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8/7/2019 Prova escrita nacional de reas Opcionais - Junho 2008 - RNE
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ORDEM DOS ADVOGADOS
CNEF / CNAComisso Nacional de Estgio e Formao / Comisso Nacional de Avaliao
PROVA ESCRITA NACIONAL DOEXAME FINAL DE AVALIAO E
AGREGAO
(RNE)REAS OPCIONAIS
(3 valores)
21 de Junho de 2008
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Das reas seguintes dever responder apenas a duas:
P.P. TRIBUTRIAS 1,5 valores
A sociedade Adalberto Raposo, Confeces, Unipessoal, Lda. foi notificada, em
01.06.2008 e na pessoa do seu gerente Adalberto Raposo, de liquidao adicional de
IRC referente ao exerccio de 2006, no valor de 35 000,00.
Inconformado e confuso, o gerente deslocou-se ao servio de finanas para obter
informao acerca da situao tributria da sociedade.O funcionrio que o atendeu informou-o da existncia da dvida Fazenda Nacional,
embora o informasse que a mesma no correspondia ao montante da liquidao de
que havia sido notificado.
Pergunta-se:
1. Admitindo que a referida liquidao padece de ilegalidade, de que meiosdispe o sujeito passivo para reagir perante tal liquidao?
Cotao: 0,50 valores
2. A que prazos est o mesmo sujeito, em relao a cada um desses meios
de reaco?
Cotao: 0,50 valores
3. Admita que a mesma sociedade pretende efectuar um investimento que
pode estar abrangido por um benefcio fiscal em sede de IRC. De que
forma o contribuinte pode obter, antecipadamente, informao segura
sobre a concesso ou no do referido benefcio fiscal?
Cotao: 0,50 valores
Todas as solues devero ser obrigatoriamente respondidas com recurso legislao
vigente .
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P.P. ADMINISTRATIVAS 1,5 valores
I
O Colega procurado pelo Cliente F, candidato num procedimento de concurso para o
preenchimento de uma vaga de tcnico superior no Ministrio da Economia.
Para alm de F s h mais dois candidatos.
Informa no ter sido admitido a concurso e as provas escritas de conhecimentos vo
realizar-se dois meses depois. O motivo da no admisso prende-se com um
certificado de habilitaes literrias obtidas no estrangeiro, que o jri do concurso no
aceita. No entanto o candidato F tem a convico firme de que o certificado
plenamente vlido em Portugal.F pretende impugnar o despacho que o excluiu do concurso, porque considera que
anulvel. E pretende submeter-se s provas.
Como deve agir? Quem ir demandar? Refira-se ao(s) prazo(s). Justifique a opo ou
as opes sempre com referncia aos normativos do C.P.T.A.
Cotao: 1,00 valor
II
Ao mesmo tempo F pretende saber exactamente quais os fundamentos da suaexcluso. Sabe que vrias entidades se pronunciaram sobre a validade das suas
habilitaes, em termos nem sempre concordantes. Mas como no foi formalmente
informado, pretende conhecer tais pareceres ou propostas de deciso. Com tal
objectivo requereu ao jri h quinze dias, mas o jri acabou de indeferir o requerido.
Como deve agir? Refira-se ao(s) prazo(s). Justifique a opo ou as opes sempre
com referncia aos normativos do C.P.T.A. A sua opo ter alguma consequncia no
prazo para a opo ou opes anterior(es), em I ?
Cotao: 0,5 valores
P.P. LABORAIS 1,5 valores
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David Alves, na qualidade de trabalhador, e Bento & Pinto, Lda., na qualidade de
empregador, celebraram por escrito, no dia 01-02-2008, um contrato de trabalho por
tempo indeterminado, no qual especificamente acordaram o seguinte:
-o local de trabalho de David Alves nas instalaes da Bento & Pinto, Lda. sitas emBraga;
-o horrio de trabalho de David Alves , de 2. a 6. feira, das 9h s 13h e das 14h30m
s 18h30.
Sucede que, no dia 01-03-2008, a Bento & Pinto, Lda. enviou a David Alves uma carta,
na qual comunicava que, a partir do dia 15-05-2008, David Alves passaria a prestar
servio definitivamente nas instalaes da sociedade sitas em Leiria por motivo de
mudana total de instalaes da mesma, e que, a, o horrio de trabalho de DavidAlves passaria a ser, de 2. a 6. feira, das 8h30 s 12h30 e das 13h30m s 17h.
Imediatamente aps a recepo da carta, David Alves comunicou Bento & Pinto,
Lda. que as alteraes referidas lhe causavam prejuzo srio e no eram admissveis.
No dia 10-03-2008, Bento & Pinto, Lda. comunicou a David Alves, sem alegar qualquer
motivo, que denunciava o contrato de trabalho, cessando os efeitos do mesmo a partir
daquela data.
Aprecie a legalidade do teor de todas e cada uma das comunicaes de Bento &
Pinto, Lda..
P. INSOLVNCIA 1,5 valores
Por apresentao de sua iniciativa, ocorrida no dia 2 de Junho de 2008, a sociedade
comercial "ABC, LDA" foi declarada insolvente no 3 dia til seguinte quele,
coincidente com o da respectiva distribuio na 9 espcie.
