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“TEN YEARS WORKING TOGETHER FOR A SUSTAINABLE FUTURE” São Paulo – Brazil – May 24 th to 26 th - 2017 Proposta conceitual de um módulo fotovoltaico hibrido com resfriamento por serpentina de água ZANLORENZI, G. a , SZEJKA, A. L. a* , SOUZA, T. M. b a. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Curitiba, Paraná b. Departamento Engenharia Elétrica, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Guaratingueta, São Paulo *Corresponding author, [email protected] Resumo Os módulos fotovoltaicos sofrem uma grande perda de potencial de geração devido ao aquecimento das células por meio da irradiação solar. Essa perda ocorre devido ao aumento da camada entre as junções P e N da célula, fazendo com que para a mesma quantidade de irradiação solar, a célula resfriada tenha um potencial maior em relação à célula aquecida. O objetivo desta pesquisa é propor um modelo conceitual de resfriamento do módulo fotovoltaico no intuito de obter uma potência superior para uma mesma intensidade de irradiação solar. Para realizar o resfriamento utilizou-se um tubo de cobre de 15 m de comprimento formando uma serpentina que estará em contato com a parte posterior do módulo. Para ampliar a área de contato do tubo com o módulo, utilizou-se chapas de alumínio para aumentar a dissipação do calor. Após analisar os resultados obtidos e compará-los com o módulo original, observou-se que a temperatura reduziu 14.6 °C, obtendo um resultado muito satisfatório em relação ao ganho de tensão, gerando uma potência de 21.1 W a mais que o módulo de controle no momento de maior produção energética do dia, acarretando em um ganho de eficiência elétrica de 1,16 %. Ao realizar essas modificações, o módulo teve um melhor aproveitamento da energia solar, pois além de absorver a irradiação solar para gerar energia elétrica, este sistema aquece a água que poderá ser armazenada em um recipiente próprio para uso futuro. Ao realizar o cálculo da eficiência híbrida do módulo e comparar com o sistema original, percebeu-se que o aproveitamento da irradiação foi de 36.93%, ou seja, um ganho de 222,25% em relação ao sistema original que atingiu uma eficiência de 11.46% no pico de produção energética. Palavras-chave: solar energy, efficiency, hybrid system, photovoltaic water cooling, heat transfer 1 Introdução A incessante busca por formas de obtenção de energia de forma limpa e sustentável vem crescendo, pois, o planeta está sofrendo sérios danos com a má administração dos recursos naturais [1]. Atualmente 81% dos recursos energéticos são provenientes de recursos não renováveis, como petróleo (32.4%), gás natural (21.4%) e carvão (27.3%), enquanto o índice de energias renováveis é de apenas 13% [2]. A energia solar, tem se destacado nos últimos anos, pois ao converter a energia fornecida pelo Sol em energia elétrica, por exemplo, pode-se aproveitá-la para diversos fins [3]. Para transformar a irradiação solar em energia elétrica, utilizam-se células fotovoltaicas [4]. Estas células são dispostas da melhor forma possível para obter a potência desejada, formando os módulos fotovoltaicos [5]. Como praticamente todos os lugares do planeta recebem irradiação solar periodicamente, qualquer lugar possui um potencial de geração de energia fotovoltaica, porém, esse potencial pode variar de acordo com diversos fatores do local em que foram instalados [6]. A principal

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Proposta conceitual de um módulo fotovoltaico hibrido com resfriamento por serpentina de água

ZANLORENZI, G.a, SZEJKA, A. L. a*, SOUZA, T. M.b

a. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Curitiba, Paraná

b. Departamento Engenharia Elétrica, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Guaratingueta, São Paulo

*Corresponding author, [email protected]

