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Instruções e Orientações 1. Verifique se este caderno está sem defeito e contém 65 questões objetivas. Caso contrário, peça ao fiscal da sua sala a substituição do material. 2. Nas questões de nº 61 a 65, responda somente às questões de Inglês ou de Espanhol. Ao utilizar o cartão de respostas, atenda ao solicitado. 3. Cada questão objetiva tem 5 alternativas de resposta, porém apenas uma correta. Essa deve ser assinalada no cartão de respostas. O cartão não pode ser rasurado. 4. Para a prova de redação, use como rascunho o espaço disponibilizado no caderno de provas. Passe a redação a limpo, à tinta, na folha de redação. Esta folha não terá substituição. 5. Este caderno de provas pode ser rasurado. 6. Não é permitido o uso de celulares e outros equipamentos eletrônicos. Guarde-os desligados. 7. Assine a ata de presença. 8. Na saída, entregue a folha de redação e o cartão de respostas devidamente assinado. 9. Nenhum candidato poderá retirar-se da sala antes de 1 (uma) hora de realização das provas. Sugerimos que os últimos 30 minutos sejam utilizados para o preenchimento do cartão de respostas. 10. Tempo de duração da prova: 4h. Preenchimento do cartão de respostas 1. Você recebeu o cartão de respostas identificado. Assine no local indicado. 2. Números de 01 a 65 referem-se às questões, e as letras A, B, C, D e E às alternativas. 3. Use caneta azul ou preta. 4. Marque o círculo correspondente à resposta certa de cada questão, preenchendo-o completamente. Não faça qualquer marcação fora da alternativa correspondente à sua resposta. 5. Opte pela língua estrangeira desejada, preenchendo o círculo correspondente no cartão de respostas. Preenchimento Correto Incorreto Prova 2: 19 de novembro

Prova 2 o círculo correspondente à resposta certa de cada questão, preenchendo-o completamente. Não faça qualquer marcação fora da alternativa correspondente à sua resposta

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Instruções e Orientações

1. Verifique se este caderno está sem defeito e contém 65 questões objetivas. Caso contrário, peça ao fiscal da sua sala a substituição do material.

2. Nas questões de nº 61 a 65, responda somente às questões de Inglês ou de Espanhol. Ao utilizar o cartão de respostas, atenda ao solicitado.

3. Cada questão objetiva tem 5 alternativas de resposta, porém apenas uma correta. Essa deve ser assinalada no cartão de respostas. O cartão não pode ser rasurado.

4. Para a prova de redação, use como rascunho o espaço disponibilizado no caderno de provas. Passe a redação a limpo, à tinta, na folha de redação. Esta folha não terá substituição.

5. Este caderno de provas pode ser rasurado. 6. Não é permitido o uso de celulares e outros equipamentos eletrônicos. Guarde-os desligados. 7. Assine a ata de presença. 8. Na saída, entregue a folha de redação e o cartão de respostas devidamente assinado. 9. Nenhum candidato poderá retirar-se da sala antes de 1 (uma) hora de realização das provas. Sugerimos

que os últimos 30 minutos sejam utilizados para o preenchimento do cartão de respostas. 10. Tempo de duração da prova: 4h.

Preenchimento do cartão de respostas

1. Você recebeu o cartão de respostas identificado. Assine no local indicado. 2. Números de 01 a 65 referem-se às questões, e as letras A, B, C, D e E às

alternativas. 3. Use caneta azul ou preta. 4. Marque o círculo correspondente à resposta certa de cada questão, preenchendo-o

completamente. Não faça qualquer marcação fora da alternativa correspondente à sua resposta.

5. Opte pela língua estrangeira desejada, preenchendo o círculo correspondente no cartão de respostas.

PreenchimentoCorreto

Incorreto

Prova 2: 19 de novembro

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1º BLOCO: LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA

LÍNGUA PORTUGUESA Instrução: As questões 1 a 8 estão baseadas no texto Professor no paraíso, escrito pelo colunista Gilberto

Dimenstein para a Folha de São Paulo no dia 16 de outubro de 2001, caderno Cotidiano.

Professor no paraíso

1 2 3 4 5 6 7 8 9

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Uma das melhores escolas dos Estados Unidos descobriu um meio eficiente de estimular seus alunos: obrigá-los a ficar longe da escola - e por muito tempo. Durante 60 dias por ano, além das férias, eles não precisam pisar na sala de aula.

A escola de ensino médio Summit Preparatory High School está chamando a atenção de educadores de todo o mundo por dois motivos: brilha no ranking das melhores dos Estados Unidos e, pública, tem seus alunos escolhidos por sorteio, muitos deles vindos de famílias pobres. Perguntei ao diretor da escola, Brian Johnson, se os pais não tinham estranhado a novidade. "No começo, um pouco, mas depois eles viram a melhora nas notas. Quase todos os alunos entram na faculdade."

É como se, na prática, estivessem reciclando o significado (e, para muitos, o prazer) de "matar" aula. Hoje eles estão definindo uma nova geografia do aprender e repensando o professor, cujo dia foi comemorado neste fim de semana.

Localizada numa cidade chamada Redwood, perto de San Francisco, na Califórnia, a Summit é uma escola pública independente, gerida com total autonomia por uma instituição sem fins lucrativos.

Ela já nasceu com um objetivo: não apenas pôr todos os seus alunos nas faculdades, mas também ajudá-los a ingressar no mercado de trabalho da região, hoje repleto de empresas ligadas à tecnologia da informação carentes de trabalhadores qualificados. Daí a ideia de tirar os alunos da escola, reservando uma semana ao final de quatro meses.

A complexidade da experiência está na gestão de uma série de parcerias para assegurar aos alunos espaços fora da escola, formando uma comunidade de aprendizagem. São oferecidos, em companhias profissionais, cursos de dança, teatro, música e computação, bem como estágios em empresas ou em laboratórios de universidades."É incrível ver brilhar os olhos deles!", diz o engenheiro Paulo Blikstein, que recebe alguns desses alunos em seu laboratório em Stanford, nas proximidades da Summit. Blikstein tem visto como as melhores escolas da região, especialmente as particulares, vêm mudando seu currículo, de modo a oferecer atividades extracurriculares com professores das universidades em áreas como nanotecnologia ou impressão digital.

É evidente que isso é apenas a cereja do bolo. Não apenas o ensino na Summit é de tempo integral como há um programa diário para recuperação de quem não aprende, abundam recursos tecnológicos, os pais são obrigados a participar da vida acadêmica dos filhos - e por aí vai.

O salário inicial do professor é de R$ 80 mil por ano e vai aumentando de acordo com o desempenho do aluno. Professores de ciências e matemática ganham mais. Era necessário, porém, dar um choque de experimentação, colocando os alunos mais próximos de profissionais ou pesquisadores.

