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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA PROPAGAÇÃO SEXUADA E ASSEXUADA DA FAVELEIRA (Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm.): SUBSÍDIOS PARA O SEU CULTIVO COMO LAVOURA XERÓFILA FÁBIO JOSÉ MARQUES AREIA –PB FEVEREIRO DE 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

PROPAGAÇÃO SEXUADA E ASSEXUADA DA FAVELEIRA (Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L.

Hoffm.): SUBSÍDIOS PARA O SEU CULTIVO COMO LAVOURA XERÓFILA

FÁBIO JOSÉ MARQUES

AREIA –PB

FEVEREIRO DE 2007

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FÁBIO JOSÉ MARQUES

PROPAGAÇÃO SEXUADA E ASSEXUADA DA FAVELEIRA (Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L.

Hoffm.): SUBSÍDIOS PARA O SEU CULTIVO COMO LAVOURA XERÓFILA

AREIA –PB FEVEREIRO DE 2007

FÁBIO JOSÉ MARQUES

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PROPAGAÇÃO SEXUADA E ASSEXUADA DA FAVELEIRA (Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm.): SUBSÍDIOS

PARA O SEU CULTIVO COMO LAVOURA XERÓFILA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Universidade Federal da Paraíba, em cumprimento às exigências para obtenção do Título de Mestre em Agronomia – Área de Concentração: Ecologia Vegetal e Meio Ambiente

Orientador: Prof. Dr. Leonaldo Alves de Andrade

AREIA –PB FEVEREIRO DE 2007

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FÁBIO JOSÉ MARQUES

INSERÇÃO DA FAVELEIRA Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm. COMO LAVOURA XERÓFILA - PROTOCOLOS

PARA A PROPAGAÇÃO SEXUADA E ASSEXUADA

Aprovada em:

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________

Prof. Dr. Leonaldo Alves de Andrade Orientador – UFPB/CCA/DF/LEV

__________________________________________ Prof. Drª. Riselane de Lucena Alcantara Bruno

UFPB/CCA/DF/LAS

___________________________________________ Prof. Dr. Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira

UFRPE/DCFL

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Ficha Catalográfica elaborada na Seção de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial de Areia-PB, CCA/UFPB. Bibliotecária: Márcia Maria Marques CRB4 – 1409

M357p Marques, Fábio José

Propagação sexuada e assexuada da faveleira (Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm.): subsídios para o seu cultivo como lavoura xerófila./ Fábio José Marques. – Areia: PPGA/CCA/UFPB, 2007.

89f.: il. Dissertação (Mestrado em Agronomia) pelo Centro de Ciências

Agrárias da Universidade Federal da Paraíba. Área de Concentração: Ecologia Vegetal e Meio Ambiente. Orientador: Leonaldo Alves de Andrade.

1. Faveleira - Cnidoscolus phyllacanthus. 2. Propagação - faveleira. 3. Produção de mudas - faveleira. 4. Sementes - faveleira. 5. Savana estépica - caatinga. I. Andrade, Leonaldo Alves de (Orient.). II. Título.

CDU: 581.5:582.757(043.3)

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AGRADECIMENTOS

A Deus que sempre me concede força e esperança para superar os desafios; Aos meus familiares, pela aposta que fizeram em minha educação, em especial aos Meus Pais que deram a educação de “berço” e a minha tia Célia que traçou meus passos como estudante; Ao meu Orientador e amigo Professor Leonaldo Alves de Andrade, que desde de 2002 tem tido uma grande participação na minha formação, com paciência e atenção, sempre me dando uma chance para crescer com sucesso; Ao Centro de Ciências Agrárias, em especial ao programa de Pós-Graduação em Agronomia, pela oportunidade de realização do curso de Mestrado; Ao CNPq pela concessão da bolsa de estudo durante todo o curso; A professora Riselane de Lucena Alcântara Bruno, pelo apoio e orientações; Ao Professor Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira, pela disposição e contribuições no trabalho; Ao INSA-CF (Instituto Nacional do Semi-Árido Celso Furtado), pelo fomento total do trabalho; Aos meus amigos e companheiros de curso Juliano Fabricante (Truta), Fernanda Araújo, Eliziete (Lili), Jandiê, Rodolfo, Wilma, Anne, Lúcia, Carlos, pelos momentos de estudos e descontração; Aos amigos do LEV, Gerlândio (Jão), Leonardo (Gordim), Juliano (Truta), Lamartine, Renata, Cida, Moreninha, Gessycar, Felipe, Jobson, pela troca de conhecimentos; Aos amigos especiais, Valdiélio, Vitor, César, Geórgia (Maga), Junhão, José Augusto, por sempre estarem comigo nos momentos especiais da minha vida; A minha namorada, Alinne e seus familiares, por todo apoio e carinho; Aos meus irmãos, Ricardo e Marcelo, aos meus primos Ronaldo Filho e Rafaela, aos meus Tios Ronaldo e Célia, por toda consideração e apoio.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 01

2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................... 03

2.1. Semi-Árido Nordestino e a Caatinga ....................................................................... 03

2.2. Descrição da Faveleira............................................................................................. 04

2.3. Potencialidades da Faveleira .................................................................................... 05

2.4. Tipos de Propagação de Plantas ............................................................................... 06

2.4.1. Sexuada .......................................................................................................... 06

2.4.2. Assexuada....................................................................................................... 06

2.4.2.1. A estaquia .......................................................................................... 07

2.5. Fatores que Interferem na Propagação Assexuada .................................................. 09

2.5.1. Substrato ........................................................................................................ 09

2.5.2. As Auxinas .................................................................................................... 10

2.5.3. Época e Coleta das Estacas na Planta ............................................................ 12

2.5.4. Relação Carbono/Nitrogênio e Estado Nutricional da Planta Matriz ............ 13

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 14

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CAPÍTULO I

PROPAGAÇÃO SEXUADA DA FAVELEIRA Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm. – ESTUDO DE SEMENTES E PRODUÇÃO DE

MUDAS

RESUMO ........................................................................................................................ 21

ABSTRACT ................................................................................................................... 23

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 24

2. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................ 26

2.1. Caracterização do Local dos Experimentos.............................................................. 26

2.2. Estudo de Sementes ................................................................................................. 26

2.2.1. Caracterização Física ..................................................................................... 26

2.2.2. Caracterização Ecofisiológica ....................................................................... 26

2.3. Propagação Sexuada - Produção de Mudas ............................................................. 27

2.3.1. Recipientes e Substratos ................................................................................. 27

2.3.2. Avaliações ..................................................................................................... 27

2.3.3. Delineamento Experimental .......................................................................... 28

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 30

3.1. Estudo de sementes .................................................................................................. 30

3.1.1. Caracterização Física ..................................................................................... 30

3.1.2. Caracterização Ecofisiológica ....................................................................... 32

2.3. Propagação Sexuada - Produção de Mudas ............................................................. 34

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2.3.1. Altura ............................................................................................................. 34

2.3.2. Número de Folhas .......................................................................................... 38

2.3.3. Diâmetro do Caule ......................................................................................... 42

2.3.4. Diâmetro da Raizes ........................................................................................ 47

2.3.5. Comprimento da Raiz .................................................................................... 48

2.3.6. Número de Raízes Secundárias ..................................................................... 49

2.3.7. Matéria Seca da Parte Aérea .......................................................................... 50

2.3.8. Matéria Seca da Raiz ..................................................................................... 52

2.3.9. Analise de Componentes Principais (PCA) ................................................... 53

3. CONCLUSÕES .......................................................................................................... 57

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 58

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Tratamentos aplicados no experimento de produção de mudas de faveleira.. 28

Tabela 2. Média da análise biométrica das sementes de faveleira.................................. 30

Tabela 3. Quantidade de sementes por quilo (Kg) para cada classe de tamanho. Sendo: SP = sementes pequenas; SM = sementes médias e SG = sementes grandes.........................................................................................................

31

Tabela 4. Percentagem de emergência das sementes de faveleira nos diferentes substratos e classes de tamanho. Sendo, SP = sementes pequenas; SM = sementes médias e SG = sementes grandes..................................................

33

Tabela 5. Médias das alturas das plantas de faveleira nos três recipientes e seis substratos. Sendo: RP = Recipientes pequenos (250 cm3); RM = Recipientes médios (990 cm3) e RG = Recipientes grandes (1525 cm3)......

37

Tabela 6. Médias do número de folhas das plantas de faveleira nos três recipientes e seis substratos. Sendo: RP = Recipientes pequenos (250 cm3); RM = Recipientes médios (990 cm3) e RG = Recipientes grandes (1525 cm3).......

41

Tabela 7. Médias do diâmetro do caule das plantas de faveleira nos três recipientes e seis substratos. Sendo: RP = Recipientes pequenos (250 cm3); RM = Recipientes médios (990 cm3) e RG = Recipientes grandes (1525 cm3)........

45

Tabela 8. Análise química dos substratos testados. Sendo: A = AREIA; ATE = AREIA+TERRA+ESTERCO; TE = TERRA+ESTERCO; AE = AREIA + ESTERCO, T = TERRA E AT = AREIA+TERRA......................................

46

Tabela 9. Análise física dos substratos testados. Sendo: A = AREIA; AET = AREIA+TERRA+ESTERCO; TE = TERRA+ESTERCO; AE = AREIA+ESTERCO; T = TERRA e AT = AREIA + TERRA.....................

47

Tabela 10. Médias do diâmetro da raiz principal das plantas de faveleira nos três recipientes e seis substratos. Sendo: RP = Recipientes pequenos (250 cm3); RM = Recipientes médios (990 cm3) e RG = Recipientes grandes (1525 cm3)....................................................................................................

48

Tabela 11. Médias do comprimento da raiz das plantas de faveleira nos três recipientes e seis substratos. Sendo: RP = Recipientes pequenos (250 cm3); RM = Recipientes médios (990 cm3) e RG = Recipientes grandes (1525 cm3)...................................................................................................

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Tabela 12. Médias do número de raízes secundárias das plantas de faveleira nos três recipientes e seis substratos. Sendo: RP = Recipientes pequenos (250 cm3); RM = Recipientes médios (990 cm3) e RG = Recipientes grandes (1525 cm3).....................................................................................................

50

Tabela 13. Médias da matéria seca da parte aérea das plantas de faveleira nos três recipientes e seis substratos. Sendo: RP = Recipientes pequenos (250 cm3); RM = Recipientes médios (990 cm3) e RG = Recipientes grandes (1525 cm3)....................................................................................................

51

Tabela 14. Médias da matéria seca da raiz das plantas de faveleira nos três recipientes e seis substratos. Sendo: RP = Recipientes pequenos (250 cm3); RM = Recipientes médios (990 cm3) e RG = Recipientes grandes (1525 cm3).................................................................................................

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LISTA DE FIGURAS Figura 1. Biometria das sementes de faveleira divididas nas três classes de tamanho.

Sendo: SP = sementes pequenas; SM = sementes médias e SG = sementes grandes...........................................................................................................

31

Figura 2. Avaliação da altura de mudas de faveleira em três recipientes e seis substratos estudados. Onde, A = terra; B = terra + esterco; C = terra + areia; D = areia + esterco; E = areia + terra + esterco; F = areia; RP = Recipientes pequenos (250 cm3); RM = Recipientes médios (990 cm3) e RG = Recipientes grandes (1525 cm3)...........................................................

35

Figura 3. Avaliação do número de folhas de mudas de faveleira em três recipientes e seis substratos estudados. Onde, A = terra; B = terra + esterco; C = terra + areia; D = areia + esterco; E = areia + terra + esterco; F = areia; RP = Recipientes pequenos (250 cm3); RM = Recipientes médios (990 cm3) e RG = Recipientes grandes (1525 cm3)...........................................................

39

Figura 4. Avaliação do diâmetro do caule de mudas de faveleira em três recipientes e seis substratos estudados. Onde, A = terra; B = terra + esterco; C = terra + areia; D = areia + esterco; E = areia + terra + esterco; F = areia; RP = Recipientes pequenos (250 cm3); RM = Recipientes médios (990 cm3) e RG = Recipientes grandes (1525 cm3)...........................................................

43

Figura 5. Eixo de ordenação produzido pela análise de componente principais (PCA), gerados a partir dos tratamentos, análise fisico-química do solo e parâmetro avaliados para o recipiente pequeno. Sendo: pH = potencial hidrogenionico; P = fósforo; Na = sócio; Ca+Mg = cálcio+magnésio; Ca = cálcio; Mg = magnésio; Al = alumínio; H+Al = hidrogênio + alumínio; Carb = carbono; MO = matéria orgânica; AG = areia grossa; AF = areia fina; SIL = silte; ARG = argila; ALT1 = altura de plantas; NF1 = número de folhas; DC1 = diâmetro do caule; DR1 = diâmetro da raiz; CR1 = comprimento de raiz; NRS1 = número de raízes secundárias; MSPA1 = matéria seca da parte aérea e MSR1 = matéria seca da raiz...........................

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Figura 6. Eixo de ordenação produzido pela análise de componente principais (PCA), gerados a partir dos tratamentos, análise fisico-química do solo e parâmetro avaliados para recipiente médio. Sendo: pH = potencial hidrogenionico; P = fósforo; Na = sócio; Ca+Mg = cálcio+magnésio; Ca = cálcio; Mg = magnésio; Al = alumínio; H+Al = hidrogênio + alumínio; Carb = carbono; MO = matéria orgânica; AG = areia grossa; AF = areia fina; SIL = silte; ARG = argila; ALT1 = altura de plantas; NF1 = número de folhas; DC1 = diâmetro do caule; DR1 = diâmetro da raiz; CR1 = comprimento de raiz; NRS1 = número de raízes secundárias; MSPA1 = matéria seca da parte aérea e MSR1 = matéria seca da raiz...........................

54

Figura 7. Eixo de ordenação produzido pela análise de componente principais (PCA),

gerados a partir dos tratamentos, análise fisico-química do solo e parâmetro avaliados para o recipiente grande. Sendo: pH = potencial hidrogenionico; P = fósforo; Na = sócio; Ca+Mg = cálcio+magnésio; Ca = cálcio; Mg = magnésio; Al = alumínio; H+Al = hidrogênio + alumínio; Carb = carbono; MO = matéria orgânica; AG = areia grossa; AF = areia fina; SIL = silte; ARG = argila; ALT1 = altura de plantas; NF1 = número de folhas; DC1 = diâmetro do caule; DR1 = diâmetro da raiz; CR1 = comprimento de raiz; NRS1 = número de raízes secundárias; MSPA1 = matéria seca da parte aérea e MSR1 = matéria seca da raiz...........................

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CAPÍTULO II

DESENVOLVIMENTO DE PROTOCOLOS PARA A PROPAGAÇÃO ASSEXUADA DA FAVELEIRA Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.)

Pax & L. Hoffm.

RESUMO ........................................................................................................................ 64

ABSTRACT ................................................................................................................... 65

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 66

2. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................ 68

2.1. Caracterização Geral da Área de Coleta do Material Vegetativo ............................ 68

2.2. Seleção das Matrizes e Coleta do Material Vegetativo ........................................... 68

2.3. Caracterização da Área de Instalação dos Experimentos ........................................ 69

2.4. Experimentos Instalados .......................................................................................... 69

2.4.1. Experimento 1 ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE FAVELEIRA EM DIFERENTRES SUBSTRATOS CONVENCIONAIS .......................................... 70

2.4.2. Experimento 2 UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE ESTACAS SOB EFEITO DE AUXINAS NO ENRAIZAMENTO DA FAVELEIRA............. 70

2.4.3. Experimento 3 INFLUÊNCIA DO TIPO DE ESTACA E DA CONCENTRAÇÃO DE AUXINA NO ENRAIZAMENTO DE FAVELEIRA............................................................................................................. 71

2.4.4. Experimento 4 ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE REBROTA DE FAVELEIRA SUBMETIDAS A DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE AUXINA.................................................................................................................... 72

2.4.5. Experimento 5 ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE FAVELEIRA UTILIZANDO-SE DIFERENTES DIÂMETROS, SUBSTRTOS E CONCENTRAÇÕES DE AUXINA ......................................................................... 72

2.4.6. Experimento 6 EFEITO DO TRATAMENTO FITOSSANITÁRIO E DE INDUÇÃO DE ENRRAIZAMENTE EM ESTACAS DE FAVELEIRA ............... 73

2.4.7. Experimento 7 AVALIAÇÃO DO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE FAVELEIRA SUBMETIDAS A DOSES CRESCENTES DE IBA E DOIS TEMPOS DE IMERSÃO ......................................................................................... 74

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2.4.8. Experimento 8 ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE FAVELEIRA UTILIZANDO-SE DIFERENTES TIPOS DE EXPANTES E CONCENTRAÇÕES DE IBA................................................................................... 74

2.4.9. Experimento 9 UTILIZAÇÃO DO ANELAMENTO ASSOCIADO À INDUÇÃO DE ENRAIZAMENTO EM ESTACAS DE FAVELEIRA .................. 75

2.4.10. Experimento 10 ANELAMENTO E CONCENTRAÇÃO DE IBA NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE FAVELEIRA ............................................ 76

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 77

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 87

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 88

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LISTA DE TABELA Tabela1. Comportamento da brotação da faveleira nos diferentes tratamentos

contendo doses crescentes de Raizon 20 ® (Auxina) em três substratos. Onde D1= estacas com diâmetro > 0,5 < 1,0 cm; e D2= estacas com diâmetro de 1,0 < 1,6 cm...............................................................................

79

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LISTA DE FIGURAS Figura 1. Estacas de faveleira utilizadas no experimento em questão, apresentando a

base necrosada...............................................................................................

77

Figura 2. Média da percentagem de brotação das estacas de faveleira em cada substrato. Onde: 1= Bioplant®, 2 = Bioclone® e 3 = Vermiculita..................

79

Figura 3. Estacas de faveleira apresentando raízes adventícias. Resultados obtidos no substrato constituído por vermiculita.............................................................

80

Figura 4. Avaliação da percentagem média de brotação das estacas de faveleira utilizando-se diferentes tratamentos fitossanitários e de indução de enraizamento. Onde T1= estacas sem tratamento de imersão; T2 = estacas imersas em H20; T3 = Raizon 20® 4 g.l-1; T4 = Kasumin® 3 ml.l-1 + Raizon 20® 4 g.l-1; T5 = Cuprogarb 500® 10 g.l-1 + Raizon 20® 4 g.l-1; T6 = Cuprogarb 500® 3 g.l-1 + Kasumin® 3 g.l-1 + Raizon 20® 4 g.l-1 ; T7 = Cuprogarb 500® 60g.l-1 e T8 = Kasumin® 3ml.l-1...........................................

81

Figura 5. Percentagem de estacas aneladas de C. phyllacanthus enraizadas aos 80 dias depois de plantadas................................................................................

82

Figura 6. Enraizamento de estacas semi-lenhosas de faveleira (A e B) e de ponteiro (C e D) submetidas ao anelamento por 60 dias..............................................

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LISTA DE QUADRO Quadro1. Descrição geral dos experimentos conduzidos para estudar a propagação

assexuada da faveleira, destacando tratamentos, resultados e quantidades de explantes utilizados, no Laboratório de Ecologia Vegetal do CCA-UFPB, Areia-PB.............................................................................................

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PROPAGAÇÃO SEXUADA E ASSEXUADA DA FAVELEIRA (Cnidoscolus

phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm.): SUBSÍDIOS PARA O SEU CULTIVO

COMO LAVOURA XERÓFILA

A faveleira Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm. é uma espécie exclusiva da caatinga, que se apresenta como uma das mais promissoras para uma exploração econômica no Nordeste. Essa espécie tem como principais potencialidades a resistência à seca, a produção de óleo, amido e forragem. As suas características vem despertando o interesse dos produtores em inseri-la na cadeia produtiva do Nordeste como lavoura xerófila. Entretanto, a falta de conhecimentos sobre suas características fitotécnicas e silviculturais, principalmente sobre a propagação, tem sido um entrave, haja vista que essa espécie foi pouco estudada. Diante desta problemática, o objetivo deste trabalho foi estudar a propagação sexuada e assexuada da faveleira, visando desenvolver protocolos para a produção de mudas, buscando viabilizar a sua inserção como lavoura xerófila na cadeia produtiva do Nordeste. Foram instalados no Laboratório de Ecologia Vegetal do CCA/UFPB, Areia-PB, diversos experimentos onde foi estudada a propagação sexuada e assexuada da faveleira. Para a propagação sexuada o estudo foi dividido em duas partes. Estudo de sementes - foi feita uma caracterização física através da biometria e pesagem e para testar a qualidade fisiológica foi feito um experimento avaliando-se a influência do tamanho de sementes e tipo de substrato na emergência das sementes de C. phyllacanthus. As classes de tamanho de sementes foram: SP = sementes pequenas; SM = sementes médias e SG sementes grandes e os tipos de substratos foram: areia; terra; areia + terra (1:1); areia + esterco (1:1); terra + esterco (1:1); terra + areia + esterco (1:1:1); bioplante® (substrato comercial); BIOCLONE® (substrato comercial) e VERMICULITA. Produção de mudas - foram testados três tamanhos de recipientes e seis tipos de substratos. Os recipientes foram sacos de polietileno pequenos (250 cm3), sacos médios (990 cm3) e sacos grandes (1525 cm3) e como substratos foram S1 = terra, S2 = terra + esterco, S3 = terra + areia, S4 = areia + esterco, S5 = areia + terra + esterco e S6 = areia. Para o estudo da propagação assexuada da faveleira foram instalados 10 experimentos nos quais foram testadas diversas variáveis como tipos de substratos (convencionais e comerciais), tipos de explantes (estacas de ponteiro, lenhosa, semi-lenhosa e estaca de rebrota), tipos de auxinas (IBA e ANA), controle fitossanitário (fungicida e bactericida), tipos de recipientes (sacos de polietileno e tubetes), período de anelamento (30 e 60 dias) e várias épocas de coleta. A classificação das sementes de faveleira por tamanho mostrou que há uma diferença entre a quantidade de sementes por quilo. As pequenas apresentaram uma média de 4.251 sementes/kg, seguidas pelas de tamanho médio, com 3.310 sementes/kg e das grandes, com 2.734 sementes/Kg. Quanto à

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emergência, as sementes de faveleira apresentaram valores elevados para a maioria dos substratos estudados nas sementes de maior tamanho. Nos substratos terra + esterco, terra + areia + esterco e areia os valores para as sementes de maior tamanho foram de 90, 87 e 86% de emergência. Para a produção de mudas foi constatado que o recipiente de maior tamanho e os substratos que contem o esterco como fonte de matéria orgânica foram os que proporcionaram os melhores resultados para o crescimentos das mudas de faveleira. Na avaliação da propagação vegetativa constatou-se que a faveleira apresenta-se como uma espécie difícil ser propagada por este método, visto que foi registrada uma baixa percentagem de enraizamento. O substrato que proporcionou os melhores resultados foi a vermiculita; as estacas de ponteiro e as semi-lenhosas, foram os melhores tipos de explantes e a prática do anelamento associado ao uso do IBA proporcionou os melhores resultados para o enraizamento da faveleira. Mesmo a faveleira tendo apresentado uma alta resistência à emissão de raízes nos ensaios realizados, alguns resultados encontrados neste trabalho comprovam que esta espécie pode ser multiplicada por via assexuada, o que trará um grande avanço para sua inserção como lavoura xerófila no semi-árido nordestino.

