Prova LP 3º ano - 1º bimestre 2011

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  • 8/3/2019 Prova LP 3 ano - 1 bimestre 2011

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    LNGUA PORTUGUESA01. O poema abaixo pertence poesia concreta brasileira. O termo latino de seu ttulo significa epitalmio, poema ou canto emhomenagem aos que se casam.

    EPITHALAMIUM II

    he = ele S = serpens& = e h = homoShe = ela e = eva

    (Pedro Xisto)

    Considerando que smbolos e sinais so utilizados geralmente para demonstraes objetivas, ao serem incorporados no poemaEpithalamium - II,

    (A) adquirem novo potencial de significao.(B) eliminam a subjetividade do poema.(C) opem-se ao tema principal do poema.(D) invertem seu sentido original.

    (E) tornam-se confusos e equivocados.

    02. A conversa entre Mafalda e seus amigos

    (A) revela a real dificuldade de entendimento entre posies que pareciam convergir.(B) desvaloriza a diversidade social e cultural e a capacidade de entendimento e respeito entre as pessoas.(C) expressa o predomnio de uma forma de pensar e a possibilidade de entendimento entre posies divergentes.(D) ilustra a possibilidade de entendimento e de respeito entre as pessoas a partir do debate poltico de idias.(E) mostra a preponderncia do ponto de vista masculino nas discusses polticas para superar divergncias.

    As questes 03 e 04 referem-se ao poema abaixo.

    Brasil

    O Z Pereira chegou de caravelaE preguntou pro guarani da mata virgem

    Sois cristo? No. Sou bravo, sou forte, sou filho da MorteTeter tet Quiz Quiz Quec!L longe a ona resmungava Uu! ua! uu!O negro zonzo sado da fornalhaTomou a palavra e respondeu Sim pela graa de DeusCanhem Bab Canhem Bab Cum Cum!E fizeram o Carnaval

    (Oswald de Andrade)

    03. Este texto apresenta uma verso humorstica da formao do Brasil, mostrando-a como uma juno de elementos diferentes.Considerando-se esse aspecto, correto afirmar que a viso apresentada pelo texto

    (A) ambgua, pois tanto aponta o carter desconjuntado da formao nacional, quanto parece sugerir que esse processo, apesarde tudo, acaba bem.(B) inovadora, pois mostra que as trs raas formadoras portugueses, negros e ndios pouco contriburam para a formao da

    identidade brasileira.(C) moralizante, na medida em que aponta a precariedade da formao crist do Brasil como causa da predominncia de

    elementos primitivos e pagos.(D) preconceituosa, pois critica tanto ndios quanto negros, representando de modo positivo apenas o elemento europeu, vindo

    com as caravelas.(E) negativa, pois retrata a formao do Brasil como incoerente e defeituosa, resultando em anarquia e falta de seriedade.

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    04. A polifonia, variedade de vozes, presente no poema resulta da manifestao do

    (A) poeta e do colonizador apenas. (B) colonizador e do negro apenas. (C) negro e do ndio apenas.

    (D) colonizador, do poeta e do negro apenas. (E) poeta, do colonizador, do ndio e do negro.

    05. O jivaroUm Sr. Matter, que fez uma viagem de explorao Amrica do Sul, conta a um jornal sua conversa com um ndio jivaro,desses que sabem reduzir a cabea de um morto at ela ficar bem pequenina. Queria assistir a uma dessas operaes, e ondio lhe disse que exatamente ele tinha contas a acertar com um inimigo.O Sr. Matter: No, no! Um homem, no. Faa isso com a cabea de um macaco.

    E o ndio: Por que um macaco? Ele no me fez nenhum mal!

