PROPOSTA DE INSTITUIÇÃO DO COMITÊ DAS BACIAS … · pela bacia do Rio Meia Ponte, afluente da Bacia do Rio Paranaíba; a Noroeste pela Bacia do Maranhão, afluente da bacia do

ESTADO DE GOIÁSSECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, DOS RECURSOS HÍDRICOS

SUPERINTENDENCIA DE RECURSOS HÍDRICOS

PROPOSTA DE INSTITUIÇÃO DO COMITÊ DASBACIAS HIDROGRÁFICAS DOS RIOS DO

SUDESTE GOIANO – CBH SUDESTE GOIANO

SETEMBRO DE 2011



APRESENTAÇÃO

Atendendo ao disposto na legislação federal e estadual deRecursos Hídricos, em especial à Resolução nº 03, de 10/04/01, do ConselhoEstadual de Recursos Hídricos – CERH, apresentamos a seguir a PROPOSTADE INSTITUIÇÃO DO COMITÊ DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DOS RIOS DOSUDESTE GOIANO – CBH SUDESTE GOIANO, por serem cursos d’água dedomínio do Estado, conforme Artigo 20, Inciso III, da Constituição Federal.

Conforme a referida Resolução, o presente documento estáestruturado conforme se segue:

JUSTIFICATIVA: apresenta justificativa circunstanciada danecessidade e oportunidade de criação do Comitê, com brevediagnóstico da situação dos Recursos Hídricos na BaciaHidrográfica, identificação de conflitos entre usos e usuários,dos riscos de racionamento dos Recursos Hídricos ou de suapoluição e de degradação ambiental em razão da má utilizaçãodesses recursos;

CARACTERIZAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA: permitindopropor a composição do respectivo Comitê de BaciaHidrográfica e identificação dos setores usuários de RecursosHídricos, tendo em vista o que estabelece o art. 12 da referidaResolução;

INDICAÇÃO DA DIRETORIA PROVISÓRIA; SUBSCRIÇÃO DA PROPOSTA; e CARTA DO SUDESTE: Documento que trata da solicitação de

representantes dos setores poder público, usuários esociedade civil, da bacia, onde é solicitada a instituição dodeste Comitê.



SUMÁRIO

1- JUSTIFICATIVA..........................................................................................................4

2- CARACTERIZAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA...................................................8

2.1- Localização e caracterização básica.................................................................8

2.2- Municípios da Bacia.........................................................................................10

2.3- Atividades Econômicas....................................................................................12

3- RECURSOS HÍDRICOS............................................................................................14

3.1- Superficiais.......................................................................................................14

3.2- Subterrâneos....................................................................................................14

4- USO DOS RECURSOS HÍDRICOS..........................................................................15

4.1- Abastecimento Público....................................................................................19

4.2- Irrigação e Uso Agropecuário..........................................................................20

4.3- Uso para Atividades Industriais.......................................................................21

4.4- Geração de Energia.........................................................................................22

4.5- Uso para Lazer, Recreação e outros usos......................................................23

5- CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................24

INDICAÇÃO DA DIRETORIA PROVISÓRIA....................................................................25

SUBSCRIÇÃO DA PROPOSTA........................................................................................26



1- JUSTIFICATIVA

O Comitê de Bacia Hidrográfica é um dos componentes do Sistemade Gerenciamento dos Recursos Hídricos e representa a materialização dagestão descentralizada e participativa, previstas como um dos princípios daPolítica Nacional e Estadual de Recursos Hídricos.

É conhecido como “PARLAMENTO DAS ÁGUAS”, por ser o espaçoonde os representantes do poder público (federal, estaduais e municipais), dosusuários e da sociedade, debatem e deliberam sobre gestão dos recursoshídricos da bacia, tratando dos conflitos, projetos, usos etc.

Com a criação de um comitê, a bacia hidrográfica passa a contarcom um fórum de análise e definição de prioridades, e, a médio e longo prazo,de fomento à organização de parceiras, tanto técnicas e administrativas, comoeconômicas e financeiras, fundamentais para a execução de ações e obras queajudem a controlar e recuperar a quantidade e qualidade das águas da bacia,além de favorecer e definir critérios para a implementação dos instrumentos degestão previstos em lei.

Segundo a Resolução nº. 32, do Conselho Nacional de RecursosHídricos (CNRH), o Estado de Goiás está inserido em três regiões hidrográficas:ARAGUAIA/TOCANTINS, 54% da área e 24% da população; SÃOFRANCISCO, com 1% da área e 1% da população; e PARANÁ, com 44% daárea e 75% da população.

