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COLÉGIO ESTADUAL DR. FELIPE SILVEIRA BITTENCOURT ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Rua Professor Adhemar Bornia, 307 - CEP: 86990-000 Marialva-PR Fone/fax: (44) 3232-1377 email: [email protected] PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO COLÉGIO ESTADUAL DR. FELIPE SILVEIRA BITTENCOURT ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 2012

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ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

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PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

COLÉGIO ESTADUAL DR. FELIPE SILVEIRA BITTENCOURT

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

2012

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OLÉGICO ESTADUAL DR. FELIPE SILVEIRA BITTENCOURT

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

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ÍNDICE

APRESENTAÇÃO ....................................................................................... 6

INTRODUÇÃO ............................................................................................ 7

1 IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO ........................................... 8

1.1 1.1 Dados de identificação .......................................................................... 8

1.2 Localização ........................................................................................... 8

1.3 Aspectos históricos/memória da escola ................................................ 8

1.4 Caracterização da comunidade escolar, ações e necessidades .......... 11

1.5 Condições físicas e materiais ................................................................ 22

2 ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR ........................................... 24

2.1 Modalidades de Ensino ......................................................................... 24

2.2 Turnos de Funcionamento .................................................................... 24

2.3 Ambientes pedagógicos ....................................................................... 25

Quadras Esportivas .................................................................................... 25

Biblioteca .................................................................................................... 25

Laboratório de Ciências, Biologia e Química ............................................. 28

Anfiteatro .................................................................................................... 29

Sala de Apoio à Aprendizagem .................................................................. 29

Sala de Recursos ....................................................................................... 30

Laboratório de Informática .......................................................................... 32

2.4 Regime escolar ..................................................................................... 33

Matrícula ..................................................................................................... 33

Transferência .............................................................................................. 35

Progressão parcial ...................................................................................... 38

Classificação ............................................................................................... 38

Reclassificação ........................................................................................... 39

Promoção .................................................................................................... 39

Frequência .................................................................................................. 40

3 PRINCÍPIOS NORTEADORES DA EDUCAÇÃO .................................... 42

3.1 Princípios de gestão democrática ......................................................... 42

3.2 Filosofia da escola ................................................................................ 43

3.3 O trabalho como princípio educativo .................................................... 44

3.4 Concepções .......................................................................................... 45

3.5 Princípios didático-pedagógicos ........................................................... 49

3.6 Uso das tecnologias ............................................................................. 52

3.7 Inclusão ................................................................................................ 53

4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO .................................. 60

4.1 Objetivos da escola ............................................................................... 61

4.2 Diretrizes curriculares ............................................................................ 62

4.3 Currículo escolar .................................................................................... 63

4.4 Organização do tempo e do espaço escolar ......................................... 64

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4.5 Organização curricular .......................................................................... 65

4.6 Avaliação .............................................................................................. 66

4.7 Intervenções pedagógicas .................................................................... 70

4.8 Atividades Integradoras do currículo .................................................... 71

4.8.1 “Entre quatro paredes há muita produção” ........................................ 71

4.8.2 Fanfarra Estudantil ............................................................................. 75

4.8.3 Ginástica rítmica (Programa de Atividades Complementares

Curriculares em Contraturno) ....................................................................

77

4.8.4 Programa Segundo Tempo ................................................................. 79

4.8.5 Civismo ............................................................................................... 83

4.8.6 Treinamento Esportivo ....................................................................... 85

4.8.7 CELEM – Língua Espanhola .............................................................. 87

4.9 Proposta de Formação Continuada ...................................................... 92

4.10 Plano de Trabalho Docente ................................................................ 94

4.11 Hora-atividade .................................................................................... 95

4.12 Estágio não obrigatório ....................................................................... 96

5 PLANO DE AÇÃO DA ESCOLA .............................................................. 97

5.1 Instâncias colegiadas ........................................................................... 102

Conselho Escolar ........................................................................................ 102

APMF – Associação de Pais, Mestres e Funcionários ............................... 105

Grêmio Estudantil ....................................................................................... 110

Equipe Multidisciplinar ................................................................................ 111

Conselho de classe .................................................................................... 113

5.2 Articulação entre escola e comunidade ............................................... 114

5.3 Avaliação interna e sistemática da instituição ...................................... 115

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ................................................................. 116

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR ............................................ 120

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE ARTE ............................. 121

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE CIÊNCIAS ...................... 128

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE EDUCAÇÃO FÍSICA .... 141

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE ENSINO RELIGIOSO ... 150

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE GEOGRAFIA .................. 156

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE HISTORIA ...................... 161

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA . 195

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE MATEMÁTICA ................ 212

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

MODERNA – LÍNGUA INGLESA ...............................................................

221

PROPOSTA PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 230

1 OBJETIVO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS . 230

1.1 Perfil do educando .............................................................................. 232

1.2 Caracterização do curso ..................................................................... 235

1.3 Níveis de ensino ................................................................................. 237

1.3.1 Ensino Fundamental – Fase II ......................................................... 237

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1.3.2 Ensino Médio ................................................................................... 237

1.4 Educação Especial ............................................................................. 237

1.5 Ações Pedagógicas Descentralizadas ............................................... 238

1.6 Frequência .......................................................................................... 239

1.7 Exames Supletivos ............................................................................. 239

1.8 Conselho Escolar ................................................................................ 239

1.9 Materiais de apoio didático ................................................................. 242

1.10 Biblioteca escolar .............................................................................. 242

1.11 Laboratório ........................................................................................ 243

1.12 Recursos tecnológicos ...................................................................... 243

2 FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS .................... 244

3 INDICAÇÃO DA ÁREA OU FASE DE ESTUDOS ................................ 247

4 MATRIZ CURRICULAR ......................................................................... 247

4.1 Ensino Fundamental – Fase II ............................................................ 247

4.2 Ensino Médio ...................................................................................... 248

5 CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E ENCAMINHAMENTOS

METODOLÓGICOS ..................................................................................

249

6 PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO .... 250

6.1 Concepção de avaliação .................................................................... 250

6.2 Procedimentos e critérios para atribuição de notas ............................ 251

6.3 Recuperação de estudos .................................................................... 252

6.4 Aproveitamento de estudos ................................................................ 252

6.5 Classificação e reclassificação ........................................................... 253

7 REGIME ESCOLAR .............................................................................. 253

7.1 Organização ....................................................................................... 253

7.2 Formas de atendimento ...................................................................... 254

7.3 Matrícula ............................................................................................. 254

7.4 Material didático ................................................................................... 255

7.5 Avaliação .............................................................................................. 256

7.6 Área de atuação .................................................................................... 257

8 RECURSOS HUMANOS ......................................................................... 257

8.1 Atribuições dos Recursos Humanos ..................................................... 257

8.1.1 Direção ............................................................................................... 257

8.1.2 Professor pedagogo ........................................................................... 260

8.1.3 Coordenações .................................................................................... 262

8.1.4 Docentes ............................................................................................ 265

8.1.5 Secretaria e Apoio Administrativo ...................................................... 268

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 270

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - EJA .....................................................................

272

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA – EJA ..........................................................................................................

273

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE ARTE – EJA .................. 281

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE LEM – LÍNGUA INGLESA – EJA .........................................................................................

292

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE EDUCAÇÃO FÍSICA – EJA .............................................................................................................

297

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE MATEMÁTICA – EJA ..... 308

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE CIÊNCIAS – EJA ........... 323

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE HISTÓRIA – EJA ........... 332

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE GEOGRAFIA – EJA ....... 339

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE BIOLOGIA – EJA ........... 346

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE FÍSICA – EJA ................. 359

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE QUÍMICA – EJA ............. 373

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE FILOSOFIA – EJA .......... 381

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE SOCIOLOGIA – EJA ...... 385

ANEXOS .................................................................................................... 391

Matrizes Curriculares do Ensino Fundamental de 9 anos – Séries Finais 391

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APRESENTAÇÃO

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96,

estabelece em seu Art. 12, inciso I, que "os estabelecimentos de ensino,

respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a

incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica". Esse

preceito legal está sustentado na ideia de que a escola deve assumir, como

uma de suas principais tarefas, o trabalho de refletir sobre sua

intencionalidade educativa.

Delinear o papel da escola, determinar seus princípios filosóficos,

identificar suas necessidades, definir seus objetivos e estabelecer suas

ações exige momentos de reflexão e discussão de toda a comunidade

escolar. Assim, o presente documento foi elaborado pelos profissionais do

Colégio Estadual Dr. Felipe Silveira Bittencourt - Ensino Fundamental e Médio

e contou com a colaboração de pais, alunos e membros da comunidade local.

Ele apresenta a realidade dessa comunidade escolar, discute as

concepções teóricas nas quais nos pautamos para compreender essa

realidade, define o homem que queremos formar e a sociedade que queremos

ajudar a construir, bem como estabelece as ações necessárias para que

nossos objetivos sejam alcançados.

Elaborar esse projeto significa enfrentar o desafio de intervir na

realidade vivida, buscando sua transformação. Portanto, ele é um elemento

norteador das ações de todos aqueles que participam direta ou indiretamente

do ato de educar e de formar cidadãos. Sendo um processo dinâmico, o projeto

nunca estará acabado e, por isso, deve ser revisto a cada ano.

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INTRODUÇÃO

A escola caracteriza-se como um espaço de diversidade por princípio. O

caráter universal da Educação Básica, definido por lei, faz dela um ponto de

convergência de diversos meios sociais e traz para o seu seio valores

expressos na diversidade de atitudes e comportamentos das pessoas que a

integram. Como instituição permanente, defronta-se com o desafio da

constante mudança em seu interior. Configura-se um espaço público por

excelência, orientado por um objetivo comum: o aluno cidadão que queremos

formar.

O Colégio Estadual Dr. Felipe S. Bittencourt - Ensino Fundamental e

Médio, tendo em vista as exigências da vida em sociedade, o mundo do

trabalho e as relações humanas, deseja formar um aluno cidadão que saiba

analisar, decidir, planejar, expor suas ideias e ouvir as dos outros, um cidadão

que esteja apto a participar ativamente na sociedade em que vive, sendo crítico

e autônomo para exercer plena e conscientemente a sua cidadania,

contribuindo, dessa forma, para a construção de uma sociedade mais justa e

humana.

A finalidade da escola é garantir a formação integral do sujeito e isso

implica no domínio dos conhecimentos sistematizados. Por isso, buscamos

garantir a aprendizagem dos conteúdos básicos para a vida em sociedade que,

hoje, exige do cidadão uma educação formal, completa e eficaz.

Outro grande desafio é reconhecer a diversidade como parte inseparável

da identidade nacional e conhecer o patrimônio sociocultural brasileiro,

investindo na superação de qualquer tipo de discriminação e valorizando os

grupos que compõem a nossa sociedade.

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1 IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO

1.1 Dados de identificação

Nome da Instituição: Colégio Estadual Dr. Felipe Silveira Bittencourt –

Ensino Fundamental e Médio

Endereço: Rua Professor Adhemar Bornia, 307 - Bairro: Centro

Telefone/Fax: (44) 3232-1377 e (44) 3232-2624

E-mail: [email protected]

Entidade Mantenedora: Governo do Estado Paraná

Dependência Administrativa: SEED

NRE: Maringá – Código:19

Município: Marialva - PR

Código do Município: 1490

Código do Colégio: 00020

1.2 Localização

O colégio está localizado na zona urbana, área central da cidade.

Portanto, estamos próximos a estabelecimentos comerciais diversos (como

mercados, panificadoras, farmácias, papelarias e bazares), bem como

daqueles que têm estabelecido uma parceria conosco, auxiliando-nos quando é

possível e necessário, como Polícia Militar, Pronto Socorro Municipal,

Prefeitura e Conselho Tutelar.

Estamos a 15 km do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Maringá e

isso facilita o contato direto com aqueles que têm também a incumbência de

orientar e acompanhar as atividades aqui desenvolvidas.

1.3 Aspectos históricos/memória da escola

A Escola Estadual Dr. Felipe Silveira Bittencourt – Ensino Fundamental

foi criada pela Lei Municipal nº 32 de 10 de julho de 1953 e instalada em 14 de

dezembro de 1953 com a denominação de Ginásio Estadual de Marialva,

passando à dependência do Estado do Paraná pela lei 2215 de 21 de agosto

de 1954, sendo que a Autorização de Funcionamento foi concedida pela

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Portaria nº 715 de 31 de agosto de 1954, para ofertar o ensino das 4 séries do

Curso Ginasial.

O Curso Colegial foi criado pelo Decreto nº 29823 de 19 de maio de

1960, para funcionar no ano de 1961, com a oferta do Curso Científico. Em 25

de agosto de 1960, o estabelecimento passou a denominar-se Ginásio

Estadual “Dr. Felipe Bittencourt” e, pela Lei nº 4978/65, sua denominação foi

alterada para Colégio Estadual Dr. Felipe Silveira Bittencourt.

Com a implantação da Reforma de Ensino, Lei 5692/71, o

Estabelecimento entrou em reorganização pelo Decreto nº 1339/79 de 24 de

outubro de 1979 e publicado no Diário Oficial de 26 de outubro de 1979,

fazendo parte do Complexo Escolar “Professora Anita”- Ensino Regular e

Supletivo de 1º Grau e Ensino de 2º Grau com a denominação de Escola “Dr.

Felipe Silveira Bittencourt”- Ensino de 1º Grau.

A aprovação do Plano de Implantação da Lei 5692/71, deu-se pelo

Parecer nº 29/79 e sua homologação pela Resolução 949/79.

No ano de 1978, com a criação do Colégio Estadual Pedro Viriato

Parigot de Souza, este estabelecimento deixou de ofertar o Curso Científico e

continuou funcionando de 5ª a 8ª séries do 1º Grau, nos turnos da manhã,

tarde e noite.

O Reconhecimento do Curso de 1º Grau e da Escola “Dr. Felipe Silveira

Bittencourt”- Ensino de 1º Grau, ocorreu por força da Resolução nº 2849/81 de

30 de novembro de 1981, publicada no Diário Oficial nº 1200 de 30 de

dezembro de 1981, p. 39.

Recebeu a denominação de Escola Estadual Dr. Felipe Silveira

Bittencourt – Ensino de 1º Grau através da Resolução nº 1098/83 de 08 de abril

de 1983, publicada no Diário Oficial nº 1524 de 28 de abril de 1983.

Passou a ofertar também o ensino de 1ª a 4ª séries do 1º Grau, a partir

do ano de 1985, com a incorporação dos alunos e do Corpo Docente da Escola

Estadual Eduardo Carlos Pereira, de acordo com a Resolução nº 4677 de 03

de outubro de 1985.

No ano de 1998, com o Processo de Municipalização, ocorreu a

cessação das atividades escolares em caráter definitivo, relativas ao ensino de

1º Grau – 1ª a 4ª série, da Esc. Est. Dr. Felipe Silveira Bittencourt, pela

Resolução nº 1327/98 de 31/04 de 1998.

De acordo com a Deliberação 003/98 – CEE e Resolução 3120/98 –

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SEED, passou a ter a nomenclatura de Escola Estadual Dr. Felipe Silveira

Bittencourt – Ensino Fundamental, conforme rege a LDB - Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional.

O Ensino Fundamental – Fase II e o Ensino Médio passaram a ser

ofertados na modalidade da Educação de Jovens e Adultos no ano de 2006,

tendo sido esses cursos autorizados e reconhecidos pela Resolução nº 182,

publicada no DOE de 30 de janeiro de 2008.

Atendendo ao disposto na Lei nº 11.274/2006 e com fundamento no

Parecer CNE/CEB nº 011/2010, a partir de 2012, a escola implantará, de forma

simultânea, o Ensino Fundamental de 9 anos, passando a ofertar, assim, do 6º

ao 9º ano, nos turnos da manhã e tarde, além da turmas do noturno, Ensino

Fundamental e Educação de Jovens e Adultos – Ensino Fundamental/Fase II e

Ensino Médio.

O nome do colégio é uma homenagem ao Dr. Felipe Silveira Bittencourt,

que nasceu no Município de Lagoa Vermelha, Estado do Rio Grande do Sul,

em 05 de abril de 1916. Filho de Alberto Bittencourt e Felisbina Silveira

Bittencourt, foi casado com a Sra. Letícia Ferri Bittencourt. Mudou-se para o

Estado do Paraná no ano de 1945 e para a Cidade de Marialva no ano de

1948, vindo a assumir o Cartório de Registro Civil e Anexos no mês de março

do mesmo ano. Exerceu o cargo até o ano de 1958, quando retornou para a

Cidade de Curitiba, ficando o Cartório sob a responsabilidade de sua esposa.

Formou-se no Curso de Ciências Contábeis, Economia e Direito. Foi Deputado

Estadual por duas Legislaturas, sendo que o 1º mandato aconteceu no período

de 03 de outubro de 1954 a 03 de outubro de 1958, tendo sido reeleito para o

2º mandato no período de 03 de outubro de 1958 a 03 de outubro de 1962. Foi

Secretário dos Negócios da Agricultura do Estado do Paraná, assumindo esse

cargo em 21 de março de 1960. Ocupou também a Pasta de Secretário de

Educação do Estado do Paraná, exercendo o cargo interinamente. Como

Deputado Estadual, representou o município de Marialva, além dos municípios

de Carlópolis, Tomazina, Mandaguaçu, Paranavaí e Terra Boa, entre outras.

Nessas três últimas cidades existem estabelecimentos de ensino com o seu

nome, por ter sido ele um grande incentivador da educação e da cultura e para

lá ter levado essas escolas.

Felipe Bittencourt promoveu essas comunidades e teve iniciativas que

levaram até elas melhorias inegáveis. Graças à sua influência e prestígio,

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trouxe para Marialva o Banco Bradesco, sendo a 1ª Agência Bancária da

cidade. Teve uma ligação muito forte com a Colônia Japonesa de Marialva,

chegando, nos batizados a ser padrinho de 60 crianças, tal era o carinho que

desfrutava entre eles.

Marialva ainda foi prestigiada com o exemplo de esforço e trabalho

desse valioso personagem, quando o mesmo para aqui trouxe a Escola

Técnica de Marialva e a edificação da Escola Estadual Dr. Felipe Silveira

Bittencourt, feito que contou com o reconhecimento da população marialvense,

a qual homenageou-o como Patrono da escola.

Faleceu em 16 de maio de 1985, deixando esposa, uma filha, 3 netos e

7 bisnetos.

1.4 Caracterização da comunidade escolar, ações e necessidades

Os dados apresentados a seguir estão revestidos de grande importância

para a contextualização da prática pedagógica desenvolvida pela escola, pois

permitem conhecer o público alvo, isto é, a quem se destina o ensino, suas

características mais acentuadas, as principais diversidades etc, dando

condições para programar ações que visem a melhoria do trabalho escolar e

promovam a aprendizagem dos alunos.

Ano letivo: 2010 MANHÃ TARDE NOITE TOTAL

Nº de alunos 528 210 118* 856*

Nº de turmas 16 8 4* 28*

Direção 20 h - 20 h 40 h

Direção auxiliar 20 h 20 h - 40 h

Pedagogos 4 1 2 4

Nº de professores 31 25 30 55

Professores adaptados 2 4 - 5

Agentes Educacionais I 10 10 4 13

Agentes Educacionais II 5 5 5 10

*O número de alunos e turmas do período noturno, apresentados no quadro

anterior, referem-se apenas aos alunos do Ensino Regular. No entanto, a

escola atende também alunos na Educação de Jovens e Adultos (EJA), Ensino

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Fundamental – Fase II e Ensino Médio, correspondendo a 9 turmas a mais, por

noite. Como a maior parte dessas turmas é de organização individual, o

número de alunos presentes é bastante variável, mas é de aproximadamente

100 alunos a cada dia (na EJA). Isso faz com que o maior número de turmas e

de alunos seja nos períodos da manhã e noite.

Como a Proposta Pedagógica da EJA também faz parte deste

documento, caracterizaremos aqui o corpo discente do Ensino Regular, seu

perfil socioeconômico, os índices de aproveitamento escolar e os principais

problemas relativos à aprendizagem.

Nossos alunos são filhos da classe trabalhadora e 19,8% deles provêm

de famílias que trabalham na agricultura. Após pesquisa realizada, verificamos

que há um maior número de famílias com baixo poder aquisitivo nos períodos

vespertino e noturno; no período da manhã, as famílias têm renda familiar um

pouco melhor. No período da tarde, 29,5% dos alunos estão inseridos em

programas do governo (como o Bolsa Família, por exemplo); no período da

noite são 24,5% e apenas 14,9% do período da manhã.

Os alunos são oriundos da Zona Urbana Central e Bairros (84%), mas

uma boa parcela reside na Zona Rural (16%). A grande maioria tem fácil

acesso à escola, pois mesmo os da Zona Rural contam com transporte escolar

da prefeitura municipal. O gráfico a seguir mostra que 357 alunos (41,7%)

utilizam o transporte escolar pra virem à escola:

Um dado que nos chama à atenção é o fato de 294 dos nossos alunos

(34%) frequentarem ou já terem frequentado a Sala de Apoio ou a Sala de

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Recursos. Outro dado importante é que 289 alunos (33,8%) já reprovaram em

alguma série. Isso nos leva a refletir sobre as ações e intervenções

necessárias para garantir que todos eles alcancem sucesso na aprendizagem.

Partimos do pressuposto que todos (profissionais da escola, família e o próprio

aluno) devem assumir com responsabilidade o seu papel.

No que tange à escola, entendemos que a capacitação do professor é

fundamental para que a aprendizagem aconteça em sala de aula, pois o

domínio dos conteúdos e o uso de metodologias diferenciadas são

indispensáveis ao sucesso do aluno. Como a formação inicial não tem dado

conta de atender a essa necessidade, os professores são incentivados a

participarem de cursos e grupos de estudo específicos para a sua área. Nas

Reuniões Pedagógicas, são discutidas questões que se aplicam a todas as

áreas de ensino, reafirmando constantemente a nossa parcela de

responsabilidade nesse processo. O grande desafio tem sido fazer o aluno

reconhecer a importância de dominar os conteúdos historicamente acumulados

enquanto ferramentas necessárias à intervenção na realidade em que vivemos,

com vistas à sua transformação, mas essa tarefa não tem sido nada fácil. Por

meio de estudos e discussões, estamos em busca de respostas. Nos

Conselhos de Classe e no contato direto com pais e alunos, a Equipe

Pedagógica tem buscado identificar problemas específicos e trabalhado no

sentido de orientar professores, pais e alunos, encaminhando estes também às

redes de apoio quando necessário (atendimento médico, psicológico,

fonoaudiológico, terapia familiar, dentre outros). No entanto, nem sempre os

alunos conseguem o atendimento de profissionais especializados, de acordo

com suas necessidades.

A Equipe Pedagógica procura acompanhar o trabalho dos professores,

buscando alternativas que possam contribuir para o melhor desempenho dos

alunos em sala de aula. No entanto, uma questão comum a todas as escolas e

que em nosso colégio não é diferente, é a necessidade de um maior número de

pedagogos, uma vez que a Equipe fica, na maior parte do seu tempo, envolvida

com a orientação de pais e alunos, não encontrando meios de estar mais com

o professor. Todos se empenham para driblar essa dificuldade, mas

trabalhamos no limite de nossas possibilidades. Acreditamos que toda escola

deveria contar com coordenadores de área, mesmo que com uma pequena

carga horária, uma vez que os pedagogos não têm a formação necessária no

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que se refere às metodologias e aos conteúdos específicos de cada Disciplina.

No entanto, isso depende da mantenedora, pois esta é que define a

distribuição dos recursos humanos nas escolas.

É importante lembrar aqui que a SEED tem determinado o conteúdo

trabalhado nos dias de Formação Continuada previstos em calendário e isso

nem sempre corresponde às necessidades da escola. Reconhecemos a

importância dos textos encaminhados, mas o tempo não tem sido suficiente

para a discussão de questões e planejamento de ações específicas da escola.

Os estudos desenvolvidos nos últimos anos contribuíram para a

compreensão de que o domínio dos conteúdos historicamente produzidos pela

humanidade resulta no desenvolvimento das funções mentais superiores,

dando ao aluno as ferramentas indispensáveis para a boa compreensão do

mundo. Por isso, reforçamos constantemente a responsabilidade do professor

em transmitir esses conhecimentos, apesar de, muitas vezes, boa parte dos

alunos não reconhecer a importância dos conteúdos disciplinares.

Como não podemos perder de vista o nosso alvo, estamos cientes de

que, além do compromisso dos pais e dos próprios alunos, o estudo

incessante e a busca de novas metodologias são indispensáveis para a

reversão desse quadro. No entanto, observamos que muito pouco tempo tem

sido destinado, nos dias de formação, para estudos específicos de cada área

do conhecimento e isso tem constituído um entrave. Assim, ressaltamos a

necessidade de Formação Continuada que contemple carga horária e

conteúdos próprios de cada área, devendo essa formação ser garantida pela

mantenedora.

É comum ouvirmos que estamos vivendo um momento em que a

tecnologia existente tem propiciado a todos o acesso ao conhecimento. Ora, se

boa parcela de nossos alunos tem computador em casa (55,7%) e 348 deles

(40,7%) acessam a Web de casa e considerando os índices de aproveitamento

escolar, podemos concluir que o uso dos recursos tecnológicos, por si só, não

garante o domínio do conhecimento. Portanto, fica evidente a importância da

mediação para que as informações disponíveis sejam conhecidas e

transformadas em conhecimento capaz de garantir o pleno exercício da

cidadania.

O gráfico a seguir revela algumas diferenças entre os três turnos de

funcionamento da escola:

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Um dos dados relevantes é o número de alunos que já reprovaram em

alguma série: 23,8% dos alunos do período da manhã, 37,6% do período da

tarde e 71,1% do período da noite já passaram pela experiência da reprovação,

evidenciando uma grande discrepância entre os diferentes turnos de

funcionamento. Isso demonstra a necessidade de um trabalho diferenciado,

especialmente no período noturno.

Outro dado que nos chama à atenção diz respeito ao número de alunos

que tem computador em casa: 62,8% do período da manhã, 49,5% do período

da tarde e apenas 34,7% do período da noite. A diferença entre os que têm

acesso a Web é ainda mais gritante: são 49,2 do período da manhã, 31,4% do

período da tarde e apenas 18,6% do período da noite. Isso precisa ser levado

em conta especialmente quando os professores solicitam aos alunos que

realizem atividades de pesquisa e quando planejam aulas no Laboratório de

Informática, pois o domínio dessa ferramenta é bem mais limitado entre os

alunos do noturno.

O relacionamento entre os profissionais da escola e os pais é bom, no

entanto, nem todos os pais comparecem às atividades propostas. No entanto,

temos o desafio de alcançar 100% de comparecimento. Discordâncias surgem,

mas têm sido resolvidas com diálogo e profissionalismo.

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Os pais ou responsáveis pelos nossos alunos são frequentemente

chamados a participar das atividades da escola e a acompanhar a vida escolar

dos mesmos. Muitos deles têm demonstrado interesse e compromisso com a

entidade escolar, mas alguns raramente aparecem. Alguns pais chegam a ser

convocados por várias vezes até atenderem ao chamado, mesmo sendo os

responsáveis pelos alunos que mais necessitam de orientação e

acompanhamento.

Muitos pais (cerca de 50%) afirmam que incentivam os filhos a estudar,

mas admitem que nem sempre acompanham a realização das atividades e

tarefas. 18% dos pais não acompanham, considerando que seja

responsabilidade somente da escola o desempenho dos alunos.

O relacionamento entre os profissionais da escola e os alunos é bom,

mas pode ser melhorado, pois nem todos atendem às expectativas e às

necessidades. A indisciplina é um dos grandes fatores que colocam em risco o

bom relacionamento, especialmente entre alunos e professores. Entendemos

que uma das ações para melhorar esse relacionamento é a realização de

atividades extra-classe, como passeios, gincanas e sessões de cinema, dentre

outras. A participação conjunta em atividades assim contribui para estreitar os

laços de amizade e criar um vínculo afetivo maior, também importantes para

que a aprendizagem aconteça em sala de aula. Muitas vezes esbarramos em

questões financeiras que impedem a realização dessas atividades. Outro

problema é o Calendário escolar que oferece poucos momentos para o

planejamento e a preparação de atividades diferenciadas. No entanto, todas

essas dificuldades têm sido encaradas como um desafio, fazendo com que os

profissionais da escola se empenhem para melhorar cada vez mais o

relacionamento com os alunos.

No ano de 2010, uma psicóloga desenvolveu um trabalho sistemático

com pais, professores e alunos visando melhorar o entendimento de questões

referentes à indisciplina e ao baixo desempenho. Esse trabalho fez parte da

sua pesquisa no Curso de Doutorado. A participação foi pequena, mas deveria

haver uma continuidade desse trabalho ao longo dos anos, pois resultados

positivos só podem ser alcançados a médio e longo prazos. A mantenedora

deveria garantir a presença e a atuação de psicólogos em todas as escolas.

Na opinião de pais e alunos, os principais fatores que contribuem para a

indisciplina são: o relacionamento entre professores e alunos (23%), a falta de

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punição mais eficiente (20%), conteúdos distantes da realidade do aluno (20%),

muitos alunos em sala de aula (16%), a falta de motivação para o estudo (12%)

e a falta de acompanhamento dos pais ou responsáveis (9%). Os professores,

no entanto, são quase unânimes ao apontar a falta de motivação dos alunos

para o estudo e a falta de acompanhamento da família como os principais

fatores geradores de indisciplina. Isso faz com que o trabalho em sala de aula

exija demasiado empenho e dedicação dos professores.

As tabelas a seguir mostram os índices de aprovação dos últimos anos,

assim como os resultados apresentados na Prova Brasil e IDEB da escola:

Taxa de aprovação Prova Brasil/SAEB

Matemática L. Portuguesa

Ano 2005 2007 2009 2005 2007 2009 2005 2007 2009

Brasil 76,3 78,7 80,5 232,87 241,63 242,86 226,6 229,96 239,73

Paraná 75,7 82,3 82,6 238,13 252,13 250,74 223,1 235,72 246,23

Município 73 83,3 86,1 260,1 252,62 256,01 232,5 234,82 249,76

Escola 71,5 82,6 83,6 256,16 251,86 257,32 228,55 236,34 254,17

IDEB Meta do IDEB

Ano 2005 2007 2009 2005 2007 2009

Brasil 3,3 3,6 3,8 3,3 3,5 3,8

Paraná 3,3 4 4,1 3,3 3,5 3,8

Município 3,6 4 4,4 3,6 3,7 4

Escola 3,4 3,9 4,3 3,4 3,6 3,8

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É gratificante ver que a escola tem melhorado seus índices de

aprovação e também os resultados nos exames oficiais, mas, se os resultados

apresentados são relativamente satisfatórios, ainda há muito que se fazer.

Apesar de nosso IDEB ter ido além da meta estabelecida pelo governo federal,

precisamos reconhecer que ainda estamos distantes do horizonte almejado, ou

seja, uma escola de qualidade que apresente no mínimo a média 6 (seis).

Estudos precisam ser desenvolvidos a fim de que os problemas sejam

identificados e novas medidas possam ser implementadas.

As tabelas e os gráficos apontam que a escola tem reduzido seu índice

de reprovação a cada ano, no entanto, o índice de aprovação por Conselho de

Classe tem permanecido estável, indicando que um trabalho sistemático

precisa ser realizado a fim de amenizar esse problema. Esse cuidado tem

incluído um olhar mais atento da Direção, Equipe Pedagógica e professores

para os alunos que têm apresentado dificuldades de aprendizagem, o contato

frequente com as famílias dos mesmos para o acompanhamento/apoio em

casa e o encaminhamento para os programas disponíveis (Salas de Apoio à

Aprendizagem e Salas de Recursos) e para outros profissionais, como

psicólogos, fonoaudiólogos, neurologistas, dentre outros. Destacamos, no

entanto, que nem todos os alunos têm recebido o atendimento de que

necessitam, pois nem todas as famílias têm condições de arcar com as

despesas e o sistema público de saúde não atende à toda a demanda.

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A Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010, que fixa as Diretrizes

Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos, Art. 23

estabelece que, para assegurar a aprendizagem, o bem-estar e o

desenvolvimento do aluno em todas as suas dimensões, a articulação com os

serviços de apoio aos sistemas educacionais e com as políticas de outras

áreas também deve ocorrer. No entanto, temos encontrado grande dificuldade

em conseguir suporte no que se refere a alunos com problemas que

necessitam de uma intervenção externa. Alguns necessitam de consultas e

atendimentos especializados e isso demora muito a acontecer, outros

necessitam ser inseridos em atividades no contraturno e falta um

acompanhamento maior por parte de algumas famílias. Os programas

disponíveis na escola, em forma de Atividades Complementares Curriculares

em Contraturno, não atendem a todos os alunos que deles necessitam. O

número de programas e vagas é limitado.

Considerando que o conceito de desenvolvimento humano está atrelado

a ideia de uma evolução contínua que, embora não seja linear, ocorre ao longo

de toda a vida e nos diversos campos, e sabendo ainda que ele não ocorre

separado do contexto social, é necessário que haja uma articulação entre a

nossa escola e as escolas do município que ofertam as séries iniciais do

Ensino Fundamental. Para que os alunos possam trilhar um percurso contínuo

de aprendizagens, é fundamental que essa articulação aconteça também

dentro da própria escola, entre os diferentes anos (séries) e entre o Ensino

Fundamental e o Ensino Médio, mas reconhecemos que precisamos avançar

muito nesse aspecto, pois ainda enfrentamos uma série de dificuldades.

O contato com outras escolas vem ocorrendo, embora precise ser

aperfeiçoado. Temos encaminhado a cada escola do município os nomes dos

alunos de lá oriundos e solicitamos as informações que possam ser relevantes.

Saber o que os nossos alunos já aprenderam também é importante.

Portanto, reconhecemos a necessidade de conhecermos a Proposta

Pedagógica Curricular das demais escolas, no entanto, o acesso nem sempre

é fácil.

Os momentos para a troca de informações, ao longo do ano letivo, são

insuficientes, demonstrando que o Calendário Escolar precisa ser revisto pela

mantenedora no que se refere ao tempo destinado ao Planejamento, às

Reuniões Pedagógicas e aos Conselhos de Classe. Essa dificuldade também

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confirma a necessidade da ampliação da hora-atividade dos professores, uma

vez que a carga horária tem sido insuficiente para tantas atribuições

(elaboração do Plano de Trabalho Docente, preparação de aulas, elaboração e

correção de atividades avaliativas, atendimento aos pais, troca de experiências

e informações com os demais colegas da área, além de muitas outras).

A falta de gosto pela leitura e a dificuldade de interpretação têm sido

apontados como os maiores problemas. Por isso, a escola tem buscado

estratégias que contribuam para a reversão desse quadro. A aquisição de

novos títulos para o acervo da Biblioteca, a organização de um espaço para

leitura no pátio da escola e o estímulo à leitura em sala de aula têm sido

algumas das ações implementadas.

O problema da evasão no ensino noturno, assim como nas outras

escolas, também está presente no Colégio Bittencourt. A fim de amenizar essa

situação, a Equipe Pedagógica procura fazer um acompanhamento semanal da

frequência dos alunos e contatos frequentes com suas famílias. No ensino

noturno, os professores têm utilizado um sistema de avaliação diferente do

diurno, valorizando a produção diária dos alunos e sempre dando a

oportunidade de fazerem as demais avaliações nos dias em que comparecem

à escola.

Quanto aos profissionais que atuam na escola, é importante destacar

que a grande maioria trabalha em dois turnos. É uma jornada bastante

desgastante, pois estamos em contato direto com um grande número de

adolescentes oriundos de famílias bastante diferentes. Todos trazem consigo

uma história de vida e nem sempre é fácil lidar com as diferenças.

Dos professores que atuam no colégio, 40 (quarenta) são do Quadro

Próprio do Magistério (QPM), mas esse número não atende à demanda da

escola, exigindo que outros sejam contratados pelo Processo de Seleção

Simplificado (PSS). A cada ano, a escola conta com 10 (dez) professores PSS,

em média, além de outros que são contratados apenas por um certo período,

substituindo professores em Licença Médica, Licença Maternidade ou Licença

Especial. Um dos problemas vivenciados é que alguns professores acabam

não criando vínculo com a escola, especialmente porque trabalham em várias

escolas e isso impede que participem das atividades de formação organizadas

em cada uma delas. A organização da hora-atividade também fica

comprometida, pois é muito difícil conciliar os horários de todos os professores

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que atuam em uma mesma Disciplina.

Dos professores QPM, 34 (trinta e quatro) têm Pós-Graduação em nível

de Especialização, 2 (dois) professores têm Mestrado e 4 (quatro) são apenas

graduados. Dos 5 (cinco) professores adaptados, 4 (quatro) são também

Especialistas.

Dos professores PSS, 3 (três) são graduados e 7 (sete) têm

Especialização.

Quanto à Direção, Direção Auxiliar e Equipe Pedagógica, todos têm Pós-

Graduação em nível de Especialização.

O nível de escolaridade dos educadores demonstra que tem havido uma

preocupação em prosseguir os estudos além da Graduação. No entanto,

especialmente por estarmos falando de educadores, acreditamos que esses

profissionais deveriam ser incentivados pelo poder público a fazer Mestrado e

Doutorado, dando-lhes condições para fazerem esses cursos.

Dos 13 (treze) Agentes Educacionais I que atuam no estabelecimento, 5

(cinco) são do Quadro Próprio, 5 (cinco) são do Paraná Educação, 2 (dois) têm

contrato CLT e somente um PSS, revelando a diversidade quanto aos

contratos de trabalho dessa categoria.

Quantos aos Agentes Educacionais II, todos eles são do Quadro Próprio.

Com a aprovação do Plano de Carreira dos funcionários e as novas

oportunidades de formação oferecidas aos mesmos, temos observado grandes

avanços nos serviços prestados. Todos estão mais conscientes da função da

escola pública e da importância do seu trabalho como profissional da

educação.

Com a implantação do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental em 2012, a

escola tem desenvolvido estudos e discussões a fim de identificar as que

adequações necessárias, além das mudanças de nomenclatura. Entendemos

que as alterações, a princípio, não serão tão significativas, uma vez que os

alunos chegarão às séries finais do Ensino Fundamental com a mesma idade

cronológica; os livros didáticos também apontam os mesmos conteúdos a

serem desenvolvidos. No entanto, precisamos levar em conta que, os alunos

oriundos das séries do Ensino Fundamental de 9 anos, nas séries iniciais

tiveram um ano a mais, por isso, é fundamental conhecer a nova Proposta

Pedagógica das escolas que ofertam essa etapa de ensino. Necessitamos do

apoio do Núcleo Regional de Ensino para que a articulação entre as escolas

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realmente aconteça de forma proveitosa, pois as adequações na Proposta

Pedagógica Curricular das séries finais devem ocorrer a partir do conhecimento

da Proposta Pedagógica das séries iniciais. Os tempos e espaços escolares

serão os mesmos, mas necessitamos de mais estudos referentes à

alfabetização e letramento, pois, ao nos deparamos com alunos e suas

dificuldades, não podemos nos esquecer de que eles estão inseridos num

processo que exige continuidade.

Entendemos também que os pais precisam ser bem orientados a

respeito da implantação simultânea do ensino Fundamental de 9 anos nas

instituições do Sistema Estadual de Ensino e uma atenção especial será

necessária ao efetuar as matrículas, analisando cuidadosamente a

documentação apresentada, a fim de que erros não aconteçam.

Em relação ao trabalho desenvolvido nas séries iniciais, precisamos

conhecer principalmente o Sistema de Avaliação e de promoção dos alunos, os

conteúdos trabalhados em cada ano escolar, assim como a abordagem e o

aprofundamento dados.

Todos os profissionais da escola precisam estar atentos, a fim de que o

nível de desenvolvimento dos alunos seja identificado, assim como suas

principais habilidades e dificuldades.

Uma articulação maior precisa ocorrer também entre os professores que

trabalham com o mesmo grupo de alunos e entre esses professores e os do

ano seguinte, de forma que as necessidades dos alunos possam ser atendidas.

O apoio do poder público com programas e condições para atender

melhor os alunos com dificuldades no contraturno e um acompanhamento

maior por parte de algumas famílias também precisa acontecer.

1.5 Condições físicas e materiais

O colégio possui ambientes assim distribuídos:

1 anfiteatro de 1.192 m2

1 quadra coberta com 800 m2

1 quadra com 45m X 30m

14 salas de aula de 48 m2

4 salas de aulas de 65,60 m2

1 sala de aula usada para laboratório de 65,60 m2

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2 salas de aula de 26 m2 (uma é usada pela Documentação Escolar)

1 sala de aula - biblioteca com 55 m2

sala da direção com 8 m2

sala de arquivos com 18 m2

secretaria com 50 m2

03 banheiros para funcionários com 3 m2 cada

1 sala de Coordenação Pedagógica com 13 m2

2 almoxarifados com 10 m2

1 cozinha com 17 m2

1 refeitório com 48 m2

1 cantina com 10 m2

1 secretaria com 18 m2

1 secretaria de 50 m2

1 sanitário alunas com 25 m2

1 sanitário alunos com 22 m2

portaria com 8 m2

03 pátios cobertos num total de 160 m2

1 sala de professores com 21 m2

2 almoxarifados com 8,3 m2

1 sala de informática 30 m2

1 sala de reforço com 14,85 m2

1 sala de recursos com 14,85 m2

1 sala de 35 m2

1 sala de 30 m2

2 salas de 20 m2

A escola possui ainda uma pracinha, amplo espaço gramado,

estacionamento para professores e funcionários, jardins e uma pequena horta.

Todas as salas de aula estão equipadas com tv-pendrive de 29‟. Além

de um bom acervo bibliográfico que inclui jornais e revistas, a escola tem 3

aparelhos de DVD, 3 aparelhos de som, caixa de som, microfones, telão,

Datashow, notebook e retroprojetores. O Laboratório de Informática é utilizado

por alunos, professores e demais funcionários.

Materiais pedagógicos diversificados estão à disposição dos

professores, como por exemplo: Tangram, Blocos Lógicos, mapas, sólidos

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geométricos, Material Dourado, calculadoras, jogos matemáticos diversos,

jogos variados (Memória, Banco Imobiliário, Senha, Uno, Cilada, quebra-

cabeças), dentre outros.

Todos aqueles que visitam o Colégio Bittencourt podem constatar que as

instalações estão em bom estado de conservação e todos os espaços são

mantidos em boas condições de higiene.

2 ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

2.1 Modalidades de Ensino

O estabelecimento oferece Ensino Fundamental de 9 anos – 6ª ao 9º

ano, Educação de Jovens e Adultos – EJA (Ensino Fundamental – Fase II e

Ensino Médio), Serviço de Apoio Especializado – Sala de Recursos, Sala de

Apoio à Aprendizagem e CELEM – Língua Espanhola.

2.2 Turnos de Funcionamento

O Colégio Estadual Dr. Felipe Silveira Bittencourt funciona em três

turnos:

Matutino: 7h40 às 12h – Ensino Fundamental (6º ao 9º ano), Salas de

Apoio à Aprendizagem (6º e 9º ano) e Sala de Recursos.

Vespertino: 13h às 17h20 – Ensino Fundamental (6º ao 9º ano), Salas

de Apoio à Aprendizagem (6º e 9º ano), Sala de Recursos, CELEM –

Língua Espanhola, Programa Segundo Tempo, Programa de Atividades

Complementares em Contraturno – Ginástica Rítmica, Escolinhas de

Treinamento Esportivo – Futsal e Handebol.

Noturno: 19h às 23h – Ensino Fundamental (7º ao 9º ano) e Educação

de Jovens e Adultos – EJA (Ensino Fundamental – Fase II e Ensino

Médio).

Horários intermediários:

12h às 13h – Futsal

17h15 às 19h – Handebol, Fanfarra e CELEM - Língua Espanhola

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2.3 Ambientes pedagógicos

Os ambientes pedagógicos são utilizados de acordo com os objetivos

educacionais, considerando os conteúdos a serem trabalhados e as

necessidades dos alunos. Para o bom andamento das atividades escolares,

são estabelecidas normas para a utilização de cada espaço.

Quadras Esportivas

O Colégio conta com uma quadra coberta com 800 m2 e com uma

quadra descoberta de 45m X 30m.

Elas são destinadas às aulas de Educação Física, às atividades extra-

classe, ao desenvolvimento de alguns programas e à comunidade circunvizinha

nos fins de semana, feriados e período de férias.

Biblioteca

A Biblioteca é organizada para se integrar com a sala de aula no

desenvolvimento do currículo escolar. Tem como objetivo despertar o aluno

para a leitura desenvolvendo nele o prazer de ler.

O horário de atendimento é de segunda à sexta-feira, coincidindo com o

horário de aula.

A biblioteca escolar precisa ser vista como um novo espaço na escola,

como uma oportunidade de fortalecimento do ensino, dando-lhe um sentido

onde o professor não segue caminhos predeterminados e receitas prontas,

mas vai e leva o seu aluno em busca de novas informações. Do convívio com a

leitura, com o livro, com novas ideias é que surge o leitor crítico, criativo,

independente. É a biblioteca que pode contribuir para ampliar e desenvolver o

potencial do aluno.

As bibliotecárias não têm habilitação específica para tal função, mas o

Pró-Funcionário (programa de capacitação para os funcionários da rede pública

estadual) criou recentemente a possibilidade de garantir essa formação inicial.

É incumbência do funcionário programar o uso da biblioteca pelas

diversas turmas e orientar os alunos.

O perfil que se exige desse profissional deve ser marcado pela

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dinâmica, iniciativa, criatividade, atualização, espírito crítico e inovador,

participação e, principalmente que seja um bom leitor.

Para organizar o nosso fazer diário, temos o Regulamento da Biblioteca,

descrito a seguir:

1º) Todo aluno matriculado neste Estabelecimento de Ensino está

automaticamente matriculado na Biblioteca e poderá usufruir o acervo

bibliográfico.

2º) Os alunos serão identificados de acordo com fichário existente na Biblioteca

caracterizando série e turma.

3º) Ao entrar no recinto da Biblioteca, os nossos alunos deverão estar

devidamente uniformizados.

4º) Os alunos menores, que estudam no período diurno, só poderão usufruir da

Biblioteca no período noturno, desde que estejam acompanhados ou

autorizados pelos pais.

5º) Tendo tomado um livro emprestado, o usuário poderá permanecer com o

mesmo por um período de 08 (oito) dias, podendo ser reservado o pedido,

desde que o livro não tenha sido reservado por outro usuário.

6º) Os livros destinados à pesquisas não deverão sair do recinto da Biblioteca,

a não ser para xerox, e, neste caso, sob a responsabilidade da bibliotecária.

7º) Os professores, quando precisarem levar livros para pesquisas e/ou

trabalhos diversificados em sala de aula, deverão solicitá-los com antecedência

e retirá-los em seu nome, ficando responsáveis pelos mesmos.

8º) Não será permitido ao usuário fazer retirada do livro para uso de terceiros,

como: amigos, parentes, etc.

9º) Será permitido o empréstimo de um livro por usuário, sendo que a retirada

de outro livro implica na devolução do primeiro.

10º) O usuário que não devolver o livro após três dias da data prevista para a

devolução, será encaminhado à coordenação para registro e comunicado à

família.

11º) O usuário que se comportar inadequadamente no recinto da Biblioteca,

não permanecendo em silêncio, comendo, namorando, etc., ficará suspenso da

mesma, por um período de 07 (sete) dias.

12º) Caso o usuário ficar suspenso por três vezes, será cancelada sua

inscrição junto a Biblioteca, ficando o mesmo proibido de usufruir do acervo

por um ano.

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13º) Caso o usuário venha a riscar, rasgar ou perder livros, ficará o mesmo na

obrigação da reposição com um novo livro em perfeito estado de conservação.

14º) O professor, ao liberar a turma toda para pesquisa na Biblioteca, deverá

ACOMPANHAR os alunos e PERMANECER com eles, a fim de que sejam

orientados em seus trabalhos.

15º) É proibido mascar chicletes dentro da biblioteca.

16º) Ao entrar na biblioteca, deverá deixar seus pertences ou materiais num

local destinado a este fim.

Competências do funcionário responsável pela organização e pelo

funcionamento da biblioteca escolar:

Realizar estudos para conhecimento da realidade escolar da

comunidade;

Propor os meios necessários para o desenvolvimento do trabalho;

Compatibilizar a programação elaborada com as diretrizes superiores

estabelecidas;

Estabelecer mecanismos de avaliação;

Fornecer bibliografias aos professores e demais técnicos vinculados à

escola, quando solicitadas;

Organizar os arquivos da biblioteca;

Elaborar instruções relativas à organização e funcionamento da

biblioteca;

Fixar o horário de atendimento, o mais flexível e amplo possível.

Acompanhar os lançamentos de livros, mantendo-se atualizado ao

máximo, com relação às novas publicações;

Manter-se atento às solicitações de alunos e professores com vistas a

atendê-los quanto às suas necessidades de informação;

Selecionar as obras a serem adquiridas, juntamente com professores e

equipe pedagógica;

Preparar os livros para integrá-los ao acervo;

Organizar os acervos nas estantes;

Atender a consultas locais e empréstimo de materiais;

Registrar as atividades diárias;

Indicar leituras aos usuários;

Orientar a limpeza e desinfecção do acervo;

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Organizar a biblioteca, sinalizando-a, de modo a propiciar a

independência dos usuários com relação ao uso do acervo, localizando

os documentos e orientando quanto aos serviços;

Manter-se atualizado quanto a técnicas de ensino, tendências e

materiais atuais.

Laboratório de Ciências, Biologia e Química

O laboratório constitui-se em espaço pedagógico cujo material estará à

disposição dos professores de Ciências, Física, Química e Biologia e

respectivos alunos.

O laboratório está sob a responsabilidade do Professor Laboratorista e

supervisionado pela Equipe Pedagógica.

Compete ao Professor que faz uso do laboratório de Química, Física e

Biologia:

Requisitar o uso do laboratório à Equipe Pedagógica, preferentemente,

com antecedência mínima de 48 horas, bem como os materiais que

serão utilizados de acordo com as possibilidades do Estabelecimento;

Deixar os materiais e os laboratórios limpos, após o uso, para que o

laboratorista retorne-os ao lugar de origem;

Comunicar ao laboratorista a quebra de objetos, falta de reagentes e o

não funcionamento de equipamentos;

Fazer uso do laboratório somente se os alunos estiverem

acompanhados do professor;

Retirar material do laboratório com autorização prévia do laboratorista,

termo de responsabilidade e devolução;

Responsabilizar-se quanto ao uso dos materiais que possam causar

acidentes, devendo comunicar imediatamente à Direção quando houver

ocorrência;

Doar os equipamentos confeccionados no Estabelecimento, os quais

farão parte do patrimônio do laboratório;

Esclarecer aos alunos das normas de segurança para o uso do

laboratório.

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Anfiteatro

O Colégio possui um salão de 100 m2 construído com recursos da

APMF em 1995, destinados a toda comunidade marialvense. Aqui são

realizados eventos, como: festivais, palestras, reuniões, teatros, trabalho com

filmes, festa de encerramento do ano letivo etc.

Sala de Apoio à Aprendizagem

O Programa da Sala de Apoio tem em vista o disposto na LDBEN

9394/96, o parecer do Conselho de Educação Básica nº 04/98 – CEB, a

Deliberação nº 007/99, do Conselho Estadual de Educação – CEE e a

Resolução Secretarial nº 2772/2011.

A Sala de Apoio tem como objetivos:

O desenvolvimento da capacidade de aprender do aluno de 6º e 9º

anos, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e

do cálculo;

A necessidade de promover meios ao estabelecimento de ensino para

enfrentar as dificuldades de aprendizagem dos alunos; a avaliação

diagnóstica, contínua e cumulativa, como um processo indicativo dos

avanços e das necessidades diferenciadas de aprendizagem dos

alunos.

Para solicitar demanda para as Salas de Apoio à Aprendizagem, o

estabelecimento de ensino dispõe de uma sala adequada, com no máximo 20

alunos, nas Disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, funcionando em

horário contrário ao qual o aluno do 6º e 9º anos está matriculado.

Os professores deverão desenvolver um trabalho diferenciado que

atenda às diferenças individuais dos alunos.

Para tanto, foram apontados diversos encaminhamentos para análise e

compreensão das dificuldades apresentadas, visando assegurar um trabalho

efetivo e inovador, na aprendizagem daquele aluno que ainda não se

apropriara da linguagem padrão e das competências dos cálculos.

Os professores devem adotar estratégias com um novo enfoque na

relação ensino-aprendizagem numa concepção sociointeracionista, em que o

aluno é sujeito histórico e social, melhorando o desempenho, despertando a

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autoestima perdida e lançando-se de desafios coletivos.

Utilizando-se materiais diversificados e concretos, nas diferentes

funções e níveis, para que visualizem as situações problemáticas

apresentadas, capacitando o aluno a construir hipóteses sobre os diversos

conceitos na linguagem matemática, criando momentos para organizar as

ideias e refletir sobre a atividade realizada que no dia-a-dia da sala de aula

comum, muitas vezes, não é oportunizado.

Com a Sala de Apoio, os alunos serão favorecidos, estimulados ao

gosto pela leitura, com a escolha de textos de sua preferência, criando

expectativas, coordenando informações e ilustrações do texto, promovendo a

confiança do mesmo como leitor. Discutirão, farão perguntas, realizarão

avaliações por escrito, mostrando criatividade nas produções, serão motivados

a escrever com clareza e organização de ideias. O aluno poderá desenvolver

novas habilidades e perceber os principais equívocos que ainda apresenta.

É na Sala de Apoio que o aluno é levado a refletir sobre o que aprende,

como aprende e qual é a importância da aprendizagem, a ampliar seu mundo

com situações mais complexas. É possível fazer intervenções que ajudem os

alunos a avançar no conhecimento, desenvolver seu potencial de ler,

interpretar e representar o mundo.

Por isso, afirma-se que o aluno não poderá fazê-lo sozinho, é importante

a mediação do professor com levantamentos, comparações com o projeto da

escola, uma avaliação do que ainda lhes falta aprender, troca de experiências e

estudos, para que o processo de ensino-aprendizagem se efetive.

No Colégio Bittencourt, as Salas de Apoio têm contribuído para a

superação das dificuldades de aprendizagem e o sucesso escolar dos alunos.

No entanto, nem sempre tem sido fácil garantir a frequência dos alunos

encaminhados. Esse problema tem sido enfrentado pela Equipe Pedagógica

por meio de um controle diário da frequência, possibilitando o contato imediato

com as famílias dos ausentes.

Sala de Recursos

O Serviço de Apoio Especializado – SALA DE RECURSOS – do Colégio

Estadual Dr. Felipe Silveira Bittencourt foi implantado no estabelecimento

através da Resolução nº 2806/04 de 17/08/004, da SEED.

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Rege-se pela Instrução nº 05/04, de 07 de maio de 2004 do DEE/SEED.

A Sala de Recursos oferece um serviço especializado de natureza

pedagógica e tem a finalidade de apoiar e complementar o atendimento

educacional realizado nas classes comuns do Ensino Fundamental.

Destina-se aos alunos regularmente matriculados no Ensino

Fundamental, egressos da Educação Especial (1º ao 5º ano) ou que venham a

apresentar, no decorrer do processo ensino e aprendizagem, atraso acadêmico

significativo, distúrbios funcionais específicos e/ou deficiência intelectual e que

necessitem desse apoio especializado complementar.

O apoio pedagógico oferecido deve contemplar metodologias e

estratégias diferenciadas, distinguindo-se do reforço escolar e observando as

áreas do desenvolvimento (cognitivo, motora, sócio-afetivo-emocional), além

dos conteúdos de Língua Portuguesa e Matemática da série em que o aluno se

encontra.

Para ingressar na Sala de Recursos, o aluno passa por um processo de

avaliação pedagógica e psicológica, sendo a primeira realizada no contexto do

Ensino Regular, enfocando conteúdos das Disciplinas de Língua Portuguesa e

Matemática das séries iniciais, além das áreas de desenvolvimento acima

citadas.

Na Sala de Apoio, os alunos são atendidos duas vezes por semana, não

ultrapassando duas horas/aula diárias.

O atendimento é individual ou em grupo, sendo esses grupos

organizados preferencialmente por faixa etária e/ou conforme as necessidades

pedagógicas semelhantes dos mesmos.

Cada aluno da Sala de Recursos tem uma pasta individual onde consta

o Relatório de Avaliação Psicológica e Pedagógica no contexto escolar, além

do Relatório Semestral de Acompanhamento, os quais ficam sob a

responsabilidade da secretaria da Escola.

A elaboração dos relatórios semestrais está a cargo do Professor da

Sala de Recursos, da equipe técnico-pedagógica da escola e, sempre que

possível e necessário, conta com o apoio dos professores da classe comum.

Para atuar na Sala de Recursos o professor deverá possuir habilitação

específica na área e a escola deverá contar com equipe técnico-pedagógica

habilitada ou especializada e/ou em formação profissional continuada (cursos

que contemplem conteúdos referentes à área de Educação Especial).

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O programa deverá funcionar em espaço físico adequado e dispor de

materiais pedagógicos específicos, levando em conta as peculiaridades dos

alunos.

O trabalho a ser desenvolvido deverá partir dos interesses,

necessidades e dificuldades de aprendizagem específicas de cada aluno,

oferecendo subsídios pedagógicos que contribuam para a aprendizagem dos

conteúdos da classe comum.

Quando o aluno não necessita mais do Serviço de Apoio Especializado -

Sala de Recursos – é feito o seu desligamento por meio de relatório

pedagógico elaborado pelo professor da Sala de Recursos, equipe técnico-

pedagógica e professores da classe comum, sempre que possível e

necessário, ficando arquivado na pasta individual do aluno.

Laboratório de Informática

O Colégio conta com uma sala equipada com 20 computadores,

impressoras e internet através de Fibra Óptica.

A introdução da informática na escola é um bom momento de repensar a

educação e de fazer uma reflexão sobre a qualidade de ensino que a escola

está proporcionando. O uso de computadores e o acesso à Web, por si só, não

garantem a apropriação dos conteúdos, embora constituam ferramentas

importantes.

Um cuidado que se deve ter é de não mitificar o computador, como se

ele fosse uma salvação mágica. Isto acontece quando há um desconhecimento

desta máquina ou pela necessidade de achar algo mágico para resolver os

problemas. O computador é uma ferramenta a mais que deve servir para a

qualidade da educação. Ele deve ajudar no ensino e não ser a finalidade do

ensino. O aprendizado de um novo referencial educacional envolve mudança

de mentalidade, mudança de valores, concepções, ideias e,

consequentemente, de atitudes. É um processo reflexivo e de reconstrução; e

para transformar, é preciso conhecer.

Antes de propor uma atividade, o professor deve investigar os

conhecimentos prévios dos alunos e suas experiências anteriores, pois cabe a

ele criar um ambiente desafiador que motive o aluno à exploração, à reflexão e

à associação de ideias, promovendo assim a aprendizagem. Numa abordagem

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sociointeracionista, as estratégias utilizadas devem propiciar o pensar com e o

pensar-sobre-o-pensar. Nesse processo, o professor torna-se o mediador entre

as informações disponíveis e o aluno.

Vários aspectos referentes à atuação do professor no processo de

interação com os alunos em ambiente de aprendizagem informatizado devem

ser considerados, dentre os quais destacamos:

Acompanhar o desenvolvimento do aluno ao utilizar os recursos

tecnológicos disponíveis, procurando identificar suas dificuldades e

intervindo sempre que necessário.

Propor situações problematizadoras que levem o aluno a pensar e a

buscar respostas coerentes, refletindo com ele sobre suas hipóteses e

ajudando-o a estabelecer relações entre o que está evidente e o que

está sendo investigado.

Procurar estabelecer relações entre as situações do momento em que o

aluno se encontra em outras enfrentadas anteriormente – relacionar “o

novo com o velho”, isto é, relacionar os novos conhecimentos com

outros que o aluno já domina.

Criar um ambiente de cordialidade e de aprendizagem mútua,

estabelecendo relações de parceria e de cooperação com os alunos e

entre eles.

2.4 Regime escolar

O regime escolar adotado para o Ensino Fundamental Regular é o

seriado, devendo o aluno cursar uma série a cada ano letivo.

Na Educação de Jovens e Adultos (séries finais do Ensino Fundamental

e Ensino Médio), a matrícula se dá por Disciplina, podendo o aluno cursar até,

no máximo, 4 (quatro) Disciplinas concomitantemente.

Matrícula

A matrícula é o ato formal que vincula o educando ao Estabelecimento

de Ensino, conferindo-lhe a condição de aluno e através do qual fica implícita a

sujeição às normas regulamentares de funcionamento.

A matrícula é requerida pelo interessado ou por seus pais ou

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responsáveis legais quando menor de dezoito anos e deferida pelo Diretor, no

prazo máximo de 60(sessenta) dias, em conformidade com a Lei.

Em casos de impedimento do interessado ou de seus pais ou

responsáveis, a matrícula pode ser requerida por procurador.

Para o ato da matrícula deverá ser preenchido o requerimento e

anexada a documentação solicitada, conforme legislação em vigor.

Deferida a matrícula, os documentos apresentados passarão a integrar,

obrigatoriamente, a pasta individual do aluno.

Fica assegurada ao aluno não vinculado qualquer estabelecimento de

ensino a possibilidade de matrícula em qualquer tempo, desde que se

submeta a processo de classificação, aproveitamento de estudos e adaptação

previstos no Regimento Escolar.

No ato da matrícula, obriga-se a direção do Estabelecimento de Ensino

a dar ciência ao aluno e/ou seu responsável do respectivo Regimento Escolar.

A efetivação da matrícula implica, necessariamente, o direito e o dever, por

parte dos alunos e pais ou responsáveis, de conhecer os dispositivos do

Regimento Escolar, bem como o compromisso de cumpri-lo integralmente.

Este Estabelecimento de Ensino efetuará matrículas de alunos

portadores de necessidades especiais, junto as classes de Ensino Regular,

respeitando o direito a atendimento adequado, quando necessário, também em

instituições especializadas.

A matrícula neste estabelecimento de ensino se dará por transferência,

havendo a possibilidade de classificação. A escola não adota o regime de

progressão parcial, mas recebe transferências de alunos que adquiriram esse

direito em outro estabelecimento, atendendo-o conforme previsto no Regimento

Escolar.

Para o fim de recebimento pelo Estabelecimento, são válidos para todos

os efeitos, os estudos realizados em Estabelecimento de Ensino de outra

Unidade da Federação, desde que estejam de acordo com as respectivas

normas. Havendo aproveitamento de estudos, o estabelecimento de destino

transcreverá no histórico escolar a carga efetivamente cumprida pelo aluno,

nos estudos concluídos com aproveitamento na escola de origem, para fins de

cálculo da carga horária total do curso.

Os registros referentes ao aproveitamento e à assiduidade do aluno, até

a época da transferência, são atribuições exclusivas do Estabelecimento de

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origem, devendo os mesmos serem transpostos para a documentação escolar

do aluno, neste Estabelecimento, sem modificação.

Este Estabelecimento não receberá como aprovado o aluno que,

segundo os critérios regimentais do estabelecimento de origem, tenha sido

reprovado em disciplina do núcleo comum, ressalvado o caso de matrícula com

dependência prevista neste Regimento.

Em caso de dúvida quanto à interpretação dos documentos, este

Estabelecimento diligenciará junto ao Estabelecimento de origem, no sentido

de obter os elementos indispensáveis ao seu julgamento, sem o que a

matrícula não poderá efetuar-se.

Para o recebimento de transferência por este Estabelecimento, fica

previsto o que segue:

I - poderá receber transferência em qualquer época do ano letivo.

II - o aluno transferido deverá apresentar a documentação

necessária.

III - as adaptações serão julgadas pela equipe pedagógica ou, na falta

desta, pela Direção.

O Estabelecimento de Ensino somente aceitará aluno transferido se

houver vaga. Será aceita transferência de aluno advindo de Estabelecimento

de outra localidade, independentemente de vaga, quando não houver vaga em

outro estabelecimento do município e este for o mais próximo de sua

residência.

A matrícula por transferência só se concretiza com a apresentação da

documentação especificada e exigida no art. 77 do Regimento.

Excepcionalmente o Estabelecimento pode aceitar matrícula em caráter

condicional pelo prazo máximo de trinta dias, mediante apresentação de

declaração provisória de transferência.

Transferência

Transferência é a passagem do vínculo do aluno do estabelecimento de

ensino em que se encontrava regularmente matriculado para outro.

Entende-se também por transferência a passagem de uma modalidade

de ensino para outra ou de um curso para outro, no mesmo grau de ensino,

dentro deste estabelecimento.

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As transferências de alunos de estabelecimentos vinculados a outros

sistemas de ensino sujeitam-se às normas constantes no Regimento Escolar

em vigor, respeitadas, porém, as dos sistemas de origem quando à sua

concessão e às características da documentação.

Os registros referentes ao aproveitamento e à assiduidade do aluno, até

a época da transferência, são atribuições exclusivas do estabelecimento de

origem, devendo os mesmos serem transpostos para documentação escolar do

aluno no estabelecimento de destino, sem modificações.

Poder-se-á considerar promovido o aluno transferido para este

estabelecimento na qual inexista na série que deverá repetir ou naquelas

anteriormente cursadas, as Disciplinas que tenha sido reprovado no

estabelecimento de origem, desde que a adaptação ao currículo deste

estabelecimento seja viável nos termos das Deliberações nº 09/01e nº 07/05 -

CEE.

Respeitadas as disposições legais que regem a transferência e os

limites estabelecidos neste Regimento Escolar, este Estabelecimento não pode

recusar-se a conceder transferência a qualquer dos seus alunos.

O Estabelecimento tem o prazo improrrogável de três dias, a partir da

data de recebimento do requerimento, para expedir a documentação de

transferência.

Excepcionalmente, quando o Estabelecimento não puder oferecer, de

imediato, os documentos formais e definitivos para a transferência, deverá

fornecer uma declaração provisória, da qual constem os seguintes dados:

identificação do Estabelecimento;

identificação do aluno;

série em curso ou concluída com aprovação;

compromisso de expedição da documentação completa no prazo

mencionado no parágrafo anterior.

Este Estabelecimento não pode conceder a transferência a aluno que

com ele não tenha mais vínculo.

Ao aluno que não tenha mais vínculo com o Estabelecimento de Ensino

não poderá ser negado o Histórico Escolar.

Este Estabelecimento não recusará concessão de transferência a

qualquer aluno para outro Estabelecimento de Ensino.

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O período adequado para concessão da transferência será aquele que

ocorre entre o término de um ano ou período letivo e o outro, ou entre o término

de um semestre e o início de outro para o ensino supletivo.

É desaconselhável a transferência nos últimos 03 (três) meses do ano

letivo ou no último mês do semestre letivo, no caso do Ensino Supletivo,

admissível, porém, nas hipóteses a seguir descritas:

a) mudança de domicílio do aluno de uma cidade para outra;

b) mudança de residência do aluno na mesma cidade, se a distância o

impedir de se locomover à escola regularmente;

c) insuficiência de recursos financeiros do aluno, se isso o impedir de

continuar frequentando uma escola particular ou determinar a sua

matrícula em outro estabelecimento;

d) necessidade de o aluno incorporar-se à força de trabalho e estudar à

noite, cumpridas, no caso, as determinações quanto à idade mínima.

A transferência é concedida mediante requerimento do aluno, se maior,

ou de um responsável, se menor.

Excepcionalmente, quando este Estabelecimento não puder ofertar, de

imediato, ao interessado, os documentos formais e definitivos para a

transferência, deverá fornecer-lhe uma declaração provisória.

A inobservância do prazo estipulado neste artigo responsabiliza a

Direção deste estabelecimento pelos possíveis prejuízos que advierem ao

interessado.

Este Estabelecimento aceitará transferências, independentemente de

vagas quando se tratar:

a) de aluno na faixa etária de obrigatoriedade escolar, quando não houver

neste município estabelecimento em que haja vaga;

b) de servidor público federal ou estadual, ou membro das Forças

Armadas, inclusive seus dependentes, quando requerida em função da

remoção ou transferência de ofício que acarrete mudança de residência

para este município.

No Colégio Bittencourt, as matrículas são realizadas de acordo com as

instruções da SEED e é grande a procura por vagas, não sendo possível

atender a todos os interessados. No entanto, assim como acontece nas demais

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escolas desse município, a procura por vagas do período da manhã é maior,

ficando salas de aulas ociosas no período da tarde.

Nos últimos anos, o número de matrículas tem se mantido estável.

Progressão parcial

Este estabelecimento não adota a progressão parcial, mas aceita

transferência de aluno advindo de outro estabelecimento com dependência,

atendendo-o conforme previsto no Regimento Escolar.

Tem sido poucos os alunos que, a cada ano, necessitam ser atendidos

em regime de progressão parcial.

Classificação

Classificação é o procedimento que o Estabelecimento adota para

posicionar o aluno na etapa de estudos compatível com a idade, experiência e

desempenho adquiridos por meios formais ou informais.

A classificação pode ser realizada:

a) por promoção, para alunos que cursaram com aproveitamento, o ciclo,

anterior na própria escola;

b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas do

país ou do exterior, considerando a classificação na escola de origem;

c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita

pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do

candidato e permita sua inscrição na série adequada.

A classificação tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem e

exige as seguintes medidas administrativas para resguardar os direitos dos

alunos, das escolas e dos profissionais:

a) proceder avaliação diagnóstica documentada pelo professor ou equipe

pedagógica;

b) comunicar ao aluno ou responsável a respeito do processo a ser

iniciado para obter deste, o respectivo consentimento;

c) organizar comissão formada por docentes, técnicos e direção da escola

para efetivar o processo;

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d) arquivar atas, provas, trabalhos ou outros instrumentos utilizados;

e) registrar os resultados no histórico escolar do aluno.

Todos os anos a escola realiza alguns processos de classificação,

motivados principalmente pela falta de documentos comprobatórios da série a

ser cursada ou por alunos que viveram e estudaram alguns anos em outros

países.

Reclassificação

Reclassificação é o processo pelo qual a escola avalia o grau de

experiência do aluno matriculado, levando em conta as normas curriculares

gerais, a fim de encaminhá-lo à etapa de estudos compatível com sua

experiência e desempenho escolar, independentemente do que registre o seu

histórico escolar.

A escola tem sido bastante criteriosa e somente alunos que demonstram

alto grau de experiência e desempenho podem ser submetidos ao processo de

reclassificação.

Nos últimos anos, nenhum aluno foi submetido a esse processo.

Promoção

A promoção é o resultado da avaliação do aproveitamento escolar do

aluno e deverá considerar todos os resultados obtidos durante o período letivo,

incluída a recuperação de estudos.

A Resolução nº 3794/04, da Secretaria Estadual da Educação,

estabelece a nota 6,0 (seis vírgula zero) como padrão mínimo de

aproveitamento escolar para os alunos dos estabelecimentos que ofertam

Educação Básica na Rede Pública Estadual de Ensino. Assim, após a

apuração dos resultados de aproveitamento e frequência durante o ano letivo,

são definidas as situações de aprovação e reprovação do aluno conforme

segue:

será considerado aprovado o aluno que apresentar frequência igual ou

superior a 75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária do

período letivo e rendimento igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero);

estará automaticamente reprovado o aluno que apresentar frequência

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inferior a 75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária do

período letivo, com qualquer rendimento anual;

será considerado reprovado o aluno que apresentar frequência igual ou

superior a 75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária do

período letivo e média anual inferior a 6,0 (seis vírgula zero).

o aluno que apresentar frequência igual ou superior a 75% (setenta e

cinco por cento) e média anual inferior a 6,0 (seis vírgula zero), mesmo

após os estudos de recuperação paralela, ao longo da série ou período

letivo, será submetido a análise do Conselho de Classe que definirá pela

sua aprovação ou não.

encerrado o processo da avaliação, o estabelecimento registrará à

documentação escolar do aluno, sua condição de aprovado ou

reprovado.

Ao longo do ano, os resultados das avaliações são computados

trimestralmente e expressos em notas, por Disciplina, de 0 (zero) a 10,0 (dez

vírgula zero).

Para cálculo da média anual, é usada a seguinte fórmula:

M.A.= 1º trim + 2º trim + 3º trim

3

Quando a avaliação das condições do aluno são insuficientes para a sua

promoção, ele permanece na última série cursada.

Frequência

A frequência do aluno às aulas e a todas as atividades escolares é

apurada a partir da data da matrícula e com base na carga horária mínima

anual de 800 horas, distribuídas por um mínimo de 200 dias de efetivo trabalho

escolar.

É dispensado da frequência às aulas o aluno que esteja enquadrado nas

situações prescritas no Decreto-Lei nº 1044, de 21 de outubro de 1969, e na

Lei nº 6202, de 17 de abril de 1975.

O aluno amparado pela legislação está isento da frequência às aulas

pelo prazo comprovadamente necessário, durante o qual ser-lhe-ão atribuídos

exercícios domiciliares, com acompanhamento do Estabelecimento de Ensino,

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sempre que compatíveis com o seu estado de saúde e as possibilidades do

Estabelecimento, como compensação da ausência às aulas.

É facultativa a prática de Educação Física:

ao aluno do ensino noturno atendendo ao disposto no Art. 26, parágrafo

3º. da Lei 9394/96;

ao aluno que comprove exercer atividade profissional, em jornada igual

ou superior a seis horas diárias;

ao aluno que for maior de trinta anos de idade;

ao aluno que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em outra

situação, comprove estar obrigado à prática de Educação Física na

Organização Militar em que serve;

ao aluno que for amparado pelo Decreto - Lei nº 1044/69;

à aluna que tenha prole.

De forma sistemática, a escola procura acompanhar a frequência dos

alunos, buscando identificar rapidamente a ocorrência de faltas frequentes.

Para isso, além dos Livros Registro de Classe, fichas são encaminhadas à

Equipe Pedagógica diariamente, informando os alunos ausentes. Isso tem

possibilitado a tomada das medidas necessárias antes que as faltas

comprometam seu rendimento escolar. Quando o contato com a família do

aluno faltoso não surte o efeito desejado, seu nome é encaminhado ao

Conselho Tutelar mediante a Ficha FICA para outras providências.

No Colégio Bittencourt, a maioria dos alunos dos períodos da manhã e

da tarde são bastante frequentes, no entanto, no período da noite temos muitos

problemas.

Os alunos do noturno são trabalhadores e muitos deles declaram não ter

boas perspectivas de vida; isso faz com que desistam dos estudos com

facilidade. Além do cansaço e da falta de motivação, grande parte deles já

passou por várias reprovações, exigindo uma postura diferente dos

profissionais que atuam nesse período. Sendo o turno que mais apresenta

problemas, pensamos que o poder público também deveria dar uma atenção

especial a esses alunos e profissionais. Professores do noturno acabam sendo

bastante sacrificados, pois além de trabalharem em um turno em que todos já

estão naturalmente mais cansados, ainda têm que participar de Reuniões

Pedagógicas, Replanejamento e Conselhos de Classe em contraturno e aos

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sábados, considerando a necessidade de cumprir os 200 dias letivos e as 800

horas de efetivo trabalho escolar definidos por lei.

3 PRINCÍPIOS NORTEADORES DA EDUCAÇÃO

3.1 Princípios de gestão democrática

O trabalho desenvolvido no Colégio Bittencourt está pautado nos

princípios de gestão democrática, assegurando a todos os pais, alunos e

profissionais a possibilidade de participarem na definição dos rumos a serem

tomados. Mais do que uma obrigação, reconhecemos ser essa uma

necessidade.

A participação de toda a comunidade escolar tem sido assegurada por

meio de seus representantes no Conselho Escolar. As reuniões com os pais

também têm oportunizado momentos de discussão. No entanto, sabemos que

essa participação pode ser maior. O problema tem sido a dificuldade de

comparecerem às reuniões organizadas pela escola e, algumas vezes, a falta

de compromisso com a instituição escolar.

O calendário escolar (organizado pela SEED) também prevê poucos momentos

em que pais e educadores podem estar juntos para discutir os objetivos

educacionais e as dificuldades vivenciadas no dia a dia da escola, buscando

soluções e assumindo juntos a necessidade de melhores resultados. A

necessidade de garantir as 800 horas letivas faz com que o trabalho do

professor se concentre na sala de aula, dificultando a conciliação de horários.

Os professores conseguem atender alguns pais em sua hora-atividade, mas

sua carga horária não é suficiente para atender a todas as necessidades. Eles

têm se empenhado também para participar das Reuniões de Pais, mas estas

exigem uma carga horária extra do professor, além de muitos deles estarem

em sala de aula nos horários de reunião. A ampliação da carga horária

destinada à hora-atividade tem sido uma das reivindicações da APP Sindicato

junto à Secretaria de Estado da Educação – SEED, uma vez que a Lei Federal

nº 11.738, de 16 de julho de 2008, estabelece um percentual maior (33% para

hora atividade), mas que ainda não vem sendo cumprido no Paraná.

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3.2 Filosofia da escola

A filosofia do Colégio Bittencourt tem como ponto de referência a

reflexão crítica e a interação de todos os envolvidos no processo educativo,

visando a interpretação do mundo e dos movimentos do homem no mundo, do

seu modo de pensar, agir e sentir, estabelecendo uma relação coordenada

entre a Educação e a vida cidadã, com vistas à transformação da realidade

social, política e econômica de seu tempo.

Para que se concretize tal proposição, se faz necessária uma escola

transformadora, autônoma e emancipadora, que cumpra as finalidades

estabelecidas na legislação em vigor, que prepare culturalmente os educandos

para melhor compreensão da sociedade, que atinja sua finalidade política e

social ao formar o indivíduo para a participação política, que promova o

desenvolvimento integral da pessoa, que possibilite a compreensão do mundo

do trabalho, que respeite a identidade do educando na perspectiva da

diversidade cultural, étnica e religiosa. Uma escola que cumpra seu papel

quanto à universalização de um ensino de qualidade, enfrentando os desafios

inerentes ao processo de inclusão social e educacional.

Nesta concepção, buscamos formar cidadãos participativos, críticos,

responsáveis e criativos, preparados para a vida e dotados de conhecimentos

enquanto ferramentas para a compreensão do mundo e para a intervenção

consciente no meio em que vivem, ajudando a construir assim uma sociedade

mais democrática, justa e igualitária.

Pressupostos

As formas de tornar assimiláveis os conteúdos de cada área do

conhecimento estão intimamente relacionadas com a concepção e conteúdos

de cada área e devem nortear a definição dos métodos e processos de ensino-

aprendizagem. Os conteúdos devem ser dosados e sequenciados de modo a

viabilizar o seu domínio como saber escolar, considerando que a aquisição do

conhecimento se dá nessa tríplice perspectiva: o sujeito que ensina, o sujeito

que aprende e o conhecimento, sendo que as múltiplas possibilidades de

interação entre eles e o grupo darão especificidade à ação pedagógica.

É necessário considerar que a cada período histórico correspondem

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determinadas necessidades humanas, postas pelo processo de produção

coletiva de suas vidas. É a essas necessidades que os conhecimentos

historicamente produzidos procuram responder. O conhecimento não é uma

produção desvinculada da vida concreta dos homens.

A discussão em torno do resgate da essencialidade da escola conta hoje

com a contribuição fundamental dos educadores que buscam a construção da

pedagogia histórico-crítica, sendo determinante a contribuição do teórico

Dermeval Saviani para a compreensão pedagógica da tarefa escolar,

demonstrando que cabe à escola dosar e sequenciar o saber sistematizado, o

conhecimento científico, tendo em vista o processo de sua transmissão-

assimilação.

A ação educativa desta instituição, através da implementação de sua

proposta curricular, terá como base a abordagem sóciointeracionista de

Vygostky, que afirma que a construção das funções psíquicas do aluno, sujeito

dotado de potencialidades e características próprias, está vinculada à

apropriação da cultura humana, através de relações interpessoais dentro da

sociedade a qual pertence. Portanto, o desenvolvimento mental só pode

realizar-se por intermédio do aprendizado.

A contribuição dos teóricos acima citados, em nossa Proposta

Pedagógica, será de grande valia para atingir a finalidade primordial da

escolarização que é a aprendizagem.

3.3 O trabalho como princípio educativo

O trabalho é um processo histórico pelo qual o homem transforma a

natureza e a si mesmo, distinguindo-se dos animais. Sendo uma atividade

especificamente humana, ele tem uma dupla dimensão: a produção da vida

humana e a forma como a sociedade se organiza para fazer isso. Mas, se na

sociedade capitalista o trabalhador realiza um trabalho alienado (onde uns

pensam e outros executam e aquilo que produzem não lhes pertence), como o

trabalho pode ser entendido como um princípio educativo? A questão é:

queremos formar nossos alunos para a adaptação ou para a emancipação?

No Colégio Bittencourt, não queremos formar sujeitos que atendam às

exigências do mercado de trabalho, mas sim cidadãos que, inseridos no mundo

do trabalho, garantam sua existência e, além disso, estejam em condições de

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lutar por uma sociedade mais justa e igualitária. Isso só se faz mediante o

domínio do conhecimento sistematizado e pela capacidade de analisar

criticamente a realidade que está posta, acreditando que ela pode ser

transformada.

Levando em conta a integração entre ciência, cultura e trabalho,

buscamos desenvolver uma prática que contribua para a educação do

trabalhador, de forma que ele possa reconhecer-se no produto de sua obra,

aprenda a se organizar, reivindicar seus direitos, desmistificar ideologias,

dominar conteúdos do trabalho, compreender as relações sociais e a função

que nela desempenham.

3.4 Concepções

Os homens se distinguem dos animais pelo trabalho, pois não

dependem do que encontram pronto na natureza para sobreviver, mas, por

meio de uma ação intencional e planejada, eles agem sobre a natureza para

produzir aquilo que necessitam. Enquanto os animais se adaptam à natureza,

os homens adaptam a natureza a si. Portanto, os seres humanos são

elementos ativos no mundo e não meros receptores passivos dos fenômenos

que acontecem à sua volta. Mas para garantir sua existência, os homens se

organizam e estabelecem relações entre si e, como resultado do trabalho

humano no processo de transformação do mundo e da sociedade, produzem

conhecimentos que são transmitidos às novas gerações.

A escola não é o único lugar onde a educação acontece e nem muito

menos o professor é seu único agente. A educação é um fenômeno observado

em qualquer sociedade e é responsável pela sua manutenção. A criança tem

sua inserção no mundo letrado antes de sua entrada na escola para ser

alfabetizada, pois seu desenvolvimento anterior se faz numa sociedade repleta

de sons, imagens, letras. Assim, essa aprendizagem iniciada na infância,

amplia-se com sua alfabetização e letramento. Alfabetizado é aquele que sabe

ler e escrever. Alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado.

De acordo com Magda Soares (1998, p. 36), pessoa letrada é aquela

que aprende a ler e a escrever e que passa a fazer uso da leitura e da escrita,

a envolver-se em práticas sociais de leitura e de escrita, ou seja, que faz uso

frequente e competente da leitura e da escrita. Essa pessoa passa a ter uma

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outra condição social e cultural, muda o seu lugar social, seu modo de viver,

sua inserção na cultura e, consequentemente, uma forma de pensar diferente.

