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PROPOSTA DE ARQUITETURA ORIENTADA A SERVI¸ COS PARA INTEGRA¸ C ˜ AO DE UM SISTEMA DE MANUTEN ¸ C ˜ AO INTELIGENTE Anderson Antˆ onio Giacomolli * , Thiago Regal da Silva * , Carlos Eduardo Pereira * , Renato Ventura Bayan Henriques * * Departamento de Engenharia El´ etrica Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Av. Osvaldo Aranha, 103 Porto Alegre, RS, Brasil Emails: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected] Abstract— The costs associated with equipments maintenance still represent a large portion of the resources available to a company. Therefore, the improvement of maintenance techniques, and development of the new ones, are growing, since they impact directly on the economic side of the companies. Thus, the current work presents a service-oriented architecture proposal for an intelligent maintenance system. The architecture intends to integrate equipments and degradation analysis tools, improving the health estimation process. Keywords— Intelligent Maintenance Systems, Service-Oriented Architectures, Systems Integration. Resumo— O custo empregado na manuten¸c˜ao de equipamentos ainda representa uma grande parcela dos investimentos no setor industrial. Portanto, o desenvolvimento de novas t´ ecnicas de manuten¸c˜ ao, bem como o aperfei¸coamento das j´a existentes, cada vez ´ e tido como foco nas corpora¸c˜oes, por impactarem diretamente no fator econˆomico das empresas. Dessa forma, o trabalho em quest˜ao apresenta a proposta de uma arquitetura orientada a servi¸cos para integra¸ c˜ao de sistemas de manuten¸c˜ ao inteligente. A arquitetura tem por objetivo a integra¸c˜ao de equipamentos e ferramentas de an´alise, visando melhorar o processo de obten¸c˜ ao dos ´ ındices de sa´ ude dos equipamentos. Palavras-chave— Sistemas de Manuten¸c˜ao Inteligente, Arquiteturas Orientadas a Servi¸cos, Integra¸c˜ ao de Sistemas. 1 Introdu¸c˜ ao Atualmente, a importˆ ancia do emprego de t´ ecni- cas de manuten¸ c˜aonoˆambitoindustrialest´aem constante ascens˜ ao devido `a necessidade de au- mentar a disponibilidade e seguran¸ca dos equipa- mentos, bem como a qualidade do processo produ- tivo (Muller et al., 2008). Dessa forma, o desenvol- vimento de novas t´ ecnicas de manuten¸c˜ ao para uso nas mais diversas ´areas e o correto planejamento dos processos de manuten¸c˜ ao est˜ ao cada vez mais importantes, uma vez que impactam diretamente no fator econˆomico, alterando a disponibilidade do sistema e tamb´ em a seguran¸ca (Zhao et al., 2010). Nos ´ ultimos anos, tem-se observado um cres- cimento no uso de um novo paradigma de manuten¸c˜aodenominadodemanuten¸c˜ ao inteli- gente (Zhang et al., 2013). Diferentemente dos etodos tradicionais, conhecidos por aplicar o conserto aos equipamento somente ap´os a falha ou por manterem processos de manuten¸ ao agenda- dos baseado no hist´ orico de falhas dos componen- tes, o paradigma de manuten¸c˜ ao inteligente visa predizer a condi¸ ao do sistema e prevenir uma pos- ıvel falha. Outra linha de pesquisa tamb´ em est´ a em constante crescimento: o uso de Service-Oriented Architecture (SOA) ou Arquiteturas Orientadas aServi¸cos. O uso do padr˜ ao SOA est´ a evo- luindo e est´a cada vez mais presente em aplica- ¸c˜oes nos mais diversos segmentos, sejam eles a n´ ı- vel de dispositivos, na implementa¸ c˜aodecamadas de neg´ ocios ou mesmo no setor industrial, como apresentado em (Papazoglou and Heuvel, 2007), (Ragavan et al., 2012) e (Choi et al., 2010). ´ E um conceito de arquitetura que suporta acoplamento ınimo entre componentes, possibilitando ganhos em flexibilidade e interoperabilidade. Por conse- guinte, qualquer tipo de aplica¸ c˜ao pode ser repre- sentada como um conjunto complexo de servi¸cos, inclusive no ˆ ambito industrial (Bohn et al., 2006), (de Deugd et al., 2006), (Colombo et al., 2010) e (Karnouskos et al., 2010). Nesse contexto, um sistema de manuten¸c˜ ao inteligente tamb´ em pode se valer da utiliza¸ ao dos conceitos empregados pelo padr˜ ao SOA. Do ponto de vista da arquitetura SOA, o sistema de ma- nuten¸c˜ao pode conter servi¸ cos para relat´ orios de sa´ ude e falhas, informa¸ oes sobre o progn´ ostico do tempo de opera¸c˜ao sem necessidade de manu- ten¸ ao, al´ em de servi¸ cos de configura¸c˜ ao de ferra- mentas de diagn´ ostico ou dos modos de opera¸c˜ao suportados pelo equipamento. O monitoramento remoto do sistema tamb´ em possibilita a integra- ¸c˜aodasinforma¸c˜oesdesa´ ude dos equipamentos em sistemas Manufacturing Execution Systems (MES) e Enterprise Resource Planning (ERP), a fim de se obter o correto gerenciamento da cadeia de suprimentos de pe¸cas de reposi¸c˜ ao (Oldham et al., 2003). Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014 3814

