proposta de elemento vazado acústico

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  • UNIVERSIDADE DE SO PAULOFACULDADE DE ARQUTETURA E URBANISMO

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ARQUITETURA E URBANISMO

    BIANCA CARLA DANTAS DE ARAJO

    PROPOSTA DE ELEMENTO VAZADO ACSTICO

    So Paulo/SP2010

  • BIANCA CARLA DANTAS DE ARAJO

    PROPOSTA DE ELEMENTO VAZADO ACSTICO

    Tese apresentada Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de So Paulo para obteno do Ttulo de Doutor em Arquitetura e Urbanismo rea de Concentrao: Tecnologia da Arquitetura Orientador: Prof. Dr. Sylvio R. Bistafa

    So Paulo/SP 2010

  • AUTORIZO A REPRODUO E DIVULGAO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE. E-MAIL: [email protected]

    Arajo, Bianca Carla Dantas de A663p Proposta de elemento vazado acstico / Bianca Carla Dantas de Arajo. --So Paulo, 2010. 196 p. : il. Tese (Doutorado - rea de Concentrao: Tecnologia da Arquitetura) - FAUUSP. Orientador: Sylvio R. Bistafa 1.Acstica arquitetnica 2.Elementos vazados 3.Isolamento acstico 4.Conforto acstico das construes. I.Ttulo CDU 534.84

  • iProposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    Proposta de Elemento Vazado Acstico DEDICATRIA

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    i

    DEDICATRIA

    A Maria Eduarda de Arajo Cunha e

    Paulo Eduardo de Arajo Cunha,

    minha nova famlia.

    iProposta de Elemento Vazado Acstico

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    DEDICATRIA

  • ii Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    Proposta de Elemento Vazado Acstico AGRADECIMENTOS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    ii

    AGRADECIMENTOS

    Ao Prof. Dr. Sylvio R. Bistafa, pela orientao, dedicao, disponibilidade,

    compreenso, seriedade, e pela amizade que foi construda.

    Profa. Dra. Virgnia Arajo e ao Prof. Eduardo Henrique Arajo, meus pais, pelo

    empenho, dedicao, conhecimentos compartilhados e pela constante presena.

    Larissa Arajo, minha irm, pela amizade, disponibilidade e torcida nas

    conquistas.

    Profa. Dra. Ruth Duarte, pelo apoio e correo dos textos.

    Aos amigos Marcela Cunha, Leonardo Jorge, Anna Rachel Baracho, Dbora

    Nogueira, Ana Luiza Flor e Vanessa Mesquita pela disponibilidade em sempre

    ajudar.

    Aos amigos e familiares que direta e indiretamente contriburam para a

    concretizao desta tese.

    Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo - FAPESP, pelo apoio

    concedido a esta pesquisa, sugestes e crticas.

    ii Proposta de Elemento Vazado Acstico

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    AGRADECIMENTOS

  • iiiProposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    Proposta de Elemento Vazado Acstico RESUMO

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    iii

    RESUMO

    ARAJO, Bianca C. D. Proposta de Elemento Vazado Acstico. Tese (Doutorado) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de So Paulo, So Paulo, 2010.

    O conforto ambiental requer a busca de alternativas de projeto que promovammenos impacto energtico na arquitetura. Em locais de climas quentes e midos, a ventilao natural uma das estratgias de projeto; inseridos nesta viso, os elementos vazados (cobogs ou combogs, com so popularmente conhecidos no nordeste brasileiro) agem como componentes arquitetnicos que proporcionam permanente ventilao natural, proteo solar e iluminao natural, alm de facilidade de fabricao. Apesar do uso secular dos elementos vazados, eles perderam espao na produo arquitetnica contempornea, e so raras pesquisas com vistas a aprimorar seu potencial como alternativa passiva de projeto. Entretanto, existe conscincia dos problemas acsticos correlatos que advm da sua utilizao na ventilao natural, tais como o comprometimento na isolao dos rudos externose na privacidade entre ambientes. O presente trabalho, por esses motivos, tem por proposta desenvolver um elemento vazado acstico, objetivando utiliz-lo na minorao do problema da dicotomia entre os aspectos trmicos e acsticosenvolvidos. O desempenho do isolamento sonoro in situ dos elementos criados foiavaliado com base na Norma ISO 140-5, tendo sido tambm estudado odesempenho da ventilao natural atravs de simulaes computacionais, utilizando mtodos da dinmica dos fluidos computacional - CFD. Foram desenvolvidos 4 tipos de blocos, todos eles avaliados em diferentes montagens numa parede do tipo fachada, segundo 3 condies: fechados e abertos (com e sem material absorvente). Os resultados revelaram o quo susceptvel a transmisso do rudo em aberturasde ventilao, entretanto, resultados satisfatrios de isolamento sonoro foram obtidos, principalmente em uma das montagens (bloco tipo 3, caixa), a qual apresentou desempenho similar ao bloco fechado com um ndice de Reduo deRudo Padro Global (Dntw) de 27 dB. Esta montagem apresenta relao de rea aberta satisfatria para promover a ventilao natural dentro de um ambiente (confirmada pelo melhor desempenho comparativo de ventilao dos blocos simulados), alm de apresentar isolamento sonoro superior ao de outros (poucos)elementos existentes no mercado, com o objetivo de promover a ventilao natural ereduzir a transmisso de rudo para se obter bom desempenho.

    Palavras-chave: Acstica Arquitetnica, Elemento Vazado, Isolamento Acstico, Conforto Acstico das construes.

    iiiProposta de Elemento Vazado Acstico

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    RESUMO

  • iv Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    Proposta de Elemento Vazado Acstico ABSTRACT

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    iv

    ABSTRACT

    ARAJO, Bianca C. D. Proposal Acoustic Hollow Element. Tese (Doutorado) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de So Paulo, So Paulo, 2010.

    The environmental comfort requires the search for design alternatives that promote less energy impact on architecture. In places with hot and humid climates, natural ventilation is one of design strategies; into this vision, the hollow elements (cobogs or combogs, as popularly known in northeastern Brazil) act as architectural components that provide permanent natural ventilation, sun protection and natural lighting, and ease of manufacture. Despite the secular use of hollow elements, they lost space in contemporary architectural production, and there are few surveys with a view to enhancing its potential as an alternative passive design. However, there is awareness of the problems related noise that comes from its use in natural ventilation, such as commitment in the isolation of external noise and privacy between environments. In this work, for these reasons, the proposal is to develop an element hollow sound, aiming to use it in alleviating the problem of the dichotomy between the thermal and acoustic aspects involved. The performance of sound insulation in situ of the elements created was assessed based on the ISO 140-5, was also studied the performance of natural ventilation through computer simulations, using methods of computational fluid dynamics - CFD. Were developed 4 types of blocks, all studied at different mounts on a wall like facade, according to 3 conditions: closed and open (with and without sound absorption material). The results revealed how likely is the transmission of noise from the vent, however, satisfactory sound insulation were obtained, especially in one of the mounts (block type 3, box), which presented a performance similar to a closed block with index Noise Reduction Global Standard (Dntw) of 27 dB. This assembly has an open area ratio of satisfactory to promote natural ventilation in an environment (confirmed by the comparative performance of simulated ventilation of the blocks), while maintaining sound insulation than the other (few) elements in the market, with the objective to promote natural ventilation and reduce noise transmission to achieve good performance

    Palavras-chave: Architectural Acoustics, Hollow Elements, Acoustic Insulation, Acoustic comfort of buildings.

    iv Proposta de Elemento Vazado Acstico

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    ABSTRACT

  • vProposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    Proposta de Elemento Vazado Acstico LISTA DE FIGURAS E TABELAS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    v

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1. Mapa do Brasil com localizao de Natal 11

    Figura 2. Mapa da cidade de Natal 14

    Figura 3. Esquema de brises horizontal e vertical com os respectivos ngulos de obstruo

    17

    Figura 4. Esquema de brises misto com respectiva mscara de sombra 18

    Figura 5. Imagens de alguns modelos de cobogs utilizados no mercado brasileiro

    19

    Figura 6. Foto do edifcio da Caixa de gua da S de Luiz Nunes, 1937 20

    Figura 7. Foto do Conjunto Residencial Parque Guinle, de Lcio Costa, 1948 22

    Figura 8. Desenho das cmaras de teste com cobogs analisados por Bittencourt (1993)

    24

    Figura 9. Grfico da curva tpica de PT para parede simples 31

    Figura 10. Grfico da Perda na Transmisso de paredes com aberturas 34

    Figura 11. Imagem da veneziana acstica 37

    Figura 12. Perda na transmisso da partio de rea de teste abrangidos pelo painel de madeira

    40

    Figura 13. Perda na transmisso da acoustic Louvre pela ISO 140 40

    Figura 14. Croqui e imagem do peitoril ventilado 42

    Figura 15 Croqui do peitoril ventilado 43

    Figura 16. Resultados do ndice de Reduo Sonora (R) para as diferentes configuraes de peitoril ventilado

    45

    Figura 17. Imagem do Silenceair 47

    Figura 18. Figura 18. Grfico de desempenho acstico do Silenceair 49

    Figura 19. Grfico comparando o desempenho dos elementos de fachada com aberturas

    51

    Figura 20. Foto do medidor digital de nvel de presso sonora utilizado no ensaio 55

    Figura 21. Foto do microfone utilizado na pesquisa 56

    Figura 22. Foto do alto-falante e do computador porttil 57

    Figura 23. Anemmetro Digital Porttil 57

    vProposta de Elemento Vazado Acstico

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    LISTA DE FIGURAS E TABELAS

