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PROTOLOGIA BÍBLICA Da história do jardim à Torre de Babel

Protologia bíblica

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Page 1: Protologia bíblica

PROTOLOGIA BÍBLICADa história do jardim à Torre de Babel

Page 2: Protologia bíblica

E gêneros literários

HISTORICIDADE

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Hino (Gn 1,1–2,4a)

Sentido literal• É histórico

(DS 3512ss)

Contraste com a ciência• Criação no

tempo• De forma

sucessiva• Das criaturas

inferiores às superiores

Modo• Obra de criação e separação• Luz• Firmamento• Terra

• Obra de ornamentação• Astros• Peixes e aves• Animais e

homem

Dias da criação• Hipótese literal• Hipótese

concordista• Hipótese

simbólica

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Enigma (Gn 2,4b–3,24)

Morte e amor Sacerdócio Templo cósmico Dragão Medo da morte Promessa do

Redentor

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Genealogia (Gn 5;10;11,10-26)

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E conteúdo doutrinal

ESTRUTURA NARRATIVA

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Hipótese dos documentos

• necessidade da salvação e promessas divinas• uso do nome divino YHWH• relato contínuo de estilo colorido a modo de epopéia nacional• preferência pela vida pastoril e nômade• enfoque religioso da origem das instituições, costumes, profissões, nomes de pessoas e

lugares• familiaridade com Deus mediante antropomorfismos

Javista

• fatos como iniciativas divinas• relato fragmentário• uso do nome divino Elohim (Deus)• aspecto anedótico• estilo patético, objetivo, detalhista dos nomes e preocupado com a localização dos

fatos• sublinha a transcendência de Deus (mediação de anjos, dos sonhos, visões e

fenômenos preternaturais)• moralmente exigente

Eloísta

• gênero histórico‑legislativo, contrapõe pureza à impureza, santidade a pecado• procura nos fatos históricos a origem das leis concretas• termos técnicos, estilo estereotipado e monótono, abundância de genealogias e

precisão cronológica• nomeia a Deus conforme o nível de Aliança (Elohim, El‑Schaddai, YHWH)• Deus se revela por comunicações verbais e exige santidade

Sacerdotal

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Esquema do bloco Gn 1–11C

riaçã

o • Deus fala a Adão

• Filhos de Adão• Desenvolvime

nto tecnológico

• 10 gerações de Adão

• Pecado dos homens

Recr

iaçã

o • Deus fala a Noé

• Filhos de Noé• Desenvolvime

nto etnológico• Pecado dos

homens• 10 gerações

de Noé

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Ensinamentos

Aquele que vive eternamente criou todas as coisas em conjunto (Eclo 18,1a)

O homem é sua obra principal, para quem o mundo foi criado

A mulher foi criada para ser esposa e mãe e o matrimônio foi instituído pelo próprio Deus

O Redentor foi prometido desde o princípio

Valor da vida Culto no Nome divino Perigo da cultura e da

fama

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As lendas do povo judeu

MIDRASHIM

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Tohu e bohu

…tua mão todo-poderosa, que criou o mundo da matéria informe… (Sb 11,17)

“Desta terra invisível e sem ordem, dessa informidade, deste quase nada, fizeste tudo” (Santo Agostinho, Confissões, XII, 8)

“Deus, porém, é superior ao homem porque cria a matéria de sua criação, que antes não existia” (Santo Irineu de Lião, Adversus hæresis, I, 10, 4)

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O edifício cósmico

Fundado entre as águas abissais do Oceano e as superiores que caem como chuva de comportas

O acúmulo de representações cosmologizantes inconciliáveis tornou evidente que o decisivo era a doutrina subjacente

Sete céus e sete alicerces A imagética bíblica

conserva perene utilidade pedagógica dada sua percepção da distribuição hierárquica das criaturas e à esperança de os justos serem acolhidos na glória

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Azazel e Lilit

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Metatron

Ao todo, Henoc viveu trezentos e sessenta e cinco anos. Como Henoc andasse com Deus, desapareceu, pois Deus o havia arrebatado (Gn 5,23s)

Pela fé, Henoc foi levado, sem passar pela morte; não mais foi encontrado, porque Deus o levou. Antes de ser levado, porém, recebeu o testemunho de que foi agradável a Deus (Hb 11,5)

Henoc agradou a Deus e foi arrebatado ao paraíso, para levar a conversão às nações(Eclo 44,16)

Deles vale também o que pronunciou Henoc, o sétimo patriarca depois de Adão: “Eis que veio o Senhor com milhares de seus santos, para exercer o juízo contra todos, e para denunciar todos os ímpios a respeito de todas as impiedades que cometeram e dos insultos que, como ímpios pecadores, proferiram contra ele” (Jd 14s)

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Casos particulares

HERMENÊUTICA

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Uma resposta a Enuma elish?

