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ESAF - DIRES Apreciação de recurso(s) interposto(s) às provas objetivas do Concurso Público: Ministério da Fazenda- 2014 Assistente Técnico-Administrativo – ATA/2014 Prova Objetiva Disciplina: Atualidades Gabarito 1 Gabarito 2 Gabarito 3 Gabarito 4 41 21 11 1 D D D D PARECER Os candidatos recorreram da questão alegando que (1) artigo da professora Vera Masagão Ribeiro do Instituto Paulo Montenegro apresenta críticas ao conceito adotado como correto na prova de atualidades, e pela insuficiência de tal conceito, o Instituto Paulo Montenegro criou o Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional; (2) o IBGE adota o critério de número de séries cursadas analfabeto funcional seria, em síntese, quem não concluiu a 4ª. série do ensino fundamental e isso daria margem a considerar correta a alternativa cujo enunciado é: São consideradas analfabetas funcionais as pessoas que não concluíram o ensino fundamental; (3) a expressão “operações matemáticas mais elaboradas” poderia compreender uma gama ampla de operações – tal como cálculo financeiro, algoritmos , etc., de modo que o conceito é impreciso. Não procedem os argumentos apresentados considerando que: 1) A perspectiva crítica faz parte do debate público de qualquer assunto que se discuta de modo que divergências existem em qualquer tema. A partir dos aspectos críticos que apresenta, o Instituto Paulo Montenegro, propõe outra abordagem - o Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional. Ocorre que a questão discute o analfabetismo funcional e nenhuma alternativa abordava o alfabetismo funcional. Por não serem acadêmicos, textos de jornais e revistas não aprofundam a discussão conceitual, assim, os conceitos são apresentados de forma mais acessível a não especialistas. Apenas a título de exemplo, seguem alguns links evidenciado que o conceito correspondente à alternativa correta é apresentado pela grande mídia: Carta Capital: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/progressao-continuada-alastra-analfabetismo- funcional-em-sp-afirmam-professores Planeta Educação: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=700 UOL Economia: http://m.economia.uol.com.br/empreendedorismo/colunistas/2012/05/09/emocione- para-se-comunicar-com-os-consumidores-populares.htm 2) Na atualidade, o IBGE aborda o tema do analfabetismo funcional a partir do número de séries cursadas: o “analfabetismo funcional (...) engloba as pessoas de 15 anos ou mais de idade com menos de quatro anos completos de estudo, ou seja, que não concluíram a 4ª série do ensino fundamental(ex: Síntese de Indicadores sociais uma análise das condições de vida da população brasileira 2010- p.227 - http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinte seindicsociais2010/SIS_2010.pdf).

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Ministério da Fazenda- 2014 Assistente Técnico-Administrativo – ATA/2014

Prova Objetiva

Disciplina: Atualidades

Gabarito 1 Gabarito 2 Gabarito 3 Gabarito 4

41 21 11 1

D D D D

PARECER

Os candidatos recorreram da questão alegando que (1) artigo da professora Vera Masagão Ribeiro

do Instituto Paulo Montenegro apresenta críticas ao conceito adotado como correto na prova de

atualidades, e pela insuficiência de tal conceito, o Instituto Paulo Montenegro criou o Indicador

Nacional de Alfabetismo Funcional; (2) o IBGE adota o critério de número de séries cursadas –

analfabeto funcional seria, em síntese, quem não concluiu a 4ª. série do ensino fundamental – e

isso daria margem a considerar correta a alternativa cujo enunciado é: “São consideradas analfabetas

funcionais as pessoas que não concluíram o ensino fundamental”; (3) a expressão “operações

matemáticas mais elaboradas” poderia compreender uma gama ampla de operações – tal como

cálculo financeiro, algoritmos , etc., de modo que o conceito é impreciso.