Palavras-chave: sementes, produção de mudas, propagação vegetativa, estaquia, Cnidoscolus phyllacanthus

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SEXUAL AND VEGETATIVE PROPAGATION OF THE FAVELEIRA (Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm.): SUBSIDES TO ITS CROPPING AS XEROPHILE HARVEST Faveleira Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm. is exclusive of caatinga’s species which shows as one of the most used to economic exploitation in the north eastern region. This species has main potential to drought, oil production, starch and forage. Their features show interesting producers to put into the north eastern as xerophile harvest. So, lack of knowledges about technical features, mainly about propagation, is a barrier ,because it was less known: Fronting this problem the aim of this work was to study sexual and non-sexual propagation of faveleira trying to develop changes production, aiming improve as a xerophile harvest in the north eastern region feeding program. It had been used at Laboratorio de Ecologia Vegetal of CCA/UFPB, Areia- PB, several experiments where it has studied sexual and non-sexual .To a sexual propagation study was divided in 2 parts. Seeds’ study – a physical featuring was done through biometry and size to testify physiological quality was done an experiment testing seeds’ size and emergence substrate of seeds of C. phyllacanthus. Groups were: SS =small seeds; MS=medium seeds and BS=big seeds and substrates types were: sand; land; sand + land (1:1); sand + dung (1:1); land + dung (1:1); land + sand + dung (1:1:1); bioplante® (comercial substrate), bioclone® (commercial substrate) and VERMICULATE. Change production – small etilin sacks were used (250cm3), medium sacks (990cm3) and big sacks (1525cm3) and as substrates were S1 = land, S2 = land + dung, S3 = land + sand, S4 = sand + dung, S5 = sand + land + dung and S6 = sand. To non-sexual propagation study 10 experiments were used, tested some variables as substrates types (conventional and comercial), explants types (sticks,wood, semi-wood and flowering ), auxins types (IBA and ANA),phito sanitary control (fungicide and bacteria),types of recipients (sacks and tubes),ring period(30 and 60 days) and other collection periods .Seeds classification by size showed a difference among seeds quantity by kilo. Small ones showed an average of 4,251 seeds/kg, followed by medium size, with 3,310 seeds/kg and bigger ones with 2,734 seeds/kg. According to emergence, seeds showed high values to majority of studied substrates in bigger seeds. On substrates land + ding, land + dung + sand values to the biggest seeds were 90,87 and 86% of emergence. To changes production was noted that the biggest recipient and substrates which has dung as source of organic matter gave the best results to growing of faveleiras’ chance .In the evaluation of vegetative propagation it had been noted that faveleira shows as hard species to propagate this method because it had a small percentage of rooting .Substrate which gave the best results was vermiculate, sticks and semi-woods, had the best types of explants and ringing practice linked to IBA’s usage it gave best results to faveleira’s rooting. At last, faveleira having a high resistance

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to roots’ emission, some results show that it can be multiplied by sexual via, that will brings a great advantage to insertion as xerophile harvest in dry areas of Brazilian north eastern region. keywords: seeds, change production, vegetative propagation, Cnidoscolus phyllacanthus

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1. INTRODUÇÃO

A valorização e o aproveitamento racional dos recursos naturais autóctones é, sem

dúvida, a alternativa mais viável para promover o desenvolvimento regional em bases

sustentáveis. Esta assertiva é particularmente válida quando aplicada à exploração do

banco de germoplasma vegetal. Dificilmente espécies exóticas poderiam substituir um

conjunto de espécies nativas, sem acarretar uma série de problemas de natureza eco-sócio-

ambiental.

As espécies nativas possuem potencialidades próprias que devem ser estudadas e

exploradas com vistas a proporcionar bens, serviços e produtos à sociedade. Em relação ao

bioma caatinga, há muito tempo se conhece uma lista de espécies que encerram essas

características, porém, devido a razões de ordem técnica, cultural e política não foram

estudadas, impedindo assim o ganho de benefícios que elas podem proporcionar.

Muitas espécies do semi-árido são de fundamental importância para os

ecossistemas, por apresentarem alta resistência às adversidades do ambiente e constituírem

importantes fontes de alimentos para a fauna. O caráter xerófilo dessas plantas permite a

sua sobrevivência, mesmo em períodos de secas prolongadas, contribuindo para o

equilíbrio do ecossistema e atenuando a degradação ambiental (ARRIEL et al., 2004). Há

muito tempo é conhecido o potencial de várias dessas espécies nativas, como por exemplo,

a aroeira, o angico, a baraúna, a faveleira, dentre outras. Não obstante esse conhecimento,

estas não são convenientemente exploradas, sendo destruídas sistematicamente nos últimos

anos. Portanto, existe a necessidade de ser demonstrado cientificamente o potencial de

muitas espécies para que sejam exploradas de forma racional, proporcionando benefícios

econômicos, sociais e ambientais, bem como, a fixação do homem no sertão nordestino

(SILVA et al., 2000).

A faveleira Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm. é uma dessas

espécies promissoras. Suas potencialidades como planta resistente à seca e produtora de

óleo, amido, forragem e outros produtos vêm sendo ressaltadas pela literatura há décadas.

Entretanto, essa espécie continua inexplorada devido a problemas de ordem técnica,

política e principalmente cultural (DUQUE, 2004).

Nos últimos anos vem crescendo o interesse por parte de algumas instituições em

inserir a faveleira na cadeia produtiva do Nordeste como lavoura xerófila. Entretanto, os

conhecimentos sobre as suas características fitotécnicas são muito incipientes, o que tem

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gerado uma demanda de pesquisas, principalmente na parte reprodutiva que é a base para a

sua inserção como lavoura xerófila.

Um dos pré-requisitos para se obter sucesso no ciclo de produção de qualquer

espécie é produzir mudas com qualidade e em quantidade suficiente para suprir as

demandas. Para isto se faz necessário conhecimentos sobre as suas características

reprodutivas e estratégias de propagação.

Diante desta problemática, o objetivo deste trabalho foi estudar a propagação

sexuada e assexuada da faveleira, visando desenvolver protocolos para a produção de

mudas, buscando viabilizar a sua inserção como lavoura xerófila na cadeia produtiva do

Nordeste.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Semi-Árido Nordestino e a Caatinga

A Região Nordeste ocupa 18,27% do território brasileiro, com uma área de

1.561.177,8 km². Deste total, 962.857,3 km² situam-se no Polígono das Secas, que

abrange oito estados nordestinos e parte de Minas Gerais. Já o semi-árido ocupa

841.260,9 km² da área do Nordeste e outros 54.670,4 Km² em Minas Gerais,

caracterizando-se por apresentar reservas insuficientes de água em seus mananciais

(IBGE, 2006).

Esta região constitui um dos três núcleos de aridez da América do Sul, sendo o

único afastado da zona de influência dos Andes (AB'SABER, 1980), possuindo uma

população de aproximadamente 19,7 milhões de pessoas (IBGE, 2006).

A caatinga e o carrasco representam os tipos vegetacionais característicos da região

semi-árida, enquanto que as manchas de florestas úmidas, estacional, cerrado e cerradão,

representam vegetações residuais de períodos climáticos mais úmidos (FERNANDES,

1996).

Segundo Heywood (1997), o bioma caatinga, está inserido no domínio do semi-

árido, que representa um importante centro de biodiversidade da América, a despeito disso

de acordo com Bigarella et al. (1975), dos grandes domínios vegetacionais brasileiros, o da

caatinga nordestina é o mais desconhecido.

De acordo com os mapas de vegetação atualmente disponíveis, reconhecem neste

domínio diversas tipologias destacando a savana-estépica por sua maior extensão,

especialmente nas áreas da depressão sertaneja, onde a maior parte dos indivíduos perde as

folhas, como adaptação à deficiência hídrica (KOZLOWSKI et al. 1991; LARCHER 1995)

e apresenta proporção significativa de espécies espinhosas.

Os conhecimentos da flora e fisionomias da vegetação do semi-árido tem sido

bastante ampliado, especialmente nas áreas da depredação sertaneja, situada na zona

fisiográfica do sertão (TAVARES et al., 1974; 1975; SANTOS et al., 1992; RODAL,

1992; ARAÚJO et al., 1995; FERRAZ et al., 1998).

A Caatinga apresenta três estratos: arbóreo (8 a 12 metros), arbustivo (2 a 5 metros)

e o herbáceo (abaixo de 2 metros). A vegetação adaptou-se ao clima seco para se proteger.

As folhas, por exemplo, são finas ou modificadas em outras estruturas a exemplos dos

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espinhos. Algumas plantas armazenam água, como os cactos, outras se caracterizam por

terem raízes praticamente na superfície do solo para absorver o máximo da chuva.

Na caatinga, o mais importante tipo de vegetação que cobre o semi-árido do

Nordeste Brasileiro, encontra-se, atualmente, em diferentes estádios de sucessão

secundária, dominada por espécies herbáceas anuais e espécies lenhosas arbustivas, com

pouco ou nenhum valor forrageiro, possivelmente, como conseqüência do manejo pastoril

inadequado, ao longo dos últimos três séculos de colonização (NOVELY, 1978). O

desmatamento e as queimadas são ainda práticas comuns no preparo da terra para a

agropecuária que, além de destruir a cobertura vegetal, prejudica a manutenção de

populações da fauna silvestre, a qualidade da água, e o equilíbrio do clima e do solo.

Aproximadamente 80% dos ecossistemas originais já foram antropizados.

2.2. Descrição da Faveleira

A faveleira ou favela é uma planta pertencente à família Euphorbiaceae, decídua,

heliófila, pioneira e endêmica da caatinga nordestina, que ocorre abundantemente nos

estados da Paraíba, Pernambuco, Bahia, Piauí, Rio Grande do Norte, Ceará, Sergipe e

Alagoas (GOMES, 1973; LORENZI, 1998).

Planta espinhenta, lactescente e com pelos urticantes, com altura variando dos 4 m

aos 12 m, dotada de copa alongada, ou arredondada e rala. Tronco curto e ramificado desde

a base, mais ou menos cilíndrico, com casca fina, lenticelada e quase lisa, de 20-35 cm de

diâmetro. Folhas alternas simples, membranáceas, sinuosa, de bordos profundamente

lobados, e terminados em pequenos espinhos. Com pelos urticantes com até 1 cm de

comprimento, glabras em ambas as faces, brilhantes, concolores, de 8-16 cm de

comprimento, sobre pecíolo igualmente espinhentos de 1-2 cm de comprimento.

Inflorescências em cimeiras axilares, com flores unissexuais de cor branca (LORENZI,

2000).

Flor masculina com cinco pétalas: estames unidos pelos filetes, anteras em número

de nove, quase sésseis, de cor amarela, em três grupos de três. Na base do androceu, há um

disco reduzido com seis peças lineares, espessas. Flor feminina com ovário verde,

encimado por estigma mais ou menos lamelar, lobado (ANDRADE LIMA, 1989). Fruto

cápsula tricoca, deiscente, recoberta por pelos urticantes, com três sementes (LORENZI,

2000).

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Dotada de grande resistência à seca, a faveleira é uma planta rústica e de rápido

crescimento, podendo ser usada para composição de reflorestamento destinados à

recuperação de áreas degradada, ocorrendo na caatinga com elevada freqüência e irregular

dispersão (LORENZI, 1998).

2.3. Potencialidades da Faveleira

A faveleira é uma espécie de grande potencial econômico, principalmente por causa

das sementes oleaginosas e alimentícias. Em uma análise química da composição da torta

peneirada da faveleira foi observado que a mesma continha 3,58% de açúcares redutores,

8,32% de minerais e 36,31% de proteína (DUQUE, 2004). Gomes (1973), relata que a torta

de faveleira é muito rica em proteínas e sais minerais, sendo portanto uma excelente

forragem concentrada podendo substituir a torta de algodão.

De acordo com o tipo de manejo e de poda empregados, a produção de biomassa da

faveleira varia de 1,4 a 2,1 t/ha. Quanto ao percentual de proteína bruta, foi encontrado

3,45 % na matéria verde, 14,06 % no feno e 16,27 % na matéria seca (VIANA &

CARNEIRO, 1991).

As folhas maduras e a casca da favela servem de forragem para animais. Em

algumas regiões, devido às secas periódicas, os fazendeiros derrubam os indivíduos de

faveleira para que o gado se alimente das cascas. Já as folhas devem ser fornecidas aos

animais quando caírem no chão, pois quando verdes, são tóxicas (DUQUE, 1980;

ANDRADE-LIMA, 1989).

Apesar do potencial forrageiro, a grande importância da faveleira está em suas

sementes, como produtora de óleo alimentício e de farinha, esta rica em sais minerais e,

principalmente, proteínas. O óleo de alto valor energético é um substituto do azeite de

oliva, não havendo diferença no sabor (BRAGA, 1976; DUQUE, 1980, GOMES, 1982). A

composição de óleo nas sementes é de 32% e nas amêndoas é de 54%, tendo esse alimento

um alto nível de nitrogênio, sendo de 12,4% no óleo livre das amêndoas (DAUN et al.,

1987).

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2.4. Tipos de Propagação de Plantas

2.4.1. Sexuada

A propagação sexuada é baseada no processo meiótico de divisão celular, em que o

número de cromossomos das células reprodutivas é reduzido à metade para formar os

gametas: oosfera e o grão de pólen. A divisão meiótica é de fundamental importância para

a geração da variabilidade por meio da divisão reducional e independente dos

cromossomos e Crossing over. Durante a divisão meiótica, os cromossomos homólogos

pareados trocam pares entre si, aumentando a variabilidade genética (BORÉM, 1998).

A propagação de plantas, normalmente é realizada através de sementes. No entanto,

por esse método não se tem a certeza de que os indivíduos formados, devido à

recombinação gênica, mantenham as mesmas características selecionadas das plantas

parentais. Já na multiplicação de planta por propagação vegetativa, obtêm-se indivíduos

com características geneticamente iguais àquelas de seus progenitores (ONO et al., 1992).

A propagação através de sementes retarda a produção, devido ao longo período

improdutivo ocasionado pela juvenilidade. Além disso, muitas plantas originadas de

sementes têm uma pequena produção (HARTMANN et al., 1997).

2.4.2. Assexuada

A propagação assexuada é uma técnica utilizada para produzir plantas

geneticamente iguais à planta mãe. Isso só é possível porque as células contêm, em seus

núcleos as informações necessárias para gerar uma nova planta, através de um princípio

denominado de totipotência. Como essas células reproduzidas são somáticas, as plantas

resultantes são denominadas clones (GRAÇA & TAVARES, 2000).

As vantagens das mudas obtidas por estaquia ou por outro processo assexuado

consistem no fato de serem plantas com estabilidade genética garantida, o que implicará na

formação de plantas uniformes e mais produtivas (OLIVEIRA et al., 2003).

Dentre os tipos de explantes geralmente utilizados na propagação vegetativa estão

as estacas, que podem ser caulinares, foliares ou radiculares. A propagação por estaca

caulinar, geralmente, requer apenas que um novo sistema radicular adventício seja

formado, dado ao potencial da regeneração de gemas já existentes. Entretanto, nas estacas

foliares e radiculares há a necessidade de formação adventícia tanto do sistema radicular

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como da parte aérea, o que dificulta a sua utilização na área florestal (XAVIER et al.,

2003).

A estaca caulinar é constituída por segmentos de ramos com gemas apicais e, ou,

laterais, podendo ser lenhosas ou herbáceas. Segundo Hartmann et al. (1997), no caso de a

estaca caulinar lenhosa apresentar maior grau de lignificação, esta seria menos perecível,

facilitando do seu manuseio e transporte. Já a estaca caulinar herbácea demanda maior

controle ambiental no viveiro, entretanto possui maior potencial de enraizamento

(BROWSE, 1979).

As estacas caulinares são classificadas em diversos tipos como lenhosas,

semilenhosas, herbáceas e outras. Cada tipo permite uma capacidade diferente de

enraizamento. Para algumas espécies, como o caquizeiro, as estacas herbáceas apresentam

uma tendência maior para o enraizamento em relação às lenhosas (BASTOS et al., 2005).

Para outras espécies, além das estacas serem herbáceas, é necessário que elas tenham

folhas ou parte delas, como acontece com algumas espécies (COSTA JR. et al., 2003;

GONTIJO et al., 2003). Em contrapartida, existem espécies em que as estacas lenhosas

apresentam um maior potencial para o enraizamento, como é o caso do pessegueiro

(OLIVEIRA et al., 2003).

2.4.2.1. A estaquia

A propagação por estaquia é um dos métodos mais importantes no processo de

propagação vegetativa, destacando-se por promover a multiplicação de plantas-matrizes

selecionadas, mantendo as características desejáveis. Na estaquia, a principal dificuldade

para que o processo tenha êxito está no fato do ramo ter que sobreviver após a separação

da planta mãe, iniciar a formação de raízes e se estabelecer como uma nova planta

(MELLETI, 2000).

O termo estaquia é usado para designar o processo de propagação no qual ocorre

indução do enraizamento adventício em segmentos destacados da planta mãe, que em

condições favoráveis, originam uma nova planta. O termo estaca é utilizado para

denominar qualquer segmento de uma planta, com pelo menos uma gema vegetativa, capaz

de originar uma nova planta, podendo haver estacas de ramos, raízes e folhas

(FACHINELLO et al., 1995).

Os tipos de explantes comumente empregados para a estaquia são as estacas

caulinares, estacas de folhas e estacas de raízes. As estacas são classificas de acordo com a

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parte da planta da qual é retirada, podendo ser de ramos lenhosos, semi-lenhosos e

herbáceos (ponteiro) (GALVÃO, 2000).

A estaquia é um processo altamente desejável por parte dos produtores, haja vista

que as plantas originadas são geneticamente idênticas entre si e à planta mãe. Este método

é simples e rápido onde pode-se obter um grande número de mudas com um baixo custo

(PASQUAL et al., 2001; HARTMANN et al., 2002).

O sucesso com a prática da estaquia é variável devido a uma série de fatores, quer

sejam de natureza genética ou ambiental, por isto cada espécie deve ser feito estudos

aprofundados. Alguns fatores podem influenciar a propagação por estaquia, entre eles a

posição da estaca no ramo, o grau de lignificação, a quantidade de reservas, a diferenciação

dos tecidos, o tipo de substrato e pelas suas características químicas e físicas, o genótipo,

as condições fisiológicas da planta matriz e as condições ambientais, além dos resultados

poderem ser melhorados com um tratamento prévio das estacas com produtos químicos,

como as auxinas de enraizamento (HARTMANN et al., 2002)

Existem técnicas como o anelamento e o estiolamento que, associados à estaquia,

podem aumentar o índice de pega ou de enraizamento das estacas. De acordo com

Hartmann et al. (1997), o anelamento dos ramos é realizado, visando seccionar os vasos

floemáticos (situados no córtex), impedindo a translocação de substâncias para as raízes,

aumentado com isto a concentração de reservas na estaca. O anelamento do caule bloqueia

a translocação de carboidratos e hormônios para baixo, impedindo o crescimento das raízes

das plantas. Esta técnica é aplicada antes de separar a estaca da matriz, objetivando

aumentar a possibilidade de enraizamento das mesmas (HARTMANN & KESTER, 1990).

Já o estiolamento é o desenvolvimento de brotos e ramos na ausência de luz

causando um crescimento normalmente alongado e aclorofilado (DAVIS et al.,1988). Para

Hartmann et al. (1997), o estiolamento dos ramos aumenta a concentração interna da

auxina, diminui a lignificação dos tecidos, aumenta o acúmulo de amido na região

estiolada e diminui o conteúdo de co-fatores negativos para o enraizamento, especialmente

o AIA-oxidante. Para algumas espécies como a goiabeira serrana (Feijoa sellowiana

Berg.), a prática do estiolamento respondeu positivamente, onde foi possível obter um

incremento significativo na percentagem de estacas enraizadas.

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2.5. Fatores que Interferem na Propagação Assexuada

O processo de formação de raízes em estacas é influenciado por um grande número

de fatores que podem atuar isoladamente ou em conjunto. Dentre os principais fatores que

afetam o enraizamento de estacas destacam-se as condições fisiológicas da planta matriz

(presença de carboidratos, substâncias nitrogenadas, aminoácidos, auxinas, compostos

fenólicos e outras substâncias não identificadas), sendo estas sintetizadas pelas folhas

acumulando-se na zona de regeneração de raízes (PASQUAL et al., 2001; HARTMANN et

al., 2002) e fatores externos, tais como a época do ano em que a estaquia é realizada, tipo

de concentração de auxina, substrato utilizado, temperatura do meio e umidade (ONO &

RODRIGUES, 1996).

2.5.1. Substrato

Substrato é todo material usado para conferir sustentação às estacas durante o

período de enraizamento, manter a umidade, permitir a penetração de ar e as trocas

gasosas, criando um ambiente sem luz na base das mesmas. Não há substrato ideal, há, no

entanto um mínimo exigido ou propriedades adequadas para que se obtenha sucesso no

enraizamento dos explantes (GALVÃO, 2000). Substrato também é definido como o meio

físico natural ou sintético, onde se desenvolvem as raízes das plantas que crescem em um

recipiente, com volume limitado (BALLESTER-OLMOS, 1992; SALVADOR, 2000).

