comportamento e dos

prejuízos da indisciplina.

Page 103: Projeto político pedagógico 2012

104

Ações Prazo

Envolvidos

Curto Médio Longo

Registrar, datar e assinar todos os casos de

indisciplina; X

Professores e Equipe

Diretiva

Criar instrumento único de registro de

desenvolvimento de atividades dos

educandos;

X Coordenadores

Realizar reuniões de pais e alunos X

Equipe Diretiva,

Professores, pais e

alunos

Realizar conversas particulares com alunos

que apresentam constantes problemas de

indisciplina

X

Coordenadores,

Professores, pais e

alunos

Instruir os Professores a manter a mesma

postura em relação à indisciplina dos

educandos, pautadas no diálogo e no registro

dos casos

X Coordenadores

Criar premiações para os educandos que

apresentam bom desempenho nas questões

disciplinares (álbum de figurinhas, medalhas,

painel e etc.)

X Equipe Diretiva,

Professores e alunos

Oferecer palestras aos pais sobre o

acompanhamento da vida escolar dos filhos X

Equipe Diretiva e

pais

Analisar bimestralmente os casos de

indisciplina por turma X

Equipe Diretiva e

Professores

Quadro 4- Plano de metas: Disciplina

Metas para as Estratégias Metodológicas

- Diversificação das estratégias metodológicas de ensino em todas as aulas;

- Aprimoramento das metodologias de ensino.

Page 104: Projeto político pedagógico 2012

105

Metas Prazo

Envolvidos

Curto Médio Longo

Elaborar atividades que desafiem os

educandos X

Professores,

Coordenadores e

alunos

Utilizar todos os recursos disponíveis da

escola X Professores

Desenvolver atividades de forma

interdisciplinar X

Coordenadores e

Professores

Criar cursos de capacitação para

educadores sobre o uso dos recursos

tecnológicos em horário de coordenação

X Equipe Diretiva e

Professores

Promover encontros de educadores para

troca de experiências e relatos X

Equipe Diretiva e

Professores

Realizar o “Pátio Cultural” com

momentos de leitura, oficina de música e

artes

X Coordenadores e

Professores

Quadro 5- Plano de metas: Estratégias Metodológicas

Metas para a Infrequência

- Redução da infrequência dos educandos para que os mesmos apresentem melhor

desempenho em aprendizagem;

- Garantia de frequência mínima de 75% para todos os educandos da escola.

Metas Prazo

Envolvidos

Curto Médio Longo

Comunicar à Equipe Diretiva os casos de

infrequência X

Equipe Diretiva e

Professores

Pesquisar os motivos da infrequência dos

educandos X

Coordenadores e

secretaria

Comunicar às famílias os casos de

infrequência X

Equipe Diretiva e

secretaria

Criar momentos de discussão sobre a

importância da escola e as consequências

da infrequência

X Equipe Diretiva e

Professores

Comunicar ao Conselho Tutelar os casos

graves de infrequência X

Equipe Diretiva e

secretaria

Quadro 6- Plano de metas: Infrequência

Page 105: Projeto político pedagógico 2012

106

Metas para o Acompanhamento Familiar da Vida do Educando

- Conscientização dos pais e/ou responsáveis quanto à importância do acompanhamento

da vida escolar dos educandos;

- Aumento do número de pais e/ou responsáveis nas reuniões da escola.

Metas Prazo

Envolvidos

Curto Médio Longo

Convocar os pais e/ou responsáveis para

reuniões bimestrais e extraordinárias X Equipe Diretiva

Conhecer a realidade das famílias que

constituem a comunidade escolar X

Equipe Diretiva e

Professores

Realizar visitas domiciliares em casos de

pais e/ou responsáveis ausentes X Coordenadores

Comunicar aos órgãos competentes

quanto ao abandono intelectual da

família

X Equipe Diretiva

Quadro 7- Plano de metas: Acompanhamento familiar da vida do educando

Metas para a Redução do Trabalho Infantil

- Priorização da escola na vida dos educandos;

- Redução do número de educandos infrequentes devido ao trabalho infantil.

Metas Prazo

Envolvidos

Curto Médio Longo

Buscar meios de auxílio às famílias de

baixa renda X Equipe Diretiva

Encaminhar as famílias de baixa renda

aos serviços de assistência social do

município

X Equipe Diretiva

Conhecer as famílias através da

aplicação de questionários

socioeconômicos

X Equipe Diretiva

Encaminhar os casos de trabalho

infantil aos órgãos jurídicos

competentes.

X Equipe Diretiva

Quadro 8- Plano de metas: Redução do trabalho infantil

Page 106: Projeto político pedagógico 2012

107

Metas para os Problemas de Saúde

- Garantia de aprendizagem para os educandos que apresentam problemas de saúde;

- Atendimento aos educandos que apresentam qualquer problema de saúde.

Metas Prazo

Envolvidos

Curto Médio Longo

Encaminhar, através das famílias, as

atividades para os educandos com

problemas de saúde que precisam se

ausentar

X

Coordenadores,

Professores, pais e

alunos

Permanecer em constante contato com as

famílias de educandos com problemas de

saúde

X Coordenadores e

pais

Buscar parcerias com a Secretaria

Municipal de Saúde e outras instituições

a fim de realizar o acompanhamento dos

educandos com problemas de saúde

X Equipe Diretiva

Quadro 9- Plano de metas: Problemas de saúde

Metas para a Evasão Escolar

- Redução do índice de evasão na escola;

- Retorno dos alunos evadidos.

Metas Prazo

Envolvidos

Curto Médio Longo

Realizar chamada diária e comunicar à

Coordenação Pedagógica a situação de

alunos evadidos

X Professores

Fazer contato com as famílias de

educandos evadidos e conscientizá-los

sobre os problemas legais de se manter

uma criança sem estudo

X Equipe Diretiva

Encaminhar os problemas de evasão aos

órgãos competentes X Equipe Diretiva

Quadro 10- Plano de metas: Evasão escolar

Page 107: Projeto político pedagógico 2012

108

10 – CONSELHO ESCOLAR

Com o processo de luta em defesa da gestão democrática da educação, ocorrido na

década de 1980, o Conselho Escolar passou a ser visto como um lugar privilegiado de

discussão, reflexão e deliberação das questões da escola. Ao lado da eleição para Diretor, essa

instância se constitui como um canal importante de participação dos diferentes segmentos nos

rumos da escola

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) – Lei nº 9.394, de 1996 –

reforçou a necessidade de constituição dos conselhos nas escolas e no seu art.14 estabeleceu

que a gestão democrática da escola deve considerar o princípio da “participação da

comunidade escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes” (Brasil, 1996).

Nas escolas em que de fato os Conselhos Escolares funcionam, eles têm servido como

um mecanismo de partilha de poder, rompendo com a lógica autocrática que tem

caracterizado historicamente a administração escolar.

Desta forma, o Conselho Escolar pode ser concebido como instrumento para o

exercício da cidadania, em que por meio do debate, do poder de convencimento e da forma de

posição, os segmentos tornam-se sujeitos ativos que interferem na vida social da escola.

Os Conselhos Escolares devem ser compostos por representantes dos segmentos da

escola democraticamente eleitos, tendo ele uma natureza essencialmente político-educativa,

destacando-se as seguintes funções: deliberativas, consultivas, fiscais e mobilizadoras.

Portanto, o Conselho Escolar constitui-se como meio importante de exercício de

cidadania no controle social das atividades da escola, o que pode possibilitar maior

distribuição do poder, bem como garantir o fortalecimento dos princípios democráticos por

meio do convívio com a pluralidade que compõe o ambiente escolar. Ou seja, é preciso criar

as condições de interferência autônoma dos representantes dos estudantes nos Conselhos,

condenando assim, quaisquer atitudes e práticas de ameaça ou perseguição aos membros dos

Conselhos por expressarem opiniões divergentes ao conjunto dos professores e membros da

Direção da escola.