A solução foi sair da sala de aula e gerir essa comunidade de aprendizagem. "Vemos que os alunos aprendem tanto ou mais quando estão longe daqui. Quando voltam para a sala de aula, estão mais entusiasmados e percebem a aplicabilidade do que aprendem na escola", conta Brian.

PS - A Summit decidiu implementar um interessante sistema para ajudar os alunos que têm mais dificuldades, que, muitas vezes, pedem ajuda aos colegas para fazer as lições de casa ou tirar dúvidas.

A escola treina seus alunos para serem professores. Por essas e outras, empresários da região estão doando milhões para que se criem mais dez escolas públicas nos mesmos moldes.

1 De acordo com o texto de Gilberto Dimenstein, a escola Summit Preparatory High School adotou um diferencial

quanto à gestão de suas aulas. Qual das alternativas abaixo apresenta corretamente esse diferencial? (A) As aulas são interativas e prazerosas, sendo que o aluno pode decidir se deseja participar ou não. (B) A escola propicia que os alunos realizem parte significativa de suas atividades acadêmicas fora do

ambiente escolar, integrando-os ao mercado de trabalho e à comunidade. (C) A escola adotou um método revolucionário de ensino, de acordo com o qual os alunos aprendem

apenas por prazer, sem fazer qualquer esforço. (D) O currículo de todos os cursos da escola está direcionado apenas para atividades fora da sala de aula. (E) A escola admite apenas alunos carentes, o que contribui para o desenvolvimento social da

comunidade em que está inserida.

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2 Assinale a única alternativa que expõe uma informação encontrada no texto Professor no paraíso. (A) Os alunos da escola de ensino médio Summit Preparatory High School são escolhidos de acordo com

o rendimento demonstrado no ensino fundamental. (B) O diretor Paulo Blikstein descobriu que o melhor método para estimular os alunos a estudarem é não

puni-los quando faltam às aulas. (C) A escola Summit Preparatory High School é de tempo integral, possui muitos recursos tecnológicos e

exclui alunos que apresentam baixo aproveitamento nas aulas. (D) Todos os professores ganham excelentes salários, sendo que não há diferenciação salarial. (E) A escola mantém parcerias com diferentes instituições fora da escola, onde os alunos realizam suas

atividades.

3 Assinale a única alternativa em que o termo sublinhado no enunciado está sendo empregado com sentido denotativo.

(A) Durante 60 dias por ano, além das férias, eles não precisam pisar na sala de aula. (l. 2-3) (B) “(...) brilha no ranking das melhores dos Estados Unidos” (l. 5) (C) É como se, na prática, estivessem reciclando o significado (e, para muitos, o prazer) de "matar" aula.

(l. 9) (D) Localizada numa cidade chamada Redwood, perto de San Francisco, na Califórnia, a Summit é uma

escola pública independente, gerida com total autonomia por uma instituição sem fins lucrativos. (l. 12-13)

(E) É evidente que isso é apenas a cereja do bolo. (l. 25)

4 Quanto ao estilo do texto de Gilberto Dimenstein, é correto afirmar o seguinte: (A) Trata-se de um texto com predomínio de linguagem formal, embora haja ocorrência de expressões e

construções coloquiais. (B) Embora se trate de um texto escrito, seu estilo predominante é coloquial, com muitas construções

soltas e repetições. (C) O texto possui um estilo predominantemente acadêmico, com forte presença de conceitos abstratos e

científicos. (D) O estilo do texto de Gilberto Dimenstein é hiperformal, com predomínio de figuras de linguagem

muito rebuscadas e várias expressões elaboradas esteticamente. (E) O estilo do autor é marcado por uma forte variação regional, com muitas expressões que revelam sua

ligação com o interior do estado de Minas Gerais.

5 Assinale a única alternativa em que a palavra “para” está sendo usada como uma preposição e NÃO como conjunção adverbial.

(A) A complexidade da experiência está na gestão de uma série de parcerias para assegurar aos alunos

espaços fora da escola ... (l. 18-19) (B) Quando voltam para a sala de aula ... (l. 32) (C) A Summit decidiu implementar um interessante sistema para ajudar os alunos que têm mais

dificuldades ... (l. 34) (D) (...) pedem ajuda aos colegas para fazer as lições de casa ou tirar dúvidas. (l. 35) (E) A escola treina seus alunos para serem professores. (l. 36)

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6 O seguinte período contém uma oração na voz passiva, que está sublinhada e em negrito: “A Summit é uma escola pública independente, gerida com total autonomia por uma instituição sem fins lucrativos.”

Em qual das alternativas abaixo, essa oração foi transposta corretamente para a voz ativa? (A) A Summit, uma escola pública independente, gere-se com total autonomia uma instituição sem fins

lucrativos. (B) A Summit é gerida com total autonomia por uma instituição sem fins lucrativos, tornando-se uma

escola pública independente. (C) Uma instituição sem fins lucrativos gere com total autonomia a Summit, uma escola pública

independente. (D) A Summit, que é uma escola pública independente, gere com total autonomia uma instituição sem fins

lucrativos. (E) Uma instituição sem fins lucrativos é gerida com total autonomia pela Summit, uma escola pública

independente.

7 Que função sintática é exercida pelas orações subordinadas substantivas sublinhadas abaixo? I – “É evidente que isso é apenas a cereja do bolo.” (l. 25) II – “A solução foi sair da sala de aula.” (l. 31) (A) I – Predicativo do sujeito; II - Sujeito. (B) I – Sujeito; II - Predicativo do sujeito. (C) I - Objeto direto; II - Sujeito. (D) I – Objeto direto; II - Objeto indireto. (E) I – Aposto; II – Objeto direto.

8 Assinale apenas a alternativa correta quanto ao uso da palavra “cujo” no seguinte período:

“Hoje eles estão definindo uma nova geografia do aprender e repensando o professor, cujo dia foi comemorado neste fim de semana.” (l. 9-11)

(A) Trata-se de uma preposição, utilizada para ligar termos e formar frases nominais. (B) A palavra “cujo” está flexionada no masculino singular porque concorda em número e gênero com a

palavra “professor”. (C) A palavra “cujo” está flexionada no masculino singular porque concorda em número e gênero com

“fim de semana”. (D) Trata-se de um pronome relativo que se refere a um elemento possuído e outro possuidor, sendo que

“professor” é o possuído e “dia” é o possuidor. (E) Trata-se de um pronome relativo que se refere a um elemento possuído e outro possuidor, sendo que

“dia” é o possuído e “professor” é o possuidor.