Resumo Os módulos fotovoltaicos sofrem uma grande perda de potencial de geração devido ao aquecimento das células por meio da irradiação solar. Essa perda ocorre devido ao aumento da camada entre as junções P e N da célula, fazendo com que para a mesma quantidade de irradiação solar, a célula resfriada tenha um potencial maior em relação à célula aquecida. O objetivo desta pesquisa é propor um modelo conceitual de resfriamento do módulo fotovoltaico no intuito de obter uma potência superior para uma mesma intensidade de irradiação solar. Para realizar o resfriamento utilizou-se um tubo de cobre de 15 m de comprimento formando uma serpentina que estará em contato com a parte posterior do módulo. Para ampliar a área de contato do tubo com o módulo, utilizou-se chapas de alumínio para aumentar a dissipação do calor. Após analisar os resultados obtidos e compará-los com o módulo original, observou-se que a temperatura reduziu 14.6 °C, obtendo um resultado muito satisfatório em relação ao ganho de tensão, gerando uma potência de 21.1 W a mais que o módulo de controle no momento de maior produção energética do dia, acarretando em um ganho de eficiência elétrica de 1,16 %. Ao realizar essas modificações, o módulo teve um melhor aproveitamento da energia solar, pois além de absorver a irradiação solar para gerar energia elétrica, este sistema aquece a água que poderá ser armazenada em um recipiente próprio para uso futuro. Ao realizar o cálculo da eficiência híbrida do módulo e comparar com o sistema original, percebeu-se que o aproveitamento da irradiação foi de 36.93%, ou seja, um ganho de 222,25% em relação ao sistema original que atingiu uma eficiência de 11.46% no pico de produção energética.

Palavras-chave: solar energy, efficiency, hybrid system, photovoltaic water cooling, heat transfer

1 Introdução

A incessante busca por formas de obtenção de energia de forma limpa e sustentável vem crescendo, pois, o planeta está sofrendo sérios danos com a má administração dos recursos naturais [1]. Atualmente 81% dos recursos energéticos são provenientes de recursos não renováveis, como petróleo (32.4%), gás natural (21.4%) e carvão (27.3%), enquanto o índice de energias renováveis é de apenas 13% [2]. A energia solar, tem se destacado nos últimos anos, pois ao converter a energia fornecida pelo Sol em energia elétrica, por exemplo, pode-se aproveitá-la para diversos fins [3]. Para transformar a irradiação solar em energia elétrica, utilizam-se células fotovoltaicas [4]. Estas células são dispostas da melhor forma possível para obter a potência desejada, formando os módulos fotovoltaicos [5]. Como praticamente todos os lugares do planeta recebem irradiação solar periodicamente, qualquer lugar possui um potencial de geração de energia fotovoltaica, porém, esse potencial pode variar de acordo com diversos fatores do local em que foram instalados [6]. A principal

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desvantagem da instalação de um sistema de geração de energia fotovoltaica é o grande custo inicial e a baixa eficiência do sistema [7]. Diversos fatores devem ser levados em consideração no momento do projeto de um sistema fotovoltaico, além das características elétricas básicas, como, por exemplo, corrente de curto circuito e tensão de circuito aberto, outros fatores geram interferências na geração de energia como intensidade de irradiação solar, temperatura, massa de ar, entre outras [8]. Para aumentar a eficiência dos módulos fotovoltaicos, diversas soluções estão sendo estudadas, formando módulos híbridos, os quais possuem uma eficiência maior que os produtos encontrados no mercado e consequentemente, o tempo de payback é reduzido consideravelmente [9]. Atualmente, existem diversos tipos de modelos de células fotovoltaicas, porém a mais comum encontrada no mercado são as células de silício, as quais possuem uma baixa eficiência cujo valor é limitado em até 20 %[10]. Essa baixa eficiência é devido ao material que são feitas, pois ao utilizar apenas um material semicondutor o range do espectro solar absorvido é bastante limitado [11]. Existem outros modelos de células que são utilizadas em sistemas fotovoltaicos concentrados, denominadas de multijunção, que possuem alta complexidade e atualmente são limitadas em 3 ou 4 junções, podendo atingir uma eficiência de até 44.7% [12]. As células fotovoltaicas absorvem uma grande quantidade de energia fornecida pelo sol, porém menos de um quarto dessa energia é transformada em energia elétrica e o restante é transformado em calor. As células fotovoltaicas, quando aquecidas, perdem ainda mais eficiência [8]. Os meios mais comuns para resfriar um módulo fotovoltaico são através da circulação forçada de fluidos, como água e ar [13], os quais serão analisados individualmente posteriormente. Esses sistemas são implantados para aproveitar ao máximo a eficiência das células fotovoltaicas [14]. Esse excesso de calor retirado das células fotovoltaicas pode ser aproveitado para diversos fins, como por exemplo, em sistemas de aquecimento de água para serem utilizados em residências [15]. Neste contexto esta pesquisa tem por objetivo propor um sistema de resfriamento de baixo custo, tornando um módulo fotovoltaico comum em um sistema híbrido. Como resultado deste projeto espera-se: (i) aumentar a eficiência dos painéis fotovoltaicos comerciais; (ii) reutilizar o fluido aquecido para fornecer água quente a uma residência; (iii) permitir a geração de energia através de sistemas térmicos criando um sistema hibrido de geração.