Para a determinação do melhor substrato para cada espécie é recomendado que seja

efetuado testes empíricos, iniciando-se com os materiais convencionais disponíveis em

cada região. Diversos materiais têm sido recomendados como substratos para o

enraizamento de estacas, dentre os mais utilizados, destacam-se a areia, vermiculita, turfa,

casca de pinus, musgo turfoso, casca de arroz carbonizada, serragem de madeira, fibra ou

pó de coco, isolados ou em misturas com outros substratos (ROSA et al., 2001;

HARTMANN et al., 2002).

Em experimento realizado por Tillmann et al. (1994), com o croton (Codiaeum

variegatum. L.), testando diferentes substratos como areia, vermiculita média, areia +

vermiculita, esponja fenólica e solo, analisou-se que o substrato que propiciou um maior

índice de enraizamento foi a vermiculita média.

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De acordo com Pereira et al. (2002), o composto orgânico na ausência de terra de

subsolo é um eficiente componente na formulação de substratos para a estaquia em Coffea

arabica, em estufa sem nebulização.

Em experimento comparando os substratos areia grossa lavada, casca de arroz

carbonizada, vermiculita e a mistura dos três substratos, observou-se que os melhores

resultados quanto ao enraizamento, foram proporcionados pela vermiculita média e a areia,

devido à retenção de água e ao bom arejamento (TOFANELLE et al., 2003).

Como se vê, a natureza e as propriedades dos materiais usados na composição dos

substratos interferem na eficiência dos mesmos em oferecer condições adequadas ao

enraizamento de estacas. Logo, pesquisar substratos deve ser uma preocupação de quem se

propõe a estudar propagação assexuada de plantas.

2.5.2. As Auxinas

Auxinas são fitohormônios que regulam o crescimento dos vegetais. Com isto, a

sua presença em estacas é necessária para a indução do enraizamento em segmentos

caulinares, por promoverem o desenvolvimento de raízes adventícias (TAGLIACOZZO,

1998).

As auxinas são as substâncias mais importantes no desempenho das maiores

funções de enraizamento de estacas. A auxina natural é sintetizada principalmente em

gemas apicais e em folhas jovens e move-se através da planta, do ápice para a base

(BASTOS 2002). Segundo Roberto et al. (2001), a auxina é um hormônio essencial no

processo de enraizamento, possivelmente por estimular a síntese de etileno, favorecendo

assim a emissão de raízes adventícias nas estacas. Além das auxinas, outras substâncias

endógenas também podem afetar o enraizamento de estacas tais como as citocininas,

giberelinas, ácido abscísico e etileno (HARTMANN et al., 2002)

Para algumas espécies, as quantidades de auxinas entre outros reguladores de

crescimento produzidos naturalmente são insuficientes para a promoção do enraizamento,

sendo necessário fazer o uso de produtos sintéticos. Os reguladores de crescimento são

compostos orgânicos que, em pequenas quantidades, promovem, inibem ou modificam

qualitativamente o crescimento e desenvolvimento de plantas. A utilização dessas

substâncias pode ser feita na propagação assexuada, visando possibilitar ou acelerar a

formação de raízes de estacas de espécies que apresentam difícil enraizamento (CASTRO

& KERSTEN, 1996; PASQUAL et al., 2001). De acordo com Tofanelli et al. (2002), os

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reguladores do grupo das auxinas são os mais utilizados, destacando-se o ácido

indolbutírico (AIB), o acido naftalenoacético (ANA) e o acido indolacético (AIA). A

função da auxina é estimular a iniciação e formação de tecidos meristemáticos e atuar no

alongamento dos tecidos que darão origem aos primórdios das raízes (HARTMANN et al.,

1997).

As auxinas foram os primeiros reguladores químicos a terem uma aplicação

agronômica bastante difundida, destacando-se as sintéticas por serem mais facilmente

absorvidas e por resistirem melhor ao catabolismo auxínico, o que as torna mais potentes e

de ação mais duradoura (HINIJOSA, 2000; PASQUAL et al., 2001). Aparentemente, as

auxinas não agem de acordo com a espécie, pois há indícios que a resposta a uma auxina

em uma espécie é semelhante à ocorrida em outras, no entanto, não se tem um

conhecimento completo do mecanismo de ação dessas substâncias (BASTOS, 2006). O

que tem sido observado em diversos trabalhos com propagação assexuada por estaquia é

que algumas espécies respondem positivamente ao enraizamento com o uso de auxinas e

outras não.

De acordo com Gaspar e Hoffinger (1988), a aplicação de fitorreguladores,

especialmente o AIB, aumenta a concentração endógena de auxina nos tecidos a formação

de raízes adventícias em estacas. Segundo Fachinello et al. (1995), o regulador de

crescimento tem por finalidade acelerar o enraizamento, aumentar o número de estacas

enraizadas e uniformizar o enraizamento. Existe uma correlação positiva entre o nível de

auxina endógena livre e a percentagem de enraizamento. Então, quando o nível de auxina é

elevado há maior possibilidade de aumentar o percentual de enraizamento (GASPAR &

HOFFINGER 1988).

O IBA, como sendo a principal auxina utilizada, pode ser utilizado na forma de pó,

de solução diluída ou de solução concentrada. O método mais empregado na aplicação

exógena do IBA é em forma de solução diluída, o que facilita a uniformidade na sua

aplicação e diminui os riscos fitotóxicos, embora apresente a desvantagem de perder em

pouco tempo a sua atividade (BASTOS, 2005).

O quem tem sido observado nos diversos trabalhos é que o nível de auxina presente

no tecido e o seu equilíbrio com outras substâncias, representam uma das principais bases

fisiológicas para a iniciação do enraizamento em explantes.

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2.5.3. Época e Coleta das Estacas na Planta

O período de coleta dos explantes pode ter um papel importante na capacidade de

enraizamento. As estacas coletadas em um período de crescimento vegetativo intenso

apresentam-se mais herbáceas, ao contrário das coletadas em um período de repouso

vegetativo ou de dormência, que apresentam-se mais lignificadas e de um modo geral

tendem a enraizar menos. Por outro lado, estacas menos lignificadas (herbáceas e

semilenhosas) são mais propícias à desidratação necessitando de um ambiente controlado

(FACHINELLO et al., 1995; HARTMANN et al., 2002). De acordo com Bastos (2005), a

época do ano exerce influência no estádio do ramo e no grau de atividade dos processos

fisiológicos das plantas. Com isto, algumas espécies podem ser propagadas no período de

crescimento e outras durante o repouso. Desta forma, a época adequada para a propagação

de cada espécie, em especial, deve ser determinada experimentalmente.

No caso de espécies decíduas, estacas lenhosas podem ser retiradas no período de

dormência e as herbáceas no período de crescimento vegetativo. Nas herbáceas, os

explantes podem ser retirados durante a estação de crescimento (GALVÃO, 2000).

De maneira geral, as pesquisas têm comprovado que a maioria das espécies estão

mais propícias ao enraizamento na época do crescimento vegetativo, que coincide na

primavera e verão (CALDWELL et al., 1988; BASTOS, 2004).

Sengundo Fachinello et al., (1995), a idade da planta matriz é um fator importante

no enraizamento, visto que as estacas retiradas de plantas em estádio juvenil de

crescimento apresentam maior capacidade de formar raízes do que as estacas retiradas de

plantas adultas. Este fato está relacionado com aumento no conteúdo de inibidores e

diminuição no conteúdo de cofatores, à medida que a planta vai se tornando adulta. De

acordo com Hartmann et al., (2002), as plantas adultas apresentam um gradiente dos

diferentes estádios, de forma que os ramos, próximos ao sistemas radicular, conservam as

características juvenis. A capacidade da estaca em formar raiz em muitas espécies,

particularmente em plantas lenhosas, diminui como aumento da idade da planta matriz. A

juvenilidade pode ser definida como o estádio no qual, nas plantas lenhosas observam-se

várias manifestações morfo-fisiológicas, como a incapacidade de florescimento e

facilidade de enraizamento (HACKETT, 1983).

A posição do ramo no qual a estaca é retirada também é um outro fator que pode

influenciar no enraizamento. Algumas espécies apresentam melhores resultados para as

estacas retiradas da porção basal e outras das porções mediana e apical (SCALABRELLI

& COUVILLON, 1988; BASTOS et al., 2004). Estacas retiradas de ramos laterais, durante

a primavera, resultam em maior enraizamento do que aquelas retiradas de ramos terminais.

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Quando as partes de um ramo são comparadas, o enraizamento diminui à medida que se

caminha da base para o ápice do ramo. Para espécies de difícil enraizamento, a natureza do

ramo é decisiva (GALVÃO, 2000). Este fato foi constatado em erva mate (Ilex

paraguariensis St. Hil.), onde os propágulos retirados das secções mediana e basal

apresentaram um maior enraizamento do que os retirados das secções apicais (TAVARES

et al., 1992).

2.5.4. Relação Carbono / Nitrogênio e Estado Nutricional da Planta Matriz

A relação carboidrato/nitrogênio, constatada nas estacas, é utilizada para definir a

capacidade do material em enraizar, sendo que quanto maior o valor observado, da relação,

maior a percentagem de enraizamento obtido. A presença do nitrogênio, em grande

quantidade, nos tecidos vegetais, promove o desenvolvimento, consumindo reservas em

detrimento da formação de raízes (PASQUAL et al., 2001; HARTMANN et al., 2002).

As porções basais dos ramos tendem a fornecer uma maior relação C/N que as

apicais, o que favorece o enraizamento. Quanto aos carboidratos, embora uma relação alta

entre carboidrato e nitrogênio tenda a estimular um maior número de raízes, não há uma

relação direta entre a taxa de carboidrato e a percentagem de enraizamento. Isso se deve

também ao fato do N estar negativamente correlacionado com o enraizamento,

comprovando a observação de que uma taxa alta de C/N favorece o enraizamento devido

aos baixos níveis de N (GALVÃO, 2000).

O estado nutricional da planta doadora influencia no enraizamento das estacas dela

retirada. O excesso de nitrogênio resulta em brotações vigorosas, enquanto que a

deficiência causa redução do seu vigor. Para o equilíbrio entre o nitrogênio e o carboidrato

é necessário reduzir a fertilização com nitrogênio. Isto pode ser obtido através da poda e

também através da seleção de partes da planta que não apresentam um crescimento tão

vigoroso (GALVÃO, 2000).

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3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CAPÍTULO I

PROPAGAÇÃO SEXUADA DA FAVELEIRA Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm. – ESTUDO DE

SEMENTES E PRODUÇÃO DE MUDAS

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PROPAGAÇÃO SEXUADA DA FAVELEIRA Cnidoscolus phyllacanthus (Müll.

Arg.) Pax & L. Hoffm. – ESTUDO DE SEMENTES E PRODUÇÃO DE MUDAS

RESUMO

A faveleira Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm. é uma espécie exclusiva da caatinga, que se apresenta como uma das mais promissoras para uma exploração econômica no Nordeste. Essa espécie tem como principais potencialidades a resistência à seca, a produção de óleo, amido e forragem. As suas características vem despertando o interesse dos produtores em inseri-la na cadeia produtiva do Nordeste como lavoura xerófila. Entretanto, a falta de conhecimentos sobre suas características fitotécnicas, principalmente sobre a propagação, tem sido um entrave, haja vista que essa espécie foi pouco estudada. O objetivo deste trabalho foi estudar as características físicas e ecofisiológicas das sementes de faveleira e desenvolver um protocolo para a sua propagação por via sexuada. Os ensaios foram conduzidos no Laboratório de Ecologia Vegetal do CCA/UFPB, Areia-PB. Para o estudo de sementes foi feita uma caracterização física através da biometria e pesagem. Para testar a qualidade fisiológica foi feito um experimento avaliando-se a influência do tamanho de sementes e tipo de substrato na emergência das sementes de C. phyllacanthus. As classes de tamanho de sementes foram: SP = sementes pequenas; SM = sementes médias e SG sementes grandes e os tipos de substratos foram: AREIA; TERRA; AREIA+TERRA (1:1); AREIA+ESTERCO (1:1); TERRA+ESTERCO (1:1); TERRA+AREIA+ESTERCO (1:1:1); BIOPLANTE® (substrato comercial); BIOCLONE® (substrato comercial) e VERMICULITA. Para a produção de mudas foram testados três tamanhos de recipientes e seis tipos de substratos. Os recipientes foram sacos de polietileno pequenos (250 cm3), sacos médios (990 cm3) e sacos grandes (1525 cm3) e como substratos foram S1 = TERRA, S2 = TERRA+ESTERCO, S3 = TERRA+AREIA, S4 = AREIA+ESTERCO, S5 = AREIA+TERRA+ESTERCO e S6 = AREIA. A classificação das sementes de faveleira por tamanho mostrou que há uma diferença entre a quantidade de sementes por quilo. As pequenas apresentaram uma média de 4.251 sementes/kg, seguidas pelas de tamanho médio, com 3.310 sementes/kg e das grandes, com 2.734 sementes/Kg. Quanto à emergência, as sementes de faveleira apresentaram valores elevados para a maioria dos substratos estudados. Nos substratos terra + esterco, terra + areia + esterco e areia os valores para as sementes de maior tamanho foram de 90, 87 e 86% de emergência. Na avaliação da produção de mudas, foi observado que a fertilidade do substrato e o tamanho dos recipientes exerceram influência no desenvolvimento das mudas, para a maioria dos parâmetros avaliados. Nos substratos S2, S4 e S5, que foram mais férteis, as plantas de faveleira apresentaram crescimento que aumentou de acordo com o tamanho dos

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recipientes. As sementes de faveleira apresentaram uma alta percentagem de emergência podendo ser semeadas em substratos convencionais como terra e areia. Para a produção de mudas recomenda-se seja utilizado um recipiente com volume de 1525 cm3. Este tamanho de recipiente proporcionou as melhores condições para o desenvolvimento das mudas em relação aos demais. Como substratos pode-se utilizar uma combinação de terra + esterco; areia + esterco ou areia + terra + esterco. A presença do esterco nesses substratos como fonte de matéria orgânica e nutrientes foi um fator limitante para o melhor desenvolvimento inicial das plantas de C. phyllacanthus.

Palavras-chave: sementes, produção de mudas, substratos e recipientes.

SEXUAL PROPAGATION OF FAVELEIRA Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.)

Pax & L. Hoffm. - SEEDS STUDY AND CHANGE PRODUCTION

ABSTRACT Faveleira Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm. is an exclusive plant species of caatinga as one of the most important to an economic exploitation in the North eastern region. This species has important potentials to drought resistance, oil production , starch and forage .Its features are growing producers interests trying to put it in the North eastern region feeding program as xerophile harvest .So, lack of information about phito-technical features, mainly about propagation has been less studied. The aim of this study was to study physical and ecological features of seeds and develop a protocol to propagate it sexually. Essays were carried out on Laboratorio de Ecologia Vegetal of CCA/UFPB, Areia-PB. To seeds study was done a physical featuring through biometry and size. To testify it an experiment was done to evaluate size influence and substrate type on seeds emergence of C. phyllacanthus. Size groups were: SS= small seeds; MS=medium seeds and BS=big seeds and types of substrates were: SAND;LAND;SAND+LAND(1:1);SAND+DUNG(1:1);LAND+DUNG(1:1);LAND+SAND+DUNG(1:1:1);BIOPLANTE® (commercial substrate);BIOCLONE® (commercial substrate) and VERMICULATE. To change production were tested three sizes of recipients and six of substrates .Recipients were sacks of poli ethilen (250cm3),medium sacks(990cm3) and big sacks (1525cm3) and as substrates were S1=LAND;

S2=LAND+DUNG; S3=LAND+SAND; S4=SAND+DUNG; S5=SAND+LAND+DUNG and

S6=SAND. Seeds classification on faveleira by size showed that there is a difference among seeds quantity by kg. Small ones showed an average of 4,251 seeds/kg, followed

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by medium size, with 3,310 seeds/kg and big ones with 2,734 seeds/kg. According to emergence ,seeds showed high means to majority of studied substrates. On land+dung, land+sand+dung+sand means to a bigger seeds were of 90,87 and 86% of emergence. On changes evaluation production it had been observed substrate fertility and size of recipients had influence of changes, to majority of evaluated parameters. On substrates S2,S4 and S5 which were more fertile ,plants of faveleira showed an increasing which grow according to size recipients .Seeds had a high performance which can be seed in conventional substrates like land and sand. To changes production it had been recommended the usage of 1525cm3 .This size gave better conditions to use in combination of land+dung; sand+dung or sand+land+dung. Presence of dung as source of organic matter and nutrients was a limit factor to a better development of plants of C.phyllacanthus. KEYWORD: seeds, change production, substrates and recipients.

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1. INTRODUÇÃO

O Bioma caatinga ocupa uma área de 11% do território nacional e 70% da área do

nordeste (BUCHER, 1982). Seu índice pluviométrico oscila entre 250 a 1000 mm anuais e

a temperatura média fica em torno de 25°C (NIMER, 1979; SAMPAIO et al., 1994) o que

propicia e favorece o desenvolvimento de muitas espécies vegetais xerófilas. Estima-se

que desse bioma, pelo menos 932 espécies vegetais foram registradas, sendo destas 380

endêmicas (GIULIETTI et al., 2004).

Dentre as xerófilas endêmicas, uma que merece destaque é a faveleira Cnidoscolus

phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm. Pertencente à família Euphorbiaceae, a

faveleira é uma espécie da caatinga que ocorre abundantemente nos estados da Paraíba,

Pernambuco, Bahia, Piauí, Rio Grande do Norte, Ceará, Sergipe e Alagoas (GOMES,

1973; LORENZI, 1998).

Essa espécie vem ganhando importância devido as suas potencialidades, sendo

citada como umas das mais promissoras para uma exploração econômica no Nordeste. Por

ser uma espécie pouco estudada, sua inserção como lavoura xerófila só será bem sucedida

após uma série de pesquisas que visem proporcionar os conhecimentos básicos sobre as

suas características fitotécnicas. Desta forma o processo de produção de mudas, que pode

ser feito por via sexuada ou assexuada, destaca-se como sendo a base para a inserção desta

espécie na cadeia produtiva do semi-árido, como lavoura xerófila.

O processo de produção de mudas por via sexuada inicia-se com a obtenção de

sementes de boa qualidade, escolha do substrato, dos recipientes e condução das mudas no

viveiro, até o momento de plantá-las no campo. O conhecimento das características físicas

e ecofisiológicas das sementes é um passo importante que antecede o processo de produção

de mudas, pois através dele é possível conhecer o padrão de qualidade das sementes da

espécie a ser estudada. De maneira geral, as espécies arbóreas nativas apresentam uma

baixa e desuniforme percentagem de germinação, quando comparadas às espécies

cultivadas.

De acordo com Carneiro (1983), o tipo de substrato e o tamanho dos recipientes são

os primeiros aspectos que devem ser pesquisados para se garantir a produção de mudas de

boa qualidade. O tamanho dos recipientes deve ser tal que permita o desenvolvimento das

raízes sem grandes restrições, durante o período de permanência das mudas no viveiro. O

substrato exerce uma influência marcante na arquitetura do sistema radicular e no estado

nutricional das plantas, afetando profundamente a qualidade das mudas.

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O objetivo deste trabalho foi estudar as características físicas e ecofisiológicas de

sementes de faveleira e desenvolver um protocolo para a produção de mudas por via

sexuada desta espécie.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Caracterização do Local dos Experimentos

Os ensaios com estudos de sementes e propagação sexuada da faveleira foram

conduzidos no período entre setembro de 2005 e março de 2006 no Laboratório de

Ecologia Vegetal do CCA/UFPB, Areia-PB, localizado geograficamente a 6º 58’ 0,6” S e

35º 42’ 55,1” a uma altitude de 494 m. O município de Areia está inserido na microrregião

do brejo paraibano. O clima local é do tipo AS’ de acordo com a classificação de Köppen,

com estação chuvosa no período outono a inverno. A precipitação média anual é de

aproximadamente 1500 mm, com uma umidade relativa do ar em torno de 80%. A

temperatura média é de 25ºC (BRASIL, 1992).

2.2. Estudo de Sementes

2.2.1. Caracterização Física

Para a caracterização física das sementes de faveleira foram feitas pesagens e

biometria. As sementes foram divididas em classes de tamanho através de uma seleção

baseada no fenótipo sendo: SP = sementes pequenas; SM = sementes médias e SG

sementes. As avaliações das características físicas das sementes foram feitas em três

diferentes lotes, tendo-se assim uma melhor avaliação do padrão das sementes de faveleira.

Para cada classe de tamanho foi feito a biometria de 100 e à pesagem de 1000 sementes,

extrapolando-se esse valor para a quantidade de sementes por quilo, como mostra a

formula abaixo.

A pesagem foi feita utilizando-se balança analítica de precisão e a biometria foi

feita com um paquímetro digital, medindo-se a largura maior, largura menor e

comprimento das 100 sementes de cada classe estudada.

Os dados de biometria foram submetidos à análise estatística pelo softwere SAEG

(2000), onde calculou-se como principais parâmetros a média, o desvio padrão, a variância

e o coeficiente de variação.

1.000 sementes ----- peso das 1.000 sementes (g)

X sementes----------- 1.000 g

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2.2.2. Caracterização Ecofisiológica

A qualidade fisiológica das sementes de C. phyllacanthus foi avaliada através de

um experimento testando-se a influência do tamanho das sementes e do tipo de substrato

na percentagem de emergência. As classes de tamanho foram às mesmas divididas

anteriormente (SP = sementes pequenas; SM = sementes médias e SG = sementes grandes)

e os substratos testados foram AREIA; TERRA; AREIA+TERRA (1:1);

AREIA+ESTERCO (1:1); TERRA+ESTERCO (1:1); TERRA+AREIA+ESTERCO

(1:1:1); BIOPLANTE® (substrato comercial); BIOCLONE® (substrato comercial) e

VERMICULITA.

O ensaio foi conduzido em casa de vegetação disposto em bandejas de polietileno,

irrigadas por microaspersão. O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente

casualisado, em esquema fatorial 9 x 3 com 27 tratamentos, quatro repetições e 25

sementes/repetição. Os dados foram analisados estatisticamente pelo softwere SAEG

(2000). Para efeito da análise estatística, os dados da percentagem de germinação foram

transformados em arc sen (�x+0,5) e submetidos à análise de variância e teste de SCOTT –

KNOTT (1974) para comparação das médias.