Page 108: Projeto político pedagógico 2012

109

11- FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO ESCOLAR

É comum ouvir dizer que os recursos financeiros destinados à educação são mal

utilizados, são desviados para outras áreas, etc. Ouve-se também que falta fiscalização sobre o

uso desses meios, que é preciso aplicar bem esses valores apenas na área da educação e

controlar gastos para evitar os desvios. Impõe-se então a questão: quem fiscaliza a utilização

desses bens?

Sabe-se que o próprio Poder Executivo, o disponente dos recursos, tem em seu interior

os departamentos contábeis que fazem esse controle. Os Tribunais de Contas e o Poder

Legislativo participam do sistema de controle externos dos recursos públicos. Ora, se esses

organismos não são suficientes para evitar os desvios, não seria momento de a própria

sociedade realizar o controle social dos recursos financeiros públicos a ser usados na

educação? Aliás, a sociedade é a grande interessada na transparência e no uso correto e

proveitoso dos fundos públicos para a manutenção e o desenvolvimento do ensino. Se esse

poder fiscalizador fosse todo repassado à sociedade, ela teria condições de controlar o uso dos

recursos? Saberia fiscalizar?

Há instrumentos legais que podem contribuir para o controle social dos recursos

financeiros públicos, mas nem sempre a sociedade sabe como fazer isso, uma vez que as

questões financeiras são consideradas difíceis e complexas e, além disso, não se nota qualquer

disposição, interesse e abertura do Poder Executivo para por suas contas à mostra para a

sociedade.

O crescimento político de uma sociedade, porém, é medido também por sua

capacidade de controlar e fiscalizar o poder público, o qual, aliás, se torna tal pela outorga

eleitoral que a mesma sociedade lhe concede por meio do voto.

Possuir conhecimentos mínimos sobre o financiamento da educação é indispensável

para poder acompanhar e fiscalizar o uso dos recursos na área. Quanto mais educadores, pais,

alunos e administradores tiverem esse conhecimento, maiores possibilidades a sociedade terá

de intervir e cobrar transparência no uso do fundo público.

A fim de oferecer as informações fundamentais sobre o financiamento da educação no

País, este capítulo foi divido em seis seções. As duas primeiras abordam a questão da receita

Page 109: Projeto político pedagógico 2012

110

financeira e de como se faz um orçamento público, além de indicar os impostos pagos pela

sociedade em cada uma das esferas de governo; as duas seguintes tratam das despesas em

educação e de como se executa o orçamento; por sua vez, as duas últimas apresentam o modo

de distribuição dos recursos públicos e discutem as possibilidades de seu controle por parte da

sociedade.

Receita Financeira e orçamento

A Constituição Federal estabelece que a União deve usar 18% e os estados e

municípios 25% no mínimo da receita resultante dos impostos na manutenção e no

desenvolvimento do ensino. Essa receita inclui os impostos transferidos da União para estados

e municípios e dos estados para os municípios – o que não significa, porém, a receita bruta

dos orçamentos federais, estaduais e municipais. O orçamento global inclui impostos e outros

tributos, tais como taxas e contribuições, empréstimos compulsórios, além de doações,

legados e outras eventuais receitas.

Assim, o dispêndio mínimo obrigatório para manutenção e desenvolvimento do ensino

refere-se exclusivamente aos impostos, embora a educação receba outras contribuições, como

o Salário-Educação, que não entram no montante relativo aos 18% e 25%.

Todo brasileiro, rico ou pobre, empregado ou desempregado, paga tributos. Como

consumidor, paga taxas, impostos e contribuições desde o nascimento até a morte (taxa de

sepultamento). Paga impostos e taxas quando pega o ônibus para o trabalho, quando acende a

luz, usa água, etc. Quer dizer, paga impostos e taxas sem perceber.

Os tributos são as receitas derivadas que o Estado recolhe do patrimônio dos

indivíduos – baseando-se em seu poder fiscal, o qual é disciplinado por normas do direito

público. Compreendem os impostos, as taxas, as contribuições.

Os impostos são compulsórios, de cobrança geral e independentes de qualquer

atividade estatal específica. Isso significa que, teoricamente, o Estado não precisa oferecer

qualquer serviço ou atividade em troca do que vai receber do contribuinte. Por meio do

imposto, o Estado capta a riqueza que compõe o tesouro público.

Paga-se imposto por possuir algum bem, como casa, terreno, automóvel, e pelo

rendimento pessoal (salarial ou outros) que se tem. Esses impostos são denominados de

direitos, isto é, são cobrados conforme a capacidade contributiva do cidadão.

Page 110: Projeto político pedagógico 2012

111

O imposto indireto não dispõe de um parâmetro para medir a capacidade econômica

do contribuinte. Nesse caso, ricos e pobres pagam igual valor se adquirirem a mesma

mercadoria. Sobre uma sandália de borracha, por exemplo incide impostos indiretos como o

IPI e o ICMS, já incluídos no preço final do produto, e o valor deles independe da capacidade

econômica de quem compra a sandália. A classe de maior poder aquisitivo a compra para ir à

praia ou à piscina, ao passo que a classe baixa a usa como calçado. No entanto, o imposto, que

uma e outra pagam é o mesmo. A bem da verdade, o imposto que os pobres pagam acaba

sendo percentualmente maior do que o pago pelos ricos, em decorrência de sua menor

condição financeira.

Que impostos são pagos?

Há impostos federais, estaduais e municipais. Parte dos impostos federais, porém,

retorna aos estados – o Fundo de Participação dos Estados (FPE) – e aos municípios – o

Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Os impostos diretos e indiretos em cada uma

das esferas administrativas, segundo estabelece a Constituição Brasileira de 1988, são

federais, estaduais e municipais.

São impostos federais:

a) Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR);

b) Imposto sobre produtos industrializados (IPI);

c) Imposto territorial rural (ITR);

d) Impostos sobre operações financeiras (IOF);

e) Imposto de importação (II);

f) Imposto de exportação (IE);

g) Imposto sobre grandes fortunas (IGF), ainda não cobrado em razão da falta de lei

complementar.

Depois de repassar o FPE aos estados e o FPM aos municípios, a União deve usar 18%

desses impostos na manutenção e no desenvolvimento do ensino (MDE). Trinta por cento

desses 18% o governo federal deve aplicar na manutenção e no desenvolvimento do ensino

Page 111: Projeto político pedagógico 2012

112

fundamental e na erradicação do analfabetismo, o que representa cerca de 6% dos impostos

federais.

São impostos da esfera estadual:

a) Imposto sobre circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de

transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS);

b) Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA);

c) Imposto de transmissão causa mortis e de doação de quais bens e direitos (ITCM).

Os estados recebem ainda de transferência da União o FPE, que representa 21,5% sobre

o IR e o IPI recolhidos no estado, e uma alíquota do IOF sobre o ouro recolhido no estado.

Só o ICMS representa 80% das rendas estaduais para a educação (Monlevade, 1997).

Com o FPE, a alíquota atinge 97% da arrecadação estadual, sendo os outros impostos de

pequeno porte e de significância irrelevante para o total a ser gasto na educação em geral.

De todos esses impostos, os estados devem aplicar 25%, no mínimo, na manutenção e no

desenvolvimento do ensino.

São os seguintes os impostos arrecadados nos municípios, devendo ser neles aplicados:

a) Imposto predial e territorial urbano (IPTU);

b) Imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI);

c) Imposto sobre venda a varejo de combustíveis líquidos e gasosos (IVVC);

d) Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN).