Tornar-se letrado traz consequências linguísticas, cognitivas. O letramento é

responsabilidade e apropriação de todos os professores dentro da

escolarização. Sendo, então, um meio pelo qual os indivíduos, fazendo uso

social dele, podem alcançar maior mobilidade no mundo em que vivem.

Educar significa transpor modos de ser, estar, pensar e agir às gerações

seguintes. Enquanto processo de socialização, a educação é exercida nos

diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do indivíduo à

sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade.

Enquanto o mundo é entendido como o lugar habitado pelos seres

humanos e no qual exercem sua ação, o termo sociedade refere-se às relações

que se estabelecem entre os homens. Embora a palavra sociedade venha do

latim societas, uma "associação amistosa com outros", sabemos que, ao

interagirem no mundo, nem todos os homens compartilham propósitos, gostos,

preocupações e costumes. Na verdade, a sociedade moderna é marcada por

um jogo de forças, relações de poder, lutas de classes.

Considerando o momento histórico em que vivemos e o papel da escola

pública, nosso compromisso é atender às expectativas, necessidades e

interesses da classe trabalhadora, assumindo uma postura ético-política

transformadora, oposta à conservação e reprodução das relações sociais.

Se entendermos a cultura como o conjunto de comportamentos,

atitudes, crenças e valores característicos de uma determinada comunidade,

podemos dizer que sua transmissão não depende unicamente da ação da

escola. No entanto, precisamos ter clareza de que os conhecimentos científicos

só podem ser aprendidos pela classe trabalhadora por meio da escola, uma

vez que essa classe não tem acesso a todos os recursos existentes.

O contexto do aluno, sua realidade, necessidades e interesses

precisam ser considerados, mas partindo deles, devemos ir além, pois o

conhecimento escolar deve ser tomado como via de emancipação humana.

Segundo Saviani (1995, p. 17),

o trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens. Assim o objeto da educação diz respeito, de um lado, à identificação dos elementos culturais que precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para que eles se tornem humanizados e, de outro lado e

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concomitantemente, à descoberta das formas mais adequadas para atingir esse objetivo.

A Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010 – CNE/CEB, que fixa as

Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos,

deixa claro, em seu Artigo 4º, parágrafo único, que essa etapa da educação

deve assegurar a cada um e a todos “o acesso ao conhecimento e aos

elementos da cultura imprescindíveis para o seu desenvolvimento pessoal e

para a vida em sociedade”. Assim, ao proporcionar o desenvolvimento do

potencial humano, a educação deve possibilitar o exercício dos direitos civis,

políticos, sociais e do direito à diferença, garantindo a formação cidadã e o

usufruto dos bens sociais e culturais (Artigo 5º).

Atendendo às determinações legais e levando em conta as teorias

educacionais, no Colégio Bittencourt, o ensino é entendido como a transmissão

dos conhecimentos historicamente produzidos pelo conjunto da humanidade e

socialmente necessários, ou seja, buscamos transmitir à criança, ao

adolescente e ao adulto aquilo que eles não são capazes de aprenderem por si

só e isso de forma significativa, procurando produzir mudanças nos sujeitos e

instrumentalizando-os para agir no mundo. Isso requer a seleção de

conhecimentos relevantes, assim como formas de organização e de

transmissão desses conhecimentos. Além de compreender como nossos

alunos aprendem, devemos ter sempre em mente que o seu desenvolvimento

precisa ocorrer em todos os aspectos (social, físico, afetivo e cognitivo).

A fim de propor atividades e conteúdos que sejam significativos aos

alunos, é fundamental também conhecer e respeitar a etapa de

desenvolvimento em que cada um se encontra e isso exige do educador um

estado permanente de observação e vigilância.

Hoje, não se concebe mais ver a infância e a adolescência como fases

da vida de menor importância, julgando que crianças e adolescentes são

incapazes de pensar e de tomar decisões. Ao contrário, eles precisam ser

vistos como sujeitos sociais e históricos, como cidadãos portadores e

produtores de cultura que ocupam lugar de destaque na sociedade, mesmo

que sintam e pensem o mundo de um jeito muito próprio.

A Resolução nº 4, de 13 de julho de 2010 – CNE/CEB, que define as

Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica, em seu Art.

6º, afirma que educar e cuidar precisam ser entendidas como dimensões

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inseparáveis, ou seja, não podemos pensar em atender a uma dessas

dimensões sem atender à outra. O cuidar está diretamente ligado a ideia de

atender as necessidades do outro, do acolhimento, do diálogo, e o educar está

relacionado ao acesso ao conhecimento elaborado.

Nessa perspectiva, a função de ensinar exige de quem a exerce a

compreensão da realidade social, política e econômica, o domínio dos

conteúdos e de metodologias variadas e adequadas, mas também a

compreensão da complexidade das relações, uma vez que a qualidade dessas

relações pode favorecer, dificultar e até mesmo impedir que a aprendizagem

aconteça.

Levando em conta a necessidade de priorizar a especificidade dos

processos formativos, o professor deverá fazer com que a avaliação aconteça

durante todo o processo de ensino e aprendizagem e não apenas em

momentos específicos caracterizados como fechamento de grandes etapas de

trabalho.

A avaliação, portanto, deve ser compreendida como um conjunto de

ações organizadas com a finalidade de obter informações sobre o que o aluno

aprendeu, de qual forma e em quais condições, como conjunto de

procedimentos investigativos que visa possibilitar o ajuste e a orientação da

intervenção pedagógica, de tal forma que seja possível tanto um ensino quanto

uma aprendizagem de melhor qualidade. Para isso, é necessário que os

trabalhos sejam acompanhados de forma diagnóstica e cumulativa, observando

a participação do aluno nas aulas e nas atividades extra-classe, seu

envolvimento e interesse, seu comprometimento, sua responsabilidade e sua

contribuição por meio de sugestões apresentadas, mas atentando

principalmente para a sua aprendizagem. Deve funcionar como instrumento

que, por um lado, possibilite ao professor analisar criticamente a sua prática

educativa e, por outro, como instrumento que apresente ao aluno uma

possibilidade de saber sobre seus avanços, dificuldades e possibilidades. O

professor deverá avaliar de forma qualitativa, observando os progressos do

aluno e propondo sempre novos desafios.

É preciso também que o aluno seja informado sobre o que precisa

aprender e o que precisa saber fazer melhor. Isto aponta para a necessidade

de que as anotações, correções e comentários do professor sobre as

produções do aluno ofereçam indicações claras para que este possa

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efetivamente avançar.

Para uso consciente do seu saber e para a constituição de sua

autonomia, coloca-se a necessidade de construção de instrumentos de

autoavaliação que possibilitem ao aluno a “tomada de consciência” sobre o que

sabe, o que deve aprender, o que precisa saber melhor. O uso de arquivos do

tipo “portfólio” possibilita um melhor acompanhamento dos avanços e

necessidades pedagógicas dos educandos.

Assim, a avaliação contínua da aprendizagem dos alunos, nesta

instituição, deve se prestar à formação e integração e não à exclusão e

seleção.

3.5 Princípios didático-pedagógicos

Nem todas as pessoas têm os mesmos interesses ou habilidades, nem

aprendem da mesma maneira, o que exige uma atenção especial, por parte da

equipe escolar, para que todos possam se apropriar dos conhecimentos

historicamente acumulados.

A partir do reconhecimento das diferenças existentes entre os alunos,

resultado de suas vivências, a escola se propõe a favorecer o desenvolvimento

integral do educando ao máximo de suas possibilidades.

A opção por uma metodologia de trabalho baseada numa pedagogia que

tem como eixo a formação de um cidadão autônomo e participativo, busca

conceber o aluno como sujeito que primeiro precisa aprender os conteúdos

próprios de cada área do conhecimento para desenvolver suas capacidades

mentais superiores (atenção voluntária, percepção, memória lógica, raciocínio,

abstração, pensamento e linguagem). Portanto, os conhecimentos

historicamente acumulados serão ponto de partida para o desenvolvimento. É a

partir da interação do aluno com seu meio, interação esta mediada pelos outros

alunos com os quais convive e pelo professor, que se efetivará a

aprendizagem.

A adoção de uma metodologia de trabalho preocupada em garantir a

apropriação dos conhecimentos historicamente acumulados requer também um

envolvimento ativo da família e da comunidade na qual o aluno está inserido.

Comunidade escolar e família deverão ser parceiros no projeto de formação do

cidadão crítico, apto a lidar com os desafios do mundo moderno.

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Diante da necessidade de superar a visão fragmentada de produção de

conhecimento, como também articular e produzir coerência entre os múltiplos

fragmentos que estão postos no acervo de conhecimento da humanidade,

lançaremos mão da interdisciplinaridade e da transversalidade. Embora

conhecedores das dificuldades no enfrentamento desse desafio, buscaremos o

sentido de unidade que permita ao aluno estabelecer sentido entre as

informações e os conhecimentos dissociados e até mesmo antagônicos com os

quais possa se deparar.

A interdisciplinaridade questiona a fragmentação entre os diferentes

campos do conhecimento, produzida por uma abordagem compartimentada

(disciplinar) da realidade na qual a escola, tal como é conhecida,

historicamente se constituiu. Com a interdisciplinaridade, busca-se uma nova

consciência da realidade, um novo modo de pensar que resulte num ato de

troca, de reciprocidade e integração entre áreas diferentes, visando a produção

de novos conhecimentos e resolução de problemas de modo global e

abrangente.

A transversalidade oferece a possibilidade de se estabelecer, na prática

educativa, uma relação entre aprender conhecimentos teoricamente

sistematizados (aprender sobre a realidade) e as questões da vida e de sua

transformação (aprender na realidade e da realidade.)

Dentro da perspectiva dos conteúdos escolares como saberes, o termo

conteúdo não se refere apenas a fatos, conceitos ou explicações destinados

aos alunos para que estes conheçam, memorizem, compreendam, apliquem,

relacionem, etc. O valor é atribuído ao conhecimento no âmbito de uma cultura

particular de um determinado momento histórico.

Os conteúdos estruturantes – conhecimentos de maior amplitude,

conceitos que se constituem em partes importantes, basilares e fundamentais

para a compreensão de cada uma das áreas de uma disciplina, são

entendidos como saberes mais amplos da disciplina que podem ser

desdobrados nos conteúdos que fazem parte de um corpo estruturado de

conhecimentos construídos e acumulados historicamente. Não devem ser

entendidos como isolados entre si, estanques e sem comunicação, pois cada

um relaciona-se continuamente com os outros.

Levando em consideração esses aspectos, pode-se afirmar que as

diversas áreas, apesar de exigirem metodologias específicas, não representam

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continentes isolados, mas se completam numa ação conjunta que necessita do

envolvimento de todos os professores no processo de definição do trabalho

pedagógico que será detalhado na proposta curricular desta instituição.

Para essa definição, há que se levar em conta que os saberes escolares

se diferenciam dos conhecimentos científicos, não como inferiores, mas por

apresentarem especificidades próprias do fazer escolar. Devem ser

compreendidos, portanto, na complexidade de sua composição nas diferentes

disciplinas e na sua formatação nos limites da cultura escolar.

Entende-se que toda escola expressa essa cultura da instituição,

historicamente constituída. No entanto, em cada escola essa cultura assume

características específicas.

Nessa perspectiva, os saberes escolares vão sendo profundamente

marcados pelas relações que os professores e os alunos estabelecem com o

conhecimento, a partir das múltiplas possibilidades de interesses, ênfases,

modos de transmissão, complexidade de análise e das articulações dos

conteúdos com a prática social.

Segundo Saviani (1991, p. 15),

do ponto de vista da educação, os diferentes tipos de saber interessam enquanto elementos que os indivíduos da espécie humana necessitam assimilar para que se tornem humanos. Isto porque o homem não se faz homem naturalmente; ele não nasce sabendo ser homem, vale dizer, ele não nasce sabendo sentir, avaliar, agir. Para saber pensar e sentir, para saber querer, agir ou avaliar é preciso aprender, o que implica o trabalho educativo. Assim, o saber que diretamente interessa „a educação é aquele que emerge como resultado do processo de aprendizagem como resultado do trabalho educativo... Entretanto, para chegar a esse resultado, a educação tem que tomar como referência, como matéria prima de sua atividade, o saber objetivo produzido historicamente.

Pode-se afirmar que a pedagogia histórico-crítica atende aos fins e

objetivos que esta instituição pretende atingir no que se concerne a:

a) identificação das formas mais desenvolvidas em que se expressa o

saber objetivo produzido historicamente, reconhecendo as condições de

sua produção e compreendendo as suas principais manifestações bem

como as tendências atuais de transformação;

b) conversão do saber objetivo em saber escolar de modo a torná-lo

assimilável pelos alunos no espaço e tempo escolares;

c) provimento dos meios necessários para que os alunos não apenas

assimilem o saber objetivo enquanto resultado, mas aprendam o

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processo de sua produção bem como as tendências de sua

transformação.

Com o objetivo de formar cidadãos conscientes, críticos e participativos,

optou-se por adotar a pedagogia histórico-crítica, que tem suas bases no

materialismo histórico. Trata-se de uma concepção que, como o nome indica,

procura se firmar sobre uma base histórica e historicizante. Nessa perspectiva,

as aprendizagens são baseadas nas estruturas cognitivas já estruturadas nos

alunos. O método parte de uma relação direta de experiência do aluno

confrontada com o saber sistematizado. A natureza da prática pedagógica

implica uma desigualdade real (ponto de partida) e uma igualdade possível

(ponto de chegada), momento catártico que é considerado o ponto culminante

do processo educativo. Mantém continuamente presente a vinculação entre

educação e sociedade. Professor e aluno são tomados como agentes.

A proposta metodológica da pedagogia histórico-crítica é um caminho de

apropriação e de reconstrução do conhecimento sistematizado buscando

evidenciar que todo o conteúdo que é trabalhado na escola é uma expressão

de necessidades sociais historicamente situadas. Esse conteúdo é apropriado

e reelaborado pelo aluno através do processo pedagógico e retorna depois, de

maneira nova e compromissada, para o cotidiano social a fim de ser nele um

instrumento a mais na transformação da realidade. A Prática Social Inicial é o

contexto de onde provém os conhecimentos trazidos pelos alunos e a Prática

Social Final é para onde retorna o conteúdo reelaborado pelo processo escolar.

Vale ressaltar que estamos iniciando esse processo e muitos estudos

deverão ainda ser desenvolvidos para que todo o coletivo da escola trabalhe

nessa perspectiva.

3.6 Uso das tecnologias

O uso de novas tecnologias na escola exige que os professores invistam

em seu próprio desenvolvimento; só assim sua prática pedagógica poderá se

beneficiar dessas novas ferramentas. É importante também a troca de

experiências e a reflexão coletiva sobre como esses recursos podem ser

utilizados de forma a contribuir para a apropriação dos conhecimentos

sistematizados e o cidadão que queremos formar.

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Para que os recursos tecnológicos contribuam para a melhoria do

ensino, é fundamental que o professor:

construa um quadro teórico coerente e que o oriente como mediador.

domine as técnicas de pesquisa e os recursos do software em uso, de

forma a fornecer subsídios aos alunos.

diante de um novo problema, assuma atitude de pesquisador e levante

hipóteses, realize experimentações, reflexões, depurações e

associações, buscando novos conhecimentos.

não considere esses recursos como a única referência para organizar as

situações de ensino e aprendizagem, mas que, em momentos

específicos e para fins determinados, constituam caminhos para a sua

prática pedagógica, posto que o universo dos saberes não se esgota no

restrito espaço da sala de aula ou nas informações adquiridas através

desses meios.

Para desenvolver um trabalho coerente, toda a comunidade escolar

deve ter clareza dos objetivos e expectativas do ensino e de como as novas

tecnologias podem contribuir para uma aprendizagem efetiva.

3.7 Inclusão

Temos o direito a sermos iguais quando a diferença nos inferioriza; Temos direito a sermos diferentes, quando a igualdade nos descaracteriza.

(Boaventura de Souza Santos)

A Constituição Federal tem como fundamentos da República a cidadania

e a dignidade da pessoa humana, e como um dos seus objetivos fundamentais

a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,

idade e quaisquer outras formas de discriminação (Art. 1º e Art. 3º). Garante

ainda expressamente o direito à igualdade (Art. 5º) e trata, nos Art. 205 e

seguintes, do direito de todos à Educação. Este direito deve visar o “pleno

desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho”.

Além disso, elege como um dos princípios para o ensino, a “igualdade

de condições de acesso e permanência na escola” (Art. 206), acrescentando

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que o “dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de

acesso aos níveis mais elevados de ensino, da pesquisa e da criação artística,

segundo a capacidade de cada um” (Art. 208).

Nesse processo de universalização da educação, a inclusão é uma

prática recente e implica em oferecer uma educação de qualidade para todos.

Isso significa satisfazer as necessidades de todos os alunos, proporcionando-

lhes condições físicas e pedagógicas favoráveis ao seu desenvolvimento,

independente de suas características pessoais, psicológicas ou sociais.

Portanto, além de garantir o acesso e a permanência na escola, uma escola

inclusiva deve possibilitar o êxito nos estudos a todos os seus alunos,

envolvendo a todos aqueles que de certa forma são marginalizados ou

excluídos socialmente e não somente os alunos com deficiências.

Não podemos ser ingênuos ao ponto de pensarmos que a escola vai

resolver o problema da exclusão, uma vez que esta é social, política,

econômica e cultural. No entanto, cabe a nós identificar as diferentes formas de

exclusão, desvelar suas causas e “possibilitar a vivência de práticas inclusivas,

tanto no que se refere ao conhecimento que é trabalhado, quanto nas formas

de participação no espaço escolar (BRASIL, 2005, p. 30). Ninguém pode ser

desvalorizado em função de alguma deficiência, rendimento escolar, etnia,

gênero, classe, opção sexual, religião, estrutura familiar ou estilo de vida.

Valorizar determinada cultura em detrimento de outra é também uma

forma de exclusão, pois gera “a passividade frente à realidade, enfraquecendo

as possibilidades de resistência, indignação, luta e construção de uma contra-

hegemonia cultural (BRASIL, 2005, p. 37). Para se compreenderem no mundo

e atuarem nele, os educandos precisam ter sua história contada e suas

práticas culturais compreendidas. Portanto, socializar os saberes e práticas dos

grupos minoritários e/ou marginalizados historicamente é uma forma de facilitar

o acesso ao saber sistematizado, promovendo a inclusão.

A oferta de atendimento educacional aos alunos com necessidades

educacionais especiais é apenas uma das formas de inclusão e, no Estado do

Paraná, ela vem sendo orientada de acordo com os seguintes documentos:

Constituição Federal

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394/96 - Cap. V,

art. 58, 59 e 60

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Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica –

Parecer nº 17/01 - CNE e Resolução nº 02/01- CNE

Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a construção de

currículos inclusivos - SEED

Deliberação nº 02/03 - CEE

Segundo a LDBEN (Art. 58), “o atendimento educacional especializado

será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em

função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração

nas classes comuns do ensino regular”.

Defendemos um novo conceito para a Educação Especial, pois esta

sempre foi vista como a modalidade de ensino que podia substituir os serviços

educacionais comuns, sem qualquer questionamento a respeito da idade do

aluno para quem os serviços comuns estavam sendo totalmente substituídos.

Mesmo que isso seja possível, dado que muitas crianças e adolescentes

apresentam diferenças bastante significativas, não podemos esquecer que

esses alunos têm, como qualquer outro, direito indisponível de acesso à

educação em ambiente escolar que não seja segregado, juntamente com seus

pares. A participação desses alunos deve ser garantida nas classes comuns

para que se beneficiem desse ambiente escolar e aprendam conforme suas

possibilidades.

O trabalho da Educação Especial deve garantir a todos os alunos com

algum tipo de necessidade educacional especial o acesso à escolaridade,

removendo barreiras que impedem a frequência desses alunos às classes

comuns do Ensino Regular. Esse trabalho é constituído por um conjunto de

recursos educacionais e de estratégias de apoio colocados à disposição dos

alunos, proporcionando-lhes diferentes alternativas de atendimento, de acordo

com as necessidades de cada um.

O atendimento educacional especializado é uma forma de garantir que

sejam reconhecidas e atendidas as particularidades de cada aluno com

necessidades educacionais especiais. São consideradas meios de atendimento

educacional especializado:

Língua Brasileira de Sinais (Libras);

Intérprete de Libras;

Ensino de Língua Portuguesa para surdos;

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Sistema Braile;

Orientação e mobilidade;

Utilização do Soroban;

Ajudas técnicas, incluindo informática adaptada;

Mobilidade e comunicação alternativa/aumentativa; tecnologias

assistivas;

Informática educativa;

Educação Física adaptada;

Enriquecimento e aprofundamento do repertório de conhecimentos;

Atividades da vida autônoma e social, entre outras.

A educação inclusiva garante o cumprimento do direito constitucional do

acesso de qualquer criança ao Ensino Fundamental, já que pressupõe uma

organização pedagógica das escolas e práticas de ensino que atendam às

diferenças entre os alunos, sem discriminações indevidas, beneficiando a todos

com o convívio e crescimento na diversidade.

Posterior à LDBEN, surgiu uma nova legislação, que como toda Lei

nova, revoga as disposições anteriores que lhe são contrárias ou complementa

eventuais omissões. Trata-se da Convenção Interamericana para a Eliminação

de Todas as Formas de Discriminação Contra a Pessoa Portadora de

Deficiência, Celebrada na Guatemala. A convenção da Guatemala

complementa a LDBEN.

Para cumprir a Constituição Federal e a Convenção da Guatemala é

indispensável que os estabelecimentos de ensino, sempre com o apoio da

Mantenedora, eliminem suas barreiras arquitetônicas, pedagógicas e de

comunicação, adotando métodos e práticas de ensino escolar adequadas às

diferenças dos alunos em geral, oferecendo alternativas que contemplem a

diversidade, além de recursos de ensino e equipamentos especializados que

atendam a todas as necessidades educacionais de todos, sem discriminações.

Os critérios de avaliação e de promoção, com base no aproveitamento

escolar, previstos na LDBEN (Art. 24), não podem ser organizados de forma a

descumprir os princípios constitucionais da igualdade de direito ao acesso e

permanência na escola, bem como do acesso aos níveis mais elevados do

ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um.

Para tanto, o acesso a todas as séries da Educação Básica (obrigatória) deve

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ser incondicionalmente assegurado a todos, e por isso, como garantia de

qualidade, as práticas escolares, em cada uma das séries, devem contemplar

todos os seus alunos.

Os serviços de apoio especializado como os de professores de

Educação Especial, intérprete de língua de sinais (segunda língua para os

surdos), instrutores de Libras, professores de Português, professores que se

encarreguem do ensino e utilização do sistema Braile e de outros recursos

especiais de ensino e de aprendizagem, não caracterizam e não podem

substituir as funções do professor responsável pela sala de aula da escola

comum de ensino regular.

O encaminhamento de alunos com deficiência e outras necessidades

especiais a serviços educacionais especializados ou atendimento clínico

especializado deve contar com a concordância expressa dos pais dos alunos.

Se o estabelecimento educacional não dispuser de profissionais

devidamente orientados, não pode justificar com este fato o não atendimento

da criança, pois ainda assim é obrigado a atender esses alunos.

Caso existam alunos com deficiência auditiva ou surdo matriculado

numa escola de ensino regular, esta deve promover as adequações

necessárias e contar com os serviços de um intérprete de língua de sinais e de

outros profissionais da área de saúde, como fonoaudiólogo, por exemplo. Cabe

à Secretaria de Educação providenciar os recursos materiais e humanos

necessários.

Para possibilitar o acesso de pessoas com deficiência física ou

mobilidade reduzida, a escola deve eliminar suas barreiras arquitetônicas e de

comunicação, tendo ou não alunos com deficiência nela matriculados no

momento (Leis 7853/89, 10.048 e 10.098/00).

Em caso de deficiência visual, a escola deve providenciar para o aluno o

material didático necessário, como regletes, soroban, além do ensino do

Código Braile e de noções sobre orientação e mobilidade, atividades de vida

autônoma e social. Deve também conhecer e aprender a utilizar ferramentas de

comunicação, que por sintetizadores de voz possibilitam aos cegos escrever e

ler, via computadores.

Muitos professores esperam que seus alunos apresentem um

desempenho escolar semelhante num mesmo tempo estipulado para aprender

um dado conteúdo. Esquecem-se de suas diferenças e especificidades. Apesar

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de saberem que os alunos são pessoas distintas umas das outras, lutam para

que o processo escolar os tornem iguais. Essa ânsia de nivelar o alunado,

segundo um modelo, leva, invariavelmente, à exclusão escolar, não apenas

dos alunos com deficiência intelectual, mas também dos que possam

apresentar dificuldades ou mesmo uma outra necessidade educacional

especial.

Os alunos com deficiência intelectual, especialmente os casos mais

severos, são os que levam a escola a reconhecer a inadequação de suas

práticas para atender as diferenças dos educandos.

Sabe-se, hoje, que as deficiências não podem ser medidas e definidas

por si mesmas e por intermédio, unicamente, de avaliações e de aparatos

educacionais, médicos e psicológicos conhecidos. É preciso levar em conta a

“situação de deficiência”, ou seja, a condição que resulta da interação entre as

características da pessoa e as dos ambientes em que ela está inserida.

É importante ressaltar que não existem receitas prontas para atender a

cada necessidade educacional de alunos com deficiência que a natureza é

capaz de produzir. Espera-se que a escola, ao abrir as portas para tais alunos,

informe-se e oriente-se com profissionais da educação e da saúde sobre as

especificidades e instrumentos adequados para que o aluno encontre ali um

ambiente adequado, sem discriminações e que lhe proporcione o maior e

melhor aprendizado possível.

Orientações pedagógicas:

As escolas necessitam redefinir e colocar em ação novas alternativas e

práticas pedagógicas que favoreçam todos os alunos, o que implica na

atualização e desenvolvimento de conceitos e metodologias educacionais

compatíveis com o grande desafio da inclusão. Essa é uma tarefa que exige

trabalho em muitas frentes. São transformações primordiais na direção de um

ensino de qualidade e, consequentemente, inclusivo.

Ações necessárias que favorecem a inclusão:

Colocar a aprendizagem como o eixo das escolas, porque escola foi

feita para fazer com que todos os alunos aprendam;

Garantir tempo e condições para que todos possam aprender de acordo

com suas individualidades;

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Garantir o atendimento educacional especializado na própria escola de

ensino regular, quando for recomendável;

Abrir espaço para que a cooperação, o diálogo, a solidariedade, a

criatividade e o espírito crítico sejam exercitados nas escolas pelos

professores, administradores, funcionários e alunos, pois são

habilidades mínimas para o exercício da verdadeira cidadania;

Capacitar e valorizar o professor, que é o responsável pela tarefa

fundamental da escola que é a aprendizagem dos alunos.

Ao aluno deve ser oportunizado tempo para pensar e realizar suas

tarefas de acordo com suas possibilidades, mas estas podem ser ampliadas

mediante as intervenções do professor.

A inclusão não prevê a utilização de práticas de ensino escolar

específicas para esta ou aquela deficiência, mais sim recursos, ferramentas

que podem auxiliar os processos de ensino e de aprendizagem.

Um ensino de qualidade considerará as possibilidades de cada aluno

para construir uma ideia, resolver um problema ou realizar uma tarefa e

proporcionará o seu desenvolvimento à medida em que suas necessidades

forem atendidas. Esse é um grande desafio a ser enfrentado pela escola, uma

vez que esta deve garantir a apropriação dos conteúdos básicos a todos os

seus alunos.

O trabalho coletivo e diversificado nas turmas é compatível com a tarefa

da escola de formar as novas gerações. É nos bancos escolares que

aprendemos a viver entre os nossos pares, a dividir as responsabilidades e

repartir as tarefas. O exercício dessas ações desenvolve a cooperação, o

sentido de se trabalhar e produzir em grupo, o reconhecimento da diversidade

dos talentos humanos e a valorização do trabalho de cada pessoa para a

obtenção de metas comuns de um mesmo grupo.

Além das sugestões referentes ao ensino nas escolas comuns do ensino

regular, uma educação de qualidade para todos implica em mudanças relativas

à administração e aos papéis desempenhados pelos membros da organização

escolar. Neste sentido, é primordial que seja revista a gestão escolar e essa

revisão implica:

a) que os papéis desempenhados pelos diretores e coordenadores mudem

e que o teor controlador, fiscalizador e burocrático dessas funções seja

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substituído pelo trabalho de apoio e de orientação ao professor e à toda

comunidade escolar.

b) que a gestão administrativa seja descentralizada, promovendo uma

maior autonomia pedagógica, administrativa e financeira dos recursos

materiais e humanos das escolas, por meio dos conselhos, colegiados,

assembleias de pais e de alunos.

Para oferecer respostas educativas às necessidades especiais dos

alunos no contexto escolar, as adaptações curriculares, enquanto ações

pedagógicas que buscam flexibilizar o currículo, deverão ser consideradas.

Essa flexibilização parte de um currículo comum a todos os alunos e se

aplica a vários de seus elementos, ou seja, a adaptação curricular celebra as

diferenças em sala de aula, contrariando a prática tradicional de que todos os

alunos aprendem da mesma forma, com as mesmas estratégias

metodológicas, com os mesmos materiais e no mesmo tempo/faixa etária.

Segundo Landívar (2002, p. 53), “[...] podemos definir as adaptações

curriculares como modificações que são necessárias realizar em diversos

elementos do currículo básico para adequar as diferentes situações, grupos e

pessoas para as quais se aplica”, atendendo assim à diversidade dos alunos.

Isso exige um olhar atento dos professores para que possam identificar as

necessidades de cada um e, assim, dar respostas adequadas de ensino.

4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

Organizar o trabalho pedagógico vai além de planejar o ensino, pois

envolve também a elaboração, execução e avaliação do Projeto Político-

Pedagógico, do qual decorrem a Proposta Pedagógica Curricular, o Plano de

Trabalho Docente e o Plano de Ação da Escola, todos regulamentados pelo

Regimento Escolar.

Todos os professores, equipe diretiva e pedagógica, agentes

educacionais, alunos, pais e comunidade fazem parte de um mesmo ambiente

cultural e constroem esse espaço, portanto, é fundamental a participação de

todos.

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4.1 Objetivos da escola

De acordo com a Constituição Federal, Capítulo III, Art. 205 e Estadual,

Capítulo II, Art. 177, a educação, “direito de todos e dever do Estado e da

família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,

visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício para

a cidadania e sua qualificação para o trabalho”. A esse respeito, o Art. 1º da Lei

de Diretrizes e Bases da Educação Nacional esclarece: a educação envolve os

processos formativos que se desenvolvem não só nas instituições de ensino e

pesquisa, mas também na vida familiar, na convivência humana, no trabalho,

nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações

culturais.

Segundo o Artigo 22, a educação básica tem por finalidades desenvolver

o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício

da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos

posteriores.

Conforme Artigo 32, o ensino fundamental, com duração mínima de oito

anos, obrigatório e gratuito na escola pública terá por objetivo a formação

básica do cidadão, mediante:

o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios

básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

a compreensão do ambiente natural e social do sistema político, da

tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a

aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e

valores;

o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade

humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

A Educação de Jovens e Adultos – EJA, por sua vez, deve ser pensada

como modelo pedagógico próprio, com objetivo de criar situações de ensino e

aprendizagem adequadas às necessidades educacionais de jovens e adultos,

englobando as funções:

reparadoras: entrada no circuito dos direitos civis pela restauração de

um direito negado, o direito a uma escola de qualidade e o

reconhecimento de igualdade de todo ser humano;

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a função equalizadora: dará cobertura a trabalhadores e a tantos outros

segmentos da sociedade, possibilitando-lhes o retorno ao sistema

educacional;

permanente: vista como uma promessa de qualificação de vida para

todos, propiciando a atualização de conhecimentos por toda a vida.

Considerará ainda o Estatuto da Criança e do Adolescente em seu Art.

53, aos alunos serão assegurados os seguintes princípios:

“I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - direito de ser respeitado por seus educadores;

III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às

instâncias escolares superiores;

IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;

V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência”.

Nesse sentido, a educação escolar, responsabilidade dessa instituição

de ensino, tem como finalidade o desenvolvimento da pessoa em todos os

seus aspectos (físico, emocional, cognitivo e social), assegurando-lhe a

formação básica que lhe permita exercer sua cidadania de maneira plena e lhe

dê condições para avançar nos estudos e no mundo do trabalho.

4.2 Diretrizes curriculares

O Colégio Estadual Dr. Felipe Silveira Bittencourt desenvolve seu

trabalho com base nas Diretrizes Curriculares para a Educação Pública do

Estado do Paraná, pois é um documento oficial que contou com a participação

de todas as escolas e Núcleos Regionais de Educação do Estado em seu

processo de elaboração.

Nele estão traçadas as estratégias que visam nortear o trabalho do

professor de forma a garantir a apropriação do conhecimento pelos estudantes

da rede pública.

É fundamental que todos os professores estejam engajados numa

reflexão contínua desse documento para que se efetive um currículo dinâmico

e democrático.

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4.3 Currículo escolar

O currículo escolar é uma construção social e está diretamente ligado a

um determinado momento histórico, a uma dada sociedade e às relações que

esta estabelece com o conhecimento. Ele expressa intenções sociais, políticas,

econômicas e ideológicas que se manifestam sobre a escola e sobre as

aspirações que se tem sobre ela. Assim, o currículo compreende uma seleção

intencional de conteúdos, saberes, conhecimentos científicos, técnicas, meios,

métodos de trabalho docente e discente propostos para o enfrentamento dos

problemas sociais, econômicos, políticos e culturais que se apresentam para a

escola. O currículo apresenta ainda a forma de ordená-los, organizá-los, em

que lógicas, hierarquias e precedências, em que tempos e espaços.

Considerando que a função precípua e específica da escola é a

transmissão, apropriação e socialização do conhecimento, nosso currículo tem

como foco o conhecimento historicamente constituído com vistas a construir

em nossos alunos novas formas de pensar e agir, de forma que possam

assumir uma postura crítica e transformadora da realidade.

Atendendo à legislação em vigor e reconhecendo a importância desses

temas, o currículo dessa escola contempla estudos sobre:

a História do Paraná (Lei nº 13381, de 18/12/2001)

a história e cultura afro-brasileira, africana e dos povos indígenas

brasileiros (Lei nº 11.645, de 10/03/2008)

os Desafios Educacionais Contemporâneos (Meio Ambiente,

Enfrentamento à Violência, Cidadania Fiscal, Direitos Humanos)

as especificidades sociais, culturais, econômicas no âmbito regional e no

âmbito local, em atendimento ao artigo 26 da Lei 9.394/96

No Colégio Bittencourt, todos esses temas são tratados como conteúdos

curriculares nas Disciplinas da Matriz Curricular, considerando a realidade

vivida pelos nossos alunos, os marcos legais determinados pela cobrança da

sociedade civil organizada e, mais pontualmente, de movimentos sociais que

não podem ser negados pela escola.

Os Desafios Educacionais Contemporâneos são incluídos quando fazem

parte da totalidade de um conteúdo curricular ministrado pelo professor,

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portanto, quando constituem um recorte do conteúdo e ajudam a explicar fatos

sociais.

Não podemos negar que momentos específicos para tratar esses temas

são também organizados, mas dando continuidade ao trabalho realizado no dia

a dia da sala de aula. Isso acontece quando os alunos são chamados a

participar do Concurso de Redação da Polícia Militar sobre o uso de drogas e a

violência no trânsito, Concurso de Redação sobre Cidadania Fiscal,

comemorações no Dia da Consciência Negra, dentre outros, mas é a defesa do

conteúdo escolar como via de acesso ao conhecimento e de emancipação do

sujeito que move a organização do nosso currículo.

4.4 Organização do tempo e do espaço escolar

De acordo com o Art. 24 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, “a carga horária mínima anual é de oitocentas (800) horas,

distribuídas por um mínimo de duzentos (200) dias letivos de efetivo trabalho

escolar” .

O calendário escolar é elaborado anualmente, de acordo com Instrução

própria que rege sua organização. Assim, ele atende ao disposto na lei vigente,

bem como às normas e instruções da Secretaria de Estado da Educação.

Todo início de ano letivo, os professores recebem um exemplar do

calendário escolar do estabelecimento, onde deve constar:

início e término do período letivo;

número de dias letivos nos trimestres e no ano;

número dos dias da semana;

número de dias letivos de cada mês;

início e término de cada trimestre;

as datas dos Conselhos de Classe;

as datas das Reuniões Pedagógicas;

os feriados do município, dos Estado e da Nação;

os recessos;

as férias.

As aulas são ministradas de segunda a sexta-feira, sendo 5 horas-aula

diárias, totalizando 25 horas-aula semanais em todos os turnos de atuação.

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São ministradas diariamente, no diurno, 05 aulas de 50 minutos e, no noturno,

03 aulas de 50 minutos e 02 aulas de 45 minutos.

Excepcionalmente, os alunos têm aulas no contraturno e/ou aos

sábados, sendo estas de reposição ou complementação de carga horária.

As turmas estão organizadas por séries anuais e cada qual ocupa uma

sala distinta, de acordo com os turnos de funcionamento.

O principal critério para a organização das turmas é a série em que o

aluno se encontra, mas também leva-se em conta a ordem de chegada para a

matrícula. Professores e Equipe Pedagógica analisam a composição das

turmas e, caso seja identificado algum problema (alunos que não se relacionam

bem entre si, por exemplo), busca-se a melhor maneira de resolvê-lo antes do

fechamento das turmas.

4.5 Organização curricular

O currículo do Colégio Bittencourt está organizado por Disciplinas,

conforme legislação em vigor:

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96;

Lei Federal n° 10.793/03 e o Parecer CNE/CEB n° 16/01 que dispõem

sobre a Disciplina de Educação Física;

Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, instituídas

pela

Resolução CEB nº 02/1998;

Parecer de nº 219/09-CEE, que se refere à terminologia da disciplina de

Arte;

Instrução nº 011/2009-SUED/SEED;

Diretrizes Curriculares da Educação da Rede Pública Estadual de

Educação

Básica do Estado do Paraná.

A Base Nacional Comum das Matrizes Curriculares dos anos finais do

Ensino Fundamental, que compreende do 6º ao 9º ano, é composta pelas

Disciplinas de Ciências, Arte, Educação Física, Ensino Religioso, Geografia,

História, Língua Portuguesa e Matemática, e da Disciplina de Ensino Religioso

no 6º e 7º ano.

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As Disciplinas da Base Nacional Comum têm carga horária mínima de

02 (duas) horas-aula e máxima de 04 horas-aula semanais, com exceção do

Ensino Religioso.

As Disciplinas da Base Nacional Comum (Ciências, Arte, Educação

Física, Geografia, História, Língua Portuguesa e Matemática) são de oferta

obrigatória em todas as séries.

O Ensino Religioso será ofertado obrigatoriamente pelo

estabelecimento, com frequência facultativa para os alunos, com a carga

horária de 1 (uma) aula semanal no 6º ano e 1 (uma) aula semanal no 7º ano,

em todos os turnos, não sendo computada na carga horária de 800 horas

anuais.

As Matrizes Curriculares contam com 25 (vinte e cinco) horas-aula

semanais, em todos os turnos de atuação, com exceção do 6ª e 7º anos.

Na Parte Diversificada da Matriz Curricular, consta apenas uma Língua

Estrangeira Moderna como componente curricular obrigatório. Observando a

disponibilidade de professor habilitado e as características da comunidade

atendida, a comunidade escolar optou pela Língua Inglesa.

4.6 Avaliação

A avaliação da Escola Estadual Dr. Felipe Silveira Bittencourt – Ensino

Fundamental e Médio é entendida como um dos aspectos pelos quais se

analisa e interpreta os dados da aprendizagem do aluno e, consequentemente,

do trabalho do professor, visando sempre o crescimento e a promoção do

aluno. Ensinar, aprender e avaliar devem se integrar permanentemente.

Considerando que a principal finalidade da avaliação é garantir a

formação integral do sujeito pela mediação da efetiva apropriação dos

conhecimentos historicamente produzidos, será feito o diagnóstico sobre o que

o aluno aprendeu, de que forma e em que situações, utilizando, para isso,

técnicas e instrumentos variados, como: avaliações escritas em forma de

interpretação e produção de texto, relatórios, portfólio, trabalhos individuais e

coletivos, pesquisas, etc. Apresentações orais das pesquisas; seminários,

debates, etc; participação nas atividades de sala de aula, etc.

Para fins de promoção, a avaliação do aproveitamento escolar deverá

incidir sobre o desempenho do aluno em diferentes experiências de

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aprendizagem, bem como sobre a apuração da assiduidade.

É vedada a avaliação em que os alunos são submetidos a um só

instrumento avaliativo. A avaliação deve utilizar procedimentos que assegurem

a comparação com os parâmetros indicados pelos conteúdos a serem

desenvolvidos evitando-se a comparação dos alunos entre si.

A realidade individual do aluno, o domínio dos conteúdos fundamentais

e o seu desenvolvimento determinarão os procedimentos a serem adotados

diante dos trabalhos no processo de ensino e aprendizagem.

Na avaliação do aproveitamento escolar, deverão preponderar os

aspectos qualitativos da aprendizagem, atribuindo-se maior importância à

atividade crítica, à capacidade de síntese e à observação pessoal, sobre a

memorização.

A avaliação do desempenho do aluno será feita de forma contínua,

permanente e cumulativa.

A avaliação, assim realizada, assume as características de avaliação

diagnóstica, uma vez que verifica até que ponto uma prática é caminho para a

concretização de uma ideia, de um valor. Ela verifica o presente para

programar o futuro, caracterizando-se assim como processo. Importante para o

professor é não perder de vista a função diagnóstica da avaliação, ou seja, ela

deve ser usada como subsídio para a revisão do processo ensino-

aprendizagem, como instrumento de diagnóstico do seu próprio trabalho.

Como exemplo de avaliação diagnóstica, Gandin (1995, p.52) cita o

acompanhamento de uma árvore, vendo como ela está, que desenvolvimento

apresenta, o que a ajuda a crescer, o que a atrapalha, “tendo sempre como

referência a utopia de uma árvore, lembrando-se de que a perfeição não está

em alcançar a utopia, mas em buscá-la continuamente”.

Para que a avaliação seja eficiente, levar-se-á em consideração alguns

aspectos:

A tarefa e suas exigências precisam ser explicitadas antes de iniciá-las;

Devem ser incluídas tarefas contextualizadas;

Buscar continuamente o trabalho interdisciplinar;

É preciso exigir uma certa forma de colaboração entre os pares, dando-

lhes oportunidades de planejar, trabalhar e decidir em grupo;

Mais importante do que verificar se o aluno reteve informações, será

avaliar se ele é capaz de analisar, criticar, sintetizar e interpretar dados,

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fatos e situações, compreendendo o seu entorno social e atuando sobre

ele;

A avaliação deverá incidir sobre o desempenho do aluno em diferentes

situações de aprendizagem, evitando-se a comparação dos alunos entre si.

Processos de avaliação e formas de registro

O desenvolvimento de cada aluno deve ser acompanhado atentando

principalmente para a necessária apropriação dos conhecimentos

historicamente produzidos e acumulados pela humanidade. Assim, os diversos

instrumentos de avaliação utilizados têm por objetivo levantar dados e

informações que possibilitem identificar o que, o quanto e como o aluno

aprendeu. Considerando os resultados, o professor analisa sua própria prática

e define as intervenções necessárias para que os objetivos sejam alcançados.

Não sendo utilizada para fins classificatórios, a avaliação terá,

necessariamente, de ser dinâmica e contínua, mapeando o processo de

aprendizagem dos alunos em seus avanços, retrocessos, dificuldades e

progressos.

Os professores usarão os seguintes instrumentos de avaliação:

Atividades orais: prova oral, apresentação de pesquisas em forma de

seminário, debate, apresentação de peça teatral, juri simulado, etc.

Produções diversas: a) verbal: prova escrita, relatório, pesquisa

científica, resenha, produção de textos diversos (literários e não

literários), painel, produção de jornal, etc; b) não verbal: dança, jogos,

gráficos, cartazes, fotos, mapa, maquete, experiências em laboratório,

etc.

Durante o seu trabalho, o professor levanta muitas informações úteis ao

processo de avaliação de seus alunos e de sua própria prática. No entanto,

para utilizar tais informações, precisa manter um registro organizado delas. A

questão é o que registrar e como fazê-lo.

Em nossa escola, o registro das avaliações realizadas pelos alunos será

feito no Livro Registro de Classe. Ao terminar uma aula ou uma atividade, o

professor deve registrar também suas observações pessoais, conclusões e

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dúvidas. Além de fazer anotações no Registro de Classe, o professor poderá

fazer seus registros em fichas ou caderno, caso julgue necessário. Isso pode

ser feito para um aluno, para a classe toda ou para um grupo de alunos. Esses

registros assumem caráter apreciativo e podem indicar ao professor a

necessidade de rever ações, buscando o desenvolvimento de cada educando.

Ao mesmo tempo, o conjunto de pareceres sobre os alunos permite a

elaboração por parte do professor, de uma imagem da classe, um mapa de

suas aprendizagens, dificuldades, necessidades, facilitando a avaliação do

trabalho pessoal do professor e a necessidade de cada aluno.

Não há necessidade de que as anotações sejam sofisticadas ou

complexas. Bastam indicações claras do que está ou não sendo compreendido,

indícios de dificuldades, pistas sobre preferências, gostos, envolvimentos,

interesses. O professor, de posse desses dados, analisa e informa a cada um

sobre o seu desempenho, permitindo que os alunos se conscientizem de seus

avanços, dificuldades encontradas e do que ainda pode fazer para aprender.

É importante também que os alunos se autoavaliem e, por isso, o

professor precisa criar instrumentos que lhes permitam adquirir o hábito de

refletir sobre as ações que realizam na escola e como estão vivenciando a

experiência de aprender.

Esta é, sem dúvida, uma lacuna que a escola precisa preencher, pois

temos dificuldade de analisar e de julgar a nossa produção intelectual, até

mesmo nos níveis mais avançados de ensino. A autoavaliação deve levar o

aluno a perceber o que conseguiu acrescentar ao que já sabia, conhecer suas

dificuldades e o que precisa ser feito para superá-las.

A comunicação e o apoio mútuo entre escola e família é primordial para

que esse aluno tenha condições de desenvolvimento pleno em sala de aula,

por isso os pais ou responsáveis são chamados ao colégio para acompanhar a

aprendizagem de seu filho sempre que necessário. Isso acontece de forma

coletiva ou individual. Trimestralmente, recebem também um Boletim

Informativo com o rendimento escolar (notas) e faltas do(a) aluno(a).

A distribuição de valores, na avaliação trimestral de cada Disciplina (com

exceção de Educação Física e Arte), ocorrerá da seguinte forma:

Três pontos (3,0) - trabalhos escritos e orais, pesquisas, seminários,

produções em sala de aula, etc. Esses 3,0 pontos deverão ser

distribuídos em, no mínimo, dois instrumentos de avaliação. Se o aluno

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não apresentar rendimento satisfatório (60% do valor da avaliação), terá

a oportunidade de refazer a atividade, após orientação do professor

(Recuperação Paralela). No Livro Registro de Classe, deverão ser

lançadas a 1ª nota atribuída a cada avaliação e a nota da respectiva

recuperação (quando for o caso).

Sete pontos (7,0) – avaliações orais e/ou escritas. Esses 7,0 pontos

deverão ser distribuídos em, no mínimo, dois instrumentos de avaliação.

Se o aluno não apresentar rendimento satisfatório (60% do valor da

avaliação), terá a oportunidade de uma nova avaliação, após retomada

de conteúdos (Recuperação Paralela).

No Livro Registro de Classe, deverão ser lançadas a 1ª nota atribuída a

cada avaliação e a nota da respectiva recuperação (quando for o caso). Para a

composição da média final, deverá ser considerada a maior nota.

Aos alunos que apresentarem rendimento satisfatório nas avaliações

realizadas (acima de 60% do valor das mesmas), terá a opção de não fazer a

recuperação de notas.

4.7 Intervenções pedagógicas

Partindo do pressuposto de que todo aluno é capaz de aprender e diante

do compromisso da escola com a efetiva aprendizagem, alguns

encaminhamentos deverão ser adotados, tendo em vista a superação das

dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos alunos:

Metodologia interativa em sala de aula (aulas participativas);

Abordagens diversificadas do mesmo conteúdo;

Retomada dos conteúdos (recuperação paralela);

Exercícios/atividades em sala, contando com atendimento

individualizado, sempre que possível;

Trabalhos e atividades em grupo;

Encaminhamento para a Sala de Apoio à Aprendizagem (6º e 9º anos);

Encaminhamento para a Sala de Recursos (6ª ao 9º ano).

À medida em que as dificuldades são identificadas, o professor retomará

os conteúdos e as atividades em que seus alunos não obtiveram a

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aprendizagem esperada, realizando assim a recuperação paralela (durante as

aulas).

As novas oportunidades de aprendizagem são dadas objetivando o

domínio dos conhecimentos essenciais por parte dos alunos.

4.8 Atividades Integradoras do currículo

As atividades integradoras complementam o currículo escolar e referem-

se a possíveis recortes dos conteúdos disciplinares. Elas estão voltadas para

conteúdos universais que devem ser socializados para todos.

Essas atividades trabalham os conteúdos de forma mais ampla e com

uma metodologia diferente.

4.8.1 “Entre quatro paredes... há muita produção”

Esse projeto é desenvolvido pelos professores de Língua Portuguesa e

envolve todas as turmas do colégio. Ele está vinculado às aulas de Língua

Portuguesa e culmina com a publicação de um livro ao final do ano letivo,

patrocinado por pessoas físicas e jurídicas do município.

Justificativa:

O trabalho com a linguagem é de suma importância para o

desenvolvimento do aluno em todas as disciplinas de ensino, mas normalmente

cabe à Língua Portuguesa a exigência maior, e ao professor de português a

tarefa de ensinar leitura, escrita e análise linguística. Mas o que ocorre, muitas

vezes, é o desinteresse por aprender “português”, pois o aluno não vê

necessidade, visto ser um falante da própria língua. Por isso, o professor

precisa motivar, contextualizar, levar o aluno a reflexão crítica do uso efetivo da

língua.

Além disso, o aluno precisa ser ensinado a ler os mais diferentes

materiais e linguagens. Por isso, ao longo do período letivo, no ensino

fundamental e médio, através de um trabalho de leituras, produções de textos e

refacções de textos, estimulamos o aluno a ler cada vez mais e escrever de

forma competente. Circunstância essa que favorece a execução do projeto.

Durante todo o ano, os alunos arquivam as suas produções em portfólio

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e podem observar o seu próprio desenvolvimento no decorrer do trimestre e,

consequentemente, do ano. Os professores de Língua Portuguesa, por sua

vez, sentem-se motivados a editar um livro com as produções dos alunos e

para isso criaram um critério: dois textos de cada sala, nos três turnos e nos

dois níveis de ensino, selecionados pelo professor da própria turma.

Observamos que essa publicação tem motivado cada vez mais os

alunos, tanto os que têm seus textos editados quantos os demais que podem

ler os textos dos colegas, a ler e a escrever de forma competente.

Conteúdos:

O conteúdo estruturante da disciplina de Língua Portuguesa é o discurso

como prática social e seus conteúdos referenciais são: Oralidade, Leitura,

Escrita e Análise Linguística.

Os conteúdos serão desenvolvidos, observando os alunos que se

inscreverão para participar do Programa, mas alguns encaminhamentos são

comuns: Leitura dos mais diversos textos: silenciosa e oral; considerando os

mais diversos gêneros, tais como: conto maravilhoso, a fábula, história em

quadrinhos, cartaz, notícia, entrevista, relato pessoal, diário, blog, poema,

conto, romance, carta de leitor, carta pessoal, anúncio publicitário, crônica,

resumo, relatório, reportagem, editorial, texto dissertativo-argumentativo, entre

outros; Oralidade: compreensão oral, posicionamento crítico (considerando a

maturidade dos alunos); análise linguística: a partir das leituras propostas e

das produções escritas individuais; escrita: conforme encaminhamento do

professor, considerando alguns aspectos tipológicos como narrar, relatar,

argumentar, expor, descrever e do gênero determinado.

Objetivos:

Geral: Desenvolver habilidades de uso da língua através de leitura,

compreensão e produção escrita.

Integrar as mídias no processo de ensino/aprendizagem de Língua Portuguesa.

Específicos: os objetivos específicos são vários, dependendo da

proposta de cada produção de leitura e escrita (poema, narração, dissertação

etc.) ao longo do ano, mas alguns objetivos são comuns a todas as turmas e

séries:

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Promover com os alunos a leitura, compreensão e produção escrita de

forma autônoma e competente.

Selecionar e digitar os textos para publicação no livro “Entre quatro

paredes... há muita produção”.

Promover o lançamento do livro em uma Noite Cultural com a presença

do corpo docente e discente, bem como os pais e comunidade escolar;

Distribuir para todos os alunos um exemplar do livro e encaminhar

também para Secretaria de Educação do município e Núcleo Regional

de Educação.

Encaminhamentos metodológicos:

As estratégias de ação serão desenvolvidas ao longo do ano letivo, por

todos os professores de Língua Portuguesa, observando os eixos que norteiam

o Ensino de Língua Portuguesa: Leitura dos mais diversos textos: silenciosa e

oral Produção da Oralidade: compreensão oral, posicionamento crítico. Análise

Linguística: exercícios escritos propostos e a partir das produções escritas.

Produção de Texto conforme encaminhamento do professor e da série: poema,

narração, dissertação, etc.

Conforme as produções escritas e as refacções forem acontecendo, elas

serão arquivadas no portfólio de cada aluno para acompanhamento de seu

crescimento, pelo professor e pelo próprio aluno. Esses portfólios subsidiarão a

escolha dos dois melhores textos de cada turma pelo professor no momento da

edição da coletânea. Além disso, os alunos serão motivados a participar de

Concursos de produção textual promovidos pela cidade e região (Pastoral da

Educação, Rotary Club, Secretaria de Educação do município/Acimar, etc).

Todas as atividades desenvolvidas e participação dos alunos servirão para

análise do desenvolvimento do aluno, que estará em contínua avaliação. Na

primeira quinzena do terceiro trimestre, os textos selecionadas serão digitados

e encaminhados à gráfica para a confecção do livro e assim que estiverem

prontos serão entregues aos alunos em Noite Cultural, programada para o 3°

trimestre, tanto para os alunos autores quanto para os demais. Além dos

alunos, serão encaminhados exemplares do livro para autoridades do

município, Secretaria de Educação do município e Núcleo Regional de

Educação. Além disso, cada professor de Língua Portuguesa e coordenadores

pedagógicos receberão um livro e manteremos na biblioteca do colégio 40

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exemplares para trabalho em sala de aula pelos professores.

Percebemos com a realização deste trabalho que todos os professores

envolvidos se autoavaliam, mediante propostas feitas e correções, buscando

levar textos interessantes aos alunos para que, a partir deles, saiam também

textos interessantes para a escolha e edição no livro. Em relação ao professor

coordenador do projeto, cabe a motivação dos demais professores envolvidos,

para que estes mantenham a motivação dos próprios alunos. Isso comprova

que um trabalho diferenciado, além do compromisso inicial com o aluno, aquele

que extrapola os muros da escola, envolve muito mais dedicação,

disponibilidade de tempo e envolvimento com a comunidade escolar

(envolvidos no processo educativo).

Infraestrutura:

Os alunos serão atendidos utilizando-se os recursos físicos e materiais

adequados e disponíveis para que haja leitura, discussão e produção textual de

forma agradável e significativa, valorizando-se a integração das mídias neste

processo.

Resultados esperados:

Quanto aos benefícios deste projeto, começamos a senti-los na 1ª

edição (em 2006): antes da publicação do livro, os alunos mostraram maior

interesse para leitura e produção textual, inclusive as refacções foram mais

produtivas (sem reclamação, pois viam a necessidade da correção). Após a

publicação do livro, os alunos, ao receberem um exemplar (gratuitamente),

mostraram-se interessados (e curiosos) em ler os textos dos colegas e aquele

que teve o seu próprio texto publicado divulgava a página onde este se

encontrava. O mesmo ocorreu no início de 2007 bem como nos anos

seguintes, os alunos perguntavam pelo livro, se nós o faríamos novamente e se

haveria a Noite Cultural para divulgação.

Assim, com as primeiras publicações, já sentimos o retorno através

desses alunos, o que marca o diferencial deste projeto, ou seja, concretizar

aquilo que o aluno via, até então, como mero cumprimento de atividades.

Critérios de participação:

Ao longo do período letivo, no Ensino Fundamental e Médio (EJA),

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através de um trabalho de leituras, produções de textos e refacções de textos,

vamos desenvolvendo a habilidade do aluno para cada vez mais ler e escrever

de forma competente.

4.8.2 Fanfarra Estudantil

Justificativa:

Pretendemos, ao trabalhar com música, estimular principalmente a

organização interna do indivíduo, a disciplina, a sensibilidade, o respeito com o

outro, a socialização, a expressão, o auto-controle e o trabalho em equipe, tão

indispensáveis a um viver saudável.

O Programa Fanfarra Estudantil busca promover a iniciação musical e a

inclusão social de adolescentes e jovens, visando também a preservação de

sua tradição. O Programa pretende absorver grande demanda de jovens,

sobretudo aqueles em situação de risco social.

Objetivos:

Desenvolver o senso artístico e cultural através de atividades musicais

desenvolvidas com alunos do colégio e da comunidade.

Contribuir para o desenvolvimento pessoal e social dos educandos.

Criar oportunidades de contato dos alunos com o universo musical.

Participar de festivais e apresentações de fanfarras, bandas,

aprimorando o desenvolvimento instrumental e coreógrafo.

Garantir uma formação artística mais aprofundada, visto que a música é

uma ferramenta de cidadania, de inclusão social e cultural.

Conteúdos:

Elementos rítmicos, timbres, textura e dinâmica musical.

Notação musical.

Improvisação, composição e interpretação de obras.

Apresentação do instrumento a ser usado parte por parte.

Manejo com baquetas.

Treinamentos com instrumentos de sopro.

Noções de repique em instrumento de percussão.

Marcação constante.

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Coreografias.

Noções de afirmação.

Conservação dos instrumentos.

Posturas.

Desenvolvimento psicomotor.

Encaminhamentos metodológicos:

As aulas e ensaios acontecem duas vezes por semana em horário

intermediário. Os alunos participam de cursos e treinamentos para o

aperfeiçoamento em técnicas instrumentais, harmonia, melodia, ritmo e

coreografia e fazem apresentações na escola, no município e na região.

Nas aulas teóricas, o professor desenvolve estudos sobre timbre,

duração, altura, intensidade e densidade. Os alunos têm acesso à História da

Música Contemporânea e trabalham expressão corporal e facial, aprendendo a

controlar atitudes corporais com autonomia e a valorizá-las.

Nas aulas práticas, os alunos tocam os instrumentos da fanfarra com o

auxílio do professor “maestro” e desenvolvem coreografias para os desfiles e

apresentações.

Infraestrutura:

Sala de aula e quadra esportiva para os ensaios e estudos teóricos e

práticos. O projeto é coordenado pela diretora e desenvolvido por voluntários,

contando com verbas da Fundação Bradesco para a aquisição dos

instrumentos e uniformes.

Resultados esperados:

Melhora na autoestima, no desempenho escolar, na vida familiar e

comunitária; melhora nas atitudes frente ao futuro; diminuição do risco de

vulnerabilidade social.

Critérios de participação:

Podem participar os alunos matriculados no Ensino Fundamental, Médio

e ex-alunos do Colégio.

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4.8.3 Ginástica rítmica (Programa de Atividades Complementares Curriculares em Contraturno)

Esse programa é desenvolvido em contraturno e está aberto a todas as

alunas interessadas (do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental). Ele é

desenvolvido por uma professora de Educação Física.

Justificativa:

A escola não pode negar como fato histórico a corporeidade humana, a

infinidade de gestos, expressões, movimentos, que os seres humanos foram e

são capazes de realizar, originando jogos, brincadeiras, danças, esportes,

lutas, diferentes formas de ginástica e constituindo desta forma, o verdadeiro

patrimônio lúdico da sociedade.

O grande desafio é propiciar ao educando o conhecimento do seu corpo,

usando-o como instrumento de expressão e satisfação de suas necessidades,

respeitando suas experiências anteriores e dando-lhe condições de adquirir e

criar novas formas de movimento.

Alves tenta explicar o projeto educacional em relação o corpo do aluno

quando diz: “o que está em jogo são duas maneiras diferentes de se ver o

corpo: num caso, corpo que é simples meio e que é treinado para se

transformar num instrumento de luta contra o tempo e o espaço. Uma corrida é

luta contra o tempo. Já o salto é luta contra o espaço. Num outro, é o corpo

reconciliado com o espaço e o tempo e que não deseja vence-los mas apenas

usufruí-los.”

O movimento humano só se concretiza por meio do corpo do homem.

Esse movimento integra uma totalidade e não somente um ato motor, mas toda

e qualquer ação humana que vai desde a expressão até o ato mecânico. Não é

apenas o corpo que entra em movimento, mas é o homem todo que age e se

movimenta.

A ginástica rítmica e a dança são atividades de grande valor educativo,

graças as possibilidades de expressão do corpo e também pode ser

considerada como um sistema de trabalho físico, artístico e expressivo,

adaptado às condições psicofisiológicas do ser humano. Oferece um conjunto

sucessivo e variado de movimentos executados em sua globalidade com

expressividade, ritmo e variações dinâmicas, com ou sem aparelhos manuais.

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Objetivos:

Desenvolver a habilidade e potencialidade artística, ajudando na

formação humana integral através de atividades corporais pensantes e

conscientizadoras para uma cidadania mais digna, responsável e

saudável.

Analisar alguns padrões de estética , beleza e saúde presentes no

cotidiano, buscando compreender sua inserção no contexto em que são

produzidos.

Participar de festivais e apresentações de danças folclóricas e ginástica

rítmica escolar, aprimorando os movimentos específicos.

Conhecer os limites e possibilidades do próprio corpo, podendo controlar

suas atitudes corporais com autonomia e a valoriza-las como recurso

para manutenção da própria saúde.

Desfrutar de algumas das diferentes manifestações da cultura corporal,

adotando uma postura não preconceituosa ou discriminatória por razões

sociais, sexuais ou culturais.

Encaminhamento metodológico:

O tratamento dos conteúdos deverá identificar o conhecimento trazido

pelo aluno sobre o conteúdo da aula, buscando as melhores formas de

organização para execução dos movimentos a serem executados. O professor

observa as atividades realizadas pelos alunos bem como as diferentes

manifestações advindas da prática corporal, e a superação de suas

dificuldades ampliando as formas de movimentos corporais a mão livres e com

o aparelho: fita.

Infraestrutura:

Quadra esportiva, pátio escolar e sala de aula.

Resultados esperados:

Espera-se no decorrer do projeto proporcionar às alunas conhecimento

do seu próprio corpo, que percebam diferentes tipos de movimentos e

expressão corporal que permitam a criação, em vez de movimentos

mecanizados e repetitivos, desenvolvam habilidades corporais com finalidades

de lazer, de expressão de sentimentos, afetos e emoções, de manutenção e

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melhoria da saúde como também da qualidade de vida, oferecer oportunidades

de vivenciar a arte e o esporte em meios diferentes e em situações jamais

esperadas por estas alunas, assim buscar a formação total do indivíduo pela

prática de vivências corporais, favorecendo a integração dessas crianças no

meio onde estão inseridas para que possam atuar na sociedade de forma mais

crítica e participativa.

Critérios de participação:

Podem participar alunas matriculadas do 6º ao 9º ano do Colégio.

4.8.4 Programa SegundoTempo

Justificativa:

O Segundo Tempo é um programa do Ministério do Esporte destinado a

democratizar o acesso à prática e à cultura do Esporte de forma a promover o

desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens, como fator de

formação da cidadania e melhoria da qualidade de vida.

Esse programa tem como princípios norteadores:

A reversão do quadro atual de injustiça, exclusão e vulnerabilidade

social;

O esporte e o lazer como direito de cada um e dever do Estado;

A universalização e a inclusão social;

A democratização da gestão e a participação.

O esporte vem provando ser, dentro dos seus princípios, uma via

poderosa e privilegiada para desenvolver o potencial de crianças e jovens. Ele

tem em si a capacidade de promover o desenvolvimento de habilidades

pessoais (como a autoestima, o auto-conhecimento, o auto-cuidado), sociais (o

espírito de equipe, a cooperação, a solidariedade), cognitivas (a resolução de

problemas, o didatismo e o autodidatismo) e produtivas (criatividade e

volatilidade).

Esse programa não está focado – até pelos objetivos que carrega em si

– no desenvolvimento de habilidades específicas, como uma bela cesta no

basquete ou um drible de mestre num jogo de futebol, mas sim em

proporcionar a todos os seus participantes uma vida mais plena enquanto

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pessoa, cidadão e futuro profissional. Não importa de maneira alguma, a pré-

disposição, o fenótipo, a competição, ainda que esses reflexos sejam

festejados e encaminhados da melhor maneira possível.

O programa atende crianças e adolescentes do Ensino Fundamental, da

faixa etária entre 07 a 17 anos, que procuram as atividades por terem tempo

ocioso, por necessidade ou prazer de praticar esportes e atividades afins,

afastando-as assim das ruas.

A escolha destas atividades considerou as diretrizes do Programa

Segundo Tempo, isto é, a necessidade de oferecer modalidades coletivas e

individuais. Essas atividades já estavam presentes na escola e são muito bem

aceitas pelos alunos, especialmente as modalidades coletivas.

O Xadrez é uma atividade que permite aos alunos permanecerem no

núcleo durante um período maior de tempo, antes ou após o horário das

práticas esportivas, e pode ser vivenciada por todos, independente da idade. O

xadrez é utilizado na educação como um instrumento inter, multi e

pluridisciplinar, pois auxilia na melhora do rendimento escolar, principalmente

em termos de concentração.

Objetivo geral:

Garantir o acesso às modalidades esportivas, recreativas e lazer, jogos e

brincadeiras, para o bom desempenho pessoal, intelectual, social, educacional

e outros, respeitando a diversidade, abrindo espaço para a cooperação, o

diálogo, a solidariedade, a criatividade e o espírito crítico, pois são habilidades

mínimas para o exercício da verdadeira cidadania.

Objetivos específicos:

Promover o desenvolvimento físico, pessoal e social dos participantes.

Conscientizar os educandos sobre a importância da prática esportiva

para uma boa qualidade de vida.

Melhorar o desempenho escolar por meio de atividades esportivas e

culturais, buscando êxito na escola, família e sociedade.

Disponibilizar ambiente esportivo que favoreça a função educativa e

participativa, estimulando a formação de cidadãos.

Promover o conhecimento dos esportes integrantes do repertório cultural

através de brincadeiras, jogos pré-desportivos e educativos dos

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fundamentos.

Possibilitar vivências das manifestações lúdicas e jogos para oportunizar

o acesso a conhecimentos e práticas que propiciem a autonomia a uma

vida solidária.

Conteúdos:

Futsal

O jogo como instrumento de convivência social.

Histórico do esporte – origem e desenvolvimento

Fundamentos (chute, condução de bola, passe, drible)

Treinamento técnico-tático

Handebol

O jogo como instrumento de convivência social.

Histórico do esporte – origem e desenvolvimento

Fundamentos (condução de bola, passe, drible)

Treinamento técnico-tático

Voleibol

O jogo como instrumento de convivência social.

Histórico do esporte – origem e desenvolvimento

Fundamentos (toque, manchete, saque...)

Treinamento técnico-tático

Xadrez

O jogo como instrumento de convivência social.

Histórico do esporte – origem e desenvolvimento

Fundamentos (tabuleiro, movimentação das peças, lances especiais,

xeque-mate)

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Desenvolvimento corporal e construção da saúde

Higiene, atividade física, alimentação = saúde

Manifestações lúdicas

Ética e cidadania (valores culturais)

Jogos e brincadeiras

Jogos cooperativos

Encaminhamento metodológico:

As atividades são desenvolvidas de diversas formas:

Exposição do professor: os exemplos e a demonstração devem partir do

professor para depois todos poderem executar as tarefas propostas.

Trabalho independente: necessário para os alunos com certo grau de

dificuldade de aprendizagem motora ou cognitiva, quando suas

percepções estão abaixo dos demais e a aprendizagem ocorre de forma

mais lenta, retardando assim o desenvolvimento de atividades coletivas.

Trabalho em grupo: para que todos tenham as mesmas oportunidades

de desenvolver suas habilidades, podendo corrigir suas falhas ao

realizarem determinada atividade em conjunto, criando assim um vínculo

de cooperação e solidariedade.

Elaboração conjunta: regras ou normas de certos jogos desportivos

podem ser adaptadas considerando diferentes capacidades físicas

(coerentes com a idade, o potencial), diminuindo assim os níveis de

disparidade.

Atividades especiais: quando os educandos realizam atividades fora da

escola, como: cinema, boliche, participação com outros núcleos,

gincanas, entre outras.

Infraestrutura:

O programa vem sendo desenvolvido nas dependências da escola,

utilizando portanto: quadra coberta, quadra aberta, campo de futebol, pátios

cobertos, banheiros, anfiteatro, cozinha e refeitório.

Como recursos materiais são utilizados: bolas de voleibol, futsal,

handebol e basquete, jogos de xadrez, cones, arcos e bolas de borracha.

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Avaliação:

A avaliação é um processo complexo e contínuo que tem como objetivo

subsidiar e diagnosticar as intervenções necessárias que garantam mudanças

efetivas em nossas ações pedagógicas.

Para que a avaliação cumpra seu papel, serão utilizados os seguintes

instrumentos avaliativos:

ficha de acompanhamento individual;

ficha de acompanhamento de turmas;

questionários e entrevistas com os alunos;

questionários ou entrevista com pais e/ou responsáveis;

questionários ou entrevista com diretores e professores da escola;

fichas para verificação de aprendizagem tática;

fichas para verificação de aprendizagem motora;

fichas de autoavaliação e fichas de comportamento e atitudes;

relatório de avaliação de grupo.

São indicadores de verificação:

o desenvolvimento do educando a partir dos fundamentos do desporto.

o nível de comprometimento do participante com o desenvolvimento do

projeto e com a escola/comunidade.

o desempenho do participante no que se refere à assiduidade, ao

cumprimento de regras e à inserção na sociedade.

o resultado quantitativo (notas) do aprendizado.

A análise desses indicadores será baseada na percepção do professor,

do pedagogo da escola e dos pais. A cada trimestre, as médias escolares

serão monitoradas, assim como a quantidade de participantes cadastrados no

projeto.

4.8.5 Civismo

Esse projeto é desenvolvido semanalmente (em horário de aula,

utilizando uma aula por semana de forma intercalada) e conta com a

participação de todos os alunos e professores, sob a coordenação da diretora.

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Justificativa:

De acordo com André Dias (2006), cidadania e civismo são dois

conceitos que são verdadeiros suportes para a vida em sociedade. Cidadania

por representar o dever de cada indivíduo de participar na vida da sua

comunidade, contribuindo para melhorá-la. Civismo por defender valores e

práticas consideradas fundamentais para uma vida coletiva, com ética e

respeito aos demais.

O Projeto busca iniciativas para a elevação da autoestima dos alunos “e

o despertar do amor e o orgulho de ser paranaense”. Com esse sentimento,

desde cedo os jovens e adolescentes terão a consciência despertada para a

importância de amar e cuidar de sua terra.

Objetivos:

Difundir o conceito de civismo que consiste em respeitar os valores

humanos, as instituições e as práticas especificamente políticas de um

país.

Resgatar o patriotismo e o comprometimento moral e ético em toda a

comunidade escolar.

Despertar o sentimento de amor à pátria e o respeito aos símbolos

nacionais.

Sensibilizar os alunos para a importância dos valores humanos e do seu

papel como cidadão na sociedade.

Restabelecer o respeito ao Hino Nacional como dever cívico e cultural.

Conhecer melhor as letras e músicas dos nossos hinos cívicos.

Interpretar os significados literais e poéticos dos textos.

Resgatar nossa autoestima enquanto cidadãos brasileiros.

Favorecer o enriquecimento do vocabulário dos alunos.

Conhecer a história do povo brasileiro.

Reconhecer as responsabilidades individuais e coletivas referentes às

atividades escolares.

Conscientizar os alunos sobre a importância de normas para a boa

convivência.

Transmitir informações sobre higiene física, mental e do ambiente,

melhorando a qualidade de vida dos alunos.

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Conteúdos:

Hinos Cívicos.

Valores humanos.

Conhecimentos sobre ética, cidadania e higiene física, mental e do

ambiente.

Encaminhamento metodológico:

O projeto prevê a realização de momentos cívicos semanais na escola,

envolvendo todos os alunos e professores;

Trabalho interdisciplinar de estudo do vocabulário dos Hinos Cívicos,

interpretação dos textos, ilustrações e significado histórico.

Cantar os hinos.

Apresentar testemunhos de vida por meio de vídeos, slides e pessoas

da comunidade.

Infraestrutura:

Os momentos cívicos serão realizados no anfiteatro da escola e são

utilizados vários recursos midiáticos, tais como: notebook, projetor , CDs,

DVDs, caixa de som e microfone dentre outros. Vídeos, textos e slides

disponíveis na WEB também serão empregados.

Avaliação:

Ao final de cada ano, os profissionais da escola se reúnem e fazem uma

avaliação das atividades desenvolvidas.

A avaliação será por meio da observação e da participação dos alunos

nas solenidades e nas atividades cívicas ou escolares.

4.8.6 Treinamento Esportivo: futsal e handebol (masculino e

feminino)

Esse projeto é desenvolvido em horários intermediários e são

trabalhados conteúdos relacionados à Disciplina de Educação Física. Ele está

aberto a todos os alunos interessados (Ensino Fundamental) e conta com o

apoio de voluntários e APMF da escola.

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Justificativa:

Atendendo à solicitação de pais e alunos, adeptos do esporte,

implantamos em nosso colégio as aulas para Treinamento Esportivo.

Além de adquirir saúde e qualidade de vida, essas crianças, jovens e

adultos saem das ruas e se dedicam às aulas de treinamento oferecidas pelo

colégio.

O treinamento esportivo favorece o condicionamento cardiorrespiratório,

promove o domínio de si e desenvolve a atenção, a iniciativa, a criatividade, o

entusiasmo e a perseverança; contribui também para a formação do caráter,

desenvolve a memória e o raciocínio, favorece a integração social e suscita o

senso de responsabilidade. O esporte cria obrigações, ameniza o

temperamento do homem e reduz as agressões.

Deste colégio saíram vários atletas que estão se destacando em outras

cidades, estados e até em outros países.

Objetivos:

Favorecer a formação social e o aprimoramento físico, contribuindo

assim para um melhor equilíbrio biopsicossocial dos atletas.

Desenvolver qualidades físicas requeridas especificamente para o

desporto.

Desenvolver hábitos e atitudes saudáveis.

Incentivar o aluno a praticar esportes, contribuindo para a qualidade de

vida.

Aprender a trabalhar em equipe, respeitando adversários e regras.

Envolver o maior numero possível, para compor uma equipe de

qualidade, que possa representá-lo nos jogos do município e Estado.

Encaminhamento metodológico:

Os treinos são orientados por professores, acadêmicos de Educação

Física e também por voluntários.

A orientação é individual e em grupo, tomando-se como ponto de partida

o rendimento de cada atleta.

Os alunos participam de jogos inter-classes, municipais e estaduais.

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Infraestrutura:

Um projeto grandioso como este necessita de verbas e o que

recebemos, através do fundo rotativo da escola, é insuficiente, pois o material

utilizado (bolas, redes e uniformes) tem custo elevado.

A APMF ajuda a manter um treinador.

O colégio conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Marialva, que

disponibiliza meio de transporte para a participação dos atletas em jogos no

município e na região.

Critérios de participação:

Este projeto é aberto a todos os alunos matriculados em nosso colégio.

Avaliação:

Os alunos são acompanhados pela direção e professores de Educação

Física. Após uma avaliação geral do rendimento do atleta, o treinador

trabalhará as deficiências individuais, levando em consideração os diversos

ritmos de desempenho.

Os atletas são trabalhados por meio de jogos, exercícios de equilíbrio,

lateralidade e condicionamento que levam à superação de suas dificuldades. O

treinador retoma os exercícios até que o atleta compreenda o porquê das

atividades e as exerça com maior facilidade e desprendimento.

A participação das equipes em competições sinaliza o sucesso do

projeto, bem como o interesse dos alunos em participar dos treinamentos.

4.8.7 CENTRO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS MODERNAS –

CELEM/LÍNGUA ESPANHOLA

Justificativa:

Como resultado de um processo que busca destacar o Brasil no

Mercosul e atendendo a interesses políticos e econômicos para melhorar as

relações comerciais do Brasil com países de Língua Espanhola, tem havido a

preocupação de ofertar o ensino dessa língua nos estabelecimentos de ensino

do Paraná. No entanto, deve-se ir além de uma perspectiva utilitarista,

ampliando o papel deste componente curricular de modo a contribuir para a

formação integral dos alunos. De acordo com as Diretrizes Curriculares da

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Educação Básica, “ensinar e aprender línguas é também ensinar e aprender

percepções de mundo e maneiras de atribuir sentidos, é formar subjetividades,

é permitir que se reconheça no uso da língua os diferentes propósitos

comunicativos, independentemente do grau de proficiência atingido” (PARANÁ,

2008, p. 225). Assim, aprender a Língua Espanhola contribui para a formação

do aprendiz porque lhe permite também conhecer a cultura de povos onde

esse idioma é falado.

Tendo em vista que o Colégio Estadual Dr. Felipe Silveira Bittencourt

oferta CELEM - Língua Espanhola desde 1997 e que, durante este período, já

formou uma gama de alunos, implantamos também o Curso de Aprimoramento

em Língua Espanhola, até mesmo por solicitação dos próprios ex-alunos. O

curso tem como foco dar ênfase ao ensino da comunicação oral para atender

as necessidades relativas à formação pessoal, acadêmica e profissional dos

ex-alunos e da comunidade escolar; o que demonstra sua relevância social.

Assim, o curso contribui para a efetiva formação do educando através da

prática reflexiva e do aprimoramento linguístico.

Objetivos:

Ampliar o contato com outras formas de conhecer, com outros

procedimentos interpretativos de construção da realidade.

Analisar as questões sociais-políticas-econômicas da nova ordem

mundial e suas implicações, desenvolvendo uma consciência crítica a

respeito do papel das línguas na sociedade.

Superar os fins utilitaristas, pragmáticos ou instrumentais que

historicamente têm marcado o ensino de Língua Estrangeira Moderna,

contribuindo para a formação de alunos críticos e transformadores.

Contribuir para a formação cultural, social e ética do educando, no

sentido de apurar-lhe o senso de responsabilidade pessoal e coletiva,

indispensável à formação de sua consciência de cidadania.

Possibilitar que os alunos utilizem uma língua estrangeira em situações

de comunicação, tornando-os aptos a se relacionar com outras

comunidades e outros conhecimentos.

Proporcionar ao aluno oportunidade para que conheça e compreenda a

diversidade linguística e cultural, desenvolvendo-se discursivamente

Explorar as práticas da leitura, da interpretação, da escrita e da

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oralidade por meio do estudo de textos, incentivando também a

pesquisa e a reflexão.

Desenvolver habilidades de compreensão e produção oral através de

gêneros textuais variados.

Conteúdos:

Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise

linguística, serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos

conforme suas esferas sociais de circulação:

COTIDIANA: cartão postal, carta pessoal, bilhetes, convites, adivinhas,

anedotas, receitas, relatos de experiência vivida, músicas.

LITERÁRIA/ARTÍSTICA: contos, contos de fadas, histórias em

quadrinhos, lendas, letras de músicas, narrativas (aventura, humor,

ficção, terror, etc.), paródias, poemas, romances, textos dramáticos.

CIENTÍFICA: pesquisas, resumo, relatório, debate.

ESCOLAR: cartazes, diálogo/discussão argumentativa, exposição oral,

resumo, relatos, texto de opinião, seminário.

IMPRENSA: cartum, charge, crônica jornalística, entrevista (oral e

escrita), fotos, horóscopo, notícia, reportagens, tiras, classificados,

sinopses de filmes.

PUBLICITÁRIA: anúncio, cartazes, placas, outdoor, publicidade

comercial.

POLÍTICA: carta de emprego, carta de reclamação, carta de solicitação.

PRODUÇÃO E CONSUMO: bulas, manual técnico.

MIDIÁTICA: blog, chat, e-mail, home page, vídeo clip, vídeo.

LEITURA

Tema do texto;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Situacionalidade;

Intertextualidade;

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Temporalidade;

Discurso direto e indireto;

Elementos composicionais do gênero;

Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;

Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;

Polissemia;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais

no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito),

figuras de linguagem);

Léxico.

ESCRITA

Tema do texto;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Situacionalidade;

Intertextualidade;

Temporalidade;

Discurso direto e indireto;

Elementos composicionais do gênero;

Emprego do sentido conotativo e denotativo no texto;

Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;

Palavras e/ou expressões que denotam ironia e humor no texto;

Polissemia;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais

no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito),

figuras de linguagem;

Processo de formação de palavras;

Acentuação gráfica;

Ortografia;

Concordância verbal/nominal.

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ORALIDADE

Conteúdo temático;

Finalidade;

Informatividade;

Papel do locutor e interlocutor;

Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e

gestual, pausas...;

Adequação do discurso ao gênero;

Turnos de fala;

Variações linguísticas;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

Semântica;

Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições,

etc);

Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito.

Encaminhamento metodológico:

A fim de propiciar ao aluno uma visão abrangente da realidade, os

conteúdos serão desenvolvidos de modo diversificado, incluindo aulas

expositivas, leituras de textos, atividades orais e escritas (individuais e em

grupo), de acordo com o gênero discursivo abordado. Programas audiovisuais

serão também utilizados, buscando estimular a oralidade por meio de músicas,

depoimentos e entrevistas. Assim, por meio da memória auditiva, terão a

oportunidade de se familiarizar com sons específicos da língua que está

aprendendo de forma mais ativa.

O lúdico estará presente em todas as unidades de trabalho. Além do

livro didático, materiais da Web serão utilizados, propiciando ao aluno uma

forma agradável de estudo e aprendizagem. Os alunos serão estimulados à

produção e reprodução oral e/ou escrita de diferentes gêneros. A gramática

será trabalhada a partir de textos contextualizados. Os elementos linguístico-

discursivos neles presentes serão analisados na medida em que colaboram

para a compreensão dos mesmos.

No ato da seleção de textos, o docente levará em conta a qualidade do

seu conteúdo e verificará também se instigam o aluno à pesquisa e à

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discussão. As características do gênero a que o texto pertence serão

evidenciadas no desenvolvimento do trabalho pedagógico e o professor deverá

considerar os diferentes graus de complexidade da estrutura linguística.

A prática de conversação incluirá a discussão de pontos gramaticais

polêmicos da Língua Espanhola, estabelecendo critérios para a construção de

discursos e utilizando a linguagem cotidiana dos países de fala hispânica. Os

alunos serão estimulados a expressar suas ideias na língua de estudo mesmo

que com limitações.

Avaliação:

A avaliação será contínua e o professor observará o desenvolvimento do

aluno no domínio dos conteúdos propostos. A avaliação se dará também por

meio de provas e trabalhos (orais e escritos), incluindo resumos, produção

textual, apresentação de seminários e debates.