A porção goiana localizada na bacia do Rio Paraná, composta pelosafluentes goianos do rio Paranaíba, por concentrar da maior parte dapopulação, consequentemente, dos impactos e dos usos, apresenta sériosproblemas no tocante aos recursos hídricos, como: o aumento da demandacontraposta com a diminuição da vazão dos mananciais; e conflitos pelo uso daágua. Aliado a isto, existem os problemas de ordem ambiental, que tambéminterferem nos recursos hídricos, como: impermeabilização dos solos, causandoa diminuição da capacidade de infiltração, e conseqüente aumento das vazõesde pico e cheias, supressão da vegetação ciliar e de Áreas de ProteçãoPermanente, poluição e assoreamento dos corpos hídricos, desmatamentos etc.

A criação do Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios do SudesteGoiano – CBH SUDESTE GOIANO, atende a anseio demonstrado porrepresentantes de diversos setores da bacia, poder público municipal, usuáriose sociedade civil organizada, que vêem em sua criação a oportunidade demelhor gerir este importante recurso.



Neste sentido foram realizadas diversas ações, devendo-se citar asseguintes:

- SOLICITAÇÃO DE CRIAÇÃO DE COMITÊS:Correspondências solicitando a criação do comitê do Rio Corumbá, do RioDescoberto, do Rio Verríssimo, do Rio Piracanjuba e outros.

- MOBILIZAÇÃO PARA INSTALAÇÃO DO COMITÊ DA BACIAHIDROGRAFIA DO RIO PARANAÍBA: durante as atividades de instalação doCBH PARANAÍBA, em virtude dele ser considerado um “Comitê de Integração”e das diversas reuniões de mobilização realizadas, foi manifestado o interessede representantes do poder público municipal, dos usuários e da sociedadecivil, no sentido de solicitar a criação de um Comitê para as bacias da região;

- MOBILIZAÇÃO PARA INSTALAÇÃO DO COMITÊ DA BACIAHIDROGRAFIA DO RIO PARANAÍBA: durante o processo de eleição doPlenário do CBH PARANAÍBA foram também eleitos Representantes Regionais,responsáveis por mobilizar e informar sobre as atividades do Comitê na Região,que, no caso, já manifestaram o interesse na criação deste Comitê.

- MANIFESTAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL: em diversasreuniões o assunto foi abordado e defendido por representantes da sociedadecivil, entre eles representantes de organizações não governamentais,organizações técnicas e de classe e instituições de ensino e pesquisa;

- MANIFESTAÇÕES DOS USUÁRIOS: em diversas reuniões oassunto foi abordado e defendido por representantes dos usuários, entre elesrepresentantes dos setores Abastecimento Público, Irrigação e UsoAgropecuário, Geração de Energia e Turismo, sempre com a visão de dirimir osconflitos existentes na bacia, controle e regulação dos usos e recuperação daquantidade e qualidade dos recursos hídricos da bacia;

- CARTA DO SUDESTE: em reunião pública realizada no dia09/08/2011, no município de Cristalina, com o objetivo de apresentar e discutir o“Diagnóstico do Plano de Recursos Hídricos do Rio Paranaíba”, aproveitou-se aoportunidade para discutir a importância da criação de um comitê para a gestãodas águas, os usos existentes e os problemas relacionados aos recursoshídricos da bacia. Foi apresentada a “CARTA DO SUDESTE”, documento quesolicita ao Presidente do CERHi a realização dos estudos e providênciasnecessárias à criação do “COMITÊ DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DOS RIOSDO SUDESTE GOIANO - CBH SUDESTE GOIANO”.

Diante do exposto neste documento e,

Considerando o disposto nas Políticas Nacional e Estadual deRecursos Hídricos,



Considerando que o Comitê de bacia é um dos componentes doSistema Integrado de Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Estado deGoiás,

Considerando as competências definidas pelo Conselho Nacionalde Recursos Hídricos, por meio da Resolução nº. 5, de 10/04/00,e peloConselho Estadual de Recursos Hídricos, por meio da Resolução nº. 3, de10/04/01, principalmente em seu art 9:

Art. 9º Compete aos Comitês, no âmbito de sua área de atuação,observadas as deliberações emanadas, conforme as respectivas competênciasdo CERHi:

I – promover o debate das questões relacionadas a Recursos Hídricose articular a atuação das entidades intervenientes;

II - arbitrar em instância administrativa os conflitos relacionados aosRecursos Hídricos, inclusive os relativos aos Comitês de Bacias de cursos deágua tributários;

