PROTEÇÃO PRENSAS

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FACULDADES INTEGRADAS DE ARARAQUARA FIA

PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA DE SEGURANA NO TRABALHO

DISSERTAO DE CONCLUSO DE CURSO

IDENTIFICAO DE RISCOS E PREVENO DE ACIDENTES EM PRENSAS E SIMILARES.

KLEBER PEREIRA DE ARAJO E SILVA

Orientador:

Eng. Devair Czar Moura

FACULDADES INTEGRADAS DE ARARAQUARA FIAPROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA DE SEGURANA NO TRABALHO

DISSERTAO DE CONCLUSO DE CURSO

IDENTIFICAO DE RISCOS E PREVENO DE ACIDENTES EM PRENSAS E SIMILARES.Autor: Kleber Pereira de Arajo e Silva Orientador: Eng. Devair Czar MouraCurso: Engenharia de Segurana no Trabalho rea de Concentrao: Proteo de Mquinas

Dissertao submetida ao Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Segurana no Trabalho Araraquara, Setembro de 2008 SP Brasil

FACULDADES INTEGRADAS DE ARARAQUARA FIA

PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA DE SEGURANA NO TRABALHO

DISSERTAO DE CONCLUSO DE CURSO

IDENTIFICAO DE RISCOS E PREVENO DE ACIDENTES EM PRENSAS E SIMILARES.

Autor: Kleber Pereira de Arajo e Silva Orientador: Eng. Devair Czar Moura

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O segredo da felicidade consiste em continuar desejando aquilo que j se possui

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AGRADECIMENTOS

Deus, a quem devo tudo que tenho, minha amada esposa, sempre me incentivando a encarar e vencer os desafios, minha querida filha, um estimulo a permanecer buscando evoluir, Aos colegas de curso, que muito me ajudaram a terminar esse curso.

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RESUMOEsta dissertao busca descrever os riscos presentes na operao de prensas e similares, equipamentos largamente utilizados no nosso parque fabril, buscando apresentar solues para proteger os trabalhadores de acidentes e leses. As solues apresentadas buscam cumprir as exigncias da Conveno Coletiva de Melhoria das Condies de Trabalho em Prensas e Equipamentos Similares, Injetoras de Plstico e Tratamento Galvnico de Superfcies nas Indstrias Metalrgicas no Estado de So Paulo, cujo prazo de implantao se encerrou em julho de 2.007.

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SUMRIO1. INTRODUO ................................................................................................................................................. 6 1.1. OBJETIVOS .................................................................................................................................................... 7 1.2. ESTRUTURA DA DISSERTAO ...............................................................ERRO! INDICADOR NO DEFINIDO. 2. BASE LEGAL ................................................................................................................................................... 8 3. PRENSAS ........................................................................................................................................................ 11 3.1. DEFINIO:............................................................................................................................................. 11 3.2. PRENSAS MECNICAS EXCNTRICAS DE ENGATE POR CHAVETA OU ACOPLAMENTO EQUIVALENTE PMEEC: ............................................................................................................................ 11 3.2.1. RISCOS DE ACIDENTES E MEDIDAS DE PROTEO................................................................ 12 3.3. PRENSAS MECNICAS EXCNTRICAS COM FREIO/EMBREAGEM PMEFE: ........................... 20 3.3.1. CADEIA CINEMTICA.................................................................................................................... 22 3.3.2. SISTEMA FREIO EMBREAGEM ..................................................................................................... 23 3.4. PRENSAS MECNICAS DE FRICO COM ACIONAMENTO POR FUSOPMFAF:...................... 30 3.4.1. CADEIA CINEMTICA DA PMFAF................................................................................................ 31 3.4.2. ZONA DE PRENSAGEM DA PMFAF.............................................................................................. 32 3.4.3. PROTEO EM PMFAF ................................................................................................................. 32 3.5. PRENSAS HIDRULICAS - PH .............................................................................................................. 34 3.5.1. PRINCIPAIS COMPONENTES DA PH ........................................................................................... 34 3.5.2. ZONA DE PRENSAGEM .................................................................................................................. 36 3.5.3. PROTEO EM PRENSAS HIDRULICAS.................................................................................... 36 4. SIMILARES .................................................................................................................................................... 38 4.1. MARTELO PNEUMTICO ..................................................................................................................... 38 4.1.1. PROTEO EM MARTELOS PNEUMTICOS. ............................................................................. 38 4.2. MARTELO DE QUEDA ........................................................................................................................... 39 4.2.1. PROTEO EM MARTELOS DE QUEDAS.................................................................................... 39 4.3. DOBRADEIRA OU PRENSA VIRADEIRA ............................................................................................ 41 4.3.1. PROTEO EM DOBRADEIRAS.................................................................................................... 41 4.4. GUILHOTINA, TESOURA E CISALHADORA (MANUAL, MECNICA E HIDRULICA).............. 45 4.4.1. PROTEO EM GUILHOTINAS, TESOURAS E CISALHADORAS............................................... 45 4.5. ROLO LAMINADOR, LAMINADORA E CALANDRA ........................................................................ 47 4.5.1. PROTEO EM ROLO LAMINADOR, LAMINADORA E CALANDRA ......................................... 47 5. DISPOSITIVOS DE SEGURANA.............................................................................................................. 49 5.1. DISPOSITIVOS DE PROTEO AOS RISCOS EXISTENTES NA ZONA DE PRENSAGEM OU DE TRABALHO ......... 49

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5.1.1. PROTEES FIXAS ........................................................................................................................ 52 5.1.2. PROTEES MVEIS..................................................................................................................... 52 5.1.3. ENCLAUSURAMENTO DA ZONA DE PRENSAGEM .................................................................... 52 5.1.4. FERRAMENTA FECHADA .............................................................................................................. 53 5.1.5. COMANDO BI-MANUAL................................................................................................................. 54 5.1.6. CORTINA DE LUZ ........................................................................................................................... 56 5.2. DISPOSITIVOS COMPLEMENTARES PARA MONITORAMENTO DE REA ................................. 58 5.2.1. SCANNER ......................................................................................................................................... 59 5.2.2. TAPETE DE SEGURANA .............................................................................................................. 59 5.3. DISPOSITIVOS DE PARADA DE EMERGNCIA ................................................................................ 61 5.4. MONITORAMENTO DO CURSO DO MARTELO................................................................................. 61 5.5. COMANDOS ELETRICOS DE SEGURANA ....................................................................................... 62 5.5.1. CONTROLADOR LGICO PROGRAMVEL (CLP) DE SEGURANA ........................................ 62 5.5.2. CHAVES DE SEGURANA.............................................................................................................. 63 5.5.3. RELS DE SEGURANA ................................................................................................................. 63 5.6. SISTEMAS DE RETENO MECNICA CALOS DE SEGURANA............................................ 64 5.7. PLATAFORMAS DE ACESSO ................................................................................................................ 65 6. CATEGORIAS DE RISCOS.......................................................................................................................... 66 6.1. CATEGORIA B ............................................................................................................................................. 67 6.2. CATEGORIA 1.............................................................................................................................................. 67 6.3. CATEGORIA 2.............................................................................................................................................. 68 6.4. CATEGORIA 3.............................................................................................................................................. 68 6.5. CATEGORIA 4.............................................................................................................................................. 68 7. CONCLUSES E CONSIDERAES........................................................................................................ 69 8. BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................................. 69 9. ANEXOS .......................................................................................................................................................... 70 9.1. ANEXO A NOTA TCNICA 16/DSST ........................................................................................................ 70 9.2. ANEXO B CHECK LIST PRENSA DE ENGATE E CHAVETA ....................................................................... 80 9.3. ANEXO C CHECK - LIST PRENSA DE FREIO FRICO ............................................................................... 82 9.4. ANEXO D CHECK LIST PRENSA HIDRULICA ........................................................................................ 86

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1. INTRODUO

No incio da dcada de 1980, entidades representativas de trabalhadores, comeavam a externalizar para a sociedade o sofrimento das vtimas de acidentes de trabalho. Significativa parcela das leses dos membros superiores se originava de trabalho com prensas e similares. Em 1989, com o apoio da DRT/SP, O Auditor-Fiscal do Trabalho Rui Magrini e mais alguns colaboradores, pesqisaram condies de trabalho com prensas mecnicas nas indstrias da zona norte da cidade de So Paulo, revelando que 91% destas mquinas eram do tipo engate por chaveta; 38% exigiam o ingresso das mos dos operadores nas zonas de prensagem e 78% apresentavam a zona de prensagem aberta. Tais situaes corroboravam o elevado nmero de acidentes graves apresentados nas estatsticas da Previdncia Social. A grande quantidade destas mquinas instaladas no parque fabril nacional levou necessidade de aes coletivas. Nun esforo de reverso desta situao, de 1993 a 1995, a Conveno Coletiva Geral dos Metalrgicos de So Paulo promoveu a criao de uma subcomisso bipartite de carter permanente, especfica para estudar o assunto. Em 1996, a DRT/SP, em busca de um diagnstico aperfeioado, abriu discusso com rgos pblicos, tcnicos e acadmicos, alm das representaes sindicais, visando o estabelecimento de protees e procedimentos para trabalho seguro com prensas e siimilares. Nascia assim o PPRPS Programa de preveno de Riscos em Prensas e Similares. Na continuidade, a Portaria DRT/SP n50 de 11/09/1997 criou a Comisso de Negociao Tripartite sobre Proteo em Prensas Mecnicas, onde evoluiu o entendimento entre as partes. Em abril de 1999, o Brasil foi sede do XV Congresso Mundial de Segurana e Sade no Trabalho, que premiou com o 1 lugar, dentre concorrentes internacionais, o vdeo elaborado em conjunto pela DRT/SP/Fundacentro e o Sindicato dos Matalrgicos de SP, Mquina

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Risco Zero, demonstrando o andamento das negociaes e meios de preveno de acidentes com prensas e similares. Embalados pelo clima festivo da premiao e pelo estabelecimento, desde o final de 1997, da proibio de construo de prensas com engate por chaveta, atravs da Norma ABNT NBR 13930 Prensa Mecnica Requisitos de Segurana, foi firmada, em 27 de maio de 1999, a Conveno Coletiva adotando a obrigatoriedade de implantao do PPRPS pelos signatrios, com alcance aos municpios de So Paulo, Mogi das Cruzes e regio. Posteriormente, a Conveno Coletiva que estabelecia o PPRPS foi ampliada para as outras Convees j existentes, como de injetoras e galvnicas, e estendida para todo estado de So Paulo. Em 2004, o Ministrio do Trabalho, a fim de uniformizar e divulgar boas prticas em nvel nacional, ouvidos os trabalhadores, empregadores e fabricantes, publicou Nota Tcnica, que levou o nmero NT 37/2004, a qual estabeleceu princpios para proteo de prensas e similares, Nota esta que foi substituda pela Nota Tcnica de nmero NT 16/2005, com pequenas adequaes.