Não procedem os argumentos apresentados considerando que:

1) A perspectiva crítica faz parte do debate público de qualquer assunto que se discuta – de

modo que divergências existem em qualquer tema. A partir dos aspectos críticos que

apresenta, o Instituto Paulo Montenegro, propõe outra abordagem - o Indicador Nacional de

Alfabetismo Funcional. Ocorre que a questão discute o analfabetismo funcional e nenhuma

alternativa abordava o alfabetismo funcional. Por não serem acadêmicos, textos de jornais

e revistas não aprofundam a discussão conceitual, assim, os conceitos são apresentados de

forma mais acessível a não especialistas. Apenas a título de exemplo, seguem alguns links

evidenciado que o conceito correspondente à alternativa correta é apresentado pela grande

mídia:

Carta Capital: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/progressao-continuada-alastra-analfabetismo-

funcional-em-sp-afirmam-professores

Planeta Educação: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=700

UOL Economia: http://m.economia.uol.com.br/empreendedorismo/colunistas/2012/05/09/emocione-

para-se-comunicar-com-os-consumidores-populares.htm

2) Na atualidade, o IBGE aborda o tema do analfabetismo funcional a partir do número de séries

cursadas: o “analfabetismo funcional (...) engloba as pessoas de 15 anos ou mais de idade com

menos de quatro anos completos de estudo, ou seja, que não concluíram a 4ª série do ensino

fundamental” (ex: “Síntese de Indicadores sociais – uma análise das condições de vida da

população brasileira – 2010” - p.227 -

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinte

seindicsociais2010/SIS_2010.pdf).

A alternativa que alguns recursos apontam como dando margem a dúvidas tem a seguinte redação:

“São consideradas analfabetas funcionais as pessoas que não concluíram o ensino

fundamental”.

Não concluir o ensino fundamental significa não concluir as 9 séries do ensino fundamental. Não é

possível equiparar com não concluir a 4ª série do ensino fundamental - grandezas muito diversas.

Não concluir a 4ª. seria significa estudar no máximo 4 anos. Não concluir a 9ª. série significa estudar

no máximo 8 anos – o que pode ser mais que o dobro do número de anos em comparação com a

conclusão da 3ª. série. Assim, não há entre as 5 alternativas da questão, outra que se possa considerar

correta.

3) A alegação de que a expressão “operações matemáticas mais elaboradas” é imprecisa, podendo referir-

se, por exemplo a algoritmos, matemática financeira, também não procede: se a discussão diz respeito

a analfabetismo, a interpretação do texto deve ater-se ao contexto da questão. De outra forma, e

adotando o raciocínio apresentado nos recursos, a maioria das pessoas no mundo não domina

operações matemáticas de alta complexidade – e assim seriam analfabetas funcionais.

Diante do exposto, mantenho a questão.

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Prova Objetiva

Disciplina: Atualidades

Gabarito 1 Gabarito 2 Gabarito 3 Gabarito 4

42 22 12 2

E E E E

PARECER

Os candidatos recorreram da questão alegando que (1) a alternativa “a” não contemplou entre os

destinatários da norma ABNR NBR ISO 26.000 : 2010 as organizações do terceiro setor; (2) a norma

ABNT e a Norma ISO de Responsabilidade Social não teriam o mesmo teor; (3) a erradicação do

trabalho infantil não foi tratada na Norma ABNT NBR ISO 26000 : 2010.

O primeiro argumento não procede pois a alternativa “a” engloba o terceiro setor ao dispor: “Tanto as

demandas por maior responsabilidade social (...) têm como destinatárias as organizações da

sociedade civil, as organizações empresariais e as organizações governamentais”.

O segundo argumento não procede pois a convergência do conteúdo das duas normas foi uma opção

dos formuladores das mesmas e tal está explicitado no “Prefácio Nacional” da Norma ABNT NBR ISO

26000 : 2010.

O terceiro argumento não procede pois a erradicação do trabalho infantil é tratado expressamente

nos itens 6.3.10.2 e 6.3.110.3 – princípios e direitos fundamentais no trabalho.

Estas análises podem ser confirmadas na leitura da referida norma, disponível no sítio do Inmetro:

http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/[field_generico_imagens-

filefield-description]_65.pdf

Diante do exposto, mantenho a questão.

