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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ NEDIR CLAUDETE HEMSING PROPOSTA DE UM FLUXO DE CAIXA PARA A OFICINA TECNOAUTO Biguaçu 2010

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

NEDIR CLAUDETE HEMSING

PROPOSTA DE UM FLUXO DE CAIXA PARA A OFICINA

TECNOAUTO

Biguaçu 2010

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NEDIR CLAUDETE HEMSING

PROPOSTA DE UM FLUXO DE CAIXA PARA A OFICINA

TECNOAUTO

Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado ao Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - Gestão da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, como requisito para obtenção do Título de Bacharel em Administração.

Orientador: Profa. MSc. Cláudia Catarina Pereira

Biguaçu 2010

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NEDIR CLAUDETE HEMSING

PROPOSTA DE UM FLUXO DE CAIXA PARA A OFICINA

TECNOAUTO

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi considerado adequado para a obtenção

do título de Bacharel e aprovado pelo Curso de Administração, da Universidade do

Vale do Itajaí, Centro de Ciências Sociais Aplicadas- Gestão de Biguaçu.

Área de Concentração: Financeira

Biguaçu, 24 de junho de 2010.

Profa. MSc. Cláudia Catarina Pereira UNIVALI – Biguaçu

Orientadora

Prof. MSc. Crisanto Soares Ribeiro UNIVALI - Biguaçu

Membro

Prof. MSc. Maria Albertina Schmitz Bonin UNIVALI - Biguaçu

Membro

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Dedico este trabalho a toda minha família, amigos, professores e colegas, a

todos que de alguma maneira contribuíram para o alcance deste objetivo e em especial

a minha mãe...

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AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus e meus pais primeiramente pela minha existência, pela vida

e oportunidades que tenho.

Agradeço em especial ao Senhor Carlos Gazzoni e ao meu ex-marido

Fernando Horn, pelo incentivo e apoio em todos os momentos de dificuldades, para

eu ingressar e continuar nesta caminhada e alcançar o objetivo final de concluir o

curso de Administração.

Agradeço a toda minha família: minha mãe Nadir, meu pai Alceu (in

memórium), a todas minhas irmãs, cunhados, sobrinhos que me trazem energia e

pela estrutura familiar, oferecendo força e amor, e ao Duda pelo apoio e

compreensão pra eu continuar a caminhada.

Agradeço a todas as minhas amigas em especial a Camilla, Daniela,

Giordana e Lisiane, por me escutarem e me dar forças em todos os momentos

difíceis, para eu conseguir enfrentar os obstáculos e superar as barreiras

encontradas. Vocês são partes muito importantes nessa conquista.

Agradeço a minha orientadora e amiga Cláudia que é especial, obrigada pelo

apoio, paciência, colaboração, dedicação e palavras de conforto para que eu

concluísse meu trabalho de conclusão e também pelo ombro amigo.

Agradeço a meu “chefe” Daniel pelo apoio, cooperação e compreensão, e a

todas minhas colegas de trabalho em especial a Gisele, por entender e compreender

pelos momentos que eu não estava presente para auxilia - las nas atividades da

empresa.

Agradeço a todos os colegas e grandes amigos que fiz neste tempo de

Universidade, pela ajuda e apoio na realização de trabalhos e atividades, pelos

momentos que me proporcionaram de alegrias e diversão.

Agradeço a todos os professores, que além de professores são amigos e

grandes colaboradores no término desta jornada, e também a todos os

colaboradores da Univali que sempre foram muito prestativos e cordiais.

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RESUMO

HEMSING, Nedir Claudete. Fluxo de Caixa para a empresa Chemerson Fidelis – ME. 2010. 65 f. Trabalho de Conclusão de Estágio (Graduação em Administração) – Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2010. Este trabalho de conclusão de estágio teve como objetivo elaborar um modelo de fluxo de caixa para a Empresa Chemerson Fidelis – ME, no período compreendido entre janeiro à dezembro de 2009. A Oficina Tecnoauto, nome fantasia, localiza-se no Bairro Areias, na cidade de São José – SC, atua na prestação de serviços. Para atingir o objetivo foram avaliados os modelos teóricos sobre fluxo de caixa, optou – se pelo modelo de Zdanowicz (2004) pela facilidade de interpretar e compreender os dados. A metodologia utilizada para a confecção do trabalho foi do tipo descritivo. A pesquisa foi identificada como quantitativa por pesquisar e analisar dados numéricos. O trabalho foi realizado através de pesquisa documental, foi realizada coleta de dados diários e mensais para posterior classificação e elaboração do fluxo de caixa da empresa. No final do trabalho pode – se constatar a dificuldade da empresa pesquisada em realizar um planejamento financeiro confiável, pois a mesma apresenta enorme falta de disciplina quanto a realização dos ingressos e desembolsos, inviabilizando totalmente a implantação e controle do fluxo de caixa. PALAVRAS-CHAVES: Fluxo de caixa. Planejamento financeiro.

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ABSTRACT

This work completion stage aimed to develop a model of cash flow for the Company Chemerson Fidelis - ME, for the period January to December 2009. The Workshop Tecnoauto, fancy name, is located in the Sands Subdivision in the city of São José - SC, operates in the provision of services. To achieve the objective we have evaluated the theoretical models about cash flow, we decided - if the model Zdanowicz (2004) for the ease of interpreting and understanding the data. The methodology used for the preparation of the study was observational in nature. The data is being presented in the same way they were collected. The research was identified as a quantitative research and analyze numerical data. The work was conducted through desk research, data collection was performed every day and monthly for later sorting and preparing the company's cash flow. At the end of the work can - it appears the difficulty of the company studied in making a reliable financial planning, because it shows great lack of discipline and the achievement of income and disbursements, not leading to full deployment and control of cash flow. KEYWORDS: Cash Flow. Financial planning.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Modelo de fluxo de caixa ....................................................................38

Tabela 2 - Modelo de fluxo de caixa ....................................................................39

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Principais elementos no processo de elaboração e avaliação

dos demonstrativos financeiros projetados para o curto prazo .................

21

Figura 2 – Principais Ingressos e Desembolsos ........................................ 23

Figura 3 – Apresentação dos métodos diretos e indiretos ......................... 29

Quadro 1 – Demonstração do fluxo de caixa - Método direto .................... 30

Quadro 2 – Demonstração do fluxo de caixa - Método indireto ................. 30

Figura 4 – Requisitos par a implantação do fluxo de caixa ........................ 34

Quadro3 – Fatores internos e externos que afetam o caixa ...................... 35

Figura 5 – Fluxograma da integração do Contas a Receber com o

Contas a Pagar............................................................................................

41

Figura 6 – Composição dos Ingressos ....................................................... 47

Figura 7 – Desempenho dos Ingressos....................................................... 48

Figura 8 – Composição dos Desembolsos ................................................. 49

Figura 9 – Desempenho dos Desembolsos ............................................... 50

Figura 10 – Composição dos desembolsos Administrativos ...................... 51

Figura 11 – Desempenho dos desembolsos Administrativos ..................... 52

Figura 12 – Composição dos desembolsos com fornecedores .................. 52

Figura 13 – Desempenhos dos desembolsos com fornecedores .............. 53

Figura 14 – Composição dos desembolsos com pessoal .......................... 54

Figura 15 – Desempenho dos desembolsos com pessoal ......................... 54

Figura 16 – Composição dos desembolsos tributários ............................... 55

Figura 17 – Desempenho dos desembolsos tributários.............................. 56

Figura 18 – Composição dos desembolsos financeiros ............................. 57

Figura 19 – Desempenho dos desembolsos financeiros ............................ 57

Figura 20 – Desempenhos dos desembolsos com financiamentos ........... 58

Figura 21 – Ingressos x desembolsos – 2009............................................. 59

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12

1.1 OBJETIVOS...................................................................................................... 12

1.1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 12

1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................ 13

1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 15

2.1 ADMINISTRAÇÃO ................................................................................................. 15

2.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ........................................................................... 16

2.2.1 FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO ............................................... 17

2.3 PLANEJAMENTO FINANCEIRO ........................................................................... 18

2.3.1 PLANEJAMENTO FINANCEIRO À LONGO PRAZO (ESTRATÉGICOS) .......... 19

2.3.2 PLANEJAMENTO FINANCEIRO À CURTO PRAZO (OPERACIONAL) ............. 20

2.4 FLUXO DE CAIXA .................................................................................................. 22

2.4.1 OBJETIVOS DO FLUXO DE CAIXA ................................................................... 24

2.4.2 PLANEJAMENTO DO FLUXO DE CAIXA .......................................................... 26

2.4.3 FORMAS DE APRESENTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA .................................... 27

2.4.4 COMPONENTES DA ESTRUTURA DO FLUXO DE CAIXA ............................... 31

2.4.5 REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ............................ 33

2.4.6 PRINCIPAIS TRANSAÇÕES QUE AFETAM O CAIXA ....................................... 35

2.4.7 MODELOS DE FLUXO DE CAIXA ...................................................................... 37

2.4.8 FLUXO DE CAIXA NA TOMADA DE DECISÕES ............................................... 40

2.5 ANÁLISE HORIZONTAL E ANALISE VERTICAL ................................................. 41

2.5.1 ANÁLISE HORIZONTAL ..................................................................................... 42

2.5.2 ANÁLISE VERTICAL .......................................................................................... 42

3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ....................................................................... 44

4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ......................................................... 45

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ............................................................ 45

4.2 HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO .......................................................................... 46

4.3 INGRESSOS .......................................................................................................... 46

4.4 DESEMBOLSOS .................................................................................................... 48

4.4.1 DESEMBOLSOS ADMINISTRATIVOS ............................................................... 50

4.4.2 DESEMBOLSOS COM FORNECEDORES ......................................................... 52

4.4.3 DESEMBOLSOS COM PESSOAL ...................................................................... 54

4.4.4 DESEMBOLSOS TRIBUTÁRIOS ........................................................................ 55

4.4.5 DESEMBOLSOS FINANCEIROS ........................................................................ 56

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4.4.6 DESEMBOLSOS COM FINANCIAMENTOS ....................................................... 58

4.5 INGRESSOS E DESEMBOLSOS ........................................................................... 58

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 60

REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 62

ANEXOS ...................................................................................................................... 64

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1 INTRODUÇÃO

Toda e qualquer organização, independente de ramo ou tamanho, necessita

controlar a situação financeira, através de controles contínuos, planejamentos e

acompanhamentos de sua estrutura de ingressos e desembolsos monetários

praticados, ou seja, através de uma ferramenta chamada fluxo de caixa, que

demonstrará a realidade financeira da empresa com vistas para servir de apoio

gerencial e tomada de decisões e planejamentos futuros.

