PROPOSTA PARA PROTEÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA REGIÃO DE

Revista Meio Ambiente e Sustentabilidade |vol 6 n3 p 308 - 329 | jul - dez 2014

PROPOSTA PARA PROTECcedilAtildeO DAS AacuteGUAS SUBTERRAcircNEAS NA REGIAtildeO DE RIBEIRAtildeO PRETO-SP

PROPOSAL FOR PROTECTION OF GROUNDWATER IN RIBEIRAtildeO PRETO-SP

PROPUESTA PARA LA PROTECCIOacuteN DE LAS AGUAS SUBTERRAacuteNEAS

EN LA REGIOacuteN DE RIBEIRAtildeO PRETO-SP

Saulo de Tarso Ferreira Aluno de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Gestatildeo Ambiental e Desenvolvimento Sustentaacutevel (Centro Universitaacuterio

Internacional Uninter)

Rafael Lopes Ferreira 1Gestor Ambiental (Faculdades Integradas CamotildeesPR) Especialista em Biotecnologia (Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica do Paranaacute (PUCPR)) orientador de TCC do Centro Universitaacuterio Internacional Uninter

RESUMO

Em conformidade com os diplomas legais que preconizam o gerenciamento dos recursos hiacutedricos a partir do princiacutepio da unidade do ciclo hidroloacutegico e procurando-se dar subsiacutedios agrave Administraccedilatildeo Puacuteblica Municipal eacute que se faz esta proposta de proteccedilatildeo agraves aacuteguas subterracircneas em Ribeiratildeo Preto-SP mais especificamente agraves do Aquiacutefero Guarani Baseada em dados preexistentes a metodologia possibilita raacutepida execuccedilatildeo da carta de localizaccedilatildeo dos poccedilos tubulares profundos combinada com a carta de profundidade da aacutegua subterracircnea e o mapa geoloacutegico com custo irrelevante e interpretaccedilatildeo relativamente simples bem como viabiliza linguagem compreensiacutevel objetiva e convincente para se comunicar com a Administraccedilatildeo Puacuteblica Municipal Ela tambeacutem propicia a visualizaccedilatildeo da dinacircmica exploratoacuteria dessa aacutegua e do consequente impacto no meio ambiente Sugere-se a continuidade do trabalho em escala maior sempre em sintonia com a legislaccedilatildeo ambiental que deve dar embasamento seguro e perspectiva ampla a todo movimento em defesa do meio ambiente e por conseguinte em defesa da qualidade de vida Palavras-chave Aacuteguas subterracircneas Impacto Ambiental Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos Desenvolvimento Sustentaacutevel

ABSTRACT

This article is made to protect the groundwater in Ribeirao Preto-SP specifically the Guarani Aquifer in accordance with the legislation requiring that the management of water resources from the principle of unity of the hydrological cycle and seeking to give subsidies to the Municipal Public Administration Based on existing data the methodology permits fast execution of the location chart of deep wells combined with the depth groundwater chart and the geological map with insignificant cost and relatively simple interpretation and enables comprehensible objective and persuasive language to communicate with the Municipal Public Administration It also enables viewing of exploratory dynamics of this water and consequent impact on the environment It is suggested to continue the work on a larger scale always in tune with environmental legislation which should give wide secure base and the whole movement in defense of the environment perspective and therefore to defend the quality of life Keywords Groundwater Environmental impact Environmental Protection Area Water Resources Management Sustainable Development

309 Proposta para proteccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas

na regiatildeo de Ribeiratildeo Preto - SP

Revista Meio Ambiente e Sustentabilidade | vol 6 n3 p 308 - 329 | jul - dez 2014

RESUMEN

De conformidad con la legislacioacuten en las que se recomienda la administracioacuten de los recursos hiacutedricos a partir del principio de la unidad del ciclo hidroloacutegico y tratando de dar las subvenciones a la Administracioacuten Puacuteblica Municipal es la intencioacuten de esta propuesta para la proteccioacuten de las aguas subterraacuteneas en Ribeirao Preto-SP maacutes especiacuteficamente a las del Acuiacutefero Guaraniacute Basaacutendose en los datos pre existentes la metodologiacutea permite una raacutepida puesta en praacutectica de la carta de localizacioacuten de pozos tubulares profundos combinados con la carta de profundidad del agua subterraacutenea y el mapa geoloacutegico con un costo relativamente irrelevante y la interpretacioacuten sencilla asiacute como hace viable lenguaje comprensible objetiva y convincente para comunicarse con la Administracioacuten Puacuteblica Municipal Tambieacuten proporciona a la visualizacioacuten dinaacutemica de exploracioacuten del agua y el consecuente impacto sobre el medio ambiente Se sugiere a la continuacioacuten del trabajo en una escala mayor siempre en armoniacutea con la legislacioacuten en materia de medio ambiente que debe dar basamento seguro y amplia perspectiva a todo el movimiento en defensa del medio ambiente y por lo tanto en defensa de calidad de vida Palabras-clave Aacuteguas subterraacuteneas Impacto Ambiental Aacuterea de Proteccioacuten Ambiental Gestioacuten de Recursos Hiacutedricos Desarrollo Sostenible

1 INTRODUCcedilAtildeO

A proteccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas na regiatildeo da cidade de Ribeiratildeo Preto-SP eacute um

tema que se destaca devido ao estaacutegio atual em que se encontra o abastecimento puacuteblico

de aacutegua em um complexo contexto soacutecio-geopoliacutetico-econocircmico-natural

O objetivo eacute mapear as nuances da configuraccedilatildeo espacial da superfiacutecie da aacutegua

subterracircnea Esta superfiacutecie devido agrave intensa captaccedilatildeo da aacutegua (sobreexplotaccedilatildeo) por

meio de poccedilos tubulares profundos estaacute muito rebaixada o que formou um cone de

rebaixamento1 para o qual os fluxos forccedilosamente convergem

Justifica-se este trabalho na medida em que seraacute fundamento para propor um

novo paradigma de abastecimento puacuteblico de aacutegua nessa cidade

Diversos autores se dedicaram a pesquisar este fascinante meio natural que vem

servindo de suporte a um intenso desenvolvimento regional centrado na regiatildeo

metropolitana de Ribeiratildeo Preto-SP Entre eles estatildeo Sinelli (1970 1971a b) Sinelli et al

(1980 1984) Soares (1973 1974 1975) Soares e Landim (1973) Soares et al (1973 1980)

Sturaro (1988) Montenegro (1990) Monteiro (2003) Massoli (2007) Massoli e Caetano-

Chang (2007) e Silva et al (2008)

1 Cone de rebaixamento quando um conjunto moto-bomba submerso previamente instalado no interior de um poccedilo tubular profundo eacute acionado inicia-se a captaccedilatildeo da aacutegua do aquiacutefero causando o rebaixamento local da superfiacutecie da aacutegua bem como desenvolve um cone de rebaixamento cujo veacutertice voltado para baixo eacute coincidente com o eixo do poccedilo Se ocorrer interferecircncia entre cones vizinhos o rebaixamento resultante devido a esse cone seraacute maior

310

Saulo de Tarso Ferreira Rafael Lopes Ferreira


Merece destaque Monteiro (2003 p 1) que buscou conhecer a ldquosuperfiacutecie

potenciomeacutetrica2 do Aquiacutefero Guarani em Ribeiratildeo Preto numa base espaccedilo-temporalrdquo

Esse mesmo autor elegeu para o desenvolvimento de seu trabalho a teacutecnica matemaacutetica

conhecida como ldquoMaacutexima Entropia Bayesiana que possui um conjunto de processos de

identificaccedilatildeo do conhecimento geral e especiacutefico de uma aacuterea a classificaccedilatildeo dos dados

disponiacuteveis (hellip) fazendo uso das funccedilotildees aleatoacuterias para o mapeamento espaccedilo-

temporal da variaacutevel de interesserdquo Ainda conclui que o resultado obtido eacute insatisfatoacuterio

principalmente por ldquofalta de um adequado monitoramento dos niacuteveis potenciomeacutetricos

do aquiacuteferordquo

Os principais aquiacuteferos constituintes do manancial subterracircneo da regiatildeo de

Ribeiratildeo Preto-SP que seratildeo apresentados mais adiante satildeo Serra Geral composto pela