Os municípios recebem como transferência da União:

a) O FPM, que representa 22,5% do IR e do IPI;

b) 50% do imposto territorial rural (ITR) arrecadado no município.

Os municípios recebem como transferência dos estados:

Page 112: Projeto político pedagógico 2012

113

a) 50% da arrecadação do IPVA;

b) 25% da arrecadação do ICMS.

Dos impostos municipais e das transferências federais e estaduais, os municípios

devem aplicar 25%, no mínimo, na manutenção e no desenvolvimento do ensino.

Além dos impostos, a educação conta ainda com as contribuições sociais, que

constituem um tipo de tributo parafiscal, isto é, “têm como fato gerador a intervenção do

Estado no domínio econômico.” (Valério, 1996, p. 200) e são exigidas de grupos sociais,

profissionais ou econômicos para o custeio de serviços de interesse coletivo, dos quais esses

próprios grupos se aproveitam. Por exemplo, as empresas que contribuem para o custeio da

educação escolar terão uma mão de obra mais bem formada.

A principal contribuição social é o Salário Educação, cobrado mediante a alíquota de

2,5% sobre a folha de pagamento das empresas. Outras contribuições sociais de uso na

educação são a Contribuição de Financiamento da Seguridade social (Cofins) e o Fundo de

Amparo ao Trabalhador (FAT). Essas contribuições têm definidos os órgãos a que se

destinam e as ações em que devem ser usadas. Por exemplo, os recursos do Salário-Educação

são destinados ao Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação e podem ser usados para

a merenda escolar e para pequenos reparos de manutenção das escolas.

Embora sejam significativas por seu uso na educação, as contribuições sociais não

fazem parte da vinculação dos percentuais mínimos para a manutenção e o desenvolvimento

do ensino, sendo excluídas do orçamento geral.

Recursos recebidos pela escola

FNDE ou PDDE

Programa Dinheiro Direto na Escola, consiste na transferência, pelo Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação (FNDE), de recursos financeiros, consignados em seu

orçamento, em favor das escolas públicas do ensino fundamental (Estaduais, Distrito Federal

e Municipal) destinados à cobertura de despesas de custeio, manutenção e de pequenos

investimentos, de forma a contribuir, supletivamente, para melhoria física e pedagógica dos

estabelecimentos.

Page 113: Projeto político pedagógico 2012

114

PDE

O que é?

É o conjunto de metas e ações selecionadas pela escola, a partir de seu Plano de

Desenvolvimento da Escola, que são financiados pelo Ministério da Educação.

Programa Mais Educação

É uma iniciativa do Governo Federal que tem como prioridade contribuir para a formação

integral de crianças, adolescentes e jovens, articulando diferentes ações, projetos e programas

nos Estados, Distrito Federal e Municípios, em consonância com o projeto político

pedagógico da escola, ampliando tempo, espaço e oportunidades, através da articulação das

políticas setoriais envolvidas e possibilitando a todos o direito de aprender.

PMI

Programa Dinheiro Direto na Escola, consiste na transferência, pela Prefeitura Municipal de

Ipatinga, de recursos financeiros consignados em seu orçamento em favor das escolas

municipais de Ipatinga, à cobertura de despesas de custeio (manutenção, material didático,

material de limpeza) e também com capital (equipamentos permanentes).

Observação: É também utilizado para repasse especial para reformas e construções.

Atualmente, a Escola Municipal Altina Olívia Gonçalves, recebe aproximadamente R$

40.000,00 anualmente, entre recursos da P.M.I e FNDE, sendo destinados 80% para custeio

(manutenção, material didático, material de limpeza) e 20% para capital (equipamentos

permanentes).

Page 114: Projeto político pedagógico 2012

115

12 – PROJETO PEDAGÓGICO CURRICULAR

O projeto pedagógico curricular é um documento que reflete as intenções, os

objetivos, as aspirações e os ideais da equipe escolar, tendo em vista um processo de

escolarização que atenda a todos os educandos.

Na escola, a Direção, os especialistas, os educadores, os funcionários e os educandos

estão envolvidos em uma atividade conjunta, para a formação humana destes últimos. Se essa

formação implica valores e práticas educativas muito concretas, orientadas para certa direção,

é desejável que a escola tenha certos padrões comuns de conduta, certa unidade de

pensamento e de ação. Surge então, a necessidade de explicitação de objetivos e práticas

comuns. Por isso, o projeto pedagógico-curricular é a expressão das aspirações e dos

interesses do grupo de especialistas e educadores.

O projeto resulta de práticas participativas. O trabalho coletivo, a gestão participativa,

é exigência ligada à própria natureza da ação pedagógica; propicia a realização dos objetivos

e o bom funcionamento da escola, para o que se requer unidade de ação e processos e

procedimentos de tomadas de decisões. Nasce, então, a necessidade da elaboração do

desenvolvimento e da avaliação da proposta educacional ou projeto pedagógico-curricular da

escola.

A formulação do projeto pedagógico-curricular é também prática educativa,

manifestação do caráter formativo do ambiente de trabalho. Ou seja, a organização escolar, o

sistema de gestão e de tomada de decisões carrega uma dimensão educativa, constitui espaço

de formação. O projeto pedagógico, assim entendido, é ingrediente do potencial formativo das

situações de trabalho. Os profissionais (Direção, Coordenação Pedagógica, educadores,

funcionários) aprendem por meio da organização do ambiente em que exercem sua ocupação.

Por sua vez, as organizações também aprendem, mudando junto com seus profissionais.

Todos podem aprender a fazer do exercício do trabalho, um objeto de reflexão e de pesquisa.

Os indivíduos e os grupos mudam, mudando o próprio contexto em que atuam.

O projeto expressa o grau de autonomia da equipe escolar. Essa autonomia passa pelo

trabalho coletivo e pelo projeto-pedagógico. Realizar um trabalho coletivo significa conseguir

que o grupo de educadores chegue a pontos de partida (princípios) e de chegada (objetivos)

Page 115: Projeto político pedagógico 2012

116

comuns, envolvem sistema e práticas de gestão negociadas, unidade teórico-metodológica no

trabalho docente, sistema explícito e transparente de acompanhamento e avaliação.

A pergunta mais importante a ser respondida pela equipe escolar no momento da

elaboração do projeto pedagógico-curricular é: o que se pode fazer para que medidas possam

ser tomadas, para que a escola melhore, para que se favoreça uma aprendizagem mais eficaz e

duradoura dos educandos?

O projeto pedagógico-curricular concretiza o processo de planejamento, de modo que

as fases deste acabam se confundindo com as faes daquele. É bastante conveniente que as

fases de elaboração do projeto sejam desenvolvidas com base em esboço prévio formulado

por uma comissão escolhida pela equipe escolar. Esse esboço permite destacar os tópicos do

projeto e distribuir responsabilidades para a coleta de dados, para o estabelecimento de metas

e de atividades. Os documentos prévios precisam ser discutidos e aprovados,

preferencialmente mediante consenso em torno de pontos comuns. É indispensável que a

discussão sobre o documento final seja concluída com a determinação de tarefas, de prazos,

de formas de acompanhamento e de avaliação (o que se fará, quem fará, quais os critérios de

avaliação).

