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Relatório de Conclusão de Parceria Nome da Organização: Instituto de Arte TEAR Nome do Projeto: Marias Brasilianas I. Dados sobre a Instituição Nome completo: Instituto de Arte TEAR CNPJ: 05.435.475/0001-24 Ano da Fundação: 2002 Endereço: Rua Pereira Nunes, 138 Município: Rio de Janeiro Estado: RJ CEP: 20540-132 Telefone: (21)3238-3690 Email: [email protected] Nome do principal representante: Denise Maria Souza de Mendonça Cargo: Presidente Nome do responsável pelo projeto (caso não seja o mesmo): Cargo: II. Dados sobre o projeto 1) Descrição Sumária do Projeto: O Projeto Marias Brasilianas foi criado para contribuir à democratização do acesso aos bens culturais e formar novas platéias. Visa qualificar profissionalmente 45 jovens da CIA Cirandeira (Companhia artístico-cultural, composta por jovens de comunidades de baixa renda da Grande tijuca, egressos de projeto social), através da criação e realização de espetáculo artístico de teatro, dança e música, com o tema da produção artística de mulheres artistas/artesãs brasileiras. Sua relevância está no fato de contemplar jovens, grupos que representam 47% do total de desempregados no Brasil, e abarcar a temática de gênero. As atividades que compõe o Projeto são: 1) aprimoramento técnico da CIA; 2) pesquisa do tema e construção coletiva da obra; 3) montagem do espetáculo e ensaios; 4) apresentações do espetáculo em teatros e centros de arte/cultura; 5) produção de cd e dvd do espetáculo. Principais resultados/produtos: 45 jovens (intérpretes-criadores) qualificados profissionalmente; criação, produção e realização de um espetáculo artístico (Marias Brasilianas); realização 45 apresentações do espetáculo, prioritariamente gratuitas, para mais de 15.000 pessoas em teatros e centros de arte/cultura do RJ. O Projeto se alinha à atuação do MinC, que consolida a Cultura como vetor essencial para o desenvolvimento social e econômico do país. 2) Objetivo Geral: Qualificar profissionalmente 45 jovens da CIA Cirandeira, através da criação, produção e realização de espetáculo artístico de teatro, dança e música, cujo tema é a produção artística de mulheres artistas/artesãs brasileiras (fiandeiras, tecelãs, rendeiras e bordadeiras).

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Relatório de Conclusão de Parceria

Nome da Organização: Instituto de Arte TEAR Nome do Projeto: Marias Brasilianas I. Dados sobre a Instituição

Nome completo: Instituto de Arte TEAR CNPJ: 05.435.475/0001-24 Ano da Fundação: 2002 Endereço: Rua Pereira Nunes, 138 Município: Rio de Janeiro Estado: RJ CEP: 20540-132 Telefone: (21)3238-3690 Email: [email protected] Nome do principal representante: Denise Maria Souza de Mendonça Cargo: Presidente Nome do responsável pelo projeto (caso não seja o mesmo): Cargo: II. Dados sobre o projeto

1) Descrição Sumária do Projeto: O Projeto Marias Brasilianas foi criado para contribuir à democratização do acesso aos bens culturais e formar novas platéias. Visa qualificar profissionalmente 45 jovens da CIA Cirandeira (Companhia artístico-cultural, composta por jovens de comunidades de baixa renda da Grande tijuca, egressos de projeto social), através da criação e realização de espetáculo artístico de teatro, dança e música, com o tema da produção artística de mulheres artistas/artesãs brasileiras. Sua relevância está no fato de contemplar jovens, grupos que representam 47% do total de desempregados no Brasil, e abarcar a temática de gênero. As atividades que compõe o Projeto são: 1) aprimoramento técnico da CIA; 2) pesquisa do tema e construção coletiva da obra; 3) montagem do espetáculo e ensaios; 4) apresentações do espetáculo em teatros e centros de arte/cultura; 5) produção de cd e dvd do espetáculo. Principais resultados/produtos: 45 jovens (intérpretes-criadores) qualificados profissionalmente; criação, produção e realização de um espetáculo artístico (Marias Brasilianas); realização 45 apresentações do espetáculo, prioritariamente gratuitas, para mais de 15.000 pessoas em teatros e centros de arte/cultura do RJ.

O Projeto se alinha à atuação do MinC, que consolida a Cultura como vetor essencial para o desenvolvimento social e econômico do país.

2) Objetivo Geral:

Qualificar profissionalmente 45 jovens da CIA Cirandeira, através da criação, produção e realização de espetáculo artístico de teatro, dança e música, cujo tema é a produção artística de mulheres artistas/artesãs brasileiras (fiandeiras, tecelãs, rendeiras e bordadeiras).

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3) Área de Cobertura do Projeto: O Projeto foi desenvolvido na cidade do Rio de Janeiro (RJ), mas também contou com ações de pesquisa em diversas cidades do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, em Goiás, em Brasília e no nordeste brasileiro, nos estados de Alagoas e Sergipe. Além disso, foram realizadas apresentações do espetáculo em Brasília, em Campos, em Volta Redonda, em Nova Iguaçu e em Niterói.