Formaccedilatildeo Serra Geral e Guarani composto pelas formaccedilotildees Botucatu e Piramboia

A Formaccedilatildeo Serra Geral que constitui o aquiacutefero homocircnimo eacute composta

essencialmente por basaltos (lato sensu) (Mantovani et al 2000 apud Monteiro

2003)

Viot et al 1981 relatam que no Pontal do Paranapanema regiatildeo do extremo

oeste paulista entre as divisas com Mato Grosso do Sul e Paranaacute onde se localiza o centro

deposicional (depocentro) da Bacia Sedimentar do Paranaacute foi constada em um poccedilo do

Paulipetro (Consoacutercio CESP-IPT) a espessura de 170000 m para essa formaccedilatildeo

Em Ribeiratildeo Preto essa formaccedilatildeo varia desde ausente ateacute 21100 m que eacute a

espessura maacutexima constatada ateacute o momento em um poccedilo tubular profundo construiacutedo

para o DAERP (Departamento de Aacutegua e Esgotos de Ribeiratildeo Preto)

Na regiatildeo considerada neste presente trabalho essa formaccedilatildeo que na presenccedila

de aacutegua se comporta como aquiacutefero fissurado tendo produtividade pequena e incerta e

por isso natildeo eacute utilizada pelo DAERP

2 Superfiacutecie potenciomeacutetrica se um aquiacutefero em seu estado natural eacute natildeo confinado ou livre isto eacute natildeo submetido agrave pressatildeo exercida por alguma cobertura rochosa a superfiacutecie definida pelas profundidades pontuais do niacutevel da aacutegua subterracircnea eacute dita superfiacutecie freaacutetica Se um aquiacutefero em seu estado natural eacute confinado isto eacute submetido agrave pressatildeo exercida por alguma cobertura rochosa a superfiacutecie definida pelas profundidades pontuais do niacutevel da aacutegua subterracircnea eacute dita superfiacutecie piezomeacutetrica A expressatildeo superfiacutecie potenciomeacutetrica aqui adotada natildeo guarda em si mesma nem a conotaccedilatildeo de natildeo confinamento nem a de confinamento Esta opccedilatildeo generalizante se fundamenta no fato de que a intensa retirada de aacutegua (sobreexplotaccedilatildeo) do Aquiacutefero Guarani em Ribeiratildeo Preto-SP vem subvertendo localmente seu preteacuterito equiliacutebrio hidraacuteulico




Quanto ao Aquiacutefero Guarani ele se estende por uma aacuterea de 1200000 km2 na

Bacia Sedimentar do Paranaacute Cerca de dois terccedilos de sua aacuterea de ocorrecircncia situam-se na

porccedilatildeo brasileira ao passo que um terccedilo dela ocorre em regiotildees do Paraguai do Uruguai

e da Argentina (Rocha 1997)

Rocha (1996 apud Monteiro 2003) avalia que o Aquiacutefero Guarani tenha 45000 m

de espessura no centro deposicional (depocentro) da Bacia Sedimentar do Paranaacute

estando confinado por espessos derrames basaacutelticos Esse aquiacutefero eacute a maior e principal

reserva de aacutegua subterracircnea no Estado de Satildeo Paulo englobando as formaccedilotildees Botucatu

e Piramboia constituiacutedas por arenitos (IG et al 1997) A espessura dessas formaccedilotildees

constatada em um poccedilo tubular profundo em Ribeiratildeo Preto-SP onde eacute o principal

aquiacutefero em utilizaccedilatildeo pode ultrapassar os 26400m

Na moderna concepccedilatildeo de Recursos Hiacutedricos as aacuteguas superficiais e subterracircneas

devem ser administradas de modo integrado A unidade do ciclo hidroloacutegico

fundamental para a existecircncia da vida de acordo com DAEE (Departamento de Aacuteguas e

Energia Eleacutetrica do Estado de Satildeo Paulo) 1988 eacute o princiacutepio baacutesico adotado neste

trabalho

2 METODOLOGIA

A metodologia consiste no mapeamento dos poccedilos tubulares profundos da aacuterea

de estudo - em operaccedilatildeo potenciocircmetros tamponados e inoperantes a serem

tamponados - o que propicia a visualizaccedilatildeo espacial deles (Figura 1) a interpolaccedilatildeo das

curvas potenciomeacutetricas (Figura 2) e a comparaccedilatildeo delas com as do mapa da (Figura 3)

Nestes dois uacuteltimos mapas a curva de cota 47000m define o cone de maior

rebaixamento coincidente com o centro da aacuterea urbana

21 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA

Neste estudo se abrange a aacuterea urbana quase toda a aacuterea de expansatildeo urbana e a

maior parte da aacuterea rural de Ribeiratildeo Preto-SP tendo como limites os paralelos 21ordm 03rsquo 34rsquorsquo

(766900 km NS-UTM) e 21ordm 21rsquo 09rsquorsquo (763600 km NS-UTM) de latitude sul e os meridianos

47ordm 37rsquo 37rsquorsquo (22700 km EO-UTM) e 47ordm 55rsquo 17rsquorsquo (19700 km EO-UTM) de longitude oeste

312



A cidade de Ribeiratildeo Preto-SP com estimativa populacional para o ano de 2013 de

649556 habitantes segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica) 2013

dista aproximadamente 30000 km da capital no rumo nor-noroeste pela Rodovia SP-330

(Anhanguera) que nessa parte do estado tambeacutem atende agraves cidades de Cravinhos e

Orlacircndia Outra importante via de acesso eacute a Rodovia SP-255 (Antocircnio Machado

SantrsquoAnna) que liga Ribeiratildeo Preto a Araraquara A ligaccedilatildeo com Jaboticabal Serrana e

Cajuru eacute pela Rodovia SP-333 (Abratildeo Assed) e com Batatais pela Rodovia SP-334

(Cacircndido Portinari) (Figura 1)

Figura 1 Mapa dos poccedilos do DAERP dos poccedilos propostos e do contorno proposto para a aacuterea de proteccedilatildeo ambiental (RIBEIRAtildeO PRETO SEPLAN Secretaria de Planejamento e Gestatildeo Puacuteblica Mapa Viaacuterio Geral da Cidade e Distrito Ribeiratildeo Preto SEPLAN 2012 Arquivo AutoCAD) O mapa da localizaccedilatildeo no estado foi modificado de Massoli (2007)




Figura 2 MAPA VIAacuteRIO GERAL DA CIDADE e DISTRITO COM A POTENCIOMETRIA PARA O AQUIacuteFERO GUARANI (RIBEIRAtildeO PRETO SEPLAN Secretaria de Planejamento e Gestatildeo Puacuteblica Mapa Viaacuterio Geral da Cidade e Distrito Ribeiratildeo Preto SEPLAN 2012 Arquivo AutoCAD) O mapa de localizaccedilatildeo no estado foi modificado de Massoli (2007)

A base cartograacutefica eacute o cadastro da Prefeitura Municipal de Ribeiratildeo Preto-SP

(Mapa Viaacuterio Geral da Cidade e Distrito) de 2012 a Folha SF-23-V-C-I-1 da Carta do Brasil

escala 150000 do IBGE (1979) e o Mapa Geoloacutegico de Ribeiratildeo Preto com a

Potenciometria para o Sistema Aquiacutefero Guarani (It amp More 2004)

314



Figura 3 Mapa Geoloacutegico de Ribeiratildeo Preto com a potenciometria para o Aquiacutefero Guarani (It amp More 2004) O mapa de localizaccedilatildeo no estado foi modificado de Massoli (2007)

As informaccedilotildees dos poccedilos provecircm do Cadastro do Departamento de Aacutegua e

Esgotos de Ribeiratildeo Preto bem como dos trabalhos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo desses

poccedilos

3 GEOMORFOLOGIA

A regiatildeo de Ribeiratildeo Preto-SP situa-se em sua maior parte na Proviacutencia das Cuestas

Basaacutelticas conforme definida por Almeida (1964) equivalente agrave sub-regiatildeo Alto Planalto




dos geoacutegrafos paulistas da Associaccedilatildeo dos Geoacutegrafos Brasileiros (AGB) apresentada

por Monbeig em 1949

Essa proviacutencia eacute uma das mais marcantes feiccedilotildees da paisagem paulista