1.1. ObjetivosEste trabalho tem como objetivo apresentar boas prticas a serem adotadas por todos aqueles que fabricam e utilizam prensas e similares, buscando a preservar a integridade fsica do trabalhador, implantando o PPRPS ou acolhendo os princpios da NT 16/2005.

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2. BASE LEGAL

A Lei n 6514 de 22 de dezembro de 1977, alterou o Captulo V da Consolidao das Leis do Trabalho, relativo Segurana e Medicina do Trabalho. A Seo XI - Das mquinas e equipamentos do novo texto legal traz os artigo 184, 185 e 186, cuja redao a seguinte: Art. 184. As mquinas e os equipamentos devero ser dotados de dispositivos de partida e parada e outros que se fizerem necessrios para a preveno de acidentes do trabalho, especialmente quanto ao risco de acionamento acidental. Pargrafo nico. proibida a fabricao, a importao, a venda, a locao e o uso de mquinas e equipamentos que no atendam ao disposto neste artigo. Art. 185. Os reparos, limpeza e ajustes somente podero ser executados com as mquinas paradas, salvo se o movimento for indispensvel realizao do ajuste. Art. 186. O Ministrio do Trabalho estabelecer normas adicionais sobre proteo e medidas de segurana na operao de mquinas e equipamentos, especialmente quanto proteo das partes mveis, distncia entre elas, vias de acesso s mquinas e equipamentos de grandes dimenses, emprego de ferramentas, sua adequao e medidas de proteo exigidas quando motorizadas ou eltricas. O artigo 184 estabelece a obrigatoriedade da dotao de dispositivos de partida e parada das mquinas e equipamentos, ressaltando a importncia de impedir o acionamento acidental. Esta previso legal visa permitir ao trabalhador ter ao seu alcance os comandos de acionamento e parada da mquina que estiver operando, de forma a agir rapidamente quando ocorrer uma situao de risco para si prprio ou para outro trabalhador que estiver prximo mquina. O pargrafo nico do referido artigo probe a fabricao, a importao, a venda, a locao e o uso de mquinas e equipamentos que no atendam ao que est no caput do artigo. O artigo 185 determina que as intervenes de manuteno e ajustes da mquina sejam feitos com a mesma parada, faz ressalva, entretanto, a necessidade de movimento para alguns ajustes.

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O artigo 186 delega ao Ministrio do Trabalho a competncia para estabelecer normas adicionais para a proteo de mquinas e equipamentos, o que foi reforado pelo artigo 200 da CLT. Esta delegao foi cumprida atravs da Norma Regulamentadora 12. A NR 12, por sua vez, foi introduzida no ordenamento jurdico pela Portaria 3241 de 8 de junho de 1978, tratando exclusivamente de Mquinas e Equipamentos. Os itens que relacionados com o tema deste trabalho so os seguintes: 12.1 Instalaes e reas de Trabalho. 12.1.2 As reas de circulao e os espaos em torno de mquinas e equipamentos devem ser dimensionados de forma que o material, os trabalhadores e os transportadores mecanizados possam movimentar-se com segurana. 12.1.8 As mquinas e os equipamentos de grandes dimenses devem ter escadas e passadios que permitam acesso fcil e seguro aos locais em que seja necessria a execuo de tarefas 12.2 Normas de Segurana para Dispositivos de Acionamento, Partida e Parada de Mquinas e Equipamentos. 12.2.1 As mquinas e os equipamentos devem ter dispositivos de acionamento e parada localizados de modo que: c) possa ser acionado ou desligado em caso de emergncia, por outra pessoa que no seja o operador; d) no possa ser acionado ou desligado, involuntariamente, pelo operador, ou de qualquer outra forma acidental; 12.2.2 As mquinas e os equipamentos com acionamento repetitivo, que no tenham proteo adequada, oferecendo risco ao operador, devem ter dispositivos apropriados de segurana para o seu acionamento. 12.3 Normas sobre Proteo de Mquinas e Equipamentos. 12.3.1 As mquinas e os equipamentos devem ter suas transmisses de fora enclausuradas dentro de sua estrutura ou devidamente isoladas por anteparos adequados.

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12.3.3 As Mquinas e os equipamentos que ofeream risco de ruptura de suas partes, projeo de peas ou partes destas, devem ter os seus movimentos, alternados ou rotativos, protegidos. 12.3.5 As mquinas e os equipamentos que utilizarem ou gerarem energia eltrica devem ser aterrados eletricamente, conforme previsto na NR-10. 12.3.6 Os materiais a serem empregados nos protetores devem ser suficientemente resistentes, de forma a oferecer proteo efetiva. 12.3.7 Os protetores devem permanecer fixados, firmemente mquina, ao equipamento, piso ou a qualquer outra parte fixa, por meio de dispositivos que, em caso de necessidade, permitam sua retirada e recolocao imediatas. 12.5 Fabricao, Importao, Venda e Locao de Mquinas e Equipamentos. 12.5.1 proibida a fabricao, a importao, a venda, a locao e o uso de mquinas e equipamentos que no atendam s disposies contidas nos itens 12.2 e 12.3 e seus subitens, sem prejuzo da observncia dos demais dispositivos legais e regulamentadores sobre Segurana e Medicina do trabalho. 12.5.2 O Delegado Regional do Trabalho ou Delegado do Trabalho Martimo, conforme o caso, decretar a interdio da mquina ou do equipamento que no atender ao disposto no suitem12.5.1. 12.6 Manuteno e Operao 12.6.1 Os reparos, a limpeza, os ajustes e a inspeo somente podem ser executados com as mquinas paradas, salvo se o movimento for indispensvel sua realizao. 12.6.3 A manuteno e inspeo das mquinas e dos equipamentos devem ser feitas de acordo com as instrues fornecidas pelo fabricante e/ou de acordo com as normas tcnicas oficiais vigentes no Pas. 12.6.6 Nas paradas temporrias ou prolongadas, os operadores devem colocar os controles em posio neutra, acionar os freios e adotar outras medidas, com o objetivo de eliminar riscos provenientes de deslocamentos.

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3. PRENSAS

3.1. DEFINIO:Prensas so mquinas utilizadas na conformao e corte de materiais diversos, onde o movimento do martelo (puno) proveniente de um sistema hidrulico/pneumtico (cilindro hidrulico/pneumtico) ou de um sistema mecnico, onde o movimento rotativo transformado em linear atravs de sistemas de bielas, manivelas ou fusos. Quanto ao sistema de transmisso do movimento do martelo, as prensas apresentam diversas modalidades. Neste trabalho abordaremos as mais utilizadas no parque industrial brasileiro.

3.2. PRENSAS MECNICAS EXCNTRICAS DE ENGATE POR CHAVETA OU ACOPLAMENTO EQUIVALENTE PMEEC:As prensas excntricas mecnicas de engate por chaveta (PMEEC) tm como caractersticas o curso limitado, energia constante e fora varivel do martelo em funo da altura de trabalho. Podem ter o corpo em forma de C ou em forma de H, com transmisso direta do volante ou com reduo por engrenagens, com mesa fixa ou regulvel, horzontal ou inclinada. O volante, movimentado por um motor eltrico, est apoiado ne extremidade de um eixo, atravs de uma bucha de engate onde se encaixa uma chaveta rotativa (meia cana). Em sua outra extremidade o eixo est fixado em uma bucha excntrica, alojada em uma biela, responsvel pela transformao do movimento rotativo em movimento linear. Quando acionada, atravs de um pedal eltrico, pneumtico ou hidrulico, ou comando bimanual ( proibido o uso de pedais ou alavancas mecnicas), um dispositivo mecnico ou pisto hidrulico movimenta um pino em forma de L, puxando uma mola que faz com que a

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chaveta rotativa seja acoplada bucha de engate, transmitindo o movimento de rotao ao conjunto eixo/bucha excntrica, transformado em movimento linear pela biela, realizando o trabalho de descida e subida do martelo. As prensas mecnicas excntricas de engate por chaveta, uma vez acionadas, possuem ciclo completo de trabalho, que consiste no movimento do martelo a partir de sua posio inicial, no Ponto Morto Superios (PMS), at o Ponto Morto Inferior (PMI), e retorno posio inicial do ciclo, no sendo possvel comndar a parada imediata do martelo aps iniciado o seu movimento de descida. Este o tipo de prensa mais utilizado no Brasil, por seu menor custo e baixa complexidade construtiva, sendo largamente encontrada em estamparias onde so requeridos maior preciso e repuxos pouco profundos.

Figura 1 PMEEC completamente desprotegida.

3.2.1. RISCOS DE ACIDENTES E MEDIDAS DE PROTEO

3.2.1.1. CADEIA CINEMTICA

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So todas as peas que geram movimento para ser aplicado no martelo. So exemplos os volantes, as engrenagens, os eixos, as bielas, as guias, as correias, etc. Estes componentes devem ser protegidos, conforme determina a NR 12 Mquinas e Equipamentos em seus itens 12.2 e 12.3.

A Motor B- Volante C- Eixo D- Biela E - Martelo

Figura 2 Desenho esquemtico da cadeia cinemtica da PMEEC

Figura 3 Eixo excntrico da PMEEC

Figura 4 Biela da PMEEC

O conjunto ponta do eixo biela dever ter proteo fixa, integral e resistente, pois em caso de ruptura do eixo prximo biela por sobrecarga ou fadiga (Figura 5), evitar que o conjunto formado por flange da porca do eixo, porca e sextavado do eixo, bucha excntrica, biela e mais o pedao do eixo se projete sobre o operador, vindo a cair sobre sua cabea. J ocorreram vrios acidentes deste tipo em todo o Brasil, e muitos acidentes foram fatais.

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Figura 5 Eixo rompido da PMEEC

Para evitar este tipo de acidente deve se instalar um elo salva-vidas, que consiste em um cabo de ao fixado no corpo da mquina e na biela, de maneira que permita apenas a biela fazer o seu movimento de translao. No pode ser soldado, pois a solda certamente vai se romper com a trepidao da prensa. Outra soluo o enclausuramento do conjunto eixo biela atravs de protees fixas, que a mesma forma que o elo salva-vida, impedem a queda do conjunto sobre o trabalhador.