4) População Atingida: População alvo prevista: 45 rapazes e moças, de 15 a 21 anos, alunos do ensino fundamental e médio de escolas públicas, alguns já cursando o ensino superior, preferencialmente, moradores de comunidades da Grande Tijuca. População atingida diretamente pelo projeto:

45 rapazes e moças, de 16 a 28 anos, alunos do ensino médio de escolas públicas, alguns já cursando o ensino superior, moradores de diferentes regiões da cidade do Rio de Janeiro.

55 mulheres artistas/artesãs do fio: fiandeiras de Olhos D´Água (GO) e de

Francisco Badaró (MG); tecelãs de Berilo (Vale do Jequitinhonha – MG); as

rendeiras de Riacho Doce e Marechal Deodoro (AL), de Divina Pastora (SE) e as bordadeiras da Família Dumont (Pirapora - MG).

População atingida indiretamente pelo projeto: Mais de 15.000 pessoas de variadas faixas etárias, de 3 a 90 anos, que

assistiram ao espetáculo Marias Brasilianas: a arte do fio.

Mais de 1.000 pessoas que adquiram ou ganharam o cd ou o DVD Marias

Brasilianas: a arte do fio. Mais de 40.000 pessoas que acessaram o site “Marias Brasilianas: a arte do

fio”.

5) Período de Implementação: 15/04/2008 a 05/07/2012

6) Resultados e Metas Alcançados:

Os resultados esperados foram alcançados e outros resultados não esperados foram

conquistados a partir dos desdobramentos das próprias ações do Projeto. 1) Aprimoramento técnico dos 45 jovens artistas da CIA, nas áreas de teatro,

dança e música. 2) Realização de pesquisa sobre o processo de criação e os contextos sociais,

históricos, econômicos e culturais de 55 artistas/artesãs: Fiandeiras de Francisco Badaró (MG)/ Tecelagem de Berilo (MG)/ Bordados da Família Dumont/ Renda Filé de Riacho Doce (AL)/ Renda Labirinto de Marechal Deodoro (AL)/ Renda Irlandesa de Divina Pastora (SE).

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3) Criação colaborativa do espetáculo de dança, teatro e música “Marias Brasilianas: a arte do fio”, com laboratórios de pesquisa e criação, montagem e ensaios do espetáculo;

4) Produção de 8 vídeos mini-documentários sobre as artistas/artesãs -

fiandeiras, tecelãs, rendeiras e bordadeiras brasileiras pesquisadas.

5) Realização de 45 apresentações do espetáculo em teatros e centros de arte/cultura;

6) Montagem da exposição “Temperas do tempo: donas do destino” com obras de arte das artistas/artesãs pesquisadas.

7) Produção do CD e DVD do espetáculo Marias Brasilianas: a arte do fio.

8) Criação, montagem e apresentações de Shows Marias Brasilianas: a arte do fio.

9) Criação e manutenção do site do Projeto – WWW.mariasbrasilianas.com.br

7) Atividades Realizadas:

Em 2008:

Conforme o plano de atividades apresentado foram realizados, neste período, workshops com a finalidade de pesquisa e aprimoramento técnico, a saber: - Tecelagem - com a artista Sonia Ritter nos dias 10, 17 e 24 de setembro, num total de 12h de trabalho. Além da entrevista com a artista, conhecendo o seu universo de criação, os participantes e educadores da Cia vivenciaram técnicas da arte de tecer. - Som do barro - com Mestre Nado e Sara Cordeiro, artesãos da cidade de Olinda, no período de 28 de setembro a 1 de outubro, totalizando 20h de trabalho. No workshop foram apresentados a técnica de modelagem de instrumentos sonoros, tais como a moringa e ocarinas, assim como a queima de cerâmica em forno de baixa temperatura.

Além de Pesquisa de campo na cidade de Cunha e Taubaté(SP) no período de 12 a 15 de outubro, quando foram realizadas visitas aos ateliês para entrevistas com os artistas-ceramistas e vivências práticas plásticas, musicais e corporais. O foco da pesquisa recaiu nas técnicas do fazer contemporâneo e queima em fornos de alta temperatura em diálogo com a arte popular das Figureiras de Taubaté. Estas experiências com diferentes artistas (suas trajetórias de vida, seus processos de criação, suas tecnologias) e técnicas do tecer e modelar inspiraram trilhas para a criação, e assim foram emergindo imagens, idéias, ações para a elaboração coletiva de um primeiro fragmento artístico intitulado A primeira queima. Como metáfora do processo de queima em cerâmica, revela o momento em que se encontra o próprio processo de criação do espetáculo Marias Brasilianas: a matéria ganhando forma, consistência, textura e cor.

Em dezembro de 2008 foi realizado um workshop com a Família Dumont com a finalidade de propiciar aos jovens integrantes da Cia, a vivência e a pesquisa sobre o processo de criação deste grupo de bordadeiras brasileiras.