Morfologicamente eacute um relevo escarpado em seus limites com a Depressatildeo Perifeacuterica

(Moraes Rego 1932 apud Almeida 1964) e para oeste prolonga-se por uma sucessatildeo de

grandes plataformas estruturais de perfil suavizado levemente inclinadas rumo agrave calha

do Rio Paranaacute Estas duas feiccedilotildees formam a escarpa e o reverso das cuestas As escarpas

podem ser pouco extensas com menos de 1000 km mas haacute trechos contiacutenuos com mais

de 10000 km Os desniacuteveis variam de menos de 01 km ateacute quase 05 km Natildeo existe na

literatura consenso sobre a extensatildeo do reverso das cuestas por isso a tendecircncia eacute

relacionaacute-la agrave extensatildeo aflorante das eruptivas basaacutelticas

A pequena parte restante da regiatildeo situa-se no extremo leste da Proviacutencia Planalto

Ocidental que foi como acredita Almeida (1964) reconhecida por Moraes Rego em 1932

Esta proviacutencia ocupa metade da superfiacutecie do Estado de Satildeo Paulo apresentando colinas

e morrotes em suaves relevos dentre os quais se destacam as regiotildees acidentadas de

Mariacutelia-Garccedila-Echaporatilde Monte Alto e Catanduva (IPT 1981a)

Ross e Moroz (1997) valendo-se de metodologia proacutepria apresentam outra

classificaccedilatildeo em que Ribeiratildeo Preto-SP vai inserir-se na unidade morfoescultural

denominada Patamares Estruturais de Ribeiratildeo Preto localizando-se na porccedilatildeo noroeste

da morfoescultura da Bacia do Paranaacute e limitando-se a oeste e sudoeste com o Planalto

Residual de Satildeo Carlos ao norte com o Planalto Centro-Ocidental e agrave leste e sudeste com

a Depressatildeo Perifeacuterica Paulista

4 GEOLOGIA

Essa parte marginal da Bacia do Paranaacute sofreu lenta subsidecircncia se comparada

com a das regiotildees mais ao sul Nela os processos erosivos atuantes nos episoacutedios de

soerguimento foram mais intensos determinando um registro sedimentar incompleto

para o tempo geoloacutegico decorrido A sedimentaccedilatildeo que avanccedilava do centro da Bacia

rumo agraves suas bordas pode natildeo ter atingido essa aacuterea em determinadas fases e se a

atingiu em outras a erosatildeo deve tecirc-la em parte removido Mesmo assim os ciclos

seguramente continentais estatildeo bem representados e constituem atualmente unidades

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litoestratigraacuteficas bem definidas Estas foram inclusas em unidade maior que eacute o Grupo

Satildeo Bento de idade Mesozoica e denominam-se formaccedilotildees Piramboia Botucatu e Serra

Geral com suas intrusivas baacutesicas Os principais autores que se dedicaram a estudar a

estratigrafia nesta parte marginal da bacia satildeo Soares e Landim (1973) e Landim et al

(1980)

Em aacuterea na quadriacutecula3 de Ribeiratildeo Preto-SP o Grupo Satildeo Bento ocupa 85 da

aacuterea de estudo A Formaccedilatildeo Serra Geral atinge 70 desse valor seguida pelas formaccedilotildees

Botucatu (18) Piramboia (8) e as intrusivas baacutesicas (4) (IAC 1987) Assim neste

trabalho o destaque eacute para essas formaccedilotildees

41 FORMACcedilAtildeO PIRAMBOIA

O nome Piramboia usado para designar camadas de arenitos argilosos de origem

subaquosa na parte basal da Formaccedilatildeo Botucatu sofreu modificaccedilotildees desde sua criaccedilatildeo

Foi com este sentido que Washburne (1930 apud DNPM 1979) e Barbosa e Almeida

(1949 apud DNPM 1979) empregaram a expressatildeo Arenito Piramboia O termo

Formaccedilatildeo Piramboia foi empregado por Andrade e Soares (1971 apud Soares et al 1973)

e por Sanford e Lange 1960

A Formaccedilatildeo Piramboia base do Aquiacutefero Guarani eacute constituiacuteda por pacotes de

arenitos esbranquiccedilados amarelados e avermelhados contendo tambeacutem gratildeos de

meacutedios a muito finos com matriz argilosa de subangulares a arredondados

ferruginosos com grau de seleccedilatildeo dominantemente regular e texturalmente de

submaturos a maturos O acamamento eacute plano-paralelo tambeacutem podendo apresentar

estratificaccedilatildeo cruzada de pequeno e meacutedio porte Estes sedimentos depositados em

canais fluviais e em planiacutecies de transbordamento assentam-se sobre os depoacutesitos

sedimentares da Formaccedilatildeo Corumbataiacute em contato discordanteerosivo no Estado de Satildeo

Paulo (Caetano-Chang e Wu 1992) Mas Caetano-Chang demonstrou com base em

extensiva anaacutelise que a Formaccedilatildeo Piramboia eacute constituiacuteda por uma associaccedilatildeo de faacutecies

eoacutelicas amplamente dominantes e por faacutecies fluviais subordinadas (Caetano-Chang

1997) O contato superior com a Formaccedilatildeo Botucatu foi considerado como de difiacutecil

3 A quadriacutecula de Ribeiratildeo Preto-SP estaacute circunscrita agraves seguintes coordenadas geograacuteficas 21ordm 00rsquo ndash 21ordm 30rsquo de latitude sul e 47ordm 30rsquo ndash 48ordm 00rsquo de longitude oeste (IAC 1987)




determinaccedilatildeo em trabalhos mais antigos mas ele eacute dado por uma superfiacutecie de brusca

mudanccedila textural estrutural e de coloraccedilatildeo sendo definido por uma superfiacutecie regional

como uma notaacutevel inconformidade (Caetano-Chang e Wu 1992 Milani 1997 Donatti

2002) havendo um hiato deposicional de cerca de 90 milhotildees de anos entre as duas

unidades (MILANI 1997) Propotildee-se para a Formaccedilatildeo Piramboia idade triaacutessica tendo por

base relaccedilotildees de contato e uma superfiacutecie peneplanizada preacute-Piramboia como provaacutevel

deposiccedilatildeo entre o Mesotriaacutessico e o Eojuraacutessico (Landim et al 1980) Mas Milani (1997)

defende a idade de Neopermiana a Eocretaacutecica Rocha (1996 apud Monteiro 2003) avalia

que o Aquiacutefero Guarani tenha 45000 m de espessura na parte central da Bacia do Paranaacute

confinado por espessos derrames basaacutelticos sendo que dois terccedilos da sequecircncia satildeo

representados pela Formaccedilatildeo Piramboia

42 FORMACcedilAtildeO BOTUCATU

De acordo com Schneider et al (1974) foi Gonzaga de Campos (1889) quem pela

primeira vez empregou o termo Botucatu emprestado da serra de mesmo nome do

Estado de Satildeo Paulo para designar os arenitos que a constituem Soares (1975) propocircs

que se mantivesse nessa serra a seccedilatildeo-tipo a qual se localiza entre os quilocircmetros 23730

e 23800 da Rodovia SP-300 (Marechal Rondon) Conforme o DNPM (Departamento

Nacional de Produccedilatildeo Mineral) 1979 foi White (1908) quem designou por Greacutes Satildeo

Bento p 190 a sequecircncia de rochas atualmente descrita como Formaccedilatildeo Botucatu

Sanford e Lange (1960) empregaram pela primeira vez o nome Formaccedilatildeo Botucatu mas

natildeo precisaram bem os seus limites Soares (1975) entatildeo a redefiniu como unidade

geneacutetica depositada em ambiente deseacutertico eoacutelico admitindo-se a existecircncia de

derrames basaacutelticos Para Schneider et al(1974) o limite superior da Formaccedilatildeo Botucatu

jaz imediatamente abaixo dos primeiros derrames da Formaccedilatildeo Serra Geral

A Formaccedilatildeo Botucatu ndash limitada na base por uma inconformidade regional

resultante de uma vasta superfiacutecie de deflaccedilatildeo eoacutelica estabelecida com o cliacutemax de aridez

do Gondwana ocidental e que se estende por toda a Bacia Sedimentar do Paranaacute (Milani