Prova Objetiva

Disciplina: Atualidades

Gabarito 1 Gabarito 2 Gabarito 3 Gabarito 4

43 23 13 3

D D D D

PARECER

Quatro foram os questionamentos apresentados pelos candidatos que recorreram, os quais serão

analisados a seguir.

Questionamento 1: o Código de Defesa do Consumidor (CDC) não constava entre os temas do edital

portanto não se poderia elaborar questão tratando de dispositivos desta lei.

Análise: O questionamento não procede. O tema central da questão é o endividamento da população

brasileira – tema relevante da vida em sociedade, e que gera inúmeros conflitos familiares e

problemas sociais. A sociedade atual é fortemente voltada ao consumo – que é diretamente

relacionado ao endividamento. Assim, o Código de Defesa do Consumidor faz parte do universo de

discussão do endividamento, já que disciplina as relações de consumo – portanto se enquadra no

item 1 “Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade.”

A alternativa que motivou o argumento foi: “Um dos instrumentos que ajudam a reduzir o problema

do endividamento é o Código de Defesa do Consumidor”.

A leitura do enunciado demonstra que não se questionou qualquer dispositivo específico do CDC.

Assim como não se precisa conhecer dispositivos específicos da lei penal para compreender o que é

um homicídio ou um furto e saber que o tema é tratado no Código Penal, é de conhecimento geral

que o Código de Defesa do Consumidor trata de defender o consumidor. O título é auto-explicativo.

Empréstimos não são feitos pelo prazer de ter o dinheiro em mãos e pagar juros para isso, mas para

viabilizar o consumo. Assim, o endividamento está diretamente relacionado ao consumo – que, por

sua vez está diretamente relacionado ao CDC.

Questionamento 2: O CDC não protege os indivíduos contra o endividamento.

Análise: O questionamento não procede. É de conhecimento geral que o CDC prevê que os contratos

sejam claros quanto a seus diferentes aspectos: juros, número de prestações, obrigatoriedade de

letras de tamanho legível, proteção contra a propaganda enganosa. O CDC existe desde 1990 (24

anos, portanto) e noções gerais de seu conteúdo já foram incorporadas pela população – sem que

isso implique em conhecimento técnico e específico dos dispositivos desta lei – mas permitindo que

os consumidores tenham o CDC como referência.

Parte significativa das aquisições no Brasil é feita através da compra a crédito. Portanto as cláusulas,

juros e multas – cuja disciplina geral se dá através do CDC são uma das possíveis formas de prevenir

abusos ou desconhecimento do consumidor.

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O enunciado da alternativa “d” em nenhum momento afirmou que o CDC resolve o endividamento

pessoal, ou que o CDC é um instrumento de educação financeira, mas que é um instrumento que

ajuda a reduzir o problema do endividamento.

Não é o direito de família que resolve o problema de crianças não reconhecidas pelos pais. Mas as

leis que disciplinam o reconhecimento de paternidade ajudam a reduzir este problema.

Assim, dizer que o Código de Trânsito ou o Estatuto da Cidade nada pode ajudar a resolver o

problema do endividamento é razoável. Mas não é razoável concluir que o Código de Defesa do

Consumidor nada tem a ver com o assunto, ainda que outras medidas como a educação financeira

possam ter um resultado muito mais direto sobre o tema – o que a alternativa “e” aborda.

E mesmo quando ajuda em problemas de consumo já realizado, conseguir recuperar parte do prejuízo

financeiro em uma relação de consumo mal sucedida pode, sim reduzir o endividamento.

Questionamento 3: A compra a crédito não é um fator de endividamento. Comprometer todo o

rendimento de um mês em uma aquisição necessária, sim, poderia resultar em endividamento.