  • vi Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    Proposta de Elemento Vazado Acstico LISTA DE FIGURAS E TABELAS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    vi

    Figura 24. Ressonador de cavidade ou de Helmholtz 59

    Figura 25. Croqui do ressonador de Helmholtz 60

    Figura 26. Curva de absoro sonora versus freqncia do ressonador de Helmholtz com alto e baixo fator de qualidade

    60

    Figura 27. Ressonador de cavidade ou de Helmholtz comercializado como SoundBlox nos EUA

    61

    Figura 28. Montagem dos blocos com cavidades formando as fendas do ressonador, permitindo a passagem da ventilao

    62

    Figura 29. Foto dos elementos tipo 1 (menor, P) e 2 (maior, G) 63

    Figura 30. Foto da frma de madeira do elemento menor 63

    Figura 31. Foto da frma do elemento maior 63

    Figura 32. Foto da cura do elemento menor 63

    Figura 33. Foto da cura do elemento maior 64

    Figura 34. Foto da forma de empilhamento 64

    Figura 35. Croqui esquemtico das dimenses do bloco pequeno (P) 64

    Figura 36. Croqui esquemtico das dimenses do bloco grande (G) 65

    Figura 37. Croqui esquemtico das dimenses do bloco tipo caixa (C) 66

    Figura 38. Croqui esquemtico das dimenses do bloco tipo caixa grande (CG) 67

    Figura 39. Croqui do elemento (ressonador) instalado como vazado 67

    Figura 40. Croqui dos blocos com a l de vidro 68

    Figura 41. Planta da sala de teste com detalhe para a fachada onde foram aplicados os elementos vazados

    72

    Figura 42. Foto da sala de teste internamente 73

    Figura 43. Foto externa da sala de teste 73

    Figura 44. Tempos de Reverberao da sala em bandas de 1/3-oitava com a parede de teste montada com blocos com aberturas

    84

    Figura 45. Tempos de Reverberao da sala em bandas de 1/3-oitava com a parede de teste montada com blocos sem aberturas

    85

    Figura 46. Foto da sala internamente com a parede de testes montada com o bloco tipo 1 (Pfechado)

    85

    Figura 47. Foto externa da parede de teste montada com o bloco tipo 1 com indicao da rea radiante interna da parede

    86

    vi Proposta de Elemento Vazado Acstico

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    LISTA DE FIGURAS E TABELAS

  • viiProposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    Proposta de Elemento Vazado Acstico LISTA DE FIGURAS E TABELAS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    vii

    Figura 48. Espectros em bandas de 1/3-oitava do nvel sonoro mdio espacial interno e externo e a Reduo de Rudo (D) obtidos com a parede de teste montada com o bloco pequeno fechado (Pfechado)

    87

    Figura 49. Espectros em bandas de 1/3-oitava da Reduo de Rudo Padro (Dnt) e do ndice de Reduo Sonora Aparente (R45) com a parede de teste montada com o bloco fechado (Pfechado)

    88

    Figura 50. Foto da parede de teste montada com o bloco tipo 1 pequeno (P) espaados de 5cm e sem l de vidro (P5s/l), com indicao da rea radiante interna da parede

    88

    Figura 51. Espectros em bandas de 1/3-oitava do nvel sonoro mdio espacial interno e externo e a Reduo de Rudo (D) obtidos com a parede de teste montada com o bloco pequeno aberto 5 cm sem l (P5s/l)

    89

    Figura 52. Espectros em bandas de 1/3-oitava da Reduo de Rudo Padro (Dnt) e do ndice de Reduo Sonora Aparente (R45) com a parede de teste montada com o bloco pequeno aberto 5 cm sem l (P5s/l)

    90

    Figura 53. Foto da parede de teste montada com o bloco tipo 1 pequeno (P) espaados de 5cm e com l de vidro nas cavidades (P5c/l)

    91

    Figura 54. Espectros em bandas de 1/3-oitava do nvel sonoro mdio espacial interno e externo e a Reduo de Rudo (D) obtidos com a parede de teste montada com o bloco pequeno aberto 5 cm com l (P5c/l)

    92

    Figura 55. Espectros em bandas de 1/3-oitava da Reduo de Rudo Padro (Dnt) e do ndice de Reduo Sonora Aparente (R45) com a parede de teste montada com o bloco pequeno aberto 5 cm com l (P5c/l)

    93

    Figura 56. Espectros em bandas de 1/3-oitava da Reduo de Rudo Padro (Dnt) com a parede de teste montada com as variantes do bloco pequeno (P)

    93

    Figura 57. Espectros em bandas de 1/3-oitava do ndice de Reduo Sonora Aparente (R45) com a parede de teste montada com as variantes do bloco pequeno (P)

    94

    Figura 58. Tomada fotogrfica da parede de testes montada, sem aberturas, com o bloco tipo 2 (Gfechado)

    95

    Figura 59. Outra tomada fotogrfica da parede de teste montada, sem aberturas, com o bloco tipo 2 (Gfechado)

    95

    Figura 60. Espectros em bandas de 1/3-oitava do nvel sonoro mdio espacial interno e externo e a Reduo de Rudo (D) obtidos com a parede de teste montada com o bloco grande fechado (Gfechado)

    96

    Figura 61. Espectros em bandas de 1/3-oitava da Reduo de Rudo Padro (Dnt) e do ndice de Reduo Sonora Aparente (R45) com a parede de teste montada com o bloco grande fechado (Gfechado)

    97

    Figura 62. Foto da parede de testes montada, com aberturas de 5 cm, com o bloco tipo 2, sem l de vidro (G5s/l)

    97

    viiProposta de Elemento Vazado Acstico

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    LISTA DE FIGURAS E TABELAS

  • viii Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    Proposta de Elemento Vazado Acstico LISTA DE FIGURAS E TABELAS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    viii

    Figura 63. Foto do detalhe da separao de 5 cm da montagem mostrada na Figura 62

    97

    Figura 64. Espectros em bandas de 1/3-oitava do nvel sonoro mdio espacial interno e externo e a Reduo de Rudo (D) obtidos com a parede de teste montada com o bloco grande aberto 5cm sem l de vidro (G5s/l)

    98

    Figura 65. Espectros em bandas de 1/3-oitava da Reduo de Rudo Padro (Dnt) e do ndice de Reduo Sonora Aparente (R45) com a parede de teste montada com o bloco grande aberto 5cm sem l de vidro (G5s/l)

    99

    Figura 66. Foto da parede de teste montada com o bloco tipo 2, espaado de 5cm e com l de vidro nas cavidades (G5c/l)

    100

    Figura 67. Espectros em bandas de 1/3-oitava do nvel sonoro mdio espacial interno e externo e a Reduo de Rudo (D) obtidos com a parede de teste montada com o bloco grande aberto 5cm com l de vidro (G5c/l)

    101

    Figura 68. Espectros em bandas de 1/3-oitava da Reduo de Rudo Padro (Dnt) e do ndice de Reduo Sonora Aparente (R45) com a parede de teste montada com o bloco grande aberto 5cm com l de vidro (G5c/l)

    102

    Figura 69. Tomada fotogrfica da parede de teste montada com o bloco tipo 2 espaado 10cm e com l de vidro nas cavidades (G10c/l)

    102

    Figura 70. Foto do detalhe da separao de 10 cm da montagem mostrada na Figura 69

    102

    Figura 71. Espectros em bandas de 1/3-oitava do nvel sonoro mdio espacial interno e externo e a Reduo de Rudo (D) obtidos com a parede de teste montada com o bloco grande aberto 10cm com l de vidro (G10c/l)

    103

    Figura 72. Espectros em bandas de 1/3-oitava da Reduo de Rudo Padro (Dnt) e do ndice de Reduo Sonora Aparente (R45) com a parede de teste montada com o bloco grande aberto 10cm com l de vidro (G10c/l)

    104

    Figura 73. Foto da parede de teste montada com o bloco tipo espaado 10 cm e sem l de vidro (G10s/l)

    104

    Figura 74. Foto do detalhe da separao de 10 cm da montagem mostrada na Figura 73

    104

    Figura 75. Espectros em bandas de 1/3-oitava do nvel sonoro mdio espacial interno e externo e a Reduo de Rudo (D) obtidos com a parede de teste montada com o bloco grande aberto 10cm sem l de vidro (G10s/l)

    105

    Figura 76. Espectros em bandas de 1/3-oitava da Reduo de Rudo Padro (Dnt) e do ndice de Reduo Sonora Aparente (R45) com a parede de teste montada com o bloco grande aberto 10cm sem l de vidro (G10sc/l)

    106

    Figura 77. Espectros em bandas de 1/3-oitava da Reduo de Rudo Padro (Dnt) com a parede de teste montada com as variantes do bloco grande espaado de 5cm (G5)

    107

    viii Proposta de Elemento Vazado Acstico

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    LISTA DE FIGURAS E TABELAS

  • ixProposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    Proposta de Elemento Vazado Acstico LISTA DE FIGURAS E TABELAS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    ix

    Figura 78. Espectros em bandas de 1/3-oitava da Reduo de Rudo Padro (Dnt) com a parede de teste montada com as variantes do bloco grande espaado de 10cm (G10)

    108

    Figura 79. Espectros em bandas de 1/3-oitava do ndice de Reduo Sonora Aparente (R45) com a parede de teste montada com as variantes do blocogrande espaado de 5cm (G5)

    109

    Figura 80. Espectros em bandas de 1/3-oitava do ndice de Reduo Sonora Aparente (R45) com a parede de teste montada com as variantes do blocogrande aberto 10cm (G10)