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A família Dumont - reconhecida nacional e internamente por seus belíssimos bordados, que compõem ilustrações de livros e cd de artistas renomados, como Manuel de Barros, Ziraldo, Marina Colassanti, Maria Betania etc – realizou um workshop de uma semana com a Cia Cirandeira, como parte do processo de pesquisa e montagem do espetáculo Marias Brasilianas. A experiência representou um marco na formação e no processo de pesquisa da Cia, principalmente porque os jovens: - aprenderam o fazer-ofício milenar de bordar; - ampliaram seus acervos estéticos; ao conhecerem as obras das Dumont;

- estabeleceram relações entre o processo de criação das Dumont com outros tipos de bordados; - conheceram a história de vida da Família; - aprenderam as histórias do Rio São Francisco que compõe um dos elementos fundamentais do contexto e processo de criação das Dumont; - e a partir do Workshop, começaram a criar sequencias coreográficas e arranjos musicais inspirados no processo de criação e nas obras das Dumont. Que inclusive serão homenageadas no espetáculo, com cerca de 3 cenas vinculadas a elas.

Em 2009: Em janeiro, fevereiro e março foram realizadas atividades de pesquisa do Projeto Marias Brasilianas. Viajamos ao Vale do Jequitinhonha, em MG, em busca das

artesãs/artistas que trabalham com cerâmica e tecelagem. Como o foco da pesquisa é o processo de criação destas mulheres brasileiras, realizamos entrevistas e gravações audiovisuais, nas quais registramos suas histórias de vida, seus locais de trabalho, suas obras e seus fazeres. A região do Vale é muito rica em cultura e arte popular, em cada cidade encontramos diversos artistas. A seguir, a lista de cidades e o nome de algumas das artesãs que entrevistamos, destacando seus ofícios:

TURMALINA – Dona Duquinha (tecelã e rendeira) MINAS NOVAS – Ana do Baú (ceramista) COQUEIRO CAMPO – Zezinha e Deuzani (ceramistas) CAMPO ALEGRE – Dona Rosa, Durvalina e Conceição (ceramistas) BERILO – Dona Leontina (tecelã) CHAPADA DO NORTE – Sr. Zé do Ponto (artesão) ARAÇUAI – Maria Lira, Zefa (artesãs do barro e da madeira)

TAIOBEIRAS – João Alves (ceramista) SANTANA DO ARAÇUAI – Dona Izabel e Glória (ceramista)

A partir destas viagens obtivemos os seguintes resultados:

Continuidade do processo de pesquisa, com destaque ao Vale do Jequitinhonha, em MG;

Ampliação e enriquecimento do acervo de materiais de pesquisa para montagem do Espetáculo;

Aquisição de peças, objetos e obras das artesãs para serem utilizadas no espetáculo;

Realização de curtas metragens sobre as artesãs pesquisadas; Ampliação do conhecimento e acervo cultural e estético dos jovens da CIA

Cirandeira;

Reconhecimento da riqueza do Vale do Jequitinhonha (MG), conferindo-lhe lugar destaque no espetáculo Marias Brasilianas.

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Em abril, maio, junho e julho foram realizadas atividades de produção do espetáculo “Marias Brasilianas: a arte do fio. Destacam-se as principais: - Ensaios diários do espetáculo com os 45 jovens da Cia. Cirandeira, de 2ª a 6ª feira, de 14h às 18h, na sede do TEAR - Ensaios gerais do espetáculo com os 45 jovens da Cia Cirandeira, aos sábados, de 9h às 17h - Workshop de cenário, figurino, iluminação e sonorização com os 45 jovens da Cia Cirandeira

- Criação, confecção e produção de cenário, figurino e objetos cênicos - Criação e produção das peças gráficas do espetáculo (banner, busdoor, cartazetes, filipetas, MICA, painel da marquise do teatro e programa)

Com estas atividades foram alcançados os seguintes resultados:

- Criação coletiva das cenas do espetáculo Marias Brasilianas: a arte do fio. - Montagem do espetáculo Marias Brasilianas: a arte do fio com participação de todos os jovens integrantes da Cia Cirandeira. - Ampliação dos conhecimentos artísticos dos jovens integrantes da Cia nas áreas de cenografia, iluminação, sonorização e figurino. - Qualificação profissional nas áreas de dança, teatro e música dos jovens da Cia Cirandeira. - Criação das peças de divulgação do espetáculo como produtos de comunicação com

reconhecida qualidade estética. No segundo semestre de 2009, destacam-se um resumo das principais atividades: - Aprimoramento Técnico da Cia: realização das oficinas de qualificação profissional.

Oficinas nas várias linguagens para os grupos que compõem a Cia Cirandeira.

Para o Grupo 1 – área teatro/dança foram realizadas 880h/aula por grupo.

