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PROPOSTA DE REVISÃO CEDM ASPRA Redação atual: Proposta PMMG: Art. 1º O Código de Ética e Disciplina dos Militares de Minas Gerais CEDM tem por finalidade definir, especificar e classificar as transgressões disciplinares e estabelecer normas relativas a sanções disciplinares, conceitos, recursos, recompensas, bem como regulamentar o Processo Administrativo-Disciplinar e o funcionamento do Conselho de Ética e Disciplina Militares da Unidade CEDMU. Art. 8º O militar que presenciar ou tomar conhecimento de prática de transgressão disciplinar comunicará o fato à autoridade competente, no prazo estabelecido no art. 57, nos limites de sua competência. Art. 1º O Código de Ética e Disciplina dos Militares de Minas Gerais CEDM tem por finalidade definir, especificar e classificar as transgressões disciplinares e estabelecer normas relativas a sanções disciplinares, conceitos, recursos, recompensas, bem como regulamentar o Processo Administrativo-Disciplinar. Art. 8º. O militar detentor de precedência hierárquica que presenciar ou tomar conhecimento de prática de transgressão disciplinar, comunicará o fato à autoridade competente, no prazo estabelecido no art. 57 desta lei. PROPOSTA DA ASPRA: Art. 1º O Código de Ética e Disciplina dos Militares de Minas Gerais CEDM tem por finalidade definir, especificar e classificar as transgressões disciplinares e estabelecer normas relativas a sanções disciplinares, conceitos, recursos, recompensas, bem como regulamentar o Processo Administrativo-Disciplinar e o funcionamento do Conselho de Ética e Disciplina Militares da Unidade CEDMU Art. 8º O militar que presenciar ou tomar conhecimento de prática de transgressão disciplinar comunicará o fato à autoridade competente, no prazo estabelecido no art. 57, nos limites de sua competência. Justificativa: A ASPRA defende a manutenção do Conselho de Ética e Disciplina Militares da Unidade CEDMU, Órgão Colegiado imprescindível para o assessoramento do Comando, nos assuntos tratados no Código de Ética. O Conselho de Ética assegura que as decisões sobre sanções disciplinares tenham um caráter democrático. A eventual extinção dos Conselhos de Ética redundaria no retorno às diretrizes do RDPM, quando as decisões referentes a disciplina eram eminentemente individuais. A ASPRA defende a manutenção dos Conselhos de Ética, pela garantia de decisões colegiadas, com a responsabilidade coletiva de todos militares, propiciando o fortalecimento da disciplina, com a participação de todos, objetivando, inclusive, o atendimento ao principio da Impessoalidade nas decisões administrativas. A ASPRA defende ainda o fortalecimento do CEDMU, com a ampliação de sua competência, no sentido de ser o responsável pela decisão final, em caso de procedimentos disciplinares, instaurados em virtude de transgressões de natureza leve. A ASPRA defende ainda, a redação original do artigo 8º, entendendo que a alteração é totalmente Inconstitucional. Pela Leitura da Proposta, apresentada pela PMMG, concluímos que somente os militares detentores de precedência hierárquica poderão formalizar a Comunicação Disciplinar. Ora, todos os militares, sem quaisquer restrições impostas pela hierarquia, tem o direito e, principalmente o dever, de primar pela manutenção da ilibada conduta moral, de todo integrante das IME. A ASPRA não tem dúvidas que o direito e o dever, consubstanciado nas prerrogativas do Artigo 57 da Lei 14.310/02, não pode ser atribuído apenas a alguns. Lembramos ainda que, a

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PROPOSTA DE REVISÃO CEDM – ASPRA

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 1º – O Código de Ética e Disciplina dos

Militares de Minas Gerais – CEDM – tem por

finalidade definir, especificar e classificar as

transgressões disciplinares e estabelecer normas

relativas a sanções disciplinares, conceitos,

recursos, recompensas, bem como regulamentar

o Processo Administrativo-Disciplinar e o

funcionamento do Conselho de Ética e

Disciplina Militares da Unidade – CEDMU.

Art. 8º – O militar que presenciar ou tomar

conhecimento de prática de transgressão

disciplinar comunicará o fato à autoridade

competente, no prazo estabelecido no art. 57,

nos limites de sua competência.

Art. 1º – O Código de Ética e Disciplina dos

Militares de Minas Gerais – CEDM – tem por

finalidade definir, especificar e classificar as

transgressões disciplinares e estabelecer normas

relativas a sanções disciplinares, conceitos,

recursos, recompensas, bem como regulamentar

o Processo Administrativo-Disciplinar.

Art. 8º. O militar detentor de precedência

hierárquica que presenciar ou tomar

conhecimento de prática de transgressão

disciplinar, comunicará o fato à autoridade

competente, no prazo estabelecido no art. 57

desta lei.

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 1º – O Código de Ética e Disciplina dos Militares de Minas Gerais – CEDM – tem por

finalidade definir, especificar e classificar as transgressões disciplinares e estabelecer normas

relativas a sanções disciplinares, conceitos, recursos, recompensas, bem como regulamentar o

Processo Administrativo-Disciplinar e o funcionamento do Conselho de Ética e Disciplina

Militares da Unidade – CEDMU

Art. 8º – O militar que presenciar ou tomar conhecimento de prática de transgressão disciplinar

comunicará o fato à autoridade competente, no prazo estabelecido no art. 57, nos limites de sua

competência.

Justificativa: A ASPRA defende a manutenção do Conselho de Ética e Disciplina Militares da

Unidade – CEDMU, Órgão Colegiado imprescindível para o assessoramento do Comando, nos

assuntos tratados no Código de Ética. O Conselho de Ética assegura que as decisões sobre sanções

disciplinares tenham um caráter democrático. A eventual extinção dos Conselhos de Ética

redundaria no retorno às diretrizes do RDPM, quando as decisões referentes a disciplina eram

eminentemente individuais. A ASPRA defende a manutenção dos Conselhos de Ética, pela

garantia de decisões colegiadas, com a responsabilidade coletiva de todos militares, propiciando o

fortalecimento da disciplina, com a participação de todos, objetivando, inclusive, o atendimento ao

principio da Impessoalidade nas decisões administrativas. A ASPRA defende ainda o

fortalecimento do CEDMU, com a ampliação de sua competência, no sentido de ser o responsável

pela decisão final, em caso de procedimentos disciplinares, instaurados em virtude de transgressões

de natureza leve.

A ASPRA defende ainda, a redação original do artigo 8º, entendendo que a alteração é totalmente

Inconstitucional. Pela Leitura da Proposta, apresentada pela PMMG, concluímos que somente os

militares detentores de precedência hierárquica poderão formalizar a Comunicação Disciplinar.

Ora, todos os militares, sem quaisquer restrições impostas pela hierarquia, tem o direito e,

principalmente o dever, de primar pela manutenção da ilibada conduta moral, de todo integrante

das IME.

A ASPRA não tem dúvidas que o direito e o dever, consubstanciado nas prerrogativas do Artigo 57

da Lei 14.310/02, não pode ser atribuído apenas a alguns. Lembramos ainda que, a

responsabilidade pela apuração dos fatos, não é do militar responsável pela confecção da

comunicação disciplinar e sim da Autoridade Competente, conforme previsto no artigo 56 da Lei

14.310/02, não havendo justificativa, portanto, para a restrição que se quer impor. A Alteração

proposta pela PMMG incentiva a omissão daqueles que presenciarem ou vierem a tomar

conhecimento da prática de transgressão disciplinar eis que estarão desobrigados de comunicar os

fatos as Autoridades Competentes, para a devida apuração. Noutro norte, a alteração poderá

redundar na impunidade dos transgressores. A Alteração fere os valores éticos que norteiam os

militares, previstos no artigo 9º, da lei 14.310/02 que, em seu inciso IV, prevê que todo integrante

das IME é responsável por “Cumprir e fazer cumprir as leis, códigos, resoluções, instruções e

ordens das autoridades competentes”.

A Alteração é, ainda, inquestionavelmente contraditória, em relação ao previsto no inciso XIII, do

artigo 9º, do mesmo diploma legal, onde esta previsto que todo integrante da IME deve “preservar

e praticar, mesmo fora do serviço ou quando já na reserva remunerada, os preceitos da ética

militar”. A Ética Militar é dever de todos, independente do grau hierárquico, não sendo correta a

supressão da atribuição a todos os integrantes da IME, do dever de zelar pelos seus princípios,

elencados no artigo 9º da Lei 14.310/02.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 5° – Será classificado com um dos

seguintes conceitos o militar que, no período de

doze meses, tiver registrada em seus

assentamentos funcionais a pontuação adiante

especificada:

I – conceito “A” – cinqüenta pontos positivos;

II – conceito “B” – cinqüenta pontos negativos,

no máximo;

III – conceito “C” – mais de cinqüenta pontos

negativos.

§ 1° – Ao ingressar nas Instituições Militares

Estaduais –IMEs –, o militar será classificado

no conceito “B”, com zero ponto.

§ 2° – A cada ano sem punição, o militar

receberá dez pontos positivos, até atingir o

conceito “A”.

Art. 5º - [...]

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 5º – [...]

I – [...]

II – [...]

III – [...]

§ 1° – [...]

§ 2° – A cada ano sem punição, o militar receberá trinta pontos positivos, até atingir o conceito

“A”.

Justificativa: Entendemos que o militar que, porventura, ingresse no conceito B ou C, com

pontuação negativa alta, não consegue de fato, melhorar seu conceito, se levarmos em conta a atual

contagem de pontos, já que em uma única transgressão disciplinar de natureza leve ou média, o

militar acaba por ter abatido de seu ERF pontuação muito superior à bonificação de um ano inteiro

sem transgressão disciplinar.

Tal proposta visa valorizar o realinhamento de conduta do militar que permanece na corporação,

que tenha uma pontuação negativa, e que passa a ter um comportamento exemplar, sem

transgressões, mas fica impossibilitado de se ver livre da sombra do conceito C.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 10 – Sempre que possível, a autoridade

competente para aplicar a sanção disciplinar

verificará a conveniência e a oportunidade de

substituí-la por aconselhamento ou advertência

verbal pessoal, ouvido o CEDMU.

Art. 10. A autoridade competente para aplicar a

sanção disciplinar verificará a conveniência e a

oportunidade de substituí-la por aconselhamento

pessoal, devendo observar:

I – nas transgressões disciplinares de natureza

leve ou média, após a elaboração do processo

disciplinar, estando o militar no conceito A ou

B;

II – apenas uma vez ao mesmo militar, no

período de 03 (três) anos;

Parágrafo único - O aconselhamento pessoal

não incide em perda de pontos, devendo ser

lançado nos registros do militar para fins

concessão de novo benefício.

PROPOSTA DA ASPRA:

Art.10 – A autoridade competente para aplicar a sanção disciplinar verificará a conveniência e a

oportunidade de substituí-la por aconselhamento pessoal, de forma pessoal e não ostensiva, ouvido

o CEDMU, devendo observar:

I- Nas transgressões disciplinares de qualquer natureza, após a elaboração do processo disciplinar,

estando o Militar no conceito A, B ou C.

II- apenas uma vez ao mesmo militar, no período de 01 (um) ano.

Parágrafo único - O aconselhamento pessoal não é sanção disciplinar, não redundando, portanto,

em prejuízo para fins de promoção, em perda de pontos nem em alterações no conceito disciplinar

dos militares, devendo ser lançado nos registros do militar apenas para fins concessão de novo

benefício.

Justificativa:

Art.10, caput – Defendemos a participação necessária do CEDMU, em respeito ao Princípio do

Colegiado, que reforça a importância do devido processo legal e da justiça disciplinar, já que,

ouvido um Colegiado, estaremos diante de uma comissão que emitirá pareceres sobre atos

disciplinares e suas respectivas sanções, fortalecendo a disciplina e a responsabilidade coletiva, e,

por conseguinte, afastando a possibilidade de decisões isoladas, individuais ou, eventualmente,

arbitrárias.

Ademais, entendemos que tal argumento vem em consonância com o comando normativo do

art.522, §1º§2º do MAPPA, o qual confere ao militar o direito de ter o seu processo apreciado por

uma comissão e a possibilidade de ser avaliado por uma instância superior, em caso de

discordância de pareceres entre a autoridade competente e o colegiado, nos termos do art.84 do

CEDMU. Nota-se a proposta apresentada pela PMMG poderá redundar no desatendimento e

enfraquecimento do Princípio do Estado Democrático de Direito.

I – Defendemos a aplicação do benéfico do art.10 para todas as transgressões disciplinares

tipificadas na legislação miliciana, independentemente, do conceito no qual esteja classificado o

Militar, em respeito ao art. 13 da Constituição Mineira e ao Art. 2º da Lei 14.184/02, que dispõe

sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Pública de Minas Gerais, segundo os

quais a Administração Pública obedecerá, dentre outros, ao Princípio da Razoabilidade.

Sob o prisma do Principio da Razoabilidade, que deve nortear todos os atos do administrador

público, não é razoável dar-se tratamento desigual ao Militar classificado no conceito C bem como

impedir que o Militar, classificado no conceito A ou B, diante do cometimento de uma

transgressão de natureza grave, não seja contemplado com o benefício do art.10.

Indaga-se: Seria razoável um militar classificado no conceito A, com excelente ficha funcional,

diante da prática de suposta transgressão grave, após a elaboração do processo disciplinar, não ser

contemplado com o benefício? A proposta da PMMG, DMV, impede a valorização do militar que

possui um bom histórico funcional.

Lado outro, seria razoável um Militar classificado no conceito C, por exemplo, com 02 anos sem

punição e vários elogios na ficha funcional, não ter direito ao benefício? Com a devida vênia, a

proposta da PMMG afasta qualquer possibilidade de reabilitação/valorização do Militar

classificado no conceito “C’, impossibilitando que o Militar punido anteriormente, demonstrado

seu bom comportamento, em determinado espaço de tempo, seja reabilitado.

II – Defendemos que o benefício do art.10 seja aplicado, no período de 01 (um) ano. Tal proposta

vem em consonância com o Princípio da Razoabilidade com fundamento no art.51,§1º do próprio

CEDM e no jargão jurídico “quem pode mais, pode menos”, pois se o prazo de validade para as

recompensas é de 01 (um) ano, não é razoável que o aconselhamento pessoal, que sequer é

pontuado positivamente, tenha prazo de validade superior a 01 (ano).

Sugestão:

Oportuno ressaltar que diante da necessária participação do CEDMU para a concessão do benéfico

do art.10, faz-mister uma adequação do Art.518, §5º e §6º do MAPPA ao art. 41 do Decreto nº

42.843/03, que prevê a obrigatoriedade dos Procedimentos Administrativo-Disciplinar serem

instruídos com o extrato de registros funcionais do militar, por ser IMPRESCINDÍVEL sua análise

pelo Colegiado para verificação do histórico funcional do Militar

Redação atual: Proposta PMMG:

Não existe atualmente.

Art. 10 A – Nas transgressões de natureza

leve ou média, a autoridade competente para

aplicar a sanção disciplinar poderá propor a

suspensão do processo administrativo por 01

(um) ano, desde que o acusado não esteja

respondendo por outra transgressão

disciplinar e não tenha sido punido

disciplinarmente nos últimos 02 (dois) anos.

§ 1º Aceita a proposta pelo acusado o

processo disciplinar ficará suspenso,

submetendo o acusado a período de prova,

sob as seguintes condições:

I – reparação do dano, se houver, salvo

impossibilidade de fazê-lo;

II – não cometer qualquer outra transgressão

disciplinar durante o período de prova.

§ 2º A suspensão será revogada se, no curso

do prazo, o beneficiário vier a cometer nova

transgressão disciplinar ou não efetuar, sem

motivo justificado, a reparação do dano.

§ 3º Expirado o prazo sem revogação, a

autoridade militar declarará extinta a

punibilidade.

§ 4º Ficará suspensa a contagem do prazo

prescricional durante a suspensão do

processo.

5º Se o acusado não aceitar a proposta

prevista neste artigo, o processo disciplinar

prosseguirá em seus ulteriores termos.

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 10 A – Nas transgressões de qualquer natureza, a autoridade competente para aplicar a sanção

disciplinar poderá propor a suspensão do processo administrativo por 01 (um) ano, desde que o

acusado não tenha sido punido disciplinarmente nos últimos 02 (dois) anos.

§ 1º - Aceita a proposta pelo acusado o processo disciplinar ficará suspenso, submetendo-se o

acusado a período de prova, sob as seguintes condições:

I - não cometer qualquer outra transgressão disciplinar durante o período de prova, devidamente

apurada e comprovada em procedimento disciplinar.

§2º - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a cometer nova

transgressão disciplinar, devidamente apurada e comprovada em procedimento disciplinar.

§3º - Expirado o prazo sem revogação, a autoridade militar declarará extinta a punibilidade.

§4º - Ficará suspensa a contagem do prazo prescricional durante a suspensão do processo.

§5º - Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo disciplinar prosseguirá

em seus ulteriores termos.

Justificativa:

Art. 10 A caput – As transgressões de natureza grave devem ser abarcadas pelo presente artigo.

Entendemos que o Tal argumento vem em consonância ao disposto no art. 74, §2º. Ora, se a

própria pena de demissão pode ser suspensa, entendemos haver contradição se o procedimento

administrativo apuratório de transgressão de natureza grave não puder ser suspenso. Lógica

disposta no jargão jurídico de que “quem pode mais, pode menos”. Se a penalidade pode ser

suspensa, mesmo após procedimento apuratório, o ato anterior à penalidade – processo

administrativo –, também deveria poder ser suspenso, tal fato é uma forma de valoriza o militar

que tenha um bom histórico funcional (02 anos sem punição e não estar respondendo por outra

transgressão disciplinar).

§ 1º, I E §2, in fine – Tais incisos, apresentados na proposta da PMMG, são inconstitucionais e

não devem permanecer. Eles afrontam o próprio CEDM e a Constituição Federal de 1988.