Figura 6 Elo salva-vida

Devido s suas caractersticas construtivas, freqente nestas prensas a ocorrncia de um fenmeno denominado repique (repetio de golpe), devido a falhas mecnicas no sistema de acoplamento, como a quebra ou desgaste da chaveta ou do pino L, relaxamento das molas, entre outros, ocasionando a descida involuntria do martelo, por uma ou mais vezes. As principais causas do repique so:

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1. Aps ter efetuado uma volta, a chaveta no encontra a lingeta partindo ento para uma nova volta. Este se trata do golpe redobrado imediato. 2. O outro tipo se refere escora, ou lingeta, que retorna para sua posio desligada ou desengatada muito tarde: a chaveta para, mas em posio precria ou instvel e, desse modo, ela pode ento retornar novo ciclo, sem ter havido imposio do mecanismo de acionamento. Este ltimo caso representa o mais inesperado, portanto o que oferece o maior risco de acidentes. 3. O outro ponto que deve ser destacado como integrante de formao do golpe redobrado ou repique a ruptura da chaveta por fadiga. Este elemento da mquina est normalmente submetido a diversos e repetitivos esforos, que podem alcanar 8000 ciclos/dia.

Figura 7 - Pino L + Chaveta

Figura 8 Chaveta quebrada

3.2.1.2. ZONA DE PRENSAGEM

O espao entre o martelo e a mesa da prensa, onde se coloca o ferramental, chamado Zona de Prensagem, sendo rea onde o martelo aplica a fora. Nela encontra-se a maior rea de

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risco, visto que a exposio do operador pode ocorrer a cada ciclo, repetindo-se vrias vezes ao longo da jornada. Por este motivo dever ser garantido o impedimento fsico ao ingresso de qualquer parte do corpo, vestimenta, especialmente das mos do operador na zona de prensagem. Para tanto, as empresas devem valer-se das seguintes opes de protees. a) estar enclausuradas, com protees fixas, e, havendo necessidade de troca freqente de ferramentas, com protees mveis dotadas de intertravamento com bloqueio, por meio de chave de segurana, de modo a permitir a abertura somente aps a parada total dos movimentos de risco ou, b) operar somente com ferramentas fechadas.

Figura 9 PMEEC protegida

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Figura 10 Ferramenta fechada

A no adoo de pelo menos uma das opes acima considerado como situao de grave e iminente risco, podendo ocasionar a imediata interdio do equipamento pela fiscalizao do Ministrio do Trabalho. As protees devem ser projetadas de modo a serem eficientes e no criarem para o operador outros riscos de acidente, como por exemplo o efeito guilhotina (Figura 11) e cantos vivos.

Figura 11 Proteo que permite o efeito guilhotina.

Dispositivos como pinas e tenazes podem ser utilizadas somente para atividades de forjamento a quente ou a morno, com medidas de proteo que garantam o distanciamento do trabalhador rea de risco, ficando vedado o uso de afasta mos.

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Figura 12 Utilizao incorreta de pina.

Figura 13 Salva mo

Devero ainda, ser providas de proteo fixa integral e resistente, atravs de chapa ou outro material rgido que impea o ingresso das mos e dedos nas reas de riscos como volantes, polias, correias e engrenagens. Estas protees devero prever a reteno mecnica dos componentes quanto queda por ruptura dos mesmos.

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Figura 14 Prensa com todas as partes mveis protegidas.

Para manuteno ou troca de ferramental, poder se dispor de proteo mvel intertravada que garanta a parada total da mquina (monitor de deteco de movimento); dever ainda se utilizar dispositivo de reteno mecnica (calo) instalado entre a mesa e o martelo. A mquina dever ser provida de chave seccionadora ou dispositivo de mesma eficcia, dotado de bloqueio que impea qualquer partida inesperada. proibido o uso de pedais ou alavancas mecnicas para o acionamento. Comando tipo bimanual podero ser utilizados como acionadores a fim de eliminar o pedal, porm no constituem proteo. Poder ser admitida a utilizao de pedais com atuao eltrica, pneumtica ou hidrulica, dentro de uma caixa de proteo, respeitando as dimenses previstas na NBRNM-ISSO 13853:2003, desde que no haja acesso Zona de Prensagem atravs de barreira fsica ou quando utilizada ferramenta fechada. Os pedais devem ser instalados em local acessvel ao operador, porm inacessvel para outras pessoas na rea.

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Figura 15 Pedal de acionamento.

3.3. PRENSAS MECNICAS FREIO/EMBREAGEM PMEFE:

EXCNTRICAS

COM

As prensas mecnicas excntricas com freio/embreagem (PMEFE) tambm tm como caractersticas o curso limitado, energia constante e fora varivel do martelo em funo da altura de trabalho. Podem ter o corpo em forma de C ou em forma de H, com transmisso direta do volante ou com reduo por engrenagem, com mesa fixa ou regulvel, horizontal ou inclinada. O volante, movimentado por um motor eltrico, est apoiado na extremidade de um eixo, ligado a um sistema de freio/embreagem. Em sua outra extremidade o eixo est fixado em uma bucha excntrica, alojada em uma biela, responsvel pela transformao do movimento rotativo em movimento linear. Quando acionada, atravs de um pedal eltrico, pneumtico ou hidrulico, ou comando bimanual, uma ou mais vlvulas pneumticas ou hidrulicas recebem o sinal, permitindo a entrada do fludo, liberando o freio e, simultaneamente, acoplando a embreagem, transmitindo o movimento de rotao ao conjunto eixo/bucha excntrica, transformado em movimento linear pela biela, realizando o trabalho de descida e subida do martelo. Uma vez executado o ciclo, este fludo liberado e o martelo pra, atravs do freio que acionado por molas, pois estas unidades so normalmente freadas.

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Diferentemente das PMEEC, estas prensas, uma vez acionadas, podem ter o movimento de descida do martelo interrompido durante o ciclo de trabalho. As PMEFE tambm podem apresentar repique, devido a falhas na vlvula ou no sistema de acoplamento, como o desgaste do freio, entre outros, ocasionando a descida involuntria do martelo, por uma ou mais vezes. Os pedais de acionamento esto historicamente ligados a acidentes e devem ser evitados, porm em casos onde tecnicamente no possvel a utilizao de acionamento atravs de controle bi-manual, poder ser admitido o uso de pedais com atuao eltrica, pneumtica ou hidrulica desde que instalados em uma caixa de proteo contra acionamento acidental e somente com a zona de prensagem protegida atravs de barreira fsica, cortina de luz ou utilizao de ferramenta fechada. O nmero de pedais dever corresponder ao nmero de operadores na prensa, com chave seletora de posies tipo yale ou outro sistema com funo similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da prensa sem que todos os pedais sejam acionados. Este tipo de prensa, por ser mais confivel e ter s mesmas caractersticas de produo, tende a substituir as PMEEC nas indstrias do Brasil, a exemplo do que vem acontecendo no restante do mundo.

Figura 16 Prensa mecnica excntrica freio/embreagem - PMEFE

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3.3.1. CADEIA CINEMTICA So todas as peas que geram um movimento para ser aplicado no martelo. So exemplos os volantes, as embreagens, os eixos, as guias, as correias, etc.

Figura 17 Eixo excntrico

Figura 18 Biela com martelo acoplado e martelo biela simples

Figura 19 PMEFE protegida

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Por se tratar de prensa excntrica mecnica, dever receber proteo fixa, integral e resistente contra queda da biela e nas transmisses de fora, atravs de chapa ou outro material rgido que impea o ingresso das mos e dedos nas reas de risco tais como: volantes, polias, correias e engrenagens (Figura 19).

3.3.2. SISTEMA FREIO EMBREAGEM Sistema utilizado em prensas para acoplar o eixo de rotao ao mecanismo biela/manivela, garantindo a parada do movimento em qualquer posio do curso de deslocamento do martelo.

Figura 20 Conjunto freio/embreagem

Figura 21 Conjunto freio/embreagem instalado

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3.3.2.1. SISTEMA CONJUGADO

Seu acionamento pode ser pneumtico ou hidrulico; uma vez acionada a vlvula de segurana o fluido introduzido na cmara, que libera o freio e aciona a embreagem. Executado o ciclo, este fluido liberado e a prensa pra atravs do freio acionado por molas.

3.3.2.2. SISTEMA SEPARADO

Para prensas de grande porte, a embreagem montada de um lado da mquina e o freio do outro. A embreagem ancorada ao volante sendo necessrias duas vlvulas de segurana; seu acionamento deve ser sincronizado liberando o freio antes da embreagem e atuando o freio aps a liberao da embreagem.

Disco do Freio

Volante

Disco de embreagem

Figura 22 Sistema freio/embreagem posio de repouso mquina parada

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Libera o disco de freio

Acopla o disco de embreagem

Introduo de ar comprimido

Figura 23 Sistema freio/embreagem em posio de funcionamento mquina em movimento

3.3.2.3. VLVULA DE SEGURANA

As PMEFE e seus respectivos similares devem ser comandados por vlvula de segurana especfica, de fluxo cruzado, conforme o item 4.7 da NBR 13930:2001 e a EM 692:1996, classificadas como tipo ou categoria 4, conforme a NBR 14009:1997. O funcionamento desses vlvulas est esquematizado nas seguintes figuras: Figura 25, Figura 26, Figura 27 e Figura 28. A confiabilidade da preciso de parada de movimento do martelo depende da vlvula de segurana ser livre de presso residual, evitando uma nova descida involuntria do martelo (repique), garantindo ainda em qualquer tempo a parada da descida do martelo atravs de uma rpida liberao do ar e o acoplamento do freio. A prensa ou similar deve possuir rearme manual, incorporado vlvula de segurana ou em qualquer outro componente do sistema, de modo a impedir qualquer acionamento adicional em caso de falha. Nos modelos de vlvulas com monitorao dinmica externa por pressostato, micro-switches ou sensores de proximidade, este deve ser realizada por controlador lgico programvel (CLP) de segurana ou lgica equivalente, com redundncia e auto-teste, classificados como tipo ou categoria 4, conforme a NBR 14009:1997.

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26

Somente podem ser utilizados silenciadores de escape que no apresentem risco de entupimento, ou que tenham passagem livre correspondente ao dimetro nominal, de maneira que no interfiram no tempo de frenagem. Quando forem utilizadas vlvulas de segurana independentes para o comando de prensas e similares com freio e embreagem separados, estes devem ser interligados de modo a estabelecer uma monitorao dinmica entre si, assegurando que o freio seja imediatamente aplicado caso a embreagem seja liberada durante o ciclo, e tambm impedir que a embreagem seja acoplada caso a vlvula do freio no atue. Os sistemas de alimentao de ar comprimido para circuitos pneumticos de prensas e similares devem garantir a eficcia das vlvulas de segurana, possuindo purgadores ou sistema de secagem do ar e sistema de lubrificao automtica com leo especifico para este fim.

Figura 24 Vlvula pneumtica de segurana ROSS de fluxo cruzado com silenciador instalado.O comando de acionamento

APLICAES CATEGORIA 4

alimentado pelo fluxo cruzado.