PROPOSTA DE ARQUITETURA ORIENTADA A SERVICO˘ S … · PROPOSTA DE ARQUITETURA ORIENTADA A SERVICO˘ S PARA INTEGRAC˘AO~ DE UM SISTEMA DE MANUTENC˘AO INTELIGENTE~ Anderson Ant^onio

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PROPOSTA DE ARQUITETURA ORIENTADA A SERVICOS PARA INTEGRACAODE UM SISTEMA DE MANUTENCAO INTELIGENTE

Anderson Antonio Giacomolli∗, Thiago Regal da Silva∗, Carlos Eduardo Pereira∗,Renato Ventura Bayan Henriques∗

∗ Departamento de Engenharia EletricaUniversidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Av. Osvaldo Aranha, 103Porto Alegre, RS, Brasil

Emails: [email protected], [email protected], [email protected],

[email protected]

Abstract— The costs associated with equipments maintenance still represent a large portion of the resourcesavailable to a company. Therefore, the improvement of maintenance techniques, and development of the newones, are growing, since they impact directly on the economic side of the companies. Thus, the current workpresents a service-oriented architecture proposal for an intelligent maintenance system. The architecture intendsto integrate equipments and degradation analysis tools, improving the health estimation process.

Keywords— Intelligent Maintenance Systems, Service-Oriented Architectures, Systems Integration.

Resumo— O custo empregado na manutencao de equipamentos ainda representa uma grande parcela dosinvestimentos no setor industrial. Portanto, o desenvolvimento de novas tecnicas de manutencao, bem como oaperfeicoamento das ja existentes, cada vez e tido como foco nas corporacoes, por impactarem diretamente nofator economico das empresas. Dessa forma, o trabalho em questao apresenta a proposta de uma arquiteturaorientada a servicos para integracao de sistemas de manutencao inteligente. A arquitetura tem por objetivo aintegracao de equipamentos e ferramentas de analise, visando melhorar o processo de obtencao dos ındices desaude dos equipamentos.

Palavras-chave— Sistemas de Manutencao Inteligente, Arquiteturas Orientadas a Servicos, Integracao deSistemas.

1 Introducao

Atualmente, a importancia do emprego de tecni-cas de manutencao no ambito industrial esta emconstante ascensao devido a necessidade de au-mentar a disponibilidade e seguranca dos equipa-mentos, bem como a qualidade do processo produ-tivo (Muller et al., 2008). Dessa forma, o desenvol-vimento de novas tecnicas de manutencao para usonas mais diversas areas e o correto planejamentodos processos de manutencao estao cada vez maisimportantes, uma vez que impactam diretamenteno fator economico, alterando a disponibilidade dosistema e tambem a seguranca (Zhao et al., 2010).

Nos ultimos anos, tem-se observado um cres-cimento no uso de um novo paradigma demanutencao denominado de manutencao inteli-gente (Zhang et al., 2013). Diferentemente dosmetodos tradicionais, conhecidos por aplicar oconserto aos equipamento somente apos a falha oupor manterem processos de manutencao agenda-dos baseado no historico de falhas dos componen-tes, o paradigma de manutencao inteligente visapredizer a condicao do sistema e prevenir uma pos-sıvel falha.