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Instrução: As questões 9 a 10 estão baseadas nos quadrinhos abaixo, postados no dia 25 de junho de 2008 no blog Gestão e humor corporativo, no seguinte endereço eletrônico: http://www.bampi.com.br/wordpress/?cat=9.

9 O sentido humorístico do texto acima está baseado em uma informação implícita, que o leitor descobre apenas ao ler o segundo quadrinho. Qual das alternativas abaixo expressa essa informação?

(A) Ao invés de trabalhar, Zeca prefere usar o computador para falar com seus amigos em redes sociais. (B) Zeca é um funcionário muito dedicado e, por isso, não gosta de ser interrompido em seu trabalho. (C) Zeca tem um sério problema de relacionamento com seu chefe e, por isso, não atende os seus

telefonemas. (D) Ao tentar enganar seu chefe, involuntariamente, Zeca acabou desmascarando sua própria mentira. (E) Ao invés de participar de reuniões presenciais com seu chefe, Zeca prefere reuniões virtuais,

mediadas por computadores.

10 Por que foi utilizada uma vírgula após a palavra Zeca, no primeiro quadrinho? (A) Porque se trata de um termo deslocado. (B) Porque se trata de um aposto. (C) Porque se trata de um vocativo. (D) Porque se trata de um adjunto adverbial antecipado. (E) Porque se trata de um adjunto adnominal antecipado.

Instrução: As questões 11 a 15 estão baseadas no conto africano A partilha do gnu, adaptado pelo escritor Ilan Brenman no livro África, São Paulo: Uno Educação, 2011, p. 31-36.

A partilha do gnu1

1 2 3 4 5 6 7 8 9

10 11 12 13 14 15 16 17

Depois de uma reunião no meio da savana africana queniana, o leão, o chacal e a hiena decidiram caçar juntos, assim teriam mais chance de capturar suas presas.

Quando a fome já apertava, o chacal avistou um gordo gnu, desgarrado de sua manada. Os três animais rapidamente abateram o gnu. O leão aproximou-se da caça e disse: - Quem fará a divisão desse apetitoso gnu? - Faça você, majestade – disse o chacal. - Não, hoje vou dar essa honra a um de vocês. A hiena, que não se aguentava de fome, disse: - Está bem, está bem. Eu faço a divisão! O leão e o chacal olharam o rosto abobado da hiena e esperaram. Depois de um tempo, ela disse: - As patas do animal, que são quatro, pertencem ao leão. A cabeça é do chacal e o resto é meu. O que acharam

da minha divisão? - Vem aqui pertinho de mim que vou lhe dizer – disse o leão. Assim que a hiena se aproximou, o leão desferiu uma patada que lhe arrancou um dos olhos. - Caro amigo chacal, agora é a sua vez de tentar uma divisão mais justa – disse o leão. O chacal visualizou a hiena com um buraco no olho e disse: - Uma das patas é para a hiena, a metade da cabeça é minha e o resto é tudo do rei leão. 1 Um antílope de grande porte encontrado em regiões sul-africanas.

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18 19 20

O leão estufou o peito e disse: - Meu amigo chacal, quem foi o seu grande mestre na arte da divisão da caça? - O olho da minha amiga hiena – respondeu o chacal, afastando-se com o seu pedaço.

11 Assinale a alternativa que contém apenas afirmações corretas quanto ao texto acima.

I – No texto, os animais possuem sentidos alegóricos ou simbólicos, sugerindo relações de poder e

hierarquias entre grupos sociais. II – O texto possui um caráter intimista e aponta, metaforicamente, para a subjetividade inerente às

relações interpessoais. III – O texto se aproxima do gênero das fábulas, pois seus personagens são animais antropomorfizados. IV – O texto possui um forte apelo social e critica de forma evidente as desigualdades econômicas na

sociedade africana. (A) Apenas I e III estão corretas. (B) Apenas I, III e IV estão corretas. (C) Apenas II e III estão corretas. (D) Apenas I e IV estão corretas. (E) Apenas II, III e IV estão corretas.

12 No final da narrativa, o chacal afirma que seu grande mestre na divisão da caça foi “O olho da minha amiga hiena” (l. 20). Essa resposta ao leão contém um sentido irônico e, ao mesmo tempo, condensa a moral de toda a história. Qual das alternativas abaixo expressa essa moral?

(A) O chacal aprendeu, com o “olho da sua amiga hiena”, que a justiça é o bem absoluto de qualquer

grupo social. (B) O chacal aprendeu, com o “olho da sua amiga hiena”, que toda injustiça é passível de punição. (C) O chacal aprendeu, com o “olho da sua amiga hiena”, que a justiça só pode ser mantida com fortes

lideranças. (D) O chacal aprendeu, com o “olho da sua amiga hiena”, que desagradar os mais fortes pode ser

arriscado. (E) O chacal aprendeu, com o “olho da sua amiga hiena”, que o mais importante na vida é o desapego aos

bens materiais.

13 Por que as orações “que não se aguentava de fome” (l. 8) e “que são quatro” (l. 11) estão entre vírgulas?

(A) Porque se trata de frases nominais deslocadas. (B) Porque se trata de apostos. (C) Porque se trata de orações subordinadas substantivas apositivas. (D) Porque se trata de orações subordinadas adjetivas restritivas. (E) Porque se trata de orações subordinadas adjetivas explicativas.

14 Qual das palavras abaixo possui uma consoante oclusiva?

(A) Uma. (B) Fome. (C) Sua. (D) Quem. (E) Faça.

15 Assinale a alternativa que expõe, corretamente, o referente da expressão “essa honra”, na linha 7. (A) Majestade. (B) Chacal. (C) Fazer uma reunião. (D) Abater o gnu. (E) Fazer a divisão do gnu.

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Prova 2:

01 de dezembro

Instruções e Orientações

1. Verifique se este caderno está sem defeito e contém 65 questões objetivas. Caso contrário, peça ao fiscal da sua sala a substituição do material.

2. Nas questões de nº 61 a 65, responda somente às questões de Inglês ou de Espanhol. Ao utilizar o cartão de respostas, atenda ao solicitado.

3. Cada questão objetiva tem 5 alternativas de resposta, porém apenas uma correta. Essa deve ser assinalada no cartão de respostas. O cartão não pode ser rasurado.

4. Para a prova de redação, use como rascunho o espaço disponibilizado no caderno de provas. Passe a redação a limpo, à tinta, na folha de redação. Esta folha não terá substituição.

5. Este caderno de provas pode ser rasurado. 6. Não é permitido o uso de celulares e outros equipamentos eletrônicos. Guarde-os desligados. 7. Assine a ata de presença. 8. Na saída, entregue a folha de redação e o cartão de respostas devidamente assinado. 9. Nenhum candidato poderá retirar-se da sala antes de 3 (três) horas e 45 (quarenta e cinco) minutos de

realização das provas. Sugerimos que os últimos 30 (trinta) minutos sejam utilizados para o preenchimento do cartão de respostas.