O professor acompanhará a realização das atividades propostas a fim de

intervir e orientar o aluno sempre que necessário, pois não se pode perder de

vista que as práticas avaliativas têm por objetivo favorecer o processo de

ensino e de aprendizagem, ou seja, nortear o trabalho do professor e permitir

que o aluno tenha uma dimensão do ponto em que se encontra no percurso

pedagógico. Como afirma Luckesi (1995, p. 166), “a avaliação da

aprendizagem necessita, para cumprir o seu verdadeiro significado, assumir a

função de subsidiar a construção da aprendizagem bem-sucedida.”

A fim de favorecer o processo de desenvolvimento do educando, serão

utilizados no mínimo três instrumentos diferenciados de avaliação. Caso o

aluno não apresente rendimento satisfatório (média 6,0), terá direito à

recuperação de conteúdos por meio de novas atividades e reavaliação.

4.9 Proposta de Formação Continuada

A Formação Continuada contempla as questões relativas aos

profissionais do estabelecimento de ensino, seu papel, compromisso e

responsabilidade profissional em relação ao seu próprio trabalho e em relação

à instituição da qual faz parte, bem como às relações de trabalho e as

oportunidades de participação e aperfeiçoamento profissional proporcionados

pela mantenedora.

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Objetivos:

Buscar crescimento pessoal e profissional.

Promover momentos de reflexão e discussão necessários diante dos

novos paradigmas da educação.

Aprofundar conhecimentos sobre Educação, estudando autores

contemporâneos.

Promover a discussão e a troca de experiências entre todos os

profissionais da educação.

Melhorar o desempenho profissional de todos os setores, tendo em vista

os objetivos educacionais.

Compreender os problemas vivenciados pela comunidade escolar e

buscar soluções efetivas para os mesmos.

Encaminhamento metodológico:

A Formação Continuada será garantida por meio de:

Estudos desenvolvidos nas Reuniões Pedagógicas.

Orientações específicas na hora-atividade dos professores, de forma

individual e/ou coletiva, sob a responsabilidade da Equipe Pedagógica.

Palestras com profissionais da área e outras áreas afins, promovidas

pela própria escola ou em parceria com a Secretaria Municipal de

Educação.

Encontros de professores por disciplina, sempre que necessário.

Cursos promovidos pela SEED/NRE e pelas Instituições de Ensino

Superior.

Formação Continuada prevista em calendário, de acordo com as

orientações da SEED.

Grupos de Estudo aos sábados.

Grupos de Trabalho em Rede (GTR).

Cursos ministrados por professores PDE da escola (Programa de

Desenvolvimento Educacional).

Cursos à distância oferecidos por órgãos governamentais em parceria

com Instituições de Ensino Superior.

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Avaliação

A avaliação se dá por meio da observação de cada profissional no

desempenho de suas funções, com orientações específicas sempre que se

mostram necessárias.

Momentos para autoavaliação também são oportunizados, possibilitando

a cada profissional uma reflexão sobre sua própria prática.

A participação nos cursos e grupos de estudo ou trabalho é avaliada

mediante instrumentos próprios.

4.10 Plano de Trabalho Docente

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional atribui aos docentes a

incumbência de elaborar e cumprir seu plano de trabalho acordo com a

proposta pedagógica do estabelecimento de ensino (Art. 13, inciso II da Lei nº

9394/96).

Partimos do princípio de que é fundamental definir o que precisa ser

conhecido e também o caminho a ser trilhado para garantir a apropriação dos

conhecimentos pelos nossos alunos. Assim, cada professor deverá registrar o

que pensa fazer, como fazer, quando fazer, com que fazer e com quem fazer,

levando em conta a realidade dos alunos, a filosofia e os objetivos da escola,

suas normas, regras, sistema de avaliação e calendário escolar, além das

especificidades de sua Disciplina. Sua elaboração exige uma reflexão

sistemática sobre sua prática, por isso orienta e direciona suas ações.

Portanto, o Plano de Trabalho Docente é um dos principais instrumentos

norteadores da ação pedagógica em sala de aula e que deve expressar a

centralidade do conhecimento científico na prática educativa.

O Plano de Trabalho Docente deve ser elaborado de acordo com o

Projeto Político-Pedagógico e a Proposta Pedagógica Curricular do

estabelecimento, apresentando as decisões tomadas preferencialmente de

forma coletiva entre os docentes da Disciplina e com orientação do pedagogo.

Este deve então mostrar ao professor o PPP e a PPC da escola - a realidade

dos alunos, a filosofia e metodologia da escola, suas normas, regras, sistema

de avaliação e calendário escolar , orientando dessa forma o desenvolvimento

do PTD.

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Para elaborar seu Plano, é fundamental também que o professor

investigue os conhecimentos prévios de seus alunos, a fim de que seu trabalho

faça-os avançar rumo aos resultados almejados.

Os elementos fundamentais do Plano de Trabalho Docente (PTD) são:

Conteúdos estruturantes: são os saberes – conhecimentos de grande

amplitude, conceitos ou práticas – que identificam e organizam os

diferentes campos de estudo das disciplinas escolares.

Conteúdos específicos: são desdobramentos dos conteúdos

estruturantes, garantindo a presença dos conteúdos básicos.

Justificativa: expressa a concepção (opção política, educativa e

formativa), ou seja, a intencionalidade do trabalho com o conteúdo.

Encaminhamentos metodológicos e recursos didáticos: trata-se do

processo de investigação teórica que pauta a ação prática, identificando

o conjunto de determinados princípios e recursos que serão utilizados

pelo professor para chegar aos objetivos propostos. Deve-se apresentar

todas as ações a serem desenvolvidas no processo de ensino e

aprendizagem.

Avaliação: define os instrumentos e os critérios que serão utilizados.

Critérios definem os propósitos e a dimensão do que se avalia. Para

cada conteúdo precisa-se ter claro o que dentro dele se deseja ensinar,

desenvolver e, portanto, avaliar. Os instrumentos compreendem os

meios que serão utilizados. Deve também constar neste item a proposta

de recuperação paralela, apresentando a forma de retomar o conteúdo

não aprendido e como o aluno será reavaliado.

4.11 Hora-atividade

De acordo com o Art. 3° da Lei Estadual n° 13807, de 30/09/2002, “a

hora-atividade é o período em que o professor desempenha funções da

docência, reservado a estudos, planejamento, reunião pedagógica,

atendimento à comunidade escolar, preparação das aulas, avaliação dos

alunos e outras correlatas, devendo ser cumprida integralmente no local do

exercício”. Portanto, o texto da lei evidencia o caráter exclusivamente

pedagógico da hora-atividade, a qual não deve ser destinada somente às

atividades práticas docentes, mas também à realização de estudos teóricos,

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evidenciando que o caráter científico do trabalho docente exige a

indissociabilidade entre teoria e prática.

Por esse motivo, a hora-atividade dos professores tem sido organizada

de acordo com cronograma apresentado pelo Núcleo Regional de Educação, o

qual estabelece o dia da semana em que devem se concentrar as horas-

atividade de cada área de ensino, possibilitando assim estudos, discussões,

orientações específicas e a participação em cursos. No entanto, alguns

professores trabalham em várias escolas e isso dificulta a conciliação de

horários.

À equipe pedagógica cabe coordenar as atividades coletivas e

acompanhar as atividades individuais desenvolvidas durante a hora-atividade.

No entanto, o número de pedagogos não tem sido suficiente para que isso seja

feito a contento; o atendimento a pais e alunos acaba tomando a maior parte

do tempo e as orientações aos professores acontecem de forma individual, na

medida da necessidade. Algumas atividades coletivas são desenvolvidas no

período da hora-atividade.

O quadro de distribuição da hora-atividade permanece em edital na Sala

da Coordenação para que a comunidade escolar tome conhecimento da

disponibilidade de horário do professor para atendimento aos alunos e pais.

De acordo com a Instrução nº 02/2004 – SUED, “é de responsabilidade

do diretor do estabelecimento de ensino a distribuição e a verificação do

cumprimento da hora-atividade.”

4.12 Estágio não-obrigatório

Este Estabelecimento de Ensino, em consonância com as orientações

da SEED, oportunizará aos o estágio não-obrigatório como atividade opcional,

desenvolvido no ambiente de trabalho, conforme a Lei Federal nº 11.788, de 25

de setembro de 2008.

O Estágio será organizado segundo as normas da Deliberação nº 02/09,

do Conselho Estadual de Educação e Instrução nº 006/2009 - SUED/SEED.

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5 PLANO DE AÇÃO DA ESCOLA

O Plano de Ação constitui-se num horizonte norteador das ações de

todos aqueles que participam direta ou indiretamente da nossa comunidade

escolar do ato de educar e formar cidadãos. Também aponta os caminhos

para atuação da direção, coordenação, professores e instâncias colegiadas do

Colégio Estadual Dr. Felipe Silveira Bittencourt - Ensino Fundamental e Médio.

Não podemos garantir que a escola se transforme de imediato em uma

instituição melhor; é certo, porém, que vai possibilitar aos seus integrantes

domínio sobre o seu caminhar, consciência de seus limites, melhor

aproveitamento das oportunidades, coragem para assumir riscos e confiança

no equacionamento das dificuldades encontradas, no mundo atual, repleto de

problemas, injustiças e desordens.

Para que nossos objetivos sejam alcançados, uma série de ações

devem ser implementadas:

Analisar a comunidade escolar, considerando os vários aspectos que

influenciam seu comportamento, a fim de que as atividades sejam

melhor desenvolvidas pela escola, desde a fase do planejamento,

execução e avaliação, uma vez que podem ser feitas com maior

segurança e conhecimento de causa;

Criar condições para que todos os que compõem a comunidade escolar

possam refletir sobre o seu papel, estimulando a capacidade de análise,

síntese e senso crítico;

Refletir sobre as necessidades e dificuldades da escola, apresentando

sugestões e meios para saná-las;

Conscientizar sobre os direitos e deveres de cada um, a forma de

melhor reivindicá-los ou segui-los e as consequências a que estará

sujeito em ambas as situações;

Incentivar a execução das propostas educacionais sugeridas pela

comunidade escolar;

Acompanhar e orientar todos os que atuam na escola no exercício de

suas funções;

Possibilitar a troca de experiências e a reflexão antes da tomada de

decisões;

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Acompanhar sistematicamente todas as ações educativas desenvolvidas

pela unidade escolar, objetivando a identificação de problemas e

alternativas para melhoria de seu desempenho, garantindo o

cumprimento das normas da escola bem como, a qualidade social da

instituição escolar.

Conhecer métodos, processos e técnicas educativos e administrativos;

Coordenar grupos, ser flexível, ser tolerante para com a frustração e

pressão, ser inovador, estabelecer e manter decisões voltadas para

prioridades, mediar conflitos e permitir às pessoas utilizarem o potencial

que possuem;

Conhecer as normas legais que determinam as diretrizes e as bases da

educação;

Cumprir e fazer cumprir as normas legais e o Projeto Político-

Pedagógico e Regimento Escolar;

Criar mecanismos de discussão para a reformulação do Projeto Político-

Pedagógico da escola, da Proposta Pedagógica Curricular e do

Regimento Escolar;

Possibilitar a participação do aluno, discutindo todos os assuntos que

poderão ajudá-lo em seu processo de desenvolvimento;

Valorizar o aluno, incentivando-o a participar de situações de liderança

de turma, Grêmio Estudantil, etc;

Promover entre os alunos a criação e o fortalecimento de inúmeras

possibilidades de ação, tanto no próprio ambiente escolar como na

comunidade;

Incentivar e criar condições para a participação dos alunos nos JOCOPs,

Jogos Escolares, campeonatos regionais e estaduais, dentre outras

atividades;

Proporcionar atividades diferenciadas aos alunos por meio de projetos

extra-curriculares, no contraturno, como: Xadrez, Futsal Masculino e

feminino, Vôlei, Handebol, Basquete, Futebol, Fanfarra estudantil, GRD,

de Leitura “ Entre quatro paredes... há muita produção” e Reforço

Escolar;

Oferecer refeição aos alunos que frequentam a Sala de Apoio ou a Sala

de Recursos e que moram na zona rural ou muito distantes da escola;

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Acompanhar, de forma sistemática, a inclusão efetiva dos alunos para

que todos se sintam socialmente capazes e façam parte da comunidade

escolar;

Em parceria com o Conselho Tutelar, fazer reuniões e palestras às

famílias para a conscientização da importância da educação, visando

reverter a questão da evasão escolar do período noturno;

Acompanhar os alunos faltosos e investigar as causas mais frequentes

que levam os alunos a se evadirem da escola;

Valorizar os docentes, dando o apoio que necessitarem para melhor

desempenho pedagógico;

Criar condições para que os professores possam se capacitar

constantemente;

Implantar o pré-conselho na hora-atividade dos professores;

Incentivar o uso dos ambientes e recursos didático-pedagógicos

disponíveis na escola;

Acompanhar e orientar o trabalho dos professores em sua hora-

atividade;

Acompanhar mais detalhadamente o trabalho dos professores das Salas

de Apoio e das Salas de Recursos, oferecendo mais apoio pedagógico

aos mesmos;

Incentivar os professores do estabelecimento a envolverem-se nos

Grupos de Estudos aos sábados, PDE e GTR;

Proporcionar uma maior participação dos pais nas decisões e ações da

escola;

Organizar palestras para pais, professores e alunos, de acordo com as

necessidades identificadas;

Gerenciar e administrar os recursos financeiros próprios e os que forem

repassados através de convênios, de acordo com as prioridades

estabelecidas em reunião conjunta com o Conselho Escolar e após

consulta aos demais interessados;

Incentivar a participação dos pais, criando mecanismos que os levem a

vivenciar o processo educativo dos filhos;

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Mobilizar a APMF e Conselho Escolar, buscando neles a colaboração

necessária para garantir a melhoria da qualidade da educação do corpo

discente;

Estabelecer contatos com instituições educacionais, clubes de

serviço, entidades, etc, como forma de oferecer à escola orientações e

recursos não oferecidos pelos Órgãos Federais, Estaduais e/ou

Municipais de Educação;

Possibilitar o acompanhamento e fiscalização da gestão pedagógica,

administrativa e financeira da unidade escolar, garantindo a legitimidade

de suas ações;

Manter diálogo e, se possível, fazer parceria com Conselho Tutelar,

Associação de Moradores, Posto de Saúde, Entidades Religiosas,

Promotoria Pública, Secretaria da Criança e Juventude, FAS (Fundação

de Ação Social), Conselhos Municipais de Direito e Movimentos Sociais;

Ampliar o acervo para a biblioteca e adquirir novos mapas e mais

material esportivo;

Aumentar o investimento na edição do livro “Entre quatro paredes... há

muita produção”; Melhorar o nível de aprendizagem dos alunos por meio

de uma prática docente efetivamente eficaz, porém, isso só pode ocorrer

se houver um compromisso coletivo de todos os segmentos da escola

com as aprendizagens do aluno, onde cada um exerce, com autonomia

e responsabilidade, uma tarefa específica.

Esse Plano busca responder às demandas da comunidade escolar e

somente se concretizará pela ação coletiva de todos os que estão

comprometidos com a melhoria da qualidade do ensino e com a emancipação

humana.

Como instituição permanente, a escola defronta-se com o desafio da

constante mudança em seu interior. Configura-se um espaço público por

excelência, orientado por um objetivo comum: o aluno cidadão que queremos

formar.

O quadro a seguir apresenta os problemas mais emergentes e que

necessitam intervenções constantes:

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FOCO OBJETIVOS AÇÕES RESPONSÁVEIS PERÍODO

Rendi-mento escolar

Melhorar o rendimento escolar dos alunos, reduzindo o número de alunos aprovados pelo Conselho de Classe.

Acompanhar a elaboração, execução e avaliação do Plano de Trabalho Docente.

Acompanhar sistematicamente a evolução das aprendizagens dos alunos, identificando os alunos que necessitam de intervenções diretas.

Retomar os conteúdos utilizando metodologias e recursos diversificados.

Incentivar a participação dos professores em cursos.

Direção

Equipe Pedagógica

Professores

O ano todo

Partici-pação dos pais ou respon-sáveis

Melhorar a participação dos pais ou responsáveis nas atividades do Colégio a fim que possam acompanhar melhor o desempenho escolar dos escolares.

Incentivar a participação dos membros nas atividades pedagógicas e culturais do colégio.

Oferecer palestras de interesse da comunidade local.

Apresentar aos pais ou responsáveis as atividades desenvolvidas pelos alunos.

Direção

Equipe Pedagógica

Professores

O ano todo

Índices de desis-tência no período noturno

Diminuir os índices de desistência dos alunos do noturno.

Identificar as principais causas de desistência.

Verificar diariamente a frequência dos alunos, a fim de identificar rapidamente os alunos faltosos.

Acompanhar sistematicamente a evolução das aprendizagens dos alunos, identificando os alunos que necessitam de intervenções diretas.

Envolver os pais, chamando-os à responsabilidade na parte que lhes cabe.

Palestras com temas de interesse dos alunos.

Promover atividades culturais (gincanas, sessões de filmes, jogos interclasses, etc), buscando desenvolver o prazer em estar na escola.

Direção

Equipe Pedagógica

Professores

O ano todo

Hora-ativida-de

Melhorar o acompanha-mento da hora-atividade dos professores.

Acompanhar melhor a hora-atividade dos professores, a fim de identificar suas principais dificuldades e auxiliá-lo de acordo com suas necessidades.

Elaborar um cronograma de

atendimento aos professores em sua HA.

Designar um pedagogo responsável pelo acompanhamento da hora-atividade.

Direção

Equipe Pedagógica

Uma semana por mês.

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102

5.1 Instâncias colegiadas

No âmbito da educação, o exercício democrático tem como condição

indispensável para a sua efetivação a participação dos diferentes segmentos

comprometidos com a Educação nas decisões acerca da política educacional

em seus diferentes níveis.

Para que se efetue esse exercício democrático, realizamos um trabalho

integrado com os órgãos colegiados de gestão (Conselho de Classe, APMF,

Conselho Escolar e Grêmio Estudantil): preparando os integrantes dos órgãos

colegiados para exercerem sua função, realizando reuniões periódicas,

oportunizando a participação na definição do plano para o ano letivo,

priorizando os aspectos pedagógicos nas discussões, procurando atender às

necessidades e sugestões apontadas pela comunidade escolar, divulgando as

decisões para a comunidade e respeitando as decisões tomadas.

A escola pretende promover palestras como atividade educativa para os

pais nos dias de entrega de boletins e nas reuniões trimestrais.

Conselho Escolar

O Conselho Escolar é um órgão colegiado composto por representantes

da comunidade escolar e local, que têm como atribuição deliberar sobre

questões político-pedagógicas, administrativas, financeiras, no âmbito da

escola. Cabe ao Conselho Escolar, também, analisar as ações a empreender e

os meios a utilizar para o cumprimento das finalidades da escola. Ele

representa a comunidade escolar e local, atuando em conjunto e definindo

caminhos para tomar as deliberações que são de sua responsabilidade. É uma

instância de discussão, acompanhamento e deliberação, na qual se busca

incentivar uma cultura democrática, substituindo a cultura patrimonialista pela

cultura participativa e cidadã.

No processo de elaboração do projeto político pedagógico da escola,

compete ao Conselho Escolar debater e tornar claros os objetivos e os valores

a serem coletivamente assumidos, definir prioridades, contribuir para a

organização do currículo escolar e para a criação de um cotidiano de reuniões

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de estudo e reflexão contínua, que inclua, principalmente, a avaliação do

trabalho escolar.

Em todo esse processo, deve-se ter clara a importância de conhecer os

estudantes: como a escola está trabalhando para atendê-los? Quais as

principais dificuldades na aprendizagem? Como está sendo o trabalho dos

professores e especialistas que atuam na escola, a ação dos trabalhadores

não-docentes, a atuação dos pais ou responsáveis e seus respectivos papéis

nesse conjunto? Trata-se de refletir, cotidianamente, sobre a qualidade do

trabalho que a escola está realizando.

É com a compreensão da natureza essencialmente político-educativa

dos Conselhos Escolares que estes devem deliberar, também, sobre a gestão

administrativo-financeira das unidades escolares, visando construir,

efetivamente, uma educação de qualidade social. Para o exercício dessas

atividades, os Conselhos têm as seguintes funções:

a) Deliberativas: quando decidem sobre o projeto político-pedagógico e

outros assuntos da escola, aprovam planos, projetos e propostas de

ações, garantem a elaboração de normas internas e o cumprimento das

normas dos sistemas de ensino e decidem sobre a organização e o

funcionamento geral da escola, propondo à direção as ações a serem

desenvolvidas.

b) Consultivas: quando têm um caráter de assessoramento, analisando as

questões encaminhadas pelos diversos segmentos da escola e

apresentando sugestões ou soluções, que poderão ou não ser acatadas

pela direção da unidade escolar.

c) Fiscais (acompanhamento e avaliação): quando acompanha a execução

das ações pedagógicas, administrativas e financeiras, avaliando e

garantindo o cumprimento das normas das escolas e a qualidade social

do cotidiano escolar.

d) Mobilizadoras: quando promovem a participação, de forma integrada,

dos segmentos representativos da escola e da comunidade local em

diversas atividades, contribuindo assim para a efetivação da democracia

participativa e para a melhoria da qualidade social da educação.

Fazem parte do Conselho Escolar: a direção da escola e a

representação dos estudantes, dos pais ou responsáveis pelos estudantes, dos

professores, dos trabalhadores em educação não-docentes e da comunidade

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local. Como todo órgão colegiado, o Conselho Escolar toma decisões coletivas.

Ele só existe enquanto está reunido.

O diretor atua como coordenador na execução das deliberações do

Conselho Escolar e também como o articulador das ações de todos os

segmentos, visando a efetivação do projeto pedagógico na construção do

trabalho educativo. Segundo orientação da Secretaria de Estado da Educação,

o diretor é quem deve presidir o Conselho Escolar.

Atribuições e funcionamento do Conselho Escolar

A primeira delas deverá ser a elaboração do Regimento Interno do

Conselho Escolar. Num segundo momento, deve-se partir para a elaboração,

discussão e aprovação do projeto político pedagógico da escola. No caso de

escolas em que existe o projeto político pedagógico, cabe ao Conselho Escolar

avaliá-lo, propor alterações.

De modo geral, podem ser identificadas algumas atribuições do

Conselho Escolar:

Elaborar o Regimento Interno do Conselho Escolar;

Coordenar o processo de discussão, elaboração ou alteração do

Regimento Escolar;

Convocar assembleias - gerais da comunidade escolar ou de seus

segmentos;

Garantir a participação das comunidades escolar e local na definição do

projeto político-pedagógico da unidade escolar;

Promover relações pedagógicas que favoreçam o respeito ao saber do

estudante e valorize a cultura da comunidade local;

Propor e coordenar alterações curriculares na unidade escolar,

respeitada a legislação vigente, a partir da análise, entre outros

aspectos, do aproveitamento significativo do tempo e dos espaços

pedagógicos na escola;

Propor e coordenar discussões junto aos segmentos e votar as

alterações metodológicas, didáticas e administrativas na escola,

respeitada a legislação vigente;

Participar da elaboração do calendário escolar, no que competir à

unidade escola, observada a legislação vigente;

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Acompanhar a evolução dos indicadores educacionais (abandono

escolar, aprovação, aprendizagem, entre outros) propondo, quando se

fizerem necessárias, intervenções pedagógicas e/ou medidas sócio-

educativas visando à melhoria da qualidade social da educação escolar;

Elaborar o plano de formação continuada dos conselheiros escolares,

visando ampliar a qualificação de sua atuação;

Aprovar o plano administrativo anual, elaborado pela direção da escola,

sobre a programação e a aplicação de recursos financeiros, promovendo

alterações, se for o caso;

Fiscalizar a gestão administrativa, pedagógica e financeira da unidade

escolar;

Promover relações de cooperação e intercâmbio com outros Conselhos

Escolares.

O exercício dessas atribuições é, em si mesmo, um aprendizado que faz

parte do processo democrático de divisão de direitos e responsabilidades no

processo de gestão escolar. Cada Conselho Escolar deve chamar a si a

discussão de suas atribuições prioritárias, em conformidade com as normas do

seu sistema de ensino e da legislação em vigor. Mas, acima de tudo, deve ser

considerada a autonomia da escola (prevista na LDB) e o seu empenho no

processo de construção de um projeto político-pedagógico coerente com seus

objetivos e prioridades, definidos em função das reais demandas das

comunidades escolar e local, sem esquecer o horizonte emancipador das

atividades desenvolvidas nas escolas públicas.

APMF - Associação de Pais, Mestres e Funcionários

A Associação de Pais, Mestres e Funcionários do Colégio Estadual Dr.

Felipe Silveira Bittencourt – Ensino Fundamental e Médio – APMF, com sede e

foro no Município de Marialva, Estado do Paraná, localizado na Rua Professor

Adhemar Bornia nº 307, CEP 86.990-000, Telefone 3232-1377, reger-se-á pelo

presente Estatuto e pelos dispositivos legais ou regulamentares que lhe forem

aplicados.

A APMF, ou similares, pessoa jurídica de direito privado, é um órgão de

representação dos Pais, \mestres e Funcionários do Estabelecimento de

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Ensino, não tendo caráter político – partidário, religioso, racial e nem fins

lucrativos, não sendo remunerados os seus Dirigentes e Conselheiros, sendo

constituído por prazo indeterminado.

Os objetivos da APMF são:

Discutir, no seu âmbito de ação, sobre ações de assistência ao

educando, de aprimoramento do ensino e integração família – escola –

comunidade, enviando sugestões, em consonância com a Proposta

Pedagógica, para apreciação do Conselho Escolar e equipe-

pedagógica-administrativa;

Prestar assistência aos educandos, professores e funcionários,

assegurando-lhes melhores condições de eficiência escolar, em

consonância com a Proposta Pedagógica do Estabelecimento de

Ensino;

Buscar a integração dos segmentos da sociedade organizada, no

contexto escolar, discutindo a política educacional, visando sempre a

realidade dessa comunidade;

Proporcionar condições ao educando para participar de todo o processo

escolar, estimulando sua organização em Grêmio Estudantil com o apoio

da APMF e do Conselho Escolar;

Representar os reais interesses da comunidade escolar, contribuindo,

dessa forma, para a melhoria da qualidade do ensino, visando uma

escola pública, gratuita e universal;

Promover o entrosamento entre pais, alunos, professores e funcionários

e toda a comunidade, através de atividades sócioeducativas e culturais e

desportivas, ouvido o Conselho Escolar;

Gerir e administrar os recursos financeiros próprios e os que lhes forem

repassados através de convênios, de acordo com as prioridades

estabelecidas em reunião conjunta com o Conselho Escolar, com

registro em livro ata;

Colaborar com a manutenção e conservação do prédio escolar e suas

instalações, conscientizando sempre a comunidade sobre a importância

desta ação.

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Compete à APMF:

Acompanhar o desenvolvimento da Proposta Pedagógica, sugerindo as

alterações que julgar necessárias ao Conselho Escolar do

Estabelecimento

de Ensino, para deferimento ou não;

Observar as disposições legais e regulamentares vigentes, inclusive

Resoluções emanadas da Secretaria de Estado da Educação, no que

concerne à utilização das dependências da Unidade Escolar para a

realização de eventos próprios do Estabelecimento de Ensino;

Estimular a criação e o desenvolvimento de atividades para pais, alunos,

professores, funcionários, assim como para a comunidade, após análise

do Conselho Escolar;

Promover palestras, conferências e grupos de estudos envolvendo pais,

professores, alunos, funcionários e comunidade, a partir de

necessidades apontadas por esses segmentos, podendo ou não ser

emitido certificado, de acordo com os critérios da SEED;

Colaborar, de acordo com as possibilidades financeiras da entidade,

com as necessidades dos alunos comprovadamente carentes;

Convocar, através de edital e envio de comunicado, a todos os

integrantes da comunidade escolar, com no mínimo 2 (dois) dias úteis

de antecedência, para a Assembleia Geral Ordinária, e com no mínimo 1

(um) dia útil para a Assembleia Geral Extraordinária, em horário

compatível com o da maioria da comunidade escolar, com pauta

claramente definida na convocatória;

Reunir-se com o Conselho Escolar para definir o destino dos recursos

advindos de convênios públicos mediante a elaboração de planos de

8iiiuee‟aplicação, bem como reunir-se para a prestação de contas

desses recursos, com registro em ata;

Apresentar balancete semestral aos integrantes da comunidade escolar,

através de editais e em Assembleia Geral;

Registrar em livro ata da APMF, com as assinaturas dos presentes, as

reuniões de Diretoria, Conselho Deliberativo e Fiscal, preferencialmente

com a participação do Conselho Escolar;

Registrar as Assembleias Gerais Ordinárias e Extraordinárias, em livro

ata próprio e com as assinaturas dos presentes, no livro de

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presença (ambos livros da APMF);

Registrar em livro próprio a prestação de contas de valores e inventários

de bens (patrimônio) da associação, sempre que uma nova Diretoria e

Conselho Deliberativo e Fiscal tomarem posse, dando-se conhecimento

à Direção do Estabelecimento de Ensino;

Aplicar as receitas oriundas de qualquer contribuição voluntária ou

doação, comunicando irregularidades, quando constatadas, à Diretoria

da Associação e à Direção do Estabelecimento de Ensino;

Receber doações e contribuições voluntárias, fornecendo o respectivo

recibo preenchido em 02 vias;

Promover a locação de serviços de terceiros para prestação de serviços

temporários na forma prescrita no Código Civil ou na Consolidação das

Leis do Trabalho, mediante prévia informação à Secretaria de Estado da

Educação;

Mobilizar a comunidade escolar, na perspectiva de sua organização

enquanto órgão representativo, para que esta comunidade expresse

suas expectativas e necessidades;

Enviar cópia da prestação de contas da Associação à Direção do

Estabelecimento de Ensino, depois de aprovada pelo Conselho

Deliberativo e Fiscal e, em seguida, torná-la pública;

Apresentar, para aprovação, em Assembleia Geral Extraordinária,

atividades com ônus para os pais, alunos, professores, funcionários e

demais membros da APMF, ouvido o Conselho Escolar do

Estabelecimento de Ensino;

Indicar entre os seus membros, em reunião de Diretoria, Conselho

Deliberativo e Fiscal, o(os) representante(s) para compor o Conselho

Escolar;

Celebrar convênios com o Poder Público para o desenvolvimento de

atividades curriculares, implantação e implementação de projetos e

programas nos Estabelecimentos de Ensino da Rede Pública Estadual,

apresentando plano de aplicação dos recursos públicos eventualmente

repassados e prestação de contas ao Tribunal de Contas do Estado do

Paraná dos recursos utilizados;

Celebrar contratos administrativos com o Poder Público, nos termos da

Lei Federal n° 8.666/93, prestando-se contas ao Tribunal de Contas do

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Estado do Paraná dos recursos utilizados, com o acompanhamento do

Conselho Escolar;

Celebrar contratos com pessoas jurídicas de direito privado ou com

pessoas físicas para a consecução dos seus fins, nos termos da

legislação civil pertinente, mediante prévia informação à Secretaria de

Estado da Educação;

Manter atualizada, organizada e com arquivo correto toda a

documentação referente à APMF, obedecendo a dispositivos legais e

normas do Tribunal de Contas;

Informar aos órgãos competentes, quando do afastamento do presidente

por 30 dias consecutivos anualmente, dando-se ciência ao Diretor do

Estabelecimento de Ensino.

Manter atualizado o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) junto

à Receita Federal, a RAIS junto ao Ministério do Trabalho, a Certidão

Negativa de Débitos do INSS, o cadastro da Associação junto ao

Tribunal de Contas do Estado do Paraná, para solicitação da Certidão

Negativa, e outros documentos da legislação vigente, para os fins

necessários. A APMF será regida por Estatuto próprio.

A APMF e a cantina escolar

A Lei 14423 de 02/06/2006, publicada no Diário Oficial nº 6743 de

03/06/2006, dispõe que os serviços de lanches nas unidades educacionais

públicas e privadas que atendam a educação básica, localizadas no Estado,

deverão obedecer a padrões de qualidade nutricional e de vida, indispensáveis

à saúde dos alunos.

A Assembleia Legislativa do Estado do Paraná decretou e sancionou a

seguinte lei:

Art. 1º. Os serviços de lanches e bebidas nas unidades educacionais públicas e

privadas que atendam a educação básica, localizadas no Estado do Paraná,

deverão obedecer a padrões de qualidade nutricional e de vida indispensáveis

à saúde dos alunos.

Art. 2º. Atendendo ao preceito nutricional e de acordo com o artigo anterior, fica

expressamente proibida, nos serviços de lanches e bebidas ou similares, a

comercialização do seguinte:

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a) bebidas com quaisquer teores alcoólicos;

b) balas, pirulitos e gomas de mascar;

c) refrigerantes e sucos artificiais;

d) salgadinhos industrializados;

e) salgados fritos; e

f) pipocas industrializadas.

§ 1º. O estabelecimento alimentício deverá colocar a disposição dos alunos

dois tipos de frutas sazonais, objetivando a escolha e o enriquecimento nutritivo

dos mesmos.

§ 2º. É vedada a comercialização de alimentos e refrigerantes que contenham

em suas composições químicas, nutrientes que sejam comprovadamente

prejudiciais à saúde.

Art. 3º. Os proprietários desses estabelecimentos deverão garantir a qualidade

higiênico-sanitário e nutricional dos produtos comercializados.

Art. 4º. Um mural de um metro de altura por um metro de comprimento deverá

ser fixado em local próprio e visível, rente ao estabelecimento, para divulgação

e informações pertinentes a assuntos relacionados com a área alimentícia.

Art. 5º. Os estabelecimentos só poderão funcionar mediante alvará sanitário,

expedido pelo Órgão Estadual responsável pela Vigilância Sanitária ou a quem

esta designar.

Art. 6º. Os estabelecimentos já existentes terão um prazo de cento e oitenta

dias para regularem e adequarem suas situações, dentro dos critérios

estabelecidos.

Art. 7º. A abertura de novos estabelecimentos só poderão ocorrer mediante a

emissão do alvará sanitário expedido pela Diretoria Estadual de Vigilância

Sanitária ou por quem esta designar.

Art. 8º. O não cumprimento dos critérios estabelecidos por esta lei acarretará a

aplicação de sanções previstas pela Diretoria Estadual de Vigilância Sanitária.

Grêmio Estudantil

O Grêmio Estudantil do Colégio Estadual Dr. Felipe Silveira

Bittencourt foi criado em 2005, dando atendimento a Secretaria de Estado da

Educação entendendo que toda representação estudantil deve ser estimulada,

pois ela aponta caminhos para a democratização da Escola.

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O Grêmio Estudantil nasceu para cumprir o importante papel na

formação e no desenvolvimento educacional, cultural e esportivo da nossa

juventude, organizando debates, apresentações teatrais, festivais de música,

torneios esportivos e outras festividades. As atividades do grêmio têm a

finalidade de representar para muitos jovens os primeiros passos na vida

social, cultural e política, contribuindo assim decisivamente, para a formação e

o enriquecimento educacional dos jovens.

O grêmio é a organização dos Estudantes na Escola, formado apenas

por alunos, da forma independente de apoio à Direção da Escola.

A organização, o funcionamento e as atividades do grêmio são

estabelecidas em seu Estatuto, aprovada em Assembleia Geral, obedecendo a

legislação pertinente.

O Grêmio Estudantil tem por objetivos:

Representar condignamente o corpo discente;

Defender os interesses individuais e coletivos dos alunos do Colégio.

Incentivar a cultura literária, artística e desportiva de seus membros;

Promover a cooperação entre administradores, funcionários, professores

e alunos no trabalho Escolar buscando seus aprimoramentos;

Realizar intercâmbio e colaboração de caráter cultural e educacional

com outras instituições de caráter educacional;

Participar e incentivar a participação de todos os alunos na valorização

da educação, na melhoria do ambiente escolar e na luta pela

democracia na Escola.

Equipe Multidisciplinar

A Resolução 3399/2010 - GS/SEED, a Instrução 010/2010 -

SUED/SEED e a Orientação 002/2010, definem e orientam as atribuições da

Equipe Multidisciplinar e as ações a serem desenvolvidas em nosso Colégio.

A Equipe Multidisciplinar é uma instância de organização do trabalho

escolar, preferencialmente coordenada pela equipe pedagógica, com a

finalidade de orientar e auxiliar o desenvolvimento das ações relativas à

Educação das Relações Étnico-Raciais e ao Ensino de História e Cultura Afro-

Brasileira, Africana e Indígena, ao longo do período letivo.

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A Equipe Multidisciplinar se constitui por meio da articulação das

disciplinas da Base Nacional Comum, em consonância com as Diretrizes

Curriculares Estaduais da Educação Básica e Diretrizes Curriculares Nacionais

para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e

Cultura Afro-Brasileira e Africana, com vistas a tratar da História e Cultura da

África, dos Africanos, Afrodescendentes e Indígenas no Brasil, na perspectiva

de contribuir para que o aluno negro e indígena mire-se positivamente pela

valorização da história de seu povo, da cultura, da contribuição para o país e

para a humanidade.

A proposta principal da Equipe Multidisciplinar é incentivar, propor,

organizar e coordenar trabalhos diversificados ao longo do ano letivo,

buscando ações que resgatem a cidadania, valorizando os costumes étnicos

raciais.

A Equipe Multidisciplinar tem como seus principais objetivos:

Informar alunos e comunidade escolar sobre a valorização da cultura

afro-brasileira, africana e indígena;

Identificar os costumes e hábitos da cultura afro-brasileira, africana e

indígena;

Resgatar as danças, os jogos, a culinária e a arte afro-brasileira, africana

e indígena;

Conhecer a importância da influência africana e indígena na língua, na

cultura, na religião e na vida do brasileiro;

Conhecer a diferença entre dialetos de origem africana e indígena e a

língua materna;

Provocar ações sociais que levem a mudanças de atitudes contra o

preconceito racial em nossa escola e na sociedade.

As ações a serem coordenadas e desenvolvidas pela Equipe

Multidisciplinar dessa escola envolverão:

Apresentações de slides, filmes, vídeos e documentários sobre a

temática;

Pesquisas de músicas de origem africana;

Apresentações de roda de capoeiristas;

Pesquisas e amostras de comidas típicas africanas;

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Palestras e debates com africanos nativos da República do Congo –

intercambistas da UEM)

Leitura de poesias e textos informativos relacionados ao tema;

Exposição de objetos relacionados à cultura afro-brasileira, africana e

indígena;

Confecção de painéis relacionados ao tema;

Outras.

Vale ressaltar que os conteúdos referentes à história e cultura afro-

brasileira e dos povos indígenas brasileiros devem ser contemplados por todas

as Disciplinas, mas em especial pelas Disciplinas de Arte, Língua Portuguesa e

História. A função da Equipe Multidisciplinar é orientar e coordenar esse

trabalho.

Conselho de Classe

O Conselho de Classe é um órgão colegiado de natureza consultiva e

deliberativa em assuntos didático-pedagógicos, com atuação restrita a cada

classe, tendo por objetivo avaliar o processo ensino-aprendizagem na relação

professor-aluno e os procedimentos adequados a cada caso.

Haverá tantos Conselhos de Classe quantas forem as turmas deste

Estabelecimento de Ensino e a necessidade de cada turma.

O Conselho de Classe tem por finalidade:

a) estudar e interpretar os dados da aprendizagem, na sua relação com o

trabalho do professor, na direção do processo ensino-aprendizagem,

proposto no Projeto Pedagógico;

b) acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos, bem

como diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes valor;

c) analisar os resultados da aprendizagem na relação com o desempenho

da turma, com a organização dos conteúdos e com o encaminhamento

metodológico;

d) utilizar procedimentos que assegurem a comparação com parâmetros

indicados pelos conteúdos necessários de ensino, evitando a

comparação dos alunos entre si.

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O Conselho de Classe é constituído pelo Diretor, pelos professores

pedagogos e por todos os Professores que atuam na turma.

A Presidência do Conselho de Classe está a cargo do Diretor que, em

sua falta ou impedimento, será substituído por um professor pedagogo.

O Conselho de Classe reunir-se-á, ordinariamente, em cada bimestre,

em datas previstas no Calendário Escolar e extraordinariamente sempre que

um fato relevante assim o exigir.

A convocação para as reuniões será feita através de edital, com

antecedência de 48 (quarenta e oito) horas, sendo obrigatório o

comparecimento de todos os membros convocados, ficando os faltosos

passíveis de desconto nos vencimentos.

São atribuições do Conselho de Classe:

Emitir parecer sobre assuntos referentes ao processo ensino-

aprendizagem, respondendo a consultas feitas pelo Diretor e pela

Equipe Pedagógica;

Analisar as informações sobre os conteúdos curriculares,

encaminhamento metodológico e processo de avaliação que afetem o

rendimento escolar;

Propor medidas para a melhoria do aproveitamento escolar, integração e

relacionamento dos alunos na classe;

Colaborar com a Equipe Pedagógica na elaboração e execução dos

planos de adaptação de alunos transferidos, quando se fizer

necessário;

Verificar o aluno que apresentar frequência igual ou superior a 75%

(setenta e cinco por cento) e verificar o rendimento 6,0 (seis vírgula

zero) do aluno diagnosticando seu progresso escolar levando em

consideração o domínio dos conteúdos.

As reuniões do Conselho de Classe serão lavradas em Ata, por

secretário “ad hoc”, em livro ou ficha própria para registro, divulgação ou

comunicação aos interessados.

5.2 Articulação entre escola e comunidade

Considerando que uma educação de qualidade só pode ser alcançada

se houver uma parceria entre todos os envolvidos no processo, o Colégio

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Bittencourt tem procurado estabelecer uma boa relação de trabalho entre

familiares, gestores, professores, funcionários, estudantes e comunidade local.

A articulação entre a escola e a comunidade vem sendo estabelecida

por meio de reuniões, atendimentos individuais, Boletins Escolares,

informativos e outros.

Todos os segmentos da escola, por meio de seus representantes

(Grêmio Estudantil, Associação de Pais, Mestres e Funcionários e Conselho

Escolar), têm a oportunidade de acompanhar a vida da escola e participar de

sua gestão e organização. Além das reuniões ordinárias e extraordinárias, eles

são convidados a participar da Semana Pedagógica que acontece sempre em

fevereiro e julho de cada ano, mas raramente contamos com a participação dos

pais nessa atividade em função da incompatibilidade de horários.

Tem sido também uma prática da escola estabelecer contato com as

escolas municipais, no início de cada ano letivo, a fim de colher informações

referentes aos alunos delas oriundos e que possam contribuir para o trabalho

pedagógico.

As famílias dos alunos e representantes da comunidade local participam

de atividades esportivas, recreativas e culturais organizadas pela escola. Esta

também tem disponibilizado seus espaços nos finais de semana, atendendo a

alguns interesses e necessidades da comunidade. Essa parceria favorece a

formação humana no espaço escolar, pois além de impulsionar a aquisição de

conhecimentos, promove o exercício da cidadania.

5.3 Avaliação interna e sistemática da instituição

Todas as ações devem ser repensadas constantemente, no sentido de

atender às necessidades de aprendizagem dos estudantes. Por isso, ao final

ou início de cada ano letivo, a comunidade escolar analisa dados e

informações com o objetivo de estabelecer novas metas que levem à

transformação da realidade. Todos os segmentos da escola participam dessa

avaliação (direção, equipe pedagógica, professores, agentes educacionais I e

II, representantes dos pais e alunos).

São considerados os índices de aprovação, reprovação e abandono,

resultados da Prova Brasil e o IDEB, procurando identificar os principais

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problemas vivenciados e refletindo sobre as formas de intervenção

necessárias.

As estratégias de ação são construídas coletivamente, a fim de que

todos se sintam responsáveis e se comprometam com uma educação

transformadora.

A avaliação serve, portanto, como diagnóstico, como ponto de partida

para a tomada de decisões. Ao identificarmos os avanços e retrocessos,

reorientamos as ações buscando corrigir e superar os problemas. Portanto,

após a análise da realidade, o Projeto Político Pedagógico é reformulado e o

Plano de Ação da Escola é elaborado abrangendo os diversos aspectos:

participação dos órgãos colegiados de gestão, profissionais da educação,

condições físicas, práticas pedagógicas, acompanhamento e avaliação da

aprendizagem, dentre outros.

A avaliação tende a oportunizar debates, questionando os sentidos

daquilo que fazemos. Por isso, ao longo de todo o ano, especialmente nas

Reuniões Pedagógicas, nos dias de Formação Continuada e nos Conselhos de

Classe, refletimos sobre nossas ações e repensamos nosso trabalho, tendo em

vista a qualidade do ensino que almejamos.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

A Proposta Pedagógica Curricular do Colégio Estadual Dr. Felipe

Silveira Bittencourt, como parte integrante do Projeto Político-Pedagógico

dessa escola, é um documento que fundamenta e sistematiza a organização do

conhecimento no currículo. Nela se expressam os fundamentos conceituais,

metodológicos e avaliativos de cada Disciplina da Matriz Curricular, assim

como os conteúdos de ensino, nela dispostos de acordo com as Diretrizes

Curriculares Estaduais. Portanto, ela é utilizada como subsídio para a

elaboração do Plano de Trabalho Docente, que representa a operacionalização

do que foi planejado no Projeto Político-Pedagógico.

Apresentamos, primeiro, as Propostas Curriculares das Disciplinas do

Ensino Fundamental Regular e, em seguida, a Proposta Pedagógica Curricular

da Educação de Jovens e Adultos (Ensino Fundamental Fase II e Ensino

Médio), documento próprio, elaborado e aprovado segundo orientações da

Secretaria de Estado da Educação e Núcleo Regional de Educação de

Maringá.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE ARTE

Apresentação

Ao longo dos anos, muito se tem falado sobre a necessidade de inclusão

da Arte na escola de forma mais efetiva. A concepção de arte no espaço

implica uma expansão do conceito de cultura, ou seja, toda e qualquer

produção e modos de se conceber e organizar a vida social são levadas em

consideração. Cada grupo inserido neste processo configura-se pelos seus

valores e sentidos, seus participantes são atores na sua construção e

transmissão. A cultura está em permanente transformação, ampliando-se e

possibilitando ações que valorizem a produção e a transmissão do

conhecimento.

Dessa forma, a escola deve reconhecer a arte como ramo do

conhecimento que contém em si um universo de componentes pedagógicos e

que pode abrir espaço para manifestações que possibilitem um trabalho

diferencial, o exercício da imaginação, a autoexpressão, a descoberta e a

invenção, novas experiências, perspectivas, experimentação da pluralidade,

multiplicidade e diversidade de valores, sentido e intenções.

O movimento arte-educação evoluiu de discussões que geraram

concepções e novas metodologias para o ensino e aprendizagem da arte nas

escolas e foi com estas diversas transformações que se chega ao final da

década de 90 mobilizando novas tendências curriculares em arte.

Essas novas maneiras de propor o ensino de Artes rompem barreiras de

exclusão, visto que a prática educativa não está embasada no talento ou no

dom, mas na capacidade de cada um de vivenciar, ampliando seu potencial

cognitivo e, assim, conceber o olhar o mundo de modos diferentes.

A escola é o primeiro espaço formal onde se dá a formação de cidadãos

e a apropriação sistematizada do universo artístico e de suas linguagens: artes

visuais, teatro, dança e música. Todo profissional da educação deve estar

preparado para entender a arte como uma área do conhecimento importante

tanto quanto outra Disciplina do currículo escolar. Dentre as diversas

tendências e propostas, destaca-se a que integra o fazer artístico, a apreciação

da obra de arte e sua contextualização histórica para uma reflexão crítica da

sociedade.

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Objetivos

Os objetivos do ensino de Arte são direcionados a esclarecer os

educadores como ocorre o processo de criação e definição das linguagens

estéticas para que se possa vivenciar a arte como expressão da sua

individualidade, aprendendo a conviver e aceitar todas as formas de

manifestação artística onde o professor possa estar constantemente avaliando

o processo e o resultado do seu trabalho.

Prevê-se então que o aluno:

Aprenda a se expressar e a se comunicar de forma artística mantendo

uma atitude de busca pessoal e/ ou coletiva, articulando a percepção, a

imaginação, a emoção, a sensibilidade e a reflexão ao realizar e fruir

produções artísticas.

Possa interagir com materiais, instrumentos e procedimentos em artes

(visual, dança, música e teatro), experimentando-os e conhecendo-os.

Saiba edificar uma relação de autoconfiança com a produção artística,

respeitando a própria produção e a dos colegas, no percurso de criação

que abriga uma série de procedimentos e soluções.

Compreenda a arte como fato histórico contextualizado nas diversas

culturas, permitindo-lhe conhecer, respeitar, podendo observar as

produções presentes no entorno, assim como as demais do patrimônio

cultural e do universo natural, identificando a existência de diferença, os

padrões artísticos e estéticos.

Conteúdos

Os conteúdos básicos de Arte estão organizados em quatro áreas: artes

visuais, música, teatro e dança, consideradas a partir dos conteúdos

estruturantes da Disciplina: os elementos formais, a composição, os

movimentos e períodos. Ao trabalhá-los, é importante valorizar as

manifestações artísticas dos povos, sua cultura e época, mas levando em

conta as possibilidades de aprendizagem do aluno.

Os conteúdos referem-se à expressão e comunicação dos indivíduos

através da arte; os elementos básicos das formas artísticas; os modos de

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articulação formal; as técnicas, os materiais e os procedimentos na criação e

por fim, a arte na sociedade, considerando os produtores em arte, as

produções e suas formas de documentação, prevenção e divulgação em

diferentes culturas e em momentos históricos diferentes.

6º ano

Áreas Conteúdos

Estruturantes Conteúdos básicos

Música

Elementos formais altura; duração; timbre; intensidade e densidade.

Composição ritmo; melodia; escalas: diatônica, pentatônica, cromática; improvisação.

Movimentos e períodos arte greco-romana; arte oriental; arte ocidental e arte africana.

Artes visuais

Elementos formais ponto; linha; textura; forma; superfície; volume; cor e luz.

Composição bidimensional; figurativa; geométrica, simetria; técnicas: pintura, escultura, arquitetura...; gêneros: cenas da mitologia...

Movimentos e períodos arte greco-romana; arte africana; arte oriental e arte pré-histórica.

Teatro

Elementos formais personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais; ação e espaço.

Composição

enredo, roteiro; espaço cênico, adereços; técnicas: jogos teatrais, teatro indireto e direto, improvisação, manipulação, máscara...; gênero: tragédia, comédia e circo.

Movimentos e períodos Greco-Romana; Teatro Oriental; Teatro Medieval; Renascimento.

Dança

Elementos formais movimento corporal; tempo e espaço.

Composição

Kinesfera; eixo; ponto de apoio; movimentos articulares; fluxo (livre e interrompido); rápido e lento; formação; níveis (alto, médio e baixo); deslocamento (direto e indireto); dimensões pequeno e grande); técnica: improvisação; gênero: circular.

Movimentos e períodos Pré-História; Greco-Romana; Renascimento; Dança Clássica.

7º ano

Áreas Conteúdos

Estruturantes Conteúdos básicos

Música

Elementos formais altura; duração; timbre; intensidade e densidade.

Composição ritmo; melodia; escalas; gêneros: folclórico, indígena, popular e étnico; técnicas: vocal, instrumental e mista; improvisação

Movimentos e períodos música popular e étnica (ocidental e oriental)

Artes visuais

Elementos formais ponto; linha; textura; forma; superfície; volume; cor e luz.

Composição proporção; tridimensional; figura e fundo; abstrata; perspectiva; técnicas: pintura, escultura, modelagem, gravura...; gêneros: paisagem, retrato, natureza morta...

Movimentos e períodos arte indígena; arte popular brasileira e paranaense; Renascimento; Barroco.

Teatro

Elementos formais personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais; ação e espaço.

Composição representação, leitura dramática, cenografia; técnicas: jogos teatrais, mímica, improvisação, formas animadas...; gêneros: rua e arena, caracterização.

Movimentos e períodos Comédia dell’ arte; Teatro Popular; teatro brasileiro e paranaense; teatro Africano.

Dança Elementos formais movimento corporal; tempo e espaço.

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Composição

ponto de apoio; rotação; coreografia; salto e queda; peso (leve e pesado); fluxo (livre, interrompido e conduzido); lento, rápido e moderado; níveis (alto, médio e baixo); formação; direção; gênero: folclórica, popular e étnica.

Movimentos e períodos dança popular; brasileira; paranaense; africana e indígena.

8º ano

Áreas Conteúdos

Estruturantes Conteúdos básicos

Música

Elementos formais altura; duração; timbre; intensidade e densidade.

Composição ritmo; melodia; harmonia; tonal, modal e a fusão de ambos; técnicas: vocal, instrumental e mista.

Movimentos e períodos Indústria Cultural, eletrônica, minimalista, rap, rock e tecno.

Artes visuais

Elementos formais linha; textura; forma; superfície; volume; cor e luz.

Composição semelhanças; contrastes; ritmo visual; estilização; deformação; técnicas: desenho, fotografia, audiovisual e mista...

Movimentos e períodos Indústria Cultural; arte no séc. XX; arte contemporânea.

Teatro

Elementos formais personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais; ação e espaço.

Composição representação no cinema e mídias; texto dramático; maquiagem; sonoplastia; roteiro; técnicas: jogos teatrais, sombra, adaptação cênica...

Movimentos e períodos Indústria Cultural; Realismo; Expressionismo; Cinema Novo.

Dança

Elementos formais movimento corporal; tempo e espaço.

Composição

giro; rolamento; saltos; aAceleração e desaceleração; direções (frente, atrás, direita e esquerda); improvisação; coreografia; sonoplastia; gênero: Indústria Cultural e espetáculo.

Movimentos e períodos Hip Hop; musicais; Expressionismo; Indústria Cultural; Dança Moderna.

9º ano

Áreas Conteúdos

Estruturantes Conteúdos básicos

Música

Elementos formais altura; duração; timbre; intensidade e densidade.

Composição ritmo; melodia; harmonia; técnicas: vocal, instrumental e mista; gêneros: popular, folclórico e étnico.

Movimentos e períodos Música Engajada; Música Popular Brasileira; Música Contemporânea.

Artes visuais

Elementos formais linha; textura; forma; superfície; volume; cor e luz.

Composição bidimensional; tridimensional; figura-fundo; ritmo visual; técnica: pintura, grafitte, performance...; gêneros: paisagem urbana, cenas do cotidiano...

Movimentos e períodos Realismo; Vanguardas; Muralismo e Arte Latino-Americana; Hip Hop.

Teatro

Elementos formais expressões corporais, vocais, gestuais e faciais; ação e espaço.

Composição personagem: Composição: técnicas: monólogo, jogos teatrais, direção, ensaio, Teatro-Fórum...; dramaturgia; cenografia; sonoplastia; iluminação e figurino.

Movimentos e períodos Teatro Engajado; Teatro do Oprimido; Teatro Pobre; Teatro do Absurdo; Vanguardas.

Dança

Elementos formais movimento corporal; tempo e espaço.

Composição Kinesfera; ponto de apoio; peso; fluxo; quedas; saltos; giros; rolamentos; extensão (perto e longe); coreografia; deslocamento; gênero: performance e moderna.

Movimentos e períodos Vanguardas; Dança Moderna; Dança Contemporânea.

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Metodologia

Pensar a atividade artística na escola é necessariamente pensar a

educação sensível e inteligente do olhar. É preciso voltar no tempo, admirar-se

com o que vê e sente e não encontrando palavras que expressem a

intensidade do momento, buscar outros meios de se comunicar.

Em artes visuais, a experiência começa quando as palavras são

insuficientes para expressar a nossa impressão sobre o mundo e precisamos

recorrer a uma outra linguagem que se articula através das tintas, lápis e

pincéis.

A Arte aqui, expressa a individualidade do artista ao mesmo tempo fala

de uma cultura, em uma dada época e de uma manifestação particular e

coletiva. As artes visuais operam através das linhas, pontos, luz, sombras,

cores, formas, equilíbrio e texturas que constituem o seu alfabeto; o seu

código; o indivíduo deixa sua marca, cria sua história, anunciando sua própria

existência através desta linguagem, seja esculpida, desenhada, pintada,

texturizada, colada, entrelaçada, entalhada ou construída.

A linguagem musical é um produto que acompanha o homem e possui

significativas contribuições na provisão de meios que ajustam as condições do

viver humano. A musicalidade participa no processo de desenvolvimento da

personalidade e do amadurecimento do caráter, abre caminho ao entendimento

para o estudo extraconvencional da própria música, anima todos os sentidos

restaurando o prazer do ensinar e do aprender, valorizando a prática com uma

didática dinâmica e alegre.

Cada indivíduo possui em sua personalidade categorias que resultam

em aspectos cognitivos e afetivos, fatos esses que, desenvolvidos através da

musicalização progridem para o crescimento harmonioso, filosófico, artístico,

científico e na comunicação social; como um todo se faz vibrar no ouvinte e em

seu ambiente.

A linguagem corporal que se dá através da dança é um forte meio de

expressão entre os jovens, além de desenvolver habilidades cinético-auditiva,

exercita a autodisciplina e a sensibilidade, envolve a intuição, a imaginação, o

uso da memória, da análise, reforçando os laços de amizade, do trabalho em

grupo e permitindo conhecer a si próprio. Constrói uma relação de cooperação,

respeito, responsabilidade e valorização do trabalho realizado em equipe, além

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de promover as diversas escolhas e possibilidades de interpretação e de

criação em dança.

A civilização egípcia tinha nas representações dramáticas uma das

expressões de sua cultura. Estas representações tiveram origem religiosa,

cultuando divindades da mitologia em versos e declamações. Porém, é na

Grécia que o teatro teve um florescimento admirável, graças à genialidade dos

seus dramaturgos. As peças de teatro geralmente possuem um clima

dominante, podendo ser de seriedade, comicidade ou ambos encontradas nas

três formas dramáticas mais comuns: tragédia, comédia e o drama.

No ambiente escolar, o teatro promove oportunidades para que os

alunos se conheçam, se observem e confrontem diferentes culturas, buscando

soluções criativas e imaginativas na construção de cenas e afinando a

percepção sobre eles mesmos e sobre as situações do cotidiano.

Ao reconhecer e utilizar as capacidades de expressão e criação dos

meios artísticos na atividade plástica, no teatro, na dança e na música amplia-

se a capacidade de dialogar, de estabelecer relação de respeito, compromisso

e reciprocidade com o próprio trabalho e com o trabalho alheio.

Avaliação

A avaliação tem sido na história da educação brasileira uma constante

preocupação a nortear metodologia de ensino. Refletir sobre a avaliação em

arte significa repensar todo o processo e as atitudes praticadas em sala de

aula. Isto significa conhecer diante da história e da prática do cotidiano os

elementos que norteiam a prática da avaliação.

No fazer artístico, o homem se expressa, realiza e se encontra porque a

arte satisfaz a necessidade humana de expressar-se, interagir com a realidade,

abrindo caminhos para que esse homem tenha acesso a produção, ao domínio

dos instrumentos, a descoberta dos códigos que orientam os processos de

avaliação.

As experiências vividas mais os acréscimos nos seus repertórios de

conhecimento que o professor lhes oferece, constituem as principais bases

para a avaliação, e os objetivos são atingidos ao se considerar o aluno como

ser potencial que transforma a sociedade. O educador deve estar e verificar se

o aluno esta revelando esse olhar diferenciado em arte, se é espontâneo, se

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aceita críticas, se revela vontade em melhorar seu empenho e se participa de

qualquer tipo de atividade artística pela própria iniciativa, incentivo ou

motivação.

Este ato de avaliar se dá através do processo de apreciação e produção

artística por meio de pesquisas, debates, exposição de trabalhos artísticos

(individuais ou coletivas), provas teóricas e práticas, além de registros diversos

(como relatórios, portfólio, áudio-visual e outros), buscando propiciar

aprendizagens socialmente significativas para o aluno e não um simples

instrumento de medição da apreensão dos conteúdos. A arte contribui para a

ligação das disciplinas escolares e extracurriculares, podendo também ser o

elo da escola com a comunidade e a sociedade como um todo, comprometidos

com o desenvolvimento integral do educando.

Bibliografia sugerida

Biblioteca Educação é Cultura. Artes plásticas. Vol. 8 - Bienal Brasil Século XX. São Paulo: MEC FAE.

CALÁBRIA, Carla P. Brondi e Martins, Raquel Valle. Arte, História e Produção. 2.ed. São Paulo: FTD, 1997.

CANTELE, Bruna Renata e LEONARDI, Ângela Cantele. Arte Linguagem Visual. São Paulo: IBEP.

COLEÇÃO Aprendendo com Arte. Educação & CIA, 2005.

COLEÇÃO de Arte. São Paulo: Globo, 1991-1997.

COLEÇÃO Gênios da Pintura. São Paulo: Nova Cultural, 1995.

COLEÇÃO Mestres das Artes. São Paulo: Moderna, 1997.

ENCICLOPÉDIA Gênios da Pintura. São Paulo: Abril Cultural, 1973 vol. II

FARO, Antonio José. Pequena História da Dança. Rio de Janeiro: Zahar, 1986.

JUNIOR, Isaías M. Atividades de Educação Artística. São Paulo: Ática, 1997 vv. 1.2.3. 4.

MIRANDA, Regina. O Movimento Expressivo. Rio de Janeiro: Funarte, 1980.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba: SEED, 2008.

PROENÇA, Maria das Graças Vieira. História da Arte. São Paulo: Ática, 1991.

SOUZA, Edgard R. de. Noções Básicas de Desenho Artístico. São Paulo: Moderna, 1997.

SOUZA, Edgard Rodrigues de. Técnicas de Desenho e Pintura. São Paulo: Moderna, 1997.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE CIÊNCIAS

Apresentação

Em busca de condições favoráveis de sobrevivência, os seres humanos

desenvolvem relações com os demais seres vivos e com a Natureza,

possibilitando-lhes a incorporação de experiências, técnicas, valores e

conhecimentos produzidos coletivamente e transmitidos culturalmente.

O objeto de estudo da Disciplina de Ciências é o conhecimento científico

que resulta da investigação da Natureza, levando-se em conta que os

fenômenos observados são “resultantes das relações entre elementos

fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento, força, campo, energia

e vida” (PARANÁ, 2008, p. 88).

O ensino e a aprendizagem de Ciências estão organizados a partir da

concepção de ciência como processo de construção humana, provisória, falível

e intencional e, dos conteúdos estruturantes que se desdobram nos conteúdos

específicos da Disciplina. Esses conteúdos serão abordados de forma

consistente, crítica, histórica, considerando as relações entre a ciência, a

tecnologia e a sociedade. Por meio desta abordagem pedagógica, o currículo

de Ciências poderá propiciar condições para que os sujeitos do processo

educativo discutam, analisem, argumentem e avancem na compreensão do

seu papel frente às demandas sociais, uma vez que questões relacionadas à

saúde, sexualidade e meio ambiente, dentre outras, são tradicionalmente

incorporadas aos conteúdos específicos e, portanto, imprescindíveis à

disciplina de Ciências.

Dessa forma, os conteúdos específicos passam a ser entendidos como

uma expressão complexa da realidade, deixando de ser compreendidos como

elementos fragmentados, neutros e a-históricos do currículo.

Na medida em que os conteúdos específicos envolvem um vasto campo

de conhecimentos produzidos pela humanidade no decorrer de sua história, a

Disciplina de Ciências se constitui num conjunto de conhecimentos científicos

necessários para compreender e explicar os fenômenos da natureza e suas

interferências no mundo. Por isso, estabelece relações entre os diferentes

conhecimentos físicos, químicos e biológicos, dentre outros, e o cotidiano,

entendido aqui, como os problemas reais, socialmente importantes, enfim, a

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prática social.

Pautado nessa concepção, o processo de ensino e de aprendizagem de

Ciências valoriza a dúvida, a contradição, a diversidade e a divergência, o

questionamento das certezas e incertezas, superando o tratamento curricular

dos conteúdos por eles mesmos, priorizando-se a sua função social.

A leitura e a análise crítica dessa realidade social possibilitam um novo

encaminhamento pedagógico à medida que propõe partir desta realidade como

um todo para a especificidade teórico-prática da sala de aula. O referencial de

partida do processo de ensino e de aprendizagem, nesta perspectiva, “não será

a escola, nem a sala de aula, mas a realidade social” (GASPARIN, 2003, p. 3-

4).

Além disso, essa abordagem do currículo potencializará a função social

da Disciplina, pois orienta uma tomada de consciência por parte dos alunos e,

consequentemente, influi na tomada de decisões desses sujeitos como agentes

transformadores.

A partir dessa concepção, os conteúdos específicos poderão ser

abordados em suas inter-relações com outros conteúdos e Disciplinas,

considerando seus aspectos conceituais, científicos, históricos, econômicos,

políticos e sociais, as quais devem ficar evidentes no processo de ensino e de

aprendizagem da Disciplina (GASPARIN, 2003).

Objetivos

Conhecer e compreender as transformações e, principalmente, a

integração entre os sistemas que compõem o corpo humano, suas

funções de nutrição, coordenação, relação, regulação e reprodução,

bem como as questões relacionadas à saúde e à sua manutenção.

Entender o funcionamento dos ambientes da natureza, de como a vida

se renova e se mantém e reconhecer a importância da biodiversidade e

das ações humanas que interferem nela.

Compreender os conceitos de matéria e energia através dos

conhecimentos físicos, químicos e biológicos considerando as

interações, as transformações, as propriedades, as transferências, as

diversas fontes e formas, os modos como se comportam em

determinadas situações, as relações com o ambiente, assim como os

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problemas sociais e ambientais relacionados não só à geração de

energia, sua distribuição, consumo e desperdício, como também à

produção e ao descarte dos resíduos referentes ao seu uso.

Discutir, analisar e refletir como as tecnologias contribuíram e

contribuem para as diferentes construções e/ou alterações ambientais,

sociais, econômicos, políticos e éticos.

Conteúdos

Fundamentados na história da ciência, base estrutural de integração

conceitual para a disciplina de Ciências no Ensino Fundamental, são

apresentados cinco conteúdos estruturantes:

Astronomia

Matéria

Sistemas Biológicos

Energia

Biodiversidade

Propõe-se que o professor trabalhe com os cinco conteúdos

estruturantes em todas as séries, a partir da seleção de conteúdos específicos

da Disciplina de Ciências, adequados ao nível de desenvolvimento cognitivo do

estudante. Para o trabalho pedagógico, o professor deverá manter o

necessário rigor conceitual, adotar uma linguagem adequada à série,

problematizar os conteúdos em função das realidades regionais, além de

considerar os limites e possibilidades dos livros didáticos de Ciências.

Astronomia

A Astronomia tem um papel importante no Ensino Fundamental, pois é

uma das ciências de referência para os conhecimentos sobre a dinâmica dos

corpos celestes. Numa abordagem histórica, traz as discussões sobre os

modelos geocêntrico e heliocêntrico, bem como sobre os métodos e

instrumentos científicos, conceitos e modelos explicativos que envolveram tais

discussões. Além disso, os fenômenos celestes são de grande interesse dos

estudantes porque por meio deles buscam-se explicações alternativas para

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acontecimentos regulares da realidade, como o movimento aparente do Sol, as

fases da Lua, as estações do ano, as viagens espaciais, entre outros.

Este conteúdo estruturante possibilita estudos e discussões sobre a

origem e a evolução do Universo. Apresentam-se, a seguir, os conteúdos

básicos que envolvem os conceitos científicos necessários para o

entendimento de questões astronômicas e para a compreensão do objeto de

estudo da Disciplina de Ciências:

Universo

Sistema solar

Movimentos celestes e terrestres

Astros

Origem e evolução do universo

Gravitação universal

Matéria

No conteúdo estruturante Matéria, propõe-se a abordagem de conteúdos

específicos que privilegiem o estudo da constituição dos corpos, entendidos

tradicionalmente como objetos materiais quaisquer que se apresentam à nossa

percepção (RUSS, 1994). Sob o ponto de vista científico, permite o

entendimento não somente sobre as coisas perceptíveis como também sobre

sua constituição, indo além daquilo que num primeiro momento vemos,

sentimos ou tocamos.

Apresentam-se, a seguir, conteúdos básicos que envolvem conceitos

científicos essenciais para o entendimento da constituição e propriedades da

matéria e para a compreensão do objeto de estudo da Disciplina de Ciências:

Constituição da matéria

Propriedades da matéria

Sistemas biológicos

O conteúdo estruturante Sistemas Biológicos aborda a constituição dos

sistemas do organismo, bem como suas características específicas de

funcionamento, desde os componentes celulares e suas respectivas funções

até o funcionamento dos sistemas que constituem os diferentes grupos de

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seres vivos, como por exemplo, a locomoção, a digestão e a respiração.

Parte-se do entendimento do organismo como um sistema integrado e

amplia- se a discussão para uma visão evolutiva, permitindo a comparação

entre os seres vivos, a fim de compreender o funcionamento de cada sistema e

das relações que formam o conjunto de sistemas que integram o organismo

vivo.

Neste conteúdo estruturante, apresentam-se os conteúdos básicos que

envolvem conceitos científicos escolares para o entendimento de questões

sobre os sistemas biológicos de funcionamento dos seres vivos e para a

compreensão do objeto de estudo da Disciplina de Ciências:

Níveis de organização

Célula

Morfologia e fisiologia dos seres vivos

Mecanismos de herança genética

Energia

Este conteúdo estruturante propõe o trabalho que possibilita a discussão

do conceito de energia, relativamente novo a se considerar a história da ciência

desde a Antiguidade. Discute-se tal conceito a partir de um modelo explicativo

fundamentado nas ideias do calórico, que representava as mudanças de

temperatura entre objetos ou sistemas. Ao propor o calor em substituição à

teoria do calórico, a pesquisa científica concebeu uma das leis mais

importantes da ciência: a lei da conservação da energia.

Nas diretrizes, destaca-se que a ciência não define energia. Assim, tem-

se o propósito de provocar a busca de novos conhecimentos na tentativa de

compreender o conceito energia no que se refere às suas várias

manifestações, como por exemplo, energia mecânica, energia térmica, energia

elétrica, energia luminosa, energia nuclear, bem como os mais variados tipos

de conversão de uma forma em outra.

Neste conteúdo estruturante, apresentam-se os conteúdos básicos que

envolvem conceitos científicos essenciais para o entendimento de questões

sobre a conservação e a transformação de uma forma de energia em outra e

para a compreensão do objeto de estudo da Disciplina de Ciências:

Formas de energia

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Conservação de energia

Conversão de energia

Transmissão de energia

Biodiversidade

O conceito de biodiversidade, nos dias atuais, deve ser entendido para

além da mera diversidade de seres vivos. Reduzir o conceito de biodiversidade

ao número de espécies seria o mesmo que considerar a classificação dos

seres vivos limitada ao entendimento de que eles são organizados fora do

ambiente em que vivem.

Pensar o conceito biodiversidade na contemporaneidade implica ampliar

o entendimento de que essa diversidade de espécies, considerada em

diferentes níveis de complexidade, habita em diferentes ambientes, mantém

suas inter- relações de dependência e está inserida em um contexto evolutivo

(WILSON, 1997).

Esse conteúdo estruturante visa, por meio dos conteúdos específicos de

Ciências, a compreensão do conceito de biodiversidade e demais conceitos

intrarrelacionados. Espera-se que o estudante entenda o sistema complexo de

conhecimentos científicos que interagem num processo integrado e dinâmico

envolvendo a diversidade de espécies atuais e extintas; as relações ecológicas

estabelecidas entre essas espécies com o ambiente ao qual se adaptaram,

viveram e ainda vivem; e os processos evolutivos pelos quais tais espécies têm

sofrido transformações.

Apresentam-se, para este conteúdo estruturante, alguns conteúdos

básicos que envolvem conceitos científicos para o entendimento de questões

sobre a biodiversidade e para a compreensão do objeto de estudo da Disciplina

de Ciências:

Organização dos seres vivos

Sistemática

Ecossistemas

Interações ecológicas

Origem da vida

Evolução dos seres vivos

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Todos os conteúdos básicos, apresentados nos conteúdos estruturantes,

são essenciais na Disciplina de Ciências. No Plano de Trabalho Docente, esses

conteúdos básicos devem ser desdobrados em conteúdos específicos a serem

abordados pelos professores de Ciências em função de interesses regionais e

do avanço na produção do conhecimento científico.

6º ano Conteúdos

estruturantes Conteúdos básicos

Astronomia

Universo, formação do Universo, características das estrelas, dos planetas, planetas anões, satélites naturais, cometas, asteróides, meteoros e meteoritos; sistema solar, história da Ciência, teorias geocêntricas e heliocêntricas; movimentos terrestres (rotação e translação); movimentos celestes; astros.

Matéria

Constituição e propriedades da matéria, suas transformações como fenômenos da natureza, constituição do planeta Terra. Sistemas biológicos: níveis de organização, constituição dos sistemas orgânicos e fisiológicos, características gerais dos seres vivos, teoria celular.

Energia

Conceito de energia nas suas diversas formas de manifestação, particularidades relativas à energia mecânica, térmica, luminosa, nuclear e processos de irradiação, convecção e condução, formas de energia relacionadas aos ciclos de matéria na natureza; conversão de energia; transmissão de energia.

Biodiversidade

Organização dos seres vivos, diversidade das espécies e sua classificação; ecossistemas, distinção entre ecossistema, comunidade e população; evolução dos seres vivos, extinção de espécies, formação dos fósseis e relação com a produção contemporânea de energia não renovável, os fenômenos meteorológicos e catástrofes naturais e sua relação com os seres vivos.

7º ano Conteúdos

estruturantes Conteúdos básicos

Astronomia Astros, movimentos terrestres, estações do ano, observações de regiões do céu e constelações, movimentos aparentes do céu, dias e noites, eclipses do Sol e da Lua, movimentos celestes a partir do referencial do planeta Terra.

Matéria

Constituição da matéria, composição físico-química do Sol e a produção de

energia solar, constituição da atmosfera primitiva, dos componentes essenciais ao surgimento da vida.

Sistemas biológicos

Célula, constituição da célula, tipos celulares; morfologia e fisiologia dos seres vivos, sistemas animais, sistema vegetais, fenômeno da fotossíntese e dos processos de conversão de energia na célula.

Energia

Formas de energia, importância da energia luminosa para os seres vivos,

luz, cores e a radiação ultravioleta e infravermelha; transmissão de energia, conceito de calor com energia térmica e suas relações com sistemas endotérmicos e ectotérmicos.

Biodiversidade

Origem da vida, conceito de biodiversidade e sua amplitude de relações

como seres vivos, o ecossistema e os processos evolutivos; organização dos seres vivos, classificação dos seres vivos, de categorias taxonômicas, filogenia, interação e sucessões ecológicas, cadeia alimentar, seres autótrofos e heterótrofos, sistemática, eras geológicas e as teorias sobre a origem da vida, geração espontânea e abiogênese.

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8º ano Conteúdos

estruturantes Conteúdos básicos

Astronomia

Origem e evolução do Universo, modelos científicos sobre a origem e a evolução do Universo, teorias e sua evolução histórica, diferenciação das teorias do universo inflacionário e universo cíclico, fundamentos da classificação cosmológica (galáxias, aglomerados, nebulosas, buracos negros, escala do Universo).

Matéria

Constituição da matéria, conceito de matéria e sua constituição, com base nos modelos atômicos, conceito de átomo, íon, elementos químicos, substância, ligações químicas, reações químicas, leis da conservação da massa, relação dos compostos orgânicos com a constituição dos organismos vivos.

Sistemas biológicos

Célula, mecanismos celulares e sua estrutura, estrutura e funcionamento dos tecidos, conceitos dos sistemas digestório, cardiovascular, respiratório, excretor e urinário; morfologia e fisiologia dos seres vivos.

Energia

Formas de energia, energia química e suas fontes, modos de transmissão e armazenamento; relação da energia química com a célula (ATP e ADP); energia mecânica e suas fontes, modos de transmissão e armazenamento; energia nuclear e suas fontes, modos de transmissão e armazenamento.

Biodiversidade Evolução dos seres vivos, teorias evolutivas.

9º ano Conteúdos

estruturantes Conteúdos básicos

Astronomia Astros, Leis de Kepler e as órbitas dos planetas; gravitação universal, Leis de Newton e a gravitação universal, fenômenos terrestres relacionados à gravidade, como as marés.

Matéria

Propriedades da matéria, massa, volume, densidade, compressibilidade, elasticidade, divisibilidade, indestrutibilidade, impenetrabilidade, maleabilidade, ductibilidade, flexibilidade, permeabilidade, dureza, cor, brilho, sabor.

Sistemas biológicos

Morfologia e fisiologia dos seres vivos, sistemas nervoso, sensorial, reprodutor e endócrino; mecanismos de herança genética, processos de mitose e meiose, cromossomos e genes.

Energia

Formas de energia, fontes de energia e sua relação com a Lei da Conservação da energia, sistemas conversores, conceito de energia elétrica e relação com o magnetismo; conservação de energia, conceitos de movimento, deslocamento, velocidade, aceleração, trabalho e potência.

Biodiversidade Interações ecológicas, ciclos biogeoquímicos, relações interespecíficas e intraespecíficas.

Metodologia

A partir da concepção de ciência, do objeto de estudo da Disciplina de

Ciências, da descrição dos conteúdos estruturantes e de seus

desdobramentos, propõe-se que os conteúdos específicos sejam

encaminhados metodologicamente considerando a articulação entre os

conhecimentos físicos, químicos e biológicos.

Para que essa perspectiva do currículo de Ciências se efetive na escola,

é preciso que os partícipes do processo de ensino e de aprendizagem

partilhem da concepção de ciência como construção humana, cujos

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conhecimentos científicos são passíveis de alteração ao longo da história da

humanidade e marcados por intensas relações de poder. Portanto, o trabalho

deve estar pautado numa abordagem crítica que considera a prática social do

sujeito histórico e que prioriza os conteúdos historicamente constituídos.

A partir dessa compreensão da ciência, o tratamento dos conteúdos na

escola exige conhecimentos científicos de outras ciências para explicar os

inúmeros fenômenos observados na Natureza. A química, a física, a biologia, a

geociências, a astronomia e outras áreas contribuem significativamente para o

estudo, a explicação e a compreensão desses fenômenos.

O encaminhamento metodológico para essa Disciplina não pode ficar

restrito a um único método. Nesse sentido, algumas possibilidades de

encaminhamentos metodológicos são: a observação; o trabalho de campo; os

jogos de simulação e desempenho de papéis; visitas a indústrias, fazendas,

museus; projetos individuais e em grupos; redação de cartas para autoridades;

palestrantes convidados; fóruns, debates, seminários, conversação dirigida,

dentre outras. Outras atividades que estimulam os educandos ao trabalho

coletivo são as que envolvem música, desenho, poesia, livros de literatura,

jogos didáticos, dramatizações, história em quadrinhos, painéis, murais,

exposições e feiras, entre outras.

Para o desenvolvimento das atividades, os professores poderão utilizar

os mais variados recursos pedagógicos: slides, DVD‟s, CD‟s, CD-ROM‟s

educativos e softwares livres, dentre outros.

A partir desse encaminhamento metodológico, a Disciplina de Ciências

poderá resgatar na escola a sua principal função: o estudo dos fenômenos

naturais por meio do tratamento dos conteúdos específicos, de forma crítica e

histórica. Com isso, o professor de Ciências assume uma postura de

especialista na sua Disciplina e não de generalista em várias disciplinas,

temáticas ou projetos, priorizando os saberes historicamente constituídos, aos

quais todos os alunos têm direito.

Avaliação

A avaliação se dará ao longo do processo de ensino e de aprendizagem

possibilitando ao professor, por meio de uma interação diária com os alunos,

contribuições importantes para verificar em que medida os alunos se

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apropriaram dos conteúdos específicos tratados nesse processo. É necessário

que o processo avaliativo se dê de forma sistemática e a partir de critérios

avaliativos estabelecidos pelo professor, considerando aspectos como os

conhecimentos que os alunos possuem sobre determinados conteúdos, a

prática social desses alunos, o confronto entre esses conhecimentos e os

conteúdos específicos, as relações e interações estabelecidas por eles no seu

progresso cognitivo, ao longo do processo de ensino e de aprendizagem e no

seu cotidiano.

Para tanto, a avaliação se dará ao longo do processo de ensino e de

aprendizagem, não pode estar centralizada em uma única atividade ou método

avaliativo e precisa considerar os alunos como sujeitos históricos nesse

processo. Com isso, o professor pode interpretar e analisar as informações

obtidas na avaliação, considerando como um excelente instrumento de

investigação do aprendizado do estudante e de diagnóstico dos conceitos

científicos escolares ainda não compreendidos por ele, além de indicar o

quanto o nível de desenvolvimento potencial tornou-se um nível real. Assim, a

realização de uma autoavaliação orientará a continuidade da prática

pedagógica ou seu redimensionamento, realizando intervenções coerentes

com os objetivos previamente propostos para o ensino da Disciplina.

Tendo em vista a necessidade de estabelecer o que precisa ser

aprendido pelo aluno e fornecer, assim, parâmetros que sirvam de base para o

julgamento da qualidade do processo educativo, entendemos que, ao avaliar, o

professor de Ciências deverá levar em conta as expectativas de aprendizagem

elencadas a seguir:

6º ano

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM

Astronomia

· Universo · Sistema solar · Movimentos terrestres · Movimentos celestes · Astros

1. Entenda as ocorrências astronômicas como fenômenos da natureza. 2. Reflita sobre os modelos científicos que abordam a origem e a evolução do universo. 3. Conheça a história da ciência, a respeito das teorias geocêntricas e heliocêntricas. 4. Compreenda os movimentos de rotação e translação dos planetas constituintes do sistema solar.

Matéria Constituição da

matéria

5. Entenda a constituição e propriedades da matéria, suas transformações, como fenômenos da natureza. 6. Compreenda a constituição do planeta Terra,

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no que se refere a atmosfera e crosta, solos, rochas, minerais, manto e núcleo. 7. Conheça os fundamentos teóricos da composição da água presente no planeta Terra

Sistemas Biológicos

Níveis de organização

8. Entenda a constituição dos sistemas orgânicos e fisiológicos como um todo integrado. 9. Reconheça as características gerais dos seres vivos. 10. Reflita sobre a origem e a discussão a respeito da teoria celular como modelo de explicação da constituição dos organismos. 11. Conheça os níveis de organização celular.

Energia

· Formas de energia · Conversão de energia · Transmissão de energia

12. Interprete o conceito de energia por meio da análise das suas mais diversas formas de manifestação. 13. Conheça as formas de conversão de energia. 14. Interprete o conceito de transmissão de energia. 15. Reconheça as particularidades relativas a energia mecânica, térmica, luminosa, nuclear, no que diz respeito a possíveis fontes e processos de irradiação, convecção, condução. 16. Entenda essas formas de energia relacionadas aos ciclos de matéria na natureza.

Biodiversidade

· Organização dos seres vivos · Ecossistemas · Evolução dos seres vivos

17. Reconheça a diversidade das espécies e sua classificação. 18. Diferencie ecossistema, comunidade e população. 19. Identifique as principais espécies ameaçadas de extinção. 20. Entenda a formação dos fosseis e sua relação com a produção contemporânea sua relação com os seres vivos. 21. Compreenda a ocorrência de fenômenos meteorológicos e catástrofes naturais e sua relação com os seres vivos.