Outra linha de pesquisa tambem esta emconstante crescimento: o uso de Service-OrientedArchitecture (SOA) ou Arquiteturas Orientadasa Servicos. O uso do padrao SOA esta evo-luindo e esta cada vez mais presente em aplica-

coes nos mais diversos segmentos, sejam eles a nı-vel de dispositivos, na implementacao de camadasde negocios ou mesmo no setor industrial, comoapresentado em (Papazoglou and Heuvel, 2007),

(Ragavan et al., 2012) e (Choi et al., 2010). E umconceito de arquitetura que suporta acoplamentomınimo entre componentes, possibilitando ganhosem flexibilidade e interoperabilidade. Por conse-guinte, qualquer tipo de aplicacao pode ser repre-sentada como um conjunto complexo de servicos,inclusive no ambito industrial (Bohn et al., 2006),(de Deugd et al., 2006), (Colombo et al., 2010) e(Karnouskos et al., 2010).

Nesse contexto, um sistema de manutencaointeligente tambem pode se valer da utilizacao dosconceitos empregados pelo padrao SOA. Do pontode vista da arquitetura SOA, o sistema de ma-nutencao pode conter servicos para relatorios desaude e falhas, informacoes sobre o prognosticodo tempo de operacao sem necessidade de manu-tencao, alem de servicos de configuracao de ferra-mentas de diagnostico ou dos modos de operacaosuportados pelo equipamento. O monitoramentoremoto do sistema tambem possibilita a integra-cao das informacoes de saude dos equipamentosem sistemas Manufacturing Execution Systems(MES) e Enterprise Resource Planning (ERP), afim de se obter o correto gerenciamento da cadeiade suprimentos de pecas de reposicao (Oldhamet al., 2003).

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Com base nestes aspectos, o presente artigoaborda a definicao de uma arquitetura orientadaa servicos para integracao de diferentes componen-tes que fazem parte de um sistema de manutencaointeligente. Os componentes sao abstraıdos comoentidades SOA e casos de uso ilustram diferen-tes cenarios para a utilizacao da proposta. Dessaforma, este trabalho esta estruturado da seguintemaneira: na secao 2 e apresentada uma analise doestado da arte, cobrindo os dois assuntos princi-pais empregados no artigo; a secao 3 apresenta aproposta de arquitetura; na secao 4 e apresentadaa implementacao da proposta e resultados; e, porfim, a secao 5 apresenta as conclusoes.

2 Sistemas de Manutencao Inteligente eArquiteturas Orientadas a Servicos

Nesta secao sao apresentados os conceitos de siste-mas de manutencao inteligente e arquiteturas ori-entadas a servicos, utilizados como base para aconstrucao da arquitetura proposta.

2.1 Sistemas de Manutencao Inteligente

Em uma visao geral, manutencao consiste de umaserie de medidas de prevencao, correcao e predicaode falhas (Lee et al., 2006). Equipamentos ou ma-quinas tendem a deteriorar e alterar o seu padraode funcionamento durante o uso devido a diversosfatores, como desgaste, rachaduras, corrosao ousujeira. Nessas condicoes, torna-se imprescindıvela restauracao do sistema, a fim de evitar defei-tos que podem ocasionar falhas ou indisponibili-dades (Marcal and Susin, 2005).

Tres estrategias de manutencao sao encontra-das na literatura classica: corretiva, preventiva epreditiva (Marcal and Susin, 2005). A corretivavisa reestabelecer o sistema danificado; a preven-tiva se objetiva a manter o sistema funcionando;e a preditiva visa monitorar o sistema, detectandofalhas insipientes e fornecendo meios para o pla-nejamento de acoes preventivas ou corretivas.

Uma quarta estrategia, que esta ganhandoforca nos ultimos anos, e denominada de manu-tencao proativa ou manutencao inteligente (Leeet al., 2009). Este novo paradigma esta em acen-sao como substituto das estrategias de manuten-cao preventiva. A nova estrategia visa nao so-mente a predicao do estado do sistema, mas tam-bem o diagnostico de falhas e a intervencao deforma automatica. Dessa forma, no caso de fa-lhas repentinas, o proprio sistema pode se ajus-tar para tomar decisoes em relacao a falha ocor-rida (Goncalves, 2011).

A fim de prover uma plataforma flexıvel e fun-cional para integrar uma variedade de sistemas desoftware e hardware, o Open Systems Architecturefor Condition-Based Maintenance (OSA-CBM) foicriado (Thurston, 2001). O padrao tem como ob-