2.3. Propagação Sexuada - Produção de Mudas

2.3.1. Recipientes e Substratos

Para o desenvolvimento de um protocolo para a propagação sexuada de C.

phyllacanthus testaram-se diferentes combinações de substratos convencionais e tamanhos

de recipientes. Foram utilizados três tamanhos de recipientes, sendo sacos pequenos (250

cm3); médios (990 cm3) e grandes (1525 cm3) e, como substratos utilizaram-se diferentes

combinações de terra, areia e esterco dando origem a seis substratos sendo: S1 = TERRA;

S2 = TERRA+ESTERCO; S3 = TERRA+AREIA; S4 = AREIA+ESTERCO; S5 =

AREIA+TERRA+ESTERCO e S6 = AREIA, dando origem a 18 tratamentos (Tabela 1).

Para cada substrato foi feito uma análise química e física (Tabelas 2 e 3).

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2.3.2. Avaliações

A semeadura foi feita diretamente nos sacos colocando-se três sementes por cada

recipiente. As plântulas começaram a emergir oito dias após a semeadura e no vigésimo

dia foi feita repicagem deixando-se uma plântula em cada saco. A avaliação para os

parâmetros de crescimento número de folhas, altura e diâmetro do caule foram feitas em

intervalo de 15 dias, num total de quatro avaliações iniciando-se no vigésimo sexto dia

após a semeadura. Para essas leituras utilizou-se uma régua milimetrada e um paquímetro

digital. Os demais parâmetros foram avaliados aos 70 dias após a semeadura, sendo eles

comprimento de raiz, diâmetro da raiz principal, número de raízes secundárias, matéria

seca da raiz e matéria seca da parte aérea. Para a avaliação da matéria seca da parte aérea e

do sistema radicular o material foi levado à estufa a 65 ºC até estabilização do peso onde

foi feito a pesagem em balança de precisão.

2.3.3. Delineamento Experimental

O delineamento estatístico utilizado foi o DBC (Delineamento em Blocos

Casualizados) num esquema fatorial 3x6, com 18 tratamentos, 3 repetições e 10 plantas por

parcela. Para os parâmetros comprimento de raiz, diâmetro da raiz principal, número de

raízes secundárias, matéria seca da raiz e matéria seca da parte aérea aplicou-se análise de

variância como teste de significância e SCOTT – KNOTT (1974) a 5 % de probabilidade,

como teste de comparação de médias.

Quanto aos demais parâmetros avaliados no tempo, número de folhas, altura e

diâmetro do caule, aplicou-se à análise de variância como teste de significância, análise de

regressão e teste de comparação de médias SCOTT – KNOTT (1974), a 5% de

probabilidade. O software utilizado foi o SAEG (2000).

Para o experimento de produção de mudas, foi aplicado uma análise de

componentes principais (PCA), gerada através da análise físico-química do solo e os

parâmetro avaliados. Para esta análise utilizou-se o programa MVSP 3.1.

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Tabela 1. Tratamentos aplicados no experimento de produção de mudas de faveleira.

TRATAMENTOS Combinação dos recipientes com os substrato

1 Recipiente pequeno (250 cm3) + terra

2 Recipiente pequeno (250 cm3) + terra + esterco (1:1)

3 Recipiente pequeno (250 cm3) + terra + areia (1:1)

4 Recipiente pequeno (250 cm3) + terra + esterco (1:1)

5 Recipiente pequeno (250 cm3) + areia + terra + esterco (1:1:1)

6 Recipiente pequeno (250 cm3) + areia

7 Recipiente médio (990 cm3) + terra

8 Recipiente médio (990 cm3) + terra + esterco (1:1)

9 Recipiente médio (990 cm3) + terra + areia (1:1)

10 Recipiente médio (990 cm3) + terra + esterco (1:1)

11 Recipiente médio (990 cm3) + areia + terra + esterco (1:1:1)

12 Recipiente médio (990 cm3) + areia

13 Recipiente grande (1525 cm3) + terra

14 Recipiente grande (1525 cm3) + terra + esterco (1:1)

15 Recipiente grande (1525 cm3) + terra + areia (1:1)

16 Recipiente grande (1525 cm3) + terra + esterco (1:1)

17 Recipiente grande (1525 cm3) + areia + terra + esterco (1:1:1)

18 Recipiente grande (1525 cm3) + areia

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. Estudo de sementes

3.1.1. Caracterização Física

A seleção das sementes separadas por classes de tamanho apresentou uma grande

variação nas dimensões e na quantidade de sementes por quilo. Observa-se que as

sementes consideradas grandes apresentaram um número médio de 2.734 sementes por

quilo, já para as menores, a média foi de 4.251 (Tabelas 2, 3 e Figura 1).

Tabela 2. Média da análise biométrica das sementes de faveleira.

Biometria (mm) Sementes

Largura Maior Largura Menor Comprimento

Pequena 7,08 (6,14 – 8,46) 4,87 (3,19 – 5,99) 12,05 (9,32 – 13,92)

Média 7,82 (6,46 – 10,11) 5,25 (4,28 – 6,42) 13,93 (11,46 – 16,43)

Grande 8,33 (6,19 – 10,43) 5,34 (4,59 – 6,09) 15,14 (11,61 – 19,13)

Os valores encontrados nas classes biométricas de sementes deste trabalho foram

similares aos encontrados por Nóbrega (2001). Apesar deste autor não ter feito divisão por

tamanho, a amplitude de valores registrados nas dimensões das sementes englobaram as

três classes aqui estudadas. Para a largura maior, os valores variam de 7,02 a 9,06 mm,

para a largura menor a variação foi de 4,79 a 5,84 mm e para o comprimento foi de 12,78 a

15,98 mm. Arriel et al. (2004 e 2005), encontraram uma variação de 12 a 15,6 mm no

comprimento, de 7 a 8,5 mm na largura maior e de 4,6 a 5,9 na largura menor. Outros

autores também apresentaram valores para a biometria de sementes dentro das variações

das classes estudadas, sendo: Bezerra (1972), comprimento de 14,2 mm, largura maior de

7,9 mm e largura menor 6,2 mm; Mello (2000), encontrou uma variação de 11,4 a 13,5 mm

para o comprimento e 5,5 a 8,0 mm para a largura; ainda foram registrados valores que

variaram de 11,8 a 16,0 mm para o comprimento, 6,6 e 9,1 mm para a largura maior e 4,2 a

5,5 mm para a largura menor (FELICIANO, 1989; SILVA, 1998).

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Mesmo com a variação nos lugares e no tempo de realização dos estudos com a

biometria de sementes da faveleira, foi observado que a espécie mantém um padrão similar

de tamanho, provando que as peculiaridades de cada local não interferem tanto nas suas

características físicas.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

SP SM SG

Tipo de semente

(mm

)

Largura Menor Largura Maior Comprimento Figura 1. Biometria das sementes de faveleira divididas nas três classes de tamanho.

Sendo: SP = sementes pequenas; SM = sementes médias e SG = sementes grandes.

Tabela 3. Quantidade de sementes por quilo (Kg) para cada classe de tamanho. Sendo: SP

= sementes pequenas; SM = sementes médias e SG = sementes grandes.

Quantidade de sementes por Kg Amostras

SP SM SG

Lote 1 4274 3165 2558

Lote 2 4329 3509 2882

Lote 3 4150 3257 2762

Média 4251 3310,333 2734

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3.1.2. Caracterização Ecofisiológica As sementes de faveleira apresentaram uma grande variação na percentagem de

emergência nas três classes de tamanho estudadas e nos diferentes substratos. Para as

sementes pequenas os substratos terra (85%), areia+esterco (83%), terra+esterco (79%) e

areia+terra (68%) apresentaram resultados superiores em relação aos demais, sendo

estatisticamente iguais. Nas sementes de tamanho médio (SM), pôde-se observar que os

substratos areia+esterco, terra+esterco e terra+areia+esterco apresentaram as maiores

percentagens de emergência sendo de 86, 86 e 80%, respectivamente. Para a classe de

maior tamanho, que corresponde às sementes grandes, três substratos apresentaram

resultados superiores e estatisticamente iguais, sendo areia com 90%, terra+esterco com

87% e terra+areia+esterco com 86 % (Tabela 4).

Pode-se observar ainda que o substrato terra+esterco apresentou alta percentagem

de emergência nas três classes de sementes sendo 79% para as pequenas, 86% para as

médias e 87% para as grandes, valores que não diferiram estatisticamente entre si. Na areia

as sementes apresentaram uma percentagem de emergência crescente de acordo com o

tamanho das sementes, na classe menor (SP) foi registrado um valor de 25%, na classe

intermediária (SM) de 35% e classe de maior tamanho (SG) de 90%. Pode-se observar

também que os substratos convencionais, apresentaram de maneira geral melhores

resultados em detrimento dos comerciais (Tabela 4).

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Tabela 4. Percentagem de emergência das sementes de faveleira nos diferentes substratos e classes de tamanho. Sendo, SP = sementes pequenas; SM = sementes médias e SG = sementes grandes.

Emergência (%) Substratos

SP SM SG

AREIA 25 cB 35 bB 90 aA

TERRA 85 aA 52 bB 68 bB

AREIA+TERRA (1:1) 68 aA 11 cB 77 bA

AREIA+ESTERCO (1:1) 83 aA 86 aA 52 cB

TERRA+ESTERCO (1:1) 79 aA 86 aA 87 aA

TERRA+AREIA+ESTERCO (1:1:1) 29 cB 80 aA 86 aA

BIOPLANTE® 49 bA 43 bA 48 cA

BIOCLONE® 69 aA 44 bB 49 cB

VERMICULITA 39 bA 52 bA 49 cA

Médias seguidas da mesma letra maiúscula nas linhas e médias seguidas de mesma letra minúsculas nas colunas não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p � 5%).

A faveleira é uma espécie que apresenta uma alta percentagem de emergência, com

valores que chegaram ao nível de 90%. Medeiro Silva e Aguiar (2004), também

constataram este fato, estudando a germinação de faveleira em ambiente controlado

alcançaram um valor de 88%. Neste mesmo trabalho foi constatada uma germinação de

82% no substrato areia e 87% em vermiculita.

Mesmo tendo sido registrado um valor médio maior na percentagem de emergência

para as sementes grandes, houve alguns tratamentos em que as sementes de menor

tamanho apresentaram maiores resultados, a exemplo dos substratos terra e areia + esterco.

Desta forma, a classificação biométrica das sementes desta espécie não se apresentou como

um fator determinante na qualidade fisiológica. Algumas variáveis do meio e as

características dos substratos podem ter influenciado na emergência de plântulas, haja vista

que a estrutura, aeração, capacidade de retenção de água, entre outras propriedades dos

substratos podem interferir de forma positiva ou negativa na germinação das sementes

(ALBUQUERQUE et al., 1998; NOGUEIRA et al., 2003). Outro fator a ser ressaltado é

que na escolha do material para o substrato deve ser levado em consideração o tamanho da

semente, sua exigência com relação à umidade, sensibilidade ou não à luz e ainda, a

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facilidade que este oferece para o desenvolvimento e avaliação de plântulas (FIGLIOLIA

et al., 1993; FANTI e PEREZ, 1999).

O conhecimento das características biométricas de frutos e sementes, assim como a

qualidade fisiológica das mesmas, dentro das populações de plantas, são importantes para o

melhoramento dessas características, seja no sentido de aumento ou uniformidade. A

distinção das sementes por peso e tamanho pode ser uma maneira de aprimorar os lotes em

relação à uniformidade de emergência das plântulas (PEDRON et al., 2004). A

caracterização biométrica de frutos e sementes também fornece subsídios para o estudo

sobre diferenciação de espécies (CRUZ et al., 2001), classificação de grupos ecológicos

(CASTELLANI, 2003) e caracterização de germoplasma (ALVES et al., 2003).

2.3. Propagação Sexuada - Produção de Mudas

2.3.1. Altura

Nas Figuras 2a, 2b, 2c, 2d, 2e e 2f, pode ser observado o comportamento das curva

de crescimento para todos os substratos e recipientes estudados. As plantas de faveleira

apresentaram um maior crescimento em altura, nos recipiente de maior tamanho, na

maioria dos substratos estudados. Nos substratos com a presença do esterco (terra +

esterco, areia + esterco e areia + terra + esterco) as mudas apresentaram os maiores valores

para este parâmetro. Observa-se que com o aumento da fertilidade dos substratos, as

diferenças entre a altura das plantas fica mais evidente entre os recipientes, tendo um

crescimento do menor para o maior (Figuras 2 b, 2d e 2e).

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Figura 2. Avaliação da altura de mudas de faveleira em três recipientes e seis substratos

estudados. Onde, a = terra; b = terra + esterco; c = terra + areia; d = areia + esterco;e = areia + terra + esterco; f = areia; RP = Recipiente pequeno (250 cm3); RM = Recipiente médio (990 cm3) e RG = Recipiente grande (1525 cm3).

AREIA + TERRA + ESTERCO

RP: y = 3,406

RM: y = 0,0746x + 1,8036R2 = 0,9793

RG: y = 0,147x + 0,4419R2 = 0,9971

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

25 40 55 70

Tempo (dias)

Altu

ra (c

m)

RP RM RG

AREIA

RP: y = 0,0155x + 2,0047R2 = 0,895

RM: y = 0,0174x + 1,7924R2 = 0,9406

RG: y = 0,0154x + 1,6746R2 = 0,9084

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

25 40 55 70

Tempo (dias)

Altu

ra (c

m)

RP RM RG

TERRA

RP: y = 3,3167 RG: y = 0,0186x + 2,6038R2 = 0,8143

RM: y = 0,0174x + 2,6879R2 = 0,7585

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

25 40 55 70

Tempo (dias)

Altu

ra (c

m)

RP RM RG

TERRA + ESTERCO

RP: y = -0,0011x2 + 0,1445x + 0,0485R2 = 0,9593

RM: y = -0,0019x2 + 0,2736x - 1,8714R2 = 0,9991

RG: y = 0,1965x - 0,8982R2 = 0,9997

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

25 40 55 70

Tempo (dias)

Altu

ra (c

m)

RP RM RG

a b

d c

f e

TERRA + AREIA

RP: y = 0,018x + 2,2704R2 = 0,907

RM: y = 0,0267x + 1,8193R2 = 0,9352

RG: y = 0,0143x + 2,1788R2 = 0,8856

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

25 40 55 70

Tempo (dias)

Altu

ra (c

m)

RP RM RG

AREIA + ESTERCO

RP: y = 0,041x + 2,4919R2 = 0,9935

RM: y = 0,097x + 0,8588R2 = 0,9874

RG: y = 0,1811x - 0,6826R2 = 0,9992

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

25 40 55 70

Tempo (dias)

Altu

ra (c

m)

RP RM RG

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Na Tabela 5, podem ser observadas as médias das alturas das plantas avaliadas nos

substratos e recipientes estudados. Na primeira avaliação, aos 25 dias, observa-se que só

houve diferença entre os recipientes no substrato S2 (terra + esterco), onde o recipiente

médio (RM) com 3,75 cm e o recipiente grande com 4,04 cm foram superiores ao menor

(RP) com 2,90 cm e iguais entre si. Entre os substratos houve diferença no recipiente

médio, o S1 (3,23 cm), o S2 (3,75 cm), o S4 (3,36 cm) e o S5 (3,53 cm) foram os

superiores aos demais e iguais estatisticamente entre si. Para o recipiente grande os

substratos S2, S4 e S5 foram os superiores com 4,04, 3,88 e 3,98 cm, respectivamente.

Na segunda época avaliada, aos 40 dias, as diferenças entre os melhores e os piores

tratamentos foram ficando mais evidentes. No recipiente de maior tamanho as plantas de

faveleira apresentaram altura média de 6,88, 6,45 e 6,46 cm para os melhores substratos

que foram S2 (terra + esterco), S4 (areia + esterco) e S5 (areia + terra = esterco). Os

substratos que não continham a matéria orgânica (esterco) na sua composição não

apresentaram diferenças entre o crescimento das mudas, nos três recipientes, S1 (terra)

com 3,15, 3,35 e 3,32 cm, S3 (terra + areia) com 2,84, 2,72 e 2,72 cm e S6 (areia) com

2,53, 2,37 e 2,20 cm, para os recipientes pequeno, médio e grande respectivamente, ao 40

dias de avaliação.

Aos 55 dias de avaliação, que corresponde à terceira época, o crescimento em altura

das plantas de faveleira seguiram o mesmo comportamento da época anterior. Os

substratos S2 (terra + esterco), S4 (areia + esterco) e S5 (areia + terra = esterco)

apresentaram as maiores médias de alturas nos três recipientes.

Na quarta avaliação que foi efetuada aos 70 dias, os substratos S1 (terra), S3 (terra

+ areia) e S6 (areia) apresentaram médias de altura iguais estatisticamente em todos os

recipientes, sendo S1 com 3,58, 4,08 e 4,07 cm, S3 com 3,50, 3,78 e 3,27 cm e S6 com

3,18, 3,03 e 2,83 cm, respectivamente para os recipientes pequeno, médio e grande. Já as

maiores médias em altura foram registradas nos recipientes de maior tamanho, nos

substratos S2 = 12,38 e S4 = 11,95.

A faveleira apresentou um alto crescimento no intervalo de tempo avaliado (70

dias). No recipiente grande (1525 cm3) e o melhor substrato (terra + esterco) foi possível

alcançar valores na altura de 12,83 cm. Comparando-se com outras espécies em que

utilizaram fontes de matéria orgânica como nutrientes, os valores de crescimento em altura

foram similares ou superiores. A exemplo de Psidium guajava L., que aos 90 dias de

avaliação apresentou uma altura média de 13,9 cm (CORREIA et al., 2005). Pio et al.

(2005) estudando a influência de substratos no crescimento de mudas de jabuticabeira,

após 90 dias, encontrou como média de altura 11,70 cm, para o substrato terra + esterco.

Mudas de Adenanthera pavonina L., submetidas à adubação química, que apresenta maior

eficiência em relação à orgânica, apresentaram uma altura média de 10,67 cm aos 90 dias

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(FANTI & PEREZ, 2003). Até mesmo o Eucaliptus que é uma espécie exótica com alta

taxa de crescimento, os valores de altura aos 80 dias sob fertilização convencional foi de

10 cm (MORAES NETO et al., 2003).

Tabela 5. Médias das alturas das plantas de faveleira nos três recipientes e seis substratos. Sendo: RP = Recipiente pequeno (250 cm3); RM = Recipiente médio (990 cm3) e RG = Recipiente grande (1525 cm3).

Altura (cm) Tempo (Dias) Substrato

RP RM RG

S1 = TERRA 3,11 aA 3,23 aA 3,17 bA

S2 = TERRA + ESTERCO (1:1) 2,90 aB 3,75 aA 4,04 aA

S3 = TERRA + AREIA (1:1) 2,78 aA 2,62 bA 2,60 bA

S4 = AREIA + ESTERCO (1:1) 3,48 aA 3,36 aA 3,88 aA

S5 = AREIA + TERRA + ESTERCO (1:1:1) 3,20 aA 3,53 aA 3,98 aA

25

S6 = AREIA (1:1) 2,48 aA 2,30 bA 2,14 bA

S1 = TERRA 3,15 bA 3,35 cA 3,32 bA

S2 = TERRA + ESTERCO (1:1) 4,25 aB 6,06 aA 6,88 aA

S3 = TERRA + AREIA (1:1) 2,84 bA 2,72 cA 2,72 bA

S4 = AREIA + ESTERCO (1:1) 4,14 aB 4,77 bB 6,45 aA

S5 = AREIA + TERRA + ESTERCO (1:1:1) 3,25 bC 5,08 bB 6,46 aA

40

S6 = AREIA (1:1) 2,53 bA 2,37 cA 2,20 bA

S1 = TERRA 3,42 bA 3,39 cA 3,40 cA

S2 = TERRA + ESTERCO (1:1) 4,45 aC 7,30 aB 9,98 aA

S3 = TERRA + AREIA (1:1) 3,37 bA 3,23 cA 2,84 cA

S4 = AREIA + ESTERCO (1:1) 4,83 aC 5,89 bB 9,40 aA

S5 = AREIA + TERRA + ESTERCO (1:1:1) 3,42 bC 5,75 bB 8,65 bA

55

S6 = AREIA (1:1) 2,77 bA 2,78 cA 2,45 cA

S1 = TERRA 3,58 bA 4,08 bA 4,07 cA

S2 = TERRA + ESTERCO (1:1) 4,80 aC 7,88 aB 12,83 aA

S3 = TERRA + AREIA (1:1) 3,50 bA 3,78 bA 3,27 cA

S4 = AREIA + ESTERCO (1:1) 5,30 aC 7,84 aB 11,95 aA

S5 = AREIA + TERRA + ESTERCO (1:1:1) 3,76 bC 7,04 aB 10,60 bA

70

S6 = AREIA (1:1) 3,18 bA 3,03 cA 2,83 cA

Médias seguidas da mesma letra maiúscula nas linhas e médias seguidas de mesma letra minúsculas nas colunas no mesmo tempo não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p � 5%).

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2.3.2. Número de Folhas

Na avaliação do crescimento em número de folhas pode-se observar que todos os

tratamentos apresentaram comportamento linear para este parâmetro. Nas Figuras 3 a, 3 d e

3 e), percebe-se que os substratos terra + esterco (S2), areia + esterco (S4) e areia + terra +

esterco (S5), apresentaram um maior crescimento em número de folhas em relação aos

demais para todos os recipientes. Observa-se também que para esses substratos os

recipientes de maior tamanho proporcionaram melhores condições para o aumento do

número de folhas. Avaliando-se o comportamento dos melhores substratos nos recipientes

de maior tamanho, constatou-se que o S2 apresentava em média 3,33 folhas aos 25 dias de

avaliação. Já aos 70 dias de avaliação, foi registrada uma média de 13,26 folhas, o que

corresponde a um crescimento médio de 10 folhas num intervalo de 45 dias. Neste mesmo

intervalo o substrato S4 proporcionou um crescimento médio de 8,4 folhas, tendo sido

registrada 3,36 folhas na primeira avaliação e 11,80 na última. O S5 veio logo em seguida

apresentando uma média de 3,56 folhas aos 25 dias (primeira avaliação) e 10,60 aos 70

dias, correspondendo a um aumento médio de 7 folhas em 45 dias. O comportamento deste

parâmetro para os demais tratamentos pode ser observado nas Figuras 3 a, b, c, d, e e f)

O número de folhas encontrado para as mudas de faveleira nesse intervalo de tempo

avaliado foi elevado, mostrando mais uma vez que essa espécie apresenta um bom

desenvolvimento quando comparada com outras. Dada às proporções e peculiaridades de

cada espécie quanto ao crescimento em número de folhas, os valores apresentados nesse

trabalho foram superiores aos encontrados por Carvalho Filho et al., (2003), que estudando

o desenvolvimento de mudas de Jatobá em diferentes substratos, obtiveram como melhores

resultados uma média de 8,67 folhas no substrato terra + areia + esterco, após 180 dias de

avaliação. A Jabuticabeira apresentou um número médio de folhas de 11,9 cm, no substrato

terra + areia + esterco, após 910 dias de avaliação, valor muito similar aos encontrados

para a faveleira (Pio et al., 2005).