A oficina Tecnoauto, que é seu nome Fantasia, uma empresa de pequeno

porte, sendo individual, com razão social Chemerson Fidelis-ME, localizada no

Bairro Areias, na cidade de São José – SC, atua na prestação de serviços como:

mecânica em geral, injeção eletrônica e troca de óleo em automóveis nacionais e

importados.

A empresa necessita organizar a estrutura financeira, pois a mesma, não tem

o conhecimento necessário das entradas, saídas e de todas as operações

financeiras, inclusive os gestores desconhecem se a empresa é lucrativa ou não.

Pela falta de conhecimento real da situação financeira da empresa, pode-se

concluir que o fluxo de caixa, será de extrema importância para a empresa. Assim,

coloca-se a seguinte questão norteadora: Como estruturar um fluxo de caixa que

melhor atenderá as necessidades da Oficina Tecnoauto?

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Propor uma estrutura de fluxo de caixa para dar suporte ao processo de

tomadas de decisão, para a Oficina Tecnoauto, situada na cidade de São José - SC,

no período de janeiro/2009 a Dezembro/2009.

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1.1.2 Objetivos específicos

Elaborar um fluxo de caixa, a partir do estudo da literatura corrente sobre o

tema;

Investigar os itens relevantes para elaboração do fluxo de caixa, como

entradas e saídas da oficina Tecnoauto;

Confeccionar um fluxo de caixa para a empresa Tecnoauto;

Desenvolver a análise horizontal e vertical do fluxo de caixa na empresa

Tecnoauto;

1.2 JUSTIFICATIVA

Diante da concorrência acirrada, a oficina Tecnoauto, uma empresa, de

pequeno porte necessita de um controle minucioso em todas as áreas, mas

principalmente, na financeira, pois se não tiver “dinheiro” em caixa e um

planejamento adequado, ela poderá chegar à falência. Segundo Zdanowicz (2004, p.

19), “a sobrevivência da empresa depende do grau de acerto da gestão financeira”.

Para a organização, se propõe demonstrar ao gestor a importância do controle

financeiro, através da ferramenta fluxo de caixa que será utilizada como instrumento

de apoio gerencial para a tomada de decisões.

No momento atual, este trabalho é bastante oportuno para o desenvolvimento

dos estudos na área financeira da Oficina Tecnoauto, pois há uma preocupação

constante do gestor em conhecer a realidade financeira da sua empresa que está

desorganizada. Afinal, toda tomada de decisão terá conseqüências financeiras.

Portanto, a elaboração de um fluxo de caixa surgiu da necessidade de trabalho de

conclusão do curso e ampliação dos conhecimentos por parte da acadêmica e pelo

interesse do gestor da empresa em organizar e controlar o setor financeiro da sua

organização, possibilitando então a realização do estudo. Pois também trará

benefícios para a sociedade, cooperando com pagamento de impostos, geração de

emprego e renda, influenciando diretamente na economia catarinense.

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Pode-se verificar que o tempo disponível de uma ano é suficiente para a

conclusão do estudo. Em relação aos custos, estes são irrisórios, possibilitando

assim a realização do estudo na empresa. Quanto ao acesso às informações, serão

fornecidas pelos gestores, que têm interesse em disponibilizá-las de forma clara e

real. Nesse processo de elaboração e implantação do fluxo de caixa, constituído

pelas entradas e saídas ou ingressos e desembolsos do caixa, torna-o um

instrumento indispensável para auxiliar nas tomadas de decisões, serão utilizadas

técnicas gerenciais para operações de curto e longo prazo, redução de custos, e

melhor gerenciamento da organização. Com o auxílio de técnicas e conhecimentos

da acadêmica, pode-se constatar que com a coleta de dados o projeto é viável.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Apresenta-se neste capítulo a revisão teórica sobre o assunto escolhido para

o estudo, ou seja, fluxo de caixa. Para a revisão bibliográfica deste trabalho, foram

feitas as buscas em fontes acadêmicas que auxiliaram o desenvolvimento do

trabalho. Portanto, torna-se imperativo fazer uma reflexão sobre alguns assuntos:

administração; administração financeira; função do administrador financeiro;

planejamento, elaboração e a implantação do fluxo de caixa.

2.1 ADMINISTRAÇÃO

A administração é entendida como um conjunto de atividades dirigidas de

forma eficiente e eficaz na utilização dos recursos, destaca Silva (2004, p.6). Mas na

percepção dos autores Montana e Charnov (2001, p.2), a administração é a ação de

trabalhar com e por meio das pessoas. Ambos os autores concordam com a teoria

de que os investidores esperam alcançar os objetivos e metas organizacionais.

Os autores Lacombe e Heilborn (2003, p.48), definem a administração como

um conjunto de princípios e normas, com o “objetivo de planejar, organizar, dirigir,

coordenar e controlar os esforços” dos indivíduos que se associam para alcançar um

objetivo comum.

Convém enfatizar que, para Chiavenato (2000, p.1), a administração é uma

das áreas do conhecimento humano com maiores desafios e complexidades. Pois

quem sabe interpretar e utilizá-la poderá trabalhar nos mais variados níveis

hierárquicos, desde a supervisão elementar até o nível de dirigente máximo de uma

organização.

Atualmente, a administração financeira é de grande importância para que os

gestores possam utilizar os meios e ferramentas para realizar uma avaliação do

negócio e tomar decisões adequadas. Para isto, foram abordados alguns tópicos

que se apresenta à seguir.

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2.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Após uma breve definição sobre administração, para um melhor

entendimento, nesta seção foram abordadas algumas definições sobre a

administração financeira.

Bangs (1999, p.8) coloca que,

A administração financeira compreende planejamento, análise, execução das atividades financeiras e as funções a elas relacionadas. As decisões administrativas são tomadas a partir das soluções contidas em equação matemática que simulam situações reais.

A administração financeira refere-se às responsabilidades do administrador

financeiro numa empresa. Eles atuam, ativamente, na “área financeira em todos os

tipos de empresas: financeiras ou não financeiras, privadas ou públicas, pequenas

ou grandes, com ou sem fins lucrativos”. Desempenham várias atividades em busca

de receitas e levantam fundos com o intuito de atingir o melhor resultado para as

pessoas, empresas e governos. (GITMAN, 1997, p.4)

Na mesma concepção, Hoji (2004, p.21) defende que a administração

financeira tem como objetivo estar sempre em busca de receitas para maximização

e geração dos lucros e riquezas, possibilitando assim melhorias, e interagindo com

resultados econômicos e financeiros para melhor remunerar as empresas, as

pessoas, o setor ambiental, os governos e a sociedade como um todo.

Ainda na mesma linha de pensamento, para Ross, Westerfield e Jordan

(1998, p.33), “a administração financeira é mais útil para os proprietários da empresa

quando ajuda a identificar bens e serviços que criam valor para a empresa, porque

são desejados e valorizados no mercado”.

Quando um empreendedor decide abrir um novo negócio, ele almeja que o

mesmo possa gerar lucro, esperando retorno do seu esforço e do capital investido,

buscando suprir as necessidades da população na sociedade e alcançar os

objetivos e metas organizacionais. (BARROS, 1999, p.10).

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2.2.1 Funções do administrador financeiro

Gitman (1997, p.10) coloca que “a dimensão e a importância da função do

administrador financeiro dependem do tamanho da empresa”. Nas pequenas

empresas, normalmente esta função é desenvolvida no setor de contabilidade. À

medida que a empresa cresce, a importância da função financeira aumenta,

proporcionando à organização a criação de um setor próprio, dirigido pelo vice-

presidente de finanças e diretamente subordinado ao presidente ou executivo da

empresa.

O autor Gitman (1997, p.10) ressalta também, que para se realizar um bom

trabalho, o pessoal de finanças deve interagir e trocar informações com todos os

outros setores da empresa, seja elas contabilidade, marketing, recursos humanos,

produção e assim por diante, com capacidade de avaliar e compreender a função da

administração financeira e auxiliar na tomada de decisão.

Com uma definição semelhante, Braga (1995, p. 23) expõe que a função

financeira relaciona-se à compreensão de um conjunto de atividades de acordo com

a gestão dos fundos movimentados por todas as áreas da empresa. Essa função

tem a responsabilidade de buscar os recursos necessários e pela formulação de

estratégias voltadas para otimização do uso desses fundos. Em qualquer empresa, a

função financeira desempenha um papel relevante no desenvolvimento de

atividades operacionais, cooperando significativamente para o sucesso da empresa.

Em outra perspectiva, Hoji (2004, p.25) defende que as atividades exercidas

pelo administrador financeiro “existem em função do negócio da empresa e não é da

competência do administrador financeiro determinar como elas devem ser

conduzidas”. Ainda ressalta que todas as atividades empresariais envolvem recursos

e devem ser dirigidas para a obtenção dos lucros.

Hoji (2004, p. 25) divide as funções típicas do administrador financeiro em:

análise, planejamento e controle financeiro;

tomadas de decisões de investimentos; e

tomadas de decisões de financiamentos.

Zdanowicz (2004, p.29) e Silva (2006, p.20) destacam as seguintes funções

desempenhadas pelo administrador financeiro:

Manter a empresa em permanente situação de liquidez;

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Maximizar o retorno sobre o investimento realizado;

Administrar o capital de giro da empresa;

Avaliar os investimentos realizados em itens de ativo

permanente;

Estimar o provável custo dos recursos de terceiros a serem captados;

Analisar as aplicações financeiras mais interessantes para a empresa;

Informar sobre as condições econômico-financeiras atuais e futuras da

empresa;

Fornecer informações precisas sobre a situação financeira da empresa

que sirvam de base para tomadas de decisão sobre política de compras,

de vendas, de crédito, de cobrança, entre outras;

Interpretar as demonstrações financeiras da empresa;

Elaboração de orçamentos financeiros referentes à obtenção e aplicação

de recursos, tanto a curto como a longo prazo;

Manter-se atualizado em relação ao mercado e às linhas de crédito

oferecidas pelas instituições financeiras.

Abordadas as funções do administrador financeiro, é importante agora

destacar o significado do planejamento financeiro.