Sugere-se que as decisões a serem tomadas em razão do projeto pedagógico

considerem, ao menos, os seguintes pontos:

a) Princípios: é desejável que educadores e especialistas formem um consenso mínimo

em torno de opções sociais, políticas e pedagógicas, do papel social e cultural da

escola na sociedade.

b) Objetivos: expressam intenções bem concretas, com base em diagnóstico prévio. Este

propicia um retrato realista da situação, dos problemas, das necessidades pessoais e

sociais dos alunos relativos à escolarização.

c) Sistema e práticas de gestão negociadas: a participação da gestão democrática implica

decisões sobre as formas de organização e de gestão. É preciso que a Direção e os

educadores entrem em acordo sobre as práticas de gestão. Por exemplo, define-se que

as decisões sejam tomadas coletivamente, que todos entrem em acordo sobre elas com

base em um consenso mínimo. Entretanto, uma vez tomadas às decisões, atribuem-se

responsabilidades e faz-se o acompanhamento e a avaliação do trabalho.

d) Unidade teórico-metodológica no trabalho pedagógico: começa pela definição de

objetivos comuns e é assegurada pela Coordenação Pedagógica. É desejável que a

Page 116: Projeto político pedagógico 2012

117

escola tenha unidade na concepção de currículo e linha pedagógico-didática da qual

todos possam compartilhar, como requisitos para trabalhar a interdisciplinaridade.

e) Sistema explícito e transparente de acompanhamento e de avaliação do projeto e das

atividades da escola: o acompanhamento e a avaliação põem em evidência as

dificuldades surgidas na implementação e na execução do projeto e dos planos de

ensino, confrontando o que foi decidido e o que está sendo feito. A avaliação depende

de informações concretas e objetivas, o que supõe o acompanhamento.

O projeto pedagógico-curricular considera o já instituído (legislação, currículos,

conteúdos, métodos, formas organizadas da escola e outros), mas tem também algo de

instituinte. O grupo de profissionais da escola pode criar, reinventar a instituição, os objetivos

e as metas mais compatíveis com os interesses dela e da comunidade.

A característica instituinte do projeto significa que ele institui, estabelece, cria

objetivos, procedimentos, modos de agir, formas de ação, estruturas, hábitos, valores.

Significa, também, que a cada período do ano letivo é avaliado para que se tomem novas

decisões, se retome o rumo, se corrijam desvios. Todo projeto é, portanto, inconcluso, porque

as escolas são instituições marcadas pela interação entre pessoas, por sua intencionalidade,

pela interligação com o que acontece em seu exterior (na comunidade, no país, no mundo), o

que leva a concluir que elas não são iguais. As organizações são, pois, construídas e

reconstruídas socialmente.

12.1- Os Descritores Curriculares

A Prova Brasil, principal avaliação do rendimento das escolas públicas do país, parte

integrante do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), checa as habilidades

essenciais em Língua Portuguesa e Matemática - é considerada pelos especialistas um

instrumento essencial para o avanço da qualidade do ensino.

A Prova Brasil é baseada nos currículos propostos por redes estaduais e municipais, já

que no país não há um currículo nacional. Uma comissão do MEC examinou o material,

identificando pontos convergentes - o que deu origem a uma matriz de referência que não

elenca conteúdos, mas competências e habilidades.

Essas capacidades são apresentadas na prova por meio de descritores, que, como o

nome indica, descrevem o que o aluno precisa dominar. "Essas habilidades são o mínimo que

os alunos precisam saber. Sem isso, não podem ser considerados aptos nas duas disciplinas",

Page 117: Projeto político pedagógico 2012

118

ressalta Maria Inês Pestana, Diretora de estatística da Educação Básica do Inep e responsável

pela Prova Brasil.

Além dos descritores curriculares já existentes, a Escola Municipal Altina Olívia

Gonçalves tem como meta criar/definir os descritores de cada área de ensino, a partir do ano

de 2012. Este trabalho deverá ser realizado em conjunto com todos os professores da escola,

de forma democrática e dinâmica.

Page 118: Projeto político pedagógico 2012

119

13 – ORGANIZAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DO CURRÍCULO

O currículo é a concretização, a viabilização das intenções e orientações expressas no

projeto pedagógico. Há muitas definições de currículo: conjunto de disciplinas, resultados de

aprendizagem pretendidos, experiências que devem ser proporcionadas aos educandos,

princípios orientadores da prática, seleção e organização da cultura. No geral, compreende-se

o currículo como um modo de seleção da cultura produzida pela sociedade, para a formação

dos educandos, é tudo o que se espera que seja aprendido e ensinado na escola. A definição

seguinte sintetiza bem a noção que nos parece adequada:

Currículo é o conjunto dos conteúdos cognitivos e simbólicos (saberes,

competências, representações, tendências, valores) transmitidos (de

modo explícito ou implícito) nas práticas pedagógicas e nas situações de

escolarização, isto é, tudo aquilo a que poderíamos chamar de dimensão

cognitiva e cultural da educação escolar (Forquim,1993).

Há, pelo menos, três tipos de manifestações: currículo formal, currículo real e

currículo oculto.

O currículo formal ou oficial é aquele estabelecido pelos sistemas de ensino,

expresso em diretrizes curriculares, nos objetivos e nos conteúdos das áreas ou disciplinas de

estudo. Podemos citar como exemplo os Parâmetros Curriculares Nacionais e as propostas

curriculares dos estados e municípios.

O currículo real é aquele que, de fato, acontece na sala de aula, em decorrência de um

projeto pedagógico e dos planos de ensino. É tanto o que sai das idéias e das práticas dos

educadores, da percepção e do uso que eles fazem do currículo formal, como o que fica na

percepção dos educandos. Alguns autores chamam de experienciado o currículo tal qual é

internalizado pelos educandos. É importante ter clareza de que, muitas vezes, o que é

realmente aprendido, compreendido e retido pelos educandos não corresponde ao que os

professores ensinam ou creem estar ensinando.

O currículo oculto refere-se àquelas influências que afetam a aprendizagem dos

alunos e o trabalho dos educadores e são provenientes da experiência cultural, dos valores e

dos significados trazidos de seu meio social de origem e vivenciados no ambiente escolar – ou

Page 119: Projeto político pedagógico 2012

120

seja, das práticas e das experiências compartilhadas na escola e na sala de aula. É chamado de

oculto porque não se manifesta claramente, não é prescrito, não aparece no planejamento,

embora constitua importante fator de aprendizagem.

A distinção entre esses vários níveis de currículo serve para mostrar que aquilo que os

alunos aprendem na escola ou deixam de aprender depende de muitos fatores, e não apenas

das disciplinas previstas na grade curricular.

Embora as escolas trabalhem quase sempre com o currículo oficial, na realidade são os

educadores, o corpo técnico e os pais que acabam por definir o currículo real. Se entendermos

que currículo é o que fica, o internalizado, independentemente do previsto oficialmente,

então, com efeito, o que influi na vida escolar dos alunos é o currículo real. A consideração

deste currículo, ao lado oficial, no planejamento pedagógico-curricular, leva a escola e os

educadores a confrontar a cultura elaborada do currículo formal e as situações de fato vividas

no ambiente escolar e nas salas de aula. Por esta razão, é importante insistir no entendimento

da cultura da escola – a cultura organizacional- como importante elemento curricular. No

âmbito dessa cultura, aparecem a linguagem dos professores, as atitudes que tomam em

relação às diferenças individuais dos educandos, o modo pelo qual estes se relacionam entre

si, as atitudes nas brincadeiras e nos jogos, a higiene e a limpeza nas dependências da escola e

outros fatores que criam o currículo real.

Isso significa que tão importante quanto as aprendizagens formais são as

aprendizagens não formais, informais e espontâneas, isto é, o currículo, resultante das

relações vividas na família, na comunidade, nas mídias. Esse currículo representa tudo que os

alunos aprendem pela convivência espontânea com as várias práticas, atitudes,

comportamentos, gestos e percepções em vigor no meio social e escolar. Portanto, a

construção e a elaboração da proposta curricular implicam a compreensão de que o currículo,

mais do que os conteúdos escolares inscritos nas disciplinas, é o conjunto de vários tipos de

aprendizagens: aquelas exigidas pelo processo de escolarização, mas também os valores, os

comportamentos, as atitudes adquiridas nos comportamentos, nas vivências cotidianas na

comunidade, na interação entre educadores, educandos e funcionários, nos jogos e no recreio

e em outras atividades concretas que acontecem na escola, as quais denominaram ora de

currículo real, ora de currículo oculto.