III - aprovar e acompanhar a execução do Plano de Recursos Hídricosda Bacia, respeitando as respectivas diretrizes:a) do Comitê de Bacia de curso de água do qual é tributário, quando existente;b) do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, ou do Conselho Nacional deRecursos Hídricos, conforme o colegiado que o instituir;

IV – estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de RecursosHídricos e propor os valores a serem cobrados;

V - compatibilizar os planos de Bacias Hidrográficas de cursos de águade tributários, com o Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica de suajurisdição;

VI - submeter, obrigatoriamente, os Planos de Recursos Hídricos daBacia Hidrográfica à audiência pública;

VII - propor ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos asacumulações, derivações, captações e lançamentos de pouca expressão, paraefeito de isenção da obrigatoriedade de outorga de direitos de uso de RecursosHídricos, limitados à obrigação de cadastrar, de acordo com os domíniosdestes;

VIII - estabelecer critérios e promover o rateio de custo das obras deuso múltiplo, de interesse comum ou coletivo;

IX - desenvolver e apoiar iniciativas em educação ambiental emconsonância com a Lei Federal nº 9.795 de abril de 1999, que institui a PolíticaNacional de Educação Ambiental;

X - referendar o enquadramento dos corpos d’água em classe de usopreponderante para encaminhamento ao Conselho Estadual de RecursosHídricos;

XI – estabelecer as derivações insignificantes, observando a demandae a disponibilidade hídrica de cada sub-Bacia ou Bacia;



XII – propor a criação das Agências de Água ou Agências de Bacia; eXIII - aprovar seu regimento interno, considerado o disposto nesta

Resolução.

Considerando os usos existentes na bacia e a existência deconflitos instalados e potenciais, entre usos e setores usuários,

Considerando a importância das Bacias Hidrográficas da região doSudeste Goiano para o Estado de Goiás,

Considerando a importância das Bacias Hidrográficas da região doSudeste Goiano para a Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba,

Considerando o interesse pela criação do comitê, demonstrado porrepresentantes dos setores usuários, da sociedade civil e dos poderes públicosestadual e municipal,

Apresentamos ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos doEstado de Goiás, para deliberação, a proposta de instituição do Comitê dasBacias Hidrográficas dos Rios do Sudeste Goiano – CBH SUDESTE GOIANO.



2- CARACTERIZAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA

2.1- Localização e caracterização básica

As Bacias Hidrográficas do Sudeste Goiano estão inseridas na

Região Hidrográfica do Paraná, na Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba, na

porção sudeste do Estado.



Figura 1: Mapa das bacias hidrográficas do Sudeste Goiano. SEMARH, 2011

As Bacias Hidrográficas do Sudeste Goiano estão inseridas na

Bacia do Rio Paranaíba, na porção sudeste do Estado, e é composta pelas

bacias hidrográficas do Rio Corumbá, do Rio Veríssimo e pela porção goiana do

Rio São Marcos. Têm uma área de drenagem de 50.564,86 km² o que

representa 14,87% da área do Estado, com uma população aproximada de

1.730.367 mil habitantes, ou 28,82% da população de Goiás, com 91,5%

concentradas na zona urbana e 8,5 na zona rural.

As bacias hidrográficas do sudeste goiano são limitadas a Oeste

pela bacia do Rio Meia Ponte, afluente da Bacia do Rio Paranaíba; a Noroeste

pela Bacia do Maranhão, afluente da bacia do Rio Tocantins; ao Nordeste pela

Bacia do Rio Preto, afluente da bacia do Rio São Francisco; a Leste pela divisa

com o Estado de Minas Gerais, dividindo a bacia do Rio São Marcos; e ao Sul

pelo Rio Paranaíba, divisa com o Estado de Minas Gerais, onde deságua.

A região é composta, principalmente, pelas seguintes bacias

hidrográficas, afluentes do Rio Paranaíba, do leste para o oeste:

1- Porção Goiana do Rio São Marcos;

2- Rio Veríssimo; e

3- Rio Corumbá.

As bacias do sudeste goiano, a exemplo de outras bacias e regiões

do Estado, são intensamente antropizadas, recebendo diversos tipos de

efluentes que causam considerável degradação ambiental e poluição de suas

águas, como: efluentes de origem urbana, efluentes de indústrias alimentares e

agroindústrias - frigoríficos, curtumes, laticínios, entre outros - muitas vezes

lançados sem o devido tratamento nos mananciais, além de problemas



relacionados ao mal uso do solo e da supressão vegetação original,

principalmente matas ciliares, áreas de preservação permanente e reservas

legais.