Teatro

Composição e improvisação

Dança Contemporânea

Dança Popular

Laboratório de pesquisa (processos de criação da obra)

Para o Grupo 2 - área música, foram realizadas 880h/aula

Violão e Cavaquinho

Percussão

Flauta

Prática de conjunto

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Teoria e Percepção Musical

Laboratório de pesquisa (processos de criação da obra)

Oficinas comuns aos 2 grupos:

Corpo e voz

Preparação Cênica

Construção coletiva do site “Marias Brasilianas”

- Workshops:

Cerâmica com a Célia Flud (Paraty RJ)

Trançados em taboa com as artesãs do Quilombo (Paraty RJ)

Tecelagem com Sonia Ritter (RJ)

Som do Barro com o Mestre Nado e Sara Cordeiro (PE) – Modelagem, técnicas de

construção de instrumentos em barro e queima

Figureiras de Taubaté (Taubaté SP)

Workshop de iluminação com Aurélio de Simoni

Workshop de figurino com Joana Lavallé

Workshop de cenário com Miriam Miranda

Workshop de sonorização com Fernando Capão

Workshop de teatro com Arheta Andrade

Workshop de música com André Sampaio

Workshop de artes plásticas com Marcelo Brant

Workshop de dança com Isabela Prince

- Atividades culturais:

TEIA RIO – Encontro Estadual dos Pontos de Cultura

MOSTRA BRASIL – Transformando com Arte

MUSEU DO FOLCLORE

MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES

MUSEU HISTÓRICO NACIONAL

PANORAMA DA DANÇA CONTEMPORÂNEA

DIVERSAS APRESENTAÇÕES NO CENTRO COREOGRÁFICO

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- Gravação do cd com as composições e arranjos musicais para uso exclusivo

nos ensaios:

Os próprios integrantes da Cia gravaram as composições e arranjos musicais do

espetáculo na sede do TEAR, com equipamento de gravação de áudio, adquirido pelo

Ponto de Cultura da instituição. Vale dizer que, o Cd foi utilizado como um material

fundamental nas aulas, ensaios e laboratórios de pesquisa.

- Realização de ensaios:

Os ensaios do Espetáculo Marias Brasilianas foram realizados diariamente, na sede do

TEAR, no Centro Coreográfico do Rio de Janeiro e no Teatro SESI, com a participação de

todos os integrantes da Cia. Nos dois meses que antecederam ao espetáculo os ensaios

se intensificaram também aos finais de semana.

- Criação do projeto cenográfico e montagem do cenário:

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A cenógrafa Miriam Miranda criou o cenário em parceria com os profissionais e jovens da

Cia Cirandeira, a partir do material de pesquisa levantado. O fio é o elemento comum a

todas as formas artísticas homenageadas no espetáculo, por isso predomina na

cenografia, que pretende provocar um novo olhar sobre os fazeres tradicionais da

tecelagem, das rendas e bordados. Os Grandes rolos de fios, carretéis, fusos de várias

cores e volumes que preenchem o cenário branco, servem de apoio para músicos e

intérpretes. Ao fundo, redes emolduram uma escultura vazada em forma de mandala que

recebe projeções no seu centro, ilustrando as cenas com fotos e vídeos de trabalhos das

artesãs/artistas homenageadas. Os músicos são posicionados junto ao ciclorama e

ganham destaque com o uso de praticáveis. Pernas em tecido cru têm bordados gigantes

inspirados nos vários temas e desenhos presentes nas diversas técnicas utilizadas pelas

artesãs. Uma tecelagem gigante destaca-se no cenário

simulando uma peça feita por artesãs de Berilo (MG). A

caixa cênica branca recebe interferências coloridas dos

adereços, figurinos, bordados e elementos cenográficos

revelando o processo de criação que dá cor e vida ao

suporte branco. A mandala ao fundo celebra a reunião

das Marias.

Vale ressaltar que a confecção do cenário foi realizada na sede do TEAR com participação

dos jovens da Cia Cirandeira que também auxiliaram na montagem do mesmo no teatro.

- Concepção do figurino:

Assim como o projeto cenográfico, o figurino do espetáculo foi concebido pela figurinista

Joana Lavallé, em parceria com os jovens e outros profissionais da Cia.

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Utilizou-se uma palheta de cores, vinculada aos bordados da obra da Família Dumont e

os figurinos, criados especialmente para o espetáculo, foram inspirados nas vestimentas

das mulheres artistas homenageadas. Os jovens da Cia em parceria com a figurinista

assistiram aos vídeos de pesquisa, buscando nas imagens das artistas algumas

referências estéticas a serem utilizadas no figurino.

Totalmente baseado na cultura popular brasileira, roupas, acessórios e adereços foram

confeccionados de maneira artesanal, compondo o universo estético do espetáculo que

transita pelos vários brasis. Aproveitando as texturas, cores e formas das rendas,

bordados e tecelagens, o figurino trouxe a estética das próprias matérias primas.

Por fim, cabe dizer que, os jovens da Cia participaram de todo o processo de concepção e

criação tanto do cenário como dos figurinos.

- Criação do plano de iluminação O plano de iluminação do espetáculo Marias Brasilianas: a arte do fio foi criado pelo iluminador Aurélio de Simoni. Com especificidades para cada uma das cenas, a luz dialogou com o cenário, o figurino e as imagens projetadas, configurando-se como um elemento imprescindível à beleza estética do espetáculo.