Isso porque os dispositivos mencionados impõem a reparação do dano como condição para a

suspensão do Processo Administrativo, criando forma de execução extrajudicial do Estado contra o

Servidor Militar, sem criar qualquer meio de defesa ou procedimento apuratório sobre o fato em

questão.

Ora, se o militar É OBRIGADO a reparar o dano para fazer jus à suspensão do Processo

Administrativo, está se impondo obrigação de fazer, SEM A APURAÇÃO DE CULPA OU

DOLO, o que é inconstitucional e afronta o art. 37, § 6º da CF/88 que prevê o direito de regresso

do Estado SOMENTE EM CASOS DE COMPROVAÇÃO DE DOLO OU CULPA, o que deve

ser realizado através de ação judicial própria, com direito à ampla defesa e ao contraditório.

Além disso, o referido inciso vai de encontro ao previsto no art. 20, IV, do CEDM, que prevê

atenuação da transgressão cometida caso haja reparação do dano. Assim sendo, se prevalecesse a

redação atual, tal atenuante esvaziar-se-ia de sentido, já que o militar seria levado a reparar o dano

antes mesmo da apuração da transgressão.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 13 – São transgressões disciplinares

de natureza grave:

I – praticar ato atentatório à dignidade da

pessoa ou que ofenda os princípios da

cidadania e dos direitos humanos,

devidamente comprovado em

procedimento apuratório;

X – exercer, em caráter privado, quando

no serviço ativo, diretamente ou por

interposta pessoa, atividade ou serviço

cuja fiscalização caiba à Polícia Militar ou

ao Corpo de Bombeiros Militar ou que se

desenvolva em local sujeito à sua atuação;

XV – dormir em serviço;

Art. 13 ...

I – praticar ato atentatório à dignidade da pessoa

humana ou que ofenda os princípios da cidadania;

X – exercer, em caráter privado, quando no serviço

ativo, diretamente ou por interposta pessoa,

segurança de bens ou pessoas, transporte clandestino

de pessoas ou outra atividade ou serviço cuja

fiscalização caiba à Polícia Militar ou ao Corpo de

Bombeiros Militar ou que se desenvolva em local

sujeito à sua atuação;

XV – descansar, cochilar ou dormir, indevidamente,

em serviço;

XXI – acessar ou tentar acessar qualquer sistema

informatizado, de dados ou de proteção, para o qual

não esteja autorizado.

PROPOSTA DA ASPRA:

Art.13, I - praticar ato atentatório à dignidade da pessoa humana ou que ofenda os princípios da

cidadania, devidamente comprovado em procedimento apuratório.

Justificativa: Defendemos que nenhuma penalidade pode ser aplicada, sem prévia apuração, por

meio de procedimento legal, em que sejam assegurados os princípios do contraditório e da ampla

defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, nos termos do artigo 5°, LV, da Constituição

Federal. Portanto, diante da complexidade e/ou gravidade do caso em comento e da possibilidade de

uma interpretação subjetiva dos conceitos de “ato atentatório a dignidade da pessoa humana” e

“ato atentatório aos princípios da cidadania”, interpretação essa gravosa e prejudicial aos

princípios da impessoalidade e imparcialidade, do contraditório, da ampla defesa e da presunção da

inocência, torna-se imprescindível que a suposta conduta transgressional seja devidamente

comprovada em procedimento apuratório, já que a subjetividade dos conceitos possibilita uma larga

margem de interpretação da conduta transgressional, lesionando o direito de defesa do militar

acusado.

Art.13, XV – Dormir, indevidamente, em serviço.

Justificativa: Diante da subjetividade dos conceitos dos verbos “descansar” e “cochilar”,

defendemos que somente a conduta, “dormir, indevidamente, em serviço”, seja considerada

transgressão disciplinar de natureza grave, uma vez que a utilização de conceitos indeterminados

prejudica a tipicidade da conduta, vejamos:

Segundo definição de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Novo Dicionário da Língua

Portuguesa.

Descansar: “Livrar de fadiga, descansar o corpo, tranquilizar-se, aliviar-se, acalmar-se, sossegar-

se, etc”.

Pergunta-se: Qual seria especificadamente a conduta “descansar-se” para configuração de uma

transgressão disciplinar de natureza grave?

Ex. Um Militar operacional, p.ex, escalado para o policiamento no estádio de futebol, após a

organização da equipe e tomadas todas as providencias milicianas, isto é, pronto para o serviço,

resolve aguardar a abertura dos portões para a entrada do publico externo assentado, considerando

que após a abertura dos portões enfrentará um turno de no mínimo 04 (quatro) horas em pé, seria

razoável sua conduta de “assentar-se”, ainda que pronto para o serviço, ser considerada

transgressional? Assentar-se significa descansar? Segundo definição de Aurélio Buarque NÃO,

mas, e para a Administração Militar? A conduta de assentar-se poderia configurar transgressão

disciplinar de natureza média, “desídia no desempenho da função”, ou, transgressão disciplinar de

natureza grave por “descansar-se em serviço”?

Como avaliar a conduta transgressional “descansar” para os militares que executam a atividade de

rádio-operador, no expediente administrativo e em patrulhamento de viatura, cujas atividades os

militares executam sentados? A bem da verdade, além da subjetividade da conduta “descansar”

percebemos que a proposta do Comando da PMMG direciona a conduta transgressional “descansar”

aos militares que trabalham no patrulhamento a pé, montado, no policiamento de eventos, em

flagrante ofensa ao princípio da igualdade.

Data vênia, o Princípio da Razoabilidade, considerado pela doutrina administrativista como o

princípio da proibição do excesso, deve ser observado pelo Comando da PMMG de forma a evitar

restrições abusivas por parte da Administração Castrense, motivo pelo qual pugnamos pela retirada

da conduta “descansar” do rol das transgressões disciplinares de natureza grave.

Cochilar:“Dormir levemente, descuidar-se, errar, dormir de touca”.

Indaga-se: Como distinguir a conduta de “dormir” e “dormir levemente”? Certamente, somente um

médico especialista em sono para definir, com precisão, a distinção das condutas supracitadas. Lado

outro, o que seriam as condutas “descuidar-se, errar, dormir de touca – sinônimos de cochilar”?

Pois bem, conceitos indeterminados que proporcionam confusão inclusive para a Administração

Militar, pois, referidas condutas poderiam ser consideradas, absurdamente, transgressão média, por

desídia no desempenho das funções, ou, transgressão grave, por cochilar em serviço?

Convenhamos! No Estado Democrático de Direito é INACEITÁVEL que se impere nos processos

administrativos a subjetividade dos tipos transgressionais, razão pela qual defendemos a

tipificação objetiva da conduta transgressional no regulamento disciplinar.

Art.13, XXI – anular.

Justificativa: Defendemos que a conduta de “acessar ou tentar acessar qualquer sistema

informatizado, de dados ou de proteção, para o qual não esteja autorizado” seja retirada do rol das

transgressões disciplinares de natureza grave e mantida no rol das transgressões disciplinares

tipificadas no art.15 do CEDM, em conformidade com o art. 15, IV do CEDM, por ser a conduta

compatível a uma transgressão de natureza leve. Sob o prisma do princípio da proibição do excesso,

não é razoável que o Militar que apenas acesse ou tente acessar o sistema informatizado da PMMG,

para o qual não esteja autorizado, seja considerada uma conduta transgressional de natureza grave,

considerando que aludido acesso ou tentativa de acesso somente será possível com o auxilio de

terceiro com senha de acesso ao sistema informatizado da PMMG, o que não deixa de ser, em tese,

uma autorização.

Redação atual: Proposta PMMG:

Não existe na Lei 14.310/02 Não há proposta da PMMH.

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 13, XXI - Fazer uso do cargo ou função policial-militar ou bombeiro-militar para cometer

assédio moral ou sexual no âmbito das IME;

Parágrafo único – Em caso de assédio moral ou sexual, o (a) Militar Estadual vítima poderá

formalizar uma representação Administrativa, com pedido de apuração, por intermédio de

advogado público, de Associação de classe ou Próprio, a ser encaminhada a umas das autoridades

mencionadas no artigo 45 da Lei 14.310/02, sem prejuízo da adoção de medidas judiciais cabíveis.

Justificativa: O assédio moral no trabalho desestabiliza a vítima no exercício de suas funções e

caracteriza-se por práticas de comportamento abusivo (gesto, palavra e atitude) prolongados

durante a jornada de trabalho, tais atitudes “ameaçam, por sua repetição, a integridade física ou

psíquica de uma pessoa, degradando o ambiente de trabalho. São microagressões, graves, se

tomadas isoladamente, mas, que, por serem sistemáticas, tornam-se muito destrutivas1”. Destaca-

se que configurar o assédio moral ou sexual no trabalho significa caracterizar condutas

efetivamente graves e recorrentes.

Existem diversos estudos internacionais que ligam a ocorrência de assédio moral a pelo menos

30% das causas de suicido no mundo, o que demonstra, cabalmente, a gravidade que a referida

ação pode ocasionar na vida da vítima.

Entendemos, portanto, que o assédio moral e o assédio sexual devem ser tutelados pelo CEDM,

uma vez que os militares, como qualquer outro trabalhador, estão sujeitos à ocorrência de tais

fenômenos, no entanto, encontram-se, até o presente momento, alijados de defesa legal, muitas

vezes desencorajados pela burocracia e pela possibilidade de novas perseguições futuras. Assim

sendo, os militares, como os demais servidores estaduais, devem ter seus direitos resguardados

pelo seu código de ética, que deve punir agressões internas com fins de fortalecer a IME.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 14 – São transgressões disciplinares

de natureza média:

...

VI – descumprir norma técnica de

utilização e manuseio de armamento ou

Art. 14

...

VI – utilizar e manusear indevidamentearmamento,

munição, apetrecho ou equipamento;

1 HIRIGOYEN, Marie-France. Assédio moral: a violência perversa do cotidiano. Rio de Janeiro: Bertrand

Brasil, 2000

equipamento;

X – danificar ou inutilizar, por uso

indevido, negligência, imprudência ou

imperícia, bem da administração pública

de que tenha posse ou seja detentor;

XVIII – não portar etiqueta de

identificação quando em serviço, salvo se

previamente autorizado, em operações

policiais específicas;

XIX – participar, o militar da ativa, de

firma comercial ou de empresa industrial

de qualquer natureza, ou nelas exercer

função ou emprego remunerado

...

X - danificar ou inutilizar, indevidamente, bem

público ou particular sob a responsabilidade da

Administração Pública;

XVIII – não portar etiqueta de identificação, visível,

quando em serviço e/ou transitando uniformizado,

salvo se previamente autorizado, em operações

policiais específicas, ou quando a norma assim

dispuser;

...

XIX – participar, quando impedido de exercer

atividade empresarial, o militar da ativa, de empresa

ou qualquer atividade comercial, ou nelas exercer

função ou emprego remunerado.

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 14, VI - utilizar e manusear armamento, munição, apetrecho ou equipamento, em

desconformidade com a norma técnica vigente.

Justificativa: Diante da subjetividade do conceito de “indevidamente”, entendemos ser de suma

importância a indicação da norma técnica infringida para o exercício da defesa, o qual, por implicar

em um exercício amplo, nos termos do art.5º, LV da Constituição da República, ficará prejudicado

diante da omissão da norma técnica infringida. Ora, a transcrição da norma técnica vigente facilita a

defesa do acusado, por conferir maior precisão à imputação formalizada, ao demonstrar as razões

pelas quais o fato imputado constitui transgressão disciplinar, sob pena de cerceamento de defesa.

Ademais, o que seria utilizar e manusear indevidamente um armamento ou equipamento?

Ora, o armamento e equipamento miliciano são específicos de uma atividade restrita, os quais

precisam ser normatizados e condicionados a uma orientação técnica de utilização “devida”, o

que justifica a necessidade da indicação da norma técnica violada.

Data vênia, a subjetividade da expressão “utilizar e manusear indevidamente” bem como a

omissão da norma regulamentar violada, impossibilita o exercício da ampla defesa.

Art. 14, X-danificar ou inutilizar, por uso indevido, bem público ou particular sob a

responsabilidade da Administração Pública, de que tenha posse ou seja detentor.

Justificativa: Defendemos a manutenção das expressões, “por uso indevido” e “de que tenha posse

ou seja detentor”, tendo em vista a subjetividade do conceito de “indevidamente”. Ora, “danificar

ou inutilizar indevidamente” possibilita uma larga margem de interpretação, devido a imprecisão e

vagueza do conceito de “indevidamente” gravado na norma disciplinar em questão proposta pelo

Comando. DMV, a expressão “por uso indevido” implica uso direto do bem público ou particular da

Administração Pública, já a expressão “indevidamente”,vaga e imprecisa, possibilita a

responsabilização do Militar que não contribuiu diretamente para o dano, isto é, inclui qualquer

postura que a Administração entenda que de alguma forma contribuiu para o evento danoso,

portanto, é necessária uma descrição terminológica mais objetiva e precisa da conduta defesa pelo

Ordenamento Disciplinar, evitando-se dispositivos imprecisos, e, consequentemente, o livre arbítrio

e o abuso de poder.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 25 – Poderão ser aplicadas,

independentemente das demais sanções ou

cumulativamente com elas, as seguintes

medidas:

I – cancelamento de matrícula, com

desligamento de curso, estágio ou exame;

II – destituição de cargo, função ou

comissão;

III – movimentação de unidade ou fração.

§ 1º – Quando se tratar de falta ou

abandono ao serviço ou expediente, o

militar perderá os vencimentos

correspondentes aos dias em que se

verificar a transgressão,

independentemente da sanção disciplinar.

§ 2° – As sanções disciplinares de militares

serão publicadas em boletim reservado, e o

transgressor notificado pessoalmente,

sendo vedada a sua divulgação ostensiva,

salvo quando o conhecimento for

imprescindível ao caráter educativo da

coletividade, assim definido pelo CEDMU.

Art. 25- [...]

I - [...]

II - [...]

III - [...]

§ 1º - [...]

§ 2° - As sanções serão publicadas em boletim

reservado, e o transgressor ou seu representante legal

ou defensor, cientificado por quaisquer meios

admitidos em direito que assegurem o conhecimento

do interessado.

§ 3º - As sanções poderão ser publicadas em

boletim com divulgação ostensiva na incidência do

art. 64, II, desta Lei, objetivandoo caráter educativo

da coletividade, assim definido pela autoridade

competente pelo ato.

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 25 – Poderão ser aplicadas, independentemente das demais sanções ou cumulativamente com

elas, as seguintes medidas:

I – cancelamento de matrícula, com desligamento de curso, estágio ou exame;

II – destituição de cargo, função ou comissão;

III – vetado

§ 1º – Quando se tratar de falta ou abandono ao serviço ou expediente, o militar perderá os

vencimentos correspondentes aos dias em que se verificar a transgressão, desde que o fato esteja

devidamente comprovado em procedimento administrativo disciplinar, independentemente da

sanção disciplinar.

§ 2° – As sanções disciplinares de militares serão publicadas em boletim reservado, e o transgressor

notificado pessoalmente, sendo vedada a sua divulgação ostensiva, salvo quando o conhecimento

for imprescindível ao caráter educativo da coletividade, assim definido pelo CEDMU.

Justificativa:

Art. 25, III – A movimentação de unidade ou fração, se não observados os princípios basilares da

administração pública, é passível de nulidade. Sendo assim, as movimentações devem ocorrer

somente por interesse próprio ou do serviço, únicas situações que embasam o restabelecimento da

normalidade e a preservação da disciplina coletiva.

Art. 25, §1° – Nenhuma penalidade pode ser aplicada sem prévia apuração por meio de

procedimento legal, em que sejam assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e

recursos a ela inerentes, nos termos do artigo 5°, LV, da Constituição da República. Nesse sentido,

não há dúvidas que, para a perda dos vencimentos correspondentes aos dias em que se verificar a

transgressão, é indispensável o correspondente procedimento administrativo. Sendo assim, mesmo

que ao final do procedimento seja verificada a oportunidade e a conveniência de não se aplicar a

sanção disciplinar, as garantias constitucionais terão sido observadas.

Art. 25, §2° e §3° – O §2°não deve ser alterado, pelos seguintes motivos.

Em primeiro lugar, apenas o transgressor deve ser notificado.

Nota-se na proposta da PMMG a intenção de se aplicar ao processo administrativo disciplinar

militar as regras do processo civil. Contudo, o processo judicial não se confunde com o processo

administrativo, pois ambos possuem regras próprias que os distinguem.

Dentre várias diferenças, cabe nesta oportunidade ressaltar apenas a dissonância da notificação do

representante legal ou do defensor do transgressor com o processo administrativo. Tanto é assim que

o acusado outorga poderes a advogados ou a defensores militares distintos no mesmo processo

administrativo disciplinar, sem que haja a revogação ou a renúncia desses poderes, o que

incompatível com o processo judicial.

Ademais, a realidade vivenciada pela ASPRA PM/BM e demais entidades de classe deve ser

considerada, visto que, conforme artigo 5°, XX, da Constituição da República, ninguém poderá ser

compelido a permanecer associado. Portanto, durante o trâmite do processo administrativo, o militar

tem o direito de se desassociar, momento em que os advogados não possuem mais legitimidade para

representá-lo. Dessa feita, por ausência de expressa autorização para tanto, mesmo que isso não

conste nos autos do processo, há automaticamente a revogação dos poderes antes outorgados,

consoante o inciso XXI do artigo acima mencionado. Afinal, é direito do acusado – e somente a ele

cabe tal decisão – ser defendido por quem quiser. Além disso, a Lei 14184/2002, que dispõe sobre o

processo administrativo no âmbito da Administração Pública de Minas Gerais, é expressa ao

estipular, no artigo 37, que o interessado será intimado pelo órgão em que tramitar o processo para

ciência da decisão ou da efetivação de diligência.

Em segundo lugar, a notificação do transgressor deve ser pessoal.