Análise: O questionamento não procede. A compra a crédito é um instrumento de ampliação do

acesso aos bens e sob vários aspectos vem permitindo uma melhoria na qualidade de vida dos

brasileiros. Entretanto, juros abusivos são amplamente praticados e resultam em um preço final do

produto muito superior ao que ele vale. De outra parte, a concessão do crédito vem sendo feita de

forma indiscriminada por muitas instituições financeiras e comerciais e isto se intensificou com o

crédito consignado. Estes fatores estimulam o consumo por impulso e vem causando sérios

problemas de endividamento de aposentados pela pressão de familiares para que eles assumam

compromissos financeiros pela facilidade do crédito consignado. Assim – e este tema é de amplo

debate na mídia – através da compra a crédito, parte significativa da população brasileira vem

comprometendo parcelas de seu rendimento que, somadas, excedam sua capacidade de

comprimento das obrigações.

Assim, entre as 5 alternativas propostas, a alternativa “d” se apresenta como a incorreta.

Questionamento 4: A norma legal que propõe uma política para ao enfrentamento do endividamento

é o Decreto no 7.963/2013 – por isso não haveria uma alternativa correta entre as alternativas e este

seria o instrumento cabível para impedir o endividamento.

Análise: O questionamento não procede. Ainda que o Decreto no 7.963/2013 tenha sido criado

especificamente com o propósito de combater o endividamento – o que comprova gravidade e

dimensão que o problema atingiu na sociedade brasileira, a questão propõe a discussão do problema

endividamento que é anterior ao decreto e bem mais familiar a todo e qualquer candidato que

acompanhe assuntos de atualidade enquanto o decreto é recente e ainda não se incorporou ao

conhecimento médio da população. Mesmo que já houvesse ampla disseminação do decreto e a

consolidação de diversas iniciativas nele propostas, nada disso impediria o endividamento mas

colaboraria (de forma mais direcionada que os demais instrumentos legais) para reduzir o problema.

Vale o mesmo que já se observou em relação ao Código Penal: a norma é um dos instrumentos que

ajuda a reduzir a criminalidade mas não impede que ela ocorra.

Diante do exposto nas análises acima, mantenho a questão.

Prova Objetiva

Disciplina: Atualidades

Gabarito 1 Gabarito 2 Gabarito 3 Gabarito 4

44 24 14 4

B B B B

PARECER

Os candidatos que recorreram desta questão alegaram que ela extrapola o edital pois nele não foram

mencionadas leis como a de no 12.187/2009 (Política Nacional sobre Mudanças do Clima) e a Lei no

12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos).

O questionamento não procede. Entre os itens propostos para a prova de atualidades estão: 4. Desenvolvimento Sustentável e Administração Pública. 4.1.Origem e evolução do conceito de Desenvolvimento Sustentável. 4.2. Questões ambientais contemporâneas: mudança climática, efeito estufa, chuva ácida, biodiversidade. 4.3. A nova ordem ambiental internacional – Rio/92, Agenda 21, Rio + 20. 4.4. O serviço público e os desafios da sustentabilidade: Agenda Ambiental da Administração Pública; Contratações Sustentáveis, Plano de Logística Sustentável. As questões que tratam do item 4 e subitens refletem as demandas crescentemente dirigidas ao país,

tanto internacional como nacionalmente. O tema foi introduzido na grande mídia brasileira desde a

Eco/92 – portanto há mais de 20 anos – através de documentários, artigos de periódicos, etc., e foi

objeto recente de muita exposição com a realização da Rio+20.

As demandas levaram, sim, à edição de várias leis, mas a questão, na forma como foi apresentada,

não exigiu conhecimento sobre o conteúdo das leis mas sobre informações amplamente disponíveis

para a abordagem da questão.

Portanto leis não foram objeto da pergunta e não são necessárias para a resposta.

Diante do exposto, mantenho a questão.

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Prova Objetiva

Disciplina: Atualidades

Gabarito 1 Gabarito 2 Gabarito 3 Gabarito 4

45 25 15 5

C C C C

PARECER

Dois foram os questionamentos apresentados pelos candidatos que recorreram: (1) Não existe

nenhuma norma do TCU que inclua as contratações sustentáveis e a educação para a

sustentabilidade como tema de auditoria; (2) a competência do TCU em suas auditorias se desvia da

abordagem da sustentabilidade como atualidades pois o tema não se faz presente em artigos, notícias

e sítios da internet em geral.