- Projeção As gravações com as artistas nas várias regiões do Brasil geraram um grande acervo de imagens audiovisuais, que foram utilizadas nas projeções no cenário do espetáculo. Nesse sentido, as obras e os saberes-fazeres das artistas homenageadas foram revelados através das projeções, dialogando com cada uma das cenas.

- Sonorização e criação do rider do espetáculo

O rider de som do espetáculo foi concebido pelo Fernando Capão em parceria com os profissionais e jovens artistas da Cia Cirandeira. Criado para atender as especificidades

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técnicas que compõem os diversos arranjos das músicas executadas ao vivo pelos jovens. Valorizando a riqueza sonora de cada um dos naipes dos instrumentos em cena, executados pelos 18 músicos e 7 cantores. - Apresentações do espetáculo em Teatros e Centros de arte e cultura (Projeto Escola)

Foram realizadas quatro (4) apresentações do espetáculo seguido de debate; duas (2) para alunos de escolas públicas em teatros reconhecidos do RJ e duas (2) para participantes de outros Pontos de Cultura/MinC, no Centro Coreográfico do Rio de

Janeiro.

Foi realizada uma (1) temporada, com nove (9) apresentações do espetáculo no Teatro SESI, no Rio de Janeiro.

Foram realizas cinco (5) apresentações em espaços de arte e cultura pelo Estado do RJ: duas (2) no Teatro SESC de Nova Iguaçu, uma (1) no Teatro da Escola de Ensino Médio do SESC em Jacarepaguá, duas (2) no Teatro Odylo Costa Filho, na UERJ.

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Em 2010, no primeiro semestre foram realizadas as seguintes atividades:

a) Terminamos as gravações, mixagem e masterização do cd Marias Brasilianas: a arte do fio.

b) Criamos toda a arte gráfica do cd (capa, contracapa e encarte), utilizando as fotos e imagens das rendas, bordados e tecelagens das artistas homenageadas pelo

Projeto assim como o material visual produzido durante as apresentações do espetáculo.

c) Realizamos ensaios do espetáculo Marias Brasilianas na sede do TEAR e no Teatro do Jockey.

d) Promovemos temporada de 12 apresentações do espetáculo no Teatro do Jockey, de 19 de março a 11 de abril, sexta, sábados e domingos, às 21h.

e) Participamos do Viradão Carioca, com apresentação do espetáculo no Centro de Artes da Maré, dia 24 de abril.

No segundo semestre de 2010, realizamos além das ações cotidianas de formação artística com os jovens da Cia Cirandeira, as seguintes atividades:

a) Participação na Festa das 30 Luas do TEAR

No dia 04 de dezembro de 2010, nos Jardins do Museu da República, o TEAR celebrou 30 anos de história com centenas de pessoas que participaram de oficinas culturais e apresentações artísticas durante todo o dia. Nessa celebração foram aproximadamente 70 atividades artísticas entre apresentações e oficinas, oferecidas gratuitamente a toda a comunidade por artistas, grupos e instituições culturais voluntárias. Os jovens da Cia Cirandeira ofereceram performances e oficinas durante o dia, além de apresentarem trechos do espetáculo Marias Brasilianas e participarem da produção de toda a Festa das 30 Luas.

b) Participação no evento “Natal Encantado de Vila Isabel - De Noel para Noel”, organizado pela Região Administrativa da Tijuca, no dia 19 de dezembro de 2010.

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c) Continuação do Grupo de Pesquisa Acadêmica sobre Marias Brasilianas. Projeto de Iniciação Científica com orientação de Mabel Botelli, doutoranda em Psicossociologia, UERJ.

Como diretora artística e pedagógica da Cia Cirandeira, Mabel Botelli preparou seu

projeto para o doutorado partindo do processo coletivo e colaborativo de construção do espetáculo Marias Brasilianas. Como doutoranda provocou a possibilidade de um grupo de pesquisa formado pelos próprios jovens da Companhia, que sob sua orientação, relacionam-se e experimentam o contato com a pesquisa científica.

Com estas ações alçamos os seguintes resultados: a) Produção de 2.000 cds Marias Brasilianas: a arte do fio, com qualidade musical e estética reconhecida por especialistas da área. b) 1.500 espectadores na temporada de 12 apresentações do espetáculo no Teatro do Jockey, de 19 de março a 11 de abril. c) Reconhecimento do trabalho através do convite do Centro Coreográfico do Rio de Janeiro para participar do Viradão Carioca, do Natal Encantado de Vila Isabel e da Festa de 30 luas do TEAR. Em dezembro de 2010, o Projeto Marias Brasilianas foi finalista da 3ª edição do Prêmio Cultura Viva, do MinC.