Mais uma vez constata-se o intuito do Comando da PMMG de aplicação do processo judicial ao

processo administrativo, ao propor que o interessado seja cientificado por quaisquer meios

admitidos em direito. Ora, com a devida vênia, isso não se coaduna com os processos

administrativos militares, pelos mesmos motivos acima expostos.

Sem contar que não basta a notificação do transgressor, visto que, ao iniciar o prazo para recurso, os

autos (ou ao menos a cópia integral) devem ser disponibilizados, para efetivação da ampla defesa.

Nesse sentido, por exemplo, caso a intimação ocorra por PA, haverá nítida violação ao artigo 5°,

LV, da Constituição da República, se a contagem do prazo recursal se iniciar, no exemplo, do

acesso ao PA, e não do momento em que o militar tiver vista dos autos. Além do que não pode a

Administração Militar transferir para o acusado a responsabilidade da intimação, sobretudo se

considerando o exíguo prazo de cinco dias úteis para interposição do recurso, sob pena de

cerceamento de defesa.

Em terceiro lugar, cabe ao CEDMU definir a necessidade de divulgação ostensiva, em cada caso

concreto, quando for imprescindível ao caráter educativo da coletividade, garantindo-se uma

participação colegiada. Assim, não cabe apenas à autoridade competente pelo ato ou ao legislador

definir previamente em quais casos as sanções poderão ser publicadas em boletim com divulgação

ostensiva.

Redação atual: Proposta PMMG: - Revogar o Dec. 42843/02 (parte CEDMU)

Art. 26 – O Corregedor da IME, o Comandante

da Unidade, o Conselho de Ética e Disciplina

Militares da Unidade – CEDMU –, o Presidente

da Comissão de Processo Administrativo-

Disciplinar e o Encarregado de Inquérito

Art. 26. O Comandante-Geral poderá decretar a

disponibilidade cautelar de militar.

Parágrafo único – A disponibilidade cautelar é o

afastamento excepcional e temporário do militar

Policial Militar – IPM – poderão solicitar ao

Comandante-Geral a disponibilidade cautelar do

militar.

da atividade que exerce, para assegurar a

regularidade dos procedimentos apuratórios.

Art. 27 – Por ato fundamentado de competência

indelegável do Comandante-Geral, o militar

poderá ser colocado em disponibilidade

cautelar, nas seguintes hipóteses:

I – quando der causa a grave escândaloque

comprometa o decoro da classe e a honra

pessoal;

II – quando acusado de prática de crime ou de

ato irregular que efetivamente concorra para o

desprestígio das IME e dos militares.

§ 1º – Para declaração da disponibilidade

cautelar, é imprescindível a existência de provas

da conduta irregular e indícios suficientes de

responsabilidade do militar.

§ 2º – A disponibilidade cautelar terá duração e

local de cumprimento determinado pelo

Comandante-Geral, e como pressuposto a

instauração de procedimento apuratório, não

podendo exceder o período de quinze dias,

prorrogável por igual período, por ato daquela

autoridade, em casos de reconhecida

necessidade.

§ 3º – A disponibilidade cautelar assegura ao

militar a percepção de vencimento e vantagens

integrais do cargo.

Art. 27. Por ato motivado e fundamentadode

competência indelegável do Comandante-Geral,

o militar poderá ser colocado em

disponibilidade cautelar, nas seguintes

hipóteses:

I - [...]

II - [...]

§ 1º - [...]

§ 2º. A disponibilidade cautelar terá duração,

forma de execução e local determinados pela

autoridade que a declarar não podendo exceder

a sessenta dias.

§ 3º - [...]

Proposta da ASPRA:

Art. 26 – O Corregedor da IME, o Comandante da Unidade, o Conselho de Ética e Disciplina

Militares da Unidade – CEDMU –, o Presidente da Comissão de Processo Administrativo-

Disciplinar e o Encarregado de Inquérito Policial Militar – IPM – poderão solicitar ao

Comandante-Geral a disponibilidade cautelar do militar.

Parágrafo único – A disponibilidade cautelar é o afastamento excepcional e temporário do militar

da atividade que exerce, para assegurar a regularidade dos procedimentos apuratórios.

Art. 27. Por ato motivado e fundamentado de competência indelegável do Comandante-Geral, o

militar poderá ser colocado em disponibilidade cautelar, nas seguintes hipóteses:

I – quando der causa a grave escândalo que comprometa o decoro da classe e a honra pessoal;

II – quando acusado de prática de crime ou de ato irregular que efetivamente concorra para o

desprestígio das IME e dos militares.

§ 1º – Para declaração da disponibilidade cautelar, é imprescindível a existência de provas da

conduta irregular e indícios suficientes de responsabilidade do militar.

§ 2º – A disponibilidade cautelar terá duração e local de cumprimento determinado pelo

Comandante-Geral e, como pressuposto a instauração de procedimento apuratório, não podendo

exceder o período de quinze dias, prorrogável por igual período, por ato daquela autoridade, em

casos de reconhecida necessidade.

§ 3º – A disponibilidade cautelar assegura ao militar a percepção de vencimentos e vantagens

integrais do cargo.

Justificativa:

Art. 26, caput – Não se pode retirar do Corregedor da IME, do Comandante da Unidade, do

Conselho de Ética e Disciplina Militares da Unidade, do Presidente da Comissão de Processo

Administrativo-Disciplinar e do Encarregado de Inquérito Policial Militar a possibilidade de

solicitar ao Comandante-Geral a disponibilidade cautelar do militar.

Art. 27, §2° – Não é razoável a duração de sessenta dias da disponibilidade cautelar. Ademais,

deve-se ressaltar o pressuposto da instauração de procedimento apuratório para decretação desta

medida, como explicitado no artigo 26, parágrafo único.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 44 – O cumprimento da sanção disciplinar

por militar afastado do serviço ocorrerá após sua

apresentação, pronto, na unidade.

Art. 44 – O cumprimento da sanção disciplinar

de suspensão e prestação de serviço por militar

afastado do serviço ocorrerá após sua

apresentação, pronto, na unidade.

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 44 – O cumprimento da sanção disciplinar por militar afastado do serviço ocorrerá após sua

apresentação, pronto, na unidade.

Justificativa: A ASPRA defende a manutenção da redação original do artigo 44, da Lei 14.310/02.

A restrição, do cumprimento da sanção disciplinar, quando da apresentação do militar, pronto, na

unidade, apenas aos casos de sanção disciplinar que redunde em suspensão e/ou prestação de

serviço, fere os princípios constitucionais da isonomia e da igualdade. A restrição esta, inclusive,

contraditória com o próprio esboço de revisão, apresentado pela PMMG. No artigo 10, da proposta

apresentada, é prevista a possibilidade do aconselhamento pessoal, também presente no artigo 24

da Lei 14.310/02. Como explicar e concretizar a substituição da sanção disciplinar pelo

aconselhamento, que deve ser pessoal, se o militar se encontra afastado do serviço. Como aplicar

as sanções disciplinares diversas da suspensão e da prestação de serviço, previstas no artigo 24 da

Lei 14.310/02, ao militar afastado do serviço, se o artigo 25, do mesmo diploma legal, assegura seu

direito a notificação pessoal.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 45 – A competência para aplicar sanção

disciplinar, no âmbito da respectiva IME, é

atribuição inerente ao cargo e não ao grau

hierárquico, sendo deferida:

I – ao Governador do Estado e Comandante-

Geral, em relação àqueles que estiverem sujeitos

a este Código;

II – ao Chefe do Estado-Maior, na qualidade de

Subcomandante da Corporação, em relação aos

Art. 45 –

[...]

militares que lhe são subordinados

hierarquicamente;

III – ao Corregedor da IME, em relação aos

militares sujeitos a este Código, exceto o

Comandante-Geral, o Chefe do Estado-Maior e

o Chefe do Gabinete Militar;

V – ao Chefe do Gabinete Militar, em relação

aos que servirem sob sua chefia ou ordens;

V – aos Diretores e Comandantes de Unidades

de Comando Intermediário, em relação aos que

servirem sob sua direção, comando ou ordens,

dentro do respectivo sistema hierárquico;

VI – aos Comandantes de Unidade, Chefes de

Centro e Chefes de Seção do Estado-Maior, em

relação aos que servirem sob seu comando ou

chefia.

§ 1º – Além das autoridades mencionadas nos

incisos I, II e III deste artigo, compete ao

corregedor ou correspondente, na Capital, a

aplicação de sanções disciplinares a militares

inativos.

§ 2º – A competência descrita no parágrafo

anterior é dos Comandantes de Comandos

Intermediários e de Unidades, na respectiva

região ou área, exceto, em ambos os casos,

quanto aos oficiais inativos do último posto das

IMEs.

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 45 - A competência para aplicar sanção disciplinar, no âmbito da respectiva IME, é atribuição

inerente ao cargo e não ao grau hierárquico, ou aos integrantes do CEDMU no que se refere ao

inciso VII, sendo deferida:

I – [...]

II – [...]

III – [...]

V – [...]

V – [...]

VI – [...]

VII – ao CEDMU, quando se tratar de transgressão disciplinar de natureza leve, descrita no art. 15

do presente código.

§ 1º – [...]

§ 2º – [...]

Justificativa: Entendemos que em atendimento aos princípios da proporcionalidade e

razoabilidade, a ocorrência de transgressão de natureza leve traz consigo um fato de menor

amplitude, o que faz com que seja desnecessária a ativação de todo um maquinário burocrático

para anulação de uma punição leve. Dessa forma, ficando a cargo do próprio CEDMU a

possibilidade de anulação da referida punição, estar-se-ia atendendo ao princípio da economia

processual, da proporcionalidade e razoabilidade.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 48 – A anulação da punição consiste em

tornar totalmente sem efeito o ato punitivo,

desde sua publicação, ouvido o Conselho de

Ética e Disciplina da Unidade.

§ 1º – Na hipótese de comprovação de

ilegalidade ou injustiça, no prazo máximo de

cinco anos da aplicação da sanção, o ato

punitivo será anulado.

§ 2º – A anulação da punição eliminará todas as

anotações nos assentamentos funcionais

relativos à sua aplicação.

Art. 48 – A anulação da punição consiste em

tornar totalmente sem efeito o ato punitivo,

desde sua publicação.

§ 1º - [...]

§ 2º - [...]

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 48 – A anulação da punição consiste em tornar totalmente sem efeito o ato punitivo, desde sua

publicação.

§ 1º – Na hipótese de comprovação de ilegalidade ou injustiça, no prazo máximo de cinco anos da

aplicação da sanção, o ato punitivo poderá será anulado.

§ 2º – A anulação da punição eliminará todas as anotações nos assentamentos funcionais relativos

à sua aplicação.

Justificativa: A ASPRA defende a corrente majoritária do Egrégio Tribunal de Justiça Militar de

Minas Gerais, no sentido de que a eliminação das anotações nos assentos funcionais é

conseqüência lógica da anulação da punição disciplinar. Declarado nulo o ato administrativo

Disciplinar, ao Servidor Militar é assegurado o retorno ao status quo anterior a aplicação da

punição disciplinar.

Quanto ao prazo para anulação da punição já existe previsão, por analogia, no Decreto Federal,

número 20.910/32, de que o prazo para tal é de 05(cinco) anos. Finalmente, concorda ainda, que

em casos de anulação de punição, torna-se desnecessária a Consulta prévia ao Conselho de Ética e

Disciplina da Unidade, por parte das autoridades discriminadas no art. 45 da Lei 14.310/02.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 51– As recompensas, regulamentadas em

normas específicas, serão pontuadas

positivamente, conforme a natureza e as

circunstâncias dos fatos que as originaram, nos

seguintes limites:

(...)

§ 2° – A concessão das recompensas de que

trata o “caput” deste artigo será fundamentada,

ouvido o CEDMU.

Art. 51 - [...]

§ 1º - [...]

§ 2° – A concessão das recompensas de que

trata o “caput” deste artigo será fundamentada.

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 51– As recompensas, regulamentadas em normas específicas, serão pontuadas positivamente,

conforme a natureza e as circunstâncias dos fatos que as originaram, nos seguintes limites:

§ 1º - [...]

§ 2° – A concessão das recompensas de que trata o “caput” deste artigo será fundamentada, ouvido

o CEDMU.

Justificativa: A ASPRA defende o CEDMU, nos moldes já mencionados, em termos de

competência, pela Lei 14.310/02, inclusive na questão das recompensas, defendendo, inclusive, a

ampliação de sua competência e finalidade.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 60 – Da decisão que aplicar sanção

disciplinar caberá recurso à autoridade superior,

com efeito suspensivo, no prazo de cinco dias

úteis, contados a partir do primeiro dia útil

posterior ao recebimento da notificação pelo

militar.

Parágrafo único - Da decisão que avaliar o

recurso caberá novo recurso no prazo de cinco

dias úteis.

Art. 60 – Da decisão que aplicar sanção

disciplinar, medida, benefício ou recompensa

caberá recurso, em uma única instância, à

autoridade imediatamente superior àquela que

tiver expedido o ato impugnado, com efeito

suspensivo, no prazo de 05 (cinco) dias úteis,

contados a partir do primeiro dia útil posterior à

notificação do militarou seu representante legal

ou defensor.

§1º. A notificação dar-se-á por quaisquer meios

admitidos em direito que assegurem o

conhecimento do interessadoe deverá ocorrer

somente após a publicação do ato sancionador,

quando se terá conferido a publicidade ao ato

administrativo e a consequente capacidade de

produzir seus efeitos.

§2º. Após a notificação, a Administração deverá

aguardar que decorra o prazo de 05 (cinco) dias

úteis para efetivar o registro e implementar a

execução do ato administrativo aplicado, caso

não tenha sido interposto recurso.

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 60 – Da decisão que aplicar sanção disciplinar, medida, benefício ou recompensa caberá

recurso à autoridade imediatamente superior àquela que tiver expedido o ato impugnado, com

efeito suspensivo, no prazo de 05 (cinco) dias úteis, contados a partir do primeiro dia útil posterior

à notificação do militar.

§1°. Da decisão que avaliar o recurso caberá novo recurso no prazo de cinco dias úteis, com efeito

suspensivo.

§2º. O transgressor será notificado pessoalmente, após a publicação do ato sancionador, quando se

terá conferido a publicidade ao ato administrativo e a consequente capacidade de produzir seus

efeitos.

§3º. Após a notificação, a Administração deverá aguardar que decorra o prazo de 05 (cinco) dias

úteis para efetivar o registro e implementar a execução do ato administrativo aplicado, caso não

tenha sido interposto recurso.

Justificativa:

Art. 60, caput, §1° e §2° – O direito de recorrer é inerente à garantia do contraditório e da ampla

defesa, como assegurado pelo artigo 5°, LV, da Constituição da República. Nesse sentido, no

âmbito do processo administrativo, o princípio da pluralidade de instâncias – que decorre do poder

de autotutela da Administração Pública, conforme reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal nas

Súmulas 346 e 473 – prevê que as instâncias administrativas recursais correspondem à estrutura

hierárquica, independentemente de previsão legal. Logo, a proposta da PMMG de restringir os

recursos a uma única esfera não encontra guarida no ordenamento jurídico vigente, sobretudo

porque retira do militar o direito de ser julgado pela autoridade máxima da Corporação.

São pertinentes, portanto, os ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di Pietro ao asseverar que

“levando em conta que é dado ao superior hierárquico rever sempre os atos dos seus

subordinados, como poder inerente à hierarquia e independente de previsão legal, haverá tantas

instâncias administrativas quantas forem as autoridades com atribuições superpostas na

estrutura hierárquica. O administrado que se sentir lesado em decorrência de decisão

administrativa, pode ir propondo recursos hierárquicos até chegar à autoridade máxima da

organização administrativa.” (Direito Administrativo, 21ª edição, pág. 598).

Ademais, sugere-se que os recursos disciplinares tenham efeito devolutivo e suspensivo nas duas

instâncias, como ocorria na vigência daResolução 3666/02 – MAPPAD/PM. A propósito, ressalta-

se o entendimento do Ministro do Superior Tribunal de Justiça Napoleão Nunes Maia Filho “que,

em matéria disciplinar, devem prevalecer todas as garantias do Processo Penal moderno,

presunção de inocência, in dubio pro reo e todo o rol de garantias que a cultura jurídica e a

civilização desenvolveram em favor das pessoas que são submetidas a sanções ou a qualquer

procedimento sancionador.” (MS 17479)

Por conseguinte, o postulado constitucional da presunção de inocência impede que a

Administração Militar trate, como se culpado fosse, aquele que ainda não foi julgado pelo

Comandante-Geral da PMMG. Sendo assim, a sanção disciplinar não pode ser efetivada enquanto

o militar acusado não seja julgado por aquela autoridade.

Com efeito, não conceder o efeito suspensivo para, ao menos, dois recursos disciplinares – em

regra, para a RPM e para o Comando Geral – vulnera, de modo frontal, o principio da presunção da

inocência, inscrito no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição da República.

Este é, inclusive, o pacífico entendimento do Supremo Tribunal Federal que, em julgamento

plenário e interpretando a Constituição da República, fez prevalecer que incide a presunção

constitucional de inocência também em domínio extrapenal, explicitando que esse postulado

constitucional alcança quaisquer medidas restritivas de direitos, independentemente de seu

conteúdo ou do bloco que compõe, se de direitos civis ou de direitos políticos (RE 482.006/MG,

Rel. Min. Ricardo Lewandowski).

Importante ressaltar, ainda, as palavras do Ministro Celso de Melo. Para ele, “a exigência de coisa

julgada, tal como estabelecida no art. 5º, inciso LVII, de nossa Lei Fundamental, representa, na

constelação axiológica que se encerra em nosso sistema constitucional, valor de essencial

importância na preservação da segurança jurídica e dos direitos do cidadão” (RE 565.519/DF).