jetivo definir uma convencao para troca de dadosentre elementos. A arquitetura OSA-CBM e des-crita de acordo com sete camadas funcionais, ilus-tradas na fig. 1 (MIMOSA, 2014). As duas pri-meiras camadas, aquisicao e manipulacao de da-dos, definem o modo como os dados de sensoresou transdutores sao obtidos, digitalizados e quaismanipulacoes de sinais sao realizadas. A camadaseguinte, identificada como deteccao do estado dosistema, recebe os dados dos sensores e os com-para com valores previamente definidos, gerandoalertas quando os limites definidos forem ultrapas-sados. A camada de avaliacao da saude do sistemarecebe dados da camada anterior e determina seo sistema esta degradando. Na camada de prog-nostico, o tempo de utilizacao restante do equipa-mento e estimado, levando em conta padroes futu-ros de utilizacao. A camada seguinte, tomada dedecisao, tem por objetivo gerar acoes de utilizacaopara que os equipamentos preservem as condicoesde saude ate que a proxima falha ocorra, levandoem conta o historico de operacoes e outros indica-dores. A ultima camada, apresentacao, e respon-savel por prover meios de visualizacao dos dadosobtidos nas camadas anteriores.

Apresentação

Tomada de decisão

Prognóstico

Avaliação da saúde do sistema

Detecção do estado do sistema

Manipulação dos dados

Aquisição dos dados

Figura 1: Camadas do modelo OSA-CBM.

Varios trabalhos conduzem o desenvolvimentode tecnicas e metodologias para problemas relacio-nados a manutencao de predicao e prevencao (JayLee, 2003), (Lee et al., 2006), (W.J. Moore andA.G. Starr, 2006). Neste meio, o Intelligent Main-tenance System Center (IMS Center) propos umadas mais importantes ferramentas neste segmento,denominadaWatchdog Agent (Djurdjanovic et al.,2003). O Watchdog Agent e um software com-posto por varios algoritmos para analise do de-sempenho do sistema, e que permite analisar dife-rentes partes de equipamentos, a fim de obter umindicador. E composto por modulos, estruturadosde acordo com o modelo de camadas OSA-CBM.

O Watchdog Agent permite a manipulacao dedados e extracao de padroes de sinais. O soft-ware dispoe de um conjunto de ferramentas comoTransformada Rapida de Fourier, TransformadaWavelet, Regressao Logıstica e ReconhecimentoEstatıstico de Padroes (IMS CENTER, 2007).

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Combinando estas ferramentas, juntamente comdados dos sensores, e possıvel predizer a degrada-cao do sistema e avaliar o estado dos equipamen-tos.

2.2 Arquiteturas Orientadas a Servicos

Tecnicas para desenvolvimento de aplicacoes SOArepresentam uma mudanca de paradigma na enge-nharia de software, onde os componentes sao defi-nidos como servicos (Ramollari et al., 2007). Es-tas tecnicas, inicialmente desenvolvidas para usoem ambiente gerencial e corporativo de empresas,logo teve aceitacao em diversos segmentos, entreeles, a automacao industrial.

De forma geral, arquiteturas SOA tem comocaracterıstica principal a criacao e disponibilidadede servicos, que, quando agrupados, dao origem aum sistema funcional (Josuttis, 2009). O termoservico se refere a uma funcionalidade ou logicaque e encapsulada e oferecida ao sistema atravesde uma interface. Dessa maneira, outros servicos,entidades ou programas sao capazes de acessa-loe emprega-lo na resolucao de determinada tarefa.

Para que possam ser utilizados, os servicos ne-cessitam de exposicao, a fim de que os utilizado-res os encontrem (Papazoglou and Heuvel, 2007).Portanto, uma aplicacao SOA deve prover meiospara que os servicos possam se comunicar e efe-tuar a troca de informacoes de forma padronizada.Dessa forma, todos os componentes da arquite-tura devem obedecer a alguns conceitos, entre eles:acoplamento mınimo, a fim de minimizar a de-pendencia de outros servicos; contrato de servico,utilizando um mesmo padrao de comunicacao; au-tonomia, sendo o proprio servico responsavel pe-las tarefas que executa; abstracao, escondendo alogica e recursos utilizados; reuso, possibilitandoa utilizacao da mesma funcionalidade em variaspartes do sistema; composicao, tendo objetivo deorganizar um conjunto de servicos para a execu-cao de uma tarefa mais complexa; independen-cia de estado, onde o servico nao retem informa-coes sobre as atividades executadas; e possibili-dade de descoberta, que permite a outros servicosencontra-lo (Josuttis, 2009).

A troca de informacoes entre os servicos nor-malmente ocorre utilizando o protocolo SimpleObject Access Protocol (SOAP). Neste proto-colo, as mensagens sao codificadas no formato Ex-tensible Markup Language (XML). O protocoloSOAP pode ser utilizado sobre diferentes protoco-los de transporte, como, por exemplo, o HypertextTransfer Protocol (HTTP).