    (Rubem Braga)

    O assunto de uma crnica pode ser uma experincia pessoal do cronista, uma informao obtida por ele ou um caso imaginrio. Omodo de apresentar o assunto tambm varia: pode ser uma descrio objetiva, uma exposio argumentativa ou uma narrativasugestiva. Quanto finalidade pretendida, pode-se promover uma reflexo, definir um sentimento ou to-somente provocar o riso.Na crnica O jivaro, escrita a partir da reportagem de um jornal, Rubem Braga se vale dos seguintes elementos:

    Assunto Modo de apresentar Finalidade

    (A) caso imaginrio descrio objetiva provocar o riso

    (B) informao colhida narrativa sugestiva promover reflexo

    (C) informao colhida descrio objetiva definir um sentimento

    (D) experincia pessoal narrativa sugestiva provocar o riso

    (E) experincia pessoal exposio argumentativa promover reflexo

    06. Cndido Portinari (1903-1962), em seu livro Retalhos de Minha Vida de Infncia, descreve os ps dos trabalhadores.

    Ps disformes. Ps que podem contar uma histria. Confundiam-se com as pedras e os espinhos. Ps semelhantes aos mapas: com montes

    e vales, vincos como rios. (...) Ps sofridos com muitos e muitos quilmetros de marcha. Ps que s os santos tm. Sobre a terra, difcil eradistingui-los. Agarrados ao solo, eram como alicerces, muitas vezes suportavam apenas um corpo franzino e doente.

    (Cndido Portinari, Retrospectiva, Catlogo MASP)

    As fantasias sobre o Novo Mundo, a diversidade da natureza e do homem americano e a crtica social foram temas que inspirarammuitos artistas ao longo de nossa Histria. Dentre estas imagens, a que melhor caracteriza a crtica social contida no texto dePortinari

    (A) (B) (C)

    (D) (E)

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    07.

    O movimento hip-hop to urbano quanto as grandes construes de concreto e as estaes de metr, e cada dia se tornamais presente nas grandes metrpoles mundiais. Nasceu na periferia dos bairros pobres de Nova Iorque. formado por trselementos: a msica (o rap), as artes plsticas (o grafite) e a dana (o break). No hip-hop os jovens usam as expressesartsticas como uma forma de resistncia poltica.Enraizado nas camadas populares urbanas, o hip-hop afirmou-se no Brasil e no mundo com um discurso poltico a favor dosexcludos, sobretudo dos negros. Apesar de ser um movimento originrio das periferias norte-americanas, no encontroubarreiras no Brasil, onde se instalou com certa naturalidade o que, no entanto, no significa que o hip-hop brasileiro no tenhasofrido influncias locais. O movimento no Brasil hbrido: rap com um pouco de samba, breakparecido com capoeira e grafitede cores muito vivas.

    (Adaptado deCincia e Cultura, 2004)

    De acordo com o texto, o hip-hop uma manifestao artstica tipicamente urbana, que tem como principais caractersticas

    (A) a nfase nas artes visuais e a defesa do carter nacionalista.(B) a alienao poltica e a preocupao com o conflito de geraes.(C) a afirmao dos socialmente excludos e a combinao de linguagens.(D) a integrao de diferentes classes sociais e a exaltao do progresso.(E) a valorizao da natureza e o compromisso com os ideais norte-americanos.

    08.

    Nesta tirinha, a personagem faz referncia a uma das mais conhecidas figuras de linguagem para

    (A) condenar a prtica de exerccios fsicos.(B) valorizar aspectos da vida moderna.(C) desestimular o uso das bicicletas.(D) caracterizar o dilogo entre geraes.(E) criticar a falta de perspectiva do pai.

    As questes de nmeros 09 e 10 referem-se ao poema abaixo.

    Cidade grande

    Que beleza, Montes Claros.Como cresceu Montes Claros.Quanta indstria em Montes Claros.Montes Claros cresceu tanto,ficou urbe to notria,prima-rica do Rio de Janeiro,que j tem cinco favelaspor enquanto, e mais promete.

    (Carlos Drummond de Andrade)

    09. Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a

    (A) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se prpria linguagem.(B) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.(C) ironia, que consiste em se dizer o contrrio do que se pensa, com inteno crtica.(D) denotao, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido prprio e objetivo.(E) prosopopia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.