Ao planejar o currículo da escola, valendo-se do currículo oficial, é necessário

considerar alguns princípios práticos:

Page 120: Projeto político pedagógico 2012

121

a) Um currículo precisa ser democrático, isto é, garantir a todos uma base cultural e

científica comum e uma base comum de formação moral e de práticas de cidadania

(relativa a critérios de solidariedade e justiça, a alteridade, à descoberta e respeito ao

outro, ao aprender a viver junto, etc.).

b) O currículo escolar representa o cruzamento de culturas, constituindo espaço de

síntese, uma vez que a cultura elaborada se articula com os conhecimentos e as

experiências concretas dos educandos em seu meio social e com a cultura dos meios

de comunicação, da cidade e de suas práticas sociais. Isso significa propiciar aos

educandos conhecimentos e experiências diversificadas, integrando no currículo a

variedade de culturas que perpassam a escola: a científica, a acadêmica, expressa no

currículo, a social, a dos educandos, a das mídias, a escolar (organizacional). Trata-se

de compreender a escola como lugar de síntese entre a cultura formal sistematizada e a

cultura experienciada na família, na rua, na cidade, nas mídias e em outros contextos

culturais, o que implica formular coletivamente formas pedagógico-didáticas de

assegurar essa articulação.

O provimento da cultura escolar dos alunos e a constituição de um espaço democrático

na organização escolar devem incluir a interculturalidade: o respeito e a valorização da

diversidade cultural e das diferentes origens sociais dos educandos, o combate ao racismo e a

outros tipos de discriminação e preconceito. O currículo intercultural é o que, com uma base

comum de cultura geral para todos, acolhe a diversidade e a experiência particular dos

diferentes grupos de alunos e propicia, na escola e nas salas de aula, um espaço de diálogo e

de comunicação entre grupos sociais diversos. Um dos mais relevantes objetivos

democráticos do ensino consiste em fazer da instituição escolar um lugar em que todos

possam experimentar sua própria forma de realização e de sucesso.

Por outro lado, trata-se não apenas de atender às necessidades e às expectativas da

comunidade, de modo que se respeite a cultura local, mas também pensar sobre valores,

modos de vida e hábitos que precisam ser modificados, para a construção de um projeto

civilizatório.

Currículo tem que ver com a organização espacial da cidade e com o modo pelo qual

as pessoas de todos os segmentos sociais se movem nela. Trata, portanto, da qualidade de vida

possível, mediante a análise dos elementos que demarcam a dinâmica da cidade: produção,

circulação, moradia.

Page 121: Projeto político pedagógico 2012

122

Um bom currículo ajuda a fortalecer a identidade pessoal, a subjetividade dos alunos.

Trata não só de atender e de favorecer a diversidade entre os estudantes, mas também de

promover em cada educando competências distintas que os tornem mais plenos e autônomos

em seu desenvolvimento pessoal, o que, sem dúvida, pode facilitar igualmente seu êxito

profissional. A organização curricular precisa prever tentativas de enriquecimento do

currículo, pela interdisciplinaridade, e de coordenação de disciplinas, por meio de projetos

comuns.

13.1 – Planejamento

Os educadores da Escola Municipal Altina Gonçalves iniciam seu planejamento com o

início do ano escolar, quando elaboram o Plano Anual de Curso para a disciplina/ano que

trabalhará no ano em questão. Esta atividade é desenvolvida pelo corpo docente da escola,

agrupado por área/ano, com a orientação da Coordenação Pedagógica, observando os

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a Matriz de Referência dos descritores e

habilidades para cada ano do Ensino Fundamental, a Proposta Curricular da Rede Municipal

de Ipatinga, partindo sempre dos resultados das avaliações e registros de planejamento do ano

anterior.

Após a sondagem inicial dos educandos e das turmas com as quais irão trabalhar, os

educadores distribuem os conteúdos de ensino e aprendizagem por ano do ciclo e por etapas

do ano letivo, tendo em vista que os conteúdos sempre estão a serviço de uma aprendizagem

significativa, e não o contrário. É essencial que neste momento haja a troca de experiências

entre os educadores, articulando o que já foi trabalhado e o que ainda precisa ser tratado,

evitando assim repetições e omissões.

Durante o ano letivo são realizados os planejamentos semanais. Os educadores

cumprem atualmente um quinto de sua jornada de trabalho (4 horas) nesta atividade, seguindo

um cronograma elaborado anualmente pela Secretaria Municipal de Educação, em que todos

educadores da mesma área/ano do ciclo, destinam um dia específico da semana para a

coordenação/planejamento. Esta orientação permite e incentiva a participação dos mesmos em

cursos de formação/capacitação oferecidos pela assessoria pedagógica da secretaria de

educação.

Durante os momentos de coordenação, os educadores desenvolvem diversas

atividades: preparam materiais para as aulas da semana, elaboram atividades avaliativas,

Page 122: Projeto político pedagógico 2012

123

corrigem trabalhos e avaliações, tratam de assuntos específicos de determinados educandos ou

turmas, participam de cursos de capacitação/formação, etc. O Coordenador Pedagógico é o

mediador destas atividades, compartilhando experiências, orientando a prática do educador,

bem como o preenchimento correto dos diários/formulários. Também neste período são

realizadas as alterações, revisões no planejamento bimestral e/ou anual, de forma a primar

pela aprendizagem de todos, respeitando os limites de cada aluno ou turma.

Os educadores têm à sua disposição, durante a coordenação, várias ferramentas que

permitem o enriquecimento e diversidade de suas aulas: acesso à internet, vasta literatura em

todas as áreas, materiais pedagógicos diferenciados (mapas, jogos, modelos), assessoria

pedagógica da escola e do Centro de Formação Pedagógica (CENFOP) da rede municipal.

13.2 – Avaliação

A avaliação é um componente do processo de ensino aprendizagem, cujo propósito é

recolher informações que possibilitem estabelecer uma correspondência entre os dados

obtidos e os objetivos propostos, a fim de se verificar o desenvolvimento do educando em

relação ao trabalho executado, orientando assim uma tomada de decisões em relação às

atividades seguintes.

Cabe ao educador uma reflexão permanente sobre a sua realidade, um

acompanhamento contínuo do educando, na trajetória de construção do conhecimento.

A EMAOG entende que a avaliação apresenta três funções básicas no processo de

ensino aprendizagem, a saber:

i) diagnóstica: uma sondagem dos conhecimentos e experiências já consolidados e a

existência de pré-requisitos necessários à aquisição de novos saberes;

ii) formativa: permite uma resposta ao educador e ao educando durante o processo,

propiciando a correção de possíveis falhas, esclarecimento de dúvidas, estímulo à

continuação do trabalho para que os objetivos sejam alcançados, além de

proporcionar ao educador uma revisão das estratégias e metodologias utilizadas;

iii) somativa: oferece subsídios para o registro das informações relativas ao

desempenho do aluno, expresso em uma nota no final de cada bimestre, somadas

ao final do ano letivo, totalizando a nota final do educando em relação aos aspectos

cognitivos, e conceitos em relação aos aspectos comportamentais.

Page 123: Projeto político pedagógico 2012

124

Sabendo que os educandos podem apresentar maiores dificuldades com um ou outro

instrumento de avaliação, a escola utiliza, durante o processo de avaliação, instrumentos

diversos, tais como: trabalhos em grupo, debates, relatórios, seminários, avaliações objetivas e

discursivas, auto-avaliação, e o conselho de classe.