10. Tempo de duração da prova: 4h.

Preenchimento do cartão de respostas

1. Você recebeu o cartão de respostas identificado. Assine no local indicado. 2. Números de 1 a 65 referem-se às questões, e as letras A, B, C, D e E às

alternativas. 3. Use caneta azul ou preta. 4. Marque o círculo correspondente à resposta certa de cada questão, preenchendo-o

completamente. Não faça qualquer marcação fora da alternativa correspondente à sua resposta.

5. Opte pela língua estrangeira desejada, preenchendo o círculo correspondente no cartão de respostas.

Correto

Incorreto

Preenchimento

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1º BLOCO: LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA

LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA

Instrução: As questões 1 a 8 estão baseadas no fragmento do conto O Alienista, da Machado de Assis, disponível no site: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000231.pdf.

1 2 3 4 5 6 7 8 9

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um certo médico, o Dr. Simão Bacamarte, filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de Portugal e das Espanhas. Estudara em Coimbra e Pádua. Aos trinta e quatro anos regressou ao Brasil, não podendo el-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra, regendo a universidade, ou em Lisboa, expedindo os negócios da monarquia.

—A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo. Dito isso, meteu-se em Itaguaí, e entregou-se de corpo e alma ao estudo da ciência, alternando as curas com

as leituras, demonstrando os teoremas com cataplasmas. Aos quarenta anos casou com D. Evarista da Costa e Mascarenhas, senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz de fora, e não bonita nem simpática. Um dos tios dele, caçador de pacas perante o Eterno, e não menos franco, admirou-se de semelhante escolha e disse-lho.

Simão Bacamarte explicou-lhe que D. Evarista reunia condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelente vista; estava assim apta para dar-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes. Se além dessas prendas — únicas dignas da preocupação de um sábio —, D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá-lo, agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte.

D. Evarista mentiu às esperanças do Dr. Bacamarte, não lhe deu filhos robustos nem mofinos. A índole natural da ciência é a longanimidade; o nosso médico esperou três anos, depois quatro, depois cinco. Ao cabo desse tempo fez um estudo profundo da matéria, releu todos os escritores árabes e outros, que trouxera para Itaguaí, enviou consultas às universidades italianas e alemãs, e acabou por aconselhar à mulher um regime alimentício especial. A ilustre dama, nutrida exclusivamente com a bela carne de porco de Itaguaí, não atendeu às admoestações do esposo; e à sua resistência — explicável, mas inqualificável —, devemos a total extinção da dinastia dos Bacamartes.

Mas a ciência tem o inefável dom de curar todas as mágoas; o nosso médico mergulhou inteiramente no estudo e na prática da medicina. Foi então que um dos recantos desta lhe chamou especialmente a atenção — o recanto psíquico, o exame da patologia cerebral. Não havia na colônia, e ainda no reino, uma só autoridade em semelhante matéria, mal explorada, ou quase inexplorada.

1 Conforme o texto de Machado de Assis, é correto afirmar:

(A) O Dr. Simão Bacamarte, o maior dos médicos do Brasil e de toda a Europa, vivera na vila de Itaguaí. (B) O Dr. Simão Bacamarte regressou ao Brasil aos trinta e quatro anos por não ter conseguido que el-rei de

Portugal lhe desse um cargo na universidade de Lisboa. (C) A ciência era um desafeto do Dr. Simão Bacamarte, juntamente com Itaguaí. (D) Em Itaguaí, entre leituras e o trabalho, dedicou-se ao estudo da ciência. (E) Em Itaguaí, entregou-se de corpo e alma ao estudo do corpo humano, demonstrando que o homem é corpo

e mente.

2 Assinale a única alternativa que contém informação encontrada no texto de Machado de Assis.

(A) O Dr. Simão Bacamarte, de nobre estirpe, foi um grande médico. (B) O Dr. Simão Bacamarte, de família muito humilde, casou-se com D. Evarista da Costa e Mascarenhas, um

solteirona de 40 anos. (C) O Dr. Simão Bacamarte escolheu D. Evarista porque ela reunia condições fisiológicas e anatômicas de

primeira ordem, além de clássica beleza. (D) O Dr. Simão Bacamarte teve filhos robustos e inteligentes. (E) O Dr. Simão Bacamarte, ao contrário de D. Evarista, não queria filhos.

3 Assinale a única alternativa em que a expressão sublinhada no enunciado possui sentido conotativo.

(A) “A índole natural da ciência é a longanimidade”. (l. 16) (B) “D. Evarista era mal composta de feições”. (l. 13) (C) “Acabou por aconselhar à mulher um regime alimentício especial”. (l. 18-19) (D) “Não atendeu às admoestações do esposo”. (l. 20) (E) “D. Evarista mentiu às esperanças do Dr. Bacamarte”. (l. 15)

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4 Assinale a alternativa correta quanto à linguagem predominante no texto acima.

(A) O texto apresenta linguagem padrão com gírias. (B) O texto apresenta linguagem predominantemente formal, com expressões que denotam a época em que foi

escrito. (C) O texto possui estilo predominantemente acadêmico, com forte presença de conceitos abstratos e

científicos. (D) O texto apresenta linguagem formal, com expressões técnicas do Brasil antigo. (E) O texto apresenta predomínio da linguagem acadêmica, com ocorrência de expressões coloquiais.

5 Assinale a alternativa que contém o grupo de vocábulos que seguem o mesmo princípio de acentuação da palavra “crônicas”. (l. 1)

(A) Pádua; negócios; sábio; ciência; miúda. (B) Simpática; alimentício; resistência; explicável; ciência. (C) Fisiológicas; médico; prática; únicas; índole. (D) Inefável; únicas; sábio; miúda; índole. (E) Mágoas; médico; colônia; matéria; psíquico.

6 Identifique a alternativa em que pelo menos uma das palavras é formada por derivação parassintética.

(A) Explicável; inqualificável; autoridade. (B) Fisiológicas; porquanto; alimentício. (C) Inteiramente; especialmente; atenção. (D) Nobreza; facilidade; regularmente. (E) Recanto; inteiramente; admoestações.

7 Leia atentamente o período a seguir:

“Ao cabo desse tempo fez um estudo profundo da matéria, releu todos os escritores árabes e outros, que trouxera para Itaguaí, enviou consultas às universidades italianas e alemãs, e acabou por aconselhar à mulher um regime alimentício especial”. (l. 16-19)

Assinale a alternativa em que todos os verbos sublinhados foram transpostos para o Pretérito Imperfeito do

Indicativo.