No caso em tela, especificamente, a preservação da segurança jurídica e dos direitos do cidadão

está diretamente ligada à presunção de inocência, na medida em que a sanção disciplinar somente

pode ser ativada após o militar acusado ser julgado e condenado pela autoridade máxima da

Administração Castrense.

Em relação à notificação do representante legal ou do defensor do militar, ratifica-se a proposta da

ASPRA quanto ao artigo 25 desta lei, pois apenas o transgressor deve ser notificado. Nota-se na

proposta do Comando da PMMG a intenção de se aplicar ao processo administrativo disciplinar

militar as regras do processo civil. Contudo, o processo judicial não se confunde com o processo

administrativo, pois ambos possuem regras próprias que os distinguem. Dentre várias diferenças,

cabe nesta oportunidade ressaltar apenas a dissonância da notificação do representante legal ou do

defensor do transgressor com o processo administrativo. Tanto é assim que o acusado outorga

poderes a advogados ou a defensores militares distintos no mesmo processo administrativo

disciplinar, sem que haja a revogação ou a renúncia desses poderes, o que incompatível com o

processo judicial. Ademais, a realidade vivenciada pela ASPRA e demais entidades de classe deve

ser considerada, visto que, conforme artigo 5°, XX, da Constituição da República, ninguém poderá

ser compelido a permanecer associado. Portanto, durante o trâmite do processo administrativo, o

militar tem o direito de se desassociar, momento em que os advogados não possuem mais

legitimidade para representá-lo. Dessa feita, por ausência de expressa autorização para tanto,

mesmo que isso não conste nos autos do processo, há automaticamente a revogação dos poderes

antes outorgados, consoante o inciso XXI do artigo acima mencionado. Afinal, é direito do

acusado – e somente a ele cabe tal decisão – ser defendido por quem quiser. Além disso, a Lei

14184/2002, que dispõe sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Pública de

Minas Gerais, é expressa ao estipular, no artigo 37, que o interessado será intimado pelo órgão em

que tramitar o processo para ciência da decisão ou da efetivação de diligência.

Em relação à forma em que ocorrerá a intimação, também se ressalta, mais uma vez, a proposta da

ASPRA quanto ao artigo 25 desta lei, porquanto a notificação do transgressor deve ser pessoal.

Novamente se constata o intuito do Comando da PMMG de aplicação do processo judicial ao

processo administrativo, ao propor que o interessado seja cientificado por quaisquer meios

admitidos em direito. Ora, com a devida vênia, isso não se coaduna com os processos

administrativos militares, pelos motivos já expostos. Sem contar que não basta a notificação do

transgressor, visto que, ao iniciar o prazo para recurso, os autos (ou ao menos a cópia integral)

devem ser disponibilizados, para efetivação da ampla defesa. Nesse sentido, por exemplo, caso a

intimação ocorra por PA, haverá nítida violação ao artigo 5°, LV, da Constituição da República, se

a contagem do prazo recursal se iniciar, no exemplo, do acesso ao PA, e não do momento em que o

militar tiver vista dos autos. Além do que não pode a Administração Militar transferir para o

acusado a responsabilidade da intimação, sobretudo se considerando o exíguo prazo de cinco dias

úteis para interposição do recurso, sob pena de cerceamento de defesa.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 63 – A Comissão de Processo

Administrativo-Disciplinar – CPAD – é

destinada a examinar e dar parecer, mediante

processo especial, sobre a incapacidade de

militar para permanecer na situação de atividade

ou inatividade nas IMEs, tendo como princípios

o contraditório e a ampla defesa.

Art. 63 – A Comissão de Processo

Administrativo-Disciplinar – CPAD – é

destinada a examinar e dar parecer, mediante

processo especial, sobre a incapacidade de

militar para permanecer na situação de atividade

ou inatividade nas IME, tendo como princípios

o contraditório e a ampla defesa.

PROPOSTA DA ASPRA:

Permaneceu a mesma redação, somente mudando a grafia do IME para IME.

Sem alteração.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 64 – Será submetido a Processo

Administrativo-Disciplinar o militar, com no

mínimo três anos de efetivo serviço, que:

I – vier a cometer nova falta disciplinar grave,

se classificado no conceito “C”;

II – praticar ato que afete a honra pessoal ou o

Art. 64 – Será submetido a Processo

Administrativo-Disciplinar o militar que:

I – vier a cometer falta disciplinar grave, se

classificado no conceito “C”;

II – praticar ato que afete a honra pessoal ou o

decoro da classe, independentemente do

decoro da classe, independentemente do

conceito em que estiver classificado.

conceito em que estiver classificado.

III – praticar falta disciplinar de qualquer

natureza, se classificado no conceito “C”, com

no mínimo cento e cinquenta pontos negativos.

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 64 – Será submetido a Processo Administrativo-Disciplinar o militar que:

I – vier a cometer falta disciplinar grave, se classificado no conceito “C”;

II – praticar ato que afete a honra pessoal ou o decoro da classe, independentemente do conceito

em que estiver classificado.

Parágrafo único - Entende-se como incurso no inciso II do presente artigo, fatos que sejam

tipificados pelo art. 13, III deste código.

Justificativa:

Art. 64, III – Não deve ser incluído no rol de possibilidades de submissão à PAD, pois vai de

encontro aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade do ato administrativo, assegurados

pela CR/88.

A pena de demissão é a penalidade mais gravosa existente no serviço público, e, por isso, deve ser

guardada para aplicação aos casos mais graves de ofensa aos princípios administrativos. Neste

diapasão, entendemos não ser proporcional, nem razoável submeter militar à PAD, podendo

aplicar-lhe pena de DEMISSÃO, por exemplo, por ter deixado de observar prazos regulamentares

(previsão de transgressão média do art. 14, XV deste código).

A penalidade aplicável tem de ser proporcional à transgressão aplicada, não cabendo punição

cumulativa, como pretende o referido inciso. O militar seria punido pela ocorrência de todas as

transgressões que o levaram a pontuação negativa do conceito “C”, o que, obviamente, viola os

direitos do militar.

Assim sendo, consideramos que por afrontar cabalmente a proporcionalidade e razoabilidade dos

atos administrativos, o inciso III do art. 64 proposto, não deve ser acrescentado ao presente

diploma legal.

Art. 64, parágrafo único - Há necessidade de inserção do referido parágrafo com fins de

objetivar, pelo menos minimamente, a amplitude da aplicabilidade do art. 64, II. Sendo necessária

uma definição legal de honra pessoal e decoro da classe.

Não há definição legal desses preceitos, que por si só já são demasiadamente subjetivos.

A possibilidade de submissão a PAD de acordo com o referido artigo gera enorme insegurança

jurídica aos militares, e impossibilita, muitas vezes, a defesa do acusado – ressaltando-se aqui o

sentido lato da palavra: a verdadeira ampla defesa garantida constitucionalmente.

Apesar de não se tratar de tema de direito penal, percebemos aqui grande semelhança do art. 64, II

com o conceito de norma penal em branco. Ou seja, é aquela em que há necessidade de

complementação para que se compreenda seu âmbito completo de aplicação.

Assim sendo, buscando por analogia a doutrina do direito penal, acreditamos tratar-se de norma

administrativa em branco, sendo classificada como imprópria ou homogênea. Dizemos isso, pois se

encontra no próprio Código de Ética e Disciplina Militar a solução para lacuna de interpretação

presente no art. 64, II, ou seja, a mesma fonte formal produz solução para lacuna de interpretação

encontrada no referido artigo.

Para tanto, voltemos ao art. 13, III do CEDM; neste percebemos a ocorrência de definição coerente

e muito mais objetiva do que seriam os casos de aplicação do art. 64, II: casos em que há falta de

decoro pessoal SENDO QUE esta dá causa à grave escândalo, e COM ISSO há comprometimento

da honra pessoal e do decoro da classe.

Este sim é um preceito completo, que não dá margens a inúmeras interpretações diferentes acerca

de fatos semelhantes.

O art. 64, II do CEDM deveria remeter à definição contida no art. 13, III do mesmo diploma, já que

complementares, e com certeza, tal atrelamento de artigos forneceria maior segurança jurídica à

tropa que estaria ciente exatamente de qual é o limite do permitido e do vedado.

O argumento é simples: todos devem saber quais atos são permitidos e quais atos são proibidos,

para que assim – e só assim – possam se autodeterminar, e para que o Estado possa exercer com

plenitude seu poder de punir àqueles que transgridem as regras – isso porque, obviamente, o

Estado só pode punir aquilo que sabidamente é proibido, aquilo que o indivíduo escolheu

desobedecer tendo ciência clara das conseqüências de seus atos.

A possibilidade de submissão a processo administrativo através de artigo aberto e vago dá causa a

subjetividade, principalmente por se tratar de tema debatido por Comissões Disciplinares diversas,

sem haver possibilidade de uniformização de jurisprudência ou de fixação de entendimento único

por parte dos tribunais e órgãos julgadores, como pode ser feito no âmbito do judiciário, e, por

isso, necessariamente, esta subjetividade leva a injustiça e insegurança jurídica.

Dessa forma, percebemos como é temerosa a aplicação do referido artigo em tema tão sério como

o Processo Administrativo Disciplinar, sendo necessária a diminuição na subjetividade do art. 64,

II, dando-lhe contornos objetivos e claros pela vinculação ao art. 13, III da mesma lei, o que

tornaria clara a linha divisória entre o permitido e o proibido, favorecendo a segurança jurídica da

tropa e a sua organização, possibilitando maior controle pelos órgãos administrativos e judiciais.

Por tudo exposto, necessário inclusão do parágrafo único atrelando a aplicabilidade do art. 64, II do

CEDM ocorrência do art. 13, III do mesmo diploma.

Redação atual: Proposta PMMG:

Não existe atualmente. Art. 64 A - Ficam definidas as seguintes regras

de aplicação do art. 64, III, com redação dada

por esta lei, a partir de sua vigência:

I - Os militares que se encontrarem no conceito

“C” quando da entrada em vigor desta lei

deverão somar, no mínimo, mais cento e

cinquenta pontos negativos, caso permanecerem

nesse conceito;

II - Os militares que se encontrarem no conceito

“C” quando da entrada em vigor desta lei e que,

posteriormente, vierem a regredir para o

conceito “B”, serão submetidos a PAD se

ingressarem novamente no conceito “C” e virem

a completar 150 pontos negativos;

III - Os militares que se encontrarem no

conceito “A” ou “B”, serão submetidos a PAD

quando atingirem o conceito “C” com 150

pontos negativos

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 64 A: anulado

Justificativa:

Com base na justificativa elencada para a anulação do art. 64, III, todo o art. 64 A deveria,

igualmente, ser anulado.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 66 – A CPAD compõe-se de três militares

de maior grau hierárquico ou mais antigos que o

submetido ao processo.

§ 1° - Poderão compor a CPAD integrantes dos

seguintes quadros:

I - Quadro de Oficiais Policiais Militares –

QOPM;

II - Quadro de Oficiais Bombeiros Militares –

QOBM;

III - Quadro de Oficiais Administrativos –

QOA;

IV - Quadro de Praças Policiais Militares –

QPPM;

V - Quadro de Praças Bombeiros Militares –

QPBM.

§ 2º – O oficial do QOPM ou QOBM, de maior

posto ou mais antigo, será o presidente; o

militar de menor grau hierárquico ou mais

moderno, o escrivão; o que o preceder, o

interrogante e relator do processo.

§ 3º – Fica impedido de atuar na mesma

Comissão o militar que:

I – tiver comunicado o fato motivador da

convocação ou tiver sido encarregado do

inquérito policial-militar, auto de prisão em

flagrante ou sindicância sobre o fato acusatório;

II – tenha emitido parecer sobre a acusação;

III – estiver submetido a Processo

Administrativo-Disciplinar;

IV – tenha parentesco consangüíneo ou afim,

em linha ascendente, descendente ou colateral,

até o 4° grau, com quem fez a comunicação ou

realizou a apuração ou com o acusado.

§ 4º – Ficam sob suspeição para atuar na mesma

Comissão os militares que:

I – sejam inimigos ou amigos íntimos do

acusado;

II – tenham particular interesse na decisão da

causa.

§ 5º – O militar que se enquadrar em qualquer

dos incisos dos §§ 3° e 4° suscitará seu

impedimento ou suspeição antes da reunião de

instalação da Comissão.

Art. 66 – A CPAD compõe-se de três militares

de maior grau hierárquico ou mais antigos que o

submetido ao processo e será presidida por

oficial.

§ 1° - Poderão compor a CPAD oficiais e

praças.

§ 2º – O oficial de maior posto ou mais antigo,

será o presidente; o militar de menor grau

hierárquico ou mais moderno, o escrivão; o que

o preceder, o interrogante e relator do processo.

§ 3º. Poderá ser designado um militar como

escrevente para auxiliar nos trabalhos de

digitação que não integrará a comissão.

§ 4º – Fica impedido de atuar na mesma

Comissão o militar que:

I – tiver comunicado o fato motivador da

convocação ou tiver sido encarregado de

qualquer procedimento apuratório sobre o fato

acusatório;

II – tenha emitido parecer sobre a acusação;

III – estiver submetido a Processo

Administrativo-Disciplinar;

IV – tenha parentesco consanguíneo ou afim,

em linha ascendente, descendente ou colateral,

até o 4° grau, seja cônjuge ou companheiro,

com quem fez a comunicação ou realizou a

apuração, com a vítima ou com o acusado e seu

defensor;

V – tenha com outro membro parentesco em

linha ascendente, descendente ou colateral até o

4° grau ou seja cônjuge ou companheiro.

§ 5º – Ficam sob suspeição para atuar na mesma

Comissão os militares que:

I – sejam inimigos ou amigos íntimos do

acusado;

II – tenham particular interesse na decisão da

causa.

§ 6º – O militar que se enquadrar em qualquer

dos incisos dos §§ 4° e 5° suscitará seu

impedimento ou suspeição antes da reunião de

instalação da Comissão.

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 66 – (...)

§ 1° - (...)

§ 2º – (...)

§ 3º - (...)

§ 4º – (...)

I – (...)

II – tenha emitido parecer sobre a acusação, inclusive, em caso de retorno dos autos, quando a

Comissão deverá ser totalmente substituída;

III – (...)

IV – (...)

V – (...)

§ 5º – (...)

I – (...)

II – (...)

§ 6º – (...)

Justificativa:

Todas as alterações propostas vêm para melhorar o CEDM, no entanto, suscitamos seja

acrescentado ao inciso II, do parágrafo 4º, do art. 66, o seguinte complemento: “inclusive, em caso

de retorno dos autos, quando a Comissão deverá ser totalmente substituída;”. Essa alteração

objetiva esclarecer o fato de que, na hipótese de haver alguma nulidade do PAD a ser sanada, e

retornando o referido para diligências após a emissão do parecer pela CPAD, a mesma comissão

que já emitiu parecer sobre a acusação, deve ser considerada impedida de emitir novo parecer,

devendo ser substituída.

Isso porque, pela teoria dos Frutos da Árvore envenenada, após a ocorrência de alguma nulidade (o

que é implícito já que se fez necessário o retorno dos autos para novas diligências), a CPAD estaria

corrompida pela nulidade e deve ser substituída. Tal fato já ocorre em alguns processos

administrativos, dependendo do entendimento da autoridade convocante.

Neste sentido, buscando dar uniformidade ao processo, tal acréscimo sanaria qualquer possível

discrepância entre os procedimentos diversos, bem como, traria segurança jurídica ao militar.

Redação atual: Proposta PMMG:

Ar t. 67 – Havendo argüição de impedimento ou

suspeição de membro da CPAD, a situação será

resolvida pela autoridade convocante.

§ 1º – A argüição de impedimento poderá ser

feita a qualquer tempo e a de suspeição até o

término da primeira reunião, sob pena de

decadência, salvo quando fundada em motivo

superveniente.

§ 2º – Não constituirá causa de anulação ou

nulidade do processo ou de qualquer de seus

atos a participação de militar cuja suspeição não

tenha sido argüida no prazo estipulado no § 1°,

exceto em casos de comprovada má-fé.

Art. 67. Havendo arguição de impedimento ou

suspeição de membro da CPAD, a situação será

resolvida pela autoridade convocante e, sempre

que necessário mediante prévia manifestação do

membro arguido.

§1º A arguição de impedimento poderá ser feita

a qualquer tempo e a de suspeição até o término

da primeira reunião, sob pena de decadência,

salvo quando fundada em motivo superveniente.

§2º. Quaisquer outras arguições ou alegações

serão recebidas e juntadas aos autos como

matéria de defesa, para apreciação quando da

reunião de deliberação.

§3º. Não constituirá causa de anulação do

processo ou de qualquer de seus atos, a

participação de militar cuja suspeição não tenha

sido arguida, até o término da primeira reunião,

exceto em casos de comprovada má-fé.

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 67. (...)

§1º. (...)

§2º. anulado

§3º. (...)

Justificativa:

O parágrafo 2º acrescentado pela proposta cerceia o direito a ampla defesa, retirando a

competência legal da CPAD, de analisar previamente as alegações do defensor e se posicionar

quanto às mesmas antes de finda a instrução probatória e da decisão na reunião de deliberação.

Neste sentido, a defesa prévia a ser apresentada no PAD ficaria totalmente esvaziada de sentido,

ficando esta peça restrita ao mero arrolamento das testemunhas.

Citamos como exemplo fático, a alegação de ilegalidade de documentos juntados à inicial. Se tal

fato não puder ser arguido em sede de defesa prévia, e devidamente apreciado pela comissão e

autoridade delegante imediatamente, o prejuízo à ampla-defesa do acusado será irreversível, já que

uma prova, supostamente nula, terá sido utilizada indevidamente durante toda instrução probatória

até a reunião de deliberação.