Idealizado pelo Ministério da Cultura (MinC), com patrocínio da Petrobras e coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) o Prêmio Cultura Viva tem por objetivo mobilizar, reconhecer e divulgar práticas culturais desenvolvidas em todo o território brasileiro. Foram reconhecidas situações comunicativas em projetos culturais, desenvolvidas de forma continuada, que estimulam a fluência comunicativa – a expressão, o compartilhamento de informações e

conhecimentos – e o trabalho colaborativo como condições preciosas para o reconhecimento da influência das práticas culturais no processo de construção de identidades, convivência e desenvolvimento. A Cia Cirandeira, em reunião entre orientadores e jovens, decidiu a maneira de apresentar o projeto, criando “estações” em diferentes espaços da casa e fazendo do Tear o cenário de Marias. Durante quatro horas, os jovens apresentaram as memórias do

processo de criação do espetáculo com os materiais das pesquisas, as obras de arte das mulheres pesquisadas, as músicas, as coreografias, o processo de construção do figurino e cenário; e ainda, os registros nos ‘Diários de bordo’ onde cada integrante escreveu suas percepções das experiências vividas nesse processo. Desta forma, o projeto foi apresentado e ficou entre os 12 finalistas nacionais.

Em 2011, visando o aprimoramento artístico da Cia Cirandeira e o intercâmbio com

outros grupos e artistas, no início de Fevereiro de 2011, foram realizados workshops com os jovens: - Oficina de Teatro com o Grupo Moitará. - Oficina de Música com o artista Djalma Correa. Após as oficinas, os jovens deram continuidade aos seus processos de formação artístico-

cultural, freqüentando o TEAR, três vezes na semana, com 12h semanais de atividades nas áreas de dança, teatro, música e canto, durante o ano inteiro:

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O Grupo de dança/teatro (Brincantes) participa das seguintes atividades de formação: - Dança contemporânea, com o Fred Paredes. - Dança Popular, com Laís Bernardes. - Teatro, com Wilson Belém. - Canto, com Beth Dau. - Improvisação e composição, com Mabel Botelli. O Grupo de música (Menestréis) participa das seguintes atividades de formação:

- Teoria musical, prática de conjunto e cordas, com Dalmo Motta. - Percussão e prática de conjunto, com Gustavo Pereira. - Improvisação e composição, com Dalmo Motta e Gustavo Pereira. - Canto, com Beth Dau. Esta equipe de profissionais qualificados nas várias linguagens da arte, com experiência na área de formação e produção artístico-cultural, coordena e acompanha todo o trabalho desenvolvido pela Cia Cirandeira. Mabel Botelli, diretora artística da Cia é Doutoranda em Psicossociologia, pelo Instituto de Psicologia da UFRJ, Mestra em Educação Física pela Universidade Gama Filho. Bailarina formada na Primer Escuela Argentina de Expresión Corporal-Danza. Dança-Terapeuta formada pela Escola Angel Vianna e Psicomotricista. Wilson Belém, diretor cênico é Ator, diretor e circense, formado pela Escola Nacional de

Circo do Rio de Janeiro e Bacharel em Teoria do Teatro pela UNIRIO, RJ. Reconhecido por sua atuação como professor de teatro e diretor teatral de peças premiadas em vários lugares do Brasil. Frederico Paredes, professor de dança contemporânea da Cia é Coreógrafo, bailarino e professor de dança formado pela Faculdade Angel Vianna. Reconhecido por seus diversos trabalhos internacionais. Lais Bernardes, professora de dança popular é Pós-graduada em Dança (UFBA),

licenciada em Educação Física (UFRJ) e formada em Dança pela Escola Angel Vianna (RJ). Professora de Danças e Folguedos Populares da UFRJ, Angel Vianna e Circo Voador. Coordenadora do Grupo Zanzar, de Danças Populares. Gustavo Pereira, professor de percussão e prática de conjunto é Músico, diretor musical de teatro, trilha de cinema e produção musical. Músico integrante do Grupo Zanzar, de danças e músicas populares e também trabalha com Folclore e Cultura Popular, na Escola de Teatro da rede FAETEC do Governo do Estado do Rio de Janeiro.

Dalmo Mota, diretor musical e professor de cordas, teoria musical e prática de conjunto é Violonista, compositor e arranjador. Lançou em 99 seu primeiro CD, "Tríade", à frente do trio instrumental de mesmo nome. Coordenador Geral da Filial Tijuca do Conservatório Brasileiro de Música. Beth Dau, professora de canto e musicalização. Formada em Música, atua como professora no Conservatório Brasileiro de Música. Vale ressaltar que, atualmente, a grande maioria dos jovens integrantes da Cia

Cirandeira ingressou no Ensino Superior, em universidades públicas e privadas do Rio de Janeiro. Matriculados predominantemente em cursos nas áreas humanas e artísticas, muitos dos jovens optaram por formações profissionais nas linguagens da Cia - dança, teatro e música. Em Março de 2011, a Cia Cirandeira abriu Audição para novos jovens artistas, que

participaram de um processo de seleção nas áreas de dança-teatro e música para integrarem o elenco de bailarinos-atores e músicos da Cia. A atividade obteve sucesso, alcançando seus objetivos.

