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ACNUR – AGÊNCIA DA ONU PARA REFUGIADOS | UNHCR – THE UN REFUGEE AGENCY www.acnur.org.br | www.acnur.org | www.unhcr.org ©ACNUR/Ivor Prickett PROTEGENDO REFUGIADOS NO BRASIL E NO MUNDO

Protegendo Refugiados No Brasil e no Mundo...ACNUR: PROTEGENDO REFUGIADOS NO BRASIL E NO MUNDO3 Famílias iraquianas deslocadas em seu próprio país, pelos conflitos em Mossul, buscam

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Page 1: Protegendo Refugiados No Brasil e no Mundo...ACNUR: PROTEGENDO REFUGIADOS NO BRASIL E NO MUNDO3 Famílias iraquianas deslocadas em seu próprio país, pelos conflitos em Mossul, buscam

ACNUR – AGÊNCIA DA ONU PARA REFUGIADOS | UNHCR – THE UN REFUGEE AGENCYwww.acnur.org.br   |   www.acnur.org   |   www.unhcr.org

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CN

UR/Ivor Prickett

PROTEGENDOREFUGIADOSNO BRASIL E NO MUNDO

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Quem são os refugiados?

O s refugiados estão fora do seu país de origem devido a fundados temores de perseguição re-lacionados à sua raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opinião política. Também são consideradas refugiadas aquelas pessoas que

foram obrigadas a deixar seus países devido a conflitos armados, violência generalizada e violação dos direitos humanos.

Todos os anos, ao redor do mundo, milhões de refugiados e um número ainda maior de pessoas deslocadas dentro de seus pró-prios países são forçados a abandonar tudo – suas casas, empre-gos, familiares, amigos e bens – para preservar sua liberdade, garantir sua segurança e assegurar sua vida. Não se trata de uma escolha, mas sim da única opção possível.

A proteção de refugiados e das populações deslocadas por guer-ras, conflitos e perseguições é a principal missão do ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, que busca soluções adequadas e duradouras para estas populações. A participação destes gru-pos nas decisões que impactam suas vidas é um princípio essen-cial da ação do ACNUR.

Esta cartilha traz respostas às principais questões sobre refugia-dos no Brasil e no mundo, mostrando como a Agência da ONU para Refugiados e seus parceiros humanitários trabalham para garantir proteção e assistência das populações sob seu mandato.

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Famílias iraquianas deslocadas em seu próprio país, pelos conflitos em Mossul, buscam segurança nos arredores de Qayyarah.

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CR/Ivor Prickett

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O ACNUR

A Agência da ONU para Refugiados foi criada em dezembro de 1950 por resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas. Iniciou suas atividades em janeiro de 1951, com um mandato inicial de três anos, para reassentar refugiados europeus que es-

tavam sem lar após a Segunda Guerra Mundial. Seu trabalho tem como base a Convenção de 1951 da ONU sobre Refugiados.

Após sucessivas crises humanitárias nas décadas seguintes, per-cebeu-se a necessidade de ampliar o mandato da organização e expandir seu escopo de atuação, para não mais se limitar à Europa e às pessoas afetadas pela Segunda Guerra Mundial. O Protocolo de 1967 reformou a Convenção de 1951 e expandiu o mandato do

Funcionária do ACNUR ajuda no registro de refugiados que cruzaram o Mediterrâneo e alcançaram terra firme na Grécia.

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CR/A

chilleas Zavallis

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ACNUR para além das fronteiras europeias e das pessoas afetadas pela Segunda Guerra Mundial. Em 1995, a Assembleia Geral desig-nou o ACNUR como responsável pela proteção e assistência dos apátridas em todo o mundo. Em 2003, foi abolida a cláusula que obrigava a renovação do mandato do ACNUR a cada triênio.

Nas últimas décadas, os deslocamentos forçados atingiram níveis sem precedentes. Estatísticas recentes revelam que cerca de 65 milhões de pessoas no mundo deixaram seus locais de origem por causa de conflitos, perseguições e violações de direitos humanos. Entre elas, aproximadamente 21 milhões cruzaram uma fronteira internacional em busca de proteção e foram reconhecidas como refugiadas. A população de apátridas (pessoas sem vínculo com qualquer país) é estimada em 10 milhões de pessoas.

O ACNUR já auxiliou dezenas de milhões de pessoas a recomeça-rem suas vidas. Por seu trabalho humanitário, recebeu duas vezes o Prêmio Nobel da Paz (1954 e 1981). Atualmente, a agência conta com aproximadamente 11 mil funcionários e está presente em cerca de 130 países com mais de 450 escritórios. Por meio de parcerias com cente-nas de organizações não governamentais, o ACNUR presta assistên-cia e proteção a mais de 60 milhões de homens, mulheres e crianças.

O ACNUR se mantém por meio de contribuições voluntárias de países, além de doações arrecadadas junto ao setor privado e a doadores individuais. O orçamento anual da agência ultrapassa os US$ 7,3 bilhões.