1997) ndash eacute conforme Scherer (2000 apud Monteiro 2003) sobreposta por rochas

vulcacircnicas de baacutesicas a aacutecidas

Essa formaccedilatildeo eacute constituiacuteda por arenitos avermelhados mas haacute os esbranquiccedilados

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tambeacutem com estratificaccedilatildeo cruzada tangencial de meacutedio a grande porte Os gratildeos de

finos a meacutedios bem selecionados e bem- arredondados em geral satildeo foscos e tecircm alta

esfericidade Localmente podem ocorrer corpos lenticulares de arenitos heterogecircneos

embora sejam mais comuns na porccedilatildeo basal da unidade constituiacutedos por gratildeos de

meacutedios a grossos passando aqueles arenitos a conglomeraacuteticos cujos seixos satildeo em sua

maioria de quartzo e quartzito (IPT 2000)

Agrave Formaccedilatildeo Botucatu eacute atribuiacuteda idade Juro-Cretaacutecica com base nas relaccedilotildees

estratigraacuteficas e no conteuacutedo fossiliacutefero admitindo-se contemporaneidade entre seu

topo e o vulcanismo baacutesico Isso eacute evidenciado por uma passagem transicional entre as

duas unidades (Schneider et al 1974) inclusive com presenccedila de material vulcacircnico

(cinzas lapiacuteli e bombas de Basalto vesicular) no Arenito eoacutelico (IPT 1981b) e com a

sedimentaccedilatildeo prosseguindo formando corpos de Arenito intertrapeano ateacute que a aacuterea

fonte das areias ou as dunas fossem recobertas pelos magmatitos (Sturaro 1988) Para

DAEE (1972 apud Monteiro 2003) a espessura meacutedia da formaccedilatildeo no Estado de Satildeo

Paulo eacute de 30000 m a 40000 m

Na regiatildeo de Ribeiratildeo Preto-SP as formaccedilotildees Botucatu e Piramboia formam uma

sequecircncia sedimentar predominantemente arenosa A parte superior dessa sequecircncia eacute

constituiacuteda por Arenito de gratildeos finos a meacutedios bem- arredondados e bem selecionados

friaacutevel ao passo que na parte inferior aumentam os teores de argila ocorrendo associada

uma faacutecies de Arenito grosso Massoli (2007) ao relatar que essas formaccedilotildees ocorrem

desde Ribeiratildeo Preto-SP para leste e sudeste menciona uma exposiccedilatildeo notavelmente

descontiacutenua sendo ela mais marcante entre Serra Azul-SP e Cajuru-SP Essa

descontinuidade segundo esse autor eacute consequecircncia de uma espessa intrusatildeo diabaacutesica

que se situa em niacutevel estratigraacutefico provavelmente entre as formaccedilotildees Botucatu e

Piramboia pelo que o contato entre elas encontra-se em boa parte indistinto devido agrave

presenccedila dessa rocha baacutesica e por conseguinte sendo de difiacutecil identificaccedilatildeo em trabalho

de campo

Nas perfuraccedilotildees de poccedilos tubulares profundos em Ribeiratildeo Preto-SP a espessura

constatada para essas formaccedilotildees pode ultrapassar os 26400 m




43 FORMACcedilAtildeO SERRA GERAL

Deve-se a designaccedilatildeo ldquoSerra Geralrdquo a White (1908 apud DNPM 1979) que

tambeacutem indicou como seccedilatildeo-tipo as exposiccedilotildees existentes na Serra Geral ao longo da

estrada que liga as cidades de Lauro Muumlller e Satildeo Joaquim no Estado de Santa Catarina

sendo Gordon Junior (1947 apud DNPM 1979) quem empregou o termo formaccedilatildeo

atualmente de uso comum entre os geoacutelogos

A Formaccedilatildeo Serra Geral associada agrave ruptura do oeste do Gondwana eacute composta

essencialmente por basaltos (lato sensu) subjacentes aos riodacitos e riolitos que

representam cerca de 4 da lava total cuja espessura alcanccedila ateacute 40000 m (Mantovani et

al 2000 apud Monteiro 2003)

Sinelli (1970) verificou que o topo e a base do derrame na regiatildeo geralmente

apresentam vesiacuteculas eou amiacutegdalas (preenchidas principalmente por zeoacutelitas) e que na

porccedilatildeo mais central ocorre textura compacta

Conforme diversos estudos geocronoloacutegicos atuais o evento magmaacutetico da Bacia

Sedimentar do Paranaacute tem idades de 126 a 138 milhotildees de anos talvez com um cliacutemax

entre 131 e 133 milhotildees de anos (Mantovani et al 2000 apud Monteiro 2003)

Viot et al 1981 relatam que no Pontal do Paranapanema regiatildeo do extremo oeste

paulista entre as divisas com Mato Grosso do Sul e Paranaacute foi perfurado pelo Paulipetro

(Consoacutercio CESP-IPT) o poccedilo estratigraacutefico 2-CB-1-SP por meio do qual se verificou a

espessura de 170000 m para essa formaccedilatildeo

44 GEOLOGIA ESTRUTURAL

A porccedilatildeo nor-nordeste paulista possui forte controle estrutural (Wernick e Sinelli

1970 Soares 1974) com acentuado condicionamento da hidrografia expresso pelo

paralelismo dos rios Pardo Mogi Guaccedilu e Sapucaiacute bem como pela retilinidade de longos

segmentos da rede de drenagem (Sinelli 1971a) Sinelli (1970) identificou uma

depressatildeo estrutural onde se insere o Municiacutepio de Ribeiratildeo Preto-SP evidenciada pelo

contato entre as formaccedilotildees Serra Geral e Botucatu principalmente em perfil leste-oeste

de Ribeiratildeo Preto-SP a Cravinhos-SP e pela profundidade da base da Formaccedilatildeo Piramboia

abaixo da cota 30000 m Posteriormente Sinelli (1971b) identificou a grande importacircncia

das estruturas para a recarga da aacutegua subterracircnea na regiatildeo

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5 HIDROGEOLOGIA

51 AQUIacuteFEROS

Na regiatildeo de Ribeiratildeo Preto-SP existem duas unidades estratigraacuteficas com

caracteriacutesticas distintas entre si A sobreposta eacute a Formaccedilatildeo Serra Geral que na presenccedila

de aacutegua se comporta como aquiacutefero fissurado e a sotoposta eacute o Aquiacutefero Guarani

poroso constituiacutedo pelas formaccedilotildees Botucatu e Piramboia

511 AQUIacuteFERO SERRA GERAL

A Formaccedilatildeo Serra Geral armazena aacutegua subterracircnea condicionada a fatores de

ordens geneacutetica e tectocircnica sendo o primeiro fator o condicionante intriacutenseco da

permeabilidade horizontal e o segundo o da permeabilidade vertical que intercomunica

as estruturas aquiacuteferas interderrames evidenciando a relevacircncia dessa estruturaccedilatildeo

tectocircnica recente ou natildeo (Fraga 1986 apud Monteiro 2003)

O Aquiacutefero Serra Geral segundo Montenegro (1990) comporta-se como aquiacutefero

multicamada com circulaccedilatildeo interderrames em grande parte de seu domiacutenio em Ribeiratildeo

Preto-SP Sinelli (1971a) sustenta que as principais fraturas desse aquiacutefero Na regiatildeo de

Ribeiratildeo Preto-SP encontram-se abertas permitindo-lhes boa intercomunicaccedilatildeo embora

nem sempre se verifique continuidade vertical do corpo drsquoaacutegua existindo ateacute lenccediloacuteis

independentes na mesma seccedilatildeo com niacuteveis piezomeacutetricos distintos Assim a

produtividade dos poccedilos no Aquiacutefero Serra Geral na regiatildeo considerada condiciona-se agraves

fraturas comunicantes com camadas-reservatoacuterio liberadoras de aacutegua Por esses motivos

bem como por causa da pequena espessura da Formaccedilatildeo Serra Geral em Ribeiratildeo Preto-

SP e tambeacutem porque nela natildeo haacute lineamentos estruturais marcantes o aquiacutefero natildeo eacute

explorado pelo Departamento de Aacutegua e Esgotos de Ribeiratildeo Preto

512 AQUIacuteFERO GUARANI

O Aquiacutefero Guarani se estende por uma aacuterea de 1200000 km2 na Bacia Sedimentar

do Paranaacute Cerca de dois terccedilos de sua aacuterea de ocorrecircncia situam-se na porccedilatildeo brasileira

abrangendo partes dos estados de Mato Grosso do Sul Goiaacutes Minas Gerais Satildeo Paulo