Neste sentido, tal parágrafo deverá ser mantido fora do presente código, por afrontar princípio

basilar garantido na Constituição Federal de 1988.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 68 – São peças fundamentais do processo:

I – a autuação;

II – a portaria;

III – a notificação do acusado e de seu defensor,

para a reunião de instalação e interrogatório;

IV – a juntada da procuração do defensor e, no

caso de insanidade mental, do ato de nomeação

do seu curador;

V – o compromisso da CPAD;

VI – o interrogatório, salvo o caso de revelia ou

deserção do acusado;

VII – a defesa prévia do acusado, nos termos do

§1° deste artigo;

VIII – os termos de inquirição de testemunhas;

IX – as atas das reuniões da CPAD;

X – as razões finais de defesa do acusado;

XI – o parecer da Comissão, que será

datilografado ou digitado e assinado por todos

os membros, que rubricarão todas as suas

folhas.

§ 1° – O acusado e seu representante legal

devem ser notificados para apresentar defesa

prévia, sendo obrigatória a notificação por edital

quando o primeiro for declarado revel ou não

for encontrado.

Art. 68 – São peças que integram o processo:

I – a autuação;

II – a portaria publicada;

III – a citação do militar para conhecimento da

acusação, apresentação facultativa de defesa

prévia e de rol de testemunhas;

IV – a juntada da procuração do defensor

quando constituído ou ato de nomeação do seu

curador;

V – os termos de inquirição de testemunhas, se

houver;

VI – o interrogatório, salvo o caso de revelia,

deserção, internação hospitalar ou outros

impedimentos do acusado;

VII – as atas das reuniões da CPAD;

VIII – o extrato de registros funcionais do

acusado;

IX – as razões finais de defesa do acusado;

X – o relatório com o parecer da Comissão

assinado por todos os membros, que rubricarão

todas as suas folhas.

§ 1º – A portaria a que se refere o inciso II deste

artigo conterá a convocação da Comissão e o

libelo acusatório.

§ 2º - Achando-se o militar em lugar incerto e

§ 2º – A portaria a que se refere o inciso II deste

artigo conterá a convocação da Comissão e o

libelo acusatório, sendo acompanhada do

Extrato dos Registros Funcionais – ERF – do

acusado e dos documentos que fundamentam a

acusação.

§ 3º – Quando o acusado for militar da reserva

remunerada e não for localizado ou deixar de

atender à notificação escrita para comparecer

perante a CPAD, observar-se-ão os seguintes

procedimentos:

I – a notificação será publicada em órgão de

divulgação na área do domicílio do acusado ou

no órgão oficial dos Poderes do Estado;

II – o processo correrá à revelia, se o acusado

não atender à publicação no prazo de trinta dias;

III – será designado curador em favor do revel.

não sabido, será citado por edital, publicado no

Diário Oficial do Estado e em jornal de grande

circulação na localidade do último domicílio

conhecido, para apresentar defesa.

§ 3º - Na hipótese do parágrafo anterior, o prazo

para a defesa será de quinze dias a partir da

última publicação.

§ 4º - Considerar-se-á revel o militar que,

regularmente citado, não apresentar defesa no

prazo legal, pessoalmente ou por seu

representante.

§ 5º - A revelia será declarada, por termo, nos

autos do processo e devolverá o prazo para a

defesa.

§ 6º - Para defender o militar revel, a comissão

designará um defensor dativo, que deverá ser

militar da ativa com precedência hierárquica

sobre o acusado.

§ 7º - Caso o militar, regularmente citado, não

compareça para exercer o seu direito de defesa,

os trabalhos de instrução do processo

prosseguirão sem a sua presença, mediante

acompanhamento de defensor dativo.

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 68 – São peças que integram o processo:

I – (...)

II – (...)

III – (...)

IV – (...)

V – o compromisso da CPAD;

VI – os termos de inquirição de testemunhas, se houver;

VII – o interrogatório, salvo o caso de revelia, deserção, internação hospitalar ou outros

impedimentos do acusado;

VIII – as atas das reuniões da CPAD;

IX – o extrato de registros funcionais do acusado;

X – as razões finais de defesa do acusado;

XI – o relatório com o parecer da Comissão assinado por todos os membros, que rubricarão todas

as suas folhas.

§ 1º – (...)

§ 2º - A citação de que trata o inciso III deverá ser acompanhada do Extrato dos Registros

Funcionais – ERF – do acusado e dos documentos que fundamentam a acusação.

§ 3º - Achando-se o militar em lugar incerto e não sabido, será citado por edital, publicado no

Diário Oficial do Estado e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio

conhecido, para apresentar defesa.

§ 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o prazo para a defesa será de trinta dias a partir da última

publicação.

§ 5º - Considerar-se-á revel o militar que, regularmente citado, não apresentar defesa no prazo

legal, pessoalmente ou por seu representante.

§ 6º - A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo para a defesa.

§ 7º - Para defender o militar revel, a comissão designará um defensor dativo, que deverá ser

militar da ativa com precedência hierárquica sobre o acusado.

§ 8º - Caso o militar, regularmente citado, não compareça para exercer o seu direito de defesa, os

trabalhos de instrução do processo prosseguirão sem a sua presença, mediante acompanhamento de

defensor dativo.

Justificativa:

Art. 68 – V: A proposta da PMMG, retira da primeira reunião o ato de compromisso da CPAD.

Tal fato fere o direito do acusado em ter uma comissão compromissada com a imparcialidade e

com a justiça. Ademais, vai de encontro a todos os manuais vigentes da Administração Pública de

Minas Gerais no que toca ao desenvolvimento do Processo Administrativo Disciplinar, sendo

assegurada a todos os servidores civis, pela legislação vigente, uma comissão compromissada na

forma da lei. Dessa forma, aos militares, deve ser dado direito equivalente, sob pena de quebra de

isonomia entre os servidores públicos do Estado de Minas Gerais. Perguntamos, como pode uma

comissão descompromissada, exigir compromisso de dizer a verdade, em relação as testemunhas,

quando de suas respectivas oitivas, durante a Instrução Processual?

A retirada do compromisso da CPAD constitui retrocesso legal aos direitos do acusado.

Art. 68 – VII – Entendemos que a inclusão do termo “internação hospitalar ou outros

impedimentos do acusado;” viola os direitos de ampla-defesa e contraditório do acusado, uma vez

que faz com que o militar internado em hospital por motivo de saúde possa ser julgado em PAD

sem dar sua versão sobre os fatos constantes na portaria, sendo cerceado seu direito máximo de

defesa. Neste caso específico, há de se esperar a reabilitação do militar para que o mesmo possa se

defender a contento, ou, alternativamente, caso não seja o caso de recuperação do mesmo,

resultando a referida internação em incapacidade permanente, obviamente, o mesmo deve ser

reformado e não submetido à PAD sem direito de se defender, podendo ser, até mesmo, demitido.

Ademais, o termo “outros impedimentos” deixa lacuna perigosa na legislação, o que pode

prejudicar sobejamente o acusado, nos mesmos termos do já discutido anteriormente. Isso porque,

se o militar está em lugar certo e sabido (não sendo o caso de aplicação dos termos da revelia) não

pode ser dada a ele condição de defesa semelhante à do revel. Se há impedimento para tomada do

interrogatório do acusado, e sendo sabido seu paradeiro, a administração deve trabalhar para que

cesse tal impedimento, dando ao acusado direito de ampla-defesa. E, caso o referido impedimento

prevaleça, o acusado, estando incapacitado de se defender, claramente, encontra-se incapaz para o

serviço ativo, devendo der reformado, nos exatos termos do raciocínio explanado anteriormente.

§ 2º - Defendemos a inclusão do parágrafo 2º no presente artigo com fins de possibilitar o exercício

da ampla defesa pelos militares. Isso porque, o novo inciso III assim dispõe: “a citação do militar

para conhecimento da acusação, apresentação facultativa de defesa prévia e de rol de

testemunhas;” tal fato modifica os ditames anteriores de andamento do PAD, já que extingue a

reunião de instalação, já abrindo vistas NA CITAÇÃO para apresentação de defesa prévia e Rol de

testemunhas.

Neste sentido, o militar acusado deve ter conhecimento total da amplitude da acusação que está

respondendo, para então poder fazer sua defesa prévia e arrolar suas testemunhas. Assim sendo,

necessária a citação já acompanhada do Extrato dos Registros Funcionais – ERF – do acusado e

dos documentos que fundamentam a acusação, para que seja viabilizada a ampla-defesa do militar.

Além disso, faz-se necessária inclusão do referido parágrafo para atender ao disposto no art. 70, III

da nova proposta.

§ 4º - Entendemos que, em caso de se encontrar o militar em lugar incerto e não sabido e sendo o

mesmo citado por edital o prazo para defesa deverá ser mantido em conformidade com o disposto

no CEDM atualmente, sendo mantido em trinta dias a partir da última publicação, já que tal prazo

atende melhor à proporcionalidade e razoabilidade. O prazo de quinze dias, como visa a presente

alteração é extremamente exíguo para localização e defesa de militar revel.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 69 – A nulidade do processo ou de qualquer

de seus atos verificar-se-á quando existir

comprovado cerceamento de defesa ou prejuízo

para o acusado, decorrente de ato, fato ou

omissão que configure vício insanável.

§ 1º – Os membros da CPAD manifestar-se-ão

imediatamente à autoridade convocante sobre

qualquer nulidade que não tenham conseguido

sanar, para que a autoridade convocante mande

corrigir a irregularidade ou arquivar o processo.

§ 2º – A nulidade de um ato acarreta a de outros

sucessivos dele dependentes.

Art. 69 - [...]

§1º- [...]

§2º - [...]

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 69 – Devem permanecer os termos vigentes, que asseguram ao acusado o direito ao devido

processo legal e regulam o direito de auto-tutela da administração militar, no sentido da anulação

de atos e procedimentos eivados de nulidade, absoluta ou relativa.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 70 – A CPAD, no funcionamento do

processo, atenderá ao seguinte:

I – funcionará no local que seu presidente julgar

melhor indicado para a apuração e análise do

fato;

II – examinará e emitirá seu parecer, no prazo

de quarenta dias, o qual, somente por motivos

excepcionais, poderá ser prorrogado pela

autoridade convocante, por até vinte dias;

III – exercerá suas atribuições sempre com a

totalidade de seus membros;

IV – marcará, preliminarmente, a reunião de

Art. 70 A CPAD, no funcionamento do

processo, atenderá ao seguinte:

I – O prazo para a conclusão do PAD será de

sessenta dias, contados da data de publicação da

Portaria, admitida a sua prorrogação por até

vinte dias, quando as circunstâncias o exigirem.

II – exercerá suas atribuições sempre com a

totalidade de seus membros;

III – citará o militar da acusação que lhe é feita,

fornecendo-lhe cópia da portaria e dos

documentos que a acompanham, para, no prazo

de cinco dias úteis, apresentar facultativamente

defesa prévia e rol de testemunhas;

instalação no prazo de dez dias, a contar da data

de publicação da portaria, por meio de seu

presidente, o qual notificará o militar da

acusação que lhe é feita, da data, hora e local da

reunião, com até quarenta e oito horas de

antecedência, fornecendo-lhe cópia da portaria e

dos documentos que a acompanham;

V – a reunião de instalação terá a seguinte

ordem:

a) o presidente da Comissão prestará o

compromisso, em voz alta, de pé e descoberto,

com as seguintes palavras: "Prometo examinar,

cuidadosamente, os fatos que me forem

submetidos e opinar sobre eles, com

imparcialidade e justiça", ao que, em idêntica

postura, cada um dos outros membros

confirmará: "Assim o prometo";

b) o escrivão autuará todos os documentos

apresentados, inclusive os oferecidos pelo

acusado;

c) será juntada aos autos a respectiva procuração

concedida ao defensor constituído pelo acusado;

VI – as razões escritas de defesa deverão ser

apresentadas pelo acusado ou seu procurador

legalmente constituído, no prazo de cinco dias

úteis, no final da instrução;

VII – se o processo ocorrer à revelia do

acusado, ser-lhe-á nomeado curador pelo

presidente;

VIII – nas reuniões posteriores, proceder-se-á da

seguinte forma:

a) o acusado e o seu defensor serão notificados,

por escrito, com antecedência mínima de

quarenta e oito horas, exceto quando já tiverem

sido intimados na reunião anterior, observado o

interstício mínimo de vinte e quatro horas entre

o término de uma reunião e a abertura de outra;

b) o militar que, na reunião de instalação, se

seguir ao presidente em hierarquia ou

antigüidade procederá ao interrogatório do

acusado;

c) ao acusado é assegurado, após o

interrogatório, prazo de cinco dias úteis para

oferecer sua defesa prévia e o rol de

IV – notificará o militar ou seu defensor da data,

hora e local das reuniões, com antecedência

mínima de quarenta e oito horas, exceto quando

já tiver sido notificado na reunião anterior,

observado o interstício mínimo de vinte e quatro

horas entre o término de uma reunião e a

abertura de outra.

V – a Comissão inquirirá, sucessiva e

separadamente, as testemunhas que julgar

necessárias ao esclarecimento da verdade e as

apresentadas pelo acusado, estas limitadas a

cinco;

VI - antes de iniciado o depoimento, o acusado

poderá contraditar a testemunha, ocasião em que

o presidente fará consignar a contradita ou

arguição e a resposta da testemunha, mas não

lhe deferirá compromisso ou a excluirá, quando

for desobrigada ou proibida legalmente de

depor;

VII - procederá ao interrogatório do acusado,

quando possível;

VIII – providenciará quaisquer diligências que

entender necessárias à completa instrução do

processo, até mesmo acareação de testemunhas

e exames periciais, e indeferirá, motivadamente,

solicitação de diligência descabida ou

protelatória;

IX – tanto no interrogatório do acusado como na

inquirição de testemunhas, podem os demais

membros da Comissão, por intermédio do

interrogante e relator, perguntar e reperguntar;

X – é permitido à defesa, em assunto pertinente

à matéria, perguntar às testemunhas, por

intermédio do interrogante, e apresentar

questões de ordem, que serão respondidas pela

Comissão quando não implicarem nulidade dos

atos já praticados;

XI – apresentada a defesa prévia, inquiridas as

testemunhas, realizadas as diligências

deliberadas pela Comissão e efetuado o

interrogatório, o presidente concederá o prazo

de cinco dias úteis ao acusado para apresentação

das razões escritas de defesa, acompanhadas ou

não de documentos, determinando que se lhe

abra vista dos autos, mediante recibo.

testemunhas;

d) o interrogante inquirirá, sucessiva e

separadamente, as testemunhas que a Comissão

julgar necessárias ao esclarecimento da verdade

e as apresentadas pelo acusado, estas limitadas a

cinco, salvo nos casos em que a portaria for

motivada em mais de um fato, quando o limite

máximo será de dez;

e) antes de iniciado o depoimento, o acusado

poderá contraditar a testemunha e, em caso de

acolhimento pelo presidente da Comissão, não

se lhe deferirá o compromisso ou a dispensará

nos casos previstos no Código de Processo

Penal Militar – CPPM;

IX – providenciará quaisquer diligências que

entender necessárias à completa instrução do

processo, até mesmo acareação de testemunhas

e exames periciais, e indeferirá, motivadamente,

solicitação de diligência descabida ou

protelatória;

X – tanto no interrogatório do acusado como na

inquirição de testemunhas, podem os demais

membros da Comissão, por intermédio do

interrogante e relator, perguntar e reperguntar;

XI – é permitido à defesa, em assunto pertinente

à matéria, perguntar às testemunhas, por

intermédio do interrogante, e apresentar

questões de ordem, que serão respondidas pela

Comissão quando não implicarem nulidade dos

atos já praticados;

XII – efetuado o interrogatório, apresentada a

defesa prévia, inquiridas as testemunhas e

realizadas as diligências deliberadas pela

Comissão, o presidente concederá o prazo de

cinco dias úteis ao acusado para apresentação

das razões escritas de defesa, acompanhadas ou

não de documentos, determinando que se lhe

abra vista dos autos, mediante recibo;

XIII – havendo dois ou mais acusados, o prazo

para apresentação das razões escritas de defesa

será comum de dez dias úteis;

XIV – se a defesa não apresentar suas razões

escritas, tempestivamente, novo defensor será

nomeado, mediante indicação pelo acusado ou

nomeação pelo presidente da Comissão,

renovando-se-lhe o prazo, apenas uma vez, que

será acrescido ao tempo estipulado para o

encerramento do processo;

XV – findo o prazo para apresentação das

razões escritas de defesa, à vista das provas dos

autos, a Comissão se reunirá para emitir parecer

sobre a procedência total ou parcial da acusação

XII – havendo dois ou mais acusados, o prazo

para apresentação das razões escritas de defesa

será comum de dez dias úteis;

XIII – se a defesa não apresentar suas razões

escritas, tempestivamente, novo defensor será

nomeado, mediante indicação pelo acusado ou

nomeação pelo presidente da Comissão,

renovando-se-lhe o prazo, apenas uma vez;

XIV - realizadas todas as diligências e

apreciadas as alegações finais de defesa, a

Comissão elaborará relatório, emitindo parecer

sobre a procedência total ou parcial da

acusação, ou sua improcedência, propondo as

medidas cabíveis.