Escape Sada

Entrada

Pequena Retorno final pneumtico passagem

POSIO INICIAL

Figura 25 Vlvula de segurana corte transversal e esquema de funcionamento

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27A alimentao do Caso um dos mbolos no retorne, ou retorne com atraso, a vlvula assume a posio de bloqueio. A entrada fechada e o freio/embreagem despressurizado.

comando

APLICAES CATEGORIA 4

despressurizada, no possvel nenhum acionamento adicional.

O

mbolo

pode

retornar

parcialmente pela ao da mola, mas no mais possvel o retorno total.

FALHA

Figura 26 Vlvula de Segurana falhaA alimentao do comando despressurizada, no

APLICAES CATEGORIA 4

possvel nenhum acionamento adicional.

Permanece aberto.

Em caso de falha, o mbolo pode retornar parcialmente pela ao da mola, mas no mais possvel o retorno total.

FALHA - BLOQUEIO

Figura 27 - Vlvula de Segurana bloqueio da falha

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28

Os pilotos so despressurizados durante a aplicao do reset. A vlvula no pode ser atuada.

APLICAES CATEGORIA 4

O mbolo principal reposicionado.

Escape para atmosfera. Solenide do reset

RESET APLICADO

Figura 28 - Vlvula de Segurana reset aplicado

3.3.2.4. ZONA DE PRENSAGEM

O espao entre o martelo e a mesa da prensa, onde se coloca o ferramental, chamado Zona de Prensagem, sendo rea onde o martelo aplica a fora. Nela encontra-se a maior rea de risco, visto que a exposio do operador pode ocorrer a cada ciclo, repetindo-se vrias vezes ao longo da jornada. Diferentemente das PMEEC, a zona de prensagem poder dispor de variados recursos para proteo. Para as PMEFE, alm das protees fsicas possvel dispor de protees com deteco atravs da aproximao, tais como cortinas de luz e dispositivos do tipo comando bi-manual que atenda a NBR-14152:1998 tipo IIIC. O nmero de comandos bi-manuais deve corresponder ao nmero de operadores na mquina. As cortinas de luz devero ser adequadamente selecionadas e instaladas com redundncia e autoteste, classificadas como tipo ou categoria 4, conforme a IEC EM 61496:2004 e a NBR NM14153:1998. Havendo possibilidade de acesso a reas de risco no monitoradas pela(s) cortina(s), devem existir protees fixas ou mveis dotadas de intertravamento por meio de

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29

chaves de segurana, garantindo a pronta paralisao da mquina sempre que forem movimentadas, removidas ou abertas, conforme NBR 272:2002 NBR NM272:2003. Desta forma, as opes de proteo das PMEFE so as seguintes: a)ser enclausuradas, com protees fixas ou mveis dotadas de intertravamento com chave de segurana ou b) operar somente com ferramentas fechadas ou c) utilizar cortina de luz conjugada com comando bi-manual. Para manuteno e troca de ferramentas, a mquina dever ter suas energias (eltricas, hidrulicas, pneumticas e de gravidade entre outras) zeradas ou bloqueadas, alm do uso de dispositivo de reteno mecnica. Para garantir a parada da mquina, devero estar adequadamente dimensionados e instalados o sistema freio/embreagem, a vlvula de segurana e a cortine de luz monitorado por rel ou CLP de segurana. fundamental o monitoramento do freio.

Figura 29 Exemplo de fluxo seqencial dos dispositivos de segurana de parada da PMEFE.

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30

3.4. PRENSAS MECNICAS DE ACIONAMENTO POR FUSOPMFAF:

FRICO

COM

Neste tipo de prensa, conhecida tambm por prensa tipo parafuso ou prensa por fuso, o martelo desce por meio de um grande parafuso (fuso) linear reversvel, sendo acionado por meio de dois robustos volantes laterais, posicionados verticalmente, que friccionam um volante horizontal central, localizado no ponto superior do fuso, permitindo deste modo a realizao do movimento de descida e subida do martelo por meio do atrito dos volantes com o volante horizontal. Esta mquina no de ciclo completo, permitindo a parada do martelo durante seu movimento de descida; todavia, a grande inrcia existente no sistema no permite a preciso na parada do martelo. Nesta mquina no possvel a adoo de dispositivos de deteco atravs da aproximao, tais como cortina de luz ou dispositivos fixos tipo comando bi-manual para comandar a parada do martelo.

Figura 30 PMFAF completamente deprotegida

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3.4.1. CADEIA CINEMTICA DA PMFAF So todas as peas que geram um movimento para ser aplicado no martelo. So exemplos os volantes, as engrenagens, os eixos, as guias, as correias, etc.

Legenda: A-motor B-polias C- Volantes D- eixo E fuso F - martelo

Figura 31 Desenho esquemtico da PMFAF.

Figura 32 Fuso

Figura 33 Volante

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3.4.2. ZONA DE PRENSAGEM DA PMFAF O espao entre o martelo e a mesa da prensa, onde se coloca o ferramental, chamado Zona de Prensagem, sendo rea onde o martelo aplica a fora. Nela encontra-se a maior rea de risco, visto que a exposio do operador pode ocorrer a cada ciclo, repetindo-se vrias vezes ao longo da jornada. Nesta mquina no possvel a incorporao de dispositivos de segurana como cortina de luz e comando bi-manual para prover proteo na zona de prensagem

3.4.3. PROTEO EM PMFAF Do mesmo modo que as PMEEC, dever ser impedido o acesso zona de prensagem por todos os lados, atravs de proteo fsica fixa durante o ciclo normal de trabalho, podendo ainda operar com ferramentas fechadas, conforme a NBR NM 272:2002. Em situaes de trabalho a morno e a quente admite-se a utilizao de pedais de acionamento com atuao eltrica, pneumtica ou hidrulica, adequadamente protegidos contra acionamento acidental e proteo parcial na zona de alimentao e descarga com o uso de tenazes ou pinas, desde que sejam adotadas medidas de proteo que garantam o distanciamento do trabalhador. As transmisses de fora, como volantes, polias, correias e engrenagens, devem ter protees fixas, integrais e resistentes, atravs de chapa ou outro material rgido que impea o ingresso das mos e dos dedos nas reas de risco, conforme a NBR NM 13852:2003. A proteo dos volantes superiores deve ser especialmente resistente para impedir a projeo dos mesmos. No caso de utilizao de cinta de atrito no volante horizontal, esta dever receber proteo para evitar que partes sejam lanadas no caso de seu rompimento. Para manuteno ou troca de ferramental, necessrio a utilizao de proteo mvel intertravada que garanta a parada total da mquina (monitor de detco de movimento), devendo ainda utilizar-se de dispositivo de reteno mecnica (por exemplo: calo) instalado

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33

entre a mesa e o martelo. A mquina dever ser provida de chave seccionadora ou dispositivo de mesmo eficcia, dotado de bloqueio que impea a partida da mesma. proibido o uso de pedais ou alavancas mecnicas para o acionamento. Comandos do tipo bimanual podero ser utilizados como acionadores, a fim de eliminar o pedal, porm no constituem proteo. Poder ser admitida, para trabalhos a frio, utilizao de pedais de atuao eltrica, pneumtica ou hidrulica, dentro de uma caixa de proteo respeitando as dimenses previstas na NBR NM-ISSO 13853:2003, desde que no haja acesso zona de prensagem atravs de barreira fsica ou quando utilizada ferramenta fechada. O brao da alavanca de acionamento deve ser ligado ao corpo da mquina atravs de um cabo de ao, com o objetivo de impedir que no caso de ruptura o brao venha a cair sobre o operador ou outro funcionrio.

Figura 34 PMFAF detalhe da alavanca desprotegida

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3.5. PRENSAS HIDRULICAS - PHTais prensas so normalmente utilizadas em operaes de repuxo profundo, pois possuem as maiores capacidades de fora de estampagem. As prensas hidrulicas tm como caractersticas a fora constante em qualquer ponto do curso do martelo e possuem, geralmente, o corpo em forma de H, com duas ou quatro colunas, com mesa fixa ou regulvel, horizontal ou inclinada, podendo ter inmeras outras caractersticas adicionais, como duplo e triplo efeito. Quando acionadas, atravs de um pedal eltrico, pneumtico oi hidrulico, ou comando bimanual, o martelo recebe o movimento de um ou mais cilindros hidrulicos que se deslocam pela ao do fludo (leo) que injetado por bombas hidrulicas de alta presso e motores potentes. Seu movimento, na maioria das vezes, lento e, do mesmo modo que nas PMEFE, pode ser interrompido a qualquer momento do ciclo de trabalho. As PH, por suas caractersticas peculiares, podem apresentar falhas como: Avano involuntrio (vlvula pilota sozinha); Falha no comando das vlvulas (no desligam); Queda do martelo. As PH podem possuir modo de acionamento contnuo com o uso de alimentadores automticos; nesta condio, os riscos de acidente so maiores, j que no existe comando do homem para a execuo do ciclo.

3.5.1. PRINCIPAIS COMPONENTES DA PH

Dissertao de concluso de curso Figura 35 Cilindro hidrulico.

35

Figura 36 Desenho em corte de cilindro hidrulico.

Figura 37 Conjunto motobomba

3.5.1.1. VLVULA OU BLOCO DE SEGURANA HIDRAULICO

So dispositivos eletromecnicos especiais instalados em sistemas hidrulicos, com a finalidade de controle seguro contra acionamentos involuntrios ou falhos de componentes comandados que acionem partes de mquinas que coloquem em risco o indivduo ou que possuem redundncia e monitorao da acionamento das vlvulas.

Figura 38 Bloco de segurana para PH.

Figura 39 Vlvula de segurana para PH.

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36

3.5.1.2. VLVULA DE RETENO

vlvula de reteno aquela que impede a queda do martelo em caso de falha do sistema hidrulico ou pneumtico.

Figura 40 Vlvula hidrulica de reteno anti-queda.

3.5.2. ZONA DE PRENSAGEM O espao entre o martelo e a mesa da prensa, onde se coloca o ferramental, chamado Zona de Prensagem, sendo rea onde o martelo aplica a fora. Nela encontra-se a maior rea de risco, visto que a exposio do operador pode ocorrer a cada ciclo, repetindo-se vrias vezes ao longo da jornada. Diferentemente das PMEEC, a zona de prensagem poder dispor de variados recursos para proteo.