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CR/Yorgos Kyvernitis

Por meio de atividades sócio-pedagógicas que envolvem artes, expressões e atividades físicas, crianças refugiadas expressam seus sentimentos para superar as dificuldades psicossomáticas que enfrentaram.

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Proteção às pessoas refugiadasA Convenção de 1951 da ONU sobre Refugiados e seu Protocolo de 1967 são os fundamen-tos da proteção das pessoas refugiadas e estabelecem os princípios legais sobre os quais se baseiam inúmeras legislações e práticas internacionais, regionais e nacionais. Atualmen-te, quase 150 países são signatários da Convenção de 1951 e/ou do Protocolo de 1967.

Proteção internacionalRefúgio a quem precisaA maioria das pessoas pode contar com seus países para garantir e proteger seus direitos humanos básicos e sua integridade física e mental. Entretanto, no caso dos refugiados, o país de origem mostrou-se incapaz de dar essa garantia.

O ACNUR trabalha para assegurar que qualquer pessoa, em caso de necessidade, possa exercer o direito de buscar e receber refúgio em outro país e, caso deseje, regressar ao seu país de origem.

O ACNUR não é e nem deseja ser uma organização supranacional. Portanto, não pode substituir a proteção dada pelas autoridades nacionais. Seu papel principal é garantir que os países estejam conscientes das suas obrigações de dar proteção aos refugiados e a to-das as pessoas que buscam refúgio, atuando em conformidade com esses compromissos.

Os sistemas nacionais de proteção e refúgio existem para decidir quais solicitantes de re-fúgio precisam de proteção internacional. É por isso que a questão central da proteção é o princípio da não devolução (ou non refoulement): solicitantes de refúgio e pessoas refugiadas não podem ser retornadas a nenhum país ou território onde sua vida corra risco.

Grupo de refugiados, migrantes e brasileiros debate propostas para facilitar a vida de quem chega ao país, em evento realizado em São Paulo/SP.

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CR/Ilana G

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No Rio de Janeiro, refugiados são atendidos por uma feira de saúde realizada na Cáritas, instituição parceira do ACNUR.

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UR/D

iogo Felix

A Convenção da ONU de 1951 sobre RefugiadosProteção às pessoas ameaçadasUm dos principais pontos da Convenção de 1951 é que os refugiados não podem ser ex-pulsos ou devolvidos “para fronteiras ou territórios onde suas vidas ou liberdade estejam ameaçadas”. A Convenção também estabelece os direitos básicos que os países signatá-rios devem garantir aos refugiados.

A Convenção de 1951 nunca teve o objetivo de solucionar todos os problemas relacionados às migrações. Sua meta é proteger pessoas refugiadas. Um desafio atual da comunidade internacional é encontrar mecanismos eficientes para lidar com as migrações econômicas e os deslocamentos forçados pelas mudanças climáticas, garantindo mecanismos de prote-ção humanitária complementar ao refúgio.

Direitos, assistência e obrigaçõesOs refugiados devem ter, ao menos, os mesmos direitos e a mesma assistência básica recebida por qualquer outro estrangeiro que resida legalmente no país de acolhida, entre eles direitos civis básicos (como liberdade de pensamento e deslocamento, propriedade e não sujeição à tortura e a tratamentos degradantes) e direitos econômicos e sociais (como assistência médica, direito ao trabalho e educação para as crianças). As pessoas refugiadas têm também obrigações, entre elas o cumprimento das leis e o respeito aos costumes do país onde se encontram.

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Populações sob o mandato do ACNURRefugiados: estão fora de seu país natal devido a fundados temores de perseguição relacionados a conflitos armados, questões de raça, religião, nacionalidade, pertencimento a grupo social ou opinião polí-tica, como também devido a violação grave e generalizada de direitos humanos.

Solicitantes de refúgio: alguém que solicita às autoridades compe-tentes ser reconhecido como refugiado, mas que ainda não teve seu pedido avaliado definitivamente pelos sistemas nacionais de proteção e refúgio.

Deslocados internos: são pessoas deslocadas dentro de seu pró-prio país, pelos mesmos motivos de um refugiado, mas que não atra-vessaram uma fronteira internacional para buscar proteção. Mesmo tendo fugido por razões similares às dos refugiados (perseguições, conflito armado, violência generalizada, violação dos direitos humanos),

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CR/Santiago Escobar-Jaram

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Família colombiana que participa de um projeto piloto de geração de renda no Equador. Gabriel, à direita, é ferreiro e produz pequenas cozinhas juntamente com um equatoriano.

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CR/Eujin Byun

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CR/Q

usai Alazroni

Avô e neto descansam em playground que foi transformado em abrigo para deslocados internos na cidade de Qudsaya, na Síria.