2 Revisão Bibliográfica

Ao resfriar uma célula fotovoltaica, podemos obter dois resultados satisfatórios, que é o aumento da potência gerada pela célula e o aquecimento de algum fluido, seja ele líquido ou gasoso, para uma futura utilização [16].

2.1 Estudo dos coeficientes da célula fotovoltaica.

Os coeficientes elétricos básicos de um módulo convencional sofrem alterações com a variação da temperatura. Ao verificar o datasheet do módulo percebeu-se que a temperatura tem influência positivamente no coeficiente de curto circuito (𝐼𝑆𝑆) e negativamente na tensão de circuito aberto (𝑉𝑂𝑆) fornecida pela célula, porém em proporções muito diferentes. Os coeficientes de interferência da temperatura para corrente (α(𝐼𝑆𝑆)) são de +0,058 %/°C e para a tensão (β(𝑉𝑂𝑆)) são -0,313 %/°C e como consequência dessa diferença entre os fatores, a potência (γ(𝑃𝑁𝑂𝑁)) sofre uma influência negativa de -0,420 %/°C. Portanto apesar de ocorrer um pequeno ganho em corrente, há uma enorme perda em tensão, sendo assim, mais viável resfriar o módulo para que gere uma potência mais elevada. Outro parâmetro muito importante a ser levado em consideração é o NOCT, pois este é o coeficiente de temperatura de operação do módulo fotovoltaico com um fluxo de irradiação constante de 800 W/m², a uma temperatura ambiente controlada de 20 °C e com corrente de ar de 1 m/s [17]. Este parâmetro pode ser diferente entre os modelos e marcas de painel fotovoltaico, e é claro, quanto menor essa temperatura, menor será o impacto negativo sofrido pelas células fotovoltaicas devido à temperatura.

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2.2 Estudo da influência da temperatura nos módulos fotovoltaicos.

A partir da temperatura NOCT é possível saber aproximadamente qual temperatura que o módulo fotovoltaico poderá atingir em determinados locais por meio da Eq. 2.1, onde 𝑇𝑚𝑚𝑚 é a temperatura atingida pelo módulo, 𝑇𝑎𝑚𝑎 é a temperatura ambiente, 𝑁𝑁𝑁𝑇 é o parâmetro de temperatura fornecido pelo fabricante do módulo e 𝐺 é a irradiação solar [18].

𝑇𝑚𝑚𝑚 = 𝑇𝑎𝑚𝑎 +(𝑁𝑁𝑁𝑇 − 20)

800.𝐺 2.1

A eficiência do módulo é diretamente influenciada pela temperatura de operação, pois ela interfere na tensão fornecida. A eficiência pode ser calculada através da Eq. 2.2, onde 𝜂 é a eficiência elétrica do módulo e 𝐼𝑚 e 𝑉𝑚 são respectivamente os coeficientes de corrente e tensão do módulo no momento analisado [19].

𝜂 = 𝐼𝑚 . 𝑉𝑚𝐺.𝐴

2.2

Devido a presença de um sistema de resfriamento, pode-se também calcular a eficiência térmica do sistema através da Eq. 2.3, onde 𝜂𝑡ℎ é a eficiência térmica do módulo, 𝑚 é massa do fluído refrigerante, 𝑁𝑝 é o calor específico (água = 4200 J/kg ºC), 𝑇𝑚 é a temperatura de saída do fluído após a passagem pelo sistema de resfriamento, 𝑇𝑖 é a temperatura do fluído na entrada do sistema e 𝐴 é a área do painel fotovoltaico [20].