Apesar da ocupação, segundo o diagnóstico dos recursos hídricos

elabora para o Plano de Recursos Hídricos da bacia Hidrográfica do Rio

Paranaíba, a região é a que mantém os importantes remanescentes de

vegetação nativa na porção goiana da bacia, destacando-se fragmentos de

Cerrado e de Mata Atlântica.

2.2- Municípios da Bacia

Dos 246 municípios goianos, 44 (quarenta e quatro) estão total ou

parcialmente inseridos na Bacia, são eles:

Abadiânia

Água Limpa

Águas Lindas

Alexânia

Anápolis *

Anhanguera

Bela Vista de Goiás *

Buriti Alegre *

Caldas Novas

Campo Alegre de Goiás

Campo Limpo *

Catalão

Cidade Ocidental

Cocalzinho *



Corumbá de Goiás *

Corumbaíba

Cristalina *

Cristianópolis

Cumari

Davinópolis

Formosa *

Gameleira

Goiandira

Ipameri

Leopoldo de Bulhões *

Luziânia

Marzagão

Morrinhos *

Nova Aurora

Novo Gama

Orizona

Ouvidor

Palmelo

Piracanjuba *

Pires do Rio

Planaltina de Goiás *

Rio Quente

Santa Cruz de Goiás

Santo Antônio do Descoberto

São Miguel do Passa Quatro

Silvânia *

Três Ranchos

Urutaí



Valparaízo de Goiás

* Inseridos parcialmente

Destes, apenas os municípios de Buriti Alegre, Piracanjuba e

Campo Limpo de Goiás não têm a sede municipal inserida nas bacias

hidrográficas dessa região.

2.3- Atividades Econômicas

A atividade econômica predominante é a agricultura, tendo tambéma pecuária uma grande representação.

A tabela 1, abaixo, apresenta o levantamento dos rebanhos desuíno, bovino e de aves, dos municípios da bacia no ano de 2009:

Tabela 1 – Efetivo de rebanhos da bacia:

MUNICÍPIOEfetivo deaves (cab)

RebanhoSuino (cab)

RebanhoBovino(cab)

RebanhoBovinoLeiteiro

(cab)Abadiânia 99.000 9.000 48.000 6.300Água Limpa 15.900 2.300 59.000 11.380Águas Lindas de Goiás 1.820 410 4.100 600Alexânia 750.000 9.400 44.000 8.000Anápolis 168.000 9.100 74.200 9.000Anhanguera 1.330 340 4.900 800Bela Vista de Goiás 1.496.400 10.370 116.220 22.080Buriti Alegre 4.823.000 1.900 88.513 8.400Caldas Novas 42.700 10.350 100.000 17.200Campo Alegre de Goiás 22.500 1.700 71.000 9.000Campo Limpo de Goiás 45.000 1.800 14.500 2.500Catalão 372.000 8.800 166.500 40.500Cidade Ocidental 134.000 1.550 22.300 3.700Cocalzinho de Goiás 82.000 10.000 80.200 8.300Corumbá de Goiás 63.000 4.600 55.500 7.900Corumbaíba 23.000 2.500 145.000 25.500Cristalina 79.900 20.320 136.000 20.000



Cristianópolis 6.700 3.170 14.700 3.950Cumari 10.000 570 61.000 10.900Davinópolis 20.800 1.330 31.000 5.500Formosa 426.633 8.960 223.100 25.100Gameleira de Goiás 42.000 4.100 22.000 5.600Goiandira 19.000 1.800 48.200 6.400Ipameri 95.000 19.000 193.500 30.500Leopoldo de Bulhões 1.320.000 12.650 35.300 10.000Luziânia 1.320.000 16.600 180.000 36.000Marzagão 14.100 1.610 22.500 5.750Morrinhos 567.900 24.530 282.000 85.200Nova Aurora 3.300 540 31.300 3.600Novo Gama 3.900 920 1.080 650Orizona 998.000 9.930 147.000 51.000Ouvidor 11.700 1.800 28.000 5.000Palmelo 265.950 1.250 3.300 1.040Piracanjuba 173.200 20.750 211.500 76.200Pires do Rio 2.510.000 3.900 87.000 20.500Planaltina 334.421 4.070 75.650 6.840Rio Quente 22.450 2.595 22.000 3.200Santa Cruz de Goiás 145.500 5.100 72.000 22.000Santo Antônio do Descoberto 92.800 3.120 30.500 3.000São Miguel do Passa Quatro 31.500 3.380 32.500 10.000Silvânia 112.000 14.000 100.000 30.000Três Ranchos 6.700 850 16.000 2.600Urutaí 3.081.000 3.650 50.000 12.800Valparaíso de Goiás 600 158 750 150TOTAL: 19.854.704 274.773 3.251.813 674.640ESTADO 53.717.123 1.929.062 20.874.943 2.441.165Percentual da Bacia 36,96% 14,24% 15,58% 27,64%Fonte: SEGPLAN, 2011 – (http://www.seplan.go.gov.br/sepin/)

Deve-se destacar os pólos de irrigação existentes na bacia, com

uma extensa lista de itens produzidos, caracterizados pela alta produtividade e

mecanização das atividades, agrega-se a isto os pólos agroindustriais,

especializados na transformação dos produtos primários.