A mãe sul-sudanesa Arfa se alegra ao ver seu filho se alimentar três vezes por dia no campo de refugiados de Kaya, no Sudão do Sul, que abriga cerca de 25 mil pessoas.

os deslocados internos permanecem legal-mente sob proteção de seu próprio Estado – mesmo que esse Estado seja a causa de sua fuga. Como cidadãos, eles devem ser protegidos por seus países e têm seus direi-tos previstos nos tratados internacionais de Direitos Humanos e do Direito Humanitário. Civis afetados por desastres naturais tam-bém podem ser considerados deslocados internos.

Apátridas: são pessoas que não têm sua nacionalidade reconhecida por nenhum país. A apatridia ocorre por várias razões, como discriminação contra minorias na legislação nacional, falha em reconhecer todos os resi-dentes do país como cidadãos quando este país se torna independente (secessão de Es-tados) e conflitos de leis entre países.

Retornados: refugiados e solicitantes de re-fúgio que retornam voluntariamente a seus

países de origem.

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Diferenças entre migração e refúgioEnquanto as pessoas refugiadas estão em uma situação muito vulnerável, pois não têm proteção de seus respectivos países e sofrem ameaças e perseguições, os migrantes inter-nacionais escolheram viver no exterior principalmente por motivações econômicas, poden-do voltar com segurança ao seu país de origem se assim desejarem. Estes não recebem assistência e proteção do ACNUR, pois não estão sob o seu mandato.

Refugiados e migrantes são cada vez mais confundidos entre si e tratados com descon-fiança, preconceito e intolerância. Os sistemas de proteção internacional estão sob intensa pressão. Em muitos países, os controles de fronteiras estão cada vez mais rigorosos por questões de segurança interna, impedindo a entrada de migrantes em situação irregular. É necessário garantir que pessoas refugiadas sejam devidamente identificadas e protegidas.

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CR/Sebastian Rich

A pequena Noora se coloca ao lado de sua melhor amiga, Fatma (à direita). Ambas frequentam as aulas do segundo turno em uma escola instalada no campo de refugiados de Basirma Camp, no Iraque. Elas e milhares de outros sírios não tiveram escolha, tendo sido forçados à abandonar o país devido ao conflito armado iniciado em 2011.

Refugiados se adequam às novas realidades, participando de uma oficina de baristas em um coffee-shop de São Francisco, nos Estados Unidos.

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CR/N

ick Otto

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O refugiado afegão Mohammed Arif cultiva vegetais em horta comunitária na ilha de Lesbos, na Grécia – um dos principais pontos de chegada de refugiados no Mediterrâneo. A safra de berinjelas foi doada aos moradores locais mais necessitados, como forma de agradecimento pela acolhida na ilha.

Em busca de soluções duradourasPara assegurar os direitos e bem-estar dos refugiados e de outras populações sob seu man-dato, o ACNUR busca prover soluções duradouras que os permitam reconstruir suas vidas com paz e dignidade, assegurando seus direitos. Neste sentido, o ACNUR trabalha com três soluções para estas populações: repatriação voluntária, integração local e reassentamento.

Repatriação voluntária: é a solução de longo prazo preferida pela maioria dos refugia-dos, que preferem voltar para seu país de origem com condições de segurança (geralmente quando um conflito termina e um nível mínimo de estabilidade é restaurado). O ACNUR frequentemente fornece transporte e auxílio para que os repatriados possam recomeçar sua vida, por meio de doações financeiras e projetos de geração de renda, entre outros.

Integração local: o ACNUR trabalha para que as pessoas refugiadas tenham plena inser-ção jurídica, social, econômica e cultural no país de refúgio, além de seus direitos respeita-dos. Um refugiado está plenamente integrado quando tem a residência permanente ou a cidadania do país de refúgio, podendo acessar as políticas públicas disponíveis a todas as pessoas cidadãs deste país.

Reassentamento: implementado pelo ACNUR para quem não pode voltar ao seu país de ori-gem - por temor de perseguição - e nem permanecer no país de refúgio onde se encontra devi-do a problemas de segurança, integração local ou falta de proteção legal e física. Nestes casos, o ACNUR procura a ajuda de terceiros países que estejam dispostos a receber refugiados.

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chilleas Zavallis

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O Comitê Executivo O Comitê Executivo do ACNUR (ExCom, na sigla em inglês) é um órgão subsidiário da Assembleia Geral das Nações Unidas que assessora o ACNUR no exercício de suas funções, revisando anu-almente seu orçamento e os programas propostos ou em execu-ção. O Comitê Executivo reúne-se uma vez por ano, durante uma semana, em Genebra, na Suíça. Em 2015, o ExCom contava com 98 Estados-Membros, entre eles o Brasil.

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CR/Jean M

arc Ferré

Reunião do Comitê Executivo do ACNUR (ExCom). Na reunião de 2016, o Alto Comissário Filippo Grandi enfatizou que a partilha de responsabilidades e uma abordagem internacional colaborativa serão fundamentais para alcançar os objetivos da estratégia central do ACNUR nos próximos cinco anos.