A descricao das interfaces dos servicos sao re-alizadas utilizando Web Service Description Lan-guage (WSDL). Documentos WSDL tambem saobaseados em XML e contem a informacao neces-saria para utilizacao do servico descrito. Nos do-cumentos WSDL sao descritas todas as operacoes

que o servico possibilita, bem como os tipos dedados por ele suportados. O documento tambempode ser estendido, definindo novos tipos de dadospara troca de mensagens.

Em uma aplicacao SOA, a descricao dos servi-cos disponıveis e o endereco para acessa-los estaodisponıveis no Universal Description Discovery In-tegration (UDDI). O padrao UDDI define o pro-tocolo para os servicos de diretorio, ou interme-diadores de servico, onde sao armazenadas as in-formacoes de cada um dos servicos da aplicacao.Esta entidade e utilizada para informar aos clien-tes quais servicos estao disponıveis, possibilitandomeios para descoberta e obtencao de metadados.A interoperabilidade entre os componentes de umaaplicacao SOA e apresentada na fig. 2.

Registro deserviço

Conexão einvocação

Consumidor deserviço

Cliente

Provedor deserviço

Contrato deserviço

Serviço

Pesquisa Registro

Figura 2: Interoperabilidade entre os elementos deuma aplicacao SOA.

As especificacoes para web services normal-mente seguem o padrao de grafia ”WS-” (Candido,2013). Porem, dentre as especificacoes, o DevicesProfile for Web-Services (DPWS) define um con-junto mınimo de implementacoes que permitem atroca de mensagens, descoberta, descricao, gera-cao de eventos e autenticacao para a utilizacao deweb services em clientes com recursos computaci-onais limitados (Ribeiro et al., 2008). Apesar deutilizar um conjunto mınimo de implementacoes,clientes que utilizam DPWS podem ser integradosa outros, com recursos mais flexıveis.

O DPWS utiliza uma pilha de protocolos e es-pecificacoes para consistencia na conexao entre osdispositivos. Dentre as especificacoes, destacam-se o WS-Addressing, utilizado para a transferenciade mensagens, o WS-Discovery, que possibilita adescoberta de servicos em uma rede local, e o WS-Eventing, para a utilizacao de eventos. O DPWSutiliza os protocolos Transmission Control Proto-col (TCP) e HTTP para a transmissao de dados.

3 Arquitetura proposta

Um sistema de manutencao inteligente deve sercomposto por dispositivos a serem analisados, ins-trumentados para obtencao dos dados de senso-res, e um analisador de dados, que ira determi-nar o nıvel de degradacao dos equipamentos (Leeet al., 2006). Contudo, as tecnicas utilizadas atu-almente necessitam que os dados sejam obtidos e

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analisados separadamente dos equipamentos (IMSCENTER, 2007). O tempo envolvido na instru-mentacao do equipamento, obtencao dos dados eposterior analise, se replicado para um numero ele-vado de dispositivos, torna a analise das condicoesde degradacao uma tarefa complexa e despendi-osa.

Tecnologias SOA estao cada vez mais presen-tes na industria e o seu uso reflete a busca pela in-terconexao de dispositivos distribuıdos (Cannataet al., 2010). A padronizacao da comunicacao en-tre componentes e a facilidade de construcao denovas aplicacoes estao entre as principais vanta-gens. Portanto, esta tecnica tambem pode seraplicada no desenvolvimento de aplicacoes de ma-nutencao inteligente.

A fim de possibilitar a integracao dos diver-sos equipamentos que fazem parte de um sistemade manutencao inteligente, uma arquitetura ba-seada em SOA foi definida, sendo composta porentidades de software, cada uma responsavel poruma tarefa especıfica. As entidades sao aplicati-vos que se comunicam por meio de servicos e foramidentificadas com base nos requisitos da aplicacao.Dessa forma, a integracao do sistema e realizadapor um conjunto de servicos bem definido. Estasecao apresenta a arquitetura proposta e casos deuso, ilustrando algumas situacoes onde o sistemapode ser empregado.

3.1 Proposta de Arquitetura Orientada a Servi-cos

Neste trabalho, optou-se por utilizar uma arqui-tetura SOA para integrar de forma facilitada asentidades do sistema. A fig. 3 ilustra as entidadesprincipais da arquitetura proposta. Cada entidadee um componente SOA, responsavel por desem-penhar uma tarefa especıfica na aplicacao, sendoimplementados utilizando a especificacao DPWS.Neste contexto, as entidades sao conectadas porservicos web. A arquitetura conta com seis enti-dades: Dispositivo, Gerenciador de Dispositivos,Gerenciador de Analises, Analisador de Dispositi-vos, Base de Dados e Repositorio de Servicos.