A avaliação dos aspectos comportamentais dos educandos é realizada na ocasião do

Conselho de Classe, ao final de cada bimestre letivo, quando o grupo de educadores se reúne

para consolidar esta avaliação, baseando-se nos registros diários de cada professor, no que diz

respeito à participação nas aulas, hábitos de estudo, organização do material e respeito às

normas da escola.

São distribuídos 100 pontos ao longo do ano letivo, divididos em quatro bimestres de

25 pontos, dos quais 22 são atribuídos aos aspectos cognitivos e 3 aos aspectos

comportamentais. Para aprovação, exige-se rendimento de 50% em todos os conteúdos e 75%

de frequência às aulas.

Todos os educandos da Escola Altina são avaliados através da „Avaliação EMAOG‟

(em anexo) em dois momentos por ano, para verificação do desenvolvimento em relação aos

descritores e habilidades, além de realizarem as avaliações externas: Prova Brasil e Provinha

Brasil, SIMAVE, SAEB, e participarem de concursos e olimpíadas: OBMEP, OBA,

Olimpíada de Língua Portuguesa.

Independente do instrumento utilizado ou do momento e forma de avaliação é válido

ressaltar que a mesma só faz sentido quando provoca o desenvolvimento do educando, já que

é inútil ensinar o que o educando já sabe, ou o que ele é incapaz de aprender.

13.3 – Recuperação em Tempo Real

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, PCN‟s, a recuperação paralela é

um elemento capaz de corrigir as necessidades do processo educacional, quando se reconhece

que o processo normal de ensino-aprendizagem não alcançou os objetivos propostos. Não se

pode, entretanto, esquecer que “o educando precisa tomar para si a necessidade e a vontade de

aprender”.

Durante todo o período letivo, os educadores proporcionam aos educandos

oportunidades de recuperação contínua, durante as aulas, para recuperarem tópicos e

conteúdos que não conseguiram acompanhar com turma e melhorarem suas notas. A partir da

Page 124: Projeto político pedagógico 2012

125

análise dos resultados de cada instrumento de avaliação utilizado, são repensadas as

metodologias e estratégias de ensino, primando sempre pela aprendizagem de todos.

Se ao final de cada bimestre letivo, o educando permanecer abaixo da média

determinada, tem a oportunidade de participar da recuperação paralela, que engloba estudo

dos conteúdos determinados e realizar uma avaliação. Entendendo que os aspectos

comportamentais não são recuperáveis, mas devem ser desenvolvidos ao longo do bimestre, a

avaliação de recuperação bimestral tem o valor de 22 pontos, referentes aos aspectos

cognitivos.

O rendimento do aluno nesta avaliação é somado ao rendimento bimestral do aluno,

sem os aspectos comportamentais, sendo o total divido por 2. A esse resultado, somam-se

novamente os pontos dos aspectos comportamentais, prevalecendo como nota final do aluno a

maior entre esta e o resultado final anterior.

13.4- Conselho de Classe

Os Conselhos de classe são momentos em que se reúnem todos os professores de cada

turma com o Coordenador Pedagógico, para discutirem questões relacionadas .... se foram

atingidas as metas propostas, o rendimento dos alunos, problemas disciplinares, dificuldades

de aprendizagem, de relacionamento e diversos outros aspectos relacionados à vida escolar e

até mesmo à vida social do aluno.

Os Conselhos de Classe são realizados quatro vezes por ano, sempre ao final de cada

bimestre escolar, em datas pré-determinadas pela SME. Geralmente acontecem em dias

escolares, ou seja, sem a presença de alunos na escola. Durante os conselhos são apontados os

problemas das turmas e medidas para solucioná-los.

Page 125: Projeto político pedagógico 2012

126

14- PROJETOS INSTITUCIONAIS, CURSOS

A Escola Municipal Altina Olívia Gonçalves se destaca pela busca constante da

inclusão social, da interação entre as diferenças e a capacitação de seus profissionais. Neste

sentido, são desenvolvidos diversos projetos e atividades na escola. Notadamente, a partir de

2011 estes projetos se multiplicaram, demonstrando uma nova filosofia de trabalho na

instituição, uma busca do auto-desenvolvimento e envolvimento de todos os profissionais da

escola no processo de ensino/aprendizagem.

Apresentamos abaixo uma descrição sucinta dos principais projetos desenvolvidos na

escola.

Observação: Estes projetos podem ser lidos na íntegra nos anexos.

Mais Esporte

O projeto MAIS ESPORTE passou a ser executado na escola a partir do ano de 2011,

proporcionando aos educandos adolescentes estudo das regras e normas sobre handball, vôlei

e basquete, garantindo assim momentos para questionamentos e construções de novas regras.

O projeto também garante treinamentos de equipes para participação em competições inter-

classes, interescolares e outros.

O esporte é uma ferramenta de auxílio no processo de desenvolvimento educacional,

social e de saúde do ser humano, principalmente de jovens, que nos dias de hoje são carentes

de valores éticos e morais. Eles encontram no esporte incentivo para essas conquistas aliadas

a sentimento de cooperação e amizade.

O programa curricular do projeto MAIS ESPORTE abarca desde os jogos que

possuem regras implícitas até aqueles institucionalizados por regras específicas, sendo

necessário que seu ensino não se esgote nos gestos técnicos.

Rádio Escola

Considerando a necessidade de incentivar práticas pedagógicas mais criativas e

dinâmicas nas escolas, foi proposta a utilização de um novo canal de comunicação na escola

Municipal Altina Olívia Gonçalves, a rádio escola.

Page 126: Projeto político pedagógico 2012

127

Desta forma, a proposta da Rádio Escolar ao mesmo tempo que contribui para

enriquecimento curricular, favorece o uso de novas tecnologias, além de ser um instrumento

importante para promover a auto-estima do educando e melhorar as relações interpessoais

entre alunos, professores e funcionários da escola.

A ideia principal aqui não é a de formar pequenos radialistas, mas sim fazer com que

esses estudantes possam se apropriar dos instrumentais dessa mídia, para fazer uso da rádio

não só para criar momentos de entretenimento e lazer durante o recreio, como também para a

melhoria das relações entre as pessoas, que discutam questões ligadas à construção do projeto

de vida, sexualidade, saúde, meio ambiente, ao combate à todas as formas de discriminação e

preconceito, entre outras.

Informática para a Comunidade

Os projetos de inclusão digital têm como tema a promoção da inclusão digital para

alunos de escolas menos favorecidas, utilizando as tecnologias da informação como

instrumento de construção e exercício da cidadania. Através da criação dos telecentros pode-

se ampliar o conceito de inclusão digital como forma de integração entre educação, tecnologia

e cidadania visando a transformação social.

O projeto Informática na Comunidade visa oferecer cursos de informática para

qualificação profissional de alunos da EJA – Educação de Jovens e Adultos, adolescentes das

séries finais do ensino regular, a comunidade escolar em geral, incluindo professores, demais

funcionários da escola, pais e responsáveis e pessoas que desejam investir na carreira

profissional e preparar-se para o mercado de trabalho. São oferecidas gratuitamente as

seguintes oficinas: domínio do teclado e mouse, digitação, sistema operacional, editor de

texto, apresentação de slides, planilha eletrônica e Internet, além do atendimento dos alunos

da EJA nos horários das aulas regulares.

Mais Educação

O Programa Mais Educação, criado pela Portaria Interministerial nº 17/2007, aumenta

a oferta educativa nas escolas públicas por meio de atividades optativas que foram agrupadas

em macro campos como acompanhamento pedagógico, meio ambiente, esporte e lazer,

direitos humanos, cultura e artes, cultura digital, prevenção e promoção da saúde,

educomunicação, educação científica e educação econômica.