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O Alto ComissárioO diplomata italiano Filippo Grandi é o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados. Ele foi eleito para o cargo em novembro de 2015 e assumiu suas funções em janeiro de 2016. Atuando em cooperação internacional há mais de 30 anos, Grandi ocupou o cargo de Comissário Geral da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA) e tem vasta experiência de trabalho com questões humanitárias, abrangendo as áreas de proteção, gestão de emergências, relações com doadores e assuntos políticos.

Grandi é o 11º Alto Comissário da história do ACNUR. Com a perspectiva de piora do cenário internacional, forçando cada vez mais pessoas a se deslocar, Grandi afirma que um dos desafios do ACNUR é “manter a gestão dos recursos internacionais acessíveis de forma inteligente, ágil e eficien-te para concretizar o planejamento, coordenação e ações endereçadas à causa dos refugiados, contribuindo para que os Estados encontrem soluções duradouras diante das dificuldades dos deslocados e apátridas”.

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CR/Jean M

arc Ferré

Filippo Grandi, Alto Comissário da ONU para Refugiados.

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AMÉRICA DO NORTE E CARIBE

AMÉRICA LATINA

Onde estão as pessoas assistidas pelo ACNUR

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CR/Bassam

Diab

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Refugiados Solicitantes de refúgio

Deslocados internos Apátridas1 Outros2 TOTAL

AMÉRICA DO NORTE E CARIBE 409.976 307.455 – 134.747 148 852.326AMÉRICA LATINA 336.812 43.242 7.113.067 1.838 26.759 7.521.718ÁFRICA 4.811.365 1.367.409 11.197.751 1.021.440 1.879.197 20.277.162EUROPA 4.391.419 1.299.246 2.804.962 592.151 84.427 9.172.205ORIENTE MÉDIO 2.341.600 67.976 13.498.781 374.215 16.707 16.299.279ÁSIA E OCEANIA 3.830.255 134.613 2.879.611 1.563.338 1.382.231 9.790.048

TOTAL 16.121.427 3.219.941 37.494.172 3.687.729 3.389.469 63.912.738

ÁFRICA

ORIENTE MÉDIO

ÁSIA E OCEANIA

1 Inclui pessoas em situação semelhante à de refúgio sob assistência do ACNUR. 2 Grupos não incluídos nas colunas anteriores, mas que recebem assistência e proteção do ACNUR.

Fonte: UNHCR Global Appeal 2017 Update, estatísticas referentes a janeiro de 2016.

EUROPA

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Protegendo as pessoas refugiadas no Brasil

N a região das Américas, o Brasil tem uma legislação de refúgio conside-rada moderna (Lei 9.474/97) por adotar um conceito ampliado para o reconhecimento de refugiados. Para além do conceito estabelecido pela Convenção de 1951, a legislação brasileira também reconhece como re-fugiado todas as pessoas que buscam segurança diante de situações

de grave e generalizada violação de direitos humanos, assim como de circunstâncias que representam uma grave perturbação da ordem pública.

Em setembro de 2016, o país registrava uma população de aproximadamente 9.000 refu-giados reconhecidos, provenientes de 79 países diferentes. A grande maioria dos refugia-dos no Brasil vivem em cidades, concentrados nos grandes centros urbanos.

A responsabilidade de proteção e integração de refugiados é primariamente do Estado brasi-leiro. No território nacional, o refugiado pode obter documentos, trabalhar, estudar e exercer os mesmos direitos civis que qualquer cidadão estrangeiro em situação regular no Brasil.

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iogo Felix

Refugiada participa da feira urbana Sabores do Porto, no Rio de Janeiro, comercializando tecidos que são parte de sua cultura.

Criado pela Lei 9.474/97 com o objetivo de reconhecer e tomar decisões sobre a condição de refugiado no Brasil, além de promover a integração local dessa população, o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE) é um órgão multiministerial do qual participam o governo, a sociedade civil e a ONU, via ACNUR. Compõem o CONARE:

• Ministério da Justiça e Cidadania, que o preside.

• Ministério das Relações Exteriores.

• Ministério do Trabalho e Previdência Social.

• Ministério da Saúde.

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• Ministério da Educação.

• Departamento de Polícia Federal.

• Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro, como representantes da sociedade civil organizada, e a Caritas Arquidiocesana de São Paulo, como suplente.

• ACNUR, como membro consultivo com direito a voz, sem voto.

O Instituto de Migração e Direitos Humanos e a Defensoria Pública da União também participam como membros consultivos.

A Agência da ONU para Refugiados no Brasil tem seu escritório central em Brasília e uma unidade descentralizada em São Paulo. O ACNUR atua em cooperação com o CONARE e em coordenação com os Governos federal, estaduais e municipais, além de outras instâncias do Poder Público.