Quanto ao primeiro argumento, a DN TCU no. 127 de 2013 - Anexo II da Parte A, Item 8 (ver p. 4 e

109-110 do link:

http://www.cgu.gov.br/Publicacoes/RelatGestao/Arquivos/relatorio_gestao_cgu_2013.pdf) reitera o

que já dispunha o Item 10, Parte “A” do anexo II da DN TCU Nº 107/2010 - gestão ambiental e

licitações sustentáveis (ver p. 1 e p. 26 e 27 do link:

http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CCgQFjAA&url=http%3A%

2F%2Fportal2.tcu.gov.br%2Fportal%2Fpage%2Fportal%2FTCU%2Fcomunidades%2Fcontas%2Fcontas_ordinar

ias_extraordinarias%2F2010%2FQuadros%2520da%2520Portaria%2520277_2010.doc&ei=5txrU4fBIcnSsAS7v

IDoAg&usg=AFQjCNEA7PzdlvVf8yM0veveqrxcsUmzow&sig2=51eJpxpcqyzX6iooacotzA&bvm=bv.66111022,d.

cWc).

Neste sentido – as orientações do TCU, já em 2010 (portanto há 4 anos), previam a auditoria no tema.

Assim, o argumento não procede.

Entretanto, o segundo argumento é pertinente: trata-se de norma muito específica e que não seria

objeto de estudo tão aprofundado em uma prova de atualidades.

Diante do exposto, a questão deve ser anulada.

Prova Objetiva

Disciplina: Atualidades

Gabarito 1 Gabarito 2 Gabarito 3 Gabarito 4

46 26 16 6

E E E E

PARECER

Foram três os questionamentos apresentados pelos candidatos que recorreram, os quais serão

analisados a seguir.

Questionamento 1: A questão extrapola o edital pois discute uma droga lícita.

Análise: O questionamento não procede. O item do edital que é questionado é “1.2 O debate sobre

a legalização das drogas e seu impacto sobre as políticas públicas e sobre a sociedade”.

O enunciado não trata da legalização das drogas em sentido estrito, mas do (1) debate sobre a

legalização e sobre o (2) impacto da legalização sobre as políticas públicas e sobre a

sociedade.

Os prejuízos causados pelo consumo de drogas lícitas (ex: álcool, cigarro) bem como pelo consumo

de drogas ilícitas é tema de amplo debate nacional nos meios de comunicação e, portanto, não traz

especificidade que fuja ao conhecimento médio da população.

A mudança de uma política – como descriminalizar o adultério, admitir a união estável entre pessoas

do mesmo sexo, ou legalizar o comercio de drogas que até o momento são ilícitas – tem como pano

de fundo a discussão da situação que motiva a proposta de mudança: qual a gravidade do adultério

para a sociedade contemporânea? Porque duas pessoas do mesmo sexo que têm uma relação

afetiva semelhante às que são de sexo diferente não podem ser pensionistas (no falecimento de uma

delas) ou dependentes para o imposto de renda? Quais os efeitos da descriminalização da maconha,

considerando que cada vez mais se reconhecem os efeitos altamente prejudiciais do consumo

excessivo do álcool? Em que medida a licitude tem contribuído para que os crimes de contrabando

(de bebidas alcoólicas, de cigarro) a violência doméstica (nos casos em que fortemente influenciadas

pela ingestão do álcool) se aplicam ao tratamento a ser dado para a eventual descriminalização da

maconha?

Assim, quando se discutiu o reconhecimento legal da união estável entre pessoas do mesmo sexo,

tinha-se como pano de fundo a união legalmente admitida de pessoas de sexo diferente (o

casamento).

A “Lei Seca” trouxe uma mudança na política que envolve o comportamento no trânsito do ponto de

vista do uso de substâncias tóxicas – compreendendo drogas lícitas e ilícitas. Esta política se criou e

reelaborou em um transcurso de 4 anos e ampla exposição nos meios de comunicação e integra,

necessariamente, o debate mais amplo sobre a legalização de drogas: discutir a legalização é

necessariamente discutir o que se dá com políticas restritivas daquilo que, já legalizado, está sendo

criminalizado em circunstâncias dadas.