Caos

aquoso

• Apsu (águas doces)• Tiamat (mar)

Teogoni

a

• Apsu e Tiamat geraram Ea (céu)• Ea, conhecedor de todas as coisas, contrapôs-

se ao caos

Teomaquia

• Ea gerou Marduc (Sol)• Marduc venceu o caos• Organizou o céu e a terra com os despojos de

Tiamat

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Vegetarianismo

Sacerdotes (sacrifícios)

Israelitas (dieta)

Gentios (todos os animais)

Visão israelita da história:Criação História

Consumação

PazHarmonia

Vegetarianismo

GuerraViolência

Carnivorismo

PazHarmonia

Vegetarianismo

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Satanás

Diante do divino Mistério da caridade, um “lúcifer” recusou‑se a corresponder com o amor

Tentado por sua própria suficiência, calou a única resposta capaz de suprir sua incompreensão

Não quis doar‑se por cima do que via nem referir‑se a uma ordem da que não podia dar razão por si mesmo

A soberba de querer ser como Deus fê-lo cair do céu sobre a terra

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A serpente

O diabo ou satanás, identificado com a áspide, o basilisco, o crocodilo ou o dragão, chama‑se em hebraico Abadon, e em grego, Apolion (Ap 9,11b)

Semuel no Apocalipse grego de Baruc, demiurgo em vários sistemas gnósticos

“É o Apocalipse que, sublinhando o enigma dos diversos nomes e símbolos de Satanás na Sagrada Escritura, revela definitivamente sua identidade” (Fé cristã e demonologia)

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Patriarcas pré-diluvianos

Interpretaçãoa-histórica

Esquematização do “Grande Ano” de 4000

aCSistema secreto

numerológico em função do Exílio

Sistema de figuras

Sistema descontínuo

Interpretaçãohistórica

Método de contagem sucessiva

Método de contagem sobreposta

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Os gigantes

Gn 6 1Quando o ser humano começou a procriar-se sobre o solo da terra e gerou filhas, 2os filhos de Deus viram que as filhas dos humanos eram bonitas e escolheram as que lhes agradassem como mulheres para si.3E o SENHOR disse: “Meu espírito não animará o ser humano para sempre. Sendo apenas carne, não viverá mais do que cento e vinte anos”.4(Havia então gigantes na terra, mesmo depois que os filhos de Deus se uniram às filhas dos humanos e lhes geraram filhos. São eles os heróis renomados dos tempos antigos.)

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Noé consolador

Gn 6 5O SENHOR viu o quanto havia crescido a maldade das pessoas na terra e como todos os projetos de seus corações tendiam unicamente para o mal. 6Então o SENHOR arrependeu-se de ter feito o ser humano na terra e ficou com o coração magoado.7E o SENHOR disse: “Vou exterminar da face da terra o ser humano que criei e, com ele, os animais, o que se move pelo chão e até as aves do céu, pois estou arrependido de os ter feito”.8Noé, porém, encontrou graça aos olhos do SENHOR.

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O dilúvio

Desfeita a unidade do gênero humano pelo pecado, Deus procurou imediatamente, salvar a humanidade intervindo com cada uma das suas partes. A aliança com Noé, a seguir ao dilúvio, exprime o princípio da economia divina em relação às «nações», quer dizer, em relação aos homens reagrupados «por países e línguas, por famílias e nações» (CCE 56)

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Nemrod e Babel

Esta ordem, ao mesmo tempo cósmica, social e religiosa da pluralidade das nações, destinava-se a limitar o orgulho duma humanidade decaída, que, unânime na sua perversidade, pretendia refazer por si mesma a própria unidade, à maneira de Babel. Mas, por causa do pecado, quer o politeísmo quer a idolatria da nação e do seu chefe são uma contínua ameaça de perversão pagã a esta economia provisória (CCE 57)

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O início da História da Salvação

EXCURSO

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Criação

“No desígnio do Criador, existe certamente uma distinção, mas também uma íntima conexão entre as ordens da criação e da salvação” (DD 12)

O início do desígnio salvífico de Deus em Cristo se dá com a libérrima ação criadora

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Revelação primitiva

A História da Salvação coincide temporalmente com a História da Revelação

“Deus, criando e conservando todas as coisas pelo Verbo, oferece aos homens um testemunho perene de Si mesmo nas coisas criadas, e, além disso, decidindo abrir o caminho da salvação sobrenatural, manifestou-se a Si mesmo, desde o princípio, aos nossos primeiros pais” (DV 3)

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Vocação de Abraão

Desde o princípio, Deus abençoa os seres vivos, especialmente o homem e a mulher. A aliança com Noé e todos os seres animados renova esta bênção de fecundidade, apesar do pecado do homem, pelo qual a terra fica «maldita». Mas é a partir de Abraão que a bênção divina penetra na história dos homens, que caminhava em direção à morte, para a fazer regressar à vida, à sua fonte: pela fé do «pai dos crentes» que acolhe a bênção, é inaugurada a história da salvação (CCE 1080)

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João Carlos Nara Júnior@narajr