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Em Abril de 2011, o Grupo Menestréis apresentou seu repertório de samba em um espaço cultural na Lapa, no centro do Rio de Janeiro, destacando-se pela qualidade do repertório e qualidade na execução musical. Por fim, salienta-se que de fevereiro a abril, os jovens artistas da Cia se preparam para a gravação do DVD do espetáculo, que estamos trabalhando para acontecer no próximo trimestre. No segundo semestre de 2011, foram realizadas as seguintes atividades:

- Show Marias Brasilianas, Teatro Carlos Gomes - 30 de Agosto de 2011 Apresentação do show “Marias Brasilianas: a arte do fio” dentro da programação no Projeto Sete em Ponto da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, no Teatro Carlos Gomes. O show obteve a maior bilheteria do projeto, com lotação esgotada em um dos principais e mais tradicionais teatros da cidade do Rio de Janeiro, com capacidade para 760 lugares, tendo ainda um número grande de pessoas que deixaram de assistir por esgotamento de ingressos.

- Marias Brasilianas: a arte do fio, Teatro Municipal Trianon de Campos de Goytacazes, dia 30 de Setembro e 01º de Outubro de 2011 Marias Brasilianas: a arte do fio, com a Companhia Cirandeira foi a apresentação de abertura do II Festival Estudantil de Teatro de Campos, o FETEC. As apresentações

foram realizadas no Teatro Municipal Trianon, e contaram com a abertura do Secretário de Cultura e com a presidente do Teatro Trianon. Além das apresentações a Cia Cirandeira ministrou duas oficinas – dança e música - de cultura e ritmos populares com foco na pesquisa desenvolvida para o espetáculo Marias Brasilianas.

- DVD Marias Brasilianas: a arte do fio, no Sesc Nova Iguaçu, nos dias 17 e 18 de Outubro de 2011.

Em outubro foi realizada a gravação do DVD do

espetáculo “Marias Brasilianas: a arte do fio” no teatro do Sesc Nova Iguaçu. O DVD é um importante registro do espetáculo, como resultado de um projeto de formação e produção artística, realizado com jovens artistas,

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intérpretes e co-auotres da obra, além de ser um excelente material de difusão da riqueza da diversidade cultural brasileira. Inscrevemos o Projeto de finalização do DVD no site colaborativo do MOVER.ME. http://www.movere.me/exibeProjeto.do?id=49

Em Novembro de 2011, a Cia Cirandeira foi convidada pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, para participar do evento “Primavera dos Livros”, realizado no Museu da República, no dia 24/11/2011. Foi desenvolvida uma

apresentação do espetáculo “Marias Brasilianas: a arte do fio”, para cerca de 300 pessoas.

Em dezembro de 2011, a Cia Cirandeira foi convidada para realizar o espetáculo “Marias Brasilianas: a arte do fio” na Abertura da Feira de Economia Solidária RENDA-SE!, em Brasília – DF, no dia 01º de Dezembro de 2011.

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8) Metodologia:

O TEAR trabalha com uma metodologia própria, baseada nos referências teóricos da

Arte-Educação, cujos princípios orientam suas ações. Neste trabalho a Arte amplia

as sensibilidades, os universos culturais, simbólicos e imaginários, desenvolvendo os

processos cognitivos, a capacidade crítica e a autonomia necessária à participação

social. Para tanto, o Projeto atua em duas em duas vertentes: a pedagógica e a

artística, na qual a articulação da arte-educação com o processo de educação para a

cidadania não só abarca o ensino da arte como um campo específico de

conhecimento, mas também como um campo de experiências transdisciplinares.

Foram oferecidos cursos profissionalizantes nas áreas de dança, teatro-circo, música

e produção artística e cultural. Um diferencial é tratar-se de um projeto orientado

por profissionais reconhecidos nas diversas linguagens da arte e áreas de produção,

dos quais, grande parte, já atuou junto aos jovens no projeto social, sendo,

portanto, uma equipe que vem acompanhando o desenvolvimento desses jovens e

aprimorando suas metodologias de trabalho. Este fato merece destaque, pois no

projeto a criação da obra se fez a partir de uma construção coletiva entre jovens e

profissionais.

Vale destacar também que, a abordagem metodológica do trabalho articula cultura

e comunicação, tendo as manifestações artísticas e o patrimônio cultural brasileiro

como matéria prima do Projeto. Assim, foram desenvolvidas ações em três campos:

pesquisa, criação e difusão artístico-cultural. Os procedimentos metodológicos

basearam-se nos seguintes pressupostos:

a) gestão compartilhada das ações e decisões;

b) participação dos jovens como autores, intérpretes-criadores, mediadores e

difusores culturais;

c) criação coletiva, de forma colaborativa, envolvendo jovens e adultos em todos os

processos e produtos culturais da iniciativa;

d) convivência pautada no diálogo voltada para o fortalecimento das identidades

culturais e do sentido de pertencimento social;

e) ampliação do repertório cultural;

f) intercâmbio de linguagens artísticas;

g) difusão de saberes-fazeres tradicionais e comunitários;

h) valorização da diversidade cultural brasileira.

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9) Acompanhamento e avaliação:

Nos três primeiros anos, a equipe de profissionais do Projeto se reuniu

semanalmente para planejamento e avaliação do projeto, além de terem realizado

seminários semestrais para estudo, análise e organização dos processos de criação

e gestão do Projeto. No último ano, as reuniões passaram a ser quinzenais.