O setor de turismo é de extrema importância para a região, e está

intimamente ligado aos recursos hídricos, concentrando-se nos municípios de

Caldas Novas e Rio Quente, que recebem, anualmente, mais de um milhão de

turistas em busca de suas fontes de água quente. Existe ainda o turismo

relacionado aos grandes lagos existentes na bacia, representados pelo

município de Três Ranchos.

3- RECURSOS HÍDRICOS

3.1- Superficiais

O Estado de Goiás encontra-se em uma situação de relativo

conforto quanto à disponibilidade hídrica. A vazão total média é de 4.762 m³/s e

a vazão média específica é de 14 l/s/km², segundo dados do .Diagnóstico

Preliminar dos Recursos Hídricos do Estado (1999), entretanto, a demanda tem

crescido de forma acentuada, gerando conflitos entre usos e setores usuários.

Em relação à disponibilidade hídrica per capita, o Estado de Goiás

encontra-se numa situação considerada “muito boa”, com 28.822 m3/hab/ano

(SEMARH, 1999), uma vez que se considera que o mínimo necessário à plena

satisfação das necessidades humanas é de 1.000 m3/hab/ano.

3.2- Subterrâneos

As Províncias Hidrogeológicas existentes no Estado de Goiás,

segundo Diagnóstico Preliminar dos Recursos Hídricos do Estado (1999), são

classificadas de acordo com a natureza litológica e porosidade e

permeabilidade dos aqüíferos podendo agrupa-los em dois grandes conjuntos:



- Aqüíferos sedimentares, permeáveis por porosidade granular; e

- Aqüíferos cristalinos, permeáveis por fraturamento de rochas.

Existem poucas informações hidrogeológicas sistematizadas no

Estado de Goiás, em conseqüência, é extremamente difícil fazer considerações

sobre as águas subterrâneas de alguma região mais particularizada do Estado.

4- USO DOS RECURSOS HÍDRICOS

As bacias hidrográficas dos rios do sudeste goiano, a exemplo de

outras no Estado, possuem um uso bastante diversificado. Alguns desses usos

contribuem para o lançamento de diversos tipos de efluentes que causam

considerável degradação ambiental e poluição de suas águas, como a diluição

dos efluentes tratados e não tratados, gerados pelos núcleos populacionais

localizados nas zonas urbanas e rurais, defensivos agrícolas, efluentes de

indústrias alimentares e agroindústrias, como frigoríficos, curtumes, laticínios

entre outros, que interferem na disponibilidade de água para os usos mais

exigentes.

O manejo e a ocupação inadequadas do solo potencializam

sobremaneira a degradação ambiental, com supressão da vegetação,

principalmente das matas ciliares, Áreas de Preservação Permanente e

Reservas Legais, com severos reflexos na quantidade e qualidade das águas

da bacia. A situação pode tornar-se mais grave ao se constatar que a grande

parte dos municípios localizados na bacia, não possui um sistema eficiente de

coleta, tratamento e disposição dos resíduos sólidos, que acabam chegando

aos mananciais e, ainda poluindo os recursos hídricos subterrâneos.



A região concentra uma considerável parcela da produção agrícola

do Estado, além de grandes municípios, como Anápolis, Águas Lindas de

Goiás, Caldas Novas, Catalão, Cidade Ocidental, Cristalina, Luziânia,

Morrinhos, Pires do Rio e Valparaíso de Goiás. Contando, ainda, com

representativa geração de energia, além de importantes pólos agroindustriais.

O uso de recursos hídricos nas bacias é bastante complexo e

envolve todos os setores definidos em lei:

- Abastecimento Público, captação e diluição de efluentes;

- Indústria, captação e diluição de efluentes;

- Irrigação e Uso agropecuário;

- Geração de Energia Hidroelétrica;

- Transporte hidroviário; e

- Pesca, turismo, lazer e outros usos não consuntivos.