7º ano Astronomia

· Astros · Movimentos terrestres · Movimentos celestes

22. Compreenda os movimentos celestes a partir do referencial do planeta Terra. 23. Compare os movimentos aparentes do céu, noites e dias, eclipses do Sol e da Lua, com base no referencial Terra. 24. Reconheça os padrões de movimento terrestre, as estações do ano e os movimentos celestes no tocante a observação de regiões do céu e constelações.

Matéria

Constituição da

matéria

25. Entenda a composição físico-química do Sol e a respeito da produção de energia solar. 26. Entenda a constituição do planeta Terra primitivo, antes do surgimento da vida.

Sistemas Biológicos

· Célula · Morfologia e fisiologia dos seres vivos

27. Compreenda a constituição da atmosfera terrestre primitiva, dos componentes essenciais ao surgimento da vida. 28. Conheça os fundamentos da estrutura química da célula. 29. Conheça os mecanismos de constituição da célula e as diferenças entre os tipos celulares.

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30. Compreenda o fenômeno da fotossíntese e dos processos de conversão de energia na célula. 31. Compreenda as relações entre os órgãos e sistemas animais e vegetais a partir do entendimento dos mecanismos celulares.

Energia

· Formas de energia ·Transmissão de energia

32. Entenda o conceito de energia luminosa. 33. Entenda a relação entre a energia luminosa solar e sua importância para com os seres vivos. 34. Identifique os fundamentos da luz, as cores, e a radiação ultravioleta e infravermelha. 35. Entenda o conceito de calor como energia térmica e suas relações com sistemas endotérmicos e ectotérmicos.

Biodiversidade

· Origem da vida · Organização dos seres vivos · Sistemática

36. Entenda o conceito de biodiversidade e sua amplitude de relações como os seres vivos, o ecossistema e os processos evolutivos. 37. Conheça a classificação dos seres vivos, as categorias taxonômicas, filogenia. 38. Entenda as interações e sucessões ecológicas, cadeia alimentar, seres autótrofos e heterótrofos. 39. Conheça as eras geológicas e as teorias a respeito da origem da vida, geração espontânea e biogênese.

8º ano Astronomia Origem e evolução do

Universo

40. Reflita sobre os modelos científicos que abordam a origem e a evolução do universo. 41. Relacione as teorias e sua evolução histórica. 42. Diferencie as teorias que consideram um universo inflacionário e teorias que consideram o universo cíclico. 43. Conheça os fundamentos da classificação cosmológica (galáxias, aglomerados, nebulosas, buracos negros, Lei de Hubble, idade do Universo, escala do Universo).

Matéria

Constituição da

matéria

44. Conheça sobre o conceito de matéria e sua constituição, com base nos modelos atômicos. 45. Compreenda o conceito de átomo, íons, elementos químicos, substâncias, ligações químicas, reações químicas. 46. Conheça as Leis da Conservação da Massa. 47. Conheça os compostos orgânicos e relações destes com a constituição dos organismos vivos.

Sistemas Biológicos

· Célula · Morfologia e fisiologia dos seres vivos

48. Compreenda os mecanismos celulares e sua estrutura, de modo a estabelecer um entendimento, de como esses mecanismos se relacionam no trato, das funções celulares. 49. Conheça a estrutura e funcionamento dos tecidos. 50. Entenda os conceitos que fundamentam os sistemas digestório, cardiovascular, respiratório, excretor e urinário.

Energia

Formas de energia 51. Compreenda os fundamentos da energia química e suas fontes, modos de transmissão e armazenamento. 52. Relacione os fundamentos da energia química com a célula (ATP e ADP).

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53. Entenda os fundamentos da energia mecânica e suas fontes, modos de transmissão e armazenamento. 54. Entenda os fundamentos da energia nuclear e suas fontes, modos de transmissão e armazenamento.90%

Biodiversidade Evolução dos seres

vivos

55. Compreenda as teorias evolutivas.

9º ano Astronomia · Astros

· Gravitação universal

56. Entenda as Leis de Kepler para as órbitas dos planetas. 57. Entenda as leis de Newton no tocante a gravitação universal. 58. Interprete os fenômenos terrestres relacionados a gravidade, como as mares.

Matéria

Propriedades da

matéria

59. Compreenda as propriedades da matéria, massa, volume, densidade, compressibilidade, elasticidade, divisibilidade, indestrutibilidade, impenetrabilidade, maleabilidade, ductibilidade, flexibilidade, permeabilidade, dureza, tenacidade, cor, brilho, sabor.

Sistemas Biológicos

· Morfologia e fisiologia dos seres vivos · Mecanismos de herança genética

60. Compreenda os fundamentos teóricos que descrevem os sistemas nervoso, sensorial, reprodutor e endócrino. 61. Entenda os mecanismos de herança genética, os cromossomos, genes, os processos de mitose e meiose.

Energia · Formas de energia · Conservação de energia

62. Compreenda os sistemas conversores de energia, as fontes de energia e sua relação com a Lei da conservação da energia. 63. Compreenda as relações entre sistemas conservativos. 64. Entenda os conceitos de movimento, deslocamento, velocidade, aceleração, trabalho e potência. 65. Entenda o conceito de energia elétrica e sua relação com o magnetismo.

Biodiversidade

Interações ecológicas 66. Entenda os fundamentos teóricos que descrevem os ciclos biogeoquímicos, bem como, as relações interespecíficas e intraespecíficas.

Referências

GASPARIN, J. L. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 2.ed, Campinas, SP: Autores Associados, 2003.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba: SEED, 2008.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Caderno de Expectativas de Aprendizagem. Curitiba: SEED, 2011.

RUSS, J. Dicionário de filosofia. São Paulo: Scipione, 1994.

WILSON, E. O. Biodiversidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Apresentação

Responder o que é Educação Física exige uma análise criteriosa e

rigorosa de tudo o que vem ocorrendo na área.

Lançando um olhar do ponto de vista da abordagem crítico-superadora,

a educação física no espaço escolar tem como seu objeto de estudo a Cultura

Corporal a partir dos seguintes conhecimentos: esporte, ginástica, jogos e

brincadeiras, lutas e danças. Esse conceito, Cultura Corporal, tem como

suporte a ideia de seleção, organização e sistematização do conhecimento

acumulado historicamente acerca do movimento humano, para ser

transformado em saber escolar. Parte-se do pressuposto de que os alunos

possuem um sentimento sincrético sobre a realidade e é função da escola e

também da educação física garantir o acesso às variadas formas de

conhecimentos produzidos pela humanidade, levando os alunos a

estabelecerem nexos com a realidade, elevando-os a um grau de

conhecimento sintético (PARANÁ, 2008).

Ainda de acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do

Paraná – Educação Física (2008, p. 44), a educação física entendida por meio

da metodologia crítico-superadora está “vinculada às discussões da pedagogia

crítica brasileira e às análises das ciências humanas, sobretudo da filosofia da

educação e da sociologia”. Nela, opera-se a crítica da educação física a partir

de sua contextualização na sociedade capitalista.

A perspectiva da reflexão sobre a cultura corporal busca

desenvolver uma reflexão pedagógica sobre o acervo de formas de representação do mundo que o homem tem produzido no decorrer da história, exteriorizadas pela expressão corporal, jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismo, contorcionismo, mímica e outros, que podem ser identificados como formas de representação simbólica de realidades vividas pelo homem, historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas (Soares et al, 1992, p. 38).

Já a Educação Física na Educação de Jovens e Adultos representa

importante possibilidade de contato dos educandos com a diversidade da

cultura corporal de movimento, sem perder de vista o papel da EJA, que

segundo KUENZER (apud PARANÁ, 2006, p. 27), deve ser

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uma formação na qual os educandos-trabalhadores possam aprender permanentemente; refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez.

Diante do exposto, a Educação Física se propõe a contribuir para o

processo de formação integral do cidadão crítico, participativo e transformador.

Objetivos

Desenvolver os conteúdos elencados no currículo de maneira que sejam

relevantes e estejam de acordo com a capacidade cognitiva do aluno.

Ter como princípio básico das práticas corporais, o desenvolvimento do

sujeito omnilateral, superando uma visão fragmentada de homem.

Propiciar ao aluno uma visão crítica de mundo e sociedade na qual está

inserido, numa reflexão crítica a respeito das estruturas sociais e suas

desigualdades.

Conteúdos

6º ano Conteúdos Estruturantes Conteúdos básicos

Esporte Esportes coletivos: futsal, futebol, voleibol,

handebol e basquete

Esportes individuais: atletismo

Jogos e brincadeiras

Jogos e brincadeiras populares

Brincadeiras e cantigas de roda

Jogos de tabuleiro: xadrez, dama e trilha

Jogos cooperativos: bola queimada, bandeirinha, etc.

Dança

Danças Folclóricas: quadrilha

Danças de rua

Danças criativas

Ginástica

Ginástica rítmica

Ginástica circense

Ginástica geral

Lutas Lutas de aproximação

Capoeira

7º ano Conteúdos Estruturantes Conteúdos básicos

Esporte Esportes coletivos: futsal, futebol, voleibol,

handebol e basquete

Esportes individuais

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Jogos e brincadeiras

Jogos e brincadeiras populares

Brincadeiras e cantigas de roda

Jogos de tabuleiro: xadrez

Jogos cooperativos

Dança

Danças Folclóricas: maracatu, frevo

Danças de rua

Danças criativas

Danças circulares

Ginástica

Ginástica rítmica

Ginástica circense

Ginástica geral

Lutas Lutas de aproximação

Capoeira

8º ano Conteúdos Estruturantes Conteúdos básicos

Esporte

Esportes coletivos: futsal, futebol, voleibol, handebol e basquete

Esportes radicais

Jogos e brincadeiras

Jogos e brincadeiras populares

Jogos de tabuleiro: xadrez

Jogos dramáticos

Jogos cooperativos

Dança Danças criativas

Danças circulares

Ginástica

Ginástica rítmica

Ginástica circense

Ginástica geral

Lutas Lutas com instrumento mediador

Capoeira

9º ano Conteúdos Estruturantes Conteúdos básicos

Esporte

Esportes coletivos: futsal, futebol, voleibol, handebol e basquete

Esportes radicais

Jogos e brincadeiras

Jogos de tabuleiro: xadrez

Jogos dramáticos

Jogos cooperativos

Dança Danças criativas

Danças circulares

Ginástica Ginástica rítmica

Ginástica geral

Lutas Lutas com instrumento mediador

Capoeira

A Disciplina de Educação Física abordará a temática da cultura afro-

brasileira, africana, indígena e paranaense nas danças e lutas, em

cumprimento à lei nº 13.381, de 18 de dezembro de 2001, e à lei nº 11.645, de

10 de março de 2008. Desse modo, estaremos contribuindo para a formação

de cidadãos conscientes da identidade, potencial e valorização do nosso

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Estad e da sociedade nacional.

Em cumprimento à lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, a educação

ambiental será abordada no dia a dia, buscando a conscientização quanto à

importância da conservação do meio ambiente enquanto bem de uso comum,

essencial à sadia qualidade de vida. Trata-se de uma responsabilidade social,

imprescindível à sua sustentabilidade.

Metodologia

É fundamental para a prática pedagógica da educação física o

desenvolvimento da noção de historicidade da cultura corporal. É preciso que o

aluno entenda que o homem não nasceu pulando, saltando, jogando e etc.

Todas essas atividades corporais foram construídas em determinadas épocas

históricas, como respostas a determinados estímulos, desafios, ou

necessidades humanas (Soares et alli, 1992, p. 39).

O planejamento das aulas para o perfil do educando da EJA necessita

de um levantamento junto aos mesmos, de como foram suas aulas e

experiências anteriores, para haver maior clareza de como o educador poderá

planejar o trabalho pedagógico. Outra perspectiva a ser considerada é o

trabalho com a cultura local, buscando a origem de suas práticas,

transformações e diferenças em cada região. Desse modo, os conteúdos a

serem abordados devem levar em conta as características peculiares dos

educandos dessa modalidade de ensino.

De acordo com Soares et al (1992), as aulas podem ser encaminhadas

em três fases:

Primeira: os conteúdos e objetivos da unidade são discutidos com os

alunos, buscando as melhores formas de estes se organizarem para a

execução das atividades propostas;

Segunda: apreensão do conhecimento;

Terceira: nesta, elabora-se as conclusões, avaliando-se o realizado e

levantando perspectivas para as aulas seguintes.

Para o desenvolvimento das aulas, os professores farão uso de diversos

recursos didáticos, tais como: bolas, cordas, redes, tabelas, cones, mesas de

pingue-pongue, tabuleiros (dama, xadrez e trilha), textos informativos (revistas,

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jornais e livros), dentre outros.

Destacamos também o uso dos seguintes recursos tecnológicos:

computadores (Laboratório de Informática), DVD, CD Player e TV Multimídia.

Avaliação

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (2008), a

avaliação deve estar vinculada ao projeto político-pedagógico da escola, de

acordo com os objetivos e a metodologia adotada pelo corpo docente. Assim,

os critérios para avaliação devem ser estabelecidos, considerando o

comprometimento e envolvimento dos alunos no processo pedagógico.

Comprometimento e entendimento por parte dos alunos são aqui

entendidos da seguinte forma: entrega das atividades propostas pelo professor,

assimilação dos conteúdos propostos, por meio da recriação de jogos e regras,

possibilidades do aluno resolver os problemas de maneira criativa,

considerando a opinião do outro e respeitando o posicionamento do grupo,

além de propor soluções para as divergências. Também deve-se considerar o

envolvimento nas atividades, seja através de participação nas atividades

práticas ou realizando relatórios (PARANÁ, 2008).

Para a realidade desta escola em questão, a avaliação também deve

estar relacionada com os encaminhamentos metodológicos, além de levar em

consideração que a mesma é um processo contínuo, permanente e cumulativo,

onde o professor organizará e reorganizará o seu trabalho visando às diversas

manifestações corporais, possibilitando assim que os alunos reflitam e se

posicionem criticamente com o intuito de construir uma suposta relação com o

mundo.

As outras formas de avaliação podem incluir trabalhos de pesquisa com

apresentação de seminários, participação nas aulas, visitas e entrevistas com

relatos orais e relatórios escritos, debates após leitura de artigos de jornais e

revistas, filmes, avaliações teóricas, avaliação prática contínua e atividades

práticas somativas que visem a superação das dificuldades individuais.

Critérios de avaliação

No decorrer do 6º ano, espera-se que o aluno:

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Conheça dos esportes: o surgimento de cada esporte com suas

primeiras regras; sua relação com jogos populares; seus movimentos

básicos, ou seja, seus fundamentos.

Conheça o contexto histórico em que foram criados os diferentes jogos,

brinquedos e brincadeiras, bem como aproprie-se efetivamente das

diferentes formas de jogar; Reconheça as possibilidades de vivenciar o

lúdico a partir da construção de brinquedos com materiais alternativos.

Conheça sobre a origem e alguns significados (místicos, religiosos, entre

outros) das diferentes danças.

Seja capaz de criar e adaptar cantigas de rodas e diferentes sequências

de movimentos.

Conheça os aspectos históricos da ginástica e das práticas corporais

circenses.

Aprenda os fundamentos básicos da ginástica: saltar, equilibrar,

rolar/girar, trepar, balançar/embalar, malabares.

Conheça os aspectos históricos, filosóficos, as características das

diferentes manifestações das lutas, assim como alguns de seus

movimentos característicos.

Reconheça as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir da utilização

de materiais alternativos e dos jogos de oposição.

No decorrer do 7º ano, espera-se que o aluno:

Conheça a difusão e a diferença de cada esporte, relacionando-as com

as mudanças do contexto histórico brasileiro.

Reconheça e aproprie-se dos fundamentos básicos dos diferentes

esportes.

Conheça as noções básicas das regras das diferentes manifestações

esportivas.

Conheça a difusão dos jogos e brincadeiras populares e tradicionais no

contexto brasileiro.

Reconheça as diferenças e as possíveis relações existentes entre os

jogos, brincadeiras e brinquedos.

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Construa individualmente ou coletivamente diferentes jogos e

brinquedos.

Conheça a origem e o contexto em que se desenvolveram o Break,

Frevo e Maracatu.

Crie e adapte coreografia rítmica e expressiva.

Reconheça as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir da construção

de instrumentos musicais como, por exemplo, o pandeiro e o chocalho.

Conheça os aspectos históricos da ginástica rítmica (GR).

Aprenda os movimentos e elementos da GR como: saltos, piruetas e

equilíbrios.

Aproprie-se dos aspectos históricos, filosóficos e as características das

diferentes manifestações das lutas de aproximação e da capoeira.

Conheça a história do judô, karatê, taekwondo e alguns de seus

movimentos básicos como: as quedas, rolamentos e outros movimentos.

Reconheça as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir da utilização

de materiais alternativos e dos jogos de oposição.

No decorrer do 8º ano, espera-se que o aluno:

Entenda que as práticas esportivas podem ser vivenciadas no

tempo/espaço de lazer, como esporte de rendimento ou como meio para

melhorar a aptidão física e saúde.

Compreenda a influência da mídia no desenvolvimento dos diferentes

esportes.

Reconheça os aspectos positivos e negativos das práticas esportivas.

Desenvolva atividades coletivas a partir de diferentes jogos, conhecidos,

adaptados ou criados, sejam eles cooperativos, competitivos ou de

tabuleiro.

Conheça o contexto histórico em que foram criados os diferentes jogos,

brincadeiras e brinquedos.

Conheça os diferentes ritmos, passos, posturas, conduções, formas de

deslocamento, entre outros elementos que identificam as diferentes

danças.

Monte pequenas composições coreográficas.

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Manuseie os diferentes elementos da GR como: corda, fita, bola, maças

e arco.

Reconheça as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir das atividades

circenses como acrobacias de solo e equilíbrios em grupo.

Conheça os aspectos históricos, filosóficos e as características das

diferentes formas de lutas.

Aprofunde alguns elementos da capoeira procurando compreender a

constituição, os ritos e os significados da roda.

Conheça as diferentes projeções e imobilizações das lutas.

No decorrer do 9º ano, espera-se que o aluno:

Aproprie-se acerca das regras de arbitragem, preenchimento de súmulas

e confecção de diferentes tipos de tabelas.

Reconheça o contexto social e econômico em que os diferentes esportes

se desenvolveram.

Reconheça a importância da organização coletiva na elaboração de

gincanas e R.P.G.

Diferencie os jogos cooperativos e os jogos competitivos a partir dos

seguintes elementos: visão do jogo; objetivo; o outro; relação; resultado;

consequência e motivação.

Reconheça a importância das diferentes manifestações presentes nas

danças e seu contexto histórico.

Conheça os diferentes ritmos, passos, posturas, conduções, formas de

deslocamento, entre outros elementos presentes no forró, vanerão e nas

danças de origem africana.

Crie e vivencie atividades de dança nas quais sejam apresentadas as

diferentes criações coreográficas realizadas pelos alunos.

Conheça e vivencie as técnicas das ginásticas ocidentais e orientais.

Compreenda a relação existente entre a ginástica artística e os

elementos presentes no circo, assim como, a influência da ginástica na

busca pelo corpo perfeito.

Conheça os aspectos históricos, filosóficos e as características das

diferentes formas de lutas.

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Bibliografia

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba: SEED, 2008.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos. Curitiba: SEED, 2006.

PROPOSTA CURRICULAR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: Concepção, Conteúdos e Seus Respectivos Encaminhamentos Metodológicos.

SOARES, Carmem Lucia et al. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DO ENSINO RELIGIOSO

Apresentação

O artigo 33 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN)

determina que “o ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da

formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das

escolas públicas do ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade

cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo”.

No processo de constituição do Ensino Religioso como disciplina

escolar, os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso apontaram

o fenômeno religioso como objeto de estudo. Entretanto, isso tem sido

questionado porque, ao ser entendido como uma manifestação da natureza

humana, o fenômeno religioso é restrito a determinadas tradições religiosas, o

que exclui a possibilidade de ampliar a abordagem para outras tradições e

manifestações religiosas.

Com o objetivo de ampliar a abordagem curricular no que se refere à

diversidade religiosa, as Diretrizes Curriculares para o Ensino Religioso

(PARANÁ, 2008) definem como objeto de estudo o Sagrado como foco do

fenômeno religioso, por contemplar algo presente em todas as manifestações

religiosas. Essa concepção favorece uma abordagem ampla de conteúdos

específicos da Disciplina. Entretanto, para definirmos esses conteúdos,

precisamos, primeiramente, destacar os conteúdos estruturantes, os quais são

três: 1. Paisagem Religiosa – trata-se da materialidade fenomênica do Sagrado

e esta é apreendida através dos sentidos. É, na verdade, a exterioridade do

Sagrado, ou seja, o espaço utilizado para praticar a religiosidade; 2. Universo

Simbólico Religioso – trata-se da apreensão conceitual através da razão, isto é,

conhecer o Sagrado através dos seus predicados e identificando a lógica

simbólica presente nos rituais, os quais também não deixam de ser uma

projeção cultural e; 3. Texto Sagrado – está relacionado à tradição e à natureza

do Sagrado enquanto produto da cultura de um povo, fruto das tradições orais

e dos Mitos das religiões.

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Objetivos

Proporcionar o conhecimento e a compreensão do fenômeno religioso a

partir das experiências religiosas percebidas no contexto sociocultural do

aluno.

Analisar o papel das Tradições Religiosas na estruturação e manutenção

das diferentes culturas.

Contribuir para a formação da cidadania e convívio social baseado na

alteridade e respeito às diferenças.

Compreender que as religiões também apresentam soluções para os

dilemas humanos, mas sobre outra ótica, ou seja, a ciência se assenta

em métodos, já as religiões fundamentam seus conhecimentos em

crenças.

Compreender que a diversidade de religiões se caracteriza pela

diferente concepção que se tem de culto ao Transcendente. Além disso,

os cultos são produções culturais de cada povo.

Compreender que hoje, infelizmente, 85% dos conflitos entre nações são

advindas das questões religiosas e, portanto, somente através do

conhecimento e respeito pela crença e cultura do outro é que

poderemos viver pacificamente.

Conteúdos

Conteúdos estruturantes: Paisagem Religiosa, Universo Simbólico

Religioso, Textos Sagrados.

6º ano

Organizações religiosas: principais características; fundadores e/ou

líderes religiosos; estruturas hierárquicas. Exemplos de organizações

religiosas mundiais e regionais: Budismo (Sidarta Gautama);

Confuncionismo (Confúcio); Espiritismo (Allan Kardec); Taoísmo (Lao

Tsé), etc.

Lugares sagrados: lugares da natureza (rios, lagos, montanhas, grutas,

cachoeiras, etc.) e lugares construídos (templos, cidades sagradas,

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cemitérios, etc.; a peregrinação, a reverência, o culto e as principais

práticas que consagram esse espaço.

Textos sagrados: ensinamentos sagrados transmitidos de forma oral ou

escrita pelas diferentes culturas religiosas, como em cantos, narrativas,

poemas, orações, pinturas, tatuagens, etc. Exemplos: textos grafados

como o dos Vedas, o Velho e o Novo Testamento, o Torá, o Al Corão e

textos das tradições orais das culturas africana e indígena.

Símbolos religiosos: pode ser uma palavra, um som, em gesto, um ritual,

um sonho, uma obra de arte, textos e outras linguagens que veiculam

uma concepção, expressando sentidos, comunicando e exercendo papel

relevante para a vida imaginativa e para a constituição das diferentes

religiões. Exemplos: a arquitetura religiosa, os mantras, os paramentos,

os objetos que fazem parte dos ritos, dos mitos ou do cotidiano das

religiões.

7º ano

Temporalidade sagrada: o momento em que o humano se liga ao divino

– o evento da criação nas diversas tradições religiosas, os calendários e

seus tempos Sagrados (nascimento do líder religioso, passagem de ano,

datas de rituais, festas, dias da semana, calendários religiosos). Entre os

exemplos podemos citar o Natal (cristão), Kumba Mela (hinduísmo),

Losar (passagem do ano tibetano) e outros.

Festas religiosas: os eventos organizados pelos diferentes grupos

religiosos, com objetivos diversos: confraternização, rememoração dos

símbolos, períodos ou datas importantes. Destacam-se as

peregrinações, as festas familiares, as festas nos templos e as datas

comemorativas. Exemplos: Festa do Dente Sagrado (Budismo); Ramadã

(Islâmica), Kuarup (indígena), Festa de Iemanjá (afro-brasileira),

Pessach (judaísmo), Natal (cristã).

Ritos: as práticas celebrativas das tradições e manifestações religiosas,

formadas por um conjunto de rituais. Podem ser compreendidas como a

recapitulação de um acontecimento sagrado anterior, servindo à

memória e à preservação da identidade de diferentes tradições e

manifestações religiosas; também podem remeter a possibilidades

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futuras a partir de transformações contemporâneas. Destacam-se os

ritos de passagem, os mortuários e os propiciatórios, entre outros.

Exemplos: a dança (Xire), o candomblé, o Kiki (Kaingang, ritual fúnebre),

a via sacra, o festejo indígena de colheita, etc.

Vida e morte: as explicações para a vida além da morte nas diversas

religiões e sua relação com o Sagrado. Pode-se trabalhar o sentido da

vida nas tradições e manifestações religiosas, a reencarnação, a

ressurreição, a forma como cada cultura/organização religiosa encara a

morte e lida com o culto aos mortos, finados e dias especiais para tal

relação.

Metodologia

Primeiramente, quando se trata de Ensino Religioso, precisamos

compreender que não se trata de Catequese, nem de Escola Dominical ou

outras formas de educar e ensinar as doutrinas de determinada religião. Nesse

sentido, o professor desta Disciplina, mesmo professando uma determinada

crença, precisará estar atento para que o conteúdo Sagrado referente a

determinada série de estudos não se restrinja à sua religião. Antes de tudo,

precisa-se ter o respeito pelo culto do outro.

Nessa nova perspectiva de Ensino Religioso, busca-se compreender, a

partir da experiência religiosa do alunado e de seus conhecimentos prévios, a

riqueza da diversidade religiosa. É importante conhecer as variadas formas de

compreender e se dirigir ao Transcendente, enquanto frutos de uma cultura. Ao

procurar descobrir coletivamente os sinais do Sagrado na diversidade, deve-se

observar o que as religiões possuem em comum, para que haja o respeito e,

consequentemente, o bom convívio entre as pessoas. Quaisquer juízos de

valor sobre esta ou aquela prática religiosa deve ser repudiada. A diversidade

não deve ser motivo de transgressão e agressão, mas sim de conhecimento e

aprendizado, pois no conviver com o diferente também aprendemos e, assim,

crescemos intelectualmente. Além disso, o universo das manifestações

religiosas devem ser entendidas como construção histórico-social e patrimônio

cultural da humanidade.

Buscando a superação das práticas tradicionais, centradas no estudo

confessional e pautadas na memorização e aceitação dos conteúdos

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apresentados pelo professor, propõe-se uma aula dialogada que ofereça

oportunidade para análises e questionamentos.

Ao anunciar o conteúdo a ser trabalhado em sala, o professor deve

verificar o que os alunos já conhecem sobre o assunto, levantando, em

seguida, os principais problemas vivenciados quanto à temática. Quando o

professor estabelece relações entre o objeto de estudo da Disciplina e o que

ocorre na sociedade, o conhecimento passa a fazer sentido para o aluno.

Na prática, as aulas acontecerão utilizando a diversidade de

possibilidades metodológicas, tais como: aulas expositivas, estudo individual e

coletivo, pesquisas, questionamentos, ideias, opiniões, dúvidas ou hipóteses

sobre os textos, sobre as aulas expositivas, reflexão sobre as relações entre o

presente e o passado, atividades, produção de textos, leituras, desenhos,

músicas, mensagens, relaxamentos, expressões corporais, visitas aos locais

sagrados, práticas celebrativas, entrevistas, teatros etc. Dentre os recursos

didáticos, serão utilizados livros, revistas, objetos sagrados, DVD‟s, CD‟s,

tvpendrive, computadores (Laboratório de Informática) e outros.

Avaliação

A avaliação compreenderá a observação do aluno em diversas

situações e a utilização de instrumentos de avaliação que permitam

acompanhar se o aluno:

Expressa uma relação respeitosa com os colegas de classe que têm opções

religiosas diferentes da sua;

Aceita a diversidade de credos ou expressões de fé;

Reconhece que o fenômeno religioso faz parte da cultura e da identidade de

determinado grupo social;

Emprega conceitos adequados quando se refere às diferentes

manifestações do Sagrado.

Apesar de não haver aferição de notas ou conceitos, é importante

diagnosticar o quanto o aluno se apropriou do conteúdo, identificando e

registrando os progressos obtidos.

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Os resultados da avaliação dará ao professor elementos para planejar

as intervenções necessárias e indicará também os níveis de aprofundamento a

serem adotados nos próximos conteúdos.

Referências

ASSIS, Valéria Soares (Org.). Antropologia, Cultura e Educação. 2.ed. Maringá: UEM, 2009.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 15 mar. 2011.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba: SEED, 2008.

Revista Nova Escola – Outubro / 1999.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE GEOGRAFIA

Apresentação

Os questionamentos, a busca pelo conhecimento, pela compreensão do

mundo que nos cerca é uma tarefa que nunca acaba. Em vários momentos

observamos o espaço geográfico bem como as paisagens com seus diversos

elementos, e percebemos que eles mudam com o passar do tempo. Essas

informações nos chegam a partir de diversos meios de comunicação. Dessa

forma nesse mundo de constantes transformações, as escolas não podem

formar pessoas para executar tarefas repetitivas e sem criatividade. A atual

realidade exige profissionais ágeis, aptos a dar soluções rápidas para os

problemas, capazes de se adaptarem as novas tecnologias.

Nesse sentido, a Geografia, ciência que estuda o espaço físico

organizado pela sociedade, e, de certa maneira, a própria sociedade, contribui

para a formação de cidadãos capazes de compreender o mundo em que vivem

e nele atuar de forma consciente fornecendo ferramentas para que os mesmos

sejam capazes de mobilizar todos o seus conhecimentos, saberes e

habilidades para resolver de modo satisfatório as situações que surgirem no

seu dia a dia.

Diante dessas questões, essa proposta curricular aborda conteúdos

referentes ao ensino fundamental, desmembrados dos conteúdos estruturantes

a partir da realidade do aluno dentro da sociedade em que ele está inserido.

Objetivos

Ler e compreender as diversas fontes textuais, cartográficas e de

imagens, interpretando, analisando, relacionando e localizando

informações do espaço geográfico.

Perceber a organização do espaço, como fruto das relações humanas,

reconhecendo as desigualdades socioeconômicas compreendendo suas

causas e sua inserção no espaço.

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Conteúdos

6º ano

A DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

As políticas mundiais relacionadas a questões referentes ao meio

ambiente

A DIMENSÃO SÓCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

O homem, as paisagens e o espaço geográfico

A representação do espaço geográfico

Atmosfera, condições naturais e ações humanas

Os climas e as formações vegetais da Terra

A hidrosfera e a importância da água para a sociedade

A litosfera e o relevo terrestre - condições naturais e ação humana

A DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO

GEOGRÁFICO

População, crescimento e condições socioeconômicas

A sociedade, a cidadania e o trabalho

A DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

A agropecuária

A atividade industrial e as fontes de energia

O comércio, os transportes e as comunicações

7º ano

A DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

O poder político, Estado e organização do espaço

O espaço socioeconômico do Nordeste, do Centro Sul e da Amazônia

A DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

A sociedade e a economia no Brasil

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A formação do território brasileiro

As desigualdades sociais no Brasil

A regionalização no Brasil

A DIMENSÃO SÓCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

A paisagem natural brasileira e a ação humana

A DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO

GEOGRÁFICO

A população brasileira

8º ano

A DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

O capitalismo na formação do espaço mundial

A revolução técnico-científica e a globalização

Desenvolvimento/subdesenvolvimento e regionalização do espaço

mundial

A integração na América e a formação dos blocos econômicos

A DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

A urbanização e as cidades globais

América

Os países desenvolvidos e subdesenvolvidos da América

Cuba – O socialismo na América

A DIMENSÃO SÓCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

O relevo e a hidrografia do continente americano

O clima e as paisagens vegetais na América

A DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO

GEOGRÁFICO

A população Americana

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9º ano

A DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

O século XX - Geopolítica e economia mundial

A DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

A globalização e a formação dos blocos econômicos

Europa e o espaço econômico

Os aspectos socioeconômicos da Rússia, Ásia, Oriente Médio, Japão e

Tigres Asiáticos, China, África e Oceania

A DIMENSÃO SÓCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

Europa - espaço natural

Os aspectos socioambientais da Rússia, Ásia, Oriente Médio, Japão e

Tigres Asiáticos, China, África e Oceania

A DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO

GEOGRÁFICO

Europa e a sociedade

Metodologia

Promover atividades de pesquisa e leitura em classe que favoreçam a

concentração e a atenção.

Leitura e confecção de textos, mapas e tabelas.

Participação dos alunos em projetos que envolvem busca de

informações, troca de ideias e tomada de decisões.

Apresentar aos alunos diferentes paisagens a partir de imagens para

que ele possa fazer observações indiretas (fotografias, vídeos, etc.).

Promover seminários onde poderão levantar problemas

socioeconômicos, levando a análise crítica contemporânea dos fatos,

que levará a construção do saber do geográfico.

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Avaliação

Levando em consideração que a avaliação deve ser capaz de indicar as

alterações necessárias para se tornar mais eficaz, o trabalho do professor e

avaliar mudanças de atitudes e valores construídos pelos alunos, como

posturas críticas diante da realidade, discernimento quanto a valores éticos

nas relações sócias e com a natureza.

Pra que possa espelhar os resultados obtidos pelos alunos em seus

vários aspectos é importante que a avaliação seja feita com instrumentos

variados tais como:

As provas escritas poderão ser com consulta e sem consulta a matérias

didáticos, buscando avaliar a capacidade de pesquisa, concentração e

assimilação dos conceitos geográficos.

Avaliação que envolva leitura e interpretação de gráficos, mapas e

tabelas.

Apresentação de seminários.

As formas de avaliação expostas acima deverão estar de acordo com

estabelecido no PPP da escola.

Bibliografia

ADAS. M. Geografia do mundo subdesenvolvido. Ed. Moderna, Ensino Fundamental, São Paulo, 2002.

CASTELLAR, S; MAESTRO. W. Geografia. Ed. Quinteto Editorial, SP, 2002.

LUCCI, A, ELIAN; BRANCO, L, ANSELMO, Geografia Homem e Espaço, São Paulo, ed. Saraiva, 2002.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. SEED: Curitiba, 2008.

TOMITA, S, M, LUZIA, Tendências do Mundo Atual - O Ensino dentro desse contexto - Especialização : Ensino de História e Geografia, UNIVALE-ESAP, 2004.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE HISTÓRIA

Para estudar o Passado de um povo, de uma instituição, de uma classe, não basta aceitar ao pé da letra tudo quanto nos deixou a simples tradição escrita. É preciso fazer falar a multidão imensa dos figurantes mudos que enchem o panorama da História e são muitas vezes mais interessantes e mais importantes do que os outros, os que apenas escrevem a História.

Sérgio Buarque de Holanda

Apresentação

Visando superar os problemas diagnosticados na organização curricular

da disciplina de História no Estado do Paraná, os professores envolveram-se

na construção deste novo documento orientador e, com isso, busca atender às

demandas dos movimentos sociais organizados, como a Lei nº 13.381/01, que

torna obrigatório, no Ensino Fundamental e Médio da rede pública estadual de

ensino, os conteúdos de História do Paraná; além da Lei 11.645/08, que altera

a Lei nº 9394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional,

para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da

temática História e Cultura Afro-Brasileira, seguida das “Diretrizes Curriculares

Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para Ensino de

História e Cultura Afro-Brasileira e Africana”, que tornam obrigatórias a

inserção dos conteúdos de história e cultura afro-brasileira e africana nos

currículos escolares.

A partir dessas reflexões optamos por trabalhar com uma concepção de

História que trata os acontecimentos como elementos de sustentação para as

explicações que podemos tecer em torno deles. A nossa preocupação maior é

entender o evento ou buscar o seu significado, mais do que formar um elenco

de acontecimentos amarrados por uma linha do tempo que comporta mais a

memorização do que a reflexão. Coerente com essa linha de trabalho

apresentou um conjunto de atividades que exige o desenvolvimento de várias

operações intelectuais, como a leitura, o entendimento e a identificação de

ideias de um texto, comparações entre eventos ou entre momentos históricos

diferentes, o estabelecimento de relações entre dois ou mais momentos da

história, o trabalho com conceitos e a compreensão da dinâmica de causas e

efeitos que percorrem todos os acontecimentos.

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Ao apresentar as diretrizes curriculares que estabelecem as orientações

comuns a serem observadas pelos professores de História na organização do

currículo da disciplina, faz-se necessário explicitar os fundamentos teóricos que

subsidiam estas proposições. Refletindo sobre o histórico do ensino de

História, identificou-se o processo pelo qual a disciplina foi se consolidando

como componente curricular obrigatório, bem como os interesses que

marcaram a opção por determinados referenciais teóricos.

Em princípio, destaca-se que as diretrizes curriculares que agora se

apresentam, recusa uma concepção de História como verdade pronta e

definitiva, vinculada a uma determinada vertente do pensamento humano, sem

diálogo com outras vertentes, pois não se pode admitir que o ensino de História

seja marcado pelo dogmatismo e pela ortodoxia. Por outro lado, recusam-se

também as produções historiográficas que afirmam não existir objetividade

possível em História, sendo, portanto, todas as afirmativas igualmente válidas.

Cumpre destacar ainda que os consensos mínimos construídos no

debate entre as vertentes teóricas não são meras opiniões, mas fundamentos

do conhecimento histórico que serão tidos como referenciais para a construção

deste documento de diretrizes.

Objetivos gerais

A História tem como objeto de estudos os processos históricos relativos

às ações e às relações humanas praticadas no tempo, bem como os sentidos

que os sujeitos deram às mesmas, tendo ou não consciência dessas ações. Já

as relações humanas produzidas por estas ações podem ser definidas como

estruturas sócio-históricas, ou seja, são as formas de agir, de pensar ou de

raciocinar, de representar, de imaginar, de instituir, portanto, de se relacionar

social, cultural e politicamente.

As relações condicionam os limites e as possibilidades das ações dos sujeitos

de modo a demarcar como estes podem transformar constantemente as

estruturas sócio-históricas.

É importante a formação de uma consciência histórica critica dos alunos,

pois os mesmos têm o poder de problematizar a construção do processo

histórico com a consciência de que ela não esta pronta e acabada:

Ampliar a compreensão de sua realidade, confrontando-a e

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relacionando-a com outras realidades históricas e assim possam fazer

suas escolhas e estabelecer critérios para orientar suas ações.

Conhecer e respeitar o modo de vida dos diferentes grupos em diversos

temas e espaços em suas manifestações culturais, econômicas, políticas

e sociais.

Valorizar o direito de cidadania dos indivíduos, dos grupos e dos povos

com condição de efetivo fortalecimento da democracia, mantendo as

diferenças e a luta contra as desigualdades.

Questionar a realidade, identificando problemas e possíveis soluções.

Discutir a cultura afro-brasileira e africanidades, com base na Lei nº

11645/08.

De acordo com Gasparin, é necessário modificar a postura de professor

e alunos intelectual e qualitativamente em relação a suas concepções sobre o

conteúdo que reconstruíram, passando de um estágio de menor compreensão

científica, social e histórica a uma fase de maior clareza e compreensão dessas

mesmas concepções dentro da totalidade.

Objetivos específicos - 6º ano

O aluno deverá ser capaz de visualizar as diferentes fases que compõe

a pré-histórica, sendo capaz ainda de diferenciá-las e entender os

mecanismos da evolução e desenvolvimento do homem.

Deverá entender as fases da formação e agrupamentos do homem

(passagem do nomadismo para o sedentarismo) que levaram a

formação das primeiras formas de sociedade.

Colocar o homem como agente formador e transformador desses fatos.

Caracterizar e estabelecer distinção entre civilizações e impérios que

surgiram na “Crescente Fértil”.

Apresentar o Egito e a Mesopotâmia como exemplo de civilização e

império.

Descrever as principais características das respectivas sociedades

ressaltando suas semelhanças e diferenças.

Levar o aluno a identificar a presença e a importância da raça negra na

civilização egípcia, que serviu de base para erguer a famosa civilização

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ocidental (estudo de caso sobre a cultura afro: sua influencia na cultura

brasileira).

Demonstrar a grande contribuição da civilização hebraica na formação

da civilização ocidental com seu culto monoteísta e expressão do

cristianismo, destacando a origem dos conflitos entre judeus e palestinos

até hoje.

Levar o aluno a compreender as origens das civilizações greco-romanas.

Relacionar as mudanças nas formas de governo com os conflitos entre

grupos sociais da sociedade grega, especialmente da ateniense.

Caracterizar a democracia ateniense e sua rivalidade com Esparta

(Guerra do Peloponeso) que levou ao declínio da civilização. Ressaltar a

cultura grega, especialmente a filosofia e os esportes e sua importância

para nossa cultura.

Levar o aluno a perceber pelo estudo da formação e expansão da

civilização romana, a articulação entre os conflitos sociais e as

transformações históricas, as causas internas que levaram a sua

decadência.

Caracterizar as invasões bárbaras e a formação do estado feudal.

Levar o aluno a compreender as diversas características dos primeiros

habitantes do Paraná e o papel desempenhado pelos jesuítas.

Objetivos específicos – 7º ano

O aluno deverá entender as transformações que marcaram a passagem

da Antiguidade para a Idade Média, com a fusão das culturas romanas e

dos povos bárbaros dando origem a uma nova sociedade, a sociedade

feudal, identificando-a em termos políticos, sociais e econômicos.

Refletir sobre o poder e papel desempenhado pela Igreja durante a

Idade Média.

Identificar as causas da expansão marítimo comercial do século XV e

XVI, e os fatos que determinaram o pioneirismo marítimo português

espanhol, como também na conquista da América e as diretrizes do

Tratado de Tordesilhas.

Mostrar ao aluno o domínio espanhol, a submissão e destruição das

civilizações asteca e Inca, relacionando com a expansão do capitalismo

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comercial espanhol.

Identificar os valores dominantes da mentalidade renascentista, marcada

pelo humanismo, pelo racionalismo e pelo individualismo, como também

as realizações cientificas e as artes do período renascentista.

Conhecer os fatores religiosos, sócioeconômicos e políticos que levaram

ao advento da reforma protestante, como também, a doutrina de Lutero

e seu papel na Reforma.

Relacionar o início da colonização do Brasil com a conjuntura econômica

de Portugal na época, destacando as principais características da

colonização em sua primeira fase.

Relacionar as primeiras expedições exploradoras que chegaram no

Paraná a procura de metais preciosos com as bandeiras paulistas, que

percorreram nosso estado aprisionando índios e destruindo as reduções

jesuíticas.

Destacar a importância histórica da descoberta do ouro do Paraná, como

a primeira descoberta feita no Brasil, o povoamento feito no Brasil, o

povoamento do litoral, a fundação de Paranaguá e Curitiba e a

descoberta dos primeiros caminhos ligando o litoral ao primeiro planalto.

O aluno será capaz de entender o importante papel desempenhado

pelos tropeiros na história política, econômica e social, do Paraná como

também ressaltar importantes cidades paranaenses que surgiram com o

tropeirismo.

Objetivos específicos - 8º ano

Conhecer os aspectos básicos dos pensamentos de Locke, Montesquieu

e Voltaire, relacionando-os na ação dos governos dos déspotas

esclarecidos no processo de independência das colônias da América.

Levar o aluno a entender a crise do sistema colonial, que culminou com

a independência das treze colônias e sua influencia no processo de

independência das colônias espanholas e portuguesas na América.

Destacar a importância da Revolução Francesa na transformação

estrutural da sociedade francesa, ao mesmo tempo relacionar a atuação

de cada classe social nos eventos da Revolução.

Caracterizar a Era Napoleônica, nos aspectos internos da realidade

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francesa e aspectos externos com o quadro europeu na época. Enfocar

os aspectos mais importantes que marcaram a decadência do império

Napoleônico.

Apresentar as condições históricas que deram origem a revolução

Industrial Inglesa e sua repercussão no mundo do trabalho, ressaltando

as transformações políticas, sociais e econômicas decorrentes da

mesma.

Relacionar a vinda da família Real para o Brasil com a política Européia

durante as guerras napoleônicas e mostrar os efeitos na sociedade

colonial da época.

Levar o aluno a entender o processo de independência do Brasil,

destacando os interesses econômicos e sociais portugueses dos grupos

envolvidos.

Ressaltar a participação do quadro político brasileiro com a participação

restrita da elite, o parlamentarismo monárquico às avessas, a

prosperidade advinda do café garantindo certa estabilidade político-

econômica.

Analisar as transformações sociais ocorridas no 2º reinado a partir da

crise do sistema escravista e da imigração (Estudo de caso sobre as

influências da cultura africana e indígena no Brasil).

A chegada dos imigrantes no Paraná.

As colônias italianas, alemãs, polonesas, japonesas e suas marcas na

cultura paranaense.

Apontar a influencia e a contribuição dos imigrantes na colonização do

Paraná e suas marcas na cultura paranaense.

Objetivos específicos - 9º ano

Destacar o sistema político que vigorou durante a República Velha e sua

reação com a economia cafeeira e a reação militar e da classe média

urbana em relação ao domínio oligárquico.

Destacar os movimentos e rebeliões ocorridas durante a República

Velha.

Apresentar os fatores que explicam a eclosão da Revolução Russa de

1917 e as características do sistema político e econômico então

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implantado.

Analisar a crise do sistema capitalista mundial ocorrida a partir de 1929.

Relacionar a crise com o surgimento dos regimes totalitários na Europa

como reação dos movimentos operários e dos partidos de esquerda.

Relacionar a Revolução de 30 com o declínio das oligarquias no Brasil.

Destacar os fatores políticos, econômicos e sociais que levaram a

implantação do Estado Novo, relacionando com os regimes totalitários

da Europa.

Apresentar as causas que levaram a 2ª Guerra e suas consequências,

destacando o surgimento dos EUA como 1ª potencia mundial e sua

influencia na política mundial.

Destacar a participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial, relacionando

com o fim do Estado Novo.

Mostrar a polarização da política mundial em zona de influencia dos EUA

x URSS, o que ocasionou o fenômeno da Guerra Fria.

Caracterizar o quadro político brasileiro após o fim da 2ª Guerra,

relacionando com o populismo que predominou no período de 1945-

1964, e também com transformações ocorridas na sociedade brasileira

com o surto industrial do período JK.

Destacar a crise política desencadeada no Brasil com a renúncia de

Jânio Quadros e sua relação com o golpe militar de 1964.

Mostrar o autoritarismo de 65 e como se relacionava com os interesses

da classe dominante com o capital estrangeiro e com a política

econômica adotada pelo regime militar, a supervisão das liberdades

públicas e a repressão policial as organizações de esquerda.

Relacionar a Proclamação da Republica com a República Federalista no

Paraná e os conflitos no Contestado.

Descrever os problemas agrários no Paraná relacionando-os com o

declínio e o êxodo rural.

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Conteúdos

6º ANO

Das origens do homem até a Idade Antiga - diferentes trajetórias,

diferentes culturas.

Parte-se do princípio de que a abordagem não é detalhista ou

enciclopédica, mas pautada na compreensão de conjunto e construção de uma

“grande linha do tempo”, fornecendo bases para o estudo histórico da dinâmica

que envolve as diversas sociedades humanas em suas particularidades e

grandes sínteses narrativas no tempo e no espaço, dentro do qual pretende-se

apresentar aos alunos aspectos do processo histórico de formação das

sociedades humanas, as migrações, os encontros culturais e a diversidade de

modos de vida destas sociedades, incluindo a ocupação do território brasileiro

pelos diversos povos indígenas e o estudo de suas culturas até chegada dos

europeus na América;

Concepção de história

Objetivos: Estimular o aluno a observar registros de datas e nomes de

personagens históricos a partir da realidade que o cerca, assim como buscar

informações da história da comunidade a qual pertence. Pretende-se, com isso,

promover a reflexão sobre como a história é construída e quem faz a história.

O historiador e a produção do conhecimento histórico

Tempo, temporalidade

Fontes históricas, documentos

Patrimônio material e imaterial

Contagem do tempo

Calendários

Pesquisa

Vida em sociedade

Objetivos: Mostrar a importância a importância da vida em sociedade para o

ser humano, ou seja, caracterizar o homem como um “animal social”. Destacar

que a vida social implica a existência de regras sociais. Demonstrar que as

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sociedades são diferentes no tempo e no espaço e que transformam ao longo

da história.

Regras e valores gerais

Teorias sobre a origem do homem

Origem do homem americano

A pré-história

Objetivos: Apresentar as teorias sobre a origem do homem. Mapear os

possíveis ancestrais do homem. Mostrar que o homem, desde o seu

surgimento, está marcado pela necessidade de lutar pela sobrevivência e que o

trabalho é a essência dessa luta.

O período paleolítico

O período neolítico

Idade dos metais

Surgimento das primeiras civilizações e impérios

Arqueologia no Brasil

Objetivos: Mostrar que a América tem uma história que é muito anterior a

colonização europeia.

Lagoa Santa

Serra da Capivara

Sambaquis

As primeiras civilizações.

Objetivos: Caracterizar e estabelecer distinção entre civilizações e impérios.

Mostrar que foi na Mesopotâmia que tudo começou. Apresentar o Egito como

exemplo de civilização e de império. Descrever as principais características da

sociedade egípcia, dos Fenícios, dos Hebreus e dos Persas da antiguidade.

Mesopotâmia

Egito

Fenícios

Hebreus

Persas

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As grandes civilizações da antiguidade clássica.

Objetivos: Mostrar a relação entre os conflitos sociais e as formas de governo

com um exemplo clássico a civilização grega. Indicar as origens da civilização

grega. Relacionar as mudanças nas formas de governo com os conflitos entre

grupos sociais da sociedade grega, especialmente da ateniense. Caracterizar a

democracia ateniense. Apresentar as relações entre a Grécia Antiga e a nossa

sociedade. Caracterizar a sociedade grega como uma sociedade escravista.

Apresentar os fatores que levaram ao declínio da civilização grega.

A Grécia

Cidades-Estados

Mitologia e deuses gregos

Filósofos gregos

Jogos Olímpicos

Antiga Roma

Objetivos: Levar o aluno a perceber pelo estudo da formação e expansão da

civilização romana, a articulação entre os conflitos sociais e as transformações

históricas. Descrever a sociedade romana imperial como uma sociedade

escravista. Dar as fontes do poder dos generais na fase inicial da Republica

romana e na fase imperial. Destacar as causas internas da decadência do

Império Romano. Caracterizar os povos bárbaros.

Origem de Roma

Ascensão de Roma

Império Romano

O Cristianismo

O declínio do Império Romano

História do Paraná: povos indígenas no Brasil e no Paraná

Objetivos: Mostrar parte de nossa história do Paraná, em especial os primeiros

habitantes e como se deu a ocupação do território brasileiro.

Ameríndios do território brasileiro e os primeiros habitantes do Paraná

Guaranis, Kaiganges, Xetá e Xokleng

Ocupação portuguesa e o tratado de Tordesilhas

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Formação da sociedade brasileira e americana: América portuguesa,

espanhola e francoinglesa.

Objetivos: Importante fazer os alunos a observar como se deu a ocupação no

Paraná e mostrar que houve uma quase dizimação dos nossos povos (índios),

que muito foram utilizados na escravidão e outros mortos em lutas pela terra.

Ocupação Espanhola no Paraná

As reduções jesuíticas no Paraná

Onde estão os índios no Paraná hoje (reservas)

Manifestações culturais

Organização social

Escravidão de indígenas e africanos

Economia

7º ANO

Das contestações a ordem colonial ao processo de independência do

Brasil – século XVII ao XIX.

Visa o estudo do processo de colonização e criação da América e do

Brasil, numa abordagem não nacional e, portanto não anacrônica, num

exercício de relação simultânea entre Brasil, América, África e Europa. Propõe

ainda, um estudo da constituição do Brasil entre os séculos XVII e XIX,

analisando desde a expansão e consolidação do território, inclusive o

paranaense, passando pelos movimentos de contestações até o processo de

independência;

A Europa Medieval

Objetivos: Caracterizar as transformações ocorridas na agricultura europeia

durante a Baixa Idade Média e mostrar as suas consequências demográficas e

econômicas. Caracterizar e explicar o renascimento urbano. Explicar o

processo de centralização política, relacionando-o com o renascimento

comercial.

A descentralização do poder

A vida no feudo

A sociedade feudal

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A Igreja medieval

A expansão marítima

Objetivos: Apresentar os fatores da expansão comercial europeia dos séculos

XIV e XV, relacionando-a com o desenvolvimento do artesanato urbano, com

os produtos de luxo orientais e com o consumo sofisticado de uma elite.

Mostrar o papel relevante de Portugal na expansão marítima europeia e

relacionar isso com a singularidade histórica da formação do território e do

Estado português. Assinalar a importância e as características das grandes

navegações europeias dos séculos XV e XVI.

Portugal de feudo a reino

Comércio próspero lavoura decadente

Pela independência e pela riqueza

Grandes navegações e descobertas

Uma nova visão de mundo

As grandes civilizações e a conquista das Américas

Objetivos: Mostrar que também na América floresceram sociedades civilizadas,

com alto grau de complexidade. Mostrar a submissão e a destruição das

culturas asteca e inca, relacionando-as com a expansão do capitalismo

comercial espanhol.

Maias: os senhores do tempo

Astecas: os guerreiros dos deuses

Tiahuanaca

Incas: os senhores do sol

O trágico fim dos impérios Astecas e Incas

A colonização da América Espanhola

O Brasil indígena

A terra do pau-brasil

Chegada da família real ao Brasil

Objetivos: Relacionar o início da colonização do Brasil com a conjuntura

econômica e a estrutura de poder existente em Portugal. Mostrar as principais

características da colonização na sua primeira fase.

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De colônia a Reino Unido

Missões artístico-científicas

Biblioteca nacional

Banco do Brasil

Urbanização na capital

Imprensa Régia

Independência das Treze Colônias Inglesas

Objetivos: Mostrar a crise do antigo sistema colonial, enfocando a

independência das Treze colônias inglesas, e também a Revolução Francesa e

a Comuna de Paris.

Diáspora africana

Revolução Francesa

Comuna de Paris

Invasão napoleônica na Península Ibérica

Objetivos: Mostrar como se deu o Império Napoleônico e como se deu as

invasões pela Península Ibérica.

O processo de independência do Brasil

Objetivos: Mostrar que a independência do Brasil foi motivada por outros

fatores (independência das Treze Colônias, Revolução Francesa, ideias

iluministas, etc.). Deixar em evidencia que a independência do Brasil custou

caro, pois nascia ali a primeira dívida externa.

Governo de D. Pedro I

Constituição outorgada de 1824

Unidade territorial

Manutenção da estrutura social

Confederação do Equador

Província cisplatina

Haitianismo

Revoltas regenciais: Malês, Sabinada, Balaiada, Cabanagem,

Farroupilha

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O processo de independência das Américas

Objetivos: Mostrar que também outros países da América buscavam a sua

independência.

Haiti

Colônias espanholas

O Renascimento

Objetivos: Mostrar qual a importância do Renascimento para a História,

revolucionando as ciências e as artes.

Uma nova visão do homem e do mundo

Uma arte renovada

Uma revolução nas ciências

As Reformas Religiosas

Objetivos: Levar aos alunos a importância das Reformas Religiosas para

romper com as indulgências impostas pela Igreja Católica, e com o surgimento

do Protestantismo verifica-se a necessidade de “Igreja” para atender interesses

de pessoas.

A crise da Igreja católica

O protestantismo

Uma necessidade: a Reforma católica

O sistema colonial na América e a sociedade escravista

Objetivos: Mostrar a importância da colonização do Brasil, e que isto não foi tão

simples, pois houve muita luta até chegar ao fim da escravidão.

A administração da colônia

A luta pelo domínio do território

A lavoura canavieira

O reinado do açúcar

O comércio humano

O escravo negro no Brasil

Movimento de contestação

Objetivos: Mostrar que o Brasil não foi tão ameno a dominação e que muitas

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revoltas aqui ocorreram.

Quilombos

Revoltas nativistas e nacionalistas

Inconfidência Mineira

Conjuração baiana

Revolta da cachaça

Revolta do maneta

Guerra dos mascates

História do Paraná

Entradas e Bandeirantes no Paraná

Objetivos: Mostrar um pouco da nossa história, em especial o início da

colonização do Paraná.

Paraná: o berço do ouro no Brasil

A procura do ouro surge os primeiros caminhos no Paraná (Graciosa,

Itupava e do Arraial)

Caminhos dos tropeiros e o tropeirismo no Paraná

Missões

Bandeiras

Invasões estrangeiras

Emancipação política no Paraná

Colonização do território paranaense

Economia

Organização social

Manifestações culturais

Organização político-administrativo

8º ANO

Pensando a nacionalidade: do século XIX ao XX – a constituição do

ideário de nação no Brasil.

O estudo das ideias referentes à nacionalidade brasileira e a formação

da sociedade serão a base para o estudo deste período num constante

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exercício de relação simultânea envolvendo América, África e Europa, bem

como o estudo do processo de emancipação política do Paraná.

O Absolutismo

Objetivos: Mostrar o poderio da Inglaterra no período absolutista e a dominação

das colônias até atingir as responsabilidades de ser denominada de a “rainha

dos mares”, caracterizarem o regime absolutista e identificar as principais

teorias favoráveis ao absolutismo: comparar a revolução Puritana e gloriosa e

destacar o seu papel no desenvolvimento capitalista inglês; analisar o processo

de formação das treze colônias inglesas na América do Norte e diferenciar os

modelos de colonização que se desenvolveram naquelas terras.

O Absolutismo inglês

As Revoluções inglesas

A vida cotidiana na era absolutista

A Colonização da América do Norte

A Época de Ouro no Brasil

Objetivos: Perceber a importância da mineração para o desenvolvimento do

mercado interno e da vida urbana e para diversificação das atividades

econômicas da colônia. Reconhecer a importância e o predomínio do trabalho

escravo na extração aurífera da região das minas: destacar as características

do sistema de exploração do ouro e as principais formas de tributação

estabelecidas pela coroa portuguesa: desenvolver uma atitude favorável a

conservação do patrimônio histórico e arquitetônico brasileiro: perceber asa

diferenças e semelhanças entre nordeste açucareiro nos séculos XVI e XVII e a

sociedade mineira do século XVIII.

A descoberta e a exploração do ouro

Portugal e o ouro brasileiro

O crescimento do mundo interno e a vida urbana

A vida cotidiana nas cidades

A Revolução Industrial

Objetivos: Reconhecer as características da urbanização atual e relacioná-las

aos elementos da Revolução industrial na Inglaterra, identificar as principais

características da Revolução Inglesa: entender a importância do comercio

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externo inglês para o desenvolvimento econômico daquele país, sintetizar as

mudanças ocorridas no processo de produção na Inglaterra e perceber os

efeitos dessas mudanças nas relações de trabalho e no meio ambiente; refletir

sobre o trabalho infantil no inicio da industrialização, assim como no Brasil

atual; identificar os elementos essenciais introduzidos na Revolução Industrial

inglesa como molde a partir da qual a sociedade contemporânea foi construída.

Levar os alunos a observar o que foi a Revolução Francesa, sua importância

que representou o marco do fim da Idade Média e o inicio da Idade

Contemporânea. Mostrar que a Revolução Francesa influenciou a América a

iniciar o processo de independência.

A Revolução Industrial começou na Inglaterra

Do artesanato a maquino fatura

As cidades industriais e a vida operária

O Iluminismo

Objetivos: Mostrar como se deu a queda do Antigo Regime, e em

consequência à dominação do mundo europeu sobre o mundo, e despontando

como as grandes potências: França e Inglaterra. Apresentar também como

estava o mundo nos séculos XV e XVI (período em que havia a perseguição

religiosa) e depois o século XVII que começa a aparecer o homem que estava

preocupado com a procura das leis universais. A filosofia das luzes

Os filósofos iluministas

Repercussões

A independência dos Estados Unidos da América

Objetivos: Mostrar como se deu a colonização da América do Norte e

principalmente o processo de independência.

A opressão inglesa

Nascem os E.U.A.

A Revolução Francesa

Objetivos: Fazer os alunos a observar como e o que foi a Revolução Francesa,

e também a sua importância que representou o marco do fim da Idade Média e

o inicio da Idade Contemporânea. Mostrar que a Revolução Francesa

influenciou a América a iniciar o processo de independência.

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Desigualdade social e a crise financeira

A queda do absolutismo

O governo da convenção

O triunfo da burguesia

O Império Napoleônico

Objetivos: Fazer com que os alunos vejam como Napoleão Bonaparte envolveu

toda a Europa em guerras, destronando os reis absolutistas e impondo pela

força das armas uma nova ordem política no continente, marcando assim a Era

Napoleônica.

Um estado forte e centralizado

A expansão do Império Francês

A queda do Império

A Revolução Industrial

Objetivos: Apresentar a Revolução Industrial e seus pontos positivos e

negativos, ficando em evidencia a dificuldade no seu início, onde o capitalismo

forçava a exploração dos operários e que vai resultar em greves.

Uma economia em crescimento

Das melhores técnicas a mecanização

Capitalistas e operários

Vinda da família Real para o Brasil

Objetivos: Mostrar qual foi a reação dos brasileiros com a chegada da Corte

real, que buscava abrigo aqui nesta colônia (Brasil), fazendo com que o Rio de

Janeiro tornasse a sede da família real, e assim as pressões do rei até chegar

nos movimentos abolicionistas.

Sob a proteção britânica

Rio de Janeiro – sede da corte portuguesa

Pressões sobre o rei

Governo de D. Pedro II

Criação do IHGB

Lei de Terras, Lei E. de Queiroz

Definição do território

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Movimento abolicionista e emancipacionista

A independência do Brasil

Objetivos: Fazer com que os alunos vejam que o antagonismo entre os

brasileiros e os portugueses se agravaram após 1820; a necessidade do

retorno de D. João VI a Portugal; e o processo de independência do Brasil.

O retorno de D. João VI para Portugal

A caminho da independência

Depois da independência: organizar o Brasil

Uma monarquia autoritária

A abdicação de D. Pedro I

Ideias positivistas

Imigração asiática

Império

Objetivos: Mostrar como foi o segundo Império no Brasil (1940-1889),

evidenciando como estava consolidado o poder político nas mãos da burguesia

na Europa, e como as ideias liberais estavam sendo adotas pelo governo

monárquico aqui no Brasil.

Os limites do Imperialismo no Brasil

Parlamentarismo à brasileira

Abolição da escravatura

O café e a questão da mão de obra

Trabalho sim, terra não

Imigrantes: porque os europeus?

Abolição: defensores e opositores

História do Paraná

O Paraná e a Independência do Brasil

Objetivos: Apresentar a História do Paraná e sua importância aos alunos,

desde a emancipação política do nosso estado até as migrações internas.

A emancipação política do Paraná

A evolução política do Paraná através da erva-mate

O ciclo da madeira

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O ciclo do café

Economia

Organização social

Manifestações culturais

Organização político-administrativa

Migrações internas

Povos indígenas e políticas de terras

9º ANO

Repensando a nacionalidade: do século XX ao século XXI – elementos

constitutivos da contemporaneidade.

Procura repensar o processo de constituição do ideário de Nação no

Brasil, envolvendo América, África e Europa. As ideias referentes à

nacionalidade brasileira e a formação da sociedade, também serão a base para

o estudo deste período, que buscará uma análise, compreensão e articulação

dos diferentes elementos constitutivos da contemporaneidade, culminando num

questionamento final acerca das “comemorações dos 500 anos do Brasil”.

A República Velha

Objetivos: Apresentar as principais características do sistema político que

vigorou durante a República Velha e sua relação com a economia cafeeira;

caracterizar as principais fases da República Velha; Analisar o sistema de

dominação do coronelismo e a política dos governadores; analisar a situação

econômica do petróleo, destacando a cafeicultura, a indústria e o movimento

operário (conceitos-chaves: oligarquias, coronelismo, clientelismo, voto de

cabresto, industrialização, movimento operário, cafeicultura: desenvolvimento e

crise).

O conturbado início da República

A República das oligarquias

O poder local dos coronéis

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Rebeliões na República Velha

Objetivos: Analisar as mais importantes revoltas populares ocorridas na

Republica Velha, tais como: Canudos, Contestado, Vacina e Chibata.

Caracterizar o cangaço. Analisar o movimento tenentista (conceitos-chaves:

revoltas populares; Messianismo; Tenentismo).

Pela força das armas ou da fé

A guerra de Canudos

A guerra de Contestado

A Revolta da Vacina

A Revolta da Chibata

A Revolução Russa

Objetivos: Apresentar os fatores que explicam a eclosão da Revolução Russa

de 1917 e as características do sistema político e econômico então implantado.

Conhecer a situação social, política e econômica do Império Russo até 1917.

Caracterizar as causas da Revolução Russa e discriminar suas etapas

fundamentais. Compreender os elementos básicos da instalação do poder

soviético (conceitos-chaves: Império Russo, Mencheviques e Bolcheviques,

processo revolucionário, comunismo, União Soviética).

As bases territoriais da revolução

Um império em crise

Duas revoluções num mesmo ano

A construção do comunismo

A crise de 29

Objetivos: Analisar a crise do capitalismo mundial ocorrida a partir de 1929.

Conhecer as diretrizes do New Deal. Mostrar que a crise abalou a confiança no

liberalismo econômico, inaugurando uma fase de maior intervenção do Estado

nas atividades econômicas.

Uma prosperidade vulnerável

A bancarrota de 1929

Os efeitos da crise

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Os regimes totalitários

Objetivos: Mostrar a implantação de regimes totalitários na Europa como

reação ao crescimento dos movimentos operários e dos partidos de esquerda

(fascismo e nazismo). Esse processo foi alimentado pela crise econômica e

pelos ressentimentos provocados pela Primeira Guerra Mundial. Apresentar as

principais características dos regimes totalitários europeus.

A Itália fascista

A Alemanha nazista

O culto ao Estado

A era Stanilista na URSS

O Estado totalitário.

A Era Vargas

Objetivos: Destacar os fatores políticos, econômicos e sociais que explicam a

implantação do Estado Novo. Mostrar a influencia dos regimes totalitários da

Europa no Brasil. Compreender a decadência da Republica Velha. Analisar o

significado da chamada Revolução de 1930. Compreender os principais

acontecimentos que marcaram a Era Vargas nas suas três grandes etapas

(Ruptura oligárquica; aliança liberal: projeto reformista; era Vargas;

nacionalismo econômico; trabalhismo; populismo; Estado Novo, Aliancismo,

Integralismo).

A revolução de 1930

A caminho do autoritarismo

O Estado Novo

Industrialização e trabalhismo

Voto feminino na América Latina

Ordem e disciplina no trabalho

Mídia e divulgação do regime

Criação da SPHAN, IBGE

Futebol e carnaval

Contestações a ordem

Integralismo

Participação do Brasil na II Guerra Mundial

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Segunda Guerra Mundial

Objetivos: Explicar a eclosão da Segunda Guerra Mundial e destacar os

momentos mais importantes desse conflito, analisando as causas desta

Grande Guerra. Apresentar algumas consequências dessa guerra, inclusive

aqui no Brasil. Refletir sobre as consequências da Segunda Guerra Mundial.

Expansionismo militarista

A eclosão da guerra (setembro de 1939)

Desdobramento da guerra

A derrota do Eixo

Efeitos da Guerra no Brasil

A Guerra Fria

Objetivos: Mostrar a polarização da política mundial em zonas de influencia dos

Estados Unidos e da União Soviética, e que ocasionou o fenômeno da Guerra

Fria. Apresentar episódios históricos ocorridos após a Segunda Guerra Mundial

que alteraram o quadro político mundial. Exemplos: Revolução Chinesa e

Guerra da Coreia.

O mundo dividido

A guerra fria na Europa e na Ásia

A guerra fria no Oriente Médio

A guerra fria na América Latina

Período democrático

Objetivos: Caracterizar o quadro político brasileiro após o fim da Segunda

Guerra Mundial. Destacar o populismo com a prática política que predominou

no período. Mostrar as grandes transformações ocorridas na sociedade

brasileira com o surto industrial do período JK. Ressaltar a efervescência

política e cultural do país naquele momento. Dar as principais características

da crise política desencadeada no Brasil a partir da renuncia de Jânio Quadros

e explicar sua relação com o golpe militar que destituiu João Goulart em 1964.

Governo Dutra e Vargas

Juscelino Kubtschek

Uma sociedade atuante

Jânio Quadros e João Goulart

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O golpe militar de 1964

O Regime Militar no Brasil

Objetivos: Mostrar a essência autoritária do regime militar implantado no Brasil,

em março de 1964, e de que modo ele se relacionava com os interesses dos

industriais, fazendeiros, banqueiros e empresas multinacionais. Dar as

principais características do “milagre brasileiro”, baseado em empréstimos de

bancos estrangeiros e voltado para a produção de bens de consumo duráveis e

para a construção de obras públicas: estradas, pontes, hidrelétricas. Relacionar

a política econômica dos governos militares com a supressão das liberdades

públicas e a repressão policial às organizações de esquerda. Empreender

rápido balanço socioeconômico do regime militar.

A ditadura militar (1964-1984)

Nadando contra a corrente

O preço do crescimento econômico

“Pra frente Brasil”

Movimentos de Contestação no Brasil

Objetivos: Mostrar que os países ricos nos anos de 1945 a 1973 foram de

crescimento e abundancia, e que os jovens nascidos no pós-guerra foram os

primeiros beneficiários da prosperidade e também os primeiros críticos desse

progresso. Explicar como nos anos 60 a contradição vivida pela juventude

expressou-se por meio da música, da literatura, do movimento feminista, das

revoltas estudantis, do movimento hippie, e como estes jovens queriam mudar

o mundo.

Resistência armada

Tropicalismo

Jovem guarda

Novo sindicalismo

Movimento estudantil

História do Paraná

A Proclamação da República e a Revolução Federalista no Paraná

Objetivos: Pretende-se mostrar aos alunos um pouco do nosso Paraná,

principalmente a tomada de Paranaguá, os problemas agrários no Paraná,

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dentre eles o êxodo rural que culminou no declínio da cafeicultura e iniciou o

ciclo da agricultura no Paraná com o avanço dos latifúndios (soja, milho e

trigo).

Tomada de Paranaguá

Os problemas agrários no Paraná

O êxodo rural com declínio da cafeicultura

Construção do Paraná Moderno

Objetivos: Conhecer os primeiros governadores do Paraná; bem como se deu o

processo de colonização deste Estado (Frentes de colonização) e ainda a

criação de Companhias Estaduais e o nosso banco estadual até a sua

privatização. Apresentar ainda alguns movimentos acontecidos no nosso

Estado, em especial os culturais e sociais (no campo e na cidade).

Governos de Manoel Ribas, Moyses Lupion, Bento Munhoz da Rocha

Neto e Ney Braga

Frentes de colonização do Estado, criação a estrutura administrativa

Copel, Banestado, Sanepar, Codepar

Movimentos culturais

Movimentos sociais no campo e na cidade

Vale ressaltar que o trabalho com a produção do conhecimento histórico,

os conceitos de tempo, temporalidade, fontes, documentos, patrimônio e

pesquisa, assim como a articulação da História com outras áreas do

conhecimento devem perpassar todas as séries deste nível de ensino, sendo

estudadas a qualquer momento do ano em articulação aos conteúdos.

Metodologia

A produção do conhecimento histórico, realizada pelo historiador possui

um método específico, baseado na explicação e interpretação de fatos do

passado. A problematização, construída a partir dos documentos e da

experiência do historiador, produz uma narrativa histórica que tem como

desafio contemplar a diversidade das experiências sociais, culturais e políticas

dos sujeitos e suas relações. Nessa perspectiva, um fenômeno, um processo,

um acontecimento, uma relação ou um sujeito, podem ser analisados a partir

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do conhecimento histórico construído. Assim, a produção do conhecimento

histórico, ao confrontar ou comparar documentos entre si e com o contexto

social e teórico de sua produção abre perspectivas para validar, refutar ou

complementar a produção historiográfica existente. Como resultado desse

trabalho, pode ainda contribuir para a revisão de: teorias, metodologias e

técnicas na abordagem do objeto de estudo historiográfico.

Tendo em vista a efetivação destas diretrizes nos currículos escolares,

faz-se necessário explicitar orientações que favoreçam a sua implementação

em sala de aula. Inicialmente, justifica-se a importância de se tratar ao longo

dos anos finais do Ensino Fundamental o processo de construção do

conhecimento histórico. Num segundo momento, a partir do conteúdo

específico, serão problematizados um conjunto de encaminhamentos

metodológicos que aproximam o tratamento dos conteúdos da concepção de

ensino de história proposta nestas Diretrizes.

Quando se pretende que o ensino de História contribua para a

construção da consciência histórica é imprescindível que o professor retome

constantemente com os seus alunos como se dá o processo de construção do

conhecimento histórico, ou seja, como é produzido a partir do trabalho de um

pesquisador que tem como objeto de estudos os processos históricos relativos

às ações e as relações humanas praticadas no tempo, bem como os sentidos

que os sujeitos deram às mesmas de forma consciente ou não. Para estudá-las

o historiador adota um método de pesquisa de forma que possa problematizar

o passado, e buscar, por meio dos documentos e das perguntas que faz aos

mesmos, respostas às suas indagações. A partir desse trabalho o historiador

produz uma narrativa histórica, que tem como desafio contemplar a diversidade

das experiências políticas, econômico-sociais e culturais.

Cabe lembrar que a produção do conhecimento histórico já foi discutida

nos fundamentos teórico-metodológicos deste documento e são essenciais

para que os alunos possam compreender, por exemplo, os limites do livro

didático, as diferentes interpretações de um mesmo acontecimento histórico; a

necessidade de ampliar o universo de consultas quando se pretende entender

melhor diferentes contextos históricos; a importância do trabalho do historiador

e da produção do conhecimento histórico para compreensão do passado; que o

conhecimento histórico é uma explicação sobre o passado, que pode ser

complementada com novas pesquisas podendo ser refutada ou validada pelo

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trabalho de investigação do historiador. Possibilita contribuir ainda para que os

alunos valorizem e contribuam para a preservação de documentos, dos lugares

de memória como museus, bibliotecas, acervos privados e públicos de

fotografias, de documentos escritos e audiovisuais, entre outros, seja pelo uso

adequado dos locais de memória, pelo manuseio cuidadoso de documentos

que podem se constituir em fontes de pesquisas, seja pelo reconhecimento do

trabalho realizado pelos pesquisadores.

Ao planejar as suas aulas, caberá ao professor problematizar, a partir do

conteúdo que se propôs a tratar, a produção do conhecimento histórico,

considerando que a apropriação deste conceito pelos alunos é processual, e

deste modo exigirá que seja constantemente retomado. Neste sentido, algumas

questões poderão ser feitas pelo professor e seus alunos:

Como o historiador chegou a essa interpretação?

Que documentos/fontes o ajudaram a chegar a essas conclusões?

Existem outras pesquisas a esse respeito?

Que dimensões contemplou em sua análise?

O político, o econômico-social, o cultural?

Onde podem ser identificados?

Existem aspectos que ainda podem ser pesquisados? Quais?

É certo que para adotar este encaminhamento metodológico, o professor

terá que ir muito além do livro didático, uma vez que as explicações ali

apresentadas são limitadas, seja pelo número de páginas do livro, pela

vinculação do autor a uma determinada concepção historiográfica, seja pela

tentativa de abarcar uma grande quantidade de conteúdos, atendendo às

demandas do mercado editorial. Isso não significa que o livro didático deva ser

abandonado pelo professor, mas problematizado junto aos alunos,

identificando-se os seus limites e possibilidades para se aprender História.

Implica também na busca de outros referenciais que possam complementar o

conteúdo tratado em sala de aula. Este encaminhamento exige que o professor

esteja atento à rica produção historiográfica que tem sido publicadas em livros,

revistas especializadas e também voltadas ao público em geral, muitas das

quais disponíveis também nos meios eletrônicos.

Para que os alunos possam ampliar o conteúdo apresentado pelos livros

didáticos o uso da biblioteca é fundamental, para tanto, é necessário que sejam

orientados pelo professor de História a conhecer o acervo específico, as obras

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que poderão ser consultadas ao longo de cada ano letivo, bem como os

procedimentos para se apropriar dos conhecimentos que estão nos livros,

compreendendo os diferentes conteúdos da disciplina. Este procedimento

metodológico deverá ser retomado pelo professor de modo que os alunos

possam ir adquirindo autonomia na busca do conhecimento. Nesta perspectiva,

não cabe o modelo de trabalho em História restrito a cópia do que os livros

trazem, tal procedimento exigirá que o professor problematize o que pretende

que os alunos investiguem, com vistas a ampliar, refutar ou validar a análise de

determinado conteúdo trazido no livro didático de História.

Ao tratar da Guerra do Paraguai, por exemplo, o professor poderá

identificar que o livro didático adotado na escola prioriza uma leitura unilateral

deste acontecimento, explicando-o geralmente a partir da dimensão política.

Poderá então planejar orientações de pesquisa com os alunos contemplando,

também, a dimensão cultural e econômico-social da Guerra, buscando ainda

trazer outras análises que permitam uma compreensão mais elaborada deste

conteúdo. Neste sentido, poderá propor aos alunos que busquem diferentes

documentos a respeito da Guerra do Paraguai como revistas, charges, jornais

da época, vídeos e outros livros didáticos para que analisem como pode existir

diferentes interpretações sobre um mesmo acontecimento.

Este mesmo encaminhamento poderá ser retomado pelo professor a

partir de diversos conteúdos de modo que os alunos não só tenham uma

compreensão mais elaborada do conhecimento histórico, mas que adquiram o

hábito de problematizar o que é apresentado como dado ou natural, com vistas

a contribuir para a formação da consciência histórica.

O que se propõe como encaminhamento metodológico nestas Diretrizes

Curriculares, em primeiro lugar, é o uso racional, crítico e problematizador dos

livros didáticos. Os livros didáticos não devem se sobrepor às escolhas dos

professores, mas pelo contrário, a elas deve submeter-se. Por melhor avaliada

que seja uma determinada coleção, ela reflete a visão de determinados

autores/editores, por isso, não deve ser tomada como fonte única. O uso de

diferentes livros didáticos, em diferentes contextos, quando bem realizado

amplia as possibilidades de reflexão por parte de alunos e professores.

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Avaliação

Ao propor reflexões sobre a avaliação no ensino de História nestas

diretrizes objetiva-se favorecer a busca da coerência entre a concepção de

História defendida e as práticas avaliativas que integram o processo de ensino

e de aprendizagem. Nesta perspectiva, a avaliação deve estar colocada a

serviço da aprendizagem de todos os alunos, de modo que permeie o conjunto

das ações pedagógicas, e não como um elemento externo a este processo.

De acordo com este entendimento, refutam-se as práticas avaliativas

que priorizam o caráter classificatório, autoritário, que desvinculam a sua

função da aprendizagem, que não se ocupam dos conteúdos e do seu

tratamento conforme as concepções pedagógicas definidas no projeto político

pedagógico da escola, e que acabam por materializar, por meio da avaliação,

um modelo excludente de escolarização e de sociedade que a escola pública

tem o compromisso de superar, com vistas à diminuição das desigualdades

sociais e com a luta por uma sociedade justa e mais humana.

Assim a concepção de ensino e de aprendizagem explicitada nestas

Diretrizes Curriculares, compartilha a ideia de Luckesi a respeito da avaliação

diagnostica, isto é:

[...] para que a avaliação sirva à democratização do ensino, é [preciso] modificar a sua utilização de classificatória para diagnóstica. Ou seja, a avaliação deverá ser assumida como um instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista tomar decisões suficientes e satisfatórias para que possa avançar no seu processo de aprendizagem (2002, p. 81).

A partir da avaliação diagnóstica, tanto o professor quanto os alunos

poderão revisitar as práticas desenvolvido até então para identificar lacunas no

processo de ensino e aprendizagem, bem como planejar e propor outros

encaminhamentos que visem a superação das dificuldades constadas.

Para que as decisões tomadas a partir da avaliação diagnóstica, sejam

melhor implementadas na continuidade do processo de ensino e

aprendizagem, faz-se necessário que sejam realizadas a partir do diálogo entre

alunos e professores, envolvendo questões relativas aos critérios adotados, a

função da avaliação e a necessidade de tomada de decisões a partir do que foi

constatado, seja de forma individual ou coletiva. Assim, o aprendizado e a

avaliação poderão ser compreendidos como um fenômeno compartilhado, que

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se dará de modo contínuo, processual e diversificado, permitindo uma análise

crítica das práticas que podem ser constantemente retomadas e reorganizadas

pelo professor e pelos alunos.

Retomar a avaliação com os alunos permite ainda situá-los como parte

de um coletivo, onde a responsabilidade pelo e com o grupo seja assumida

com vistas à aprendizagem de todos. Segundo Giroux “através do diálogo em

grupo, as normas de cooperação e sociabilidade compensam a ênfase do

currículo oculto tradicional na competição e individualismo excessivos” (1997,

p.71).

Ao propor uma maior participação dos alunos no processo avaliativo,

não se pretende esvaziar o papel do professor, mas ampliar o significado das

práticas avaliativas para todos os envolvidos. No entanto, é necessário

destacar que cabe ao professor planejar situações diferenciadas de avaliação.

Tendo como referência os conteúdos de História que efetivamente foram

tratados em sala de aula e que são essenciais para o desenvolvimento da

consciência histórica, apresenta-se a seguir alguns apontamentos a serem

observados pelo professor que permitam analisar se:

os conteúdos e conceitos históricos estão sendo apropriados pelos

alunos;

o conceito de tempo foi construído de forma a permitir o estudo das

diferentes dimensões e contextos históricos propostos para este nível de

ensino;

os alunos empregam os conceitos históricos para analisar diferentes

contextos históricos;

compreendem a História como prática social, da qual participam como

sujeitos históricos do seu tempo;

analisam as diferentes conjunturas históricas, a partir das dimensões

econômico-social, política e cultural.

compreendem que o conhecimento histórico é produzido com base em

um método, da problematização de diferentes fontes documentais, a

partir das quais o pesquisador produz a narrativa histórica;

explicita o respeito à diversidade étnico-racial, religiosa, social e

econômica, a partir do conhecimento dos processos históricos que os

constituíram.

compreende que a produção do conhecimento histórico pode validar,

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refutar ou complementar a produção historiográfica já existente.

Estes apontamentos não esgotam todos os aspectos a serem analisados

pelo professor de História no processo de ensino e aprendizagem, são

indicativos que poderão ser enriquecidos para orientar o planejamento das

práticas avaliativas e a elaboração dos instrumentos avaliativos em

consonância com estas diretrizes.