    109

    Figura 81. Foto da parede de teste montada com bloco tipo 3 com l de vidro (Cc/l)

    110

    Figura 82. Outra tomada fotogrfica da parede de teste montada com bloco tipo 3 com l de vidro (Cc/l)

    110

    Figura 83. Espectros em bandas de 1/3-oitava do nvel sonoro mdio espacial interno e externo e a Reduo de Rudo (D) obtidos com a parede de teste montada com o bloco caixa com l de vidro (Cc/l)

    111

    Figura 84. Espectros em bandas de 1/3-oitava da Reduo de Rudo Padro (Dnt) e do ndice de Reduo Sonora Aparente (R45) com a parede de teste montada com o bloco caixa com l de vidro (Cc/l)

    112

    Figura 85. Foto da parede de teste montada com bloco tipo 3 sem l de vidro (Cs/l)

    112

    Figura 86. Foto da parede de teste montada com bloco tipo 3 sem l de vidro (Cs/l)

    112

    Figura 87. Espectros em bandas de 1/3-oitava do nvel sonoro mdio espacial interno e externo e a Reduo de Rudo (D) obtidos com a parede de teste montada com o bloco caixa sem l de vidro (Cs/l)

    113

    Figura 88. Espectros em bandas de 1/3-oitava da Reduo de Rudo Padro (Dnt) e do ndice de Reduo Sonora Aparente (R45) com a parede de teste montada com o bloco caixa sem l de vidro (Cs/l)

    114

    Figura 89. Espectros em bandas de 1/3-oitava do nvel sonoro mdio espacial interno e externo e a Reduo de Rudo (D) obtidos com a parede de teste montada com o bloco caixa fechado (Cfechado)

    115

    Figura 90. Espectros em bandas de 1/3-oitava da Reduo de Rudo Padro (Dnt) e do ndice de Reduo Sonora Aparente (R45) com a parede de teste montada com o bloco caixa fechado (Cfechado)

    116

    Figura 91. Foto da parede de teste montada com o bloco tipo 4 aberto sem l de vidro (CG)

    116

    Figura 92. Outra tomada fotogrfica interna da parede de teste montada com o bloco tipo 4 aberto sem l de vidro (CG)

    116

    ixProposta de Elemento Vazado Acstico

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    LISTA DE FIGURAS E TABELAS

  • x Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    Proposta de Elemento Vazado Acstico LISTA DE FIGURAS E TABELAS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    x

    Figura 93. Espectros em bandas de 1/3-oitava do nvel sonoro mdio espacial interno e externo e a Reduo de Rudo (D) obtidos com a parede de teste montada com o bloco caixa grande (CG)

    117

    Figura 94. Espectros em bandas de 1/3-oitava da Reduo de Rudo Padro (Dnt) e do ndice de Reduo Sonora Aparente (R45) com a parede de teste montada com o bloco caixa grande (CG)

    118

    Figura 95. Espectros em bandas de 1/3-oitava da Reduo de Rudo Padro (Dnt) com a parede de teste montada com as variantes do bloco caixa (C), e caixa grande (CG)

    119

    Figura 96. Espectros em bandas de 1/3-oitava do ndice de Reduo Sonora Aparente (R45) com a parede de teste montada com as variantes do blococaixa (C), e do bloco caixa grande (CG)

    120

    Figura 97. Espectros em bandas de 1/3-oitava da Reduo de Rudo Padro (Dnt) de todos os blocos estudos, com respectivo ndice de Reduo de Rudo Padro Global (Dntw)

    124

    Figura 98. Espectros em bandas de 1/3-oitava do ndice de Reduo Sonora Aparente (R45) das variaes do bloco caixa (C) do bloco caixa grande (CG)

    124

    Figura 99. Grfico comparativo dos dados do isolamento sonoro global dos elementos com aberturas e comparao com o desempenho do elemento vazado desenvolvido na pesquisa (caixa com l de vidro Cc/l)

    126

    Figura 100. Interao do local e ponto de medio para o bloco tipo 1 (pequeno, T1) na condio fechado (C1)

    130

    Figura 101. Interao do local e ponto de medio para o bloco tipo 2 (grande com 5cm de espaamento, T2) na condio sem l de vidro (C3)

    131

    Figura 102. Interao do local e ponto de medio para o bloco tipo 3 (grande com 10cm de espaamento, T3) na condio com l de vidro (C2)

    131

    Figura 103. Interao do local e ponto de medio para o bloco tipo 4 (caixa, T4)na condio com l de vidro (C2)

    132

    Figura 104. Grfico comparativo do efeito da condio sobre o isolamento sonoro (p=0,00)

    134

    Figura 105. Grfico comparativo do efeito da condio (C2 e C3) do bloco tipo 4 (T4), p=0,55

    135

    Figura 106. Grfico comparativo do efeito da condio (C1) dos blocos grande, pequeno e caixa, p=0,065

    136

    Figura 107. Grfico comparativo do efeito da condio (C2) dos blocos grande, pequeno e caixa, p=0,009

    136

    Figura 108. Grfico comparativo do efeito da condio (C3) dos blocos grande, pequeno, caixa e caixa grande, p=0,01

    137

    x Proposta de Elemento Vazado Acstico

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    LISTA DE FIGURAS E TABELAS

  • xiProposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    Proposta de Elemento Vazado Acstico LISTA DE FIGURAS E TABELAS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    xi

    Figura 109. Grfico comparativo do efeito da frequncia (F4) dos blocos nas condies C2 e C3

    139

    Figura 110. Grfico comparativo do efeito da frequncia (F4) dos blocos nas condies C2 e C3

    139

    Figura 111. Grfico comparativo do efeito da frequncia (F4) dos blocos nas condies C2 e C3

    140

    Figura 112. Grfico comparativo do efeito da frequncia (F4) dos blocos nascondies C2 e C3

    140

    Figura 113. Grfico comparativo do efeito da frequncia (F4) dos blocos nas condies C2 e C3

    141

    Figura 114. Grfico comparativo do efeito da frequncia (F4) dos blocos nas condies C2 e C3

    141

    Figura 115. Visualizao em planta da simulao de ventilao natural do bloco pequeno (P)

    147

    Figura 116. Visualizao em 3 dimenses da simulao de ventilao natural do bloco pequeno (P)

    147

    Figura 117. Visualizao em planta da simulao de ventilao natural do bloco grande (G)

    148

    Figura 118. Visualizao em corte transversal da simulao de ventilao natural do bloco grande (G)

    148

    Figura 119. Visualizao em planta da simulao de ventilao natural do bloco caixa (C)

    149

    Figura 120. Visualizao em corte transversal da simulao de ventilao natural do bloco caixa (C)

    149

    Figura 121. Visualizao em 3 dimenses da simulao de ventilao natural do bloco caixa (C)

    150

    Figura 122. Visualizao em 3 dimenses da simulao de ventilao natural do bloco caixa (C)

    150

    Figura 123. Grfico dos dados mdios de Leq (dBA) por freqncia e por ponto 153

    Figura 124. Espectros de rudo classificado como NC 45 155

    xiProposta de Elemento Vazado Acstico

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    LISTA DE FIGURAS E TABELAS

  • xii Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    Proposta de Elemento Vazado Acstico LISTA DE FIGURAS E TABELAS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    xii

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Variveis ambientais nas pocas caractersticas 12

    Tabela 2 Elementos do clima a serem controlados 13

    Tabela 3 Resultado do ndice de Isolamento Sonoro Global (Rw) das

    diferentes configuraes de peitoril ventilado

    46

    Tabela 4 Composies dos blocos ensaiados na pesquisa 70

    Tabela 5 Resumo das caractersticas dos blocos desenvolvidos e avaliados,

    com respectivo o desempenho global de isolamento sonoro

    121

    Tabela 6 Comparao dos dados de Reduo de Rudo Padro Global (Dntw) e

    da mdia aritmtica da Reduo de Rudo Padro (Dnt)

    134

    xii Proposta de Elemento Vazado Acstico

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    LISTA DE FIGURAS E TABELAS

  • xiiiProposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    Proposta de Elemento Vazado Acstico SUMRIO

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    xiii

    Proposta de Elemento Vazado Acstico

    SUMRIO

    DEDICATRIA iAGRADECIMENTOS iiRESUMO iiiABSTRACT ivLISTA DE FIGURAS E TABELAS v

    1. INTRODUO 11.1 Hiptese 6

    1.2 Proposta 6

    1.3 Objetivos 7

    2. CARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO 82.1 Caracterizao das Estratgias Bioclimticas para Regies de

    Clima Quente e mido o caso de Natal/RN

    8

    2.2 Elementos Vazados 16

    3. ISOLAMENTO ACSTICO E ABERTURAS: REVISO BIBLIOGRFICA

    27

    3.1 Isolao acstica de paredes para sons areos 28

    3.1.1 Perda na Transmisso de paredes compostas 33

    3.2 Dicotomia Conforto Trmico e Conforto Acstico nos elementos

    de fachada

    35

    3.2.1. Venezianas Acsticas 37

    3.2.2. Peitoril Ventilado 42

    3.2.3. Silenceair 46

    3.2.4. Consideraes finais 49

    4. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS 524.1 Mtodos adotados 52

    4.2 Instrumentos de medio 54

    4.3 Prottipos e montagem dos elementos vazados 58

    4.4 Avaliao do isolamento sonoro 71

    4.5 Anlise estatstica 78

    4.6 Simulao de ventilao natural 80

    4.7 Incertezas Experimentais 82

    xiiiProposta de Elemento Vazado Acstico

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    SUMRIO

  • xiv Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    Proposta de Elemento Vazado Acstico SUMRIO

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    xiv

    5. ANLISE E DISCUSSO DOS RESULTADOS 835.1 Desempenho acstico dos elementos vazados 83

    5.1.1 Desempenho global de isolamento sonoro 120

    5.2 Anlise estatstica 126

    5.3 Desempenho de ventilao natural dos elementos 142

    5.3.1 Resultados das simulaes de ventilao natural 145

    5.4 Consideraes finais 151

    6 CONSIDERAES FINAIS 1566.1 Consideraes iniciais 156

    6.2 Concluses 158

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 162APNDICE 167ANEXOS 169

    xiv Proposta de Elemento Vazado Acstico

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    SUMRIO

  • Proposta de Elemento Vazado Acstico INTRODUO

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    1

    1. INTRODUO

    Na arquitetura, alternativas passivas de projeto deve ser objeto de concepo

    nos estudos preliminares, para que a eficincia energtica do sistema seja

    otimizada. Essas alternativas esto embasadas em conceitos tcnicos de conforto

    ambiental que devem buscar justificativa na concretizada arquitetura bioclimtica.