Com os jovens, foram realizados fóruns mensais de avaliação e planejamento das

ações. Semestralmente, foram realizadas avaliações por escrito, a partir de

questionários com perguntas abertas e fechadas e entrevistas vídeo gravadas.

Para acompanhamento e monitoramento das atividades foram criados alguns

indicadores de resultado:

Número de jovens freqüentando as atividades da Cia por semestre: 30 a 35 jovens

Número de jovens que participaram da criação do espetáculo: 45 jovens

Número de apresentações do espetáculo realizadas: 45 apresentações, em mais de

15 lugares diferentes

Número de Cds e DVDs vendidos e distribuídos: 1.000

Destacam-se também os impactos sociais, culturais e econômicos são evidentes:

1º) na vida das 50 mulheres que tiveram suas histórias reconhecidas e valorizadas,

seus contextos sócio-culturais compartilhados, seus processos de criação e obras

difundidos para um grande público. Desta maneira, fortaleceram suas identidades

culturais e seus sentidos de pertencimento social; enriqueceram seus repertórios

culturais, conheceram o Rio de Janeiro, participaram da exposição com suas obras,

assistiram ao espetáculo e intercambiaram seus saberes-fazeres. A visibilidade das

obras possibilitou maior número de peças vendidas, contribuindo ao acréscimo de

renda. 2o) na vida dos 45 jovens que ampliaram e enriqueceram seus repertórios e

acervos culturais, qualificaram suas atuações profissionais como artistas e difusores

culturais; aprenderam elementos técnicos das várias linguagens da arte e da

comunicação; apropriaram-se dos meios de comunicação como forma de registro,

divulgação e difusão de práticas culturais.

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10) Dificuldades e Obstáculos:

Os desafios e obstáculos encontrados foram:

1) A falta de recursos financeiros para realizar circulação do espetáculo, exposição e

oficinas em outros estados do país e para manter os jovens da Cia Cirandeira

envolvidos nas ações. Buscamos enfrentar esta questão escrevendo projetos em

editais e procurando novos patrocinadores.

2) Encontrar outros lugares para vender as peças das artistas/artesãs, visando

contribuir ao acréscimo de renda dessas mulheres. Buscamos enfrentar a

problemática encontrando parcerias com outras instituições interessadas em

difundir o artesanato brasileiro.

3) Falta de espaços de divulgação da iniciativa na mídia. Enfrentamos buscando

parcerias com empresas de comunicação e maior diálogo com as mídias

alternativas.

4) Encontrar espaços culturais no Rio de Janeiro e em outros estados do Brasil que

acolham as ações da iniciativa. Através de articulações buscamos pauta em

teatros e salas de exposição, estabelecendo contatos com outras produtoras e

pontos de cultura.

11) Impactos nas Políticas Públicas e Expansão/Ampliação do Projeto:

Acreditamos que para impactar as políticas públicas torna-se necessária a

participação nos espaços e movimentos de luta pela garantia dos direitos humanos,

em especial à cultura e à educação. Portanto o TEAR vem participando da rede e do

Fórum dos Pontos de Cultura do Estado e do país, das reuniões setoriais de

construção do Plano Municipal de Cultura e também das audiências públicas sobre

cultura na camara dos vereadores e na assembléia legislativa. Buscamos através

destas participações, por exemplo, incluir o Programa Cultura Viva nas leis federais,

estaduais e municipais de Cultura. Programa este que garante os princípios das

ações que fundamentam o projeto Marias Brasilianas.

Com relação à ampliação do Projeto e expansão para outras áreas e grupos, o TEAR

atua tanto na difusão da sua metodologia de trabalho para outras instituições, como

vem buscando fortalecer o Programa Ciranda Brasileira, de onde surgiu a Cia

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Cirandeira – companhia artística responsável pelo projeto Marias Brasilianas. Com

este fortalecimento há formação de novas crianças e adolescentes que possam ao

longo do tempo vir a formar novas companhias artísticas.

12) Recomendações:

Para qualificar as estratégias e alcance de resultados indicamos em primeiro lugar a

participação efetiva de todos os envolvidos, em prol do bem comum que nos une ao

projeto. Em segundo, a periodicidade das reuniões e encontros para planejamento e

avaliação permanente das atividades, envolvendo os jovens e os profissionais. Em

terceiro, mas não menos importante, a relação com outras organizações e

participação em redes e fóruns de incidência política, na área de educação e cultura.

13) Outros Comentários e Sugestões:

Marias Brasilianas: a arte do fio reuniu um conjunto de ações inéditas e inovadoras

que: integraram as diversas linguagens da arte e da comunicação; difundiram

saberes-fazeres culturais; envolveram comunidades de várias regiões, revelando a

beleza e a riqueza dos “vários Brasis”; favoreceram o diálogo e o intercâmbio

intergeracional; possibilitaram a criação colaborativa de práticas culturais;

democratizaram o acesso aos bens culturais e aos meios de comunicação,

difundindo a diversidade cultural brasileira.

14) Anexos:

Relatório Final de Prestação de Contas Carta de Entrega de Prestação de Contas Declaração de Arquivo 5 anos

Rio de Janeiro, 23 de agosto de 2012

Denise Mendonça Presidente