3.5.3. PROTEO EM PRENSAS HIDRULICAS Alm das protees fsicas possvel dispor de protees com deteco atravs da aproximao, tais como cortinas de luz e dispositivos do tipo comando bi-manual que atenda a NBR-14152:1998 tipo IIIC. O nmero de comandos bi-manuais deve corresponder ao nmero de operadores na mquina. As cortinas de luz devero ser adequadamente selecionadas e instaladas com redundncia e autoteste, classificadas como tipo ou categoria 4, conforme a IEC EM 61496:2004 e a NBR

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NM14153:1998. Havendo possibilidade de acesso a reas de risco no monitoradas pela(s) cortina(s), devem existir protees fixas ou mveis dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurana, garantindo a pronta paralisao da mquina sempre que forem movimentadas, removidas ou abertas, conforme NBR 272:2002 NBR NM272:2003. Desta forma, as opes de proteo das PH so as seguintes: a)ser enclausuradas, com protees fixas ou mveis dotadas de intertravamento com chave de segurana ou b) operar somente com ferramentas fechadas ou; c) utilizar cortina de luz conjugada com comando bi-manual. Para manuteno e troca de ferramentas, a mquina dever ter suas energias (eltricas, hidrulicas, pneumticas e de gravidade entre outras) zeradas ou bloqueadas, alm do uso de dispositivo de reteno mecnica. Os pedais de acionamento devem ser evitados, porm em casos onde tecnicamente no possvel a utilizao de acionamento atravs de controle bi-manual, poder ser admitido o uso de pedais com atuao eltrica, pneumtica ou hidrulica desde que instalados em uma caixa de proteo contra acionamento acidental e somente com a zona de prensagem protegida atravs de barreira fsica, cortina de luz ou utilizao de ferramenta fechada. O nmero de pedais dever corresponder ao nmero de operadores na prensa, com chave seletora de posies tipo yale ou outro sistema com funo similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da prensa sem que todos os pedais sejam acionados.

Figura 41 PH com cortina de luz, comando bi-manual e proteo lateral fixa

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4. SIMILARES

4.1. MARTELO PNEUMTICOO martelo pneumtico usado para o forjamento de peas. Possui uma cmara pneumtica que fica constantemente pressurizada por meio de vlvulas de ar. Quando acionado, a vlvula libera o ar comprimido que libera o martelo, permitindo sua descida por gravidade ou pela fora exercida por outra cmara de ar comprimido. No mesmo, no possvel a adoo de dispositivos de deteco atravs da aproximao, tais como cortina de luz ou dispositivos fixos tipo comando bi-manual para comandar a parada do martelo.

Figura 42 Martelo desprotegido.

4.1.1. PROTEO EM MARTELOS PNEUMTICOS. Do mesmo modo que as prensas mecnicas excntricas de engate por chaveta, o acesso zona de prensagem dever ser impedido por todos os lados, atravs de proteo fsica fixa durante o ciclo normal de trabalho. Em situaes de trabalho a morno e a quente admite-se a

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utilizao de pedais de acionamento com atuao eltrica, pneumtica ou hidrulica, adequadamente protegidos contra acionamento acidental e proteo parcial na zona de alimentao e descarga com o uso de tenazes ou pinas, desde que sejam adotadas medidas de proteo que garantam o distanciamento do trabalhador. Para manuteno e troca de ferramentas, a mquina dever ter suas energias (eltricas, hidrulicas, pneumticas e de gravidade entre outras) zeradas ou bloqueadas, alm do uso de dispositivo de reteno mecnica. proibido o uso de pedais ou alavancas mecnicas para o acionamento. Comando tipo bimanual podero ser utilizados como acionadores a fim de eliminar o pedal, porm no constituem proteo. Alm das protees j elencadas para as PMEEC devero ser adotados: O parafuso central da cabea do amortecedor preso com cabo de ao; O mangote de entrada de ar com protees que impeam sua projeo em caso de ruptura; Todos os prisioneiros travados com cabo de ao para evitar a projeo.

4.2. MARTELO DE QUEDASeu princpio de funcionamento consiste de um conjunto de elementos formados por estrutura de ao, volantes que giram livremente em relao ao eixo central, cinta de lona fixada em cada uma das extremidades ao eixo central e na outra ao martelo. A trajetria do martelo delimitada pelos perfis de ao fixados estrutura. Uma vez acionado, o eixo passa a girar acoplado aos volantes, enrolando assim a cinta e suspendendo o martelo. Na continuidade, este liberado e desce em queda livre, conformando a pea.

4.2.1. PROTEO EM MARTELOS DE QUEDAS

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Do mesmo modo que nas PMEEC, o acesso zona de prensagem dever ser impedido por todos os lados, atravs de proteo fsica fixa, durante o ciclo normal de trabalho. Em situaes de trabalho a morno e a quente admite-se a utilizao de pedais de acionamento acidental e proteo parcial na zona de alimentao e descarga com o uso de tenazes ou pinas, desde que sejam adotadas medidas de proteo que garantam o distanciamento de trabalhador. A rea de atuao da cinta deve ser munida de proteo fixa que garanta a segurana humana em caso de ruptura da mesma. O volante e as polias devero ser protegidos por estrutura rgida que garanta a conteno dos elementos girantes em caso de ruptura dos eixos. Para manuteno e troca de ferramentas, a mquina dever ter suas energias (eltricas, hidrulicas, pneumticas e de gravidade entre outras) zeradas ou bloqueadas, alm do uso de dispositivo de reteno mecnica. proibido o uso de pedais ou alavancas mecnicas para o acionamento. Comando tipo bimanual podero ser utilizados como acionadores a fim de eliminar o pedal, porm no constituem proteo.

Figura 43 Martelo de queda.

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4.3. DOBRADEIRA OU PRENSA VIRADEIRAOs tipos mais comuns de dobradeira possuem acionamento hidrulico atravs de cilindros e acionamento mecnico atravs de freio/embreagem ou engate por chaveta. Seu princpio de funcionamento o mesmo das prensas mecnicas ou hidrulicas. So utilizadas para dobrar chapas de acordo com a matriz que est sendo empregada, normalmente estreitas e longas.

4.3.1. PROTEO EM DOBRADEIRAS As dobradeiras devem possuir protees em todas as reas de risco, podendo ser fixas, moveis, dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurana e/ou dispositivos eletrnicos, suficientes para prevenir a ocorrncia de acidentes. Estes equipamentos tm como concepo construtiva os mesmos elementos das prensas, ou seja, o emprego de chavetas, freio/embreagem ou hidrulico. Assim como as PMEEC, as dobradeiras com acionamento por engate de chaveta no oferecem segurana contra falhas mecnicas, sendo que o acionamento bi-manual ou proteo contra ingresso da mo na zona de operao por cortina de luz, por si s, no garantem a segurana. As dobradeiras hidrulicas e as com freio/embreagem pneumtico podem dispor de proteo do tipo cortina de luz, desde que adequadamente selecionada e instalada e/ou acionamento bimanual.

Dissertao de concluso de curso Figura 44 Dobradeira protegida - vista frontal

42

Figura 45 - Dobradeira protegida vista traseira.

Podem ser utilizados os pedais com atuao eltrica, pneumtica ou hidrulica, dentro de uma caixa de proteo, respeitando as dimenses previstas na NBRNM-ISSO 13853:2003. No se admite o uso de pedais mecnicos. Pode ser afastada a exigncia de enclausuramento da zona de prensagem, desde que adotadas medidas adequadas de proteo aos riscos existentes. O nmero de pedais deve corresponder ao nmero de operadores na mquina, com chave seletora de posies tipo yale ou outro sistema com funo similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da mquina sem que todos os pedais sejam acionados, conforme NBR 14154:1996.

Dissertao de concluso de curso Figura 46 Dobradeira com uso inadequado de pedal.

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Nas dobradeiras com acionamento por engate por chaveta ou freio embreagem mecnico, jamais devem ser trabalhadas peas de pequenas dimenses, onde o operador fica segurando a pea a ser dobrada prximo matriz at a conformao, pois, uma vez acionada, o puno parte do ponto morto superior diretamente para o ponto morto inferior, sendo impossvel parar este movimento. O uso de dobradeiras com engate por chaveta s permitido para chapas grandes, onde o operador no necessita aproximar-se da zona de operao. Cuidados adicionais, como emprego de posicionadores, devem ser adotados a fim de evitar riscos adicionais no momento da conformao da pea, pois dependendo do ngulo da ferramenta a chapa poder sofrer uma rpida movimentao, partindo da posio horizontal paralela mesa para uma posio prxima da vertical, podendo atingir o trabalhador neste curso, ou provocar a prensagem dos dedos entre a chapa e o corpo da mquina.

Figura 47 Desenho do curso da ferramenta de dobra.

Figura 48 Situao irregular mo prxima ao ponto de dobra.

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Figura 49 Posicionador imantado.

Figura 50 Colocao da pea no posicionador imantado.

Figura 51 Encosto imantado

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Figura 52 Encosto imantado sobre a pea.

4.4. GUILHOTINA, TESOURA E CISALHADORA (MANUAL, MECNICA E HIDRULICA)Seu princpio de funcionamento semelhante ao da prensa mecnica e hidrulica, diferenciando-se apenas pelo movimento vertical que, neste caso, feito pelo suporte das lminas de corte na parte superior. No caso de tesouras, estes equipamentos operam com jogo laminar inferior e superior (facas), geralmente acionados por cames ou cilindros hidrulicos, porm suas funes so de corte.

4.4.1. PROTEO

EM

GUILHOTINAS,

TESOURAS

E

CISALHADORASAs guilhotinas, tesoura e cisalhadoras devem possuir na zona de corte, proteo fixa e, havendo necessidade de interveno freqente nas lminas, protees mveis dotadas de intertravamento com bloqueio, por meio de chave de segurana, para impedir o ingresso das mos e dedos dos operadores nas reas de risco. As dimenses para distanciamento seguro devem obedecer a NBR NM ISSO 138532:2003. Nas operaes com guilhotinas, com zona de corte devidamente protegida, podem ser utilizados os pedais com atuao eltrica, pneumtica ou hidrulica, desde que instalados no interior de uma caixa de proteo,

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atendendo o disposto na NBR NM ISSO 13853:2005. No se admite o uso de pedais com atuao mecnica.

Figura 53 Guilhotina com proteo frontal conjugado com cortina de luz.

Figura 54 - Guilhotina com proteo frontal.

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Figura 55 - Guilhotina com proteo lateral e traseira.

4.5. ROLO LAMINADOR, LAMINADORA E CALANDRASo equipamentos destinados a conformar e laminar chapas atravs de rolos de ao tracionados por sistema mecnico com motor e redutor ou motor hidrulico.

4.5.1. PROTEO

EM

ROLO

LAMINADOR,

LAMINADORA

E

CALANDRAOs rolos laminadores, laminadoras, calandras e outros similares devem ter seus cilindros protegidos, de forma a no permitir o acesso s reas de risco, ou serem dotados de outro sistema de proteo de mesma eficcia. Dispositivo de parada e retrocesso de emergncia, acessveis de qualquer ponto de posto de trabalho, so obrigatrios, mas no eliminam a necessidade de proteo obrigatria e eficaz dos cilindros.

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Figura 56 Calandra sem proteo.

Figura 57 Calandra com proteo do tipo mesa deslizante e empurrador.

Figura 58 Cilindro misturador de borracha com barra de emergncia e dois botes de emergncia.