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Figura 3. Avaliação do número de folhas de mudas de faveleira em três recipientes e seis

substratos estudados. Onde, a = terra; b = terra + esterco; b = terra + areia; d = areia + esterco; e = areia + terra + esterco; f = areia; RP = Recipiente pequeno (250 cm3); RM = Recipiente médio (990 cm3) e RG = Recipiente grande (1525 cm3).

AREIA + TERRA + ESTERCO

RG: y = 0,1429x + 0,4544R2 = 0,9228

RM: y = 0,108x + 0,3867R2 = 0,9859

RP: y = 0,0516x + 1,4844R2 = 0,9667

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

25 40 55 70

Tempo (dias)

Núm

ero

de fo

lhas

RP RM RG

a b

d c

TERRA

RG: y = 0,0469x + 2,0478R2 = 0,9692

RM: y = 0,0298x + 2,3022R2 = 0,8591

RP: y = 0,0244x + 2,3389R2 = 0,762

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

25 40 55 70

Tempo (dias)

Núm

ero

de fo

lhas

RP RM RG

TERRA + ESTERCO

RP: y = 0,07x + 0,9333R2 = 0,9636

RM: y = 0,1151x + 0,8156R2 = 0,9516

RG: y = 0,1998x - 1,3644R2 = 0,9076

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

25 40 55 70

Tempo (dias)

Núm

ero

de fo

lhas

RP RM RG

TERRA + AREIA

RP: y = 0,0313x + 1,9533R2 = 0,887

RM: y = 0,0304x + 2,2122R2 = 0,8732

RG: y = 0,0456x + 1,6444R2 = 0,9361

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

25 40 55 70

Tempo (dias)

Núm

ero

de fo

lhas

RP RM RG

AREIA + ESTERCO

RG: y = 0,1704x - 0,6878R2 = 0,915

RM: y = 0,1278x - 0,7278R2 = 0,9938

RP: y = 0,0842x + 0,5744R2 = 0,9883

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

25 40 55 70

Tempo (dias)

Núm

ero

de fo

lhas

RP RM RG

AREIA

RG: y = 0,0436x + 1,4311R2 = 0,9662

RM: y = 0,0364x + 1,6522R2 = 0,9544

RP: y = 0,0304x + 1,8622R2 = 0,8764

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

25 40 55 70

Tempo (dias)

Núm

ero

de fo

lhas

RP RM RG

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Na Tabela 6, pode-se observar os valores médios para o número de folhas das

plantas de faveleira em todos os substratos e recipientes nas quatro épocas avaliadas. Na

primeira avaliação, aos 25 dias, percebe-se que não houve diferença no número de folhas

entre os substratos em nenhum recipiente, assim com não houve diferença entre os

recipientes nos substratos. Devido ao curto espaço de tempo desta avaliação, ainda não foi

possível observar a influência dos substratos e dos recipientes neste parâmetro analisado.

Na segunda avaliação, aos 40 dias, não houve diferença entre substratos nos

recipientes pequenos (RP). Entretanto para os recipientes médios (RM), observa-se que o

S2 (terra + esterco) apresenta-se como o melhor substrato com uma média de 6,13 folhas.

Para os recipientes grandes (RG), os substratos S2, S4 e S5 apresentaram os melhores

resultados que foram estatisticamente iguais, sendo 7,87, 7,10 e 7,23 folhas

respectivamente. Na comparação entre os recipientes, não houve diferença no número de

folhas entre os RP, RM e RG nos substratos S1 (terra), S3 (terra + areia) e S6 (areia), que

foram os que apresentaram uma menor fertilidade. Já para os substratos com a presença da

matéria orgânica houve diferenças entre os tamanhos de recipientes, o S2 (terra + esterco)

obteve uma média de folhas de 4,07 para o recipiente pequeno (RP), de 6,13 para o

recipiente médio (RM) e 7,87 para o recipiente grande (RG); no S4 (areia + esterco) foram

registradas médias de 4,20 folhas no recipiente pequeno; 4,37 no médio e 7,10 no grande e

para o S5 (areia + terra + esterco) registrou-se médias de 3,80 folhas no recipiente

pequeno, 5,07 no médio e 7,23 grande.

Na terceira época de avaliação, aos 55 dias, os substratos S2, S4 e S5 apresentaram

os melhores resultados em todos os recipientes estudados. Nos recipientes menores (RP) os

substratos S2, S4 e S5 apresentaram médias estatisticamente iguais e superiores aos demais

sendo 4,87, 5,13 e 4,33 folhas, respectivamente. Nos recipientes médios (RM), os valores

foram de 6,80 folhas para o S2, 6,03 para o S4 e 6,27 para o S5. Para os recipientes de

maior tamanho (RG) os valores foram de 8,03 folhas no S2, de 7,37 para o S4 e 7,57 para o

S5.

Para avaliação feita aos 70 dias os resultados foram similares aos anteriores, pois os

substratos que apresentaram uma maior fertilidade e os recipientes de maior tamanho

proporcionaram um maior número médio de folhas. Os melhores resultados foram

registrados no recipiente de maior tamanho (RG), com os substratos S2 (terra + esterco),

S4 (areia + esterco) e S5 (areia + terra + esterco), que apresentaram as maiores médias no

número de folhas, sendo respectivamente 13,27, 11,80 e 10,60 (Tabela 6). LIMA, et al.

(2006), estudaram o comportamento do crescimento de mudas de mamoneira submetidas a

substratos com doses de esterco, obtiveram como número médio de folhas 4,25, aos 43

dias, tempo em que a faveleira já apresentava uma média de folhas de 7,8. Mudas de

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leucena que apresentam um alto crescimento, obtiveram aos 60 dias uma média de 10,2

folhas, parâmetro que comprova o rápido desenvolvimento das mudas de faveleira

(OLIVEIRA et al., 2004).

Tabela 6. Médias do número de folhas das plantas de faveleira nos três recipientes e seis

substratos. Sendo: RP = Recipiente pequeno (250 cm3); RM = Recipiente médio (990 cm3) e RG = Recipiente grande (1525 cm3).

Número de Folhas Tempo (Dias) Substrato

RP RM RG

S1 = TERRA 2,70 aA 2,83 aA 3,07 aA

S2 = TERRA + ESTERCO (1:1) 2,43 aA 3,33 aA 3,33 aA

S3 = TERRA + AREIA (1:1) 2,53 aA 2,77 aA 2,57 aA

S4 = AREIA + ESTERCO (1:1) 2,53 aA 2,57 aA 3,37 aA

S5 = AREIA + TERRA + ESTERCO (1:1:1) 2,60 aA 2,87 aA 3,57 aA

25

S6 = AREIA (1:1) 2,43 aA 2,43 aA 2,40 aA

S1 = TERRA 3,67 aA 3,73 cA 4,13 bA

S2 = TERRA + ESTERCO (1:1) 4,07 aC 6,13 aB 7,87 aA

S3 = TERRA + AREIA (1:1) 3,50 aA 3,67 cA 3,73 bA

S4 = AREIA + ESTERCO (1:1) 4,20 aB 4,37 cB 7,10 aA

S5 = AREIA + TERRA + ESTERCO (1:1:1) 3,80 aC 5,07 bB 7,23 aA

40

S6 = AREIA (1:1) 3,40 aA 3,33 cA 3,40 bA

S1 = TERRA 3,73 bA 4,10 bA 4,67 bA

S2 = TERRA + ESTERCO (1:1) 4,87 aC 6,80 aB 8,03 aA

S3 = TERRA + AREIA (1:1) 3,70 bA 4,03 bA 4,27 bA

S4 = AREIA + ESTERCO (1:1) 5,13 aB 6,03 aB 7,37 aA

S5 = AREIA + TERRA + ESTERCO (1:1:1) 4,33 aC 6,27 aB 7,57 aA

55

S6 = AREIA (1:1) 3,47 bA 3,60 bA 3,73 bA

Continua...

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Tabela, 6 Cont.

Número de Folhas Tempo (Dias) Substrato

RP RM RG

S1 = TERRA 3,90 cB 4,20 bB 5,23 dA

S2 = TERRA + ESTERCO (1:1) 5,67 bC 8,87 aB 13,27 aA

S3 = TERRA + AREIA (1:1) 4,03 cA 4,17 bA 4,67 dA

S4 = AREIA + ESTERCO (1:1) 6,43 aC 8,40 aB 11,80 bA

S5 = AREIA + TERRA + ESTERCO (1:1:1) 5,00 bC 7,87 aB 10,60 cA

70

S6 = AREIA (1:1) 3,93 cA 4,17 bA 4,47 dA

Médias seguidas da mesma letra maiúscula nas linhas e médias seguidas de mesma letra minúsculas nas colunas no mesmo tempo não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p � 5%).

2.3.3. Diâmetro do Caule

Esse parâmetro como os demais até agora analisados, foi muito influenciado pela

fertilidade do substrato e pelo tamanho do recipiente. Nas Figuras (a, b, c, d, e e f), pode

ser observado o comportamento do diâmetro do caule nos três recipientes e seis substratos.

Os substratos S2, S4 e S5, proporcionaram um maior crescimento em diâmetro nos três

recipientes. Esses substratos no recipiente de maior tamanho apresentaram aos 70 dias uma

média de 0,96, 0,90 e 0,81 cm respectivamente. Nessa mesma época, as mudas de faveleira

nos substratos S1, S3 e S6 obtiveram um diâmetro médio de 0,58, 0,47 e 0,43 cm

respectivamente.

Percebe-se na avaliação aos 70 dias que as mudas de faveleira já demonstravam um

alto crescimento em diâmetro, comparando-se com outras espécies. Mudas de leucena após

60 dias de avaliação, apresentaram um diâmetro médio do caule de 0,32 cm (OLIVEIRA et

al., 2004). Já mudas de mamoneira, submetidas a doses de compostos orgânicos, aos 43

dias de avaliação, alcançou valores superiores aos da faveleira sendo de 0,9 cm de

diâmetro (LIMA et al., 2006). Schumacher et al. (2004), estudando a influência da

adubação química em mudas de angico-vermelho (Parapiptadenia rigida), aos 130 dias de

avaliação encontraram 0,3 cm de diâmetro, o qual foi muito inferior ao encontrado para a

faveleira em apenas 70 dias.

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TERRA

RP: y = -7E-05x2 + 0,0107x + 0,0381R2 = 0,9938

RM: y = 0,0034x + 0,2616R2 = 0,9853

RG: y = 0,004x + 0,3021R2 = 0,9988

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

25 40 55 70

Tempo (dias)

Diâ

met

ro d

o ca

ule

(cm

)

RP RM RG

TERRA + ESTERCO

RG: y = 8E-05x2 + 5E-05x + 0,5852R2 = 0,9993

RM: y = 0,0045x + 0,4641R2 = 0,9932

RM: y = 0,0042x + 0,2542R2 = 0,9706

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

25 40 55 70

Tempo (dias)

Diâ

met

ro d

o ca

ule

(cm

)

RP RM RG

TERRA + AREIA

RM: y = 0,0026x + 0,2783R2 = 0,96

RG: y = 0,0038x + 0,2093R2 = 0,9987

RP: y = 0,0034x + 0,1942R2 = 0,9848

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

25 40 55 70

Tempo (dias)

Diâ

met

ro d

o ca

ule

(cm

)

RP RM RG

AREIA + ESTERCO

RG: y = 0,0068x + 0,4108R2 = 0,9932

RM: y = 0,0044x + 0,3855R2 = 0,9992

RG: y = 0,0043x + 0,2682R2 = 0,9982

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

25 40 55 70

Tempo (dias)

Diâ

met

ro d

o ca

ule

(cm

)

RP RM RG

Figura 4. Avaliação do diâmetro do caule de mudas de faveleira em três recipientes e seis

substratos estudados. Onde, a = terra; b = terra + esterco; c = terra + areia; d = areia + esterco; e = areia + terra + esterco; f = areia; RP = Recipiente pequeno (250 cm3); RM = Recipiente médio (990 cm3) e RG = Recipiente grande (1525 cm3).

a b

d c

f e AREIA + TERRA + ESTERCO

RG: y = 0,0057x + 0,4031R2 = 0,9786

RM: y = 0,0039x + 0,4078R2 = 0,9946

RP: y = 0,0035x + 0,2552R2 = 0,9888

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

25 40 55 70

Tempo (dias)

Diâ

met

ro d

o ca

ule

(cm

)

RP RM RG

AREIA

RG: y = 0,0033x + 0,1985R2 = 0,9817

RM: y = 0,0034x + 0,1894R2 = 0,9889

RP: y = 0,0036x + 0,153R2 = 0,9725

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

25 40 55 70

Tempo (dias)

Diâ

met

ro d

o ca

ule

(cm

)

RP RM RG

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Na Tabela 7, observa-se as médias dos diâmetros do caule nos seis substratos e nos

três tamanhos de recipientes estudados. Na primeira avaliação, aos 25 dias, já foi possível

observar a diferença entre os tratamentos. Os substratos S2 (terra + esterco), S4 (areia +

esterco) e S5 (areia + terra + esterco) apresentaram as maiores médias de diâmetro do

caule, nos três recipientes. No substrato S2 registrou-se um diâmetro médio de 0,35 cm

para o recipiente pequeno; 0,57 para o médio e 0,63 para o grande. Para o substrato S4, as

médias de diâmetro foram de 0,38 cm para o recipiente pequeno; 0,50 para o médio e 0,59

para o grande. No S5, que também apresentou bons resultados as médias de diâmetro

foram de 0,34 cm para o RP; 0,50 para o RM e 0,56 para o RG.

Aos 40 dias, que corresponde à segunda avaliação, observou-se que os recipientes

grandes (RG) proporcionaram as maiores médias para os seguintes substratos S2, S4 e S5

com 0,71, 0,68 e 0,62 cm, respectivamente. Esses três substratos também apresentaram os

melhores resultados nos outros recipientes RM e RG.

Na terceira avaliação, aos 55 dias, foram registrados valores similares aos demais,

onde os substratos com a presença da matéria orgânica (esterco) apresentaram os melhores

resultados no recipiente de maior tamanho. Neste momento de avaliação as plantas de

faveleira apresentaram um diâmetro de 0,81, 0,78 e 0,70 cm no recipiente de maior

tamanho.

A última avaliação feita aos 70 dias, apresentou resultados similares às demais. A

média de diâmetro foi superior nos recipientes grandes, para os substratos S2 com 0,96 cm

e S4 com 0,90, sendo estes equivalentes estatisticamente. Outro substrato que apresentou

bons resultados foi o S5 com 0,81 cm. Já os substratos S3 (areia + terra) e S6 (areia),

apresentaram os piores resultados que foram estatisticamente iguais para os três

recipientes. Provando que esses substratos não apresentaram boas propriedades químicas e

físicas para promover um bom desenvolvimento das mudas de faveleira em relação aos

demais, no período de avaliação de 70 dias.

Sabe-se que a matéria orgânica desempenha um papel preponderante no

condicionamento do substrato para a produção de mudas (Silva et al., 2003), assim como o

tamanho do recipiente exerce grande influência no crescimento das mudas, aqueles de

maior tamanho proporcionam melhores condições para o desenvolvimento das mudas

(Oliveira et al., 2004). Entretanto, quanto maior for o tamanho dos recipientes, maiores

serão os gastos com a mão de obra e com os substratos. Neste trabalho os maiores

recipientes utilizados, tinham um volume de 1525 cm3, tamanho que proporcionou um alto

desenvolvimento das mudas, que estavam aptas para ir ao campo aos 70 dias.

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Tabela 7. Médias do diâmetro do caule das plantas de faveleira nos três recipientes e seis substratos. Sendo: RP = Recipiente pequeno (250 cm3); RM = Recipiente médio (990 cm3) e RG = Recipiente grande (1525 cm3).

Diâmetro do caule (cm) Tempo (Dias) Substrato

RP RM RG

S1 = TERRA 0,26 bB 0,34 cA 0,40 bA

S2 = TERRA + ESTERCO (1:1) 0,35 aB 0,57 aA 0,63 aA

S3 = TERRA + AREIA (1:1) 0,28 bA 0,34 cA 0,31 cA

S4 = AREIA + ESTERCO (1:1) 0,38 aC 0,50 bB 0,59 aA

S5 = AREIA + TERRA + ESTERCO (1:1:1) 0,34 aB 0,50 bA 0,56 aA

25

S6 = AREIA (1:1) 0,25 bA 0,28 cA 0,29 cA

S1 = TERRA 0,34 bB 0,40 cB 0,46 bA

S2 = TERRA + ESTERCO (1:1) 0,43 aC 0,64 aB 0,71 aA

S3 = TERRA + AREIA (1:1) 0,33 bA 0,39 cA 0,36 cA

S4 = AREIA + ESTERCO (1:1) 0,44 aC 0,56 bB 0,68 aA

S5 = AREIA + TERRA + ESTERCO (1:1:1) 0,40 aB 0,56 bA 0,62 aA

40

S6 = AREIA (1:1) 0,29 bA 0,32 dA 0,33 cA

S1 = TERRA 0,41 bA 0,46 cA 0,52 cA

S2 = TERRA + ESTERCO (1:1) 0,50 aC 0,72 aB 0,81 aA

S3 = TERRA + AREIA (1:1) 0,39 bA 0,44 cA 0,42 dA

S4 = AREIA + ESTERCO (1:1) 0,50 aC 0,63 bB 0,78 aA

S5 = AREIA + TERRA + ESTERCO (1:1:1) 0,46 aB 0,63 bA 0,70 bA

55

S6 = AREIA (1:1) 0,33 cA 0,37 dA 0,37 dA

S1 = TERRA 0,42 bC 0,49 cB 0,58 cA

S2 = TERRA + ESTERCO (1:1) 0,53 aC 0,77 aB 0,96 aA

S3 = TERRA + AREIA (1:1) 0,43 bA 0,45 cA 0,48 dA

S4 = AREIA + ESTERCO (1:1) 0,57 aC 0,70 bB 0,90 aA

S5 = AREIA + TERRA + ESTERCO (1:1:1) 0,49 aC 0,68 bB 0,81 bA

70

S6 = AREIA (1:1) 0,41 bA 0,43 cA 0,44 dA

Médias seguidas da mesma letra maiúscula nas linhas e médias seguidas de mesma letra minúsculas nas colunas no mesmo tempo não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p � 5%).

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Para os parâmetros de crescimento da parte aérea analisados (altura, número de

folhas e diâmetro do caule), foi observado que a fertilidade do substrato foi um fator

primordial para o desenvolvimento das plantas de faveleira. O esterco bovino foi a

principal fonte de nutrientes utilizada, rico em matéria orgânica, este fertilizante orgânico

além de proporcionar melhorias nas propriedades químicas, tem um papel importante na

qualidade físicas dos substratos. Os substratos que tiveram o esterco na composição foram

o S2 (terra + esterco), o S4 (areia + esterco) e o S5 (areia + terra + esterco).

Na análise química dos substratos observou-se que o S2 apresentou os maiores

valores para os nutrientes avaliados. Sendo 324,18 mg/dm3 de fósforo, 1.474,2 mg/dm3 de

potássio, 0,82 cmol/dm3 de sódio, 3,6 cmol/dm3 de cálcio, 4,7 cmol/dm3 de magnésio e

26,92 g/Kg de matéria orgânica; o S4 teve como valores 311,58 mg/dm3 de fósforo, 1063

mg/dm3 de potássio, 0,05 cmol/dm3 de sódio, 0,4 cmol/dm3 de cálcio, 4,65 cmol/dm3 de

magnésio e 18,22 g/Kg de matéria orgânica e o S5 teve 248,5 mg/dm3 de fósforo, 789,5

mg/dm3 de potássio, 0,38 cmol/dm3 de sódio, 1,1 cmol/dm3 de cálcio, 3,9 cmol/dm3 de

magnésio e 21,77 g/Kg de matéria orgânica. A análise química dos substratos pode ser

observado na Tabela 8 e a análise física na Tabela 9.

Tabela 8. Análise química dos substratos testados. Sendo: A = AREIA; ATE = AREIA+TERRA+ESTERCO; TE = TERRA+ESTERCO; AE = AREIA + ESTERCO, T = TERRA E AT = AREIA+TERRA.

Sub. pH P mg/dm3

K mg/dm3

Na cmol/dm3

Ca+Mg cmol/dm3

Ca cmol/dm3

Mg cmol/dm3

Al cmol/dm3

H+Al cmol/dm3

C g/kg

MO g/kg

A 7,1 11,83 36 0,06 1,35 0,7 0,65 0 0,41 1,21 2,09

ATE 6,6 248,5 789,5 0,38 5 1,1 3,9 0 1,68 12,63 21,77

TE 6,4 324,18 1474,2 0,82 8,3 3,6 4,7 0 3,3 15,61 26,92

AE 7,4 311,58 1063 0,05 5,05 0,4 4,65 0 0,33 10,57 18,22

T 5,1 2,83 25 0,03 1,09 1,1 0,01 0,75 7,6 10,63 18,33

AT 5,7 7,63 54,6 0,06 2,55 1,9 0,65 0 0,82 3,15 5,44

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Tabela 9. Análise física dos substratos testados. Sendo: A = AREIA; AET = AREIA+TERRA+ESTERCO; TE = TERRA+ESTERCO; AE = AREIA+ESTERCO; T = TERRA e AT = AREIA+TERRA.

Sub. Areia Grossa 2 – 0,2 mm

Areia Fina 0,2 – 0,05 mm

Silte 0,05 – 0,002 mm

Argila < 0,002 mm

A 822 140 21 11

TAE 663 127 30 180

TE 408 125 97 370

AE 802 136 16 46

T 442 181 13 364

AT 679 182 13 126

2.3.4. Diâmetro das Raizes

Na avaliação do diâmetro da raiz principal observa-se que a maior média foi

encontrada no recipiente de maior com o substrato S4 (areia + esterco), sendo 2,933 mm.