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Ministério da Fazenda- 2014 Assistente Técnico-Administrativo – ATA/2014

Tanto assim que a “Lei Seca” aborda a influência de álcool ou outra substância psicoativa que

determine dependência – de modo que as consequências do consumo de substância psicoativa

que determine dependência é o principal conteúdo discutido na legalização das drogas – e que é o

que justifica a discussão.

Questionamento 2: Pela relação direta entre 2 questionamentos, eles serão tratados em conjunto:

(1) a caracterização da embriaguez não foi alterada com a nova redação da lei e (2) este tema exigiria

conhecimento específico da lei, o que extrapola o edital.

Análise: Os questionamentos não procedem. A exaustiva exposição dos debates sobre a “Lei Seca”

na mídia transmitiu à população o propósito da mudança e o comportamento esperado do motorista.

E hoje, crescem os debates sobre a legalização da maconha – que abordam parte significativa da

mesma discussão travada em relação à criminalização do consumo do álcool em certas

circunstâncias. O conhecimento público e o debate não focavam os artigos e incisos da lei. E a

questão aqui impugnada abordou o tema da mesma forma como foi feito nos meios de comunicação:

não apontou artigos e incisos, mas somente a mensagem trazida na discussão da mudança

legislativa, ou seja: 1) outros meios permitem que se verifique o estado de embriaguez além do

bafômetro, 2) qualquer nível de álcool no sangue já configura a infração, posto que altera a

capacidade cognitiva do motorista – o que os meios de comunicação amplamente divulgaram com

a expressão “tolerância zero” – por si só explicativa.

É também o que ocorre com outras infrações à lei: pessoas com um nível médio de informação sabem

que a Lei Maria da Penha criminaliza a violência contra a mulher, e não precisaram ler o artigo ou o

inciso que tratam do assunto para discutir a pertinência da lei, o impacto social da violência familiar,

etc.

Sob o enfoque específico da disciplina legal, constataremos que a alteração legislativa se concentra

nos art. 165 e 276.

Redação antiga:

Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool, em nível superior a seis decigramas

por litro de sangue, ou de qualquer substância entorpecente ou que determine

dependência física ou psíquica.

Art. 276. A concentração de seis decigramas de álcool por litro de sangue

comprova que o condutor se acha impedido de dirigir veículo automotor.

Art. 277. Todo condutor de veículo automotor, envolvido em acidente de trânsito

ou que for alvo de fiscalização de trânsito (...) será submetido a testes de

alcoolemia, exames clínicos, perícia, ou outro

Nova Redação:

Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância

psicoativa que determine dependência. não há mais tolerância a qualquer

nível de álcool no sangue.

Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de

ar alveolar sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165.

Art. 277. O condutor de veículo automotor (...) poderá ser submetido a teste,

exame clínico, perícia ou outro procedimento que, por meios técnicos ou

científicos, na forma disciplinada pelo Contran, permita certificar influência

de álcool ou outra substância psicoativa que determine dependência.

Par. 2º. A infração prevista no art. 165 também poderá ser caracterizada

mediante imagem, vídeo (...) etc.

Questionamento 3: A alternativa “c” também estaria incorreta por não citar expressamente o termo

“perícia” e, assim, estaria incompleta.

Análise: O questionamento não procede. O dispositivo normativo referido no questionamento 3 é o

art. 277, acima citado.

A perícia é um dos procedimentos que permitem certificar cientificamente a influência do álcool –

é, portanto, um procedimento técnico e científico. A lei exemplifica os procedimentos técnicos

e científicos. Não é uma relação fechada e definitiva. Portanto não explicitar a perícia não significa

que ela não esteja entre os procedimentos de certificação científica.

Ainda que o questionamento jurídico não proceda, reitera-se que a questão não foi elaborada na

dependência de uma discussão sobre dispositivos de lei mas sobre os grandes temas que foram

levados à mídia – o que incluía o bafômetro e outros meios para aferir a influência do álcool sobre o

motorista.

Diante do exposto, mantenho a questão.