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5. DISPOSITIVOS DE SEGURANA

5.1. Dispositivos de Proteo aos Riscos Existentes na Zona de Prensagem ou de TrabalhoO Art 186 da CLT e NR 12 em seu item 12.2.2 determina que as mquinas e os equipamentos com acionamento repetitivo devero receber proteo adequada. Segundo a NBR 272:2002 Segurana de Mquinas Protees Requisitos gerais para o projeto e construo de protees fixas e mveis, proteo definida como parte da mquina especificamente utilizada para prover proteo por meio de uma barreira fsica, devendo: No apresentar facilidade de burla; Prevenir o contato (NBR NM 13852 / 13853 / 13854) Ter estabilidade no tempo; No criar perigos novos como por exemplo, pontos de esmagamento ou agarramento, com partes da mquina ou de outras protees, extremidades e arestas cortantes ou outras salincias perigosas; No criar interferncia; Para melhor entendimento, encontram-se resumidos, abaixo, os itens que se aplicam s prensas e similares, da Norma NBR 13852 - Segurana de Mquinas - Distncias de segurana para impedir o acesso zonas de perigo pelos membros superiores.Tabela 1 - alcance ao redor (tabela 3 da NBR 13852)

Dimenses em mm Limitao do movimento Distncia de segurana sr

Ilustrao

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50

Limitao do movimento apenas no ombro e axila > 850

Brao apoiado at o cotovelo > 550

Brao Apoiado at o punho > 230

Brao e mo apoiados at a articulao dos dedos > 130

A: faixa de movimento do brao1)

dimetro de uma abertura circular, lado de uma abertura quadrada ou largura de uma abertura em forma

de fenda

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Tabela 2 - alcance atravs de aberturas - idade > 14 anos (tabela 4 NBR 13852)

Dimenses em mm Parte do Corpo Ilustrao Abertura Distncia de segurana sr fenda >2 quadrado >2 circular >2

e5

>5

6 15

>5

8 < e < 10 10 < e < 12

> 80 > 100

> 25 > 80

> 20 > 80

Dedo at articulao com a mo ou mo

12 < e < 20

> 120

> 120

> 120

20 < e < 30

> 850 1)

> 120

> 120

30 < e < 40 Brao at juno com o ombro1)

> 850

> 200

> 120

40 < e < 120

> 850

> 850

> 850

Se o comprimento da abertura em forma de fenda < 65 mm, o polegar atuar como um limitador e a distncia de segurana poder ser reduzida para 200 mm.

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As protees podem ser:

5.1.1. PROTEES FIXAS So as protees de difcil remoo, fixadas normalmente no corpo ou estrutura da mquina. Essas protees devero ser mantidas em sua posio fechada sendo de difcil remoo, fixadas por meio de solda ou parafusos, tornando sua remoo ou abertura impossvel sem o uso de ferramentas. Podem ser confeccionadas em tela metlica, chapa metlica ou policarbonato.

5.1.2. PROTEES MVEIS Essas protees geralmente esto vinculadas estrutura da mquina ou elemento de fixao adjacente que pode ser aberto sem o auxlio de ferramentas. As protees mveis (portas, tampas, etc) devem ser associadas a dispositivos de intertravamento de tal forma que: A mquina no pode operar at que a proteo seja fechada; Se a proteo aberta quando a mquina est operando, uma instruo de parada acionada. Quando a proteo fechada, por si s, no reinicia a operao, devendo haver comando para continuao do ciclo; Quando h risco adicional de movimento de inrcia, dispositivo de intertravamento de bloqueio deve ser utilizado, permitindo que a abertura de proteo somente ocorra quando houver cessado totalmente o movimento de risco.

5.1.3. ENCLAUSURAMENTO DA ZONA DE PRENSAGEM Essa proteo deve impedir o acesso zona de prensagem por todos os lados. Possuem frestas que possibilitam somente o ingresso do material e no da mo ou dedos. Suas dimenses e afastamentos devem obedecer a NBR NM 13852:2003, e NBR 13854. Pode ser constituda de protees fixas ou mveis dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurana, garantindo a pronta paralisao da mquina sempre que forem movimentadas, removidas ou abertas conforme NBR NM 272:2002 e 273:2002.

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Figura 59 Enclausuramento da zona de prensagem

Figura 60 Enclausuramento da zona de prensagem por protees mveis intertravadas

5.1.4. FERRAMENTA FECHADA Neste caso, a matriz fechada de tal modo que permita apenas o ingresso do material e no permita o acesso da mo e dos dedos na rea de prensagem. Esta condio dever ser

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preferencialmente analisada e desenvolvida durante a fase de projeto e confeco da ferramenta, podendo der adaptada em ferramentas j existentes, observando-se no criar riscos adicionais com a incorporao da proteo.

Figura 61 Ferramentas fechadas

5.1.5. COMANDO BI-MANUAL Este dispositivo exige a utilizao simultnea das duas mos do operador para o acionamento da mquina, garantindo assim que suas mos no estaro na rea de risco. Para que a mquina funcione, necessrio pressionar os dois botes simultaneamente com defasagem de tempo at 0,5s (atuao sncrona, conforme NBR 14152:1998, item 3.5). Os comandos bi-manuais devem ser ergonmicos e robustos, e possuir autoteste, sendo monitorados por CLP ou rel de segurana. A interrupo de um dos comandos bi-manuais resultar em sua parada instantnea. O autoteste garante a condio de no-acionamento em caso de falha de um dos componentes do circuito eltrico do comando bi-manual; atende, assim, o item 12.2.2 da NR 12 da Portaria 3214/78, NBR 13930:2001 e NBR 14152:1998 Segurana em mquinas Dispositivos de comando bi-manuais, aspectos funcionais para projeto. O nmero de comandos bi-manuais devem corresponder ao nmero de operadores na mquina, com chave seletora de posio tipo yale ou outro sistema com funo similar, de

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forma a impedir o funcionamento acidental da mquina sem que todos os comandos sejam acionados, conforme a NBR 14154:1996.

Figura 62 Comando bi-manual com boto de emergncia

A distncia mnima entre os dispositivos atuadores para prevenir a burla com a utilizao de mo e cotovelo de 550 mm.No caso de prevenir burla com a utilizao de uma mo 260 mm.

> 260 mm/ > 550 mm

Figura 63 Distncias mnimas entre os botes

Outra forma de impedir a burla do sistema bimanual a colocao de abas acima dos botes, essas abas devem impedir o acionamento simultneo com o cotovelo. Para verificar sua efetiva proteo, deve ser submetida a um ensaio com um cone de teste.

Figura 64 Ensaio do bimanual com o cone de teste

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Figura 65 Cone de teste para o bimanual

Os dispositivos de comando bi-manual no servem de proteo contra o ingresso na rea de prensagem para as prensas mecnicas excntricas por engate de chaveta e seus similares, prensas de frico com acionamento por fuso, martelo de queda e martelo pneumtico. Sua utilizao um recurso complementar importante, quando reduz ou elimina o uso de pedal.

5.1.6. CORTINA DE LUZ O sistema cortina de luz consiste de um transmissor, um receptor e um sistema de controle. O campo de atuao dos sensores formado por mltiplos transmissores e receptores de fachos individuais. Para cada conjunto de transmissores e receptores ativados, caso o receptor no receba o feixe luminoso de infravermelho do transmissor, gerado um sinal de falha. A cortina de luz dever ser adequadamente selecionada de acordo com o tamanho (altura de proteo) e a resoluo (capacidade de resoluo da cortina = percepo de dedos ou mo), e posicionada a uma distncia segura da zona de risco, levando em conta o tempo total de parada da mquina conforme a EM 999:1998 e IEC EM 61496:2004 Part 1 e Part 2, devendo ainda ser certificada como categoria 4 e monitorada por rels ou CLP de segurana. No serve como dispositivo de segurana das prensas mecnicas excntricas de engate de chaveta e seus similares, prensas de frico com acionamento por fuso, martelo de queda e martelo pneumtico. Para cortinas de luz com resoluo (capacidade de deteco at 40mm) a frmula para obteno da distncia segura da zona de risco :

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S = K x T+ 8 x (d-14) Onde: S = distncia entre a rea da mquina a proteger e o dispositivo opto-eletrnico (valor a ser calculado). K = constante referente velocidade de aproximao da mo. Para S maior ou igual a 500mm, adota-se o K = 1600mm/s e, para S menor que 500mm, adota-se K = 2000mm/s. T = tempo total que a mquina leva para parar de executar o movimento que coloca em perigo o operador (tempo para parar de descer um martelo de prensa, por exemplo). D = resoluo da cortina de luz, que a capacidade de deteco da cortina de luz. Por exemplo, para uma deteco de dedos, a resoluo de d = 14 suficiente pois ser detectado qualquer objeto com dimetro maior ou igual a 14 mm. Para a deteco de mos a resoluo de 30mm. Assim, no h cortinas de luz com resoluo menor que 14 mm. A frmula s vlida para valores com d menores ou iguais a 40mm. importante consultar o manual do equipamento para obter os dados necessrios para o clculo da distncia de segurana. Havendo possibilidade de acesso a reas de risco no monitoradas pela cortina, devem existir protees fixas ou mveis dotadas de intertravamento por chaves de segurana, conforme a NBRs NM 272:2002 e 273:2002.

Figura 66 Cortina de luz

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Figura 67 Cortina instalada conjugada com comando bi-manual

A boa tcnica recomenda a utilizao conjugada de comando bi-manual e cortina de luz, atuando como proteo ao operador e terceiros. Entretanto, em carter excepcional, baseado em uma anlise de risco conforme NBR 14009:1997, outras conjugaes podero ser adotadas, desde que garantam a mesma eficcia.

5.2. DISPOSITIVOS COMPLEMENTARES MONITORAMENTO DE REA

PARA

Dispositivos de monitoramento de rea, atravs de deteco por aproximao, so utilizados complementarmente para monitoramento e envio de sinais de que a rea foi invadida, determinando a paralisao da mquina e impedindo o seu funcionamento at que rea esteja livre da presena de pessoas e um novo comando seja dado. Sua instalao deve ser precedida de anlise de risco conforme NBR 14009:1997 e deve ter sua instalao de acordo com a EM 999:1998, para a garantia da distncia de segurana. A utilizao do scanner deve ainda observar a IEC EM 61496:2004 Part 1 e Part 2, e os tapetes e batentes, como possuem contato mecnico, devem observar a EM 1760:199.

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5.2.1. SCANNER Os monitores de rea a laser so utilizados no monitoramento sem contato de uma rea livremente programvel. No so necessrios refletores separados. Sua instalao simples, pois o transmissor e o receptor so acomodados em um nico equipamento.