    10. No trecho Montes Claros cresceu tanto,/ (...),/ que j tem cinco favelas, a palavra que contribui para estabelecer uma relaode conseqncia. Dos seguintes versos, todos de Carlos Drummond de Andrade, apresentam esse mesmo tipo de relao:

    (A) Meu Deus, por que me abandonaste / se sabias que eu no era Deus / se sabias que eu era fraco.

    (B) No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu / a ninar nos longes da senzala e nunca se esqueceu / chamava para ocaf.

    (C) Teus ombros suportam o mundo / e ele no pesa mais que a mo de uma criana.(D) A ausncia um estar em mim. / E sinto-a, branca, to pegada, aconchegada nos meus braos, / que rio e dano e invento

    exclamaes alegres.(E) Penetra surdamente no reino das palavras. / L esto os poemas que esperam ser escritos.

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    REDAOLeia com ateno os seguintes textos:

    Caco Galhardo. 2001.

    Os programas sensacionalistas do rdio e os programas policiais de final da tarde em televiso saciam curiosidades

    perversas e at mrbidas tirando sua matria-prima do drama de cidados humildes que aparecem nas delegacias como suspeitos de

    pequenos crimes. Ali, so entrevistados por intimidao. As cmeras invadem barracos e cortios, e gravam sem pedir licena a

    estupefao de famlias de baixssima renda que no sabem direito o que se passa: um parente suspeito de estupro, ou o vizinho

    acaba de ser preso por trfico, ou o primo morreu no massacre de fim de semana no bar da esquina. A polcia chega atirando; a

    mdia chega filmando.Eugnio Bucci. Sobre tica e imprensa. So Paulo:

    Companhia das Letras, 2000.

    Quem fiscaliza [a imprensa]? Trata-se de tema complexo porque remete para a questo da responsabilidade no s das

    empresas de comunicao como tambm dos jornalistas. Alguns pases, como a Sucia e a Gr-Bretanha, vm h anos tentando

    resolver o problema da responsabilidade do jornalismo por meio de mecanismos que incentivam a auto-regulao da mdia.http://www.eticanatv.org.br

    Acesso em 30/05/2004.

    No Brasil, entre outras organizaes, existe o Observatrio da Imprensa entidade civil, no-governamental e no-

    partidria , que pretende acompanhar o desempenho da mdia brasileira. Em sua pgina eletrnica, l-se:

    Os meios de comunicao de massa so majoritariamente produzidos por empresas privadas cujas decisesatendem legitimamente aos desgnios de seus acionistas ou representantes. Mas o produto jornalstico ,inquestionavelmente, um servio pblico, com garantias e privilgios especficos previstos na Constituio Federal, oque pressupe contrapartidas em deveres e responsabilidades sociais.

    http://www.observatorio.ultimosegundo.ig.com.br(adaptado)Acesso em 30/05/04.

    Incisos do Artigo 5 da Constituio Federal de 1988:

    IX livre a expresso da atividade intelectual, artstica, cientfica e de comunicao, independentemente de censura ou licena;

    X so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizao pelo dano

    material ou moral decorrente de sua violao.

    Com base nas idias presentes nos textos acima, redija uma dissertao em prosa sobre o seguinte tema:

    Como garantir a liberdade de informao e evitar abusos nos meios de comunicao?

    Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexes feitas ao longo de sua

    formao. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opinies para defender seu ponto de vista e suas propostas.

    Observaes:

    Seu texto deve ser escrito na modalidade culta da lngua portuguesa.

    Escreva com letra legvel.

    O texto no deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narrao.

    O texto dever ter no mnimo 15 (quinze) linhas escritas.

    A redao dever ser apresentada a tinta e desenvolvida na folha prpria.

    O rascunho poder ser feito na ltima folha deste Caderno.

    http://www.eticanatv.org.br/http://www.observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/http://www.eticanatv.org.br/http://www.observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/