𝜂𝑡ℎ = 𝑚 . 𝑁𝑝 . (𝑇𝑚 − 𝑇𝑖)

𝐺.𝐴 2.3

Para calcular a eficiência total do módulo fotovoltaico modificado, basta somar a eficiência térmica com a elétrica, conforme demonstrado pela Eq. 2.4 [21].

𝜂ℎ = (𝐼𝑚 . 𝑉𝑚) + �𝑚 .𝑁𝑝 . (𝑇𝑚 − 𝑇𝑖)�

𝐺.𝐴 2.4

De acordo com Tiepolo, Canciglieri, Urbanetz, Viana e Pereira a média irradiação solar na cidade de Curitiba, PR, Brasil, pode variar entre 600 a 2200 W/m². Países líderes em produção de energia fotovoltaica possuem uma irradiação inferior, tendo uma média de aproximadamente 800 W/m² [22]. Ao utilizar a Eq. 2.1 para verificar a qual temperatura ambiente o módulo deveria ser instalado para atingir a temperatura dos testes realizados em laboratório, verificou-se que esta temperatura deverá estar a 0 ºC, a qual é uma condição bem improvável para uma região com irradiação solar de 800 W/m². Devido a essa análise, os parâmetros de interferência por temperatura devem ser cuidadosamente analisados no momento da instalação dos módulos fotovoltaicos, pois além de outros fatores externos citados anteriormente afetarem no funcionamento dos módulos, a temperatura também gera uma forte influência no potencial energético gerado pelo sistema [23].

2.3 Estudo da estrutura para resfriamento

Diversos pesquisadores estão desenvolvendo métodos para aproveitar da melhor forma possível a energia fornecida pelo sol ao unir o sistema solar fotovoltaico com o termal. Há dois princípios de estudos; os que visam somente o resfriamento do módulo e os que visam favorecer-se da eficiência térmica solar para uma utilização futura. Para o primeiro grupo citado, há estudos com resfriamento com tubos paralelos na parte inferior do módulo [24] e spray de água [25]. Também há estudos de resfriamento através do ar por meio de ventiladores e aletas [26]. Para os estudos que utilizam a eficiência térmica solar, todos os estudos utilizaram água como fluido refrigerante por meio de tubulações, podendo ou não retornar para o mesmo recipiente [27]. Para o resfriamento do painel, buscou-se por materiais que fossem de fácil acesso e eficazes, como por exemplo, o tubo de cobre e papel alumínio. Devido ao contato direto com a água disponível na caixa de água optou-se por um material que já é utilizado para fins de passagem de água, evitando a contaminação da água da residência. Escolheu-se esses dois materiais devido a sua alta propriedade de condutividade térmica onde, o cobre possui um coeficiente de condutividade térmica de 401 W/mK e o alumínio 237 W/mK [28].

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3 Proposta conceitual de um módulo fotovoltaico hibrido com resfriamento por serpentina de água

3.1 Definição dos componentes do módulo fotovoltaico hibrido. Inicialmente, realizou-se uma avaliação de mercado para verificar a disponibilidade de modelo de tubos de cobre que poderiam ser aplicados como serpentinas e integradas ao módulo fotovoltaico, pois este seria o componente de mais importante para a realização do sistema de resfriamento. Nesta avaliação identificou-se alguns tubos aplicáveis ao projeto, dos quais foi selecionando o tudo de cobre devido as suas propriedades de troca térmica e maleabilidade. O tubo utilizado no estudo de caso desta pesquisa, apresentou um comprimento de 15 m com uma diâmetro interno de 3/8 de polegada. Devido as limitações físicas, foi necessário projetar uma serpentina que atingisse o maior número possível de células para que a eficiência do sistema de troca seja a maior possível. Com a identificação do sistema de troca de calor, foi definido o módulo fotovoltaico com melhor custo / benefício do mercado. Dentre os modelos pesquisados, selecionou-se o módulo M Prime 3 R Plus da Martifer Solar, o qual possui uma potência de 250W gerada por 60 células fotovoltaicas cujos coeficientes elétricos estão no Tabela 1.