    De acordo com Romero (1988), a concepo arquitetural do bioclimatismo ,

    antes de tudo, uma interao de vrios elementos como o climtico, do lugar, de

    uma cultura, com a finalidade de criar ambientes, onde o prprio ambiente

    construdo atua como mecanismo de controle das variveis do meio atravs da

    envoltria, seu entorno e, ainda, atravs do aproveitamento dos elementos e fatores

    do clima para o melhor controle da radiao solar (calor e iluminao natural) e da

    ventilao natural.

    Uma parte significativa do uso de energia em edificaes est associada ao

    condicionamento de ar e iluminao artificial. Devido ao clima ameno existente em

    grande parte do territrio nacional, a construo de edificaes adequadas ao clima

    local pode resultar em consumo de energia substancialmente menor. Cabe salientar

    que na fase de projeto da edificao que so tomadas as decises mais

    importantes ligadas ao seu consumo futuro. A elaborao de projetos que

    considerem adequadamente o clima da regio na qual a edificao est inserida

    resulta na melhoria da eficincia energtica da mesma (LOBO, BITTENCOURT,

    2003).

    As habitaes de carter popular geralmente so bastante deficientes em

    relao ao conforto trmico dos usurios. Sabe-se que muitos problemas que

    acarretam o desconforto trmico nos conjuntos habitacionais so resultado das

    1Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    1Proposta de Elemento Vazado AcsticoINTRODUO

    Bianca Carla Dantas de Arajo

  • Proposta de Elemento Vazado Acstico INTRODUO

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    2

    solues arquitetnicas adotadas, que visam atender a uma poltica de minimizao

    de custos sem maiores preocupaes com o conforto ambiental dos habitantes

    dessas construes. Entre os principais problemas detectados nos conjuntos

    habitacionais do litoral Nordestino, est a insuficiente circulao de ar nos ambientes

    internos, demandando solues que aumentem a ventilao natural nos mesmos.

    O clima quente e mido domina grande parte do Brasil. Nesse clima, as

    oscilaes das temperaturas dirias e sazonais so pequenas e o nvel de umidade

    relativa do ar bastante alto. tpica a existncia de cu parcialmente nublado,

    produzindo grande quantidade de radiao difusa. Nessas regies, as edificaes

    devem evitar ganhos de calor externo, enquanto dissipam aquele produzido no seu

    interior. Desta forma, a ventilao pode ser usada com a finalidade de resfriar o

    edifcio, aquecido pela radiao solar e por ganhos internos de calor, nos quais altas

    taxas de ventilao podem fazer com que a temperatura interna se aproxime da

    externa.

    Para que a edificao apresente um desempenho de conforto ambiental com

    nfase na eficincia energtica, conforme discutido, necessrio que elementos e

    componentes do edifcio desempenhem o papel de condutor das potencialidades

    climticas existentes no entorno para o interior construdo. As aberturas nas

    fachadas, orientadas adequadamente para o ganho trmico de iluminao natural,

    so um dos pontos preponderantes porque o tipo de elemento de vedao dessa

    abertura pode definir uma das estratgias bioclimticas.

    Para ser possvel o controle do conforto ambiental, em locais de climas

    quente e mido, estabelecendo a ventilao como recurso natural e renovvel,

    necessrio lanar mo de alternativas que aproveitem seu potencial para que

    tornem-se, novas tecnologias de solues passivas. Essas novas alternativas no

    2 Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    2 Proposta de Elemento Vazado AcsticoINTRODUO

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  • Proposta de Elemento Vazado Acstico INTRODUO

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    3

    necessariamente induzem solues que apresentem custos altos que inviabilizem

    a utilizao e o incentivo ao uso nas edificaes, pois h no mercado nacional um

    elemento com bastante potencialidade tcnica e com baixa cotao.

    Nesta viso se inserem os elementos vazados, popularmente conhecidos

    (principalmente no nordeste do Brasil) como cobogs ou combogs. Para

    construes localizadas em regies quentes e midas, nas quais a ventilao natural

    constitui estratgia de fundamental importncia, os elementos vazados podem

    constituir componentes arquitetnicos de grande potencial plstico e funcional. Alm

    da ventilao, os elementos vazados propiciam, ainda, proteo solar e podem

    funcionar como um filtro da intensa iluminao natural proveniente das abbadas

    celestes caractersticas de regies de baixa latitude. Tudo isso em um nico

    componente de fcil fabricao e preos reduzidos (BITTENCOURT, 1995).

    Apesar do uso secular dos elementos vazados, so raras as pesquisas com

    vistas a determinar seu uso ambiental. Entretanto, existe conscincia dos problemas

    correlatos que advm da ventilao natural como estratgia de resfriamento. Entre

    eles, destacam-se os problemas acsticos, incidncia de chuvas de vento e a

    presena de insetos.

    Para Losso e Viveiros (2003), a questo de como resolver o problema dos

    aspectos conflitantes no conforto ambiental, como o acstico e o trmico, um

    aspecto recorrente que deve ser avaliado. Uma alternativa reportada pelos autores

    usar nos edifcios elementos que permitam a passagem da ventilao, mas que

    parcialmente bloqueiem o rudo externo, para possibilitar bons resultados.

    Neste contexto, proposta a presente pesquisa de tese, na qual so

    levantados os aspectos de conforto ambiental (trmico e acstico) utilizando como

    objeto de estudo o elemento vazado ou cobog.

    3Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    3Proposta de Elemento Vazado AcsticoINTRODUO

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  • Proposta de Elemento Vazado Acstico INTRODUO

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    4

    Na reviso bibliogrfica inicialmente realizada sobre o assunto, foi constatada

    insuficincia de estudos sobre o aproveitamento da ventilao natural com

    preocupao acstica fator limitante das iniciativas de elaborao de elementos

    alternativos que abordem esta problemtica, principalmente no Brasil.

    A pesquisa proposta, portanto, importante, por poder apresentar

    contribuio prtica para a realidade de estudo:

    Ser mais uma fonte de conhecimento na discusso sobre como

    encontrar o equilbrio do conforto acstico e trmico;

    Servir como estudo que possa embasar o desenvolvimento de

    alternativas passivas, com vistas eficincia energtica das

    edificaes;

    Discutir as adequaes climticas para os locais quentes e midos,

    aproveitando suas potencialidades;

    O produto da pesquisa poder ser alternativa para contribuir para a

    minimizao do consumo energtico de edificaes;

    Poder vir a constituir mais um elemento a ser aplicado em estudos

    acsticos, principalmente como alternativa acessvel populao, bem

    como a ser utilizada nas reas tcnicas de edificaes industriais e de

    servios.

    Este contexto desperta uma inquietude que converge para a pesquisa na

    busca por diretrizes e respostas que possam embasar as solues desejadas, como

    o caso da proposta de desenvolvimento do produto de um elemento vazado

    acstico, objeto de estudo.

    A pesquisa original, pois a literatura no reporta nada semelhante;

    ademais vivel por depender apenas de trabalho da doutoranda e de

    4 Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    4 Proposta de Elemento Vazado AcsticoINTRODUO

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  • Proposta de Elemento Vazado Acstico INTRODUO

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    5

    equipamentos existentes. Desta forma, esta pesquisa contempla aos trs quesitos

    de uma tese: original, importante e vivel o que per se justifica este trabalho.

    O plano de trabalho proposto para esta tese est apresentado em seis

    captulos: Captulo 2 Caracterizao da rea e objeto de estudo, com

    caracterizao das estratgias bioclimticas para regies de clima quente e mido,

    como o caso da cidade de Natal/RN, local da pesquisa de campo. Em seguida

    caracterizao do objeto de estudo, os elementos vazados mais comumente

    denominados combogs ou cobogs nas regies do Norte e Nordeste foram

    levantados aspectos histricos de sua criao e utilizao, alm de sua adequao

    ao tipo de clima quente e mido; Captulo 3 Isolamento acstico e aberturas:

    reviso bibliogrfica, com a abordagem terica das variveis relacionadas com o

    isolamento acstico de paredes, a relao com as aberturas, discute a dicotomia do

    conforto trmico e acstico para os elementos de fachada, assim como apresenta os

    experimentos realizados neste contexto; Captulo 4 procedimentos

    metodolgicos, com a descrio dos mtodos adotados na pesquisa; Captulo 5

    Anlise e discusso dos resultados, com a apresentao dos dados coletados e

    simulados, a anlise a partir do tratamento estatstico dos dados coletados e a

    discusso dos resultados; e, por fim, Captulo 6- Concluses, apresentando as

    concluses do estudo.