2.3 PLANEJAMENTO FINANCEIRO

O planejamento consiste em estabelecer antecipadamente as ações a serem

executadas dentro de cenários e condições preestabelecidos, avaliando os recursos

a serem utilizados e atribuindo as responsabilidades, para alcançar os objetivos

fixados. Os objetivos fixados poderão ser atingidos apenas com um sistema de

planejamento adequado e estruturado, segundo os autores Hoji (2004, p.385) e

Sanvicente (1997, p.208).

Na concepção de Marion (1998, p. 381), é necessário fazer um planejamento

financeiro, para que o gerente possa saber o momento certo em que no caso de

falta de fundos, seja capaz de buscar empréstimos, e no caso de excesso de

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dinheiro, aplicar no mercado financeiro, evitando assim, a corrosão financeira e

proporcionar à empresa maiores rendimentos.

Em perspectiva similar, Ross, Westerfield e Jordan (1998, p.82-83)

estabelecem que o planejamento financeiro é o modo como podem ser alcançados

os objetivos financeiros, formar um plano financeiro para analisar decisões futuras

com grande antecedência.

De forma mais abrangente, para Gitman (1997, p.586), o planejamento é uma

parte essencial de qualquer empresa. Utilizando instrumentos representados pelos

demonstrativos projetados e pelos orçamentos de caixa, propiciam um mapa para

administrar as empresas na direção de seus objetivos. Para este autor, o

planejamento é a espinha dorsal da empresa, e a sobrevivência da empresa

depende do caixa.

O planejamento financeiro se divide em duas partes: planejamento de longo

prazo e planejamento de curto prazo que serão abordadas nos próximos tópicos.

2.3.1 Planejamento financeiro à Longo prazo (estratégicos)

Na visão de Gitman (1997, p.588), o planejamento financeiro de longo prazo

são ações planejadas antecipadamente, prevendo soluções para possíveis

problemas financeiros. O planejamento é considerado de longo prazo quando

cobrem períodos de dois a dez anos. Planejamento estratégico está integrado com

planos de produção de marketing e de outros que se utiliza de premissas e objetivos

para orientar a organização a obter seus objetivos estratégicos.

Para complementar, segundo a colocação de Sanvicente (1997, p. 208),

planejamento à longo prazo implica em: “previsões sobre o comportamento

esperado do meio em que a empresa atua, a fixação de objetivos amplos e

elaboração dos documentos que formalizam o processo de planejamento”.

Para Zdanowicz (2004, p.176) o longo prazo, compreende ao valor sintético

das entradas causadas pela venda de bens e serviços e das saídas realizadas por

custos operacionais e de capital, abrangendo também os projetos de expansão,

modernização, relocalização ou novas instalações da empresa. É de grande

importância para as tomadas de decisão, apropriação de linhas de crédito ajustadas

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à longo prazo. Este fluxo de caixa envolve normalmente um planejamento de dois a

cinco anos, variando de acordo com o porte do investimento a ser realizado pela

empresa.

2.3.2 Planejamento financeiro à curto prazo (operacional)

Para Zdanowicz (2004, p.176) o curto prazo corresponde ao controle

detalhado de entradas e saídas de caixa geradas durante ao período projetado. Com

a finalidade de manter um controle mais rígido do saldo de caixa e propondo

minimizar os encargos financeiros, o administrador financeiro poderá fazer a escolha

pela projeção do “fluxo de caixa por exercício social, semestre, trimestre, mês,

semana ou dia, de acordo com as necessidades da empresa”.

Na visão de Gitman (1997, p.588), o planejamento financeiro de curto prazo

incide em ações projetadas para um período de um a dois anos, acompanhadas dos

reflexos financeiros da empresa.

Segundo Gitman (1997, p.589), concentra-se nos principais elementos do

processo de planejamento de curto prazo: o orçamento de caixa, a demonstração do

resultado e o balanço patrimonial projetados.

Em complemento aos autores anteriores, Sanvicente (1997, p. 209) se refere

ao planejamento de curto prazo, cujo resultado deverá ser um plano para a primeira

amostra anual do plano de longo prazo, decorrente dos estudos do ambiente e dos

objetivos incluídos no plano feito inicialmente para diversos anos futuros.

Na figura 1 destacam - se os principais elementos no processo de elaboração

e avaliação dos demonstrativos financeiros projetados para o curto prazo:

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Figura 1: Principais elementos no processo de elaboração e avaliação dos demonstrativos financeiros projetados para o curto prazo Fonte: Gitman (1997, p. 589)

Para fazer um planejamento adequado para o curto prazo, serão

imprescindíveis algumas informações necessárias como demonstrado na Figura 1,

que são: previsão de vendas, planos de produção, plano de financiamento à longo

prazo e orçamento de capital.

O planejamento financeiro de curto prazo é um processo composto por três

elementos importantes que são: a demonstração do resultado projetado o orçamento

de caixa e o balanço patrimonial projetado.

Tendo visto os principais passos do planejamento financeiro, será estudado o

tema principal deste trabalho, que é o fluxo de caixa.

PLANO DE

FINANCIAMENTO

À LONGO PRAZO

ORÇAMENTO

DE CAIXA

ORÇAMENTO

DE CAPITAL

INFORMAÇÃO NECESSÁRIA

RESULTADO PARA ANÁLISE

PREVISÃO DE

VENDAS

PLANOS DE

PRODUÇÃO

DEMONSTRAÇÃO

DO RESULTADO

PROJETADO

BALANÇO

PATRIMONIAL

PROJETADO

PLANO DE

FINANCIA

MENTO À

LONGO

PRAZO

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2.4 FLUXO DE CAIXA

Para Zdanowicz (2004, p. 19), o fluxo de caixa é a ferramenta que permite aos

gestores financeiros “planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos

financeiros de sua organização para determinado período”.

Assef (1999, p, 1) relata que o fluxo de caixa, “mede as necessidades futuras

de recursos, a capacidade de pagamento pontual dos compromissos assumidos,

bem como a disponibilidade para investimentos”.

Ribeiro (2008, p. 72) conceitua fluxo de caixa como um relatório contábil que

tem por finalidade demonstrar as transações ocorridas em um determinado período,

provocando alterações no saldo da conta caixa. Portanto, o fluxo de caixa,

compreende o movimento de entradas e saídas de dinheiro na empresa.

No entanto, para uma melhor compreensão e visualização, apresenta-se na

figura 2 os principais elementos dos ingressos e desembolsos.

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Figura 2 - Principais Ingressos e Desembolsos Fonte adaptada: Zdanowicz (2004, p. 39)

Para complementar, Gitman (1997, p.81) ressalta também que o fluxo de caixa

é uma demonstração financeira que representa um reservatório de liquidez, que é

aumentado pelas entradas de caixa e diminuída pelas saídas de caixa.

Na mesma concepção, e de forma sucinta, Marion (1998, p. 380) conceitua que

a demonstração do fluxo de caixa “indica a origem de todo dinheiro que entrou no

caixa, bem como a sua aplicação de todo dinheiro que saiu do caixa e, ainda, o

resultado do fluxo financeiro”.

O autor Gitman (1997, p. 75) destaca que o administrador pode ter disponível

uma visão dos fluxos de caixa da empresa relativos às atividades operacionais, de

investimentos e de financiamentos, podendo igualmente reconciliá-los com as

variações em seu caixa e títulos negociáveis durante o período em questão.

VENDAS

À VISTA

CAPITAIS

PRÓPRIOS

COBRANÇAS DE

VENDAS À PRAZO

CAPITAIS

DE TERCEIROS

CAIXA

(DISPONÍVEL)

AMORTIZAÇÕES INVESTIMENTOS OPERAÇÕES

EMPRÉSTIMOS

FINANCIAMENTOS

CUSTOS

OPERACIONAIS

DESPESAS

OPERACIONAIS

ATIVO

PERMANENTE

MERCADO

FINANCEIRO

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Zdanowicz (2004, p. 28) relata também que o fluxo de caixa é um dos

instrumentos mais importantes para o administrador financeiro, “pois através dele,

planeja as necessidades ou não de recursos financeiros a serem captados pela

empresa”.

Marion (1998, p. 380) menciona que o fluxo de caixa é de grande utilidade

interna na organização. O mesmo autor (1998, p.381) relata que é através do fluxo

de caixa que se tem conhecimento do passado. Portanto, só assim poderá fazer

uma boa projeção futura para o caixa. As comparações do fluxo de caixa projetado

com o real vêm advertir as variações que demonstram as deficiências nas projeções,

servindo de subsidio para aperfeiçoamento de novas projeções de Fluxo de Caixa.

Corroborando com estas afirmações, o mesmo autor Hoji e Yoshitake (1997,

p.154) define que a finalidade do fluxo de caixa é fornecer informações sobre os

recebimentos e pagamentos da empresa durante o período, que se forem

aproveitadas em conjunto com os dados de outras demonstrações financeiras,

possibilitará aos investidores e todos interessados conhecer alguns aspectos

importantíssimos na maneira de conduzir o negócio.

Após o exposto acima, destacam - se na seção seguinte os objetivos do fluxo

de caixa.

2.4.1 Objetivos do fluxo de caixa

De acordo com Frezatti (1997, p.13-14) no sentido clássico o fluxo de caixa

simula o objetivo final dos investimentos relacionados aos recursos alocados. A

gestão do fluxo de caixa não se constitui somente em preocupações para grandes

empresas, mas por todos os portes e tipos de empresa, a fim de alcançar seus

objetivos de maneira adequada.

Segundo Barros (1999, p.7-8) o fluxo de caixa é um instrumento de grande

apoio gerencial para a gestão financeira de qualquer empresa, pois é de extrema

importância para fazer planejamentos futuros. Um dos seus objetivos é estabelecer

metas e estratégias para se chegar aos resultados que o empreendedor almeja

alcançar e consequentemente verificar se a empresa está obtendo lucro.

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Zdanowicz (2004, p. 23) afirma também que o fluxo de caixa tem como objetivo

avaliar a projeção das entradas e saídas de recursos “financeiros para determinado

período, visando prognosticar a necessidade de captar empréstimos ou aplicar

excedentes de caixa nas operações mais rentáveis para a empresa”.

Os objetivos do fluxo de caixa são vários, na concepção semelhante aos

autores citados, Silva (2006, p.19) define que o principal objetivo é a visão de todas

as atividades (entradas e saídas) diárias, do grupo do ativo circulante, de maneira

que se têm uma visão das disponibilidades, representando o grau de liquidez da

empresa.