𝑉𝑂𝑆 37,32 V 𝐼𝑆𝑆 8,84 I 𝜂 15,1 % NOCT 45±3 ºC 𝛼(𝐼𝑆𝑆) -0,420 %/ºC 𝛽(𝑉𝑂𝑆) -0,313 % /ºC 𝛾(𝑃𝑁𝑂𝑁) +0,058 %/ºC A 1,667 m²

Tabela 1. Parâmetros elétricos do módulo Martifer Solar M Prime 3 R Plus

3.2 Desenvolvimento do protótipo em software

Com base nas informações fornecidas pelo datasheet do fabricante do módulo, possibilitou-se desenhar o módulo por completo em escala real no SolidWorks para verificar a dimensão de todos os componentes que foram utilizados no projeto. Com base no desenho, projetou-se a serpentina da melhor forma possível, utilizando completamente o comprimento do tubo e atingindo todas as células possíveis do módulo, conforme a Fig. 1.

Fig. 1. Disposição da serpentina no módulo fotovoltaico

Com essa disposição da serpentina 63% das células do módulo possuem um duplo contato, com a tubulação de cobre, 33% possuem apenas um contato com a serpentina e 3% não possuem contato algum, pois as células que ficaram embaixo da caixa de junção do módulo não puderam ser resfriadas devido ao componente já instalado pelo fabricante. Devido a pequena área de contato da tubulação de cobre com a parte traseira do módulo fotovoltaico, necessitou-se adicionar algumas camadas de papel alumínio para aumentar a área de dissipação, tornando a temperatura média do módulo mais

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homogênea em toda a sua superfície. Além das camadas em contato direto com o módulo, outras camadas foram depositadas em cima da tubulação para um melhor aproveitamento do resfriamento. Após todo o sistema de resfriamento modelado, fez-se a parte estrutural, com a finalidade de manter todos os componentes no seu devido lugar. Para isso, utilizaram-se camadas de isopor, pois, devido a sua maleabilidade, foi possível manter todo o sistema pressionado contra a parte traseira do módulo sem a ocorrência de danos ao mesmo. A disposição de todos os componentes pode ser verificada na Fig. 2.

Fig. 2. Disposição dos componentes do sistema de resfriamento.

Os componentes apresentados na Fig. 2. São: (1) Bomba de água, (2) Hastes de fixação em “L”, (3) Isopor de preenchimento 10 mm, (4) Isopor de preenchimento 5 mm, (6) Lâmina de alumínio recobrindo a serpentina, (7) Serpentina de cobre, (8) Lâminas de alumínio, (9) Sensores LM35, (10) Módulo fotovoltaico. Para a aquisição das temperaturas, utilizou-se os sensores LM35 cuja resolução é de 10 mV/ºC. Devido à longa distância do cabeamento e do local onde todo o sistema será instalado, foi necessário um cuidado maior para o tratamento do sinal, devido a presença de uma grande quantidade de ruído. Para a aquisição da corrente fornecida pelo módulo, foi utilizado o sensor ACS712 que mede correntes até 30 A tanto positivas como negativas, com uma resolução de 66 mV/A.

3.3 Montagem do protótipo

Após todo o projeto realizado em softwares de simulação como SolidWorks e Proteus, deu-se início à construção e instalação de todo o sistema, conforme observado na Fig. 3.

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4 5 Fig. 3. Construção do sistema de resfriamento e aquisição de dados: (1) Detalhe da serpentina com os isopores de

preenchimento, (2) Detalhe da finalização das modificações no painel fotovoltaico, (3) Instalação do módulo fotovoltaico, (4,5) Circuito de aquisição de dados do sistema.

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O sistema de resfriamento está ligado diretamente à caixa de água da residência, retirando a água fria da parte inferior do recipiente, devolvendo água quente dentro de um recipiente para que a medição da temperatura da água quente não fosse distorcida devido ao grande volume da caixa de água.

