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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Ciências Contábeis Katiane Ribeiro Orpham Maraísa Fernanda Pires Ayub Plínio Henrique Brison Piliquinca Renan Germano Faria PROPOSTA DE UM MODELO DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Bazar e Papelaria Atenas ME LINS SP 2009

PROPOSTA DE UM MODELO DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO … · de qualquer decisão, o porte da empresa e o ramo da atividade, pois eles indicarão qual a forma mais justa, dentro da lei,

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Ciências Contábeis

Katiane Ribeiro Orpham

Maraísa Fernanda Pires Ayub

Plínio Henrique Brison Piliquinca

Renan Germano Faria

PROPOSTA DE UM MODELO DE

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Bazar e Papelaria Atenas – ME

LINS – SP

2009

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KATIANE RIBEIRO ORPHAM

MARAÍSA FERNANDA PIRES AYUB

PLÍNIO HENRIQUE BRISON PILIQUINCA

RENAN GERMANO FARIA

PROPOSTA DE UM MODELO DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Ciências Contábeis, sob orientação do Prof. M.Sc. André Ricardo Ponce dos Santos e orientação técnica da Profª M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva.

LINS – SP

2009

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Orpham, Katiane Ribeiro; Ayub, Maraísa Fernanda Pires; Piliquinca, Plínio Henrique Brison; Faria, Renan Germano

Proposta de um modelo de planejamento tributário: Bazar e Papelaria Atenas – ME / Katiane Ribeiro Orpham; Maraísa Fernanda Pires Ayub; Plínio Henrique Brison Piliquinca; Renan Germano Faria. – – Lins, 2009.

86p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Ciências

Contábeis, 2009 Orientadores: André Ricardo Ponce dos Santos; Heloisa Helena

Rovery da Silva

1. Carga Tributária. 2. Planejamento Tributário. 3. Elisão Fiscal. 4. Evasão Fiscal. I Título.

CDU 657

O82p

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KATIANE RIBEIRO ORPHAM

MARAÍSA FERNANDA PIRES AYUB

PLÍNIO HENRIQUE BRISON PILIQUINCA

RENAN GERMANO FARIA

PROPOSTA DE UM MODELO DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovada em: _____/_____/_____

Banca Examinadora:

Prof. Orientador: André Ricardo Ponce dos Santos

Titulação: Mestre em Administração pela FGN – UNIMEP (Universidade

Metodista de Piracicaba).

Assinatura: ______________________________________

1º Prof(a): _______________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: ______________________________________

2º Prof(a): _______________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: ______________________________________

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DEDICATÓRIA

Aos pais queridos, que nos deram a graça da vida e em todos os

momentos nos incentivaram, confiaram, acreditaram e, com certeza, abriram as

portas para a realização desse sonho. A partir daqui fica a certeza que somos

pessoas realizadas e felizes e só conquistamos essa vitória pelos

ensinamentos que recebemos com todo amor e carinho. Sabemos que é só o

começo e temos de continuar lutando, para alcançar cada objetivo por nós

traçado. Vocês sempre serão o caminho ao qual construímos nossa estrada.

Só chegamos até aqui porque fizeram parte de nossa vida. É com muito

orgulho que dedicamos a vocês, pais, mais essa etapa alcançada e

agradecemos a Deus por existirem em nossa vida. Os amamos!

“Quem te viu passar na prova e não te ajudou, quando ver você na bênção vão

se arrepender, vai estar entre a platéia e você no palco. Vai olhar e ver Jesus

brilhando em você. Quem sabe no teu pensamento você vai dizer: meu Deus

como vale a pena a gente ser fiel. Na verdade a minha prova tinha um gosto

amargo, mas minha vitória hoje tem sabor de mel.” (Agailton Silva)

Maraísa, Katiane, Plínio e Renan

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AGRADECIMENTOS

A Deus

Porque minha caminhada não foi fácil, mas Ele me acompanhou e mostrou um novo

caminho, para que pudesse chegar até aqui. Muitas vezes minhas perspectivas, deste

caminho, desapareceram, contudo, Ele me encheu de esperança, força e ânimo, para

construir uma nova estrada. E consegui. Ao término desta longa jornada o meu

agradecimento ó Pai celestial, por mais essa vitória conquistada, através da fé, das

orações e, principalmente, do nosso amor. Quero te dizer, meu Senhor, muito obrigado por

tudo aquilo que fui e o que ainda serei.

Ao pai ausente

Na certeza de que a vida continua e que estamos sempre ligados a quem amamos, seja

pela saudade ou pelas lembranças, agradeço a vida que me deu e acima de tudo a forma

como, juntamente com minha mãe, me ensinou a viver. Sou hoje espelho dos seus

ensinamentos, aonde quer que esteja, dedico a você, com todo meu amor e carinho, a

minha almejada conquista. Amo você!

Ao esposo Antônio

Pessoa muito especial que Deus colocou em minha vida. Obrigada por toda alegria que

me proporciona, pela companhia, pelo carinho, compreensão, incentivo e por todo amor

que me dedica.

Ao orientador André Ponce, pela paciência, dedicação e sabedoria. Obrigada pela

motivação oferecida para a realização deste trabalho. A você expresso todo o meu

respeito e gratidão pela experiência de vida que me proporcionou.

A minha mãe por estar presente em todos os momentos e apoiar-me sempre. Sem sua

força, dedicação e carinho não teria conseguido mais essa conquista. Te amo muito!

Katiane Ribeiro Orpham

Primeiramente a Deus, porque sem Ele nada seria possível. Aos meus pais que, além da

vida, me deram coragem para a luta, alento para o estudo e esperança para o futuro, a

vocês minha eterna gratidão.

Ao meu esposo Juliano que me deu forças nas horas difíceis e delicadas de minha vida.

Por sua paciência, seu carinho e seu apoio na hora de resolver tudo.

As minhas irmãs e minha sogra que estiveram sempre presentes e me apoiaram e

aconselharam na hora das decisões.

A todos os meus amigos do grupo de monografia, pelo esforço, dedicação e

compreensão em todos os momentos desta caminhada, que não lhes falte saúde,

esperança, alegria e muita paz!

Maraísa Fernanda Pires Ayub

Primeiramente a Deus, por me dar essa oportunidade de crescimento e conquista da

sabedoria.

Meus pais, por me darem apoio e sempre estarem presentes, assim como a minha noiva

Nayara que também me ajudou nos momentos difíceis.

Aos membros do grupo, por fazerem parte desse crescimento e desta conquista.

Aos professores e membros da banca, pelos seus incentivos, no decorrer do curso, pela

paciência em momentos difíceis. A instituição de ensino por fazer parte da minha estória

e contribuir para o meu crescimento profissional. A todos aqueles que acreditaram e me

enviaram boas energias.

Renan Germano Faria

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Acima de tudo e todos, agradeço a Deus, sem Ti não sou ninguém, sem Ti nada sei. Ó Pai

soberano, para te agradecer seriam necessárias muitas páginas, porque Tu és tudo pra

mim, foi e sempre será o meu refúgio e minha fortaleza, a Ti entreguei meu caminho,

minha vida e o meu futuro. Nos momentos em que achei que não conseguiria, me

trouxeste conforto, coragem e ânimo. Em meio às tribulações, se não fosse por Ti, Deus

maravilhoso, nada teria se concretizado. Não temo porque me entregastes essa palavra:

“Então o Anjo do Senhor lhe apareceu e lhe disse: O Senhor é contigo, varão valoroso”.

(Juízes 6, 12). Ao Senhor meu Deus, o meu muito obrigado, toda a minha fé, todo o meu

louvor e todo o meu amor. Bendito é o Nome do Senhor, para sempre!

Aos meus pais, por estarem presentes em minha vida, principalmente nas horas difíceis.

Por lutarem e perderem noites de sono dando-me força para concluir esse sonho. Babo e

mammy vocês são para mim como ouro em pó, impossível de se encontrar; são, dentre as

pedras, a mais preciosa, dentre as flores, a mais linda e perfumada, dentre as melodias, a

mais doce, dentre as palavras, as mais lindas, são o meu tudo. Amo vocês!

Ao orientador André Ricardo Ponce dos Santos. A você, meu irmão, agradeço por toda

compreensão, paciência, disposição, afeto e carinho que dedicou a mim e ao meu grupo,

que Deus lhe dê tudo em dobro e realize todos os seus sonhos, pra que lá na frente cante

comigo o hino da vitória.

As professoras Heloisa, Luiza, Lídia e Rosiane, pois sem vocês nada teria acontecido.

Que Deus as abençoe em cada dia de suas vidas.

Ao Unisalesiano que estará marcado para sempre, não só no diploma, mas no coração.

Aos meus amigos do grupo que não mediram esforços para conclusão deste trabalho,

vocês fazem parte das minhas orações e, com certeza, estarão guardados em meu

coração para sempre, que Deus os abençoe e os ajudem nessa caminhada.

Ao meu amigo Douglas Fernando Gracio, que, mesmo sem fazer parte do grupo,

sempre me apresentou uma palavra de conforto em horas de dificuldade. A você Dô, o

meu muito obrigado e que a Paz do nosso Senhor seja sempre contigo.

Ao meu pastor Evaristo Marques, servo de Deus e vaso valoroso. Pastor, sem as suas

orações certamente não concluiria este trabalho. A ti, muito obrigado por fazer parte desta

conquista e saibas que sempre estarás em minhas orações e em meu coração.

Plínio Henrique Brison Piliquinca

A empresa Bazar e Papelaria Atenas – ME, por ter aberto suas portas e nos ter atendido

com atenção e dedicação. Agradeço, também, as proprietárias e os colaboradores que

não mediram esforços para nos transmitir seus conhecimentos e ajudar-nos a realizar

nosso estágio e a concluir este trabalho.

Aos mestres que nos transmitiram seus conhecimentos e experiências profissionais e de

vida, com dedicação e carinho; aqueles que nos guiaram além das teorias, filosofias e

técnicas. Expressamos a vocês, professores, os nossos sinceros agradecimentos e nosso

profundo respeito, sentimentos que sempre serão poucos, diante do muito que nos

ofereceram. Que Deus os abençoe.

Maraísa, Katiane, Plínio e Renan

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RESUMO

A pesada carga tributária brasileira tem levado contribuintes, empresas e empresários a preocupação, porque não encontram uma alternativa eficaz para a redução desse ônus fiscal. No âmbito empresarial a situação acaba agravando-se, pois, administrar uma empresa não é apenas apurar a diferença entre o ganho salarial e as despesas, como fazem as pessoas físicas, e sim, controlar, de maneira lícita, todo o setor financeiro para que continue suas atividades e obtenha lucro. A alternativa eficaz para esse controle é o planejamento tributário, que leva à economia de impostos dentro da lei. Uma gestão de tributos bem elaborada conduz a empresa à prática da elisão fiscal, que é prevista e autorizada pela legislação e consiste na execução de procedimentos, antes do fato gerador, legítimos, éticos, para reduzir, eliminar ou postergar a tipificação da obrigação tributária. O profissional contábil é o mais qualificado a realizar esse tipo de planejamento, contudo é necessário estar atento às leis, pois, caso o contabilista não a interprete corretamente, levará o empresário a cometer uma evasão fiscal, ou seja, economia de impostos por meios ilegais. Fazem parte de uma evasão toda omissão da renda tributável ou transações realizadas, em declarações de tributos, por meios fraudulentos. É importante lembrar que um planejamento completo, começa desde a escolha do regime de enquadramento tributário, pois ele dirá quais benefícios da lei poderão ou não ser usados e, além do mais, essa opção será irretratável durante todo o ano-calendário, ou seja, escolha equivocada, prejuízo por todo o ano. Sem dúvida o planejamento tributário é uma importante ferramenta, contudo deve ser observado com muita atenção, antes de qualquer decisão, o porte da empresa e o ramo da atividade, pois eles indicarão qual a forma mais justa, dentro da lei, para a economia de tributos. É o que será demonstrado ao longo deste trabalho. Palavras-chave: Carga Tributária. Planejamento Tributário. Elisão Fiscal. Evasão Fiscal.

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ABSTRACT The heavy Brazilian tax burden has led the taxpayers, the companies and the businessmen to worry, because they can’t find an efficient alternative to reduce these taxes. In the business circle the situation has become worse since to manage a company is not just to establish the difference between the capital gain and the expenses as the individual taxpayers do, but it is to control, legally, the entire financial sector so that it can continue its activities and receive profits. The effective alternative to this control is the tax planning, which leads to tax savings within the law. An elaborated tax management leads the company to develop the practice of tax avoidance, which is planned and authorized by law and is the execution of legal and ethical procedures before the taxable event, to reduce, eliminate or postpone the tax obligation typification. The accounting professional is the best qualified person to perform this type of planning, but it is necessary to be aware of laws, because if he fails to interpret them correctly, it will lead the entrepreneur to commit tax evasion, in other words, tax savings by illegal means. The evasion involves all the omission of taxable income or transactions performed by fraudulent means in the tax statements. It is important to remember that a full planning starts from the choice of the tax status system, because it will relate what benefits of the law may or may not be used and, moreover, that option will be irrevocable during the calendar year, in other words, the wrong choice means loss throughout the year. There is no doubt that the tax planning is an important instrument, but before making any decision, we have to consider very carefully the company size and the sector of activity, once they will indicate the fairest way, within the law, for tax savings. That is what will be shown throughout this work. Keywords: Tax Burden. Tax Planning. Tax Savings. Tax Evasion.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Relação das atividades e seus percentuais de presunção ............ 29

Quadro 2 – Contribuição social pelo Lucro Presumido ..................................... 31

Quadro 3 – Impostos e percentuais no Lucro Real ........................................... 36

Quadro 4 – Coeficiente para base de cálculo do IRPJ por atividade ................ 37

Quadro 5 – Coeficiente por atividade para base de cálculo da CSLL ............... 38

Quadro 6 – Relação das alíquotas interestaduais ............................................ 47

Quadro 7 – Alíquotas e percentuais do IVA-ST ................................................ 53

Quadro 8 – Demonstração das aquisições e apuração do ICMS

interestadual – Bazar e Papelaria Atenas ......................................................... 55

Quadro 9 – Alíquotas do SIMPLES Nacional .................................................... 56

Quadro 10 – Demonstração das vendas e receita bruta acumulada – Bazar

e Papelaria Atenas ............................................................................................ 57

Quadro 11 – Demonstração das informações trabalhistas – Bazar e

Papelaria Atenas ............................................................................................... 57

Quadro 12 – Demonstração das despesas e custos fixos – Bazar e

Papelaria Atenas ............................................................................................... 58

Quadro 13 – Demonstração do resultado do exercício Lucro Real – Bazar e

Papelaria Atenas ............................................................................................... 59

Quadro 14 – Demonstração do resultado do exercício Lucro Presumido –

Bazar e Papelaria Atenas ................................................................................. 61

Quadro 15 – Demonstração do resultado do exercício SIMPLES Nacional –

Bazar e Papelaria Atenas ................................................................................. 63

Quadro 16 – Comparação da carga tributária anual por regime de

enquadramento – Bazar e Papelaria Atenas .................................................... 64

Quadro 17 – Comparação da carga tributária anual por regime de

enquadramento – Empresa Beta ...................................................................... 65

Quadro 18 – Comparação da carga tributária anual por regime de

enquadramento – Empresa Ômega .................................................................. 66

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAT: Contencioso Administrativo Tributário

COFINS: Contribuição para Financiamento da Seguridade Social

CSLL: Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido

DARF: Documento de Arrecadação de Receitas Federais

DAS: Documento de Arrecadação do SIMPLES Nacional

DRE: Demonstrativo de Resultado do Exercício

EPP: Empresa de Pequeno Porte

FGTS: Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

GNRE: Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais

ICMS: Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e

sobre a Prestação de Serviços de Transportes Interestaduais e Intermunicipais

e de Comunicação

INSS: Instituto Nacional da Seguridade Social

IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados

IR: Imposto de Renda

IRPJ: Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas

IRRF: Imposto de Renda Retido na Fonte

ISS: Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza

IVA-ST: Índice do Valor Agregado Setorial

LALUR: Livro de Apuração do Lucro Real

ME: Microempresa

NBM/SH: Nomenclatura Brasileira de Mercadorias – Sistema Harmonizado

PASEP: Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público

PGDAS: Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples

Nacional

PIS: Programa da Integração Social

RICMS: Regulamento do ICMS

RIR: Regulamento do Imposto de Renda

SELIC: Sistema Especial de Liquidação e de Custodia

SIMPLES: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das

Microempresas e Empresas de Pequeno Porte

ST: Substituição Tributária

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13

CAPÍTULO I – BAZAR E PAPELARIA ATENAS – ME ................................... 16

1 A EMPRESA E SEU SETOR DE ATUAÇÃO ........................................ 16

1.1 Histórico da empresa.............................................................................. 16

1.2 Organização da empresa ....................................................................... 17

1.3 Carteira de clientes ................................................................................ 17

1.4 Propaganda ............................................................................................ 18

1.5 Agentes externos ................................................................................... 18

1.5.1 Concorrentes .......................................................................................... 18

1.5.2 Fornecedores ......................................................................................... 19

1.6 Promoções de venda.............................................................................. 20

1.7 Controle contábil .................................................................................... 20

1.8 Enquadramento tributário ....................................................................... 21

CAPÍTULO II – CONTEXTO TRIBUTÁRIO ATUAL E ECONOMIA DE

IMPOSTOS ....................................................................................................... 22

2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES ................................................................ 22