Bibliografia sugerida ARRUDA, Cássia; BERTOLA, Roberto. Maringá: esta história é nossa. Maringá: Gráfica Farroupilha.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA

Apresentação

Vivemos uma época de mudanças muito rápidas, mergulhados em um

mundo de palavras e imagens, com os mais diversos tipos de informação que

nos chegam por televisão, livro, rádio, jornal, Internet, teatro, revista, cinema...

Ser capaz de opinar a respeito desse mundo, de expressar a própria vontade e

os próprios sentimentos, de entender o outro e de se fazer respeitar é condição

fundamental para ser, de fato, um cidadão.

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica da

Secretaria de Estado da Educação do Paraná, “a língua é vista como fenômeno

social, pois nasce da necessidade de interação (política, social, econômica)

entre os homens. Tendo como base teórica as reflexões do Círculo de Bakhtin

a respeito da linguagem” (PARANÁ, 2008, p. 49).

Sendo assim, a leitura, a escrita e a oralidade são veículos de

interação entre sujeito e contexto no qual ele está inserido, pois a linguagem é

dialógica, ideológica e histórico-social. Ela age sobre o indivíduo e este sobre

ela. Por isso, o ensino de Língua Portuguesa e Literatura em nossa escola

fundamenta-se no trabalho com as práticas discursivas de leitura, oralidade e

escrita, pretendendo contribuir na formação de cidadãos para que interajam,

por meio da linguagem, no ambiente social em que estão inseridos, pois é

vivenciando e refletindo sobre as experiências com a língua que se possibilita a

formação de um sujeito crítico atuante e que saiba adequar sua linguagem as

diferentes situações comunicativas.

Fundamentados em Bakhtin, portanto, estabelece-se o gênero textual

como base para o trabalho com a língua, tendo claro que para esse teórico “os

tipos relativamente estáveis de enunciados são denominados gêneros

discursivos. A definição de gênero em Bakhtin, compreendendo a mobilidade, a

dinâmica, a fluidez, a imprecisão da linguagem, não aprisiona os textos em

determinadas propriedades formais” (PARANÁ, 2008, p. 52).

Considerando a diversidade étnica e cultural que constitui nossa

sociedade, bem como as Leis 10.639/03 e 11.645/08 que incluem no currículo

oficial da Rede de Ensino a temática História da Cultura Afro-Brasileira,

africana e indígena sob o enfoque da pluralidade, competindo à escola difundir

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as tradições culturais dos diferentes grupos étnicos que compõem nossa

nacionalidade.

Objetivos gerais

A Proposta Curricular de Língua Portuguesa pretende que professor e

aluno trabalhem uma proposta didático-pedagógica que, levando em

consideração as condições concretas do trabalho docente e também a

realidade sociocultural do aprendiz, possibilite o desenvolvimento de um

programa completo e possível de ser executado ao longo do processo de

ensino de Língua Portuguesa.

Aprimorar a competência do aluno na leitura, na fala, na escuta e na

escrita é, evidentemente, o objetivo central do ensino de língua portuguesa.

Além disso, deve-se considerar que a sala de aula é também um espaço

privilegiado para o debate de inúmeras outras questões relacionadas ao

desenvolvimento intelectual do educando, à expansão de sua competência de

análise crítica da realidade e à ampliação de sua visão de mundo.

Assim, busca-se, por um lado, promover o desenvolvimento das

habilidades linguísticas do aluno e, por outro, contribuir para sua formação

cultural, social e ética, no sentido de apurar-lhe o senso de responsabilidade

pessoal e coletiva, indispensável à formação de sua consciência de cidadania.

É papel de Língua Portuguesa, também, trazer à tona a pluralidade

cultural e histórica Afro-brasileira e Indígena, por vezes, ignoradas pela

sociedade. Através desta disciplina, objetiva-se, por meio de instrumentos

pedagógicos: reconhecer e aceitar a África como berço da humanidade;

mostrar a importância da influência das culturas Afro e Indígena na formação

cultural brasileira; reconhecer a constante presença e influência africana e

indígena na linguagem, na literatura, na música, nas artes, na tecnologia, nos

costumes, na culinária, na religião; valorizar as comunidades negra e indígena,

contribuindo para e elevação de sua autoestima. Além disso, faz-se necessário

conhecer a história do Brasil contada sob a perspectiva do negro e do índio.

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Objetivos específicos

Oralidade (Ouvir/falar)

As atividades de oralidade têm por objetivos:

Desenvolver a capacidade de o aluno apresentar argumentos,

expressando-os de forma eficaz através da linguagem oral.

Estimular sua capacidade de ouvir com atenção os argumentos de

seu(s) interlocutor.

Levá-los a incorporar ao seu comportamento social uma postura

adequada a situação de diálogo argumentativo: respeito ao ponto de

vista do outro, senso de conveniência em relação ao momento de

intervir na conversa, linguajar adequado etc.

Oferecer-lhe oportunidade de analisar coletivamente temas de seu

interesse e/ou que contribuam para o desenvolvimento de sua

consciência de cidadania e respeito aos valores éticos e sociais.

Falar em público adequando o nível de linguagem ao público receptor,

articulando a fala à gestualidade e expressões faciais, buscando obter

expressividade comunicativa, assegurando a atenção do(s) ouvinte (s).

Comunicar-se oralmente nas diferentes situações discursivas que

aparecerem, de acordo com suas exigências específicas.

Leitura

Os objetivos a serem buscados pela atividade de leitura são,

essencialmente, as seguintes:

Desenvolver a competência de leitura do aluno, buscando torná-lo um

leitor eficiente de textos que circulam no meio social e com os quais ele

tem ou possa vir a ter contato.

Despertar no aluno o interesse em relação aos mais diferentes tipos de

textos e o desejo de lê-los por iniciativa própria.

Tornar o aluno apto a identificar aspectos discursivos do texto,

determinando seus objetivos e intencionalidades.

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Capacitar o aluno a fazer uma leitura proveitosa de textos literários,

extraindo deles tanto conteúdos para reflexão como o prazer estético

que lhes é próprio.

Escrita

O trabalho com a produção de textos tem como metas prioritárias:

Habilitar o aluno a produzir trabalhos escritos cuja estrutura e

organização (ordenação de ideias, clareza, coerência, coesão,

progressividade etc.) permitam considerá-los realmente como textos.

Capacitar e adequar o tipo de texto e a linguagem ao(s) seu(s) leitor(es)-

destinatário(s), à destinação a ser dada ao trabalho, ao seu espaço de

circulação social e ao suporte (folheto, jornal, revista, etc.)

Apurar o seu senso crítico, em relação ao processo de produção de

forma que se predisponha a reformular seus textos, objetivando torná-

los mais satisfatórios e eficazes, tendo em vista sua posterior

destinação.

Conscientizar o aluno de que a habilidade de escrever textos eficazes

tem uma importância inquestionável para sua plena inserção na vida

social e, futuramente, na vida profissional.

Produzir textos nos quais o aluno se reconheça como autor.

Análise linguística

As atividades de análise linguística têm por objetivos:

Possibilitar que o aluno amplie gradativamente seu domínio de uso da

norma culta, variedade indispensável para a sua participação na vida

social letrada.

Possibilitar que o aluno, estabelecendo paralelos entre estruturas

gramaticais da norma culta e suas similares presentes nas demais

variedades linguísticas, relativize o conceito de “erro”.

Contribuir para que o aluno desenvolva uma visão não preconceituosa

em relação às variedades linguísticas divergentes do padrão culto.

Ocorrer de maneira contextualizada de acordo com o gênero discursivo

apresentado.

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Conteúdos

Durante muito tempo o conteúdo gramatical, legitimado por uma classe

social influente e pela tradição acadêmico-escolar, tem sido a base para o

ensino de Língua Portuguesa, e, por assim ser, tem havido uma forte

resistência em questionar sua presença quase que exclusiva no ensino de

Língua Portuguesa. O conceito de conteúdo estruturante lança um novo olhar

sobre esse aspecto porque são constituídos dentro da mobilidade histórica,

preconizando o Discurso como Prática Social. Essa característica contextual

garante a sua não fixidez, inviabilizando a arbitrariedade de seus recortes.

Possibilita também o diálogo com conceitos diversos que, somados,

conseguem abranger toda a complexidade que envolve o processo de uso da

língua, não contemplada dentro de uma perspectiva exclusivamente gramatical.

Assumindo-se a concepção de língua como prática que se efetiva nas

diferentes instâncias sociais, acorda-se que o objeto de estudo da disciplina é a

Língua e o Conteúdo Estruturante de Língua Portuguesa e Literatura é o

discurso, concebido como prática social, desdobrado em três práticas:

oralidade, leitura, escrita.

Conteúdo Estruturante: Discurso enquanto prática social.

Conteúdos Básicos:

6º ano Gêneros discursivos

Narrativas; poemas; contos; relatos; história em quadrinhos; resumo; adivinhas; tiras; slogans.

Oralidade

Tema do texto; finalidade; papel do locutor e interlocutor; elementos extralinguísticos (entonação, pausa, gestos); adequação do discurso ao gênero; turnos de fala; variações linguísticas; marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos.

Leitura Tema do texto; interlocutor; finalidade; elementos composicionais do gênero; léxico; marcas linguísticas: pontuação, recursos gráficos (como aspas e travessão).

Escrita

Contexto de produção; interlocutor; finalidade do texto; informatividade; elementos composicionais do gênero; divisão do texto em parágrafos; marcas linguísticas: pontuação, recursos gráficos (aspas, travessão); acentuação gráfica; ortografia; concordância verbal/nominal.

7º ano Gêneros discursivos

Narrativas; poemas; carta pessoal; história em quadrinhos; resumo; notícia; reportagem.

Oralidade Tema do texto; finalidade; papel do locutor e interlocutor; elementos extralinguísticos (entonação, pausa, gestos); adequação do discurso ao gênero; turnos de fala; variações linguísticas; marcas linguísticas: coesão, coerência,

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gírias, repetição; semântica.

Leitura

Tema do texto; interlocutor; finalidade do texto; argumentos do texto; contexto de produção; intertextualidade; discurso direto e indireto; elementos composicionais do gênero; léxico; marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito).

Escrita

Contexto de produção; interlocutor; finalidade do texto; informatividade; discurso direto e indireto; elementos composicionais do gênero; marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito); acentuação gráfica; ortografia; concordância verbal/nominal.

8º ano Gêneros discursivos

História em quadrinhos; poemas; entrevista; anúncio publicitário; artigo de opinião; resumo; memórias; conto.

Oralidade

Conteúdo temático; finalidade; argumentos; papel do locutor e interlocutor; elementos extralingüísticos: entonação, expressão facial, corporal e gestual, pausas...; adequação do discurso ao gênero; turnos de fala; variações linguísticas (lexical, semântica, prosódicas, entre outras); marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição; elementos semânticos; adequação de fala ao contexto; diferenças e semelhanças entre discurso oral e escrito.

Leitura

Conteúdo temático; interlocutor; intencionalidade do texto; contexto de produção; intertextualidade; vozes sociais presentes no texto; elementos composicionais do gênero; relação de causa e conseqüência entre as partes e elementos do texto; marcas linguísticas: coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos; semântica; ambiguidade; sentido figurado; expressões que denotam ironia e humor no texto.

Escrita

Conteúdo temático; icnterlocutor; intencionalidade do texto; informatividade; Contexto de produção; intertextualidade; vozes sociais presentes no texto; elementos composicionais do gênero; relação de causa e conseqüência entre as partes e elementos do texto; marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito; concordância verbal e nominal; papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomadas e sequenciação do texto; semântica:ambiguidade; significado das palavras; sentido figurado; expressões que denotam ironia e humor no texto.

9º ano

Gêneros discursivos

Crônica; textos Informativos (jornalístico e científico); textos publicitários;

poemas; artigo de opinião; imagens (telas, fotos); debates; texto instrucional; charges; tiras; manchetes de jornal; notícias; propaganda

institucional; narração.

Oralidade

Conteúdo temático; finalidade; aceitabilidade do texto; informatividade; papel do locutor e interlocutor; elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas ...; adequação do discurso ao gênero; turnos de fala; variações lingüísticas (lexicais, semânticas, prosódicas entre outras); marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, conectivos; semântica; adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc.); diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.

Leitura

Conteúdo temático; interlocutor; finalidade Intencionalidade do texto; aceitabilidade do texto; informatividade; situacionalidade; intertextualidade; temporalidade; discurso ideológico presente no texto; vozes sociais presentes no texto; elementos composicionais do gênero; relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto; partículas conectivas do texto; progressão referencial no texto; marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito; semântica: operadores argumentativos; polissemia; sentido conotativo e denotativo; expressões que denotam ironia e humor no texto.

Escrita Conteúdo temático; interlocutor; intencionalidade do texto; informatividade; situacionalidade; intertextualidade; temporalidade; vozes sociais presentes no

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texto; elementos composicionais do gênero; relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto; partículas conectivas do texto; progressão referencial no texto; marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito, etc.; sintaxe de concordância; sintaxe de regência; processo de formação de palavras; vícios de linguagem; semântica: operadores argumentativos; modalizadores; polissemia.

Metodologia

É imprescindível que nas aulas de Língua Portuguesa e Literatura os

professores criem um espaço de aprimoramento do domínio discursivo da

oralidade, da leitura e da escrita interagindo com o social.

Durante o trabalho com a língua materna devemos oportunizar interação

entre os alunos para que aconteça uma relação dialógica com experiências de

uso concreto da língua, pois a sala de aula é um espaço privilegiado de

aprendizado e um ambiente fértil para a construção do conhecimento.

Nos diferentes campos que abrange, o ensino de Língua Portuguesa,

pelas diferentes práticas de linguagem, pode participar ativamente do processo

de construção de valores e habilidades: solidariedade, ética, aceitação do

diferente, autonomia, afetividade, cidadania, aprendizagem permanente,

capacidade de adaptação a situações novas, de estabelecer transferências e

relações, de debater, de argumentar, de interferir na realidade e transformá-la.

A concepção desta Proposta Curricular parte do princípio de que o

ensino de Língua Portuguesa, no ensino fundamental e médio, deve estar

voltado para a formação de um cidadão autônomo, capaz de interagir com a

realidade. E em uma realidade dinâmica como a nossa, que se transforma na

mesma velocidade com que se disseminam informações pelos meios

eletrônicos, é essencial o papel que esta disciplina desempenha na educação

formal do indivíduo, já que a linguagem permeia todas as outras disciplinas.

É com base nesses pressupostos que todo o trabalho se volta para

tornar significativos para o aluno os conteúdos curriculares, a partir de

situações concretas de aprendizagem e de possíveis desenvolvimentos de

projetos.

Com estes encaminhamentos não se pretende abarcar todo o trabalho a

ser desenvolvido na escola a respeito da oralidade, da escrita, da leitura e da

análise linguística. É importante destacar que nenhuma prática é desenvolvida

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em sala de aula sem que esteja subjacente a ela uma concepção teórica

consistente.

Para tanto, a concepção sociointeracionista assumida, pretende uma

prática diferenciada, uma vez que considera que a língua só existe em

situações de interação e através das práticas discursivas que assumem a

língua em sua história e funcionamento.

Dessa forma, a seleção de conteúdos deve considerar o aluno como

sujeito de um processo histórico, social, detentor de um repertório linguístico

que precisa ser considerado na busca da ampliação de sua competência

comunicativa.

Prática da oralidade

Tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio, as

possibilidades de trabalho com a oralidade são ricas e apontam diferentes

caminhos:

apresentação de temas variados: histórias de família, da comunidade,

um filme, um livro etc.;

depoimentos sobre situações significativas vivenciadas pelo próprio

aluno ou pessoas de seu convívio;

debates, seminários, júris-simulados e outras atividades que possibilitem

o desenvolvimento da argumentação;

transmissão de informações;

troca de opiniões;

contação de histórias;

declamação de poemas;

representação teatral;

relatos de experiência;

confronto e comparação entre a fala e a escrita, de modo a constatar

suas similaridades e diferenças.

Além disso, ao longo do processo de ensino/aprendizagem, os trabalhos

podem ser desenvolvidos através de:

Debates em grupo;

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Atividades em que cada aluno expõe sua opinião e argumentos aos

demais integrantes de seu grupo;

Atividades em que o grupo é dividido em dois e cada subgrupo defende

um determinado ponto de vista;

Debates abertos;

Atividades em que cada integrante da turma expõe suas opiniões e

argumentos para os demais colegas;

Atividades em que a turma é dividida em duas e cada uma das partes

defende um posicionamento em relação ao tema em debate.

Prática da leitura

A leitura precisa ser vista, na escola, como uma prática consistente do

leitor perante a realidade. É necessário saber que no processo de formação de

leitores, a dificuldade advém de questões práticas, internas de sala de aula,

muitas vezes conflitantes, tudo isso permeado pela não clareza do significado

do ato de ler.

“Ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos em diferentes

práticas sociais – notícias, crônicas, piadas, poemas, artigos científicos,

ensaios, reportagens, propagandas, informações, charges, romances, contos,

etc.-, percebendo em cada texto a presença de um sujeito, de um interesse,

Entretanto, tal interesse não é determinante da leitura. A construção dos

significados de um texto é de responsabilidade do leitor. Um leitor pode,

inclusive, ler e interpretar um texto para o qual ele não era o interlocutor

originário.” (Paraná/SEED, p. 31)

O encaminhamento de leitura de diferentes tipos textuais será feito

respeitando-se as etapas da leitura: expectativas e previsões em relação ao

texto em função do gênero, do suporte, da apresentação gráfica, do título, do

autor, etc. Formulação de hipóteses a respeito do conteúdo do texto,

construção de conhecimentos prévios necessários à compreensão.

Quanto às estratégias de leitura, objetivam-se mobilizar diferentes

competências, tais como: localização e transcrição, síntese, inferência,

levantamento de hipóteses, pressuposição, identificação de intencionalidades,

subentendidos, posicionamento pessoal etc.

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No que se refere ao trabalho com a literatura, há que se considerar a

necessidade da escolha de métodos que orientarão o estudo de tais textos.

Para tanto, o conhecimento de teorias literárias que o professor possui precisa

ser revisitado e realimentado com frequência para que se possa definir a

medida do alcance da abordagem metodológica com a qual se dará o estudo

dos textos literários.

Segundo Bordini e Aguiar, as mais correntes concepções do literário

podem ser agrupadas em duas classes principais: as que valorizam o discurso

linguístico e suas representações ideais, como a estilística, a fenomenologia, o

formalismo russo, o estruturalismo e a semiologia, e as que valorizam a

equivalência entre o universo criado e o universo real, como a teoria de

Aristóteles, a sociologia literária e a estética da recepção. Frequentemente,

teóricos de um ou outro lado ultrapassam essas fronteiras, mas a partir delas

podem-se traçar algumas diretrizes que facilitem ao professor a tomada de

decisões nessa área prioritária do ensino de literatura (1993, p.30).

Prática da escrita

Das inúmeras atividades que compõem as estratégias de ensino de

língua portuguesa, para a produção de texto deve-se dar grande relevância,

não só pela sua natureza ampla e complexa, mas também por ser para ela que

convergem, sempre que possível, as atividades desenvolvidas em sala e a

partir da qual, também sempre que possível, desenvolve-se novas atividades

(refacção, análise linguística etc.).

A refacção pode ser desenvolvida segundo diferentes estratégias, tais

como: coletivamente, em grupo, em duplas, individualmente. Nas atividades de

refacção, o professor deve atuar no sentido de que o aluno incorpore à sua

produção textual os aspectos discutidos em trabalhos anteriores, para que ele,

com o tempo, adquira condições de realizar com autonomia a tarefa de analisar

criticamente seus textos e de refazê-los, se necessário.

Análise linguística

Cabe ressaltar que as atividades de análise linguística serão trabalhadas

em uma perspectiva textual, a partir das leituras e produções textuais, levando

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o aluno a reconhecer, comparar, analisar fenômenos linguísticos de natureza

morfológica e sintática, identificando sua ocorrência diferenciada em função da

modalidade (oral ou escrita), do gênero, do registro, da variedade de língua.

Avaliação

A disciplina Língua Portuguesa deve se ater a alguns critérios de

avaliação para que, numa concepção interacionista da linguagem, possa seu

trabalho surtir efeito positivo. Para isso, é preciso que os trabalhos sejam

acompanhados de forma diagnóstica, contínua e cumulativa, observando-se

desde a participação do aluno nas aulas e nas atividades extra-classe, o seu

envolvimento e interesse, o seu comprometimento, a sua responsabilidade e a

sua contribuição através de sugestões apresentadas.

A avaliação deve ser compreendida como conjunto de ações

organizadas com a finalidade de obter informações sobre o que o aluno

aprendeu, de qual forma e em quais condições; como conjunto de

procedimentos investigativos que visa possibilitar o ajuste e a orientação da

intervenção pedagógica, de tal forma que seja possível tanto um ensino quanto

uma aprendizagem de melhor qualidade. Constitui o processo pelo qual se

analisa a prática educativa, visto que é pela análise das informações obtidas no

processo educativo do que os alunos sabem que se possibilita a organização

pelo professor de sua ação de maneira adequada.

Nesse sentido, deve ocorrer durante todo o processo de ensino e

aprendizagem e não apenas em momentos específicos caracterizados como

fechamento de grandes etapas de trabalho. Deve funcionar como instrumento

que, por um lado, possibilite ao professor analisar criticamente sua prática

educativa; e, por outro, como instrumento que apresente ao aluno uma

possibilidade de saber sobre seus avanços, dificuldades e possibilidades.

Constitui-se assim um processo reflexivo, porque precisa possibilitar ao

aluno pensar sobre o que sabe e como sabe. Identificando o que sabe, abre-se

a possibilidade de se delimitar o que precisa ser aprendido, sempre priorizando

o acréscimo máximo de conhecimento dos conteúdos científicos da disciplina.

Reconhecendo como sabe, abre-se a possibilidade de entender que podem

existir outras formas de compreender (ou de fazer). A apropriação de novos

procedimentos permite que se passe a compreender melhor os conteúdos e a

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utilizá-los para realizar as atividades propostas com maior eficiência e

autonomia.

A avaliação é também um processo dialógico visto que deve se realizar

num espaço em que sejam considerados: aquele que ensina, aquele que

aprende e a relação intrínseca que se estabelece entre todos os participantes

do processo de aprendizado. Ela não se aplica apenas ao aluno, considerando

unicamente as expectativas de aprendizagem, mas aplica-se às condições

oferecidas para que isso ocorra. Avaliar a aprendizagem implica, portanto,

avaliar também o ensino oferecido.

Na avaliação, o professor:

Deverá analisar e estar atento às mudanças de comportamento dos

alunos em relação a sua interação com o meio e com os conteúdos

apresentados, bem como o seu aspecto afetivo-psicológico;

Deverá avaliar qualitativamente, notando os progressos do aluno e

propondo sempre novos desafios;

Poderá fazer uso de trabalhos, provas, pesquisas, testes, etc. como

meios para medir o conhecimento;

Poderá realizar exposições de trabalhos, apresentações à comunidade

escolar de trabalhos orais e também organizar uma coletânea de textos

dos alunos;

Poderá, como recuperação, retomar os conteúdos não assimilados ou

de maior dificuldade dos alunos, de uma forma diferenciada e paralela,

isto é, antes de apresentar outro conteúdo ao aluno, imediatamente após

a avaliação de uma unidade.

A monitoria de classe poderá ser um recurso positivo. Também

exercícios e trabalhos diversificados podem ser usados. As aulas de

reforço contraturno possibilitarão um atendimento mais individualizado.

Ao avaliar, o professor deverá observar se o aluno:

Tem sequência e articulação (coesão) na exposição das ideias; Tem

adequação vocabular e evolui no emprego de novas palavras;

Participa dos debates de forma organizada, capaz de ouvir e esperar a

vez de falar;

Percebe a diferença entre a oralidade e a escrita (marcas da oralidade);

Articula adequadamente os sons, fazendo corretamente a pontuação e a

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entonação.

Adequa a gesticulação, a postura e a expressão facial ao assunto

exposto;

É capaz de realizar dramatizações, jogral, relatos, conversações,

entrevistas, jornal falado ou leitura oral com desenvoltura, objetividade

(precisão) e clareza, preparando antecipadamente sua apresentação;

Denota interesse, autoconfiança, sensibilidade e sinceridade no que

expõe.

Avaliação da oralidade

Ao professor compete, no trabalho com a oralidade, observar se o aluno:

Participa de debates, expondo suas ideias com clareza (coerência) com

o tema proposto, não divagando ou mudando de assunto

constantemente, atendendo aos objetivos do texto e aos do interlocutor;

Há progressão na sua argumentação (consistência argumentativa);

Observa a concordância de gênero e número;

Utiliza adequadamente os modos e tempos verbais;

Faz a concordância verbal, nos casos mais comuns;

Está gradativamente fazendo reflexão sobre a função dos usos de

variedades linguísticas em diferentes situações de interlocução;

É capaz de recontar o que leu ou ouviu;

Realiza, oralmente, a retomada de textos ouvidos (resumo, por exemplo)

de forma que sejam preservadas as ideias principais. Nesse processo,

espera-se que sejam considerados possíveis efeitos de sentido

produzidos por elementos não-linguísticos e que sejam utilizados como

apoio (registros escritos realizados durante a escuta);

Avaliação da leitura/escrita

Será de competência do aluno:

a) Atribuir sentido a textos orais e escritos, posicionando-se criticamente

diante deles:

Espera-se que os alunos, a partir da identificação do ponto de vista que

determina o tratamento dado ao conteúdo, possam confrontar o texto lido com

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outros textos e opiniões, posicionando-se criticamente diante dele,

reconhecendo o efeito de sentido do uso da linguagem figurada e/ou de sinais

de pontuação e outras notações. Ou ainda se ele se vê como um coautor,

propondo novas saídas para situações do texto.

b) Compreender textos verbais e não-verbais a partir do estabelecimento

de relações entre diversos segmentos do próprio texto e entre o texto e outros

diretamente implicados por ele:

Espera-se que o aluno, no processo de leitura, consiga articular

informações presentes nos diferentes segmentos de um texto (verbal ou não-

verbal) e também que estabeleça relações entre o texto e outros aos quais

esse primeiro possa se referir, mesmo que indiretamente, ainda que a partir de

informações oferecidas pelo professor, extrapolando o texto em estudo,

associando-o com outros lidos, discutidos, etc; ou seja, se ele é capaz de

dialogar com novos textos e/ou textos já lidos, posicionando-se criticamente

diante deles.

c) Selecionar procedimentos de leitura adequados a diferentes objetivos

e interesses (estudo, formação pessoal, entretenimento, realização de tarefa) e

as características do gênero:

Espera-se que o aluno seja capaz de ajustar sua leitura a diferentes

objetivos utilizando os procedimentos adequados, isto é: ler por prazer, ler para

retirar informações, ler para se orientar, etc. e se ele percebe e diferencia os

diversos gêneros (narrativos, dissertativos, poéticos, informativos, apelativos,

metalinguísticos, fáticos, etc) e estruturas textuais.

d) Reconhecer as condições de produção do texto:

É necessário que o aluno reconheça de forma simples quando o texto foi

produzido, quem o produziu, para quem, para que e onde foi publicado e

também se relaciona o que foi lido com o seu contexto.

e) Ser capaz de identificar a intencionalidade do texto:

É preciso que o educando saiba identificar a finalidade do texto,

reconhecendo suas especificidade (narração, poético, informativo,

argumentativo, científico, etc.).

f) Coordenar estratégias de leitura não-lineares utilizando procedimentos

adequados para resolver dúvidas na compreensão e articulando informações

textuais com conhecimentos prévios:

Espera-se que o aluno, ao realizar uma leitura, utilize coordenadamente

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procedimentos necessários para a compreensão do texto. Se ele realizou uma

antecipação ou inferência, é necessário que busque no texto pistas.

g) Escrever textos observando se eles se adequam à norma culta da

linguagem:

Espera-se que o aluno empregue adequadamente os tempos verbais em

função de sequências textuais; que estabeleça as relações lógico-temporais,

utilizando adequadamente as conjunções, as preposições, os advérbios, os

adjetivos, os substantivos, os numerais os pronomes, a regência verbo-nominal

e que faça a concordância verbal e nominal. Espera-se que o aluno produza

textos ortograficamente corretos, e se ele evolui no emprego de novos

vocábulos, manipulando o dicionário com autonomia para elucidar dúvidas

ortográficas e de sentido do vocabulário. O aluno deverá reconhecer, respeitar

e usar diferentes variedades linguísticas, observando as diferentes formas

usadas na construção dessas variantes (estrangeirismos, diferenças da língua

no tempo e espaço).

h) Revisar os próprios textos para aprimorá-los:

Espera-se que o aluno, enquanto produz seus textos e após terminar a

sua escrita, leia-os, analise-os e revise-os em função dos objetivos

estabelecidos, da intenção comunicativa, e do leitor a que se destina, redigindo

tantas vezes quantas forem necessárias para considerar o texto bem escrito.

Espera-se que, nesse processo de refacção, o aluno incorpore os

conhecimentos discutidos e produzidos na prática de análise e reflexão sobre a

língua e saiba consultar o manual de gramática com autonomia nas

reestruturações dos textos.

Bibliografia sugerida

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE MATEMÁTICA

Apresentação

Os tempos atuais nos mostram que o conhecimento deve ser concebido

como um bem passível de aquisição pelo aluno, independente de sua condição

social ou o meio ao qual pertence.

É importante observar que a ideia de conhecimento tem ligação estreita

com seu significado, pois conhecer é, cada vez mais, distinguir o significado, e

o processo de atribuição de significado depende das experiências de vida de

cada um.

Assim, o ser humano atribui significado às coisas das quais realmente se

apropria. A aprendizagem constitui um processo articulado de construção de

significados e reelaboração de esquemas anteriores. A atribuição desses

significados ainda segue um esquema mental que difere de ser humano para

ser humano.

A Educação Matemática é uma área que engloba inúmeros saberes, em

que apenas o conhecimento da Matemática e a experiência de magistério não

são considerados suficientes para atuação profissional (FIORENTINI &

LORENZATO, 2001), pois envolve o estudo dos fatores que influem, direta ou

indiretamente, sobre os processos de ensino e de aprendizagem em

Matemática (CARVALHO, 1991).

O objeto de estudo desse conhecimento ainda está em construção,

porém, está centrado na prática pedagógica e engloba as relações entre o

ensino, a aprendizagem e o conhecimento matemático (FIORENTINI &

LORENZATO, 2001), e envolve o estudo de processos que investigam como o

estudante compreende e se apropria da própria Matemática “concebida como

um conjunto de resultados, métodos, procedimentos, algoritmos etc.” (MIGUEL

& MIORIM, 2004, p. 70). Investiga, também, como o aluno, por intermédio do

conhecimento matemático, desenvolve valores e atitudes de natureza diversa,

visando a sua formação integral como cidadão. Aborda o conhecimento

matemático sob uma visão histórica, de modo que os conceitos são

apresentados, discutidos, construídos e reconstruídos, influenciando na

formação do pensamento do aluno.

A efetivação desta proposta requer um professor interessado em

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desenvolver-se intelectual e profissionalmente e em refletir sobre sua prática

para tornar-se um educador matemático e um pesquisador em contínua

formação. Interessa-lhe, portanto, analisar criticamente os pressupostos ou as

ideias centrais que articulam a pesquisa ao currículo, a fim de potencializar

meios para superar desafios pedagógicos.

Nesse encaminhamento, é importante que o professor reflita sobre a sua

concepção de Matemática enquanto campo de conhecimento, “em

desenvolvimento progressivo de elaboração, de modo a descobrirem-se suas

hesitações, dúvidas, contradições, as quais um longo trabalho de reflexão e

apuramento consegue eliminar, para que logo surjam outras hesitações, outras

dúvidas, outras contradições no fazer matemático. Isto é, sempre haverá novos

problemas por resolver” (CARAÇA, 2002, p. XXIII).

Nessa ação reflexiva, abre-se espaço para um discurso matemático

voltado tanto para aspectos cognitivos como para a relevância social do ensino

da Matemática. Isso implica olhar tanto do ponto de vista do ensinar e do

aprender Matemática, quanto do seu fazer, do seu pensar e da sua construção

histórica, buscando compreendê-los (MEDEIROS, 1987).

De acordo com as Diretrizes, assume-se a Educação Matemática como

campo de estudos que possibilita ao professor balizar sua ação docente,

fundamentado numa ação crítica que conceba a Matemática como atividade

humana em construção (PARANÁ, 2008, p. 48).

Objetivos

Objetivo geral: Perceber que os conceitos e procedimentos matemáticos

são úteis para compreender o mundo e, compreendendo-o, poder atuar melhor

nele.

Ao longo do Ensino Fundamental, espera-se que o aluno consiga:

Identificar os conhecimentos matemáticos como meios para

compreender e transformar o mundo à sua volta e perceber o caráter de

jogo intelectual, característico da Matemática, como aspecto que

estimula o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação e o

desenvolvimento da capacidade para resolver problemas.

Fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos

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do ponto de vista do conhecimento e estabelecer o maior número

possível de relações entre eles, utilizando para isso o conhecimento

matemático (aritmético, geométrico, métrico, algébrico, estatístico,

combinatório, probabilístico); selecionar, organizar e produzir

informações relevantes, para interpretá-las e avaliá-las criticamente.

Resolver situações-problema, sabendo validar estratégias e resultados,

desenvolvendo formas de raciocínio e processos, como dedução,

indução, intuição, analogia, estimativa, e utilizando conceitos e

procedimentos matemáticos, bem como instrumentos tecnológicos

disponíveis.

Comunicar-se matematicamente, ou seja, descrever, representar e

apresentar resultados com precisão e argumentar sobre suas

conjecturas, fazendo uso da linguagem oral e estabelecendo relações

entre ela e diferentes representações matemáticas.

Estabelecer conexões entre temas matemáticos de diferentes campos e

entre esses temas e conhecimentos de outras áreas curriculares.

Sentir-se seguro da própria capacidade de construir conhecimentos

matemáticos, desenvolvendo a autoestima e a perseverança na busca

de soluções.

Interagir com seus pares de forma cooperativa, trabalhando

coletivamente na busca de soluções para problemas propostos,

identificando aspectos consensuais ou não na discussão de um assunto,

respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com eles.

Conteúdos

6º ano Conteúdos Estruturantes Conteúdos básicos

Números e Álgebra

Sistemas de numeração

Números Naturais

Múltiplos e divisores

Potenciação e radiciação

Números fracionários

Números decimais

Grandezas e Medidas

Medidas de comprimento

Medidas de massa

Medidas de área

Medidas de volume

Medidas de tempo

Medidas de ângulos

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Sistema monetário Geometrias

Geometria Plana

Geometria Espacial

Tratamento da Informação Dados, tabelas e gráficos;

Porcentagem

7º ano Conteúdos Estruturantes Conteúdos básicos

Números e Álgebra

Números Inteiros

Números Racionais

Equação e Inequação do 1º grau

Razão e proporção

Regra de três simples Grandezas e Medidas

Medidas de temperatura

Medidas de ângulos

Geometrias

Geometria Plana

Geometria Espacial

Geometrias não-euclidianas

Tratamento da Informação

Pesquisa Estatística

Média Aritmética

Moda e mediana

Juros simples

8º ano Conteúdos Estruturantes Conteúdos básicos

Números e Álgebra

Números Racionais e Irracionais

Sistemas de Equações do 1º grau

Potências

Monômios e Polinômios

Produtos Notáveis

Grandezas e Medidas

Medidas de comprimento

Medidas de área

Medidas de volume

Medidas de ângulos

Geometrias

Geometria Plana

Geometria Espacial

Geometria Analítica

Geometrias não-euclidianas

Tratamento da Informação Gráfico e Informação

População e amostra

9º ano Conteúdos Estruturantes Conteúdos básicos

Números e Álgebra

Números Reais

Propriedades dos radicais

Equação do 2º grau

Teorema de Pitágoras

Equações Irracionais

Equações Biquadradas

Regra de Três Composta Grandezas e Medidas

Relações Métricas no Triângulo Retângulo

Trigonometria no Triângulo Retângulo Funções

Noção intuitiva de Função Afim

Noção intuitiva de Função Quadrática

Geometrias Geometria Plana

Geometria Espacial

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Geometria Analítica

Geometrias não-euclidianas

Tratamento da Informação

Noções de Análise Combinatória

Noções de Probabilidade

Estatística

Juros Compostos

Dentre os conteúdos elencados acima, a escola procurará trabalhar com

maior ênfase naqueles que venham atender as necessidades e dificuldades de

cada turma, levando em consideração o nível de aprendizagem dos alunos e a

carga horária da Disciplina, uma vez que quatro horas semanais são

insuficientes para abordar todos os assuntos com profundidade e qualidade.

Metodologia

Nossa proposta vai além dos conteúdos e das técnicas, porque defende

a aquisição do conhecimento matemático, a autonomia e a formação do

cidadão.

Almejamos um ensino que possibilite aos estudantes análises,

discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e formulação de ideias, pois

acreditamos que, aprende-se Matemática não somente por sua beleza ou pela

consistência de suas teorias, mas para que, a partir dela, o homem amplie seu

conhecimento e, por conseguinte, contribua para o desenvolvimento da

sociedade.

Cabe ao professor a sistematização dos conteúdos matemáticos que

emergem das aplicações, superando uma perspectiva utilitarista, sem perder o

caráter científico da Disciplina e de seu conteúdo. Ir além do senso comum

pressupõe conhecer a teoria científica, cujo papel é oferecer condições para

apropriação dos aspectos que vão além daqueles observados pela aparência

da realidade (RAMOS, 2004).

É necessário que o processo pedagógico em Matemática contribua para

que o estudante tenha condições de constatar regularidades, generalizações e

apropriação de linguagem adequada para descrever e interpretar fenômenos

matemáticos e de outras áreas do conhecimento.

Apontar a perspectiva da Educação Matemática para a elaboração

destas Diretrizes implica em pensar na transposição didática que regula a

ligação entre a Matemática como campo de conhecimento e disciplina escolar.

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Para que os alunos alcancem os objetivos enunciados, propomos

estratégias de ensino que visam multiplicar as oportunidades para os alunos

adquirirem e refletirem sobre o conhecimento adquirido.

Os estudos sobre a educação matemática levaram a conceber novos

métodos de ensino. Eles foram apresentados pela pesquisadora brasileira

Beatriz D'Ambrosio num artigo de 1989, intitulado "Como ensinar matemática

hoje?", que resumimos a seguir.

Resolução de problemas

Considerada como método de ensino, a resolução de problemas tem

várias interpretações. A ideia comum a todas elas é que os alunos devem

construir seu conhecimento matemático a partir de problemas. Muitas vezes,

estes são propostos antes da teoria, o que difere da prática habitual, em que

problemas, (ou mais frequentemente, exercícios) servem apenas para verificar

o aprendizado teórico.

Modelagem

O ponto de partida são situações motivadoras da realidade. O ensino

desenvolve-se por meio de modelos matemáticos que se aplicam a essa

situação.

Por exemplo: numa escola, a coleta seletiva de lixo pode ser o ponto de

partida. Primeiro, reúnem-se dados sobre quantidades coletadas a cada dia da

semana. Com isso, pode-se fazer uso de tabelas para mostrar as quantidades

coletadas, de médias para calcular a quantidade média da semana e de regras

de três para estimar a coleta do ano todo. Essas ferramentas matemáticas

constituem modelos da situação, permitindo fazer previsões, estimar lucros,

etc.

Abordagens Etnomatemáticas

Trata-se de valorizar e usar como ponto de partida os conhecimentos

matemáticos do grupo cultural ao qual os alunos pertencem, aproveitando o

máximo possível o saber extraescolar. As diferenças culturais podem ser

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significativas até para alunos de mesma idade e classe social. Um exemplo:

nas cidades pequenas, crianças de classe média costumam ir a pé à escola

enquanto, nas metrópoles, elas vão de automóvel ou ônibus. Assim, o

professor da cidade pequena terá certas facilidades se quiserem abordar

mapas e itinerários. Por sua vez, o professor da metrópole tem a oportunidade

de trabalhar medidas de comprimento e tempo baseando-se no velocímetro

dos veículos.

Abordagens históricas

Busca-se na história da matemática o ponto de partida do aprendizado.

Por exemplo: discutir como os antigos egípcios resolviam equações pode ser

um bom modo de começar esse assunto.

Uso de jogos

Os jogos possibilitam abordar os conteúdos de maneira lúdica e

contribuem para a formação de atitudes e para o desenvolvimento de

habilidades; são ainda instrumentos de observação e análise para o professor.

Mídias e Tecnologias

A utilização desses recursos possibilita motivar o aprendizado, aplicar e

exercitar o que se aprendeu, investigar, fazer descobertas, etc. Além disso, em

uma sociedade que se torna cada vez mais complexa, a escola precisa

preparar indivíduos que sejam capazes de utilizar diferentes tecnologias.

Avaliação

A avaliação deve ser parte integrante do processo ensino-aprendizagem,

tanto como meio de diagnóstico do processo ensino-aprendizagem quanto

como instrumento de investigação da prática pedagógica. Assim a avaliação

assume uma dimensão formadora, uma vez que, o fim desse processo é a

aprendizagem ou a verificação dela, mas também permitir que haja uma

reflexão sobre a ação da prática pedagógica.

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Para cumprir essa função, a avaliação deve possibilitar o trabalho com o

novo, numa dimensão criadora e criativa que envolva o ensino e a

aprendizagem. Desta forma, se estabelecerá o verdadeiro sentido da

avaliação: “acompanhar o desempenho no presente, orientar as possibilidades

de desempenho futuro e mudar as práticas insuficientes, apontando novos

caminhos para superar problemas e fazer emergir novas práticas educativas”

(PARANÁ, 2008, p. 31).

A avaliação deve utilizar instrumentos variados os quais ampliam a

possibilidade de observar os diversos processos cognitivos dos alunos, tais

como: memorização, observação, percepção, descrição, argumentação,

análise crítica, interpretação, criatividade, formulação de hipóteses, entre

outros;

A possibilidade da recuperação paralela pode ser tratada como um

processo de busca da compreensão, devendo ser participativa, de forma a

permitir que o aluno expresse suas inseguranças, tenha oportunidade de se

aprimorar e sanar suas dificuldades. Para tanto, o professor deve diagnosticar

as dificuldades e facilidades do aluno e procurar compreender seu processo de

aprendizagem.

Assim, no processo de recuperação o professor deve oferecer um

trabalho que valorize e desperte mais o raciocínio e a produção da linguagem

matemática, dando oportunidade ao aluno de expressar-se, valorizando os

avanços que ele possa ter, fazendo-o sentir-se responsável pelos seus

compromissos com o aprendizado, do qual ele próprio irá usufruir.

Bibliografia

CARAÇA, B. de J. Conceitos Fundamentais da Matemática. 4.ed. Lisboa: Gradiva, 2002.

CARVALHO, D. L. Metodologia do Ensino da Matemática. São Paulo: Cortez, 1991.

D‟AMBRÓSIO, Beatriz. Como ensinar matemática hoje. (artigo)

FIORENTINI, D.; LORENZATO, S. Investigação em Educação Matemática: percursos teóricos e metodológicos. Campinas: Autores Associados, 2006.

MEDEIROS, C. Por uma Educação Matemática como Intersubjetividade. In: BICUDO, M. Educação Matemática. São Paulo, Editora Moraes, 1987.

MIGUEL, A., MIORIM, M. A. História na Educação Matemática – Propostas e desafios. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

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220

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Matemática. Curitiba, 2008.

RAMOS, M. N. Os contextos no ensino médio e os desafios na construção de conceitos. In: Escola Técnica de Saúde Joaquim Venâncio (org). Temas de Ensino Médio: Trilhos da Identidade. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 2003, v.1, p.65 – 76 (2004).

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PROPOSTA CURRICULAR DE LEM – INGLÊS

Apresentação

A Língua Estrangeira Moderna se tornou onipresente em nosso dia-a-

dia, refletindo a influência da globalização: desde nomes de lojas, objetos e

alimentos a termos específicos nas áreas da ciência e tecnologia, palavras de

origem estrangeira são empregadas pelos alunos quase sem se darem conta

de que pertencem a outro idioma. Ensinar e aprender línguas é também

ensinar e aprender percepções de mundo e maneiras de atribuir sentidos, é

formar subjetividades, é permitir que se reconheça no uso da língua os

diferentes propósitos comunicativos, independentemente do grau de

proficiência atingido, mas para melhor conhecer, expressar e transformar

modos de entender o mundo e de construir significados, contribuindo de forma

significativa para a redução das desigualdades sociais.

Deste modo, propõe-se que a aula de Língua Estrangeira Moderna

constitua um espaço para que o aluno reconheça e compreenda a diversidade

linguística e cultural, de modo que se envolva discursivamente e perceba

possibilidades de construção de significados em relação ao mundo em que

vive. Espera-se que o aluno compreenda que os significados são sociais e

historicamente construídos e, portanto, passíveis de transformação na prática

social.

Objetivos

Ensinar e aprender línguas é também ensinar e aprender percepções de

mundo e maneiras de construir sentidos, em uma proposta que conceba a

língua como discurso e resgata a função social e educacional desta Disciplina.

Deste modo, as aulas de LE configuram-se como espaços nos quais

identidades são construídas, pela forma como as interações entre professores

e alunos são organizadas, pelas representações e visões de mundo que vão

sendo reveladas no dia-a-dia. Assim sendo, objetiva-se que os alunos possam

analisar as questões da nova ordem global, suas implicações e, acima de tudo,

desenvolver uma consciência crítica a respeito do papel das línguas na

sociedade. Tal perspectiva pretende também superar a ideia de que o objetivo

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de eninar LE na escola é apenas o linguístico.

O ensino de LE na escola justifica a necessidade de retomar o que a Lei

de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei n.°9394/96 - estabelece

como objetivo da escolarização básica no art. 32, por meio do qual institui ser o

Ensino Fundamental voltado para a formação básica do cidadão. Embora a

aprendizagem de LE também possa servir como meio para progressão no

trabalho e estudos posteriores, ela também deve contribuir para a constituição

das identidades dos alunos sujeitos como agentes críticos e transformadores

ao longo da Educação Básica.

Nesse sentido, observa-se o comprometimento com o resgate da função

social e educacional da LE na Educação Básica de modo a conciliar a

apropriação dos conhecimentos específicos da LE com uma compreensão

crítica de sociedade, com vistas à sua transformação, de forma a superar os

fins utilitaristas, pragmáticos ou instrumentais que historicamente têm marcado

o ensino desta Disciplina.

De acordo com a concepção de língua apregoada nestas Diretrizes,

entende-se que o ensino de língua estrangeira deve oportunizar aos alunos a

aprendizagem de conteúdos que ampliem as possibilidades de ver o mundo, de

avaliar os paradigmas já existentes e novas maneiras de construir sentidos do

e no mundo, considerando as relações que podem ser estabelecidas entre a

LE e: a inclusão social, o desenvolvimento da consciência do papel das línguas

na sociedade, o reconhecimento da diversidade cultural e o processo de

construção das identidades transformadoras.

Um outro objetivo da língua estrangeira é proporcionar a todos os

envolvidos no processo de ensino e de aprendizagem, o uso da língua que

estão aprendendo em situações significativas, isto é, reconhecidamente

relevantes e não como mera prática de formas linguísticas

descontextualizadas, visando a reconstrução de sua identidade como agente

social.

Conteúdos

Na Disciplina de Língua Estrangeira os saberes são concebidos como

Conteúdos Estruturantes, a partir dos quais se abordam os conteúdos

específicos no trabalho pedagógico. Os conteúdos Estruturantes se constituem

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através da história, são legitimados socialmente e, por isso, são provisórios e

processuais.

Define-se como Conteúdo Estruturante da Língua Estrangeira Moderna

o Discurso como prática social. A língua será tratada de forma dinâmica, por

meio de leitura, de oralidade e de escrita que são as práticas que efetivam o

discurso.

Os conteúdos específicos contemplam diversos gêneros discursivos,

além de elementos linguístico-discursivos, tais como: unidades linguísticas,

temática e composicionais.

Ao trabalhar com os conteúdos específicos levaremos em conta o

princípio da continuidade, ou seja, a manutenção de uma progressão entre as

séries.

A partir dessas considerações, selecionaremos um conjunto de textos

pertencentes a diferentes gêneros e abordaremos os conteúdos específicos em

sala de aula, tendo como referência os fundamentos teórico-metodológicos da

Disciplina, bem como os objetivos do ensino de LE, de modo que o aluno:

seja capaz de usar a língua em situações de comunicação oral e escrita;

vivencie, na aula de língua estrangeira, formas de participação que lhe

possibilite estabelecer relações entre ações individuais e coletivas;

compreenda que os significados são sociais e historicamente

construídos e, portanto, passíveis de transformação na prática social;

tenha maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade;

reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, bem como

seus benefícios para o desenvolvimento cultural do país.

Por fim, analisaremos os elementos linguístico-discursivos presentes nos

textos, mas de forma que não seja levado em conta apenas objetivos de

natureza linguística, mas principalmente fins educativos, fazendo uma

articulação entre Conteúdo Estruturante e Conteúdos Específicos, para que as

formas linguísticas sejam tratadas de modo contextualizado.

6º ano

Conteúdos Básicos e Específicos

Gêneros Discursivos

- Quadro de informações on-line - Charada

- Imperative – Affirmative and Negative - What, How, Where

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- Cartaz - Informações em murais - Horário escolar - Arquivos em tela de computador - Álbum de retratos - Entrevista - Food labels – Informações nutricionais em alimentos - Biografia - Pôster - Panfleto - E-mail - Cartão-postal - Letra de música

- Numbers from 0 to 100 - School objects - Colors - Shapes - Personal pronouns - Verb to be – affirmative, negative and interrogative forms - School subjects - English alphabet - Verb to be – affirmative, negative, interrogative forms - Personal pronouns , possessive adjective - Demonstrative pronouns; - Plural - What and Who - Family members - Occupations - Adjectives - Fruit - Prepositions of place - There to be - Can ( ability) - How many - Irregular plurals - City places - Parts of a house and furniture - Adjectives - Ordinal numbers - Musical instruments - Action verbs

7º ano

Conteúdos Básicos e Específicos

Gêneros Discursivos

- Texto informativo - Páginas principais de websites - Descrição pessoal - Definições de dicionário - Newsletter eletrônica - Classificação de vídeo game - Cartaz - Programação de TV - Questionário em revista para jovens - Carta formal - Desenho de moda - Carta informal (descritiva) - Descrição de rotina - Recomendações de segurança - Schedules (TV, films and tours) - Lista - Fotos - Pôster informativo - Questionário (Quis)

- To have (present / affirmative forma) - Verb can: affirmative, negative, interrogative

sentences - Possessive case - Whose - These / Those - Present progressive (affirmative, negative,

interrogative forms) - Food - Sports, sport objects - Parts of the body - Action verbs - Prefix para- - Days of the week - Questions and negatives with to be - Do you like / have? - Yes, I do / No, I don‟t - What, When, Where, What time, Which - Prepositions of time: in, on, at - Simple present - What time is it? - Tipos de vídeo games; Tipos de filmes - Tipos de programas de TV - Meses - Atividades no tempo livre - Roupas - Horas; Numbers from 0 to 1000

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- Simple Present (negative form, interrogative form) - Adverbs of time; adjectives - With – questions - How much is / are - Prepositions of place

8º ano

Conteúdos Básicos e Específicos

Gêneros Discursivos

- Artigos de Jornal - Descrição de festividade - Planos - Descrição de planos relativos a TV - Chats - Legendas de foto - Material de referência online - Receitas - Texto de referência - Jogo de computador - Poster comparativo - Texto de referência - Linha do tempo - Resenha - Cartas descrevendo problemas - Poster contendo avaliação do processo de aprendizagem

- Review of Simple Present; Present Progressive; Present Progressive for future plans - Review of Can - Simple Present X Present Progressive - Possessive Adjectives - Adjetivos (opostos) - Every Day, Now and Tomorrow - Phrasal verbs - Subject Pronouns / Object Pronouns - Future with going to - To be (Simple Past: Affirmative, negative and interrogative forms) - Ordinal Numbers - Adjectives - Palavras que rimam - Expressions of time in the past - There to be ( Past: Affirmative, negative and interrogative forms) - Simple Past (Regular verbs/ Affirmative, and interrogative forms) - Simple Past (Irregular verbs/ Affirmative, Negative and Interrogative forms) - Adverbs of manner

9º ano Conteúdos Básicos e Específicos

Gêneros Discursivos

- Entrevista - Ficha - Texto em camiseta - Linha do tempo - Fact file - Discussão online - Artigos de jornal - Cartum - Texto informativo para referência - Quis - Entrevista online - Artigo - História em quadrinhos - Placa informativa - Poema - Faixa (banner) - Cartas (e resposta) sobre problemas pessoais - Cartão - Roteiro de teatro - Resenha

- Simple Past Review (regular and irregular verbs) - Can (ability) - Questions words - Past Continuous (affirmative, negative and interrogative) - Comparative forms of adjectives - Profissões - Expressões referentes ao contexto escolar - Phrasal verbs - American English / British English - Palavras homônimas - Superlative form of adjectives - Countable and uncountable - Nouns, many, much, little, few, a lot of - Modal verbs (can, could, may, might) - Adjetivos referentes à descrição de lugares - Identificar as características do texto informativo e do artigo - Homófonos - Confusable words - Future with will - Should, must (n‟t) / have to

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- Relative pronouns and adverbs: who, which, where, that - Adjetivos – sufixos – er - Expressões relativas a relacionamentos - Verbos e seus complementos

LEITURA

Identificação do tema;

Intencionalidade;

Léxico;

Funções das classes gramaticais no texto;

Marcas linguísticas: particularidades da língua; pontuação; recursos

gráficos (como aspas, travessão, negrito).

ESCRITA

Tema do texto;

Finalidade do texto;

Intencionalidade do texto;

Léxico;

Coesão e coerência;

Funções das classes gramaticais no texto;

Marcas linguísticas: particularidades da língua; pontuação; recursos

gráficos (como aspas, travessão, negrito);

ORALIDADE

Adequação do discurso ao gênero;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;

Pronúncia.

Metodologia

O trabalho com a LE em sala de aula partirá do entendimento do papel

das línguas nas sociedades como mais do que meros instrumentos de acesso

à informação: a LE será também uma possibilidade de conhecer, expressar e

transformar modos de entender o mundo e de construir significados. O qual

implica em engajar os alunos sujeitos em atividades críticas e

problematizadoras.

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O texto apresenta-se como um espaço para a discussão de temáticas

fundamentais para o desenvolvimento intercultural, manifestados por um

pensar e agir críticos, por uma prática cidadã imbuída de respeito às diferentes

culturas, crenças e valores. Possibilita-se, deste modo, a capacidade de

analisar e refletir sobre os fenômenos linguísticos e culturais como realizações

discursivas, as quais se revelam na/pela história dos sujeitos que fazem parte

deste processo.

Trata-se, portanto, de abordar o uso da língua estrangeira como espaço

de construção de significados dependentes da situação de uso, dos propósitos

dos interlocutores e dos recursos linguísticos de que dispõem. Isto significa,

dentre outras coisas, pensar que o falante/escritor tem papel ativo na

construção do significado da interação, assim como seu interlocutor.

Na aula de língua estrangeira será possível fazer discussões orais sobre

sua compreensão, bem como produzir textos orais, escritos e/ou visuais a partir

do texto lido, integrando todas as práticas discursivas neste processo.

Assim, a partir do Conteúdo Estruturante Discurso como prática social,

serão trabalhadas questões linguísticas, sociopragmáticas, culturais e

discursivas, bem como as práticas do uso da língua: leitura, oralidade e escrita.

O ponto de partida da aula de Língua Estrangeira Moderna será o texto, verbal

e não-verbal, como unidade de linguagem em uso.

LEITURA

Prática de leitura de diferentes gêneros;

Discussões sobre tema, intenções...

Relacionar tema com o contexto atual;

Socializar ideias dos alunos sobre o texto.

ESCRITA

Produção textual a partir do tema e gênero;

Reescrita textual: revisão dos argumentos e elementos que compõem o

gênero.

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ORALIDADE

Apresentações de textos produzidos pelos alunos;

Contexto social;

Explorar marcas linguísticas típicas da oralidade.

Avaliação

A avaliação contemplará todo o processo de aprendizagem e não se

limitará aos resultados dos testes normalmente aplicados. Dessa forma,

aproveitaremos todas as oportunidades possíveis para fazermos

acompanhamento do aprendizado do grupo. Por exemplo: a retomada

constante de conhecimentos, que propiciará uma oportunidade única de

consolidação da aprendizagem a todos os alunos; a participação ativa dos

alunos, considerando que o engajamento discursivo na sala de aula se realiza

por meio da interação verbal, a partir dos textos, e de diferentes formas: entre

os alunos e o professor; entre os alunos na turma; na interação dos alunos com

o material didático; nas conversas em língua materna e na língua estrangeira

estudada; e no próprio uso da língua, que funciona como um recurso cognitivo

ao promover o desenvolvimento dos pensamentos e de ideias (Vygotsky,

1989).

Assim, o caráter educacional da avaliação sobrepor-se-á ao seu caráter

eventualmente punitivo e de controle. Por conseguinte, a avaliação se

constituirá num instrumento facilitador na busca de orientações e intervenções

pedagógicas, não se atendo apenas ao conteúdo desenvolvido, mas àqueles

vivenciados ao longo do processo, de forma que os objetivos específicos sejam

alcançados.

LEITURA

Espera-se que o aluno:

Realize leitura compreensiva do texto;

Localize informações explícitas no texto;

Amplie seu léxico;

Identifique a ideia principal do texto.

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ESCRITA

Espera-se que o aluno:

Elabore textos atendendo às situações de produção como: gênero,

finalidade, temática;

Diferencie linguagem formal e informal;

Utilize adequadamente recursos linguísticos.

ORALIDADE

Espera-se que o aluno:

Utilize o discurso de acordo com a situação de produção;

Apresente suas ideias com clareza, coerência, mesmo que na língua

moderna.

Bibliografia

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba, 2008.

MARQUES, Amadeu & SANTOS, Denise. Links. Editora Ática: São Paulo, 2009.

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PROPOSTA PEDAGÓGICO-CURRICULAR DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E

ADULTOS

1 OBJETIVO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Art. 37 da LDB 9394/96: “A Educação de Jovens e Adultos será

destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no

Ensino Fundamental e Médio em idade própria”.

O Colégio Estadual “Dr. Felipe Silveira Bittencourt” – Ensino

Fundamental e Médio segue como características desta modalidade de ensino

a diversidade do perfil dos educandos com relação à idade, nível de

escolarização em que se encontram, à situação socioeconômica e cultural, a

motivação pela qual procuram a escola, e coerentes com as finalidades e

objetivos, resolve fornecer subsídios para que estes cidadãos tornem-se ativos,

criativos, críticos e democráticos. A Educação de Jovens e Adultos deve-se

voltar para a formação na qual os educandos- trabalhadores possam: aprender

permanentemente; refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e

coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar com dinamicidade as

mudanças sociais; enfrentar problemas novos, construindo soluções originais

com agilidade e rapidez, a partir da utilização metodologicamente adequada de

conhecimentos científicos, tecnológicos e sociohistóricos.

O universo da Educação de Jovens e Adultos contempla diferentes

culturas e é imprescindível que o educando seja visto como sujeito histórico-

cultural, com conhecimentos e experiências acumuladas, levando em conta

suas especificidades.

A Educação de Jovens e Adultos, enquanto processo educativo, tem um

papel fundamental na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores

que os levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural, respeito

mútuo, solidariedade e paz.

Visando esses conceitos é que o Colégio Estadual “Dr. Felipe Silveira

Bittencourt” – Ensino Fundamental e Médio, resolveu atender a Educação de

Jovens e Adultos, desde o ano de 2007, conforme Resolução nº 182 DOE de

30/01/2008.

O Colégio Estadual “Dr. Felipe Silveira Bittencourt ” – Ensino

Fundamental e Médio é mantido pelo poder público e administrado pela

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Secretaria de Estado da Educação, que oferta o Ensino Fundamental de 9

anos - 6ª ao 9º ano e Educação de Jovens e Adultos – Fase II do Ensino

Fundamental e Ensino Médio.

A Lei n.º 2215, de 21 de agosto de 1954, cria o Ginásio Estadual de

Marialva.

Este Estabelecimento de Ensino está localizado na cidade de Marialva,

Estado do Paraná, à Rua Prof. Adhemar Bornia, 307, mantida pelo Governo do

Estado do Paraná, administrado pela Secretaria de Estado da Educação nos

termos da Legislação em vigor e tem por finalidade, atender o disposto nas

Constituições Federal e Estadual e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, ministrar Ensino Fundamental de 9 anos - 6ª ao 9º ano e Educação

de Jovens e Adultos EJA PRESENCIAL Ensino Fundamental Fase II e

Ensino Médio, observada a legislação e normas especificamente aplicáveis,

destinados à preparação do jovem e do adulto, por meio de metodologia

adequada ao desenvolvimento cultural e formação da vida cidadã dos

educandos, com base nos seguintes princípios:

a) Igualdade de condições para o acesso e permanência na Escola,

vedada qualquer forma de discriminação e segregação;

b) Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o

pensamento, a arte e o saber;

c) Gratuidade do ensino público, com isenção de taxas e contribuições de

qualquer natureza, vinculadas à matrícula ;

d) Valorização dos profissionais do Ensino;

e) Gestão democrática do ensino público na forma desta Lei e da

legislação dos sistemas de ensino;

f) Garantia de padrão de qualidade, com educação igualitária.

E como objetivos:

1. O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios

básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo.

2. A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da

tecnologia das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade.

3. O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a

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aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e

valores;

4. O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade

humana e da tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

5. A consolidação e o aperfeiçoamento dos conhecimentos adquiridos no

Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos.

6. O aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a

formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do

pensamento crítico.

7. A compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos

produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino em cada

disciplina.

1.1 Perfil do educando

Compreender o perfil do educando da Educação de Jovens e Adultos –

EJA – requer conhecer a sua história, cultura e costumes, entendendo-o como

um sujeito com diferentes experiências de vida e que em algum momento

afastou-se da escola devido a fatores sociais, econômicos, políticos e/ou

culturais. Entre esses fatores, destacam-se o ingresso prematuro no mundo do

trabalho, a evasão ou a repetência escolar.

Nessa perspectiva, a EJA deve contemplar ações pedagógicas

específicas que levem em consideração o perfil do educando jovem, adulto e

idoso que não obteve escolarização ou não deu continuidade aos seus

estudos por fatores, muitas vezes, alheios à sua vontade.

A Lei nº 9394/96, em seu Artigo 38, determina que, no nível de

conclusão do Ensino Fundamental e Médio, a idade seja, respectivamente, 15

e 18 anos. De acordo ainda com a Deliberação nº 008/00, do CEE – PR, o

ingresso na EJA pode se dar aos 14 anos para o Ensino Fundamental e aos

17 para o Ensino Médio. Essa alteração da idade de ingresso e certificação na

EJA, dentre outros fatores, ocasionou uma mudança significativa na

composição da demanda por essa modalidade de ensino, principalmente pela

presença de adolescentes.

Atualmente, os adolescentes ainda são presença marcante nas escolas

de EJA. A grande maioria é oriunda de um processo educacional fragmentado,

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marcado por frequente evasão e reprovação no Ensino Fundamental e Médio

regulares.

A demanda desses adolescentes para com a EJA não pode ser vista

apenas como um fato, mas também como a oportunidade da educação escolar

responder a alguns questionamentos, dentre os quais: como reverter a cultura

do “aligeiramento” da escolarização ou de uma pedagogia da reprovação por

uma pedagogia da aprendizagem?; que prática pedagógica temos

desenvolvido em nossas escolas?; em que medida o tempo/espaço de

escolarização tem sido adequado?

Os jovens e adultos que procuram a EJA têm a necessidade da

escolarização formal, seja pelas necessidades pessoais, seja pelas exigências

do mundo do trabalho. A dinâmica desenvolvida nesta modalidade de ensino

deve possibilitar a flexibilização de horários e a organização do tempo escolar

destes educandos, viabilizando a conclusão dos seus estudos.

Muitos dos adolescentes, jovens, adultos e idosos ingressos na EJA

trazem modelos internalizados durante suas vivências escolares ou por outras

experiências. O modelo predominante é o de uma escola com características

tradicionais, onde o educador exerce o papel de detentor do conhecimento e o

educando de receptor passivo deste conhecimento. Com base nesses

modelos, muitos depositam na escola a responsabilidade pela sua

aprendizagem. Há necessidade de romper com esses modelos e motivar a

autonomia intelectual, a fim de que se tornem sujeitos ativos no processo

educacional.

Esses educandos possuem uma bagagem de conhecimentos adquiridos

em outras instâncias sociais, visto que a escola não é o único espaço de

produção e socialização dos saberes. Essas experiências de vida são

significativas ao processo educacional e devem ser consideradas para a

elaboração do currículo escolar, que se configura numa forma diferenciada de

ensino-aprendizagem, já que possui características próprias, distintas do

Ensino Regular.

Uma outra demanda a ser atendida pela EJA é a de pessoas idosas que

buscam a escola para desenvolvimento ou ampliação de seus conhecimentos,

bem como outras oportunidades de convivência. Inclui-se aqui o convívio

social e a realização pessoal. São pessoas que possuem uma temporalidade

específica no processo de aprendizagem. Para tanto, deve-se dispensar

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atenção especial no atendimento educacional a essa população.

Atender, preferencialmente, os alunos acima de 18 anos no Ensino

Fundamental e acima de 21 anos no Ensino Médio é uma das formas de

garantir a especificidade desta modalidade educacional e responder ao caráter

histórico que a constituiu, ou seja, para qual público este atendimento

educacional foi criado – o público adulto.

Além da característica etária vinculada à EJA, há que se considerar um

outro conjunto de necessidades e especificidades do público que demanda

esta modalidade.

Há na EJA uma grande presença de mulher, que durante anos sofreu, e

por diversas vezes ainda sofre as consequências de uma sociedade desigual

com predomínio da tradição patriarcal, que a impediu das práticas educativas

em algum momento de sua história de vida.

A EJA contempla também o atendimento a educandos com

necessidades educacionais especiais. Considerando a situação em que se

encontram individualmente estes educandos, deve-se priorizar ações

educacionais específicas e que oportunizem o acesso, a permanência e o êxito

destes no espaço escolar.

Ao contemplar a educação do campo na EJA, considera-se que “o

campo” retrata uma diversidade sociocultural que se dá a partir de sujeitos que

nele habitam, ou seja, os assalariados rurais temporários, posseiros, meeiros,

arredantários, acampados, assentados, reassentados, atingidos por barragens,

agricultores familiares, vileiros rurais, povos das florestas, indígenas,

descendentes negros provenientes de quilombos, pescadores, ribeirinhos e

outros mais. A afirmação do campo enquanto espaço de vida contribui para a

autoafirmação da identidade destes povos, no sentido da valorização do seu

trabalho, da sua história, da sua cultura e dos seus conhecimentos.

Esta população do campo constitui-se de diferentes gerações, etnias,

gêneros, crenças e diferentes modos de trabalhar, de viver, de se organizar,

de resolver os problemas, de lutar, de ver o mundo e de resistir no campo. É,

sem dúvida, um desafio para a educação escolar, pensar e organizar em seu

currículo as relações com a educação do campo, tendo em vista que sua

identidade se constrói a partir dos sujeitos sociais que estabelecem vínculos

com um modo específico de organização e trabalho, com os saberes e culturas

que se produzem no campo e, contudo, sem perder de vista os conhecimentos

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e a cultura historicamente acumulada na sociedade de um modo geral.

No tocante aos povos indígenas, constata-se que pertencem a

universos culturais específicos, caracterizados pelos seus territórios, modos de

produção, relações de parentescos, línguas, rituais, tempos e formas

diferenciadas de organização da escola, e processos próprios de

aprendizagem. Muitas comunidades preservam as línguas indígenas (kaigang

e/ou guarani) como códigos tradicionais de resistência de suas identidades

socioculturais, sendo fundamental o respeito e a articulação com as demais

línguas (portuguesa e estrangeira moderna) que compõem seus processos de

ensino e aprendizagem. Para tanto, é necessário um corpo de docente

constituído, preferencialmente, por indígenas, habilitados e formados

continuamente, inseridos e atuantes nas suas comunidades.

Em síntese, o atendimento à escolarização de jovens, adultos e idosos,

não refere-se exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação

desta modalidade com a diversidade sociocultural de seu público, composta,

dentre outros, por populações do campo, em privação de liberdade, com

necessidades educativas especiais, indígenas, que demandam uma educação

que considere o tempo/espaço e a cultura desses grupos.

Considerando o perfil diferenciado dos educandos da EJA e suas

necessidades, assim como, as características próprias desta modalidade de

ensino, deve-se garantir o retorno e permanência destes educandos à

escolarização formal, pela manutenção da oferta da Educação de Jovens e

Adultos no Estado do Paraná, através de políticas públicas direcionadas

especificamente a este atendimento, de forma permanente e contínua,

enquanto houver demanda.

1.2 Caracterização do curso

Este estabelecimento de ensino tem como uma das finalidades, a oferta

de escolarização de jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a

seus estudos no Ensino Fundamental ou Médio, assegurando-lhes

oportunidades apropriadas, consideradas suas características, interesses,

condições de vida e de trabalho, mediante ações didático-pedagógicas

coletivas e/ou individuais.

Portanto, este Estabelecimento Escolar oferta Educação de Jovens e

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Adultos – Presencial, que contempla o total de carga horária estabelecida na

legislação vigente nos níveis do Ensino Fundamental e Médio, com avaliação

no processo.

Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de

modo a viabilizar processos pedagógicos, tais como:

pesquisa e problematização na produção do conhecimento;

desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar;

registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações,

fotografias, ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a

sistematização e socialização dos conhecimentos;

vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos

educandos, bem como a reflexão sobre outras formas de expressão

cultural.

Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos

planos de estudos e atividades. O Estabelecimento de Ensino deverá

disponibilizar o Guia de Estudos aos educandos, a fim de que estes tenham

acesso a todas as informações sobre a organização da modalidade.

Organização Coletiva

Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de

um cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão

de início e término de cada disciplina, oportunizando ao educando a

integralização do currículo. A mediação pedagógica ocorrerá priorizando o

encaminhamento dos conteúdos de forma coletiva, na relação professor-

educandos e considerando os saberes adquiridos na história de vida de cada

educando.

A organização coletiva destina-se, preferencialmente, àqueles que têm

possibilidade de frequentar com regularidade as aulas, a partir de um

cronograma pré-estabelecido.

Organização Individual

A organização individual destina-se àqueles educandos trabalhadores

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que não têm possibilidade de frequentar com regularidade as aulas, devido às

condições de horários alternados de trabalho e para os que foram matriculados

mediante classificação, aproveitamento de estudos ou que foram

reclassificados ou desistentes quando não há, no momento em que sua

matrícula é reativada, turma organizada coletivamente para a sua inserção.

Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um

cronograma que estipula os dias e horários das aulas, contemplando o ritmo

próprio do educando, nas suas condições de vinculação à escolarização e nos

saberes já apropriados.

1.3 Níveis de ensino

1.3.1 Ensino Fundamental – Fase II

Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este

estabelecimento escolar terá como referência as Diretrizes Curriculares

Nacionais e Estaduais, que consideram os conteúdos ora como meios, ora

como fim do processo de formação humana dos educandos, para que os

mesmos possam produzir e ressignificar bens culturais, sociais, econômicos e

deles usufruírem.

Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino

Fundamental e possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio.

1.3.2 Ensino Médio

O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar terá como referência em

sua oferta, os princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas

Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e

Resolução n.º 02 de 07 de abril de 1998/CNE, nas Diretrizes Curriculares

Estaduais da Educação de Jovens e Adultos e nas Diretrizes Curriculares

Estaduais da Educação Básica.

1.4 Educação Especial

A EJA contempla também o atendimento a educandos com

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necessidades educativas especiais, inserindo estes no conjunto de educandos

da organização coletiva ou individual, priorizando ações que oportunizem o

acesso, a permanência e o êxito dos mesmos no espaço escolar, considerando

a situação em que se encontram individualmente estes educandos.

Uma vez que esta terminologia pode ser atribuída a diferentes grupos de

educandos, desde aqueles que apresentam deficiências permanentes até

aqueles que, por razões diversas, fracassam em seu processo de

aprendizagem escolar, a legislação assegura a oferta de atendimento

educacional especializado aos educandos que apresentam necessidades

educativas especiais decorrentes de:

1. deficiências mental, física/neuromotora, visual e auditiva;

2. condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou

psiquiátricos;

3. superdotação/altas habilidades.

É importante destacar que “especiais” devem ser consideradas as

alternativas e as estratégias que a prática pedagógica deve assumir para

remover barreiras para a aprendizagem e participação de todos os alunos.1

Desse modo, desloca-se o enfoque do especial ligado ao educando para

o enfoque do especial atribuído à educação. Mesmo que os educandos

apresentem características diferenciadas decorrentes não apenas de

deficiências, mas também de condições socioculturais diversas e econômicas

desfavoráveis, eles terão direito a receber apoios diferenciados daqueles

normalmente oferecidos pela educação escolar.

Garante-se, dessa forma, que a inclusão educacional realize-se,

assegurando o direito à igualdade com equidade de oportunidades. Isso não

significa o modo igual de educar a todos, mas uma forma de garantir os apoios

e serviços especializados para que cada um aprenda, resguardando-se suas

singularidades.

1.5 Ações pedagógicas descentralizadas

Este Estabelecimento Escolar desenvolverá ações pedagógicas

1 CARVALHO, R.E. Removendo barreiras à aprendizagem. Porto Alegre, 2000, p.17.

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descentralizadas, efetivadas em situações de evidente necessidade, dirigidas a

grupos sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta de

escolarização para jovens, adultos e idosos, respeitada a proposta pedagógica

e o regimento escolar, desde que autorizado pela SEED/PR, segundo critérios

estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria.

1.6 Frequência

A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de

100% (cem por cento) presencial no Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino

Médio, sendo que a frequência mínima na organização coletiva é de 75%

(setenta e cinco por cento) e na organização individual é de 100% (cem por

cento), em sala de aula.

1.7 Exames supletivos

Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao

disposto na Lei n.º 9394/96, desde que autorizado e credenciado pela

Secretaria de Estado da Educação, por meio de Edital próprio emitido pelo

Departamento de Educação e Trabalho, através da Coordenação da Educação

de Jovens e Adultos.

1.8 Conselho Escolar

O Conselho Escolar é um órgão colegiado de natureza consultiva,

deliberativa e fiscal, tem como principal atribuição estabelecer e garantir a

implementação da Proposta Pedagógica, eixo de toda e qualquer ação a ser

desenvolvida, funcionamento e relacionamento com a comunidade, nos limites

da legislação em vigor e compatíveis com as diretrizes e política educacional

traçadas pelo mantenedor.

O Conselho Escolar tem por finalidade promover a articulação entre os

segmentos da Comunidade e os setores deste Estabelecimento, a fim de

garantir o cumprimento de sua função que é ensinar.

O Conselho Escolar será constituído de acordo com o princípio da

representatividade, devendo abranger toda a comunidade escolar, cujos

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representantes nele terão, necessariamente, voz e voto, será elaborado por

seus componentes e aprovado pelo órgão competente.

O Conselho Escolar será constituído pelas seguintes categorias:

Diretor;

Representante da Equipe Pedagógica ;

Representante da Equipe Administrativa;

Representante de professores para cada segmento do Ensino

Fundamental do Ensino Médio atuantes em sala de aula;

Representante de alunos convocados por seus pares;

Representantes de pais ou responsáveis por alunos regularmente

matriculados.

Poderão participar do órgão colegiado de direção, representante dos

segmentos sociais organizados comprometidos com a escola pública,

assegurando-se que sua representação não ultrapasse 1/5 (um quinto) do

colegiado.

Os Membros do Conselho Escolar, bem como seus suplentes, serão

escolhidos por seus pares, nos termos das categorias no artigo anterior.

As categorias que compõe o Conselho Escolar terão reunião própria

com o fim de escolher seus representantes.

A presidência do Conselho Escolar será exercida pelo Diretor deste

Estabelecimento de Ensino, na qualidade de membro nato.

O mandato dos integrantes do Conselho Escolar será de 2 (dois) anos,

não coincidindo com o mandato do Diretor.

Os Membros do Conselho Escolar não receberão qualquer tipo de

remuneração, nem terão vínculo empregatício com a mantenedora por serem

conselheiros.

No caso de um dos conselheiros infringir as normas estabelecidas neste

regimento, o próprio Conselho Escolar, após apuração e comprovação das

irregularidades poderá destituí-lo.

São atribuições do Conselho Escolar:

analisar e aprovar o Plano Anual deste Estabelecimento de Ensino;

acompanhar e avaliar o desempenho deste estabelecimento em face

das diretrizes, prioridades e metas estabelecidas na proposta

pedagógica.

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analisar os projetos propostos por todas as categorias que compõem a

comunidade escolar, no sentido de avaliar sua necessidade de

implantação e aprová-los se for o caso;

apreciar e julgar em grau de recurso os casos dos alunos que forem

punidos por infringirem as normas neste Estabelecimento de Ensino;

apreciar e emitir parecer quanto as reivindicações e consultas da

comunidade escolar sobre questões ao cumprimento deste regimento

escolar.

apreciar e emitir parecer sobre desligamento de um ou mais membros

do Conselho Escolar, quando do não cumprimento das normas

estabelecidas , encaminhando-o ao órgão competente;

aprovar o calendário da unidade escolar e enviar ao órgão competente

para homologação;

deliberar sobre outros assuntos encaminhados pela Direção pertinentes

ao âmbito de ação deste estabelecimento.

O funcionamento do Conselho Escolar dar-se-á através de:

a) reuniões ordinárias bimestrais convocadas pelo presidente, com 72

(setenta e duas) horas no mínimo de antecedência, com pauta claramente

definida no ato da convocação.

b) reuniões extraordinárias sempre que necessário:

por convocação do presidente do Conselho Escolar;

a pedido de 1/3 (um terço) de seus membros em requerimento dirigido

ao presidente, especificando o motivo da convocação.

As reuniões extraordinárias também terão sua convocação com 72

(setenta e duas) horas de antecedência, com pauta claramente definida no ato

da convocação.

As reuniões ordinárias e extraordinárias realizar-se-ão, em primeira

convocação com 2/3 (dois terços) dos Membros do Conselho Escolar ou, em

segunda convocação, 30 (trinta) minutos após, com 1/3 (um terço) de seus

membros.

As reuniões serão lavradas em livro próprio aberto para esta finalidade,

por secretário Ad hoc, para registro, comunicação ou divulgação.

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Na ausência injustificada de 3 (três) reuniões consecutivas ou 5 (cinco)

intercaladas, no período de um ano, o Membro do Conselho será destituído e o

preenchimento do cargo de sua representação dar-se-á mediante nova

indicação.

O funcionamento do Conselho Escolar segue as normas estabelecidas

em Estatuto Próprio.

1.9 Materiais de apoio didático

Serão adotados os materiais indicados pelo Departamento de Educação

e Trabalho/Coordenação de Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de

Estado da Educação do Paraná, como material de apoio, além dos livros

didáticos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e do Livro

Didático Público.

Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, deverão

utilizar outros recursos didáticos.

1.10 Biblioteca escolar

A Biblioteca constitui-se em espaço pedagógico, cujo acervo estará à

disposição de toda Comunidade Escolar, durante o horário de funcionamento

deste Estabelecimento de Ensino, contribuindo para o desenvolvimento da

cidadania.

A Biblioteca estará a cargo de profissional qualificado, de acordo com a

legislação em vigor.

A Biblioteca deverá ter regulamento próprio, onde estarão explicitados

sua organização, funcionamento e atribuições do responsável.

O regulamento da Biblioteca será elaborado por seu responsável, sob a

orientação da Equipe Pedagógica, com aprovação do Conselho Escolar.

As normas para o uso da Biblioteca encontram-se no regulamento

próprio.

A Biblioteca do Colégio Estadual “Dr. Felipe Silveira Bittencourt” –

Ensino Fundamental – Fase II e Médio, estará aberta nos dias letivos, em

horário de aula nos períodos: matutino, vespertino e noturno, estando à

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disposição para que os educandos da Educação de Jovens e Adultos, possam

fazer suas pesquisas e leituras.

1.11 Laboratório

Ciência e tecnologia são elementos essenciais para a transformação e o

desenvolvimento da sociedade atual. Esta, por sua vez, tem exigido um volume

de informações muito maior do que em qualquer época do passado, quer seja

para o acesso ao mundo do trabalho, quer para o exercício consciente da

cidadania e para as atividades do cotidiano.

A apropriação significativa do conhecimento científico, de modo a

contribuir para a compreensão dos fenômenos do mundo natural, em diferentes

espaços e tempos do planeta, como um todo dinâmico, como elementos em

permanente interação, do corpo humano e sua integridade, da saúde como

dimensão pessoal e social, do desenvolvimento tecnológico e das

transformações ambientais causadas pelo ser humano, são os resultados

esperados na área de Ciências do Ensino Fundamental e Médio.

As atividades de laboratório, quando bem implementadas, assumem

papel de suma importância, auxiliando o professor no encaminhamento

metodológico de temas ou assuntos em estudos, propiciando a participação

ativa dos educandos, potencializando as atividades experimentais e facilitando

a compreensão de conceitos ou fenômenos.

Assim, seguindo o entendimento do Conselho Estadual de Educação,

expresso no parecer nº 095/99 “[...] indubitavelmente, um conceito novo para o

espaço denominado laboratório acompanha uma educação científica nova,

espaço que passará a incluir também o pátio da escola, a beira do mar, o

bosque ou a praça pública [...]” explicitam a não obrigatoriedade de espaço

específico e materiais pré-determinados, para a concretização de experimentos

nos estabelecimentos de ensino, reforçando o princípio pedagógico da

contextualização, que se quer implementar neste Centro Estadual de Educação

Básica para Jovens e Adultos.

1.12 Recursos tecnológicos

Segundo Piaget, todos os homens são inteligentes e essa inteligência

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serve para buscar e encontrar respostas para seguir vivendo. Por isso mesmo

a inteligência apresenta duas condições inerentes ao ser vivo: a organização e

a adaptação em um mundo em constante transformação.

Assim é mais fácil o processo de viver a vida. O ser humano pode

garantir isso a partir de suas relações com a natureza e com outras pessoas.

Assim, o homem depende necessariamente da interação. Nessa perspectiva, a

tecnologia tem papel primordial. Na sociedade do conhecimento e da

tecnologia, torna-se necessário repensar o papel da escola, mais

especificamente as questões relacionadas ao ensino e à aprendizagem. É

fundamental que o professor, independente da sua área de atuação, possa

conhecer as potencialidades e as limitações pedagógicas envolvidas nas

diferentes tecnologias, seja o vídeo, a Internet, o computador, entre outros.

Importa que cada uma delas carrega suas próprias especificidades, que podem

ser completadas entre si e/ou com outros recursos não tecnológicos.

O uso da Internet na escola pode exemplificar a multiplicidade de

recursos seja significativo e pertinente ao contexto que podem ser utilizados

em situações de aprendizagem.