Segundo dados do Sistema de Outorga de Direito de Uso dos

Recursos Hídricos Sob Domínio do Estado de Goiás, nos 44 municípios,

inseridos total ou parcialmente na bacia, existem 1.064 usos dos recursos

hídricos superficiais outorgados, com uma vazão de aproximadamente

53.865,00 L/s (cinquenta e três mil, oitocentos e sessenta e cinco), e 387 usos

dos recursos hídricos subterrâneos outorgados, com uma vazão de

aproximadamente 4727,173 m³/hora (quatro mil, setecentos e vinte e sete).

A tabela 2 apresenta os usos dos recursos hídricos superficiais outorgados,

por setor usuário, nos 44 municípios que compõem as bacias hidrográficas da região

Sudeste.

Tabela 2 – Usos dos recursos hídricos superficiais por setor usuário.

SETOR USUÁRIOOUTORGASEMITIDAS

VAZÃOOUTORGADA



Abastecimento Público 22 7264,43Barramento 420 -Bombeamento 40 3669,49Canalização 27 1427,66Dessedentação Animal 1 2,50Extração de Minério 5 90,99Geração de Energia Hidrelétrica 3 -Indústria 27 1406,13Irrigação (Asp. Conven.) 14 688,19Irrigação (Autopropelido) 4 116,6Irrigação (Gotejamento) 12 283,4Irrigação (Inundação) 1 15,00Irrigação (Microaspersão) 2 10,10Irrigação (P. Central) 457 37883,01Irrigação (Sulco) 1 1,00Outros 2 10,00Piscicultura 26 302,09

TOTAL 1064 53170,59Fonte: SEMARH/SRH (agosto/2011)

Por meio do levantamento dos usos, percebe-se, a importância dos

setores de Abastecimento Público, de Irrigação e uso agropecuário, de

Industrias e de Geração de Energia, além dos barramentos, destinados

principalmente à acumulação e regularização das vazões.

Quando analisada a distribuição dos usos dos recursos hídricos

superficiais outorgados por município (tabela 3), percebe-se a concentração dos

usos nos dos usos nos municípios de Cristalina, Luziânia, Morrinhos e Catalão.

Tabela 3: Usos outorgados e em análise nos municípios da Bacia.MUNICIPIO Outorgas Válidas

Abadiânia 19Água Limpa 2Águas Lindas 1Alexânia 9Anápolis 31



Bela Vista de Goiás 22Buriti Alegre 2Caldas Novas 8Campo Alegre de Goiás 45Campo Limpo 2Catalão 80Cidade Ocidental 7Corumbá de Goiás 11Corumbaíba 2Cristalina 368Cristianópolis 1Davinópolis 1Formosa 9Gameleira 12Goiandira 4Ipameri 39Leopoldo de Bulhões 7Luziânia 132Marzagão 1Morrinhos 105Nova Aurora 1Orizona 19Ouvidor 5Palmelo 1Piracanjuba 39Pires do Rio 2Planaltina 13Rio Quente 3Santa Cruz de Goiás 12Santo Antônio do Descoberto 2Silvânia 44Três Ranchos 1Urutaí 2Total 1064Fonte: SRH/SEMARH (Agoosto/2011)

4.1- Abastecimento Público

O uso das águas para abastecimento público é feito principalmente

pelas águas de superfície e, de forma complementar, por águas subterrâneas.



Dos 44 municípios, 30 tem solicitações de captação para

abastecimento público, sendo que, destes, apenas 20 estão com outorgas

válidas (Tabela 4).

Tabela 4: Usos para Abastecimento Público outorgados na Bacia.MUNICIPIO VAZPROJ (l/s)

Água Limpa 5,63Anápolis 337,40Bela Vista de Goiás 150,00Buriti Alegre 60,00Caldas Novas 300,00Campo Alegre de Goiás 37,22Catalão 131,88Cidade Ocidental 104,00Ipameri 85,00Leopoldo de Bulhões 20,00Luziânia 5600,00Marzagão 20,00Orizona 30,00Ouvidor 20,00Palmelo 23,00Piracanjuba -Rio Quente 233,30Silvânia 50,00Três Ranchos 22,00Urutaí 35,00

7264,43Fonte: SRH/SEMARH (Ago/2011)

Outro fato relevante relacionado ao setor de Abastecimento Público

são os efluentes sanitários, em função das deficiências existentes nas redes de

coleta e tratamento de efluente, que, muitas vezes, quando coletados, são

lançados in natura nos mananciais.



4.2- Irrigação e Uso Agropecuário

O Setor de Irrigação e Uso Agropecuário é um dos mais

representativos na bacia, em função do número de outorgas emitidas,

aproximadamente 50% do total, e das vazões captadas, aproximadamente 74%,

considerados os usos relacionados à dessedentação de animais, irrigação e

piscicultura.