Paranaacute Santa Catarina e Rio Grande do Sul um terccedilo ocorre em regiotildees do Paraguai do

Uruguai e da Argentina (Rocha 1997)




O aquiacutefero assenta-se sobre rochas sedimentares paleozoicas de baixa

permeabilidade e em alguns locais sobre rochas mais antigas do embasamento

cristalino Cerca de 90 da aacuterea estatildeo recobertos por espessos derrames de lavas

basaacutelticas o que lhe confere caracteriacutesticas tiacutepicas de um aquiacutefero regional confinado

Nas bordas leste e oeste dessa bacia sedimentar a qual tem a forma de uma elipse

alongada faixas tambeacutem alongadas do pacote sedimentar afloram agrave superfiacutecie (em

virtude do soerguimento preteacuterito e da erosatildeo) constituindo-se em aacutereas de recarga do

aquiacutefero A partir dessas aacutereas a leste e a oeste as aacuteguas de chuva que alimentam o

Aquiacutefero Guarani confluem para a calha dessa bacia nos quadrantes nordeste noroeste e

sudeste com uma resultante regional de sentido nordeste-sudoeste ateacute a zona de

descarga presumidamente situada na regiatildeo da Provincia de Entre Riacuteos Argentina

(Rocha 1997)

O Aquiacutefero Guarani eacute a maior e principal reserva de aacutegua subterracircnea no Estado de

Satildeo Paulo Ele englobando as formaccedilotildees Botucatu e Piramboia constituiacutedas por arenitos

eoacutelicos e fluviais respectivamente (IG et al 1997) cujos afloramentos se dispotildeem na

direccedilatildeo sudoeste-nordeste configurando a aacuterea de recarga Para IG et al (1997) bem

como para muitos outros autores o Aquiacutefero Guarani eacute de extensatildeo regional do tipo

granular de livre a confinado homogecircneo contiacutenuo e isotroacutepico

Sinelli et al (1984) relata que os principais aquiacuteferos em Ribeiratildeo Preto-SP satildeo

basicamente o de Serra Geral sobrejacente e o Guarani subjacente podendo-se afirmar

que este se encontra confinado na maior parte de seu domiacutenio em especial onde o

Basalto bastante denso da Formaccedilatildeo Serra Geral ultrapassa os 7000 m de espessura

exercendo forte pressatildeo litostaacutetica

Montenegro (1990) atribui espessura meacutedia de 6000 m para o Arenito Botucatu

ao passo que o Arenito Piramboia natildeo ultrapassaria os 14000 m na regiatildeo Reafirma

tambeacutem que as formaccedilotildees constituintes do Aquiacutefero Guarani satildeo atravessadas por diques

e ldquosillsrdquo4 que dificultam o escoamento da aacutegua subterracircnea e reduzem localmente a

condutividade hidraacuteulica5 desses arenitos Esse mesmo autor relata que na aacuterea urbana

4 Sill intrusatildeo de forma tabular que se posiciona paralela ou subparalelamente agraves camadas das rochas

preexistentes (Loczy e Ladeira 1976)

5 Condutividade hidraacuteulica capacidade que um meio poroso tem para transmitir aacutegua (Driscoll 1986)

322



de Ribeiratildeo Preto-SP o Aquiacutefero Guarani estaacute predominantemente recoberto pelo

Basalto da Formaccedilatildeo Serra Geral embora aflore em algumas partes Nesse mesmo

sentido Sinelli et al 1980 esclarecem que esse fato determina caraacuteter de confinamento

ao Aquiacutefero Guarani especialmente evidenciado nos bairros Ribeiracircnia Jardim Ameacuterica

City Ribeiratildeo e Jardim Recreio cujas aacutereas satildeo as mais complexas hidrogeologicamente

Montenegro (1990) complementando explica que em algumas regiotildees da aacuterea

urbana onde estaacute subjacente ao Basalto o Aquiacutefero Guarani tem comportamento

freaacutetico ao passo que nas regiotildees onde aflora pode estar fracamente confinado se

sobre ele houver camadas de argila

Hidrodinamicamente a transiccedilatildeo entre os aquiacuteferos de Serra Geral e Guarani se faz

por um aquitarde6 intermediaacuterio composto por basaltos fissurados da Formaccedilatildeo Serra

Geral preenchidos com Arenito da Formaccedilatildeo Botucatu (Sinelli et al 1984) Estes mesmos

autores ainda referem-se ao cimento silicoso na parte superior desse Arenito

responsaacutevel pela diminuiccedilatildeo da condutividade hidraacuteulica da zona de contato desses

aquiacuteferos

No entanto o que se verifica atualmente eacute que devido agrave intensa retirada de aacutegua

(sobreexplotaccedilatildeo) e agrave interferecircncia entre cones de rebaixamento o Aquiacutefero Guarani

exceto em rariacutessimos locais mais afastados da aacuterea urbana perdeu a condiccedilatildeo de

confinamento Na regiatildeo de estudo esse aquiacutefero eacute o principal e o mais utilizado pelo

Departamento de Aacutegua e Esgotos de Ribeiratildeo Preto

6 RESULTADOS

Para este trabalho a arte para se atingir o objetivo de Monteiro 2003 p 2 que eacute

ldquoconhecer a superfiacutecie-potenciomeacutetricardquo estaacute em poder atribuir a devida confiabilidade

agraves informaccedilotildees provenientes dos poccedilos tubulares profundos com parcimocircnia e na

medida mais adequada possiacutevel Para isto o pesquisador deve ter intimidade com o meio

natural em questatildeo bem como saber discernir a interaccedilatildeo rica em nuances entre esse

meio e o sistema de captaccedilatildeo reservaccedilatildeo e aduccedilatildeo da aacutegua subterracircnea

Nesse sentido a metodologia empregada considerando-se a densidade de

6 Aquitarde formaccedilatildeo geoloacutegica de baixa permeabilidade ou grupo de formaccedilotildees que natildeo liberam aacutegua para um poccedilo ou fonte Entretanto um aquitarde pode liberar apreciaacutevel volume de aacutegua para aquiacuteferos adjacentes ou recebecirc-lo deles (Driscoll 1986)




informaccedilotildees ndash ainda que a sua distribuiccedilatildeo geograacutefica natildeo seja a ideal ndash bem como a

extensatildeo da aacuterea envolvida mostra-se eficaz de aplicaccedilatildeo relativamente simples

eminentemente praacutetica possibilitando a raacutepida obtenccedilatildeo de resultados

Outros meacuteritos dessa metodologia satildeo o baixo custo relativo final da pesquisa (no

presente caso eacute pode-se dizer insignificante) bem como a interpretaccedilatildeo relativamente

simples dos resultados mesmo por aqueles cujas aacutereas de atividades sejam natildeo afins

Diante desse cenaacuterio do abastecimento puacuteblico com aacutegua subterracircnea em Ribeiratildeo

Preto-SP ndash grande volume captado (sobreexplotaccedilatildeo) excessivas horas de

bombeamento rebaixamento intensificado da superfiacutecie potenciomeacutetrica devido agrave

interferecircncia entre cones de rebaixamento e demanda crescente Fazem-se aqui trecircs

propostas fundamentadas na unidade do ciclo hidroloacutegico visando agrave gestatildeo ambiental e

ao desenvolvimento sustentaacutevel

1a) na regiatildeo noroeste da cidade para aleacutem do anel viaacuterio norte no rumo da cidade de