O ACNUR contribui para a formulação das políticas sobre refúgio e das normas que esclarecem os termos da legislação nacional sobre o tema. Para garantir a assistência humanitária e a integração dos refugiados no Brasil, o ACNUR implementa projetos com organiza-ções da sociedade civil em diferentes cidades do país, contando ainda com parcerias no setor privado e no mundo acadêmico para ampliar o apoio às populações sob seu mandato.

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abo Morales

Hanan Dacka, refugiada síria que vive no Brasil, interage com suas colegas de classe na escola onde estuda, em São Paulo.

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Mecanismos de proteção e integraçãoApesar do Brasil ser internacionalmente reconhecido como um país acolhedor, os refugiados podem encontrar dificuldades para se integrar à sociedade brasileira. Geralmente, os obstáculos ini-ciais estão relacionados ao idioma português e às questões cultu-rais. Problemas comuns aos brasileiros também são enfrentados pelos refugiados, como dificuldades no mercado de trabalho e acesso à educação superior ou aos serviços públicos de saúde e moradia.

Para facilitar o acesso de refugiados e outras populações de in-teresse às políticas públicas existentes no Brasil, o ACNUR atua em cooperação com governos e embaixadas, envolvendo atores sensíveis à causa do refúgio, como organizações da sociedade civil, o Poder Judiciário, o setor privado, universidades e indiví-duos que contribuem para o fortalecimento de uma grande rede de apoio.

Por meio de parcerias estabelecidas com a sociedade civil, refu-giados e o Poder Público, o ACNUR busca fortalecer iniciativas que apresentem soluções inovadoras para os desafios enfrenta-dos pelas populações sob seu mandato.

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CR/L.F.G

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Família refugiada síria se reúne para uma foto em sua casa, em São Paulo.

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No Brasil, o ACNUR tem colaborado com projetos de empreen-dedorismo, sendo um dos países escolhidos para implementar uma ferramenta inovadora de acesso à informação: a plataforma Help.UNHCR. Por meio dela, pessoas refugiadas e solicitantes de refúgio têm acesso a informações básicas sobre o procedimento de reconhecimento da condição de refúgio, além de informações que auxiliam o processo de integração local.

A Rede Solidária para Migrantes e Refugiados reúne aproximada-mente 60 entidades que atuam em todo o território brasileiro, mui-tas delas em pontos isolados de fronteira. A Rede funciona como um ambiente de diálogo e de defesa de refugiados e outras pes-soas em mobilidade, monitorando as fronteiras e identificando os solicitantes de refúgio ou possíveis refugiados, para orientá-los e preservar seu direito de não devolução para locais ou países onde sua vida e liberdade estão ameaçadas.

Em diversos Estados do Brasil, autoridades locais e a sociedade civil atuam em Comitês Estaduais para facilitar o acesso de solicitantes de refúgio, refugiados, migrantes e apátridas às políticas públicas estaduais e municipais. Já foram estabelecidos comitês em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Amazonas e Minas Gerais. Neles, diversas secretarias e organizações da sociedade ci-vil discutem demandas específicas destas populações e articulam soluções viáveis que garantam uma melhor integração social, eco-nômica e cultural.

Junto ao meio acadêmico, o ACNUR implementa a Cátedra Sér-gio Vieira de Mello para promover atividades de ensino, pesquisa e extensão em direito internacional dos refugiados, assim como a prestação de serviços comunitários diretamente aos refugiados e a inclusão destes na vida universitária. As universidades participan-tes, tanto públicas como privadas, apresentam resultados e planos de trabalho em encontros anuais.

Crianças refugiadas de diferentes nacionalidades participam de oficina de fotografia para mostrar suas visões sobre o espaço urbano onde vivem.

Mesa de abertura do VII Seminário da Cátedra Sérgio Vieira de Mello. A Cátedra é integrada por mais de 15 universidades públicas e privadas com o objetivo de promover a educação, pesquisa e extensão acadêmica voltada à população em condição de refúgio.

©Studio Pier 88/R.Bueno

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iguel Pachioni

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Idade, gênero e diversidadeA missão de salvaguardar os direitos e o bem-estar das pessoas sob o mandato do ACNUR só pode ser alcançada se as necessidades de homens, mulheres, crianças, jovens, idosos e pessoas LGBTI de diversas realidades sociais forem equitativamente atendidas.

Em 1999, o ACNUR adotou uma estratégia para integrar a perspectiva de gênero em todos os seus programas e relatórios de atividades. Cinco anos depois, começou a implementar uma estratégia de idade, gênero e diversidade em toda a organização. Equipes multifun-cionais e avaliações participativas são elementos integrantes desta estratégia institucional.

No Brasil, o ACNUR tem oferecido treinamentos sobre questões de gênero e orientação sexual aos seus parceiros, além de buscar melhorar o acesso de crianças ao incentivar atividades relacionadas a esta causa e outros assuntos correlatos.