2 FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS

A educação de adultos exige uma inclusão que tome por base o reconhecimento do jovem adulto como sujeito. Coloca-nos o desafio de pautar o processo educativo pela compreensão e pelo respeito do diferente e da diversidade: ter o direito a ser igual quando a diferença nos inferioriza e o de ser diferente quando a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princípios que regem a educação de adultos, há de buscar-se uma educação qualitativamente diferente, que tem como perspectiva uma sociedade tolerante e igualitária, que a reconhece ao longo da vida como direito inalienável de todos (SANTOS, 2004).

A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade

educacional que atende a educandos-trabalhadores, tem como finalidade e

objetivos o compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura

geral, de modo a que os educandos venham a participar política e

produtivamente das relações sociais, com comportamento ético e compromisso

político, através do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.

Tendo em vista este papel, a educação deve voltar-se para uma

formação na qual os educandos-trabalhadores possam: aprender

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permanentemente, refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e

coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma

solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar

problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a

partir da utilização metodologicamente adequada de conhecimentos científicos,

tecnológicos e sociohistóricos2.

Sendo assim, para a concretização de uma prática administrativa e

pedagógica verdadeiramente voltada à formação humana, é necessário que o

processo ensino-aprendizagem, na Educação de Jovens e Adultos seja

coerente com:

o seu papel na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores

que os levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural;

o exercício de uma cidadania democrática, reflexo de um processo

cognitivo, crítico e emancipatório, com base em valores como respeito

mútuo, solidariedade e justiça;

os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens, adultos e

idosos – cultura, trabalho e tempo.

Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, as relações entre

cultura, conhecimento e currículo, oportunizam uma proposta pedagógica

pensada e estabelecida a partir de reflexões sobre a diversidade cultural,

tornando-a mais próxima da realidade e garantindo sua função socializadora –

promotora do acesso ao conhecimento capaz de ampliar o universo cultural do

educando – e, sua função antropológica - que considera e valoriza a produção

humana ao longo da história.

A compreensão de que o educando da EJA relaciona-se com o mundo

do trabalho e que através deste busca melhorar a sua qualidade de vida e ter

acesso aos bens produzidos pelo homem, significa contemplar, na organização

curricular, as reflexões sobre a função do trabalho na vida humana.

É inerente à organização pedagógico-curricular da EJA, a valorização

dos diferentes tempos necessários à aprendizagem dos educandos de EJA,

considerando os saberes adquiridos na informalidade das suas vivências e do

mundo do trabalho, face à diversidade de suas características. 2 KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000, p.40.

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E ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação de

Jovens e Adultos no Estado do Paraná:

I. A EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, pois há um tempo

diferenciado de aprendizagem e não um tempo único para todos os

educandos, bem como os mesmos possuem diferentes possibilidades e

condições de reinserção nos processos educativos formais;

II. O tempo que o educando jovem, adulto e idoso permanecerá no

processo educativo tem valor próprio e significativo, assim sendo, à

escola cabe superar um ensino de caráter enciclopédico, centrado mais

na quantidade de informações do que na relação qualitativa com o

conhecimento;

III. Os conteúdos específicos de cada disciplina deverão estar articulados à

realidade, considerando sua dimensão sociohistórica, vinculada ao

mundo do trabalho, à ciência, às novas tecnologias, dentre outros;

IV. A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a

capacidade de pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo por meio

da atividade reflexiva. A ação da escola será de mediação entre o

educando e os saberes, de forma a que o mesmo assimile estes

conhecimentos como instrumentos de transformação de sua realidade

social;

V. O currículo na EJA não deve ser entendido como na pedagogia

tradicional, que fragmenta o processo de conhecimento e o hierarquiza

nas matérias escolares, mas sim, como uma forma de organização

abrangente, na qual os conteúdos culturais relevantes estão articulados

à realidade na qual o educando se encontra, viabilizando um processo

integrador dos diferentes saberes, a partir da contribuição das diferentes

áreas/disciplinas do conhecimento.

Por isso, a presente proposta curricular apresenta o desenvolvimento

dos conteúdos e as formas de tratamento metodológico que busquem chegar

às finalidades da educação de jovens e adultos, a saber:

Traduzir a compreensão de que jovens e adultos não são atrasados em

seu processo de formação, mas são sujeitos sócio-histórico-culturais,

com conhecimentos e experiências acumuladas, com tempo próprio de

formação e aprendizagem;

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Contribuir para a ressignificação da concepção de mundo e dos próprios

educandos;

O processo educativo deve trabalhar no sentido de ser síntese entre a

objetividade das relações sociais e a subjetividade, de modo que as

diferentes linguagens desenvolvam o raciocínio lógico e a capacidade de

utilizar conhecimentos científicos, tecnológicos e sociohistóricos;

Possibilitar trajetórias de aprendizado individuais com base na

referência, nos interesses do educando e nos conteúdos necessários ao

exercício da cidadania e do trabalho;

Fornecer subsídios para que os educandos tornem-se ativos, criativos,

críticos e democráticos.

Em síntese, o atendimento à escolarização de jovens, adultos e idosos,

não refere-se exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação

desta modalidade com a diversidade sociocultural de seu público, composta,

dentre outros, por populações do campo, em privação de liberdade, com

necessidades educativas especiais, indígenas, que demandam uma proposta

pedagógica-curricular que considere o tempo/espaço e a cultura desse grupos.

3 INDICAÇÃO DA ÁREA OU FASE DE ESTUDOS

Propõe-se a oferta do curso de Educação de Jovens e Adultos no nível

do Ensino Fundamental – Fase II e do Ensino Médio a jovens, adultos e

idosos que não tiveram o acesso ou continuidade em seus estudos.

4 MATRIZ CURRICULAR

4.1 Ensino Fundamental – Fase II

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II ESTABELECIMENTO: Colégio Estadual Dr. Felipe Silveira Bittencourt – Ensino Fundamental

e Médio ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná MUNICÍPIO: Marialva NRE: Maringá ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2011 FORMA: Simultânea CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1600/1610 HORAS ou 1920/1932 H/A

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DISCIPLINAS Total de Horas

Total de horas/aula

LÍNGUA PORTUGUESA 280 336

ARTE 94 112

LEM – INGLÊS 213 256

EDUCAÇÃO FÍSICA 94 112

MATEMÁTICA 280 336

CIÊNCIAS NATURAIS 213 256

HISTÓRIA 213 256

GEOGRAFIA 213 256

ENSINO RELIGIOSO * 10 12

TOTAL 1600/1610 1920/1932

* DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E

DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO.

4.2 Ensino Médio

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ENSINO MÉDIO

ESTABELECIMENTO: Colégio Estadual Dr. Felipe Silveira Bittencourt- EFM

ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná

MUNICÍPIO:.Marialva NRE: Maringá

ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2007 FORMA: Simultânea

CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440 H/A ou 1200 HORAS

DISCIPLINAS Total de Horas Total de horas/aula

LÍNGUA PORT. E LITERATURA 174 208

LEM – INGLÊS 106 128

ARTE 54 64

FILOSOFIA 54 64

SOCIOLOGIA 54 64

EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64

MATEMÁTICA 174 208

QUÍMICA 106 128

FÍSICA 106 128

BIOLOGIA 106 128

HISTÓRIA 106 128

GEOGRAFIA 106 128

TOTAL 1200 1440

Total de Carga Horária do Curso 1200 horas ou 1440 h/a

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5 CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma

modalidade de ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo

compreende a escola como espaço sociocultural que propicia a valorização dos

diversos grupos que a compõem, ou seja, considera os educandos como

sujeitos de conhecimento e aprendizagem.

Esse currículo, entendido ainda como um processo de construção

coletiva do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido

antropológico, constitui-se no elemento principal de mediação entre

educadores e educandos e deve ser organizado de tal forma que possibilite

aos educandos transitarem pela estrutura curricular e, de forma dialógica entre

educando e educador, tornar os conhecimentos significativos às suas práticas

diárias. Nesta ótica, o conhecimento se constitui em núcleo estruturador do

conteúdo do ensino.

Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de

Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser

pensada em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes

assegure o acesso aos conhecimentos historicamente construídos e o respeito

às suas especificidades.

Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação

Básica, a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná, como

modalidade da Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos

curriculares previstos por essas diretrizes.

No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas

pedagógicas dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores

propostos nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e

Tempo, os quais devem se articular tendo em vista a apropriação do

conhecimento que não deve se restringir à transmissão/assimilação de fatos,

conceitos, ideias, princípios, informações etc., mas sim compreender a

aquisição cognoscitiva e estar intrinsecamente ligados à abordagem dos

conteúdos curriculares propostos para a Educação Básica.

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6 PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO

6.1 Concepção de avaliação

A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a

intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino pelo qual

se estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de

acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos,

diagnosticar os resultados atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em

função dos conteúdos expressos na proposta pedagógica.

Na avaliação da aprendizagem, é fundamental a análise da capacidade

de reflexão dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto,

deve ser entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que

oportuniza uma atitude crítico-reflexiva frente à realidade concreta.

A avaliação educacional, nesse Estabelecimento Escolar, seguirá

orientações contidas no artigo 24 da LDBEN 9394/96, e compreende os

seguintes princípios:

investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações

necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos;

contínua: permite a observação permanente do processo ensino-

aprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática

pedagógica;

sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando,

utilizando instrumentos diversos para o registro do processo;

abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo-

escola do educando;

permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos

pelo educando no decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho

pedagógico da escola.

Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão

desenvolvidos ao longo da carga horária total estabelecida para cada

disciplina, conforme a matriz curricular, com oferta diária de 05 (cinco) horas-

aula por turno, com avaliação presencial ao longo do processo ensino-

aprendizagem.

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Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser

respeitados como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação

contemplará, necessariamente, as experiências acumuladas e as

transformações que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao

reingresso na educação formal, como durante o atual processo de

escolarização.

A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados,

tais como: provas escritas, trabalhos práticos, debates, seminários,

experiências e pesquisas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais,

atividades complementares propostas pelo professor, que possam elevar o

grau de aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos.

É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma

única oportunidade de aferição. O resultado das atividades avaliativas, será

analisado pelo educando e pelo professor, em conjunto, observando quais são

os seus avanços e necessidades, e as consequentes demandas para

aperfeiçoar a prática pedagógica.

6.2 Procedimentos e critérios para atribuição de notas

a) As avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre

com finalidade educativa.

b) Para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06

(seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais

escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados durante o

processo de ensino a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá

na presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar. Na

disciplina de Ensino Religioso, as avaliações realizadas no decorrer do

processo ensino-aprendizagem não terão registro de nota para fins de

promoção e certificação.

c) A avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem,

sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez

vírgula zero). Para fins de promoção ou certificação, a nota mínima

exigida é 6,0 (seis vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a

Resolução n.º 3794/04 – SEED e frequência mínima de 75% (setenta e

cinco por cento) do total da carga horária de cada disciplina na

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organização coletiva e 100% (cem por cento) na organização individual.

d) O educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em

cada registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à

recuperação de estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada

como acréscimo ao processo de apropriação dos conhecimentos.

e) Para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina, a

média final corresponderá à média aritmética das avaliações

processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis

vírgula zero).

f) Os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados

em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a

regularidade e autenticidade da vida escolar do educando.

g) O educando portador de necessidades educativas especiais, será

avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de

desenvolver.

6.3 Recuperação de estudos

A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como

hipótese de construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante

da aprendizagem, possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará

concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a

apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos,

independentemente do nível de apropriação dos mesmos.

A recuperação será também individualizada, organizada com atividades

significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor

diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando.

Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos

conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de

exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de

novos instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar.

6.4 Aproveitamento de estudos

O aluno poderá requerer aproveitamento de estudos realizados com

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êxito, amparado pela legislação vigente, conforme regulamentado no

Regimento Escolar, por meio de cursos ou de exames supletivos, nos casos de

matrícula inicial, transferência e prosseguimento de estudos.

6.5 Classificação e Reclassificação

Para a classificação e reclassificação este estabelecimento de ensino

utilizará o previsto na legislação vigente, conforme regulamentado no

Regimento Escolar.

7 REGIME ESCOLAR

O Estabelecimento Escolar funcionará, preferencialmente, no período

noturno, podendo atender no período vespertino e/ou matutino, de acordo com

a demanda de alunos, número de salas de aula e capacidade, com a expressa

autorização do Departamento de Educação e Trabalho, da Secretaria de

Estado da Educação.

As informações relativas aos estudos realizados pelo educando serão

registradas no Histórico Escolar, aprovado pela Secretaria de Estado da

Educação do Paraná.

O Relatório Final para registro de conclusão do Curso, será emitido pelo

estabelecimento de ensino a partir da conclusão das disciplinas constantes na

matriz curricular.

Este Estabelecimento Escolar poderá executar ações pedagógicas

descentralizadas para atendimento de demandas específicas - desde que

autorizado pelo Departamento de Educação e Trabalho, da Secretaria de

Estado da Educação – em locais onde não haja a oferta de EJA e para grupos

ou indivíduos em situação especial, como por exemplo, em unidades

socioeducativas, no sistema prisional, em comunidades indígenas, de

trabalhadores rurais temporários, de moradores em comunidades de difícil

acesso, dentre outros.

7.1 Organização

Os conteúdos escolares estão organizados por disciplinas no Ensino

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Fundamental – Fase II e Médio, conforme dispostas nas Matrizes Curriculares,

em concordância com as Diretrizes Curriculares Nacionais, contidas nos

Pareceres n.º 02 e 04/98-CEB/CNE para o Ensino Fundamental e Resolução

n.º 03/98 e Parecer n.º 15/98 - CEB/CNE para o Ensino Médio e com as

Deliberações nº 01/06, nº 04/06, nº 07/06 e nº 03/08, todas do Conselho

Estadual de Educação.

7.2 Formas de atendimento

A educação neste Estabelecimento Escolar é de forma presencial, com

as seguintes ofertas: organização coletiva e individual para o Ensino

Fundamental – Fase II e Ensino Médio, em todas as disciplinas, sendo

priorizadas as vagas para a matrícula na organização coletiva.

No Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio considerar-se-á, a

oferta de 100% da carga horária total estabelecida.

7.3 Matrícula

Para a matrícula no Estabelecimento Escolar de Educação de Jovens e

Adultos:

a) a idade para ingresso respeitará a legislação vigente;

b) será respeitada instrução própria de matrícula expedida pela

mantenedora;

c) o educando do Ensino Fundamental – Fase II e do Ensino Médio, poderá

matricular-se de uma a quatro disciplinas simultaneamente;

d) poderão ser aproveitadas integralmente disciplinas concluídas com êxito

por meio de cursos organizados por disciplina, por exames supletivos,

série(s) e de período(s) / etapa(s) / semestre(s) equivalente(s) à

conclusão de série(s) do ensino regular, mediante apresentação de

comprovante de conclusão, conforme regulamentado no Regimento

Escolar;

e) para os educandos que não participaram do processo de escolarização

formal/escolar; bem como o educando desistente do processo de

escolarização formal/escolar, em anos letivos anteriores, poderão ter

seus conhecimentos aferidos por processo de classificação, definidos no

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Regimento Escolar;

f) será considerado desistente, na disciplina, o educando que se ausentar

por mais de 02 (dois) meses consecutivos, devendo a escola, no seu

retorno, reativar sua matrícula para dar continuidade aos seus estudos,

aproveitando a carga horária cursada e os registros de notas obtidos,

desde que o prazo de desistência não ultrapasse 02 (dois) anos, a partir

da data da matrícula inicial;

g) o educando desistente, por mais de dois anos, a partir da data de

matrícula inicial na disciplina, no seu retorno, deverá fazer rematrícula na

disciplina, podendo participar do processo de reclassificação.

No ato da matrícula, conforme instrução própria da mantenedora, o

educando será orientado por equipe de professor-pedagogo sobre: a

organização dos cursos, o funcionamento do estabelecimento: horários,

calendário, regimento escolar, a duração e a carga horária das disciplinas.

O educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas,

que os receberá individualmente ou em grupos agendados, efetuando as

orientações metodológicas, bem como as devidas explicações sobre os

seguintes itens que compõem o Guia de Estudos:

a organização dos cursos;

o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento

escolar;

a dinâmica de atendimento ao educando;

a duração e a carga horária das disciplinas;

os conteúdos e os encaminhamentos metodológicos;

o material de apoio didático;

as sugestões bibliográficas para consulta;

a avaliação;

outras informações necessárias.

7.4 Material didático

O material didático indicado pela mantenedora constitui-se como um dos

recursos de apoio pedagógico do Estabelecimento Escolar da Rede Pública do

Estado do Paraná de Educação de Jovens e Adultos.

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7.5 Avaliação

a) a avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente,

permanente;

b) as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre

com finalidade educativa;

c) para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06

(seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais

escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados durante o

processo de ensino a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá

na presença do professor, conforme descrito no regimento escolar;

d) a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem,

sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez

vírgula zero);

e) para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis

vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º

3794/04 – SEED e frequência mínima de 75% (setenta e cinco por

cento) do total da carga horária de cada disciplina na organização

coletiva e 100% (cem por cento) na organização individual;

f) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em

cada registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à

recuperação de estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada

como acréscimo ao processo de apropriação dos conhecimentos;

g) a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das

avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota

6,0 (seis vírgula zero);

h) os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em

documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e

autenticidade da vida escolar do educando;

i) o educando portador de necessidades educativas especiais, será

avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de

desenvolver.

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7.6 Área de atuação

As ações desenvolvidas pelo Estabelecimento Escolar Estadual que

oferta a Educação de Jovens e Adultos limitam-se à jurisdição do Estado do

Paraná, do Núcleo Regional de Educação, podendo estabelecer ações

pedagógicas descentralizadas, desde que autorizadas pela mantenedora.

8 RECURSOS HUMANOS

8.1 Atribuições dos recursos humanos

De todos os profissionais que atuam na gestão, ensino e apoio

pedagógico neste Estabelecimento Escolar na modalidade Educação de

Jovens e Adultos, exigir-se-á o profundo conhecimento e estudo constante da

fundamentação teórica e da função social da EJA, do perfil de seus educandos

jovens, adultos e idosos; das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de

EJA; bem como as legislações e suas regulamentações inerentes à Educação

e, em especial, à Educação de Jovens e Adultos.

8.1.1 Direção

A Direção é exercida pelo Diretor, escolhido na forma da Lei vigente.

À Equipe de Direção cabe a gestão dos serviços escolares, no sentido

de garantir o alcance dos objetivos educacionais do estabelecimento de ensino

definidos na Proposta Pedagógica, eixo de toda e qualquer ação a ser

desenvolvida pela Educação de Jovens e Adultos.

O diretor exercerá a função de liderança na escola, com base no modelo

participativo, e deverá ser capaz de dividir o poder de decisão dos assuntos

escolares com toda a equipe, criando e estimulando a participação de todos, o

que requer um profissional que possua:

comunicação;

ética;

empreendedorismo;

informação;

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capacidade de informação;

acessibilidade;

construção de cadeias de relacionamentos;

motivação;

compromisso;

agilidade.

O diretor deve ainda agregar as competências:

saber agir;

saber mobilizar;

saber transferir;

saber aprender;

saber engajar;

ter visão estratégica;

assumir responsabilidades.

Compete ao Diretor:

convocar elementos da Comunidade Escolar para elaboração da

Proposta Pedagógica deste Estabelecimento de Ensino, submetendo-o à

apreciação e aprovação do Conselho Escolar;

convocar e presidir as reuniões do Conselho Escolar, tendo direito ao

voto somente nos casos de empate nas decisões ocorridas em

Assembleia;

elaborar os planos de aplicação financeira, a respectiva prestação de

contas e submeter à apreciação e aprovação do Conselho Escolar;

elaborar e submeter à aprovação do Conselho Escolar as diretrizes

específicas de administração deste Estabelecimento, em consonância

com as normas e orientações gerais emanadas do mantenedor;

elaborar e encaminhar ao Núcleo Regional de Educação, ouvido o

Conselho Escolar, propostas de modificações no presente Regimento

Escolar;

instituir grupos de trabalhos ou comissões encarregadas de estudar e

propor alternativas de solução, para atender aos problemas de natureza

pedagógica, administrativa e em situações emergenciais;

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259

propor ao mantenedor, ouvido o Conselho Escolar, alterações na oferta

de serviços de ensino prestados por este Estabelecimento;

coordenar a implementação das diretrizes pedagógicas emanadas do

Mantenedor;

aplicar normas, procedimentos e medidas administrativas baixadas pelo

mantenedor;

manter o fluxo de informações entre o Estabelecimento e outros órgãos

da Administração Estadual pública;

supervisionar a exploração a Cantina escolar respeitando a lei vigente;

cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor, comunicando ao Conselho

Escolar e aos órgãos da Administração Estadual de Ensino as

irregularidades verificadas no âmbito da Escola e aplicar medidas

cabíveis;

submeter o Regulamento da Biblioteca escolar para aprovação do

Conselho Escolar;

administrar o patrimônio escolar em conformidade com a Lei vigente;

supervisionar as atividades dos órgãos de apoio, administrativo e

pedagógico do Estabelecimento;

executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora;

verificar a execução dos serviços de manutenção e higiene deste

ambiente escolar;

implementar uma gestão participativa, estimulando o desenvolvimento

das responsabilidades individuais e promovendo o trabalho coletivo na

Educação de Jovens e Adultos;

coordenar e supervisionar os serviços da secretaria escolar;

organizar o funcionamento geral deste Estabelecimento e a utilização do

espaço físico observadas as diretrizes específicas no que diz respeito à

acomodação da demanda, inclusive a criação ou superação de turmas,

aos turnos de funcionamento e à distribuição de séries e classes por

turno;

dar conhecimento aos alunos e pais e/ou responsáveis: da proposta de

trabalho deste Estabelecimento de Ensino e do desenvolvimento do

processo educativo;

participar de cursos, seminários e eventos diversos para seu

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260

aprimoramento profissional.

Ao Diretor Auxiliar compete:

assessorar o diretor em todas as suas atribuições;

substituir o diretor em suas faltas e impedimentos.

8.1.2 Professor Pedagogo

O Professor Pedagogo é responsável pela coordenação, implantação e

implementação, neste Estabelecimento de Ensino, das Diretrizes Pedagógicas

emanadas da mantenedora ou governo.

subsidiar a Direção com critérios para a definição do

Calendário Escolar, organização das turmas, do horário semanal e

distribuição de aulas;

elaborar, com o Corpo Docente, o currículo pleno deste

Estabelecimento, em consonância com as Diretrizes Pedagógicas da

mantenedora;

assessorar e avaliar a implementação dos programas de ensino e dos

projetos pedagógicos desenvolvidos neste Estabelecimento de Ensino;

orientar o funcionamento da Biblioteca Escolar, para garantia do seu

espaço pedagógico;

acompanhar o processo de ensino, atuando junto aos alunos e pais, no

sentido de analisar os resultados da aprendizagem com vistas à sua

melhoria;

subsidiar o Diretor e o Conselho Escolar com dados e informações

relativas aos serviços de ensino, prestados por este Estabelecimento e

ao rendimento do trabalho escolar;

promover e coordenar reuniões sistemáticas de estudo e trabalho para o

aperfeiçoamento constante de todo o pessoal envolvido nos serviços

de ensino;

acompanhar a elaboração e execução dos planos de recuperação a

serem proporcionados aos alunos que obtiverem resultados de

aprendizagem abaixo dos desejados;

analisar e emitir parecer sobre adaptação de estudos, em casos de

recebimento de transferências, de acordo com a legislação vigente;

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propor à Direção a implementação de projetos de enriquecimento

curricular a serem desenvolvidos por este Estabelecimento e coordená-

los, se aprovados;

coordenar o processo de seleção dos livros didáticos, se adotados por

este Estabelecimento, obedecendo às diretrizes e aos critérios

estabelecidos pelo órgão competente;

instituir uma sistemática permanente de avaliação do Projeto

Pedagógico deste Estabelecimento de Ensino, a partir do rendimento

escolar, do acompanhamento de egressos, de consultas e

levantamentos junto à comunidade;

participar, de cursos, seminários, reuniões, encontros, grupos de

estudo e outros eventos; para o seu aprimoramento profissional.

dar um atendimento de boa qualidade, tratar com respeito, cordialidade,

atenção, sem discriminação de qualquer natureza, quando solicitado;

decidir sobre a programação das atividades técnico-pedagógicas do

Estabelecimento de Ensino, verificando as necessidades discentes;

colaborar na prestação de serviços aos diferentes setores do

Estabelecimento;

manter organizado e atualizado seu setor de trabalho (correspondência

recebida e expedida) e outros;

integrar professores novos na sistemática do Estabelecimento,

comunicando as normas gerais; orientar na operacionalização do plano

de trabalho; divulgar o plano curricular; favorecer documento de apoio;

estimular a troca de experiências entre os professores, a discussão e a

sistematização da prática pedagógica;

promover condições necessárias para que o trabalho seja fruto de uma

ação coletiva, envolvendo professores e demais profissionais da escola;

analisar resultados das avaliações, sugerindo, quando for o caso,

melhorias e adequações;

sugerir o uso adequado de materiais manipuláveis e demais materiais de

apoio às aulas, tais como: fitas de vídeo, cartazes, paradidáticos, visitas,

teatros, palestras, excursões, etc.;

promover reuniões periódicas com o corpo docente, para troca de

informações, relatos de experiências e avaliação de resultados;

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262

assessorar os professores na elaboração do cronograma de atividades;

dividir sua carga horária, de acordo com os turnos de funcionamento da

escola;

orientar os professores no planejamento e desenvolvimento de estudos

de recuperação: reposição de aulas, etc., considerando:

a) carga horária;

b) pessoal disponível;

c) frequência do professor;

d) necessidades das turmas;

e) dispensa de aulas;

f) solicitações.

buscar aprimoramento profissional constante, seja nas oportunidades

oferecidas pela mantenedora, pelo DEJA ou por iniciativa própria.

O professor pedagogo tem funções no contexto pedagógico e também

no administrativo, tais como:

orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada

disciplina;

coordenar e acompanhar ações pedagógicas descentralizadas e exames

supletivos quando, no estabelecimento, não houver coordenação(ões)

específica(s) dessa(s) ação(ões);

executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora.

8.1.3 Coordenações

As Coordenações de Ações Pedagógicas Descentralizadas –

Coordenação Geral e Coordenação Itinerante, bem como a Coordenação de

Exames Supletivos, têm como finalidade a execução dessas ações pelo

Estabelecimento Escolar, quando autorizadas e regulamentadas pela

mantenedora.

Cabe ao(s) Coordenador(es) de Ações Pedagógicas Descentralizadas:

Coordenador Geral

Receber e organizar as solicitações de Ações Pedagógicas

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263

Descentralizadas.

Organizar os processos dessas Ações para análise pelo respectivo NRE.

Elaborar os cronogramas de funcionamento de cada turma da Ação.

Digitar os processos no Sistema e encaminhar para justificativa da

direção do Estabelecimento.

Acompanhar o funcionamento de todas turmas de Ações Pedagógicas

Descentralizadas vinculados ao Estabelecimento.

Acompanhar a matrícula dos educandos e a inserção das mesmas no

Sistema.

Organizar a documentação dos educandos para a matrícula.

Organizar as listas de frequência e de notas dos educandos.

Enviar material de apoio didático para as turmas das Ações Pedagógicas

Descentralizadas.

Responder ao NRE sobre todas as situações dessas turmas.

Organizar o rodízio dos professores nas diversas disciplinas, garantindo

o atendimento aos educandos de todas as turmas.

Orientar e acompanhar o cumprimento das atividades a serem

executadas durante as horas-atividade dos professores.

Realizar reuniões periódicas de estudo que promovam o intercâmbio de

experiências pedagógicas e a avaliação do processo ensino-

aprendizagem.

Elaborar materiais de divulgação e chamamento de matrículas em

comunidades que necessitam de escolarização.

Acompanhar a ação dos Coordenadores Itinerantes.

Tomar ciência e fazer cumprir a legislação vigente.

Prestar à Direção, à Equipe Pedagógica do Estabelecimento e ao NRE,

quando solicitado, quaisquer esclarecimentos sobre a execução da

escolarização pelas Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua

coordenação.

Coordenador Itinerante

Acompanhar o funcionamento in loco das Ações Pedagógicas

Descentralizadas.

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264

Atender e/ou encaminhar as demandas dos professores e dos

educandos.

Verificar o cumprimento do horário de funcionamento das turmas.

Observar e registrar a presença dos professores.

Atender à comunidade nas solicitações de matrícula.

Solicitar e distribuir o material de apoio pedagógico.

Solicitar e distribuir as listas de frequência e de nota dos educandos.

Encaminhar as notas e frequências dos educandos para digitação.

Acompanhar o rodízio de professores, comunicando à Coordenação

Geral qualquer problema neste procedimento.

Solicitar e organizar a documentação dos educandos para a matrícula.

Acompanhar o funcionamento pedagógico e administrativo de todas as

turmas das Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua

responsabilidade.

Participar das reuniões pedagógicas e da hora atividade, juntamente

com os professores.

Coordenador de Exames Supletivos

Acompanhar e viabilizar todas as ações referentes aos Exames

Supletivos.

Tomar conhecimento do edital de exames.

Fazer as inscrições dos candidatos, conforme datas determinadas no

edital.

Verificar o número mínimo de candidatos inscritos para que os exames

possam ser executados.

Digitar, no sistema, a inscrição dos candidatos.

Conferir a inserção das inscrições dos candidatos no Sistema por meio

da emissão de Relatório de Inscritos.

Solicitar credenciamento de outros espaços escolares, quando

necessário, para execução dos exames.

Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, as provas

em Braille e as ampliadas, das etapas à serem realizadas, quando for o

caso.

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265

Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, para o

DET/CEJA/SEED, autorização para a realização de quaisquer bancas

especiais.

Comunicar ao NRE todos os procedimentos tomados para realização

dos Exames.

Receber os materiais dos Exames Supletivos no NRE.

Capacitar a(s) equipe(s) de trabalho do Estabelecimento para a

realização dos Exames Supletivos, quanto ao cumprimento dos

procedimentos, em especial a organização e o preenchimento dos

cartões-resposta.

Acompanhar a aplicação das provas, para que transcorram com

segurança e tranquilidade, em conformidade com os procedimentos

inerentes aos Exames.

Divulgar as atas de resultado.

Acompanhar e executar todas as ações referentes aos Exames On Line.

8.1.4 Docentes

Compete ao Corpo Docente:

Elaborar, definir e desenvolver o seu plano de ensino, conforme

orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais da EJA e da Proposta

Pedagógica da Educação de Jovens e Adultos.

Estimular e motivar o educando, levando-o a acreditar em sua

capacidade de organizar as atividades.

Utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-pedagógicos

disponíveis, tornando-os meios para implementar uma metodologia de

ensino que respeite o processo de aquisição do conhecimento de cada

jovem e adulto.

Organizar conteúdos a serem abordados de forma interdisciplinar.

Estabelecer um processo de avaliação, a respeito do desempenho dos

alunos, tendo como princípio o acompanhamento contínuo da

aprendizagem.

Implementar projetos de recuperação de conteúdos para assegurar o

sucesso a todos os discentes.

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266

Analisar sistematicamente o resultado do desempenho do aluno, obtido

no processo de avaliação, para fins de planejamento.

Utilizar as tecnologias de informação e comunicação disponíveis.

Conhecer sua clientela (idade, ocupação, nível socioeconômico,

expectativas, hábitos de estudo).

Manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus

colegas, com alunos, pais e com os diversos segmentos da comunidade.

Realizar processos coletivos de avaliação do próprio trabalho e da

escola, com vistas ao melhor rendimento do processo ensino e

aprendizagem.

Participar da realização de atividades extracurriculares do

estabelecimento de ensino.

Elaborar, definir, juntamente com a Equipe e Coordenação

Pedagógica a Proposta Pedagógica do conhecimento, em consonância

com as Diretrizes Curriculares e com a Proposta Pedagógica da EJA.

Desenvolver as atividades de sala de aula, tendo em vista a apreensão

do conhecimento pelo aluno.

Proceder ao processo de avaliação, tendo em vista a apropriação ativa e

crítica do conhecimento filosófico-científico pelo aluno.

Promover e participar de reuniões de estudo, encontros, cursos,

seminários e outros eventos, para o seu constante aperfeiçoamento

profissional.

Estabelecer processos de ensino-aprendizagem resguardando sempre o

respeito humano ao aluno.

Manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus

colegas, com alunos, pais e com os diversos segmentos da comunidade.

Elaborar os planos de recuperação a serem proporcionados ao que

obtiveram resultados de aprendizagem abaixo do desejado, e executá-

los em sala de aula;

Proceder a processos coletivos de avaliação do próprio trabalho e deste

Estabelecimento com vistas ao melhor do processo ensino-

aprendizagem.

Participar de Conselhos de Classe, Reuniões Pedagógicas, Cursos,

Encontros, Grupos de Estudo e outros eventos.

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267

Comunicar ao setor competente deste estabelecimento de Ensino as

faltas dos alunos para tomada das medidas necessárias.

Buscar aprimoramento profissional constante, seja por meio de

oportunidades oferecidas pela mantenedora, pelo DEJA ou por iniciativa

própria.

O corpo docente será composto por profissionais qualificados, admitidos

para atuarem na Educação de Jovens e Adultos segundo critérios

estabelecidos pela entidade mantenedora, responsáveis por disciplinas

constantes na matriz curricular.

O docente será consciente de que a escolarização de jovens e adultos

trabalhadores precisa de ações educativas inovadoras, que respondam às

novas exigências de uma sociedade em transformação, e requer um educador

que garanta a interação personalizada e contínua do educando com o sistema

de ensino.

Os docentes de EJA deverão apresentar perfil que contemple:

espírito inovador;

disposição para enfrentar mudanças;

compromisso com a Proposta de EJA;

objetividade;

disponibilidade de horário;

criatividade;

espírito de coletividade;

visão global do currículo e os programas de sua organização;

postura interdisciplinar e contextualizada;

planejamento de estratégias pedagógicas.

Aos docentes cabe também:

Definir e desenvolver o seu plano de ensino, conforme orientações das

Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA e da Proposta

Pedagógica deste Estabelecimento.

Conhecer o perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos.

Utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-pedagógicos

disponíveis, tornando-os meios para implementar uma metodologia de

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268

ensino que respeite o processo de aquisição do conhecimento de cada

educando jovem, adulto e idoso deste Estabelecimento.

O docente suprido neste Estabelecimento de Ensino deverá atuar na

sede e nas ações pedagógicas descentralizadas, bem como nos exames

supletivos. Deverá atuar em todas as formas de organização do curso: aulas

presenciais coletivas e individuais.

8.1.5 Secretaria e apoio administrativo

A Secretaria é o setor que tem a seu encargo todo o serviço de

escrituração escolar e correspondência deste Estabelecimento de Ensino.

Os serviços de Secretaria são coordenados e supervisionados pela

Direção, ficando a ela subordinados.

O cargo de Secretário é exercido por um profissional devidamente

qualificado para o exercício dessa função, indicado pelo Diretor do

Estabelecimento, de acordo com as normas da mantenedora.

O Secretário terá tantos auxiliares quantos permitidos pela

mantenedora, em ato específico.

Compete ao Secretário:

cumprir e fazer cumpriras determinações dos seus superiores

hierárquicos;

distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da Secretaria aos seus

auxiliares;

coordenar e supervisionar as atividades administrativas referentes à

matrícula, transferência, adaptação e conclusão de curso;

redigir a correspondência que lhe for confiada;

organizar e manter em dia a coletânea de leis, regulamentos, diretrizes,

ordens de serviço, circulares, resoluções e demais documentos;

rever todo o expediente a ser submetido a despacho do Diretor;

elaborar relatórios e processos a serem encaminhados a autoridades

superiores;

zelar pelo uso adequado e conservação dos bens materiais distribuídos

à Secretaria;

comunicar à Direção toda irregularidade que venha ocorrer na

Secretaria;

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269

participar de cursos, encontros, seminários e outros eventos para o seu

aprimoramento profissional;

conferir e enviar ao DEJA/SEED os dados de funcionários e professores

que possam ter acesso ao sistema informatizado de acompanhamento

do aluno;

apresentar ao Diretor, em tempo hábil, todos os documentos que devem

ser assinados;

atender os alunos, professores e o público em geral informando sobre o

processo educativo, veiculado pelo DEJA;

utilizar somente as matrizes autorizadas pelo órgão competente;

participar de reuniões, encontros e/ou cursos, sempre que convocados e

por iniciativa própria, com o intuito de aprimoramento profissional;

auxiliar em todas as atividades desenvolvidas pela escola;

atender às solicitações do diretor;

manter atualizado o sistema de acompanhamento do educando,

considerando a organização da EJA prevista nesta Proposta;

organizar e manter em dia o protocolo, o arquivo escolar e o registro de

assentamento dos alunos, de forma a permitir em qualquer época, a

verificação:

a) da identidade e da regularidade da vida escolar do aluno;

b) da autenticidade dos documentos escolares.

Aos profissionais que executam esta função, secretários e auxiliares

administrativos, cabe a tarefa de conhecer a legislação que rege o registro de

documentação de aluno, matrícula e todos os registros sobre o processo

escolar em pastas individualizadas, expedindo toda a documentação:

certificados;

declarações;

históricos escolares;

transferências;

relatórios finais;

estatísticas;

e outros documentos sempre que necessário.

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270

A escala de trabalho dos funcionários será estabelecida de forma que o

expediente da Secretaria conte com a presença de um responsável,

independentemente da duração do ano letivo, em todos os turnos de

funcionamento deste Estabelecimento de Ensino.

9 BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Maria Conceição Pereira de. Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos, a Grande Conquista, Arte & Cultura, 1999.

BRZEZINSKI, Iria. LDBEN Interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo: Cortez, 1997.

CARNEIRO, Moacir Alves. LDBEN fácil. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

CARVALHO, R.E. Removendo barreiras à aprendizagem. Porto Alegre, 2000, p.17

5ª Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V CONFINTEA). CEE - PR

Deliberação 011/99 – CEE.

Deliberação 014/99 – CEE.

Deliberação 09/01 – CEE.

Deliberação 06/05 – CEE.

Indicação 004/96 – CEE.

Parecer 095/99 – CEE (Funcionamento dos Laboratórios). Conselho Nacional de Educação

Parecer 011/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais de EJA.

Parecer 004/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.

Parecer 015/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.

Resolução 03/98 – CEB.

Constituição Brasileira – Artigo 205.

DELORS, J. Educação: Um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília, DF : MEC : UNESCO, 1998.

DEMO, Pedro. A Nova LDBEN – Ranços e Avanços. Campinas, SP: Papirus, 1997.

DRAIBE, Sônia Miriam; COSTA, Vera Lúcia Cabral; SILVA Pedro Luiz Barros. Nível de Escolarização da População. mimeo.

DI PIERRO; Maria Clara. A educação de Jovens e Adultos na LDBEN. mimeo.

DI PIERRO; Maria Clara. Os projetos de Lei do Plano Nacional de Educação e a Educação de Jovens e Adultos. mimeo.

Decreto 2494/98 da Presidência da República.

Decreto 2494/98 da Presidência da República.

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FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 40ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

LDBEN nº 9394/96.

KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000, p.40.

OLIVEIRA, Thelma Alves de, et al. Avaliação Institucional (Cadernos Temáticos). Curitiba: SEED – PR, 2004.

Parâmetros Curriculares Nacionais 1º segmento do Ensino Fundamental.

Parâmetros Curriculares Nacionais 2º segmento do Ensino Fundamental.

Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio.

Plano Nacional de Educação – Educação de Jovens e Adultos.

SILVA, Eurides Brito da. A Educação Básica Pós-LDBEN.

SOUZA, Paulo N. Silva & SILVA, Eurides Brito da. Como entender e aplicar a nova LDBEN.

SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de; SILVA, Eurides Brito da. Como entender e Aplicar a Nova LDBEN. SP, Pioneira Educ., 1997.

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272

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E

ADULTOS

A Concepção, Conteúdos e Encaminhamentos Metodológicos a seguir

apresentados, foram organizados em regime de colaboração coletiva,

envolvendo os professores da rede pública estadual das diversas áreas do

conhecimento, nos cursos de Formação Continuada promovidas pela

Secretaria de Estado da Educação do Paraná.

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273

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA -

EJA

Concepção do ensino de Língua Portuguesa

Considerando-se as indicações das Diretrizes Curriculares Estaduais da

Educação de Jovens e Adultos que propõem o compromisso com a formação

humana e com o acesso à cultura geral, bem como o respeito à diversidade

cultural, à inclusão e ao perfil do educando, o estudo da linguagem na

organização da proposta pedagógica do ensino de Língua Portuguesa está

pautado na concepção sociointeracionista, a qual dá ênfase ao uso social dos

diferentes gêneros textuais.

Nesse sentido, a escola está sendo entendida como um espaço onde se

produz o conhecimento e tem por objetivo propiciar uma formação intelectual,

cognitiva e política, por meio de pesquisas, leituras, estudos que favoreçam o

respeito aos diferentes falares e aos saberes próprios da cultura do educando,

preparando-o para produção de seu próprio texto, oral ou escrito, adequado às

exigências dos diversos contextos sociais.

O trabalho pedagógico proposto para as práticas de linguagem está

fundamentado nos pressupostos teóricos de alguns estudiosos que entendem

a linguagem como interação.

VYGOTSKY (1989) dedicou-se a estudos sobre a origem cultural das

funções superiores do ser humano, isto é, o funcionamento psicológico, a partir

da interação social e da relação linguagem-pensamento. Por isso, propõe que

se estudem as mudanças ocorridas no desenvolvimento mental, inserindo o

indivíduo num determinado contexto cultural, a partir da interação com os

membros de seu grupo e de suas práticas sociais. Para esse autor, a cultura é

uma espécie de palco de negociações. Seus membros estão em

movimentação constante de recriação e reinterpretação de informações,

conceitos e significados.

Nessa mesma direção, BAKHTIN (2003) afirma que os seres humanos

apreendem a realidade e a constroem na medida em que se relacionam com o

outro, atribuindo assim, sentido ao seu próprio viver, permeado pelo exercício

efetivo da linguagem. Esse autor propõe o confronto dos diversos discursos a

partir de temáticas do cotidiano, com ênfase na polifonia, dialogismo e

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274

polissemia. O primeiro constitui as diversas vozes do discurso oral e escrito; o

segundo consiste na interação do “eu” com o “outro”; por último, a polissemia,

que compreende os diferentes significados da palavra, de acordo com a

vivência sociocultural de cada sujeito.

As ideias de BAKHTIN e FREIRE (2004) convergem, no sentido de que

a prática pedagógica deve se dar numa relação dialógica, entre os sujeitos

envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Para FREIRE, a relação

pedagógica consiste no diálogo entre educador e educando, como sujeitos

mediatizados pelo mundo.

As propostas teóricas dos autores citados valorizam o processo

interativo como espaço de construção dos sentidos do texto, confrontando

situações a partir do contexto histórico, político, filosófico, social, entre outros.

Nessa perspectiva, GERALDI (2001, p. 41) identifica, historicamente,

três concepções de linguagem: como expressão do pensamento, destacada

nos estudos tradicionais; como instrumento de comunicação; como uma forma

de interação humana.

A linguagem como interação propõe estudar as relações que se

constituem entre os sujeitos no momento em que falam, e não simplesmente

estabelecer classificações e dominar os tipos de sentenças. Portanto, o objeto

de estudo da língua deve ser o texto oral e escrito produzido nas diversas

situações de interação social.

A partir desses pressupostos, Val (1993, p.3) estabelece como

propriedades do texto, a unidade sociocomunicativa – interação social e a

unidade semântica – em que a coerência é o fator responsável pela unidade

formal e material, ou seja, “pode-se definir texto ou discurso como ocorrência

linguística falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade

sociocomunicativa, semântica ou formal”.

Essa autora afirma que, para o texto ser compreendido, precisa ser

avaliado sob três aspectos: o pragmático, que se pontua em situação informal e

comunicativa; o semântico, que depende da coerência; e o formal, que diz

respeito à coesão.

Ainda de acordo com a autora, “a textualidade é o conjunto de

características que fazem com que um texto seja um texto, e não apenas uma

sequência de frases” (VAL, 1993, p.5). Embasada em Beaugrande e Dressler,

VAL relaciona sete fatores responsáveis pela textualidade de um discurso

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275

qualquer: coerência, coesão, intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade,

informatividade e intertextualidade.

Portanto, pode-se afirmar que o texto, em suas diferentes formas de

apresentação ou gêneros, se constrói no aspecto sociocomunicativo por meio

dos fatores pragmáticos funcionais, em constante interação entre os sujeitos.

Os gêneros, segundo BAKHTIN (1997, p.179), são caracterizados pelo

conteúdo temático, pelo estilo e pela construção composicional, que numa

esfera de utilização apresentam tipos relativamente estáveis de enunciados,

tais como o conto, o relato, o texto de opinião, a entrevista, o artigo, o resumo,

a receita, a conta de luz, os manuais, entre outros. A escolha do gênero

depende do contexto imediato e, consequentemente, da finalidade a que se

destina, dos destinatários e do conteúdo.

O trabalho com a diversidade de gêneros textuais possibilita o confronto

de diferentes discursos sobre a mesma temática e ainda, permite uma

metodologia “interdisciplinar com atenção especial para o funcionamento da

língua e para as atividades culturais e sociais” (MARCUSCHI, 2005, p.18).

Além disso, contribui para que o educando perceba a organização e os

elementos de construção dos diferentes gêneros ou tipos textuais para que o

educando possa reconhecer a finalidade, as características e produzir textos,

seja do tipo narrativo, descritivo, argumentativo ou expositivo, entre outros.

A enunciação é dotada de tema e significação. O tema dá sentido na

realização da enunciação, uma vez que ele é determinado não só pelas formas

linguísticas, mas também pelos elementos não verbais da situação. Segundo

Bakhtin (1986, p. 132)

toda palavra usada na fala real possui não apenas tema e significação no sentido objetivo, de conteúdo, desses termos, mas também um acento de valor ou apreciativo, isto é, quando um conteúdo objetivo é expresso (dito ou escrito) pela fala viva, ele é sempre acompanhado por um acento apreciativo determinado. Sem acento apreciativo não há palavra.

O tema e a significação indicam as particularidades de estilo e

composição do enunciado, esclarecendo a que gênero pertence o texto, se é

composto por um ou por diferentes tipos de discurso, considerando um acento

de valor, ou seja, “convém discernir igualmente o grau de firmeza ideológica, o

grau de autoritarismo e de dogmatismo que acompanha a apreensão do

discurso” Bakhtin (1986, p.149). Nesse enfoque há que se considerar o

contexto de produção e o conteúdo temático que o sujeito utiliza para produzir

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um texto, envolvendo os três mundos distintos, interiorizados por ele: o mundo

físico, o mundo social e o mundo subjetivo, Assim, o contexto de produção ou a

situação comunicativa exercem influências na forma como um texto se

apresenta.

Ler um texto, nessa perspectiva, significa perceber o contexto histórico,

social, econômico, filosófico e político em que ele se insere, assim como a

ideologia, a finalidade do texto, a posição do autor e o possível interlocutor,

dentre outros elementos tais como a escolha pela linguagem utilizada, os

elementos gramaticais e seus efeitos na construção do texto nos diferentes

gêneros textuais nos momentos de reflexão sobre a língua.

Encaminhamentos metodológicos

A concepção assumida em Língua Portuguesa pressupõe ações

pedagógicas pautadas na construção do conhecimento de forma crítica,

reflexiva, engajada na realidade, de modo a privilegiar a relação teoria-prática,

na busca da apreensão das diferentes formas de apresentação do saber.

Nesse sentido, a organização do planejamento pedagógico pressupõe a

reflexão sobre a linguagem a partir de temáticas que exploram os diferentes

gêneros discursivos e tipos de textos, com o objetivo de analisar as práticas de

linguagem, ou seja, leitura, análise linguística e produção textual.

A prática de leitura pressupõe a análise de diferentes linguagens, seja

na forma verbal ou não verbal: iconográfica (imagens, desenhos, filmes,

charges, outdoors, entre outros), cinética (sonora, olfativa, tátil, visual e

gustativa) e alfabética, nos diferentes níveis.

Os diferentes níveis de leitura constituem-se num meio para identificar,

nos diversos gêneros, os elementos de construção do texto, localizar as

informações explícitas, subentender as implícitas, fazer ligação entre o

conhecimento do educando e o texto, bem como estabelecer relações

intertextuais.

Os gêneros textuais apresentados aos educandos precisam contemplar

as possíveis situações de uso social da linguagem nas atividades propostas,

tendo por objetivo identificar a finalidade do texto, a posição assumida pelo

autor, o contexto social, político, histórico, econômico, filosófico, entre outros,

com destaque para as variedades linguísticas, os mecanismos gramaticais e os

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lexicais na construção do texto.

Nesse contexto, salienta-se a importância de apreender os dados sobre

o autor (biografia), a fonte referencial (data, local, suporte de texto), além do

interlocutor a quem se destina o texto.

Os mecanismos gramaticais e lexicais não são estudados de forma

descontextualizada ou com a intenção da apropriação da metalinguagem, mas

a partir do texto para que o educando possa reconhecê-los como elementos de

construção textual dos gêneros estilísticos e do cotidiano, uma vez que o

objetivo do ensino da língua é orientar para o uso social da linguagem, de

acordo com a norma padrão.

Para isso, faz-se necessária a prática orientada da produção oral e

escrita de textos dos diferentes gêneros do discurso. O desenvolvimento dessa

prática é importante porque o texto do educando revela, além do conhecimento

de mundo, os conteúdos aprendidos e os que devem ser priorizados no

planejamento do educador.

Para a seleção de conteúdos essenciais do Ensino Fundamental e

Médio, bem como para as práticas de linguagem, foram utilizados os seguintes

critérios: o perfil do educando da EJA; a diversidade cultural; a experiência

social construída historicamente e os conteúdos significativos a partir de

atividades que facilitem a integração entre os diferentes saberes. É importante

destacar que embora os conteúdos sejam os mesmos para os dois níveis de

ensino, o que difere é o grau de complexidade dos textos apresentados para a

reflexão sobre a linguagem.

A avaliação precisa ser entendida como instrumento de compreensão do

nível de aprendizagem dos alunos em relação às práticas de linguagem: leitura,

produção de texto e análise linguística, para que o educador possa

reencaminhar seu planejamento.

O processo avaliativo deve ser coerente com os objetivos propostos e

com os encaminhamentos metodológicos. Desse modo, a avaliação deve ser

dialética, ou seja, o educando confronta-se com o objeto do conhecimento, com

participação ativa, valorizando o fazer e o refletir. Sendo assim, o erro no

processo ensino-aprendizagem indica os conteúdos que devem ser retomados.

Portanto, o trabalho com as práticas de linguagem deve partir das

necessidades dos educandos.

Para isso, é importante que o educador dê significado ao objeto do

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conhecimento, lance desafios aos educandos, incentive os questionamentos e

exerça a função de mediador da aprendizagem, valorizando a interação.

Conteúdos do Ensino Fundamental e Médio

Variedades linguísticas

Norma culta, dialetos, gírias, regionalismos, outras formas de registros.

Funções da linguagem.

Linguagem verbal e não-verbal.

Gêneros textuais ou discursivos

Elementos da construção dos diferentes gêneros discursivos e tipos de

textos (informativo, instrucional, poético, narrativo, carta, bilhete, sinopse, etc.).

Análise do discurso: linguagem, aspecto formal, finalidade, estilo,

ideologia, posição do autor, ideologia, contexto histórico, social, econômico,

político, entre outros.

Elementos coesivos e coerência textual: unidade temática, elementos

lógico-discursivos, tese, organização dos parágrafos, contexto discursivo,

interlocutor, ideia central, sequência lógica, progressão, retomada dos

elementos coesivos, título como elemento coesivo entre outros.

Discurso direto e indireto.

Recursos visuais, sonoros, olfativos, gráficos, etc.

Relações referenciais: elipse, repetição, sinais de pontuação.

Aspectos formais do texto: acentuação, pontuação, ortografia,

paragrafação, título, legibilidade, aceitabilidade, entre outros.

Ambiguidade como recurso de construção do texto.

Ambiguidade como problema de construção do texto.

Informações explícitas, implícitas e intertextualidade.

Relações entre imagem e texto.

Elementos gramaticais na construção do texto

Pontuação e seus efeitos de sentido na construção do texto: vírgula,

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ponto-e-vírgula, ponto final, ponto de interrogação, exclamação, dois pontos,

aspas, parênteses, travessão, reticências, entre outros.

Emprego da crase na construção do texto.

Classes de palavras: substantivo, adjetivo, verbo, preposição,

conjunção, artigo, numeral, pronome, advérbio e interjeição na construção do

texto.

Sujeito e predicado na construção do texto.

Vozes do verbo na construção do texto.

Adjunto adnominal e complemento adnominal na construção do texto.

Aposto e vocativo na construção do texto.

Orações coordenadas, subordinadas, reduzidas e intercaladas na

construção do texto.

Concordância verbal e nominal na construção do texto.

Colocação pronominal na construção do texto.

Figuras de linguagem na construção do texto.

Formação de palavras: prefixo, sufixo, radical, derivação e composição.

Para o Ensino Médio devem ser acrescidos os seguintes conteúdos de

Literatura:

Arte literária e as outras artes.

História e literatura.

Os gêneros literários e os elementos/recursos que os compõem.

Periodização e estilos de época da literatura brasileira: O Quinhentismo

brasileiro (literatura de informação), Barroco, Arcadismo, Romantismo,

Realismo e Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, vanguarda europeias,

Pré-Modernismo, Modernismo, Pós-Modernismo.

Os períodos literários e a relação com o período histórico, as artes e o

cotidiano.

Referências

BAKHTIN, Mikhail (In: VOLOSHINOV, V.N). Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1986.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

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PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná. Curitiba, 2006.

FARACO, Carlos Alberto; CASTRO, Gilberto de. Por uma teoria linguística que fundamente o ensino de língua materna (ou de como apenas um pouquinho de gramática nem sempre é bom). In: Educar, n.15, Curitiba: UFPR, 1999.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática pedagógica educativa. 30. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

GERALDI, João Wanderlei (org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 2001.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: configuração, dinamicidade e circulação. In: KARWOSKI, Acir Mário; GAYDECKZKA, Beatriz; BRITO, Karim S. (Orgs.) Gêneros textuais: reflexões e ensino. União da vitória: Gráfica Kaygangue, 2005.

VAL, Maria da Graça Costa. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

VYGOTSKI, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE ARTE - EJA

Concepção do ensino de Arte

Encontramos o ensino da Arte presente no Brasil desde o século XVI,

com a ação dos jesuítas. A Arte era parte dos ensinamentos, cujo objetivo

principal era a catequização dos grupos que aqui habitavam e que incluía a

Retórica, a Literatura, a Escultura, a Pintura, a Música e as Artes Manuais.

Com a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal e a posterior Reforma

Educacional Brasileira (1792-1800) – Reforma Pombalina - o ensino da Arte

tornou-se irrelevante e o Desenho, por exemplo, foi associado à Matemática na

forma de Desenho Geométrico.

Mesmo com o incentivo de D. João VI ao ensino da Arte no início do

século XIX – o que resultou na Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro

(1826) – nas escolas, o ensino ainda era influenciado pelo Iluminismo,

priorizando a área científica. Essa visão foi ratificada na 1ª. Reforma

Educacional do Brasil República em 1890, realizada por Benjamin Constant,

cujo objetivo ainda era valorizar a Ciência e a Geometria. A partir de 1931, com

a implantação do ensino da Música por meio do Canto Orfeônico, o ensino da

Arte fez-se presente no primeiro projeto de educação pública de massa.

No Paraná, em 1954, foi criada a Escola de Artes no Colégio Estadual,

na cidade de Curitiba, envolvendo Artes Plásticas, Teatro e Música.

O ensino da Arte somente passa a ser obrigatório nas escolas brasileiras

em 1971, com a Lei 5692/71, porém, com conteúdo reduzido, fundado em uma

visão tecnicista e entendendo o educador de Artes como um profissional

polivalente, ou seja, aquele que deve dominar os conteúdos de Artes Plásticas

e Música. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação ratifica a

obrigatoriedade do ensino da Arte na Educação Básica, porém, a Arte passa a

compor a área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, abrangendo

Música, Artes Visuais, Dança e Teatro.

Esse breve passeio pela história nos dá uma ideia dos conceitos que

permearam a educação de Artes no Brasil, abrangendo desde um caráter

religioso, com a catequização dos nativos, até aquela com fins puramente

tecnicistas. Passamos de um extremo a outro, do “sensibilizador” para o

“científico racional”. É importante frisar que a educação pública no Brasil até o

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início do séc. XX estava voltada para uma elite basicamente masculina.

Verificamos também que, após a expulsão dos jesuítas, o pensamento

iluminista e positivista foi preponderante no ensino público brasileiro.

Atualmente, o trabalho na disciplina de Arte exige do educador reflexões

que contemplem a arte efetivamente como área de conhecimento fundamental

na formação dos educandos e das educandas.

Quando Regina Migliori (1993 p.14) propõe uma “perspectiva de

abordagem global” como sendo “a possibilidade de lidarmos com tudo o que se

nos apresenta e não somente com os aspectos artificialmente eleitos”, a ideia é

que se busque uma nova leitura da realidade. O entendimento de Migliori nos

remete para uma perspectiva de uma formação omnilateral,3 crítica e autônoma

do educando e da educanda, ou seja, “temos que aprender a lidar com as

divergências de forma não excludente” (MIGLIORI, 1993 p. 14).

Quando privilegiamos a produção artística de um determinado grupo,

povo ou etnia, fragmentamos a realidade e automaticamente criamos um juízo

de valor no qual os recortes do conhecimento que fazemos passam a ser os

verdadeiros ou os únicos. “Essa visão fragmentada, geradora dos incluídos e

excluídos, gera uma outra verdade cruel: a marginalidade que não é

alternativa” (MIGLIORI. 1993 p.14). Isso implica que ao apresentarmos em

nossa seleção de conteúdos curriculares outras vozes que estão presentes na

ação histórica da construção do conhecimento, possibilitamos ao educando e a

educanda outras leituras diferentes daquelas que vêm sendo oficialmente

apresentadas.

A Arte – fruto da percepção e da necessidade da expressão humana –

revela a realidade interior e exterior ao homem e à mulher. Essa expressão

artística é concretizada utilizando-se de sons, formas visuais, movimentos do

corpo, representação cênica, dentre outras, que são percebidas pelos sentidos.

Isso contribui para outras possibilidades de leituras da realidade e, portanto,

com mais subsídios para repensá-la. O objetivo dessa proposta é gerar um ser

reflexivo, autônomo e inserido criticamente na realidade em que vive. A Arte

nos ajuda nesse processo, na medida em que nos fornece uma simbologia

3 Explicar omnilateralidade em função do trabalho e da educação nos reporta no tempo em que

o homem tinha a necessidade de conhecimento do todo, ou seja, pensar o objeto, fazer o objeto e vender o objeto. Como na educação, que se preocupava com as ciências exatas, as artes, a sociologia, e o espiritual, quando os quatro eixos eram de extrema importância e tinham o mesmo peso em valor.

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própria e portanto, outras leituras do mundo que nos cerca. Segundo Isabel

Marques4:

Um dos elementos essenciais que caracteriza o ensino da Arte no ambiente escolar é o fato de que, na escola, temos a possibilidade de relacionar, questionar, experimentar, refletir e contextualizar os trabalhos artísticos a fim de que façam sentido em nossas próprias vidas e na construção da sociedade brasileira.

A discussão em torno da arte como linguagem pondera o entendimento

de que a arte não apenas suscita sentimentos, mas pressupõe uma relação de

transmissão e recepção de ideias, ou seja, de comunicação. Portanto, a Arte

aqui é entendida como linguagem, que se utiliza de símbolos e de elementos

próprios que estão presentes na Dança (movimento e não movimento), na

Música (sons), no Teatro (dramatização) e nas Artes Visuais (forma e luz).

Ler o produto artístico em suas diversas relações, nos diversos prismas

e no que tange aos seus significados socialmente construídos pressupõe que o

produto artístico como seja um “veículo portador de significado” (ver Bakhtin

1995, p.132). Nesse sentido, os símbolos são fundamentais para a vida social,

pois é por meio deles que nos comunicamos e manifestamos nossa

capacidade de sentir e de pensar.

Na cultura escolar, os saberes são apropriados pela escola de maneira

singular, dando-lhes um sentido pedagógico (Sacristan J.G., 2001). Na escola,

esse trabalho ressignifica os saberes e os conceitos científicos produzidos na

sociedade. É com base nestes pressupostos que trataremos a Arte como

linguagem. Linguagem artística.

Encaminhamentos metodológicos

O encaminhamento metodológico para a disciplina de Artes do ensino

fundamental e médio da Educação de Jovens e Adultos da rede pública do

Estado do Paraná está fundamentado nas Diretrizes Curriculares Estaduais de

EJA, onde estão identificados três eixos articuladores: cultura, trabalho e

tempo. Com base nesses eixos que norteiam o currículo na EJA, elegemos

ARTE E ESTÉTICA, ARTE E IDENTIDADE e ARTE E SOCIEDADE como

eixos específicos da disciplina de Artes, dos quais derivarão as temáticas

propostas e os conteúdos que serão desenvolvidos em células de aula.

4 Esta citação é transcrição da fala da Profª Dra Isabel Marques no Simpósio Estadual de

Educação Artística, Paraná abril, 2005.

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ARTE E ESTÉTICA

Hoje se utiliza o termo estética para indicar, no campo das belas artes,

uma concepção especial, uma maneira de fazer, uma escola ou tendência

determinada (Zamacois, 1986).

A experiência estética se revela com a sensibilização, com a descoberta

do olhar, um encontro com as emoções, libertando o ser para perceber o

mundo em si e ao seu redor, permitindo um pensar filosófico, crítico e reflexivo.

Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, em seu Dicionário da Língua

Portuguesa, apresenta, dentre outros, os seguintes significados para a palavra

estética: “1- estudo das condições e dos efeitos da criação artística. 2 – [...]

estudo racional do belo, quer quanto à possibilidade da sua conceituação, quer

quanto à diversidade de emoções e sentimentos que ele suscita no homem”.

Partindo dessas definições e as ampliando, a Estética aqui é entendida

como sendo “toda teoria que se refira à beleza ou à arte" (Pareyson, 1997, p.

2), sendo ela derivada de uma experiência filosófica ou concreta. E por ser

uma reflexão sobre a experiência, inclui-se aqui o fazer artístico, que é a

manipulação dos elementos da linguagem artística, presentes nas Artes

Visuais, na Música, no Teatro e na Dança. Portanto, entendemos que ao

adotar um eixo articulador para a disciplina de Educação Artística e Arte

baseado no entendimento acima exposto, devemos possibilitar as experiências

estéticas e compreender como aproximar e proporcionar o olhar estético para

as produções artísticas e para o cotidiano. E assim sendo, “o educando da

EJA torna-se sujeito na construção do conhecimento mediante a compreensão

dos processos de trabalho, de criação, de produção e de cultura.” (Diretrizes

Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos, p. 28).

ARTE E IDENTIDADE

É comum ouvirmos falar de crise de identidade, mas o que é identidade

e como essa identidade se revela a partir da arte que produzimos? A

identidade está em crise?

O que é identidade? É idêntico, igual, registro... Para o dicionário

Houaiss identidade é:

1- estado que não muda <a identidade das impressões digitais> 2 - consciência da persistência da própria identidade, 3 - o que faz com

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que uma coisa seja a mesma que outra, 4 - conjunto de características e circunstâncias que distinguem uma pessoa ou uma coisa e graças às quais é possível individualizá-la.

A identidade singulariza e faz com que nos sintamos diferentes dos

demais. Identificar pode ser aplicado a indivíduos e grupos, ou seja, tornar

idêntico, fazer (se) reconhecer, distinguir traços característicos como gosto,

música, festas, folguedos, crenças de grupos urbanos, rurais, etnias e outros

tantos que usam da linguagem artística para expressar-se e assinar suas

características sociais, antropológicas e psicológicas.

Diferentes modos de vida social são constituídos a partir das ideias que

as pessoas têm sobre si, e das práticas que emergem dessas ideias e como

afirma Candau (2002, p. 24), “identidade é um conceito polissêmico, podendo

representar o que uma pessoa tem de mais característico ou exclusivo e ao

mesmo tempo, indica que pertencemos ao mesmo grupo”, a identidade cultural

de um indivíduo ou grupo permite que este seja localizado em um sistema

social. Em um mundo onde as mudanças são rápidas, face à globalização e

aos eventos tecnológicos e científicos vertiginosos, a arte é um dos elementos

que faz parte da identidade dos povos. As mudanças globais aceleradas

influenciam a identidade dos indivíduos e a sua manifestação artística.

Podemos ver com Marques (2003, p. 157) que:

Não se domina um país pela invasão territorial, mas principalmente pela superposição e diluição de repertórios culturais e sociais. Caso nossos repertórios não estejam enraizados de forma significativa, ou seja, relacional, consciente e crítica, poderemos ser massacrados pela pasteurização de ideias estéticas.

A nossa identidade pessoal e social é um importante mediador das

relações com os demais. A proposta deste eixo temático na Educação de

Jovens e Adultos do Ensino Fundamental e Médio do Estado do Paraná

preocupa-se em uma educação pela arte que transmita significados que estão

próximos da vida concreta do educando, produzindo aprendizagem. É um

processo que mobiliza tanto os significados e os símbolos quanto os

sentimentos e as experiências a que se propõe.

Quando um indivíduo desenvolve sua percepção estética e tem

consciência do poder destas representações, textos e imagens na produção

das identidades, compreende a força persuasiva da arte, no sentido de criar e

reforçar representações que possuímos como indivíduos e como identidade

coletiva.

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ARTE E SOCIEDADE

[...] concernem à determinação social da atividade artística, seja do ponto de vista da finalidade social das obras – por exemplo, o culto religioso ou o mercado de arte – seja o lugar ocupado pelo artista – por exemplo, iniciado numa seita secreta, financiado por um mecenas renascentista, profissional liberal ligado ao mercado de arte, etc – seja das condições de recepção da obra de arte – a comunidade de fiéis, a elite cultivada e economicamente poderosa, as classes populares, a massa, etc (CHAUÍ, 2003, p. 153).

A arte não é uma produção fragmentada ou fruto de modelos aleatórios

ou apartados do contexto social nem tampouco mera contemplação, e sim,

uma ciência que trabalha com o conhecimento presente em diferentes

instâncias sociais.

A profunda relação entre arte e sociedade é possível na medida em que

pensarmos a arte como construção social e não como um dom natural, talento

ou mera produção. As pessoas são construções sociais que necessariamente

influem e são influenciados pelo fazer e pensar arte. A música rap, por

exemplo, constrói um determinado tipo de consciência social, propaga os

conhecimentos de um grupo popular, que são absorvidos e muitas vezes até

revivificados em outras formas artístico-culturais. A abordagem crítica e

intertextualizada é necessária para que no cotidiano se problematizem as

relações entre arte e sociedade e se permita, assim, a formação de sínteses

pessoais enriquecedoras. Em outras palavras, o conceito de arte e sociedade

abrange grandes temas da vida social como: a relação do homem com o

trabalho; as relações de gênero; a ocupação do espaço urbano e outros.

Também através deles podemos compreender, inclusive, a influência da

indústria cultural, segundo a qual, muitas vezes a (pseudo) cultura de massa

tenta impor uma ordem social passiva e alienada. Em contrapartida, o

conhecimento da arte em seu aspecto social, deve desvelar-se de modo que o

ser humano possa pertencer, dialogar e transformar a realidade que o circunda.

No que concerne à Educação de Jovens e Adultos, não podemos perder

de vista as concepções de mundo e de sociedade que queremos construir e

vivenciar com os educandos, pois o grande desafio do trabalho pedagógico em

arte nos dias de hoje não se resume somente em aceitar e respeitar a

diversidade, mas principalmente em trabalhar, partilhar, dialogar e recriar

conjuntamente a fim de educar para uma sociedade mais justa e igualitária. “A

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ação da escola será de mediação entre o educando e os saberes, de forma

que o mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos de

transformação de sua realidade social” (Diretrizes Curriculares para a

Educação de Jovens e Adultos, p. 29).

Os temas de estudo são temas que direcionam, motivam e articulam a

construção do conhecimento em arte, propiciando diferentes leituras de mundo,

de cidadania participativa, reflexiva e crítica. O educador escolherá um tema de

estudos abrangente e articulado entre os eixos – identificados na disciplina de

Educação Artística e Arte e os indicados nas Diretrizes Curriculares para a EJA

– de maneira a englobar o conteúdo que fará parte do planejamento da célula

de aula. Os temas de estudo terão a flexibilidade necessária para que possam

ser adequados ao contexto do educando e da educanda.

Os temas de estudo são perpassados por um processo, denominado

“validação”, ou seja, o tema só será adequado para continuar o planejamento

se passar positivamente pelas seguintes perguntas:

1. É relevante? É importante? Para quem? Perpassa pelos eixos definidos

nas Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA - Cultura, Trabalho e

Tempo?;

2. Gera conhecimento em arte? Perpassa pelos eixos Arte e Identidade,

Arte e Sociedade e Arte e Estética?

3. É abrangente? Contempla o local e o global (regional, nacional e

mundial)? É flexível?

4. É possível adequá-lo às necessidades dos educandos e educandas da

EJA (Idade, condições físicas, espaciais, etc)?

Uma vez escolhido o tema de estudo, o próximo passo é a elaboração

da célula de aula, que serão compostas por (MARQUES, 2001, p.91-102):

1. Textos – Repertórios.

2. Subtexto – Elementos da linguagem (conteúdos da disciplina).

3. Contexto – Elementos históricos, sociais e culturais.

Conteúdos do Ensino Fundamental e Médio

Cada linguagem artística possui um elemento básico por meio do qual

ela se manifesta, ou seja: o som (Música), o movimento e o não movimento

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(Dança), a forma e a luz (Artes Visuais) e a dramatização (Teatro). Destes

elementos básicos derivam-se os elementos de linguagem específicos da arte.

Portanto, os conteúdos para o Ensino Fundamental e Médio devem contemplar

os elementos de cada linguagem artística (Música, Teatro, Dança e Artes

Visuais), sua articulação e organização. Esses elementos permitirão ao

educando e a educanda ler e interpretar o repertório, assim como elaborar o

seu próprio trabalho artístico. A leitura, interpretação e produção artística avalia

a apreensão por parte educando e da educanda dos conteúdos propostos na

célula de aula.

ARTES VISUAIS

a) Forma

Composição, Experimentação (como os elementos da linguagem visual

se articulam?)

Suportes (onde está proposta a ideia imagética?)

Espacialidade – bidimensionais e tridimensionais (como está projetada,

composta ou representada no espaço?)

Texturas / acabamentos (como se apresenta?)

Movimento: dinâmica, força, fluência e equilíbrio (como se alternam,

ritmo?)

b) Luz

Decomposição da luz branca

Cor /pigmento / percepção da cor

Tons

Valores / classificação das cores

Sombras e luz

Contraste

MÚSICA

a) distribuição dos sons de maneira sucessiva (intervalos melódicos/

melodia)

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b) distribuição dos sons de maneira simultânea (intervalos harmônicos/

harmonia)

c) qualidades do som e suas variações:

intensidade (dinâmica)

duração (pulsação/ ritmo)

altura (grave/ agudo)

timbre (fonte sonora/ instrumentação)

d) estruturas musicais (organização e articulação dos elementos da

linguagem musical/ forma musical)

TEATRO

a) Elementos dramáticos:

a personagem: agente da ação

enredo: como desdobramento de acontecimentos, desenvolvidos pela

personagem

espaço cênico: local onde se desenvolve a ação cênica

b) Signos da Representação Teatral:

da personagem

visuais: figurinos, adereços, gestual

sonoros: fala (entonação)

do espaço cênico

visuais: cenário, adereços de cena, iluminação

sonoros: sonoplastia

c) Gêneros Teatrais:

Tragédia e suas características: a fatalidade, o sofrimento, o pesar

Comédia e suas características: o riso, a sátira, o grotesco

Drama e suas características: o conflito

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DANÇA

Elementos do Movimento:

corpo: articulações, superfícies, membros, tronco, quadril, cabeça

espaço: kinesfera (amplitudes), progressões espaciais, tensões

espaciais, projeções espaciais, orientação espacial, forma

ações: torcer, gesticular, inclinar, deslocar, rodar, parar, cair, expandir,

recolher, saltar

dinâmicas: peso, espaço, tempo, fluência

relacionamentos

Referências

CAMPOS, Neide P. A construção do olhar estético crítico do educador. Florianópolis: UFSC, 2002.

CANDAU, Vera Maria (org.). Sociedade, educação e cultura: questões e propostas. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2002.

CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2003.

BAKHTIN, Mikhail (Volochínov). Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. Michel Lahud e Yara F. Vieira. 7ª ed. São Paulo: Hucitec, 1995.

BOURO, S.B. Olhos que pintam: a leitura de imagens e o ensino da arte. São Paulo: Educ/Fapesp/Cortez, 2002.

FERRAZ, M.; FUSARI, M. R. Metodologia do ensino de Arte. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1993.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. 3ª ed. Curitiba: Positivo, 2004.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 12ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

_________. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 8ª ed. São Paulo: Terra e Paz, 1998.

_________. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1995.

HOUAISS, Antônio e Vilar, M. de S. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001

LABAN, Rudolf. Domínio do Movimento. São Paulo: Summus, 1978.

MARQUES, Isabel A. Ensino de dança hoje: textos e contextos. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2001.

_________. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003.

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MIGLIORI, R. Paradigmas e educação. São Paulo: Aquariana, 1993.

OSTROWER, Fayga P. Universo da arte. 7ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1991.

PAREYSON, L. Os problemas da estética. São Paulo. Martins Fontes, 1997.

SACRISTAN J.G. A escolarização transforma-se em uma característica antropológica das sociedades complexas. In: A educação Obrigatória: seu sentido educativo e social. Porto Alegre: ARTMED, 2001, p. 35-55.

SANTAELLA, Lucia. (Arte) & (Cultura): Equívocos do elitismo. São Paulo: Cortez, 3ª. Ed, 1995.

SILVA, Tomas Tadeu. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

ZAMACOIS, Joaquin. Temas de estética y de historia de la música. Barcelona: Labor, 1986.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

MODERNA (LEM) – INGLÊS - EJA

Concepção do ensino de Língua Estrangeira Moderna (LEM) - Inglês

A Língua Estrangeira Moderna - LEM - é um espaço em que se pode

ampliar o contato com outras formas de perceber, conhecer e entender a

realidade, tendo em vista que a percepção do mundo está, também,

intimamente ligada às línguas que se conhece. Ela se apresenta também como

um espaço de construções discursivas contextualizadas que refletem a

ideologia das comunidades que a produzem. Desta maneira, o trabalho com

LEM parte do entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais

do que meros instrumentos de acesso à informação: as LEM são também

possibilidades de conhecer, expressar e transformar modos de entender o

mundo e construir significados (SEED, 2005).

É um instrumento de inclusão social a partir do momento em que

oportuniza o acesso a outras comunidades e conhecimentos, permitindo o

alargamento de horizontes e a expansão das capacidades interpretativas e

cognitivas dos educandos. Através da LEM se reconhece a diversidade

cultural, e torna-se possível oportunizar o educando a vivenciar criticamente a

cultura do outro ao mesmo tempo em que valoriza a própria.

A LDB 9394/96, estabelece o caráter compulsório de uma língua

estrangeira a partir da 5a série do Ensino Fundamental, facultando ao Ensino

Médio a possibilidade da inclusão de uma segunda língua estrangeira.

Segundo Gimenez (2005), a língua se constitui como um espaço de

comunicação intercultural, exercendo “o papel de mediadora das relações entre

pessoas de diferentes línguas maternas.”, tendo em vista que existem,

aproximadamente, mais de 300 milhões de falantes nativos e mais de 1 bilhão

de usuários no mundo todo, sendo a língua principal em livros, jornais,

aeroportos e controle de tráfego aéreo, negócios internacionais e conferências

acadêmicas, ciência, tecnologia, medicina, diplomacia, esportes, competições

internacionais, música pop e propaganda.

Partindo desse pressuposto, a LEM é um instrumento para que o

educando seja capaz de construir e não somente consumir o conhecimento

oferecido por outros, propiciando “reflexões sobre a relação entre língua e

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sociedade e, consequentemente, sobre as motivações subjacentes às escolhas

linguísticas em situações de comunicação (oral e escrita)” (PARANÁ, 2005). Ao

serem expostos às diversas manifestações da língua na sociedade, os

educandos podem entender as implicações político-ideológicas.

Encaminhamentos metodológicos

O trabalho a ser desenvolvido com a língua segue uma abordagem onde

a língua é vista como instrumento de interação, investigação, interpretação,

reflexão e construção, norteada pelos três eixos articuladores: cultura, trabalho

e tempo. Nessa concepção, levar-se-á em consideração a realidade do

educando, valorizando sua bagagem de conhecimentos e respeitando suas

necessidades e características individuais, na certeza de que o adulto aprende

melhor e desenvolve maior autonomia e responsabilidade quando se vê

envolvido no processo ensino-aprendizagem.

Há que se pensar que ao ensinar uma LEM deve-se buscar a

autenticidade da Língua, a articulação com as demais disciplinas e a relevância

dos saberes escolares frente à experiência social construída historicamente

pelos educandos.

Para a definição das metodologias a serem utilizadas, é necessário levar

em conta que o educando é parte integrante do processo e deve ser

considerado como agente ativo da aprendizagem, visto que ele traz saberes e

estes vão interagir com os saberes que ele vai adquirir.

Na busca desta interação, deve-se buscar uma metodologia que leve em

consideração que as habilidades da LEM – leitura, escrita, compreensão oral e

compreensão auditiva – não são únicas, elas interagem de acordo com o

contexto e precisam ser vistas como plurais, complexas e dependentes de

contextos específicos.

Deve-se levar em conta, ainda, que a língua não pode ser entendida

como algo fechado ou abstrato, na forma de uma gramática, onde toda a

transformação, o aspecto vivo da LEM, sua capacidade de se transformar em

contextos diferentes, toda diversidade da LE se perde.

Portanto, as metodologias a serem aplicadas devem levar em conta,

principalmente, o contexto em que estão sendo aplicadas, de acordo com as

necessidades regionais, que levem o educando a criar significados, posto que

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estes ão vêm prontos na linguagem.

Conteúdos

ENSINO FUNDAMENTAL

No caso do ensino da Língua Inglesa na EJA, dadas as suas

características, o trabalho parte da exploração de diversos gêneros textuais

que propiciam a exposição do educando à língua dentro de um contexto,

possibilitando a análise e estudo de sua estrutura, servindo também como

ponte para o criar a interação entre as habilidades em cada contexto.

1. Textos (Escritos, orais, visuais, dentre outros)

Identificação de diferentes gêneros textuais, tais como: informativos,

narrações, descrições, poesias, tiras, correspondência, receitas, bulas

de remédios, folders, outdoors, placas de sinalização, etc.

Identificação da ideia principal de textos (skimming).

Identificação de informações específicas em textos. (scanning)

Identificação de informações expressas em diferentes formas de

linguagem (verbal e não verbal).

Inferência de significados a partir de um contexto.

Trabalho com cognatos, falsos cognatos, afixos, grupos nominais, etc

1.1. Foco linguístico

Substantivos.

Adjetivos.

Pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos e interrogativos.

Verbo to be e there to be. (afirmativa, interrogativa e negativa).

Tempos verbais: presente simples e contínuo, passado simples (regular

e irregular de verbos mais comuns) e futuro com will.

Imperativo: afirmativa e negativa

Preposições (in, on, at, from, to…)

Advérbios de tempo, lugar e frequência.

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1.2. Vocabulário básico

Saudações, apresentações, horas, família, partes do corpo, cores, dias

da semana, meses do ano, estações do ano, profissões, roupas, animais,

locais públicos, condições do tempo (rainy, sunny, windy, cloudy / cold, hot,

cool, warm), partes da casa, refeições, adjetivos, numerais (cardinal e ordinal).

ENSINO MÉDIO

1. Textos (Escritos, orais, visuais, dentre outros)

Identificação de diferentes gêneros textuais tais como: informativos,

narrações, descrições, poesias, tiras, correspondência, receitas, bulas

de remédios, folders, outdoors, placas de sinalização, etc.

Identificação da ideia principal de textos (skimming).

Identificação de informações específicas em textos. (scanning)

Identificação de informações expressas em diferentes formas de

linguagem (verbal e não verbal).

Inferência de significados a partir de um contexto.

Trabalho com cognatos, falsos cognatos, afixos, grupos nominais, etc

Inferência de significados das palavras a partir de um contexto.

(cognatos, etc...)

1.1. Foco Linguístico

Tempos verbais: presente simples e contínuo, passado simples (regular

e irregular) e contínuo e futuro com will e going to, nas formas afirmativa,

interrogativa e negativa.

Comparativo e superlativo. (graus dos adjetivos)

Verbos Modais: Can, may, could, should, must.

Substantivos contáveis e incontáveis.

Some, any, no e derivados.

1.2. Vocabulário

O vocabulário relacionado aos temas abordados nas unidades de

estudo.

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Referências

PENNYCOOK, Alastair. English and the discourses of Colonialism. London: Routledge. 1999.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna. Versão Preliminar. 2005.

GIMENEZ, Telma. Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental: Línguas Estrangeiras Modernas – Questões para Debate. In: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE EDUCAÇÃO FÍSICA - EJA

Concepção do ensino de Educação Física

Vivenciamos nos últimos quinze anos a afirmação gradativa do ensino

da Educação Física numa perspectiva cultural e é a partir desse referencial

que se propõe essa disciplina como área de estudo da cultura humana, ou

seja, que estuda e atua sobre o conjunto de práticas ligadas ao corpo e ao

movimento, criadas pelo homem ao longo de sua história. Trata-se, portanto,

privilegiar nas aulas de Educação Física além da aprendizagem de

movimentos, a aprendizagem para e sobre o movimento.

Neste sentido, como enfatizam Taborda e Oliveira (apud PARANÁ,

2005, p.10) os objetivos da Educação Física devem estar voltados para a

humanização das relações sociais, considerando a noção de corporalidade,

entendida como a expressão criativa e consciente do conjunto das

manifestações corporais historicamente produzidas. Esse entendimento

permite ampliar as possibilidades da intervenção educacional dos professores

de Educação Física, superando a dimensão meramente motriz de uma aula,

sem no entanto negar o movimento como possibilidade de manifestação

humana e, desse modo contemplar o maior número possível de manifestações

corporais explorando os conhecimentos já trazidos pelos educandos e a sua

potencialidade formativa.

Segundo Soares et al (1992, p. 50) a Educação Física é conceituada

como:

(...) uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: o jogo, esporte, dança, ginástica, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal. Esses conteúdos expressam um sentido/significado nos quais se interpenetram.

A partir desse entendimento a proposta para a disciplina de Educação

Física deve favorecer o estudo, a integração e a reflexão da cultura corporal de

movimentos, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-

la, instrumentalizando-o para usufruir das atividades proposta em beneficio da

sua inserção social, levando-o a descobrir motivos e sentidos nas práticas

corporais que favoreçam o desenvolvimento de atitudes positivas,

contemplando assim todas as manifestações corporais e culturais, partindo da

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realidade local para as diferentes culturas.