2.1 Sistemas de apurações cumulativos e não-cumulativos ........................ 24

2.2 A contribuição da ciência contábil no planejamento tributário ................ 25

2.2.1 Evasão fiscal .......................................................................................... 26

2.2.2 Elisão fiscal ............................................................................................ 26

2.3 Estrutura tributária no âmbito federal ..................................................... 27

2.3.1 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ .................................. 27

2.3.2 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL ................................. 30

2.3.3 Programa de Integração Social – PIS .................................................... 32

2.3.4 Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS ...... 33

2.4 Lucro real ............................................................................................... 34

2.5 Lucro presumido ..................................................................................... 36

2.6 Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das

Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES Nacional ............. 38

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2.7 Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e

Sobre a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal

e de Comunicação – ICMS ............................................................................... 41

2.7.1 Conceitos ............................................................................................... 41

2.7.2 Alíquotas ................................................................................................ 43

2.7.3 Diferencial de alíquotas .......................................................................... 45

2.7.4 Alíquotas Interestaduais ......................................................................... 46

2.7.5 Redução da base de cálculo .................................................................. 47

2.7.6 Substituição Tributária – ST ................................................................... 48

2.7.7 Índice de Valor Agregado Setorial – IVA-ST .......................................... 51

CAPÍTULO III – METODOLOGIA DE CONSTRUÇÃO DO MODELO DE

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

3 METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DO MODELO

PROPOSTO ...................................................................................................... 54

3.1 Levantamento das informações para utilização no modelo .................... 54

3.1.1 Aquisições para comercialização ........................................................... 54

3.1.2 Geração de receitas ............................................................................... 55

3.1.3 Informações trabalhistas ........................................................................ 57

3.1.4 Despesas e custos fixos ......................................................................... 58

3.2 Construção das planilhas por regime de enquadramento ...................... 59

3.2.1 Construção do modelo para o lucro real................................................. 59

3.2.2 Construção do modelo para o lucro presumido ...................................... 61

3.2.3 Construção do modelo para o SIMPLES Nacional ................................. 62

3.2.4 Comparação entre os modelos construídos ........................................... 64

3.3 Limitações do modelo............................................................................. 64

3.4 Aplicação do modelo em empresas com atividades distintas................. 65

3.4.1 Empresa Beta ......................................................................................... 65

3.4.2 Empresa Ômega .................................................................................... 66

3.5 Parecer final ........................................................................................... 66

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 68

CONCLUSÃO ................................................................................................... 69

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 70

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APÊNDICES ..................................................................................................... 74

ANEXOS ........................................................................................................... 81

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13

INTRODUÇÃO

Nos dias de hoje a pesada carga tributária a que são submetidas as

empresas nacionais, bem como as constantes crises econômicas, seguidas de

intermináveis períodos da recessão econômica, aumentam cada vez mais a

necessidade de se adotar um programa de planejamento tributário, de forma a

obter não só uma redução nos gastos tributários habituais, mas também a

devolução ou compensação dos tributos cobrados indevidamente.

Com a globalização da economia, toda empresa precisa buscar uma

gestão tributária eficaz que assegure o correto cumprimento das obrigações

fiscais, evitando multas e contingências tributárias e buscando soluções

seguras e legais para administração desta pesada carga.

A elaboração de um planejamento tributário é uma necessidade de

sobrevivência, pois a cada ano o gasto com tributos tem aumentado

consideravelmente.

Um dos mais importantes caminhos a serem seguidos para redução

lícita dos tributos é o planejamento tributário, que possibilita às empresas uma

análise gerencial antecipada sobre a carga tributária incidente as suas

operações comerciais.

O planejamento tributário abrange todas as pessoas jurídicas

independente do seu porte.

As pequenas empresas têm um papel importante na economia brasileira,

embora poucas delas não possuam controles e informações contábeis capazes

de auxiliar os seus proprietários em suas decisões. Um dos maiores

problemas, por elas enfrentado, é a falta de conhecimento dos pequenos

empresários no tocante aos controles e informações contábeis e, também, a

confusão que fazem sobre a contabilidade e a legislação tributária.

Sendo assim, as informações e os controles contábeis exercem um

papel importante na administração não só das grandes, quanto das pequenas

empresas, isso sem mencionar que dados precisos são imprescindíveis para

um planejamento tributário eficiente.

É importante salientar que um planejamento eficiente leva a uma

redução nos custos tributários e aumento dos lucros.

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14

Diante desses fatos é quase obrigatório que as empresas elaborem um

planejamento tributário baseado nos controles e informações contábeis, pois as

levarão a melhores resultados.

Tanto o controle, como a informação contábil são peças indispensáveis

na administração de empresas, independente do seu porte ou ramo de

atividade. Além disso, eles são capazes de subsidiar decisões importantes e

auxiliar na gestão do negócio como um todo.

Portanto, como a elaboração de um planejamento tributário apóia-se em

procedimento técnicos contábeis somados ao conhecimento das operações

específicas da empresa, pode se afirmar que a contabilidade gerencial também

está contida na gestão de tributos.

Assim, o planejamento tributário também é um instrumento gerencial,

utilizado nas tomada de decisão, pois estabelece premissas para a

identificação do lucro contábil.

O presente trabalho tem como objetivo desenvolver um instrumento que

possibilite realizar uma análise comparativa entre os enquadramentos

tributários vigentes, instituídos pela legislação, no âmbito federal e estadual.

O assunto escolhido é de extrema relevância para as empresas que

diante da complexidade do sistema tributário e do elevado gasto com tributos,

precisam administrar cuidadosamente sua tributação e reduzir a quantia

monetária destinada ao fisco, pois, só assim, haverá aumento da lucratividade

e da competitividade frente ao mercado globalizado.

Diante da importância da tributação para a empresa questiona-se: um

planejamento tributário, quando observados todos os aspectos legais, contribui

para a maximização dos resultados da empresa?

Um planejamento tributário, quando observados todos os aspectos

legais, além de contribuir para os resultados da empresa, pode contribuir no

plano de desenvolvimento da empresa.

Para desenvolver o tema proposto e fazer a associação entre a teoria e

a prática, foi realizada uma pesquisa de campo no Bazar e Papelaria Atenas na

cidade de Sabino no período de fevereiro a outubro de 2009, adotando os

seguintes métodos:

Observação sistemática: foram observadas as legislações tributárias

federais e estaduais tendo como objetivo, a elaboração de um instrumento de

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15

análise tributária, levando em consideração as características das empresas a

serem analisadas;

Método histórico: foram resgatados os conceitos sobre o sistema

tributário nacional e estadual, assim como suas alterações vigentes na

atualidade; e

Estudo de caso: foi realizada uma análise comparativa entre três

empresas de porte e atividades distintas, de forma a avaliar a aderência do

instrumento proposto.

Foram ainda utilizadas as seguintes técnicas:

Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A);

Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B);

Roteiro de Entrevista com o Contador da Empresa (Apêndice C); e

Roteiro de Entrevista com o Profissional Contador Especialista em

Planejamento Tributário (Apêndice D);

O trabalho apresenta-se assim estruturado:

Capítulo I: informa sobre a empresa estagiada;

Capítulo II: descreve os diferentes sistemas tributários e como

influenciam diretamente na contabilidade; e

Capítulo III: compara os diversos tipos de sistemas tributários e demais

ações que a lei permite, analisando e simulando diferentes situações nas

empresas.

Por fim, apresentam-se a Proposta de Intervenção e a Conclusão do

Trabalho.

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16

CAPÍTULO I

BAZAR E PAPELARIA ATENAS – ME

1 A EMPRESA E SEU SETOR DE ATUAÇÃO

1.1 Histórico da empresa

No início de sua vida profissional aos 18 anos, a Sra. Elizabette Bezutti

Orpham, cuja função era Secretária, trabalhava com seus pais em um posto de

molas na cidade de Ribeirão Pires onde, apesar de ter enfrentado inúmeras

dificuldades, ainda almejava o próprio negócio. A ausência de oportunidades

não a desmotivou e continuou insistindo e investindo nesse sonho que, com

muita dedicação e esforço, mais tarde se tornaria realidade.

No ano de 1996, mais precisamente no dia 5 de outubro, a Sra. Bezutti,

em parceria com sua cunhada Sra. Márcia Gisoldi Bezutti, inauguraram na

cidade de Sabino, estado de São Paulo, o tão almejado empreendimento,

intitulado Loja Bazar e Papelaria Atenas, situado na Rua Marechal Deodoro, nº

917, contando com uma área de 60m² de excelente espaço e infraestrutura

para melhor atender ao público da cidade e região.

Inicialmente a loja trabalhava com artigos de papelaria, brinquedos e

importados, mas passado um ano de sua inauguração, constatou-se um

crescimento na população sabinense, acarretando a necessidade de uma

expansão para suprir a demanda da microrregião. Sem medir esforços e com

dedicação, as proprietárias trabalhavam continuamente na busca de oferecer

cada vez mais qualidade no atendimento e nos produtos, sem esquecer, é

claro, do preço mais atrativo da região.

A empresa, além de atuar na área de papelaria, também investiu em

artigos do vestuário, estratégia que deu certo e faz parte de seu portfólio até os

dias atuais.

Todo esforço, dedicação e empreendedorismo ganhou o

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reconhecimento e a preferência da população em realizar suas compras no

Bazar e Papelaria Atenas.

1.2 Organização da empresa

A empresa continua instalada no local onde iniciou suas atividades, as

transações financeiras são realizadas internamente, ou seja, os pagamentos e

recebimentos são feitos pelas proprietárias, assim como as compras e o

controle do estoque.

Seu horário de funcionamento ao público é de segunda a sábado, das

8h30min às 18h. Possui apenas uma funcionária ocupando o cargo de

vendedora em seu quadro de funcionários, a parte administrativa fica sob

responsabilidade de suas proprietárias.

1.3 Carteira de clientes

Atualmente um dos aspectos com que a empresa mais se preocupa é o

controle de clientes, portanto, é necessário sustentar o relacionamento

construído pelo processo de conquista e fidelização, focando um determinado

público, para que os clientes se sintam bem atendidos e tenham o desejo de

retornar, pois no sucesso de uma empresa ou organização o ingrediente

principal é a satisfação do cliente.

A empresa tem de conhecer o comportamento, as expectativas de cada

cliente, atender e antecipar as suas necessidades, caso contrário não terá

como levá-lo a desfrutar da excelência dos serviços prestados ou sequer

surpreendê-lo.

O controle e reconhecimento dos clientes são organizados por fichas,

fazendo parte um maior percentual das classes média e baixa, já que optam

por qualidade com menor preço, motivo que levou o Bazar Atenas a oferecer

melhor qualidade de produtos, com melhor preço.

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O crescente aumento no número de clientes só demonstra que os

métodos de venda e atendimento têm agradado à população de Sabino e

região.

1.4 Propaganda

A propaganda é uma poderosa força de mercado que impulsiona o

cliente por uma sequência de etapas que culmina com a compra e, também,

assume um papel importante na criação da consciência e no fornecimento de

informações sobre bens e serviços.

Considerada como um dos meios mais importantes da comunicação, a

propaganda é capaz de persuadir pessoas a adquirir determinados produtos e

serviços, melhorar a imagem da organização, promover a venda de itens

específicos e até anunciar uma promoção ou liquidação total.

O Bazar e Papelaria Atenas também utiliza desta poderosa ferramenta

na divulgação de seus produtos. Os meios mais usados são: carros de som, na

cidade e região, e panfletos promocionais, distribuídos de porta em porta.

1.5 Agentes externos

1.5.1 Concorrentes

Na atualidade o segmento de papelaria e confecção apresenta entre

suas características a similaridade nos preços, variedade de produtos,

tecnologia e serviços, por isso, as empresa atuantes no mesmo ramo têm

procurado obter diferenciais para se destacarem entre os concorrentes e

chamar a atenção dos consumidores. A concorrência está se tornando cada

vez mais competitiva e apostando em diversas ações, dentre elas: treinamento

de funcionários, sistemas computadorizados para cadastros de clientes e

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outros departamentos, tudo com o objetivo de conquistar a excelência no

atendimento, já que este também é um diferencial muito relevante para o

segmento.

Portanto, há a necessidade de aproximar-se cada vez mais dos clientes

com o objetivo de obter um relacionamento mais intenso e duradouro, levando

então à fidelização. Observando este fato, a empresa tem se preocupado em

mostrar que o diferencial de sua organização está no modo de fazer seus

clientes sentirem-se realizados e satisfeitos com o que lhes é oferecido, pois há

concorrentes do mesmo segmento em seu campo de atuação.

1.5.2 Fornecedores

Fornecedores são pessoas ou empresas que proporcionam os bens e

serviços que os compradores precisam para projetar, vender, entregar e

manter seus produtos em estoque e, também, devem cooperar no

desenvolvimento de seus compradores, focando o baixo custo, alta qualidade e

excelente atendimento no fornecimento de matérias e serviços de acordo com

as exigências de cada ramo de atividade.

As transações com fornecedores são realizadas através de visitas

semanais de seus representantes e algumas vezes por meio telefônico,

entretanto, antes da realização de uma compra é feita uma análise para

identificar qual o produto e a quantidade necessária a ser adquirida, para não

ocorrer uma sobrecarga no estoque. Na realização do pedido, os fornecedores

expõem produtos, prazos, preços e formas de pagamento e as proprietárias

optam pela proposta mais atrativa.

O controle de estoque é realizado manualmente e são utilizados livros e

fichas para o acompanhamento das entradas e saídas das mercadorias. As

compras são realizadas bimestralmente, após uma análise quantitativa das

mercadorias, outros fatores como datas comemorativas e procura, devem ser

observados, pois contribuem para o crescimento das vendas.

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1.6 Promoções de venda

As promoções facilitam e favorecem o ato da venda, ou seja, realiza a

venda de um bem, idéia ou serviço. Quanto mais criativa a promoção, melhor a

receptividade do consumidor. O calendário promocional é uma importante

ferramenta para o varejista planejar todo o seu esforço ao longo do ano e

estabelecer importantes parcerias com fornecedores, para criar eventos bem

estruturados nas datas comemorativas, entre elas: dias das mães, dos pais,

das crianças, carnaval, natal, entre outras.

Muitos comerciantes fazem ótimo uso desse tipo de programação,

tornando constante a movimentação de clientes em seu estabelecimento. No

bazar Atenas são realizadas, frequentemente, promoções próximas a datas

comemorativas, no intuito de atrair e fidelizar sua clientela; por isso, quem

realiza compras acima de cinquenta reais, nessas datas, tem 20% de desconto

em suas aquisições.

1.7 Controle contábil

Assim como a maioria das empresas deste segmento, o bazar Atenas

possui o serviço contábil terceirizado, trabalho executado pelo Escritório

Contábil Real, situado também em Sabino, na Avenida Sete de Setembro, n°

825, tendo como proprietário o técnico contábil Sr. Almir Rogério de Mattos

Miuci. O escritório Real conta com uma escrituração totalmente informatizada.

As movimentações de entradas e saídas são enviadas diariamente para

o escritório, assim como despesas com funcionário, energia, água, telefone

para facilitar a apuração mensal. Após a apuração, o escritório emite os

relatórios para a verificação do estado econômico da empresa e terminada a

conciliação das receitas e despesas, estará apurado o resultado do

faturamento mensal.

Os recebimentos são feitos no próprio estabelecimento e os

pagamentos, através de cartão de crédito, cheque, dinheiro ou crediário.