De acordo com Zdanowicz (2004, p. 23) e Silva (2006, p.19) fazem parte

também dos objetivos do fluxo de caixa:

Planejar as necessidades de captação de recursos de maneira a preservar

a liquidez;

Fornecer recursos para a realização das transações definidas no

planejamento financeiro;

Aplicar de forma eficaz os recursos disponíveis, entretanto, sem

comprometer a liquidez;

Buscar o equilíbrio financeiro entre os fluxos de entradas e saídas de

recursos;

Saldar as obrigações incorridas dentro do prazo estabelecido;

Rever desembolsos de caixa em volumes elevados em épocas de encaixe

baixo;

Proporcionar ao gestor financeiro uma visão estratégica da situação da

empresa;

Demonstrar em que período a empresa precisa captar recursos ou aplicá-

los quando existir excedentes de caixa;

Visualização de vendas da empresa;

Visualização do volume de vendas da empresa;

Análise da situação de inadimplência dos clientes;

Coordenar os recursos a serem utilizados pelas diversas atividades da

empresa em termos de investimentos.

Finalizando os objetivos do fluxo de caixa na próxima seção será abordado o

planejamento do fluxo de caixa.

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2.4.2 Planejamento do fluxo de caixa

Zdanowicz (2004, p.125) defende que o processo de planejamento do fluxo

de caixa consiste em implantar uma estrutura de informações úteis, práticas e

econômicas. O objetivo é preparar um mecanismo seguro para estimar os ingressos

e desembolsos futuros de caixa da empresa.

Quanto ao planejamento Zdanowicz (2004, p.168) destaca os principais itens

de ingressos e os principais itens a serem desembolsados na empresa como sendo:

Ingressos da empresa:

Receita de vendas de produtos, mercadorias ou de serviços à vista;

Receita de vendas de produtos, mercadorias ou de serviços à prazo;

Aumento de capital social por novas integrações dos sócios atuais ou

através da entrada de novos sócios na empresa;

Receitas financeiras decorrentes de aplicações no mercado financeiro;

Empréstimos captados junto às instituições financeiras;

Dividendos recebidos de empresas coligadas ou controladas;

Outras receitas como exemplos: aluguéis recebidos, venda de itens do

ativo imobilizado, benefícios decorrentes de incentivos fiscais, etc.

Desembolsos da empresa:

Fornecedores, com aquisições de matérias-primas, de expediente ou de

conservação à vista;

Fornecedores, com aquisições de matérias-primas, de expediente ou de

conservação à prazo;

Pagamento de salários aos funcionários;

Pagamentos de encargos previdenciários ou fiscais;

Empréstimos assumidos com as instituições financeiras;

Compra de itens do ativo imobilizado;

Pagamento das despesas operacionais: administrativa, de vendas,

financeiras e tributárias;

Pagamento de gratificações aos funcionários ou diretoria;

Pagamento de dividendos aos acionistas.

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O planejamento do fluxo de caixa incide em manter um sistema de

informações que permita ao administrador financeiro perceber antecipadamente do

montante dos recursos financeiros que constituirão os ingressos e desembolsos de

caixa em determinado momento. Isso acontecendo, o administrador financeiro terá a

situação real da empresa em suas mãos, além de suprir em tempo hábil as futuras

necessidades financeiras da organização, de acordo com (ZDANOWICZ, 2004,

p.169).

Silva (2006, p.62) menciona que as informações preliminares para a elaboração

do fluxo de caixa devem ser enviadas ao administrador financeiro, originam-se

normalmente dos setores de: vendas; compras; recursos humanos; administração;

estoque; cobrança, entre outros. É de fundamental importância que os responsáveis

pelos setores estejam conscientes da seriedade e da confiabilidade dos dados que

estão sendo transferidos.

Na elaboração do fluxo de caixa, Silva (2006, p.61) sugere que é necessário o

gestor financeiro fazer uma análise sobre a qualidade da informação, antes do

lançamento no fluxo de caixa.

Frezatti (1997) também propõe que todas as áreas da organização se

comunicam, para uma melhor elaboração do fluxo de caixa. Segundo Frezatti (1997,

p.35) o fluxo de caixa de uma organização deve conter detalhamentos que permitam

a análise adequada das informações contidas. Um fluxo de caixa não estruturado

adequadamente, leva aos gestores da empresa a não interpretar, não avaliar e não

decidir adequadamente sobre sua liquidez.

Portanto, conclui-se que os dados almejados para elaboração do planejamento

do fluxo de caixa se encontram dentro da própria empresa, basta apenas que todos

os departamentos informem os dados de maneira confiável e correta aos gestores

financeiros.

2.4.3 Formas de Apresentação do fluxo de caixa

Serão destacadas nesta seção, as formas de apresentação ou elaboração do

Fluxo de Caixa através do Método Indireto e o Método Direto.

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Na visão dos autores Ribeiro (2008, p.80 – 82) Hoji, Yoshitake (1997, p. 150-

152) e Campos Filho (1999, p.47) o método Indireto: é a forma de apresentação do

fluxo de caixa, que também é conhecida como Demonstração do Fluxo Líquido de

Caixa. Esta é uma complementação da Demonstração das Origens e Aplicações de

Recursos, pois os recursos procedentes das atividades operacionais são

demonstrados com base no lucro líquido, sendo acordadas pelos itens que não

afetam o Capital Circulante Líquido (CCL), considerando-se as mutações do CCL,

exceto as disponibilidades.

Também na visão dos autores Ribeiro (2008, p.80 – 82) Hoji, Yoshitake

(1997, p. 150-152) e Campos Filho (1999, p.47) o método Direto é uma

demonstração de Fluxo de Caixa que comprova efetivamente as movimentações

dos recursos financeiros ocorridos no período. Os valores principais podem ser

apurados através da análise das contas patrimoniais e de resultados. Outras

informações que precisam ser apuradas mais detalhadamente devem ser

encontradas nos controles internos e ou na Contabilidade Financeira.

Na comparação entre os dois métodos Campos Filho (1999, p.48) destaca as

vantagens e desvantagens:

Método Indireto – Vantagens:

Apresenta baixo custo, pois basta utilizar dois balanços patrimoniais (o do

inicio do período e o do final do período), a demonstração de resultados e algumas

informações adicionais encontradas na contabilidade.

Concilia lucro contábil com fluxo de caixa operacional líquido, mostrando

como se compõe a diferença.

Método Indireto – Desvantagens

O tempo necessário para gerar as informações pelo regime de

competência e só depois convertê-las para regime de caixa. Se por exemplo, for

feito isso uma vez por ano, podemos ter surpresas desagradáveis e tardiamente.

Se houver interferência da legislação fiscal na contabilidade oficial, e

normalmente há, o método indireto irá eliminar somente parte dessas distorções.

Método Direto – Vantagens

Cria condições favoráveis para que a classificação dos recebimentos e

pagamentos siga critérios técnicos e não fiscais.

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Permite que a cultura de administrar pelo caixa seja introduzida com maior

rapidez nas empresas.

As informações de caixa podem estar disponibilizadas diariamente.

Método Direto – Desvantagens

O custo adicional para classificação dos recebimentos e pagamentos.

A falta de experiência dos profissionais das áreas contábil e financeira em

utilizar as partidas duplicadas para classificar os recebimentos e pagamentos.

Para esclarecer melhor os métodos diretos e indiretos citados acima, eles

serão apresentados na figura 3 em forma de fluxograma.

Figura 3 – Apresentação dos métodos diretos e indiretos

Fonte: (Sá, 1998, p.36)

O método direto demonstra os pagamentos e recebimentos derivativos das

atividades operacionais da empresa, ao invés do lucro líquido ajustado. No quadro 1

será apresentado o modelo da demonstração pelo método direto com adaptação de

Hoji, Yoshitake (1997, p. 151).

Entradas

Operacionais

Saídas

Operacionais

Lucro Líquido

Ajustes

Geração Interna

de Caixa

Geração Operaci-

onal de Caixa

Fluxo Operacional

Geração Não Ope-

racional de Caixa

Variação do Disponível

MenosMais / Menos

Igual

Mais / Menos

Igual

Igual

Mais / Menos

tod

o D

ire

toM

éto

do

Ind

ireto

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INGRESSOS DE RECURSOS Recebimentos de clientes xx Pagamentos a fornecedores (xx) Despesas administrativas e comerciais (xx) Despesas financeiras (xx) Impostos (xx) Mão-de-obra direta (xx) (=) Ingressos de recursos provenientes das operações xx Recebimentos por vendas do imobilizado xx (=) Total dos ingressos dos recursos financeiros xx DESTINAÇÕES DE RECURSOS Aquisição de bens do imobilizado xx Pagamentos de Empréstimos bancários xx (=) Total das destinações de recursos financeiros xx Variação líquida de Disponibilidades xx (+) Saldo inicial xx (=) Saldo final de Disponibilidade xx

Quadro 1 - Demonstração do fluxo de caixa - Método direto Fonte: Hoji, Yoshitake (1997, p. 151).

Para se optar por algum dos métodos deve ser analisada a realidade de cada

empresa. Existem segmentos, em que as vantagens do método direto ainda são

maiores, porque os números de competência significam pouco para essa atividade.

No quadro 2 será apresentado o modelo da demonstração pelo método

indireto, também com adaptação de Hoji, Yoshitake (1997, p. 151).

Fluxo de caixa das atividades operacionais Resultado Líquido xx

(±) Ajustes que não representam entrada ou saída de caixa xx (+) Depreciação e amortização xx (+) Provisão para devedores duvidosos xx (±) Resultado na venda do imobilizado xx (±) Aumento ou diminuição do contas a receber xx (±) Aumento ou diminuição de estoques xx (±) Aumento ou diminuição de despesas antecipadas xx (±) Aumento ou diminuição de passivos xx (±) Aumento ou diminuição de outros ajustes xx

(=) Caixa Líquido das Atividades Operacionais xx Fluxo de caixa das atividades de investimentos

(+) Alienação de imobilizado xx (+) Alienação de investimentos xx (-) Aquisição de imobilizado xx (-) Aquisição de investimentos xx

(=) Caixa Líquido das Atividades de Investimentos Fluxo de caixa das atividades de financiamentos

(+) Integralização de capital xx (+) Juros recebidos de empréstimos xx (+) Empréstimos tomados xx (+) Aumento do capital social xx (-) Pagamento de leasing (principal) xx (-) Pagamentos de lucros e dividendos xx (-) Juros pagos por empréstimos xx (-) Pagamentos de empréstimos/debêntures xx

(=) Caixa Líquido das atividades de financiamentos xx (=) Aumento ou redução de Caixa Líquido

Quadro 2 - Demonstração do fluxo de caixa - Método indireto Fonte: Hoji, Yoshitake (1997, p. 151).