XV – o relatório da Comissão será redigido pelo

escrivão, devendo o membro vencido

fundamentar seu voto;

XVI – as deliberações da Comissão serão

tomadas por maioria de votos de seus membros;

XVII – a ausência injustificada do acusado ou

do defensor não impedirá a realização de

qualquer ato da Comissão, desde que haja um

defensor nomeado pelo presidente;

XVIII – de cada sessão da Comissão o escrivão

lavrará uma ata que será assinada por seus

membros, pelo acusado, pelo defensor e pelo

curador, se houver, quando estiverem presentes;

XIX - as notificações ao acusado poderão ser

realizadas pessoalmente ou por intermédio de

seu Comandante ou Chefe direto;

XX - o defensor constituído pelo militar

acusado, sendo advogado, será notificado no

endereço constante do instrumento de

procuração juntado aos autos;

XXI - o militar da reserva remunerada ou da

ativa que, por qualquer motivo, esteja afastado

do serviço, poderá ser notificado diretamente

em seu endereço residencial;

XXII - quando, por três vezes, o militar ou seu

defensor for procurado, respectivamente, em sua

residência ou escritório, sem ser encontrado e

não havendo qualquer pessoa no local para

receber a notificação, deverá, proceder à

notificação por hora certa, devidamente

ou sua improcedência, propondo as medidas

cabíveis entre as previstas no art. 74;

XVI – na reunião para deliberação dos trabalhos

da Comissão, será facultado ao defensor do

acusado assistir à votação, devendo ser

notificado pelo menos quarenta e oito horas

antes da data de sua realização;

XVII – o parecer da Comissão será

posteriormente redigido pelo relator, devendo o

membro vencido fundamentar seu voto;

XVIII – as folhas do processo serão numeradas

e rubricadas pelo escrivão, inutilizando-se os

espaços em branco;

XIX – os documentos serão juntados aos autos

mediante despacho do presidente;

XX – as resoluções da Comissão serão tomadas

por maioria de votos de seus membros;

XXI – a ausência injustificada do acusado ou do

defensor não impedirá a realização de qualquer

ato da Comissão, desde que haja um defensor

nomeado pelo presidente;

XXII – de cada sessão da Comissão o escrivão

lavrará uma ata que será assinada por seus

membros, pelo acusado, pelo defensor e pelo

curador, se houver.

certificada.

Proposta da ASPRA:

Art. 70 - A CPAD, no funcionamento do processo, atenderá ao seguinte:

I – O prazo para a conclusão do PAD será de sessenta dias, contados da data de publicação da

Portaria, admitida a sua prorrogação por até vinte dias, quando as circunstâncias o exigirem.

II – exercerá suas atribuições sempre com a totalidade de seus membros;

III – citará o militar da acusação que lhe é feita, fornecendo-lhe cópia da portaria e dos

documentos que a acompanham, para, no prazo de cinco dias úteis, apresentar facultativamente

defesa prévia e rol de testemunhas;

IV – Na primeira reunião o presidente da Comissão prestará o compromisso, em voz alta, de pé e

descoberto, com as seguintes palavras: "Prometo examinar, cuidadosamente, os fatos que me forem

submetidos e opinar sobre eles, com imparcialidade e justiça", ao que, em idêntica postura, cada

um dos outros membros confirmará: "Assim o prometo";

V – notificará o militar ou seu defensor da data, hora e local das reuniões, com antecedência

mínima de quarenta e oito horas, exceto quando já tiver sido notificado na reunião anterior,

observado o interstício mínimo de vinte e quatro horas entre o término de uma reunião e a abertura

de outra.

VI – a Comissão inquirirá, sucessiva e separadamente, as testemunhas que julgar necessárias ao

esclarecimento da verdade e as apresentadas pelo acusado, ambas limitadas a cinco salvo nos casos

em que a portaria for motivada em mais de um fato, quando o limite máximo será de dez;

VII - antes de iniciado o depoimento, o acusado poderá contraditar a testemunha, ocasião em que o

presidente fará consignar a contradita ou arguição e a resposta da testemunha, e, em caso de

acolhimento pelo presidente da Comissão, não lhe deferirá o compromisso ou excluirá a referida

testemunha, quando for desobrigada ou proibida legalmente de depor;

VIII - procederá ao interrogatório do acusado, quando possível;

IX – providenciará quaisquer diligências que entender necessárias à completa instrução do

processo, até mesmo acareação de testemunhas e exames periciais, e indeferirá, motivadamente,

solicitação de diligência descabida ou protelatória;

X – tanto no interrogatório do acusado como na inquirição de testemunhas, podem os demais

membros da Comissão, por intermédio do interrogante e relator, perguntar e reperguntar;

XI – é permitido à defesa, em assunto pertinente à matéria, perguntar às testemunhas, por

intermédio do interrogante, e apresentar questões de ordem, que serão respondidas pela Comissão

quando não implicarem nulidade dos atos já praticados;

XII – apresentada a defesa prévia, inquiridas as testemunhas, realizadas as diligências deliberadas

pela Comissão e efetuado o interrogatório, o presidente concederá o prazo de cinco dias úteis ao

acusado para apresentação das razões escritas de defesa, acompanhadas ou não de documentos,

determinando que se lhe abra vista dos autos, mediante recibo.

XIII – havendo dois ou mais acusados, o prazo para apresentação das razões escritas de defesa será

comum de dez dias úteis;

XIV – se a defesa não apresentar suas razões escritas, tempestivamente, novo defensor será

nomeado, mediante indicação pelo acusado ou nomeação pelo presidente da Comissão, renovando-

se-lhe o prazo, apenas uma vez;

XV - realizadas todas as diligências e apreciadas as alegações finais de defesa, a Comissão

elaborará relatório, emitindo parecer sobre a procedência total ou parcial da acusação, ou sua

improcedência, propondo as medidas cabíveis.

XVI – na reunião para deliberação dos trabalhos da Comissão, será facultado ao defensor do

acusado assistir à votação, devendo ser notificado pelo menos quarenta e oito horas antes da data

de sua realização;

XVII – o relatório da Comissão será redigido pelo escrivão, devendo o membro vencido

fundamentar seu voto;

XVIII – as folhas do processo serão numeradas e rubricadas pelo escrivão, inutilizando-se os

espaços em branco;

XIX – os documentos serão juntados aos autos mediante despacho do presidente;

XX – as deliberações da Comissão serão tomadas por maioria de votos de seus membros;

XXI – a ausência injustificada do acusado ou do defensor não impedirá a realização de qualquer

ato da Comissão, desde que haja um defensor nomeado pelo presidente;

XXII – de cada sessão da Comissão o escrivão lavrará uma ata que será assinada por seus

membros, pelo acusado, pelo defensor e pelo curador, se houver, quando estiverem presentes;

XXIII - as notificações ao acusado poderão ser realizadas pessoalmente ou por intermédio de seu

Comandante ou Chefe direto, salvo disposto no inciso XV;

XIV - o defensor constituído pelo militar acusado, sendo advogado, será notificado no endereço

constante do instrumento de procuração juntado aos autos;

XV - o militar da reserva remunerada ou da ativa que, por qualquer motivo, esteja afastado do

serviço, poderá ser notificado diretamente em seu endereço residencial;

XVI - quando, por três vezes, o militar ou seu defensor for procurado, respectivamente, em sua

residência ou escritório, sem ser encontrado e não havendo qualquer pessoa no local para receber a

notificação, deverá, proceder à notificação por hora certa, devidamente certificada.

Justificativa:

Art. 70, IV – Em consonância ao pedido explanado no Art. 68, V, entendemos que a retirada do

ato de compromisso da CPAD fere o direito do acusado em ter uma comissão compromissada com

a imparcialidade e com a justiça. Ademais, vai de encontro a todos os manuais vigentes da

Administração Pública de Minas Gerais no que toca ao desenvolvimento do Processo

Administrativo Disciplinar, sendo assegurada a todos os servidores civis, pela legislação vigente,

uma comissão compromissada na forma da lei. Dessa forma, aos militares, deve ser dado direito

equivalente, sob pena de quebra de isonomia entre os servidores públicos do Estado de Minas

Gerais. A retirada do compromisso da CPAD constitui retrocesso legal aos direitos do acusado.

Assim, requeremos o retorno do compromisso legal da CPAD, a ser prestado na primeira reunião

pelo presidente da Comissão, em voz alta, de pé e descoberto, com as seguintes palavras: "Prometo

examinar, cuidadosamente, os fatos que me forem submetidos e opinar sobre eles, com

imparcialidade e justiça", ao que, em idêntica postura, cada um dos outros membros confirmará:

"Assim o prometo";

Art. 70, VI – Entendemos que a Comissão processante ter direito a infinitas testemunhas, enquanto

ao acusado é limitado o número de cinco testemunhas constitui ato ofensivo ao princípio

constitucional do contraditório. Isso porque, Segundo Paulo Rangel:

“A instrução contraditória é inerente ao próprio direito de defesa, pois não se

concebe um processo legal, buscando a verdade processual dos fatos, sem se dê ao

acusado a oportunidade de desdizer as afirmações feitas pelo Ministério Público

(ou seu substituto processual) em sua peça exordial.’ .[...]Ressalta-se que o

contraditório é inerente ao sistema acusatório, onde as partes possuem plena

igualdade de condições, sofrendo o ônus de sua inércia no curso do processo.”

(RANGEL, Paulo, Direito Processual Penal. 21ª ed. São Paulo: Atlas, 2013,

P17/18)

Ou seja, entende-se pelo exercício do contraditório, a ocorrência de igualdade entre as partes

acusatória e defensiva, o que é amplamente afrontado pelo artigo em questão. Assim sendo,

defendemos o fato de que ambas as partes do processo administrativo (CPAD e Defesa) devem ter

direito ao mesmo número de testemunhas, ou seja, cinco testemunhas, salvo nos casos em que a

portaria for motivada por mais de uma fato, quando se estenderá o limite a dez testemunhas para

ambas as partes processuais, obedecendo ao critério de que, para o devido esclarecimento de um

fato mais complexo, seria necessária uma dilação probatória estendida, justificando o aumento do

número de testemunhas, sempre sem deixar de lado o critério da igualdade de condições das partes,

com fins de obedecer o princípio do contraditório.

Art. 70, VII – Entendemos que o presente texto modificado restou ambíguo. Isso porque a o

adjunto adverbial “não” utilizado pode se ligar/referir aos dois complementos seguintes (“deferirá

compromisso” e “dispensará”) ou somente ao primeiro (“deferirá compromisso”).

Não há clareza entre as seguintes opções:

“Antes de iniciado o depoimento, o acusado poderá contraditar a testemunha, ocasião em que o

presidente fará consignar a contradita ou arguição e a resposta da testemunha, e, não lhe deferirá o

compromisso ou não a excluirá, quando foi desobrigada ou proibida legalmente de depor”, ou

“(...) não lhe deferirá o compromisso ou irá excluí-la antes de iniciado o depoimento (...)

Ora, ambos têm sentidos opostos no que se trata do termo excluir a testemunhas. Dessa forma, para

não haver tal dúvida, a redação dada pelo CEDM vigente é mais clara, além de deixar a cargo do

Presidente da Comissão a referida decisão, dando amplitude ao poder discricionário do mesmo,

não ficando a contradita engessada aos termos taxativos da lei.

Art. 70, XVI – Entendemos que o presente inciso não pode ser retirado, como visa a presente

proposta apresentada. É direito do acusado ser sempre acompanhado de seu defensor, e, para que

tal fato seja garantido, o defensor constituído deve ser devidamente notificado pela CPAD com

prazo razoável para que sua presença possa ser garantida.

Art. 70, XVIII e XIX – O presente artigo traz norma processual necessária à garantia da ampla-

defesa, não podendo, de forma alguma, ser retirado dos ditamente legais que definem as normas do

Processo Administrativo. As folhas devem ser numeradas para evitar possíveis extravios e

adulterações dos autos, bem como, deve-se inutilizar os espaços em branco, para evitar a

possibilidade de qualquer alteração superveniente de documento já juntado aos autos.

Da mesma forma, os documentos devem ser juntados mediante despacho do Presidente, que

verificará a procedência do documento e a pertinência do mesmo ao PAD, evitando juntada de

documentos e provas que sejam eivadas de vício e possam comprometer a validade de todo

Processo Administrativo Disciplinar.

Art. 70, XXIII – Entendemos que as notificações podem ser feitas por intermédio do Comandante

ou Chefe direito do militar acusado, porém, é necessário que se ressalte o disposto no inciso XV do

mesmo artigo, que dispõe acerca de casos excepcionais, quando a notificação pelo Comandante

pode ser ineficaz, resultando na ausência do militar acusado e, consequentemente, em prejuízo para

sua defesa.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 71 – Na situação prevista no inciso I do art.

64, a Comissão, atendendo a circunstâncias

especiais de caso concreto e reconhecendo a

possibilidade de recuperar o acusado, poderá

sugerir, ouvido o CEDMU, a aplicação do

disposto no § 2° do art. 74.

§ 1º – Se, no prazo estabelecido no artigo, o

militar cometer transgressão disciplinar, será

efetivada a sua demissão.

§ 2º – O benefício a que se refere este artigo

será concedido apenas uma vez ao mesmo

militar.

Art. 71 – Nas situações previstas nos incisos I e

III do art. 64, a Comissão, atendendo a

circunstâncias especiais de caso concreto e

reconhecendo a possibilidade de recuperar o

acusado, poderá sugerir a aplicação do disposto

no § 2° do art. 74.

§ 1º – Se, no prazo estabelecido no artigo, o

militar cometer transgressão disciplinar de

qualquer natureza, comprovada em processo,

depois de exaurido o recurso administrativo,

será efetivada a sua demissão.

§ 2º - [...]

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 71 – Nas situações previstas no inciso I do art. 64, a Comissão, atendendo a circunstâncias

especiais de caso concreto e reconhecendo a possibilidade de recuperar o acusado, poderá sugerir a

aplicação do disposto no § 2° do art. 74.

§ 1º – (...)

§ 2º - (...)

Justificativa:

Art. 71, caput – Em consonância ao alegado anteriormente, no art. 64, entendemos que o inciso III

não deve permanecer no presente código, por tudo exposto anteriormente, e, portanto, não deve

haver remissão ao referido inciso no presente artigo. No entanto, alternativamente, caso seja

mantido o inciso III do art. 64, pugnamos pela manutenção da concessão do benefício do art. 71

aos militares que porventura restarem incursos no malfadado inciso.

Art. 71, §1º - As alterações previstas no §1º são benéficas e buscam garantir o direito à ampla

defesa e ao contraditório, devendo ser mantidas.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 72 – Quando forem dois ou mais os acusados

por faltas disciplinares conexas que justifiquem a

instauração de Processo Administrativo-

Disciplinar, adotar-se-á o princípio da economia

processual, com instalação de um único processo.

§ 1º – Quando os envolvidos forem de Unidades

diferentes dentro do mesmo sistema hierárquico, o

Comandante da Unidade de Direção Intermediária

instaurará o Processo Administrativo- Disciplinar;

quando não pertencerem ao mesmo sistema

hierárquico, a instauração caberá ao Corregedor

da IME.

Art. 72 - [...]

§1º- [...]

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 72 – Deve permanecer nos termos já vigentes.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 73 – Surgindo fundadas dúvidas quanto à

sanidade mental do acusado, o processo será

sobrestado pela autoridade convocante que,

mediante fundamentada solicitação do

presidente, encaminhará o militar à Junta

Central de Saúde – JCS –, para realização de

perícia psicopatológica.

Parágrafo único – Confirmada a insanidade

mental, o processo não poderá prosseguir, e a

autoridade convocante determinará seu

encerramento, arquivando-o na pasta funcional

do acusado para futuros efeitos e remetendo o

respectivo laudo à Diretoria de Recursos

Humanos para adoção de medidas decorrentes.

Art. 73 – O acusado deverá ser submetido a

avaliação clínica através da SAS/NAIS, para

verificar a necessidade de eventual realização de

perícia psicopatológica.

Parágrafo único - [...]

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 73 – [...]

Parágrafo único - [...]

Justificativa:

Entendemos que a referida mudança no procedimento é válida e deve ser mantida, sendo que todos

os militares submetidos à PAD devem ser submetidos à avaliação clínica na SAS/NAIS, que irá

encaminhar o acusado à perícia psicopatológica da JCS caso seja necessário.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 74 – Encerrados os trabalhos, o presidente

remeterá os autos do processo ao CEDMU, que

emitirá o seu parecer, no prazo de dez dias úteis,

e encaminhará os autos do processo à autoridade

convocante, que proferirá, nos limites de sua

competência e no prazo de dez dias úteis,

decisão fundamentada, que será publicada em

boletim, concordando ou não com os pareceres

da CPAD e do CEDMU:

I – recomendando sanar irregularidades, renovar

o processo ou realizar diligências

complementares;

II – determinando o arquivamento do processo,

se considerar improcedente a acusação;

III – aplicando, agravando, atenuando ou

anulando sanção disciplinar, na esfera de sua

competência;

IV – remetendo o processo à Justiça Militar ou

ao Ministério Público, se constituir infração

penal a ação do acusado;

V – opinando, se cabível, pela reforma

disciplinar compulsória;

VI – opinando pela demissão.

§ 1° – Os autos que concluírem pela demissão

ou reforma disciplinar compulsória de militar da

ativa serão encaminhados ao Comandante-Geral

para decisão.

§ 2° – O Comandante-Geral poderá conceder o

benefício da suspensão da demissão pelo

período de um ano, caso o militar tenha sido

submetido a processo com base no inciso I do

art. 64.

§ 3° – Quando for o caso de cumprimento do

disposto no § 1° do art. 42 combinado com o

inciso VI do § 3° do art. 142 da Constituição da

República, o Comandante-Geral remeterá o

processo, no prazo de três dias, à Justiça Militar,

para decisão.

Art. 74. Encerrados os trabalhos da CPAD, o

processo será remetido à autoridade que

determinou a sua instauração, para fins de

solução, no âmbito de suas atribuições, no prazo

de dez dias úteis:

I - [...]

II - [...]

III – aplicando sanção disciplinar, na esfera de

sua competência;

IV - [...]

V – propondo, se cabível, a aplicação das

sanções de reforma disciplinar compulsória,

demissão ou perda do posto, patente ou

graduação do militar da reserva.

VI - revogar

§ 1° – Os autos que concluírem pela demissão,

reforma disciplinar compulsória de militar da

ativa ou perda do posto, patente ou graduação

do militar da reserva serão encaminhados ao

Comandante-Geral para decisão.

§ 2° – O Comandante-Geral poderá conceder o

benefício da suspensão da demissão pelo

período de um ano, caso o militar tenha sido

submetido a processo com base nos incisos I e

III do art. 64.

§ 3° - [...]