Page 127: Projeto político pedagógico 2012

128

A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e

Diversidade (SECAD/MEC), em parceria com a Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) e

com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação. Sua operacionalização é feita por

meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), do Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação (FNDE).

O programa visa fomentar atividades para melhorar o ambiente escolar, tendo como

base estudos desenvolvidos pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF),

utilizando os resultados da Prova Brasil de 2005. Nesses estudos destacou-se o uso do “Índice

de Efeito Escola – IEE”, indicador do impacto que a escola pode ter na vida e no aprendizado

do estudante, cruzando-se informações socioeconômicas do município no qual a escola está

localizada.

O programa mais educação foi iniciado na Escola Altina Olívia Gonçalves em 10 de

agosto de 2010.

São objetivos do Mais Educação:

- Ampliar a jornada escolar;

- Proporcionar ao aluno um contato maior com a cultura, esporte e lazer;

- Aprender as formas de convivência respeitando as diferenças;

- Transformar as dificuldades do aluno em aprendizagens;

- Trabalhar valores, como: amor, amizade, respeito, solidariedade e outros ;

- Despertar no educando o desejo de se tornar um cidadão de fato.

- Fazer parcerias com a escola regular visando elevar o índice do IDEB;

- Transcender a escola como único espaço de ensino aprendizagem.

- Na Escola Municipal Altina Olívia Gonçalves são oferecidas as seguintes oficinas:

Judô, teatro, esporte, recreação, dança, letramento, matemática

Equipe Diretiva Mirim

O projeto Equipe Diretiva Mirim foi criado pela Equipe Diretiva da Escola Municipal

Altina Olívia Gonçalves gestão 2010/2012, com objetivo de vivenciar com os educandos de 9

a 14 anos o exercício da cidadania, contribuindo principalmente para formação de lideranças e

participação ativa na gestão democrática da instituição.

Com execução prevista para o ano de 2012, o projeto pretende ampliar o tempo dos

educandos na escola, acontecendo no contra-turno. Os estudantes terão tempo para a execução

Page 128: Projeto político pedagógico 2012

129

dos deveres de casa, contando com acompanhamento pedagógico da equipe gestora e

acompanhamento/assistências às atividades rotineiras.

Pretende-se ainda, com este projeto, que os alunos envolvidos vivenciem situações

cotidianas e situações problemas que envolvam toda a dinâmica escolar, e dessa forma

aprendam a lidar de forma democrática com a administração de conflitos, de pessoas e

processos.

Projeto Práxis

Ser professor requer saberes e conhecimentos científicos, pedagógicos, educacionais,

sensibilidade, indagação teórico-criativa para encarar as situações ambíguas, incertas,

conflituosas e, por vezes, violentas, presentes nos contextos escolares e não escolares.

Este projeto investirá na valorização da capacidade de decisão dos professores no que

tangem às propostas curriculares, estratégias de ensino, avaliações e principalmente na gestão

participativa da Escola Altina Olívia Gonçalves.

A proposta é a realização de encontros pedagógicos em que serão problematizadas e

analisadas as situações da prática social de ensinar.

Projeto de Matemática e inclusão Digital

Pesquisas têm apontado que o ambiente informatizado favorece a construção do

conhecimento, e que compete aos professores assumirem uma postura como mediadores desse

conhecimento ao realizarem atividades investigativas.

Entre os objetivos deste projeto, espera-se que as atividades de Matemática sejam

desenvolvidas através de jogos e softwares que favoreçam aos alunos realizarem

investigações. Durante o desenvolvimento das atividades neste ambiente de aprendizagem,

poderão surgir conteúdos que ainda não foram trabalhados em sala de aula, um desafio para

que conceitos sejam construídos por meio de uma investigação Matemática.

Acredita-se que as atividades de Matemática desenvolvidas em um ambiente

informatizado favoreçam a investigação, o levantamento de questões de interesse do aluno ou

que ele procure soluções utilizando estratégias próprias.

Page 129: Projeto político pedagógico 2012

130

Todos pela aprendizagem

A aprendizagem dos alunos e alunas é responsabilidade de todos e o objetivo maior do

Projeto de Acompanhamento Educacional. Esse projeto é uma ação que deve consolidar e

ampliar conhecimentos, enriquecer as experiências sociais e culturais dos alunos e ajudá-los a

vencer obstáculos em sua aprendizagem, favorecendo o sucesso na escola e na vida. Como

toda ação pedagógica, esse acompanhamento requer um cuidadoso planejamento, definição de

metas, escolha de alternativas e envolvimento dos interessados. Por isso, o nome “Todos pela

aprendizagem”.

Pretende-se com este projeto apontar caminhos, propor ações e discutir assuntos que

consideramos importantes para que o acompanhamento complemente com êxito o trabalho

realizado em sala de aula e, sobretudo, seja uma ação articulada ao Projeto Político

Pedagógico da Unidade de Ensino. Portanto, ele constitui um mecanismo colocado à

disposição das escolas da Rede Municipal de Ensino de Ipatinga, que visa garantir a

superação de dificuldades específicas encontradas nos alunos do 6º ao 9º ano do Ensino

Fundamental, nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática, diagnosticadas anteriormente

pela escola.

A Língua Portuguesa tem como função social possibilitar a compreensão e o domínio

dos usos da linguagem nas variadas situações sociais e nas diferentes intenções

comunicativas. Sabe-se hoje, que o aprendizado da linguagem se dá nas interações, orais e

escritas, estabelecidas entre as pessoas, sejam elas reais ou virtuais.

A Matemática é uma ciência que visa representar a realidade por meio de

conhecimentos e instrumentos matemáticos que permitam interpretar e criar significados ao

que se estuda para a prática, desenvolver o raciocínio matemático para resolver problemas

reais, participar na sociedade e interferir nela de maneira crítica, dinâmica e consciente,

através da formação de cidadãos competentes. Portanto, é necessário que o aluno aprenda

Matemática porque ela é um instrumento útil para a vida e para o trabalho; faz parte de nossas

raízes culturais; ajuda a raciocinar; gera auto confiança, espírito crítico e criativo e está

presente na realidade sócio-cultural.

Page 130: Projeto político pedagógico 2012

131

As competências de ler, escrever, comunicar, calcular, raciocinar e resolver problemas

reais são muito exigidas na sociedade atual. No entanto, nem todos os alunos conseguem

desenvolver tais competências no período adequado para a sua faixa etária e ano do ciclo.

Enfim, a base para o sucesso é o aluno, e o maior desafio é reverter as expectativas

para que ele comece a ter sucesso na escola. E para que haja essa inversão, é necessário

transformar a escola e a sala de aula, desenvolvendo uma proposta pedagógica de

acompanhamento educacional para que ele aprenda e sinta-se sujeito do processo ensino-

aprendizagem.

Cursos e atividades extracurriculares:

A escola oferece diversas atividades e cursos extracurriculares, sugestões de alunos,

professores ou da Equipe Diretiva, visando proporcionar um ambiente de constante

aprendizagem, aperfeiçoamento e capacitação, além de promover a integração entre alunos,

professores, demais funcionários da escola e comunidade. Todos os cursos são abertos para

participação de alunos, professores, funcionários da escola e comunidade em geral. Entre os

cursos e atividades oferecidas destacam-se:

- Curso de Forró;

- Curso de Libras;

- Curso de Informática;

Page 131: Projeto político pedagógico 2012

132

15- CONSIDERAÇÕES FINAIS

A reorganização da escola deverá acontecer de dentro para fora. O ponto de

partida para realização dessa tarefa é o empenho coletivo na construção de um projeto

político-pedagógico e isso implica operar rupturas com o existente e avançar.