Cruz das Posses-SP poderiam ser construiacutedos seis poccedilos tubulares profundos alinhados

com vazatildeo de projeto para 25000 m3h cada um Eles seriam operados alternativamente

ou seja os poccedilos um trecircs e cinco com produccedilatildeo regulada para 18000 m3h durante 20

hd funcionariam durante 15 dias consecutivos sendo entatildeo desligados e entrariam em

funcionamento nas mesmas condiccedilotildees exploratoacuterias e por outros 15 dias consecutivos

os poccedilos dois quatro e seis Com isto o Aquiacutefero Guarani seria ali poupado tendo tempo

para recuperar seu niacutevel estaacutetico ateacute proacuteximo ao original e os poccedilos teriam sua vida uacutetil

estendida pois funcionariam em condiccedilotildees hidraacuteulicas controladas O abastecimento

melhoraria sensivelmente na regiatildeo noroeste da cidade aqueacutem do anel viaacuterio norte que

no momento sofre com falta de aacutegua e pressurizar-se-ia grande parte da rede de aduccedilatildeo

refletindo em benefiacutecio para toda a cidade

2a) na regiatildeo leste da cidade para aleacutem da Rodovia SP-330 (Anhanguera) no rumo da

cidade de Serrana-SP poderia ser criada uma ldquoAacuterea de Proteccedilatildeo Ambientalrdquo com base na

Lei Federal no 6902 de 27 de abril de 1981 regulamentada pelo Decreto Federal no

99274 de 6 de junho de 1990 bem como na Lei Federal no 9985 de 18 de julho de 2000

que tem artigos regulamentados pelo Decreto Federal no 4340 de 22 de agosto de 2002

Naquela regiatildeo se configura a aacuterea de recarga do Aquiacutefero Guarani que estaria assim

protegida

324



3a) regularizaccedilatildeo do curso do Rio Pardo e concomitante captaccedilatildeo de sua aacutegua ndash o mesmo

valendo em breve para o Coacuterrego do Esgoto (apesar do nome) ndash para abastecimento

principalmente da aacuterea referida na segunda proposta o que tambeacutem refletiria em

benefiacutecio na parte da cidade aqueacutem da Rodovia SP-330 (Anhanguera)

REFEREcircNCIAS ALMEIDA FFM de Fundamentos geoloacutegicos do relevo paulista Satildeo Paulo IG-USP 1964 99 p (IGEOG ndash Seacuterie Teses e Monografias 14) ANDRADE SM SOARES PC Geologia do centro-leste do Estado de Satildeo Paulo PETROBRAacuteS-DESUL Relatoacuterio 407 Ponta Grossa 1971 Citados por SOARES PC SINELLI O PENALVA F WERNICK E SOUZA A de CASTRO PRM Geologia do Nordeste do Estado de Satildeo Paulo In CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA 27 1973 Aracaju Anais Aracaju SBG 1973 v 1 p 209-228 e por SANFORD RM LANGE FW Basin study approach for oil evaluation of Paranaacute miogeosyncline of South Brazil American Association of Petroleum Geologists Bulletin Tulsa v 44 n 8 p 1316-1370 aug 1960 BARBOSA O ALMEIDA FFM de A Seacuterie Tubaratildeo na Bacia do Rio Tietecirc Estado de Satildeo Paulo Departamento Nacional da Produccedilatildeo Mineral Divisatildeo de Geologia e Mineralogia Rio de Janeiro 1949 (Notas preliminares e estudos n 4 16 p) Citados por DNPM Departamento Nacional de Produccedilatildeo Mineral Projeto Sapucaiacute ndash Estados de Minas Gerais e Satildeo Paulo Relatoacuterio final de Geologia Brasiacutelia DNPM 1979 299 p (Seacuterie Geologia n 4 Seccedilatildeo Geologia Baacutesica n 2) CAETANO-CHANG MR A Formaccedilatildeo Piramboacuteia no centro-leste do Estado de Satildeo Paulo 1997 196 f Tese (Livre Docecircncia) ndash Instituto de Geociecircncias e Ciecircncias Exatas Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Rio Claro CAETANO-CHANG MR WU FT Bacia do Paranaacute formaccedilotildees Piramboia e Botucatu In CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA 37 1992 Satildeo Paulo Anais Satildeo Paulo SBG 1992 v 2 p 19 DAEE Departamento de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica do Estado de Satildeo Paulo Estudo de aacuteguas subterracircneas no Estado de Satildeo Paulo avaliaccedilatildeo preliminar Satildeo Paulo DAEE 1972 Citado por MONTEIRO RC Estimativa Espaccedilo-Temporal da Superfiacutecie Potenciomeacutetrica do Sistema Aquumliacutefero Guarani na Cidade de Ribeiratildeo Preto (SP) Brasil 2003 212 f Tese (Doutorado em Geociecircncias na Aacuterea de Concentraccedilatildeo em Geociecircncias e Meio Ambiente) ndash Instituto de Geociecircncias e Ciecircncias Exatas Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Rio Claro DAEE Departamento de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica do Estado de Satildeo Paulo Legislaccedilatildeo de aacuteguas subterracircneas Aacuteguas e Energia Eleacutetrica Satildeo Paulo n 13 p 22 e 23 abrjun 1988




DNPM Departamento Nacional de Produccedilatildeo Mineral Projeto Sapucaiacute ndash Estados de Minas Gerais e Satildeo Paulo relatoacuterio final de Geologia Brasiacutelia DNPM 1979 299 p (Seacuterie Geologia n 4 Seccedilatildeo Geologia Baacutesica n 2) DONATTI LM Faciologia proveniecircncia e paleogeografia das formaccedilotildees Piramboia e Botucatu no Estado do Paranaacute 2002 135 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Instituto de Geociecircncias Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo (orient Prof Dr Paulo Ceacutesar Fonseca Giannini) DRISCOLL FG Groundwater and Wells a comprehensive study of groundwater and the technologies used to locate extract treat and protect this resource 2 ed St Paul Minnesota USA Johnson Screens 1986 1108 p FRAGA CG Introduccedilatildeo ao zoneamento do Sistema Aquiacutefero Serra Geral no Estado do Paranaacute 1986 125 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geologia Regional e de Aplicaccedilatildeo) ndash Instituto de Geociecircncias Universidade Satildeo Paulo Satildeo Paulo (orient Prof Dr Aldo da Cunha Rebouccedilas) Citado por MONTEIRO RC Estimativa Espaccedilo-Temporal da Superfiacutecie Potenciomeacutetrica do Sistema Aquumliacutefero Guarani na Cidade de Ribeiratildeo Preto (SP) Brasil 2003 212 f Tese (Doutorado em Geociecircncias na Aacuterea de Concentraccedilatildeo em Geociecircncias e Meio Ambiente) ndash Instituto de Geociecircncias e Ciecircncias Exatas Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Rio Claro GONZAGA DE CAMPOS LF Seccedilatildeo geoloacutegica Satildeo Paulo Relatoacuterio de Comunicaccedilatildeo Geograacutefica e Geoloacutegica da Proviacutencia de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1889 p 21-34 Citado por SCHNEIDER RL MUumlHLMANN H TOMMASI E MEDEIROS RA de DAEMON RF NOGUEIRA AA Revisatildeo Estratigraacutefica da Bacia do Paranaacute In CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA 28 1974 Porto Alegre Anais Porto Alegre SBG 1974 v 1 p 41-65 GORDON JUNIOR M Classificaccedilatildeo das formaccedilotildees gondwacircnicas do Paranaacute Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Classification of the Gondwanic rocks of Paranaacute Santa Catarina and Rio Grande do Sul) Departamento Nacional de Produccedilatildeo Mineral Divisatildeo de Geologia e Mineralogia Rio de Janeiro 1947 (Notas preliminares e estudos n 38 20 p) Citado por DNPM Departamento Nacional de Produccedilatildeo Mineral Projeto Sapucaiacute ndash Estados de Minas Gerais e Satildeo Paulo Relatoacuterio final de Geologia Brasiacutelia DNPM 1979 299 p (Seacuterie Geologia n 4 Seccedilatildeo Geologia Baacutesica n 2) IAC Instituto Agronocircmico de Campinas Levantamento pedoloacutegico semidetalhado do Estado de Satildeo Paulo Quadriacutecula de Ribeiratildeo Preto Campinas 1987 (Boletim Cientiacutefico 7 II Memorial descritivo Mapa escala 1100000 Color) IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica 2013 Censo Demograacutefico 2010 Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatxtrasperfilphpcodmun=354340ampsearch=sao-paulo|ribeirao-preto Acesso em 25 set 2013 IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Folha Topograacutefica SF-23-V-C-I-1 ndash