Ao adotar uma abordagem que contempla transversalmente os critérios de idade, gênero e diversidade para desenvolver, implementar e monitorar suas políticas, programas e ativida-des, o ACNUR garante que todos esses grupos tenham igual acesso aos serviços e políticas de proteção disponíveis. Também garante a participação deles nas tomadas de decisões que afetem suas vidas.

Oficinas de artes e outras atividades recreativas são oferecidas às crianças refugiadas que vivem na Grécia.

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CR/Yorgos Kyvernitis

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A proteção de pessoas LGBTIPessoas cuja orientação sexual, identidade ou expressão de gê-nero diferem das normas vigentes podem enfrentar discriminação, rejeição e violência dentro de sua família ou comunidade. Em mui-tos países, as pessoas LGBTI enfrentam assédio, discriminação e detenções arbitrárias por parte das autoridades governamentais, com base em sua orientação sexual ou identidade de gênero, in-cluindo os 74 Estados onde as relações homossexuais consen-suais são criminalizadas atualmente. Em alguns países, pessoas trans enfrentam sanções penais e crianças intersex são submeti-das a cirurgias e esterilização sem o seu consentimento.

O ACNUR estima que 37 países já concederam refúgio a indivídu-os cujo fundado temor de perseguição relacionava-se à orienta-ção sexual e/ou identidade de gênero. Contudo, ainda há muitos que não o fizeram e cujas práticas e procedimentos estão aquém dos padrões internacionais.

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CR/N

ick Otto

Subni Nahas, refugiado sírio LGBTI, foi reassentado nos Estados Unidos e hoje vive na cidade de São Francisco.

O Brasil já processou mais de 200 solicitações cujo fundamento da perseguição diz respeito a questões relacionadas a sexo, orienta-ção sexual e/ou identidade de gênero. Além de reconhecer solici-tações dessa natureza, o Brasil tem realizado esforços para garantir que pessoas LGBTI tenham acesso a um procedimento de determi-nação da condição de refugiado sensível às necessidades de pro-teção específicas dessa população. Desde 2016, o ACNUR Brasil tem trabalhado em parceria com a campanha Livres & Iguais para garantir a proteção de refugiados LGBTI no Brasil.

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Década Internacional de AfrodescendentesA Assembleia Geral da ONU proclamou o período entre 2015 e 2024 como a Década In-ternacional de Afrodescendentes (Resolução 68/237), citando a necessidade de reforçar a cooperação nacional, regional e internacional em relação ao pleno aproveitamento dos direitos econômicos, sociais, culturais, civis e políticos de pessoas afrodescendentes, bem como sua participação plena e igualitária em todos os aspectos da sociedade.

Os principais objetivos da Década Internacional são:

• Promover o respeito, proteção e cumprimento de todos os direitos humanos e liber-dades fundamentais das pessoas afrodescendentes, como reconhecido na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

• Promover um maior conhecimento e respeito pelo patrimônio diversificado, a cultura e a contribuição de afrodescendentes para o desenvolvimento das sociedades.

• Adotar e reforçar os quadros jurídicos nacionais, regionais e internacionais, de acordo com a Declaração e Programa de Ação de Durban e da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, bem como assegurar a sua plena e efetiva implementação.

Refugiados do Burundi descansam sob a sombra de árvores, em um centro de recepção e trânsito na República Democrática do Congo.

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CR/Eduardo Soteras Jalil

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CR/Beto Barata

Declaração e Plano de Ação do BrasilEm 1984, diversos países da América Central e do Caribe reuniram-se em Cartagena das Índias (Colômbia) para debater os problemas legais e humanitários que afetavam as pessoas em situação de refúgio na América Central. Neste encontro, foi adotada a “Declaração de Carta-gena sobre Refugiados”, considerada um marco para o trabalho huma-nitário em toda a América Latina e Caribe.

Em comemoração ao 30º aniversário da Declaração de Cartagena, o Brasil sediou o evento Cartagena+30, que promoveu um diálogo re-gional sobre questões de refúgio, apatridia e migrações com diversos países e a sociedade civil da América Latina e do Caribe.

Em dezembro de 2014, foram adotadas a Declaração e o Plano de Ação do Brasil, onde novas metas e ações concretas foram estabe-lecidas para o desenvolvimento regional do tema durante a próxima década, com base nos últimos resultados e avanços.

Este marco reforça mecanismos de proteção regional, como a Declara-ção de Cartagena de 1984, a Declaração de São José sobre Refugiados e Pessoas Deslocadas (1994), a Declaração e o Plano de Ação do Méxi-co para Fortalecer a Proteção Internacional dos Refugiados na América Latina (2004) e a Declaração de Brasília sobre a Proteção de Pessoas Refugiadas e Apátridas (2010).

Mesa de abertura do evento que celebrou, em Brasília, os 30 anos da Declaração de Cartagena sobre Refugiados e adotou a Declaração e o Plano de Ação do Brasil.