    5Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    5Proposta de Elemento Vazado AcsticoINTRODUO

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  • Proposta de Elemento Vazado Acstico INTRODUO

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    6

    1.1 Hiptese

    A hiptese a ser testada que o elemento vazado pode isolar o som e ser um

    componente aliado na acstica arquitetnica para projetos em climas quentes e

    midos.

    1.2 Proposta

    A proposta da pesquisa o desenvolvimento de um elemento vazado

    acstico como componente aliado na acstica arquitetnica para projetos em climas

    quentes e midos.

    1.3 Objetivos

    O objetivo precpuo deste projeto de pesquisa , portanto, utilizar o elemento

    vazado acstico na minorao do problema da dicotomia entre os aspectos trmicos

    e acsticos envolvidos.

    Os objetivos especficos so:

    Caracterizar o objeto de estudo elemento vazado, em relao a histrico,

    aplicaes, desempenho em relao ventilao natural, iluminao e filtro

    de radiao solar, chuvas, custos e processos de produo;

    6 Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    6 Proposta de Elemento Vazado AcsticoINTRODUO

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  • Proposta de Elemento Vazado Acstico INTRODUO

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    7

    Caracterizar os fenmenos acsticos envolvidos na pesquisa; e os fenmenos

    de ventilao natural como alternativa passiva em locais de climas quentes e

    midos;

    Estudar a geometria do elemento com relao aos fenmenos de ventilao

    natural e qualidades acsticas, desenvolvendo prottipos fsicos e virtuais;

    Avaliar o desempenho em relao ventilao natural dos prottipos virtuais

    a partir de simulaes em programas computacionais especficos;

    Realizar medies com os elementos a partir de mtodos prprios para

    avaliar o desempenho dos mesmos em relao ao isolamento sonoro.

    7Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    7Proposta de Elemento Vazado AcsticoINTRODUO

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  • Proposta de Elemento Vazado Acstico CARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    8

    2. CARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

    A utilizao de alternativas passivas nos edifcios para controle do consumo

    energtico e promoo de conforto trmico para os usurios deve ser relacionada

    com a bioclimatologia, ou seja, a arquitetura adaptada ao clima. Desta forma, o

    presente captulo relaciona a caracterizao bioclimtica da rea de estudo, na qual

    o objeto Elemento Vazado, pesquisado e avaliado. Em seguida, estes elementos

    so conceituados, contextualizados e exemplificados, de forma a propiciar melhor

    compreenso das relaes que envolvem a presente pesquisa.

    2.1 Caracterizao das Estratgias Bioclimticas para Regies de Clima

    Quente e mido o caso de Natal/RN

    O controle do conforto ambiental pode ser atingido atravs de estratgias de

    intervenes nos edifcios e na poro urbana estabelecidas as devidas escalas

    de estudo cujas tecnologias empregadas transcendam o uso de recursos no

    renovveis que promovem impactos no meio ambiente.

    Segundo Pedrini (2002) as variaes do consumo energtico nas edificaes

    esto relacionadas com as seguintes decises passivas de projeto: a relao da

    abertura e rea de piso do local, profundidade e p-direito do mesmo; orientao

    das fachadas, ngulos verticais e horizontais dos elementos de proteo solar;

    ventilao natural; iluminao natural; sistema construtivo das envolventes. O

    8 Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    8 Proposta de Elemento Vazado AcsticoCARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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  • Proposta de Elemento Vazado Acstico CARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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    9

    conforto ambiental requer adicionalmente busca por alternativas de projeto com

    menos impacto energtico na arquitetura.

    A energia necessria para operar os edifcios est entre os grandes focos de

    desperdcios no espao construdo (LOBO, BITTENCOURT, 2003). A utilizao de

    tecnologias passivas para o controle ambiental uma alternativa com

    aproveitamento dos recursos climticos, por exemplo, visando principalmente

    economia de energia e aumento do bem estar da populao.

    Em locais de climas quentes e midos, presentes em vrias regies do

    territrio brasileiros caracterizados por altas temperaturas do ar e umidades

    relativas, e baixas amplitudes dirias e sazonais a ventilao natural uma das

    estratgias passivas de projeto, para melhorar as condies de desconforto trmico

    e reduzir o consumo de energia eltrica com condicionamento artificial do ar

    (GIVONI, 1992).

    O ecossistema no qual fora ensaiado o objeto da investigao desta pesquisa

    est inserido na cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte, localizada no litoral

    oriental do estado, em regio de baixa latitude e que, nos ltimos anos, tem passado

    por um acelerado crescimento urbano, caracterizado tanto pela criao de estruturas

    verticais em alguns bairros, quanto pela expanso horizontal de sua malha urbana

    em direo s cidades vizinhas, o que muitas vezes acarreta a ocupao de dunas e

    devastao de sua flora. Este fato provoca alteraes no comportamento trmico

    dos espaos microclimticos do ambiente urbano e das edificaes, pois os atributos

    da forma urbana tm sido muito modificados.

    As caractersticas climticas de Natal (RN), so bastante definidas e

    constantes, clima quente e mido, com alta umidade relativa do ar, intensa radiao

    solar, e amplitude trmica pequena, tanto diria quanto sazonal. Dada sua

    9Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    9Proposta de Elemento Vazado AcsticoCARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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  • Proposta de Elemento Vazado Acstico CARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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    10

    localizao geogrfica, em Natal no h quatro estaes marcadas, mas duas

    caractersticas pocas anuais com pequenas variaes, uma de abril a setembro, e

    outra de outubro a maro.

    O perodo de abril a setembro caracteriza-se por temperaturas do ar mais

    amenas, umidades relativas do ar mais elevadas, velocidades dos ventos mais

    intensas e com predominncia de ventos de sudeste com tendncias para a direo

    sul. O outro perodo (outubro a maro) caracteriza-se por temperaturas do ar mais

    altas, umidades relativas mais baixas, velocidades dos ventos menores e com

    predominncia tambm sudeste, com tendncia na direo leste.

    A grande presena de nuvens, ou seja, alta concentrao de vapor de gua

    ameniza a intensa radiao solar direta, mas no permite a reirradiao noturna, o

    que impede acentuada queda da temperatura e provoca radiao solar difusa

    bastante intensa. Ainda que a perda de calor por evaporao seja dificultada, a

    temperatura pode ser amenizada pela movimentao do ar. Variveis em

    velocidade, os ventos so quase constantes na direo sudeste (ARAJO;

    MARTINS; ARAJO, 1998).

    Motta (2003) afirma que Natal a nica cidade brasileira a possuir toda uma

    histria de pesquisas acerca de sua atmosfera, durante os ltimos 35 anos. Com a

    instalao do Centro de Lanamentos da Barreira do Inferno - CLBI1

    Segundo Motta (2003), um trabalho conduzido por uma pesquisadora do

    INPE Instituto de Pesquisas Espaciais, Lycia Nordemann, comparou a qualidade

    , em 1965,

    rgo do Ministrio da Aeronutica, foram lanados foguetes com cargas-teis

    cientficas que visavam, atravs de vos, fazer sondagens sobre Natal em busca da

    qualificao e quantificao de seus constituintes.

    1 Hoje o CLBI est muito prximo da rea urbana, e por razes tcnicas de proximidade com a linha do equador, foi criado o Centro de Lanamento em Alcntra/MA, passando, assim, as atividades para este.

    10 Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    10 Proposta de Elemento Vazado AcsticoCARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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  • Proposta de Elemento Vazado Acstico CARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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    11

    do ar em seis cidades do litoral brasileiro (Fortaleza, Natal, Salvador, Niteri,

    Caraguatatuba e Florianpolis), e detectou que Natal possua uma atmosfera com

    uma boa qualidade do ar. As guas de chuva de Natal foram consideradas como

    possuidora de composio qumica isenta de poluio e representativa das guas de

    chuva da regio costeira.

    De acordo com Arajo; Martins; Arajo (1998), Natal caracteriza-se por um

    clima quente e mido, e suas coordenadas (latitude 5o 4554 Sul e longitude 35o

    1205 Oeste) definem sua posio intertropical, muito prxima linha do equador

    (Figuras 1 e 2). A fim de definir os dias tpicos para projeto trmico de edificaes

    em Natal, os autores utilizaram com base cinco anos de dados horrios, 1986-1990,

    coletados junto estao do CLBI.

    BRASIL

    NATAL

    351

    205

    W

    545'54"S

    Figura 1. Mapa do Brasil com localizao de NatalFonte: Arajo; Martins; Arajo (1998)

    A Tabela 1 ilustra um quadro com as mdias das variveis ambientais nas

    pocas caractersticas:

    11Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    11Proposta de Elemento Vazado AcsticoCARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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  • Proposta de Elemento Vazado Acstico CARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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    12

    Tabela 1 Variveis ambientais nas pocas caractersticas

    VARIVEIS AMBIENTAIS abril-setembro outubro-maro

    TEMPERATURA

    DO AR

    Mxima 28,7 C (13h) 30,8 C (13h)

    Mnima 23 C (5h) 24,8 C (5h)

    VELOCIDADE

    DOS VENTOS

    Mxima 5,0 m/s (13h) 5,2 m/s (13h)

    Mnima 2,2 m/s (5h) 3,7 m/s (5h)

    UMIDADE DO

    AR

    Mxima 94 % (6h) 87% (6h)

    Mnima 74% (13h) 66% (13h)

    DIREO DOS VENTOS (predominante) 170 S 130 SFonte: Costa (2003) a partir de Arajo; Martins; Arajo (1998).