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 74 – Encerrados os trabalhos, o presidente remeterá os autos do processo ao CEDMU, que

emitirá o seu parecer, no prazo de dez dias úteis, e encaminhará os autos do processo à autoridade

convocante, que proferirá, nos limites de sua competência e no prazo de dez dias úteis, decisão

fundamentada, que será publicada em boletim:

I - [...]

II - [...]

III – aplicando, atenuando ou anulando sanção disciplinar, na esfera de sua competência;

IV - [...]

V – [...]

VI – [...]

§1º - Caso a autoridade convocante discorde dos pareceres da CPAD e do CEDMU deverá

fundamentar sua decisão nas provas contidas nos autos.

§ 2° – Os autos que concluírem pela demissão, reforma disciplinar compulsória de militar da ativa

ou perda do posto, patente ou graduação do militar da reserva serão encaminhados ao Comandante-

Geral para decisão.

§ 3° – O Comandante-Geral poderá conceder o benefício da suspensão da demissão pelo período

de um ano, caso o militar tenha sido submetido a processo com base nos incisos I do art. 64.

§ 4° - Quando for o caso de cumprimento do disposto no § 1° do art. 42 combinado com o inciso

VI do § 3° do art. 142 da Constituição da República, o Comandante-Geral remeterá o processo, no

prazo de três dias, à Justiça Militar, para decisão.

Justificativa:

Art. 74, caput – Conforme explanado em toda a presente análise, o Conselho de Ética e Disciplina

da Unidade deve permanecer vigente, e, portanto, necessário o envio do PAD para seu parecer, em

conformidade ao aplicado nos dias atuais, devendo prevalecer a redação dada pela lei em vigor.

Além disso, a retirada da necessidade de fundamentação da decisão da autoridade delegante fere de

morte os princípios da Administração Pública e, constitui retrocesso no tocante ao regramento

atual.

Ora, todo ato administrativo deve ser amplamente motivado. Nesse sentido, Maria Sylvia Zanella

Di Pietro elucida que a motivação é necessária, pois: "constitui garantia de legalidade, que tanto

diz respeito ao interessado como à própria Administração Pública" (DI PIETRO, Maria Sylvia

Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2004).

Além do mais, a motivação é, sem dúvida, uma exigência constitucional, por ser pressuposto para a

realização do direito fundamental do administrado. Sérgio Ferraz e Adilson Abreu Dallari

sintetizam:

“Sem a explicitação dos motivos torna-se extremamente difícil sindicar, sopesar ou aferir a

correção daquilo que foi decidido. Sem a motivação fica frustrado ou, pelo menos, prejudicado o

direito de recorrer, inclusive perante a própria Administração ou o Poder Judiciário.” (Dallari,

Adilson Abreu, Ferraz, Sergio. Processo Administrativo. 2ª Edição, São Paulo, Malheiros, 2007)

A motivação do ato administrativo é critério vinculado quando diz respeito à solução de Processo

Administrativo, não podendo, de forma alguma, ser relativizada e retirada da legislação, sob pena

de afronta ao princípio da moralidade, impessoalidade e publicidade. Além da indisponibilidade do

interesse público.

A retirada, conforme a proposta da PMMG, da necessidade legal de fundamentação da decisão

administrativa, não há como se falar em direito de defesa, nem de duplo grau de recurso, ou seja, a

motivação é necessária e sua retirada é mais que ilegal, sendo inconstitucional.

Art. 74, III – Entendemos que a redação anterior do artigo era mais abrangente e mais justa, uma

vez que a autoridade que tem competência para aplicar a sanção disciplinar, também deve poder

atenuar ou anular a referida sanção, dentro de seu entendimento motivado. Portanto, pugnamos

pela permanência da redação dada anteriormente.

Art. 74, § 1° - Acrescentamos o parágrafo 1º no presente artigo, pois a CPAD e o CEDMU são

comissões de têm contato direto com o acusado e com os fatos que deram origem ao PAD, e, DMV

o parecer dos mesmos não pode ser simplesmente ignorado pela autoridade convocante sem

motivação explícita e fundamentada nas provas dos autos.

Tal disposição está em consonância aos dispositivos tratados na lei 9784/99 que trata do Processo

Administrativo Disciplinar no âmbito federal, mais especificamente ao disposto no art. 50 da

referida legislação.

Assim sendo, a mera discordância da autoridade convocante, sem fundamentação nas provas do

processo não deve ser determinante para solução do processo, devendo o parecer da CPAD e do

CEDMU ter força vinculativa à decisão da autoridade convocante, salvo quando manifestamente

contrários à prova dos autos.

Tal fato valoriza o trabalho árduo dos componentes da comissão, sendo que os integrantes da

CPAD são, sem dúvida, aqueles que mais conheceram o fato que deu origem à portaria e mais

refletiram sobre o mesmo, devendo seu parecer ter força majorada e vinculativa.

Art. 74, § 3° – Em consonância ao alegado no art. 64 anteriormente, entendemos que o inciso III

não deve permanecer no presente código, por tudo exposto anteriormente, e, portanto, não deve

haver remissão ao referido inciso no presente artigo. No entanto, alternativamente, caso seja

mantido o inciso III do art. 64, pugnamos pela manutenção da concessão do benefício do art. 74,

§2º aos militares que porventura restarem incursos no malfadado inciso.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 78 ao 84 do CEDM - CEDMU Revogar os artigos 78 a 84

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 78 – O Conselho de Ética e Disciplina Militares da Unidade – CEDMU – é o órgão colegiado

designado pelo Comandante da Unidade, abrangendo até o nível de Companhia Independente, com

vistas ao assessoramento do Comando nos assuntos de que trata este Código.

Art. 79 – O CEDMU será integrado por três militares, superiores hierárquicos ou mais antigos que

o militar cujo procedimento estiver sob análise, possuindo caráter consultivo.

§1° – Poderá funcionar na Unidade, concomitantemente, mais de um CEDMU, em caráter

subsidiário, quando o órgão colegiado previamente designado se achar impedido de atuar.

§ 2° – A qualquer tempo, o Comandante da Unidade poderá substituir membros do Conselho,

desde que haja impedimento de atuação ou suspeição de algum deles.

§ 3° – A Unidade que não possuir os militares que preencham os requisitos previstos neste Código

solicitará ao escalão superior a designação dos membros do CEDMU.

§ 4° – Tratando-se de punição a ser aplicada pela Corregedoria da IME, esta ouvirá o CEDMU da

Unidade do militar faltoso.

§ 5° – O integrante do CEDMU será designado para um período de seis meses, permitida uma

recondução.

§ 6° – Após o interstício de um ano, contado do término do último período de designação, o militar

poderá ser novamente designado para o CEDMU.

Art. 80 – Recebida qualquer documentação para análise, o CEDMU lavrará termo próprio, o qual

será seguido de parecer destinado ao Comandante da Unidade, explicitando os fundamentos legal e

fático e a finalidade, bem como propondo as medidas pertinentes ao caso.

Art. 81 – O CEDMU atuará com a totalidade de seus membros e deliberará por maioria de votos,

devendo o membro vencido justificar de forma objetiva o seu voto.

Parágrafo único – A votação será iniciada pelo militar de menor posto ou graduação ou pelo mais

moderno, sendo que o presidente votará por último.

Art. 82 – Após a conclusão e o encaminhamento dos autos de procedimento administrativo à

autoridade delegante, e havendo em tese prática de transgressão disciplinar, serão remetidos os

documentos alusivos ao fato para o CEDMU.

Art. 83 – O militar que servir fora do município-sede de sua Unidade, ao ser comunicado

disciplinarmente, será notificado por seu chefe direto para a apresentação da defesa escrita,

observando-se o que prescreve o art. 57.

Parágrafo único – É facultado ao militar comparecer à audiência do CEDMU.

Art. 84 – Havendo discordância entre o parecer do CEDMU e a decisão do Comandante da

Unidade, toda a documentação produzida será encaminhada ao comando hierárquico

imediatamente superior, que será competente para decidir sobre a aplicação ou não da sanção

disciplinar.

Justificativa:

A ASPRA defende a manutenção do Conselho de Ética e disciplina, conforme razões de fato e

direito, expostas na proposta de alteração do artigo 1º, da Lei 14.310/02

Redação atual: Proposta PMMG:

Disposições Gerais Disposições Gerais

Art. 85 – A classificação de conceito obedecerá

ao previsto neste Código, a partir de sua

vigência.

Art. 85. A Administração deve anular seus

próprios atos, quando eivados de vício de

legalidade, e pode revogá-los por motivo de

conveniência ou oportunidade, respeitados os

direitos adquiridos.

§ 1º - O direito da Administração de anular os

atos administrativos de que decorram efeitos

favoráveis para os destinatários decai em cinco

anos, contados da data em que foram praticados,

salvo comprovada má-fé.

§ 2º - Em decisão na qual se evidencie não

acarretarem lesão ao interesse público nem

prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem

defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela

própria Administração.

§ 3º - O silêncio das partes sana as nulidades, se

tratar de formalidade de seu exclusivo interesse.

Os atos, cuja nulidade não houver sido sanada,

serão renovados ou retificados, observada a

instância administrativa;

§ 4º - A nulidade de um ato, uma vez declarada,

envolverá a dos atos subsequentes dele

dependentes, devendo a decisão que declarar a

nulidade indicar os atos a que ela se refere;

§ 5º - As situações de impedimento geram

nulidade do processo administrativo e as de

suspeição o tornam passível de anulabilidade.

§ 6º - Os atos processuais serão válidos sempre

que preencherem as finalidades para as quais

foram realizados, não se pronunciando, em

regra, nulidade sem que tenha havido prejuízo

para a acusação ou para a defesa.

§ 7º - Não prosperará a nulidade arguida pelo

interessado que tenha dado causa ou para que

tenha concorrido, ou referente à formalidade

cuja observância só à parte contrária interessa,

não sendo, ainda, declarada a nulidade de ato

processual que não houver influído na apuração

da verdade substancial ou na decisão da causa.

§ 8º - O silêncio da defesa observado na fase

processual não poderá ser aproveitado a seu

favor em grau de recurso em relação às

nulidades relativas.

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 85 – A classificação de conceito obedecerá ao previsto neste Código, a partir de sua vigência

Justificativa:

A ASPRA defende a manutenção da redação do artigo 69, da Lei 14.310/02, que já traz, em seu

bojo, previsão sobre anulação dos processos disciplinares, sendo desnecessária nova redação do

artigo 85, apresentada pela PMMG. Temos ainda, que a proposta apresentada pela PMMG trata,

especificamente, de nulidades absolutas e relativas e de ato nulo e anulável. Entendemos que a

redação do artigo 85 utiliza conceitos do direito administrativo, não aplicáveis ao direito

disciplinar, no caso em comento, a lei 14.310/02.

A Anulação dos atos pela Administração ocorre, quando os mesmos são nulos ou anuláveis. Atos

nulos padecem de vícios insanáveis, que não possuem efeito válido. Os anuláveis são aqueles que o

vicio é apenas parcial, podendo ser aproveitados. Nesse caso, em qualquer procedimento

disciplinar, quando reconhecido que o ato disciplinar padece de nulidade absoluta (ato nulo), o

procedimento deve ser reiniciado, devendo ser desconsideradas todas as etapas realizadas. Quando

reconhecida a nulidade relativa (ato anulável), o procedimento é refeito, a partir da data do ato

anulável, podendo ser aproveitadas as etapas realizadas anteriormente.

A questão da revogação do ato administrativo, por conveniência administrativa, mesmo não sendo

eivado de nulidades, absolutas ou relativas, não se aplica de maneira irrestrita ao direito disciplinar

e não poderia compor a proposta apresentada pela PMMG.

Primeiro que a revogação não retroage. Portanto, finalizado um procedimento disciplinar (PAD,

sindicância, Comunicação Disciplinar etc), com efeito favorável ao militar, não há de se falar em

revogação de tal ato. Segundo que não é possível a revogação de atos administrativos que

exauriram seus efeitos, por exemplo advindos de um procedimento disciplinar finalizado de forma

desfavorável ao militar, com o cumprimento da sanção a ele imposta. Terceiro, que é vedada a

revogação dos atos que integram um procedimento, sendo impossível a administração rever o ato

disciplinar exaurido.

A proposta apresentada pela PMMG revoga os princípios administrativos basilares da

administração, ao fazer previsão de que mesmo possuindo nulidades, absolutas ou relativas, o ato

administrativo poderá ser considerado válido, quando não houver prejuízo para a acusação ou para

a defesa. Somente a defesa poderá atestar, de forma expressa, se houve ou não prejuízo e, também

de forma expressa, poderá ou não concordar com a validade do ato. Porém, a proposta de revisão é

omissa nesse particular, deixando a questão do eventual prejuízo para a defesa, para ser apreciada

de forma unilateral pela Administração o que, inquestionavelmente, trará prejuízos ao exercício da

ampla defesa e do contraditório. A proposta tem o condão ainda, de mitigar o dever da

administração, de anular os atos eivados de nulidades, quando atribui a defesa a responsabilidade

de argüir as nulidades relativas, ainda na fase de instrução. No mesmo sentido, quer atribuir

responsabilidade ao interessado, que tenha dado causa ao ocorrido.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 93 – Para os fins de competência para

aplicação de sanção disciplinar, são

equivalentes à graduação de Cadete as

referentes aos alunos do Curso Especial de

Formação de Oficiais ou do Curso de

Habilitação de Oficiais.

Art. 93 – A absolvição criminal e/ou civil por

insuficiência e/ou ausência de provas não

impede a aplicação de sanção disciplinar,

ressalvadas as hipóteses em que o juiz tenha

reconhecido a inexistência do fato ou a negativa

de autoria.

Parágrafo único. O andamento do processo

disciplinar para apuração de transgressão

disciplinar residual ao delito não depende do

andamento da investigação ou do processo

criminal sobre o mesmo fato.

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 93 – A absolvição criminal e/ou civil por insuficiência e/ou ausência de provas não impede a

aplicação de sanção disciplinar, ressalvadas as hipóteses em que o juiz tenha reconhecido a

inexistência do fato ou a negativa de autoria.

Parágrafo único. O andamento do processo disciplinar para apuração de transgressão disciplinar

residual ao delito depende do andamento da investigação ou do processo criminal sobre o mesmo

fato.

Justificativa: A ASPRA defende que em caso de transgressão disciplinar residual, se aguarde o

julgamento criminal sobre a questão, para somente então finalizar o procedimento disciplinar.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 94 – Decorridos cinco anos de efetivo

serviço, a contar da data da publicação da última

transgressão, o militar sem nenhuma outra

punição terá suas penas disciplinares canceladas

automaticamente.

§ 1° – As punições canceladas serão suprimidas

do registro de alterações do militar, proibida

qualquer referência a elas, a partir do ato de

cancelamento.

§ 2° – Após dois anos de sua transferência para

a inatividade, o militar classificado no conceito

“C” será automaticamente reclassificado.

Art. 94 – Decorridos cinco anos de efetivo

serviço, a contar da data da ativação da última

transgressão, o militar sem nenhuma outra

punição terá suas penas disciplinares canceladas

automaticamente.

§1º - As punições canceladas serão suprimidas

do registro de alterações do militar, proibida

qualquer referência a elas, a partir do ato de

cancelamento, devendo permanecer a pontuação

para fins de aferição do conceito do militar.

§ 2°- [...]

PROPOSTA DA ASPRA:

Artigo 94 - Decorridos cinco anos de efetivo serviço, a contar da data da ativação da última

transgressão, o militar sem nenhuma outra punição terá suas penas disciplinares e pontuações

inerentes a ela canceladas automaticamente.

§1º - As punições canceladas serão suprimidas do registro de alterações do militar, a partir do ato

de cancelamento; sendo proibida, desde então, qualquer referência a elas, inclusive com retorno ao

conceito anterior à ativação das punições.

Justificativa:

O presente dispositivo, que trata do instituo do “cancelamento de punições”, é sem dúvida aquele

que, de fato, merecia uma modificação em sua redação, posto que seu sentido não eraclara o

bastante em relação ao seguinte ponto: o cancelamento de punições de que trata o dispositivo

alcançaria as pontuações negativas decorrentes daquelas punições? Sim ou não?

No entanto, por mais louvável que tenha sido a iniciativa no sentido de propor uma resposta

definitiva à pergunta feita acima, de forma a espancar de vez a incerteza decorrente da sua anterior

redação, temos que a resposta em si não obedeceu, na verdade, à natureza jurídica do instituto

cancelamento de punições, razão pela qual a proposta apresentada não merece uma aprovação.

Com efeito, a natureza jurídica se mostra fator imprescindível para se conceber um instituto

jurídico objeto de estudo, posto que “conhecer a natureza jurídica de determinado instituto é saber

o que é este instituto, é conhecer sua essência” (FIUZA, Cesar, Direito Civil-Curso Completo,

Editora Livraria Del Rey, pag. 61).

Assim, a natureza jurídica de um instituto deve ser preservada quando de seu uso pelos ramos

jurídicos, para que se possa ter a unicidade necessária sem a qual o ordenamento jurídico não

garantirá a segurança jurídica que dele se espera.

E não há dúvidas que o cancelamento de punições, disciplinado pelo artigo 94, vem a ser uma

forma de reabilitação (no caso, uma reabilitação disciplinar) que o ordenamento jurídico garante a

todos- seja na esfera penal, seja administrativo disciplinar –, como uma salutar forma de promover

a recuperação e reinserção daquele que já cumpriu sua punição e é merecedor , aos olhos do

Direito, do desaparecimento dos efeitos decorrentes da condenação.

Nesse sentido é que temos, como forma mais conhecida desse benefício jurídico, a reabilitação

penal, prevista tano no artigo 93 do Código Penal, quanto no artigo 134 do Código Penal Militar:

Art. 93 – A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao

condenado o sigilo dos registros sobre seu processo e condenação.

Art. 134 - A reabilitação alcança quaisquer penas impostas por sentença definitiva.