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1.8 Enquadramento tributário

O bazar Atenas está enquadrado no regime de tributação do SIMPLES

Nacional, opção indicada pelo contador por ser uma Microempresa (ME). Este

enquadramento será analisado e comparado, com outros regimes, ao longo do

trabalho para verificar se a escolha foi correta.

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CAPÍTULO II

CONTEXTO TRIBUTÁRIO ATUAL E ECONOMIA DE IMPOSTOS

2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES

A carga tributária brasileira está entre as mais pesadas do mundo, prova

disso são os 61 tributos (MADEIRA, 2009), pertencentes à esfera federal,

municipal e estadual, que fazem parte deste aglomerado e que, muitas vezes,

exigem que seus proprietários busquem meios ilegais para sobressaírem no

mercado.

Diante da crise é inevitável que os governantes não façam nenhum

ajuste, porque poderá comprometer os cofres públicos, então começa o

processo, aumenta aquele, diminui esse e assim as notícias vão tomando

conta dos meios de comunicação, que muito divulga, mas nada resolve.

(CARGA..., 2009).

Todo esse ônus fiscal tem levado especialistas da área a criarem

maneiras de extrair algum benefício desta pesada carga tributária brasileira. A

forma de enquadramento da tributação das empresas obedece aos preceitos

legais, resultando em um maior ou menor desencaixe monetário.

Os empresários, antes de iniciarem seu empreendimento ou mesmo

estando em atividade, devem estabelecer os objetivos para a obtenção do

resultado esperado que, na maioria, é denominada como lucro. Portanto, é

necessário realizar um planejamento para escolher a opção tributária mais

adequada para a empresa.

É relevante destacar que a escolha do enquadramento é irretratável para

o ano calendário inteiro, por isso uma escolha equívoca pode resultar em

menores lucros durante este período.

Contudo, esta situação pode ser evitada, se a empresa realizar um

planejamento tributário que, além de ajudar na escolha do regime tributário

correto, auxilia diretamente no fluxo do caixa da empresa, indicador importante

às finanças da empresa.

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O planejamento tributário é usualmente definido como um conjunto de

medidas adotadas pelo contribuinte para reduzir ou excluir a incidência de

tributos, em que tais condutas não representem violação a lei ou prática de

fraude.

Segundo Perez et al. (2003), o planejamento tributário é a maneira mais

eficiente de economizar impostos sem infringir a lei e por isso necessita de

profissionais sensatos e capacitados no âmbito empresarial.

Entende-se por planejamento tributário uma forma lícita de reduzir a carga fiscal, o que exige alta dose de conhecimento técnico e bom-senso dos responsáveis pelas decisões estratégicas no ambiente corporativo. (PEREZ et al., 2003, p. 36).

O autor ressalta que, embora a conceituação pareça simples, a

implantação do planejamento tributário jamais poderá ser confundida com uma

análise contábil-financeira ou com um estudo restrito à regulamentação legal

dos tributos usualmente pagos pela empresa contribuinte, porque faz parte de

um planejamento estratégico envolvendo todos os setores ligados à gestão

empresarial.

Existem várias definições para planejamento tributário, uma delas é a

seguinte: um estudo detalhado que, mediante o conhecimento das operações

dos clientes e dentro do ambiente dos dispositivos legais vigentes, busca

identificar a forma mais econômica de organizar os negócios e configurar as

sociedades. (RIBAS, 2006)

Vale ressaltar que o planejamento tributário não pode ser confundido

com sonegação fiscal, porque propõe atitudes que reduzirão o valor dos

tributos devidos. Um fato muito importante e que tem levado as empresas à

busca de um profissional na área de gestão tributária é a competitividade, pois

com a redução dos tributos haverá redução nos custos tornando-a mais capaz

de oferecer preços atrativos.

Não se deve abster a idéia de uma gestão de tributos preventiva, pois,

por ocorrer antes do fato gerador do tributo, produz a elisão fiscal que constitui

a redução da carga tributária dentro da legalidade.

Diante desses fatos, nota-se que o direito, a contabilidade e a

administração estão intimamente ligadas ao planejamento tributário, e a

ausência de uma destas áreas resultará num procedimento duvidoso.

Nesse contexto e no cenário tributário brasileiro atual, é imprescindível a

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gestão de tributos para obter sucesso, ou simplesmente, sobreviver.

2.1 Sistemas de apurações cumulativos e não-cumulativos

A cumulatividade tem como característica a não compensação dos

tributos em cada operação, ou seja, não leva em consideração as aquisições

realizadas no período, quando o valor do tributo declarado ou implícito na

documentação fiscal não é recuperável. Esse imposto é suportado pelo

emissor do documento, que o recolhe, porém, o recebedor da mercadoria não

aproveitará como crédito os tributos da transação.

Quando o tributo é cumulativo para a empresa, ele deve fazer parte dos

custos para fins de formação de preço de vendas, pois o valor dos tributos

dentro das compras não pode ser recuperado via tributação, devendo ser

recuperado via preços de venda.

Os impostos de importação, exportação e sobre serviços são

cumulativos.

De acordo com tipo da empresa, tipo de consumo, tipo de operações,

entre outras, no que rege a legislação, podem ser, ou não, cumulativos os

seguintes tributos:

a) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);

b) Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e

sobre a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e

Intermunicipal e de Comunicação (ICMS);

c) Programa da Integração Social (PIS); e

d) Contribuição Para Financiamento da Seguridade Social (COFINS).

A não-cumulatividade entende-se pela compensação de créditos

referentes às entradas (compras), que serão abatidas nos débitos das saídas

(vendas) sendo que, caso o resultado seja positivo (compras maiores que as

vendas), o saldo será credor, porém, se for negativo (compras menores que as

vendas), o saldo será devedor, levando a empresa a recolher os tributos dentro

do prazo estabelecido.

Nesse tipo de tributação, a empresa credita os tributos sobre suas

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compras, descontando o valor dos tributos gerados pelas vendas, ou seja,

recupera os valores pagos na compra, abatendo-os nos valores incididos sobre

a venda. Essa situação caracteriza a empresa como não contribuinte dos

tributos, pois apenas repassa o resultado das operações; o cliente paga os

tributos na venda, a empresa recupera na compra e recolhe a diferença, caso

haja, tornando-a apenas um agente arrecadador.

Os impostos e as contribuições sociais são os tributos que mais interferem nas transações e nos negócios das empresas, com ênfase para os principais aspectos de apuração e de contabilização. (PADOVEZE, 2006, p. 339).

2.2 A contribuição da ciência contábil no planejamento tributário

A contabilidade, sendo um sistema de registro permanente das

operações, é um pilar para tal planejamento. O contabilista é peça fundamental

na elaboração e execução do planejamento tributário. Afinal, ele comanda uma

série de operações internas da empresa, normalmente responsabilizando-se

por múltiplos controles, conciliações e apuração de impostos.

Além disso, ele coopera ou coordena equipes internas, sabendo de

deficiências e pontos críticos que podem gerar falhas na execução do

planejamento. Sem informações contábeis adequadas, o planejamento

tributário ficará dependente de dados avulsos, não regulares, sujeitos a

estimativas, erros e avaliações equivocadas. Um exemplo bem simples e que

será melhor delimitado no próximo capítulo é o caso de um contribuinte

enquadrado no Lucro Presumido, que está dispensado da escrituração

contábil, porém a mantém, poderá avaliar, periodicamente, a vantagem ou

desvantagem deste regime, com base nos dados gerados no período que a

submeteu, comparando-a ao Lucro Real.

Está aí a importância do contabilista, suprir aos planejadores os dados

adequados.

Segundo a ótica de Zanluca (2009), o contabilista é a pessoa chave

nesta gestão, contudo é preciso apoio, treinamento e motivação para que ele

participe efetivamente do planejamento tributário na empresa.

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A gestão de tributos, além de conhecimentos, requer do profissional,

muita prática e contínua atualização, já que a respectiva legislação está

passando por constantes alterações e essa desatualização culminará num

trabalho errôneo e duvidoso.

Outro ponto importante é o discernimento entre evasão e elisão fiscal,

pois a linha que separa um do outro é muito tênue.

2.2.1 Evasão fiscal

A evasão fiscal consiste em toda ação consciente, espontânea, dolosa

ou intencional do contribuinte, através de meios ilícitos para evitar, eliminar,

reduzir ou retardar o pagamento do tributo devido, não se configurando em

hipótese alguma como um planejamento tributário lícito. (FONSECA, 2009)

Uma evasão fiscal causa enormes prejuízos aos negócios, ao governo e

por extensão à sociedade. Trata-se de procedimentos adotados após o fato

gerador ocorrido e nesse campo, por exemplo, destacam-se: a omissão de

registro em livros fiscais próprios, a utilização de documentos inidôneos na

escrituração contábil e a falta de recolhimento de tributos apurados, aspectos

que levam a empresa ao descumprimento das determinações legais,

classificando-a como sonegadora junto ao fisco.

2.2.2 Elisão fiscal

A elisão fiscal consiste na execução de procedimentos, antes do fato

gerador, legítimos, éticos, para reduzir, eliminar ou postergar a tipificação da

obrigação tributária, caracterizando, assim, a legitimidade do planejamento.

Na ótica de Padoveze (2006), a elisão é uma conduta lícita, quando o

contribuinte a pratique sem que esteja revestida por nenhuma prática

simuladora, na finalidade de obter uma menor carga tributária legalmente

possível.

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Convém lembrar, outrossim, que o melhor entendimento acerca da apuração e da contabilização conduz, seguramente, a uma adequada visão sobre a gestão dos tributos, na busca do menor impacto para a empresa. É dever do contribuinte, pagar o menor tributo possível (o justo), dentro da Lei, procedimento este denominado planejamento tributário ou elisão fiscal. (PADOVEZE, 2006, p. 339).

A ciência contábil contribui de forma significativa para o planejamento

tributário, porque detém em sua estrutura educacional todos os requisitos

necessários para o desempenho desta função valorosa.

2.3 Estrutura tributária no âmbito federal

A estrutura tributária federal, regida pela legislação, é constituída por

impostos, contribuições e regimes tributários que competem à União a sua

instituição e fiscalização.

À União pertencem os impostos sobre: importação de produtos

estrangeiros, exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou

nacionalizados, rendas e proventos de qualquer natureza, produtos

industrializados, operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos

ou valores imobiliários, propriedade territorial rural e grandes fortunas.

2.3.1 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ

Como rege a Constituição Federal de 1988, no artigo 153, o Imposto de

Renda (IR) é um tributo direto que compete à União a sua instituição e sua

exigência, ela ocorre sobre a renda e proventos de qualquer natureza.

São contribuintes do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ):

a) pessoas jurídicas; e

b) empresas individuais.

Seu fato gerador é definido pelo artigo 43 do Código Tributário Nacional

como o acréscimo patrimonial obtido, tendo sua base de cálculo estipulada de

acordo com a forma da tributação escolhida.

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Os regimes tributários das pessoas jurídicas por determinação ou por

opção são: Lucro Arbitrado, Lucro Presumido, Lucro Real e SIMPLES Nacional.

A base de cálculo do imposto determinada segundo a lei vigente é o

Lucro Real, Presumido ou Arbitrado correspondente ao período de apuração.

Como regra geral, integra a base de cálculo todos os ganhos e

rendimentos de capital, de qualquer que seja a denominação que lhes seja

dada, independentemente da natureza e da espécie ou existência de título ou

contrato escrito, bastando que decorram de ato ou negócio que, pela sua

finalidade, tenha os mesmos efeitos do previsto na norma específica de

incidência do imposto.

A pessoa obrigada ao pagamento do Imposto de Renda não é somente

aquela obtém renda ou proventos de qualquer natureza; a condição de

responsabilidade pelo recolhimento também poderá ser atribuída, por lei, à

fonte pagadora dos proventos ou da renda. Ocorrido este fato, o imposto será

denominado Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF).

Segundo o Decreto nº 3.000 de 26 de março de 1999, em seu artigo

160, inciso IV, “As pessoas físicas consideradas empresas individuais são

obrigadas a: efetuar as retenções e recolhimentos do imposto de renda na

fonte, previstos na legislação aplicável às pessoas jurídicas”. (BRASIL, 1999).

Nos casos de incorporação, fusão ou cisão, a apuração da base de

cálculo e do imposto devido, será efetuada na data do evento.

Na extinção da pessoa jurídica, pelo encerramento da liquidação, a

apuração da base de cálculo e do imposto devido será efetuada na data desse

evento.

O período de apuração será trimestral, encerrados nos dias 31 de

março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário,

todavia, no caso do Lucro Real, por opção do contribuinte, poderá ser apurado

anualmente. Para realizar o recolhimento do imposto, será utilizado um

formulário denominado Documento de Arrecadação de Receitas Federais

(DARF).

Quanto à alíquota do imposto, a pessoa jurídica, seja comercial ou civil,

regida pelo Regulamento do Imposto de Renda (RIR) no Decreto 3.000, de

26/03/1999, será de 15% (quinze por cento) sobre a base de cálculo. Vale

ressaltar que este percentual também será aplicado à pessoa jurídica que

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explore atividade rural.

A alíquota será a mesma para todos os regimes tributários, mas a base

de cálculo será diferenciada em cada um delas.

Em casos que a parcela do Lucro Real exceda o valor resultante da

multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do

respectivo período de apuração, a pessoa jurídica ficará sujeita a um adicional

de 10% sobre qualquer opção tributária, inclusive nos casos de incorporação,

fusão ou cisão e de extinção da pessoa jurídica pelo encerramento da

liquidação.

Segundo o Decreto nº 3.000 de 26 de março de 1999, em seu artigo

228, parágrafo único: “A parcela da base de cálculo, apurada mensalmente,

que exceder a vinte mil reais ficará sujeita à incidência de adicional do imposto

à alíquota de dez por cento.” (BRASIL, 1999).

A apuração do imposto de renda e do adicional, para as empresas

enquadradas no Lucro Real, ocorrerá da seguinte maneira: a base de cálculo

será o lucro líquido, ou seja, o lucro contábil da empresa ajustado pelas

adições, exclusões e compensações autorizadas pelo RIR.

No Lucro Presumido, para a base de cálculo do Imposto de Renda e do

adicional, será aplicado à renda bruta, um percentual de presunção de acordo

com o ramo de atividade da empresa.

Para o Lucro Arbitrado, a base de cálculo segue às disposições do artigo

530 do RIR, onde o lucro será arbitrado pelo Fisco, por intermédio de ofício, ou

pelo próprio contribuinte (auto-arbitramento).

A seguir, o quadro demonstra alguns dos percentuais para apuração do

IRPJ no Lucro Presumido.

Atividade Coeficientes

de Presunção

Alíquota do IRPJ

Percentual Para o Cálculo Direto

Revenda de combustíveis 1,60% 15% 0,24%

Venda de mercadorias, industrialização por encomenda 8% 15% 1,20%

Prestação de serviços hospitalares 8% 15% 1,20%

Transportes de cargas 8% 15% 1,20%

Transportes de passageiros 16% 15% 2,40%

Serviços em geral 32% 15% 4,80%

Bancos comerciais, de investimentos, caixas econômicas

16% 15% 2,40%

Fonte: Adaptado de Santos, 2009

Quadro 1 – Relação das atividades e seus percentuais de presunção

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2.3.2 Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – CSLL

A Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) foi instituída pela

Lei nº 7.689/1988, Artigo 1º, e rege que tal contribuição é destinada ao

financiamento da seguridade social do Instituto Nacional da Seguridade Social

(INSS).

A responsabilidade da cobrança compete à União. Aplicam-se a CSLL

as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o IRPJ e

serão mantidas as bases de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em

vigor.

Segundo a Lei nº 8.981 de 20 de janeiro de 1995, em seu artigo 57:

Aplicam-se à Contribuição Social sobre o Lucro as

mesmas normas de apuração e de pagamento

estabelecidas para o imposto de renda das pessoas

jurídicas, inclusive no que se refere ao disposto no art. 38,

mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na

legislação em vigor, com as alterações introduzidas por

esta Lei. (BRASIL, 1995)

O fato gerador será o lucro obtido pela pessoa jurídica no período. A

base de cálculo para o imposto é diferenciada de acordo com o enquadramento

da empresa, ou seja, no Lucro Presumido, Lucro Real ou Lucro Arbitrado.

Em empresas optantes pelo Lucro Real, a base de cálculo da

contribuição social, procede da apuração do resultado do período, ajustado

pelas adições, exclusões e compensações permitidas por lei, aplicado a uma

alíquota de 9%, conforme o Art. 37 da Lei 10.637/02.