    A temperatura do ar apresenta durante o dia quatro perodos distintos, de 1h

    s 6h, de 6h s 12h, de 12h s 18h e 18h s 24h, cujo comportamento

    decrescente, crescente, decrescente e decrescente, respectivamente. A umidade

    relativa do ar, por sua vez, tem comportamento inverso do dia tpico da temperatura

    do ar, mas tambm apresenta quatro perodos distintos.

    A velocidade dos ventos apresenta um comportamento semelhante ao da

    temperatura ao longo do dia, porm com estabilizao nos valores da velocidade

    das massas de ar, no perodo de 12h at 18h. A anlise do comportamento do dia

    tpico da direo dos ventos mostra a predominncia a 1500 na direo das massas

    de ar e certa estabilidade ao longo do dia. Em relao radiao solar global,

    percebe-se tambm os dois perodos distintos anuais para os planos verticais e para

    o horizontal, onde se observa a evidncia do ganho da radiao solar por estar

    muito prximo linha do equador.

    Romero (1988) enfatiza que para o clima do tipo quente e mido, os

    elementos do clima podem ser controlados da maneira como explicita a Tabela 2.

    12 Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    12 Proposta de Elemento Vazado AcsticoCARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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    13

    Tabela 2 Elementos do clima a serem controlados

    Fonte: Costa (2003) a partir de Arajo; Martins; Arajo (1998).

    A ventilao no nvel urbano tem forte influncia na dissipao de calor nos

    climas quente-mido, evitando aumento da temperatura na camada intra-urbana e,

    conseqentemente, dificultando a formao de ilhas de calor ou de reas

    estagnadas.

    A Cidade de Natal assim limitada (Figura 2)

    Norte: Municpio de Extremoz;

    Sul: Municpios de Parnamirim e Macaba;

    Leste: Oceano Atlntico;

    Oeste: So Gonalo do Amarante.

    Segundo Arajo et al (2000), existem em Natal/RN duas reas de entrada de

    ventilao: uma prxima ao Morro do Careca e a outra na Orla que est

    compreendida entre a Ponta do Morcego e o Forte dos Reis Magos. O Parque das

    Dunas exerce uma influncia como barreira para a ventilao natural, ocasionando

    nas regies a sotavento, com o Campus da Universidade Federal do Rio Grande do

    Norte UFRN, uma sombra de vento alm de um re-direcionamento dos ventos que

    vm do mar (Figura 2).

    Para promover a ventilao elemento do clima cujas condies so

    13Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    13Proposta de Elemento Vazado AcsticoCARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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  • Proposta de Elemento Vazado Acstico CARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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    14

    bastante modificadas pela urbanizao e que pode ser controlada e modificada pelo

    desenho urbano e que tem a capacidade de retirar calor dos ambientes por

    conveco, deve ser priorizada a rugosidade e porosidade da poro urbana. Estes

    atributos da forma urbana podem ser trabalhados atravs da diversidade de alturas

    das edificaes nas pores de maior adensamento onde a penetrao dos ventos

    dificultada. A porosidade conseguida com elementos que criem os efeitos

    adequados de ventilao, como a utilizao de reas verdes e recuos, por exemplo

    (ARAJO, 2004).

    Figura 2. Mapa da cidade de NatalFonte: Marques (2003)

    UFRN

    14 Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    14 Proposta de Elemento Vazado AcsticoCARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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    15

    Em um clima no qual as temperaturas so altas e a amplitude trmica muito

    baixa, com altos ndices de umidade do ar, como o da rea objeto de estudo, a

    minimizao dos ganhos de calor deve ser atendida da melhor forma possvel para

    que os efeitos combinados da ventilao possam lograr xito. Desta forma, a

    preocupao com as caractersticas trmicas das superfcies, como o albedo, assim

    como com o sombreamento das mesmas, devem ser tomados como definidores do

    espao para que o rigor trmico no seja intensificado e sim amenizado.

    O uso de material de alto albedo diminui a quantidade da radiao solar

    absorvida atravs das envoltrias dos edifcios e estruturas urbanas e mantm suas

    superfcies resfriadas. Materiais com alta emissividade so bons emissores de

    energia de ondas longas e facilmente perdem a energia que tem sido absorvida

    como radiao de ondas curtas. As temperaturas de superfcies mais baixas

    contribuem para diminuir a temperatura do ar do ambiente, uma vez que as trocas

    de calor por conveco de uma superfcie mais fria menor. Tais redues de

    temperatura podem ter um impacto significativo no consumo de energia para

    resfriamento em reas urbanas, fato esse de grande importncia em cidades de

    clima quente (SANTAMORIS, 1997).

    A presena da vegetao papel fundamental em todos os aspectos do

    planejamento, pois suas mltiplas caractersticas e usos permitem que este atributo

    possa contribuir para a amenidade climtica e uma conseqente ambincia urbana

    agradvel. As rvores, os arbustos e outras plantas menores, no seu conjunto,

    constituem elementos da estrutura urbana. Podem caracterizar os espaos da

    cidade por suas formas, cores e modo de agrupamento; so elementos de

    composio e de desenho ao contribuir para organizar, definir e at delimitar esses

    15Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    15Proposta de Elemento Vazado AcsticoCARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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    16

    espaos. Desempenham funes importantes para o recinto urbano e para seus

    habitantes. O tratamento da massa de vegetao proporciona noo de espao,

    condio de sombra e de frescor, porm a eficincia depende de sua intensidade,

    forma, dimenses e localizao.

    As diretrizes de planejamento urbano, segundo as prescries caractersticas

    do clima quente e mido de Natal, so priorizar principalmente a ventilao;

    minimizar o ganho de calor, aproveitando a iluminao natural; e a implantao de

    reas verdes para promover, dentre outros aspectos, o sombreamento das

    superfcies.

    2.2 Elementos Vazados

    Para a arquitetura, na viso bioclimtica, vrios so os tipos de dispositivos

    de controle da radiao solar ou quebra-sis como tambm so chamados. Alm de

    proteger da radiao solar e direcionar a luz solar, eles podem se tornar elementos

    arquitetnicos interessantes. Os brises so os mais conhecidos, entretanto existem

    outros como toldos, prgulas, venezianas etc.

    O brise-soleil um elemento construtivo constitudo por lminas geralmente

    paralelas, externas edificao. A principal funo desses elementos impedir a

    radiao solar direta na edificao. Possui tambm outras funes alm da reduo

    de ganhos de calor, como o controle do excesso de luminosidade, o controle da

    ventilao e da visibilidade, alm do sombreamento das fechadas. A concepo

    desse elemento basicamente funcional, porm sua aplicao passa a dialogar com

    16 Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    16 Proposta de Elemento Vazado AcsticoCARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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    17

    a composio arquitetnica da edificao. Assim, tambm se enquadra nos

    preceitos modernistas visto que sua forma segue a funo (CASTRO, 2004, p.22).

    Segundo Bittencourt (2004), os referidos brises podem ser classificados em

    mveis e fixos quanto ao movimento; e quanto posio que ocupam podem ser

    classificados como verticais, horizontais e mistos. Quanto mobilidade, o brise

    mvel possui lminas pivotantes ou basculantes que acompanham o movimento do

    Sol provocando sombras nos momentos adequados de acordo com as necessidades

    do edifcio (GUTIERREZ, 2004).

    Cada tipologia protege de forma mais adequada determinado ngulo de

    obstruo (Figura 3). Bittencourt (2004) aponta que para definir os tipos de

    protetores a serem projetados, vrios aspectos devem ser considerados, como

    eficincia, plasticidade, privacidade, durabilidade, custos, entre outros.

    Figura 3. Esquema de brises horizontal e vertical com os respectivos ngulos de obstruoFonte: LAMBERTS (2009)

    17Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    17Proposta de Elemento Vazado AcsticoCARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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    18

    Os brises mistos (Figura 4) so a combinao simultnea de brises

    horizontais com verticais. Lminas verticais e horizontais atuam de forma

    complementar. Isso permite a utilizao mnima de painis para realizar o

    sombreamento o que resulta em vantagens nos custos, alm de promover, tambm,

    maior iluminao natural. Os protetores possuem melhor desempenho trmico caso

    tenham cores claras, pois absorvero menor quantidade de radiao solar, refletindo

    boa parte da radiao incidente. Tambm, se forem colocados afastados das

    vedaes transmitiro menos calor a elas. Para isso necessrio conhecer os

    coeficientes de reflexo e absoro dos materiais da edificao.

    Figura 4. Esquema de brises misto com respectiva mscara de sombraFonte: LAMBERTS (2009)

    Os cobogs (Figura 5) so de uso freqente em construes de climas

    ensolarados e constituem soluo inteligente como proteo solar. Na realidade, so

    protetores mistos em escala reduzida, os quais, alm de oferecer proteo solar,

    podem funcionar como filtro do excesso de luz natural, sem barrar a ventilao

    (BITTENCOURT, 2004).

    Os elementos vazados, cobogs ou combogs, funcionam como

    componentes arquitetnicos que proporcionam permanente ventilao natural,

    iluminao natural e proteo solar, pois filtram a intensa radiao solar nessas

    18 Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    18 Proposta de Elemento Vazado AcsticoCARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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    19

    regies e tambm apresentam facilidade de fabricao. Se constituem em

    componentes arquitetnicos de uso comum por ser um tipo de envazadura de baixo

    custo e satisfatrio desempenho ambiental (BITTENCOURT, 1995, p. 378).