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É importante destacar que os modelos apresentados, servem apenas como

ferramentas de apoio para o processo decisório, elaboradas com base nas

informações do fluxo de caixa realizado, com o intuito de informar aos usuários

externos a situação e a capacidade que a empresa gerou de caixa num determinado

período.

Nas próximas seções será trabalhado o fluxo de caixa pelo método direto

que é o objeto do presente estudo.

2.4.4 Componentes da estrutura do fluxo de caixa

Zdanowicz (2004, p. 146-147), destaca os itens que compõem a estrutura do

fluxo de caixa são:

Ingressos: são todas as entradas monetárias que irão entrar no caixa da

empresa.

Desembolsos: são todas as saídas monetárias que irão sair do caixa da

empresa.

Diferença do período: são os resultados ou diferenças apurados entre os

ingressos e desembolsos monetários da empresa.

Gitman (1997, p. 294) destaca que o fluxo de caixa pode ser composto por

três componentes básicos:

Entradas: são registrados (controles) e projetados (planejamento) de todos

os recebimentos da empresa, tais como: vendas à vista, recebimento de duplicatas

de clientes e outras entradas em dinheiro.

Saídas: são agrupados todos os pagamentos que a empresa efetuou na

parte de históricos, bem como: suas projeções para pagamentos, sendo assim, as

obrigações assumidas com fornecedores, títulos a recolher, e despesas incorridas

no período.

Saldos: no relatório é feita toda a transferência do saldo anterior, apuração

de saldos que resultaram na operação da semana e acumulado nos dados até o

saldo final do mês a ser transferido para o relatório do período seguinte.

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Zdanowicz (2004, p.133-140) ressalta que o fluxo de caixa consiste em uma

estrutura de informações úteis, prática e econômica, que possibilite a empresa

estimarem de forma segura os ingressos e desembolsos de caixa, que poderá ser

dividida na sequência abaixo:

Fluxo de Caixa operacional: formado por itens que estão diretamente

ligados a atividade fim da empresa. Os principais exemplos de ingressos

operacionais são: vendas à vista, recebimentos, descontos, cauções e cobranças de

duplicatas de vendas realizadas a prazo pela empresa.

Ingressos operacionais: são apropriações feitas através dos valores à

receber pela empresa. Neste fluxo de caixa considera -se diversas modalidades de

cobranças, porém deve-se estimar eventuais valores incobráveis, atrasos nos

pagamentos por parte dos clientes, são exemplos de ingressos operacionais: vendas

à vista; descontos e cauções de duplicatas e cobranças simples.

Desembolsos operacionais: são decorrentes da atividade operacional que

corresponde a compra de matéria-prima a vista e a prazo, salários e encargos

sociais, despesas indiretas de fabricação e outras despesas como: administrativas,

financeiras com vendas e tributárias.

Fluxo de caixa extra-operacional: corresponde aos ingressos e

desembolsos de modalidades que não estão relacionadas à atividade principal da

empresa, como: imobilizações, vendas de itens do ativo permanente, receitas

financeiras, aluguéis pagos ou recebidos, amortizações de empréstimos ou

financiamentos e pagamentos de contraprestações.

Para Campos Filho (1999, p.26) a estrutura do fluxo de caixa é composta por

quatro grupos, que são:

Disponibilidades: abrange o dinheiro em caixa, bancos e aplicações de alta

liquidez;

Atividades operacionais: corresponde ao que envolve a produção e entrega

dos bens ou serviços prestados, abrangendo às contas da demonstração de

resultados;

Atividades de investimentos: corresponde ao grupo do Ativo Permanente do

Balanço Patrimonial;

Atividades de financiamentos: neste grupo são inclusos os recursos

utilizados de terceiros ou recursos próprios recebidos.

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2.4.5 Requisitos para implantação do fluxo de caixa

Neste tópico abordam - se os requisitos para implantação de um fluxo de

caixa.

Zdanowicz (2004, p.131) destaca que os principais requisitos para o

planejamento do fluxo de caixa são os dados econômicos – financeiros, que deverão

ser o mais confiável possível, captados no plano geral de operações da empresa

para o período a ser projetado.

Para o mesmo autor (2004, p.133), a implantação do fluxo de caixa, consiste

em adequar os valores fornecidos pelas diversas áreas da empresa, de acordo com

o regime de caixa, “isto é, de acordo com os períodos que efetivamente deverão

ocorrer os ingressos e desembolsos do caixa”. Destacam-se alguns requisitos

básicos para a implantação do fluxo de caixa, segundo Zdanowicz (2004, p.132-

133):

Apoio da cúpula diretiva da empresa;

Definição clara dos níveis de responsabilidade de cada setor da empresa;

Integração dos departamentos ao sistema do fluxo de caixa;

Definição da área de informação;

Treinamento do pessoal envolvido para implantação do fluxo de caixa;

Criação de um manual de operações financeiras;

Comprometimento dos responsáveis de cada área, para alcançar os

objetivos e metas propostas no fluxo de caixa;

Controles financeiros adequados da movimentação bancária;

Utilização do fluxo de caixa para análises futuras e tomadas de decisões;

Fluxograma das atividades na empresa, definindo atividades meio e

atividades fim.

Para uma melhor memorização, apresenta-se na figura 4 uma adaptação no

modelo do autor Zdanowicz (2004, p. 130).

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Figura 4 – Requisitos para implantação do fluxo de caixa

Fonte: Zdanowicz (2004, p. 130).

Estes requisitos relacionados são de suma importância para a elaboração do

fluxo de caixa, por isso estes dados devem ser totalmente confiáveis.

Após ter enfatizado os elementos principais a serem considerados para

elaboração do fluxo de caixa, na seqüência aborda-se as principais transações e os

fatores que afetam o caixa.

I D

N D E

G F E S

R L E

E U C M

S X A B

S O I O

O X L

S A S

O

S

FOLHA DE

PAGAMENTO

DESPESAS

COM VENDAS

COMPRAS

DE ATIVO

OUTROS

DESEMBOLSOS

AUMENTOS

DE CAPITAL

VENDAS

DE ATIVO

VENDAS

À PRAZO

I O F D

N P I E

G E N S

R R A E

E A N M

S Ç C B

S Õ E O

O E I L

S S R S

A O

S S

VENDAS À

VISTA

OUTROS

INGRESSOS

FORNECEDORES

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2.4.6 Principais transações que afetam o caixa

Para Silva (2006, p.13) os fatores internos e externos que afetam o fluxo de

caixa, ocasionando diferenças acentuadas entre o previsto e o realizado,

comprometendo a eficácia do sistema, assim como sua liquidez. Então na

concepção de Silva (2006, p.13), serão destacados no quadro 3 a seguir os fatores

internos e externos:

Fatores internos

Fatores Externos

Aumento no prazo de vendas concedido como uma maneira de aumentar a competitividade ou a participação no mercado;

Diminuição das vendas em decorrência de retração de mercado;

Compras que não estão em linha com as projeções de vendas;

Novos concorrentes;

Diferenças representativas nos prazos médios entre recebimento e pagamento;

Mudanças nas alíquotas de impostos;

Ciclos de produção muito longos que não estão em consonância com o prazo médio dado pelos fornecedores;

Aumento no nível de inadimplência.

Política salarial não compatível com as receitas e demais despesas operacionais;

Pequena ocupação do ativo fixo;

Distribuição de lucros incompatíveis com a capacidade de geração de caixa;

Custos altos financeiros, originários do nível de endividamento.

Quadro3: Fatores internos e externos que afetam o caixa

Fonte: Silva (2006, p.13)

Marion (1998, p. 382-383) destaca as transações que afetam o caixa,

dividindo nos grupos apresentados a seguir:

a) Transações que aumentam o caixa:

Representadas pela integralização do capital dos sócios ou acionistas.

São os investimentos realizados pelos proprietários. Pois se a integralização não for

a dinheiro, porém em bens permanentes, estoques e títulos, não afetará o caixa.

Empréstimos bancários e financiamentos: são os recursos financeiros

captados através das Instituições Financeiras. “Normalmente, os empréstimos

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bancários são utilizados como capital de giro (circulante), e os financiamentos para

aquisição de ativo permanente (fixo)”.

A venda de itens do ativo permanente. Embora não seja comum, mas

podem efetuar a venda, neste caso a empresa terá uma entrada de recursos

financeiros.

Vendas a vista e recebimento de duplicatas a receber: são as principais

fontes de recursos do caixa.

Também são considerados fatores que aumentam o caixa: entradas de

juros, dividendos, indenizações e seguros recebidos.

b) Transações que diminuem o caixa:

Representadas pelos pagamentos de dividendos aos sócios ou

acionistas, pois dividendos pagos, em cada exercício, significam redução do caixa.

O resgate das obrigações junto às Instituições Financeiras, bem como

os pagamentos de juros, comissões, correções monetárias também significam saída

de dinheiro do caixa.

Aquisições de itens do ativo permanente, compras à vista, pagamentos

à fornecedores e outros desembolsos com despesas administrativas de vendas,

fazem parte dos itens que reduzem o caixa da empresa.

c) Transações que não afetam o caixa:

Depreciação, amortização e exaustão: são exemplos de reduções do

Ativo, sem afetar o caixa.

Provisão para devedores duvidosos: estimativas de possíveis perdas

com clientes que não representam desembolsos de caixa para a empresa.

Reavaliação: mesmo que haja aumento do valor do Permanente e do

Patrimônio Líquido (PL) para a atualização monetária, porém não representa

encaixe ou desembolso.

Acréscimos ou diminuições “de itens de investimento pelo método de

equivalência patrimonial”.

O mesmo autor Marion (1998, p. 385) destaca também transações que

inicialmente não afetam o caixa, mas futuramente poderão afetar, citando exemplos:

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A compra de matéria prima a prazo gera fornecedores (não afeta o

caixa), mas futuramente o pagamento dos fornecedores, afetará o Caixa.

Vendas à prazo gera Duplicatas a Receber (não afetam o caixa), mas o

recebimento futuro afetará o Caixa.

Variação cambial pode gerar um aumento da dívida e no ato do

pagamento haverá um desembolso pela dívida atualizada, afetando o Caixa.