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Ribeiratildeo Preto 2 ed Rio de Janeiro IBGE 1979 1 mapa color Escala 150000 IG Instituto Geoloacutegico CETESB Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo DAEE Departamento de Aacuteguas e Energia Eleacutetrica do Estado de Satildeo Paulo Mapeamento da vulnerabilidade e risco de poluiccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas no Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1997 2 v (Memorial descritivo Mapas escala 11000000 Color) IPT Instituto de Pesquisas Tecnoloacutegicas Diagnoacutestico da situaccedilatildeo atual dos recursos hiacutedricos e estabelecimento de diretrizes teacutecnicas para a elaboraccedilatildeo do Plano da Bacia Hidrograacutefica do Rio Pardo - Relatoacuterio Final Satildeo Paulo 2000 3 v (Relatoacuterio no 40670) IPT Instituto de Pesquisas Tecnoloacutegicas Mapa geoloacutegico do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1981b 2 v (Publicaccedilatildeo 1184 Memorial descritivo Escala 1500000 Color) IPT Instituto de Pesquisas Tecnoloacutegicas Mapa geomorfoloacutegico do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1981a 2 v (Publicaccedilatildeo 1184 Memorial descritivo Escala 11000000 Color) IT amp MORE The Management of Aquifers an example of an integrated solution for the creation of potable water protection areas with the use of sustainability computations and Advanced IT Support Systems Augsburg Aqua Bavaria Guarani 2004 38 p LANDIM PMB SOARES PC GAMA-JUacuteNIOR EG Estratigrafia do nordeste da Bacia Sedimentar do Paranaacute Rio Claro Departamento de Geologia Geral e Aplicada IGCEUNESP 1980 77 p Curso de Especializaccedilatildeo ndash Convecircnio IPTUNESP LOCZY L de LADEIRA EA Geologia Estrutural e Introduccedilatildeo agrave Geotectocircnica Satildeo Paulo Editora Edgard Bluumlcher Ltda 1976 540 p MANTOVANI MSM WILDNER W JUCHEM PL Paranaacute Basin Magmatism Stratigraphy and Mineralization (Southern Brazil) In INTERNATIONAL GEOLOGICAL CONGRESS 31 2000 Rio de Janeiro Pre-Congress Field Trip Guidehellip Rio de Janeiro IUGS SBG 2000 63 p (August 6-17 2000 Field Trip Bft 01) Citado por MONTEIRO RC Estimativa Espaccedilo-Temporal da Superfiacutecie Potenciomeacutetrica do Sistema Aquumliacutefero Guarani na Cidade de Ribeiratildeo Preto (SP) Brasil 2003 212 f Tese (Doutorado em Geociecircncias na Aacuterea de Concentraccedilatildeo em Geociecircncias e Meio Ambiente) ndash Instituto de Geociecircncias e Ciecircncias Exatas Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Rio Claro MASSOLI M Caracterizaccedilatildeo litofacioloacutegica das formaccedilotildees Piramboacuteia e Botucatu em subsuperfiacutecie no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP) e sua aplicaccedilatildeo na prospecccedilatildeo de aacuteguas subterracircneas 2007 175 f Tese (Doutorado em Geociecircncias na Aacuterea de Concentraccedilatildeo em Geociecircncias e Meio Ambiente) ndash Instituto de Geociecircncias e Ciecircncias Exatas Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Rio Claro MASSOLI M CAETANO-CHANG MR O contato entre as formaccedilotildees Piramboia e Botucatu na aacuterea de Ribeiratildeo Preto (SP) Geociecircncias Satildeo Paulo v 26 n 3 p 263-270 2007




MILANI EJ Evoluccedilatildeo tectono-estratigraacutefica da Bacia do Paranaacute e seu relacionamento com a geodinacircmica fanerozoacuteica do Gondwana Sul-Ocidental 1997 255 f Tese (Doutorado em Geociecircncias na Aacuterea de Concentraccedilatildeo de Estratigrafia) ndash Instituto de Geociecircncias Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2 v MONBEIG P A divisatildeo regional do Estado de Satildeo Paulo Anais da Associaccedilatildeo dos Geoacutegrafos Brasileiros 1945-1946 Satildeo Paulo v 1 p 19-36 1949 Citado por ALMEIDA FFM de Fundamentos geoloacutegicos do relevo paulista Satildeo Paulo IG-USP 19641974 99 p (IGEOG ndash Seacuterie Teses e Monografias 14) MONTEIRO RC Estimativa Espaccedilo-Temporal da Superfiacutecie Potenciomeacutetrica do Sistema Aquumliacutefero Guarani na Cidade de Ribeiratildeo Preto (SP) Brasil 2003 212 f Tese (Doutorado em Geociecircncias na Aacuterea de Concentraccedilatildeo em Geociecircncias e Meio Ambiente) ndash Instituto de Geociecircncias e Ciecircncias Exatas Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Rio Claro MONTENEGRO AA de A Modelaccedilatildeo matemaacutetica do manancial subterracircneo de Ribeiratildeo Preto-SP Satildeo Carlos Escola de Engenharia USP 1990 154 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geotecnia) ndash Escola de Engenharia Universidade de Satildeo Paulo 1990 MORAES REGO LF de Notas sobre a geomorfologia de Satildeo Paulo e sua gecircnesis Instituto Astronocircmico e Geofiacutesico ndash Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1932 28 p Citado por ALMEIDA FFM de Fundamentos geoloacutegicos do relevo paulista Satildeo Paulo IG-USP 1964 99 p (IGEOG ndash Seacuterie Teses e Monografias 14) RIBEIRAtildeO PRETO SEPLAN Secretaria de Planejamento e Gestatildeo Puacuteblica Mapa Viaacuterio Geral da Cidade e Distrito Ribeiratildeo Preto SEPLAN 2012 Arquivo AutoCAD ROCHA GA Mega-reservatoacuterio de aacutegua subterracircnea do Cone Sul bases para uma poliacutetica de desenvolvimento e gestatildeo In SEMINAacuteRIO INTERNACIONAL ldquoAQUIacuteFERO GIGANTE DO MERCOSULrdquo 1 1996 Curitiba Relatoacuteriohellip Curitiba UFPR 1996 27 p Ineacutedito Citado por MONTEIRO RC Estimativa Espaccedilo-Temporal da Superfiacutecie Potenciomeacutetrica do Sistema Aquumliacutefero Guarani na Cidade de Ribeiratildeo Preto (SP) Brasil 2003 212 f Tese (Doutorado em Geociecircncias na Aacuterea de Concentraccedilatildeo em Geociecircncias e Meio Ambiente) ndash Instituto de Geociecircncias e Ciecircncias Exatas Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Rio Claro ROCHA GA O grande manancial do Cone Sul Revista Estudos Avanccedilados Satildeo Paulo v 11 n 30 p 191-212 maiago 1997 ROSS JLS MOROZ IC Mapa geomorfoloacutegico do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1997 2 v (FFLCHUSP IPT FAPESP 64 p Escala 1500000 Color) SANFORD RM LANGE FW Basin study approach for oil evaluation of Paranaacute miogeosyncline of South Brazil American Association of Petroleum Geologists Bulletin