    Figura 5. Imagens de alguns modelos de cobogs utilizados no mercado brasileiro

    19Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    19Proposta de Elemento Vazado AcsticoCARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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    20

    Conforme resgatado e divulgado em Tecnologia...(2005), no Brasil, os

    elementos vazados, tm sido empregados desde 1930, quando os scios de uma

    fbrica que produzia tijolos, o mestre de obras portugus Amadeu Coimbra, ferreiro

    alemo Ernest Boeckman e o engenheiro Antnio de Gis os utilizaram em uma

    construo em Olinda, Pernambuco (a caixa de gua da S, Figura 6) (SEGAWA,

    1988).

    Figura 6. Foto do edifcio da Caixa de gua da S de Luiz Nunes, 1937Fonte: http://www.educatorium.com/projetos/projetos_int.php?id_projetos=43

    20 Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    20 Proposta de Elemento Vazado AcsticoCARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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    21

    A propsito, vale citar uma curiosidade: os nomes cobogs e combogs so

    termos criados a partir da primeira slaba dos nomes dos seus criadores (SEGAWA,

    1988). Conforme descrito em Cobogs (2009), a patente do nome foi registrada em

    1929; porm em pesquisa base de patentes do Instituto Nacional da Propriedade

    Industrial, no foi encontrado o registro.

    No perodo colonial mineiro existia esse tipo de soluo arquitetnica, porm

    com outro nome e material; era utilizada madeira, formando tramas horizontais e

    verticais. Em Diamantina e em Ouro Preto, cidades de Minas Gerais, por exemplo,

    pode-se observar o uso deste tipo de elemento nas edificaes. O uso desta tcnica

    na arquitetura colonial mineira teria vindo de Portugal com o nome de Gelosias

    (COBOGS, 2009).

    De acordo com o dicionrio portugus, gelosias so grades de ripas de

    madeira colocadas no vo das janelas e atravs da qual possvel ver sem ser

    visto. As gelosias portuguesas, por sua vez, so originadas dos sculos XVII e XVIII

    e teriam influncia mulumana (os muxarabis so uma soluo arquitetnica de

    origem mourisca, que chegou at a pennsula Ibrica durante o perodo de ocupao

    rabe).

    Com utilizao pioneira em Pernambuco, os elementos vazados, aos poucos,

    foram se estendendo at se tornarem um componente construtivo comum nas

    edificaes de todo territrio nacional. Inicialmente fabricados com argamassa,

    cimento e areia, eram moldados em frmas de madeira ou de argila, com cozimento

    em fornos. Hoje apresentam uma infinidade de materiais para a sua aplicao, como

    vidro, cermica, alumnio, madeira entre outros (conforme pode ser observado na

    Figura 5).

    21Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    21Proposta de Elemento Vazado AcsticoCARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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    22

    Do ponto de vista esttico, os cobogs representaram, junto com os pergulados, as

    trelias e os brises, uma soluo expressiva ao traduzir a porosidade existente nos

    painis vazados do perodo colonial, que a arquitetura modernista brasileira tentava

    resgatar. Projetistas renomados, como Lcio Costa e Lus Nunes, utilizaram os

    cobogs como soluo esttica para residncias e prdios pblicos, produzindo-os

    com variadas configuraes em material cermico, loua e vidro. (TECNOLOGIA...,

    2005, p.1) (Figura 7).

    Figura 7. Foto do Conjunto Residencial Parque Guinle, de Lcio Costa, 1948Fonte: http://www.educatorium.com/projetos/projetos_int.php?id_projetos=35

    De acordo com Flores (2004), a utilizao dos cobogs ou elementos vazados

    para ocultar os compartimentos menos nobres das edificaes eram exigncias do

    cdigo de obras de 1960 de Braslia. Neste sentido, percebe-se que 65% dos

    edifcios construdos durante os anos de 60 e 79, em Braslia, possuem cobogs

    22 Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    22 Proposta de Elemento Vazado AcsticoCARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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  • Proposta de Elemento Vazado Acstico CARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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    23

    como elemento de vedao, enquanto que a partir da dcada de 80 at os dias

    atuais, apenas 2% possui esse elemento presente nas fachadas.

    Os arquitetos modernistas bem se apropriaram do uso, entre outros

    elementos, dos dispositivos de proteo solar, como o brise-soleil e os cobogs,

    acabando por caracterizar a arquitetura brasileira modernista. Lcio Costa, por

    exemplo, ultrapassa o rigor compositivo purista ou brutalista, se apropriando de

    novas linguagens com o uso das cores nos elementos vazados:

    Como resultado final, a riqueza decorativa linear no aparece como um capricho dissonante, mas como uma espantosa trama de cheios e vazios, que se integra na ortogonalidade rigorosa dos primas e dilui a funo de vedo atribuda fachada. Sua apario figura a possibilidade ideal de uma edificao inteiramente vazada, desmaterializada, por tem o ar como matria constituinte. Por outro lado, nada mais contrastante em relao imaterialidade da arquitetura contempornea, exemplificada nas peles de vidro de Jean Nouveal, do que a presena ttil e cromtica dessa cermica recortada e multiplicada. (WISNIK, 2001, p.33)

    Da dcada de sessenta em diante, no Brasil, o uso dos elementos vazados

    comeou a entrar em declnio, devido adoo, pelos arquitetos brasileiros, de um

    padro de construo internacional, em que predominavam fachadas "limpas" e

    envidraadas, altamente inadequadas s nossas condies climticas. Infelizmente,

    com a adoo do modismo importado, o cobog passou a ser tratado

    preconceituosamente como popular (TECNOLOGIA ...,2005).

    Estudo criterioso foi desenvolvido por Bittencourt (1993), para identificar a

    qualidade ambiental dos elementos vazados, a partir da investigao do

    desempenho da geometria dos blocos no incremento da ventilao em edifcios.

    Esse autor (op.cit.) avaliou o desempenho de quatro tipologias de cobogs

    quanto resistncia passagem da ventilao natural, em funo da velocidade e

    do ngulo de incidncia. Para isso, realizou medies em duas cmaras de testes

    23Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    23Proposta de Elemento Vazado AcsticoCARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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  • Proposta de Elemento Vazado Acstico CARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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    24

    (Figura 8) com painis compostos pelos quatro tipos de elementos, tomando como

    referncia um ponto interno em cada cmara (Pi) e um externo (Pe).

    Figura 8. Desenho das cmaras de teste com cobogs analisados por Bittencourt (1993)Fonte: Bittencourt (1993)

    O estudo demonstrou que:

    Os blocos apresentam resistncia seletiva em funo da velocidade do vento

    e da forma de cada elemento analisado;

    24 Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    24 Proposta de Elemento Vazado AcsticoCARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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  • Proposta de Elemento Vazado Acstico CARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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    25

    A resistncia oferecida pelos painis de cobogs proporcional

    porosidade de cada componente e aumenta medida que a velocidade do

    vento aumenta, indicando uma caracterstica moduladora na velocidade do

    ar interior;

    ngulos de incidncia oblquos fachada diminuem a velocidade do ar

    interior;

    Os blocos podem redirecionar o fluxo do ar, proporcionando uma distribuio

    mais uniforme, se comparada quela produzida por uma abertura livre de

    iguais dimenses.

    O autor avaliou o desempenho em relao ventilao natural e identificou

    que para construes localizadas em regies quentes e midas nas quais a

    ventilao natural constitui estratgia de fundamental importncia os elementos

    vazados constituem componentes arquitetnicos de grande potencial funcional e

    plstico.

    Em contrapartida, as aplicaes desses elementos tm sido baseadas em

    empirismo, nem sempre com resultados satisfatrios, o que compromete a

    potencialidade identificada na utilizao dos elementos vazados. Apesar do uso

    secular dos mesmos, esta realidade conseqncia das raras pesquisas com o

    propsito de determinar seu uso ambiental. A bibliografia sobre o tema se mostra

    muito escassa, a despeito de antiguidade e do potencial bioclimtico que este

    elemento construtivo apresenta (BITTENCOURT, 1995, p. 378).

    Pode ser constatado que, do ponto de vista trmico, o cobog um elemento

    potencialmente importante para aproveitamento da ventilao natural em locais de

    clima quente e mido, assim com da iluminao natural e filtro da insolao.

    Entretanto, apesar deste carter de alternativa passiva conferido ao elemento

    25Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    25Proposta de Elemento Vazado AcsticoCARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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  • Proposta de Elemento Vazado Acstico CARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

    Bianca Carla Dantas de Arajo

    26

    vazado, parece que mesmo atualmente ainda no se firmou como tecnologia a ser

    explorada; para que isso acontea, outras pesquisas precisam ser desenvolvidas a

    fim de aproveitar a vantagem de nova tecnologia passiva que o referido elemento

    pode apresentar, o que j est comprovado.

    26 Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    26 Proposta de Elemento Vazado AcsticoCARACTERIZAO DA REA E OBJETO DE ESTUDO

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  • Proposta de Elemento Vazado Acstico ISOLAMENTO ACSTICO E ABERTURAS

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    27

    3. ISOLAMENTO ACSTICO E ABERTURAS: REVISO

    BIBLIOGRFICA

    A inter-relao do conforto ambiental trmico (ventilao) e acstico

    (isolamento do som) possui uma congruncia significativa, principalmente em se

    tratando de parties de vedao nas edificaes; e de acordo com a literatura

    sobre o tema, deve ser procurada a relao tima entre os elementos menos

    isolantes e mais isolantes, uma vez que o valor do ndice de isolamento sonoro

    global bastante influenciado pelos elementos menos isolantes da parede

    (DASHOFER, 2009). As aberturas como alternativa de sistema passivo para conforto

    trmico nos edifcios, por exemplo, so as que mais influenciam na isolao acstica

    das parties.