De acordo com Silva (2006, p.13) para que não aconteçam esses

descompassos e comprometam o fluxo de caixa, é preciso que haja entrosamento

entre os setores, para que as decisões a serem tomadas sejam antes conversadas e

avaliadas junto ao administrador financeiro, para em conjunto observar e conhecer

os possíveis impactos no caixa, preservando assim os interesses da empresa.

2.4.7 Modelos de fluxo de caixa

Neste tópico serão apresentados modelos simples e de fácil interpretação

para melhor visualização de um modelo de fluxo de caixa, citando exemplos:

Os modelos apresentados podem variar, segundo os autores Zdanowicz

(2004, p.145) e Silva (2006, p.75).

O modelo da tabela 1 de fluxo de caixa, foi elaborado pelo autor Zdanowicz

(2004, p.145).

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Tabela 1 - Modelo de fluxo de caixa

Períodos jan/09 fev/09 mar/09 .... Total R$

P R D P R D P R D P R D P R D

ITENS

1.INGRESSOS

Venda à vista

Cobranças em carteira

Cobranças bancárias

Descontos de duplicatas

Vendas de itens do ativo permanente

Aluguéis recebidos

Aumentos do capital social

Receitas financeiras

Outros

SOMA

2. DESEMBOLSOS

Compras à vista

Fornecedores

Salários

Compras de itens do ativo permanente

Energia elétrica

Telefone

Manutenção de maquinas

Despesas administrativas

Despesas com vendas

Despesas tributárias

Despesas financeiras

Outros

SOMA

3.DIFERENÇA DO PERÍODO (1-2)

4. SALDO INICIAL DE CAIXA

5. DISPONIBILIDADE ACUMULADA (+3+4)

6. NÍVEL DESEJADO DE CAIXA PROJETADO

7. EMPRÉSTIMOS A CAPTAR

8. APLICAÇÕES NO MERCADO FINANCEIRO

9. AMORTIZAÇÕES DE EMPRESTIMOS 10. RESGATES DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS

11. SALDO FINAL DE CAIXA PROJETADO

Fonte Zdanowicz (2000, p.145) P= projetado R= realizado D= defasagem

No modelo da tabela 2 de fluxo de caixa será apresentado a seguir com a

adaptação do autor Silva (2006, p.75)

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Tabela 2 - Modelo de fluxo de caixa

Atividades Períodos

jan/09 fev/09 .... Total R$

1.ENTRADAS P R D P R D P R D P R D

Venda à vista

Cobranças em carteira

Cobranças em bancos

Descontos de duplicatas

Aluguéis

Aumentos do capital social

Vendas de ativo permanente

Receitas financeiras

Dividendos de Coligadas e Controladas

Outros tipos de receitas

Total de Entradas

2. SAÍDAS

Fornecedores

Salários

Luz

Telefone

Compras a vista

Manutenção

Despesas administrativas

Despesas com vendas

Despesas financeiras

Impostos

Compras de ativo permanente

Outros tipos de despesas

Total de Saídas

3.ENTRADAS - SAÍDAS (1 - 2)

4. SALDO INICIAL DE CAIXA

5. DISPONIBILIDADE (3 + 4)

6. EMPRÉSTIMOS A CAPTAR

7. APLICAÇÕES FINANCEIRAS 8. AMORTIZAÇÕES DE EMPRESTIMOS

9. SALDO FINAL

Fonte Silva (2006, p.75)

P= projetado; R= realizado; D= diferença (pode ser em R$ ou em %)

De acordo com Silva (2006, p. 70) é salutar que a empresa escolha o modelo

que melhor atenda as suas necessidades, de maneira que as informações sejam as

mais claras possíveis para facilitar as análises das variações entre o planejado e o

real.

Observando os dois modelos apresentados por Zdanowicz (2004, p.145) e

Silva (2006, p.75) percebe-se que não é difícil a elaboração de um fluxo de caixa

para a empresa. São modelos simples, porém com as informações confiáveis e

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40

claras possibilita ao gestor tomar decisões futuras e avaliar a lucratividade da

empresa.

2.4.8 Fluxo de Caixa na tomada de decisões

Para Frezatti (1997, p. 24 - 25) não importa se a empresa está passando por

bons ou maus momentos, propõe que é correto dedicar tempo para pensar, analisar

e propõe a utilização do instrumento fluxo de caixa, pois é de fundamental

importância na tomada de decisão.

Com visão moderna os autores Hoji e Yoshitake (1997, p.149-150)

complementam que o fluxo de caixa é uma ferramenta utilizada inclusive quando um

investidor ou banqueiro pretende-se saber a capacidade de geração de caixa, pois

através dele conseguem ter uma visão clara se os recursos aplicados na empresa

serão devolvidos, de alguma forma, futuramente. Em operações de fusão ou

aquisição de companhias, considera-se o fluxo de caixa, e não os lucros ou

prejuízos (gerados ou projetados), para a determinação do valor de mercado para

transação. Os investimentos são analisados com base no fluxo de caixa descontado

e não em lucros. Deste modo, o fluxo de caixa é de fundamental importância na

avaliação de desempenho econômico de projetos, divisões e empresas.

O autor Frezatti (1997, p.24 - 26) também destaca que o fluxo de caixa de

uma empresa pode ser avaliado em duas formas de abordagens: a tática e a

estratégica. Para esclarecer vamos abordar o conceito das duas abordagens na

tomada de decisão:

Abordagem tática: os gestores delimitam as metas específicas em termos de

receitas, custos despesas, lucro e indicadores de eficiência. As ações se

concentram em questões de menor alcance e proporcional ao mesmo

alcance. São decisões tomadas em certo momento, mas se for necessário

alterações podem ser revertidas relativamente rápidas. Esta abordagem

possui uma característica de curto prazo.

Abordagem estratégica: esta abordagem está ligada às decisões

verdadeiramente estratégicas da empresa, como novos projetos de

investimentos, são elaborado fluxo de caixa para um período de longo prazo,

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para avaliar sua capacidade de pagamento e também direcionar

investimentos que estejam gerando ou não liquidez. Definem-se como

perseguidora de resultados positivos, permitindo retribuir aos acionistas, seus

investimentos. Ela pode afetar a empresa não só em curto prazo, mas

principalmente em longo prazo.

“Para que o fluxo de caixa atenda a suas devidas finalidades, é necessário

que sempre haja por parte das pessoas envolvidas nesse processo análise,

interpretação, acompanhamento, avaliação, revisão e controle” segundo o autor

(SILVA 2006, p. 79).

Contas

a

Receber

Contas

a

Pagar

Fluxo

de

Caixa

Caixa Bancos Aplicações

Figura 5 - Fluxograma da integração do Contas a Receber com o Contas a Pagar Fonte: (Sá, 1998:10)

O fluxo de caixa é o produto final da integração do Contas à Receber com o

Contas à Pagar.

Para se fazer uma análise profunda da avaliação do fluxo de caixa, será

necessária o auxílio de algumas técnicas abordadas no tópico a seguir.

2.5 ANÁLISE HORIZONTAL E ANALISE VERTICAL

Para os autores Sanvicente (1997, p.172), Marion (1998, p. 483) e Braga

(1995, p.143) com a mesma concepção a análise vertical e horizontal, ambas são

consideradas técnicas simples, porém de muita utilidade, pois elas residem na

possibilidade de comparação dos resultados obtidos com algum outro indicador.

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42

2.5.1 Análise Horizontal

Os autores Sanvicente (1997, p.172), Marion (1998, p. 483) e Braga (1995,

p.143) destacam que a análise horizontal compreende ao acompanhamento da

melhora, no tempo, de certo item de uma demonstração. Em decorrência ela

envolve o cálculo de porcentagens de variação de cada item considerado entre um

período e outro se tratando de Demonstração de Resultado ou Balanço Patrimonial.

Fonte: Hoji, Yoshitake (1997, p. 151).

A análise horizontal contempla os números que normalmente, são

relacionados às diversas datas e prazos apresentados em uma demonstração, isto

é, se forem seguidos os padrões de tabelas dispondo as datas acima e

horizontalmente. Esta análise oferece, apoiada a uma data – base, índices de

evolução (ou involução) dos números das referidas datas, apresentando ao leitor

dos dados se houve ou não crescimento nas naturezas avaliadas (ASSAF NETO,

2003).

Corroborando com as afirmações acima Hoji (2004, p. 279) complementa que

a análise horizontal evidencia a evolução dos itens das demonstrações contábeis,

por períodos. Calculam - se os índices considerando o exercício mais antigo como

índice base 100.

2.5.2 Análise Vertical

A análise vertical para Braga (1995, p.145) é aplicada sobre o Balanço

Patrimonial, Demonstração de Resultado e Demonstração de Origens e Aplicações

de Recursos. Para os mesmos autores Braga, Sanvicente (1997, p.173) e Marion

(1998, p. 483) a análise vertical possibilita analisar a participação de cada

componente na formação do lucro ou prejuízo do período. A base dos cálculos das

porcentagens corresponde ao valor da receita operacional líquida.

A análise vertical também pode ser caracterizada como a anterior, ou seja,

por função comparativa. Esta análise trabalha normalmente, com uma maior

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quantidade de números, pois devem ser números afins ou relacionáveis e podem ser

específicos, bem como fazerem parte de um grupo maior (ASSAF NETO, 2003).

Em complemento com a mesma definição de análise vertical citada pelos

autores acima, Hoji (2004, p. 279) também destaca que é um índice facilitador para

avaliação do Ativo e Passivo. O cálculo do percentual de participação dos itens do

Ativo e do Passivo, dividindo o valor de cada item pelo valor total do Ativo ou do

Passivo.

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3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

Pretende-se, com este estudo, elaborar um plano para organizar, solucionar e

melhorar a estrutura financeira, os processos financeiros e demonstrar ao gestor da

empresa a importância do controle financeiro, através da ferramenta fluxo de caixa,

um instrumento indispensável para auxiliar nas tomadas de decisões. “Segundo

Roesch (1996, p.68) a proposição de planos é a que mais se adequa para este

estudo, por apresentar sistemas para solucionar os problemas organizacionais”.

O estudo será realizado na Oficina Tecnoauto, uma empresa de pequeno

porte, localizada no Bairro Areias, na cidade de São José – SC, no período de

janeiro/2009 a dezembro/2009.