No Lucro Presumido, para o cálculo da contribuição, será utilizado o

valor da receita bruta com vendas e serviços prestados, a eles serão aplicados

o percentual de presunção, conforme ramo de atividade, para então ser

tributada a alíquota de 9%.

Nesta opção tributária, o imposto denomina-se Contribuição Social

Sobre o Lucro Presumido (CSSL). Também é importante lembrar que neste

enquadramento, a CSSL poderá ser apurada e recolhida por estimativas

mensais ou pelo Lucro Presumido trimestral, segundo a legislação vigente.

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A legislação determinou que, a partir de setembro de 2003, a base

cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido relativa às receitas de

prestação de serviços (exceto serviços hospitalares) das empresas

enquadradas no Lucro Presumido e das empresas que efetuarem pagamento

mensal por estimativa sobre a Receita Bruta, corresponderá a 32%; para os

demais ramos de atividades o percentual será de 12%.

Segundo a Lei nº 10.684 de 30 de maio de 2003, em seu artigo 20:

A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro

líquido, devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o

pagamento mensal a que se referem os arts. 27 e 29 a 34

da Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995, e pelas

pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração contábil,

corresponderá a doze por cento da receita bruta, na forma

definida na legislação vigente, auferida em cada mês do

ano-calendário, exceto para as pessoas jurídicas que

exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1o

do art. 15, cujo percentual corresponderá a trinta e dois

por cento. (BRASIL, 1995)

O recolhimento desta contribuição será realizado por meio do DARF, em

quota única ou em até três quotas iguais, mensais e sucessivas, nos mesmos

prazos e formas estabelecidas para o pagamento do IRPJ devido no trimestre.

A seguir, o quadro demonstrará alguns dos coeficientes de presunção

para a base de cálculo da CSLL de acordo com o regime de apuração e suas

alíquotas conforme ramo de atividade para as empresas enquadradas no Lucro

Presumido:

Atividade Coeficientes

Alíquota da CSLL

Estimativas Mensais

Trimestral

Receita de venda de produtos e revenda de mercadorias

12% 12% 9%

Receita relativa à industrialização (beneficiamento) 12% 12% 9%

Receita de serviço de empreitada com colocação de material na obra

12% 12% 9%

Receita de prestação de serviços (exceto hospitalares) 32% 32% 9%

Fonte: Adaptado de Santos, 2009

Quadro 2 – Contribuição Social pelo Lucro Presumido

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2.3.3 Programa de Integração Social – PIS

Instituído pela Lei Complementar (LC) 07/1970, destina-se a promover a

integração social do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas.

São contribuintes do Programa de Integração Social (PIS) as pessoas

jurídicas de direto privado e as que lhe são equiparadas pela legislação do

Imposto de Renda, inclusive empresas prestadoras de serviços, empresas

públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias, excluídas as ME

e as Empresas de Pequeno Porte (EPP) submetidas ao regime do SIMPLES

Federal (Lei nº 9.317/96) e, a partir de 01/07/2007, do SIMPLES Nacional (LC

nº 123/2006).

Existem duas modalidades para o cálculo mensal do PIS incidentes

sobre o faturamento, a primeira é aplicada sobre a receita bruta das pessoas

jurídicas em geral, enquanto a segunda destina-se exclusivamente às pessoas

jurídicas tributadas com base no Lucro Real, sujeitas às sistemáticas da não-

cumulatividade.

Segundo a Lei nº 10.865 de 30 de abril de 2004, em seu artigo 42:

Opcionalmente, as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro

real que aufiram receitas de venda dos produtos de que

tratam os §§ 1º a 3º e 5º a 9º do art. 8º desta Lei poderão

adotar, antecipadamente, o regime de incidência não-

cumulativa da contribuição para o PIS/PASEP e da

COFINS. (BRASIL, 2004).

Suas alíquotas estão definidas em: 0,65% no regime cumulativo, 1,65%

(a partir de 01/12/2002), Lei nº 10.637/2002, no regime não-cumulativo, caso a

pessoa jurídica esteja enquadrada no Lucro Real e 1% sobre a folha de

salários, nos casos de entidades sem fins lucrativos.

As pessoas jurídicas optantes, quanto ao pagamento do IRPJ, pelo

Lucro Presumido poderão apenas recolher o imposto sobre a receita bruta

obtida com as vendas e com os serviços prestados.

Para o seu recolhimento será utilizado o DARF até o dia 20 subsequente

ao mês da competência.

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33

2.3.4 Contribuição Para Financiamento da Seguridade Social – COFINS

Instituída pela LC nº 70 de 30/12/1991, tem a finalidade de suprir as

despesas da área da saúde, previdência e assistências sociais.

São contribuintes COFINS, assim como no PIS, as pessoas jurídicas de

direito privado em geral, inclusive as pessoas a elas equiparadas pela

legislação do Imposto de Renda, com exceção das ME e EPP submetidas ao

regime do SIMPLES Federal (Lei nº 9.317/96) e, a partir de 01/07/2007, do

SIMPLES Nacional (LC nº 123/2006).

Sua base de cálculo no Lucro Real se dá através da forma não-

cumulativa, sua alíquota é de 7,60%.

Segundo a Lei 10.833, de 29 de dezembro de 2003, em seu artigo 2º,

“Para determinação do valor da COFINS aplicar-se-á, sobre a base de cálculo

apurada conforme o disposto no art. 1º, a alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis

décimos por cento)”. (BRASIL, 2003).

Pelo Lucro Presumido a base de cálculo também será a mesma,

entretanto através da forma cumulativa, onde a receita bruta obtida será a base

de cálculo para a apuração do imposto. A legislação prevê a alíquota, para a

COFINS, de 3% (três por cento).

Segundo a Instrução Normativa nº 247, de 21 de novembro de 2002, em

seu artigo 52, “As alíquotas do PIS/PASEP e da COFINS aplicáveis sobre o

faturamento são de 0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento) e de 3%

(três por cento), respectivamente, e as diferenciadas previstas nos arts. 53 a

60”.

Com o Artigo nº 10 da Lei 10.833/03, algumas atividades permanecem

sob o regime de cumulatividade, destacando-se que, mesmo sob este regime,

essas empresas podem optar pela apuração do Imposto de Renda pelo Lucro

Real ou Presumido.

As atividades regidas pelo Artigo nº 10 da Lei 10.833/03 são:

a) pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de renda com base no

lucro presumido ou arbitrado;

b) pessoas jurídicas optantes pelo SIMPLES;

c) pessoas jurídicas imunes a impostos;

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d) órgãos públicos, as autarquias e fundações públicas federais,

estaduais e municipais, e as fundações cuja criação tenha sido

autorizada por lei, referidas no Art. 61 do Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias da Constituição;

e) sociedades cooperativas, exceto as de produção agropecuária e as

de consumo; e

f) as receitas decorrentes das operações como receitas decorrentes da

prestação de serviços de telecomunicações, da venda de jornais, da

prestação de serviço no transporte coletivo, entre outras.

Sua apuração e recolhimento serão mensais, por meio do DARF.

2.4 Lucro Real

Na tributação pelo regime do Lucro Real, o resultado apurado pela

empresa é o que importa para a tributação, ou seja, para se obter o montante

do imposto a recolher, a empresa deve apurar o lucro contábil.

Vale ressaltar que o Lucro Real pode ser aplicado em qualquer tipo de

empresa, independente de seu porte e atividade.

Contudo, estão obrigadas a optar pela tributação com base no Lucro

Real (Lei 9.718/1998, art. 14) as pessoas jurídicas que estiverem enquadradas

nas seguintes condições:

a) que tenham receita total, no ano-calendário anterior, superior a R$

48.000.000,00, ou proporcional ao número de meses do período,

quando inferior a 12 meses;

b) cujas atividades sejam de instituições financeiras ou equiparadas;

c) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos no

exterior;

d) que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam benefícios

fiscais relativos à isenção ou redução do imposto;

e) que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento

mensal pelo regime de estimativa, inclusive mediante balanço ou

balancete de suspensão ou redução de imposto; e

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f) cuja atividade seja factoring.

A empresa deve atentar-se à legislação vigente, mantendo a

documentação, que foi a base para apuração do resultado, devidamente

arquivada.

O sistema de apuração do resultado para as empresas enquadradas

neste regime são: Lucro Real anual e Lucro Real trimestral.

Segundo a Lei nº 8.981 de 20 de janeiro de 1995, em seu artigo 35:

A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o

pagamento do imposto devido em cada mês, desde que

demonstre, através de balanços ou balancetes mensais,

que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto,

inclusive adicional, calculado com base no lucro real do

período em curso. (BRASIL, 1995)

Essa faculdade aplica-se, em qualquer mês, para as pessoas jurídicas

que irão apresentar a declaração de rendimentos com base no lucro real anual.

O balanço ou balancete de suspensão ou redução do imposto terá que

compreender sempre o período de 1º de janeiro e a data de apuração do lucro

e ser transcrito no livro diário até a data fixada para pagamento do imposto do

respectivo mês (Art. 12, § 5º, da IN SRF nº 93/97).

As empresas enquadradas no Lucro Real devem escriturar o Livro de

Apuração do Lucro Real (LALUR), pois nele estarão informadas as adições e

exclusões ao lucro ou prejuízos contábeis, uma vez que existem despesas não-

dedutíveis e receitas não tributáveis que precisam estar registradas na

contabilidade e suas identificações serão realizadas somente no final de cada

período.

Para o Lucro Real trimestral, o resultado do trimestre anterior não pode

ser compensado com o prejuízo fiscal dos trimestres seguintes, ainda que

dentro do mesmo ano-calendário. O prejuízo fiscal de um trimestre só poderá

reduzir até o limite de 30% do lucro real dos trimestres seguintes.

As pessoas jurídicas que optarem pelo lucro real trimestral terão que

efetuar o fechamento do balanço trimestral, apurando o imposto de renda e a

contribuição social, que poderão ser pagos em quota única, no primeiro mês

subsequente ao trimestre, sem qualquer acréscimo, ou em três quotas mensais

acrescidas pela taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC)

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até o mês anterior ao pagamento e de 1% nesse mês.

Sobre o lucro tributável incidirá o IRPJ com alíquota de 15% e a CSLL

com alíquota de 9%, caso a base de cálculo do lucro real trimestral ultrapasse

R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), ou no lucro real mensal R$ 20.000,00 (vinte

mil reais), será acrescido um adicional de 10% no IRPJ.

Abaixo, o quadro demonstra os impostos e seus percentuais para o

Lucro Real.

Descrição do Imposto Alíquota Apuração

COFINS 7,60% Mensal

Contribuição Social 9% Trimestral ou Anual

Imposto de Renda 15% Trimestral ou Anual

PIS 1,65% Mensal

Fonte: Adaptado de Santos, 2009

Quadro 3 – Impostos e percentuais no Lucro Real

2.5 Lucro Presumido

O lucro presumido difere do conceito de lucro real, por se tratar de uma

presunção, por parte do fisco, do que seria o lucro das organizações, caso não

existisse a contabilidade.

O foco do lucro presumido é facilitar a apuração da base de cálculo para

o IRPJ e a CSLL.

Para uma empresa optar por esse regime tributário, deve estar atenta ao

limite da receita bruta anual estabelecida pela lei. Dizer que o lucro é

presumido, é subentender que o resultado positivo será obtido através de

percentuais aplicados ao faturamento do contribuinte.

Neves e Viceconti (2007, p. 35) afirmam que o Lucro Presumido é uma

forma optativa às empresas desobrigadas do Lucro Real:

Lucro presumido é uma modalidade optativa de apurar o lucro e, consequentemente, o Imposto de Renda e a Contribuição Social das empresas que não estiverem obrigadas à apuração do lucro real.

Segundo a ótica de Pêgas (2005, p. 51), o lucro presumido é forma de

tributação mais simples, porque utiliza um resultado estimado para o calculo do

IR e CSSL.

O lucro presumido é uma forma de tributação que utiliza apenas as receitas da empresa para apuração do resultado tributável do IR e

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CSLL, com isso estes tributos são calculados através de um resultado estimado, encontrado através de percentuais definidos pela Lei.

Na opção por este regime, a empresa está desobrigada da escrituração

contábil, entretanto para o efeito societário e perante o código comercial é

obrigada.

Todavia o Livro Registro de Inventário deverá ser escriturado ao término

de cada ano-calendário pelas empresas comerciais e industriais.

As empresas classificadas como prestadoras de serviço estão

dispensadas do Registro de Inventário porque não possuem estoques.

Vale ressaltar que as empresas comerciais e industriais que mantiverem

a escrituração contábil devem registrar o Livro Caixa.

O quadro a seguir demonstra os coeficientes que determinam a base de

cálculo do IRPJ, fixados pelo Art. 15 da Lei nº 9.249/95 para aplicação sobre a

receita bruta de atividade, para as empresas enquadradas no regime do Lucro

Presumido:

Alíquotas Atividade

1,60% Na revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburado e gás natural

8% Venda de mercadorias e produtos; venda de imóveis das empresas com este objeto social (Art. 32, § 7º da IN SRF 93/97); na prestação de serviços hospitalares e de profissões regulamentadas (Art. 40 da Lei nº 9.250/95)

16% Prestação de serviço em geral das pessoas jurídicas com receita bruta anual de até R$ 120.000,00, exceto transporte de cargas, serviços hospitalares e de profissões regulamentas (Art. 40 da Lei nº 9.250/95)

32% Prestação de demais serviços hospitalares

Fonte: Adaptado da Lei nº 9.249/95

Quadro 4 – Coeficiente para base de cálculo do IRPJ por atividade

A alíquota do imposto de renda das pessoas jurídicas tributada pelo

Lucro Presumido é de 15%, que será aplicado sobre resultado do coeficiente

de presunção. O IR será apurado trimestralmente, incluindo um adicional de

10% incidentes na parcela, caso o valor exceda os R$ 60.000,00 (sessenta mil

reais) no trimestre.

A base de cálculo da CSLL das empresas tributadas pelo lucro

presumido é de 12% da receita bruta da venda de mercadoria ou produtos e de

32% para a prestação de serviços em geral, cujo resultado é acrescido por

ganhos de capital, rendimentos de aplicações financeiras e demais receitas ou

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resultados positivos auferidos no trimestre.

Os coeficientes que determinam a base do cálculo da CSLL serão

demonstrados no quadro abaixo:

Coeficiente por

Estimativa Mensal

Coeficiente por

Apuração Trimestral

Atividade

12% 12% Receita de venda de produtos e revenda de mercadorias

12% 12% Receita relativa à industrialização (beneficiamento)

12% 12% Receita de serviço de empreitada com colocação de material na obra

32% 32% Receita de prestação de serviços (exceto hospitalares)

32% 32% Intermediação de negócios

32% 32% Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza

32% -

Prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring)

Fonte: Adaptado de Santos, 2009

Quadro 5 – Coeficiente por atividade para base de cálculo da CSLL

2.6 Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das

Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES Nacional

Segundo a Lei Complementar nº 123 de 14 de dezembro de 2006, em

seu artigo 12: “Fica instituído o Regime Especial Unificado de Arrecadação de

Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de

Pequeno Porte - SIMPLES Nacional”. (BRASIL, 2006)

O Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das

Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES) é um regime

tributário diferenciado, simplificado aplicável às Microempresas e às Empresas

de Pequeno Porte, a partir de 1º de julho de 2007.

Consideram-se ME, para efeito do SIMPLES Nacional, o empresário, a

pessoa jurídica, ou a ela equiparada, que aufira em cada ano-calendário,

receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00. Já as EPP são empresários,

pessoas jurídicas, ou a elas equiparadas, que venham auferir, em cada ano-

calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 e igual ou inferior a R$

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2.400.000,00.

Segundo o Decreto nº 6.038 de 07 de fevereiro de 2007, em seu artigo

1º:

Fica instituído o Comitê Gestor de Tributação das

Microempresas e Empresas de Pequeno Porte,

denominado Comitê Gestor do SIMPLES Nacional -

CGSN, nos termos do art. 2º da Lei Complementar nº

123, de 14 de dezembro de 2006. (BRASIL, 2007).

Conforme a legislação, todos os regimes especiais de tributações para

ME e EPP, dentre eles o SIMPLES Federal e o SIMPLES Candango, foram

extintos a partir da entrada em vigor do SIMPLES Nacional.