A construção, a execução e a avaliação do projeto político-pedagógico

requerem continuidade das ações, democratização do processo de tomada de decisões e

instalação de uma sistemática avaliação de cunho emancipatório.

Pensar hoje a escola no bojo da gestão democrática significa, sobretudo, um

esforço tanto de compreender e ousar fazer, bem como de propor alternativas viáveis,

capazes de concretizar o projeto político-pedagógico, coletivamente concebido dentro de

uma perspectiva mais ampla. Nessas reflexões, não se pode esquecer das especificidades

do contexto local em que está inserida a escola ante às determinações do global. A gestão

democrática deve ser compreendida não apenas como um princípio, mas também como um

objetivo a ser atingido, para configurar-se como uma prática educativa inserida no contexto

da escola.

Para que a escola assuma sua função social e, ao mesmo tempo, enfrente

desafios atuais, a educação de qualidade deve ser a meta fundamental a ser atingida.

Page 132: Projeto político pedagógico 2012

133

REFERÊNCIAS

BENINCÁ, E. As origens do planejamento participativo no Brasil. Revista Educação -

AEC, n. 26, jul./set. 1995.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05/10/1988.

Brasília: Senado Federal, 1988.

________. Lei no 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996.

________. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial - Secretaria de Educação

Básica. Parâmetros curriculares nacionais: adaptações curriculares, 1998.

________. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes curriculares

nacionais para a Educação Especial, 1998.

________. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Direito à Educação –

Necessidades educacionais especiais: subsídios para atuação do Ministério Público

brasileiro. Brasília: MEC/SEESP, 2001.

BRUNO, Marilda Moraes Garcia. Educação Infantil: saberes e práticas da inclusão:

dificuldades de comunicação sinalização: deficiência visual. Brasília: MEC – Secretaria de

Educação Especial, 2006.

BUENO, J. G. Crianças com necessidades educativas especiais, política educacional e a

formação de Professores: generalistas ou especialistas. Revista Brasileira de Educação

Especial, vol. 3. n. 5, 7-25, 1999.

CARVALHO, Lorena Resende; CUSTODIO, Wilian Gomes; CARVALHO, Sebastião

Donizete de. Atendimento Educacional Especializado AEE: perspectivas para a

educação inclusiva em Goiás. Caderno 2/ organizado por . Goiás, secretaria da Educação/

Coordenação de Ensino Especial. 2010.

FERNANDES, A.V. M. Educação Especial e cidadania tutelada na nova LDB. In: Silva, C. S.

B.; Machado, L. M. (Orgs.) Nova LDB: trajetória para a cidadania? São Paulo: Arte e

Ciência, 1998, p. 59-74.

FERREIRA, J. R. e GLAT, R. Reformas educacionais pós-LDB: a inclusão do aluno com

necessidades especiais no contexto da municipalização. In: Souza, D. B. e Faria, L. C. M.

Descentralização, municipalização e financiamento da Educação no Brasil pós-LDB. Rio

de Janeiro: DP& A, 2003 (no prelo)

Page 133: Projeto político pedagógico 2012

134

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia à pratica educativa. São Paulo:Paz e Terra,

1996.

GADOTTI, M.; FREIRE, P.; GUIMARÃES, S. Pedagogia: diálogo e conflito. 5. ed. São

Paulo: Cortez, 2000.

GANDIN, D. A prática do planejamento participativo. 2.ed. Petrópolis: Vozes, 1994.

LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão escolar: teoria e prática. 4. ed. Goiânia: Editora

alternativa, 2001.

GLAT, R. A Integração social dos portadores de deficiência: uma reflexão. Rio de

Janeiro: Sette Letras, 1995.

LUCK, H. Planejamento em orientação educacional. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 1991.

PADILHA, R. P. Planejamento dialógico: como construir o projeto político-pedagógico

da escola. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2001.

MANTOAN, Maria Tereza Eglêr. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer?. São

Paulo: Moderna 2003.

Mc LAREN, P. Multiculturalismo crítico. Rio de Janerio: Cortez Editora, 1998.

Mc LAREN, P. Multiculturalismo crítico. Rio de Janerio: Cortez Editora, 1998.

MITTLER, Peter. Educação Inclusiva: contexto social. Porto Alegre. Artmed, 2003.

NASCIMENTO, Márcia M. do; RAFFA, Ivete Raffa. Inclusão Social: primeiros passos.

São Paulo: Giracor, 2009.

O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa/SEESP; Programa

Nacional de Apoio à Educação de Surdos – Brasília: MEC; SEESP, 2004. 94p.

OLIVEIRA, E. S. G. & COSTA, M. A abordagem multiculturalista da Educação Especial

na formação do pedagogo – identidades feridas ou perspectivas de inclusão? - In Actas

do I Colóquio Luso – Brasileiro sobre questões curriculares. Lisboa, meio eletrônico, 2002.

PICHON-RIVIÈRE, E. O processo grupal. Trad. Marco Aurélio Fernandes. 4. ed. São Paulo:

Martins Fontes, 1991.

RHODEN, Kuno P. e GOUVÊA Sylvia F. Diretrizes nacionais para a educação especial na

educação básica Relatores: Processo N.º: 23001-000184/2001-92 Parecer N.º: 17/2001 -

Colegiado: CEB - Aprovado em: 03.07.2001.

SÁ, Elias Dais de. Verbete de Adaptações Curriculares, meio eletrônico, s/d

Page 134: Projeto político pedagógico 2012

135

__________, CAMPOS, Izilda Maria de; SILVA, Myrian Beatriz Campolina. Atendimento

Educacional Especializado: deficiência visual. São Paulo: MEC/SEESP, 2007

__________, Elizabet Dias. Oficina Educação Inclusiva no Brasil: diagnóstico atual e

desafios para o futuro - relatório sobre tecnologias assistivas e material pedagógico.

Disponível em: www.bancodeescola.com. Acesso em 20 de outubro de 2011.

SANT'ANNA, F. M.; ENRICONE, D.; ANDRÉ, L.; TURRA, C. M. Planejamento de

ensino e avaliação. 11. ed. Porto Alegre: Sagra / DC Luzzatto, 1995.

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO do RIO DE JANEIRO. Multieducação:

núcleo curricular básico. Rio de Janeiro, 1996.

UNEMAT – Universidade do Estado de Mato Grosso Curso de Licenciatura Plena em

Ciências da Computação e Informática Educativa. A Informática na Educação Especial: a

alfabetização de deficiente visual na APAE de Cáceres. Pamella Eliana de Assunção.

Cáceres/MT, novembro de 2004.

UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas

especiais. Brasília a: CORDE, 1994

VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: plano de ensino-aprendizagem e projeto educativo.

São Paulo: Libertad, 1995.

VEIGA, I. P. (Org.). Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. 13.

ed. Campinas: Papirus, 2001.

Page 135: Projeto político pedagógico 2012

136

ANEXOS

Page 136: Projeto político pedagógico 2012

137

EQUIPE DIRETIVA 2012

Eliane Regina Viana

Fernanda de Araújo Satler Vilela

Maria Auxiliadora da Silva Cunha

Aparecida Cristina Dias Souza

Isaura Azevedo Carvalho

Juciano Almeida de Jesus

Marco Abreu dos Santos

Otília Pereira Borges

Nosso agradecimentos às professoras Dêivia Mesquita Ribeiro Pinto, Fabricia Georgia A. F.

de Alcantara, Maria Tereza Seixas Gomes Oliveira e Rita Beatriz Alves da Silva, pelo seu

trabalho, participação e apoio incondicionais a esta equipe diretiva.