(A) Ao cabo desse tempo fizera um estudo profundo da matéria, relera todos os escritores árabes e outros, que trouxera para Itaguaí, enviara consultas às universidades italianas e alemãs, e acabara por aconselhar à mulher um regime alimentício especial.

(B) Ao cabo desse tempo faria um estudo profundo da matéria, releria todos os escritores árabes e outros, que trouxera para Itaguaí, enviaria consultas às universidades italianas e alemãs, e acabaria por aconselhar à mulher um regime alimentício especial.

(C) Ao cabo desse tempo fazia um estudo profundo da matéria, relia todos os escritores árabes e outros, que trouxera para Itaguaí, enviava consultas às universidades italianas e alemãs, e acabava por aconselhar à mulher um regime alimentício especial.

(D) Ao cabo desse tempo faz um estudo profundo da matéria, relê todos os escritores árabes e outros, que trouxera para Itaguaí, envia consultas às universidades italianas e alemãs, e acaba por aconselhar à mulher um regime alimentício especial.

(E) Ao cabo desse tempo teria feito um estudo profundo da matéria, releria todos os escritores árabes e outros, que trouxera para Itaguaí, enviasse consultas às universidades italianas e alemãs, e acabasse por aconselhar à mulher um regime alimentício especial.

8 As afirmações abaixo se referem ao seguinte trecho:

“[...] o nosso médico mergulhou inteiramente no estudo e na prática da medicina. Foi então que um dos recantos desta lhe chamou especialmente a atenção — o recanto psíquico, o exame de patologia cerebral”. (l. 22-24)

I – “O nosso médico” consiste no complemento verbal de mergulhou. II – “No estudo e na prática da medicina” é um adjunto adverbial. III – “Desta” refere-se à medicina. IV – “Mergulhou”, nesse contexto, possui um sentido metafórico.

Está (ão) correta (s):

(A) I, II e III. (B) II e IV. (C) Somente a III. (D) II, III e IV. (E) I, II, III e IV.

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Instrução: As questões 9 a 13 referem-se ao fragmento da reportagem Aids: tendência de aumento entre jovens, de Flavia Bemfica, disponível no site: http://www.sinprors.org.br/extraclasse/set12/ imprimir.asp?id_conteudo=436.

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No final de agosto, um manifesto de instituições e pesquisadores passou quase despercebido do grande público e teve pouca repercussão na imprensa. Intitulado “O que nos tira o sono?”, o documento afirma que o Brasil perdeu o controle sobre a epidemia da Aids e que hoje dispõe de um programa desatualizado e insuficiente para enfrentar a configuração nacional da doença. Ele pode ser taxado de alarmista por gestores públicos e outra parte dos pesquisadores. Afinal, ser portador de HIV deixou de ser uma sentença de morte e novas descobertas de tratamento surgem a cada ano. O país investe pesado na distribuição de medicamentos de combate à epidemia (R$ 900 milhões à compra de coquetéis só no ano passado). E o Boletim Epidemiológico Aids e DST 2011, do Ministério da Saúde, aponta para uma estabilização da taxa da doença ao longo dos últimos 12 anos.

Mas há sempre o outro lado: no mesmo período, por regiões, a taxa de incidência da doença diminuiu apenas no Sudeste e aumentou no Sul, Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Ainda conforme o boletim, a taxa de prevalência da infecção pelo HIV na população jovem apresenta “tendência ao aumento”. As campanhas de prevenção não se comparam àquelas realizadas no decorrer dos anos 90. A disseminação do vírus entre heterossexuais não recebe a devida divulgação. E o Brasil continua a quantificar oficialmente apenas os casos de Aids e não os de infecção por HIV.

O título do manifesto, a propósito, é uma alusão à participação do Brasil na XIX Conferência Internacional de Aids, realizada em Washington, nos Estados Unidos, no final de julho. Durante a conferência, questionado sobre o que lhe tirava o sono hoje, o representante do governo brasileiro respondeu que dormia tranquilo. Se os gestores nacionais dormem tranquilos, o que dizer daqueles que atuam em solo gaúcho? Porque, quando o tema é Aids, o Rio Grande do Sul e Porto Alegre batem praticamente todos os recordes.

9 Assinale a única alternativa que expressa uma informação veiculada pelo documento “O que nos tira o sono?”.

(A) A política brasileira de controle da AIDS tem se revelado ineficiente. (B) O Brasil dispõe de um programa atualizado e suficiente para enfrentar a configuração nacional da doença. (C) O portador de HIV carrega a sentença de morte constantemente. (D) O Brasil possui total controle sobre a epidemia da AIDS. (E) A taxa de prevalência da infecção pelo HIV entre os jovens tende a diminuir.

10 Leia o trecho que segue e assinale a alternativa que substitui, sem perda de sentido, os termos sublinhados.

“No final de agosto, um manifesto de instituições e pesquisadores passou quase despercebido do grande público e teve pouca repercussão na imprensa”. (l. 1-2)

(A) Desapercebido; manifestação. (B) Distraído; motivação. (C) Inobservado; reverberação. (D) Desbaratado; repertório. (E) Desperdiçado; repetição.

11 Qual a função morfológica dos termos sublinhados, na ordem em que se encontram, no trecho abaixo?

“As campanhas (1) de (2) prevenção (3) não se (4) comparam àquelas realizadas no decorrer dos anos 90”. (l. 12-13)

(A) (1) Pronome; (2) verbo; (3) advérbio; (4) pronome. (B) (1) Preposição; (2) substantivo; (3) advérbio; (4) verbo. (C) (1) Preposição; (2) adjetivo; (3) advérbio; (4) conjunção. (D) (1) Conjunção; (2) verbo; (3) pronome; (4) conjunção. (E) (1) Pronome; (2) substantivo; (3) pronome; (4) preposição.

12 Marque a alternativa que justifica corretamente o emprego da vírgula no seguinte período:

“No final de agosto, um manifesto de instituições e pesquisadores passou quase despercebido do grande público e teve pouca repercussão na imprensa”. (l. 1-2)

(A) A vírgula separa o aposto. (B) A vírgula delimita a oração coordenada. (C) A vírgula indica o vocativo. (D) A vírgula isola o sujeito da oração. (E) A vírgula separa o adjunto adverbial.

Page 11: Prova 2 o círculo correspondente à resposta certa de cada questão, preenchendo-o completamente. Não faça qualquer marcação fora da alternativa correspondente à sua resposta

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13 Leia o fragmento a seguir, as afirmações abaixo e marque a resposta correta.