3.4 Sensoriamento

Para a aquisição de todas as temperaturas do sistema, utilizou-se de 9 sensores LM35, onde três deles estavam, no módulo original, outros três no módulo modificado, um para medir a temperatura ambiente e os outros dois para medir a temperatura da água fria e água quente. Para a medição das tensões utilizou-se optoacopladores os quais variavam a tensão de saída proporcionalmente com a tensão gerada pelos módulos e por fim, para medir a corrente dos módulos utilizou-se o sensor de efeito hall ACS 712 em série com o sistema.

3.5 Aproximação das medições

Devido ao motivo de que o experimento não possui um medidor de irradiação solar, utilizou-se a fórmula de aproximação para essa medida utilizando a Eq. 3.1 [29].

𝐺 =𝐼. 1000𝐼𝑆𝑆

3.1

4 Aplicação do modelo conceitual em um estudo de caso

O modelo conceitual do módulo fotovoltaico híbrido foi aplicado na região metropolitana de Curitiba. A coleta dos dados de geração foi feita uma vez por dia, pois todos os dados obtidos durante o período de funcionamento do protótipo eram armazenados em um datalogger o qual era descarregado todas as noites para a análise dos resultados. A aquisição de dados iniciou-se em 06/01/2017. Neste período era verão no local onde os módulos foram instalados, por esse motivo, ocorreram dias em que o sol estava encoberto por nuvens devido a chuvas que eram praticamente diárias, fazendo com que a irradiação não fosse apropriada para o máximo rendimento dos módulos. No dia 13/01/2017 o dia estava ótimo para a aquisição de dados, pois não o correu a presença de nuvens durante todo o período do dia. Utilizando-se da Eq. 3.1 pode-se observar a irradiação neste dia conforme demonstrado pela Fig. 4.

Fig. 4. Gráfico da aproximação da irradiação solar no dia 13/01/2017: (-) Irradiação

Devido a forte irradiação solar durante todo o período do dia, a temperatura ambiente foi a maior em relação a outros dias registrados pela coleta de dados, atingindo uma temperatura máxima de 34.2°C. Devido a alta temperatura, conforme esperado, os módulos sofreram um grande aquecimento, porém percebeu-se que o módulo modificado teve uma redução considerável na temperatura. Enquanto o módulo original atingiu uma temperatura máxima de 71.7ºC, o módulo modificado atingiu uma temperatura máxima de 57.1°C, conforme observado na Fig. 5.

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Fig. 5. Gráfico da diferença de temperatura entre os módulos no dia 13/01/2017: (-) Temperatura do módulo modificado, (..) Temperatura do módulo original.

A redução de 14.6ºC representa uma parcela de 20,53% em relação a temperatura atingida pelo módulo original. Utilizando-se da Eq. 2.1 e inserindo o valor correto da irradiação verificou-se que a temperatura de trabalho de 57,1ºC atingida pelo módulo modificado é como se estivesse operando a uma temperatura ambiente de 23.3 °C. e não em aproximadamente 35ºC.

A tensão do módulo modificado apresentou um acréscimo significativo em relação ao original durante todo o período de funcionamento do sistema. No momento de maior corrente fornecido pelo sistema (13:23) o módulo modificado apresentou um acréscimo de 2.31 V em relação ao módulo original, obtendo um ganho de potência de 21.1 W. O módulo original obteve uma potência máxima de 198.1 W, já o módulo modificado, obteve uma potência máxima de 219.22 W, representando um ganho de 10,65%. Com a obtenção de todos os dados foi possível verificar a eficiência elétrica dos módulos fotovoltaicos utilizando-se da Eq. 2.2. Para o momento em que os módulos estavam gerando a potência máxima obteve-se um rendimento de 11.46% para o módulo original e 12.62% para o módulo modificado, obtendo um ganho de 1,16% em eficiência elétrica.

4.1 Aquecimento da água

Devido a utilização de água para realizar o resfriamento do módulo, houve um aquecimento significativo em relação a temperatura da água de entrada no sistema, conforme observa-se na Fig. 6. A circulação da água no interior do painel foi feita por meio de uma bomba elétrica. Devido ao alto consumo e vazão desta bomba, programou-se um ciclo de funcionamento de 30 segundos e um controle PWM com razão cíclica de 30%. Esse controle fez com que essa bomba consumisse uma potência de 2,66 W e apresentasse uma vazão de 780 ml/min.