Figura 68 - Scanner

Figura 69 Monitoramento de rea com scanner

5.2.2. TAPETE DE SEGURANA Estes dispositivos so usados para fornecer proteo um rea de piso ao redor de uma mquina. A matriz dos tapetes interconectados colocada ao redor da rea classificada, e qualquer presso (ex.: passos do operador) causar o desligamento da unidade controladora do tapete da fonte de alimentao do perigo. Os tapetes sensveis so freqentemente usados dentro de uma rea fechada contendo diversas mquinas, como na produo flexvel ou clulas robticas. Quando o acesso for requisitado dentro da clula (para ajustes do rob, por exemplo), ele previne movimentao perigosa, no caso de o operador se desviar da rea segura.

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O tamanho e o posicionamento dos tapetes devem ser calculados usando-se a frmula da norma EM 999:1998 Posicionamento dos equipamentos de proteo com respeito s velocidades de abordagem de partes do corpo humano.

Figura 70 Tapetes de segurana

S = K x (T1 + T2) + (1200 - 0,4 H); S = Distncia mnima de segurana medida desde a rea de risco at o ponto de incio do perfil de alumnio; K = Constante de velocidade em milmetros por segundo, dependente dos dados de velocidade de acesso para o corpo ou parte do corpo (1600 mm/s); H = Altura do cho at o dispositivo de segurana (para tapetes H=0); T1 = O tempo mximo de resposta do dispositivo de segurana desde o seu acionamento (contato com o tapete/perfil) at o desligamento do contato do mdulo de segurana; T2 = Tempo de inrcia da mquina desde a recepo do sinal de desligamento do rel de segurana at a parada total dos movimentos da mquina; A distncia de segurana ser calculada conforme a frmula: S = 1600 mm/s x (T1 + T2) +1200 mm A distncia mnima do tapete deve ser de 750 mm (comprimento do passo).

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5.3. DISPOSITIVOS DE PARADA DE EMERGNCIASo dispositivos com acionadores, geralmente na forma de botes tipo cogumelo na cor vermelha, colocados em local visvel na mquina ou prximo dela, sempre ao alcance do operador e que, quando acionados, tem a finalidade de estancar o movimento da mquina, desabilitando seu comando. Devem ser monitorados por rel ou CLP de segurana. As prensas e similares devem dispor de dispositivos de parada de emergncia que garantam a interrupo imediata do movimento da mquina, conforme a NBR 13759:1996. Quando forem utilizados comandos bi-manuais conectveis por tomadas (removveis), que contenham boto de parada de emergncia, e este no pode ser o nico, deve haver um dispositivo de parada de emergncia no painel ou corpo da mquina ou equipamento. Havendo vrios comandos bi-manuais para o acionamento de uma prensa ou similar, estes devem ser ligados de modo a garantir o funcionamento adequado do boto de parada de emergncia de cada um deles. Nas prensas mecnicas excntricas de engate por chaveta ou de sistema de acoplamento equivalente (de ciclo completo) e em seus similares, admite-se o uso de dispositivos de parada que no cessem imediatamente o movimento da mquina ou equipamento, em razo da inrcia do sistema.

Figura 71 Botes de emergncia

5.4. MONITORAMENTO DO CURSO DO MARTELO

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um sistema eletromecnico destinado a detectar a perda de sincronismo entre o freio/embreagem e o conjunto de chaves-limites que comanda o movimento de uma prensa. Nas prensas hidrulicas, prensas mecnicas excntricas freio/embreagem e respectivos similares, no enclausurados, ou cujas ferramentas no sejam fechadas, o martelo dever ser monitorado por sinais eltricos produzidos por equipamentos acoplados mecanicamente mquina, com controle de interrupo da transmisso, conforme o item 4.9 da NBR 13930:2001. Nas prensas mecnicas excntricas freio/embreagem que utilizam cortina de luz, a velocidade de parada do martelo no pode sofrer variaes para no comprometer o distanciamento seguro entre a deteco e o tempo de resposta. O monitoramento eletromecnico comandar um sinal para interrupo da transmisso de movimento, quando detectar desgaste no freio.

5.5. COMANDOS ELETRICOS DE SEGURANAAs chaves de segurana das protees mveis, as cortinas de luz, os comandos bi-manuais, as chaves seletoras de posio tipo yale e os dispositivos de parada de emergncia devem ser ligados a comandos eltricos de segurana, ou seja, CLP ou rels de segurana, com redundncia e autoteste, classificados como tipo ou categoria 4, conforme a NBR 14009:1997 e 14153:1998, com rearme manual. As chaves seletoras de posio tipo yale, para seleo do nmero de comandos bi-manuais, devem ser ligadas a comando eletro-eletrnico de segurana de lgica programvel (CLP ou rel de segurana).

5.5.1. CONTROLADOR

LGICO

PROGRAMVEL

(CLP)

DE

SEGURANA um sistema computadorizado eletrnico industrial destinado a controlar e checar, de modo redundante, os sinais eltricos de comando de uma mquina, inibindo seu funcionamento no eventual aparecimento de falhas.

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O software instalado dever garantir a sua eficcia, de forma a reduzir ao mnimo a possibilidade de erros provenientes de falha humana em seu projeto, devendo ainda possuir sistema de verificao de conformidade, a fim de evitar o comprometimento de qualquer funo relativa segurana, bem como no permitir alterao do software bsico pelo usurio, conforme o item 4.10 da NBR 13930:2001 e o item 12.3 da EM 60204-1.

5.5.2. CHAVES DE SEGURANA Componente usado para interromper o movimento de perigo e manter a mquina desligada enquanto a porta de proteo estiver aberta. Deve ser instalado utilizando-se o princpio de ruptura positiva, que garante a interrupo do circuito de comando. Uma chave de posicionamento possui ruptura positiva quando seus contatos normalmente fechados (NF) esto ligados de forma rgida com o dispositivo de proteo da mquina. Sempre deve-se levar em conta as caractersticas de aplicao de cada chave. A chave de segurana no deve permitir a sua manipulao atravs de meios simples (por ex. chaves de fenda, pregos, fitas, etc. . .). Se a mquina necessita a categoria de segurana 3 ou 4, as chaves de segurana devem ser tambm monitoradas com respeito abertura do contato NF. O circuito de monitoramento verifica a ligao, posio, estado e funcionamento da chave de segurana. O circuito deve ser redundante. Qualquer falha deve desligar a fonte de perigo. A soluo mais prtica para o usurio com respeito ao sistema de controle e buscando a segurana da mquina a utilizao de um rel que englobe todas estas funes, em outras palavras, um rel de segurana. Mesmo que o controle seja feito por sistemas mais complexos, esta soluo garante a segurana do homem, da mquina e do sistema.

5.5.3. RELS DE SEGURANA So unidades eletromecnicas ou eletrnicas com superviso, com dois canais, de acionamento positivo em seus contatos ou circuitos, abertos em srie, cumprindo, assim, a

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exigncia de redundncia. Com a conexo dos dispositivos externos e a incluso de seus contatos em pontos corretos do circuito eltrico de automao da mquina, obtm-se um equipamento seguro quanto sua parada.

Figura 72 Diagrama de ligao do circuito de segurana

Figura 73 Rels de segurana AZR 31 R2 e AZR 31 T2 da Schmersal

5.6. SISTEMAS DE RETENO MECNICA CALOS DE SEGURANATodas as prensas devem possuir um sistema de reteno mecnica para travar o martelo nas operaes de troca das ferramentas, nos seus ajustes e manutenes antes do incio dos trabalhos. O componente de reteno mecnica utilizado deve ser pintado na cor amarela e dotado de interligao eletromecnica. Deve ainda ser conectado ao comando central da mquina de forma a impedir, durante a sua utilizao, o funcionamento da prensa. Nas situaes onde no

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seja possvel o uso do sistema de reteno mecnica, devero ser adotadas medidas alternativas que garantam o mesmo resultado. Sistemas de reteno mecnico so necessrios e obrigatrios e devem atender aos seguintes requisitos de segurana: Devem ser utilizados nas operaes de troca, ajuste e manuteno dos estampos / matrizes; Nunca devem ser utilizados com a prensa em funcionamento, para sustentar apenas o peso do pilo; Devem ser dotados de interligao eletromecnica, ou seja, conectados ao comando central da mquina de tal forma que, quando removidos, impeam seu funcionamento; Devem ser pintados na cor amarela.

Figura 74 Calo de segurana ligado a chave de segurana

5.7. PLATAFORMAS DE ACESSOAs prensas e similares de grandes dimenses devem possuir escadas de acesso e plataformas feitas ou revestidas de material antiderrapante, dotadas de guarda-corpo e rodap com dimenses tais que impea a passagem ou queda de pessoas e materiais, conforme NR 18. As transmisses de fora localizadas em plataformas elevadas tambm devero estar adequadamente protegidas para evitar contato durante a manuteno.

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Os trabalhadores de manuteno em plataformas elevadas (altura superior a 2,0 m) devero utilizar EPI para proteo contar quedas, conforme NR 6.

Figura 75 Prensa de grande dimenso com plataforma, escada de acesso e guarda-corpo.

6. CATEGORIAS DE RISCOS

Todos os elementos de controle eltricos ou eletrnicos, responsveis pela parada ou incio de movimentos em prensas, devem obedecer categoria de riscos nvel 4 da NBR 14153. Esta norma brasileira baseada na norma europia EN 954-1 que determina 5 nveis de anlise de riscos, e que utilizada para efetuar controles que evitem falhas. As categorias apresentadas a seguir representam uma classificao de aspectos de segurana de um sistema de controle, que se referem capacidade de uma unidade de produo resistir falhas e seu desempenho quando uma falha ocorre.

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Figura 76 Categorias de riscos

6.1. Categoria BEsta categoria que no inclui nenhuma medida especial para segurana, mas que a base para as demais categorias - considera que o projeto de uma unidade de produo deve contemplar condies bsicas de segurana do trabalho, levando em conta o tipo de trabalho que ser executado e os materiais que sero processados. Alm disso, deve prever a vibrao, alimentao eltrica e campos eltricos externos. Em outras palavras ela determina que partes de um sistema de controle da segurana ou de seus dispositivos ou componentes devem ser projetados, construdos, selecionados, montados e combinados de acordo com padres relevantes de modo que possam resistir a todas as solicitaes a que sero submetidos. A previso de todos estes aspectos leva a uma categoria considerada de preveno de risco mnimo.

6.2. Categoria 1Inclui as condies de segurana especificadas pela categoria B e alm disso os sistemas de controle mecnico devem estar de acordo com critrios de qualidade previstos. Tem como objetivo a PREVENO de falhas.