“O título do manifesto, a propósito, é uma alusão à participação do Brasil na XIX Conferência Internacional de Aids, realizada em Washington, nos Estados Unidos, no final de julho”. (l. 16-17)

I – “Uma alusão” consiste no complemento nominal de manifesto. II – “À participação do Brasil...” constitui-se em complemento nominal ao termo alusão. III – Em “À participação” o acento indicativo de crase justifica-se simplesmente pela presença da palavra

feminina “alusão”. IV – Em “Realizada em Washington, nos Estados Unidos, no final de julho.” todos os elementos sublinhados

são adjuntos adnominais, por isso separados por vírgulas.

Está (ão) correta (s):

(A) I e III. (B) II e IV. (C) I, II, III e IV. (D) Somente II. (E) III e IV.

Instrução: As questões 14 e 15 referem-se à tira abaixo, disponível no site: http://search.babylon.com/?s= img&babsrc=HP_ss&rlz=0&q=radicci+-+tiras+de+humor&start=24.

14 Os quadrinhos apresentam sentido humorístico e contêm uma informação implícita. Qual das alternativas abaixo expressa essa informação?

(A) Nôno afirma que fará alpinismo e gostaria muito da companhia de Radicci. (B) Radicci responde com ironia à pergunta de Nôno, afirmando que o patriarca, ao praticar alpinismo, está

arriscando a própria vida. (C) Nôno está em dúvida se alpinismo é um esporte para sua idade e, por isso, pergunta ao Radicci sua opinião.

Radicci demonstra preocupação com o esporte radical. (D) Radicci apóia Nôno na sua nova invenção, pois acredita que a idade é um passaporte para a liberdade. (E) Nôno demonstra muito entusiasmo com sua decisão de praticar um esporte radical.

15 Qual é a linguagem predominante nos quadrinhos acima?

(A) Há predomínio da linguagem coloquial com influência de idioma estrangeiro. (B) Predomina a linguagem vulgar. (C) A linguagem padrão predomina com passagens coloquiais. (D) A linguagem acadêmica é predominante com influência do idioma alemão. (E) Há o emprego da linguagem estritamente padrão.

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1 - A duração da prova, incluindo o tempo para a marcação do cartão de respostas, é de 5 horas.

2 - Mantenha silêncio absoluto na sala, durante a realização da prova.

3 - Verifique se o caderno está sem defeito e contém 50 questões.

4 - Verifique se o seu número de inscrição e o seu nome estão impressos corretamente no

cartão de respostas e coloque sua assinatura no local destinado para isso. NÃO se esque-

ça de marcar, no local indicado, o número de sua prova, pois o não preenchimento desse

campo INVALIDA o cartão.

5 - Leia, com atenção, as questões. Escolha apenas uma das 5 opções que são apresentadas

em cada questão e a assinale no cartão de respostas. Mais de uma resposta assinalada

anula a questão.

6 - Utilize APENAS caneta esferográfica azul ou preta.

7 - Na prova de língua estrangeira (questões do número 47 a 50), escolha apenas UMA das duas

opções oferecidas: Inglês OU Espanhol.

8 - Ao finalizar a prova, entregue este caderno de forma íntegra (sem retirar parte dele: folhas

e grampos) e, também, devem ser entregues ao fiscal de sala o cartão de respostas e a

folha padrão de redação.

Vestibular UCPEL [ VERÃO 2014 ]Este não é apenas o seu primeiro passo para começar umcurso, mas para uma nova etapa de vida na Universidade.Boa prova!

Instruções

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– Escolha um dos temas propostos e elabore um texto de caráter dissertativo/argumentativo,contendo de 25 a 30 linhas.

– Os textos que acompanham os temas da dissertação servem para leitura e informação;portanto, não devem ser copiados.

– A cópia – parcial ou total – poderá anular o trabalho.

“O governo americano quer fazer sumir dos cardápios a gordura trans. Até meados dejaneiro, a agência sanitária dos Estados Unidos (FDA) pretende incluí-la na categoria dosprodutos não reconhecidos como seguros à saúde e, com isso, banir de vez dos alimentosindustrializados esse tipo de gordura. Usada para dar mais sabor, melhorar a consistência eprolongar o prazo de validade de alguns alimentos, a gordura trans é fator de risco para asdoenças cardiovasculares e o diabetes.”

Revista Veja. São Paulo: Ed. Abril, 13 nov. 2013, p. 96.

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“Um tolo que não diz palavra não se distingue de um sábio que se cala.”

MOLIÈRE. O despeito amoroso. São Paulo: Companhia Ed. Nacional, 2007.

“Organização e disciplina compensam, prova um estudo americano que avaliou 2 mil criançasna década de 1960 e voltou a analisar agora o estilo de vida dos adultos que se tornaram.Quem era consciencioso de seus deveres desde cedo criou hábitos mais saudáveis e serevelou menos estressado. Ensine seu filho a guardar os brinquedos, manter o materialescolar em ordem e fazer as lições na hora combinada. Mas, ao fixar uma regra, estabeleçaconsequências para o seu descumprimento, ensina a psicóloga Angélica Capelari, daUniversidade Metodista de São Paulo.”

Revista Cláudia. São Paulo: Ed. Abril, nov. 2013, p. 218.

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Leia o texto a seguir.

Com o Pé na Cova

Segunda-feira última, ao entrar no GoldenRoom do Copacabana para a estreia do novoespetáculo de Carlos Machado, tive a mãovivamente apertada por um dos maîtres da casa,velho chapa meu. Notei que me olhava com um aransioso.

– Como é? – perguntei-lhe. – Tudo emordem?

– Puxa, dr. Vinícius... – O senhor nem sabecomo estou satisfeito! Imagine que hoje de tardeandou correndo que o senhor tinha morrido...

Fiz, por via das dúvidas, a minha figa, com opai de todos e o fura-bolos, pensando na mãe doautor da gracinha. Mas a real satisfação do maîtremeu amigo compensou-me de um certo mal-estardeixado pela notícia. Fiquei considerando que elarealmente vai acontecer um dia e... – mas deixapara lá. Entrei na boate lembrando-me de que, sehá um homem que pode dizer já ter estado “com opé na cova”, literalmente, esse homem sou eu.

Foi em Los Angeles, aí por 1947. Com o cônsulem férias, achava-me eu encarregado do nossoconsulado e um belo dia eis que me aparece porlá um marinheiro brasileiro: um bom paraibano,com um sotaque pastoso, que havia fugido de umnavio, no porto de São Francisco, e depois de viajarde carona até Los Angeles, esfaimado, resolveraapresentar-se. Tomei os necessários dados, dei-lhe um dinheirinho para que comesse numdrugstore embaixo e arrumasse um hotel, e pedi-lhe que se mantivesse em contato comigo,enquanto tratava de sua repatriação.