Para complementar o estudo, foram empregadas duas técnicas de coleta de

dados: pesquisa bibliográfica e pesquisa documental. Segundo Gil (1999, p.65-66), a

pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de materiais já elaborados,

fundamentado em grande parte nos livros e artigos científicos. E a pesquisa

documental assemelha-se à pesquisa bibliográfica. A diferença da pesquisa

bibliográfica e documental está na natureza das fontes. A pesquisa documental

baseia-se em materiais que não receberam um tratamento analítico, podendo ser

readaptados de acordo com os objetivos utilizando-se de informações, relatórios,

recibos e notas, disponibilizadas pela empresa.

Para a análise dos dados, foram utilizadas as técnicas da análise vertical e

horizontal, além da elaboração de gráficos e planilhas com apoio do editor Excel,

com o intuito de ilustrar de forma clara e coerente com os conceitos apresentados e

estruturar o fluxo de caixa.

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4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Para a realização deste trabalho de conclusão, percebeu-se a necessidade

de conhecimento real da situação financeira da empresa, pois a mesma, não tinha o

conhecimento necessário das entradas, saídas e de todas as operações financeiras,

inclusive os gestores desconheciam se a empresa é lucrativa ou não. Esta precisão

deu-se ao fato de que a empresa não possuía nenhuma ferramenta que auxiliasse a

identificação das entradas e saídas de caixa, nem mesmo seus elementos.

Para melhor compreensão este tópico, será apresentado um breve histórico

da empresa; as análises de cada grupo de contas, dos ingressos e desembolsos;

bem como seus componentes e seu desempenho nos períodos, além de um

comparativo entre os mesmos ingressos e desembolsos realizados e os projetados.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

O Senhor Chermeson Fidelis, trabalhava em oficina mecânica e áreas afins

desde os seus quatorze (14) anos, iniciou sua carreira e adquiriu grande

conhecimento como mecânico muito jovem. Com espírito empreendedor e a grande

experiência adquirida, ele sentiu-se seguro e apto para montar sua própria oficina.

Então, montou a Oficina Tecnoauto, sem sócios, que foi fundada em 2003,

informalmente, formalizando-a em 2005.

A Oficina Tecnoauto, uma empresa de pequeno porte, individual, legalmente

registrada, com razão social Chemerson Fidelis-ME, está localizada no Bairro

Areias, na cidade de São José – SC, com nome Fantasia Oficina Tecnoauto. Atua

na prestação de serviços como: mecânica em geral, injeção eletrônica e troca de

óleo em automóveis nacionais e importados.

A área de abrangência na prestação de serviços, atende em geral clientes da

grande Florianópolis, como: Biguaçu, Florianópolis, Palhoça e São José.

Atualmente seu quadro de funcionários é bem reduzido: contando com a

esposa do proprietário na função administrativa, atendendo ao telefone, abertura de

cadastro e ordens de serviços para os clientes, controles financeiros (pagamentos e

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recebimentos) e compras de peças. Duas pessoas que desempenham a função de

mecânico, sendo um deles o proprietário, e um auxiliar de mecânico, totalizando três

colaboradores.

4.2 HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO

A Oficina Tecnoauto é uma empresa de pequeno porte, individual, legalmente

registrada, com razão social Chermeson Fidelis-ME, está localizada no Bairro

Areias, na cidade de São José – SC, com nome Fantasia Oficina Tecnoauto. Atua

na prestação de serviços como: mecânica em geral, injeção eletrônica e troca de

óleo em automóveis nacionais e importados.

A área de abrangência na prestação de serviços atende em geral clientes da

grande Florianópolis, como: Biguaçu, Florianópolis, Palhoça e São José.

O Senhor Chermeson Fidelis trabalhava em oficina mecânica e áreas afins

desde os seus quatorze (14) anos, iniciou sua carreira e adquiriu grande

conhecimento como mecânico muito jovem. Com espírito empreendedor e a grande

experiência adquirida, ele sentiu-se seguro e apto para montar sua própria oficina.

Então, montou a Oficina Tecnoauto, sem sócios, que foi fundada em 2003,

informalmente, formalizando-a em 2005.

Há cinco anos no mercado, a empresa é muito reduzida, constituída

atualmente pelo gerente proprietário, responsável pelos serviços mecânicos e

administrativos da empresa; pela sua esposa, responsável pelas compras, financeiro

e o atendimento ao público e um funcionário que realiza os serviços mecânicos.

4.3 INGRESSOS

Os ingressos da empresa são compostos por venda de prestação serviços

(mão de obra); vendas de peças e por empréstimo do sócio e capital próprio. Os

recebimentos da mão-de-obra e das vendas de peças são efetuados somente em

dinheiro ou cheques. Os cheques mesmo sendo pré-datados são utilizados para

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pagamento de fornecedores, portanto são transformados em recebimentos à vista. A

composição dos ingressos será apresentada na figura 6 a seguir:

65,85%

22,00%

12,15%

À Vista

C/Cheque

Cap/Empr.Próp

Figura 6: composição dos Ingressos Fonte: Dados Primários

Os ingressos são oriundos pelos recebimentos efetuados em dinheiro,

cheques à vista, e outras formas de receitas através de empréstimo do sócio ou

capital próprio. Percebe - se através do gráfico que as vendas à vista é a parte mais

expressiva, refere-se à mão-de-obra e vendas das peças, compondo 65,85% do

total dos ingressos recebidos em dinheiro ou cheque à vista. A outra parte se

compõe de 22% dos recebimentos em cheques, estes pré-datados, que são

transformados em cheques à vista. Por isso foram separados em recebimentos à

vista e com cheques. As composições do saldo dos recebimentos são de 12,15%

formados por capital próprio ou empréstimo do sócio.

O desempenho dos ingressos é apresentado na figura 7:

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48

0,00

5.000,00

10.000,00

15.000,00

20.000,00

25.000,00

30.000,00

35.000,00

40.000,00

45.000,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 7: desempenho dos Ingressos Fonte: Dados Primários

Observa-se que no mês de fevereiro houve uma grande oscilação em

comparação aos outros meses, devido a venda de um bem móvel, neste caso, um

automóvel de propriedade do sócio, entrando assim como capital para a empresa.

4.4 DESEMBOLSOS

Os desembolsos são todas as despesas realizadas no período. Nesta

empresa os desembolsos foram divididos da seguinte maneira: desembolsos

administrativos, desembolsos com pessoal, desembolsos com fornecedores,

desembolsos tributários, desembolsos financeiros, e por fim os desembolsos com

financiamentos.

Nos próximos tópicos serão abordados de forma mais detalhada as

composições e os desempenhos dos diversos segmentos da empresa. A seguir na

figura 8 será apresentada a composição dos desembolsos.

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49

32,61%

10,54%

51,10%

0,36%

2,64%

2,76%

Administrativo

C/Pessoal

C/Fornec

Tribut

Financeira

Financtº

Figura 8: composição dos Desembolsos Fonte: Dados Primários

Diante deste gráfico pode-se ter uma visão geral da composição dos

desembolsos da empresa, sendo que do total dos desembolsos realizados em um

ano chegam a R$ 247.335,67, a conta que possui maior participação é a dos

desembolsos com fornecedores que chegam a R$126.392,39, o equivalente a

51,10% do total dos desembolsos da empresa. Com 32,61% de participação,

equivalente à R$ 80.644,78 são representados pela conta de desembolsos

administrativos que poderiam ser inferiores caso houvesse um melhor planejamento

das retiradas de pró-labore em benefício do sócio. A conta desembolsos com

pessoal participa com 10,54%, o equivalente ao montante de R$ 26.057,50,

seguindo em ordem decrescente temos os desembolsos com financiamentos,

correspondente a 2,76%, equivalente a R$ 6.823,00; os desembolsos das despesas

financeiras com 2,64%, equivalente a R$ 6.537,75; e por fim a conta desembolsos

das despesas tributárias, equivalente a R$ 880,25 ou 0,36% do total, sendo que este

valor deveria ser bem maior se fossem pagos corretamente. Portanto, para melhor

compreendermos essa relação de desembolsos, apresenta-se a seguir o

desempenho dos desembolsos realizados de período a período, representados pela

figura 9 deste trabalho.

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50

0,00

5.000,00

10.000,00

15.000,00

20.000,00

25.000,00

30.000,00

35.000,00

40.000,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 9: desempenho dos Desembolsos Fonte: Dados Primários

Percebe-se nesta figura que no mês de fevereiro temos um pico com relação

aos desembolsos. Isso ocorre devido à falta de controle e planejamento com relação

ao pró-labore do sócio que neste mês chegou a uma retirada de R$ 8.846,00. Outro

fator foi a reposição de artigos com os fornecedores, já que se tratava de inicio de

ano, totalizando um desembolso de R$ 23.201,00.

4.4.1 Desembolsos Administrativos

Na figura 10 é apresentada a composição dos desembolsos administrativos

realizadas no período em análise.

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19,39%

3,64%

2,86%

0,37%

1,31%

0,44%

1,15%

0,87%

69,99%

Aluguel

Telefone

Luz e Água

Jurídicos

Combustível

Materiais Expediente

Contabilidade

Diver/lanche/lavação

Pró-labore Sócio

Figura 10: composição dos desembolsos Administrativos Fonte: Dados Primários

Das contas que compõem os desembolsos administrativos constata-se que a

de maior participação no período foi a do pró-labore do sócio, com 69,99% do total,

seguido pelo desembolso com aluguel de 19,39%, equivalente ao valor de R$

15.633,72, na sequencia o desembolso com telefone de 3,64%, equivalente a

R$2.934,12 e o desembolso com luz e água composta por 2,86% do total, que

equivale a R$2.307,31.

Os demais desembolsos referem-se a contabilidade, ou seja, aos honorários

pagos ao escritório de contabilidade além de outros serviços prestados, que

totalizam 1,15%; os desembolsos com combustíveis representam 1,31%, em

sequência participam com 0,87% o que refere-se a desembolsos esporádicos como

moto-boy, lanches entre outras, com 0,44% tem - se os desembolsos com materiais

de expediente e por fim os desembolsos com jurídico, equivalente a 0,37% dos

desembolsos administrativos da empresa durante o período de observação que

foram de 12 meses iniciando em janeiro de 2009 à dezembro/2009. Estes últimos

tiveram participações não muito significativas no montante dos desembolsos

administrativos.

Na figura 11 apresenta o desempenho dos desembolsos administrativos no

período em análise.

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52

0,00

2.000,00

4.000,00

6.000,00

8.000,00

10.000,00

12.000,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Ou Nov Dez

Figura 11: desempenho dos desembolsos Administrativos Fonte: Dados Primários

A figura 11 ilustra o que já fora apresentado anteriormente com relação ao

pico nos meses de fevereiro e setembro, meses onde se apresenta as maiores

retiradas de pró-labore do sócio.