Um fator que contribui para um bom crescimento da raiz em diâmetro nesse substrato, foi a

boa fertilidade oriunda da presença do esterco como fonte de matéria orgânica e nutrientes

e a boa porosidade promovida de pela areia, deixando o solo menos compactado

facilitando o desenvolvimento do sistema radicular. Esse substrato também apresentou a

melhor média de diâmetro de raiz para o recipiente médio com 1,810 mm, que foi igual

estatisticamente ao S 2 (terra + esterco) com 1,900 mm e ao S5 (areia + terra + esterco)

com 1,673 mm. No recipiente pequeno (RP), o substrato S4 apresentou numericamente a

maior média sendo 1,573 mm, valor que foi estatisticamente igual aos demais substratos

(Tabela 10).

Comparando-se os recipientes, observa-se que não houve diferenças entre eles em

quatro substratos que foram o S1 (terra), S3 (terra + areia), S5 (areia + terra + esterco) e S6

(areia). Isso mostra que os três recipientes proporcionaram estatisticamente as mesmas

condições para o crescimento em diâmetro da raiz nesses quatro substratos.

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Tabela 10. Médias do diâmetro da raiz principal das plantas de faveleira nos três recipientes e seis substratos. Sendo: RP = Recipiente pequeno (250 cm3); RM = Recipiente médio (990 cm3) e RG = Recipiente grande (1525 cm3).

Diâmetro da Raiz (cm) Substrato

RP RM RG

S1 = TERRA 1,093 aA 1,197 bA 1,293 cA

S2 = TERRA + ESTERCO (1:1) 1,357 aB 1,900 aA 2,190 bA

S3 = TERRA + AREIA (1:1) 1,030 aA 1,167 bA 1,137 cA

S4 = AREIA + ESTERCO (1:1) 1,573 aB 1,810 aB 2,933 aA

S5 = AREIA + TERRA + ESTERCO (1:1:1) 1,280 aA 1,673 aA 1,857 bA

S6 = AREIA (1:1) 1,140 aA 1,207 bA 1,090 cA

Médias seguidas da mesma letra maiúscula nas linhas e médias seguidas de mesma letra minúsculas nas colunas não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p � 5%).

2.3.5. Comprimento da Raiz

Esse parâmetro apresentou um resultado bem particular onde a fertilidade do

substrato não promoveu diferenças entre os tratamentos dentro de cada recipiente. Em

solos ou substratos pouco férteis, o sistema radicular se desenvolve mais intensamente, na

busca de água e nutrientes, por isto é comum encontrar para este parâmetro mudas com um

crescimento elevado do sistema radicular em detrimento da parte aérea. (STURION &

ANTUNES, 2000). Observa-se que as médias de comprimento das raízes foram

estatisticamente iguais em todos os recipientes. Para este parâmetro as propriedades físicas

dos substratos exercem uma maior influência em relação às qualidades químicas, pode-se

observar que o S6 (areia), que é substrato menos fértil, proporcionou altos valores tão

quanto o S2 (terra + esterco) que foi quimicamente o mais fértil.

Por outro lado o tamanho do recipiente foi uma variável limitante para o

desenvolvimento do sistema radicular, constataram-se uma diferença entre os três

recipientes para todos os substratos. Observa-se que a média do comprimento das raízes

aumentou do menor recipiente para o maior em todos os substratos (Tabela 11).

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Tabela 11. Médias do comprimento da raiz das plantas de faveleira nos três recipientes e seis substratos. Sendo: RP = Recipientes pequenos (250 cm3); RM = Recipientes médios (990 cm3) e RG = Recipientes grandes (1525 cm3).

Comprimento da Raiz (cm) Substrato

RP RM RG

S1 = TERRA 14,783 aC 21,033 aB 28,233 aA

S2 = TERRA + ESTERCO (1:1) 15,567 aC 21,500 aB 26,217 aA

S3 = TERRA + AREIA (1:1) 14,683 aC 20,233 aB 27,267 aA

S4 = AREIA + ESTERCO (1:1) 14,733 aC 18,833 aB 29,333 aA

S5 = AREIA + TERRA + ESTERCO (1:1:1) 15,900 aC 23,433 aB 28,533 aA

S6 = AREIA (1:1) 17,167 aC 20,867 aB 27,267 aA

Médias seguidas da mesma letra maiúscula nas linhas e médias seguidas de mesma letra minúsculas nas colunas não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p � 5%).

2.3.6. Número de Raízes Secundárias

Na Tabela 12, podem ser observadas as médias do número de raízes secundárias

nos três recipientes e seis substratos. Para este parâmetro o tamanho do recipiente não

apresentou grande influência como para o comprimento da raiz. Percebe-se que para os

substratos S1, S2, S3 e S6 não houve diferença entre os recipientes. O substrato S5 foi

igual no recipiente médio (2,33) e grande (2,66), valores que diferiam apenas do menor

(1,00). Já o substrato 4 (areia + esterco) apresentou o maior valor no recipiente médio,

sendo 3,56, seguido pelo recipiente grande com 2,76 e pequeno com 1,46. Na comparação

entre os substratos em cada recipiente, observa-se que os mais férteis (S2, S4 e S5)

apresentaram os maiores valores para o número de raízes secundárias.

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Tabela 12. Médias do número de raízes secundárias das plantas de faveleira nos três recipientes e seis substratos. Sendo: RP = Recipientes pequenos (250 cm3); RM = Recipientes médios (990 cm3) e RG = Recipientes grandes (1525 cm3).

Número de raízes secundárias Substrato

RP RM RG

S1 = TERRA 0,400 bA 0,533 cA 0,367 bA

S2 = TERRA + ESTERCO (1:1) 1,267 aB 3,300 aA 3,367 aA

S3 = TERRA + AREIA (1:1) 0,367 bA 0,333 cA 0,533 bA

S4 = AREIA + ESTERCO (1:1) 1,467 aC 3,567 aA 2,767 aB

S5 = AREIA + TERRA + ESTERCO (1:1:1) 1,000 aB 2,333 bA 2,667 aA

S6 = AREIA (1:1) 0,433 bA 0,533 cA 0,467 bA

Médias seguidas da mesma letra maiúscula nas linhas e médias seguidas de mesma letra minúsculas nas colunas não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p � 5%).

2.3.7. Matéria Seca da Parte Aérea

Na avaliação da matéria seca da parte aérea, constatou-se que o substrato S2 (terra

+ areia), apresentou os melhores resultados nos recipientes médio (2,83 g) e grande (6,08

g). No recipiente menor (RP), esse substrato também apresentou um alto valor (0,84 g),

que foi estatisticamente igual ao S4 que obteve 0,98 g. Como esse substrato foi o mais

fértil, a maior quantidade de nutrientes promoveu uma maior produção de biomassa aérea.

Os substratos 4 (areia + esterco) e 5 (areia + terra + esterco) vierem em seguida com uma

média de matéria seca de 4,97 e 4,36 g no recipiente maior, de 1,90 e 2,25 g no médio e de

0,98 e 0,55 g no menor (Tabela 13).

Os valores encontrados para este parâmetro são semelhantes aos superiores a alguns

trabalhos, comprovando a grande quantidade de produção de biomassa dessa espécie. A

Leucena que também é uma forrageira, sendo exótica, apresentou uma média de 4,06 g

para a matéria seca da parte aérea (OLIVEIRA et al., 2004). Souza et al. (2005), estudando

a influência de tamanhos de recipientes e substratos na produção de mudas de ipê-amarelo,

obteve como média de matéria seca da parte aérea 7 g, aos 270 dias de avaliação, em um

recipiente de 2.000 cm3. Percebe-se que mesmo o ipê sendo uma espécie de baixo

crescimento, apresentou um peso de matéria seca aos 270, quase similar aos encontrados

para a faveleira em 70 dias. Mudas de jatobá produzidas em substrato composto por terra

+ areia + esterco, apresentou uma média de 3,06 g de matéria seca da parte aérea.

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Os substratos S1, S3 e S6 (sem a presença do esterco) apresentaram resultados

muito inferiores aos demais, mostrando que a produção de biomassa está ligada a uma

maior fertilidade do substrato.

Tabela 13. Médias da matéria seca da parte aérea das plantas de faveleira nos três recipientes e seis substratos. Sendo: RP = Recipientes pequenos (250 cm3); RM = Recipientes médios (990 cm3) e RG = Recipientes grandes (1525 cm3).

Matéria seca da parte aérea (g) Substrato

RP RM RG

S1 = TERRA 0,403 bB 0,573 dB 0,940 dA

S2 = TERRA + ESTERCO (1:1) 0,849 aC 2,833 aB 6,088 aA

S3 = TERRA + AREIA (1:1) 0,340 bA 0,430 dA 0,477 eA

S4 = AREIA + ESTERCO (1:1) 0,981 aC 1,902 cB 4,970 bA

S5 = AREIA + TERRA + ESTERCO (1:1:1) 0,551 bC 2,259 bB 4,363 cA

S6 = AREIA (1:1) 0,315 bA 0,482 dA 0,396 eA

Médias seguidas da mesma letra maiúscula nas linhas e médias seguidas de mesma letra minúsculas nas colunas não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p � 5%).

2.3.8. Matéria Seca da Raiz

Na Tabela 14, podem ser observados os valores médios para a matéria seca da raiz

nos três recipientes e seis substratos estudados. Para este parâmetro tanto a fertilidade do

substrato como o tamanho dos recipientes proporcionaram diferenças entre as médias. Os

maiores valores foram registrados no recipiente de maior tamanho, onde o substrato 2

(terra + esterco) apresentou uma média de 8,575 g, valor que foi igual ao apresentado pelo

substrato 4 (areia + esterco) com 8,062g. O substrato 5 (areia + terra + esterco) veio logo

em seguida com 7,214 g.

Comparando-se a biomassa seca do sistema radicular da faveleira com outras

espécies, observa-se que os valores são muito superiores, considerando o tempo de

avaliação e os tamanhos dos recipientes utilizados. Lima et al. (2006), alcançaram valores

de 5,36 g para a mamoneira em substratos contendo doses de esterco. Os altos valores

registrados para a faveleira neste parâmetro, se devem a morfologia da raiz, que apresenta

túberas.

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Tabela 14. Médias da matéria seca da raiz das plantas de faveleira nos três recipientes e seis substratos. Sendo: RP = Recipientes pequenos (250 cm3); RM = Recipientes médios (990 cm3) e RG = Recipientes grandes (1525 cm3).

Matéria seca da raiz (g) Substrato

RP RM RG

S1 = TERRA 1,625 bB 2,039 dB 3,054 cA

S2 = TERRA + ESTERCO (1:1) 2,081 aC 5,519 aB 8,575 aA

S3 = TERRA + AREIA (1:1) 1,394 bA 1,757 dA 1,784 dA

S4 = AREIA + ESTERCO (1:1) 2,597 aC 3,382 cB 8,062 aA

S5 = AREIA + TERRA + ESTERCO (1:1:1) 1,852 bC 4,337 bB 7,214 bA

S6 = AREIA (1:1) 1,453 bA 1,672 dA 1,411 dA

Médias seguidas da mesma letra maiúscula nas linhas e médias seguidas de mesma letra minúsculas nas colunas não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (p � 5%).

2.3.9. Análise de Componentes Principais (PCA)

Na Figura 5, observa-se a influência dos componentes químicos (nutrientes) e

físicos no desenvolvimento dos parâmetros em cada substrato nos recipientes menores. Os

substratos terra + esterco, areia + terra + esterco e areia + esterco foram os que

proporcionaram melhores condições para o crescimento das mudas. Nos quadrantes

positivos observa-se que os parâmetros quantitativos e qualitativos de crescimento das

mudas como altura, número de folhas, diâmetro do caule, diâmetro da raiz, número de

raízes secundárias e matéria seca da parte aérea e raiz, estão sendo influenciados pela

fertilidade dos substratos. Os altos valores de matéria orgânica, cálcio, magnésio, fósforo e

potássio, foram os responsáveis pelo melhor desenvolvimento das mudas nos três

substratos de maior fertilidade (S2, S4 e S5).

Nos quadrantes negativos percebe-se que a presença do Alumínio, do hidrogênio +

alumínio e da areia fina, presentes nos substratos terra e areia + terra estão correlacionados

negativamente com o crescimento das mudas, isto porque nenhum dos parâmetros

avaliados cresceu em função dessas variáveis. Já a grande quantidade de areia grossa

presente no substrato S6 (areia), também teve uma correlação negativa com todos os

parâmetros avaliados no recipiente menor exceto para o comprimento das raízes, que foi

influenciada por esta variável.

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Figura 5. Eixo de ordenação produzido pela análise de componente principais (PCA),

gerados a partir dos tratamentos, análise fisico-química do solo e parâmetro avaliados para o recipiente pequeno. Sendo: pH = potencial hidrogenionico; P = fósforo; Na = sócio; Ca+Mg = cálcio+magnésio; Ca = cálcio; Mg = magnésio; Al = alumínio; H+Al = hidrogênio + alumínio; Carb = carbono; MO = matéria orgânica; AG = areia grossa; AF = areia fina; SIL = silte; ARG = argila; ALT1 = altura de plantas; NF1 = número de folhas; DC1 = diâmetro do caule; DR1 = diâmetro da raiz; CR1 = comprimento de raiz; NRS1 = número de raízes secundárias; MSPA1 = matéria seca da parte aérea e MSR1 = matéria seca da raiz.

Na Figura 6, encontram-se os resultados da análise de componentes principais para

os recipientes médios. O comportamento das variáveis foi similar ao encontrado no

recipiente menor. Os nutrientes P, K, Ca, Mg e matéria orgânica exerceram grande

influência nos parâmetros altura, número de folhas, diâmetro do caule, diâmetro da raiz,

comprimento da raiz, número de raízes secundárias e matéria seca da parte aérea e raiz.

PCA case scores

Axi

s 2

Axis 1

A

TAE

TE

AE

T

AT

-0.4

-0.8

-1.3

-1.7

-2.1

0.4

0.8

1.3

1.7

2.1

-0-1-1-2-2 0 1 1 2 2

pH

P

K

Na

Ca+Mg

Ca

Mg

Al

H+Al

CarbMO

AG

AF

SIL

ARG

ALT1

NF1DC1

DR1CR1

NRS1

MSPA1

MSR1

Vector scaling: 5,13

Recipientes Pequenos (250 cm3)

+

+

-

-

S3= Areia + terra

S6= Areia

S1=Terra

S4= Areia + esterco

S2= Terra + esterco

S5= Areia + terra + esterco

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Desta forma, os substratos que apresentaram na sua composição química uma concentração

desses nutrientes proporcionaram melhores condições para o desenvolvimento das plantas

de faveleira que foram S2 (terra + esterco), S4 (areia + esterco) e S5 (areia + terra =

esterco). Já a areia grossa, a fina, o alumínio e o hidrogênio + alumínio, contidos nos

substratos, terra, areia + terra e areia, estão correlacionados de forma negativa para o

crescimento das mudas no recipiente médio.

Figura 6. Eixo de ordenação produzido pela análise de componente principais (PCA), gerados a partir dos tratamentos, análise fisico-química do solo e parâmetro avaliados para recipiente médio. Sendo: pH = potencial hidrogenionico; P = fósforo; Na = sócio; Ca+Mg = cálcio+magnésio; Ca = cálcio; Mg = magnésio; Al = alumínio; H+Al = hidrogênio + alumínio; Carb = carbono; MO = matéria orgânica; AG = areia grossa; AF = areia fina; SIL = silte; ARG = argila; ALT1 = altura de plantas; NF1 = número de folhas; DC1 = diâmetro do caule; DR1 = diâmetro da raiz; CR1 = comprimento de raiz; NRS1 = número de raízes secundárias; MSPA1 = matéria seca da parte aérea e MSR1 = matéria seca da raiz.

PCA case scores

Axi

s 2

Axis 1

A

TAE

TE

AE

T

AT

-0.5

-1.0

-1.5

-2.0

-2.5

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

-0-1-1-2-2 0 1 1 2 2

pH

P

K

Na

Ca+Mg

Ca

Mg

Al

H+Al

CarbMO

AG

AF

SIL

ARG

ALT2NF2

DC2

DR2

CR2

NRS2

MSPA2

MSR2

Vector scaling: 6,01

+

+

-

-

S3= Areia + terra

S6= Areia

S1=Terra

S4= Areia + esterco

S2= Terra + esterco

S5= Areia + terra + esterco

Recipientes Médios (990 cm3)

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A análise de componentes principais para os parâmetros avaliados nos recipientes

grandes seguiu a mesma tendência dos anteriores. Observa-se nos quadrantes positivos da

Figura 7, que os vetores representados pelos nutrientes P, K, Ca, Mg e matéria orgânica

estão direcionados junto com os vetores dos parâmetros de crescimento de mudas

avaliados, comprovando que a alta fertilidade dos substratos S2, S4 e S5, proporcionou um

maior desenvolvimento das plantas de faveleira. Por outro lado, a areia grossa, a areia fina,

o alumínio e o hidrogênio + alumínio correlacionaram-se de forma negativa ao crescimento

das mudas, mostrando que os substratos S1, S3 e S6 proporcionaram os piores resultados

para os parâmetros avaliados.

O esterco além de apresentar altos teores de matéria orgânica, que melhora as

propriedades físicas dos substratos, é uma importante fonte de nutrientes para as plantas

(SILVA et al., 2003). Como foi observado neste trabalho, a presença do esterco como fonte

de matéria orgânica, foi o fator primordial para o desenvolvimentos das mudas de

faveleira, proporcionando aumentos nos teores de fósforo, potássio, cálcio, magnésio e

matéria orgânica.

A maior parte do nitrogênio se encontra na forma orgânica. Esse nutriente é um

componente fundamental das proteínas (enzimas), tendo importante função como ligante

de íons metálicos, principalmente na forma de anéis heterocíclicos, como por exemplo, na

clorofila. Como rotineiramente não é feita análise química para o N, o seu percentual é

estimado pela quantidade de matéria orgânica. O fósforo é outro nutriente de grande

importância e que é encontrado em pequenas quantidades nos solos brasileiros. Valores

inferiores a 10 mg/dm3, são considerados baixos. O substrato terra, que foi a base para a

formação dos demais, apresentou um baixo valor para este nutriente, sendo 2,83 mg/dm3.

Quando foi adicionado o esterco, esse valor subiu para 324,18 mg/dm3 no substrato terra +

esterco. A principal função do fósforo é o armazenamento e fornecimento de energia. O

potássio foi outro elemento que aumentou significativamente os seus valores nos substratos

compostos pelo esterco. Os substratos que não tiveram adição do esterco apresentaram

valores entre 25 e 54 mg/dm3, com a adição do esterco, os valores variaram de 789,5 a

1474 mg/dm3. Esse nutriente atua no armazenamento de energia (fosforilação), na

fotossíntese e respiração, na síntese de aminoácidos e proteínas, na abertura de estômatos e

na translocação de carboidratos. O aumento na oferta de K do solo resulta em maior

suprimento das plantas e, consequentemente, maiores ganhos em altura (CARVALHO et

al.,1978; BARROS et al.,1981; BELLOTE & FERREIRA, 1993; MALAVOLTA et al.,

1997).

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O cálcio e o magnésio que também são macronutrientes, sendo secundários,

tiveram seus valores elevados em função da presença do esterco. Esses nutrientes exercem

grande influência no metabolismo das plantas. O cálcio tem um papel na regulação da

hidratação, ativação de enzimas, desenvolvimento e funcionamento das raízes. Já o

magnésio também atua na regulação da hidratação, além de influenciar na ativação de

enzimas (respiração e síntese de proteínas), armazenamento e transferência de energia

(GARLIPP & BALLONI, 1980; MALAVOLTA et al., 1997; TAIZ & ZEIGER, 1998).

Figura 7. Eixo de ordenação produzido pela análise de componente principais (PCA), gerados a partir dos tratamentos, análise fisico-química do solo e parâmetro avaliados para o recipiente grande. Sendo: pH = potencial hidrogenionico; P = fósforo; Na = sócio; Ca+Mg = cálcio+magnésio; Ca = cálcio; Mg = magnésio; Al = alumínio; H+Al = hidrogênio + alumínio; Carb = carbono; MO = matéria orgânica; AG = areia grossa; AF = areia fina; SIL = silte; ARG = argila; ALT1 = altura de plantas; NF1 = número de folhas; DC1 = diâmetro do caule; DR1 = diâmetro da raiz; CR1 = comprimento de raiz; NRS1 = número de raízes secundárias; MSPA1 = matéria seca da parte aérea e MSR1 = matéria seca da raiz.

PCA case scores

Axi

s 2

Axis 1

A

TAE

TE

AE

T

AT

-0.5

-1.0

-1.4

-1.9

-2.4

0.5

1.0

1.4

1.9

2.4

-0-1-1-2-2 0 1 1 2 2

pH

P

K

Na

Ca+Mg

Ca

Mg

Al

H+Al

CarbMO

AG

AF SIL

ARG

ALT3NF3

DC3

DR3

CR3

NRS3MSPA3MSR3

Vector scaling: 5,87

+

+

-

-

S3= Areia + terra

S6= Areia

S1=Terra

S4= Areia + esterco

S2= Terra + esterco

S5= Areia + terra + esterco

Recipientes Grandes (1525 cm3)

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3. CONCLUSÕES

Para o estudo de sementes desenvolvido neste trabalho pode-se concluir que:

� Os maiores valores para a percentagem de emergência de C. phyllacanthus foram

registrados para a maior classe de tamanho de sementes nos substratos Areia, terra

+ esterco e terra = areia + esterco;

� As sementes de faveleira de maior tamanho possuem alta percentagem de

emergência, haja vista que utilizando-se substratos convencionais e uma simples

seleção baseada no fenótipo foi possível alcançar valores de 90%. Para a produção de mudas por via sexuada pode-se concluir que:

� Dentre os substratos utilizados, aqueles que apresentam o esterco na sua

composição (terra + esterco, areia + esterco e areia + terra + esterco) devem ser

recomendados para a produção de mudas de faveleira;

� O recipiente de maior tamanho (1525 cm3) proporcionou as melhores condições

para o desenvolvimento inicial das plantas de C. phyllacanthus, associado aos

substratos de maior fertilidade (terra + esterco, areia + esterco e areia + terra +

esterco), sendo essa combinação ideal para a produção de mudas dessa espécie;

� No intervalo de 70 dias, com a utilização dos substratos de melhor fertilidade e o

maior recipiente, foi possível obter mudas prontas para ir ao campo, com melhor

qualidade e mais desenvolvida do que nos recipientes pequeno e o médio;

� Os altos valores de P, K, Ca, Mg e matéria orgânica presentes nos substratos terra +

esterco, areia + esterco e areia + terra + esterco, influenciaram no crescimento das

mudas;

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CAPÍTULO II

DESENVOLVIMENTO DE PROTOCOLOS PARA A PROPAGAÇÃO ASSEXUADA DA FAVELEIRA Cnidoscolus

phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm.