A tabela abaixo (Tabela 5) mostra a quantidade de usos outorgados

pela Superintendência de Recursos Hídricos, da Secretaria do Meio Ambiente e

dos Recursos Hídricos nos municípios da Bacia.

Tabela 5: Requerimentos do Setor de Irrigação e Uso Agropecuário nosmunicípios da Bacia.

MUNICIPIO OUTORGAS VÁLIDASAbadiânia 5

Alexânia 1

Anápolis 9

Bela Vista de Goiás 10

Caldas Novas 4

Campo Alegre de Goiás 22

Campo Limpo 1

Catalão 35

Cidade Ocidental 1

Corumbá de Goiás 5

Cristalina 224

Davinópolis 1

Formosa 5

Gameleira 6

Goiandira 1

Ipameri 13

Leopoldo de Bulhões 2

Luziânia 57

Morrinhos 55

Orizona 9



Piracanjuba 18

Pires do Rio 1

Planaltina 8

Santa Cruz de Goiás 4

Silvânia 20

Urutaí 1

Total 518Fonte: SRH/SEMARH (Ago/2011)

Pode ser notada a predominância dos usos nos municípios de

Cristalina, Luziânia, Morrinhos e Catalão, que concentram 71 dos usos

outorgados.

Existem outros usos significativos nos municípios da bacia

diretamente ligados ao setor de irrigação e uso agropecuário, principalmente os

barramentos, que representam um total de 420 requerimentos outorgados,

destinados à acumulação de água principalmente para o uso na irrigação e

regularização das vazões.

4.3- Uso para Atividades Industriais

Nos municípios da bacia estão inseridos importantes pólos

agroindustriais, com intensivo uso dos recursos hídricos. A SEMARH emitiu,

para o setor de Industria e mineração, 32 outorgas, sendo 5 para a extração de

minérios e 27 para uso industrial, conforme tabela 6, agrupados por município.

Tabela 6: Requerimentos para uso industrial outorgados na bacia, pormunicípio.

MUNICIPIO OUTORGAS VÁLIDASAbadiânia 3

Alexânia 1

Anápolis 5



Bela Vista de Goiás 2

Campo Alegre de Goiás 2

Catalão 3

Corumbá de Goiás 1

Corumbaíba 1

Cristalina 1

Luziânia 1

Morrinhos 4

Orizona 3

Ouvidor 3

Piracamjuba 1

Silvânia 1


Cabe frisar que o setor de mineração e industria tem utilizado os

recursos hídricos subterrâneos como fonte de abastecimento, principalmente

em função da qualidade dessas águas, o que vem impactando a disponibilidade

hídrica dos aqüíferos.

Devem ser consideradas, ainda, as agroindústrias, principalmente

frigoríficos, laticínios, curtumes, entre outros, não só pelo consumo dos recursos

hídricos, mas pelos efluentes gerados no processo.

4.4- Geração de Energia

O setor de Geração de Energia é bastante representativo na bacia,

com diversas unidades instaladas e previstas, tanto de Usinas Hidrelétrias-

UHEs, quanto de Pequenas Centrais Hidelétricas-PCHs.



Existem 7 requerimentos de uso dos recursos hídricos para geração

de energia hidrelétrica nos municípios da bacia, sendo que 3 estão outorgados,

conforme tabela 7.

Tabela 7: Requerimentos para uso em Geração de Energia Hidrelétrica.MUNICIPIO OUTORGAS VÁLIDAS

Luziânia 1

Goiandira 1

Nova Aurora 1


Apesar de não ser um uso consuntivo, o setor de geração de

energia hidrelétrica causa restrições de uso à montante dos seus barramentos,

o que tem causado conflitos entre o setor e outros setores usuários.

4.5- Uso para Lazer, Recreação e outros usos

O uso dos recursos hídricos no setor de Pesca, Turismo Lazer e

outros usos não consuntivos é expressivo na região, devendo ser destacado o

turismo relacionado às águas termais, localizadas nos municípios de Caldas

Novas e Rio Quente, com intensa atração de turistas, conhecido por ser a maior

estância hidrotermal do mundo, e o turismo relacionado aos grandes lagos

existentes na bacia, destacando-se o Lago das Brisas, em Buriti Alegre, a usina

de Corumbá IV, em Caldas Novas e a usina de Emborcação, em Três Ranchos,

onde são realizadas atividades como esportes náuticos, pesca esportiva e

turismo contemplativo.

O setor de turismo está presente em toda a bacia e apresenta uma

forte tendência de expansão.



5- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando os dados coletados durante os levantamentos e

estudos realizados para a elaboração da proposta de instituição do Comitê das

Bacias Hidrográficas dos Rios do Sudeste Goiano, ficou evidente a necessidade

e a urgência da criação e implementação deste comitê, principalmente quando

observados os seguintes aspectos:

- DEFINIÇÃO DE CRITÉRIOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DOS

INSTRUMENTOS DE GESTÃO – Necessidade de definição de critérios e

diretrizes para a implementação dos instrumentos de gestão, entre eles a

outorga, para captação e diluição de efluentes, o plano de recursos hídricos da

bacia, a cobrança pelo uso dos recursos hídricos e o enquadramento dos

corpos d’água;

- IMPLEMENTAÇÃO DA GESTÃO DESCENTRALIZADA E

PARTICIPATIVA;

- USO MULTIPLO E RACIONAL;

- CONFLITOS PELO USO DA ÁGUA - Foram identificados

diversos pontos de conflito na bacia, entre usos e entre setores usuários, já

materializados e potenciais, cujo agravamento pode prejudicar, de forma

inconteste, a economia da região, trazendo incontáveis prejuízos para o Estado,

para a região e para os setores envolvidos



INDICAÇÃO DA DIRETORIA PROVISÓRIA

Em conformidade com o disposto na Resolução nº. 03, de 10/04/01,

do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, apresentamos, abaixo a indicação

da Diretoria Provisória e de seu Grupo Assessor, encarregada de organizar, no

prazo de 365 dias, os procedimentos visando a instalação do Comitê das

Bacias Hidrográficas dos Rios do Sudeste Goiano – CBH SUDESTE GOIANO,

eleição do e posse do plenário e de sua Diretoria, conforme resolução do

CERHi a ser aprovada:

- PRESIDENTE: Representante da SEMARH

- VICE-PRESIDENTE: Representante da __________________

GRUPO ASSESSOR:

01 representante ______________________________________

01 representante ______________________________________

01 representante ______________________________________

01 representante ______________________________________

01 representante ______________________________________



SUBSCRIÇÃO DA PROPOSTA

Nome:

Instituição

Nome:

Instituição

Nome:

Instituição

Nome:

Instituição

Nome:

Instituição

Nome:

Instituição

Nome:

Instituição

Nome:

Instituição

Nome:

Instituição

Nome:

Instituição

Nome:

Instituição

Nome:

Instituição

Nome:

Instituição

Nome:

Instituição



ANEXO

I - Lista de Município:

- Abadiânia

- ÁguaLimpa

- ÁguasLindas

- Alexânia

- Anápolis

- Anhanguera

- BelaVista de Goiás

- BuritiAlegre

- CaldasNovas

- Campo Alegre de Goiás

- Campo Limpo

- Catalão

- CidadeOcidental

- Cocalzinho

- Corumbá de Goiás

- Corumbaíba

- Cristalina

- Cristianópolis

- Cumari

- Davinópolis

- Formosa

- Gameleira

- Goiandira

- Ipameri

- Leopoldo de Bulhões

- Luziânia

- Marzagão

- Morrinhos

- NovaAurora

- NovoGama

- Orizona

- Ouvidor

- Palmelo

- Piracanjuba

- Piresdo Rio

- Planaltina



- RioQuente

- SantaCruz de Goiás

- SantoAntônio do Descoberto

- SãoMiguel do Passa Quatro

- Silvânia

- TrêsRanchos

- Urutaí



- Abadiânia; Água Limpa; ÁguasLindas; Alexânia; Anápolis;Anhanguera; Bela Vista deGoiás; Buriti Alegre; CaldasNovas; Campo Alegre deGoiás; Campo Limpo; Catalão;Cidade Ocidental; Cocalzinho;Corumbá de Goiás;Corumbaíba; Cristalina;Cristianópolis; Cumari;Davinópolis; Formosa;Gameleira; Goiandira; Ipameri;Leopoldo de Bulhões;Luziânia; Marzagão;Morrinhos; Nova Aurora; NovoGama; Orizona; Ouvidor;Palmelo; Piracanjuba; Pires doRio; Planaltina de Goiás; RioQuente; Santa Cruz de Goiás;Santo Antônio do Descoberto;São Miguel do Passa Quatro;Silvânia; Três Ranchos; Urutaì;e Valparaízo de Goiás.

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PROPOSTA DE INSTITUIÇÃO DO COMITÊ DAS BACIAS … · pela bacia do Rio Meia Ponte, afluente da Bacia do Rio Paranaíba; a Noroeste pela Bacia do Maranhão, afluente da bacia do