Segundo a Constituição Federal no Ato das Disposições Constitucionais

Transitórias de 05 de outubro de 1988, em seu artigo 94:

Os regimes especiais de tributação para microempresas e

empresas de pequeno porte, próprios da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios cessarão a

partir da entrada em vigor do regime previsto no art. 146,

III, d, da Constituição. (BRASIL, 1988).

O SIMPLES Nacional implica o recolhimento mensal, mediante

documento único de arrecadação, dos seguintes tributos:

a) Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ);

b) IPI;

c) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);

d) COFINS;

e) Contribuição para o PIS/PASEP;

f) Contribuição para a Seguridade Social (cota patronal);

g) ICMS; e

h) Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

Vale lembrar que o recolhimento do SIMPLES Nacional não exclui a

incidência de outros tributos não descritos anteriormente e que só participarão

deste regime, as ME e EPP que não incorram em nenhuma das vedações

previstas na LC nº 123, de 14/12/2006.

Outro fato muito importante é a participação, obrigatória, de todos os

Estados e Municípios neste regime especial de tributação.

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Está vedada a opção por este regime, as empresas cujas características

estejam inclusas na LC 128, de 19/12/2008, dentre elas:

as que ultrapassem no ano-calendário anterior a receita bruta superior a R$

2.400.000,00; as quais:

a) o capital participe de outra pessoa jurídica;

b) sejam filiais, sucursais, agência ou representação, no País, de

pessoa jurídica com sede no exterior;

c) o titular ou sócio participe com mais de 10% de outra empresa não

beneficiada pela LC nº 123;

d) sejam constituídas sob a forma de cooperativas, salvo as de

consumo; entre outras.

A opção pelo SIMPLES Nacional é irretratável para o ano-calendário,

podendo a empresar solicitar a sua exclusão, com efeitos apenas para o

próximo ano-calendário.

A base de cálculo para o SIMPLES funciona da seguinte maneira:

verifica--se o valor da receita bruta acumulada, ou seja, do primeiro mês do

ano-calendário até o que esteja sendo apurado. Esse montante é comparado

com a tabela das receitas acumuladas, para descobrir em qual alíquota se

encaixa, encontrado o percentual correto, aplica-se sobre a receita bruta do

mês para, então, obter o valor devido.

Segundo a Lei Complementar nº 123 de 14 de dezembro de 2006, em

seu artigo 18, § 1º: “Para efeito de determinação da alíquota, o sujeito passivo

utilizará a receita bruta acumulada nos 12 (doze) meses anteriores ao do

período de apuração”. (BRASIL, 2006).

Pelo fato de algumas empresas, principalmente as EPP, terem

faturamentos mensais maiores, pode ocorrer, ao longo do ano-calendário, que

a tributação inicial seja enquadrada numa alíquota e termine noutra; isso se

deve pela troca de percentual, de acordo com o montante das receitas brutas

acumuladas.

Para o cálculo e a emissão do SIMPLES Nacional será utilizado um

sistema, disponível apenas no site da SRF, denominado Programa Gerador do

Documento de Arrecadação do SIMPLES Nacional (PGDAS), onde serão

informados o valor da receita bruta total do período de apuração e o ramo de

atividade das receitas. Após esse procedimento o PGDAS emitirá o Documento

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de Arrecadação do SIMPLES Nacional (DAS), que terá o seu vencimento todo

o dia 15 do mês subsequente.

É necessário destacar que a empresa optante pelo SIMPLES Nacional

não está isenta da Substituição Tributária (ST), pois em casos de operações

com mercadorias sujeitas a ST ou a operações interestaduais, estará obrigada

a recolher esse tributo.

2.7 Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e

sobre a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e

de Comunicação – ICMS

2.7.1 Conceitos

O ICMS é um imposto indireto, de competência dos Estados e do Distrito

Federal, concebido pela Carta Constitucional de 1988.

Entre os princípios constitucionais que o regem estão:

a) a não-cumulatividade (art. 155, § 2º, inciso I, da CF);

b) a isenção ou não incidência (art. 155, § 2º, inciso II, da CF); e

c) a seletividade (art. 155, § 2º, inciso III, da CF).

O objeto da tributação do ICMS é a circulação de mercadorias, que

consiste em qualquer bem móvel, novo ou usado, suscetível de circulação

econômica.

Por ser um imposto não cumulativo, compensa-se o valor devido em

cada operação com o montante cobrado anteriormente, ou seja, ao comprar

qualquer mercadoria, o ICMS já estará incluso no preço que será pago ao

fornecedor. Da mesma forma, quando a mercadoria for revendida, o preço de

venda que será pago pelo cliente deve também incluir a parcela

correspondente a ele.

A não-cumulatividade não é realizada em nível de produto, de operação

ou de prestação de serviços, mas sim de uma conta corrente mensal, onde o

contribuinte credita o valor do ICMS referente às aquisições de mercadorias, e

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debita o valor referente às vendas de mercadorias ou prestação de serviços

realizados.

A isenção ou não-incidência, exceto em determinação contrária da

legislação, não implicará crédito para compensação com o montante devido

nas operações ou prestações seguintes e acarretará a anulação do crédito

relativo às operações anteriores.

Vale ressaltar que as diferenças existentes nas mercadorias e, também,

nos serviços, tornam o ICMS o imposto seletivo e com um gama de cálculos,

alíquotas e formas de tributação.

Segundo a Constituição Federal de 05 de outubro de 1988, em seu

artigo 155, § 2, inciso III, “poderá ser seletivo, em função da essencialidade das

mercadorias e dos serviços.” (BRASIL, 1988)

Para que as empresas possam controlar o ICMS incidente nas compras

e vendas, a legislação obrigou-as à escrituração dos livros fiscais, com estrita

observância das normas específicas, independente da obrigatoriedade da

escrituração dos livros fiscais e documentos contábeis.

O fato gerador do ICMS corresponde à circulação de mercadorias ou à

prestação de determinados que, segundo o RICMS compreende:

a) saídas de mercadorias, a qualquer título, de estabelecimento de

contribuinte, comercial, industrial ou produtor, ainda que para outro

estabelecimento do mesmo titular;

b) prestações de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal

e de comunicações e telecomunicações;

c) entradas de mercadorias importadas no estabelecimento de

contribuinte, comercial, industrial ou produtor, e ainda que se trate de

mercadoria para consumo ou bem do ativo imobilizado; e

d) fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias em

restaurantes, bares, cafés e estabelecimentos similares.

O contribuinte do ICMS é qualquer pessoa física ou jurídica que realize

operações de circulação de mercadorias ou prestação de serviços, descrita

como fato gerador do imposto. Enquadram-se também: o comerciante, o

industrial, o produtor rural, o extrator de substância mineral ou fóssil, ou de

produto vegetal, o prestador de serviço de transporte interestadual e

intermunicipal, e de comunicação.

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Para a apuração do imposto, ao final do mês ou de período de apuração,

somam-se os valores debitados (referentes às vendas de mercadorias) e

subtraem os valores creditados (referentes às aquisições de mercadorias).

Segundo Perez et al. (2003), inclui-se à base de cálculo seguros e fretes

pagos pelo comprador, subtraídos os descontos incondicionais.

A base de cálculo de modo geral é o valor da operação com mercadorias, incluindo importâncias acessórias, tais como seguros e fretes pagos pelo comprador, excluídos os descontos incondicionais. (PEREZ et al., 2003, p. 79).

O autor também afirma que a base de cálculo a ser adotada pela

empresa deve corresponder à verificada por ocasião da mercadoria, porque,

caso o adquirente de outro destino à mercadoria, ela estará isenta de revisões

no valor do ICMS.

2.7.2 Alíquotas

Segundo Perez et al. (2003, p. 81): “A alíquota interna é determinada

individualmente em cada Estado pela legislação estadual”.

Como regra geral, a alíquota definida pela legislação corresponde a 18%

para o estado de São Paulo, entretanto para outros estados, de acordo com

sua legislação, o percentual pode diferir.

É importante destacar que não existem alíquotas máximas definidas pelo

Senado federal, contudo as empresas devem obedecer à legislação tributária

do Estado onde estiverem situadas, para não ocorrer uma evasão fiscal.

Como o objeto da pesquisa (a empresa) está domiciliado no estado de

São Paulo, será utilizada a legislação paulista para conceituação e

demonstração das características do ICMS.

As alíquotas são classificadas de acordo com a mercadoria, ou seja,

cada segmento de produto possui o seu percentual determinado pela Lei.

A legislação paulista instituiu quatro alíquotas para o ICMS, sendo elas:

7%, 12%, 18% e 25%.

Os produtos sujeitos à alíquota de 7% são:

a) preservativos;

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b) ovo integral pasteurizado, ovo integral pasteurizado desidratado,

clara pasteurizada desidratada ou resfriada e gema pasteurizada

desidratada ou resfriada;

c) embalagens para ovo in natura, do tipo bandeja ou estojo, com

capacidade para acondicionamento de até 30 (trinta) unidades; e

d) arroz, farinha de mandioca, feijão, charque, sal de cozinha, linguiça,

mortadela, salsicha, sardinha em lata e vinagre.

Existem mais de 60 produtos sujeitos à alíquota de 12%, dentre eles:

a) serviços de transportes;

b) ave, coelho ou gado bovino, suíno, caprino ou ovino em pé e produto

comestível resultante do seu abate, em estado natural, resfriado ou

congelado;

c) farinha de trigo, bem como pré preparada de farinha de trigo

classificada no código 1901.20.9900 da Nomenclatura Brasileira de

Mercadorias – Sistema Harmonizado (NBM/SH) vigente em 31 de

dezembro de 1996, massas alimentícias não cozidas, nem recheadas

ou preparadas de outro modo;

d) óleo diesel e álcool etílico hidratado carburante;

e) ferros e aços não planos comuns, produtos cerâmicos e de

fibrocimento; entre outros.

Quanto às mercadorias sujeitas à alíquota de 25%, fazem parte deste

grupo mais de 20 produtos, dentre eles:

a) bebidas alcoólicas;

b) fumo e seus sucedâneos manufaturados;

c) perfumes e cosméticos;

d) motocicletas de cilindrada superior a 250 centímetros cúbicos;

e) armas e munições, suas partes e acessórios;

f) aparelhos transmissores e receptores; entre outros

Para as demais mercadorias e prestações especificadas no

Regulamento do ICMS (RICMS), pelo Decreto 54.679, Seção II de 13/08/2009,

que não se enquadram nas alíquotas citadas anteriormente, estarão sujeitas à

tributação de 18%.

É importante destacar que ainda existem os produtos classificados como

isentos pela legislação. Fazem parte deste grupo:

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a) pão francês;

b) biscoitos tipo Maisena;

c) leites tipo B e C;

d) hortifrutigranjeiros;

e) pescados em geral;

f) ovos in natura;

g) farinha de trigo,

h) cadeira de roda; e

i) artigos para deficientes.

Outro fato relevante é o critério de classificação dos produtos que têm

suas alíquotas diferenciadas conforme o grau de necessidade de consumo,

pois os hortifrutigranjeiros, pescados e o leite não podem ser equiparados, por

exemplo, a produtos de beleza e bebidas alcoólicas que são considerados

supérfluos.

Destaca-se também que, de acordo com o RICMS, a alíquota dos

produtos não pode ser alterada, contudo pode sofrer reduções em suas bases

de cálculo, diminuindo, assim, o valor do produto para o consumidor final.

2.7.3 Diferencial de alíquotas

O recolhimento do diferencial de alíquotas está previsto no inciso VI, do

artigo 2º do RICMS do Estado de São Paulo, e é devido quando da aquisição

de materiais destinados a uso e/ou consumo e de ativo imobilizado,

provenientes de outra Unidade da Federação (UF).

Consiste no recolhimento da diferença entre a alíquota interestadual e a

interna nas aquisições, efetuadas por contribuinte do ICMS em outro estado, de

mercadoria destinada ao uso ou ao ativo permanente.

Em caso de entrada, real ou simbólica, de mercadoria oriunda de outra

UF, sendo a alíquota interna superior a interestadual, deve-se recolher a

diferença entre as duas.

É importante ressaltar que o contribuinte, além do recolhimento desta

diferença, ainda deverá escriturá-la em Registro de Entradas, anotando na

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46

linha que corresponde à diferença do imposto.

Para demonstrar, de uma maneira mais prática, observe o exemplo: a

uma aquisição de mercadorias, oriunda das Minas Gerais, no valor de R$

1.000,00 incidirá a alíquota interestadual de 12% e gerará um crédito no valor

de R$ 120,00; agora aos mesmos R$ 1.000,00 aplica-se a alíquota interna de

18%, resultando num débito no valor de R$ 180,00; então ao crédito da

alíquota interestadual, subtrai-se o débito da alíquota interna o que resultará

num imposto a recolher de R$ 60,00 para a Secretaria da Fazenda de São

Paulo.

2.7.4 Alíquotas interestaduais

As alíquotas interestaduais são definidas pelo Senado Federal; são,

inclusive, instrumento de política tributária para proteção dos estados

consumidores.

Assim, sempre que o destinatário da mercadoria ou do serviço for

contribuinte, o remetente ou prestador de serviços utilizará a alíquota

interestadual, independentemente de a mercadoria ser destinada à revenda,

industrialização, ativo ou consumo.

Entretanto, quando se tratar de mercadorias adquiridas em outras UF e

destinadas a uso, consumo ou a integrar seu ativo permanente, e na utilização

de serviços com prestações iniciadas em outro estado que não estejam

vinculadas a operações ou prestações subsequentes, o contribuinte

destinatário deverá recolher o ICMS, a título de diferencial de alíquotas entre a

interestadual praticada na origem e a interna praticada no destino.

É importante ressaltar que, de acordo com a legislação do ICMS, nos

casos de devolução, total ou parcial, de mercadorias serão utilizados os

mesmos procedimentos, quanto à base de cálculo e alíquota, feitos na

aquisição. (art. 57, seção III, Decreto nº 54.679)

Segundo Santos (2009), o diferencial de alíquotas foi criado com o

objetivo de redistribuir as receitas entre as Unidades Federativas.

Com a finalidade de redistribuir as receitas entre as Unidades de

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Federação, foi criada a equalização ou diferencial das alíquotas, estabelecendo que nas operações e prestações que destinem bens e serviços ao consumidor final localizado em outro estado, aplica-se à alíquota interestadual, cabendo ao Estado destinatário a cobrança da diferença entre a alíquota interna e externa. (SANTOS, 2009, p. 23)

O autor também afirma que cabe ao estado destinatário a cobrança do

imposto originado pela subtração entre as alíquotas externa e interna.

O quadro abaixo demonstra as alíquotas interestaduais, suas

respectivas regiões e uma breve explicação quanto ao procedimento da

tributação:

Alíquotas Regiões Explicação

7% Sul, Sudeste, Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Estado do Espírito Santo

Será aplicado esse percentual às operações realizadas por contribuintes localizados nos Estados das regiões Sul e Sudeste, com destino às regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e ao Estado do Espírito Santo.

12% Sul e Sudeste

Será aplicado esse percentual às operações realizadas, por contribuintes, entre os Estados localizados nas duas regiões.

12% Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Estado do Espírito Santo

Será aplicado esse percentual às operações realizadas por contribuintes dos Estados das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, e Estado do Espírito Santo, para qualquer que esteja localizado o Estado do destinatário.

Fonte: Adaptado de Santos 2009

Quadro 6 – Relação das alíquotas interestaduais

2.7.5 Redução da base de cálculo

O principal objetivo da redução da base de cálculo é diminuir o preço de

determinados produtos para o consumidor final, por isso o governo do estado

de São Paulo instituiu essa modalidade, outrora chamada de incentivo fiscal.

Fazem parte desta base de cálculo as alíquotas de 33,33%, 41,67%,

52,00% e 61,11%.

As reduções da base de cálculo em 33,33% objetivam reduzir os

produtos tributados a 18%, para 12%.

Para as reduções da base de cálculo em 41,67% o objetivo é a reduzir

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os produtos tributados a 12%, para 7%.

Quanto às reduções na base de cálculo de 52,00%, objetivam reduzir os

produtos tributados a 25%, para 12%.

Nas reduções da base de cálculo de 61,11%, o objetivo é reduzir os

produtos tributados a 18%, para 7%.

Destaca-se que esses coeficientes foram criados para que não fossem

necessárias as alterações no RICMS.

Para realizar o cálculo do imposto, reduzido por esses coeficientes, a

base de cálculo aplica-se a porcentagem de redução, depois se deduz da base

de cálculo, o resultado da porcentagem, então se aplica a alíquota do produto

sobre a diferença obtida.