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6.3. Categoria 2Esta categoria contempla as condies da categoria B e inclui os dispositivos que evitam a partida em caso de uma falha detectada. Isto sugere o uso de rels de interface com redundncia e auto-verificao de energizao. Permite-se a operao mediante um canal simples, sempre que o dispositivo de partida seja absolutamente efetivo e testado para o uso em condies normais. Se o teste for garantido, deve-se optar por um controle de duplo canal. Tem como objetivo a DETECO de falhas (ou seja, as falhas no devem ser apenas prevenidas, mas detectadas e corrigidas).

6.4. Categoria 3Esta categoria contempla todas as condies da categoria B, incluindo os sistemas de segurana projetados de forma que uma simples falha no leve perda de funes de segurana e a simples falha possa ser detectada. Isto alerta no somente para o uso de sistema redundantes no rel de interface, como tambm nos dispositivos de entrada, usando-se sistemas de duplo canal. Tem como objetivo a DETECO de falhas (ou seja, as falhas no devem ser apenas prevenidas, mas detectadas e corrigidas).

6.5. Categoria 4Esta categoria contempla todas as condies da categoria B, sendo que uma simples falha ser detectada no momento ou antes de uma nova energizao do sistema de segurana, sendo que a acumulao de trs falhas consecutivas no dever conduzir perda da funo de segurana. Deve ser considerada como a categoria com o mais de elevado risco. Tem como objetivo a deteco de falhas (ou seja, as falhas no devem ser apenas prevenidas, mas detectadas e corrigidas). Monitoramento e checagem so as chaves destas 3 ltimas categorias.

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7. CONCLUSES E CONSIDERAES

A proteo de mquinas e equipamentos fundamental para garantir a segurana dos seus operadores e dos trabalhadores que estejam nas proximidades. Cabe aos empregadores cumprirem as determinaes de Segurana conforme item 1.7 a da NR 01. As NBRs nos fornecem informaes importantes para a proteger corretamente os equipamentos, muitas vezes extradas de normas internacionais. Alem disso as Normas Regulamentadoras do Ministrio do Trabalho e Emprego, embora desatualizadas, so o norte a ser seguido pelos empregadores para evitar autuaes e acidentes. O gasto na proteo de mquinas no pode ser considerado apenas como despesa, na verdade um investimento realizado para garantir a sade e a integridade fsica dos trabalhadores, alm de evitar maiores prejuzos decorrentes de um acidente. Este trabalho no pretender ser exaustivo, no esgota o assunto, mas serve como um guia para a proteo de prensas e similares e um estmulo a pesquisa por novas solues ou adaptao das antigas protees em mquinas modernas, tendo sempre como objetivo a segurana do trabalhador. Os anexos B, C e D nos trazem check list para verificao das protees da prensas de chaveta, freio frico e hidrulica respectivamente.

8. BIBLIOGRAFIA

1- Conveno Coletiva de Melhorias das Condies de Trabalho em Prensas e Equipamentos Similares, Injetoras de Plstico e Tratamento Galvnico de Superfcies nas Industrias Metalrgicas no Estado de So Paulo. 2006

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2- NBRNM 272 - Segurana de mquinas - Protees - Requisitos gerais para o projeto e construo de protees fixas e mveis. 3- NBRNM 273 - Segurana de mquinas - Dispositivos de intertravamento associados a protees - Princpios para projeto e seleo. 4- Nota Tcnica N. 16 / DSST do MTE de 07 de maro de 2005. 5- FIERGS. Manual de segurana em prensas e similares. Porto Alegre, 2006.

9. ANEXOS

9.1. Anexo A Nota Tcnica 16/DSST

SECRETARIA DE INSPEO DO TRABALHO DEPARTAMENTO DE SEGURANA E SADE NO TRABALHO NOTA TCNICA N. 16 / DSST Braslia, 07 de maro de 2005

A presente Nota Tcnica Substitui a Nota Tcnica n. 37, de 16/12/04. Considerando a necessidade de adequao do texto da Nota Tcnica / DSST n. 37 (16/12/04), que estabelece princpios para a proteo de prensas e equipamentos similares; e Considerando as deliberaes para alterao do texto da referida Nota Tcnica oriundas da reunio do Grupo Tcnico sobre Prensas e Equipamentos Similares, realizada no dia 17 de maro de 2005; A Nota Tcnica / DSST / n. 37, de 16 de dezembro de 2004, passa a ter sua redao observada na seguinte forma:

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Para fins de aplicao das normas citadas, em especial dos artigos 184 a 186 da CLT e das Normas Regulamentadoras da Portaria n. 3214/78, em especial a NR-12, segurana em mquinas e equipamentos abrangidos por esta Nota Tcnica, devem ser observados os seguintes princpios de boa prtica para a proteo de prensas e equipamentos similares: Considerando a alta incidncia de acidentes de trabalho registrados no Brasil que atingem membros superiores dos trabalhadores; Considerando que prensas e equipamentos similares so responsveis por mais da metade dos acidentes de trabalho com mutilao analisados pela Inspeo de Segurana e Sade no Trabalho do MTE; Considerando que no parque industrial brasileiro ainda ocorre a utilizao de equipamentos obsoletos e que oferecem riscos de acidentes; Considerando que a Conveno n.o 119 da Organizao Internacional do Trabalho, ratificada pelo Brasil e com vigncia nacional desde 16 de abril de 1993, probe a venda, locao, cesso a qualquer ttulo, exposio e utilizao de mquinas e equipamentos sem dispositivos de proteo adequados; Considerando que a Constituio Federal assegura a adoo de medidas de proteo contra os riscos inerentes ao trabalho (art. 7o, inciso XXII), o respeito dignidade da pessoa humana e aos valores sociais do trabalho (art. 1o, incisos III e IV), observada a funo social da propriedade (art. 170, inciso VI); Considerando que o artigo 184 da CLT determina que todas as mquinas e equipamentos devem ser dotados dos dispositivos necessrios para a preveno de acidentes de trabalho; Considerando a existncia de normas tcnicas sobre medidas de segurana em prensas e equipamentos similares, tais como a NBR 13930; Considerando que a indstria dispe de tecnologia suficiente para a proteo de prensas e similares, de forma a evitar acidentes; Considerando as experincias bem sucedidas dos sindicatos de trabalhadores, empregadores e poder pblico no sentido de regulamentar as condies de trabalho com prensas e equipamentos similares; Considerando a necessidade de harmonizar os procedimentos da fiscalizao, com o objetivo de garantir a proteo adequada integridade fsica e sade de todos os trabalhadores envolvidos nas diversas formas e etapas do uso das prensas e equipamentos similares; Definies: Para efeito desta Nota Tcnica, consideram-se as seguintes definies:

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1. Prensas so equipamentos utilizados na conformao e corte de materiais diversos, onde o movimento do martelo (puno) proveniente de um sistema hidrulico/pneumtico (cilindro hidrulico/pneumtico) ou de um sistema mecnico (o movimento rotativo transformado em linear atravs de sistemas de bielas, manivelas ou fusos). As prensas so classificadas em: 1.1. Prensas mecnicas excntricas de engate por chaveta ou acoplamento equivalente; 1.2. Prensas mecnicas excntricas com freio/embreagem; 1.3. Prensas de frico com acionamento por fuso; 1.4. Prensas hidrulicas; 1.5. Outros tipos de prensas no relacionadas anteriormente. 2. Equipamentos similares so aqueles com funes e riscos equivalentes aos das prensas, includos os que possuem cilindros rotativos para conformao de materiais. Consideram-se equipamentos similares: 2.1. Martelos de queda; 2.2. Martelos pneumticos; 2.3. Marteletes; 2.4. Dobradeiras; 2.5. Guilhotinas, tesouras e cisalhadoras; 2.6. Recalcadoras; 2.7. Mquinas de corte e vinco; 2.8 Maquinas de compactao; 2.9. Dispositivos hidrulicos e pneumticos; 2.10. Rolos laminadores, laminadoras e calandras; 2.11. Misturadores; 2.12. Cilindros misturadores; 2.13. Mquinas de moldagem; 2.14. Desbobinadeiras e endireitaderas; 2.15. Outros equipamentos no relacionados anteriormente. 3. Ferramentas (ferramental), estampos ou matrizes so elementos que so fixados no martelo e na mesa das prensas e equipamentos similares, tendo como funo o corte e/ou a conformao de materiais, podendo incorporar os sistemas de alimentao/extrao relacionados no item a seguir.

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4. Sistemas de alimentao/extrao so meios utilizados para introduzir a matria prima e retirar a pea processada da matriz, podendo ser: 4.1. Manual; 4.2. Gaveta; 4.3. Bandeja rotativa ou tambor de revlver; 4.4. Por gravidade, qualquer que seja o meio de extrao; 4.5. Mo mecnica; 4.6. Por transportador ou robtica; 4.7. Contnua (alimentadores automticos); 4.8. Outros sistemas no relacionados anteriormente. 5. Dispositivos de proteo aos riscos existentes na zona de prensagem ou de trabalho: 5.1. Enclausuramento da zona de prensagem, com frestas ou passagens que no permitam o ingresso dos dedos e mos nas reas de risco, conforme as NBRNM-ISO 13852 e 13854. Pode ser constitudo de protees fixas ou mveis dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurana, garantindo a pronta paralisao da mquina sempre que forem movimentadas, removidas ou abertas, conforme a NBRNM 272; 5.2. Ferramenta fechada, significando o enclausuramento do par de ferramentas, com frestas ou passagens que no permitam o ingresso dos dedos e mos nas reas de risco, conforme as NBRNM-ISO 13852 e 13854; 5.3. Cortina de luz com redundncia e auto-teste, classificada como tipo ou categoria 4, conforme a IEC EN 61496, partes 1 e 2, a EN 999 e a NBR 14009, conjugada com comando bimanual com simultaneidade e auto teste, tipo IIIC, conforme a NBR 14152 e o item 4.5 da NBR 13930. Havendo possibilidade de acesso a reas de risco no monitoradas pela(s) cortina(s), devem existir protees fixas ou mveis dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurana, conforme a NBRNM 272. O nmero de comandos bimanuais deve corresponder ao nmero de operadores na mquina, com chave seletora de posies tipo yale ou outro sistema com funo similar, de forma a impedir o funcionamento acidental da mquina sem que todos os comandos sejam acionados, conforme a NBR 14154. Proteo da zona de prensagem ou de trabalho 6. As prensas mecnicas excntricas de engate por chaveta ou de sistema de acoplamento equivalente (de ciclo completo), as prensas de frico com acionamento por fuso e seus respectivos equipamentos similares no podem permitir o ingresso das mos ou dos dedos dos

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operadores nas reas de risco, devendo adotar as seguintes protees na zona de prensagem ou de trabalho: a) ser enclausuradas, com protees fixas, e, havendo necessidade de troca freqente de ferramentas, com protees mveis dotadas de intertravamento com bloqueio, por meio de chave de segurana, de modo a permitir a abertura somente aps a parada total dos movimentos de risco (item 5.1) ou b) operar somente com ferramentas fechadas (