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Prova Objetiva

Disciplina: Atualidades

Gabarito 1 Gabarito 2 Gabarito 3 Gabarito 4

47 27 17 7

A A A A

PARECER

O parecer abrange dois questionamentos apresentados pelos candidatos que recorreram, analisados

a seguir.

Questionamento 1: O primeiro argumento sobre esta questão é no sentido de que ela exige

conhecimento de norma específica não mencionada no edital – no caso o Decreto no 7.746/2012.

Análise: O questionamento não procede. De fato, esta questão pressupunha uma análise do decreto

mencionado. Cita-se, mais uma vez o conjunto de itens relacionados à questão: “4. Desenvolvimento

Sustentável e Administração Pública. 4.1.Origem e evolução do conceito de Desenvolvimento

sustentável. 4.2. Questões ambientais contemporâneas: mudança climática, efeito estufa, chuva

ácida, biodiversidade. 4.3. A nova ordem ambiental internacional – Rio/92, Agenda 21, Rio + 20. 4.4.

O serviço público e os desafios da sustentabilidade: Agenda Ambiental da Administração Pública;

Contratações Sustentáveis, Plano de Logística Sustentável.”

O Plano de Logística Sustentável insere-se no subitem 4.4 que trata especificamente do serviço

público e os desafios da sustentabilidade. Como não se trata de assunto corriqueiro, o PLS foi

pontuado e situado em um subitem bem preciso: não se está falando de empresas, de sociedade

civil. O tema dirige-se especificamente ao serviço público.

O tema é novo e como foi diretamente explicitado pressuporia que o candidato fizesse uma pesquisa

e o estudasse. A busca pela internet de “Plano de Logística Sustentável” leva, de imediato, ao Decreto

no 7.746/2012 e, na seqüência de sítios indicados, a vários deles com informações sobre o assunto,

bem como sobre as normativas que decorrem do decreto para viabilizar sua implementação – em

especial a Instrução Normativa SLTI/MPOG no 10/2012. As respostas a todas as alternativas

poderiam ser obtidas na leitura do referido decreto, que contém somente 16 artigos, e na análise de

tal decreto associada aos conhecimentos demandados no item 4 e subitens 4.1 a 4.4 pois a

abordagem da pergunta foi bastante genérica e não contemplava conceitos técnicos ou detalhes

sobre a elaboração do PLS.

Para ilustrar a clara definição do tema: se, em uma sala de aula de uma série do ensino médio o

professor pedisse que os alunos fizessem uma pesquisa sobre Plano de Logística Sustentável e

explicasse que se trata de um assunto que envolve o serviço público e os desafios da

sustentabilidade, estas referências seriam suficientes para que aluno pesquisasse e se inteirasse do

tema. Se o concurso se dirige a pessoas com nível médio completo, a viabilidade seria a mesma.

Assim, o argumento não procede.

Questionamento 2: O tempo verbal adotado na alternativa “d” afetou a compreensão da mesma,

levando a crer que estava errada. Com isso haveria 2 alternativas incorretas - “a” e “d”.

A alternativa questionada tem a seguinte redação: “d) Embora os PLS tenham como destinatários os

órgãos e servidores públicos, seu impacto também se dará sobre os colaboradores terceirizados, que

também precisaram, passar por um processo de capacitação”.

Houve, de fato, erro de redação: o correto seria precisarão.

Ainda que se possa argumentar que o erro de digitação não comprometeu de forma significativa a

interpretação e análise pelos candidatos, tal avaliação não afasta a ocorrência do erro na formulação

da alternativa e a dificuldade de ponderação quanto a seu impacto sobre a interpretação da questão.

Diante do exposto, a questão deve ser anulada.

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Prova Objetiva

Disciplina: Atualidades

Gabarito 1 Gabarito 2 Gabarito 3 Gabarito 4

49 29 19 9

C C C C

PARECER

Quatro foram os questionamentos apresentados pelos candidatos que recorreram, os quais serão

analisados a seguir.