    Neste Captulo ser desenvolvida uma abordagem terica sobre isolao

    acstica de paredes para sons areos, relacionando as variveis que caracterizam

    os fenmenos fsicos envolvidos; em seguida ser discutida a dicotomia do conforto

    trmico e acstico para os elementos de fachada, e sero apresentados alguns

    estudos cientficos recentes sobre experimentos com este enfoque.

    27Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    27Proposta de Elemento Vazado AcsticoISOLAMENTO ACSTICO E ABERTURAS

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  • Proposta de Elemento Vazado Acstico ISOLAMENTO ACSTICO E ABERTURAS

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    28

    3.1 Isolao acstica de paredes para sons areos

    Uma parede entre dois recintos reduz a transmisso sonora entre eles, pois

    uma frente de onda ao incidir sobre uma parede slida encontra um meio material

    com propriedades distintas do ar no recinto, a qual deve ento propagar-se atravs

    do material slido, percorrendo a espessura da parede, encontrando do outro lado o

    ar do recinto contguo. Toda vez que ocorre uma mudana das caractersticas do

    meio de propagao, h uma reduo na intensidade sonora transmitida para o meio

    seguinte. Portanto, uma parede reduz a intensidade sonora transmitida entre

    recintos, pois ocorrem duas mudanas do meio de propagao: ar-parede e parede-

    ar (BISTAFA, 2006).

    O parmetro que caracteriza a capacidade de uma parede transmitir (ou

    isolar) som o coeficiente de transmisso sonora ( ). Diferentemente da absoro

    sonora da parede, cujo parmetro caracterstico o coeficiente de absoro sonora,

    o parmetro que normalmente utilizado para caracterizar a isolao sonora de uma

    parede, no o coeficiente de transmisso sonora ( ), mas sim uma grandeza dele

    derivada, chamada de Perda por Transmisso Sonora (PT) 1

    Gerges (2000) define que o isolamento de rudos fornecido por paredes,

    pisos, divisrias ou parties, apenas uma maneira de atenuar a transmisso da

    energia sonora de um ambiente para outro. A energia sonora pode ser transmitida

    via area (som carregado pelo ar, atravs da propagao por ondas do tipo

    longitudinal, ou seja, a vibrao das partculas de ar ocorre na mesma direo da

    .

    1 Tambm denominado ndice de Reduo Sonora (R), em portugus; e Transmission Loss (TL) ou Sound Reduction Index(SRI) em ingls.

    28 Proposta de Elemento Vazado AcsticoAGRADECIMENTOS

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    28 Proposta de Elemento Vazado AcsticoISOLAMENTO ACSTICO E ABERTURAS

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  • Proposta de Elemento Vazado Acstico ISOLAMENTO ACSTICO E ABERTURAS

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    29

    propagao da onda sonora) e/ou via slida (som carregado pela estrutura, atravs

    de vrios tipos de ondas, como cisalhamento, torcional, flexo).

    No projeto e construo de parties ou paredes de isolamento acstico,

    devem ser considerados os princpios fsicos bsicos. Nas diversas faixas de

    freqncia existem parmetros variveis que permitem determinar o nvel de rudo

    transmitido. As caractersticas de materiais ou dispositivos para isolamento acstico

    podem ser estabelecidas atravs da determinao das seguintes grandezas fsicas:

    Perda na Transmisso (PT) e/ou Perda na Insero (IL) (GERGES, 2000).

    A Perda na Transmisso (PT) o ndice que relaciona logaritmicamente a

    energia sonora transmitida com a energia sonora incidente em uma parede

    (BISTAFA, 2006). Em termos matemticos, tem-se:

    PT = 10log(1/ ) (1)

    Na qual, = energia transmitida/energia incidente, denominado coeficiente de

    transmisso sonora.

    A Perda na Transmisso (PT) determinada experimentalmente atravs de

    um ensaio normalizado pela norma ISO 140 (1998), e obtida medindo-se o nvel de

    presso sonora na sala da fonte (Lp1), e na sala de recepo (Lp2). A PT da parede

    dada por:

    PT = Lp1 Lp2 + 10log(S/As.recepo) (2)

    Na qual, S a rea da parede (m2), a As.recepo a absoro sonora na sala

    de recepo (em m2 sabine).

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    30

    Para se obter o isolamento acstico entre recintos, a Reduo de Rudo (D)2,

    a diferena de nveis entre a sala de emisso (Lp1) e a sala de recepo (Lp2); no

    caso de fachadas, a diferena entre o nvel externo e o interno (BISTAFA, 2006).

    D = Lp1 Lp2 (3)

    A Perda na Insero (IL)3 expressa a diferena do nvel de presso sonora

    (NPS ou Lp) antes (Lp antes) e depois (Lp depois) da colocao do dispositivo isolador

    (GERGES, 2000). a diferena de nveis em um mesmo ponto, em uma sala (ou

    dormitrio), por exemplo, com a janela aberta e fechada. Matematicamente tem-se:

    IL = Lp antes Lp depois (4)

    De acordo com Gerges (2000), a Perda na Insero (IL) no depende apenas

    das caractersticas intrnsecas dos materiais, mas tambm de outros fatores como:

    local de medio, volume do enclausuramento, orifcios existentes, absoro

    acstica, entre outros, portanto um parmetro de um dispositivo especfico.

    A Perda por Transmisso de parties fortemente dependente da

    freqncia do som incidente. Quanto menor a freqncia, menor ser a isolao

    acstica da parede. O som que transmitido para o recinto receptor apresentar um

    espectro diferente do som original, pois as altas freqncias sero mais atenuadas

    que as baixas (BISTAFA, 2006).

    A curva tpica de Perda por Transmisso em funo da freqncia, de painis

    slidos e homogneos, ilustrada na Figura 9. Esta curva pode ser subdividida em

    2 Tambm denominado Noise Reduction (NR) em Ingls3 Tambm denominado Diferena de Nvel em portugus, ou Insertion Loss (IL) em ingls.

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    31

    diversas regies que revelam a propriedade da parede que mais influencia a Perda

    por Transmisso. Observam-se quatro regies: nas baixas freqncias, a regio

    controlada pela rigidez e a regio controlada pela ressonncia do painel, nas mdias

    freqncias, a regio controlada pela massa do painel, e nas altas freqncias, a

    regio controlada pelo fenmeno de coincidncia (BISTAFA, 2006).

    Figura 9. Grfico da curva tpica de PT para parede simplesFonte: Gerges (2000)

    a) Regio controlada pela rigidez:

    Para freqncias muito baixas, a perda de transmisso no segue a lei da

    massa, dependendo principalmente das caractersticas de rigidez do fechamento.

    b) Regio controlada pela ressonncia:

    a regio na qual aparecem as primeiras freqncias de ressonncia do

    sistema. O fechamento se comporta como uma membrana, apresentando uma srie

    de freqncias naturais de ressonncia, nas quais ocorrem quedas na Perda na

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    32

    Transmisso. Essas freqncias dependem das dimenses, da rigidez e da massa

    do fechamento.

    c) Regio controlada pela massa:

    Ocorre em freqncias superiores ao dobro da freqncia da primeira

    ressonncia e a isolao acstica do fechamento depende da massa e da

    freqncia incidente. Nestas circunstncias, a perda de transmisso tende a

    apresentar um aumento de 6 dB para cada duplicao da massa ou a cada

    duplicao da freqncia da onda incidente. Pode-se afirmar ento, baseado na lei

    da massa que, para isolar um rudo necessrio usar materiais de alta densidade

    superficial. Adicionalmente, conclui-se que para as altas freqncias a perda de

    transmisso maior que para as baixas freqncias (GERGES, 1992, p.190).

    Isto ocorre porque, quanto maior a massa do fechamento e maior a

    freqncia incidente, maior ser a dificuldade de fazer o material vibrar, garantindo

    assim um isolamento mais eficiente. Nesta regio a Perda por Transmisso dada

    por:

    PT=20log (f.M) 47 dB

    Na qual f a freqncia do som incidente, em Hz, e M a densidade

    superficial da parede, em Kg/m2.

    d) Regio controlada pela coincidncia:

    medida que a freqncia do som incidente se eleva acima das freqncias

    de ressonncia, os comprimentos das ondas no ar se reduzem, aproximando-se dos

    comprimentos das ondas de flexo no painel. As coincidncias ocorrero numa faixa

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    33

    de freqncias conhecida como vale de coincidncia. Similarmente regio

    controlada pela ressonncia, na regio controlada pela coincidncia, a Perda por

    Transmisso tambm controlada pelo amortecimento do painel (BISTAFA, 2006).

    3.1.1 Perda na Transmisso de paredes compostas

    Conforme Bistafa (2006) comum paredes apresentarem elementos tais

    como janelas, portas, aberturas de ventilao etc. que interrompem sua

    homogeneidade. A Perda por Transmisso de uma partio composta poder ser

    obtida a partir da Perda por Transmisso de seus componentes individuais:

    PTc = 10log(1/ c) (5)

    Onde, c o coeficiente de transmisso da partio composta, dado por:

    c = Si i / Si (6)

    Onde Si a rea do i-simo componente da partio, e i o seu

    respectivo coeficiente de transmisso sonora obtido por:

    i = 10 PTi/10 (7)

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    Onde " i a Perda na Transmisso do i-simo componente da partio.