Cabe aos professores de Educação Física mediar o processo de

ensino-aprendizagem deflagrado nas aulas de Educação Física quanto à

construção de um ambiente que proporcione ao aluno a aprendizagem dos

conteúdos significativos para o seu processo de conhecimento e

desenvolvimento, incrementando sua capacidade para tomar decisões

relacionadas à atividade física, isto é, movimento corporal humano.

Encaminhamentos metodológicos

A Educação de Jovens e Adultos – EJA atende um público diverso

(jovens, adultos, idosos, povos das florestas, ribeirinhos, indígenas,

populações do campo, entre outros) que não teve acesso ou não pode dar

continuidade à escolarização mesma por fatores, normalmente, alheios à sua

vontade. Esses educandos possuem uma gama de conhecimentos adquiridos

em outras instâncias sociais, visto que, a escola não é o único espaço de

produção e socialização de saberes. O atendimento a esses alunos não se

refere, exclusivamente, a uma determinada faixa etária, mas a diversidade

sociocultural dos mesmos.

Se considerarmos que os educandos frequentadores dessa modalidade

de ensino encontram-se em grande parte, inseridos no mundo do trabalho, é

importante que o trabalho pedagógico nas aulas de Educação Física seja

compatível com as peculiaridades dessa parcela de educandos. Desse modo,

a aprendizagem do movimento deve ceder espaço às práticas que estejam

direcionadas para e sobre o movimento, focalizando preponderantemente

aspectos relacionados ao desenvolvimento de atitudes favoráveis à realização

de atividades físicas e ao aprofundamento do entendimento de conceitos

relacionados a essas atividades.

Numa primeira aproximação, tendemos a nos precipitar na constatação

da incompatibilidade quase paradoxal de se relacionar a Educação Física com

adolescentes, adultos e até idosos na escolarização de Jovens e Adultos. Se

nos apoiarmos, por exemplo, nas práticas tradicionais que enfatizam

atividades como as “bicicletas” do futebol ou os saques “viagem ao fundo do

mar” do voleibol como referências absolutas das possibilidades de movimento

corporal humano e como tipos de conteúdo e de aprendizagem presentes na

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Avaliação

Sequenciação

Trabalho

Cultura

Educação Física, de fato sua adequabilidade será mínima.

Podemos assumir, portanto, que o propósito da intervenção do professor

que atua no campo da Educação Física no contexto da EJA é potencializar as

possibilidades de participação ativa de pessoas com demandas educacionais

específicas, em programas com foco na atividade física/movimento corporal

humano. Outrossim, há que se considerar que a sustentação para ações

pedagógicas direcionadas ao processo de escolarização dessas mesmas

pessoas encontra-se em fase de construção, carecendo ainda da produção de

conhecimento capaz de contribuir para a consolidação da participação da

Educação Física nessa modalidade de ensino.

Duas questões essenciais precisam nortear e servir de eixo orientador

para o trabalho pedagógico da disciplina de Educação Física com jovens e

adultos:

- Quem são os alunos da EJA?

- Como pode ser desenvolvida a Educação Física para esses alunos?

Compreendendo o perfil do educando da EJA, a Educação Física

deverá valorizar a diversidade cultural dos educandos e a riqueza das suas

manifestações corporais, a reflexão das problemáticas sociais e a

corporalidade “entendida como a expressão criativa e consciente do conjunto

das manifestações corporais historicamente produzidas” (PARANÁ, 2005),

considerando os três eixos norteadores do trabalho com a EJA que são a

cultura, o trabalho e o tempo1.

É, portanto, imprescindível que tempo, cultura e trabalho se manifestem

na prática pedagógica do educador, expressando ideias e ações relacionadas

a: sequenciação (organização do conteúdo em função do tempo escolar),

comprometimento na condução do processo ensino-aprendizagem (efetivação

da aprendizagem dos conteúdos) e avaliação do trabalho pedagógico (critérios

de acompanhamento das consequências do processo ensino-aprendizagem),

conforme representados na figura 1:

1 Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná (versão

preliminar).

Tempo Comprometimento

Figura 1: relação dos eixos tempo, cultura e trabalho com a intervenção pedagógica.

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300

A Educação Física na Educação de Jovens e Adultos representa

importante possibilidade de contato dos educandos com a diversidade da

cultura corporal de movimento, sem perder de vista o papel da EJA, que

segundo KUENZER (apud PARANÁ, 2005, p. 28),

deve estar voltado para uma formação na qual os educandos-trabalhadores possam aprender permanentemente; refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez.

O planejamento das aulas para o perfil do educando da EJA necessita

de um levantamento junto aos mesmos, de como foram suas aulas e

experiências anteriores, para haver maior clareza de como o educador poderá

planejar o trabalho pedagógico. Outra perspectiva a ser considerada é o

trabalho com a cultura local, buscando a origem de suas práticas,

transformações e diferenças em cada região.

Desse modo, os conteúdos a serem abordados devem levar em conta as

características peculiares do perfil de educador dessa modalidade de ensino,

seja de caráter presencial ou semipresencial. Os conteúdos que apresentamos

– constituintes da cultura corporal de movimento – devem ser selecionados em

função do projeto pedagógico elaborado pela escola, considerando os

interesses dos alunos observados nas interações iniciais com o educador .

Vários são os princípios que abrangem o ensino da Educação Física

(BETTI, 2002), destacando-se: o Princípio da Inclusão que tem como meta a

participação e reflexões concretas e efetivas de todos os membros do grupo,

buscando reverter o quadro histórico da área de seleção entre indivíduos aptos

e inaptos para as práticas corporais, resultando na valorização exacerbada no

desempenho e da eficiência, e consequentemente na exclusão do educando .

O Princípio da Diversidade aplica-se à construção da aprendizagem na

escolha de objetivos e de conteúdos, que ampliem as relações entre os

conhecimentos da cultura corporal de movimento e o perfil dos sujeitos da

aprendizagem. Com isso pretende-se legitimar as possibilidades de

aprendizagem que se estabelece nas dimensões afetivas, cognitivas, motoras

e sócio-culturais dos alunos.

Já no Princípio da Autonomia a relação com a cultura corporal de

movimento, não se dá naturalmente, mas é fruto da construção e do esforço

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conjunto de professores e alunos através de situações concretas e

significativas. A busca da autonomia pauta-se na ampliação do olhar da escola

sobre o nosso objeto de ensino e aprendizagem. Essa autonomia significa a

possibilidade de construção pelo educando dos seus conceitos, atitudes e

procedimentos, ao invés de simples reprodução e memorização de

conhecimentos.

Tais princípios precisam estar presentes ao se buscar uma

aprendizagem significativa, entendida como a aproximação entre o

conhecimento do educando e o construído ao longo do tempo, não perdendo

de vista que os mesmos estão inseridos numa cultura e expressam uma

aprendizagem social regida por uma organização política e social.

O professor deve mediar o trabalho pedagógico para que o educando

compreenda o seu “eu” e o relacionar-se com o outro, a partir do

conhecimento do seu corpo, como instrumento de expressão e satisfação de

suas necessidades, respeitando experiências anteriores e dando-lhe condições

de adquirir e criar novas formas de expressão.

A avaliação proposta para a EJA entende a necessidade da avaliação

qualitativa e voltada para a realidade. Proceder a avaliação da aprendizagem

clara e consciente, é entendê-la como processo contínuo e sistemático de

obter informações, de perceber progressos e de orientar os alunos para a

superação das suas dificuldades. Reforçando este pensamento Vasconcelos

(apud PARANÁ, 1994, p. 44) diz que:

o professor que quer superar o problema da avaliação precisa a partir de uma autocrítica: abrir mão do uso autoritário da avaliação que o sistema lhe faculta e autoriza; rever a metodologia do trabalho em sala de aula; redimensionar o uso da avaliação (tanto do ponto de vista da forma como do conteúdo); alterar a postura diante dos resultados da avaliação; criar uma nova mentalidade junto aos alunos, aos colegas educadores e aos pais.

Atualmente a perspectiva tradicional de avaliação cede espaço para

uma nova visão que procura ser mais processual, abrangente e qualitativa.

Não deve ser um processo exclusivamente técnico que avalia a práxis

pedagógica, mas que pretende atender a necessidade dos educandos

considerando seu perfil e a função social da EJA, com o reconhecimento de

suas experiências e a valorização de sua história de vida. Isso torna-se

essencial para que o educador reconheça as potencialidades dos educandos e

os ajude a desenvolver suas habilidades para que os mesmos atinjam o

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conhecimento na busca de oportunidades de inserção no mundo do trabalho e

na sociedade.

A avaliação deverá, portanto, compreender formas tais como: a

linguagem corporal, a escrita, a oral, por meio através de provas teóricas, de

trabalhos, de seminários e do uso de fichas, por exemplo, proporcionando um

amplo conhecimento e utilizando métodos de acordo com as situações e

objetivos que se quer alcançar. Devemos levar em consideração que

educando idosos, ou com menos habilidades, os com necessidades especiais

e o grau de desenvolvimento que possuem, bem como as suas experiências

anteriores.

Pautados no princípio que valoriza a diversidade e reconhece as

diferenças, a avaliação precisa contemplar as necessidades de todos os

educandos. Nesse sentido, sugere-se o acompanhamento contínuo do

desenvolvimento progressivo do aluno, respeitando suas individualidades.

Desse modo a avaliação não pode ser um mecanismo apenas para classificar

ou promover o aluno, mas um parâmetro da práxis pedagógica, tomando os

erros e os acertos como elementos sinalizadores para o seu replanejamento.

Dentro dessa perspectiva, para que a avaliação seja coerente e representativa

é fundamental que a relação entre os componentes curriculares se apoie em

um diálogo constante.

É importante lembrar no princípio da inclusão de todos na cultura

corporal de movimento. Assim, a avaliação deve propiciar um

autoconhecimento e uma análise possível das etapas já vencidas no sentido de

alcançar os objetivos propostos.

Conteúdos do Ensino Fundamental e Médio

Os conteúdos são definidos como conhecimentos necessários à

apreensão do desenvolvimento sociohistórico das próprias atividades corporais

e à explicitação das suas significações objetivas. Os mesmos foram

estruturados de forma a garantir aprendizagens novas e significativas,

despertando o interesse e a atenção dos educandos a consciência da

necessidade de atitudes favoráveis a prática de atividades físicas ao longo da

sua vida, valorizando a cultura corporal, logo “a cultura humana é uma cultura

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corporal, uma vez que o corpo realiza as intenções humanas” (FREIRE, 2003

p. 34).

Desse modo a Educação Física deve considerar conteúdos e práticas

que contemplem:

a relação entre o conhecimento social e escolar do educando;

a identidade e as diferenças sócioculturais dos educandos na proposição

das praticas educativas;

ensino com base na investigação e na problematização do

conhecimento;

as diferentes linguagens na medida em que se instituem como

significativas na formação do educando;

as múltiplas interações entre os diferentes saberes;

articulação entre teoria, prática e realidade social;

atividades pedagógicas que priorizem o pensamento reflexivo.

Baseado na perspectiva dos educadores, propomos a articulação do

trabalho docente em torno dos seguintes conteúdos: saúde, esportes, jogos,

ginástica, dança e lazer.

Ultrapassando a tendência dominante de conceber a saúde como

investimento individual, o conteúdo deve oferecer condições de articular o

individual com o cultural, social e político. Ou seja, a saúde é um bem que se

adquire, além de, pelas atividades físicas e corporais, por intermédio de:

alimentação, saneamento básico, moradia, educação, informação e

preservação do meio ambiente, enfim, o direito de acesso às condições

mínimas para uma vida digna. Esse conteúdo permite compreender a saúde

como uma construção que requer uma dimensão histórico-política e social.

O esporte pode ser abordado pedagogicamente no sentido de esportes

“da escola” e não “na escola”, como valores educativos para justificá-lo no

currículo escolar da EJA. Se aceitarmos o esporte como prática social, tema da

cultura corporal, devemos questionar suas normas resgatando os valores que

privilegiam o coletivo sobre o individual, o compromisso da solidariedade e

respeito humano, que se deve jogar com o outro e não contra o outro. Por isso

esse conteúdo deve ser apresentado aos alunos de forma a criticá-lo,

promovendo a sua ressignificação, e sua adaptação a realidade que a prática

cria e recria, colocando-o como um meio e não fim em si mesmo.

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304

Os jogos oportunizam ao jovem e ao adulto experimentar atividades

prazerosas, que envolvam partilhas, negociações e confrontos que estimulem

o exercício de reflexão sobre as relações entre as pessoas e os papéis que

elas assumem perante a sociedade, bem como a possibilidade de resgatar as

manifestações lúdicas e culturais.

O estudo da ginástica pretende favorecer o contato do educando com

as experiências corporais diversificadas, seu caráter preventivo, modismo,

melhora da aptidão física, tem o objetivo de conscientizar os educandos de

seus possíveis benefícios, bem como os danos causados pela sua prática

inadequada ou incorreta.

A dança a ser trabalhado na EJA contribui para o desenvolvimento,

conhecimento e ritmo do corpo. Ao relacionar-se com o outro, cada gesto

representa sua história, sua cultura, como manifestação de vida, por meio de

um processo continuo de integração e relacionamento social.

O estudo sobre o lazer proporciona reflexões a cerca do uso do tempo

livre, com atividades que lhe propiciem prazer, descontração, alegria,

socialização, conscientização clareza das necessidades e benefícios que

serão adquiridos e que contribuam para o seu bem estar físico, mental e

social.

Os conteúdos propostos poderão ser distribuídos de forma informativa,

prática ou teórica e poderão ser modificados de acordo com cada realidade. Os

conteúdos esporte, jogos, dança, lazer e ginástica são comuns ao Ensino

Fundamental e ao Ensino Médio, o conteúdo saúde mantêm a especificidade

de cada ensino.

Conteúdos

SAÚDE (Ensino Fundamental)

Definição de saúde. Atividade física na produção de saúde. Sedentarismo. Postura. Anabolizantes e suas consequências. Controle de frequência cardíaca.

SAÚDE (Ensino Médio)

Definição de saúde. Obesidade. Estresse. Hábitos alimentares. LER e DORT. Ergonomia. Corpo do trabalhador e seus sacrifícios. Controle de frequência cardíaca.

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Envelhecer com saúde.

ESPORTES (Ensino Fundamental e Médio)

Definições de esporte. História e origem. Princípios básicos (fundamentos). Táticas e regras. Esporte como fenômeno global. Atividades práticas.

JOGOS (Ensino Fundamental e Médio)

Definição de jogo. Aspectos históricos sociais. Tipos de jogos: jogos cooperativos, jogos recreativos/ jogos lúdicos, jogos intelectivos, jogos de dramatização e jogos pré-desportivos. Diferentes manifestações culturais. Atividades práticas.

GINÁSTICA (Ensino Fundamental e Médio)

História e origem. Tipos de ginástica: ginástica artística, ginástica rítmica, ginástica laboral e ginástica de academia. Princípios básicos. Atividades práticas.

DANÇA (Ensino Fundamental e Médio)

História e origem Tipos de dança: danças folclóricas, danças circulares, danças de salão, danças criativas. Expressão corporal/atividades rítmicas. Danças da cultura local. Atividades práticas.

LAZER (Ensino Fundamental e Médio)

Definição de lazer. Aproveitamento do tempo livre. Lazer e benefícios para saúde.

Referências

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FREIRE, J.B.; SCAGLIA, A. J. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2003.

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PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Educação Física. Versão Preliminar. 2005.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna. Versão Preliminar. 2005.

SANTO, D. L. Tendências e expectativas da educação física escolar. In: I Semana de Educação Física, 1993, São Paulo. Anais... São Paulo: Universidade São Judas Tadeu - Departamento de Educação Física, 1993. v. 1.

SAVIANI, D. Escola e democracia. 35.ed. Campinas: Autores Associados, 2002.

SOARES, C.L.; et all. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.

SOUZA, E.S. VAGO. T. M. Trilhas e Partilhas: Educação Física na Cultura escolar e nas práticas sociais. Belo Horizonte: Ed. dos Autores 1997.

ZABALA, A. Aprendizaje significativo: el professor como movilizador de lãs competências de sus alunos. In: SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO E SOCIEDADE, 6., 1997, São Paulo. Anais... São Paulo: Grupo Associação de Escolas Particulares, 1997. p.1-39.

________. (Org.). Como trabalhar os conteúdos procedimentais em aula. 2.ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

Bibliografia sugerida

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CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Resolução CNE/CEB nº 1, de 5 de julho de 2000. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Brasília, 2000.

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LAWSON, H.A. Education for social responsibility: preconditions in retrospect and in prospect. QUEST. Champaign, n.51, p.116-149, 1999.

LOVISOLO, H. Hegemonia e legitimidade nas ciências dos esportes. Motus Corporis. Rio de janeiro, v.3, n.2, p.51-72, dez. 1996.

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MANOEL, E.J. Desenvolvimento motor: implicações para a Educação Física escolar. Revista Paulista de Educação Física. São Paulo, v.8, n.1, p.82-97, 1994.

MATVEEV, A.P. Educação física escolar: teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Grupo Palestra Sport, 1997.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE MATEMÁTICA - EJA

Concepção do ensino da Matemática

A Educação Matemática é um importante ramo do conhecimento

humano. A sua origem remonta à antiguidade clássica greco-romana. Os

gregos conceberam a Matemática como um dos conteúdos da filosofia,

portanto, como um dos instrumentos da arte de conhecer o mundo em sua

totalidade.

Dessa forma, o educador além de dominar os conteúdos matemáticos,

deve também conhecer os fundamentos histórico-filósoficos da Matemática, e

ainda, o(s) processo(s) pelo(s) qual(is) o educando aprende; aquisição do

conhecimento.

Nesse sentido, é importante que o educador tenha conhecimento das

práticas pedagógicas que norteiam o ensino da Matemática na atualidade.

Para tanto, é necessário resgatar o processo educacional vivenciado,

especialmente, a partir da década de 60 do século passado.

O ensino da Matemática, desde então, tem sofrido alterações na sua

forma de organização e de conceber os conteúdos. Pode-se destacar as

seguintes fases: até meados de 1960, prevaleceu a chamada “Matemática

Tradicional”, em que predominava a valorização do conteúdo desvinculado da

prática e com ênfase na memorização de regras. Depois, surgiu o “Movimento

da Matemática Moderna”, cujo objetivo principal era a unificação dos vários

campos da Matemática, tais como, a Aritmética, a Álgebra e a Geometria. O

seu grande objetivo era o trabalho pedagógico por meio da linguagem dos

conjuntos, mas que ficou reduzida a um simbolismo exagerado a ser

memorizado pelo aluno.

Os membros da comissão do Movimento da Matemática Moderna, por

sua vez, assinalaram vários defeitos no currículo tradicional difundido,

afirmando a importância de se abandonar o conteúdo tradicional em favor dos

novos conteúdos, entre eles a álgebra abstrata, a topologia, a lógica simbólica

e a álgebra de Boole.

Vejamos como Morris Kline exemplifica, como sugestão, uma aula de

Matemática, nos moldes da Matemática Moderna:

“A professora pergunta:

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― Por que 2 + 3 = 3 + 2 ?

― Porque ambos são iguais a 5 – respondem os alunos sem hesitar.

― Não, a resposta exata é porque a propriedade comutativa da soma

assim o sustenta.

― A segunda pergunta é: Porque 9 + 2 = 11 ?

Novamente os alunos se apressam a responder:

― 9 e 1 são 10 e mais um é 11.

― Está errado! – exclama a professora. – A resposta exata é que pela

definição 2,

Vê-se, portanto, neste exemplo que as propriedades dos Números

Naturais, Teoria dos Conjuntos, se sobrepõe ao algoritmo da adição,

Aritmética, no mesmo conjunto numérico. No caso, essa sobreposição faz com

que a professora classifique as respostas indicadas pelos alunos como

erradas, e, logo a seguir, a mesma reforça novamente a resposta correta

através da propriedade comutativa (PETRONZELLI, 2002, pp.40-1).

Com o advento da Lei 5692/71, a ênfase passou a ser a metodologia,

justificada pela necessidade do aluno poder desenvolver toda sua

potencialidade, ou seja, valorizou-se a manipulação de materiais concretos,

relegando-se a segundo plano a fase de automação, priorizando-se o

atendimento à criança em sua fase de desenvolvimento, mas descuidando-se

da sistematização dos conhecimentos matemáticos sociohistóricos

acumulados pela humanidade. A grande dificuldade dos professores foi, então,

a passagem do concreto para o abstrato, o que é fundamental para a

matemática.

Na atual proposta pedagógica para a EJA, procura-se a interação entre

o conteúdo e as formas. A perspectiva, nesse sentido, é estabelecer uma

relação dialética - teoria e prática - entre o conhecimento matemático aplicado

no processo de produção da base material de existência humana e as

manifestações teórico-metodológicas que estruturam o campo científico da

própria Matemática. Dessa forma, o ensino da Matemática deve ser concebido

de modo a favorecer as necessidades sociais, tais como: a formação do

pensamento dialético, a compreensão do mundo social e natural, a ciência

como obra decorrente do modo de cada sociedade - Grega, Feudal, Moderna

– produzir a vida.

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Concebida desta forma, a Educação Matemática desempenhará um

papel fundamental na aquisição da reflexão filosófica por parte dos educandos,

isto é, da consciência crítica que supera o senso comum que toma a aparência

das coisas como sendo verdades absolutas, ou seja, a Matemática deve ser

vista, como uma ciência viva e dinâmica, produto histórico, cultural e social da

humanidade.

Ao revelar a Matemática como uma produção humana, demonstrando

as necessidades e preocupações das diferentes culturas em diferentes épocas

e ao relacionar os conceitos matemáticos de hoje com os construídos no

passado, o educador permite que o educando reflita sobre as condições e

necessidades que levaram o homem a chegar até determinados conceitos, ou

seja, o educador estará proporcionando no processo de ensino-aprendizagem

a reflexão da construção da sobrevivência dos homens e da exploração do

universo, dessa forma, estará caracterizando a relação do homem com o

próprio homem e do homem com a natureza.

O produto do desenvolvimento da humanidade pode ser demonstrado

através da historicidade. Isto indica que ao trabalhar nos bancos escolares a

abstração, o conhecimento sistematizado e teórico, o educando entenderá o

avanço tecnológico, a elaboração da ciência, a produção da vida em

sociedade.

Portanto, a abordagem histórica da matemática permite ao educando

jovem, adulto e idoso, compreender que o atual avanço tecnológico não seria

possível sem a herança cultural de gerações passadas. Entretanto, essa

abordagem não deve restringir-se a informações relativas a nomes, locais e

datas de descobertas, e sim ao processo histórico, viabilizando com isso a

compreensão do significado das ideias matemáticas e sociais.

Mas, além de compreender que o conhecimento matemático é

sociohistórico, faz-se necessário que o educando estabeleça relações entre os

elementos internos da própria Matemática - conteúdos escolares - e os

conceitos sociais.

Esse conhecimento prescinde de um tratamento metodológico que

considere a especificidade da Educação de Jovens e Adultos - EJA e deve

constituir o ponto de partida para todo o ensino-aprendizagem da Matemática,

ou seja, os educandos devem ter oportunidades de contar suas histórias de

vida, expor os conhecimentos informais que têm sobre os assuntos, suas

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necessidades cotidianas, suas expectativas em relação à escola e às

aprendizagens em matemática.

Embora, os jovens, adultos e idosos, com nenhuma ou pouca

escolaridade, dominem algumas noções básicas dos conteúdos matemáticos

que foram apreendidas de maneira informal nas suas vivências, a EJA tem a

função de transformar essas noções elementares, conceitos espontâneos, em

conceitos científicos, fazendo o educando dominar a Linguagem Matemática e

suas Representações, os Conceitos Matemáticos e Sociais, os Cálculos e os

Algoritmos, a História da Matemática e a Resolução de Problemas.

A compreensão e apreensão desses pressupostos metodológicos por

parte dos educandos e dos educadores, dão significado aos conteúdos

escolares a serem ensinados e estudados. Embora seja importante considerar

que esses significados também devem ser explorados em outros contextos,

como por exemplo, nas questões internas da própria Matemática e em

problemas históricos.

Desconsiderar esses pressupostos metodológicos na Educação de

Jovens e Adultos uma prática centrada no desenvolvimento do pensamento

linear e fragmentado, numa concepção de ciência imutável, estabelecendo

definitivamente o rompimento entre o lógico e o histórico, entre o conteúdo e

as formas, entre a teoria e a prática, entre a lógica formal e a lógica dialética,

entre a totalidade e as unidades, enfim, entre o mundo social e natural.

A Educação Matemática deve ter, então, os seus pressupostos bem

definidos e delimitados, uma vez que a teoria se desdobra em “prática

científica”:

Ao professor, como um profissional do ensino, é dada a responsabilidade não só de dominar a teoria como a de inscrevê-la no universo de um cotidiano que a justificaria(...). As abstrações reunidas na teoria, organicamente dispostas em definições e conceitos, devem transitar por um caminho inverso. O professor precisa demonstrar a utilidade ou funcionamento do sistema teórico no real. A teoria precisa transmutar-se em dados ou exemplos concretos, que garantam, justifiquem ou expliquem o já defendido (hipoteticamente) no discurso. Nesse sentido, a teoria precisa desmembrar-se, na voz do professor, no relato de múltiplas interações ou mediações que repõem o problema no rastro de sua solução (NAGEL, pp. 3-4, 2003) (Grifos nossos)

Nessa perspectiva, há de se considerar como ponto de partida a

construção do conhecimento, os saberes desenvolvidos no decorrer da

vivência dos educandos, que se manifestam em suas interações sociais e

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compõem suas bagagens culturais, que são frequentemente desconsiderados

na prática pedagógica da EJA. No entanto, a superação desses saberes e a

incorporação dos conceitos científicos são trabalhos que a escola deve

planejar e executar.

É importante enfatizar que, os conteúdos matemáticos quando

abordados de forma isolada, não são efetivamente compreendidos nem

incorporados pelos educandos como ferramentas eficazes para resolver

problemas e para construir novos conceitos, pois, é perceptível que o

conhecimento só se constrói plenamente quando é mobilizado em situações

diferentes daquelas que lhe deram origem, isto é, quando é transferível para

novas situações. Isto significa que os conhecimentos devem ser

descontextualizados, abstraídos, para serem novamente contextualizados, isto

é, fazer a transposição didática.

Nesse sentido, a educação matemática para o educando jovem, adulto

e idoso deve ter como objetivo a reversão do atual quadro em que se encontra

o ensino da Matemática, ou seja, a definição dos conteúdos anteriormente

fragmentados deve ser visto em sua totalidade, sem o qual não é possível

querer mudar qualquer prática pedagógica consistente.

Dessa forma, é necessário que o ensino de Matemática e o seu

significado sejam restabelecidos, visto que, o ensino e a aprendizagem de

Matemática devem contribuir para o desenvolvimento do raciocínio crítico, da

lógica formal e dialética, da coerência e consistência teórica da Ciência – o

que transcende os aspectos práticos. Com isso faz-se necessário repensar o

ensino de Matemática, pois o processo de emancipação política e social da

humanidade estão diretamente ligados ao domínio do conhecimento. Ele é

parte constitutiva da elaboração do pensamento reflexivo.

Encaminhamento metodológico

Para dimensionar o papel da Matemática na formação do jovem, adulto

e idoso é importante que se discuta a natureza desse conhecimento, suas

principais características e seus métodos particulares, e ainda, é fundamental

discutir suas articulações com outras áreas do conhecimento.

As diversas contingências históricas têm levado os professores a deixar

de lado a importância do conhecimento teórico, no entanto, é de fundamental

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importância que o(a) educador(a) tenha clareza que, sem o qual, não é

possível mudar qualquer prática pedagógica de forma significativa. Com isso,

só se tem conseguido mudanças superficiais no que se refere à reposição de

conteúdos, por meio de estratégias metodológicas tradicionais que não levem

os educandos a uma transposição didática.

É perceptível que, a mera seleção de conteúdos não assegura o

desenvolvimento da prática educativa consistente. É necessário garantirmos,

como dissemos anteriormente, a relação entre a teoria e a prática, entre o

conteúdo e as formas, entre o lógico e o histórico.

Portanto, é de suma importância que o educador se aproprie dos

encaminhamentos metodológicos do ensino da Matemática, e acrescente,

esses elementos a reflexão pedagógica da Educação de Jovens e Adultos.

Nessa perspectiva, a

contextualização do saber é uma das mais importantes noções pedagógicas que deve ocupar um lugar de maior destaque na análise da didática contemporânea. Trata-se de um conceito didático fundamental para a expansão do significado da educação escolar. O valor educacional de uma disciplina expande na medida em que o aluno compreende os vínculos do conteúdo estudado com uma contextualização compreensível por ele(...). O desafio didático consiste em fazer essa contextualização sem reduzir o significado da ideias matemáticas que deram ao saber ensinado (PAIS, 2001, pp. 26-27).

De forma equivocada, a abordagem de determinados conceitos

fundamentais na construção do conhecimento matemático é muitas vezes

suprimida ou abreviada, sob a alegação de que não fazem parte do cotidiano

dos educandos. Tal concepção de ciência e de conhecimento viabiliza na

escola uma visão reducionista da Matemática, cuja importância parece ficar

restrita a sua utilidade prática; ao pragmatismo.

Nesse contexto, a noção de contextualização permite ao educador uma

postura crítica priorizando os valores educativos, sem reduzir o seu aspecto

acadêmico (PAIS, 2001, p.27).

O processo de seleção dos conteúdos matemáticos escolares envolve

um desafio, que implica na identificação dos diversos campos da Matemática e

o seu objeto de estudo; processo de quantificação da relação do homem com

a natureza e do homem com o próprio homem.

No entanto, não devemos deixar de identificar os conteúdos escolares

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matemáticos que são socialmente relevantes para a EJA, pois os mesmos

devem contribuir para o desenvolvimento intelectual dos educandos.

As Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos da

Secretaria de Estado da Educação do Paraná, versão preliminar, em seu

capítulo “Orientações Metodológicas”, aponta quatro critérios para a seleção

de conteúdos e das práticas educativas. São eles:

a relevância dos saberes escolares frente à experiência social

construída historicamente.

os processos de ensino e aprendizagem, mediatizados pela ação

docente junto aos educandos.

a organização do processo ensino-aprendizagem, dando ênfase às

atividades que permitem a integração entre os diferentes saberes.

as diferentes possibilidades dos alunos articularem singularidade e

totalidade no processo de elaboração do conhecimento.

Nessa forma de organização curricular, as metodologias são um meio e

não um fim para se efetivar o processo educativo. É preciso que essas práticas

metodológicas sejam flexíveis, e que adotem procedimentos que possam ser

alterados e adaptados às especificidades da comunidade escolar.

Nessa perspectiva, é de suma importância evidenciar que o ensino-

aprendizagem de Matemática sejam permeados pela(os): História da

Matemática; Resolução de Problemas; Conceitos Matemáticos e Sociais;

Linguagem Matemática e suas Representações; Cálculos e/ou Algoritmos;

Jogos & Desafios. Estes elementos devem permear a Metodologia de Ensino

da Matemática, pois eles expressam a articulação entre a teoria e a prática,

explicitando no ato pedagógico a relação entre o signo, o significado e o

sentido dos conteúdos escolares nos diversos contextos sociais e históricos.

É importante enfatizar que a relação de conteúdos não deve ser seguida

linearmente, mas desenvolvida em conjunto e de forma articulada,

proporcionando ao educando a possibilidade de desenvolver a capacidade de

observar, pensar, estabelecer relações, analisar, interpretar justificar,

argumentar, verificar, generalizar, concluir e abstrair. Dessa forma, serão

estimulados a intuição, a analogia e as formas de raciocínio indutivo e

dedutivo.

Os conteúdos matemáticos presentes no ensino fundamental, a serem

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ensinados nas escolas de EJA, estão organizados por eixos. são eles: números

e operações, geometria, medidas e tratamento de informação, que

compreendem os elementos essenciais da organização curricular.

Os eixos e seus respectivos conteúdos deverão ser trabalhados de

forma articulada. Esta relação pode ser viabilizada entre os eixos e/ou entre os

conteúdos.

É importante ter clareza da especificidade de cada eixo, bem como, que

estes não devem ser trabalhados de maneira isolada, pois, é na inter-relação

entre os conteúdos de cada eixo, entre os eixos de conteúdos e entre os eixos

metodológicos, que as ideias matemáticas ganham significado.

Os conteúdos matemáticos presentes no Ensino Médio, a serem

ensinados nas escolas de EJA, deverão propiciar o desenvolvimento de

conceitos: numéricos, algébricos, geométricos e gráficos e da mesma forma,

devem ser trabalhados como um conjunto articulado. Isso significa que o

tratamento dos conteúdos em compartimentos estanques deve dar lugar a

uma abordagem em que as conexões sejam favorecidas e destacadas.

Nesse contexto, a avaliação em Matemática na EJA deve permitir ao

educador fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e

qualitativos da apreensão do conhecimento pelo educando, estabelecendo

inter-relações entre o conhecimento matemático e o contexto social.

É fundamental que a avaliação seja coerente com a metodologia

utilizada pelo educador, bem como, com os objetivos que se pretende

alcançar, visto que, esta tem a finalidade de fornecer informações do processo

de desenvolvimento do educando - a ele mesmo e ao educador. Essas

informações permitem ao educador, uma reflexão crítica sobre a sua prática

pedagógica, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas

dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para

superar os obstáculos, uma vez que os educandos possuem diferentes tempos

de aprendizagem.

O processo avaliativo deve ser um recurso pedagógico, que considera

erros e acertos como elementos sinalizadores para seu replanejamento, ou

seja, toma o erro como ponto de partida para rever caminhos, para

compreender e agir sobre o processo de construção do conhecimento

matemático.

No que se refere à avaliação em matemática, considerando o perfil do

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educando jovem, adulto e idoso, pontua-se alguns indicativos a serem

contemplados pelos educadores:

considerar todas as formas de raciocínio, ou seja, os

procedimentos/métodos utilizados pelo educando para resolver uma

determinada situação-problema;

resultado não é o único elemento a ser contemplado na avaliação

matemática, pois, mesmo que este não esteja de acordo, ele pode ter

utilizado métodos coerentes, equivocando-se em apenas parte do

processo de desenvolvimento do raciocínio matemático.

erro deve ser considerado como ponto de partida para rever caminhos,

compreendendo todo o processo de construção do conhecimento

matemático.

Portanto, a avaliação da aprendizagem matemática considerada como

mecanismo diagnóstico, deverá englobar todas as instâncias que compõem a

escola: currículo, planejamento, metodologia, conteúdos, o educando, o

educador e a própria escola.

Entendida como processo, a avaliação deverá possibilitar uma

constante elaboração e reelaboração não só do conhecimento produzido, mas

da ação pedagógica como um todo.

Conteúdos

ENSINO FUNDAMENTAL

Números e Operações

Construção do conceito de número (IN, Z, Q, I e R): classificação e

seriação.

Conjuntos numéricos: abordagem histórica.

Algoritmos e operações.

Raciocínio Proporcional.

Porcentagem.

Grandezas diretas e inversamente proporcionais.

Regra de três.

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Juros simples e composto.

Expressar generalizações sobre propriedades das operações

aritméticas.

Potenciação e radiciação.

Traduzir informações contidas em tabelas e gráficos em linguagem

algébrica e vice-versa.

Operações com monômios e polinômios.

Equações de 1º e 2º graus.

Sistema de equações de 1º grau – com duas variáveis.

Cálculo Mental e Estimativa.

Geometria

Conceitos de: direção e sentido; paralelismo e perpendicularismo.

Reconhecimento dos sólidos (faces, arestas e vértices).

Classificação dos sólidos (poliedros e corpos redondos).

Conceituação dos poliedros.

Identificar poliedros e polígonos:

cubo – quadrado.

paralelepípedo – retângulo.

pirâmide – triângulo.

Trabalhando a relação de figuras espaciais e percepção espacial.

Noção de planificação (espaço para o plano).

Planificação – construção das figuras espaciais (plano para o espaço).

Identificar - faces, arestas e vértices.

Identificar figuras planas.

Classificação dos polígonos.

Ângulos - construção

Soma dos ângulos internos de um polígono.

Classificação de triângulo quanto aos lados e ângulos.

Ampliação e redução de figuras (percepção e criatividade).

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Ângulos notáveis (articulado com simetria e a construção de gráficos de

setores).

Relações entre figuras espaciais e planas.

Decomposição e composição de figuras.

Congruência e semelhança: figuras planas, triângulos.

Simetria (conceitos/aplicações).

Teorema de Tales.

Teorema de Pitágoras.

Medidas de Tempo: calendário, relógio e relações com o sistema de

numeração decimal; uso das medidas de tempo e conversões de

Temperatura (Corporal e Climática).

Sistema Monetário e sua relação com SND: conversões e relação entre

as principais moedas: real, dólar, euro, pesquisa de mercado.

Medidas de: ângulos, comprimento, superfície, capacidade e volume.

Razão entre áreas de figuras semelhantes.

Perímetro e área de figuras planas.

Cálculo de volume de alguns sólidos geométricos.

Medidas de Massa.

Tratamento de Informação

Probabilidade: experimentos e situações-problema.

Estatística: problematização, coleta, organização, representação e

análise de dados

Medidas de posição.

Análise Combinatória: agrupamentos e problemas de contagem.

Porcentagem, linguagem gráfica com análise quantitativa.

ENSINO MÉDIO

Números e Álgebra

Organização dos Campos Numéricos.

Razão e Proporção.

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Regra de três simples e composta.

Possibilidade de diferentes escritas numéricas envolvendo as relações

entre as operações: números decimais em forma de potência de 10,

notação científica e potências de expoente negativo.

Radicais em forma de potência.

A potenciação e a exponenciação.

Propriedades da potenciação.

A linguagem algébrica: fórmulas matemáticas e as identidades

matemáticas.

Decodificação, codificação e verificação de equações de 1º e 2º graus.

Sistema de Equações (com duas variáveis).

Funções

Função afim.

Função quadrática.

Sequências.

Progressão Aritmética.

Progressão Geométrica.

Noções de: Matrizes; Determinantes; Sistemas Lineares (3x3).

Geometria e Trigonometria

Relações entre formas:

espaciais e planas;

planas e espaciais.

Representação geométrica dos números e operações.

Geometria Espacial e Plana

Relações entre quadriláteros quanto aos lados e aos ângulos,

paralelismo e perpendicularismo.

Congruência e semelhança das figuras.

Propriedades de lados, ângulos e diagonais em polígonos.

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Ângulos entre retas e circunferências e ângulos na circunferência.

Reta e plano no espaço, incidência e posição relativa.

Sólidos geométricos: representação, planificação e classificação.

Cilindro, cone, pirâmide, prismas e esfera.

Cálculo de volumes e capacidades.

Geometria Analítica

o ponto (distância entre dois pontos e entre ponto e reta).

a reta (distância entre retas).

a circunferência.

Trigonometria

Ângulos, processo de triangulação, triângulo retângulo, semelhança de

triângulos.

As razões trigonométricas e o triângulo retângulo.

Leis do seno e cosseno.

Tangente como a razão entre o seno e o cosseno.

Construção de tabelas de senos, cossenos e tangentes de ângulos.

Cálculos de perímetros e áreas de polígonos regulares pela

trigonometria.

Ciclo Trigonométrico – Trigonometria da 1ª volta.

Gráfico de funções trigonométricas.

Tratamento de Informação

Estatística.

Gráficos e tabelas.

Medidas e tendência central.

Polígonos de frequência.

Aplicações.

Análise de dados.

Sistematização da contagem.

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Princípio multiplicativo.

Análise Combinatória.

Probabilidade.

Probabilidade de um evento.

União e intersecção de eventos.

Probabilidade condicional.

Relação entre probabilidade e estatística.

Noções de Matemática Financeira

Porcentagem.

Juro composto.

Tabela Price (aplicação e construção).

Referências

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MURRIE, Zuleika de Felice (coord.). Matemática: matemática e suas tecnologias: livro do professor: ensino fundamental e médio. Brasília: MEC: INEP, 2002

BICUDO, M. A. V. e GARNICA, ª V. M. Filosofia da educação matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

BOYER, C. B. História da matemática. Tradução: Elza F. Gomide. São Paulo> Edgard Blucher, 1974

BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Proposta Curricular para a educação de jovens e adultos: segundo segmento do ensino fundamental: 5ª a 8ª série: introdução, 2002.

DUARTE, Newton. O ensino de matemática na educação de adultos. São Paulo: Cortez, 1994.

FONSECA, Maria da Conceição F.R. Educação Matemática de Jovens e Adultos: especificidades, desafios e contribuições. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

MATO GROSSO DO SUL. Secretária de Estado de Educação. Subsídios de matemática. V. 8. Campo Grande: 2000.

MIORIM, Maria Ângela. Introdução à história da matemática. São Paulo: Graal, 1973.

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322

PARANÁ. Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação de jovens e adultos no Estado do Paraná. Versão preliminar. Jan/2005.

PAIS, L. C. Didática da matemática – uma análise da influência francesa. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

SMOLE, K. S., DINIZ, M. I. Ler escrever e resolver problemas. Porto Alegre: ARTMED, 2001.

NAGEL, Lízia Helena. Em questão: profissionalismo no ensino. Maringá: UEM, 2003(texto digitado)

PETRONZELLI, Vera Lúcia Lúcio. Educação Matemática e a aquisição do conhecimento matemático: alguns caminhos a serem trilhados. (Dissertação de Mestrado, UTP) 166p., 2002.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE CIÊNCIAS - EJA

Concepção do ensino de Ciências

A Educação de Jovens e Adultos - EJA, no Estado do Paraná, de acordo

com suas Diretrizes Curriculares e em consonância com as discussões

realizadas com os professores da rede pública estadual de ensino, apresenta

os fundamentos teóricos, metodológicos e avaliativos do ensino de Ciências,

que norteiam a elaboração da proposta curricular desta disciplina.

Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade

absoluta, pronta e acabada, é indispensável rever o processo de ensino e

aprendizagem de Ciências no contexto escolar, de modo que o modelo

tradicional de ensino dessa disciplina, no qual se prioriza a memorização dos

conteúdos, sem a devida reflexão, seja superado por um modelo que

desenvolva a capacidade dos educandos de buscar explicações científicas

para os fatos, através de posturas críticas, referenciadas pelo conhecimento

científico.

É necessário distinguir os campos de atuação da ciência, seus contextos

e valores, como também, os objetivos dispensados à disciplina de Ciências no

contexto escolar. Para tanto,

deve-se reconhecer que a ciência é diferente da disciplina escolar ciências. A ciência realizada no laboratório requer um conjunto de normas e posturas. Seu objetivo é encontrar resultados inéditos, que possam explicar o desconhecido. No entanto, quando é ministrada na sala de aula, requer outro conjunto de procedimentos, cujo objetivo é alcançar resultados esperados, aliás planejados, para que o estudante possa entender o que é conhecido. A ciência sabe como procurar mas não conhece resultados de antemão. O ensino, ao contrário, conhece muito bem quais são os objetivos a encontrar, mas as discussões de como proceder para alcançá-los apontam para diferentes caminhos. Existe, portanto, uma diferença fundamental entre a comunicação de conhecimento em congressos científicos, entre cientistas, e a seleção e adaptação de parcelas desse conhecimento para ser utilizado na escola por professores e alunos (BIZZO, 2002, p.14).

Nessa perspectiva, a disciplina de Ciências tem como fundamento o

conhecimento científico proveniente da ciência construída historicamente pela

humanidade.

Os fatos cotidianos e os conhecimentos adquiridos ao longo da história

podem ser entendidos pela interação das várias áreas do conhecimento,

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revelando a importância da Química, da Física, da Biologia, da Astronomia e

das Geociências, que se complementam para explicar os fenômenos naturais e

as transformações e interações que neles se apresentam.

Os fenômenos não são explicados apenas por um determinado

conhecimento, portanto, é importante estabelecer as relações possíveis entre

as disciplinas, identificando a forma com que atuam e as dimensões desses

conhecimentos, pois o diálogo com as outras áreas do conhecimento gera um

movimento de constante ampliação da visão a respeito do que se estuda ou se

conhece.

Outro aspecto a ser desenvolvido pelo ensino de Ciências na EJA é a

reflexão sobre a importância da vida no Planeta. Isso inclui a percepção das

relações históricas, biológicas, éticas, sociais, políticas e econômicas, assim

como, a responsabilidade humana na conservação e uso dos recursos naturais

de maneira sustentável, uma vez que dependemos do Planeta e a ele

pertencemos.

O caminho evolutivo da ciência promoveu o avanço tecnológico que

deve ser discutido no espaço escolar, de tal maneira que o educando possa

compreender as mudanças ocorridas no contexto social, político e econômico e

em outros meios com os quais interage, proporcionando-lhe também o

estabelecimento das relações entre o conhecimento trazido de seu cotidiano e

o conhecimento científico e, partindo destas situações, compreender as

relações existentes, questionando, refletindo, agindo e interagindo com o

sistema.

Essa relação entre ciência e tecnologia, aliada à forte presença da tecnologia no cotidiano das pessoas, já não pode ser ignorada no ensino de Ciências, e sua ausência aí é inadmissível. Consideram-se, ainda, os efeitos da ciência/tecnologia sobre a natureza e o espaço organizado pelo homem, o que leva à necessidade de incluir no currículo escolar uma melhor compreensão do balanço benefício-malefício da relação ciência-tecnologia (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002, p.68-69).

É importante que o educando tenha acesso ao conhecimento científico a

fim de compreender conceitos e relações existentes entre o ambiente, os seres

vivos e o universo, numa concepção flexível e processual, por meio do saber

questionador e reflexivo. Da mesma forma, se faz necessário possibilitar ao

educando perceber os aspectos positivos e negativos da ciência e da

tecnologia, para que ele possa atuar de forma consciente em seu meio social e

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interferir no ambiente, considerando a ética e os valores sociais, morais e

políticos que sustam a vida.

O conjunto de saberes do educando deve ser considerado como ponto

de partida para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações

com o mundo do trabalho e com outras dimensões do meio social.

As Ciências Naturais são compostas de um conjunto de explicações com peculiaridades próprias e de procedimentos para obter essas explicações sobre a natureza e os artefatos materiais. Seu ensino e sua aprendizagem serão sempre balizados pelo fato de que os sujeitos já dispõem de conhecimentos prévios a respeito do objeto de ensino. A base de tal assertiva é a constatação de que participam de um conjunto de relações sociais e naturais prévias a sua escolaridade e que permanecem presentes durante o tempo da atividade escolar (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002, p.131).

Dessa forma, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de

Ciências na EJA, possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos

prévios, a construção do conhecimento científico, por meio da análise, reflexão

e ação, para que possa argumentar e se posicionar criticamente.

Encaminhamentos metodológicos

Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto

da ação de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu

tempo e espaço e, no estudo na disciplina de Ciências, como uma das formas

de resgate e de construção de melhores possibilidades de vida individuais e

coletivas, há que se optar por uma metodologia de ensino e de aprendizagem

adequada à realidade do educando da EJA, em consonância com as Diretrizes

Curriculares Estaduais propostas para esta modalidade de ensino. Segundo

RIBEIRO (1999, p.8),

criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos.

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Nessa perspectiva, destaca-se a importância de propiciar aos

educandos, a compreensão dos conceitos científicos de forma significativa, ou

seja, que o conhecimento possa estar sendo percebido em seu contexto mais

amplo, não somente nos afazeres diários, mas na forma de perceber a

realidade local e global, o que lhe permitirá posicionar-se e interferir na

sociedade de forma crítica e autônoma. Para tanto, o educador da EJA deve

partir dos saberes adquiridos previamente pelos educandos, respeitando seu

tempo próprio de construção da aprendizagem, considerando:

que o educador é mediador e estimulador do processo, respeitando, de

forma real, como ponto de partida, o conjunto de saberes trazidos pelos

educandos;

as experiências dos educandos no mundo do trabalho;

a necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando,

ainda, o tempo pedagógico e o tempo físico;

as relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento

científico.

Nesse aspecto, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de

Ciências de forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao

educando jovem e adulto a inter-relação dos vínculos dos conteúdos com as

diferentes situações com que se deparam no seu dia-a-dia. Essa

contextualização pode acontecer a partir de uma problematização, ou seja, em

lançar desafios que necessitem de respostas para determinadas situações. “A

essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é necessário

transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode

deixar de ser dissipada" (SAVIANI, 1993, p.26). As dúvidas são muito comuns

na disciplina de Ciências, devendo ser aproveitadas para reflexão sobre o

problema a ser analisado, e assim, para o educador, o desafio consiste em

realizar esta contextualização, sem reduzir os conteúdos apenas à sua

aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico.

Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina

de Ciências é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do

pensamento da Ciência, propiciando condições para que o educando perceba

o significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua

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linguagem própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse

processo.

É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador,

que será indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o

olhar atento e crítico sobre a realidade trazida pelos educandos.

A busca de soluções para as problematizações constitui-se em

referência fundamental no ensino de Ciências. Quando elaborada individual ou

coletivamente deve ser registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos

educandos e a evolução do processo de aprendizagem. É importante lembrar

que a cultura científica deve ser incentivada mesmo que de forma gradual,

respeitando o tempo de cada grupo ou indivíduo.

Uma estratégia comum em Ciências é a utilização de experimentos e

práticas realizadas em laboratório. É importante que seja definido com clareza

o sentido e o objetivo dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes,

situações muito ricas do cotidiano são deixadas de lado em detrimento do uso

do laboratório. Deve-se considerar a possibilidade de aproveitamento de

materiais do cotidiano, assim como lugares alternativos, situações ou eventos

para se desenvolver uma atividade científica. A utilização de experimentos e

práticas realizadas em laboratório devem ser vistas como uma atividade

comum e diversificada e que não abrem mão do rigor científico, devendo ser

acompanhada pelo professor. Segundo BIZZO (2002, p.75),

é importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos.

Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização

do material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal

forma que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do

livro didático, BIZZO (2002, p. 66), propõe

que ele deve ser utilizado como um dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos.

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Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar

aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos.

Os conteúdos devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem

diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a partir das relações entre

os diversos saberes, estimular a autonomia intelectual dos mesmos, através da

criticidade, do posicionamento perante as situações-problemas e da busca por

mais conhecimentos. Os conteúdos podem ser organizados sem a rígida

sequência linear proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a

relevância e a necessidade desses conteúdos, assim como a coerência dos

mesmos no processo educativo.

O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de

desenvolver a reflexão de como vem ocorrendo o processo de aquisição do

conhecimento por parte do educando. A verificação da aquisição do

conhecimento deve ser ponto de partida para a revisão e reconstrução do

caminho metodológico percorrido pelo educando e, principalmente, pelo

educador.

O ensino de Ciências na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo

tanto de educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o

processo de ensino e aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições

de dialogar sobre a sua prática a fim de retomar o conteúdo com enfoque

metodológico diferenciado e estratégias diversificadas, sendo essencial

valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o

educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção

do conhecimento, caracterizando-o como um exercício de aprendizagem.

Partindo da ideia de que a metodologia deve respeitar o conjunto de

saberes do educando, o processo avaliativo deve ser diagnóstico no sentido de

resgatar o conhecimento já adquirido pelo educando permitindo estabelecer

relações entre esses conhecimentos. Desta forma, o educador terá

possibilidades de perceber e valorizar as transformações ocorridas na forma de

pensar e de agir dos educandos, antes, durante e depois do processo.

A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou

classificatório, deve-se respeitar e valorizar o perfil e a realidade dos

educandos da EJA em todos os seus aspectos, oportunizando-lhe o acesso e a

permanência no sistema escolar. Há necessidade, tanto por parte do educador,

quanto da comunidade escolar, de conhecer o universo desses educandos,

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suas histórias de vida e suas trajetórias no processo educativo, visto que, cada

um seguirá seu próprio caminho, dentro dos seus limites. Portanto, a avaliação

tem como objetivo promover um diálogo constante entre educador e

educandos, visando o seu êxito nos estudos e, de modo algum, a sua exclusão

do processo educativo.

Conteúdos

É indispensável que a organização dos conteúdos da disciplina de

Ciências na proposta curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de

estudo dos educandos e à experiência cotidiana destes, procurando apresentar

os conteúdos como instrumentos de melhor compreensão e atuação na

realidade.

Ao pensar nessa organização, o educador deve priorizar os conteúdos

que possam ter significado real à vida dos educandos, possibilitando-lhes a

percepção das diversas abrangências sobre um determinado fenômeno. Dessa

forma, o ensino de Ciências não pode se restringir apenas ao livro didático ou

ao material de apoio. “A seleção de conteúdos é tarefa do professor; ele pode

produzir uma unidade de ensino que não existe no livro ou deixar de abordar

um de seus capítulos, pode realizar retificações ou propor uma abordagem

diferente” (BIZZO, 2000, p.66).

Considerando as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de

Jovens e Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino,

principalmente no que tange ao tempo de ensino do educador e o tempo de

aprendizagem dos educandos, a proposta de conteúdos essenciais da

disciplina de Ciências, contempla:

Universo.

Sistema Solar.

Planeta Terra.

Matéria e energia.

Materiais, átomos e moléculas.

Ligações, transformações e reações químicas.

Tipos de energia, movimentos, Leis de Newton.

Calor, ondas, luz, eletricidade e magnetismo.

Água, ar e solo.

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Desequilíbrios ambientais.

Biosfera.

Ecossistemas.

Seres vivos.

Organismo humano.

Saúde e qualidade de vida.

Biotecnologia.

Ciência, tecnologia e sociedade.

Referências

BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002.

BORGES, R. M. R. Em debate: cientificidade e educação em Ciências. Porto Alegre: SE/CEC/RS, 1996.

CANIATO, R. O céu. São Paulo: Ática, 1990.

_______. O que é astronomia. São Paulo: Brasiliense, 1981.

_______. A terra em que vivemos. Campinas: Papirus, 1985.

CHASSOT, A. I. Catalisando transformações na educação. Ijuí: Editora Unijuí, 1994.

_______. Para que(m) é útil o ensino? Canoas: Editora da ULBRA, 1995.

_______. A ciência através dos tempos. São Paulo: Moderna, 1994.

CHASSOT, A. I. & OLIVEIRA, R. J. (Org.). Ciência, ética e cultura na educação. São Leopoldo: Unisinos, 1998.

DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A. Metodologia do ensino de Ciências. São Paulo: Cortez, 1992.

DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. .A.; PERNAMBUCO, M. A. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.

GASPAR, Alberto. Experiências de Ciências para o Ensino Fundamental. São Paulo: Ática, 2003.

GIL-PEREZ, D. & CARVALHO, A. M. P. Formação de professores de ciências: tendências e inovações. São Paulo: Cortez.

HAMBERGER, A. I. & LIMA, E.C. A. S. Pensamento e ação no ensino de ciências. São Paulo: Instituto de Física, 1989.

KRASILCHIK, M. O professor e o currículo das ciências. São Paulo: EPU/USP, 1987.

OLIVEIRA, Renato José de. A escola e o ensino de ciências. São Leopoldo: Unissinos, 2000.

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331

RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade. v. 20, n. 68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Cortez, 2001.

SAVIANI, Dermeval. A filosofia na formação do educador. In: _______. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores Associados, 1993, p.20-28.

STENGERS, Isabelle. Quem tem medo da ciência? São Paulo: Siciliano, 1989.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE HISTÓRIA - EJA

Concepção do ensino de História

A História é um conhecimento construído pelo ser humano em diferentes

tempos e espaços. É a memória que se tornou pública, em geral, expressão das

relações de poder. De acordo com BEZERRA, (2003 pg. 42) “o objetivo primeiro

do conhecimento histórico é a compreensão dos processos e dos sujeitos

históricos, o desvendamento das relações que se estabelecem entre os grupos

humanos em diferentes tempos e espaços”.

Diferentes historiadores e sujeitos históricos contam a História a partir de

sua visão de mundo. Nesse sentido não há uma verdade única, mas sim aquela

que foi tecida por um grupo social. Trata-se de um conhecimento científico, que

precisa ser interpretado.

Hoje, por exemplo, a História busca os diversos aspectos que compõem a

realidade histórica e tem nisso o seu objeto de estudo, deixando de lado uma

História que a partir do século XIX privilegiava o fato político, os grandes feitos e

os heróis em direção a um progresso pautado pela invenção do estado-nação que

precisava ser legitimado. Nesse contexto, é criada a disciplina de História que

tinha como função legitimar a identidade nacional.

Até a década de 80, do século XX, a disciplina de História manteve seu

conteúdo eurocêntrico e sua divisão quadripartite, até hoje presente no currículo

de muitos cursos universitários. Numa outra perspectiva algumas universidades,

começaram a abrir espaço ao estudo da História Oriental e da História da África.

No entanto, essa é uma prática bem recente.

A História trata de toda ação humana no tempo em seus múltiplos aspectos:

econômicos, culturais, políticos, da vida cotidiana, de gênero, etc. Para se

perceber como sujeito da História, o educando precisa reconhecer que essa ação

transforma a sociedade, movimenta um espiral de mudanças, na qual há

permanências e rupturas.

O homem/mulher, como sujeito da História, deve ser conhecedor dos

porquês, dos problemas, das ideias, das ideologias e que só com uma visão

holística do mundo e da sociedade ele se entenderá como cidadão ativo e

conhecedor de seus direitos e de seus deveres.

Na Educação de Jovens e Adultos deve-se levar em consideração o fato de

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que os seus educandos possuem maior experiência de vida e que essa

modalidade tem como finalidade e objetivos o compromisso com a formação

humana e o acesso à cultura geral. A diversidade presente na sala de aula, a

partir dos diferentes perfis sociais, deve ser utilizada a favor do trabalho

pedagógico no ensino de História. Pode-se recorrer às diferenças para

estabelecer comparações, levantar diferentes concepções de mundo e ainda

buscar trabalhar com o respeito e a aceitação das diferenças.

É preciso que o ensino de História na Educação de Jovens e Adultos seja

dinâmico e que o educando perceba que a História não está sepultada, mas em

constante transformação. Nesse sentido, pode-se tomar sempre como ponto de

partida e de chegada o próprio presente, onde estão inseridos educandos e

educadores. Há que se considerar que o passado explica o presente, mas

também o presente explica o passado. Isso não significa, no entanto, que se

possa abrir mão do rigor na interpretação do passado, pois não se pode incorrer

em anacronismos ou em posturas teleológicas. É preciso estimular o interminável

diálogo entre o presente e o passado levando em consideração as especificidades

de cada contexto histórico.

É fundamental que o educador de História não atue como reprodutor de um

conhecimento pronto, de uma coleção inesgotável de fatos do passado. Mas, que

torne possível desconstruir na sala de aula os múltiplos olhares da História, criar

argumentos que possam concordar ou discordar de um autor, tomar posição

diante do que já ocorreu e ainda está ocorrendo. Não se pode ser um cidadão

pleno sem que se realize uma análise crítica dos caminhos percorridos pelo

homem/mulher ao longo da história.

Por fim, reconhecer que esses sujeitos são produtores de signos e utopias,

capazes de transformar a natureza e escrever sua própria História. Portanto, a

História é uma construção coletiva em que todos os sujeitos têm um papel

principal e suas ações são de suma importância para uma participação consciente

na transformação da sociedade e do mundo em que vivem.

Encaminhamentos metodológicos

De acordo com as contribuições da historiografia, nas últimas décadas a

aprendizagem histórica se efetiva quando o conhecimento passa a ser

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experiência para o educando no sentido de que ele se aproprie do que

aprendeu para ler e explicar o seu mundo.

No mundo contemporâneo um constante (re)pensar sobre a cultura

escolar é fundamental para acompanhar as mudanças que ocorrem

quotidianamente e que implicam diretamente na vida de educandos e

educadores. Nesse sentido, a partir de discussões teórico-metodológicas

significativas e que colocam o educando na centralidade do processo ensino-

aprendizagem, pretende-se contribuir para uma prática de qualidade e de

reflexão nas ações pedagógicas.

Para isso, propõem-se a abordagem dos conteúdos a partir de temáticas,

no ensino de História, para os educandos (as) da Educação de Jovens e

Adultos rompendo, dessa forma, com a narrativa linear e factual num diálogo

permanente com a realidade imediata sobre a qual se constituem os diversos

saberes. Pretende-se com isso priorizar uma prática pautada na associação

ensino-pesquisa e no uso de diferentes fontes e linguagens.

Nessa perspectiva, exige-se uma abordagem problematizadora dos

conteúdos de História, em que educadores e educandos possam dialogar e

nesse diálogo, propiciar condições de pensar, argumentar e fundamentar suas

opiniões através dos conteúdos socialmente significativos relacionados ao

contexto político e social, reconhecendo a pluralidade étnica e cultural onde

esses sujeitos estão inseridos.

Esta problematização deve propiciar uma análise crítica da realidade

social, distinguindo-se da “educação bancária” em que o educador apresenta os

conteúdos aos educandos, impondo-lhes um saber desprovido de reflexão

(FREIRE, 1987).

É impossível, ensinar tudo a todos, desta forma se faz necessário a

seleção e a escolha de conteúdos essenciais que possibilitem o êxito no

processo ensino-aprendizagem e permitam satisfazer as necessidades dos

educandos, respeitando suas especificidades, objetivando sua formação

humanista e a busca de sua autonomia intelectual e moral.

Considerando a concepção do ensino de História pautada pela linha da

cultura, optou-se por três eixos articuladores: Cultura, Trabalho e Tempo, que

também orientam o documento das Diretrizes Curriculares para EJA no Estado

do Paraná. Esses eixos estabelecem relações entre si e articulam-se às

temáticas que por sua vez articulam-se aos conteúdos, sendo que o eixo

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Tempo, presente nessa concepção, refere-se ao tempo histórico.

Os conteúdos selecionados foram organizados em quatro temas plurais

no Ensino Fundamental: Identidade e Cultura; Estado e Relações de Poder;

Terra e Propriedade; Cidadania e Trabalho e três temas para o Ensino Médio:

Diversidade Cultural; Relações de Poder e Movimentos Sociais; Mundo do

Trabalho e Cidadania. É importante que na abordagem desses conteúdos o

educador crie situações de aprendizagem, que respeitem o perfil dos

educandos da EJA e possibilitem o diálogo entre os conceitos construídos

cientificamente e a cultura do educando, considerando a sua História de vida, o

ambiente cultural e a identidade do grupo.

A abordagem pode ser realizada partindo do não conhecido ao

conhecido ou do conhecido ao conhecido de outra forma. Os conteúdos não

devem ser trabalhados de forma isolada ou compartimentada, o estudo deve se

dar de forma abrangente no tempo e no espaço, como por exemplo, no que

refere as questões sociais, as contradições, a Histórica local, conteúdos estes

que estabeleçam relação entre o local e o global e possibilitem aos educandos,

compreender as semelhanças e diferenças, as permanências e as rupturas do

contexto histórico.

Transformar os conteúdos em “situações problemas” é imprescindível

para demonstrar a relevância do que se vai estudar. O questionamento deve

levar a reflexão crítica e permanente, possibilitando a construção de saberes

socialmente significativos para que o educando interfira no sentido de

transformar a sociedade, em que vive. Dessa forma o ensino de História será

sempre possibilidade e nunca determinação.

É essencial no processo ensino-aprendizagem que a teoria esteja em

sintonia com a prática, respeitando os níveis de compreensão dos educandos

sobre a própria realidade.

Em suma, esse processo deve contribuir para formar um educando leitor

e escritor, que se aproprie dos conhecimentos históricos, a partir da leitura,

análise e interpretação de diversas linguagens, bem como da produção de

textos orais e escritos, que valorizem o fazer e o refletir. Também é importante

que o educando da EJA possa ampliar a sua leitura de mundo percebendo-se

como sujeito da História na busca da autonomia e da cidadania.

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Conteúdos

EIXOS ORIENTA-

DORES TEMAS

CONTEÚDOS – ENSINO FUNDAMENTAL

CULTURA TRABALHO

TEMPO

IDENTIDA-DE

CULTURAL

CONSTRUÇÃO DO SUJEITO HISTÓRICO: o homem um sujeito histórico, atuação do sujeito histórico-memória. PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO: conceito de ciência histórica, como o historiador reconstrói a história? diferentes temporalidades, fontes históricas, patrimônio cultural, a origem do homem e o começo dos tempos. ENCONTRO ENTRE DIFERENTES CULTURAS: o Paraná no Século XV, ocupação do espaço paranaense, o domínio cultural e político europeu, principais etnias, dominação e resistência, patrimônio cultural paranaense.

TERRA E PROPRIE-DADE NOS DIFEREN-

TES PERÍODOS HISTÓRI-

COS

DIFERENTES MODOS DE DISTRIBUIÇÃO DA TERRA: Capitalista, socialista, primitiva, feudal e escravista. CONCENTRAÇÃO DE TERRAS NO BRASIL: Capitanias hereditárias, sesmarias, reduções, engenhos, rendeiros/meeiros Quilombos, comunidades indígenas, leis de terras, imigração europeia. TENTATIVAS DE REFORMA AGRÁRIA NO BRASIL REPÚBLICA: Plano de metas, reforma de base, ditadura militar, proposta de Tancredo Neves, a questão da terra nos governos; Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. CONFLITOS AGRÁRIOS PELA TERRA NO BRASIL: Canudos, Contestado, ligas camponesas, demarcação das terras indígenas, luta dos povos da floresta, movimento dos trabalhadores rurais sem terra.

O ESTADO E AS RELA-ÇÕES DE PODER

ESTADO NEOLIBERAL: origem, emprego, flexibilização dos direitos sociais, neoliberalismo no Brasil. ESTADO DITATORIAL E TOTALITARIO: ditadura militar no Brasil, ditadura na América espanhola, princípios fundamentais do totalitarismo, contexto da Segunda Guerra. ESTADO POPULISTA: o populismo no Brasil e na América espanhola. ESTADO INTERVENCIONISTA: revolução de 1930, Crise de 1929, Constituição de 1934. ESTADO OLIGÁRQUICO: Coronelismo, Revolução Federalista no Paraná, Tenentismo. ESTADO LIBERAL CLÁSSICO: Século das Luzes, Imperialismo, Primeira Guerra Mundial. FORMAÇÃO DO ESTADO NACIONAL: O Estado Absolutista, O poder da Igreja no Brasil colônia. Separação entre Estado e Igreja no Brasil.

CIDADANIA E TRABA-LHO

CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO: Conceitos de Cidadania e trabalho, direitos civis, políticos e sociais. CIDADANIA EM OUTRAS SOCIEDADES: Sociedade árabe, sociedade chinesa, Grécia e Roma. Servidão feudal. CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO: o humanismo no renascimento cultural, Revoluções burguesas e Iluminismo, formação da classe operária, relação capital e trabalho. Apartheid. DESAFIOS E OBSTÁCULOS NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA BRASILEIRA: trabalho escravo e infantil, movimento operários e sociais, a Constituição cidadã de 1988.

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EIXOS ORIENTA-

DORES TEMAS

CONTEÚDOS – ENSINO MÉDIO

CULTURA TRABALHO

TEMPO

DIVERSIDA-DE

CULTURAL

CONSTRUÇÃO DO SUJEITO HISTÓRICO: o homem/mulher como sujeitos históricos, formação da identidade e alteridade, História local. PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO: história como ciência, natureza e cultura, diferentes temporalidades, fontes históricas, as primeiras civilizações, patrimônio cultural. DIFERENTES CULTURAS: dominação e resistência na formação da sociedade brasileira, o mundo árabe, a cosmovisão africana, cultura oriental, os diversos Brasis.

RELAÇÕES DE PODER E MOVIMEN-

TOS SOCIAIS

A RELAÇÃO COLONIZADOR/COLONIZADO NA AMÉRICA: domínio cultural e político europeu, assimilação e aculturação. HISTÓRIA DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL E NOS ESTADOS UNIDOS: trabalho escravo, formas de resistência, movimentos abolicionistas, guerra de secessão. LIBERALISMO E NEOLIBERALISMO: Estado liberal clássico, as ideias iluministas, a partilha do mundo, Primeira Guerra Mundial. SÉCULO XX MUDANÇAS E PERMANÊNCIAS: formação dos estados totalitários, o mundo em guerra, descolonização afroasiática, movimentos sociais no pós-guerra, conflitos culturais na América espanhola. FORMAÇÃO DO ESTADO NACIONAL: emancipação política das colônias americanas, a construção do estado brasileiro, o período republicano. LUTAS PELA POSSE DA TERRA: conflitos agrários pela posse da terra no Brasil e na América espanhola, conflito árabe-israelense.

MUNDO DO TRABALHO E CIDADANIA

CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO: Conceitos de Cidadania e trabalho, direitos civis, políticos e sociais. CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO: o humanismo no renascimento cultural, Revoluções burguesas e Iluminismo, Apartheid, o leste europeu, sociedade árabe, sociedade chinesa. DESAFIOS E OBSTÁCULOS NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA NO SÉCULO XXI: movimento operários e sociais, a Constituição cidadã de 1988, a paz no mundo, desigualdade social. MUNDO DO TRABALHO: flexibilização do emprego, trabalho escravo e infantil, relação capital e trabalho, movimentos sindicais, a tecnologia no mundo globalizado.

Referências

BITTENCOURT, Circe (Org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1998. BLOCH, Marc. Introdução à história. Lisboa, Portugal: Europa-América, 1997.

CABRINI, Conceição et. al. O ensino de história: revisão urgente. São Paulo: Brasiliense, 1986.

DAVIES, Nicholas (Org.). Para além dos conteúdos no ensino de história. Niterói: Eduff,

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FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra, 1987.

KARNAL, Leandro (Org.). História na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003.

SILVA, Marcos A. da (Org.). Repensando a história. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1984.

SILVA, Thelma Nobre Machado Bittencourt & RABELLO, Heloisa de Jesus. O ensino da história. Niterói, RJ: Eduff, 1992.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE GEOGRAFIA - EJA

Concepção do ensino da Geografia

Atualmente, a grande velocidade com que vem ocorrendo as

transformações no espaço planetário, tem levado a escola a rever conceitos e

metodologias, pois esses refletem diretamente nos elementos fundamentais do

ensino da Geografia.

Para iniciar a reflexão sobre o ensino de Geografia se colocam algumas

questões: O que é Geografia? Para que serve? Como ensinar Geografia?

Para responder a essas questões, faz-se necessário esclarecer que a

Geografia como ciência, sofreu ao longo da história profundas transformações,

tanto em nível teórico quanto metodológico. Até as primeiras décadas do

século XX, predominavam nas escolas concepções tradicionais e os livros se

limitavam a uma Geografia puramente descritiva e enumerativa, tipo catálogo.

Os educandos eram obrigados a memorizar listas intermináveis de nomes e

números, ou confundiam a Geografia com a topografia e a cartografia.

Esta Geografia tradicional, centrada na observação e na descrição

principalmente do quadro natural estrutura-se em três aspectos: os físicos, os

humanos e os econômicos.

Os aspectos físicos, nesta concepção, são considerados os mais

importantes. Abrangem especialmente a hidrografia (rios, bacias hidrográficas,

redes fluviais e tudo o que se refere ao mundo das águas); o relevo (planícies,

planaltos, serras – ou seja, as formas da superfície terrestre); o clima (calor,

frio, geada, neve e estados do tempo em geral); e a vegetação (florestas,

campos, cerrados, caatinga e temas relacionados à distribuição das espécies

vegetais pela superfície terrestre).

Os aspectos humanos referem-se ao homem “inserido” no quadro

natural, como se a paisagem tivesse sido moldada para recebê-lo e fornecer-

lhe suas “dádivas”, ou seja, seus recursos: solo, água, animais, vegetais e

minerais, por exemplo.

Por fim, na parte econômica busca-se explicar como o homem explora e

transforma o ambiente por meio das atividades econômicas, expressas pela

seguinte ordem: extrativismo, agricultura, pecuária, indústria, comércio,

serviços e meios de transporte – a circulação no território.

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Observa-se que, na Geografia tradicional, o ensino desenvolve-se por

meio de blocos (Geografia física, humana e econômica) que não se relacionam

nem internamente, nem entre si, desarticulados no espaço e no tempo. Na

Geografia física, por exemplo, não é estabelecida uma relação entre clima,

solo, relevo e hidrografia, faz-se uma descrição sem correlações entre os

elementos. Com tudo isso, segundo MORAES (1993, p.93), no Brasil, “a partir

de 1970, a Geografia Tradicional está definitivamente enterrada; suas

manifestações, dessa data em diante, vão soar como sobrevivências,

resquícios de um passado já superado”.

Assim, se faz necessário repensar o ensino e a construção do

conhecimento geográfico, bem como a serviço de quem está esse

conhecimento. Qual o papel do ensino de Geografia na formação de um

cidadão crítico da organização da realidade socioespacial.

A partir da compreensão do espaço geográfico como “um conjunto

indissociável, solidário e também contraditório de sistemas, de objetos e

sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como quadro único

no qual a história se dá”, Santos (1996, p.51), propõe uma concepção de

geografia que possibilite ao educando desenvolver um conhecimento do

espaço, que o auxilie na compreensão do mundo, privilegiando a sua dimensão

socioespacial. Para MORAES (1998, p.166),

formar o indivíduo crítico implica estimular o aluno questionador, dando-lhe não uma explicação pronta do mundo, mas elementos para o próprio questionamento das várias explicações. Formar o cidadão democrático implica investir na sedimentação no aluno do respeito à diferença, considerando a pluralidade de visões como um valor em si.

Nesse contexto, a Geografia explicita o seu objetivo, de analisar e

interpretar o espaço geográfico, partindo da compreensão de que o espaço é

entendido como produto das múltiplas, reais e complexas relações, pois, como

mostra SANTOS (2001, p.174) “vive-se em um mundo de indefinição entre o

real e o que imagina-se dele”. E, em conformidade com RESENDE (1986,

p.181)

é preciso reconhecer a existência de uma saber geográfico, que é próprio do educando trabalhador, um saber que está diretamente ligado com sua atitude intelectiva, respondendo sempre ao seu caráter social, objetivo, de um todo integrado, um espaço real.

Desse modo, à Geografia escolar cabe fornecer subsídios que permitam

aos educandos compreenderem a realidade que os cerca em sua dimensão

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espacial, em sua complexidade e em sua velocidade, onde o espaço seja

entendido como o produto das relações reais, que a sociedade estabelece

entre si e com a natureza. Segundo CARLOS (2002, p.165)

A sociedade não é passiva diante da natureza; existe um procedimento dialético entre ambas que reproduz espaços e sociedades diferenciados em função de momentos históricos específicos e diferenciados. Nesse sentido, o espaço é humano não porque o homem o habita, mas porque o produz.

Compreender as contradições presentes no espaço é o objetivo do

conhecimento geográfico, ou seja, perceber além da paisagem visível.

Torna-se urgente, assim, romper com a compartimentalização do

conhecimento geográfico. Neste sentido, faz-se necessário considerar o

espaço geográfico a partir de vários aspectos interligados e interdependentes,

os fenômenos naturais e as ações humanas, as transformações impostas pelas

relações sociais e as questões ambientais de alcance planetário, não

desprezando a base local e regional.

Nesse contexto, o homem passa a ser visto como sujeito, ser social e

histórico que produz o mundo e a si próprio. Segundo CAVALCANTI (1998,

p.192),

O ensino de geografia deve propiciar ao aluno a compreensão de espaço geográfico na sua concretude, nas suas contradições, contribuindo para a formação de raciocínios e concepções mais articulados e aprofundados a respeito do espaço, pensando os fatos e acontecimentos mediante várias explicações.

O ensino de Geografia comprometido com as mudanças sociais revela

as contradições presentes na construção do espaço, inerentes ao modo como

homens e mulheres transformam e se apropriam da natureza. Nesta

perspectiva, há que se tornar possível ao educando perceber-se como parte

integrante da sociedade, do espaço e da natureza. Daí a possibilidade dele

poder (re)pensar a realidade em que está inserido, descobrindo-se nela e

percebendo-se na sua totalidade, onde revelam-se as desigualdades e as

contradições. Sob tal perspectiva, o ensino de Geografia contribui na formação

de um cidadão mais completo, que se percebe como agente das

transformações socioespaciais, reconhecendo as temporalidades e o seu papel

ativo nos processos.

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Encaminhamentos metodológicos

Percebe-se que a prática metodológica no tocante ao ensino de

Geografia, tem sido assentada em aulas expositivas, na leitura de textos e em

questionários com respostas pré-determinadas, tendo como objetivo a

memorização dos conteúdos. Porém, tal prática tem se mostrado insuficiente

para que se concretize a construção do conhecimento geográfico. Portanto,

faz-se necessário repensar a metodologia para que, de fato, se assegurem os

objetivos a que a disciplina de Geografia se propõe.

É preciso que o educando se perceba enquanto sujeito, como produto e

ao mesmo tempo transformador do espaço, por meio de suas ações e até

mesmo de suas omissões.

É importante que a escolha da metodologia possibilite ao educando

mecanismos de análise e reflexão sobre sua condição. Segundo FREIRE

(1983, p.61): “não há educação fora das sociedades humanas e não há

homens isolados”, portanto, é importante a valorização dos saberes que os

educandos possuem e que foram acumulados ao longo de suas existências.

Esses saberes devem ser o ponto de partida para a construção de outros

saberes. No caso da Geografia, tais pressupostos se tornam mais evidentes e

necessários.

A realidade dos educandos deve ser valorizada e a metodologia deve

tornar os conteúdos significativos para que, por intermédio do diálogo, se

busque explicitar e oportunizar a observação, a análise e a reflexão, categorias

essenciais para o desenvolvimento de “um olhar geográfico” da realidade, ou

seja, do mundo vivido.

Nessa perspectiva a problematização surge como metodologia para a

abordagem dos conteúdos ou temas. Problematizar significa levantar questões

referentes ao tema e ao cotidiano dos educandos, o que implica em expor as

contradições que estão postas, buscar explicações e relações e construir

conceitos. Exemplo: ao trabalhar o tema “Indústrias no Brasil”, escolher uma

indústria local e questionar:

1. Qual a necessidade de termos uma indústria na nossa cidade?

2. Quais mudanças foram provocadas por sua instalação?

3. Qual a sua importância para o município, estado, país?

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4. Qual sua importância para a população?

5. Por que ela se instalou nessa região?

6. Como é seu processo produtivo?

7. Quais impactos vem causando no ambiente?

Se não houver indústria local, problematizar a razão disso e questionar

se é necessário uma indústria para garantir qualidade de vida na comunidade

ou na cidade.

A problematização pressupõe que se estabeleça o diálogo, ou seja, que

o educando seja ouvido, o que significa envolve-lo na construção do

conhecimento.

Considerando a concepção do ensino de Geografia, numa perspectiva

crítica e dialética e tendo em vista que no seu encaminhamento metodológico

é fundamental considerar os saberes que os educandos trazem consigo,

vinculados à sua história de vida, optou-se pela organização do currículo de

Geografia, em três grandes eixos: Espaço, Relações Sociais e Natureza.

Esses eixos estabelecem relações entre si e permitem a compreensão

da totalidade do espaço geográfico. Vale ressaltar, que a totalidade aqui não é

a soma, mas o conjunto da formação socioespacial. A compreensão da

migração campo-cidade, por exemplo, só ganha sentido quando a ela se

relaciona a estrutura fundiária, a questão da má distribuição das terras, a

industrialização das grandes metrópoles, a periferização e a qualidade de vida

em si.

O conjunto dos eixos, o Espaço, as Relações Sociais e a Natureza

articula-se as temáticas expostas no quadro de conteúdos. Dessa maneira, os

conteúdos selecionados, devem ser trabalhados nas suas interrelações,

rompendo-se com a compartimentalização e com a linearidade do

conhecimento geográfico, possibilitando a explicitação do processo de

produção do espaço pelas sociedades.

Cabe ao professor, como mediador na construção do conhecimento,

criar situações de aprendizagem, tomando como ponto de partida as

experiências concretas dos educandos no seu local de vivência, seja uma área

rural, uma aldeia indígena ou no meio urbano, de modo a permitir a

ressignificação de sua visão de mundo.

Nessa perspectiva, para que a avaliação cumpra o seu papel como

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parte integrante do processo ensino-aprendizagem, se faz necessário definir o

objetivo da atividade avaliativa e o conteúdo a ser avaliado. E ainda utilizar

instrumentos diferenciados, analisar e qualificar os resultados, para que a

partir deles o educando possa refletir e opinar sobre os saberes construídos e

os conhecimentos organizados e para que o educador possa rever a sua

prática pedagógica.

A avaliação deve contemplar situações formais e informais e utilizar

diversas linguagens.

Os objetos da avaliação no ensino de Geografia, são os três eixos

mencionados: Espaço, Relações Sociais e Natureza. A partir deles, utilizar-se-

á da descrição, da representação, da interpretação, da localização e da análise

para a compreensão das transformações que se processam no espaço e na

maneira como homens e mulheres organizam e produzem o espaço por eles

vivido.

Dessa forma, o educador deve encaminhar as ações do dia a dia,

possibilitando a construção de conceitos e, ao mesmo tempo, acompanhando

o desenvolvimento da aprendizagem dos educandos, para que, de fato, possa

se efetivar a construção da sua autonomia e cidadania plena.

Conteúdos

Os conteúdos propostos são os mesmos para o Ensino Fundamental e

para o Ensino Médio. A abordagem dos conteúdos deve ser diferenciada nos

níveis de ensino a partir do grau de aprofundamento e de complexidade dos

textos.

Os conteúdos devem ser trabalhados em diferentes escalas: local,

regional, nacional e mundial.

Porém é necessário que o educador perceba que o espaço geográfico

só pode ser entendido em sua totalidade, sendo que os recortes de análise

espacial, devem ser apenas procedimentos operacionais para decompor o

espaço, para depois recompô-lo, sobretudo para facilitar a compreensão do

educando.

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EIXOS TEMÁTICA CONTEÚDOS

ESPAÇO RELAÇÕES SOCIAIS NATUREZA

RELAÇÃO CIDADE–CAMPO ORGANIZAÇÃO SOCIOESPACIAL CIDADANIA

DEMOGRAFIA: dinâmica da população, pirâmide etária, padrão de vida, movimentos migratórios,. ATIVIDADES ECONÔMICAS: cadeias produtivas, redes de distribuição, transporte e comunicação, espaço agrícola, fontes de energia, comércio, indústria, turismo, circuitos produtivos, Divisão Internacional do Trabalho, flexibilização do trabalho, economia solidária. POLÍTICAS PÚBLICAS: agricultura familiar, reforma agrária, assistência social, educação, meio ambiente, habitação, cultura, saúde. URBANIZAÇÃO: expansão urbana, infraestrutura, plano diretor urbano. AGRÁRIA: estrutura fundiária, modernização do campo, conflitos no campo, agricultura familiar, políticas agrárias. GEOPOLÍTICA: organização socioespacial, fronteira, estado, nação, território, territorialidade. REPRESENTAÇÃO SOCIOESPACIAL: Planeta Terra, localização espacial, orientação, coordenadas geográficas, cartografia. QUESTÕES SOCIOAMBIENTAIS: degradação ambiental, desenvolvimento sustentável, qualidade de vida.