Questionamento 1: As conferências públicas não ocorrem com periodicidade específica mas

atendem as necessidades e planejamento do governo

Análise: O questionamento não procede. A adoção da expressão “periodicidade específica” registra

que cada conferência se estrutura de forma específica, adota uma periodicidade específica e se

organiza segundo as características e contextos específicos – não há uma norma única ou um critério

homogêneo para definir quando elas devem ocorrer. Neste sentido, algumas são regulares, outras

acontecem segundo as necessidades e planejamento do governo – conforme registrado no

argumento apresentado nos recursos. Assim, não se pode confundir ocorrência com periodicidade

pré-determinada e constante, com ocorrência específica.

Questionamento 2: Não é atribuição das conferências determinar as principais questões das

temáticas relacionadas às políticas públicas.

Análise: O questionamento não procede. As conferências públicas – como qualquer mecanismo de

participação social (como as próprias eleições) tem suas limitações quanto aos resultados

alcançados. As referências apresentadas nos recursos subsidiam-se em análises críticas em relação

à estruturação e condução deste mecanismo, apontando que ele ainda tem muito a melhorar.

Entretanto, as deficiências não afastam a relevância para levar ao poder público as demandas sociais

de forma organizada e para a construção da cultura de participação social pois permitem o debate e

a sistematização das temáticas que se propõem a trabalhar e a sua progressiva inserção na pauta de

prioridades das políticas públicas.

Vale a comparação com as manifestações sociais de meados de 2013, onde houve dificuldade tanto

para os analistas sociais como para o Poder Público, de compreender o que as pessoas que foram

às ruas estavam reivindicando.

Questionamento 3: A pesquisa sobre o tema revela que há conferências temáticas, conferências

públicas e conferências de políticas públicas e este fato gera incerteza quanto a qual delas se refere

a questão.

O questionamento não procede. Toda conferência pública se realiza para tratar de um tema

específico – portanto toda conferência pública é temáticas – permitindo que os grupos de interesse

voltados à temática e os especialistas em tais temáticas se reúnam de forma organizada.

Por outra, falar em conferências públicas e conferências de políticas públicas são duas formas de

fazer referência ao mesmo instrumento, o qual tem por objetivo a ampla discussão e participação

social para subsidiar a formulação de políticas públicas.

Questionamento 4: As audiências públicas também são formas de controle e participação social e

democrática no âmbito do Poder Judiciário.

Análise: O questionamento não procede. De fato, as audiências públicas também são formas de

participação social no âmbito do Poder Judiciário. Entretanto elas não são criadas segundo as

regras do Código de Processo Civil o qual disciplina os procedimentos envolvendo disputas

judiciais.

Diante do exposto, mantenho a questão.

ESAF - DIRES Apreciação de recurso(s) interposto(s) às provas objetivas do Concurso Público:

Ministério da Fazenda- 2014 Assistente Técnico-Administrativo – ATA/2014

Prova Objetiva

Disciplina: Atualidades

Gabarito 1 Gabarito 2 Gabarito 3 Gabarito 4

50 30 20 10

A A A A

PARECER

Os candidatos recorreram da questão alegando que o CFC é um gás que, além de destruir a camada

de ozônio, também contribui para as mudanças climáticas, de modo que há duas alternativa corretas

– a alternativa “a” (conforme o gabarito) e a alternativa “d”.

O enunciado da alternativa “d” cuja correção foi alegada é: “d) Uma das medidas relevantes para o

enfrentamento das mudanças do clima foi a proibição do uso dos clorofluorcarbonetos (CFC) na

produção de geladeiras e ar condicionados”.

O argumento procede. O motivo para a proibição do uso do CFC foi a descoberta de seu efeito de

destruição sobre a camada de ozônio e o próprio Protocolo de Kyoto não incluía o CFC entre os gases

de efeito estufa. Entretanto, pesquisas cientificas recentes comprovaram que este gás também

provoca o efeito estufa. Assim, ainda que o propósito da proibição do CFC não visasse o combate às

mudanças climáticas, tal medida acabou por contribuir, sim, para o enfrentamento das mudanças do

clima.

Diante do exposto, a questão deve ser anulada.