Prova Escrita de História B - Resumos.net | Resumos, apontamentos e exames … · Doc. 2 – Manifesto da Nação Portuguesa aos Soberanos e Povos da Europa da Junta Provisional

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Decreto-Lei n. 74/2004, de 26 de maro

EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDRIO

Prova Escrita de Histria B

10. e 11. Anos de Escolaridade

Prova 723/2. Fase 7 Pginas

Durao da Prova: 120 minutos. Tolerncia: 30 minutos.

2012

Utilize apenas caneta ou esferogrfica de tinta indelvel, azul ou preta.

No permitido o uso de corretor. Em caso de engano, deve riscar de forma inequvoca aquilo que pretende que no seja classificado.

Escreva de forma legvel a numerao dos grupos e dos itens, bem como as respetivas respostas. As respostas ilegveis ou que no possam ser claramente identificadas so classificadas com zero pontos.

Para cada item, apresente apenas uma resposta. Se apresentar mais do que uma resposta a um mesmo item, apenas classificada a resposta apresentada em primeiro lugar.

As cotaes dos itens encontram-se no final do enunciado da prova.

A ortografia dos textos e de outros documentos segue o Acordo Ortogrfico de 1990.

Prova 723/2. F. Pgina 1/ 7

Prova 723/2. F. Pgina 2/ 7

GRUPO I

A IMPLANTAO DO LIBERALISMO EM PORTUGAL NO QUADRO EUROPEU

Este grupo baseia-se na anlise dos seguintes documentos:

Doc. 1 Relaes comerciais entre Portugal e as colnias (1807-1819)

Doc. 2 Manifesto da Nao Portuguesa aos Soberanos e Povos da Europa da Junta Provisional do Governo Supremo da Nao (15 de dezembro de 1820)

Doc. 3 D. Pedro e D. Miguel caricatura no jornal francs La Caricature (julho de 1833)

Documento 1

Relaes comerciais entre Portugal e as colnias (1807-1819)(Em contos de ris)

ANOSImportaes Exportaes

TOTAIS Do Brasil TOTAIS Para o Brasil

1807 16 969 13 928 10 348 6953

1809 5858 4819 3911 3438

1811 5304 3633 3480 2772

1813 7279 4796 4275 3587

1815 13 020 9059 11 008 8234

1817 11 150 8309 11 281 8586

1819 10 413 7517 8156 6546

Documento 2

Manifesto da Nao Portuguesa aos Soberanos e Povos da Europa da Junta Provisional do Governo Supremo da Nao (15 de dezembro de 1820)

Toda a Europa sabe as extraordinrias circunstncias que, no ano de 1807, foraram o Senhor D. Joo VI, ento Prncipe Regente de Portugal, a passar com a Sua Real Famlia aos seus domnios transatlnticos [].

A runa da sua povoao, comeada pela emigrao dos habitantes, que seguiram o seu Prncipe, [] aumentou-se pelas duas funestas invases de 1809 e 1810, e pelas perdas inevitveis de uma dilatada e porfiosa guerra de sete anos. []

Em meio de tantas desgraas, que [] oprimiram os Portugueses em progressivo crescimento, ainda de vez em quando se avivava em seus coraes algum lume de esperana de que o Rei viria ao meio deles ouvir suas queixas, e dar o possvel remdio a males to rezados e opressivos. [] Ela, porm, foi-se desvanecendo pouco a pouco [].

Nem a fora das armas, nem os hbitos inveterados, nem o decurso dos tempos podem jamais despojar a Nao da faculdade, e invarivel direito, que sempre conserva, de [] melhorar a forma do seu Governo, de prescrever-lhe justos limites e de faz-lo til aos governados. A prpria Nao

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inteira, se em massa pudesse exercitar os poderes do Governo, no os teria ilimitados []. Eis aqui, pois, os verdadeiros princpios que dirigiram os Portugueses [] para darem a esse Trono as bases slidas da Justia e da Lei [].

Foram estes os votos de todos os Portugueses, quando proclamaram a necessidade de uma Constituio, de uma Lei fundamental, que regulasse os limites do Poder e da Obedincia, que afianasse para o futuro os direitos e a felicidade do Povo.

Documento 3

D. Pedro e D. Miguel caricatura no jornal francs La Caricature (julho de 1833)

Legenda: esquerda: D. Pedro, apoiado pela Gr-Bretanha. direita: D. Miguel, apoiado pelas potncias absolutistas da Europa.