Fig. 6. Gráfico da temperatura da água de entrada (fria) e saída (quente) do sistema no dia 13/01/2017: (-) Temperatura da

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água fria, (..)Temperatura da água quente.

No momento em que o módulo atingiu a sua maior temperatura (13:52) a temperatura da água fria estava 27.4°C e ao passar pelo sistema de resfriamento era aquecida a uma temperatura de 34.7°C. O recipiente de água quente estava instalado dentro de um recipiente maior que continha a água fria. Quando o nível de água aquecida ultrapassava o limite do reservatório, esse excedente era despejado no recipiente maior e ao final do dia, o sistema aqueceu 100 litros de água com uma temperatura inicial de 23.3ºC para 32.13ºC. Esse acréscimo de 8.8 °C na temperatura da caixa de água acarreta em uma grande economia de energia para aquecer torneiras e chuveiros.

4.2 Eficiência térmica

Verificando a diferença de temperatura entre a água de entrada e saída do sistema, fez-se a análise da eficiência térmica do módulo fotovoltaico modificado utilizando a Eq. 2.3, obtendo uma eficiência máxima de 23.5%.

4.3 Eficiência híbrida

Devido às modificações realizadas no módulo, foi possível obter duas eficiências diferentes para o mesmo sistema, pois, o mesmo módulo está absorvendo irradiação solar e transformando essa energia proveniente do sol em energia elétrica e térmica ao mesmo tempo. Ao fazer isso, foi possível calcular a eficiência híbrida do sistema, utilizando a Eq. 2.4. Ao realizar o cálculo, verificou-se que o módulo teve

uma eficiência máxima de 36.93 % conforme verificado na comparação entre as eficiências dos módulos na Fig. 7

Fig. 7. Esse valor significa um acréscimo de 222,25% de aproveitamento da energia solar em relação ao módulo original.

Fig. 7. Gráfico da comparação das eficiências totais de ambos os módulos no dia 13/01/2017: (-) Eficiência híbrida do módulo fotovoltaico modificado, (..)Eficiência elétrica do módulo fotovoltaico original.

5 Conclusão

Este artigo propôs uma arquitetura hibrida de resfriamento por serpentina para um módulo fotovoltaico. Este novo conceito híbrido apresentou uma eficiência superior possui uma eficiência superior aos módulo em condições originais. Além disso, a energia solar que seria desperdiçada na forma de calor, pode ser reaproveitada para o aquecimento de um reservatório de água, a qual, poderá ser utilizada futuramente em chuveiros, torneiras, e outros elementos. Esta reutilização do calor permite uma redução no consumo da energia elétrica, além da própria geração solar. Além da grande vantagem deste sistema que é a obtenção de água quente através da energia solar, o módulo sofreu uma redução de 14,6 °C em sua temperatura de operação. Essa redução resultará em uma vida mais longa para o produto, pois evita desgastes excessivos devido às altas temperaturas. Além do aumento da durabilidade do produto, essa redução de temperatura acarretou em um acréscimo de 2.31 V na tensão fornecida pelo equipamento, gerando uma potência de 21.1 W a mais que o módulo original no momento de maior produção energética.

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Como perspectiva de trabalhos futuros, sugere-se (i) realizar um controle inteligente do fluxo de água, verificando se a água que está entrando no sistema está mais fria que a água que está em circulação no módulo, potencializando o sistema de troca de calor; (ii) testar diferentes fluidos refrigerantes no intuito de buscar uma troca térmica mais rápida e eficaz entre a serpentina e o módulo fotovoltaico; (iii) avaliar novos perfis de serpentina para aumentar a área de contato entre o módulo fotovoltaico e a serpentina.

6 Referências bibliográficas

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“TEN YEARS WORKING TOGETHER FOR A SUSTAINABLE FUTURE”

São Paulo – Brazil – May 24th to 26th - 2017

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