2.7.6 Substituição Tributária – ST

Substituição Tributária (ST) é o regime pelo qual a responsabilidade do

ICMS, devido em relação às operações ou prestações de serviços, é atribuída

a outro contribuinte.

A ST é regida pelo artigo 313 do RICMS que, no tocante à base de

cálculo, institui às mercadorias que não possuem preço final sugerido pelo

fornecedor, o percentual de margem de valor agregado, outrora denominado

Índice do Valor Agregado Setorial (IVA-ST).

Segundo a Lei Complementar nº 87 de 13 de setembro de 1996, em seu

artigo 6º, “Lei estadual poderá atribuir a contribuinte do imposto ou a

depositário a qualquer título a responsabilidade pelo seu pagamento, hipótese

em que assumirá a condição de substituto tributário”. (BRASIL, 1996)

Com relação aos contribuintes, eles podem ser classificados como:

substituto ou substituído.

O contribuinte substituto é o responsável pela retenção e recolhimento

do imposto, incidente em operações ou prestações antecedentes,

concomitantes ou subsequentes, inclusive do valor decorrente da diferença

entre as alíquotas interna e interestadual nas operações e prestações, que

destinem mercadorias e serviços ao consumidor final.

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Contudo, o contribuinte substituído é aquele que tem o imposto devido,

relativo às operações e prestações de serviços, pago pelo substituto.

De modo geral, a Substituição Tributária é um regime que atribui a responsabilidade pelo recolhimento do imposto relativo às operações subsequentes a contribuintes que não praticam diretamente o fato gerador. (SANTOS, 2009, p. 25)

A responsabilidade poderá ser atribuída, em relação ao imposto

incidente, sobre uma ou mais operações ou prestações, inclusive ao valor

decorrente da diferença entre as alíquotas interna e interestadual nas

operações e prestações que destinem bens e serviços ao consumidor final,

localizado em outro estado e que seja contribuinte do imposto.

Segundo a Lei Complementar nº 87 de 13 de setembro de 1996, em seu

artigo 6º, § 2, “A atribuição de responsabilidade dar-se-á em relação a

mercadorias, bens ou serviços previstos em lei de cada Estado”. (BRASIL,

1996)

Vale ressaltar que a responsabilidade da ST é delegada ao contribuinte

que receber, de dentro ou de fora do estado, mercadoria sujeita à substituição,

sem que tenha sido feita a retenção total na operação anterior, ou seja, fica

solidariamente responsável pelo recolhimento do imposto que deveria ter sido

retido.

Nas operações anteriores, para a ST, a legislação atribui a determinado

contribuinte, responsabilidade pelo pagamento do ICMS. Ressalta-se, também,

que nestas operações encontra-se a diferença do lançamento do imposto.

Para as operações subsequentes a legislação atribui, a determinado

contribuinte (normalmente o primeiro na cadeia de comercialização ou

fabricante ou importador), responsabilidade pelo pagamento do imposto,

incidente nas mercadorias até a sua saída para o consumidor ou usuário final.

Em contrapartida, para as operações concomitantes, a legislação atribui

essa responsabilidade a outro contribuinte, e não àquele que esteja realizando

a operação ou prestação de serviço, concomitantemente à ocorrência do fato

gerador. Essa classificação se dá aos serviços na área de transporte de

cargas.

É importante salientar que a ST do ICMS foi implantada porque se

constatou que poucos fabricantes vendiam aos milhares de distribuidores e

revendedores, devido à sonegação praticada pelo varejo.

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Então a legislação passou a tributar os fabricantes que, por serem

grandes e em pouco número, serão facilmente fiscalizados.

Quanto a ST sobre os serviços de transporte, vale destacar que as UF

estabeleceram que, por ocasião da prestação de serviço de transporte de

carga por transportador autônomo ou por empresa transportadora de outra UF

não inscrita no cadastro de contribuintes do estado de São Paulo no início da

prestação, a responsabilidade pelo pagamento do ICMS poderá ser atribuída

ao:

a) alienante ou remetente da mercadoria, exceto se produtor rural ou

microempresa, quando contribuinte do ICMS;

b) destinatário da mercadoria, exceto se produtor rural ou ME, quando

contribuinte do ICMS, na prestação interna; e

c) depositário da mercadoria a qualquer título, na saída da mercadoria

ou bem depositado por pessoa física ou jurídica.

No tocante à aplicação da ST, pelo regime de sujeição passiva, aplica-se

às operações internas e interestaduais em relação às operações

subsequentes, a serem realizadas pelos contribuintes substituídos.

Destaca-se que, nas operações interestaduais, com relação a algumas

mercadorias, a sujeição ocorre, também, quanto às entradas para uso e

consumo ou ativo imobilizado, desde que o destinatário das mercadorias seja

contribuinte do ICMS. Nestes casos não incidirá, na operação, a margem pré-

definida pelo Governo.

Segundo o RICMS, a ST não se aplica às:

a) operações que destinem mercadorias a sujeito passivo por

substituição da mesma mercadoria, por exemplo, saída de fabricante

de lâmpada para outra indústria do mesmo segmento;

b) transferências para outro estabelecimento, exceto varejista, do

sujeito passivo por substituição, hipótese em que a responsabilidade

pela retenção e recolhimento do imposto recairá sobre o

estabelecimento que promover a saída da mercadoria como destino

a empresa diversa;

c) saídas para o consumidor final, salvo se a operação for interestadual

e o destinatário contribuinte do ICMS; e

d) operações que destinarem mercadorias para utilização em processo

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de industrialização.

Segundo a Lei Complementar nº 87 de 13 de setembro de 1996, em seu

artigo 9º, “A adoção do regime de substituição tributária em operações

interestaduais dependerá de acordo específico celebrado pelos Estados

interessados”. (BRASIL, 1996)

A LC nº 87, em seu artigo 8º, ao tratar do regime de sujeição passiva por

substituição, determina que a base de cálculo será o valor correspondente ao

preço da venda a consumidor acrescido do valor do frete, IPI e demais

despesas debitadas ao estabelecimento destinatário, bem como a parcela

resultante da aplicação (sobre esse total) do Índice de Valor Agregado Setorial

(IVA-ST). Esse percentual é estabelecido, em cada caso, de acordo com as

peculiaridades de cada mercadoria.

A fórmula para a base de cálculo é: base de cálculo = (valor da

mercadoria + frete + IPI + outras despesas) x IVA-ST.

Para o recolhimento do imposto retido pelo contribuinte substituto, será

utilizada a Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais (GNRE).

2.7.7 Índice de Valor Agregado Setorial – IVA ST

O IVA-ST é a margem de valor agregado obtida em pesquisas de

mercado que estima o acréscimo de valor que a mercadoria terá até a venda

para o consumidor final, ou seja, o governo realizou uma pesquisa de

mercadoria e deduziu a margem de cada produto usado pelo comércio.

Segundo Abreu (2006, p. 179): “Entende-se por valor adicionado aquele

calculado sobre a diferença entre o valor da venda e o valor dos gastos com os

insumos necessários para obter o produto”.

Para cada segmento de produto haverá um índice que o agregará,

resultado, supostamente, no preço final e sobre ele retido o imposto.

Às entradas interestaduais será empregado o IVA-ST ajustado, cuja

saída interna seja tributada com alíquota superior a 12%, ou seja, nessas

condições, qualquer estabelecimento paulista, inclusive optante pelo SIMPLES

Nacional, está obrigado a aplicar o IVA-ST ajustado.

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O IVA-ST ajustado foi implantado no estado para que as mercadorias,

provenientes de outras UFs tenham o mesmo resultado econômico dos bens

adquiridos em São Paulo, ou seja, visa ajustar o preço, de modo que a

mercadoria adquirida de outro estado não seja muito mais cara que a

mercadoria comercializada internamente.

A fórmula para o cálculo do IVA-ST é:

IVA-ST aj = [(1+IVA-ST orig) x (1-ALIQ inter) / (1-ALIQ intra)] -1

Onde:

a) IVA-ST aj é o IVA-ST ajustado;

b) IVA-ST orig é o IVA-ST aplicável à operação interna;

c) ALIQ inter é o IVA-ST interno; e

d) ALIQ intra é o IVA-ST interestadual.

A empresa que possui mercadorias não tributadas pelo IVA-ST deverá

recolher o imposto antecipado referente ao seu estoque atual.

A fórmula para o cálculo do imposto, a ser pago por antecipação, para

as mercadorias cuja saída interna seja tributada com alíquota inferior ou igual a

12%, é:

IA = VA x (1+IVA-ST) x ALQ-IC.

Onde:

a) IA é o imposto a ser recolhido por antecipação;

b) VA é o valor constante no documento fiscal relativo à entrada,

acrescido dos valores correspondes a frete, carreto seguro, impostos

e outros encargos suportados pelo contribuinte;

c) IVA-ST é o Índice de Valor Agregado Setorial;

d) ALQ é a alíquota interna aplicável;

e) IC é o imposto cobrado na operação anterior; e

f) IVA-ST ajustado.

Para as mercadorias cuja saída interna seja tributada com alíquota

superior a 12%, com IVA-ST ajustado, a fórmula para o cálculo do imposto a

ser pago por antecipação, seguindo a definição das incógnitas expressas,

anteriormente, nas alíneas, é:

IA = VA x (1+IVA-ST ajustado) x ALQ – IC.

O quadro 7 demonstra alguns percentuais regidos pelo RICMS e as

Portarias CAT:

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Grupo Critério Alíquota

Intra IVA-ST Original

IVA-ST Ajustado

Legislação

MEDICAMENTOS

Lista Negativa 18% 33,00% 42,73% RICMS 313-A

Lista Positiva 18% 38,24% 48,36% RICMS 313-B

Lista Neutra 18% 41,38% 51,72% CAT-20/2008

BEBIDA ALCOÓLICA(*)

Aguardente 18% 44,72% 55,31% RICMS 313-C

Vinhos e Sidras 25% 44,72% 69,80% RICMS 313-D

Outras 25% 44,72% 69,80% CAT-19/2008 *IVA-ST ou IVA-ST ajustado, quando a bebida não tiver preço ao consumidor pautado (CAT-19)

COSMÉTICOS, HIGIENE

PESSOAL E PERFUMARIA

Alíquota SP 18% 38,90% 49,06% RICMS 313-E/F

Alíquota SP 25% 71,60% 101,34% RICMS 313-G/H

Alíquota SP 12% 38,90% 38,90% RICMS 313-G/H

Interdependência 18% 165,55% 184,98% RICMS 313-G/H

Interdependência 25% 211,58% 211,58% RICMS 313-G/H

Interdependência 12% 165,55% 165,55% RICMS 313-G/H

RAÇÕES PET 18% 46,00% 56,68% RICMS 313-I/J

CAT-33/2008

FONOGRÁFICOS 18% 25,00% 34,15% RICMS 313-M/N

CAT-31/2008

AUTOPEÇAS Concessionárias 18% 26,50% 35,76% RICMS 313-O/P

Distribuidores 18% 40,00% 50,24% CAT-32/2008

PILHAS E BATERIAS

18% 40,00% 50,24% RICMS 313-Q/R

CAT-30/2008

LÂMPADAS E REATORES

18% 40,00% 50,24% RICMS 313-S/T

CAT-29/2009

PAPEL 18% 17,32% 25,90% RICMS 313-U/V

CAT-27/2008

Fonte: Adaptado do RICMS2000

Quadro 7 – Alíquotas e percentuais do IVA-ST

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CAPÍTULO III

METODOLOGIA DE CONSTRUÇÃO DO MODELO DE PLANEJAMENTO

TRIBUTÁRIO

3 METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO DO MODELO PROPOSTO

O modelo proposto neste trabalho baseia-se na revisão da literatura

sobre a tributação vigente nos âmbitos federal e estadual. É apresentado nesse

capítulo um modelo desenvolvido com base no acervo teórico sobre a

legislação tributária federal e estadual.

3.1 Levantamento das informações para utilização do modelo

Para o desenvolvimento do modelo foram utilizados os dados contábeis

da empresa do ano de 2009, contudo, somente serão extraídos os valores

pertencentes aos grupos que influem no resultado da empresa. Fazem parte

desse grupo:

a) aquisições para comercialização;

b) geração de receitas;

c) informações trabalhistas; e

d) despesas e custos fixos.

3.1.1 Aquisições para comercialização

Fazem parte desse grupo todas as compras para comercialização

adquiridas dentro ou fora da UF. Ressalta-se que as mercadorias adquiridas

para a revenda não estão sujeitas a ST, contudo, se enquadram no diferencial

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de alíquotas, pois são adquiridas de outra UF.

Conforme a legislação vigente, as aquisições interestaduais devem ser

recolhidas o diferencial de alíquota interna e a interestadual. No caso da

empresa pesquisada, seus produtos possuem uma alíquota interna da

mercadoria 18%.

Sabendo que a alíquota interestadual para o estado de São Paulo é de

12%, obtém-se um diferencial de alíquota de 6% a ser aplicado sobre a base

de cálculo, R$ 3.816,00 referente as aquisições fora do estado no mês de

janeiro aplica-se a alíquota de 6% cujo valor do ICMS será de R$ 228,96; o

mesmo ocorre para os demais meses, como demonstra o quadro abaixo:

Janeiro 578,24R$ 3.816,00R$ 6% 228,96R$ 4.394,24R$

Fevereiro 811,59R$ 1.796,61R$ 6% 107,80R$ 2.608,20R$

Março 231,21R$ 2.742,09R$ 6% 164,53R$ 2.973,30R$

Abril 682,72R$ 1.233,77R$ 6% 74,03R$ 1.916,49R$

Maio 803,48R$ 6% 803,48R$

Junho 450,83R$ 6% 450,83R$

Julho 759,10R$ 3.992,34R$ 6% 239,54R$ 4.751,44R$

Agosto 466,95R$ 6.532,92R$ 6% 391,98R$ 6.999,87R$

Setembro 291,38R$ 1.312,80R$ 6% 78,77R$ 1.604,18R$

Outubro 759,93R$ 210,91R$ 6% 12,65R$ 970,84R$

Novembro 645,59R$ 9.450,90R$ 6% 567,05R$ 10.096,49R$

Dezembro 1.608,96R$ 1.712,40R$ 6% 102,74R$ 3.321,36R$

TOTAL 1.968,04R$ 40.890,72R$

Demonstração da Aquisições Intra e Interestaduais e Apuração do ICMS Intestadual

Alíquota

Interestadual

ICMS a

Recolher

Total das

Aquisições

Aquisições

Interestaduais

Aquisições

EstaduaisReferência

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 8 – Demonstração das aquisições e apuração ICMS interestadual – Bazar e Papelaria Atenas

Vale destacar que, no quadro 8, para os meses de maio e junho a

empresa não adquiriu mercadorias de outra UF, por isso não existiu a

necessidade de recolher o ICMS sobre a alíquota interestadual.

3.1.2 Geração de receitas

O Bazar e Papelaria Atenas atua no setor varejista e sua única geração

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de receitas é a venda de mercadorias, por isso, para a demonstração das

receitas, serão desprezados os valores originados por serviços, por estar

enquadrado no SIMPLES Nacional e sua legislação prever que o cálculo deve

incidir sobre vendas e serviços.

Conforme a nova sistemática do SIMPLES Nacional, o governo federal

dividiu as tabelas de acordo com as atividades das empresas, denominado

pelos profissionais da área como anexos do SIMPLES Nacional.

Para efeito do cálculo do SIMPLES Nacional, foi considerado o anexo I

da legislação do SIMPLES Nacional. Deve-se observar a receita bruta

acumulada, pois ela indicará a qual alíquotas as vendas devem ser tributadas,

como demonstra o quadro abaixo:

Indústria Comércio Com/Serv Serviços

4,50% 4,00% 6,00% 4,50%

5,97% 5,47% 8,26% 6,54%

7,34% 6,84% 10,34% 7,70%

8,04% 7,54% 11,38% 8,49%

8,10% 7,60% 11,47% 8,97%

8,78% 8,28% 12,51% 9,78%

8,86% 8,36% 12,62% 10,26%

8,95% 8,45% 12,76% 10,76%

9,53% 9,03% 13,64% 11,51%

9,62% 9,12% 13,77% 12,00%

10,45% 9,95% 14,95% 12,80%

10,54% 10,04% 15,04% 13,25%

10,63% 10,13% 15,13% 13,70%

De 240.000,01 a 360.000,00

De 1.080.000,01 a 1.200.000,00

De 1.200.000,01 a 1.320.000,00

De 1.320.000,01 a 1.440.000,00

De 1.440.000,01 a 1.560.000,00

De 360.000,01 a 480.000,00

De 480.000,01 a 600.000,00

De 600.000,01 a 720.000,00

De 720.000,01 a 840.000,00

De 840.000,01 a 960.000,00

De 960.000,01 a 1.080.000,00

Alíquotas do SIMPLES Nacional por Faixa de Receita Bruta Acumulada

Faixa da Receita Bruta

Acumulada

Alíquotas por Setor

Até 120.000,00

De 120.000,01 a 240.000,00

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 9 – Alíquotas do SIMPLES Nacional

É importante destacar que a evolução das alíquotas é feita de forma

gradativa e se dá de acordo com a receita bruta acumulada em cada mês.