Vista a documentao da sociedade constatou-se que a gerncia, devidamente
suportada em deliberao social, havia constitudo em 25 de Fevereiro de 2008 uma
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garantia real sobre um imvel de que era proprietria, a favor do Banco XYZ, para
obteno de um financiamento, o que fez na convico de que ainda poderia evitar a
insolvncia.
Da anlise dos elementos de contabilidade da insolvente, reportados a 31 de Janeiro
anterior, que suportaram o pedido e a aprovao do financiamento, era patente que a
"ABC" se encontrava em situao de insolvncia, tendo o Banco XYZ passado a ser o
nico credor titular de garantia real.
Supondo que era o Administrador da Insolvncia diga se tomaria alguma medida
e, em caso afirmativo, qual.
CONTRATOS 1,5 valores
Antonino COSTA, Administrador nico da sociedade comercial por aces, com a
firma ROLHA Best, S.A. decidiu aps conversaes demoradas com o gerentenico, da sociedade comercial por quotas, Bernardo & Malaquias manufacturas
de cortia, Lda., adquirir esta sociedade, a qual entre outros activos dispunha de um
importante Stock em armazm, sendo este constitudo por lotes de diversas rolhas em
cortia natural, de gnero e qualidade diferente, em valor significativo e no
quantificado.
Com vista aquisio futura das partes sociais, celebram um contrato-promessa. E,
para a aquisio das quotas Bernardo & Malaquias manufacturas de cortia,
Lda., decidiram incluir uma clusula que estipulava o seguinte:
A sociedade ROLHA Best, S.A., s cumprir o presente contrato, caso o stock
das rolhas em armazm e ainda propriedade da Bernardo & Malaquias
manufacturas de cortia, Lda., satisfizer as suas necessidades, atendendo a
critrios de qualidade, conservao e valor de mercado .
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Tendo presente que estamos perante um contrato celebrado sob condio, pergunta-
se :
1. Identifique e qualifique esta condio.
Cotao: 0,5 valores2. Considera vlida a aposio desta condio no mencionado contrato?
Cotao: 0,5 valores
3. Como se denomina este contrato de compra e venda?
Cotao: 0,5 valores
REGISTOS E NOTARIADO 1,5 valores
lvaro recebeu por doao verbal efectuada em 1949 por seu pai, um prdio urbano
destinado a habitao composto de rs-do-cho e trs andares, situado na Rua do
Teatro, freguesia e concelho de Portimo.
O prdio mostra-se inscrito na matriz em nome de lvaro sob o art. 910., e omisso
na conservatria do registo predial.
Ao prdio no foi atribuda licena de utilizao.O prdio urbano manteve-se na posse de lvaro at presente data, posse que este
exerceu de boa f, com a convico de quem cuida de coisa prpria, sem ofender
direitos de terceiros, de forma pblica, pacifica, continuada e de boa f.
Responda s seguintes questes:
a) lvaro dispe de ttulo para promover o registo do prdio na
conservatria a seu favor? Justifique.Cotao: 0,5 valores
b) Por que meios pode lvaro obter ttulo que lhe permita inscrever no
registo a propriedade do imvel a seu favor? Justifique.
Cotao: 0,5 valores
c) Admita que lvaro opta pela realizao de escritura pblica para obter o
ttulo necessrio ao registo e o notrio recusa celebrar a escritura por o
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prdio no possuir licena de utilizao. Ser tal facto inexistncia da
licena de utilizao fundamento para a no realizao da escritura
publica? Justifique.
Cotao: 0,5 valores
DIREITO DAS SOCIEDADES 1,5 valores
Antnio, Belmiro, Carlos e Daniel so scios de uma sociedade por quotas, tendo
todas as quotas o mesmo valor nominal.
Em Maio de 2008, Antnio, gerente da sociedade, convocou uma assembleia geral de
scios por SMS.
Estiveram presentes nessa assembleia Antnio e Belmiro, que deliberaram, com os
votos a favor de ambos, alterar o contrato de sociedade do seguinte modo: suprimiram
a clusula que atribua a Carlos o direito de ser gerente, aditaram outra segundo a
qual os negcios celebrados pelos gerentes s vinculam a sociedade aps a
expressa ratificao do acto pelo scio Daniel, e aditaram ainda uma clusula
isentando a sociedade de constituir a reserva legal. Daniel, que no esteve presente,
enviou uma carta, que foi recebida pelos restantes scios na vspera da assembleia,
na qual dizia concordar com todas as deliberaes a tomar.
J em Junho de 2008, Antnio cedeu a Eduardo, por escrito assinado por ambos, a
sua quota na sociedade, sem conhecimento de Carlos e Daniel.
Suponha que contactado por Carlos, o qual pretende, por um lado, saber se (e, em
caso afirmativo, como e at quando) pode impugnar as deliberaes tomadas na
assembleia-geral, e, por outro lado, saber se pode evitar a entrada de Eduardo na
sociedade.
Como o aconselharia?