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DESENVOLVIMENTO DE PROTOCOLOS PARA A PROPAGAÇÃO

ASSEXUADA DA FAVELEIRA Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L.

Hoffm.

RESUMO

A propagação por via assexuada caracteriza-se por formar plantas com estabilidade

genética garantida e uniformes de acordo com as características desejadas, além de

proporcionar uma maior precocidade na produção. A faveleira (Cnidoscolus phyllacanthus

(Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm.), é uma espécie nativa da caatinga que tem se revelado

muito promissora economicamente, haja vista que produz óleos, amido e forragem.

Entretanto não há registros na literatura de trabalhos com a multiplicação clonal desta

espécie. Diante desta problemática o objetivo deste trabalho foi estudar protocolos para a

propagação assexuada por estaquia desta espécie. Para isto, foram instalados 10

experimentos nos quais foram testadas diversas variáveis como tipos de substratos

(convencionais e comerciais), tipos de explantes (estacas de ponteiro, lenhosa, semi-

lenhosa e estaca de rebrota), tipos de auxinas (IBA e ANA), controle fitossanitário

(fungicida e bactericida), tipos de recipientes (sacos de polietileno e tubetes), período de

anelamento (30 e 60 dias) e várias épocas de coleta. Constatou-se que a faveleira

apresenta-se como uma espécie de difícil propagação por via assexuada, visto que foi

registrado o enraizamento de poucas estacas. Na maioria dos experimentos as estacas

emitiram brotações, porém em poucos foi registrado a emissão de raízes. O substrato que

proporcionou os melhores resultados foi a vermiculita. As estacas de ponteiro e as semi-

lenhosas, foram os melhores tipos de explantes. A prática do anelamento associado ao uso

do IBA proporcionou os melhores resultados para o enraizamento da faveleira. Foi

constatado que a faveleira apresentou uma alta resistência a emissão de raízes nos ensaios

realizados. Entretanto, alguns resultados encontrados neste trabalho comprovam que esta

espécie pode ser multiplicada por via assexuada, o que trará um grande avanço para sua

inserção como lavoura xerófila no semi-árido nordestino.

Palavras-chave: propagação assexuada, estaquia, substratos, auxinas e Cnidoscolus phyllacanthus.

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DEVELOPMENT OF PROTOCOLS TO VEGETATIVE PROPAGATION OF FAVELEIRA Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm.

ABSTRACT Propagation via sexual action featured by forming plants with genetic stability and uniform

according to featuring through gives early production .Faveleira (Cnidoscolus

phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm.) is a native species of north eastern giving its

economic, producing oils, starch and forage. So, there is no registration on literature with

multiplication of this species. Fronting it the aim of this work was to study protocols to a

sexual propagation .To make it , 10 experiments were tested on several variable as types of

substrates(conventional and commercial ones),types of explants (pick woods ,hardwood

,semi-hardwood and growing pick), types of auxin (IBA and ANA), phito-cleaning

control(fungicide and bacterium),types of recipients(poli-ethylen sacks and tubs),ring

period (30 and 60 d) and several collect periods. It had been noted that faveleira showed as

a hard species by propagation via sexual action and it was registered roots in a small picks.

In majority of experiments picks gave flowering but in a small emission of roots.

Substrates gave better results was vermiculate. Picks and semi- woods were the best types

of explants. Practice of ring linked to the usage of IBA gave better results to rooting of

faveleira. It had been noted that faveleira showed a high resistance to emission of roots on

carried out studies .So, some results on this studies showed that it can be multiplied via

sexual action ,that will bring advantage to inclusion as harvest in the dry region of Brazil.

Keywords: sexual propagation, substrates, auxins and Cnidoscolus phyllacanthus.

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1. INTRODUÇÃO

O interesse em se explorar o potencial de várias espécies nativas do semi-árido

Nordestino vem crescendo nos últimos anos. Normalmente as espécies exóticas cultivadas

possuem uma maior produtividade em relação às nativas, porém, aquelas quase sempre

causam problemas de natureza eco-sócio-ambiental e algumas das quais se tornam

invasoras. No bioma caatinga existem várias espécies autóctones com potencial econômico

comprovado e que podem ser grandes fontes de renda para a região. Não obstante esse

potencial, a exploração racional dessas espécies não acontece, por problemas de ordem

técnica, política e principalmente cultural.

A faveleira Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm. é uma espécie

promissora para o desenvolvimento do semi-árido nordestino. Uma das suas principais

características é a resistência à seca, e como potencialidades destaca-se a produção de óleo,

amido, forragem e outros produtos. Mesmo assim, a espécie continua inexplorada e sendo

substituída por espécies exóticas e ou por iniciativas econômicas que têm se revelado

desastrosas, ao longo das décadas, na região Nordeste. Apesar do conhecimento existente

sobre as potencialidades da faveleira, pouco se sabe sobre os métodos de propagação desta

espécie, principalmente por via assexuada.

A propagação sexuada é importante porque através dela se pode explorar a

variabilidade genética e desenvolver formas de melhoramento genético. Entretanto, esse

método de propagação pode gerar uma desuniformidade nos plantios, além de demandar

um maior ciclo para a produção e de ser dependente da oferta de sementes. Já a propagação

por via assexuada proporciona a formação de plantas com estabilidade genética garantida e

uniformes, de acordo com as características desejadas, além de proporcionar uma maior

precocidade na produção e garantir a transferência total das características das matrizes

selecionadas (ASSIS e TEIXEIRA, 1998; GRAÇA e TAVARES, 2000).

A estaquia é um processo altamente desejável por parte dos produtores, haja vista

que as plantas originadas são geneticamente idênticas entre si e à planta mãe. Este método

é simples e rápido onde pode-se obter um grande número de mudas com um baixo custo

(LEONAL, 1992; PASQUAL et al., 2001; MURATA et al., 2002; HARTMANN et al.,

2002; CARVALHO et al., 2005).

O sucesso com a prática da estaquia é variável devido a uma série de fatores, quer

sejam de natureza genética ou ambiental, por isto, para cada espécie deve ser feito estudos

aprofundados. Alguns fatores podem influenciar a propagação por estaquia, entre eles a

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posição da estaca no ramo, pelo grau de lignificação, quantidade de reservas e

diferenciação dos tecidos, o tipo de substrato, pelas suas características químicas e físicas,

o genótipo, as condições fisiológicas da planta matriz e as condições ambientais, além dos

resultados poderem ser melhorados com um tratamento prévio das estacas com produtos

químicos, como as auxinas de enraizamento (YAMANISHI et al., 2001;HARTMANN et

al., 2002)

O objetivo deste trabalho foi desenvolver um protocolo para a propagação

assexuada, por estaquia, da faveleira o que representa um passo muito importante para a

exploração futura desta espécie como lavoura xerófila.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Caracterização Geral da Área de Coleta do Material Vegetativo

As coletas das estacas de C. phyllacanthus foram efetuadas em dois Municípios. As

primeiras foram feitas na fazenda Ingá, situada no Município de Acari–RN. Localizada

geograficamente nas coordenadas de 6º 28’0,8” S e 36º 37’55,6” W a uma altitude de 300

m, esta fazenda possui uma área de aproximadamente 1.500 hectares e nos últimos 40 anos

vem ocorrendo apenas o corte seletivo sistematizado de sua vegetação. Esta área foi

selecionada, porque nela foram encontrados os maiores maciços populacionais de faveleira

na Microrregião do Seridó do Rio Grande do Norte, sendo assim considerada uma área

core de ocorrência desta espécie.

A outra área selecionada foi a Estação Experimental do CCA/UFPB, localizado no

município de São João do Cariri, Paraíba. O Município de São João do Cariri está

localizado na microregião do Cariri Oriental. A precipitação média é de 395 mm ao ano, a

temperatura média anual é de 26°C e a umidade relativa do ar é de 68%. A área de coleta

encontra-se nas coordenadas de 7°24'18,8” de latitude sul e 36°32'03,2” de longitude oeste

a uma altitude de 465 m. Nesta área foram selecionadas cerca de 30 matrizes, nas quais

foram feitos anelamentos, coletando-se explantes com 30 e 60.

2.2. Seleção das Matrizes e Coleta do Material Vegetativo

As matrizes foram selecionadas obedecendo aos seguintes critérios: tamanho,

idade, fenofase, sanidade e estado nutricional. As plantas escolhidas apresentavam

fenotipicamente todas às características desejáveis de acordo com os pré-requisitos para a

propagação assexuada por estaquia. Para isto as plantas devem apresentar uma boa

formação de copa de acordo com o padrão da espécie, ser isenta de qualquer ataque de

pragas ou doenças, não apresentar sintomas de deficiência nutricional e ser um indivíduo

jovem com ramos vigorosos.

Os ramos vegetativos (herbáceos e lenhosos) foram retirados das secções mediana e

basal das plantas no fim da estação seca e durante a estação chuvosa, no período de

setembro de 2005 a agosto de 2006.

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2.3. Caracterização da Área de Instalação dos Experimentos

Os experimentos foram conduzidos no viveiro florestal do Laboratório de Ecologia

Vegetal do CCA/UFPB, Areia-PB, que está localizado nas coordenadas geográficas de 6º

58’ 0,6” S e 35º 42’ 55,1” a uma altitude de 494 m. O município de Areia está inserido na

microrregião do brejo paraibano O clima local, pela classificação de Köppen, é do tipo AS’

(clima tropical, semi-úmido), com estação chuvosa no período outono-inverno. A

temperatura média anual oscila entre 22 a 26 ºC, a umidade relativa do ar é bastante

elevada (75-87 %) e a precipitação pluviométrica média anual é de 1500 mm (BRASIL,

1972).

2.4. Experimentos Instalados e Conduzidos

A faveleira é uma espécie para a qual não há registros de trabalhos feitos estudando

a propagação assexuada. Desta forma, foram instalados inicialmente experimentos testando

substratos convencionais e tipos de explantes visando desenvolver um protocolo prático e

eficiente para a propagação assexuada da mesma. Porém ao longo dos ensaios foi

constatado que a faveleira apresentou-se como uma espécie de difícil enraizamento,

exigindo técnicas mais avançadas que promovessem o seu enraizamento.

No período de setembro de 2005 a agosto de 2006 foram instalados 10

experimentos, testando diversas variáveis como tipo de substrato (convencionais e

comerciais), tipo de explantes, fenofase da espécie, época do ano, tipos de auxinas,

controle fitossanitário, tipo de recipiente, entre outros. Neste tópico será apresentado um

resumo de cada experimento instalado.

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2.4.1. Experimento 1

ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE FAVELEIRA EM DIFERENTRES

SUBSTRATOS CONVENCIONAIS

♦ Metodologia

O experimento foi instalado no dia 23 de setembro de 2005. O material vegetativo

foi coletado e trazido para o Laboratório onde foi feita a preparação dos explantes. As

estacas foram preparadas com aproximadamente 25 cm de comprimento e dividas em três

classes de diâmetro sendo D1 = � 0,6 cm; D2 = > 0,6 cm � 1,0 cm e D3 = > 1,0 cm. Sendo

plantadas em seis substratos: S1= areia; S2 = terra; S3 = areia + terra; S4 = areia+ esterco;

S5 = terra + esterco e S6 = areia+ terra+ esterco. A combinação dessas variáveis deu

origem aos tratamentos. O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente

casualizado, num esquema fatorial 3x 6, com 18 tratamentos, 4 repetições e 8 plantas por

parcela, totalizando 576 estacas. As estacas foram plantadas em sacos de polietileno preto,

enterrando-se um terço da estaca nos substratos. O ensaio foi conduzido durante 80 dias

em telado de sombrite com 50 % de luminosidade, mantido sob regas.

2.4.2. Experimento 2

UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE ESTACAS SOB EFEITO DE

AUXINAS NO ENRAIZAMENTO DA FAVELEIRA

♦ Metodologia

O experimento foi instalado no dia 23 de setembro de 2005. O material vegetativo

foi coletado e trazido para o Laboratório onde foi feita a preparação dos explantes. As

estacas foram preparadas com aproximadamente 25 cm de comprimento e divididas de

acordo com a natureza do material sendo E1 = estacas de ponteiro; E2 = Estacas semi-

lenhosas e E3 = estacas lenhosas. Associado ao tipo de estaca foi feito um tratamento com

auxina de enraizamento com o produto comercial Raizon 20®, na concentração de 3,5 g. l-1.

Desta forma cada tipo de estaca na presença e ausência da auxina deu origem a um

tratamento. A solução foi diluída em água destilada e as estacas permaneceram imersas por

24 horas. Após o tratamento com indutor de enraizamento as estas foram plantas em sacos

de polietileno contendo como substrato areia. O delineamento estatístico utilizado foi

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inteiramente casualizado num esquema fatorial 2 x 3, com 6 tratamentos, 4 repetições e 8

plantas por parcela, dando um total de 192 estacas em todo o ensaio. O experimento foi

conduzido durante 80 dias em telado de sombrite com 50 % de luminosidade, mantido sob

regas.

2.4.3. Experimento 3

INFLUÊNCIA DO TIPO DE ESTACA E DA CONCENTRAÇÃO DE AUXINA NO

ENRAIZAMENTO DE FAVELEIRA

♦ Metodologia

A coleta dos explantes e instalação do experimento foi feita entre os dias 3 e 4 de

outubro de 2005. Após a coleta em campo, o material vegetativo foi trazido para o

Laboratório onde foi efetuada a seleção e separação dos propágulos. As estacas foram

dividas em dois tipos, sendo estacas de rebrota (material coletado de plantas que sofreram

corte) e estacas de plantas sem corte. Estes dois tipos de estacas foram submetidas a um

tratamento com doses crescentes do produto comercial RAIZON 20® (0, 2, 4, 6 e 8 g.l-1)

que é um indutor de enraizamento. A solução foi preparada com água destilada onde as

estacas ficaram imersas durante 12 horas. O delineamento estatístico utilizado foi o

inteiramente casualizado num esquema fatorial 2 x 5 com 10 tratamentos, quatro

repetições, sendo oito plantas por parcela somando um total de 320 plantas em todo o

ensaio. O trabalho foi instalado em um canteiro com 1m de largura e 4 m de comprimento

coberto por um telado de sombrite de 50 % de luminosidade, tendo como substrato areia. O

ensaio foi conduzido durante 90 dias sob regas diárias.

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2.4.4. Experimento 4

ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE REBROTA DE FAVELEIRA SUBMETIDAS

A DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE AUXINA

♦ Metodologia

Este ensaio foi instalado no dia 4 de outubro de 2005, em um telado de sombrite

com 50 % de luminosidade. Foram utilizadas estacas com diâmetro de 0,6-1,5 cm e 25 cm

de comprimento submetidas a doses crescentes de auxinas (RAINZON 20®) sendo 0, 2, 4,

6, 8 e 10 g.l-1, imersas durante 12 horas. Utilizou-se como recipientes sacos de polietileno

contendo areia como substrato. O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente

casualizado com seis tratamentos, quatro repetições e oito plantas por parcela, somando-se

um total de 192 plantas. O experimento foi conduzido durante 90 dias sob regas diárias.

2.4.5. Experimento 5

ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE FAVELEIRA UTILIZANDO-SE

DIFERENTES DIÂMETROS, SUBSTRATOS E CONCENTRAÇÕES DE AUXINA

♦ Metodologia

Este experimento foi instalado em casa de vegetação do Laboratório de Ecologia

Vegetal do CCA-UFPB no dia 06/ 12/ 2005. Após a coleta em campo as estacas foram

trazidas para o laboratório para os tratamentos de assepsia. Os explantes foram tratados

com hipoclorito de sódio a 5% durante 5 minutos. Em seguida, os propágulos foram

lavados com água corrente, para a retirada do excesso do hipoclorito. Logo após a lavagem

as estacas foram colocadas em uma solução fúngica/bactericida durante 10 minutos,

contendo 1,5 g.l-1 de Cuprogarb ® e 1,5 ml.l-1 e Kasumin ®.

As estacas foram divididas em duas classes de diâmetro (D1= 0,5 a 1,0 cm e D2=

1,0 a 1,6 cm) e com comprimento de aproximadamente 25 cm. As concentrações de auxina

(RAIZON 20 ®) utilizadas foram 0; 1; 2; 3; 4 e 5 g.l-1. A diluição do fitohormônio foi feita

em álcool absoluto e água destilada. As estacas foram imersas na solução por um período

de uma hora e depois plantadas em sacos pequenos de polietileno. Os substratos utilizados

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foram Bioclone ®, Bioplant ® e a Vermiculita. O delineamento utilizado foi o DIC, num

esquema fatorial 2 x 6 x 3, com 12 tratamentos [T1 (D1+C0), T2 (D1+C1), T3 (D1+C2),

T4 (D1+C3), T5 (D1+C4), T6 (D1+C5), T7 (D2+C0), T8 (D2+C1), T9 (D2+C2), T10

(D2+C3), T11 (D2+C4) e T12 (D2+C5)] e 3 repetições. Tendo-se 10 plantas por parcela,

totalizando 360 plantas por cada substrato e 1080 estacas distribuídas em todo trabalho. Foi

feito uma avaliação da brotação 48 dias após a instalação.

2.4.6. Experimento 6

EFEITO DO TRATAMENTO FITOSSANITÁRIO E DE INDUÇÃO DE

ENRRAIZAMENTO EM ESTACAS DE FAVELEIRA

♦ Metodologia

Este experimento foi instalado em casa de vegetação do Laboratório de Ecologia

Vegetal do CCA-UFPB no dia 07/ 12/ 2005. As estacas foram selecionadas obedecendo a

uma classe de diâmetro entre 0,6 e 1,2 cm e com um comprimento variando de 20 a 25 cm.

Para a preparação das soluções que deram origem aos tratamentos, foram utilizados três

produtos químicos: o regulador de crescimento “Raizon 20®” (produto a base de ANA),

um fungicida/bactericida (Kasumin®) e um fungicida cúprico (Cuprogarb 500®).

Os tratamentos formados foram: T1 = estacas sem tratamento de imersão; T2 =

estacas imersa por um período de uma hora em água; T3 = estacas imersas em solução com

Raizon 20® 4 g.l-1 por um período de uma hora; T3 = Kasumin® 3 ml.l-1 (10 minutos) +

Raizon 20® 4 g.l-1 (1hora); T5 = estacas imersas em solução com Coprogarb 500® 10 g.l-1

(10 minutos) + Raizon 20® 4 g.l-1 (1 hora); T6 = estacas imersas em Cuprogarb 500® 3

g.l-1 + Kasumin® 3 g.l-1 (10 minutos) + Raizon 20® 4 g.l-1 (1 hora); T7 = imersão das

estacas em solução de Cuprogarb 500® 60g.l-1 (10 minutos) e T8 = imersão em solução de

Kasumin® 3ml.l-1 (10 minutos). Após a imersão, as estacas foram plantadas em tubetes

com 85cm3 de volume. O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualizado

com 8 tratamentos 4 repetições e 40 estacas por parcela, dando um total de 1280 estacas

em todo o ensaio.

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2.4.7. Experimento 7

AVALIAÇÃO DO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE FAVELEIRA

SUBMETIDAS A DOSES CRESCENTES DE IBA E DOIS TEMPOS DE IMERSÃO

♦ Metodologia

Este experimento foi instalado em casa de vegetação do Laboratório de Ecologia

Vegetal do CCA-UFPB no dia 04/03/2006. As estacas foram coletadas na Estação

Experimental do CCA, no Município de São João do Cariri, Estado da Paraíba. Após a

coleta em campo as estacas foram trazidas para o laboratório para o preparo dos explantes

e aplicação dos tratamentos.

Neste ensaio foram usado dois tipo de estacas (ponteiro e semi-lenhosa) submetidas

a diferentes concentrações de IBA (Ácido Indol Butírico) e dois tempos de imersão 10

segundo e 12 horas. Para a imersão durante 10 segundos as concentrações de IBA

utilizadas foram de 0; 1.000; 2.000; 3.000; 4.000 e 5.000 mg.l-1. E para a imersão durante

12 horas, as concentrações foram de 0; 100; 200; 300; 400 e 500 mg.l-1. As estacas foram

plantadas em tubetes contendo como substrato o produto comercial Bioclone®.

O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualizado com 24

tratamentos, três repetições e oito plantas por parcela, totalizando 576 estacas em todo o

experimento.

2.4.8. Experimento 8

ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE FAVELEIRA UTILIZANDO-SE DIFERENTES

TIPOS DE EXPLANTES E CONCENTRAÇÕES DE IBA

♦ Metodologia

Este ensaio foi conduzido do período de março a junho de 2006. Para este

experimento usaram-se dois tipos de estacas: ponteiro e semilenhosa e/ ou lenhosa

plantadas em tubetes de 85 cm3, contendo como substrato, vermiculita (mineral secundário

do tipo 2:1). As concentrações de IBA utilizadas foram de 0 mg.l-1; 1.000 mg.l-1; 2.000

mg.l-1; 3.000 mg.l-1; 4.000 mg.l-1 e 5.000 mg.l-1 de IBA durante 10 segundos.

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O delineamento estatístico adotado foi o DIC com 12 tratamentos: T1 (EP + 0 mg.l-1);

T2 (EP + 1000 mg.l-1); T3 (EP + 2000 mg.l-1); T4 (EP +3000 mg.l-1); T5 (EP +4000 mg.l-1); T6

(EP +5000 mg.l-1); T7 (ES + AD); T8 (ES +1000 mg.l-1); T9 (ES +2000 mg.l-1 ); T10 (ES

+3000 mg.l-1); T11 (ES +4000mg.l-1 ) e T12 (ES +5000 mg.l-1, distribuídos em três repetições

e oito plantas por parcela, totalizando 288 estacas em todo o experimento.