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Tulsa v 44 n 8 p 1316-1370 aug 1960 SCHERER CMS Eolian dunes of the Botucatu Formation (Cretaceous) in southernmost Brazil morphology and origin Sedimentary Geology Amsterdam v 137 n 1 p 63-84 dez 2000 Citado por MONTEIRO RC Estimativa Espaccedilo-Temporal da Superfiacutecie Potenciomeacutetrica do Sistema Aquumliacutefero Guarani na Cidade de Ribeiratildeo Preto (SP) Brasil 2003 212 f Tese (Doutorado em Geociecircncias na Aacuterea de Concentraccedilatildeo em Geociecircncias e Meio Ambiente) ndash Instituto de Geociecircncias e Ciecircncias Exatas Universidade Estadual Paulista Juacutelio de Mesquita Filho Rio Claro SCHNEIDER RL MUumlHLMANN H TOMMASI E MEDEIROS RA de DAEMON RF NOGUEIRA AA Revisatildeo Estratigraacutefica da Bacia do Paranaacute In CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA 28 1974 Porto Alegre Anais Porto Alegre SBG 1974 v 1 p 41-65 SILVA F de P e CHANG HK CAETANO-CHANG MR SINELLI O Arcabouccedilo geoloacutegico e hidrofaacutecies do Sistema Aquiacutefero Guarani no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP) Revista Brasileira de Geociecircncias Satildeo Paulo v 38 n 1 p 56-67 mar 2008 SINELLI O Geologia e Aacutegua Subterracircnea no Municiacutepio de Ribeiratildeo Preto e Adjacecircncias 1970 116 f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Filosofia Ciecircncias e Letras de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto SINELLI O Aacutegua subterracircnea no Municiacutepio de Ribeiratildeo Preto In CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA 25 1971 Satildeo Paulo Anais Satildeo Paulo SBG 1971a v 2 p 17-35 SINELLI O Consideraccedilotildees gerais sobre a tectocircnica no Municiacutepio de Ribeiratildeo Preto In CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA 25 1971 Satildeo Paulo Anais Satildeo Paulo SBG 1971b v 2 p 145-151 SINELLI O DAVINO A SOUZA A de GONCcedilALVES NMM TEIXEIRA JA Hidrogeologia da Regiatildeo de Ribeiratildeo Preto-SP In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS SUBTERRAcircNEAS 1 1980 Recife Anais Recife ABAS 1980 P 319-335 SINELLI O SOUZA A de DAVINO A SANCHES JL As intrusivas baacutesicas e suas implicaccedilotildees na prospecccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS SUBTERRAcircNEAS 3 1984 Fortaleza Anais Fortaleza ABAS 1984 p 441-449 SOARES PC O Mesozoacuteico Gonduacircnico no Estado de Satildeo Paulo Rio Claro Faculdade de Filosofia Ciecircncias e Letras 1973 152 p Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Filosofia Ciecircncias e Letras 1973 SOARES PC Elementos estruturais da parte Nordeste da Bacia do Paranaacute classificaccedilatildeo e gecircnese In CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA 28 1974 Porto Alegre Anais Porto Alegre SBG 1974 v 4 p 107-121 SOARES PC Divisatildeo estratigraacutefica do Mesozoacuteico no Estado de Satildeo Paulo Revista




Brasileira de Geociecircncias Satildeo Paulo v 5 n 4 p 229-251 dez 1975 SOARES PC LANDIM PMB Aspectos regionais da estratigrafia da Bacia do Paranaacute no seu flanco Nordeste In CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA 27 1973 Aracaju Anaishellip Aracaju SBG 1973 v 1 p 243-256 SOARES PC LANDIM PMB FUacuteLFARO VJ SOBREIRO NETO AF Ensaio de caracterizaccedilatildeo estratigraacutefica do Cretaacuteceo no Estado de Satildeo Paulo Grupo Bauru Revista Brasileira de Geociecircncias Satildeo Paulo v 10 n 3 p 177-185 set 1980 SOARES PC SINELLI O PENALVA F WERNICK E SOUZA A de CASTRO PRM Geologia do Nordeste do Estado de Satildeo Paulo In CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA 27 1973 Aracaju Anais Aracaju SBG 1973 v 1 p 209-228 STURARO JR Estudo do comportamento espacial de variaacuteveis geoloacutegicas e hidrogeoloacutegicas da aacuterea urbana de Ribeiratildeo Preto-SP 1988 131 f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Geotecnia) ndash Escola de Engenharia de Satildeo Carlos Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Carlos (orient Prof Dr Paulo Milton Barbosa Landim) VIOT A ROPERS M CASTRO CGJ de AISSAMI DH XAVIER JAP STURARO JR Relatoacuterio Poccedilo 2-CB-1-SP - Cuiabaacute Paulista Satildeo Paulo Themag Engenharia Ltda 1981 (Relatoacuterio de circulaccedilatildeo restrita) WASHBURNE CW Petroleum geology of the State of Satildeo Paulo Brazil Boletim da Comissatildeo Geograacutefica e Geoloacutegica do Estado de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1930 n 22 p 1-282 Citado por DNPM Departamento Nacional de Produccedilatildeo Mineral Projeto Sapucaiacute ndash Estados de Minas Gerais e Satildeo Paulo Relatoacuterio final de Geologia Brasiacutelia DNPM 1979 299 p (Seacuterie Geologia n 4 Seccedilatildeo Geologia Baacutesica n 2) WERNICK E SINELLI O Anaacutelise estrutural em Geomorfologia Notiacutecia Geomorfoloacutegica Campinas v 10 n 20 p 39-54 dez 1970 WHITE IC Relatoacuterio final sobre o carvatildeo no Brasil Rio de Janeiro Imprensa Nacional 1908 617 p Citado por DNPM Departamento Nacional de Produccedilatildeo Mineral Projeto Sapucaiacute ndash Estados de Minas Gerais e Satildeo Paulo relatoacuterio final de Geologia Brasiacutelia DNPM 1979 299 p (Seacuterie Geologia n 4 Seccedilatildeo Geologia Baacutesica n 2)




RESUMEN

De conformidad con la legislacioacuten en las que se recomienda la administracioacuten de los recursos hiacutedricos a partir del principio de la unidad del ciclo hidroloacutegico y tratando de dar las subvenciones a la Administracioacuten Puacuteblica Municipal es la intencioacuten de esta propuesta para la proteccioacuten de las aguas subterraacuteneas en Ribeirao Preto-SP maacutes especiacuteficamente a las del Acuiacutefero Guaraniacute Basaacutendose en los datos pre existentes la metodologiacutea permite una raacutepida puesta en praacutectica de la carta de localizacioacuten de pozos tubulares profundos combinados con la carta de profundidad del agua subterraacutenea y el mapa geoloacutegico con un costo relativamente irrelevante y la interpretacioacuten sencilla asiacute como hace viable lenguaje comprensible objetiva y convincente para comunicarse con la Administracioacuten Puacuteblica Municipal Tambieacuten proporciona a la visualizacioacuten dinaacutemica de exploracioacuten del agua y el consecuente impacto sobre el medio ambiente Se sugiere a la continuacioacuten del trabajo en una escala mayor siempre en armoniacutea con la legislacioacuten en materia de medio ambiente que debe dar basamento seguro y amplia perspectiva a todo el movimiento en defensa del medio ambiente y por lo tanto en defensa de calidad de vida Palabras-clave Aacuteguas subterraacuteneas Impacto Ambiental Aacuterea de Proteccioacuten Ambiental Gestioacuten de Recursos Hiacutedricos Desarrollo Sostenible

1 INTRODUCcedilAtildeO

A proteccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas na regiatildeo da cidade de Ribeiratildeo Preto-SP eacute um

tema que se destaca devido ao estaacutegio atual em que se encontra o abastecimento puacuteblico

de aacutegua em um complexo contexto soacutecio-geopoliacutetico-econocircmico-natural

O objetivo eacute mapear as nuances da configuraccedilatildeo espacial da superfiacutecie da aacutegua

subterracircnea Esta superfiacutecie devido agrave intensa captaccedilatildeo da aacutegua (sobreexplotaccedilatildeo) por

meio de poccedilos tubulares profundos estaacute muito rebaixada o que formou um cone de

rebaixamento1 para o qual os fluxos forccedilosamente convergem

Justifica-se este trabalho na medida em que seraacute fundamento para propor um

novo paradigma de abastecimento puacuteblico de aacutegua nessa cidade

Diversos autores se dedicaram a pesquisar este fascinante meio natural que vem

servindo de suporte a um intenso desenvolvimento regional centrado na regiatildeo

metropolitana de Ribeiratildeo Preto-SP Entre eles estatildeo Sinelli (1970 1971a b) Sinelli et al

(1980 1984) Soares (1973 1974 1975) Soares e Landim (1973) Soares et al (1973 1980)

Sturaro (1988) Montenegro (1990) Monteiro (2003) Massoli (2007) Massoli e Caetano-

Chang (2007) e Silva et al (2008)

1 Cone de rebaixamento quando um conjunto moto-bomba submerso previamente instalado no interior de um poccedilo tubular profundo eacute acionado inicia-se a captaccedilatildeo da aacutegua do aquiacutefero causando o rebaixamento local da superfiacutecie da aacutegua bem como desenvolve um cone de rebaixamento cujo veacutertice voltado para baixo eacute coincidente com o eixo do poccedilo Se ocorrer interferecircncia entre cones vizinhos o rebaixamento resultante devido a esse cone seraacute maior

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PROPOSTA PARA PROTEÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA REGIÃO DE