A entidade identificada por Dispositivo e umcomponente de software utilizado para abstrairum elemento fısico da arquitetura proposta. Odispositivo em questao e denominado de logico,por executar embarcado em um dispositivo fısico.Pode abrigar funcionalidades relativas ao dispo-sitivo fısico ou outras, que auxiliam em algumatarefa especıfica nao relacionada diretamente como hardware hospedeiro. A entidade controla o dis-positivo fısico, obtendo os dados de sensores e en-viando para um banco de dados. O Dispositivotambem pode apresentar comportamentos, defini-dos como o modo de operacao que o equipamentoira assumir frente as condicoes de degradacao.

O Gerenciador de Dispositivos, como o nome

Repositóriode serviços

Basede dados

Gerenciadorde dispositivos

Gerenciadorde análises

Analisador dedispositivos

Dispositivo

Dispositivo

Dispositivo

Serviços

Figura 3: Arquitetura orientada a servicos pro-posta para integracao de um sistema de manuten-cao inteligente.

sugere, possui as ferramentas necessarias para ogerenciamento dos dispositivos na rede. A obten-cao da lista de dispositivos e configuracao de cadaum deles sao tarefas executadas pelo gerenciador.Como exemplo de configuracao esta o envio de no-vos comportamentos para o dispositivo.

O Gerenciador de Analises e utilizado para ogerenciamento de planos de analise de equipamen-tos pelo operador do sistema. O plano de analise ea estrutura que armazena as informacoes necessa-rias para que uma analise de degradacao de umequipamento possa ser executada corretamente.O Gerenciador de Analises possibilita o agenda-mento dos planos e a definicao de execucoes pe-riodicas das analises.

No Analisador de Dispositivos os planos saoexecutados. A entidade opera com base nos planoscriados pelo operador do sistema no Gerenciadorde Analises. O analisador possui as ferramentasnecessarias para manipulacao dos dados dos equi-pamentos e obtencao dos indicadores de saude.

A entidade Base de Dados e utilizada comouma interface para um banco de dados. No bancode dados sao armazenadas todas as informacoesda aplicacao. Para garantir a estrutura de umaaplicacao SOA, a entidade foi especificada com ointuito de abstrair os acessos ao banco atraves deservicos.

O Repositorio de Servicos armazena os dis-positivos logicos e seus servicos, os quais podemser obtidos e implantados dinamicamente em dis-positivos fısicos. Esta entidade pode fazer parteda rede local ou remota. Dessa forma, uma novaaplicacao pode ser construıda com base em com-ponentes ja definidos. Com esta abordagem, tam-bem e possıvel o compartilhamento de uma basede dados de componentes logicos entre diferentesaplicacoes.

3.2 Casos de uso para a arquitetura proposta

No contexto de uma aplicacao de manutencao in-teligente, a arquitetura aqui proposta pode serempregada em alguns casos de uso. Os casos

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de uso apresentados neste trabalho exemplificama interacao do operador do sistema na busca ouconfiguracao de dispositivos e na criacao de pla-nos de analise para determinado equipamento. Damesma forma, para a execucao dos planos agen-dados pelo operador do sistema, foi utilizado umator denominado de tarefa periodica.

A descoberta e configuracao dos dispositivose representada pelo diagrama Unified ModelingLanguage (UML) de casos de uso da fig. 4. Nodiagrama sao ilustradas as interacoes que o ope-rador do sistema pode realizar nos dispositivos uti-lizando o Gerenciador de Dispositivos. De acordocom o diagrama, o gerenciador permite a visua-lizacao dos dispositivos encontrados na aplicacaoorientada a servicos, a busca de informacoes maisdetalhadas, atraves de metadados, bem como asua configuracao, com atualizacao das informacoese envio de novos comportamentos.

Operadordo sistema

Gerenciadorde dispositivos

Descobertade serviço

Dispositivo 1

Aplicação orientadaa serviços

Descobertade serviço

Dispositivo 2

Dispositivo n

Serviço deatualização dos

metadados

Obterestado

Descobertade serviço

<uses>

<uses>

<uses>

<extends>

<uses>

<uses>

<uses>

Obter topologiados dispositivos

Obtermetadados

Descobrirdispositivose serviços

Atualizarmetadados do

dispositivo

Obter estadodo dispositivo

Serviço decomportamentos

<uses>Atualizar

comportamentosdo dispositivo

Figura 4: Diagrama de casos de uso para desco-berta e configuracao de dispositivos.