2.4.9. Experimento 9

UTILIZAÇÃO DO ANELAMENTO ASSOCIADO À INDUÇÃO DE

ENRAIZAMENTO EM ESTACAS DE FAVELEIRA

♦ Metodologia

O ensaio foi instalado na casa de vegetação do Laboratório de Ecologia Vegetal do

CCA-UFPB no dia 06/04/2006. As estacas foram coletadas na Estação Experimental do

CCA, no Município de São João do Cariri, Estado da Paraíba. Os explantes foram

coletados de matrizes aneladas à um período de 30 dias. Após a coleta em campo as

estacas foram trazidas para o laboratório para o preparo da estacas e aplicação dos

tratamentos.

Neste ensaio foram usados dois tipos de estacas (ponteiro e semi-lenhosa)

submetidas a concentrações crescentes de IBA (Ácido Indol Butírico). A imersão foi feita

durante 10 segundos e as concentrações de IBA utilizadas foram de 0; 1.000; 2.000; 3.000;

4.000 e 5.000 mg.l-1. As estacas foram plantadas em tubetes contendo vermiculita como

substrato.

O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualizado com 12

tratamentos, três repetições e oito plantas por parcela, totalizando 288 estacas em todo o

experimento. Este experimento está em fase de condução.

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2.4.10. Experimento 10

ANELAMENTO E CONCENTRAÇÃO DE IBA NO ENRAIZAMENTO DE

ESTACAS DE FAVELEIRA

♦ Metodologia

Este ensaio foi conduzido do período de Março a julho de 2006. Para este

experimento usaram-se também os dois tipos de estacas: ponteiro e semilenhosa e/ ou

lenhosa, plantadas em tubetes de 85 cm3, contendo como substrato, vermiculita (mineral

secundário do tipo 2:1). As estacas foram coletadas de matrizes aneladas há um período de

60 dias. Os explantes foram imersos nas concentrações de 0 mg.l-1; 1.000 mg.l-1; 2.000

mg.l-1; 3.000 mg.l-1; 4.000 mg.l-1 e 5.000 mg.l-1 de IBA durante 10 segundos.

O delineamento estatístico utilizado foi o DIC com 12 tratamentos: T1 (EP + 0

mg.l-1); T2 (EP + 1000 mg.l-1); T3 (EP + 2000 mg.l-1); T4 (EP +3000 mg.l-1); T5 (EP

+4000 mg.l-1); T6 (EP +5000 mg.l-1); T7 (ES + AD); T8 (ES +1000 mg.l-1); T9 (ES +2000

mg.l-1); T10 (ES +3000 mg.l-1); T11 (ES +4000mg.l-1) e T12 (ES +5000 mg.l-1),

distribuídos em três repetições e oito plantas por parcela, totalizando 288 estacas em todo o

experimento. As leituras para verificação da porcentagem de sobrevivência, brotação e

enraizamento das estacas foram realizadas aos 73, 80 e 80 dias após o plantio das estacas,

respectivamente.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A utilização de um substrato adequado é uma das condições mais importantes no

processo de propagação assexuada. Especificamente para a estaquia, as propriedade físicas

dos substratos (densidade, porosidade, capacidade de retenção de umidade) exercem um

papel decisivo, haja vista que os explantes necessitam de boa aeração e umidade adequada

para que o processo de divisão celular ocorra. Desta foram o substrato pode ser

determinante para o sucesso do enraizamento de estacas (COUVILLON, 1988).

No primeiro ensaio deste estudo conduzido em telado de sombrite com 50 % de

luminosidade, foram testados alguns substratos convencionais com vistas a encontrar um

método prático para o desenvolvimento de clones da faveleira, utilizou-se areia; terra; areia

+ terra (1:1); areia+ esterco (1:1); terra + esterco (1:1) e areia+ terra+ esterco (1:1:1).

Contatou-se que a maioria das estacas emitiram brotações, porém, não houve emissão de

raízes, e nem mesmo a formação de calos. Os explantes podem ter sido influenciados por

fatores do meio como, o substrato e umidade relativa do ar e/ou por fatores ligados a

fisiologia da planta, sendo estes alguns fatores que influenciam no enraizamento das

plantas (HARTMANN et al., 2002; RONCATTO et al., 1999; ROBERTO et al., 2001).

Na Figura 1, observa-se as bases das estacas necrosadas sem a presença de raízes.

Figura 1. Estacas de faveleira utilizadas no experimento em questão, apresentando a base necrosada.

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Como no primeiro ensaio não foi registrado o enraizamento das estacas, nos

experimentos 2, 3 e 4, foram testadas algumas variáveis diferentes. Utilizou-se como

substrato a areia, que apresenta uma maior porosidade retendo menos água e como auxina,

foram testadas diferentes concentrações do produto comercial RAIZON 20® que é a base

de ANA (ácido nafitaleno acético).Esses ensaios foram conduzidos em um telado de

sombrite com 50% de luminosidade.

Mesmo utilizando uma auxina, foi observado que as estacas de faveleira brotaram

em grande quantidade e permaneceram por mais de 60 dias, período em que os brotos

começaram a morrer e as bases das estacas já estavam necrosadas. Como esses ensaios

foram conduzidos em sacos de polietileno no chão, havia alguns possíveis fatores para o

insucesso no enraizamento. Um deles seria o meio que não estava proporcionando

condições ideais e outro, seria possíveis microrganismos oriundos do substrato. O sucesso

do processo de enraizamento está relacionado a diversos fatores externos, tais como a

época do ano em que a estaquia é realizada, tipo de concentração de auxina, substrato

utilizado, temperatura do meio e umidade (SCALABRELLI & COUVILLON, 1988; ONO

& RODRIGUES, 1996).

Do quinto experimento em diante algumas medidas foram tomadas, uma delas foi

com relação ao local dos ensaios, que foram instalados em casa de vegetação. Outro ponto

importante foi o uso de substratos comerciais, a exemplo dos produtos comerciais

Bioclone®, Bioplant® e Vermiculita. Neste ensaio além dos substratos testou-se diferentes

concentrações do produto RAIZON 20®, como auxina e diferentes diâmetros de estacas.

Na avaliação da percentagem de brotação, observou-se que todos os tratamentos

apresentaram baixo índice de brotação. Os maiores valores encontrados foram nas estacas

de maior diâmetro D2 (1,0 < 1,6 cm) sendo de 50, 40 e 40 % nos tratamentos T12

(D2+5.g.l-1), T7 (D2+ 0 g.l-1) e T8 (D2+1 g.l-1), respectivamente, no substrato vermiculita.

O tratamento que apresentou os piores resultados nos três substratos foi o T6 (D1+5.g.l-1),

obtendo 10 % para o Bioplant ®, 10 % para o Bioclone ® e 20 % para a vermiculita (Tabela

1). Comparando-se o comportamento da brotação em cada substrato, observou-se que a

vermiculita proporcionou a maior percentagem média de brotação sendo de 31,66 %,

seguida pelo Bioclone® com 16,94 % e o Bioplant ® com 15,55 % (Figura 2).

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Tabela1. Comportamento da brotação da faveleira nos diferentes tratamentos contendo doses crescentes de Raizon 20 ® (Auxina) em três substratos. Onde D1= estacas com diâmetro > 0,5 < 1,0 cm; e D2= estacas com diâmetro de 1,0 < 1,6 cm.

Brotação %

Tratamentos Bioplant ® Bioclone ® Vermiculita

T1= D1+0.g.l-1 20 16,66 16,66

T2= D1+1.g.l-1 23,33 6,66 33,33

T3= D1+2.g.l-1 23,33 16,66 23,33

T4= D1+3.g.l-1 0 23,33 23,33

T5= D1+4.g.l-1 10 20 26,66

T6= D1+5.g.l-1 10 10 20

T7= D2+0.g.l-1 23,33 26,66 40

T8= D2+1.g.l-1 20 13,33 40

T9= D2+2.g.l-1 16,66 23,33 36,66

T10= D2+3.g.l-1 10 16,66 36,66

T11= D2+4.g.l-1 16,66 20 33,33

T12= D2+5.g.l-1 13,33 10 50

Figura 2. Média da percentagem de brotação das estacas de faveleira em cada substrato. Onde: 1= Bioplant®, 2 = Bioclone® e 3 = Vermiculita.

0

5

10

15

20

25

30

35

1 2 3

Substratos

% B

rota

ção

BIOPLANT BIOCLONE

VERMICULITA

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Neste experimento foi registrado o primeiro explante enraizado, no tratamento T 11

(D2+4.g.l-1). Constatou-se que o ambiente controlado (casa de vegetação) e o uso de outros

substratos fizeram com que as brotações permanecessem por um maior período de tempo,

proporcionando condições para o enraizamento (Figura 3).

Figura 3. Estacas de faveleira apresentando raízes adventícias. Resultados obtidos no substrato constituído por vermiculita.

Mesmo tendo sido obtido resultados promissores para o enraizamento, a

percentagem de emissão ainda foi muito baixa, pois a grande maioria dos explantes deste

experimento morreram. Quando as estacas começavam a perder a brotação o

comportamento era o mesmo, os brotos muchavam e bases já estavam apodrecendo. Por

isto, havia a hipótese de que o ataque de microrganismo estava comprometendo o processo

de divisão celular e com isto o enraizamento. Neste sentido o experimento seis, teve como

principal objetivo testar diferentes combinações de uma auxina de enraizamento Raizon

20® (produto a base de ANA), um fungicida/bactericida (Kasumin®) e um fungicida

cúprico (Cuprogarb 500®).

Constatou-se uma média de brotação similar ao do anterior onde o tratamento T1

(Testemunha) apresentou um valor de 34,37%, seguido pelo T2 (imersão em água por 1

hora) que obteve 25,62 % de brotação. Dentre os tratamentos em que se usou produtos

químicos o T8 (imersão em solução de Kasumin® 3 ml.l-1 durante 10 minutos), apresentou

a maior percentagem de brotação sendo de 20,62%. Os demais tratamentos apresentaram

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uma percentagem de brotação que variou entre 0,62 a 8,12%. Estes resultados comprovam

que os produtos utilizados não surtiram efeito chegando à quase inibição da brotação das

estacas de faveleira em alguns tratamentos, a exemplo do T4 e T6 (Figura 4).

Figura 4. Avaliação da percentagem média de brotação das estacas de faveleira utilizando-se diferentes tratamentos fitossanitários e de indução de enraizamento. Onde T1= estacas sem tratamento de imersão; T2 = estacas imersas em H20; T3 = Raizon 20® 4 g.l-1; T4 = Kasumin® 3 ml.l-1 + Raizon 20® 4 g.l-1; T5 = Cuprogarb 500® 10 g.l-1 + Raizon 20® 4 g.l-1; T6 = Cuprogarb 500® 3 g.l-1 + Kasumin® 3 g.l-1 + Raizon 20® 4 g.l-1 ; T7 = Cuprogarb 500® 60g.l-1 e T8 = Kasumin® 3ml.l-1.

Observou-se que, após seis experimentos testando diversas variáveis, a faveleira

apresentava-se como uma espécie de difícil enraizamento. Nos experimentos já realizados,

variou-se os tipos de substratos, os locais, e os tipos de explantes, mas não tinha sido

melhor utilizado outro tipo auxina. Por isto nos ensaios sete e oito, foram testados

diferentes dose de IBA (ácido indol acético), tempo de imersão e substrato.

Constatou-se um grande número de estacas brotadas, porém para estes ensaios não

foi registrado enraizamento. De acordo com Wilson (1994), as auxinas são reguladores de

crescimento que induzem à formação de raízes em estacas, a sua utilização pode ser

indispensável para algumas espécies, nas quais se consegue bons resultados. Entretanto o

seu uso pode proporcionar pouco ou nenhum efeito em espécies de difícil enraizamento.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1 2 3 4 5 6 7 8

Tratamentos

% d

e B

rota

ção

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Como a faveleira não apresentou resultados promissores nestes ensaios em que

utilizou-se o IBA como auxina, associou-se a este fitohormônio à prática do anelamento.

Os experimentos nove e dez foram testados diferentes doses IBA em explantes com dois

tempos de anelamento 30 e 60 dias. O anelamento é uma prática realizada junto ao caule

da planta consistindo no bloqueio da passagem de cima para baixo, de substâncias de alta

concentração de amidos, hormônios e outras substâncias que promovem o crescimento de

raízes (HARTMANN & KESTER, 1990; HARTMANN et al., 1997).

No ensaios nove onde avaliou-se o comportamento das estacas submetidas a um

anelamento por 30 dias não foi registrado o enraizamento das estacas, apenas brotações.

Constatou-se que este tempo foi curto para um maior acúmulo de reservas. Já o

experimento dez, aos 80 dias de avaliação, verificou-se o surgimento, tanto de brotos como

de raízes adventícias. Os tratamentos que proporcionaram enraizamento foram T4 (estaca

de ponteiro + 3000 mg.l-1 de IBA) com 4%; T11(estaca semi-lenhosa + 4000 mg.l-1 de

IBA) com 4% e T12 (estaca semi-lenhosa + 5000 mg.l-1 de IBA) com 8% (Figura 5).

Figura 5. Percentagem de estacas aneladas de C. phyllacanthus enraizadas aos 80 dias depois de plantadas.

Estes resultados se devem provavelmente ao maior tempo em que os ramos ficaram

submetidos ao anelamento (60 dias) proporcionando com isto um maior acúmulo de

reservas. Nas Figuras 6 (A, B, C e D) pode ser observado as estacas enraizadas.

Como foi observado, para o estudo da propagação assexuada da faveleira foram

instalados um total de dez experimentos, testando-se diversas variáveis. Percebeu-se que

0

2

4

6

8

10

0 mg/l 1000 mg/l 2000 mg/l 3000 mg/l 4000mg/l 5000mg/l

Concentrações de auxina (IBA)

% d

e en

raiz

amen

to Estacas de Ponteiro Estacas Semilenhosa e Lenhosa

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mesmo a faveleira sendo uma espécie de difícil enraizamento, consegui-se um avanço de

acordo com a melhoria das técnicas empregadas. No quadro 1, pode ser observado um

resumo de todos os ensaios realizados mostrando, as variáveis testadas em cada

experimento e o total de explantes utilizados durante o tempo de estudo.

A estaquia é um processo altamente desejável por parte dos produtores, haja vista

que as plantas originadas são geneticamente idênticas entre à planta mãe. Este método é

simples e rápido onde pode-se obter um grande número de mudas com um baixo custo

(PASQUAL et al., 2001; HARTMANN et al., 2002; MURATA et al., 2002; XAVIER et

al., 2003). Entretanto, alguns fatores ligados ao meio como o tipo de substrato, a

temperatura e umidade; outros fatores como a época de coleta, o tipo de estacas o estádio

vegetativo e a concentração de auxinas influenciam no sucesso da estaquia

(FACHINELLO et al., 1995; BASTOS et al., 2004). Nos diversos ensaios instados, foram

testadas variáveis que tinham por finalidade eliminar os principais fatores que interferem

no enraizamento, visto que testou diferentes tipos de explantes, locais de instalação dos

experimentos, épocas de coleta das estacas, tipos de substratos, concentrações e tipos de

auxinas, entre outros fatores. Mesmo assim a faveleira apresentou uma alta resistência aos

enraizamento.

Várias substâncias podem induzir ou inibir o enraízamento, sejam naturais ou

artificiais. Os inibidores podem estar presentes na própria planta que se quer multiplicar.

Algumas substâncias inibidoras do enraizamento podem ter o seu deslocamento para baixo

bloqueado por corte da casca até o floema, algumas têm sua atividade impedida pela

presença de uma segunda, outras ainda podem ser lixiviadas ou diluidas por lavagens

sucessivas da estaca ou por um banho em água pura (SIMÃO, 1998; PASQUAL et al.,

2001). A faveleira deve apresentar alguma substância, seja um co-fator de enraizamento

não conhecido, que está dificultando o enraizamento, haja vista que os principais fatores

que interferem no enraizamento de estacas foram testados e mesmos assim registrou-se

uma baixa percentagem de enraizamento nos experimentos.

Deve-se ressaltar que foram alcançados muitos avanços com os estudos realizados

com a propagação assexuada por estaquia da faveleira. Pode-se perceber que a vermiculita

como substrato e o anelamento associado ao uso do IBA como auxina, proporcionaram as

melhores condições para o enraizamento desta espécie.

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Figura 6. Enraizamento de estacas semi-lenhosas de faveleira (A e B) e de ponteiro (C e

D) submetidas ao anelamento por 60 dias.

A B

B B

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Quadro1. Descrição geral dos experimentos conduzidos para estudar a propagação assexuada da Faveleira, destacando tratamentos, resultados e quantidades de explantes utilizados, no Laboratório de Ecologia Vegetal do CCA-UFPB, Areia-PB.

RESULTADOS EXPERIMENTOS INSTALADOS

TRATAMENTOS EMPREGADOS BROTAÇÃO ENRAIZAMENTO

QUANTIDADE

DE ESTACAS

Experimento 1

Dois diâmetros D1 = � 0,5 cm; D2 = > 0,5 cm � 1,0 cm e D3 = > 1,0 cm. Seis substratos: S1= areia; S2 = terra; S3 = areia + terra; S4 = areia+ esterco; S5 = terra + esterco e S6 = areia+ terra+ esterco (12 tratamentos).

SIM NÃO 576

Experimento 2

Três tipo de estaca: E1 = estacas de ponteiro; E2 = Estacas semi-lenhosas e E3 = estacas lenhosas. Duas concentrações de Auxina (Raizon 20®) 0 e 3,5 g. l-1/ 24 h de imersão (seis tratamentos). Substrato: areia

SIM NÃO 192

Experimento 3

Dois tipos de estacas: Rebrota e estacas de plantas sem corte. As estacas foram dividas em dois tipos, sendo estacas de rebrota Cinco concentrações de RAIZON 20® (0, 2, 4, 6 e 8 g.l-1/ 12 horas de imersão) (10 tratamentos). Substrato: areia

SIM NÃO 320

Experimento 4

Foram utilizadas estacas com diâmetro de 0,5-1,5 cm e 25 cm de comprimento submetidas a doses crescentes de auxinas (RAINZON 20®) sendo 0, 2, 4, 6, 8 e 10 g.l-1, imersas durante 12 horas. Substrato: areia

SIM NÃO 192

Experimento 5

Duas classes de diâmetro (D1= 0,5 a 1,0 cm e D2= 1,0 a 1,5 cm) e As concentrações de auxina (RAIZON 20 ®) utilizadas foram 0; 1; 2; 3; 4 e 5 g.l-1. A diluição foi feita em álcool absoluto e água destilada. Tempo de imersão = 1 hora. Os substratos utilizados foram Bioclone ®, Bioplant ® e a Vermiculita. (36 tratamentos)

SIM SIM 1080

Continua...

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Quadro 1, Cont.

RESULTADOS EXPERIMENTOS INSTALADOS

TRATAMENTOS EMPREGADOS BROTAÇÃO ENRAIZAMENTO

QUANTIDADE

DE ESTACAS

Experimento 6

Diâmetro entre 0,6 e 1,2 cm. Tratamentos: T1 = sem imersão; T2 = imersão/ 1hora em água; T3 = Raizon 20® 4 g.l-1/1 h; T3 = Kasumin® 3 ml.l-1 (10 min.) + Raizon 20® 4 g.l-1 (1hora); T5 = Coprogarb 500® 10 g.l-1 (10 min.) + Raizon 20® 4 g.l-1 (1 hora); T6 = Cuprogarb 500® 3 g.l-1 + Kasumin® 3 g.l-1 (10 min.) + Raizon 20® 4 g.l-1 (1 hora); T7 = Cuprogarb 500® 60g.l-1 (10 min.) e T8 = Kasumin® 3ml.l-1 (10 minutos).

SIM NÃO 1280

Experimento 7

Dois tipos de estacas (ponteiro e semi-lenhosa). Concentrações de IBA 0; 1.000; 2.000; 3.000; 4.000 e 5.000 mg.l-1/10 segundos e 0; 100; 200; 300; 400 e 500 mg.l-1/12 horas (24 tratamentos). Substrato = Bioclone ®

SIM NÃO 570

Experimento 8

Dois tipo de estacas (ponteiro e semi-lenhosa). Concentrações de IBA 0; 1.000; 2.000; 3.000; 4.000 e 5.000 mg.l-1/10 segundos. Substrato = Vermiculita

SIM NÃO 288

Experimento9

Anelamento de 30 dias; dois tipos de estacas (ponteiro e semi-lenhosa). Concentrações de IBA 0; 1.000; 2.000; 3.000; 4.000 e 5.000 mg.l-1/10 segundos. Substrato = Vermiculita

SIM NÃO 288

Experimento10

Anelamento de 60 dias; dois tipos de estacas (ponteiro e semi-lenhosa). Concentrações de IBA 0; 1.000; 2.000; 3.000; 4.000 e 5.000 mg.l-1/10 segundos. Substrato = Vermiculita

SIM SIM 288

TOTAL 5074

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos neste trabalho, ainda que incipientes, mostram que a faveleira

responde favoravelmente a alguns tratamentos, tornando possível multiplicá-la

assexuadamente.

A importância deste trabalho reside no fato de que, com a propagação clonal em

larga escala, é possível contornar as dificuldades apresentadas pelo método convencional.

Tanto no que se refere à obtenção de sementes, quanto à seleção de genótipos mais

promissores, com maior capacidade produtiva de biomassa para forragem, sementes para

fins industriais e outros produtos que a espécie pode oferecer.

Mesmo tendo sido constatado um elevado grau de dificuldade de enraizamento dos

explantes de faveleira, observou-se que a prática do anelamento, associada ao uso de

auxinas proporcionou resultados promissores. Este trabalho é de grande relevância para os

futuros estudos com a propagação assexuada desta espécie, haja vista que não há registros

na literatura de pesquisas com a multiplicação clonal de faveleira. Todos os resultados

gerados nos diversos experimentos realizados (Quadro 1) servirão de base para que as

novas pesquisas prossigam a partir dos resultados encontrados neste trabalho. Deve-se ter

como meta desenvolver um protocolo capaz de viabilizar a propagação clonal da faveleira

em larga escala e com isto proporcionar a multiplicação de genótipos de alta qualidade,

viabilizando o cultivo desta espécie em escala comercial em um curto espaço de tempo.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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