Dia seguinte, surge-me um cidadão da políciade San Diego, porto vizinho a Los Angeles, paradizer-me que um brasileiro havia sido esmagadopor um trem, por se encontrar deitado na linhaférrea. Reconheci, na carteira profissional que mefoi apresentada, o retrato do meu bom paraibano.Tinha-se “mandado”. Fiz um telegrama aoItamaraty, pedindo autorização para fazerembalsamar o corpo e proceder ao enterro e, trêsdias depois, dirigidos por dois agentes dacompanhia funerária que havíamos tratado, eu e o

então auxiliar contratado Maurício Fernandes – queposteriormente entrou firme no negócio de hotéise continua sempre um bom amigo – dirigimo-nospara o cemitério de Forest Law: cenário do famosoromance The Loved One, de Evelyn Waugh;cemitério onde se ouve música piegas sair de todosos lados e que, no meu tempo, mantinha cartazesde publicidade nas ruas de Los Angeles com osseguintes dizeres: “Sleep under thestars...”(“Durma sob as estrelas”).

Uma vez chegados, um dos agentes acionouum mecanismo que fez o caixão sairautomaticamente do coche, já em posição de serretirado. E assim o levamos nós, com MaurícioFernandes e eu nas alças de trás, até a cova quehavíamos adquirido para o nosso bom paraibano.Mas de uma coisa não sabia eu: que com essamania de disfarçar a morte que têm os americanos(maquilar os defuntos etc.), existe também ocurioso costume de tapar o buraco da cova, até ahora da descida do caixão, com um tapetinho deum material verde parecendo chenile – o que aintegra na relva circundante.E foi exatamente onde eu pisei e desapareci,deixando o caixão sobre mim, por um momento,em posição bastante precária, devido aodesequilíbrio causado pela minha queda. Aí veiotodo o mundo me ajudar a sair da cova, mas eu,apesar de um pouco arranhado nas pernas, ao darcom a cara entre aflita e irônica de MaurícioFernandes a me estender a mão, desabei numatal gargalhada que foi uma luta para me tiraremdali. Dobrava-me de tanto rir. Meu riso contagiou-o, e nós não podíamos mais olhar um para o outro.Ríamos, ríamos, e foi rindo assim, em frouxosalternados, que demos sepultura ao nosso pobrepatrício. E não sem muitos olhares de censurados dois funerários, absolutamente imperturbáveisno exercício do seu piedoso dever.

MORAES, Vinícius de. Poesia completa e prosa. Riode Janeiro: Nova Aguilar, 1998.

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1. Na linha 28, a palavra “esfaimado” só não pode serentendida como

(A)famulento.

(B)faminto.

(C)farto.

(D)famélico.

(E)esfomeado.

2. Leia as alternativas a seguir e assinale a opçãocorreta.

I. O autor, na crônica, lembra-se de que já esteve,literalmente, com o pé na cova.

II. O texto, no terceiro parágrafo, explica quem eraMaurício Fernandes.

III.Não há, na narrativa, referências à morte domarinheiro paraibano.

(A)Apenas a primeira está correta.

(B)Todas as afirmativas estão corretas.

(C)Todas as afirmativas estão erradas.

(D)A segunda e a terceira estão corretas.

(E)A primeira e a segunda estão corretas.

3. Em “...para dizer-me que um brasileiro havia sidoesmagado por um trem, por se encontrar deitadona linha férrea.”(linhas 35-38), a classe gramaticalda palavra sublinhada é

(A)conjunção subordinativa concessiva.

(B)conjunção subordinativa comparativa.

(C)conjunção subordinativa causal.

(D)conjunção subordinativa integrante.

(E)conjunção subordinativa consecutiva.

4. A função sintática do que está sublinhado em “Eassim o levamos nós...” (linha 58) é

(A)adjunto adnominal.

(B)objeto direto.

(C)predicativo do objeto.

(D)predicativo do sujeito.

(E)objeto indireto.

5. Em “... que havíamos adquirido para o nosso bomparaibano.” (linhas 59-60), o tempo verbal é

(A)pretérito perfeito composto do subjuntivo.

(B)pretérito imperfeito do indicativo.

(C)pretérito perfeito composto do indicativo.

(D)pretérito mais-que-perfeito composto doindicativo.

(E)pretérito mais-que-perfeito do indicativo.

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1. A duração da prova, incluindo o tempo para a

marcação do cartão de respostas, é de 4 horas.

2. Mantenha silêncio absoluto na sala, durante a

realização da prova.

3. Verifique se o caderno está sem defeito e con-

tém 50 questões.

4. Verifique se o seu número de inscrição e o seu

nome estão impressos corretamente no cartão de

respostas e coloque sua assinatura no local des-

tinado para isso.

5. Preenchimento do Cartão de Respostas:

- Preencher apenas uma resposta para cada

questão, pois, para qualquer outra forma de

preenchimento, a leitora anulará a questão;

- Preencha totalmente o espaço corresponden-

te, conforme o modelo a seguir:

- Utilize APENAS caneta esferográfica azul ou

preta.

Vestibular UCPEL INVERNO 2014Este não é apenas o seu primeiro passo para começar um curso, mas para uma nova etapa de vida na Universidade.Boa prova!

Instruções

O cartão de respostas é personalizado, não pode ser substituído, nem conter rasuras.

6. Na prova de língua estrangeira (questões do número 47 a 50), escolha apenas UMA das duas opções

oferecidas: Inglês OU Espanhol.

7. A compreensão e a interpretação das questões constituem parte integrante da prova, razão pela qual os

fiscais não poderão interferir.

8. Ao finalizar a prova, entregue este caderno de forma íntegra (sem retirar parte dele: folhas e grampos)

e, também, devem ser entregues ao fiscal de sala o cartão de respostas e a folha de redação.

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– Escolha um dos temas propostos e elabore um texto de caráter dissertativo/argumentativo, contendode 25 a 30 linhas.

– Os textos que acompanham os temas da dissertação servem para leitura e informação; portanto, nãodevem ser copiados.

– A cópia – parcial ou total – poderá anular o trabalho.

“O Conselho de Artes da Inglaterra lançou um documento, enumerando as vantagensde incentivar atividades culturais para a sociedade como um todo. E um capítulo querecebeu muito destaque é justamente o voltado ao bem-estar. Segundo o artigo, pessoasque comparecem a pelo menos um evento artístico por ano têm uma chance quase60% maior de afirmar que são saudáveis em comparação com quem não frequentamuseus, teatros, concertos... ‘O simples fato de vislumbrar quadros já diminui aprodução de substâncias estressoras, que podem contribuir para uma série decomplicações’, explica Ricardo Monezi, psicobiólogo da Universidade Federal deSão Paulo.”