4.4.2 Desembolsos com Fornecedores

Na figura 12 é representado a composição dos desembolsos com

fornecedores.

83,73%

5,40%

9,03% 1,84%

Peças

Ferramentas

Retif/M.Rep/F.Vel/Sold

Óleos Lubrif/Filtro

Figura 12: composição dos desembolsos com fornecedores Fonte: Dados Primários

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A composição dos desembolsos com fornecedores representado na figura 12

é composta de 83,73% das despesas com peças, correspondente ao valor de R$

105.826,74 do total. Isso só é possível, pois as peças são adquiridas de forma

consignada, devido à parceria e confiança entre a empresa e seus fornecedores. O

montante de peças que não são utilizadas são devolvidas ao fornecedor e o

montante utilizado ainda tem um preço diferenciado, como atacado, sendo que é

cobrado do cliente o valor normal de mercado, permitindo assim um ganho de mais

ou menos 20% sobre as peças. Seguindo a figura, a despesa que vem em segundo

plano é a retífica, materiais de reposição, ferro velho e soldas, representada por

9,03%, equivalendo R$ 10.376,95. Em seguida a despesa com ferramentas, com

5,40%, equivalente ao valor de R$ 6.822,00 e por fim a conta com óleos e

lubrificantes, sendo 1,84% do total dos desembolsos com fornecedores, que provém

dos serviços de troca de óleo.

Na figura 13 é apresentado o desempenho dos desembolsos com

fornecedores.

0,00

5.000,00

10.000,00

15.000,00

20.000,00

25.000,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Ou Nov Dez

Figura 13: desempenhos dos desembolsos com fornecedores Fonte: Dados Primários

Percebe-se na figura13 a existência de um pico com relação ao desempenho

dos gastos com fornecedores devido ao pagamento de R$ 23.201,00 neste

segmento no mês de fevereiro do ano em observação. É importante ressaltar que

com este montante foram quitadas despesas que estavam acumuladas ao ano

anterior (2008).

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4.4.3 Desembolsos com Pessoal

Na figura 14 é apresentado a composição dos desembolsos com pessoal.

96,29%

0,43%

3,28%

Salário

FGTS

13º Salário

Figura 14: composição dos desembolsos com pessoal Fonte: Dados Primários

Diante dos desembolsos com pessoal, por se tratar de uma empresa de

pequeno porte, fica majoritariamente composto os gastos com pessoal no

pagamento de salários.

Na figura 15 é apresentado o desempenho dos desembolsos com

pessoal

0,00

500,00

1.000,00

1.500,00

2.000,00

2.500,00

3.000,00

3.500,00

4.000,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 15: desempenho dos desembolsos com pessoal Fonte: Dados Primários

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Na Figura 15 apresenta - se os desembolsos com pessoal e percebe-se que o

mês de janeiro foi o mais representativo e atípico do período. Este fato ocorreu

principalmente devido ao desligamento de um funcionário no início do ano.

4.4.4 Desembolsos Tributários

Na figura 16 é apresentado a composição dos desembolsos tributários.

45%

55%

Simples Federal

Icms Estadual

Figura 16: composição dos desembolsos tributários Fonte: Dados Primários

Como trata - se de uma empresa de pequeno porte, ou seja, no âmbito

federal ela é participante do SIMPLES (Sistema Integrado de Pagamento de

Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte).

Já no âmbito estadual, âmbito estadual, o sistema simples estadual a empresa se

beneficia da redução da alíquota tributária referente ao ICMS (Imposto Sobre

Mercadorias e Serviços). Portanto, diante da figura 16, percebe-se que a empresa

possui na composição dos desembolsos tributários 45% com simples federal e 55%

com o ICMS.

Na figura 17 é apresentado o desempenho dos desembolsos tributários:

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56

0,00

100,00

200,00

300,00

400,00

500,00

600,00

700,00

800,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 17: desempenho dos desembolsos tributários Fonte: Dados Primários

Nota-se que na figura 17 ocorreram desembolsos tributários em apenas dois

meses no ano, em abril que foi gasto R$ 200,15 no pagamento do Simples federal e

R$ 480,10 com o ICMS estadual, totalizando um montante de R$ 680,25 neste mês.

Em novembro, foi realizado um pagamento de R$ 200,00 referente ao Simples. Fica

claro diante dos dados apresentados que a empresa não cumpre com os deveres

fiscais.

4.4.5 Desembolsos Financeiros

Na figura 18 é apresentada a composição dos desembolsos financeiros:

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57

27%

73%

Juros

Outras/Ch devolv

Figura 18: composição dos desembolsos financeiros Fonte: Dados Primários

A composição de desembolso financeiro diante da figura 18 se constitui de

27%, ou seja, R$1.754,00 de pagamentos de juros com factoring e 73% que

equivale a R$ 4.783,75 dos gastos com resgate de cheques devolvidos aos

fornecedores e factorings.

Na figura 19 é apresentado o desempenho dos desembolsos financeiros.

0,00

200,00

400,00

600,00

800,00

1.000,00

1.200,00

1.400,00

1.600,00

1.800,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 19: desempenho dos desembolsos financeiros Fonte: Dados Primários

O ápice dos desembolsos financeiros aconteceu no mês de janeiro, onde foi

gasto somente neste mês um montante de R$ 1.401,00 com resgate de cheques

devolvidos e R$ 238,67 com o pagamento de juros, totalizando uma despesa de R$

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1.639,67. Nos meses de junho, julho e novembro observam - se um aumento com

despesas financeiras, em que foi gasto R$ 2.929,38 na soma dos 3 meses.

4.4.6 Desembolsos com Financiamentos

Na figura 20 é apresentado o desempenho dos desembolsos com

financiamentos.

0,00

200,00

400,00

600,00

800,00

1.000,00

1.200,00

1.400,00

1.600,00

1.800,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Figura 20: desempenhos dos desembolsos com financiamentos Fonte: Dados Primários

O desempenho dos financiamentos foi estruturado conforme a devolução do

empréstimo ao sócio. Diante disso, percebe-se que os maiores desembolsos

aconteceram nos meses de fevereiro, novembro e dezembro do decorrente ano. Foi

pago no ano um montante de R$ 6.823,00.

4.5 INGRESSOS E DESEMBOLSOS

Diante do que foi exposto até o presente momento, considera-se relevante o

fato de que após as analises de composição e de todos os ingressos e

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desembolsos, é necessário apresentar essa comparação, conforme a figura 21

deste trabalho.

0,00

5.000,00

10.000,00

15.000,00

20.000,00

25.000,00

30.000,00

35.000,00

40.000,00

45.000,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Ingressos Desembolsos

Figura 21: ingressos x desembolsos - 2009 Fonte: Dados Primários

No que apresenta a figura 21, em que as linhas de Ingressos e desembolsos

caminham em paralelo, percebe-se que em fevereiro do decorrente ano houve um

aumento de ingresso, mas paralelo a isso também acontece no mesmo período um

aumento de desembolsos.

Ao analisar as linhas de ingressos e desembolsos fica claro que mesmo

diante de inúmeras deficiências a empresa ainda consegue manter um equilíbrio.

Considerando que no decorrer do ano totalizou-se R$ 262.493,35 de ingressos e R$

247.335,67 de desembolsos.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho de conclusão de estágio tinha o objetivo elaborar um modelo de

fluxo de caixa para a Oficina Tecnoauto. Para alcançar este objetivo final foram

definidos alguns objetivos específicos que serão esclarecidos a seguir.

O primeiro objetivo foi o estudo na literatura corrente sobre o tema em

questão. Foram ponderados alguns pontos introdutórios e necessários para o

fundamento e em seguida destacados os assuntos que abordam o planejamento

financeiro e o fluxo de caixa. Após ter apresentado alguns modelos, optou-se pelo

modelo proposto por Zdanowicz (2004). A opção por este modelo foi pela facilidade

de interpretação e compreensão dos dados.

Após a escolha do modelo iniciou-se a coleta de dados para a interpretação

do modelo a ser proposto na Oficina Tecnoauto. Foram coletados os ingressos e

desembolsos no período de janeiro a dezembro de 2009. Os dados foram coletados

e acompanhados diariamente para a elaboração de um modelo que atendesse as

necessidades e movimentações financeiras da empresa.

No período em que ocorreu o desenvolvimento deste trabalho, percebeu-se

que o fluxo de caixa é um instrumento de muita importância a nível gerencial, para

monitorar as contas e auxiliar na tomada de decisões.

De acordo com a análise dos dados verificou - se, que a falta de disciplina na

formação das entradas e saídas dos recursos, incapacitava a empresa a resolver

seus problemas financeiros. Dos dados colhidos e analisados, percebe – se que a

empresa é instável quanto aos ingressos e há um descontrole quanto aos

desembolsos, principalmente no quesito pró – labore, dificultando a realização

confiável de um planejamento financeiro.

Portanto conclui - se que, os objetivos foram alcançados, neste aspecto foi

elaborado um movimento de caixa e planilhas para a coleta de dados no período

estudado. O trabalho foi desenvolvido em ambiente de total confiança e disposição

de acesso às informações por parte da empresa. Porém a empresa não adotou o

modelo apresentado, apenas utiliza o movimento de caixa e planilhas de controle de

serviços e controles das peças que foram elaboradas através da ferramenta Excel.

Foi elaborada uma planilha com o controle de cheques, mas também não foi

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utilizado pela empresa. Anteriormente não havia nenhum controle informatizado, as

anotações eram feitas em uma agenda, sem saber ao certo o que a empresa tinha

de entradas e saídas de recursos. A empresa continua com dificuldade de

administrar seus recursos, pois são indisciplinados e não conseguem separar o que

se refere a empresa e o que se refere ao particular.

Do ponto de vista do acadêmico este estudo possibilitou conhecer a

circulação financeira de um fluxo de caixa, a sua composição, quais itens são

necessários, bem como a importância desta ferramenta para a empresa.

Ao término do estágio, através do desenvolvimento deste trabalho de

conclusão de curso, acredita – se que não somente se desempenhou o protocolo,

contudo agregou-se importante contribuição ao conhecimento em administração, em

especial na área financeira, na valorização da instituição de ensino e das pessoas.

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS

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Fluxo de caixa – Vertical

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Fluxo de caixa – Horizontal

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Fluxo de caixa Oficina Tecnoauto