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Declaração de Nova YorkEm setembro de 2016, durante a Cúpula das Nações Unidas sobre Grandes Movimentos de Refugiados e Migrantes, realizada em Nova York, governantes de 193 países assumiram compromissos-chave para proteger os direitos de refugiados e migrantes, bem como para compartilhar a responsabilidade sobre estas populações em escala global. Estes compro-missos ficaram conhecidos como a Declaração de Nova York e visam salvar vidas, combater o racismo, a xenofobia e o tráfico humano, garantir a igualdade de reconhecimento legal e incluir essas populações nos planos nacionais de desenvolvimento.

A Agência da ONU para Refugiados reconhece a Declaração de Nova York como um marco significativo para a proteção de refugiados e migrantes, pois tem a proposta de desenvolver um quadro de resposta integral para os refugiados. Além disso, a Declaração propõe um sis-tema mais robusto de financiamento e de engajamento de agentes de desenvolvimento para ajudar tanto as pessoas que foram forçadas a abandonar suas casas como as comunidades que as acolhem.

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)No dia 1º de janeiro de 2016, entrou em vigor a resolução da ONU intitulada “Transformar o nosso mundo: Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável” constituída por 17 objetivos, desdobrados em 169 metas com várias dimensões do desenvolvimento sustentável (social, econômico, ambiental). O projeto foi aprovado por unanimidade pelos 193 Estados-membros, em setembro de 2015, visando promover a paz, a justiça e instituições eficazes.

A Agência da ONU para Refugiados está empenhada em implementar a Agenda 2030 nos seus escritórios locais e globalmente, envolvendo-se ativamente no planejamento, opera-cionalização, coleta de dados e aplicação das diretrizes adotadas. Nesse sentido, o ACNUR

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CR/Rick Bajornas

Filippo Grandi, Alto Comissário da ONU para Refugiados, discursa durante evento que adotou a Declaração de Nova York.

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acredita que a educação seja uma ferramenta crucial para assegurar direitos e promover o desenvolvimento humano. O acesso à educação propicia a coesão social, facilita a troca de informações essenciais à vida, atende às necessidades psicossociais e oferece um ambien-te estável e seguro para que refugiados efetivamente se integrem à sociedade.

O ACNUR tem parcerias com governos e organizações internacionais para garantir a qua-lidade e educação de proteção para crianças refugiadas e jovens em todos os lugares, estando alinhado com o Compromisso 4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que propõe assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover opor-tunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.

Embaixadores da Boa Vontade e Enviada EspecialArtistas, intelectuais, atletas e cantores famosos dedicam parte de seu tempo e sua imagem a causas humanitárias internacionais. Muitos trabalham em parceria com agências, fundos e programas da ONU, como o ACNUR. Os chamados Embaixadores da Boa Vontade do ACNUR têm algo em comum: a disposição em dedicar seu tempo e influência para dar visibilidade à causa das pessoas que foram forçadas a abandonar seus locais de origem.

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CR/Leslie Knott

Angelina Jolie mostra solidariedade com os refugiados sírios.

Entre os Embaixadores da Boa Vontade do ACNUR estão a atriz australiana Cate Blanchett, a cantora lírica norte-americana Barbara Hendricks, o ator uruguaio Osvaldo Laport, o escri-tor americano Khaled Hosseini, o apresentador de TV espanhol Jesús Vázquez, a top-model britânica Alek Wek, o ator francês Julien Clerc, o músico grego George Dalaras e a atriz e blogueira chinesa Yao Chen.

Em 2012, o ACNUR nomeou a atriz norte-americana Angelina Jolie como Enviada Especial do Alto Comissário para Refugiados. A atriz dialoga com as vítimas dos deslocamentos forçados, representando o ACNUR a nível diplomático, além de se envolver com tomadores de decisão sobre temas do mandato do ACNUR.

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Parceiros do ACNUR no BrasilParcerias são essenciais para a concretização das ações do ACNUR e, como as crises hu-manitárias têm se tornado mais complexas, a agência tem ampliado tanto o número quanto o tipo de organizações com as quais trabalha conjuntamente.

No Brasil, o ACNUR conta com parcerias em diversas localidades do país. Todas essas organizações ofertam assistência direta e apoio aos refugiados e solicitantes de refúgio. Ademais, com o aumento da população refugiada no país, o ACNUR realiza periodicamente um processo público de seleção de parcerias para desenvolver projetos em diferentes localidades, tendo como foco a integração desta população no Brasil.

Por meio do CONARE, o ACNUR se relaciona com diferentes instâncias do Governo Fede-ral, contribuindo para a formulação das políticas sobre refúgio e das normas que esclare-cem os termos da legislação nacional sobre o tema.