O gerenciamento dos planos de analise pelooperador do sistema e ilustrado no diagrama UMLda fig. 5. Novos planos de analise podem ser cri-ados e associados a determinado equipamento, afim de obter os indicadores de desempenho paratomada de decisao. Alem das informacoes do dis-positivo associado a analise, o plano tambem ar-mazena as ferramentas, presentes no Analisadorde Dispositivos, que serao utilizadas e os compor-tamentos que o dispositivo deve assumir dado oresultado obtido com a analise. Como comporta-mentos, entende-se as acoes realizadas pelo equi-pamento a fim de garantir a operacao ate que umamanutencao corretiva possa ser realizada.

Para a obtencao dos ındices de degradacao,as ferramentas de analise necessitam de dados detreinamento do equipamento. O Gerenciador deDispositivos dispoe de meios para o envio destesdados. O envio de dados de treinamento pelo ope-rador do sistema e apresentado no diagrama UML

Gerenciador deanálises

Obterestado

Dispositivo 1

Aplicação orientadaa serviços

Dispositivo n

Operadordo sistema Serviço de

metadados

Descobertade serviço

Base de dados

Obterplano

Inserirplano

Removerplano

<uses>

<uses>

<uses>

<uses>

<uses>

<uses>

<uses>

<uses>

<uses>

Verificarrecursos

disponíveis

Criar planode análise

Editar planode análise

Obtercomportamentos

do dispositivo

Remover planode análise

Analisador dedispositivos

Obterferramentasde análise

Obterferramentasde análise

<uses>

<uses>

Figura 5: Diagrama de casos de uso para o geren-ciamento de analises pelo operador do sistema.

de casos de uso da fig. 6.

Operadordo sistema

Gerenciadorde dispositivos

Aplicação orientadaa serviços

Dispositivo

Serviço demetadados

Descobertade serviço

Base de dados

Inserirdados de

treinamento

Descobrirdispositivose serviços

Enviar dadosde treinamento

<uses>

<uses>

<uses>

Figura 6: Diagrama de casos de uso para envio dedados de treinamento para um dispositivo.

A execucao das analises dos dispositivos efeita automaticamente por uma tarefa periodica.No plano de analise, o operador do sistema de-fine a frequencia de execucao de analise para cadaequipamento e, baseado nisso, uma tarefa perio-dica e executada no Analisador de Dispositivos.O analisador verifica quais os planos de analiseestao ativos, os carrega e executa. Na execucao,os dados do dispositivos sao obtidos e analisa-dos pelas ferramentas definidas no plano de ana-lise pelo operador do sistema. Apos finalizada aanalise, e baseado no indicador de degradacao ob-tido, o equipamento pode ser sinalizado a assumirum comportamento diferente, a fim de evitar umamaior degradacao ate que uma manutencao corre-tiva possa ser efetuada. A fig. 7 ilustra o diagramaUML de casos de uso para a execucao dos planosde analise.

Relatorios de saude dos equipamentos em ana-lise podem ser obtidos atraves do Gerenciador de

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Analisador dedispositivos

Tarefaperiódica

Base de dados

Inserirresultadosda análise

Obter dadosbrutos

Obterplano

Obterestado

Dispositivo

Aplicação orientadaa serviços

Serviço demetadados

Serviço decomportamentos

<uses>

Obtercomportamentos

do dispositivo

Obter dadosdo dispositivo

<uses>

<uses>

<uses>

<uses>

<uses>

<uses>

<uses>

<uses>

<uses>Verificarrecursos

disponíveis

<extends>

Carregar planode análise

Obter planode análise

Obter planosde análise

ativos

Selecionarferramentade análise

Executar planode análise

Figura 7: Diagrama de casos de uso para a obten-cao e execucao das analises.

Dispositivos, entidade que se comporta como in-terface entre o operador do sistema e os dispositi-vos que compoe a arquitetura. E possibilitado aooperador do sistema realizar a busca pelos dispo-sitivos na rede e obter os resultados das analisesanteriores. Na arquitetura proposta, os resultadosdas analises sao armazenados na Base de Dados.A fig. 8 apresenta o diagrama UML para obten-cao dos relatorios de saude de um dispositivo pelooperador do sistema.

Operadordo Sistema

Base de dados

Obterrelatório das

análises

Dispositivo 1

Aplicação orientadaa serviços

Descobertade serviço

Serviço demetadados

Gerenciadorde dispositivos

<extends>

<uses>

<uses>

<uses>

<uses>

Obtermetadados

Descobrirdispositivose serviços

Obterrelatório dodispositivo

Figura 8: Diagrama de casos de uso para obtencaodos relatorios de saude do dispositivo.