O quadro 10 demonstrará as vendas mensais e a receita bruta

acumulada em cada mês do Bazar e Papelaria Atenas.

Para a elaboração do quadro abaixo foram utilizados os seguintes

procedimentos: somam-se os valores das vendas, de maneira cumulativa, para

obter-se o resultado da receita bruta acumulada e verificar a qual alíquota o

faturamento da empresa se enquadra, conforme o quadro 9.

Esse quadro será utilizado como base, nos capítulos seguintes, para a

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apuração do SIMPLES Nacional e, também, para os cálculos dos tributos

pertencentes ao regime do lucro presumido e do lucro real.

Referência Vendas Receita Bruta Acumulada

Janeiro 5.085,70R$ 5.085,70R$

Fevereiro 4.017,95R$ 9.103,65R$

Março 4.225,40R$ 13.329,05R$

Abril 4.524,80R$ 17.853,85R$

Maio 2.703,40R$ 20.557,25R$

Junho 3.241,80R$ 23.799,05R$

Julho 7.238,40R$ 31.037,45R$

Agosto 7.944,10R$ 38.981,55R$

Setembro 3.567,35R$ 42.548,90R$

Outubro 2.599,00R$ 45.147,90R$

Novembro 10.740,00R$ 55.887,90R$

Dezembro 7.686,82R$ 63.574,72R$

63.574,72R$

Demonstração das Vendas e Receita Bruta Acumulada

TOTAL

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 10 – Demonstração das vendas e receita bruta acumulada – Bazar e Papelaria Atenas

3.1.3 Informações trabalhistas

O quadro abaixo demonstra os valores mensais das informações

trabalhistas.

Referência Pró-LaboreFolha de Pagamento

Janeiro 830,00R$ 415,00R$

Fevereiro 830,00R$ 415,00R$

Março 930,00R$ 465,00R$

Abril 930,00R$ 465,00R$

Maio 930,00R$ 465,00R$

Junho 930,00R$ 465,00R$

Julho 930,00R$ 465,00R$

Agosto 930,00R$ 465,00R$

Setembro 930,00R$ 465,00R$

Outubro 930,00R$ 465,00R$

Novembro 930,00R$ 465,00R$

Dezembro 930,00R$ 465,00R$

TOTAL 10.960,00R$ 5.480,00R$

Demonstração das Informações Trabalhistas

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 11 – Demonstração das informações trabalhistas – Bazar e Papelaria Atenas

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Integra o quadro 11 os valores referentes à retirada do pró-labore e a

folha de pagamento.

Para elaborá-lo foram utilizados os dados informados pela empresa e a

partir deles os seguintes cálculos. Esse quadro também será utilizado como

base para apuração dos tributos pertencentes ao regime do lucro real e do

lucro presumido.

3.1.4 Despesas e custos fixos

Por influenciar diretamente o lucro final obtido, as despesas e custos

fixos devem ser contabilizados e controlados corretamente, pois um erro ou

descontrole diminuirá ou aumentará resultado. Seguem abaixo as

demonstrações dos custos e despesas.

Referência Aluguel Energia Água TelefoneHonorários

Contábeis

Janeiro 200,00R$ 69,38R$ 20,97R$ 125,81R$ 150,00R$

Fevereiro 200,00R$ 59,70R$ 21,33R$ 128,00R$ 150,00R$

Março 200,00R$ 71,84R$ 21,09R$ 126,55R$ 150,00R$

Abril 200,00R$ 52,46R$ 21,12R$ 126,74R$ 170,00R$

Maio 200,00R$ 58,15R$ 21,41R$ 128,45R$ 170,00R$

Junho 200,00R$ 27,99R$ 19,90R$ 119,40R$ 170,00R$

Julho 200,00R$ 31,41R$ 20,07R$ 120,42R$ 170,00R$

Agosto 200,00R$ 29,06R$ 19,95R$ 119,72R$ 170,00R$

Setembro 200,00R$ 41,44R$ 20,57R$ 123,43R$ 170,00R$

Outubro 200,00R$ 44,28R$ 20,71R$ 124,28R$ 170,00R$

Novembro 200,00R$ 59,39R$ 21,47R$ 128,82R$ 170,00R$

Dezembro 200,00R$ 71,59R$ 30,58R$ 183,48R$ 170,00R$

TOTAL 2.400,00R$ 616,69R$ 259,17R$ 1.555,10R$ 1.980,00R$

Demonstração das Depesas e Custos Fixos

Fonte: Elaborado pelos autores Quadro 12 – Demonstração das despesas e custos fixos – Bazar e Papelaria Atenas

É importante ressaltar que aumentar as despesas para obter um

resultado menor e assim pagar menos impostos leva a empresa a cometer

evasão fiscal.

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3.2 Construção das planilhas por regime de enquadramento

Para demonstrar e desempenhar o modelo proposto nesse trabalho

foram criadas planilhas. Elas serão utilizadas para cálculo de tributos,

comparação entre os regimes tributários e apuração e demonstração do lucro.

Mediante essas planilhas será validada a comparação, entre os

enquadramentos tributários com a redução de tributos.

3.2.1 Construção do modelo para o lucro real

O quadro a seguir foi elaborado para demonstração e apuração de

tributos no lucro real.

Alíquotas Trabalhistas Valores Resultado

RECEITA BRUTA OPER. BRUTA

Venda de mercadorias 63.574,72

( - ) Deduções sobre as receitas

PIS sobre faturamento 1,65% 1.048,98

COFINS sobre faturamento 7,60% 4.831,68

ICMS sobre vendas 18,00% 11.443,45 17.324,11

RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 46.250,61

( - ) Custo das mercadorias vendidas

Compras de mercadorias 29.747,71 40.890,32

(-) PIS sobre compras 1,65% 674,69

(-) COFINS sobre compras 7,60% 3.107,66

(-) ICMS sobre compras 18,00% 7.360,26 11.142,61

LUCRO OPERACIONAL BRUTO 16.502,90

( - ) Despesas Operacionais

Desp. Salários 5.480,00

13º Salário 456,67

Férias 152,22

Pró-labore dos sócios 10.960,00

INSS (Patronal) 11,00% 1.205,60

INSS 27,80% 1.523,44

INSS (13º e Férias) 27,80% 169,27 2.898,31

FGTS 8,00% 438,40

FGTS (13º e Férias) 8,00% 48,71 487,11

Contr. Confederativa 1,00% 54,80

Desp. Não Espec. Anter. 6.810,96 27.300,07

LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO -10.797,17

Demonstração do Resultado do Exercício no Lucro Real

Fonte: Elaborado pelos autores Quadro 13 – Demonstração do resultado do exercício no Lucro Real – Bazar e Papelaria Atenas

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Para a elaboração do quadro 13 foram utilizados os totais anuais

demonstrados nos quadros 8, 10, 11 e 12.

Os cálculos foram realizados da seguinte maneira: ao valor da venda de

mercadorias (R$ 63.574,72) foram aplicadas as alíquotas do PIS (1,65%),

COFINS (7,60%) E ICMS (18%), para obter-se, respectivamente, os impostos a

recolher de R$ 1.048,98, R$ 4.831,68 e R$ 11.443,45; para a apuração desses

tributos, sobre as aquisições, o procedimento é o mesmo, apenas, altera-se a

base de cálculo para o valor das compras de mercadorias (R$ 40.890,32).

É importante destacar que a tributação do PIS e da COFINS pelo lucro

real encaixa-se na não-cumulatividade, por isso, calcula-se os percentuais

sobre as entradas, assim, o débito gerado pela entrada é compensado pelo

crédito originado nas aquisições.

Para o cálculo do 13º salário foi utilizado como base de cálculo a soma

dos salários durante o ano (quadro 11); a essa soma foi feita uma média

salarial que obteve-se um 13º no valor de R$ 456,67. O cálculo do 1/3 de férias

utilizou a média salarial obtida com o cálculo do 13º salário, ou seja, R$ 456,67

dividido por 3, resultando no valor de R$ 152,22. Vale lembrar que a regra para

o cálculo do 13º será a mesma para os próximos modelos.

O INSS cota patronal, para o seu cálculo, utilizou-se como base o valor

da retirada pró-labore dos sócios; a ela aplicou-se a alíquota de 11%, obtendo

um imposto a recolher de R$ 1.205,60. Para o INSS parte do empregado

utilizou-se como base de cálculo o valor referente à folha de pagamento,

manteve-se o mesmo cálculo, apenas, alterando a alíquota para 27,8% que

gerou um imposto a recolher no valor de R$ 1.523,44; para o 13º salário, a

alíquota e o cálculo são os mesmos, mas a base é o valor obtido com a média

salarial (R$ 456,67).

Após a apuração do INSS cota patronal e parte do empregado, somou-

se um resultado com o outro e obteve-se o valor do imposto total (R$

2.898,31).

Para o FGTS o cálculo segue o mesmo procedimento utilizado no 13º

salário, entretanto, às bases aplica-se a alíquota de 8%, obtendo-se um

encargo a recolher no valor de R$ 487,11. A apuração da contribuição

confederativa obedece ao mesmo procedimento aplicado ao FGTS, contudo,

utiliza-se a alíquota de 1%, obtendo assim, uma contribuição a recolher no

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valor de R$ 54,80.

Por não possuir cálculos e alíquotas, mas influenciar no resultado, os

custos e despesas foram classificados como despesas não especificadas

anteriormente. Vale lembrar que o prejuízo no lucro real não gera IRPJ e CSLL

a recolher, por isso esse tributo não está sendo demonstrado no quadro 13.

3.2.2 Construção do modelo para o lucro presumido

Para a demonstração do modelo no lucro presumido foi criado o quadro

abaixo:

Alíquotas Trabalhistas Valores Resultado

RECEITA BRUTA OPER. BRUTA

Venda de mercadorias 63.574,72

( - ) Deduções sobre as receitas

PIS sobre faturamento 0,65% 413,24

COFINS sobre faturamento 3,00% 1.907,24

ICMS sobre vendas 18,00% 11.443,45 13.763,93

RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 49.810,79

( - ) Custo das mercadorias vendidas

Compras de mercadorias 33.530,06 40.890,32

(-) ICMS sobre compras 18,00% 7.360,26 7.360,26

LUCRO OPERACIONAL BRUTO 16.280,73

( - ) Despesas Operacionais

Desp. Salários 5.480,00

13º Salário 456,67

Férias 608,89 152,22

Pró-labore dos sócios 10.960,00

INSS (Patronal) 31,00% 3.397,60

INSS 8% + 27,8% 1.961,84

INSS (13º e Férias) 8% + 27,8% 217,98 5.577,42

FGTS 8,00% 438,40

FGTS (13º e Férias) 8,00% 48,71 487,11

Contr. Confederativa 1,00% 54,80

Desp. Não Espec. Anter. 6.810,96

CSLL (Lucro Presumido) 1,08% 686,61

IRPJ (Lucro Presumido) 1,20% 762,90 31.428,69

LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO -15.147,96

Demonstração do Resultado do Exercício no Lucro Presumido

Fonte: Elaborado pelos autores Quadro 14 – Demonstração do resultado do exercício no Lucro Presumido – Bazar e Papelaria Atenas

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Foram transportadas informações dos quadros 1, 2, 8, 10, 11 e12 para

obtenção dos dados do quadro 14.

Os cálculos foram realizados da seguinte maneira: ao valor da venda de

mercadorias (R$ 63.574,72) foram aplicadas as alíquotas do PIS (0,65%),

COFINS (3,00%) E ICMS (18%), para obter-se, respectivamente, os impostos a

recolher de R$ 413,24, R$ 1.907,24 e R$ 11.443,45.

No caso lucro presumido a não-cumulatividade não se enquadra, por

isso não são realizados os cálculos do PIS e a COFINS sobre as aquisições,

apenas o ICMS continua sendo apurado, tanto na entrada, quanto na saída.

O INSS cota patronal manteve o mesmo cálculo, contudo, a alíquota foi

alterada para 31%, que resultou no valor de R$ 3.397,60 a recolher. Para o

INSS parte do empregado manteve-se a alíquota de 27,8%, mas acrescentou

uma nova alíquota de 8%, ficando uma sobre a outra. Com esse novo cálculo

obteve-se um valor de R$ 1.961.84 que somado aos R$ 217,98 (13º salário) e

aos R$ 3.397,60 (patronal), resulta num total de R$ 5.577,42 de imposto a

recolher.

Para o lucro presumido, independente de a empresa ter ou não prejuízo,

existe a tributação do IRPJ e da CSLL, que ocorre da seguinte maneira: utiliza-

se como base de cálculo o valor da receita bruta (R$ 63.574,72); aplica-se o

coeficiente de presunção (quadro 1) sobre a base e, ao resultado, aplica-se a

alíquota do tributo.

Para o IRPJ o coeficiente é de 8% e a alíquota do tributo 9%; realizado

os cálculos obteve-se o valor de R$ 762,90 a recolher.

Para a CSLL o procedimento é o mesmo, alterando apenas o

coeficiente, que passa a ser 12%, e a alíquota que passa a ser 9%; aplicado-se

os percentuais, obteve-se o valor, para recolhimento, de R$ 686,61.

Vale destacar que para a apuração desses dois tributos também existem

os percentuais para cálculo direto, ou seja, apenas aplica-se um único

percentual sobre a base de cálculo para se obter o imposto a recolher. Esse

dois percentuais estão demonstrados no quadro 14.

3.2.3 Construção do modelo para o SIMPLES Nacional

Page 65: PROPOSTA DE UM MODELO DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO … · de qualquer decisão, o porte da empresa e o ramo da atividade, pois eles indicarão qual a forma mais justa, dentro da lei,

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O quadro abaixo demonstra as informações e cálculos para o

enquadramento no SIMPLES Nacional.

Alíquotas Trabalhistas Valores Resultado

RECEITA BRUTA OPER. BRUTA

Venda de mercadorias 63.574,72

( - ) Deduções sobre as receitas

Simples Nacional 4,00% 2.542,99 2.542,99

RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 61.031,73

( - ) Custo das mercadorias vendidas

Compras de mercadorias 40.890,32

LUCRO OPERACIONAL BRUTO 20.141,41

( - ) Despesas Operacionais

Desp. Salários 5.480,00

13º Salário 456,67

Férias 608,89 152,22

Pró-labore dos sócios 10.960,00

INSS (Patronal) 11,00% 1.205,60

INSS 8,00% 438,40

INSS (13º e Férias) 8,00% 48,71 1.692,71

FGTS 8,00% 438,40

FGTS (13º e Férias) 8,00% 48,71 487,11

Contr. Confederativa 1,00% 54,80

Desp. Não Espec. Anter. 6.810,96 26.094,47

LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO -5.953,06

Demonstração do Resultado do Exercício no SIMPLES Nacional

Fonte: Elaborado pelos autores Quadro 15 – Demonstração do resultado do exercício no SIMPLES Nacional – Bazar e Papelaria Atenas

Para a elaboração do quadro acima foram mantidos os mesmos

procedimentos utilizados nos cálculos do INSS, FGTS e contribuição

confederativa, apenas alteraram-se as alíquotas. Os percentuais ficaram da

seguinte maneira: INSS por parte do empregado 8%; aplicada a alíquota

obteve-se R$ 487,11 a recolher, cota patronal 11%, aplicada obteve-se R$

1.205,60 a recolher; somando-os gerou-se um INSS a recolher no valor de R$

1.692,71.

Para o cálculo do SIMPLES Nacional aplicou-se o percentual de 4%,

obedecendo as regras demonstradas no quadro 9, a receita de vendas (R$

63.574,72) obtendo um imposto a recolher no valor de R$ 2.542,99.

É importante destacar que ao SIMPLES Nacional já estão integrados

impostos como o IRPJ, CSLL, PIS, entre outros. Por isso a forma de tributação

e mais simplificada.