Referências

CARLOS, Ana Fani A. A Geografia brasileira hoje: algumas reflexões. São

Paulo: Terra Livre/AGB, vol. 1, nº 18, 2002.

CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos, (org.) Geografia em sala de aula: práticas

e reflexões. Porto Alegre, RS: Editora da Universidade Federal do Rio Grande

do Sul/AGB, 1999.

CAVALCANTI, L.S. Geografia: escola e construção de conhecimentos.

Campinas: Papirus, 1998.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

MORAES, Antonio C R. Geografia: Pequena História Crítica. São Paulo:

Hucitec, 1993.

MOREIRA, Ruy. O que é Geografia. São Paulo: Brasiliense, 1981.

RESENDE, M.S. A Geografia do aluno trabalhador. São Paulo: Loyola, 1986.

RODRIGUES, Neidson. Por uma nova escola. São Paulo: Cortez, 1987.

SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção.

São Paulo: Hucitec, 1996.

_______. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência

universal. Rio de Janeiro: Record, 2001.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE BIOLOGIA - EJA

Concepção do ensino de Biologia

A Educação de Jovens e Adultos - EJA, no Estado do Paraná, de acordo

com suas Diretrizes Curriculares e em consonância com o documento

apresentado como a segunda proposta preliminar das Diretrizes Curriculares

Estaduais para o ensino Médio de Biologia da Rede Estadual de Ensino do

Paraná, apresenta os fundamentos teóricos, metodológicos e avaliativos do

ensino de Biologia, que norteiam a elaboração da proposta curricular desta

disciplina.

Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade

absoluta, pronta e acabada, é indispensável rever o processo de ensino e

aprendizagem da Biologia no contexto escolar, de modo que o modelo

tradicional de ensino dessa disciplina, no qual se prioriza a memorização dos

conteúdos, sem a devida reflexão, seja superado por um modelo que

desenvolva a capacidade dos educandos em buscar explicações científicas

para os fatos, através de posturas críticas, referenciadas pelo conhecimento

científico.

É necessário distinguir os campos de atuação da ciência, seus contextos

e valores, como também, os objetivos dispensados à disciplina de Biologia no

contexto escolar.

Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia - Ensino Médio, desta

Secretaria de Estado da Educação, “é objeto de estudo da Biologia o

fenômeno vida em toda sua diversidade de manifestações. Esse fenômeno se

caracteriza por um conjunto de processos organizados e integrados, quer no

nível de uma célula, de um indivíduo, ou ainda, de organismos no seu meio.

Um sistema vivo é sempre fruto da interação entre seus elementos

constituintes e da interação entre esse mesmo sistema e os demais

componentes de seu meio. As diferentes formas de vida estão sujeitas a

transformações que ocorrem no tempo e no espaço, sendo, ao mesmo tempo,

transformadas e transformadoras do ambiente”.

Nas Diretrizes, ainda, afirma-se que “ao longo da história da humanidade

várias foram as explicações para o surgimento e a diversidade da vida, de

modo que os modelos científicos conviveram e convivem com outros sistemas

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explicativos como, por exemplo, os de inspiração filosófica ou religiosa.

Elementos da História e da Filosofia tornam possível, aos alunos, a

compreensão de que há uma ampla rede de relações entre a produção

científica e os contextos sociais, econômicos e políticos. É possível verificar

que a formulação, a validade ou não das diferentes teorias científicas está

associada a seu momento histórico.”

As Diretrizes do Ensino Médio para a disciplina de Biologia consideram

que

o conhecimento do campo da Biologia deve subsidiar a análise e reflexão de questões polêmicas que dizem respeito ao desenvolvimento, ao aproveitamento de recursos naturais e a utilização de tecnologias que implicam em intensa intervenção humana no ambiente, levando-se em conta a dinâmica dos ecossistemas, dos organismos, enfim, o modo como a natureza se comporta e a vida se processa. Sabe-se que desde o surgimento do planeta Terra, a espécie humana, ou Homo sapiens, não foi o ser predominante, e muito menos, o ser vivo mais importante dentre todos os diversos seres vivos que por aqui passaram. Por outro lado, ao longo deste processo de humanização, que durou aproximadamente três milhões de anos, o homem criou a linguagem, a escrita e a fala, diferenciando-se de todas as demais formas de vida. Isso possibilitou ao homem a socialização, a organização dos espaços físicos, a fabricação de instrumentos utilitários e o início das atividades agrícolas.

Ressaltam também,

o papel da Ciência e da sociedade como pontos articuladores entre a realidade social e o saber científico. Cabe aos seres humanos, enquanto sujeitos históricos atuantes num determinado grupo social, reconhecerem suas fragilidades e buscarem novas concepções sobre a natureza [...]. É preciso que estes sujeitos percebam que sua sobrevivência, enquanto espécie, depende do equilíbrio e do respeito a todas as formas de vida que fazem do planeta o maior ser vivo conhecido.

É importante que o educando jovem e adulto tenha acesso ao

conhecimento científico a fim de compreender conceitos e relações existentes

entre o ambiente, os seres vivos e o universo, numa concepção flexível e

processual, por meio do saber questionador e reflexivo. Da mesma forma, se

faz necessário que perceba os aspectos positivos e negativos da ciência e da

tecnologia, para que possa atuar de forma consciente em seu meio social e

interferir no ambiente, considerando a ética e os valores sociais, morais e

políticos que sustentam a vida.

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Encaminhamentos metodológicos

O conjunto de saberes do educando deve ser considerado o ponto de

partida para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações

com o mundo do trabalho e com outras dimensões do meio social.

Conforme as Diretrizes Curriculares para a disciplina de Biologia- Ensino

Médio – SEED-PR, “na escola, a Biologia deve ir além das funções que já

desempenha no currículo escolar. Ela deve discutir com os jovens

instrumentalizando-os para resolver problemas que atingem direta ou

indiretamente sua perspectiva de futuro”.

As Diretrizes, ainda, consideram que

para a discussão de todas estas características socioambientais e do papel do ensino formal de Biologia, as relações estabelecidas entre professor-aluno e aluno-aluno são determinantes na efetivação do processo ensino-aprendizagem, e para isto, há necessidade de leitura e conhecimento sobre metodologia de ensino para que as aulas de Biologia sejam dinâmicas, interessantes, produtivas, e resultem em verdadeira aprendizagem.

Ressaltam também que,

pensar criticamente, ser capaz de analisar fatos e fenômenos ocorridos no ambiente, relacionar fatores sociais, políticos, econômicos e ambientais exige do aluno investigação, leitura, pesquisa. No ensino de Biologia, diferentes metodologias podem ser utilizadas com este propósito. A metodologia de investigação, por exemplo, permite ao aluno investigar a realidade buscando respostas para solucionar determinados problemas.

Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto

da ação de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu

tempo e espaço e, ainda na disciplina de Biologia, como forma de resgate e de

construção de melhores possibilidades de vida individuais e coletivas, há que

se optar por uma metodologia de ensino e aprendizagem adequada à

realidade do aluno da EJA. Segundo RIBEIRO (1999, p.8),

criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos.

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Nessa perspectiva, destaca-se a importância de propiciar aos

educandos, a compreensão dos conceitos científicos de forma significativa, ou

seja, que o conhecimento possa estar sendo percebido em seu contexto mais

amplo, não somente nos afazeres diários, mas na forma de perceber a

realidade local e global, o que lhe permitirá posicionar-se e interferir na

sociedade de forma crítica e autônoma. Para tanto, o educador da EJA deve

partir dos saberes adquiridos previamente pelos educandos, respeitando seu

tempo próprio de construção da aprendizagem, considerando:

que o educador é mediador e estimulador do processo, respeitando, de

forma real, como ponto de partida o conjunto de saberes trazidos pelos

educandos;

as experiências dos educandos no mundo do trabalho;

a necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando, o

tempo pedagógico e o físico, visto que os mesmos interferem na sua

“formação” científica;

as relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento

científico.

Nesse contexto, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de

forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando

jovem e adulto a inter-relação dos vínculos do conteúdo estudado com as

diferentes situações com que se deparam no seu dia-a-dia. Essa

contextualização pode-se dar a partir de uma problematização, ou seja, em

lançar desafios que necessitem de respostas para determinadas situações. “A

essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é necessário

transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode

deixar de ser dissipada” (SAVIANI, 1993, p.26)”. As dúvidas são muito comuns

na disciplina de Biologia, devendo ser aproveitadas para reflexão sobre o

problema a ser analisado, e assim, para o educador, o desafio consiste em

realizar esta contextualização, sem reduzir os conteúdos apenas à sua

aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico.

Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina

de Biologia é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do

pensamento da Ciência, propiciando condições para que o educando perceba

o significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua

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linguagem própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse

processo.

É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador,

que será indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o

olhar atento e crítico sobre a realidade trazida pelos educandos.

A busca de soluções para as problematizações constitui-se em

referência fundamental no ensino de Biologia. Quando elaborada individual ou

coletivamente deve ser registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos

educandos e a evolução do processo de aprendizagem. É importante lembrar

que a cultura científica deve ser incentivada mesmo que de forma gradual,

respeitando o tempo de cada grupo ou indivíduo.

Uma estratégia comum em Biologia é a utilização de experimentos e

práticas realizadas em laboratório. É importante que seja definido com clareza

o sentido e o objetivo dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes,

situações muito ricas do cotidiano são deixadas de lado em detrimento do uso

do laboratório. Deve-se considerar a possibilidade de aproveitamento de

materiais do cotidiano, assim como espaços alternativos, situações ou eventos

para se desenvolver uma atividade científica. A utilização de experimentos e

práticas realizadas em laboratório devem ser vistas como uma atividade

comum e diversificada e que não abrem mão do rigor científico, devendo ser

acompanhada pelo professor. Segundo BIZZO (2002, p.75),

é importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos.

Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização

do material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal

forma que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do

livro didático, BIZZO (2002, p. 66) propõe que ele deve ser utilizado como um

dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao

professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria

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realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à

realidade dos alunos.

Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar

aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos.

Os conteúdos devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem

diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a partir das relações entre

os diversos saberes, estimular a autonomia intelectual. Os conteúdos podem

ser organizados sem a rígida sequência linear proposta nos livros didáticos.

Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade dos mesmos, bem

como a coerência dos mesmos no processo educativo.

O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de

desenvolver a reflexão, de como vem ocorrendo o processo de aquisição do

conhecimento por parte do educando. A verificação da aquisição do

conhecimento deve ser ponto de partida para a revisão e reconstrução do

caminho metodológico percorrido pelo educando e, principalmente, pelo

educador.

O ensino de Biologia na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo

tanto de educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o

processo de ensino e aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições

de dialogar sobre a sua prática a fim de retomar o conteúdo com enfoque

metodológico diferenciado e estratégias diversificadas, sendo essencial

valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o

educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção

do conhecimento, caracterizando-o como um exercício de aprendizagem.

Partindo da ideia de que a metodologia deve estar respeitando o

conjunto de saberes do educando, o processo avaliativo deve ser diagnóstico

no sentido de resgatar o conhecimento já adquirido pelo educando permitindo

estabelecer relações entre esses conhecimentos. Desta forma, o educador terá

possibilidades de perceber e valorizar as transformações ocorridas na forma de

pensar e de agir dos educandos, antes, durante e depois do processo.

A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou

classificatório, visto que o ensino de Biologia deve respeitar e valorizar a

realidade do educando em todos os seus aspectos, principalmente naqueles

que deram origem à sua exclusão do processo educativo.

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Conteúdos

A proposta de sugestão de conteúdos básicos para a elaboração do

currículo da disciplina de Biologia na Educação de Jovens e Adultos – EJA,

fundamenta-se nas “Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio”, da

Secretaria de Estado da Educação do Paraná– SEED – PR.

É importante considerar que a organização dos conteúdos curriculares

da disciplina de Biologia na EJA tem o objetivo de contemplar as necessidades

e o perfil dos educandos desta modalidade de ensino da Educação Básica.

Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio – SEED-

PR,

os conteúdos básicos são entendidos como os saberes mais amplos da disciplina que podem ser desdobrados nos conteúdos pontuais que fazem parte de um corpo estruturado de saberes construídos e acumulados historicamente e que identificam a disciplina como um campo do conhecimento. Dentro da perspectiva dos conteúdos escolares como saberes, o termo "conteúdo" não se refere apenas a fatos, conceitos ou explicações destinados aos alunos para que estes conheçam, memorizem, compreendam, apliquem, relacionem, etc. Hoje, o critério que decide se certos conhecimentos concretos devem ser incluídos no currículo não se restringe ao seu valor epistemológico e aceitação como conhecimento válido: a relevância cultural, o valor que lhes é atribuído no âmbito de uma cultura particular em um determinado momento histórico, entra em cena.

Segundo as Diretrizes,

estabelecer os conteúdos básicos para o ensino de Biologia requer uma análise desse momento histórico, social, político e econômico que vivemos; da relevância e abrangência dos conhecimentos que se pretendem serem desenvolvidos nessa modalidade de ensino; da atuação do professor em sala de aula; dos materiais didáticos disponíveis no mercado; das condições de vida dos alunos e dos seus objetivos. A decisão sobre o que e como ensinar Biologia no Ensino Médio deve ocorrer de forma a promover as finalidades e objetivos dessa modalidade de ensino e da disciplina em questão. Não se trata de estabelecer uma lista de conteúdos em detrimento de outra por manutenção tradicional ou por inovação arbitrária. Referimo-nos aos conceitos e concepções que têm a ver com a construção de uma visão de mundo; outros práticos e instrumentais para a ação, e ainda aqueles que permitem a formação de um sujeito crítico. Precisaremos estabelecer conteúdos básicos que, por sua abrangência, atendem às realidades regionais e, ao mesmo tempo garantem a identidade da disciplina.

Na proposta, elaborada a partir das discussões com os professores do

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Ensino Médio Regular, propõe-se ampliar a integração entre os conteúdos

básicos, destacando os aspectos essenciais sobre a vida e a vida humana que

vão ser trabalhados por meio dos conhecimentos científicos referenciados na

prática.

A sugestão de conteúdos básicos estão descritos a seguir:

ORGANIZAÇÃO E

DISTRIBUIÇÃO

DOS SERES VIVOS

BIODIVERSIDADE

PROCESSO DE

MODIFICAÇÃO DOS

SERES VIVOS

IMPLICAÇÕES

DOS AVANÇOS

BIOLÓGICOS NO

CONTEXTO DA

VIDA

Organização celular

e molecular:

membrana,

citoplasma e núcleo

divisão celular

tecidos

Os seres vivos e o

Ambiente

Saúde

Biomas terrestre e

Aquáticos

Ecossistemas

Ciclos

Biogeoquímicos

Desequilíbrio

ambiental urbano e

rural

Origem e evolução da

Vida

Origem das espécies

Genética,

Embriologia,

Fisiologia comparada

Ciência e saúde

Pesquisas

científicas

Biológicas

Bioética

Biotecnologia

Ainda no que consta nas Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino

Médio – SEED-PR, há a justificativa para a organização e distribuição dos

Conteúdos básicos, descrita a seguir:

Os conteúdos básicos de Biologia ao mesmo tempo agrupam as diferentes áreas da Biologia e proporcionam um novo pensar sobre como relacioná-los sem que se perca de vista o objetivo do ensino da disciplina no Ensino Médio. A nova proposta pretende modificar a estrutura firmada pela trajetória que o ensino de Biologia vem atravessando nestas últimas décadas. Estabelece os conteúdos básicos e um novo olhar de forma a relacioná-los com seus conteúdos pontuais sob os pontos de vista vertical, transversal e horizontal, procurando uma lógica dialética que leve o professor a integrá-los e relacioná-los de maneira que o aluno não tenha mais uma visão fragmentada da biologia.

Organização e distribuição dos seres vivos

O estudo acerca da organização dos seres vivos iniciou-se com as

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observações macroscópicas dos animais e plantas da natureza.

Somente com o advento da invenção do microscópio por Robert Hooke

século XVII, com base nos estudos sobre lentes de Antonie von Leewenhoeck,

o mundo microscópico até então não observado foi evidenciado à luz da

Ciência e da Tecnologia.

A descoberta do mundo microscópico colocou em xeque várias teorias

sobre o surgimento da vida e proporcionou estudos específicos sobre as

estruturas celulares. Como exemplos desta influência têm-se o estudo da

anatomia das células das plantas pelo holandês Jan Swammerdam e, o

aperfeiçoamento das Teorias Evolucionistas ambas no séc. XVII.

No séc. XIX, à luz destas descobertas e Teorias, o alemão Christian

Heineich Pander e o estoniano Karl Ernst von Baer desenvolveram estudos

sobre a embriologia que estabeleceram as bases para estudos da Teoria

Celular. Hugo von Mohl descobriu a existência do núcleo e do protoplasma da

célula; Walther Fleming estudou o processo de mitose nos animais e Eduard

Strasburger estudou este processo nas plantas.

Assim, como relatam GAGLIARD & GIORDAN (apud BASTOS, 1998, p 255)

[... ] a relação entre o nível microscópico e o macroscópico é um conceito básicos: uma vez que o aluno tenha adquirido poderá entender que a compreensão de todos os fenômenos de um ser vivo requer um conhecimento dos níveis moleculares subjacentes.

Justifica-se este conteúdo básico por ser a base do pensamento

biológico sobre a organização celular do ser vivo, relacionando-a com a

distribuição dos seres vivos na Natureza, o que proporcionará ao aluno

compreender a organização e o funcionamento dos fenômenos vitais e

estabelecer conexões com os demais conteúdos básico da disciplina.

Biodiversidade

A curiosidade humana sobre os fenômenos naturais e a necessidade de

caçar para se alimentar e vestir, tentar curar doenças, entre outras atividades

vitais, fizeram com que o homem passasse a estudar e observar a Natureza.

Tem-se registros deste conhecimento biológico empírico das atividades

humanas, através das representações de animais e plantas nas pinturas

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ruprestes realizadas nas cavernas e também de alguns manuscritos deixados

pelos Babilônios por volta do ano 1800 a.C.

A organização dos seres vivos começou a ser registrada em

documentos com o Filósofo Aristóteles, que viveu no século IV a.C. e através

de suas observações ele escreveu o livro “As Partes dos Animais”. Seu

discípulo Teofasto deteve-se mais aos estudos das plantas, iniciando uma pré-

classificação dos vegetais agrupando-as em espécies afins. Pelos seus

estudos detalhados dos órgãos vegetais e descrição dos tecidos que as

formam, Teofasto é considerado o fundador da anatomia vegetal.

Percebe-se que as primeiras áreas da Biologia foram a zoologia e a

botânica, não só pela curiosidade e necessidade, mas também pela facilidade

de observação.

Justifica-se estudá-las pelos mesmos motivos dos povos antigos que

seria conhecer a diversidade de plantas e animais que habitam a Terra, qual

sua utilidade para a nossa sobrevivência e a sobrevivência de todos os seres

vivos.

Além destes aspectos, há a necessidade de se estudar outras

implicações decorrentes da história da humanidade que permeiam hoje as

atividades agrícolas, de manejo de Florestas, o mau uso dos recursos naturais,

a destruição das espécies de animais e vegetais, a construção de cidades em

lugares impróprios para habitação, como também, a influência da tecnologia

em nosso cotidiano. Esclarecer que ao estudar a Biodiversidade estaremos

diante de grandes desafios diante do progresso científico

O significado científico, econômico e ético do estudo da diversidade

biológica deve ser compreendido pelos alunos, não só como análise de

espécimes mas entendendo que a observação e sistematização do observado

é uma atividade científica relevante que se consolida nos sistemas de

classificação e na taxionomia (KRASILCHIK, 2004).

Processo de modificação dos seres vivos

No século XVII com a invenção do microscópio pelo holandês Antonie

van Leewenhoock (ROOSI, 2001), a biologia chamada celular e molecular

tiveram um grande avanço significativo em suas descobertas. Marcelo Malpighi

examinou grande quantidade de tecidos animais e vegetais, Robert Hooke

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descobriu a estrutura celular, e os primeiros micoorganismos, inicialmente

denominados animáculos, foram observados (ROSSI, 2001).

Houve muitos avanços tecnológicos decorrentes do advento do

microscópio, inclusive a formulação de novas teorias sobre o surgimento da

vida, colocando à prova teorias tão dogmáticas como foi a Teoria da Geração

Espontânea. Diferentes ideias transformistas foram se consolidando entre os

cientistas, mas o grande marco para o mundo científico e biológico foi a

publicação do livro “Origens das Espécies” de Charles Darwin, no século XIX.

Foi também, na mesma época que Louis Pasteur, demonstrou o papel

desempenhado pelos microorganismos no desenvolvimento de doenças

infecciosas e realizou estudos sobre a fermentação.

No século XX com o advento da invenção do microscópio eletrônico foi

possível em 1953, a descoberta do DNA (ácido desoxirribonucléico), material

químico que constitui o gene. Foram desenvolvidas técnicas de manipulação

do DNA, que permitem modificar espécies de seres vivos; produzir substâncias

como a insulina, através de bactérias; criação de cabras que produzem

remédios no leite; criação de plantas com toxinas contra pragas e, de porcos

com carne menos gordurosa. Além disso, a terapia gênica tem sido bastante

estudada com fins de eliminar doenças geneticamente transmitidas.

A Biologia ajuda a compreender melhor essas e outras técnicas que

podem transformar a nossa vida e aprofundar o conhecimento que temos de

nós mesmos. Daí a importância do seu estudo, dar o mínimo de conhecimento

a todas as pessoas, para que elas possam opinar e criticar a utilização dessas

técnicas, uma vez que o controle delas e a aplicação destas descobertas

científicas são função importante da própria sociedade.

Implicações dos avanços biológicos no contexto da vida

Os avanços científicos atuais permitiram que a genética e a biologia

molecular alcançassem uma formidável capacidade tecnológica, que se torna

cada vez mais efetiva, como, por exemplo, em poder-se modificar

substancialmente um vírus, bactérias, plantas, animais e os próprios seres

humanos (SIDEKUM, 2002).

Esse acelerado desenvolvimento científico e tecnológico nos deixa

atordoados, sem saber exatamente até onde podemos chegar e do que

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realmente podemos nos apropriar, mas por outro lado, estes avanços nos

proporcionam um enorme conhecimento sobre a natureza, nos colocando

muitas vezes acima dela.

É importante o estudo da biotecnologia, dos avanços científicos e de

suas implicações éticas e morais na sociedade, para que os estudantes no

caso, de biologia, possam discutir questões como nutrição, saúde, emprego e

preservação do ambiente que indiretamente influenciam suas vidas.

A análise de fenômenos biotecnológicos serve também para diminuir a

divisão entre a escola e o mundo em que os estudantes vivem, na medida em

que estes podem constatar as relações entre a pesquisa científica e a

produção industrial ou a tecnologia tradicionalmente usada em sua

comunidade. A busca das raízes científicas destas tecnologias tradicionais e de

maneiras de aprimorá-las, a fim de que melhor sirvam à necessidade de elevar

a qualidade de vida é uma forma de vincular o ensino à realidade em que vive

o aluno. (KRASILCHIK, 2004, p. 186)

Quanto às questões éticas, a atual discussão sobre a manipulação

genética do ser humano provoca inúmeras controvérsias sobre o uso da

tecnologia (biotecnologia) e as perspectivas de mudanças de valores morais.

Para CHAUÍ, 1995, “nossos sentimentos e nossas ações exprimem nosso

senso moral” e movidos pela sensibilidade, somos capazes de reagir, de

questionar, de nos manifestar contra ou a favor de determinadas atitudes para

procurar esclarecer ou resolver problemas.

Porém, questões sobre aborto, eutanásia, clonagem, transgenia, geram

dúvidas quanto à decisão a ser tomada e põem à prova, além do nosso senso

moral, nossa consciência moral, “[...] pois exigem que decidamos o que fazer,

que justifiquemos para nós mesmos e para os outros as razões de nossas

decisões e que assumamos todas as consequências delas, porque somos

responsáveis por nossas decisões” (CHAUÍ, 1995).

Caberá ao professor de Biologia indicar temas de discussão ética e

auxiliar o aluno na análise “à luz dos princípios, regras e direitos alternativos,

além de levar em conta a avaliação intuitiva do aluno” (KRASILCHIK, 2004).

Referências

BAPTISTA, G.C.S. Jornal a Página da Educação. Ano 11, nº 118, dez 2002.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE FÍSICA - EJA

Concepção do ensino da Física

Os princípios que norteiam a proposta da elaboração do currículo da

disciplina de Física para a Educação de Jovens e Adultos – EJA, baseiam-se

na Fundamentação Teórico-Metodológica contida na parte da “Introdução” das

“Orientações Curriculares de Física – Texto Preliminar - Ensino Médio”, da

Secretaria de Estado da Educação do Paraná– SEED – PR.

O processo ensino-aprendizagem em Física tem sido objeto de

pesquisas por aqueles que se interessam ou se identificam com esse objeto.

Parece haver um certo consenso que

[...] a preocupação central tem estado na identificação do estudante com o objeto de estudo. Em outras palavras, a questão emergente na investigação dos pesquisadores está relacionada à busca por um real significado para o estudo dessa Ciência na educação básica - ensino médio (ROSA & ROSA, 2005, p.2).

Os livros didáticos, de uma maneira geral, apresentam um discurso que

mostra uma preocupação com a Física como uma ciência que permite

compreender uma imensidade de fenômenos físicos naturais, que seriam

indispensáveis para a formação profissional ou como subsídio para a

preparação para o vestibular e a compreensão e interpretação do mundo pelos

sujeitos-educandos. No entanto, neles a ênfase recai nos aspectos

quantitativos em detrimento dos qualitativos e conceituais, privilegiando a

resolução de “Problemas de Física” que, quase sempre, se traduzem em

exercícios matemáticos com respostas prontas. Esse discurso tem norteado o

trabalho de muitos professores e, mais que isso, as estruturas curriculares por

eles organizadas.

Não é leviano afirmar que as estruturas curriculares se valem dos livros didáticos para se organizarem. A opção de tal e tal livro didático determinará, a princípio, a constituição das disciplinas que assumem seu espaço curricular, demarcado pelo tempo (número de aulas) e profundidade. Mesmo que o discurso didático do professor seja amplo, abrangente e propicie contextualizações, em geral, ele fará uso de exercícios e problemas do livro didático e sua avaliação terá como base a literatura disciplinar do livro adotado. É importante lembrar que os livros didáticos dirigidos ao Ensino Médio refletem o mesmo enfoque disciplinar presente no meio universitário, levando os professores a consolidarem, na sua prática pedagógica, o estilo reprodutivista e disciplinar adquirido em sua formação. (...) Os currículos de Física nos cursos de graduação também colaboram

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para a manutenção do conhecimento físico ensinado nos moldes ditados internamente pelas disciplinas. (...) Certamente este indicador pode ser estendido, sem muitas ressalvas, à maioria dos cursos de formação de professores de Física e para a maioria das licenciaturas em ciências. O peso de uma tradição disciplinar, historicamente constituída, se impõe fortemente aos currículos dos cursos universitários, entre outros motivos, pela sua proximidade (mesmo que virtual) com as comunidades de produtores de conhecimento (PIETROCOLA; ALVES; PINHEIRO, s/d, p. 6-7).

Nessa perspectiva, "[...] via de regra, os conteúdos acabam por ser

desenvolvidos como se estabelecessem relações com eles mesmos, sendo

desconsideradas as diversas relações com outros tópicos da própria Física e

de outros campos de conhecimento" (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2001, p.

138).

Essa concepção faz com que o ensino de física se transforme num

ensino livresco, descontextualizado em sua história, não permitindo a

compreensão de que a ciência é uma construção humana, com todas as

implicações que isso possa ter, inclusive os erros e acertos decorrentes das

atividades humanas, levando o estudante

[...] a ter uma ideia distorcida do que é a Física e quase sempre ao desinteresse pela matéria. Os estudantes devem ser levados a perceber que os modelos dos quais os pesquisadores lançam mão para descrever a natureza são aproximações válidas em determinados contextos, mas que não constituem uma verdade absoluta. Muitas vezes ideias como as de partícula, gás ideal, queda livre, potencial elétrico e muitas outras são apresentadas sem nenhuma referência à realidade que representam, levando o estudante a julgá-los sem utilidade prática. Outras vezes modelos como o de um raio luminoso, de átomo, de campo, de onda eletromagnética, etc., são apresentados como se fossem entes reais (ALVARES, 1991, p. 42).

Assim, a Física deixa de ser mais um instrumento para a compreensão

do mundo, não permitindo ao aluno o acesso à compreensão conceitual e ao

formalismo próprio deste campo de conhecimentos, essencial para o

desenvolvimento de uma cultura em ciência, tendo em vista que "[...] um

número elevado dos estudantes brasileiros, ou, não tem acesso aos estudos

superiores, ou, segue cursos para os quais a Física não tem caráter

propedêutico" (ALVARES, 1991, p. 25). Além disso, apesar do incentivo que

deve ser dado à carreira universitária, esta deveria ser mais uma possibilidade

e não o objetivo principal do ensino desta disciplina no nível médio.

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Também parece haver um consenso entre os professores em torno da

ideia de que a Física é uma ciência experimental. No entanto, apesar de

enfatizarem esse caráter experimental da matéria e a importância dessa

consideração no sentido de contribuir para uma melhor compreensão dos

fenômenos físicos, é comum

[...] adotarem textos que, além de não apresentarem uma só sugestão de experimento a ser realizado pelo professor ou pelos seus alunos, tratam os assuntos sem nenhuma preocupação com seu desenvolvimento experimental. Ou, outros, que se dizem preocupados com um curso voltado para a compreensão dos conceitos, escolherem textos que tratam matematicamente os tópicos abordados, sem trabalharem aspectos cognitivos da aprendizagem (Ibidem, 1991, p. 25).

Assim,

[...] como um empreendimento humano, a ciência é falível, ela pode degenerar ou pode responder as supremas aspirações dos homens. Como parte da sociedade, a Ciência também está aberta a influências externas, como qualquer atividade social, pode ser bem ou mal usada (KNELLER, 1980, prefácio da obra).

Deriva-se daí que a Ciência não é neutra visto que o cientista faz parte

de um contexto social, econômico e cultural, influenciando e sendo influenciado

por esse contexto, fato que não pode ser ocultado de nossos estudantes. Isso

significa mostrar que a ciência não está pronta nem acabada e não é absoluta,

mas, revelar aos nossos estudantes “[...] como é penoso, lento, sinuoso e, por

vezes, violento, o processo de evolução das ideias científicas” (PONCZEK,

2002, p. 22).

Se o conhecimento físico é ou foi produzido pelos sujeitos sociais que

vivem ou que viveram num determinado contexto histórico, então, ele faz parte

da cultura social humana e, portanto, é um direito dos estudantes conhecê-lo.

Alem disso, se queremos contribuir para a formação de sujeitos que

sejam capazes de refletir e influenciar de forma consciente nas tomadas de

decisões, não podemos deixá-los alheios às questões relativas à Ciência e à

tecnologia. Por isto é importante buscarmos o entendimento das possíveis

relações entre o desenvolvimento da Ciência e da tecnologia e as diversas

transformações culturais, sociais e econômicas na humanidade decorrentes

deste desenvolvimento que, em muitos aspectos, depende de uma percepção

histórica de como estas relações foram sendo estabelecidas ao longo do

tempo.

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Mas, considerando que também as tecnologias são historicamente

construídas e entendendo que

[...] tecnologia refere-se à forma específica da relação entre o ser humano e a matéria, no processo de trabalho, que envolve o uso de meios de produção para agir sobre a matéria, com base em energia, conhecimento e informação. (...) refere-se a arranjos materiais e sociais que envolvem processos físicos e organizacionais, referidos ao conhecimento científico aplicável. No entanto, a tecnologia não é propriedade neutra ligada à eficiência produtivista, e não determina a sociedade, da mesma forma que esta não escreve o curso da transformação tecnológica. Ao contrário, as tecnologias são produtos da ação humana, historicamente construídos, expressando relações sociais das quais dependem, mas que também são influenciados por eles. Os produtos e processos tecnológicos são considerados artefatos sociais e culturais, que carregam consigo relações de poder, intenções e interesses diversos (OLIVEIRA,2001, p. 101-102).

Considerando ainda que, como nos ensina Paulo Freire, ensinar exige

respeito aos saberes dos educandos, o processo de ensino-aprendizagem em

Física deve partir do conhecimento prévio dos alunos respeitando seu contexto

social e suas concepções espontâneas a respeito de ciência.

Em primeiro lugar, de acordo com MOREIRA (s/d, p.2), devemos

abandonar o papel de ser apenas transmissores de conhecimentos e

passarmos a ver, de fato, os sujeitos como elaboradores do saber físico, mas

que precisam do professor como mediador. O autor parte do pressuposto que o

objetivo do ensino é compartilhar, professor e aluno, significados e promover a

aprendizagem significativa. Mas, isso acontecerá somente quando o educando

internalizar esses significados de maneira não arbitrária e não literal, quando as

novas informações adquirirem significado por interação com o conhecimento

prévio do aluno e, simultaneamente, derem significados adicionais,

diferenciarem, integrarem, modificarem e enriquecerem o conhecimento já

existente.

Em segundo, é preciso considerar que os sujeitos constroem suas

ideias, sua visão do mundo tendo em vista os objetos a que têm acesso nas

suas experiências diárias e nas suas relações afetivas. Segundo Novak, citado

por MOREIRA (1999), os seres humanos fazem três coisas: pensam, sentem e

atuam (fazem). Ou seja, ao se pensar uma metodologia de ensino para a Física

é preciso ter em vista o que os estudantes já conhecem. Esta ideia remete aos

estudos das concepções espontâneas ou ideias alternativas dos sujeitos:

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[...] Os estudos realizados sob essa perspectiva revelaram que as ideias alternativas de crianças e adolescentes são pessoais, fortemente influenciadas pelo contexto do problema e bastante estáveis e resistentes à mudança, de modo que é possível encontrá-las mesmo entre estudantes universitários [...]. Realizadas em diferentes partes do mundo, as pesquisas mostraram o mesmo padrão de ideias em relação a cada conceito investigado (MORTINER, 1996, p.2).

O educando será apresentado a princípios, concepções, linguagem,

entre outros elementos utilizados pela Física, em que o discurso do professor

deve permitir que ele perceba as diferenças entre a sua forma e a forma

utilizada pela ciência para explicar um determinado fenômeno. Esse processo

contribuirá para que o educando reformule as suas ideias tendo em vista a

concepção científica. Assim, espera-se que esteja reelaborando seus

conceitos, mas não necessariamente, que abandone suas ideias espontâneas.

Poderá estar negociando ou adequando sua interpretação e linguagem ao

contexto de utilização. Ou seja, seus conceitos serão mais elaborados ou

menos elaborados, ou mais próximos do científico quanto maior for a

necessidade ou interesse deste sujeito em utilizar esses conhecimentos no

contexto da comunidade científica.

Entendemos, então, que a Física deve educar para cidadania,

contribuindo para o desenvolvimento de um sujeito crítico, "[...] capaz de

compreender o papel da ciência no desenvolvimento da tecnologia. [...] capaz

de compreender a cultura científica e tecnológica de seu tempo" (CHAVES &

SHELLARD, 2005, p. 233).

Cabe colocar aqui que a cidadania da qual estamos falando não é a

cidadania para o consumo, não é a cidadania construída através de

intervenções externas, doações da burguesia e do Estado moderno, mas, a

cidadania que se constrói no interior da prática social e política de classes.

Estamos entendendo que a

[...] nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo. Mas, histórico como nós, o nosso conhecimento do mundo tem historicidade. [...] Daí que seja tão fundamental conhecer o conhecimento existente quanto saber que estamos abertos e aptos à produção do conhecimento ainda não existente (FREIRE, 1996, p.31).

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Por isso entendemos que a contribuição da Física no Ensino Médio é a

contribuição para a formação dos sujeitos através das

[...] lutas pela escola e pelo saber, tão legítimos e urgentes [...]. Por este caminho nos aproximamos de uma possível redefinição da relação entre cidadania e educação [...] a luta pela cidadania, pelo legítimo, pelos direitos, é o espaço pedagógico onde se dá o verdadeiro processo de formação e constituição do cidadão. A educação não é uma precondição da democracia e da participação, mas é parte, fruto e expressão do processo de sua constituição (ARROYO, 1995, p.79).

Encaminhamento metodológico

Apesar dos avanços científicos e tecnológicos, o conhecimento físico na

EJA ainda é tratado como enciclopédico, resumindo-se a um aparato

matemático que, normalmente, não leva a compreensão dos fenômenos físicos

e ainda, acaba por distanciar o interesse dos educandos pela disciplina.

Nessa perspectiva o ensino de Física apresenta conceitos simplificados

e reduzidos, bem como, leis e fórmulas desarticuladas do mundo vivencial.

Além disso, é tratado como um campo de conhecimentos acabados, como

verdades absolutas, fruto de alguns gênios da humanidade, contribuindo para

que os educandos tornem-se passivos em sala de aula.

É preciso repensar os aspectos metodológicos, para que propiciem

condições de ensino que aproxime educadores e educandos da aventura da

descoberta, tornando o processo de ensino e aprendizagem prazeroso, criativo

e estimulador.

Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores [...], romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos (RIBEIRO, 1999, p 7-8).

A partir desse pressuposto, para romper com o modelo tradicional de

ensino é necessário rever os meios de apresentação dos conteúdos,

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priorizando os conceitos físicos e optando por metodologias de ensino que se

adaptem às necessidades de aprendizagem dos educandos.

[...], não vemos como necessário, no momento, grandes alterações nos conteúdos tradicionais, mas sim, na forma como eles serão desenvolvidos. Entendemos que o avanço nos conhecimentos de Física deverá ser dado por uma inovação na metodologia de trabalho e não em termos de conteúdos (GARCIA; ROCHA;COSTA, 2000, p.40).

Na reflexão desenvolvida com professores de Física da Educação de

Jovens e Adultos, identificou-se algumas estratégias para o desenvolvimento

metodológico da disciplina de Física, considerando que essas estratégias

metodológicas podem contribuir para o ensino e a aprendizagem dos

educandos. Dessa forma, deve ser levado em conta a formação do professor, o

espaço físico, os recursos disponíveis, o tempo de permanência do educando

no espaço escolar e as possibilidades de estudo fora deste, para que as

estratégias metodológicas possam ser efetivadas. Os indicativos discutidos

com os professores contemplam:

A abordagem da Física enquanto construção humana

No desenvolvimento dos conteúdos é necessário abordar a importância

da Física no mundo, com relevância aos aspectos históricos, o conhecimento

enquanto construção humana e a constante evolução do pensamento

científico, assim como, as relações das descobertas científicas com as

aplicações tecnológicas na contemporaneidade.

A história da física não se limita à história de seus protagonistas. Antes ao contrário: é uma história do pensamento em que ideias surgem e desaparecem, em que pensamentos, muitas vezes completamente despropositados na época em que aparecem, tomam forma e ultrapassam as barreiras profissionais contemporâneas. Afinal, a física é hoje – num mundo em que a tecnologia permite revoluções e promete saídas para ao mais graves problemas – uma das manifestações de maior transparência de nossa cultura (BARROS, 1996, p.7).

O papel da experimentação no ensino de Física

O uso da experimentação é viável e necessário no espaço e tempo da

EJA, mesmo que seja por meio de demonstração feita pelo educador, ou da

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utilização de materiais alternativos e de baixo custo, na construção ou

demonstração dos experimentos. Assim, “quando o aluno afirma que um imã

atrai todos os metais, o professor sugere que ele coloque essa hipótese à

prova com pedaços de diferentes metais. Por mais modesta que pareça esta

vivência, é rica em ensinamentos” (AXT, s/d, p.78).

O lúdico – Brinquedos e jogos no ensino de Física

Por meio desta estratégia de ensino o educando será instigado a

pesquisar e propor soluções, visto que a ludicidade “[...] decorre da interação

do sujeito com um dado conhecimento, sendo portanto subjetiva. Seu potencial

didático depende muito da sensibilidade do educador em gerar desafios e

descobrir interesses de seus alunos” (RAMOS; FERREIRA, 1993, p.376).

O cuidado com os conceitos e definições em Física

O educando traz ideias e contextos para as coisas, para compreender e

atuar no mundo. Essas ideias podem ser aproveitadas como ponto de partida

para a construção do conhecimento científico, mas será necessário fazer a

transposição destes conceitos espontâneos ou do senso comum para o

conhecimento científico, com os cuidados necessários.

Atualmente o entendimento do ensino de física é fortemente associado às ideias de conceitos espontâneos. Tais ideias indicam que quando as pessoas vêm para a escola, elas já têm um contexto para as coisas. Por outro lado, à medida que vamos inserindo os assuntos na sala de aula, queremos que o aluno vá montando aquela estrutura que nós temos, ligando os conceitos da forma como nós o fazemos. Entretanto, à medida que vamos ensinando, ele vai fazendo as ligações que quer. [...]. Que pode, que consegue. E assim, os mesmos conceitos podem ser ligados de maneiras diferentes, em estruturas diferentes. É comum pensarmos que a lógica, a maneira de raciocinar, de inserir algo em contextos mais amplos, utilizados por nós, professores, para construirmos nossas estruturas, seja algo absoluto, algo transcedental. Mas não é. A lógica depende do contexto em vigor. [...], sempre achamos que com a informação que fornecemos aos alunos eles farão as ligações que nós fizemos, mas isso não é necessariamente verdade. Não há nada que nos assegure que o aluno faz as ligações que nós gostaríamos que ele fizesse. O que dizemos em sala de aula pode ser interpretado de várias maneiras diferentes (ROBILOTTA;BABICHAK, 1997, p.22).

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O cotidiano dos alunos/contextualização

O educador deve ser o responsável pela mediação entre o saber escolar

e as experiências provenientes do cotidiano dos educandos, as quais devem

ser aproveitadas no processo da aprendizagem.

Quanto mais próximos estiverem o conhecimento escolar e os contextos presentes na vida pessoal e no mundo no qual eles transitam, mais o conhecimento terá significado. Contextualizar o ensino significa incorporar vivências concretas e diversificadas, e também, incorporar o aprendizado em novas vivências (SEED-PR, 2000, s/d).

O papel do erro na construção do conhecimento

Os erros e acertos no processo de ensino e aprendizagem devem ser

considerados como elementos sinalizadores para a reconstrução dos conceitos

e melhor compreensão dos conteúdos. Cabe ao educador administrar este

processo no qual os educandos da EJA necessitam de apoio, principalmente

pelo processo diferenciado de estudo e o tempo que permanecem no espaço

escolar. É essencial valorizar os acertos e tornar o erro como algo comum,

caracterizando-o como um exercício de aprendizagem.

O incentivo à pesquisa e a problematização

É importante incentivar os educandos para que ampliem seus

conhecimentos por meio de pesquisa, como atitude cotidiana e na busca de

resultados. Para tanto,

será útil distinguir entre pesquisa como atitude cotidiana e pesquisa como resultado específico. Como atitude cotidiana, está na vida e lhe constitui a forma de passar por ela criticamente, tanto no sentido de cultivar a consciência crítica, quanto no de saber intervir na realidade de modo alternativo com base na capacidade questionadora. [...]. Como resultado específico, pesquisa significa um produto concreto e localizado, [...], de material didático próprio, ou de um texto com marcas científicas. [...]. Os dois horizontes são essenciais, um implicando o outro. No segundo caso, ressalta muito mais o compromisso formal do conhecimento reconstruído, enquanto o primeiro privilegia a prática consciente (DEMO, 1997, p. 12-13).

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A problematização consiste em lançar desafios que necessitem de

respostas para determinadas situações. “A essência do problema é a

necessidade.(...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que

precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada”

(SAVIANI, 1993, p.25-26). As dúvidas são ocorrências muito comuns na Física,

porém, poderão ser aproveitadas para as reflexões sobre o problema a ser

analisado.

Os recursos da informática no ensino da Física

O uso da informática na educação vem se tornando uma ferramenta

cada vez mais importante e indispensável para o enriquecimento das aulas

teóricas e à melhor compreensão dos estudos elaborados. A familiarização do

educando com o computador se faz necessária dentro da escola, visto que a

tecnologia se faz presente nos lares, no trabalho e aonde quer que se vá. É

necessário o mínimo de entendimento sobre as tecnologias usuais e como

utilizar-se desta ferramenta para ampliar os conhecimentos.

O uso de textos de divulgação científica em sala de aula

Os textos científicos encontrados em jornais, revistas, sites e em outros

meios de divulgação científica, podem conter conteúdos significativos ao

ensino de Física e serem explorados de diversas formas. Deve-se ter o cuidado

de estar selecionando textos validados por profissionais da área e que tenham

cunho científico, observando a existência de erros conceituais ou informações

incorretas.

A utilização do material de apoio

O ensino da Física não deve estar apenas pautado no uso do material

didático fornecido pela entidade mantenedora, é fundamental utilizar-se de

outros recursos, como os apontados anteriormente, para enriquecer as aulas e

tornar o processo de ensino mais harmonioso e agradável. Assim, o material

deve servir de apoio, tanto ao educador como ao educando, ao lado de outras

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alternativas de ensino e aprendizagem que complementem o conhecimento

proposto.

Conteúdos

Considerando-se a amplitude dos conhecimentos físicos, é necessário

pensar a importância e essencialidade dos conteúdos, visando contemplar

aprendizagens significativas aos educandos da EJA.

Para isso, é indispensável que a organização dos conteúdos na proposta

curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de estudo dos educandos e a

experiência cotidiana destes, procurando apresentar esses conteúdos como

instrumentos de melhor compreensão e atuação na realidade. Para a maioria

dos educandos da EJA, como também

[...] para uma grande parte da população, os conhecimentos de Física do Ensino Médio têm grande possibilidade de serem os únicos dessa disciplina aos quais os alunos terão acesso pela via escolar. Percebemos, então, a pertinência e necessidade de reorganização dos componentes curriculares de física - entendida aqui a ideia de currículo como sendo algo muito mais amplo do que mera listagem de conteúdos de tal forma que possam dar conta, tanto das demandas de continuidade dos estudos e das de natureza profissional como, e principalmente, daquelas exigidas pela vida no seu dia-a-dia (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2000, p. 139-140).

Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar

os essenciais, ou seja, àqueles que possam ter significado real à vida dos

educandos. Os conteúdos devem possibilitar a percepção das diversas

abrangências sobre um determinado fenômeno, portanto, o ensino não pode se

restringir apenas ao livro didático ou ao material de apoio. “A seleção de

conteúdos é tarefa do professor; ele pode produzir uma unidade de ensino que

não existe no livro ou deixar de abordar um de seus capítulos, pode realizar

retificações ou propor uma abordagem diferente” (BIZZO, 2000, p.66).

Considerando-se ainda as Diretrizes Curriculares Estaduais para a

Educação de Jovens e Adultos e as especificidades desta modalidade de

ensino, principalmente no que tange ao tempo de ensino do educador e o

tempo da aprendizagem dos educandos, a proposta de conteúdos básicos da

disciplina de Física, segue o disposto a seguir.

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INTRODUÇÃO À FÍSICA

Campo de estudo e atuação da Física.

História da Física.

A Física contemporânea e suas aplicações tecnológicas.

MECÂNICA

Movimento retilíneos.

Movimentos curvilíneos.

Movimento circular uniforme.

Queda-livre.

Os Princípios da Mecânica (Leis de Newton).

Energia. Trabalho. Potência.

Impulso e quantidade de movimento.

A Gravitação Universal.

A Hidrostática.

FÍSICA TÉRMICA

Fenômenos térmicos.

O calor e a temperatura.

O fenômeno da dilatação nos sólidos, líquidos e gases.

As mudanças de estado físico da matéria.

Trocas de calor. Transmissão de calor.

Comportamento térmico dos gases.

As Leis da Termodinâmica.

ONDULATÓRIA

Fenômenos ondulatórios.

Ondas mecânicas e eletromagnéticas.

Natureza ondulatória e quântica da luz.

ÓPTICA

Fenômenos luminosos.

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371

Princípios da Óptica Geométrica.

Aplicações do fenômeno da reflexão e refração da luz.

Lentes e instrumentos ópticos de observação.

Espelhos.

A óptica e o olho humano.

ELETRICIDADE E MAGNETISMO

Fenômenos elétricos e magnéticos.

Aspectos estáticos e dinâmicos da eletricidade.

A Lei de Coulomb.

O campo elétrico.

Potencial elétrico.

A corrente elétrica.

Geradores e circuitos elétricos.

O campo magnético.

Indução magnética.

ENERGIA

Energia e suas transformações.

Fontes e tipos de energia.

Energia, meio ambiente e os potenciais energéticos do Brasil.

A energia elétrica nas residências.

Referências

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Marco Antonio. AXT, Rolando. Tópicos em Ensino de Ciências. Porto Alegre: Sagra, s/d.

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372

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DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 2. ed.,Campinas: Autores Associados, 1997.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura)

GARCIA, N. M. Dias ; ROCHA,V. Jazomar ; COSTA, R. Z. Visneck. Física. In: KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000.

MOREIRA, M.A. Teorias da aprendizagem. São Paulo: EPU, 1999.

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PIETROCOLA, M.; ALVES, J. de P.F.; PINHEIRO, T. de F. Prática disciplinar de professores de ciências. In: <htttp://www.if.ufrgs.br/public/ensino/vol8/n2/v8_v8_n2_a3.html>. Acesso em 09/06/2005.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE QUÍMICA - EJA

Concepção do ensino de Química

A consolidação da Química como ciência foi um dos fatos que permitiu o

desenvolvimento das civilizações, determinando maneiras diferenciadas no

modo de viver. A Química está inserida nas ações e nos recursos utilizados

nas diversas atividades diárias das pessoas e, segundo BIZZO (2002, p.12),

o domínio dos fundamentos científicos hoje em dia é indispensável para que se possa realizar tarefas tão triviais como ler um jornal ou assistir à televisão. Da mesma forma, decisões a respeito de questões ambientais, por exemplo, não podem prescindir da informação científica, que deve estar ao alcance de todos.

Assim, a Química fundamenta-se como uma ciência que permite a

evolução do ser humano nos aspectos ambientais, econômicos, sociais,

políticos, culturais, éticos, entre outros, bem como o seu reconhecimento como

um ser que se relaciona, interage e modifica, positiva ou negativamente, o meio

em que vive.

A Química como ciência contempla as tradições culturais e as crenças

populares que despertam a curiosidade por fatos, propiciando condições para o

desenvolvimento das teorias e das leis que fundamentam as ciências. BIZZO

(2002, p.17), afirma que

a ciência não está amparada na verdade religiosa nem na verdade filosófica, mas em um certo tipo de verdade que é diferente dessas outras. Não é correta a imagem de que os conhecimentos científicos, por serem comumente fruto de experimentação e por terem uma base lógica, sejam “melhores” do que os demais conhecimentos. Tampouco se pode pensar que o conhecimento científico possa gerar verdades eternas e perenes.

Desta forma, é importante considerar que o conhecimento químico não é

algo pronto, acabado e inquestionável, mas em constante transformação.

A Química, trabalhada como disciplina curricular do Ensino Médio, deve

apresentar-se como propiciadora da compreensão de uma parcela dos

resultados obtidos a partir da Química como ciência.

A ciência realizada no laboratório requer um conjunto de normas e posturas. Seu objetivo é encontrar resultados inéditos, que possam explicar o desconhecido. No entanto, quando é ministrada na sala de

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aula, requer outro conjunto de procedimentos, cujo objetivo é alcançar resultados esperados, aliás planejados, para que o estudante possa entender o que é conhecido. [...] Existe portanto uma diferença fundamental entre a comunicação de conhecimento em congressos científicos, entre cientistas, e a seleção e adaptação de parcelas desse conhecimento para ser utilizado na escola por professores e alunos (BIZZO, 2002, p.14).

Essa percepção deve fazer parte do trabalho pedagógico realizado nas

escolas e conforme MALDANER (2000, p.196),

compreender a natureza da ciência química e como ela se dá no ensino e na aprendizagem passou a ser um tema importante, revelado a partir das pesquisas educacionais, principalmente as pesquisas realizadas na década de 1980 sobre as ideias alternativas dos alunos relacionadas com as ciências naturais. No âmbito da pesquisa educacional, mais ligado à educação científica, estava claro, já no início dos anos 90, que era fundamental que os professores conhecessem mais o pensamento dos alunos, bem como, a natureza da ciência que estavam ensinando. No entanto, isso não era prática usual nos cursos de formação desses professores.

Tal consideração vem de encontro com a forma com que muitos

educadores têm trabalhado esta disciplina, priorizando fatos desligados da vida

dos educandos, em que os educadores abordam, principalmente, os conteúdos

acadêmicos, enfatizando a memorização, o que torna a disciplina desvinculada

da realidade dos seus alunos e sem significação para sua vida.

Considerando que uma das funções do aprendizado dos conhecimentos

químicos na escola deve ser a de perceber a presença e a importância da

Química em sua vivência, para DELIZOICOV, et.al. (2002, p.34),

a ação docente buscará constituir o entendimento de que o processo de produção do conhecimento que caracteriza a ciência e a tecnologia constitui uma atividade humana, sociohistoricamente determinada, submetida a pressões internas e externas, com processos e resultados ainda pouco acessíveis à maioria das pessoas escolarizadas, e por isso passíveis de uso e compreensão acríticos ou ingênuos; ou seja, é um processo de produção que precisa, por essa maioria, ser apropriado e entendido.

Assim, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de Química

na EJA, possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a

construção do conhecimento científico, por meio da análise, reflexão e ação,

para que possa argumentar e se posicionar criticamente.

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Encaminhamento metodológico

Considerando os encaminhamentos metodológicos contidos na proposta

pedagógica de ensino para a disciplina de Química no Ensino Médio Regular,

faz-se necessário refletir as especificidades do trabalho com a Química na

Educação de Jovens e Adultos (EJA), considerando as Diretrizes Curriculares

Estaduais para essa modalidade de ensino da educação básica.

Nesse sentido, para o trabalho metodológico com essa disciplina, uma

alternativa seria partir da sequência: “fenômeno–problematização–

representação-explicação” (MALDANER, 2000, p.184). Para o autor,

episódios de alta vivência dos alunos passariam a ser importantes no processo de ensino e aprendizagem e não obstáculo a ser superado [...] O importante é identificar situações de alta vivência comuns ao maior número possível de alunos e a partir delas começar o trabalho de ensino.

Nessa ótica, não cabe ao educador apresentar apenas fórmulas,

classificações, regras práticas, nomenclaturas, mas sim, trabalhar conteúdos

com os quais o educando venha a apropriar-se dos conhecimentos de forma

dinâmica, interativa e consistente, respeitando os diferentes tempos de

aprendizagem e propiciando condições para que o mesmo perceba a função da

Química na sua vida.

Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores [...], romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos (RIBEIRO, 1999, p.8).

Conforme SCHNETZLER (2000) citada em MALDANER (2000, p. 199),

“Aprender significa relacionar”. A aprendizagem dos vários conceitos químicos

terá significado somente se forem respeitados os conhecimentos e as

experiências trazidos pelo educando jovem e adulto, de onde sejam capazes

de estabelecer relações entre conceitos micro e macroscópicos, integrando os

diferentes saberes – da comunidade, do educando e acadêmico.

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Segundo FREIRE (1996, p.38), “a educação emancipatória valoriza o

‟saber de experiência feito‟, o saber popular, e parte dele para a construção de

um saber que ajude homens e mulheres na formação de sua consciência

política”.

Para que isso se evidencie no ambiente escolar, para a disciplina de

Química, considera-se a afirmação de MALDANER (2000, p. 187), de que

o saber escolar deve permitir o acesso, de alguma forma, ao conhecimento sistematizado. Assim ele será reconstruído e reinventado em cada sala de aula, na interação alunos/professor, alunos/alunos e, também, na interação com o entorno social.

Dessa forma, o ensino da disciplina de Química deve contribuir para que

o educando jovem e adulto desenvolva um olhar crítico sobre os fatos do

cotidiano, levando-o a compreensão dos mesmos de forma consciente, dando-

lhe condições de discernir algo que possa ajudá-lo, daquilo que pode lhe

causar problemas.

Nesse sentido, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de

forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando

jovem e adulto a inter-relação dos vínculos do conteúdo estudado com as

diferentes situações com que se deparam no seu dia-a-dia. Essa

contextualização pode-se dar a partir de uma problematização, ou seja,

lançando desafios que necessitem de respostas para determinadas situações.

“A essência do problema é a necessidade [...], um obstáculo que é necessário

transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode

deixar de ser dissipada.” (SAVIANI, 1993, p.26) As dúvidas são muito comuns

em Química, devendo ser aproveitadas para a reflexão sobre o problema a ser

analisado. Sendo assim, para o educador, o desafio consiste em realizar esta

contextualização sem reduzir os conteúdos apenas a sua aplicação prática,

deixando de lado o saber acadêmico.

Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina

de Química é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do

pensamento na ciência Química, propiciando condições para que o educando

perceba o significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de

sua linguagem própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse

processo, pois as diversas contingências históricas têm levado os professores

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a deixar de lado a importância do saber sistematizado, resultando numa prática

pedagógica pouco significativa.

É fundamental mencionar, também, a utilização de experimentos e as

práticas realizadas em laboratório como um dos recursos a serem utilizados no

trabalho docente, a fim de que o educando possa visualizar uma transformação

química, inserindo conceitos pertinentes e estabelecendo relações de tal

experimento com aspectos da sua vivência. Segundo BIZZO (2002, p.75), é

importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. [...] a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos.

Nesse sentido, um aspecto importante a ser considerado é o fato de que

o educador não deve se colocar como o verdadeiro e único detentor do saber,

apresentando todas as respostas para todas as questões. Conforme BIZZO

(2002, p.50),

o professor deveria enfrentar a tentação de dar respostas prontas, mesmo que detenha a informação exata, oferecendo novas perguntas em seu lugar, que levassem os alunos a buscar a informação com maior orientação e acompanhamento. Perguntas do tipo “por quê?” são maneiras de os alunos procurarem por respostas definitivas, que manifestem uma vontade muito grande de conhecer. Se o professor apresenta, de pronto, uma resposta na forma de uma longa explicação conceitual, pode estar desestimulando a busca de mais dados e informações por parte dos alunos.

Ao proceder dessa forma, o educador leva o educando a pensar e a

refletir sobre o assunto trabalhado, estimulando-o a buscar mais dados e

informações.

Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização

do material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal

forma que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. MALDANER

(2000, p. 185), afirma que

é por isso que não é possível seguir um “manual” de instrução, do estilo de muitos livros “didáticos” brasileiros originados dos “cursinhos pré-vestibulares”, para iniciar o estudo de química no

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ensino médio. A lógica proposta nesses “manuais” é a da química estruturada para quem já conhece a matéria e pode servir, perfeitamente, de revisão da matéria para prestar um exame tão genérico como é o exame vestibular no Brasil. [...] O que seria adequado para uma boa revisão da matéria, característica original dos “cursinhos pré-vestibulares”, tornou-se programa de ensino na maioria das escolas brasileiras.

A respeito do livro didático, BIZZO (2002, p. 66) propõe que ele deve ser

utilizado como um dos materiais de apoio, como outros que se fazem

necessários, cabendo ao professor, selecionar o melhor material disponível

diante de sua própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas

de forma adequada à realidade dos alunos.

Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar

os essenciais, ou seja, aqueles que possam ter significado real à vida dos

educandos jovens e adultos. Os conteúdos trabalhados devem possibilitar aos

mesmos a percepção de que existem diversas visões sobre um determinado

fenômeno e, a partir dessa relação, poderem constituir a sua própria identidade

cultural, estimulando sua autonomia intelectual. Os conteúdos podem ser

organizados sem a rígida sequência linear proposta nos livros didáticos. Para

tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade desses conteúdos, assim

como a coerência dos mesmos para o processo educativo.

Conteúdos

O programa de Química contempla os seguintes conteúdos,

considerados essenciais para a conclusão da disciplina de Química no Ensino

Médio na modalidade Educação de Jovens e Adultos.

Matéria e substâncias

Reações Químicas

Funções Orgânicas e Inorgânicas

Ligações Químicas

Ligações entre as moléculas

Tabela periódica e periodicidade

Estrutura atômica

Estequiometria

Estudo dos Gases

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Radioatividade

Propriedades coligativas

Eletroquímica

Equilíbrio Químico

Soluções

Termoquímica

É importante ressaltar que cabe ao educador, a partir da investigação

dos conhecimentos informais que os educandos têm sobre a Química,

sistematizar as estratégias metodológicas, planejando o que será trabalhado

dentro de cada um dos conteúdos mencionados anteriormente, qual a

intensidade de aprofundamento, bem como a articulação entre os mesmos ou

entre os tópicos de cada um.

Para a organização dos conteúdos é indicado que seja utilizada a

problematização, cujo objetivo consiste em gerar um tema para

contextualização. Os temas são baseados em fatos locais, regionais, nacionais

ou mundiais, que possam refletir sobre os acontecimentos que relacionam a

Química com a vida, com o ambiente, com o trabalho e com as demais

relações sociais.

A partir do contexto abordado, devem ser selecionados os conteúdos

que possam ser trabalhados, independentemente da sequência usual presente

nos livros didáticos da disciplina. Nesse sentido, ao organizar os conteúdos,

bem como, a forma como serão desenvolvidas as atividades para

aprofundamento e avaliação, o educador terá condições de desenvolver

metodologias que visem evitar a fragmentação ou a desarticulação dos

conteúdos dessa disciplina.

Na perspectiva que se propõe, a avaliação na disciplina de Química vem

mediar a práxis pedagógica, sendo coerente com os objetivos propostos e com

os encaminhamentos metodológicos, onde os erros e os acertos deverão servir

como meio de reflexão e reavaliação da ação pedagógica como um todo. É

essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para

que o educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de

construção do conhecimento, caracterizando-o como um exercício de

aprendizagem.

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Nessa ótica, a avaliação deve considerar que a cultura científica é

repleta de falhas, de pontos de vista diferenciados e, muitas vezes, sem

consenso.

A avaliação é sempre uma atividade difícil de se realizar. Toda avaliação supõe um processo de obtenção e utilização de informações, que serão analisadas diante de critérios estabelecidos segundo juízos de valor. Portanto, não se pode pretender que uma avaliação seja um processo frio e objetivo; ele é, em si, subjetivo, dependente da valorização de apenas uma parcela das informações que podem ser obtidas. Essas características são importantíssimas para que possamos compreender a utilidade e os limites da avaliação e como ela pode ser utilizada pelo próprio professor para reorientar sua prática (BIZZO, 2002, p.61).

Assim, ao avaliar, o educador deve superar o autoritarismo, o

conteudismo e o ato de avaliar como objeto de punição, perpassando por

vários caminhos, fundamentados na concepção teórica e no encaminhamento

metodológico da disciplina de Química, estabelecendo uma perspectiva de

torná-la reflexiva, crítica, que valoriza a diversidade e reconhece as diferenças,

voltada para a autonomia do educando jovem, adulto e idoso.

Referências

BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002.

DELIZOICOV, D., ANGOTTI, J. A. & PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de química. Ijuí: Editora Unijuí, 2000.

RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. In: Educação & Sociedade. v.20, n. 68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999.

SAVIANI, Dermeval. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores Associados, 1993, p.20-28.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE FILOSOFIA – EJA

Apresentação

É no espaço escolar que a filosofia pode exercer aquilo que lhe é

próprio: o exercício do pensamento crítico e a criação e reelaboração do

conhecimento.

A filosofia pode tornar vivo esse espaço escolar, provocando a reflexão

nos sujeitos que exercitam sua inteligência e buscando, no diálogo e no

embate entre as diferenças, a sua conveniência e a construção de sua história.

Somente como disciplina presente na matriz curricular, poder-se-á

implementar as orientações curriculares da filosofia, buscando atender à

demanda social que requer, dos sujeitos, a tomada de posições, de modo que

tenham autonomia para julgar, que confrontem argumentos, mas respeitem a

palavra do outro.

A Filosofia contribuirá ainda para a formação de sujeitos livres,

proporcionando a reflexão e possibilitando o acesso às produções teóricas e

culturais dos filósofos, formando-os para uma compreensão ampla e critica da

realidade contemporânea.

Objetivos

Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Filosofia

(PARANÁ, 2008, p.49),

um dos objetivos do Ensino Médio é a formação pluridimensional e democrática, capaz de oferecer aos estudantes a possibilidade de compreender a complexidade do mundo contemporâneo, suas múltiplas particularidades e especializações. Nesse mundo, que se manifesta quase sempre de forma fragmentada, o estudante não pode prescindir de um saber que opere por questionamentos, conceitos e categorias e que busque articular o espaço-temporal e sócio-histórico em que se dá o pensamento e a experiência humana.

Ao viabilizar interfaces com as outras disciplinas, a Filosofia favorece a

compreensão do mundo da linguagem, das ciências, da arte, da literatura e da

história. Sendo um espaço para a análise e criação de conceitos, ela possibilita

ao aluno desenvolver o próprio pensamento.

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Conteúdos

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS

Mito e Filosofia

Saber mítico Saber filosófico Relação Mito e Filosofia Atualidade do mito O que é Filosofia?

Teoria do Conhecimento

Possibilidade do conhecimento As formas de conhecimento O problema da verdade A questão do método Conhecimento e lógica

Ética

Ética e moral Pluralidade ética Ética e violência Razão, desejo e vontade Liberdade: autonomia do sujeito e a necessidade das normas

Filosofia Política

Relações entre comunidade e poder Liberdade e igualdade política Política e Ideologia Esfera pública e privada Cidadania formal e/ou participativa

Filosofia da Ciência

Concepções de ciência A questão do método científico Contribuições e limites da ciência Ciência e ideologia Ciência e ética

Estética

Natureza da arte Filosofia e arte Categorias estéticas – feio, belo, sublime, trágico, cômico, grotesco, etc. Estética e sociedade

Encaminhamento metodológico

É imprescindível que o ensino de Filosofia seja permeado por atividades

investigativas individuais e coletivas que possibilitem e orientem o debate

filosófico, dando-lhe um caráter dinâmico e participativo.

Filmes, imagens, músicas, reportagens ou textos literários poderão ser

utilizados para motivar e instigar possíveis relações entre o cotidiano do aluno

e o conteúdo a ser desenvolvido, mas após a mobilização e a problematização,

a investigação estará pautada na leitura e discussão de trechos de textos

filosóficos que possibilitem o contato com diferentes modos de construção

desses textos argumentativos.

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Sempre que a discussão de determinado problema filosófico permitir, o

professor realizará as interrelações possíveis entre os conteúdos estruturantes

e seus básicos. Isso será feito a partir da abordagem de diferentes filósofos.

Os conteúdos serão abordados na perspectiva de fazer com que os

alunos pensem os problemas da vida com significado histórico e social. Para

isso, a história da filosofia e a ideias dos filósofos devem permear as

discussões realizadas em sala de aula, pois fornecem subsídios para que os

alunos investiguem, estabeleçam relações e criem conceitos.

Ao final desse processo, o aluno deverá estar apto a elaborar um texto

no qual discutirá e socializará as ideias e os conceitos construídos.

Avaliação

A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica, isto é, ela

não tem finalidade em si mesma, mas sim “tem a função de subsidiar e mesmo

redirecionar o curso da ação no processo ensino-aprendizagem” (PARANÁ,

2008, p. 62).

Ao avaliar, o professor deve levar em conta a capacidade do aluno de

trabalhar e criar conceitos, a capacidade de argumentar ao tomar posições,

identificando os limites das posições defendidas, mas sempre com profundo

respeito pelas mesmas, mesmo quando não concorda com elas. O professor

deve ainda comparar o que o estudante pensava antes e o que pensa após o

estudo.

Bibliografia sugerida

CHAUÍ, Marilene. Convite à filosofia. São Paulo: Ática.

DESCARTES, René. Discurso do método. São Paulo: Martin Claret, 2000.

DUSO, G. O poder. Petrópolis: Vozes, 2005.

DUSSEL, H. Ética da liberdade. Petrópolis: Vozes 2000.

GOLLO, S.; KOHAN, W. O. Filosofia no ensino médio. Petrópolis: Vozes, 2000.

GRAMSCI, Antonio. Maquiavel: a política e o estado moderno. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1984.

JAPIASSU, H. Introdução ao pensamento epistemológico. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1992.

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384

JAPIASSU, H. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.

LIPMAN, M. Filosofia na sala de aula. São Paulo: Nova Alexandria, 1997.

MAQUIAVEL. O príncipe. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Filosofia. Curitiba, 2008.

PLATÃO. A república.

_______. Teeteto.

SOUZA BRANDÃO, J.de. Mitologia grega. Petrópolis: Vozes, 1997.

VAZQUEZ, A. S. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.

ZINGANO, Marco. Platão e Aristóteles - os caminhos do conhecimento. São Paulo: editora odysseus, 2002.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE SOCIOLOGIA - EJA

Apresentação

A Sociologia estuda as relações sociais e as formas de associações

considerando as interações que ocorrem na vida em sociedade. Portanto,

estuda os grupos e fatos sociais, a divisão da sociedade em classes e

camadas, a mobilidade social, os processos de cooperação, competição e

conflito na sociedade.

Em meados do século XIX, muitos pensadores modernos e cientistas

investigam a necessidade da institucionalização de uma ciência voltada aos

estudos, investigações e observações dos homens em suas interações sociais,

ou seja, como o indivíduo atua no meio onde vive. Para tanto, é fundamental o

esclarecimento de conceitos específicos que revelem a importância de uma

ciência que não apresentará semelhanças com as outras, como a Psicologia, a

Física Social, etc. Enfim, o caráter científico se dá com a definição de um

objeto de estudo e os métodos utilizados para explicar sua relevância.

Mas, a Sociologia não foi criada porque alguns intelectuais desejavam

institucionalizar uma ciência. Ela apresentou especificidades até então

incabíveis às análises já existentes, pois fenômenos, fatos, acontecimentos

sociais que abrangiam sujeitos, e mais o indivíduo da Psicologia,

completamente adequado num contexto histórico específico e em suas

relações com outros homens e com instituições sociais.

Sem dúvida, tais preocupações geravam contradições e conflitos

científicos. Estará a Sociologia no ramo das Ciências Naturais? É possível

determinar com exatidão fatos e suas consequências?

Antes mesmo da ciência que estudava fenômenos na sociedade ganhar

um nome, o pensador Augusto Comte (1798-1857) se referiu à uma física

social devido à possibilidade de observação e experimentação. A cunhagem

“Sociologia”, ciência da sociedade, se vinculava então às Ciências Naturais,

isto porque, para Comte, ela se encontra no estágio positivo da evolução do

pensamento, que passava pelo teológico e metafísico. A preocupação dos

estudos se voltava a problemas, crises na sociedade, mas foi Èmile Durkheim

(1858-1917) quem apresentará um estudo voltado à observação e análise de

um fato social, iconizado no problema do suicídio. Daí, todo um corpo de

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conceitos vai moldar o que veio a se chamar de Positivismo com objetivo de

remediar anomias sociais. Tanto Augusto Comte quanto Èmile Durkheim dão

fundamental importância à educação de indivíduos na sociedade.

Porém, não só aceitação, conformismo e “cura” sucederão,

determinantemente a soluções. Karl Marx (1818-1883) deu ênfase às

contradições do sistema capitalista. Isto porque a dinâmica do capitalismo, que

tem por objetivo fundamental o acúmulo de riquezas, alimenta revoltas por

parte daqueles explorados de modo a gerar questionamento das relações

estabelecidas. Karl Marx teve menos preocupação científica e mais a atuação

de explorados nos processos de decisão de suas relações. Por isso, sua teoria

tem sentido na ação política, na “práxis”, que vise uma transformação.

É neste âmbito que a Sociologia ganha na formação do pensamento

científico. No Brasil, essa influências francesas (Èmile Durkheim, Augusto

Comte) e alemã (Karl Marx, Max Weber) contribuirá para a formação do

pensamento sociológico brasileiro, principalmente no período republicano que

moldara o que veio a ser a “identidade nacional” tão bem sintetizada nos

estudos contemporâneos de Da Matta (“Carnavais, Malandro e Heróis” - anos

80) . Nossos clássicos, Gilberto Freyre, Buarque de Holanda, Caio Prado

Junior, Raymundo Faoro, Florestan Fernandes, contribuíram para o

enraizamento de ideias sobre o Brasil, desde questões raciais até relações de

poder singulares e de alta diversidade em cada estado do país. Daí, ser de

extrema importância os estudos regionais. A contribuição científica da

Sociologia se apresenta muito diversificada e, por isso, muitos conflitos

ideológicos desencadearão em práticas mal-sucedidas. Devido a tais

implicações, a busca por diretrizes que formulem parâmetros ao ensino de uma

ciência é de extrema responsabilidade política. Basta recordarmos a trajetória

da implementação da Sociologia: período republicano (1891) atrelado aos

estudos da moral; retirada em 1901, retorno no famoso Colégio Pedro II ,no Rio

de Janeiro e formando níveis superiores em 1928; a Escola Livre de Sociologia

e Política de São Paulo e a USP são fundadas com o curso de Ciências Sociais

e o desenvolvimento de pesquisa sustentará muitas práticas políticas a partir

dos anos 30. Será nos anos 70, com o período ditatorial, que a Sociologia é

banida e reprimida nas mais variadas vertentes de investigação, devido ao forte

poder ideológico. Ligeiramente substitui-se por Educação Moral e Cívica,

OSPB e Ensino Religioso, com objetivos políticos moralizantes e disciplinantes.

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Nos anos 80, cresce o número de interessados políticos no retorno da

Sociologia no ensino, porém, aparece apenas como complementação de outras

disciplinas da área das Ciências Humanas.

Hoje vem buscando propostas que implementem a disciplina no Ensino

Médio. O resultado disso é que gradativamente a Sociologia está sendo

implementada; até 2011, ela estará em todas as séries do nível médio. Seu

objetivo é claro: apresenta novos paradigmas em seus múltiplos olhares sobre

a importância de sujeitos voltados às praticas sociais.

Objetivos

A Sociologia vai buscar entender as causas de situações que não são

encontradas na natureza ou na vontade individual, mas sim na sociedade, nos

grupos sociais que condicionam, ou seja, o relacionamento entre indivíduo e

sociedade.

Vai buscar responder algumas questões como: O que levam os homens

a agir em sociedade? Como as ações dos indivíduos diferentes se influenciam

reciprocamente? Como os indivíduos obedecem as regras que são definidas

pela sociedade e são exteriores a eles? Como as sociedades são dominadas?

Como as sociedades se estruturam?

Os objetivos para os alunos no ensino de Sociologia é levá-los à

compreensão do seu papel na vida em sociedade, além de identificar os grupos

sociais a que pertencem, a divisão da sociedade em classes e camadas, a

mobilidade social, os processos de competição e conflito na realidade em que

estão inseridos.

Conteúdos

A relação dos conteúdos dos itens programáticos compõe temas

fundamentais, porém, dificilmente trabalháveis na íntegra devido a carga

horária. Daí, ser bem sucedido o professor que seleciona um tema conforme a

realidade dos alunos, da comunidade onde vivem, do trabalho que executam.

Enfim, é possível relacionar cada um dos temas aos interesses dos alunos,

com exceção da introdução que deve apresentar a Sociologia propriamente

dita.

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CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS

1ª SÉRIE

O surgimento da sociologia e as Teorias sociológicas

O processo de socialização e as instituições sociais

Trabalho, produção e classes sociais

- O surgimento da Sociologia e as teorias sociológicas estarão presentes em todas as séries. (Sugere-se que o professor articule os momentos históricos mais relevantes para discussão dos conteúdos do bloco, bem como, quais os conceitos mais importantes dos teóricos clássicos podem ser utilizados nas discussões propostas para esse bloco. Aqui também é o momento do professor apresentar, ainda que rapidamente, com quais outros teóricos e conceitos, para além dos clássicos, pretende trabalhar os conteúdos apresentados.)

- Instituições familiares - Instituições escolares - Instituições religiosas - Instituições de reinserção - O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes sociedades - Desigualdades sociais: estamentos, castas e classes sociais - Organização do trabalho nas sociedades capitalistas e suas contradições - Globalização e Neoliberalismo - Trabalho no Brasil - Relações de trabalho

2ª SÉRIE

O surgimento da Sociologia e as Teorias sociológicas

Poder, política e ideologia

Direitos, cidadania e movimentos sociais

- Formação e consolidação da sociedade capitalista e o desenvolvimento do pensamento social. - Formação e Desenvolvimento do Estado moderno - As teorias sociológicas clássicas e os diversos: - Conceitos de poder, - Conceitos de ideologia, - Conceitos de dominação e legitimidade. - Estado no Brasil - Desenvolvimento da sociologia no Brasil - Democracia, autoritarismo, totalitarismo. - As expressões da violência nas sociedades contemporâneas - Conceitos de cidadania - Direitos civis, políticos e sociais - Direitos humanos - Movimentos sociais - Movimentos sociais no Brasil - Questões ambientais e movimentos ambientalistas - Questão das ONG's

3ª SÉRIE

O surgimento da Sociologia e as Teorias sociológicas.

Cultura e Indústria Cultural

- Formação e consolidação da sociedade capitalista e o desenvolvimento do pensamento social. - Os conceitos de culturas e as escolas antropológicas - Antropologia brasileira - Diversidade e diferença cultural - Relativismo, etnocentrismo, alteridade - Culturas indígenas - Roteiro para pesquisa de campo

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- Identidades como projeto e/ou processo, sociabilidades e globalização - “Minorias”, preconceito, hierarquia e desigualdades - Questões de gênero e a construção social do gênero - Cultura afro-brasileira e a construção social da cor. Identidades e movimentos sociais; dominação, hegemonia e contramovimentos - Indústria Cultural - Meios de comunicação de massa - Sociedade de consumo, Indústria Cultural no Brasil

Observação: Os conteúdos estão divididos por série em função dos

alunos que se matriculam na EJA com Aproveitamento de Estudos, ou seja,

aqueles que já cursaram uma ou duas séries no Ensino Médio Regular.

Metodologia

O ensino de Sociologia deve ser encaminhado de modo que a dialética

dos fenômenos sociais seja explicada e entendida para além do senso comum,

ou seja, a leitura das sociedades à luz do conhecimento científico.

Em Sociologia, devemos atentar especialmente para as

problematizações, contextualizações, análises e reflexões dos diversos temas.

Para tanto, a prática pedagógica deve favorecer o desenvolvimento de um

pensamento crítico e instigante e que leve os alunos a entender os

conhecimentos sociológicos através das problemáticas sociais, concretas e

contextualizadas, possibilitando a autonomia intelectual.

Para que isso ocorra, será necessária a utilização de textos, filmes,

músicas, reportagens, depoimentos e outros recursos que possibilitem abordar,

conhecer, debater, analisar e refletir os diversos temas que serão trabalhados.

Portanto, a realidade social e a origem do aluno deve fazer parte de uma

metodologia que varia de acordo com o local onde a escola está inserida, a sua

região. A pesquisa de campo, a exibição de filmes, os seminários, a análise

crítica dos textos, entre outros, auxilia no ensino-aprendizagem, desvelando a

relação existente entre teoria e realidade.

Avaliação

A avaliação do aluno de Sociologia deve perpassar por todas as

atividades relacionadas à disciplina, utilizando a análise e a produção de textos

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dissertativos e seminários para verificar a compreensão individual dos temas

abordados. Deverá incluir também trabalhos em grupos, além de provas com

questões discursivas e objetivas.

Bibliografia sugerida

CHAUÍ, M S. O que é ideologia. São Paulo: Ática, 1978.

MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Sociologia. Curitiba, 2007.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Sociologia. Curitiba, 2008.

SANTOS, Persio. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, 2004.

SCURO, Pedro. Sociologia ativa e didática. São Paulo: Saraiva, 2004.

TOMAZI, Nelson Dacio. Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 2000.

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ANEXOS

Matrizes Curriculares do Ensino Fundamental de 9 anos – Séries Finais

Município: MARIALVA

Estabelecimento: FELIPE S. BITTENCOURT, C E DR-E FUND E MED

Período Letivo:

2011-1

Curso:

ENS. FUNDAMENTAL - 6º AO 9º ANO

Turno:

Manhã

Código Matriz:

148628

Nº Nome da Disciplina (Código SAE)

Composição Curricular

Carga Horária Semanal das Seriações

Grupo Disciplina

O (*)

6 7 8 9

1 ARTE (704) BNC 2 2 2 2 S

2 CIENCIAS (301) BNC 3 3 4 3 S

3 EDUCACAO FISICA (601) BNC 3 3 3 3 S

4 ENSINO RELIGIOSO (7502) BNC 1 1 0 0 S

5 GEOGRAFIA (401) BNC 3 3 3 3 S

6 HISTORIA (501) BNC 3 3 3 4 S

7 LINGUA PORTUGUESA (106) BNC 4 4 4 4 S

8 MATEMATICA (201) BNC 4 4 4 4 S

9 L.E.M.-INGLES (1107) PD 2 2 2 2 S

Total C.H. Semanal

25 25 25 25

(*) Indicativo de Obrigatoriedade

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Município: MARIALVA

Estabelecimento: FELIPE S.BITTENCOURT, C E DR-E FUND MED

Período Letivo:

2011-1

Curso:

ENS. FUNDAMENTAL - 6º AO 9º ANO

Turno:

Tarde

Código Matriz:

148629

Nº Nome da Disciplina (Código SAE)

Composição Curricular

Carga Horária Semanal das Seriações

Grupo Disciplina

O (*)

6 7 8 9

1 ARTE (704) BNC 2 2 2 2 S

2 CIENCIAS (301) BNC 3 3 4 3 S

3 EDUCACAO FISICA (601) BNC 3 3 3 3 S

4 ENSINO RELIGIOSO (7502) BNC 1 1 0 0 S

5 GEOGRAFIA (401) BNC 3 3 3 3 S

6 HISTORIA (501) BNC 3 3 3 4 S

7 LINGUA PORTUGUESA (106) BNC 4 4 4 4 S

8 MATEMATICA (201) BNC 4 4 4 4 S

9 L.E.M.-INGLES (1107) PD 2 2 2 2 S

Total C.H. Semanal

25 25 25 25

(*) Indicativo de Obrigatoriedade

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Município: MARIALVA

Estabelecimento: FELIPE S.BITTENCOURT, C E DR-E FUND E MED

Período Letivo:

2011-1

Curso:

ENS. FUNDAMENTAL - 6º AO 9º ANO

Turno:

Noite

Código Matriz:

148630

Nº Nome da Disciplina (Código SAE)

Composição Curricular

Carga Horária Semanal das Seriações

Grupo Disciplina

O (*)

6 7 8 9

1 ARTE (704) BNC 2 2 2 2 S

2 CIENCIAS (301) BNC 3 4 4 3 S

3 EDUCACAO FISICA (601) BNC 3 3 3 3 S

4 ENSINO RELIGIOSO (7502) BNC 1 1 0 0 S

5 GEOGRAFIA (401) BNC 4 3 3 3 S

6 HISTORIA (501) BNC 3 3 3 4 S

7 LINGUA PORTUGUESA (106)

BNC 4 4 4 4 S

8 MATEMATICA (201) BNC 4 4 4 4 S

9 L.E.M.-INGLES (1107) PD 2 2 2 2 S

Total C.H. Semanal

26 26 25 25

(*) Indicativo de Obrigatoriedade