Saúde. São Paulo: Ed. Abril, maio. 2014, p. 74.

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“Enquanto a bola rola nos pés de meninos e meninas, o futebol dá aulas práticasde respeito, coragem, estratégia e resiliência – valores fundamentais para fazer bonitono jogo da vida.”

Revista Cláudia. São Paulo: Ed. Abril, maio 2014, p. 202.

“É comum perder-se o bom por querer o melhor.”

SHAKESPEARE, William. O Rei Lear. Porto Alegre: L&PM, 1997.

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Leia o texto a seguir.

Retrato de Portinari

Com o próximo casamento e partida para aEuropa de minha filha Susana, andei arquitetandoum meio de extorquir-lhe o meu retrato feito porCandinho Portinari em 1938, que ora lhe pertence,de que muito gosto e que deve ter, aliás, na obra dopintor, uma certa importância, pois foi o primeiro,ao que eu saiba, realizado com inteira liberdade,depois da grande série de “retratos sociais”(chamemo-los assim sem qualquer desdouro, nempara o artista, nem para os retratados) que ele andoupintando de alguns membros ilustres de nossasociedade e de nossa inteligência. Lembra-memesmo que, ao me propor fazê-lo, sabendo que euestava de partida para a Inglaterra, Candinhosugeriu-me, com aquela eterna rabugice sua, queeu o deixasse pintar livremente, pois estava umpouco cansado do gênero de retratos que fazia eque tanto afagavam a vaidade da maioria dosretratados. Sei que em duas poses, em sua antigacasa das Laranjeiras, o retrato estava pronto e eracomo se se respirasse um novo ar dentro dele. Diasdepois, estando eu no cais para embarcar em minhaprimeira grande viagem, chega ele sobraçando oretrato, que me vinha oferecer.

A razão por que eu andei arquitetando extorquiro retrato a minha filha é simples: é que a minhaBem-Amada foi também retratada por Portinarinessa fase a que chamei “social”, e eu muito gostariade ver um dia nossos retratos juntos na parede, astécnicas brigando um pouco, no egoísmo do seuamor filial. Cheguei mesmo à baixeza – sabendoque ela andava precisada de um dinheirinho paraas miudezas do seu casamento – de propor-lhecomprar o quadro; mas a proposta a indignousobremaneira, coisa que, no fundo, satisfez tambémmeu orgulho de pai quanto ao seu bom caráter.Sugeri-lhe que ela o deixasse em consignação,durante o que ainda me restar de vida; pois sendouma jovem de 19 anos, e eu um homem de 45, àsportas de tornar-me avô, o normal é que elafacilitasse, diante do pouco que me resta, essapequena satisfação de juntar na mesma parede doisPortinaris que se amam, enquanto a ela caberiamuito mais tempo para usufruí-lo. Mas, sem cederum palmo, a primogênita observou-me que nós, que

temos Mello Moraes no sangue, somos gente muitolongeva, e pode acontecer que, ao “abotoar opaletó”, como se diz por aí, eu esteja na casa dosnoventa, como aconteceu com meu avôpaterno.Obtemperei-lhe que fumo desde os 14 ebebo uísque desde os 25, além de outrasextravagâncias, e que o provável é que as coronárias,ou o fígado, mostrem antes disso os sinais do seurepúdio a esses excitantes. Mas minha filharetrucou-me, no mesmo diapasão, que meu avô faziapior que isso: comia feijoada e peixadas “caindode pimenta”, na avançada idade de oitenta anos, eque, a fiar-se na minha conversa, ela corria o riscode só entrar em posse do retrato quando macróbiaela própria, o que lhe subtrairia o prazer de dizer-se, enquanto moça, possuidora de um bom Portinari,ainda mais se tratando do retrato do “eu pai”.

Embora tudo isso me tivesse deixado na maiorconsternação, suportei com o estoicismo de sempreessa nova prova de rebeldia dos filhos modernos,lembrando-me de que há meio século poderiaperfeitamente reaver o retrato com dois berros euma boa bolacha. Mas não há de ser nada. Podelevar o quadro para Marselha, filhinha... Contevantagem para suas amigas de que você tem o retratodo seu pai pintado por Portinari. Os filhos modernossão assim mesmo – não conhecem mais a beleza daverdadeira devoção filial. Mas também eu lhe digouma coisa: aproveite rápido do retrato, porque breveessa sopa vai acabar, e o antigo sadio costume dapalmatória voltará a prevalecer. E para começo deconversa, me faça o favor de agora em diante sódirigir-se a mim de olhos baixos e tratando-me de“senhor meu pai”!

MORAES, Vinicius de. Poesia completa e prosa. Riode Janeiro: Ed. Nova Aguilar, 1998.

1. Na linha 56, a palavra “diapasão” só pode sercompreendida no texto como

(A) catacumba.

(B) arma.

(C) aparelho de medir cores.

(D) pequena forqueta.

(E) tom.

Page 23: Prova 2 o círculo correspondente à resposta certa de cada questão, preenchendo-o completamente. Não faça qualquer marcação fora da alternativa correspondente à sua resposta

6

UN

IVE

RS

IDA

DE

CA

LIC

A D

E P

EL

OT

AS

2. Leia as alternativas a seguir e assinale a opçãocorreta.

I . O autor, na narrativa, fala-nos de suas tentativasde reaver o seu retrato, que fora pintado porPortinari.II. O autor, no primeiro parágrafo, afirma que irámorrer brevemente.III. A filha, na última parte do texto, cede aospedidos do pai.

(A) A primeira e a terceira estão corretas.

(B) Apenas a primeira está correta.

(C) Todas as afirmativas estão corretas.

(D) Todas as afirmativas estão erradas.

(E) A segunda e a terceira estão corretas.

3. Em “... enquanto moça, possuidora de umbom...”(linha 62), a classe gramatical da palavrasublinhada é

(A) conjunção subordinativa temporal.

(B) pronome relativo.

(C) conjunção subordinativa proporcional.

(D) conjunção subordinativa integrante.

(E) conjunção subordinativa consecutiva.

4. A função sintática do que está sublinhado em“Sugeri-lhe que ela o deixasse em consignação.”(linha 38) é

(A) adjunto adnominal.

(B) adjunto adverbial.

(C) predicativo do objeto.

(D) objeto indireto.

(E) objeto direto.

5. Em “Embora tudo isso me tivesse deixado na maiorconsternação...” (linhas 64-65), o tempo verbal é

(A) pretérito imperfeito do indicativo.

(B) pretérito mais-que-perfeito do indicativo.

(C) pretérito mais-que-perfeito composto dosubjuntivo.

(D) pretérito perfeito composto do indicativo.

(E) pretérito perfeito composto do subjuntivo.