Associação Antônio Vieira (ASAV) Porto Alegre (RS)

www.asav.org.br [email protected] www.facebook.com/ASAV/ www.twitter.com/asav_jesuitas (51) 3343.2466

Associação CompassivaSão Paulo (SP)

www.compassiva.org.br [email protected] www.facebook.com/compassiva (11) 2537.3449

Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro (CARJ) Rio de Janeiro (RJ)

www.caritas-rj.org.br [email protected] www.facebook.com/caritasrj (21) 2567.4105

Cáritas Arquidiocesana de São Paulo (CASP) São Paulo (SP)

http://caritassp.org.br [email protected] www.facebook.com/caritassp/ (11) 4873.6363 / 2062.7766

Cáritas Brasileira Regional Paraná Curitiba (PR)

http://pr.caritas.org.br [email protected] www.facebook.com/caritaspr (41) 3023.9907

Eu Conheço Meus Direitos / I Know My Rights (IKMR) São Paulo (SP)

www.ikmr.org [email protected] www.facebook.com/ikmr.euconhecomeusdireitos www.twitter.com/IKMR_Brasil (11) 3936.8896

Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH) Brasília (DF)

www.migrante.org.br [email protected] [email protected] www.facebook.com/institutomigracoes (61) 3340.2689

Instituto de Reintegração do Refugiado (ADUS)São Paulo/SP

www.adus.org.br [email protected] www.facebook.com/adusbrasil/ (11) 3225-0439

Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE) Brasília (DF)

[email protected] (61) 2025.9226

Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) Brasília (DF)

[email protected] (61) 3044.5744

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Como apoiar o ACNURDoações O ACNUR é uma agência humanitária financiada por contribuições voluntárias de governos, mas também de corporações, fundações e indivíduos. Como menos de 2% do orçamento do ACNUR vem de contribuições regulares da própria ONU, os recursos de doadores priva-dos são cada vez mais importantes para financiar os programas de proteção e assistência aos refugiados.Neste momento, cerca de 65 milhões de pessoas no mundo foram forçadas a abandonar suas casas devido a conflitos armados, violência e violação dos direitos humanos. O ACNUR está presente em aproximadamente 130 países, provendo suporte e proteção aos refugiados que deixaram tudo para trás para salvar suas vidas, mas ninguém pode fazer isso sem apoio.Com apenas um clique, você possibilita que o ACNUR continue protegendo vidas e asse-gurando os direitos de milhares de famílias, crianças, idosos e adultos que são forçados a interromper seus sonhos e aspirações.As doações mensais ajudam o ACNUR a acolher milhões de famílias nos campos de refugiados e nos centros urbanos, atendendo suas necessidades básicas de alimentação, saúde, moradia, educação, água potável e saneamento básico. Refugiados passam, em média, 17 anos em um campo. E sua contribuição mensal é fundamental para a sobrevivência destas famílias.Acesse doar.acnur.org e ajude os refugiados a terem uma vida digna e segura.

ParceriasDiante da complexidade das crises humanitárias atuais, o apoio de empresas é fundamental para ampliar o alcance e o impacto dos programas do ACNUR.Empresas privadas que colaboram com o ACNUR obtêm ganhos de credibilidade e visibili-dade social junto aos seus públicos de interesse.O ACNUR tem interesse em construir parcerias com empresas que envolvam, além de doa-ções, ações com colaboradores e consumidores, marketing relacionado à causa e divulga-ção em situações de emergência.Empresas como Ikea, Google, AirBnb, Facebook e UPS já são parceiras do ACNUR.Para saber como sua empresa pode se tornar parceira do ACNUR no Brasil, entre em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (11) 2500-5286.

Outras formas de apoioHá uma série de outras iniciativas que podem ser implementadas por qualquer pessoa em prol dos refugiados:

• Compreender que os refugiados são vítimas e não as causas de situações de perseguição e conflito.

• Acompanhar e compartilhar, nas redes sociais, as informações divulgadas pelo ACNUR.• Oferecer oportunidades de emprego e contribuir para a criação e manutenção de fontes

de renda dignas.• Facilitar a adaptação de crianças refugiadas no ambiente escolar e em sua comunidade.• Contribuir com a doação de materiais que são solicitados pelos parceiros do ACNUR.• Conceder bolsas de estudo para universitários e incluir os refugiados nos serviços presta-

dos pelas universidades por meio da Cátedra Sérgio Vieira de Mello.• Apoiar o acesso e a opinião dos refugiados na construção de políticas públicas federais,

estaduais e municipais.

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Fontes de informação Site do ACNUR Brasil:

www.acnur.org.br

Site internacional do ACNUR: www.unhcr.org

Site do ACNUR para as Américas: www.acnur.org

Operações do ACNUR no mundo: reporting.unhcr.org/

Estatísticas: www.unhcr.org/figures-at-a-glance.html

Banco de imagens: media.unhcr.org

Operações de emergência: data.unhcr.org/

Década Internacional de Afrodescendentes: decada-afro-onu.org/plan-action.shtml

Declaração de Nova Iorque: refugeesmigrants.un.org/

Ações inovadoras com refugiados: innovation.unhcr.org/

Redes Sociais

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