4 Implementacao e resultados

Para validacao da arquitetura proposta, as enti-dades descritas na secao 3 foram implementadas.Para a implementacao das entidades escolheu-se a linguagem de programacao Java e a imple-mentacao DPWS denominada Java Multi EditionDPWS Stack (JMEDS), que faz parte do projetoWS4D (WS4D-JMEDS, 2013). As entidades saoaplicativos de ambiente grafico que permitem rea-lizar as operacoes descritas nos casos de uso apre-sentados.

Como forma de avaliar a arquitetura proposta

e implementada, foi escolhido um estudo de casoque consiste em um conjunto atuador eletrico evalvula. O atuador em questao e utilizado parao controle de fluxo em redes de distribuicao depetroleo, permitindo abertura e fechamento dosdutos pelo movimento da haste, cujo acionamentoe feito por um motor. O conjunto, modelo CSR6,fabricado pela empresa Coester Automacao Ltda,e ilustrado na fig. 9. Por se tratar de um equi-pamento sujeito a degradacao constante, foi esco-lhido como estudo de caso.

Figura 9: Atuador eletrico modelo CSR6.

Neste trabalho, utilizou-se os dados de instru-mentacao obtidos nos trabalhos de (Boesch, 2011)e (Faccin, 2011) com intuito de avaliar somente ocomportamento das entidades da arquitetura pro-posta. Dessa forma, a entidade denominada Dis-positivo (fig. 3) foi utilizada como um simuladordo dispositivo a ser monitorado, utilizando os da-dos de sensores previamente obtidos. O atuadoreletrico foi instrumentado com tres sensores, sendorealizados seis testes, conforme tab. 1

Tabela 1: Situacoes definidas para coleta dos da-dos.Situacao Acionamento do freio Engrenagens

1 – –2 1 bar –3 3 bar –4 – 1 desgastada5 – 3 desgastadas6 – 1 quebrada

As engrenagens utilizadas nos testes, presen-tes no conjunto de engrenagens satelite do atua-dor, sao ilustradas na fig. 10. A da esquerda euma engrenagem normal, a do meio desgastada ea da direita com dentes quebrados.

A analise de degradacao foi feita a partir dosdados de vibracao do atuador. Primeiramente fo-ram extraıdas as caracterısticas dos sinais utili-zando a transformada de wavelet packet. Apos, oalgoritmo de deteccao de falhas foi treinado como metodo da Regressao Logıstica utilizando, paraisso, dados de funcionamento normal e em falha.

A fig. 11 apresenta a tela do aplicativo Dispo-sitivo implementado a partir da arquitetura pro-

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Engrenagem normal Engrenagem desgastada Engrenagem quebrada

Figura 10: Engrenagens utilizadas no estudo decaso.

posta. Como mencionado, o aplicativo e utilizadopara simular os dados de uma das seis situacoesapresentadas na tab. 1.

Figura 11: Tela principal do simulador de dispo-sitivos.

A definicao de um plano de analise para o dis-positivo e feita no Gerenciador de Analises. Umadas telas do software e apresentada na fig. 12. Atela ilustra a escolha das ferramentas que seraoutilizadas para determinar o nıvel de degradacaodo equipamento em analise.

Figura 12: Dialogo para escolha das ferramentasutilizadas na analise.

O Analisador de Dispositivos, que utiliza asinformacoes definidas no plano de analise, realizaas analises de forma automatica. A entidade veri-fica os planos pendentes, busca os dados necessa-rios e obtem o nıvel de degradacao utilizando asferramentas definidas no plano. A fig. 13 ilustra atela principal do Analisador de Dispositivos.

5 Conclusao

O monitoramento de diversos equipamentos comtecnicas de manutencao inteligente ainda e difi-cultado pelo tipo de solucao adotada para ana-lise dos dados e pela distribuicao dos dispositivos.

Figura 13: Tela principal do Analisador de Dispo-sitivos.

Neste trabalho, uma arquitetura orientada a ser-vicos para um sistema de manutencao inteligentefoi proposta, a fim de facilitar a integracao entreos diferentes componentes envolvidos neste tipo deaplicacao. Foram definidas e apresentadas as en-tidades que fazem parte da arquitetura e casos deuso onde a proposta pode ser empregada. Alemdisso, foi apresentada a implementacao das entida-des e um estudo de caso especıfico para validacaoda proposta.

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