1. Explicite, com base nos documentos 1 e 2, trs dos fatores que justificam o descontentamento que conduziu revoluo portuguesa de 1820.

2. Refira trs dos princpios do iluminismo refletidos no documento 2.

3. Explique, a partir do documento 3, trs das dificuldades da implantao do liberalismo em Portugal entre 1820 e 1834.

Identificao das fontes

Doc. 1 Julio Soares de Azevedo, Condies Econmicas da Revoluo Portuguesa de 1820, Lisboa, Bsica Editora, 1976 (adaptado)

Doc. 2 In www.arqnet.pt (consultado em 6/01/2012) (adaptado)

Doc. 3 Honor Daumier, in jornal La Caricature, julho de 1833, http://purl.pt (consultado em 6/01/2012)

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GRUPO II

A URSS NO TEMPO DE ESTALINE

Ideologia e prticas entrevista de Estaline (1934)

1

5

10

15

20

25

30

35

Os Estados Unidos visam um objetivo diferente daquele que visamos na URSS. O objetivo dos norte-americanos surgiu das dificuldades econmicas. Os norte-americanos pretendem desembaraar-se das crises com base na atividade capitalista privada sem mudarem o sistema econmico. Esto a tentar reduzir ao mnimo a runa, as perdas causadas pelo sistema econmico existente. Aqui, entretanto, foram criadas, em lugar do velho sistema econmico destrudo, bases inteiramente diferentes, construindo-se um novo modelo econmico. []

O que a economia planificada? Quais so os seus atributos? A economia planificada visa abolir o desemprego. Suponhamos que seja possvel, enquanto se preserva o sistema capitalista, reduzir o desemprego at certo limite. Porm, nenhum capitalista aceitaria jamais a abolio total do desemprego, a abolio do exrcito de reserva dos desempregados, cuja razo de ser fazer presso no mercado de trabalho para garantir a oferta de mo de obra barata. [] A economia planificada pressupe ainda o aumento da produo nos ramos da indstria que produzem os bens de que o povo mais necessita. A expanso da produo, no capitalismo, d-se por motivos inteiramente diferentes: o capital flui para os ramos da economia onde mais alta a taxa de lucro. Jamais se conseguir que um capitalista aceite uma taxa de lucro menor para satisfazer as necessidades do povo. Sem se desembaraar dos capitalistas, sem se abolir o princpio da propriedade privada sobre os meios de produo, impossvel criar-se uma economia planificada. []

O socialismo no se pode abstrair dos interesses individuais. Somente a sociedade socialista pode satisfazer completamente esses interesses. [] Porm, podemos negar o contraste entre as classes: entre a classe dos proprietrios capitalistas e a classe dos trabalhadores proletrios? De um lado, temos a classe dos proprietrios, que dona dos bancos, das fbricas, das minas, dos transportes, das plantaes nas colnias. Tais pessoas no veem seno os seus prprios interesses, a sua ambio pelo lucro. No se submetem vontade do coletivo; esforam-se, isso sim, por subordinar a coletividade sua vontade. Do outro lado, temos a classe dos pobres, a classe explorada, a que no possui nem fbricas, nem bancos, a que obrigada a vender a sua fora de trabalho aos capitalistas e que carece de oportunidades para satisfazer as suas necessidades mais elementares. Como se podem conciliar interesses to opostos? []

Os comunistas no defendem, em absoluto, os mtodos violentos. No querem, porm, ser apanhados de surpresa; no podem esperar que o velho regime se retire de cena, espontaneamente. Veem que o velho sistema se defende violentamente e, por isso, dizem classe operria: respondam com violncia violncia; faam todo o possvel para impedir que a ordem agonizante os esmague, no permitam que lhes algemem as mos, estas mesmas mos que demoliro o velho sistema. []

A rica experincia da histria ensina que at hoje nenhuma classe cedeu voluntariamente o lugar a outra. [] Para atingir um objetivo social importante, necessrio uma fora principal, um baluarte, uma classe revolucionria. Depois, necessrio organizar-se a ajuda de uma fora auxiliar para essa fora principal; neste caso, a fora auxiliar o Partido.