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3.2.4 Comparação entre os modelos construídos

O quadro a seguir demonstra a comparação entre a carga tributária

anual nos três regimes de enquadramento.

PIS 374,29R$ 413,24R$

COFINS 1.724,02R$ 1.907,24R$

ICMS 4.083,19R$ 4.083,19R$ 1.968,04R$

INSS 2.898,31R$ 5.577,42R$ 1.692,71R$

FGTS 487,11R$ 487,11R$ 487,11R$

Contr. Conf. 54,80R$ 54,80R$ 54,80R$

IRPJ 762,90R$

CSLL 686,61R$

SIMPLES Nacional 2.542,99R$

TOTAL 9.621,72R$ 13.972,51R$ 6.745,65R$

LUCRO REAL LUCRO PRESUMIDO SIMPLES NACIONALTRIBUTOS

Comparação da Carga Tributária Anual por Regime de Enquadramento

Fonte: Elaborado pelos autores Quadro 16 – Comparação da carga tributária anual por regime de enquadramento – Bazar e Papelaria Atenas

Para a elaboração do quadro acima foram transportados os valores

demonstrados nos quadros anteriores e somados os valores por regime

tributário. Ressalva-se que o valor do ICMS, no quadro 16 para o SIMPLES

Nacional, foi extraído do quadro 8.

Diante disso, conclui-se que o regime de enquadramento escolhido pela

empresa, o SIMPLES Nacional, é a melhor opção, pois sua carga tributária é

menor.

Contudo, a diferença entre o regime escolhido e o lucro real é pequena e

dependendo do crescimento econômico da empresa, logo a segunda opção se

tornará a melhor escolha.

3.3 Limitações do modelo

O modelo proposto possui limitações quanto à tributação do ICMS.

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Limitações que referem-se à ST, IVA-ST e diferencial de alíquotas que,

por possuírem exceções e cálculos específicos, tornariam o trabalho extenso e

complexo.

3.4 Aplicação do modelo em empresas com atividades distintas

Para confirmar a aderência do modelo proposto, foram utilizadas

informações contábeis de outras duas empresas de portes e ramos de

atividades distintos, permitindo assim, demonstrar qual o enquadramento mais

rentável.

3.4.1 Empresa Beta

A empresa Beta situa-se no estado de São Paulo, tem como ramo de

atividade o comércio varejista de combustíveis e lubrificantes para veículos.

Atualmente enquadra-se no Lucro Real e opta pelo regime de apuração mensal

do ICMS.

O quadro a seguir demonstra a comparação entre a carga tributária

anual nos três regimes de enquadramento.

PIS 7.531,81R$ 25.969,65R$

COFINS 34.691,96R$ 119.859,93R$

ICMS 82.165,17R$ 82.165,17R$ 169.865,17R$

INSS 33.625,19R$ 55.023,04R$ 18.341,01R$

FGTS 6.113,67R$ 6.113,67R$ 6.113,67R$

Contr. Conf. 611,37R$ 611,37R$ 611,37R$

IRPJ 773,63R$ 47.943,97R$

CSLL 464,18R$ 43.149,57R$

SIMPLES Nacional 2.542,99R$

TOTAL 165.976,98R$ 380.836,37R$ 197.474,21R$

LUCRO REAL LUCRO PRESUMIDO SIMPLES NACIONALTRIBUTOS

Comparação da Carga Tributária Anual por Regime de Enquadramento

Fonte: Elaborado pelos autores Quadro 17 – Comparação da carga tributária anual por regime de enquadramento – Empresa Beta

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3.4.2 Empresa Ômega

A empresa Ômega também situa-se no estado de São Paulo e tem

como ramo de atividade o comércio varejista produtos farmacêuticos,

medicamentos e perfumaria. Atualmente está enquadrada no SIMPLES

Nacional.

O quadro a seguir demonstra a comparação entre a carga

tributária anual nos três regimes de enquadramento.

PIS 132,34-R$ 293,13R$

COFINS 609,56-R$ 1.352,91R$

ICMS 1.443,70-R$ 1.443,70-R$

INSS 2.458,97R$ 4.023,78R$ 1.341,26R$

FGTS 447,09R$ 447,09R$ 447,09R$

Contr. Conf. 44,71R$ 44,71R$ 44,71R$

IRPJ 541,16R$

CSLL 487,05R$

SIMPLES Nacional 2.542,99R$

TOTAL 765,17R$ 5.746,13R$ 4.376,05R$

LUCRO REAL LUCRO PRESUMIDO SIMPLES NACIONALTRIBUTOS

Comparação da Carga Tributária Anual por Regime de Enquadramento

Fonte: Elaborado pelos autores Quadro 18 – Comparação da carga tributária anual por regime de enquadramento – Empresa Ômega

3.5 Parecer final

Diante do modelo exposto, pode-se concluir que uma gestão de tributos,

bem elaborada e bem aplicada, conduz à economia de impostos e à otimização

dos resultados.

Vale destacar que o profissional especializado e, principalmente,

atualizado é a pessoa mais indicada para elaborar essa ferramenta, pois, a

legislação muda a cada dia e qualquer erro levará a empresa a cometer uma

evasão fiscal.

Ressalta-se que a gestão de tributos deve estar ligada à contabilidade

fiscal, pois, o enquadramento escolhido na constituição da empresa pode

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tornar-se menos rentável ao longo dos exercícios.

Com a análise das empresas Beta e Ômega, observou-se que a escolha

correta do enquadramento pode gerar uma economia de, aproximadamente,

18% nos gastos com impostos e contribuições.

Contudo, se por um lado existe a economia de impostos, por outro existe

o gasto desnecessário, ou seja, uma escolha errada, quanto ao

enquadramento, pode levar a empresa à falência. Prova disso são as

informações do quadro 17 que demonstraram uma carga tributária, do Lucro

Presumido, duas vezes maior que a do Lucro Real, em outras palavras, se a

Empresa Beta fosse enquadrada no Lucro Presumido, pagaria o dobro do valor

em impostos.

Diante desta informação, ressalta-se que o Bazar e Papelaria Atenas

encaixa-se perfeitamente nesse exemplo, pois continua enquadrado no mesmo

regime tributário desde a sua constituição. Entretanto, aumentando o seu

faturamento, a opção pelo SIMPLES Nacional não será a mais lucrativa.

As organizações devem buscar todos os meios legais e possíveis para

reduzir custos e garantir, assim, maior lucro e maior competitividade no

mercado.

Segundo a ótica dos profissionais contábeis entrevistados, não existe o

melhor regime tributário, existe aquele que conduz a empresa à economia de

impostos dentro da lei.

Os profissionais também afirmam que a contabilidade e o contabilista

são peças fundamentais na elaboração de um planejamento tributário.

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Diante do contexto tributário atual, nota-se a existência das opções de

regimes tributários oferecidos pelo governo federal e estadual. Contudo, é

necessário que todas as empresas atualizem seus controles e informações

para verificar e comparar os regimes oferecidos, pois só assim conseguirão um

enquadramento rentável.

O modelo proposto possui uma limitação na comparação do ICMS dos

regimes federal e estadual. Nesse sentido, torna-se importante que elaborem

outros modelos, enfatizando análises comparativas no âmbito do ICMS.

Assim, a prática desse controle deve ser adotada por empresas que

preocupam-se com o crescimento e, principalmente, com custos tributários.

À empresa propomos que solicite ao escritório contábil relatórios mais

objetivos, contendo informações atualizadas e comparando a evolução da

economia tributária entre os regimes de enquadramento, caso ele oponha-se,

sugerimos a busca de outra empresa que ofereça um serviço nos moldes do

modelo proposto.

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CONCLUSÃO

Com a realidade tributária brasileira, a falta de planejamento pode deixar

a empresa em condições desfavoráveis perante o contexto competitivo.

Diante da legislação brasileira torna-se imprescindível que se conheçam

todos os regimes tributários existentes. É totalmente discutível a integração

entre o modelo proposto neste trabalho com o planejamento estratégico das

empresas, principalmente quando se tratam de microempresas e empresas de

pequeno porte, pois suas perspectivas de crescimento são mais acentuadas.

Através da pesquisa realizada, elaborou-se uma análise de apuração

dos tributos de acordo com as legislações vigentes e, conforme alguns

profissionais na área, notou-se a ausência de um modelo específico para este

fim.

Diante da pesquisa, conclui-se que o planejamento tributário deve estar

alinhado com o planejamento estratégico da empresa, pois na medida em que

se expandem, as empresas necessitam rever seus planos orçamentários para

determinarem seus resultados futuros esperados. Assim, o modelo proposto

pode ser utilizado não somente com base em seus dados passados, mas

principalmente em prospecções futuras.

A complexidade das legislações existentes, assim como o grau de

especialização do profissional contábil, são fatores que contribuem

substancialmente para o desenvolvimento de modelos e técnicas a serem

elaborados. Assim, é importante que se dê continuidade a pesquisa, pois este

tipo de trabalho abrange quase a totalidade das empresas.

Vale ressaltar que existe a opção de aperfeiçoar este modelo, tornando-

o um software livre que permita aos empresários uma comparação tributária

rápida, prática e simplificada.

Enfim, ao lado dos conceitos teóricos e práticos, o profissional contábil

precisa estar atento às alterações tributárias trabalhistas, previdenciárias, para

exercer com zelo a sua profissão.

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REFERÊNCIAS

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BRASIL. Código Tributário Nacional de 1966. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172.htm> Acesso em: 04 abr. 09. _______. Lei Complementar nº 07, de 07 de setembro de 1970. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp07.htm> Acesso em 15 ago. 09. _______. Constituição Federal de 1988.a Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm> Acesso em: 03 mar. 09. _______. Constituição Federal no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias de 05 de outubro de 1988.b Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm#adct> Acesso em: 05 abr. 09. _______. Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988.c Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7689.htm> Acesso em: 16 ago. 09. _______. Lei nº 70, de 30 de dezembro de 1991. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp70.htm> Acesso em 07 mai. 09. _______. Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995.a Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8981.htm> Acesso em 05 jun. 09. _______. Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995.b Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9249.htm> Acesso em 18 ago. 09. _______. Lei nº 9.317, de 05 de dezembro de 1996.a Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9317.htm> Acesso em 15 jun. 09.

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______. Lei Complementar nº 87, de 13 de outubro de 1996.b Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp87.htm> Acesso em: 16 ago. 09. _______. Instrução Normativa SRF nº 93, de 24 dezembro de 1997. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/ins/Ant2001/1997/insrf09397.htm> Acesso em 15 ago. 09. _______. Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9718.htm> Acesso em: 10 ago. 09. _______. Decreto nº 3.000, de 26 março de 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3000.htm> Acesso em 20 mar. 09. _______. Regulamento do ICMS – RICMS2000 de 2000. Disponível em: <http://info.fazenda.sp.gov.br/NXT/gateway.dll?f=templates&fn=default.htm&vid=sefaz_tributaria:vtribut> Acesso em: 04 abr. 09. _______. Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002.a Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10637.htm> Acesso em 10 jun. 09. _______. Instrução Normativa nº 247, de 21 de novembro de 2002.b Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/ins/2002/in2472002.htm> Acesso em: 25 ago. 09. _______. Lei nº 10.684, de 30 de maio de 2003.a Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.684.htm> Acesso em 15 jun. 09. _______. Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003.b Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.833.htm> Acesso em: 10 mai. 09. _______. Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.865.htm> Acesso em: 09 mai. 09.

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_______. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp123.htm> Acesso em 15 ago. 09. _______. Decreto nº 6.038, de 07 fevereiro de 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6038.htm> Acesso em: 18 ago. 09. ______. Lei Complementar nº 128, de 19 de dezembro de 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp128.htm> Acesso em: 17 ago. 09. ______. Decreto nº 54.679, de 13 de agosto de 2009. Disponível em: <http://info.fazenda.sp.gov.br/NXT/gateway.dll?f=templates&fn=default.htm&vid=sefaz_tributaria:vtribut> Acesso em: 16 ago. 2009. CARGA tributária. Veja.com, São Paulo, 02 jan. 2009. Disponível em:

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PADOVEZE, C. L. Introdução a contabilidade. São Paulo: Pioneira Thomson

Learning, 2006. PÊGAS, P. H. Manual de contabilidade tributária. 3. ed. Rio de Janeiro:

Freitas Bastos, 2005. PEREZ, J. H. J. et al. Manual de contabilidade tributária. 2. ed. São Paulo:

Atlas, 2003. PLANEJAMENTO tributário. Cosif Eletrônico, São Paulo, 04 set. 2003.

Disponível em: <http://www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=20030904falenciamicros>. Acesso em: 27 fev. 2009. RIBAS, R. S. O Planejamento Tributário. Revista Jus Vigilantibus, 16 jan.

2006. Disponível em: <http://jusvi.com/artigos/19759> Acesso em: 03 set. 2009. SANTOS, A. R. P. Laboratório de gestão tributária. 2009, 65p. Apostila da disciplina de Ciências Contábeis. Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins. ZANLUCA, J. C. O contabilista e o planejamento tributário. Portal de Contabilidade, São Paulo. Disponível

em:<http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/planejamentofiscal.htm>. Acesso em: 27 fev. 2009.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Roteiro de estudo de caso

1 INTRODUÇÃO

Apresentação e caracterização da empresa: localização, histórico,

estrutura administrativa, atividades desenvolvidas, enquadramento tributário e

procedimentos de apuração.

1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado

a) Descrição do enquadramento tributário da empresa;

b) Entrevista com o profissional contador da empresa;

c) Entrevista com o profissional contador especialista em planejamento

tributário; e

d) Entrevista com o delegado do conselho regional de contabilidade da

cidade de Lins.

1.2 Discussão

Permitir uma análise comparativa entre os regimes tributários federal e

estadual, referentes à legislação tributária brasileira, com a prática relação da

teoria na empresa.

1.3 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre manutenções ou

modificações dos procedimentos utilizados

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APÊNDICE B – Roteiro de observação sistemática

1 IDENTIFICAÇÃO

1.1 Empresa:..........................................................................................

1.2 Localização:......................................................................................

1.3 Atividade:..........................................................................................

1.4 Porte:................................................................................................

2 ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

2.1 Histórico da empresa..................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

2.2 Enquadramento tributário atual (federal e estadual)...................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

2.3 Procedimentos contábeis utilizados............................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

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APÊNDICE C – Roteiro de entrevista com o contador da empresa

1 IDENTIFICAÇÃO

1.1 Formação acadêmica:.................................................................................

1.2 Experiências anteriores:..............................................................................

1.3 Experiências atuais:....................................................................................

1.4 Empresa que atua:......................................................................................

1.5 Cidade:........................................................................................................

2 PERGUNTAS ESPECÍFICAS

2.1 Em sua opinião, qual o melhor regime tributário existente atualmente e

por quê?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

2.2 Quais informações devem ser consideradas no momento de se realizar

um planejamento tributário?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

2.3 Qual a responsabilidade do profissional contador em um planejamento

tributário?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

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2.4 Como a contabilidade poderá contribuir para um estudo tributário nas

empresas?

...............................................................................................................................

.............................................................................................................................

...............................................................................................................................

2.5 Em sua opinião, os sistemas de informação possuem alguma relevância

no planejamento tributário?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

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APÊNDICE D – Roteiro de entrevista com o profissional contador

especialista em planejamento tributário

1 IDENTIFICAÇÃO

1.1 Formação acadêmica:.................................................................................

1.2 Experiências anteriores:..............................................................................

1.3 Experiências atuais:....................................................................................

1.4 Empresa que atua:......................................................................................

1.5 Cidade:........................................................................................................

2 PERGUNTAS ESPECÍFICAS

2.1 Em sua opinião, qual o melhor regime tributário existente atualmente e

por quê?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

2.2 Quais informações devem ser consideradas no momento de se realizar

um planejamento tributário?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

2.3 Qual a responsabilidade do profissional contador em um planejamento

tributário?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

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2.4 Como a contabilidade poderá contribuir para um estudo tributário nas

empresas?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

2.5 Em sua opinião, os sistemas de informação possuem alguma relevância

no planejamento tributário?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

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ANEXOS

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ANEXO A – Fotos do Bazar e Papelaria Atenas

Foto 1: Fachada da empresa

Foto 2: Entrada da empresa

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Foto 3: Proprietária da empresa, Srª Elizabeth Bezutti Orpham

Foto 4: Seção de calçados

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Foto 5: Seção de materiais escolares

Foto 6: Seção de artigos do vestuário

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Foto 7: Seção de brinquedos

Foto 8: Seção de materiais para escritório

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Foto 8: Seção de armarinhos