Requeridas após cinco anos da extinção da pena ou de sua execução, a reabilitação penal visa

justamente a reabilitação plena do condenado, permitindo que o mesmo não mais seja limitado no

exercício de atos que, não raramente, lhe proporcionarão uma melhoria de vida.

Trata-se, como se pode inferir, de benefício que visa promover a dignidade do indivíduo, dando ao

condenado a oportunidade de almejar e alcançar qualquer objetivo, não permitindo que uma

condenação do passado e já quitada perante o Direito e a sociedade seja um embaraço a tais

pretensões.

Ora, diante da nobre finalidade da reabilitação, que como se vê promove um dos princípios

fundamentais de nossa Carta Magna (a saber, a dignidade humana, prevista no artigo 1º, inciso III

da Constituição Federal de 1988), não é de causar espécie que o instituto teria aplicação também

junto ao Direito Administrativo- Disciplinar onde, a despeito das diferenças indiscutíveis com o

Direito Penal, também se faz presente a figura de um Estado dotado do poder sancionatório.

Assim, a título de exemplo, não poderíamos deixar de trazer a baila a Lei Estadual 869/1696

(Estatuto dos Funcionários Civis de Minas Gerais), que em seu §2º do artigo 253, trata

nominalmente da reabilitação administrativa, em clara inspiração na reabilitação penal:

O funcionário poderá requerer reabilitação administrativa, que consiste na

retirada, dos registros funcionais, das anotações das penas de repreensão, multa,

suspensão e destituição de função, observado o decurso de tempo assim

estabelecido: 1 - três (3) anos para as penas de suspensão compreendidas

entre sessenta (60) a noventa (90) dias ou destituição de função; 2 - dois (2) anos

para as penas de suspensão compreendidas entre trinta (3) e sessenta (60) dias; 3 -

um (1) ano para as penas de suspensão de um (1) a trinta (30) dias,

repreensão ou multa.

Nota-se que o dispositivo colacionado trata exatamente do cancelamento daquelas punições

(destituição de função, suspensão, repreensão e multa) passiveis de impedir a completa

reabilitação do servidor, posto que por não implicar na exclusão do servidor da Administração

Pública, poderiam, se mantidas, ainda ter efeitos deletérios na carreira funcional do servidor.

Ou seja, a exemplo da reabilitação penal, a reabilitação no diploma do servidor civil do Estado de

Minas Gerais visa, exatamente,apagar dos registros do servidor condenado todas as referências

negativas das penas, proporcionando que o mesmo possa, neste caso, exercer sua profissão sem

qualquer embaraço.

A regulamentação da reabilitação administrativa no âmbito da Administração Civil (servidores

civis de Minas Gerais), se mostra de suma importância no presente trabalho, para importante e

inegável referência para o tratamento do mesmo instituto no âmbito da Administração Militar.

E isto porque, é do conhecimento de todos que, tomando justamente como referência a Lei Estatual

869/1959, o Tribunal de Justiça Militar definiu as balizas de outro instituto jurídico, a saber, dos

prazos prescricionais para o exercício do poder punitivo da Administração Militar, editando as

Súmulas 1, 2 e 3 para consolidar que o mesmo tratamento dado aos servidores civis, deveriam ser

aplicados aos servidores militares.

Ocorre que mesmo diante de tantos diplomas legais à indicar a direção correta, demonstrando a

importância de um instituto que permita a reinserção plena do militar, temos que o único

dispositivo que poderia promover esse instituto no seio da Administração Militar de Minas Gerais

estaria fadado, na redação proposta, à apenas promover uma reabilitação tacanha do militar.

Diante da proposta de nova redação para o §1º do artigo 94 do CEDM, prevendo textualmente que

as pontuações decorrentes das punições disciplinares devem ser mantidas no conceito funcional do

militar, não haveria uma real reabilitação do militar, mas apenas um simulacro desta.

O militar continuaria, com essa proposta, a sofrer com os efeitos decorrentes da punição disciplinar

que ele já cumpriu e que, na visão do Direito - em virtude do intervalo de tempo transcorrido

(cinco anos sem nenhuma punição, nos termos do caput do artigo 94) – não deveria impedir a

reinserção completa do militar.

Ora, é cediço que em muito pouco significaria ao militar o cancelamento de punições, se essa não

implicasse na retirada dos pontos negativos, na medida em que continuaria o militar a ter em seu

registro, referências inequívocas, para efeitos diversos, do cometimento da transgressão disciplinar.

Haveria uma completa incoerência do dispositivo, ao pretender, por um lado, apagar dos registros

do militar qualquer referência da punição aplicada (ao prever a expressão “proibido qualquer

referência a elas”), masmanter, por outro lado, um dosaspectosinerentes de cada punição (a saber, a

pontuação negativa). Ou seja, ficaria o dito pelo não dito.

A propósito, serve para reforçar essa relação umbilical (que não autorizaria um cancelamento da

punição desacompanhada do igual cancelamento da pontuação correspondente) a correlação

prevista no próprio Código de Ética e Disciplina, em seu artigo 222, onde está expresso que a

2 Art. 22 – Obtido o somatório de pontos, serão aplicadas as seguintes sanções disciplinares:

I – de um a quatro pontos, advertência;

II – de cinco a dez pontos, repreensão;

III – de onze vinte pontos, prestação de serviço;

sanção disciplinar é definida justamente mediante o somatório de pontos obtidos na fase de

dosimetria, depois de consideradas a natureza da transgressão disciplinar (se leve, média, grave) e

as atenuantes e agravantes.

Ademais, o militar merecedor do benefício jurídico não seria agraciado com uma reabilitação em

sua plenitude, uma vez que, como se sabe, a pontuação negativa interfere diretamente no direito do

militar progredir na carreira.

Nos termos propostos, o cancelamento de punição, contrariando completamente sua natureza

jurídica, não proporcionaria que aquele militar seja reinserido em seu meio profissional, pois, com

a manutenção dos pontos negativos, restaria prejudicada, por exemplo, asua capacidade de pleitear

e alcançar a promoção na carreira.

O militar, com a manutenção das punições, não preencheria o requisito de comportamento

disciplinar satisfatório (que exige, nos termos do Estatuto da PMMG, Lei 5301/1969, um

comportamento diverso de “C” ou “B”, igual ou inferior a vinte e cinco pontos negativos).

Estaria, assim, comprometido justamente o principio básico que deve permear e orientar todo o

ordenamento jurídico e que é, especialmente, como já demonstrado, promovido pela reabilitação: a

dignidade da pessoa humana.

Com intuito de retratar bem essa repercussão negativa no intimo do militar, de forma a demonstrar

como essa proposta, de fato, interfere sensivelmente em umas das formas mais caras à dignidade

da pessoa humana (a saber, a sua profissão), vale citar aqui o artigo cientifico “Policiais Militares

Classificados no Conceito ‘C’ Sem Registro de Punições: uma realidade na Polícia Militar de

Minas Gerais”, de autoria do militar Luiz Ronan de Melo, apresentado no Curso de Formação de

Oficiais, no ano de 2010, como trabalho de conclusão de curso na disciplina de Metodologia

Científica, para a obtenção do título de Tecnólogo em Gestão de Segurança Pública.

Nesse trabalho, o então aspirante utiliza, dentre outros argumentos, o caso concreto de alguns

militares (se valendo, para tanto, de informações obtidas, naquela ano, junto à DRH) que se

encontram no conceito “C” e que, diante da impossibilidade de cancelamento de pontuação, não

terão condições de pleitearem qualquer promoção na carreira militar.

Por não lhes restarem um tempo de serviço suficiente para recuperar os pontos nos termos do

artigo 5º,§2º do CEDM ( que garante ao militar 10 pontos positivos a cada ano de serviço), esses

militares não teriam, sem o cancelamento de punições, qualquer possibilidade de promoção,

ficando permanentemente sujeitos aos efeitos de condenações disciplinares já cumpridas há mais

de cinco anos.

Vale, a fim de ilustrar essa situação, reproduzira seguinte passagem daquele artigo científico:

“(...) A título de exemplo, citamos aqui um deste militares, o Soldado PM Luis

Eduardo Silva Alves (...) cujas punições foram canceladas no final do ano de 2009,

uma vez que foi punido pela última vez no final do ano de 2004 (...) Em contato com

o militar este se mostrou frustrado e desmotivado, deixando a entender que de nada

adiantou o seu comprometimento e esforço em se adequar aos princípios

disciplinares da Instituição. Deixou claro que o cancelamento de punições por si só,

em nada mudou a sua situação, pois continua no mesmo conceito, sem a

possibilidade de ser promovido a Cabo (...)”

Esses exemplos reais demonstram ainda que, a se valer apenas do artigo 5º,§2º do CEDM como

real forma de reabilitação do militar (mediante a soma de 10 pontos positivos a cada ano sem

punição) em relação aos pontos perdidos, estaríamos condenando o militara sofrer de forma

permanente os efeitos da condenação, já que aquele beneficio não seria o suficiente para levar o

militar a um conceito apto à promoção.

E esta constatação serviria para tão somente reafirmar que a real reabilitação do militar, inclusive

em relação aos pontos perdidos só se daria mediante o instituto do cancelamento de punições, por

ser o benefício mais próximo da realidade daquele instituto, conforme exaustivamente defendido

nesta justificativa de contra-proposta.

Para tanto, necessário seria que a redação do §1º, do artigo 94, fosse ao sentido de prever,

expressamente, que o cancelamento alcançaria não só as punições disciplinares, mas também as

pontuações delas decorrentes, para os devidos fins de aferição do conceito do militar.

Eventualmente, ainda como contra-proposta à redação do §1º do artigo 94, pode-se defender a

seguinte redação do dispositivo:

§1º - As punições canceladas serão suprimidas do registro de alterações do militar, proibida

qualquer referência a elas, a partir do ato de cancelamento, devendo a pontuação para fins

de aferição do conceito do militar ser reclassificada para “B” 0.

Até mesmo para conciliar a tese aqui defendida e a melhor aplicação de outro benefício (o previsto

artigo 5º, §2º do CEDM), seria aceitável que o cancelamento das pontuações levasse o conceito do

militar à, no máximo, B “0”, correspondendo, assim, a uma oportunidade de recomeço ao militar

(em consonância com a finalidade da reabilitação), que, por sua vez, teria a oportunidade de, nos

anos que se sucedessem, conquistar, a cada ano sem cometimento de transgressão disciplinar, dez

pontos positivos até alcançar a pontuação máxima (A50).

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 95 – O militar que presenciar ou

tomar conhecimento de ato ou fato

contrário à moralidade ou à legalidade

praticado por outro militar mais antigo ou

de maior grau hierárquico poderá

encaminhar relatório reservado e

fundamentado à autoridade imediatamente

superior ou órgão corregedor das IME,

contendo inclusive meios para demonstrar

os fatos, ficando-lhe assegurado que

nenhuma medida administrativa poderá ser

aplicada em seu desfavor.

§ 1º – A comunicação infundada acarretará

responsabilidade administrativa, civil e

penal ao comunicante.

§ 2º – A autoridade que receber o

relatório, quando não lhe couber apurar os

fatos, dar-lhe-á o devido encaminhamento,

sob pena de responsabilidade

administrativa, civil e penal.

Art. 95 – O militar que presenciar ou tomar

conhecimento de improbidade administrativa ou

infração penal, praticada por outro militar mais

antigo ou de maior grau hierárquico, caso fique

impedido de adotar as medidas legais imediatamente,

encaminhará relatório reservado instruído de provas à

autoridade imediatamente superior ou órgão

corregedor das IME.

§ 1º - O relatório será encaminhado com a devida

identificação e assinatura de quem o elaborou.

§ 2º - O relatório elaborado de má-fé, de conteúdo

falso, acarretará responsabilidade administrativa,

civil e penal.

§ 3º - A autoridade que receber o relatório, quando

não lhe couber apurar os fatos, dar-lhe-á o devido

encaminhamento, sob pena de responsabilidade

administrativa, civil e penal.

PROPOSTA ASPRA:

Art. 95 – O militar que presenciar ou tomar conhecimento de ato ou fato contrário à moralidade ou

à legalidade praticado por outro militar mais antigo ou de maior grau hierárquico poderá

encaminhar relatório reservado e fundamentado à autoridade imediatamente superior ou órgão

corregedor das IME, contendo inclusive meios para demonstrar os fatos, ficando-lhe assegurado que

nenhuma medida administrativa poderá ser aplicada em seu desfavor.

§ 1º - O relatório será encaminhado com a devida identificação e assinatura de quem o elaborou.

§ 2º - O relatório elaborado de má-fé, de conteúdo falso, acarretará responsabilidade administrativa,

civil e penal.

§ 3º - A autoridade que receber o relatório, quando não lhe couber apurar os fatos, dar-lhe-á o

devido encaminhamento, sob pena de responsabilidade administrativa, civil e penal.

Justificativa:

A ASPRA se opõe à natureza subsidiária do relatório reservado (“caso fique impedido de adotar as

medidas legais imediatamente”) na medida em que este instrumento deve ser uma prerrogativa do

militar, na forma como é previsto pela redação vigente.

Nessa proposta de alteração de redação, a objeção que se faz está concentrada, basicamente, na

supressão da garantia, que consta da redação proposta, de que nenhuma medida administrativa

poderá ser aplicada em desfavor do militar que fizer uso do relatório disciplinado no presente

dispositivo.

E, para tanto, deve-se ter em mente que o artigo 95 e §§ são, dentre tantos outros exemplos

inseridos no CEDM, a formalização de uma salva guarda aos militares subordinados, quando diante

de situações contrarias a legalidade e moralidade praticadas por superiores hierárquicos.

Se antes relatar uma prática ilegal ou imoral de superior hierárquico implicava no agravamento da

situação do subordinado, hoje, com a garantia legal de que contra o militar relator não será admitido

a adoção de qualquer medida administrativa, é inegável a implementação de um sistema que gere

menos injustiças, não mais sujeito arbitrariedades, nem a sentimentos de revanchismo e vingança à

que, não raramente, ficavam expostos os militares que faziam uso de expedientes com o mesmo

(salutar) propósito do atual Relatório Reservado.

Assim, conforme consta da redação atual do artigo 95 e §§ (e que deve ser mantida nesta parte),

contra o militar relator não será admitida qualquer medida administrativa, ficando ressalvado no §1º

que no caso de uma comunicação infundada o militar será responsabilizado como devido, sendo

esta última disposição a expressão valida juridicamente de que todo o direito (no caso, o direito de

petição do militar, garantido constitucionalmente no artigo 5º, inciso XXXIV, alínea a da

Constituição Federal), quando usado de forma abusiva, acarretará na responsabilização de seu

titular.

A responsabilização pressupõe, necessariamente, que se passe por um processo administrativo

competente que comprove ter o militar autor do relatório, agido de forma abusiva, imputando a

superior hierárquico um fato ilegal que sabia ser inverídico.

No entanto, quando é suprimida a garantia de que não será aplicada qualquer medida administrativa,

há o risco de, sob o pretexto de se aplicar uma medidaaparentemente legal, submeter o militar que

fez uso do relatório à uma forma de retaliação, em decorrência de sua“audácia” de reportar atos

ilegais de um superior hierárquico.

Neste sentido, deve-se ter em mente que medidas administrativas podem ser de diversas naturezas

(muitas sem natureza punitiva, como a movimentação de fração, mudança de turno...), e que, por

isto, podem ser adotadas, em sua maioria,sem observância de um devido processo legal

(principalmente, sem a ampla defesa e o contraditório), dificultando um controle contra o seu mau

uso.

A supressão da garantia de não aplicação de medida administrativa significará, assim, uma forma de

intimidar militares de reportarem ilegalidade que tenham presenciado ou tomado conhecimento,

comprometendo a eficácia da norma.

Por este motivo é que se entende que a proposta, no ponto destacado, éum inadmissível retrocesso à

proteção realizada pela redação atual do artigo 95 caput e §§ do CEDM, contrariando, ainda, o

espírito do citado diploma legal. Razão pela qual deve ser mantida a redação anterior, proibindo, a

partir do momento que o militar encaminhar orelatório noticiando o fato ilegal, a adoção em

desfavor do militar de qualquer medida administrativa.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 97 – Os casos omissos ou duvidosos,

resultantes da aplicação deste Código, serão

normatizados pelo Comandante-Geral, mediante

atos publicados no Boletim Geral das IME ou

equivalente no CBMMG.

Art. 97 – Os casos omissos ou duvidosos,

resultantes da aplicação deste Código, serão

normatizados através de atos administrativos

conjuntos dos Comandantes-Gerais, mediante

publicação no Boletim Geral das IME.

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 97 – revogação

Justificativa: As normatizações até aqui concretizadas com base no art. 97, acabam por levar em alguns casos à

restrição, inovação e modificação, de direitos previstos em legislação ordinária. O que fere o

princípio da hierarquia das leis. Neste sentido, defendemos a revogação do referido artigo.

Redação atual: Proposta PMMG:

Art. 99 – Revogam-se as disposições em

contrário, especialmente as contidas no

Regulamento aprovado pelo Decreto n° 23.085,

de 10 de outubro de 1983, e os arts. 1° a 16 da

Lei n° 6.712, de 3 de dezembro de 1975.

Art. 99 – Revogam-se as disposições em

contrário, especialmente as contidas no

Regulamento aprovado pelo Decreto n° 23.085,

de 10 de outubro de 1983, e os arts. 1° a 16 e 21

da Lei n° 6.712, de 3 de dezembro de 1975.

PROPOSTA DA ASPRA:

Art. 99 – Revogam-se as disposições em contrário, especialmente as contidas no Regulamento

aprovado pelo Decreto n° 23.085, de 10 de outubro de 1983, e os arts. 1° a 16 da Lei n° 6.712, de

3 de dezembro de 1975.

Justificativa:

O artigo 21, da Lei número 6.712/75, trata da prescrição para instauração dos processos de

justificação, em relação as patentes dos oficiais, estipulando prazo prescricional de 06(seis) anos,

para instauração dos processos.