1. Identifique, com base no documento, trs dos princpios ideolgicos defendidos por Estaline.

2. Explique, a partir do documento, trs dos mtodos utilizados para impor o regime estalinista.

Identificao da fonte

Entrevista dada por Estaline a H. G. Wells, 1934, in www.marxists.org (consultado em 13/01/2012) (adaptado)

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GRUPO III

PORTUGAL: DO 25 DE ABRIL PARTICIPAO NO PROJETO EUROPEU

Este grupo baseia-se na anlise dos seguintes documentos:Doc. 1 Opes revolucionrias cartaz de 1975Doc. 2 Prembulo da Constituio Portuguesa de 1976Doc. 3 Portugal e a Europa Comunitria, segundo Duro Barroso jornal Pblico (8 de maio de 2006)

Documento 1Opes revolucionrias cartaz de 1975

Documento 2Prembulo da Constituio Portuguesa de 1976

A 25 de abril de 1974, o Movimento das Foras Armadas, coroando a longa resistncia do povo portugus e interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o regime fascista.

Libertar Portugal da ditadura, da opresso e do colonialismo representou uma transformao revolucionria e o incio de uma viragem histrica da sociedade portuguesa.

A Revoluo restituiu aos Portugueses os direitos e liberdades fundamentais. No exerccio destes direitos e liberdades, os legtimos representantes do povo renem-se para elaborar uma Constituio que corresponde s aspiraes do pas.

A Assembleia Constituinte afirma a deciso do povo portugus de defender a independncia nacional, de garantir os direitos fundamentais dos cidados, de estabelecer os princpios basilares da democracia, de assegurar o primado do Estado de Direito democrtico e de abrir caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo portugus, tendo em vista a construo de um pas mais livre, mais justo e mais fraterno.

A Assembleia Constituinte, reunida na sesso plenria de 2 de abril de 1976, aprova e decreta a seguinte Constituio da Repblica Portuguesa: [].

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Documento 3

Portugal e a Europa Comunitria, segundo Duro Barroso jornal Pblico (8 de maio de 2006)

Para mim, antes de mais, o casamento feliz de Portugal com a Europa mede-se pelo empenhamento europeu do nosso pas. Desde 1986, sucessivos governos portugueses tm zelado para que Portugal esteja sempre na primeira linha de iniciativas que reforcem a solidez e a profundidade do projeto europeu, disse Duro Barroso, que discursava na abertura do seminrio Portugal e o Futuro da Europa nos 20 anos de adeso [].

Em consequncia, a posio geogrfica perifrica de Portugal no continente europeu foi politicamente corrigida com uma centralidade inquestionvel, e hoje em dia bem evidente o seu posicionamento no processo de integrao europeia, acrescentou [Duro Barroso], sublinhando que o empenho de Portugal e de Espanha contribuiu em muito para a integridade do projeto europeu e constitui uma lio para os novos Estados-membros. Alm disso, a adeso de Portugal foi uma opo consciente pela consolidao da sua democracia e teve como resultado tambm um crescimento impressionante da economia.

A Europa recebeu, em troca, trunfos muito importantes, como as relaes privilegiadas com frica, com a Amrica Latina e com todo o espao cultural da lusofonia, que permitiram Unio Europeia uma viso mais alargada das relaes internacionais e um reforo da vocao mediterrnica e atlntica do continente.

1. Refira, a partir do documento 2, os trs objetivos do Movimento das Foras Armadas (MFA) refletidos na Constituio de 1976.

2. Desenvolva o seguinte tema:

Portugal: do 25 de Abril de 1974 ao XX aniversrio da adeso Europa comunitria.

A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, trs dos aspetos de cada um dos seguintes tpicos de desenvolvimento:

poltica econmica de abril de 1974 a novembro de 1975; estabilizao do regime da opo constitucional de 1976 reviso de 1982; efeitos em Portugal da integrao na Europa comunitria.

Deve integrar na resposta, alm dos seus conhecimentos, os dados disponveis nos documentos de 1 a 3.

Identificao das fontes

Doc. 1 Cartaz de Abel Manta, in http://purl.pt (consultado em 16/01/2012) (segue-se a ortografia do documento original)

Doc. 2 In www.parlamento.pt (consultado em 16/01/2012)

Doc. 3 In Pblico, 8 de maio de 2006, www.publico.pt (consultado em 18/01/2012) (adaptado)

FIM

Prova 723/2. F. Pgina 7/ 7

COTAES

GRUPO I

1. ........................................................................................................... 30 pontos

2. ........................................................................................................... 20 pontos

3. ........................................................................................................... 30 pontos

80 pontos

GRUPO II

1. ........................................................................................................... 20 pontos

2. ........................................................................................................... 30 pontos

50 pontos

GRUPO III

1. ........................................................................................................... 20 pontos

2. ........................................................................................................... 50 pontos

70 pontos

TOTAL ......................................... 200 pontos